Jeuda 101

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Jeuda 101
Jeuda 101 (P)
As opiniões exprimidas nesta série só enquadram os seus actores e não
reflectem necessariamente as das organizações concernentes por esta publicação.
Reprodução livre para uso pedagógicos e científicos com claras indicações
da fonte e do endereço, assim com o expedição de cópias a Enda.
I Preâmbulo
II Programa
III Discurso de abertura
IV Apresentação por País
-
1 Países Africanos
Movimento Natras
V Discussões e decisões sobre 4 grandes temas
VI Trocas entre os animadores
VII Acção e Solidariedade internacional
VIII Declaração final do 4º encontro das
Crianças e Jovens Trabalhadores (EJT) da
África do Oeste
IX Encontro Internacional dos Movimentos
das
Crianças
Trabalhadoras/Ninõs
y
Adolescentes Trabajadores de África, da
América Latina e da Ásia
X Anexos
I - PREÂMBULO
Encontro regional
O quarto encontro regional das crianças e jovens trabalhadores (EJT) da África realizouse no Centro Kisito de Popenguine (Dakar, Senegal) de 17 à 27 de Fevereiro de 1998.
Delegados de 33 cidades de África : do Benin, do Burkina Faso, da Costa do Marfim, da
Guiné, da Guiné Bissau, do Mali, do Niger, do Senegal e do Togo, representando o
Movimento Oeste Africano ai tomaram parte.
Delegações de Angola, da Etiópia, do Madagáscar, da Mauritânia, da República
Democrática do Congo, do Tchad e do Uganda fizeram sentir as suas presenças pela
primeira vez. Os representantes de Movimentos do EJT da América Latina e da Índia
foram convidados como observadores.
Este encontro inscreveu-se no âmbito do processo da auto-organização implementada
pelos EJT já alguns anos.
Em 1994, em Bouaké, uma dúzia de Delegados de crianças trabalhadoras de quatro (4)
cidades identificaram os 12 direitos essenciais à suas actividades quotidianas e elaboram
um plano de acção para concretizar e organizar associações de EJT.
Em 1995, mais de 150 crianças e jovens trabalhadores de 22 cidades da África do Oeste
reencontram-se em Bamako para fazer um primeiro balanço. Eles discutem os seus
direitos, identificam os seus deveres e definem a sua organização.
Em 1996 em Ouagadougou o 3º encontro lança a “concretização dos direitos” e decide
igualmente o rejuvenescimento do Movimento e do seu engajamento activo no debate
internacional sobre o trabalho das crianças.
Preparação do encontro
A preparação do encontro de Poponguine começou pelas concetações entre Delegados,
Porta-vozes do Movimento. Eles tem em primeiro lugar engajado discussões para
determinar as datas, os Temas e o lugar do encontro antes de alargar este Comité ao
conjunto de associações. Também julgaram útil convidar os animadores e alguns
antigos jovens trabalhadores à participarem na preparação.
Assim o Comité preparatório estava composto de 10 Delegados dos AEJT de Abidjan,
de Bamako, de Bissau, de Bouaké, da Guiné Conakri, de Dakar, de Grande-Bassam, de
Lomé, de Ouagadougou, de Ouahigouya, de Ziguinchor e de 6 Animadores que se
encontraram em Dakar uma semana para discutir o conteúdo dos temas, da pedagogia e
das modalidades práticas de organização.
Os dois primeiros dias permitiram a este Comité de fazer o balanço proposto pela
associação dos EJT de Dakar, depois reflectiram sobre o conteúdo, a programação e
enfim sobre a demarcha para que as discussões sejam ao proveito de todos, (cf.
Programa do encontro na Página ----).
Durante os trabalhos desta Comissão, os Animadores tiveram eles também
paralelamente sessões de discussões sobre as dificuldades que eles encontram nas suas
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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relações com os EJT. Dividiram a sua programação com o Comité dos EJT para definir
os momentos comuns de troca Animadores/EJT.
Para uma óptima organização, o Comité encerrou os seus trabalhos pela implementação
de cinco comissões de trabalho seguintes :
•
•
•
•
•
A comissão seguida de trabalhos e pedagogia;
A comissão de organização;
A comissão de animação;
A comissão de imprensa e livro;
A comissão de acolhimento foi confiada à associação dos EJT de Dakar e à
seus animadores.
Funcionais desde o primeiro dia, estas comissões organizaram a cerimonia de abertura
que agrupou na manhã do 17 de Fevereiro 98, os 33 Delegados africanos e
internacionais do EJT e os seus acompanhados.
Encontro Internacional
Após o encontro regional, uma Delegação restrita do Movimento africano encontrou-se
com os representantes dos movimentos dos EJT da América Latina e da Índia para
discutir e implementar uma estratégia comum.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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II - PROGRAMA DO 4º ENCONTRO REGIONAL DOS EJT
Popenguine 17 - 27 de Fevereiro
Datas
Segunda dia 16
Terça dia 17
Quarta dia 18
Quinta dia 19
Sexta dia 20
Sábado dia 21
Domingo dia 22
Segunda dia 23
Terça dia 24
Quarta dia 25
Quinta dia 26
Sexta dia 27
Manhãs das 9h - 13h
Pausa entre 11h e 11h 15
Tarde das 15h às 17h
Chegada dos participantes
Todos Juntos :
• Abertura;
• Organização de Comissões;
• Visita do Centro de Trabalho
e alojamento.
Todos Juntos :
• Balanços de actividades;
das associações do Benin ,
Bissau, Burkina, Costa do
Marfim, cada País, 1h para
apresentação e responder as
questões.
Chegada dos participantes
Em grupos
Preparação dos balanços
actividades em cada Pais
Balanços de actividades das
associações da Guiné Conakri,
Mali, Niger, Senegal, Togo.
Apresentação dos convidados
africanos : Angola, Congo
Kinshasa, Etiópia, Madagáscar,
Mauritânia, Tchad.
Em grupo, depois todos
Juntos : de noite no estádio,
discussões dos problemas das
associações
Visita de Dakar almoço à
Ecopole
Iniciação do RAP sobre os
problemas
Criação do Movimento Regional
Relatório dos Delegados as
conferências
internacionais
apresentação de um adulto :
• Acções Internacionais sobre
o trabalho das crianças
A Acção e a Solidariedade
internacional
Conclusões, avaliação
Balanços de actividades
Continuação
das
Balanços de actividades
Continuação
Apresentação dos Convidados
Indianos e Latino Americanos
Concerto em Dakar, a noite
Das 14 às 16 h30
Visita à Ilha Gorée
Discussões dos EJT /animadores
Ateliês
Ateliês
Descanso
Cerimonia de encerramento em
Dakar e animação das 13h 30 17h
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Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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III - DISCURSOS DE ABERTURA
A cerimonia de abertura desenrolou-se no dia 17 de Fevereiro de 1998. Serge Lucas,
uma criança trabalhadora de Abidjan (Costa de Marfim) desejou as boas vindas aos
EJT, aos Acompanhadores e os Convidados da seguinte maneira :
“Caras crianças e jovens trabalhadores
Minhas senhoras e Meus senhores os Acompanhadores/animadores,
Minhas senhoras e Meus Senhores os Convidada (o) s,
Desejamo-vos as boas vindas entre nós aqui no Centro Santo Kisito de Popenguine (Senegal).
Estamos felizes de vos incluirmos entre os nossos Convidados na abertura deste Quarto
Encontro Africano das Crianças e Jovens Trabalhadores.
A nossa história de crianças e jovens trabalhadores parte de 1994, ano em que, tomamos
consciência da nossa situação, alguns Delegados de Crianças Trabalhadoras reuniram-se pela
primeira vez em Bouaké para identificar os nossos doze direitos que são :
• Direito à uma formação para aprender uma profissão;
• Direito de permanência na aldeia (a não imigrar);
• Direito à exercemos as nossas actividades de forma segura;
• Direito à um recurso à uma justiça equitativa, em caso de problemas;
• Direito à descansos médicos;
• Direito à ser respeitados;
• Direito à ser ouvidos;
• Direito à um trabalho ligeiro e limitado (adaptado às nossas idades e as nossas
capacidades),
• Direito à cuidados médicos;
• Direito à aprender à ler e escrever;
• Direito à distrair-se, à brincar;
• Direito à se exprimir e à se organizar.
Reunirmo-nos em Bamako e em Ouagadougou respectivamente em 1995 e 1996 para avaliar a
defesa destes direitos.
Das diferentes apresentações na altura dos encontros, constatamos que, de Bamako à
Ouagadougou, passando por Lomé e Santo Louis, funciona melhor para os EJT nas cidades.
Todavia, este encontro de Popenguine nos permitirá de melhor nos conhecermos, de nos
unirmos para falarmos numa única voz, de reforçar as associações de crianças e jovens
trabalhadores que estejam organizados ou que não estejam.
Durante dias, entre EJT, trocaremos diferentes pontos de vista e experiências de diferentes
regiões; encontraremos os nossos animadores também para ressaltar uma melhor pedagogia de
acompanhamento.
Em nome do Comité Preparatório, convido então, cada um de nós, à ter muita coragem e
determinação para levar à cabo estas jornadas de reflexão.
Aos animadores, pedimo-los paciência no apoio aos EJT.
Agradecemo-vos ....”
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IV - APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO POR CADA PAÍS
Cada País representado no encontro teve que responder à um certo número de questões
relativas a o que caminha ou não caminha, à progressão dos 12 direitos, na organização,
no trabalho que foi feito, nas acções económicas, na utilização do orçamento, etc. Para o
Comité de preparação do encontro de popenguine, a apresentação da situação de cada
associação deveria ser a ocasião de “dizer a verdade” para fazer realçar os verdadeiros
problemas e a verdadeira face das relações com os animadores/acompanhantes.
IV-1 Países Africanos
BENIN
«Tudo bem ? nada vai bem ?»
Nada vai bem :
•
•
Em alguns terreno, as crianças são bloqueadas pelo trabalho dos seus
patrões;
As mães negam aos filhos a participação à nossas reuniões porque não há
dinheiro à distribuir.
Quais os direitos que progrediram no Benin ?
Onze direitos progrediram :
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Direito à ler e escrever : fizemos a alfabetização à nível de todas as subsecções;
Direito à saúde : temos cartões sanitários sobre todas as áreas;
Direito à se distrair e a brincar : Realizamos jogos entre nós;
Direito à ser ouvido : as autoridades nos ouvem e nos dão bons conselhos;
Direito à sermos respeitados : somos respeitados pelos populares;
Direito ao descanso médico : quando caímos de cama, temos o direito ao
descanso;
Direito à um trabalho ligeiro e limitado : dão-nos trabalho que corresponde à
nossa idade;
Direito à se exprimir e se organizar;
Direito à segurança : temos cartões de seguro;
Direito à permanência na aldeia, à não imigrarmos.
Como é que o EJT se organiza no Benin ?
Nos lugares de trabalho, as crianças formaram grupos solidários que por, razões
geográficas, juntaram-se para formar sub-secções. Em caso de reunião, cada sub-secção
envia dois membros.
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O que foi feito pela associação das crianças e jovens trabalhadores (EJT) de Cotonou ?
•
•
•
•
•
•
•
Celebramos o 1º de Maio de 1997;
Após a secção de Cotonou, fizemos a restituição aos nossos amigos de cada
área;
No dia 16 de Junho, a jornada da Criança Africana foi comemorada;
Recolhemos artigos escritos pelos EJT eles mesmos para o livro que lhes é
destinado;
Organizamos duas partidas de futebol;
Organizamos uma secção de formação a RAP com a participação dos
Delegados de Abomey e de Sochanwoé;
Sensibilizamos em Abomey.
O que preferem os EJT de Cotonou ?
•
•
•
Assistir aos encontros regionais;
Beneficiar de um apoio no nosso projecto do futuro;
Fazer a formação.
Quais acções económicas foram levadas pela associação dos EJT de Cotonou ?
•
•
•
•
•
•
•
Fabricação de massa alimentar;
Fabricação de sabão;
Produção de “pâte”;
Produção de lixívia;
Produção de “toffi” ao leite;
Jardinagem;
Criação de gado.
Como a nossa associação geriu o seu orçamento ?
O orçamento de 600 000 Fcfa (mais ou menos mil dólares) gerido pelos EJT eles
mesmos, foi utilizado para assegurar o transporte nas reuniões e na ocasião das
restituições, na compra de materiais de escritório e para a formação a RAP.
BURKINA FASO
«Tudo vai bem ? nada vai bem ?»
Tudo vais bem
• Não temos mais problemas no trabalho;
• A existência de uma instituição sanitária no trabalho que se ocupa da saúde
dos trabalhadores (exames e consultação custam menos caros). Esta
instituição aceita os EJT.
Nada vai bem ?
• Insuficiência do enquadramento (os animadores são pouco disponíveis);
• Noção pouco clara da interpretação dos EJT.
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Quais os direitos que progrediram no Ouagadougou ?
•
•
•
Direito a instrução (escolarização, alfabetização) : ocasiões de encontros
oferecidas aos EJT;
Direito aos cuidados médicos;
Direito à exercer o trabalho em segurança;
Como se organizaram os EJT de Ouagadougou ?
•
•
•
Criação de quadros de concetações à partir de associações que enquadram os
EJT;
Implementação de associações : trabalhamos para a implementação de uma
associação que cubra o espaço comunal;
Problemas impostos as autoridades após os encontros.
Quais as acções económicas levadas pelos AEJT de Ouagadougou ?
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Confecções e venda de imóveis, de vestuários;
Cotizações;
Reciclagem de bicicletas;
Pedras polidas para as construções;
Desenvolvimento do crédito através do banco;
Venda de cereais;
Cultivo doméstico;
Criação de adubo;
Corte e conservação da palha;
Água potável para todos.
Como a nossa associação geriu o seu orçamento ?
•
•
Uma parte do orçamento foi utilizado para o 1º de Maio de 1997;
Alguns projectos estão ainda em estudo antes de ser financiado.
O que foi feito ?
•
•
•
•
•
•
Criação de alguns escritórios do EJT;
Implementação de uma caixa de solidariedade;
Participação dos EJT no festejo do dia 1º de Maio de 1997;
Criação, produção e venda de objectos de artes e de imóveis fabricados pelos
EJT:
Participação nas emissões de rádio;
Criação de spots publicitários.
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Qual é a preferência dos EJT ?
•
•
•
•
•
•
•
•
Trabalhar em boas condições;
Ser útil à sociedade aprendendo ou exercendo um profissão;
Ter estatutos claros : ter leis que nos protejam;
Ser reconhecimento à nível nacional como trabalhadores participando no
desenvolvimento económico do País;
Ter trocas com outras associações dos EJT para conhecer as suas conquistas
e suas dificuldades;
Estar implicados na tomada de decisões nacionais e internacionais
concernentes à criança;
Preparar o nosso futuro de adultos trabalhadores;
Beneficiar de um crédito permitindo a instalação de um EJT.
COSTA DO MARFIM
«Tudo vai bem, nada vai bem? »
Em Abidjan e Bassam, tudo vai bem a pesar dos problemas de recenseamento dos EJT
em Abidjan e o apoio na alfabetização em Bassam.
Em Bouaké, nada vai bem porque só existe duas classe à nível da associação : uma
classe de jovens que só se ocupam deles mesmos e uma classe de crianças
acompanhadas por sua formação por duas pessoas somente.
Quais os direitos que progrediram na Costa do Marfim ?
•
•
•
•
•
•
•
Direito à saúde (Abidjan e Bouaké);
Direito à uma formação para aprender uma profissão (Abidjan, Bassam,
Bouaké);
Direito à aprender à ler e à escrever para as 3 cidades;
Direito à se divertir e a brincar (Abidjan, Bassam);
Direito à ser ouvido (Bouaké, Bassam);
Direito à se exprimir e a se organizar (Bassam);
Direito à exercer as nossas actividades em segurança (Bouaké, Bassam mas
este último direito causa problemas em Abidjan e as demarchas efectuadas
até agora ainda não deram resultados ).
