O que você precisa saber para ficar de olho na água

Transcrição

O que você precisa saber para ficar de olho na água
O que você
precisa saber
para ficar
de olho na
Projeto
Copyright © 2007 Editora Fundação Brasil Cidadão
Responsável pelo projeto:
Fundação Brasil Cidadão
Coordenação do Projeto:
Maria Leinad Vasconcelos Carbogim
Criação e texto:
Cristine Pereira Negrão Silva
Projeto Gráfico e Direção de Arte:
Mauri de Sousa
Fotos:
Ciro Albano, Maurício Albano, Acervo Aquasis
Apoio Técnico:
Promosell Comunicação
Patrocínio:
Petrobras Ambiental Petrobras
Todos os direitos reservados ao Projeto “De Olho na Água”
Índice
5- Como usar essa cartilha
6- A água é a essência da vida
7- Capítulo 1 - Todos nós somos seres feitos de água
8- Planeta Terra, planeta das águas
10- Então temos água em abundância!
11- A água nos outros planetas do nosso Sistema Solar
12- Como a água surgiu no nosso planeta?
13- O ciclo das águas
14- A Vida no Planeta Terra surgiu na água, mas como isso
aconteceu?
16- Hidrografia ou o estudo das águas
17- O rio é dividido em partes, denominadas elementos de um rio
20- As águas subterrâneas
22- As águas moldam a paisagem natural na Terra
24- O homem altera a forma do mundo natural
27- De que forma ocorrem as contaminações nos nossos recursos
hídricos?
28- Capítulo 2 - Icapuí e seus Ecossistemas
30- Ecossistemas
36- O peixe-boi marinho também bebe água doce
42- Capítulo 3 - Projeto “De Olho na Água” em Icapuí
43- Estação Ambiental Mangue Pequeno
44- Tecnologias de baixo custo para captação de águas da chuva
e tratamento biológico de esgotos domésticos
45- Monitoramento da qualidade da água no município
46- Poupar água. Não deixe essa conversa “ir por água abaixo”
48- Glossário
52- Referências consultadas
Como usar essa cartilha
Dicas para as escolas nas
pesquisas de campo
As dicas para as escolas nas pesquisas de campo,
sugeridas no capítulo 2 dessa cartilha, são mais
um recurso didático que pode ser utilizado por
professores para complementar as aulas na escola.
É importante que as viagens de campo tenham
sempre um “Guia” que conheça bem a região, suas
características ecológicas, sócio-econômicas e os
impactos que estão ocorrendo. Organize as viagens
de campo sempre nas horas mais frescas do dia,
de forma a aproveitar a visita e evitar desconfortos
por causa dos horários mais quentes. Ensine seus
alunos a ver com os olhos, inicialmente. Plantas
devem ser tocadas com cuidado porque algumas
possuem espinhos ou são urticantes. Animais não
devem ser ameaçados, perseguidos, encurralados
ou apanhados. Deixe o guia mostrar e sugerir
quais animais podem ser manuseados sem perigo
para as crianças e desconforto para os animais.
Absolutamente NENHUM animal deve ser morto
ou coletado.
Não permita que seus alunos joguem lixo no chão.
Legendas
Símbolos
Significados
Informações gerais
Atividades de escrita
Equipamentos básicos para os alunos:
• Caderno (de preferência pequeno e com espiral, que é mais prático)
• Lápis ou caneta para anotações de campo
• 2 litros de água (no mínimo)
• Alimentos leves (sucos, frutas e biscoitos)
• Protetor solar
• Óculos de sol
• Repelente de insetos
• Chapéu ou boné
• Roupas claras e leves para usar na praia • Blusas de manga longa, calças, tênis e
meias para andar em matas ou nos
arredores de cursos d’água
• Sapatos confortáveis
• Mochila ou bolsa para carregar
todo o material.
Equipamentos básicos para o professor.
Além dos equipamentos sugeridos acima,
o professor também deve ter:
• Celular (para efetuar alguma ligação que por ventura seja necessária)
• Apito (para reunir e localizar alunos desgarrados)
• Máquina fotográfica
• Caixa de primeiros socorros
• Mapas da região
• Guias de fauna e flora para consulta
dos alunos
• Tábuas de maré*, quando a visita for
à região litorânea
• Essa cartilha.
* Para Icapuí, utilize a tábua de maré para o Porto de Areia Branca Termisa, produzida pela Diretoria de Hidrografia e Navegação
(http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/index.htm)
5
Iniciando a nossa conversa...
Essa cartilha foi desenvolvida com intuito de trazer,
de forma “resumida” e acessível, informações
importantes sobre um recurso natural que está se
tornando escasso e muito caro no Planeta Terra:
a Água.
Nosso planeta passou por tantas transformações
ambientais negativas causadas pelo homem, que
chegamos em um momento da nossa história
que, ou paramos e tomamos consciência do nosso
impacto no planeta, ou estaremos condenados
à extinção.
Ultimamente temos ouvido falar bastante sobre o
aquecimento global e como ele vem alterando de
forma drástica o clima em nosso planeta, causando
secas extremas em alguns lugares, enchentes
devastadoras em outros, aumento nos casos de
doenças e extinção de muitas espécies de animais
e plantas que não tivemos nem sequer a chance de
conhecer. No entanto, pouco se fala sobre a crise de
abastecimento de água no mundo.
Estima-se que mais de 4 bilhões de pessoas - quase
metade da população mundial - estarão vivendo em
países com carência crônica de água por volta de
2050.
A partir do conceito de “pensar globalmente e
agir localmente”, a Fundação Brasil Cidadão criou
o projeto “De Olho na Água”, patrocinado pela
Petrobras dentro do Programa Petrobras Ambiental,
para recuperar e proteger os recursos hídricos de
Icapuí, no Ceará, evitando que este município
chegue a uma situação dramática de falta d’água,
como é o caso de outras populações no planeta.
6
a essência da vida
A Vida se originou nos oceanos.
A água é “Mater” e “Matrix”, Mãe e Meio.
A Vida pôde deixar o oceano quando
aprendeu a criar uma pele e levar a água
consigo.
Nós ainda somos animais aquáticos, só que
agora nós temos água dentro de nós,
não do lado de fora.
Nós somos um aquário ambulante. Somos
20% de solução aquosa.
Nós mantivemos a água do mar, nosso
legado, guardada com cuidado.
A concentração iônica do nosso sangue
ainda reflete a concentração iônica do oceano
primordial...A Vida, originada no oceano,
só poderia ter construído seu maquinário
a partir do que encontrava no meio que
a circundava. Existiam três coisas: água,
moléculas orgânicas (incluindo
dióxido de carbono – CO2)
e íons. O maquinário da
Vida foi construído,
organicamente, usando a
água como meio.
Albert Szent-Gyorgyi
1893-1986.
Capítulo 1 - Todos nós somos seres feitos de água
A substância ÁGUA
A água (H2O) é uma substância extraordinária, com muitas propriedades estranhas e
diferentes que são muito importantes para a vida do planeta Terra - vida esta que é baseada
na água e adaptada a suas propriedades originais e incomuns.
Algumas propriedades da água que nos são familiares:
• É incolor.
• Não possui gosto.
• Não possui cheiro.
• Dá a sensação de molhada.
• Dissolve quase tudo.
H
O
Ela existe em três estados: o líquido, o sólido,
e o gasoso, e pode passar por cada um deles através
do Ciclo da Água.
Ela pode absorver uma quantidade grande de calor.
Ela flui e corrói a superfície da terra. Move sedimentos
para formar praias, margens e barras de rios. Ela dá forma
a diversas moléculas em nosso organismo, que são vitais para a nossa sobrevivência.
Ela é parte de cada organismo vivo no planeta. Sem ela estamos fadados
a desaparecer da face da Terra.
H
A molécula de Água
As propriedades únicas da água são resultado da sua estrutura
química. Os dois átomos de hidrogênio se ligam a um átomo
de oxigênio para dar uma forma de “V” com os átomos de
hidrogênio em um ângulo de 105º. Quando os átomos de hidrogênio
se ligam ao oxigênio, há o compartilhamento dos elétrons, gerando
uma atração mútua entre esses, resultando numa forte ligação
química conhecida como ligação covalente.
7
A água possui três estados físicos: o sólido, o líquido
e o gasoso. Você saberia dar um exemplo para cada um
destes estados?
Sólido
Líquido
Gasoso
n
a
l
P
a, planeta das
r
r
e
T
á
eta
gua
s
Se pudéssemos viajar em um foguete até a lua e por
um momento sentar no solo lunar e apreciar a visão do
Planeta Terra, veríamos a encantadora imagem de um
planeta azul formado na sua maior parte por água.
De fato, 70% da superfície do nosso planeta são
cobertos pelas águas dos oceanos e é por isso que
muitas vezes a Terra é chamada de “Planeta Água”.
8
Oceano
Ártico
Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico
Oceano
Índico
Oceano do Sul
O oceano envolve o globo e é dividido
em
quatro
regiões principais: o Oceano Atlântico,
Europa
o Oceano Pacífico, o Oceano Índico e o Oceano
Ártico. Alguns cientistas consideram as águas em
torno do continente Antártico como um oceano
África
América
do Sul
separado, que seria o quinto oceano. Estes oceanos,
Ásia
embora distintos de algumas maneiras, são todos
interconectados; a mesma água circula por todos
eles. Se todos os continentes do mundo fossem
Antártida
agrupados em um canto da Terra, a vasta extensão
do oceano poderia facilmente ser vista. Na realidade,
naturalmente, os continentes não são agrupados
como mostrado na figura, mas são espalhados por
todo o globo terrestre.
América
do Norte
9
Então, temos água em abundância?!...
