Avaliação do efeito citotóxico e imunomodulador do - PPGCF
Transcrição
Avaliação do efeito citotóxico e imunomodulador do - PPGCF
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CARACTERIZAÇÃO FARMACOGNÓSTICA, FÍSICOQUÍMICA E ENSAIOS BIOLÓGICOS IN VITRO DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE Struthanthus marginatus Blume (erva-de-passarinho). Karla Fabiana Pereira Barroso BELÉM – PARÁ 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CARACTERIZAÇÃO FARMACOGNÓSTICA, FÍSICOQUÍMICA E ENSAIOS BIOLÓGICOS IN VITRO DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE Struthanthus marginatus Blume (erva-de-passarinho). Autora: Karla Fabiana Pereira Barroso Orientador: Prof. Dr. Francisco Martins Teixeira Co-Orientador: Prof. Dr. Wagner Luiz Ramos Barbosa Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e Medicamentos, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará como requisito para obtenção ao título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. BELÉM – PARÁ 2013 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca do Instituto de Ciências da Saúde – UFPA Barroso, Karla Fabiana Pereira, 1980Caracterização fármaco-gnóstica, físico-química e ensaios biológicos in vitro do extrato bruto e Fabiana frações destruthanthusmarginatusblume (erva-de-passarinho)/Karla PereiraBarroso;orientador,Francisco Martins Teixeira, coorientador, Wagner Luiz Ramos Barbosa.— 2013. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Programa de Pós- Graduação em Ciências Farmacêuticas, Belém, 2013. Inclui bibliografias 1. Struthanthusmarginatus. 2. Plantas medicinais. 3.Citotoxicidade. 4. Imunomodulação.5. Atividade antiinflamatória. I. Título. CDD 22. ed. 615.321 DEDICATÓRIA A DEUS por ser meu primeiro alicerce. A minha mãe, Florene Barroso, pelo apoio incondicional e motivação que me ajudaram a não olhar para as dificuldades, mas sim seguir em frente, e por acreditar nas minhas capacidades em superar os obstáculos. A minha pequenina filha, Ana Carla, que me deu coragem a seguir em frente todas as vezes que eu a olhava. A minha avó Maria Naíde in memorian. Agradecimentos A Deus por sua infinita misericórdia e bênção concedida em minha vida. A minha amada mãe que sempre foi meu braço direito e encorajou-me a continuar na realização deste trabalho. A Universidade Federal do Pará – Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), pela oportunidade oferecida na realização deste trabalho. Ao meu orientador e amigo Prof. Dr. Francisco Martins Teixeira, pela paciência, apoio e otimismo na realização desta árdua tarefa e força nos momentos difíceis. Ao meu co-orientador Prof. Dr. Wagner Ramos Barbosa, pela orientação técnica e científica e oportunidade da realização dos processos fitoquímicos no Laboratório de Fitoquímica. A Profa. Dra Fani Dolabella pela ajuda ao ceder alguns materiais na realização dos trabalhos laboratoriais. Aos colegas e amigos da pós-graduação: Mayara Brito, Bianca, Érika, Andressa, Adreanne e Myrtis pela amizade, companheirismo e grande ajuda nos momentos de dificuldade. Em especial à minha amiga Mayara pela força na técnica do MIC, pelo choro consolado nos momentos de angústia e Andressa pela ajuda na técnica de citotoxicidade. Ao mestre Jailton pela paciência e ajuda na realização dos testes de fitoquímica. Aos colegas do Departamento de Química: Haroldo Silva e Ednaldo Andrade pela ajuda na análise das estruturas químicas. Aos amigos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de Macaé, Vitor Hugo e Ingrid na realização da técnica de ELISA e pela especial atenção a mim dada. Aos amigos Ed Carlos Reis e Régia Cristiane pela colaboração, incentivo e apoio em seguir em frente na conclusão deste trabalho. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo auxílio financeiro concedido na forma de bolsa para a realização do trabalho. Ao estagiário Charles Alberto do Laboratório de Catálise e Oleoquímica do Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Faculdade de Química, pela valiosa contribuição na análise térmica. Aos meus colegas do laboratório de microbiologia da faculdade de Farmácia (não citei nomes para não cometer injustiça). E a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. A todos vocês de forma muito especial, muito obrigada! Para ser sábio é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. (Pv 9.10) RESUMO CARACTERIZAÇÃO FARMACOGNÓSTICA, FÍSICO-QUÍMICA E ENSAIOS BIOLÓGICOS IN VITRO DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE Struthanthus marginatus Blume (erva-de-passarinho). Estudos demonstram que diversos extratos de plantas medicinais têm efeitos imunomoduladores e antimicrobianos justificados por seu uso popular. Diante disso, este trabalho objetiva a caracterização farmacognóstica, físicaquímica e biológica in vitro de Struthanthus marginatus Blume. popularmente utilizada no tratamento de inflamações. Para tanto, utilizou-se parâmetros de controle de qualidade físico-químicos descritos na Farmacopéia Brasileira no desenvolvimento do extrato bruto e frações. A droga vegetal foi classificada como pó grosso, a perda por dessecação e teor de cinzas apresentaram valores de 8,7% e 11,6% respectivamente. A análise térmica demonstrou estabilidade do pó da droga vegetal até 180ºC. Os espectros na região do Infra Vermelho apresentaram bandas que podem ter características de compostos fenólicos confirmados pela prospecção fitoquímica. A avaliação da atividade microbiana foi determinada pelo método da Concentração Inibitória Mínima (CIM) no qual apresentou atividade bacteriana nas maiores concentrações: 1000 e 500 (µg/mL) contra cepas de Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Salmonella tiphy, mas não foi capaz de inibir a germinação de esporos de Trichophyton mentagrophytes e nem de Candida albicans em nenhuma das concentrações testadas. Nos ensaios de testes in vitro foram utilizadas células de sangue periférico mononucleares humanas (PBMC) onde se demonstrou baixa citotoxicidade nas maiores concentrações da droga vegetal e uma pequena produção de Óxido Nítrico (10µmol/mL) na maior concentração (1000µg/mL). A produção de TNF-α foi reduzida conforme as concentrações mais elevadas. Através da análise dos resultados obtidos, pode-se sugerir que a droga vegetal de S. marginatus Blume possui atividade antiinflamatória, confirmando dessa forma seu uso popular. Palavras-Chave: Struthanthus marginatus, Citotoxicidade, Imunomodulação, Óxido Nítrico, Fator de Necrose Tumoral-α; Ação Antiiflamatória. ABSTRACT CHARACTERIZATION PHARMACOGNOSTIC, PHYSICAL AND CHEMICAL AND BIOLOGICAL ASSAYS IN VITRO AND CRUDE EXTRACT OF FRACTIONS Struthanthus marginatus Blume (wort-finch). Studies show that many herbal extracts have antimicrobial and immunomodulatory effects justified by its popular use. Thus, this study aims to pharmacognostic characterization, physical-chemical and biological in vitro Struthanthus marginatus Blume. popularly used in the treatment of inflammation. For this, we used parameters of physico-chemical quality control described in the Brazilian Pharmacopoeia in the development of the crude extract and fractions. The plant drug was classified as coarse powder, loss on drying and ash content showed values of 8.7% and 11.6% respectively. Thermal analysis demonstrated stability of the plant drug powder to 180 ° C. The spectra in the region presented Infra Red bands that may be characteristic of phenolic compounds confirmed by phytochemical screening. The assessment of microbial activity was determined by the Minimum Inhibitory Concentration (MIC) method in which bacterial activity showed the highest concentrations: 1000 and 500µg/mL against strains of Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Salmonella tiphy, but was not able to inhibit germination Trichophyton mentagrophytes spores nor the Candida albicans in any of the tested concentrations. In tests in vitro tests Mononuclear cells of human peripheral blood (PBMC) where cytotoxicity was shown at higher concentrations of the drug and a small plant production of nitric oxide (10µmol/mL) at the highest concentration (1000µg/mL) were used. The production of TNF-α was reduced as the higher concentrations. By analyzing the results, it can be suggested that the plant drug of S. marginatus Blume has anti-inflammatory activity, thus confirming its popular use. Keywords:Struthanthus marginatus cytotoxicity, immunomodulation, Nitric Oxide, Tumor Necrosis Factor-α; Antiiflamatória action. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuição biogeográfica da família Loranthaceae................. Figura 2 - Estrutura dos metabólitos especiais isolados da espécie 21 Scurrula atropurpurea................................................................ 22 Figura 3 - Struthanthus marginatus Blume................................................ 26 Figura 4 - Exsicata de Struthanthus marginatus Blume............................ 47 Figura 5 - Determinação da distribuição granulométrica do pó das folhas de S. marginatus Blume............................................................ 70 Figura 6 - Curvas TG e DTG do pó das folhas de S. marginatus Blume.. 72 Figura 7 - Curva DSC do pó das folhas de S. marginatus Blume............. 73 Figura 8 - Espectro na região do IV do Extrato Bruto (EB) liofilizado de S. marginatus Blume................................................................. Figura 9 - Espectro na região do IV da Fração Hexânica (FH) liofilizada de S. marginatus Blume............................................................ Figura10- 76 77 Espectro na região do IV da Fração Diclorometano (FD) liofilizada de S. marginatus Blume............................................ 78 Figura 11- Espectro na região do IV da Fração de Acetato de Etila (FAE) liofilizada de S. marginatus Blume............................................ 79 Figura 12- Espectro na região do IV da Fração Acetona (FAC) liofilizadas de S. marginatus Blume.......................................... 80 Figura 13- Espectro na região do IV da Fração Metanólica (FM) liofilizada de S. marginatus Blume............................................ 81 Figura 14- Atividade bactericida e bacteriostática do EB e frações de S. marginatus Blume frente cepas de E. faecalis.......................... 84 Figura 15- Atividade bactericida e bacteriostática do EB e frações de S. marginatus Blume frente cepas de S. aureus........................... 85 Figura 16- Atividade bactericida e bacteriostática do EB e frações de S. marginatus Blume frente cepas de S. tiphy.............................. 86 Figura 17- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7. do EB de S. marginatus Blume................................................. Figura 18- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7 88 da FH de S. marginatus Blume................................................ 88 Figura 19- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7 Da FD de S. marginatus Blume................................................ 89 Figura 20- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7 Da FAE de S. marginatus Blume.............................................. 89 Figura 21- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7 Da FAC de S. marginatus Blume.............................................. 90 Figura 22- Inibição da produção de NO em células PBMC e RAW 264.7 Da FM de S. marginatus Blume................................................ 91 Figura 23- Produção de TNF-α em células de PBMC................................ 92 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Determinação da perda por dessecação e do teor de cinzas totais de S. marginatus Blume.................................................. 71 Tabela 2 - Perfil termogravimétrico (TG) do pó das folhas de S. marginatus Blume..................................................................... Tabela 3 - Entalpia apresentada por S. marginatus Blume através de Calorimetria exploratória diferencial (DSC).............................. Tabela 4 - 74 Prospecção fitoquímica do extrato bruto liofilizado de S. marginatus Blume..................................................................... Tabela 6 - 73 Determinação do pH, densidade aparente e resíduo seco da tintura de S. marginatus Blume................................................ Tabela 5 - 72 75 Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região do infravermelho (IV) para extrato bruto (EB) liofilizado de S. marginatus Blume................................... Tabela 7 - 77 Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região do infravermelho (IV) para fração hexânica (FH) liofilizada de S. marginatus Blume.................... Tabela 8 - 78 Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração diclorometano (FD) liofilizada de S. marginatus Blume............ 79 Tabela 9 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região do infravermelho (IV) para fração acetato de etila (FAE) liofilizada de S. marginatus Blume..................... 80 Tabela10- Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração acetona (FAT) liofilizada de S. marginatus Blume................................. Tabela11- 81 Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração metanólica (FM) liofilizada de S. marginatus Blume................. 82 Tabela12- Avaliação da atividade antifúngica do Extrato Bruto, Frações Hexânica e Diclorometano (EB; FH e FD) de S. marginatus Blume........................................................................................ 82 Tabela13- Avaliação da atividade antifúngica da fração Acetato de Etila (FAE), Acetona (FAC) e Metanólica (FM) de S. marginatus Blume........................................................................................ 83 Tabela14- Avaliação da atividade antimicrobiana do Extrato Bruto, Fração Hexânica (FH) e Fração Diclorometano (DC) de S. marginatusBlume..................................................................... Tabela15- 83 Avaliação da atividade antimicrobiana da Fração Acetato de Etila (FAE), Fração Acetona (FAC) e Fração Metanólica (FM) de S. marginatus Blume........................................................... Tabela16- 84 Avaliação da citotoxicidade do extrato bruto e frações de S. marginatus Blume em células RAW264.7................................ 87 LISTA DE ABREVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ATCC American Type Culture Collection. BHI Brain Heart Infusion CIM Concentração Inibitória Mínima ºC Graus Celsius CO2 Dióxido de Carbono CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute CSD Caldo Saborround Dextrose DO Densidade Óptica DSC Calorimetria Diferencial de Varredura DTA Análise Térmica Diferencial EB Extrato Bruto FH Fração Hexânica FD Fração Diclorometano FAE Fração Acetato de Etila FAC Fração Acetona FM Fração Metanólica FIOCRUZ Instituto Oswaldo Cruz ICEN Instituto de Ciências Exatas e Naturais. ICS Instituto de Ciências da Saúde IEC Instituto Evandro Chagas. LPS Lipopolissacarídeo MPEG Museu Paraense Emílio Goeldi MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) NO Óxido Nítrico PBS Phosphate Buffer Saline PBMC Células Mononucleares de Sangue Periférico Humano PNPMF Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos RPMI Instituto Memorial Park Roswell SUS Sistema Único de Saúde TG Termogavimetria TNF-α Fator de Necrose Tumoral alfa UFPA Universidade Federal do Pará SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………………………………………………………. 16 2 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………. 19 2.1 A importância do estudo de plantas medicinais...................... 19 2.2 Família Lorantaceae.................................................................... 20 2.3 Estudo Fitoquímico das ervas-de-passarinho.......................... 21 2.4 Gênero Struthanthus................................................................... 23 2.5 A espécie Struthanthus marginatus Blume.............................. 2.6 A importância das plantas medicinais no tratamento de 24 doenças transmitidas por micro-organismos........................... 26 2.6.1 Staphylococcus aureus.................................................................. 27 2.6.2 Enterococcus faecalis.................................................................... 29 2.6.3 Salmonella tiphy............................................................................ 30 2.6.4 Candida albicans........................................................................... 31 2.6.5 Trichophyton mentagrophytes....................................................... 33 2.7 Imunomodulação........................................................................ 34 2.7.1 ÓXIDO NÍTRICO (NO)................................................................... 36 2.7.2 FATOR DE NECROSE TUMORAL ALFA (TNF-α)........................ 37 2.8 Técnicas analíticas utilizadas na avaliação de fitoterápicos 39 2.8.1 ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO (IV)... 39 2.8.2 ANÁLISE TÉRMICA...................................................................... 40 2.8.3 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TG)...................................... 41 2.8.4 ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA)................................... 41 2.8.5 CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)........... 42 3 OBJETIVOS.................................................................................. 44 3.1 Objetivo geral.............................................................................. 44 3.2 Objetivos Específicos................................................................. 44 4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................ 46 4.1 Material......................................................................................... 46 4.1.1 MATÉRIA-PRIMA VEGETAL......................................................... 46 4.1.2 REAGENTES E SOLUÇÕES........................................................ 47 4.1.3 EQUIPAMENTOS.......................................................................... 48 4.1.4 MATERIAIS PLÁSTICOS E VIDRARIAS...................................... 4.1.5 MEIOS DE CULTURA E SOLUÇÕES........................................... 49 4.1.6 LINHAGENS BACTERIANAS E FÚNGICAS................................. 49 4.2 Métodos........................................................................................ 4.2.1 PROCESSAMENTO DO MATERIAL VEGETAL........................... 50 4.2.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ DAS FOLHAS DE Struthanthus marginatus Blume............................... 48 49 51 4.2.2.1 Determinação da distribuição granulométrica do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume............................................... 4.2.2.2 Determinação de perda por dessecação do pó das folhas de 51 Struthanthus marginatus Blume.................................................... 52 4.2.2.3 Determinação do teor de cinzas totais do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume.................................................... 52 4.2.2.4 Obtenção do perfil térmico por termogravimetria (TG, DTA e DSC) do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume............................................................................................. 52 4.2.3 OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICOQUÍMICA DA TINTURA DO PÓ DAS FOLHAS DE Struthanthus marginatus BLUME........................................................................ 53 4.2.3.1 Obtenção da tintura....................................................................... 53 4.2.3.2 Determinação do pHda tintura..................................................... 53 4.2.3.3 Determinação da densidade aparente da tintura........................... 53 4.2.3.4 Determinação do teor de sólidos da tintura................................... 54 4.2.4 ABORDAGEM FITOQUÍMICA DA TINTURA................................ 54 4.2.4.1 Obtenção do extrato seco a partir da tintura................................. 54 4.2.4.2 Obtenção do extrato seco liofilizado.............................................. 55 4.2.4.3 Prospecção fitoquímica do extrato seco liofilizado....................... 55 4.2.4.4 Fracionamento do extrato seco liofilizado..................................... 61 4.2.4.5 Obtenção do perfil espectroscópico na região do infravermelho 61 do extrato seco liofilizado.............................................................. 4.3.1 61 ENSAIOS BIOLÓGICOS DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE S. marginatus B....................................................................... 62 4.3.1.1 Micro-organismos testados............................................................ 62 4.3.1.2 Padronização do inóculo............................................................... 62 4.3.1.3 Avaliação da atividade antifúngica do extrato bruto e frações de S. marginatus B. capaz de inibir a germinação dos esporos de Trichophyton mentagrophytes....................................................... 63 4.3.1.4 Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato bruto e frações de S. marginatus B. frente cepas bacterianas............................... 64 4.3.2 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA IMUNOMODULAÇÃO.............. 65 4.3.2.1 Coleta de células PBMC................................................................ 65 4.3.2.2 Teste de Citotoxicidade em células PBMC.................................... 66 4.3.2.3 Dosagem de Óxido Nítrico em células PBMC............................... 67 4.3.2.4 Teste de ELISA para dosagem de TNF- α.................................... 67 4.4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................... 68 5 RESULTADOS.............................................................................. 70 5.1 Avaliação das características físicas e físico-químicas do pó das folhas de S. marginatus Blume...................................... 70 5.1.1 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatus Blume................................. 5.1.2 70 DETERMINAÇÃO NA PERDA POR DESSECAÇÃO E DO TEOR DE CINZAS TOTAIS DE DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatusBlume.......................................................................... 5.1.3 71 ANÁLISE DO PERFIL TÉRMICO DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatus Blume.......................................................................... 71 5.1.3.1 Termogravimetria e análise térmica por TG do pó das folhas de S. marginatus Blume..................................................................... 71 5.1.3.2 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)................................... 72 5.2 Caracterização química e físico-química do extrato bruto liofilizado do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume............................................................................................ 74 5.2.1 OBTENÇÃO DA TINTURA............................................................ 5.2.2 DETERMINAÇÃO DO PH, DENSIDADE APARENTE E TEOR 5.2.3 74 DE SÓLIDOS DA TINTURA.......................................................... 74 OBTENÇÃO DO EXTRATO SECO LIOFILIZADO........................ 75 5.2.4 PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO SECO LIOFILIZADO................................................................................. 75 5.2.5 PERFIL ESPECTROSCÓPICO NA REGIÃO IV DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES LIOFILIZADAS DE S. marginatus Blume............................................................................................. 76 5.3 Ensaios Microbiológicos............................................................ 5.3.1 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO EXTRATO 82 BRUTO E FRAÇÕES LIOFILIZADAS DE S. marginatus B.CAPAZ DE INIBIR GERMINAÇÃO DE ESPOROS DET. mentagrophytes............................................................................. 5.3.2 82 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE S. marginatus B. FRENTE CEPAS BACTERIANAS............................................................................. 83 5.4 Ensaios Imunológicos................................................................ 87 5.4.1 TESTE DE CITOTOXICIDADE...................................................... 87 5.4.2 DOSAGEM DE ÓXIDO NÍTRICO (NO)......................................... 87 5.4.3 DOSAGEM DE TNF- α.................................................................. 91 6 DISCUSSÃO................................................................................. 94 7 CONCLUSÕES............................................................................. 110 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................ 113 15 1. Introdução 16 1 INTRODUÇÃO O Brasil é conhecido mundialmente por suas gigantescas dimensões e detém uma das mais ricas floras com inúmeras espécies tropicais e vários ecossistemas, além disso, é considerado como fonte de diversidade biológica detendo cerca de 20% das espécies vegetais e animais existentes no mundo (GUERRA, 2003; CARNEIRO, 2008). Devido à riqueza da biodiversidade da flora, o Brasil é um candidato promissor a grandes descobertas científicas no que se diz respeito ao desenvolvimento de fitoterápicos chamando assim a atenção do mundo para a floresta amazônica, mata atlântica e cerrado (CARLOS, 2007). A floresta amazônica, com seu clima quente-úmido característico da região, ocupa territórios do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, com uma área de aproximadamente 6.000.000 km2 da América do Sul, onde abriga uma diversidade florística e de animais silvestres, maior que os demais ecossistemas florestais do mundo (LEITÃO FILHO, 1987; OLIVEIRA e BERRETA, 2007). Neste cenário, evidencia-se o conhecimento e uso da vegetação local pelas comunidades quilombolas, ribeirinhas, rurais e indígenas, povos tradicionais tão antigos quanto à própria história do homem, que utilizam a fitoterapia como recurso terapêutico para cura de males e enfermidades levando em consideração o conhecimento popular passado de geração em geração (MACEDO, 2004). Acompanhando a evolução tecnológica humana, podemos observar os avanços da fitoterapia ao longo dos anos e hoje, em todo o mundo, é objeto de interesse de pesquisadores, da indústria e, claro, da sociedade moderna (REYES-GARCÍA, 2010). Neste sentido, a investigação das plantas presentes nos biomas brasileiros pode ser uma alternativa, uma vez que este território possui entre 25000 a 30000 espécies vegetais, sendo o primeiro no ranking dos países mais ricos em número de espécies de plantas (CUNNINGHAM, 1996; NUNES, 2009), possuindo assim, ambiente propício para a realização de levantamentos etnobotânicos e etnofarmacológicos (BOTSARIS, 2010). Atualmente, a utilização de plantas medicinais e produtos fitoterápicos estão em expansão no Brasil e no mundo, o que tem impulsionado as indústrias 17 farmacêuticas e também o governo federal a investir em pesquisa, na forma de incentivos através das políticas públicas para uso racional destes produtos (CARLOS, 2007). O governo brasileiro visando à importância desse segmento da economia lançou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), uma ação conjunta entre o governo (através de financiamentos), universidades (pesquisa e desenvolvimento) e indústrias (fabricação) buscando o desenvolvimento fitoterápicos destinados à população (BRASIL, 2006b). O Sistema Único de Saúde (SUS), também foi foco de ação do governo através da Política de Práticas Integrativas e Complementares, garantindo a população acesso seguro e racional ao uso de medicamentos fitoterápicos (BRASIL, 2006a). Desta forma, usuários de plantas medicinais mantêm a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos. Com isso, é possível desenvolver fitoterápicos promissores no tratamento de diversas patologias, o que representa um grande avanço para atender diversas necessidades de saúde pública no Brasil e no mundo, melhorando assim a qualidade de vida da população (MENEZES et al. 2009; ARAÚJO. 