Proposição de uma atividade lúdica com abordagens históricas

Transcrição

Proposição de uma atividade lúdica com abordagens históricas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
QUÍMICA LICENCIATURA
A Construção da Tabela Periódica:
Proposição de uma atividade lúdica com abordagens
históricas
AUTOR: Paulo Henrique Fabri
ORIENTADOR: Gilmar Pereira de Souza
Ouro Preto, 09 de setembro de 2013
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
QUÍMICA LICENCIATURA
A Construção da Tabela Periódica:
Proposição de uma atividade lúdica com abordagens
históricas
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado
como requisito parcial à conclusão da disciplina
Estágio Supervisionado IV do Departamento de
Química do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas
da Universidade Federal de Ouro Preto.
AUTOR: Paulo Henrique Fabri
ORIENTADOR: Gilmar Pereira de Souza
Ouro Preto, 09 de setembro de 2013
ii
F124c
Fabri, Paulo Henrique
A construção da tabela periódica [manuscrito]: proposição de uma
Atividade lúdica com abordagens históricas / Paulo Henrique Fabri.
– 2013.
54 f.: il.: grafs.,tabs.,mapas
Orientador: Gilmar Pereira de Souza
Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Ouro Preto.
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Departamento de Química.
1. Tabela periódica (Química) 2. Química-Licenciatura 3. Jogos
Educativos 4. Ciência-História I.Universidade Federal de Ouro Preto.
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Departamento de Química.
II. Título.
CDU: 54
Fonte de catalogação: [email protected]
iii
“Quem planeja a curto prazo deve cultivar cereais, a médio prazo, deve plantar árvores; a
longo prazo, educar homens.”
Kwantsu.
iv
Agradecimentos
Diante de mais uma etapa concluída, tenho muito a agradecer, pois dificilmente eu
teria chegado até aqui se não tivesse contado com o apoio fundamental de pessoas, as quais
colaboraram em diversos sentidos e viabilizaram, assim, a efetivação desta vitória.
Primeiramente, eu agradeça a Deus por me permitir chegar até aqui e por jamais me
desamparar.
Aos meus pais, Antônio e Maria, pela amizade, pelo carinho e, principalmente, pela
força e apoio incondicionais, com os quais sempre pude contar.
Às minhas irmãs que, de modo geral, sempre acreditaram em mim.
À Damaris, por toda paciência, compreensão incondicional e por tornar tudo mais
fácil com o seu apoio, carinho e companheirismo.
À professora Kristianne Lina Figueirêdo pela paciência e pela orientação inicial do
trabalho.
Ao professor Gilmar Pereira de Souza por compreender minha situação e por se
disponibilizar a me orientar na fase final do trabalho, mesmo já estando envolvido com
outras muitas atividades.
Ao professor Cláudio Gouvêa dos Santos pela disposição em participar da banca
avaliadora e pelas considerações críticas feitas a esse trabalho.
Enfim, agradeço a todos aqueles que, direta e indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho.
v
Resumo
No presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi proposto um material didático
direcionado para o primeiro ano do Ensino Médio, sobre o tema a construção da Tabela
Periódica. Para a elaboração desse material, fez-se uso de alguns recursos, tais como,
aspectos históricos da química e atividades lúdicas. Fez-se uma busca na literatura a respeito
desses recursos didáticos para que a proposta fosse apresentada de uma forma que pudesse
contribuir na construção do conhecimento por parte dos alunos. Cada atividade foi montada
com a finalidade de proporcionar o entendimento do tema estudado e contribuir no
desenvolvimento de habilidades propostas pelos documentos oficiais. Algumas das
habilidades que podem ser desenvolvidas na aplicação desse material são (i) a capacidade de
comunicação, (ii) a expressão oral com correção e clareza, (iii) o trabalho em grupo, (iv) a
interpretação de textos de interesse científico e tecnológico, (v) o reconhecimento do
sentido histórico da ciência e da tecnologia, percebendo seu papel na vida humana em
diferentes épocas, dentre outras. Como resultado desse trabalho, a proposta didática
elaborada é constituída por cinco eventos, sendo desenvolvido no primeiro deles uma
atividade em grupo, na qual os alunos devem organizar produtos de supermercado
adotando, para isso, um critério lógico. Em seguida, no segundo evento, é proposta uma
atividade em que os alunos devem adotar critérios para agrupar alguns elementos químicos,
baseando-se em suas propriedades físico-químicas. Na sequência, são dadas aos grupos
algumas tabelas periódicas de épocas distintas para serem analisadas e os alunos são
solicitados a propor qual o critério utilizado pelo cientista na tentativa de organizar os
elementos químicos. Dentro do contexto criado por essas atividades, no quarto evento será
realizada a leitura e a reflexão de um texto que aborda aspectos históricos da organização
dos elementos químicos. Por fim, no quinto evento, é apresentada aos alunos a Tabela
Periódica atual e, partindo das discussões realizadas nos eventos anteriores, serão
abordados os conceitos de família, período, elementos de transição, dentre outros. O
material produzido não exige recursos físicos e materiais muito elaborados, pois é simples e
de fácil acesso. Ele é um instrumento de aprendizagem que faz uso do lúdico e acredita-se
que pode ser motivador a ponto de contribuir na construção do aprendizado de forma
divertida e dinâmica.
Palavras Chaves: Tabela Periódica, Aspectos Históricos da Ciência, Atividades Lúdicas.
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Índice
1 – Introdução ......................................................................................................................................... 1
2 – Objetivo da proposta ........................................................................................................................ 2
3 – Fundamentos teóricos ...................................................................................................................... 3
3.1– A relevância da Tabela Periódica no ensino da química ............................................................ 3
3.2– Os problemas atuais do ensino de Tabela Periódica ................................................................. 4
3.3– As novas tendências do ensino .................................................................................................. 6
3.4– Recursos didáticos que diversificam e potencializam o ensino da química .............................. 8
3.4.1 – Uma abordagem por meio de aspectos históricos da ciência....................................... 8
3.4.2 – Atividades Lúdicas como estratégia de ensino ........................................................... 10
4 – Caminho metodológico................................................................................................................... 12
5 – Resultados e discussões.................................................................................................................. 14
5.1 – 1º Evento: Atividade Lúdica: organizando produtos de supermercado. ................................ 14
5.2 – 2º Evento: Atividade Lúdica: organizando os elementos químicos. ....................................... 17
5.3 – 3º Evento: Atividade Lúdica: redescobrindo as tabelas propostas por cientistas. ................. 20
5.4 – 4º Evento: Reflexão sobre o texto “Evolução Histórica da Classificação dos Elementos”. ..... 22
5.5 – 5º Evento: Estudo da Tabela Periódica Atual. ......................................................................... 23
6 – Considerações finais ....................................................................................................................... 25
7 – Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 26
8 – Apêndice.......................................................................................................................................... 29
9 – Anexo .............................................................................................................................................. 46
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
1 – Introdução
Há algumas décadas, o ensino médio era caracterizado pelo seu perfil
descontextualizado e compartimentalizado, era baseado no acúmulo de informações por
meio de mera memorização e havia pouca ou nenhuma interdisciplinaridade. Como
consequência, essa forma de ensino pouco contribuía no sentido de tornar os alunos
cidadãos mais conscientes, críticos e atuantes em sua sociedade (OSBORNE, 2007).
Embora pouco dessa realidade tenha mudado, importantes iniciativas já foram
tomadas por órgãos governamentais e por pesquisadores da área de ensino de ciências, na
tentativa de reverter esse quadro. Atualmente, diversos documentos oficiais estabelecem
diretrizes mais amplas para o sistema de ensino brasileiro, segundo as quais o mesmo deve
proporcionar ao aluno muito mais do que o preparo para uma vida profissional, como
também deve habilitá-lo a atuar na sociedade em que vive de forma consciente e crítica
(BRASIL, 1996; 1999; 2000; MINAS GERAIS, 2006). Nesse sentido, pesquisadores e
professores da área de ensino de ciências têm buscado novas metodologias e estratégias de
ensino que sejam acessíveis, modernas, de baixo custo e que, ao mesmo tempo, motivem a
aprendizagem e a torne mais efetiva (p. ex., TRASSI, CASTELLANI, GONÇALVES e TOLEDO,
2001; JUSTI e MENDONÇA, 2008; GODOI, OLIVEIRA e CODOGNOTO, 2010).
No caso do ensino de química, esse quadro ainda é agravado pelo fato de se tratar de
uma disciplina que exige alto grau de abstração, o que representa uma grande dificuldade
para muitos alunos e, até mesmo, para professores. Se não houver meios que facilitem a
construção dos conhecimentos químicos, tanto o aprendizado como o interesse dos alunos
pela disciplina podem ficar comprometidos, assim como a motivação e a realização do
professor enquanto profissional (SILVA e SILVA, 2008).
Dentro desse contexto, a maneira como os conceitos relacionados ao tema Tabela
Periódica vêm sendo abordados não consente com as premissas atuais do ensino.
Tradicionalmente, no estudo desse conteúdo, se prioriza a memorização de regras tendo
como única finalidade a resolução de problemas por meio de algoritmos, sem levar em
consideração as propriedades dos elementos químicos as quais, de fato, regeram todo o
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
processo de construção da Tabela Periódica (TRASSI et al., 2001; PIRES, MOREIRA e
GONDIM, 2008).
Com base em todo o exposto e na minha vivência como professor de Química do
Ensino Médio, vejo a necessidade de uma mudança nas estratégias didáticas utilizadas para
o ensino de Tabela Periódica, pois, de uma maneira geral, os alunos tendem a ter
dificuldades para entender a organização dos elementos e para perceber a importância e a
grandiosidade de informações que se encontram na Tabela. O ensino desse tema, utilizandose de atividades lúdicas e, principalmente, por meio de uma abordagem histórica, pode levar
o aluno a perceber como se dá o processo da construção da ciência, ajudando-o a
compreender o papel da química na sociedade em que vive (TRASSI et al., 2001).