Como os EJT se organizaram em Abidjan, Bouaké e Grand Bassam ?
As associações das três cidades tem o seu próprio tipo de organização que é :
• Um agrupamento por sector de actividades,
• Um agrupamento geográfico.
O que foi feito nestas diferentes cidades ?
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•
Abidjan : a AEJT que registrou a vinda de novos sectores de actividades
(porteiros, cobradores, vendedores, engraxadores, etc...), fez uma restituição
sobre o sistema de crédito e a RAP;
•
Bouaké : a AEJT instalou um escritório de Korogho que fez uma
restituição do encontro de Cotonou (sobre o sistema de crédito e a RAP) e
sensibilizou as crianças e jovens da aldeia de Kahankro;
•
Grand Bassam : a AEJT organizou duas restituições após o encontro de
Cotonou, primeiro sobre o sistema de crédito e a RAP depois sobre a gestão
dos micro-projectos.
Após, os contactos interrompidos por causa dos desistentes, foram reiniciados com as
cidades de Bonoua e Aboisso para instalação de secções EJT.
O que os EJT preferem ? (Abidjan, Bouaké, Grand Bassam)
•
•
Assistir aos encontros nacionais e regionais porque eles os permitem de
expor as suas dificuldades e daí encontrar eventualmente a solução;
Ter um enquadramento que permite assumir-se de maneira autónoma e que
permite instalar micro-projectos para não permanecer eternamente EJT
Acções económicas em curso :
Bouaké :
•
•
•
•
•
•
Venda de jornais;
Cartões de membros;
Receitas de festas dançantes;
Cotização : 250 Fcfa/mês/membro;
Apoio aos engraxadores para a compra da caixa engraxadora : eles
reembolsaram 750 Fcfa/mês;
Doação de carros de mão pois o alugar é de 3 000 Fcfa/mês /carro.
Grand Bassam :
•
•
•
Venda de jornais;
Cartões de membros;
Receitas de festas dançantes e cotização : 200 Fcfa/mês/membro.
Dois projectos EJT são financiados (tapeçaria e venda de bebidas) então que três outras
estão em curso.
Abidjan :
Três actividades económicas estavam em vista (compra de um refrigerador, de uma
fotocopiadora e a construção de latrinas públicas) mais houve problemas pois a AEJT
de Abidjan muito despendeu na altura do encontro nacional.
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Como as nossas associações geriram o seus orçamentos ?
•
•
O orçamento foi gerido pelas estruturas de apoio em colaboração com os
EJT : as despesas são efectuadas de maneira colectiva;
Mais, concernente aos 600 000 Fcfa (mais ou menos mil dólares), cada
cidade privilegiou-se de um sector : o que provocou uma gestão não
harmonizada.
Certas associações empenharam-se mais obre as festas (1º de Maio, 16 de Junho, etc...)
para uma maior sensibilização das autoridades na instalação das crianças nas acções
geradoras de rendimentos.
ETIÓPIA
«Tanastiligne !» *
Chamo-me Tamrat Tassew e sou da Etiópia. Trabalho como Formador em Técnicas de
Circo numa escola de Circo e num programa de crianças de rua. Já a três anos e vou
dar-vos uma ideia do que é o circo. Trata-se de malabar com três garrafas executando
gestos acrobáticos.
Circus in Ethiopia foi criado em 1991. No momento em que vos falo, existe dez grupos
de circo pois 4 encontram-se nas grandes cidades como Addis Abeba, Jimma, Mekele e
Nazareth. Mais de quinhentas crianças ai participam.
As crianças constituíram-se em três grupos :
• O maior Grupo;
• A escola do circo;
• As crianças de rua.
Os objectivos do Circus in Ethiopia são :
• Reunir as crianças de todas as camadas sociais e as ajudar à desenvolver as
suas potencialidades;
• Oferecer a oportunidade à estas crianças de frequentarem a escola e de
receberem uma formação em técnica de circo e em teatro para ajuda-las à
desenvolverem-se mentalmente e fisicamente;
• Sensibilizar o grande público através de peças teatrais, acrobacias e jogos
diversos sobre os numerosos problemas de saúde tais como o SIDA, a Pólio,
etc...;
• Sensibilizar a população sobre as condições difíceis das crianças
desfavorecidas e das crianças em rotura afim de modificar os
comportamentos em relação a uma atitude mais compreensiva à seu respeito.
As sessões do circo são gratuitas para mais de meio milhão de espectadores. Elas
desenrolam-se cada ano nos estádios, nas escolas públicas e nas salas de teatro.
Presentemente, os grupos de circo esforçam-se em fazer fortuna e de ser independente
*
Quer dizer «fique bem» em forma de saudação em Amharique (língua oficial da Etiópia)
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sobre o plano financeiro. Até lá, eles dependem de doações da UNICEF, da RADDA
BARNEN, do OXFAM UK e do Circo do SOLEIL DE MONTE REAL NO canada.
O objectivo principal é de multiplicar os centros para satisfazer a demanda crescente de
crianças desejando participar no movimento.
GUINÉ BISSAU
Actividades comuns as três associações (Bissau, Canchungo e Mansoa)
• Elaboração de estatutos e regulamento interior da associação dos EJT da
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Guiné Bissau ;
Organização de reuniões periódicas de concertação;
Organização de jornadas de reflexão sobre os 12 direitos;
Organização de jornadas culturais com o Senegal (Ziguinchor, Dakar);
Organização de encontros desportivos à nível das diferentes categorias;
Organização de reuniões de concetação com os animadores, os parentes e as
autoridades;
Informação e sensibilização das populações e das autoridades sobre o
trabalho das crianças através das manifestações do carnaval;
A celebração do 1º de Maio, as conversas/debates sobre os temas ligados às
nossas realidades;
Publicação do boletim de informação sobre o trabalho das crianças,
Exposição dos objectos confeccionados pelas crianças;
Restituição do encontro internacional de Kundapur (Índia) animado por
Idrissa Goudiaby de Ziguinchor.
Actividades especificas à cada cidades
Associação dos EJT de Mansoa (ACJTM)
•
•
•
Associação de Cantchungo (ACJTC)
•
•
•
Colocação de 92 crianças (meninas e meninos) nos ateliês de formação
(mecânica, carpintaria, costura e bate chapa );
Alfabetização das crianças aprendizes;
Grupo teatral para facilitar a sensibilização dos parentes e autoridades nas
condições de trabalho das crianças.
Colocação de 78 crianças (meninas e meninos) nos ateliês de formação
(mecânica, bate chapa, pintura, carpintaria, costura);
Grupo teatral composto por 24 membros;
Alfabetização.
Associação de Bissau (AIDC : Associação Infantil para a Defesa
das Crianças)
•
•
Colocação de 68 crianças (meninas e meninos) nos ateliês de formação
(mecânica, costura, pintura, carpintaria, electricista, frios);
Alfabetização.
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Assinalamos que sobre 2 775 EJT recenseados nas três cidades, 238 beneficiam de um
enquadramento.
Direitos em progresso em Bissau
Dos 12 direitos priorizados pelos EJT, 11 progrediram na Guiné Bissau. Só o direito à
uma justiça equitativa não progrediu.
Dificuldades
• Falta de formação em gestão administrativa de uma associação;
• Falta de informação sobre o movimento sub-regional dos EJT;
• Falta de meios financeiros para a implementação de pequenas iniciativas;
• Falta de documentos traduzidos em português.
Perspectivas
• Formações adequadas para a realização de nossas acções;
• Financiamento e acompanhamento permanente das iniciativas de base;
• Trocas de experiências com outras cidades.
Como as nossas associações geriram o seus orçamentos ?
Uma parte dos 600 000 Fcfa (mais ou menos mil dólares) foi utilizado para comprar 600
t-chert à nível de Dakar. O resto ainda não chegou até nós.
Para acabar, gostaríamos de informar aos nossos amigos EJT que este trabalho realizouse graça ao projecto crianças e jovens trabalhadores financiado pela Radd Barnen.
Por outra, gostaríamos saber porque a Guiné Bissau não participou nos encontros
internacionais no decorrer do ano de 19997 ?
GUINÉ CONAKRI
O que foi feito ?
•
•
•
•
1º de Maio de 1997 : excursão ao lado dos nossos amigos de Dubréka na
altura da Festa Internacional do Trabalho. Uma centena de crianças e jovens
membros das associações EJT de Conakri fizeram parte desta festa ao passo
que outros se reagruparam no Centro Social de Sabou Guiné para dançar e
cantar quase à volta de seus amigos ao anoitecer;
16 de Junho : celebração da Jornada da Criança Africana na Guiné ai
apresentaram-nos cantigas e algumas cenas teatrais que traduzem as
condições de vida dos EJT;
30 de Junho 97 : noite recreativa na intenção de aprendizes e de outros
membros das associações dos EJT de Conakri na altura da cerimonia do
encerramento das classes de alfabetização e costura no Centro Sabou;
Envio de cartas de apoio as autoridades comunais e governamentais
concernentes pela situação das crianças assim como à várias outras
personalidades e organismos internacionais (UNICEF, USAID, PNUD,
etc...);
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•
•
•
•
•
•
15 de Junho : Encontro de Futebol entre a equipa dos EJT e a do bairro sob
presidência do Sr. Diaouné, representante da organização de apoio Terra dos
Homens Sabou Guiné;
Mês de Fevereiro de 98 : campanha de sensibilização na rádio e na televisão
sobre os principais objectivos da nossa associação e sobre os nossos 12
direitos em três línguas nacionais diferentes : Soussou, Manika e Pular;
De 14 à 15 de Janeiro de 98 : reuniões de sensibilização à intenção dos
beneficiários de Sabou Guiné para os levar à aderirem a associação;
Encontros de sensibilização sobre os 12 direitos ao lado dos EJT
independentes de Madina e de Taouyah (nos subúrbios de Conakri);
Jornada de reflexão para debater vários problemas de organização dos EJT :
os dos engraxadores e bagageiros;
De 06 à 10 de Fevereiro de 98 : torneio de futebol que reagrupou quatro
equipas : duas equipas de EJT estruturas (Sabou Guiné, Terra dos Homens),
uma equipa de bairro e uma equipa da comuna dos engraxadores e
bagageiros de Madine em presença de numerosas personalistas das ONGs de
apoio e das autoridades locais de (bairro e comunal).
Ao longo deste torneio, insistimos sobre os 12 direitos dos EJT ao lado das autoridades
presentes e das populações.
Quais os direitos que progrediram na Conakri ?
Entre os cinco direitos priorizados : o direito à aprender à ler e escrever, o direito à
aprender uma profissão, o direito à se organizar e à se exprimir, o direito ao respeito e o
direito à exercer as nossas actividades em toda segurança, dois entre eles somente
poderam progredir.
São :
•
•
O direito à aprender à ler e escrever;
O direito à aprender uma profissão.
A maior parte dos EJT independentes aceitaram virem de hoje em diante nos centros de
formação para aprender à ler e escrever mais também para aprender profissões (Sabou
Guiné, Terra dos Homens e AGUITOP). Continuamos à nos debatermos ao lado das
autoridades militares e para militares para os sensibilizar sobre os outros direitos.
As dificuldades
Se à certo nível há sinais de progresso, à outros níveis deparamo-nos com sérias
dificuldades :
• Problemas reais para encontrar um emprego remunerador. É a razão pela
qual as nossas cotizações atrasam sempre mais os membros conseguem
pagar apesar de tudo em cada reunião;
• Muita dificuldade para reagrupara os EJT independentes e os fazer participar
as nossas diferentes reuniões;
• Nenhuma reacção positiva por parte das autoridades governamentais e
comunais apesar das cartas de apoio enviadas e as numerosas demarchas
levadas até eles;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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• Reticências notadas à nível das autoridades e das populações, o que impede
às vezes algumas das nossas intervenções.
Em relação à todas estas dificuldades, contamos presentemente desenvolver e
multiplicar campanhas de informação e de sensibilização na rádio e na televisão sobre
as nossas condições de trabalho e sobre os 12 direitos más sobre tudo sobre os nossos
direitos prioritários em direcção dos EJT independentes, as autoridades comunais,
governamentais e das populações.
O futuro
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•
•
Reforçar o nosso escritório em Conakri e instalar antenas no interior do País
para tentar obter um escritório nacional representativo;
Multiplicar os encontros com os EJT do interior;
Participar na Jornada da Criança Africana;
Organizar a Festa do 1º de Maio em Conakri ou na Kindia ;
Criar o nosso jornal EJT de Guiné;
Participar regularmente aos encontros regionais e internacionais mas também
organizando-os no nosso País;
Desenvolver e multiplicar contactos assim como a solidariedade com outros
AEJT da África e do Mundo.
Nós esperamos que com o apoio os organismos de apoio, do governo, da Enda Juenesse
Action e dos Organismos internacionais tais como a UNICEF, o BIT, a OIT, etc..., os
nossos objectivos à curto e médio prazo poderão ser realizados.
Como gerimos o nosso orçamento ?
Recebemos tardiamente os 600 000 Fcfa (1 133 973 Francos Guineses -FG-).
Actualmente, 780 600 F.G. foram utilizados para as seguintes actividades :
• Jornadas de reflexão;
• Torneios de futebol;
• Campanha de informação e de sensibilização em três línguas nacionais,
Soussou, Maninka e Pular más também em Francês;
• Empréstimo ao grupo de engraxadores (20 pessoas) e ao grupo de bagageiros
(compra de cinco carro de mão).
Logo após a nossa volta à Conakri, utilizaremos o resto do dinheiro.
MADAGÁSCAR
Nós não temos ainda associações. Desenvolver a solidariedade e as trocas são sempre o
motivo da nossa vinda para aprender à partir do que fazem.
O trabalho das Crianças e Jovens nas cidades em Madagasicara, sobretudo em
Antananarivo é o de :
• Trabalhadores do porto;
• Guarda de viaturas;
• Lavador de viaturas;
• Cozinheiro no Hotel (restaurante).
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Há também meninas que são transportadoras de água e babás de crianças. Não temos
números exactos porque tudo começa, até nos inquéritos.
Como já o dissemos, começamos por associações. Más agradecemos pela escuta que
beneficiamos de vossa parte. De volta à Madagasicara, faremos o relatório e
trabalharemos para organizarmos as associações.
Muito obrigado, Misaotra Tompoko !
MALI
Tudo vai bem, nada vai bem no MALI ?
• Tudo bem no geral;
• Reforço da organização na base;
• Renovação de escritório;
• Pagamento de cotização ;
• Renascimento do Movimento dos EJT;
• Disponibilidade dos parceiros à trabalharem com os jovens.
Quais os direitos progredidos em Bamako, Kayes e Mopti ?
Sobre os 12 direitos, os 3 seguintes são adquiridos :
• O direito à ser ouvido;
• O direito à participação;
• O direito à se organizar.
Uma comunicação dos EJT foi feita na altura do seminário nacional do BIT sobre o
trabalho das crianças.
A associação é reconhecida juridicamente hoje em Bamako, Kayes e Mopti.
O direito à educação conhece um inicio de solução com a participação das crianças e
dos jovens as aulas nocturnas. Um modulo de alfabetização (francês, Bamanan)
adaptado a situação das crianças e jovens trabalhadores pela UNESCO e o Ministério da
Educação de Base, é experimentada.
Concernente o direito à uma justiça equitativa os contactos com o Ministério da Justiça
e a Associação Maliana dos Direitos do Homem (AMDH) estão avançadas o que nos
permitem de esperar.
Como se organizaram os EJT em Bamko, Kayes e Mopti ?
• Organização local pela federação dos diferentes grupos de base com um
escritório em Bamako, Kayes e Mopti;
• Renovamento de escritórios em Kayes e Mopti;
• Instauramos uma cotização mensal de 100 Fcfa (Mopti, Kayes, Bamako) e os
membros fazer o seu pagamento;
• Fixamos condições aos membros da Direcção : estar disponível, assumir as
suas tarefas, assistir as reuniões.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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O que foi feito ?