2010). Nesse contexto, este trabalho pretendeu contribuir para estimular linhas de pesquisas em fitoterapia e ainda promover desenvolvimento tecnológico, com base no uso tradicional de plantas medicinais da região amazônica. A espécie em estudo Struthanthus marginatus Blume., apresenta aspectos econômicos, acadêmicos e farmacológicos que justificam sua escolha para investigação, pois é uma planta de ocorrência na região amazônica de fácil acesso e muito utilizada na forma de chás para tratamento de doenças bronco-pneumáticas, inflamatórias e hipertensivas (ALVARÉZ, 2003; PÉREZ, 2004; VIEIRA, 2005; MARTINS, 2006; LORENZANAJIMÉNEZ, 2006). Contudo, é necessário confirmar suas propriedades farmacológicas justificadas pelo uso popular. Por isso, este trabalho propõe a caracterização farmacognóstica, físico-química e ensaios biológicos in vitro do extrato bruto e frações de S. marginatus Blume. pesquisando ainda a estimulação de citocinas próinflamatórias que caracterizam o início da inflamação. 18 2. Revisão de Literatura 19 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A importância do estudo de plantas medicinais As plantas medicinais têm sido usadas pelo homem há muitos anos pelas grandes civilizações antigas, como a chinesa, indiana e africana, conforme evidenciam alguns documentos, para o tratamento de uma ampla variedade de doenças (PHILLIPSON, 2001). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) planta medicinal é definida como sendo “todo e qualquer vegetal que possui substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semissintéticos” (OMS, 2002). A medicina tradicional faz uso da terapêutica que utiliza as plantas medicinais em tratamentos físicos, mentais ou sociais, baseados exclusivamente na experiência e observação e transmitidos verbalmente ou por escrito de uma geração a outra (PEREIRA et al. 2004). Sua utilidade têm sido observada em todas as partes do mundo especialmente nos países em desenvolvimento, onde o serviço de saúde é limitado e as plantas representam o único tratamento acessível (AGRA et al. 2008). No Brasil devido á riqueza de sua flora e ao conhecimento popular transmitido através das gerações, as plantas medicinais são vendidas em feiras livres e mercados populares, muitas delas sendo usadas para curar várias enfermidades da população (DUARTE, 2006). Onde são utilizadas na forma de extratos brutos para tratar infecções comuns embora, poucas evidências científicas sejam relatadas comprovando a eficácia desse tratamento. Sob este aspecto, verifica-se que a fitoterapia vem crescendo no país, tornando-se um setor econômico importante devido a sua popularidade como alternativa nos cuidados com a saúde (LIMA et al. 2006). No entanto, as pesquisas com plantas medicinais ainda estão centradas no âmbito das universidades e institutos de pesquisas onde se desenvolve essencialmente a fitoquímica básica, embora existam vários grupos envolvidos na busca de princípios ativos de plantas. Cerca de 85% das indústrias transnacionais sediadas no Brasil praticam toda a pesquisa de descoberta e desenvolvimento de fármacos em seus países de origem (PAREKH e CHANDA, 2007). 20 São várias as utilidades dos produtos naturais, principalmente os oriundos das plantas, quer sejam como suplementos na alimentação, intermediários usados nas indústrias ou medicamentos (YUNES, 2001), quer seja no uso in natura das plantas medicinais como o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos (MACIEL et al. 2006). 2.2 Família Lorantaceae A família Loranthaceae está contida na ordem das Santalales compreendendo cinco famílias: Balanophoraceae, Eremolepdaceae, Olacaceae, Opiliaceae e Viscaceae. São plantas categorizadas como hemiparasitas ou holoparasitas por atuarem nos sistemas condutores de seiva da planta hospedeira: xilema e floema, respectivamente (NICKRENT, 2001). As plantas parasitas são conhecidas por possuírem uma estrutura chamada haustorium (RIOPEL e TIMKO, 1995; CALVIN e WILSON 2006). O haustorium é uma estrutura dilatada epicortical adquirida por estas plantas ao longo de sua evolução que possui a capacidade de invadir o tecido vascular de outras espécies de plantas hospedeiras e com isso, remover água e nutrientes necessários para sua sobrevivência (LÓPEZ DE BUEN e ORNELAS, 2002). A invasão do sistema vascular e o tempo de parasitismo de plantas hospedeiras por conta de plantas parasitas, pode alterar seu crescimento, forma, reprodução, fisiologia reduzindo sua performance, capacidade de fotossíntese, respiração e a inativação de sua capacidade de sobrevivência (EHLERINGER, 1985; PRESS, 1999; HOEWLL e MATHIASEN, 2004). Devido ao fato dos pássaros serem os agentes dispersores das sementes das duas maiores famílias, Loranthaceae e Viscaceae, estas plantas são conhecidas popularmente como ervas de passarinho. A maioria destas plantas possui em suas sementes uma substância chamada de visco que a permite fixar-se na planta hospedeira, após serem ingeridas e secretadas por pássaros (VIEIRA et al. 2005). As famílias Loranthaceae, Viscaceae e Eremolepidaceae compreendem cerca de 84 gêneros e 1.270 espécies distribuídas geograficamente tanto em regiões 21 tropicais quanto de clima temperado (RIZZINI, 1982; HEYWOOD et al, 1978). Na Europa, o gênero Viscum e, na América do Norte, o gênero Phoradendron, ambos da família Viscaceae, representam a maioria das plantas parasitas, enquanto que a família Loranthaceae distribui-se pelos trópicos: Malásia, Austrália e América do Sul (NICKRENT, 2001), revelando-se pouco abundante em regiões temperadas (RIZZINI, 1968). No Brasil ocorrem cerca de 12 gêneros e 40 espécies (RIZZINI, 1956). São reconhecidas como portadoras de propriedades terapêuticas e uma variedade de compostos bioativos (VENTURELLI et al. 1981; VIEIRA et a, 2005; WONG et al, 2011) caracterizadas como arbustos eretos ou escandentes, clorofilados, hemiparisitas de árvores ou arbustos de dicotiledôneas e de coníferas, (BARROSO et al. 1984). Figura 1. Distribuição biogeográfica da família Loranthaceae (PISSINATE, K.; 2006) 2.3 Estudo Fitoquímico das ervas-de-passarinho. Na Europa diversos estudos fitoquímicos tiveram início com os extratos de Viscum albuns (Viscaceae) amplamente usados na medicina popular para tratamento do câncer, onde se observou a presença de componentes relacionados e identificados com a redução de tumores. Dentre eles destacam-se: lectinas, 22 viscotoxinas, proteínas, peptídeos, oligossacarídeos, alcaloides, compostos polifenóis e flavonoides presentes nesta planta (ZEE CHENG, 1997). A presença de flavonoides e proantocianidinas na família Loranthaceae (FERNÁNDEZ et al. 1998) e outros metabólitos especiais como flavonas, lignanas e monoterpenos glicosilados, despertou a atenção dos pesquisadores para o estudo fitoquímico dos extratos e das frações de algumas espécies, desta família, endêmicas e de uso medicinal local. Na espécie Scurrula atropurpurea, uma planta parasita de Thea sinensis, espécie de chá muito comum na Indonésia, foram isolados alguns ácidos graxos: ácido linolênico e oléico; chantonas: cafeína e teobromina; flavonoides glicosilados: quercitrina e rutina; monoterpeno glicosilado: icarisida B; lignana glicosilada: aviculina e; flavonas: catequinas e epicatequinas. (Figura 2, pg. 22) (OHASHI et al. 2003). Ácido linolênico Ácido oléico Cafeína R = CH3 Quercetina R = raminosil Teobromina R = H Rutina Perseitol R = rutinosil Catequina Epicatequina R = H Figura 2. Estrutura dos metabólitos especiais isolados da espécie Scurrula atropurpurea. 23 A partir de outras espécies deste gênero, comuns na Indonésia como a Scurrula fusca, cuja planta hospedeira é Fícus riedelii, pôde-se isolar de suas folhas o perseitol (Figura 2, pg. 22) complexado com íons de potássio em uma razão molar de 20:1, respectivamente (ISHIZU, 2001). Também foram isolados alguns flavonóides glicosilados como a quercetina e a 4’’-O-acetilquercitrina (Figura 2, pg.22), além da quercitrina, da fração de acetato de etila da espécie Scurrula ferruginea (LOHÉZIC-LE-DÉVÉHAT, 2002). Estudos com o extrato de caules e folhas da espécie Ligaria cuneifolia, na Argentina, evidenciaram a presença de quercetina livre ou monoglicosilada com xilose, raminose e arabinose na hidroxila da posição 3 do esqueleto flavonol. Além da catequina, epicatequina e do catequinol, (Figura 2, pg. 22) (FERNÁNDEZ et al. 1998). 2.4 Gênero Struthanthus. O gênero Struthanthus é considerado o mais importante dentre os 74 gêneros que compõe a família Loranthaceae possuindo cerca de 60 espécies próprias da América tropical em sua grande maioria localizadas na América do Sul e, em particular, no Brasil representado 40 espécies de visgo parasita onde tem sido estudada devido ao seu peculiar estilo de sobrevivência (RIZZINI, 1968; BARBOSA e PROENÇA, 1999; KRAUS, 2002). Em diferentes países que fazem uso da medicina popular, espécies do gênero Struthanthus são usadas no tratamento de várias enfermidades como, por exemplo, podemos citar a espécie S. cassythoide que é indicada na Nicarágua para dores em geral, febre, desordens respiratórias e pulmonares, erupção e feridas na pele (COE e ANDERSON, 1996). Na Colômbia, algumas ervas-de-passarinho, são usadas pela população como antídoto nos casos de envenenamento por picada de cobra, acidente muito freqüente. Estudo com a planta S. orbicularis demonstrou, in vitro, que 25µg do extrato é capaz de neutralizar ou reduzir em 65% a formação de edemas causados pelo veneno da espécie Bothrops asper, com um tempo de coagulação inferior a 100 segundos (NÚÑEZ et al. 2004). 24 No Brasil e América Tropical a espécie originária é S. flexicaulis, muito utilizada como energético e também para o tratamento de leucorréia, bronquite e diversos tumores. Já a espécie S. vulgaris cujo extrato hidroalcóolico das folhas secas tem apresentado atividade antimicrobiana frente amostras de bactérias Gram positivas e Gram negativas também é utilizada na medicina popular nas infecções das vias respiratórias (VIEIRA et al. 2005). Diante do amplo uso etnofarmacológico das ervas de passarinho, e dos estudos fitoquímicos citados na literatura, evidenciando alguns metabólitos presentes nestas plantas hemiparasitas como relevantes agentes quimioterápicos para o tratamento de várias doenças, como também a abundância da ocorrência do gênero Struthanthus nas regiões tropicais, sobre tudo no Brasil, esta dissertação de mestrado focou no estudo da espécie Struthanthus marginatus amplamente disseminada no estado do Pará e pouco referenciada na literatura. 2.5 A espécie Struthanthus marginatus Blume. A espécie Struthanthus marginatus Blume. (Lorantaceae) conhecida popularmente como erva-de-passarinho é uma planta hemiparasita mais comumente encontrada em regiões de mata pluvial, tropicais e subtropicais (VENTURELLI e KRAUS, 1989; SALANTINO et al. 1993). No Brasil vem atraindo atenção de pesquisadores para o estudo de sua anatomia, fisiologia e constituição fitoquímica devido sua peculiar forma de sobrevivência (parasitismo) causando danos muitas vezes irremediáveis em espécies hospedeiras ornamentais e frutíferas como Anacardiceae (mangueira), Bignoniaceae (ipê), Oleacaceae (alfeneiro), Meliaceae (cinamomo), Rubiaceae (cefeeiro), Aquiliaceae (mate) Malvaceae (espécies do gênero malva) dentre outras, em várias partes do mundo (MARTINS, 2006). Sua propagação é feita pelos pássaros ao se alimentarem de seus frutos viscosos e suas sementes adocicadas dispersando-as através de suas fezes ou de seus bicos em cuja superfície se adere passando desta forma a outras árvores onde germinam (LORENZI,1991). Esses processos variam de acordo com a espécie envolvida na disseminação de sementes tais como vento e a dispersão balística 25 onde o fruto explode e arremessa a semente (MOURÃO, 2009). Semelhante às outras espécies deste gênero, principalmente a S. vulgaris, a hemiparasita S. marginatus é uma planta que habita as partes aéreas de outros vegetais hospedeiros e os parasitam parcialmente, através de uma ou mais raízes modificadas fisiológica e morfologicamente chamadas de haustórios. Ou seja, as raízes especiais desta espécie retiram água e sais minerais diretamente do hospedeiro, embora esta planta seja capaz de realizar fotossíntese (NICKRENT, 2001). Segundo Dias Silva (1926) a espécie Struthanthus marginatus foi incluída na Farmacopéia Brasileira 1ª edição como detentora de atividade no combate de infecções das vias respiratórias, descongestionante na tosse, bronquite e pneumonia (MARTINS, 2006; LORENZANA-JIMÉNEZ, 2006). Atualmente estudos realizados com a erva-de-passarinho, indicam novas propriedades terapêuticas como antioxidante, analgésica, anti-inflamatória, antiulcerogênica, e efeitos vasodilatadores, hipontensores e atividade imunomoduladora (FREIRE, 2011; QUEDRAOGO, 2011; OGECHUKWU, 2011). Tais indicações terapêuticas podem ser atribuídas pela presença de constituintes químicos presentes nas folhas desta espécie tais como alcaloides, triterpenos, catequinas, taninos e flavonoides. Estes últimos compostos possuem atividade antiinflamatória e antiulcerogênica confirmando assim, seu uso popular (BAGGIO, 2007; GURBUZ, 2009; ZDUNÍC, 2009). De acordo com estudos clínicos, dependendo da planta parasitada, a espécie S. marginatus pode desenvolver constituintes químicos com atividades tóxicas similares aos princípios ativos encontrados no hospedeiro (MARTINS, 2006). O trabalho de Vieira et. al (2005), trata da atividade antimicrobiana da espécie, atribuindo ás proantocianinas atividade antimicrobiana. 26 Figura 3. Struthanthus marginatus Blume (arquivo pessoal). 2.6 A importância das plantas medicinais no tratamento de doenças transmitidas por micro-organismos. O Brasil possui um número muito grande de espécies vegetais consideradas medicinais as quais são muito utilizadas pela população para diversos problemas de saúde. Porém, muitas destas plantas ainda não tiveram qualquer avaliação científica do seu uso medicinal, o que é essencial para que possam continuar a serem utilizadas com garantia de eficácia e segurança pela população (PELISSARI et al. 2010). Uma planta pode conter muitos metabólitos secundários, mas apenas os compostos que estão em maior concentração são geralmente isolados e estudados pela fitoquímica clássica, mas analisar os compostos ativos é uma tarefa mais complexa e longa, pois geralmente os compostos minoritários estão entre os que apresentam melhores efeitos biológicos. Por isso é indispensável analisar a potência das frações e das substâncias puras em relação à sua concentração. A partir desta avaliação podemos predizer se o principal componente químico responsável pela atividade biológica foi realmente determinado (ANURADHA et al. 2010). 27 Contudo as doenças infecciosas representam uma importante causa de morbidade e mortalidade entre humanos, especialmente nos países em desenvolvimento. Assim, as indústrias farmacêuticas têm sido motivadas para o desenvolvimento de novas drogas antimicrobianas nos últimos anos, especialmente em função da ocorrência de resistência microbiana a tais medicamentos. Em geral, bactérias têm habilidade genética de transmitir e adquirir resistência a drogas usadas como agentes terapêuticos (TACCONELLI et al. 2009), pois são frequentes os relatos sobre isolamentos de bactérias que eram reconhecidamente sensíveis às drogas de uso na rotina, mas que se tornam resistentes a todos, ou a quase todos, fármacos disponíveis no mercado (SAKAGAMI E KAJAMURA, 2006). Segundo NGOWKE et al. (2011), a epidemiologia da resistência aos antibióticos varia de região e de país. Enquanto alguns países estão registrando um declínio, outros estão experimentando um aumento da resistência bacteriana. No entanto, está evidente que o aumento ou a diminuição tem sempre uma ligação direta com o uso indiscriminado de antibióticos (TACCONELLI et al. 2009). 2.6.1 Staphylococcus aureus O gênero Staphylococcus apresenta-se na forma de cocos Gram-positivos, isolados ou agrupados em cachos que medem cerca de 1 µm. São anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, imóveis e catalase positivos, são bactérias mesófilas, com temperatura de crescimento variando entre 7ºC a 47,8ºC, com produção de enterotoxina entre 10ºC a 46ºC (ROSSI e ANDREAZZI, 2005). O gênero Staphylococcus está subdividido em 40 espécies, que se dividem de acordo com a síntese ou não da enzima coagulase, sendo a maioria, coagulase-negativa, com exceção do S. aureus, S. schleiferi subsp. coagulans, S. intermedius, S. hyicus e S. delphini (BANNERMAN et al. 2003). Dentre as espécies desse gênero, S. aureus é considerada a mais importante em função da sua maior patogenicidade ao homem (REYNOLDS, 2009). Praticamente qualquer sistema de órgãos é propensa à infecção pelo S. aureus, as infecções mais importantes são a bacteremia, endocardites e 28 infecções do trato respiratório (KANAFANI, 2006). As bacteremias e endocardites são frequentemente associadas a sérias complicações e alta taxa de morte (PETTI, 2003). A eficiência da disseminação de S. aureus se deve, em parte, à grande versatilidade desse microorganismo. A capacidade de se adaptar rapidamente a diferentes ambientes, muitas vezes hostis devido ao pH, umidade, pressão osmótica ou deficiência de nutrientes, possibilita não só a colonização do homem como do ambiente ao seu redor, criando reservatórios de células aptas a colonizar outros indivíduos (CEPEDA et al. 2005; KNIEHL et al. 2005). De fato, S. aureus é uma bactéria comum na microbiota humana, colonizando de forma persistente as narinas de cerca de 20% da população e de forma intermitente 30%. A maioria dos portadores são assintomáticos e o processo de infecção normalmente está associado a algum fator que diminui a resposta imunológica do indivíduo, como doenças, tratamentos mais agressivos, ou procedimentos médicos invasivos, que abrem uma via de acesso para os microorganismos (GUERRERO et al. 2011). A patogenicidade de S. aureus é um processo que envolve uma grande quantidade de componentes extra-celulares e da parede celular, que são coordenadamente expressos durante os diferentes estágios da infecção. Esses estágios podem ser definidos como: colonização, evasão das defesas do hospedeiro, divisão celular e disseminação bacteriana (DANCER et al. 2008). A capacidade de resistência do S. aureus pode ser classificados em dois grupos principais: mutação em um gene no cromossomo bacteriano, ou aquisição de um gene de resistência de outro microorganismo, através de transdução, transformação ou conjugação (MENEGOTTO e PICOLI, 2007). Atualmente verificamos cepas resistentes a vários antimicrobianos tais como: penicilinas, metacicilinas e vancomicina dentre outras que envolve diversos mecanismos de resistência como a inativação do anel β-lactâmico encontrado nas moléculas de penicilina, mutação no sítio alvo da enzima PBP e por último, alteração da afinidade com a vancomicina pela mutação do gene que produz a parede celular bacteriana (LYER et al. 2011). 29 2.6.2 Enterococcus faecalis O gênero Enterococcus consiste em bactérias Gram-positivas, anaeróbios facultativos, que apresentam uma forma ovóide, podendo aparecer como pequenas cadeias, aos pares ou como células únicas (CAUWERTS et al. 2007). Fazem parte da microflora intestinal humana, mas também foram descritos como fazendo parte da mucosa oral e do extrato vaginal (KENSE et al. 2011). Os enterococos são capazes de crescer entre 10ºC e 45 ºC, até 6.5% de NaCl (sendo este um dos melhores parâmetros para a sua identificação) e a pH 9.6, são também capazes de resistir a 60ºC durante 30 minutos (ZOU et al. 2011). Sua capacidade de crescimento em condições adversas permite a sua distinção de outras bactérias, e consequente isolamento, estando descritos como resistentes a vários antibióticos (DUNAVANT et al. 2006). Os enterococos são responsáveis por infecções nosocomiais graves, sendo a terceira causa nos EUA e a quarta na Europa, sendo considerados patogénicos emergentes. Mais especificamente, os enterococos são a segunda causa de infecções urinárias tanto nos EUA como na Europa, e são responsáveis de entre 5 a 20% das endocardites86. A taxa de mortalidade de infecções por enterococos ronda os 20 a 30% (STUART et al. 2006). O interesse pela espécie E. faecalis surgiu pelo facto de esta possuir vários plasmídeos, podendo alguns desses ser transferidos por conjugação a outras bactérias. Foi em E. faecalis que se descobriram dois novos sistemas genéticos em Enterococcus, os transposões conjugativos e plasmídeos que respondem a feromonas sexuais (CAMPOS et al. 3013). A existência de plasmídeos conjugativos não só em E. faecalis mas também em E. faecium, levou a que estas espécies fossem consideradas como reservatórios de plasmídeos para outros géneros de bactérias (CRUZ et al. 2013). Nos últimos anos uma grande atenção tem sido dada aos enterococos, não só pelo aumento de doenças nosocomiais por eles causadas, mas também pelo aumento do número de antibióticos aos quais são resistentes. Estes dois factores reforçam-se mutuamente, visto que a resistência permite que os enterococcus sobrevivam num ambiente em que os antibióticos são fortemente utilizados. Por outro lado, o ambiente hospitalar contém antibióticos que eliminam bactérias 30 susceptíveis, contribuindo assim para uma vantagem seletiva dos organismos resistentes, providenciando também a disseminação destes agentes pelo meio hospitalar (BARNES et al. 2012). A resistência a antibióticos pode ser dividida em duas classes: a intrínseca e a adquirida. Algumas bactérias são intrinsecamente resistentes a antibióticos, ou porque não possuem o local alvo para o antibiótico ou porque este não é capaz de atravessar a parede celular, de modo a chegar ao local alvo. A resistência adquirida é normalmente dependente de transposões ou plasmídeos, podendo também ser resultado de mutações pontuais (WILLEMS et al. 2009). 2.6.3 Salmonella tiphy A Salmonella é uma bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae, conhecida mundialmente como o agente causador de toxi-infecções alimentares em seres humanos (LAN et al. 2009). O gênero Salmonella compreende bacilos Gramnegativos com diâmetro em torno de 0,7 - 1,5 x 2,0 – 2,5 µm, não esporulados; em geral móveis com flagelos peritríquios, com exceção dos sorovares S. Gallinarum e S. Pullorum; possuem temperatura ótima de crescimento em torno de 37 °C; são anaeróbios facultativos; formam colônias que medem cerca de 2 a 4 mm de diâmetro; apresentam os testes da oxidase e Voges-ProsKauer negativos; reduzem nitrato a nitrito; fermentam glicose e outros carboidratos com produção de ácidos, produzem sulfeto de hidrogênio (H2S); utilizam o citrato como única fonte de carbono e, geralmente, são lisina e ornitina descarboxilase positivas (WINN JR et al, 2008). A Salmonella Typhi se diferencia dos demais sorovares por meio de características bioquímicas e sorológicas (EWING, 1986). A S. Typhi fermenta glicose sem produção de gás, é citrato negativo, produz H2S em pequena quantidade em comparação aos demais sorovares, bem como, apresenta o teste da ornitina descarboxilase negativo (BRENNER et al. 2005). A caracterização sorológica do gênero Salmonella tem como base a identificação dos antígenos “O” (somáticos), “H” (flagelares) e “Vi” (capsular), levando em consideração ao esquema de White-Kauffmann-Le Minor, cujas 31 fórmulas antigênicas são identificadas com letras e números. O antígeno O reflete a variação do polissacarídeo e o antígeno H, reflete a variação da flagelina, que possui natureza protéica (PARRY et al. 2002). O componente LPS da membrana externa possui uma porção polissacarídica composta de açúcares, denominados polissacarídeos O, que atuam como antígenos. No lócus rfb do cromossomo da Salmonella, são encontrados genes responsáveis pela síntese e variabilidade do antígeno O (FIERER E GUINEY, 2001). A salmonelose é transmitida de pessoa a pessoa, sem um hospedeiro intermediário, por meio da contaminação da água e alimentos crus ou mal cozidos, como: carne bovina, suíno, aves, ovos, leite e derivados, e frutos do mar. Veterinários e trabalhadores de granjas e fazendas que possuem maior contato com animais infectados, também podem adquirir a doença; e em hospitais pode ocorrer a transmissão interpessoal (SHINOHARA et al. 2008). Os sorovares que causam a febre tifóide e paratifóide destacam-se dentro do gênero como importantes problemas de saúde pública, principalmente, nos países em desenvolvimento onde a assistência à saúde e as condições socioeconômicas são limitadas (KANUNGO et al. 2008). A febre tifóide é uma doença infecciosa e sistêmica causada pela S. Typhi, que se caracteriza por febre alta e sintomas gastrointestinais. Apresenta distribuição mundial, sendo os países em desenvolvimento os mais acometidos pela doença, que está associada ao saneamento básico e condições de higiene pessoal e ambiental precários. No Brasil, a doença é de notificação compulsória, ocorre de forma endêmica, e acomete principalmente as regiões Norte e Nordeste (BRASIL, 2007). 