2 – Objetivo da proposta
A Tabela Periódica representa um grande símbolo da Química e se estabelece como
sendo uma ferramenta didática fundamental para o ensino dessa ciência (TOLENTINO,
ROCHA-FILHO e CHAGAS, 1997). Abordar o seu ensino por meio da evolução da organização
dos elementos químicos é ensinar ao aluno como se deu o desenvolvimento da ciência pelo
homem. Com isso, o aluno compreende a realidade e o papel da Química, o que não ocorre
quando as informações são passadas de forma passiva aos estudantes (TRASSI et al., 2001).
Em virtude dessas observações, que também são recorrentes na literatura da área (p.
ex, TRASSI et al., 2001; SILVA et al., 2008) e do incômodo que sinto em ensinar esse tema
sem ver o retorno de uma aprendizagem efetiva por parte dos alunos, proponho, nesse
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um material didático diferenciado, especialmente
direcionado para o primeiro ano do Ensino Médio, que aborda o tema: A Construção da
Tabela Periódica.
Essa proposta didática é fundamentada numa perspectiva construtivista e tem como
objetivo a elaboração de um material que contribua para que os alunos compreendam
melhor a importância da Tabela Periódica e de sua construção, facilitando o entendimento
da organização dos elementos químicos. Para isso, faz-se uso de (i) aspectos históricos da
Química, demonstrando a evolução do conhecimento científico (BORTOLLOTO e
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
CHIERENTIN, 2009; PIRES, 2001) e (ii) atividades lúdicas, que podem facilitar o aprendizado
de conceitos, estimular a interação entre pares e contribuir para o desenvolvimento de
habilidades, por exemplo, a capacidade de comunicação, a expressão oral com correção e
clareza, usando a terminologia correta, o trabalho em grupo, dentre outras (BRASIL, 2000;
GODOI et al., 2010).
3 – Fundamentos teóricos
3.1 – A relevância da Tabela Periódica no ensino da química
O desenvolvimento de toda sociedade está ligado aos avanços tecnológicos. A cada
dia, surge a necessidade de se melhorar as tecnologias e os materiais utilizados no cotidiano
(BRASIL, 2000), em cujo processo de evolução, a Química é imprescindível. Dessa forma, fica
cada vez mais visível a necessidade de se adquirir conhecimentos básicos de Química para
que haja um aumento na participação da sociedade nesse processo, assim como o seu
entendimento (FERNANDES, 2011).
Alguns conhecimentos básicos de Química, importantes no ensino, estão
relacionados à ferramenta, que também é um símbolo da Química, conhecida como Tabela
Periódica. Essa ferramenta tem um valioso caráter didático, uma vez que pode contribuir
para o desenvolvimento de habilidades sugeridas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), tais como, compreensão e formulação de modelos e interpretação e criação de
gráficos e tabelas (TOLENTINO et al., 1997; GALAGOVSKY, GIACOMO e CASTELO, 2009).
A Tabela Periódica é uma das maiores simplificações da ciência de todos os tempos,
sendo importante para a Química e o seu ensino (JÚNIOR, 2010). Nela, se encontram todos
os elementos químicos conhecidos, organizados de acordo com a periodicidade de suas
propriedades químicas e físicas. A compreensão do comportamento da natureza pode ser
facilitada quando se tem um bom conhecimento dessas propriedades e suas interações.
Além disso, há uma correlação direta dessas com os conceitos de ligações químicas,
propriedades dos materiais, estruturas e geometria das moléculas, reatividade dos
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
elementos, reações químicas, dentre outros. O entendimento desses conceitos pode levar a
formação de um indivíduo mais consciente e capaz de compreender de forma adequada e
satisfatória os fenômenos naturais que os cercam (FERNANDES, 2011).
3.2 – Os problemas atuais do ensino de Tabela Periódica
A Química é vista pela grande maioria dos estudantes como sendo uma disciplina de
difícil compreensão. Muitos desses alunos demonstram desinteresse pela mesma e não
sabem a finalidade de se estudá-la e aprendê-la (SILVA et al., 2008). A literatura tem
apontado que esse fato é decorrente de um ensino tradicional, no qual se prioriza apenas
aspectos conceituais, a transmissão de conhecimentos, a definição de leis, a utilização de
regras para a memorização de conteúdos isolados, tal que esses não apresentam relações
entre si nem com as transformações da natureza (TRASSI et al., 2001). Como consequência,
essa prática de ensino vem sendo muito questionada, uma vez que a mesma não leva em
consideração o processo de construção do conhecimento químico por parte do aluno
(FONSECA, 1999).
Além disso, no mundo atual, tem-se presenciado grandes transformações
tecnológicas nos sistemas produtivo, industrial e agrícola. Cada vez mais é exigido do ser
humano capacidade de resolução de problemas complexos, nos quais se consideram
aspectos políticos, culturais, sociais, econômicos e ambientais. Para tal capacidade, os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), no que diz respeito às Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias, enfatizam alguns pontos que o aprendizado de química deve
proporcionar aos alunos do Ensino Médio. Dentre eles, destacam-se a capacidade de (i)
compreender as transformações químicas que ocorrem em seu cotidiano e (ii) desenvolver
habilidades que o permitirão atuar no meio em que vive de maneira crítica e consciente,
tomando decisões e agindo de forma autônoma (BRASIL, 2000).
Para que o aluno desenvolva essas capacidades, os PCN (BRASIL, 2000) orientam e
destacam a necessidade de um ensino mais contextualizado e interdisciplinar. No entanto,
estudos demonstram (p. ex., JUNIOR, 2010; RAMOS, 2004) a dificuldade, por parte dos
professores, de se utilizar desses recursos como uma ferramenta didática para o ensino.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Quando se trata do estudo da Tabela Periódica, é observado um grande enfoque nas
propriedades periódicas, como por exemplo, o raio atômico, afinidade eletrônica, potencial
de ionização e eletronegatividade, deixando de lado alguns conteúdos relevantes, como por
exemplo, a ocorrência dos elementos químicos, suas propriedades e aplicações na sociedade
atual (BRASIL, 2000). Observa-se que os estudantes têm dificuldade em compreender as
propriedades periódicas dos elementos, não entendem o “como” e o “porquê” de tal
disposição dos elementos em uma tabela e qual a relação de suas propriedades com a
formação de substâncias. Essa dificuldade, aliada a uma forma abstrata de abordar esse
conteúdo em sala de aula, faz com que os alunos passem a utilizar o recurso da
memorização, decorando as informações mais relevantes, com a finalidade de serem
aprovados em algum tipo de avaliação. Estudos mostram que esse recurso não contribui no
desenvolvimento de habilidades desejáveis e recomendadas pelos PCN (GODOI et al., 2010;
TRASSI et al., 2001; FERNANDES, 2011).
Percebe-se que o ensino atual da Tabela Periódica é baseado na utilização de regras,
fugindo das orientações educacionais atuais. Alguns dos motivos que levam a uma
abordagem tradicional do ensino podem ser (i) a grande quantidade de conteúdo que se
deve cumprir durante o ano letivo, o que dificulta uma melhor qualidade do ensino desses;
(ii) uma formação não adequada de professores, isso é, cursos de licenciatura que não estão
se adequando às novas tendências do ensino e/ou discentes que não se preocupam em
melhorar sua formação; (iii) uma descontextualização do ensino, tornando-o desvinculado
do cotidiano do aluno e gerando um desinteresse pela disciplina (PIRES et al., 2008; JUNIOR,
2010).
Nesse contexto, é necessário que, ao se estudar o tema Tabela Periódica, o faça de
modo que leve em consideração os interesses dos estudantes e da comunidade em sua
volta, proporcionando o desenvolvimento de competências que poderão levar os alunos a
terem uma participação mais ativa na sociedade. Dessa maneira, não se deve estudar o
conteúdo de forma isolada, como se todo o conhecimento surgisse repentinamente e sem
muito esforço por parte dos cientistas. Um caminho importante para uma melhor
compreensão da Tabela Periódica se dá por meio da utilização de uma contextualização
histórica da mesma, pois, isso pode fornecer uma melhor compreensão de sua própria
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
organização e proporcionar uma maior criatividade dos alunos em apresentar novas
maneiras de se organizar os elementos químicos (RAMOS, 2004).
3.3 – As novas tendências do ensino
Há algum tempo, a dificuldade de aprendizagem dos conceitos químicos e o
desinteresse da maioria dos alunos por essa disciplina é algo que tem intrigado professores e
pesquisadores em educação no mundo todo. Na busca por alternativas que permitam
reverter esse quadro, várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas, as quais apontam muitas
causas que têm contribuído para a atual situação em que se encontra o ensino de química
(BORTOLLOTO et al., 2009). Dessas, é interessante observar que a grande maioria converge
para um ponto, ou seja, a forma como os conceitos dessa disciplina vêm sendo abordados na
maioria das salas de aula.
Segundo Trindade (2009), no sistema tradicional de ensino, acredita-se que os
conteúdos a serem ensinados são transmitidos aos alunos pelo professor, o qual, nessa
perspectiva, é visto como um ser detentor do poder que tem a função de transmitir seus
conhecimentos ao aluno e a obrigação de cobrá-los tal qual esses lhes foram passados.
Dessa forma, passivamente, os alunos recebem uma quantidade maciça de informações,
fórmulas, símbolos e equações que precisam ser memorizados com o único propósito de
serem re-expressos em um momento de avaliação.
