(formato pdf) da Edição nº 4118 de 21.07.2011
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21 de Julho de 2011 21 Julho 2011 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Ano LXXXII – N.º 4117 Director: ALBERTO GERALDES BATISTA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Jubileus sacerdotais Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram festivamente 50 anos de consagração a Deus e à Igreja, na Diocese de Beja A igreja de Santa Maria da Feira, em Beja, encheu-se de fiéis, na tarde de 16 de Julho, para celebrar festivamente os 50 anos de Sacerdócio do padre Alberto Batista, pároco, há 38 anos, desta comunidade cristã, e do padre Joaquim de Sousa, seu condiscípulo, residente em Safara, onde foi pároco durante 20 anos. Presidiu à Eucaristia, concelebrada por 25 sacerdotes, o nosso Bispo, D. António Vitalino. Presente, também, o Bispo emérito de Beja, D. Manuel Falcão. À homilia, D. António disse que este era um dia de acção de graças a Deus pelo dom do sacerdócio ministerial, pela vida de consagração à Igreja e à Diocese destes dois membros do nosso presbitério e por tudo o que de bom e belo o Senhor fez, neste meio século de zelosa actividade pastoral dos padres Alberto e Sousa. Lembrou ainda que, no Porto, onde reside, também estava a assinalar o seu jubileu o Padre Luís Brenlha Lopes, do mesmo curso, e que deveríamos, igualmente, tê-lo presente na nossa oração. Deu, em seguida, a palavra ao Padre Alberto para fazer a homilia e expressar os sentimentos que lhe iam na alma neste momento tão importante da sua caminhada sacerdotal (ver texto na íntegra, na página 5). Antes da bênção do Senhor Bispo, também o Padre Joaquim de Sousa tomou a palavra para proclamar a sua fé em Cristo, sumo e eterno Sacerdote, e dizer da sua felicidade por ser padre há 50 anos e poder anunciar, com a palavra e o testemunho da sua vida, o Reino de Deus no nossa Diocese. O coro litúrgico foi orientado pelo maestro Padre António Cartageno e pela Irmã Natália, das Oblatas do Divino Coração, com a colaboração das 4 paróquias da cidade e dos Irmãozinhos de S. Francisco. As admonições foram feitas pelo Cónego António Aparício, pároco de S. João Baptista, de Beja, e por Clara Palma. Particularmente solene e emotivo foi o cortejo do ofertório, em que foram levadas ao altar, para além do pão e do vinho para o Santo Sacrifício, várias prendas de familiares, paroquianos e amigos dos dois sacerdotes. Assinala-se ainda a decoração primorosa da igreja e a beleza dos cânticos da celebração, que ajudaram a criar um ambiente festivo e de grande espiritualidade naquela magna assembleia cristã. No final, os padres Alberto e Sousa foram efusivamente cumprimentados por todos, e ofereceram uma estampa comemorativa do evento. Seguiu-se, no Seminário Diocesano, um jantar de confraternização que reuniu algumas dezenas de pessoas, pretexto para momentos de saudável convívio do clero e do povo de Deus, e para um caloroso brinde aos padres homenageados, ao Sacerdócio e à Diocese de Beja. Página 5 Papa nomeou o Padre José Manuel Cordeiro Bispo de Bragança Bento XVI nomeou, no dia 18, bispo de Bragança-Miranda o padre José Manuel Garcia Cordeiro, de 44 anos, pertencente ao clero da mesma diocese e atualmente reitor do Pontifício Colégio Português em Roma. A nomeação acontece no dia em que o Papa aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese transmontana do bispo D. António Montes Moreira, que a 30 de abril de 2010 completara 75 anos, limite de idade estabelecido pelo Direito Canónico para apresentação da resignação. A ordenação episcopal do novo bispo e a sua tomada de posse vão acontecer a 2 de outubro, na catedral de Bragança. O padre José Manuel Cordeiro, o mais jovem elemento do episcopado católico português, nasceu a 29 de maio de 1967 em Angola, Vila Nova de Seles, Luanda, tendo vindo para Portugal em 1975 com a família. O novo bispo, que vai assumir a responsabilidade da diocese situada 520 km a nordeste de Lisboa, foi ordenado padre para a diocese de Bragança-Miranda a 16 de junho de 1991, depois de ter concluído os estudos filosóficos e teológicos no centro regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa. Entre 1991 e 1999 foi pároco, formador no seminário da diocese transmontana e capelão do Instituto Politécnico de Bragança, e de 1999 a 2001 frequentou o Pontifício Ateneu de Santo Anselmo, em Roma, obtendo a licenciatura em Liturgia, disciplina em que se doutorou no ano de 2004, no mesmo instituto. O futuro bispo foi vice-reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 2001 e 2005, ano em que foi nomeado reitor do mesmo estabelecimento, cargo que ocupa até hoje. Em 2004 iniciou a carreira docente no Pontifício Ateneu de Santo Anselmo e em novembro de 2010 o Papa Bento XVI nomeou-o consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. No ano de 2010, o mais recente membro do episcopado português publicou a obra ‘O Grão de Amendoeira’, onde se pronunciou sobre a situação económica e social: “Estamos a viver a nível internacional uma crise financeira (a pior desde 1929), devido ao elevado débito, e que é também efeito da crise dos valores humanos e cristãos fundamentais”. Na obra que acentua a dimensão da espiritualidade, o padre José Cordeiro escreve que “retiro não é sair para «retirar-se» da vida, mas é encontrar-se com Deus, consigo, com os outros, com a história e com a criação”, tornando-se “uma experiência forte de silêncio, de escuta e de contemplação”. Preço 0,50 € c/ IVA Um mundo de interrogações incómodas mas necessárias É inevitável, no agir do dia-a-dia de cada pessoa, o confronto entre os tempos já vividos e os que se vivem agora com o futuro no horizonte. Só no presente podemos ter memória do que se vivemos antes e abertura realista para projectos novos. O presente, porém, aparece-nos cada vez mais confuso e inquietante. Há menos memória, mas mais possibilidades para muitas coisas e mais problemas a enfrentar. São mais difíceis as relações e a comunicação pessoal atenta, pela abundância dos canais massificadores e porque o mundo de muitas pessoas e os valores em causa não coincidem em aspectos essenciais. Toda a gente tem opinião acerca de tudo, do que conhece e do que não conhece. E, quanto menos se conhece, mais se é dogmático nas afirmações e menos respeitador das opiniões alheias. Página 3 Dignificar ou ofender os pobres? Enquanto os recursos forem dando para comprar/vender influência, os governos, as autarquias, as associações e até as Igrejas... irão tendo margem de manobra, mas quando se fechar a torneira, quem irá cuidar dos velhos, das crianças, dos funcionários, que estão ao cuidado moral e cívico de centenas de Ipss? Uma sociedade só será digna do seu futuro, quando os valores espirituais forem a marca dos seus comportamentos. Queira Deus que o futuro tenha futuro e a esperança possa ser a marca distintiva de quem serve os outros, sejam pobres ou ricos, possam ou não pagar... A caridade cobre a multidão dos pecados! Página 3 Nomeações do Clero para o ano pastoral de 2011-2012 na Diocese de Beja Página 5 RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 21 de Julho de 2011 Lemos para os nossos leitores (64) XVII Domingo do Tempo Comum Ano A As catequeses de Bento XVI (XXXIV) afeições naturais, purificadas pela graça, como forma privilegiada de responder com prontidão e ardor à acção divina. Sensibilizava-a muito a Paixão de Cristo e a parte que nela tomou sua Mãe Maria Santíssima. E o Santo Padre convidou-nos a fazer nossos estes sentimentos, como meio de progredir na vida de filhos de Deus. Santa Juliana de Cornillon (1191-1258) Na continuação da nova série de catequeses das quartas-feiras sobre grandes figuras femininas que ilustraram a história da Igreja, o Santo Padre focou , nas catequeses de Novembro de 2010, três dessas figuras dos séculos. XIII-XIV. Margarida de Oingt (1240?