Software Livre nas Prefeituras Brasileiras
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Software Livre nas Prefeituras Brasileiras
INDICE 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 6 1.1. OBJETIVOS...................................................................................................................................................... 6 1.2. ESTRUTURA DO ESTUDO.............................................................................................................................. 7 CAPÍTULO 1. MODELO DO SOFTWARE LIVRE...............................................................................................10 1.1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES.........................................................................................................................10 1.1.1 Software livre e código aberto.............................................................................................................11 1.1.2 Licenças .............................................................................................................................................13 1.1.3 Segurança e Transparência................................................................................................................15 1.2. DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LIVRE ................................................................15 1.3. MERCADO DE SOFTWARE LIVRE...............................................................................................................17 CAPÍTULO 2. O JOGO DO SOSTWARE LIVRE................................................................................................19 2.1. MARCO CONCEITUAL ..................................................................................................................................19 2.2. AS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DO SOFTWARE LIVRE.....................................................................21 2.3. OS ATORES DO JOGO DO SOFTWARE LIVRE .........................................................................................22 CAPÍTULO 3. MARCO ANALÍTICO....................................................................................................................24 3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PREFEITURAS...................................................................................................25 3.2. DESCRIÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS PREFEITURAS ....................................................................27 3.2.1. Os Arranjos Institucionais ......................................................................................................................27 3.2.2. Os Tipos de Licença................................................................................................................................28 3.2.3. Forma de Representação do comportamento das Prefeituras..................................................................28 3.3. DOMÍNIOS DA APLICAÇÃO DO SOFTWARE............................................................................................30 3.4. CONFIGURAÇÕES E ESTILOS DE DISPONIBILIZAÇÃO.........................................................................31 3.4.1. O Estilo de Disponibilização Induzido ....................................................................................................32 3.4.2. O Estilo de Disponibilização Sem Indução..............................................................................................32 3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MARCO ANALÍTICO ..................................................................................34 3.5.1. Primeiro conjunto de informações-Evolução e Avaliação dos Atributos .................................................36 3.5.2. Segundo conjunto de informações-Trajetória Contextual dos Atributos .................................................36 3.5.3. Terceiro conjunto de informações - Processo de Migração dos Domínios de Aplicação..........................37 ITI/SOFTEX Alves, A.M. 1 CAPÍTULO 4. AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................39 4.1. DEFINIÇÃO DA AMOSTRA E METODOLOGIA.........................................................................................39 4.1.1. Os Municípios no Brasil .........................................................................................................................39 4.1.2. A Amostra...............................................................................................................................................42 4.1.3. Os municípios da amostra.......................................................................................................................43 4.1.4. As empresas fornecedoras de serviços de SL para as prefeituras.............................................................43 4.1.5 Representação do Comportamento das Prefeituras..................................................................................44 4.1.5.1. Amparo ............................................................................................................................................................ 44 4.1.5.2. Rio das Ostras................................................................................................................................................... 45 4.1.5.3. Porto Alegre...................................................................................................................................................... 46 4.1.5.4. Viamão............................................................................................................................................................. 47 4.1.5.5. Belo Horizonte.................................................................................................................................................. 48 4.1.5.6. Sobral............................................................................................................................................................... 49 4.1.5.7. Solonópole........................................................................................................................................................ 50 4.1.5.8. Manaus............................................................................................................................................................. 51 4.1.5.9. Recife............................................................................................................................................................... 52 4.1.5.10. Petrolina ......................................................................................................................................................... 53 4.1.5.11. Campinas........................................................................................................................................................ 54 4.1.5.12. Sao Paulo....................................................................................................................................................... 54 4.1.5.13. Pirai................................................................................................................................................................ 55 4.1.6 Caracterização detalhada das prefeituras da Amostra .............................................................................56 4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................................................63 4.2.1. Aspectos relacionados à Demanda de SL nas Prefeituras .......................................................................63 Barreiras ....................................................................................................................................................................... 63 Oportunidades............................................................................................................................................................... 66 Licenças........................................................................................................................................................................ 67 Mão de Obra ................................................................................................................................................................. 67 Hardware ...................................................................................................................................................................... 68 Liderança...................................................................................................................................................................... 68 Comunidade & Colaboração .......................................................................................................................................... 69 Universidades & Empresas Parceiras ............................................................................................................................. 69 Decisão......................................................................................................................................................................... 70 4.2.2. Aspectos Econômicos..............................................................................................................................70 4.2.2.1. Custos & Oportunidades de Difusão ................................................................................................................. 70 4.2.2.2 Impactos Econômicos ........................................................................................................................................ 72 4.2.2.3. Fornecedores.................................................................................................................................................... 74 4.2.3. Aspectos Sociais......................................................................................................................................75 4.2.3.1. Não aprisionamento tecnológico e dificuldades para migração e custos ............................................................... 75 4.2.3.2. Impacto Social .................................................................................................................................................. 77 4.2.3.3. Laços com Universidades .................................................................................................................................. 78 4.2.3.4. Realocação de recursos...................................................................................................................................... 79 4.2.4. Aspectos Tecnológicos ............................................................................................................................80 4.2.4.1. Categorias de Software para uso no âmbito da prefeitura .................................................................................... 80 ITI/SOFTEX 2 4.2.4.2. Cenários de difusão........................................................................................................................................... 81 4.2.4.3. Estrutura de Produtos ........................................................................................................................................ 83 4.2.4.4. Capacitação Tecnológica ................................................................................................................................... 84 4.2.4.5. Melhoria de Segurança e Qualidade ................................................................................................................... 86 4.2.4.6. Barreiras a extensão e aprofundamento do SL .................................................................................................... 87 4.3. MODELOS DE NEGÓCIOS.............................................................................................................................89 4.3.1.Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres ................................................................................................ 90 4.3.2. Modelo de Desenvolvimento de Software Livre .................................................................................................... 92 4.3.2.1. Mercado das Pequenas Prefeituras .................................................................................................................... 96 4.3.2.2. Mercado das Médias Prefeituras ....................................................................................................................... 97 4.3.2.3. Mercado das Grandes Prefeituras...................................................................................................................... 97 4.3.2.4. As Empresas Fornecedoras de SL ...................................................................................................................... 98 4.4. FINANCIAMENTO ..........................................................................................................................................98 PMAT........................................................................................................................................................................... 98 PNAFM ........................................................................................................................................................................ 99 Obstáculos para obtenção ............................................................................................................................................ 100 CAPÍTULO 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .....................................................................................102 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................104 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................................................................106 ANEXO 1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..............................................................................................114 1. PREFEITURA DE AMPARO(SP).....................................................................................................................115 2. PREFEITURA DE RIO DAS OSTRAS (RJ).....................................................................................................118 3. PREFEITURA DE PORTO ALEGRE (RS)......................................................................................................123 4. PREFEITURA DE VIAMÃO (RS)....................................................................................................................131 5. PREFEITURA DE BELO HORIZONTE(MG).................................................................................................133 6. PREFEITURA DE SOBRAL(CE) .....................................................................................................................141 7. PREFEITURA DE SOLONÓPOLE(CE) ..........................................................................................................150 8. PREFEITURA DE MANAUS(AM) ...................................................................................................................157 9. PREFEITURA DE RECIFE(PE).......................................................................................................................163 10. PREFEITURA DE PETROLINA(PE).............................................................................................................185 11. PREFEITURA DE CAMPINAS(SP) ...............................................................................................................187 ITI/SOFTEX 3 13. PREFEITURA DE PIRAÍ................................................................................................................................199 ANEXO 2 – BANCO DE DADOS E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS PREFEITURAS.............................204 ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO DE SOFTWARE LIVRE NAS PREFEITURAS .................................................219 QUESTIONÁRIO SOFTWARE LIVRE................................................................................................................220 ITI/SOFTEX 4 Projeto Aplicação de Software Livre em Prefeituras ITI/SOFTEX 5 1. Introdução Este capítulo possui duas seções. A primeira apresenta os objetivos do estudo. A segunda sintetiza os grandes blocos do estudo e suas metas e pontos principais. 1.1. Objetivos Cinco blocos foram inicialmente identificados pela equipe do Projeto, por ocasião dos primeiros contatos com a equipe do ITI, como balizadores para a sua concepção. A caracterização de objetivos elaborada a partir desses elementos contribui para o entendimento da orientação que a equipe imprimiu ao Projeto e, logo, para a obtenção dos resultados alcançados. Os objetivos são: Principal: • Apresentar uma análise de viabilidade de difusão do modelo de Software Livre (SL) nas prefeituras brasileiras Secundários: • Construir um painel analítico das principais experiências de aplicação de SL em municípios, sistematizando e avaliando os resultados obtidos; • Avaliar as condições de financiamento e modelos de negócios viáveis para o desenvolvimento de projetos de SL para prefeituras; • Gerar subsídios para ações governamentais voltadas para implantação de SL em prefeituras. O contexto estrutural ao qual se direcionam os resultados desse projeto é caracterizado pelos seguintes aspectos: • as mais de 5.500 prefeituras brasileiras – objeto deste Projeto - conformam um todo sob vários aspectos heterogêneo; ITI/SOFTEX 6 • 90% das prefeituras brasileiras são de pequeno porte (IBGE,2001); • as definições usualmente utilizadas para definir a informatização de prefeituras, critério adotado pelo IBGE, são insuficientes para relatar a realidade atual, • os programas de financiamento à informatização das prefeituras não estão alcançando um nível satisfatório de efetividade. • mercado brasileiro de software, estimado em 10,4 bilhões de dólares, é o sétimo maior mercado mundial • 77 empresas nacionais (64% do total) faturam 1,7 bilhões (16% do mercado) • 44 empresas estrangeiras (36% do total) faturam 8,7 bilhões (84% do mercado) • setor público responde por 30 a 50% do mercado legal • as empresas pequenas são discriminadas no atendimento ao setor público, sobretudo federal • a Legislação (8666 e Responsabilidade Fiscal) induz o setor público a usar Software Proprietário (SP) • a formação de RH nas universidades é focada em SP Para a avaliação do mercado potencial de prefeituras brasileiras foram analisados os dados da Pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2001, disponível no site do IBGE. O IBGE apresenta as informações obtidas pela pesquisa realizada em 2001, junto às prefeituras dos 5.560 municípios brasileiros, relativamente ao tema Gestão pública. As Notas Técnicas da pesquisa, disponíveis no mesmo site apresentam as características, dificuldades e outros aspectos relevantes da pesquisa. As tabelas e dados relevantes para este estudo estão descritos na parte inicial do Capítulo 5 AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS. 1.2. Estrutura do Estudo Este estudo apresenta os resultados e recomendações que se constituem em subsídios significativos para tomadas de decisão do ITI em relação ao tema. À medida que, de forma iterativa e recorrente, foi se realizando o trabalho de coleta e processamento de informação secundária e empírica, de interpretação teórica dos processos de construção sócio-técnica e adoção do modelo do SL, e de formulação de esquemas relacionais capazes de integrar os blocos de conteúdo que se estava produzindo em simultâneo, ITI/SOFTEX 7 esse movimento de “afunilamento” foi fazendo emergir os resultados e algumas recomendações mais significativas. Os cinco blocos identificados pela equipe do projeto estão descritos abaixo. O primeiro trata da compreensão dos assuntos relacionados a SL por diversos prismas e diversas interpretações, da dinâmica de desenvolvimento do SL, do mercado de SL e é apresentado no Capítulo 5 – Modelo do SL. A definição de um modelo do SL, este conhecimento em processo de construção sóciotécnica ainda em aberto cujas implicações sociais se trata de conformar, compõe o segundo bloco e é apresentado no Capítulo 2 – O Jogo do SL. Esse segundo bloco resulta de um esforço para entender a relação existente entre os atores – quadros técnico-políticos de governo, empresários de software, Prefeituras, comunidade de SL que participam nesse jogo do SL. Esse resultado procura dar conta, a partir do enfoque de Análise de Políticas Públicas, das interações - pactos, alianças, movimentos de cooptação, neutralização e enfrentamento - que atores sociais - pessoas, organizações realizam, por intermédio dos recursos - políticos, econômicos, midiáticos, cognitivos - que controlam, para influenciar agendas e processos decisórios - e de não-tomada de decisão - visando à construção, a partir do modelo do SL, de estilos sócio-técnicos - e, em particular, Arranjos Institucionais - que potencializem seus interesses e projetos políticos. O terceiro bloco, Capítulo 3 - Marco Analítico, mantém a preocupação com a explicação dos comportamentos esperados dos atores, agora colocando o foco no ator Prefeitura e buscando referi-los e explicá-los mediante o marco de referência analítico-conceitual formulado pela equipe do Projeto. Através desse marco foi possível sistematizar conteúdos dos dois blocos já citados e orientar o trabalho de campo previsto pelo Projeto, abarcando entrevistas a Prefeituras envolvidas com SL, empresas, agências de governo, órgãos de financiamento e formadores de opinião. O emprego do marco analítico na sistematização da informação empírica coletada através do trabalho de campo permitiu a geração do quarto bloco contendo os resultados da pesquisa de campo, apresentados de forma sintética no Capítulo 4 - Amostra, Metodologia e Análise dos Resultados. Esse capítulo, após apresentar a amostra e a metodologia empregada na sua seleção, focaliza na análise desses resultados, agrupados segundo atributos de natureza genérica - Capacidade Financeira, Capacidade Técnica, Grau de Informatização, Capacidade de Articulação - ou especificamente relacionados ao SL - Motivação /Demanda, Entorno/Ambiente, Imposição Legal. ITI/SOFTEX 8 Complementa-se com a análise da trajetória recente de cada Prefeitura, observada mediante sua referência a um espaço bidimensional - eixos de crescente indução do Estado e de adoção de SL. Dessa maneira, ao proporcionar uma explicação das trajetórias individuais das Prefeituras segundo um mesmo conjunto de atributos, o marco de referência empregado sugere hipóteses preliminares acerca das motivações que as levaram à definição e perseguição de uma estratégia de entrada nos ambientes sócio-técnico e institucionais do SL e, principalmente, à busca de implementação de mudanças em seus domínios de aplicação (infra-estrutura, desktop, gestão interna, e integração e comunicação). Essas hipóteses explicativas das trajetórias observadas, bem como o comportamento esperado das Prefeituras frente a dois modelos extremos de Arranjos Institucionais para a disponibilização de SL com ênfases opostos nos níveis de indução por parte do Estado, são os elementos a partir dos quais se organizam as Conclusões e Recomendações – o quinto bloco, apresentado no Capítulo 5. Frente a este contexto, o estudo pode vir a contribuir para a construção de uma estratégia nacional em SL que promova o desenvolvimento nacional, em especial das pequenas e médias empresas. ITI/SOFTEX 9 Capítulo 1. Modelo do Software Livre 1.1. Conceitos e Definições CONTEXTO Por um lado, a análise de janelas de oportunidades tecnológicas pelos estudiosos da economia da tecnologia já demonstrou, sobretudo quando aplicada a países periféricos, a importância das ações do estado, de caráter antecipatório e de natureza normativa no sentido de seu aproveitamento em beneficio do conjunto da sociedade. A sociologia da inovação, por sua parte, tem mostrado como um corpo de conhecimento técnico-científico pode dar lugar a diferentes trajetórias de construção sócio-técnica a depender dos interesses dos grupos de atores sociais que, durante o período inicial de flexibilidade interpretativa, participam do seu desenvolvimento. O processo de fechamento que se segue, a partir do qual esse conhecimento é materializado em artefatos tecnológicos, e que novos bens e serviços passam a ser produzidos, é determinado pelos contratos econômicos e sociais, e pelos arranjos político-institucionais influenciados por esses interesses. São eles que, ao limitar, modificar e realimentar aquelas potencialidades, originam o tecido sem costuras que passa a caracterizar o paradigma técnico-econômico que irá determinar a forma de emprego do conhecimento e as implicações diferenciadas que terá na vida dos diferentes grupos sociais. O SL encontra-se atualmente, principalmente nos países periféricos, no estágio de construção, flexibilidade interpretativa, longe ainda de alcançar o fechamento. Com o objetivo de contribuir para a construção e entendimento deste processos, são apresentados a seguir conceitos e entendimentos necessários para a formulação de estratégias que sejam vetores para a construção sócio-técnica do SL adequadas para o país. ITI/SOFTEX 10 DEFINIÇÕES Os assuntos relacionados a software livre podem ser observados por diversos prismas, resultando em diferentes interpretações. Segundo Cezar Taurion (Taurion, 2004), software livre é, antes de tudo, um modelo de negócios. Já para Amadeu (2004), é um modelo de contratação. Neste estudo, o software livre é abordado como um modelo de disponibilização associado a uma dinâmica de desenvolvimento de software. Por disponibilização compreende-se formas de comercialização (produtos/serviços) associados a modelos de licenciamento do software para os usuários. Neste documento, considera-se que os conceitos convencionais relacionados às questões de software livre sejam de conhecimento geral. Existe atualmente uma vasta literatura que cobre estes temas, seja na Internet ou impressos. Para evitar a simples reprodução dos conceitos, sugere-se a leitura de algumas das referências bibliográficas selecionadas e apresentadas ao final deste documento. Entretanto, por existirem diferentes definições possíveis para alguns conceitos fundamentais, considera-se oportuno delineá-los, especificando como são interpretados e utilizados no contexto deste documento, para que haja uma homogeneização da compreensão do mesmo. 1.1.1 Software livre e código aberto Um software é dito livre quando apresenta quatro liberdades: é livre para ser utilizado, estudado, alterado, redistribuído e copiado. Para que algumas destas características sejam possíveis, também é fundamental que esteja disponível o código fonte que deu origem ao software. Logo, um software livre tem código aberto. Dentro do conceito de software livre, há duas grandes correntes que se diferenciam por suas orientações e filosofias: • Free Software, software livre em inglês, mais antiga, criada na década de 80, e que incorpora alguns princípios ao conceito geral: as liberdades citadas, conferidas aos usuários, devem ser características inerentes do software e de todas as suas versões futuras e trabalhos derivados. • Open Source, código aberto em inglês, criada na década de 90, que dá o foco nas virtudes do código fonte aberto - difusão, possibilidade de cooperação entre os desenvolvedores, reaproveitamento de trabalho anterior, permite rápido ITI/SOFTEX 11 desenvolvimento com qualidade, sem preocupar-se com as questões das liberdades defendidas pela outra corrente. Em termos práticos, um software que é livre segundo os conceitos Free software sempre o será e ninguém poderá incorporá-lo nem transformá-lo em software proprietário. Se o código fonte de um software que é Free Software for incorporado em outro programa, este novo software também terá que ser Free Software. Por outro lado, um software que é livre segundo os conceitos Open Source, também seguirá livre para sempre, mas seu código fonte também poderá ser utilizado em projetos de software proprietário. Para simplificação, nesse estudo serão adotados os seguinte conceitos : • Software Livre, com iniciais maiúsculas, denotará o software livre segundo os conceitos de Free Software. • Código Aberto, com iniciais maiúsculas, denotará o software livre segundo os conceitos de Open Source. Tem-se percebido recentemente o uso inadequado do termo software livre para designar produtos de software que não são livres, mas que são desenvolvidos com a finalidade de serem executados em plataformas consideradas livres, como por exemplo, plataformas com sistema operacional Gnu/Linux e OpenBSD. Da mesma forma como há software livre que pode ser utilizado em sistemas operacionais não-livres, como as ferramentas de escritório OpenOffice sobre as diversas versões de MS Windows, também é possível a existência de software não-livre para utilização em sistemas operacionais livres, como bancos de dados Oracle sobre Gnu/Linux. É fundamental fazer esta distinção e caracterizar adequadamente cada software. Em última análise: para ser considerado livre, seja Software Livre ou Código Aberto, o código fonte completo do software em questão deve sempre estar disponível para seus usuários. Se não estiver disponível, não é software livre. Esta é uma condição necessária mas não suficiente como já observado anteriormente. Em contraposição ao software livre está o software proprietário, ou seja, o software fechado, em que somente o detentor dos direitos de propriedade intelectual tem acesso ao seu código fonte e os usuários podem utilizar o software, mas não têm permissão de alterá-lo, até porque não dispõem do código fonte para tal, copiá-lo, redistribuí-lo nem revendê-lo. São estabelecidos preços por cópia instalada e para a atualização para novas versões. ITI/SOFTEX 12 1.1.2 Licenças De acordo com a legislação brasileira (LEI, ano), pautada por acordos internacionais de direitos autorais, o criador de um software tem o poder de definir a forma como sua criação pode ser utilizada. Esta característica é indistinta para software livre e para software proprietário. O(s) desenvolvedor(es) de um software escolhem a forma pela qual o software poderá ser usado e distribuído, segundo suas próprias visões, necessidades e/ou filosofias e segundo as regras e restrições que lhes são definidas. Esta definição se dá aplicando-se ao programa de computador licenças de uso de software. O autor associa o software a uma licença, onde descreve as situações, as restrições e os direitos dos usuários sobre o software, e como estes podem exercê-las. Uma licença de software é, portanto, como um contrato de adesão, ao qual o usuário deve submeter-se se deseja utilizar o software. Esta é a forma pela qual os desenvolvedores de software proprietário e de software livre disponibilizam suas criações para terceiros, usuários e desenvolvedores. Em geral, as licenças de software proprietário permitem somente que o usuário utilize o software, de acordo com as regras do titular, geralmente a empresa desenvolvedora ou distribuidora, sendo vedada sua reprodução, instalação múltipla sem o devido pagamento adicional, alteração, cessão, revenda ou redistribuição. No caso de software livre, a escolha destas regras, licenças, permite definir o modelo, Software Livre ou Código Aberto, pelo qual o software deverá reger-se. Existem dezenas de tipos de licenças de software livre, mais ou menos populares e cada desenvolvedor pode adotar uma delas ou criar a sua própria, baseada ou não nas existentes. Tomemos dois exemplos de licenças que servirão de protótipo para os modelos citados: como exemplo de licença de software livre/Software Livre, será utilizada a GNU GPL e como exemplo de licença de software livre/Código Aberto será utilizada a licença BSD atualizada. A figura 1.1 ilustra possíveis caminhos de um software em relação às licenças a que poderá ser submetido ao longo do tempo, a partir da criação original por parte de um autor. A figura apresenta as possíveis conseqüências ao longo do tempo da decisão do autor do software quando da publicação da sua criação. Se o autor decidir publicar seu software com a licença GNU GPL, o software original, todas suas versões futuras e trabalhos derivados, ou seja, aqueles que utilizam boa parte do software em sua versão original ou nas versões subseqüentes, também deverão ser publicados sob esta mesma ITI/SOFTEX 13 licença. Todas as versões futuras e trabalhos derivados serão software livre/Free Software. Por outro lado, se o autor decidir publicar seu software original sob a licença BSD, as versões futuras e os trabalhos derivados terão outras possibilidades de continuidade. Em qualquer momento, o autor ou outros desenvolvedores poderão publicar novas versões e trabalhos derivados baseados no código fonte original sob outra licença. A versão original continuará com sua licença BSD, mas as versões subseqüentes poderão ser inclusive não livres. Figura - Licenças de software e seus relacionamentos Software livre A - GPL B - GPL n - GPL B - GPL n - GPL B - BSD n - BSD B - PRP n - PRP Free software Versão A A - BSD Open Source Software proprietário Obs: PRP identifica uma licença de software proprietário, não -livre. Figura 1.1. – Licenças de Software e seus Relacionamentos Ainda observando a Figura 1.1 pode-se também avaliar a situação em que um desenvolvedor decide criar um software e que lança mão de trechos de software livre já disponível, essa é uma vantagem do modelo de desenvolvimento de software livre: a possibilidade de reaproveitar código pronto e já testado, do qual não se é o autor. No caso de ter sido utilizado como ponto de partida um código fonte GNU GPL, este novo software também deverá ser GNU GPL, obrigatoriamente. Cabe ressaltar aqui que o desenvolvedor deste trabalho derivado não será obrigado a redistribuir o novo software se o fizer para seu próprio uso, de seu empregador ou de seu contratante, mas se o fizer terá que respeitar esta regra. Por outro lado, se o código fonte original for licenciado segundo uma licença de Código Aberto, como é o caso da BSD citada acima, este novo programa poderá ser licenciado da forma que aprouver ao seu desenvolvedor: continuar como BSD, ser transformado em ITI/SOFTEX 14 GNU GPL ou em outra licença de software livre ou ser transformado em software proprietário sem que o código fonte esteja disponível. 1.1.3 Segurança e Transparência Esta é uma das características mais importantes do ponto de vista do setor público, uma vez que o sigilo e a privacidade das informações são fundamentais para muitos dos dados que são armazenados nos seus sistemas de informação. Ao ter seu código aberto ao escrutínio público, o software livre é naturalmente seguro. Todo código de software livre está à disposição para avaliação e melhorias. Isto dá a oportunidade de muitos aprenderem técnicas de programação e também de colaborarem na melhoria de programas, por exemplo, nas questões ligadas à segurança. Além disso, o sigilo e a privacidade nos software livres também são características marcantes, uma vez que é impossível introduzir, por exemplo, portas traseiras no software ou definir canais de comunicação sem que isto possa ser detectado com simples inspeção do código fonte. Se por motivos quaisquer o produtor de um software decidir introduzir algum tipo de mecanismo de escuta ou de acesso não autorizado no código fonte pensará duas vezes ao saber que seu código poderá ser, a qualquer momento, avaliado por terceiros que poderão encontrar tal código indevido. 1.2. Dinâmica de desenvolvimento de software livre Outra característica marcante no software livre é sua dinâmica de desenvolvimento. Tradicionalmente, o desenvolvimento de software proprietário é realizado por grupos de desenvolvedores dentro de uma empresa ou de empresas contratadas para tal, sob contratos que impedem a divulgação e o uso de informações relacionadas ao produto em desenvolvimento. Tudo está envolvido em questões de sigilo industrial e o conhecimento relacionado à produção dos software é considerado como um ativo muito importante da empresa proprietária dos mesmos. No âmbito do software livre, ao contrário, o desenvolvimento ocorre mais freqüentemente em grupos heterogêneos e fracamente relacionados, ou seja, sem que haja contratos formais nem vínculos dos desenvolvedores a empresas ou organizações que estejam diretamente envolvidas com o desenvolvimento do dito software. Esta forma de ação permite a troca de informações e a constante evolução tanto do software quanto dos que ITI/SOFTEX 15 participam daquele grupo, pois estarão sempre aprendendo técnicas e métodos com os demais companheiros de desenvolvimento. O desenvolvimento de um software sob estas condições exige que exista um líder de projeto - em geral a pessoa com atuação mais destacada no mesmo, que decide quais colaborações incorporar, quais as prioridades e os rumos do software. Se alguém discorda, pode haver debates e ajustes. Se não se chega em um acordo, sempre há a possibilidade de iniciar-se um novo projeto, com novas prioridades e rumos, utilizando todo o software já desenvolvido, e partindo do ponto exato onde houve a ruptura. Formam-se comunidades em torno da criação e evolução de determinados software. Aos desenvolvedores se somam os usuários dos software, que sempre contribuem de uma forma ou outra, para a evolução do mesmo - quer seja pela descoberta de bugs quer pela sugestão de melhorias e de possíveis direcionamentos do desenvolvimento. Outros colaboradores se unem também às comunidades - tradutores, investidores, artistas gráficos, editores de livros; para apoiar e participar da criação do software. Este modelo de desenvolvimento também permite que muitos indivíduos e empresas possam colaborar para produzir um produto que nenhum deles seria capaz de elaborar sozinho, por complexo ou pelo custo. Também permite uma correção rápida de bugs e o incremento da segurança, porque o código fonte pode ser inspecionado publicamente e isto faz com que ele seja exposto a severas avaliações. Outra característica interessante é a possibilidade de realizar alterações específicas, de acordo com as necessidades individuais de cada usuário, gerando diversas versões personalizadas. Quando a massa de usuários de um software torna-se significativa, é freqüente que alguns membros destes coletivos organizem-se de forma a poder prestar serviços profissionais relacionados aos software criados - capacitação, implantação, suporte, manutenção, adaptações específicas não contempladas pelo planejamento do software, integração com outras ferramentas. Outras vezes, empresas já estabelecidas percebem a oportunidade de mercado e passam a oferecer estes serviços relacionados e/ou a incorporar o software em seu leque de opções para seus clientes. Estas empresas, muitas vezes passam a contribuir financeiramente ou com pessoal para que a comunidade continue melhorando o software - (que agora faz parte do seu negócio. A dinâmica do desenvolvimento de software, bem compreendida e bem implementada, é o que permite às cooperativas e às empresas de software livre participar do mercado, por vários motivos. O reaproveitamento de código propicia ganhos de produtividade, o que permite o desenvolvimento rápido e a possibilidade de estar mais cedo no mercado. ITI/SOFTEX 16 Adicionalmente, como o código reaproveitado já foi testado e depurado em outras soluções haverá potencialmente uma menor quantidade de erros no software e ele será potencialmente mais estável e mais seguro. Ao adotar a dinâmica do software livre como padrão de desenvolvimento -comunidade, reaproveitamento de código, colaboração, a empresa amplia seu capital intelectual sem necessariamente investir em ampliação de quadro de pessoal - pela participação de diversos desenvolvedores e colaboradores sem vínculo com a empresa - e reduz custos internos, pois utiliza plataformas de desenvolvimento livres compostas por ferramentas de baixo ou nenhum custo - compiladores, bibliotecas, ambientes de desenvolvimento. Além disso, os desenvolvedores, que trabalham em colaboração com terceiras empresas e pessoas, aprendem constantemente com o código de outros. Por outro lado, nos modelos de negócio baseados em software livre, o retorno financeiro tende a ser menor se comparado com os possíveis retornos em modelos ligados ao software proprietário, uma vez que não se aplicam os valores referentes às licenças de uso e o usuário tem a possibilidade de migrar de prestador de serviço sempre que desejar, tornando mais baixa a barreira de entrada de novas empresas neste mercado. Também é importante ressaltar que, muitas vezes, uma encomenda específica de uma solução informática não encontra, dentre os milhares de projetos livres disponíveis, um software pronto para implantação. Neste caso, os profissionais que receberam a encomenda devem tomar a decisão de ou partir para uma implementação completa ou adaptar um software existente de acordo com os requisitos definidos para a solução encomendada. Mesmo no caso de uma implementação completa haverá o reaproveitamento de código livre - uma vez que, por definição, trechos de código livre também o são - quer seja pelo uso de bibliotecas prontas e já testadas para a realização de tarefas comuns - tarefas que são encontradas freqüentemente em muitos software, como manipulação de arquivos - ou pelo uso de trechos retirados diretamente de outros software que apresentem funcionalidades desejadas para a nova solução. 1.3. Mercado de software livre As diversas licenças de software livre definem, portanto, as trajetórias possíveis do código fonte ao longo do tempo. Também definem o enquadramento do software em uma das duas correntes identificadas dentro da comunidade internacional de software livre. Entretanto elas não afetam substancialmente a forma de realização de negócios em torno ITI/SOFTEX 17 ao software, dentro do que se convenciona chamar modelos de negócio adequados ao mundo do software livre. Não é na venda de produtos empacotados que está o negócio do software livre. O software em si muitas vezes está facilmente disponível, inclusive sem custos de aquisição, mas com a complexidade dos sistemas e das necessidades dos usuários de hoje em dia, não basta possuir um CD com o software. É sim necessário pessoal especializado para, por exemplo, identificar e definir as necessidades do usuário, desenvolver um sistema que as atenda no marco da estrutura econômico-financeira da organização e de suas vinculações operacionais, municípios com outros municípios, estados e governo federal, implantá-lo e capacitar os usuários no uso do mesmo. Bem como oferecer manutenção e upgrades. Como não existem restrições para reprodução e redistribuição, a cobrança por cópia instalada é impraticável como negócio: não haveria demanda por algo com um preço elevado que pode ser conseguido facilmente sem custos ou com custo irrisório. ITI/SOFTEX 18 Capítulo 2. O Jogo do Sostware Livre Este capítulo apresenta o resultado do esforço da equipe do projeto para entender com propriedade a relação existente entre os atores – agências de governo, empresas, Prefeituras, comunidade de SL - que participam no que denominamos Jogo do SL. Ele tem como balizamentos a observação das características do Modelo do SL analisado no capítulo anterior, a sistematização de aspectos políticos, econômicos, técnicos, de financiamentos etc., proporcionados pelo levantamento da situação atual das prefeituras e seu entorno, realizada mediante o marco de referência exposto no capitulo que segue. Através desse resultado foi possível conceber a formatação da situação-problema que deu origem ao marco de referência apresentado no Capítulo que segue, e avaliar as respostas plausíveis dos atores às ações desencadeadas pelo ITI no sentido da construção dos Cenários apresentados no último Capítulo. Sua primeira seção apresenta brevemente a referência conceitual da Gestão Estratégica que adotamos para caracterizar o Jogo do SL. 2.1. Marco Conceitual Chamamos ator social uma pessoa, grupo ou organização que participa de algum jogo social; que possui um projeto político, controla algum recurso relevante, tem, acumula ou libera forças no seu decorrer e possui, portanto, capacidade de produzir fatos capazes de viabilizar seu projeto. Assim, qualquer ator social, com projeto e capacidade de produzir fatos, é capaz de fazer pressão para alcançar seus objetivos, podendo acumular força, gerando e mudando suas estratégias para converter-se num centro criativo de acumulação de poder. O diagnóstico inicial de problemas que conformam uma situação a ser enfrentada por um ator mediante ações estratégicas pode ser visto como o resultado do jogo em que tomaram parte, num momento pretérito, um conjunto de atores. ITI/SOFTEX 19 É possível caracterizar o agir social como um jogo, que pode ser de natureza cooperativa ou conflitiva, em que diferentes jogadores, com perspectivas que podem ser comuns ou divergentes, possuem recursos distribuídos segundo suas histórias de acumulação de forças em jogos anteriores. As regras do jogo podem se alterar segundo o interesse dos atores em função de jogadas e acumulações dos jogadores, reconfigurando as condições em que ele se desenvolverá. Nessa perspectiva, qualquer situação pode ser entendida pelo ator com ela envolvido como o resultado, o placar, de um jogo e pode ser por ele encarada como um problema a resolver, ou seja, o êxito em um jogo será a solução de um problema ou a mudança do placar. Os governantes ou encarregados da gestão de uma dada situação podem ser visto como jogadores que, com suas ações, produzem acumulações durante um jogo, procurando alterar seu resultado. É com base nessas acumulações que eles podem ampliar, ou reduzir, sua capacidade de produzir novas jogadas e alterar a situação inicial. Este é o mecanismo básico através do qual se acumula ou libera poder e se produz ou não mudanças significativas sobre uma dada situação problemática. A ação de governo, para gerar acúmulo de poder e gerar resultados socialmente valorizados, exige: • a perfeita identificação dos jogos e problemas em que o governante está envolvido; • a determinação de qual deve ser sua relação com outros problemas e jogadores; • a identificação precisa de suas manifestações sobre a realidade ou evidências que permitam verificar se o problema está se agravando ou sendo solucionado pela ação de governo, e • a diferenciação entre as causas e conseqüências dos vários jogos parciais em que se encontra envolvido. Encerrando esta breve referência conceitual sobre o tema, vale enfatizar a importância de que o governante encarregado da gestão de um determinado jogo elabore um diagnóstico do jogo em que esta envolvido, um quadro que identifique e relacione entre si os atores e os problemas mais relevantes de uma dada situação em um determinado momento No caso em pauta – o Jogo do SL –, em que a situação envolve o amadurecimento de um dado artefato tecnológico em processo de construção e fechamento, trata-se de identificar ITI/SOFTEX 20 as interações - pactos, alianças, movimentos de cooptação, neutralização e enfrentamento, que pessoas e organizações realizam, por intermédio dos recursos políticos, econômicos, midiáticos, cognitivos, que controlam, para influenciar agendas e processos decisórios - e de não-tomada de decisão, visando à construção, a partir do “modelo do SL”, de estilos sócio-técnicos - e, em particular, Arranjos Institucionais, que potencializem seus interesses e projetos políticos. É a partir de um diagnóstico dessa natureza que o governante será capaz de prever os comportamentos esperados desses atores - em função de seus interesses econômicos, concepções políticas, culturas organizacionais, e constrangimentos, frente às potencialidades tecnológicas do modelo do SL em processo de construção sócio-técnica e influenciar esses comportamentos no sentido adequado. O entendimento desse processo dinâmico resultante de uma interação em que atores submetidos a uma mudança de paradigma sócio-técnico, à medida que constróem espaços políticos e econômicos, constróem também a si mesmos - em que os atores são a causa e o efeito do processo, é aqui assumido como uma condição para influenciar a trajetória do SL no País. 2.2. As características do Jogo do Software Livre O Jogo do SL envolve poderosos interesses nacionais e internacionais, incide em diversas políticas públicas e campos de ação governamental - inclusão social, saúde, educação, científico-tecnológico, industrial, propriedade intelectual. Embora não seja esta a intenção do estudo, a análise aqui apresentada pode servir para identificar cursos de ação a serem privilegiados por uma Política Nacional de Aplicação de SL. As características desse Jogo, seu ritmo acelerado, grande diversidade dos atores políticos e instâncias envolvidos, mudanças abruptas, alinhamento ainda difuso de atores e interesses, variada e relativamente indefinida atribuição de competências entre agências governamentais, aparente inexistência de um plano orientador das ações de governo - a elaboração de uma Política Nacional de Aplicação de SL é, justamente, o objetivo estratégico das ações em que este Projeto se insere, tornam sua análise sistemática e abarcante um desafio não trivial. O escopo desta análise se restringe ao objetivo de produzir um esquema capaz de auxiliar a tomada de decisão acerca de cursos de ação política pelo ITI. Ela pretende ITI/SOFTEX 21 indicar para cada um dos diferentes atores - instituições, agências de governo, empresas, presentes na cena política: • os seus interesses políticos e econômicos, • os seus movimentos recentes mais significativos, • os fundamentos de seu discurso, • as alianças ou parcerias que tendem a estabelecer com outros atores, • as configurações produtiva e institucional que consideram mais adequadas, • cenário sócio-econômico que desejam e, finalmente, • sua provável reação às ações dos demais atores, em especial às do ITI. A análise desse conjunto de informações mediante os instrumentos proporcionados pela Análise de Política Pública, Policy Analysis, fornece os elementos para a avaliação de como está ocorrendo o alinhamento dos atores em relação aos Arranjos Institucionais que parecem estar emergindo como pólos de aglutinação dos interesses manifestos, e que tenderão a ser utilizados como referências gerais para a ação de governo com vistas à elaboração uma Política Nacional de Aplicação de SL. Essa avaliação, realizada no Capítulo final tendo como foco a viabilidade de implantação dos dois Arranjos, é entendida como o principal insumo para a tomada de decisão logrado pelo Projeto. 