Notícias Diárias - Dia 1 - Sociedade Portuguesa de Hematologia

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Notícias Diárias - Dia 1 - Sociedade Portuguesa de Hematologia
novembro dia 14
dia
15
sexta-feira
dia 16
Dr.ª Aida Botelho de Sousa,
Dr.ª Marília Gomes, Dr.ª Ana
Tomé e Prof.ª Maria Gomes
da Silva (da esq. para a dta.)
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linfoma não Hodgkin DGCB:
DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO
O conhecimento mais recente sobre o diagnóstico e o tratamento do linfoma não Hodgkin difuso de grandes
células B (DGCB), aliado à apresentação da experiência de quatro centros portugueses, vai estar em evidência
nas duas sessões que decorrem entre as 9h00 e as 12h15
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Atualização sobre
diagnóstico e tratamento do
linfoma não Hodgkin DGCB
As neoplasias linfoides compostas por células grandes de fenótipo B e
com apresentação de um padrão arquitetural difuso (linfoma difuso de
grandes células B, também denominado com a sigla LDGCB) são o tipo
mais frequente de linfoma não Hodgkin, correspondendo a cerca de
um terço do total de casos. Este tema está em discussão na sessão que
decorre entre as 9h00 e as 10h45.
por Andreia Pereira
A
estratificação da agressividade clínica
do LDGCB, que, em termos práticos,
«possibilita uma melhor definição
da estratégia terapêutica», é uma das
áreas que mais interesse tem suscitado
no contexto desta patologia. No parecer
do Prof. Rui Henrique, do Serviço de Anatomia Patológica e do Grupo de Epigenética do Cancro do Centro de Investigação
do IPO do Porto, «após o reconhecimento
de distintos perfis de expressão génica
com base na tecnologia de arrays [germinal
center B-cell like (GCB) e non-GCB, que
incorpora os casos activated B-cell like
(ABC) e Type 3 ], houve diversas tentativas
de reproduzir a identificação destas categorias com potencial relevância prognóstica»,
através da imunocitoquímica. «A aplicação
destes conhecimentos ao material fixado
em formol, e incluído em parafina, permitiria a utilização desta informação de uma
forma disseminada e rotineira.»
Porém, os diversos algoritmos propostos
«não se correlacionam totalmente com os
dados obtidos por análise de expressão
génica», ainda que haja uma manutenção
da nomenclatura original. «Adicionalmente,
os resultados de diversos estudos que
procuraram significado prognóstico ou
preditivo de resposta terapêutica nos diversos subgrupos de LDGCB, definidos por
painel imunocitoquímico, têm sido contraditórios, o que limita a sua aplicação na
prática clínica», avisa Rui Henrique.
Mais recentemente, «a imunoexpressão
de CD30 e variantes alélicas (SNPs) em
áreas não codificantes do gene TP53 foram
propostas como fatores de prognóstico».
Porém, estes fatores carecem ainda de
confirmação em séries independentes.
«Seguramente, a prevalência e a heterogeneidade do LDGCB permanecerão um
desafio para a investigação clínica e de
translação, com vista à definição de terapêuticas baseadas nas características
biológicas distintivas das células neoplásicas», conclui Rui Henrique.
15 de novembro 2013
Progressos no tratamento
O Índice de Prognóstico Internacional
(IPI) foi validado como sendo a ferramenta de prognóstico mais fiável na era
do rituximab. Ainda assim, na perspetiva
do Prof. Michael Pfreundschuh, investigador na área do linfoma não Hodgkin
de alto grau e professor na Universität
des Saarlandes, em Homburg, Alemanha,
«justifica-se a prossecução de estratégias
específicas para doentes que estão em
categorias de risco e escalões etários
diferentes».
«Os indivíduos jovens sem nenhum
fator de risco, após ajustamento da idade
(adjusted age [Aa], conforme o IPI), e com
ausência de doença volumosa apresentaram uma elevada taxa livre de eventos e uma sobrevivência global próxima
dos 100%, após seis ciclos de R-CHOP-21
(no estudo MInT), sugerindo que alguns
doentes estarão, provavelmente, sobretratados», sublinha o especialista alemão.
«Pela primeira vez na história dos
LDGCB, os estudos prospetivos, nomeadamente o FLYER, avaliaram a estratégia
de redução de seis para quatro ciclos
de CHOP, com seis administrações de
rituximab. No grupo de doentes jovens
com ajustamento da idade (AaIPI) igual
a 1 e/ou doença volumosa, foram alcançados os melhores resultados com uma
estratégia de 6xR-CHOP-21, associada
a radioterapia de campo envolvido na
doença volumosa ou com um programa
mais agressivo/mais tóxico do protocolo
R-ACVBP (sem radioterapia)», observa
Michael Pfreundschuh.