2.6.4 Candida albicans Durante as últimas décadas, as infecções por Candida têm aumentado não somente em ocorrência, mas também na gravidade da doença (PAPPAS et al. 2004). O aumento das infecções, com lesões graves têm levado a um alto índice de mortalidade, principalmente em pacientes imunocomprometidos (TORTORA et al. 32 2003). Embora C. albicans permaneça o agente etiológico mais comum associado à candidíase, verifica-se que outras espécies não albicans como C. tropicalis, C. guilliermondii, C. parapsilosis, C. dubliniensis, C. krusei e C. glabrata estão também envolvidas como importantes patógenos destas infecções fúngicas oportunísticas (PFALLER E DIEKEMA, 2007). As espécies de Candida existem como comensais, fazendo parte da microbiota humana e animal, sendo encontradas na cavidade bucal, no trato gastrointestinal e no sistema genitourinário, podendo em determinadas circunstâncias causar infecções, que são comuns principalmente nos indivíduos com alterações no sistema imune (KUMAR et al. 2006). Desta forma, acredita-se que a candidíase tenha a maioria das vezes origem endógena, sendo que a capacidade que as leveduras do gênero Candida têm de colonizar, penetrar e fazer danos ao tecido do hospedeiro depende de um equilíbrio entre fatores de virulência deste microrganismo e de fatores específicos ligados ao hospedeiro (LEVINSON e JAWETZ, 2005). A capacidade que o microrganismo tem de aderir à superfície das células do hospedeiro, representa o primeiro estágio de patogênese. Os mecanismos usados por espécies de Candida para aderir são múltiplos e não têm sido definidos precisamente (VIDOTTO et al. 2003). A parede das leveduras do gênero Candida, constituída de glucano, manoproteína e quitina não possui apenas a propriedade de dar a forma estrutural à célula, mas também é o local onde se inicia a interação entre o microrganismo e o meio ambiente. As proteínasrepresentam cerca de 6 a 25% do peso da parede celular, sendo que algumas manoproteínas demassa molecular de 60, 68, 200 e >200 kDa, denominadas adesinas, permitem a sua aderência a receptores extracelulares, como fibrinogênio, fibronectina e laminina presentes nos tecidos humanos (VARDAR-ÜNLÜ, 1998). O fungo ao penetrar na célula do hospedeiro, é reconhecido pelo sistema imune e a instalação ou progresso da infecção pode ser dificultado restringindo o foco de infecção, já em casos de infecções disseminadas, as leveduras penetram aderindo à superfície de tecidos de órgãos internos e sanguíneo podendo algumas vezes levar o indivíduo à morte (GHANNOUM e ABU-ELTEEN 2004). Fluconazol, voriconazol, itraconazol e anfotericina B são os fármacos mais 33 frequentemente empregados para tratamento das infecções causadas por Candida (GUALCO et al. 2007). Os antifúngicos triazólicos são considerados bastantes efetivos para o tratamento de candidíases e são menos tóxicos que a anfotericina B, podendo ser administrados por via oral (BURGESS et al. 2000). São conhecidos três mecanismos de resistência aos azólicos. 1- Redução do acúmulo intracelular do fármaco resultante da utilização reduzida deste agente antifúngico ou do aumento da excreção do fármaco devido à ação de produtos de genes de resistência aos antifúngicos, 2- Alteração estrutural da enzima 14-α-demetilase, resultando em uma diminuição na sua ligação aos azólicos, 3- Síntese aumentada de 14-α-demetilase, devido à amplificação do gene (transformação de lanosterol em ergosterol não é totalmente impedida quando sob a ação do derivado azólico. As espécies de Candida podem ser resistentes a agentes antifúngicos usados para proposta terapêutica e profilática. Por essa razão, é importante a identificação do agente etiológico e a descrição de dados laboratoriais sobre a sua suscetibilidade, para direcionamento da clínica, selecionando o antifúngico apropriado para terapia (NAGLIK et al. 2004). 2.6.5 Trichophyton mentagrophytes Os dermatófitos são um grupo de fungos relacionados entre si que apresentam a capacidade de invadir os tecidos queratinizados (pele, pêlo, unhas) do homem e dos animais, produzindo uma enfermidade denominada dermatofitose, ou mais comumente, “tinha” ou tinea. A infecção é geralmente cutânea, restrita à camada córnea, devido à incapacidade do fungo de penetrar em tecidos profundos ou órgãos de indivíduos imunocompetentes (PARKA et al. 2009). Dentre os dermatófitos mais comuns em infecções está o Trichophyton mentagrophytes cuja espécie é responsável no homem pela segunda ou terceira causa de dermatofitose, causando quadros de epidermofitíases, onicomicoses, lesões no couro cabeludo e interdigitoplantares. Apresenta duas principais variedades, sendo a primeira conhecida como T. mentagrophytes var. mentagrophytes, e a segunda conhecida como T. mentagrophytes var. interdigitale. 34 O que diferencia as duas, é o fato de o T. mentagrophytes var. mentagrophytes ser uma espécie particularmente zoofílica e o T. mentagrophytes var. interdigitale ser uma espécie por excelência antropofílica. Além disso, essas duas variedades podem apresentar diferenças nas características fenotípicas, assim, o T. mentagrophytes var. mentagrophytes em ágar Sabouraud, apresenta uma textura pulverulenta, sem relevo acentuando, formando às vezes círculos concêntricos, de coloração que varia do branco – amarelado ao castanho – avermelhado e o reverso da colônia apresenta um pigmento castanho, que pode tender para o vinho. O T. mentagrophytes var. interdigitale apresenta em ágar Sabouraud, colônias com textura aveludada ou cotonosa, de coloração branco – amarelada e com reverso pouco pigmentado, de tom castanho ou avermelhado (GHNNOUM et al. 2004). A prevalência dos dermatófitos é variável nas diversas regiões do mundo e dentro de um mesmo país, devido a fatores como clima, condições socioeconômicas e higiênicas da população, urbanização, sistema imunológico do hospedeiro, características fúngicas e ações terapêuticas (DROUOT et al. 2009). Possuem elevada prevalência na América Latina e atingem tanto o homem quanto os animais domésticos. Existem relatos e dados epidemiológicos que indicam que estas micoses estão entre as zoonoses mais comuns do mundo, sendo considerado o terceiro distúrbio de pele mais comumente encontrado em crianças menores de 12 anos e o segundo da população adulta. Também há relatos de ocorrência da enfermidade entre cães e gatos no meio urbano (INOUYE, 2006). 2.7 Imunomodulação O sistema imunológico pode ser comparado a uma orquestra muito bem articulada na qual mantêm a homeostase corporal em equilíbrio ativando sua habilidade de modular resposta imune quando necessária (OGECHUKWU, 2011). Esta resposta precipita uma forte defesa contra patógenos que freqüentemente agridem a integridade do sistema imunológico propagando o distúrbio no organismo hospedeiro ativando mecanismos reguladores para o retorno da homeostase, 35 mostrando que o próprio sistema imune se autoregula através da liberação de substâncias imunomoduladoras (HOLLAND & VIZI, 2002; KOKO, 2008). A imunomodulação é um mecanismo de ação no qual o sistema imunológico pode ter sua resposta estimulada ou suprimida por uma variedade de substâncias com ação farmacológicas sintéticas, produtos advindos de microorganismos e até de plantas medicinais (BLECHA, 2001). Estas substâncias que modulam o mecanismo de defesa têm sido reconhecidas como um modo de inibir a propagação de doenças em humanos sem causar efeitos nocivos ao organismo demonstrando que a imunomodulação pode ser uma alternativa ao tratamento convencional de quimioterápicos para diversas doenças (MILLER et al. 2009; TAYLOR et al. 2009). O termo imunomodulação passou a ser utilizado durante a campanha mundial de erradicação da varíola através da vacinação com vírus atenuado, descoberta por Edward Jenner, no século XVIII. Após a vacinação a população passou a desenvolver reações positivas e efeitos colaterais sendo, portanto apropriado o uso do termo para intitular as reações apresentadas pela vacina, pois estas poderiam estar relacionadas ao aumentando dos mecanismos de defesa do hospedeiro (imunoestimulação) ou sua diminuição (imunossupressão) (TRACEY, 2009). Tradicionalmente os imunomoduladores modificam a resposta imune restaurando-a ao estado normal podem também estimulá-la ao combate a agentes invasores e fatores ambientais como também suprimir células de defesa (TRACEY, 2008). Dependendo do tipo de imunoestimulação causado, células do sistema imune são ativadas e outras suprimidas como exemplo podemos citar a estimulação da resposta imune humoral que envolve a secreção de anticorpos por linfócitos B aumentando sua titulação no organismo ou a imunossupressão causada pela inibição de citocinas TNF-α, interferon-γ, IL-13, IL-15, IL-4, IL-5 e IL-10, moléculas importantes no controle da resposta inflamatória e das respostas mediadas por células T e B (JANEWAY et al. 2002; FINCKH et al. 2008). Com a descoberta dos imunomoduladores tornou-se possível a manipulação do sistema imune a favor de um estado saudável, na tentativa de reduzir os efeitos associados ou não à quimioterapia, à rejeição de enxertos, doenças alérgicas, doenças cancerígenas dentre outras (MEHROTRA et al. 2002; DUTRA et al. 2002). É sabido que fármacos com propriedades quimioterápicas exercem danos graves ao sistema imunológico de indivíduos sobre tratamento (HAROON et al. 36 2009). No entanto, o uso de plantas como fonte de substâncias imunomoduladoras é significante na medicina moderna, pois é sabido que diversas substâncias como polissacarídeos, lecitinas, peptídeos, saponinas, óleos e outras oriundas de plantas apresentam atividade imunomoduladora, validando desta forma sua utilização na medicina popular e moderna (DAVIS e KUTTAN, 2000; COSTA et al. 2008). 2.7.1 ÓXIDO NÍTRICO (NO) Na década de 80, a descoberta do óxido nítrico (NO) como um mensageiro molecular para os vários sistemas do organismo de mamíferos revolucionou as pesquisas acerca da extensão de sua atividade biológica (VANIN, 1998; FLORA FILHO & ZILBERSTEIN, 2002). Desde então, um crescente número de pesquisas acerca da molécula NO, na fisiopatologia humana e animal, são desenvolvidas (MEDZHITOV, 2008). O NO participa de muitos processos fisiológicos relacionados aos sistemas nervosos central e periférico (MACDONALD et al. 2011). Tem um importante papel no controle de muitas infecções, apresentando atividade antibacteriana, antiparasitária e antiviral apresentando também ação anti-tumoral (WEBER et al. 2010). Todavia, o descontrole na síntese de NO está implicado na patogênese de doenças cardiovasculares, autoimunidade, rejeição de transplantes, sépsis, doenças cerebrais degenerativas, indução de câncer, genotoxicidade e na inflamação (COUTINHO et al. 2009). Sua produção é feita por uma família de isoenzimas expressas em uma grande variedade de células de mamíferos, através da catálise enzimática do aminoácido essencial L-arginina (GOMES et al. 2009). A catálise enzimática da reação do aminoácido L-arginina e oxigênio, que resulta na formação de L-citrulina e Óxido Nítrico, é feita por enzimas que são constitutivas (cONS) ou induzidas (iONS). As cONS são enzimas que estão presentes em muitas células; sua liberação depende da concentração intracelular de cálcio/calmodulina e, uma vez liberadas, sintetizam ON por curtos períodos. O NO formado por esta via participa de muitos processos homeostáticos. Por outro lado, as iONS independem da concentração 37 intracelular de cálcio, e são liberadas por macrófagos poucas horas após sua ativação e também por outras células sob ação de citocinas (DUMMER et al. 2007). Durante a resposta imune mediada por células, a maioria das células adquire a capacidade de expressar a forma de NO induzida (BORGES et al. 2009). Sua ação depende da célula T reconhecer um antígeno específico, embora não seja uma resposta específica (AGUIAR et al. 2010). A expressão dos antígenos por macrófagos murinos torna-se crucial para que haja a interação com linfócitos T e conseqüente secreção de IFN-γ, um importante co-indutor da síntese de (ROCK et al. 2010). Entretanto, SICHER et al. (1994) propuseram que o ON sirva como um mecanismo de feedback, prevenindo a excessiva ativação das células T e produção de ON. Neste contexto, possivelmente o ON possa ser visto como um modulador imune (CHEN et al. 2010). 2.7.2 FATOR DE NECROSE TUMORAL ALFA (TNF-α) Fator de necrose tumoral alfa é uma citocina proinflamatória, pleiotrópica, sintetizada principalmente por macrófagos. Entretanto, após a estimulação com LPS, monócitos, neutrófilos, linfócitos T e células NK também a sintetizam. Além disso, a produção do TNF-α também pode ser estimulada por IFN, IL-1, IL-2, GM-CSF, substância P, bradicinina, imunocomplexos, inibidores da cicloxigenase e fator ativador plaquetário (PAF). Por outro lado, a produção pode ser inibida por ciclosporina, dexametasona, prostaglandina E2 (PGE2), IL-6 e antagonistas do PAF (Clark, 2007). As alterações endoteliais, principalmente a perda do controle na coagulação, a atividade quimiotática e estímulo ao metabolismo oxidativo de fagócitos são ações do TNF-α compartilhadas com a IL-1β. Igualmente o TNF-α, possui atividade de pirógeno endógeno, aumenta a reabsorção óssea, a atividade de adipócitos e a expressão de MHC-I e II. Estimula ainda, a produção de IL-6 fazendo com que os hepatócitos produzam proteínas da fase aguda da inflamação. Além disso, TNF-α é o principal mediador na caquexia das neoplasias malignas (VARELLA e Forte, 2001). 38 O fator de necrose tumoral α é uma proteína de membrana de 26 kDa, um importante regulador da imunidade e inflamação, bem como da diferenciação e da morte celular (PARAMESWARAN, 2010). É sintetizado em resposta à inflamação, infecção ou injúria e subsequentemente clivado por uma metaloproteinase, a TNF-α convertase (TACE) que libera o peptídeo solúvel de 17 kDa (YAMAOKA et al., 2008). TNF-α possui dois receptores expressos constitutivamente, TNFR1 e TNFR2. O do tipo 1 se faz predominante na maioria das células, possuindo um domínio de morte intracelular, contribuindo principalmente para a morte neuronal, ao passo que o TNFR2 contribui para a neuroproteção (BERNARDINO et al., 2008). A interação do receptor com proteínas adaptadoras deflagra uma complexa cascata de sinalização, dentre as proteínas ativadas destacam-se a p38, JNK e MAP kinases (Mathew et al., 2009). Os receptores da superfamília de TNF possuem um domínio de morte em sua cauda citoplasmática, a qual recruta proteínas adaptadoras (TRADD) por dimerização. Um complexo de proteínas sinalizadoras com TRADD e TRAF-2 é recrutado quando TNF se liga a o TNFR1 o que leva a uma cascata de eventos, como regulação do NF-ƙB, JNK e caspases que, por sua vez, influenciam decisões de morte celular ou sobrevivência (KASSARDJIAN e KREYDIYYEH, 2008). As funções do TNF-α mais bem caracterizadas estão relacionadas à apoptose e à inflamação. Altas concentrações desta citocina no sangue de pacientes com septicemias correlacionam-se com a piora do prognóstico. Injeções de TNF-α em animais de laboratório, mesmo na ausência de bactérias, levam a um quadro semelhante ao choque séptico, sugerindo uma importante ação deletéria quando presente em quantidades excessivas. Porém em pequenas concentrações (nM), já foi demonstrado que o TNF-α induz a proliferação celular, promovendo neurogênese em cultura de células da zona subventricular de ratos (BERNARDINO et al. 2008). Além disso, já são conhecidos os efeitos desta citocina durante o desenvolvimento, em processos relacionados ao controle do movimento e do formato celular, através das ações relacionadas ao citoesqueleto (MATHEW et al. 2009). Desta forma, o TNF-α pode apresentar um papel central na promoção de neurogênese e reparo cerebral em resposta à injúria e infecção. Assim, da mesma forma que a IL-1β, o TNF-α pode regular tanto respostas tróficas, quanto de diferenciação (KAKIASHVILI et al. 2009). 39 2.8 Técnicas analíticas utilizadas na avaliação de fitoterápicos 2.8.1 ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO (IV) O termo espectroscopia designa métodos analíticos, em que se estuda a interacção de radiações electromagnéticas com as moléculas. A ligação de dois átomos em moléculas envolve diferentes tipos de energia, tais como energia translacional, vibracional e eletrônica. No caso da espectroscopia de infravermelho, esta tem por base os movimentos relativos dos átomos numa molécula, isto é, as suas vibrações (ALCÁCER, 2007). Assim, esta espectroscopia detecta a radiação que é absorvida pelas ligações vibracionais moleculares. Para que ocorra absorção por parte de uma molécula é necessário que a radiação incidente na molécula provoque a excitação dos modos vibracionais de modo que sua energia corresponda à diferença de dois níveis energéticos vibracionais. Assim, as absorções ocorrem a um determinado comprimento de onda, que corresponda à energia que permite a transição (SIESLER et al. 2002). Logo, o espectro na região do IV de uma substância orgânica corresponde ao conjunto de bandas de absorção apresentadas pela amostra submetida à radiação infravermelha e estas bandas correspondem às mudanças na energia vibracional dos compostos orgânicos. A energia absorvida da radiação IV provoca alterações transitórias nas ligações interatômicas, que podem sofrer estiramentos ou deformações nos ângulos de ligação. As frequências em que ocorrem as vibrações dependem da natureza das ligações em particular, mas são também afetadas pela vizinhança química e pela molécula como um todo. A presença de insaturações (conjugadas ou não), sistemas aromáticos e grupos funcionais específicos podem ser verificados através da presença de bandas características que têm grande importância na análise estrutural. Se o espectro IV da substância desconhecida é superponível com o espectro IV de uma amostra autêntica conhecida, então isso pode servir como uma prova de identidade, a qual é muitas vezes preconizada para ideniticação de fármacos pelas farmacopeias (FALKENBERG et al. 2001). O potencial desta técnica foi evoluindo tornando-se hoje em dia numa ferramenta bastante utilizada industrialmente, no controlo de qualidade e processo 40 (SIESLER ET AL. 2002). Apresentando como vantagens, a não destruição da amostra, precisão de resultado, simplicidade e rapidez de leitura e não necessitando de pessoal qualificado para a realização da mesma, pode assim ser utilizado directamente no local de produção. Esta metodologia tem por isso aplicação em diversos tipos de indústria, tais como alimentar, agrícola, farmacêutica, têxtil, petrolífera, cosmética entre outras (NAES et al., 2002). 2.8.2 ANÁLISE TÉRMICA A análise térmica constitui um conjunto de técnicas cada uma com a propriedade de acompanhar uma propriedade específica. O conhecimento das propriedades térmicas pode levar a melhora dos processos de moldagem, transporte, conservação e até melhorar as aplicações de determinados compostos e materiais. No caso da decomposição é útil saber quais são os produtos voláteis e os resíduos gerados em relação a sua ação biológica ou ambiental. Quando uma amostra é aquecida podem ocorrer mudanças químicas ou físicas em sua estrutura, dependendo se o calor térmico é maior ou menor que a força de energia de suas ligações. Essas mudanças podem ser úteis e industrialmente importantes, assim como, podem provocar a deteriorização e queima, não sendo desejável em outros casos. Por isso é importante estudar as mudanças térmicas de determinados compostos, assim como os limites de temperatura nos quais podem ser submetidos sem que se comprometa as suas propriedades (NUNES, 2009). As técnicas termoanalíticas adquiriram importância crescente em todas as áreas de conhecimento na química básica e aplicada. A utilização dessa metodologia, dotada de grande potencialidade, foi favorecida pela disponibilidade de instrumentos controlados por microprocessadores, capazes de fornecer informações quanto ao comportamento térmico dos materiais de forma precisa e num tempo relativamente curto. Tais métodos estão sendo largamente utilizados no controle de qualidade de drogas naturais ou sintéticas, pois fornecem, com rapidez, dados sobre a estabilidade do material analisado, em relação ao seu comportamento térmico. Além de que dados preliminares sobre o material analisado levam a pensar que se conhecendo o comportamento térmico do componente majoritário de uma planta, 41 pode-se identificar a autenticidade de um extrato bruto (GIOLITO e IONASHIRO, 1988). 2.8.3 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TG) A análise termogravimética é uma técnica termoanalítica que acompanha a variação de massa (perda e ou ganho) da amostra em função da variação de temperatura. Pode-se dizer que o equipamento da análise termogravimétrica é composto pela termobalança que permite a pesagem contínua da amostra em função da temperatura á medida em que ela é aquecida ou resfriada. A razão de aquecimento pode atingir 1ºC mim -1 até 100ºC podendo chegar até 2000ºC. a sensibilidade é de 1µg com capacidade de até 1g (ARAÚJO, 2006). As curvas geradas possibilitam a obtenção de informações quanto à estabilidade térmica da amostra, composição e estabilidade dos compostos intermediários e do produto final (ALVES, 2008). Nas curvas termogravimétricas convencional ou dinâmica são registradas as massa da amostra (m) em função da temperatura (T) ou tempo (t). Nessas curvas, os degraus em relação ao eixo das ordenadas correspondem às variações de massa sofrida pela amostra e permitem a obtenção de dados que podem ser utilizados com finalidades quantitativas (BANNACH, 2010). 2.8.4 ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) Técnica calorimétrica que determina continuamente as diferenças entre as temperaturas da amostra e de um material de referência termicamente inerte, a medida que ambos são aquecidos em um forno. A temperatura é medida por termopares conectados aos suportes metálicos das cápsulas de amostra e do material de referência, ambos contidos no mesmo forno. As variações de temperatura na amostra são devidas às transições entálpicas ou reações endotérmicas ou exotérmicas. As curvas DTA representam os registros de ∆T em 42 função da temperatura (T) ou do tempo (t), de modo que os eventos são apresentados na forma de picos. Os picos ascendentes caracterizam os eventos exotérmicos e os descendentes os endotérmicos (WENDLANDT, 1986; MACHADO e MATOS, 2004). 2.8.5 CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) Técnica calorimétrica termo analítica na qual as variações de entalpia (∆H) são monitoradas em relação a um material de referência termicamente inerte enquanto ambas são submetidas a uma programação controlada de temperatura. De acordo com o método de medida utilizado, há duas modalidades: calorimetria exploratória diferencial com compensação de potência e a calorimetria exploratória diferencial com fluxo de calor. Na DSC com compensação de potência, a amostra e a referência são aquecidas em compartimentos distintos, assim é possível mantê-las em condições isotérmicas. Neste caso, a amostra sofre variações de temperatura devido a eventos endotérmicos ou exotérmico em função do aquecimento ou resfriamento, ocorre uma modificação na potência de entrada do forno correspondente, proporcionando a anulação desta diferença (WENDTLENDT, 1986). Na DSC com fluxo de calor, a amostra e a referência contidas em seus respectivos suportes de amostra, são colocados sobre um disco de metal termoelétrico e aquecidos por uma única fonte de calor. Assim, o calor é transferido através do disco para amostra e referência, sendo que o fluxo de calor diferencial entre ambas é monitorado por termopares localizados abaixo dos suportes. Dessa forma, a diferença no fluxo de calor da amostra e da referência é diretamente proporcional à diferença de potência das junções dos termopares (SKOOG et al. 2002). 43 3. Objetivos 44 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral • Contribuir para o estudo da espécie Struthanthus marginatus Blume através da caracterização farmacognóstica, física-química e ensaios biológicos in vitro de seu extrato bruto e frações. 3.2 Objetivos Específicos • Caracterizar através de parâmetros farmacognósticos e físico-químico a droga vegetal (pó) da espécie Struthanthus marginatus Blume. • Avaliar a atividade antimicrobiana e antifúngica do extrato seco da tintura e frações da espécie Struthanthus marginatus Blume. • Testar citotoxicidade do extrato seco da tintura e frações da espécie Struthanthus marginatus Blume em células humanas mononucleares de sangue periférico (PBMC). • Avaliar a produção das citocinas Óxido Nítrico e TNF-α, em células humanas mononucleares de sangue periférico (PBMC). 45 4. Materiais e Métodos 46 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Material 4.1.1 MATÉRIA-PRIMA VEGETAL Espécie:Struthanthus marginatus Blume. Família: Loranthaceae Parte Utilizada: Folhas Quantidade utilizada: 5,9 kg O material vegetal foi adquirido junto à Feira do Ver-o-Peso, procedente da região metropolitana de Belém-PA, distrito de Icoaraci (latitude 1º 17’ 46” S e longitude 48º 27’ 58.02” O). Cerca de 5,9 kg folhas foram coletadas no dia 30 de Maio de 2011 às 08:00 horas. Houve o cuidado em separar uma amostra das partes aéreas do vegetal (folhas) e posteriormente a secagem, foi confeccionada a exsicata deste material. A exsicata foi submetida à identificação botânica, confirmando, assim, a espécie de estudo: Struthanthus marginatus Blume, pertencente à família Loranthaceae (Fig.4, p.47). Três exsicatas encontram-se depositadas no herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi, sob o número de registro MG 136939; MG 89015: MG 89906. A identificação botânica foi realizada pela Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), sob os cuidados técnicos do Prof. Dr. Mário Augusto Gonçalves Jardim. 47 Figura 4 - Exsicata de Struthanthus marginatus Blume. (Arquivo pessoal). 4.1.2 REAGENTES E SOLUÇÕES Reativo de Pascová, reativo de Fehling A, reativo de Fehling B, ácido clorídrico (HCl) P.A, solução de ácido clorídrico (HCl) a 5%, ácido sulfúrico (H2SO4) P.A, lugol, solução aquosa de ninhidrina a 1%, solução alcoólica de cloreto férrico (FeCl3 a 1%), metanol P.A, raspas de magnésio, reativo de Bouchardat, reativo de Dragendorff, reativo de Mayer, solução de ácido clorídrico (HCl) 6N, peróxido de hidrogênio (H2O2) concentrado a 30%, solução de hidróxido de amônio (NH4OH) 6N, reativo de Kedde, solução aquosa de vanilina a 1%, solução alcoólica de cloridrato de hidroxilamina a 10%, solução metanólica de hidróxido de potássio (KOH) a 10%, solução de HCl a 1 N, clorofórmio P.A, anidrido acético P.A, reativo para azuleno, éter de petróleo, ácido trifluoracético, éter etílico, solução de hidróxido de sódio (NaOH) a 1N, tolueno, solução de NH4OH a 10%, solução tampão fosfato pH 4,0 e pH 7,0, Sulfato de sódio anidro, Dimetilsulfóxido DMSO, água ultra pura, água destilada, Metanol, Etanol, Acetato de etila, acetonitrila P.A., Ácido clorídrico (HCl) 5 %, Álcool etílico absoluto 99,8 P.A, Álcool etílico a 70 %, azul de toluidina 1 %, Clorofórmio, Éter etílico, Hexano, hidroxietilcelulose - Natrozol® 250 HHRP, 48 propilenoglicol PA-ACS – Química especializada Erich LDTA, metilparabeno – mapric. 