tratamento farmacológico do transtorno de estresse pós
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tratamento farmacológico do transtorno de estresse pós
Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria PROTOCOLO CLÍNICO Código: PC17 TEPT TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓSTRAUMÁTICO Data: Março/2016 Especialidade: CIAVA / PSIQUIATRIA Responsável: Vitor Crestani Calegaro Colaboradores: Gabriela de Moraes Costa 1 INTRODUÇÃO No dia 27 de janeiro de 2013, a cidade de Santa Maria, RS, foi surpreendida por um incêndio na Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas, deixando mais de 600 feridos, sendo considerado o maior desastre já ocorrido no estado do Rio Grande do Sul e um dos maiores incêndios não natural em número de vítimas fatais no Brasil e no mundo. A Tragédia de Santa Maria, como ficou conhecida, foi um evento traumático vivenciado por sobreviventes, familiares e amigos de vítimas, socorristas e voluntários, além de ser um estressor potencial para profissionais da área da saúde que realizam o tratamento dos pacientes envolvidos. Eventos traumáticos intensos como este costumam desencadear transtornos psiquiátricos em uma parcela significativa da população, já que não somente as vítimas diretas sofrem com o trauma psíquico, mas também vítimas indiretas, tais como familiares e amigos, e até mesmo profissionais e voluntários que auxiliaram de alguma forma na situação da tragédia. Entre os transtornos desencadeados após o trauma psíquico, destaca-se o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, devido à elevada prevalência e particularidades no manejo. As primeiras descrições de trauma psíquico surgiram sob diferentes denominações e em decorrência de situações de combate. Durante a Guerra Civil Americana, muitos soldados apresentaram sintomas compatíveis com o quadro que hoje conhecemos como Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), à época chamado “Coração de Soldado” e, ao longo da Primeira Guerra Mundial, acreditou-se, erroneamente, que esses sintomas poderiam ser decorrentes de lesões cerebrais provocadas pelo choque das explosões de granadas (Shell Shock Syndrome) (MYERS, 1916). 1/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria Em 1919, Freud denominou esses quadros de neuroses traumáticas e declarou que seriam resultantes de um estímulo tão intenso que rompia a barreira protetora do ego; assim, sob a influência da Psicanálise, passou a viger na literatura o termo “neurose de guerra” (FREUD, 1962). Em 1941, Abram Kardiner estudou, de maneira mais aprofundada, as respostas psicológicas e fisiológicas apresentadas por veteranos da Segunda Guerra Mundial, que mais tarde serviriam de base para importantes estudos (KARDINER, 1941). Mas foi somente a partir da segunda metade do século XX que Lifton & Olson (1973) demonstraram, por meio da observação sistemática de sobreviventes de campos de concentração, de veteranos do Vietnã e de vítimas de acidentes graves, como incêndios, que, assim como veteranos de guerra, muitos civis apresentavam a mesma constelação de sintomas que incluía acentuada sensibilidade frente às ameaças ambientais e vigilância permanente (LIFTON, 1973). O reconhecimento desses sintomas na população civil levou a Associação Psiquiátrica Americana a incluir, na terceira edição de seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III), em 1980, o diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) (APA, 1980). Desde a introdução deste transtorno, os critérios diagnósticos têm sido revistos e ampliados, com o foco migrando da população militar, exposta às guerras, para a população civil, exposta também aos traumas do cotidiano (p.ex.: violência urbana, acidentes, desastres, abuso sexual) (APA, 1980). Na última edição, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5) define o trauma psíquico como a exposição a um episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual (APA, 2014). Pode ser diretamente vivenciado, testemunhado em outras pessoas, ou o paciente pode ter tomado conhecimento da ocorrência traumática em pessoas próximas, ou ainda, ser exposto de forma repetitiva ou extrema aos detalhes do evento (por exemplo, socorristas, bombeiros, profissionais da saúde). Esta última forma pode ser definida como traumatização secundária ou vicária. 