Como consequência desse perfil de ensino, tem-se um aprendizado totalmente
distante da realidade dos alunos e que muito pouco tem contribuído para a formação de
cidadãos conscientes e críticos que sejam capazes de atuar na sociedade em que vivem com
os conhecimentos e as habilidades desenvolvidas no ambiente escolar (SASSERON,
NASCIMENTO e CARVALHO, 2009). Nessa forma descontextualizada de ensino, os conteúdos
ficam fragmentados, sem apresentar inter-relações com os demais temas ensinados e, muito
menos, com o cotidiano do aluno (BORTOLLOTO et al., 2009; FARIAS, 2009; TRINDADE,
2009). Isso demonstra, portanto, o quão aquém tal perspectiva de ensino fica das premissas
apontadas nos documentos oficiais para a promoção de uma formação mais ampla aos
alunos (BRASIL, 1996; 1999; MINAS GERAIS, 2006).
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Com intuito de buscar uma melhoria para o aprendizado de química e de aumentar o
interesse dos alunos pela disciplina, alguns pesquisadores têm apontado a adoção de
algumas posturas diferenciadas que acreditam propiciar resultados mais satisfatórios
(MORTIMER, 1996). Tais procedimentos consistem na mudança da forma como os
conteúdos são abordados em sala de aula.
Essa nova tendência de ensino, denominada por especialistas da área como
construtivista, propõe que o conhecimento seja construído com base na relação do mesmo
com a realidade dos alunos, valorizando e aprofundando o que eles já sabem (FARIAS, 2009).
Sob esse ponto de vista, o professor deixa de simplesmente transmitir seus conhecimentos
para os alunos e passa, então, a ser um mediador no processo de construção do mesmo.
Com isso, o papel do aluno também se modifica, o qual deixa de ser um sujeito passivo que
apenas recebe e reproduz as informações recebidas e passa a ter uma função mais ativa, na
qual o mesmo é a peça fundamental (MACIEL e MENEZES, 2009).
À medida que se propõe ao aluno um processo de aprendizagem em que a atuação
do mesmo é fundamental, faz-se com que esse seja estimulado a aprender a aprender, ou
seja, ele não aprende apenas os conhecimentos em si, mas aprende também sobre o seu
processo de construção. Isso resulta em uma aprendizagem mais efetiva e duradoura, pois,
havendo a necessidade de retomar esses conhecimentos em qualquer ocasião, os alunos são
capazes de fazê-lo já que conhecem o caminho percorrido na construção dos mesmos
(MORTIMER, 1996; FARIAS, 2009).
Além disso, pelo fato dessa perspectiva de ensino colocar o aluno em uma posição
mais ativa em seu processo de aprendizagem e por estabelecer relações entre os
conhecimentos e a realidade do mesmo, ela favorece a utilização dos conhecimentos
construídos pelos alunos em outros contextos. Isso é de extrema relevância e está de acordo
com as premissas dos documentos oficiais, as quais recomendam que o sistema de ensino
deve propiciar ao aluno uma formação que lhe permita atuar tanto no campo profissional
quanto na sociedade em vive de forma participativa, crítica e consciente (MORTIMER, 1996).
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
3.4 – Recursos didáticos que diversificam e potencializam o ensino da química
Dentro dessa perspectiva de se alcançar as novas tendências de ensino, muitos
recursos didáticos vêm sendo reportados na literatura como importantes para se propiciar
ao aluno uma formação mais ampla, tal como proposta nos documentos oficiais (BRASIL,
1996; 1999; MINAS GERAIS, 2006). Dentre eles destacam-se o uso de recursos de
informática e multimídia em geral, jogos didáticos, experimentação em uma perspectiva
investigativa, abordagem de aspectos da História da Ciência, analogias, modelos e
modelagem, realização de estudos de caso etc (SOARES, 2004; BORTOLLOTO et al., 2009;
GODOI et al., 2010).
Das estratégias citadas, a seguir, é dada ênfase ao uso de aspectos históricos da
ciência e atividades lúdicas, uma vez que essas ferramentas são fundamentais no
desenvolvimento e na aplicação do material proposto no presente trabalho para o ensino do
tema “A Construção da Tabela Periódica”.
3.4.1 – Uma abordagem por meio de aspectos históricos da ciência
Dentre as estratégias propostas para se alterar o perfil do ensino de química
tradicional e, assim, contornar seus efeitos negativos na aprendizagem dessa ciência,
destaca-se a introdução de aspectos históricos como uma importante ferramenta para
favorecer o ensino e o aprendizado dessa disciplina (TRINDADE, 2009). Segundo Bortolloto e
Chierentin (2009), tal abordagem realiza um papel fundamental na contextualização dos
conceitos de química, uma vez que favorece a aproximação dos mesmos à realidade dos
alunos.
Baseando-se em Matthews (1995), pode se afirmar que essa aproximação é
promovida pelo uso da História da Ciência por:
(i) Tornar a química mais motivadora e atrativa, pois faz com que as aulas fiquem
mais desafiadoras e reflexivas;
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
(ii) Fazer a ciência mais humana, levando em consideração os interesses pessoais,
éticos, culturais e políticos da comunidade, além de mostrar que o conhecimento
científico não foi obtido de forma estanque, mas sim, que esse foi construído e
negociado por seres humanos por meio de um processo lento e árduo;
(iii) Promover uma compreensão melhor dos conceitos científicos, uma vez que
pode contribuir para a superação da falta de significados resultante da mera
transmissão mecânica de informações, fórmulas e equações;
(iv) Auxiliar na compreensão de certos episódios que foram determinantes na
História da Ciência, como por exemplo, o Darwinismo, a Revolução Científica etc;
(v) Demonstrar que a ciência é instável e passível de mudanças, estando, por isso, o
pensamento científico atual sujeito a transformações;
(vi) Permitir uma correta compreensão do método científico.
Além disso, voltando-se para a perspectiva de se promover uma formação mais
ampla ao aluno, Sasseron, Nascimento e Carvalho (2009) destacam a importância do uso da
História da Ciência na concepção de ensino que tem como objetivo a Alfabetização
Científica. Esse processo auxilia o estudante a desenvolver a capacidade de organizar o seu
raciocínio de maneira lógica, além de torná-lo mais consciente e crítico em relação a
sociedade em que vive.
Apesar de ter tantas vantagens associadas ao emprego de aspectos históricos, é
importante ressaltar o cuidado que se deve ter ao levá-los para a sala de aula, a fim de se
evitar abordagens errôneas ou distorcidas do que de fato ocorreu (SASSERON et al., 2009).
Na tentativa de sustentar uma metodologia científica e/ou de simplificar conceitos,
professores acabam por omitir, simplificar e até mesmo falsificar partes da História da
Ciência, apresentando-a como original e verdadeira (MATTHEWS, 1995).
Ainda segundo Matthews (1995), uma educação em ciências baseada na abordagem
de aspectos históricos deve ser conduzida de forma contextualizada, ou seja, uma educação
na qual se leva em consideração diversos contextos, tais como: ético, histórico, social,
filosófico e tecnológico, isto é, esse ensino deveria ser, ao mesmo tempo, em e sobre
ciências.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
3.4.2 – Atividades Lúdicas como estratégia de ensino
A Química, assim como outras ciências, é composta por símbolos, códigos e
conteúdos abstratos. O ensino dessa disciplina pode-se tornar maçante e desinteressante
para o aluno, principalmente quando se dá por meio da transmissão de regras, fórmulas e
conteúdos prontos e acabados. Alguns recursos didáticos interessantes e que vêm se
consolidando como uma forma de mudar essa realidade é a abordagem do conteúdo por
meio de jogos didáticos e atividades lúdicas (LARA, 2005).
Segundo Kishimoto (1994) e Soares (2004), os jogos didáticos no ensino tem a função
lúdica, que promove a diversão, o prazer e até mesmo o desprazer e a função educativa, que
tem como objetivo a construção de novos conhecimentos e a ampliação e/ou a reconstrução
de conhecimentos já adquiridos pelo aluno. Dessa forma, é importante ter bem claro o que
se quer obter quando se utiliza jogos didáticos em sala de aula, pois, dependendo da forma
como é abordado, pode servir como apenas um simples treinamento (SOARES, 2004; LARA,
2005).
Para que o jogo proposto pelo professor tenha um perfil lúdico é importante que a
participação do aluno seja voluntária e prazerosa. Por sua vez, no que diz respeito à parte
educativa, o jogo deve favorecer o aprendizado do estudante quanto ao conteúdo
abordado. É fundamental que o professor, que propõe e/ou aplica uma atividade que
envolva um jogo, mantenha as funções lúdica e educativa em constante equilíbrio durante a
mesma, pois, quando há predominância do lúdico, o jogo deixa de ser educativo e passa a
ser apenas um jogo. Por outro lado, se a maior parte da atividade for focada nos aspectos
educativos, a proposta do jogo passa a ser apenas um material didático (KISHIMOTO, 1994).
Soares (2004) também define Jogo e Atividade Lúdica como sendo:
(i) O jogo, que também é uma atividade lúdica, contém regras claras e explícitas
pré-estabelecidas por uma sociedade. É possível, nesse tipo de atividade,
identificar uma estrutura sequencial que especifica sua modalidade. Pode-se
citar como exemplo de jogo o futebol, o voleibol, o basquetebol, dentre outros.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
(ii) A atividade lúdica é uma ação que promove o divertimento, despertando o
interesse dos envolvidos na mesma. Esse tipo de atividade pode conter ou não
regras pré-estabelecidas e é vista como sendo livre e voluntária.
As atividades lúdicas têm a capacidade de serem simultaneamente agradáveis e
sérias, ou seja, elas podem contribuir no processo de educação permitindo que o aluno
interaja criticamente com colegas e professores, desenvolvendo seu raciocínio por meio de
jogos, música, dança, teatro, filme, leituras, histórias, dentre outros (SÁ, 2010).
Tanto jogos didáticos como atividades lúdicas podem propiciar ao aluno um
desenvolvimento cognitivo, que é importante para a construção do conhecimento; promove
uma socialização, pois, geralmente, são atividades em grupos; torna o estudante mais
interessado, motivado por se envolver em ações desafiadoras e curiosas e, por sua vez,
desenvolve a criatividade. Dessa forma, essas atividades são vistas como ferramentas de
aprendizagem (MIRANDA, 2002).