-1310) Com esta Margarida, começou por dizer o Santo Padre, entramos na espiritualidade da Cartuxa inspirada na regra de S. Bruno. No seio dos Oingt, nobre família da região de Lião (França), Margarida teve uma infância feliz com seus pais e sete irmãos, entre os quais uma chamada Inês, que, à sua morte em 1310, lhe sucedeu como prioreza da Cartuxa de Poleteins em que veio a professar. O pouco que se sabe da sua vida é o que se encontra, entre outros, nos seus “Escritos Espirituais”. Muito inteligente e culta, além de escrever correctamente em latim, foi das primeiras pessoas a escrever em provençal, o dilecto lionês. Na cartuxa, foi dotada de graças místicas, sem deixar de valorizar as O Santo Padre justificou a escolha desta Santa pouco conhecida pela sua contribuição para a instituição da festa do Corpo de Deus. Juliana nasceu perto de Liège (Bélgica) por volta de 1991. Órfã aos 5 anos, foi confiada, com sua irmã Inês, aos cuidados das irmãs augustinianas de Mont-Cornillon. Veio a professar nesse mosteiro e entregou-se à oração contemplativa diante do SS. Sacramento. Sentindo-se chamada a promover o culto eucarístico, passou a fazêlo especialmente nas visitas a outros mosteiros, O Bispo de Liège, acolhendo este santo desejo, instituiu na sua diocese a festa do Corpo de Deus, no que foi seguido por outros bispos vizinhos. Entretanto, o arcediago de Liège, eleito Papa com o nome de Urbano IV, em 1264 estendeu esta festa, como de preceito, à Igreja Universal. Isto, porém, só foi alcançado em 1317 pela intervenção do Papa João XXII. E o Santo Padre, com a expressão de “primavera eucarística”, alegrou-se com o facto de, um pouco por toda a parte, não faltarem fiéis, nomeadamente jovens, que passam horas diante o SS. Sacramento. E referiu-se ainda à encíclica Ecclesia de Eucaristia do bom Papa João Paulo II (2003). Santa Catarina de Sena (1347-1380) Nasceu numa família numerosa de Sena (Itália), onde viveu e faleceu em 1380, em tempos difíceis para a Igreja e para a Europa, marcados pelo exílio forçado dos Papas em Avinhão (França). Aspirando desde muito nova a consagrar-se a Deus, aos 16 anos entrou na Ordem Terceira de S. Domingos, permanecendo no ambiente familiar. O Santo Padre sublinhou na espiritualidade de Santa Catarina sobretudo a sua devoção ao Coração de Jesus e ao Santíssimo Sacramento, lembrando a propósito a referência que a ela fez na sua Exortação Apostólica Sacramentum caritatis (94). Embora só em adulta tivesse aprendido a ler e escrever, deixou-nos, além da obra-prima da literatura espiritual Diálogo da Divina Providência, uma colecção de Orações e bastantes cartas, entre as quais as dirigidas ao Papa Gregório XI apelando de forma enérgica a regressar a Roma, o que de facto aconteceu. Também viajou muito, promovendo a paz e a reforma da Igreja. A sua vida santa, os seus escritos e a sua extraordinária actividade apostólica justificaram a sua canonização em 1461, e a sua proclamação como co-padroeira da cidade de Roma (por PioIX), padroeira da Itália (por Pio XII), doutora da Igreja (por Paulo VI) e co-padoreira da Europa juntamente com Santa Brígida da Suécia e com Santa Teresa Benedita da Cruz ou Edite Stein (por João Paulo II). + Manuel Franco Falcão, Bispo emérito de Beja O padre mais idoso de Portugal No dia 20 deste mês, a Diocese do Algarve promoveu uma Eucaristia de acção de graças a Deus pelos 100 anos de vida de Monsenhor Sezinando Oliveira Rosa, o sacerdote mais idoso e simultaneamente o que foi ordenado há mais tempo em todo o país. Este sacerdote da Diocese do Algarve é natural de Vila Real de Santo António, onde nasceu no dia 20 de Julho de 1911, e foi ordenado a 15 de Setembro de 1934. A seguir ao sacerdote algarvio constam do anuário da Igreja católica em Portugal, o Cónego José Amaro, do Patriarcado de Lisboa, nascido no dia 19 de Agosto de 1911, em Belmonte, e ordenado no dia 06 de Abril de 1935, e o padre Joaquim Pereira da Cunha, da Diocese do Porto, nascido no dia 08 de Julho de 1912 e ordenado a 08 de Agosto de 1937. O Cónego José Amaro reside na Casa do Clero, em Lisboa. O padre Joaquim Pereira da Cu- nha é pároco de Tabuado (Marco de Canavezes). Rara entre os sacerdotes, a efeméride foi assim assinalada pela celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, concelebrada pelo aniversariante concelebrada por muitos dos sacerdotes da diocese, na igreja matriz de Alcantarilha, localidade onde reside e da qual foi pároco. Monsenhor Sezinando Rosa, membro do Cabido diocesano do Algarve foi assistente nacional da Acção Católica Portuguesa, director do Secretariado Geral da Conferência Episcopal Portuguesa, administrador da Rádio Renascença, secretário geral da Universidade Católica Portuguesa e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha. 24 de Julho de 2011 A forma de rezar, de maneira agradável, ao Senhor desde sempre preocupou o homem. Fazer-se ouvir junto de Deus e ser atendido é a grande aspiração do homem que reza. Uma espécie de devoção supersticiosa e comercial que havia de conduzir infalivelmente à concretização mágica da vontade do homem dominou a oração durante séculos. Vamos hoje ultrapassando esse estádio de religiosidade, nem sempre esclarecido. A oração, sem deixar de ser pedido, é essencialmente acção de graças. E na justa medida em que é pedido, é compromisso: Comprometemo-nos a repartir o pão: a perdoar as ofensas de que porventura somos vítimas; a respeitar a dignidade humana. Contribuímos assim para a realização do nosso desejo que no fundo é a vontade do próprio Deus. I Leitura 1 Reis 3, 5.7-12 O maior tesouro é a sabedoria. A sabedoria é o dom de saber orientar a vida segundo os critérios de Deus. Mas quem tem a peito pedi-la ao Senhor, antes de todos os outros bens como fez Salomão? De tal modo agradou ao Senhor esta primeira preocupação de Salomão que, juntamente com a sabedoria, a única coisa que ele pedira, o Senhor lhe deu tudo o mais. Leitura do Primeiro Livro dos Reis Naquele dias, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse-lhe: «Pede o que quiseres». Salomão respondeu: «Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder. Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contar nem calcular. Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?» Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe: «Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido, como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti». Salmo Responsarial Salmo 118 (119) Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei. II Leitura Rom 8, 28-30 Deus chamou-nos para nos integrarmos em Cristo. É esse o desígnio que Deus tem sobre nós e que se vai realizando, progressivamente, até chegar à plenitude, a qual só se encontrará na glória celeste. É o que esta leitura quer significar com a sucessiva acção de Deus em nós, pela qual Ele pretende levar-nos a participar plenamente na glória de Cristo. Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos Irmãos: Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou. Evangelho Mt 13, 44-52 Com três parábolas, a do tesouro escondido no campo, a do negociante de pérolas e a da rede lançada ao mar, o Senhor ensinanos o caminho da sabedoria para encontrar o reio dos Céus, como fará o “escriba bem avisado”, de que tambén nos fala a leitura. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Naquele tempo, disse Jesus às multidões: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola. O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isto?» Eles responderam-Lhe: «Entendemos». Disse-lhes então Jesus: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas». OPINIÃO 21 de Julho de 2011 Notícias de Beja – 3 Um mundo de interrogações incómodas mas necessárias É inevitável, no agir do dia-a-dia de cada pessoa, o confronto entre os tempos já vividos e os que se vivem agora com o futuro no horizonte. Só no presente podemos ter memória do que se vivemos antes e abertura realista para projectos novos. O presente, porém, aparece-nos cada vez mais confuso e inquietante. Há menos memória, mas mais possibilidades para muitas coisas e mais problemas a enfrentar. São mais difíceis as relações e a comunicação pessoal atenta, pela abundância dos canais massificadores e porque o mundo de muitas pessoas e os valores em causa não coincidem em aspectos essenciais. Toda a gente tem opinião acerca de tudo, do que conhece e do que não conhece. E, quanto menos se conhece, mais se é dogmático nas afirmações e menos respeitador das opiniões alheias. Constroem-se mais muros que pontes, no dia a dia, na política, nas opções desportivas, que só no aspecto religioso se vai notando o contrário. Há mais diplomas de escola, mais festas e passeios de finalistas, mas menos conhecimento de coisas essenciais da vida. Por sistema, alguns vão apagando o passado e pensam, como ideal, um presente de imediatos, sem horizontes, sem projectos que se justifiquem a longo prazo. Com tudo isto está visivelmente em causa a educação das novas gerações. A educação não é a simples transmissão dos ensinamentos que constam das exigências do currículo escolar. Educar