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Programas de actividades anuais elaborado e adoptado (Bamako);
Contactos com os parceiros (Bamako, Mopti, Kayes);
Extensão do movimento nos bairros (Kayes, Bamako, Mopti sobretudo à
nível dos mais pequenos);
Sensibilização ao lado dos patrões e dos formadores para permitir aos EJT de
participarem as actividades de sua associação;
Participação dos EJT as festas do 1º de Maio, do 16 de Junho assim como as
actividades dos parlamentos regionais e nacionais das crianças;
Elaboração de cartões de membro;
Emissão radiofónica;
Sessão de síntese sobre a RAP que teve lugar em Bamako com a participação
dos EJT de Mopti e de Kayes que permitiu dividir a experiência de
poupança- crédito das Mães de St. Rita. A restituição foi feita em Mopti e
em Kayes,
Realização e Distribuição do Jornal de ligação dos EJT, “ JEKAWULI
INFO”, aos parceiros e as autoridades;
Participação dos EJT na Jornada Mundial de Luta Contra a Droga;
Participação dos EJT ao seminário organizado pelo Ministério do Trabalho e
o BIT - IPEC sobre o trabalho das crianças;
Adopção do programa anual e inicio das actividades pela restituição do
encontro de Kundapuro seguido do de Cotonou.
Quais as acções económicas quem foram levadas pelas nossas associações ?
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Compra de carros de mão e de formas (Kayes);
Empréstimo à alguns agrupamentos de EJT de Bamako (bagageiros da
estação e tintureiras);
Empréstimo à certas empregadas de casa de Mopti para realizar as
actividades económicas;
Empréstimo de um parceiro local as crianças trabalhadoras da associação
para a montagem e a venda de colares;
Aluguer/venda de carros de mão;
Empréstimo com juros à alguns agrupamentos (engraxadores, cabeleireiros );
Fabricação e comercialização de sabão tradicional.
Como a nossa associações geriram o orçamento ?
É uma co-gestão entre a associação e a estrutura de apoio (Centro Ladiya para Mopti,
Enda para Bamako e o Relais Urbain Educatif para Kayes).
A iniciativa de despesas vem dos EJT. Elas são executadas após ter consultado o
animador. Os orçamentos serviram no financiamento de algumas actividades como :
• O 1º de Maio;
• O 16 de Junho;
• A compra de materiais de escritório (cartões, cadernos, esferográficas,
blocos, envelopes, despesas de deslocamento e de suporte no âmbito das
diferentes restituições);
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A contribuição na realização do boletim “Jekawuli Info”;
A fabricação de carros de mãos (Kayes);
As emissões radiofónicas.
As iniciativas e as decisões são tomada assim :
Bamako : as iniciativas vem geralmente da Direcção que, de seguida, consulta a
base. Eles discutem junta a pertinência da decisão ou da iniciativa antes de consultar
o animador para as suas adopções;
Kayes e Mopti : todas as decisões e iniciativas são tidas em grupo (direcção e
outros membros da associação presentes).
As dificuldades encontradas
Kayes :
• Dificuldades para mobilizar os membros na altura das reuniões;
• fraqueza na animação do movimento pois muitos dos membros não sabem ler
nem escrever.
Bamako :
• Falta de meios de transporte para desenvolver regulamente os contactos;
• Reticências de certos patrões e formadores no olhar do nosso movimento;
• Dificuldade de fazer participar plenamente o mais pequeno das actividades do
movimento;
• Implicação pouco satisfatória das crianças. Isso explica-se pela reticência dos
patrões mas também, eles não tem sempre consciência do facto que eles
pertencem à associação. O que foi inscrito no programa 98 da AEJT como a
prioridade principal.
O que os EJT de Bamko, Kayes e Mopti preferem ?
•
Ter acesso de forma mais considerável na educação, aos cuidados de saúde e
na protecção;
• Ter acesso aos meios de comunicação (Computador, Internet);
• Conseguir um fundo de instalação para os jovens formados;
• Serem mais respeitados;
• Financiamento dos programas anuais dos projectos EJT.
MAURITÂNIA
Agradecemos todas as delegações presentes e vamos somente falar do que retivemos
neste primeiro dia pois não somos peritos e é a primeira vez que participamos num
encontro regional.
Apresentamos pois o que foi possível fazer em Nouakachott e sobretudo os resultados
do apoio da Caritas à nosso favor.
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Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Alpha Diallo : «Estive numa oficina de carros na cidade em casa de uma pessoa que se dizia
artesão local. E como a formação em casa deste tipo de patrão não é rica e que estamos muito
cansados, somente aprendemos à fazer chá. Além disso somos ralhados, enviados de um lado e do
outro e às vezes batidos : foi tudo que aprendemos.
Um dia, fui identificado por um dos educadores do Projecto Crianças de Rua (P.E.R) que conversou
comigo e falei-lhe da situação que causou a minha saída desta oficina. No fim, o educador me propôs
de ir ao Centro Profissional e aceitei.
Fiz uma formação de 3 anos. No inicio, éramos num grupo de doze crianças divididas em carpintaria
metálica e de madeira mas no primeiro ano, todos fizemos a soldadura. Beneficiamos de cursos de
alfabetização para os que nunca tiveram na escola e para os outros, o curso de reciclagem para obterem
um diploma. Na altura da formação, o vestuário e a bolsa foram assegurados pela Caritas, e isso
continua até hoje.
Cada ano, tem os que saem e os que entram. Entre nós e os formadores, não tem nenhum problema :
respeitamo-nos e compreendemo-nos».
Mouhamed Abdallahi : «No início a minha relação com o patrão era difícil. Sou reparador de
motas, de motocicletas e de bicicletas.
Antes, o meu patrão não compreendiam o meu caso mas como o educador que me segue veio explicarse a ele, agora ela já não implica mais comigo. Ele ouve-me e sou agora o responsável da chave do
atelier. Trabalho à vontade quando estou cansado. Se não estou pronto à montar no dia seguinte,
descanso e se estou doente, toma os meus gastos a sua própria conta»
As actividades
Os escamadores de peixes
Conhecemos dois grupos de escamadores de peixes organizados na praia. são seguidos
pelo educador da Caritas e têm um apoio material : mesas, facas, e escamadores. Antes
eram cinco e agora são treze. Têm uma caixa comum onde eles metem dinheiro para
compra do material enviado aos perdidos e achados. A sua actividade geral é escamar
peixes.
Secam o peixe que eles revendem, compram e revendem peixe fresco eles mesmos.
Também são recrutados por uma das fabricas que procura empregados para secar ou
para tirar os ovos destinados à exportação.
Eles dividem-se em dois grupos para assegurar cada grupo a sua vez estas actividades
como o acampamento de pesca. é necessário que haja um grupo que assegure a
actividade principal que é a escama de peixes.
Para o 2º grupos de escamadores, encontram-se no mercado do 5º bairro. Eles não são
organizados e para trabalhar, é lhes preciso pagar o dinheiro senão eles são escorraçados
pela polícia e as pessoas da câmara. Às vezes, o seu material é confiscado pela polícia e
eles podem ficar então todo o dia de braços cruzados. Realmente eles estão fartos desta
situação.
Se eles vão a câmara, o Administrador diz que este grupo é sobre a voz pública e que só
têm que procurar outro lugar. Os jovens lhe respondem que eles não podem se
distanciar das vendedoras de peixes e dos legumes porque eles vão juntos. O maior
problema é que as vendedores não querem mudar de lugar.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Notamos que são os jovens que sujam o mercado depois alugam carros de mãos com o
seu próprio meio para limpar e ir despejar os lixos do seu trabalho.
Grupo de cobradores de mini-autocarros
Neste grupo, há alguns que dormem nas paragens para apanhar o mini-autocarro, às 6 h
da manhã. Senão, eles riscam de ficar todo o dia sem trabalhar. Mas, há uma
solidariedade entre eles : o que encontra o minis-autocarro às 6 h da manhã, faz duas à
três viagens depois passa o mesmo ao seu amigo dizendo-lhe para assegurar o seu
pequeno almoço. O que arranjar o seu amigo durante o dia e de volta, ele retoma o
mini-autocarro. Há motoristas que aceitam e outros que negam por eles dizem que os
jovens são gatunos que não largam a quantia integral no fim de cada ida e volta.
Estes cobradores dizem que se eles se organizassem em conjunto com os jovens
escamadores de peixes no mercado, poderiam trabalhar em melhores condições.
As decisões
Quando voltamos à casa, implementaremos todos os nossos meios para que os jovens se
organizem, conheçam os 12 direitos e façam tudo para os obter. Nós iniciaremos por ver
como criar, com os outros, uma, duas, ou várias associações de EJT na capital
Nouakchott isso facilitado pela Caritas que tem o programa de «Prevenção nos bairros» e
que ela trabalhe com as associações. Certamente que o nosso animador muita coisas
aprendeu com este encontro e com a ajuda de Allah o todo poderoso, isso resultará.
* NB : Dois meses mais tarde, os EJT de Nouakchott e de Niamey celebraram pela primeira
vez a Festa do Trabalho.
NIGER
Não sabíamos que existia uma organização que se ocupava das crianças e jovens
trabalhadores. Quando fomos contactados pelas Caritas Niger através do seu projecto
AMIN (Acção para Menores Isolados do Niger), não tínhamos bem compreendido as
razões.
Por exemplo, à nível de Parque do mercado onde cada um de nós era guarda, as
reacções eram hostis porque pensávamos que os animadores queriam colocar no nosso
lugar uma empresa. A força de perseverança, que nos fez confiar neles formamos um
pequeno grupo dotado de uma Direcção.
É o mesmo na oficina de carro onde um de nós foi aprendiz. Somos uma quinzena nesta
oficina. Mais melhor dizendo, apesar da reunião, os nossos camaradas não têm
consciência do objectivo dos animadores. Mas acreditamos que com a multiplicação das
reuniões, acabarão por entender.
De momento não temos associações no Niger mas, com a nossa vinda à este encontro
que nos mostrou que temos direitos apesar do nosso trabalho no mercado informal, à
nossa volta tentaremos explicar aos nossos camaradas : que são as crianças elas mesmo
que agem; não esperam que ninguém faça no seu lugar !
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Cada vez há mais EJT na cidade de Kinshasa e em mais de 10 outras cidades do País.
Pelo trabalho, mais de 60% das crianças e dos jovens, assumem-se à nível do
alojamento, de alimentação, saúde, etc..
O que progrediu ?
O direito a se organizar progride, mas limita-se aos EJT exercendo uma mesma
profissão. O governo pediu que se apresentasse um projecto que fale sobre as
actividades concretas à favor dos EJT.
A organização
A organização visou mais o melhoramento das condições socio-económicas
(melhoramento da produção, do ritmo das vendas, da solidariedade entre os EJT). Existe
actualmente quatro agrupamentos de jovens à volta do grupo de Pesquisa e de Apoio
Metodológicos as Iniciativas de Desenvolvimento ( GRAMID).
Trata-se de meninas associadas na actividade «Restaurante Jovens Meninas», dos
fabricantes de brinquedos (AFAJ), dos recuperadores de garrafas de vidro, de copos e
fabricantes de fogareiro assim como os «Kaddafi» (vendedores de petróleo).
Na ORPER, os jovens tendo terminado a sua formação dividem o mesmo alojamento e
vivem uma certa solidariedade. O GRAMID e a Ajuda à Infância Desfavorecida (AED)
ajudam também os EJT à pouparem o dinheiro ganho pelo suor do seu trabalho.
O que foi feito ?
Além deste grupo de jovens, algumas sessões foram organizadas com eles para falar dos
seus direitos. Partindo dos 12 direitos identificados pelas crianças da África do Oeste, os
EJT de Kinshasa falaram do direito do autor que deve ser garantido. A sua produção não
deve ser imitada (fabricadores de brinquedos). O que leva-nos à dizer que a lista dos 12
direitos não é exaustiva.
As unidades de produção instaladas pelos EJT ajudaram outros jovens à encontrar uma
ocupação lucrativa (trabalho de restaurante, venda de brinquedos e de fogareiro). O que
é uma contribuição na redução da pobreza.
O que eles preferem ‘
• Aceder aos créditos para melhorar o trabalho e criar ateliês ou empresas
viáveis e prosperadas;
• Garantir as suas actividades contra as rusgas das forças de ordem e certos
adultos;
• Escapar as taxas;
• Estender o movimento em todos EJT de todas cidades.
SENEGAL
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Após o encontro de Ouagadougou em Outubro de 1996 e conforme as orientações com
os parceiros, nós EJT do Senegal, trabalhamos com as nossas equipas de apoio sobre
oito direitos entre os doze identificados em Bouaké em Julho de 1994. Trata-se do
direito à formação para aprender uma profissão, à ler e à escrever, à saúde, ao respeito, à
segurança, à ser escutado, à se exprimir e à se organizar e à voltar a aldeia.
O que progrediu ?
• Formação dos empregados da casa as técnicas de transformação e de
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conservação dos produtos locais (mamões, bissap, mangas, pão de macaco,
etc...);
Formação em costura e demonstração culinária;
Formação a RAP e em gestão para certos grupos;
Formação alternada de aprendizes num Centro Regional de Formação
Profissional. São dezanove (19) crianças e jovens que vendiam no mercado
que a Enda Juenesse Action colocou nos ateliês e paga a sua formação;
Alfabetização em línguas nacionais (diola, wolof, pular, sérère) e em francês;
Confecção de blusas e de cartões de identificação para os guarda viaturas
com a colaboração da municipalidade e impressão de cartões de membros;
Colaboração com as autoridades da segurança tais como a polícia, os
magistrados;
Consolidação dos grupos à volta dos adquiridos com os postos de saúde;
implementação de caixas de solidariedade e mutuais de saúde, discussões
sobre a saúde preventiva (MST/Sida, paludismo, etc...);
Fórum no mundo rural; excursões para suster manifestações populares;
Participação na festa do 1º de Maio, na jornada da Criança Africana, do 16
de Junho, na Semana Nacional da Infância de onde o tema principal foi “ o
trabalho das crianças” assim como nos encontros regionais ou internacionais;
Comunicação, intrevistas, mesas redondas, emissões rádio e televisão, na
imprensa falada e escrita;
Aberturas as instituições estáticas e ao parlamento das crianças : após Oslo,
os EJT tiveram uma audiência com o Ministro do Emprego e o Documento
dos EJT foi incluso nos textos oficiais do Governo Senegalês;
Manifestações populares nos bairros, semanas culturais no âmbito das trocas
inter-cidades.
Projectos económicos iniciados pelas nossas associações
• Venda de calçados de ocasiões, 173 000 Fcfa em Ziguinchor;
• Compra de caixa de graxa, de produtos cosméticos, do chá, do açúcar e do
sabão (200 000 Fcfa/grupo) para os grupos de Dakar;
• Abertura de uma boutique e de uma barraca em S. Louis com um crédito de
110 000 Fcfa.
Como as nossos associações geriram o seu orçamento ?
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
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Dakar:
• 250 000 Fcfa para a compra de t-sherts para o 1º de Maio de 97;
• O resto 350 000 Fcfa e o remanescente em caixa de 50 000 Fcfa, permitiu
atingir a soma de 400 000 Fcfa que foi repartido em 200 000 Fcfa para as
meninas e 200 000 para os rapazes; o que permitiu aos grupos de crianças e de
jovens de iniciarem algumas actividades económicas. Um interesse de 5% é
fixado sob reembolsos.
Santo Louis :
•
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340 000 Fcfa para comprar t-sherts ;
110 000 Fcfa de crédito aos grupos de base para as actividades económicas com
10 % do interesse.
