Software Livre nas Prefeituras Brasileiras

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Software Livre nas Prefeituras Brasileiras
INDICE
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 6
1.1. OBJETIVOS...................................................................................................................................................... 6
1.2. ESTRUTURA DO ESTUDO.............................................................................................................................. 7
CAPÍTULO 1. MODELO DO SOFTWARE LIVRE...............................................................................................10
1.1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES.........................................................................................................................10
1.1.1
Software livre e código aberto.............................................................................................................11
1.1.2
Licenças .............................................................................................................................................13
1.1.3
Segurança e Transparência................................................................................................................15
1.2. DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LIVRE ................................................................15
1.3. MERCADO DE SOFTWARE LIVRE...............................................................................................................17
CAPÍTULO 2. O JOGO DO SOSTWARE LIVRE................................................................................................19
2.1. MARCO CONCEITUAL ..................................................................................................................................19
2.2. AS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DO SOFTWARE LIVRE.....................................................................21
2.3. OS ATORES DO JOGO DO SOFTWARE LIVRE .........................................................................................22
CAPÍTULO 3. MARCO ANALÍTICO....................................................................................................................24
3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PREFEITURAS...................................................................................................25
3.2. DESCRIÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS PREFEITURAS ....................................................................27
3.2.1. Os Arranjos Institucionais ......................................................................................................................27
3.2.2. Os Tipos de Licença................................................................................................................................28
3.2.3. Forma de Representação do comportamento das Prefeituras..................................................................28
3.3. DOMÍNIOS DA APLICAÇÃO DO SOFTWARE............................................................................................30
3.4. CONFIGURAÇÕES E ESTILOS DE DISPONIBILIZAÇÃO.........................................................................31
3.4.1. O Estilo de Disponibilização Induzido ....................................................................................................32
3.4.2. O Estilo de Disponibilização Sem Indução..............................................................................................32
3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MARCO ANALÍTICO ..................................................................................34
3.5.1. Primeiro conjunto de informações-Evolução e Avaliação dos Atributos .................................................36
3.5.2. Segundo conjunto de informações-Trajetória Contextual dos Atributos .................................................36
3.5.3. Terceiro conjunto de informações - Processo de Migração dos Domínios de Aplicação..........................37
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Alves, A.M.
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CAPÍTULO 4. AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................39
4.1. DEFINIÇÃO DA AMOSTRA E METODOLOGIA.........................................................................................39
4.1.1. Os Municípios no Brasil .........................................................................................................................39
4.1.2. A Amostra...............................................................................................................................................42
4.1.3. Os municípios da amostra.......................................................................................................................43
4.1.4. As empresas fornecedoras de serviços de SL para as prefeituras.............................................................43
4.1.5 Representação do Comportamento das Prefeituras..................................................................................44
4.1.5.1. Amparo ............................................................................................................................................................ 44
4.1.5.2. Rio das Ostras................................................................................................................................................... 45
4.1.5.3. Porto Alegre...................................................................................................................................................... 46
4.1.5.4. Viamão............................................................................................................................................................. 47
4.1.5.5. Belo Horizonte.................................................................................................................................................. 48
4.1.5.6. Sobral............................................................................................................................................................... 49
4.1.5.7. Solonópole........................................................................................................................................................ 50
4.1.5.8. Manaus............................................................................................................................................................. 51
4.1.5.9. Recife............................................................................................................................................................... 52
4.1.5.10. Petrolina ......................................................................................................................................................... 53
4.1.5.11. Campinas........................................................................................................................................................ 54
4.1.5.12. Sao Paulo....................................................................................................................................................... 54
4.1.5.13. Pirai................................................................................................................................................................ 55
4.1.6 Caracterização detalhada das prefeituras da Amostra .............................................................................56
4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................................................63
4.2.1. Aspectos relacionados à Demanda de SL nas Prefeituras .......................................................................63
Barreiras ....................................................................................................................................................................... 63
Oportunidades............................................................................................................................................................... 66
Licenças........................................................................................................................................................................ 67
Mão de Obra ................................................................................................................................................................. 67
Hardware ...................................................................................................................................................................... 68
Liderança...................................................................................................................................................................... 68
Comunidade & Colaboração .......................................................................................................................................... 69
Universidades & Empresas Parceiras ............................................................................................................................. 69
Decisão......................................................................................................................................................................... 70
4.2.2. Aspectos Econômicos..............................................................................................................................70
4.2.2.1. Custos & Oportunidades de Difusão ................................................................................................................. 70
4.2.2.2 Impactos Econômicos ........................................................................................................................................ 72
4.2.2.3. Fornecedores.................................................................................................................................................... 74
4.2.3. Aspectos Sociais......................................................................................................................................75
4.2.3.1. Não aprisionamento tecnológico e dificuldades para migração e custos ............................................................... 75
4.2.3.2. Impacto Social .................................................................................................................................................. 77
4.2.3.3. Laços com Universidades .................................................................................................................................. 78
4.2.3.4. Realocação de recursos...................................................................................................................................... 79
4.2.4. Aspectos Tecnológicos ............................................................................................................................80
4.2.4.1. Categorias de Software para uso no âmbito da prefeitura .................................................................................... 80
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4.2.4.2. Cenários de difusão........................................................................................................................................... 81
4.2.4.3. Estrutura de Produtos ........................................................................................................................................ 83
4.2.4.4. Capacitação Tecnológica ................................................................................................................................... 84
4.2.4.5. Melhoria de Segurança e Qualidade ................................................................................................................... 86
4.2.4.6. Barreiras a extensão e aprofundamento do SL .................................................................................................... 87
4.3. MODELOS DE NEGÓCIOS.............................................................................................................................89
4.3.1.Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres ................................................................................................ 90
4.3.2. Modelo de Desenvolvimento de Software Livre .................................................................................................... 92
4.3.2.1. Mercado das Pequenas Prefeituras .................................................................................................................... 96
4.3.2.2. Mercado das Médias Prefeituras ....................................................................................................................... 97
4.3.2.3. Mercado das Grandes Prefeituras...................................................................................................................... 97
4.3.2.4. As Empresas Fornecedoras de SL ...................................................................................................................... 98
4.4. FINANCIAMENTO ..........................................................................................................................................98
PMAT........................................................................................................................................................................... 98
PNAFM ........................................................................................................................................................................ 99
Obstáculos para obtenção ............................................................................................................................................ 100
CAPÍTULO 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .....................................................................................102
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................104
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................................................................106
ANEXO 1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..............................................................................................114
1. PREFEITURA DE AMPARO(SP).....................................................................................................................115
2. PREFEITURA DE RIO DAS OSTRAS (RJ).....................................................................................................118
3. PREFEITURA DE PORTO ALEGRE (RS)......................................................................................................123
4. PREFEITURA DE VIAMÃO (RS)....................................................................................................................131
5. PREFEITURA DE BELO HORIZONTE(MG).................................................................................................133
6. PREFEITURA DE SOBRAL(CE) .....................................................................................................................141
7. PREFEITURA DE SOLONÓPOLE(CE) ..........................................................................................................150
8. PREFEITURA DE MANAUS(AM) ...................................................................................................................157
9. PREFEITURA DE RECIFE(PE).......................................................................................................................163
10. PREFEITURA DE PETROLINA(PE).............................................................................................................185
11. PREFEITURA DE CAMPINAS(SP) ...............................................................................................................187
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13. PREFEITURA DE PIRAÍ................................................................................................................................199
ANEXO 2 – BANCO DE DADOS E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS PREFEITURAS.............................204
ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO DE SOFTWARE LIVRE NAS PREFEITURAS .................................................219
QUESTIONÁRIO SOFTWARE LIVRE................................................................................................................220
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Projeto Aplicação de Software Livre em Prefeituras
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1. Introdução
Este capítulo possui duas seções. A primeira apresenta os objetivos do estudo. A
segunda sintetiza os grandes blocos do estudo e suas metas e pontos principais.
1.1. Objetivos
Cinco blocos foram inicialmente identificados pela equipe do Projeto, por ocasião dos
primeiros contatos com a equipe do ITI, como balizadores para a sua concepção. A
caracterização de objetivos elaborada a partir desses elementos contribui para o
entendimento da orientação que a equipe imprimiu ao Projeto e, logo, para a obtenção
dos resultados alcançados. Os objetivos são:
Principal:
•
Apresentar uma análise de viabilidade de difusão do modelo de Software Livre (SL)
nas prefeituras brasileiras
Secundários:
•
Construir um painel analítico das principais experiências de aplicação de SL em
municípios, sistematizando e avaliando os resultados obtidos;
•
Avaliar as condições de financiamento e modelos de negócios viáveis para o
desenvolvimento de projetos de SL para prefeituras;
•
Gerar subsídios para ações governamentais voltadas para implantação de SL em
prefeituras.
O contexto estrutural ao qual se direcionam os resultados desse projeto é caracterizado
pelos seguintes aspectos:
•
as mais de 5.500 prefeituras brasileiras – objeto deste Projeto - conformam um todo
sob vários aspectos heterogêneo;
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•
90% das prefeituras brasileiras são de pequeno porte (IBGE,2001);
•
as definições usualmente utilizadas para definir a informatização de prefeituras, critério
adotado pelo IBGE, são insuficientes para relatar a realidade atual,
•
os programas de financiamento à informatização das prefeituras não estão alcançando
um nível satisfatório de efetividade.
•
mercado brasileiro de software, estimado em 10,4 bilhões de dólares, é o sétimo maior
mercado mundial
•
77 empresas nacionais (64% do total) faturam 1,7 bilhões (16% do mercado)
•
44 empresas estrangeiras (36% do total) faturam 8,7 bilhões (84% do mercado)
•
setor público responde por 30 a 50% do mercado legal
•
as empresas pequenas são discriminadas no atendimento ao setor público, sobretudo
federal
•
a Legislação (8666 e Responsabilidade Fiscal) induz o setor público a usar Software
Proprietário (SP)
•
a formação de RH nas universidades é focada em SP
Para a avaliação do mercado potencial de prefeituras brasileiras foram analisados os
dados da Pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2001, disponível no
site do IBGE. O IBGE apresenta as informações obtidas pela pesquisa realizada em 2001,
junto às prefeituras dos 5.560 municípios brasileiros, relativamente ao tema Gestão
pública.
As Notas Técnicas da pesquisa, disponíveis no mesmo site apresentam as
características, dificuldades e outros aspectos relevantes da pesquisa. As tabelas e
dados relevantes para este estudo estão descritos na parte inicial do Capítulo 5 AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS.
1.2. Estrutura do Estudo
Este estudo apresenta os resultados e recomendações que se constituem em subsídios
significativos para tomadas de decisão do ITI em relação ao tema. À medida que, de
forma iterativa e recorrente, foi se realizando o trabalho de coleta e processamento de
informação secundária e empírica, de interpretação teórica dos processos de construção
sócio-técnica e adoção do modelo do SL, e de formulação de esquemas relacionais
capazes de integrar os blocos de conteúdo que se estava produzindo em simultâneo,
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esse movimento de “afunilamento” foi fazendo emergir os resultados e algumas
recomendações mais significativas.
Os cinco blocos identificados pela equipe do projeto estão descritos abaixo.
O primeiro trata da compreensão dos assuntos relacionados a SL por diversos prismas e
diversas interpretações, da dinâmica de desenvolvimento do SL, do mercado de SL e é
apresentado no Capítulo 5 – Modelo do SL.
A definição de um modelo do SL, este conhecimento em processo de construção sóciotécnica ainda em aberto cujas implicações sociais se trata de conformar, compõe o
segundo bloco e é apresentado no Capítulo 2 – O Jogo do SL. Esse segundo bloco
resulta de um esforço para entender a relação existente entre os atores – quadros
técnico-políticos de governo, empresários de software, Prefeituras, comunidade de SL que participam nesse jogo do SL. Esse resultado procura dar conta, a partir do enfoque
de Análise de Políticas Públicas, das interações - pactos, alianças, movimentos de
cooptação, neutralização e enfrentamento - que atores sociais - pessoas, organizações realizam, por intermédio dos recursos - políticos, econômicos, midiáticos, cognitivos - que
controlam, para influenciar agendas e processos decisórios - e de não-tomada de decisão
-
visando à construção, a partir do modelo do SL, de estilos sócio-técnicos - e, em
particular, Arranjos Institucionais - que potencializem seus interesses e projetos políticos.
O terceiro bloco, Capítulo 3 - Marco Analítico, mantém a preocupação com a explicação
dos comportamentos esperados dos atores, agora colocando o foco no ator Prefeitura e
buscando referi-los e explicá-los mediante o marco de referência analítico-conceitual
formulado pela equipe do Projeto.
Através desse marco foi possível sistematizar conteúdos dos dois blocos já citados e
orientar o trabalho de campo previsto pelo Projeto, abarcando entrevistas a Prefeituras
envolvidas com SL, empresas, agências de governo, órgãos de financiamento e
formadores de opinião.
O emprego do marco analítico na sistematização da informação empírica coletada através
do trabalho de campo permitiu a geração do quarto bloco contendo os resultados da
pesquisa de campo, apresentados de forma sintética no Capítulo 4 - Amostra,
Metodologia e Análise dos Resultados. Esse capítulo, após apresentar a amostra e a
metodologia empregada na sua seleção, focaliza na análise desses resultados,
agrupados segundo atributos de natureza genérica - Capacidade Financeira, Capacidade
Técnica, Grau de Informatização, Capacidade de Articulação -
ou especificamente
relacionados ao SL - Motivação /Demanda, Entorno/Ambiente, Imposição Legal.
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Complementa-se com a análise da trajetória recente de cada Prefeitura, observada
mediante sua referência a um espaço bidimensional - eixos de crescente indução do
Estado e de adoção de SL.
Dessa maneira, ao proporcionar uma explicação das trajetórias individuais das Prefeituras
segundo um mesmo conjunto de atributos, o marco de referência empregado sugere
hipóteses preliminares acerca das motivações que as levaram à definição e perseguição
de uma estratégia de entrada nos ambientes sócio-técnico e institucionais do SL e,
principalmente, à busca de implementação de mudanças em seus domínios de aplicação
(infra-estrutura, desktop, gestão interna, e integração e comunicação).
Essas hipóteses explicativas das trajetórias observadas, bem como o comportamento
esperado das Prefeituras frente a dois modelos extremos de Arranjos Institucionais para a
disponibilização de SL com ênfases opostos nos níveis de indução por parte do Estado,
são os elementos a partir dos quais se organizam as Conclusões e Recomendações – o
quinto bloco, apresentado no Capítulo 5.
Frente a este contexto, o estudo pode vir a contribuir para a construção de uma estratégia
nacional em SL que promova o desenvolvimento nacional, em especial das pequenas e
médias empresas.
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Capítulo 1. Modelo do Software Livre
1.1. Conceitos e Definições
CONTEXTO
Por um lado, a análise de janelas de oportunidades tecnológicas pelos estudiosos da
economia da tecnologia já demonstrou, sobretudo quando aplicada a países periféricos, a
importância das ações do estado, de caráter antecipatório e de natureza normativa no
sentido de seu aproveitamento em beneficio do conjunto da sociedade. A sociologia da
inovação, por sua parte, tem mostrado como um corpo de conhecimento técnico-científico
pode dar lugar a diferentes trajetórias de construção sócio-técnica a depender dos
interesses dos grupos de atores sociais que, durante o período inicial de flexibilidade
interpretativa, participam do seu desenvolvimento. O processo de fechamento que se
segue, a partir do qual esse conhecimento é materializado em artefatos tecnológicos, e
que novos bens e serviços passam a ser produzidos, é determinado pelos contratos
econômicos e sociais, e pelos arranjos político-institucionais influenciados por esses
interesses. São eles que, ao limitar, modificar e realimentar aquelas potencialidades,
originam o tecido sem costuras que passa a caracterizar o paradigma técnico-econômico
que irá determinar a forma de emprego do conhecimento e as implicações diferenciadas
que terá na vida dos diferentes grupos sociais.
O SL encontra-se atualmente, principalmente nos países periféricos, no estágio de
construção, flexibilidade interpretativa, longe ainda de alcançar o fechamento. Com o
objetivo de contribuir para a construção e entendimento deste processos, são
apresentados a seguir conceitos e entendimentos necessários para a formulação de
estratégias que sejam vetores para a construção sócio-técnica do SL adequadas para o
país.
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DEFINIÇÕES
Os assuntos relacionados a software livre podem ser observados por diversos prismas,
resultando em diferentes interpretações. Segundo Cezar Taurion (Taurion, 2004),
software livre é, antes de tudo, um modelo de negócios. Já para Amadeu (2004), é um
modelo de contratação. Neste estudo, o software livre é abordado como um modelo de
disponibilização associado a uma dinâmica de desenvolvimento de software. Por
disponibilização
compreende-se
formas
de
comercialização
(produtos/serviços)
associados a modelos de licenciamento do software para os usuários.
Neste documento, considera-se que os conceitos convencionais relacionados às questões
de software livre sejam de conhecimento geral. Existe atualmente uma vasta literatura que
cobre estes temas, seja na Internet ou impressos. Para evitar a simples reprodução dos
conceitos, sugere-se a leitura de algumas das referências bibliográficas selecionadas e
apresentadas ao final deste documento.
Entretanto, por existirem diferentes definições possíveis para alguns conceitos
fundamentais, considera-se oportuno delineá-los, especificando como são interpretados e
utilizados no contexto deste documento, para que haja uma homogeneização da
compreensão do mesmo.
1.1.1 Software livre e código aberto
Um software é dito livre quando apresenta quatro liberdades: é livre para ser utilizado,
estudado, alterado, redistribuído e copiado. Para que algumas destas características
sejam possíveis, também é fundamental que esteja disponível o código fonte que deu
origem ao software. Logo, um software livre tem código aberto.
Dentro do conceito de software livre, há duas grandes correntes que se diferenciam por
suas orientações e filosofias:
• Free Software, software livre em inglês, mais antiga, criada na década de 80, e
que incorpora alguns princípios ao conceito geral: as liberdades citadas,
conferidas aos usuários, devem ser características inerentes do software e de
todas as suas versões futuras e trabalhos derivados.
• Open Source, código aberto em inglês, criada na década de 90, que dá o foco
nas virtudes do código fonte aberto - difusão, possibilidade de cooperação entre
os desenvolvedores, reaproveitamento de trabalho anterior, permite rápido
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desenvolvimento com qualidade, sem preocupar-se com as questões das
liberdades defendidas pela outra corrente.
Em termos práticos, um software que é livre segundo os conceitos Free software sempre
o será e ninguém poderá incorporá-lo nem transformá-lo em software proprietário. Se o
código fonte de um software que é Free Software for incorporado em outro programa, este
novo software também terá que ser Free Software. Por outro lado, um software que é livre
segundo os conceitos Open Source, também seguirá livre para sempre, mas seu código
fonte também poderá ser utilizado em projetos de software proprietário.
Para simplificação, nesse estudo serão adotados os seguinte conceitos :
•
Software Livre, com iniciais maiúsculas, denotará o software livre segundo os
conceitos de Free Software.
•
Código Aberto, com iniciais maiúsculas, denotará o software livre segundo os
conceitos de Open Source.
Tem-se percebido recentemente o uso inadequado do termo software livre para designar
produtos de software que não são livres, mas que são desenvolvidos com a finalidade de
serem executados em plataformas consideradas livres, como por exemplo, plataformas
com sistema operacional Gnu/Linux e OpenBSD. Da mesma forma como há software livre
que pode ser utilizado em sistemas operacionais não-livres, como as ferramentas de
escritório OpenOffice sobre as diversas versões de MS Windows, também é possível a
existência de software não-livre para utilização em sistemas operacionais livres, como
bancos de dados Oracle sobre Gnu/Linux. É fundamental fazer esta distinção e
caracterizar adequadamente cada software.
Em última análise: para ser considerado livre, seja Software Livre ou Código Aberto, o
código fonte completo do software em questão deve sempre estar disponível para seus
usuários. Se não estiver disponível, não é software livre. Esta é uma condição necessária
mas não suficiente como já observado anteriormente.
Em contraposição ao software livre está o software proprietário, ou seja, o software
fechado, em que somente o detentor dos direitos de propriedade intelectual tem acesso
ao seu código fonte e os usuários podem utilizar o software, mas não têm permissão de
alterá-lo, até porque não dispõem do código fonte para tal, copiá-lo, redistribuí-lo nem
revendê-lo. São estabelecidos preços por cópia instalada e para a atualização para novas
versões.
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1.1.2 Licenças
De acordo com a legislação brasileira (LEI, ano), pautada por acordos internacionais de
direitos autorais, o criador de um software tem o poder de definir a forma como sua
criação pode ser utilizada. Esta característica é indistinta para software livre e para
software proprietário. O(s) desenvolvedor(es) de um software escolhem a forma pela qual
o software poderá ser usado e distribuído, segundo suas próprias visões, necessidades
e/ou filosofias e segundo as regras e restrições que lhes são definidas.
Esta definição se dá aplicando-se ao programa de computador licenças de uso de
software. O autor associa o software a uma licença, onde descreve as situações, as
restrições e os direitos dos usuários sobre o software, e como estes podem exercê-las.
Uma licença de software é, portanto, como um contrato de adesão, ao qual o usuário
deve submeter-se se deseja utilizar o software.
Esta é a forma pela qual os desenvolvedores de software proprietário e de software livre
disponibilizam suas criações para terceiros, usuários e desenvolvedores.
Em geral, as licenças de software proprietário permitem somente que o usuário utilize o
software, de acordo com as regras do titular, geralmente a empresa desenvolvedora ou
distribuidora, sendo vedada sua reprodução, instalação múltipla sem o devido pagamento
adicional, alteração, cessão, revenda ou redistribuição.
No caso de software livre, a escolha destas regras, licenças, permite definir o modelo,
Software Livre ou Código Aberto, pelo qual o software deverá reger-se. Existem dezenas
de tipos de licenças de software livre, mais ou menos populares e cada desenvolvedor
pode adotar uma delas ou criar a sua própria, baseada ou não nas existentes.
Tomemos dois exemplos de licenças que servirão de protótipo para os modelos citados:
como exemplo de licença de software livre/Software Livre, será utilizada a GNU GPL e
como exemplo de licença de software livre/Código Aberto será utilizada a licença BSD
atualizada.
A figura 1.1 ilustra possíveis caminhos de um software em relação às licenças a que
poderá ser submetido ao longo do tempo, a partir da criação original por parte de um
autor. A figura apresenta as possíveis conseqüências ao longo do tempo da decisão do
autor do software quando da publicação da sua criação. Se o autor decidir publicar seu
software com a licença GNU GPL, o software original, todas suas versões futuras e
trabalhos derivados, ou seja, aqueles que utilizam boa parte do software em sua versão
original ou nas versões subseqüentes, também deverão ser publicados sob esta mesma
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licença. Todas as versões futuras e trabalhos derivados serão software livre/Free
Software.
Por outro lado, se o autor decidir publicar seu software original sob a licença BSD, as
versões futuras e os trabalhos derivados terão outras possibilidades de continuidade. Em
qualquer momento, o autor ou outros desenvolvedores poderão publicar novas versões e
trabalhos derivados baseados no código fonte original sob outra licença. A versão original
continuará com sua licença BSD, mas as versões subseqüentes poderão ser inclusive
não livres.
Figura - Licenças de software e seus relacionamentos
Software
livre
A - GPL
B - GPL
n - GPL
B - GPL
n - GPL
B - BSD
n - BSD
B - PRP
n - PRP
Free
software
Versão A
A - BSD
Open Source
Software
proprietário
Obs: PRP identifica uma licença de software
proprietário, não -livre.
Figura 1.1. – Licenças de Software e seus Relacionamentos
Ainda observando a Figura 1.1 pode-se também avaliar a situação em que um
desenvolvedor decide criar um software e que lança mão de trechos de software livre já
disponível, essa é uma vantagem do modelo de desenvolvimento de software livre: a
possibilidade de reaproveitar código pronto e já testado, do qual não se é o autor. No caso
de ter sido utilizado como ponto de partida um código fonte GNU GPL, este novo software
também deverá ser GNU GPL, obrigatoriamente. Cabe ressaltar aqui que o
desenvolvedor deste trabalho derivado não será obrigado a redistribuir o novo software se
o fizer para seu próprio uso, de seu empregador ou de seu contratante, mas se o fizer terá
que respeitar esta regra.
Por outro lado, se o código fonte original for licenciado segundo uma licença de Código
Aberto, como é o caso da BSD citada acima, este novo programa poderá ser licenciado
da forma que aprouver ao seu desenvolvedor: continuar como BSD, ser transformado em
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GNU GPL ou em outra licença de software livre ou ser transformado em software
proprietário sem que o código fonte esteja disponível.
1.1.3 Segurança e Transparência
Esta é uma das características mais importantes do ponto de vista do setor público, uma
vez que o sigilo e a privacidade das informações são fundamentais para muitos dos dados
que são armazenados nos seus sistemas de informação.
Ao ter seu código aberto ao escrutínio público, o software livre é naturalmente seguro.
Todo código de software livre está à disposição para avaliação e melhorias. Isto dá a
oportunidade de muitos aprenderem técnicas de programação e também de colaborarem
na melhoria de programas, por exemplo, nas questões ligadas à segurança. Além disso, o
sigilo e a privacidade nos software livres também são características marcantes, uma vez
que é impossível introduzir, por exemplo, portas traseiras no software ou definir canais de
comunicação sem que isto possa ser detectado com simples inspeção do código fonte.
Se por motivos quaisquer o produtor de um software decidir introduzir algum tipo de
mecanismo de escuta ou de acesso não autorizado no código fonte pensará duas vezes
ao saber que seu código poderá ser, a qualquer momento, avaliado por terceiros que
poderão encontrar tal código indevido.
1.2. Dinâmica de desenvolvimento de software livre
Outra característica marcante no software livre é sua dinâmica de desenvolvimento.
Tradicionalmente, o desenvolvimento de software proprietário é realizado por grupos de
desenvolvedores dentro de uma empresa ou de empresas contratadas para tal, sob
contratos que impedem a divulgação e o uso de informações relacionadas ao produto em
desenvolvimento. Tudo está envolvido em questões de sigilo industrial e o conhecimento
relacionado à produção dos software é considerado como um ativo muito importante da
empresa proprietária dos mesmos.
No âmbito do software livre, ao contrário, o desenvolvimento ocorre mais freqüentemente
em grupos heterogêneos e fracamente relacionados, ou seja, sem que haja contratos
formais nem vínculos dos desenvolvedores a empresas ou organizações que estejam
diretamente envolvidas com o desenvolvimento do dito software. Esta forma de ação
permite a troca de informações e a constante evolução tanto do software quanto dos que
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participam daquele grupo, pois estarão sempre aprendendo técnicas e métodos com os
demais companheiros de desenvolvimento.
O desenvolvimento de um software sob estas condições exige que exista um líder de
projeto - em geral a pessoa com atuação mais destacada no mesmo, que decide quais
colaborações incorporar, quais as prioridades e os rumos do software. Se alguém
discorda, pode haver debates e ajustes. Se não se chega em um acordo, sempre há a
possibilidade de iniciar-se um novo projeto, com novas prioridades e rumos, utilizando
todo o software já desenvolvido, e partindo do ponto exato onde houve a ruptura.
Formam-se comunidades em torno da criação e evolução de determinados software. Aos
desenvolvedores se somam os usuários dos software, que sempre contribuem de uma
forma ou outra, para a evolução do mesmo - quer seja pela descoberta de bugs quer pela
sugestão de melhorias e de possíveis direcionamentos do desenvolvimento. Outros
colaboradores se unem também às comunidades - tradutores, investidores, artistas
gráficos, editores de livros; para apoiar e participar da criação do software.
Este modelo de desenvolvimento também permite que muitos indivíduos e empresas
possam colaborar para produzir um produto que nenhum deles seria capaz de elaborar
sozinho, por complexo ou pelo custo. Também permite uma correção rápida de bugs e o
incremento da segurança, porque o código fonte pode ser inspecionado publicamente e
isto faz com que ele seja exposto a severas avaliações. Outra característica interessante
é a possibilidade de realizar alterações específicas, de acordo com as necessidades
individuais de cada usuário, gerando diversas versões personalizadas.
Quando a massa de usuários de um software torna-se significativa, é freqüente que
alguns membros destes coletivos organizem-se de forma a poder prestar serviços
profissionais relacionados aos software criados - capacitação, implantação, suporte,
manutenção, adaptações específicas não contempladas pelo planejamento do software,
integração com outras ferramentas. Outras vezes, empresas já estabelecidas percebem a
oportunidade de mercado e passam a oferecer estes serviços relacionados e/ou a
incorporar o software em seu leque de opções para seus clientes. Estas empresas, muitas
vezes passam a contribuir financeiramente ou com pessoal para que a comunidade
continue melhorando o software - (que agora faz parte do seu negócio.
A dinâmica do desenvolvimento de software, bem compreendida e bem implementada, é
o que permite às cooperativas e às empresas de software livre participar do mercado, por
vários motivos. O reaproveitamento de código propicia ganhos de produtividade, o que
permite o desenvolvimento rápido e a possibilidade de estar mais cedo no mercado.
ITI/SOFTEX
16
Adicionalmente, como o código reaproveitado já foi testado e depurado em outras
soluções haverá potencialmente uma menor quantidade de erros no software e ele será
potencialmente mais estável e mais seguro.
Ao adotar a dinâmica do software livre como padrão de desenvolvimento -comunidade,
reaproveitamento de código, colaboração, a empresa amplia seu capital intelectual sem
necessariamente investir em ampliação de quadro de pessoal - pela participação de
diversos desenvolvedores e colaboradores sem vínculo com a empresa - e reduz custos
internos, pois utiliza plataformas de desenvolvimento livres compostas por ferramentas de
baixo ou nenhum custo - compiladores, bibliotecas, ambientes de desenvolvimento. Além
disso, os desenvolvedores, que trabalham em colaboração com terceiras empresas e
pessoas, aprendem constantemente com o código de outros.
Por outro lado, nos modelos de negócio baseados em software livre, o retorno financeiro
tende a ser menor se comparado com os possíveis retornos em modelos ligados ao
software proprietário, uma vez que não se aplicam os valores referentes às licenças de
uso e o usuário tem a possibilidade de migrar de prestador de serviço sempre que
desejar, tornando mais baixa a barreira de entrada de novas empresas neste mercado.
Também é importante ressaltar que, muitas vezes, uma encomenda específica de uma
solução informática não encontra, dentre os milhares de projetos livres disponíveis, um
software pronto para implantação. Neste caso, os profissionais que receberam a
encomenda devem tomar a decisão de ou partir para uma implementação completa ou
adaptar um software existente de acordo com os requisitos definidos para a solução
encomendada.
Mesmo
no
caso
de
uma
implementação
completa
haverá
o
reaproveitamento de código livre - uma vez que, por definição, trechos de código livre
também o são - quer seja pelo uso de bibliotecas prontas e já testadas para a realização
de tarefas comuns - tarefas que são encontradas freqüentemente em muitos software,
como manipulação de arquivos - ou pelo uso de trechos retirados diretamente de outros
software que apresentem funcionalidades desejadas para a nova solução.
1.3. Mercado de software livre
As diversas licenças de software livre definem, portanto, as trajetórias possíveis do código
fonte ao longo do tempo. Também definem o enquadramento do software em uma das
duas correntes identificadas dentro da comunidade internacional de software livre.
Entretanto elas não afetam substancialmente a forma de realização de negócios em torno
ITI/SOFTEX
17
ao software, dentro do que se convenciona chamar modelos de negócio adequados ao
mundo do software livre.
Não é na venda de produtos empacotados que está o negócio do software livre. O
software em si muitas vezes está facilmente disponível, inclusive sem custos de
aquisição, mas com a complexidade dos sistemas e das necessidades dos usuários de
hoje em dia, não basta possuir um CD com o software. É sim necessário pessoal
especializado para, por exemplo, identificar e definir as necessidades do usuário,
desenvolver um sistema que as atenda no marco da estrutura econômico-financeira da
organização e de suas vinculações operacionais, municípios com outros municípios,
estados e governo federal, implantá-lo e capacitar os usuários no uso do mesmo. Bem
como oferecer manutenção e upgrades. Como não existem restrições para reprodução e
redistribuição, a cobrança por cópia instalada é impraticável como negócio: não haveria
demanda por algo com um preço elevado que pode ser conseguido facilmente sem custos
ou com custo irrisório.
ITI/SOFTEX
18
Capítulo 2. O Jogo do Sostware Livre
Este capítulo apresenta o resultado do esforço da equipe do projeto para entender com
propriedade a relação existente entre os atores – agências de governo, empresas,
Prefeituras, comunidade de SL - que participam no que denominamos Jogo do SL.
Ele tem como balizamentos a observação das características do Modelo do SL analisado
no capítulo anterior, a sistematização de aspectos políticos, econômicos, técnicos, de
financiamentos etc., proporcionados pelo levantamento da situação atual das prefeituras e
seu entorno, realizada mediante o marco de referência exposto no capitulo que segue.
Através desse resultado foi possível conceber a formatação da situação-problema que
deu origem ao marco de referência apresentado no Capítulo que segue, e avaliar as
respostas plausíveis dos atores às ações desencadeadas pelo ITI no sentido da
construção dos Cenários apresentados no último Capítulo.
Sua primeira seção apresenta brevemente a referência conceitual da Gestão Estratégica
que adotamos para caracterizar o Jogo do SL.
2.1. Marco Conceitual
Chamamos ator social uma pessoa, grupo ou organização que participa de algum jogo
social; que possui um projeto político, controla algum recurso relevante, tem, acumula ou
libera forças no seu decorrer e possui, portanto, capacidade de produzir fatos capazes de
viabilizar seu projeto. Assim, qualquer ator social, com projeto e capacidade de produzir
fatos, é capaz de fazer pressão para alcançar seus objetivos, podendo acumular força,
gerando e mudando suas estratégias para converter-se num centro criativo de
acumulação de poder.
O diagnóstico inicial de problemas que conformam uma situação a ser enfrentada por um
ator mediante ações estratégicas pode ser visto como o resultado do jogo em que
tomaram parte, num momento pretérito, um conjunto de atores.
ITI/SOFTEX
19
É possível caracterizar o agir social como um jogo, que pode ser de natureza cooperativa
ou conflitiva, em que diferentes jogadores, com perspectivas que podem ser comuns ou
divergentes, possuem recursos distribuídos segundo suas histórias de acumulação de
forças em jogos anteriores. As regras do jogo podem se alterar segundo o interesse dos
atores em função de jogadas e acumulações dos jogadores, reconfigurando as condições
em que ele se desenvolverá.
Nessa perspectiva, qualquer situação pode ser entendida pelo ator com ela envolvido
como o resultado, o placar, de um jogo e pode ser por ele encarada como um problema a
resolver, ou seja, o êxito em um jogo será a solução de um problema ou a mudança do
placar.
Os governantes ou encarregados da gestão de uma dada situação podem ser visto como
jogadores que, com suas ações, produzem acumulações durante um jogo, procurando
alterar seu resultado. É com base nessas acumulações que eles podem ampliar, ou
reduzir, sua capacidade de produzir novas jogadas e alterar a situação inicial. Este é o
mecanismo básico através do qual se acumula ou libera poder e se produz ou não
mudanças significativas sobre uma dada situação problemática.
A ação de governo, para gerar acúmulo de poder e gerar resultados socialmente
valorizados, exige:
•
a perfeita identificação dos jogos e problemas em que o governante está envolvido;
•
a determinação de qual deve ser sua relação com outros problemas e jogadores;
•
a identificação precisa de suas manifestações sobre a realidade ou evidências que
permitam verificar se o problema está se agravando ou sendo solucionado pela
ação de governo, e
•
a diferenciação entre as causas e conseqüências dos vários jogos parciais em que
se encontra envolvido.
Encerrando esta breve referência conceitual sobre o tema, vale enfatizar a importância de
que o governante encarregado da gestão de um determinado jogo elabore um diagnóstico
do jogo em que esta envolvido, um quadro que identifique e relacione entre si os atores e
os problemas mais relevantes de uma dada situação em um determinado momento
No caso em pauta – o Jogo do SL –, em que a situação envolve o amadurecimento de um
dado artefato tecnológico em processo de construção e fechamento, trata-se de identificar
ITI/SOFTEX
20
as
interações
-
pactos,
alianças,
movimentos
de
cooptação,
neutralização
e
enfrentamento, que pessoas e organizações realizam, por intermédio dos recursos políticos, econômicos, midiáticos, cognitivos, que controlam, para influenciar agendas e
processos decisórios - e de não-tomada de decisão, visando à construção, a partir do
“modelo do SL”, de estilos sócio-técnicos - e, em particular, Arranjos Institucionais, que
potencializem seus interesses e projetos políticos. É a partir de um diagnóstico dessa
natureza que o governante será capaz de prever os comportamentos esperados desses
atores - em função de seus interesses econômicos, concepções políticas, culturas
organizacionais, e constrangimentos, frente às potencialidades tecnológicas do modelo do
SL em processo de construção sócio-técnica e influenciar esses comportamentos no
sentido adequado.
O entendimento desse processo dinâmico resultante de uma interação em que atores
submetidos a uma mudança de paradigma sócio-técnico, à medida que constróem
espaços políticos e econômicos, constróem também a si mesmos - em que os atores são
a causa e o efeito do processo, é aqui assumido como uma condição para influenciar a
trajetória do SL no País.
2.2. As características do Jogo do Software Livre
O Jogo do SL envolve poderosos interesses nacionais e internacionais, incide em
diversas políticas públicas e campos de ação governamental - inclusão social, saúde,
educação, científico-tecnológico, industrial, propriedade intelectual. Embora não seja esta
a intenção do estudo, a análise aqui apresentada pode servir para identificar cursos de
ação a serem privilegiados por uma Política Nacional de Aplicação de SL.
As características desse Jogo, seu ritmo acelerado, grande diversidade dos atores
políticos e instâncias envolvidos, mudanças abruptas, alinhamento ainda difuso de atores
e interesses, variada e relativamente indefinida atribuição de competências entre
agências governamentais, aparente inexistência de um plano orientador das ações de
governo - a elaboração de uma Política Nacional de Aplicação de SL é, justamente, o
objetivo estratégico das ações em que este Projeto se insere, tornam sua análise
sistemática e abarcante um desafio não trivial.
O escopo desta análise se restringe ao objetivo de produzir um esquema capaz de
auxiliar a tomada de decisão acerca de cursos de ação política pelo ITI. Ela pretende
ITI/SOFTEX
21
indicar para cada um dos diferentes atores - instituições, agências de governo, empresas,
presentes na cena política:
•
os seus interesses políticos e econômicos,
•
os seus movimentos recentes mais significativos,
•
os fundamentos de seu discurso,
•
as alianças ou parcerias que tendem a estabelecer com outros atores,
•
as configurações produtiva e institucional que consideram mais adequadas,
•
cenário sócio-econômico que desejam e, finalmente,
•
sua provável reação às ações dos demais atores, em especial às do ITI.
A análise desse conjunto de informações mediante os instrumentos proporcionados pela
Análise de Política Pública, Policy Analysis, fornece os elementos para a avaliação de
como está ocorrendo o alinhamento dos atores em relação aos Arranjos Institucionais que
parecem estar emergindo como pólos de aglutinação dos interesses manifestos, e que
tenderão a ser utilizados como referências gerais para a ação de governo com vistas à
elaboração uma Política Nacional de Aplicação de SL. Essa avaliação, realizada no
Capítulo final tendo como foco a viabilidade de implantação dos dois Arranjos, é
entendida como o principal insumo para a tomada de decisão logrado pelo Projeto.
2.3. Os atores do Jogo do Software Livre
Os atores presentes em cena, do lado da oferta de software, são: empresas estrangeiras
de software, empresas nacionais de software, empresários nacionais de SL, quadros
técnico-políticos partidários do SL, comunidade de SL. Os atores presentes do lado da
demanda – as prefeituras – dado que serão objeto de análise especifica e detalhada mais
adiante não são tratados neste capítulo.
Começando com o conceito de Jogo do SL (JSL), cabe ressaltar que ele é aqui entendido
como o agregado de decisões de múltiplos atores - públicos e privados, nacionais e
estrangeiros - influenciadas pelos respectivos interesses, experiências, culturas
institucionais, poder financeiro, político, cognitivo, capacidade de fazer alianças, cooptar,
neutralizar, e pelo contexto tecnológico, econômico, social, político que determinam a
ITI/SOFTEX
22
configuração que assume a trajetória brasileira de SL e, em especial, sua aplicação em
Prefeituras.
Nesse sentido, o estágio atual do JSL deve então ser entendido como um momento de
uma trajetória em que se foram constituindo os atores que, em função de suas culturas
organizacionais, poder relativo etc., estão ocupando os espaços de negociação política e
de elaboração da política que irão determinar os momentos subseqüentes. A Figura 2.01
representa graficamente a dinâmica dos atores envolvidos.
ATORES
Empresas
estrangeiras
Empresasde SW
Empresas
nacionais
nacionais
Empresas
nacionais
de SWL
Comunidade
de SWL
Quadros técnopolíticos de SWL
Figura 2.01 – Atores do Jogo do SL
O primeiro tempo do JSL parece estar sendo jogado mediante um processo de
sensibilização - público, envolvendo seminários, declarações na mídia, e de articulação –
reservado, entre os jogadores sem que exista uma definição clara por parte do conjunto
de atores com poder de regulação - o Governo, das regras que deverão presidi-lo.
Quadros técnico-políticos e instituições governamentais ainda não demonstram
publicamente possuir atribuições definidas e parecem estar disputando o direito de
constituir-se como o ator Governo. Empresas multinacionais e empresários nacionais
buscam, também, ganhar espaço pressionando no sentido de fazer valer seus interesses.
O aspecto do JSL do qual trata o projeto se relaciona à forma como o ator Governo
deverá atuar, em conjunto com os outros dois atores - empresas e Prefeituras, para
disponibilizar soluções de SL às Prefeituras. A configuração que se irá estabelecer, que
aqui se denomina Estilo de Disponibilização, depende, então, dos interesses desses dois
atores e do poder de regulação do ator Governo. Assim colocado, o Projeto pode então
ser entendido como tendo por foco a questão de como as soluções de SL serão
disponibilizadas às Prefeituras.
ITI/SOFTEX
23
Capítulo 3. Marco Analítico
Este capítulo apresenta o Marco Analítico do estudo da configuração da situação atual
das prefeituras e sua trajetória desde a adoção do SL. Ele guarda a preocupação com a
explicação dos comportamentos esperados dos atores que participam no Jogo - em
função de seus interesses econômicos, concepções políticas, culturas organizacionais, e
constrangimentos, frente às potencialidades tecnológicas do modelo do SL em processo
de construção sócio-técnica. Ele se distingue do anterior, na medida em que seu o foco é
no ator prefeitura e que busca enfatizar as implicações da ação do ator governo como
indutor de comportamento dos demais atores em especial das prefeituras.
O objetivo é analisar situações que se localizam no nível meso da elaboração de políticas
relacionado às organizações, suas características, comportamento esperado etc.
O marco está baseado nos elementos desenvolvidos nos capítulos anteriores e orientou o
trabalho de campo, envolvendo entrevistas a Prefeituras envolvidas com SL/OS,
empresas, agências de governo, órgãos de financiamento, formadores de opinião, cujos
resultados são apresentado no capítulo que segue. É também mediante o seu emprego
que se apresenta no último capítulo as conclusões e recomendações da pesquisa, tendo
como foco os dois Estilos de Disponibilização de software livre para as prefeituras
associados aos dois cenários extremos cuja consideração pelo ITI nos parece essencial.
Para caracterizar os dois Estilos de Disponibilização, o Marco de Referência está
conformado por dois componentes. O primeiro procura dar conta das características e
comportamentos passados e esperados do ator prefeituras que, embora não seja o ator
determinante em última instância do Estilo de Disponibilização que afinal se irá impor,
está no foco do Projeto. Isso é logrado mediante a caracterização das prefeituras
pesquisadas através dos seus atributos relativos às capacidades que apresentam com
respeito às TICs e os especificamente relacionados ao SL.
O segundo componente, sem deixar de lado esse foco, integra na análise os demais
atores. Para tanto estabelece uma relação de dependência que explica a Configuração
ITI/SOFTEX
24
Observada ou, quando for o caso, o Estilo de Disponibilização a partir de dois fatores. Por
um lado, a propensão das prefeituras em adotar SL, e, por outro, de uma variável
denominada Arranjo Institucional, que denota a forma como o ator governo, empregando
seu poder de determinação mais elevado, arranja a multiplicidade de instrumentos legais, financeiros, de que dispõe de maneira a induzir junto aos demais atores –
prefeituras, empresas, órgãos de financiamento, comunidade de SL – um comportamento
favorável ao Estilo de Disponibilização que deseja.
A Configuração Observada pode ser, então, entendida como um desvio em relação ao
Estilo de Disponibilização desejado pelo governo.
3.1. Caracterização das Prefeituras
Esta seção apresenta o primeiro componente do marco de referência, de tipo
eminentemente descritivo, concebido para caracterizar as Prefeituras através de alguns
atributos de natureza genérica e outros especificamente relacionados ao SL. Os atributos
de natureza genérica estão relacionadas a capacidades da prefeitura que não possuem
relação direta com o SL enquanto os atributos de natureza específica nos apontam
claramente os vetores utilizados quando da opção por SL. A informação acerca das
prefeituras, coletada pela equipe do Projeto mediante a sua observação e mediante
entrevistas realizadas com quadros técnico-políticos, foi classificada, em função da
percepção adquirida por ela, segundo os atributos especificados a seguir.
DEFINIÇÃO DOS ATRIBUTOS
Atributos Genéricos:
•
Capacidade financeira: recursos financeiros disponíveis na prefeitura para
investimento em TICs; próprios ou obtidos mediante repasse do governo federal,
financiamentos, etc.;
•
Capacidade técnica: conjunto de capacidades, internas e externas, disponível para
que a prefeitura seja capaz de adotar TICs;
•
Grau de informatização: grau em que a prefeitura é capaz de informatizar suas
atividades no que respeita aos quatro Domínios da Aplicação do SW1: Infra-
1
Esta expressão é a tradução do termo encontrado na bibliografia em língua inglesa.
ITI/SOFTEX
25
estrutura - software para rede, serviços corporativos, etc., Desktop - aplicativos de
produtividade, Aplicativos de Gestão - soluções para gestão das rotinas de serviço
público, e Relacionamento - soluções para relacionamento com o cidadão,
fornecedores, entre governos;
•
Capacidade de articulação: é a capacidade da prefeitura de articular projetos e
ações relativas a TIC´s.
Atributos Específicos
•
Motivação/demanda: representa os aspectos que foram vetores para a adoção da
alternativa livre e podem ser representados por economia, fatores técnicos e
outros.
•
Entorno/ambiente: entorno político, econômico, social, acadêmico e outros
favoráveis ou facilitadores da adoção do SL
•
Imposição legal: legislação (leis, normas, portarias etc.) que induz à adoção de SL.