Desse modo, com base em todo o exposto, nesse trabalho conceitua-se o jogo como
sendo uma atividade que contém regras explícitas que devem ser cumpridas para o seu
desenvolvimento e atividade lúdica como sendo uma forma de estudo prazerosa e que
desperta o interesse. Além disso, acredita-se que ambos têm um caráter educativo.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
4 – Caminho metodológico
Elaboração:
Revisão Bibliográfica:
Atividades Lúdicas:
produtos de
supermercado e
elementos químicos.
Atividade Lúdica:
uma ferramenta para o
ensino de ciência.
As Tabelas Periódicas e a
evolução Histórica da
organização dos
elementos químicos.
Aspectos Históricos sobre
a construção da
Tabela Periódica.
Proposta didática:
A Construção da Tabela
Periódica.
Figura 1: Fluxograma metodológico do trabalho.
Por meio do fluxograma esquematizado na Figura 1, é possível perceber que se fez a
análise dos fundamentos teóricos durante toda a elaboração da proposta didática. Esse
processo, de consulta à bibliografia e elaboração de cada etapa do material, se deu de forma
cíclica e recorrente, até a produção do produto final.
Inicialmente foram propostas duas atividades lúdicas, uma envolvendo produtos de
supermercado e outra os elementos químicos. Para essas etapas, consultou-se a literatura
no que diz respeito a jogos didáticos e atividades lúdicas, pois é importante saber em qual
definição se enquadra cada uma delas e, com o auxílio dos subsídios teóricos, é possível
12
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
fazer modificações nas atividades até que as mesmas estejam de acordo com o que se
pretende trabalhar.
Em seguida, elaborou-se um texto a respeito dos aspectos históricos da construção
da Tabela Periódica. Para tal, pesquisou-se alguns artigos, dissertações e teses que tratavam,
de um modo geral, das descobertas e tentativas de organização dos elementos químicos ao
longo dos séculos.
Por último, criou-se, com o auxílio da literatura no que diz respeito a atividades
lúdicas e aspectos históricos, uma atividade que envolve algumas Tabelas Periódicas
propostas por diferentes cientistas. Contudo, é importante ressaltar que diversas
modificações foram realizadas, à medida que necessário, em toda a proposta, sempre com o
auxílio dos fundamentos teóricos, para que se obtivesse o produto final.
Um esquema metodológico do material didático produzido é apresentado na Figura
2. Como o presente trabalho consiste na construção desse material, sua metodologia faz
parte dos resultados. Diante disso, as discussões e sugestões de aplicação relacionadas ao
produto final estão mais bem detalhadas no item 5 (cinco) desse trabalho.
Proposta Didática:
Tempo de duração do Evento:
1º Evento: Organizando os
produtos do supermercado.
Duas Aulas
2º Evento: Organizando os
elementos químicos.
Duas Aulas
3º Evento: Redescobrindo as
Tabelas Periódicas.
Uma Aula
4º Evento: Evolução Histórica
da Classificação dos Elementos.
Uma Aula
5º Evento: Estudo da Tabela
Periódica Atual.
Uma Aula
Figura 2: Fluxograma metodológico da proposta didática.
13
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
5 – Resultados e discussões
A estratégia didática construída no presente trabalho foi elaborada para ser aplicada
no ensino da Construção da Tabela Periódica em turmas cujos alunos tenham conhecimento
sobre os modelos atômicos, a estrutura do átomo, bem como, saibam distinguir átomos e
elemento químico. Ela é apresentada a seguir conforme os eventos nas quais a mesma é
subdividida e organizada. Na descrição de cada um desses eventos, encontram-se os
respectivos objetivos, as atividades a serem desenvolvidas pelos alunos e orientações para
auxiliar o professor no desenvolvimento do seu papel como mediador no processo de
construção do conhecimento.
5.1 – 1º Evento: Atividade Lúdica: organizando produtos de supermercado.
Essa atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a necessidade
de organizar os produtos e como isso pode ser feito de diferentes formas por pessoas
distintas. Fazer com que percebam que é necessário utilizar-se de alguns critérios,
semelhanças para organizar, de modo a facilitar a localização do produto por outras pessoas
dentro do supermercado.
Para tal, os alunos devem ter noção sobre produtos que são frequentemente
comercializados em supermercados, pois é importante que os alunos consigam estabelecer
relações lógicas para organizar os produtos fornecidos fazendo com que esses sejam
facilmente encontrados pelos clientes.
Ao fazer suas organizações, os alunos partirão de critérios baseados nas
características e semelhanças entre os produtos que lhes serão fornecidos de forma a
determinar em quais grupos esses produtos ficarão.
Dessa forma, esse evento foi divido em três etapas a serem seguidas pelo professor,
que estão descritas abaixo. Após essa descrição, seguem sugestões de como pode ser
aplicada a atividade e como o professor pode conduzir o fechamento da mesma.
14
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
a) Preparo do material a ser utilizado pelos alunos:
 Selecionar o nome de alguns produtos de Supermercado de diversos setores;
 Criar fichas contendo os nomes e um desenho ilustrativo dos produtos;
 Distribuir as fichas para os grupos de alunos junto com uma cartolina, cola, lápis
de cor, giz de cera, dentre outros materiais que julgar relevante.
b) Aplicação da atividade:
 Dividir a sala em 6 grupos, sendo dois grupos denominados de “A”, dois de “B” e
dois de “C”;
 Distribuir um conjunto de fichas para cada grupo:
 O grupo B contém as mesmas fichas do grupo A e outras com a descrição de
produtos extras;
 O grupo C contém as mesmas fichas do grupo B e outras com a descrição de
produtos extras;
 Pedir aos grupos que organizem os produtos da forma como julgarem mais
coerente, utilizando-se do material fornecido pelo professor ou os que forem
necessários;
 Incentivar os alunos a organizar de forma criativa e não tentar copiar a forma
como é feita no supermercado.
c) Fechamento da Atividade:
 Cada grupo apresenta e explica a forma como organizou seus produtos,
começando pelos grupos denominados de “A”, depois os de “B” e por último os
grupos denominados de “C”;
 Discutir as diferenças e as semelhanças nas organizações (se não houver muita
divergência, criá-las);
 Discutir as causas que os levaram a tal organização;
 Discutir a importância e as implicações da organização.
Pode-se realizar esse evento em um tempo total de duas aulas, sendo a primeira aula
destinada à aplicação da atividade e a segunda aula ao fechamento, que é intermediado
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
pelo professor. Para que esse tempo seja suficiente, é necessário que o professor inicie a
aula com todo o material do aluno já preparado, ou seja, fichas impressas e recortadas,
cartolinas, colas, lápis de cor, dentre outros, prontos para serem utilizados.
O professor deve orientar os alunos a desenvolver a atividade no sentido de
organizar os produtos de uma maneira lógica que permita a previsão de suas localizações e
deixar que a participação dos mesmos seja espontânea e voluntária, não influenciando em
suas respostas.
Vencido o tempo destinado para que os alunos proponham suas organizações, o
professor deve solicitar a cada grupo que exponha suas propostas e explique quais foram os
critérios utilizados para tal organização. É importante que essa apresentação seja feita
começando pelos grupos que dispõem de uma quantidade menor de produtos até aqueles
que têm uma maior quantidade, ou seja, começando pelos grupos “A”, seguidos dos grupos
“B” e por último os grupos “C”, pois, dessa maneira, as discussões geradas vão evoluindo das
propostas mais simples para as mais complexas.
À medida que os alunos forem apresentando suas propostas, o professor deve ir
questionando-os sobre quais foram as causas que os levaram a adotar tais critérios de
organização, em que ponto ela se diferencia ou se assemelha das demais, tanto do grupo
que continha os mesmos produtos quanto dos grupos que continham mais ou menos
produtos. Nesse momento, se as propostas dos grupos estiverem muito parecidas, o
professor deve levantar algumas outras maneiras viáveis de organização para criar um
ambiente propício à discussão sobre a possibilidade de dispor os produtos de diferentes
formas que atendam ao objetivo proposto.
Durante essa discussão, o professor deve estar atento para que o fechamento da aula
seja feita no tempo determinado conduzindo os alunos a perceber a importância de
organizar os produtos seguindo alguns critérios, além de notar que isso pode ser feito de
diferentes formas por grupos de pessoas distintas. Nessa perspectiva, é válido extrapolar a
discussão para o fato de, em geral, o ser humano ter a necessidade de se organizar, dentro
de qualquer contexto, para tornar sua vida mais fácil.
A aplicação desse evento pode proporcionar o desenvolvimento de competências e
habilidades propostas pelos documentos oficiais (BRASIL, 1996; 1999; 2000; MINAS GERAIS,
2006) tais como a interpretação e utilização de diferentes formas de representação, a
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
expressão oral e o trabalho em grupo, a sistematização de informações relevantes para a
compreensão da situação-problema, dentre outras.
5.2 – 2º Evento: Atividade Lúdica: organizando os elementos químicos.
Dentro do contexto criado no evento anterior, no qual os alunos lidaram com a
importância do uso de critérios para a organização de itens em geral, o presente evento será
desenvolvido abordando a organização de alguns elementos químicos, utilizando como base
propriedades físico-químicas dos mesmos. Sendo assim, essa atividade tem como objetivo
fazer com que os alunos percebam as dificuldades e as diferentes formas que se tem para
organizar os elementos químicos, bem como a facilidade de compreendê-los quando estão
agrupados de maneira sistemática.
Nesse evento, os alunos terão de agrupar os elementos químicos segundo as
propriedades fornecidas, o que será feito de forma semelhante ao realizado anteriormente
e, com isso, pode-se contribuir na construção dos conhecimentos acerca da organização dos
elementos químicos na Tabela Periódica.
