Bancos mais otimistas face à evolução do mercado imobiliário

01-10-2013
Tiragem: 3000
Pág: 23
País: Portugal
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Period.: Mensal
Área: 22,50 x 28,86 cm²
Âmbito: Outros Assuntos
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DOSSIÊ | IMOBILIÁRIO & BANCA BANKING & REAL ESTATE
Banks more optimistic given the
development of the real estate market
The Portuguese banking sector is an important player in the new
property paradigm, in the sense that it is one of the main property
owners. And, whilst remaining cautiously reserved, the truth is
that today there are discussions emerging with more optimistic
overtones in relation to the recovery of the real estate market.
Bancos mais otimistas face à
evolução do mercado imobiliário
A Banca Portuguesa é um player de peso no novo paradigma do setor imobiliário,
no qual se destaca como um dos principais proprietários de imóveis. E, embora
reservada, a verdade é que exibe hoje um discurso com nuances mais otimistas
em relação à retoma deste mercado.
01-10-2013
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DOSSIÊ | IMOBILIÁRIO & BANCA BANKING & REAL ESTATE
Em Portugal, a estratégia é clara: apostar na preservação de valor dos ativos.
Como? Através da venda num patamar de valor que não destrua o mercado
imobiliário e que assegure o valor das garantias bancárias que são os imóveis.
Esta foi, aliás, uma das principais conclusões retiradas do encontro promovido pela Vida Imobiliária no passado dia 5 de setembro, que reuniu
no Hotel Tiara Park um grupo restrito de 20 representantes da banca,
fundos de imobiliários e consultores que, juntos, refletiram sobre o contributo da Banca nesta fase de retoma do mercado imobiliário.Atrair mais
capital internacional é imperativo
Os especialistas convidados participar neste debate são unânimes em
reconhecer a necessidade de atrair capital internacional para acelerar a
normalização do mercado imobiliário em Portugal. A iniciativa do “Golden
Visa” é vista como um extraordinário impulso positivo, tendo já permitido
um volume de investimento que se aproxima dos 100 milhões de euros. E
não apenas em habitação de luxo, mas também no segmento comercial e
de lojas de prestígio, conforme exemplificou Paulo Silva, diretor-geral da
Aguirre Newman, que garantiu que “nos últimos meses verificamos uma
grande pressão da procura de imóveis comerciais e de rendimento no eixo
prime da cidade de Lisboa, sobretudo na avenida da Liberdade”.
Mas, não obstante o seu importante input, os Golden Visa não são suficientes para atingir esse objetivo: é necessário o regresso de grandes investidores, os quais parecem começar a considerar de novo o nosso mercado, como
certificam Eric Van Leuven, managing-partner da Cushman & Wakefield e
Presidente do RICS Portugal, e Francisco Horta e Costa, o Presidente da CBRE.
O turismo é outro dos segmentos de mercado que tem grande peso nas
carteiras da banca, mas também que exibe maior potencial para a captação de investimento estrangeiro, reconheceram os presentes. “Continuo
a achar que o turismo, especialmente o turismo residencial, é um dos setores do futuro e pelo qual passará a retoma. Esta área não só é uma das que
apresenta maior potencial para a exportação de imobiliário, mas também
para que a Banca consiga ali criar bons produtos de rendimento, como alternativa à venda”, afirmou Almeida Guerra, Administrador da Rockbuilding.
Por seu turno, as Sociedades Gestoras reclamam por mais mecanismos
que facilitem o processo de atração de investimento internacional, sendo
a criação dos REIT’s uma revindicação que José de Mello, presidente da
Selecta SGFII, recordou como sendo muito importante, e que não tem
merecido a atenção do Governo.
In Portugal, the strategy is clear: to focus on safeguarding the value of
assets. How? By selling the assets at a price level that doesn't destroy the
real estate market and ensures the value of bank guarantees which these
properties represent.
This has been, at least, one of the main conclusions reached at the meeting hosted by Vida Imobiliária in the Hotel Tiara Park Lisbon on September 5, which brought together around 20 top representatives from
the banks, real estate funds and consultants, to reflect on the banking
sector’s contribution to this phase of the real estate market’s recovery.
Attracting more international capital is imperative
The specialists invited to take part in this debate are unanimous in recognising the need to attract international capital to speed up the recovery of
the real estate market in Portugal. The "Golden Visa" initiative is seen as an
extraordinarily positive boost, having already enabled an investment turnover close to 100 million euros. And not just in luxury housing, but also in the
commercial segment and luxury brand name shops, as was explained to VI
by Paulo Silva, Managing Director of Aguirre Newman who insists that "in
recent months we've seen considerable demand pressure for commercial property, particularly in Lisbon's prime axes, particularly Avenida da Liberdade."
But despite its important input, the Golden Visas are not enough to
achieve this objective: it is necessary to get back the big investors, who
it seems are beginning to consider the Portuguese market again, as has
been confirmed by Eric Van Leuven, managing-partner of Cushman &
Wakefield and President of RICS Portugal, and Francisco Horta e Costa,
the President of CBRE Portugal.
Tourism is another of the market segments that has ended up having a
strong impact on the portfolios of banks, but one that also shows a greater
potential to attract foreign investment, they recognise. "I continue to think
that tourism, especially residential tourism, is one of the sectors of the future
from which the recovery will emerge from. This area is not only one of those
that has the greatest potential for real estate export, but also one from which
the banking sector can create good income generating products, as an alternative to sale", points out Almeida Guerra, CEO of Rockbuilding.