Zinguinchor :
Os 600 000 Fcfa acabam de ser enviadas na conta da nossa equipe de apoio. Há
1000 Fcfa que faltam por se ganhar /dia pelo encontro de Dakar.
Dificuldades encontradas pelas nossas associações
• Retenção das cartas profissionais dos guias turísticos da Segunda promoção;
• Falta de coesão em certos grupos;
• Retomada do pagamento de taxas municipais sobre a venda dos calçados de
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•
ocasião pelo facto da regionalização;
Falta de motivação de certos membros de grupos consecutivo à um
acompanhamento sem objectivo preciso. Para alguns, os animadores apenas
se ocupam do que lhes é vantajoso sem ter em conta as preocupações dos
EJT. O que desmobiliza os grupos;
A abertura de contas bancárias adia às vezes o financiamento de uma
actividade por causa de atrasos administrativos observados na equipa de
apoio detentora dos fundos;
Falta do material para concretizar as formações recebidas. De que serve
seguir uma formação e não fazer uso dos conhecimentos adquiridos ?;
Reconhecimento tardio das AEJT devido a presença das crianças. A
legislação reconhece o direito de criar uma associação que tenha pessoas
com mais de 18 anos;
Fraca adesão das meninas nos programas de alfabetização;
Ausência de projectos criadores de emprego. Não chegamos à meter sobre
pé um projecto económico no qual enquadramos certos membros da
associação;
Formação a RAP insuficiente pois a maior parte dos EJT não o beneficiarão;
Criação de uma Coordenação Nacional dos EJT conforme as resoluções de
Bamako em Outubro e em Novembro de 1995;
Fraqueza de benefícios na venda de produtos e lentidão no seu renovamento;
Horários tardios da descida das meninas não somente para descanso mais
também para seguir as suas diferentes formações;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
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• Regresso a aldeia fica ainda por materializar-se pela implementação de
actividades pontuais;
• Falta de solidariedade nas associações;
• Recusa de certos patrões de ateliês em deixar as crianças aprendizes a
assistirem as reuniões;
• Falta de protecção jurídica em caso de problemas.
Perspectivas
• Reforçar a colaboração com as instituições estáticas. O parlamento das
•
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Crianças prometeu aliás incluir os EJT no seu grupo;
Reforçar as trocas inter-cidades, favorecer as actividades de animação;
Organizar um encontro nacional para a implementação da Coordenação
Nacional num futuro próximo;
Organizar grupos para reunir o máximo de crianças, criar acções económicas
e alargar a formação da RAP;
Multiplicar as actividades de formação;
Trocar e dividir as experiências no âmbito do programa conjunto ou
concertado entre EJT e animadores no “Triângulo Verde” com Bissau e
Conakri; jornadas educativas para os mais pequenos;
Acompanhar o dossier de reconhecimento oficial das associações;
Alargar o movimento ao outros grupos e organizar viagens de trocas nas
cidades onde não existe associação EJT.
TCHAD
Tendo em conta o tempo, nós crianças e jovens trabalhadores de Ndjaména (Tchad),
apresentamos brevemente as nossas actividades quotidianas.
Assinalamos também que a nossa presença aqui prova o suficiente o amor, a
determinação, a coragem assim como o prazer de estar com os nossos amigos de
diferentes Países e temos à agradecer a Enda Tiers Monde pelo seu reconhecimento,
pela sua simpatia por ter organizado este encontro.
Djimrabèye Ngara : «Somos
um grupo constituído de 23 jovens. A nossa actividade
principal é a fabricação de fornos (Kanoune). Começamos com o meios primitivos. É com as
nossas pequenas quotizações que compramos velhos pneus para ai retirar fios de ferro com o
qual nós fabricamos Kanounes, gaiolas, palitos para espetadas, sextos para a conservação do
peixe fumada e a carne. Fabricamos também sandálias assim como porta chaves.
Progressivamente, poupamos para aumento da nossa capacidade de produção, fazer face aos
nossos problemas de saúde, de alimentação, de alojamento, etc...
É de sublinhar que beneficiamos do apoio técnico, financeiro e jurídico da nossa associação
A.P.P.E.R.T (Associação para a Protecção e a Promoção da Criança de Rua no Tchad), porque
cada vez temos problemas com as forças da ordem, é a A.P.P.E.R.T que nos protege. Pelo canal
da nossa associação, recebemos material de trabalho por parte dos nossos amigos da Bélgica.
A associação entregou à cada membro do grupo um cartão de acesso à área de escuta. Isso nos
protege também quando estamos face as forças da ordem mas igualmente permite aos
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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animadores que nos acompanham de resolver rapidamente os nossos problemas. A A.P.P.E.R.T
dá o seu apoio à outros grupos de jovens que trabalham neste domínio também.
Em nome dos meus amigos trabalhadores do Tchad, apresento os nossos agradecimentos à
Enda Tiers Monde Juenesse Action. É para vos dizer que integramos a dinâmica».
Domti Kodi : «Somos
um grupo de 18 jovens, abandonados pelos nossos parentes por
diferentes razões. Não podendo ficar de braços cruzados, reunimo-nos para trabalhar.
Temos um lugar bem preciso que é o Bar Rasta que é muito animado a noite e durante os fins
de semana. Posemo-nos ao serviço dos clientes para guardar os aveies (carros, mota, etc..)
em quanto eles se refrescam.
Fazemos sobretudo manutenção de motas, lavagens mas também colamos as câmaras de ar,
reparamos as pequenas avarias à pedido dos proprietários em troca de alguma quantia de
dinheiro. A remuneração nos permite de vestirmos, de comer e de nos cuidar.
Como acabo de dizer meu camarada, a A.P.P.E.R.T nos protege juridicamente. Ela ajuda-nos
à nível material, financeiro às vezes, e põem à nossa disposição animadores que nos
acompanham nas nossas demarchas.
Somos muitos grupos de crianças e jovens trabalhadores. Cada grupo tem o seu campo de
acção e estamos todos sobre protecção jurídica da A.P.P.E.R.T.
Nesta ocasião do encontro regional dissemos que integramos a dinâmica de Enda Tiers
Monde e particularmente as Crianças e Jovens Trabalhadores (EJT).
Agradecemo-vos».
TOGO
«Tudo vai bem, nada vai bem ?»
Tudo vai bem em Lomé. Somos numerosos, regulares e solidários. Estamos de bem com
as nossas patroas e há também segurança no trabalho.
Quais os direitos que progrediram em Lomé ?
Direito à saúde, direito ao repouso, direito à aprender a ler e à escrever, direito à se
distrair e à brincar, direito à educação, direito à sermos respeitados, direito à se
organizar.
Como se organizaram os EJT em Lomé ?
Temos grupos nos bairros, no mercado. Reunimo-nos duas vez por mês : no 1º e no 3º
domingo para discutirmos como se organizar para continuar as nossas reuniões; como
agir em caso de problemas ou cada um nós tiver um problema; como fazer com que as
nossas patroas respeitem os nossos direitos.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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O que foi feito pela nossa associação ?
•
•
•
Melhorar as relações empregadores /empregados;
Melhorar as condições de trabalho;
Actividades de formação para as meninas domésticas : formação em pintura
para um grupo e aprendemos à cozinhar e a fabricar espaguete.
O que preferem os EJT ?
•
•
•
Aprender profissões para se prepara para o futuro;
Ensinar à ler e à escrever aos EJT;
Instalar as que já tem uma formação.
Como a nossa associação geriu o seu orçamento ?
O nosso orçamento compõem-se de :
•
•
•
600 000 Fcfa da Enda;
450 000 Fcfa do WAO;
73 400 Fcfa contribuição dos EJT.
Total :
1 023 400 (Um milhão Vinte e Três mil Quatro cento Fcfa : um pouco
menos de 2000 USD)
Este dinheiro foi utilizado para aprender à pintar panos pois em quanto crianças
domésticas, as nossas patroas não nos permitem de fazer comercio. O que faz com que
alguns aprendam uma profissão. O remanescente ou seja 94 435 Fcfa, é depositado
numa conta; a tesoureira e a animadora assinam antes de receber o dinheiro. De facto, a
gestão faz-se com a estrutura de apoio : logo que desejamos comprar algo, uma EJT e a
nossa tesoureira vão ao mercado para perguntar o preço; de seguida, a nossa animadora
e a tesoureira assinam e esta última vai retirar o dinheiro depois vamos comprar os
produtos nós mesmos.
IV-2- Movimento Natras (Ninõs y adolescentes Trabajadores) da Nicarágua
O vai bem e o que não vai bem ?
O movimento de Natras começou há 7 anos, em 1991, sob iniciativa de um grupo de
adultos que conheciam a situação das crianças jovens trabalhadoras pois os direitos não
eram respeitados.
Estes adultos sentiram a necessidade de criar uma organização que valorizasse e
protegesse as crianças que trabalham nas casas e na rua. Este organismo contra a
exploração do trabalho das crianças encarregou-se de fazer respeitar o direito ao
trabalho.
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Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Como os Natras se organizaram ?
Na Nicarágua, há mais ou menos 8000 crianças e adolescentes trabalhadores, meninas e
rapazes, organizados e divididos em 48 projectos para exercerem de maneira eficazes o
protagonismo da infância.
Estes projectos são centros que acolhem as crianças e adolescentes nos diferentes
ateliês, lugares de passagem da infância à vida adulta : costura, carpintaria, mecânica,
fotografia, jornalismo, locução, mecanografia, beleza, informática, educação,
alfabetização, dança, teatro e desporto.
Há igualmente ateliês psicossociais e ateliês de educação sexual. Ai ensina-se as
crianças como utilizar um preservativo ou prevenir as gravidezes durante a
adolescência. Estes ateliês ajudam igualmente as crianças a se desenvolver física e
mentalmente.
Em cada um destes projectos, são eleitos um rapaz e uma menina que assistem as
assembleias de representantes. Estas assembleias fazem-se todos os três meses à nível
nacional e foram eleitos 12 membros (6 meninas e 6 rapazes) que fazem parte da C.O N
(Comissão de Organização Nacional). Os membros da C.O.N. encarregam-se de
planificar as diferentes actividades que serão aprovadas pela assembleia dos
representantes.
Todos os representantes são igualmente divididos em diferentes comissões : direitos da
criança, divulgação, concretização, cultura, recreação e desporto. Em cada uma destas
comissões, há um ou dois membros da C.O.N. e animadores.
Todos os dois anos, encontros nacionais são organizados para avaliar e planear as
actividades. Todas as crianças trabalhadoras ai participam.
Os direitos que progrediram na Nicarágua
Na Nicarágua, os direitos se realizaram somente à nível dos projectos e de certas
famílias que não são reconhecidas pelo governo.
Os direitos que progrediram são :
• Direito à educação;
• Direito à saúde;
• Direito à se recrear;
• Direito à protecção;
• Direito à se exprimir e se organizar;
• Direito à informação;
• Direito à não ser explorado;
• Direito à não ser maltratado.
O «Código da Infância» também teve um pouco o seu progresso. É uma série de leis
para a promoção e a protecção da infância elaboradas pelas crianças e um grupo de
juristas para o reconhecimento dos direitos da criança pelo governo. O movimento
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Natras está actualmente em discussão com o parlamento para fazer valer os seus
direitos, mas os diferentes governos Latino-americanos não tomaram em conta a parte
realizada pelas crianças.
O que foi feito pelo movimento Natras ?
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Assembleias de representantes;
Campanhas de escolarização;
Encontros nacionais;
Reuniões com o C.O N.;
Jornadas de aniversário;
Encontro com as autoridades;
Acampamentos;
Elaboração do material de propaganda;
Conferência de imprensa,
Plano contra o “pan” de fogos vermelhos;
Campanha para que as crianças que trabalharam durante mais de um ano no mesmo
lugar possam beneficiar de um duplo salário no mês de Dezembro para o Natal.
Os resultados : As aquisições, as dificuldades e as soluções
As aquisições :
• Cumprimento dos objectivos previstos;
• Elaboração e bom manuseamento dos projectos metodológicos dos Natras;
• Desenvolvimento dos processos democráticos através da eleição dos
•
•
•
•
•
•
•
•
representantes;
Participação à todos níveis de conhecimento, de opinião, de decisão, e de
propostas;
Boa comunicação entre os Natras e as pessoas das comunidades,
Projecção do movimento à nível nacional e internacional;
Divulgação das actividades do movimento;
Conhecimento de seus direitos;
O movimento não trabalha unicamente só para as crianças trabalhadoras mas
para todas as crianças em geral;
Apoio de certos jornalistas;
Coordenação entre os projectos.
As dificuldades :
•
•
•
•
•
•
As dificuldades à nível dos planos de concretização;
Aumento da violência entre os Natras;
Nenhuma resposta à nível do Código da Infância;
Alguns animadores não dão conta do seu papel, do conceito do movimento e
agem autoritariamente;
Alguns projectos desligaram-se do movimento;
Pouca implicação no projecto;
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•
•
•
Nem todos participaram ao processo de sistematização;
Definição pouco precisa à nível da participação das pessoas do projecto;
Certos animadores não apoiam as crianças mas somente criticam as suas
actividades.
O problema mais importante é dos projectos que retiram-se do movimento. No inicio,
havia 48 projectos e hoje, somente 32 ficaram.
As soluções :
• Organizar encontros;
• Visitar os projectos que se retiraram;
• Dar prioridade as actividades;
• Criar uma instância de consultação.
O que os Natras preferem ?
•
•
•
•
•
•
•
•
Trocas com os outros movimentos dos Netras;
Participar nas tomadas de decisões nacionais e internacionais;
Serem adultos úteis a sociedade;
Fazer com que os adultos os compreendam, não os descriminem e não os torne
culpados pelos problemas económicos do País;
Ter um movimento único e solidário;
Ter um reconhecimento de suas organizações;
Criar movimentos de Natras nos Países onde ainda não foram criados;
Promover centros recreativos gratuitos na Nicarágua e além dos projectos
existentes.
As acções económicas iniciadas pelos Natras
À nível do movimento Natras
• Ateliês de fotografias que já funciona e que estão ao serviço do público;
• Serviços de fotocópias,
• Sistemas de empréstimos bancários para os períodos vindouros.
À nível dos projectos
• Festas, representações culturais de dança e de teatro;
• Lotarias;
• Exposições onde são vendidos as diferentes produções realizadas pelas crianças
nos diferentes ateliês.
Como as associações administraram os fundos ?
O movimento Natras é financiado por quatro organismos :
• Terra dos Homens da Alemanha;
• Terra dos Homens da Suíça;
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• A Redd Barna da Noruega;
• A Redda Barnen da Suécia.
Os fundos são administrados pelos adultos que respeitam sempre a opinião dos Natras
para saberem onde se fará este investimento e quais as actividades que serão
financiadas.
V - DISCUSÕES SOBRE QUATRO (4) GRANDES TEMAS
Após ter escutado as experiências das diferentes delegações, dividimo-nos em 4 grupos
para recensear as actividades levadas e discutir as dificuldades em que se encontram as
nossas associações nas diferentes cidades. O 1º grupo trabalhou sobre as actividades
levadas à cabo, o 2º grupo, quanto à ele, referenciou-se sobre os 12 direitos, o terceiro
inclinou-se sobre a organização das associações e enfim o 4º grupo trabalhou sobre as
iniciativas económicas.
V-1- Actividades levadas pelos AEJT
Actividades Levadas
As diversas actividades levadas pelos AEJT foram reagrupadas em alguns “grandes
capítulos”.
Manifestações
• 1º de Maio;
• 16 de Junho;
• Semana Nacional da Infância e quinzena;
• Jornada Mundial do SIDA e da Droga;
• Carnaval;
• Conferências;
• Manifestações populares;
• Encontros desportivos.
Trocas
Visitas dos jovens em cidades, em grupos, jornadas culturais entre os AEJT, trocas de
experiências entre os País e cidades, encontros entre cidades e Fóruns.
Reforço do movimento
• Visita dos membros de uma AEJT nas cidades onde não existe EJT;
• Contacto com grupos organizados, contactos de sensibilização virado aos
grupos de crianças e jovens trabalhadores;
• Fórum;
• Comunicação /intervenção rádio-televisão.
Discussões com as autoridades
Comissário da Polícia, Autoridades Municipais, Governadores, Procuradores, Ministros,
Directores de Gabinetes, Directores de Hospitais, Sindicalistas, Prefeitos, UNICEF,
OIT, ONG.