2.3. Os atores do Jogo do Software Livre Os atores presentes em cena, do lado da oferta de software, são: empresas estrangeiras de software, empresas nacionais de software, empresários nacionais de SL, quadros técnico-políticos partidários do SL, comunidade de SL. Os atores presentes do lado da demanda – as prefeituras – dado que serão objeto de análise especifica e detalhada mais adiante não são tratados neste capítulo. Começando com o conceito de Jogo do SL (JSL), cabe ressaltar que ele é aqui entendido como o agregado de decisões de múltiplos atores - públicos e privados, nacionais e estrangeiros - influenciadas pelos respectivos interesses, experiências, culturas institucionais, poder financeiro, político, cognitivo, capacidade de fazer alianças, cooptar, neutralizar, e pelo contexto tecnológico, econômico, social, político que determinam a ITI/SOFTEX 22 configuração que assume a trajetória brasileira de SL e, em especial, sua aplicação em Prefeituras. Nesse sentido, o estágio atual do JSL deve então ser entendido como um momento de uma trajetória em que se foram constituindo os atores que, em função de suas culturas organizacionais, poder relativo etc., estão ocupando os espaços de negociação política e de elaboração da política que irão determinar os momentos subseqüentes. A Figura 2.01 representa graficamente a dinâmica dos atores envolvidos. ATORES Empresas estrangeiras Empresasde SW Empresas nacionais nacionais Empresas nacionais de SWL Comunidade de SWL Quadros técnopolíticos de SWL Figura 2.01 – Atores do Jogo do SL O primeiro tempo do JSL parece estar sendo jogado mediante um processo de sensibilização - público, envolvendo seminários, declarações na mídia, e de articulação – reservado, entre os jogadores sem que exista uma definição clara por parte do conjunto de atores com poder de regulação - o Governo, das regras que deverão presidi-lo. Quadros técnico-políticos e instituições governamentais ainda não demonstram publicamente possuir atribuições definidas e parecem estar disputando o direito de constituir-se como o ator Governo. Empresas multinacionais e empresários nacionais buscam, também, ganhar espaço pressionando no sentido de fazer valer seus interesses. O aspecto do JSL do qual trata o projeto se relaciona à forma como o ator Governo deverá atuar, em conjunto com os outros dois atores - empresas e Prefeituras, para disponibilizar soluções de SL às Prefeituras. A configuração que se irá estabelecer, que aqui se denomina Estilo de Disponibilização, depende, então, dos interesses desses dois atores e do poder de regulação do ator Governo. Assim colocado, o Projeto pode então ser entendido como tendo por foco a questão de como as soluções de SL serão disponibilizadas às Prefeituras. ITI/SOFTEX 23 Capítulo 3. Marco Analítico Este capítulo apresenta o Marco Analítico do estudo da configuração da situação atual das prefeituras e sua trajetória desde a adoção do SL. Ele guarda a preocupação com a explicação dos comportamentos esperados dos atores que participam no Jogo - em função de seus interesses econômicos, concepções políticas, culturas organizacionais, e constrangimentos, frente às potencialidades tecnológicas do modelo do SL em processo de construção sócio-técnica. Ele se distingue do anterior, na medida em que seu o foco é no ator prefeitura e que busca enfatizar as implicações da ação do ator governo como indutor de comportamento dos demais atores em especial das prefeituras. O objetivo é analisar situações que se localizam no nível meso da elaboração de políticas relacionado às organizações, suas características, comportamento esperado etc. O marco está baseado nos elementos desenvolvidos nos capítulos anteriores e orientou o trabalho de campo, envolvendo entrevistas a Prefeituras envolvidas com SL/OS, empresas, agências de governo, órgãos de financiamento, formadores de opinião, cujos resultados são apresentado no capítulo que segue. É também mediante o seu emprego que se apresenta no último capítulo as conclusões e recomendações da pesquisa, tendo como foco os dois Estilos de Disponibilização de software livre para as prefeituras associados aos dois cenários extremos cuja consideração pelo ITI nos parece essencial. Para caracterizar os dois Estilos de Disponibilização, o Marco de Referência está conformado por dois componentes. O primeiro procura dar conta das características e comportamentos passados e esperados do ator prefeituras que, embora não seja o ator determinante em última instância do Estilo de Disponibilização que afinal se irá impor, está no foco do Projeto. Isso é logrado mediante a caracterização das prefeituras pesquisadas através dos seus atributos relativos às capacidades que apresentam com respeito às TICs e os especificamente relacionados ao SL. O segundo componente, sem deixar de lado esse foco, integra na análise os demais atores. Para tanto estabelece uma relação de dependência que explica a Configuração ITI/SOFTEX 24 Observada ou, quando for o caso, o Estilo de Disponibilização a partir de dois fatores. Por um lado, a propensão das prefeituras em adotar SL, e, por outro, de uma variável denominada Arranjo Institucional, que denota a forma como o ator governo, empregando seu poder de determinação mais elevado, arranja a multiplicidade de instrumentos legais, financeiros, de que dispõe de maneira a induzir junto aos demais atores – prefeituras, empresas, órgãos de financiamento, comunidade de SL – um comportamento favorável ao Estilo de Disponibilização que deseja. A Configuração Observada pode ser, então, entendida como um desvio em relação ao Estilo de Disponibilização desejado pelo governo. 3.1. Caracterização das Prefeituras Esta seção apresenta o primeiro componente do marco de referência, de tipo eminentemente descritivo, concebido para caracterizar as Prefeituras através de alguns atributos de natureza genérica e outros especificamente relacionados ao SL. Os atributos de natureza genérica estão relacionadas a capacidades da prefeitura que não possuem relação direta com o SL enquanto os atributos de natureza específica nos apontam claramente os vetores utilizados quando da opção por SL. A informação acerca das prefeituras, coletada pela equipe do Projeto mediante a sua observação e mediante entrevistas realizadas com quadros técnico-políticos, foi classificada, em função da percepção adquirida por ela, segundo os atributos especificados a seguir. DEFINIÇÃO DOS ATRIBUTOS Atributos Genéricos: • Capacidade financeira: recursos financeiros disponíveis na prefeitura para investimento em TICs; próprios ou obtidos mediante repasse do governo federal, financiamentos, etc.; • Capacidade técnica: conjunto de capacidades, internas e externas, disponível para que a prefeitura seja capaz de adotar TICs; • Grau de informatização: grau em que a prefeitura é capaz de informatizar suas atividades no que respeita aos quatro Domínios da Aplicação do SW1: Infra- 1 Esta expressão é a tradução do termo encontrado na bibliografia em língua inglesa. ITI/SOFTEX 25 estrutura - software para rede, serviços corporativos, etc., Desktop - aplicativos de produtividade, Aplicativos de Gestão - soluções para gestão das rotinas de serviço público, e Relacionamento - soluções para relacionamento com o cidadão, fornecedores, entre governos; • Capacidade de articulação: é a capacidade da prefeitura de articular projetos e ações relativas a TIC´s. Atributos Específicos • Motivação/demanda: representa os aspectos que foram vetores para a adoção da alternativa livre e podem ser representados por economia, fatores técnicos e outros. • Entorno/ambiente: entorno político, econômico, social, acadêmico e outros favoráveis ou facilitadores da adoção do SL • Imposição legal: legislação (leis, normas, portarias etc.) que induz à adoção de SL. Posteriormente, e de posse de toda a informação coletada sobre o conjunto dos atributos para a amostra de prefeituras pesquisada, a intensidade de cada um deles foi estimada segundo uma escala de 0 a 3, exceto o atributo específico grau de informatização que pode assumir valores de 0 a 4. Essa estimativa é precária na medida que busca quantificar uma impressão qualitativa e inerentemente subjetiva. Além disso, os valores dos atributos só podem ser comparados entre si no âmbito de uma dada observação e para uma dada prefeitura. Essa estimativa é, portanto, relacional. Não obstante o fato de que ela só tem sentido para explicar comportamentos como os descritos na seção que segue, ela permite construir hipóteses plausíveis acerca de qual teria sido em cada caso o atributo que mais provavelmente teria deslanchado o comportamento observado. Capacidade Financeira 4 Imposição Legal 3 Capacidade Técnica 2 1 0 Entorno / Ambiente Demanda / Motivação Grau de Inf ormatização Capacidade de Articulação Figura 3.01 – Representação Gráfica dos Atributos ITI/SOFTEX 26 Forma de Representação dos atributos A Figura 3.01 mostra um caso hipotético de uma prefeitura que apresenta, em relação ao conjunto de prefeituras pesquisado, o valor máximo (3,4) observado para os atributos Entorno/ambiente, Imposição legal, Capacidade Financeira, Capacidade Técnica, Grau de Informatização e valores intermediários (2) para o atributo Motivação/demanda. 3.2. Descrição do comportamento das Prefeituras Esta seção apresenta o segundo componente do marco de referência concebido para tratar a situação-problema. Por seu intermédio, é possível identificar a posição de uma prefeitura em relação a um referencial - um espaço limitado por eixos de crescente indução do Estado e Adoção de SL/OS -, descrever sua trajetória recente e representar seu comportamento esperado. SWL Tipos de Licença ASI AI Arranjos Institucionais SWP Figura 3.02 – Arranjos Institucionais versus Tipo s de Licença Mediante esse componente uma determinada prefeitura pode ser representada como na Figura 3.02 como uma das combinações possíveis entre Arranjo Institucional (AI), cujo campo de variação se dá entre dois extremos - Arranjo Institucional Induzido e Arranjo Institucional sem Indução – e Tipo de Licença (TP), cujo campo de variação se dá também entre dois extremos – Software Proprietário e Software livre. As duas variáveis são de tipo contínuo; isto é, existem infinitas possibilidades compreendidas entre os dois extremos de seu espectro de variação. 3.2.1. Os Arranjos Institucionais O extremo AI Induzido é caracterizado por um nível elevado de intervenção do Estado e alto grau de centralização das decisões concernentes às características dos produtos de SW a serem desenvolvidos, da sua forma de disponibilização. No limite, tanto a produção ITI/SOFTEX 27 como a disponibilização dos pacotes, sua manutenção, a capacitação e treinamento, seriam realizadas por órgãos públicos. No extremo AI sem Indução as decisões concernentes às características dos produtos a serem desenvolvidos, a sua forma de disponibilização, seriam tomadas por agentes privados - desde multinacionais até pequenas empresas de capital nacional passando pela a comunidade de SL. No limite, tanto a produção como a disponibilização dos “pacotes”, sua manutenção, a capacitação e treinamento, seriam realizadas por organizações privadas e nem mesmo as diretrizes gerais que orientariam a conformação do seu Estilo de Disponibilização seriam emanadas dos órgãos públicos envolvidos. 3.2.2. Os Tipos de Licença Este eixo diz respeito ao grau de utilização de software de um tipo de licença em contraposição ao outro, dentro do âmbito das atividades de informatização da prefeitura em estudo. O extremo Software completamente Proprietário informatizada com caracteriza-se, software portanto, proprietário, em uma prefeitura desde seus sistemas operacionais e servidores, ferramentas de interconexão dos sistemas, aplicativos básicos nos equipamentos de mesa, até os sistemas integrados de gestão. O extremo Software Livre é definido como o oposto. Todas as instâncias de uso de software utilizam software licenciado de acordo com alguma licença de software livre. A posição neste eixo é definida por uma aproximação quanto ao número de sistemas que se enquadram em uma ou em outra definição acima, com considerações quanto ao peso dos sistemas nas atividades da prefeitura. O ponto zero, origem, indica que sistemas livres e proprietários têm pesos equivalentes no dia-a-dia da prefeitura. 3.2.3. Forma de Representação do comportamento das Prefeituras Tal como anteriormente indicado, é possível situar no plano TP x AI os processos observados de adoção de SL determinados pelas preferências dos atores, as medidas de política formuladas, suas implicações para os atores etc. O capítulo que segue mostra como a análise de cada Prefeitura, tornada possível pela pesquisa de campo realizada, pode ser representada, em função da intensidade com que se manifestam seus 8 ITI/SOFTEX 28 Atributos, no plano AI x TP. A Figura 3.03, mostra um caso hipotético semelhante aos que são apresentados no capítulo seguinte. SWL Tipos de Licenç a ASI AI Arranjos Institucionais SWP Figura 3.03 – Caso Hipotético de Arranjos versus Licenças Na figura é representada a trajetória de uma prefeitura, identificada pelo conjunto de valores dos seus Atributos, referida ao quadrante AI x SP. O momento inicial é caracterizado pela ocorrência de uma primeira ação - ou mais genericamente, evento relacionada ao SL, anterior ao momento em que uma decisão é tomada no âmbito da prefeitura no sentido de promover a adoção do SL. Esse pode ser, por exemplo, uma ação de um funcionário de baixo escalão da prefeitura que, dada a escassez de recursos resolve, ao invés de piratear um SP de planilha eletrônica, fazer um download de um SL similar e instalá-lo nos microcomputadores disponíveis. A outra posição (identificada pelo novo conjunto de valores dos seus Atributos), situada no quadrante ASI x SL, corresponde ao momento em que ocorreu a observação da prefeitura (e entrevista) por parte da equipe. Entre esses dois momentos existe um outro, não graficado na figura, em que ocorreu a decisão de adotar SL na prefeitura. Esse momento pode estar associado efetivamente ao de uma tomada de decisão com um alto grau de formalização ou, simplesmente, a um ponto de ruptura em que depois que ações sem conexão foram sendo implementadas a idéia de adoção do SL foi amadurecendo e se transformou num processo com intencionalidade. ITI/SOFTEX 29 3.3. Domínios da Aplicação do Software Dada a importância que a observação de processos de migração de SP para SL possui para que a indução dos Estilos de Disponibilização desejados possa ser realizada a contento, resolveu-se incorporar um terceiro componente ao marco de referência. Seu objetivo é representar com maior detalhe esse processo tomando como referência cada um dos quatro Domínios da Aplicação do SW - Infra-estrutura, Desktop, Aplicativos de Gestão e Relacionamento, da prefeitura. Mediante esse componente, o estágio em que se encontra a migração de cada Domínio, definido como uma certa porcentagem dos aplicativos que usa a prefeitura que já se encontram disponíveis em SL, pode ser representado em dois momentos. O momento em que foi tomada a decisão de adotar SL na prefeitura e aquele no qual ocorreu a observação e entrevistas por parte da equipe. Forma de Representação do processo de migração A Figura 3.04 mostra um caso hipotético semelhante aos que são apresentados no capítulo seguinte. Migração (SP " SL) nos 4 Domínios da Aplicação de SW SL 100% SL 100% D R D 50% 50% I I R SP 100% G SP 100% G Momento da Decisão Momento da Observação Figura 3.04 – Migração nos Domínios de Aplicação Na figura é representado o caso de uma prefeitura que, no momento em que foi tomada a decisão de adoção do SL, já apresentava uma porcentagem de seus aplicativos disponíveis em SL. Observando o eixo da esquerda, relativo ao momento da decisão, se pode constatar que, no que se refere ao Domínio Desktop, a prefeitura já apresentava cerca de 60% dos aplicativos disponíveis em SL (em Infra-estrutura possuía 30%, em Relacionamento 20% e em Gestão 0%). Esses valores maiores que 0% devem-se a que, ITI/SOFTEX 30 num momento anterior, alguma ação isolada foi realizada no sentido de iniciar a migração de algum aplicativo de SP para SL. Observando agora o eixo da direita, relativo ao momento da observação da prefeitura pela equipe, se pode constatar que a evolução foi distinta, como era de se esperar, para cada Domínio. No que se refere ao Domínio Desktop, a penetração do SL na prefeitura se manteve praticamente estável, enquanto que, no Domínio Relacionamento, a porcentagem subiu para cerca de 80%. 3.4. Configurações e Estilos de Disponibilização Esta seção trata das Configurações que a situação-problema pode apresentar mediante o segundo componente do marco de referência concebido. As Configurações possíveis se situam entre os dois Estilos de Disponibilização que combinam AI próximos aos extremos Induzido e sem Indução com o Tipo de Licença software livre. Essas duas Configurações potencialmente viáveis serão denotadas a partir de agora pelo tipo de AI - Induzido e sem Indução – que contêm como força motriz de indução dada por um dado conjunto de políticas públicas. Essa denominação foi adotada porque são eles os que estabelecem a moldura das condições de política que o governo, como determinante em última instância do Jogo do SL, deve impor. Para melhor caracterizar o que se quer expressar, pode-se utilizar uma linguagem matemática: Configuração = f (AI, TP); onde AI = {I,sI} e TP = {SP;SL}. Embora o foco do Projeto esteja situado nos dois quadrantes superiores, isto é, os que supõem a utilização de plataformas não proprietárias (Software livre), é importante ressaltar que, pelo menos em teoria, ambos os TPs são consistentes com os AIs caracterizados. Assim, pode então ser entendida como um dos objetivos do Projeto a análise das condições de contorno, de natureza tecnológica, econômica, social, política etc, presentes no contexto em que se desenvolve a Trajetória de TI brasileira (entendida como o conjunto de decisões de múltiplos atores públicos e privados, nacionais e estrangeiros, influenciados pelos seus respectivos interesses, experiências, culturas institucionais etc), consideradas importantes para a elaboração de uma Política para a Aplicação de Software livre em Prefeituras. ITI/SOFTEX 31 3.4.1. O Estilo de Disponibilização Induzido O Estilo de Disponibilização Induzido está esquematizado na Figura 3.05. ED associado ao Arranjo Institucional Induzido - AI Governo Produtos básicos $ Serviços Empresas Prefeituras Produtos não-básicos • Formulação de projetos • Especificação para empresa Figura 3.05 – Estilo de Disponibilização Induzido Na Figura. estão representados os três atores principais envolvidos. O Governo tomaria as decisões concernentes às características dos produtos básicos (entendidos como aqueles que, por imposição legal, e em função de critérios a serem definidos, todas as Prefeituras deveriam dispor para atender suas necessidades de gestão interna, prestação de serviços à comunidade, interação com outros órgãos e instâncias de governo, etc) e os desenvolveria e disponibilizaria às Prefeituras. O órgão central, do governo federal, responsável teria como contrapartida recursos diretamente alocados pelo próprio governo. Caberia às empresas, sejam as privadas, sejam as associadas às instâncias de governo estadual e municipal, o desenvolvimento de produtos não-básicos e a prestação de serviços de manutenção, treinamento para as Prefeituras. A contrapartida relativa a esses serviços seria proveniente de um fundo com esta finalidade específica a ser criado ou constituído a partir de outros já existentes. O acesso ao fundo seria normatizado pelo órgão central responsável. 3.4.2. O Estilo de Disponibilização Sem Indução O Estilo de Disponibilização Sem Indução está esquematizado na Figura 3.06 que segue. ITI/SOFTEX 32 Na Figura estão representados os três atores principais envolvidos. Este caso não supõe a definição de produtos básicos. Cada Prefeitura seria responsável pela identificação de suas necessidades e a especificação dos produtos e serviços que deseja adquirir junto ao órgão do governo federal ou às empresas. O pagamento dos mesmos seria realizado pelas Prefeituras que poderiam ter acesso a recursos provenientes de um fundo com esta finalidade específica a ser criado ou constituído a partir de outros já existentes, mediante a elaboração de projetos a serem analisados por um comitê gestor. A chamada comunidade de software livre poderia neste caso ter um papel mais ativo no desenvolvimento de software ou na prestação de serviços uma vez que o pagamento de seu trabalho seria operacionalmente mais viável. ED associado ao Arranjo Institucional sem Indução - AsI Governo Atributos requeridos: - agilidade - capacidade de avaliação $ Projeto Especificação Empresas Prefeituras Produtos e serviços $ Atributos requeridos: - formulação de projetos - especificação para empresa Figura 3.06 – ED Associado a Arranjo Institucional sem Indução Esse Estilo de Disponibilização exige maior competência das Prefeituras e maior maturidade dos três atores envolvidos. A elaboração dos projetos pelas Prefeituras, dada a capacidade ainda incipiente de muitas delas para fazê-lo poderá implicar na sua discriminação e no surgimento de alianças indesejáveis com empresas - intermediadas, eventualmente pela ação dos órgãos de financiamento à informatização das prefeituras, visando a burlar as boas práticas que devem orientar a iniciativa. A análise conscienciosa dos projetos a serem encaminhados pelas Prefeituras para a obtenção de recursos pode representar uma grande carga de trabalho para o órgão encarregado de realizá-la. ITI/SOFTEX 33 3.5. Considerações sobre o Marco Analítico Fica claro pela formatação proposta para a situação problema que a Configuração que irá se impor dependerá da evolução combinada do Arranjo Institucional adotado (AI) e do Tipo de Licença (TP). Ela pode ser descrita como a resultante das medidas que hipoteticamente tomaria o ator governo para dar conta das particularidades do JSL. Em virtude da importância que possui a opção por parte do governo acerca do Arranjo Institucional que considera mais apropriado para fazer com que o conjunto das organizações públicas e privadas envolvidas com a promoção, desenvolvimento e utilização de software contribuam para uma dada Configuração, os Estilos de Disponibilização (Eds) são denotados pelos AIs correspondentes; que variam desde o AI Induzido (alto grau de intervenção do Estado nas decisões e no desenvolvimento/distribuição de software) ao AI sem Indução - decisões, produção e distribuição a cargo de empresas privadas, sem indução governamental. A partir dos tipos de representação sugerido pelo Marco Analítico concebido é possível investigar de modo apropriado questões como: • as causas que determinaram uma migração, • se os casos pesquisados podem ser replicados, inibidos ou emulados, • qual deve ser o papel do governo neste sentido, • quais os impactos da evolução observada nas empresas. Ao analisar o processo que dá origem a uma certa Configuração tendo como foco o comportamento das prefeituras torna-se explícita a existência de uma relação causal entre esses Atributos (que determinam o comportamento do ator Prefeituras) e a indução pelo governo de um determinado ED. Inversamente, é possível explicitar o modo como esses Atributos delimitam o espaço de viabilidade - político, técnico, institucional, cultural, no qual o governo terá que normatizar o jogo dos atores para viabilizar a indução de um determinado ED. Fica, também, explícito que, independentemente de todas vantagens potenciais que o software livre pode apresentar em relação ao SP, a sua adoção não necessariamente implica uma sobredeterminação do AI a ser implementado e, tampouco, do ED que se irá finalmente impor. A escolha tecnológica, neste caso pelo menos e tal como explicado no capítulo que trata do “Modelo do SL”, não implica numa especificação a priori e ITI/SOFTEX 34 independente de outras considerações e escolhas que devem ocorrer em função de aspectos sociais, políticos, culturais etc no nível dos órgãos responsáveis pela tomada de decisão acerca da Política de SL. Essa questão, embora fique evidente em função da formatação do problema aqui apresentada, não parece ser claramente percebida por todos os atores envolvidos com o assunto. Há quem acredite que a simples opção pelo software livre, considerada superior no plano das implicações técnico-econômicas e sociais, seria suficiente para estabelecer naturalmente uma dinâmica sócio-técnica virtuosa capaz de engendrar um AI e um ED convenientes. Não obstante, tal como tem sido explicado, a hipótese mais provável é que seja um processo de construção sócio-técnica, autorganizado e sem costuras o que irá paulatinamente possibilitando o fechamento da flexibilidade interpretativa atualmente existente. O emprego do marco de referência permitiu, por um lado, a caracterização das Prefeituras através de alguns atributos de natureza genérica - Capacidade Financeira, Capacidade Técnica, Grau de Informatização, Capacidade de Articulação - e outros especificamente relacionados ao SL - Motivação/Demanda, Entorno/Ambiente, Imposição Legal. Por outro, tornou possível representar a trajetória recente de cada prefeitura pesquisa mediante o segundo componente do marco de referência - espaço bidimensional com eixos de crescente indução do Estado e Adoção de SL/OS. Dessa maneira, ao proporcionar uma explicação das trajetórias particulares das prefeituras mediante um mesmo conjunto de atributos e tendo como referência o espaço bidimensional, foi possível sugerir hipóteses acerca das motivações que as levaram a um particular modo de entrada aos ambientes sócio-técnico e institucionais do SL/OS (eixo Adoção de SL/OS). E, além disso, através da perspectiva proporcionada pelo terceiro componente do marco de referência, foi possível registrar como se deu a migração de SP para SL nos Domínios da Aplicação, infra-estrutura, desktop, gestão interna, e integração e comunicação. Tal como indicado, o marco de referência apresentado neste capítulo não apenas orientou a realização da pesquisa de campo como servirá de base para a apresentação dos seus resultados feita no capítulo que segue. Na sua primeira seção será apresentada para cada prefeitura pesquisada o seguinte conjunto de informações. ITI/SOFTEX 35 3.5.1. Primeiro conjunto de informações-Evolução e Avaliação dos Atributos O primeiro conjunto consta de uma visão dos atributos da prefeitura nos momentos inicial (primeira ação sinalizadora da possibilidade de adoção do SL) e de observação (realização da entrevista e observação in loco), seguida de um comentário a respeito dos valores de cada atributo em cada momento com o objetivo de levantar hipóteses acerca do que poderia ter levado a prefeitura a apresentar a evolução observada, conforme Figura 3.07. Capacidade Financeira 4 Capacidade Financeira 4 3,5 3 3 Imposição Legal Imposição Legal Capacidade Técnica 2 1,5 1 1 0,5 0 0 Entorno / Ambiente Entorno / Ambiente Grau de Informatização Demanda / Motivação Capacidade Técnica 2,5 2 Capacidade de Articulação Grau de Informatização Demanda / Motivação Capacidade de Articulação Figura 3.07 – Evolução e Avaliação dos Atributos 3.5.2. Segundo conjunto de informações-Trajetória Contextual dos Atributos SWL Tipos de Licença ASI AI Arranjos Institucionais SWP Figura 3.08 - Trajetória Contextual dos Atributos O segundo conjunto, Figura 3.08, consta de uma visão dos atributos da prefeitura nos momentos inicial e de observação referida ao plano AI x TL, seguida das considerações que permitem sustentar a existência de uma trajetória como a observada. ITI/SOFTEX 36 A título de exemplo e tendo em vista o caso exposto no gráfico, poder-se-ia argumentar que teria sido a conjunção de uma Imposição Legal e a existência de um Entorno favorável (a proximidade a uma universidade ou centro de pesquisa de informática) o que explicaria a trajetória observada. Por outro lado, o fato de, no momento de observação, apenas o Grau de Informatização ter aumentado estaria mostrando que essa evolução positiva, mostrada no segundo conjunto de informação, teria sido alavancada por esses dois atributos. Por outro lado, o fato de que no momento de observação os demais atributos (Capacidade Técnica, Capacidade Financeira etc) tenham permanecido no mesmo nível estaria mostrando que a prefeitura não foi capaz de aproveitar aqueles dois atributos para potencializá-los. 3.5.3. Terceiro conjunto de informações - Processo de Migração dos Domínios de Aplicação Migração (SP " SL) nos 4 Domínios da Aplicação de SW SL 100% SL 100% D R D 50% 50% I I R SP 100% G SP 100% G Momento da Decisão Mom ento da Observação Figura 3.09 - Processo de Migração dos Domínios de Aplicação O terceiro conjunto de informações consta de uma visão do processo de migração (de SP para SL) como referência cada um dos quatro Domínios da Aplicação do SW (Infraestrutura, Desktop, Aplicativos de Gestão e Relacionamento) da prefeitura pesquisada nos momentos da decisão de adotar SL e de observação, conforme pode ser observado na Figura 3.09. Ainda a título de exemplo e tendo em vista o caso exposto no gráfico, poder-se-ia argumentar que o aumento no Grau de Informatização verificado entre os momentos ITI/SOFTEX 37 inicial e de observação, mostrado no primeiro e segundo conjuntos de informação, estaria refletindo uma mistura de evoluções como indicada acima. Note-se que, conforme indicado, é provável que no momento da decisão mostrado na figura o Grau de Informatização já fosse superior ao existente no momento inicial. ITI/SOFTEX 38 Capítulo 4. AMOSTRA, METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1. Definição da amostra e metodologia 4.1.1. Os Municípios no Brasil Segundo a pesquisa do IBGE (IBGE, 2001) o número de municípios varia entre as Unidades da Federação. Conforme pode ser constatado na Figura 4.01 , enquanto em Minas Gerais existem 853 municípios, Roraima tem apenas 15. O número de municípios, porém, é variável independente da dimensão territorial - Amazonas e Sergipe, por exemplo, apesar da diferença no que diz respeito à área territorial, têm número de municípios bastante próximos. Figura 4.01 – Número de Municípios por Unidade da Federação ITI/SOFTEX 39 Uma das características da relação população x território, no Brasil, é a grande concentração demográfica em alguns poucos e importantes centros urbanos e a reduzida população de uma grande parte dos municípios brasileiros. A maioria (73%) dos municípios existentes, em 2001, e que ainda reflete-se na atualidade, tinha até 20.000 habitantes e neles residia cerca de 20% da população do país, vide Figura 4.02 2. Nos 27% dos municípios restantes (com número de habitantes acima de 20 mil) estava concentrada mais de 80% da população. Note-se, além disso, que nos 32 municípios mais populosos do Brasil residiam mais de 48 milhões de brasileiros (27,8% da população), ainda que, em termos proporcionais, esses municípios representassem apenas 0,6% do total existente. Figura 4.02 - Distribuição de Municípios e da população 2 A numeração das tabelas segue a numeração apresentada no site do IBGE. ITI/SOFTEX 40 Na Figura 4.033, estão descritas as atividades terceirizadas pelos municípios brasileiros e dentre elas observamos a ocorrência de terceirização de serviços de processamento de dados. Figura 4.03 – Municípios, total e por tipo de atividades terceirizada A Figura 4.04 apresenta as atividades informatizadas segundo as classes de tamanho da população dos municípios. 3 As tabelas a seguir estão apresentadas parcialmente. Não apresentamos os dados referentes as Grandes Regiões e Unidades da Federação. ITI/SOFTEX 41 Figura 4.04 – Municípios, total e por tipo de atividades informatizadas, segundo classes de tamanho da população A Figura 4.05 apresenta, além de outros dados, os municípios que contam com provedor de Internet. Figura 4.05 – Número de Provedores de Internet nos Municípios 4.1.2. A Amostra A partir do universo de 5.560 municípios brasileiros foram identificados, até junho de 2004, através de entrevistas com observadores da cena de software livre e levantamento em fontes secundárias um conjunto de aproximadamente 60 prefeituras com alguma experiência em software livre. Desse conjunto foram entrevistadas 13, apresentadas na ITI/SOFTEX 42 Tabela 4.1. Buscou-se uma representação geográfica e por porte, mas infelizmente restrições de tempo e acesso impediram que essa representatividade buscada fosse efetivamente alcançada. A Tabela 4.02 apresenta um conjunto de empresas que foram citadas pelas prefeituras entrevistadas como fornecedoras de soluções e produtos e serviços em SL. Algumas destas empresas foram entrevistadas. A Tabela 4.03 apresenta a representação gráfica do comportamento das prefeituras e a Tabela 4.04 apresenta uma sinopse de todas as características consideradas relevantes para o trabalho. Ainda que se tenha buscado levantar uma série de dados quantitativos, conforme pode ser observado no Anexo II – Questionário do Projeto de Software Livre nas Prefeituras, a orientação maior da pesquisa foi qualitativa. Ela visa explicar a heterogeneidade existente na amostra, principalmente no momento de transição de modelos. Entretanto como há ainda poucos casos com resultados concretos passíveis de uma avaliação quantitativa sistemática, e na verdade a maioria encontra-se no estágio de implantação, não se buscou levantar indicadores, perfil, etc. mas sim resultados em termos de tendências associadas a um registro da situação atual. 4.1.3. Os municípios da amostra Região SUL SUDESTE Pequena Viamão(RS) Rio das Ostras (RJ) Piraí(RJ) NORDESTE Solonópole(CE) Prefeituras Média Amparo(SP) Petrolina(PE) Sobral(CE) NORTE Grande Porto Alegre(RS) Belo Horizonte(MG) Campinas(SP) São Paulo(SP) Recife(PE) Manaus(AM) CENTROESTE TOTAL 04 03 Tabela 4.1 – Amostra de Prefeituras 06 4.1.4. As empresas fornecedoras de serviços de SL para as prefeituras Região SUL SUDESTE NORDESTE NORTE CENTROESTE Empresas, Cooperativas, Empresas de Processamento de Dados Pequena Média Conectiva PROCEMPA Apoena Solis (cooperativa) CCA Syspub D´andrea Brasil Informática PRODABEL IMA CONAM Liberty EMPREL Grande Tabela 4.2. – Amostra de Empresas ITI/SOFTEX 43 4.1.5 Representação do Comportamento das Prefeituras 4.1.5.1. Amparo Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Imposição Legal Capacidade Financeira 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Entorno / Ambiente Demanda / Motivação Capacidade Técnica 2 Capacidade Técnica 1 0 Grau de Informatização Entorno / Ambiente Grau de Informatização Demanda / Motivação Capacidade de Articulação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão 3 Imposição Legal Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 3 2 1 0 Sl I 100% D, R ASI 50% AI Arranjos Institucionais G 0% R 50% 3 2 I,G,D 100% 1 0 SWP SP ITI/SOFTEX 44 4.1.5.2. Rio das Ostras Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 3 Capacidade Financeira 4 2,5 Imposição Legal 2 Capacidade Técnica 1,5 Imposição Legal 2 0,5 1 0 Entorno / Am biente 3 1 Capacidade Técnica 0 Entorno / Ambiente Grau de Inform atização Grau de Infor matização Demanda / M otivação Demanda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Articulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 3 2 1 0 Sl I 100% R AI Arranjos 50% ASI Institucionais D 0% R 3 2 1 0 50% SWP G 100% I,D,G SP ITI/SOFTEX 45 4.1.5.3. Porto Alegre Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Im pos ição Legal 3 Capacidade Financeira 4 Capacidade Técnica 3 Im posição Legal 2 2 1 1 0 0 Entorno / Am biente Capacidade Técnica Entorno / Am biente Grau de Inform atização Grau de Inform atização Dem anda / M otivação Dem anda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Articulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 3 2 1 0 Sl I 100% R ASI D 0% AI Arranjos 50% R Institucionais 4 2 0 I,R 50% G SWP 100% D,G SP ITI/SOFTEX 46 4.1.5.4. Viamão Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 3 Capacidade Financeira 4 2,5 Im posição Le gal 2 3 Im posição Legal Capacidade Técnica 1,5 2 1 1 0,5 0 0 Entorno / Am biente Capacidade Técnica Entor no / Ambiente Domínio de Aplicação Grau de Inform atização Demanda / M otivação Dem anda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Articulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Sl I,R 100% D Arranjos Institucionais 50% 0% ASI AI R 4 2 0 50% G 100% SWP I,D,G SP ITI/SOFTEX 47 4.1.5.5. Belo Horizonte Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Imposição Legal 3 2 Capacidade Técnica Capacidade Financeira 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Im posição Legal 1 0 Entorno / Ambiente Demanda / Motivação Entorno / Am biente Grau de Informatização Capacidade de Articulação Grau de Inform atização Dem anda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade Té cnica Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 Sl 3 2 1 I,R 0 100% 50% ASI AI Arranjos Institucionais D 0% 4 3 2 1 0 50% G SWP 100% I,D,G,R SP ITI/SOFTEX 48 4.1.5.6. Sobral Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Finance ira 3 Capacidade Financeira 4 2,5 Im posição Legal 2 Capacidade Técnica 1,5 Im posição Legal 2 0,5 1 0 Entorno / Am biente Dem anda / Motivação Capacidade Técnica 0 Grau de Informatização Entorno / Am biente Gr au de Inform atização Dem anda / M otivação Capacidade de Articulação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão 3 1 Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Momento da Observação Tipos de Licença SWL 4 3 ,5 3 2 ,5 2 1 ,5 1 Sl 0 ,5 0 I R 100% D Arranjos Institucionais 50% ASI AI G 0% R 2 1 0 50% SWP 100% I,D,G SP ITI/SOFTEX 49 4.1.5.7. Solonópole Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 3 2,5 Im posição Legal 2 Capacidade Financeira 4 Capacidade Té cnica Im posição Legal 1,5 1 De manda / Motivação 1 0 Entor no / Am biente Grau de Inform atização Grau de Inform atização Dem anda / M otivação Capacidade de Articulação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade Técnica 2 0,5 0 Entorno / Am biente 3 Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Momento da Observação Tipos de Licença SWL Sl I 4 3 100% 2 1 0 R D 50% 0% Arranjos Institucionais ASI AI I,D,R 3 2 1 0 50% G 100% G SWP SP ITI/SOFTEX 50 4.1.5.8. Manaus Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Imposição Legal 3 Capacidade Financeira 4 Capacidade Técnica 3 Imposição Legal 2 1 0 Entorno / Am biente Dem anda / Motivação 0 Grau de Informatização Entorno / Ambiente Grau de Infor matização Demanda / Motivação Capacidade de Articulação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade Técnica 2 1 Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos SWL Momento da Observação Tipo de Licença Sl I,R 100% G ASI 50% D AI 4 Arranjos Institucionais 3 2 1 0 0% 4 2 50% 0 I,D,G,R 100% I,D,G,R SWP SP ITI/SOFTEX 51 4.1.5.9. Recife Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Imposição Le gal 3 Capacidade Financeir a 4 Capacidade Té cnica 3 Imposição Legal 2 1 1 0 Entorno / Am biente Dem anda / Motivação 0 Entorno / Ambiente Grau de Inform atização Grau de Informatização Dem anda / Motivação Capacidade de Articulação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade Técnica 2 Capacidade de Ar ticulação Trajetória Contextual dos Atributos Momento da Observação Tipos de Licença SWL 4 3,5 3 2,5 2 1,5 Sl 1 0,5 0 I,R 100% G 50% D Arranjos Institucionais ASI AI I,R 0% 4 50% G 100% D 2 0 SWP SP ITI/SOFTEX 52 4.1.5.10. Petrolina Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 3 Capacidade Financeira 3 2,5 Im pos ição Legal 2 Capacidade Técnica 1,5 2,5 Im posição Legal Capacidade Técnica 1 0,5 0,5 0 0 Entorno / Am biente 2 1,5 1 Grau de Informatização Entorno / Ambiente Gr au de Infor matização Demanda / M otivação De manda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Articulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL Sl 100% Arranjos Institucionais 50% ASI AI 0% 3 2 1 0 50% SWP 100% I,D,G SP ITI/SOFTEX 53 4.1.5.11. Campinas Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 4 Imposição Legal 3 Capacidade Financeira 4 Capacidade Té cnica 3 Im pos ição Legal 2 Capacidade Técnica 2 1 1 0 Entorno / Ambie nte 0 Entorno / Am biente Grau de Inform atização Grau de Inform atização De manda / M otivação De manda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Articulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Tipos de Licença Momento da Observação SWL 4 Sl 3,5 3 2,5 2 1,5 1 I,R 0,5 0 100% 50% ASI D AI Arranjos Institucionais 0% G 4 3 2 1 0 50% SWP 100% I,D,G,R SP 4.1.5.12. São Paulo Evolução e Avaliação Antes do SL Não Disponível Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Não Disponível ITI/SOFTEX Antes do SL Não Disponível Trajetória Contextual dos Atributos Não Disponível 54 4.1.5.13. Pirai Evolução e Avaliação Antes do SL Antes do SL Capacidade Financeira 3 Capacidade Financeir a 4 2,5 Imposição Legal 2 Capacidade Técnica 3 Imposição Legal 1,5 1 0,5 0 0 Entorno / Am biente Capacidade Técnica 2 1 Entorno / Ambiente Grau de Informatização Grau de Informatização Dem anda / Motivação Dem anda / Motivação Processos de Migração dos Domínios de Aplicação Momento da Decisão Capacidade de Ar ticulação Capacidade de Articulação Trajetória Contextual dos Atributos Momento da Observação Tipos de Licença SWL Sl I,R 4 3 2 100% 1 0 D 50% ASI Arranjos Institucionais 0% R 50% G 100% AI I,D,G 3 2 1 0 SWP SP ITI/SOFTEX 55 4.1.6 Caracterização detalhada das prefeituras da Amostra Prefeitura Estado Região População Porte Gestão PIB IDH Amparo SP SUDESTE 60.404 Média PT 533.011.480 0,806 Rio das Ostras RJ SUDESTE 42.024 Pequena PV 115.870.819 0,775 Porto Alegre RS SUL 1.371.082 Grande PT 14.688.631.102 0,865 Viamão RS SUL 16.198 Pequena PT 332.042.221 0,691 Belo Horizonte MG SUDESTE 2.238.526 Grande PT 23.329.539.880 0,839 Sobral CE NORDESTE 155.276 Média PPS 772.178[1] 0,698 Solonópole CE NORDESTE 16.198 Pequena PSDB 24.076[1] 0,691 Manaus AM NORTE 1.405.835 Grande PL 8.234.784.614 0,774 Recife PE NORDESTE 1.422.905 Grande PT 7.831.939.738 0,797 Petrolina PE NORDESTE 218.538 Média 464.166.029 0,748 Campinas SP SUDESTE 969.396 Grande PT 7.195.495.080 0,852 São Paulo SP SUDESTE 10.406.166 Grande PT 107.608.757.593 0,841 Piraí RJ SUDESTE 22.118 Pequena PMDB 300.772.505 0,777 4 Prefeitura Arrecadação 2002 2003 2004 Orçamento Total 2002 2003 2004 Amparo Não Disponível Sem informação Rio das Ostras Não Disponível Porto Alegre 5 Orçamento TIC´s 2002 2003 2004 6 Organização Primeira Atividade SWL R$ 5.000,00/2001 Coordenadoria de Informática Infra 320 milhões/2003 340 milhões/2004 4,8 milhões/2003 5,8 milhões/2004 Assessoria de Informática Infra Não Disponível Não Disponível Não Disponível PROCEMPA Infra Viamão Não Disponível Não Disponível Não Disponível Divisão de Informática Infra Belo Horizonte Não Disponível 2,2 bilhões 2004 30 milhões/2004 PRODABEL Infra 4 Em R$ Milhões Em R$ Milhões 6 Em R$ Milhões 5 ITI/SOFTEX 56 4 Orçamento Total 2002 2003 2004 5 Prefeitura Arrecadação 2002 2003 2004 Sobral Não Disponível R4 197.192.300,00 Solonópole A arrecadação do município é praticamente inexistente. R$ 6.000.000,00 Manaus Não Disponível R$ 790 milhões Recife Não Disponível Não Disponível Petrolina Não Disponível Campinas Orçamento TIC´s 2002 2003 2004 Não existe orçamento especifico para TIC’s Não existe orçamento específico para TIC’s R$ 100 mil/ano específico para a SEMAD 6 Organização Primeira Atividade SWL Coordenadoria de Informática Infra Não tem área específica para informática Infra SEMAD Infra Não Disponível EMPREL Infra Não Disponível Não Disponível Assessoria de Informática Infra Não Disponível R$ 870.000.000,00 R$ 1.012.000.000,00 R$ 1.135.000.000,00 Não existe orçamento específico para TIC’s IMA Infra São Paulo Não Disponível Não Disponível Não Disponível PRODAM Infra Piraí Não Disponível R$ 49.808.600,00 R$ 68.200.000,00 R$ 77.133.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 6.474.291,00 Divisão de Informática da Secretaria Municipal da Fazenda Infra Prefeitura Lei de SWL PMAT PNAFM Amparo N.º 2.682,/ 2001 Não Tem Financiamentos da FAPESP Não Tem Rio das Ostras Não Tem Não Tem Não Tem Porto Alegre LEI N.º 8.881/ 2002 PMAT sem informações de valores PNAFM sem informações de valores Viamão Não Tem R$ 2 milhões após primeira migração. Não Tem Belo Horizonte Não Tem R$ 22 milhões FAPEMIG, CEPq, FINEP Não Tem Sobral Não tem Não tem PNAFM –de R$ 1.070.100,00 TIC’s – R$ 503.750,00 Solonópole Lei 614/2001 PMAT - não aprovado Não tem Manaus Não Tem R$ 6 milhões Não tem Recife Lei é a 6639/2001 R$ 7 milhões Não tem Petrolina Não Tem R$ 2.400 milhões Não tem Não Tem PMAT 2004 Total TIC’s R$ 17.666.667,00 Total SL R$ 1.714.450,00 Total SP R$ 2.701.260,00 PNAFM 2004 Total TIC’s R$ 13.179.673,50 Total SL R$ 2.950.100,00 Total SP R$ 2.549.000,00 Campinas ITI/SOFTEX 57 Prefeitura Lei de SWL PMAT PNAFM São Paulo Não Disponível Não Disponível Não Disponível Piraí Não Tem PMAT aprovado em 2002. TIC´s: R$ 408.600,00 Não tem Prefeitura Infra-Estrutura antes SL Infra_Estrutura após SL Recursos Humanos Sistemas em Clipper SAC,SIAM, desenvolvedores Rede Novell com cabo coaxial. 100 micros 5 servidores,200 micros em escolas, e hospitais e 30 micros em secretaria. Groupware. Frame ralay 1 gerente de redes 1 coordenador Amparo Parque Computacional 486 1 web designer suporte terceirizado 1 assessor de informática Rio das Ostras Poucos equipamentos com um único sistema de patrimônio Criação da Assessoria de Informática 1 diretor de informática SIAMWEB, provedor de acesso, distribuição TATUI, interface gráfica baseada no QVMW 4 analistas de sistemas 1 programador suporte terceirizado Porto Alegre Viamão Belo Horizonte Empresa de processamento de dados com soluções SP, com baixa integração. Empresa de processamento de dados com soluções de SL em todos os níveis e capacitação de mão de obra em soluções livres Empresa com 300 funcionários sendo que 2/3 são desenvolvedores 1 servidor Compaq 1 analista de sistemas hacker 1 EDISA 130 micros em rede 10 terminais 170 micros no total 1 analista de sistemas nível superior rede Novell sistema de cabeamento integrando as AR dos bairros e secretarias. manutenção de hardware terceirizada. Empresa de processamento de dados com parcerias com universidades UFJF,UFMG e UFSC. Empresa com 426 funcionários, participação no PSL-MG e demais comunidades Empresa de processamento de dados com utilização de soluções livres desde década de 90. A primeira iniciativa foi em 1995 com o uso de GNU/Linux no servidor de Internet Infra estrutura sob responsabilidade da equipe interna Criação da Assessoria de Informática Dois provedores de Internet sendo um deles gratuito Sobral Parque computacional de 18 computadores Parceria com BB para implementação de quiosques Mais de 300 computadores ligados em rede Assessoria de informática com 25 pessoas para desenvolvimento de suporte a toda a rede da prefeitura, inclusive manutenção de hardware. Integração total da prefeitura e secretarias com fibra ótica e rádio. Solonópole Contava com 4 equipamentos sucateados e 3 pentium 100 em operação com SO proprietário. Manaus SEMAD, Secretaria Municipal de Administração e Planejamento responsável pela informática para modernização administrativa da área de pessoal, patrimônio, transportes, serviço social e materiais. Recife ITI/SOFTEX Empresa de processamento de dados criada em 1969 que contava com um parque computacional de mais ded 300 equipamentos, equipamentos IBM, RISC, etc Atualmente a PM conta com 40 equipamentos , interligados Equipe com 3 pessoas sendo que duas deles tem o segundo grau incompleto. SEMAD hoje com 50 % das aplicações em SL e 50% em SP. Os equipamentos da SEMAD utilizam 100% SL. Equipe composta por 12 pessoas Rede de comunicação gratuita, sem fio, operada com SL e transmitida com ondas de rádio. 