Sim... e não. Nosso planeta possui bastante água, mas a água doce não é tão
abundante e disponível para o nosso uso, como a princípio pensávamos.
A Terra dispõe de 1,386 bilhão de km3 de água, aproximadamente. Quase toda
essa água (97,5%) é salgada e é encontrada nos oceanos, lagos salgados e aqüíferos
salinos, que são reservas de água subterrâneas. Os 2,5% restantes desse volume
são de água doce.
No entanto, 2/3 dessa água doce estão aprisionados na forma de gelo nas calotas
polares, icebergs e solos permanentemente congelados.
O 1/3 de água doce restante no nosso planeta encontra-se armazenada, na sua
maior parte, nos aqüíferos subterrâneos, só podendo ser acessada através da
perfuração de poços e cacimbas. Por fim, uma pequena quantidade é encontrada
em lagos, lagoas, rios e cursos d’água superficiais.
Por isso que dizemos que possuimos água doce em relativa abundância em nosso
planeta.
Para se ter uma idéia da quantidade de água doce
aprisionada em forma de gelo, vamos dar uma olhada
novamente no Mapa Mundi. Você vai reparar numa
enorme área branca na parte debaixo do nosso planeta.
Essa região é conhecida como Antártida. Ela é o quinto
maior continente do planeta, com 98% da sua superfície
cobertos por uma camada de gelo
que mede 1,6 km de profundidade.
A Antártida possui aproximadamente 90% do gelo de todo
o planeta. Cerca de 70% da água doce da Terra encontram-se
aprisionados nessa camada de gelo, indisponível para nosso uso!
10
A água nos outros planetas do nosso Sistema Solar
A água é encontrada no nosso Sistema Solar em seus diversos estados
físicos. Desde traços de vapor d’água no nosso Sol até oceanos congelados
embaixo da superfície do planeta Marte e das luas de Júpiter (Europa
e Ganimedes). Porém, até o momento, em nenhum outro planeta foi
encontrada água em estado líquido na sua superfície – e em grande quantidade –
como é encontrada na Terra. Dessa forma, podemos dizer que nosso planeta é único
em todo o nosso sistema solar.
11
Como a água surgiu no nosso planeta?
Bom, existem algumas idéias propostas pelos cientistas, chamadas de “teorias”.
Uma das teorias mais aceitas seria que a água foi formada há bilhões de anos
atrás, através de erupções vulcânicas. Naquela época não havia nenhum oceano
e nem mesmo água em estado líquido e a Terra era tão seca quanto o solo lunar.
A superfície do Planeta Terra era extremamente quente e coberta por vulcões em
constante erupção.
Os vulcões derramavam, junto com a lava, enormes quantidades de vapor.
Aos poucos, esse vapor foi se concentrando ao redor da Terra, formando a atmosfera
do nosso planeta.
Mas a Terra começou a esfriar. E à medida que ela esfriava lentamente, o vapor que
continha grandes quantidades de elementos químicos - dentre eles a água em estado
gasoso - começou a esfriar também.
A água se condensou em gotas de chuva, que começaram a cair.
Essa chuva durou milhares de anos, enchendo aos poucos as grandes concavidades
de nosso Planeta, dando origem aos primeiros mares, rios e lagos do mundo.
Mas alguns cientistas acreditam que boa parte da água não tenha se originado
apenas do vapor emanado pelos vulcões.
Eles afirmam que nosso planeta, após a sua
formação (há cerca de 4.5 bilhões de anos
atrás), foi bombardeado por milhares de
cometas vindos do nosso Sistema Solar e
de sistemas solares vizinhos. Boa parte do
núcleo desses cometas – que podiam pesar
dezenas de toneladas – era formada por
gelo.
Ao se chocar com nosso Planeta,
os cometas se destruíam.
Seus núcleos de gelo derretiam e
evaporavam e o vapor era incorporado
à atmosfera do Planeta.
12
O ciclo das águas
Os oceanos estão sempre perdendo e ganhando água, em um processo cíclico sem fim,
denominado de Ciclo da Água ou Ciclo Hidrológico. Eles perdem água através do
processo de evaporação, que acontece quando a água da superfície é aquecida pelo sol
e soprada pelos ventos, formando pequenas partículas de água em estado gasoso, que
são invisíveis. Estas partículas, denominadas de vapor d’água, sobem para a atmosfera,
resfriando e formando as nuvens, num processo denominado condensação. Quando a
temperatura esfria ainda mais, as partículas de água das nuvens se agrupam em gotas
de chuva ou neve (se estiver muito frio) e caem de volta para a Terra. A chuva que cai na
Terra (ou a neve derretida) escorre para os rios, que fluem de volta para o mar.
Parte dela infiltra-se na terra, alimentando o lençol freático.
A evaporação também acontece
em outros corpos d’água, como os rios, lagoas, lagos, etc.
Ciclo Hidrológico
As plantas também participam do processo de evaporação, devolvendo à atmosfera
a água captada por
suas raízes, através
do processo de
Precipitação = 119.000
Raios solares
evapotranspiração, que
Geleiras
ocorre em suas folhas.
+
Evapotranspiração
Evaporação = 74.200
Dessa forma, podemos
Rios e Lagos
concluir que o volume
Evaporação
de água na Terra é fixo.
542.000
Precipitação
Escoamento
O mar nunca seca
Infiltração
e o ciclo se repete.
Nível da água subterrânea
Rio ou Lago
Água subterrânea
Interrace
Água doce Água salgada
Oceano
Fonte: Boscardin Borghetti et al. (2004)
Quando a água do mar evapora, torna-se doce porque não leva consigo os
sais que se encontram dissolvidos nos oceanos. No entanto, 77% de todas as
precipitações no mundo caem de volta no mar, voltando a ser água salgada.
13
A Vida no Planeta Terra surgiu na água, mas como
isso aconteceu?
Nosso planeta se formou há cerca de 6 bilhões de anos e a água há 4,5 bilhões. Mas
a vida só surgiu na Terra há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Nessa época, elementos químicos essenciais para a vida eram encontrados
dissolvidos em um oceano primitivo. Estes elementos, denominados de Biogênicos,
eram: o Carbono (C), o Hidrogênio (H), o Oxigênio (O), o Nitrogênio (N), o Enxofre
(S) e o Fósforo (P). Nosso oceano era tão rico nesses nutrientes que era chamado de
“sopa primitiva”.
Nossa atmosfera primitiva fina e pobre em oxigênio permitia a penetração
dos fortes raios ultravioletas do sol, que literalmente “fritavam” a superfície
terrestre. Sob estas condições nenhum organismo vivo poderia sobreviver aos
raios ultravioletas que, em doses altas, esterilizam tudo. Dessa forma, cientistas
acreditam que os elementos biogênicos, que deram origem à vida, podem ter
se organizado em forma de organismos unicelulares nas regiões profundas dos
oceanos.
Mas era necessário que estes primeiros seres vivos se alimentassem de “algo”,
para garantir sua sobrevivência, da mesma maneira que precisamos comer para
obter energia para sobrevivermos. Nas águas profundas, onde nenhuma luz do sol
chegava, parecia ser impossível produzir a energia necessária para sobrevivência
através da fotossíntese.
A Vida, porém, encontrou uma alternativa
à fotossíntese, denominada de quimiossíntese.
Nossos organismos primitivos ancestrais,
quimiossintetizantes, conseguiram produzir, eles
mesmos, o seu próprio alimento através de uma
série de reações químicas.
As substâncias necessárias para a produção dessas
reações químicas foram encontradas próximas às
“chaminés submarinas”.
14
Todas as plantas (terrestres e aquáticas), algas e algumas bactérias utilizam a
energia do sol para produzir açúcares e outros nutrientes necessários para sua
sobrevivência. Esse processo é chamado de fotossíntese. Porém, outros organismos
vivos conseguem obter sua fonte de energia sem a necessidade da presença de luz
solar. Esses organismos, chamados de bactérias quimiossintetizantes, obtêm seus açúcares
através de reações químicas. Essas bactérias são a base da cadeia alimentar de muitos animais
e plantas que vivem em águas profundas, como as plantas são a base da cadeia alimentar
para uma série de animais herbívoros (comedores de plantas), que por sua vez são fonte de
energia para animais carnívoros, inclusive o homem. Estas chaminés submarinas nada mais
são do que pequenos vulcões em erupção encontrados no fundo do mar. Esses vulcões podem
variar muito de tamanho e é normal acharmos que eles são sempre grandes e que derramam
enormes quantidades de lava. De fato, alguns são assim. Mas existem vulcões menores, que
mais se parecem chaminés, por onde sai água
quente e tão rica em minerais dissolvidos que ela
chega a ter a cor preta. Cientistas acreditam que as
moléculas quimiossintéticas primitivas retiravam
dessas águas as substâncias necessárias para fazer
as reações químicas que produziam seu alimento.
À medida que o tempo passava - e isso durou
milhares de anos - esses organismos foram se
aperfeiçoando. Muitas células se juntaram em
“cadeias” ou “correntes” mais complexas, criando
organismos multicelulares. Eles “aprenderam”
como se copiar, e assim, deixar descendentes.
Dessa forma a Vida se desenvolveu no nosso
Planeta.
A água foi a “Mãe”, que gerou e alimentou essa
forma de vida primitiva, que por sua vez deu
origem a todos os organismos que existem hoje:
árvores, baleias, tatus, sapos, passarinhos, peixes,
lagostas, caranguejos e, é claro, você e eu! Por isso
podemos dizer que todos os seres vivos são feitos
de água.