In turn Management Companies are calling for more mechanisms to facilitate
the process of attracting international investment, with the creation of REIT's,
something that José de Mello, president of Selecta SGFII recalls as being very
important, and which hasn't merited the Government's attention.
Menos imóveis entregues aos bancos em 2013
Fewer properties handed over to the banks in 2013
Embora a construção e o imobiliário ainda continuem a pesar mais de
metade (52,4%) no bolo do crédito mal-parado em Portugal (16.800 milhões
de euros, segundo o Banco de Portugal), alguns indicadores agora revelados
vêm trazer uma nota mais otimista, dando conta que o ritmo de entrega de
imóveis às instituições financeiras desacelerou na primeira metade do ano.
Although construction and real estate still continue to represent more than
a half (52.4%) of credit default in Portugal (16,800 million euros, according
to the Bank of Portugal), some indicators now revealed are bringing a more
optimistic note, taking into account that the rhythm of handing over properties to financial institutions slowed down in the first half of the year.
De acordo com as estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), entre Janeiro e Junho
de 2013 foram entregues em dação à banca um total de 1.346 imóveis,
o que representa uma quebra de 60% em relação ao número de ativos
entregues em dação em igual período de 2012.
According to estimates from the Portuguese Association of Real Estate
Professionals and Estate Agency Companies (APEMP), between January
and June 2013 a total of 1,346 properties were handed over the banks,
which represented a fall of 60% in relation to the number of assets
handed over in the same period in 2012.
Uma situação favorecida não só pela ligeira melhoria no quadro económico do país, “mas também pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas unidades de recuperação de crédito dos bancos, acompanhado
por uma dinâmica comercial de vendas e arrendamento bastante focada”,
comentou José Mouquinho, diretor-geral do Banif Real Estate.
A situation encouraged not only by the slight improvement in the economic fortunes of the country, "but also because of the work which has
been carried out by the banks' credit recovery units, together with a commercial sales and rental drive which has been fairly focused", says José Mouquinho, managing director of Banif Real Estate.
01-10-2013
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Banca tem uma quota entre 15% a 20% na habitação
Esta estratégia de preservação de valor parece estar a resultar
sobretudo no mercado de habitação, no qual os bancos terão uma
quota de mercado na venda de casas que oscilará entre os 15% e
os 20%, segundo as contas de três das principais redes de mediação imobiliária presentes em Portugal (Remax, Century 21 e ERA).
Apostados em não destruir o valor aos imóveis, na sua generalidade os bancos portugueses estão a apostar em estratégias de
venda multi-canais para escoar os ativos de habitação dos seus
portfólios, recorrendo frequentemente a parcerias com as marcas
de mediação imobiliária, detentoras de grande know-how nesta
área da compra e venda de casas. Uma situação que tem permitido a estas últimas desenvolverem um novo nicho de mercado,
registando um maior dinamismo da sua atividade, impulsionada
pelos imóveis da banca que têm para comercializar, reconheceram os responsáveis da Remax e da Century 21.
Banking sector has a quota of between 15% and
20% in residential housing
This strategy of preserving the value of assets seems to be working, particularly in the housing market, in which the banks have a
market share in the sale of houses which hovers between 15 and
20% according to the figures from the three main estate agency
networks in Portugal (Remax, Century 21 and ERA).
Committed to not destroying the value of property, Portuguese
banks are generally speaking focusing on multi-channel sales
strategies to clear out the housing assets from their portfolios, frequently forming partnerships with estate agency brands which
have the know-how in this area of buying and selling houses.
A situation that has permitted the development of a new niche
market for estate agencies, providing greater dynamism in their
activity, boosted by the properties that the banks have to sell, a
situation recognised by the directors of Remax and Century 21.
Mas, tratando-se da comercialização da carteira de terrenos, projetos imobiliários em promoção e no imobiliário turístico, que
são as classes de ativos que mais pesam nas carteiras dos bancos
portugueses, a situação é diferente e onde ainda não parece ter
sido alcançado um “consenso” de mercado sobre qual a via para
resolver os problemas.
But dealing with the sale of plots of land, real estate projects
under development and tourist developments, which represent
a class of assets that is particularly penalising Portuguese banks,
the situation is different and is one where it seems a market consensus has yet to be reached on the best way of dealing with
these problems.
Entretanto, os bancos continuam atentos a parcerias e a colocação em veículos de investimento, que permitam a saída destes
ativos de forma controlada e a um valor próximo do registo de
valor como garantia.
Meanwhile the banks continue to be open to partnerships and
placing these assets in investment vehicles that enables them to
be sold off in a controlled way and at a value close to the amount
of the original bank guarantee.
Conheça a reportagem completa do encontro promovido
pela Vida Imobiliária na nossa edição digital de Setembro.
See the complete report of the meeting hosted by Vida Imobiliária on our on-line September issue.
Carlos Leiria Pinto
Eduardo Abreu
Eric van Leuven
Francisco Horta
e Costa
Jose Antonio
Jose Almeida Guerra de Mello
Jose Araujo
Jose Eiras Antunes
Jose Mouquinho
Manuel Alvarez
Manuel Puerta
da Costa
Paulo Silva
Pedro Coelho
Ricardo Sousa
Tiago Fernandes
Ricardo Carvalho