2/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 1.1 Epidemiologia: A exposição ao trauma, atualmente, é um evento comum. Estima-se que dois terços da população americana é exposta ao trauma psíquico ao longo da vida, e um quinto, em um ano (GALEA, NANDI, & VLAHOV, 2005). Episódios traumáticos podem ser individuais ou coletivos, únicos ou repetidos. Eventos como a Tragédia de Santa Maria podem ser classificados como desastres de causa humana e costumam ter, como consequência, uma prevalência de TEPT maior que em desastres naturais. O trauma coletivo pode levar ao transtorno de estresse pós-traumático a 30-60% dos indivíduos diretamente atingidos, 5-20% dos profissionais socorristas e 1-11% da população em geral, sendo a prevalência maior nos primeiros meses, diminuindo ao longo do tempo (GALEA et al., 2005). Entretanto, embora para uma minoria dos atingidos, o TEPT crônico costuma durar, em média, mais de sete anos (KESSLER, 2000). Os fatores de risco para o TEPT podem ser classificados em prétraumáticos, peritraumáticos e pós-traumáticos (APA, 2014). O Quadro 1 destaca os fatores de risco mais importantes. Conforme o DSM-5, os fatores prétraumáticos incluem problemas emocionais e adversidades na infância, transtorno psiquiátrico prévio, baixa renda, baixa educação, exposição prévia a trauma, inteligência reduzida, pertencer a uma minoria, história familiar de transtorno psiquiátrico, características culturais, sexo feminino e ser jovem no momento da exposição. Entre os fatores peritraumáticos estão a gravidade do trauma, a percepção de ameaça de vida, ferimento pessoal, violência interpessoal (principalmente por um cuidador) e dissociação peritrauma e persistente. Entre os fatores pós-traumáticos estão o desenvolvimento de transtorno de estresse agudo, trauma continuado, sofrer perdas relacionadas ao trauma, estratégias de enfrentamento inapropriadas e avaliação negativa. Desses fatores, ter história de transtorno psiquiátrico, história familiar de transtorno mental e história de trauma na infância foram apontados como os mais importantes, seguidos de fatores peritraumáticos como gravidade do trauma e dissociação, falta de suporte social e trauma adicional (BREWIN, ANDREWS, & VALENTINE, 2000). Outra meta-análise concluiu, adicionalmente, que os processos psicológicos peritraumáticos, como dissociação peritrauma 3/19 e Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria emocionalidade peritraumática são os preditores mais importantes dos desfechos do TEPT do que fatores estáticos pré-traumáticos (OZER, BEST, LIPSEY, & WEISS, 2003). Para esses autores, o elo de ligação entre os fatores prétraumáticos, as dificuldades psicológicas e a falta de suporte social levam a um caminho de vulnerabilidade para o desenvolvimento do TEPT: a perda da resiliência. Resiliência pode ser definida com a habilidade de, quando em face de adversidade ou dificuldade, manter um estado relativamente saudável ou restaurar o nível de saúde presente antes do estresse (BONANNO, 2004). Fatores de Risco para o Desenvolvimento de TEPT Estresse continuado Falta de suporte social Presença de patologia psiquiátrica prévia (incluindo diagnóstico de transtorno mental e determinados traços de personalidade) História prévia de eventos traumáticos ou abuso infantil Diagnóstico prévio de TEPT e Transtorno de Estresse Agudo Exposição a trauma grave (ex.: elevada ameaça à integridade física própria ou de terceiros) Sintomas dissociativos peritraumáticos (p.ex. amnésia dissociativa, fuga dissociativa, despersonalização/desrealização - experiência subjetiva de desconexão consigo próprio e com o mundo ao redor) Trauma associado à morte ou sofrimento continuado de entes queridos (luto) Perda considerável de recursos financeiros Quadro 1 – Fatores associados com o desenvolvimento do TEPT. 2 CLASSIFICAÇÃO CID 10 F43.1 – Estado de “Stress” Pós-Traumático. 