Hoje em dia os oceanos são responsáveis por
outro importante fator para manutenção da vida
na Terra: eles albergam trilhões de bactérias
azuis, denominadas de cianobactérias, que são as
principais produtoras do oxigênio que respiramos.
15
Hidrografia ou o estudo das águas
Agora que já aprendemos de onde viemos, vamos aprender um pouco mais sobre a
água e como ela é estudada pelos homens.
A Hidrografia é uma área da geografia física que estuda e classifica as águas do nosso
planeta. As águas podem ser divididas em águas superficiais e águas subterrâneas.
Águas superficiais
As águas superficiais são classificadas de acordo com suas características em rios,
córregos, lagos, lagoas e bacias hidrográficas. Um rio é uma corrente natural de água
que flui. No Nordeste do Brasil existem rios perenes, que correm o ano inteiro, e rios
temporários, que secam durante o período de estiagem. Um rio pode desaguar no
mar, num lago ou em outro rio.
O Córrego é uma denominação dada a uma corrente natural de água menor que um
riacho, que por sua vez é menor que um rio.
Um Lago seria uma depressão natural na superfície da Terra, que contém
permanentemente uma quantidade
variável de água e é alimentado por
um rio.
Já a Lagoa é uma porção de
água cercada por terra
por todos os lados,
e não precisa ser
necessariamente
alimentada por um
rio.
16
Você conhece algum corpo hídrico superficial no seu município?
Saberia classificá-lo como rio, córrego ou lagoa? Então complete a
atividade abaixo.
Rio
Córrego
Lagoa
O rio é dividido em partes, denominadas elementos
de um rio
Esquema de um rio com os seguintes elementos e suas definições: nascente, montante,
jusante, foz, afluente, confluência, margem, leito.
De todas essas classificações, talvez a que você esteja menos familiarizado é com o termo
Bacia Hidrográfica.
Mas antes que você torça o nariz para esse nome estranho e resolva passar para a próxima
página, saiba que o seu significado é bastante simples e ela engloba todos os outros
corpos d’água como rios, córregos e lagos.
A Bacia Hidrográfica de um rio ou curso d’água nada mais é que o conjunto de terras que
direcionam a água das chuvas para esse curso de água, sempre das áreas mais altas para
as mais baixas. As terras altas funcionam como se fossem um funil. Toda água que cai
com a chuva escorre, no final, para um único rio ou lago, que está na parte mais baixa da
bacia.
17
É por isso que um rio sempre corre de uma área mais alta para uma área mais baixa.
Não falei que era simples! No entanto, a bacia hidrográfica de uma região é
extremamente importante para as pessoas que moram nela, pois é daí que boa parte
da água será utilizada para uso doméstico (beber, cozinhar, tomar banho, aguar as
plantas), para irrigação de lavouras e para a indústria.
O estudo da Bacia Hidrográfica também é útil para prever enchentes ou inundações
quando há um volume muito alto de chuvas em uma determinada região.
18
O Ceará possui 11 Bacias Hidrográficas, como mostra o mapa abaixo.
Você saberia responder em que Bacia Hidrográfica está o município de
Icapuí? Pesquise onde o rio nasce e descubra porque ele é considerado
o maior corpo hídrico em extensão do estado do Ceará.
Oc
ean
oA
tlân
tico
Estado do Ceará
Bacias Hidrográficas
Pa
ra
íb
a
Rio
Gra
nd
ed
oN
ort
e
Piauí
Fortaleza
Pe
rn
am
bu
co
Bacia Litorânea
Bacia do Acaraú
Bacia do Alto Jaguaribe
Bacia do Baixo Jaguaribe
Bacia do Banabuiú
Bacia do Coreaú
Bacia do Curu
Bacia do Médio Jaguaribe
Bacia do Poti
Bacia do Salgado
Bacia Metropolitana
Elaborado e geoprocessado
pelo DERAM-FUNCEME
19
As águas subterrâneas
As águas subterrâneas são formadas a partir da infiltração da água da chuva no solo, num
processo denominado de percolação. Em regiões onde existe pouca quantidade de água
superficial disponível para uso humano, as águas subterrâneas são muito utilizadas para
o abastecimento de casas, irrigação de lavouras e para a indústria. Essas reservas de águas
subterrâneas recebem o nome de Aqüíferos.
Nível potenciométrico
Aqüífe
ro livre
Nível potenciométrico
Aqüífero
confinad
o
Embasame
nto
Poço não artesiano
Poço comum
Poço artesiano jorrante
Existem determinados tipos de solos que são extremamente porosos, permitindo a
penetração da água para as camadas mais profundas da terra. Esse tipo de solo é capaz
de reter a água da chuva a determinadas profundidades e permitir que esta seja alcançada
através de poços. Solos assim são encontrados em áreas de dunas, bacias sedimentares
e áreas de várzea.
À medida que a água penetra cada vez mais fundo na terra – e isso pode acontecer de
forma muito vagarosa – ela vai sendo filtrada pelas partículas de areia. Por isso que as
águas de um aqüífero são limpas.
20
Aqüíferos: reservas subterrâneas
de água
Na natureza existem, principalmente, dois tipos de
aqüíferos:
Aqüíferos livres (ou lençol freático).
São os aqüíferos encontrados mais próximos da
superfície. Geralmente são alcançados cavando-se
cacimbas. À medida em que o buraco da cacimba vai
sendo aprofundado, a água vai aflorando.
Estes aqüíferos são os que possuem as
maiores chances de serem contaminados
por fossas negras, postos de
gasolina que apresentem
vazamentos nos seus tanques
subterrâneos, pesticidas,
fertilizantes e metais pesados.
Aqüíferos confinados
(ou artesianos).
Geralmente são encontrados
em uma profundidade maior
que o aqüífero livre. Este
tipo de aqüífero encontra-se
aprisionado entre duas camadas
de rochas, como uma fatia de
queijo entre duas fatias de pão.
Para se chegar até a
água é necessário
perfurar poços
utilizando brocas.
Poços assim
são chamados
de “poços
artesianos”.
21
As águas moldam a paisagem natural na Terra
A água era o principal elemento modificador da superfície terrestre antes
de o homem começar a mudar o clima e a paisagem do Planeta Terr.
Se tomarmos como exemplo um rio e todo o caminho que este percorre, desde sua nascente até
o seu destino final, poderemos observar como ele interage com as terras ao seu redor, as
modifica, carregando junto a memória dos lugares por onde passou.
Nossa estória começa na nascente desse rio, que pode ser um lençol freático que aflorou, ou até
mesmo o gelo derretido das montanhas durante a primavera. Nesse momento o nosso rio é um
córrego pequeno, que corre devagar das terras mais altas onde nasceu para as terras mais baixas,
ao longo da sua bacia hidrográfica. À medida que ele percorre as terras ele erode, desagrega e
solubiliza as rochas, carregando consigo o material resultante dessa desagregação, que são os
minerais.
Ao longo do caminho ele encontra outros córregos que se juntam a ele, como uma grande rede
de vasos sanguíneos que se conectam, ou galhos de uma árvore, que se entrelaçam. Cada novo
córrego adiciona mais volume de água ao nosso córrego inicial, que agora se torna um rio.
Quanto maior for o volume de água, mais veloz nosso rio desce, escavando o solo e construindo
seu leito e suas margens. Ao longo de suas margens ele deposita os materiais dissolvidos das
rochas, que fertilizam o solo e promovem o crescimento da vegetação.
As árvores, arbustos e outras plantas menores sombreiam nosso rio, tornando-o mais frio.
Quanto mais fria for a água, melhor, pois o oxigênio da atmosfera se dissolve mais rápido
nas águas, permitindo que peixes e outros animais não morram. Folhas, galhos, frutos e
sementes caem no nosso rio, tornando-se alimento para uma série de organismos. Bactérias
decompositoras e insetos aquáticos decompõem essa matéria orgânica, liberando nitrogênio
e fósforo, que em quantidades apropriadas são excelentes fertilizantes para as plantas das
margens.
22
Nosso rio continua seu caminho. O tipo de solo encontrado em seu leito irá influenciar a sua
turbidez, que seria a quantidade de sedimentos em suspensão nas águas. Se o leito for formado
por areia, a quantidade de sedimentos que são transportados será grande, deixando nosso rio
turvo. Se, por outro lado, o leito for constituído de pedras, a quantidade de sedimento será bem
menor e nosso rio terá águas mais claras.
Quando se aproxima do seu destino final, o mar, seu volume de água é enorme e carrega
junto consigo nutrientes, que serão absorvidos pelas águas salgadas. Parte dele irá se
depositar no fundo do mar, fertilizando o solo marinho e ajudando no crescimento de
algas e capim-agulha, fontes de alimento para diversas espécies de animais, incluindo
o peixe-boi marinho. Outra parte dos nutrientes será filtrada por camarões, caranguejos,
siris, ostras e filhotes de peixes, que servirão mais tarde de alimento para animais
maiores, como garças, maçaricos e peixes.
Além dos nutrientes, nosso rio carreia consigo a areia que foi coletada ao longo do seu
caminho. A areia será lançada no mar através do estuário ou desembocadura do rio.
O mar, com suas correntes e marés, depositará novamente a areia na costa, formando e
alimentando as praias. As areias das praias serão sopradas pelos ventos e moldadas em
forma de dunas.
Dessa forma, quando você estiver apreciando a beleza ímpar de uma duna no seu litoral,
saiba que ela carrega em seus grãos a memória de um rio, que nasceu do seio da terra,
cresceu córrego, passou por muitas terras, alimentou animais e plantas, permitindo que a
vida florescesse ao longo do seu curso.
23
O homem altera a forma do mundo natural
Infelizmente, a estória que contamos acima não mais existe.