é tudo o que se orienta para ajudar a crescer rumo à maturidade, e que permite optar, com critérios válidos, inserir-se e agir, de modo responsável, na sociedade de que se faz parte. Exige seriedade e competência de quem educa, abertura, acolhimento e esforço do educando, apoio de uma comunidade humana, que é sempre a referência indispensável dos valores morais e éticos que se propõem e trans- mitem. Reside nisto tudo, quando não é claro, a grande dificuldade do processo educativo que se pretende eficaz nos seus resultados. O processo não tem um termo, ainda que o tenha o curso escolar, porque a necessidade de aprender e de crescer acompanhanos a todos ao longo da vida. Na sociedade actual muitos teimam em viver uma vida sem sentido, por isso mesmo cada vez mais empobrecida de humanismo, de ideal, de valores morais, de projectos consistentes. Porque a educação é ambiental, os novos mais facilmente se deixam contagiar pelo vazio das vidas esfrangalhadas e desiludidas do que pelos testemunhos convincentes e sólidos da gente normal. São estes testemunhos que se devem tornar cada vez mais visíveis na família, na escola, nos projectos e conteúdos educativos, nas propostas da sociedade circundante, nas instituições humanitárias. Nestes dias, jornais e noticiários televisivos deram conta de que está a aumentar, em Portugal, o número de jovens estudantes a partir dos 14 anos, que consomem heroína e outras drogas, antigas e modernas, e que há, também, os que se vão tornando depen- Lá vêm outra vez as festas dentes do álcool. O facto tem muitas leituras que vão sendo feitas consoante os quadrantes ideológicos do analista. O mais urgente nestas e outras situações que afectam alunos das escolas é descobrir as causas e procurar actuar sobre elas. São estas interrogações incómodas, a que muita gente se furta por não encontrar saída ou pensar que se trata de fenómenos passageiros, que não merecem especial atenção. O exame de interiorização das causas, talvez com a ajuda das vítimas, não pode deixar de fora os pais, os professores, os educadores de todas a vertentes educativas, escolares e outras, os grupos de influência, os meios de comunicação, os lugares de lazer, os traficantes criminosos no caso das drogas tóxicas. Todos são membros desta sociedade cheia de problemas incómodos, que tem, e ainda bem, no seu seio muitas riquezas e oportunidades de bem, nem sempre aproveitadas. António Marcelino Não me deixam indiferente as despesas exageradas das festas em nome de santos. Não digo, de propósito, em louvor dos santos, porque não estou convencido que seja isso que pretendam a maior parte das festas populares. O problema tem agora menos sentido ainda, ao vermos as dificuldades de muitas famílias a recorrer às instituições de solidariedade social para enfrentar o seu dia a dia. É verdade que não se podem resolver todos os problemas, mas há que dar alguma atenção ao testemunho, ainda por cima à sombra da Igreja, de esbanjar como supérfluo o que para outros, muitas vezes a mesma terra, seria ajuda. Que ao menos as comissões de festa se limitem nas despesas e considerem os mais necessitados da paróquia ou mesmo de fora como alínea que pode dar valor humano e solidário à festa. Esbanjar parece ser para alguns a regra. Nenhum santo se pode sentir honrado sempre que tal aconteça. As festas não podem servir para alienação do povo, quando existem para união do mesmo. Sei bem das dificuldades dos párocos em evangelizar esta actividade e as pessoas que nela intervêm. Mas há que aproveitar os sinais incómodos e não desistir. A. M. Dignificar ou ofender os pobres? «Pensam que não os oiço, mas oiço. Dizem que peço esmolas, mas que sou rica, que tenho casas arrendadas... Mas será esta gente louca?!? Quem é que, no seu perfeito juízo, faria semelhante coisa? Alguém imagina a vergonha, a indignidade que é ter que pedir? Ter que, quotidianamente, angariar a sua sobrevivência? Eu não quero esmolas. Eu não quero solidariedade. Quero oportunidades. Quero que me deixem demonstrar que sou capaz, que não tenho que ser dependente, que posso ser livre. Quero que entendam que não precisam de me dar por pena aquilo que deveria ter por direito. Direito a ser. A ser humano. Era este tipo de fundos que eu gostava de angariar». Lemos isto na revista ‘Impulso positivo’ n.º 3, Maio/Junho 2011, página 50. Pelo significado deste texto simples, direto e denunciador/comprometido, desejamos torná-lo um momento reflexivo... mesmo em tempos de férias – para quem as pode ter! – mais ou menos de descontração. riais, que têm ou aparentar possuir. Por isso, nas dificuldades financeiras, que estamos a atravessar, como que se manifestam os valores morais e éticos, tanto os nossos como os dos outros... particularmente naqueles que conhecemos. A nota da dignificação da pessoa humana deve, então, colocar-nos a fasquia da elevada consideração por todas e por cada pessoa.. sem olharmos aos proventos económico/financeiros nem ao proveito que deles podemos tirar... mesmo que de forma inconsciente. Coisas que ofendem... quando se está (mais) debilitado Por certo já todos (mais ou menos conscientemente) vivemos a experiência de ouvir comentários de pessoas que, falando de nós mesmo nas costas, como que nos apontam defeitos e/ou debilidades que nos podem condicionar, senão mesmo envergonhar. Quantas vezes podemos ser confrontados com observações menos boas, mas que, na verdade, não nos são referidas com sinceridade... frontal e honestamente. Quantas vezes podemos perceber certos sorrisos de soslaio, quando não há correção para no-lo dizerem em ajuda fraterna e (mesmo) cristã. Há, de facto, nosso mundo – tenha ele o alcance do horizonte ou a mesquinhez do umbigo – muitos sinais de ofensa à dignidade das pessoas, tendo em conta (sobretudo) os seus recursos económicos ou a aparência de os ostentar. De vários modos corremos o risco de ler os outros – muitas das vezes é mais julgar! – pelos bens mate- Apontar o futuro... com alguma esperança No trato com os outros, de todos os conceitos cristãos mais elevados e dignificadores da nossa condição humana, a caridade e a esmola só se entendem na compreensão espiritual dos outros em Deus e de Deus nos outros. No entanto, vemos algum sarcasmo, por parte de quem não tem fé – e infelizmente por outros que dizem ser cristãos – quando se referem àqueles dois termos, criando uma certa rejeição da envolvência sóciopolítica. Em substituição de ‘caridade’ e de ‘esmola’ foi sendo introduzido o termo ‘solidariedade’ e o conexo de ‘subsídio’... fazendo até das instituições da Igreja católica ‘instituições particulares de solidariedade social’ (Ipss) em ordem a conseguirem cumprir as tarefas de ajuda aos outros com novas respostas sociais... De algum modo fomos comprados pelo Estado, que agora negoceia a assistência por entrepostos agentes. Enquanto os recursos forem dando para comprar/vender influência, os governos, as autarquias, as associações e até as Igrejas... irão tendo margem de manobra, mas quando se fechar a torneira, quem irá cuidar dos velhos, das crianças, dos funcionários, que estão ao cuidado moral e cívico de centenas de Ipss? Uma sociedade só será digna do seu futuro, quando os valores espirituais forem a marca dos seus comportamentos. Queira Deus que o futuro tenha futuro e a esperança possa ser a marca distintiva de quem serve os outros, sejam pobres ou ricos, possam ou não pagar... A caridade cobre a multidão dos pecados! A.Sílvio Couto DIOCESE 4 – Notícias de Beja 21 de Julho de 2011 Nas Bodas de Ouro Sacerdotais dos padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa “Contamos com a graça de Deus, contamos convosco. Contai também connosco. Amen! Aleluia!” (Homilia do Padre Alberto na igreja de Santa Maria) 1 – Era meu propósito, amadurecido durante vários meses de reflexão sobre o sentido deste jubileu sacerdotal, afastar-me da vida rotineira de Beja e retirar-me para o Santuário de Fátima, para ali, em clima de silêncio, em comunhão mais perfeita com Deus e com a nossa Mãe do Céu, rezar muito, dar graças por aquilo que o Senhor fez em mim e por mim, em 50 anos de ministério sacerdotal, para fazer penitência e pedir perdão pelas minhas infidelidades, na vida pessoal e no exercício da minha actividade pastoral, para, enfim, assentar ideias, fazer uma profunda revisão de vida, e fazer planos em ordem a aproveitar melhor os dias que Deus ainda me possa conceder neste mundo, para viver bem o meu sacerdócio e ser útil à Igreja na Diocese de Beja. Todos