Já no grupo de doentes com prognóstico mais desfavorável (AaIPI=2,3),
os melhores resultados foram atingidos com o regime 6xR-CHOEP-14, que
se traduziu numa sobrevivência global a
três anos dos doentes AaIPI=2 na ordem
dos 90%, demonstrando que «esta subpopulação já não deve ser classificada de
alto risco na era do rituximab».
Prof. Rui Henrique
DR
Prof. Michael Pfreundschuh
Apesar destes avanços, o orador considera que, nos doentes jovens (AaIPI=3),
ainda «há espaço para melhorias clínicas»,
sendo que, neste capítulo em particular,
os ensaios clínicos em curso estão apostados em avaliar primariamente a alta
dose de quimioterapia em combinação
com o transplante de células estaminais
ou em associação a novos fármacos do
esquema de backbone com CHOP(E)P-14.
Assim, e tendo em conta as novas estratégias terapêuticas, estão a ser desenvolvidos novos fármacos dirigidos a alvos
moleculares específicos, envolvidos na
via de transdução de sinal do recetor de
células-B. Embora «a taxa de mortalidade
por LDGCB tenha reduzido para metade
na última década», Michael Pfreundschuh
acredita que as novas abordagens terapêuticas «podem melhorar a taxa de cura
num futuro próximo».
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Experiência nacional no
tratamento do linfoma
não Hodgkin DGCB
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«O
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Instituto Português de
Oncologia do Porto
Instituto Português de
Oncologia de Lisboa
Dr.ª Margarida Dantas
Dr.ª Francesca Pierdomenico
linfoma LNH DGCB corresponde a cerca de 25-30%
dos casos de linfoma não Hodgkin e tem um comportamento clínico agressivo. A sua patogénese é heterogénea e complexa, reconhecendo-se vários subtipos de linfoma,
de acordo com as vias oncogénicas envolvidas. Apesar de ser
mais prevalente após a sexta década de vida, frequentemente
afeta indivíduos mais jovens.
O sucesso terapêutico foi melhorado com a imunoquimioterapia, no entanto, há um subgrupo significativo de doentes com evolução clínica desfavorável. As opções terapêuticas
para os doentes jovens de alto risco não são consensuais e os
marcadores de prognóstico clínico têm limitações na era do
rituximab. Assim, o LNH DGCB é, atualmente, alvo de inúmeros
estudos e ensaios clínicos, que procuram definir biomarcadores
e novas estratégias terapêuticas.
No IPO do Porto, no período considerado, a quimioterapia
de primeira linha mais frequentemente utilizada foi o esquema
R-CHOP [rituximab, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina
e prednisolona]. De acordo com o protocolo do Serviço de
Onco-Hematologia, doentes com Índice Prognóstico Internacional [IPI] igual ou superior a 2 e idade igual ou inferior a 65
anos foram referenciados para autotransplante de progenitores hematopoiéticos em primeira remissão completa, como
estratégia de consolidação.
Com a evolução de conhecimentos relativamente à biologia
tumoral, a par de novas estratégias terapêuticas, idealmente
desenhadas contra as vias oncogénicas envolvidas, há esperança na melhoria do prognóstico.»
15 de novembro 2013
«O
LNH é o tumor hematológico mais frequente, e inclui
um número elevado de entidades. A mais frequente
é o LNH DGCB, uma entidade genética e clinicamente heterogénea, de comportamento agressivo e curável numa percentagem de casos que varia de acordo com fatores de risco por
vezes identificáveis no diagnóstico.
No Serviço de Hematologia do IPO de Lisboa, a revisão da
evolução clínica dos 301 casos desta patologia, diagnosticados
e tratados com regimes convencionais (maioritariamente rituximab
associado a CHOP e administrado de 21 em 21 dias), mostrou
uma epidemiologia sobreponível à das séries publicadas.
A mediana de idades foi de 63 anos (16 a 92), sendo que
47% dos doentes eram do sexo masculino; 57% apresentaram-se
em estádios avançados e a distribuição por grupos de risco
foi a seguinte: 37% com risco baixo (IPI 0-1), 26% com risco
intermédio/baixo (IPI 2) e 36% com risco intermédio/alto ou
alto (IPI 3-5). As taxas de resposta global (79%) e completa
(76%) foram semelhantes às descritas na literatura e variaram
com a estratificação dos doentes em grupos de risco de acordo
com o IPI.