Poucos rios do mundo conservam seu traçado e composição química
naturais. Quase todos foram represados, alguns sofreram desvios e cerca
de 80% das águas superficiais do nosso planeta possuem algum tipo de
contaminação provocada pelo homem. Alteramos tanto as condições
naturais em nosso planeta, que criamos o que chamamos de “efeitodominó”, onde uma ação desencadeia uma série de efeitos negativos
sucessivos para o homem e para os outros organismos vivos.
O homem começou a alterar a paisagem que o cercava a partir do
momento em que passou de um sistema de subsistência caçadorcoletor nômade para um sistema de subsistência agrícola.
24
Há cerca de 12 mil anos atrás, durante a pré-história, indivíduos de
povos caçadores-coletores perceberam que os grãos que coletavam na
natureza, quando enterrados, produziam novas plantas iguais às que
os originaram. Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento
para essas pessoas. Houve grupos de “agricultores” que se fixaram à terra em
que plantavam, selecionando os grãos que davam safras maiores, que vinham
de terras distantes ou eram mais resistentes a pragas. Esses grupos acumularam
bens maiores e tiveram um aparente melhoramento do padrão de vida.
Por outro lado, os grupos de “caçadores-coletores”, que continuaram
utilizando-se de alimentos nativos de sua região, mantiveram um equilíbrio
ecológico com o ambiente. Hoje ainda subsistem caçadores-coletores no Ártico
e nas florestas tropicais úmidas, onde outras formas de subsistência não são
possíveis. Nossas tribos indígenas foram grupos de caçadores-coletores e,
ainda hoje, algumas delas conservam estes antigos costumes.
Com a Revolução Industrial, nossa demanda por água aumentou
terrivelmente. Para você ter uma noção do que estou falando,
para cada 1kg de papel produzido, gastamos 324 litros de água.
As indústrias criaram muitos empregos. Pessoas que trabalhavam
no campo, na agricultura e pecuária começaram a migrar para as
cidades, à procura de uma vida melhor e mais confortável. Com
isso, os grandes centros urbanos incharam rapidamente e a oferta
de água tratada e esgoto não mais conseguia suprir a população
que crescia a cada ano. A falta de uma rede de esgotos adequada
causava contaminação do lençol freático, utilizado para beber,
tomar banho, lavar roupa, cozinhar e outras inúmeras atividades
cotidianas. Como conseqüência, hoje em dia pagamos
cada vez mais caro para trazer água de locais
distantes, tratá-la e enviá-la para nossas
residências
25
Em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, 70% do lixo
que é produzido nas indústrias são despejados sem tratamento
nas águas, poluindo nosso suprimento de águas superficiais e
subterrâneas.
Como conseqüência de nossa ignorância e avidez por dinheiro, estamos poluindo os
nossos corpos hídricos superficiais e subterrâneos, envenenando-nos ou nos matando de
sede lentamente. Aqüíferos que levaram milhares de anos para serem criados pelas águas
da chuva estão com risco de secarem completamente nos próximos 10 anos. Calcula-se
que cerca de 1 bilhão de pessoas não tenha acesso à água potável no mundo.
É importante que você se lembre do que foi dito lá atrás, no Ciclo da Água: o volume de
água na Terra é fixo, mas a população humana não pára de crescer.
Cada vez que você dá descarga no vaso sanitário da sua casa, você
gasta de 5 a 8 litros de água tratada. Em muitos lugares da África e da
Ásia as pessoas precisam andar a pé 5 ou mais quilômetros para trazer
para casa somente 5 litros de água não tratada, que vai ser utilizada
para beber, cozinhar e lavar as roupas de uma família de, no mínimo, 5 pessoas.
Você acha que esse volume de água é suficiente para todas essas atividades?
26
De que forma ocorrem as contaminações nos
nossos recursos hídricos?
De várias formas. O desenho abaixo mostra somente as mais comuns.
Produtos Azotados
e Sulfurosos
Chuva ácida
Recarga de águas de superfície
e águas subterrâneas
Efluentes
urbanos
Lago
Pesticidas
Fertilizantes
Estação de
Abastecimento
de água
Depósitos
de produtos
perigosos
Lixeira
Posto de gasolina
Pecuária
Fossa Séptica
Furo
Óleos e
Derrame
Gasóleos
Escoamento
Subterrâneo
Migração da Contaminação
Bem, agora que sabemos de todas essas informações sobre a água, vamos fazer um rápido estudo
sobre o município de Icapuí e ver quais são os problemas relacionados à água na região.
27
Capítulo 2 - Icapuí e seus Ecossistemas
Icapuí é um dos 19 municípios localizados na zona costeira
do estado do Ceará. Ele é limitado ao norte pelo Oceano
Atlântico, a leste pelo estado do Rio Grande do Norte, a
oeste pelo município de Aracati e ao sul por Aracati e Rio
Grande do Norte. Possui 64 km de litoral e tem uma grande
diversidade de ecossistemas marinhos e terrestres.
Um ecossistema é o conjunto formado pelos seres vivos
dentro de um determinado ambiente e pela relação que se
estabelece entre os seres vivos e esse ambiente.
Por isso é dito que um ecossistema pode ter desde o
tamanho de uma poça d’água (ou ser ainda menor!) até
o tamanho de todo um oceano. Existem inúmeros tipos
de ecossistemas, pois eles são característicos de uma
determinada região, do seu clima, da quantidade de água,
luz, ventos, tipo de solo e dos animais e plantas que são
encontrados ali.
28
Nós
estamos
aqui!
Todo tipo de ecossistema natural possui uma ou mais funções específicas,
que beneficiam a Humanidade. Essa função é chamada de “Serviço do
Ecossistema”. E quer saber o melhor disso tudo? A natureza não cobra nada
pelo trabalho se o Homem também não alterar indiscriminadamente o
ecossistema que presta o serviço. Os serviços podem ser: provisão, se o ecossistema
produzir alimento e água; regulação, como controle do clima e de doenças; suporte,
como ciclo de nutrientes e polinização de cultivos; cultural, como benefícios
espirituais e recreacionais, dentre outros.
Observe o mapa. Vamos empreender uma viagem a Icapuí, que será nossa sala de aulas ao ar livre.
Prepare-se para mergulhar nos diversos ecossistemas que formam seu município e como estes fornecem
uma série de benefícios à população da região.
UNIDADES DE PAISAGENS HOMOGÊNEAS
Planície Costeira de Icapuí
Novembro de 2007
PRAIA
BANCOS E FLECHAS DE AREIA
BERMA
APICUM
MANGUE
BANCO DE ALGAS / DELTA DE MARÉ
DUNAS MÓVEIS
DUNAS SEMIFIXAS
DUNAS FIXAS
TERRAÇO MARINHO HOLOCÊNICO
TERRAÇO MARINHO PLEISCÊNICO
PLANÍCIE FLUVIAL
TABULEIRO
FALÉSIAS
PALEOFALÉSIAS
LAGUNA
LAGOAS COSTEIRAS
Riachos/Córregos/Canais de maré
FONTE:
Imagem de satélite QuickBird, 2005
Geoprocessamento a partir de
levantamento topográfico com GPS
geodésico
29
Ecossistemas
Tipo de Ecossistema:
Bancos de Algas
Descrição: Áreas marinhas (que
geralmente são submersas, mas podem
ficar descobertas nas marés secas ou
marés de lua cheia ou nova) e que são
cobertas por algas pardas, vermelhas
e verdes. Podem crescer próximas a
bancos de capim-agulha, formando
bancos denominados “mistos”.
Serviços do Ecossistema:
• Produzem oxigênio para o ambiente
marinho;
• São usadas como áreas de alimento,
proteção e crescimento de larvas, filhotes
e juvenis de muitos tipos de animais
marinhos importantes, dentre eles a
lagosta;
• São a base da cadeia alimentar
marinha, servindo de alimento para
diversos tipos de peixes, peixes-boi,
tartarugas e outros animais herbívoros.
30
Fauna: Peixes-boi, peixes diversos,
arraias, moréias, tartarugas, juvenis de
lagosta, caranguejos, siris e polvos.
Flora: Algas pardas, vermelhas e
verdes.
Dicas para uma viagem de
campo da escola:
• Visite o Banco Cajuais na maré seca
e conheça o maior banco de algas do
litoral do Ceará e o único delta de
maré do Estado.
• Visite o Projeto “Mulheres de
Corpo & Algas”, de cultivo de algas
vermelhas, da comunidade
de Barrinha,
e descubra mais
informações
sobre a biologia
das algas e dos
animais que
a elas vivem
associados.
Tipo de Ecossistema:
Bancos de Capim-agulha
Descrição: Áreas marinhas (que geralmente
são submersas, mas podem ficar descobertas
nas marés secas ou marés de lua cheia ou
nova) e que são cobertas por capim-agulha.
São plantas de verdade, possuem flores e se
reproduzem por polinização. Podem crescer
próximas a bancos de algas, formando bancos
denominados “mistos”.
Serviços do Ecossistema:
• Suas raízes “seguram” a areia, evitando
que ela fique em suspensão e turve a água,
aumentando dessa forma a claridade da água
e permitindo que as algas façam a fotossíntese;
• Produzem oxigênio para o ambiente
marinho;
• São ambientes altamente produtivos,
sendo a base da cadeia alimentar marinha,
juntamente com as algas. É o principal
alimento do peixe-boi marinho em Icapuí;
• São usadas como áreas de proteção e
crescimento de larvas, filhotes e juvenis
de muitos tipos de animais marinhos
importantes, dentre eles a lagosta;
• Protegem a linha da costa, evitando que ela
seja erodida pelas marés de lua ou de ressaca.