os meus planos de celebração silenciosa e intimista se esboroaram quando o nosso Bispo, o Senhor D. António Vitalino, me chamou, em 20 de Junho, e me disse textualmente: “Não concordo com essa ideia de se retirar para Fátima, numa data desta importância para si, para a sua paróquia e para a Diocese. Os padres são figuras públicas da Igreja e umas Bodas de Ouro são acontecimento eclesial e de relevância pastoral que devemos celebrar onde exercemos o nosso ministério”. Tive ainda algumas hesitações perante esta argumentação. Dei-me, no entanto, por vencido quando o Senhor Bispo me disse que desejava associar à minha festa jubilar o meu colega Padre Joaquim Ferreira de Sousa, que vive em Safara e que ele, o Senhor Bispo, gostava de nos juntar os dois numa mesma celebração com a presença do clero da Diocese e dos fiéis das nossas comunidades. Aqui estou, pois, por obediência ao meu Bispo, mas também com muita alegria a cumprir esta penitência. Sublinho penitência, porque o meu género, é mais de viver e trabalhar, no anonimato, na rotina de todos os dias, fora da ribalta , sem qualquer protagonismo, sem holofotes nas igrejas ou na via pública a incidirem sobre mim. Por outro lado, festas com esta pompa e circunstância que desencadeiam emoções fortes, não são aconselháveis a pessoas tímidas, de coração fraco, de lágrima fácil, que nos dificultam, por vezes, uma actuação lúcida e serena. Mas também estas circunstâncias são parte da penitência imposta pelo Senhor Bispo, que aceito em desconto dos meus pecados. 2 – Em ambiente de comunhão eclesial, quero expressar o que nos vai na alma (na minha e na do Padre Sousa), passados 50 anos sobre a nossa ordenação sacerdotal. O primeiro sentimento que experimentamos, com muita intensidade, é o da gratidão. - Gratidão a Deus, Criador e Senhor, Pai das Misericórdias, a Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, a Maria, Mãe de Jesus, nossa mãe, a Senhora do Carmo que hoje também celebramos, a Senhora de Fátima que todos nós portugueses veneramos com especial devoção, pelas muitas graças que nos têm sido concedidas ao longo destes 50 anos de sacerdócio. Agradecemos a vida que Deus nos deu, o dom do Sacerdócio, os pais que tivémos que despertaram em nós a vocação sacerdotal e a ajudaram a consolidar com a sua oração e com o seu exemplo de vida. Agradecemos a amizade sincera, o carinho e a solicitude pastoral dos nossos bispos – o actual, D. António Vitalino e os que o antecederam: D. Manuel Falcão, D. Manuel Santos Rocha, D. António Cunha e D. José do Patrocínio Dias. A acção missionária destes Bispos, o seu infatigável trabalho pastoral, a sua vida de fé e de piedade são e foram para nós incentivo a não desanimarmos e vivermos em cada dia o nosso sacerdócio de forma mais empenhada, na alegria de servir a Igreja e testemunhar no nosso ministério a presença de Cristo vivo e ressuscitado. Agradecemos ao Senhor e saudamos efusivamente os sacerdotes da nossa Diocese, com os quais partilhamos alegrias e tristezas, empenhados como nós na missionação do Alentejo, alguns deles verdadeiros heróis da Igreja pelas dificuldades materiais e espirituais que têm de enfrentar no seu dia-adia. Uma palavra de gratidão muito sentida, muito sincera, muito amiga aos nossos paroquianos e colaboradores os de ontem e os de hoje. Se somos o que somos, se fizemos alguma coisa na Diocese, nestes 50 anos, o mérito é também em grande parte destes homens e destas mulheres que frequentam as nossas igrejas e colaboram activamente em movimentos de apostolado cristão. 3 – Estes nossos 50 anos de Sacerdócio estão recheados de fidelidades e infidelidades. Do mérito de cada um de nós e das suas acções só Deus sabe ajuizar. Nas nossas vidas, como nas vossas vidas, há rosas e espinhos. Até agora fomos fiéis à graça do Sacerdócio recebido pela imposição das mãos do grande Bispo D. José do Patrocínio Dias, na manhã radiosa de 16 de Julho de 1961. Mas, é claro, houve e haverá sempre zonas escuras no nosso comportamento do dia-a-dia. Em linguagem cristã corrente chamamos-lhes pecados. Neste dia solene, neste tempo propício a fazermos uma séria autocrítica, confrontados com os nossos próprios pecados, grandes ou pe- quenos (só Deus sabe) queremos dizer aos nossos paroquianos e aos amigos com quem nos cruzámos nos caminhos do mundo que nos desculpem pelas palavras duras, ofensivas, ou menos delicadas, pelas atitudes incorrectas, ou pelos comportamentos dúbios e negativos que porventura tenha havido ou tenham percebido no nosso relacionamento convosco. Mas também aqui, há um contraponto verdadeiro, ou seja, algumas vezes fomos votados ao esquecimento, sentimos falta de solidariedade dos paroquianos no trabalho pastoral e sofremos muito com isso. Esta é a hora de purificar a memória, de esquecermos todas as ofensas e agravos e de caminhar em frente sem ressentimentos ou recriminações. Apraz-me lembrar, a este propósito, as palavras de Santa Catarina de Sena: “Deus ama-nos assim como somos, com as nossas virtudes e com os nossos pecados”. Fixemo-nos, daqui em diante, nas coisas boas que a vida tem proporcionado. Esqueçamos todos os males, caminhemos em frente com alegria, com novo dinamismo porque estamos todos no mesmo barco, somos todos filhos de Deus e peregrinos da Eternidade. 4 – Celebro as minhas Bodas de Ouro Sacerdotais, com redobrada alegria por ter ao meu lado o meu colega de curso Padre Joaquim Ferreira de Sousa, com os seus risonhos 85 anos de vida. Como recordar é viver, não resisto a contar um pequeno episódio ocorrido no Seminário de Beja, no nosso primeiro ano. A entrada no Seminário foi a 29 de Setembro. Éramos 24. No dia 14 de Outubro, de manhã, chega um senhor, homem feito, de 23 anos de idade e é levado por Monsenhor Torrão, Reitor do Seminário, ao refeitório. Comentário meu e de outras colegas: é o pai de algum dos seminaristas que o vem visitar ou trazer alguma roupa. Qual não foi o nosso espanto quando verificámos que aquele senhor (o senhor Sousa, como passámos a tratá-lo) era também seminarista, como nós, a caminhar nas filas pelos corredores, em silêncio, como nós, a estudar na mesma sala, como nós, a frequentar as aulas, como nós, sempre aprumado, bemdisposto, de comportamento irrepreensível, e de piedade exemplar. Ficaram-nos gravadas para sempre nas nossas vidas aquelas figuras de homens grandes no meio de adolescentes que éramos nós os restantes 23 seminaristas. Quando digo aquelas figuras (no plural) refiro-me também ao Padre Luís Manuel Brenlha Lopes, a esta hora a celebrar o seu jubileu, na igreja dos Congregados, no Porto, igualmente homem feito com 20 anos completos, o Senhor Brenlha, como lhe chamávamos. Obrigado, Padre Sousa (Sr. Sousa), obrigado, Padre Luís (Sr. Brenlha) pelo vosso exemplo e pela vossa prestimosa ajuda espiritual e intelectual no nosso caminhar naqueles saudosos 8 anos vividos no Seminário de Beja. 5 - Só mais duas notas pessoais. Celebro as minhas Bodas de Ouro Sacerdotais nesta histórica igreja de Santa Maria, com quem tenho laços afectivos muito fortes. Estou à frente desta paróquia desde o dia 7 de Outubro de 1973, há 38 anos (um record de estabilidade). Das 19 835 Missas que celebrei até hoje, 11 500 foram celebradas neste templo, com a presença de muitos de vós, e em sufrágio de muitos dos vossos familiares. (E, já agora, uma curiosidade: o paramento branco e o cálice que uso nesta Missa foram os que estreei no dia da Primeira Missa, em Valverde, oferecidos pelos meus tios e padrinhos). Aqui presidi a baptismos e casamentos de muitos amigos e paroquianos e também dos meus familiares mais próximos. Aqui celebraram Bodas de Ouro Matrimoniais, os meus pais, em 1984, e eu próprio celebrei as Bodas de Prata Sacerdotais em 1986. Aqui fiz a última despedida emocionada, de olhos embaciados e coração amargurado, de minha Mãe, em 20 de Novembro de 1988 e de meu Pai em 27 de Novembro de 1997. Recordo que os meus pais me acompanharam sempre em Beja, desde 1964 até à morte. Foram os meus anjos da guarda. Aqui fizemos muitas festas de Natal, de Primeira Comunhão e do Santíssimo Sacramento, que mobilizaram toda a Paróquia. Quando assumi a responsabilidade da Paróquia, esta igreja estava degradada exterior e interiormente e não havia nenhum dinheiro nos cofres. Hoje temos uma igreja renovada, bonita, bem conservada, onde todos nos sentimos bem a celebrar os actos de culto. Gastaramse milhares de euros, não temos dívidas, construi-se de raiz a igreja do Bairro da Esperança, deixamos a Santa Maria