4.1.3 EQUIPAMENTOS Estufa termoestatizada Quimis Q-314M222, Estufa modelo S805T (BIOPAR), Moinho de facas, Agitador eletromagnético para peneiras (Bertel), Balança analítica modelo BK 500 (GEHAKA), Forno mufla modelo 355l (ENGRO), Alcoômetro de Gay Lussac, Potenciômetro modelo pHS3B (pHTek), Evaporador rotativo com banhomaria modelo 802 série 72025 (Fisatom), Bomba de vácuo modelo TE-058, Banho de ultra-som Ultrasonic Cleaner modelo 1450 Unique (MaxiClean), Balança analítica FA2104N (Bioprecisa), Câmara de luz ultravioleta 254-365 nm, Liofilizador modelo MicroMicroModulyo/115 série 1K470021-1B freqüência 60 Hz 20 Aº acoplado a bomba de vácuo modelo VLP-200 e ao filtro de óleo VPOF-110 (Thermo Savent); Capela de fluxo laminar (TROX SVL), Centrifuga (), Chapa de aquecimento – Quimis, Chapa aquecedora e agitadora (Nova Ética), Corning, Dessecadores de vidros, Destilador de água, Estufa ventilada para secagem de material vegetal Fanem, mod. 501ª, Evaporador rotatório, Büchi, modelo B 480, Geladeira, Cônsul, Sistema de filtração de água Millipores, Milli-Q Plus, Micropipetas Ependorff, vol. ajustável de 100 µL - 1 mL, Micropipetas Ependorff, vol. ajustável de 2 µL - 20 µL. 4.1.4 MATERIAIS PLÁSTICOS E VIDRARIAS Balões de fundo redondo de 100, 250 e 500 mL, bastão de vidro, béqueres de 10, 50, 100, 500 e 1000 mL, condensador de bolas, cuba cromatográfica, erlenmeyers de 50, 100, 250 e 500 mL, espátulas de metal, frascos eppendorf Sigma Chemical Company, funis de separação de 250 mL e 2000 mL, manta aquecedora, membranas filtrantes Millipore - Millex F6 0,2 mm, Papel alumínio 49 comercial, Papel de filtro MN 618, Pipetas graduadas de 1, 5 e 10 mL, Pipetas de Pasteur de vidro, VWR, Pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, Placas com 96 poços de fundo chato, TPP, Placas de petri 90x15- PROLAB, Placas cromatográficas de vidro10 x 5 e 10 x 10cm, Ponteiras de 10 a 1000µl e de 20 a 200µl, Provetas 5, 20, 50, 100, 500 e 1000 mL; 4.1.5 MEIOS DE CULTURA E SOLUÇÕES Ágar Muller-Hington, Ágar Saubouroud dextrose com cloranfenicol, Ágar SS (Salmonella Shigella), Ágar Nutriente (Marca), Caldo Saubourroud, Caldo Tioglicolato, Caldo Tetrationato, Meio RPMI 1640 (Roswell Park Memorial Institute) sem NaHCO3 e com L- glutamina, Soro de bezerro (SIGMA-ALDRICH), Solução tampão (PBS). 4.1.6 LINHAGENS BACTERIANAS E FÚNGICAS Foram utilizadas cepas dos seguintes microorganismos: Staphylococcus aureus ATCC 00577; Salmonella typhi ATCC 00259; Enterococcus faecalis ATCC 29212; Candida albicans ATCC 0175; Trichopyton mentagrophytes ATCC 9533. As cepas dos microoganismos foram provenientes do Instituto Oswaldo Cruz – RJ (FIOCRUZ) e Instituto Evandro Chagas – PA (IEC). 4.2 Métodos As análises descritas a seguir foram realizadas por etapas nos seguintes locais: Museu Parence Emílio Goeldi (MPEG), nos laboratórios de Processamento 50 de Matrial Vegetal, Fitoquímica, Controle de Qualidade Físico-Químico, Microbiológico e Farmacotécnica da Faculdade de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS), e no Laboratório de Pesquisa e Análise de Combustível, Laboratório de Química-Pesquisa do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) da Universidade Federal do Pará (UFPA). 4.2.1 PROCESSAMENTO DO MATERIAL VEGETAL A planta fresca foi higienizada mediante lavagem em água potável e corrente para remoção de terra, insetos e outras impurezas. O material vegetal foi imerso em uma solução alcoólica a 70% v/v, com a finalidade de remover microorganismos presentes e interromper o metabolismo do vegetal, evitando a alteração dos compostos químicos originalmente presentes. Posteriormente o material vegetal foi selecionado, separando-se as folhas, sementes e pecíolos. As partes do vegetal utilizada neste estudo foram: folhas jovens e maduras de Struthanthus Marginatus Blume. As folhas foram secas em temperatura ambiente (por 48 horas) sobre bancadas do laboratório de processamento de material vegetal da Faculdade de Farmácia (UFPA), as quais se encontravam previamente limpas, sanitizadas e revestidas com papel absorvente. A secagem das folhas foi realizada em estufa de circulação forçada de ar mantida a temperatura de 40°C, durante quatro dias, tendo a massa de uma amostra das folhas rigorosamente monitorada até peso constante. Após a retirada das folhas já secas da estufa, estas foram pulverizadas em um moinho de facas inoxidável a fim de reduzir o material vegetal a fragmentos de pequenas dimensões (pó). 51 4.2.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ DAS FOLHAS DE Struthanthus marginatus Blume. 4.2.2.1 Determinação da distribuição granulométrica do pó de Struthanthus marginatus Blume O procedimento foi desenvolvido usando um agitador de tamises eletromagnético que produziu movimentos horizontais e verticais e utilizando-se tamises padronizados superpostos, partindo-se de maior ao menor diâmetro. Exatamente 25g da droga seca e pulverizada foram submetidos à série de tamises com abertura de malha de 1700 µm, 710 µm, 355 µm, 250 µm, 180 µm, 125 µm; durante 30 minutos. O tamanho das partículas foi avaliado pela quantificação percentual de retenção de pó em triplicata de S. Marginatus Blume., em cada tamis (FARMACOPEIA BRASILEIRA V, 2010). 4.2.2.2 Determinação de perda por dessecação do pó Struthanthus marginatus Blume Exatamente 3 g da droga seca e pulverizada foram transferidas para pesafiltro. A amostra foi submetida a aquecimento em estufa a 105°C durante 2 horas, seguida de resfriamento em dissecador e pesagem. Repetiu-se a operação até obtenção de peso constante. Os resultados de três determinações foram avaliados em termos de porcentagem ponderal sobre a quantidade da amostra, utilizando a seguinte equação: (FARMACOPEIA BRASILEIRA V, 2010). % perda = Pu– Ps/Pa x 100 Onde: Pa = peso da amostra (g) 52 Pu = peso do pesa-filtro contendo a amostra antes da dessecação (g) Ps = peso do pesa-filtro contendo a amostra após a dessecação(g) 4.2.2.3 Determinação do teor de cinzas totais do pó Struthanthus marginatus Blume Aproximadamente 3g do pó foram transferidos a cadinhos de porcelana previamente calcinados, resfriados e pesados. As amostras foram aquecidas gradualmente até chegar a 450 º C e então carbonizadas em mufla por 2h. Após resfriamento em dissecador sob vácuo, as mesmas foram pesadas em balança analítica, repetindo-se o procedimento até a obtenção de peso constante. A porcentagem de cinzas foi calculada em relação à droga seca (FARMACOPEIA BRASILEIRA V, 2010). 4.2.2.4 Obtenção do perfil térmico por termogravimetria (TG, DTA e DSC) do pó Struthanthus marginatus Blume. As análises termogravimétricas do pó de S. marginatus B. foram realizadas por TG, DTA e DSC. Tais análises foram obtidas nas seguintes condições: utilizouse uma massa de aproximadamente 8 mg de cada amostra e as transferiu para um cadinho de platina, logo após, foram submetidas a uma faixa de temperatura entre 25 °C a 600 ºC, sob atmosfera dinâmica de nitrogêni o (25 mL/min) e razão de aquecimento de 5 ºC/min. Os cálculos de perda de massa foram realizados com auxílio do programa TA-60W da Shimadzu® (SILVA JUNIOR et al. 2006; ALVES et al. 2008, NUNES et al. 2009). A determinação da curva DSC do extrato foi analisado na faixa de temperatura de 25 °C até 300 °C. Para todos os outr os parâmetros seguiram-se os mesmos critérios adotados para TG e DTA. 53 4.2.3 OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DA TINTURA DO PÓ DAS FOLHAS DE Struthanthus marginatus Blume.. 4.2.3.1 Obtenção da tintura. Para obtenção da tintura de S. marginatus utilizou-se o processo extrativo chamado maceração preconizado pela FARMACOPEIA BRASILEIRA V (2010). Nesse processo, a tintura foi preparada em solução hidroalcoólica a 70º GL com teor de 20% da droga (p/v), onde permaneceu por 10 dias em recipiente de aço inoxidável, hermeticamente fechado, periodicamente agitado. Durante todo o processo, o material esteve ao abrigo da luz e em temperatura ambiente. Após a maceração, a tintura foi filtrada, armazenada em recipientes escuros e colocada sob refrigeração. 4.2.3.2 Determinação do pH da tintura. A determinação do pH da tintura de S. marginatus B. foi da realizada em potenciômetro previamente calibrado com soluções tampão pH 4,0 e 7,0 e os resultados correspondem à média de três determinações (FARMACOPEIA BRASILEIRA V, 2010). . 4.2.3.3 Determinação da densidade aparente da tintura. Um picnômetro com capacidade para 5mL, previamente tarado, foi preenchido com o líquido padrão (água recém destilada e fervida) e pesado. Em seguida o picnômetro foi preenchido com 5mL da amostra (tintura) e pesado. A relação, em triplicata, entre o peso da amostra e do líquido padrão, em um volume 54 fixo à temperatura de 20 ºC forneceu o valor da densidade relativa da tintura de Struthanthus marginatus B., à média de três determinações independentes (FARMACOPEIA BRASILEIRA V, 2010). 4.2.3.4 Determinação do teor de sólidos da tintura. Cerca de 1 mL da tintura foi pipetado e transferido para pesa-filtro previamente tarado nas condições empregadas durante a análise propriamente dita. Posteriormente, o pesa-filtro foi levado à secura em placa aquecedora, não excedendo a 40 ºC e dessecado em estufa sob temperatura 105 ºC por 2 h até peso constante. Após este período, o pesa-filtro foi resfriado em dissecador e pesado em balança analítica. O teor de sólidos foi calculado pela média de três determinações do resíduo seco (MACIEL et al. 2006). 4.2.4 ABORDAGEM FITOQUÍMICA DA TINTURA 4.2.4.1 Obtenção do extrato seco a partir da tintura Um volume da tintura foi concentrado em evaporador rotativo a baixa pressão, para remoção do solvente orgânico tendo o cuidado para que a temperatura de aquecimento não excedesse 40°C. Após a evaporação do solvente o extrato foi levado à estufa a 40°C, até total evaporação do resíduo de solvente e para obtenção do extrato seco de S. marginatus Blume. 55 4.2.4.2 Obtenção do extrato seco liofilizado O extrato seco liofilizado de S. marginatus Blume., foi obtido após a evaporação do solvente em evaporador rotativo sob baixa pressão e o extrato aquoso resultante foi resfriado a -70°C e liofiliza do. 4.2.4.3 Prospecção fitoquímica do extrato seco liofilizado A prospecção fitoquímica do extrato bruto liofilizado foi realizada com a finalidade de identificar a presença de classes de metabólitos secundários na espécie em estudo. Dessa forma, realizaram-se testes para: saponinas, ácidos orgânicos, açúcares redutores, polisssacarídeos, fenóis e taninos, proteínas e aminoáciodos, flavonóides gerais, glicosídeos cardíacos, catequinas, derivados de benzoquinonas, naftoquionas, fenantroquinonas, lactonas sesquiterpênicas e outras lactonas, alcalóides, purinas, esteróides, triterpenóides, azulenos, carotenóides, depsídios, depsidonas, derivados da cumarina e antraquinonas. Os testes foram realizados em triplicata e seguiram as condições estabelecidas no Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfia de Extratos Vegetais (BARBOSA et al. 2001). O procedimento experimental segue dscrito: a. Testes que utilizam água como solvente: Foi preparada uma solução-mãe com extrato bruto de S. marginatus Blume. para realizar os testes que utilizam água destilada como solvente. Para isso, foram pesados 140 mg de EB e dissolvidos em 28 mL de água destilada. Em seguida esta solução foi levada ao banho de ultrassom a fim de dissolver todo soluto. Posteriormente, a solução foi filtrada em papel de filtro Whatman qualitativo, reservando o filtrado e obtendo-se a solução-mãe. 56 Saponinas espumídicas: Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio (triplicata), sendo diluída em 15 mL. Em seguida, a solução foi agitada vigorosamente por 2 minutos em tubo fechado. Se a camada de espuma permanece estável por mais de meia hora, o resultado é considerado positivo. Ácidos orgânicos: Foram transferidos 2 mL da solução-mãe já filtrada para uma placa escavada. À solução foi adicionada gotas do reativo de Pascová. Se houver descoloração do reativo, a reação é positiva. Açúcares redutores: Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio. Em seguida, foram adicionados 2 mL do reativo de Fehling A e 2 mL do reativo de Fehling B e levados ao aquecimento em banho maria até ebulição por 5 minutos. O aparecimento de um precipitado vermelho tijolo, indica presença de açúcares redutores. Polissacarídeos: Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado de 2 gotas de lugol. O aparecimento de coloração azul indica resultado positivo. Fenóis e Taninos: 57 Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado de 2 gotas de solução alcoólica de FeCl3 a 1%. Qualquer mudança na coloração ou formação de precipitado indica reação positiva, quando comparado com o teste em branco (solvente+reativo). Uma coloração inicial entre o azul e o vermelho é indicativa da presença de fenóis. Precipitado escuro de tonalidade azul indica presença de taninos pirogálicos, e verde, presença de taninos catéquicos. Proteínas e aminoácidos: Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado de 0,5 mL de solução aquosa de nihidrina a 1% e aquecido em banho maria até ebulição. O aparecimento de coloração violeta persistente indica reação positiva. b. Testes que utilizam como solvente metanol: Foi preparada uma solução-mãe com extrato bruto de S. marginatus Blume para realização dos testes que utilizam metanol como solvente. Para isso, foram pesados 120 mg de EB e dissolvidos em 24 mL de metanol. Em seguida esta solução foi levada ao banho de ultrassom a fim de dissolver todo soluto. Posteriormente, a solução foi filtrada em papel de filtro Whatman qualitativo, reservando o filtrado e obtendo-se a solução-mãe. Flavonóides: Foram transferidos 10 mL da solução-mãe para tubo de ensaio (triplicata), em seguida foram adicionadas 5 gotas de HCl concentrado e raspas de magnésio. O surgimento de uma coloração rósea indica reação positiva. 58 Glicosídeos cardíacos: Foram transferidos 5 mL da solução-mãe para tubo de ensaio. Esta foi separada em duas porções de 2 mL cada e adicionada gotas do reativo de Kedde. O aparecimento de coloração azul ou violeta indica reação positiva. Catequinas: Foram transferidos 3 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado 1 mL de solução aquosa de vanilina a 1% e 1 mL de HCl concentrado. O surgimento de coloração vermelha intensa indica reação positiva. Derivados de benzoquinonas, naftoquinonas e fenantraquinonas: Foram transferidos 3 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado 2 gotas de Na2CO3 a 25%, 2 gotas de formaldeido a 4% e 2 gotas de odinitrobenzeno a 5%. Em seguida, a solução foi aquecida em banho maria. O aparecimento de uma coloração violeta indica reação positiva. Sesquiterpenolactonas e outras lactonas: Foram transferidos 3 mL da solução-mãe para tubo de ensaio, adicionado 12 gotas de solução alcoólica de cloridrato de hidroxilamina a 10% e 2 gotas de solução metanólica de KOH a 10%. A solução foi aquecida em banho Maria durante 2 minutos. Em seguida, resfriada e acidulada com solução de HCl a 1N, por fim foi adicionado 1 gotas de FeCl3 1%. O surgimento de uma coloração violeta indica reação positiva. 59 c. Testes que utilizam como solvente clorofórmio: Foi preparada uma solução-mãe com extrato bruto de S. marginatus Blume. para realizar os testes que utilizam clorofórmio como solvente. Para isso, foram pesados 75 mg de EB e dissolvidos em 15 mL de clorofórmio. Em seguida esta solução foi levada ao banho de ultrassom a fim de dissolver todo soluto. Posteriormente, a solução foi filtrada em papel de filtro Whatman qualitativo, reservando o filtrado e obtendo-se a solução-mãe. Esteróides e triterpenóides: 10 ml da solução-mãe foram filtrados sobre carvão ativado (triplicata). O filtrado foi transferido para um tubo de ensaio completamente seco, adicionado 1 mL de anidrido acético e agitado suavemente. Em seguida, foram adicionadas 3 gotas de H2SO4 concentrado e novamente agitado. O rápido desenvolvimento de cores que vão do azul evanescente ao verde persistente indicam resultado positivo. Azulenos: 2 mL da solução-mãe foram transferidos para tubo de ensaio. Esta foi concentrada até 0,5 mL em banho maria e adicionada 2,5mL da solução de reativo de azuleno. Em seguida, a solução foi aquecida em banho maria durante 5 minutos. Após resfriar, o conteúdo do tubo de ensaio foi transferiu para um funil de decantação e adicionado 10 mL de éter de petróleo. Este foi agitado e quando as duas fases estavam distintas, a fase aquosa foi observada. Quando há presença de proazulenos, a fase aquosa adquire coloração azul, porém, quando estes estão em pequena quantidade, a coloração observada é esverdeada.Carotenóides: 60 3 ml da solução-mãe foram transferidas para tubo de ensaio, no qual foram adicionadas gotas de ácido trifluoracético. O desenvolvimento de coloração azul indica reação positiva. d. Testes que utilizam como solvente éter etílico: Foi preparada uma solução-mãe com extrato bruto de S.marginatus Blume. para realizar os testes que utilizam éter etílico como solvente. Para isso, foram pesados 50 mg de EB e dissolvidos em 10 mL de éter etílico. Em seguida esta solução foi levada ao banho de ultra-som a fim de dissolver todo soluto. Posteriormente, a solução foi filtrada em papel de filtro Whatman qualitativo, reservando o filtrado e obtendo-se a solução-mãe. Depisídios e depsidonas: 5 mL da solução-mãe foram transferidos para um tubo de ensaio (triplicata) e evaporado em banho maria. Posteriormente, 3 mL de metanol foram adicionados ao resíduo e agitado. Após agitação, foram adicionadas 3 gotas da solução de FeCl3 1%. O aparecimento de coloração verde, azul ou cinza indica reação positiva. Derivados da cumarina: 5 mL da solução-mãe foram transferidas para um tubo de ensaio (triplicata), o solvente foi concentrado em banho maria até 0,5 mL. Em seguida, foi aplicada em um papel de filtro gotas da solução etérea, de modo que se formou duas manchas de aproximadamente 1 cm de diâmetro cada. A uma destas manchas foi adicionada 1 gota de solução de NaOH 1N e a metade dela foi coberta com papel escuro, 61 expondo a outra metade à luz ultravioleta. Para leitura do resultado as manchas foram descobertas e comparadas. O aparecimento de fluorescência azul na parte exposta da mancha indica reação positiva. e. Demais testes: Alcalóides: 25 mg do extrato bruto de S. marginatus Blume foram dissolvidos em 5 mL de solução de HCl 5% e filtrados. Foram separadas quatro porções de 1 mL em cada cavidade de uma placa escavada e 1 mL do branco e adicionado em cada cavidade gotas dos reativos de Bouchard, Dragendorff, Mayer e Bertrand. Precipitação ou turvação em pelo menos uma cavidade é indicativa de resultado positivo. 4.2.4.4 Fracionamento do extrato seco liofilizado Para o fracionamento do extrato seco empregou-se o método de partição sólido-líquido utilizando solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano, acetato de etila, acetona e metanol). Pesaram-se aproximadamente 20g do extrato bruto de S. marginatus B. os quais foram adicionados alíquotas de 100 mL de cada um dos solventes citados na ordem apresentada anteriormente até o esgotamento do extrato. As soluções provenientes do fracionamento foram concentradas em evaporador rotativo, fornecendo as frações hexânica, diclorometano, acetato de etila, acetona e metanólica. 4.2.4.5 Obtenção do perfil espectroscópico na região do infravermelho do extrato seco liofilizado. 62 O extrato liofilizado foi submetido à análise por espectroscopia de absorção na região do IV. As leituras foram realizadas na faixa de absorção de número de onda de 4000 cm-1 a 500 cm-1, com quantidade apropriada da amostra comprimida em cristal de seleneto de zinco (SILVA JUNIOR, 2006, ALVES, 2008, NUNES, 2009). 4.3.1 ENSAIOS BIOLÓGICOS DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE S. marginatus B. 4.3.1.1 Micro-organismos testados: Os micro-organismos testados foram cepas padrão ATCC (American Type Culture Colection) recomendadas para testes de suscetibilidade aos antimicrobianos (CLSI, 2003). As cepas foram mantidas em freezer a - 20°C em caldo BHI com 15% de glicerol até a sua utilização. Para uso nos testes, as bactérias foram inicialmente semeadas em caldo Mueller Hinton para cepa de Staphylococcus aureus, caldo Lactose para cepas de Salmonella thiphy e caldo Sabouraud dextrose com Cloranfenicol para cepas de Candida albicans e Trichophyton mentagrophytes e incubadas a 35 ºC por 24 horas para seu crescimento. 4.3.1.2 Padronização do inóculo A padronização do inóculo foi feita pelo método de suspensão direta das cepas ATCC, que consiste em fazer uma suspensão direta em solução salina. A suspensão foi ajustada para que sua turbidez coincidisse com a da solução padrão de McFarland 0,5, aproximadamente de 1 a 2 x 108 UFC/mL, usando o Densichek plus (Densitômetro) (CLSI, 2009). 63 4.3.1.3 Avaliação da atividade antifúngica do extrato seco liofilizado e frações liofilizadas de S. marginatus B. capaz de inibir a germinação dos esporos de Trichophyton mentagrophytes. Para a realização preliminar da atividade antifúngica do extrato seco e frações liofilizadas de S. marginatus B. frente a cepas de T. mentagrophytes empregou-se a técnica de microdiluição em caldo, de acordo com ELOFF, (1998). Esta técnica baseia-se na obtenção da concentração inibitória mínima (CIM) do extrato capaz de inibir a germinação dos esporos. O inóculo consistiu na preparação de uma suspensão de esporos em solução salina em seguida transferida para um novo tubo de ensaio passando por um funil contendo gazes estéreis, para retenção das hifas. A contagem e visualização dos esporos foram feitos em câmara de Neubauer e microscópio óptico, o resultado obteve-se através da soma dos quadrantes multiplicado pelo fator de correção da câmara 104. Após ajuste da concentração de esporos no inóculo, adicionaram-se 100 µL do Caldo Saboround Dextrose (CSD) em uma placa de 96 poços de fundo chato nas linhas A, B, C, D, E, F, G e H e colunas de 1 a 10 da placa. Em seguida, foram colocados 10 µL do extrato bruto e frações de S. marginatus em duplicata (colunas 1 a 10). Foi realizada uma diluição seriada 1 : 2 do extrato bruto e frações desde o poço A até o poço H onde se desprezou os 100 µL restantes. Por fim, colocaram-se 30 µL da amostra de Trichophyton mentagrophytes nos poços onde estavam presentes os meios de cultura, o extrato bruto e frações de S. marginatus B. O controle positivo foi constituído de meio de cultura caldo Saboround (100µL), solução contendo esporos de Trichophyton mentagrophytes (30µL); O controle negativo foi constituído com meio de cultura caldo Saboround (100µL), solução contendo esporos de Trichophyton mentagrophytes (30 µL) e de anfotericina B na concentração de 1µg/mL (10 µL). A placa foi mantida em estufa à temperatura de 25ºC no tempo de 24 e 72 horas. No tempo de 24 horas, determinou-se se o extrato bruto e frações de S. marginatus B. foram capazes de inibir a germinação dos esporos e em 72 horas determinou-se a concentração inibitória mínima (CIM). 64 A leitura da concentração inibitória mínima (CIM) foi realizada em microscópio invertido com aumento de 100x, no qual, após 24 horas, foi determinado se o extrato bruto e frações de S. marginatus B. eram capazes de inibir a germinação dos esporos. Após 72 horas, foi determinado o ponto final das leituras visualmente, baseando-se na comparação do crescimento dos esporos nos poços contendo os compostos com aqueles do controle de crescimento (controle positivo). A CIM foi definida como a menor concentração que inibiu completamente o crescimento visível dos fungos, após 3 dias de incubação. 4.3.1.4 Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato seco e frações liofilizadas de S. marginatus B. frente cepas bacterianas. As cepas bacterianas das espécies Salmonella typhi ATCC 00259, Enterococcus faecalis ATCC 29212, Staphylococcus aureus ATCC 00577 foram transferidos para três tubos falcon de 15 mL contendo cerca de 3 mL de caldo lactose e caldo Mueller Hinton respectivamente. Os tubos foram identificados e incubados conforme sua exigência de crescimento para bactérias (24h a 35 ºC ± 5% de CO2). Quatro tubos de ensaio foram preenchidos com solução salina a 0,9% onde foi gotejado caldo contendo as cepas até turvação (0,5 Escala Mac Farland). A escala nefelométrica de Mc Farland é o padrão de turvação mais frequentemente utilizado nos laboratórios de microbiologia, para determinar a intensidade da multiplicação em meios de cultivo líquidos. Esta multiplicação se manifesta nos meios líquidos por um aumento das partículas (bactérias) que se opõem a livre passagem da luz, provocando turvação ou opacidade no meio. Quanto maior o número de bactérias, maior será a opacidade do meio de cultura. A turvação bacteriana corresponde a cerca de 0,5 da escala de McFarland. Isto significa que há aproximadamente 1,5 x 108 unidades formadoras de colônias (UFC)/mL. O inóculo bacteriano pode ser obtido por meio do método de crescimento ou da suspensão direta da colônia. Independentemente do método de preparação do inóculo, antes da 65 inoculação das placas, a turbidez da suspensão bacteriana deve ser mensurada com o auxílio de um turbidímetro. Após a obtenção da escala de McFarland foi adicionado cerca de 100 µL de caldo na placa de 96 poços. Fez diluição (1:2) do extrato bruto e frações partindo da concentração inicial de 1000µg; 500 µg; 250 µg; 125 µg; 62,5 µg; 31,25 µg; 15,625 µg; respectivamente. O ultimo poço foi utilizado para controle contendo apenas caldo de cultura e cepas dos micro-organismos ajustados pela escala de McFarland. A placa foi incubada a 35º C por 24 h. Após incubação, observou o crescimento bacteriano (turvação) nos respectivos poços contendo o cultivo bacteriano juntamente com extrato bruto e frações. Fez-se o cultivo em placa de Agar (triplicata) dos poços e observou-se o crescimento das colônias bacterianas (HOLETZ et al. 2002). 4.3.2 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA IMUNOMODULAÇÃO 4.3.2.1 Coleta de células PBMC. Foram coletados através de punção venosa, em tubos heparinizados, aproximadamente 40mL de sangue de cada paciente e indivíduo não infectado. A coleta foi efetuada por um profissional capacitado. Após a coleta o sangue total foi adicionado à solução de Ficoll-Hypaque e levado para centrifugação, (20 minutos a 24°C). Ao término da centrifugação formou-se um ane l celular o qual foi coletado e transferido para tubos contendo meio de cultura – RPMI-1640 para ser lavado por três vezes por centrifugação (10 minutos a 4°C), ao final desta seqüência de lavagens, o “pellet” de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) formado foi suspenso em RPMI (meio de cultura) e contado em câmara de Neubauer para ser ajustado para a concentração 5x106/mL (GAZZINELLI, 1983). As células foram cultivadas em placas de microtitulação de 96 well com fundo chato (NUNC), com o estímulo do extrato bruto e frações de S. marginatus B nas concentrações de: 1000; 500; 250; 125; 62,5; 31,25; 15,62 e 7,81µg/mL respectivamente ou na ausência de 66 qualquer estímulo, para um volume final de 200µL/well. O controle positivo constituiu-se de células + meio RPMI completo + LPS. O controle negativo constituiu-se meio RPMI completo. As células foram então incubadas a 37ºC em estufa contendo 5% de CO2. Após 24 horas de incubação, foram coletados os sobrenadantes para dosagem de TNF-α e Óxido Nítrico. 4.3.2.2 Teste de Citotoxicidade em células PBMC. O experimento foi realizado utilizando a técnica de MTT (MOSMANN, 1983). Em uma placa de 96 cavidades, foram incubadas suspensões de células PBMC (100µL por cavidade), na concentração de 5x106 células/mL, por 3 horas para a aderência. Após o período de incubação e aderência das células nos poços da placa, o sobrenadante foi removido e acrescentado 100 µL da concentração do extrato liofilizado e frações. O teste foi realizado em triplicata, com isso cada grupo celular tratado foi composto por 12 amostras de cada diluição. O controle positivo constituiu-se de suspensão celular (5x106) e anfotericina B nas seguintes diluições: 100; 500; 250; 125; 62,5; 31,25 e 15,62 µg/mL respectivamente. O controle negativo constitui-se de suspensão celular (5x106) e meio de cultura RPMI. A placa de cultura foi incubada durante 24 h, 25 ºC em estufa de CO2. Após o período de incubação, adicionou-se cerca de 10 µLr de MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5- diphenyltetrazolium bromide) em todos os poços incluindo os controles e banco. Incubou-se por 4 horas e fez leitura em leitor de Elisa de comprimento de onda a 490 nm. As densidades ópticas (DO) foram convertidas em porcentagem de viabilidade celular (Ferreira, 2010) empregando-se a seguinte fórmula: % Viabilidade = (DO Grupo Tratado x 100) / Média DO Grupo Controle A solução de MTT foi preparada a partir da suspensão de 0,5 mg do pó de MTT (Sigma Aldrich Co., Alemanha) em 1 mL de Phosphate Buffer Saline (PBS) (Cultilab, Brasil) esterilizado. 