Posteriormente, e de posse de toda a informação coletada sobre o conjunto dos atributos
para a amostra de prefeituras pesquisada, a intensidade de cada um deles foi estimada
segundo uma escala de 0 a 3, exceto o atributo específico grau de informatização que
pode assumir valores de 0 a 4.
Essa estimativa é precária na medida que busca quantificar uma impressão qualitativa e
inerentemente subjetiva. Além disso, os valores dos atributos só podem ser comparados
entre si no âmbito de uma dada observação e para uma dada prefeitura. Essa estimativa
é, portanto, relacional. Não obstante o fato de que ela só tem sentido para explicar
comportamentos como os descritos na seção que segue, ela permite construir hipóteses
plausíveis acerca de qual teria sido em cada caso o atributo que mais provavelmente teria
deslanchado o comportamento observado.
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
3
Capacidade Técnica
2
1
0
Entorno / Ambiente
Demanda / Motivação
Grau de Inf ormatização
Capacidade de Articulação
Figura 3.01 – Representação Gráfica dos Atributos
ITI/SOFTEX
26
Forma de Representação dos atributos
A Figura 3.01 mostra um caso hipotético de uma prefeitura que apresenta, em relação ao
conjunto de prefeituras pesquisado, o valor máximo (3,4) observado para os atributos
Entorno/ambiente, Imposição legal, Capacidade Financeira, Capacidade Técnica, Grau de
Informatização e valores intermediários (2) para o atributo Motivação/demanda.
3.2. Descrição do comportamento das Prefeituras
Esta seção apresenta o segundo componente do marco de referência concebido para
tratar a situação-problema. Por seu intermédio, é possível identificar a posição de uma
prefeitura em relação a um referencial - um espaço limitado por eixos de crescente
indução do Estado e Adoção de SL/OS -, descrever sua trajetória recente e representar
seu comportamento esperado.
SWL
Tipos de
Licença
ASI
AI
Arranjos
Institucionais
SWP
Figura 3.02 – Arranjos Institucionais versus Tipo s de Licença
Mediante esse componente uma determinada prefeitura pode ser representada como na
Figura 3.02 como uma das combinações possíveis entre Arranjo Institucional (AI), cujo
campo de variação se dá entre dois extremos - Arranjo Institucional Induzido e Arranjo
Institucional sem Indução – e Tipo de Licença (TP), cujo campo de variação se dá
também entre dois extremos – Software Proprietário e Software livre. As duas variáveis
são de tipo contínuo; isto é, existem infinitas possibilidades compreendidas entre os dois
extremos de seu espectro de variação.
3.2.1. Os Arranjos Institucionais
O extremo AI Induzido é caracterizado por um nível elevado de intervenção do Estado e
alto grau de centralização das decisões concernentes às características dos produtos de
SW a serem desenvolvidos, da sua forma de disponibilização. No limite, tanto a produção
ITI/SOFTEX
27
como a disponibilização dos pacotes, sua manutenção, a capacitação e treinamento,
seriam realizadas por órgãos públicos.
No extremo AI sem Indução as decisões concernentes às características dos produtos a
serem desenvolvidos, a sua forma de disponibilização, seriam tomadas por agentes
privados - desde multinacionais até pequenas empresas de capital nacional passando
pela a comunidade de SL. No limite, tanto a produção como a disponibilização dos
“pacotes”, sua manutenção, a capacitação e treinamento, seriam realizadas por
organizações privadas e nem mesmo as diretrizes gerais que orientariam a conformação
do seu Estilo de Disponibilização seriam emanadas dos órgãos públicos envolvidos.
3.2.2. Os Tipos de Licença
Este eixo diz respeito ao grau de utilização de software de um tipo de licença em
contraposição ao outro, dentro do âmbito das atividades de informatização da prefeitura
em estudo.
O
extremo
Software
completamente
Proprietário
informatizada
com
caracteriza-se,
software
portanto,
proprietário,
em
uma
prefeitura
desde
seus
sistemas
operacionais e servidores, ferramentas de interconexão dos sistemas, aplicativos básicos
nos equipamentos de mesa, até os sistemas integrados de gestão.
O extremo Software Livre é definido como o oposto. Todas as instâncias de uso de
software utilizam software licenciado de acordo com alguma licença de software livre.
A posição neste eixo é definida por uma aproximação quanto ao número de sistemas que
se enquadram em uma ou em outra definição acima, com considerações quanto ao peso
dos sistemas nas atividades da prefeitura.
O ponto zero, origem, indica que sistemas livres e proprietários têm pesos equivalentes
no dia-a-dia da prefeitura.
3.2.3. Forma de Representação do comportamento das Prefeituras
Tal como anteriormente indicado, é possível situar no plano TP x AI os processos
observados de adoção de SL determinados pelas preferências dos atores, as medidas de
política formuladas, suas implicações para os atores etc. O capítulo que segue mostra
como a análise de cada Prefeitura, tornada possível pela pesquisa de campo realizada,
pode ser representada, em função da intensidade com que se manifestam seus 8
ITI/SOFTEX
28
Atributos, no plano AI x TP. A Figura 3.03, mostra um caso hipotético semelhante aos
que são apresentados no capítulo seguinte.
SWL
Tipos de
Licenç a
ASI
AI
Arranjos
Institucionais
SWP
Figura 3.03 – Caso Hipotético de Arranjos versus Licenças
Na figura é representada a trajetória de uma prefeitura, identificada pelo conjunto de
valores dos seus Atributos, referida ao quadrante AI x SP. O momento inicial é
caracterizado pela ocorrência de uma primeira ação - ou mais genericamente, evento relacionada ao SL, anterior ao momento em que uma decisão é tomada no âmbito da
prefeitura no sentido de promover a adoção do SL.
Esse pode ser, por exemplo, uma ação de um funcionário de baixo escalão da prefeitura
que, dada a escassez de recursos resolve, ao invés de piratear um SP de planilha
eletrônica, fazer um download de um SL similar e instalá-lo nos microcomputadores
disponíveis.
A outra posição (identificada pelo novo conjunto de valores dos seus Atributos), situada
no quadrante ASI x SL, corresponde ao momento em que ocorreu a observação da
prefeitura (e entrevista) por parte da equipe. Entre esses dois momentos existe um outro,
não graficado na figura, em que ocorreu a decisão de adotar SL na prefeitura. Esse
momento pode estar associado efetivamente ao de uma tomada de decisão com um alto
grau de formalização ou, simplesmente, a um ponto de ruptura em que depois que ações
sem conexão foram sendo implementadas a idéia de adoção do SL foi amadurecendo e
se transformou num processo com intencionalidade.
ITI/SOFTEX
29
3.3. Domínios da Aplicação do Software
Dada a importância que a observação de processos de migração de SP para SL possui
para que a indução dos Estilos de Disponibilização desejados possa ser realizada a
contento, resolveu-se incorporar um terceiro componente ao marco de referência. Seu
objetivo é representar com maior detalhe esse processo tomando como referência cada
um dos quatro Domínios da Aplicação do SW - Infra-estrutura, Desktop, Aplicativos de
Gestão e Relacionamento, da prefeitura.
Mediante esse componente, o estágio em que se encontra a migração de cada Domínio,
definido como uma certa porcentagem dos aplicativos que usa a prefeitura que já se
encontram disponíveis em SL, pode ser representado em dois momentos. O momento em
que foi tomada a decisão de adotar SL na prefeitura e aquele no qual ocorreu a
observação e entrevistas por parte da equipe.
Forma de Representação do processo de migração
A Figura 3.04
mostra um caso hipotético semelhante aos que são apresentados no
capítulo seguinte.
Migração (SP " SL) nos 4 Domínios da Aplicação de SW
SL 100%
SL 100%
D
R
D
50%
50%
I
I
R
SP 100%
G
SP 100%
G
Momento
da Decisão
Momento
da Observação
Figura 3.04 – Migração nos Domínios de Aplicação
Na figura é representado o caso de uma prefeitura que, no momento em que foi tomada a
decisão de adoção do SL, já apresentava uma porcentagem de seus aplicativos
disponíveis em SL. Observando o eixo da esquerda, relativo ao momento da decisão, se
pode constatar que, no que se refere ao Domínio Desktop, a prefeitura já apresentava
cerca de 60% dos aplicativos disponíveis em SL (em Infra-estrutura possuía 30%, em
Relacionamento 20% e em Gestão 0%). Esses valores maiores que 0% devem-se a que,
ITI/SOFTEX
30
num momento anterior, alguma ação isolada foi realizada no sentido de iniciar a migração
de algum aplicativo de SP para SL.
Observando agora o eixo da direita, relativo ao momento da observação da prefeitura pela
equipe, se pode constatar que a evolução foi distinta, como era de se esperar, para cada
Domínio. No que se refere ao Domínio Desktop, a penetração do SL na prefeitura se
manteve
praticamente
estável,
enquanto
que,
no
Domínio
Relacionamento,
a
porcentagem subiu para cerca de 80%.
3.4. Configurações e Estilos de Disponibilização
Esta seção trata das Configurações que a situação-problema pode apresentar mediante o
segundo componente do marco de referência concebido.
As Configurações possíveis se situam entre os dois Estilos de Disponibilização que
combinam AI próximos aos extremos Induzido e sem Indução com o Tipo de Licença
software livre. Essas duas Configurações potencialmente viáveis serão denotadas a partir
de agora pelo tipo de AI - Induzido e sem Indução – que contêm como força motriz de
indução dada por um dado conjunto de políticas públicas. Essa denominação foi adotada
porque são eles os que estabelecem a moldura das condições de política que o governo,
como determinante em última instância do Jogo do SL, deve impor.
Para melhor caracterizar o que se quer expressar, pode-se utilizar uma linguagem
matemática: Configuração = f (AI, TP); onde AI = {I,sI} e TP = {SP;SL}.
Embora o foco do Projeto esteja situado nos dois quadrantes superiores, isto é, os que
supõem a utilização de plataformas não proprietárias (Software livre), é importante
ressaltar que, pelo menos em teoria, ambos os TPs são consistentes com os AIs
caracterizados.
Assim, pode então ser entendida como um dos objetivos do Projeto a análise das
condições de contorno, de natureza tecnológica, econômica, social, política etc, presentes
no contexto em que se desenvolve a Trajetória de TI brasileira (entendida como o
conjunto de decisões de múltiplos atores públicos e privados, nacionais e estrangeiros,
influenciados pelos seus respectivos interesses, experiências, culturas institucionais etc),
consideradas importantes para a elaboração de uma Política para a Aplicação de
Software livre em Prefeituras.
ITI/SOFTEX
31
3.4.1. O Estilo de Disponibilização Induzido
O Estilo de Disponibilização Induzido está esquematizado na Figura 3.05.
ED associado ao Arranjo Institucional Induzido - AI
Governo
Produtos
básicos
$
Serviços
Empresas
Prefeituras
Produtos não-básicos
• Formulação de projetos
• Especificação para empresa
Figura 3.05 – Estilo de Disponibilização Induzido
Na Figura. estão representados os três atores principais envolvidos. O Governo tomaria
as decisões concernentes às características dos produtos básicos (entendidos como
aqueles que, por imposição legal, e em função de critérios a serem definidos, todas as
Prefeituras deveriam dispor para atender suas necessidades de gestão interna, prestação
de serviços à comunidade, interação com outros órgãos e instâncias de governo, etc) e os
desenvolveria e disponibilizaria às Prefeituras. O órgão central, do governo federal,
responsável teria como contrapartida recursos diretamente alocados pelo próprio governo.
Caberia às empresas, sejam as privadas, sejam as associadas às instâncias de governo
estadual e municipal, o desenvolvimento de produtos não-básicos e a prestação de
serviços de manutenção, treinamento para as Prefeituras. A contrapartida relativa a esses
serviços seria proveniente de um fundo com esta finalidade específica a ser criado ou
constituído a partir de outros já existentes. O acesso ao fundo seria normatizado pelo
órgão central responsável.
3.4.2. O Estilo de Disponibilização Sem Indução
O Estilo de Disponibilização Sem Indução está esquematizado na Figura 3.06 que segue.
ITI/SOFTEX
32
Na Figura estão representados os três atores principais envolvidos. Este caso não supõe
a definição de produtos básicos. Cada Prefeitura seria responsável pela identificação de
suas necessidades e a especificação dos produtos e serviços que deseja adquirir junto ao
órgão do governo federal ou às empresas. O pagamento dos mesmos seria realizado
pelas Prefeituras que poderiam ter acesso a recursos provenientes de um fundo com esta
finalidade específica a ser criado ou constituído a partir de outros já existentes, mediante
a elaboração de projetos a serem analisados por um comitê gestor. A chamada
comunidade de software livre poderia neste caso ter um papel mais ativo no
desenvolvimento de software ou na prestação de serviços uma vez que o pagamento de
seu trabalho seria operacionalmente mais viável.
ED associado ao Arranjo Institucional sem Indução - AsI
Governo
Atributos requeridos:
- agilidade
- capacidade de avaliação
$
Projeto
Especificação
Empresas
Prefeituras
Produtos e
serviços
$
Atributos requeridos:
- formulação de projetos
- especificação para empresa
Figura 3.06 – ED Associado a Arranjo Institucional sem Indução
Esse Estilo de Disponibilização exige maior competência das Prefeituras e maior
maturidade dos três atores envolvidos. A elaboração dos projetos pelas Prefeituras, dada
a capacidade ainda incipiente de muitas delas para fazê-lo poderá implicar na sua
discriminação e no surgimento de alianças indesejáveis com empresas - intermediadas,
eventualmente pela ação dos órgãos de financiamento à informatização das prefeituras,
visando a burlar as boas práticas que devem orientar a iniciativa. A análise conscienciosa
dos projetos a serem encaminhados pelas Prefeituras para a obtenção de recursos pode
representar uma grande carga de trabalho para o órgão encarregado de realizá-la.
ITI/SOFTEX
33
3.5. Considerações sobre o Marco Analítico
Fica claro pela formatação proposta para a situação problema que a Configuração que irá
se impor dependerá da evolução combinada do Arranjo Institucional adotado (AI) e do
Tipo de Licença (TP). Ela pode ser descrita como a resultante das medidas que
hipoteticamente tomaria o ator governo para dar conta das particularidades do JSL.
Em virtude da importância que possui a opção por parte do governo acerca do Arranjo
Institucional que considera mais apropriado para fazer com que o conjunto das
organizações públicas e privadas envolvidas com a promoção, desenvolvimento e
utilização de software contribuam para uma dada Configuração, os Estilos de
Disponibilização (Eds) são denotados pelos AIs correspondentes; que variam desde o AI
Induzido
(alto
grau
de
intervenção
do
Estado
nas
decisões
e
no
desenvolvimento/distribuição de software) ao AI sem Indução - decisões, produção e
distribuição a cargo de empresas privadas, sem indução governamental.
A partir dos tipos de representação sugerido pelo Marco Analítico concebido é possível
investigar de modo apropriado questões como:
•
as causas que determinaram uma migração,
•
se os casos pesquisados podem ser replicados, inibidos ou emulados,
•
qual deve ser o papel do governo neste sentido,
•
quais os impactos da evolução observada nas empresas.
Ao analisar o processo que dá origem a uma certa Configuração tendo como foco o
comportamento das prefeituras torna-se explícita a existência de uma relação causal
entre esses Atributos (que determinam o comportamento do ator Prefeituras) e a indução
pelo governo de um determinado ED. Inversamente, é possível explicitar o modo como
esses Atributos delimitam o espaço de viabilidade - político, técnico, institucional, cultural,
no qual o governo terá que normatizar o jogo dos atores para viabilizar a indução de um
determinado ED.
Fica, também, explícito que, independentemente de todas vantagens potenciais que o
software livre pode apresentar em relação ao SP, a sua adoção não necessariamente
implica uma sobredeterminação do AI a ser implementado e, tampouco, do ED que se irá
finalmente impor. A escolha tecnológica, neste caso pelo menos e tal como explicado no
capítulo que trata do “Modelo do SL”, não implica numa especificação a priori e
ITI/SOFTEX
34
independente de outras considerações e escolhas que devem ocorrer em função de
aspectos sociais, políticos, culturais etc no nível dos órgãos responsáveis pela tomada de
decisão acerca da Política de SL.
Essa questão, embora fique evidente em função da formatação do problema aqui
apresentada, não parece ser claramente percebida por todos os atores envolvidos com o
assunto. Há quem acredite que a simples opção pelo software livre, considerada superior
no plano das implicações técnico-econômicas e sociais, seria suficiente para estabelecer
naturalmente uma dinâmica sócio-técnica virtuosa capaz de engendrar um AI e um ED
convenientes. Não obstante, tal como tem sido explicado, a hipótese mais provável é que
seja um processo de construção sócio-técnica, autorganizado e sem costuras o que irá
paulatinamente possibilitando o fechamento da flexibilidade interpretativa atualmente
existente.
O emprego do marco de referência permitiu, por um lado, a caracterização das Prefeituras
através de alguns atributos de natureza genérica - Capacidade Financeira, Capacidade
Técnica, Grau de Informatização, Capacidade de Articulação - e outros especificamente
relacionados ao SL - Motivação/Demanda, Entorno/Ambiente, Imposição Legal. Por outro,
tornou possível representar a trajetória recente de cada prefeitura pesquisa mediante o
segundo componente do marco de referência - espaço bidimensional com eixos de
crescente indução do Estado e Adoção de SL/OS.
Dessa maneira, ao proporcionar uma explicação das trajetórias particulares das
prefeituras mediante um mesmo conjunto de atributos e tendo como referência o espaço
bidimensional, foi possível sugerir hipóteses acerca das motivações que as levaram a um
particular modo de entrada aos ambientes sócio-técnico e institucionais do SL/OS (eixo
Adoção de SL/OS). E, além disso, através da perspectiva proporcionada pelo terceiro
componente do marco de referência, foi possível registrar como se deu a migração de SP
para SL nos Domínios da Aplicação, infra-estrutura, desktop, gestão interna, e integração
e comunicação.
Tal como indicado, o marco de referência apresentado neste capítulo não apenas orientou
a realização da pesquisa de campo como servirá de base para a apresentação dos seus
resultados feita no capítulo que segue. Na sua primeira seção será apresentada para
cada prefeitura pesquisada o seguinte conjunto de informações.
ITI/SOFTEX
35
3.5.1. Primeiro conjunto de informações-Evolução e Avaliação dos Atributos
O primeiro conjunto consta de uma visão dos atributos da prefeitura nos momentos inicial
(primeira ação sinalizadora da possibilidade de adoção do SL) e de observação
(realização da entrevista e observação in loco), seguida de um comentário a respeito dos
valores de cada atributo em cada momento com o objetivo de levantar hipóteses acerca
do que poderia ter levado a prefeitura a apresentar a evolução observada, conforme
Figura 3.07.
Capacidade Financeira
4
Capacidade Financeira
4
3,5
3
3
Imposição Legal
Imposição Legal
Capacidade Técnica
2
1,5
1
1
0,5
0
0
Entorno / Ambiente
Entorno / Ambiente
Grau de Informatização
Demanda / Motivação
Capacidade Técnica
2,5
2
Capacidade de Articulação
Grau de Informatização
Demanda / Motivação
Capacidade de Articulação
Figura 3.07 – Evolução e Avaliação dos Atributos
3.5.2. Segundo conjunto de informações-Trajetória Contextual dos Atributos
SWL
Tipos de
Licença
ASI
AI
Arranjos
Institucionais
SWP
Figura 3.08 - Trajetória Contextual dos Atributos
O segundo conjunto, Figura 3.08, consta de uma visão dos atributos da prefeitura nos
momentos inicial e de observação referida ao plano AI x TL, seguida das considerações
que permitem sustentar a existência de uma trajetória como a observada.
ITI/SOFTEX
36
A título de exemplo e tendo em vista o caso exposto no gráfico, poder-se-ia argumentar
que teria sido a conjunção de uma Imposição Legal e a existência de um Entorno
favorável (a proximidade a uma universidade ou centro de pesquisa de informática) o que
explicaria a trajetória observada. Por outro lado, o fato de, no momento de observação,
apenas o Grau de Informatização ter aumentado estaria mostrando que essa evolução
positiva, mostrada no segundo conjunto de informação, teria sido alavancada por esses
dois atributos. Por outro lado, o fato de que no momento de observação os demais
atributos (Capacidade Técnica, Capacidade Financeira etc) tenham permanecido no
mesmo nível estaria mostrando que a prefeitura não foi capaz de aproveitar aqueles dois
atributos para potencializá-los.
3.5.3. Terceiro conjunto de informações - Processo de Migração dos
Domínios de Aplicação
Migração (SP " SL) nos 4 Domínios da Aplicação de SW
SL 100%
SL 100%
D
R
D
50%
50%
I
I
R
SP 100%
G
SP 100%
G
Momento
da Decisão
Mom ento
da Observação
Figura 3.09 - Processo de Migração dos Domínios de Aplicação
O terceiro conjunto de informações consta de uma visão do processo de migração (de SP
para SL) como referência cada um dos quatro Domínios da Aplicação do SW (Infraestrutura, Desktop, Aplicativos de Gestão e Relacionamento) da prefeitura pesquisada
nos momentos da decisão de adotar SL e de observação, conforme pode ser observado
na Figura 3.09.
Ainda a título de exemplo e tendo em vista o caso exposto no gráfico, poder-se-ia
argumentar que o aumento no Grau de Informatização verificado entre os momentos
ITI/SOFTEX
37
inicial e de observação, mostrado no primeiro e segundo conjuntos de informação, estaria
refletindo uma mistura de evoluções como indicada acima. Note-se que, conforme
indicado, é provável que no momento da decisão mostrado na figura o Grau de
Informatização já fosse superior ao existente no momento inicial.
ITI/SOFTEX
38
Capítulo 4. AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
4.1. Definição da amostra e metodologia
4.1.1. Os Municípios no Brasil
Segundo a pesquisa do IBGE (IBGE, 2001) o número de municípios varia entre as
Unidades da Federação. Conforme pode ser constatado na Figura 4.01 , enquanto em
Minas Gerais existem 853 municípios, Roraima tem apenas 15. O número de municípios,
porém, é variável independente da dimensão territorial - Amazonas e Sergipe, por
exemplo, apesar da diferença no que diz respeito à área territorial, têm número de
municípios bastante próximos.
Figura 4.01 – Número de Municípios por Unidade da Federação
ITI/SOFTEX
39
Uma das características da relação população x território, no Brasil, é a grande
concentração demográfica em alguns poucos e importantes centros urbanos e a reduzida
população de uma grande parte dos municípios brasileiros. A maioria (73%) dos
municípios existentes, em 2001, e que ainda reflete-se na atualidade, tinha até 20.000
habitantes e neles residia cerca de 20% da população do país, vide Figura 4.02 2. Nos
27% dos municípios restantes (com número de habitantes acima de 20 mil) estava
concentrada mais de 80% da população. Note-se, além disso, que nos 32 municípios
mais populosos do Brasil residiam mais de 48 milhões de brasileiros (27,8% da
população), ainda que, em termos proporcionais, esses municípios representassem
apenas 0,6% do total existente.
Figura 4.02 - Distribuição de Municípios e da população
2
A numeração das tabelas segue a numeração apresentada no site do IBGE.
ITI/SOFTEX
40
Na Figura 4.033, estão descritas as atividades terceirizadas pelos municípios brasileiros e
dentre elas observamos a ocorrência de terceirização de serviços de processamento de
dados.
Figura 4.03 – Municípios, total e por tipo de atividades terceirizada
A Figura 4.04 apresenta as atividades informatizadas segundo as classes de tamanho da
população dos municípios.
3
As tabelas a seguir estão apresentadas parcialmente. Não apresentamos os dados referentes as Grandes
Regiões e Unidades da Federação.
ITI/SOFTEX
41
Figura 4.04 – Municípios, total e por tipo de atividades informatizadas, segundo
classes de tamanho da população
A Figura 4.05 apresenta, além de outros dados, os municípios que contam com provedor
de Internet.
Figura 4.05 – Número de Provedores de Internet nos Municípios
4.1.2. A Amostra
A partir do universo de 5.560 municípios brasileiros foram identificados, até junho de
2004, através de entrevistas com observadores da cena de software livre e levantamento
em fontes secundárias um conjunto de aproximadamente 60 prefeituras com alguma
experiência em software livre. Desse conjunto foram entrevistadas 13, apresentadas na
ITI/SOFTEX
42
Tabela 4.1. Buscou-se uma representação geográfica e por porte, mas infelizmente
restrições de tempo e acesso impediram que essa representatividade buscada fosse
efetivamente alcançada. A Tabela 4.02 apresenta um conjunto de empresas que foram
citadas pelas prefeituras entrevistadas como fornecedoras de soluções e produtos e
serviços em SL. Algumas destas empresas foram entrevistadas. A Tabela 4.03 apresenta
a representação gráfica do comportamento das prefeituras e a Tabela 4.04 apresenta
uma sinopse de todas as características consideradas relevantes para o trabalho.
Ainda que se tenha buscado levantar uma série de dados quantitativos, conforme pode
ser observado no Anexo II – Questionário do Projeto de Software Livre nas Prefeituras, a
orientação maior da pesquisa foi qualitativa. Ela visa explicar a heterogeneidade existente
na amostra, principalmente no momento de transição de modelos. Entretanto como há
ainda poucos casos com resultados concretos passíveis de uma avaliação quantitativa
sistemática, e na verdade a maioria encontra-se no estágio de implantação, não se
buscou levantar indicadores, perfil, etc. mas sim resultados em termos de tendências
associadas a um registro da situação atual.
4.1.3. Os municípios da amostra
Região
SUL
SUDESTE
Pequena
Viamão(RS)
Rio das Ostras (RJ)
Piraí(RJ)
NORDESTE
Solonópole(CE)
Prefeituras
Média
Amparo(SP)
Petrolina(PE)
Sobral(CE)
NORTE
Grande
Porto Alegre(RS)
Belo Horizonte(MG)
Campinas(SP)
São Paulo(SP)
Recife(PE)
Manaus(AM)
CENTROESTE
TOTAL
04
03
Tabela 4.1 – Amostra de Prefeituras
06
4.1.4. As empresas fornecedoras de serviços de SL para as prefeituras
Região
SUL
SUDESTE
NORDESTE
NORTE
CENTROESTE
Empresas, Cooperativas, Empresas de Processamento de Dados
Pequena
Média
Conectiva
PROCEMPA
Apoena
Solis (cooperativa)
CCA
Syspub
D´andrea
Brasil Informática
PRODABEL
IMA
CONAM
Liberty
EMPREL
Grande
Tabela 4.2. – Amostra de Empresas
ITI/SOFTEX
43
4.1.5 Representação do Comportamento das Prefeituras
4.1.5.1. Amparo
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
Capacidade Financeira
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Entorno / Ambiente
Demanda / Motivação
Capacidade Técnica
2
Capacidade Técnica
1
0
Grau de Informatização
Entorno / Ambiente
Grau de Informatização
Demanda / Motivação
Capacidade de Articulação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
3
Imposição Legal
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
3
2
1
0
Sl
I
100%
D, R
ASI
50%
AI
Arranjos
Institucionais
G
0%
R
50%
3
2
I,G,D
100%
1
0
SWP
SP
ITI/SOFTEX
44
4.1.5.2. Rio das Ostras
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
3
Capacidade Financeira
4
2,5
Imposição Legal
2
Capacidade Técnica
1,5
Imposição Legal
2
0,5
1
0
Entorno / Am biente
3
1
Capacidade Técnica
0
Entorno / Ambiente
Grau de Inform atização
Grau de Infor matização
Demanda / M otivação
Demanda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Articulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
3
2
1
0
Sl
I
100%
R
AI
Arranjos
50%
ASI
Institucionais
D
0%
R
3
2
1
0
50%
SWP
G
100%
I,D,G
SP
ITI/SOFTEX
45
4.1.5.3. Porto Alegre
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Im pos ição Legal
3
Capacidade Financeira
4
Capacidade Técnica
3
Im posição Legal
2
2
1
1
0
0
Entorno / Am biente
Capacidade Técnica
Entorno / Am biente
Grau de Inform atização
Grau de Inform atização
Dem anda / M otivação
Dem anda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Articulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
3
2
1
0
Sl
I
100%
R
ASI
D
0%
AI
Arranjos
50%
R
Institucionais
4
2
0
I,R
50%
G
SWP
100%
D,G
SP
ITI/SOFTEX
46
4.1.5.4. Viamão
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
3
Capacidade Financeira
4
2,5
Im posição Le gal
2
3
Im posição Legal
Capacidade Técnica
1,5
2
1
1
0,5
0
0
Entorno / Am biente
Capacidade Técnica
Entor no / Ambiente
Domínio de Aplicação
Grau de Inform atização
Demanda / M otivação
Dem anda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Articulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Sl
I,R
100%
D
Arranjos
Institucionais
50%
0%
ASI
AI
R
4
2
0
50%
G
100%
SWP
I,D,G
SP
ITI/SOFTEX
47
4.1.5.5. Belo Horizonte
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
3
2
Capacidade Técnica
Capacidade Financeira
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Im posição Legal
1
0
Entorno / Ambiente
Demanda / Motivação
Entorno / Am biente
Grau de Informatização
Capacidade de
Articulação
Grau de Inform atização
Dem anda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade Té cnica
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
Sl
3
2
1
I,R
0
100%
50%
ASI
AI
Arranjos
Institucionais
D
0%
4
3
2
1
0
50%
G
SWP
100%
I,D,G,R
SP
ITI/SOFTEX
48
4.1.5.6. Sobral
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Finance ira
3
Capacidade Financeira
4
2,5
Im posição Legal
2
Capacidade Técnica
1,5
Im posição Legal
2
0,5
1
0
Entorno / Am biente
Dem anda / Motivação
Capacidade Técnica
0
Grau de Informatização
Entorno / Am biente
Gr au de Inform atização
Dem anda / M otivação
Capacidade de Articulação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
3
1
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Momento da Observação
Tipos de Licença
SWL
4
3 ,5
3
2 ,5
2
1 ,5
1
Sl
0 ,5
0
I
R
100%
D
Arranjos
Institucionais
50%
ASI
AI
G
0%
R
2
1
0
50%
SWP
100%
I,D,G
SP
ITI/SOFTEX
49
4.1.5.7. Solonópole
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
3
2,5
Im posição Legal
2
Capacidade Financeira
4
Capacidade Té cnica
Im posição Legal
1,5
1
De manda / Motivação
1
0
Entor no / Am biente
Grau de Inform atização
Grau de Inform atização
Dem anda / M otivação
Capacidade de Articulação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade Técnica
2
0,5
0
Entorno / Am biente
3
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Momento da Observação
Tipos de Licença
SWL
Sl
I
4
3
100%
2
1
0
R
D
50%
0%
Arranjos
Institucionais
ASI
AI
I,D,R
3
2
1
0
50%
G
100%
G
SWP
SP
ITI/SOFTEX
50
4.1.5.8. Manaus
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
3
Capacidade Financeira
4
Capacidade Técnica
3
Imposição Legal
2
1
0
Entorno / Am biente
Dem anda / Motivação
0
Grau de Informatização
Entorno / Ambiente
Grau de Infor matização
Demanda / Motivação
Capacidade de Articulação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade Técnica
2
1
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
SWL
Momento da Observação
Tipo de Licença
Sl
I,R
100%
G
ASI
50%
D
AI
4
Arranjos
Institucionais
3
2
1
0
0%
4
2
50%
0
I,D,G,R
100%
I,D,G,R
SWP
SP
ITI/SOFTEX
51
4.1.5.9. Recife
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Imposição Le gal
3
Capacidade Financeir a
4
Capacidade Té cnica
3
Imposição Legal
2
1
1
0
Entorno / Am biente
Dem anda / Motivação
0
Entorno / Ambiente
Grau de Inform atização
Grau de Informatização
Dem anda / Motivação
Capacidade de Articulação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade Técnica
2
Capacidade de Ar ticulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Momento da Observação
Tipos de Licença
SWL
4
3,5
3
2,5
2
1,5
Sl
1
0,5
0
I,R
100%
G
50%
D
Arranjos
Institucionais
ASI
AI
I,R
0%
4
50%
G
100%
D
2
0
SWP
SP
ITI/SOFTEX
52
4.1.5.10. Petrolina
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
3
Capacidade Financeira
3
2,5
Im pos ição Legal
2
Capacidade Técnica
1,5
2,5
Im posição Legal
Capacidade Técnica
1
0,5
0,5
0
0
Entorno / Am biente
2
1,5
1
Grau de Informatização
Entorno / Ambiente
Gr au de Infor matização
Demanda / M otivação
De manda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Articulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
Sl
100%
Arranjos
Institucionais
50%
ASI
AI
0%
3
2
1
0
50%
SWP
100%
I,D,G
SP
ITI/SOFTEX
53
4.1.5.11. Campinas
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
3
Capacidade Financeira
4
Capacidade Té cnica
3
Im pos ição Legal
2
Capacidade Técnica
2
1
1
0
Entorno / Ambie nte
0
Entorno / Am biente
Grau de Inform atização
Grau de Inform atização
De manda / M otivação
De manda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Articulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Tipos de Licença
Momento da Observação
SWL
4
Sl
3,5
3
2,5
2
1,5
1
I,R
0,5
0
100%
50%
ASI
D
AI
Arranjos
Institucionais
0%
G
4
3
2
1
0
50%
SWP
100%
I,D,G,R
SP
4.1.5.12. São Paulo
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Não Disponível
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Não Disponível
ITI/SOFTEX
Antes do SL
Não Disponível
Trajetória Contextual dos Atributos
Não Disponível
54
4.1.5.13. Pirai
Evolução e Avaliação
Antes do SL
Antes do SL
Capacidade Financeira
3
Capacidade Financeir a
4
2,5
Imposição Legal
2
Capacidade Técnica
3
Imposição Legal
1,5
1
0,5
0
0
Entorno / Am biente
Capacidade Técnica
2
1
Entorno / Ambiente
Grau de Informatização
Grau de Informatização
Dem anda / Motivação
Dem anda / Motivação
Processos de Migração dos Domínios de Aplicação
Momento da Decisão
Capacidade de Ar ticulação
Capacidade de Articulação
Trajetória Contextual dos Atributos
Momento da Observação
Tipos de Licença
SWL
Sl
I,R
4
3
2
100%
1
0
D
50%
ASI
Arranjos
Institucionais
0%
R
50%
G
100%
AI
I,D,G
3
2
1
0
SWP
SP
ITI/SOFTEX
55
4.1.6 Caracterização detalhada das prefeituras da Amostra
Prefeitura
Estado
Região
População
Porte
Gestão
PIB
IDH
Amparo
SP
SUDESTE
60.404
Média
PT
533.011.480
0,806
Rio das Ostras
RJ
SUDESTE
42.024
Pequena
PV
115.870.819
0,775
Porto Alegre
RS
SUL
1.371.082
Grande
PT
14.688.631.102
0,865
Viamão
RS
SUL
16.198
Pequena
PT
332.042.221
0,691
Belo Horizonte
MG
SUDESTE
2.238.526
Grande
PT
23.329.539.880
0,839
Sobral
CE
NORDESTE
155.276
Média
PPS
772.178[1]
0,698
Solonópole
CE
NORDESTE
16.198
Pequena
PSDB
24.076[1]
0,691
Manaus
AM
NORTE
1.405.835
Grande
PL
8.234.784.614
0,774
Recife
PE
NORDESTE
1.422.905
Grande
PT
7.831.939.738
0,797
Petrolina
PE
NORDESTE
218.538
Média
464.166.029
0,748
Campinas
SP
SUDESTE
969.396
Grande
PT
7.195.495.080
0,852
São Paulo
SP
SUDESTE
10.406.166
Grande
PT
107.608.757.593
0,841
Piraí
RJ
SUDESTE
22.118
Pequena
PMDB
300.772.505
0,777
4
Prefeitura
Arrecadação
2002
2003
2004
Orçamento Total
2002
2003
2004
Amparo
Não Disponível
Sem informação
Rio das Ostras
Não Disponível
Porto Alegre
5
Orçamento TIC´s
2002
2003
2004
6
Organização
Primeira
Atividade
SWL
R$ 5.000,00/2001
Coordenadoria de Informática
Infra
320 milhões/2003
340 milhões/2004
4,8 milhões/2003
5,8 milhões/2004
Assessoria de Informática
Infra
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
PROCEMPA
Infra
Viamão
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
Divisão de Informática
Infra
Belo Horizonte
Não Disponível
2,2 bilhões 2004
30 milhões/2004
PRODABEL
Infra
4
Em R$ Milhões
Em R$ Milhões
6
Em R$ Milhões
5
ITI/SOFTEX
56
4
Orçamento Total
2002
2003
2004
5
Prefeitura
Arrecadação
2002
2003
2004
Sobral
Não Disponível
R4 197.192.300,00
Solonópole
A arrecadação do
município é
praticamente
inexistente.
R$ 6.000.000,00
Manaus
Não Disponível
R$ 790 milhões
Recife
Não Disponível
Não Disponível
Petrolina
Não Disponível
Campinas
Orçamento TIC´s
2002
2003
2004
Não existe
orçamento
especifico para
TIC’s
Não existe
orçamento
específico para
TIC’s
R$ 100 mil/ano
específico para a
SEMAD
6
Organização
Primeira
Atividade
SWL
Coordenadoria de Informática
Infra
Não tem área específica para
informática
Infra
SEMAD
Infra
Não Disponível
EMPREL
Infra
Não Disponível
Não Disponível
Assessoria de Informática
Infra
Não Disponível
R$ 870.000.000,00
R$ 1.012.000.000,00
R$ 1.135.000.000,00
Não existe
orçamento
específico para
TIC’s
IMA
Infra
São Paulo
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
PRODAM
Infra
Piraí
Não Disponível
R$ 49.808.600,00
R$ 68.200.000,00
R$ 77.133.000,00
R$ 0,00
R$ 0,00
R$ 6.474.291,00
Divisão de Informática da
Secretaria Municipal da
Fazenda
Infra
Prefeitura
Lei de SWL
PMAT
PNAFM
Amparo
N.º 2.682,/ 2001
Não Tem
Financiamentos da FAPESP
Não Tem
Rio das Ostras
Não Tem
Não Tem
Não Tem
Porto Alegre
LEI N.º 8.881/ 2002
PMAT sem informações de valores
PNAFM sem informações de valores
Viamão
Não Tem
R$ 2 milhões após primeira migração.
Não Tem
Belo Horizonte
Não Tem
R$ 22 milhões FAPEMIG, CEPq, FINEP
Não Tem
Sobral
Não tem
Não tem
PNAFM –de R$ 1.070.100,00
TIC’s – R$ 503.750,00
Solonópole
Lei 614/2001
PMAT - não aprovado
Não tem
Manaus
Não Tem
R$ 6 milhões
Não tem
Recife
Lei é a 6639/2001
R$ 7 milhões
Não tem
Petrolina
Não Tem
R$ 2.400 milhões
Não tem
Não Tem
PMAT 2004
Total TIC’s R$ 17.666.667,00
Total SL R$ 1.714.450,00
Total SP R$ 2.701.260,00
PNAFM 2004
Total TIC’s R$ 13.179.673,50
Total SL
R$ 2.950.100,00
Total SP
R$ 2.549.000,00
Campinas
ITI/SOFTEX
57
Prefeitura
Lei de SWL
PMAT
PNAFM
São Paulo
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
Piraí
Não Tem
PMAT aprovado em 2002.
TIC´s: R$ 408.600,00
Não tem
Prefeitura
Infra-Estrutura antes SL
Infra_Estrutura após SL
Recursos Humanos
Sistemas em Clipper
SAC,SIAM,
desenvolvedores
Rede Novell com cabo coaxial.
100 micros 5 servidores,200 micros em
escolas, e hospitais e 30 micros em
secretaria. Groupware. Frame ralay
1 gerente de redes
1 coordenador
Amparo
Parque Computacional 486
1 web designer
suporte terceirizado
1 assessor de informática
Rio das Ostras
Poucos equipamentos com um
único sistema de patrimônio
Criação da Assessoria de Informática
1 diretor de informática
SIAMWEB, provedor de acesso,
distribuição TATUI, interface gráfica
baseada no QVMW
4 analistas de sistemas
1 programador
suporte terceirizado
Porto Alegre
Viamão
Belo Horizonte
Empresa de processamento de
dados com soluções SP, com
baixa integração.
Empresa de processamento de dados
com soluções de SL em todos os níveis
e capacitação de mão de obra em
soluções livres
Empresa com 300 funcionários
sendo que 2/3 são desenvolvedores
1 servidor Compaq
1 analista de sistemas hacker
1 EDISA
130 micros em rede
10 terminais
170 micros no total
1 analista de sistemas nível
superior
rede Novell
sistema de cabeamento integrando as
AR dos bairros e secretarias.
manutenção de hardware
terceirizada.
Empresa de processamento de dados
com parcerias com universidades
UFJF,UFMG e UFSC.
Empresa com 426 funcionários,
participação no PSL-MG e demais
comunidades
Empresa de processamento de
dados com utilização de
soluções livres desde década de
90. A primeira iniciativa foi em
1995 com o uso de GNU/Linux
no servidor de Internet
Infra estrutura sob
responsabilidade da equipe interna
Criação da Assessoria de Informática
Dois provedores de Internet sendo um
deles gratuito
Sobral
Parque computacional de 18
computadores
Parceria com BB para implementação
de quiosques
Mais de 300 computadores ligados em
rede
Assessoria de informática com 25
pessoas para desenvolvimento de
suporte a toda a rede da prefeitura,
inclusive manutenção de hardware.
Integração total da prefeitura e
secretarias com fibra ótica e rádio.
Solonópole
Contava com 4 equipamentos
sucateados e 3 pentium 100 em
operação com SO proprietário.
Manaus
SEMAD, Secretaria Municipal de
Administração e Planejamento
responsável pela informática
para modernização
administrativa da área de
pessoal, patrimônio,
transportes, serviço social e
materiais.
Recife
ITI/SOFTEX
Empresa de processamento de
dados criada em 1969 que
contava com um parque
computacional de mais ded 300
equipamentos, equipamentos
IBM, RISC, etc
Atualmente a PM conta com 40
equipamentos , interligados
Equipe com 3 pessoas sendo que
duas deles tem o segundo grau
incompleto.
SEMAD hoje com 50 % das aplicações
em SL e 50% em SP. Os equipamentos
da SEMAD utilizam 100% SL.
Equipe composta por 12 pessoas
Rede de comunicação gratuita, sem fio,
operada com SL e transmitida com
ondas de rádio.
30% cursando graduação
Parque computacional de 6000
equipamentos, 3500 micros, 105
sistemas em operação. Cabeamento
estruturado, rede elétrica estabilizada,
rede de comunicação de dado e voz,
equipamentos servidores, software
básicos e de apoio. Conta com URA,
terminais de auto atendimento e
geoprocessamento e é um provedor de
331 funcionários
6 desenvolvedores em SL
70% graduados
491 pessoas
160 prestadores de serviço
58
Prefeitura
Infra-Estrutura antes SL
Infra_Estrutura após SL
Recursos Humanos
acesso.
Petrolina
Campinas
São Paulo
Não Disponível
Não Disponível
Empresa de TIC’s IMA
Infra estrutura física (cabeamento e
roteadores), e virtual (software) da rede
de comunicação de dados da PMC. Data
Center para hospedagem de aplicativos,
página web e base de dados.,
desenvolvimento de sistemas,.
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
Equipe de 47 pessoas sendo:
29 nível superior
18 nível médio
Não Disponível
Entre 200 a 300 equipamentos.
Piraí
Prefeitura
Entre 100 a 200 equipamentos
Integração do município com rede
gratuita de alta velocidade, com
sistemas híbrido que combina wireless
e power-line e via cabo. São utilizados
preferencialmente SL.
outras Unidades PM
Equipe composta de 15 pessoas:
nível superior
7 nível médio
Inclusão Digital
Próximos Passos
Não tem
Governo eletrônico
Secretaria do Bem Estar Social –
Projeto Um Bem Maior
Aquisição de Totens e unidade
móvel
Laboratórios em escolas,
Hospitais
Amparo
Secretarias
Saúde
Vigilância Sanitária
Rio das Ostras
Obras, Saúde e Educação
Laboratórios em escolas
Porto Alegre
Rede escolar
Saúde
Secretarias
Telecentros
Projeto Software Livre –RS
Unidades administrativas dos
Bairros
Aplicação do PMAT para
recadastramento imobiliário
Transporte
Viamão
Saúde
Não tem
Secretaria da Educação
Laboratório em escolas
Melhoria de segurança física dos
servidores
Melhoria do sistema de Gestão
Laboratórios de capacitação dos
servidores da PM m OpenOffice
Belo Horizonte
Ampliação de Telecentros
Serviço o de rádio
Projeto Internet Cidadã com três
centros
Gestão Escolar
Inclusão digital nas escolas
públicas com Libertas
Rede Municipal de Informática
Unidade Móvel de Inclusão Digital
Expansão dos projetos em
andamento
Secretarias
Sobral
Informatização da diretoria de
todas as 92 escolas públicas
municipais, incluindo distritos
Laboratórios de Informática no
Centro de Ciências e Línguas
Estrangeiras
Instalação de provedor gratuito
de acesso a Internet
Laboratórios de informática em seis
das maiores escolas públicas
municipais com doze computadores
cada um
Implantação de 10 câmaras de
vídeo para monitoramento do
Patrimônio Histórico
Instalação de quiosques para
utilização pública, em parceria
com o BB utilizando o SO
Windows.
Secretaria da Educação
Laboratórios em escolas
públicas
Solonópole
ITI/SOFTEX
Serviços públicos como
hospital, centros de saúde,
escolas, administração pública
em todas as estancias,
estabelecimentos comerciais e
Ilhas Digitais com serviços de e-gov
disponível aos cidadãos
Instalação de laboratórios de
capacitação em Linux
Instalação de sistema de Call
center para geração de emprego.
59
Prefeitura
outras Unidades PM
Inclusão Digital
Próximos Passos
Não existe
Elaboração de projeto de lei
dando preferencia ao uso de
software livre em qualquer
aquisição da PMM.
domicílios particulares.
Manaus
Somente na SEMAD com
produção de sistemas legados
para aplicações desktop quando
não for possível adotar o
equivalente aberto (ZOPE),
migração gradual para multi
camadas (JBOSS), utilização de
SGBD livre (MySQL e MaxDB)
Disponibilização do SIGI em CVS
Recife
Petrolina
Laboratórios em escolas
Não se aplica
Não tem
Continuidade do laboratórios de
desenvolvimento de SL
Não se aplica
Não se aplica
Telecentros
Continuação da diretriz
estratégica da PMC de adoção de
SL
Não disponível
Não disponível
Serviço de Informação ao
Cidadão
Saúde On Line
Campinas
GED
Rede Escolar
Alimentação Escolar
São Paulo
Não disponível
Computadores em 17 pontos:
laboratórios em escolas municipais
Piraí
Os sistemas da prefeitura, saúde
estão ainda em SL
bibliotecas
Telecentros
Instalação de laboratórios de
acessos gratuito em todas as
escolas e prédios públicos.
todos os postos de saúde
2 quiosques públicos
Prefeitura
Fornecedores SW Proprietário
SWLProdutos
Conectiva
Comunidade
CCA
CONAM
SIAM, Sistema Orçamento e Finanças
PostgresSQL, Linux Conectiva
Novell, Windows XP, 98, 2000
Mozilla, Web Calendar, Web Mail
Open Office....