uma boa residência paroquial, situada no Bairro Lar para Todos, doação de D. Rosa Rodrigues, que está presente nesta igreja, a quem publicamente agradecemos tão grande benemerência. Em maré de grandes recordações, quero envolver num abraço de muita amizade e lembrar hoje nas minhas orações aqueles que foram meus alunos nos Estabelecimentos de Ensino onde leccionei (nas minhas contas, talvez uns 2000) e muito particularmente aqueles que hoje partilham do mesmo sacerdócio (Padres Manuel Reis, António Cartageno, Aresta Guerreiro, Egídio Ferreira, Paulo Condeça, Diamantino Teixeira, Daniel Guerreiro, Hugo Rodrigues, João Paulo Quelhas, (Cont. pág. 5) DIOCESE 21 de Julho de 2011 Jubileus Sacerdotais em Beja (Cont. da pág. 4) Sesinando Rosa, Manuel Pato). Evoco ainda, com muita saudade, e por eles rezo, o padre Rui António Ribeiro, do número dos 4 que fomos ordenados em 16 de Julho de 1961 e que Deus chamou para Si em 8 de Agosto de 2007, tendo sido pároco do Cercal do Alentejo durante 45 anos; e o meu grande amigo e conterrâneo Padre Virgílio Abrantes Ferreira, que me trouxe para o Seminário de Beja, colaborador assíduo da paróquia de Santa Maria, na celebração da Missa diária e como organista e dirigente do Grupo Coral, falecido em 28 de Setembro de 2010. Reportando-me aos meus 33 anos de docência no Liceu de Beja, nos anos pacíficos de 1964-74 e nos anos agitados depois de 25 de Abril de 1974, quero fazer memória, com saudade, dos colegas professores, bons amigos e profissionais competentes que ali encontrei. Muitos já não são do mundo dos vivos. Também estão presentes, hoje, nas minhas orações. Outros tenho a alegria de os ver aqui, nesta celebração. Para eles uma calorosa saudação e o meu muito obrigado por terem vindo. E, já que fui professor de Latim no Liceu, permitamme citar, na língua de Cícero, a máxima que traduz a importância da amizade: “Oh, quam bonum et jucundum habitare fratres in unum”, o que, traduzido, significa: “como é bom e agradável, viverem os irmãos em harmonia. Mais uma lembrança e um agradecimento do coração especialmente personalizados: obrigado aos paroquianos de Santa Maria fiéis à Missa dominical, à Comissão Fabriqueira, às pessoas que tratam dos altares, prestam serviço litúrgico, cantam no grupo coral, asseguram a limpeza da igreja, às que fazem acolhimento na igreja, às Irmãs de Santa Maria que connosco e por nós aqui rezam o terço todos os dias, às Irmãs Servas de N.ª Sr.ª de Fátima que dão a sua preciosa colaboração na liturgia e na catequese, aqui e no Bairro da Esperança. Permitam-me referenciar explicitamente alguns nomes: D. Helena Palma, D. Maria Paulino, António Leocádio, Irmã Arminda. Registo ainda um especialíssimo agradecimento à Sra. D. Rita Laureano, que, há 16 anos, assegura, com extrema dedicação, o regular funcionamento da minha casa. E um especialíssimo aceno de muita, muita gratidão aos Irmãozinhos de S. Francisco, meus colaboradores dedicadíssimos, zelosos e criativos no Bairro da Esperança, de 1995 a 2000 promotores das belas Ado- Notícias de Beja – 5 Nomeações de clero para o ano pastoral de 2011-2012 na diocese de Beja Tendo reunido com todos os orgãos colegiais e dialogado com vários serviços e membros do clero da nossa diocese de Beja, chego ao final desta maratona com a ideia clara de que a messe é grande e os trabalhadores são poucos. Mas também me conforta a certeza do convite evangélico: vinde a mim, vós todos que andais sobrecarregados, que eu vos aliviarei... o meu jugo é leve. Consciente da sobrecarga de alguns, aqui anuncio as nomeações possíveis nesta altura, esperando, ao longo do ano, encontrar mais colaboradores para a diocese: O Pe. Isidro Pedro irá ficar apenas com a paróquia de Barrancos, enquanto Amareleja, Póvoa de S. Miguel e Estrela serão confiadas ao Pe. Erbério Jonas Salença, sacerdote da diocese de Quelimane, Moçambique, que veio fazer um ano sabático entre nós. Para Mértola, em vez do Pe. Ricardo Meira virá o Pe. João Inácio Carreira Mónico, CSSP, que será nomeado in solidum com o Pe. António Luís Marques de Sousa, CSSP. A comunidade de rações ao Santíssimo Sacramento nesta igreja de Santa Maria e autores desta magnífica e artística decoração que está à nossa vista e a todos encanta, responsáveis ainda pela preparação litúrgica desta Eucaristia que estamos a celebrar. Obrigado, também ao maestro Padre Cartageno, bom amigo, desde sempre, e ao seu grupo coral, pela actuação de alto nível musical nesta celebração litúrgica. Só me falta a alusão a duas missões que desempenhei e desempenho e marcaram, positivamente os meus 50 anos de padre: refiro-me aos 21 anos (1977-1988) de pároco de S. Matias. Foi uma experiência pastoral exaltante, com um povo extraordinário, gente de fé e de bons sentimentos, generoso e colaborante. Tenho muitas saudades de S. Matias e, ao que me dizem, também lá deixei saudades. Fizemos ali catequese de crianças e adultos, organizámos peregrinações a Fátima e passeios turísticos, promovemos actividades culturais, restaurámos a igreja e até lá deixámos uma casa paroquial, por doação de D. Angelina Dias. Deus seja louvado! Também não posso deixar de mencionar a espinhosa missão de director do jornal da Diocese “Notícias de Beja”. Quando aceitei, com alguma hesitação e muito medo, este cargo, em 5 de Agosto de 1982, convidado por D. Manuel Falcão, sublinhei que o meu compromisso era de 1 ano. Depois, logo se via. E já lá vão 28 anos (um record de longevidade nestas missões). É um cargo, como podem calcular, muito duro, difícil e de grande responsabilidade. Já várias vezes tive a tentação de me demitir. O Senhor D. António com a sua pedagogia de Bom Pastor lá me vai incentivando a continuar, dizendo que o “Notícias de Beja” é um instrumento muito válido de evangelização e que o nosso jornal tem boa aceitação em todo o país. Sendo assim, continuaremos até que Deus queira a combater o bom combate da fé com a imprensa católica, com o nosso “Notícias de Beja”. O desafio é ainda mais estimulante e a tarefa mais facilitada com bons e assíduos colaboradores, como o Sr. D. António Vitalino e o Sr. D. Manuel Falcão, o Sr. D. António Marcelino e o Sr. D. João Alves com as suas saborosas crónicas todas as semanas, e o Sr. Cardoso, nos Serviços Administrativos, a trabalhar, com muita competência e dedicação, e em regime de voluntariado. Também por tudo isto dou muitas graças a Deus! E agora, passada esta maré alta de celebrações jubilares, a vida retoma o ritmo normal. Nesta etapa da vida vivemos mais de recordações do que de projectos. Não temos grandes planos para o futuro (o Padre Sousa e eu). Apenas a vontade sincera de fazermos bem o que temos de fazer todos os dias e de reafirmarmos todos os dias a Deus o nosso propósito de sermos firmes na nossa fé e fiéis até ao fim. Ajudai-nos, também, neste Outono da nossa caminhada, com a vossa amizade, o vosso conselho avisado e sobretudo com a vossa oração. Na celebração festiva do nosso Jubileu Sacerdotal queremos repetir com a frescura de há 50 anos: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”. “Vós sois, Senhor, a minha herança, tendes na mão o meu destino”. Contamos com a graça de Deus. Conta convosco, contai também connosco! Amén! Aleluia! Padre Alberto Geraldes Batista Beja, 16 de Julho de 2011 Santiago do Cacém também vai sofrer mudanças com a transferência do Pe. Gonçalo Fernandes e a vinda dos Padres José Azevedo Nóbrega e Agostinho Teixeira de Sousa, este como coordenador das Missões da Congregação em Portugal. O Pe. Pedro Guimarães será o coordenador. Os candidatos ao diaconado, Paulo Godinho e José Bravo, cuja ordenação está prevista para 23 de Outubro de 2011, em Moura, farão o seu estágio respetivamente em Moura e Grândola, sendo o Paulo Godinho também nomeado conselheiro espiritual do Seminário de Beja e o José Bravo assistente religioso da cadeia de Pinheiro da Cruz. Cada clérigo é diferente em si mesmo e no modo de se relacionar com as pessoas. Isto é uma riqueza para a nossa Igreja e agradeço a Deus. Mas constitui um problema quando usamos as nossas qualidades em competição com os nossos colegas. Temos de nos ajudar uns aos outros, pois na comunhão está a nossa força apostólica. Por isso ninguém enverede pelo caminho da simpatia descomprometida com as orientações pastorais da Igreja diocesana. Acolhamos bem todas as pessoas, mas não as desviemos das suas comunidades paroquiais de residência. Antes de lhes darmos qualquer resposta, falemos com os nossos colegas e respetivos