30% cursando graduação Parque computacional de 6000 equipamentos, 3500 micros, 105 sistemas em operação. Cabeamento estruturado, rede elétrica estabilizada, rede de comunicação de dado e voz, equipamentos servidores, software básicos e de apoio. Conta com URA, terminais de auto atendimento e geoprocessamento e é um provedor de 331 funcionários 6 desenvolvedores em SL 70% graduados 491 pessoas 160 prestadores de serviço 58 Prefeitura Infra-Estrutura antes SL Infra_Estrutura após SL Recursos Humanos acesso. Petrolina Campinas São Paulo Não Disponível Não Disponível Empresa de TIC’s IMA Infra estrutura física (cabeamento e roteadores), e virtual (software) da rede de comunicação de dados da PMC. Data Center para hospedagem de aplicativos, página web e base de dados., desenvolvimento de sistemas,. Não Disponível Não Disponível Não Disponível Equipe de 47 pessoas sendo: 29 nível superior 18 nível médio Não Disponível Entre 200 a 300 equipamentos. Piraí Prefeitura Entre 100 a 200 equipamentos Integração do município com rede gratuita de alta velocidade, com sistemas híbrido que combina wireless e power-line e via cabo. São utilizados preferencialmente SL. outras Unidades PM Equipe composta de 15 pessoas: nível superior 7 nível médio Inclusão Digital Próximos Passos Não tem Governo eletrônico Secretaria do Bem Estar Social – Projeto Um Bem Maior Aquisição de Totens e unidade móvel Laboratórios em escolas, Hospitais Amparo Secretarias Saúde Vigilância Sanitária Rio das Ostras Obras, Saúde e Educação Laboratórios em escolas Porto Alegre Rede escolar Saúde Secretarias Telecentros Projeto Software Livre –RS Unidades administrativas dos Bairros Aplicação do PMAT para recadastramento imobiliário Transporte Viamão Saúde Não tem Secretaria da Educação Laboratório em escolas Melhoria de segurança física dos servidores Melhoria do sistema de Gestão Laboratórios de capacitação dos servidores da PM m OpenOffice Belo Horizonte Ampliação de Telecentros Serviço o de rádio Projeto Internet Cidadã com três centros Gestão Escolar Inclusão digital nas escolas públicas com Libertas Rede Municipal de Informática Unidade Móvel de Inclusão Digital Expansão dos projetos em andamento Secretarias Sobral Informatização da diretoria de todas as 92 escolas públicas municipais, incluindo distritos Laboratórios de Informática no Centro de Ciências e Línguas Estrangeiras Instalação de provedor gratuito de acesso a Internet Laboratórios de informática em seis das maiores escolas públicas municipais com doze computadores cada um Implantação de 10 câmaras de vídeo para monitoramento do Patrimônio Histórico Instalação de quiosques para utilização pública, em parceria com o BB utilizando o SO Windows. Secretaria da Educação Laboratórios em escolas públicas Solonópole ITI/SOFTEX Serviços públicos como hospital, centros de saúde, escolas, administração pública em todas as estancias, estabelecimentos comerciais e Ilhas Digitais com serviços de e-gov disponível aos cidadãos Instalação de laboratórios de capacitação em Linux Instalação de sistema de Call center para geração de emprego. 59 Prefeitura outras Unidades PM Inclusão Digital Próximos Passos Não existe Elaboração de projeto de lei dando preferencia ao uso de software livre em qualquer aquisição da PMM. domicílios particulares. Manaus Somente na SEMAD com produção de sistemas legados para aplicações desktop quando não for possível adotar o equivalente aberto (ZOPE), migração gradual para multi camadas (JBOSS), utilização de SGBD livre (MySQL e MaxDB) Disponibilização do SIGI em CVS Recife Petrolina Laboratórios em escolas Não se aplica Não tem Continuidade do laboratórios de desenvolvimento de SL Não se aplica Não se aplica Telecentros Continuação da diretriz estratégica da PMC de adoção de SL Não disponível Não disponível Serviço de Informação ao Cidadão Saúde On Line Campinas GED Rede Escolar Alimentação Escolar São Paulo Não disponível Computadores em 17 pontos: laboratórios em escolas municipais Piraí Os sistemas da prefeitura, saúde estão ainda em SL bibliotecas Telecentros Instalação de laboratórios de acessos gratuito em todas as escolas e prédios públicos. todos os postos de saúde 2 quiosques públicos Prefeitura Fornecedores SW Proprietário SWLProdutos Conectiva Comunidade CCA CONAM SIAM, Sistema Orçamento e Finanças PostgresSQL, Linux Conectiva Novell, Windows XP, 98, 2000 Mozilla, Web Calendar, Web Mail Open Office.... Rio das Ostras Conectiva CCA CCA Red Hat, Mandrake, Kurumim SIAMWEB, Openoffice, Porto Alegre Interna Conectiva Red Hat diversos Linux Conectiva, Interface KDE OpenOffice, Linux Red Hat Sendmail, Squirrel, OpnLdap Squid, Apache, PHP, Zope Webalazer, Javascript,...... Viamão Conectiva Interna CCA Novell FATEC (Universidade Santa Maria) Linux Conectiva, SIAM, Openoffice Apache, Sendmail.... Interna Universidades Microsoft GNU/Linux, Apache, Zope, Bind Sendmail, Openoffice, Libertas..... Sobral Interna Consultorias técnicas diversas, Universidade Estadual Vale do Acaraú Instituto de Comunicação e Informática Msoffice, PHP, Interbase Postgres, Delphy, Starofffice Openoffice, Linux Slackware Kylix, Java multiplataforma ..... Solonópole Red Hat Liberty Manaus Interna diversos Recife Interna Cesar Diversos Petrolina não se aplica interna e terceiros Red Hat, Common Linux, Openoffice Evolution, Gimp, Diápora Openoffice, Zope, Jboss, MySQL MaxDB, Apache, Sendmail... Apache, Tomcat, Jboss, Sendmail ProFTPD, DNS, RADIUS MRTG, PostgreSQL, PHPgroupware SIRI, Linux Red Hat, Openoffice..... GNUteca Campinas Interna e Apoena Interna e terceiros Staroffice, Openoffice, PHP Amparo Belo Horizonte ITI/SOFTEX Fornecedores SW Livre 60 Prefeitura Fornecedores SW Livre Fornecedores SW Proprietário SWLProdutos MySQL, PostgreSQL, Apache.. São Paulo Piraí Prefeitura Não disponível Interna UFRJ Não disponível Não disponível Diversos PHP, Red Hat, Delphi, Oracle Dificuldades/Riscos Vantagens/Recompensas Migração do legado Ausência de apoio das secretarias Redução de custos Resistência cultural dos mais capacitados Amparo Pouco conhecimento financiamento das linhas de Redução de produtos ilegais na PM Melhoria organizacional Pouco conhecimentos de tipos de licença Melhoria dos processos de documentação Dificuldade de interface com estancias do governo Migração dos arquivos de escritório Ausência de apoio das secretarias Rio das Ostras Legislação e burocracia Mentalidade acomodada dos funcionários Carência de mão de obra em PHP Redirecionamento dos recursos economizados com as licenças Capacitação e valorização dos funcionários Desenvolvimento de interface para o usuário Porto Alegre Questão jurídica, migração do legado, processo de contratação que inviabilizam a Redirecionamento de recursos não gastos em participação de pequenas empresas licenças p ara a inclusão digital e a capacitação e provocando gap entre a decisão e a conscientização do funcionário. implementação. Viamão Resistência da aprovação dos gastos por parte do prefeito Desligamento da empresa anterior a um custo suportável pela PM Riscos com a segurança dos servidores Barreira cultural dos servidores para a Possibilidade da prefeitura em submeter projeto ao aceitação da migração dos desktops de PMAT proprietários para livre Belo Horizonte Dificuldades de implementação aconteceram inicialmente porque não foram consideradas as ações de sensibilização dos usuários. Foi necessário o desenvolvimento de uma interface amigável específica para os usuários da prefeitura. Bom conhecimento da PRODABEL das regras de negócio da prefeitura, demanda por soluções mais baratas por parte as secretarias, criação de um piloto bem sucedido, o libertas, vontade política e participação intensiva do usuário no processo de migração. Migração do legado Sobral Solonópole Manaus Recife Petrolina ITI/SOFTEX Redirecionamento de recursos não gastos com Aplicativos de produtividade, logo no início da licenças para a melhoria do parque instalado migração, não localizados para o Brasil A rejeição dos membros do legislativo com o As vantagens foram a possibilidade da argumento de que para que dar informática se informatização devido a existência de soluções livres o povo precisa de arroz e feijão(sic). de baixo custo O contra argumento utilizado, segundo o A disponibilização de cultura e informação para a entrevistado foi que o povo precisa de população. informação, cultura e educação. É considerado um caso de sucesso. É necessário que alguém no entorno operacional tenha conhecimento de SL e na O prefeito tem como meta a instalação de um pólo de região existe a dificuldade de encontrar treinamento de Linux e a implementação de Call Centers como alternativa ao desemprego. profissionais capacitados em Java. Resistência cultural das secretarias, lobbies das empresas, descentralização das decisões de informática na gestão do município, queda de produtividade do usuário nos primeiros momentos, dificuldade até a obtenção do domínio da tecnologia e adaptação do hardware Sistemas legados Cultura dos usuários Não se aplica Redirecionamento dos recursos não gastos com licenças, diminuição de presença de software ilegal, capacitação da equipe interna, e dinamismo para o desenvolvimento que agora não depende de aquisição de produtos para as plataformas de desenvolvimento. Redirecionamento de recursos economizados com aluguel de hardware e licenças de software direcionados para a modernização das plataformas e equipamentos da empresa de TIC’s. Não se aplica 61 Dificuldades/Riscos Vantagens/Recompensas Cultura dos usuários em SL Sistemas legados Redução de custos com licenças de software e aluguel de hardware São Paulo Não disponível Não disponível Piraí Pouco tempo para a migração, equipe ainda Investimento da prefeitura em fase de treinamento velocidade com menor custo Prefeitura Campinas em rede Tabela 4.4 – Sinopse do Levantamento dos Dados de Campo ITI/SOFTEX 62 de alta 4.2. Análise dos Resultados A seguir são apresentados as principais considerações analíticas relacionadas com as entrevistas realizadas pela equipe do projeto. As considerações estão distribuídas em blocos de informações. 4.2.1. Aspectos relacionados à Demanda de SL nas Prefeituras Barreiras Na Tabela 4.05 estão relacionadas as principais barreiras relacionadas a implantação de soluções de SL nas prefeituras. Barreiras Migração do legado Ausência de apoio das secretarias Resistência cultural dos mais capacitados Pouco conhecimento das linhas de financiamento Pouco conhecimentos de tipos de licença Dificuldade de interface com estancias do governo Migração dos arquivos de escritório Legislação e burocracia Mentalidade acomodada dos funcionários Carência de mão de obra em PHP Resistência da aprovação dos gastos por parte do prefeito Riscos com a segurança dos servidores Barreira cultural dos servidores para a aceitação da migração dos desktops Resistência cultural das secretarias, Lobbies das empresas, Descentralização das decisões de informática na gestão do município, Queda de produtividade do usuário nos primeiros momentos, Dificuldade até a obtenção do domínio da tecnologia Adaptação do hardware Tabela 4.05 - Barreiras Observa-se que em alguns municípios há uma carência de capacitação dentre os gestores no que se refere à captação de recursos, cooperação e domínio tecnológico. Por um lado, a baixa capacidade de investimento pode facilitar a busca por alternativas menos custosas (como acontece em municípios como Solonópole e Amparo ) mas, por outro lado, as limita ao pouco arrojo ou ao longo período para realização, tempo este crucial quando se considera as mudanças de mandato. Percebe-se que há o conhecimento sobre linhas de financiamento e que há recursos disponíveis mas não se verifica a efetivação de projetos aprovados sendo quase intrínseca a busca por empresas ITI/SOFTEX 63 intermediárias de consultoria. Essas empresas, por vezes, podem não optar pela utilização de software livre nos municípios, por diversos motivos. O baixo conhecimento dos gestores públicos sobre opções tecnológicas pode acarretar em escolhas de soluções menos adequadas às necessidades reais, mais custosas e já dispostas no mercado no modelo tradicional de uso. A repetida utilização de ferramentas proprietárias difundidas compõe muito mais uma inércia cultural do que uma maior aderência às funcionalidades necessárias visto que, em muitos casos analisados, foi possível verificar a utilização bem sucedida de ferramentas livres. A resistência à mudanças e o receio de se assumir a responsabilidade por uma nova opção tecnológica pouco experimentada compõem essa inércia cultural. Na verdade, parte desse embate poderia ser contornado se prefeituras compartilhassem experiências entre si e com universidades, evidenciando iniciativas bem sucedidas e conhecendo, assim, o que já existe de alternativas, aspecto pouco explorado na realidade brasileira. Um exemplo interessante acontece em Minas Gerais onde as soluções em software livre desenvolvidas numa parceria com a UFMG e a PRODABEL vêem auxiliando prefeituras na região da capital, Belo Horizonte. Contudo isto não é a regra. Em grande medida, a resistência cultural, no caso das prefeituras de grande porte, pode também ser examinada pela existência de grandes empresas já solidamente consolidadas no mercado e que utilizam como estratégia de maior difusão o fornecimento de pacotes de soluções a baixos custos. Esse tipo de estratégia é danosa para o restante das empresas do mercado, pois pode incorrer em quebra de regras de concorrência além de poder ser encarada como uma forma de aprisionamento cultural. Empresas que se utilizam do modelo de software proprietário e são responsáveis por sistemas e / ou módulos legados em prefeituras também podem ser dificultadores da implantação de software livre à medida que algumas mantêm consigo informações de seus clientes e não fornecem o código de seus produtos para avaliação de adaptabilidade ao novo modelo. Outro fator que pode dificultar a implementação de software livre é referente, em alguma medida, à suspeitas de que algumas empresas fornecedoras de software proprietário conseguem privilégios de fornecimento de seus produtos e serviços à prefeituras mediante relacionamentos estreitos com os gestores. Outro macro aspecto apontado refere-se a lei 8666 de 21/06/1993 que estabelece normas para licitações e contratos administrativos que inibem a participação de pequenas empresas, perfil predominante no modelo de software livre. ITI/SOFTEX 64 Rompidas as barreiras mencionadas e aprovado o projeto de utilização de software livre há ainda nesse nível da discussão – tomadores de decisão - uma outra barreira: implantar e disseminar dentre as secretarias a nova opção tecnológica. O que foi percebido em grande parte dos casos é uma resistência cultural dentre os gestores dos diversos órgãos e instâncias pertencentes ao município. Sob alegação técnica e de perda de produtividade, secretários da educação, saúde, etc, dificultam a integração do projeto no Município. Em alguns casos observou-se que há penetrabilidade, contudo é necessário tomar esse aspecto como relevante na discussão. No nível técnico podemos identificar, primeiramente, a descentralização de informações referentes a soluções em software livre formatados para as necessidades dos municípios. A equipe interna precisa garimpar alternativas e despendem muito tempo com a busca e avaliação. Equipes razoavelmente capacitadas na utilização de ferramentas livres afirmam que a ausência de um repositório bem divulgado de soluções e experiências de software livre formatado para as necessidades de municípios dificulte uma implementação mais eficiente. Uma das causas desse problema é o pouco conhecimento que se tem sobre as formas de licenciamento e disponibilização de tais soluções. Das soluções que foram desenvolvidas pelas equipes internas das prefeituras percebeu-se não haver resistência em compartilhar com outras prefeituras a solução criada. O problema está na pouca comunicação e na forma de licenciar tais soluções para que permaneçam livres. Outro problema técnico está na disponibilidade de profissionais. Dependendo da região há carência em capacitação em determinadas ferramentas livres. O que se observou é que além das dificuldades de desenvolvimento há também barreiras a serem rompidas na implementação. Essas barreiras referem-se principalmente à conversão dos legados e à resistência cultural dos usuários. Algumas prefeituras tiveram graves problemas com seus arquivos proprietários no momento da migração sendo um dos aspectos mais críticos para as equipes técnicas. Há a necessidade de que a evolução do software livre no País seja orientada no sentido de aprimorar os projetos de migração de legados e, no caso das grandes prefeituras, projetos multi-plataforma. Em última instância, há uma perda de produtividade momentânea do usuário, causada pelo período de adaptação inerente à troca de opção tecnológica que poderá ser mais ou menos duradoura dependendo da preocupação com a capacitação e interface gráfica que interagirá com o servidor público. Em Rio das Ostras e em Belo Horizonte foi realizado com sucesso o desenvolvimento de interfaces amigáveis capazes de reduzir essa perda de produtividade. Esse problema foi apontado como preocupante, pois sem a ITI/SOFTEX 65 sensibilização e parceria do usuário o projeto não progride. Contudo, o que se observa também é que muitas iniciativas nesse sentido já vêem sendo realizadas. É necessário também um processo de capacitação anterior à implantação, podendo esta ser fornecida tanto pela equipe interna, se ela estiver hábil a isso, tanto quanto por terceirização. Em prefeituras onde o grau de informatização é muito baixo, a resistência cultural é quase nula pois não há barreiras inerciais de comportamento a romper. Oportunidades Na Tabela 4.06 estão relacionadas as principais oportunidades relacionadas a implantação de soluções de SL nas prefeituras. Oportunidades Redução de custos Redução de produtos ilegais na PM Melhoria organizacional Melhoria dos processos de documentação Redirecionamento dos recursos economizados com as licenças para inclusão digital Capacitação e valorização dos funcionários Desenvolvimento de interface para o usuário Desligamento da empresa anterior a um custo suportável pela PM Possibilidade da prefeitura em submeter projeto ao PMAT Redirecionamento de recursos não gastos com licenças para a melhoria do parque instalado A disponibilização de cultura e informação para a população Tabela 4.06. - Oportunidades Do ponto de vista das prefeituras, um dos principais motivadores para a adoção de software livre é econômico: é a forma de viabilizar a informatização das rotinas da prefeitura. A situação econômico-financeira das prefeituras é, em sua imensa maioria, frágil e extremamente dependente de repasses federais e estaduais, em geral já com destinação definida. Por outro lado, a informatização é condição essencial para a grande maioria das prefeituras hoje, mas os recursos financeiros para tal ou são limitados ou simplesmente inexistentes. Os custos principais para informatização podem ser divididos em: licenças, hardware e mão-de-obra (operação, capacitação, suporte, manutenção, etc.). Seria necessário avaliar os pesos de cada um destes grupos. Este exercício, entretanto, só pode ser feito caso a caso, em que se analisem soluções de software específicas. A generalização poderia estar suscetível a erros de avaliação e gerar conclusões equivocadas e passíveis de contestação. Entretanto, podem-se fazer exercícios de aproximação com alguma segurança que demonstrem tendências. Em muitas das cidades avaliadas, em que a ITI/SOFTEX 66 motivação econômica foi um fator crucial na decisão pela utilização de software livre, foi realizado um exercício simplificado quando da adoção. Licenças Inicialmente, verifica-se que a adoção de software livre pelas prefeituras representa uma mudança na composição e estrutura dos custos associados à informatização. Como já foi comentado, a forma de aquisição de software proprietário está associada à aquisição de direitos de uso de um número definido de cópias e, em muitos casos, por um prazo também definido. Para a utilização deste software proprietário em um número maior de máquinas ou por um número maior de usuários seria necessário adquirir novos direitos de uso (licenças). Da mesma forma, ao término do período definido na licença, o usuário deve renovar a licença junto ao fornecedor do software. No caso de software livre, não há custo por usuário ou por máquina. A prefeitura poderá adquirir (com custos ou não) uma cópia de um software livre e instalá-lo sem custos adicionais (com exceção provavelmente da mídia para reprodução) em quantas máquinas necessitar. A inexistência de custo adicional por máquina ou por usuário é um incentivo à adoção de software livre, pois permite a informatização menos onerosa dos diversos setores da prefeitura. Além dos custos de aquisição, que são diferentes no caso de software proprietário ou de software livre; aplicam-se indistintamente nos dois casos, os custos tradicionais de serviços associados, tais como adaptação, capacitação, suporte, manutenção e operação do sistema. Com exceção deste último, os demais serviços em geral são contratados de terceiros, muitas vezes vinculados ao fornecedor do software (se não for ele próprio). Em alguns casos, inclusive a operação do sistema é subcontratada de terceiros. Os custos associados a todos estes serviços podem ser distintos, em função dos fornecedores, mas a estrutura dos mesmos (no que se refere aos serviços) é equivalente para os dois modelos. Mão de Obra Em um país como o Brasil, o custo da mão-de-obra é inerentemente baixo, quando comparado ao custo das licenças de software, situação esta que não se repete nos países de primeiro mundo. Na equação acima, então, este fator pode fazer com que o valor das licenças passe a representar um percentual elevado do valor total, principalmente se multiplicado pelo número de licenças, como ocorre com software proprietário, necessárias para equipar prefeituras de porte médio ou grande, laboratórios ITI/SOFTEX 67 de escolas e outras iniciativas que demandem grande quantidade de equipamentos e, portanto, de instalações de software. Hardware O custo do hardware e de sua manutenção é outro fator importante na equação geral, mas em uma abordagem simplificada pode-se considerar que em ambos os modelos (proprietário ou livre) os custos associados seriam os mesmos. Ainda seguindo esta lógica, podem-se considerar equivalentes os custos associados à mão-de-obra, uma vez que as atividades serão as mesmas. Esta abordagem reduziria as diferenças basicamente ao custo das licenças, que tende a zero no caso de software livre. Considerando-se esta estrutura de custos, se eliminarmos os custos referentes às licenças (cobradas pela instalação e/ou renovação periódica de software proprietário) haverá redução substancial do custo inicial e periódico, o que permitirá um número maior de prefeituras iniciar ou melhorar suas estruturas de informática. Em outros casos, as prefeituras poderão implantar novos sistemas informatizados, para aumentar a produtividade ou melhorar os serviços de atendimento ao cidadão ou ainda redirecionar os recursos economizados para projetos sociais, capacitação de servidores e outros setores carentes. Também há diversos relatos de utilização com bastante sucesso de equipamentos que eram considerados obsoletos por não estarem mais aptos à utilização com soluções convencionais, mas que com a adoção do software livre adequado puderam ser utilizados em diversas situações. Este é um motivador importante a mais em um ambiente com carência de recursos: a sobrevida de equipamentos. Liderança Outro fator preponderante para a adoção de software livre em prefeituras é a presença de o que se convenciona chamar de líder um articulador aguerrido e contagiante, que busca motivar a equipe para viabilizar a informatização com software livre. Este líder pode ser tanto político quanto técnico, às vezes ambos, que está convencido da necessidade de utilização de software livre e consegue persuadir liderados e instâncias superiores quanto a isto. A presença de um líder eficiente, inclusive, pode fazer desnecessária a concorrência de outros vetores, como uma equipe já capacitada, para o sucesso da iniciativa. Esta figura às vezes personaliza-se no próprio prefeito, como em Solonópole, e outras vezes em pessoal técnico de informática da prefeitura, como em Rio das Ostras, Porto Alegre e outros tantos exemplos. Na maioria das vezes, a ação do líder não está baseada exclusivamente em questões técnicas, mas de aderência à filosofia de uso e ITI/SOFTEX 68 desenvolvimento de software livre, podendo-se dizer até de aderência ideológica. Neste caso, o fator econômico, de motivação e de resultados, pode até ser mencionado, mas não é considerado o mais relevante para a adoção e sim questões como a autonomia e a apropriação tecnológica pela prefeitura e pela sociedade. Comunidade & Colaboração Junto a este líder, podem estar membros de uma comunidade local de desenvolvedores/usuários de software livre, que facilitará o trabalho de convencimento e de implantação de soluções livres. Muitas destas comunidades têm uma tendência a apresentar-se para ações voluntárias, como para a organização de seminários e palestras de divulgação e sensibilização, demonstrações públicas e até mesmo suporte à implantação de software. O que motiva os membros destas comunidades é a sensação de pertinência, de integrar-se a ações mais abrangentes, como ações sociais de sua prefeitura, e poder participar em projetos amplos. No sentido inverso, os usuários dos sistemas, quer sejam profissionais de informática ou não, podem passar a integrar comunidades de usuários e contribuir e influir nos projetos, em um intercâmbio benéfico. Além disso, outro conceito ligado ao software livre é também um potencial motivador da integração de desenvolvedores em equipes voluntárias de apoio: a colaboração aberta. Segundo este conceito, a possibilidade de colaborar não está atrelada à formação nem à capacidade dos interessados. Os que desejarem participar do desenvolvimento de determinado sistema têm seu lugar garantido. Um efeito colateral benéfico que as prefeituras vislumbram na adoção de software livre é a viabilização de ações de inclusão digital, que se tornam possíveis em função da redução dos cursos originais de implantação de sistemas e laboratórios. Universidades & Empresas Parceiras A existência de universidades na região sempre é um fator importante para o salto ao software livre, quer seja pelo fornecimento de pessoal graduado para as prefeituras, que vão transportar suas experiências em software livre vividas no meio acadêmico para o ambiente de produção da prefeitura, quer pela garantia de um mercado profissional alimentado permanentemente. Bem como a possibilidade de buscar assessoria e ajudas em casos de necessidade. Da mesma forma, algumas empresas conseguem destacar-se a ponto de permitir que o tomador de decisões da prefeitura decida-se pelo software livre pois tem nelas o apoio ou backup e o expertise que considera indispensável para trilhar novos caminhos. Sobral/UVA (Universidade do Vale do Acaraú), Manaus/UFAM (Univ. ITI/SOFTEX 69 Fed. Do Amazonas)/UEA (Univ. Estadual do Amazonas) e Solonópole/ Liberty Ltda são exemplos destas ligações. Decisão A decisão política é fator marcante em muitas das decisões pela migração ao software livre. Não são, entretanto, decisões atreladas a ideologia ou a partidos políticos. Pode-se perceber que, sem apoio político, decisões estritamente técnicas podem não ter a mesma desenvoltura. O apoio político foi importante em Rio das Ostras, por exemplo, onde, por decisão político-estratégica, o prefeito decidiu que somente contrataria software se pudesse possuir os fontes. Em Manaus, onde há total descentralização das decisões relativas a informática, as decisões diferenciadas de cada secretaria criaram áreas distintas dentro da prefeitura, com uma secretaria com processo avançado de migração para software livre enquanto as demais permanecem com software proprietário. Unânime também é o relato das prefeituras em que ocorreram avaliações dos software anteriormente à decisão de adoção de software livre quanto à estabilidade, segurança e disponibilidade dos mesmos. Este é um fator importante para as prefeituras que, com a informatização, passam a depender muito dos sistemas, que contêm as informações que a administração pública necessita para gerir o dia-a-dia do município. 4.2.2. Aspectos Econômicos 4.2.2.1. Custos & Oportunidades de Difusão A primeira implicação da adoção de software livre para os usuários (no caso, as prefeituras) é uma mudança na composição e estrutura dos custos associados à informatização. A forma de aquisição de software proprietário está associada à aquisição de direitos de uso de um número definido de cópias e, em muitos casos, por um prazo também definido. Para a utilização deste software proprietário em um número maior de máquinas ou por um número maior de usuários seria necessário adquirir novos direitos de uso (licenças). Da mesma forma, ao término do período definido na licença, o usuário deve renovar a licença junto ao fornecedor do software. No caso de software livre, não há custo por usuário ou por máquina. A prefeitura poderá adquirir (com custos ou não) uma cópia de um software livre e instalá-lo sem custos adicionais (com exceção provavelmente da mídia para reprodução) em quantas máquinas necessitar. Além dos custos de aquisição, incorrem indistintamente no caso de software proprietário ou de software livre, os custos tradicionais de serviços associados, tais como adaptação, ITI/SOFTEX 70 capacitação, suporte, manutenção e operação. Com exceção deste último, os demais serviços em geral são contratados de terceiros, muitas vezes vinculados ao fornecedor do software (se não for ele próprio). Em alguns casos, inclusive a operação do sistema é subcontratada de terceiros. Os custos associados a todos estes serviços podem ser distintos, em função dos fornecedores, mas a estrutura dos mesmos (no que se refere aos serviços) é equivalente para os dois modelos. A diferença citada poderá representar uma mudança nas formas como as prefeituras e seus órgãos e empresas adquirem software e serviços associados e pode vir a ser preciso uma revisão dos diplomas legais que regulam estas relações. Complementarmente, a inexistência de custo adicional por máquina ou por usuário é um incentivo à adoção de software livre, pois permite a informatização menos onerosa dos diversos setores da prefeitura. Entretanto, os custos totais ao longo do tempo devem ser adequadamente avaliados, caso a caso, para garantir a melhor aplicação dos recursos públicos. Também é de se destacar que a avaliação de um sistema de informação através do simples custo financeiro (“menor custo”) não é adequada, devendo ser levado em consideração também questões como a melhor técnica e os benefícios do sistema como um todo (o que é de difícil realização e de materialização em estatutos legais). Ainda relacionados a custos, faz-se necessário notar outros 2 aspectos importantes. O primeiro, relacionado a questões de migração e de sistemas legados. Muitas prefeituras já dispõem de sistemas informatizados de apoio à gestão, normalmente baseados em software proprietário. Esta situação faz com que uma possível migração para sistemas livres não sejam consideradas adequadas, em função dos custos que podem acarretar. Antes de tudo, deve-se lembrar que estes custos existem mais em função da solução proprietária estar prendendo o cliente do que em função de uma nova solução livre. Os dados legados e a acomodação dos usuários são dois fatores-chaves na migração. Os sistemas legados também são um forte argumento contra a adoção de software livre. As possíveis vantagens da migração devem ser estudadas adequadamente, avaliando não somente os custos imediatos, mas também os de médio prazo e os benefícios como um todo. O segundo aspecto diz respeito aos equipamentos. Registra-se com freqüência na literatura disponível que equipamentos considerados obsoletos ganham sobrevida com a escolha correta de sistemas e ferramentas livres. O argumento está relacionado com a contínua disponibilidade de ferramentas, mesmo mais antigas que já teriam sido descontinuadas se fossem produzidas sob licenças proprietárias. Assim, pode-se utilizar ITI/SOFTEX 71 equipamentos mais antigos, de menor custo, para realizar tarefas não-críticas ou que demandem menor capacidade de processamento. Isto garante um ciclo de vida maior para as máquinas e uma redução considerável nos custos de atualização do hardware. Em grande parte dos municípios brasileiros há carência total de recursos para informatização (não há computadores) e em muitos outros há computadores obsoletos, sem previsão de atualização. Para a implantação de uma política de difusão das TICs para as prefeituras brasileiras não bastará apoiar o software livre mas também será necessário apresentar as condições materiais mínimas para estes municípios mais pobres, o que significa desde instalações físicas e elétricas adequadas e estáveis e comunicação telefônica (ou por outro meio) para acesso à Internet até a capacitação não somente do pessoal operacional, mas também das lideranças políticas da região. Estas ações deverão gerar, paulatinamente, o ecossistema adequado para a modernização da gestão municipal dentro de parâmetros de custos admissíveis. 4.2.2.2 Impactos Econômicos A utilização de software livre nas prefeituras do Brasil possui um objetivo econômico claro: a busca pela otimização dos recursos escassos. De acordo com o IBGE (IBGE, 2001) 90% das prefeituras brasileiras não possuem recursos próprios, dependendo exclusivamente de repasses federais e estaduais. A administração pública nesses municípios encontra-se debilitada pela ausência de mecanismos de informatização capazes de auxiliar os gestores a manter a transparência e uma maior eficiência dos processos. A escassez de recursos das prefeituras e sua baixa sistematização de informações para busca de financiamentos somada à verificação de ser este um mercado de baixa lucratividade para as empresas são fatores que dificultam a dinamização deste micro ciclo econômico. Prefeituras de maior porte não incorrem com igual gravidade neste problema pois possuem estruturas melhor organizadas, sendo capazes de possuir recursos dedicados à informatização ou mesmo empresas desenvolvedoras especializadas em seus processos. A utilização de software livre verificada no universo de pequenas, médias e grandes prefeituras propiciou ganhos econômicos, direta ou indiretamente. Avaliou-se que em poucos casos foi possível mensurar o Total Cost Ownership (TCO) antes e após a utilização de software livre. A ausência de uma metodologia adequada para a quantificação dos gastos e benefícios é o principal motivo dessa dificuldade de verificação. Observa-se que a recolocação de recursos advém da não necessidade de ITI/SOFTEX 72 pagamento de licenças nem da aquisição de soluções baseadas em ferramentas de desenvolvimento proprietárias. Esta situação passa a constituir, segundo os relatos averiguados, num melhor aproveitamento de hardwares, uma maior autonomia tecnológica da prefeitura, maior transparência das ferramentas de gestão, estabilidade, segurança, capacitação de equipe interna, possibilidade de realizar projetos sociais, maior independência de fornecedores. Como se pode perceber, são diversos fatores não palpáveis que precisariam ser quantificados e consolidados a fim de se obter uma comprovação numérica. O que se observa é que poucas prefeituras da amostra realizaram o cálculo antes de decidir pela utilização de software livre. As que realizaram, mesmo não sendo possível mensurar as trocas com clareza, observaram uma colocação mais racional dos recursos públicos ao longo do tempo. Pode-se citar como exemplo um relato de redução do custo variável de, aproximadamente, 30% no sistema de educação de Belo Horizonte. Em Rio das Ostras, entre 2001 e 2002, quando deixaram de adquirir novas licenças, o excedente foi de R$ 600 mil referente à licenças. Observou-se que uma prefeitura minimamente informatizada, ou seja, que dispõe de uma assessoria de informática, recursos específicos para o fim da informatização, equipe disponível, dentre outros, e que optou pela utilização de software livre modificou efetivamente a composição de suas aquisições e serviços contratados ou realizados internamente. A essência dessa modificação e os ganhos para o sistema de gestão público foram o alicerce da unânime satisfação com a opção tecnológica. Antes da utilização de software livre, a maior parte dos gastos da área concentrava-se em suporte à rede e pagamento de licenças de uso. Muito embora grande parte das prefeituras conviva com a irregularidade no uso das propriedades digitais, quando se opta pela regulamentação torna-se complexo quantificar o valor da legalidade. Contudo, o maior peso dos gastos advinha das soluções que utilizam ferramentas de desenvolvimento proprietárias pois o custo total da solução embute o custo das licenças de tais ferramentas além do que grande parte delas possui mais utilidades operacionais do que os necessários para os fins referidos incutindo em gasto obsoleto. Com a utilização de software livre e conseqüente redução nos custos com a utilização de ferramentas de trabalho observou-se que recursos financeiros e econômicos migraram de direção passando a compor novos projetos de melhoria da gestão e documentação, capacitação interna, possibilidade de realização de projetos sociais, melhor aproveitamento das máquinas. ITI/SOFTEX 73 Com relação às prefeituras pouco ou nada informatizadas observou-se que não haveria a possibilidade de realizar qualquer iniciativa de modernização da gestão ou inclusão digital se não houvesse a alternativa por soluções de custo mais baixo. A utilização de software livre nesses casos foi possivelmente a única forma de promoção de tais projetos. Tal processo de informatização é crucial para a ampliação de chances de tais municípios obterem êxito em busca de financiamentos que exigem transparência e organização. Componentes da amostra demonstraram que não havendo autonomia econômica da prefeitura, a viabilidade da automatização de processos quaisquer que sejam torna-se praticamente inviável. Contudo, optando-se por ferramentas de baixo custo e por um entorno favorecido (vontade política, conhecimento ou disponibilidade de soluções e formas de implementação de baixo custo, existência de uma liderança tecno-política, recursos humanos minimamente qualificados, etc) verificou-se a possibilidade de realização. 4.2.2.3. Fornecedores Poucas empresas visualizaram até o momento esse nicho de mercado, e as que já o integram utilizam modelos proprietários. Das prefeituras que possuem sistema de gestão e optaram por soluções ditas livres, o maior empecilho para implementação foi a migração do legado de módulos proprietários fragmentados. Principalmente relacionados às áreas de contabilidade, esses módulos possuem razoável dificuldade de integração técnica e mesmo problemas de ordem jurídica. As empresas de software proprietário, responsáveis por estes módulos, em geral, resistem, juridicamente, à perda de seus clientes causando constrangimento no processo. Os argumentos da empresas indicam que soluções de alto valor agregado no atual modelo legal não poderiam ser disponibilizados com código aos contratantes visto que são soluções complexas e de elevado grau de desenvolvimento, incorrendo em perdas significativas à empresa. Contudo, poucas prefeituras brasileiras são capazes de realizar gastos de igual magnitude para a aquisição de tais sistemas. A viabilização de normas e linhas de financiamento que resguardem contratante e contratado são necessárias para viabilizar o maior dinamismo do mecanismo descrito. Outro ponto levantado pelas empresas refere-se à responsabilidade técnica e jurídica do funcionamento do sistema que, caso fosse disponibilizado o código, poderia ser manipulado incorrendo em possíveis fraudes contábeis da administração pública. ITI/SOFTEX 74 4.2.3. Aspectos Sociais 4.2.3.1. Não aprisionamento tecnológico e dificuldades para migração e custos A utilização de soluções livres pelos municípios é uma oportunidade de diminuir o aprisionamento tecnológico uma vez que considera, para as soluções necessárias para a implementação de soluções de TIC’s, a solução alternativa livre que permite que o município não fique refém de uma tecnologia proprietária. A dependência para suas operações de um único fornecedor torna a solução vulnerável uma vez que este pode decidir, por razões que lhe são peculiares, descontinuar o produto, ou uma linha de produtos e lançar uma nova versão e ainda existe a possibilidade do fornecedor interromper suas atividades. Além disso, a solução livre propicia ao município a oportunidade de não ficar refém de uma tecnologia proprietária e de contar com vários fornecedores de soluções e manutenção. A solução livre, como não existe uma entidade que detenha os direitos de propriedade sobre o código fonte dos programas, não existe a possibilidade de que um determinado produto seja descontinuado segundo a conveniência comercial do fornecedor do sistema. Da mesma forma, mesmo que alguma das empresas que distribuem software livre seja extinta, existem vária outras provendo serviços e produtos similares, que poderiam facilmente substituir aquela que desapareceu. Além disso, estando o código fonte disponível na Internet, se houver um numero razoável de usuários de determinado aplicativo e / ou sistema, a demanda por suporte gerada pelos usuários têm se mostrado suficiente para que suporte e manutenção sejam oferecidos por algum grupo de programadores através da Internet. Se a necessidade o justificar, sempre é possível contratar programadores para efetuarem manutenção nos programas, pois seu código fonte está disponível. Esta opção simplesmente inexiste com software proprietário. Dentre as dificuldades técnicas encontradas nos municípios da amostra foram observadas dificuldades variando o grau de intensidade e natureza das dificuldades. Em municípios como Solonópole, onde existiam poucos computadores e nenhum sistema informatizado as dificuldades estavam na falta de mão de obra, capacitação de usuários, disseminação da cultura da informatização e reengenharia dos processos existentes. Os usuários não ofereceram barreiras uma vez que foram capacitados já na tecnologia nova. Para Viamão e Amparo, cidades também com baixo índice de informatização, sem sistemas de informação implantados, aprisionados tecnologicamente a uma empresa que ITI/SOFTEX 75 fornecia um módulo de contabilidade e finanças informatizado os problemas técnicos foram graves. Não se conseguiu migrar os dados da prefeitura das bases proprietárias para as bases livres automaticamente. A migração foi feita manualmente e no caso de destas duas cidades foi necessário a abertura de processos judiciais. Para os outros pequenos municípios da amostra foram sempre observadas dificuldades técnicas para a migração, dificuldades estas que são comuns na migração de uma tecnologia para outra ou mesmo para novos releases de uma mesma tecnologia. Quanto à questão de custos, devemos considerar as várias naturezas de custos envolvidos no processo de substituição de tecnologia. O primeiro tipo de custo observado é o custo da busca e esta categoria envolve os custos que ocorrem ao se buscar um novo fornecedor ou cliente. Os custos que incidem sobre os clientes são fatores psicológicos, o tempo e os recursos necessários gasto na busca do novo fornecedor e riscos de se tratar com um novo fornecedor. Assim uma empresa que utiliza um determinado software e deseje trocá-lo, deverá gastar tempo na busca de um novo fornecedor que possua um programa que supra suas necessidades, realizar testes para garantir que os dados anteriormente armazenados sejam reaproveitados pelo novo software e incorrer na incerteza de lidar com um fornecedor desconhecido que pode não cumprir determinada parte do acordo. Também devem ser considerados os custos de adequação do software novo ao ambiente computacional existente, adequação às necessidades dos usuários, compatibilidade de programas, demanda de hardware. .Uma empresa que já tem instalado um parque computacional com software proprietários deverá comparar, para um determinado período de planejamento, o valor atual do custo esperado de ficar pagando a renovação das licenças para os software atuais e de adquirir as licenças dos novos software e o custo do treinamento para usar os novos software proprietários com o valor atual do custo dos treinamentos para uso do software livre e adequações necessárias (alterar programas incompatíveis com o sistema livre e gasto para conversão de dados). Assim, uma empresa que considere um determinado horizonte de planejamento (por exemplo 5 anos), deverá considerar a migração uma opção válida caso o custo de se fazer um novo treinamento , de alterar programas incompatíveis com o sistema livre e gasto para conversão de dados for menor que o custo atual de treinamento da empresa com os software proprietários, aquisições de novos software e atualizações dos programas existente no período considerado no período de planejamento A migração obterá vantagens quando os software feitos sob medida para a empresa e que só rodem ITI/SOFTEX 76 em uma plataforma proprietária estiverem obsoletos (ponto mínimo de aprisionamento), sendo necessária a confecção de novos programas. Mesmo que a empresa não se encontre em um momento de aprisionamento mínimo, esta pode considerar a migração de forma gradual de seus sistemas, uma vez que é possível manter a troca de dados os programas livres e proprietário. Isto diminuiria o grau de aprisionamento da empresa com os software proprietários. Nem todas as prefeituras a amostra executaram cálculos de custo de migração. Nas prefeituras da amostra temos que em Amparo, por exemplo, a economia foi de aproximadamente R$ 2500,00 por micro adquirido e a prefeitura adquiriu 200 micros além do sistema de gestão integrada, capacitação, etc. no caso de Viamão a opção por soluções livre proporcionou a possibilidade de migrar de 1 equipamento EDISA com 10 terminais em 1997 para 50 microcomputadores e 1 servidor COMPAQ em 2000 além da aquisição do sistema de gestão integrada e conta hoje com uma rede de 150 máquinas, um servidor e está em fase de negociação com a empresa de TELECOM para a ligação das unidades administrativas dos vários bairros da cidade. Evoluções semelhantes foram observadas nas outras prefeituras da amostra. Nas médias e grandes prefeituras aconteceu também uma realocação significativa de custos. 