3 DIAGNÓSTICO Após os primeiros 30 dias da exposição a um evento traumático, é possível diagnosticar o TEPT, que pode ser agudo (duração de 1 a 3 meses), crônico (duração maior que 3 meses) ou com expressão tardia (iniciado após 6 meses do 4/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria evento traumático). Embora o início precoce dos sintomas seja o habitual, alguns indivíduos podem levar mais tempo para desenvolver um quadro clínico completo de TEPT. Assim, é imperativo que pacientes com sintomas iniciais, ou fatores de risco para TEPT, sejam reavaliados. É comum a dificuldade para procurar ajuda nesses pacientes, pois indivíduos com TEPT tendem a evitar pensar, sentir e relembrar a situação traumática. Dessa forma, o indivíduo pode ser levado para avaliação a pedido de um familiar que percebeu alterações de comportamento, ou de outro profissional da área da saúde. A entrevista deve buscar alterações no funcionamento psicossocial, perturbações no trabalho e lazer, sintomas intrusivos, evitativos e ativadores, além de mudanças nos sistemas de crenças, dificuldades cognitivas e alterações de humor. No DSM-V, o TEPT era caracterizado por três clusters de sintomas, a citar: revivência, evitação e hiperexcitabilidade (American Psychiatric Association, 2002). O diagnóstico foi atualizado no DSM-V, ampliando a categorização do diagnóstico para quatro dimensões de sintomas: revivência, evitação, alterações negativas na cognição e no humor, e hiperexcitabilidade (APA, 2014). A mudança caracteriza uma maior ênfase nas alterações de humor, e mudanças nas crenças do indivíduo com relação à percepção dele mesmo e do mundo a sua volta. Os critérios diagnósticos atuais, segundo o DSM-V, são. A – Exposição ao trauma: O indivíduo passou por uma situação de risco de morte ou de ameaça à integridade física de uma das seguintes formas: 1 Ter sido diretamente exposto ao evento; 2 Ter testemunhado o evento; 3 Ter tomado conhecimento de morte ou ferimentos graves inesperados em familiares ou pessoas próximas; 4 Ter sido extremamente exposto a detalhes do evento, atuando no socorro aos envolvidos, como no caso de Bombeiros, Policiais e profissionais da saúde. O DSM-V ressalta que uma exposição exclusivamente através da Internet ou mídia eletrônica não configura critério válido para o diagnóstico de TEPT. 5/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria B – Sintomas intrusivos (é obrigatória a presença de pelo menos 1 item dos abaixo citados): 1 Recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas, incluindo imagens, pensamentos ou percepções. 2 Sonhos aflitivos e recorrentes. 3 Agir ou sentir como se o evento estivesse ocorrendo novamente (inclui revivências dissociativas). 4 Sofrimento psicológico intenso quando exposto a indícios que simbolizam ou lembram o trauma. 5 Reações fisiológicas significativas a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram o trauma. C – Evitação ou esquiva (é obrigatória a presença de pelo menos 1 dos abaixo): 1 Esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas associados ao trauma. 2 Esforços no sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações do trauma. D – Alterações negativas persistentes em cognição e humor (é obrigatória a presença de pelo menos 2 dos abaixo): 1 Incapacidade de recordar algum aspecto importante do trauma. 2 Crenças ou expectativas negativas exageradas e persistentes sobre si mesmo, outros ou o mundo. 3 Cognições distorcidas e persistentes sobre a causa ou consequência do evento traumático, que levam o indivíduo a culpar os outros ou a si mesmo. 4 Estado emocional negativo persistente (p.ex. medo, terror, raiva, culpa ou vergonha) 5 Redução acentuada do interesse ou da participação em atividades significativas. 6 Sensação de distanciamento ou afastamento em relação aos outros. 6/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 7 Faixa de afeto restrita (incapacidade persistente de sentir emoções positivas). E – Excitabilidade aumentada (é obrigatória a presença de pelo menos 2 dos abaixo): 1 Irritabilidade ou explosões de raiva. 2 Comportamento imprudente ou autodestrutivo. 3 Hipervigilância. 4 Resposta de sobressalto exagerada. 5 Dificuldade de concentração. 6 Dificuldade em conciliar ou manter o sono. F – Os sintomas devem estar presentes após o 30º dia do evento traumático e ter duração mínima de um mês. G – O transtorno causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo social, ocupacional ou em áreas importantes do funcionamento. H – O transtorno não é atribuível a efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica e não são melhores explicados pelo transtorno psicótico breve. 