Partindo desse propósito, esse evento é constituído pelas atividades descritas abaixo,
a serem realizadas pelo professor. Após essa descrição, segue sugestões de como pode ser
aplicada a atividade e como o professor pode conduzir o fechamento da mesma.
a) Preparo do material a ser utilizado pelos alunos.
 Imprimir as fichas com as informações dos elementos a serem utilizados (As
fichas se encontram no apêndice 1);
 Separar as fichas em 4 grupos, de acordo com o número de informações
existentes.
Nessa atividade, os elementos químicos a serem utilizados serão: Li, Na, K, Ca, Sr, Ba,
S, Se, Te, Cℓ, Br e I. Esses elementos foram escolhidos por fazerem parte das Tríades de
Döbereiner (Apêndices 2 e 3) e, com isso, sabe-se que existe pelo menos uma forma de
17
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
organizá-los em grupos. As Tríades serão discutidas no próximo evento juntamente com
outras propostas de organização dos elementos feitas por outros cientistas.
b) Aplicação da atividade:
 Separar os alunos em 4 grupos;
 Entregar as fichas para cada grupo junto com uma meia cartolina e cola;
 Cada grupo receberá as 12 fichas dos 12 elementos pré-selecionados;
 As fichas do grupo 1 conterão as seguintes informações: símbolo, nome, massa
atômica e número atômico do elemento químico;
 As fichas do grupo 2 conterão as mesmas informações do grupo 1 acrescidas dos
dados de temperatura de fusão e ebulição dos elementos químicos;
 As fichas do grupo 3 conterão as mesmas informações do grupo 2 acrescidas do
valor da densidade dos elementos químicos;
 As fichas do grupo 4 conterão as mesmas informações do grupo 3 acrescidas da
distribuição eletrônica dos elementos químicos;
 Orientar os alunos para classificar/separar os 12 elementos em 4 grupos,
estabelecendo os critérios que acharem melhor e de acordo com as informações
dos elementos impressas nas fichas.
c) Fechamento da Atividade:
 Cada grupo deve apresentar sua proposta, explicar os critérios estabelecidos e as
limitações;
 Discutir se a classificação atende a proposta.
Assim como o anterior, esse evento pode ser realizado em um tempo total de duas
aulas, sendo a primeira aula destinada à aplicação da atividade e a segunda aula ao
fechamento, o qual deve ser intermediado pelo professor. Para que esse tempo seja
18
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
suficiente, é necessário que o professor inicie a aula com todo o material do aluno já
preparado, ou seja, fichas impressas e recortadas, cartolinas e colas prontas para serem
utilizados.
A atividade deve ser iniciada com a entrega dos materiais, conforme descritos nos
tópicos acima. Em seguida, o professor deve orientar os alunos a desenvolverem a atividade
no sentido de organizar os 12 elementos em 4 grupos, estabelecendo os critérios que
acharem melhor e utilizando apenas as informações dos elementos que estão impressas nas
fichas. É importante permitir que os alunos atuem em seus grupos com autonomia, com a
mínima interferência do professor e dos outros grupos para que suas propostas não sejam
influenciadas.
Ao final da primeira aula, o professor deve orientar cada grupo a expor suas
propostas e a explicá-las de acordo com os critérios utilizados para tal organização. É
importante que essa apresentação seja feita começando pelos grupos que dispõem de uma
quantidade menor de dados sobre os elementos químicos recebidos até aqueles que têm
uma maior quantidade, ou seja, começando pelo grupo 1, seguido dos grupos 2, 3 e 4,
sucessivamente. Esse procedimento favorecerá a evolução das discussões, uma vez que
essas desenvolverão das propostas mais simples para as mais complexas. Além disso, o fato
dos grupos trabalharem com informações distintas contribui para o surgimento de propostas
diferentes, bem como, simula as situações vividas pelos cientistas ao longo da História, uma
vez que os dados foram sendo descobertos ao longo do tempo.
Assim que as propostas forem sendo apresentadas, caberá ao professor proporcionar
uma discussão entre os alunos de forma que os mesmos avaliem os critérios estabelecidos
pelos grupos em suas organizações e suas limitações, identificando se o que lhes foi
solicitado inicialmente foi atendido, assim como, qual é a mais completa e qual é a mais
limitada das propostas. Durante essas discussões, o professor deve estar atento para
perceber, por meio das afirmativas dos alunos, algumas conclusões errôneas às quais os
mesmos podem chegar ao estabelecer relações inexistentes.
A realização desse evento pode proporcionar o desenvolvimento de competências e
habilidades propostas pelos documentos oficiais (BRASIL, 1996; 1999; 2000; MINAS GERAIS,
2006) tais como desenvolver modelos explicativos, a capacidade de comunicação, a
interpretação e utilização de diferentes formas de representação, a expressão oral com
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
correção e clareza, usando a terminologia correta, o trabalho em grupo, a formulação de
hipóteses e previsão de resultados, a sistematização de informações relevantes para a
compreensão da situação-problema, dentre outras.
5.3 – 3º Evento: Atividade Lúdica: redescobrindo as tabelas propostas por cientistas.
Essa atividade complementará o que foi estudado no evento anterior, isso é, nesse
momento o aluno entrará em contato com Tabelas Periódicas propostas por cientistas na
tentativa de organizar os elementos de acordo com os dados que eram conhecidos na
época. Com isso, o objetivo desse evento é trabalhar com a interpretação de dados e
tabelas, mostrar que se podem apresentar diferentes propostas para a organização dos
elementos químicos, uma vez que se tem em mãos dados distintos das propriedades dos
elementos.
Nesse evento, os alunos terão que descobrir quais foram os critérios utilizados por
Johann Döbereiner, Alexander Emile Béguyer De Chancourtois, John Alexander Reina
Newlands e Dmitri Mendeleev (Os Apêndices 2 e 3 apresentam as tabelas Periódicas
propostas pelos cientistas citados) ao propor a organização dos elementos químicos em suas
respectivas tabelas.
Segue abaixo orientações para o professor sobre as atividades para a realização
desse evento. Ao final da descrição das atividades encontram-se sugestões de como pode
ser aplicada a mesma e como o professor pode conduzi-las em seu fechamento.
a) Preparo do material a ser utilizado pelos alunos:
 Imprimir as 4 Tabelas Periódicas já proposta por cientistas, especificamente, As
tríades de Döbereiner, O Parafuso Telúrico, Lei das Oitavas e a Tabela de
Mendeleev (as tabelas se encontram no apêndice 2).
20
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
b) Aplicação da atividade:
 Formar 4 grupos de alunos (pode ser os da atividade anterior);
 Entregar para cada grupo uma Tabela Periódica já impressa;
 Propor aos grupos que descubram qual (is) o (s) critério (s) utilizado (s) pelos
cientistas na organização dos elementos.
c) Fechamento da atividade:
 Cada grupo apresenta seus resultados;
 O professor avalia as respostas dos alunos discutindo com eles os critérios
utilizados por cada cientista ao propor as Tabelas.
Esse evento pode ser realizado num período total de uma aula. Como no evento
anterior, é importante que o professor inicie a aula com as tabelas impressas e prontas para
serem entregues aos grupos. O professor deverá entregar uma tabela para cada grupo
formado e orientá-los a realizarem a atividade de modo que cada grupo descubra e
descreva, usando apenas os dados fornecidos, qual ou quais foram os critérios utilizados
para organizar os elementos da forma como cada tabela está proposta.
Como cada tabela é uma proposta apresentada por um cientista, já se sabe qual
critério utilizado pelo mesmo na organização dos elementos. Portanto, durante a discussão
dos resultados apresentados pelos alunos, o professor pode comparar com os critérios
utilizados pelos cientistas e discutir com os grupos se suas respostas estão coerentes. Além
disso, o professor deve avaliar e discutir a proposta do grupo, caso seja contrário a do
cientista, para identificar se os critérios apresentados pelos estudantes também se
enquadram em tal organização.
A aplicação desse evento pode proporcionar o desenvolvimento de competências e
habilidades propostas pelos documentos oficiais (BRASIL, 1996; 1999; 2000; MINAS GERAIS,
2006) tais como desenvolver a capacidade de comunicação, a interpretação e utilização de
diferentes formas de representação (tabelas, gráficos, expressões), a expressão oral com
21
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
correção e clareza, usando a terminologia correta, o trabalho em grupo, a formulação de
hipóteses e previsão de resultados, dentre outras.
5.4 – 4º Evento: Reflexão sobre o texto “Evolução Histórica da Classificação dos Elementos”.
Esse evento abordará, por meio de aspectos históricos, a construção da Tabela
Periódica e, com isso, ele tem o objetivo de fazer com que o aluno perceba que a química
não é um ciência pronta e acabada, ou seja, mostrar que foram necessários muitos estudos e
novas descobertas ao longo de décadas para se chegar a uma proposta aceita e usada pela
comunidade científica nos dias atuais. Além disso, é importante que o aluno perceba que
outras descobertas podem surgir e proporcionar novos entendimentos sobre os fenômenos
observados, fazendo com que, talvez, tenha uma forma melhor de se organizar os elementos
químicos.
Para a realização desse evento o professor pode seguir as atividades e as orientações
descritas abaixo.
 Imprimir o texto Evolução Histórica da Classificação dos Elementos que se
encontra no apêndice 3;
 Ler o texto junto com a turma;
 Durante a leitura discutir a importância e a forma como se deu a construção da
Tabela Periódica (Evolução Histórica), acrescentando o que julgar necessário.
A realização desse evento pode ser feita em uma aula e é importante que o professor
forneça uma cópia do texto para cada aluno, para que o mesmo consiga acompanhar a
leitura e discussão do assunto, bem como fazer anotações que julgarem necessárias. A
leitura pode ser realizada pelo professor ou pelos próprios alunos e as reflexões podem ser
feitas ao final da leitura de todo o texto ou da apresentação da proposta de cada cientista.
22
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Essa atividade pode ter início dentro do fechamento da atividade anterior, isto é,
durante a discussão do evento anterior, pode-se introduzir a leitura do texto proposto e,
assim, o professor discute as propostas sugeridas pelos grupos e as apresentadas pelos
cientistas relativas a cada tabela.