4.2.3.2. Impacto Social Em todas as prefeituras da amostra foram observados movimentos, ações, planos e projetos executados ou ainda em fase de implementação que nos conduzem a assertiva acima. Foram observados casos de criação de soluções novas, como a interface gráfica para Linux, criada pela equipe da Prefeitura de Rio das Ostras que permitiu que se obtivesse uma melhor adaptação por parte dos usuários á nova tecnologia de desktop. A criação de uma “distro” Common Linux, baseada no Red Hat e que instala facilmente um ambiente para desktop completo. Em Amparo foram desenvolvidos inúmeros módulos para gestão, utilizando a tecnologia livre e se beneficiando de sua característica de interoperabilidade. O município de Piraí, no Sul do Estado do Rio, recebeu o prêmio Cidades Digitais Latinoamericanas, na categoria Cidades de pequeno porte. Com o investimento de R$ 1,2 milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria de fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias wireless ITI/SOFTEX 77 (sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na administração da cidade. A possibilidade de adaptar aplicativos é uma das maiores vantagens advindas da distribuição do código fonte dos programas, ou seja, a liberdade para adaptar um programa as necessidades de seus usuários. Estima-se que a compra do software e o pagamento pela licença de uso corresponda à cerca de 10 a 30% do custo total do sistema. A maior parcela do custo advém de adaptações e correções ao software que devem ser efetuadas ao longo de sua vida útil. A confiabilidade e segurança do software livre, aliadas a facilidade de adaptação, permitem reduções substancias no custo total de sistemas baseados em software livre. Além disso, a maioria dos aplicativos distribuídos como software livre podem ser configurados de muitas maneiras distintas pelos usuários. Isso ´e conseqüência de que os programadores que desenvolvem estes aplicativos estarem habituados a trabalhar com sistemas altamente configuráveis e portanto projetam seus sistemas com estas mesmas características. Uma vez que os sistemas são distribuídos, novas opções são adicionadas por outros programadores e redistribuídas, ou são solicitadas ao autor e então introduzidas nas novas versões. O resultado são sistemas com grande numero de opções que podem ser definidas pelos usuários. Na amostra observada houve uma considerável melhoria na infra-estrutura de telecomunicações. Esta melhoria foi conseguida com a elaboração de soluções criativas, inovadoras e baratas. Foram utilizadas tecnologias de fibra ótica, rádio, cable modem, antenas. A infra de telecomunicações foi disponibilizada aos cidadãos do município de forma gratuita de maneira que cada cidadão pudesse ter uma identidade digital tipo correio eletrônico, em algumas prefeituras uma máquina virtual, em outras a possibilidade da utilização da VOIP. Devemos assinalar entretanto que existem casos onde, por exemplo, há um provedor que vende serviços de comunicação. 4.2.3.3. Laços com Universidades Na amostra, analisada, aconteceu um estreitamento nas relações entre as prefeituras e as universidades da região ou em alguns casos até com universidades de outras regiões. Em Petrolina a biblioteca da Faculdade de Computação está informatizada com o sistema livre GNUteca produzido pela SOLIS que tem parceria com a UNIVATES (RS). Ainda na Faculdade de Computação existe um núcleo de SL onde a capacitação dos profissionais de dá por intermédio do forte relacionamento com a UNIVATES. Ressaltamos que neste ITI/SOFTEX 78 município somente o provedor municipal foi implantado com tecnologia livre sendo que todos os outros sistemas de informação da prefeitura, embora muito precários estão em plataforma proprietária. Nos casos de Amparo, Viamão, Piraí, a proximidade com UNICAMP/PUCC, UFRS, e UFF respectivamente. É interessante observar que o município de Solonópole utilizou-se de laços não com universidade, mas sim com empresa privada, cuja matriz está localizada na região sul e que tem uma filial em Fortaleza e cujo dono ocupa a função de prefeito da cidade. 4.2.3.4. Realocação de recursos Para as cidades pequenas da amostra aconteceu, sem exceção uma realocação de recursos com a utilização da tecnologia de software livre. Nos municípios onde não existia orçamento disponível para TIC’s ou o orçamento era limitado a ação se deu na busca de alternativas livres de forma conseguir um maior número de usuários e processos informatizados a um custo menor (Amparo, Solonópole). Uma outra forma de realocação encontrada pelos municípios foi o aproveitamento dos recursos disponíveis antes empregados para o pagamento de licenças de produtos proprietários e agora empregados na aquisição de produtos livres (Viamão, Amparo). A alocação aconteceu também nos recursos de hardware, permitindo que equipamentos considerados inservíveis ou obsoletos (Solonópole, Viamão, Amparo) para um determinado uso e com um determinado software fossem aproveitados em outros usos e com produtos alternativos livres (Amparo, Solonópole, Viamão, etc) Outra alternativa de realocação utilizada pelos municípios da amostra foi a utilização de equipamentos obsoletos, doados por instituições do governo, ou não (Viamão) ou a aquisição deste tipo de equipamento no mercado (Solonópole) e posterior aproveitamento destes equipamentos em seus processos de informatização com soluções livres. Em todos os pequenos municípios da amostra aconteceu um aumento nas equipes internas responsáveis pelas TIC’s, crescimento este acompanhado de um considerável aumento no nível de capacitação dos membros da equipe. O acréscimo da equipe aconteceu pela contratação de novos funcionários (pouco) e pelo reaproveitamento dos funcionários disponíveis na prefeitura e alocados anteriormente em outras áreas. Nas médias e grandes prefeituras o processos de re-alocação de recursos se deu de forma semelhante com a obtenção de resultados semelhantes am escala ampliada. ITI/SOFTEX 79 4.2.4. Aspectos Tecnológicos 4.2.4.1. Categorias de Software para uso no âmbito da prefeitura Segundo os critérios utilizados nesta pesquisa, a informatização municipal deve caracterizar-se por agilizar a administração pública municipal, tanto para questões de gestão interna quanto para a prestação de melhores serviços ao cidadão e para o interrelacionamento com outras esferas de governo. Desta forma, deve ser composta por um mix de pacotes padronizados e de soluções personalizadas, de acordo com as características da própria prefeitura e das necessidades e exigências de informações da legislação municipal, estadual e federal aplicáveis. Com estas características em mente, foram definidos quatro domínios de aplicação, na expectativa de agrupar todo o conjunto de software aplicativos e operacionais necessários para a conformação de uma prefeitura informatizada: • Infra-estrutura: envolve todos os servidores e sistemas operacionais dos equipamentos de retaguarda, de comunicação, segurança, etc • Aplicativos de produtividade: software de desktop, como sistema operacional, ferramentas de escritório, de colaboração e comunicação, compactadores, gestão de documentos, CAD, etc • Sistemas de gestão: sistemas para os setores tributário, planejamento, administração financeira e orçamentária, ouvidoria, recursos humanos, protocolo, legislação, gestão de projetos, etc. Preferencialmente, estes sistemas devem ser integrados para gerar um fluxo eficiente de informações. • Sistemas de relacionamento: com o cidadão (institucional e operacional), com fornecedores e com outros governos e poderes. Os conceitos de software livre trazem consigo algumas mudanças que, em virtude da atual dependência que todas as atividades produtivas humanas têm em relação à informática, tendem a afetar a sociedade, em especial em relação à indústria de software em quanto à competitividade e em relação aos consumidores de software em quanto à possibilidade de escolha e ao acesso a informações. Como as prefeituras municipais não são células isoladas da sociedade, é de se esperar que os efeitos da adoção / implantação de software livre que se percebam em outros setores também o sejam nas prefeituras. Evidentemente, as prefeituras são consumidoras ITI/SOFTEX 80 de tecnologia de informação e comunicações e sob este aspecto devem-se avaliar os possíveis impactos sobre elas. Além disso, a prefeitura tem deveres e responsabilidades específicos que também podem ter implicações diretas no que se trata de sistemas de informatização e que são específicas a ela. As prefeituras podem avaliar e, se for o caso, usufruir das oportunidades criadas pelo software livre em benefício da população. Se, com a adoção de software livre, a prefeitura conseguir reduzir seus custos ou aumentar a eficiência de sua máquina administrativa, poderá oferecer melhores serviços à população, aplicando o excedente de recursos em setores carentes ou ampliando seus serviços de informação e de comunicação com a população. 4.2.4.2. Cenários de difusão Antes de mais nada, é preciso definir o que se entende por uso de software livre em prefeituras. Num caso extremo, a adoção de software livre pelas prefeituras significará que toda a infra-estrutura, os sistemas específicos de gestão, os aplicativos de produtividade de escritório e os sistemas de relacionamento com o cidadão, fornecedores e outras esferas de governo serão software livres. Neste caso, todos os computadores da prefeitura estarão equipados com um sistema operacional livre, utilizarão ferramentas livres, acessarão bancos de dados livres e se comunicarão utilizando software livre, através de equipamentos (roteadores, p.ex.) que também utilizam exclusivamente software livre. Um requisito também importante é que os sistemas devem estar sob controle direto da prefeitura ou indireto através de empresa pública municipal. Evidentemente, este cenário hoje não é real por diversos fatores. Há muitas prefeituras que não têm condições materiais (financeiras, recursos humanos) de manter uma razoável infra-estrutura informatizada . No outro extremo, nas prefeituras em que já existe um parque de informática, existem diversos sistemas proprietários, com dados históricos armazenados, onde a sua substituição por sistemas livres geraria custos muito altos. Ademais, grande parte dos aplicativos necessários para as prefeituras não está disponível como software livre. A busca de um equilíbrio entre o possível e o desejável é uma tarefa que deve ser definida caso a caso, em função das peculiaridades e disponibilidades locais. Também há que se avaliar se a configuração escolhida é a que trará maiores benefícios para cada município. A equação não é simples em seus componentes, que adquirem diferentes graus de importância e liberdade em distintas conjunturas e contextos geográficos, e está ademais condicionada a fatores contingentes a situações locais. ITI/SOFTEX 81 É importante lembrar que não são apenas os sistemas operacionais ou os editores de texto que caracterizam o ambiente informático de uma prefeitura. É claro que não se pode desprezar o trabalho de manutenção, suporte, treinamento relacionados a estas ferramentas citadas. Mas as prefeituras têm um perfil bem diferenciado do mercado privado em termos de sistemas e soluções informáticas necessárias para o seu dia-a-dia. Além disso, como há uma grande diversidade de atividades econômico-sociais desenvolvidas em cada município e das responsabilidades assumidas por cada prefeitura (algumas mantém empresas de transporte urbano, outras corpos de guarda municipal, etc), também haverá diferentes necessidades específicas para algumas prefeituras. Por isso, para suprir as necessidades das prefeituras de um modo geral, existe um número elevado de sistemas aplicativos de apoio à gestão (recursos humanos, controle financeiro e contábil, planejamento, arrecadação de impostos, contas a pagar, patrimônio, etc), bem como ferramentas adequadas para comunicação com os cidadãos (comunicação institucionais, arrecadação, prestação de serviços, etc), com os fornecedores (aquisições, pagamentos, etc) e com outras esferas de governo (sistemas integrados, comunicações entre sistemas não-integrados, etc). A grande maioria destes não são software tipo pacote, o que significa que, no caso de implantação, haverá muito trabalho de desenvolvimento e de adaptação em cada prefeitura, além dos já citados manutenção e suporte e capacitação dos usuários e de administradores de sistemas. De qualquer forma, para atingir determinado grau de informatização com vistas a modernização e produtividade administrativa, é necessário dispor de todo um ecossistema, que garantirá conhecimento, mão-de-obra e serviços adequados e de forma contínua. Este ecossistema é composto por profissionais de informática (internos e externos à prefeitura), usuários capacitados e apoiadores técnico-políticos, além da disponibilidade das próprias soluções informáticas para implantação e de uma infraestrutura de telecomunicações e de hardware minimamente adequadas. Os profissionais de informática (internos ou externos) são os responsáveis por implantar e por manter os sistemas. Os usuários, em última análise, são os responsáveis pelo sucesso da iniciativa. Se eles não estiverem devidamente capacitados e convencidos dos benefícios da informatização ou, por algum motivo, estiverem contra a iniciativa, será muito difícil vê-la dando frutos. Os apoiadores técnico-políticos são os que difundem e defendem as idéias do software livre e convencem os tomadores de decisão pela adoção do mesmo. Esta configuração não está presente na maioria dos municípios brasileiros, e este é um dos principais condicionantes para a ampla informatização nos municípios conseqüentemente, da adoção do software livre. ITI/SOFTEX 82 e, 4.2.4.3. Estrutura de Produtos Dentro das possibilidades de utilização de software livre é possível perceber níveis não interdependentes: infra-estrutura, aplicativos de produtividade, soluções de gestão integrada e aplicativos de relacionamento com o cidadão. O que se observou é que nos níveis de infra-estrutura e de relacionamento com o cidadão ( p. ex, web sites interativos ) a permeabilidade do software livre foi maior. Um dos motivos incorre no fato de que em tais níveis não há consciência ou visibilidade do usuário-cidadão quanto à opção tecnológica. Desta forma, a redução do custo torna-se mais aparente e a resistência cultural se dilui. No nível de aplicativos de produtividade observa-se que a penetrabilidade do software livre é menor no primeiro momento dado o aprisionamento tecnológico dos usuários, a resistência cultural à mudanças e a razoável complexidade de migração de legados. Nos casos observados não houve retrocesso embora seja claramente necessário preparar o usuário e a equipe técnica para o processo de mudança, o que incorre em utilização de recursos financeiros e econômicos. De qualquer forma, a orientação e a sensibilização demonstraram-se tarefas exeqüíveis dada a motivação inerente observada nos projetos dessa natureza. O legado, tecnicamente, exige também uma especial atenção e deve ser realizada de forma estruturada para não gerar traumas e apreensão relacionados à nova opção tecnológica. Sendo assim, há de se haver investimento constituído principalmente em capacitação. Havendo-se uma equipe interna capacitada para tal, os recursos financeiros necessários são diminutos. Não havendo tal disponibilidade, é necessária a contratação de terceiros. A redução de gastos com software é significativa. Em Sobral foram 1.000 desktops. Cada licença de uso custa R$ 1.400,00 por computador. Os 180 computadores da sede da Prefeitura estão com o Open Office. Outros 840 computadores de mesa espalhados pelas escolas públicas, postos de saúde e outros órgãos da administração municipal também já trabalham com o Open Office. No nível de sistemas de gestão integrada observou-se uma situação peculiar. Dentre o universo de soluções denominadas de software livre, é possível observar que alguns sistemas desenvolvidos utilizaram algumas ferramentas e ambiente de desenvolvimento de software livre. Esses sistemas possuem custo inferior aos tradicionais embora não haja a transferência da tecnologia ao usuário contratante. O código da camada da solução que contém o conhecimento do negócio de gestão não é disponibilizado como um todo ao contratante de forma que tais soluções incorrem em alguns modelos proprietários de uso. O contratante não possui autonomia tecnológica, permanece dependente do mesmo ITI/SOFTEX 83 fornecedor para a realização de assistência a módulos específicos e não é permitida a redistribuição, lucrativa ou não, da solução à outros municípios. Dentre o universo de prefeituras da amostra, 70% possuíam sistemas de gestão integrada e o restante das prefeituras ou não possui nada ou possui módulos não integrados. Das que possuem gestão integrada verificou-se que 50% possui sistema de gestão baseado em ambiente livre. Com exceção da solução desenvolvida pela empresa municipal de informática Emprel para Recife, a maioria das soluções advém de algumas poucas empresas de origem não-tecnológica, especializadas em contabilidade e gestão municipal. Tais constatações espelham a realidade qual seja: sistemas web de gestão integrada são, das camadas de informatização, os mais custosos e complexos podendo ser mensurados em, aproximadamente, R$ 300 mil mais assistência mensal para prefeitura de pequeno porte. 4.2.4.4. Capacitação Tecnológica Para se analisar os resultados referentes a amostra de prefeituras pesquisada vamos primeiramente fazer uma classificação considerando algumas de suas características de forma que seja possível fazer algum agrupamento por estas características colocando as prefeituras em categorias. A primeira característica a considerar será a existência de uma estrutura formal de empresa de processamento de dados ligada à prefeitura (IMA, PRODABEL, PROCEMPA, EMPREL) ou da não existência de uma empresa desta natureza mas sim de um departamento, assessoria ou mesmo um conjunto de pessoas que cuidam do que se refere às TIC’s do município. Uma outra característica de classificação necessária refere-se ao grau de informatização do município. Os municípios da segunda categoria, ou seja, sem empresas de informática podem estar sem informatização alguma, pouco informatizado ou informatizado. A terceira característica de classificação refere-se ao objetivo essencial da busca da informatização que pode ser econômico financeira, que se utiliza das TICs para melhorar os processos de gestão interna do município para que com isso se obtenha um aumento de arrecadação, transparência na execução do orçamento aprovado e ainda um melhor aproveitamento do orçamento disponível. Um outro motivo para esta busca refere-se à inclusão digital, com o objetivo de incluir os cidadãos digitalmente no seu relacionamento com as várias instancias de governo e permitir um exercício mais efetivo da cidadania. ITI/SOFTEX 84 Um outro motivo para esta busca refere-se ainda a apresentação para as novas gerações que estão nas escolhas das alternativas tecnológicas existentes. Utilizando como guia a classificação acima podemos observar na amostra estudada que os municípios de pequeno porte e baixo IDH, que contavam com quase nenhuma informatização no que se refere a infra estrutura, desktop, um módulo ou uma planilha para executar a contabilidade obrigatória do município e nenhum aplicativo de relacionamento externo, e ainda com o agravante que não contavam com orçamentos para TICs (vide dados de Viamão, Amparo e Solonópole) obtiveram um aumento significativo de sua capacidade tecnológica no que se refere ao aumento de disponibilização de equipamentos para os funcionários, implementação de processos automatizados, disseminação e utilização de aplicativos de produtividade, implementação de módulos de relacionamento com o cidadão através da construção de sites que permitem uma maior facilidade no relacionamento prefeitura/cidadão (pagamentos de contas, pedidos de reparos, sac). As tecnologias de relacionamento citadas, somente foram implementadas depois da implementação da infra estrutura de rede e conexão com a internet. Estas tecnologias foram apropriadas pela prefeitura e com isso aconteceu uma ampliação da capacidade tecnológica dos funcionários usuários e daqueles diretamente ligados às TIC’s. O mesmo fenômeno aconteceu no município de Rio das Ostras com a diferença que este município não tem problemas orçamentários financeiros. Em todas as pequenas prefeituras da amostra foram montados laboratórios com a tecnologia livre nas escolas, foram melhorados os processos de gestão sendo que em Amparo e Rio das Ostras o processo de gestão é integrado, a informatização foi estendida para outras unidades administrativas como hospitais, em Viamão está sendo implementado um laboratório de treinamento de funcionários, em Rio das Ostras foi criado um espaço de inclusão digital para jovens de 14 a 17 anos, o Um Bem Maior, em Piraí foram criados quiosques e em Solonópole as Ilhas Digitais. Nesta última cidade a Internet é grátis e as empresas estão utilizando a tecnologia de voz sobre IP para comunicação municipal e interurbana. Nas prefeituras de médio porte da amostra o processo de melhoria da capacidade tecnológica aconteceu com a mesma dinâmica. A diferença é que o patamar de capacidade tecnológica era geralmente maior devido a existência de mais pessoas da prefeitura ligadas às TIC´s e uma maior disponibilidade de recursos computacionais e financeiros ( é importante ressaltar que esta disponibilidade maior de recursos não é nem ITI/SOFTEX 85 de longe a disponibilidade necessária para a execução de melhorias com soluções não livres). Nas duas prefeituras médias da amostra, Amparo e Sobral, os prefeitos tinham como plano de governo a melhoria das TIC´S, mas contavam com recursos escassos. A alternativa encontrada foi investigar quais as melhorias que poderiam ser implementadas com tecnologia livre. Os municípios de grande porte da amostra contavam com uma capacidade tecnológica maior, com um número maior de pessoas alocadas em TIC´s mas partilhavam dos mesmos problemas das menores, ou seja, orçamento para investimento em TIC´s reduzido ou praticamente inexistente, e necessidades urgentes de informatização. A solução encontrada foi semelhante as prefeituras de menor porte ou seja, opção por tecnologias livres. Ressaltamos que nas prefeituras de médio e grande porte a adoção de tecnologias livres ultrapassou as fronteiras das prefeituras e foram utilizadas pata a instalação de laboratórios em escolas, telecentros, etc. No caso de Belo Horizonte foi criado o Libertas que é um ambiente de filosofia livre para as escolas. 4.2.4.5. Melhoria de Segurança e Qualidade Todas os pequenos municípios da amostra optaram pela implementação da infra estrutura de rede e Internet livres. No caso de Solonópole, Amparo, Rio das Ostras, Piraí, onde não existia uma infra-estrutura anterior, a opção pela tecnologia livre aconteceu devido as características de técnica e preço da solução. As características técnicas consideradas relevantes para os tomadores de decisão de TIC’s foram a qualidade das soluções livres que é reforçada pelo próprio método de desenvolvimento dos produtos e a segurança comprovada das soluções da tecnologia e produtos livres. O quesito segurança observado pelos responsáveis eram relativos à permissão da inspeção do código impedindo a existência de código não autorizado ou clandestino. A segurança foi considerada importante pelos municípios uma vez que as economias baseadas em software tem uma grande preocupação com os prejuízos causados por vírus, que podem causar pane geral na rede elétrica, paralisar atividades, etc. e o aumento das preocupações com a segurança passam então a ter uma maior prioridade nos projetos de novos sistemas e esta preocupação com a vulnerabilidade dos sistemas de desktop é que tem levado muitos municípios a avaliarem o ambiente livre como alternativa. ITI/SOFTEX 86 Nos casos onde já existiam uma soluções proprietárias, as questões relativas aos custos menores das soluções livres foram relevantes para a tomada de decisão. Para ambos os casos, as questões relativas a interoperabilidade e estabilidade comprovadas das soluções livres foram significativas para a tomada de decisão e posterior implementação da solução livre. As médias e grandes prefeituras da amostra também optaram pela implementação de infra-estrutura livre. No quesito desktop optaram por soluções livres ou híbridas sempre que possível. A camada de gestão teve, nestes municípios, soluções variadas. Alguns optaram por adquirir de fornecedores externos como Campinas (Universidade Santa Maria) e outros desenvolveram internamente como Recife, Porto Alegre, Manaus e Belo Horizonte. Todos os municípios da amostra analisaram as várias alternativas de solução disponíveis tanto para a infra-estrutura, quanto para os aplicativos de produtividade, gestão e relacionamento. É unânime a opinião de que as soluções de infra-estrutura estão suficientemente sólidas e estáveis, e portanto maduras. A solução para aplicativos de produtividade está em evolução. No domínio da gestão do município não existem soluções livres e para o domínio do Relacionamento a tecnologia de sites e relacionamento simples com o cidadão estão maduros 4.2.4.6. Barreiras a extensão e aprofundamento do SL Algumas das principais barreiras são: Falta centralização de informações, há dificuldades de acesso, uso CAD e geoprocessamento em SL é incipiente, e há dificuldades de interfacear com sistemas proprietários do Governo Estadual e Federal. As questões relativas às desvantagens ou dificuldades encontradas pelos municípios variam com o grau de informatização no qual se encontravam quando do momento da decisão da migração e dos condicionantes que levaram os tomadores de decisão na direção da adoção total ou parcial da tecnologia livre. Todos os municípios julgam que a não existência de um repositório comum, de livre acesso a todos os municípios da federação e no qual fossem armazenadas informações importantes para as prefeituras que estão em processo de migração, em momento de análise para a migração ou outro momento qualquer constitui uma barreira importante que tem impactos negativos para a disseminação e uso das tecnologias livres nas administrações municipais. As sugestões de conteúdos para este repositório são bastantes variadas e cobrem as várias fases do processo de migração, desde o momento ITI/SOFTEX 87 da busca de alternativas até o momento de acompanhamento e avaliação para análise do processo de migração até a proposta de melhorias. No repositório seriam armazenados os casos de sucesso, as melhores práticas, os riscos, os produtos, as empresas fornecedoras, os profissionais capacitados na tecnologia, etc. Uma outra questão apontada pelos municípios se refere à não adequação ou aceitação por parte dos usuários das secretarias de obras e que se utilizam de ferramentas CAD rotineiramente, das ferramentas livres disponíveis para projetos de engenharia. Outra questão recorrente é quanto a comunicação com ferramentas de gestão, controle e acompanhamento dos governos estaduais e federal que exigem, para comunicação, tecnologias proprietárias. Há evidências de que os conceitos de software livre trazem consigo mudanças substanciais que afetam a prefeitura e a sociedade como um todo, não apenas em questões econômicas, mas inclusive em sua dimensão cultural e social. Grande parte dos resultados observados na dimensão social é decorrente da redução de custos gerados na adoção de software livre (dimensão econômica, já apresentada). Ao não se ver obrigada a despender recursos para a aquisição e/ou renovação de licenças de software proprietário, a prefeitura pode aplicar com maior efetividade o recurso público. Também ficou patente nos levantamentos realizados que somente com a adoção de software livre, por sua estrutura de custos, é que diversos projetos de inclusão digital e de inclusão social através da informatização tornaram-se viáveis financeiramente para as prefeituras, notadamente as de menor porte. As Ilhas digitais de Solonópole, o projeto Piraí Digital, os Telecentros de São Paulo e o projeto Libertas de Belo Horizonte são exemplos de ações voltadas a inclusão digital que foram econômica e tecnologicamente viabilizados pelo uso do modelo de software livre. Percebe-se claramente que estes projetos vão além do conceito básico de inclusão digital (simplesmente apresentar o computador e suas ferramentas) e buscam uma ampliação da visão de mundo da comunidade local, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal, cultural, de cidadania e até mesmo profissional. Utiliza-se, nestas ações, a tecnologia como meio para fins sociais. E o uso de software livre favorece esta idéia pelo aspecto econômicofinanceiro e também pelos espíritos de comunidade e de colaboração fortemente arraigados no conceito. Ainda em função do espírito de colaboração, os projetos de migração e adoção de software livre também carregam componentes de impacto junto aos funcionários públicos. ITI/SOFTEX 88 Dentro das prefeituras, pode-se perceber uma valorização profissional dos funcionários em aspectos como a participação dos mesmos em decisões quanto aos software utilizados, a possibilidade de sugerir alterações nos aplicativos e vê-las implementadas; criando ao mesmo tempo satisfação e cumplicidade, necessárias para o sucesso do projeto. Antes de colocar no ar a solução de sistema operacional para os computadores de mesa dos funcionários públicos, a Assessoria de Informática de Rio das Ostras fez testes de aceitabilidade e recolheu sugestões em diversas rodadas de debates e experimentações com os usuários (funcionários públicos do município). Em Solonópole, as Ilhas Digitais têm, agora, suporte de pessoal local, capacitado especialmente para isto. Também está relacionada com a valorização do funcionário e mesmo do cidadão a apresentação da diversidade tecnológica como importante fator contra o aprisionamento tecnológico-cultural que tem sido marcante no setor de informática. A opção pelo software livre permitiria à prefeitura ampliar o leque de opções de prestadores de serviços e de opções de software distintos sem medo de perder dados dos sistemas que forem desativados. Somente estas duas possibilidades já seriam motivo suficiente para abordar seriamente a adoção de software livre. Ao transferir este poder também à população, criase uma importante dinâmica que permitirá ao cidadão ir além dos comportamentos homogeneizados que se espera dele e, por exemplo, permitirá ampliar a sua empregabilidade. 4.3. Modelos de Negócios Os modelos de negócio relacionados ao software livre estão focados nos serviços de desenvolver, implantar, adaptar e capacitar pessoas a utilizar o software. É incorreta, portanto, a idéia de que software livre é software grátis, sem custos. Os custos, entretanto, estão associados intrinsecamente aos serviços, e menos ao produto. Em outras palavras, os fornecedores de software livre, na verdade, são prestadores de serviços que, como resultado de seus esforços de programação e adaptação, integração de software, avaliação de opções, dentre outras, ou apresentam um software ou sistema livre pronto para uso pelos contratantes ou realizam atividades satélites, mas não menos importantes, diretamente ligadas a um software ou sistema livre que permitirão ao contratante ou beneficiário usufruir do mesmo. Alguns exemplos de serviços satélites prestados podem ser: definição de necessidades, especificação de sistemas, otimização de sistemas existentes, capacitação/treinamento, manutenção do software, suporte, apoio ITI/SOFTEX 89 à migração, dimensionamento e configuração de softwaree outros. Na Tabela 4.03 são apresentados as prefeituras, as empresas que prestam algum tipo de serviço em SL a elas os modelos de negócio destas empresas. Prefeitura Amparo Rio das Ostras Porto Alegre Empresa Modelo de Negóciol CCA(RS), CONAN(SP) Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres CCA(RS) Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres PROCEMPA Não se aplica Viamão CCA(RS) Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres Belo Horizonte PROBEL Não se aplica Assessoria de Informática Não se aplica Liberty(CE) Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres Manaus SEMAD Não se aplica Recife EMPREL Não se aplica Petrolina Não se aplica Não se aplica Campinas Apoena, IMA Modelo de Desenvolvimento de Software Livre, Não se aplica São Paulo Não se aplica Não se aplica Piraí Não se aplica Não se aplica Sobral Solonópole Tabela 4.07 – Prefeituras&Empresas&Modelo de Negócio 4.3.1.Modelo Proprietário utilizando Ferramentas Livres A característica mais marcante verificada é a de que, apesar dos esforços das prefeituras em adotarem o modelo de software livre como paradigma para seus sistemas informatizados, não é necessariamente isso que elas conseguem do mercado. Ou seja, o mercado nem sempre oferece soluções livres completas para as prefeituras. Naquilo que depende mais do quadro técnico da própria prefeitura, esta situação não se verifica, como é o caso de adoção de software livre em questões de infra-estrutura (servidores de arquivos, de correio eletrônico, de páginas web, infra-estrutura para acesso à Internet, firewalls, etc). Também não é o caso quando a prefeitura decide substituir ou adotar ferramentas de desktop livres. Mas quando se trata de soluções de apoio à gestão, integradas ou não, fornecidas por terceiros, a estratégia de comercialização adotada pelos fornecedores é tipicamente modelada segundo os modelos de software proprietário. Em outras palavras, mesmo o software sendo destinado para uso sobre plataforma livre e tendo sido utilizadas ferramentas livres para seu desenvolvimento (compiladores e bancos de dados, por exemplo), o software em si não é livre, o código não está disponível para as prefeituras (ou, quando está, é limitado para uso e modificações internas e seriamente ITI/SOFTEX 90 limitado quanto à liberdade da prefeitura em relação a prestação de serviços sobre este software). Este é um modelo muito freqüente nos sistemas em que estão embutidas as ditas regras de negócio da prefeitura. Esta estratégia das empresas parece ser originária da concepção de que se a prefeitura detiver o código e a possibilidade de redistribuí-lo, a empresa desenvolvedora poderá ver reduzida sua capacidade de conquistar novos clientes (uma vez que a primeira prefeitura poderia distribuir o sistema para outras prefeituras) e mesmo poderá vir a "perder" o cliente (a prefeitura) para terceiros que prestassem melhor serviço ou a custo menor. Também há o desejo de "proteger o investimento" em aquisição do conhecimento das regras de negócio e do tempo despendido em desenvolvimento, que poderia ser facilmente (segundo a visão destas empresas) absorvido por terceiros que não houvessem realizado o mesmo investimento, criando uma espécie de concorrência desleal, pelo menor custo de entrada para estas empresas. Do outro lado, esta visão leva a que o contratante (a prefeitura) não possua as liberdades previstas no modelo de software livre. Ele continua preso ao fornecedor da solução tecnológica, dependendo exclusivamente do mesmo para assistência, adaptação de módulos, implantação de novas soluções integradas etc. Esta situação é justamente uma das mais importantes que os princípios de software livre buscam eliminar: a de aprisionamento ao fornecedor. Com estes tipos de contratos, a prefeitura não tem o poder de procurar outros prestadores de serviços, para buscar situações mais vantajosas, quer seja por maiores benefícios, menores custos, melhores serviços ou composições destes fatores. Adicionalmente, não há a possibilidade de redistribuir o software para outras prefeituras ou, em alguns casos, nem mesmo para outras unidades administrativas da própria prefeitura sem incorrer em custos adicionais (ou seja, licenciamento no estilo de software proprietário). Cabe destacar que, até por limitações concretas das próprias prefeituras, a situação em que uma prefeitura redistribuiria software de terceiros com o intuito de prestar serviços é de viabilização muito limitada. Por outro lado, a possibilidade de utilizar o software em outras unidades da mesma prefeitura também seria um dos importantes trunfos do software livre, pois permitira uma informatização com custos mais acessíveis. Evidentemente, os custos referentes à prestação de serviços abrangendo o suporte ao uso em uma eventual nova unidade da prefeitura devem ser motivo de contratação complementar, mas nunca referentes ao mero uso do software. ITI/SOFTEX 91 4.3.2. Modelo de Desenvolvimento de Software Livre Foi possível identificar três grupos de fornecedores de soluções livres ou baseadas em software livre para prefeituras: • órgãos públicos e empresas ligadas a prefeituras ou governos estaduais • empresas privadas • cooperativas de profissionais Na categoria de empresas ligadas a prefeituras ou a governos estaduais incluem-se aquelas tradicionais empresas públicas ou de economia mista prestadoras de serviços de processamento de dados que se reposicionaram e atuam também na criação de soluções e, em alguns casos, como instrumento de governo para execução de determinadas políticas públicas. São exemplos a PROCEMPA (Cia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre) e a EMPREL (Empresa Municipal de Informática de Recife). Também estão nesta categoria órgãos públicos que não são empresas, mas que desenvolvem e são responsáveis por soluções de software específicas para as prefeituras, tais como a Coordenadoria de Informática de Sobral e a Assessoria de Informática de Rio das Ostras. As empresas como as citadas estão mais presentes em prefeituras de municípios de maior porte que, em função da crescente complexidade de suas rotinas e de suas relações com fornecedores e munícipes, já experimentam a necessidade de sistemas informatizados há mais tempo. Por exemplo, a EMPREL existe há mais de 30 anos e a PROCEMPA completa 27 anos. Entretanto, atualmente a necessidade de agilidade e prestação de serviços confiáveis atinge a praticamente todos os municípios brasileiros, o que vêm estimulando a criação de órgãos específicos para tratar da informatização dentro do contexto das prefeituras. A opção pelo uso de software livre nas dinâmicas de desenvolvimento de software por parte destas empresas e órgãos ligados às prefeituras está diretamente relacionada a redução de custos e, em alguns casos, a viabilização econômica da execução de projetos de inclusão digital. A ideologização da adoção também está presente em alguns casos, mas de forma coordenada com as razões anteriores. Diversas destas empresas e órgãos desenvolveram soluções completas e integradas para uso de seu município, baseadas em plataforma livre e utilizando ferramental livre. A lista de software desenvolvidos ou sob responsabilidade de algumas destas empresas e órgãos é extensa. A Prodabel, por exemplo, lista mais de 150 aplicativos e sistemas estruturados destinados às mais diversas áreas da prefeitura: saúde, educação, ITI/SOFTEX 92 assistência social, gestão urbana, transporte, administração e finanças e planejamento. Em municípios que começaram a informatização há muito menos tempo, também já há uma quantidade razoável de sistemas criados, como os mais de 20 citados pela Assessoria de Informática de Sobral (que foi criada em 1997). Entretanto, a categorização da grande maioria destes software como livres, a priori, não é possível, uma vez que em geral são para consumo interno e não são submetidos a nenhum tipo de licença livre. Porém, não se pode descartar esta hipótese, pois há, em muitos dos casos levantados, interesse nesta possibilidade. Ou seja, dependendo de decisão técnico-política e com o devido equacionamento jurídico, estes software poderiam ser disponibilizados para outras prefeituras dentro do conceito de software livre, de acordo com uma licença livre. Isto já ocorre, por exemplo, com distribuições GNU/Linux destinadas a programas de inclusão digital realizadas por algumas destas empresas, como o Libertas (Prodabel, prefeitura de Belo Horizonte) e o Tatuí (Assinm, prefeitura de Rio das Ostras), utilizado também nos desktop dos computadores da própria prefeitura. Estes exemplos, entretanto, merecem ser estudados com a devida atenção, pois esta atividade só é possível pela existência de recursos e de uma infra-estrutura de pessoal capaz de dar atendimento aos usuários dos software distribuídos, dentro de ações especificamente definidas para tal. A constatação mais freqüente é que não há possibilidade de prestar serviços (implantação, capacitação, suporte) além das fronteiras do município, para os software desenvolvidos internamente. O caso da prefeitura de Sobral é um exemplo claro: há interesse e disposição em fazê-lo para os municípios circunvizinhos, mas não há condições de prestar apoio para suporte, capacitação de pessoal, etc, inviabilizando a iniciativa. Neste caso, pode-se concluir com facilidade que está havendo duplicação de esforços nas diversas prefeituras porque estão aplicando recursos e tempo na solução dos mesmos problemas, praticamente sem interação e cooperação entre elas. Nas cidades onde existem órgãos ou empresas vinculados à prefeitura destinados à informação, percebe-se uma possível tendência à internalização do desenvolvimento, em busca de maior autonomia. Esta situação foi avaliada como resultado da limitada oferta no mercado atual de prestadores de serviços e de soluções aplicáveis ao ambiente das prefeituras dentro da dinâmica do software livre. Ou seja, nas prefeituras onde há a decisão pela adoção de software livre, pode haver uma tendência à internalização do desenvolvimento de soluções, por falta de ofertas adequadas no mercado. São poucas as empresas privadas identificadas que fornecem software às prefeituras dentro do modelo de software livre. Esta carência é constatada em diversos locais, ITI/SOFTEX 93 notadamente em cidades menores ou mais afastadas dos grandes centros. O desenvolvimento de software específico para aplicação específica em prefeituras é, ainda, atividade pouco explorada por empresas privadas. Em geral, o que se observa com maior freqüência é a prestação de outros serviços relacionados à infra-estrutura de informática e à integração de soluções. Nas empresas que desenvolvem software livre para prefeituras, percebe-se a existência de viés ideológico, mas também da visão de negócios e da oportunidade; por exemplo a oferta de soluções que consideram mais justas para potenciais clientes como um diferencial competitivo e estratégico para convencimento e manutenção dos clientes. Um exemplo disto é a estratégia da empresa Apoena Software Livre, de Porto Alegre, que ao desenvolver uma solução sob encomenda de determinada prefeitura e entregar-lhe o sistema e os fontes, repassou a esta a decisão sobre qual licença aplicar ao código fonte. As cooperativas de profissionais, por sua vez, representam um aspecto relativamente marcante dentro dos modelos de negócio de software livre e posicionam-se de forma equivalente das empresas privadas. Prestam, da mesma forma, serviços de consultoria, desenvolvimento, integração, manutenção, suporte e de capacitação. Ao organizarem-se em cooperativas e não em empresas privadas, os profissionais trazem uma postura clara quanto a opções de exploração de mercado. A tendência é a completa aderência às dinâmicas do software livre, publicando o software de acordo com licenças livres e outorgando as liberdades necessárias às prefeituras. Evidentemente, os modelos de negócio do software livre estão plenamente compreendidos por estes profissionais e a prática destas cooperativas estão adequadas àqueles modelos. Mas não somente os modelos de negócio, mas também as dinâmicas de desenvolvimento de software, a partir de comunidades e do reaproveitamento constante de código livre disponível de terceiras partes. A Cooperativa Solis apresenta diversos exemplos de software livres disponíveis integralmente a partir de seus repositórios. Na amostra todos os municípios contam com uma área responsável pelas TIC´s da prefeitura. Dentre elas 39% contam com empresas de Processamento de Dados e o restante com um departamento, uma assessoria ou outra figura qualquer dentro do organograma da prefeitura. Em 100% das prefeituras se observa algum nível de terceirização. Geralmente são terceirizados os serviços relacionados à manutenção de equipamentos. A terceirização geralmente se dá com empresas do próprio município. ITI/SOFTEX 94 Observou-se também casos de terceirização de desenvolvimento e manutenção de software. Os municípios Amparo e Rio das Ostras terceirizaram completamente o desenvolvimento do Sistema de Gestão Integrada e para estes casos as empresas contratadas não estavam localizadas na região do município. Estas empresas desenvolvem produtos internamente com suas equipes e ainda terceirizam desenvolvimento mais simples no município. O município de Viamão segue a mesma dinâmica de Amparo e Rio das Ostras com a diferença de que a empresa terceirizada é da região. Nos municípios de Piraí, Solonópole, Sobral e Manaus as respectivas áreas de TIC´s foram as responsáveis pela gestão e operacionalização do processo de migração para tecnologias livres. Os investimentos de recursos de toda natureza foram deferentes em cada um destes municípios uma vez que os mesmos tinham perfil sócio econômico e tecnológico diferentes. Em todos os municípios citados observa-se a utilização de empresas da região para terceirização de serviços de manutenção e pequenos desenvolvimentos quando necessários. No caso de Solonópole a tecnologia de migração foi transferida por uma empresa de software do Sul, para Piraí e Sobral a tecnologia veio de universidades regionais, UFF e UVA, respectivamente. No caso de Manaus a capacitação da equipe e o aprendizado da tecnologia se deram através da PROCEMPA e interação com a comunidade de SL. Nos casos de Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Campinas observa-se em suas empresas de processamento de dados uma elevada capacitação em diversas tecnologias de TIC´s, inclusive tecnologias livres. Em todas elas foram observados projetos de migração, implantação destes projetos e capacitação de usuários em software livre. As especificações dos sistemas de informação são feitas por estas empresas (PROS), uma parte do desenvolvimento também é feita pelas empresas e observa-se também terceirização de serviços de manutenção de equipamentos e desenvolvimento de software. Dos municípios da amostra observa-se que em sua totalidade toda a infra-estrutura foi substituída ou em alguns casos já criadas em tecnologia livre. Não são incomuns casos onde coexistem ambientes de redes heterogêneas, principalmente quando da existência de legado. Na camada de Desktop observam-se casos onde a migração foi quase que total e bem sucedida, casos onde a implementação está ocorrendo e ainda outros casos onde está planejada. Esta migração apresenta é mais sensível e apresenta um maior grau de dificuldade. ITI/SOFTEX 95 Na camada Gestão, somente as prefeituras de Amparo, Rio das Ostras e Campinas possuem sistemas integrados, mas são produtos proprietários. Outras prefeituras tem seus sistemas de gestão, não integrados e híbridos. Na camada de Relacionamento encontramos em todos os municípios da amostra o nível de relacionamento mais simples implantado com tecnologia livre. As prefeituras, via de regra, estão com dificuldades orçamentárias, os repasses dos governos estadual e federal são insuficientes para cobrir os déficits com os gastos de administração e manutenção de saúde, educação, transporte e outros. Além disso, existe a Lei de Responsabilidade Fiscal7 cuja aplicação provoca mudanças em condutas rotineiras dos gestores governamentais. No âmbito municipal ela significa um maior profissionalismo na gestão administrativa e financeira. O planejamento de todas as ações governamentais, limitado pelos recursos disponíveis, deverá proporcionar uma prestação de serviços públicos adequada e eficientes, sem desperdícios, seja com meios materiais e humanos, seja com ações. Para poder cumprir seus compromissos as prefeituras devem buscar um aumento em seus recursos próprios, seja via recolhimento de impostos de indústria, de circulação de mercadorias ou arrecadação de IPTU e outros. Considerando o exposto acima faremos abaixo algumas observações sobre o mercado da demanda considerando os dados observados em campo. 4.3.2.1. Mercado das Pequenas Prefeituras As pequenas prefeituras da amostra que contavam com repasses do governo e arrecadação própria insuficientes para sua gestão, buscaram a melhoria de seus processos administrativos, sempre procurando utilizar a tecnologia de processamento de dados como meio. As prefeituras, alem de não contarem com capital suficiente para investimento em TIC´s, estão também com o seu quadro de funcionários reduzidos devido a orientação de redução da máquina do estado. Desta forma os gestores buscaram no mercado alternativas de baixo custo e baixo aprisionamento tecnológico de forma a permitir que suas equipes internas executassem parte do trabalho de desenvolvimento e manutenção. Houve um investimento em capacitação de equipes internas e contratações de capacitação e do desenvolvimento de algumas soluções. De maneira geral aconteceu 7 Lei Complementar n. 101 de 04 de Maio de 2000 (Publicada no DOU de 05/05/2000) ITI/SOFTEX 96 uma internalização dos trabalhos relacionados a TIC´s, exceto manutenção de equipamentos. As pequenas prefeituras da amostra não possuem Sistema de Gestão Integrada, exceto Rio das Ostras, onde não existe restrição orçamentária. O sistema de Rio das Ostras foi contratado de umas das poucas empresas que oferecem a solução integrada e com tecnologia web embora não livre. Paralelamente ao processo de modernização administrativa, aconteceu em todos os pequenos municípios, um processo de inclusão digital com montagem de ilhas, quiosques e laboratórios em escolas e Telecentros. A modernização e inclusão só foram exeqüíveis devido ao custo das soluções adotadas. 