67 4.3.2.3 Dosagem de Óxido Nítrico em células PBMC. O Óxido Nítrico, quantificado pelo acúmulo de nitrito em meio de cultura, foi medido espectrofotometricamente usando reagente de Griess com nitrito de sódio (NaNO2) como padrão (GREEN et al. 1982). Em cada orifício de uma placa de 96 cavidades foram adicionados 100µL de uma suspensão celular ajustada na concentração de 5x106 células/mL. Após a aderência das células, a placa foi incubada com 100µL das preparações obtidas a partir da droga vegetal ou somente meio de cultura RPMI-1640 (controle negativo), por 24 h a 37 ºC em estufa com tensão constante de 7,5% de CO2. Como controle positivo, foi utilizado 100µL de uma solução de LPS a 1µg/mL. Após a incubação, alíquotas de 100µL do sobrenadante da cultura foram misturadas com 100µL do reagente de Griess (sulfanilamida 0,1%; N-naftil-etilenodiamino 0,1% e ácido fosfórico a 3%). Após 10 minutos a temperatura ambiente, a absorbância foi lida a 540 nm em leitor de ELISA (Multiskan, Labsystem, Finlândia). Os dados foram expressos como µmols/5x105 células através da curva padrão obtida anteriormente com concentrações molares conhecidas de NaNO2 (Merk) em meio RPMI-1640. 4.3.2.4 Teste de ELISA para dosagem de TNF- α. Neste ensaio foi utilizado a técnica de ELISA sanduiche no qual foi usada uma microplaca de 96 poços já revestidos com um anticorpo monoclonal específico para TNF-α. Foram efetuadas diluições da solução padrão de TNF-α para posterior elaboração da curva padrão. Tanto as diluições padrão como as amostras em estudo foram colocadas nos poços da microplaca e o TNF-α presente em cada uma ligou-se ao anticorpo monoclonal específico para TNF-α. Após incubação de 2 horas à temperatura ambiente foram efetuadas 4 lavagens com o tampão de lavagem apropriado de modo a retirar as substâncias não ligadas. Seguiu-se a adição do conjugado (anticorpo policlonal específico para TNF-α ligado a uma enzima) e após 1 hora de incubação à temperatura ambiente foram efetuadas mais 4 lavagens com 68 tampão de lavagem. Para realização desta técnica, foi usada uma micropipeta de 96 poços já revestida com anticorpo monoclonal específico para TNF-α. A curva padrão foi elaborada com diluições da solução de TNF-α. Tanto as diluições padrão como as amostras em estudo foram colocadas nos poços da microplaca e o TNF-α presente ligou-se ao anticorpo monoclonal específico. Após incubação em temperatura ambiente foi feito 4 lavagens de modo a retirar as substâncias não ligadas. Seguiu-se a adição do conjugado (anticorpo policlonal ligado a uma enzima) e após 1 hora de incubação foram efetuadas 4 lavagens de forma a remover o conjugado não ligado. Em seguida foi adicionado o substrato e incubou-se a placa 20 minutos, no escuro e à temperatura ambiente. Neste passo ocorre o desenvolvimento de coloração, a qual é proporcional à quantidade de TNF-α ligado no passo inicial. O desenvolvimento de coloração foi parado pela adição da solução stop e a intensidade da cor medida a 450 e 570 nm no aparelho Infinite M200 (TECAN). 4.4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA A análise estatística foi realizada através de análise de variância (ANOVA) utilizando o pós-teste de Dunnet de acordo com o programa Graphpad Instat versão 3.05. O nível de significância foi de 5%, ou seja, as diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. 69 5. Resultados 70 5. RESULTADOS 5.1 Avaliação das características físicas e físico-químicas do pó das folhas de S. marginatus Blume. 5.1.1 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatus Blume. Pela avaliação granulométrica do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume. observou-se que as partículas passaram em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha 1700 µm e menos de 40% das partículas do pó passou pelo tamis com abertura nominal de malha de 355 µm, o que caracteriza o pó como grosso, segundo a Farmacopéia Brasileira 5ª Ed. (2010), (Figura 5). Distribuição Granulométrica 60,00% 50,00% 47,62% 40,00% 38,77% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 5,62% 3,79% 2,49% 1,54% 0,17% 1700 710 355 250 180 125 Fundo Abertura da malha do Tamis (µm) Figura 5 - Determinação da distribuição granulométrica do pó das folhas de S. marginatus Blume. 71 5.1.2 DETERMINAÇÃO NA PERDA POR DESSECAÇÃO E DO TEOR DE CINZAS TOTAIS DE DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatus B. Tabela 1 - Determinação da perda por dessecação e determinação do teor de cinzas totais de S. marginatus Blume. ƞ X (%) ± DPR Perda por dessecação 3 8,7 ± 0,472 Teor de cinzas totais 3 11,6 ± 0,465 Testes Ƞ = nº de amostras X = Média dos desvios independentes DPR = Desvio padrão relativo 5.1.3 ANÁLISE DO PERFIL TÉRMICO DO PÓ DAS FOLHAS DE S. marginatus Blume 5.1.3.1 Termogravimetria e análise térmica por TG e DTG do pó das folhas de S. marginatus B. As curvas termogravimétricas (TG e DTG) do pó das folhas de S. marginatus, mostram que houveram três eventos térmicos. O primeiro evento foi registrado na faixa de temperatura de 49°C a 95,96°C com perda in icial de massa de 8,369%. No segundo evento a temperatura a partir de 213,58°C a té 338 °C sofreu perda de massa de 38,64% e de 438 °C até 518 °C a perda de m assa foi de 29,102% (terceiro evento). Foi possível verificar uma perda total de massa de 76,12% na faixa de temperatura analisada a partir de 45 °C a 600 °C, c om resíduo de 23,88% confirmados pelos eventos endotérmicos e exotérmicos registrados na curva DTG (Figura 6; Tabela 2). 72 1 1 2 3 3 2 Figura 6 - Curvas TG e DTG do pó das folhas de S. marginatus Blume. obtidas a 5°C/min. sob atmosfera: N2, fluxo: 25,00 mL/min. Tabela 2 - Perfil termogravimétrico (TG) do pó das folhas de S. marginatus B. com suas respectivas perdas de massa, em cada intervalo de temperatura (°C). Temperatura ºC ∆Perda de massa (%) 49 - 95,96 8,369 213,58 – 338 38,64 438 - 518 29,102 5.1.3.2 Calorimetria exploratória diferencial (DSC) A curva DSC do pó das folhas de S. marginatus Blume vegetal mostra um evento endotérmico na faixa de temperatura de 64,39°C a 93,89°C, com um consumo de energia de 123,28 J⁄g. O processo de decomposição tem início na temperatura de 200 °C, sendo evidenciado por dois e ventos exotérmicos consecutivos. O primeiro ocorre na faixa de temperatura de 249,27°C a 369,87°C 73 (∆H= 222,97 J/g) e o segundo ocorre na faixa de temperatura de 425,98°C a 586,53 °C ( ∆H= 6,35 J/g) (Figura 7; Tabela 3). Figura 7 - Curva DSC do pó das folhas de S. marginatus B. obtida 5 ºC/min, sob atmosfera: N2, fluxo: 25,00 mL/min. Tabela 3 - Valores das entalpias apresentadas pelo pó das folhas de S. marginatus B. em diferentes temperaturas, analisadas por DSC. ∆ Temperatura Entalpia ∆H (J/g) Eventos 64,39 - 93,89 123,28 Endotérmico 249,27 - 369,87 - 222,97 Exotérmico 425,98 - 586,53 - 6,35 Exotérmico 74 5.2 Caracterização química e físico-química do extrato bruto liofilizado do pó das folhas de Struthanthus marginatus Blume. 5.2.1 OBTENÇÃO DA TINTURA A tintura foi preparada por maceração segundo a FARMACOPEIA BRASILEIRA V 2010, onde forneceu 30,5g de extrato mole, representando um rendimento de 5.083% em relação ao pó da droga utilizada (600g). 5.2.2 DETERMINAÇÃO DO PH, DENSIDADE APARENTE E TEOR DE SÓLIDOS DA TINTURA. Os valores do pH, densidade aparente e resíduo seco da tintura de S. marginatus Blume. estão descritos na tabela 4. Tabela 4 - Determinação do pH, densidade aparente e resíduo seco da tintura de S. marginatus Blume. Determinações Resultados / Desvio Padrão pH 5.16 ± 0,005 Densidade 0.886 ± 0,005 Resíduo seco 7.2% ± 0,057 75 5.2.3 OBTENÇÃO DO EXTRATO SECO LIOFILIZADO A liofilização do extrato bruto do pó das folhas de Struthanthus marginatus B. teve rendimento de cerca 9,53 g, representando 31,245% do extrato bruto obtido. 5.2.4 PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO SECO LIOFILIZADO. O resultado do screening fitoquímico pode ser visualizado na tabela 5. Tabela 5 - Prospecção fitoquímica do extrato bruto liofilizado de S. marginatus Blume. Metabólitos Secundários Saponinas Ácidos orgânicos Açúcares redutores Polissacarídeos Proteínas e aminoácidos Fenóis Taninos catéquicos Flavonóides Alcalóides Glicosídeos cardíacos Catequinas Derivados benzaquinonas; Naftoquinonas e Fenantraquinonas Sesquiterpenolactonas Esteróides e triterpenóides Azulenos Carotenóides Depsídeos e depsidonas Derivados da cumarina Antraquinonas Resultado + + + + + + + + + + - 76 5.2.5 PERFIL ESPECTROSCÓPICO NA REGIÃO IV DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES LIOFILIZADAS DE S. marginatus Blume. Na figura 8 visualizamos uma banda próxima do comprimento de onda 2350 nm, característico de nitrilas (C Ξ N) ou tripla ligação entre carbonos (C Ξ C). No comprimento entre 1800-2000 nm indica presença de anel aromático. Absorção próxima de 3500 nm indica presença de grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol; 2900 nm ligações de C-H de carbonos sp3; 1600 nm duas bandas que podem ser referentes a ligações C=C de anel aromático ou ainda de C=O; 1250 nm indica presença de C-O de fenol; 750 nm deformação angular fora do plano de C-H de anel aromático (sp2). Duas bandas na região próxima de 1000 nm que podem ser referentes à deformação de C-O de álcool primário. Extrato Bruto (EB) Figura 8 - Espectro na região do IV do extrato bruto (EB) liofilizado de S. marginatus Blume. 77 Tabela 6 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região do infravermelho (IV) para extrato bruto (EB) liofilizado de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) 2350 1800 - 2000 3500 – 3200 2900 1600 1250 750 1000 Tipo de ligação CΞN Anel aromático O–H C – H (sp3) C = C ou C = O C - O de fenol C - H de anel aromático (sp2) C - O de álcool primário Na figura 9 visualizamos uma banda larga próxima do comprimento de onda de 3500 nm indicando a presença do grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol. Região próxima de 2900 nm ligações de C-H de carbono sp3; 2375 nm Deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou deformação de ligação tripla entre carbonos (C Ξ C); 1750 nm indica banda de carbonila (C=O) de aldeído ou cetona; 1450 nm estiramento de C-H ligado à carbonila; 1250 nm deformação axial assimétrica C-O-C de éter. Na região entre 1800-2000 nm indício da presença de anel aromático. Fração Hexânica (FH) Figura 9 - Espectro na região do IV da fração hexânica (FH) liofilizada de S. marginatus Blume. 78 Tabela 7- Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração hexânica (FH) liofilizada de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) 3500 – 3200 2900 2375 - 2375 1750 1450 1250 1800 – 2000 Tipo de ligação O–H C - H (sp3) C Ξ N ou C Ξ C C=O Estiramento de C-H Deformação axial assimétrica C-O-C Anel aromático Na figura 10 visualizamos uma banda larga próxima do comprimento de onda de 3500 nm, indicando a presença do grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol. O comprimento de onda próximo de 2350 nm indica deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou tripla ligação entre carbonos (C Ξ C); 2900 nm deformação axial de ligações de C-H de carbonos sp3. Fração Diclorometano (FD) Figura 10 - Espectro na região do IV da fração diclorometano (FD) liofilizada de S. marginatus Blume. 79 Tabela 8 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração diclorometano (FD) liofilizada de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) Tipo de ligação 3500 – 3200 2350 - 2375 2900 O–H C Ξ N ou C Ξ C C - H (sp3) Na figura 11 visualizamos uma banda larga próxima ao comprimento de onda de 3500 nm, indicando a presença do grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol. Próximo de 2900 nm deformação axial de ligações de C-H de carbonos sp3. O comprimento de onda próximo de 2350 nm indica deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou tripla ligação entre carbonos (C Ξ C); No comprimento entre 1800 - 2000 nm indica presença de anel aromático; 1600 nm duas bandas que podem ser referentes a ligações C=C de anel aromático ou ainda de C=O; 1250 nm indica ser de uma deformação axial de C-O de fenol; 750 nm indica ser uma deformação angular fora do plano de C-H de anel aromático (sp2); 1000 nm que podem ser referentes a C-O de álcoois primários. Fração Acetato Etila (FAE) Figura 11 - Espectro na região do IV da fração de acetato de etila (FAE) liofilizada de S. marginatus Blume. 80 Tabela 9 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região do infravermelho (IV) para fração acetato de etila (FAE) liofilizada de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) Tipo de ligação 3500 – 3200 2900 2350 - 2375 1800 – 2000 1600 1250 1000 750 O–H Deformação axial C - H (sp3) C Ξ N ou C Ξ C Anel aromático C = C ou C = O Deformação axial de C - O de fenol C - O álcool primário Deformação angular anel aromático(sp2) Na figura 12 visualizamos uma banda na região de comprimento de onda 2375 nm indicando deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou deformação axial entre tripla ligação de carbonos (C Ξ C). Esta banda está presente nas amostras anterior Fração Acetona (FAT) Figura 12 - Espectro na região do IV da fração acetona (FAT) liofilizadas de S. marginatus Blume. 81 Tabela 10 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração acetona (FAT) liofilizada de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) Tipo de ligação 2350 – 2375 C Ξ N ou C Ξ C Na figura 13 visualizamos uma banda larga próxima de 3500 nm, indicando a presença do grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol; 2350 nm indica deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou tripla ligação entre carbonos (C Ξ C); 1600 nm duas bandas que podem ser referentes a ligações C=C de anel aromático ou ainda de C=O; Próximo de 2900 nm deformação axial de ligações de C-H de carbonos sp3. Fração Metanólica (FM) Figura 13 - Espectro na região do IV da fração metanólica (FM) liofilizada de S. marginatus Blume. 82 Tabela 11 - Comprimento de onda (nm) e ligações características no espectro da região de infravermelho (IV) para fração metanólica (FM) liofilizada de S. marginatus Blume. Região de absorção (nm) Tipo de ligação 3500 – 3200 2900 2350 - 2375 1600 O–H Deformação axial C - H (sp3) C Ξ N ou C Ξ C C = C ou C = O 5.3 Ensaios Microbiológicos 5.3.1 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES LIOFILIZADAS DE S. marginatus B. CAPAZ DE INIBIR GERMINAÇÃO DE ESPOROS DE Trichophyton mentagrophytes. A avaliação da atividade antifúngica do extrato bruto e frações liofilizadas de S. marginatus B., procurou obter a concentração inibitória mínima (CIM) capaz de inibir a germinação dos esporos. As concentrações testadas: 1000µg; 500µg; 250µg não foram capazes de inibir a germinação dos esporos das cepas de Trichophyton mentagrophytes . Os resultados estão expressos na tabela 12 e 13. Tabela 12 - Avaliação da atividade antifúngica do Extrato Bruto (EB), fração Hexânica (FH) e Fração Diclorometano (FD) de S. marginatus B., nas concentrações: 1000; 500 e 250 (µg/mL). Droga vegetal (µg/mL) Cepa T. mentagrophytes SI: Sem inibição fúngica. EB FH 1000 500 250 SI SI SI 1000 500 SI SI FD 250 1000 500 250 SI SI SI SI 83 Tabela 13 - Avaliação da atividade antifúngica da fração Acetato de Etila (FAE), Acetona (FAC) e Metanólica (FM) de S. marginatus B., nas concentrações:1000; 500 e 250 (µg/mL). Droga vegetal (µg/mL) Cepa FAE 1000 500 T. mentagrophytes SI FAC FM 250 1000 500 250 1000 500 250 SI SI SI SI SI SI SI SI SI: Sem inibição fúngica. 5.3.2 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E ANTIFÚNGICA DO EXTRATO BRUTO E FRAÇÕES DE S. marginatus B. FRENTE CEPAS BACTERIANAS E FUNGICAS. A avaliação da atividade antimicrobiana e antifúngica através da técnica do MIC determinou três ações do extrato bruto e frações de S. marginatus Blume: bactericida, bacteriostática e sem atividade antimicrobiana. Os resultados estão expressos nas tabelas 13 e 14 e também podem ser vistos na figura 14; 15 e 16 (p.59). Tabela 14 - Avaliação da atividade antimicrobiana do Extrato Bruto, Fração Hexânica (FH) e Fração Diclorometano (FD) de S. marginatus Blume. nas concentrações de: 1000; 500 e 250 (µg/mL). Droga vegetal (µg/mL) Cepas EB 1000 500 FH 250 1000 500 FD 250 1000 500 250 Staphylococus aureus BC BC BC BC BC SA BC BC SA Enterococcus faecalis BC BC SA BC BC BC BC BC BC Salmonela tiphy BC BC BC BC BC SA BC BC BT Cândida albicans SA SA SA SA SA SA SA SA SA BC: Bactericida; BT: Bacteriostática; SA: Sem atividade antimicrobiana. 84 Tabela 15 - Avaliação da atividade antimicrobiana das Frações: Acetato de Etila (FAE), Acetona (FAC) e Metanólica (FM) de S. marginatus B., nas concentrações de: 1000; 500 e 250 (µg/mL). Droga vegetal (µg/mL) Cepas FAE 1000 500 FAC 250 1000 500 FM 250 1000 500 250 Staphylococus aureus BC SA SA BC BC SA BC BT SA Enterococcus faecalis BC BT SA BC BC BC BC BC BT Salmonela tiphy BC BT SA BC BC BT BC BC BT Cândida albicans SA SA SA AS AS SA SA SA SA BC: Bactericida; BT: Bacteriostática; SA: Sem atividade antimicrobiana. BC Figuras 14 - Placas mostrando atividade bacteriostática (BT) e bactericida (BC) do extrato bruto (EB) e frações de S. marginatus em diferentes concentrações frente a cepas bacterianas de Enterococus faecalis (arquivo pessoal). 85 Figura 15 – Placas mostrando atividade bacteriostática (BT) e bactericida (BC) do extrato bruto (EB) e frações de S. marginatus em diferentes concentrações frente a cepas bacterianas de Staphylococcus aureus. BC BT 86 BT Figura 16 – Placas mostrando atividade bacteriostática (BT) e bactericida (BC) do extrato bruto (EB) e frações de S. marginatus em diferentes concentrações frente a cepas bacterianas de Salmonella enterica Tiphy. BC 87 5.4 Ensaios Imunológicos 5.4.1 TESTE DE CITOTOXICIDADE Observamos que os extratos e as frações não foram citotóxicos para os macrófagos murinos RAW 264.7 nas concentrações utilizadas (100; 500; 250; 125; 62,5; 31,25 e 15,62 µg/mL) respectivamente. Tabela 16 – Avaliação da citotoxicidade do extrato bruto (EB), fração hexânica (FH), fração diclorometano (FD), fração acetato de etila (FAE), fração acetona (FAC) e fração metanólica (FMT) de Struthantus marginatus Blume. em células RAW 264.7 pelo ensaio de MTT. Extrato/Frações Células Viáveis Absorbância EB 100,0 ± 1,10 1,07 ± 0,01 FH 100,0 ± 1,49 1,20 ± 0,15 FDC 100,0 ± 4,56 0, 69 ± 0,04 FACE 100,0 ± 1,03 0,86 ± 0,10 FACT 100,0 ± 3,86 0,70 ± 0,04 FMT 100,0 ± 4,66 1,49 ± 0,05 Controle Triton x-100 26,5 ± 1,72 0,16 ± 0,02 Controle célula 100,0 ± 2,63 0,68 ± 0,03 5.4.2 DOSAGEM DE ÓXIDO NÍTRICO (NO) A produção de óxido nítrico (NO) foi inibida tanto em cultura de células PBMC (figura 17a) quanto em cultura de macrófagos murinos RAW 264.7 (figura 17b) estimulados com LPS (1 µg/ml) e tratados com extrato bruto liofilizado e frações de S. marginatus B. 88 30 300 a 250 * 10 7 * * * * [NO] µ M [NO] µ M 20 b 200 ** * * * 40 8 0.4 150 6 100 LPS 125 62 31 16 8 LPS S. marginatus Extrato Bruto (µ µg/mL) 100 S. marginatus Extrato bruto (µ µg/mL) Figura 17. Inibição da produção de NO por extrato bruto de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS; * * - p < 0,01 quando comparado com controle LPS. A fração hexânica também foi capaz de inibir a produção de óxido nítrico (NO) em células PBMC (figura 18a) e macrófagos (figura 18b), sendo que em macrófagos murinos RAW 264.7 embora tenhamos observado inibição em todas as concentrações utilizadas a inibição foi maior na concentração de 100 µg/ml da fração. 30 300 a 250 10 7 * * * * 6 * [NO] µ M [NO] µ M 20 b 200 # ** 150 ** ** 5 100 LPS 125 62 31 16 8 S. marginatus Fração hexânica (µ µg/mL) LPS 100 40 8 0,4 S. marginatus Fração hexânica (µ µg/mL) Figura 18. Inibição da produção de NO – fração hexânica de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS; * * - p < 0,01 quando comparado com controle LPS; # - p < 0,05 quando comparado com controle LPS. 89 A fração diclorometano inibiu a produção de óxido nítrico (NO) em células PBMC (figura 19a) e macrófagos (figura 19b). 30 300 a 250 10 7 * * * [NO] µ M [NO] µ M 20 b 6 * * 16 8 200 # ** 150 5 * ** 100 LPS 125 62 31 LPS S. marginatus Fração diclorometano (µ µg/mL) 100 40 8 0.4 S. marginatus Fração diclorometano (µ µg/mL) Figura 19. Inibição da produção de NO – fração diclorometano de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS; * * - p < 0,01 quando comparado com controle LPS; # - p < 0,05 quando comparado com controle LPS. A fração acetato de etila inibiu a produção de óxido nítrico (NO) em células PBMC (figura 20a) e macrófagos (figura 20b). 30 300 a 250 10 10 * 8 * * 125 62 * * [NO] µ M [NO] µ M 20 b 200 150 6 # # ** ** 40 8 100 LPS 31 16 8 LPS S. marginatus Fração acetato de etila (µ µg/mL) 100 0.4 S. marginatus Fração acetato de etila (µ µg/mL) Figura 20. Inibição da produção de NO – fração acetato de etila de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS; * * - p < 0,01 quando comparado com controle LPS; # - p < 0,05 quando comparado com controle LPS. 90 A fração acetona foi capaz de inibir a produção de óxido nítrico (NO) em células PBMC (figura 21a), porém esta inibição, embora tenha sido aparente em macrófagos murinos, não foi significativa quando comparado à produção de óxido nítrico no sobrenadante das células estimuladas com LPS e não tratadas (figura 21b). 30 300 a b 250 10 8 * 7 * * * 125 62 31 * [NO] µ M [NO] µ M 20 200 150 6 5 100 LPS 16 S. marginatus Fração acetona (µ µg/mL) 8 LPS 100 40 8 0.4 S. marginatus Fração acetona (µ µg/mL) Figura 21. Inibição da produção de NO – fração acetona de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS. A fração metanólica foi capaz de inibir a produção de óxido nítrico (NO) em células PBMC (figura 22a), porém esta inibição, embora tenha sido aparente em macrófagos murinos, não foi significativa quando comparado à produção de óxido nítrico no sobrenadante das células estimuladas com LPS e não tratadas (figura 22b). Cada barra representa a média ± desvio padrão dos experimentos realizados em triplicata. A análise estatística foi realizada através da análise de variância (ANOVA). 91 30 300 a 250 * 10 8 7 * * * * [NO] µ M [NO] µ M 20 b 200 150 6 5 100 LPS 125 62 31 16 8 S. marginatus Fração metanólica (µ µg/mL) LPS 100 40 8 0.4 S. marginatus Fração metanólica (µ µg/mL) Figura 22. Inibição da produção de NO – fração acetona de S. marginatus Blume. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS. 5.4.3 DOSAGEM DE TNF- α Células PBMC foram cultivadas em meio RPMI com adição do extrato bruto e frações de S. marginatus B., nas concentrações: 1000 µg/mL e 0,78 µg/mL e estimuladas com LPS (1µg/mL) a fim de avaliar se a droga vegetal era capaz de inibir ou estimular a produção da citocina TNF- α. Verificou-se que as células PBMC cultivadas com extrato bruto e frações na maior concentração (1000 µg/mL) apresentaram baixos níveis na produção de TNF-α quando comparados com a menor concentração (0,79 µg/mL) do extrato bruto e frações que apresentaram o aumento da produção desta citocina. 92 175 * 150 125 TNF-α [pg/ml] * # 100 75 50 * 25 * * * * * EB LP S 1 EB m 0, g/m 78 l m g FH /m FH 1m l 0, g/m 78 l FD mg /m FD C 1 l m C g 0, /m 7 FA 8m l g/ C m FA E l 1 C m E g 0, /m 7 FA 8m l g/ m F A CT l 1 C m T g 0, / 78 ml m FM g/ m FM T 1 l m T 0, g/m 78 l m g/ m l 0 Figura 23 – Produção de TNF- α em cultura de células mononucleares de sangue periférico humano (PBMC) na presença de duas diferentes concentrações do extrato bruto e frações de S. marginatus Blume. Controle positivo (CP) constituiu-se de células cultivadas com RPMI completo e LPS (1µg/mL). Cada barra representa a média ± desvio padrão dos experimentos realizados em triplicata. A análise estatística foi realizada através da análise de variância (ANOVA), seguido pelo teste de Tukey. * - p < 0,001 quando comparado com controle LPS; # - p < 0,05 quando comparado com controle LPS. 93 6. Discussão 94 6. DISCUSSÃO De acordo com a proposta deste trabalho objetivou-se avaliar a atividade imunomoduladora do extrato bruto e frações da espécie Struthanthus marginatus Blume em células de sangue periférico humano. Para tanto, foi analisada a produção de citocinas NO e TNF- α por células PBMC quando estimuladas com LPS. As células envolvidas nas respostas imunes possuem função reguladora, em que podem claramente promover ou suprimir as respostas imunológicas. Esse mecanismo regulador assegura que as respostas sejam apropriadas tanto qualitativamente quanto quantitativamente (TIZARD, 1998), mostrando que o próprio sistema imune se autoregula através da liberação de substâncias imunomoduladoras (STITES e TERR, 1995; HOLLAND e VIZI, 2002). Estas substâncias também são conhecidas como citocinas, proteínas de baixo peso molecular que atuam na comunicação entre células, promovendo a indução ou regulação da resposta imune (LYER, 2011). São capazes de restaurar o sistema imunológico dos indivíduos susceptíveis a invasões por agentes agressores e a fatores ambientais (DUTRA, 2002) promovendo proteção aos tecidos, restringindo os danos no local da infecção ou causando injúria quando produzida de forma exacerbada pelo sistema imune (ROCHA, 2007). Atualmente a medicina moderna procura identificar compostos com atividades farmacológicas capazes de inibir ou estimular os efeitos causados pelas citocinas envolvidas no processo imune regulador (NUNES-PINHEIRO, 2003). Dentre as alternativas de pesquisa as plantas medicinais vêm sendo utilizadas ao longo dos anos no tratamento de enfermidades, porém o desenvolvimento tecnológico de medicamentos fitoterápicos no país ainda é incipiente, tornando-se essencial que o medicamento fitoterápico passe por processos de avaliação como eficácia, toxicidade e testes microbiológicos, garantindo um eficaz controle de qualidade para ser comercializado como produto terapêutico (SIMÕES et al. 2007; PORTAL DA SAÚDE, 2013). Assim, para o desenvolvimento de um fitoterápico é preciso planejar e obter preparações intermediárias para transformação da matéria-prima vegetal em um produto acabado. Tal processo é importante porque o material inicial para estudo deverá ser estável de modo que garanta sua reprodutibilidade e suficientemente 95 seco e pulverizado para que se consiga um bom rendimento no processo de extração dos constituintes químicos de interesse farmacêuticos (SILVA JÚNIOR, 2006; DESMICHELLE, 1987; BARNI, 2009;). Os parâmetros de qualidade para fins farmacêuticos são, a priori, estabelecidos nas Farmacopeias e Códigos Oficiais, no entanto, ainda há escassez de monografias para matérias primas de diversas espécies vegetais nativas, como é o caso da espécie Struthanthus marginatus Blume (MICHELIN et al. 2010). Para a elaboração do extrato bruto e frações de S. marginatus Blume foi inicialmente realizado o processo de caracterização física e físico-química da droga vegetal e da solução extrativa (tintura) em virtude da importância que estas determinações proporcionam na montagem de métodos para controle de qualidade desde o processo da coleta do material vegetal até a obtenção do produto intermediário e final. A coleta do material vegetal foi feita em meados do mês de Maio de 2011, realizou-se a identificação botânica da espécie cuja exsicata (Figura 4, p.47) encontra-se depositada no herbário do Museu Emílio Goeldi, garantindo sua confirmação taxonômica e evitando a ocorrência de qualquer equívoco quanto à utilização errônea de outras espécies. É importante observar a época de coleta do material vegetal, pois as espécies apresentam épocas específicas em que contêm maior quantidade de princípios ativos no seu tecido, essas variações podem levar a desconfiança na pureza do produto e alterações nas respostas biológicas quando testadas (MARTINS et al. 1995). Após a confirmação da espécie, as folhas previamente selecionadas foram lavadas com etanol 70 ºGL, para controlar a carga microbiológica que possivelmente poderia estar presente no material vegetal; após essa fase as folhas foram secas em temperatura ambiente seguida de secagem em estuda de ar circulante a 40 ± 2 ºC, desta forma, houve eliminação de maior parte do conteúdo de água favorecendo a eliminação e inativação de microorganismos (CUNHA, 2005). Logo após a secagem do material vegetal este foi pulverizado em moinho de facas até a obtenção de um pó, o qual sofreu caracterização física de sua constituição através da granulometria. A granulometria é um parâmetro da eficiência da extração, já que partículas muito finas ou com grande superfície de contato impedem a absorção do líquido extrator e diminuem a eficiência da extração (PÉRTILE, 2007). 