4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Pacientes com sintomas moderados a graves de TEPT (presença de riscos e/ou prejuízo importante do funcionamento psicossocial), em psicoterapia ou não; Se a psicoterapia é indisponível, contraindicada, ou foi pouco resolutiva num prazo de três meses de tratamento; O paciente tem pouca adesão à psicoterapia como monoterapia. 5 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO N/A. 7/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 6 TRATAMENTO Considerando que o tratamento de primeira linha para o TEPT, em geral, é a psicoterapia, esta é sempre preferível, mas nem sempre disponível, e há casos em que a gravidade dos sintomas impõe o tratamento medicamentoso. Portanto, na sua disponibilidade, e se os sintomas forem de leves a moderados, esta deve ser indicada, e o paciente reavaliado a cada 4 semanas. Há diversas modalidades de psicoterapia, com diferentes níveis de evidências de eficácia, entretanto a discussão desse tema não é o foco deste protocolo. A proposta de tratamento apresentada é baseada em três guidelines internacionais, que reúnem as evidências atuais, já que até o momento, não existem diretrizes nacionais para o tratamento do TEPT. São eles: o Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders, o Practice Guideline for the treatment of patients with Acute Stress Disorder and Posttraumatic Stress Disorder, e o Va/DoD Clinical practice guideline for management of Post-Traumatic Stress Disorder (KATZMAN et al., 2014; AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2004; MANAGEMENT OF POST-TRAUMATIC STRESS WORKING GROUP, 2010). Além disso, foram consultados artigos de revisão de literatura (IPSER & STEIN, 2012; STEIN, IPSER, & MCANDA, 2009). A escolha pelo medicamento deve levar em consideração o diagnóstico, as comorbidades psiquiátricas e clínicas, e os efeitos adversos dos psicofármacos. Deve-se observar, por exemplo, que o TEPT pode ocorrer em uma pessoa com um diagnóstico prévio de Transtorno de Humor Bipolar, Transtorno de Personalidade Borderline, ou Transtorno de Uso de Substâncias, por exemplo, e essas diferenças individuais nortearão a escolha dos psicofármacos. Assim, um fármaco que aqui pode ser apontado como terceira linha, para um determinado paciente pode passar a ser a primeira escolha. Da mesma forma ocorre com condições clínicas associadas, como por exemplo, gravidez, lactação, idade avançada, insuficiência renal ou hepática, presença de arritmias, entre outras. A decisão clínica deve integrar a experiência do clínico com o uso das medicações, o conhecimento dos diagnósticos do paciente, e as recomendações empíricas baseadas em evidências. 8/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 6.1 Tratamentos de primeira linha Fluoxetina e Sertralina apresentam dados conflitantes, entretanto são os que possuem mais estudos, com resultados favoráveis, que justificam a inclusão como agentes de primeira linha. Outros medicamentos são a Paroxetina e a Venlafaxina XR. Todos estes medicamentos podem melhorar todos os grupos de sintomas de TEPT. 6.2 Tratamentos de segunda linha Os medicamentos considerados como segunda linha são a Fluvoxamina, Mirtazapina, com resultados favoráveis em alguns estudos. 6.3 Tratamentos de terceira linha Como terceira linha, podem ser escolhidos os Tricíclicos, como a Imipramina, e a Amitriptilina e a Nortriptilina. Entretanto, o perfil de efeitos adversos, principalmente cardiovasculares, e interações medicamentosas, desfavorece o uso destes medicamentos, em detrimento de bupropiona SR, escitalopram e duloxetina. A Trazodona pode ser útil, mas com poucos estudos de eficácia na melhora global dos sintomas de TEPT, devendo ser prescrita, em geral, como terapia adjuvante, com benefício na insônia (ver adiante). 