Fauna: Peixes-boi, peixes diversos, arraias,
moréias, tartarugas; juvenis de lagosta,
caranguejos, siris, polvos.
Flora: Capim agulha, algas pardas, verdes e
vermelhas.
Dicas para uma viagem de campo da
escola
• Visite a Praia de Ponta Grossa na maré baixa
e conheça os bancos mistos de capim-agulha e
algas. Os bancos são tão abundantes e extensos
que fazem com que essa praia seja uma das
mais visitadas por peixes-bois, inclusive fêmeas
com filhotes. Para observar os peixes-bois, dê
preferência pela maré cheia e tente observá-los
do alto da falésia com a ajuda de binóculos.
• Outro lugar muito bom para ver bancos de
capim-agulha é na região do Banco Cajuais,
em frente à praia da Requenguela, na maré
baixa. Existem verdadeiras piscinas naturais
arredondadas, forradas de capim-agulha.
Aproveite para ver (e não pegar!) os diversos
tipos de animais que habitam essas piscinas de
capim na maré baixa.
31
Tipo de Ecossistema:
Praias Arenosas e Dunas
Descrição: As praias arenosas e dunas são
formadas a partir de sedimentos trazidos
pelos rios, pelo mar e pelos ventos, e que são
depositados nas praias ou soprados para o
interior do continente.
Serviços do Ecossistema:
• São a principal área no litoral onde a água
da chuva penetra no solo, alimentando o
lençol freático, que irá abastecer os poços,
fontes e olhos d’água. São áreas denominadas
de recarga de aqüíferos porque eles
literalmente são recarregados durante o
período das chuvas;
• Servem como um filtro, purificando a água
que abastece o lençol freático.
Fauna: Raposas, cassacos, ratos silvestres,
cuícas, morcegos, maçaricos, vira-pedras,
gaivotas, gaivotões, piru-piru, tetéus, martins32
pescadores, tiziu-da-praia, sabiá-branca,
urubu-da-cabeça-preta, urubu-da-cabeçaamarela, urubu-da-cabeça-vermelha, carcará,
coral falsa, cobra de caçote, cobra verde,
cobra d’água, cobra-de-veado, sapos cururus,
caçotes, jias, tijubinas, bico doce, calango.
Flora: Cabeça de frade, mufumbo, salsada-praia, bredinho-da-praia, angélica, malva
relógio, jatobá, copaíba, aroeira e plantas
herbáceas.
Dicas para uma viagem de campo da
escola:
• Visite as trilhas que percorrem o campo de
dunas da Área de Proteção Ambiental (APA)
de Ponta Grossa com um guia da região;
• Conheça as dunas vegetadas de Ibicuitaba
e do Córrego do Sal, no interior do município;
• Ainda em Ponta Grossa, conheça o olho
d’água doce, que é abastecido pelo lençol
freático de Ponta Grossa. O olheiro está
localizado na divisa dessa praia com a praia
de Retiro Grande e fica descoberto na maré
baixa.
Tipo de Ecossistema:
Manguezal
Descrição: O manguezal ou mangue é
um ecossistema costeiro de transição entre
o ambiente terrestre e o marinho, estando
sempre associado à desembocadura de um
rio. Ele sofre a influência das marés e possui
espécies vegetais que se encontram adaptadas
à água salobra. São consideradas as áreas
mais ricas e de maior produtividade no litoral,
carregando matéria orgânica para o mar e
fertilizando-o.
Serviços do Ecossistema:
• Os manguezais produzem 95% do alimento
que é pescado pelo homem no mar;
• São grandes “berçários” naturais para
centenas de espécies de peixes, crustáceos,
moluscos, aves e mamíferos que aqui
encontram as condições ideais para
reprodução, nascimento, criadouro e abrigo;
• As árvores e raízes do manguezal protegem
a costa da erosão do mar e das marés de
ressaca;
• As raízes do mangue funcionam como filtros
naturais, retendo os sedimentos e limpando a
água.
Fauna: Peixes-boi, garças, martim-pescador,
socó, bem-te-vi, galinha-do-mangue, tamatião,
siricóia, sirizeira, maçaricos, maçaricões, sibitedo-mangue, mão-pelada (guaxinim), cassacos,
raposas, macaco-prego, peixes (dezenas de
espécies diferentes), búzios, taióbas, ostras,
caranguejos-uçá, caranguejo chama-maré,
camarões, aratú, cobras, lagartixas, aranhas.
Flora: Mangue-vermelho, mangue-branco,
mangue-preto ou siriúba, mangue-botão,
bredo e algumas espécies de plantas herbáceas
nas áreas mais secas do bosque.
Dicas para uma viagem de campo da
escola:
• Faça uma visita guiada ao remanescente
do Manguezal da Barra Grande, uma Área
de Preservação Permanente (APP), e que
se encontra ameaçada pelo desmatamento,
construção de fazendas de camarão e pela
poluição;
• Aproveite para conhecer o viveiro de mudas
de manguezal para reflorestamento, mantido
na comunidade de Requenguela, e aprenda
um pouco mais sobre a biologia das espécies
que estão sendo cultivadas.
33
Tipo de Ecossistema:
Mata de Tabuleiro de Porte
Arbóreo e Arbustivo
Descrição: As matas de tabuleiro
representam a maior parte da cobertura
vegetal do município. Elas podem ser
formadas por árvores (porte arbóreo)
ou por arbustos (porte arbustivo), e são
encontradas espalhadas pelo município de
forma fragmentada. Possuem esse nome
porque crescem sobre os tabuleiros prélitorâneos. As matas de tabuleiro ocupavam
o topo das falésias de Icapuí, antes de
serem desmatadas para a implantação de
fazendas de fruticultura, para a construção
de casas, fabricação de carvão vegetal, etc.
Serviços do Ecossistema:
• As raízes das árvores e arbustos penetram
no solo, tornando-o poroso à água da chuva
que abastece o lençol freático da região;
• A sombra produzida pela mata diminui o
calor nas regiões próximas a esta;
• As matas de tabuleiro produzem uma
série de frutos sazonais, que servem de
alimento para o homem e animais;
• Também produzem madeira de
qualidade, utilizada na construção de
cercas, casas e outras edificações;
• Produtos como raízes e cascas de
árvores são utilizados para a fabricação de
34
remédios caseiros e chás;
• As flores das plantas que compõem
a mata fornecem pólen e néctar às
abelhas, que por sua vez produzem mel,
coletado pelo homem.
Fauna: Mão-pelada (guaxinim),
cassacos, raposas, macaco-prego, soim,
veado, preá, morcegos, tatu, peba,
gato-da-malha-grande, gato-da-malhapequena, seriema, carcará, carcarábranco, gavião, vem-vem, sabiá-branca,
rolinha, teiú, tijubina, cobra de veado,
cobra de cipó, coral falsa, aranhas,
abelhas e outros.
Flora: Cajueiro, aroeira, sabiá, pereiro,
pau d’arco roxo, frei jorge louro,
imburana, mandacarú, cabeça de
frade, facheiro, feijão brabo, mufumbo,
sipaúba, marmeleiro, pinhão, mangaba,
catingueira, jucá, pau-ferro, podói,
catanduba, joazeiro, dentre outros.
Dicas para uma viagem de campo
da escola:
• Visite a região do Mundo Novo, onde
existe a mais bem conservada mata de
tabuleiro arbórea do município;
• Não deixe de conhecer o viveiro de
mudas de mata de tabuleiro, mantido na
comunidade de Ponta Grossa, e que está
sendo utilizado para reflorestamento do
topo e das encostas da região.
Tipo de Ecossistema:
Matas Ciliares (Carnaubal)
a oferecer água de melhor qualidade para a
população a um menor custo;
• As matas também produzem um ambiente
sombreado e fresco, diminuindo o calor no
seu entorno;
• Ao sombrear rios e lagoas elas diminuem
a evaporação desses recursos hídricos,
aumentando a oferta de água para animais e o
homem por um período mais prolongado;
• As árvores oferecem uma série de produtos
(frutos, cascas, sementes e troncos) que são de
uso humano;
• Oferecem abrigo e alimento para uma série
de animais.
Fauna: Mão-pelada (guaxinim), cassacos,
Descrição: Matas ciliares é a designação
geral dada à vegetação que ocorre nas
margens de rios e outros mananciais,
como as lagoas. Possui esse nome porque
a vegetação da margem filtra o sedimento
carregado pelo rio, impedindo que o mesmo
fique assoreado, assim como os cílios filtram
as partículas de poeira, protegendo os olhos.
Em Icapuí, a mata ciliar encontrada ao longo
da bacia do Córrego da Mata, Córrego do
Sal e Córrego Manguinhos é o Carnaubal.
raposas, peba, garças, pernilongos, seriema,
carcará, carcará-branco, gavião, vem-vem,
sabiá-branca, rolinha, teiú, tijubina, cágados,
peixes, sapos, rãs e pererecas, cobra de veado,
cobra de cipó, coral falsa, aranhas, abelhas e
outros.
Flora: Carnaúba, cajueiro, imburana,
mandacarú, facheiro, feijão brabo, mangue
botão, marmeleiro, pinhão, catingueira,
catanduba, jurema branca, murici, joazeiro,
dentre outros.
Serviços do Ecossistema:
Dicas para uma viagem de campo da
escola:
• As matas ciliares são extremamente
importantes para a manutenção da
qualidade da água em cursos de água
superficiais como os rios. Muitos estados,
como São Paulo, estão trabalhando na
recuperação de matas ciliares ao longo dos
rios que abastecem as cidades, de forma
• Visite a região do Córrego da Mata, que é o
único recurso hídrico superficial de Icapuí de
porte significativo na região e que forma uma
pequena bacia hidrográfica litorânea;
• Visite o Arrombado e conheça essa lagoa
perene que, há muitos anos atrás, era um rio
que desaguava no mar.