Para atingir o objetivo desse evento, o professor deve refletir com os alunos a
respeito da época que cada tabela surgiu, dos critérios e os dados utilizados pelos cientistas,
da influência e importância dos estudos e da proposta de um cientista para outro que viveu
em uma época diferente, bem como do fato de cientistas que viveram em lugares distintos,
porém no mesmo período, proporem organizações semelhantes. Além disso, deve-se frisar a
existência de outras propostas além das apresentadas no texto.
A realização desse evento pode proporcionar o desenvolvimento de competências e
habilidades propostas pelos documentos oficiais (BRASIL, 1996; 1999; 2000; MINAS GERAIS,
2006) tais como a interpretação de textos de interesse científico e tecnológico, o
reconhecimento do sentido histórico da ciência e da tecnologia, percebendo seu papel na
vida humana em diferentes épocas e na capacidade humana de transformar o meio, a
compreensão das ciências como construções humanas, entendendo como elas se
desenvolveram por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas, relacionando o
desenvolvimento científico com a transformação da sociedade, dentre outras.
5.5 – 5º Evento: Estudo da Tabela Periódica Atual.
Esse evento tem o objetivo de finalizar o estudo da Construção da Tabela Periódica,
apresentando para o aluno a tabela atual usada pela comunidade científica. Nessa atividade
o professor introduzirá os conceitos de família, período, elementos representativos e de
transição, bem como o significado dos símbolos, dos números que vêm descritos na tabela e
que, geralmente, se tem um índice que indica como se faz a leitura dos mesmos.
Para a realização desse evento, sugere-se ao professor os passos e as orientações
descritas abaixo.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
 Apresentar a Tabela Periódica atual que se encontra no anexo 1;
 Introduzir conceitos como família, período, elementos representativos,
elementos de transição, dentre outros.
O evento descrito pode ser realizado durante uma aula, sendo que o professor pode
imprimir uma tabela para cada aluno ou trabalhar usando uma única tabela de tamanho
grande para que toda a turma possa visualizá-la.
Após a realização desse evento, o professor pode começar o estudo das propriedades
periódicas. Como essa parte do conteúdo não faz parte do objetivo desse trabalho, não
serão abordadas propostas de como conduzir essas aulas. No entanto, caso o professor
queira dar continuidade aos estudos abordando com a mesma perspectiva proposta nesse
trabalho, é sugerido que o mesmo estude os documentos oficiais (BRASIL, 1996; 1999; 2000;
MINAS GERAIS, 2006), principalmente a parte que diz respeito a Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias, bem como trabalhos publicados na área, cujos alguns estão
citados nas referências bibliográficas desse TCC.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
6 – Considerações finais
Por meio desse trabalho, percebeu-se a importância da utilização de recursos
didáticos no processo educativo, especificamente o uso de atividades lúdicas e aspectos
históricos da química, como instrumentos facilitadores da integração, da sociabilidade e,
principalmente, do aprendizado.
No que diz respeito às atividades lúdicas, foi possível compreender a grande
relevância de as mesmas serem utilizadas como ferramentas de apoio ao ensino, conduzindo
o estudante à exploração de sua criatividade e fornecendo condições de uma melhora no
processo de ensino e aprendizagem. Isso se faz importante, pois o indivíduo criativo é
fundamental para a construção de uma sociedade melhor, uma vez que ele se torna capaz
de fazer descobertas, inventar e provocar mudanças.
Com esse trabalho, buscou-se mostrar que o uso de aspectos históricos da química
no ensino é importante no processo de compreensão dos conceitos científicos, uma vez que
pode contribuir no entendimento da ciência como sendo um processo evolutivo, deixando
de ser uma mera transmissão mecânica de informações, fórmulas e equações sem
significado. Além disso, o uso da história como uma ferramenta didática auxilia na percepção
de que a ciência não está pronta e acabada, que ela é passível de mudanças e está sujeita a
transformações.
Diante de todo o exposto, acredita-se que a proposta didática apresentada nesse
trabalho pode contribuir para um melhor entendimento da organização dos elementos
químicos, bem como auxiliar na interpretação da Tabela Periódica, dos símbolos e no
significado da disposição dos elementos. Isso, porque foi fundamentada nos pressupostos
teóricos atuais de ensino e no uso de recursos didáticos que auxiliam na construção do
conhecimento por parte do aluno. Além disso, é importante ressaltar que o material
produzido é simples e acessível, o que torna ainda mais fácil a sua utilização no ensino. Ele é
rico como instrumento de aprendizagem e possivelmente motivador pelo seu aspecto
lúdico.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
7 – Referências Bibliográficas
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TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; CHAGAS, A. P. Alguns Aspectos Históricos da
Classificação Periódica dos Elementos Químicos. São Paulo: Química Nova. v. 20, nº 1, p.
103 – 117, 1997.
TRASSI, R. C. M.; CASTELLANI, A. M.; GONÇALVES, J. E.; TOLEDO, E. A. Tabela periódica
interativa: “um estímulo à compreensão”. Acta Scientiarum, v. 3, nº 6, p. 1335-1339, 2001.
TRINDADE, L. S. P. História da Ciência na Construção do Conceito de Ciências. In: História da
Ciência e Ensino: Propostas, Tendências e Construção de Interfaces. Ogs: Beltran, M. H. R.;
Saito, F.; Santos, R. N.; Wuo, W. Editora Livraria da Física. São Paulo. p. 91 – 96, 2009.
28
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
8 – Apêndice
Apêndice 1: Fixas produzidas para a realização do 2º evento.
– Fixas a serem entregues ao Grupo 1.
Li
Na K
Lítio
Sódio
Massa = 7
Z=3
Massa = 23
Z = 11
Ca Sr
Cálcio
Potássio
Massa = 39
Z = 19
Estrôncio
Ba
Massa = 40
Z = 20
Massa = 87,6
Z = 38
S
Se Te
Enxofre
Massa = 32
Z = 16
Massa = 137,3
Z = 56
Selênio
Massa = 79
Z = 34
Bário
Telúrio
Massa = 127,6
Z = 52
29
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Cl
Cloro
Massa = 35,5
Z = 17
Br
Bromo
Massa = 80
Z = 35
I
Iodo
Massa = 126,9
Z = 53
– Fixas a serem entregues ao Grupo 2.
Li
Na K
Lítio
Sódio
Massa = 7
Z=3
PF = 180 oC
PE = 1347 oC
Massa = 23
Z = 11
PF = 97,8 oC
PE = 882,9 oC
Ca Sr
Cálcio
Massa = 40
Z = 20
PF = 839 oC
PE = 1484 oC
Massa = 87,6
Z = 38
PF = 769 oC
PE = 1384 oC
Potássio
Massa = 39
Z = 19
PF = 63,6 oC
PE = 774 oC
Estrôncio
Ba
Bário
Massa = 137,3
Z = 56
PF = 725 oC
PE = 1640 oC
30
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
S
Enxofre
Se Te
Selênio
Massa = 32
Z = 16
PF = 112,8 oC
PE = 444,7 oC
Massa = 79
Z = 34
PF = 217 oC
PE = 684,9 oC
Cl
Br
Cloro
Massa = 35,5
Z = 17
PF = – 101 oC
PE = – 34,6 oC
Telúrio
Massa = 127,6
Z = 52
PF = 449,5 oC
PE = 990 oC
Bromo
Massa = 80
Z = 35
PF = – 7,2 oC
PE = 58,8 oC
I
Iodo
Massa = 126,9
Z = 53
PF = 113,5 oC
PE = 184,4 oC
– Fixas a serem entregues ao Grupo 3.
Li
Lítio
Massa = 7
Z=3
PF = 180 oC
PE = 1347 oC
Densidade = 0,53 g/cm3
Na K
Sódio
Massa = 23
Z = 11
PF = 97,8 oC
PE = 882,9 oC
Densidade = 0,97 g/cm3
Potássio
Massa = 39
Z = 19
PF = 63,6 oC
PE = 774 oC
Densidade = 0,86 g/cm3
31
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Ca Sr
Cálcio
Estrôncio
Ba
Massa = 40
Z = 20
PF = 839 oC
PE = 1484 oC
Densidade = 1,54 g/cm3
Massa = 87,6
Z = 38
PF = 769 oC
PE = 1384 oC
Densidade = 2,63 g/cm3
S
Se Te
Enxofre
Bário
Massa = 137,3
Z = 56
PF = 725 oC
PE = 1640 oC
Densidade = 3,65 g/cm3
Selênio
Telúrio
Massa = 32
Z = 16
PF = 112,8 oC
PE = 444,7 oC
Densidade = 2,06 g/cm3
Massa = 79
Z = 34
PF = 217 oC
PE = 684,9 oC
Densidade = 4,82 g/cm3
Massa = 127,6
Z = 52
PF = 449,5 oC
PE = 990 oC
Densidade = 6,25 g/cm3
Cl
Br
I
Cloro
Massa = 35,5
Z = 17
PF = – 101 oC
PE = – 34,6 oC
Densidade = 0,003 g/cm3
Bromo
Massa = 80
Z = 35
PF = – 7,2 oC
PE = 58,8 oC
Densidade = 3,14 g/cm3
Iodo
Massa = 126,9
Z = 53
PF = 113,5 oC
PE = 184,4 oC
Densidade = 4,94 g/cm3
32
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
– Fixas a serem entregues ao Grupo 4.