96 Segundo a FARMACOPEIA BRASILEIRA V (2010), a classificação dos pós é feita de acordo com sua granulometria ou grau de divisão, classificando-os como grosso, moderadamente grosso, semifino, fino e finíssimo. Esse dado é expresso pela referência à abertura nominal da malha do tamis utilizado no qual o pó é coletado após o processo de pulverização. Quando se avaliou a determinação da distribuição granulométrica do pó das folhas de S. marginatus B. verificou-se que as partículas passaram em sua totalidade pelo tamis com abertura de malha 710 µm e menos de 40% das partículas do pó passou pelo tamis com abertura de malha de 355 µm, o que caracteriza o pó como sendo grosso. Pós de tamanho maior, como os desta classificação, favorecem as extrações, pois partículas muito finas podem aderir umas às outras criando uma barreira que impede a penetração de solventes diminuindo a eficiência da extração (VOIGT e BORNSCHEIN, 1982). A perda por dessecação expressa o percentual de umidade residual da droga vegetal e é um indicativo do teor de material volátil do vegetal (COSTA, 1982). A perda por dessecação da droga vegetal em estudo é de cerca de 8,7% (Tabela 1, p.71), logo está dentro do parâmetro (8-14%) estabelecido pela FARMACOPEIA BRASILEIRA V (2010). Portanto, torna-se importante o conhecimento sobre a perda por dessecação do material vegetal uma vez que aliado a um armazenamento adequado, a qualidade, estabilidade e preservação das propriedades terapêuticas serão mantidas (BRAGA et al. 2007). A importância da determinação da perda por dessecação está ligada também à estabilidade microbiológica da matéria-prima vegetal, uma vez que, teores de umidade acima do especificado possibilitam o desenvolvimento de fungos e bactérias, representando riscos devido à produção de substâncias tóxicas, hidrólise e atividade enzimática com consequente deterioração de constituintes químicos tornando o material impróprio ao consumo (COUTO, 2009; AMARAL et al. 2003). O teor de cinzas totais estabelece a quantidade de substâncias residuais não voláteis, obtidas por incineração, representando a soma de material inorgânico integrante da espécie (cinzas intrínsecas, derivadas dos componentes minerais da própria planta) com as substâncias aderentes de origem terrosa (cinzas extrínsecas, como solo, areia que se adere à superfície da droga vegetal) (BRAGA, 2007; SIMÕES, 2007). Quando estas cinzas apresentam um teor superior ao indicado pela monografia, geralmente são referentes a procedimentos de colheita e pós-colheita 97 inadequados (SHARAPIN, 2000). O resultado da determinação de cinzas totais para o pó das folhas de S. marginatus B. foi de 11,6%, (Tabela 1, p.71) de acordo com os limites estabelecidos nas monografias de diversas drogas vegetais descritas na Farmacopeia Brasileira indicando que as mesmas não possuem excesso de terra e/ou areia. Este método pode avaliar a pureza do material, detectando a presença excessiva de substâncias aderentes e adulterações no material vegetal (AMARAL, 2003). O presente trabalho utilizou metodologias clássicas contidas nas farmacopéias para a caracterização preliminar da matéria-prima vegetal como também outras metodologias que vem se destacando por seu aprimoramento. A análise térmica possui a capacidade de observar e quantificar as mudanças que ocorrem na amostra de acordo com a variação de sua massa, que está sujeita ao aquecimento a uma velocidade constante (TG) e a qualificação e quantificação da variedade de gases liberados, que são continuamente medidos e analisados (CG/MS). O sistema TG/CG e MS oferece um completo entendimento do estudo do mecanismo da decomposição térmica, através da curva TG e de dados moleculares (DOLLIMORE, 1984; WENDLANDT, 1986; SZEKELY, 1992). Essa metodologia analítica pode ser utilizada em associação aos atuais métodos clássicos utilizados no controle de qualidade de produtos naturais, entre outros fatores por ser uma metodologia confiável e de rápida execução (ARAGÃO, 2002). As técnicas termoanalíticas também são usadas na área de fármacos e medicamentos para a aplicação e estudos de estabilidade térmica, compatibilidade fármaco-excipiente e para determinação da pureza (RODRIGUES, 2005; ALVES, 2006). Ressalta-se, ainda, que os resultados obtidos conduzem a parâmetros relevantes no processamento industrial de fármacos e de medicamentos. E uma das potencialidades analíticas da termogravimetria é determinar o teor de umidade do material analisado, por isso, é utilizada no controle biológico para armazenamento. Pode ser utilizada, também, para determinação do teor de cinzas como indicador da qualidade de sais minerais e possíveis adulterações do material com compostos inorgânicos (FELSNER e MATOS, 1998). As curvas termogravimétricas (TG, DTG e DSC) obtidas em atmosferas de nitrogênio mostram perdas de massa e variação de entalpia caracterizada pelos eventos de decomposição do material analisado em função da temperatura 98 controlada em até 600 ºC. Analisando as curvas TG/DTG do pó da planta (Figura 6, p.72) podemos ver três estágios de decomposição térmica. O primeiro estágio ocorre no intervalo de temperatura de 49 - 95,96ºC, caracterizando uma pequena perda na porcentagem de massa inicial coincidindo com o evento endotérmico ocorrido pela curva DSC da droga (Figura 7, p.73 e Tabela 3, p.73). Essa perda de massa inicial pode ser atribuída à desidratação do pó da planta por perda de umidade e/ou evaporação de constituintes voláteis como os óleos essenciais (WESOLOWSKI et al. 2003). Os gráficos TG/DTG também nos mostram que o pó da planta é estável até cerca de 180ºC e a partir daí, iniciam-se os processos térmicos de oxidação e fusão até a completa decomposição do material vegetal. O segundo estágio de decomposição, após a desidratação do material, se inicia por volta de 213,58 ºC a 338 ºC (Figura 6, p.72; Tabela 2, p.72), registrando uma possível oxidação dos componentes orgânicos presentes no pó da planta, e ao início da carbonização do material vegetal (WESOLOWSKI, 2003; ARAÚJO, 2006) que é refletida pelas curvas TG/DTG e está em correspondência com a curva exotérmica do gráfico DSC (Figura 7, p. 73). A partir de 438 °C a 518 ºC observa-se a terceira etapa de decomposição do material vegetal, referente à queima de restos carbonizados da matéria orgânica culminando na obtenção de suas cinzas (Figura 6; Tabela 2, p. 72) (FARIA, 2002). Foi possível verificar uma perda total de massa de 76,12% na faixa de temperatura analisada a partir de 45 °C a 600 °C, com resíduo de 23,88% confirmados pelos eventos endotérmicos e exotérmicos registrados na curva DTA (Figura 6; Tabela 2, p. 72). A curva DSC do pó da planta (Figura 7; p. 73) demonstrou inicialmente um evento endotérmico consumindo uma energia de 123,28 J⁄g, característico dos processos de liberação de água e umidade. Os processos de decomposição térmica do pó da planta tiveram início à temperatura de 200 ºC, sendo evidenciado por dois eventos exotérmicos na faixa de temperatura de 249,27°C a 369,87°C e liberação de energia de ∆H= 222,97 J/g e o segundo na faixa de temperatura de 425,98°C a 586,53 °C e liberação de energia de ∆H= 6,35 J/g (Figura 7; Tabela 3, p.73). A origem dos picos endo e exotérmico são provocadas por fenômenos físicos ou químicos. Com isso, qualquer fenômeno físico ou químico que por ocasião de sua ocorrência provoque variações de entalpia pode ser detectado através destas curvas, e à medida que a sensibilidade destes instrumentos vai sendo aumentada, a 99 aplicabilidade do método também é ampliada consideravelmente (FERNANDEZ, 2006). Entretanto, as curvas obtidas através de qualquer instrumento moderno são perfeitamente reprodutíveis, de modo que se utilizando várias substâncias padrões, as áreas dos picos das curvas TG/DTG podem ser relacionadas com os calores de reação, transição, fusão, polimerização das curvas do gráfico DSC. Reciprocamente, caso o calor da reação seja conhecido, pode-se determinar a quantidade de substância que reagiu. Desta forma, os resultados dos perfis térmicos através da termogravimetria (TG), da análise térmica diferencial (DTG) e da calorimetria exploratória diferencial (DSC) quando comparados aos métodos convencionais: determinação da perda por dessecação e teor de cinzas totais, preconizados pela FARMACOPEIA BRASILEIRA V. (2010) mostram-se satisfatórios através de resultados semelhantes fornecendo estimativas do conteúdo de água residual e eventos físico-químicos presente no material após sua análise em um curto período de tempo (SILVA JÚNIOR, 2006). Estes resultados corroboram para certificação científica de tais métodos analíticos que aliados ao controle de qualidade são utilizados no desenvolvimento de novas formas de preparo e administração de produtos fitoterápicos, ajudando desta forma no conhecimento físico e físico-químico das drogas vegetais e seus derivados (DI STASI, 1996; CANIGUERAL, 2003; VIEIRA, 2001). Quando se fala em controle de qualidade de um fitoterápico, inicialmente, deve ser feita análise da matéria prima da tintura, atentando-se principalmente para a identificação botânica ou zoológica (DESMICHELLE, 1987). Após o processo de produção, as tinturas devem passar por vários ensaios dentre eles: identificação, características organolépticas, densidade, resíduo seco, determinação do teor alcoólico. Todos estes ensaios são importantes para assegurar o padrão de qualidade, atendendo a uma especificação pré-estabelecida (FONSECA e LIBRANDI, 2008). Desta forma a tintura foi obtida a partir do pó de suas folhas, utilizando como líquido extrator um solvente geral: o álcool etílico e sua mistura com água, formando uma solução hidroalcóolica a 70ºGL. A caracterização dessa tintura foi baseada na determinação de seu pH, densidade e teor de sólidos. Verificou-se que o valor da densidade aparente foi de 0,886 g/cm3 o que se manteve dentro do limite preconizado para tinturas fitoterápicas entre 0,87 a 0,98 g/cm3 utilizando o picnômetro como método de avaliação (PRISTA, 1990). 100 A determinação do teor de sólidos implica na quantificação das substâncias extraídas da planta através da eliminação do solvente extrator, e é um indicativo da concentração da tintura no qual apresentou valor de 7,2% (m/m) a 105ºC (OLIVEIRA e BERRETTA, 2007). Este parâmetro fornece dados a cerca do rendimento da extração já que a secagem influi no estado de integridade das estruturas celulares, expondo-as mais ou menos ao contato com os solventes (HARBONE, 1986). O pH da tintura foi de 5,16 caracterizando-a como ácida (Tabela 4, p.74) este valor pode ser atribuído à possível presença de ácidos orgânicos e de fenóis na tintura. A prospecção fitoquímica pode determinar qualitativamente os principais grupos de constituintes químicos da espécie vegetal, através de simples testes de reação de cor e precipitação (SHARAPIN, 2000). Quando se testou o extrato bruto de S. marginatus B. verificou a presença dos seguintes metabólicos secundários: saponinas, ácidos orgânicos, açúcares redutores, taninos catéquicos, flavonoides, alcalóides, esteroides, triterpenóides, depsidíos e depsonas. (Tabela 5, p. 75). Estes mesmos resultados foram encontrados no trabalho de Freire (2011) quando estudou a espécie e suas frações. A classe dos flavonoides e taninos possuem atividade gastroprotetora, antiulcerogênica e antioxidante que pode conferir a espécie vegetal uma possível atividade imunoprotetora contra agentes agressores (BAGGIO, 2007; GURBUZ, 2009; FREIRE, 2011). Para tanto, foi realizado ensaios de absorção de espectros na região do infravermelho (IV) com objetivos de adquirir mais informações sobre a presença de constituintes químicos presentes na droga vegetal e assim fornecer dados sobre bandas de absorção (Figuras 8, 9, 10, 11, 12 e 13; p. 76 até p. 81). Esta é uma técnica muito utilizada na análise orgânica qualitativa, sendo amplamente utilizada nas áreas de química de produtos naturais, síntese e transformações orgânicas. O espectro obtido no infravermelho foi muito valioso, pois forneceu um agregado de bandas características de determinados grupos funcionais que juntamente com sua análise em tabelas de dados forneceu uma preliminar sobre os grupos funcionais presentes na estrutura molecular da amostra (BARBETTA e MAGINI, 2006). Entretanto, o espectro na região do IV não diferencia normalmente uma amostra pura de outra não pura. Logo, uma amostra pura apresenta bandas de absorção bem agudas e resolvidas, já o espectro de um produto bruto que contém muitos tipos diferentes de moléculas pode apresentar 101 bandas de absorção arredondadas e mal resolvidas devido às diversas absorções presentes (DYER, 1965). Ao se analisar os espectros na região do infravermelho para droga vegetal de seu extrato bruto liofilizado (EB) e respectivas frações liofilizadas: Hexânica (FH); Diclorometano (FD); Acetato de Etila (FAE); Acetona (FAC) e Metanol (FM), notou-se que as regiões de absorção são bastante semelhantes entre elas (Figuras 8, 9, 10, 11, 12 e 13; p. 68 até p. 73). Pelos espectros é possível verificar uma banda larga próxima ao comprimento de onda de 3500 nm indicando a presença do grupo funcional hidroxila (O-H) de álcool ou fenol; deformação axial de ligações de C-H de carbonos sp3 próximo ao comprimento de onda de 2900 nm; comprimento de onda próximo de 2350 nm indica deformação axial de nitrilas (C Ξ N) ou tripla ligação entre carbonos (C Ξ C); No comprimento entre 1800 - 2000 nm indica presença de anel aromático; 1600 nm duas bandas que podem ser referentes a ligações C=C de anel aromático ou ainda de C=O; 1250 nm indica ser de uma deformação axial de C - O de fenol; 750 nm indica ser uma deformação angular fora do plano de C-H de anel aromático (sp2); 1000 nm que podem ser referentes a C-O de álcoois primários (SILVERSTEIN et al. 2007). Provavelmente a substância em questão apresenta-se formada por hidroxilas provenientes de alcoóis ou fenóis, carbonilas e compostos aromáticos, identificados por suas regiões de absorção correspondentes a deformação axial de vários tipos de ligação sugerindo a presença de uma ampla classe de metabólitos tais como: flavonóides, cumarinas, antraquinonas, alcaloides quinolínicos e quinolônicos e outros fenil propanóides confirmando desta forma a análise feita prospecção fitoquímica preliminar. Os metabólicos secundários presentes em espécies vegetais possuem funções de extrema necessidade ao vegetal garantindo vantagens à sua sobrevivência tais como funções adaptativas, de defesa e atração que juntas garantem ao vegetal a perpetuação da espécie em um ecossistema (CROTEAU, 2000; PINTO, 2002). Embora os metabólicos secundários possuam uma variedade de funções nas plantas, é provável que sua importância ecológica tenha alguma relação com potencial efeito medicinal para os seres humanos. Por exemplo, metabólitos secundários envolvidos na defesa contra herbívoros através de atividade neurotóxica poderia ter efeitos benéficos em seres humanos (ou seja, como antidepressivos, sedativos, relaxantes musculares ou anestésicos) através de sua 102 ação no sistema nervoso central. Da mesma forma, metabólitos secundários envolvidos na defesa das plantas através de citotoxicidade para patógenos microbianos podem ser úteis como medicamentos antimicrobianos em humanos, se não forem demasiado tóxicos, com isso, garantem matéria prima para o desenvolvimento de drogas de valor comercial ao combate de doenças (KAUFMAN, 1999). Com base nesta ideia, foram realizados ensaios para testar atividade antimicrobiana da droga vegetal e suas frações em cepas de micro-organismos gram-positivos e gram-negativos além de cepas dos fungos Candida albicans e Thichophyton mentagrophytes através da técnica da concentração inibitória mínima (CIM). Os ensaios de atividade antimicrobiana mostraram que o extrato bruto liofilizado e frações liofilizadas foram bactericidas (BC) nas maiores concentrações (1000 e 500 µg/mL) para cepas de Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Salmonella tiphy, o mesmo extrato e frações também apresentaram atividade bacteriostática (BT) e ausência atividade (AA) à medida que as concentrações diminuíam (Tabelas 14 e 15, p.83 e 84). Quanto as cepas de Candida albicans e Thichophyton mentagrophytes o extrato e frações não apresentoram atividade em nenhuma das concentrações testadas (Tabelas 12 e 13; p. 82), já que o crescimento destes micro-organismos foram observados através da turvação do caldo, formação de hifas e brotamento de esporos quando as lâminas foram coradas e lidas em microscópio óptico. A atividade bactericida da droga vegetal pode ser atribuída pela presença de flavonóides detectados na prospecção fitoquímica. Os flavonóides representam um dos grupos fenólicos mais importantes e diversificados entre os metabólitos de origem natural (SIMÕES, 2007). As modificações no anel central dessas substâncias levam à diferenciação em subclasses distintas, tais como: chalconas, flavanonas, flavanonóis, flavonas, flavonóis, isoflavonas e antocianidinas (PRESCOTT, 2013). A presença de flavonóides e proantocianidinas na família Lorantaceae foi descrita por Fernandez em 1998. Estudos demonstraram algumas ações farmacológicas de algumas Lorantaceae como atividade anti-hipertensiva, antibacteriana, antiviral, diurética, e antihepatotóxica (ZEE CHENG, 1997; KONTIOKARI; 2001). Dentre as subclasses de flavonoides as proantocianidinas têm recebido considerável atenção devido a sua provável ação antioxidante, na 103 prevenção de doenças cardiovasculares e também como agentes de proteção na prevenção de infecções do trato urinário inibindo a adesão fimbrial da bactéria E. coli e outras bactérias Gram-negativas de colonizar as células uroepteliais causadoras das infecções no trato urinário (MARLES, 2003; VIEIRA, 2005 ). A importância do extrato seco e frações de S. marginatus B. em apresentar atividade bactericida em cocos gram-positivos e gram-negativos reside no fato de que estas bactérias possuem diferentes constituintes em sua parede celular e graus diferentes de virulência. As bactérias Gram-negativas, por exemplo, possuem uma endotoxina denominada LPS (lipopolissacarídeo) altamente tóxica responsável pela virulência bacteriana e um importante ativador da resposta imunológica. Já as bactérias Gram-positivas possuem a exotoxina rica em ácido lipoprotéico que confere aderência à bactéria (BRENNAN, 2006). S. aureus e E. faecalis são bactérias Gram-positivas frequentemente encontradas na pele, fossas nasais, vagina, e trato gastrintestinal respectivamente e podem provocar desde uma simples infecção (furúnculos) até infecções mais graves (trato urinário, endocardite e septcemia) (SANTOS, 2007). Mais de 90% destes cocos gram-positivos contêm plasmídeos que codificam β-lactamase, uma enzima que degrada penicilinas disponíveis para tratamento (LEVINSON e JAWETZ, 2005; CONCEIÇÃO, 2008). Hughes (1976) e Mason (1991), citado por Carlos (2007) ao encontrar apenas 15% de cepas sensíveis, considerou inadequado a terapia com penicilinas para este micro-organismo. Zavadinack-Netto e col. (2001) concluíram que o S. aureus é resistente às penicilinas in vitro, por isso estas não devem ser utilizadas como alternativas terapêuticas. O mesmo ocorre com S. typhi agente etiológico da febre tifoide, é uma bactéria Gram-negativa que está associada a precárias condições de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental sua distribuição está estreitamente relacionada com o desenvolvimento socioeconômico de cada região (BASTOS, 2008). No trabalho de Schimidt (2003) verificou-se que diversos sorotipos de S. typhi eram resistentes a um grande número de antibióticos testados. A emergência da resistência bacteriana aos antibióticos disponíveis pode ainda ser um fator agravante dessa salmonelose, já que o tratamento de indivíduos com febre tifóide consiste basicamente em antibióticos e reidratação (KUBOTA, 2005) Os resultados referentes à atividade antimicrobiana do extrato e frações de S. marginatus Blume refrente às cepas de S. aureus, E. faecalis e S. typhi demonstram, 104 portanto, que a espécie em estudo apresenta atividade antimicrobiana corroborando com os resultados obtidos nos estudos de Vieira e colaboradores (2005). Após a constatação da CIM nas cepas de S. aureus, S. typhi e E. faecalis, partiu-se para avaliação da atividade citotóxica e imunomoduladora da droga vegetal em células humanas mononucleadas de sangue periférico humano (PBMC) e macrófagos murinho RAW 264.7. Para a realização do teste da atividade citotóxica da droga vegetal foi utilizado análise da atividade mitocondrial das células viáveis pelo método de redução do brometo de 3(4,5-dimetiltiazol-2-yl)2,5-difeniltetrazólio (MTT) em formazina. Devido a sua facilidade operacional, agilidade na obtenção dos resultados e por verificar o percentual de células viáveis, em relação a sua atividade metabólica após período de exposição às concentrações da droga vegetal. Esta atividade metabólica ocorre nas mitocôndrias de células viáveis, sob ação de desidrogenases mitocondriais que degradam o anel tetrazólio do MTT, produzindo cristais insolúveis de formazina (MOSSMAN, 1983). Este método é comumente utilizado para verificação da citotoxicidade de produtos (SCHMALZ et al. 2002; KIM et al. 2008; YANG et al. 2009; GUERRERO et al. 2011). Os dados obtidos em espectrofotometria, diretamente proporcionais à concentração de células sobreviventes, foram convertidos em percentuais de viabilidade celular, em comparação ao grupo controle considerado 100% viável (FERREIRA et al. 2010), desta forma, os dados foram apresentados em relação aos percentuais de células sobreviventes após o período de exposição. Nos grupos celulares tratados com a maior concentração (1000 µg/ml) da droga vegetal foi observado alto percentual de células sobreviventes, demonstrando que os extratos e frações não apresentaram potencial citotóxico nas condições utilizadas neste estudo (Tab.16, pag.87). O próximo passo foi avaliar a atividade imunomoduladora da droga vegetal através dos testes da produção das citocinas Óxido Nítrico (NO) e Fator de necrose Tumoral (TNF- α). O sistema imunológico é um mecanismo complexo de defesa do organismo, pesquisas mais recentes que envolvem o doseamento de NO e TNF-α vem sendo realizadas com intuito de testar a produção destas citocinas e avaliar de que forma elas atuam na imunomodulação (WILLIAMS, 2001). A atividade imunomoduladora induz o aumento ou diminuição da produção de citocinas pró- 105 inflamatórias para o meio extracelular. O Óxido Nítrico tem um duplo papel no processo inflamatório, quando secretado em altas doses por macrófagos ativados é importante na defesa contra vírus, bactérias, fungos e células tumorais, por esta razão é considerado como principal mediador citotóxico de células imunes efetoras ativadas e constitui a mais importante molécula reguladora do sistema imune (CROEN, 1993; MacMICKING, 1997). Por outro lado, os efeitos pró-inflamatórios do NO parecem ser mediados por sua produção exagerada e estão relacionados a várias doenças como o choque séptico, doenças auto-imunes e arteriosclerose (MONCADA, 1991). Por este motivo a molécula de NO é conhecida como “faca de dois gumes”, pois pode exercer efeitos benéficos ou prejudiciais dependendo do contexto patológico (CIRINO, 2002). Nossos resultados mostraram que o extrato liofilizado e frações de S. marginatus Blume apresentou potencial imunomodulador, pois houve inibição na produção NO em todas as frações testadas inclusive o extrato bruto, quando comparadas com o controle positivo (cultura celular suplementada com RPMI e LPS) (Fig.17 a 21; Pg. 88 a 91). Quando utilizado o método de ELISA de captura, foi observado que a produção de TNF-α foi inibida com a utilização dos extratos e frações em altas concentrações. De acordo com Kwon & George (1999), existe uma inter-relação entre a produção de IL-1, TNF-α e a síntese de NO. O fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) é estimulado pela presença de LPS e sua produção ativa diretamente a célula T e consequentemente a produção de INF-γ, considerado o principal indutor da síntese de iNOS (óxido nítrico sintetase) para a produção de NO. Na produção de NO, o interferon- γ (IFN- γ) pode ser requerido como um primeiro sinal, antes que estas células sejam deflagradas por um segundo sinal, como por exemplo, o LPS, ésteres de forbol ou TNF- α (KIM et al. 1996; CHING-CHOW et al. 2001; KOKO et al. 2008). O TNF- α é uma citocina multifuncional que possui funções centrais na inflamação aguda e crônica, na resposta anti-tumoral e infecções. Essa molécula ainda possui a capacidade de induzir a expressão de outras citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina - 1 (IL-1) e várias outras citocinas (PALLADINO, 2003). Dependendo das condições experimentais ou do modelo de doença, o efeito do TNF- α pode ser benéfico ou prejudicial, pois está envolvido tanto em atividades pró-inflamatórias como também na resistência as várias infecções (VOS et al. 2011). 