A sobrevivência global e sem doença aos três anos (follow-up
mediano de 42 meses) foi de 69% e 66%, respetivamente. Não
surgiram toxicidades inesperadas. Infelizmente, e tal como
está documentado por outros autores, a capacidade de obter
resposta duradoura com regimes de resgate nos doentes em
recaída ou refratários foi inferior a 20%. Nos doentes de alto
risco, torna-se assim necessário continuar a investigar alternativas terapêuticas.»
Na mesa-redonda que decorre entre as 11h15 e as 12h15, quatro centros portugueses apresentam os seus resultados
no tratamento do linfoma não Hodgkin (LNH) difuso de grandes células B (DGCB) ao longo de cinco anos (de 2007
a 2011). Analisar os dados finais e avaliar o perfil dos doentes e as taxas de resposta ao tratamento, procurando
estabelecer uma relação entre estes achados e os índices de prognóstico, são os grandes objetivos da sessão, que
é moderada pela Dr.ª Aida Botelho de Sousa, diretora da Área Hemato-Oncológica do Centro Hospitalar de Lisboa
Central/Hospital de Santo António dos Capuchos. Segue-se um resumo do que vai ser apresentado por cada centro.
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Centro Hospitalar de Lisboa
Central
Dr.ª Ana Tomé
«A
valiámos retrospetivamente os doentes (203 no total) com
diagnóstico de LNH DGCB tratados no Serviço de Hematologia Clínica. O tratamento aplicado em primeira linha foi a quimioterapia com R-CHOP. Nos LNH primários do mediastino, foi
realizada radioterapia de consolidação pré-programada. A terapêutica de segunda linha passou por R-ESHAP [rituximab, etoposido,
metilprednisolona, citarabina e cisplatina], seguida de transplante
autólogo na presença de quimiossensibilidade e condições clínicas.
Os doentes foram avaliados de acordo com o estádio da
patologia, o IPI e a presença de infeção por VIH. Essas características foram posteriormente relacionadas com a sobrevivência livre de doença (SLD) e com a sobrevivência global
(SG). A mediana de idades foi de 62 anos (25 a 84), sendo que
51% dos doentes eram do sexo masculino. O estádio foi localizado em 45% dos doentes e generalizado em 55%. Relativamente ao IPI, dos 191 doentes avaliados, 34% tinham IPI
baixo; 27% intermédio/ /baixo; 16% intermédio/alto e 23%
alto. A maioria dos doentes (78%) foi tratada com R-CHOP,
9% com CHOP e 6% com R-CVP [rituximab, ciclofosfamida,
vincristina e prednisolona].
No global, a taxa de respostas completas foi de 68%. Na
doença em recaída ou primariamente refratária, a opção terapêutica de segunda linha foi o R-ESHAP (em 30 doentes),
tendo sido realizado transplante autólogo em 13 doentes.
A SLD aos 2 e 4 anos foi de 82% em ambos os casos, enquanto a SG foi de 63 e 53%, respetivamente. A causa de morte em 43% dos casos foi a progressão da doença e em 36%
a toxicidade do tratamento. Os resultados obtidos estão de
acordo com o esperado, numa população não selecionada.»
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Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra (CHUC)
HOJE
Dr.ª Marília Gomes
«O
LNH DGCB representa cerca de um terço de todos os LNH.
A associação do anticorpo monoclonal anti-CD20 (rituximab) à quimioterapia teve um impacto muito significativo no prognóstico destes doentes. Nesta análise do Serviço de Hematologia
Clínica do CHUC, dos 232 doentes incluídos, 52,2% eram do sexo
masculino, sendo a mediana de idades de 64 anos (24 a 90 anos). O
IPI foi de 0-1 em 70 doentes (30,2%), 2 em 76 doentes (32,8%), 3 em
59 doentes (25,4%) e de 4-5 em 27 doentes (11,6%).
Dos 224 doentes submetidos a terapêutica, 77,7% realizaram
imunoquimioterapia em primeira linha; 22,3% esquemas sem
rituximab; e a radioterapia de consolidação após primeira linha foi
efetuada em 14,3% dos doentes. A taxa de resposta global dos 205
doentes avaliáveis foi de 82,9%, sendo que 16,3% apresentaram
doença estável ou progressiva. Foi realizada terapêutica de segunda linha em 67 doentes, sendo que os esquemas mais utilizados
foram: ICE R [ifosfamida, carboplatina, etoposide] em 22 doentes; ESHAP R em 15 doentes; HiperCVAD R [ciclofosfamida hiperfracionada, vincristina, doxorrubicina, dexametasona] em 6 doentes; e
DHAP (dexametasona, cisplatina e citarabina) em três doentes.