35
O peixe-boi marinho também bebe água doce!
Pode parecer mentira, mas o peixe-boi marinho
(Trichechus manatus manatus) precisa tomar
água doce regularmente para poder sobreviver.
Ele é considerado pelo Ibama como o mamífero
marinho mais ameaçado de extinção no país.
Existem menos de 500 indivíduos na natureza,
distribuídos desde do estado de Alagoas até o
estado do Amapá. O peixe-boi pode medir de
3 a 4 metros e pesar mais de 1.000 kg quando
adulto. São animais de reprodução lenta,
tendo um único filhote (raramente dois) por
gestação, entre os meses de novembro a maio.
A gestação dura cerca de 13 meses e o filhote é
completamente dependente da mãe por 2 anos.
São normalmente solitários, mas grupos de 4
ou mais animais podem ser vistos durante o
período de acasalamento ou quando estão se
alimentando. Sua distribuição, no nosso país,
está condicionada à presença de estuários,
baías e praias de águas calmas e rasas, grandes
quantidades de capim-agulha e algas (pois ele
é um animal herbívoro) e água doce. Icapuí
possui todas essas características importantes
para a manutenção da população de peixesbois, com exceção do estuário.
O estuário da Barra Grande vem sofrendo uma
série de pressões antrópicas, que se iniciaram
com a atividade salineira na região na década
de 70. De lá para cá, 75% do estuário foram
desmatados e transformados em porto, salinas,
tanques de camarão e seu rio virou um esgoto
a céu aberto. Devido a essa degradação, o
peixe-boi marinho não entra mais no estuário
para ter seus filhotes e beber água. As únicas
fontes de água doce disponíveis para a espécie
36
no município são os olhos d’água, conhecidos
como olheiros pelos moradores do litoral.
Os olheiros nada mais são do que fontes de
água doce naturais, oriundas do aqüífero
subterrâneo livre. Em algumas praias, o
aqüífero rompe na superfície do fundo do mar,
formando uma pequena fonte de água doce,
denominada de ressurgência. Ressurgências
assim são encontradas nas praias de Retiro
Grande, Ponta Grossa, Picos, Tremembé e em
Retirinho (Aracati).
Mas essas fontes também estão ameaçadas
pela diminuição do volume e contaminação
do lençol freático, em virtude de uma série de
impactos que vêm sendo causados aos recursos
hídricos de Icapuí.
Dessa forma, o peixe-boi marinho está sendo
ameaçado pelos mesmos problemas
que as comunidades do município estão
enfrentando. Se as comunidades lutarem
para melhorar e preservar a qualidade dos
seus mananciais, conseqüentemente estarão
ajudando o peixe-boi a não desaparecer de
suas praias.
Veja como a ação humana interfere no meio ambiente
Você deve ter percebido que nos ecossistemas que descrevemos aqui existe um elemento
comum a todos eles e você já sabe qual é: a água, seja ela doce, salobra ou salgada.
Infelizmente o município de Icapuí não possui muitos recursos hídricos superficiais, que podem
ser usados para abastecimento humano. Boa parte da água usada na região é oriunda dos
aqüíferos subterrâneos livres. Porém, tanto os corpos hídricos superficiais quanto os aqüíferos
subterrâneos encontram-se ameaçados pela contaminação ou sobreexploração, e isso causa uma
série de efeitos negativos para a população.
A partir de agora vamos analisar as ações humanas que estão causando o chamado “efeitodominó” de que falamos lá atrás, onde essas ações estão localizadas no espaço físico de Icapuí e
quais conseqüências isso acarreta para a população do município e os ecossistemas dos quais ela
depende.
Ação Humana:
construção de casas e outras
edificações nas praias
Ação Humana:
destruição da vegetação
natural
Ação Humana:
utilização de fossas
negras nas casas
PRAIAS ARENOSAS E DUNAS
Efeito sobre o Ecossistema:
impermeabilização do solo
Efeito sobre o Ecossistema:
infiltração do conteúdo da fossa
no terreno
Conseqüências para as comunidades:
• Diminuição na quantidade de águas das chuvas que iriam penetrar
no solo e recarregar o aqüífero subterrâneo livre;
• Contaminação do aqüífero subterrâneo livre por coliformes fecais e, conseqüentemente,
dos poços e olhos d’água abastecidos por este, causando doenças à população;
• Entrada da água do mar no lençol freático e salinização dos poços
próximos à praia e olhos d’água doce no mar.
37
Ação Humana:
desmatamento para a construção
de tanques de cultivo de camarão
Ação Humana:
desmatamentos e queimadas para a
construção de casas, bares e outras
edificações
M
Efeito sobre o ecossistema:
impermeabilização do solo
Efeito sobre o ecossistema:
assoreamento do estuário
A
N
G
Efeito sobre o ecossistema:
aumento da superfície de
evaporação
Diminuição do volume de água (e nutrientes, conseqüentemente) que chegam ao estuário e
posteriormente ao mar. Menor oferta de alimento para animais e plantas estuarinos e marinhos
PERDA DE BIODIVERSIDADE DE
Conseqüências
• Diminuição dramática na produção de peixes, caranguejos, siris,
• Desemprego para pescadores e necessidade
• Contaminação das águas do rio e do lençol freático livre com óleo e outros
38
Ação Humana:
despejo de antibióticos, restos de ração e
outros produtos dos tanques
de cultivo de camarões para o mangue
U
E
Z
A
Ação Humana:
despejo de óleo (e outros tipos de
resíduos) das embarcações
na área do Porto da Barra Grande
L
Efeito sobre o ecossistema:
desequilíbrio na quantidade de
elementos químicos no meio ambiente
Efeito sobre o ecossistema: impermeabilização da
superfície de fotossíntese das folhas das árvores
do mangue, algas e capim-agulha
Crescimento exagerado de algas e plantas
que roubam oxigênio da água
Morte ou diminuição no crescimento desses
organismos
Ausência de oxigênio, alimento e abrigo para
animais no ambiente estuarino e marinho
PLANTAS E ANIMAIS DA REGIÃO
para as comunidades
lagostas e outros animais pescados ou coletados no mangue e no litoral;
das famílias se mudarem para outras regiões;
contaminantes, tornando a água inadequada para consumo humano ou de animais.
39
Ação Humana:
desmatamento da vegetação
natural para
monocultura do cajú
Ação Humana:
utilização de fossas
negras em algumas casas
MATAS DE TABULEIRO
Efeito sobre o Ecossistema:
impermeabilização do solo
Efeito sobre o Ecossistema:
perda de biodiversidade de
plantas e animais da região
Efeito sobre o Ecossistema:
contaminação do lençol
freático
Conseqüências para as comunidades:
• Diminuição na quantidade de águas das chuvas que iriam penetrar no solo e recarregar
o aqüífero subterrâneo livre;
• Futuro racionamento de água em algumas regiões;
• Empobrecimento dos solos;
• Contaminação do aqüífero subterrâneo livre por coliformes fecais, causando doenças
à população abastecida por poços;
• Aumento do calor nas regiões desmatadas;
• Perda de árvores e plantas de uso popular e medicinal;
• Diminuição ou perda da produção de frutos e mel utilizados para consumo humano.
40
Ação Humana:
desmatamento da
vegetação natural
plantação de culturas,
boa parte delas
fruticultura irrigada
Ação Humana:
bombeamento da
água do lençol freático
subterrâneo para
irrigação
Ação Humana:
construção de
barragens na montante
do rio para lavoura e
para o gado
Ação Humana:
utilização de
agrotóxicos, pesticidas
e fertilizantes
indiscriminadamente
CARNAUBAL (MATAS CILIARES)
Efeito sobre o Ecossistema:
alta velocidade de evaporação
dos corpos
de água superficiais
Efeito sobre o Ecossistema:
diminuição do lençol
freático que abastece casas
do município
Efeito sobre o Ecossistema:
perda de biodiversidade de plantas
e animais da região, agrotóxicos,
pesticidas e fertilizantes
Conseqüências para as comunidades:
• Diminuição na quantidade de águas das chuvas que iriam penetrar no solo
e recarregar o aqüífero subterrâneo livre;
• Futuro racionamento de água;
• Empobrecimento dos solos;
• Aumento do calor nas regiões desmatadas;
• Aumento ou aparecimento de doenças;
• Perda de árvores e plantas de uso popular e medicinal.
41
Capítulo 3.
Projeto “De Olho na Água”
em Icapuí
O objetivo do Projeto “De Olho na Água”, da
Fundação Brasil Cidadão, patrocinado pela
Petrobras através do Programa Petrobras
Ambiental, é contribuir com o gerenciamento
desse recurso natural no município de várias
maneiras:
a. Conservação e recuperação de ecossistemas que
sofrem forte pressão humana e que possuem grande
influência sobre a qualidade de ambientes costeiros e
marinhos;
b. Promoção de práticas de uso racional dos recursos
hídricos do município;
c. Monitoramento da qualidade dos mananciais
superficiais (lagoas, levadas e córregos) e
subterrâneos (lençol freático livre) no município;
d. Diagnóstico da paisagem do litoral de Icapuí,
de forma a determinar ações e estratégias que
visem a recuperação de ecossistemas e melhoria da
qualidade de vida da população.
Projeto
42
As áreas escolhidas para a
implantação das ações do
Projeto foram as comunidades
de Ponta Grossa, Barrinha e
Requenguela e o remanescente
de manguezal da Barra Grande,
conhecido como Mangue
Pequeno.
Estação Ambiental Mangue Pequeno
O Manguezal da Barra Grande é considerado o ecossistema mais frágil e ameaçado no município.