Rio das Ostras
Conectiva
CCA
CCA
Red Hat, Mandrake, Kurumim
SIAMWEB, Openoffice,
Porto Alegre
Interna
Conectiva
Red Hat
diversos
Linux Conectiva, Interface KDE
OpenOffice, Linux Red Hat
Sendmail, Squirrel, OpnLdap
Squid, Apache, PHP, Zope
Webalazer, Javascript,......
Viamão
Conectiva
Interna
CCA
Novell
FATEC (Universidade Santa
Maria)
Linux Conectiva, SIAM, Openoffice
Apache, Sendmail....
Interna
Universidades
Microsoft
GNU/Linux, Apache, Zope, Bind
Sendmail, Openoffice, Libertas.....
Sobral
Interna
Consultorias técnicas
diversas,
Universidade Estadual Vale do
Acaraú
Instituto de Comunicação e
Informática
Msoffice, PHP, Interbase
Postgres, Delphy, Starofffice
Openoffice, Linux Slackware
Kylix, Java multiplataforma .....
Solonópole
Red Hat
Liberty
Manaus
Interna
diversos
Recife
Interna
Cesar
Diversos
Petrolina
não se aplica
interna e terceiros
Red Hat, Common Linux, Openoffice
Evolution, Gimp, Diápora
Openoffice, Zope, Jboss, MySQL
MaxDB, Apache, Sendmail...
Apache, Tomcat, Jboss, Sendmail
ProFTPD, DNS, RADIUS
MRTG, PostgreSQL, PHPgroupware
SIRI, Linux Red Hat, Openoffice.....
GNUteca
Campinas
Interna e Apoena
Interna e terceiros
Staroffice, Openoffice, PHP
Amparo
Belo Horizonte
ITI/SOFTEX
Fornecedores SW Livre
60
Prefeitura
Fornecedores SW Livre
Fornecedores SW Proprietário
SWLProdutos
MySQL, PostgreSQL, Apache..
São Paulo
Piraí
Prefeitura
Não disponível
Interna
UFRJ
Não disponível
Não disponível
Diversos
PHP, Red Hat, Delphi, Oracle
Dificuldades/Riscos
Vantagens/Recompensas
Migração do legado
Ausência de apoio das secretarias
Redução de custos
Resistência cultural dos mais capacitados
Amparo
Pouco
conhecimento
financiamento
das
linhas
de Redução de produtos ilegais na PM
Melhoria organizacional
Pouco conhecimentos de tipos de licença
Melhoria dos processos de documentação
Dificuldade de interface com estancias do
governo
Migração dos arquivos de escritório
Ausência de apoio das secretarias
Rio das Ostras
Legislação e burocracia
Mentalidade acomodada dos funcionários
Carência de mão de obra em PHP
Redirecionamento dos recursos economizados com
as licenças
Capacitação e valorização dos funcionários
Desenvolvimento de interface para o usuário
Porto Alegre
Questão jurídica, migração do legado,
processo de contratação que inviabilizam a Redirecionamento de recursos não gastos em
participação
de
pequenas
empresas licenças p ara a inclusão digital e a capacitação e
provocando gap entre a decisão e a conscientização do funcionário.
implementação.
Viamão
Resistência da aprovação dos gastos por
parte do prefeito
Desligamento da empresa anterior a um custo
suportável pela PM
Riscos com a segurança dos servidores
Barreira cultural dos servidores para a Possibilidade da prefeitura em submeter projeto ao
aceitação da migração dos desktops de PMAT
proprietários para livre
Belo Horizonte
Dificuldades de implementação aconteceram
inicialmente porque não foram consideradas
as ações de sensibilização dos usuários. Foi
necessário o desenvolvimento de uma
interface amigável específica para os usuários
da prefeitura.
Bom conhecimento da PRODABEL das regras de
negócio da prefeitura, demanda por soluções mais
baratas por parte as secretarias, criação de um piloto
bem sucedido, o libertas, vontade política e
participação intensiva do usuário no processo de
migração.
Migração do legado
Sobral
Solonópole
Manaus
Recife
Petrolina
ITI/SOFTEX
Redirecionamento de recursos não gastos com
Aplicativos de produtividade, logo no início da licenças para a melhoria do parque instalado
migração, não localizados para o Brasil
A rejeição dos membros do legislativo com o As
vantagens
foram
a
possibilidade
da
argumento de que para que dar informática se informatização devido a existência de soluções livres
o povo precisa de arroz e feijão(sic).
de baixo custo
O contra argumento utilizado, segundo o A disponibilização de cultura e informação para a
entrevistado foi que o povo precisa de população.
informação, cultura e educação.
É considerado um caso de sucesso.
É necessário que alguém no entorno
operacional tenha conhecimento de SL e na O prefeito tem como meta a instalação de um pólo de
região existe a dificuldade de encontrar treinamento de Linux e a implementação de Call
Centers como alternativa ao desemprego.
profissionais capacitados em Java.
Resistência cultural das secretarias, lobbies
das empresas, descentralização das decisões
de informática na gestão do município, queda
de produtividade do usuário nos primeiros
momentos, dificuldade até a obtenção do
domínio da tecnologia e adaptação do
hardware
Sistemas legados
Cultura dos usuários
Não se aplica
Redirecionamento dos recursos não gastos com
licenças, diminuição de presença de software ilegal,
capacitação da equipe interna, e dinamismo para o
desenvolvimento que agora não depende de
aquisição de produtos para as plataformas de
desenvolvimento.
Redirecionamento de recursos economizados com
aluguel de hardware e licenças de software
direcionados para a modernização das plataformas e
equipamentos da empresa de TIC’s.
Não se aplica
61
Dificuldades/Riscos
Vantagens/Recompensas
Cultura dos usuários em SL
Sistemas legados
Redução de custos com licenças de software e
aluguel de hardware
São Paulo
Não disponível
Não disponível
Piraí
Pouco tempo para a migração, equipe ainda Investimento da prefeitura
em fase de treinamento
velocidade com menor custo
Prefeitura
Campinas
em
rede
Tabela 4.4 – Sinopse do Levantamento dos Dados de Campo
ITI/SOFTEX
62
de
alta
4.2. Análise dos Resultados
A seguir são apresentados as principais considerações analíticas relacionadas com as
entrevistas realizadas pela equipe do projeto. As considerações estão distribuídas em
blocos de informações.
4.2.1. Aspectos relacionados à Demanda de SL nas Prefeituras
Barreiras
Na Tabela 4.05 estão relacionadas as principais barreiras relacionadas a implantação de
soluções de SL nas prefeituras.
Barreiras
Migração do legado
Ausência de apoio das secretarias
Resistência cultural dos mais capacitados
Pouco conhecimento das linhas de financiamento
Pouco conhecimentos de tipos de licença
Dificuldade de interface com estancias do governo
Migração dos arquivos de escritório
Legislação e burocracia
Mentalidade acomodada dos funcionários
Carência de mão de obra em PHP
Resistência da aprovação dos gastos por parte do prefeito
Riscos com a segurança dos servidores
Barreira cultural dos servidores para a aceitação da migração dos desktops
Resistência cultural das secretarias,
Lobbies das empresas,
Descentralização das decisões de informática na gestão do município,
Queda de produtividade do usuário nos primeiros momentos,
Dificuldade até a obtenção do domínio da tecnologia
Adaptação do hardware
Tabela 4.05 - Barreiras
Observa-se que em alguns municípios há uma carência de capacitação dentre os
gestores no que se refere à captação de recursos, cooperação e domínio tecnológico. Por
um lado, a baixa capacidade de investimento pode facilitar a busca por alternativas menos
custosas (como acontece em municípios como Solonópole e Amparo ) mas, por outro
lado, as limita ao pouco arrojo ou ao longo período para realização, tempo este crucial
quando se considera as mudanças de mandato. Percebe-se que há o conhecimento
sobre linhas de financiamento e que há recursos disponíveis mas não se verifica a
efetivação de projetos aprovados sendo quase intrínseca a busca por empresas
ITI/SOFTEX
63
intermediárias de consultoria. Essas empresas, por vezes, podem não optar pela
utilização de software livre nos municípios, por diversos motivos. O baixo conhecimento
dos gestores públicos sobre opções tecnológicas pode acarretar em escolhas de
soluções menos adequadas às necessidades reais, mais custosas e já dispostas no
mercado no modelo tradicional de uso.
A repetida utilização de ferramentas proprietárias difundidas compõe muito mais uma
inércia cultural do que uma maior aderência às funcionalidades necessárias visto que, em
muitos casos analisados, foi possível verificar a utilização bem sucedida de ferramentas
livres. A resistência à mudanças e o receio de se assumir a responsabilidade por uma
nova opção tecnológica pouco experimentada compõem essa inércia cultural. Na
verdade, parte desse embate poderia ser contornado se prefeituras compartilhassem
experiências entre si e com universidades, evidenciando iniciativas bem sucedidas e
conhecendo, assim, o que já existe de alternativas, aspecto pouco explorado na realidade
brasileira. Um exemplo interessante acontece em Minas Gerais onde as soluções em
software livre desenvolvidas numa parceria com a UFMG e a PRODABEL vêem
auxiliando prefeituras na região da capital, Belo Horizonte. Contudo isto não é a regra.
Em grande medida, a resistência cultural, no caso das prefeituras de grande porte, pode
também ser examinada pela existência de grandes empresas já solidamente consolidadas
no mercado e que utilizam como estratégia de maior difusão o fornecimento de pacotes
de soluções a baixos custos. Esse tipo de estratégia é danosa para o restante das
empresas do mercado, pois pode incorrer em quebra de regras de concorrência além de
poder ser encarada como uma forma de aprisionamento cultural. Empresas que se
utilizam do modelo de software proprietário e são responsáveis por sistemas e / ou
módulos legados em prefeituras também podem ser dificultadores da implantação de
software livre à medida que algumas mantêm consigo informações de seus clientes e não
fornecem o código de seus produtos para avaliação de adaptabilidade ao novo modelo.
Outro fator que pode dificultar a implementação de software livre é referente, em alguma
medida, à suspeitas de que algumas empresas fornecedoras de software proprietário
conseguem privilégios de fornecimento de seus produtos e serviços à prefeituras
mediante relacionamentos estreitos com os gestores.
Outro macro aspecto apontado refere-se a lei 8666 de 21/06/1993 que estabelece normas
para licitações e contratos administrativos que inibem a participação de pequenas
empresas, perfil predominante no modelo de software livre.
ITI/SOFTEX
64
Rompidas as barreiras mencionadas e aprovado o projeto de utilização de software livre
há ainda nesse nível da discussão – tomadores de decisão - uma outra barreira: implantar
e disseminar dentre as secretarias a nova opção tecnológica. O que foi percebido em
grande parte dos casos é uma resistência cultural dentre os gestores dos diversos
órgãos e instâncias pertencentes ao município. Sob alegação técnica e de perda de
produtividade, secretários da educação, saúde, etc, dificultam a integração do projeto no
Município. Em alguns casos observou-se que há penetrabilidade, contudo é necessário
tomar esse aspecto como relevante na discussão.
No nível técnico podemos identificar, primeiramente, a descentralização de informações
referentes a soluções em software livre formatados para as necessidades dos municípios.
A equipe interna precisa garimpar alternativas e despendem muito tempo com a busca e
avaliação. Equipes razoavelmente capacitadas na utilização de ferramentas livres
afirmam que a ausência de um repositório bem divulgado de soluções e experiências de
software livre formatado para as necessidades de municípios dificulte uma implementação
mais eficiente. Uma das causas desse problema é o pouco conhecimento que se tem
sobre as formas de licenciamento e disponibilização de tais soluções. Das soluções que
foram desenvolvidas pelas equipes internas das prefeituras percebeu-se não haver
resistência em compartilhar com outras prefeituras a solução criada. O problema está na
pouca comunicação e na forma de licenciar tais soluções para que permaneçam livres.
Outro problema técnico está na disponibilidade de profissionais. Dependendo da região
há carência em capacitação em determinadas ferramentas livres.
O que se observou é que além das dificuldades de desenvolvimento há também barreiras
a serem rompidas na implementação. Essas barreiras referem-se principalmente à
conversão dos legados e à resistência cultural dos usuários. Algumas prefeituras tiveram
graves problemas com seus arquivos proprietários no momento da migração sendo um
dos aspectos mais críticos para as equipes técnicas. Há a necessidade de que a evolução
do software livre no País seja orientada no sentido de aprimorar os projetos de migração
de legados e, no caso das grandes prefeituras, projetos multi-plataforma.
Em última instância, há uma perda de produtividade momentânea do usuário, causada
pelo período de adaptação inerente à troca de opção tecnológica que poderá ser mais ou
menos duradoura dependendo da preocupação com a capacitação e interface gráfica que
interagirá com o servidor público. Em Rio das Ostras e em Belo Horizonte foi realizado
com sucesso o desenvolvimento de interfaces amigáveis capazes de reduzir essa perda
de produtividade. Esse problema foi apontado como preocupante, pois sem a
ITI/SOFTEX
65
sensibilização e parceria do usuário o projeto não progride. Contudo, o que se observa
também é que muitas iniciativas nesse sentido já vêem sendo realizadas. É necessário
também um processo de capacitação anterior à implantação, podendo esta ser fornecida
tanto pela equipe interna, se ela estiver hábil a isso, tanto quanto por terceirização.
Em prefeituras onde o grau de informatização é muito baixo, a resistência cultural é quase
nula pois não há barreiras inerciais de comportamento a romper.
Oportunidades
Na Tabela 4.06 estão relacionadas as principais oportunidades relacionadas a
implantação de soluções de SL nas prefeituras.
Oportunidades
Redução de custos
Redução de produtos ilegais na PM
Melhoria organizacional
Melhoria dos processos de documentação
Redirecionamento dos recursos economizados com as licenças para inclusão digital
Capacitação e valorização dos funcionários
Desenvolvimento de interface para o usuário
Desligamento da empresa anterior a um custo suportável pela PM
Possibilidade da prefeitura em submeter projeto ao PMAT
Redirecionamento de recursos não gastos com licenças para a melhoria do parque instalado
A disponibilização de cultura e informação para a população
Tabela 4.06. - Oportunidades
Do ponto de vista das prefeituras, um dos principais motivadores para a adoção de
software livre é econômico: é a forma de viabilizar a informatização das rotinas da
prefeitura. A situação econômico-financeira das prefeituras é, em sua imensa maioria,
frágil e extremamente dependente de repasses federais e estaduais, em geral já com
destinação definida. Por outro lado, a informatização é condição essencial para a grande
maioria das prefeituras hoje, mas os recursos financeiros para tal ou são limitados ou
simplesmente inexistentes.
Os custos principais para informatização podem ser divididos em: licenças, hardware e
mão-de-obra (operação, capacitação, suporte, manutenção, etc.). Seria necessário avaliar
os pesos de cada um destes grupos. Este exercício, entretanto, só pode ser feito caso a
caso, em que se analisem soluções de software específicas. A generalização poderia
estar suscetível a erros de avaliação e gerar conclusões equivocadas e passíveis de
contestação. Entretanto, podem-se fazer exercícios de aproximação com alguma
segurança que demonstrem tendências. Em muitas das cidades avaliadas, em que a
ITI/SOFTEX
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motivação econômica foi um fator crucial na decisão pela utilização de software livre, foi
realizado um exercício simplificado quando da adoção.
Licenças
Inicialmente, verifica-se que a adoção de software livre pelas prefeituras representa uma
mudança na composição e estrutura dos custos associados à informatização. Como já foi
comentado, a forma de aquisição de software proprietário está associada à aquisição de
direitos de uso de um número definido de cópias e, em muitos casos, por um prazo
também definido. Para a utilização deste software proprietário em um número maior de
máquinas ou por um número maior de usuários seria necessário adquirir novos direitos de
uso (licenças). Da mesma forma, ao término do período definido na licença, o usuário
deve renovar a licença junto ao fornecedor do software.
No caso de software livre, não há custo por usuário ou por máquina. A prefeitura poderá
adquirir (com custos ou não) uma cópia de um software livre e instalá-lo sem custos
adicionais (com exceção provavelmente da mídia para reprodução) em quantas máquinas
necessitar. A inexistência de custo adicional por máquina ou por usuário é um incentivo à
adoção de software livre, pois permite a informatização menos onerosa dos diversos
setores da prefeitura.
Além dos custos de aquisição, que são diferentes no caso de software proprietário ou de
software livre; aplicam-se indistintamente nos dois casos, os custos tradicionais de
serviços associados, tais como adaptação, capacitação, suporte, manutenção e operação
do sistema. Com exceção deste último, os demais serviços em geral são contratados de
terceiros, muitas vezes vinculados ao fornecedor do software (se não for ele próprio). Em
alguns casos, inclusive a operação do sistema é subcontratada de terceiros. Os custos
associados a todos estes serviços podem ser distintos, em função dos fornecedores, mas
a estrutura dos mesmos (no que se refere aos serviços) é equivalente para os dois
modelos.
Mão de Obra
Em um país como o Brasil, o custo da mão-de-obra é inerentemente baixo, quando
comparado ao custo das licenças de software, situação esta que não se repete nos
países de primeiro mundo. Na equação acima, então, este fator pode fazer com que o
valor das licenças passe a representar um percentual elevado do valor total,
principalmente se multiplicado pelo número de licenças, como ocorre com software
proprietário, necessárias para equipar prefeituras de porte médio ou grande, laboratórios
ITI/SOFTEX
67
de escolas e outras iniciativas que demandem grande quantidade de equipamentos e,
portanto, de instalações de software.
Hardware
O custo do hardware e de sua manutenção é outro fator importante na equação geral,
mas em uma abordagem simplificada pode-se considerar que em ambos os modelos
(proprietário ou livre) os custos associados seriam os mesmos. Ainda seguindo esta
lógica, podem-se considerar equivalentes os custos associados à mão-de-obra, uma vez
que as atividades serão as mesmas. Esta abordagem reduziria as diferenças basicamente
ao custo das licenças, que tende a zero no caso de software livre. Considerando-se esta
estrutura de custos, se eliminarmos os custos referentes às licenças (cobradas pela
instalação e/ou renovação periódica de software proprietário) haverá redução substancial
do custo inicial e periódico, o que permitirá um número maior de prefeituras iniciar ou
melhorar suas estruturas de informática. Em outros casos, as prefeituras poderão
implantar novos sistemas informatizados, para aumentar a produtividade ou melhorar os
serviços de atendimento ao cidadão ou ainda redirecionar os recursos economizados para
projetos sociais, capacitação de servidores e outros setores carentes.
Também há diversos relatos de utilização com bastante sucesso de equipamentos que
eram considerados obsoletos por não estarem mais aptos à utilização com soluções
convencionais, mas que com a adoção do software livre adequado puderam ser utilizados
em diversas situações. Este é um motivador importante a mais em um ambiente com
carência de recursos: a sobrevida de equipamentos.
Liderança
Outro fator preponderante para a adoção de software livre em prefeituras é a presença de
o que se convenciona chamar de líder um articulador aguerrido e contagiante, que busca
motivar a equipe para viabilizar a informatização com software livre. Este líder pode ser
tanto político quanto técnico, às vezes ambos, que está convencido da necessidade de
utilização de software livre e consegue persuadir liderados e instâncias superiores quanto
a isto. A presença de um líder eficiente, inclusive, pode fazer desnecessária a
concorrência de outros vetores, como uma equipe já capacitada, para o sucesso da
iniciativa. Esta figura às vezes personaliza-se no próprio prefeito, como em Solonópole, e
outras vezes em pessoal técnico de informática da prefeitura, como em Rio das Ostras,
Porto Alegre e outros tantos exemplos. Na maioria das vezes, a ação do líder não está
baseada exclusivamente em questões técnicas, mas de aderência à filosofia de uso e
ITI/SOFTEX
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desenvolvimento de software livre, podendo-se dizer até de aderência ideológica. Neste
caso, o fator econômico, de motivação e de resultados, pode até ser mencionado, mas
não é considerado o mais relevante para a adoção e sim questões como a autonomia e a
apropriação tecnológica pela prefeitura e pela sociedade.
Comunidade & Colaboração
Junto
a
este
líder,
podem
estar
membros
de
uma
comunidade
local
de
desenvolvedores/usuários de software livre, que facilitará o trabalho de convencimento e
de implantação de soluções livres. Muitas destas comunidades têm uma tendência a
apresentar-se para ações voluntárias, como para a organização de seminários e palestras
de divulgação e sensibilização, demonstrações públicas e até mesmo suporte à
implantação de software. O que motiva os membros destas comunidades é a sensação
de pertinência, de integrar-se a ações mais abrangentes, como ações sociais de sua
prefeitura, e poder participar em projetos amplos. No sentido inverso, os usuários dos
sistemas, quer sejam profissionais de informática ou não, podem passar a integrar
comunidades de usuários e contribuir e influir nos projetos, em um intercâmbio benéfico.
Além disso, outro conceito ligado ao software livre é também um potencial motivador da
integração de desenvolvedores em equipes voluntárias de apoio: a colaboração aberta.
Segundo este conceito, a possibilidade de colaborar não está atrelada à formação nem à
capacidade dos interessados. Os que desejarem participar do desenvolvimento de
determinado sistema têm seu lugar garantido.
Um efeito colateral benéfico que as prefeituras vislumbram na adoção de software livre é
a viabilização de ações de inclusão digital, que se tornam possíveis em função da
redução dos cursos originais de implantação de sistemas e laboratórios.
Universidades & Empresas Parceiras
A existência de universidades na região sempre é um fator importante para o salto ao
software livre, quer seja pelo fornecimento de pessoal graduado para as prefeituras, que
vão transportar suas experiências em software livre vividas no meio acadêmico para o
ambiente de produção da prefeitura, quer pela garantia de um mercado profissional
alimentado permanentemente. Bem como a possibilidade de buscar assessoria e ajudas
em casos de necessidade. Da mesma forma, algumas empresas conseguem destacar-se
a ponto de permitir que o tomador de decisões da prefeitura decida-se pelo software livre
pois tem nelas o apoio ou backup e o expertise que considera indispensável para trilhar
novos caminhos. Sobral/UVA (Universidade do Vale do Acaraú), Manaus/UFAM (Univ.
ITI/SOFTEX
69
Fed. Do Amazonas)/UEA (Univ. Estadual do Amazonas) e Solonópole/ Liberty Ltda são
exemplos destas ligações.
Decisão
A decisão política é fator marcante em muitas das decisões pela migração ao software
livre. Não são, entretanto, decisões atreladas a ideologia ou a partidos políticos. Pode-se
perceber que, sem apoio político, decisões estritamente técnicas podem não ter a mesma
desenvoltura. O apoio político foi importante em Rio das Ostras, por exemplo, onde, por
decisão político-estratégica, o prefeito decidiu que somente contrataria software se
pudesse possuir os fontes. Em Manaus, onde há total descentralização das decisões
relativas a informática, as decisões diferenciadas de cada secretaria criaram áreas
distintas dentro da prefeitura, com uma secretaria com processo avançado de migração
para software livre enquanto as demais permanecem com software proprietário.
Unânime também é o relato das prefeituras em que ocorreram avaliações dos software
anteriormente à decisão de adoção de software livre quanto à estabilidade, segurança e
disponibilidade dos mesmos. Este é um fator importante para as prefeituras que, com a
informatização, passam a depender muito dos sistemas, que contêm as informações que
a administração pública necessita para gerir o dia-a-dia do município.
4.2.2. Aspectos Econômicos
4.2.2.1. Custos & Oportunidades de Difusão
A primeira implicação da adoção de software livre para os usuários (no caso, as
prefeituras) é uma mudança na composição e estrutura dos custos associados à
informatização. A forma de aquisição de software proprietário está associada à aquisição
de direitos de uso de um número definido de cópias e, em muitos casos, por um prazo
também definido. Para a utilização deste software proprietário em um número maior de
máquinas ou por um número maior de usuários seria necessário adquirir novos direitos de
uso (licenças). Da mesma forma, ao término do período definido na licença, o usuário
deve renovar a licença junto ao fornecedor do software. No caso de software livre, não há
custo por usuário ou por máquina. A prefeitura poderá adquirir (com custos ou não) uma
cópia de um software livre e instalá-lo sem custos adicionais (com exceção provavelmente
da mídia para reprodução) em quantas máquinas necessitar.
Além dos custos de aquisição, incorrem indistintamente no caso de software proprietário
ou de software livre, os custos tradicionais de serviços associados, tais como adaptação,
ITI/SOFTEX
70
capacitação, suporte, manutenção e operação. Com exceção deste último, os demais
serviços em geral são contratados de terceiros, muitas vezes vinculados ao fornecedor do
software (se não for ele próprio). Em alguns casos, inclusive a operação do sistema é
subcontratada de terceiros. Os custos associados a todos estes serviços podem ser
distintos, em função dos fornecedores, mas a estrutura dos mesmos (no que se refere aos
serviços) é equivalente para os dois modelos.
A diferença citada poderá representar uma mudança nas formas como as prefeituras e
seus órgãos e empresas adquirem software e serviços associados e pode vir a ser
preciso
uma
revisão
dos
diplomas
legais
que
regulam
estas
relações.
Complementarmente, a inexistência de custo adicional por máquina ou por usuário é um
incentivo à adoção de software livre, pois permite a informatização menos onerosa dos
diversos setores da prefeitura. Entretanto, os custos totais ao longo do tempo devem ser
adequadamente avaliados, caso a caso, para garantir a melhor aplicação dos recursos
públicos. Também é de se destacar que a avaliação de um sistema de informação através
do simples custo financeiro (“menor custo”) não é adequada, devendo ser levado em
consideração também questões como a melhor técnica e os benefícios do sistema como
um todo (o que é de difícil realização e de materialização em estatutos legais).
Ainda relacionados a custos, faz-se necessário notar outros 2 aspectos importantes. O
primeiro, relacionado a questões de migração e de sistemas legados. Muitas prefeituras já
dispõem de sistemas informatizados de apoio à gestão, normalmente baseados em
software proprietário. Esta situação faz com que uma possível migração para sistemas
livres não sejam consideradas adequadas, em função dos custos que podem acarretar.
Antes de tudo, deve-se lembrar que estes custos existem mais em função da solução
proprietária estar prendendo o cliente do que em função de uma nova solução livre. Os
dados legados e a acomodação dos usuários são dois fatores-chaves na migração. Os
sistemas legados também são um forte argumento contra a adoção de software livre. As
possíveis vantagens da migração devem ser estudadas adequadamente, avaliando não
somente os custos imediatos, mas também os de médio prazo e os benefícios como um
todo.
O segundo aspecto diz respeito aos equipamentos. Registra-se com freqüência na
literatura disponível que equipamentos considerados obsoletos ganham sobrevida com a
escolha correta de sistemas e ferramentas livres. O argumento está relacionado com a
contínua disponibilidade de ferramentas, mesmo mais antigas que já teriam sido
descontinuadas se fossem produzidas sob licenças proprietárias. Assim, pode-se utilizar
ITI/SOFTEX
71
equipamentos mais antigos, de menor custo, para realizar tarefas não-críticas ou que
demandem menor capacidade de processamento. Isto garante um ciclo de vida maior
para as máquinas e uma redução considerável nos custos de atualização do hardware.
Em grande parte dos municípios brasileiros há carência total de recursos para
informatização (não há computadores) e em muitos outros há computadores obsoletos,
sem previsão de atualização. Para a implantação de uma política de difusão das TICs
para as prefeituras brasileiras não bastará apoiar o software livre mas também será
necessário apresentar as condições materiais mínimas para estes municípios mais
pobres, o que significa desde instalações físicas e elétricas adequadas e estáveis e
comunicação telefônica (ou por outro meio) para acesso à Internet até a capacitação não
somente do pessoal operacional, mas também das lideranças políticas da região. Estas
ações deverão gerar, paulatinamente, o ecossistema adequado para a modernização da
gestão municipal dentro de parâmetros de custos admissíveis.
4.2.2.2 Impactos Econômicos
A utilização de software livre nas prefeituras do Brasil possui um objetivo econômico claro:
a busca pela otimização dos recursos escassos.
De acordo com o IBGE (IBGE, 2001) 90% das prefeituras brasileiras não possuem
recursos próprios, dependendo exclusivamente de repasses federais e estaduais. A
administração pública nesses municípios encontra-se debilitada pela ausência de
mecanismos de informatização capazes de auxiliar os gestores a manter a transparência
e uma maior eficiência dos processos. A escassez de recursos das prefeituras e sua
baixa sistematização de informações para busca de financiamentos somada à verificação
de ser este um mercado de baixa lucratividade para as empresas são fatores que
dificultam a dinamização deste micro ciclo econômico. Prefeituras de maior porte não
incorrem com igual gravidade neste problema pois possuem estruturas melhor
organizadas, sendo capazes de possuir recursos dedicados à informatização ou mesmo
empresas desenvolvedoras especializadas em seus processos.
A utilização de software livre verificada no universo de pequenas, médias e grandes
prefeituras propiciou ganhos econômicos, direta ou indiretamente. Avaliou-se que em
poucos casos foi possível mensurar o Total Cost Ownership (TCO) antes e após a
utilização de software livre. A ausência de uma metodologia adequada para a
quantificação dos gastos e benefícios é o principal motivo dessa dificuldade de
verificação. Observa-se que a recolocação de recursos advém da não necessidade de
ITI/SOFTEX
72
pagamento de licenças nem da aquisição de soluções baseadas em ferramentas de
desenvolvimento proprietárias. Esta situação passa a constituir, segundo os relatos
averiguados, num melhor aproveitamento de hardwares, uma maior autonomia
tecnológica da prefeitura, maior transparência das ferramentas de gestão, estabilidade,
segurança, capacitação de equipe interna, possibilidade de realizar projetos sociais, maior
independência de fornecedores. Como se pode perceber, são diversos fatores não
palpáveis que precisariam ser quantificados e consolidados a fim de se obter uma
comprovação numérica. O que se observa é que poucas prefeituras da amostra
realizaram o cálculo antes de decidir pela utilização de software livre. As que realizaram,
mesmo não sendo possível mensurar as trocas com clareza, observaram uma colocação
mais racional dos recursos públicos ao longo do tempo. Pode-se citar como exemplo um
relato de redução do custo variável de, aproximadamente, 30% no sistema de educação
de Belo Horizonte. Em Rio das Ostras, entre 2001 e 2002, quando deixaram de adquirir
novas licenças, o excedente foi de R$ 600 mil referente à licenças.
Observou-se que uma prefeitura minimamente informatizada, ou seja, que dispõe de uma
assessoria de informática, recursos específicos para o fim da informatização, equipe
disponível, dentre outros, e que optou pela utilização de software livre modificou
efetivamente a composição de suas aquisições e serviços contratados ou realizados
internamente. A essência dessa modificação e os ganhos para o sistema de gestão
público foram o alicerce da unânime satisfação com a opção tecnológica. Antes da
utilização de software livre, a maior parte dos gastos da área concentrava-se em suporte
à rede e pagamento de licenças de uso. Muito embora grande parte das prefeituras
conviva com a irregularidade no uso das propriedades digitais, quando se opta pela
regulamentação torna-se complexo quantificar o valor da legalidade. Contudo, o maior
peso dos gastos advinha das soluções que utilizam ferramentas de desenvolvimento
proprietárias pois o custo total da solução embute o custo das licenças de tais
ferramentas além do que grande parte delas possui mais utilidades operacionais do que
os necessários para os fins referidos incutindo em gasto obsoleto. Com a utilização de
software livre e conseqüente redução nos custos com a utilização de ferramentas de
trabalho observou-se que recursos financeiros e econômicos migraram de direção
passando a compor novos projetos de melhoria da gestão e documentação, capacitação
interna, possibilidade de realização de projetos sociais, melhor aproveitamento das
máquinas.
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73
Com relação às prefeituras pouco ou nada informatizadas observou-se que não haveria a
possibilidade de realizar qualquer iniciativa de modernização da gestão ou inclusão digital
se não houvesse a alternativa por soluções de custo mais baixo. A utilização de software
livre nesses casos foi possivelmente a única forma de promoção de tais projetos. Tal
processo de informatização é crucial para a ampliação de chances de tais municípios
obterem êxito em busca de financiamentos que exigem transparência e organização.
Componentes da amostra demonstraram que não havendo autonomia econômica da
prefeitura, a viabilidade da automatização de processos quaisquer que sejam torna-se
praticamente inviável. Contudo, optando-se por ferramentas de baixo custo e por um
entorno favorecido (vontade política, conhecimento ou disponibilidade de soluções e
formas de implementação de baixo custo, existência de uma liderança tecno-política,
recursos humanos minimamente qualificados, etc) verificou-se a possibilidade de
realização.
4.2.2.3. Fornecedores
Poucas empresas visualizaram até o momento esse nicho de mercado, e as que já o
integram utilizam modelos proprietários. Das prefeituras que possuem sistema de gestão
e optaram por soluções ditas livres, o maior empecilho para implementação foi a migração
do legado de módulos proprietários fragmentados. Principalmente relacionados às áreas
de contabilidade, esses módulos possuem razoável dificuldade de integração técnica e
mesmo problemas de ordem jurídica. As empresas de software proprietário, responsáveis
por estes módulos, em geral, resistem, juridicamente, à perda de seus clientes causando
constrangimento no processo.
Os argumentos da empresas indicam que soluções de alto valor agregado no atual
modelo legal não poderiam ser disponibilizados com código aos contratantes visto que
são soluções complexas e de elevado grau de desenvolvimento, incorrendo em perdas
significativas à empresa. Contudo, poucas prefeituras brasileiras são capazes de realizar
gastos de igual magnitude para a aquisição de tais sistemas. A viabilização de normas e
linhas de financiamento que resguardem contratante e contratado são necessárias para
viabilizar o maior dinamismo do mecanismo descrito.
Outro ponto levantado pelas empresas refere-se à responsabilidade técnica e jurídica do
funcionamento do sistema que, caso fosse disponibilizado o código, poderia ser
manipulado incorrendo em possíveis fraudes contábeis da administração pública.
ITI/SOFTEX
74
4.2.3. Aspectos Sociais
4.2.3.1. Não aprisionamento tecnológico e dificuldades para migração e custos
A utilização de soluções livres pelos municípios é uma oportunidade de diminuir o
aprisionamento tecnológico uma vez que considera, para as soluções necessárias para a
implementação de soluções de TIC’s, a solução
alternativa livre que permite que o
município não fique refém de uma tecnologia proprietária. A dependência para suas
operações de um único fornecedor torna a solução vulnerável uma vez que este pode
decidir, por razões que lhe são peculiares, descontinuar o produto, ou uma linha de
produtos e lançar uma nova versão e ainda existe a possibilidade do fornecedor
interromper suas atividades. Além disso, a solução livre propicia ao município a
oportunidade de não ficar refém de uma tecnologia proprietária e de contar com vários
fornecedores de soluções e manutenção. A solução livre, como não existe uma entidade
que detenha os direitos de propriedade sobre o código fonte dos programas, não existe a
possibilidade de que um determinado produto seja descontinuado segundo a
conveniência comercial do fornecedor do sistema. Da mesma forma, mesmo que alguma
das empresas que distribuem software livre seja extinta, existem vária outras provendo
serviços e produtos similares, que poderiam facilmente substituir aquela que
desapareceu.
Além disso, estando o código fonte disponível na Internet, se houver um numero razoável
de usuários de determinado aplicativo e / ou sistema, a demanda por suporte gerada
pelos usuários têm se mostrado suficiente para que suporte e manutenção sejam
oferecidos por algum grupo de programadores através da Internet. Se a necessidade o
justificar, sempre é possível contratar programadores para efetuarem manutenção nos
programas, pois seu código fonte está disponível. Esta opção simplesmente inexiste com
software proprietário.
Dentre as dificuldades técnicas encontradas nos municípios da amostra foram observadas
dificuldades variando o grau de intensidade e natureza das dificuldades.
Em municípios como Solonópole, onde existiam poucos computadores e nenhum sistema
informatizado as dificuldades estavam na falta de mão de obra, capacitação de usuários,
disseminação da cultura da informatização e reengenharia dos processos existentes. Os
usuários não ofereceram barreiras uma vez que foram capacitados já na tecnologia nova.
Para Viamão e Amparo, cidades também com baixo índice de informatização, sem
sistemas de informação implantados, aprisionados tecnologicamente a uma empresa que
ITI/SOFTEX
75
fornecia um módulo de contabilidade e finanças informatizado os problemas técnicos
foram graves. Não se conseguiu migrar os dados da prefeitura das bases proprietárias
para as bases livres automaticamente. A migração foi feita manualmente e no caso de
destas duas cidades foi necessário a abertura de processos judiciais.
Para os outros pequenos municípios da amostra foram sempre observadas dificuldades
técnicas para a migração, dificuldades estas que são comuns na migração de uma
tecnologia para outra ou mesmo para novos releases de uma mesma tecnologia.
Quanto à questão de custos, devemos considerar as várias naturezas de custos
envolvidos no processo de substituição de tecnologia. O primeiro tipo de custo observado
é o custo da busca e esta categoria envolve os custos que ocorrem ao se buscar um novo
fornecedor ou cliente. Os custos que incidem sobre os clientes são fatores psicológicos, o
tempo e os recursos necessários gasto na busca do novo fornecedor e riscos de se tratar
com um novo fornecedor. Assim uma empresa que utiliza um determinado software e
deseje trocá-lo, deverá gastar tempo na busca de um novo fornecedor que possua um
programa que supra suas necessidades, realizar testes para garantir que os dados
anteriormente armazenados sejam reaproveitados pelo novo software e incorrer na
incerteza de lidar com um fornecedor desconhecido que pode não cumprir determinada
parte do acordo. Também devem ser considerados os custos de adequação do software
novo ao ambiente computacional existente, adequação às necessidades dos usuários,
compatibilidade de programas, demanda de hardware.
.Uma empresa que já tem instalado um parque computacional com software proprietários
deverá comparar, para um determinado período de planejamento, o valor atual do custo
esperado de ficar pagando a renovação das licenças para os software atuais e de adquirir
as licenças dos novos software e o custo do treinamento para usar os novos software
proprietários com o valor atual do custo dos treinamentos para uso do software livre e
adequações necessárias (alterar programas incompatíveis com o sistema livre e gasto
para conversão de dados).
Assim, uma empresa que considere um determinado horizonte de planejamento (por
exemplo 5 anos), deverá considerar a migração uma opção válida caso o custo de se
fazer um novo treinamento , de alterar programas incompatíveis com o sistema livre e
gasto para conversão de dados for menor que o custo atual de treinamento da empresa
com os software proprietários, aquisições de novos software e atualizações dos
programas existente no período considerado no período de planejamento A migração
obterá vantagens quando os software feitos sob medida para a empresa e que só rodem
ITI/SOFTEX
76
em uma plataforma proprietária estiverem obsoletos (ponto mínimo de aprisionamento),
sendo necessária a confecção de novos programas.
Mesmo que a empresa não se encontre em um momento de aprisionamento mínimo, esta
pode considerar a migração de forma gradual de seus sistemas, uma vez que é possível
manter a troca de dados os programas livres e proprietário. Isto diminuiria o grau de
aprisionamento da empresa com os software proprietários.
Nem todas as prefeituras a amostra executaram cálculos de custo de migração.
Nas prefeituras da amostra temos que em Amparo, por exemplo, a economia foi de
aproximadamente R$ 2500,00 por micro adquirido e a prefeitura adquiriu 200 micros além
do sistema de gestão integrada, capacitação, etc. no caso de Viamão a opção por
soluções livre proporcionou a possibilidade de migrar de 1 equipamento EDISA com 10
terminais em 1997 para 50 microcomputadores e 1 servidor COMPAQ em 2000 além da
aquisição do sistema de gestão integrada e conta hoje com uma rede de 150 máquinas,
um servidor e está em fase de negociação com a empresa de TELECOM para a ligação
das unidades administrativas dos vários bairros da cidade. Evoluções semelhantes foram
observadas nas outras prefeituras da amostra.
Nas médias e grandes prefeituras aconteceu também uma realocação significativa de
custos.
4.2.3.2. Impacto Social
Em todas as prefeituras da amostra foram observados movimentos, ações, planos e
projetos executados ou ainda em fase de implementação que nos conduzem a assertiva
acima.
Foram observados casos de criação de soluções novas, como a interface gráfica para
Linux, criada pela equipe da Prefeitura de Rio das Ostras que permitiu que se obtivesse
uma melhor adaptação por parte dos usuários á nova tecnologia de desktop. A criação de
uma “distro” Common Linux, baseada no Red Hat e que instala facilmente um ambiente
para desktop completo. Em Amparo foram desenvolvidos inúmeros módulos para gestão,
utilizando a tecnologia livre e se beneficiando de sua característica de interoperabilidade.
O município de Piraí, no Sul do Estado do Rio, recebeu o prêmio Cidades Digitais Latinoamericanas, na categoria Cidades de pequeno porte. Com o investimento de R$ 1,2
milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria de
fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias wireless
ITI/SOFTEX
77
(sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na administração da
cidade.
A possibilidade de adaptar aplicativos é uma das maiores vantagens advindas da
distribuição do código fonte dos programas, ou seja, a liberdade para adaptar um
programa as necessidades de seus usuários. Estima-se que a compra do software e o
pagamento pela licença de uso corresponda à cerca de 10 a 30% do custo total do
sistema. A maior parcela do custo advém de adaptações e correções ao software que
devem ser efetuadas ao longo de sua vida útil. A confiabilidade e segurança do software
livre, aliadas a facilidade de adaptação, permitem reduções substancias no custo total de
sistemas baseados em software livre.
Além disso, a maioria dos aplicativos distribuídos como software livre podem ser
configurados de muitas maneiras distintas pelos usuários. Isso ´e conseqüência de que
os programadores que desenvolvem estes aplicativos estarem habituados a trabalhar com
sistemas altamente configuráveis e portanto projetam seus sistemas com estas mesmas
características. Uma vez que os sistemas são distribuídos, novas opções são adicionadas
por outros programadores e redistribuídas, ou são solicitadas ao autor e então
introduzidas nas novas versões. O resultado são sistemas com grande numero de opções
que podem ser definidas pelos usuários.
Na amostra observada houve uma considerável melhoria na infra-estrutura de
telecomunicações. Esta melhoria foi conseguida com a elaboração de soluções criativas,
inovadoras e baratas. Foram utilizadas tecnologias de fibra ótica, rádio, cable modem,
antenas. A infra de telecomunicações foi disponibilizada aos cidadãos do município de
forma gratuita de maneira que cada cidadão pudesse ter uma identidade digital tipo
correio eletrônico, em algumas prefeituras uma máquina virtual, em outras a possibilidade
da utilização da VOIP. Devemos assinalar entretanto que existem casos onde, por
exemplo, há um provedor que vende serviços de comunicação.
4.2.3.3. Laços com Universidades
Na amostra, analisada, aconteceu um estreitamento nas relações entre as prefeituras e
as universidades da região ou em alguns casos até com universidades de outras regiões.
Em Petrolina a biblioteca da Faculdade de Computação está informatizada com o sistema
livre GNUteca produzido pela SOLIS que tem parceria com a UNIVATES (RS). Ainda na
Faculdade de Computação existe um núcleo de SL onde a capacitação dos profissionais
de dá por intermédio do forte relacionamento com a UNIVATES. Ressaltamos que neste
ITI/SOFTEX
78
município somente o provedor municipal foi implantado com tecnologia livre sendo que
todos os outros sistemas de informação da prefeitura, embora muito precários estão em
plataforma proprietária.
Nos casos de Amparo, Viamão, Piraí, a proximidade com UNICAMP/PUCC, UFRS, e UFF
respectivamente.
É interessante observar que o município de Solonópole utilizou-se de laços não com
universidade, mas sim com empresa privada, cuja matriz está localizada na região sul e
que tem uma filial em Fortaleza e cujo dono ocupa a função de prefeito da cidade.
4.2.3.4. Realocação de recursos
Para as cidades pequenas da amostra aconteceu, sem exceção uma realocação de
recursos com a utilização da tecnologia de software livre.
Nos municípios onde não existia orçamento disponível para TIC’s ou o orçamento era
limitado a ação se deu na busca de alternativas livres de forma conseguir um maior
número de usuários e processos informatizados a um custo menor (Amparo, Solonópole).
Uma outra forma de realocação encontrada pelos municípios foi o aproveitamento dos
recursos disponíveis antes empregados para o pagamento de licenças de produtos
proprietários e agora empregados na aquisição de produtos livres (Viamão, Amparo). A
alocação aconteceu também nos recursos de hardware, permitindo que equipamentos
considerados inservíveis ou obsoletos (Solonópole, Viamão, Amparo) para um
determinado uso e com um determinado software fossem aproveitados em outros usos e
com produtos alternativos livres (Amparo, Solonópole, Viamão, etc)
Outra alternativa de realocação utilizada pelos municípios da amostra foi a utilização de
equipamentos
obsoletos, doados por instituições do governo, ou não (Viamão) ou a
aquisição deste tipo de equipamento no mercado (Solonópole) e posterior aproveitamento
destes equipamentos em seus processos de informatização com soluções livres.
Em todos os pequenos municípios da amostra aconteceu um aumento nas equipes
internas responsáveis pelas TIC’s, crescimento este acompanhado de um considerável
aumento no nível de capacitação dos membros da equipe. O acréscimo da equipe
aconteceu pela contratação de novos funcionários (pouco) e pelo reaproveitamento dos
funcionários disponíveis na prefeitura e alocados anteriormente em outras áreas.
Nas médias e grandes prefeituras o processos de re-alocação de recursos se deu de
forma semelhante com a obtenção de resultados semelhantes am escala ampliada.
ITI/SOFTEX
79
4.2.4. Aspectos Tecnológicos
4.2.4.1. Categorias de Software para uso no âmbito da prefeitura
Segundo os critérios utilizados nesta pesquisa, a informatização municipal deve
caracterizar-se por agilizar a administração pública municipal, tanto para questões de
gestão interna quanto para a prestação de melhores serviços ao cidadão e para o interrelacionamento com outras esferas de governo. Desta forma, deve ser composta por um
mix de pacotes padronizados e de soluções personalizadas, de acordo com as
características da própria prefeitura e das necessidades e exigências de informações da
legislação municipal, estadual e federal aplicáveis.