pastores, oferecendo a nossa ajuda, mas nunca contribuindo para o seu isolamento dos fiéis. Quem tem ouvidos, oiça... Nos dias 19 e 20 de Setembro, no Centro Pastoral de Beja, teremos as reuniões do clero, sendo o primeiro dia dedicado à reflexão sobre a nova evangelização e a missão, com ajuda dos Padres da Congregação da Missão, com início às 10,30 horas. No dia 20, da parte de manhã, haverá reuniões por arciprestado com consultas para a nomeação de arciprestes, vice-arciprestes e delegados aos Conselhos presbiteral e pastoral. Não esqueçamos o pedido feito para encontrarmos 2 ou 3 colaboradores para a missão nos arciprestados. No dia 24 de Setembro teremos o DIA DIOCESANO, de cuja organização o SCAP está a tratar e para o qual pensamos convidar os colaboradores das paróquias e dos serviços diocesanos, que já participaram nos encontros sobre repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal. Quem tiver datas importantes na sua paróquia ou movimento, comunique ao Vigário Geral ou ao SCAP até fim de Agosto, para inserir na Agenda diocesana. Com os melhores cumprimentos e desejo de algum descanso para recuperação de energias, subscrevo-me com toda a amizade e sempre ao dispor † António Vitalino, Bispo de Beja PATRIMÓNIO 6 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 21 de Julho de 2011 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA No rescaldo do Festival Terras sem Sombra: património, música e biodiversidade O Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo, que acaba de encerrar a sua sétima edição, sob a direcção de Paolo Pinamonti, introduziu duas importantes inovações em 2011: a criação do Prémio Internacional Terras sem Sombra, com carácter anual; e o desenvolvimento de um conjunto de acções-piloto, sob o patrocínio dos artistas presentes no ciclo de concertos, em benefício de causas socialmente relevantes para a região. A salvaguarda da biodiversidade constitui um dos maiores desafios que se colocam actualmente à população humana. Um uso pouco controlado dos recursos naturais do planeta está a contribuir para exaurilo a um ritmo frenético e insustentável. Por outro lado, muitas comunidades têm-se afastado progressivamente da natureza, dos seus ritmos e das suas práticas plurisseculares, e são muito penalizadas por uma “artificialização” excessiva dos respectivos modos de vida. Como lembra o magistério da Igreja, fazendo honra a um pensamento que ascende a grandes mestres do pensamento cristão, nomeadamente São Francisco de Assis ou, em tempos mais recentes, o P.e Teilhard de Chardin, a natureza é nossa irmã. Há que saber usá-la com sabedoria, respeitá-la e preservá-la. Há sobretudo que pensar que também nós, homens e mulheres, somos parte dela. Mais: precisamos dela para nos realizarmos plenamente. O Baixo Alentejo, sem dúvida uma das zonas mais defendidas do país, em termos de conservação da paisagem e da natureza, possui um extraordinário património de biodiversidade. Este património assume, em algumas das suas múltiplas dimensões, relevância internacional. Cumpre-nos assegurar a sua transmissão, não só pelo seu magno interesse científico, mas também – e principalmente – devido ao facto de representar um conjunto de valores sociais, culturais e até económicos do maior significado para o futuro. O equilíbrio dos sistemas ecológicos (e, por conseguinte, da própria vida humana) depende, em larga medida, O Maestro Marcello Panni assenta uma das estacas que definem percursos nos Colmeais da sua salvaguarda. A consciência do que está em causa – e é muito – levou o Departamento do Património Histórico e Artístico a escolher, como causa a apadrinhar pelos artistas do Terras sem Sombra, a protecção da biodiversidade das áreas visitadas pelo Festival, envolvendo localmente as comunidades, as autarquias, o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, as associações de defesa do património, as escolas, as associações de produtores agrícolas etc. Pesou nisto, também, o facto de muitas igrejas históricas da Diocese de Beja, tanto em âmbito rural como urbano, serem verdadeiros santuários da vida selvagem, do ponto de vista da fauna e da flora – a começar pelos campanários, onde nidificam espécies protegidas, e a terminar nos adros, onde abundam plantas raras, sem esquecer ainda as “fontes santas” que assinalam muitos santuários e servem de bebedouros naturais a inúmeros seres vivos. O património natural é um complemento decisivo do património cultural, estando ambos profundamente interligados. No âmago do concelho de Beja A manhã do dia 10 de Julho foi dedicada a uma acção de salva- No momento da despedida: Álvaro Barriga, da Câmara Municipal de Beja, e Marcello Panni guarda da biodiversidade na microreserva dos Colmeais, na freguesia de Beringel, e resultou da colaboração do Festival Terras sem Sombra com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e com a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, que é a proprietária do local. Grandes entusiastas do património, o Maestro Marcello Panni e a esposa, M. me Jeanne Colombier Panni, foram os patronos da iniciativa, orientada no terreno pelo Dr. João Paulo Martins, médico, e pelo Eng.º Luís Andrade, perito agrário, do Núcleo de Beja e Évora da Quercus. Ambos conhecem muito minuciosamente o sítio e têm ajudado a preservá-lo e estudá-lo com enorme dedicação. Associaram-se ao acto, além do famoso tenor Carlos Guilherme e de representantes do ICNB, os membros do staff do Terras sem Sombra e outros voluntários. Após as explicações técnicas dadas pelo Doutor Pedro Rocha, do Parque Natural do Vale do Guadiana, os participantes adentraram-se na observação dos surpreendentes tesouros naturais existentes na micro-reserva. Em seguida, com grande empenho, levaram a cabo a recolha e a selecção de lenha dispersa pelos Colmeais, acumulandoa em pontos estratégicos, de modo a permitir o seu uso e evitar incêndios. Apesar do intenso calor, os trabalhos decorreram com precisão, num ambiente de grande alegria, sobressaindo o próprio Maestro Panni, que transportou enormes braçadas de lenha. Outra acção levada a cabo consistiu na colocação de estacas de madeira que assinalam percursos, criando linhas brancas, destinadas à orientação rigorosa dos visitantes. A manhã finalizou com uma visita à Herdade da Malhadinha Nova, em Albernoa, onde se almoçou. Regressando de tarde a Roma, para dirigir concertos na semana imediata, o Prof. Marcello Panni estava visivelmente satisfeito e emocionado com o acolhimento que lhe foi dado no Baixo Alentejo. Disso deu circunstanciada conta ao seu grande amigo, O Prof. Paolo Pinamonti colaborou entusiasticamente na recolha de lenha, acção fundamental para protreger a Reserva de incêndios o Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, cujo Apocalipse musicou recentemente. O próprio Cardeal Ravasi manifestou interesse em conhecer mais de perto o Festival, cujo programa acompanha desde os primórdios, através da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja. Um tesouro natural entre Beja e Ferreira Diversos estudos apontam para a importância botânica da região compreendida entre as localidades de Beringel, Mombeja e Peroguarda, nos limites entre os concelhos de Beja e Ferreira do Alentejo. Esta área de suaves colinas acima da peneplanície envolvente inclui a Serra do Mira, cujo ponto máximo atinge perto de 300 m. A diversidade de solos presentes, a transição climática que aqui tem lugar e a distribuição dos relevos traduz-se numa diversidade botânica assinalável, com a presença de algumas espécies raras e ameaçadas. Refira-se que esta área esteve para ser integrada na rede natura 2000, acabando no entanto por não ser classificada. A expansão das pedreiras que estão instaladas na vertente norte da serra do Mira, a intensificação agrícola que está agora a ter lugar, tendo em conta o desenvolvimento do projecto de regadio de Alqueva, bem como a recente expansão do olival intensivo com grande recurso a herbicidas, estão a fazer desaparecer uma parte importante desta biodiversidade pondo mesmo em risco algumas das espécies raras que aqui ocorrem. No sentido de preservar esta riqueza, a Quercus, através do seu núcleo regional, efectuou uma pesquisa exaustiva nesta região da qual resultou a aquisição de um terreno situado na freguesia de Beringel do concelho de Beja, espaço este que passou a integrar a rede de microreservas biológicas. A micro-reserva dos Colmeais Esta micro-reserva, sita a 15 km a oeste da cidade de Beja, cobre