O objetivo do Projeto é conservar o remanescente que existe e recuperar as áreas degradadas pelas
atividades do porto, das salinas e das fazendas de camarão, através da implantação dos seguintes
equipamentos:
• Centro de Referência: Construido próximo à praia de Requenguela, será o ponto de
partida para as visitas guiadas à Estação Ambiental, além de local para a recepção de visitantes e
turistas, para guarda de equipamentos e apoio aos técnicos e agentes ambientais. Terá espaço para
cursos e treinamentos sobre novas tecnologias e gestão da água no município.
• Viveiro de Mudas: Será construído junto ao
Centro de Referência e servirá de banco de sementes
com espécies nativas para refazer a cobertura vegetal de
todo o mangue;
• Passarelas Suspensas: Trilhas suspensas
próximas à copa das árvores, passando por caminhos
já existentes na área do mangue, de maneira a impactar
o menos possível esse frágil ecossistema. Visitas
monitoradas por guias locais permitirão conhecer a
paisagem local através de um percurso com placas de
sinalização explicando os
aspectos ecológicos de animais
e plantas que são encontrados
na região;
Mirante
• Observatório da
Vida Marinha: Além de
posto de monitoramento da
qualidade da água do mangue
e mirante de observação, será
ponto de apoio a projetos de
proteção ao peixe-boi marinho
e aves migratórias.
Passarela suspensa
Centro de referência e Viveiros de mudas na praia da Requenguela
43
Tecnologias de baixo custo para captação de águas da
chuva e tratamento biológico de esgotos domésticos
Captação de água da chuva por cisternas de ferrocimento
Em áreas onde existe escassez de água, a captação de águas da
chuva através de cisternas para consumo humano e animal é uma
alternativa viável e de baixo custo. Cisternas são estruturas em
forma de caixas d’água, construídas com ferrocimento ou outros
materiais. Suas vantagens são inúmeras: é uma tecnologia fácil
de aprender e de executar; pode ser construída em terrenos de
difícil acesso; a água pode ser mantida na cisterna sem o perigo
de contaminação. Cento e noventa e oito cisternas e sistemas de
tratamento biológico de esgotos serão construídos, utilizando
métodos empregados na Permacultura.
Tratamento Biológico de Esgotos Domésticos
Na permacultura, a água servida é classificada de duas formas: a água cinza e a água negra.
A água cinza é a água de sai da cozinha, do chuveiro e de lavagens em geral. É a água que
contém somente restos de comida, sabão e gordura, e
não está contaminada com fezes. A água negra é aquela
que vem das privadas e contém fezes e urina humanas.
A construção de estruturas de tratamento, tanto da água
cinza como da água negra, em casas que possuem um
sistema de esgoto deficiente, diminuirá a contaminação
do lençol freático superficial nessas comunidades.
Suas vantagens são semelhantes àquelas descritas
para as cisternas de ferrocimento, ou seja: baixo custo,
fácil de aprender e executar, não emite mau cheiro,
e a água tratada por esse sistema pode ser utilizada,
posteriormente, para outros usos, como aguar o jardim.
44
Monitoramento da qualidade da água no município
Será feito um monitoramento da qualidade de água dos mananciais superficiais (lagoas, levadas e
córregos) e subterrâneos (lençol freático) no município. Todo mês, um agente ambiental da Fundação
Brasil Cidadão irá coletar amostras de água de 42 pontos diferentes do município para serem feitas
análises. O objetivo é saber em quais áreas existe ou não contaminação do corpo hídrico e que tipo
de contaminação ocorre (se é por pesticidas, óleos, fezes humanas, etc.), para que seja combatida e
resolvida.
Diagnóstico ambiental da paisagem costeira de Icapuí
Visa basicamente estudar o litoral do município de forma a determinar outras regiões impactadas
pela ação humana, para determinar estratégias e ações futuras que deverão ser implementadas para
conservação dos ecossistemas e melhoria da qualidade de vida das comunidades.
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA
Planície Costeira de Icapuí
Novembro de 2007
FAIXA DE PRAIA
BANCOS DE AREIA
ZONA DE BERMA
PLANÍCIE FLUVIOMARINHA (Carcinicultura e salinas)
MANGUE
DELTA DE MARÉ/BANCO DE ALGAS/PESCA/MARISCAGEM/CULTIVO DE ALGAS
DUNAS MÓVEIS
DUNAS SEMIFIXAS
DUNAS FIXAS
TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS (Coqueiral/Culturas de subsistência)
TERRAÇOS MARINHOS PLEISCÊNICOS (Coqueiral/carnaubal/Culturas de subsistência)
PLANÍCIE FLUVIAL (Pesca/vazantes)
TABULEIRO PRÉ-LITORÂNEO (Mata de tabuleiro/agricultura/cajueiro)
OUTROS
FALÉSIAS VIVAS
LINHA DE FALÉISAS MORTAS
EDIFICAÇÕES
VIAS PAVIMENTADAS
ESTRADAS CARROÇÁVEIS
CAMINHOS
LAGUNA
LAGOAS COSTEIRAS
Riachos/Córregos/Canais de maré
FONTE:
Imagem de satélite QuickBird, 2005
Geoprocessamento a partir de
levantamento topográfico
com GPS geodésico
FONTE:
Imagem de satélite QuickBird, 2005
Geoprocessamento a partir de
levantamento topográfico com GPS
geodésico
45
Poupar água. Não deixe essa
Existem outras ações simples, em prol do consumo racional de
água, que podemos fazer em Icapuí e em outras regiões. Veja
algumas delas e observe o quanto você pode economizar água!
No banho: molhe-se, feche o chuveiro, se ensaboe e depois abra para
enxaguar. Não fique com o chuveiro aberto. Reduzindo 1 minuto do seu
banho com a torneira aberta, você pode economizar de 3 a 6 litros de água.
Ao escovar os dentes: com apenas 1 copo d’água você consegue escovar
os dentes e enxaguar a boca. Assim você economiza 3 litros de água.
Na descarga: verifique se a válvula não está com defeito, aperte-a uma
única vez e não jogue lixo e restos de comida no vaso sanitário.
Na torneira: uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros por minuto.
Se ela estiver pingando, irá gastar 46 litros por dia. Isto significa, 1.380 litros
por mês. Feche bem as torneiras!
Vazamentos: um buraco do tamanho da cabeça de um alfinete no
encanamento desperdiça cerca de 3 mil litros por ano.
Na caixa d’água: não a deixe transbordar e mantenha-a tampada.
Na lavagem de louças: lavar louças com a torneira aberta
o tempo todo desperdiça até 105 litros.
Ensaboe a louça com a torneira fechada e depois enxágüe
tudo de uma vez.
46
conversa "ir por água a baixo"!
Regar jardins e plantas: no inverno, a rega pode ser feita dia sim, dia
não, pela manhã ou à noite. Use mangueira com esguicho-revólver ou
regador.
Na lavagem da roupa: deixe para lavar a roupa da família toda de
uma vez. Ao invés de jogar fora a água com sabão que foi usada para
lavar, guarde-a em um recipiente e utilize para lavar o carro, lavar a
calçada (após varrer), jogar na privada (como alternativa à descarga) ou
lavar a casa. Faça a mesma coisa com a água do enxágüe das roupas.
Na limpeza de quintal e calçada: use vassoura. Se precisar, utilize
a água de lavagem de roupas.
Participe dos projetos de proteção e recuperação de ecossistemas que
estão sendo desenvolvidos em Icapuí. Entre em contato com a Fundação
Brasil Cidadão e veja como ajudar.
Incentive seus colegas de classe, amigos e
vizinhos a fazerem o mesmo: quanto mais gente
colaborar, mais você vai se beneficiar.
Conheça seu município a fundo e aprenda a
amá-lo: nós só aprendemos a amar e
preservar aquilo que conhecemos.
Incentive sua escola a realizar aulas
fora da sala de aula, em viagens
de campo, e conheça os diversos
ecossistemas de Icapuí.
47
Glossário
AGROTÓXICO
Qualquer produto químico de ação tóxica empregado na agricultura, por exemplo,
para matar insetos considerados pragas (inseticidas), ervas invasoras (herbicidas),
fungos que geram doenças (fungicidas). Também chamados de defensivos
agrícolas, pesticidas ou praguicidas.
ASSOREAMENTO
É o “entupimento” do corpo d’água, ou seja, fenômeno causado pela deposição de
sedimentos minerais (como areia e argila) ou de materiais orgânicos. Com isso,
diminui a profundidade do curso d’água e a força da correnteza.
ATMOSFERA
É uma fina camada que envolve alguns planetas, composta basicamente por gases e poeira,
retidos pela ação da força da gravidade. No planeta Terra, a atmosfera não possui cheiro nem cor.
BACIAS SEDIMENTARES
É usado para se referir a uma área geográfica que exibe uma depressão, formando uma grande
bacia que recebe os sedimentos provenientes das áreas altas que a circundam, os quais vão se
acumulando e, à medida que vão sendo soterrados, são submetidos a um aumento de pressão e
temperatura, formando gradualmente uma sucessão de camadas de rochas sedimentares.
BACTÉRIAS DECOMPOSITORAS
Veja Cadeia Alimentar.
BARRAGENS
Construções para regular o curso de rios, usadas para prevenir enchentes, aproveitar a força
das águas como fonte de energia, acumular água para fins de irrigação ou para fins turísticos.
Sua construção pode trazer problemas ambientais, como no caso de grandes hidrelétricas, por
submergir terras férteis, muitas vezes cobertas por importantes florestas, ou/e por desalojar
populações que vivem na área.