106 Desta forma, quando analisamos os resultados do experimento, vemos que a o extrato liofilizado e frações de S. marginatus Blume inibe a produção de NO. Várias plantas utilizadas na medicina tradicional demonstraram modular a resposta imunológica (AGARWAL & SINGH; 1999), sendo que os princípios ativos destas plantas foram isolados e caracterizados (YAMAGUCHI, 1992; GRAHAM, 2000). Muitas plantas medicinais e medicamentos derivados de plantas tem demonstrado possuir efeitos via Óxido Nítrico. A via de sinalização do NO tem se tornado nestes últimos anos, um alvo para o desenvolvimento de novos medicamentos. Acredita-se que o alto teor de flavonoides, catequinas, taninos e outros compostos fenólicos presentes nos vegetais e frutas contribuam para os efeitos benéficos à saúde. Alguns desses compostos induzem a formação de NO nas células endoteliais, melhorando a circulação, enquanto que outros suprimem a indução da iNOS nas inflamações e infecções (ACHINE e KWAN, 2003). Os efeitos de um polissacarídeo isolado de Panax ginseng foram examinados com a utilização de macrófagos peritoneais murinos. A atividade citotóxica contra células de melanoma B16 foi significantemente induzida. Os níveis de TNF-α, IL-1β, IL-6, IFN-γ, NO e peróxido de hidrogênio (H2O2) foram aumentados. A atividade fagocítica e a expressão de CD14 nos macrófagos foram potencializados. Os autores sugerem que o Ginseng possui efeitos immunoestimulantes em macrófagos e essa capacidade poderia ser utilizada clinicamente no tratamento de doenças, como câncer (SHIN, 2004) Mehrotra e Col (2003) demonstraram potencial proliferativo e imunossupressor in vitro do extrato etanólico do rizoma de Acorus calamus. Neste trabalho houve inibição da produção de NO, IL-2 e TNF-α, mas o IFN-γ não sofreu alteração. No Brasil, Santos & Col. (1999) estudaram a atividade imunomoduladora do extrato aquoso da macela (Achyrocline satureioides) onde se observou que o extrato possui uma leve atividade imunossupresora. No trabalho de Freire e Col (2011) foi demonstrado que o extrato da planta Struthanthus marginatus ofereceu proteção gástrica contra agentes necrosantes em camundongos e reduziu ainda o volume e acidez do suco gátrico aumentando a produção de muco pelo estômago apresentando ainda atividade antioxidante. Através de análises fitoquímicas, observou-se a presença de flavonóis , flavanonas e taninos na composição do extrato. 107 Esses exemplos mostram o imenso potencial dos compostos de plantas na descoberta de novos fármacos. Por outro lado, também é importante a realização de estudos complementares visando o esclarecimento dos mecanismos de ação de compostos naturais, fator essencial que permite avaliar o potencial destes no processo de descoberta de novos medicamentos (YUNES et al. 2001). Os resultados obtidos neste trabalho mostram que o extrato liofilizado e frações apresentaram redução na produção de TNF-α e esta redução foi dependente da concentração da droga vegetal (Fig.23, p.92). A inibição da produção destes compostos pode indicar que o extrato possui potencial immunomodulador, pois a cascata de mediadores pró-inflamatórios produzidos pelas células do sistema imune se inicia com produção de TNF e IL-1. Por outro lado, o NO detectado em altos níveis na presença do extrato liofilizado e frações também funcionaram como regulador da produção destas citocinas, ou seja, em altos níveis o NO pode diminuir a produção de TNF-α (THOMASSEN, 1997). Há alguns anos pesquisadores concluíram que era de suma importância que a regulação da citocina TNF-α deveria ser controlada. Devido ao equilíbrio do sistema imunológico ser monitorado por citocinas pró-inflamatórias e antiinflamatórias, sua atividade não regulada pode levar ao desenvolvimento de doenças inflamatórias sérias. A inibição da atividade de TNF-α nessas doenças tem sido de grande valia (PALLADINO et al. 2003). Em um estudo feito por Sandoval e col. (2002) observou-se que o extrato de unha de gato (Uncaria tomentosa) é um potente inibidor de TNF-α. Os pesquisadores acreditam que o mecanismo primário de ação deva ser a imunomodulação via supressão da síntese de TNF-α. A síntese de TNF-α em monócitos/macrófagos é ativa por LPS e outros estímulos. O LPS estimula a liberação do IκB do NF-κB citoplasmático, resultando no deslocamento do NF-κB do citoplasma para o núcleo (COHEN, 1996). Baseado em estudos, pesquisadores descobriram que inúmeros compostos naturais derivados de plantas parecem interferir na cascata que leva na à ativação do NF-κB. O efeito de drogas vegetais pode ser agora baseados no fato de que estas plantas contêm agentes reguladores do NF-κB, como os diterpenóides e as lactonas sesquiterpênicas. A sinalização envolvida na inibição da síntese de citocinas é complexa e existem muitas abordagens que podem afetivamente regular a expressão de TNF-α (PALLADINO et al. 2003) 108 Modulação da resposta imune por produtos derivados de plantas pode ser uma medida terapêutica valiosa e tem se tornado o assunto de investigações científicas recentes (MEROTA, 2003). Apesar de apresentarem um campo de estudos relativamente novo, os produtos naturais obtidos de plantas constituem uma rica e promissora fonte de novas moléculas com propriedades imunomodulatórias (WILLIAMS, 2001). Através da análise dos resultados obtidos, é possível sugerir que o extrato bruto e frações de Struthanthus marginatus Blume, podem apresentar atividade imunomoduladora, o que justifica o uso popular desta espécie oferecendo uma base racional para seu uso. 109 7 – Conclusão 110 7. CONCLUSÕES • O material vegetal passou por procedimentos de colheita e pós-colheita adequados, garantindo a reprodutibilidade do processo e manutenção de sua estabilidade química. • A droga vegetal foi classificada como pó grosso, pois a maior quantidade de massa retida foi encontrada no tamis com abertura de malha 1700µm. • A droga vegetal apresentou teor de perda por dessecação dentro dos parâmetros estabelecidos pela Farmacopéia Brasileira, indicando que os procedimentos de colheita e pós-colheita foram adequados e garantiram boa conservação e secagem eficiente da matéria-prima vegetal. • O resultado da determinação do teor de cinzas totais do pó das folhas de Struthanthus marginatus B. corrobora com os valores encontrados na literatura para material vegetal. • Pela análise térmica foi possível constatar que a droga vegetal e o extrato liofilizado apresentaram boa estabilidade física até 180°C e revelaram valores de perda de umidade muito próximos ao valor obtido pelo método gravimétrico de perda por dessecação. • A abordagem fitoquímica do extrato bruto mostrou reação positiva para as principais classes de metabólicos secundários (alcalóides, flavonóides, taninos e triterpenos). • O perfil espectroscópico na região do IV traçados para a matéria-prima vegetal (em pó) foi de relevância para a caracterização e controle de qualidade, fornecendo dados acerca dos possíveis grupos funcionais presentes nas amostras. 111 • O extrato bruto e frações de S. marginatus B. apresentaram atividade bactericida nas maiores concentrações para cepas de Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Salmonella tiphy, mas não demonstraram atividade antifúngica para as cepas de Candida albicans e Thichophyton mentagrophytes. • Não observamos citotoxicidade do extrato bruto e frações de S. marginatus B. em macrófagos murinos RAW 264.7. • A produção de Óxido Nítrico e TNF-α foi inibida com a presença do extrato bruto e frações de Struthanthus marginatus Blume em células mononucleares de sangue periférico humano (PBMC) e macrófagos murinos RAW 264.7 estimuladas com LPS. • O extrato bruto e frações de Struthanthus marginatus Blume podem apresentar atividade imunomoduladora no sistema imunológico. 112 8. Referências Bibliográficas 113 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACHINE, F.I.; KWAN, C.Y. Nitric Oxide Human diseases and the Herbal Products that Affect the Nitric Oxide Signaling Patway. Clin.Exp.Pharmacol.Physicol, Carlton, v. 30, p. 605-615, 2003. AGARWAL, S.S.; SINGH, V.K. Immunomodulations: A Rewiew of Studies on Indian Medicinal Plants and Synthetic peptides: Part I. Medicinal Plants . Proc. Indian Natl. Sci. Acad. B., New Dehli, v. 65, p. 179-204, 1999. AGRA, M. F.; SILVA, K, N.; BASÍLIO, I. J. L.; FREITAS, P. F. J.; BARBOSA-FILHO, M. Survey of medicinal plants used in the region Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 472-508, 2008. AGUIAR, C. C. T.; ALVES C. D.; , RODRIGUES, F. A. R.; BARROS, F. W. A.; DE SOUSA, F. C. F.; VASCONCELOS, S. M. M.; MACEDO, D. S. Schizophrenia: an inflammatory disease?. J Bras Psiquiatr., v.59, n.1, p. 52-57, 2010. ALCÁCER, L.. Textos de apoio a Química-Física. Determinação da Estrutura Molecular. Métodos Espectroscópios. AEIST. 2007. ALVARÉZ. O. C. Estúdio Etnobotânico y validación Del Efecto Hipoglicemiante Del “Injerto” Phoradendrum villosum Nutt Utilizado en el Municipio de Fresnillo, Zacatecas. 2003. Pg. 63 Tesis, Faculdad de Estudios Superiores Iztacala, Mexico, 2003. ALVES, R.; SILVA, L.C.C.; NASCIMENTO JR. R.V.; MATOS; J.R. Aplicação da análise térmica no estudo termoanalítico de amoxicilina triidratada. Anais do V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria – V CBRATEC – 2006. ALVES, M.S.M. Caracterização farmacognóstica, química, físico-química e estudos preliminares de pré-formulação da Arrabidea chica (HUBM. & Bonpl) 114 B. Verlt. 2008. Pg.114. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2008. AMARAL, F.M.M.; COUTINHO D.F.; RIBEIRO M.N.S.; OLIVEIRA, M.A.; Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia; v. 13, p. 27-30. 2003. ANURADHA, S.D.; SIMIT, H.K; SUJATA, M.B. Prevalence of metallo-β-lactamase producing Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter species in intensive care areas in a tertiary care hospital. Indian J. Crit. Care Med., v. 14, n. 4, p. 217–219, 2010. ARAGÃO, C.F.S.; SOUZA, F.S.; BARROS, A.C.S.; VERAS, J.W.E.; BARBOSA FILHO, J.M.;. MACEDO, R.O. Aplicação da termogravimetria (TG) no controle de qualidade da milona (Cissampelos sympodialis Eichl.) Menispermaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 12, supl., p. 60-61, 2002. ARAUJO, A.A.S. Determinação dos teores de umidade e cinzas de amostras comerciais de guaraná utilizando métodos convencionais e análise térmica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 42, n. 2, abr./jun., 2006. ARAÚJO, N.R.R. Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de extratos vegetais sobre micro-organismos relacionados à lesão de Mucosite Oral. 2010. 99f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)- Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará. Belém-PA, 2010. BANNACH, G.; PERPÉTUO, G.L.; CAVALHEIRO, E.T.G.; CAVALHEIRO, C.C.S.; ROCHA, R.R. efeitos da história térmica nas propriedades do polímero PET: um experimento para ensino de análise térmica. Quím. Nova, v. 34, p. 1825-1829, 2011. BANNERMAN, Staphylococcus, T.; MURRAY, Micrococcus, P.R; and BARON, other E.J; JORGENSE, catalase-positive cocci J.H. that L. grow 115 aerobically. Manual of Clinical Microbiology. Washington: American Society Microbiologyp. 384-404, 2003. BAGGIO CH, FREITAS CS, OTOFUJI GM, CIPRIANI TR, SOUZA LM, SASSAKI GL, IACOMINI M, MARQUES MCA, MESIA-VELA S. Flavonoid-rich fraction of Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reiss protects the gastric mucosa of rodents through inhibition of both H+, K+-ATPase activity and formation of nitric oxide. J Ethnopharmacol, v. 181 p. 433-440, 2007. BARNES, M.T.; BALLERING, K.S.; LEIBMAN, R.S.; WELLS, C.L.; DUNNY, G.M. Enterococcus faecalis Produces Abundant Extracellular Structures Containing DNA in the Absence of Cell Lysis during Early Biofilm Formation. MBio., n.3, v.4, p. e00193-12, Jul-Aug 2012. BARNI ST, CECHINEL FILHO V, COUTO AG. Caracterização química e tecnológica das folhas, caules e planta inteira da Ipomoea pes-caprae (L.) R. Br., Convolvulaceae, como matéria prima farmacêutica. Rev Bras Farmacogn, v. 19, n. 4, p. 865-70, 2009. BARBETTA, C.M.; MAGINI, M.R. Espectros eletromagnéticos na região do infravermelho: utilização na caracterização de novos materiais. In: X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino Americano de PósGraduação, 2006. Anais Universidade do Vale do Paraíba, v. 13, 2006. BARBOSA, W. L. R. Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais, Belém – PA: Revista Cientifica da UFPA. Disponível em <http://www.ufpa.br/rcientifica. vol. 4> 2001. BARBOSA, M. A. & PROENÇA, C. E. B. Loranthaceae no bioma cerrado. In: Anais do 50º Congresso nacional de Botânica. Blumenau, Santa Catarina, p. 243-244, 1999. 116 BARROSO, G. M. Sistemética de angiosperma do Brasil, v. 2, Viçosa, UFV, Impr. Univ., 1984. BASTOS F.C; LIMA, K.V.B; DE SÁ, L.LC.; SOUZA, C.O; LOPES, M.L; RAMOS, F.L.P. Variabilidade genética em amostras de Salmonella typhi isoladas de surto e de casos esporádicos em Belém, Brasil. J Bras Patol Lab, v. 44, p. 271-276, Ago. 2008. BERNARDINO, L.; AGASSE, F.; SILVA, B.; FERREIRA, R.; GRADE, S.; MALVA, J.O. Tumor necrosis factor-α modulates survival, proliferation, and neural differentiation in neonatal subventricular zone cell cultures. Stem Cells, n.26, p. 2361-2371, 2008. BLECHA, F. Immunomodulators for prevencion and treatment of infeccious diseases in food-producing animals. Veterinary clinics of North America-Food animal Practice, Philadelphia, v. 17 n. 3, p. 621-633, Nov. 2001. BORGES, C. R. B.; RODRIGUES JUNIOR, V.; REIS, M. A.; CASTELLANO, L. R.; CHICA, J.E.; PEREIRA, S. A. DE L.; SANTOS, E. S.; RODRIGUES, D. B. R. Role of nitric oxide in the development of cardiac lesions during the acute phase of experimental infection by Trypanossoma cruzi. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v. 42, n.2, 2009. BOTSARIS, A. Cresce o interesse pela fitoterapia. Disponível em: http;//www.nucleoalquimico.com.br/pdf/artigos/cresce interesse pela fitoterapia.pdf. Acesso em 18 de agosto de 2010. BRAGA, T.V.; OLIVEIRA, T.T.; PINTO, J.T.; DORES, R.G.R.; NAGEM, T.J. Determinação de massa fresca, massa seca, água e cinzas totais de folhas de Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis subsp. verticillata e avaliação do processo de secagem em estufa com ventilação forçada. Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences, v. 28, n. 3, p. 287 - 290, 2007. 117 BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário oficial da União, Brasília, 04 mai. 2006a. BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Decreto n.º 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 jun. 2006b. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília: MS, 2007. BRENNER, D.J., KRIEG, N.R., STALEY, J.T. Bergey's Manual of Systematic Bacteriology Volume 2, Part C, The Alpha-, Beta-, Delta-, and Epsilonproteobacteria. 2º Ed. New York: Springer, 2005. BRENNAN PJ. The envelope of mycobacteria. Annu Rev. Biochem, v. 64, p. 29-63, 2006. BURGESS, D.S.H.; ASTINGS, R.W.; SUMMERS, K.K.; HARDIN T.C.; RINALDI, M.G, Pharmacodynamics of fluconazole, itraconazole and amphotericin B against Candida albicans. Diagn Microbiol Infect Dis., v.36, p.13-18, 2000. CALVIN, C. L. AND C. A. WILSON. Comparative morphology of epicortical roots in Old and New World Loranthaceae with reference to root types, origin, growth, branching patterns and potential for clonal growth. Flora, v. 201, p.51–64, 2006. CAMPOS, A.C.F.B.; SOUZA, N.R.; DA SILVA, P. H.C.; SANTANA , A. P. Resistência antimicrobiana em Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium isolados de carcaças de frango. Pesq. Vet. Bras., n.33, v.5, p.575-580, Maio 2013. 118 CAÑIGUERAL, S.; DELLACASSA, E.; BANDONI, A.L. Plantas medicinales y Fitoterapia: indicadores de dependencia o factores de desarrollo? Acta Farm. Bonaer. v. 22, p. 265-278, 2003. CARLOS, L.A. Alcalóides de Rauvolfia grandiflora e de Rouvolfia matteldiana (Apocynaceae). 2007. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) – Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Campos dos Goyatacazes, RJ, 2007. CARNEIRO, A. L. B., TEIXEIRA, M. F. S., OLIVEIRA, V. M. A., FERNANDES, O. C. C., CAUPER., POHLIT, A. M. Screening of amazonian plants from the adolpho Ducke forest reserve, Manaus, state of Amazonas, Brasil, for antimicrobial activity. Mem. Ist. Oswaldo cruz, vol. 103, No.1, 2008. CAUWERTS K., DECOSTERE A., DE GRAEF E.M., HAESEBROUCK F. & PASMANS F. High prevalence of tetracycline resistance in Enterococcus isolates from broilers carrying the erm (B) gene. Avian Pathol. v. 36, p. 395-399, 2007. CEPEDA, J. A.; WHITEHOUSE, T.; COOPER, B.; HAILS, J.; JONES, K.; KWAKU, F.; TAYLOR, L.; SHAW, S. Isolation of patients in single rooms or cohorts to reduce spread of MRSA in intensive-care units: prospective two center study. The Lancet, v.365, n.9456, p.295-304, jan. 2005. CHEN, G.Y.; NUÑEZ, G. Sterille inflammation: sensing and reacting to damage. Nat. Rev. Immunol., v. 10, p.822-837, 2010. CHING-CHOW, C.; SUN, YI-TAO; CHEN, JUN-JIE; CHANG, YA-JEN. Tumor Necrosis Factor-α- Induced Cyclooxygenase-2 Expression via Sequencial Activation of Ceramid-Dependent Mitogen-Activated Protein KInases, and Iκβ Kinase in Human Alveolar Epitelial Cells. Mol Pharmacology, v. 59, p. 493-500, 2001. 119 CIRINO, G.; SANTAGADAN, V.; CALIENDO, G. The Nitric Oxide Related Therapeutic Phenomenon: a Challenging Task. Curr. Pharm. Des., San Francisco, v. 8, n. 3. p. 233-239, 2002. CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institude. Performance standards for antimicrobial disk susceptibility tests; approved standard-tenth edition M02-A10. v. 29, n. 1. 2009. CLARK, I. A. How TNF was recognized as a key mechanism of disease. Cytokine Growth Factor. Rev., v.18, p. 335-343, 2007. COE, F. G.; ANDERSON, G. J. Screening of Medicinal Plants Usedby the Garifuna of Eastern Nicaragua for Bioactive Compostes. Fhytochemistry, v. 60, p. 365-371, 1996. COHEN, P.A.; HUDSON, J.B.; TOWERS, G.H. Antiviral activities of anthraquinones, bianthrones and hypericin derivatives from lichens. Experientia, v. 52, p.180-183, 1996. CONCEIÇÃO, N. Detecção da resistência às penicilinas por testes Fenotípicos e à vancomicina por testes fenotípicos e Genotípicos em amostras de Enterococcus. 2008.Dissertação (Mestrado em Patologia Clínica) – Curso de Pós Graduação em Patologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Uberaba-MG, 2008. COSTA, J. F.O.; DAVID, J. P. L.; DAVID, J. M.; GIULIETT, A. M. I.; QUEIROZ, L. P.; SANTOS, R. R.; SOARES, M. B. P. Immunomodulatory activity of extracts from Cordia superba Cham. and Cordia rufescens A. DC. (Boraginaceae), plant species native from Brazilian Semi-arid. Brazilian Journal of Pharmacognosy, n.18, v.1, p. 11-15, Jan./Mar, 2008. 120 COUTINHO, M. A. S.; MUZITANO, M. F.; COSTA, S. S. Flavonoides: Potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório. Rev. Virtual Quim., n.1, v.3, p.241-256, 2009. COSTA, A. F. Farmacognosia. 2ª ed. vol. III. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1982. CROEN, K.D. Evidence for an Antiviral Effect of Nitric Oxide Innibition of Herpes Simplex Virus Type 1 Replication. J Clin Invest, v. 91, n. 6, p. 2446-2452, 1993. CROTEAU, R.; KUTCHAN, T. M.; LEWIS, N. G. Natural products (secondary metabolites). In: BUCHANAN, B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. Biochemistry & molecular biology of plants. Rockville: American Society of Plant Physiologists, 2000. CRUZ, M.R.; GRAHAM, C. E.; GAGLIANO, B.C.; LORENZ, M.C.; GARSIN, D.A. Enterococcus faecalis Inhibits Hyphal Morphogenesis and Virulence of Candida albicans. Infect Immun., n.81, v.1, p.189–200, Jan 2013. CUNHA, A.P. Farmacognosia e Fitoquímica. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa, p. 317-336, 2005. CUNNINGHAM, A.B. Professional ethics and ethnobotanical research. In: Alexiades, M.N. (ed.) Selected guidelines for ethnobotanical research: A field manual. The New York Botanical Garden, New York, p. 19-51, 1996. DANCER, S. J. Importance of the environment in meticillin-resistant Staphylococcus aureus acquisition: the case for hospital cleaning. The Lancet infectious diseases, v.8, n.2, p.101-113, fev. 2008. DAVIS, L.; KUTTAN, G. Immunomodulatory activity of Withania somnifera. Journal of ethnopharmacology, v. 71, p. 193 – 200, 2000. 121 DESMICHELLE, G. O medicamento homeopático: fabricação, controle, legislação. In: MERCIER, L. (ORG.). Homeopatia princípios básicos. São Paulo: Organização Andrei, p.143-149, 1987. DIAS DA SILVA. R. Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil, p. 504, 1926. DI STASI, L.C. Plantas medicinais: arte e ciência: um guia de estudo interdisciplinar. UNESP, São Paulo: p. 230, 1996. DOLLIMORE, D., GAMLEN, G. A.; TAYLOR, T. J., Mass espectometric evolved gas analisis: Ass overiere. Themochimica Acta, v. 75, p. 59-69, 1984. DROUOT , S.; MIGNON, B.; FRATTI, M.; ROOSJE, P.; MONOD, M. Pets as the main source of two zoonotic species of the Trichophyton mentagrophytes complex in Switzerland, Arthroderma vanbreuseghemiiand Arthroderma benhamiae. Veterinary Dermatology., n.1, v.20, p.13-18, 2009. DUARTE, M.C.T. Atividade antimicrobiana de plantas medicinais e aromáticas utilizadas no Brasil. MultiCiências, v.7, 2006. DUNAVANT, T. R.; DENTSC, B.; REGAN, J. D.; GLICKMAN, G. N. , D.; SOLOMON, E.S.; HONEYMAN, A. Comparative Evaluation of Endodontic Irrigants against Enterococcus faecalis Biofilms. Journal of Endodontics., n.6, v.32, p.527531, June, 2006. DUMMER, C. D.; THOMÉ, F.S,; VERONESE, F. V. Doença renal crônica, inflamação e aterosclerose: novos conceitos de um velho problema. Rev Assoc Med Bras., n. 53, v.5, p.446-50, 2007. DUTRA, R.C. Peptide immunomodulators versus infection: an analysis. Immunology letters, v. 83, n. 3, p.153-161, Out. 2002. DYER, J.R. Applications of absorption spectroscopy of organic compounds. Editora 122 Prentice Hall, Inc. Englewood Cliffs, N.J., 1965. EHLERINGER, J.R.; SCHULE, E.D.; ZIEGLER, H.; LANGE, O.L.; FARQUHAR, G.D. & COWAR, I.R. Xylem-tapping mistletoes: watr or nutrient parasites? Science, v. 227(4693), p. 1479-1481, mar. 1985. ELOFF, J.N. A sensiyive and quick microplate method to determine the minimal inhibitory concentration of plant extracts for bacteria. Planta Medica, v. 64, p. 711713, 1998. EWING, W.H. Edward and Ewing’s. Identification of Enterobacteriaceae. 4 thed. New York. Elsevier,. p. 536, 1986 FALKENBERG, M.B.; SANTOS, R.I.; SIMÕES, C.M.O. Introdução à análise Fitoquímica. Pg. 165- 181. In: SIMÕES C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN,G. MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia: da planta ao Medicamento. 3ª Ed. Editora:UFSC, 832p., 2001. FARIA, E.A.; LEI, M.I.G., IONASHIRO M., ZUF T.O., ANTONIOSI FILHO, N.R. Estudos da estabilidade térmica de óleo e gorduras vegetais por TG/DTG e DTA. Eclética Química, v. 27, p. 1-9, 2002. FELSNER, M.L.; MATOS, J.R. Análise da Estabilidade Térmica e Temperatura de Oxidação de Óleos Comestíveis Comerciais por Termogravimetria. Anais da Associação Brasileira de Química, v. 47, n. 4, p. 308-318, 1998. FERNÁNDEZ, T.; WAGNER, M. L.; VARELA, B. G.; RICCO, R. A.; HAJOS, S. E.; GURNI, A. A.; ALVAREZ, E. A Study of an Argentine mistletoe, the hemiparasite Ligaria cuneifolia (R. et P.) Tiegh. (Loranthaceae). Journal of Ethnopharmocology, v. 62, p. 25-34, 1998. 123 FERNANDES, N.S.; ARAUJO, S.A.; IONASHIRO, M. Avaliação da cinética de desidratação de Yb (III), Lu (III) e Y (III), 4-clorobenzalpiruvatos por termogravimetria (TG). Eclet. Quím. vol. 31 no. 2, São Paulo, 2006. FERREIRA MB, MYIAGI S, NOGALES CG, CAMPOS MS, LAGE-MARQUES JL. Time and concentration-dependent cytotoxicity of antibiotics used in endodontic therapy. J Appl Oral Sci, v.18, n.3, p.259-63, 2010. FIERER, J. & GUINEY, D.G. Diverse virulence traits underlying different clinical outcomes of Salmonella infection. The Journal of Clinic Investigation: 107, 2001. FONSECA, P.; LIBRANDI, A.P.L. Avaliação das características físico-químicas e fitoquímicas de diferentes tinturas de barbatimão (Stryphnodendron barbatiman). Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol. 44, n. 2, p.271-277, 2008. FREIRE, S. M. DE F.; ANDRADE, K. N.; ARAGÃO JR, G.A.; NORONHA, E. P.; SILVA, S. DO N.; CARTÁGENES, M. DO S. DE S.; BORGES, M.O.R.; RIBEIRO, M. N. DE S.; TORRES, L. M.B.; BORGES, A.C.R. Antiulcerogenic activity of the extracts of Struthanthus marginatus. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 21(6), p. 1089-1095. Dez, 2011. GAZZINELLI, G.; KATZ, N.; ROCHA, RS.; COLLEY, DC. Immune responses during human schistosomiasis mansoni X Production and standardization of an antigeninduced mitotic activity by peripheral blood mononuclear cells from treated, but not active cases of schistosomiasis. J. Immunol. 30:2891-2895, 1983. GIOLITO, I.; IONASHIRO, M. Nomenclatura em análise térmica: Parte II. Cerâmica, São Paulo, vol. 34:163-164, 1988. GOMES, F.; TELO, D. F., SOUZA, H. P.; NICOLAU, J. C.; HALPERN, A.; SERRANO JR. C. V. Obesity and Coronary Artery Disease: Role of Vascular Inflammation. Arq. Bras. Cardiol. v.94, n.2, pp. 273-279, 2010. 124 GRAHAN, J.Q.; QUINN, M.L.; FABRICAT, D.S.; FRANSWORT, N.R. Plants used against cancer-an extension of the work of Jonathan Hartwell. J. Ethnofarmacol., Lausanne, v.73, p.347-377, 2000. GHNNOUM, M.A.; HOSSAIN, M.A.; LONG, L.; MOHAMED, S.; GREYES, P.; MUKHERJEE, P.K. evaluation of antifungal efficacy an optimized animal model of Trichophyton mentagrophytes – dermatophytosis. Maney Online., n.2, v.16, p.139144, 2004. GUALCO, L.; DEBBIA, E.A.; BANDETTINI, R.; PESCETTO, L.; CAVALLERO, A.; OSSI, M.C.; SCHITO, A.M.; MARCHESE, A. Antifungal resistance in Candida spp isolated in Italy between 2002 and 2005 from children and adults. International Journal of Antimicrobial Agents., v.29,p.179-184, 2007. QUEDRAOGO, M.; RUIZ, M.; VARDELLE, E.; CARREYE, H.; COUSTARD, J.M.; POTREAU, D.; SAWADOGO, L.L.; COGNARD, C.; BECQ, F.; VANDEBROUCK,. BESCOND, J. From the vasodilator and hypotensive effects of an extract fraction from Agelanthus dodoneifolius (DC) Danser (Loranthaceae) to the active compound dodoneine. Journal of Ethnopharmacol, v. 133, p. 345-352, 2011. GREEN, L.C.; WAGNER,D.A.; GLOGOWSKI, J.; SKIPPER, P.L.; WISHNOK, J.S.; TANENBAUM, S.R. Analysis of nitrate, and [N] nitrate in biological fluids. Analytic. Biochem., New York, v.126, n.1 p. 131-138, 1982. GUERRA, C.B. Biodiversidade e extinção de PLANTAS MEDICINAIS In: BRANDÃO, M.G.L. (org.). Plantas medicinais e fitoterapia. Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. Ed. Gráfica O Lutador, Belo Horizonte, MG 37- 45p., 2003. GUERRERO JLG, BUENO RR, GARCIA IR, SANCHEZ CL. Cytotoxicity Screening of Several Tomato Extracts. J Med Food, v.14, p.40-5, 2011. 