Com estas características em mente, foram definidos quatro domínios de aplicação, na
expectativa de agrupar todo o conjunto de software aplicativos e operacionais necessários
para a conformação de uma prefeitura informatizada:
•
Infra-estrutura: envolve todos os servidores e sistemas operacionais dos
equipamentos de retaguarda, de comunicação, segurança, etc
•
Aplicativos de produtividade: software de desktop, como sistema operacional,
ferramentas de escritório, de colaboração e comunicação, compactadores, gestão
de documentos, CAD, etc
•
Sistemas de gestão: sistemas para os setores tributário, planejamento,
administração financeira e orçamentária, ouvidoria, recursos humanos, protocolo,
legislação, gestão de projetos, etc. Preferencialmente, estes sistemas devem ser
integrados para gerar um fluxo eficiente de informações.
•
Sistemas de relacionamento: com o cidadão (institucional e operacional), com
fornecedores e com outros governos e poderes.
Os conceitos de software livre trazem consigo algumas mudanças que, em virtude da
atual dependência que todas as atividades produtivas humanas têm em relação à
informática, tendem a afetar a sociedade, em especial em relação à indústria de software
em quanto à competitividade e em relação aos consumidores de software em quanto à
possibilidade de escolha e ao acesso a informações.
Como as prefeituras municipais não são células isoladas da sociedade, é de se esperar
que os efeitos da adoção / implantação de software livre que se percebam em outros
setores também o sejam nas prefeituras. Evidentemente, as prefeituras são consumidoras
ITI/SOFTEX
80
de tecnologia de informação e comunicações e sob este aspecto devem-se avaliar os
possíveis impactos sobre elas.
Além disso, a prefeitura tem deveres e responsabilidades específicos que também podem
ter implicações diretas no que se trata de sistemas de informatização e que são
específicas a ela. As prefeituras podem avaliar e, se for o caso, usufruir das
oportunidades criadas pelo software livre em benefício da população. Se, com a adoção
de software livre, a prefeitura conseguir reduzir seus custos ou aumentar a eficiência de
sua máquina administrativa, poderá oferecer melhores serviços à população, aplicando o
excedente de recursos em setores carentes ou ampliando seus serviços de informação e
de comunicação com a população.
4.2.4.2. Cenários de difusão
Antes de mais nada, é preciso definir o que se entende por uso de software livre em
prefeituras. Num caso extremo, a adoção de software livre pelas prefeituras significará
que toda a infra-estrutura, os sistemas específicos de gestão, os aplicativos de
produtividade de escritório e os sistemas de relacionamento com o cidadão, fornecedores
e outras esferas de governo serão software livres. Neste caso, todos os computadores da
prefeitura estarão equipados com um sistema operacional livre, utilizarão ferramentas
livres, acessarão bancos de dados livres e se comunicarão utilizando software livre,
através de equipamentos (roteadores, p.ex.) que também utilizam exclusivamente
software livre. Um requisito também importante é que os sistemas devem estar sob
controle direto da prefeitura ou indireto através de empresa pública municipal.
Evidentemente, este cenário hoje não é real por diversos fatores. Há muitas prefeituras
que não têm condições materiais (financeiras, recursos humanos) de manter uma
razoável infra-estrutura informatizada .
No outro extremo, nas prefeituras em que já existe um parque de informática, existem
diversos sistemas proprietários, com dados históricos armazenados, onde a sua
substituição por sistemas livres geraria custos muito altos. Ademais, grande parte dos
aplicativos necessários para as prefeituras não está disponível como software livre. A
busca de um equilíbrio entre o possível e o desejável é uma tarefa que deve ser definida
caso a caso, em função das peculiaridades e disponibilidades locais. Também há que se
avaliar se a configuração escolhida é a que trará maiores benefícios para cada município.
A equação não é simples em seus componentes, que adquirem diferentes graus de
importância e liberdade em distintas conjunturas e contextos geográficos, e está ademais
condicionada a fatores contingentes a situações locais.
ITI/SOFTEX
81
É importante lembrar que não são apenas os sistemas operacionais ou os editores de
texto que caracterizam o ambiente informático de uma prefeitura. É claro que não se pode
desprezar o trabalho de manutenção, suporte, treinamento relacionados a estas
ferramentas citadas. Mas as prefeituras têm um perfil bem diferenciado do mercado
privado em termos de sistemas e soluções informáticas necessárias para o seu dia-a-dia.
Além disso, como há uma grande diversidade de atividades econômico-sociais
desenvolvidas em cada município e das responsabilidades assumidas por cada prefeitura
(algumas mantém empresas de transporte urbano, outras corpos de guarda municipal,
etc), também haverá diferentes necessidades específicas para algumas prefeituras. Por
isso, para suprir as necessidades das prefeituras de um modo geral, existe um número
elevado de sistemas aplicativos de apoio à gestão (recursos humanos, controle financeiro
e contábil, planejamento, arrecadação de impostos, contas a pagar, patrimônio, etc), bem
como ferramentas adequadas para comunicação com os cidadãos (comunicação
institucionais, arrecadação, prestação de serviços, etc), com os fornecedores (aquisições,
pagamentos, etc) e com outras esferas de governo (sistemas integrados, comunicações
entre sistemas não-integrados, etc). A grande maioria destes não são software tipo
pacote, o que significa que, no caso de implantação, haverá muito trabalho de
desenvolvimento e de adaptação em cada prefeitura, além dos já citados manutenção e
suporte e capacitação dos usuários e de administradores de sistemas.
De qualquer forma, para atingir determinado grau de informatização com vistas a
modernização e produtividade administrativa, é necessário dispor de todo um
ecossistema, que garantirá conhecimento, mão-de-obra e serviços adequados e de forma
contínua. Este ecossistema é composto por profissionais de informática (internos e
externos à prefeitura), usuários capacitados e apoiadores técnico-políticos, além da
disponibilidade das próprias soluções informáticas para implantação e de uma infraestrutura de telecomunicações e de hardware minimamente adequadas. Os profissionais
de informática (internos ou externos) são os responsáveis por implantar e por manter os
sistemas. Os usuários, em última análise, são os responsáveis pelo sucesso da iniciativa.
Se eles não estiverem devidamente capacitados e convencidos dos benefícios da
informatização ou, por algum motivo, estiverem contra a iniciativa, será muito difícil vê-la
dando frutos. Os apoiadores técnico-políticos são os que difundem e defendem as idéias
do software livre e convencem os tomadores de decisão pela adoção do mesmo. Esta
configuração não está presente na maioria dos municípios brasileiros, e este é um dos
principais
condicionantes
para
a
ampla
informatização
nos
municípios
conseqüentemente, da adoção do software livre.
ITI/SOFTEX
82
e,
4.2.4.3. Estrutura de Produtos
Dentro das possibilidades de utilização de software livre é possível perceber níveis não
interdependentes: infra-estrutura, aplicativos de produtividade, soluções de gestão
integrada e aplicativos de relacionamento com o cidadão. O que se observou é que nos
níveis de infra-estrutura e de relacionamento com o cidadão ( p. ex, web sites interativos )
a permeabilidade do software livre foi maior. Um dos motivos incorre no fato de que em
tais níveis não há consciência ou visibilidade do usuário-cidadão quanto à opção
tecnológica. Desta forma, a redução do custo torna-se mais aparente e a resistência
cultural se dilui.
No nível de aplicativos de produtividade observa-se que a penetrabilidade do software
livre é menor no primeiro momento dado o aprisionamento tecnológico dos usuários, a
resistência cultural à mudanças e a razoável complexidade de migração de legados. Nos
casos observados não houve retrocesso embora seja claramente necessário preparar o
usuário e a equipe técnica para o processo de mudança, o que incorre em utilização de
recursos financeiros e econômicos. De qualquer forma, a orientação e a sensibilização
demonstraram-se tarefas exeqüíveis dada a motivação inerente observada nos projetos
dessa natureza. O legado, tecnicamente, exige também uma especial atenção e deve ser
realizada de forma estruturada para não gerar traumas e apreensão relacionados à nova
opção tecnológica. Sendo assim, há de se haver investimento constituído principalmente
em capacitação. Havendo-se uma equipe interna capacitada para tal, os recursos
financeiros necessários são diminutos. Não havendo tal disponibilidade, é necessária a
contratação de terceiros. A redução de gastos com software é significativa. Em Sobral
foram 1.000 desktops. Cada licença de uso custa R$ 1.400,00 por computador. Os 180
computadores da sede da Prefeitura estão com o Open Office. Outros 840 computadores
de mesa espalhados pelas escolas públicas, postos de saúde e outros órgãos da
administração municipal também já trabalham com o Open Office.
No nível de sistemas de gestão integrada observou-se uma situação peculiar. Dentre o
universo de soluções denominadas de software livre, é possível observar que alguns
sistemas desenvolvidos utilizaram algumas ferramentas e ambiente de desenvolvimento
de software livre. Esses sistemas possuem custo inferior aos tradicionais embora não haja
a transferência da tecnologia ao usuário contratante. O código da camada da solução que
contém o conhecimento do negócio de gestão não é disponibilizado como um todo ao
contratante de forma que tais soluções incorrem em alguns modelos proprietários de uso.
O contratante não possui autonomia tecnológica, permanece dependente do mesmo
ITI/SOFTEX
83
fornecedor para a realização de assistência a módulos específicos e não é permitida a
redistribuição, lucrativa ou não, da solução à outros municípios.
Dentre o universo de prefeituras da amostra, 70% possuíam sistemas de gestão integrada
e o restante das prefeituras ou não possui nada ou possui módulos não integrados. Das
que possuem gestão integrada verificou-se que 50% possui sistema de gestão baseado
em ambiente livre. Com exceção da solução desenvolvida pela empresa municipal de
informática Emprel para Recife, a maioria das soluções advém de algumas poucas
empresas de origem não-tecnológica, especializadas em contabilidade e gestão
municipal. Tais constatações espelham a realidade qual seja: sistemas web de gestão
integrada são, das camadas de informatização, os mais custosos e complexos podendo
ser mensurados em, aproximadamente, R$ 300 mil mais assistência mensal para
prefeitura de pequeno porte.
4.2.4.4. Capacitação Tecnológica
Para se analisar os resultados referentes a amostra de prefeituras pesquisada vamos
primeiramente fazer uma classificação considerando algumas de suas características de
forma que seja possível fazer algum agrupamento por estas características colocando as
prefeituras em categorias.
A primeira característica a considerar será a existência de uma estrutura formal de
empresa de processamento de dados ligada à prefeitura (IMA, PRODABEL, PROCEMPA,
EMPREL) ou da não existência de uma empresa desta natureza
mas sim de
um
departamento, assessoria ou mesmo um conjunto de pessoas que cuidam do que se
refere às TIC’s do município.
Uma outra característica de classificação necessária refere-se ao grau de informatização
do município. Os municípios da segunda categoria, ou seja, sem empresas de informática
podem estar sem informatização alguma, pouco informatizado ou informatizado. A terceira
característica de classificação refere-se ao objetivo essencial da busca da informatização
que pode ser econômico financeira, que se utiliza das TICs para melhorar os processos
de gestão interna do município para que com isso se obtenha um aumento de
arrecadação, transparência na execução do orçamento aprovado e ainda um melhor
aproveitamento do orçamento disponível. Um outro motivo para esta busca refere-se à
inclusão digital, com o objetivo de incluir os cidadãos digitalmente no seu relacionamento
com as várias instancias de governo e permitir um exercício mais efetivo da cidadania.
ITI/SOFTEX
84
Um outro motivo para esta busca refere-se ainda a apresentação para as novas gerações
que estão nas escolhas das alternativas tecnológicas existentes.
Utilizando como guia a classificação acima podemos observar na amostra estudada que
os municípios de pequeno porte e baixo IDH, que contavam com quase nenhuma
informatização no que se refere a infra estrutura, desktop, um módulo ou uma planilha
para executar a contabilidade obrigatória do município e nenhum aplicativo de
relacionamento externo, e ainda com o agravante que não contavam com orçamentos
para TICs (vide dados de Viamão, Amparo e Solonópole) obtiveram um aumento
significativo de sua capacidade tecnológica no que se refere ao aumento de
disponibilização de equipamentos para os funcionários, implementação de processos
automatizados, disseminação e utilização de aplicativos de produtividade, implementação
de módulos de relacionamento com o cidadão através da construção de sites que
permitem uma maior facilidade no relacionamento prefeitura/cidadão (pagamentos de
contas, pedidos de reparos, sac). As tecnologias de relacionamento citadas, somente
foram implementadas depois da implementação da infra estrutura de rede e conexão com
a internet. Estas tecnologias foram apropriadas pela prefeitura e com isso aconteceu uma
ampliação da capacidade tecnológica dos funcionários usuários e daqueles diretamente
ligados às TIC’s. O mesmo fenômeno aconteceu no município de Rio das Ostras com a
diferença que este município não tem problemas orçamentários financeiros.
Em todas as pequenas prefeituras da amostra foram montados laboratórios com a
tecnologia livre nas escolas, foram melhorados os processos de gestão sendo que em
Amparo e Rio das Ostras o processo de gestão é integrado, a informatização foi
estendida para outras unidades administrativas como hospitais, em Viamão está sendo
implementado um laboratório de treinamento de funcionários, em Rio das Ostras foi criado
um espaço de inclusão digital para jovens de 14 a 17 anos, o Um Bem Maior, em Piraí
foram criados quiosques e em Solonópole as Ilhas Digitais. Nesta última cidade a Internet
é grátis e as empresas estão utilizando a tecnologia de voz sobre IP para comunicação
municipal e interurbana.
Nas prefeituras de médio porte da amostra o processo de melhoria da capacidade
tecnológica aconteceu com a mesma dinâmica. A diferença é que o patamar de
capacidade tecnológica era geralmente maior devido a existência de mais pessoas da
prefeitura ligadas às TIC´s e uma maior disponibilidade de recursos computacionais e
financeiros ( é importante ressaltar que esta disponibilidade maior de recursos não é nem
ITI/SOFTEX
85
de longe a disponibilidade necessária para a execução de melhorias com soluções não
livres).
Nas duas prefeituras médias da amostra, Amparo e Sobral, os prefeitos tinham como
plano de governo a melhoria das TIC´S, mas contavam com recursos escassos.
A
alternativa encontrada foi investigar quais as melhorias que poderiam ser implementadas
com tecnologia livre.
Os municípios de grande porte da amostra contavam com uma capacidade tecnológica
maior, com um número maior de pessoas alocadas em TIC´s mas partilhavam dos
mesmos problemas das menores, ou seja, orçamento para investimento em TIC´s
reduzido ou praticamente inexistente, e necessidades urgentes de informatização. A
solução encontrada foi semelhante as prefeituras de menor porte ou seja, opção por
tecnologias livres.
Ressaltamos que nas prefeituras de médio e grande porte a adoção de tecnologias livres
ultrapassou as fronteiras das prefeituras e foram utilizadas pata a instalação de
laboratórios em escolas, telecentros, etc. No caso de Belo Horizonte foi criado o Libertas
que é um ambiente de filosofia livre para as escolas.
4.2.4.5. Melhoria de Segurança e Qualidade
Todas os pequenos municípios da amostra optaram pela implementação da infra estrutura
de rede e Internet livres. No caso de Solonópole, Amparo, Rio das Ostras, Piraí, onde não
existia uma infra-estrutura anterior, a opção pela tecnologia livre aconteceu devido as
características de técnica e preço da solução. As características técnicas consideradas
relevantes para os tomadores de decisão de TIC’s foram a qualidade das soluções livres
que é reforçada pelo próprio método de desenvolvimento dos produtos e a segurança
comprovada das soluções da tecnologia e produtos livres. O quesito segurança
observado pelos responsáveis eram relativos à permissão da inspeção do código
impedindo a existência de código não autorizado ou clandestino. A segurança foi
considerada importante pelos municípios uma vez que as economias baseadas em
software tem uma grande preocupação com os prejuízos causados por vírus, que podem
causar pane geral na rede elétrica, paralisar atividades, etc. e o aumento
das
preocupações com a segurança passam então a ter uma maior prioridade nos projetos
de novos sistemas e esta preocupação com a vulnerabilidade dos sistemas de desktop é
que tem levado muitos municípios a avaliarem o ambiente livre como alternativa.
ITI/SOFTEX
86
Nos casos onde já existiam uma soluções proprietárias, as questões relativas aos custos
menores das soluções livres foram relevantes para a tomada de decisão.
Para ambos os casos, as questões relativas a interoperabilidade e estabilidade
comprovadas das soluções livres foram significativas para a tomada de decisão e
posterior implementação da solução livre.
As médias e grandes prefeituras da amostra também optaram pela implementação de
infra-estrutura livre. No quesito desktop optaram por soluções livres ou híbridas sempre
que possível. A camada de gestão teve, nestes municípios, soluções variadas. Alguns
optaram por adquirir de fornecedores externos como Campinas (Universidade Santa
Maria) e outros desenvolveram internamente como Recife, Porto Alegre, Manaus e Belo
Horizonte.
Todos os municípios da amostra analisaram as várias alternativas de solução disponíveis
tanto para a infra-estrutura, quanto para os aplicativos de produtividade, gestão e
relacionamento.
É unânime a opinião de que as soluções de infra-estrutura estão
suficientemente sólidas e estáveis, e portanto maduras. A solução para aplicativos de
produtividade está em evolução. No domínio da gestão
do município não existem
soluções livres e para o domínio do Relacionamento a tecnologia de sites e
relacionamento simples com o cidadão estão maduros
4.2.4.6. Barreiras a extensão e aprofundamento do SL
Algumas das principais barreiras são: Falta centralização de informações, há dificuldades
de acesso, uso CAD e geoprocessamento em SL é incipiente, e há dificuldades
de
interfacear com sistemas proprietários do Governo Estadual e Federal.
As questões relativas às desvantagens ou dificuldades encontradas pelos municípios
variam com o grau de informatização no qual se encontravam quando do momento da
decisão da migração e dos condicionantes que levaram os tomadores de decisão na
direção da adoção total ou parcial da tecnologia livre.
Todos os municípios julgam que a não existência de um repositório comum, de livre
acesso a todos os municípios da federação e no qual fossem armazenadas informações
importantes para as prefeituras que estão em processo de migração, em momento de
análise para a migração ou outro momento qualquer constitui uma barreira importante que
tem impactos negativos para a disseminação e uso das tecnologias livres nas
administrações municipais. As sugestões de conteúdos para este repositório são
bastantes variadas e cobrem as várias fases do processo de migração, desde o momento
ITI/SOFTEX
87
da busca de alternativas até o momento de acompanhamento e avaliação para análise do
processo de migração até a proposta de melhorias. No repositório seriam armazenados
os casos de sucesso, as melhores práticas, os riscos, os produtos, as empresas
fornecedoras, os profissionais capacitados na tecnologia, etc.
Uma outra questão apontada pelos municípios se refere à não adequação ou aceitação
por parte dos usuários das secretarias de obras e que se utilizam de ferramentas CAD
rotineiramente, das ferramentas livres disponíveis para projetos de engenharia.
Outra questão recorrente é quanto a comunicação com ferramentas de gestão, controle e
acompanhamento dos governos estaduais e federal que exigem, para comunicação,
tecnologias proprietárias.
Há evidências de que os conceitos de software livre trazem consigo mudanças
substanciais que afetam a prefeitura e a sociedade como um todo, não apenas em
questões econômicas, mas inclusive em sua dimensão cultural e social.
Grande parte dos resultados observados na dimensão social é decorrente da redução de
custos gerados na adoção de software livre (dimensão econômica, já apresentada). Ao
não se ver obrigada a despender recursos para a aquisição e/ou renovação de licenças
de software proprietário, a prefeitura pode aplicar com maior efetividade o recurso público.
Também ficou patente nos levantamentos realizados que somente com a adoção de
software livre, por sua estrutura de custos, é que diversos projetos de inclusão digital e de
inclusão social através da informatização tornaram-se viáveis financeiramente para as
prefeituras, notadamente as de menor porte. As Ilhas digitais de Solonópole, o projeto
Piraí Digital, os Telecentros de São Paulo e o projeto Libertas de Belo Horizonte são
exemplos de ações voltadas a inclusão digital que foram econômica e tecnologicamente
viabilizados pelo uso do modelo de software livre. Percebe-se claramente que estes
projetos vão além do conceito básico de inclusão digital (simplesmente apresentar o
computador e suas ferramentas) e buscam uma ampliação da visão de mundo da
comunidade local, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal, cultural, de
cidadania e até mesmo profissional. Utiliza-se, nestas ações, a tecnologia como meio
para fins sociais. E o uso de software livre favorece esta idéia pelo aspecto econômicofinanceiro e também pelos espíritos de comunidade e de colaboração fortemente
arraigados no conceito.
Ainda em função do espírito de colaboração, os projetos de migração e adoção de
software livre também carregam componentes de impacto junto aos funcionários públicos.
ITI/SOFTEX
88
Dentro das prefeituras, pode-se perceber uma valorização profissional dos funcionários
em aspectos como a participação dos mesmos em decisões quanto aos software
utilizados, a possibilidade de sugerir alterações nos aplicativos e vê-las implementadas;
criando ao mesmo tempo satisfação e cumplicidade, necessárias para o sucesso do
projeto. Antes de colocar no ar a solução de sistema operacional para os computadores
de mesa dos funcionários públicos, a Assessoria de Informática de Rio das Ostras fez
testes de aceitabilidade e recolheu sugestões em diversas rodadas de debates e
experimentações com os usuários (funcionários públicos do município). Em Solonópole,
as Ilhas Digitais têm, agora, suporte de pessoal local, capacitado especialmente para isto.
Também está relacionada com a valorização do funcionário e mesmo do cidadão a
apresentação da diversidade tecnológica como importante fator contra o aprisionamento
tecnológico-cultural que tem sido marcante no setor de informática. A opção pelo software
livre permitiria à prefeitura ampliar o leque de opções de prestadores de serviços e de
opções de software distintos sem medo de perder dados dos sistemas que forem
desativados. Somente estas duas possibilidades já seriam motivo suficiente para abordar
seriamente a adoção de software livre. Ao transferir este poder também à população, criase uma importante dinâmica que permitirá ao cidadão ir além dos comportamentos
homogeneizados que se espera dele e, por exemplo, permitirá ampliar a sua
empregabilidade.
4.3. Modelos de Negócios
Os modelos de negócio relacionados ao software livre estão focados nos serviços de
desenvolver, implantar, adaptar e capacitar pessoas a utilizar o software. É incorreta,
portanto, a idéia de que software livre é software grátis, sem custos. Os custos,
entretanto, estão associados intrinsecamente aos serviços, e menos ao produto.
Em outras palavras, os fornecedores de software livre, na verdade, são prestadores de
serviços que, como resultado de seus esforços de programação e adaptação, integração
de software, avaliação de opções, dentre outras, ou apresentam um software ou sistema
livre pronto para uso pelos contratantes ou realizam atividades satélites, mas não menos
importantes, diretamente ligadas a um software ou sistema livre que permitirão ao
contratante ou beneficiário usufruir do mesmo. Alguns exemplos de serviços satélites
prestados podem ser: definição de necessidades, especificação de sistemas, otimização
de sistemas existentes, capacitação/treinamento, manutenção do software, suporte, apoio
ITI/SOFTEX
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à migração, dimensionamento e configuração de softwaree outros. Na Tabela 4.03 são
apresentados as prefeituras, as empresas que prestam algum tipo de serviço em SL a
elas os modelos de negócio destas empresas.
Prefeitura
Amparo
Rio das Ostras
Porto Alegre
Empresa
Modelo de Negóciol
CCA(RS), CONAN(SP)
Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres
CCA(RS)
Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres
PROCEMPA
Não se aplica
Viamão
CCA(RS)
Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres
Belo Horizonte
PROBEL
Não se aplica
Assessoria de Informática
Não se aplica
Liberty(CE)
Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres
Manaus
SEMAD
Não se aplica
Recife
EMPREL
Não se aplica
Petrolina
Não se aplica
Não se aplica
Campinas
Apoena, IMA
Modelo de Desenvolvimento de Software Livre, Não
se aplica
São Paulo
Não se aplica
Não se aplica
Piraí
Não se aplica
Não se aplica
Sobral
Solonópole
Tabela 4.07 – Prefeituras&Empresas&Modelo de Negócio
4.3.1.Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres
A característica mais marcante verificada é a de que, apesar dos esforços das prefeituras
em adotarem o modelo de software livre como paradigma para seus sistemas
informatizados, não é necessariamente isso que elas conseguem do mercado. Ou seja, o
mercado nem sempre oferece soluções livres completas para as prefeituras.
Naquilo que depende mais do quadro técnico da própria prefeitura, esta situação não se
verifica, como é o caso de adoção de software livre em questões de infra-estrutura
(servidores de arquivos, de correio eletrônico, de páginas web, infra-estrutura para acesso
à Internet, firewalls, etc). Também não é o caso quando a prefeitura decide substituir ou
adotar ferramentas de desktop livres. Mas quando se trata de soluções de apoio à gestão,
integradas ou não, fornecidas por terceiros, a estratégia de comercialização adotada
pelos fornecedores é tipicamente modelada segundo os modelos de software proprietário.
Em outras palavras, mesmo o software sendo destinado para uso sobre plataforma livre e
tendo sido utilizadas ferramentas livres para seu desenvolvimento (compiladores e bancos
de dados, por exemplo), o software em si não é livre, o código não está disponível para as
prefeituras (ou, quando está, é limitado para uso e modificações internas e seriamente
ITI/SOFTEX
90
limitado quanto à liberdade da prefeitura em relação a prestação de serviços sobre este
software). Este é um modelo muito freqüente nos sistemas em que estão embutidas as
ditas regras de negócio da prefeitura.
Esta estratégia das empresas parece ser originária da concepção de que se a prefeitura
detiver o código e a possibilidade de redistribuí-lo, a empresa desenvolvedora poderá ver
reduzida sua capacidade de conquistar novos clientes (uma vez que a primeira prefeitura
poderia distribuir o sistema para outras prefeituras) e mesmo poderá vir a "perder" o
cliente (a prefeitura) para terceiros que prestassem melhor serviço ou a custo menor.
Também há o desejo de "proteger o investimento" em aquisição do conhecimento das
regras de negócio e do tempo despendido em desenvolvimento, que poderia ser
facilmente (segundo a visão destas empresas) absorvido por terceiros que não
houvessem realizado o mesmo investimento, criando uma espécie de concorrência
desleal, pelo menor custo de entrada para estas empresas.
Do outro lado, esta visão leva a que o contratante (a prefeitura) não possua as liberdades
previstas no modelo de software livre. Ele continua preso ao fornecedor da solução
tecnológica, dependendo exclusivamente do mesmo para assistência, adaptação de
módulos, implantação de novas soluções integradas etc. Esta situação é justamente uma
das mais importantes que os princípios de software livre buscam eliminar: a de
aprisionamento ao fornecedor. Com estes tipos de contratos, a prefeitura não tem o poder
de procurar outros prestadores de serviços, para buscar situações mais vantajosas, quer
seja por maiores benefícios, menores custos, melhores serviços ou composições destes
fatores.
Adicionalmente, não há a possibilidade de redistribuir o software para outras prefeituras
ou, em alguns casos, nem mesmo para outras unidades administrativas da própria
prefeitura sem incorrer em custos adicionais (ou seja, licenciamento no estilo de software
proprietário). Cabe destacar que, até por limitações concretas das próprias prefeituras, a
situação em que uma prefeitura redistribuiria software de terceiros com o intuito de prestar
serviços é de viabilização muito limitada. Por outro lado, a possibilidade de utilizar o
software em outras unidades da mesma prefeitura também seria um dos importantes
trunfos do software livre, pois permitira uma informatização com custos mais acessíveis.
Evidentemente, os custos referentes à prestação de serviços abrangendo o suporte ao
uso em uma eventual nova unidade da prefeitura devem ser motivo de contratação
complementar, mas nunca referentes ao mero uso do software.
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4.3.2. Modelo de Desenvolvimento de Software Livre
Foi possível identificar três grupos de fornecedores de soluções livres ou baseadas em
software livre para prefeituras:
•
órgãos públicos e empresas ligadas a prefeituras ou governos estaduais
•
empresas privadas
•
cooperativas de profissionais
Na categoria de empresas ligadas a prefeituras ou a governos estaduais incluem-se
aquelas tradicionais empresas públicas ou de economia mista prestadoras de serviços de
processamento de dados que se reposicionaram e atuam também na criação de soluções
e, em alguns casos, como instrumento de governo para execução de determinadas
políticas públicas. São exemplos a PROCEMPA (Cia de Processamento de Dados do
Município de Porto Alegre) e a EMPREL (Empresa Municipal de Informática de Recife).
Também estão nesta categoria órgãos públicos que não são empresas, mas que
desenvolvem e são responsáveis por soluções de software específicas para as
prefeituras, tais como a Coordenadoria de Informática de Sobral e a Assessoria de
Informática de Rio das Ostras. As empresas como as citadas estão mais presentes em
prefeituras de municípios de maior porte que, em função da crescente complexidade de
suas rotinas e de suas relações com fornecedores e munícipes, já experimentam a
necessidade de sistemas informatizados há mais tempo. Por exemplo, a EMPREL existe
há mais de 30 anos e a PROCEMPA completa 27 anos. Entretanto, atualmente a
necessidade de agilidade e prestação de serviços confiáveis atinge a praticamente todos
os municípios brasileiros, o que vêm estimulando a criação de órgãos específicos para
tratar da informatização dentro do contexto das prefeituras.
A opção pelo uso de software livre nas dinâmicas de desenvolvimento de software por
parte destas empresas e órgãos ligados às prefeituras está diretamente relacionada a
redução de custos e, em alguns casos, a viabilização econômica da execução de projetos
de inclusão digital. A ideologização da adoção também está presente em alguns casos,
mas de forma coordenada com as razões anteriores.
Diversas destas empresas e órgãos desenvolveram soluções completas e integradas para
uso de seu município, baseadas em plataforma livre e utilizando ferramental livre. A lista
de software desenvolvidos ou sob responsabilidade de algumas destas empresas e
órgãos é extensa. A Prodabel, por exemplo, lista mais de 150 aplicativos e sistemas
estruturados destinados às mais diversas áreas da prefeitura: saúde, educação,
ITI/SOFTEX
92
assistência social, gestão urbana, transporte, administração e finanças e planejamento.
Em municípios que começaram a informatização há muito menos tempo, também já há
uma quantidade razoável de sistemas criados, como os mais de 20 citados pela
Assessoria de Informática de Sobral (que foi criada em 1997). Entretanto, a categorização
da grande maioria destes software como livres, a priori, não é possível, uma vez que em
geral são para consumo interno e não são submetidos a nenhum tipo de licença livre.
Porém, não se pode descartar esta hipótese, pois há, em muitos dos casos levantados,
interesse nesta possibilidade. Ou seja, dependendo de decisão técnico-política e com o
devido equacionamento jurídico, estes software poderiam ser disponibilizados para outras
prefeituras dentro do conceito de software livre, de acordo com uma licença livre. Isto já
ocorre, por exemplo, com distribuições GNU/Linux destinadas a programas de inclusão
digital realizadas por algumas destas empresas, como o Libertas (Prodabel, prefeitura de
Belo Horizonte) e o Tatuí (Assinm, prefeitura de Rio das Ostras), utilizado também nos
desktop dos computadores da própria prefeitura. Estes exemplos, entretanto, merecem
ser estudados com a devida atenção, pois esta atividade só é possível pela existência de
recursos e de uma infra-estrutura de pessoal capaz de dar atendimento aos usuários dos
software distribuídos, dentro de ações especificamente definidas para tal. A constatação
mais freqüente é que não há possibilidade de prestar serviços (implantação, capacitação,
suporte) além das fronteiras do município, para os software desenvolvidos internamente.
O caso da prefeitura de Sobral é um exemplo claro: há interesse e disposição em fazê-lo
para os municípios circunvizinhos, mas não há condições de prestar apoio para suporte,
capacitação de pessoal, etc, inviabilizando a iniciativa. Neste caso, pode-se concluir com
facilidade que está havendo duplicação de esforços nas diversas prefeituras porque estão
aplicando recursos e tempo na solução dos mesmos problemas, praticamente sem
interação e cooperação entre elas.
Nas cidades onde existem órgãos ou empresas vinculados à prefeitura destinados à
informação, percebe-se uma possível tendência à internalização do desenvolvimento, em
busca de maior autonomia. Esta situação foi avaliada como resultado da limitada oferta no
mercado atual de prestadores de serviços e de soluções aplicáveis ao ambiente das
prefeituras dentro da dinâmica do software livre. Ou seja, nas prefeituras onde há a
decisão pela adoção de software livre, pode haver uma tendência à internalização do
desenvolvimento de soluções, por falta de ofertas adequadas no mercado.
São poucas as empresas privadas identificadas que fornecem software às prefeituras
dentro do modelo de software livre. Esta carência é constatada em diversos locais,
ITI/SOFTEX
93
notadamente em cidades menores ou mais afastadas dos grandes centros. O
desenvolvimento de software específico para aplicação específica em prefeituras é, ainda,
atividade pouco explorada por empresas privadas. Em geral, o que se observa com maior
freqüência é a prestação de outros serviços relacionados à infra-estrutura de informática e
à integração de soluções. Nas empresas que desenvolvem software livre para prefeituras,
percebe-se a existência de viés ideológico, mas também da visão de negócios e da
oportunidade; por exemplo a oferta de soluções que consideram mais justas para
potenciais clientes como um diferencial competitivo e estratégico para convencimento e
manutenção dos clientes. Um exemplo disto é a estratégia da empresa Apoena Software
Livre, de Porto Alegre, que ao desenvolver uma solução sob encomenda de determinada
prefeitura e entregar-lhe o sistema e os fontes, repassou a esta a decisão sobre qual
licença aplicar ao código fonte.
As cooperativas de profissionais, por sua vez, representam um aspecto relativamente
marcante dentro dos modelos de negócio de software livre e posicionam-se de forma
equivalente das empresas privadas. Prestam, da mesma forma, serviços de consultoria,
desenvolvimento, integração, manutenção, suporte e de capacitação. Ao organizarem-se
em cooperativas e não em empresas privadas, os profissionais trazem uma postura clara
quanto a opções de exploração de mercado. A tendência é a completa aderência às
dinâmicas do software livre, publicando o software de acordo com licenças livres e
outorgando as liberdades necessárias às prefeituras. Evidentemente, os modelos de
negócio do software livre estão plenamente compreendidos por estes profissionais e a
prática destas cooperativas estão adequadas àqueles modelos. Mas não somente os
modelos de negócio, mas também as dinâmicas de desenvolvimento de software, a partir
de comunidades e do reaproveitamento constante de código livre disponível de terceiras
partes. A Cooperativa Solis apresenta diversos exemplos de software livres disponíveis
integralmente a partir de seus repositórios.
Na amostra todos os municípios contam com uma área responsável pelas TIC´s da
prefeitura. Dentre elas 39% contam com empresas de Processamento de Dados e o
restante com um departamento, uma assessoria ou outra figura qualquer dentro do
organograma da prefeitura.
Em 100% das prefeituras se observa algum nível de terceirização. Geralmente são
terceirizados os serviços relacionados à manutenção de equipamentos. A terceirização
geralmente se dá com empresas do próprio município.
ITI/SOFTEX
94
Observou-se também casos de terceirização de desenvolvimento e manutenção de
software. Os municípios Amparo e Rio das Ostras terceirizaram completamente o
desenvolvimento do Sistema de Gestão Integrada e para estes casos as empresas
contratadas não estavam localizadas na região do município. Estas empresas
desenvolvem
produtos
internamente
com
suas
equipes
e
ainda
terceirizam
desenvolvimento mais simples no município.
O município de Viamão segue a mesma dinâmica de Amparo e Rio das Ostras com a
diferença de que a empresa terceirizada é da região. Nos municípios de Piraí, Solonópole,
Sobral e Manaus as respectivas áreas de TIC´s foram as responsáveis pela gestão e
operacionalização do processo de migração para tecnologias livres. Os investimentos de
recursos de toda natureza foram deferentes em cada um destes municípios uma vez que
os mesmos tinham perfil sócio econômico e tecnológico diferentes. Em todos os
municípios citados observa-se a utilização de empresas da região para terceirização de
serviços de manutenção e pequenos desenvolvimentos quando necessários. No caso de
Solonópole a tecnologia de migração foi transferida por uma empresa de software do Sul,
para Piraí e Sobral a tecnologia veio de universidades
regionais, UFF e UVA,
respectivamente. No caso de Manaus a capacitação da equipe e o aprendizado da
tecnologia se deram através da PROCEMPA e interação com a comunidade de SL.
Nos casos de Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Campinas observa-se em suas
empresas de processamento de dados uma elevada capacitação em diversas tecnologias
de TIC´s, inclusive tecnologias livres. Em todas elas foram observados projetos de
migração, implantação destes projetos e capacitação de usuários em software livre. As
especificações dos sistemas de informação são feitas por estas empresas (PROS), uma
parte do desenvolvimento também é feita pelas empresas e observa-se também
terceirização de serviços de manutenção de equipamentos e desenvolvimento de
software.
Dos municípios da amostra observa-se que em sua totalidade toda a infra-estrutura foi
substituída ou em alguns casos já criadas em tecnologia livre. Não são incomuns casos
onde coexistem ambientes de redes heterogêneas, principalmente quando da existência
de legado. Na camada de Desktop observam-se casos onde a migração foi quase que
total e bem sucedida, casos onde a implementação está ocorrendo e ainda outros casos
onde está planejada. Esta migração apresenta é mais sensível e apresenta um maior grau
de dificuldade.
ITI/SOFTEX
95
Na camada Gestão, somente as prefeituras de Amparo, Rio das Ostras e Campinas
possuem sistemas integrados, mas são produtos proprietários. Outras prefeituras tem
seus sistemas de gestão, não integrados e híbridos.
Na camada de Relacionamento encontramos em todos os municípios da amostra o nível
de relacionamento mais simples implantado com tecnologia livre.
As prefeituras, via de regra, estão com dificuldades orçamentárias, os repasses dos
governos estadual e federal são insuficientes para cobrir os déficits com os gastos de
administração e manutenção de saúde, educação, transporte e outros. Além disso, existe
a Lei de Responsabilidade Fiscal7 cuja aplicação
provoca mudanças em condutas
rotineiras dos gestores governamentais. No âmbito municipal ela significa um maior
profissionalismo na gestão administrativa e financeira. O planejamento de todas as ações
governamentais, limitado pelos recursos disponíveis, deverá proporcionar uma prestação
de serviços públicos adequada e eficientes, sem desperdícios, seja com meios materiais e
humanos, seja com ações.
Para poder cumprir seus compromissos as prefeituras devem buscar um aumento em
seus recursos próprios, seja via recolhimento de impostos de indústria, de circulação de
mercadorias ou arrecadação de IPTU e outros.
Considerando o exposto acima faremos abaixo algumas observações sobre o mercado da
demanda considerando os dados observados em campo.
4.3.2.1. Mercado das Pequenas Prefeituras
As pequenas prefeituras da amostra que contavam com repasses do governo e
arrecadação própria insuficientes para sua gestão, buscaram a melhoria de seus
processos administrativos, sempre procurando utilizar a tecnologia de processamento de
dados como meio. As prefeituras, alem de não contarem com capital suficiente para
investimento em TIC´s, estão também com o seu quadro de funcionários reduzidos devido
a orientação de redução da máquina do estado. Desta forma os gestores buscaram no
mercado alternativas de baixo custo e baixo aprisionamento tecnológico de forma a
permitir que suas equipes internas executassem parte do trabalho de desenvolvimento e
manutenção. Houve um investimento em capacitação de equipes internas e contratações
de capacitação e do desenvolvimento de algumas soluções. De maneira geral aconteceu
7
Lei Complementar n. 101 de 04 de Maio de 2000 (Publicada no DOU de 05/05/2000)
ITI/SOFTEX
96
uma internalização dos trabalhos relacionados a TIC´s, exceto manutenção de
equipamentos.
As pequenas prefeituras da amostra não possuem Sistema de Gestão Integrada, exceto
Rio das Ostras, onde não existe restrição orçamentária. O sistema de Rio das Ostras foi
contratado de umas das poucas empresas que oferecem a solução integrada e com
tecnologia web embora não livre.
Paralelamente ao processo de modernização administrativa, aconteceu
em todos os
pequenos municípios, um processo de inclusão digital com montagem de ilhas, quiosques
e laboratórios em escolas e Telecentros.
A modernização e inclusão só foram exeqüíveis devido ao custo das soluções adotadas.
4.3.2.2. Mercado das Médias Prefeituras
O quadro para as médias prefeituras é semelhante ao quadro das pequenas prefeituras,
evidentemente
com
algumas
diferenças
relativas
ao
montante
de
repasses
governamentais, arrecadação com impostos devido a indústria instaladas no município,
quantidade de serviços transacionados e uma maior sofisticação e complexidade da
gestão administrativa. As médias prefeituras contam via de regra com uma equipe de
TIC´s já com alguma capacitação nos sistemas já existentes e suporte aos usuários da
administração. Observou-se na amostra que uma das prefeituras terceirizou o
desenvolvimento do software de gestão integrada, a capacitação no uso do sistema e a
capacitação da equipe interna na nova tecnologia livre. O produto de gestão é fornecido
pela mesma empresa fornecedora do produto para Rio das Ostras.
4.3.2.3. Mercado das Grandes Prefeituras
As grandes prefeituras possuem problemas de natureza semelhantes as prefeituras de
porte menor sendo que a diferença está na escala destes problemas.
Estas prefeituras possuem uma empresa própria de processamento de dados, sendo que
na amostra pesquisada a exceção está em Manaus onde cada secretaria possui uma
unidade autônoma de processamento de dados.
Estas prefeituras contratam desenvolvimentos, como o caso de Campinas, que contratou
o software de gestão integrada, fazem parcerias com universidades para o
desenvolvimento de tecnologias como o caso de Belo Horizonte (PRODABEL) para o
desenvolvimento do Libertas. Recife (EMPREL), contratou o desenvolvimento e
implantação de um processo de desenvolvimento de software (CESAR) e desenvolve os
ITI/SOFTEX
97
seus próprios sistemas. Percebe-se também uma internalização das atividades de
processamento de dados proporcionada pela adoção da tecnologia livre.
Das observações apresentadas podemos constatar que o mercado de produtos de gestão
de prefeituras é bastante concentrado para o mercado de prefeituras não somente para o
software livre mas também para os produtos proprietários
4.3.2.4. As Empresas Fornecedoras de SL
Quando das entrevistas com as prefeituras foram levantadas as empresas que prestavam
algum tipo de serviço relativos às TIC´s. A empresa Apoena tem um modelo de negócio
livre, assim como a Solis e a Conectiva. As demais empresas privadas têm modelo de
negócio híbrido.
As empresas CCA e Conam dominam praticamente todo mercado de prefeitura no que se
refere a software de gestão.
A Conectiva domina o mercado de capacitação e
treinamento.
A empresa Syspub encontra-se atualmente em negociação com a COBRA. O sistema de
gestão desenvolvido pela empresa seria disponibilizado para as prefeituras via
financiamento do Banco do Brasil. Segundo a empresa o software de gestão atende ao
padrão PMAT.
4.4. FINANCIAMENTO
Na amostra pesquisada foram citadas as seguintes linhas de financiamento:
PMAT
Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais
Básicos , com recursos que destinam-se à modernização da administração tributária e à
melhoria da qualidade do gasto público, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento
local sustentado. A Figura 4.06 abaixo apresenta os critérios deste financiamento.
FIGURA 4.06 – T ABELA DE CRITÉRIOS DE APOIO DO PMAT
ITI/SOFTEX
98
PNAFM
O Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios
Brasileiros tem por objetivo principal apoiar o governo brasileiro na busca de estabilidade
macroeconômica por meio de um equilíbrio fiscal auto-sustentável, fundamentado em
uma política transparente e eficiente na gestão da receita e do gasto público municipal.
Para atingir os seus objetivos, o Programa apoia a implantação de Projetos de
fortalecimento institucional destinados a:
(i) introduzir modelo de gestão com foco nos clientes (sociedade) e voltado para
resultados, definindo de forma clara as funções e as responsabilidades da administração
pública municipal, incluindo a estratégia e os procedimentos de concessão, privatização e
terceirização dos serviços públicos municipais;
(ii) instituir uma política abrangente e transparente de recursos humanos, dimensionando
um quadro de pessoal consistente com as reais necessidades da administração pública
municipal;
(iii) implantar métodos e instrumentos de planejamento e de elaboração do orçamento
municipal, dentro de um contexto de transparência e de participação da população;
(iv) integrar a administração financeira e implantar controles automatizados para
programação e execução orçamentária e financeira e para a consolidação da auditoria e
do controle interno dos Municípios;
(v) aperfeiçoar o controle do cumprimento das obrigações tributárias, por parte do
contribuinte, mediante a implantação de novas técnicas e metodologias de arrecadação,
de fiscalização e de cobrança administrativa e judicial da dívida tributária.
O texto da Figura 4.07 apresenta os critérios deste financiamento.
FIGURA 4.07 - CRITÉRIOS DE APOIO DO PNAFM
ITI/SOFTEX
99
Obstáculos para obtenção
Na Tabela 4.08 estão as prefeituras da amostra e sua situação quanto as linhas de
financiamentos expostos acima e outros não descritos acima mas citados pelas
prefeituras.
Prefeitura
Lei de SWL
PMAT
PNAFM
Amparo
N.º 2.682,/ 2001
Não Tem
Financiamentos da FAPESP
Não Tem
Rio das Ostras
Não Tem
Não Tem
Não Tem
Porto Alegre
LEI N.º 8.881/ 2002
PMAT sem informações de valores
PNAFM sem informações de valores
Viamão
Não Tem
R$ 2 milhões após primeira migração.
Não Tem
Belo Horizonte
Não Tem
R$ 22 milhões FAPEMIG, CEPq, FINEP
Não Tem
Sobral
Não tem
Não tem
PNAFM –de R$ 1.070.100,00
TIC’s – R$ 503.750,00
Solonópole
Lei 614/2001
PMAT - não aprovado
Não tem
Manaus
Não Tem
R$ 6 milhões
Não tem
Recife
Lei é a 6639/2001
R$ 7 milhões
Não tem
Petrolina
Não Tem
R$ 2.400 milhões
Não tem
Campinas
Não Tem
PMAT 2004
Total TIC’s R$ 17.666.667,00
Total SL R$ 1.714.450,00
Total SP R$ 2.701.260,00
PNAFM 2004
Total TIC’s R$ 13.179.673,50
Total SL
R$ 2.950.100,00
Total SP
R$ 2.549.000,00
São Paulo
Não Disponível
Não Disponível
Não Disponível
Piraí
Não Tem
PMAT aprovado em 2002.
TIC´s: R$ 408.600,00
Não tem
T ABELA 4.08 – MUNICÍPIOS E FINANCIAMENTOS
Todos os municípios da amostra foram unânimes em afirmar que ambas as linhas de
financiamentos, PMAT e PNAFM, são de confecção extremamente complexa. Todas as
prefeituras que obtiveram os financiamentos contrataram consultores ou empresas de
consultorias para a elaboração do projeto e acompanhamento de sua aprovação. As
pequenas prefeituras que não contam com orçamento para este tipo de consultoria e
cujos valores de financiamento são baixos, quando comparados com as grandes
ITI/SOFTEX
100
prefeituras (ordem de no mínimo 30 a 40 vezes menores) não conseguem aprovação de
seus projetos.