Onze casos foram submetidos a transplante autólogo de progenitores hematopoiéticos e um a transplante autólogo seguido de
alogénico. A sobrevivência global (SG) aos 5 anos foi de 63,8%. Já
a sobrevivência livre de doença foi de 79,9%. A principal causa de
morte foi a doença progressiva (11,6% da população).
Das características dos doentes incluídos, destaca-se um predomínio do sexo masculino, na sétima década de vida, de acordo com
o descrito na literatura. No entanto, salienta-se uma prevalência
marcada dos estádios avançados e do envolvimento extraganglionar. A idade igual ou inferior a 60 anos; os grupos de risco baixo e
intermédio do IPI; a resposta completa à primeira linha; e a imunoquimioterapia mostraram influenciar a sobrevivência global.»
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Somos chamados a intervir quando o
sofrimento requer ajuda psicoterapêutica
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relevância, especialmente nos casos de leucemia da infância ou de
doenças linfoproliferativas do adulto jovem, que, felizmente, são
hoje tratadas com cada vez maior eficácia, resultando num maior
número de sobreviventes de longa duração.
Estas patologias estão quase sempre associadas a uma
carga mais elevada de ansiedade e até expectativas
negativas. Como se gerem estas situações?
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Esse desafio começa com os médicos assistentes (oncologistas e
hematologistas) e na relação terapêutica que estabelecem com os
seus doentes e famílias. Somos chamados a intervir quando o
sofrimento requer ajuda psicoterapêutica e/ou farmacológica
especializada. Mas o nosso papel não se esgota na ajuda dos doentes e respetivas famílias, uma vez que também podemos apoiar
os médicos, facilitando as competências e o treino de comunicação.
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HOJE
Em entrevista, a Dr.ª Susana Almeida, assistente hospitalar
de Psiquiatria no Serviço de Psico-Oncologia do IPO do
Porto, deixa algumas notas sobre a conferência que vai
proferir entre as 12h15 e as 13h00. O impacto psicossocial
e o sofrimento psicológico do doente oncológico, da sua
família e dos profissionais de saúde envolvidos são os
temas-chave desta intervenção.
por Andreia Pereira
Quais são os maiores desafios da abordagem aos
doentes oncológicos, nomeadamente os que têm
patologia do foro da Hematologia?
Na generalidade, lidamos com uma variedade de aspetos, como a
qualidade de vida dos sobreviventes, as dúvidas associadas aos tratamentos, as eventuais sequelas ou os efeitos tardios das terapêuticas. Não nos podemos esquecer que existe medo relativo ao risco
de recaída. Na Hematologia, estes aspetos ganham uma particular
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Os sintomas de depressão e ansiedade concorrem para
um agravamento da condição física destes doentes?
Há evidência científica robusta que confirma que um doente com
níveis elevados de ansiedade ou depressão corre o risco de faltar
ou mesmo abandonar os tratamentos, de não aderir a todas as
recomendações e de reter a informação transmitida pelo médico
com dificuldade (e apenas parte dela). São doentes que o clínico
assistente sente como «difíceis na relação», seja por telefonarem
ou aparecerem com insistência, com variadas queixas (os doentes
ansiosos); seja por passividade, pessimismo ou dependência (os doentes deprimidos). A identificação precoce e referenciação destas
situações à Psico-Oncologia melhora vários indicadores de saúde e
de satisfação, quer do médico quer, sobretudo, do doente.
Qual é o melhor timing para iniciar o apoio psicológico?
Assim que o doente o solicite (para isso, pode ser necessário
perguntar-lhe) e sempre que haja sofrimento psicológico percebido
pelo médico.
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9 de novembro 2012
Enfermeiros partilham
experiências, dúvidas
e consensos
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Daniela França, Vivien Griffiths, Helena Fernandes e João Guterres
Neste primeiro dia do Programa de Enfermagem, estão em evidência
questões práticas da atividade diária dos enfermeiros na Onco-Hematologia.
Um momento-alto será a conferência da enfermeira Viviane Griffiths, que vai
partilhar a sua experiência na utilização de cateteres de longa duração.
por Inês Melo
N
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a área da Onco-Hematologia,
existem patologias que, pela sua
agressividade, põem em risco a
vida dos doentes. «No caso da leucemia
promielocítica, por exemplo, a coagulação
intravascular disseminada pode ser fatal»,
alerta Helena Fernandes, enfermeira no Cen-
HOJE
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tro Hospitalar e Universitário de Coimbra e
moderadora da mesa-redonda «Intervenções e focos de atenção da Enfermagem na
Onco-Hematologia», que decorre entre as
9h00 e as 10h45.