48
BIODIVERSIDADE
Diversidade de espécies vivas: animais vertebrados e invertebrados, plantas, fungos, algas e
microorganismos. Por estimativas conservadoras, haveria de 5 a 10 milhões de espécies no mundo;
outras fontes indicam 30 milhões. Muitas espécies são condenadas à extinção devido
à destruição dos hábitats, antes mesmo de serem conhecidas pela ciência.
CADEIA ALIMENTAR
Série de organismos que transferem energia uns para os outros ao servirem de alimento. O primeiro
organismo da Cadeia Alimentar é intitulado “produtor” (por exemplo: plantas que capturam energia
do sol pela fotossíntese), os seguintes são consumidores (herbívoros comem plantas, carnívoros
comem outros animais, e assim por diante). No final do ciclo vêm os decompositores (bactérias e
fungos) que decompõem a matéria orgânica, formando o fertilizante que irá alimentar as plantas.
COLIFORMES
Bactérias ou seres unicelulares presentes em expressivas quantidades nas fezes humanas e de
outros animais. A presença de coliformes na água é sinal de contaminação fecal, podendo causar
enfermidades, como doenças de pele e hepatite.
COMETAS
São corpos celestes menores que um planeta, compostos principalmente por gelo, e que não
possuem atmosfera.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E BIOLÓGICA
Proporção dos elementos químicos e de seres vivos (ou organismos) que são encontrados na água.
CONTAMINAÇÃO
Estado de uma substância afetada por uma impureza.
DESAGREGAR
É a ação de desunir, separar o que estava agregado ou reunido.
DESMATAMENTO
Também chamado desflorestamento, é a prática de corte, capina ou queimada que leva à retirada da
cobertura vegetal existente em determinada área, em geral para fins de pecuária, agricultura
ou expansão urbana.
49
ERODIR
É a ação de desgaste das rochas pela água, vento ou geleira.
ERUPÇÕES VULCÂNICAS
É a atividade de ejeção, feita por um vulcão, de altas quantidades de poeira e gases na atmosfera.
ESTIAGEM
Também chamada de seca, é um fenômeno climático causado pela insuficiência de chuvas numa
determinada região por um período de tempo muito grande.
FAUNA
Conjunto de espécies animais que vivem numa determinada área.
FLORA
Conjunto de espécies vegetais de um determinado ambiente ou área.
MANANCIAIS
Fontes de onde se tiram as águas para abastecimento. Podem ser superficiais ou subterrâneas.
MONOCULTURAS
É produção ou cultura agrícola de apenas um único tipo de produto agrícola (ex: soja). Está associada
a grandes fazendas ou latifúndios.
PERMACULTURA
Significa cultura permanente. É um sistema de design para a criação de ambientes produtivos,
sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis.
POLUIÇÃO
Efeito que um agente poluidor produz em um ecossistema. Pode ser classificada em relação ao
componente ambiental afetado (poluição do ar, do solo, da água), pela natureza do poluente (química,
térmica, sonora, radioativa, visual) e pelo tipo de atividade (industrial, agrícola, doméstica).
50
POROSOS
Uma superfície porosa é aquela que possui poros, que permite a passagem de sólidos ou líquidos
através deles.
ORGANISMO
É um ser vivo. Pode ser um ser formado por uma única célula (denominado de organismo unicelular)
ou por várias células (denominado de organismo pluricelular). Todos os organismos possuem
características como movimento, respiração, alimentação, crescimento, reprodução e sensação
(sensibilidade a estímulos externos).
SEDIMENTOS
É o detrito, originário de uma rocha que sofreu erosão, e que é transportado do seu local de origem
até o seu local de deposição através da água ou do vento.
SUBSISTÊNCIA
Na agricultura, o termo é aplicado aos pequenos cultivos familiares, cujo produto é utilizado
totalmente para a alimentação daquela família. Os excedentes da produção podem ser armazenados
para próximas plantações (por exemplo, o milho), trocados com outros agricultores ou vendidos.
SOLUBILIZAR
Tornar-se solúvel.
SUSPENSÃO
Estado dos fragmentos de um sólido (por exemplo: sedimentos) que, misturados à massa de um
líquido (por exemplo: um rio), não se dissolvem nele.
VÁRZEA
É o terreno plano às margens de um rio que, em época de enchente, é inundada com as águas deste
último.
VERANISTAS
Pessoas que passam férias ou temporadas em lugares diferentes daqueles onde vivem habitualmente.
51
Referências consultadas
Aquasis. A Zona Costeira do Ceará: Diagnóstico para a Gestão Integrada. Coordenadores Alberto
Alves Campos... [et al.]. Fortaleza: AQUASIS, 2003.
Aquasis & Fundação Brasil Cidadão. Esse Mar é Meu. Relatório Técnico Final apresentado à Fundação
O Boticário de Proteção à Natureza, dentro do edital de Eco-desenvolvimento 2003.
Fundação Brasil Cidadão. Aves costeiras de Icapuí. João Bosco Priamo Carbogim (Editor). 1ª Edição,
Fortaleza, Ceará. Editora Fundação Brasil Cidadão, 2007.
Lucia Legan. A escola sustentável: eco-alfabetizando pelo ambiente. São Paulo, Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo; Pirenópolis, GO: IPEC – Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado, 2004.
Robin Clarke & Jannet King. O Atlas da Água: o mapeamento completo do recurso mais precioso do
planeta. São Paulo, Editora Publifolha, 2005.
Vera Lessa Catalão & Maria do Socorro Rodrigues (organizadoras). Água como Matriz Ecopedagógica
– um projeto de muitas mãos. Brasília, Edição do Autor, 2006.
Páginas na Internet que você não pode deixar de visitar:
http://www.aquasis.org
Página da Organização Não-Governamental Aquasis – Associação de Pesquisa e Preservação de
Ecossistemas Aquáticos, cuja missão é a conservação dos recursos naturais do Nordeste do Brasil.
Dentre as ações desenvolvidas destacam-se os trabalhos de pesquisa e conservação do peixe-boi
marinho no litoral leste do Ceará e os trabalhos de pesquisa de aves migratórias, ambas no município
de Icapuí. Para saber mais sobre o peixe-boi, clique item “mamíferos marinhos”, do lado direito da
página inicial, e em seguida no item “Introdução”.
http://www.ana.gov.br/aguaecultura
Página da Agência Nacional da Água – ANA, dedicada à cultura e à água, mantendo um Acervo
de Manifestações sobre a Água na Cultura Brasileira, diversificado e interessante. Você encontra
desde nomes indígenas ligados à água até letras de música, artes, tradições religiosas e produção
acadêmica e científica.
http://www.ecocentro.org/inicio.do
Página do IPEC – Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado, organização estabelecida em
52
Pirenópolis, Goiás, para desenvolver oportunidades de educação e referências em sustentabilidade
para o Brasil. O Ecocentro IPEC mantém um centro de referência em que desenvolve soluções práticas
para os problemas atuais das populações brasileiras, incluindo estratégias de habitação ecológica,
saneamento responsável, energia renovável, segurança alimentar, cuidado com a água e processos de
educação de forma vivenciada.
http://www.oaquiferoguarani.com.br/
Página completa sobre o Aqüífero Guarani, com interface de gráficos e desenhos. Muito didático e
instrutivo para professores e alunos.
http://recicloteca.org.br/agua/direitos.htm
Página da Recicloteca – Centro de Informações sobre a Reciclagem e Meio Ambiente, com a
Declaração Universal dos Direitos da Água, redigida pela Organização das Nações Unidas - ONU, em
Paris, 1992.
http://www.sg-guarani.org/microsite/pages/pt/info_aguas.php
Página sobre águas subterrâneas e o aqüífero Guarani. Arquivos de apoio para docentes podem ser
baixados na área de “Materiais” da barra de ferramentas horizontal.
http://www.tryscience.org/pt/parents/se_1.html
Página de atividades cientificas para crianças, que podem ser executadas em casa ou na escola.
Experiências envolvendo Ciências da Terra, Ciências Biológicas, Matemática, Física, Química, Ciências
Espaciais, Tecnologia, Ciências Sociais, Medicina e outros. Para acessar o conteúdo de experimentos,
clique na palavra “Experimentos” que se encontra no alto da página, do lado direito da tela do micro.
http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=default.asp
Página da organização não governamental Universidade da Água, voltada para a conservação deste
recurso através da Educação Ambiental.
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal
Página da Wikipedia, uma das maiores enciclopédias livres da Internet, em português. É só digitar a
palavra que você procura na janela de “Busca” à esquerda da tela, clicar em “Pesquisar” e navegar.
http://www.brasilcidadao.org.br
Página da Fundação Brasil Cidadão, responsável pelo projeto De Olho na Água e outros projetos em
Icapuí, principalmente com foco no desenvolvimento sustentável.
http://www.acaatinga.org.br
Página da Associação Caatinga, que desenvolve um amplo trabalho de conservação na Reserva Natural
Serra das Almas.
53
O município de Icapuí, no litoral leste do Ceará, tem 64 km de costa e população
aproximada de 20 mil habitantes, que sobrevivem da pesca, do turismo e da cultura
de caju.
Seus ecossistemas englobam campos de dunas, falésias, carnaubal, manguezal
e o 2º maior banco de algas marinhas do Brasil, abrigam expressiva biodiversidade,
incluindo o peixe-boi marinho, e são um importante local de alimentação,
reprodução e refúgio de aves migratórias.
Icapuí
CEARÁ
BRASIL
“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de
água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo”.
Mahatma Gandhi
Projeto
Realização:
Patrocínio:
Aliança estratégica:
Apoio:
www.brasilcidadao.org.br - [email protected] - (85) 3268 2778

Documentos relacionados