Para
as
grandes
prefeituras
existem
empresas
especializadas
na
confecção,
acompanhamento da aprovação, gerenciamento da implementação e prestação de contas
dos financiamentos aos órgãos financiadores.
ITI/SOFTEX
101
Capítulo 5. Conclusões e Recomendações
•
O foco de uma política de disponibilização de SWL nas prefeituras deve ser centrado
nas prefeituras de médio e pequeno porte em função da menor resistência cultural e
inexistência de legados que onerariam a escolha da opção pelo SWL
•
Os mecanismos de financiamento e seus canais de implementação devem ser
diferenciados de acordo como porte da prefeitura.
Enquanto que no caso das
prefeituras pequenas o esforço da ação deve ser centrado na conscientização e
formação de consultores e ONGs que orientam e preparam os projetos de
financiamento das pequenas prefeituras, nas prefeituras médias o esforço deve ser
orientado para a capacitação do pessoal de informática, e na expansão deste, na
opção tecnológica do software livre.
•
Realização de projeto piloto de identificação das necessidades funcionais básicas das
prefeituras pequenas (e outro para médias, que de acordo com as experiências
internacionais devem ser um grupo mais homogêneo) com características sócioeconômicas e capacidades financeiras semelhantes, a fim de estabelecer lista de
programas básicos que poderiam ser desenvolvidos por empresas maiores, gerando
escala para rentabilidade.
•
O custo de hardware e operacional poderia ser diluído através de uso de datacentros
regionais, operados por grandes empresas, que tenham associação com empresas
fornecedoras de serviço locais (regionais em casos em que haja uma aglomeração de
prefeituras em um raio geográfico pequeno) (modelo CPM).
•
É fundamental que qualquer programa governamental de disponibilização de SWL
atente para:
•
Lógica interna de informatização das prefeituras e não apenas para a lógica do SWL.
Não se pode depender de lideranças políticas locais por questões de continuidade,
ITI/SOFTEX
102
Objetivo da inclusão digital deve ser sucedâneo da informatização e não condicionador da
decisão da adoção do SWL, para evitar caso clássico de fracassos de políticas públicas
por missões múltiplas.
ITI/SOFTEX
103
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. O modelo de negócio do software livre estimula a
pirataria – Jupercino Juliano
9. Líderes do software livre se unem: ERRATA.
EdgarLemos (tradução)
10. Software Livre – Economia – Leandro Guimarães Faria
Corsetti Dutra.
11. Carta do Sr. VillaNueva ao Gerente Geral da Microsoft
Peru – Edgard David Villanueva Nunes.
12. Reunião no CIO Meeting – As empresas de Linus ainda
não atingiram o ponto de equilíbrio. Quem vai pagar a
conta? Resposta de Maddog.
ITI/SOFTEX
112
ITI/SOFTEX
113
ANEXO 1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
ITI/SOFTEX
114
1. Prefeitura de Amparo(SP)8
Fundação
Área (Km2)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
08/04/ 1829
446
60404
130,56 hab/km
0,806
39342
533.011.480
O entrevistado foi o Coordenador de Informática, há 3 anos na Prefeitura de Amparo,
com formação em Análise de Sistemas UNESP e Mestre em Engenharia Elétrica e
Computação pela UNICAMP e Vice-presidente de ONG de inclusão digital, considerandose um forte simpatizante do uso de SL
Amparo é um município de médio porte populacional com gestão partidária PT e uma
arrecadação de aproximadamente R$ 50 milhões. O município aprovou a Lei N.º 2.682,
de 10 de julho de 2001 que dispõe sobre a utilização de programas e sistemas de
computador abertos pela Prefeitura da cidade de Amparo.
Possui uma Coordenadoria de Informática sob supervisão da Secretaria de Planejamento.
No primeiro ano da atual gestão a prefeitura dispunha de poucos recursos para a
Informática, R$ 5 mil no primeiro ano do plano, e uma equipe não capacitada no momento
da decisão da implantação de SL. A equipe técnica atual conta com 1 Coordenador, 2
Desenvolvedores, 1 Gerente de Redes, 1 Web Designer e tem Suporte terceirizado. A
equipe interna tem hoje capacitação adequada e atualmente desenvolve sobre o código
aberto contratado e também desenvolve aplicativos não integrados.
A prefeitura tem 100 micros e 5 servidores no Paço, 200 micros em Escolas, na forma de
laboratórios,
e Hospitais, 30 micros em Secretarias. Os legados são aplicativos
proprietários da Contabilidade, cuja
empresa fornecedora é a CONAM(SP) e os
aplicativos de CAD do Departamento de Obras.
8
As prefeituras serão listadas em ordem cronológica de visita.
ITI/SOFTEX
115
O Software Livre foi implantado com uma proposta do coordenador de informática
baseada em redução de custos, questões técnicas e ideologia, sem constrangimento
político.
NA implantação ocorreu a utilização intensa de apoio voluntário da Comunidade de
Software livre. Foi contratada a Conectiva para migração do Sistema Operacional e
treinamento ao usuários. Foi contratado o produto Sistema Integrado de Administração
Municipal (SIAM) de empresa CCA (RS) por um custo total de R$ 120 mil,
compreendendo o produto mais o serviço de instalação.. O serviço de manutenção custa
hoje para a prefeitura
R$ 8 mil por mês. Após 3 anos
de gestão o projeto de
informatização proposto pela Coordenadoria de Informática está 80% implantado.
Para implantação ocorreram Dificuldades/Riscos de natureza técnica e jurídica referentes
a migração do legado, dificuldade de apoio de operacionalização nas Secretarias,
resistência cultural dos mais capacitados, parco conhecimento sobre linhas de
financiamento, escasso conhecimento sobre forma de licenciamento e dificuldade de
interface com Governo Estadual e Federal.
As vantagens da migração para esta prefeitura foram a redução de custos, redução de
produtos ilegais no acervo da prefeitura, melhoria organizacional e melhoria da qualidade
da documentação.
A prefeitura tem bom conhecimento sobre as Linhas de Financiamento PMAT/PNAFM
mas informam que existe uma grande dificuldade com a dinâmica
financiamento e que os
financiamento. A
de obtenção do
secretários foram contra a utilização destas fontes de
prefeitura nunca submeteu projetos ao
PMAT/PNAFM e prefere
submeter projetos à FAPESP, inclusive tem projetos em fase de aprovação no órgão. É
considerado um case de sucesso.
ITI/SOFTEX
116
ITI/SOFTEX
117
2. Prefeitura de Rio das Ostras (RJ)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
10/04/1992
230,62
42.024
1,82 hab/km2
0,775
18.659
115.870.819
O entrevistado foi o Chefe da Assessoria de Informática da Prefeitura Municipal de Rio
das Ostras, cuja formação é Técnico de informática, membro do PSL-RJ e um dos
diretores da AGITERJ.
É um município de pequeno porte populacional com gestão partidária PV ( coalizão ) e
com recursos abundantes devido a cobrança de royalties da terra, sendo R$ 320 milhões
em 2003 e R$ 340 milhões em 2004. O município foi emancipado há 12 anos. O prefeito
tem como estratégia o investimento em TIC com o objetivo de proporcionar a inclusão
digital. O município não possui Lei de incentivo ao uso de software livre.
A Assessoria de Informática foi criada em fevereiro de 2001 vinculada diretamente ao
Gabinete do Prefeito. Conta com recursos abundantes para a Informática, sendo R$ 4,8
milhões em 2003 e R$ 5,8 milhões em 2004. A equipe era não capacitada no momento
da decisão implantação de SL. A equipe técnica atual conta com 1 Assessor, 1 Diretor
de Informática de nível médio, 1 Programador de nível médio, 4 Analistas de Sistemas de
nível superior e Suporte terceirizado.
A equipe interna tem capacitação adequada. Desenvolveu uma interface gráfica amigável
para os desktops da prefeitura. Atualmente desenvolve sobre o código aberto contratado
e também aplicativos não integrados. A prefeitura contratou a Conectiva para migração do
Sistema Operacional e treinamento por um valor de R$ 45 mil. Atualmente o SO utilizado
é o Kurumin (Debian)
A prefeitura contratou a CCA(RS)
para o desenvolvimento do Sistema Integrado de
Administração Municipal (SIAMWEB)), ou seja o produto SIAM, já disponível na empresa
mas agora com tecnologia para WEB. O custo foi de R$ 308 mil, para 17 módulos do
ITI/SOFTEX
118
produto mais serviços. projeto está 80% implantado em 3 anos. A maior parte do legado
atualmente na prefeitura está no Departamento de Obras (CAD).
A prefeitura tem o Projeto Público & Livre da Prefeitura Municipal de Rio das Ostras,, em
funcionamento há três anos, com experiências em diversas áreas, destacando-se entre
elas migração de estações de trabalho e servidores, provedor de acesso e serviços de
Internet, ferramentas de gestão, groupware, atendimento e capacitação de usuários e
desenvolvimento de soluções, como sistemas administrativos integrados e uma
distribuição Linux própria, o TATUÍ – Tecnologia de Ambiente de Trabalho para o Usuário
de Informática.
As Dificuldades/Riscos de implantação aconteceram na migração do pequeno legado
existente e o ponto crítico aconteceu na migração dos arquivos de escritório. Houve
dificuldade de apoio de operacionalização da migração com Secretarias, por conta
resistência cultural dos mais capacitados, na Legislação/Burocracia para contratação de
serviços, na mentalidade acomodada do funcionário e na dificuldade de encontrar
empresas que desenvolvam em PHP para desenvolvimento de sistema de fluxo de
protocolos.
Como Vantagens/Fatores para o Sucesso foram citadas o redirecionamento de recursos
não gastos com licenças para a inclusão digital, a capacitação e valorização do
funcionário e o desenvolvimento da interface com o usuário. Os dois últimos fatores
citados foram considerados fundamentais para o sucesso do projeto.
NA MÍDIA
Público e Livre
Prefeitura de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, economizará R$ 422 mil este ano, que
serão investidos em programas sociais de capacitação e inclusão digital
A prefeitura de Rio das Ostras, localizada no litoral norte do Rio de Janeiro, a 177
quilômetros da capital, está adotando soluções baseadas em Software Livre. O processo
teve início em 2001, quando foi criada a Assessoria de Informática, que se encarregou de
realizar estudos para instalação de programas livres nos servidores e estações de
trabalho da prefeitura. Após a realização de diversos testes com diferentes distribuições e
suítes office, decidiu-se usar o Conectiva Linux 7.0 e o StarOffice 5.2.
“Observamos algumas vantagens do software livre que foram decisivas para que
houvesse o processo de migração dos sistemas proprietários para os livres”, afirma
Marcos Vinícius Marini, assessor de Informática da prefeitura de Rio das Ostras. Melhor
ITI/SOFTEX
119
performance e segurança, códigos-fontes abertos e livres para adequação, maior
integração de dados e redução de custos em aquisição de licenças de uso de software
proprietário, foram algumas das razões enumeradas por Vinícius para justificar a
migração.
“Havia grande perda de tempo com manutenção dos sistemas, atualização dos anti-vírus
e versões, e, além disso, era muito baixa a utilização dos recursos das suítes office
proprietárias instaladas anteriormente”, salienta Vinícius. Para ele, o importante do projeto
em Rio das Ostras é que os funcionários da prefeitura, inclusive os da própria Assessoria
de Informática, foram capacitados para a utilização de Software Livre. Em 2001, foram
treinadas 360 pessoas e, para este ano, a expectativa é que sejam capacitadas mais 500
pessoas do total de cerca de 1800 servidores públicos.
A economia proporcionada pelo processo de migração foi significativa. Em 2001, foram
economizados R$ 208 mil, e, em 2002, a economia será de R$ 422,4 mil. “Essa
estimativa de valor foi baseada na proposta de se migrar todos os software para Windows
XP e Office XP, para os quais seriam compradas licenças conforme as necessidades,
considerando que possuímos atualmente 304 equipamentos e não podemos participar do
pacote Select da Microsoft”, explica Vinícius. Essa economia foi possível com a locação
de equipamentos sem a suíte MS-Office, nos quais foi instalada a suíte StarOffice, que
está totalmente integrada à rede da prefeitura, o que automatizou e agilizou todos os
processos que demandam a utilização da informática. Para isso foi desenvolvida uma
interface gráfica baseada no QVWM, personalizada, observando as necessidades e
funcionalidades que devem ser utilizadas pelos usuários, melhorando a adaptação para a
nova filosofia.
“Todos os servidores foram migrados, várias estações são somente GNU/Linux, nosso
provedor é todo Livre e temos pelo menos um computador em cada secretaria com este
tipo de plataforma. Vale lembrar, que toda a secretaria de Guarda e Trânsito está
trabalhando em Software Livre, desde o servidor até as estações de trabalho”, explica
Vinícius.
Outro fator importante no processo de migração da prefeitura de Rio das Ostras para o
Linux foi o reaproveitamento de máquinas condenadas à obsolescência. Com a adoção
do software livre, foi possível fazer um reaproveitamento, de, aproximadamente, 10
computadores antigos para um dos projetos da Secretaria de Bem-Estar Social, chamado
“Um Bem Maior”, que capacita menores entre 14 e 17 anos oferecendo conhecimento
ITI/SOFTEX
120
profissional. Neste local também são ministrados cursos para a comunidade, promovendo
a inclusão digital.
Como novos projetos, a prefeitura tem: OpenOffice em alguns equipamentos para uso
interno, a fim de sanar todas as dúvidas antes de passarmos para os usuários; melhoria
da interface personalizada, inclusive com gerenciador de arquivos em Web; e alguns
aplicativos sendo desenvolvidos em PHP + PostGreSQL e também em StarOffice +
PostGreSQL.
“Utilizamos o Sistema Operacional Linux nos servidores de arquivos, web, banco de
dados, além de 20% das nossas estações de trabalho espalhadas pelas Secretarias
Municipais e 40% do total de equipamentos com StarOffice nas estações de trabalho”, diz
Vinicius, que também afirma que foi possível implementar uma solução de servidor proxy
com Linux, na qual diversas secretarias utilizam um computador Linux e uma linha
telefônica.
Economia gera benefícios à população
A utilização dos recursos
Muitas prefeituras podem apenas enxergar os benefícios econômicos proporcionados
pelo Software Livre, no entanto, em Rio das Ostras, a equipe de informática da Prefeitura
percebeu que tão importante quanto a vantagem financeira eram os recursos que
conseguiria implementar sem a necessidade de adquirir mais softwares. “Ao deixarmos de
adquirir novas licenças em 2001 e 2002 obtivemos uma economia em torno de R$600 mil,
além da vantagem de buscar novas soluções livres como o Qcad, o PostgreSQL e o
PGAccess, permitindo um planejamento com mais liberdade”, afirma Vinícius. Com a
economia, o município poderá viabilizar a montagem de dois laboratórios, um para
atender aos funcionários da Prefeitura na capacitação e inclusão digital, utilizando
software livre, e o segundo para oferecer cursos de informática para menores carentes e
para a comunidade, também com a mesma plataforma. “Vale lembrar que estamos em
processo de compra de 5 totens para acesso a Internet. Está sendo estudada a
possibilidade de aquisição de uma unidade móvel com computadores, e para o orçamento
do próximo ano, a construção de um imóvel para acesso à Internet e utilização das
tecnologias, objetivando ampliar o nosso processo de inclusão digital”, destaca. Nos anos
de 2001 e 2002, os investimentos foram mais voltados às áreas de Obras, Saúde e
Educação, secretarias estas que receberam cerca de 136 computadores. Para Vinicius, a
maior vantagem para as equipes de informática das prefeituras é a liberdade que o
Software Livre proporciona de poder estudar, criar, desenvolver e apresentar soluções
ITI/SOFTEX
121
que antes só eram possíveis com ferramentas estáticas e proprietárias. “É muito bom
resolver os problemas, integrar e modificar os programas, adequando-os perfeitamente às
necessidades dos usuários”, salienta. Ele acredita que os gestores deveriam questionar
os seus contribuintes como e em que os recursos públicos deveriam ser investidos. “Para
um munícipe é melhor que seja investido R$ 1.600 em livros ou remédios do que em um
software. Afinal, os gestores públicos devem aplicar naquilo que é mais econômico e
eficiente”, finaliza.
A equipe de informática da prefeitura de Rio das Ostras desenvolveu uma interface
gráfica baseada no QVWM.
ITI/SOFTEX
122
3. Prefeitura de Porto Alegre (RS)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
7/10/1809
489
1371082
2.744,58 hab/Km²
0,865
956486
14.688.631.102
O entrevistado foi o Assessor de Projetos Especiais da empresa de Processamento de
Dados da Prefeitura de Porto Alegre – PROCEMPA. O entrevistado é engajado e militante
no movimento de software livre no Brasil.
O município de Porto Alegre e a
PROCEMPA, como empresa de tecnologia de
informação (TI) do município de Porto Alegre, está sujeita as leis do setor público
municipal, o que inclui a Lei n° 8.881 de Janeiro 2002 que regulamenta o uso de software
livre no município. O Estado do Rio Grande do Sul possui a LEI N.º 11.871/02, que dispõe
sobre a utilização de programas e sistemas de computador abertos pela o Estado do Rio
Grande do Sul. Por unanimidade o STF (Supremo Tribunal Federal) deferiu em 15 de
abril de 2004 a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada em novembro passado
pelo PFL - Partido da Frente Liberal contra a lei 11.871/02 do Rio Grande do Sul que
indicava a preferência do uso e adoção de software livre pelo estado.
O município tem grande porte populacional, gestão partidária é PT e informática está na
pauta do prefeito. Os recursos e infra estrutura são abundantes devido a cobrança de
royalties pelo uso da terra por empresas privadas de infra-estruturas públicas. O
município é altamente politizado, a educação é informatizada e conta com orçamento
participativo
A prefeitura desde 1998 trabalha com software livre para o gerenciamento de rede além
de ser o maior contrato com a Microsoft no Estado. Conta com recursos abundantes para
a Informática
e a equipe técnica atual conta com
300 funcionários sendo 2/3
desenvolvedores. A infra estrutura está sob responsabilidade da equipe interna e esta
equipe é contratada para treinamento de usuários de empresas externas. O ambiente
como um todo é heterogêneo. Todos os desktops são SL. A empresa tem legado.
ITI/SOFTEX
123
Após a entrada de um dos líderes do movimento SL na empresa no ano 2003 a migração
ganhou um ritmo mais acelerado. Proposta de implementação do Software Livre foi
defendida baseada em ideologia, custos e técnica.
A empresa utilizou inicialmente a distribuição da Conectiva que em seguida foi substituída
pela distribuição Debian considerado mais conservadora e mais estável.
Quanto as Dificuldades/Riscos de implantação foram citadas a questão jurídica,
dificuldade técnica de migração do legado, processos de contratação que inviabilizam a
participação pequenas empresas nas licitações provocando um intervalo entre a decisão
e a implementação.
As vantagens/Fatores para o Sucesso foram considerados o redirecionamento de
recursos não gastos com licenças para a inclusão digital e a capacitação e
conscientização do funcionário.
A EMPRESAS NO SITE
Conceituação
A definição de software livre amplamente aceita pela comunidade é a oferecida pela Free
Software Foundation: Software livre se refere à liberdade que o usuário tem para
executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e melhorar software.
Quatro itens devem ser considerados: Liberdade em executar o software em qualquer
circunstancia; Liberdade em estudar como o software funciona com possibilidade de
adaptá-lo as suas necessidades, Liberdade para distribuir cópias e Liberdade em
melhorar o software e disponibilizar sua versão ao público, para benefício de toda a
comunidade. É exigido que os fontes deste novo trabalho também sejam fornecidos.
Uma observação importante é de que software livre não quer dizer necessariamente
software gratuito.
Existem
inúmeras
formas
de
licenciamento
utilizadas
pelas
organizações
e
desenvolvedores de software, causando dificuldade de entendimento e confusão quando
falamos de software livre.
Com a finalidade de esclarecer algumas das formas de
distribuição de software mais usuais, são apresentados abaixo seus conceitos: GPL
(General Public License): É a licença que adota o conceito de software livre descrito
anteriormente, respeitando as quatro liberdades apontadas. Também estabelece e
estimula o uso do conceito de copyleft, onde os software gerados utilizando a licença GPL
devem também reproduzir e manter as liberdades apontadas; Open Source: Apesar de
ITI/SOFTEX
124
manter basicamente os mesmos conceitos de software livre apresentados, representa um
movimento diferente do software livre definido pela Free Software Foundation. Estabelece
que o código fonte da aplicação seja disponibilizado, possibilitando a alteração e
distribuição do mesmo, sem restrições de como serão utilizados estes fontes;
Freeware: É o software gratuito, onde o código binário é disponibilizado sem nenhum
pagamento de licença;
Shareware: Permite o download do software gratuitamente, mas para obter uma licença
de uso deve-se remunerar o autor;
Proprietário: O software proprietário estabelece restrições quanto às liberdades apontadas
anteriormente para o uso e distribuição, variando as condições dependendo do
fornecedor.
O que é Software Livre para a PROCEMPA
Quando é estabelecida uma estratégia de adoção mais efetiva de software livre é
importante ter claro qual o conceito será adotado e que tipo de software será aceito em
projetos que sigam esta linha.
A PROCEMPA, como empresa de tecnologia de informação (TI) do município de Porto
Alegre, está sujeita as leis do setor público municipal, o que inclui a Lei n° 8.881 de
Janeiro 2002 que regulamenta o uso de software livre.
O ponto de partida, portanto, é o estabelecido na lei que, entre outras determinações,
estabelece o uso preferencial de software livre (vide anexo 1, incluindo a Lei na sua
integra).
Nos casos onde não for possível a adoção de software livre em seu conceito mais amplo,
pode-se adotar as seguintes alternativas, considerando-as em uma escala hierárquica de
critérios: Sofware Livre (GPL ou compatível), Open Source, Freeware, Proprietário
multiplataforma (com suporte a plataforma livre) e Proprietário.
Inventário
Com o objetivo de apontar as iniciativas em software livre já existentes na PROCEMPA,
levantamos de forma resumida os diversos projetos com suas características básicas.
Projetos utilizando Software Livre:
Informatização da rede escolar
ITI/SOFTEX
125
Atingindo atualmente 27 escolas de ensino fundamental e 10 de educação infantil e em
processo de ampliação para as demais escolas. Toda a infra-estrutura de servidores e
estações utiliza software livre, englobando serviço de correio eletrônico, hospedagem de
páginas das escolas, servidores de arquivo, serviço de acesso a Internet e software
necessários ao trabalho das estações cliente. Público: alunos, professores e demais
servidores municipais e comunidade em geral, Usuário: SMED, Áreas de atuação :Infraestrutura e estações cliente. Software utilizados: Nas estações: Linux Conectiva, interface
KDE, OpenOffice, Netscape, interface web para correio e nos servidores: Linux Redhat,
Sendmail, Squirrel, OpenLdap, Squid.
Hospedagem de páginas e aplicações em plataforma livre
Servidores web de desenvolvimento e produção para suprir demandas de aplicações da
PMPA e PortoWeb. Público: Intranet e Internet, Usuário: PMPA e PortoWeb. Áreas de
atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Apache, PHP, Zope. Hardware
utilizado: Xeon (2x) 1Ghz, com 512 Mbytes de memória e 120 Gbytes de disco
Relatórios gerenciais de acessos a Sites Público
Público: Desenvolvedores dos sites PMPA e PortoWeb. Usuário: PMPA e PortoWeb.
Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Webalazer.
Mapas de Porto Alegre na Internet (Geoprocessamento)
Público: Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Softwares
utilizados: MapServer, PHP, JavaScript.
Telecentros
Destaque para o telecentro utilizando equipamentos sucateados, de pouco poder
computacional. Além deste, atualmente todo telecentro possui 3 equipamentos com dualboot (Linux e Windows). Público: Comunidades de Porto Alegre. Usuário: PMPA. Áreas
de atuação: Infra-estrutura e estações cliente. Software utilizados: Linux Redhat com
LTSP para rede de equipamentos reciclados e Linux Conectiva para as estações com
dual-boot. Hardware utilizado: 486 com 16 Mbytes de memória e sem disco (para projeto
"sucata")
Fórum Social Mundial 2003
Instaladas um total de 586 máquinas com Linux, além da estrutura de 3 servidores para
acesso a Internet e hospedagem das páginas do fórum. Desenvolvimento e manutenção
de aplicações para Fórum (inscrições, relatórios). Público: Participantes do Fórum e
ITI/SOFTEX
126
Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura, desenvolvimento e estações
cliente. Software utilizados: Nas estações: Linux Redhat, utilizando interface Gnome e
navegador Mozilla. Nos servidores: Linux Redhat, squid, NAT, ApacheDesenvolvimento:
PHP e MySQL
Infra-estrutura de correio eletrônico
Infra-estrutura de correio eletrônico incluindo serviços de armazenamento e envio
(SMTP), recebimento de mensagens (POP) e listas de discussão em 3 servidores
corporativos. Público: Usuários de correio PortoWeb e PMPA. Usuário: PortoWeb e
PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Sendmail,
Popper, ListProc. Hardware utilizado: Xeon (2x) 1Ghz, com 512 Mbytes de memória e 120
Gbytes de disco.
Serviços de segurança de informações
Serviços de segurança de informações incluindo estrutura de 3 servidores firewall,
serviços de detecção de intrusos (IDS) e verificação de vulnerabilidade. Público: Intranet e
Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados:
Informação de uso interno.
Sistema CADUNICO
Cadastro Único do Governo Federal - Caixa Econômica federal. Público: FASC e UFGRS.
Usuário: FASC. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Software utilizados: PHP e MySQL
Sistema de inscrições do Fórum de Autoridades Locais
Público: Internet. Usuário: GP. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Software utilizados:
PHP e MySQL.
Participação no Projeto Software Livre RS
Os objetivos do Projeto de Software Livre RS são: disseminação de cultura, debates,
publicações,
projetos
cooperados,
treinamento
compartilhado
e
evento
Fórum
Internacional de Software Livre (FISL). Público: Empresas públicas e privadas,
organizações e grupos de usuários. Usuário: Não se aplica. Áreas de atuação: Não se
aplica. Software utilizados: Não se aplica.
ITI/SOFTEX
127
Interligação de redes através de servidores Linux
Interligação de redes através de servidores Linux fazendo roteamento, firewall, proxy,
NAT e redirecionamento de tráfego. Público: Redes da Infovia. Usuário: DHB, CPERS,
TechMold, Prefeitura de Canoas. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados:
Linux Redhat, Iptables, FreeSWan, Squid. Hardware utilizado: Pentium 100 com 16
Mbytes de memória e 1 Gbyte de disco.
Roteadores utilizando Linux e interfaces PC300 (serial síncrona)
Atualmente 33 máquinas nas escolas e postos de saúde da PMPA. Público: Redes da
Infovia conectadas por linha de dados serial (Brasil Telecom ou GVT). Usuário: SMED e
SMSÁreas de atuação:Infra-estrutura. Software utilizados: Linux, CBQ, Iptables. Hardware
utilizado: Equipamentos da empresa WDN
Roteadores utilizando Linux e interfaces ethernet com conversores para fibra ótica
Atualmente utilizado por duas máquinas no Banrisul e três máquinas na Procuradoria
Geral da Justiça. Público: Redes da Infovia conectadas por fibra à 10/100 Mbps. Usuário:
Agências e postos do Banrisul e Procuradoria Geral da Justiça. Áreas de atuação: Infraestrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Iptables, FreeSWan, Squid. Hardware
utilizado: Pentium 100 com 16 Mbytes de memória e 1 Gbyte de disco.
Serviço de rádio / roteador, baseado em Linux
Serviço de rádio / roteador, baseado em Linux, com serviço de proxy e firewall.
Atualmente utilizado na interligação da rede da Prefeitura Municipal de Alvorada, com dez
servidores Linux e um servidor central. Público: Rede da Infovia que necessitam conexão
via rádio. Usuário: Prefeitura Municipal de Alvorada. Áreas de atuação: Infra-estrutura.
Software utilizados: Linux Redhat, CBQ, Squid, Iptables. Hardware utilizado: Pentium 100
com 64 Mbytes de memória e 2 Gbytes de disco. Placas de rádio PCMCIA.
Interligação de redes privadas virtuais (VPNs)
Atualmente a interligação da rede corporativa do cliente Bortoncello utiliza este serviço,
com oito servidores Linux e um servidor central como VPN central, firewall, mail relay e
roteador. Público: Redes Infovia que necessitam VPN. Usuário: Bortoncello. Áreas de
atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat / Conectiva, Iptables,
ITI/SOFTEX
128
FreeSWan, Sendmail, Redir. Hardware utilizado: Pentium 100 com 16 Mbytes de memória
e 1 Gbytes de disco.
ITI/SOFTEX
129
ITI/SOFTEX
130
4. Prefeitura de Viamão (RS)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1741
1.494,2
16.198
130,56 hab/Km²
0,691
12.445
278 106
O entrevistado foi o Secretário Municipal da Administração. A cidade de Viamão está
localizada a 10Km da cidade de Porto Alegre.
O município não tem Lei de priorizarão de uso dos software livre no serviço público. O
entrevistado tomou conhecimento do software livre em um congresso de produtos de
software para empresas públicas. Após a verificação da pertinência do uso de soluções
livres na prefeitura o entrevistado então se ocupou da difusão e implementação na
prefeitura.
O município tem pequeno porte populacional a gestão partidária é PT e os recursos
financeiros são escassos. Atualmente a prefeitura conta na sua equipe técnica com 1
analista de sistemas, 1 analista nível superior e terceiriza os serviços de manutenção de
hardware.
O grau de informatização antes da utilização de Software Livre era precário e a prefeitura
foi vítima do aprisionamento tecnológico dos dados por parte da empresa que prestava
serviços de implementação e manutenção de produtos de software. Atualmente a
prefeitura conta com 170 micros sendo 130 em rede. O legado é a Novell na rede.
A prefeitura recebeu em doação 80 máquinas do TRT que pretende equipar com software
livre, Linux no sistema operacional e OpenOffice como aplicativo de produtividade. A
meta e montar um laboratório de treinamento para funcionários.
As Dificuldades/Riscos de implantação foram a resistência para aprovação dos gastos por
parte do prefeito e a preocupação com a segurança física dos servidores. Uma dificuldade
importante foi a barreira imposta pelos servidores para a migração dos desktops de
proprietário para livre.
ITI/SOFTEX
131
As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram apontadas a possibilidade de desligamento
da empresas que prestava serviços para a prefeitura a um custo suportável pelo
orçamento existente e a possibilidade da prefeitura submeter um projeto ao PMAT que
tem como meta o recadastramento imobiliário para aumento de arrecadação. O projeto é
de R$ 2 milhões e foi aprovado.
ITI/SOFTEX
132
5. Prefeitura de Belo Horizonte(MG)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1897
331
2.238.526
6.762,92
0,839
1.573.635 23.329.539.880
Os entrevistados foram o Assessor da Diretoria de Relações Institucionais e um Analista
de Sistemas e Educador, ambos da Empresas de Informática e Informação do Município
de Belo Horizonte (PRODABEL). Os dois entrevistados, são engajados no movimento de
Software Livre sendo que o segundo é um dos mantenedores do PSL-MG e
desenvolvedor do Libertas.
O município não conta com lei de priorizarão de uso dos software livre no serviço público.,
tem grande porte populacional, a gestão partidária é PT e a informática está na pauta do
prefeito. A PRODABEL e a própria prefeitura mostram uma habilidade ímpar para
captação de recursos via linhas de financiamentos do governo. O orçamento da prefeitura
é de R$ 2,2 bilhões. Os recursos para Informática são abundantes e da ordem de R$ 30
milhões julho 2003-julho 2004.
Desde 1995, a Prefeitura de Belo Horizonte, através da PRODABEL, utiliza software livre
nos servidores de Internet, equipamentos que disponibilizam páginas Web da
administração municipal, armazenam as caixas postais dos servidores públicos e
permitem acesso, via rede telefônica, à Rede Mundial de Computadores. Tem implantado
o Projeto Internet Cidadã, onde são três os Centros de Internet Cidadã, que oferecem
acesso gratuito ao público, concebidos na plataforma GNU/Linux.
Na PRODABEL aproximadamente 70% de todos os serviços do ambiente de produção
em servidores da Rede Municipal de Informática (RMI) usam o sistema operacional Linux
(a maioria dos servidores Internet 90%, ex: correio eletrônico, servidores web). Quanto às
estações clientes (desktops), 15% delas utilizam o Libertas Desktop Linux como sistema
operacional.
ITI/SOFTEX
133
A PRODABEL opta por não desenvolver todos os aplicativos demandados, utilizando
assim parcerias com universidades tais como UFJF, UFMG, UFSC , empresas públicas e
terceiros. A competência atual da PRODABEL é especificar, orientar, desenvolver e/ou
comprar soluções para as diversas secretarias do município.
A equipe técnica atual conta com 403 funcionários com competência em infra estrutura e
treinamento ao usuário.
A empresa tem um financiamento de R$ 22 milhões com o PMAT para e-gov, o Sistema
Tributário e Urbano (SIATU), ramais telefônicos e SAC. O projeto para o PMAT tem foco
na melhoria da arrecadação e no aumento de capacitação e modernização administrativa.
Não submeteram projetos ao PNAFM. Outros financiamentos da prefeitura são FAPEMIG
com 3 projetos aprovados de 6 apresentados (SL era pré condição para apresentação do
projeto), CNPq com 1 projeto aprovado – Libertas BR (SL), FINEP com 1 projeto
aprovado – Gestão Integrada de Redes Metropolitanas (SL).
A implantação de SL na prefeitura se iniciou com o conceito de redes, o uso da Internet
e do correio eletrônico. A opção era por funcionalidade e foi uma decisão da área técnica.
Não havia aspecto ideológico e sim uma busca de soluções que atendessem às
necessidades de redução de custo.
O Libertas iniciou com o desenvolvimento para desktops para se adequar ao Fust, recurso
que não foi disponibilizado. Realizaram levantamento dos software que eram mais
utilizados na rede pública e detectaram a suite de escritório, o editor de texto e o browser.
A equipe já tinha conhecimento de utilização SL em servidores e começou a trabalhar os
desktops. Em 2001 lançaram um piloto em duas escolas com doação de equipamentos
(computador popular). No início não havia uma metodologia clara mas a medida que o
projeto evoluía a metodologia foi se consolidando. Os professores das escolas se
ambientaram e passaram a participar do processo, solicitando cada vez mais aplicativos.
Hoje utilizam SL: 6900 micros, 3900 impressoras, 138 servidores, 815 equipamentos em
rede distribuídos. São 57 escolas com acesso a Internet e em rede. Até julho pretendese atingir 187 escolas. A plataforma Libertas é 33% mais barata do que a convencional.
Uma demanda do prefeito da época era usar Microsoft nos laboratórios porque ele
acredita que o usuário deve ter acesso às ferramentas do mundo proprietário também. A
parceria com a Microsoft se dá: na forma de 1 Centro de Desenvolvimento Tecnológico
(Prefeitura + Universidade + Microsoft + outros) e doação equipamentos em 2000 pelo BB
onde a Microsoft doou a licença de software para esses equipamentos.
ITI/SOFTEX
134
As dificuldades/Riscos de implantação aconteceram inicialmente porque não atentaram
para a sensibilização do usuário e enquanto não utilizaram interface amigável havia muita
dificuldade de implementação.
As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram os bom conhecimento do assunto na
empresa, as secretarias demandavam soluções menos caras, criação de um piloto que
deu certo, o Libertas um cartão de visitas, vontade política e a participação do usuário
nos processos de migração.
A PREFEITURA NA MIDIA
A PRODABEL tem como principais atribuições:
•
especificação, desenvolvimento e manutenção de sistemas que apoiam a execução
das diversas políticas públicas sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte,
em sintonia com o modelo de gestão da administração municipal;
•
manutenção do mapeamento urbano, em meio digital e em papel, do município de
Belo Horizonte. Este trabalho é realizado a partir da combinação de coleta, análise,
depuração, preservação e disseminação de dados geográficos que representam o
espaço urbano. Utilizando a tecnologia de geoprocessamento, a PRODABEL gera um
acervo de informações que, além de facilitar a elaboração de mapas e a sobreposição
de imagens, fornece subsídios à fiscalização e arrecadação tributária e serve também
de base para projetos nas áreas de educação, saúde, segurança pública,
planejamento, limpeza urbana, patrimônio, cultura e meio ambiente;
•
planejamento, manutenção e operação da Rede Municipal de Informática (RMI), infraestrutura que, gradualmente, vem integrando os diversos locais de funcionamento da
Prefeitura de Belo Horizonte, com o suporte de uma rede de atendimento única;
•
capacitação dos servidores da Prefeitura e dos próprios funcionários da empresa em
tecnologias de informação e comunicação, tendo como premissa o uso pleno dos
recursos computacionais instalados. Desde 1996, o programa de capacitação vem
mantendo média de horas/aula da ordem de 20.000/ano;
•
realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento em Tecnologia da Informação
e Comunicação aplicadas ao ambiente público municipal, diferencial que permite a
qualificação de decisões em projetos e atividades críticas da empresa;
ITI/SOFTEX
135
•
As atribuições da PRODABEL refletem o direcionamento inovador que a Prefeitura de
Belo Horizonte vem dando à informática pública e têm sido executadas por um quadro
funcional composto, hoje, por 426 profissionais .
Sempre que possível, as iniciativas da PRODABEL envolvem trabalho colaborativo com
ONGs e outras instituições públicas, sendo este um princípio institucional praticado nas
várias linhas de atuação da empresa.
Desde 1995, a Prefeitura de Belo Horizonte, através da PRODABEL, utiliza software livre
nos servidores da Internet, equipamentos que disponibilizam páginas Web da
administração municipal, armazenam as caixas postais dos servidores públicos e que
permitem acesso, via rede telefônica, à Rede Mundial de Computadores.
Também já implantado, e com efetividade e eficiência, o Projeto Internet Cidadã, onde
são três os Centros de Internet Cidadã, que oferecem acesso gratuito ao público,
concebidos na plataforma GNU/Linux. Estão eles no Centro de Cultura de Belo Horizonte
(rua da Bahia), na Escola Profissionalizante Raimunda Soares (Pedreira Padre Lopes) e
na Escola Municipal Milton Campos (Venda Nova).
Software livre na Prefeitura de Belo Horizonte, é uma realidade concreta. Hoje
aproximadamente 70% de todos os serviços do ambiente de produção em servidores da
Rede Municipal de Informática (RMI) já usam o sistema operacional Linux (A MAIORIA
DOS SERVIDORES INTERNET 90%, ex: CORREIO ELETRÔNICO, SERVIDORES
WEB). Quanto às estações clientes (desktops), 15% delas já utilizam o Libertas Desktop
Linux como sistema operacional. E com projeto de inclusão digital da PBH nas Escolas
Públicas, este número aumentará muito em estações-cliente(desktops).
A PRODABEL deve apresentar soluções fora do eixo capitalista-monopolista da
informática mundial, não se permitindo atuar como mera repassadora e usuária de
programas alternativos. Como empresa de tecnologia e, por atribuição, empresa de
informática e informação, deve saber apropriar-se desses princípios de produção e uso de
Software Livre para se apresentar, com suas capacitações, à comunidade de informática
com um dos intervenientes capazes de transformar a realidade imposta pelo Software
proprietário. Mais do que uma questão de sobrevivência, torna-se uma questão
estratégica para a empresa, visto que a tendência das empresas de tecnologia é mostrar
resultados com maior produtividade e menor aporte de investimentos, situação propícia
para a incorporação de programas abertos na Administração Municipal e que identifique
claramente Belo Horizonte como cidade aberta à tecnologia não-proprietária e sintonizada
ITI/SOFTEX
136
com o desenvolvimento tecnológico mundial e participação no avanço das tecnologias a
serviço da cidadania.'
O uso de Software Livre na Rede Municipal de Informática da Prefeitura de Belo
Horizonte- PBH é feito de forma gradual e crescente há quase uma década.
Está em conformidade com os princípios de independência de fornecedor exclusivo e
incorporação qualificada e responsável de inovações tecnológicas no ambiente de
informática da PBH, premissas institucionais adotadas pela PRODABEL desde 1.993.
A primeira iniciativa nesta linha foi implementada com o uso do GNU/LINUX para suprir as
funcionalidades de sistema operacional no servidor de Internet da PBH, em 1.995. Desde
então, diversos outros usos foram pesquisados e implementados, permitindo benefícios
como economia progressiva de despesas com licença de uso de software proprietário,
aumento de níveis de segurança e disponibilidade do ambiente.
Em 2.001, com a ampliação da cultura em soluções livres acumulada a PRODABEL deu
um novo passo, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais: o
desenvolvimento de modelo para laboratório de informática para escolas públicas
municipais- o LABFUST.
Esta iniciativa, sintonizada com a Secretaria Municipal de Educação, está em uso piloto
em duas escolas e permite uma ambiência plena para a aprendizagem com 100 % de
programas livres e uso de microcomputadores populares.
O sucesso deste projeto estimulou a elaboração do produto LIBERTAS, também 100 %
desenvolvido com componentes de software livre e adequado para uso em qualquer
estação de trabalho da Rede Municipal de Informática. O LIBERTAS permite, dentre
outras funcionalidades, acesso a serviços da Internet, gerenciamento de escritório e uso
de sistemas corporativos .
Para ter uma visão mais detalhada dos diversos tipos de uso de Software Livre na PBH,
veja a tabela a seguir, que deve ser lida com a ressalva de que, conforme dito
anteriormente a substituição de produtos proprietários é feita de forma gradual . Assim
sendo, em vários casos, os produtos livres abaixo relacionados ainda convivem com
softwares proprietários similares.
Camada
Aplicação
Produto
Servidor
Sistema Operacional
GNU/LINUX
Servidor Web
Apache
Servidor de Correio Eletrônico
Sendmail
Servidor de Proxy e Cache
Squid
ITI/SOFTEX
137
Cliente
Resolução de Endereço IP (DNS)
Bind
Servidor de Aplicação e Servidor Web
Jakarta- Tomcat
Servidor de Aplicação
Zope
Firewall
IPTable
Controle Remoto de Estações de Trabalho em Rede
VNC
Monitoramento de Tráfego na Rede
MRTG
Gerenciamento de Tarefas de Escritório
Open Office.org
Sistema Operacional, Acesso a Serviços Internet, Gerenciamento de Escritórios e Sistemas LIBERTAS
Corporativos
Destaque-se que cada passo neste processo só foi possível com a colaboração de muitas
outras instituições da comunidade de software livre: centros de pesquisa, ONGs,
instituições de informática pública e mesmo do setor privado.
Unidade Móvel de Inclusão Digital inicia capacitação de jovens em BH
O Programa de Inclusão Digital da Prefeitura de Belo Horizonte deu início no dia 11 de
maio, a mais um projeto que visa à ampliação do acesso da população às tecnologias de
informação e comunicação. A Unidade Móvel de Inclusão Digital - Informática para Todos
- irá capacitar, nesta primeira etapa, jovens de 14 a 24 anos, selecionados pela
comunidade do Aglomerado da Serra, em conjunto com a Secretaria Municipal de
Coordenação da Gestão Regional Centro-Sul. Em um mês, 252 jovens estarão aptos a
receber os certificados de participação.
Equipada com duas salas de aula , 14 microcomputadores interligados e conectados à
Internet, videocassete e TV, a carreta de 14 metros de comprimento, ficará estacionada
na rua Alípio Goulart, esquina com rua Capivari, no bairro Serra.
Durante 15 dias, sempre a partir das 8 horas, e sob a coordenação da PRODABEL Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte - 126 alunos serão
qualificados em Introdução à Microinformática , Acesso à Internet, Sistema Operacional,
Editor de Textos e Editor de Planilhas . Ao final dessa etapa, novas turmas com outros
126 alunos serão capacitados pelos monitores da PRODABEL.
ITI/SOFTEX
138
A carga horária de 20 horas, com duas aulas/dia, de segunda a sexta-feira, será avaliada
pelos monitores nessa fase inicial do projeto . Os alunos receberão material didático e
certificado de participação. Nos finais de semana, a comunidade terá acesso à Internet.
Estão previstas também atividades recreativas e culturais.
A Unidade Móvel de Inclusão Digital, que irá percorrer todas as regiões de Belo Horizonte,
representa, para além do aprendizado tecnológico , a adoção de uma política de inclusão
social, na medida em que possibilita aos jovens o contato com as novas tecnologias,
ferramentas essenciais, hoje, no mundo do trabalho .
Há cerca de cinco anos, a Prefeitura de Belo Horizonte vem investindo em projetos que
tratam a inclusão digital com direito essencial do cidadão. Várias iniciativas em parceria
com a sociedade civil, ONGs, empresas privadas e governos estão em funcionamento,
em elaboração ou em execução, atendendo a diversos públicos. Alunos e professores da
rede municipal de ensino, jovens e suas famílias, comunidades, trabalhadores da própria
Prefeitura, dentre outros, integram esse universo.
ITI/SOFTEX
139
ITI/SOFTEX
140
6. Prefeitura de Sobral(CE)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1773
2.129
155.276
73,25 hab/Km²
0,698
89.654
772.1789
O entrevistado foi
o Programador de Suporte Técnico, lotado na Coordenadoria de
Informática, que é ligada diretamente ao gabinete do prefeito com status de secretaria
municipal.
O município não conta com lei de priorizarão de uso do software livre no serviço público,
tem médio porte populacional e gestão partidária PSDB. Existe na cidade uma ONG,
Instituto de Comunicação e Informática que presta serviços em sua área da competência
para a Prefeitura de Sobral e outras prefeituras da região. A ONG por exemplo, tem
competência em elaboração de projetos para serem submetidos ao PNAFM e PMAT. A
maior fonte de arrecadação é o IPTU. A prefeitura conta para o ano de 2004 com um
orçamento de R$ 197.192.300,00 sendo que não há um orçamento específico para TICs.
Em 1997 o atual prefeito assume a prefeitura de Sobral e trás consigo o conceito de
informatização. A prefeitura contava na época com 18 computadores. Em 1999
começaram as experiências com Linux pois existiam funcionários que tinham algum
conhecimento adquirido na Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Na época
não existia o conhecimento de que se poderia adquirir hardware sem software algum.
Para a escolha do sistema operacional a ser adotado experimentaram distribuições
diversas. Optaram pela Slackware devido a sua estabilidade e segurança. A prefeitura
conta hoje com 3800 funcionários. Hoje utilizam para desenvolvimento interno Dbase (
livre ), Linux ( livre ) e Delphi ( proprietário ),Php, MySQL, InterBase. A equipe interna tem
capacitação adequada. Realiza desenvolvimento interno e conta com 5 aplicativos livre e
mais 22 aplicativos desenvolvidos com plataforma mista para ambiente linux. A equipe da
9
em R$1000,00, fonte IPECE
ITI/SOFTEX
141
prefeitura é responsável por sua própria assistência técnica com exceção da manutenção
dos equipamentos HP e IBM. Esta assistência técnica se estende para todas as unidades
administrativas ligadas a prefeitura. A prefeitura tem um sistema de compras de
equipamentos de informática que permite que as aquisições sejam efetuadas sempre pela
menor técnica e não menor preço.