125 GURBUZ, I.; YESILADA, E.; ITO, S. Antiulcerogenic flavonol diglucoside from equisetum palustre L. Journal Ethnopharmacol, v.121, p. 360-365, 2009. HARBORNE, J.B.; MABRY, T.J.; MABRY, H. The Flavonoids: Advances in Research; Chapman and Hall: London, p. 56,1986. HAROON N., INMAN RD., Infectious complications of biological therapy. Curr Opin Rheumatol., pp 21:397–403, 2009. HEYWOOD, V.H. Flowering plants of the world. Oxford, Oxford University, 1978. HOLLAND, S.M; VIZI, E.S. Immunomodulation. Current Opinion in Pharmacology. v.2, p.425-7, 2002. HOWELL, B.E. & MATHIASEN, R.L. Growth impacts of Psittacanthus angustifolius Kuijt on Pinus oocarpa Schiede in Honduras. Forest Ecology and Management, v. (1-3)198, p. 75-88, ago. 2004. HOLETZ, F.B.; PESSINI, G.L.; SANCHES, N.R.; CORTEZ, D.A.G.; NAKAMURA, C.V.; BENEDITO FILHO, P.D. Screening of Plants Used in the Brazilian Folk Medicine for the Treatment of Infectious Diseases. Men Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 97(7), p. 1027-1031, Out. 2002. INOUYE, S.; UCHIDA, K.; ABE, SHIGERU. Vapor activity of 72 essential oils against a Trichophyton mentagrophytes. Jour. of Inf. And Chem., n.4, v.12, p.210-216, 2006. ISHIZU, T.; TSUJINO, E.; WINARNO, H.; OHASHI, K.; SHIBUYA, H. A Complex of Perseitol and K+ Ion from Scurrula fusca (Loranthaceae), Tetrahedron Letter, v. 42, p.6887-6889, 2001. JANEWAY, C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M.; SHLOMCHIK, M. imunobiologia: o sistema immune na saúde e na doença. Artmed editora, São Paulo, 5ª. Ed. 2002. 126 KAKIASHVILI, E.; SPEIGHT, P.; WAHEED, F.; SETH, R.; LODYGA, M.; TANIMURA, S.; KOHNO, M.; ROTSTEIN, O. D.; KAPUS, A. & SZASZI, K. GEF-H1 mediates tumor necrosis factor-alpha-induced Rho activation and myosin phosphorylation: role in the regulation of tubular paracellular permeability. J Biol Chem., 284: 1145411466, 2009. KANAFANI, Z.A., FOWLER, V.G. JR. Staphylococcus aureus infections: new challenges from an old pathogen. Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica, v.24, n.3, p.182-93, 2006. KANUNGO, S., DUTTA, S., SUR, D. Epidemiology of typhoid and paratyphoid fever in India. Mini-Review Article. Journal of Infection in Developing Countries, n.2, v.6, p.454-460, 2008. KASSARDJIAN, A. & KREYDIYYEH, S. I. JNK modulates the effect of caspases and NF-α in the TNF-α-induced down-regulation of Na+/K+ ATPase in HepG2 cells. J. Cell. Physiol., n.216, p. 615-620, 2008. KAUFMAN, P. B.; CSEKE, L. J.; WARBER, S.; DUKE, J. A.; BRIELMANN, H. L. Natural products from plants. Boca Raton: CRC Press, FL, 1999. KNIEHL, E.; BECKER, A.; FORSTER, D. H. Bed, bath and beyond: pitfalls in prompt eradication of methicillin-resistant Staphylococcus aureus carrier status in healthcare workers. Journal of Hospital Infection, v.59, n.3, p.180-187, Mar. 2005 KENSE M.J. & LANDMAN W.J.M. Enterococcus cecorum infections in broiler breeders and their offspring: molecular epidemiology. Avian Pa - thol. 40(6):603612, 2011. KIM JY, OH TH, KIM BY, KIM SS, LEE NH, HYUN C. Chemical composition and anti-inflammatory effects of essential oil from Farfugium japonicum flower. J Oleo Sci, v.57, n.11, p.623-8, 2008. 127 KIM, H.M.; HAN, S.B.; OH, G.T.; KIM, Y.H.; HONG, N.D.; YOO, I.D; Simulation of humoral and cell mediated immunity by polysacharrides from mushroom, Phellinus linteus. Int J immunopharmacol, v.18, n.5, p. 295-303, May, 1996. KOKO, W.S.; MESAIK, M.A.; YOUSAF, S.; GALAL, M.; CHOUDLARY M.I. In vitro immunomodulating properties of selected Sudanese medicinal plants. Journal Ethnopharmacol, v. 118(1), p. 26-34, june. 2008. KONTIOKARI T, SUNDQVIST K, NUUTINEN M, POKKA T, KOSKELA M, UHARI M. Randomised trial of cranberry lingonberry juice and Lactobacillus GG drink for the prevention of urinary tract infections in women. Brit Med J, v.322, p.1571-1573. 2001. KRAUS, J.E.; ARDUIN, M.; VENTURELLI, M. Anatomy and ontogenesis of hymenoptera leaf of Struthanthus vulgaris Mart. (Lorantaceae). Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n. 4, p. 449-458. 2002. KNOW, S.; GEORGE, S.C.; Synergic Cytokine-induced Nitric Oxide Production in Human Alveolar Epitelial Cells. Res Biology and Chemistry, v.3, n.4, p.348-357, 1999. KUBOTA, K. et al. Analysis of Salmonella enterica serotype Typhi pulsed-field gel electrophoresis patterns associated with international travel. J Clin Microbiol, v. 43, p.1205-9, 2005. KUMA,R C.P.G.; KUMAR, S.S.J.; MENON, T. Phospholipase and proteinase activities of clinical isolates of Candida from immunocompromised patients. Mycopathologia, v.161, p.213-218, 2006. LAN, R., REEVES, P.R., OCTAVIA, S. Population structure, origins and evolution of major Salmonella enterica clones. Infection Genetics and Evolution, n.9, v.5, p.996-1005, 2009. 128 LEITÃO FILHO, H.F. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e subtropicais do Brasil. Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais- IPEF, n.35, p.41- 46, abr.1987. LEVINSON, W.; JAWETZ, E. Microbiologia médica e imunologia. Tradução: José Procópio M. Sena. 7ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. LIMA, M.R.F.; LUNA, J.S.; SANTOS, A.F.; ANDRADE, M.C.C.; SANT’ANA, A.E.G.; GENET, J.; MARQUEZ, B.; NEUVILLE, L.; MOREAU, N. Anti-bacterial activity of some Brazilian medicinal plants. Journal of Ethnopharmacology, v.105, p.137147, 2006. LÓPEZ DE BUEN, L.E. & ORNELAS, J.F. Host compatibility of cloud Forest mistletoe Psittacanthus schiedeanus, in central Veracruz, Mexico. American Journal Naturalist, v.89, p. 95-102, jan. 2002. LORENZA-JIMÉNEZ. M.; GUERRERO. G. A. M.; GONZÁLEZ. X. G.; GRANADOS. E. G.; CASSANI. J. Phytochemical and Pharmacoclogical Preliminary Study of The Methanolic Extract From Struthanthus venetus In Cardiovascular System Of Anestethized Rat. Journal of Pharmacology, v. 3, p. 359-364, 2006. LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil erva-de-passarinho (Struthanthus concinnus Mart., Loranthaceae). Editora plantarum Ltda., p.302, 1991. LOHÉZIC-LE-DÉVÉHAT, F.; TOMASI, S.; FONTANEL, D.; BOUSTIE, J. Flavonols from Scurula ferruginea Danser (Loranthaceae). Zeitschrift Fur Naturforschung CA Journal of Biosciences, v. 57, p. 1092-1095, 2002. LYER, L.M,; ZANG, D.; ROGOZIN, I.B.; ARAVIND, L. Evolution of the desaminse fold and multiple originis of eukariotic editing and mutagenic nucleic acid desaminases from bacterial toxin systems. Res Acids Nucleic, 2011. 129 MACDONALD, B.; KUBES, P. Cellular and molecular choreography of neutrophill recruitment to sites of sterile inflamation. J. Mol. Med., v. 89, p. 1079-1088, 2011. MACEDO, M.; FERREIRA, A. R. Plantas hipoglicemiantes utilizadas por comunidades tradicionais na Bacia do Alto Paraguai e Vale do Guaporé, Mato Grosso-Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, supl. 01, p. 45-47, 2004. MACIEL, R.L.; MOREIRA-CAMPOS, L.M.; SILVA, B.C.; BRANDÃO, M.G.L. Características físico-químicas e químicas e estudo preliminar de estabilidade de tinturas preparadas com espécies de Arnica lychnophora em comparação com Arnica montana. Revista Brasileira de Farmacognosia. Vol. 16 (1): 99-104, Jan⁄Mar, 2006. MacMICKING, J.; XIE, Q.W.; NATHAN, C. Nitrict Oxide and Macrophage Function. Annual Review of Immunology. v. 15, p. 323-350, 1997. MARLES, M.A.S; RAY, H.; GRUBER, M.Y. New perspectives on proanthocyanidin biochemistry and molecular regulation. Phytochemistry, v.64, p.367-383, 2003. MARTINS, E.R.; DE CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas medicinais. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 220p. 1995. MARTINS L. G. S., VALE, L. S., LAINETTI, R., PEREIRA, N. A.. Um estudo sobre a Toxicidade da Erva-de-passarinho (Struthanthus marginatus, Lorantaceae), parasitando trombeteira (Datura suaveolens, Solantaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia. v. 87(2): 63-64. 2006. MATHEW, S. J.; HAUBERT, D.; KRÖNKE, M. & LEPTIN, M. Looking beyond death: a morphogenetic role for the TNF signaling pathway. J. Cell Sci., n.122, p.19391946, 2009. 130 MEDZHITOV, R. Origin and physiological roles of inflammation. Nature, v. 454, n. 24, p.428-435, 2008. MENEGOTTO, F.R. & PICOLI, S.U. Staphylococcus aureus oxacilina resistente (MRSA): incidência de cepas adquiridas na comunidade (CA-MRSA) e importância da pesquisa e descolonização em hospital. Ver. Bras. Anal Clin., v. 39, n. 2, p. 14750, 2007. MENEZES, T.O.A.; ALVES, A.C.B.A.; VIEIRA, J.M.S.; MENEZES, S.A.F.; ALVES, B.P.; MENDONDONÇA, L.C.V. Avaliação in vitro da atividade antifúngica de óleos essenciais e extratos de plantas da região amazônica sobre cepa de Candida albicans. Revista de Odontologia da UNESP, v. 38, n. 3, p. 184-91, 2009. MEROTHRA, S.; MISHRA, K. P. MAURYA, R. C., SRIMAL, R. C.; SINGH, V. K. Immunomodulatory by ethanolic extract of Boerhavia diffusa roots. Int. immunopharmacol., v. 2, p. 987-996. 2002. MEROTHA, S.; MISHA, K.P.; MAURYA, R.; SRIMAL, R.C.; YADAU, V.S.; PANDEY, R.; SINGH, V.K. Anticelular and immunossupressive properties of ethanolic extract of Acorus calamus rhizome. Int. Immunopharmacol., Amsterdam, v.3, p.53-61, 2003. MICHELIN D.C, FINATI S.C.G, SACRAMENTO L.V.S, VILEGAS W, SALGADO H.R.N. Controle de qualidade da raiz de Operculina macrocarpa (Linn) Urb., Convolvulaceae. Rev Bras Farmacogn., v.20 n.1, p.18-22, 2010. MILLER M.C., MANNING H.B., JAIN A., TROEBERG L., DUDHIA J., ESSEX D., ET AL. Membrane type 1 matrix metalloproteinase is a crucial promoter of synovial invasion in human rheumatoid arthritis. American College of Rheumatology, pp. 686– 697, Março 2009. MONCADA, S.; PALMER, R.M.; HIGGES, E.A. Nitric Oxide Physiology, Pathophysiology and Pharmacology. Pharmacol Rev., Baltimore, v. 43, n. 2, p. 109142, 1991. 131 MOSMANN, T. Rapid colormetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. Journal Immunological Methods, v. 65, p.55-63, 1983. MOURÃO, F. A., JACOBI, C. M., FIGUEIRA, J. E. C., BATISTA, E. K. L. Effects of parasitism of Struthanthus flexicaulis (Mart.) Mart. (Loranthaceae) on the fitness of Mimosa calodendron Mart. (Fabaceae), an endemic shrub from rupestrian fields over ironstone outcops, Minas Gerais State, Brasil. Acta Bot. Bras., v.23, n.3, p. 820-825, 2009. NAES, T., ISAKSSON, T., FEARN, T., DAVIES, T.. A User-Friendly Guide to Multivariate Calibration and Classification. NIR Publications. 2002. NAGLIK, J.R.; ALBRECHT, A.; BADER, O.; HUBE, B. Candida albicans secreted aspartyl proteinases and host/pathogen interactions. Cell Microbiol., v.6, p.915-926, 2004. NICKRENT, D.L. Enciclopedia of Life sciences – Santalales (Mistletoe) Macmillian. Reference Ltda. Disponível em: www.science.siu.edu/parasiticplants/Loranthaceae/index.html, 2001. NGWOKE, K.G.; ODIMEGWU, D.C.; CHARLES O. ESIMONE, C.C. Antimicrobial natural products. In: Science against microbial pathogens: communicating current research and technological advances. A. Méndez-Vilas (Ed.). FORMATEX. Microbiology Series Nº 3. v. 2, n. 3, p.1011-1026, 2011. NOSTRO, A.; BLANCO, A.R.; CANNATELLI, M.A.; ENEA, V.; FLAMINI, G.; MORELLI, I.; ROCCARO, A.S.; ALONZO, V. Susceptibility of methicillin-resistant staphylococci to oregano essential oil, carvacrol and thymol. FEMS Microbiology Letters, v. 230, n. 2, p. 191–195, 2004. 132 NUNES, K.M. Caracterização química e físico-química e estudos preliminares de planejamento da formulação fitoterápica semi-sólida contendo tintura de Calêndula officinalis L. Dissertação (mestrado em Ciências Farmacêuticas. Área de Concentração: Fármacos e Medicamentos) – Universidade Federal do Pará, 2009. NUNES-PINHEIRO, D. C. S.; LEITE, A. K. R. de M.; FARIAS, V. M.; BRAGA, L. T.; LOPES, C. A. P. Atividade imunomoduladora das plantas medicinais: perspectivas em medicina veterinária. Ciência Animal, v. 13, n.1, p. 23 - 32, Mai, 2003. NUNEZ,V.;OTERO,R.;BARONA, J.;SALDARRIAGA, M.;OSORIO,R.G.; FONNEGRA, R.; JIMENEZ, S.L.;DIAZ, A.;QUINTANA, J.C. Neutralization of the edema forming, defibrination and coagulant effects of Bothopus asper venon by extracts of plants used by healers in Colombia. Braz J Med Biol Res, Ribeirão Preto, v.37, p. 969-977, jul. 2004. NUNES, K.M. Caracterização química e físico-química e estudos preliminares de planejamento da formulação fitoterápica semi-sólida contendo tintura de Calêndula officinalis L. Dissertação (mestrado em Ciências Farmacêuticas. Área deConcentração: Fármacos e Medicamentos) – Universidade Federal do Pará, 2009. OLIVEIRA, A.H.; BERRETA, A.A. Avaliação da qualidade de insumos farmacêuticos a base de calêndula e própolis utilizados pelas farmácias magistrais. Revista Eletrônica de Farmácia, Vol. 4, n.2, p.169-174, 2007. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SAÚDE (OMS). Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005. Genebra 2002. 67p. <Disponível em: htpp://www.opas.org.br/ medicamentos/ site/ UploadArq/ trm_ strat_ spam.pdf.>. Acesso em junho 2013. OGECHUKWU, O.E.; OGOAMAKA, O.P.; SYLVESTER, N.C.; KAWAMURA, A.K.; PROKSCH, P. Immunomodulatory activity of a lupane triterpenoid Ester isolated from the eastern Nigeria mistleoe, Loranthus micranthus (Linn). Asian Pacific Journal of Tropical Medicine, v. 4(7), p.514-522, Jun. 2011. 133 OHASHI, K.; WINARNO, H.; MUKAI, M.; INOUE, M.; PRANA, M. S.; SIMANJUNTAK, P.; SHIBUYA, H. Cancer Cell Invasion Inhibitory Effects os Chemical Constituents in Pasatic Plants Scurrula atropurpurea (Loranthaceae), in: Indonesian Medicinal Plants. XXV, Chemical & Pharmaceutical Bulletin, v. 51, n. 3, p. 343-345, 2003. PALLADINO, M.A.; BAHJAT, F.R.; THEODORAKIS, E.A.; MOLDAWER, L.L. Anti TNF-α Therapies: The Next Generations. Nat. Ver. Drug Discov. London, v.2, p. 736-746, 2003. PAPPAS P.G.; REX J.; SOBEL J.D.; FILLER S.G.; DISMUKES W.E.; WALSH T.J.; EDWARDS J.E. Guidelines for treatment of candidiasis. Clin Infect Dis., v.38, p.161-189,2004. PARKA, M.J.; GWAKA, K.S.; YANGB, I.; KIMC, K.W.; JEUNGD, E.B.; CHANGE, J.W.; CHOI,.G. I. Effect of citral, eugenol, nerolidol and α-terpineol on the ultrastructural changes of Trichophyton mentagrophytes. Fitoterapia., n.5, v.80, p.290-296, 2009. PARAMESWARAN, N. PATIAL, S. Tumor necrosis factor-α signaling in macrophages. Crit. Rev. Eukaryot. Gene Expr., v. 20, n.2, p.87-103, 2010. PAREKH, J.; CHANDA, S.V. In vitro antimicrobial activity and phytochemical analysis of some Indian medicinal plants. Turk J. Biol., v. 31, p. 53-58, 2007. PARRY, C.M., HIEN, T.T., DOUGAN, G., WHITE, N.J., FARRAR, J.J.F. Typhoid Fever. Review article. The New England Journal of Medicine, n.347, v.22, p.17701782, 2002. PÉREZ. M. D. Plantas Antidiabéticas utilizadas en México: Validación Del efecto Hipoglicemiante de Struthanthus sp. 2004. p 64. Tesis Licenciatura (biólogo) – UNAM. Faculdad de Estúdios Superiores Iztacala, 2004. 134 PELISSARI, G. P.; PIETRO, R. C. L. R.; MOREIRA, R. R. D. Atividade antibacteriana do óleo essencial de Melampodium divaricatum (Rich.) DC., Asteraceae Rev. Bras. de Farmacognosia. 20(1): 70-74, Jan./Mar. 2010. PÉRTILE, R. Isolamento e elucidação estrutural de compostos polares de Lippia Alba (Miller) N. E. Brown Ex Britt. & Wils. Dissertação de mestrado. Programa de pós Graduação em Farmácia. Área de concentração: Fármacos e Medicamentos Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina: PGFAR, 2007. PETTI, C.A., FOWLER, V.G.JR. Staphylococcus aureus bacteremia and endocarditis. Cardiology Clinics, v. 21, n.2, p. 219-233, 2003. PFALLER, M.A.; DIEKEMA, D.J. Epidemiology of invasive candidiasis: a persistent public health problem. Clin Microbiol Rev., v.20, p.133-163, 2007. PHILLIPSON, J. D. Phytochemistry and medicinal Plants. Phytochemistry, v. 56, p. 237- 243, 2001. PINTO, Â. C.; SILVA, D. H. S.; BOLZANI, V. DA S.; LOPES, N. P.; EPIFANIO, R. DE A. Produtos naturais: atualidades, desfi os e perspectivas. Química Nova, São Paulo, v. 25, Supl.1, p. 45-61, 2002. PISSINATE, K. Atividade citotóxica de Piper nigrum e Struthanthus marginatus. Estudo preliminar da correlação entre a citotoxicidade e hidrofobicidade da piperina e derivados sintéticos. 2006. p, 25. Disertação de Mestrado. Faculdade de Química – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2006. PORTAL DA SAÚDE. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Disponível em: <http:\\www.Saude.gov.br.> Acesso em: Junho de 2013. PRESS, M. C. SCHOLES, J. D. & WATLING, J. R. Parasitic plants: physiological e ecological interactions whit their hosts, Oxford, p. 175-197. 1999. 135 PRESCOTT, T.A.K.; GEOFFREY, K.C.G.C.; PORTER, E.A.; NIGEL, C.N.C. Altamente glicosilada flavonóis com um pentassacarídeo ramificada O-linked de Iberis saxatilis (Brassicaceae). Fitoquímica, v.88, p.85, 2013. PRISTA, L.N.; ALVES, A.C.; MORGADO, R.M.R. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa. 3. Ed, v. 2, p. 183-207, 1990. REYNOLDS, R. Antimicrobial resistance in the UK and Ireland. J. Antimicrob. Chemother, v. 64 n. (Suppl 1), p. 19-23, 2009. REYES-GARCÍA, V. The Relevance of Traditional Knowledge Systems for Ethnopharmacological Eesearch: Theoretical and Methodological Contributions. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v.6, n.32, p.1-12, 2010. RIOPEL, J.L. & TIMKO, M.P. Haustorial initiation and differentiation. In: M.C. Press & J.D. Graves (eds). Parasitic Plants. London. Chapman &Hall, p. 39-73, 1995. RIZZINI, C.T. Pars specialis prodromi monographiae Loranthacearum Brasiliae terrarunque finitimarum. Rodriguésia 18/19 (30-31): 87-264, 1956. RIZZINI, C.T.. Loranthaceae. In: REITZ, P. R. (Ed.) Flora ilustrada catarinense, pt. 1, fasc. Lora. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1968. RIZZINI, C.T. Loranthaceae. In: LUCES, Z.F. & STEYERMARK, J.A. (Eds.) Flora de Venezuela. v. 4, n. 2, p.7- 316, 1982. ROCHA, A.P.C.; KRAYCHETE, D.C.; LEMONICA, L.; DE CARVALHO, L.R.; DE BARROS, G.A.M.; GARCIA, U.B.; SAKATA, R.K. Dor: Aspectos Atuais de Sensibilização Periférica e Central. Res Bras Anestesiol, v. 57(1), p. 94-105, 2007. ROCK, K.L.; LATZ, E.; ONTIVEROS, F.; KONO, H. The Stile Inflammatory Response. Annue. Rev. Immunol, v. 28, p. 321-42, 2010. 136 RODRIGUES, P.O.; CARDOSO, T.F.M.; SILVA, M.A.S.; MATOS, J.R. Aplicação de técnicas termoanalíticas na caracterização, determinação da pureza e cinéticas de degradação da Zidovudina (AZT). Acta Farmacêutica Bonaerense, v.24, n.3, p. 383387, 2005. ROSSI, F. & ANDREAZZI, D. Resistência bacteriana: Interpretando o antibiograma. Ed. Atheneu. São Paulo, 2005. SALATINO, A.; KRAUS J. E.; SALATINO, M. L. F. Contents and their Histological localization in young and adult parts of Struthanthus vulgaris Mart. (Loranthaceae). Annals of Botany, v. 72, p. 409-414, 1993. SAKAGAMI Y, KAJAMURA K. Bactericidal activities of desinfectants against vancomycin-resistant Enterococci. J Hosp Infect, v.56 ,p.140-144, 2006. SANDOVAL, M., OKUHAMA, N.N., ZHANG, X.J., CONDEZO, L.A., LAO, J., ANGELES, F.M., MUSAH, R.A., BOBROWSKI, P., MILLER, M.J., Antiinflammatory and antioxidant activities of cat’s claw (Uncaria tomentosa and Uncaria guianensis) are independent of their alkaloid content. Phytomed. V.9, p.325–337. 2002. SANTOS, S.C., FERREIRA, F.S. ROSSI-ALVA, J. C, FERNANDEZ, L.G. Atividade antimicrobiana in vitro do extrato de Abarema cochliocarpus (Gomes) Barneby & Grimes. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.17, n.2, p.215-219, 2007 SANTOS, A.L.; RIOPOLL, D.; NARDI, N.; BASSAN, U.L. Immunomodulatory Effect of Achyrocline satureioides (LAM) D.C. Aqueous Extract. Phytother. Res., London, v.13, n.1, p.65-66, 1999. SCHMALZ G, SCHUSTER U, KOCH A, SCHWEIKL H. Cytotoxicity of low pH dentinbonding agents in a dentin barrier test in vitro. J Endod, v. 28, n.3, p.188-92, 2002. SICHER, S.C.; VAZQUEZ, M.A.; LU, C.Y. Inhibition of macrophages Ia expression by nitric oxide. Journal Immunology, v.153, p.1293-1300, 1994. 137 SIESLER, H., W., OZAKI, Y., KAWATA, S., HEISE, H., M. Near-Infrared Spectroscopy: Principles, Instruments, Applications. Wiley-VCH. 2002. SILVA JÚNIOR, et al. Caracterização físico-química do extrato fluido e seco por nebulização de Symphytum officinale L. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16 p. 671-677, 2006a. SILVA JÚNIOR, J.O.C. Obtenção e avaliação de forma farmacêutica semi sólida fitoterápica contendo extrato seco por nebulização de Shymphytum officinale L. 2006. 11 f. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006b. SILVERSTEIN, R.M.; WEBSTER, F.X.; KIEMLE, D.J. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. 7. Ed. Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro – Rio de Janeiro: LTC, p. 70-122, 2007. SIMÕES C.M.O, SCHENKEL E.P, GOSMANN G, PALAZZO DE MELLO J.C, MENTZ L.A, ROS PETROVICK P. Farmacognosia da planta ao medicamento. 6ª. ed. Porto Alegre/ Florianópolis: Ed. UFRGS/ Ed. UFSC; 2007. SHARAPIN, N. ROCHA, L.M., CARVALHO, E.S., LÚCIO, E.M.R.A, SANTOS, E.V.M., ALMEIDA, J.M.L. Fundamentos de Tecnologia de Produtos Fitoterápicos. Convênio Andrés Bello (CAB) e Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED), p. 248, 2000. SCHIMIDT, V.; CARDOSO, M.R.I. Sobrevivência e perfil de resistência a antimicrobianos de Salmonella sp. Isoladas em um sistema de tratamento de dejetos suínos. Ciência Rural, v.33, n.5. Santa Maria, Set/Out, 2003. SHINOHARA, N.K.S., BARROS, V.B., JIMENEZ, S.M.C., MACHADO, E.C.L., DUTRA, R.A.F., FILHO, J.L.L. Salmonella spp., importante agente patogênico veiculado em alimentos. Ciência & Saúde Coletiva, n.13, v.5, p 1675-1683, 2008. 138 SHIN, K.M.; KIM, Y.H.; PARK, W.S.; KANG, I.;HA, J.; CHOI, J.W.; PARK, H.J.; LEE, K.T. Inhibition of Methanol Extract from the Fruits of Kochia scoparia on Lipopolissacharide Induced Nitric Oxide, Prostaglandin e2, and Tumor Necrosis Factor – Aproduction from Murine Macrophages raw 264.7 Cells. Biol. Pharm. Bull., Tokyo, v.27, n.4, p.538-543, 2004. SKOOG, D.A.; HOLLER, F.J. Princípios de análise instrumental. Porto Alegre: Bookman, 5ª ed., p.836, 2002. STITES, D. P.; TERR, A. I. Basic and Clinical Immunology, Appleton & Lange, 7nd. Edition, New York, p. 870, 1995. STUART, C.H.; SCHWARTZ, S.A.; BEESON T.J.; OWATZ, C. B.; Enterococcus faecalis: Its Role in Root Canal Treatment Failure and Current Concepts in Retreatment. JOE., v.32, n. 2, February, 2006. SZEKELY, G., NEBULONI, M.; ZERILLI, L. F.; Thermal analisis – mass spectrometry coupling and its applications, Thermochimica Acta, v.196, p. 511- 532, 1992. TACCONELLI, E.; DE ANGELIS, G.; CATALDO, M.A.; MANTENGOLI, E.; SPANU, T.; PAN, A.; CORTI, G.; RADICE, A.; STOLZUOLI. L.; ANTINORI, S.; PARADISI, F.; CAROSI, G.; BERNABEI, R.; ANTONELLI, M.; FADDA, G.; ROSSOLINI, G.M.; CAUDA, R. Antibiotic Usage and Risk of Colonization and Infection with AntibioticResistant Bacteria: a Hospital Population-Based Study. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 53, n. 10, p. 4264 – 4265, 2009. TAYLOR P.C., FELDMANN ., Anti-TNFα biologic agents: still the therapy of choice for rheumatoid arthritis, Nature Reviews Rheumatology. pp. 5, 578-582, October 2009. TIZARD, I.R.; Sistema complemento. Imunologia Veterinária.5° Ed. Editora Roca LTDA. São Paulo. p.196-206, 1998. 139 THOMASSEN, M.J.; BUHROW, L.T.; CONNORS, M.J.; KANEKO, F.T.; ERZURUM, S.C.; KAVUKU, M. NItric Oxide Innibts Inflamatory Cytokine Production by Human Alveolar Macrophages. Am.J.Respir.Cell Mol. Biol., v. 17, p. 279-283, 1997. TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Ed. Artimed. Porto Alegre-RS, 2003. TRACEY K. Reflex control of immunity, Nature, 9:418-428, 2009. TRACEY D., KLARESKOG L., SASSO EH., SALFELD JG., TAK PP. Tumor necrosis factor antagonist mechanisms of action: A comprehensive revie, Pharmacology and Therapeutics. 2008. VARELLA, P. P. V.; FORTE, W. C. N. Cytokines: a review. Rev. Brasileira de Alergia e Imunopatologia, n.24, n.4, p.146-154, 2001. VARDAR-UNLU G. MANNOPROTEIN adhesin of Candida albicans Germ tubes. J. Med Sciences, v.28, p.469-474, 1998. VENTURELLI, M & KRAUS, J.E. Morphological and anatomical aspects of the primary haustorium of Struthanthus vulgaris Mart. (Lorantaceae) in vitro. Revista Brasileira de Botânica, v. 12, p. 17-22. 1989. VIDOTTO V, MANTO AN B, PUGLIESE A, PONTON J, QUINDOS G, AOKI S, ITOKUWA S. Adherence of Candida albicans and Candida dubliniensis to buccal and vaginal cells. Rev Iberoam Micol ., n.20, p.52-54, 2003. VIEIRA, O. M. C.; SANTOS, M. H.; SILVA, G. A.; SIQUEIRA, A. M. Atividade antimicrobiana de Struthanthus vulgaris (erva-de-passarinho). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15(2), p. 149-154. 2005. 140 VIEIRA, R. A. Validação científica de plantas medicinais como fator catalisador no desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional. Meio Ambient. Saúde, v.2, p.57- 64, 2001. VOIGT R, BORNSCHEIN, M. Tratado de tecnologia farmacêutica. 3ª. ed. Zaragoza: Editorial Acribia; 1982. VOS, A.C.W.; WILDENBERG, M.E.; DUIJVESTEIN, M.; VERHAAR, A.P.; VAN DEN BRINK, G.R.; HOMMES, D.W. Anti-tumor Factor-α Antibodies Induce Regulatory Macrophages in an Fc Region-Dependent Manner. Gastroenterology. V.140, p. 221-230, 2011. WEBER, A.; WASILIEW, P.; KRACHT, M. Interleukin -1(IL-1) Patway. Sci signal., v. 3, n. 105, p.1-6, 2010. WENDLANDT, W. W.; Thermal Analysis, 3a Edição, Jonh Wiley & Sons, New York, 1986. WESOLOWSKI, M., SUCHACZ, B.; KONIECZYNSKI, P. The Application of Artificial Neural Networks for the Selection of Key Thermoanalytical Parameters in Medicinal Plants Analysis. Combinatorial Chemistry & High Throughput Screening, v. 6, p.811-820, 2003. WILLIAMS, J.E. Review of antiviral and immunomodulating properties of plants of the Peruvian rainforest with a particular emphasis on Unã de Gato and Sangre de Grado. Altern. Med. Rev., Saindpoint, v.6, n.6, p. 567-579, 2001. WILLEMS, R. J. L., & VAN SCHAIK, W. Transition of Enterococcus faecium from commensal organism to nosocomial pathogen. Future Microbiology, n.4, v.9, p. 1125-1135, 2009. WINN Jr, W. C., ALLEN, S., JANDA, W., KONEMAN, E., PROCOP, G., SCHRECKENBERGER, P., WOODS, G. Koneman, Diagnosticos Microbiológicos: 141 texto e atlas colorido. Guanabara, Koogan, 1565p, 2008.. WONG, D.Z.H.; KADIR, H.A.; LING, S.K. Bioassay-guided isolation of neuroprotective compounds from Loranthus parasiticus agaist H2O2-induced oxidative damage in NG108-15 cells. Journal of Ethnopharmacology, v. 139, p. 256-264, nov. 2011. YAMAOKA, T.; YAN, F.; CAO, H.; HOBBS, S. S.; TONG, W.; DISE, R. S. & POLK, D. B. Transactivation of epidermal growth factor receptor and ErbB2 protects intestinal epithelial cells from tumor necrosis factor-induced apoptosis. PNAS, n.105, p.11772-11777, 2008. YAMAGUCHI, H. Immunomodulation by medicinal plants. Adv. Exp. Med. Biol, New York, v. 319, p. 287-297, 1992. YUNES , R. A., PEDROSA, R. C., FILHO, V. C. Fármaco e Fitoterápicos: A Necessidade do desenvolvimento Da Indústria De Fitoterápicos E fitofármacos no Brasil. Quím. Nova, Vol. 24, No.1. 147-152, 2001. YANG EJ, YIM EY, SONG G, KIM GO, HYUN CG. Inhibition of nitric oxide production in lipopolysaccharide-activated RAW 264.7 macrophages by Jeju plant extracts. Interdisc Toxicol, n.2, v.4, p.245–9, 2009. ZAVADNACK-NETTO, M.; HERREIRO, F.; BANDEIRA, C.O.P.; ITO,Y.; CIORLIN,E.; SAQUETI, E.E.; ANSILEIRO, I.J.; GONSALVEZ, L.; SIQUEIRA, V. Staphylococcus aureus: incidência e resistência antimicrobiana em abcessos cutâneos de origem comunitária. Acta Scientiarum, v.23, p.709-712, 2001. ZEE CHENG, R.K.Y. Anticancer research on Loranthaceae plants. Drug Future, v. 22, p. 519-530, 1997. ZDNÍC, G.; GODEVAC, D.; MILENKOVÍC, M.; VU~CÍCEVÍC, D. SAVIKIN, K.; MENKOVÍC, N.; PETROVÍC, S. Evaluation of Hypericum perforatum oil extracts for 142 an antiinflamatory and gastroprotective activity in rats. Phytother Res, v. 23 n.11, p. 1559-1564, Abr. 2009. ZOU L.K., WANG H.N., ZENG B., LI J.N., LI X.T., ZHANG A.Y., ZHOU Y.S., YANG X., XU C.W. & XIA Q.Q. Erythromycin resistance and virulence genes in Enterococcus faecalis from swine in China. New Microbiol, n.3, v.4, p.73-80, 2011.