Neste contexto, a moderadora refere que
os focos de atenção dos enfermeiros devem
ser muito objetivos. «Ainda que, numa
primeira fase, as intervenções sejam essencialmente interdependentes, a qualidade e
o bem-estar do doente passam pelas intervenções autónomas. É da nossa responsabilidade uma vigilância cuidada e intensiva,
conhecendo e valorizando os diferentes
sinais e sintomas», nota Helena Fernandes.
Para que tal seja possível, esta sessão vai
abordar a vertente do cuidar em doentes
com linfoma não Hodgkin, mieloma múltiplo
e leucemia promielocítica.
Complicações major
Depois da apresentação dos resultados de
um estudo da Associação de Enfermagem
Oncológica Portuguesa (ver caixa ao lado),
tem lugar a sessão «Complicações major no
doente hematológico», entre as 14h30 e as
16h30. Mucosite decorrente da quimioterapia, sépsis relacionada com neutropenia e
dor são as complicações em evidência.
«Considerando que a Enfermagem tem
como finalidade a promoção do bem-estar
do doente, e detendo o enfermeiro uma
posição privilegiada no contacto com o
utente, cabe-lhe avaliar, diagnosticar,
planear e executar as intervenções necessárias para obter ganhos em saúde», nota
João Guterres, enfermeiro no Centro
Hospitalar de São João, no Porto, e moderador desta sessão, juntamente com Marlene
Silva, enfermeira no IPO do Porto.
HOJE
Revisão de conhecimentos sobre
imunodeficiências congénitas
O Registo Português de Imunodeficiências Primárias (REPORID) inclui cerca de 600 casos, embora os dados epidemiológicos indiquem que este número deverá ser superior. «As alterações hematológicas são relativamente comuns e, em
alguns casos, são a forma de apresentação da doença», esclarecem as oradoras da sessão «Imunodeficiências congénitas», que decorre entre as 17h15 e as 18h15.
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HOJE
por Andreia Pereira
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Dr.as Esmeralda Neves e Júlia Vasconcelos
15 de novembro 2013
oderada pela Dr.ª Marisol
Guerra, do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar
de Trás-os-Montes e Alto Douro, a
sessão «Imunodeficiências congénitas» tem como oradoras as Dr.ª Júlia
Vasconcelos, do Serviço de Imunologia
do Centro Hospitalar do Porto/Hospital
de Santo António, e a Dr.ª Esmeralda
Neves, diretora do Serviço de Imunologia do mesmo Centro Hospitalar.
As especialistas vão abordar as imunodeficiências congénitas ou primárias
(IDP) mais frequentemente associadas a manifestações ou complicações
hematológicas.
Estudo sobre o modelo de cuidados
Entre as 11h15 e as 12h15, a Associação de Enfermagem Oncológica
Portuguesa (AEOP) apresenta um estudo descritivo/comparativo multicêntrico, realizado a nível nacional, que pretendeu descrever e comparar as
perceções dos enfermeiros que exercem funções em Hemato-Oncologia
sobre os cuidados individualizados, bem como conhecer o ambiente da prática
profissional. O estudo foi desenvolvido pelo Grupo Hemato-Oncológico da
AEOP e será apresentado pelas suas coordenadoras – Eunice Sá (Escola
Superior de Enfermagem de Lisboa) e Rosa Romão (Centro Hospitalar de
Lisboa Central). «As respostas obtidas permitem-nos confirmar a importância que os enfermeiros atribuem a uma prática de cuidados individualizados,
apesar das diferentes avaliações do contexto da prática», realçam as oradoras.
Gestão dos dispositivos
de acesso vascular
Com uma vasta experiência na área da
Hematologia Clínica, Vivien Griffiths, enfermeira no St. Richards Hospital Chichester, no
Reino Unido, vai falar sobre a utilização dos
cateteres de longa duração e a colocação de
cateteres PICC (peripherally inserted central
venous catheter) e Midline, na conferência
que decorre entre as 17h15 e as 17h45.
Os doentes hematológicos têm necessidades muito específicas no que respeita
aos dispositivos de acesso vascular. «Com o
envelhecimento da população e o aumento
das opções terapêuticas, é importante que
os enfermeiros avaliem cada caso de forma
individual, colocando o dispositivo de acordo com as necessidades de cada doente. A
gestão destes aparelhos e a prevenção
de eventuais complicações é vital para
«As IDP são defeitos inatos do sistema
imune relativamente raros, salvo a deficiência seletiva de IgA, com prevalência de
1/500 indivíduos», diz Júlia Vasconcelos.