Quanto ao legado, alguns usuários continuam utilizando Microsoft pois necessitam trocar
informações com o Governo Federal e realizar publicação com freqüência.
A prefeitura submeteu um projeto ao PNAFM, que foi aprovado. O montante do valor
aprovado é de R$ 1.070.100,00 . Foi reservado para TICs R$ 503.750,00 que deverá
desenvolver, dentre outros, um aplicativo de Gestão Integrada.
A prefeitura tem parceria com o BB para instalação de quiosques para utilização pública
com Windows instalado. A justificativa utilizada para esta escolha é a do feedback positivo
a favor do Windows.
A proposta de implantação de software livre na prefeitura se deu considerando aspectos
de custos e técnica, sem constrangimento político. Houve resistência difusa em áreas
como educação, saúde e outras.
As Dificuldades/riscos de implantação considerados pelo entrevistado foram referentes a
migração do legado e o fato de que os aplicativos de produtividade, logo no início de seu
uso não eram localizados para o Brasil.
Em Vantagens/Fatores para o Sucesso foi citado o redirecionamento de recursos não
gastos com licenças para melhoria do parque instalado.
A prefeitura tem dois provedores de acesso sendo que um deles é de uso gratuito.
A ASSESSORIA DE INFORMÁTICA NO SITE
HISTÓRICO DA ASSESSORIA DE INFORMÁTICA
Foi implantada em 1997 no primeiro ano de gestão do atual prefeito, incentivada pela
experiência que o prefeito havia adquirido quando presidiu à Assembléia Legislativa do
Ceará, anos antes.
Como primeiras ações no âmbito da tecnologia da informação, determinou a instalação de
um provedor corporativo de acesso a Internet, colocando a administração municipal na
era da globalização, e a aquisição de 25 novos microcomputadores e 2 servidores de
arquivos. Embasado na sua experiência, manteve os olhos voltados para a qualidade dos
equipamentos, fator crucial para o único funcionário de informática da época definir as
ITI/SOFTEX
142
especificações técnicas. Logo começou a crescente procura de todos os secretários pela
informática. Surge a necessidade de contratação de pessoal. Foram celebrados alguns
contratos de mão-de-obra especializada.
As atividades da Prefeitura tornam-se cada vez mais organizadas e, por conseqüência,
precisam de mais tecnologia para fazer bem feito. Daí em diante, adquirir novos
computadores passou a ser rotina para todos os departamentos, até estarem
adequadamente estruturados. Novas tecnologias foram se incorporando às atividades
antes executadas manualmente, agilizando processos, garantindo a integridade das
informações e permitindo maior acesso de quem precisa delas.
No ano seguinte, 1998, houve o primeiro concurso público, cujo cargos de programador
de computador e analistas foram ocupados por 2 profissionais, iniciando-se assim, o
quadro de pessoal da Assessoria de Informática. Ao longo do tempo, diversas atividades
foram implantadas, tais como:
•
a rede local de computadores, interligando todos os equipamentos do paço municipal;
•
a sistemática de uso de impressoras WORK- GROUP;
•
a implantação de uma malha de 42Km de fibra óptica, em parceria com a TELEMAR,
contemplando a maior rede de comunicação digital do interior do estado;
•
a implantação de dois laboratórios de informática– Centro de Ciências e Línguas
Estrangeiras;
•
a criação de laboratórios de informática em seis das maiores escolas públicas
municipais com doze computadores cada um;
•
a informatização da diretoria de todas as noventa e duas escolas públicas municipais,
incluindo os distritos;
• a unificação do processo de matrículas escolares, através do uso de sistema
informatizado;
• a rede via rádio, que integra alguns dos órgãos da administração pública localizados
fora do paço municipal;
• a instalação de um provedor gratuito de acesso a Internet, democratizando o uso
desse recurso, tornando possível a globalização atingir a quase todos os cidadãos
sobralenses, bem como aos moradores de cidades circunvizinhas;
• a implantação de dez câmaras de vídeo para monitoramento do Patrimônio Histórico
ITI/SOFTEX
143
Nacional de Sobral, interligadas através de fibra óptica.
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Internet Grátis
Objetivo: disponibilizar acesso gratuito à Internet a todos os cidadãos do município de
Sobral e cidades circunvizinhas. Números: 10.070 (até abril de 2003) usuários
cadastrados; 60 conexões simultâneas de acessos disponíveis; tempo de uso – 2 anos..
Suporte Técnico: 8 às 22h, 7 dias por semana. Site: www.sobral.org. Vantagem:
Democratização do acesso à Internet.
Rede Local e Internet Via Rádio
Objetivo: integrar, através da comunicação digital, todos os órgãos da administração fora
do Paço Municipal. Números: 14 Pontos de acesso; 63 Computadores beneficiados.
Vantagem: Baixo custo, agilidade, velocidade e portabilidade.
Suporte Técnico
Objetivo: assistência de software e hardware a todos os equipamentos e usuários da PMS
incluindo todas as secretarias e outros órgãos localizados fora do Paço Municipal.
Números: 659 computadores, 300 impressoras, mais de 1000 periféricos e Câmaras de
Monitoramento da cidade; Média de atendimento mensal: 107 equipamentos; Pessoal:
equipe de 05 técnicos (sendo 03 concursados e 02 terceirizados) e 02 estagiários.
Logística disponível: sala do suporte no 1° andar, 01 veículo com rádio, 01 motocicleta, 03
rádios de comunicação e ferramentas. Benefícios: Significativa redução de custos em
relação a assistência técnica externa; manutenção preventiva e corretiva mais eficiente e
rápida.
Desenvolvimento de Software
Objetivo: Informática dos processos administrativos, priorizando o uso de plataformas de
software livre (LINUX, KYLIX, INTERBASE,etc...). Números: Mais de 20 sistemas
administrativos desenvolvidos pela equipe de programadores e analistas. Todos os
softwares são de propriedade da Prefeitura; Pessoal: equipe formada por 07 profissionais
(sendo 05 concursados e 02 comissionado). Sistemas: IPTU; Patrimônio; Controle da
Frota de Veículos; Controle de Zoonoses; Almoxarifado; Bolsa de Compras; Fiscalização
de Obras; Ocorrências da Guarda; Disque Idoso; Controle de Moto-Táxi; Gerência da
Habitação; Administração Escolar, Protocolo, Sistema de Defesa Civil, dentre outros.
ITI/SOFTEX
144
Logística disponível: documentação impressa e on line, linguagens de programação
Delphi, PHP, Access, Pascal HTML e Java Script, bancos de dados INTERBASE,
ACCESS, MYSQL, POSTGRESQL, servidores de armazenamento de dados e 04
microcomputadores. Vantagem: Desenvolvimento de sistema com propriedade autoral
para o município; economia para o município em virtude do uso de Software livres; maior
interação entre desenvolvedores e usuários permitindo sistemas mais customizados.
PRODUTOS E/OU SERVIÇOS
Da Administração de Rede Local e Internet Corporativa
• Implantação da nova interface de escrita e leitura de e-mails via WEBMAIL;
• Implantação do sistema de HELPDESK para administração das atividades do
suporte;
• Implantação do FIREWALL (sistema de segurança da rede local);
• Implantação do PROXY (sistema de segurança de rede local);
• Implantação do filtro para e-mails da interface via Web, evitando, entre outras
coisa, a recepção de e-mails infectados com vírus;
• Implantação da interface via Web do sistema de Compras de Sobral.
• Hospedagem de Páginas Eletrônicas (HOME PAGE)
Do Desenvolvimento de Software
•
Sistema de Call Center: Ativo (com pesquisas de opinião; consultas a população;
convite) ; Passivo (Fala Cidadão - serviço de 0800 que dá possibilidade ao sobralense
de opinar sobre a administração municipal) e Mala Direta (Envio de impressos e
atualização de dados -que possui 10.000 cadastros telefônicos e 4.000 cadastros de
endereços).Todos esses sistemas desenvolvidos por técnicos da Prefeitura;
• Sistema de Controle da Frota de Veículos;
• Sistema de Controle dos Cemitérios;
• Sistema de Controle de Zoonoses;
• Sistema Fala Cidadão – interface via Web;
• Bolsa de Compras de Sobral – interface desktop desenvolvida em Delphi;
• Banco de Livros Didáticos;
• Sistema de Cadastro Multifinalitário do IPTU;
• Sistema de Controle de Eventos;
ITI/SOFTEX
145
• Sistema de Controle dos Bens e Patrimônio;
• Sistema Gerencial de Infrações de Trânsito (JARI);
• Sistema de Fiscalização de Obras;
• Sistema de Almoxarifado;
• Sistema de Ocorrências da Guarda;
• Sistema Disque Idoso;
• Sistema de Controle de Moto-Táxi;
• Sistema de Administração Escolar;
• Sistema de Gerência da Habitação;
• Sistema de Helpdesk
• Da Organização Administrativa
• Atendimento a visitantes;
• Controle de ligações telefônicas;
• Agendamento das atividades do pessoal da informática;
• Manipulação de imagens e fotografias.
• Criação do Info Digital – Boletim informativo diário da Informática
• Aplicação do Programa 5S
NA MÍDIA
EM SOBRAL, O WINDOWS VOOU PELA JANELA (10/04/2004)
http://www.noolhar.com/opovo/colunas/politica/354795.html
O software livre é uma ótima idéia. Vale uma sugestão para o Palácio do Planalto: o
Governo Federal deveria enviar emissários para conhecer a experiência de Sobral. Não
haveria nem sequer constrangimentos políticos. Afinal, Sobral é administrada por um
grupo político fiel a Lula. Lá, a experiência com o software livre começou em 2001. Lá, o
Linux impera nos seis servidores da Prefeitura. O Windows foi defenestrado pela janela. A
Prefeitura também implantou outra plataforma de trabalho no lugar do Office (Microsoft). É
o Open Office. Livre, acessível, grátis e com a mesma eficiência do Office, o programa
que custa R$ 1.400,00 por computador pela licença de uso. Os 180 computadores da
sede da Prefeitura estão com o Open Office. Outros 840 computadores de mesa
espalhados pelas escolas públicas, postos de saúde e outros órgãos da administração
municipal também já trabalham com o Open Office..
São mil computadores. Economia: 1,4 milhão. Isso, sem levarmos em conta a
necessidade de pagar pelas atualizações. Juntando com a bagatela de R$ 440 mil
ITI/SOFTEX
146
economizada com o Linux, a economia chega a R$ 1,8 milhão. Com o Open Office, as
atualizações também estão disponíveis sem custos. Trocando em miúdos, desde 2001,
contribuinte de Sobral não envia Royalties para Bill Gates.
UMA QUESTÃO DE CUSTO E DE SEGURANÇA
A motivação econômica para o software livre está na cara. Mas há outra motivação tão
importante quanto: segurança. O livre é seguro. O "outro", não. O coordenador de
Informática da Prefeitura de Sobral, Francisco Carlos Soriano Morais, argumenta que os
programas livres são usados por instituições como o Exército dos EUA e a Nasa
exatamente por oferecer mais segurança. O técnico explica que até operações simples
como a troca de mensagens via Internet não oferece nenhuma segurança fora do mundo
do software livre. Ele cita o caso do Governo do Estado: "O Governo não usa o Linux em
seus servidores. Optou pelo Windows XP. Não há garantia de que a troca de informações
esteja livre da curiosidade de possíveis interessados". O mesmo vale para instituições
públicas que atuam no setor financeiro e o próprio Governo Federal. Outro detalhe: o
software livre é grátis, eficiente e ainda permite a autonomia tecnológica de quem os usa.
É a hora do software livre
Fábio Campos
[10 Abril 02h58min 2004]
O software livre não exige pagamento de royalties. Pode ser copiado, estudado e
modificado livremente pelos usuários. O governo brasileiro vê no software livre, como o
sistema operacional Linux, uma oportunidade de o País deixar de ser importador de
tecnologia, passando também a desenvolvê-la. E uma boa notícia: a migração na
administração federal já começou. Em 12 meses, cinco ministérios (Relações Exteriores,
Minas e Energia, Educação, Cultura e Ciência e Tecnologia) têm como meta migrar todos
os seus servidores e computadores de mesa para o sistema livre. A partir da experiência,
será traçado um plano para adoção do software livre em toda a administração pública.
"Um governo sério não usa software proprietário em missões críticas", disse Sérgio
Amadeu da Silveira, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI),
órgão ligado à casa Civil.
"Não há como auditar se o software proprietário realmente faz o que eles dizem que faz".
O Linux é o principal concorrente do Windows, um software proprietário. O presidente do
ITI não citou nominalmente a Microsoft, mas em várias ocasiões criticou uma "empresa
monopolista, condenada pela Justiça em seu próprio país". A Microsoft acaba também de
ITI/SOFTEX
147
receber um multa milionária da União Européia exatamente pelo sentido monopolista de
suas ações. O governo federal destinou R$ 162 milhões, até 2005, para sua política de
software livre. Entre 26 e 30 de abril, o governo vai treinar mil funcionários na tecnologia,
em Brasília, sendo 100 no nível gerencial, 300 técnicos e 600 usuários finais. O deputado
estadual Simão Pedro (PT) espera que seja votado ainda este ano seu projeto de lei que
obriga a adoção do software livre pelo governo de São Paulo. Só em 2002, a
administração direta estadual gastou R$ 10 milhões com licenças de software.
A EDUCAÇÃO E O BBB DE SOBRAL
Por falar em Sobral, a Prefeitura da cidade deu outra lição de bom uso de dinheiro público
com sua publicidade de prestação de contas na área de educação. A peça está sendo
veiculada nas TVs locais. Serve também como boa lição para o Governo Federal.
Esteticamente correta, bem construída e com profunda identidade com o que de fato
acontece na vida real. Agradável de ver e ouvir e com impacto sobre quem a assiste. Não
precisou usar nenhum ator. Os estudantes são estudantes. Não precisou filmar em
escolas de outras cidades. Não há estúdios. Não é uma obra de ficção como a
propaganda em que o Governo Federal mostrava falsos beneficiados pelo programa de
agricultura familiar. É o BBB de Sobral. Bom, bonito e barato. O Governo do Ceará
também poderia se espelhar no caso sobralense. Suas frias peças aparentam falar de
coisas que acontecem em Saturno.
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7. Prefeitura de Solonópole(CE)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1935
1434
16.198
11,79 hab/km2
0,691
12.445
24.07610
Os entrevistados foram o Prefeito da cidade e empresário em Fortaleza e São Paulo,
sócio da empresa Liberty, de Fortaleza, uma filial da Brasil Informática de São Paulo e um
cidadão de Solonópole e apoio técnico da empresa Liberty que presta serviços a
prefeitura de Solonópole.
O município conta com Lei 614/2001 que recomenda a priorizarão de uso do software
livre no serviço público, tem pequeno porte populacional e gestão partidária PMDB. O
município conta como única fonte de arrecadação os repasses do governo estadual e
federal. A arrecadação com IPTU é mínima, a agricultura é de subsistência. A prefeitura
conta para o ano de 2004 com um orçamento de R$ 6.000.000,00 sendo que não há um
orçamento específico para TICs. Do orçamento são utilizados 30% em educação, 20%
em saúde. A cidade tinha, no início da gestão, o maior índice de mortalidade infantil do
país. Segundo o entrevistado 98% das crianças estão na escola e 80% das escolhas
possuem laboratórios. O prefeito não reside na cidade.
Quando do início da atual gestão a prefeitura não contava com uma área de informática.
O parque computacional de resumia a 3 computadores Pentium 100. Em 2000, quanto o
atual prefeito assumiu o mandato foi implementada a solução de software livre em
Solonópole. A solução foi implementada 60% pela equipe da empresa Liberty, suporte,
técnicos e parte do desenvolvimento, e 40% pela equipe da empresa Informática Brasil,
que ficou com a implementação da parte técnica pesada. Dentre as primeiras decisões da
prefeitura estava instalar Internet wireless em Solonópole.
10
em R$1000,00, fonte IPECE
ITI/SOFTEX
150
A empresa do prefeito vem trabalhando com Linux há 6 anos. O foco da empresa era
gestão contábil. A empresa desenvolveu a distribuição Common Linux
que foi
inicialmente e ainda é atualmente utilizada pela prefeitura. É uma distribuição do tipo
next/next/finish ou seja, muito fácil de ser instalada. A distribuição conta com a suite de
aplicativos de produtividade, aplicativos de mídia, e etc.. A distribuição é baseada no Red
Hat. Após a instalação em Solonópole, a empresa vendeu para a Justiça Federal e está
realizando projeto na prefeitura de Capuí.
Apesar do prefeito ser um forte simpatizante de SL seria inviável pagar licenças de
software e conseguir máquinas capazes de rodar tais software a fim de aumentar o
número de pontos de acesso. A motivação para uso de SL foi ideológica e financeira.
Após implantação percebeu-se os fatores técnicos de qualidade, segurança e liberdade.
Hoje Solonópole possui 40 computadores com Internet. O custo foi de R$ 12 ou 13 mil
para implantação (antes tinham mais gastos com telefone) mais R$ 23 mil da antena (hoje
se encontra por 1/3 do preço). Conseguiram computadores sucateados por R$ 400 em
Fortaleza e fizeram laboratórios nas escolas. Na ilha digital tem 5 computadores. Utilizam
até 10 computadores sem disco rígido. Possuem hoje 3 servidores.
A infra estrutura foi financiada pela prefeitura e pela empresa do prefeito. A primeira ilha
digital foi fornecida pelo governo do Estado do Ceará.
A equipe da prefeitura atualmente conta com 3 pessoas com segundo grau incompleto (
cidadãos de Solonópole ). Uma dessas pessoas que não tinha conhecimento nenhum de
informática foi quem desenvolveu o site da prefeitura. A cidade não tem legado, tem
pouca utilização de interação com a Comunidade SL (Debian– CE).
Segundo os entrevistados, para a replicação dos casos são necessários um provedor cujo
custo é de R$ 20 mil ( superestimado ). Para as ilhas digitais são necessários, com
doação de equipamentos, um servidor R$ 3 mil mais um link R$ 600,00.
O município foi o pioneiro no Nordeste em busca do PMAT. Submeteram um projeto que
foi elaborado com a ajuda de consultorias externas mas nunca obtiveram resposta (sic).
Segundo o entrevistado a linha de financiamento é boa mas é muito burocrática. Não
procuraram o PNAFM por acharem que não daria resultado. Segundo o entrevistado,
ninguém no Nordeste recebeu nada do PMAT, mesmo os projetos aprovados (sic).
Como
Dificuldades/Riscos de implantação foram citados a rejeição dos membros do
legislativo com o argumento de que para que dar informática se o povo precisa de arroz e
feijão(sic). O contra argumento utilizado, segundo o entrevistado foi que o povo precisa de
ITI/SOFTEX
151
informação, cultura e educação. É necessário que alguém no entorno operacional tenha
conhecimento de SL
e na região existe a dificuldade de encontrar profissionais
capacitados em Java.
As vantagens foram a possibilidade da informatização devido a existência de soluções
livres de baixo custo e a disponibilização de cultura e informação para a população. É
considerado um caso de sucesso. O prefeito tem como meta a instalação de um pólo de
treinamento de Linux e a implementação de Call Centers como alternativa ao
desemprego. O projeto está captando financiamento junto ao Banco do Nordeste.
NA MÍDIA
Mais um município brasileiro sanciona lei de Open Source
27 de Junho de 2001 às 20:38 /Fonte: OLinux
Os municípios brasileiros estão procurando se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal
e começam a adotar softwares de baixo custo em suas estruturas administrativas.
O município de Solonópole é o primeiro do Ceará a sancionar uma Lei que obriga os
órgãos públicos locais a utilizarem softwares de código aberto. O projeto da Lei n.º
614/2001 já havia sido aprovado pela Câmara Municipal de Solonópole-CE por
unanimidade.
A prefeitura do município já adota o sistema operacional Linux no seu provedor de
acesso, tanto nas estações como em servidores. Este serviço é disponibilizado
gratuitamente para os habitantes da região.
A prefeitura acredita que a adoção de sistemas de código aberto poderá facilitar o
município a se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal criada pelo Governo Federal.
Esta iniciativa vem se tornando comum em diversas regiões do Brasil. No Rio Grande do
Sul diversas cidades estão entrando no Serviço de Gestão Municipal, onde todas
utilizarão o Linux nos serviços cotidianos de administração pública.
Francisco Odorino Filho, Prefeito do PSDB adota Software Livre
Editoria: Governos/15/Apr - 17:53
No mundo livre da informática, experiências curiosas, elogiáveis e até mesmo
comoventes começam a surgir. Encravada no sertão central do Ceará, a pequena
Solonópole (http://www.solonopole.ce.gov.br) está na vanguarda desse movimento
capitaneado pela União. Essa posição privilegiada de Solonópole parece tão improvável
ITI/SOFTEX
152
quanto o transbordamento de água de seus açudes - o que está acontecendo neste
verão, por causa das fortes chuvas.
Historicamente acostumada a sofrer com a seca, a cidade nunca teve nenhuma indústria
ou grande empresa. A maioria de seus 17 mil habitantes vive da lavoura e da pecuária de
subsistência.
Em Solonópole não tem nem sinal de celular, mas os moradores contam com uma rede
de comunicação eficiente e gratuita, sem fio, operada com software livre e transmitida por
ondas de rádio. Ela conecta a administração a pontos distantes como a comunidade do
açude Boqueirão, de cerca de 100 pescadores. Um deles, Francisco Orismar da Silva, 34
anos, conta que, antes da Internet, ninguém tinha documento ou plano para o futuro. E
muito menos e-mail. "A gente vivia tudo esquecido", diz. "Agora estamos usando isso até
na hora de correr atrás de um salário (seguro desemprego) para compensar a piracema",
completa, referindo-se ao período de desova, no qual a pesca de rede é proibida. O
responsável por essa metamorfose é o prefeito Odorino Filho (PSDB), empresário da área
de informática que fez carreira em São Paulo e Fortaleza.
"É tudo muito simples, barato e sem pirataria", resume. "Nesse sistema, até computador
obsoleto tem grande utilidade", completa, esclarecendo que a máquina ultrapassada, sem
grandes poderes de processamento, serve-se dos recursos de um computador central,
através do sistema Linux. Entusiasta da rede de comunicação, o agricultor Joaquim
Rocildo da Silva, 60 anos, lembra que, no início, poucos entendiam o projeto do prefeito.
"Hoje, só não usa quem não quer", diz. "A gente não precisa mais ir a Senador Pompeu
(cidade a 54 Km de distância) para resolver os problemas."
O incentivo maior para transformações como as provocadas pelo prefeito Odorino vem do
Planalto,
que,
inclusive,
lançou
um
site
de
apoio
ao
movimento
(www.softwarelivre.gov.br), vinculado à Casa Civil.
De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil gastou no ano passado US$
1,1 bilhão, ou cerca de R$ 3,1 bilhões no pagamento de licenças e royalties ao Exterior
pelo uso de programas. A União, os Estados e os municípios pagaram cerca de 40%
dessa fatura.
(Fonte: Revista Ciência, Tecnologia & Meio Ambiente - 14/4/04 - Matéria: "Mundo Livre
S/A") /Fonte: SERPRO
Um movimento antimonopólio arrasta governos, empresas, instituições e usuários
comuns, e coloca o Brasil como precursor na opção pelos software livres
ITI/SOFTEX
153
Eduardo Marini e Luiza Villaméa/Colaborou: Leonel Rocha (DF)
Computador, mouse, conexão, banda larga. Servidores e navegações pelo mundo virtual.
Nos últimos anos, os brasileiros mergulharam fundo, por necessidade, impulso ou mero
prazer, na tarefa de aprender o significado de conceitos do gênero. Efeito da onda criada
pela obrigação de se preparar para entrar na era da Internet e da informatização em
massa. Agora, com a bênção oficial do governo, empresas públicas e privadas, Estados,
municípios, universidades e entusiastas da tecnologia começam a transformar o Brasil
num dos precursores de uma nova onda dentro desse universo fascinante e
aparentemente interminável. É o movimento dos adeptos dos softwares livres. Ao
contrário dos programas de empresas proprietárias, como os da Microsoft e Adobe, que
possuem os códigos de comando fechados para modificações dos clientes, os softwares
livres permitem que qualquer um faça uma cópia, use-a como quiser e a distribua, na
forma original ou com modificações, sem pagar royalties ou licenças. Eles já fazem parte
da rotina de instituições como as universidades de São Paulo (USP), Brasília (UnB), Rio
de Janeiro (UFRJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Lá fora, mostram resultado
na Bolsa de Valores de Nova York, na gigante IBM, nos servidores que alimentam os 30
mil terminais do Google, o maior site de busca do mundo, e no sistema de defesa virtual
da Casa Branca. No Brasil, até a Receita Federal colocou uma versão livre do programa
para a declaração de imposto de renda pela Internet.
Criador de rede operada com software livre em Solonópole, o prefeito Odorino (no alto)
com pescadores beneficiados pelo projeto e o agricultor Silva (no alto, abaixo).
Software livre e gratuito não são a mesma coisa. Muitos programas oferecidos de graça
têm o código fechado. Por outro lado, empresas que trabalham com software livre não
cobram propriedade intelectual (licenças ou royalties), como os proprietários, mas os
ITI/SOFTEX
154
serviços de treinamento, assistência técnica e instalação são, em alguns casos,
remunerados. Há milhares de programas livres no mundo, mas nada representa melhor o
novo movimento do que o simpático pingüim preto e amarelo do Linux, símbolo do
sistema operacional criado e disponibilizado em 1991 pelo matemático finlandês Linus
Torvalds, hoje com 35 anos. Desde então, Torvalds e equipe trabalham simultaneamente
em duas versões do programa, com sugestões de mais de 100 mil linuxmaníacos
espalhados pelo mundo. Os serviços da versão de desenvolvimento são liderados pelo
finlandês. A outra, chamada de estável, colocada à disposição dos usuários, é aprimorada
atualmente por um grupo liderado pelo brasileiro Marcelo Tosatti, 21 anos, um
paranaense de cabelos longos e desgrenhados que arrumou seu primeiro emprego de
programador, num provedor de Internet de Curitiba, aos 13. “O software livre, além de
eficiente, é também uma plataforma da pluralidade intelectual. Atrás de um computador,
mandando sugestões, pode estar um menino precoce, um técnico de uma grande
empresa ou um acadêmico de respeito”, filosofa o programador. Quando atinge o
equilíbrio, a versão de Torvalds é lançada ao consumo. Em seguida, Tosatti passa a
trabalhar em outra e começa tudo de novo. No Brasil, a página sobre software livre mais
procurada, com 1,4 milhão de visitas mensais, é a www.br-linux.org, do analista de
sistemas Augusto Campos. “Trabalho para mostrar que o software livre é vantajoso em
várias situações e, na maioria das vezes, consigo provar isso”, diz Campos. “Penso,
porém, que as pessoas devem usar o aplicativo que resolva seus problemas, seja ele qual
for.”
ITI/SOFTEX
155
ITI/SOFTEX
156
8. Prefeitura de Manaus(AM)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1848
11.408
1.405.835
123,23hab/km2
0,774
760.925
8.234.784.614
Os entrevistados foi o Assessor da Secretaria Municipal de Administração e Planejamento
(SEMAD), Economista com Pós em Informática e com 7 anos de cargo.
O município não conta com Lei de Software Livre, tem grande porte populacional a gestão
partidária é PL. A prefeitura conta para o ano de 2004 com um orçamento de R$ 790
milhões. A prefeitura utilizou em 1998 a linha de financiamento do BNDES / PMAT para
modernização tributária. Foram R$ 6 milhões. As aquisições efetuadas foram em software
era proprietário.
Manaus já possui alguma estrutura montada e pretende se transformar num grande
parque tecnológico de desenvolvimento. Estão lá instalados diversos laboratórios como o
Instituto Nokia, a Fundação Paulo Feitosa, o Instituto Genius da Gradiente, um pólo de
desenvolvimento da Siemens (projeto de US$ 140 milhões). Todos os laboratórios
beneficiam-se da isenção fiscal, ICMS e IPI, do município. Tecnologia também é gerada
por projetos como o SIVAM que possuem grande parte de seu desenvolvimento no
Amazonas.
Obtenção de mão de obra com pouca dificuldade: Instituto de Tecnologia do Amazonas,
UFAM, UEA, UNIP / Objetivo, Nilton Mendes, FUCAP
Na Prefeitura, em Manaus, cada Secretaria tem sua área de informática descentralizada.
Cada área de informática funciona por si e não há um órgão que oriente a utilização
integrada de sistemas. Quase todas as Secretarias utilizam software proprietário. A
SEMAD é responsável pela informática para modernização administrativa da área de
pessoal, patrimônio, transportes, serviço social e materiais, ou seja, estes são os clientes
da SEMAD. Quase todos utilizam software proprietário.
ITI/SOFTEX
157
O orçamento da área de informática da SEMAD é de R$ 100 mil / ano. O RH em software
é formado por 12 pessoas. Há dentre estes, 6 desenvolvedores de SL, 70% graduados e
30% cursando graduação.
A implantação de Software Livre iniciou no final de 2000 com a leitura de notícias sobre
SL chama atenção do assessor e sua equipe. O fato de grandes fabricantes estarem
homologando SL também chama atenção da equipe. Em abril de 2001 um projeto de SL
toma força na SEMAD. Pretendiam reverter gastos com licenças e diminuir a pirataria
utilizando Open Office e Linux nos servidores. Foi uma aposta sem direcionamento de
recursos específicos para tal fim. O projeto foi alimentado pelo entusiasmo da equipe. O
único gasto que realizaram foram com viagens para capacitação.
Hoje na SEMAD quase 100% dos micros utilizam SL. Existe legado de aplicativos
específicos na própria SEMAD (pouco). Contudo, ainda estão em fase de sensibilização
de seus clientes que possuem além de resistência técnica grande resistência cultural.
Usam distribuição mista Gentoo, Red Hat, Mandrake, Kurumin. O site da prefeitura é livre
mas roda sobre banco de dados Oracle.
O RH capacitado obteve grande parte de seu conhecimento dentro da própria SEMAD.
Os funcionários tiveram que estudar para conseguir fazer a migração. Existe uma
Comunicação mediana com a Comunidade: Zope e Debian.
O sistema de gestão (protocolo) está em Delphi e Oracle. Existem dois sistemas de
gestão rodando em paralelo. Não são integrados.
A SEMAD tem um projeto para migrar o que vem sendo usado em seus clientes e integrar
aos sistemas utilizados nas outras secretarias. Com seus clientes já está tendo algum
progresso.
O entrevistado considera que hoje a SEMAD possui 50% de SL e 50% de SP,
considerando que não consegue mensurar na mesma escala de valor o que é rede e o
que é aplicativo.
As Dificuldades/Riscos de implantação foram a resistência cultural das Secretarias e
lobbie das empresas, descentralização das decisões de informática na gestão do
município, queda da produtividade do usuário nos primeiros momentos, dificuldade até se
obter o domínio da tecnologia e adaptação do hardware.
As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram o redirecionamento de recursos não gastos
com licenças; diminuição da utilização de produtos de software ilegais, aumento da
ITI/SOFTEX
158
capacitação da equipe interna que se torna mais dinâmica pois não depende da compra
de ferramentas para desenvolvimento.
SEMAD NO SITE
PROJETO SOFTWARE LIVRE – SEMAD/ CINF - Centro de Informática
O entendimento do Projeto Software Livre – SEMAD começa com o entendimento de uma
nova concepção de aplicação dos recursos públicos na Prefeitura de Manaus.
Diretamente ligado a políticas e critérios modernos de administração pública, pelos quais
se busca uma sociedade mais justa e melhor provida dos serviços públicos, este projeto
aborda a relação custo x benefício x qualidade dos investimentos em licenças de uso dos
softwares comerciais perante as soluções livres e abertas.
A evolução concreta e atestada das soluções baseadas em software livre pelo mundo,
leva-nos, inevitavelmente, a um posicionamento racional de como a aplicação dos
recursos financeiros deve ser planejada para o futuro.
A SEMAD, representada pelo CENTRO DE INFORMÁTICA, participa, anualmente, desde
2001, na cidade de Porto Alegre – RS, do FORUM INTERNACIONAL DE SOFTWARE
LIVRE. Os participantes, RENIERE CETRARO BRAGA, ROBERTO CAVALCANTE,
ANDRÉ FESTRATI, OSMUNDO VIEIRA, MÁRCIO MOUTINHO e RODRIGO MAUÉS,
visualizaram as experiências de diversas empresas públicas e privadas, na aplicação de
soluções abertas em informática. O modelo do Estado do Rio Grande do Sul, e outros
países do mundo é incontestavelmente um sucesso. Esse formato de administração
endossa e incentiva o que o Centro de Informática da SEMAD defende e pratica há algum
tempo: a utilização racional de soluções tecnológicas para a Prefeitura de Manaus,
passando obrigatoriamente pelo Software Livre.
PROPÓSITOS
O projeto tem por finalidade propiciar uma reformulação na aplicação de recursos
tecnológicos na SEMAD e por conseguinte na Prefeitura de Manaus.
Devemos propiciar o uso de software livre como alternativa econômica e tecnológica aos
software proprietários.
Sendo agentes fomentadores de soluções tecnológicas para a busca de melhor atuação
administrativa da SEMAD, e preocupados com o alto volume de investimentos em
informática exigidos do governo, apresentamos propostas de mudança de um quadro de
enorme gasto público.
ITI/SOFTEX
159
O projeto pretende consolidar e ampliar as experiências bem sucedidas da SEMAD na
aplicação de sistemas operacionais e pacotes de editoração livres, em ambiente de
trabalho.
Os Sistemas de Banco de Dados e as Linguagens de Programação fazem parte do
contexto, porém de forma mais cautelosa. Nessa área procederemos a aplicação
paulatina de soluções livres, devido ao impacto mais intenso na cultura de trabalho do
Centro de Informática da SEMAD.
Uso de Software Livre na Secretaria de Administração e Planejamento do Município
de Manaus
Fatores Motivadores
• Casos de sucesso no provimento de serviços web, e-mail e Internet;
• Opiniões da comunidade o indicavam como mais rápido e seguro;
• Anúncios de suporte por grande empresas como IBM, Oracle e HP;
• Liberdade de padrões proprietários;
• Redução do TCO.
Foco Inicial
•
Implantação do StarOffice5.2 em alguns setores da SEMAD como experiência;
•
Treinamento básico nos setores;
•
Suporte priorizado como maneira de evitar restrições ao uso;
•
Utilização (pioneira) de SL para Gateway, Proxy e Firewall na Prefeitura.
Projeto SEMAD de SL
•
Substituição da infra-estrutura proprietária por SL, sempre que possível;
•
Serviços de Rede;
•
Firewall, Gateway e Proxy;
•
Arquivos;
•
Web e desenvolvimento web;
•
Desktop livre (Linux).
•
Elaboração de projeto de lei dando preferência ao uso de software livre em qualquer
aquisição da PMM.
Dificuldades Encontradas
•
Falta de treinamento e know-how;
•
Resistência dos funcionários (“contra-cultura”);
•
Escassez de recursos materiais;
ITI/SOFTEX
160
•
Enfrentamento de problemas desconhecidos;
•
Aplicações legadas.
Aplicações Legadas
•
Como fazer para preservar o investimento feito em aplicações existentes?
•
Desenvolver tudo novamente não era opção!
•
Busca de alternativas:
•
Rdesktop;
•
Tarantella.
Cenário Atual
Uso de aplicações Open Source – Semad
Produção de sistemas legados para aplicações desktop, quando não for possível adotar
equivalente web aberto (Zope);
Migração gradual para multi-camadas (Jboss);
Utilização de SGBD livre (MySQL e MaxDB);
Pesquisas para imediata conversão do legado.
ITI/SOFTEX
161
ITI/SOFTEX
162
9. Prefeitura de Recife(PE)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
1537
218
1.422.905
6.527,09 hab/km2
0,797
952.393
PIB
O entrevistado foi um membro da Assessoria de Tecnologia da empresas Municipal de
Informática de Recife (EMPREL).
Acompanhando a entrevista estava o diretor de
Tecnologia e Serviços de Informática, também da EMPREL. Os dois entrevistados, são
engajados no movimento de Software Livre com grande conhecimento de tipos de
licenças, metodologia de desenvolvimento, distribuições e outros assuntos correlatos.
O município conta com uma legislação que regulamenta o uso preferencial de software de
código aberto por secretarias e órgãos públicos. Recife foi a primeira cidade do mundo a
contar com esta legislação e a Lei é a 6639/2001. A Política de Software Livre para a
Prefeitura portanto consta da Lei Nº 16.639/2001 de 16.04.2001, de autoria do Vereador
Waldemar Borges, atual Presidente da Câmara de Vereadores do Recife e Sancionada
pelo Prefeito do Recife João Paulo, cuja ementa dispõe sobre a utilização de programas e
sistemas de computador abertos, pela Prefeitura do Recife em cujo Art.1º (Lei Nº
16.639/2001 de 16.04.2001) temos que a PMR utilizará preferencialmente, nos sistemas e
equipamentos de informática dos órgãos da sua Adm. Direta e Indireta, os programas
com códigos abertos, livres de restrição proprietária quanto a sua cessão, alteração e
distribuição. No Art.4º (Lei Nº 16.639/2001 de 16.04.2001) temos que os programas de
computador utilizados pelos órgãos da prefeitura, sejam eles de código fonte aberto ou
fechado, devem ter a capacidade de funcionar em distintas plataformas operacionais,
independentemente do sistema operacional empregado.
O município tem médio porte populacional e a gestão partidária é PT. A EMPREL e a
prefeitura apresentam habilidades para captação de recursos via linhas de financiamentos
do governo. A EMPREL é uma empresa Pública de Direito Privado, criada em 1969,
ligada a Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife e conta com uma força de
ITI/SOFTEX
163
Trabalho de 491 pessoas sendo 331 funcionários e 160 prestadores de Serviços. São
clientes 27 órgãos da Prefeitura do Recife, o Gabinete do Prefeito, Gabinete do Prefeito,
15 Secretarias e 10 Órgãos da Administração Indireta. Conta com 22.000 usuários entre
funcionários da prefeitura, Contribuintes e Cidadãos.
A EMPREL conta com 6.000 equipamentos sendo Mainframe Z800 da IBM, Máquinas
Risc (Sun), Servidores Intel de Alta Disponibilidade, 3.500 micros , 105 sistemas em
operação nas áreas de saúde, educação, planejamento e gestão urbana, orçamento e
finanças públicas, tributação, administração de recursos humanos e serviços ao cidadão.
O Suporte à Infra-estrutura da Prefeitura fornecido pela EMPREL é composto de
Cabeamento Estruturado Rede Elétrica Estabilizada, Rede de Comunicação de Dados e
Voz, Equipamentos Servidores, Software Básicos e de Apoio. São prestados serviços de
Help Desk , Instalação e Manutenção de Equipamentos, Administração da Rede,
Desenvolvimento, Implantação e Operação de Sistemas, Impressão a Laser e Confecção
de Carnês, Internet/Intranet, Provedor de Acesso Gratuito, Desenvolvimento e
Hospedagem de Home Pages, URA – Unidade de Resposta Audível (0800), Terminais de
Auto-Atendimento e Geoprocessamento.
O Software Livre na EMPREL está implementado nos Ambiente de Servidores com
Linux Red Hat (Sistema Operacional) desde 1997, Mainframe (32 Máquinas Virtuais), Intel
(15 Máquinas), Apache (Servidor Web), Tomcat (Servidor Web e de Aplicação), JBoss
(Servidor de Aplicações), SendMail (Servidor de Correio Eletrônico), PROFTPD (Servidor
de FTP), DNS (Servidor de Nomes), RADIUS (Servidor de Autenticação p/ acesso
discado)
No Ambiente de Servidores estão implementados o Mailman (Servidor de Listas de
Discussão), MRTG (Ferramenta de Monitoramento de Tráfego de Rede), Webalizer
(Ferramenta de Estatísticas de Tráfego Web), Netfilter-IPTABLES (Serviço de Firewall),
DHCP (Serviço de IP dinâmico), SNORT (Ferramenta de IDS-Intrusion Detection System),
CBQ (Controle de Banda), POSTGRESQL (Sistema Gerenciador de Banco de Dados),
PHPWIKI (Ferramenta de Colaboração), CVS – Concurrent Version Control (Controle de
Versões), CRUISECONTROL (Integração Contínua), BUGZILLA (Controle de Bugs e
Solicitação de Mudanças), PUBLICA (Divulgação de Notícias na Web) desenvolvido pela
EMPREL (Futuro Open Source), WEBMAIL (Correio Eletrônico), adaptado pela EMPREL
do NOCC, COMUNICA (Agenda e Correio Eletrônico) adaptado pela EMPREL do
PHPGROUPWARE e SIRI (Sistema Integrado de Gestão de Recursos Internet)
desenvolvido pela EMPREL (Futuro Open Source) e em beta teste.
ITI/SOFTEX
164
No ambiente de Desktops temos Linux Red Hat (Sistema Operacional) em 60 máquinas,
OpenOffice (Automação de Escritório), instalado em 90% das máquinas da EMPREL
Mozilla (Navegador Web) e MRPROJECT (Ferramenta de Gerência de Projetos).
No Ambiente de Desenvolvimento temos o ANT (linguagem de Script), XML GCVS
(Controle de Versões – Versão Cliente do CVS), Eclipse (Ambiente Integrado de
Desenvolvimento), BlueFish (Editor de Código Multilinguagem), NVU (Editor HTML
gráfico), iText (Geração de Relatórios), RReport (Gerador de Relatórios Gráfico), Log4J
(Geração e Controle de Logs), JEP (Avaliador de Fórmulas Matemáticas), ACME
(Gerador de imagens GIF)., JRefactory (Ferramenta de Refactoring), HTML TIDY
(Analisador de Código HTML), SQUIRREL (Manipulação de Bancos de Dados), JUnit
(Teste de Unidade), JMeter (Teste de Performance), Canoo Web Test (Teste de
Funcionalidade) num total de 45 Softwares Livres.
A EMPREL conta ainda com o Padrão Tecnológico de Referência 2.0 para a adoção
oficial de software livres e da adoção da MEDS – Metodologia EMPREL de
Desenvolvimento de Software, com orientações de uso de software livres.
As perspectivas para o Software Livre por orientação e apoio do Prefeito são que todas as
estações de trabalho da EMPREL com Linux e OpenOffice até 2005, todas as estações
de trabalho da Prefeitura com Linux e OpenOffice até 2006, todo novo sistema a ser
desenvolvido num ambiente de desenvolvimento em software livre até 2005, novas
aquisições de máquina na Prefeitura com o Linux, participação ativa da EMPREL como
colaborador de software livre na comunidade, como nos exemplos do Comunica, Publica,
Webmail e o SIRI, participação ativa da EMPREL no CSLPE.
Desde 1997, a Prefeitura de Recife, através da EMPREL, vem utilizando software livre, o
Linux em seus servidores. A opção pelo Linux foi em substituição ao AIX, uma estação
RISC, da IBM que danificou e pelo levantamento realizado verificou-se que a empresas
não tinha condições financeiras de arcar com as despesas do reparo. Neste ano então a
plataforma RISC , AIX foi substituída por uma plataforma Intel, Linux. Para esta
substituição a empresa contou com a parceria de um provedor de acesso da cidade que
tinha capacitação no ambiente de infra estrutura livre. Depois desta substituição iniciou
na empresa uma substituição gradual e controlada do ambiente de infra estrutura para
soluções livre. A empresa decidiu que seria um laboratório para a experimentação de
soluções livre que pudessem ser aplicadas na sua própria gestão e desenvolvimento e na
prefeitura e todas as suas unidades administrativas. Atualmente o processo encontra-se
dentro da própria EMPREL.
ITI/SOFTEX
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Incitado pela EMPREL o prefeito de Recife assinou em 2001 a Lei 6639/2001. Depois da
assinatura da lei, os desktops da empresas começaram a ser substituídos por soluções
com Linux e Openoffice sendo que hoje aproximadamente 20% das estações estão
migradas.
A EMPREL desenvolveu 105 aplicativos em plataforma mista. Desenvolveu também
alguns sistemas completamente livres e que serão disponibilizados vai CVS no final de
junho de 2004. Um aplicativo trata da gestão da Internet, SIRI (Sistema de Gestão
Integrada dos Recursos de Internet). Desenvolveu ainda um webmail sobre o NOCC e
uma agenda integrada em substituição ao COMUNICA que teve seu código fonte
fechado. A agenda foi desenvolvida sobre o PHPGROUPWARE.
A empresa contou com uma consultoria do CESAR para elaborar e criar processos para
sua área de desenvolvimento de software.
A equipe técnica atual da empresas conta com 40 funcionários com competência técnica
adequada.
A empresa tem um financiamento de R$ 7 milhões com o PMAT para o desenvolvimento
de sistemas de DATAWAREHOUSE, Geoprocessamento e outras aplicações. O projeto
foi elaborado por um grupo de trabalho da EMPREL e contou com a consultoria do
SEBRAE. .
NA MIDIA
Software livre já!
Verena Petitinga/ Pingue-Pongue / Cândido Pinto
O engenheiro eletrônico pernambucano Cândido Pinto tem uma função pioneira: é um dos
responsáveis pela implantação da primeira lei do uso de software livre no mundo (lei n°
16639/2001), criada na cidade do Recife (PE). Como diretor-presidente da Emprel
(Empresa de Informática do Recife), este mestre em Ciências da Computação pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro passou pela diretoria de informática do Instituto
do Coração - Incor, do Hospital das Clínicas de São Paulo, em que atuou por 22 anos, até
ser convidado para comandar os projetos da empresa tecnológica de Pernambuco.
Cândido Pinto afirma, porém, que esse processo não é nada fácil. "Não há dúvida sobre a
necessidade de utilização de software livre e estamos sempre atentos à possibilidade do
uso do código aberto. Esse processo, porém, leva tempo e tem de ser educativo", explica.
ITI/SOFTEX
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INFORMÁTICA - Em 2001, a Unesco começou a apoiar o software livre, mostrando como
o assunto está gerando polêmica e discussão nos mais diversos setores. Como o senhor
está vendo o processo do uso do software livre no Brasil?
Cândido Pinto - O uso de software livre é um processo que ganhou corpo com a
utilização do Linux (hoje reconhecido e usado pelas mais diversas corporações).
Atualmente, já se pode identificar iniciativas públicas e privadas no sentido de colocar
aplicativos, dos mais diversos, à disposição dos usuários. A política de uso de software
livre está relacionada a essa capacidade de ter oferta de aplicativos e/ou utilitários. Em
especial nas áreas de segurança e de Internet, o uso do software livre é abundante em
diversas organizações.