4.3.2.2. Mercado das Médias Prefeituras O quadro para as médias prefeituras é semelhante ao quadro das pequenas prefeituras, evidentemente com algumas diferenças relativas ao montante de repasses governamentais, arrecadação com impostos devido a indústria instaladas no município, quantidade de serviços transacionados e uma maior sofisticação e complexidade da gestão administrativa. As médias prefeituras contam via de regra com uma equipe de TIC´s já com alguma capacitação nos sistemas já existentes e suporte aos usuários da administração. Observou-se na amostra que uma das prefeituras terceirizou o desenvolvimento do software de gestão integrada, a capacitação no uso do sistema e a capacitação da equipe interna na nova tecnologia livre. O produto de gestão é fornecido pela mesma empresa fornecedora do produto para Rio das Ostras. 4.3.2.3. Mercado das Grandes Prefeituras As grandes prefeituras possuem problemas de natureza semelhantes as prefeituras de porte menor sendo que a diferença está na escala destes problemas. Estas prefeituras possuem uma empresa própria de processamento de dados, sendo que na amostra pesquisada a exceção está em Manaus onde cada secretaria possui uma unidade autônoma de processamento de dados. Estas prefeituras contratam desenvolvimentos, como o caso de Campinas, que contratou o software de gestão integrada, fazem parcerias com universidades para o desenvolvimento de tecnologias como o caso de Belo Horizonte (PRODABEL) para o desenvolvimento do Libertas. Recife (EMPREL), contratou o desenvolvimento e implantação de um processo de desenvolvimento de software (CESAR) e desenvolve os ITI/SOFTEX 97 seus próprios sistemas. Percebe-se também uma internalização das atividades de processamento de dados proporcionada pela adoção da tecnologia livre. Das observações apresentadas podemos constatar que o mercado de produtos de gestão de prefeituras é bastante concentrado para o mercado de prefeituras não somente para o software livre mas também para os produtos proprietários 4.3.2.4. As Empresas Fornecedoras de SL Quando das entrevistas com as prefeituras foram levantadas as empresas que prestavam algum tipo de serviço relativos às TIC´s. A empresa Apoena tem um modelo de negócio livre, assim como a Solis e a Conectiva. As demais empresas privadas têm modelo de negócio híbrido. As empresas CCA e Conam dominam praticamente todo mercado de prefeitura no que se refere a software de gestão. A Conectiva domina o mercado de capacitação e treinamento. A empresa Syspub encontra-se atualmente em negociação com a COBRA. O sistema de gestão desenvolvido pela empresa seria disponibilizado para as prefeituras via financiamento do Banco do Brasil. Segundo a empresa o software de gestão atende ao padrão PMAT. 4.4. FINANCIAMENTO Na amostra pesquisada foram citadas as seguintes linhas de financiamento: PMAT Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos , com recursos que destinam-se à modernização da administração tributária e à melhoria da qualidade do gasto público, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento local sustentado. A Figura 4.06 abaixo apresenta os critérios deste financiamento. FIGURA 4.06 – T ABELA DE CRITÉRIOS DE APOIO DO PMAT ITI/SOFTEX 98 PNAFM O Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros tem por objetivo principal apoiar o governo brasileiro na busca de estabilidade macroeconômica por meio de um equilíbrio fiscal auto-sustentável, fundamentado em uma política transparente e eficiente na gestão da receita e do gasto público municipal. Para atingir os seus objetivos, o Programa apoia a implantação de Projetos de fortalecimento institucional destinados a: (i) introduzir modelo de gestão com foco nos clientes (sociedade) e voltado para resultados, definindo de forma clara as funções e as responsabilidades da administração pública municipal, incluindo a estratégia e os procedimentos de concessão, privatização e terceirização dos serviços públicos municipais; (ii) instituir uma política abrangente e transparente de recursos humanos, dimensionando um quadro de pessoal consistente com as reais necessidades da administração pública municipal; (iii) implantar métodos e instrumentos de planejamento e de elaboração do orçamento municipal, dentro de um contexto de transparência e de participação da população; (iv) integrar a administração financeira e implantar controles automatizados para programação e execução orçamentária e financeira e para a consolidação da auditoria e do controle interno dos Municípios; (v) aperfeiçoar o controle do cumprimento das obrigações tributárias, por parte do contribuinte, mediante a implantação de novas técnicas e metodologias de arrecadação, de fiscalização e de cobrança administrativa e judicial da dívida tributária. O texto da Figura 4.07 apresenta os critérios deste financiamento. FIGURA 4.07 - CRITÉRIOS DE APOIO DO PNAFM ITI/SOFTEX 99 Obstáculos para obtenção Na Tabela 4.08 estão as prefeituras da amostra e sua situação quanto as linhas de financiamentos expostos acima e outros não descritos acima mas citados pelas prefeituras. Prefeitura Lei de SWL PMAT PNAFM Amparo N.º 2.682,/ 2001 Não Tem Financiamentos da FAPESP Não Tem Rio das Ostras Não Tem Não Tem Não Tem Porto Alegre LEI N.º 8.881/ 2002 PMAT sem informações de valores PNAFM sem informações de valores Viamão Não Tem R$ 2 milhões após primeira migração. Não Tem Belo Horizonte Não Tem R$ 22 milhões FAPEMIG, CEPq, FINEP Não Tem Sobral Não tem Não tem PNAFM –de R$ 1.070.100,00 TIC’s – R$ 503.750,00 Solonópole Lei 614/2001 PMAT - não aprovado Não tem Manaus Não Tem R$ 6 milhões Não tem Recife Lei é a 6639/2001 R$ 7 milhões Não tem Petrolina Não Tem R$ 2.400 milhões Não tem Campinas Não Tem PMAT 2004 Total TIC’s R$ 17.666.667,00 Total SL R$ 1.714.450,00 Total SP R$ 2.701.260,00 PNAFM 2004 Total TIC’s R$ 13.179.673,50 Total SL R$ 2.950.100,00 Total SP R$ 2.549.000,00 São Paulo Não Disponível Não Disponível Não Disponível Piraí Não Tem PMAT aprovado em 2002. TIC´s: R$ 408.600,00 Não tem T ABELA 4.08 – MUNICÍPIOS E FINANCIAMENTOS Todos os municípios da amostra foram unânimes em afirmar que ambas as linhas de financiamentos, PMAT e PNAFM, são de confecção extremamente complexa. Todas as prefeituras que obtiveram os financiamentos contrataram consultores ou empresas de consultorias para a elaboração do projeto e acompanhamento de sua aprovação. As pequenas prefeituras que não contam com orçamento para este tipo de consultoria e cujos valores de financiamento são baixos, quando comparados com as grandes ITI/SOFTEX 100 prefeituras (ordem de no mínimo 30 a 40 vezes menores) não conseguem aprovação de seus projetos. Para as grandes prefeituras existem empresas especializadas na confecção, acompanhamento da aprovação, gerenciamento da implementação e prestação de contas dos financiamentos aos órgãos financiadores. ITI/SOFTEX 101 Capítulo 5. Conclusões e Recomendações • O foco de uma política de disponibilização de SWL nas prefeituras deve ser centrado nas prefeituras de médio e pequeno porte em função da menor resistência cultural e inexistência de legados que onerariam a escolha da opção pelo SWL • Os mecanismos de financiamento e seus canais de implementação devem ser diferenciados de acordo como porte da prefeitura. Enquanto que no caso das prefeituras pequenas o esforço da ação deve ser centrado na conscientização e formação de consultores e ONGs que orientam e preparam os projetos de financiamento das pequenas prefeituras, nas prefeituras médias o esforço deve ser orientado para a capacitação do pessoal de informática, e na expansão deste, na opção tecnológica do software livre. • Realização de projeto piloto de identificação das necessidades funcionais básicas das prefeituras pequenas (e outro para médias, que de acordo com as experiências internacionais devem ser um grupo mais homogêneo) com características sócioeconômicas e capacidades financeiras semelhantes, a fim de estabelecer lista de programas básicos que poderiam ser desenvolvidos por empresas maiores, gerando escala para rentabilidade. • O custo de hardware e operacional poderia ser diluído através de uso de datacentros regionais, operados por grandes empresas, que tenham associação com empresas fornecedoras de serviço locais (regionais em casos em que haja uma aglomeração de prefeituras em um raio geográfico pequeno) (modelo CPM). • É fundamental que qualquer programa governamental de disponibilização de SWL atente para: • Lógica interna de informatização das prefeituras e não apenas para a lógica do SWL. Não se pode depender de lideranças políticas locais por questões de continuidade, ITI/SOFTEX 102 Objetivo da inclusão digital deve ser sucedâneo da informatização e não condicionador da decisão da adoção do SWL, para evitar caso clássico de fracassos de políticas públicas por missões múltiplas. ITI/SOFTEX 103 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ITI/SOFTEX 104 ITI/SOFTEX 105 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ITI/SOFTEX 106 (AGNULA, 2002) AGNULA. A GNU/Linux Áudio distribution. Libre SoftwareCopyright/Licensing recommendations. IST-200134879 (AMAR, 2003) AMAR, Ricardo. Uma questão de liberdade – Software Livre versus Software proprietário. Disponível em http://resistir.info. (ANSOL, 2003) Associação Nacional para SoftwareLivre. Disponível em http://www.ansol.org. Último acesso em 19 de dezembro de 2003. (BEZROUKOV, 1999) BEZROUKOV, Nicolai. A second look at The Cathedral and the Bazaar (BEZROUKOV, 1999) BEZROUKOV, Nicolai. 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Líderes do software livre se unem: ERRATA. EdgarLemos (tradução) 10. Software Livre – Economia – Leandro Guimarães Faria Corsetti Dutra. 11. Carta do Sr. VillaNueva ao Gerente Geral da Microsoft Peru – Edgard David Villanueva Nunes. 12. Reunião no CIO Meeting – As empresas de Linus ainda não atingiram o ponto de equilíbrio. Quem vai pagar a conta? Resposta de Maddog. ITI/SOFTEX 112 ITI/SOFTEX 113 ANEXO 1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ITI/SOFTEX 114 1. Prefeitura de Amparo(SP)8 Fundação Área (Km2) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 08/04/ 1829 446 60404 130,56 hab/km 0,806 39342 533.011.480 O entrevistado foi o Coordenador de Informática, há 3 anos na Prefeitura de Amparo, com formação em Análise de Sistemas UNESP e Mestre em Engenharia Elétrica e Computação pela UNICAMP e Vice-presidente de ONG de inclusão digital, considerandose um forte simpatizante do uso de SL Amparo é um município de médio porte populacional com gestão partidária PT e uma arrecadação de aproximadamente R$ 50 milhões. O município aprovou a Lei N.º 2.682, de 10 de julho de 2001 que dispõe sobre a utilização de programas e sistemas de computador abertos pela Prefeitura da cidade de Amparo. Possui uma Coordenadoria de Informática sob supervisão da Secretaria de Planejamento. No primeiro ano da atual gestão a prefeitura dispunha de poucos recursos para a Informática, R$ 5 mil no primeiro ano do plano, e uma equipe não capacitada no momento da decisão da implantação de SL. A equipe técnica atual conta com 1 Coordenador, 2 Desenvolvedores, 1 Gerente de Redes, 1 Web Designer e tem Suporte terceirizado. A equipe interna tem hoje capacitação adequada e atualmente desenvolve sobre o código aberto contratado e também desenvolve aplicativos não integrados. A prefeitura tem 100 micros e 5 servidores no Paço, 200 micros em Escolas, na forma de laboratórios, e Hospitais, 30 micros em Secretarias. Os legados são aplicativos proprietários da Contabilidade, cuja empresa fornecedora é a CONAM(SP) e os aplicativos de CAD do Departamento de Obras. 8 As prefeituras serão listadas em ordem cronológica de visita. ITI/SOFTEX 115 O Software Livre foi implantado com uma proposta do coordenador de informática baseada em redução de custos, questões técnicas e ideologia, sem constrangimento político. NA implantação ocorreu a utilização intensa de apoio voluntário da Comunidade de Software livre. Foi contratada a Conectiva para migração do Sistema Operacional e treinamento ao usuários. Foi contratado o produto Sistema Integrado de Administração Municipal (SIAM) de empresa CCA (RS) por um custo total de R$ 120 mil, compreendendo o produto mais o serviço de instalação.. O serviço de manutenção custa hoje para a prefeitura R$ 8 mil por mês. Após 3 anos de gestão o projeto de informatização proposto pela Coordenadoria de Informática está 80% implantado. Para implantação ocorreram Dificuldades/Riscos de natureza técnica e jurídica referentes a migração do legado, dificuldade de apoio de operacionalização nas Secretarias, resistência cultural dos mais capacitados, parco conhecimento sobre linhas de financiamento, escasso conhecimento sobre forma de licenciamento e dificuldade de interface com Governo Estadual e Federal. As vantagens da migração para esta prefeitura foram a redução de custos, redução de produtos ilegais no acervo da prefeitura, melhoria organizacional e melhoria da qualidade da documentação. A prefeitura tem bom conhecimento sobre as Linhas de Financiamento PMAT/PNAFM mas informam que existe uma grande dificuldade com a dinâmica financiamento e que os financiamento. A de obtenção do secretários foram contra a utilização destas fontes de prefeitura nunca submeteu projetos ao PMAT/PNAFM e prefere submeter projetos à FAPESP, inclusive tem projetos em fase de aprovação no órgão. É considerado um case de sucesso. ITI/SOFTEX 116 ITI/SOFTEX 117 2. Prefeitura de Rio das Ostras (RJ) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 10/04/1992 230,62 42.024 1,82 hab/km2 0,775 18.659 115.870.819 O entrevistado foi o Chefe da Assessoria de Informática da Prefeitura Municipal de Rio das Ostras, cuja formação é Técnico de informática, membro do PSL-RJ e um dos diretores da AGITERJ. É um município de pequeno porte populacional com gestão partidária PV ( coalizão ) e com recursos abundantes devido a cobrança de royalties da terra, sendo R$ 320 milhões em 2003 e R$ 340 milhões em 2004. O município foi emancipado há 12 anos. O prefeito tem como estratégia o investimento em TIC com o objetivo de proporcionar a inclusão digital. O município não possui Lei de incentivo ao uso de software livre. A Assessoria de Informática foi criada em fevereiro de 2001 vinculada diretamente ao Gabinete do Prefeito. Conta com recursos abundantes para a Informática, sendo R$ 4,8 milhões em 2003 e R$ 5,8 milhões em 2004. A equipe era não capacitada no momento da decisão implantação de SL. A equipe técnica atual conta com 1 Assessor, 1 Diretor de Informática de nível médio, 1 Programador de nível médio, 4 Analistas de Sistemas de nível superior e Suporte terceirizado. A equipe interna tem capacitação adequada. Desenvolveu uma interface gráfica amigável para os desktops da prefeitura. Atualmente desenvolve sobre o código aberto contratado e também aplicativos não integrados. A prefeitura contratou a Conectiva para migração do Sistema Operacional e treinamento por um valor de R$ 45 mil. Atualmente o SO utilizado é o Kurumin (Debian) A prefeitura contratou a CCA(RS) para o desenvolvimento do Sistema Integrado de Administração Municipal (SIAMWEB)), ou seja o produto SIAM, já disponível na empresa mas agora com tecnologia para WEB. O custo foi de R$ 308 mil, para 17 módulos do ITI/SOFTEX 118 produto mais serviços. projeto está 80% implantado em 3 anos. A maior parte do legado atualmente na prefeitura está no Departamento de Obras (CAD). A prefeitura tem o Projeto Público & Livre da Prefeitura Municipal de Rio das Ostras,, em funcionamento há três anos, com experiências em diversas áreas, destacando-se entre elas migração de estações de trabalho e servidores, provedor de acesso e serviços de Internet, ferramentas de gestão, groupware, atendimento e capacitação de usuários e desenvolvimento de soluções, como sistemas administrativos integrados e uma distribuição Linux própria, o TATUÍ – Tecnologia de Ambiente de Trabalho para o Usuário de Informática. As Dificuldades/Riscos de implantação aconteceram na migração do pequeno legado existente e o ponto crítico aconteceu na migração dos arquivos de escritório. Houve dificuldade de apoio de operacionalização da migração com Secretarias, por conta resistência cultural dos mais capacitados, na Legislação/Burocracia para contratação de serviços, na mentalidade acomodada do funcionário e na dificuldade de encontrar empresas que desenvolvam em PHP para desenvolvimento de sistema de fluxo de protocolos. Como Vantagens/Fatores para o Sucesso foram citadas o redirecionamento de recursos não gastos com licenças para a inclusão digital, a capacitação e valorização do funcionário e o desenvolvimento da interface com o usuário. Os dois últimos fatores citados foram considerados fundamentais para o sucesso do projeto. NA MÍDIA Público e Livre Prefeitura de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, economizará R$ 422 mil este ano, que serão investidos em programas sociais de capacitação e inclusão digital A prefeitura de Rio das Ostras, localizada no litoral norte do Rio de Janeiro, a 177 quilômetros da capital, está adotando soluções baseadas em Software Livre. O processo teve início em 2001, quando foi criada a Assessoria de Informática, que se encarregou de realizar estudos para instalação de programas livres nos servidores e estações de trabalho da prefeitura. Após a realização de diversos testes com diferentes distribuições e suítes office, decidiu-se usar o Conectiva Linux 7.0 e o StarOffice 5.2. “Observamos algumas vantagens do software livre que foram decisivas para que houvesse o processo de migração dos sistemas proprietários para os livres”, afirma Marcos Vinícius Marini, assessor de Informática da prefeitura de Rio das Ostras. Melhor ITI/SOFTEX 119 performance e segurança, códigos-fontes abertos e livres para adequação, maior integração de dados e redução de custos em aquisição de licenças de uso de software proprietário, foram algumas das razões enumeradas por Vinícius para justificar a migração. “Havia grande perda de tempo com manutenção dos sistemas, atualização dos anti-vírus e versões, e, além disso, era muito baixa a utilização dos recursos das suítes office proprietárias instaladas anteriormente”, salienta Vinícius. Para ele, o importante do projeto em Rio das Ostras é que os funcionários da prefeitura, inclusive os da própria Assessoria de Informática, foram capacitados para a utilização de Software Livre. Em 2001, foram treinadas 360 pessoas e, para este ano, a expectativa é que sejam capacitadas mais 500 pessoas do total de cerca de 1800 servidores públicos. A economia proporcionada pelo processo de migração foi significativa. Em 2001, foram economizados R$ 208 mil, e, em 2002, a economia será de R$ 422,4 mil. “Essa estimativa de valor foi baseada na proposta de se migrar todos os software para Windows XP e Office XP, para os quais seriam compradas licenças conforme as necessidades, considerando que possuímos atualmente 304 equipamentos e não podemos participar do pacote Select da Microsoft”, explica Vinícius. Essa economia foi possível com a locação de equipamentos sem a suíte MS-Office, nos quais foi instalada a suíte StarOffice, que está totalmente integrada à rede da prefeitura, o que automatizou e agilizou todos os processos que demandam a utilização da informática. Para isso foi desenvolvida uma interface gráfica baseada no QVWM, personalizada, observando as necessidades e funcionalidades que devem ser utilizadas pelos usuários, melhorando a adaptação para a nova filosofia. “Todos os servidores foram migrados, várias estações são somente GNU/Linux, nosso provedor é todo Livre e temos pelo menos um computador em cada secretaria com este tipo de plataforma. Vale lembrar, que toda a secretaria de Guarda e Trânsito está trabalhando em Software Livre, desde o servidor até as estações de trabalho”, explica Vinícius. Outro fator importante no processo de migração da prefeitura de Rio das Ostras para o Linux foi o reaproveitamento de máquinas condenadas à obsolescência. Com a adoção do software livre, foi possível fazer um reaproveitamento, de, aproximadamente, 10 computadores antigos para um dos projetos da Secretaria de Bem-Estar Social, chamado “Um Bem Maior”, que capacita menores entre 14 e 17 anos oferecendo conhecimento ITI/SOFTEX 120 profissional. Neste local também são ministrados cursos para a comunidade, promovendo a inclusão digital. Como novos projetos, a prefeitura tem: OpenOffice em alguns equipamentos para uso interno, a fim de sanar todas as dúvidas antes de passarmos para os usuários; melhoria da interface personalizada, inclusive com gerenciador de arquivos em Web; e alguns aplicativos sendo desenvolvidos em PHP + PostGreSQL e também em StarOffice + PostGreSQL. “Utilizamos o Sistema Operacional Linux nos servidores de arquivos, web, banco de dados, além de 20% das nossas estações de trabalho espalhadas pelas Secretarias Municipais e 40% do total de equipamentos com StarOffice nas estações de trabalho”, diz Vinicius, que também afirma que foi possível implementar uma solução de servidor proxy com Linux, na qual diversas secretarias utilizam um computador Linux e uma linha telefônica. Economia gera benefícios à população A utilização dos recursos Muitas prefeituras podem apenas enxergar os benefícios econômicos proporcionados pelo Software Livre, no entanto, em Rio das Ostras, a equipe de informática da Prefeitura percebeu que tão importante quanto a vantagem financeira eram os recursos que conseguiria implementar sem a necessidade de adquirir mais softwares. “Ao deixarmos de adquirir novas licenças em 2001 e 2002 obtivemos uma economia em torno de R$600 mil, além da vantagem de buscar novas soluções livres como o Qcad, o PostgreSQL e o PGAccess, permitindo um planejamento com mais liberdade”, afirma Vinícius. Com a economia, o município poderá viabilizar a montagem de dois laboratórios, um para atender aos funcionários da Prefeitura na capacitação e inclusão digital, utilizando software livre, e o segundo para oferecer cursos de informática para menores carentes e para a comunidade, também com a mesma plataforma. “Vale lembrar que estamos em processo de compra de 5 totens para acesso a Internet. Está sendo estudada a possibilidade de aquisição de uma unidade móvel com computadores, e para o orçamento do próximo ano, a construção de um imóvel para acesso à Internet e utilização das tecnologias, objetivando ampliar o nosso processo de inclusão digital”, destaca. Nos anos de 2001 e 2002, os investimentos foram mais voltados às áreas de Obras, Saúde e Educação, secretarias estas que receberam cerca de 136 computadores. Para Vinicius, a maior vantagem para as equipes de informática das prefeituras é a liberdade que o Software Livre proporciona de poder estudar, criar, desenvolver e apresentar soluções ITI/SOFTEX 121 que antes só eram possíveis com ferramentas estáticas e proprietárias. “É muito bom resolver os problemas, integrar e modificar os programas, adequando-os perfeitamente às necessidades dos usuários”, salienta. Ele acredita que os gestores deveriam questionar os seus contribuintes como e em que os recursos públicos deveriam ser investidos. “Para um munícipe é melhor que seja investido R$ 1.600 em livros ou remédios do que em um software. Afinal, os gestores públicos devem aplicar naquilo que é mais econômico e eficiente”, finaliza. A equipe de informática da prefeitura de Rio das Ostras desenvolveu uma interface gráfica baseada no QVWM. ITI/SOFTEX 122 3. Prefeitura de Porto Alegre (RS) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 7/10/1809 489 1371082 2.744,58 hab/Km² 0,865 956486 14.688.631.102 O entrevistado foi o Assessor de Projetos Especiais da empresa de Processamento de Dados da Prefeitura de Porto Alegre – PROCEMPA. O entrevistado é engajado e militante no movimento de software livre no Brasil. O município de Porto Alegre e a PROCEMPA, como empresa de tecnologia de informação (TI) do município de Porto Alegre, está sujeita as leis do setor público municipal, o que inclui a Lei n° 8.881 de Janeiro 2002 que regulamenta o uso de software livre no município. O Estado do Rio Grande do Sul possui a LEI N.º 11.871/02, que dispõe sobre a utilização de programas e sistemas de computador abertos pela o Estado do Rio Grande do Sul. Por unanimidade o STF (Supremo Tribunal Federal) deferiu em 15 de abril de 2004 a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada em novembro passado pelo PFL - Partido da Frente Liberal contra a lei 11.871/02 do Rio Grande do Sul que indicava a preferência do uso e adoção de software livre pelo estado. O município tem grande porte populacional, gestão partidária é PT e informática está na pauta do prefeito. Os recursos e infra estrutura são abundantes devido a cobrança de royalties pelo uso da terra por empresas privadas de infra-estruturas públicas. O município é altamente politizado, a educação é informatizada e conta com orçamento participativo A prefeitura desde 1998 trabalha com software livre para o gerenciamento de rede além de ser o maior contrato com a Microsoft no Estado. Conta com recursos abundantes para a Informática e a equipe técnica atual conta com 300 funcionários sendo 2/3 desenvolvedores. A infra estrutura está sob responsabilidade da equipe interna e esta equipe é contratada para treinamento de usuários de empresas externas. O ambiente como um todo é heterogêneo. Todos os desktops são SL. A empresa tem legado. ITI/SOFTEX 123 Após a entrada de um dos líderes do movimento SL na empresa no ano 2003 a migração ganhou um ritmo mais acelerado. Proposta de implementação do Software Livre foi defendida baseada em ideologia, custos e técnica. A empresa utilizou inicialmente a distribuição da Conectiva que em seguida foi substituída pela distribuição Debian considerado mais conservadora e mais estável. Quanto as Dificuldades/Riscos de implantação foram citadas a questão jurídica, dificuldade técnica de migração do legado, processos de contratação que inviabilizam a participação pequenas empresas nas licitações provocando um intervalo entre a decisão e a implementação. As vantagens/Fatores para o Sucesso foram considerados o redirecionamento de recursos não gastos com licenças para a inclusão digital e a capacitação e conscientização do funcionário. A EMPRESAS NO SITE Conceituação A definição de software livre amplamente aceita pela comunidade é a oferecida pela Free Software Foundation: Software livre se refere à liberdade que o usuário tem para executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e melhorar software. Quatro itens devem ser considerados: Liberdade em executar o software em qualquer circunstancia; Liberdade em estudar como o software funciona com possibilidade de adaptá-lo as suas necessidades, Liberdade para distribuir cópias e Liberdade em melhorar o software e disponibilizar sua versão ao público, para benefício de toda a comunidade. É exigido que os fontes deste novo trabalho também sejam fornecidos. Uma observação importante é de que software livre não quer dizer necessariamente software gratuito. Existem inúmeras formas de licenciamento utilizadas pelas organizações e desenvolvedores de software, causando dificuldade de entendimento e confusão quando falamos de software livre. Com a finalidade de esclarecer algumas das formas de distribuição de software mais usuais, são apresentados abaixo seus conceitos: GPL (General Public License): É a licença que adota o conceito de software livre descrito anteriormente, respeitando as quatro liberdades apontadas. Também estabelece e estimula o uso do conceito de copyleft, onde os software gerados utilizando a licença GPL devem também reproduzir e manter as liberdades apontadas; Open Source: Apesar de ITI/SOFTEX 124 manter basicamente os mesmos conceitos de software livre apresentados, representa um movimento diferente do software livre definido pela Free Software Foundation. Estabelece que o código fonte da aplicação seja disponibilizado, possibilitando a alteração e distribuição do mesmo, sem restrições de como serão utilizados estes fontes; Freeware: É o software gratuito, onde o código binário é disponibilizado sem nenhum pagamento de licença; Shareware: Permite o download do software gratuitamente, mas para obter uma licença de uso deve-se remunerar o autor; Proprietário: O software proprietário estabelece restrições quanto às liberdades apontadas anteriormente para o uso e distribuição, variando as condições dependendo do fornecedor. O que é Software Livre para a PROCEMPA Quando é estabelecida uma estratégia de adoção mais efetiva de software livre é importante ter claro qual o conceito será adotado e que tipo de software será aceito em projetos que sigam esta linha. A PROCEMPA, como empresa de tecnologia de informação (TI) do município de Porto Alegre, está sujeita as leis do setor público municipal, o que inclui a Lei n° 8.881 de Janeiro 2002 que regulamenta o uso de software livre. O ponto de partida, portanto, é o estabelecido na lei que, entre outras determinações, estabelece o uso preferencial de software livre (vide anexo 1, incluindo a Lei na sua integra). Nos casos onde não for possível a adoção de software livre em seu conceito mais amplo, pode-se adotar as seguintes alternativas, considerando-as em uma escala hierárquica de critérios: Sofware Livre (GPL ou compatível), Open Source, Freeware, Proprietário multiplataforma (com suporte a plataforma livre) e Proprietário. Inventário Com o objetivo de apontar as iniciativas em software livre já existentes na PROCEMPA, levantamos de forma resumida os diversos projetos com suas características básicas. Projetos utilizando Software Livre: Informatização da rede escolar ITI/SOFTEX 125 Atingindo atualmente 27 escolas de ensino fundamental e 10 de educação infantil e em processo de ampliação para as demais escolas. Toda a infra-estrutura de servidores e estações utiliza software livre, englobando serviço de correio eletrônico, hospedagem de páginas das escolas, servidores de arquivo, serviço de acesso a Internet e software necessários ao trabalho das estações cliente. Público: alunos, professores e demais servidores municipais e comunidade em geral, Usuário: SMED, Áreas de atuação :Infraestrutura e estações cliente. Software utilizados: Nas estações: Linux Conectiva, interface KDE, OpenOffice, Netscape, interface web para correio e nos servidores: Linux Redhat, Sendmail, Squirrel, OpenLdap, Squid. Hospedagem de páginas e aplicações em plataforma livre Servidores web de desenvolvimento e produção para suprir demandas de aplicações da PMPA e PortoWeb. Público: Intranet e Internet, Usuário: PMPA e PortoWeb. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Apache, PHP, Zope. Hardware utilizado: Xeon (2x) 1Ghz, com 512 Mbytes de memória e 120 Gbytes de disco Relatórios gerenciais de acessos a Sites Público Público: Desenvolvedores dos sites PMPA e PortoWeb. Usuário: PMPA e PortoWeb. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Webalazer. Mapas de Porto Alegre na Internet (Geoprocessamento) Público: Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Softwares utilizados: MapServer, PHP, JavaScript. Telecentros Destaque para o telecentro utilizando equipamentos sucateados, de pouco poder computacional. Além deste, atualmente todo telecentro possui 3 equipamentos com dualboot (Linux e Windows). Público: Comunidades de Porto Alegre. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura e estações cliente. Software utilizados: Linux Redhat com LTSP para rede de equipamentos reciclados e Linux Conectiva para as estações com dual-boot. Hardware utilizado: 486 com 16 Mbytes de memória e sem disco (para projeto "sucata") Fórum Social Mundial 2003 Instaladas um total de 586 máquinas com Linux, além da estrutura de 3 servidores para acesso a Internet e hospedagem das páginas do fórum. Desenvolvimento e manutenção de aplicações para Fórum (inscrições, relatórios). Público: Participantes do Fórum e ITI/SOFTEX 126 Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura, desenvolvimento e estações cliente. Software utilizados: Nas estações: Linux Redhat, utilizando interface Gnome e navegador Mozilla. Nos servidores: Linux Redhat, squid, NAT, ApacheDesenvolvimento: PHP e MySQL Infra-estrutura de correio eletrônico Infra-estrutura de correio eletrônico incluindo serviços de armazenamento e envio (SMTP), recebimento de mensagens (POP) e listas de discussão em 3 servidores corporativos. Público: Usuários de correio PortoWeb e PMPA. Usuário: PortoWeb e PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Sendmail, Popper, ListProc. Hardware utilizado: Xeon (2x) 1Ghz, com 512 Mbytes de memória e 120 Gbytes de disco. Serviços de segurança de informações Serviços de segurança de informações incluindo estrutura de 3 servidores firewall, serviços de detecção de intrusos (IDS) e verificação de vulnerabilidade. Público: Intranet e Internet. Usuário: PMPA. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Informação de uso interno. Sistema CADUNICO Cadastro Único do Governo Federal - Caixa Econômica federal. Público: FASC e UFGRS. Usuário: FASC. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Software utilizados: PHP e MySQL Sistema de inscrições do Fórum de Autoridades Locais Público: Internet. Usuário: GP. Áreas de atuação: Desenvolvimento. Software utilizados: PHP e MySQL. Participação no Projeto Software Livre RS Os objetivos do Projeto de Software Livre RS são: disseminação de cultura, debates, publicações, projetos cooperados, treinamento compartilhado e evento Fórum Internacional de Software Livre (FISL). Público: Empresas públicas e privadas, organizações e grupos de usuários. Usuário: Não se aplica. Áreas de atuação: Não se aplica. Software utilizados: Não se aplica. ITI/SOFTEX 127 Interligação de redes através de servidores Linux Interligação de redes através de servidores Linux fazendo roteamento, firewall, proxy, NAT e redirecionamento de tráfego. Público: Redes da Infovia. Usuário: DHB, CPERS, TechMold, Prefeitura de Canoas. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Iptables, FreeSWan, Squid. Hardware utilizado: Pentium 100 com 16 Mbytes de memória e 1 Gbyte de disco. Roteadores utilizando Linux e interfaces PC300 (serial síncrona) Atualmente 33 máquinas nas escolas e postos de saúde da PMPA. Público: Redes da Infovia conectadas por linha de dados serial (Brasil Telecom ou GVT). Usuário: SMED e SMSÁreas de atuação:Infra-estrutura. Software utilizados: Linux, CBQ, Iptables. Hardware utilizado: Equipamentos da empresa WDN Roteadores utilizando Linux e interfaces ethernet com conversores para fibra ótica Atualmente utilizado por duas máquinas no Banrisul e três máquinas na Procuradoria Geral da Justiça. Público: Redes da Infovia conectadas por fibra à 10/100 Mbps. Usuário: Agências e postos do Banrisul e Procuradoria Geral da Justiça. Áreas de atuação: Infraestrutura. Software utilizados: Linux Redhat, Iptables, FreeSWan, Squid. Hardware utilizado: Pentium 100 com 16 Mbytes de memória e 1 Gbyte de disco. Serviço de rádio / roteador, baseado em Linux Serviço de rádio / roteador, baseado em Linux, com serviço de proxy e firewall. Atualmente utilizado na interligação da rede da Prefeitura Municipal de Alvorada, com dez servidores Linux e um servidor central. Público: Rede da Infovia que necessitam conexão via rádio. Usuário: Prefeitura Municipal de Alvorada. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat, CBQ, Squid, Iptables. Hardware utilizado: Pentium 100 com 64 Mbytes de memória e 2 Gbytes de disco. Placas de rádio PCMCIA. Interligação de redes privadas virtuais (VPNs) Atualmente a interligação da rede corporativa do cliente Bortoncello utiliza este serviço, com oito servidores Linux e um servidor central como VPN central, firewall, mail relay e roteador. Público: Redes Infovia que necessitam VPN. Usuário: Bortoncello. Áreas de atuação: Infra-estrutura. Software utilizados: Linux Redhat / Conectiva, Iptables, ITI/SOFTEX 128 FreeSWan, Sendmail, Redir. Hardware utilizado: Pentium 100 com 16 Mbytes de memória e 1 Gbytes de disco. ITI/SOFTEX 129 ITI/SOFTEX 130 4. Prefeitura de Viamão (RS) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1741 1.494,2 16.198 130,56 hab/Km² 0,691 12.445 278 106 O entrevistado foi o Secretário Municipal da Administração. A cidade de Viamão está localizada a 10Km da cidade de Porto Alegre. O município não tem Lei de priorizarão de uso dos software livre no serviço público. O entrevistado tomou conhecimento do software livre em um congresso de produtos de software para empresas públicas. Após a verificação da pertinência do uso de soluções livres na prefeitura o entrevistado então se ocupou da difusão e implementação na prefeitura. O município tem pequeno porte populacional a gestão partidária é PT e os recursos financeiros são escassos. Atualmente a prefeitura conta na sua equipe técnica com 1 analista de sistemas, 1 analista nível superior e terceiriza os serviços de manutenção de hardware. O grau de informatização antes da utilização de Software Livre era precário e a prefeitura foi vítima do aprisionamento tecnológico dos dados por parte da empresa que prestava serviços de implementação e manutenção de produtos de software. Atualmente a prefeitura conta com 170 micros sendo 130 em rede. O legado é a Novell na rede. A prefeitura recebeu em doação 80 máquinas do TRT que pretende equipar com software livre, Linux no sistema operacional e OpenOffice como aplicativo de produtividade. A meta e montar um laboratório de treinamento para funcionários. As Dificuldades/Riscos de implantação foram a resistência para aprovação dos gastos por parte do prefeito e a preocupação com a segurança física dos servidores. Uma dificuldade importante foi a barreira imposta pelos servidores para a migração dos desktops de proprietário para livre. ITI/SOFTEX 131 As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram apontadas a possibilidade de desligamento da empresas que prestava serviços para a prefeitura a um custo suportável pelo orçamento existente e a possibilidade da prefeitura submeter um projeto ao PMAT que tem como meta o recadastramento imobiliário para aumento de arrecadação. O projeto é de R$ 2 milhões e foi aprovado. ITI/SOFTEX 132 5. Prefeitura de Belo Horizonte(MG) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1897 331 2.238.526 6.762,92 0,839 1.573.635 23.329.539.880 Os entrevistados foram o Assessor da Diretoria de Relações Institucionais e um Analista de Sistemas e Educador, ambos da Empresas de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (PRODABEL). Os dois entrevistados, são engajados no movimento de Software Livre sendo que o segundo é um dos mantenedores do PSL-MG e desenvolvedor do Libertas. O município não conta com lei de priorizarão de uso dos software livre no serviço público., tem grande porte populacional, a gestão partidária é PT e a informática está na pauta do prefeito. A PRODABEL e a própria prefeitura mostram uma habilidade ímpar para captação de recursos via linhas de financiamentos do governo. O orçamento da prefeitura é de R$ 2,2 bilhões. Os recursos para Informática são abundantes e da ordem de R$ 30 milhões julho 2003-julho 2004. Desde 1995, a Prefeitura de Belo Horizonte, através da PRODABEL, utiliza software livre nos servidores de Internet, equipamentos que disponibilizam páginas Web da administração municipal, armazenam as caixas postais dos servidores públicos e permitem acesso, via rede telefônica, à Rede Mundial de Computadores. Tem implantado o Projeto Internet Cidadã, onde são três os Centros de Internet Cidadã, que oferecem acesso gratuito ao público, concebidos na plataforma GNU/Linux. Na PRODABEL aproximadamente 70% de todos os serviços do ambiente de produção em servidores da Rede Municipal de Informática (RMI) usam o sistema operacional Linux (a maioria dos servidores Internet 90%, ex: correio eletrônico, servidores web). Quanto às estações clientes (desktops), 15% delas utilizam o Libertas Desktop Linux como sistema operacional. ITI/SOFTEX 133 A PRODABEL opta por não desenvolver todos os aplicativos demandados, utilizando assim parcerias com universidades tais como UFJF, UFMG, UFSC , empresas públicas e terceiros. A competência atual da PRODABEL é especificar, orientar, desenvolver e/ou comprar soluções para as diversas secretarias do município. A equipe técnica atual conta com 403 funcionários com competência em infra estrutura e treinamento ao usuário. A empresa tem um financiamento de R$ 22 milhões com o PMAT para e-gov, o Sistema Tributário e Urbano (SIATU), ramais telefônicos e SAC. O projeto para o PMAT tem foco na melhoria da arrecadação e no aumento de capacitação e modernização administrativa. Não submeteram projetos ao PNAFM. Outros financiamentos da prefeitura são FAPEMIG com 3 projetos aprovados de 6 apresentados (SL era pré condição para apresentação do projeto), CNPq com 1 projeto aprovado – Libertas BR (SL), FINEP com 1 projeto aprovado – Gestão Integrada de Redes Metropolitanas (SL). A implantação de SL na prefeitura se iniciou com o conceito de redes, o uso da Internet e do correio eletrônico. A opção era por funcionalidade e foi uma decisão da área técnica. Não havia aspecto ideológico e sim uma busca de soluções que atendessem às necessidades de redução de custo. O Libertas iniciou com o desenvolvimento para desktops para se adequar ao Fust, recurso que não foi disponibilizado. Realizaram levantamento dos software que eram mais utilizados na rede pública e detectaram a suite de escritório, o editor de texto e o browser. A equipe já tinha conhecimento de utilização SL em servidores e começou a trabalhar os desktops. Em 2001 lançaram um piloto em duas escolas com doação de equipamentos (computador popular). No início não havia uma metodologia clara mas a medida que o projeto evoluía a metodologia foi se consolidando. Os professores das escolas se ambientaram e passaram a participar do processo, solicitando cada vez mais aplicativos. Hoje utilizam SL: 6900 micros, 3900 impressoras, 138 servidores, 815 equipamentos em rede distribuídos. São 57 escolas com acesso a Internet e em rede. Até julho pretendese atingir 187 escolas. A plataforma Libertas é 33% mais barata do que a convencional. Uma demanda do prefeito da época era usar Microsoft nos laboratórios porque ele acredita que o usuário deve ter acesso às ferramentas do mundo proprietário também. A parceria com a Microsoft se dá: na forma de 1 Centro de Desenvolvimento Tecnológico (Prefeitura + Universidade + Microsoft + outros) e doação equipamentos em 2000 pelo BB onde a Microsoft doou a licença de software para esses equipamentos. ITI/SOFTEX 134 As dificuldades/Riscos de implantação aconteceram inicialmente porque não atentaram para a sensibilização do usuário e enquanto não utilizaram interface amigável havia muita dificuldade de implementação. As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram os bom conhecimento do assunto na empresa, as secretarias demandavam soluções menos caras, criação de um piloto que deu certo, o Libertas um cartão de visitas, vontade política e a participação do usuário nos processos de migração. A PREFEITURA NA MIDIA A PRODABEL tem como principais atribuições: • especificação, desenvolvimento e manutenção de sistemas que apoiam a execução das diversas políticas públicas sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte, em sintonia com o modelo de gestão da administração municipal; • manutenção do mapeamento urbano, em meio digital e em papel, do município de Belo Horizonte. Este trabalho é realizado a partir da combinação de coleta, análise, depuração, preservação e disseminação de dados geográficos que representam o espaço urbano. Utilizando a tecnologia de geoprocessamento, a PRODABEL gera um acervo de informações que, além de facilitar a elaboração de mapas e a sobreposição de imagens, fornece subsídios à fiscalização e arrecadação tributária e serve também de base para projetos nas áreas de educação, saúde, segurança pública, planejamento, limpeza urbana, patrimônio, cultura e meio ambiente; • planejamento, manutenção e operação da Rede Municipal de Informática (RMI), infraestrutura que, gradualmente, vem integrando os diversos locais de funcionamento da Prefeitura de Belo Horizonte, com o suporte de uma rede de atendimento única; • capacitação dos servidores da Prefeitura e dos próprios funcionários da empresa em tecnologias de informação e comunicação, tendo como premissa o uso pleno dos recursos computacionais instalados. Desde 1996, o programa de capacitação vem mantendo média de horas/aula da ordem de 20.000/ano; • realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento em Tecnologia da Informação e Comunicação aplicadas ao ambiente público municipal, diferencial que permite a qualificação de decisões em projetos e atividades críticas da empresa; ITI/SOFTEX 135 • As atribuições da PRODABEL refletem o direcionamento inovador que a Prefeitura de Belo Horizonte vem dando à informática pública e têm sido executadas por um quadro funcional composto, hoje, por 426 profissionais . Sempre que possível, as iniciativas da PRODABEL envolvem trabalho colaborativo com ONGs e outras instituições públicas, sendo este um princípio institucional praticado nas várias linhas de atuação da empresa. Desde 1995, a Prefeitura de Belo Horizonte, através da PRODABEL, utiliza software livre nos servidores da Internet, equipamentos que disponibilizam páginas Web da administração municipal, armazenam as caixas postais dos servidores públicos e que permitem acesso, via rede telefônica, à Rede Mundial de Computadores. Também já implantado, e com efetividade e eficiência, o Projeto Internet Cidadã, onde são três os Centros de Internet Cidadã, que oferecem acesso gratuito ao público, concebidos na plataforma GNU/Linux. Estão eles no Centro de Cultura de Belo Horizonte (rua da Bahia), na Escola Profissionalizante Raimunda Soares (Pedreira Padre Lopes) e na Escola Municipal Milton Campos (Venda Nova). Software livre na Prefeitura de Belo Horizonte, é uma realidade concreta. Hoje aproximadamente 70% de todos os serviços do ambiente de produção em servidores da Rede Municipal de Informática (RMI) já usam o sistema operacional Linux (A MAIORIA DOS SERVIDORES INTERNET 90%, ex: CORREIO ELETRÔNICO, SERVIDORES WEB). Quanto às estações clientes (desktops), 15% delas já utilizam o Libertas Desktop Linux como sistema operacional. E com projeto de inclusão digital da PBH nas Escolas Públicas, este número aumentará muito em estações-cliente(desktops). A PRODABEL deve apresentar soluções fora do eixo capitalista-monopolista da informática mundial, não se permitindo atuar como mera repassadora e usuária de programas alternativos. Como empresa de tecnologia e, por atribuição, empresa de informática e informação, deve saber apropriar-se desses princípios de produção e uso de Software Livre para se apresentar, com suas capacitações, à comunidade de informática com um dos intervenientes capazes de transformar a realidade imposta pelo Software proprietário. Mais do que uma questão de sobrevivência, torna-se uma questão estratégica para a empresa, visto que a tendência das empresas de tecnologia é mostrar resultados com maior produtividade e menor aporte de investimentos, situação propícia para a incorporação de programas abertos na Administração Municipal e que identifique claramente Belo Horizonte como cidade aberta à tecnologia não-proprietária e sintonizada ITI/SOFTEX 136 com o desenvolvimento tecnológico mundial e participação no avanço das tecnologias a serviço da cidadania.' O uso de Software Livre na Rede Municipal de Informática da Prefeitura de Belo Horizonte- PBH é feito de forma gradual e crescente há quase uma década. Está em conformidade com os princípios de independência de fornecedor exclusivo e incorporação qualificada e responsável de inovações tecnológicas no ambiente de informática da PBH, premissas institucionais adotadas pela PRODABEL desde 1.993. A primeira iniciativa nesta linha foi implementada com o uso do GNU/LINUX para suprir as funcionalidades de sistema operacional no servidor de Internet da PBH, em 1.995. Desde então, diversos outros usos foram pesquisados e implementados, permitindo benefícios como economia progressiva de despesas com licença de uso de software proprietário, aumento de níveis de segurança e disponibilidade do ambiente. Em 2.001, com a ampliação da cultura em soluções livres acumulada a PRODABEL deu um novo passo, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais: o desenvolvimento de modelo para laboratório de informática para escolas públicas municipais- o LABFUST. Esta iniciativa, sintonizada com a Secretaria Municipal de Educação, está em uso piloto em duas escolas e permite uma ambiência plena para a aprendizagem com 100 % de programas livres e uso de microcomputadores populares. O sucesso deste projeto estimulou a elaboração do produto LIBERTAS, também 100 % desenvolvido com componentes de software livre e adequado para uso em qualquer estação de trabalho da Rede Municipal