«O seu reconhecimento precoce é cada
vez mais importante – já que, hoje, é
possível o tratamento curativo ou medidas terapêuticas que permitem uma boa
qualidade de vida do doente», afirma a
especialista. Segundo o que está descrito, existem mais de 200 formas de IDP
e, em «muitas destas, o defeito genético já é conhecido. Clinicamente, as IDP
caracterizam-se por um aumento do risco
de infeções, de doenças autoimunes e de
neoplasias», completa Esmeralda Neves.
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Rosa Romão e Eunice Sá
assegurar a segurança e a eficácia dos
vários tratamentos.»
Na sua conferência, Vivien Griffiths ‒
que é palestrante em várias conferências
internacionais e autora de diversos artigos
acerca da utilização e manutenção destes
aparelhos ‒ vai apresentar os dispositivos
disponíveis no Reino Unido. «Pretendo
destacar os aspetos mais importantes da
sua utilização, segundo as recomendações
atuais. Também vou relatar a minha experiência em questões-chave como a prevenção de infeções e a gestão do cateter de
oclusão», adianta a convidada.
Alimentação do doente
neutropénico
O tema da alimentação do doente neutropénico está envolto em alguma controvérsia, como refere Daniela França, enfermeira
A classificação das IDP, elaborada pela
International Union of Immunological
Societies, «baseia-se no principal componente do sistema imune afetado» e inclui
«as deficiências predominantemente de
anticorpos (as mais frequentes); imunodeficiências combinadas (defeitos sobretudo dos linfócitos T, B e, por vezes,
NK – que surgem habitualmente antes do
primeiro ano de vida); síndromes de imunodeficiência bem definida; doenças com
desregulação imune; defeitos congénitos
do número e/ou função dos fagócitos;
defeitos da imunidade inata; doenças
autoinflamatórias e deficiências do complemento», enuncia Júlia Vasconcelos.
Resultados do transplante
Nos últimos anos, cinco doentes do Centro Hospitalar do Porto foram submetidos a
transplante de medula óssea no IPO do Porto: dois com imunodeficiência severa
combinada, dois com doença granulomatosa crónica e um com défice de HLA
(acrónimo em inglês para human leukocyte antigen) Classe I. «Quatro destes doentes
estão clinicamente estáveis e um faleceu», refere Esmeralda Neves, acrescentando:
«Estes resultados e as taxas de cura/sucesso são equiparáveis aos dos centros de
referência de transplantação em imunodeficiências primárias.»
HOJE
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no IPO do Porto. «Embora existam muitos
centros hospitalares que emitem restrições
alimentares a estes doentes ‒ pelo risco
acrescido de infeções ‒, não existe um consenso na comunidade científica sobre estas
restrições», explica a também moderadora
do painel de discussão «Alimentação do
doente neutropénico, o que ensinar?», que
decorre entre as 17h45 e as 19h00.
«Apesar de se saber que os alimentos podem conter organismos prejudiciais e que
é possível a translocação bacteriana, estudos recentes demonstram que não existem
diferenças significativas entre os grupos de
intervenção e os grupos de controlo. O objetivo desta sessão é conhecer as práticas
diárias dos vários centros representados,
para aclarar as intervenções educacionais
junto do doente neutropénico e dos seus
cuidadores», conclui Daniela França.
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Abordagem das IDP
em Hematologia
As IDP com complicações ou alterações
hematológicas relativamente frequentes, nomeadamente anemia hemolítica
autoimune, púrpura trombocitopénica
imune, esplenomegalia, adenopatias,
hipogamaglobulinemia, neutropenia e
embora mais raramente também linfomas, fazem parte das patologias em
foco na sessão, tais como:
Deficiências predominantemente de
anticorpos (deficiência seletiva de IgA,
imunodeficiência comum variável);
Síndromes de imunodeficiência bem
definidas (síndrome de Wiscott Aldrich,
anomalia de DiGeorge);
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Defeitos congénitos no número dos
fagócitos (neutropenias de etiologia
não autoimune);
Doenças de desregulação imune
(linfo-histiocitoses hemofagocíticas,
síndrome linfoproliferativa ligada
ao cromossoma X e síndrome
linfoproliferativa autoimune.