uma área de 4 hectares e é constituída por uma pequena área de azinhal, uma área maior de olival tradicional com algumas árvores centenárias e uma área de prados húmidos na vizinhança de uma pequena linha de água. A diversidade de habitats e o facto de não haver mobilização de solos nem aplicação de herbicidas há vários anos levam a que na existam não só várias das raridades assinaladas para a região mas também condições para que outras aqui possam ser estabelecidas no futuro. Algumas das espécies que definem a importância do local (onde estão presentes mais de 150 espécies de flora) são Linaria ricardoi, um endemismo da região de Beja, Cynara tournefortii, Echium boissieri, cujos talos podem atingir quase 3 m de altura, Adonnis annua sppp annua, e Linaria hirta. É de assinalar igualmente que no contexto regional é o local onde se detectaram o maior número de orquídeas, com 11 espécies assinaladas até ao momento. Ao nível da fauna a área é rica em invertebrados e está aqui registada a melhor população do cicadídeo Euryphara contentei (cigarra verde). As medidas de gestão passam pela vedação do local, protecção das pequenas azinheiras, de modo a ampliar o bosquete aí existente, revitalização das oliveiras, numa óptica de conservação e não de produção, controle de silvados junto à linha de água, controle de erosão numa das vertentes a oeste, marcação de trilho de visitação e gestão diferenciada de diversas parcelas de modo a fomentar as populações das espécies-alvo. A área pode ser visitada mas está particularmente vocacionada para visitas de estudo com guia, que deverão ser orientadas no sentido de evitar que existam danos à flora a proteger. A. S. SOCIEDADE 21 de Julho de 2011 Notícias de Beja – 7 Crismas em Odivelas Dia 10 de Julho foi dia de festa para a comunidade de Odivelas, porque receberam os Dons do Espírito Santo, pelo Sacramento da Confirmação – Crisma – 9 pessoas desta comunidade, que completaram assim, na sua vida, os sacramentos de iniciação cristã. Pelas 16h30, o nosso Bispo D. António Vitalino, presidiu à Eucaristia na Igreja Matriz de Odivelas, administrando o Sacramento da Confirmação, tendo sido concelebrante o nosso Pároco, Padre João Paulo Bernardino. Foram momentos muito belos e Dr. Rui Miguel Conduto sentidos por todos, principalmente pelos crismandos que, conscientes do compromisso assumido, não escondiam a emoção e a alegria que lhes ia na alma. Após esta celebração eucarística, seguiu-se um lanche de confraternização e, era visível no rosto de todos, a alegria e a gratidão por este dia de tão elevada vivência espiritual. Parabéns a todos quantos receberam a plenitude dos Dons do Espírito Santo, pelo Sacramento do Crisma. Que a vossa vida seja uma bênção e uma verdadeira caminhada com Jesus e para Jesus, ao serviço de Deus e do próximo, não esquecendo que o amor é o mais belo Fruto do Espírito Santo, que devemos pôr ao serviço do próximo. Certamente vós sois aquele “terreno fértil” onde a Palavra de Deus, que em vós foi semeada, frutificará em abundância. CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 Leia, assine e divulgue “Notícias de Beja” o jornal da Diocese Francisco Conceição Portugal no “top 10” de inscritos para a JMJ A organização da Jornada Mundial da Juventude 2011 (JMJ), que vai decorrer em Madrid, anunciou hoje que Portugal está entre os 10 países com maior número de inscritos para o evento, promovido pela Igreja Católica. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA adianta-se que, até ao momento, existem mais de 440 mil inscritos, vindos de 182 países, o que constitui um recorde na história das edições da JMJ, nascidas em 1985. O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil tem apontado para a presença de 15 mil portugueses em Madrid, de 16 a 21 de agosto. Além de Portugal, no «top 10» de inscrições figuram o país organizador, Espanha, Itália, França, Estados Unidos da América, Alemanha, Brasil, México, Polónia e Argentina África do Sul e Nigéria (África), Filipinas (Ásia) e Austrália (Oceania) lideram as inscrições nos respetivos continentes. A organização da JMJ 2011 lançou SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA uma nova campanha de inscrições, através da Internet (www. madrid11.com), em duas modalidades: com alojamento, até esta sexta-feira; sem alojamento, até ao próximo dia 15, com um desconto de 50%. A aposta no mundo virtual inclui a presença nas redes sociais, tendo sido criada uma aplicação para dispositivos móveis, em social. madrid11.com. Com presença desde 2009, a página da JMJ no Facebook conta hoje com 300 mil seguidores, de 82 países, em 21 línguas, esperando- se que possa chegar ao milhão de «fãs». A organização da jornada anunciou ainda um «flashmob» - um ajuntamento repentino de pessoas num local público – com mais de 100 mil pessoas, no dia 20 de agosto, antes da chegada ao aeródromo de Cuatro Vientos do Papa Bento XVI. Durante a vigília dessa noite, cinco jovens, em representação de cada continente, vão fazer uma pergunta ao Papa sobre diversos assuntos, adiantou a organização da JMJ. Sinos Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland Relógios de Torre Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal Máquinas de contagem de Dinheiro Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha Publ. Maria Vitória Amaro Cartório Notarial Privado de Sines - Notária Maria Leonor Domingues Garret e Castro Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779 www.jeronimobraga.com.pt | [email protected] Certificado Certifico, para efeitos de publicação, que foi lavrada hoje neste Cartório Notarial, de folhas noventa e um a folhas noventa e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Treze - A” uma escritura de justificação na qual Dimas dos Santos Pacheco e Natércia Maria Felizardo, ambos solteiros, maiores, naturais respectivamente da freguesia de Sabóia e da freguesia de S. Teotónio, ambos do concelho de Odemira, residentes no Sítio da Canada, Caixa Postal 504, Conceição, Faro, declararam ser donos e legítimos possuidores do seguinte bem: Prédio misto denominado “Marouços”, situado na freguesia de S. Teotónio, concelho de Odemira, composto na parte rústica por uma parcela de terreno de cultura arvense com a área de mil setecentos e vinte e seis metros quadrados e na parte urbana por casas de rés-do-chão com dois compartimentos para habitação com a superfície coberta de quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Marouços, de onde é desanexado, Nascente e poente em marouços de Jonas de Jesus Simões, Sul com caminho público, inscrito nas respectivas matrizes cadastral rústica sob parte do artigo 56 da Secção XX e predial urbana sob o artigo 3.390 com o valor atribuído de mil e quinhentos euros, sendo quatrocentos e oitenta e um euros e um cêntimo para a parte rústica e mil e dezoito euros e noventa e nove cêntimos para a parte urbana, a desanexar do prédio descrito na Conservatória do registo Predial de Odemira sob o número mil oitocentos e trinta e dois da mesma freguesia, cuja aquisição se encontra registada a favor de José de Oliveira Ramos e mulher Francisca da Piedade Gonçalves, pela inscrição Ap oito de quatro de Dezembro de mil novecentos e setenta e nove. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Sines, 12 de Julho de 2011 A Notária Maria Leonor Domingues Garrett e Castro 21 Julho P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 26 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2011 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 21 de Julho de 2011 Em colaboração para o bem comum Há dias um meu amigo, entendido nas letras, ao falarmos da actual e universal crise económico-financeira saiu-se com esta sentença, que a crise é de tal ordem que bem se lhe pode aplicar o famoso texto do P. Vieira sobre a guerra. Diz o sábio padre que a guerra em tudo o que toca envenena-o e acaba por o destruir. A actual crise é tão venenosa que não há sector da vida que fique isento do seu bafo mortífero. Basta olhar com atenção o memorando da apelidada troika para se certificar que a crise toca em toda a vida do nosso país. Não tardará que chegue mesmo aos feriados. Diz o memorando que é necessário avaliar de novo o problema dos feriados, quanto ao seu número e quanto à sua distribuição no calendário geral do País. É que acontece, por vezes, que se juntam feriados com dias dos fins de semana, sem trabalho, fazendo as chamadas pontes pois passarão a integrar vários dias sem trabalho o que durante o ano faz um prejuízo de monta de vários milhões. Para um País com dificuldades notórias na economia e finanças é uma situação a alterar. O memorando pede que se estude o problema na sua globalidade quanto a feriados civis e religiosos. Pela importância deste problema e por compreender feriados civis e religiosos e, ao tempo, ser o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, fui procurado pelo Ministro da Economia de então. A sua vinda proporcionou um agradável diálogo. Queria saber o Senhor Ministro qual a atitude da Igreja sobre os feriados. Expus com clareza o pensamento da Igreja sobre o tema, o que significam os feriados religiosos em articulação com a fé cristã e como os entende e estima o povo cristão. Acrescentei que a alterar-se a actual situação seriam encarados, por igual, os feriados civis e religiosos. Em conclusão do nosso diálogo o Senhor Ministro renunciou a levantar então o problema. É certo que a alteração do número dos feriados e a sua colocação no calendário civil sofreu ao longo do tempo algumas alterações estudadas em diálogo respeitoso algumas vezes, outras vezes por imposição revolucionária por se estar dentro de mentalidade laicista. Acrescentei ainda que o feriado religioso não é só a lembrança de personalidades importantes da Igreja, os Santos, ou lembrança de acontecimentos da História da Salvação, é muito mais, são factos que se referem à vida de fé da Igreja que o povo foi emoldurando com todo um conjunto de costumes e tradições bem arreigados na sua sensibilidade. Basta lembrar a influência das festas dos Santos e de alguns aspectos da fé cristã, quer na arte, quer no folclore, quer na própria culinária e em tantos outros aspectos da vida do povo. O feriado religioso é uma realidade que atinge o íntimo das populações e que só se lhe pode tocar com “infinita” delicadeza. O aspecto económico é importante, pela crise, mas não é o único, nem o principal. Quanto aos feriados religiosos eles supõem, para ser alterados, a intervenção da Conferência Episcopal que, por sua vez, remete o assunto para a Santa Sé pois se trata da vida religiosa do povo de Deus e é questão constante da Concordata instrumento de direito internacional. Apesar desta importância, ao longo do tempo procedeu-se mais do que uma vez à revisão do seu número e sua colocação no calendário nacional. A Igreja não é indiferente aos interesses e urgências económicas e financeiras do povo português e, por isso, deseja participar, se necessário, no estudo deste problema. João Alves, Bispo emérito de Coimbra Deste Mundo e do Outro Produtos nacionais O Presidente Aníbal Cavaco Silva exortou, há dias, os portugueses e as empresas de Portugal a comprarem produtos nacionais, para que consigamos vencer a crise. “Não são apenas as empresas que podem ajudar através da inovação a resolver os graves problemas do país, cada português pode dar a sua ajuda, desde logo consumindo produtos nacionais, passando férias em Portugal”, afirmou o chefe de Estado. O Presidente da República afirmou ser “uma tarefa patriótica que as pessoas e as empresas, que fazem compras todos os dias, optem pelos produtos portugueses”. Um Apelo semelhante corre na internet, de que deixamos alguns exemplos: «1. Experimenta comprar preferencialmente produtos fabricados em Portugal. Experimenta começar pelas idas ao supermercado (carnes, peixe, legumes, bebidas, conservas, preferencialmente, nacionais). 2. Experimenta trocar, temporariamente, a McDonalds, ou outra qualquer cadeia de fast food, pela tradicional tasca portuguesa. Experimenta trocar a Coca-cola à refeição, por uma água, um refrigerante, ou uma cerveja sem álcool, fabricada em Portugal. 3. Adia por 6 meses a 1 ano todas as compras de produtos estrangeiros, que tenhas planeado fazer, tais como automóveis, TV e outros electrodomésticos, produtos de luxo, telemóveis, roupa e calçado de marcas importadas, férias fora do país, etc., etc..» Desta forma estaremos a substituir as importações que nos estão a arrastar para o fundo e apresentaremos resultados surpreendentes a nível de indicadores de crescimento económico e consequentemente de redução de desemprego. Há quem afirme que bastaria que, cada português, substituísse em somente 100 euros mensais as compras de produtos importados, por produtos fabricados no país, para que o nosso problema de falta de crescimento económico ficasse resolvido. Representaria para a nossa indústria, só por si, um acréscimo superior a 12 mil milhões de euros por ano, o que dava para equilibrar as contas e ir pagando alguns juros. Se uma parte significativa dos portugueses seguisse estes conselhos, poupava-se muito dinheiro com as importações e o país podia assim aumentar o produto nacional com o consequente retomar do emprego em muitos sectores. Claro que isto traria também consequências negativas para alguns sectores. Mas nunca se consegue agradar a todos. Cura da diabetes A diabetes tipo 2 pode eliminar-se em sete dias com a adopção de uma dieta diária de 600 calorias, defende um cientista da Universidade de Newcastle. O director do Centro de Ressonância Magnética daquela universidade inglesa, Roy Taylor, submeteu durante oito semanas um grupo de 11 voluntários a quem tinha sido diagnosticada a doença a uma dieta extrema de bebidas especialmente concebidas para este efeito e a verduras sem amido. Uma semana depois, os níveis de açúcar no sangue antes do pequeno almoço tinham voltado ao normal, o que indicava que o pâncreas e o fígado estavam a funcionar. Ao fim de oito semanas, todos os voluntários tinham conseguido eliminar a sua diabetes e três meses depois sete deles estavam livres da doença. Segundo Roy Taylor, que apresentou há dias a sua descoberta numa conferência da Associação Norte-Americana contra a Diabetes em San Diego, nos EUA, um excesso de gordura impede o funcionamento do pâncreas a nível celular e a normal segregação de insulina, que regula o açúcar no sangue. Quando, com aquela dieta, se elimina a gordura, o pâncreas recupera o seu normal funcionamento. Até há pouco tempo, acreditavase que a diabetes tipo 2, a mais frequente, era irreversível, mas agora o cientista britânico afirma ter demonstrado que pode inverter-se o processo. Padres retiram sinos Os padres do distrito de Portalegre estão a retirar os sinos das igrejas devido à onda de assaltos que tem assolado o património religioso da região. O cónego Tarcísio Alves, da paróquia de Castelo de Vide, e o padre Luís Marques, de Marvão, foram os primeiros a precaver-se contra os furtos, que desde o início do ano já atingiu quase uma dezena de imóveis. Tal como o Correio da Manhã noticiou, foram levados, entre outros, os sinos em bronze de três igrejas de Marvão, de uma ermida em Montalvão (Nisa) e de outra em Mosteiros (Arronches). Nos últimos dias, segundo os párocos, foram retirados os sinos das igrejas, ermidas e capelas da Senhora da Luz, Senhora do Carmo, Senhor do Bonfim, São Pedro, São Vicente Ferrer e do Bom Jesus, todos em Castelo de Vide. Em Marvão, na freguesia de Santa Maria, foi removido o sino da capela Rasa (São Salvador da Aramenha), da capela da fronteira de Galegos e da igreja de Santo António dos Barros Cardos, na Ponte Velha. Esta foi alvo de uma investida, mas sem sucesso. Bom humor Um alentejano está estendido debaixo de uma figueira, de barriga para o ar e de boca aberta. Cai-lhe um figo na boca e ele fica na mesma posição. - Porque é que não comes o figo? pergunta-lhe o companheiro. - Estou à espera que caia outro, para me empurrar este para baixo. * Professora: - António, diz-me 3 partes do corpo humano que comecem pela letra C. António: - Cabeça, coração e cotovelo. Professora - Agora tu, José, diz-me 3 partes do corpo humano que comecem pela letra p. José: - Perna, pâncreas e pulmão. Professora: - Vejamos tu, Luís, se és capaz de me dizer 3 partes do corpo humano que comecem pela letra Z. Luís: - Muito fácil. As zobrancelhas, os zolhos e as zunhas. * Era o 1.º dia de aulas do Joãozinho, que, nervoso, pergunta à mãe: - Mãe, o que é que eu digo ao senhor professor? - O sr. professor vai perguntar-te quantos anos tens e tu dizes 10 aninhos, como te chamas e tu dizes Joãzinho, e se estudas muito e tu dizes poucochinho. O Joãzinho vai na rua a decorar “10 aninhos, Joãozinho, poucochinho”. Quando chega à escola o professor pergunta-lhe: - Como te chamas? - 10 aninhos. - Quantos anos tens? - Joãozinho. - Estás a gozar? - Poucochinho. A.B.
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