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Formação dos membros
RAP, Gestão, Micro-Empresas, Tinturarias, Pastagem de Caracóis, Cultivo de
Cogumelos.
Crédito
•
•
•
À grupos;
À indivíduos;
Aos membros dos AEJT para organizar projectos.
Desejos
Os diferentes desejos dos EJT membros destas associações foram de seguida discutidos:
• Construir um centro de ensinamento domésticos reconhecido pelo Estado;
• Organizar a formação na RAP;
• Organizar os ateliês após uma formação e assegura um apoio na formação;
•
•
Beneficiar de créditos para financiar os nossos projectos e preparar o futuro;
Multiplicar o programa de alfabetização e implementar centro de costura para as
meninas;
• Expandir o movimento à Outros EJT;
• Multiplicar as companhas de sensibilização nas cidades e nas aldeias (meninas);
• Sensibilizar os pais sobre a situação das crianças e a importância do movimento;
• Pôr à disposição estruturas de acolhimento para os EJT e crianças em situação
difícil,
• Multiplicar os meios de comunicação com as autoridades, as ONGs e as
Instituições estáticas.
Dificuldades
Os problemas encontrados na execução dos planos de acção são :
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Implementação de um Comité para o Jornal EJT,
Fracasso de mobilização dos EJT;
Falta de respeito entre os EJT eles mesmos e entre EJT e os animadores;
Não cumprimento do horário de trabalho por parte dos empregadores (Patrões);
A descida tardia das empregadas de casa não as permite de melhor acompanhar
as formações;
Poucas cotizações e de participação; Ausência de acompanhamento médico da
parte dos empregadores;
Falta de solidariedade entre as empregados da casa e entre os EJT;
Falta de motivação dos monitores de alfabetização pois eles não chegam à
satisfazer as suas necessidades à partir das cotizações dos EJT,
Falta de meios para aceder aos lugares de reuniões.
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O que os EJT podem fazer ?
• Expandir o movimento à outros EJT convidando-os as actividades;
• Sensibilizar os parentes sobre a situação das crianças e a importância do
•
•
•
•
movimento;
Visitar as casas e distribuir convites para fazerem parte nas suas reuniões ;
Visitar os seus escritórios e fazer convites para as manifestações e as
actividades;
Multiplicar as comunicações e contactos com as autoridades;
Escrever as ONGs e Instituições para os encontrar e discutir.
Estas acções podem ser levadas à cabo pelas associações de EJT com
o conselho dos animadores.
O que os EJT não podem fazer ?
•
•
•
•
•
•
•
Implementação dos ateliês após formação; isso necessita de material e o
aluguer de um sítio que pode custar muito caro;
Apoiar financeiramente os monitores de alfabetização. Pede-se as ONGs de
apoiarem financeiramente para pagar os salários;
Beneficiar de créditos para financiar os nossos projectos, preparar o futuro;
Procurar padrinhos para garantir os créditos;
Multiplicar o programa de alfabetização;
Implementar centros de costuras para as meninas;
Implementar estruturas de acolhimento para os ESD (Crianças em Situação
Difícil).
Todas estas acções devem ser negociadas com as autoridades e
estruturas de apoio
V-2- Ponto de situação sobre os 12 direitos dos EJT
Direito à ler e à escrever
• Todos os participantes notaram que este direito progrediu muito mas que as
iniciativas da sua implementação sempre foi dos adultos. Todavia, as crianças
exprimem sempre a vontade de fazer progredir este direito e desejam, para o
futuro, uma participação mais directa para à sua aplicação;
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• As dificuldades mais notórias são a irregularidade na frequência das aulas de
alfabetização e o facto de que às vezes, as crianças preferem continuar a
trabalhar para ganhar dinheiro, em vez de ir as sessões de alfabetização.
Direito à saúde
•
•
•
•
•
Normalmente, as estruturas de apoio dão a possibilidade as crianças de terem
acesso à saúde;
Às vezes, as crianças que são identificadas podendo provar pertencer ao
movimento podem aceder gratuitamente aos hospitais ou em clínicas para se
fazerem tratar;
Às vezes, os animadores negociam com um médico para assistir as crianças do
movimento sobre o plano sanitário;
No entanto, e quase sempre, são as crianças elas mesmas que se organizam
cotizando-se periodicamente para as suas necessidades de saúde;
Uma dificuldade séria é : mesmo se lhes é garantido consultas gratuitas, nada se
diz à cerca da compra dos medicamentos que são muitos caros e não lhes são
garantidos.
Direito à formação
Os animadores ocupam-se normalmente na procura de lugares para a formação.
O direito progrediu, mas com as seguintes dificuldades :
•
•
•
•
•
•
O material para a formação é insuficiente,
As crianças que estão em formação são submetidas ao trabalho intensivo e não são
remuneradas em consequência;
Não há uma boa formação nem um bom acompanhamento por parte dos formadores;
O tempo de formação é muito longo;
As crianças acabam a formação e não encontram trabalho;
A taxa da cotização para o custo da formação é muito cara em algumas cidades.
As crianças aceitam a formação pois ela é muito útil e as permite de aprender técnicas
para preparar o seu futuro e fabricarem os produtos que podem ser vendidos para ganhar
dinheiro.
Direito ao respeito
No geral este direito progrediu pois, antes, as crianças encontravam muita dificuldades :
batiam-nos e recebiam-nos as nossas mercadorias.
As pessoas começam à nos respeitar e os EJT entenderam também, antes de pedirmos
para sermos respeitados, eles devem respeitarem-se eles mesmos.
Direito ao lazer
Ele progrediu bem. As crianças poderam organizar muitas actividades para se recrearem
: jogos de futebol, noites dançantes, festas, etc.
Direito à se organizar e se exprimir
Ele progrediu bem. Os movimentos dos EJT começam a ser reconhecidos. Certas
associações têm o seu registro de reconhecimento. A decisão de organizar em
movimento foi sempre levada pelas crianças.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Direito à ser escutado
Ele progrediu bem. Os médias escutam as crianças e as dão a palavra. A população
também os escuta. O problema é que mesmo se a escuta existe, as pessoas reagem muito
pouco e não dão muita importância as crianças.
Direito à segurança
As crianças organizadas e apoiadas pelas estruturas trabalham em segurança mas para
os trabalhadores independentes, este direito não progrediu bem porque eles encontram
ainda algumas dificuldades.
Direito ao descanso
Este direito não progrediu bem. Encontramos as seguintes dificuldades :
• Certos patrões se negam à dar repouso as crianças;
• Para os trabalhadores independentes (engraxadores, etc.), o direito progrediu, ao
passo que para os trabalhadores que têm um patrão (empregadas de casa, etc.),
deparam-se com problemas;
• Mesmo para os trabalhadores independentes não é fácil, porque há dias em que eles
não chegam à ganhar o suficiente e por isso são obrigados à trabalharem sem
repouso;
• No Benin, o direito progrediu tendo em conta que as crianças trabalhadoras têm o
habito de descansar no Sábado e no Domingo. Às vezes, os animadores negociam
com os patrões para o descanso das crianças trabalhadoras;
• O problema é que o trabalho das crianças não é reconhecido sobre plano jurídico.
Não tem pois leis que assegurem o repouso as crianças trabalhadoras.
Direito à voltar à aldeia
Este direito não progrediu :
• Não há projectos na aldeia e as crianças sentem-se obrigadas à procuram em outras
cidade uma melhor profissão;
• Perguntamo-nos se as crianças organizadas trataram de fazer algo para desenvolver
as actividades nas aldeias. Os participantes julgam que é um dever do Estado;
• Os patrões também nos impedem de deixar o trabalho para voltar à aldeia. Os
salários depositados neles não são entregues na altura da ida para aldeia. As crianças
são então obrigadas à ficar na cidade;
• Nos centros de formação, às vezes, não recebemos o dinheiro prometido e não
temos os meios de voltar à aldeia;
• Na Guiné Bissau, o direito progrediu porque, normalmente, as crianças voltam à
aldeia todos os seis meses para cultivar as terras. Os parentes não lhes permitem de
ficar na cidade todo ano;
• No Benin também, o direito progrediu. As crianças se formam em jardinagem à
nível da aldeia : elas aprendem à cultivar e após a formação, recebem uma parte da
terra e vendem os produtos de recolha.
Direito à uma justiça equitativa
Este direito não progrediu porque :
• Quando as crianças se apresentam à polícia para apresentar queixa dos patrões, os
policiais nem se quer as escutam;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
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•
•
Há muita corrupção à nível da polícia, então, se tiveres dinheiro escutam-te, se não
tiveres nada feito. Os patrões que têm problemas com as crianças, vão à polícia e
corrompem os policiais para resolver o problema à seu favor;
Toda via, nem sempre é o caso : às vezes, encontramos policiais simpáticos e
honestos que tomam a defesa da criança para que os patrão paguem o que os
devem.
Direito à um trabalho ligeiro
Este direito não progrediu :
• Se no inicio do trabalho, as crianças negociam oralmente com os patrões para não
fazem trabalhos pesados, no fim de conta os empregadores não respeitam as
palavras dadas;
• As crianças não se entendem também para negarem trabalhos pesados. Elas são
obrigadas de aceitarem estes trabalhos pois há sempre alguém que aceita as
substituir e elas não querem perder a sua chance de emprego;
• Quando os camaradas vem visitar as crianças, não podem conversar com eles
porque estão sempre ocupadas.
V-2-1- Pesquisa - acção sobre dois (2) direitos
Constatamos que oito direitos entre os doze progrediram ao passo que quatro não e
decidimo-nos em saber o porquê deste empecilho.
Antes, começamos por fazer um voto para escolher o direito sobre o qual temos
realmente problemas. O direito à uma justiça equitativa foi escolhido. Decidimos de
fazer uma pesquisa-acção sobre este direito e começamos por identificar o problema. De
seguida, procuramos saber porquê que este direito não progrediu trabalhando como num
jogo.
A) O que fez com que o direito à uma justiça equitativa não progredisse ?
As oito dificuldades seguintes foram identificadas :
• Falta de dinheiro;
• Os adultos têm sempre razão;
• Ausência de leis que protegem a criança
• Falta de relações;
• A criança trabalhadora é inferior ao patrão,
• Falta de capacidade de apoio;
• Falta de coragem;
• Mau comportamento (drogas, álcool, incapacidade de se exprimir face à polícia,
etc...)
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B) Relação entre as dificuldades encontradas
Classificamos estas dificuldades por ordem graça a metodologia da pesquisa-acção que
nos permitiu de determinar as que arrastam as outras. Como o comboio, há a locomotiva
arrastando os vagões. Cada dificuldade será considerada como um vagão.
• “ O mau comportamento “ : apanha a “coragem”. Se tiveres um mau
comportamento, será que terás coragem de fazer face à um adulto frente a justiça ?
É não ! Pois, é o “vagão maus comportamento” que apanha o vagão “coragem”.
• É sempre “ o mau comportamento ” que apanha a “falta de dinheiro” : Se te
comportares mal, tomas o dinheiro que ganhas para comprar droga, fazes o que te
apetece. Quando vais à policia, não tens dinheiro, estás a enfrentar problemas que
não podes resolver. Ai também, “maus comportamento” apanha “falta de dinheiro”.
• “ O maus comportamento “ apanha “a Lei” : se te comportares mal, jamais
haverá a lei que diga que as crianças estão sobre o mesmo pé de igualdade perante a
justiça.
• “ A criança inferior” : é porque as pessoas têm uma imagem do que fazem as
crianças que as tomem sempre com baixeza.
• “Falta de relações” : apanha também “falta de dinheiro” : se tens relações, é
certo que terás razão porque elas vão sempre pagar por ti.
• “Falta de relações” apanha também “adulto tem razão” : se não te relacionas
com alguém, se és só, o adulto terá sempre razão.
• “Falta de relações” : apanha também a “capacidade e se organizar” : se são
organizados, têm a capacidade. Não têm relações, vão à polícia, vão perguntar-vos
mas de onde vêm ? Quem são vocês ? Não conhecemos nem se quer a vossa
organização. Se tiverem relações com as autoridades, teremos razão, eles vão ouvirvos também.
• “A Lei” : “A Lei” apanha “a coragem” : se existe uma lei para as crianças, terás
sempre a coragem de fazer face ao problema.
• “Adulto tem razão” : “Adulto tem razão” apanha “criança inferior” : se o adulto
tem razão, tudo o que o adulto disser, tu criança, não te escutarão jamais.
No fim do exercício, constatamos que :
• “Mau comportamento” apanha cinco (5) “vagões”,
• “Falta de relações” apanha quatro (4) vagões.
É “maus comportamento” que puxa os vagões, ele é pois a locomotiva. É ele que puxa
os outros.
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Se, por exemplo, há uma bomba que destruí a locomotiva, quer dizer, o «Mau
comportamento», a locomotiva explode, o comboio não poderá mais avançar. Procurar
destruir a locomotiva, é procurar soluções para o nosso problema.
C) Soluções
Como encontrar as soluções para uma mudança de comportamento ?
• Sensibilizar as crianças e jovens trabalhadores que tem mau comportamento;
• Negociar a aceitação das crianças e jovens alcoólicas ou toxicómanos próximo
dos centros de reabilitação;
• Negociar a reinserção destas crianças ou jovens com as estruturas de apoio;
• Negociar com as autoridades para uma inserção social das crianças e jovens
libertos da prisão.
Como criar relações para se fortalecer ?
• Realizar uma organização interna (ser bem estruturada);
• Sensibilizar (organizar manifestações respeitáveis);
• Levar actividades em aliança com outras associações para estar unido;
• Convidar e discutir com as autoridades e as comunidades religiosas;
• Contactar (se familiarizar com os grupos técnicos, a população, etc...).
São as soluções propostas pelo grupo nº1 para o progresso do Direito à uma Justiça
Equitativa.
V-2-2- Segunda pesquisa - acção
A) O que fez com que o direito à um trabalho ligeiro não tenha progredido ?
O mesmo jogo utilizado sobre o que fez com que o direito não progredisse, deu-nos os
seguintes resultados :
• Muitos pedidos de emprego, poucos lugares disponíveis;
• Não cumprimento de acordos passados com os patrões;
• Falta de Lei;
• Falta de confiança das madrinhas;
• Necessidade de ganhar mais dinheiro; Medo da autoridade familiar;
• Inconsciência dos parentes sobre o perigo de trabalhos pesados;
• Falta de acompanhamento das madrinhas;
• Prazo muito curto na execução do trabalho;
• Falta de colaboração da família.
B) Classificação
• Necessidade de ganhar mais dinheiro (económica);
• Inconsciência dos parentes (mentalidade).
C) Soluções
• Criação de uma lei para garantir o respeito dos acordos entre os EJT e
empregadores no concernente a remuneração (criação de um Comité Jurídico
para a elaboração de uma proposta de Lei, tabela, ect...);
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•
•
•
•
Criação de regras nos sectores de actividade para a recusa de trabalhos
pesados;
Sensibilização dos empregadores e dos parentes, através dos médias, sobre o
perigo dos trabalhos pesados e uma remuneração insuficiente;
Incitar os parentes ao acompanhamento regular de seus filhos no trabalho;
Estabelecimento de cartões de restaurante para diminuir as despesas da
criança.
QUADRO DOS DOZE DIREITOS
Direitos
Ler e
Saúde Formação Respeito
Repouso
Regr/
aldeia
x
x
x
x
x
x
x
x
Jus/
Equi
Trab/ Lazeres
lige
Se org/
se expr
Ser
escutad
o
Seguranç
a
x
x
x
x
x
escreve
r
Países
Guiné
B
Burkina
F
Guiné
C
Costa
M
Mali
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Senegal x
x
x
x
x
Togo
x
x
x
x
x
Benin
x
x
x
x
x
x
Total
8
6
8
6
3
3
Nicarág x
ua
x
x
1
xx
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
2
5
7
6
4
x
x
xx
_________________________________________________________________________________
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Debates
Após a apresentação destes dois grupos em plenária, um debate permitiu de melhor
considerar as soluções preconizadas.