de Informática. O LIBERTAS permite, dentre outras funcionalidades, acesso a serviços da Internet, gerenciamento de escritório e uso de sistemas corporativos . Para ter uma visão mais detalhada dos diversos tipos de uso de Software Livre na PBH, veja a tabela a seguir, que deve ser lida com a ressalva de que, conforme dito anteriormente a substituição de produtos proprietários é feita de forma gradual . Assim sendo, em vários casos, os produtos livres abaixo relacionados ainda convivem com softwares proprietários similares. Camada Aplicação Produto Servidor Sistema Operacional GNU/LINUX Servidor Web Apache Servidor de Correio Eletrônico Sendmail Servidor de Proxy e Cache Squid ITI/SOFTEX 137 Cliente Resolução de Endereço IP (DNS) Bind Servidor de Aplicação e Servidor Web Jakarta- Tomcat Servidor de Aplicação Zope Firewall IPTable Controle Remoto de Estações de Trabalho em Rede VNC Monitoramento de Tráfego na Rede MRTG Gerenciamento de Tarefas de Escritório Open Office.org Sistema Operacional, Acesso a Serviços Internet, Gerenciamento de Escritórios e Sistemas LIBERTAS Corporativos Destaque-se que cada passo neste processo só foi possível com a colaboração de muitas outras instituições da comunidade de software livre: centros de pesquisa, ONGs, instituições de informática pública e mesmo do setor privado. Unidade Móvel de Inclusão Digital inicia capacitação de jovens em BH O Programa de Inclusão Digital da Prefeitura de Belo Horizonte deu início no dia 11 de maio, a mais um projeto que visa à ampliação do acesso da população às tecnologias de informação e comunicação. A Unidade Móvel de Inclusão Digital - Informática para Todos - irá capacitar, nesta primeira etapa, jovens de 14 a 24 anos, selecionados pela comunidade do Aglomerado da Serra, em conjunto com a Secretaria Municipal de Coordenação da Gestão Regional Centro-Sul. Em um mês, 252 jovens estarão aptos a receber os certificados de participação. Equipada com duas salas de aula , 14 microcomputadores interligados e conectados à Internet, videocassete e TV, a carreta de 14 metros de comprimento, ficará estacionada na rua Alípio Goulart, esquina com rua Capivari, no bairro Serra. Durante 15 dias, sempre a partir das 8 horas, e sob a coordenação da PRODABEL Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte - 126 alunos serão qualificados em Introdução à Microinformática , Acesso à Internet, Sistema Operacional, Editor de Textos e Editor de Planilhas . Ao final dessa etapa, novas turmas com outros 126 alunos serão capacitados pelos monitores da PRODABEL. ITI/SOFTEX 138 A carga horária de 20 horas, com duas aulas/dia, de segunda a sexta-feira, será avaliada pelos monitores nessa fase inicial do projeto . Os alunos receberão material didático e certificado de participação. Nos finais de semana, a comunidade terá acesso à Internet. Estão previstas também atividades recreativas e culturais. A Unidade Móvel de Inclusão Digital, que irá percorrer todas as regiões de Belo Horizonte, representa, para além do aprendizado tecnológico , a adoção de uma política de inclusão social, na medida em que possibilita aos jovens o contato com as novas tecnologias, ferramentas essenciais, hoje, no mundo do trabalho . Há cerca de cinco anos, a Prefeitura de Belo Horizonte vem investindo em projetos que tratam a inclusão digital com direito essencial do cidadão. Várias iniciativas em parceria com a sociedade civil, ONGs, empresas privadas e governos estão em funcionamento, em elaboração ou em execução, atendendo a diversos públicos. Alunos e professores da rede municipal de ensino, jovens e suas famílias, comunidades, trabalhadores da própria Prefeitura, dentre outros, integram esse universo. ITI/SOFTEX 139 ITI/SOFTEX 140 6. Prefeitura de Sobral(CE) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1773 2.129 155.276 73,25 hab/Km² 0,698 89.654 772.1789 O entrevistado foi o Programador de Suporte Técnico, lotado na Coordenadoria de Informática, que é ligada diretamente ao gabinete do prefeito com status de secretaria municipal. O município não conta com lei de priorizarão de uso do software livre no serviço público, tem médio porte populacional e gestão partidária PSDB. Existe na cidade uma ONG, Instituto de Comunicação e Informática que presta serviços em sua área da competência para a Prefeitura de Sobral e outras prefeituras da região. A ONG por exemplo, tem competência em elaboração de projetos para serem submetidos ao PNAFM e PMAT. A maior fonte de arrecadação é o IPTU. A prefeitura conta para o ano de 2004 com um orçamento de R$ 197.192.300,00 sendo que não há um orçamento específico para TICs. Em 1997 o atual prefeito assume a prefeitura de Sobral e trás consigo o conceito de informatização. A prefeitura contava na época com 18 computadores. Em 1999 começaram as experiências com Linux pois existiam funcionários que tinham algum conhecimento adquirido na Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Na época não existia o conhecimento de que se poderia adquirir hardware sem software algum. Para a escolha do sistema operacional a ser adotado experimentaram distribuições diversas. Optaram pela Slackware devido a sua estabilidade e segurança. A prefeitura conta hoje com 3800 funcionários. Hoje utilizam para desenvolvimento interno Dbase ( livre ), Linux ( livre ) e Delphi ( proprietário ),Php, MySQL, InterBase. A equipe interna tem capacitação adequada. Realiza desenvolvimento interno e conta com 5 aplicativos livre e mais 22 aplicativos desenvolvidos com plataforma mista para ambiente linux. A equipe da 9 em R$1000,00, fonte IPECE ITI/SOFTEX 141 prefeitura é responsável por sua própria assistência técnica com exceção da manutenção dos equipamentos HP e IBM. Esta assistência técnica se estende para todas as unidades administrativas ligadas a prefeitura. A prefeitura tem um sistema de compras de equipamentos de informática que permite que as aquisições sejam efetuadas sempre pela menor técnica e não menor preço. Quanto ao legado, alguns usuários continuam utilizando Microsoft pois necessitam trocar informações com o Governo Federal e realizar publicação com freqüência. A prefeitura submeteu um projeto ao PNAFM, que foi aprovado. O montante do valor aprovado é de R$ 1.070.100,00 . Foi reservado para TICs R$ 503.750,00 que deverá desenvolver, dentre outros, um aplicativo de Gestão Integrada. A prefeitura tem parceria com o BB para instalação de quiosques para utilização pública com Windows instalado. A justificativa utilizada para esta escolha é a do feedback positivo a favor do Windows. A proposta de implantação de software livre na prefeitura se deu considerando aspectos de custos e técnica, sem constrangimento político. Houve resistência difusa em áreas como educação, saúde e outras. As Dificuldades/riscos de implantação considerados pelo entrevistado foram referentes a migração do legado e o fato de que os aplicativos de produtividade, logo no início de seu uso não eram localizados para o Brasil. Em Vantagens/Fatores para o Sucesso foi citado o redirecionamento de recursos não gastos com licenças para melhoria do parque instalado. A prefeitura tem dois provedores de acesso sendo que um deles é de uso gratuito. A ASSESSORIA DE INFORMÁTICA NO SITE HISTÓRICO DA ASSESSORIA DE INFORMÁTICA Foi implantada em 1997 no primeiro ano de gestão do atual prefeito, incentivada pela experiência que o prefeito havia adquirido quando presidiu à Assembléia Legislativa do Ceará, anos antes. Como primeiras ações no âmbito da tecnologia da informação, determinou a instalação de um provedor corporativo de acesso a Internet, colocando a administração municipal na era da globalização, e a aquisição de 25 novos microcomputadores e 2 servidores de arquivos. Embasado na sua experiência, manteve os olhos voltados para a qualidade dos equipamentos, fator crucial para o único funcionário de informática da época definir as ITI/SOFTEX 142 especificações técnicas. Logo começou a crescente procura de todos os secretários pela informática. Surge a necessidade de contratação de pessoal. Foram celebrados alguns contratos de mão-de-obra especializada. As atividades da Prefeitura tornam-se cada vez mais organizadas e, por conseqüência, precisam de mais tecnologia para fazer bem feito. Daí em diante, adquirir novos computadores passou a ser rotina para todos os departamentos, até estarem adequadamente estruturados. Novas tecnologias foram se incorporando às atividades antes executadas manualmente, agilizando processos, garantindo a integridade das informações e permitindo maior acesso de quem precisa delas. No ano seguinte, 1998, houve o primeiro concurso público, cujo cargos de programador de computador e analistas foram ocupados por 2 profissionais, iniciando-se assim, o quadro de pessoal da Assessoria de Informática. Ao longo do tempo, diversas atividades foram implantadas, tais como: • a rede local de computadores, interligando todos os equipamentos do paço municipal; • a sistemática de uso de impressoras WORK- GROUP; • a implantação de uma malha de 42Km de fibra óptica, em parceria com a TELEMAR, contemplando a maior rede de comunicação digital do interior do estado; • a implantação de dois laboratórios de informática– Centro de Ciências e Línguas Estrangeiras; • a criação de laboratórios de informática em seis das maiores escolas públicas municipais com doze computadores cada um; • a informatização da diretoria de todas as noventa e duas escolas públicas municipais, incluindo os distritos; • a unificação do processo de matrículas escolares, através do uso de sistema informatizado; • a rede via rádio, que integra alguns dos órgãos da administração pública localizados fora do paço municipal; • a instalação de um provedor gratuito de acesso a Internet, democratizando o uso desse recurso, tornando possível a globalização atingir a quase todos os cidadãos sobralenses, bem como aos moradores de cidades circunvizinhas; • a implantação de dez câmaras de vídeo para monitoramento do Patrimônio Histórico ITI/SOFTEX 143 Nacional de Sobral, interligadas através de fibra óptica. PRINCIPAIS ATIVIDADES Internet Grátis Objetivo: disponibilizar acesso gratuito à Internet a todos os cidadãos do município de Sobral e cidades circunvizinhas. Números: 10.070 (até abril de 2003) usuários cadastrados; 60 conexões simultâneas de acessos disponíveis; tempo de uso – 2 anos.. Suporte Técnico: 8 às 22h, 7 dias por semana. Site: www.sobral.org. Vantagem: Democratização do acesso à Internet. Rede Local e Internet Via Rádio Objetivo: integrar, através da comunicação digital, todos os órgãos da administração fora do Paço Municipal. Números: 14 Pontos de acesso; 63 Computadores beneficiados. Vantagem: Baixo custo, agilidade, velocidade e portabilidade. Suporte Técnico Objetivo: assistência de software e hardware a todos os equipamentos e usuários da PMS incluindo todas as secretarias e outros órgãos localizados fora do Paço Municipal. Números: 659 computadores, 300 impressoras, mais de 1000 periféricos e Câmaras de Monitoramento da cidade; Média de atendimento mensal: 107 equipamentos; Pessoal: equipe de 05 técnicos (sendo 03 concursados e 02 terceirizados) e 02 estagiários. Logística disponível: sala do suporte no 1° andar, 01 veículo com rádio, 01 motocicleta, 03 rádios de comunicação e ferramentas. Benefícios: Significativa redução de custos em relação a assistência técnica externa; manutenção preventiva e corretiva mais eficiente e rápida. Desenvolvimento de Software Objetivo: Informática dos processos administrativos, priorizando o uso de plataformas de software livre (LINUX, KYLIX, INTERBASE,etc...). Números: Mais de 20 sistemas administrativos desenvolvidos pela equipe de programadores e analistas. Todos os softwares são de propriedade da Prefeitura; Pessoal: equipe formada por 07 profissionais (sendo 05 concursados e 02 comissionado). Sistemas: IPTU; Patrimônio; Controle da Frota de Veículos; Controle de Zoonoses; Almoxarifado; Bolsa de Compras; Fiscalização de Obras; Ocorrências da Guarda; Disque Idoso; Controle de Moto-Táxi; Gerência da Habitação; Administração Escolar, Protocolo, Sistema de Defesa Civil, dentre outros. ITI/SOFTEX 144 Logística disponível: documentação impressa e on line, linguagens de programação Delphi, PHP, Access, Pascal HTML e Java Script, bancos de dados INTERBASE, ACCESS, MYSQL, POSTGRESQL, servidores de armazenamento de dados e 04 microcomputadores. Vantagem: Desenvolvimento de sistema com propriedade autoral para o município; economia para o município em virtude do uso de Software livres; maior interação entre desenvolvedores e usuários permitindo sistemas mais customizados. PRODUTOS E/OU SERVIÇOS Da Administração de Rede Local e Internet Corporativa • Implantação da nova interface de escrita e leitura de e-mails via WEBMAIL; • Implantação do sistema de HELPDESK para administração das atividades do suporte; • Implantação do FIREWALL (sistema de segurança da rede local); • Implantação do PROXY (sistema de segurança de rede local); • Implantação do filtro para e-mails da interface via Web, evitando, entre outras coisa, a recepção de e-mails infectados com vírus; • Implantação da interface via Web do sistema de Compras de Sobral. • Hospedagem de Páginas Eletrônicas (HOME PAGE) Do Desenvolvimento de Software • Sistema de Call Center: Ativo (com pesquisas de opinião; consultas a população; convite) ; Passivo (Fala Cidadão - serviço de 0800 que dá possibilidade ao sobralense de opinar sobre a administração municipal) e Mala Direta (Envio de impressos e atualização de dados -que possui 10.000 cadastros telefônicos e 4.000 cadastros de endereços).Todos esses sistemas desenvolvidos por técnicos da Prefeitura; • Sistema de Controle da Frota de Veículos; • Sistema de Controle dos Cemitérios; • Sistema de Controle de Zoonoses; • Sistema Fala Cidadão – interface via Web; • Bolsa de Compras de Sobral – interface desktop desenvolvida em Delphi; • Banco de Livros Didáticos; • Sistema de Cadastro Multifinalitário do IPTU; • Sistema de Controle de Eventos; ITI/SOFTEX 145 • Sistema de Controle dos Bens e Patrimônio; • Sistema Gerencial de Infrações de Trânsito (JARI); • Sistema de Fiscalização de Obras; • Sistema de Almoxarifado; • Sistema de Ocorrências da Guarda; • Sistema Disque Idoso; • Sistema de Controle de Moto-Táxi; • Sistema de Administração Escolar; • Sistema de Gerência da Habitação; • Sistema de Helpdesk • Da Organização Administrativa • Atendimento a visitantes; • Controle de ligações telefônicas; • Agendamento das atividades do pessoal da informática; • Manipulação de imagens e fotografias. • Criação do Info Digital – Boletim informativo diário da Informática • Aplicação do Programa 5S NA MÍDIA EM SOBRAL, O WINDOWS VOOU PELA JANELA (10/04/2004) http://www.noolhar.com/opovo/colunas/politica/354795.html O software livre é uma ótima idéia. Vale uma sugestão para o Palácio do Planalto: o Governo Federal deveria enviar emissários para conhecer a experiência de Sobral. Não haveria nem sequer constrangimentos políticos. Afinal, Sobral é administrada por um grupo político fiel a Lula. Lá, a experiência com o software livre começou em 2001. Lá, o Linux impera nos seis servidores da Prefeitura. O Windows foi defenestrado pela janela. A Prefeitura também implantou outra plataforma de trabalho no lugar do Office (Microsoft). É o Open Office. Livre, acessível, grátis e com a mesma eficiência do Office, o programa que custa R$ 1.400,00 por computador pela licença de uso. Os 180 computadores da sede da Prefeitura estão com o Open Office. Outros 840 computadores de mesa espalhados pelas escolas públicas, postos de saúde e outros órgãos da administração municipal também já trabalham com o Open Office.. São mil computadores. Economia: 1,4 milhão. Isso, sem levarmos em conta a necessidade de pagar pelas atualizações. Juntando com a bagatela de R$ 440 mil ITI/SOFTEX 146 economizada com o Linux, a economia chega a R$ 1,8 milhão. Com o Open Office, as atualizações também estão disponíveis sem custos. Trocando em miúdos, desde 2001, contribuinte de Sobral não envia Royalties para Bill Gates. UMA QUESTÃO DE CUSTO E DE SEGURANÇA A motivação econômica para o software livre está na cara. Mas há outra motivação tão importante quanto: segurança. O livre é seguro. O "outro", não. O coordenador de Informática da Prefeitura de Sobral, Francisco Carlos Soriano Morais, argumenta que os programas livres são usados por instituições como o Exército dos EUA e a Nasa exatamente por oferecer mais segurança. O técnico explica que até operações simples como a troca de mensagens via Internet não oferece nenhuma segurança fora do mundo do software livre. Ele cita o caso do Governo do Estado: "O Governo não usa o Linux em seus servidores. Optou pelo Windows XP. Não há garantia de que a troca de informações esteja livre da curiosidade de possíveis interessados". O mesmo vale para instituições públicas que atuam no setor financeiro e o próprio Governo Federal. Outro detalhe: o software livre é grátis, eficiente e ainda permite a autonomia tecnológica de quem os usa. É a hora do software livre Fábio Campos [10 Abril 02h58min 2004] O software livre não exige pagamento de royalties. Pode ser copiado, estudado e modificado livremente pelos usuários. O governo brasileiro vê no software livre, como o sistema operacional Linux, uma oportunidade de o País deixar de ser importador de tecnologia, passando também a desenvolvê-la. E uma boa notícia: a migração na administração federal já começou. Em 12 meses, cinco ministérios (Relações Exteriores, Minas e Energia, Educação, Cultura e Ciência e Tecnologia) têm como meta migrar todos os seus servidores e computadores de mesa para o sistema livre. A partir da experiência, será traçado um plano para adoção do software livre em toda a administração pública. "Um governo sério não usa software proprietário em missões críticas", disse Sérgio Amadeu da Silveira, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), órgão ligado à casa Civil. "Não há como auditar se o software proprietário realmente faz o que eles dizem que faz". O Linux é o principal concorrente do Windows, um software proprietário. O presidente do ITI não citou nominalmente a Microsoft, mas em várias ocasiões criticou uma "empresa monopolista, condenada pela Justiça em seu próprio país". A Microsoft acaba também de ITI/SOFTEX 147 receber um multa milionária da União Européia exatamente pelo sentido monopolista de suas ações. O governo federal destinou R$ 162 milhões, até 2005, para sua política de software livre. Entre 26 e 30 de abril, o governo vai treinar mil funcionários na tecnologia, em Brasília, sendo 100 no nível gerencial, 300 técnicos e 600 usuários finais. O deputado estadual Simão Pedro (PT) espera que seja votado ainda este ano seu projeto de lei que obriga a adoção do software livre pelo governo de São Paulo. Só em 2002, a administração direta estadual gastou R$ 10 milhões com licenças de software. A EDUCAÇÃO E O BBB DE SOBRAL Por falar em Sobral, a Prefeitura da cidade deu outra lição de bom uso de dinheiro público com sua publicidade de prestação de contas na área de educação. A peça está sendo veiculada nas TVs locais. Serve também como boa lição para o Governo Federal. Esteticamente correta, bem construída e com profunda identidade com o que de fato acontece na vida real. Agradável de ver e ouvir e com impacto sobre quem a assiste. Não precisou usar nenhum ator. Os estudantes são estudantes. Não precisou filmar em escolas de outras cidades. Não há estúdios. Não é uma obra de ficção como a propaganda em que o Governo Federal mostrava falsos beneficiados pelo programa de agricultura familiar. É o BBB de Sobral. Bom, bonito e barato. O Governo do Ceará também poderia se espelhar no caso sobralense. Suas frias peças aparentam falar de coisas que acontecem em Saturno. ITI/SOFTEX 148 ITI/SOFTEX 149 7. Prefeitura de Solonópole(CE) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1935 1434 16.198 11,79 hab/km2 0,691 12.445 24.07610 Os entrevistados foram o Prefeito da cidade e empresário em Fortaleza e São Paulo, sócio da empresa Liberty, de Fortaleza, uma filial da Brasil Informática de São Paulo e um cidadão de Solonópole e apoio técnico da empresa Liberty que presta serviços a prefeitura de Solonópole. O município conta com Lei 614/2001 que recomenda a priorizarão de uso do software livre no serviço público, tem pequeno porte populacional e gestão partidária PMDB. O município conta como única fonte de arrecadação os repasses do governo estadual e federal. A arrecadação com IPTU é mínima, a agricultura é de subsistência. A prefeitura conta para o ano de 2004 com um orçamento de R$ 6.000.000,00 sendo que não há um orçamento específico para TICs. Do orçamento são utilizados 30% em educação, 20% em saúde. A cidade tinha, no início da gestão, o maior índice de mortalidade infantil do país. Segundo o entrevistado 98% das crianças estão na escola e 80% das escolhas possuem laboratórios. O prefeito não reside na cidade. Quando do início da atual gestão a prefeitura não contava com uma área de informática. O parque computacional de resumia a 3 computadores Pentium 100. Em 2000, quanto o atual prefeito assumiu o mandato foi implementada a solução de software livre em Solonópole. A solução foi implementada 60% pela equipe da empresa Liberty, suporte, técnicos e parte do desenvolvimento, e 40% pela equipe da empresa Informática Brasil, que ficou com a implementação da parte técnica pesada. Dentre as primeiras decisões da prefeitura estava instalar Internet wireless em Solonópole. 10 em R$1000,00, fonte IPECE ITI/SOFTEX 150 A empresa do prefeito vem trabalhando com Linux há 6 anos. O foco da empresa era gestão contábil. A empresa desenvolveu a distribuição Common Linux que foi inicialmente e ainda é atualmente utilizada pela prefeitura. É uma distribuição do tipo next/next/finish ou seja, muito fácil de ser instalada. A distribuição conta com a suite de aplicativos de produtividade, aplicativos de mídia, e etc.. A distribuição é baseada no Red Hat. Após a instalação em Solonópole, a empresa vendeu para a Justiça Federal e está realizando projeto na prefeitura de Capuí. Apesar do prefeito ser um forte simpatizante de SL seria inviável pagar licenças de software e conseguir máquinas capazes de rodar tais software a fim de aumentar o número de pontos de acesso. A motivação para uso de SL foi ideológica e financeira. Após implantação percebeu-se os fatores técnicos de qualidade, segurança e liberdade. Hoje Solonópole possui 40 computadores com Internet. O custo foi de R$ 12 ou 13 mil para implantação (antes tinham mais gastos com telefone) mais R$ 23 mil da antena (hoje se encontra por 1/3 do preço). Conseguiram computadores sucateados por R$ 400 em Fortaleza e fizeram laboratórios nas escolas. Na ilha digital tem 5 computadores. Utilizam até 10 computadores sem disco rígido. Possuem hoje 3 servidores. A infra estrutura foi financiada pela prefeitura e pela empresa do prefeito. A primeira ilha digital foi fornecida pelo governo do Estado do Ceará. A equipe da prefeitura atualmente conta com 3 pessoas com segundo grau incompleto ( cidadãos de Solonópole ). Uma dessas pessoas que não tinha conhecimento nenhum de informática foi quem desenvolveu o site da prefeitura. A cidade não tem legado, tem pouca utilização de interação com a Comunidade SL (Debian– CE). Segundo os entrevistados, para a replicação dos casos são necessários um provedor cujo custo é de R$ 20 mil ( superestimado ). Para as ilhas digitais são necessários, com doação de equipamentos, um servidor R$ 3 mil mais um link R$ 600,00. O município foi o pioneiro no Nordeste em busca do PMAT. Submeteram um projeto que foi elaborado com a ajuda de consultorias externas mas nunca obtiveram resposta (sic). Segundo o entrevistado a linha de financiamento é boa mas é muito burocrática. Não procuraram o PNAFM por acharem que não daria resultado. Segundo o entrevistado, ninguém no Nordeste recebeu nada do PMAT, mesmo os projetos aprovados (sic). Como Dificuldades/Riscos de implantação foram citados a rejeição dos membros do legislativo com o argumento de que para que dar informática se o povo precisa de arroz e feijão(sic). O contra argumento utilizado, segundo o entrevistado foi que o povo precisa de ITI/SOFTEX 151 informação, cultura e educação. É necessário que alguém no entorno operacional tenha conhecimento de SL e na região existe a dificuldade de encontrar profissionais capacitados em Java. As vantagens foram a possibilidade da informatização devido a existência de soluções livres de baixo custo e a disponibilização de cultura e informação para a população. É considerado um caso de sucesso. O prefeito tem como meta a instalação de um pólo de treinamento de Linux e a implementação de Call Centers como alternativa ao desemprego. O projeto está captando financiamento junto ao Banco do Nordeste. NA MÍDIA Mais um município brasileiro sanciona lei de Open Source 27 de Junho de 2001 às 20:38 /Fonte: OLinux Os municípios brasileiros estão procurando se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal e começam a adotar softwares de baixo custo em suas estruturas administrativas. O município de Solonópole é o primeiro do Ceará a sancionar uma Lei que obriga os órgãos públicos locais a utilizarem softwares de código aberto. O projeto da Lei n.º 614/2001 já havia sido aprovado pela Câmara Municipal de Solonópole-CE por unanimidade. A prefeitura do município já adota o sistema operacional Linux no seu provedor de acesso, tanto nas estações como em servidores. Este serviço é disponibilizado gratuitamente para os habitantes da região. A prefeitura acredita que a adoção de sistemas de código aberto poderá facilitar o município a se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal criada pelo Governo Federal. Esta iniciativa vem se tornando comum em diversas regiões do Brasil. No Rio Grande do Sul diversas cidades estão entrando no Serviço de Gestão Municipal, onde todas utilizarão o Linux nos serviços cotidianos de administração pública. Francisco Odorino Filho, Prefeito do PSDB adota Software Livre Editoria: Governos/15/Apr - 17:53 No mundo livre da informática, experiências curiosas, elogiáveis e até mesmo comoventes começam a surgir. Encravada no sertão central do Ceará, a pequena Solonópole (http://www.solonopole.ce.gov.br) está na vanguarda desse movimento capitaneado pela União. Essa posição privilegiada de Solonópole parece tão improvável ITI/SOFTEX 152 quanto o transbordamento de água de seus açudes - o que está acontecendo neste verão, por causa das fortes chuvas. Historicamente acostumada a sofrer com a seca, a cidade nunca teve nenhuma indústria ou grande empresa. A maioria de seus 17 mil habitantes vive da lavoura e da pecuária de subsistência. Em Solonópole não tem nem sinal de celular, mas os moradores contam com uma rede de comunicação eficiente e gratuita, sem fio, operada com software livre e transmitida por ondas de rádio. Ela conecta a administração a pontos distantes como a comunidade do açude Boqueirão, de cerca de 100 pescadores. Um deles, Francisco Orismar da Silva, 34 anos, conta que, antes da Internet, ninguém tinha documento ou plano para o futuro. E muito menos e-mail. "A gente vivia tudo esquecido", diz. "Agora estamos usando isso até na hora de correr atrás de um salário (seguro desemprego) para compensar a piracema", completa, referindo-se ao período de desova, no qual a pesca de rede é proibida. O responsável por essa metamorfose é o prefeito Odorino Filho (PSDB), empresário da área de informática que fez carreira em São Paulo e Fortaleza. "É tudo muito simples, barato e sem pirataria", resume. "Nesse sistema, até computador obsoleto tem grande utilidade", completa, esclarecendo que a máquina ultrapassada, sem grandes poderes de processamento, serve-se dos recursos de um computador central, através do sistema Linux. Entusiasta da rede de comunicação, o agricultor Joaquim Rocildo da Silva, 60 anos, lembra que, no início, poucos entendiam o projeto do prefeito. "Hoje, só não usa quem não quer", diz. "A gente não precisa mais ir a Senador Pompeu (cidade a 54 Km de distância) para resolver os problemas." O incentivo maior para transformações como as provocadas pelo prefeito Odorino vem do Planalto, que, inclusive, lançou um site de apoio ao movimento (www.softwarelivre.gov.br), vinculado à Casa Civil. De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil gastou no ano passado US$ 1,1 bilhão, ou cerca de R$ 3,1 bilhões no pagamento de licenças e royalties ao Exterior pelo uso de programas. A União, os Estados e os municípios pagaram cerca de 40% dessa fatura. (Fonte: Revista Ciência, Tecnologia & Meio Ambiente - 14/4/04 - Matéria: "Mundo Livre S/A") /Fonte: SERPRO Um movimento antimonopólio arrasta governos, empresas, instituições e usuários comuns, e coloca o Brasil como precursor na opção pelos software livres ITI/SOFTEX 153 Eduardo Marini e Luiza Villaméa/Colaborou: Leonel Rocha (DF) Computador, mouse, conexão, banda larga. Servidores e navegações pelo mundo virtual. Nos últimos anos, os brasileiros mergulharam fundo, por necessidade, impulso ou mero prazer, na tarefa de aprender o significado de conceitos do gênero. Efeito da onda criada pela obrigação de se preparar para entrar na era da Internet e da informatização em massa. Agora, com a bênção oficial do governo, empresas públicas e privadas, Estados, municípios, universidades e entusiastas da tecnologia começam a transformar o Brasil num dos precursores de uma nova onda dentro desse universo fascinante e aparentemente interminável. É o movimento dos adeptos dos softwares livres. Ao contrário dos programas de empresas proprietárias, como os da Microsoft e Adobe, que possuem os códigos de comando fechados para modificações dos clientes, os softwares livres permitem que qualquer um faça uma cópia, use-a como quiser e a distribua, na forma original ou com modificações, sem pagar royalties ou licenças. Eles já fazem parte da rotina de instituições como as universidades de São Paulo (USP), Brasília (UnB), Rio de Janeiro (UFRJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Lá fora, mostram resultado na Bolsa de Valores de Nova York, na gigante IBM, nos servidores que alimentam os 30 mil terminais do Google, o maior site de busca do mundo, e no sistema de defesa virtual da Casa Branca. No Brasil, até a Receita Federal colocou uma versão livre do programa para a declaração de imposto de renda pela Internet. Criador de rede operada com software livre em Solonópole, o prefeito Odorino (no alto) com pescadores beneficiados pelo projeto e o agricultor Silva (no alto, abaixo). Software livre e gratuito não são a mesma coisa. Muitos programas oferecidos de graça têm o código fechado. Por outro lado, empresas que trabalham com software livre não cobram propriedade intelectual (licenças ou royalties), como os proprietários, mas os ITI/SOFTEX 154 serviços de treinamento, assistência técnica e instalação são, em alguns casos, remunerados. Há milhares de programas livres no mundo, mas nada representa melhor o novo movimento do que o simpático pingüim preto e amarelo do Linux, símbolo do sistema operacional criado e disponibilizado em 1991 pelo matemático finlandês Linus Torvalds, hoje com 35 anos. Desde então, Torvalds e equipe trabalham simultaneamente em duas versões do programa, com sugestões de mais de 100 mil linuxmaníacos espalhados pelo mundo. Os serviços da versão de desenvolvimento são liderados pelo finlandês. A outra, chamada de estável, colocada à disposição dos usuários, é aprimorada atualmente por um grupo liderado pelo brasileiro Marcelo Tosatti, 21 anos, um paranaense de cabelos longos e desgrenhados que arrumou seu primeiro emprego de programador, num provedor de Internet de Curitiba, aos 13. “O software livre, além de eficiente, é também uma plataforma da pluralidade intelectual. Atrás de um computador, mandando sugestões, pode estar um menino precoce, um técnico de uma grande empresa ou um acadêmico de respeito”, filosofa o programador. Quando atinge o equilíbrio, a versão de Torvalds é lançada ao consumo. Em seguida, Tosatti passa a trabalhar em outra e começa tudo de novo. No Brasil, a página sobre software livre mais procurada, com 1,4 milhão de visitas mensais, é a www.br-linux.org, do analista de sistemas Augusto Campos. “Trabalho para mostrar que o software livre é vantajoso em várias situações e, na maioria das vezes, consigo provar isso”, diz Campos. “Penso, porém, que as pessoas devem usar o aplicativo que resolva seus problemas, seja ele qual for.” ITI/SOFTEX 155 ITI/SOFTEX 156 8. Prefeitura de Manaus(AM) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1848 11.408 1.405.835 123,23hab/km2 0,774 760.925 8.234.784.614 Os entrevistados foi o Assessor da Secretaria Municipal de Administração e Planejamento (SEMAD), Economista com Pós em Informática e com 7 anos de cargo. O município não conta com Lei de Software Livre, tem grande porte populacional a gestão partidária é PL. A prefeitura conta para o ano de 2004 com um orçamento de R$ 790 milhões. A prefeitura utilizou em 1998 a linha de financiamento do BNDES / PMAT para modernização tributária. Foram R$ 6 milhões. As aquisições efetuadas foram em software era proprietário. Manaus já possui alguma estrutura montada e pretende se transformar num grande parque tecnológico de desenvolvimento. Estão lá instalados diversos laboratórios como o Instituto Nokia, a Fundação Paulo Feitosa, o Instituto Genius da Gradiente, um pólo de desenvolvimento da Siemens (projeto de US$ 140 milhões). Todos os laboratórios beneficiam-se da isenção fiscal, ICMS e IPI, do município. Tecnologia também é gerada por projetos como o SIVAM que possuem grande parte de seu desenvolvimento no Amazonas. Obtenção de mão de obra com pouca dificuldade: Instituto de Tecnologia do Amazonas, UFAM, UEA, UNIP / Objetivo, Nilton Mendes, FUCAP Na Prefeitura, em Manaus, cada Secretaria tem sua área de informática descentralizada. Cada área de informática funciona por si e não há um órgão que oriente a utilização integrada de sistemas. Quase todas as Secretarias utilizam software proprietário. A SEMAD é responsável pela informática para modernização administrativa da área de pessoal, patrimônio, transportes, serviço social e materiais, ou seja, estes são os clientes da SEMAD. Quase todos utilizam software proprietário. ITI/SOFTEX 157 O orçamento da área de informática da SEMAD é de R$ 100 mil / ano. O RH em software é formado por 12 pessoas. Há dentre estes, 6 desenvolvedores de SL, 70% graduados e 30% cursando graduação. A implantação de Software Livre iniciou no final de 2000 com a leitura de notícias sobre SL chama atenção do assessor e sua equipe. O fato de grandes fabricantes estarem homologando SL também chama atenção da equipe. Em abril de 2001 um projeto de SL toma força na SEMAD. Pretendiam reverter gastos com licenças e diminuir a pirataria utilizando Open Office e Linux nos servidores. Foi uma aposta sem direcionamento de recursos específicos para tal fim. O projeto foi alimentado pelo entusiasmo da equipe. O único gasto que realizaram foram com viagens para capacitação. Hoje na SEMAD quase 100% dos micros utilizam SL. Existe legado de aplicativos específicos na própria SEMAD (pouco). Contudo, ainda estão em fase de sensibilização de seus clientes que possuem além de resistência técnica grande resistência cultural. Usam distribuição mista Gentoo, Red Hat, Mandrake, Kurumin. O site da prefeitura é livre mas roda sobre banco de dados Oracle. O RH capacitado obteve grande parte de seu conhecimento dentro da própria SEMAD. Os funcionários tiveram que estudar para conseguir fazer a migração. Existe uma Comunicação mediana com a Comunidade: Zope e Debian. O sistema de gestão (protocolo) está em Delphi e Oracle. Existem dois sistemas de gestão rodando em paralelo. Não são integrados. A SEMAD tem um projeto para migrar o que vem sendo usado em seus clientes e integrar aos sistemas utilizados nas outras secretarias. Com seus clientes já está tendo algum progresso. O entrevistado considera que hoje a SEMAD possui 50% de SL e 50% de SP, considerando que não consegue mensurar na mesma escala de valor o que é rede e o que é aplicativo. As Dificuldades/Riscos de implantação foram a resistência cultural das Secretarias e lobbie das empresas, descentralização das decisões de informática na gestão do município, queda da produtividade do usuário nos primeiros momentos, dificuldade até se obter o domínio da tecnologia e adaptação do hardware. As Vantagens/Fatores para o Sucesso foram o redirecionamento de recursos não gastos com licenças; diminuição da utilização de produtos de software ilegais, aumento da ITI/SOFTEX 158 capacitação da equipe interna que se torna mais dinâmica pois não depende da compra de ferramentas para desenvolvimento. SEMAD NO SITE PROJETO SOFTWARE LIVRE – SEMAD/ CINF - Centro de Informática O entendimento do Projeto Software Livre – SEMAD começa com o entendimento de uma nova concepção de aplicação dos recursos públicos na Prefeitura de Manaus. Diretamente ligado a políticas e critérios modernos de administração pública, pelos quais se busca uma sociedade mais justa e melhor provida dos serviços públicos, este projeto aborda a relação custo x benefício x qualidade dos investimentos em licenças de uso dos softwares comerciais perante as soluções livres e abertas. A evolução concreta e atestada das soluções baseadas em software livre pelo mundo, leva-nos, inevitavelmente, a um posicionamento racional de como a aplicação dos recursos financeiros deve ser planejada para o futuro. A SEMAD, representada pelo CENTRO DE INFORMÁTICA, participa, anualmente, desde 2001, na cidade de Porto Alegre – RS, do FORUM INTERNACIONAL DE SOFTWARE LIVRE. Os participantes, RENIERE CETRARO BRAGA, ROBERTO CAVALCANTE, ANDRÉ FESTRATI, OSMUNDO VIEIRA, MÁRCIO MOUTINHO e RODRIGO MAUÉS, visualizaram as experiências de diversas empresas públicas e privadas, na aplicação de soluções abertas em informática. O modelo do Estado do Rio Grande do Sul, e outros países do mundo é incontestavelmente um sucesso. Esse formato de administração endossa e incentiva o que o Centro de Informática da SEMAD defende e pratica há algum tempo: a utilização racional de soluções tecnológicas para a Prefeitura de Manaus, passando obrigatoriamente pelo Software Livre. PROPÓSITOS O projeto tem por finalidade propiciar uma reformulação na aplicação de recursos tecnológicos na SEMAD e por conseguinte na Prefeitura de Manaus. Devemos propiciar o uso de software livre como alternativa econômica e tecnológica aos software proprietários. Sendo agentes fomentadores de soluções tecnológicas para a busca de melhor atuação administrativa da SEMAD, e preocupados com o alto volume de investimentos em informática exigidos do governo, apresentamos propostas de mudança de um quadro de enorme gasto público. ITI/SOFTEX 159 O projeto pretende consolidar e ampliar as experiências bem sucedidas da SEMAD na aplicação de sistemas operacionais e pacotes de editoração livres, em ambiente de trabalho. Os Sistemas de Banco de Dados e as Linguagens de Programação fazem parte do contexto, porém de forma mais cautelosa. Nessa área procederemos a aplicação paulatina de soluções livres, devido ao impacto mais intenso na cultura de trabalho do Centro de Informática da SEMAD. Uso de Software Livre na Secretaria de Administração e Planejamento do Município de Manaus Fatores Motivadores • Casos de sucesso no provimento de serviços web, e-mail e Internet; • Opiniões da comunidade o indicavam como mais rápido e seguro; • Anúncios de suporte por grande empresas como IBM, Oracle e HP; • Liberdade de padrões proprietários; • Redução do TCO. Foco Inicial • Implantação do StarOffice5.2 em alguns setores da SEMAD como experiência; • Treinamento básico nos setores; • Suporte priorizado como maneira de evitar restrições ao uso; • Utilização (pioneira) de SL para Gateway, Proxy e Firewall na Prefeitura. Projeto SEMAD de SL • Substituição da infra-estrutura proprietária por SL, sempre que possível; • Serviços de Rede; • Firewall, Gateway e Proxy; • Arquivos; • Web e desenvolvimento web; • Desktop livre (Linux). • Elaboração de projeto de lei dando preferência ao uso de software livre em qualquer aquisição da PMM. Dificuldades Encontradas • Falta de treinamento e know-how; • Resistência dos funcionários (“contra-cultura”); • Escassez de recursos materiais; ITI/SOFTEX 160 • Enfrentamento de problemas desconhecidos; • Aplicações legadas. Aplicações Legadas • Como fazer para preservar o investimento feito em aplicações existentes? • Desenvolver tudo novamente não era opção! • Busca de alternativas: • Rdesktop; • Tarantella. Cenário Atual Uso de aplicações Open Source – Semad Produção de sistemas legados para aplicações desktop, quando não for possível adotar equivalente web aberto (Zope); Migração gradual para multi-camadas (Jboss); Utilização de SGBD livre (MySQL e MaxDB); Pesquisas para imediata conversão do legado. ITI/SOFTEX 161 ITI/SOFTEX 162 9. Prefeitura de Recife(PE) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores 1537 218 1.422.905 6.527,09 hab/km2 0,797 952.393 PIB O entrevistado foi um membro da Assessoria de Tecnologia da empresas Municipal de Informática de Recife (EMPREL). Acompanhando a entrevista estava o diretor de Tecnologia e Serviços de Informática, também da EMPREL. Os dois entrevistados, são engajados no movimento de Software Livre com grande conhecimento de tipos de licenças, metodologia de desenvolvimento, distribuições e outros assuntos correlatos. O município conta com uma legislação que regulamenta o uso preferencial de software de código aberto por secretarias e órgãos públicos. Recife foi a primeira cidade do mundo a contar com esta legislação e a Lei é a 6639/2001. A Política de Software Livre para a Prefeitura portanto consta da Lei Nº 16.639/2001 de 16.04.2001, de autoria do Vereador Waldemar Borges, atual Presidente da Câmara de Vereadores do Recife e Sancionada pelo Prefeito do Recife João Paulo, cuja ementa dispõe sobre a utilização de programas e sistemas de computador abertos, pela Prefeitura do Recife em cujo Art.1º (Lei Nº 16.639/2001 de 16.04.2001) temos que a PMR utilizará preferencialmente, nos sistemas e equipamentos de informática dos órgãos da sua Adm. Direta e Indireta, os programas com códigos abertos, livres de restrição proprietária quanto a sua cessão, alteração e distribuição. No Art.4º (Lei Nº 16.639/2001 de 16.04.2001) temos que os programas de computador utilizados pelos órgãos da prefeitura, sejam eles de código fonte aberto ou fechado, devem ter a capacidade de funcionar em distintas plataformas operacionais, independentemente do sistema operacional empregado. O município tem médio porte populacional e a gestão partidária é PT. A EMPREL e a prefeitura apresentam habilidades para captação de recursos via linhas de financiamentos do governo. A EMPREL é uma empresa Pública de Direito Privado, criada em 1969, ligada a Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife e conta com uma força de ITI/SOFTEX 163 Trabalho de 491 pessoas sendo 331 funcionários e 160 prestadores de Serviços. São clientes 27 órgãos da Prefeitura do Recife, o Gabinete do Prefeito, Gabinete do Prefeito, 15 Secretarias e 10 Órgãos da Administração Indireta. Conta com 22.000 usuários entre funcionários da prefeitura, Contribuintes e Cidadãos. A EMPREL conta com 6.000 equipamentos sendo Mainframe Z800 da IBM, Máquinas Risc (Sun), Servidores Intel de Alta Disponibilidade, 3.500 micros , 105 sistemas em operação nas áreas de saúde, educação, planejamento e gestão urbana, orçamento e finanças públicas, tributação, administração de recursos humanos e serviços ao cidadão. O Suporte à Infra-estrutura da Prefeitura fornecido pela EMPREL é composto de Cabeamento Estruturado Rede Elétrica Estabilizada, Rede de Comunicação de Dados e Voz, Equipamentos Servidores, Software Básicos e de Apoio. São prestados serviços de Help Desk , Instalação e Manutenção de Equipamentos, Administração da Rede, Desenvolvimento, Implantação e Operação de Sistemas, Impressão a Laser e Confecção de Carnês, Internet/Intranet, Provedor de Acesso Gratuito, Desenvolvimento e Hospedagem de Home Pages, URA – Unidade de Resposta Audível (0800), Terminais de Auto-Atendimento e Geoprocessamento. O Software Livre na EMPREL está implementado nos Ambiente de Servidores com Linux Red Hat (Sistema Operacional) desde 1997, Mainframe (32 Máquinas Virtuais), Intel (15 Máquinas), Apache (Servidor Web), Tomcat (Servidor Web e de Aplicação), JBoss (Servidor de Aplicações), SendMail (Servidor de Correio Eletrônico), PROFTPD (Servidor de FTP), DNS (Servidor de Nomes), RADIUS (Servidor de Autenticação p/ acesso discado) No Ambiente de Servidores estão implementados o Mailman (Servidor de Listas de Discussão), MRTG (Ferramenta de Monitoramento de Tráfego de Rede), Webalizer (Ferramenta de Estatísticas de Tráfego Web), Netfilter-IPTABLES (Serviço de Firewall), DHCP (Serviço de IP dinâmico), SNORT (Ferramenta de IDS-Intrusion Detection System), CBQ (Controle de Banda), POSTGRESQL (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), PHPWIKI (Ferramenta de Colaboração), CVS – Concurrent Version Control (Controle de Versões), CRUISECONTROL (Integração Contínua), BUGZILLA (Controle de Bugs e Solicitação de Mudanças), PUBLICA (Divulgação de Notícias na Web) desenvolvido pela EMPREL (Futuro Open Source), WEBMAIL (Correio Eletrônico), adaptado pela EMPREL do NOCC, COMUNICA (Agenda e Correio Eletrônico) adaptado pela EMPREL do PHPGROUPWARE e SIRI (Sistema Integrado de Gestão de Recursos Internet) desenvolvido pela EMPREL (Futuro Open Source) e em beta teste. ITI/SOFTEX 164 No ambiente de Desktops temos Linux Red Hat (Sistema Operacional) em 60 máquinas, OpenOffice (Automação de Escritório), instalado em 90% das máquinas da EMPREL Mozilla (Navegador Web) e MRPROJECT (Ferramenta de Gerência de Projetos). No Ambiente de Desenvolvimento temos o ANT (linguagem de Script), XML GCVS (Controle de Versões – Versão Cliente do CVS), Eclipse (Ambiente Integrado de Desenvolvimento), BlueFish (Editor de Código Multilinguagem), NVU (Editor HTML gráfico), iText (Geração de Relatórios), RReport (Gerador de Relatórios Gráfico), Log4J (Geração e Controle de Logs), JEP (Avaliador de Fórmulas Matemáticas), ACME (Gerador de imagens GIF)., JRefactory (Ferramenta de Refactoring), HTML TIDY (Analisador de Código HTML), SQUIRREL (Manipulação de Bancos de Dados), JUnit (Teste de Unidade), JMeter (Teste de Performance), Canoo Web Test (Teste de Funcionalidade) num total de 45 Softwares Livres. A EMPREL conta ainda com o Padrão Tecnológico de Referência 2.0 para a adoção oficial de software livres e da adoção da MEDS – Metodologia EMPREL de Desenvolvimento de Software, com orientações de uso de software livres. As perspectivas para o Software Livre por orientação e apoio do Prefeito são que todas as estações de trabalho da EMPREL com Linux e OpenOffice até 2005, todas as estações de trabalho da Prefeitura com Linux e OpenOffice até 2006, todo novo sistema a ser desenvolvido num ambiente de desenvolvimento em software livre até 2005, novas aquisições de máquina na Prefeitura com o Linux, participação ativa da EMPREL como colaborador de software livre na comunidade, como nos exemplos do Comunica, Publica, Webmail e o SIRI, participação ativa da EMPREL no CSLPE. Desde 1997, a Prefeitura de Recife, através da EMPREL, vem utilizando software livre, o Linux em seus servidores. A opção pelo Linux foi em substituição ao AIX, uma estação RISC, da IBM que danificou e pelo levantamento realizado verificou-se que a empresas não tinha condições financeiras de arcar com as despesas do reparo. Neste ano então a plataforma RISC , AIX foi substituída por uma plataforma Intel, Linux. Para esta substituição a empresa contou com a parceria de um provedor de acesso da cidade que tinha capacitação no ambiente de infra estrutura livre. Depois desta substituição iniciou na empresa uma substituição gradual e controlada do ambiente de infra estrutura para soluções livre. A empresa decidiu que seria um laboratório para a experimentação de soluções livre que pudessem ser aplicadas na sua própria gestão e desenvolvimento e na prefeitura e todas as suas unidades administrativas. Atualmente o processo encontra-se dentro da própria EMPREL. ITI/SOFTEX 165 Incitado pela EMPREL o prefeito de Recife assinou em 2001 a Lei 6639/2001. Depois da assinatura da lei, os desktops da empresas começaram a ser substituídos por soluções com Linux e Openoffice sendo que hoje aproximadamente 20% das estações estão migradas. A EMPREL desenvolveu 105 aplicativos em plataforma mista. Desenvolveu também alguns sistemas completamente livres e que serão disponibilizados vai CVS no final de junho de 2004. Um aplicativo trata da gestão da Internet, SIRI (Sistema de Gestão Integrada dos Recursos de Internet). Desenvolveu ainda um webmail sobre o NOCC e uma agenda integrada em substituição ao COMUNICA