Li
Na K
Lítio
Sódio
Massa = 7
Z=3
PF = 180 oC
PE = 1347 oC
Densidade = 0,53 g/cm3
[He] 2s1
Massa = 23
Z = 11
PF = 97,8 oC
PE = 882,9 oC
Densidade = 0,97 g/cm3
[Ne] 3s1
Ca Sr
Cálcio
Estrôncio
Potássio
Massa = 39
Z = 19
PF = 63,6 oC
PE = 774 oC
Densidade = 0,86 g/cm3
[Ar] 4s1
Ba
Massa = 40
Z = 20
PF = 839 oC
PE = 1484 oC
Densidade = 1,54 g/cm3
[Ar] 4s2
Massa = 87,6
Z = 38
PF = 769 oC
PE = 1384 oC
Densidade = 2,63 g/cm3
[Kr] 5s2
S
Se Te
Enxofre
Massa = 32
Z = 16
PF = 112,8 oC
PE = 444,7 oC
Densidade = 2,06 g/cm3
[Ne] 3s2 3p4
Selênio
Massa = 79
Z = 34
PF = 217 oC
PE = 684,9 oC
Densidade = 4,82 g/cm3
[Ar] 3d10 4s2 4p4
Bário
Massa = 137,3
Z = 56
PF = 725 oC
PE = 1640 oC
Densidade = 3,65 g/cm3
[Xe] 6s2
Telúrio
Massa = 127,6
Z = 52
PF = 449,5 oC
PE = 990 oC
Densidade = 6,25 g/cm3
[Kr] 4d10 5s2 5p4
33
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Cl
Cloro
Massa = 35,5
Z = 17
PF = – 101 oC
PE = – 34,6 oC
Densidade = 0,003 g/cm3
[Ne] 3s2 3p5
Br
Bromo
Massa = 80
Z = 35
PF = – 7,2 oC
PE = 58,8 oC
Densidade = 3,14 g/cm3
[Ar] 3d10 4s2 4p5
I
Iodo
Massa = 126,9
Z = 53
PF = 113,5 oC
PE = 184,4 oC
Densidade = 4,94 g/cm3
[Kr] 4d10 5s2 5p5
34
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Apêndice 2: Tabelas Periódicas utilizadas na realização do 3º evento.
– Tabela referente às Tríades de Johann Döbereiner.
Li Lítio
Massa = 7
Z=3
PE = 1347 oC
d = 0,53 g/cm3
Na Sódio
Ca Cálcio
P Fósforo
Massa = 40
Z = 20
PE = 1484 oC
d = 1,54 g/cm3
Massa = 31
Z = 15
PE = 280 oC
d = 1,82 g/cm3
Sr Estrôncio As Arsênico
Massa = 23
Z = 11
PE = 882,9 oC
d = 0,97 g/cm3
Massa = 87,6
Z = 38
PE = 1384 oC
d = 2,63 g/cm3
K Potássio
Ba Bário
Massa = 39
Z = 19
PE = 774 oC
d = 0,86 g/cm3
Massa = 137,3
Z = 56
PE = 1640 oC
d = 3,65 g/cm3
Massa = 74,9
Z = 33
PE = 615 oC
d = 5,72 g/cm3
S Sódio
Massa = 32
Z = 16
PE = 444,7 oC
d = 2,06 g/cm3
Massa = 35,5
Z = 17
PE = – 34,6 oC
d = 0,003 g/cm3
Se Selênio
Br Bromo
Massa = 79
Z = 34
PE = 684,9 oC
d = 4,82 g/cm3
Massa = 80
Z = 35
PE = 58,8 oC
d = 3,14 g/cm3
Sb Antimônio Te Telúrio
Massa = 121,7
Z = 51
PE = 1750 oC
d = 6,69 g/cm3
Cl Cloro
Massa = 127,6
Z = 52
PE = 990 oC
d = 6,25 g/cm3
I Iodo
Massa = 126,9
Z = 53
PE = 184,4 oC
d = 4,94 g/cm3
35
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
– Tabela referente ao Parafuso Telúrico.
Informações:
Elemento
Lítio
Sódio
Potássio
Flúor
Cloro
Berílio
Cálcio
Oxigênio
Magnésio
Enxofre
Boro
Alumínio
Nitrogênio
Fósforo
Carbono
Silício
Titânio
Massa
Atômica
7
23
39
19
35,5
9,4
40
16
24,3
32
10,8
27
14
31
12
28
47,8
Número
Atômico
3
11
19
9
17
4
20
8
12
16
5
13
7
15
8
14
22
PE da
substância (oC)
1347
882,9
774
– 188,1
– 34,6
2970
1484
– 183
1090
444,7
4000
2476
– 196
280
4827
2355
3287
Densidade
(g/cm3)
0,53
0,97
0,86
0,0016
0,003
1,85
1,54
0,0013
1,74
2,06
2,46
2,7
0,0012
1,82
3,51
2,33
4,51
36
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
– Tabela referente à Lei das Oitavas.
H Hidrogênio
Massa = 1,1 u
Z=1
PE = – 252,9 oC
d = 8,4 x 10-5 g/cm3
F Flúor
Massa = 19 u
Z=9
PE = – 188,1 oC
d = 0,0016 g/cm3
Cl Cloro
Massa = 35,5 u
Z = 17
PE = – 34,6 oC
d = 0,003 g/cm3
Co/Ni Cobalto/Níquel
Massa = 59 / 58,7 u
Z = 27 / 28
PE = 2870 / 2732 oC
d = 8,89 / 8,91 g/cm3
Li Lítio
Massa = 7 u
Z=3
PE = 1347 oC
d = 0,53
Na Sódio
Massa = 23 u
Z = 11
PE = 882,9 oC
d = 0,97
K Potássio
Massa = 39 u
Z = 19
PE = 774 oC
d = 0,86
Cu Cobre
Massa = 63,5
Z = 29
PE = 2567 oC
d = 8,92
Ga Gálio
Massa = 69,7 u
Z = 31
PE = 2403 oC
d = 5,91 g/cm3
Mg Magnésio
Massa = 24,3 u
Z = 12
PE = 1090 oC
d = 1,74 g/cm3
Ca Cálcio
Massa = 40 u
Z = 20
PE = 1484 oC
d = 1,54 g/cm3
Zn Zinco
Massa = 65,4 u
Z = 30
PE = 907 oC
d = 7,14 g/cm3
B Boro
C Carbono
Massa = 10,8
Z=5
PE = 4000 oC
d = 2,46
Massa = 12 u
Z=8
PE = 4827 oC
d = 3,51
Al Alumínio
Si Silício
Massa = 27 u
Z = 13
PE = 2476 oC
d = 2,7 g/cm3
Massa = 28 u
Z = 14
PE = 2355 oC
d = 2,33
Cr Cromo
Ti Titânio
Massa = 52 u
Z = 24
PE = 2672 oC
d = 7,14
Massa = 47,8
Z = 22
PE = 3287 oC
d = 4,51
Y Ítrio
In Índio
Massa = 88,9
Z = 39
PE = 3338 oC
d = 4,47
Massa=114,8
Z = 49
PE = 2080 oC
d = 7,31
N Nitrogênio
Massa = 14 u
Z=7
PE = – 196 oC
d = 1,2 x 10-3
P Fósforo
Massa = 31 u
Z = 15
PE = 280 oC
d = 1,82 g/cm3
Mn Manganês
Massa = 54,9 u
Z = 25
PE = 1962 oC
d = 7,44 g/cm3
As Arsênico
Massa = 74,9 u
Z = 33
PE = 615 oC
d = 5,72 g/cm3
O Oxigênio
Massa = 16 u
Z=8
PE = – 183 oC
d = 1,33 x 10-3
S Enxofre
Massa = 32 u
Z = 16
PE = 444,7 oC
d = 2,06 g/cm3
Fe Ferro
Massa = 55,8
Z = 26
PE = 2750 oC
d = 7,87 g/cm3
Se Selênio
Massa = 79 u
Z = 34
PE = 684,9 oC
d = 4,82 g/cm3
37
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
– Tabela referente à de Mendeleev.
H
Elemento Químico
1u
1
– 252,9
8,4x10-5
Li
Be
B
C
N
O
F
7
3
1347
0,53
Na
9,4
4
2970
1,85
Mg
11
5
4000
2,46
Al
12
6
4827
3,51
Si
14
7
- 195,8
1,2x10-3
P
16
8
- 183
1,3x10-3
S
19
9
- 188,1
1,6x10-3
Cl
23
11
882,9
0,97
K
39
19
774
0,86
Cu
63
29
2567
8,92
24
12
1090
1,74
Ca
40
20
1484
1,54
Zn
65
30
907
7,14
27,3
13
2467
2,7
?
44
28
14
2355
2,33
Ti
48
22
3287
4,51
?
72
31
15
280
1,82
V
51
23
3380
6,09
As
75
33
615
5,72
32
16
444,6
2,06
Cr
52
24
2672
7,14
Se
78
34
685
4,82
35,5
17
- 34,6
2,95x10-3
Mn
55
25
1962
7,44
Br
80
35
58,8
3,14
Massa Atômica
Número Atômico
?
68
PE da substância (oC)
Densidade (g/cm3)
H
1u
1
– 252,9
8,4x10-5
Fe; Co; Ni
56; 59; 59
26; 27; 28
2750; 2870; 2732
7,87; 8,89; 8,91
38
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Apêndice 3: Texto produzido para a realização do 4º evento.
Esse texto é uma síntese do item “2.3.6 A Evolução da Tabela Periódica” da dissertação
“Química em Geral” a partir de uma Tabela Periódica no Microsft Excel: uma Estratégia de
Ensino de Química na Educação Básica, escrita por Wanderley Carreira de Souza Júnior. 1
Evolução Histórica da Classificação dos Elementos
Com o desenvolvimento da ciência, até o final do século XVIII, apenas 33 elementos
químicos tinham sido descobertos. Entretanto, juntamente com o grande avanço
tecnológico e industrial ocorrido no século XIX, o número de elementos químicos conhecidos
praticamente triplicou. Com a descoberta desses novos elementos químicos, veio a
necessidade de organizá-los de uma maneira sistemática.