6.4 Medicamentos não recomendados Os Benzodiazepínicos não são recomendados para o tratamento do TEPT, conforme todas as referências consultadas. Além de não terem eficácia, podem causar ansiedade e insônia de rebote, e piorar desfechos a longo prazo (dependência química, prejuízos cognitivos). Se forem usados, devem ser prescritos por, no máximo, quatro semanas, como adjuvantes para a insônia e ansiedade, preferindo os de meia-vida longa, como clonazepam, para evitar sintomas de rebote. Em muitos casos, é difícil alcançar remissão completa dos sintomas com o uso de medicamentos em monoterapia. Assim, a combinação de fármacos se torna necessária. Estes tratamentos estão indicados para pacientes que não apresentam resposta à terapia antidepressiva, sendo considerados pacientes com 9/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria TEPT resistente ao tratamento. Também são indicados como adjuvantes para o tratamento da insônia, pesadelos, ansiedade, agitação e agressividade, que podem requerer tratamento imediato. Para o manejo da insônia, é fundamental educar o paciente para uma melhor higiene do sono. Entre as orientações estão evitar psicoestimulantes, como café, energéticos e outras bebidas ricas em cafeína, drogas como cocaína e ecstasy, e medicamentos como anfetaminas e metilfenidato. Este último pode ser prescrito erroneamente para um paciente que se apresenta com queixas de déficit de atenção e sonolência diurna, entretanto a origem destes sintomas é o TEPT, e não um Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, acabando por piorar os sintomas ansiosos. Como alternativas medicamentosas para o tratamento da insônia estão o uso de adjuvantes como a Trazodona em doses baixas (50-100 mg), e o uso eventual de Zolpidem (5-10 mg). Este último apresenta menor potencial de dependência que os Benzodiazepínicos, que devem ser evitados. Quando os pesadelos são a causa (ou agravante) da insônia, deve ser considerado o uso de Prazozina (6-10mg). Este deve ser iniciado em doses mais baixas (1-2 mg/dia), com aumento gradual, conforme a pressão arterial, devido ao efeito hipotensor. Ansiedade intensa, agitação e agressividade podem ser problemas que necessitam de conduta imediata, por trazerem prejuízos sérios ao funcionamento e eventuais riscos. Nesses casos, estão indicados, como tratamento adjuvante, doses baixas de antipsicóticos atípicos, como a risperidona e a quetiapina. Apresentam ação sedativa leve, em doses adequadas, diminuindo a ansiedade e a impulsividade, além de favorecer o sono. Embora os estudos não apontem para uma melhora global dos sintomas de TEPT, estes medicamentos são úteis nessas situações especiais, sobretudo quando os pacientes apresentam transtornos psiquiátricos comórbidos (transtornos psicóticos, transtorno bipolar, transtorno de personalidade borderline, p.ex.). 6.5 Terapia adjuvante de primeira linha A Trazodona pode ser usada em doses baixas, associada a outros antidepressivos, com efeito sinérgico a estes, e ação sedativa, melhorando o 10/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria sono. Entretanto, carece de estudos como terapia de aumentação. Deve-se ter o cuidado na prescrição desse medicamento para homens, pelo risco de priapismo. A Prazozina pode ser utilizada para a melhora do sono e dos pesadelos, mostrando resultados positivos em alguns estudos, tendo sido recomendada nos guidelines, com essa indicação. 6.6 Terapia adjuvante de segunda linha Risperidona e Olanzapina podem apresentar benefícios para alguns pacientes, em associação com outros medicamentos, principalmente como alternativas ao uso de benzodiazepínicos para o tratamento da insônia, ansiedade, agitação, agressividade e impulsividade. Entre o grupo dos Antipsicóticos de 2ª geração, a Risperidona é o medicamento mais associado a sintomas extrapiramidais. 6.7 Terapia adjuvante de terceira linha Aripiprazol, Quetiapina, Clonidina. Da mesma forma que a Risperidona e a Olanzapina, Aripiprazol e Quetiapina podem ser usados como alternativas aos benzodiazepínicos, com menos efeitos colaterais, comparados aos primeiros, obtendo-se resposta com doses baixas. Entretanto, são considerados de terceira linha por terem menos estudos de eficácia no TEPT. Na nossa experiência, a Quetiapina tem apresentado bons resultados, em substituição aos benzodiazepínicos, com doses que variam de 25 a 100 mg/dia, com efeitos colaterais insignificantes nessa posologia, motivo pelo qual preferimos esse medicamento em relação à clorpromazina, por exemplo. Com resultados conflitantes em estudos, topiramato, lamotrigina e carbamazepina podem mostrar benefícios para alguns pacientes, mas por terem pouca evidência de eficácia como monoterapia, devem ser usados apenas como tratamento adjuvante. Apresentam benefício no manejo da impulsividade e agressividade, em casos específicos, sobretudo quando indicados para o tratamento de transtorno psiquiátrico comórbido (p.ex. impulsividade no transtorno de personalidade borderline, narcisista e antissocial). 