Os animadores pensam que as soluções ultrapassam as competências das AEJT. Por
conseguinte, é mais interessante de começar buscar soluções que correspondem as suas
competências .
Nas suas respostas, os EJT afirmaram que a sua vida precária, a questão da sobre viver
obriga as crianças à aceitar qualquer o trabalho. Eles pensam que uma solução durável
consiste em levar as associações à estarem ao serviço dos mais pequenos, à ajudar as
crianças à serem autónomas.
As Actividades de sensibilização para um trabalho ligeiro ao lado dos Chefes de bairro,
dos Imams ou os patrões estão à iniciar. Assim, nos propomos de que cada associação
organize uma reunião para adoptar um programa de luta contra de exploração do
trabalho das crianças. Voltamos à ver-nos de seguida para uma troca de ideias e pensar
sobre como proceder.
V - 3 - Organização das associações dos EJT
• Experiência de algumas associações em matéria de organização
Tomamos três exemplos diferentes de organização :
Organização em Cotonou
Há uma quinzena de terrenos, o quer dizer os grupos de base. Como não podemos ter a
presença de todos os membros dos diferentes terrenos na alturas das reuniões, criamos
uma Direcção de Coordenação compondo 10 membros. Assim, quando temos reunião
de Coordenação, estes terrenos enviam dois representantes que por sua vez informam os
seus camaradas das discussões ocorridas.
Organização em Dakar
Em Dakar, temos uma Associação de Crianças e Jovens Trabalhadores composta pelo
conjunto dos membros de 17 grupos de base. Estes grupos de base contam 15 à 25 ou
mais membros e seus delegados formam a Direcção da Associação.
A Direcção é composto de um Presidente, de um Vice presidente, de um Secretário
Geral e de um Tesoureiro.
Para levar à cabo uma decisão, os membros do grupo se reúnem e vêem em conjunto o
que há por fazer. A proposta adoptada é de seguida discutida à nível da Direcção antes
que uma decisão seja tomada esta tendo em conta as preocupações de todos.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Organização em Abidjan
Na Costa do Marfim, temos uma organização nacional que está em contacto com a
organização dentro das cidades. À nível de Abidjan, existe um Comité composto de 33
Delegados provenientes de 11 grupos de crianças e jovens trabalhadores. para ser
considerado como membro da associação, é preciso ser EJT e deter uma identificação
que o justifique como membro.
A Direcção tem um mandato de dois anos e é composta de 9 membros que são : o
Presidente e o seu adjunto, o Tesoureiro e o seu adjunto, o Secretário Geral e seu
adjunto, o Comité de imprensa e informação, o Comité de organização e o Comité
socio-económico.
A Direcção reúne-se 2 vezes por mês antes da reunião do Comité dos Delegados para
preparar a ordem do dia da reunião e dar Convocações. O Comité quanto à ele, reúne-se
uma vez por mês.
A Assembleia Geral elabora o plano de acção da associação e a Direcção reúne-se para
fazer a avaliação do Comité.
Àquele que não desempenha bem o seu papel no seu posto, é imediatamente substituído.
Um grupo que tem um problema o diz e a Direcção envia dois Delegados para resolvelo. Para levar à cabo uma actividade, todos EJT cotizam-se. Se o dinheiro não chega,
tiramos na caixa.
«Em resumo acabamos de ver três tipos de organização : primeiro a organização de
base, depois a organização para por cidade e enfim a organização nacional»
• Algumas definições
«Grupo de base», o quê ?
« Grupo de Base» significa EJT bem organizados nos bairros, lugares de trabalho ou na
mesma aldeia.
E a Associação o quê ?
A Associação está formada por grupos de base. Não é a Associação que criou os grupos
mas ela os ajuda à melhor se organizar para avançar, para melhorar as suas condições de
vida e de trabalho e concretizar os seus direitos.
A Associação pode dar conselhos, discutir com as autoridade e os animadores e
procurar também pessoas que possam ajudar os EJT. Discutimos entre nós para
encontrar uma solução de organização que regule todos os grupos e não crie invejas. Por
exemplo, se queremos obter um recibo das autoridades, se quisermos que a nossa
associação seja reconhecida oficialmente, discutimos entre nós para saber como
proceder.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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De onde a Associação tira a sua força ?
A união, o entendimento, o respeito e a coragem entre os grupos de base dão a
associação o seu poder.
Como a Associação pode ajudar as crianças ?
•
•
Ir em direcção dos grupos de base das crianças, fala-las e escuta-las ;
Falar com os parentes se estão presentes e buscar a sua bênção.
Os grupos de base de crianças têm os seus Delegados na Associação. Eles têm os
mesmos direitos e deveres que os outros membros da Direcção da Associação : isso
permite à criança de ter passo à passo a sua implicação e uma formação sobre a AEJT.
Para todos os postos de Direcção, as crianças são eleitas como adjuntas. O quer dizer
que se um jovem é Presidente, uma criança é seu Adjunto, assim sucessivamente.
Qual a idade para os EJT ?
Após discussões em comissão, as seguintes propostas foram feitas :
• A Criança trabalhadora de 7 aos 17 anos;
• O Jovem trabalhador de 18 aos 22 anos.
Na altura da discussão em plenária, havia alguns argumentos contra estas propostas pelo
facto de que por um lado, há uma diversidade de idade no acesso à maioridade nos
diferentes países e por outro, relativos ao que se pode fazer após a idade limite de
actividade no seio dos AEJT.
Uns perguntaram para ter em conta da realidade do movimento Oeste-africano, no lugar
de fixar critérios de idade correspondentes à norma internacional. Talvez, para os
encontros internacionais podemos reter as normas, mas entre nós no movimento não
temos necessidade de fixar a faixa etária.
Para as necessidades da organização, é imperativo de se dar um limite de idade, mas na
prática, é possível de continuar a trabalhar para o movimento retirando-se pouco à
pouco.
No fim da discussão, retivemos a idade limite seguinte :
• Menos de 18 anos
uma criança;
• De 18 ao 30 anos
um jovem.
O que fazer se já não somos mais EJT ?
•
•
Com mais de 30 anos, não se pode ser mais EJT mas pode-se ser um
animador ou uma animadora, um educador ou uma educadora;
Se adquirimos a experiência do Movimento, podemos vir à ser conselheiro
mesmo se levamos as nossas próprias actividades.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Problemas ligados a organização
•
•
•
•
•
•
•
Falta de motivação;
Falta de comunicação e de trocas entre os grupos; Abandono do posto de
certos membros da Direcção;
Falta de tempo do Presidente;
Não houve convocação de reunião por parte do presidente;
Não houve cotização para fazer funcionar a Direcção nacional;
Falta de domínio dos objectivos do movimento EJT . Uns acham que se eles
vêm, eles vão tirar lucros financeiros;
Inigualdade entre crianças e jovens no seio das nossas organizações.
Medidas preconizadas
•
•
Criar em cada posto um adjunto criança ou jovem. O principio de igualdade
existindo, se há um Presidente, o Vice Presidente é uma criança ou um
jovem, se existe um secretário, o adjunto é um jovem ou um pequeno...;
Promover a presença dos dois sexos nas associações e fazer de forma que as
meninas sejam suficientemente representadas na Direcção.
Observação : às vezes, a estrutura local ou nacional, que construímos é muito
complicada. Razão pela qual nos encontramos frente aos problemas evocados : falta de
motivação, presidente que não tem tempo, ... Pois, é preciso ser realista e criar uma
estrutura muito flexível.
O que esperamos dos animadores
ANO 1994
ANO 1998
• Acompanhar os EJT em relação as • Se somos bem organizados, não vale à
autoridades e os jornalistas ( imprensa)
•
•
•
•
•
•
pena e se não somos bem organizados
vale à pena;
• Avançamos sem os animadores e se
houver bloqueio, chamamos por eles .
Serem os nossos interpretes frente as • Não !
autoridades
Serem os nossos interpretes frente os • Vamos juntos
Chefes tradicionais
• Sim !
Informa-nos do que se passa (EJT)
Vermos os resultados juntos
• Sim !
• EJT propõem e pedem conselhos aos
Decidiremos juntos
animadores, depois eles decidem
Nos ajuda à nos organizar
• Sim !
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Outras preocupações dos EJT frente aos animadores
•
•
•
•
•
Reconciliar os EJT se brigarem entre eles;
Considerar todos os EJT ao mesmo pé de igualdade e não os dividir;
Ajudar os EJT à organizar as sessões de formação;
Respeitar os animadores e não os proferir injurias;
Respeitar também os EJT e responder a seus pedidos.
V- 4 - Iniciativas económicas entre 15 AEJT e a utilização do
orçamento 1997
Começamos por definir o quê uma actividade económica. Recenseamos todas as
iniciativas económica com as suas dificuldades antes de fazer uma pesquisa-acção sobre
os empréstimos (dificuldades de reembolso).
quê uma actividade económica ?
•
•
•
Actividades levadas com apoio das estruturas
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Compra e venda de produto (mercadoria);
Venda da sua experiência, a sua técnica, a sua capacidade, o seu conhecimento
(prestação de serviço);
Fabricação e venda de produtos.
Canoas motorizadas;
Fabricação e venda de fornos;
Venda de água (plástico ou barris);
Fabricação e venda de tijolos;
Venda de vestuários (costura);
Venda de sacos plásticos;
Guarda e lavagem de viaturas;
Escamar Peixes;
Cultivo de cogumelos, criação de caracóis;
Venda de chá;
Circo;
Venda de cigarros/fósforos;
Fabricação e venda de sacos, porta moedas;
Venda de produtos locais e transformados.
Actividade económicas levadas pelas as associações
•
•
•
•
•
•
Aluguer de charruas / carros de maus;
Caixa de engraxar;
Grupos de teatro / noites dançantes;
Venda de jornais (letra da rua);
Venda de graxa;
Fabricação de “garri, de massas alimentar, de “toffi”, maionese etc;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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•
•
•
•
•
Exposição venda de sacos e produtos de artesanatos;
Venda de peixes fresco e secos;
Venda de sabões, Omo;
Venda de panos de cor
cartas.
Outras despesas efectuadas pelas associações
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Regulamento da tarifa do transporte;
Compra de Tee-cherts para o 1º de Maio;
Sensibilização (preparação e gastos de reuniões /restituição),
Formação (RAP, Tinturaria, Cozinha, Criação de caracóis e de cogumelos);
Organização de noites dançantes;
Criação de lojas (boutiques);
Estabelecimento de peças de viagem (passaporte);
Compensação das faltas por ganhar;
Subsídio empréstimo aos membros;
Organização de jornadas de reflexão (encontros);
Instalação de membros.
Dificuldades encontradas nas actividades económicas
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Escoamento difícil dos produtos (LDR data passada, etc...);
Não cumprimento aos acordos de partida (recusa de pagamentos como previsto, não
cumprimento no engajamento);
Desacordo dos parentes sobre a participação das crianças (mobilização, motivação);
Excursão regular pela polícia;
Rivalidade na venda (concorrência);
Risco de roubo e de agressão, violação;
Lentidão de reembolsos (abandono de alguns);
Ausência de ajuda por parte das instituições,
Falta de formação em contabilidade;
Às vezes pouco dinheiro na caixa (desvio ?)
Organização no seio dos AEJT para a gestão dos 600 000 Fcfa
Quem toma as decisões ?
•
•
•
EJT e animadores;
Animadores;
Um Comité de gestão e a Direcção da associação (EJT).
Quem efectua as despesas ?
•
•
•
Animadores;
EJT;
EJT e animadores.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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A quem prestam contas ?
•
•
•
•
Aos EJT;
Aos animadores;
Aos EJT e aos animadores
À ninguém.
Existirá um Comité de gestão ?
•
Duas (2) cidades somente criaram o seu Comité de Gestão.
Contabilidade ?
•
Na gestão quotidiana, oito (8) cidades tiveram uma contabilidade regular.
Critério da associação para beneficiar de um empréstimo
Alguns EJT acharam útil ajudar os seus membros à levarem à cabo as actividade
económicas e fixaram as regras do jogo.
Então para beneficiar de um apoio é preciso :
• Ser um EJT em actividade e pertencente à um grupo;
• Ser um membro que tenha pago as sua cotas ;
• Ter a garantia do presidente ou do grupo.
Exercício da pesquisa-acção sobre o problema de gestão
Identificamos também as dificuldade seguintes :
• Falta de responsabilidade;
• Uns não são Honestos;
• Problemas pessoais;
• Ele gastam mal;
• Más escolha de actividade (não existe beneficio);
• Falta de critério de empréstimo;
• Falta de acompanhamento;
• Falta de noção de gestão;
• Mudança de actividades.
Pelo sistema de jogo decidimos que cada um dos membros da comissão representa uma
dificuldade e procuramos ver quem apanha quem.
Assim :
•
•
•
•
•
•
“Falta de responsabilidade” é representada por Nadège Fleur;
“Uns não são honestos” é representado por Isabelle;
“Problemas pessoais” é representado por Azévédo
“Eles gastam mal” é representado por Drissa com Seydou
“Más escolhas de actividades (sem benefícios)” é representado por Ousmane
com Ahmadou;
“Falta de critérios de empréstimo” é representado por Alpha com Ahmed;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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•
•
•
“Falta de acompanhamento” é representado por Claude;
“Falta de noção de gestão” é representado por Brah;
“Mudança de actividade” é representado por Kodi com Ngara.
Após ter procurado que apanha mais pessoas, obtivemos os seguintes resultados :
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Falta de responsabilidade : 2 pontos;
Uns enganam-se : 1 ponto;
Eles tem problemas : 0 ponto ;
Eles gastam mal : 0 ponto ;
Más escolhas de actividade : 1 ponto ;
Falta de critérios de empréstimo : 2 pontos;
Falta de acompanhamento : 2 pontos;
Falta de noção de gestão : 3 pontos;
Mudamos várias vezes as actividades : 2 pontos.
falta de responsabilidade
responsabilidade
Uns enganam-se
Mudamos várias
vezes as actividades
Eles têm problemas
Falta de noção de
gestão
Eles gastam mal
Más escolhas de
actividade
Falta de
acompanhamento
Falta de critérios de
empréstimo
•
•
•
Como fazer face à falta do acompanhamento e a formação em gestão ?
Formação dos membros em noções de gestão e reciclagem frequentes;
Elaboração e aplicação dos critérios de empréstimo;
Criação de um Comité de acompanhamento EJT e animadores.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Importância do orçamento para o ano 1997
•
•
Insuficiente, então procura-se dinheiro por ai (cotas, apoio pelas
instituições);
Insuficiência, então priorizamos as actividades.
Proposta do orçamento de 1998
•
750 000 Fcfa aos 15 de Março de 1998
Critérios de acesso à este orçamento 1998
•
•
•
•
•
•
Apresenta um relatório financeiro para as associações tendo já recebido o
dinheiro, fazer um relatório trimestral com ajuda da estrutura de apoio;
Priorizar as associações tendo um plano de acção;
Definir as acções bem precisas;
Ter um sistema de cotização;
Ter um Comité de gestão;
Ter os cartões de membros.
NB : Os EJT devem trabalhar em 1999 para cumprirem com todas estas condições.
VI - TROCAS ENTRE OS ANIMADORES
Paralelamente as reuniões dos EJT, os animadores e animadoras encontram-se para
discutir as suas perspectivas no apoio ao desenvolvimento do Movimento e na
concretização dos direitos.
As discussões retractaram essencialmente sobre as dificuldades de apoio na
organização, na formação, na gestão e na planificação das actividades.
VI - I - Perspectivas dos animadores e animadoras no apoio ao
desenvolvimento do Movimento e na concretização dos direitos dos
EJT
Por uma pesquisa-acção de onde os percorridos e os resultados mencionados acima
foram divididos pela segunda vez com as Crianças e Jovens Trabalhadores, os
animadores/doras examinaram as dificuldades encontradas nas suas práticas
quotidianas.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Objectivo
•
Desbloquear uma estratégia comum de acompanhamento e/ou de sustento aos EJT
Conteúdo de trabalhos
A apresentação das experiências dos 13 Países retractou-se sobre os seguintes pontos :
•
•
•
•
•
As modalidades e formas de apoio aos EJT para a concretização dos seus direitos;
As actividades económicas;
A comunicação;
Os resultados obtidos;
Os problemas/dificuldade encontradas.