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Novidades «revolucionam» tratamento
das doenças linfoproliferativas
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Prof. João Gonçalves
Prof. Miguel Canales
A formulação subcutânea do rituximab e o obinutuzumab (um anticorpo
monoclonal que obteve, recentemente, a aprovação da Food and Drug
Administration – FDA –, para a leucemia linfocítica crónica) estiveram
ontem em destaque, no simpósio-satélite intitulado «Inovação no
tratamento das doenças linfoproliferativas».
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por Andreia Pereira
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os últimos 40 anos, observou-se
uma melhoria significativa na prestação de cuidados aos doentes
com linfoma. No campo da evolução terapêutica, a associação do rituximab aos
esquemas de tratamento convencionais
«aumentou significativamente as taxas de
resposta e sobrevivência numa variedade de
neoplasias linfoides», advogou o Prof. Miguel
Canales, do Hospital Universitario La Paz e
professor associado de Medicina na Universidade Autónoma de Madrid. Este orador
apresentou os resultados preliminares da
nova formulação subcutânea do rituximab.
Este anticorpo monoclonal anti-CD20
está a ser avaliado num programa de desenvolvimento desenhado para demonstrar a
não inferioridade farmacocinética da dose
fixa da nova formulação subcutânea (SC),
comparativamente à convencional via de
administração intravenosa (IV). «O rituximab
tem uma janela terapêutica alargada, o que,
em termos de propriedades farmacocinéticas, permite a administração de uma
dose única, dispensando, assim, o cálculo
da dose em função do peso corporal.»
Comparando os dois mecanismos de
administração, através de endpoints farmacocinéticos, «é possível concluir que a
formulação SC contém um anticorpo igual
15 de novembro 2013
ao da formulação IV, com uma concentração 12 vezes superior, o que permite
reduzir o volume do excipiente injetável»,
notou Miguel Canales. Os dados deste
programa demonstram claramente que a
formulação de rituximab SC «implica um
menor tempo de administração e preparação», o que se traduz, ainda, num «consumo inferior de recursos hospitalares».
O estudo SPARKTHERA (BP22333), de fase
Ib, validou a dose de 1 400 mg de rituximab
SC como terapêutica de indução e de manutenção, sendo esta a posologia que está a ser
alvo de uma avaliação do perfil farmacocinético, da eficácia e da segurança, no estudo SABRINA (de fase III). Em resumo, Miguel
Canales considerou que o rituximab é uma
estratégia terapêutica mais «amigável», com
um modo de administração mais cómodo
e «fisiologicamente mais relevante». Porém,
os dados da evidência científica, que serão
disponibilizados através do estudo SABRINA,
permitirão retirar conclusões mais claras
sobre a utilização desta nova formulação.
Inovação com anticorpos
monoclonais
Na perspetiva do Prof. João Gonçalves, diretor do Laboratório de Retrovirologia do
Instituto de Medicina Molecular, professor
associado da Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa e também orador
neste simpósio-satélite, na última década,
«o sucesso do rituximab» conduziu ao
desenvolvimento de novos mAb (anticorpos monoclonais) anti-CD20, «com o
objetivo de melhorar a resposta clínica
dos doentes através da manipulação dos
mecanismos de resposta celular».
Contudo, «para além do mecanismo tipo
I do rituximab, que envolve a redistribuição
do CD20 na superfície celular e consequente
ativação do complemento, os mAb com mecanismos tipo II de eliminação dos linfócitos
B parecem induzir morte celular programada (MCP), que é independente da ativação
do complemento e da internalização do
CD20», fundamentou. Na opinião de João
Gonçalves, «este mecanismo de morte celular e indução da ADCC [antibody-mediated
cellular cytotoxicity] é explorado pelo
obinutuzumab [GA101] em células neoplásicas de leucemia linfocítica crónica [LLC]».
«O obinutuzumab é o primeiro anticorpo anti-CD20 do tipo II desenvolvido
por glicoengenharia, apresentando uma
região Fc sem glicosilação pela fucose,
o que permite aumentar a potência da
ADCC em comparação com o rituximab
ou o tositumomab», esclareceu João
Gonçalves. E acrescentou: «Ao contrário
do rituximab, o obinutuzumab liga-se aos
linfócitos B que têm uma menor densidade de CD20 à superfície da célula,
provocando uma interação homotípica
das células e, consequentemente, uma
potente MCP superior ao rituximab ou
ao tositumomab.»
Este novo fármaco «também consegue ativar a cascata do complemento»,
uma ação que João Gonçalves considera
«ser importante em casos de resistência
ao rituximab por exaustão da resposta
imune, podendo ser considerado uma
alternativa complementar à terapêutica
inicial com rituximab». Devido a este
mecanismo de ação inovador e complementar do obinutuzumab, «a FDA aprovou-o recentemente com a designação
de “avanço terapêutico”, em combinação
com clorambucilo no tratamento da leucemia linfocítica crónica». Esta aprovação,
completou o orador, «deve-se não só ao
elevado grau de inovação do obinutuzumab, mas também aos resultados de
progressão livre de doença obtidos no
ensaio de fase III».