11/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria Observação: o uso de antipsicóticos se justifica quando o paciente apresenta sintomas de inquietação/agitação, agressividade e impulsividade moderados a graves, associados, ou não, à insônia. Caso contrário, deve ser dada preferência à trazodona ou prazozina para a melhora do sono. Tabela 1 – Fármacos disponíveis para o tratamento do TEPT e doses recomendadas. MEDICAMENTOS DOSE PRIMEIRA LINHA Fluoxetina Sertralina Paroxetina Venlafaxina XR 20-60 mg/d 50-200 mg/d 20-60 mg/d 150-375 mg/d SEGUNDA LINHA Fluvoxamina Mirtazapina 50-150 mg/d 30-60 mg/d TERCEIRA LINHA Escitalopram Duloxetina Imipramina Amitriptilina Nortriptilina Trazodona Bupropiona 10-20 mg/d 60-120 mg/d 150-300 mg/d 150-300 mg/d 50-150 mg/d 300-600 mg/d 150-450 mg TRATAMENTO ADJUVANTE Primeira linha Trazodona (uso na insônia) Prazozina (uso na insônia e pesadelos) 50-100 mg 6-10 md/d Segunda linha Risperidona Olanzapina 1-4 mg/d 5-20 mg/d Terceira linha Ariprazol Quetiapina Topiramato Lamotrigina Carbamazepina 5-30 mg/d 25-400 mg/d 200-400 mg/d 100-200 mg/d 400-1600 mg/d Fonte: Adaptado de Katzman et al. (2014) e Management of Post-Traumatic Stress Working Group (2010) 12/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 7 MONITORAMENTO DO TRATAMENTO Recomendamos o monitoramento da eficácia do tratamento, utilizando instrumentos autoaplicáveis, como o Post-Traumatic Checklist – Civilian version (PCL-C), o Inventário de Depressão de Beck (BECK-D) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BECK-A). O PCL-C foi desenvolvido para quantificar sintomas de TEPT, adaptado para a população civil, baseado no DSM-IV. Não há instrumentos validados para o português, até o momento, baseados no DSM-5. O BECK-D e o BECK-A podem ser usados para o monitoramento de sintomas depressivos e ansiosos ao longo do tratamento, como instrumentos complementares, independentemente de o paciente apresentar Transtorno Depressivo, ou Transtorno Ansioso Comórbido. No início do tratamento, a aplicação dos instrumentos pode ser mensal, e após a estabilidade, a cada 3 meses. Uma vez que o paciente tenha atingido a remissão completa dos sintomas, o tratamento deve ser continuado, conforme o julgamento clínico, levando-se em consideração a natureza cíclica dos sintomas (que podem piorar quando o paciente é reexposto a indícios do trauma), o nível de funcionamento psicossocial, e as comorbidades. Não há consenso na literatura sobre uma recomendação do tempo do tratamento. Dessa forma, o clínico deve julgar de acordo com a sua experiência no tratamento do TEPT, e o conhecimento do paciente, de forma que não prolongue o tratamento demasiadamente (por exemplo, por anos em um paciente assintomático), nem exponha o paciente ao risco de recaída, com uma interrupção precoce (por exemplo, em semanas). Sugere-se que a descontinuação da medicação seja gradual, conforme a duração da doença, e combinada com o paciente. Além da monitorização da eficácia do tratamento, recomenda-se que seja realizada a monitorização dos possíveis efeitos adversos das medicações em uso, com medidas de pressão arterial, exames laboratorias (hemograma, função hepática, renal, perfil lipídico e glicemia) e Eletrocardiograma, antes, e ao longo do tratamento, conforme o fármaco utilizado (por exemplo, Tricíclicos e Antipsicóticos). 13/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 7.1 Monitoramento durante a internação no HUSM Há casos em que o tratamento hospitalar torna-se necessário, quando há risco de suicídio e/ou heteroagressão, e o clínico julga que o tratamento ambulatorial não é possível. A internação deve assegurar a proteção do indivíduo com relação a estes riscos. Desta forma, o paciente deve ser monitorado por toda a equipe multiprofissional. Caso o paciente se encontre internado em uma unidade clínica, deve ser solicitado pedido de consultoria psiquiátrica ao Serviço de Psiquiatria. É comum que durante a internação sejam utilizadas doses maiores de medicações, porque os pacientes são os mais graves e podem apresentar agitação psicomotora, ansiedade intensa, risco intenso de suicídio, necessitando de tratamentos adjuvantes (por exemplo, lítio como