I - Já que a nova lei de Recife não exclui o uso do programa pago, mas apenas determina
a preferência pelo gratuito, o governo está realmente utilizando o código aberto? A lei já
está sendo posta em prática?
CP - A EMPREL tem utilizado, nas áreas de rede, segurança e Internet, software livre. No
entanto, como é um processo, ainda se utilizam muitos programas de código fechado,
mas com o cuidado de que eles "rodem" em várias plataformas. Estamos finalizando a
criação de um Laboratório de Software Livre, onde se possa gerar novos programas para
usos diversos, principalmente, na comunidade.
I ? E esse laboratório desenvolverá programas abertos, além de fazer treinamento do uso
dos já existentes?
CP - No Laboratório de Software Livre, além de teste e desenvolvimento de programas
para uso pela EMPREL, o que se deseja é oferecer estágios e fazer convênios com
universidades e empresas privadas para maior desenvolvimento do código aberto.
I - A nova lei pode possibilitar a produção de software em Recife, aumentando o mercado
tecnológico no estado de Pernambuco? O Nordeste pode entrar de verdade na criação de
software?
CP - Iniciativas acadêmicas, públicas e privadas (a Conectiva está abrindo um escritório
em Recife) indicam que a cidade pode ser um pólo de desenvolvimento e difusão do
software livre, por ser um grande centro de informática no país. Para isso, a EMPREL tem
um convênio de cooperação técnica com a Universidade Federal de Pernambuco que
conduz nesta direção e tem contatos com empresas privadas para este fim, inclusive
parceria.
ITI/SOFTEX
167
I - O senhor acredita que a lei pode influenciar instituições privadas a utilizar software
livres?
CP - Na medida que a lei favorece a utilização no poder público, também favorece o seu
uso no setor privado. Na área de Internet e mesmo em servidores, as instituições privadas
já usam software livre, como é o caso do Linux.
I - Como o senhor avalia a decisão do Ministério da Educação de utilizar o Windows como
sistema operacional em bases tecnológicas educacionais? Recife utilizará o Windows
também?
CP - O projeto de informatização das escolas municipais do Recife teve início na gestão
municipal anterior e foi baseado em MS-Windows e MS Office, através do Proinfo do MEC
e até com recursos próprios. No momento, estamos em um processo de discussão de
como introduzir progressivamente plataformas livres (Linux e Star Office). Não é um
processo simples, por causa da cultura Microsoft existente na sociedade e entre os
professores, e pela necessidade de treinamento de pessoal, como instrutores e estrutura
de suporte. Além do mais, a quase totalidade dos aplicativos educacionais e de gestão
oferecidos estão em ambiente Windows. É um processo que deve ser conduzido com
cuidado e com firmeza. Se o MEC tivesse sinalizado para um ambiente livre, o nosso
caminho seria mais fácil.
Acesso à Internet será controlado por software nas estações da PCR
A Missão do software Siri (Sistema de Gestão Integrada dos Recursos de Internet) é
impedir que a Web seja, ou melhor, continue sendo utilizada de maneira indevida. A partir
de junho, os funcionários da Prefeitura do Recife vão ficar como siri no caçuá quando
quiserem acessar a Internet. É que a Empresa Municipal de Informática (EMPREL)
desenvolveu um software de controle de acesso à Web que será instalado nas 2,5 mil
estações da prefeitura.
Batizado de Sistema de Gestão Integrada dos Recursos de Internet (Siri), o programa foi
apresentado durante o I Encontro de Software Livre, realizado semana passada, na
Chesf. Sua missão é impedir que a Web seja, ou melhor, continue sendo utilizada de
maneira indevida. "No início da atual gestão, tínhamos um link de 512 Kbps da Telemar,
que vivia congestionado. Hoje o link é 12 vezes maior e o problema persiste", diz um dos
coordenadores do projeto, Adilton Silva. A explicação, diz, está na altíssima quantidade
de filmes e músicas que são baixados diariamente na prefeitura.
ITI/SOFTEX
168
Segundo ele, o software tem "por enquanto" três eixos de atuação: a autenticação de
usuários, a criação de perfis e o gerenciamento da largura de banda. "Assim, poderemos
definir o que cada usuário poderá e não poderá fazer na Web e racionalizar o uso do link
para futuros projetos de E-Gov", diz o diretor da EMPREL, José Alberto.
Ainda durante o I Encontro de Software Livre, o diretor do Serpro, Sérgio Rosa, anunciou
que foi homologada uma licitação para a produção no Brasil de certificação e assinatura
digital com software aberto. "Vamos deixar de pagar royalties e jogar o preço para o
chão", comemora.
(Fonte: Jornal do Commercio – Recife/ PE, 26 de maio de 2004)
Ganha também a comunidade Linux, que além de ter nas mãos um poderoso Office, tem
uma ferramenta totalmente "opensource", bem ao gosto dos linuxistas de plantão, que
podem se divertir com seus fontes.
Um cálculo bastante interessante, foi feito pela Empresa de Informática do Município de
Recife (EMPREL), segundo o Diretor de Telecomunicações da EMPREL, José Alberto,
numa compra de 500 máquinas feitas pela prefeitura, as licenças do MS ffice,
representavam um custo compatível com o valor de aproximadamente 150 computadores.
A prefeitura de Recife (a primeira no mundo a sancionar uma Lei que dá preferencialidade
de uso a software de livre distribuição), está conseguindo economizar valores razoáveis
com esse tipo de atitude simples.
Existem ainda empresas como: Duchas Corona, que padronizou Linux e StarOffice em
todas as suas estações, a Proform (uma das empresas do Grupo Tilibra), que executa o
StarOffice em PCs 386, com a performance de Pentium II, a UNIMED Macapá, entre
outras. Isto tudo tem representado uma economia média na faixa de 85% dos gastos
existentes com as soluções tradicionais do mercado.
Fora isso o StarOffice também é poliglota, pois fala em: alemão, dinamarquês, espanhol,
francês, holandês, inglês, italiano, polonês, russo e sueco. E agora estão ensinando ele a
falar o português do Brasil ... tá bom pra você?!?!?!
Ultimamente o Brasil vem vivendo a onda do vamos economizar a qualquer custo, com
jargões como: "Economize energia, o Brasil não pode ficar no escuro" e "Peça o Genérico
pro seu Médico, é mais barato e faz o mesmo efeito".
Ora então por que não falamos de economia também na informática. Afinal de contas
quem foi que disse que pra se informatizar uma empresa, é preciso gastar horrores???
ITI/SOFTEX
169
O StarOffice, pode ser perfeitamente comparado a esses dois jargões, pois, se você optar
pelo uso desta ferramenta, você vai economizar a sua energia, que em condições normais
de temperatura e pressão seriam gastas com o treinamento de seus funcionários, além
disso pelas suas similiaridades o StarOffice, está claramente inserido no quadro dos
Genéricos, pois além de fazer o mesmo efeito, tem uma apresentação muito parecida
com um produto de griffe bem conhecido do mercado.
Mas espere aí... Genérico sim, todavia um genérico de marca, um genérico famoso (como
diria um amigo meu um Genérico Fashion...), pois criou-se em berço de ouro, e tem hoje
como família, nada mais nada menos do que a Sun Microsystems, que apesar de ter
comprado a Stardivision por uma pequena fortuna, não se importou em abrir seus fontes
para os desenvolvedores, ao contrário, esta atitude somente fez aumentar o Market Share
do produto, como estamos vendo até então.
Outra fonte de recursos de pulverização do StarOffice, está na legião de escolas, que vem
adotando-o como solução para o ensino dos alunos de um modo geral, neste caso, um
dos exemplos mais clássicos é o Colégio Satélite de São Paulo, que desde a educação
infantil até o ensino fundamental, resolveu implantar o sistema operacional Linux e o
StarOffice no seu laboratório, a montagem dele custou R$ 25.000,00 entre Hardware e
Software, ao passo que se a opção fosse por uma solução tradicional, o gasto seria de R$
80.000,00. Outro exemplo de sucesso nas escolas é o Colégio americano Batista em
Recife, que implantou Linux e StarOffice em seus dois laboratórios, totalizando dois
servidores e trinta e três estações, com aulas nos três turnos e atendimento a 1.500
alunos.
A Sun Microsystems tem ainda outro trunfo na manga contra o poder de fogo do M$Office. A suite StarOffice, está sendo adotada por órgãos como a Procergs, que não
somente vem usando softwares de livre distribuição em todo o estado, como também vem
procurando difundir esta idéia em outras cidades do Brasil e uma das formas adotadas
para se fazer isso é com a prospecção de um pacote de aplicativos chamado Prefeitura
Livre, atualmente comercializado pela CCA Net para todo o Brasil, nele o StarOffice é
uma das estrelas principais.
Segundo pesquisas recentes o StarOffice já ocupa o segundo posto na linha de suítes
Offices e é hoje a que está proporcionalmente ganhando maior número de adesões, por
conta de sua alta compatibilidade com os padrões de mercado e por seu custo zero.
Atualmente o StarOffice vem representando cerca de 37% das estações de trabalho
corporativas, independentemente do sistema operacional e já vem ganhando adeptos
ITI/SOFTEX
170
inclusive no mercado doméstico, pois oferece ao usuário final uma gama de recursos
invariavelmente maior que os recursos normalmente oferecidos por outras suítes.
Só uma coisa de ruim ainda perdura em torno do StarOffice para as máquinas
domésticas, a necessidade de pelo menos 64Mb de RAM para que ele apresente uma
performance razoável, isto por causa do seu Desktop integrado, que trás já como
?default? nada mais nada menos do que nove atalhos de aplicativos e mais uma série de
outros em seu Menu ?Início?.
Bem ao que parece, a grande piada é que este portuga veio pra dominar não somente o
mercado brasileiro, mas de uma forma bastante sutil, o mercado mundial.
Pra quem gosta do StarOffice, ou está afim de experimentar algo novo, vai aí uma dica no
site da Sun, você pode fazer o Download da última versão do StarOffice, você pode obter
também maiores informações aqui
EMPREL NO SITE
PADRÃO TECNOLÓGICO DE REFERÊNCIA Versão 2.0
Software Homologados
Existe atualmente um conjunto de sistemas em produção que foi desenvolvido nas mais
variadas linguagens e ambientes. Este fato gera problemas de mobilidade de técnicos
entre projetos, de estrutura de suporte a esses ambientes e linguagens, além de criar
dependências dos sistemas com ambientes operacionais específicos.
Por outro lado, as equipes de desenvolvimento e manutenção de sistemas sofrem pela
carência de ferramentas que facilitem e até mesmo automatizem parte do processo de
construção e adaptação de sistemas.
A visão de futuro estabelecida pelo presente documento trata essas duas realidades,
indicando um ambiente operacional menos diversificado, mais portável e coerente com o
movimento de software livre, no que for possível.
Sistemas Operacionais
Ficam definidos os seguintes sistemas operacionais para as respectivas plataformas: zOS
e Linux (Red Hat) para o mainframe; Linux para as estações de trabalho e servidores das
máquinas PCs, sendo que para os servidores a distribuição deverá ser a Red Hat; Solaris
para as máquinas RISC da Sun.
Linguagens de Desenvolvimento
ITI/SOFTEX
171
Fica definido que as linguagens padrão para desenvolvimento de sistemas são as
seguintes: o Java, como linguagem básica e o HTML (HiperText Markup Language) e o
Javascript para a camada de apresentação das aplicações para a Web.
O HTML é a linguagem que é entendida pelos browsers (navegadores) da Web e que são
executados na máquina cliente.
O Javascript é uma linguagem de script que é embutida em código HTML.
Eventualmente, poderá ser utilizado o PHP (um acrônimo recursivo para “PHP: Hypertext
Preprocessor”) para sistemas especiais, assim considerados pelo GCT.
O PHP é uma linguagem de script free e open source de uso geral, que roda em diversos
sistemas operacionais, e que é muito usada e especialmente apropriada para o
desenvolvimento de aplicações Web embutidas em código HTML. Ela se encontra em um
estágio confiável de utilização para aplicações de pequeno porte.
Esta decisão levou em consideração que o Java é uma linguagem estável, completa, em
constante evolução, que tem recebido constantes e valiosas contribuições dos principais
fornecedores de TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação, das universidades e
da comunidade usuária, atendendo aos critérios de uma maior independência de
plataforma tecnológica e de fornecedor.
Ela foi testada em projetos de pequeno, médio e grande porte na EMPREL e apresentou
resultados satisfatórios.
Existem várias ferramentas que se integram ou que utilizam o Java dentro do processo de
desenvolvimento e manutenção de software, desde a fase de análise e projeto, passando
pela geração de código (engenharia direta e engenharia reversa), montagem e utilização
de ambientes de desenvolvimento, até as ferramentas de teste e monitoramento de
sistemas em produção.
Pode-se utilizar desde um simples editor de textos, como o Notepad do Windows, até
ambientes completos de desenvolvimento, para a geração de código Java.
Pode-se utilizar o byte-code (gerado a partir da compilação do código fonte) de imediato e
sem qualquer necessidade de adaptação, em máquinas virtuais disponíveis nos diversos
sistemas operacionais, e, portanto, dotando a solução de uma maior portabilidade, como
também pode-se gerar o código em linguagem de máquina que é mais rápido, porém
dependente da plataforma.
ITI/SOFTEX
172
Com o Java, é possível criar soluções para a Internet/Intranet, como também para
sistemas cliente-servidor tradicional.
A execução das aplicações pode ocorrer de forma on-line ou batch.
Quanto às estruturas de armazenamento, o Java trabalha com estruturas em memória
como também com bancos de dados (relacionais e orientados a objetos), podendo
inclusive, ser utilizado para implementação de stored procedures nos principais bancos de
dados.
Nativamente, o Java oferece um conjunto considerável de componentes que viabilizam e
facilitam a tarefa de construção de software. Alguns deles estão disponíveis no ambiente
gráfico de desenvolvimento (de forma semelhante ao Delphi, SQL Windows ou Centura),
enquanto outros podem ser utilizados internamente, através do uso de Javabeans,
Enterprise Java Beans ou classes.
O Java oferece componentes para a construção de código para as seguintes
funcionalidades, entre outras: Emissão de relatórios; Envio e recebimento de e-mails;
Publicação e tratamento de páginas na Internet; Acesso a bancos de dados; Tratamento
de tipos de campos; Construção de telas; Tratamento de código HTML, XML e Javascript;
Processamento distribuído (com o RMI, CORBA, JINI, SOCKETS, etc); Leitura e gravação
de arquivos (em vários formatos), e; Tratamento de arquivos multimídia.
Existe uma gama enorme de componentes (free e pagos) desenvolvidos por terceiros e
disponíveis em Java, no sentido de permitir o uso de tecnologias específicas, assim como
no sentido de viabilizar um aumento de produtividade no desenvolvimento. São exemplos,
os
componentes
para
geração
de
telas
e
relatórios,
para
tratamento
de
geoprocessamento, para uso da inteligência artificial, etc.
Ambiente Integrado de Desenvolvimento e Teste Java (IDE)
Fica definido que o ambiente integrado de desenvolvimento, manutenção e teste de
sistemas em Java é o WSAD da IBM.
Esta decisão se deve principalmente a recomendação técnica de utilização de ambientes
de desenvolvimento e teste (IDE) do mesmo fornecedor do servidor de aplicações, em
função das especificações técnicas não garantirem total independência entre esses tipos
de ferramentas, no momento.
Outro aspecto importante a considerar diz respeito aos problemas ocorridos na fronteira
entre a ferramenta IDE e o servidor de aplicações, onde é recomendável que se tente
ITI/SOFTEX
173
evitar que um fornecedor fique culpando o software do outro fornecedor (e vice-versa),
atrasando o diagnóstico e a solução desses problemas.
Como a escolha do servidor de aplicações é mais crítica do que a escolha da IDE, devido
aos custos mais elevados e em função dos parâmetros de desempenho e estabilidade
requeridos pelo ambiente de produção serem mais rigorosos, foi definido primeiramente o
servidor de aplicações da IBM - considerado um dos melhores servidores de aplicações
do mercado, no momento.
O WSAD é uma ferramenta abrangente que permite a criação e manutenção de projetos.
Esses projetos são configuráveis, estruturam as aplicações (código fonte e executável)
em pacotes, utilizam bibliotecas e componentes, e oferecem uma série de serviços do tipo
compilação, deployment (acionamento dos servidores de aplicações e de Internet, e
execução do código gerado nesses servidores) e depuração de código (debug), entre
outros.
O WSAD disponibiliza seus próprios componentes e conectores para utilização nas
aplicações.
No entanto, apesar do WSAD disponibilizar um conjunto de componentes e conectores de
fácil utilização e que poderiam aumentar a produtividade das equipes, fica expressamente
proibido a utilização de componentes proprietários dessa ferramenta, no sentido de
garantir uma maior independência de plataforma e de fornecedor defendida com a
utilização do Java.
Eventualmente, poderá ser utilizado o ECLIPSE como ferramenta IDE para sistemas
especiais, assim considerados pelo GCT.
O ECLIPSE é uma ferramenta IDE “free” e “Open Source” e constitui a base do WSAD.
Ela foi cedida pela IBM para a comunidade de software livre, empresa que a desenvolveu
inicialmente. A partir daí, o seu desenvolvimento acontece de forma independente da IBM,
ao mesmo tempo que o WSAD também evolui independente do ECLIPSE.
Servidor de Aplicações
Fica definido que o servidor de aplicações padrão para todos os ambientes é o
WebSphere da IBM.
O Websphere é o servidor de aplicações líder mundial no seu segmento. Ele é bastante
estável, robusto e rápido.
ITI/SOFTEX
174
Eventualmente, poderá ser utilizado o JBOSS como Servidor de Aplicações para sistemas
especiais, assim considerados pelo GCT.
O JBOSS é um Servidor de Aplicações “free” e “Open Source”, que implementa a
arquitetura J2EE da SUN.
Servidor Web
Fica definido que o servidor web padrão para os ambientes de desenvolvimento e de
testes é o Tomcat, da Jakarta, e o servidor web dos ambientes de homologação e
produção é o Apache.
servidor Web trata as requisições para páginas Web estáticas.
Container de Servlet
Fica definido que o container de Servlet para todos os ambientes é o Tomcat, da Jakarta o Tomcat é um Servidor Web e Container de Servlet -.
Container de Servlet é uma categoria de software que atua no ambiente da
Internet/Intranet, no lado servidor, e que tem a função de redirecionar requisições HTTP
para classes Java.
Quando existe uma requisição HTTP para um Servlet ou JSP (Java Server Page), tal
requisição será redirecionada pelo Servidor Web para o Container de Servlets, que
acionará o Servlet ou JSP correspondente. O Servlet ou JSP, por sua vez, poderá gerar
dinamicamente uma página Web estática em resposta, que percorrerá o caminho inverso,
até chegar no cliente.
SGBD – Sistema Gerenciador de Bancos de Dados
Fica definido que o SGBD padrão para todos os sistemas é o DB2 da IBM.
Eventualmente, poderá ser utilizado o Postgress (PostgreSQL) para sistemas especiais,
assim considerados pelo GCT.
O Postgress é um SGBD free, que roda em diversos sistemas operacionais, e que se
encontra em um estágio confiável de utilização para aplicações de pequeno porte.
Já o DB2 também pode ser utilizado em diversos ambientes, inclusive no zOS do
mainframe e no Linux, e atende aos requisitos de estabilidade e performance para
aplicações de qualquer porte.
Ferramenta de Data Warehouse
A ferramenta adotada para a construção de Data Warehouses ou Data Marts é o Sagent.
ITI/SOFTEX
175
Um Data Warehouse pode ser definido como um grande armazém de dados corporativos
e o Data Mart um armazém de dados departamentais, ambos normalmente
desnormalizados, estruturados de uma forma tal que permita um acesso rápido para
consultas e análises dinâmicas.
Essas ferramentas são construídas normalmente baseadas em dados oriundos de bases
de dados de vários sistemas transacionais, com a possibilidade de integração com dados
não convencionais em planilhas, documentos textos, etc, associados a funcionalidades de
agregação/desagregação de dados, bem como a formas variadas de apresentação
(gráficos, planilhas, consultas, relatórios), inclusive na Internet/Intranet.
O público alvo dessas ferramentas é composto do alto escalão das organizações que
normalmente precisam de informações cruzadas, sintéticas e que possam ser criadas
dinamicamente em consultas e relatórios.
Ferramentas de Geoprocessamento
O geoprocessamento exige a definição de uma gama enorme de padrões, que vai desde
as metodologias de coleta e tratamento dos dados espaciais, passando pela
geocodificação dos atributos, precisão dos dados e periodicidade de coleta, culminando
com o hardware e software necessários para a manipulação e exibição das informações
georreferenciadas.
Um dado georreferenciado pode e deve ser acessado por vários órgãos da prefeitura,
assim como pela própria população. Logo, a solução deve permitir uma flexibilização das
condições de acesso e uso a essa tecnologia.
A solução escolhida dividi-se em 2 grupos: Ferramentas para uso Local ou Desktop –
Software para consulta e/ou elaboração de Sistemas de Informação Geográfica – GIS e
manutenção da base gráfica, para atender a projetos individuais ou restritos a um
determinado grupo de usuários, com base de dados local ou departamental; Solução
Corporativa – Incorporação da tecnologia de geoprocessamento nos sistemas
corporativos da prefeitura, executados no ambiente Internet, além da possibilidade de
geração,
de
forma
semi-automática
de
home
pages
para
consultas
em
geoprocessamento.
Apesar das iniciativas e avanços em termos de softwares free e/ou open source na área
do geoprocessamento, inclusive com produção brasileira, esses softwares ainda não
estão maduros o suficiente para serem adotados como padrões.
ITI/SOFTEX
176
Levando-se em consideração, por um lado, o atual estágio dos softwares livres e, por
outro lado, a experiência da EMPREL e órgãos da prefeitura, além do posicionamento dos
fornecedores no mercado mundial de softwares de geoprocessamento, a EMPREL definiu
que o ambiente de geoprocessamento deve se basear na solução da ESRI (empresa
americana líder mundial do setor), e é composto pelos seguintes softwares: Ferramentas
para uso Local ou Desktop: ArcExplorer (como ferramenta desktop de consulta a dados
georreferenciados); ArcView (como ferramenta desktop para elaboração de Sistemas de
Informações Geográficas – SIG, incluindo recursos de mapeamento, análise, e recursos
básicos para edição de dados gráficos); ArcEditor (inclui todas as funções do ArcView,
além de recursos avançados para edição de mapas e banco de dados geográfico);
ArcInfo (inclui todas as funções do ArcView e do ArcEditor, incluindo recursos avançados
de geoprocessamento); Solução Corporativa: ArcSDE (para armazenamento e acesso
aos dados espaciais, de forma integrada com os dados descritivos no SGBD); ArcIMS
(para criação de esquemas e serviços de visualização de mapas, para fornecimento de
acesso e processamento dos serviços definidos, bem como para geração de home pages
para manipulação de dados georreferenciados); MapObject for Java (API em Java para
acesso às funcionalidades de geoprocessamento).
Ferramenta de Automação de Escritório
A ferramenta de automação de escritório adotada, até então, na EMPREL era o
StarOffice.
Na sua versão mais recente, o StarOffice saiu da condição de software livre.
No entanto, o fornecedor (SUN Microsystem) cedeu todo o código fonte do StarOffice, na
versão 5.2, para a Fundação Open Source.
A Fundação Open Source, por sua vez, com algumas adaptações no código recebido,
disponibilizou a versão inicial do OpenOffice, que corresponde a uma versão free e open
source (com o seu código fonte e sem custos).
O OpenOffice está sendo considerado pela imprensa especializada, como a melhor
ferramenta free de automação de escritório disponível no momento.
Ele
pode
ser executado
em diferentes sistemas
operacionais
e
dispõe
das
funcionalidades básicas requeridas em um software de automação de escritório, como a
de um editor de texto, planilha eletrônica, banco de dados de pequeno porte, editor de
HTML e apresentação de storyboard.
ITI/SOFTEX
177
Logo, atendendo às diretrizes encontradas na lei municipal que trata do uso de software
livre na Prefeitura do Recife, e ainda, no sentido de baratear os custos com a aquisição de
softwares de automação de escritório (e, até mesmo com o sistema operacional que
poderá ser também um software livre) e considerando a qualidade reconhecida do
produto, a EMPREL definiu o OpenOffice como o software padrão de automação de
escritório.
Software de Controle de Versões
A ferramenta de controle de versões é uma ferramenta fundamental para permitir o
desenvolvimento e manutenção de software em um ambiente cooperativo, onde várias
pessoas poderão alterar o mesmo código, eventualmente no mesmo momento.
Uma das ferramentas mais utilizadas no mundo dos softwares livre e open source e que
já foi utilizada em projetos de grande porte na EMPREL, tendo sido aprovada pelos
usuários foi o CVS – Concurrent Versions System.
Essa ferramenta também é free.
Essa solução conta com o uso de um servidor CVS e de versões cliente que são
instaladas nas máquinas dos usuários. Existem versões clientes para vários sistemas
operacionais, como o Windows e o Linux.
Qualquer tipo de arquivo pode ser controlado pelo CVS.
Ela dispõe das funcionalidades básicas de qualquer ferramenta de controle de versões,
como o check-in, check-out, lock, unlock, edit e merge, entre outras.
Fica definido o CVS como a ferramenta padrão de controle de versões da EMPREL, e que
todos os artefatos (documentos e código) gerados em projetos de desenvolvimento e
manutenção de sistemas deverão ser controlados pelo CVS.
O CVS utiliza a mesma hierarquia de pastas utilizada pelo Windows e Linux. No entanto,
a MEDS define qual a estrutura de diretórios padrão a ser utilizada nos projetos de
desenvolvimento e manutenção de sistemas, e é essa estrutura descrita na MEDS que
deverá ser seguida em todos os projetos.
A MEDS descreve o momento e a forma de utilização do controle de versões, além de um
guia de uso do CVS.
Software de Script Batch
Fica definido o Ant como sendo a ferramenta padrão de geração e execução de scripts
batch da EMPREL.
ITI/SOFTEX
178
Com o Ant, pode-se criar, deletar, renomear, copiar e mover diretórios e arquivos,
executar programas, etc, além de aferir se um determinado passo do script foi executado
com sucesso.
Ele dispõe de comandos de controle do fluxo de execução do script.
Pode ser executado no Windows, como também no Linux.
É uma ferramenta free e se apresenta de forma isolada ou integrada em outros softwares,
como por exemplo, no JBuilder 8.0.
Software de Controle de Bugs e Mudanças
Fica definido o Bugzilla como o Software de Controle de Bugs e Mudanças.
O Bugzilla é um software free que controla basicamente bugs (erros encontrados em
softwares). No entanto, ele pode ser utilizado para controlar também as mudanças ou
novas solicitações de software demandadas pelos usuários.
Ele requer a instalação em um servidor, que executará suas funções no ambiente
Internet.
Com o Bugzilla é possível abrir um bug associado a um determinado componente de um
determinado software, classificando-o pela prioridade, ambiente de execução, grau de
severidade, etc. Esse bug passa a ser controlado, através da mudança do seu estado,
podendo um bug ser aceito ou rejeitado, assinalado para alguém que será o responsável
pelo seu tratamento, corrigido, fechado, reaberto, e assim por diante.
Na sua criação e para cada mudança de estado de um bug, todas as pessoas associadas
ao componente para o qual foi aberto o bug, receberão e-mails comunicando a mudança
ocorrida.
Ele aceita que imagens sejam anexadas aos bugs, possibilitando que cópias das telas do
sistema, apresentadas no momento da aparição do erro e capturadas, possam ser
anexadas à descrição do erro, facilitando a contextualização do erro.
A ferramenta dispõe de uma interface de fácil entendimento e utilização (apesar de ser
em Inglês, ela é bastante intuitiva) e rica em consultas pré-formatadas. Além disso, ela
permite a criação de novas consultas parametrizadas.
O Bugzilla já foi utilizado na EMPREL, sendo aprovada e elogiada por técnicos e
gerentes.
ITI/SOFTEX
179
A MEDS descreve o momento e a forma de utilização do controle de bugs e mudanças,
além de disponibilizar um guia de uso do Bugzilla.
Software para Modelagem de Sistemas
Fica definido o Rational Rose como sendo a ferramenta padrão para modelagem de
software na EMPREL, utilizado nos fluxos de requisitos, análise, projeto e implementação.
O Rose utiliza, entre outras formas de representação, a UML – Unified Modeling
Language (Linguagem de Modelagem Unificada), que representa um padrão “de fato”
para modelagem de software orientados a objetos.
Com ele, é possível criar os nove tipos de modelos (diagramas) da UML (Casos de Uso,
Classes, Objetos, Atividade, Seqüência, Colaboração, Distribuição, Componentes e
Estado), além do Diagrama de Entidade-Relacionamento Estendido.
Além disso, o Rose permite a realização da engenharia direta e reversa em Java e outras
linguagens (entre modelo e código) e a engenharia direta e reversa com o banco de
dados (modelo e script de geração e/ou alteração de bancos de dados DB2, Oracle, e
outros), além da criação de tabelas, a partir das classes persistentes, e vice-versa.
Ele ainda permite a realização do deployment em diversos servidores de aplicação, como
o WebSphere da IBM e o BES – Borland Enterprise Server.
Software de Testes de Unidade
Fica definido o JUnit como o software a ser utilizado para a realização de testes de
unidade em Java.
Entende-se teste de unidade, pelo teste que deve ser efetuado sobre uma determinada
classe ou funcionalidade específica do sistema.
Cada classe relevante do sistema deverá ter uma classe de teste associada, que deverá
acionar métodos da classe relevante e comparar o resultado obtido, apresentando o
resultado: sucesso ou falha.
Essa execução será acionada por scripts do Ant, que normalmente irão acionar várias
classes de teste de unidade em seqüência e de forma automática, enviando e-mails para
os responsáveis quando do aparecimento de erros. Desta forma, pode-se monitorar se
alguma mudança no sistema afetou alguma funcionalidade pré-existente.
A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de unidade, além de
disponibilizar um guia de uso do JUnit.
ITI/SOFTEX
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Software de Testes de Funcionalidade
Fica definido que o software padrão para a execução de testes de funcionalidade é o
Canoo Web Test.
Entende-se por teste de funcionalidade, pelo teste de uma determinada funcionalidade do
sistema, que normalmente envolve um conjunto de classes e que normalmente apresenta
uma interface gráfica com o usuário.
O Canoo permite o acionamento de funcionalidades do sistema baseado na web,
simulando a digitação de dados e o pressionamento/seleção de botões e elementos
gráficos como combobox, radio button, etc, simulando a utilização do sistema por um
usuário qualquer, de forma automática.
Além de acionar funcionalidades e fornecer dados para a aplicação, com o Canoo é
possível recuperar uma tela enviada pelo sistema e realizar a análise dessa página
HTML, no sentido de verificar o conteúdo de qualquer elemento gráfico ou até mesmo o
aparecimento de alguma mensagem específica, para que se chegue a conclusão sobre o
sucesso ou falha do teste.
A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de funcionalidade, além
de disponibilizar um guia de uso do Canoo.
Software de Testes de Stress
Fica definido que o software padrão para a realização de testes de stress é o JMeter.
Entende-se teste de stress como o tipo de teste que simula a utilização do sistema por
vários usuários simultaneamente, no sentido de verificar problemas de concorrência,
performance e integridade das operações.
O JMeter também é uma ferramenta free.
Ela é parametrizável e disponibiliza gráficos e consultas que apresentam o
comportamento do sistema durante a execução dos testes.
A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de stress, além de
disponibilizar um guia de uso do JMeter.
Software para Integração Contínua
Fica definido o CruiseControl como o software utilizado na integração contínua,
conjuntamente com o CVS e o Ant.
ITI/SOFTEX
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Entende-se por integração contínua o procedimento automatizado de verificação do
comportamento do sistema, quando da integração ao mesmo de novos componentes de
código ou mudanças em componente pré-existentes.
Os objetivos dessa prática são: Garantir que a versão corrente do sistema possa ser
obtida a qualquer momento; Certificar que a versão corrente esteja integra e funcionando
corretamente; Verificar se as últimas mudanças (código) introduzidas no sistema afetaram
ou não o código pré-existente.
Esse procedimento, que é executado freqüentemente (várias vezes por dia), se compõe:
Na verificação junto ao CVS, da existência de mudanças no código fonte e na baixa de
todo o código fonte do sistema, em uma determinada versão, em caso afirmativo; Na
compilação de todo o sistema, e; Na execução de todos os testes automatizados de
unidade e/ou de funcionalidade.
Caso ocorra algum erro durante alguma fase desse procedimento, uma comunicação via
e-mail será encaminhada para os responsáveis.
O log de toda a operação é gerado e publicado automaticamente na Internet/Intranet,
independentemente do resultado.
Esse procedimento é realizado pelas ferramentas CVS, Ant, compilador Java, JUnit,
Canoo Web Test e CruiseControl, em conjunto.
Ferramenta de Geração de Help
Fica definido que o software de geração de Help é o Robohelp.
Essa ferramenta permite a criação de todo o help que será incorporado aos sistemas,
além da geração do help em relatório.
Ferramenta de Refactoring
Fica definido que a ferramenta de refactoring é o JRefactoring.
Entende-se por refactoring, a reestruturação de parte ou de todo o código fonte.
Essa reestruturação pode se restringir a documentação do código fonte, como também
pode implicar na aplicação de padrões de projeto aos códigos, como por exemplo, a
aplicação do padrão Singleton.
Ferramenta para verificação de padrões e correção de código HTML
Existem vários browsers sendo utilizados na Web. Os browsers estão disponíveis em
várias versões, pois existe uma contínua evolução dessas ferramentas. A conseqüência
ITI/SOFTEX
182
dessa diversidade é que as versões mais antigas não suportam determinadas
funcionalidades mais recentes.
Felizmente, existe um organismo internacional, a World Wide Web Consortium – W3C
(http://www.w3c.org/), criado desde 1994, que desenvolve especificações técnicas que
padronizam a construção e o uso da infra-estrutura da Web.
Algumas dessas especificações técnicas tratam exatamente de padronizações relativas à
linguagem HTML.
Baseados nessas especificações técnicas relativas ao HTML, alguns fornecedores
desenvolveram algumas ferramentas de validação e/ou correção, no sentido de garantir
que uma página Web que utilize apenas comandos HTML dentro de determinadas
especificações possa rodar em qualquer browser que atenda às mesmas especificações.
Nesse sentido, fica definido como padrão de validação e correção de código HTML a
ferramenta HTML TIDY (http://tidy.sourceforge.net). Ela possibilita a correção e a
arrumação, em um layout mais estruturado, de códigos HTML.
Protocolo para Transferência de Dados
Fica estabelecido que o protocolo padrão para troca de dados entre sistemas é o XML.
O XML também está sendo largamente utilizado por diversos software nas suas
configurações, além de ser utilizado pelos browsers e SGDBs.
Componentes Java
Ficam definidos como padrões os componentes abaixo, com suas respectivas finalidades:
Avaliador de fórmulas matemáticas – JEP Gerador de imagens GIF – Acme Controle de
transações,
EJB-Enterprise
Java
Beans
e
o
cesar.
persistencia.transações.GerenciadorTransacoes Pool de conexões – EJB - Enterprise
Java Beans e o cesar.persistencia.poolConexoes.GerenciadorPollConexoes Geração de
log – Log4j
ITI/SOFTEX
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ITI/SOFTEX
184
10. Prefeitura de Petrolina(PE)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
4737
218538
46,13 hab/km2
0,748
122693
PIB
O entrevistado foi um membro da Secretaria da Administração. A prefeitura conta com
uma Assessoria de Informática.
O município não conta com uma legislação que regulamenta o uso preferencial de
software de código aberto por secretarias e órgãos públicos e não se utiliza de soluções
de software livre na prefeitura e nas suas unidades administrativas. A informatização da
cidade é precária. .O prefeito recebe os informações contáveis em uma planilha de
cálculo precária alimentada manualmente por alguns de seus assessores.
ITI/SOFTEX
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ITI/SOFTEX
186
11. Prefeitura de Campinas(SP)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1774
798
969.396
1217,83 hab/km2
0,852
624.527
7.195.495.080
O entrevistado foi o presidente da Informática de Municípios Associados S.A (IMA) e o
responsável pelo dados no questionário foi o Diretor Técnico da IMA.
A prefeitura não conta com lei especial para o fomento de utilização de software livre, é
uma cidade considerada de porte grande, a gestão partidária é PT e seu IDH é
considerado o oitavo no Estado de São Paulo. A cidade é o terceiro pólo industrial do
país, marcado fortemente pela atividade comercial, de prestação de serviços de alto valor
agregado.
O orçamento total da cidade para os anos de 2002,2003 e 2004 foi respectivamente de
R$ 870.000.000,00, R$ 1.012.000.000,00 e R$ 1.135.000.000,00. Não existe orçamento
específico para TIC´s.
A prefeitura tem um alto conhecimento do PMAT, e existe atualmente um projeto da
Prefeitura de Campinas aguardando a aprovação pela Secretaria Nacional do Tesouro.
Os valores de TIC´s para o projeto acima citado são R$ 2.701.260,00 para Software
Proprietário, R$ 1.714.450,00 para Software Livre. O valor total do projeto é de R$
17.666.667,00 para TIC´s.
A prefeitura tem também um alto conhecimento do PNAFM, e existe atualmente um
projeto da Prefeitura de Campinas aguardando a aprovação pela Secretaria Nacional do
Tesouro. Os valores do projeto para TIC´s são R$ 13.179.673,50, sendo SL R$
2.950.100,00 e SP R$ 2.549.000,00.
A adoção de software livre foi diretriz estratégica para a Prefeitura, proposta pela direção
da empresa de informática. As opções de sistema operacional, linguagens de
desenvolvimento e gerenciadores de banco de dados foram opções técnicas da equipe da
ITI/SOFTEX
187
própria empresa, após análise das alternativas disponíveis. A adoção pela estrutura da
Prefeitura se deu pelo fornecimento de novos equipamentos apenas com sistema
operacional e aplicativos em software livre acompanhados de treinamento e suporte
técnico oferecido pela empresa municipal de informática. Licenças existentes de software
proprietário não foram atualizadas e houve incentivo a substituição pela nova tecnologia.
Todos os novos sistemas foram desenvolvidos em web e software livre.
À medida em que os resultados foram aparecendo, houve melhoria do moral da equipe
técnica e de usuários. Em conseqüência, maior dedicação e motivação profissional
Houve adoção de soluções externas, com adaptações locais, sempre que a utilidade da
funcionalidade era verificada e a qualidade do produto comprovada.
Para otimizar o desenvolvimento e implantação de aplicativos com plataforma SL/OS a
Prefeitura recomenda o Estabelecimento de metodologia cobrindo todo o ciclo de
desenvolvimento de sistemas.
Não existem indicadores formais, para a avaliação do Sl na PMC, mas a viabilização
financeira de projetos e a economia em licenças são os mais significativos.
A IMA NO SITE
A IMA é a empresa pública na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do
Município de Campinas. Ela tem como meta levar adiante os objetivos estratégicos da
nossa cidade, atuando na democratização do acesso à informação, na otimização do
atendimento à cidadania e sendo catalisadora do uso intensivo da ciência e da tecnologia
para a inovação social. Para tanto desenvolve atividades em quatro áreas básicas:
Soluções completas em Tecnologia da Informação, Soluções em Comunicação,
Atendimento 156 e Imprensa Oficial do Município de Campinas.
Sua Missão é prover soluções em Tecnologia da Informação para otimização e eficiência
da gestão pública, integrando o cidadão à Administração e contribuindo para o bem estar
da sociedade.
Seu Papel é ser um instrumento político-administrativo de suporte às decisões, na
democratização do acesso às informações, de transformação do serviço público e de
suporte à inovação social.
Suas Premissas Gerais: Inovação Social; Democratização da Informação; Respeito às
pessoas e ao patrimônio público; Parcerias e Eficiência nos resultados.
REDE
ITI/SOFTEX
188
Projeto e implementação de cabeamento estruturada
A IMA é responsável pela infra-estrutura física (cabeamento, processadores , etc.) e
virtual (software) da rede de comunicação de Dados da Prefeitura Municipal de Campinas.
Possui experiência na elaboração e implementação de projetos de redes de dados
estruturados, além do monitoramento constante após sua implantação.
Internet data center
A criação do Data Center hospedagem de sistemas aplicativos, páginas web e base de
dados - oferece vantagens para o cliente, visto que não necessita investimentos em
estrutura de rede estabilizada, suporte, ambiente climatizado, segurança, racionalização
de espaço, hardware, software, entre outros.
Servidores
Intranet e internet
Desenvolvimento de Sistemas
A IMA conta com profissionais altamente qualificados e profundos conhecedores das
regras de negócios das empresas públicas. Diagnostica e implementa sistemas visando a
melhoria dos processos de trabalho, uso de tecnologia de ponta gerando a otimização
dos recursos materiais, financeiros e humanos. Atua no segmento público com soluções
que permitem o aumento da arrecadação e modernização administrativa promovendo
transparência, agilidade e qualidade no atendimento aos cidadãos.
Produtos
•
Produtos desenvolvidos em software livre pela própria empresa ou em parcerias com
outros desenvolvedores:
•
Serviço de Informação ao Cidadão – sistema de atendimento ao cidadão, via web,
composto de formulário de solicitação/reclamação e protocolo de tráfego de
informações entre os órgãos responsáveis pela execução dos serviços e o operador.
Ele também fornece a resposta, via e-mail ou consulta pela Internet, sobre o
atendimento do pedido feito ou com a informação solicitada.
•
Peça Fácil – software que permite ao cliente solicitar manutenção de equipamentos de
informática, via Internet, gerando mensagens de e-mail automáticas a cada etapa do
atendimento, o que, desta forma, possibilita total acompanhamento por parte do
solicitante. O sistema ainda possui um banco de dados com todo o histórico das
máquinas.
ITI/SOFTEX
189
•
Controle do Protocolo – software que permite o acompanhamento, via web, de todos
os documentos protocolados junto à Prefeitura Municipal de Campinas.
•
Saúde On Line – software capaz de otimizar o atendimento na saúde, aumentando a
eficiência na marcação de consultas e exames para os usuários do SUS, interligando
via web os diversos Centros de Saúde do Município. O software foi desenvolvido
através de um esforço conjunto entre a IMA, órgão da Prefeitura de Campinas e a
Apoena, uma empresa encubada de software do Rio Grande do Sul.
•
Sistema de Cadastramento de Funcionários – software para o recadastramento de
todos os cerca de 20 mil trabalhadores, entre ativos e aposentados, da Prefeitura
Municipal de Campinas.
GED
O GED, sigla utilizada para designar as tecnologias associadas à digitalização e ao
gerenciamento eletrônico de documentos, é uma importante ferramenta para a
modernização da administração pública. Com ele é possível promover a diminuição do
trâmite de documentos em papel, melhorar agilizar o armazenamento e o acesso às
informações e, consequentemente, tornar o atendimento ao público mais eficaz, com
redução de custos.
A IMA possui profissionais certificados nesta tecnologia. Além disso, a empresa
desenvolveu um software de visualização de imagem, integrado à web, com ferramentas
livres. Além de estável e funcional, a solução trouxe vantagens sobre as oferecidas pelo
mercado. Por ser ambientado em Linux, o software elimina a exigência do pagamento de
licenças tanto para ser utilizado nas estações de trabalho, durante a visualização dos
documentos, quanto para o banco de dados, o que reduz bastante o custo de implantação
do sistema.
Contact Center
A IMA é responsável pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão – 156 da Prefeitura de
Campinas. São 45 atendentes, que fizeram, que realizam cerca de 500 mil atendimentos
por ano, consolidando-se como uma linha direta entre o cidadão e a Administração
Pública Municipal. A experiência acumulada, com o desenvolvimento de diversas
soluções
tecnológicas
para
otimizar
o
atendimento
e
possibilitar
um
melhor
gerenciamento do serviço, credencia a IMA a oferecer consultoria na montagem,
desenvolvimento e gerenciamento de contact center a outros órgãos interessados em
implantar esta modalidade de comunicação com a população.
ITI/SOFTEX
190
TELECENTRO
Com o objetivo de promover ações que possibilitem a inclusão digital em Campinas, o
Governo Democrático e Popular, através da Informática de Município Associados - IMA,
concebeu o Programa Telecentros Campinas - TCC.
Cidadania digital
As unidades do TCC se constituem em importantes canais de acesso ao conhecimento e
à cidadania digital para um grande número de pessoas. São espaços comunitários, nos
quais o poder público oferece a estrutura, funcionários, manutenção e outros recursos e a
própria comunidade se responsabiliza pela sua conservação e bom funcionamento.
Voluntariado
A idéia é que as pessoas que participarem dos cursos de informática ou outros
interessados possam atuar como voluntários, dando aulas e orientando atividades. São
metas do TCC: Promover a inclusão digital de homens e mulheres, jovens e adultos, da
cidade de Campinas, a fim de torná-las pessoas habilitadas a lidar com máquinas,
equipamentos, linguagens, programas, conceitos e demais tecnologias de informação;
Capacitação para o pleno exercício da cidadania e auxílio para inclusão no mercado de
trabalho;
Disseminação de software livres; Revitalização da região do entorno do
Telecentro; Participação popular e interação com a comunidade local.
Em um mundo no qual conhecimento e informação tornaram-se tão necessários à vida
como a água e o alimento, o desenvolvimento de novas tecnologias tem agravado ainda
mais as desigualdades sociais, dando origem a um novo processo de exclusão: a
exclusão digital.
Direito à informação
Para o Governo Democrático e Popular de Campinas, combater estas diferenças só é
possível se a missão for encarada como papel do Estado, que tem o dever de
desenvolver políticas públicas com este objetivo.
É preciso democratizar e garantir a todos o direito à informação e à formação.
Capacitação digital
É esse o objetivo essencial dos telecentros. Eles são espaços públicos organizados para
atender a uma determinada comunidade com acesso gratuito a computadores, internet e
capacitação digital (cursos e orientação).
ITI/SOFTEX
191
Em um telecentro, a comunidade pode: Acessar a Internet, a rede mundial de
computadores; Participar de cursos de informática; Ter um e-mail; Utilizar o computador
para trabalho ou lazer; Acessar serviços públicos pelo computador.
A primeira unidade do Programa TCC está localizada na Ceasa-Campinas e beneficia
cerca de 5 mil pessoas que trabalham na Central de Abastecimento. Além de possibilitar o
acesso livre à Internet, a Unidade Primavera, que recebeu este nome porque funciona no
mercado de flores da Ceasa, oferece cursos de informática para cerca de 250
funcionários/mês.
Internet
A unidade conta com cinco computadores e quatro instrutores especialmente treinados
pela IM@ para orientar os usuários possibilitando o acesso a noções de informática em
ambiente Linux, sobre o uso da Internet e de e-mail, edição de textos e utilização de
planilha eletrônica. Os instrutores foram selecionados entre os participantes do Programa
Primeiro Emprego da Prefeitura de Campinas.