Essa organização foi inicialmente idealizada baseando-se somente na similaridade do
comportamento químico dos elementos. Porém, com a descoberta de novos elementos
químicos e com o avanço do conhecimento acerca da estrutura atômica e da periodicidade
das propriedades desses elementos, várias propostas de ordenação foram criadas, as quais,
com o passar do tempo, foram se tornando mais coerentes e complexas entre elas.
Essa tentativa de organização iniciou-se na Grécia Antiga até a constituição da Tabela
Periódica atualmente recomendada pela IUPAC (International Union of Pure and Applied
Chemistry). A seguir, encontram-se sintetizadas algumas das propostas de organização dos
elementos químicos.
1
O último item desse texto, intitulado de “A Tabela Periódica atual”, é uma síntese do item 2 do Capítulo 8 do
livro “Ser Protagonista, 1º ano, 1ª edição, Editora SM Ltda., São Paulo, 2010, p. 147". Autor: Júlio Cezar Foschini
Lisboa.
39
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
As tríades de Döbereiner
Em 1817, Johann Döbereiner (1740 – 1849) observou que alguns elementos químicos
formavam grupos de 3, cuja média aritmética das respectivas massas atômicas era igual a
massa de um desses elementos. Isso ocorria, por exemplo, com os elementos cálcio (Ca),
estrôncio (Sr) e bário (Ba); cloro (Cℓ), bromo (Br) e o iodo (I); lítio (Li), sódio (Na) e potássio
(K); enxofre (S), selênio (Se), telúrio (Te), dentre outros elementos conhecidos até então.
Essas trincas de elementos químicos ficaram conhecidas como Tríades de Döbereiner, as
quais se mostraram um excelente meio para se agrupar os elementos semelhantes. A Figura
1 ilustra como os cálculos eram feitos para cada trio.
Figura 1: Comparação entre as
Tríades propostas de Döbereiner e a
Tabela Periódica atual
Fonte: Júnior, 2010
Na época, tentou-se explicar as Tríades, no entanto, não se obteve conclusões
aceitáveis, principalmente devido à confusão que havia entre peso atômico e peso
equivalente. Por isso, essa proposta foi rejeitada pelos contemporâneos de Döbereiner, os
quais a interpretaram como uma mera coincidência. Apesar dessa limitação, é importante
ressaltar que as Tríades pertencem aos grupos dos metais alcalinos (Li, Na e K), metais
alcalinos terrosos (Ca, Sr e Ba), calcogênios (S, Se e Te) e halogênios (Cℓ, Br e I), uma prova
de que esse era um caminho a ser explorado.
40
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
O Parafuso Telúrico de De Chancourtois
Alguns anos após Döbereiner propor as tríades, em 1862, Alexander Emile Béguyer
De Chancourtois (1820 – 1886) ordenou os elementos químicos em ordem crescente de
massa atômica um gráfico tridimensional, em formato helicoidal (espiral), denominado
Parafuso Telúrico.
Em cada volta do parafuso, elementos com diferença de, aproximadamente, 16
unidades de massa atômica eram verticalmente alinhados. De Chancourtois foi quem
primeiro percebeu o indício de periodicidade química entre as propriedades dos elementos.
Em seu formato proposto de organização, ele percebeu que as propriedades eram comuns a
cada sete elementos e, com isso, foi capaz de prever as fórmulas de diversas substâncias.
Figura 2: Parafuso de Alexandre De Chancourtois
Fonte: Lisboa, 2010.
A proposta de organização do Parafuso de Telúrio não teve muita repercussão na
comunidade científica da época, provavelmente, devido à complexidade de reprodução do
material. Sua primeira versão publicada não continha a ilustração da organização helicoidal
dos elementos e isso dificultou a sua compreensão. Além desse agravante, tal proposta
apresentava o posicionamento equivocado de alguns elementos, isto é, as regularidades
41
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
encontradas por ele não poderiam ser observadas para todos os elementos já então
descobertos.
Lei das Oitavas de Newlands
Em 1865, John Alexander Reina Newlands (1837 - 1898), sugeriu que os elementos
poderiam ser agrupados de forma análoga às notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si). Isso
era feito organizando linhas verticais de sete elementos na ordem crescente de suas massas
atômicas, assumindo, assim, a similaridade entre eles ao longo das linhas horizontais.
Segundo Newlands, o oitavo elemento a ser iniciado na coluna seguinte seria uma espécie
de repetição do primeiro. A Figura 3 apresenta a tabela que Newlands propôs para a
organização dos elementos químicos.
Figura 3: Tabela de Newlands ilustrando a lei das oitavas.
Fonte: Júnior, 2010.
A Lei das Oitavas de Newlands foi desprezada por seus contemporâneos,
principalmente por ser análoga a escala de notas musicais. Além disso, apresentava algumas
limitações, por exemplo, (i) não ser possível por meio dessa proposta se prever elementos
ainda não conhecidos na época e (ii) não enquadrar adequadamente alguns elementos de
alta massa atômica, como o cobalto e o níquel. Posteriormente, percebeu-se que parte
dessas limitações era devido à incorreção dos pesos atômicos disponíveis na época.
42
Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
A tabela de Mendeleev
Com a tentativa de formular uma tabela para organizar os elementos químicos,
Dmitri Mendeleev (1834 – 1907) fez um catálogo dos elementos conhecidos e os dispôs em
ordem crescente de seus pesos atômicos, distribuindo-os em oito colunas verticais e doze
linhas horizontais. Nas colunas, localizavam-se os elementos com propriedades semelhantes.
Isso possibilitava a previsão das propriedades de elementos ainda não conhecidos, o que fez
com que sua tabela apresentasse lacunas. Posteriormente, suas previsões foram
confirmadas com a descoberta desses elementos.
Figura 4: Tabela mais moderna organizada por Mendeleev.
Fonte: Júnior, 2010.
Trabalhando de forma independente de Mendeleev, Julius Lothar Meyer, um
cientista alemão, propôs sua primeira tabela em 1864, a qual também organizava os
elementos conforme suas semelhanças nas propriedades físico-químicas. No entanto, Meyer
apresentou uma versão expandida apenas em 1872. Como Mendeleev publicou os
resultados de suas pesquisas um ano antes de Meyer, os quais apresentavam um alto grau
de exatidão jamais alcançado pelos seus contemporâneos, Mendeleev obteve, quase que
exclusivamente, todos os créditos pelo desenvolvimento dessa tabela periódica que serviu
de base para construção da atual tabela.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Entre Mendeleev e IUPAC
Uma maior compreensão sobre a estrutura atômica se deu após a descoberta da
radioatividade realizada pelos cientistas Henri Becquerel (1852 – 1908), Marie Sklodwska
Courie (1867 – 1934) e Pierre Courie (1859 – 1906), por volta de 1896.
Em 1913, ao estudar a emissão de raios-X, Henry Moseley (1887 – 1915) constatou
que cada elemento emitia uma radiação X específica. Esse fato proporcionou a Moseley a
descoberta do que é conhecido hoje como número atômico (Z), que corresponde ao número
de partículas positivas (prótons), constantes do núcleo de qualquer átomo.
Com os trabalhos realizados por Henry Moseley, a lei Periódica deixou de ser atrelada
aos pesos atômicos e passou a se estruturar com base no número atômico. Com isso, novas
Tabelas Periódicas foram surgindo, distintas daquela proposta por Dmitri Mendeleev.
Um fato importante é que ao reorganizar os elementos químicos em ordem
crescentes de seus respectivos números atômicos, as irregularidades presentes na tabela de
Mendeleev foram praticamente resolvidas. A Tabela Periódica atual também tem a
influência de trabalhos realizados por cientistas após Moseley, que descobriram e
sintetizaram novos elementos.
A Tabela Periódica atual
O sistema periódico atualmente adotado é consequência de um processo histórico
iniciado com a suposição de que a classificação dos elementos químicos deveria ser feita
baseando-se em suas semelhanças.
Na tabela atual, os elementos químicos estão dispostos, da esquerda para a direita,
em ordem crescente de números atômicos, sendo o posicionamento de cada um deles
determinado por linhas verticais (colunas) e horizontais. Por convenção da IUPAC, as linhas
verticais são chamadas de família ou grupo de elementos químicos, os quais apresentam
uma regularidade na variação de propriedades físicas e químicas.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
O sistema periódico apresenta dois tipos diferentes de grupos: os dos elementos
representativos e os dos metais localizados na região central da Tabela Periódica (elementos
de transição). Uma nomenclatura mais antiga representava os primeiros pela letra A (por
exemplo, grupo 1A, 2A ... 8A) e os últimos pela letra B (por exemplo, grupo 1B, 2B ... 8B).
Atualmente, a IUPAC estabelece a nomenclatura desses 18 grupos como sendo de 1 a 18,
numerados da esquerda para a direita. Além disso, abaixo do corpo principal da tabela,
encontram-se os elementos chamados lantanídeos e actinídeos, os quais são conhecidos
como elementos de transição interna.
As linhas horizontais, por sua vez, indicam um período de elementos químicos, que
pode variar de 1 a 7, correspondendo ao número do nível de energia em que se encontra o
seu elétron mais energético no estado fundamental.
Referências Bibliográficas
Lisboa, J. C. F. Ser Protagonista, 1º ano, 1ª edição, Editora SM Ltda., São Paulo, 2010, p. 140148.
Júnior, W. C. S. “Química em Geral” a partir de uma Tabela Periódica no Microsft Excel:
uma Estratégia de Ensino de Química na Educação Básica. 2010. 143 páginas. Dissertação –
Ensino de Ciências na Educação Básica – Universidade do Grande Rio, Duque de Caxias - Rio
de Janeiro, 2010.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
9 – Anexo
Anexo 1: Tabela Periódica dos Elementos
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Trabalho de Conclusão de Curso – Paulo Henrique Fabri
Fonte: Tabela Periódica.org < http://www.tabelaperiodica.org/wp-content/uploads/2009/09/tabelaperiodica-impressao-colorida.jpg> acessado em 29/07/2013.
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