Demarchas
•
•
•
•
Dividir experiências de acompanhamento;
Definir a noção acompanhamento;
Desbloquear as dificuldades ligadas ao acompanhamento dos EJT na altura dos
trabalhos da comissão (3 grupos);
Realizar em comum os trabalhos de grupo e fazer a apresentação.
Definição da noção acompanhamento
•
Ir com o EJT à partir de objectivos definidos com ele apoiando-se sobre as
estratégias para o seu próprio desenvolvimento (orientação, respeito das normas
sociais, conselho, ...);
Respeitar os seus objectivos;
Definir uma plataforma comum;
Definir em comum as actividades e os suportes.
•
•
•
Em função desta definição, cada grupo deveria ressaltar as dificuldades reais ligadas ao
acompanhamento.
As dificuldades
•
Insuficiência das competências dos animadores em certos domínios : organização,
gestão, planificação, estudo de projectos, acompanhamento de avaliação,...;
Dificuldades em perceber a função de cada actor : EJT, animador, estrutura de
apoio, famílias, autoridades administrativas, jurídicas e políticas, ...;
Ausência de confiança mútua;
Ausência de um quadro jurídico garantindo a acção das associações dos EJT.
•
•
•
_________________________________________________________________________________
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Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Análise das dificuldades /problemas identificados
A) Insuficiência de competências dos animadores em certos domínios : organização,
planificação, estudo dos projectos, acompanhamento de avaliação, ...
Causas :
•
•
•
•
•
Conhecimento insuficiente do meio;
Falta de recursos necessários ao funcionamento;
Falta ou fraca remunerações;
Insuficiência de utensílios metodológicos;
Dificuldade de conciliar a urgência da estrutura e o trabalho à longo prazo sobre o
terreno.
Problema priorizado :
•
Insuficiência de utensílios metodológicos
Acções :
•
•
Organizar sessões/ateliês de formação (EJT - animadores);
Organizar intercâmbios inter-cidades.
B) Dificuldade em perceber a função de cada actor : EJT, animador, estruturas de
apoio, famílias, autoridades administrativas, jurídicas e políticas, ...
Causas :
•
•
•
•
Não domínio dos utensílios de animação;
Não definição de um processo de acompanhamento;
Não concordância das visões (animadores e estruturas de apoio);
Insuficiência de meios por parte de certas estruturas de apoio.
Atitudes de assistência :
•
•
•
Necessidades ou problemas dos EJT nem sempre são claramente exprimidos;
Objectivos operacionais nem sempre são dividido e planificados;
Não implicação dos EJT na realização dos objectivos definidos.
Causa determinante :
•
Os objectivos operacionais nem sempre são divididos e planificados.
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Acções :
Formação dos animadores e dos EJT sobre :
• A definição dos objectivos;
• A planificação;
• As técnicas de facilitação;
• A dinâmica de grupos.
VI - 2 - Funções, qualidades, direitos, deveres e caderno de encargos
do animador
Algumas precisões para melhor delimitar o conceito de acompanhamento
Os animadores /animadoras perguntaram-se algumas vezes para poderem entender mais
claramente sobre a questão de acompanhamento :
•
•
•
•
•
•
Onde chegar com os EJT ?
Para qual destinação ?
O porquê de lá ir ?
Como lá ir ? (com que meio ?)
Qual é a posição que o animador deve adoptar ? (frente, trás, à esquerda, à direita ou
ao centro ?)
Haverá etapas ?
Habitualmente, a demarcha de parceria é horizontal. Por isso, se meter-se à frente é
desaconselhada pois o animador não deve ser consultado somente em caso de bloqueio
pontual. Deve ai haver uma pedagogia dinâmica onde a parceria se negocia sabendo que
:
•
•
Cada um guarda à sua própria identidade;
A parceria desenrola-se num meio ambiente.
Por outra, ressaltamos algumas dimensões de acompanhamento :
•
•
•
Socio-económicas;
Socio-educativas;
Socio-politicas.
Segundo os resultados do acompanhamento, notamos muitas falhas pois o acento é
sobretudo posto sobre as dimensões Socio-económicas (projectos) e Socio-politicas
(direitos).
Aliás, o movimento EJT aconteceu muito rápido, como uma revolução sindicalista.
Desde o inicio, a prioridade é posta sobre dimensão Socio-politica. A solidariedade, a
divisão à nível sub-regional ou internacional são excelentes coisas. Mas não seria
melhor priorizar o reforço de base em cada grupo (aldeia, cidade ou países) ?
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Além disso, o socio-educativo deveria fazer ver aos EJT que eles são membros de uma
comunidade com os direitos e deveres.
Função de acompanhador
Perguntamo-nos o seguinte :
•
•
•
Onde iremos com os EJT ?
Onde irão eles ?
Onde é que eles levam-nos ?
O que nos permitiu de exalar as diferentes funções de animador são :
•
•
•
•
•
A clarificação de onde queremos chegar com os EJT;
A clarificação das etapas com o EJT entre o ponto de partida e o ponto de chegada;
A facilitação à apreciação dos meios e recursos disponíveis e aquisição do que
faltam para efectuar a viagem;
A facilitação à gestão e a utilização dos meios;
A facilitação à capitalização das experiências à levar à disposição dos outros EJT e
animadores.
Em suma a função principal de acompanhador é a Facilitação das acções de EJT.
Reparamos que exalou-se uma convergência das definições feitas pelas duas partes
sobre a função dos animadores.
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VI -3 - Animadores e EJT definem suas funções
Função definida pelos EJT
•
•
•
•
•
•
Função definida pelos
Animadores
O animador deve ajudar-nos à organizar as
formações
Nos ajudar em nos organizarmos : Sim;
Nos aconselhar se discutimos entre nós
Ver os resultados juntos : Sim;
Propomos e pedimos
conselhos aos
animadores, depois os EJT decidem
Acompanhar os EJT
autoridades e a imprensa.
em
direcção
•
Facilitar à gestão e a utilização de meios
•
Regular os conflitos
•
Clarificar a destinação com os jovens
(objectivos);
Clarificar as etapas com os EJT entre o ponto
de partida e de chegada (acompanhamento e
avaliação)
Facilitar a apropriação dos meios disponíveis e
a aquisição dos meios não disponíveis
•
as •
Não vale a pena se somos bem organizados
Vale à pena se não somos bem organizados
• Avançamos sem os animadores, e se houver •
bloqueio chama-os;
• Serem nossos interpretes.
- Frente as autoridades : Não
- Chefes religiosos : Sim
• Manter-nos informados de tudo que se passa :
Sim
• O animador deve por os EJT ao pé de
igualdade, não os dividir
• Os EJT devem respeitar os animadores, não os
ferir com palavras violentas
• Os animadores também devem respeitar os EJT
e responder aos seus apelos.
Facilitar a capitalização das experiências
(comunicação - informação)
De seguida,
• Os EJT insistiram sobre a necessidade de sentarem-se com os animadores para
verem os resultados juntos;
• Evocaram o caso de conflitos que podem advirem e pediram que os animadores
assegurem a arbitragem na imparcialidade;
• Eles querem ser informados de tudo que se passa.
No entanto, a função que os animadores definiram e que os EJT não ressaltaram da sua
reflexão : A clarificação da destinação com o EJT (objectivos).
Os direitos do acompanhador :
•
•
•
Ser reconhecido, valorizado pela sua função e o seu estatuto;
Ter uma promoção integral;
Aceder as condições mínimas de trabalho.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Os deveres do acompanhador :
•
•
•
•
•
As qualidades do acompanhador :
•
•
•
•
•
Disponibilidade;
Utensílios suficiente;
Exigência e rigor profissional,
Formação auto-formação permanente;
Respeito de seus engajamentos.
Humildade, coragem, perseverança, abnegação;
Capacidade de se questionar (ser consciente de suas forças e de suas
fragilidade),
Capacidade de escuta,
Aceitação de correr riscos;
Amor ao trabalho bem feito, ter vontade de trabalhar.
O caderno dos encargos :
Facilitar e promover o processo de desenvolvimento com :
•
•
•
•
•
Encontros com os EJT;
O apoio aos encontros entre os EJT;
Apoio à auto-organização;
A redacção dos relatórios;
A supervisão da gestão dos fundos e do material.
VII - ACÇÃO E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
Na altura dos encontros internacionais, uma opinião quis que a criança não trabalhasse
se tivesse menos de 15 anos. Finalmente, a decisão tomada foi interditada :
•
•
•
O trabalho muito perigoso para as crianças;
A escravatura das crianças, as crianças que trabalham para pagar as dividas;
O trabalho das crianças que têm menos de 12 anos.
África, um programa intitulado de Programa Internacional para Abolição do Trabalho
das Crianças (IPEC) foi realizado.
A UNICEF e o BIT preparam um encontro em Cotonou sobre o tema : Tráfico das
Crianças Domésticas. É concernente aos parentes que vão as aldeias buscar as crianças
sob pretexto de as ensinar uma profissão, mas que logo às suas chegada a cidade, as
utilizam como domésticas.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Amsterdão
Sobre o trabalho das crianças com menos 12 anos, eles disseram que nós não temos a
escolha entre trabalhar e não trabalhar. Mas, nós não aceitamos obrigações de ir à escola
e interdição do trabalho das crianças.
Oslo
Nós participamos na Conferência de Oslo precedida de um Fórum que foi difícil pois as
posições dos representantes dos países presentes eram diversas vistas as realidades
diferentes nos Continentes. Durante uma semana, trabalhamos sem tomar decisões.
Os representantes do Brasil eram contra o trabalho das crianças. Nós discutimos horas e
horas sem termos decisões comuns.
Todavia, organizamos uma Conferência de Imprensa, encontro o “ L´ ombudgman” e a
Secretaria Geral da UNICEF a quem apresentamos as nossas propostas.
Dibou Faye, Delegado do Movimento Oeste-africano dos EJT tomou a palavra no
atelier “Mobilização Social Contra o Trabalho das Crianças “. Ela conclui a sua alocução
dizendo que a comunidade internacional deve fazer uma mobilização social contra a
pobreza para melhorar as condições dos EJT e não contra o trabalho das crianças.
Um Delegado do Fórum foi designado para representar as nossas conclusões na
Conferência : Uma mobilização social contra a pobreza e a melhoria das condições de
vida das crianças trabalhadoras, uma educação adaptada à nossa situação, dos cuidados
médicos, estar sobre a mesmo pé de igualdade de todo mundo.
Pretória
Dois Delegados do Movimento participaram na consultação regional africana sobre o
trabalho das crianças. Estava previsto que tomaríamos a palavra no último dia. Este
tempo de palavra nos foi negado no último minuto.
Decisão sobre a marcha global
Discutimos sobre o questionário que nos enviou o Secretariado da marcha global contra
o trabalho das crianças. Tivemos unanimemente deplorado o facto de que os
organizadores de marcha não tomaram contacto com as crianças trabalhadoras
organizadas, nem pediram o Aviso dos nossos Delegados na altura das Conferências de
Amsterdão e de Oslo em 1997.
Não podemos andar contra o nosso próprio meio de subsistência, o quer dizer o trabalho
pelo qual preparamos à nossa vida futura e pelo qual ajudamos os nossos familiares.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Discussão sobre a nova convenção
Muitos entre nós puseram em evidências numerosas leis que saem e que não são
aplicadas porque elas não combinam com as realidades dos Países. Por isso, criaram
outras.
O nosso desejo é que estes decidores reconheçam os Movimentos de Crianças
Trabalhadoras como sendo os principais concernentes para a elaboração das convenções
e que eles participem na tomada de decisões dos concernentes.
Estamos pois de acordo para programas decididos pelas crianças e os seus parentes para
lutar contra a pobreza, a injustiça e melhorar a situação da família. Queremos todos uma
educação que nos ofereça perspectivas futuras.
Propomos que se melhore as condições de trabalho das crianças pois as más condições
constituem para nós a exploração.
O Movimento identificou as boas condições de trabalho como sendo seguintes :
•
•
•
•
•
Trabalhar em tarefas ligeiras;
Ter tempo durante o dia para estudar e se formar;
Ser respeitado, receber os primeiros socorros em caso de doença ou acidente;
Não ser obrigado à trabalhar quando cansado;
Poder fazer economias para as nossas necessidades e ajudar à famílias.
VIII - DECLARAÇÃO FINAL DO 4º ENCONTRO DAS
CRIANÇAS E JOVENS TRABALHADORES DA ÁFRICA EM
POPENGUINE
(Senegal) de 17 aos 27 de Fevereiro de 1998
Os nossos direitos
Dos nossos doze direitos de Crianças e Jovens Trabalhadores (EJT), oito progrediram
graça aos nossos esforços, os da ONGs e de certas autoridades que nos escutam.
Os pequenos
Mais crianças participam ao movimento. Estas crianças pedem agora a igualdade nas
nossas associações e estamos todos de acordo.
Vamos melhor organiza-las e as mobilizar para que elas neguem trabalhos pesados.
Vamos intervir também quanto aos maus tratos ou quando as fazem trabalhar muito.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Organização
•
Os grupos de base dos EJT aumentaram nas cidades e nossas associações
ajudado-as à concretizar os direitos. Com a educação, as cotizações, a
formação a Pesquisa-Acção-Participativa e a Gestão, há muito mais
actividades.
Para reforçar a nossa formação e nossas actividades económicas, vamos negociar com
as autoridades e as ONGs por que não podemos tudo fazer sós.
•
•
Cada vez mais, as necessidades de se concertar existem. Pedimos as nossas
instituições de apoio e as pessoas de boa fé de nos ajudar a criar uma rede
para comunicar;
Para o nosso movimento, nós elegemos, Lucas Serge Ndouba (Abidjan),
Ibrahim Camra (Bamako), Nabian Zisa (Bissau), Dibou Faye (Dakar), Brah
Essi Holasse (Lomé) como porta-vozes do Movimento africano dos EJT.
Eles devem se encontrar uma vez por ano para tomarem decisões. Eles
devem decidir a maneira, o momento e as modalidades dos encontros
regionais.
Acção Internacional
Desde o nosso encontro internacional do EJT em Kundapur em Dezembro de 96,
pensámos que à nossa participação as grande conferências de Amsterdão e o Oslo serviu
para fazer compreender aos decidores e aos especialistas que não temos escolha de
trabalhar ou não trabalhar.
Decidimo-nos em não participar na Marcha Global contra o trabalho das crianças.
Estamos prontos à participar aos programas nacionais e regionais, para a melhorar as
condições do trabalho das crianças, discutir e tomar as decisões juntos com as
autoridades e as organizações que se ocupam deste assunto (BIT, UNICEF).
O Movimento
Muitas cidades querem aderir ao nosso movimento que ultrapassa agora as fronteiras
sobre-regionais para ser MOVIMENTO AFRICANO DAS CRIANÇAS E JOVENS
TRABALHADORES.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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IX - ENCONTRO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS DE
CRIANÇAS TRABALHADORAS/NINÕS Y ADOLESCENTES
TRAJADORES DA ÁFRICA, DA AMÉRICA LATINA E DA
ÁSIA
Dakar (Senegal) de 01 à 04 de Março de 1998
Síntese dos trabalhos do “Mundialito” de Dakar
Introdução
Após o 4º encontro Africano dos EJT, uma reunião internacional “Mundialito” realizouse em Dakar. A primeira jornada foi consagrada à uma troca entre 3 Delegações sobre a
situação actual, os seus sucessos e suas dificuldades.
Desta jornada, foi ressaltado que os Movimentos se desenvolvem sobre uma escala
regional mais com uma disparidade entre os países.
Para a América Latina, em alguns países, as crianças trabalhadoras são muito
organizados e nos outros menos. A coordenação entre os Movimentos funciona bem. Os
direitos progridem para todas as crianças trabalhadoras. Algumas legislações as
protegem melhor. A pobreza e também a violência aumenta.