Escolha
A escolha da Ceasa-Campinas para começar o Programa não é por acaso. A Central está
localizada ao lado de um dos maiores bolsões de pobreza da cidade, onde mora boa
parte da comunidade que trabalha na empresa, principalmente para os permissionários da
Central.
Pode utilizar o Telecentro Primavera toda a comunidade da Ceasa-Campinas, como os
funcionários da Central e os funcionários de permissionários.
A Unidade Primavera é um local onde as pessoas têm a oportunidade de conhecer e
desenvolver habilidades, enfim, um espaço onde é possível aprender a aprender.
Na Midia
Soluções da IMA ganham segundo lugar no Conip
29/06/2004
As soluções tecnológicas baseadas em software livre que a IMA desenvolveu para o
problemas da Administração Pública em Campinas renderam à empresa o segundo lugar
no VII Prêmio Conip de Excelência em Informática Aplicada aos Serviços Públicos.
O prêmio fez parte do X Congresso Nacional de Informática Pública (Conip), principal
fórum brasileiro de discussão e apresentação de iniciativas para a modernização e para o
ITI/SOFTEX
192
incremento no uso da tecnologia no serviço público, que ocorreu em São Paulo, entre os
dias 22 e 24 de junho.
Concorreram ao prêmio 212 trabalhos de diversas empresas e instituições públicas de
todo o Brasil. A IMA teve três trabalhos selecionados para premiação e conseguiu o
segundo lugar com a apresentação da Experiência do Município de Campinas no Uso de
Software Livre, um trabalho classificado na categoria Iniciativas de Sucesso, Excelência
em Cidadania.
A IMA contou ainda com dois stands na feira, um especificamente voltado para a
divulgação da solução para Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), e outro, no
Espaço Aqui é Livre, com outras soluções, também desenvolvidas com software livre.
Cerca de 2,3 mil pessoas, entre prefeitos, secretários municipais e estaduais de diversas
áreas e representantes de empresas privadas e instituições públicas, visitaram os stands
da IMA. Destas, aproximadamente 500 demonstraram interesse pelos produtos
desenvolvidos pela empresa. Diversos profissionais da IMA também participaram do
evento como palestrantes ou mediadores de debates.
"A expectativa, agora é de que sejam gerados novos negócios. A experiência que a IMA
acumulou nos últimos anos pode ajudar outras prefeituras ou instituições públicas,
mediante a contratação de consultorias ou realização de parcerias", avalia a gerente de
relacionamento da empresa Suely Enomoto.
De acordo com Suely, prefeituras de diversas partes do País, desde a Região Norte e
Nordeste, passando por Minas Gerais e interior de São Paulo, manifestaram o interesse
na contratação dos serviços da IMA para a customização das soluções apresentadas às
suas necessidades.
O diretor-técnico da IMA Luiz Carlos Marasco destaca que a participação da empresa no
Conip evidenciou os resultados alcançados pelo conjunto da instituição na entrega de
sistemas e soluções para a Prefeitura de Campinas. "São ações que facilitam o
desenvolvimento da cidadania, fruto de uma ação de governo forte no sentido de buscar
as soluções e do trabalho em equipe, muito entrosado, participativo e colaborativo entre
os profissionais da empresa", conclui.
Soluções apresentadas pela IMA no CONIP
GED Livre - permite digitalizar e controlar o fluxos de informações que antes estavam
armazenadas em papel. A sua implantação proporciona economia de espaço, tempo e
dinheiro. A IMA desenvolveu esta solução para a Secretaria de Finanças, digitalizando e
ITI/SOFTEX
193
indexando cerca de 400 mil documentos do cadastro imobiliário, que agora podem ser
acessados via web, descentralizando e aumentando a agilidade na consulta.
Integre - possibilita a criação de um cadastro único com os dados de todos os alunos da
Rede Educacional de um município. Com esse banco de dados único, pode-se inserir
todas as informações relativas ao aproveitamento escolar dos estudantes, como as notas
e a freqüência, com a emissão de relatórios automaticamente.
Gales - é uma ferramenta eficiente para gestão da Alimentação Escolar, através da qual é
possível criar e modificar cardápios de maneira bastante flexível, substituindo alimentos
ou preparações, e adequando o valor calórico ao desejado.
SOL - Saúde On Line - permite aumentar a eficiência na marcação de consultas e exames
para os usuários do SUS em Campinas. O SOL possibilita que uma série de
procedimentos que eram realizados manualmente, através de formulários de papel,
deixem de ser feitos. A implantação do SOL no Município de Campinas interligou 74
unidades entre Centros de Saúde, Policlínicas e outros serviços de referência da
Prefeitura, responsáveis pelo atendimento de cerca de 5 mil pessoas a cada semana. O
novo sistema zerou as perdas de consultas que, antes, atingiam uma média mensal de
24%, possibilitando a redução no prazo de espera em diversas especialidades.
Tempo Real - permite controlar o número de horas despendidas por cada profissional
envolvido em um projeto. Com ele, é possível saber qual atividade realizada e o tempo
gasto, diariamente, por um profissional e para qual cliente o trabalho foi executado. Com
isso, pode-se quantificar e parametrizar o custo da prestação de serviços.
Peça-fácil - permite ao cliente solicitar manutenção de equipamentos de informática, via
Internet, gerando mensagens de e-mail automáticas a cada etapa do atendimento.
Mais de 100 mil consultas já foram agendadas pelo sistema on-line
09/06/2004/Marcação de consultas pela Internet agiliza assistência e racionaliza custos
Denize Assis
Desde que iniciou, há seis meses, a implantação do Sol – Sistema on-line pelo qual é
possível marcar consultas de especialidade por computadores ligados em rede, a
Secretaria de Saúde de Campinas já agendou mais de 100 mil consultas com médicos
especializados, como cardiologistas, ortopedistas, endocrinologistas e exames de
complementação diagnóstica como ecografia, mamografia entre outros.
ITI/SOFTEX
194
O sistema funciona assim: o paciente vai primeiro ao Centro de Saúde e passa por
consulta com um médico de saúde da família, médico generalista ou clínico geral. Se for
necessária uma consulta ou exame especializados, ao sair do consultório, na recepção da
própria unidade, a consulta e/ou procedimento serão agendados pelo computador.
Atualmente, 74 unidades entre Centros de Saúde, Policlínicas e outros serviços de
referência da Prefeitura estão conectados com a central de marcação de consultas do
Sol. Para atuar com o sistema on-line nas unidades, a Secretaria de Saúde capacitou 384
profissionais.
"O sistema ainda está em fase de implantação. No entanto, nestes primeiros seis meses,
já foi possível diminuir o prazo de marcação de consultas de algumas especialidades,
como pneumologia, e melhorar o tempo de espera para exames como endoscopia entre
outros", afirma o médico sanitarista Moacir Perche, um dos responsáveis pela
implantação do Sol.
Perche informa que o Sol oferece mais de cem tipos de consultas e procedimentos
diferentes. "Por semana, são agendados 5 mil", diz.
De acordo com o sanitarista, o Sol zerou as perdas de consultas que, antes, atingiam uma
média mensal de 24%. As perdas aconteciam quando o paciente não comparecia à
consulta porque não voltava ao Centro de Saúde para verificar a data do agendamento ou
então porque já tinha um outro compromisso no dia para o qual a consulta havia sido
marcada.
Quando estiver implantado na sua totalidade, o Sol vai estar integrado ao cadastro
eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, cada paciente terá o seu
histórico com todos os dados e o seu prontuário disponibilizados na rede. Assim, o
médico ou outro profissional da equipe de saúde vão ter acesso a informações como, por
exemplo, as doenças que o paciente teve ou tem, que remédios ele toma, que exames já
realizou, entre outros registros que podem evitar inclusive consultas e exames
desnecessários.
Com sistema on-line sobra até um ‘tempinho’ para seu João cuidar da terra
Há quatro meses, o aposentado João Matias de Freitas, 78 anos, consultou seu
generalista na rede municipal de saúde de Campinas e foi encaminhado a um urologista.
O agendamento com este especialista foi feito pela Internet na própria recepção do
Centro de Saúde assim que a consulta terminou. "O atendimento melhorou muito e a
ITI/SOFTEX
195
marcação dos exames e consultas com especialistas agora é muito mais rápida se
comparada com o tempo que a gente levava antes", afirma Freitas.
Após ser atendido pelo urologista, o aposentado marcou ainda, por solicitação do
especialista, o exame complementar de próstata. O próximo passo foi marcar o retorno
com o urologista para a análise do exame. E tudo foi agendado pelo Sistema On-line.
Freitas também faz acompanhamento, regularmente, com cardiologista pois é hipertenso,
cardiopata e faz uso de marcapasso há dez anos. Segundo o aposentado, a marcação de
consultas e exames pelo Sol possibilitam que ele se programe antecipadamente
conciliando as visitas à sua equipe de saúde com os compromissos que tem.
"Assim, cuido da minha saúde e ainda sobra um tempinho para viajar para o Paraná, onde
tenho um pedacinho de terra. Já sei, por exemplo, que minha próxima consulta é no dia
24 de julho", diz.
FERRAMENTAS
O objetivo deste trabalho é compartilhar a experiência acumulada desde 1995 no uso do
Software Livre na Prefeitura de Campinas. A nossa experiência iniciou-se com o uso de
ferramenta de ambiente operacional em servidores. Seguida de ferramentas de escritório
para os
usuários administrativos (StarOffice e
OpenOffice)
e ferramentas
de
desenvolvimento utilizando a tecnologia do Software Livre, com a linguagem de
programação PHP, banco de dados MySQL e PostGre-SQL com servidor de aplicações
APACHE, todos rodando via browser/internet.
ITI/SOFTEX
196
12. Prefeitura de São Paulo(SP)
Fundação
Área (km²)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
1504
1.525
10.406.166
6823,72 hab/km2
0,841
7.134.821 107.608.757.593
ITI/SOFTEX
PIB
197
ITI/SOFTEX
198
13. Prefeitura de Piraí
Fundação
Área (Km2)
População
Densidade Demográfica
IDH
Eleitores
PIB
1829
507
22.079
43,55 hab/km2
0,777
19.018
300.772.505
O entrevistado foi o Chefe de Divisão de Informatização e Orçamento, Secretaria
Municipal de Fazenda. Encontra-se no cargo há 2 anos e 6 meses. Sua formação é Pósgraduação em Análise de Sistemas – Universidade Estácio de Sá(RJ).
O município não conta com legislação que regulamenta o uso preferencial de software de
código aberto por secretarias e órgãos públicos. O município tem porte pequeno porte
populacional a gestão partidária é PMDB.
A prefeitura apresenta habilidades para
captação de recursos via linhas de financiamentos do governo. Os orçamentos da
prefeitura para os anos de 2002, 2003 e 2004 são respectivamente R$ 49.808.600,00, R$
68.200.000,00 e R$ 77.133.000,00. Nos anos de 2002 e 2003 não houve orçamento
específico para TIC´s e em 2004 foram reservados R$ 6.474.291,00 especificamente para
esta atividade.
Em 1999 houve uma pressão da ABES para licenciar as máquinas. Em Piraí só havia
uma licença. Gastaram R$ 59 mil para licenciar todos os computadores. Iniciaram
pesquisa sobre SL. Motor da implantação: prefeito ( que é presidente da PREMERJ ).
Fizeram contato com o BNDES para um projeto de inclusão digital. Fizeram parcerias com
universidades federais. Receberam o PMAT (sem contratação de empresa de
consultoria). Tiveram auxílio de pessoas da UFF e UFRJ. Aplicam o PMAT em
treinamento.
Implantaram SL em Rede ( firewall, proxys, roteador, etc ) usam a distro Red Hat nos
Micros, e migraram com uso de: Php e SQL.
Os treinamentos foram fornecidos pela equipe interna da prefeitura em Openoffice e
Internet.
ITI/SOFTEX
199
A conscientização aconteceu com a garantia de estabilidade, planejamento educacional
(documentos, ofícios, etc), investimento da prefeitura em rede de alta velocidade com
menor custo.
Com a reversão do gasto ocorreu a inclusão digital (laboratórios, telecentros, quiosques,
escolas) - distro Mandrake.
O legado era composto de sistema de contabilidade, financeiro ( empresa de BH - RPS )
em Delphi e Oracle. Atualmente a empresa está se remodelando para SL. Não vão abolir
o legado windows. Vão utilizar dual boot. Os sistemas de tributação, protocolo, compras,
licitações e sistema IBAM estão em Delphi e Oracle. Possuem CAD.
A equipe é composta de 15 profissionais sendo 3 desenvolvedores.
As dificuldades para a implantação foram o pouco tempo para implantação e o fato de
que a equipe ainda está em fase de treinamento para conseguir atingir uma meta de
praticamente 100% em SL
Deve-se notar que utilizam a estrutura elétrica para transmissão de dados, toda a área de
saúde está em Clipper e que com SL conseguiram economizar no mínimo R$ 1.200 por
desktop
NA MÍDIA
(24/05/2004)
''Informação é um direito e a Internet é o meio''. O lema rendeu ao município de Piraí, no
Sul do Estado do Rio, o prêmio Cidades Digitais Latino-americanas, na categoria Cidades
de pequeno porte, oficialmente anunciado no sábado passado. Com o investimento de R$
1,2 milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria
de fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias
wireless (sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na
administração da cidade.
O projeto começou no ano passado, com apoio da Secretaria Estadual de Ciência e
Tecnologia.
- A parte mais difícil já fizemos, que é a instalação da rede de fibra ótica. O próximo
desafio é atingir toda a população - afirma o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, que
receberá o prêmio do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe Vélez, no dia 10 de junho, em
Bogotá.
ITI/SOFTEX
200
- Não adianta reclamar do inchaço das grandes cidades se não dermos condições de
desenvolvimento aos pequenos municípios, que representam 80% da realidade brasileira
- acrescenta o prefeito.
Desde o lançamento do projeto Piraí Digital e Desenvolvimento Local, em fevereiro, cerca
de 20 mil pessoas estão sendo beneficiadas pela rede, batizada recentemente como
Rede Fernando Peregrino. Atual chefe de gabinete da governadora Rosinha Matheus,
Peregrino foi quem viabilizou, na época em que era secretário de Ciência e Tecnologia, a
conexão com o sistema estadual, a Rede Rio, que concretizou o projeto.
- Assim como um sistema de saneamento, a rede digital agora faz parte da infra-estrutura
da cidade de Piraí. A Anatel previa a chegada da banda larga no município em 2010. Nos
antecipamos e estamos nos incluindo na sociedade da informação e atraindo
investimentos - explica Franklin Dias Coelho, coordenador-geral do projeto, chancelado
pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Esta é
a primeira edição da premiação, conferida pelo Instituto para a Conectividade nas
Américas e pela Associação Hispano-Americana de Centros de Investigação e Empresas
de Telecomunicações.
''Informação é um direito e a Internet é o meio''. O lema rendeu ao município de Piraí, no
Sul do Estado do Rio, o prêmio Cidades Digitais Latino-americanas, na categoria Cidades
de pequeno porte, oficialmente anunciado no sábado passado. Com o investimento de R$
1,2 milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria
de fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias
wireless (sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na
administração da cidade.
O projeto começou no ano passado, com apoio da Secretaria Estadual de Ciência e
Tecnologia.
- A parte mais difícil já fizemos, que é a instalação da rede de fibra ótica. O próximo
desafio é atingir toda a população - afirma o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, que
receberá o prêmio do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe Vélez, no dia 10 de junho, em
Bogotá.
- Não adianta reclamar do inchaço das grandes cidades se não dermos condições de
desenvolvimento aos pequenos municípios, que representam 80% da realidade brasileira
- acrescenta o prefeito.
ITI/SOFTEX
201
Desde o lançamento do projeto Piraí Digital e Desenvolvimento Local, em fevereiro, cerca
de 20 mil pessoas estão sendo beneficiadas pela rede, batizada recentemente como
Rede Fernando Peregrino. Atual chefe de gabinete da governadora Rosinha Matheus,
Peregrino foi quem viabilizou, na época em que era secretário de Ciência e Tecnologia, a
conexão com o sistema estadual, a Rede Rio, que concretizou o projeto.
- Assim como um sistema de saneamento, a rede digital agora faz parte da infra-estrutura
da cidade de Piraí. A Anatel previa a chegada da banda larga no município em 2010. Nos
antecipamos e estamos nos incluindo na sociedade da informação e atraindo
investimentos - explica Franklin Dias Coelho, coordenador-geral do projeto, chancelado
pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Esta é
a primeira edição da premiação, conferida pelo Instituto para a Conectividade nas
Américas e pela Associação Hispano-Americana de Centros de Investigação e Empresas
de Telecomunicações.
JB OnLine
15/06/2004 - Jornal O Estado de São Paulo/Fábio Motta/AE
Jovens no quiosque da rodoviária: sistema híbrido e gratuito
PIRAÍ - Um projeto ousado de inclusão digital por meio da criação de um sistema híbrido
de suporte wireless (Internet sem fio) conectou a pequena Piraí, no Vale do Paraíba, no
sul fluminense, ao resto do mundo. Com 23 mil habitantes, um quinto deles na área rural,
a cidade encravada no sopé da Serra das Araras foi destaque na reportagem de capa da
Newsweek desta semana.
Em fevereiro, foi inaugurada a primeira fase do projeto, que pretende integrar todo o
município através de uma rede gratuita de alta velocidade. O sistema híbrido combina
tecnologias de comunicação modernas, como wireless e power-line (conexão através da
corrente elétrica), com as convencionais, via cabo. A preferência é pelo uso dos software
livres (sistema Linux).
ITI/SOFTEX
202
"Criamos uma bolha de tecnologia, o sinal cobre 100% da cidade de maneira otimizada,
com o objetivo de diminuir o custo", explicou a coordenadora-executiva do projeto,
batizado de Piraí Digital, Maria Helena Cautiero Jardim, professora de ciências de
computação da UFRJ. Por enquanto, há computadores em 17 pontos: três laboratórios
em escolas municipais, duas bibliotecas, dois telecentros, todos os postos de saúde e
dois quiosques públicos, um deles na rodoviária.
No início do ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) negou-se a financiar o projeto apresentado pela prefeitura:
"Nós pedimos um fusquinha e vocês trazem uma BMW", teriam dito executivos do banco
ao prefeito Luís Fernando de Souza (PMDB). Pezão, como é conhecido, resolveu pôr o
Piraí Digital como prioridade do último dos seus oito anos de mandato.
Sua meta é instalar laboratórios de acesso gratuito em todas as escolas e prédios
públicos. O financiamento, diz, virá de empresas como Embratel, Itautec e StarOne. Dos
R$ 700 mil investidos até agora, R$ 550 mil foram de recursos da prefeitura e o restante,
do BNDES. (Fabiana Cimieri)
ITI/SOFTEX
203
ANEXO 2 – Banco de Dados e Representação Gráfica das
Prefeituras
ITI/SOFTEX
204
Amparo
Amparo
Antes
Atributos
Capacidade Capacidade
Financeira
Técnica
1
Genéricos
Grau de
Informatização
1
Capacidade de
Articulação
0
Demanda /
Motivação
1
Específicos
Entorno /
Imposição
Ambiente
Legal
1
3
1
Capacidade Financeira
3
Grau de Informatização
0
1
2,5
2
Imposição Legal
2
3
2
3
I
D
G
R
Capacidade Técnica
1,5
1
0,5
0
Entorno / Ambiente
Grau de Informatização
Demanda / Motivação
Capacidade de Articulação
Depois
Atributos
Capacidade Capacidade
Financeira
Técnica
2
Genéricos
Grau de
Informatização
3
Capacidade de
Articulação
4
Demanda /
Motivação
3
Específicos
Entorno /
Imposição
Ambiente
Legal
3
3
3
Capacidade Financeira
4
Imposição Legal
3
Grau de Informatização
0
1
I
D
G
R
Capacidade Técnica
2
1
0
Entorno / Ambiente
Demanda / Motivação
Grau de Informatização
Capacidade de Articulação
Tipos de Licença
Migração SP para SL
Momento da Decisão
SWL
Momento da Observação
4
3
2
1
0
Sl
I
100%
ASI
D, R
AI
Arranjos
Institucionais
G
50%
3
2
1
0
I,G,D
SWP
100%
SP
ITI/SOFTEX
205
ITI/SOFTEX
206
Sao Paulo
ITI/SOFTEX
207
Porto Alegre
ITI/SOFTEX
208
Viamao
ITI/SOFTEX
209
Rio das Ostras
ITI/SOFTEX
210
Solonopole
ITI/SOFTEX
211
Sobral
ITI/SOFTEX
212
Petrolina
ITI/SOFTEX
213
Recife
ITI/SOFTEX
214
Manaus
ITI/SOFTEX
215
Pirai
ITI/SOFTEX
216
Campinas
ITI/SOFTEX
217
Belo Horizonte
ITI/SOFTEX
218
ANEXO 3 – Questionário de Software Livre nas Prefeituras
ITI/SOFTEX
219
<Município>
Questionário Software Livre
Este questionário destina-se apenas a prefeituras que utilizam software livre na sua
infra-estrutura, aplicativos de produtividade ou desktop, sistemas de gestão integrados
ou não, e no relacionamento com o cidadão, fornecedores, outras instâncias de governo
municipal, estadual ou federal.
Carta de Apresentação do ITI
Observações
Alves,A.M.
<Município>
Carta de Apresentação da sociedade SOFTEX
Observações
Alves,A.M.
<Município>
Caro senhor,
O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) – convida sua organização a participar do
estudo Uso de Software Livre nas Prefeituras do Brasil. O estudo será realizado pela Sociedade
para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX). Serão entrevistados os atores
considerados estratégicos para a análise de possibilidades para a indústria de software e os
setores a ela vinculados.
A realização deste projeto se deve a percepção dos principais atores envolvidos com a indústria de
software do advento de novos modelos de desenvolvimento de software, novos modelos
econômicos e novos modelos de negócio para a indústria de software. Estes novos modelos
colocam em foco os produtos de software com licença do tipo software livre (free software ) e os
produtos com licença do tipo código aberto (open source).
As novas tecnologias citadas estão no momento, em todo o mundo, em fase de construção,
maturação de conceitos e caracterização de particularidades. A comunidade de software, o
governo, as empresas, a comunidade civil estão no momento avaliando a oportunidade de adoção
destas tecnologias em países desenvolvidos (PD), países em desenvolvimento (PED) e países
menos desenvolvidos (PMD).
As questões tais como custos de aquisição, treinamento, manutenção e implantação de produtos
com esta tecnologia estão sendo considerados pelas empresas de grande, médio e pequeno porte.
No governo, particularmente prefeituras, devido a limitação crescente para a adoção de soluções
proprietárias, seja pelo custo de adoção, ou pelo efeito de aprisionamento tecnológico (lock-in) que
este tipo de adoção provoca a adoção do novo modelo descrito é uma forte tendência.
A sua organização, por satisfazer os critérios definidos para a atual pesquisa, faz parte da amostra
a ser consultada para mapear esse novo cenário. A participação neste projeto envolve a realização
de uma entrevista e um levantamento adicional de dados.
Para o bom andamento da entrevista, encaminharemos o roteiro e conjunto de tabelas com os
principais indicadores que necessitamos. Dado o escopo dos temas a serem tratados, sugerimos a
presença dos profissionais especializados que V. Sª julgue necessário. Acrescentamos ainda, que
todo material que puder ser disponibilizado na ocasião, contendo dados, informações sobre a
empresa / instituição, facilitará o encaminhamento desse trabalho.
Finalmente ressaltamos que as informações obtidas nessa entrevista e nos documentos que
ficarão sob nossa guarda, serão tratadas de forma estritamente confidencial. Caso seja política de
sua empresa, os entrevistadores estão preparados para assinar um Termo de Confidencialidade,
preparado por vossa organização.
Atenciosamente,
Giancarlo Nuti Stefanuto
Coordenador de Estudos e Projetos - Softex
Campinas - SP
Observações
Alves,A.M.
<Município>
1. Identificação do Entrevistado
1. Nome
2. Cargo ou posição na Prefeitura
3. Unidade / Departamento na Prefeitura
3. Tempo no Cargo
4. Formação
5. Correio Eletrônico / Página na Web
Observações
Alves,A.M.
<Município>
2.. CARACTERIZAÇÃO DA PREFEITURA
2.1. Situação Geográfica
Data da Fundação
Localização
Distância da Capital
Área de Município
2.2. Situação Social
População (número habitantes)
Densidade Demográfica
IDH
2.3. Situação Política
Prefeito (partido)
Vice-Prefeito (partido)
Partido com maioria Câmara
dos Vereadores
Número de Eleitores
2.4. Situação Econômica
Atividade Econômica
Agrícola
Industrial
Serviços
Principal Indústria
PIB :
%
%
%
Principal Fonte de Arrecadação
Outras fontes
2.5. Estratégia de desenvolvimento
Definir a orientação estratégica de desenvolvimento econômico e social atual para o município
Comente:____________________________________________________________________
Observações:
Observações
Alves,A.M.
<Município>
3. Capacidade Financeira
3.1. Qual o orçamento total (inclui transferências de recursos federais e estaduais) da
prefeitura em:
2002
2003
2004
3.2. Qual o orçamento da prefeitura para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC):
2002
2003
2004
3.3. Onde a prefeitura tem implementado o SL/OS? DEFINIR FUNÇÕES, (LISTAR)
[
] Função Meio
[
] Função Fim
[
] Empresas Associadas
3.4. Qual o orçamento TIC da prefeitura para:
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
Função Meio
Função Fim
Empresas Associadas
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
3.5. Qual o grau de conhecimento do PMAT para os seguintes atores:
Você (o entrevistado)
[ ] Alto
[ ] Médio
[ ] Baixo
[ ] Desconhecido
A Prefeitura
[ ] Alto
[ ] Médio
[ ] Baixo
[ ] Desconhecido
3.6. Qual o grau de conhecimento do PNAFM para os seguintes atores:
Você (o entrevistado)
[ ] Alto
[ ] Médio
[ ] Baixo
[ ] Desconhecido
A Prefeitura
[ ] Alto
[ ] Médio
[ ] Baixo
[ ] Desconhecido
3.7. A prefeitura já submeteu algum projeto ao PMAT?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] Informação não Disponível
Comente: ___________________________________________________________
3.8. Qual o valor financiado pelo PMAT para :
TIC´s
Observações
Software Proprietário
Software Livre
Alves,A.M.
<Município>
3.9. A prefeitura já submeteu algum projeto ao PNAFM?
[
] Sim
[
] Não
[
] Informação não Disponível
Comente: ___________________________________________________________
Observações
Alves,A.M.
<Município>
3.10. Qual o valor financiado pelo PNAFM para:
TIC´s
Software Proprietário
Software Livre
3.11. Qual o TCO da Prefeitura antes / após a implantação do SL/OS. Especifique.
Custo de Licenças de software
Custos associados a hardware·
·
Custos associados a software
Custo de operação11
Custo de Administração·
Integração
Suporte
Treinamento
12
Operações de Usuários Final
13
Downtime
Antes
R$/Mês
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
Após
R$/Mês
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
3.12.Qual a estimativa atual da Prefeitura do volume de recursos necessários para a
implantação do software livre nas suas unidades administrativas?
Unidade Administrativa
Educação
Saúde
Transporte
Serviços e Obras
Segurança
Outras
R$
Customização Capacitação
Capacitação
Migração
Customização
Capacitação
Migração
Customização
Capacitação
Migração
Customização
Capacitação
Migração
Customização
Capacitação
Migração
Customização
Capacitação
Migração
Espera-se que ___________ % dos recursos mínimos necessários sejam financiados.
Fonte principal de financiamento: _______________________________________
11
(serviços técnicos, planejamento e gestão de processos, banco de dados, service desk)
(suporte ponto a ponto, aprendizado casual e auto aprendizado, aprendizado formal, desenvolvimento de aplicações, gestão
de arquivos e dados e futz factor)
13
(inatividade)
Observações
Alves,A.M.
12
<Município>
4. Capacidade Técnica da Prefeitura
Parque Computacional
4.1- A prefeitura conta com uma Empresa de Informática, Assessoria de Informática,
Coordenação de Informática ou similar?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] Informação não Disponível
Comente:____________________________________________________________
4.2- Quantas pessoas envolvidas em hardware têm a prefeitura?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente:____________________________________________________________
4.3- Quantas pessoas envolvidas em software têm a prefeitura?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente: ____________________________________________________________
4.4- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura especificam?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente:____________________________________________________________
4.5- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura desenvolvem?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente:____________________________________________________________
4.6- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura fazem manutenção corretiva?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente: ___________________________________________________________
Observações
Alves,A.M.
<Município>
4.7- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura fazem manutenção
preventiva?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente: ___________________________________________________________
4.8- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura aplicam treinamento?
[ ] Doutorado
[ ] Mestrado
[ ] Nível Superior
[ ] Nível Médio
[ ] Sem formação
[ ] Outros
Comente: ___________________________________________________________
4.9- Sobre o número de Sistemas Aplicativos
Antes do SL/OS
Número de Aplicativos Livres
Numero de Aplicativos Proprietários
Número de Aplicativos Open Source
Outros. Especifique. _______________
Total de Aplicativos
T:
Após SL/OS
T:
4.10- Sobre os fornecedores para o ambiente livre e proprietário (múltipla escolha)
Fornecedores de solução.
Fornecedores de Serviços de Suporte.
Fornecedores de Serviço de Manutenção.
Fornecedores de Serviços de Manutenção.
Fornecedores de Treinamento
Fornecedores de Desenvolvimento.
Fornecedores de Implantação.
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
4.11- Quanto às pessoas que prestam assistência técnica em informática (múltipla
escolha)
Pessoa/Equipe Técnica na Prefeitura para assistência interna em
programas.
Pessoa/Equipe Técnica na Prefeitura para assistência interna em
equipamentos
Para serviços técnicos em software são contratados profissionais externos
(terceiros)
Para serviços técnicos em equipamentos são contratados profissionais
externos (terceiros)
A prefeitura tem um empresa de Processamento de Dados.
Observações
Antes
SL/OS
[ ]
Após
SL/OS
[ ]
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
Alves,A.M.
<Município>
4.12 - Sobre acesso à Internet (múltipla escolha)
Prefeitura sem acesso à Internet
Com acesso Internet por linha telefônica discada.
Com acesso a Internet por ADSL/Cable Modem.
Canal de comunicação/Internet dedicado – Linha.
Canal de comunicação/Internet dedicado – Rádio.
Canal de comunicação/Internet dedicado – Satélite.
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
4.13 - Sobre comunicação de dados (múltipla escolha)
A prefeitura possui página ou anúncio na Internet.
A prefeitura está totalmente integrada com fibra ótica
A prefeitura está totalmente integrada com rádio
A prefeitura tem um provedor de acesso
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Legado
4.14. Sobre o legado na prefeitura (quantidade)?
Aplicativos de Infra-Estrutura.
Aplicativos de Produtividade
Aplicativos de Gestão
Aplicativos de relacionamento
4.15. Quais áreas você migrou primeiro?
Aplicativos de Infra-Estrutura.
Aplicativos de Produtividade
Aplicativos de Gestão
Aplicativos de relacionamento
Observações
Ordene
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Alves,A.M.
<Município>
Recursos Humanos
4.16. A Prefeitura está apta a conduzir programas de treinamento?
[
[
] Sim
] Não
[ ] Tem intenção?
[ ] Interno?
[ ] Externo?
[ ] Informação não disponível
Comente:____________________________________________________________
4.17.Quais os principais parceiros locais que a Prefeitura espera contar para este
treinamento?
[ ] Universidade ___________________
[ ] Empresa ______________________
[ ] Comunidade de SL/OS
[ ] Outros
Comente: ___________________________________________________________
4.17. Quais as áreas da prefeitura estão treinadas em SL/OS?
[ ] Áreas da Função Meio
[ ] Área da Função Fim
[ ] Empresas Associadas
Comente: ___________________________________________________________
Observações
Alves,A.M.
<Município>
5. Aspectos Gerais do desenvolvimento e Implantação
5.1. Resuma o Plano de Adoção/Migração formulado e indique quais das suas partes
foram executadas e por quê?
5.2. Como você avalia o Resultado alcançado?
[
[
[
[
]
]
]
]
Bom
Médio
Baixo
Desconhecido
5.3. Quais os obstáculos, ameaças, desvios da implantação? Como foram contornados?
Obstáculos
[1]
[2]
[3]
Ameaças
[1]
[2]
[3]
Desvios
[1]
[2]
[3]
Solução
Solução
Solução
5.4. Comente como se deu o processo de especificação das características dos aplicativos
de SL/OS (houve decisões coletivas?, qual a participação relativa dos desenvolvedores e
os funcionários da Prefeitura?, como se deu sua interação?, em que medida os primeiros
contemplaram as demandas/sugestões dos segundos?, se houve alternativas acerca de
que solução técnica seria mais conveniente, que critérios foram utilizados para decidir?
como foi levado em conta o entorno organizacional em que será aplicada a solução?)
Comente:____________________________________________________________________
5.5. Comente como se deu o processo de implantação dos aplicativos de SL/OS (houve
decisões coletivas?, qual a participação relativa dos desenvolvedores e os funcionários
da Prefeitura?, como se deu sua interação?, em que medida os primeiros contemplaram
as demandas/sugestões dos segundos?, se houve alternativas acerca de que solução
Observações
Alves,A.M.
<Município>
técnica seria mais conveniente, que critérios foram utilizados para decidir? como foi
levado em conta o entorno organizacional em que será aplicada a solução?)
Comente:_____________________________________________________________________
5.6. Em que medida você considera que a opção pelo SL/OS como plataforma para o
desenvolvimento desses aplicativos influenciou o trabalho.
Comente:_____________________________________________________________________
5.7. Em que medida experiências nacionais ou internacionais de desenvolvimento de
aplicativos com plataforma SL/OS foram levadas em conta para a realização do trabalho?
Comente:_____________________________________________________________________
5.8. Que recomendações você faria para otimizar esses processos de especificação,
desenvolvimento e implantação de aplicativos com plataforma SL/OS?
Comente:_____________________________________________________________________
Observações
Alves,A.M.
<Município>
6. Grau de Informatização da Prefeitura
6.1.- Sobre equipamentos de informática
Prefeitura sem computador.
Até 10 computadores não interligados.
Até 10 computadores em rede.
10 até 50 computadores em rede.
50 a 100 computadores em rede.
100 a 200 computadores em rede.
200 a 300 computadores em rede.
mais de 300 computadores em rede.
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
6.2- Sobre as plataformas disponíveis na Prefeitura
Windows 90/98/2000/XP
Windows NT
UNIX
SCO
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[
]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[
IBM
[ ]
[
SUN
[ ]
[
Outros _______________
[ ]
[
LINUX
[ ]
[
Especificar a Distro: _________________________________________________
Observações
]
]
]
]
]
Alves,A.M.
<Município>
Informações sobre nível de informatização
Utilize a codificação abaixo para responder as questões seguintes:
1 - Não utilizamos.
2 - Não utilizamos, Temos planos em utilizar software proprietário.
3 - Não utilizamos, Temos planos em utilizar SL/OS
4 - Utilizamos este tipo de software com licenças proprietárias.
5 - Utilizamos este tipo de software com licenças SL/OS em substituição as licenças proprietárias
6 - Utilizamos este tipo de software desde sua implantação com licenças SL/OS.
DESKTOP
6.3 Software Para Escritório
14
Processador de Texto
15
Planilha de Cálculo
16
Banco de Dados
17
Editor Gráfico
Outro(s). Especifique
___________________
___________________
___________________
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
6.4 Software de colaboração
18
Correio Eletrônico
19
Agenda
Gestão de Documentos
Gestão de Projetos
Outro(s). Especifique
6.5 Software de utilização específica
20
CAD
21
Apresentações
22
Projetos .
Outro(s).Especifique
______________________
14
Para criação de memorandos, mala direta e documentos diversos.(Exemplo: MS-Word, WordPerfect, StarWriter,
etc.)
Para criação de planilhas de custos, tabelas estatísticas e outros trabalhos envolvendo cálculos. Exemplo:
MS-Excel, Lotus 1-2-3, StarCalc, etc.)
16
Para criação de bancos de dados e/ou programas específicos a determinado setor ou até mesmo para toda
prefeitura. (Exemplo: MS- Access, etc. Nota: Na se incluem nesta questão sistemas gerenciadores de bancos de dados com,
por exemplo, Oracle ou MS-SQL Server)
17
Para criação de figuras e imagens, tratamento de fotos e outros trabalhos gráficos.(Exemplo: CorelDraw, PhotoShop, etc.)
18
Para troca de e-mail internamente na prefeitura e/ou na Internet. (Exemplo: MS-Outlook Express, MS-Exchange, Eudora,
etc.)
19
Para registro dos compromissos pessoais de cada funcionário. (Exemplo: MS-Outlook, Lotus Notes, etc.)
15
20
Software para desenho/projeto auxiliado por computador (Exemplo: AutoCad, MaxiCad, DataCad, etc.) (Exemplo:
MS-Projetct)
Software para criação de slides para apresentações (Exemplo: MS- PowerPoint, Lotus Freelance)
22
Software para administração de tarefas e/ou projetos, atividades, tempo, pessoal necessários e custos
Observações
Alves,A.M.
21
<Município>
INFRA-ESTRUTURA
6.6 Software para utilização em servidores de rede de computadores
23
Servidor de banco de dados
24
Servidor de arquivos
25
Servidor de impressão
26
Servidor de intranet
27
Servidor de fax
Servidor de Colaboração
Servidor de Serviços de Web
Servidor fr Gestão de Documentos
Servidor de Serviços de Terminal
Servidor de Segurança
Servidor de BackUp de Recuperação
Servidor de Gerencia de Rede
28
Servidor de Compatibilidade
Servidor de Aplicação
Servidor de Desenvolvimento
Outro(s). Especifique:
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
_________________
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
____________________
GESTÃO
6.7. Software De Uso Administrativo
Controle financeiro
Administração de pessoal
Contabilidade e/ou Custos
Controle fiscal
Controle de pedidos e/ou protocolos e processos
Sistema de gestão Integrado
Utilização de programas do governo/bancos
Outro(s). Especifique
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
_____________
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
______________
RELACIONAMENTO
6.8. Sobre a troca de arquivos
Antes do SL/OS
Troca de arquivos com cidadãos ou fornecedores e governos
29
municipais, estaduais e federais
6.9. Sobre o acesso a sistemas de terceiros
Acesso à página Internet de cidadãos e/ou fornecedores para
pedidos, solicitações, etc.
Acesso à página Internet de bancos para extratos, transferência,
pagamentos e outras operações.
Acesso a sistemas de administração integrada dos governos
municipais, estaduais e federais.
[
]
Antes do SL/OS
Após SL/OS
[
]
Após SL/OS
[
]
[
]
[
]
[
]
23
Software para gerenciar as bases de dados dos programas da prefeitura.
(Exemplo: Oracle, MS-SQL, MySQL, etc.
Nota:MS-Access não é classificado como servidor (SGBD) de banco de dados)
24
Software para controlar os arquivos de forma centralizada. (Exemplo: Novell Netware, MS-Windows 2000 Server, etc.)
25
Software para controlar a impressão das estações na impressora de rede (Exemplo: Novell Netware, MS-Windows 2000
Server, etc.)
26
Software para proporcionar serviços web internamente na prefeitura (Exemplo: MS-Internet Information Services ,
Apache Server, etc.)
27
Software para gerenciar recebimento e envio de faxes via computador/rede (Exemplo: WinFax.)
28
Para Windows, DOS, Netware e Windows NT
29
(Documento Word, Planilha Excel, Corel Draw entre outros).
Observações
Alves,A.M.
<Município>
7. Capacidades Políticas
Utilize a codificação abaixo para responder às questões que se seguem:
0 - Nenhuma
1 – Baixa.
3 – Média
4 – Alta
7.1. Priorize os fatores que influenciaram(am) na adoção do SL/OS pela Prefeitura
Articulação política própria
Disponibilidade de recursos financeiros
PNAFM, outros)
Leis, moções e orientações da Câmara.
Orientação do Prefeito
Outras. Especifique:
(PMAT,
[
[
]
]
[ ]
[ ]
___________________________
7.2. Priorize os atores que foram fundamentais para a adoção do SL/Os na prefeitura.
Antes do SL/OS
Prefeito alinhado com SL/OS
[ ]
Responsáveis pela TIC alinhado com o SL/OS
[ ]
Alto capital político do patrocinador do SL/OS
[ ]
Patrocinador do SL/OS da prefeitura influente na
[ ]
Comunidade de SL/OS
Fornecedor de TI / Software
[ ]
Consultoria administrativa
[ ]
Outras. Especifique:
_____________
Observações
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
_____________
Alves,A.M.
<Município>
8. Motivação/Demanda
8.1. Qual a maior motivação para implantação de SL/OS na Prefeitura (ordene)?
[
[
[
[
[
[
[
[
[
[
[
] Reduzir custos com: ____________________________________________
] Inclusão digital.
] Minimizar o aprisionamento tecnológico.
] Melhorar a informatização das escolas.
] Melhorar a informatização dos serviços de saúde.
] Melhorar a governança em geral.
] Qualidade Técnica
] Transparência
] Segurança
] Controle da Pirataria
] Outros: ______________________________________________________
8.2.. Qual a política local para a adoção de Sl/OS na prefeitura?
[
[
[
[
] Existe uma política bem definida e abrange todas as unidades da Prefeitura.
] Uma política está por ser definida. Problemas: _____________________________
] Inexiste qualquer política até o momento.
] Outros. Especifique: _____________________________________________________
8.3. Quais os indicadores escolhidos para a avaliação de resultados obtidos com a
adoção de SL/OS (ordenar)?
[
[
[
[
[
[
] ____________________________________________
] ____________________________________________
] ____________________________________________
] ____________________________________________
] ____________________________________________
] ____________________________________________
9. Entorno/Ambiente
9.1 Como você classifica o envolvimento das instituições que fazem parte do entorno da
prefeitura em relação à sua participação na decisão e na implantação do Sl/OS :
Instituição
Grau de Envolvimento
[ ] Alto
[ ] Médio
[ ] Baixo
[ ] Desconhecido
9.2 Como você classifica o envolvimento da comunidade de SL/OS em relação à sua
participação no processo de decisão e implantação de SL/OS :
[
[
[
[
Observações
]
]
]
]
Alto
Médio
Baixo
Desconhecido
Alves,A.M.
<Município>
9.3 Os riscos de implantação de SL/OS na prefeitura foram, na sua opinião:
[
[
[
[
]
]
]
]
Alto
Médio
Baixo
Desconhecido
9.4 Especifique os 5 riscos mais graves:
[
[
[
[
[
Observações
]
]
]
]
]
____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
Alves,A.M.
<Município>
10. Aspectos Legais
10.1 Quais as imposições e/ou /restrições (federais, estaduais, e municipais) legais para a
adoção em escala de SL/OS nas prefeituras?
[
[
[
[
[
[
[
]
]
]
]
]
]
]
Ausência de políticas públicas;
Falta de clareza quanto à política de copyright;
Ausência de incentivos fiscais para as empresas produzirem software livre;
Ausência de Lei Municipal para Software Livre
Ausência de Lei Estadual para Software Livre
Ausência de Lei Federal para Software Livre
Outras: Especifique: ________________________________________________
10.2. Quais destas imposições/restrições já foram superadas?
[
[
[
Observações
] ____________________________________________________________
] ____________________________________________________________
] ____________________________________________________________
Alves,A.M.
<Município>
11. Opiniões Gerais sobre Software Livre
11.1. Como você classifica sua posição frente ao movimento SWL:
[ ] desenvolvedor
[ ] simpatizante
[ ] líder
[ ] usuário
[ ] Outro
Especifique ________________
11.2. Como foi o seu primeiro contato com o Software Livre e Software de Código Aberto
(SL/OS)
[
[
[
[
[
] Escola Técnica [ ] Empresa fornecedora
] Comunidade de desenvolvedores
] Universidade
] Telecentros
] ________________
11.3. Com que freqüência você se relaciona com a comunidade de desenvolvedores de
software livre?
Comente:_______________________________________________________________
11.4. Que tipo de auxílio você costuma demandar à Comunidade?
Comente:______________________________________________________________
11.5. Você considera a qualidade dos serviços prestados pela Comunidade
[
[
[
[
[
]
]
]
]
]
Ruim
Bom
Muito Bom
Ótimo
Sem opinião
11.6. Você conta continuar utilizando a Comunidade na resolução de problemas
encontrados ou contratar uma firma / consultor especializado?
[ ] Utilizar comunidade
[ ] Contratar
[ ] Ambos
[ ] Não sei
Comente ________________________________________________________________
11.7. Estime a porcentagem das pessoas que utilizam o(s) computador(es) na prefeitura?
De 0 a 10%
De 10 a 35%
De 35 a 70%
De 90 a 100%
Observações
Antes do SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Após SL/OS
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
Alves,A.M.
<Município>
11.8. Você conhece os diferentes tipos de licença disponíveis? Qual você considera a
mais adequada para sua organização? Por que?
[ ] Sim
[ ] Não
Comente
11.9. Qual a sua opinião sobre:
11.9.1. Política de SL/OS no âmbito federal, estadual e municipal.
[ ] Muito necessária
[ ] Necessária
[ ] Pouco relevante
[ ] Indiferente
Comente: _____________________________________________________________
11.9.2. Mecanismos de implantação de SL/OS, tais como linhas de financiamento,
programas de capacitação, etc.
[
[
[
[
11.10
] Muito necessária
] Necessária
] Pouco relevante
] Indiferente
Comente: ________________________________________________________
Recomende incentivos, facilidades, nos níveis federal, estadual ou municipal
(ordene por ordem de prioridade).
[
[
[
[
[
]
]
]
]
]
___________________
___________________
___________________
___________________
___________________
11.11.Quais os órgãos governamentais que devem estar envolvidos no processo?
(relacione com prioridade)
[
[
[
[
[
11.12.
] ___________________
] ___________________
] ___________________
] ___________________
] ___________________
Recomende ações que considera importantes para incentivar o uso de SL/OS
(ordene por ordem de prioridade):
[
[
[
[
[
Observações
] Programa de sensibilização/informação
] Programas de capacitação
] Incentivos às empresas nacionais
] Formação de redes setoriais
] Parcerias entre unidades governamentais
Alves,A.M.
<Município>
11.13. Em quanto você estima a taxa de implantação de SL/OS vs. SP na Prefeitura?
_____% Software livre
_____% Software proprietário
12. Impactos Sociais
Descreva os indicadores (se é que foram utilizados) para avaliar os impactos sociais
da implantação do SL/OS na prefeitura.
Comente:____________________________________________________________
13. Impactos em RH
Idem anterior para Recursos Humanos
Comente:______________________________________________________________
14. Impactos Econômicos
Idem anterior para impactos econômicos.
Comente:_______________________________________________________________
Observações
Alves,A.M.