que teve seu código fonte fechado. A agenda foi desenvolvida sobre o PHPGROUPWARE. A empresa contou com uma consultoria do CESAR para elaborar e criar processos para sua área de desenvolvimento de software. A equipe técnica atual da empresas conta com 40 funcionários com competência técnica adequada. A empresa tem um financiamento de R$ 7 milhões com o PMAT para o desenvolvimento de sistemas de DATAWAREHOUSE, Geoprocessamento e outras aplicações. O projeto foi elaborado por um grupo de trabalho da EMPREL e contou com a consultoria do SEBRAE. . NA MIDIA Software livre já! Verena Petitinga/ Pingue-Pongue / Cândido Pinto O engenheiro eletrônico pernambucano Cândido Pinto tem uma função pioneira: é um dos responsáveis pela implantação da primeira lei do uso de software livre no mundo (lei n° 16639/2001), criada na cidade do Recife (PE). Como diretor-presidente da Emprel (Empresa de Informática do Recife), este mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro passou pela diretoria de informática do Instituto do Coração - Incor, do Hospital das Clínicas de São Paulo, em que atuou por 22 anos, até ser convidado para comandar os projetos da empresa tecnológica de Pernambuco. Cândido Pinto afirma, porém, que esse processo não é nada fácil. "Não há dúvida sobre a necessidade de utilização de software livre e estamos sempre atentos à possibilidade do uso do código aberto. Esse processo, porém, leva tempo e tem de ser educativo", explica. ITI/SOFTEX 166 INFORMÁTICA - Em 2001, a Unesco começou a apoiar o software livre, mostrando como o assunto está gerando polêmica e discussão nos mais diversos setores. Como o senhor está vendo o processo do uso do software livre no Brasil? Cândido Pinto - O uso de software livre é um processo que ganhou corpo com a utilização do Linux (hoje reconhecido e usado pelas mais diversas corporações). Atualmente, já se pode identificar iniciativas públicas e privadas no sentido de colocar aplicativos, dos mais diversos, à disposição dos usuários. A política de uso de software livre está relacionada a essa capacidade de ter oferta de aplicativos e/ou utilitários. Em especial nas áreas de segurança e de Internet, o uso do software livre é abundante em diversas organizações. I - Já que a nova lei de Recife não exclui o uso do programa pago, mas apenas determina a preferência pelo gratuito, o governo está realmente utilizando o código aberto? A lei já está sendo posta em prática? CP - A EMPREL tem utilizado, nas áreas de rede, segurança e Internet, software livre. No entanto, como é um processo, ainda se utilizam muitos programas de código fechado, mas com o cuidado de que eles "rodem" em várias plataformas. Estamos finalizando a criação de um Laboratório de Software Livre, onde se possa gerar novos programas para usos diversos, principalmente, na comunidade. I ? E esse laboratório desenvolverá programas abertos, além de fazer treinamento do uso dos já existentes? CP - No Laboratório de Software Livre, além de teste e desenvolvimento de programas para uso pela EMPREL, o que se deseja é oferecer estágios e fazer convênios com universidades e empresas privadas para maior desenvolvimento do código aberto. I - A nova lei pode possibilitar a produção de software em Recife, aumentando o mercado tecnológico no estado de Pernambuco? O Nordeste pode entrar de verdade na criação de software? CP - Iniciativas acadêmicas, públicas e privadas (a Conectiva está abrindo um escritório em Recife) indicam que a cidade pode ser um pólo de desenvolvimento e difusão do software livre, por ser um grande centro de informática no país. Para isso, a EMPREL tem um convênio de cooperação técnica com a Universidade Federal de Pernambuco que conduz nesta direção e tem contatos com empresas privadas para este fim, inclusive parceria. ITI/SOFTEX 167 I - O senhor acredita que a lei pode influenciar instituições privadas a utilizar software livres? CP - Na medida que a lei favorece a utilização no poder público, também favorece o seu uso no setor privado. Na área de Internet e mesmo em servidores, as instituições privadas já usam software livre, como é o caso do Linux. I - Como o senhor avalia a decisão do Ministério da Educação de utilizar o Windows como sistema operacional em bases tecnológicas educacionais? Recife utilizará o Windows também? CP - O projeto de informatização das escolas municipais do Recife teve início na gestão municipal anterior e foi baseado em MS-Windows e MS Office, através do Proinfo do MEC e até com recursos próprios. No momento, estamos em um processo de discussão de como introduzir progressivamente plataformas livres (Linux e Star Office). Não é um processo simples, por causa da cultura Microsoft existente na sociedade e entre os professores, e pela necessidade de treinamento de pessoal, como instrutores e estrutura de suporte. Além do mais, a quase totalidade dos aplicativos educacionais e de gestão oferecidos estão em ambiente Windows. É um processo que deve ser conduzido com cuidado e com firmeza. Se o MEC tivesse sinalizado para um ambiente livre, o nosso caminho seria mais fácil. Acesso à Internet será controlado por software nas estações da PCR A Missão do software Siri (Sistema de Gestão Integrada dos Recursos de Internet) é impedir que a Web seja, ou melhor, continue sendo utilizada de maneira indevida. A partir de junho, os funcionários da Prefeitura do Recife vão ficar como siri no caçuá quando quiserem acessar a Internet. É que a Empresa Municipal de Informática (EMPREL) desenvolveu um software de controle de acesso à Web que será instalado nas 2,5 mil estações da prefeitura. Batizado de Sistema de Gestão Integrada dos Recursos de Internet (Siri), o programa foi apresentado durante o I Encontro de Software Livre, realizado semana passada, na Chesf. Sua missão é impedir que a Web seja, ou melhor, continue sendo utilizada de maneira indevida. "No início da atual gestão, tínhamos um link de 512 Kbps da Telemar, que vivia congestionado. Hoje o link é 12 vezes maior e o problema persiste", diz um dos coordenadores do projeto, Adilton Silva. A explicação, diz, está na altíssima quantidade de filmes e músicas que são baixados diariamente na prefeitura. ITI/SOFTEX 168 Segundo ele, o software tem "por enquanto" três eixos de atuação: a autenticação de usuários, a criação de perfis e o gerenciamento da largura de banda. "Assim, poderemos definir o que cada usuário poderá e não poderá fazer na Web e racionalizar o uso do link para futuros projetos de E-Gov", diz o diretor da EMPREL, José Alberto. Ainda durante o I Encontro de Software Livre, o diretor do Serpro, Sérgio Rosa, anunciou que foi homologada uma licitação para a produção no Brasil de certificação e assinatura digital com software aberto. "Vamos deixar de pagar royalties e jogar o preço para o chão", comemora. (Fonte: Jornal do Commercio – Recife/ PE, 26 de maio de 2004) Ganha também a comunidade Linux, que além de ter nas mãos um poderoso Office, tem uma ferramenta totalmente "opensource", bem ao gosto dos linuxistas de plantão, que podem se divertir com seus fontes. Um cálculo bastante interessante, foi feito pela Empresa de Informática do Município de Recife (EMPREL), segundo o Diretor de Telecomunicações da EMPREL, José Alberto, numa compra de 500 máquinas feitas pela prefeitura, as licenças do MS ffice, representavam um custo compatível com o valor de aproximadamente 150 computadores. A prefeitura de Recife (a primeira no mundo a sancionar uma Lei que dá preferencialidade de uso a software de livre distribuição), está conseguindo economizar valores razoáveis com esse tipo de atitude simples. Existem ainda empresas como: Duchas Corona, que padronizou Linux e StarOffice em todas as suas estações, a Proform (uma das empresas do Grupo Tilibra), que executa o StarOffice em PCs 386, com a performance de Pentium II, a UNIMED Macapá, entre outras. Isto tudo tem representado uma economia média na faixa de 85% dos gastos existentes com as soluções tradicionais do mercado. Fora isso o StarOffice também é poliglota, pois fala em: alemão, dinamarquês, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano, polonês, russo e sueco. E agora estão ensinando ele a falar o português do Brasil ... tá bom pra você?!?!?! Ultimamente o Brasil vem vivendo a onda do vamos economizar a qualquer custo, com jargões como: "Economize energia, o Brasil não pode ficar no escuro" e "Peça o Genérico pro seu Médico, é mais barato e faz o mesmo efeito". Ora então por que não falamos de economia também na informática. Afinal de contas quem foi que disse que pra se informatizar uma empresa, é preciso gastar horrores??? ITI/SOFTEX 169 O StarOffice, pode ser perfeitamente comparado a esses dois jargões, pois, se você optar pelo uso desta ferramenta, você vai economizar a sua energia, que em condições normais de temperatura e pressão seriam gastas com o treinamento de seus funcionários, além disso pelas suas similiaridades o StarOffice, está claramente inserido no quadro dos Genéricos, pois além de fazer o mesmo efeito, tem uma apresentação muito parecida com um produto de griffe bem conhecido do mercado. Mas espere aí... Genérico sim, todavia um genérico de marca, um genérico famoso (como diria um amigo meu um Genérico Fashion...), pois criou-se em berço de ouro, e tem hoje como família, nada mais nada menos do que a Sun Microsystems, que apesar de ter comprado a Stardivision por uma pequena fortuna, não se importou em abrir seus fontes para os desenvolvedores, ao contrário, esta atitude somente fez aumentar o Market Share do produto, como estamos vendo até então. Outra fonte de recursos de pulverização do StarOffice, está na legião de escolas, que vem adotando-o como solução para o ensino dos alunos de um modo geral, neste caso, um dos exemplos mais clássicos é o Colégio Satélite de São Paulo, que desde a educação infantil até o ensino fundamental, resolveu implantar o sistema operacional Linux e o StarOffice no seu laboratório, a montagem dele custou R$ 25.000,00 entre Hardware e Software, ao passo que se a opção fosse por uma solução tradicional, o gasto seria de R$ 80.000,00. Outro exemplo de sucesso nas escolas é o Colégio americano Batista em Recife, que implantou Linux e StarOffice em seus dois laboratórios, totalizando dois servidores e trinta e três estações, com aulas nos três turnos e atendimento a 1.500 alunos. A Sun Microsystems tem ainda outro trunfo na manga contra o poder de fogo do M$Office. A suite StarOffice, está sendo adotada por órgãos como a Procergs, que não somente vem usando softwares de livre distribuição em todo o estado, como também vem procurando difundir esta idéia em outras cidades do Brasil e uma das formas adotadas para se fazer isso é com a prospecção de um pacote de aplicativos chamado Prefeitura Livre, atualmente comercializado pela CCA Net para todo o Brasil, nele o StarOffice é uma das estrelas principais. Segundo pesquisas recentes o StarOffice já ocupa o segundo posto na linha de suítes Offices e é hoje a que está proporcionalmente ganhando maior número de adesões, por conta de sua alta compatibilidade com os padrões de mercado e por seu custo zero. Atualmente o StarOffice vem representando cerca de 37% das estações de trabalho corporativas, independentemente do sistema operacional e já vem ganhando adeptos ITI/SOFTEX 170 inclusive no mercado doméstico, pois oferece ao usuário final uma gama de recursos invariavelmente maior que os recursos normalmente oferecidos por outras suítes. Só uma coisa de ruim ainda perdura em torno do StarOffice para as máquinas domésticas, a necessidade de pelo menos 64Mb de RAM para que ele apresente uma performance razoável, isto por causa do seu Desktop integrado, que trás já como ?default? nada mais nada menos do que nove atalhos de aplicativos e mais uma série de outros em seu Menu ?Início?. Bem ao que parece, a grande piada é que este portuga veio pra dominar não somente o mercado brasileiro, mas de uma forma bastante sutil, o mercado mundial. Pra quem gosta do StarOffice, ou está afim de experimentar algo novo, vai aí uma dica no site da Sun, você pode fazer o Download da última versão do StarOffice, você pode obter também maiores informações aqui EMPREL NO SITE PADRÃO TECNOLÓGICO DE REFERÊNCIA Versão 2.0 Software Homologados Existe atualmente um conjunto de sistemas em produção que foi desenvolvido nas mais variadas linguagens e ambientes. Este fato gera problemas de mobilidade de técnicos entre projetos, de estrutura de suporte a esses ambientes e linguagens, além de criar dependências dos sistemas com ambientes operacionais específicos. Por outro lado, as equipes de desenvolvimento e manutenção de sistemas sofrem pela carência de ferramentas que facilitem e até mesmo automatizem parte do processo de construção e adaptação de sistemas. A visão de futuro estabelecida pelo presente documento trata essas duas realidades, indicando um ambiente operacional menos diversificado, mais portável e coerente com o movimento de software livre, no que for possível. Sistemas Operacionais Ficam definidos os seguintes sistemas operacionais para as respectivas plataformas: zOS e Linux (Red Hat) para o mainframe; Linux para as estações de trabalho e servidores das máquinas PCs, sendo que para os servidores a distribuição deverá ser a Red Hat; Solaris para as máquinas RISC da Sun. Linguagens de Desenvolvimento ITI/SOFTEX 171 Fica definido que as linguagens padrão para desenvolvimento de sistemas são as seguintes: o Java, como linguagem básica e o HTML (HiperText Markup Language) e o Javascript para a camada de apresentação das aplicações para a Web. O HTML é a linguagem que é entendida pelos browsers (navegadores) da Web e que são executados na máquina cliente. O Javascript é uma linguagem de script que é embutida em código HTML. Eventualmente, poderá ser utilizado o PHP (um acrônimo recursivo para “PHP: Hypertext Preprocessor”) para sistemas especiais, assim considerados pelo GCT. O PHP é uma linguagem de script free e open source de uso geral, que roda em diversos sistemas operacionais, e que é muito usada e especialmente apropriada para o desenvolvimento de aplicações Web embutidas em código HTML. Ela se encontra em um estágio confiável de utilização para aplicações de pequeno porte. Esta decisão levou em consideração que o Java é uma linguagem estável, completa, em constante evolução, que tem recebido constantes e valiosas contribuições dos principais fornecedores de TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação, das universidades e da comunidade usuária, atendendo aos critérios de uma maior independência de plataforma tecnológica e de fornecedor. Ela foi testada em projetos de pequeno, médio e grande porte na EMPREL e apresentou resultados satisfatórios. Existem várias ferramentas que se integram ou que utilizam o Java dentro do processo de desenvolvimento e manutenção de software, desde a fase de análise e projeto, passando pela geração de código (engenharia direta e engenharia reversa), montagem e utilização de ambientes de desenvolvimento, até as ferramentas de teste e monitoramento de sistemas em produção. Pode-se utilizar desde um simples editor de textos, como o Notepad do Windows, até ambientes completos de desenvolvimento, para a geração de código Java. Pode-se utilizar o byte-code (gerado a partir da compilação do código fonte) de imediato e sem qualquer necessidade de adaptação, em máquinas virtuais disponíveis nos diversos sistemas operacionais, e, portanto, dotando a solução de uma maior portabilidade, como também pode-se gerar o código em linguagem de máquina que é mais rápido, porém dependente da plataforma. ITI/SOFTEX 172 Com o Java, é possível criar soluções para a Internet/Intranet, como também para sistemas cliente-servidor tradicional. A execução das aplicações pode ocorrer de forma on-line ou batch. Quanto às estruturas de armazenamento, o Java trabalha com estruturas em memória como também com bancos de dados (relacionais e orientados a objetos), podendo inclusive, ser utilizado para implementação de stored procedures nos principais bancos de dados. Nativamente, o Java oferece um conjunto considerável de componentes que viabilizam e facilitam a tarefa de construção de software. Alguns deles estão disponíveis no ambiente gráfico de desenvolvimento (de forma semelhante ao Delphi, SQL Windows ou Centura), enquanto outros podem ser utilizados internamente, através do uso de Javabeans, Enterprise Java Beans ou classes. O Java oferece componentes para a construção de código para as seguintes funcionalidades, entre outras: Emissão de relatórios; Envio e recebimento de e-mails; Publicação e tratamento de páginas na Internet; Acesso a bancos de dados; Tratamento de tipos de campos; Construção de telas; Tratamento de código HTML, XML e Javascript; Processamento distribuído (com o RMI, CORBA, JINI, SOCKETS, etc); Leitura e gravação de arquivos (em vários formatos), e; Tratamento de arquivos multimídia. Existe uma gama enorme de componentes (free e pagos) desenvolvidos por terceiros e disponíveis em Java, no sentido de permitir o uso de tecnologias específicas, assim como no sentido de viabilizar um aumento de produtividade no desenvolvimento. São exemplos, os componentes para geração de telas e relatórios, para tratamento de geoprocessamento, para uso da inteligência artificial, etc. Ambiente Integrado de Desenvolvimento e Teste Java (IDE) Fica definido que o ambiente integrado de desenvolvimento, manutenção e teste de sistemas em Java é o WSAD da IBM. Esta decisão se deve principalmente a recomendação técnica de utilização de ambientes de desenvolvimento e teste (IDE) do mesmo fornecedor do servidor de aplicações, em função das especificações técnicas não garantirem total independência entre esses tipos de ferramentas, no momento. Outro aspecto importante a considerar diz respeito aos problemas ocorridos na fronteira entre a ferramenta IDE e o servidor de aplicações, onde é recomendável que se tente ITI/SOFTEX 173 evitar que um fornecedor fique culpando o software do outro fornecedor (e vice-versa), atrasando o diagnóstico e a solução desses problemas. Como a escolha do servidor de aplicações é mais crítica do que a escolha da IDE, devido aos custos mais elevados e em função dos parâmetros de desempenho e estabilidade requeridos pelo ambiente de produção serem mais rigorosos, foi definido primeiramente o servidor de aplicações da IBM - considerado um dos melhores servidores de aplicações do mercado, no momento. O WSAD é uma ferramenta abrangente que permite a criação e manutenção de projetos. Esses projetos são configuráveis, estruturam as aplicações (código fonte e executável) em pacotes, utilizam bibliotecas e componentes, e oferecem uma série de serviços do tipo compilação, deployment (acionamento dos servidores de aplicações e de Internet, e execução do código gerado nesses servidores) e depuração de código (debug), entre outros. O WSAD disponibiliza seus próprios componentes e conectores para utilização nas aplicações. No entanto, apesar do WSAD disponibilizar um conjunto de componentes e conectores de fácil utilização e que poderiam aumentar a produtividade das equipes, fica expressamente proibido a utilização de componentes proprietários dessa ferramenta, no sentido de garantir uma maior independência de plataforma e de fornecedor defendida com a utilização do Java. Eventualmente, poderá ser utilizado o ECLIPSE como ferramenta IDE para sistemas especiais, assim considerados pelo GCT. O ECLIPSE é uma ferramenta IDE “free” e “Open Source” e constitui a base do WSAD. Ela foi cedida pela IBM para a comunidade de software livre, empresa que a desenvolveu inicialmente. A partir daí, o seu desenvolvimento acontece de forma independente da IBM, ao mesmo tempo que o WSAD também evolui independente do ECLIPSE. Servidor de Aplicações Fica definido que o servidor de aplicações padrão para todos os ambientes é o WebSphere da IBM. O Websphere é o servidor de aplicações líder mundial no seu segmento. Ele é bastante estável, robusto e rápido. ITI/SOFTEX 174 Eventualmente, poderá ser utilizado o JBOSS como Servidor de Aplicações para sistemas especiais, assim considerados pelo GCT. O JBOSS é um Servidor de Aplicações “free” e “Open Source”, que implementa a arquitetura J2EE da SUN. Servidor Web Fica definido que o servidor web padrão para os ambientes de desenvolvimento e de testes é o Tomcat, da Jakarta, e o servidor web dos ambientes de homologação e produção é o Apache. servidor Web trata as requisições para páginas Web estáticas. Container de Servlet Fica definido que o container de Servlet para todos os ambientes é o Tomcat, da Jakarta o Tomcat é um Servidor Web e Container de Servlet -. Container de Servlet é uma categoria de software que atua no ambiente da Internet/Intranet, no lado servidor, e que tem a função de redirecionar requisições HTTP para classes Java. Quando existe uma requisição HTTP para um Servlet ou JSP (Java Server Page), tal requisição será redirecionada pelo Servidor Web para o Container de Servlets, que acionará o Servlet ou JSP correspondente. O Servlet ou JSP, por sua vez, poderá gerar dinamicamente uma página Web estática em resposta, que percorrerá o caminho inverso, até chegar no cliente. SGBD – Sistema Gerenciador de Bancos de Dados Fica definido que o SGBD padrão para todos os sistemas é o DB2 da IBM. Eventualmente, poderá ser utilizado o Postgress (PostgreSQL) para sistemas especiais, assim considerados pelo GCT. O Postgress é um SGBD free, que roda em diversos sistemas operacionais, e que se encontra em um estágio confiável de utilização para aplicações de pequeno porte. Já o DB2 também pode ser utilizado em diversos ambientes, inclusive no zOS do mainframe e no Linux, e atende aos requisitos de estabilidade e performance para aplicações de qualquer porte. Ferramenta de Data Warehouse A ferramenta adotada para a construção de Data Warehouses ou Data Marts é o Sagent. ITI/SOFTEX 175 Um Data Warehouse pode ser definido como um grande armazém de dados corporativos e o Data Mart um armazém de dados departamentais, ambos normalmente desnormalizados, estruturados de uma forma tal que permita um acesso rápido para consultas e análises dinâmicas. Essas ferramentas são construídas normalmente baseadas em dados oriundos de bases de dados de vários sistemas transacionais, com a possibilidade de integração com dados não convencionais em planilhas, documentos textos, etc, associados a funcionalidades de agregação/desagregação de dados, bem como a formas variadas de apresentação (gráficos, planilhas, consultas, relatórios), inclusive na Internet/Intranet. O público alvo dessas ferramentas é composto do alto escalão das organizações que normalmente precisam de informações cruzadas, sintéticas e que possam ser criadas dinamicamente em consultas e relatórios. Ferramentas de Geoprocessamento O geoprocessamento exige a definição de uma gama enorme de padrões, que vai desde as metodologias de coleta e tratamento dos dados espaciais, passando pela geocodificação dos atributos, precisão dos dados e periodicidade de coleta, culminando com o hardware e software necessários para a manipulação e exibição das informações georreferenciadas. Um dado georreferenciado pode e deve ser acessado por vários órgãos da prefeitura, assim como pela própria população. Logo, a solução deve permitir uma flexibilização das condições de acesso e uso a essa tecnologia. A solução escolhida dividi-se em 2 grupos: Ferramentas para uso Local ou Desktop – Software para consulta e/ou elaboração de Sistemas de Informação Geográfica – GIS e manutenção da base gráfica, para atender a projetos individuais ou restritos a um determinado grupo de usuários, com base de dados local ou departamental; Solução Corporativa – Incorporação da tecnologia de geoprocessamento nos sistemas corporativos da prefeitura, executados no ambiente Internet, além da possibilidade de geração, de forma semi-automática de home pages para consultas em geoprocessamento. Apesar das iniciativas e avanços em termos de softwares free e/ou open source na área do geoprocessamento, inclusive com produção brasileira, esses softwares ainda não estão maduros o suficiente para serem adotados como padrões. ITI/SOFTEX 176 Levando-se em consideração, por um lado, o atual estágio dos softwares livres e, por outro lado, a experiência da EMPREL e órgãos da prefeitura, além do posicionamento dos fornecedores no mercado mundial de softwares de geoprocessamento, a EMPREL definiu que o ambiente de geoprocessamento deve se basear na solução da ESRI (empresa americana líder mundial do setor), e é composto pelos seguintes softwares: Ferramentas para uso Local ou Desktop: ArcExplorer (como ferramenta desktop de consulta a dados georreferenciados); ArcView (como ferramenta desktop para elaboração de Sistemas de Informações Geográficas – SIG, incluindo recursos de mapeamento, análise, e recursos básicos para edição de dados gráficos); ArcEditor (inclui todas as funções do ArcView, além de recursos avançados para edição de mapas e banco de dados geográfico); ArcInfo (inclui todas as funções do ArcView e do ArcEditor, incluindo recursos avançados de geoprocessamento); Solução Corporativa: ArcSDE (para armazenamento e acesso aos dados espaciais, de forma integrada com os dados descritivos no SGBD); ArcIMS (para criação de esquemas e serviços de visualização de mapas, para fornecimento de acesso e processamento dos serviços definidos, bem como para geração de home pages para manipulação de dados georreferenciados); MapObject for Java (API em Java para acesso às funcionalidades de geoprocessamento). Ferramenta de Automação de Escritório A ferramenta de automação de escritório adotada, até então, na EMPREL era o StarOffice. Na sua versão mais recente, o StarOffice saiu da condição de software livre. No entanto, o fornecedor (SUN Microsystem) cedeu todo o código fonte do StarOffice, na versão 5.2, para a Fundação Open Source. A Fundação Open Source, por sua vez, com algumas adaptações no código recebido, disponibilizou a versão inicial do OpenOffice, que corresponde a uma versão free e open source (com o seu código fonte e sem custos). O OpenOffice está sendo considerado pela imprensa especializada, como a melhor ferramenta free de automação de escritório disponível no momento. Ele pode ser executado em diferentes sistemas operacionais e dispõe das funcionalidades básicas requeridas em um software de automação de escritório, como a de um editor de texto, planilha eletrônica, banco de dados de pequeno porte, editor de HTML e apresentação de storyboard. ITI/SOFTEX 177 Logo, atendendo às diretrizes encontradas na lei municipal que trata do uso de software livre na Prefeitura do Recife, e ainda, no sentido de baratear os custos com a aquisição de softwares de automação de escritório (e, até mesmo com o sistema operacional que poderá ser também um software livre) e considerando a qualidade reconhecida do produto, a EMPREL definiu o OpenOffice como o software padrão de automação de escritório. Software de Controle de Versões A ferramenta de controle de versões é uma ferramenta fundamental para permitir o desenvolvimento e manutenção de software em um ambiente cooperativo, onde várias pessoas poderão alterar o mesmo código, eventualmente no mesmo momento. Uma das ferramentas mais utilizadas no mundo dos softwares livre e open source e que já foi utilizada em projetos de grande porte na EMPREL, tendo sido aprovada pelos usuários foi o CVS – Concurrent Versions System. Essa ferramenta também é free. Essa solução conta com o uso de um servidor CVS e de versões cliente que são instaladas nas máquinas dos usuários. Existem versões clientes para vários sistemas operacionais, como o Windows e o Linux. Qualquer tipo de arquivo pode ser controlado pelo CVS. Ela dispõe das funcionalidades básicas de qualquer ferramenta de controle de versões, como o check-in, check-out, lock, unlock, edit e merge, entre outras. Fica definido o CVS como a ferramenta padrão de controle de versões da EMPREL, e que todos os artefatos (documentos e código) gerados em projetos de desenvolvimento e manutenção de sistemas deverão ser controlados pelo CVS. O CVS utiliza a mesma hierarquia de pastas utilizada pelo Windows e Linux. No entanto, a MEDS define qual a estrutura de diretórios padrão a ser utilizada nos projetos de desenvolvimento e manutenção de sistemas, e é essa estrutura descrita na MEDS que deverá ser seguida em todos os projetos. A MEDS descreve o momento e a forma de utilização do controle de versões, além de um guia de uso do CVS. Software de Script Batch Fica definido o Ant como sendo a ferramenta padrão de geração e execução de scripts batch da EMPREL. ITI/SOFTEX 178 Com o Ant, pode-se criar, deletar, renomear, copiar e mover diretórios e arquivos, executar programas, etc, além de aferir se um determinado passo do script foi executado com sucesso. Ele dispõe de comandos de controle do fluxo de execução do script. Pode ser executado no Windows, como também no Linux. É uma ferramenta free e se apresenta de forma isolada ou integrada em outros softwares, como por exemplo, no JBuilder 8.0. Software de Controle de Bugs e Mudanças Fica definido o Bugzilla como o Software de Controle de Bugs e Mudanças. O Bugzilla é um software free que controla basicamente bugs (erros encontrados em softwares). No entanto, ele pode ser utilizado para controlar também as mudanças ou novas solicitações de software demandadas pelos usuários. Ele requer a instalação em um servidor, que executará suas funções no ambiente Internet. Com o Bugzilla é possível abrir um bug associado a um determinado componente de um determinado software, classificando-o pela prioridade, ambiente de execução, grau de severidade, etc. Esse bug passa a ser controlado, através da mudança do seu estado, podendo um bug ser aceito ou rejeitado, assinalado para alguém que será o responsável pelo seu tratamento, corrigido, fechado, reaberto, e assim por diante. Na sua criação e para cada mudança de estado de um bug, todas as pessoas associadas ao componente para o qual foi aberto o bug, receberão e-mails comunicando a mudança ocorrida. Ele aceita que imagens sejam anexadas aos bugs, possibilitando que cópias das telas do sistema, apresentadas no momento da aparição do erro e capturadas, possam ser anexadas à descrição do erro, facilitando a contextualização do erro. A ferramenta dispõe de uma interface de fácil entendimento e utilização (apesar de ser em Inglês, ela é bastante intuitiva) e rica em consultas pré-formatadas. Além disso, ela permite a criação de novas consultas parametrizadas. O Bugzilla já foi utilizado na EMPREL, sendo aprovada e elogiada por técnicos e gerentes. ITI/SOFTEX 179 A MEDS descreve o momento e a forma de utilização do controle de bugs e mudanças, além de disponibilizar um guia de uso do Bugzilla. Software para Modelagem de Sistemas Fica definido o Rational Rose como sendo a ferramenta padrão para modelagem de software na EMPREL, utilizado nos fluxos de requisitos, análise, projeto e implementação. O Rose utiliza, entre outras formas de representação, a UML – Unified Modeling Language (Linguagem de Modelagem Unificada), que representa um padrão “de fato” para modelagem de software orientados a objetos. Com ele, é possível criar os nove tipos de modelos (diagramas) da UML (Casos de Uso, Classes, Objetos, Atividade, Seqüência, Colaboração, Distribuição, Componentes e Estado), além do Diagrama de Entidade-Relacionamento Estendido. Além disso, o Rose permite a realização da engenharia direta e reversa em Java e outras linguagens (entre modelo e código) e a engenharia direta e reversa com o banco de dados (modelo e script de geração e/ou alteração de bancos de dados DB2, Oracle, e outros), além da criação de tabelas, a partir das classes persistentes, e vice-versa. Ele ainda permite a realização do deployment em diversos servidores de aplicação, como o WebSphere da IBM e o BES – Borland Enterprise Server. Software de Testes de Unidade Fica definido o JUnit como o software a ser utilizado para a realização de testes de unidade em Java. Entende-se teste de unidade, pelo teste que deve ser efetuado sobre uma determinada classe ou funcionalidade específica do sistema. Cada classe relevante do sistema deverá ter uma classe de teste associada, que deverá acionar métodos da classe relevante e comparar o resultado obtido, apresentando o resultado: sucesso ou falha. Essa execução será acionada por scripts do Ant, que normalmente irão acionar várias classes de teste de unidade em seqüência e de forma automática, enviando e-mails para os responsáveis quando do aparecimento de erros. Desta forma, pode-se monitorar se alguma mudança no sistema afetou alguma funcionalidade pré-existente. A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de unidade, além de disponibilizar um guia de uso do JUnit. ITI/SOFTEX 180 Software de Testes de Funcionalidade Fica definido que o software padrão para a execução de testes de funcionalidade é o Canoo Web Test. Entende-se por teste de funcionalidade, pelo teste de uma determinada funcionalidade do sistema, que normalmente envolve um conjunto de classes e que normalmente apresenta uma interface gráfica com o usuário. O Canoo permite o acionamento de funcionalidades do sistema baseado na web, simulando a digitação de dados e o pressionamento/seleção de botões e elementos gráficos como combobox, radio button, etc, simulando a utilização do sistema por um usuário qualquer, de forma automática. Além de acionar funcionalidades e fornecer dados para a aplicação, com o Canoo é possível recuperar uma tela enviada pelo sistema e realizar a análise dessa página HTML, no sentido de verificar o conteúdo de qualquer elemento gráfico ou até mesmo o aparecimento de alguma mensagem específica, para que se chegue a conclusão sobre o sucesso ou falha do teste. A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de funcionalidade, além de disponibilizar um guia de uso do Canoo. Software de Testes de Stress Fica definido que o software padrão para a realização de testes de stress é o JMeter. Entende-se teste de stress como o tipo de teste que simula a utilização do sistema por vários usuários simultaneamente, no sentido de verificar problemas de concorrência, performance e integridade das operações. O JMeter também é uma ferramenta free. Ela é parametrizável e disponibiliza gráficos e consultas que apresentam o comportamento do sistema durante a execução dos testes. A MEDS descreve o momento e a forma de utilização dos testes de stress, além de disponibilizar um guia de uso do JMeter. Software para Integração Contínua Fica definido o CruiseControl como o software utilizado na integração contínua, conjuntamente com o CVS e o Ant. ITI/SOFTEX 181 Entende-se por integração contínua o procedimento automatizado de verificação do comportamento do sistema, quando da integração ao mesmo de novos componentes de código ou mudanças em componente pré-existentes. Os objetivos dessa prática são: Garantir que a versão corrente do sistema possa ser obtida a qualquer momento; Certificar que a versão corrente esteja integra e funcionando corretamente; Verificar se as últimas mudanças (código) introduzidas no sistema afetaram ou não o código pré-existente. Esse procedimento, que é executado freqüentemente (várias vezes por dia), se compõe: Na verificação junto ao CVS, da existência de mudanças no código fonte e na baixa de todo o código fonte do sistema, em uma determinada versão, em caso afirmativo; Na compilação de todo o sistema, e; Na execução de todos os testes automatizados de unidade e/ou de funcionalidade. Caso ocorra algum erro durante alguma fase desse procedimento, uma comunicação via e-mail será encaminhada para os responsáveis. O log de toda a operação é gerado e publicado automaticamente na Internet/Intranet, independentemente do resultado. Esse procedimento é realizado pelas ferramentas CVS, Ant, compilador Java, JUnit, Canoo Web Test e CruiseControl, em conjunto. Ferramenta de Geração de Help Fica definido que o software de geração de Help é o Robohelp. Essa ferramenta permite a criação de todo o help que será incorporado aos sistemas, além da geração do help em relatório. Ferramenta de Refactoring Fica definido que a ferramenta de refactoring é o JRefactoring. Entende-se por refactoring, a reestruturação de parte ou de todo o código fonte. Essa reestruturação pode se restringir a documentação do código fonte, como também pode implicar na aplicação de padrões de projeto aos códigos, como por exemplo, a aplicação do padrão Singleton. Ferramenta para verificação de padrões e correção de código HTML Existem vários browsers sendo utilizados na Web. Os browsers estão disponíveis em várias versões, pois existe uma contínua evolução dessas ferramentas. A conseqüência ITI/SOFTEX 182 dessa diversidade é que as versões mais antigas não suportam determinadas funcionalidades mais recentes. Felizmente, existe um organismo internacional, a World Wide Web Consortium – W3C (http://www.w3c.org/), criado desde 1994, que desenvolve especificações técnicas que padronizam a construção e o uso da infra-estrutura da Web. Algumas dessas especificações técnicas tratam exatamente de padronizações relativas à linguagem HTML. Baseados nessas especificações técnicas relativas ao HTML, alguns fornecedores desenvolveram algumas ferramentas de validação e/ou correção, no sentido de garantir que uma página Web que utilize apenas comandos HTML dentro de determinadas especificações possa rodar em qualquer browser que atenda às mesmas especificações. Nesse sentido, fica definido como padrão de validação e correção de código HTML a ferramenta HTML TIDY (http://tidy.sourceforge.net). Ela possibilita a correção e a arrumação, em um layout mais estruturado, de códigos HTML. Protocolo para Transferência de Dados Fica estabelecido que o protocolo padrão para troca de dados entre sistemas é o XML. O XML também está sendo largamente utilizado por diversos software nas suas configurações, além de ser utilizado pelos browsers e SGDBs. Componentes Java Ficam definidos como padrões os componentes abaixo, com suas respectivas finalidades: Avaliador de fórmulas matemáticas – JEP Gerador de imagens GIF – Acme Controle de transações, EJB-Enterprise Java Beans e o cesar. persistencia.transações.GerenciadorTransacoes Pool de conexões – EJB - Enterprise Java Beans e o cesar.persistencia.poolConexoes.GerenciadorPollConexoes Geração de log – Log4j ITI/SOFTEX 183 ITI/SOFTEX 184 10. Prefeitura de Petrolina(PE) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores 4737 218538 46,13 hab/km2 0,748 122693 PIB O entrevistado foi um membro da Secretaria da Administração. A prefeitura conta com uma Assessoria de Informática. O município não conta com uma legislação que regulamenta o uso preferencial de software de código aberto por secretarias e órgãos públicos e não se utiliza de soluções de software livre na prefeitura e nas suas unidades administrativas. A informatização da cidade é precária. .O prefeito recebe os informações contáveis em uma planilha de cálculo precária alimentada manualmente por alguns de seus assessores. ITI/SOFTEX 185 ITI/SOFTEX 186 11. Prefeitura de Campinas(SP) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1774 798 969.396 1217,83 hab/km2 0,852 624.527 7.195.495.080 O entrevistado foi o presidente da Informática de Municípios Associados S.A (IMA) e o responsável pelo dados no questionário foi o Diretor Técnico da IMA. A prefeitura não conta com lei especial para o fomento de utilização de software livre, é uma cidade considerada de porte grande, a gestão partidária é PT e seu IDH é considerado o oitavo no Estado de São Paulo. A cidade é o terceiro pólo industrial do país, marcado fortemente pela atividade comercial, de prestação de serviços de alto valor agregado. O orçamento total da cidade para os anos de 2002,2003 e 2004 foi respectivamente de R$ 870.000.000,00, R$ 1.012.000.000,00 e R$ 1.135.000.000,00. Não existe orçamento específico para TIC´s. A prefeitura tem um alto conhecimento do PMAT, e existe atualmente um projeto da Prefeitura de Campinas aguardando a aprovação pela Secretaria Nacional do Tesouro. Os valores de TIC´s para o projeto acima citado são R$ 2.701.260,00 para Software Proprietário, R$ 1.714.450,00 para Software Livre. O valor total do projeto é de R$ 17.666.667,00 para TIC´s. A prefeitura tem também um alto conhecimento do PNAFM, e existe atualmente um projeto da Prefeitura de Campinas aguardando a aprovação pela Secretaria Nacional do Tesouro. Os valores do projeto para TIC´s são R$ 13.179.673,50, sendo SL R$ 2.950.100,00 e SP R$ 2.549.000,00. A adoção de software livre foi diretriz estratégica para a Prefeitura, proposta pela direção da empresa de informática. As opções de sistema operacional, linguagens de desenvolvimento e gerenciadores de banco de dados foram opções técnicas da equipe da ITI/SOFTEX 187 própria empresa, após análise das alternativas disponíveis. A adoção pela estrutura da Prefeitura se deu pelo fornecimento de novos equipamentos apenas com sistema operacional e aplicativos em software livre acompanhados de treinamento e suporte técnico oferecido pela empresa municipal de informática. Licenças existentes de software proprietário não foram atualizadas e houve incentivo a substituição pela nova tecnologia. Todos os novos sistemas foram desenvolvidos em web e software livre. À medida em que os resultados foram aparecendo, houve melhoria do moral da equipe técnica e de usuários. Em conseqüência, maior dedicação e motivação profissional Houve adoção de soluções externas, com adaptações locais, sempre que a utilidade da funcionalidade era verificada e a qualidade do produto comprovada. Para otimizar o desenvolvimento e implantação de aplicativos com plataforma SL/OS a Prefeitura recomenda o Estabelecimento de metodologia cobrindo todo o ciclo de desenvolvimento de sistemas. Não existem indicadores formais, para a avaliação do Sl na PMC, mas a viabilização financeira de projetos e a economia em licenças são os mais significativos. A IMA NO SITE A IMA é a empresa pública na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do Município de Campinas. Ela tem como meta levar adiante os objetivos estratégicos da nossa cidade, atuando na democratização do acesso à informação, na otimização do atendimento à cidadania e sendo catalisadora do uso intensivo da ciência e da tecnologia para a inovação social. Para tanto desenvolve atividades em quatro áreas básicas: Soluções completas em Tecnologia da Informação, Soluções em Comunicação, Atendimento 156 e Imprensa Oficial do Município de Campinas. Sua Missão é prover soluções em Tecnologia da Informação para otimização e eficiência da gestão pública, integrando o cidadão à Administração e contribuindo para o bem estar da sociedade. Seu Papel é ser um instrumento político-administrativo de suporte às decisões, na democratização do acesso às informações, de transformação do serviço público e de suporte à inovação social. Suas Premissas Gerais: Inovação Social; Democratização da Informação; Respeito às pessoas e ao patrimônio público; Parcerias e Eficiência nos resultados. REDE ITI/SOFTEX 188 Projeto e implementação de cabeamento estruturada A IMA é responsável pela infra-estrutura física (cabeamento, processadores , etc.) e virtual (software) da rede de comunicação de Dados da Prefeitura Municipal de Campinas. Possui experiência na elaboração e implementação de projetos de redes de dados estruturados, além do monitoramento constante após sua implantação. Internet data center A criação do Data Center hospedagem de sistemas aplicativos, páginas web e base de dados - oferece vantagens para o cliente, visto que não necessita investimentos em estrutura de rede estabilizada, suporte, ambiente climatizado, segurança, racionalização de espaço, hardware, software, entre outros. Servidores Intranet e internet Desenvolvimento de Sistemas A IMA conta com profissionais altamente qualificados e profundos conhecedores das regras de negócios das empresas públicas. Diagnostica e implementa sistemas visando a melhoria dos processos de trabalho, uso de tecnologia de ponta gerando a otimização dos recursos materiais, financeiros e humanos. Atua no segmento público com soluções que permitem o aumento da arrecadação e modernização administrativa promovendo transparência, agilidade e qualidade no atendimento aos cidadãos. Produtos • Produtos desenvolvidos em software livre pela própria empresa ou em parcerias com outros desenvolvedores: • Serviço de Informação ao Cidadão – sistema de atendimento ao cidadão, via web, composto de formulário de solicitação/reclamação e protocolo de tráfego de informações entre os órgãos responsáveis pela execução dos serviços e o operador. Ele também fornece a resposta, via e-mail ou consulta pela Internet, sobre o atendimento do pedido feito ou com a informação solicitada. • Peça Fácil – software que permite ao cliente solicitar manutenção de equipamentos de informática, via Internet, gerando mensagens de e-mail automáticas a cada etapa do atendimento, o que, desta forma, possibilita total acompanhamento por parte do solicitante. O sistema ainda possui um banco de dados com todo o histórico das máquinas. ITI/SOFTEX 189 • Controle do Protocolo – software que permite o acompanhamento, via web, de todos os documentos protocolados junto à Prefeitura Municipal de Campinas. • Saúde On Line – software capaz de otimizar o atendimento na saúde, aumentando a eficiência na marcação de consultas e exames para os usuários do SUS, interligando via web os diversos Centros de Saúde do Município. O software foi desenvolvido através de um esforço conjunto entre a IMA, órgão da Prefeitura de Campinas e a Apoena, uma empresa encubada de software do Rio Grande do Sul. • Sistema de Cadastramento de Funcionários – software para o recadastramento de todos os cerca de 20 mil trabalhadores, entre ativos e aposentados, da Prefeitura Municipal de Campinas. GED O GED, sigla utilizada para designar as tecnologias associadas à digitalização e ao gerenciamento eletrônico de documentos, é uma importante ferramenta para a modernização da administração pública. Com ele é possível promover a diminuição do trâmite de documentos em papel, melhorar agilizar o armazenamento e o acesso às informações e, consequentemente, tornar o atendimento ao público mais eficaz, com redução de custos. A IMA possui profissionais certificados nesta tecnologia. Além disso, a empresa desenvolveu um software de visualização de imagem, integrado à web, com ferramentas livres. Além de estável e funcional, a solução trouxe vantagens sobre as oferecidas pelo mercado. Por ser ambientado em Linux, o software elimina a exigência do pagamento de licenças tanto para ser utilizado nas estações de trabalho, durante a visualização dos documentos, quanto para o banco de dados, o que reduz bastante o custo de implantação do sistema. Contact Center A IMA é responsável pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão – 156 da Prefeitura de Campinas. São 45 atendentes, que fizeram, que realizam cerca de 500 mil atendimentos por ano, consolidando-se como uma linha direta entre o cidadão e a Administração Pública Municipal. A experiência acumulada, com o desenvolvimento de diversas soluções tecnológicas para otimizar o atendimento e possibilitar um melhor gerenciamento do serviço, credencia a IMA a oferecer consultoria na montagem, desenvolvimento e gerenciamento de contact center a outros órgãos interessados em implantar esta modalidade de comunicação com a população. ITI/SOFTEX 190 TELECENTRO Com o objetivo de promover ações que possibilitem a inclusão digital em Campinas, o Governo Democrático e Popular, através da Informática de Município Associados - IMA, concebeu o Programa Telecentros Campinas - TCC. Cidadania digital As unidades do TCC se constituem em importantes canais de acesso ao conhecimento e à cidadania digital para um grande número de pessoas. São espaços comunitários, nos quais o poder público oferece a estrutura, funcionários, manutenção e outros recursos e a própria comunidade se responsabiliza pela sua conservação e bom funcionamento. Voluntariado A idéia é que as pessoas que participarem dos cursos de informática ou outros interessados possam atuar como voluntários, dando aulas e orientando atividades. São metas do TCC: Promover a inclusão digital de homens e mulheres, jovens e adultos, da cidade de Campinas, a fim de torná-las pessoas habilitadas a lidar com máquinas, equipamentos, linguagens, programas, conceitos e demais tecnologias de informação; Capacitação para o pleno exercício da cidadania e auxílio para inclusão no mercado de trabalho; Disseminação de software livres; Revitalização da região do entorno do Telecentro; Participação popular e interação com a comunidade local. Em um mundo no qual conhecimento e informação tornaram-se tão necessários à vida como a água e o alimento, o desenvolvimento de novas tecnologias