Na Índia, um certo número de Uniões (associações) se desenvolvem em contacto com as
duas já existentes que são as primeiras e elas mesmo se reforçam porque as crianças
trabalhadoras se interessam mais na organização. Certos direitos progridem como o de
estudar mesmo se trabalhas na fábrica. Os problemas de uma sociedade muita
hierarquizada ficam como a participação das meninas ao Movimento.
Na África, o Movimento ultrapassou as fronteiras sobre-regionais. Várias outras cidades
estão a organizar e propõem integrar. Oito (8) dos doze direitos identificados pelos EJT,
progrediram. Acções económicas pelas associações iniciaram assim como uma
formação metodológica.
Sobre os três continentes, uma discussão instaurou-se entre o Movimentos e autoridades
à um alto nível. Portanto, nenhum dos Movimentos tem reconhecimento jurídico. Os
Movimentos realizaram muitas acções de comunicação.
Um balanço da participação as conferências internacionais foi feito, esta participação de
Amsterdão à Oslo depois em Geneva diminui. O Movimento ainda é fraco, é por isso
que em Oslo, dividiu-se. É necessário aprender os problemas que encontramos e o
reforçar para que a voz das Crianças Trabalhadores possa ser entendida sobre o plano
internacional como ele é nos países.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Reforçar o Movimento Internacional
As seguintes acções foram propostas e discutidas :
1- Encontros
Os EJT/NATs participarão em 1999 aos encontros regionais previstos na América
Latina e na Ásia. A esta ocasião, eles realizarão os «mundialitos»
2- Comunicação
A comunicação deve melhorar para reforçar a solidariedade entre os Movimentos sobretudo
utilizando o E-mail (correio electrónico).
Eles comunicarão regularmente para informar as acções levadas e os problemas
encontrados e enviarão os seus boletins. Estas informações farão o objecto de um
boletim internacional simples para os membros do Movimento e os novos aderentes.
Um cartaz comum será redigido em todas as línguas e divulgado à ocasião da
Conferência de Geneva.
3 - Coordenação
Uma coordenação poderá ser feita a partir da África, para informar novas questões
concernentes os EJT, para animar e traduzir a discussão à distância. Um Delegado será
responsável por cada continente pela Coordenação Internacional.
•
•
•
Bawani para a Ásia;
Derlis para a América Latina;
Dibou para a África.
Decisões poderão ser tomadas à distância se todo o mundo responder as mensagens e se
uma boa informação é fornecida à todos para a refletir bem antes.
4 - financiamento
Os financiamento serão procurados em conjunto para reforçar a troca internacional e o
Movimento na sua organização e a sua formação no plano local, regional e
internacional.
5 - Expansão
Novos membros serão procurados nos três continentes e sobre os outros (por exemplo
na Europa).
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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6 - Respeito mútuo
Os membros do Movimento respeitarão sua diversidade, terão a vontade de se
escutarem mutuamente para estarem de acordo e não deixarão ditar as decisões pelos
outros.
7 - Acordo de base
Os dez pontos de Kundapur constituem a base do acordo entre os Movimentos, assim
como os pontos decididos em Amsterdão e Lima.
Em Dakar, os pontos seguintes foram ressaltados :
Sobre o trabalho : os EJT/NATs lutam :
•
Para que todas as crianças trabalhadoras tenham o direito de escolher um dia entre o
trabalhar e não trabalhar;
• Para valorizarem o seu trabalho;
• Para atacar as condições indignas da vida e dos trabalho;
• Contra a exploração do seu trabalho.
Sobre o protagonismo
Os EJT/NATs são os protagonistas do seu próprio Movimento.
Sobre a organização
Promoção da Organização ao plano local, nacional, continental e internacional.
Sobre a dignidade
Os EJT/NATs estão orgulhosos da sua identidade de trabalhadores.
Sobre a solidariedade
Os Movimento dos EJT/NATs apoia-se mutuamente face as dificuldades financeiras,
políticas, afectivas e morais.
Sobre a Marcha Global
Os Movimentos de EJT/NATs recusam todos de participarem à Marcha Global, de onde
os iniciadores provaram o seu desinteresse para a sua participação. O caracter
abolicionista desta Marcha não é aceitável para os EJT/NATs.
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Sobre o encontro das crianças em Geneva
Os EJT/NATs vão negociar a sua participação com a Terra dos Homens Suíça, e buscar
no seio da sua rede o apoio de outras possibilidades de fazer valer sua presença e suas
posições à ocasião da Conferência.
Declaração Final
Na altura do nosso encontro, decidimos o seguinte :
Debate sobre a nova convenção
• Vamos perguntar à O. I. T. de nos dar a palavra na altura da sua próxima
Conferência de Geneva, para nos exprimir sobre o projecto da nova
convenção sobre as «formas intoleráveis» de trabalho das crianças;
• Somos contra a prostituição, a escravatura e o tráfico de droga pelas
crianças;
Estes são os DELITOS, e não é trabalho ! Os decidores devem distinguir claramente o
trabalho dos delitos;
•
•
•
•
Lutamos cada dia contra os trabalhos perigosos e contra a exploração do
trabalho das crianças;
Lutamos igualmente para melhorar as condições de vida e do trabalho de
todas as crianças do mundo;:
Queremos que todas as crianças do mundo tenham um dia o direito de
escolher entre trabalhar e não trabalhar;
O trabalho deve acordar-se com a capacidade e o desenvolvimento de cada
criança, e não de depender da sua idade.
Iniciativas e políticas sobre o trabalho das crianças
•
•
Os Movimentos de crianças trabalhadoras devem sempre ser associadas as
decisões sobre o trabalho das crianças. Se for preciso decidir, devemos
decidir todos juntos;
Não iremos participar na Marcha Global contra o trabalho das Crianças, pois
os organizadores não quiseram associar-nos a sua organização, e porque não
podemos caminhar contra o nosso próprio trabalho.
Os nossos movimentos
Decidimos de criar uma COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS DAS
CRIANÇAS TRABALHADORES Para :
•
•
•
Reforçar a nossa solidariedade;
Fazer conhecer os nossos dez pontos decididos em Kundapur contra a pobreza é
as causas da nossa situação, e para melhoria das nossas condições de vida e de
trabalho;
Damos sempre o nosso ponto de vista nos debates sobre trabalho das crianças;
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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Lançamos um apelo à todos os Movimentos de Crianças Trabalhadoras para que eles se
juntem à nós.
Participantes
• Balla Mazdur União :
Deepah, 16 anos, documentarista
Manoj, 22 anos, educador de rua
• Bhima Sanga União :
Manju, 18 anos, sapateiro
Bawani, 16 anos, Costureira
• Movimento Latino americano de ninõs y adolescentes trabajorores
(NATs) :
Caterina, 16 anos, vendedora depois documentarista
Maria, 16 anos, Vendedora
• Movimento Africano das Crianças e Jovens Trabalhadores
(MAEJT) :
Brah Essi, 16 anos, empregada de casa
Dibou Faye, 14 ano, empregada de casa
Ibrahin, 16 anos, engraxador
Serge Lucas, 17 anos, aprendiz
Claude François, 17 anos, aprendiz
Aimé Bada, 24 anos, mecânico
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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X- ANEXOS
X-1-Anexos -1
Menção de agradecimentos
Nós agradecemos,
•
Pela sua colaboração financeira na organização deste encontro as organizações
seguintes :
• Deutscher Caritas Verband (Alemanha)
• Radda Barnen (Guiné Bissau)
• Redd Barna (Noruega)
• Terre dos Hommes (Alemanha)
• Enda Tiers Monde (Senegal)
• UNICEF, Benin, Mali, Guiné Conakri, Madagáscar, Burkina Faso.
•
Pelo o seu apoio, as instituições de apoio abaixo :
• Angola
CIES Kandengues Unidos - Luanda
• Benin
Archevêché de Cotonou, Projecto ESD
• Burkina Faso
Coup d´ Pouce - Ouagadougou
ECLA - Ouahigouya
• Costa do Marfim
ABEL/LVIA - Grand Bassam
BICE - Abidjan
Projecto EASEMO - Bouaké, Korhogo
• Etiópia
Circus in Ethiopia
• Guiné
Sabou Guiné - Conakri
Terre des Hommes - Conakri
• Guiné Bissau
AMIG/ALTERNAG/ENDA - Bissau, Canchungo, Mansoa
Radda Barnen
• Madagáscar
ENDA - Antananarivo
CORAU
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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• Mali
Centre Ladiya S/ Action Mopti - Mopti ENDA Mali - Bamako
Relais Urbain Educatif - Kayes
• Mauritânia
Caritas - Nouakachott - Projecto enfant de la rue
Niger Caritas Niger - Projecto Amin
• Ouganda
FOCA
• República Democrática do Congo
GRAMID - Kinshasa
• Senegal
ENDA TM - Dakar, Zinguinchor
Caritas, Terre des Hommes - Geneva,
Projecto Clairenfance Saint Louis
• Tchad
APPERT, NDJAMENA
• Togo
WAO Afrique - Lomé
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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X- 2 Anexo 2
LISTA DOS PARTICIPANTES E ENDEREÇO
Nº
NOMES
1 Bada Aimé
2 Edoh Urbain
3 Abgadi Edwige
4 Sagbo Roger
5 Ouédraogo Hamado
6 Sayaogo Siméon
7 Barry Fatimata
8 Ouédraogo Abdoulaye
9 Ouédraogo Maimoina
10 Kaboré Adama
11 Ouédraogo Jean François
12 Zémon Assetou
13 Ouédraogo Georgette Théodora
14 Ndouba Lucas Serge
15 Tano Tina Akoua
16 Isabelle Kouadio
17 Kouao Namien Jules
18 Ouizan-bi Hugues
19 Ségui Raphael Séry
20 Houssou Nadège Fleur
21 Doumbia Seydou
22 Kolotioloma Soro Kolo
23 Gnagoran Koffi
24 Kobenan Pokou
25 Antoine Lamien
26 Ballie Jean Claude Elodine
27 Gbéan Koné
28 Traoré Sékou
29 Soro Yaya
30 Tasseu Tamrat
31 Ms Bekele Engudai
32 Baptista Azévédo
33 Sani Cheik
34 Nabian Ciza
35 Lima Adérito
36 Augusto Mango
37 Hassanatou Camara
28 Mané Zénaba
39 Zakaria Baldé
40 Mohamed Chérif Sylla
41 Ibrahima Kalil Diakité
42 Mahmadou S. Diallo
43 Mr. Ganapathy
44 Miss Bhavani
45 Mr Manjunath
46 Mr Deepak Shukla
PAÍSES
Cotonou, Benin
Cotonou, Benin
Cotonou, Benin
Cotonou, Benin
Ouahigouya, Burkina Faso
Ouahigouya, Burkina Faso
Ouahigouya, Burkina Faso
Ouahigouya, Burkina Faso
Ouahigouya, Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso
Abidjan, Costa do Marfim
Ãbidjan, Costa do Marfim
Abidjan, Costa do Marfim
Abidjan, Costa do Marfim
Abidjan, Costa do Marfim
Abidjan, Costa do Marfim
Bouaké, Costa do Marfim
Bouaké, Costa do Marfim
Bouaké, Costa do Marfim
Bouaké, Costa do Marfim
Grand Bassam, Costa do Marfim
Grand Bassam, Costa do Marfim
Grand Bassam, Costa do Marfim
Grand Bassam, Costa do Marfim
Korhogo, Costa do Marfim
Korhogo, Costa do Marfim
Addis Abéba, Etiópia
Addis Abéba, Etiópia
Bissau, Guiné Bissau
Bissau, Guiné Bissau
Bissau, Guiné Bissau
Bissau, Guiné Bissau
Bissau, Guiné Bissau
Conakri, Guiné Conakri
Conakri, Guiné Conakri
Conakri, Guiné Conakri
Conakri, Guiné Conakri
Conakri, Guiné Conakri
Conakri, Guiné Conakri
Karnataka State, India
Karnataka State, India
Karnataka State, India
New Delhi, India
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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47 Mr Manoj Singh Rawat
48 Mr Krishna K. Triparthy
49 Iaina Mandresy
50 Mamy Nirina
51 Sylvie Rakotondralambo
52 Rivola L. Randrianavao
53 Bintou Coulibaly
54 Ibrahima Camara
55 Mamadou Niambélé
56 Ousmane Bouaré
57 Fatoumata Traoré
58 Alassane Sagaren
59 Alamine Touré
60 Hamadou Sembe
61 Sacko Modilo
62 Diarra Néné
63 Prosper Camara
64 Cissoko Drissa
65 Alpha Diallo
66 Mohamed Ould Abdallahi
67 Samba Camara
68 Tagba Djémila
69 Brah Essi Holasse
70 Mensah Yawa Unim
71 Ngara Djimrabèye
72 Domti Kodi
73 Djékya Laoubara Bernabé
74 Maria de los Angeles Ortega
75 Martiza de Carmen Caceres
76 Catherina Sanchez
77 Alejandro Martinez
78 Mr. W. El-Wambi
79 Mambeke Mayo
80 Kankonde Madimba
81 Kabw Mukanz Diyamby
82 Alou Hama
83 Keita Moussa
84 Amadou Oumarou
85 Thiané Diop
86 Ousmane Ly
87 Mbarka Diassé
88 Pape Demba Fall
89 Mr Diop
90 Claire Diatta
91 Soda Thiaw
92 Martine Badiane
93 Amadou Sène
94 Bamba Diaw
95 Dibou Faye
96 Alexis Badji
97 Pierre-Marie Coulibaly
98 Elina Van Der Boon
99 Fernand Nadiaka
100 Armelle Chatellier
101 Mr Ibra Fall
New Delhi, India
New Delhi, India
Antananarivo, Madagaáscar
Antananarivo, Madagaáscar
Antananarivo, Madagaáscar
Antananarivo, Madagaáscar
Bamako, Mali
Bamako, Mali
Bamako, Mali
Bamako, Mali
Mopti, Mali
Mopti, Mali
Mopti, Mali
Mopti, Mali
Mopti, Mali
Kayes, Mali
Kayes, Mali
Kayes, Mali
Nouackchot, Mauritânia
Nouackchot, Mauritânia
Nouackchot, Mauritânia
Lomé, Togo
Lomé, Togo
Lomé, Togo
Ndjaména, Tchad
Ndjaména, Tchad
Ndjaména, Tchad
Managua, Nicarágua
Managua, Nicarágua
Bogota, Colómbia
Bogota, Colómbia
Kampala, Uganda
Kinshasa, R. D. do Congo
Kinshasa, R. D. do Congo
Kinshasa, R. D. do Congo
Niamey, Niger
Niamey, Niger
Niamey, Niger
Saint-Loius, Senegal
Saint-Loius, Senegal
Saint-Loius, Senegal
Saint-Loius, Senegal
Saint-Loius, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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102 Francesco d´Ovidio
103 Fabrizio Terenzio
104 Hamidou Coly
105 Alassane Souleymane Faye
106 Candy Alovor Jones
107 Bienvenu Codjo Sotinkon
108 Abdulhazziz Ndoye
109 Moussa Coulibaly
110 Djemba Diaw
111 Anna
112 Ndiaya Ndoye
113 Nathalie Voisin
114 Roger Meyer
115 Ndeye Khady Cissé
116 Youssouph Sadio
117 Idrissa Goudaiby
118 Pierre Mandef
119 Aguiar Miguel Cardoso
120 Sofia Margarida Domingos Dos
Santos
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Dakar, Senegal
Ziguinchor, Senegal
Ziguinchor, Senegal
Ziguinchor, Senegal
Ziguinchor, Senegal
Luanda, Angola
Luanda, Angola
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Tradução da Revista JEUDA 101, publicada pela Associação Enda Terceiro Mundo “Jeunesse Action”
Fevereiro de 1998. Tradução efectuada por Adelaide BORGES e José Da COSTA. Luanda,
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