Um novo olhar sobre a terapêutica da LMC
Profs. António Almeida, José Eduardo Guimarães
(moderador) e Carlo Gambacorti
Refletir sobre a evolução no tratamento da leucemia mieloide crónica
(LMC) foi o desafio lançado pela Pfizer Oncology no simpósio-satélite
que encerrou o dia de ontem. Neste encontro que cruzou perspetivas
presentes e futuras, esteve em destaque o lugar do bosutinib, um novo
inibidor da tirosina-cinase de segunda geração, no tratamento da LMC.
C
onvidado para falar sobre os principais desenvolvimentos no tratamento da LMC, o Prof. António
Almeida, hematologista no IPO de Lisboa,
começou por explicar a origem molecular
da doença, lembrando como a identificação do BCR-ABL como proteína oncogénica desencadeou a procura de inibidores
que pudessem ser utilizados no tratamento
destes doentes. «Com o imatinib, o primeiro
inibidor da tirosina-cinase a ser utilizado na
prática clínica, obtiveram-se taxas de redução da carga tumoral, sobrevivência livre de
progressão e sobrevivência global nunca
antes atingidas», referiu este palestrante.
No entanto, conforme notou em seguida, «uma grande percentagem dos
doentes (entre 30 a 50%) não conseguiu
manter a terapêutica inicial, porque não
obteve as respostas desejadas ou porque não tolerou o imatinib». Neste contexto, o hematologista chamou a aten-
ção para a necessidade de identificar
precocemente os doentes com menor
probabilidade de alcançarem o sucesso
terapêutico com o inibidor de primeira
geração, «para que o tratamento possa
ser ajustado atempadamente».
Ao longo da sua comunicação, António
Almeida realçou que os principais desafios
do tratamento da LMC se prendem agora
com a definição dos objetivos do tratamento da doença e com o que ainda pode
ser feito para oferecer um melhor prognóstico aos doentes. Olhando para as mais
recentes opções terapêuticas, este orador
sublinhou os inibidores da tirosina-cinase
de segunda geração como uma mais-valia
para ultrapassar as resistências ao imatinib.
Na comunicação seguinte, o Prof. Carlo
Gambacorti ‒ diretor da Unidade de Investigação Clínica do Hospital de S. Gerardo e
docente na Universidade de Milão-Bicocca,
em Itália ‒ fez uma revisão do desenvolvimento pré-clínico e clínico do bosutinib.
«Como segunda linha terapêutica ou linhas
subsequentes, este novo inibidor da tirosina-cinase demonstrou atividade clínica duradoura e toxicidade aceitável no tratamento
de doentes resistentes ou intolerantes a
imatinib e a dasatinib e/ou a nilotinib; bem
como em doentes na fase acelerada e blástica anteriormente tratados», afirmou este
orador.
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HOJE
(destaque
de capa)
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HOJE
(destaque
de capa)
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HOJE
(destaque
de capa)
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HOJE
Evidência terapêutica do bosutinib
Eis algumas das principais conclusões apresentadas pelo Prof. Carlo Gambacorti durante a sua intervenção, tendo por base o estudo «Bosutinib in CP CML after Imatinib and
Dasatinib and/or Nilotinib therapy failure»:
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HOJE
O bosutinib é o primeiro inibidor da tirosina-cinase que mostra eficácia clínica em
doentes com LMC depois da falência da terapêutica com imatinib e dasatinib e/ou
nilotinib;
73% dos doentes tratados com bosutinib em terceira ou quarta linha conseguiram
manter uma resposta hematológica completa e 32% uma resposta citogenética major;
Os doentes com várias mutações do BCR-ABL e que já foram sujeitos a dois
tratamentos anteriores podem ser tratados de forma eficaz com bosutinib;
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HOJE
Este novo inibidor tem um perfil de toxicidade aceitável enquanto tratamento
de terceira linha, com efeitos adversos controláveis e uma baixa incidência das
toxicidades de grau 3/4;
O bosutinib oferece uma nova opção terapêutica aos doentes com LMC positiva para
o cromossoma Filadélfia (Ph+), que são resistentes e/ou intolerantes a outros
inibidores da tirosina-cinase de segunda geração.
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Textos: Andreia Pereira e Inês Melo
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15 de novembro 2013