tem agravado ainda mais as desigualdades sociais, dando origem a um novo processo de exclusão: a exclusão digital. Direito à informação Para o Governo Democrático e Popular de Campinas, combater estas diferenças só é possível se a missão for encarada como papel do Estado, que tem o dever de desenvolver políticas públicas com este objetivo. É preciso democratizar e garantir a todos o direito à informação e à formação. Capacitação digital É esse o objetivo essencial dos telecentros. Eles são espaços públicos organizados para atender a uma determinada comunidade com acesso gratuito a computadores, internet e capacitação digital (cursos e orientação). ITI/SOFTEX 191 Em um telecentro, a comunidade pode: Acessar a Internet, a rede mundial de computadores; Participar de cursos de informática; Ter um e-mail; Utilizar o computador para trabalho ou lazer; Acessar serviços públicos pelo computador. A primeira unidade do Programa TCC está localizada na Ceasa-Campinas e beneficia cerca de 5 mil pessoas que trabalham na Central de Abastecimento. Além de possibilitar o acesso livre à Internet, a Unidade Primavera, que recebeu este nome porque funciona no mercado de flores da Ceasa, oferece cursos de informática para cerca de 250 funcionários/mês. Internet A unidade conta com cinco computadores e quatro instrutores especialmente treinados pela IM@ para orientar os usuários possibilitando o acesso a noções de informática em ambiente Linux, sobre o uso da Internet e de e-mail, edição de textos e utilização de planilha eletrônica. Os instrutores foram selecionados entre os participantes do Programa Primeiro Emprego da Prefeitura de Campinas. Escolha A escolha da Ceasa-Campinas para começar o Programa não é por acaso. A Central está localizada ao lado de um dos maiores bolsões de pobreza da cidade, onde mora boa parte da comunidade que trabalha na empresa, principalmente para os permissionários da Central. Pode utilizar o Telecentro Primavera toda a comunidade da Ceasa-Campinas, como os funcionários da Central e os funcionários de permissionários. A Unidade Primavera é um local onde as pessoas têm a oportunidade de conhecer e desenvolver habilidades, enfim, um espaço onde é possível aprender a aprender. Na Midia Soluções da IMA ganham segundo lugar no Conip 29/06/2004 As soluções tecnológicas baseadas em software livre que a IMA desenvolveu para o problemas da Administração Pública em Campinas renderam à empresa o segundo lugar no VII Prêmio Conip de Excelência em Informática Aplicada aos Serviços Públicos. O prêmio fez parte do X Congresso Nacional de Informática Pública (Conip), principal fórum brasileiro de discussão e apresentação de iniciativas para a modernização e para o ITI/SOFTEX 192 incremento no uso da tecnologia no serviço público, que ocorreu em São Paulo, entre os dias 22 e 24 de junho. Concorreram ao prêmio 212 trabalhos de diversas empresas e instituições públicas de todo o Brasil. A IMA teve três trabalhos selecionados para premiação e conseguiu o segundo lugar com a apresentação da Experiência do Município de Campinas no Uso de Software Livre, um trabalho classificado na categoria Iniciativas de Sucesso, Excelência em Cidadania. A IMA contou ainda com dois stands na feira, um especificamente voltado para a divulgação da solução para Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), e outro, no Espaço Aqui é Livre, com outras soluções, também desenvolvidas com software livre. Cerca de 2,3 mil pessoas, entre prefeitos, secretários municipais e estaduais de diversas áreas e representantes de empresas privadas e instituições públicas, visitaram os stands da IMA. Destas, aproximadamente 500 demonstraram interesse pelos produtos desenvolvidos pela empresa. Diversos profissionais da IMA também participaram do evento como palestrantes ou mediadores de debates. "A expectativa, agora é de que sejam gerados novos negócios. A experiência que a IMA acumulou nos últimos anos pode ajudar outras prefeituras ou instituições públicas, mediante a contratação de consultorias ou realização de parcerias", avalia a gerente de relacionamento da empresa Suely Enomoto. De acordo com Suely, prefeituras de diversas partes do País, desde a Região Norte e Nordeste, passando por Minas Gerais e interior de São Paulo, manifestaram o interesse na contratação dos serviços da IMA para a customização das soluções apresentadas às suas necessidades. O diretor-técnico da IMA Luiz Carlos Marasco destaca que a participação da empresa no Conip evidenciou os resultados alcançados pelo conjunto da instituição na entrega de sistemas e soluções para a Prefeitura de Campinas. "São ações que facilitam o desenvolvimento da cidadania, fruto de uma ação de governo forte no sentido de buscar as soluções e do trabalho em equipe, muito entrosado, participativo e colaborativo entre os profissionais da empresa", conclui. Soluções apresentadas pela IMA no CONIP GED Livre - permite digitalizar e controlar o fluxos de informações que antes estavam armazenadas em papel. A sua implantação proporciona economia de espaço, tempo e dinheiro. A IMA desenvolveu esta solução para a Secretaria de Finanças, digitalizando e ITI/SOFTEX 193 indexando cerca de 400 mil documentos do cadastro imobiliário, que agora podem ser acessados via web, descentralizando e aumentando a agilidade na consulta. Integre - possibilita a criação de um cadastro único com os dados de todos os alunos da Rede Educacional de um município. Com esse banco de dados único, pode-se inserir todas as informações relativas ao aproveitamento escolar dos estudantes, como as notas e a freqüência, com a emissão de relatórios automaticamente. Gales - é uma ferramenta eficiente para gestão da Alimentação Escolar, através da qual é possível criar e modificar cardápios de maneira bastante flexível, substituindo alimentos ou preparações, e adequando o valor calórico ao desejado. SOL - Saúde On Line - permite aumentar a eficiência na marcação de consultas e exames para os usuários do SUS em Campinas. O SOL possibilita que uma série de procedimentos que eram realizados manualmente, através de formulários de papel, deixem de ser feitos. A implantação do SOL no Município de Campinas interligou 74 unidades entre Centros de Saúde, Policlínicas e outros serviços de referência da Prefeitura, responsáveis pelo atendimento de cerca de 5 mil pessoas a cada semana. O novo sistema zerou as perdas de consultas que, antes, atingiam uma média mensal de 24%, possibilitando a redução no prazo de espera em diversas especialidades. Tempo Real - permite controlar o número de horas despendidas por cada profissional envolvido em um projeto. Com ele, é possível saber qual atividade realizada e o tempo gasto, diariamente, por um profissional e para qual cliente o trabalho foi executado. Com isso, pode-se quantificar e parametrizar o custo da prestação de serviços. Peça-fácil - permite ao cliente solicitar manutenção de equipamentos de informática, via Internet, gerando mensagens de e-mail automáticas a cada etapa do atendimento. Mais de 100 mil consultas já foram agendadas pelo sistema on-line 09/06/2004/Marcação de consultas pela Internet agiliza assistência e racionaliza custos Denize Assis Desde que iniciou, há seis meses, a implantação do Sol – Sistema on-line pelo qual é possível marcar consultas de especialidade por computadores ligados em rede, a Secretaria de Saúde de Campinas já agendou mais de 100 mil consultas com médicos especializados, como cardiologistas, ortopedistas, endocrinologistas e exames de complementação diagnóstica como ecografia, mamografia entre outros. ITI/SOFTEX 194 O sistema funciona assim: o paciente vai primeiro ao Centro de Saúde e passa por consulta com um médico de saúde da família, médico generalista ou clínico geral. Se for necessária uma consulta ou exame especializados, ao sair do consultório, na recepção da própria unidade, a consulta e/ou procedimento serão agendados pelo computador. Atualmente, 74 unidades entre Centros de Saúde, Policlínicas e outros serviços de referência da Prefeitura estão conectados com a central de marcação de consultas do Sol. Para atuar com o sistema on-line nas unidades, a Secretaria de Saúde capacitou 384 profissionais. "O sistema ainda está em fase de implantação. No entanto, nestes primeiros seis meses, já foi possível diminuir o prazo de marcação de consultas de algumas especialidades, como pneumologia, e melhorar o tempo de espera para exames como endoscopia entre outros", afirma o médico sanitarista Moacir Perche, um dos responsáveis pela implantação do Sol. Perche informa que o Sol oferece mais de cem tipos de consultas e procedimentos diferentes. "Por semana, são agendados 5 mil", diz. De acordo com o sanitarista, o Sol zerou as perdas de consultas que, antes, atingiam uma média mensal de 24%. As perdas aconteciam quando o paciente não comparecia à consulta porque não voltava ao Centro de Saúde para verificar a data do agendamento ou então porque já tinha um outro compromisso no dia para o qual a consulta havia sido marcada. Quando estiver implantado na sua totalidade, o Sol vai estar integrado ao cadastro eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, cada paciente terá o seu histórico com todos os dados e o seu prontuário disponibilizados na rede. Assim, o médico ou outro profissional da equipe de saúde vão ter acesso a informações como, por exemplo, as doenças que o paciente teve ou tem, que remédios ele toma, que exames já realizou, entre outros registros que podem evitar inclusive consultas e exames desnecessários. Com sistema on-line sobra até um ‘tempinho’ para seu João cuidar da terra Há quatro meses, o aposentado João Matias de Freitas, 78 anos, consultou seu generalista na rede municipal de saúde de Campinas e foi encaminhado a um urologista. O agendamento com este especialista foi feito pela Internet na própria recepção do Centro de Saúde assim que a consulta terminou. "O atendimento melhorou muito e a ITI/SOFTEX 195 marcação dos exames e consultas com especialistas agora é muito mais rápida se comparada com o tempo que a gente levava antes", afirma Freitas. Após ser atendido pelo urologista, o aposentado marcou ainda, por solicitação do especialista, o exame complementar de próstata. O próximo passo foi marcar o retorno com o urologista para a análise do exame. E tudo foi agendado pelo Sistema On-line. Freitas também faz acompanhamento, regularmente, com cardiologista pois é hipertenso, cardiopata e faz uso de marcapasso há dez anos. Segundo o aposentado, a marcação de consultas e exames pelo Sol possibilitam que ele se programe antecipadamente conciliando as visitas à sua equipe de saúde com os compromissos que tem. "Assim, cuido da minha saúde e ainda sobra um tempinho para viajar para o Paraná, onde tenho um pedacinho de terra. Já sei, por exemplo, que minha próxima consulta é no dia 24 de julho", diz. FERRAMENTAS O objetivo deste trabalho é compartilhar a experiência acumulada desde 1995 no uso do Software Livre na Prefeitura de Campinas. A nossa experiência iniciou-se com o uso de ferramenta de ambiente operacional em servidores. Seguida de ferramentas de escritório para os usuários administrativos (StarOffice e OpenOffice) e ferramentas de desenvolvimento utilizando a tecnologia do Software Livre, com a linguagem de programação PHP, banco de dados MySQL e PostGre-SQL com servidor de aplicações APACHE, todos rodando via browser/internet. ITI/SOFTEX 196 12. Prefeitura de São Paulo(SP) Fundação Área (km²) População Densidade Demográfica IDH Eleitores 1504 1.525 10.406.166 6823,72 hab/km2 0,841 7.134.821 107.608.757.593 ITI/SOFTEX PIB 197 ITI/SOFTEX 198 13. Prefeitura de Piraí Fundação Área (Km2) População Densidade Demográfica IDH Eleitores PIB 1829 507 22.079 43,55 hab/km2 0,777 19.018 300.772.505 O entrevistado foi o Chefe de Divisão de Informatização e Orçamento, Secretaria Municipal de Fazenda. Encontra-se no cargo há 2 anos e 6 meses. Sua formação é Pósgraduação em Análise de Sistemas – Universidade Estácio de Sá(RJ). O município não conta com legislação que regulamenta o uso preferencial de software de código aberto por secretarias e órgãos públicos. O município tem porte pequeno porte populacional a gestão partidária é PMDB. A prefeitura apresenta habilidades para captação de recursos via linhas de financiamentos do governo. Os orçamentos da prefeitura para os anos de 2002, 2003 e 2004 são respectivamente R$ 49.808.600,00, R$ 68.200.000,00 e R$ 77.133.000,00. Nos anos de 2002 e 2003 não houve orçamento específico para TIC´s e em 2004 foram reservados R$ 6.474.291,00 especificamente para esta atividade. Em 1999 houve uma pressão da ABES para licenciar as máquinas. Em Piraí só havia uma licença. Gastaram R$ 59 mil para licenciar todos os computadores. Iniciaram pesquisa sobre SL. Motor da implantação: prefeito ( que é presidente da PREMERJ ). Fizeram contato com o BNDES para um projeto de inclusão digital. Fizeram parcerias com universidades federais. Receberam o PMAT (sem contratação de empresa de consultoria). Tiveram auxílio de pessoas da UFF e UFRJ. Aplicam o PMAT em treinamento. Implantaram SL em Rede ( firewall, proxys, roteador, etc ) usam a distro Red Hat nos Micros, e migraram com uso de: Php e SQL. Os treinamentos foram fornecidos pela equipe interna da prefeitura em Openoffice e Internet. ITI/SOFTEX 199 A conscientização aconteceu com a garantia de estabilidade, planejamento educacional (documentos, ofícios, etc), investimento da prefeitura em rede de alta velocidade com menor custo. Com a reversão do gasto ocorreu a inclusão digital (laboratórios, telecentros, quiosques, escolas) - distro Mandrake. O legado era composto de sistema de contabilidade, financeiro ( empresa de BH - RPS ) em Delphi e Oracle. Atualmente a empresa está se remodelando para SL. Não vão abolir o legado windows. Vão utilizar dual boot. Os sistemas de tributação, protocolo, compras, licitações e sistema IBAM estão em Delphi e Oracle. Possuem CAD. A equipe é composta de 15 profissionais sendo 3 desenvolvedores. As dificuldades para a implantação foram o pouco tempo para implantação e o fato de que a equipe ainda está em fase de treinamento para conseguir atingir uma meta de praticamente 100% em SL Deve-se notar que utilizam a estrutura elétrica para transmissão de dados, toda a área de saúde está em Clipper e que com SL conseguiram economizar no mínimo R$ 1.200 por desktop NA MÍDIA (24/05/2004) ''Informação é um direito e a Internet é o meio''. O lema rendeu ao município de Piraí, no Sul do Estado do Rio, o prêmio Cidades Digitais Latino-americanas, na categoria Cidades de pequeno porte, oficialmente anunciado no sábado passado. Com o investimento de R$ 1,2 milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria de fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias wireless (sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na administração da cidade. O projeto começou no ano passado, com apoio da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. - A parte mais difícil já fizemos, que é a instalação da rede de fibra ótica. O próximo desafio é atingir toda a população - afirma o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, que receberá o prêmio do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe Vélez, no dia 10 de junho, em Bogotá. ITI/SOFTEX 200 - Não adianta reclamar do inchaço das grandes cidades se não dermos condições de desenvolvimento aos pequenos municípios, que representam 80% da realidade brasileira - acrescenta o prefeito. Desde o lançamento do projeto Piraí Digital e Desenvolvimento Local, em fevereiro, cerca de 20 mil pessoas estão sendo beneficiadas pela rede, batizada recentemente como Rede Fernando Peregrino. Atual chefe de gabinete da governadora Rosinha Matheus, Peregrino foi quem viabilizou, na época em que era secretário de Ciência e Tecnologia, a conexão com o sistema estadual, a Rede Rio, que concretizou o projeto. - Assim como um sistema de saneamento, a rede digital agora faz parte da infra-estrutura da cidade de Piraí. A Anatel previa a chegada da banda larga no município em 2010. Nos antecipamos e estamos nos incluindo na sociedade da informação e atraindo investimentos - explica Franklin Dias Coelho, coordenador-geral do projeto, chancelado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Esta é a primeira edição da premiação, conferida pelo Instituto para a Conectividade nas Américas e pela Associação Hispano-Americana de Centros de Investigação e Empresas de Telecomunicações. ''Informação é um direito e a Internet é o meio''. O lema rendeu ao município de Piraí, no Sul do Estado do Rio, o prêmio Cidades Digitais Latino-americanas, na categoria Cidades de pequeno porte, oficialmente anunciado no sábado passado. Com o investimento de R$ 1,2 milhão, o município se tornou o primeiro do Estado a dispor de infra-estrutura própria de fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e suporte a tecnologias wireless (sem fio), já utilizados em metade da rede pública, em quiosques e na administração da cidade. O projeto começou no ano passado, com apoio da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. - A parte mais difícil já fizemos, que é a instalação da rede de fibra ótica. O próximo desafio é atingir toda a população - afirma o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão, que receberá o prêmio do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe Vélez, no dia 10 de junho, em Bogotá. - Não adianta reclamar do inchaço das grandes cidades se não dermos condições de desenvolvimento aos pequenos municípios, que representam 80% da realidade brasileira - acrescenta o prefeito. ITI/SOFTEX 201 Desde o lançamento do projeto Piraí Digital e Desenvolvimento Local, em fevereiro, cerca de 20 mil pessoas estão sendo beneficiadas pela rede, batizada recentemente como Rede Fernando Peregrino. Atual chefe de gabinete da governadora Rosinha Matheus, Peregrino foi quem viabilizou, na época em que era secretário de Ciência e Tecnologia, a conexão com o sistema estadual, a Rede Rio, que concretizou o projeto. - Assim como um sistema de saneamento, a rede digital agora faz parte da infra-estrutura da cidade de Piraí. A Anatel previa a chegada da banda larga no município em 2010. Nos antecipamos e estamos nos incluindo na sociedade da informação e atraindo investimentos - explica Franklin Dias Coelho, coordenador-geral do projeto, chancelado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Esta é a primeira edição da premiação, conferida pelo Instituto para a Conectividade nas Américas e pela Associação Hispano-Americana de Centros de Investigação e Empresas de Telecomunicações. JB OnLine 15/06/2004 - Jornal O Estado de São Paulo/Fábio Motta/AE Jovens no quiosque da rodoviária: sistema híbrido e gratuito PIRAÍ - Um projeto ousado de inclusão digital por meio da criação de um sistema híbrido de suporte wireless (Internet sem fio) conectou a pequena Piraí, no Vale do Paraíba, no sul fluminense, ao resto do mundo. Com 23 mil habitantes, um quinto deles na área rural, a cidade encravada no sopé da Serra das Araras foi destaque na reportagem de capa da Newsweek desta semana. Em fevereiro, foi inaugurada a primeira fase do projeto, que pretende integrar todo o município através de uma rede gratuita de alta velocidade. O sistema híbrido combina tecnologias de comunicação modernas, como wireless e power-line (conexão através da corrente elétrica), com as convencionais, via cabo. A preferência é pelo uso dos software livres (sistema Linux). ITI/SOFTEX 202 "Criamos uma bolha de tecnologia, o sinal cobre 100% da cidade de maneira otimizada, com o objetivo de diminuir o custo", explicou a coordenadora-executiva do projeto, batizado de Piraí Digital, Maria Helena Cautiero Jardim, professora de ciências de computação da UFRJ. Por enquanto, há computadores em 17 pontos: três laboratórios em escolas municipais, duas bibliotecas, dois telecentros, todos os postos de saúde e dois quiosques públicos, um deles na rodoviária. No início do ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negou-se a financiar o projeto apresentado pela prefeitura: "Nós pedimos um fusquinha e vocês trazem uma BMW", teriam dito executivos do banco ao prefeito Luís Fernando de Souza (PMDB). Pezão, como é conhecido, resolveu pôr o Piraí Digital como prioridade do último dos seus oito anos de mandato. Sua meta é instalar laboratórios de acesso gratuito em todas as escolas e prédios públicos. O financiamento, diz, virá de empresas como Embratel, Itautec e StarOne. Dos R$ 700 mil investidos até agora, R$ 550 mil foram de recursos da prefeitura e o restante, do BNDES. (Fabiana Cimieri) ITI/SOFTEX 203 ANEXO 2 – Banco de Dados e Representação Gráfica das Prefeituras ITI/SOFTEX 204 Amparo Amparo Antes Atributos Capacidade Capacidade Financeira Técnica 1 Genéricos Grau de Informatização 1 Capacidade de Articulação 0 Demanda / Motivação 1 Específicos Entorno / Imposição Ambiente Legal 1 3 1 Capacidade Financeira 3 Grau de Informatização 0 1 2,5 2 Imposição Legal 2 3 2 3 I D G R Capacidade Técnica 1,5 1 0,5 0 Entorno / Ambiente Grau de Informatização Demanda / Motivação Capacidade de Articulação Depois Atributos Capacidade Capacidade Financeira Técnica 2 Genéricos Grau de Informatização 3 Capacidade de Articulação 4 Demanda / Motivação 3 Específicos Entorno / Imposição Ambiente Legal 3 3 3 Capacidade Financeira 4 Imposição Legal 3 Grau de Informatização 0 1 I D G R Capacidade Técnica 2 1 0 Entorno / Ambiente Demanda / Motivação Grau de Informatização Capacidade de Articulação Tipos de Licença Migração SP para SL Momento da Decisão SWL Momento da Observação 4 3 2 1 0 Sl I 100% ASI D, R AI Arranjos Institucionais G 50% 3 2 1 0 I,G,D SWP 100% SP ITI/SOFTEX 205 ITI/SOFTEX 206 Sao Paulo ITI/SOFTEX 207 Porto Alegre ITI/SOFTEX 208 Viamao ITI/SOFTEX 209 Rio das Ostras ITI/SOFTEX 210 Solonopole ITI/SOFTEX 211 Sobral ITI/SOFTEX 212 Petrolina ITI/SOFTEX 213 Recife ITI/SOFTEX 214 Manaus ITI/SOFTEX 215 Pirai ITI/SOFTEX 216 Campinas ITI/SOFTEX 217 Belo Horizonte ITI/SOFTEX 218 ANEXO 3 – Questionário de Software Livre nas Prefeituras ITI/SOFTEX 219 <Município> Questionário Software Livre Este questionário destina-se apenas a prefeituras que utilizam software livre na sua infra-estrutura, aplicativos de produtividade ou desktop, sistemas de gestão integrados ou não, e no relacionamento com o cidadão, fornecedores, outras instâncias de governo municipal, estadual ou federal. Carta de Apresentação do ITI Observações Alves,A.M. <Município> Carta de Apresentação da sociedade SOFTEX Observações Alves,A.M. <Município> Caro senhor, O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) – convida sua organização a participar do estudo Uso de Software Livre nas Prefeituras do Brasil. O estudo será realizado pela Sociedade para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX). Serão entrevistados os atores considerados estratégicos para a análise de possibilidades para a indústria de software e os setores a ela vinculados. A realização deste projeto se deve a percepção dos principais atores envolvidos com a indústria de software do advento de novos modelos de desenvolvimento de software, novos modelos econômicos e novos modelos de negócio para a indústria de software. Estes novos modelos colocam em foco os produtos de software com licença do tipo software livre (free software ) e os produtos com licença do tipo código aberto (open source). As novas tecnologias citadas estão no momento, em todo o mundo, em fase de construção, maturação de conceitos e caracterização de particularidades. A comunidade de software, o governo, as empresas, a comunidade civil estão no momento avaliando a oportunidade de adoção destas tecnologias em países desenvolvidos (PD), países em desenvolvimento (PED) e países menos desenvolvidos (PMD). As questões tais como custos de aquisição, treinamento, manutenção e implantação de produtos com esta tecnologia estão sendo considerados pelas empresas de grande, médio e pequeno porte. No governo, particularmente prefeituras, devido a limitação crescente para a adoção de soluções proprietárias, seja pelo custo de adoção, ou pelo efeito de aprisionamento tecnológico (lock-in) que este tipo de adoção provoca a adoção do novo modelo descrito é uma forte tendência. A sua organização, por satisfazer os critérios definidos para a atual pesquisa, faz parte da amostra a ser consultada para mapear esse novo cenário. A participação neste projeto envolve a realização de uma entrevista e um levantamento adicional de dados. Para o bom andamento da entrevista, encaminharemos o roteiro e conjunto de tabelas com os principais indicadores que necessitamos. Dado o escopo dos temas a serem tratados, sugerimos a presença dos profissionais especializados que V. Sª julgue necessário. Acrescentamos ainda, que todo material que puder ser disponibilizado na ocasião, contendo dados, informações sobre a empresa / instituição, facilitará o encaminhamento desse trabalho. Finalmente ressaltamos que as informações obtidas nessa entrevista e nos documentos que ficarão sob nossa guarda, serão tratadas de forma estritamente confidencial. Caso seja política de sua empresa, os entrevistadores estão preparados para assinar um Termo de Confidencialidade, preparado por vossa organização. Atenciosamente, Giancarlo Nuti Stefanuto Coordenador de Estudos e Projetos - Softex Campinas - SP Observações Alves,A.M. <Município> 1. Identificação do Entrevistado 1. Nome 2. Cargo ou posição na Prefeitura 3. Unidade / Departamento na Prefeitura 3. Tempo no Cargo 4. Formação 5. Correio Eletrônico / Página na Web Observações Alves,A.M. <Município> 2.. CARACTERIZAÇÃO DA PREFEITURA 2.1. Situação Geográfica Data da Fundação Localização Distância da Capital Área de Município 2.2. Situação Social População (número habitantes) Densidade Demográfica IDH 2.3. Situação Política Prefeito (partido) Vice-Prefeito (partido) Partido com maioria Câmara dos Vereadores Número de Eleitores 2.4. Situação Econômica Atividade Econômica Agrícola Industrial Serviços Principal Indústria PIB : % % % Principal Fonte de Arrecadação Outras fontes 2.5. Estratégia de desenvolvimento Definir a orientação estratégica de desenvolvimento econômico e social atual para o município Comente:____________________________________________________________________ Observações: Observações Alves,A.M. <Município> 3. Capacidade Financeira 3.1. Qual o orçamento total (inclui transferências de recursos federais e estaduais) da prefeitura em: 2002 2003 2004 3.2. Qual o orçamento da prefeitura para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC): 2002 2003 2004 3.3. Onde a prefeitura tem implementado o SL/OS? DEFINIR FUNÇÕES, (LISTAR) [ ] Função Meio [ ] Função Fim [ ] Empresas Associadas 3.4. Qual o orçamento TIC da prefeitura para: Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] Função Meio Função Fim Empresas Associadas Após SL/OS [ ] [ ] [ ] 3.5. Qual o grau de conhecimento do PMAT para os seguintes atores: Você (o entrevistado) [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo [ ] Desconhecido A Prefeitura [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo [ ] Desconhecido 3.6. Qual o grau de conhecimento do PNAFM para os seguintes atores: Você (o entrevistado) [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo [ ] Desconhecido A Prefeitura [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo [ ] Desconhecido 3.7. A prefeitura já submeteu algum projeto ao PMAT? [ ] Sim [ ] Não [ ] Informação não Disponível Comente: ___________________________________________________________ 3.8. Qual o valor financiado pelo PMAT para : TIC´s Observações Software Proprietário Software Livre Alves,A.M. <Município> 3.9. A prefeitura já submeteu algum projeto ao PNAFM? [ ] Sim [ ] Não [ ] Informação não Disponível Comente: ___________________________________________________________ Observações Alves,A.M. <Município> 3.10. Qual o valor financiado pelo PNAFM para: TIC´s Software Proprietário Software Livre 3.11. Qual o TCO da Prefeitura antes / após a implantação do SL/OS. Especifique. Custo de Licenças de software Custos associados a hardware· · Custos associados a software Custo de operação11 Custo de Administração· Integração Suporte Treinamento 12 Operações de Usuários Final 13 Downtime Antes R$/Mês _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ Após R$/Mês _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ _______________ 3.12.Qual a estimativa atual da Prefeitura do volume de recursos necessários para a implantação do software livre nas suas unidades administrativas? Unidade Administrativa Educação Saúde Transporte Serviços e Obras Segurança Outras R$ Customização Capacitação Capacitação Migração Customização Capacitação Migração Customização Capacitação Migração Customização Capacitação Migração Customização Capacitação Migração Customização Capacitação Migração Espera-se que ___________ % dos recursos mínimos necessários sejam financiados. Fonte principal de financiamento: _______________________________________ 11 (serviços técnicos, planejamento e gestão de processos, banco de dados, service desk) (suporte ponto a ponto, aprendizado casual e auto aprendizado, aprendizado formal, desenvolvimento de aplicações, gestão de arquivos e dados e futz factor) 13 (inatividade) Observações Alves,A.M. 12 <Município> 4. Capacidade Técnica da Prefeitura Parque Computacional 4.1- A prefeitura conta com uma Empresa de Informática, Assessoria de Informática, Coordenação de Informática ou similar? [ ] Sim [ ] Não [ ] Informação não Disponível Comente:____________________________________________________________ 4.2- Quantas pessoas envolvidas em hardware têm a prefeitura? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente:____________________________________________________________ 4.3- Quantas pessoas envolvidas em software têm a prefeitura? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente: ____________________________________________________________ 4.4- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura especificam? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente:____________________________________________________________ 4.5- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura desenvolvem? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente:____________________________________________________________ 4.6- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura fazem manutenção corretiva? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente: ___________________________________________________________ Observações Alves,A.M. <Município> 4.7- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura fazem manutenção preventiva? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente: ___________________________________________________________ 4.8- Quantas pessoas envolvidas em software na prefeitura aplicam treinamento? [ ] Doutorado [ ] Mestrado [ ] Nível Superior [ ] Nível Médio [ ] Sem formação [ ] Outros Comente: ___________________________________________________________ 4.9- Sobre o número de Sistemas Aplicativos Antes do SL/OS Número de Aplicativos Livres Numero de Aplicativos Proprietários Número de Aplicativos Open Source Outros. Especifique. _______________ Total de Aplicativos T: Após SL/OS T: 4.10- Sobre os fornecedores para o ambiente livre e proprietário (múltipla escolha) Fornecedores de solução. Fornecedores de Serviços de Suporte. Fornecedores de Serviço de Manutenção. Fornecedores de Serviços de Manutenção. Fornecedores de Treinamento Fornecedores de Desenvolvimento. Fornecedores de Implantação. Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 4.11- Quanto às pessoas que prestam assistência técnica em informática (múltipla escolha) Pessoa/Equipe Técnica na Prefeitura para assistência interna em programas. Pessoa/Equipe Técnica na Prefeitura para assistência interna em equipamentos Para serviços técnicos em software são contratados profissionais externos (terceiros) Para serviços técnicos em equipamentos são contratados profissionais externos (terceiros) A prefeitura tem um empresa de Processamento de Dados. Observações Antes SL/OS [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Alves,A.M. <Município> 4.12 - Sobre acesso à Internet (múltipla escolha) Prefeitura sem acesso à Internet Com acesso Internet por linha telefônica discada. Com acesso a Internet por ADSL/Cable Modem. Canal de comunicação/Internet dedicado – Linha. Canal de comunicação/Internet dedicado – Rádio. Canal de comunicação/Internet dedicado – Satélite. Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 4.13 - Sobre comunicação de dados (múltipla escolha) A prefeitura possui página ou anúncio na Internet. A prefeitura está totalmente integrada com fibra ótica A prefeitura está totalmente integrada com rádio A prefeitura tem um provedor de acesso Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Legado 4.14. Sobre o legado na prefeitura (quantidade)? Aplicativos de Infra-Estrutura. Aplicativos de Produtividade Aplicativos de Gestão Aplicativos de relacionamento 4.15. Quais áreas você migrou primeiro? Aplicativos de Infra-Estrutura. Aplicativos de Produtividade Aplicativos de Gestão Aplicativos de relacionamento Observações Ordene [ ] [ ] [ ] [ ] Alves,A.M. <Município> Recursos Humanos 4.16. A Prefeitura está apta a conduzir programas de treinamento? [ [ ] Sim ] Não [ ] Tem intenção? [ ] Interno? [ ] Externo? [ ] Informação não disponível Comente:____________________________________________________________ 4.17.Quais os principais parceiros locais que a Prefeitura espera contar para este treinamento? [ ] Universidade ___________________ [ ] Empresa ______________________ [ ] Comunidade de SL/OS [ ] Outros Comente: ___________________________________________________________ 4.17. Quais as áreas da prefeitura estão treinadas em SL/OS? [ ] Áreas da Função Meio [ ] Área da Função Fim [ ] Empresas Associadas Comente: ___________________________________________________________ Observações Alves,A.M. <Município> 5. Aspectos Gerais do desenvolvimento e Implantação 5.1. Resuma o Plano de Adoção/Migração formulado e indique quais das suas partes foram executadas e por quê? 5.2. Como você avalia o Resultado alcançado? [ [ [ [ ] ] ] ] Bom Médio Baixo Desconhecido 5.3. Quais os obstáculos, ameaças, desvios da implantação? Como foram contornados? Obstáculos [1] [2] [3] Ameaças [1] [2] [3] Desvios [1] [2] [3] Solução Solução Solução 5.4. Comente como se deu o processo de especificação das características dos aplicativos de SL/OS (houve decisões coletivas?, qual a participação relativa dos desenvolvedores e os funcionários da Prefeitura?, como se deu sua interação?, em que medida os primeiros contemplaram as demandas/sugestões dos segundos?, se houve alternativas acerca de que solução técnica seria mais conveniente, que critérios foram utilizados para decidir? como foi levado em conta o entorno organizacional em que será aplicada a solução?) Comente:____________________________________________________________________ 5.5. Comente como se deu o processo de implantação dos aplicativos de SL/OS (houve decisões coletivas?, qual a participação relativa dos desenvolvedores e os funcionários da Prefeitura?, como se deu sua interação?, em que medida os primeiros contemplaram as demandas/sugestões dos segundos?, se houve alternativas acerca de que solução Observações Alves,A.M. <Município> técnica seria mais conveniente, que critérios foram utilizados para decidir? como foi levado em conta o entorno organizacional em que será aplicada a solução?) Comente:_____________________________________________________________________ 5.6. Em que medida você considera que a opção pelo SL/OS como plataforma para o desenvolvimento desses aplicativos influenciou o trabalho. Comente:_____________________________________________________________________ 5.7. Em que medida experiências nacionais ou internacionais de desenvolvimento de aplicativos com plataforma SL/OS foram levadas em conta para a realização do trabalho? Comente:_____________________________________________________________________ 5.8. Que recomendações você faria para otimizar esses processos de especificação, desenvolvimento e implantação de aplicativos com plataforma SL/OS? Comente:_____________________________________________________________________ Observações Alves,A.M. <Município> 6. Grau de Informatização da Prefeitura 6.1.- Sobre equipamentos de informática Prefeitura sem computador. Até 10 computadores não interligados. Até 10 computadores em rede. 10 até 50 computadores em rede. 50 a 100 computadores em rede. 100 a 200 computadores em rede. 200 a 300 computadores em rede. mais de 300 computadores em rede. Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 6.2- Sobre as plataformas disponíveis na Prefeitura Windows 90/98/2000/XP Windows NT UNIX SCO Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ IBM [ ] [ SUN [ ] [ Outros _______________ [ ] [ LINUX [ ] [ Especificar a Distro: _________________________________________________ Observações ] ] ] ] ] Alves,A.M. <Município> Informações sobre nível de informatização Utilize a codificação abaixo para responder as questões seguintes: 1 - Não utilizamos. 2 - Não utilizamos, Temos planos em utilizar software proprietário. 3 - Não utilizamos, Temos planos em utilizar SL/OS 4 - Utilizamos este tipo de software com licenças proprietárias. 5 - Utilizamos este tipo de software com licenças SL/OS em substituição as licenças proprietárias 6 - Utilizamos este tipo de software desde sua implantação com licenças SL/OS. DESKTOP 6.3 Software Para Escritório 14 Processador de Texto 15 Planilha de Cálculo 16 Banco de Dados 17 Editor Gráfico Outro(s). Especifique ___________________ ___________________ ___________________ Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 6.4 Software de colaboração 18 Correio Eletrônico 19 Agenda Gestão de Documentos Gestão de Projetos Outro(s). Especifique 6.5 Software de utilização específica 20 CAD 21 Apresentações 22 Projetos . Outro(s).Especifique ______________________ 14 Para criação de memorandos, mala direta e documentos diversos.(Exemplo: MS-Word, WordPerfect, StarWriter, etc.) Para criação de planilhas de custos, tabelas estatísticas e outros trabalhos envolvendo cálculos. Exemplo: MS-Excel, Lotus 1-2-3, StarCalc, etc.) 16 Para criação de bancos de dados e/ou programas específicos a determinado setor ou até mesmo para toda prefeitura. (Exemplo: MS- Access, etc. Nota: Na se incluem nesta questão sistemas gerenciadores de bancos de dados com, por exemplo, Oracle ou MS-SQL Server) 17 Para criação de figuras e imagens, tratamento de fotos e outros trabalhos gráficos.(Exemplo: CorelDraw, PhotoShop, etc.) 18 Para troca de e-mail internamente na prefeitura e/ou na Internet. (Exemplo: MS-Outlook Express, MS-Exchange, Eudora, etc.) 19 Para registro dos compromissos pessoais de cada funcionário. (Exemplo: MS-Outlook, Lotus Notes, etc.) 15 20 Software para desenho/projeto auxiliado por computador (Exemplo: AutoCad, MaxiCad, DataCad, etc.) (Exemplo: MS-Projetct) Software para criação de slides para apresentações (Exemplo: MS- PowerPoint, Lotus Freelance) 22 Software para administração de tarefas e/ou projetos, atividades, tempo, pessoal necessários e custos Observações Alves,A.M. 21 <Município> INFRA-ESTRUTURA 6.6 Software para utilização em servidores de rede de computadores 23 Servidor de banco de dados 24 Servidor de arquivos 25 Servidor de impressão 26 Servidor de intranet 27 Servidor de fax Servidor de Colaboração Servidor de Serviços de Web Servidor fr Gestão de Documentos Servidor de Serviços de Terminal Servidor de Segurança Servidor de BackUp de Recuperação Servidor de Gerencia de Rede 28 Servidor de Compatibilidade Servidor de Aplicação Servidor de Desenvolvimento Outro(s). Especifique: Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] _________________ Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] ____________________ GESTÃO 6.7. Software De Uso Administrativo Controle financeiro Administração de pessoal Contabilidade e/ou Custos Controle fiscal Controle de pedidos e/ou protocolos e processos Sistema de gestão Integrado Utilização de programas do governo/bancos Outro(s). Especifique Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] _____________ Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] ______________ RELACIONAMENTO 6.8. Sobre a troca de arquivos Antes do SL/OS Troca de arquivos com cidadãos ou fornecedores e governos 29 municipais, estaduais e federais 6.9. Sobre o acesso a sistemas de terceiros Acesso à página Internet de cidadãos e/ou fornecedores para pedidos, solicitações, etc. Acesso à página Internet de bancos para extratos, transferência, pagamentos e outras operações. Acesso a sistemas de administração integrada dos governos municipais, estaduais e federais. [ ] Antes do SL/OS Após SL/OS [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] 23 Software para gerenciar as bases de dados dos programas da prefeitura. (Exemplo: Oracle, MS-SQL, MySQL, etc. Nota:MS-Access não é classificado como servidor (SGBD) de banco de dados) 24 Software para controlar os arquivos de forma centralizada. (Exemplo: Novell Netware, MS-Windows 2000 Server, etc.) 25 Software para controlar a impressão das estações na impressora de rede (Exemplo: Novell Netware, MS-Windows 2000 Server, etc.) 26 Software para proporcionar serviços web internamente na prefeitura (Exemplo: MS-Internet Information Services , Apache Server, etc.) 27 Software para gerenciar recebimento e envio de faxes via computador/rede (Exemplo: WinFax.) 28 Para Windows, DOS, Netware e Windows NT 29 (Documento Word, Planilha Excel, Corel Draw entre outros). Observações Alves,A.M. <Município> 7. Capacidades Políticas Utilize a codificação abaixo para responder às questões que se seguem: 0 - Nenhuma 1 – Baixa. 3 – Média 4 – Alta 7.1. Priorize os fatores que influenciaram(am) na adoção do SL/OS pela Prefeitura Articulação política própria Disponibilidade de recursos financeiros PNAFM, outros) Leis, moções e orientações da Câmara. Orientação do Prefeito Outras. Especifique: (PMAT, [ [ ] ] [ ] [ ] ___________________________ 7.2. Priorize os atores que foram fundamentais para a adoção do SL/Os na prefeitura. Antes do SL/OS Prefeito alinhado com SL/OS [ ] Responsáveis pela TIC alinhado com o SL/OS [ ] Alto capital político do patrocinador do SL/OS [ ] Patrocinador do SL/OS da prefeitura influente na [ ] Comunidade de SL/OS Fornecedor de TI / Software [ ] Consultoria administrativa [ ] Outras. Especifique: _____________ Observações Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] _____________ Alves,A.M. <Município> 8. Motivação/Demanda 8.1. Qual a maior motivação para implantação de SL/OS na Prefeitura (ordene)? [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ ] Reduzir custos com: ____________________________________________ ] Inclusão digital. ] Minimizar o aprisionamento tecnológico. ] Melhorar a informatização das escolas. ] Melhorar a informatização dos serviços de saúde. ] Melhorar a governança em geral. ] Qualidade Técnica ] Transparência ] Segurança ] Controle da Pirataria ] Outros: ______________________________________________________ 8.2.. Qual a política local para a adoção de Sl/OS na prefeitura? [ [ [ [ ] Existe uma política bem definida e abrange todas as unidades da Prefeitura. ] Uma política está por ser definida. Problemas: _____________________________ ] Inexiste qualquer política até o momento. ] Outros. Especifique: _____________________________________________________ 8.3. Quais os indicadores escolhidos para a avaliação de resultados obtidos com a adoção de SL/OS (ordenar)? [ [ [ [ [ [ ] ____________________________________________ ] ____________________________________________ ] ____________________________________________ ] ____________________________________________ ] ____________________________________________ ] ____________________________________________ 9. Entorno/Ambiente 9.1 Como você classifica o envolvimento das instituições que fazem parte do entorno da prefeitura em relação à sua participação na decisão e na implantação do Sl/OS : Instituição Grau de Envolvimento [ ] Alto [ ] Médio [ ] Baixo [ ] Desconhecido 9.2 Como você classifica o envolvimento da comunidade de SL/OS em relação à sua participação no processo de decisão e implantação de SL/OS : [ [ [ [ Observações ] ] ] ] Alto Médio Baixo Desconhecido Alves,A.M. <Município> 9.3 Os riscos de implantação de SL/OS na prefeitura foram, na sua opinião: [ [ [ [ ] ] ] ] Alto Médio Baixo Desconhecido 9.4 Especifique os 5 riscos mais graves: [ [ [ [ [ Observações ] ] ] ] ] ____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ Alves,A.M. <Município> 10. Aspectos Legais 10.1 Quais as imposições e/ou /restrições (federais, estaduais, e municipais) legais para a adoção em escala de SL/OS nas prefeituras? [ [ [ [ [ [ [ ] ] ] ] ] ] ] Ausência de políticas públicas; Falta de clareza quanto à política de copyright; Ausência de incentivos fiscais para as empresas produzirem software livre; Ausência de Lei Municipal para Software Livre Ausência de Lei Estadual para Software Livre Ausência de Lei Federal para Software Livre Outras: Especifique: ________________________________________________ 10.2. Quais destas imposições/restrições já foram superadas? [ [ [ Observações ] ____________________________________________________________ ] ____________________________________________________________ ] ____________________________________________________________ Alves,A.M. <Município> 11. Opiniões Gerais sobre Software Livre 11.1. Como você classifica sua posição frente ao movimento SWL: [ ] desenvolvedor [ ] simpatizante [ ] líder [ ] usuário [ ] Outro Especifique ________________ 11.2. Como foi o seu primeiro contato com o Software Livre e Software de Código Aberto (SL/OS) [ [ [ [ [ ] Escola Técnica [ ] Empresa fornecedora ] Comunidade de desenvolvedores ] Universidade ] Telecentros ] ________________ 11.3. Com que freqüência você se relaciona com a comunidade de desenvolvedores de software livre? Comente:_______________________________________________________________ 11.4. Que tipo de auxílio você costuma demandar à Comunidade? Comente:______________________________________________________________ 11.5. Você considera a qualidade dos serviços prestados pela Comunidade [ [ [ [ [ ] ] ] ] ] Ruim Bom Muito Bom Ótimo Sem opinião 11.6. Você conta continuar utilizando a Comunidade na resolução de problemas encontrados ou contratar uma firma / consultor especializado? [ ] Utilizar comunidade [ ] Contratar [ ] Ambos [ ] Não sei Comente ________________________________________________________________ 11.7. Estime a porcentagem das pessoas que utilizam o(s) computador(es) na prefeitura? De 0 a 10% De 10 a 35% De 35 a 70% De 90 a 100% Observações Antes do SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Após SL/OS [ ] [ ] [ ] [ ] Alves,A.M. <Município> 11.8. Você conhece os diferentes tipos de licença disponíveis? Qual você considera a mais adequada para sua organização? Por que? [ ] Sim [ ] Não Comente 11.9. Qual a sua opinião sobre: 11.9.1. Política de SL/OS no âmbito federal, estadual e municipal. [ ] Muito necessária [ ] Necessária [ ] Pouco relevante [ ] Indiferente Comente: _____________________________________________________________ 11.9.2. Mecanismos de implantação de SL/OS, tais como linhas de financiamento, programas de capacitação, etc. [ [ [ [ 11.10 ] Muito necessária ] Necessária ] Pouco relevante ] Indiferente Comente: ________________________________________________________ Recomende incentivos, facilidades, nos níveis federal, estadual ou municipal (ordene por ordem de prioridade). [ [ [ [ [ ] ] ] ] ] ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ 11.11.Quais os órgãos governamentais que devem estar envolvidos no processo? (relacione com prioridade) [ [ [ [ [ 11.12. ] ___________________ ] ___________________ ] ___________________ ] ___________________ ] ___________________ Recomende ações que considera importantes para incentivar o uso de SL/OS (ordene por ordem de prioridade): [ [ [ [ [ Observações ] Programa de sensibilização/informação ] Programas de capacitação ] Incentivos às empresas nacionais ] Formação de redes setoriais ] Parcerias entre unidades governamentais Alves,A.M. <Município> 11.13. Em quanto você estima a taxa de implantação de SL/OS vs. SP na Prefeitura? _____% Software livre _____% Software proprietário 12. Impactos Sociais Descreva os indicadores (se é que foram utilizados) para avaliar os impactos sociais da implantação do SL/OS na prefeitura. Comente:____________________________________________________________ 13. Impactos em RH Idem anterior para Recursos Humanos Comente:______________________________________________________________ 14. Impactos Econômicos Idem anterior para impactos econômicos. Comente:_______________________________________________________________ Observações Alves,A.M.