potencializador de antidepressivos). Com o uso de múltiplas drogas, ou doses mais altas dos medicamentos, os pacientes podem apresentar mais facilmente hipo ou hipertensão, hepatotoxidade, nefrotoxidade, cardiotoxidade, crises convulsivas, risco de queda, de aspiração, etc.. Só pelo fato do paciente estar hospitalizado, há o risco de uma infecção hospitalar. Assim, o tratamento hospitalar requer monitorização clínica constante, com aferições de sinais vitais (risco de hipertensão com venlafaxina, hipotensão com quetiapina, p.ex.), exame físico, exames laboratoriais, Eletrocardiograma, Raio-X de Tórax. A realização de exames complementares deve seguir a avaliação clínica, quando indicado pelo médico assistente. 7.2 Critérios de Alta Os pacientes devem ter alta da internação a critério médico, quando não forem constatados riscos iminentes. 7.3 Contrarreferência/Retorno ao Ambulatório Os pacientes já em acompanhamento no CIAVA, ou com TEPT relacionado ao incêndio da Boate Kiss, devem ser encaminhados para o Ambulatório de Psiquiatria do CIAVA. Pacientes com TEPT relacionados a outras situações traumáticas devem ser encaminhados para os serviços de saúde mental de 14/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria referência dos municípios de origem, conforme a orientação do fluxo de pacientes no SUS. 7.4 Prevenção/Ações Educativas Os pacientes devem receber orientações psicoeducativas com relação ao TEPT, que envolvem esclarecimentos sobre as causas, sintomas e curso do transtorno. Nos casos que se apresentam com insônia, os pacientes devem ser orientados quanto à higiene do sono. Recomenda-se que os pacientes sejam estimulados a realizar psicoterapia, praticar exercícios físicos regulares e técnicas de relaxamento (alongamentos, relaxamento muscular progressivo, meditação), reforçar os vínculos afetivos, buscar apoio familiar e social, evitar o uso de automedicação (como benzodiazepínicos, por exemplo), cafeína, álcool e drogas ilícitas, informando sobre o potencial de abuso de substâncias, riscos e consequências associadas. Atenção deve ser dada à possibilidade de trauma continuado, por situação familiar e social adversa, ou pela própria exposição do indivíduo a situações de risco. Assim, esse tema deve ser explorado, se for pertinente, estimulando o paciente a reconhecer as situações em que se expõe ao risco de violência e abuso, por exemplo. Muitas vezes é necessária a avaliação do caso por um Assistente Social, e a tomada de medidas legais cabíveis, conforme a legislação, respeitando a autonomia do indivíduo. Esse aspecto é particularmente relevante no caso de menores submetidos a maus tratos. 8 CONSENTIMENTO INFORMADO N/A. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 3ª. ed. Washington, D.C.: American Psychiatric Press, 1980. ______. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4ª. ed. Washington, D.C.: American Psychiatric Press, 1994. 15/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria ______. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5ª. ed. Washington, D.C.: American Psychiatric Press, 2013. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. (2004). Practice guidelines for the treatment of acute stress and posttraumatic stress disorder. American Journal of Psychiatry, 161 (11 Part SUPPL), 1–31. 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Avaliação de doenças clínicas (hipertensão, diabetes, cardiovasculares, Hipotireoidismo, doenças neurológicas, etc.). Avaliar funcionamento psicossocial: relações familiares, amigos, conjugais, colegas de trabalho/faculdade, etc.), rendimento ocupacional, presença de trauma continuado. TEPT Avaliar comodidades psiquiátricas e clínicas e gravidade dos sintomas Sim Apresenta risco iminente? Considerar internação, comunicar os familiares e rede de apoio. Encaminhar para serviço de emergência Não Psicoeducação e avaliação de possibilidade de psicoterapia Sim Sintomas moderados a graves? (prejuízo funcional marcante) 1 Não Psicoterapia focada em trauma Reavaliação de 30/30 dias Sim Melhorou em 3 meses? Não 1 Reavaliação em 3-6 meses Resposta adequada: Manter Psicoterapia. Psicoeducação, Alta psiquiátrica, orientação de retorno ao Serviço, se sinais de piora. Fim 18/19 Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria 1 Iniciar medicamentos de 1ª linha, reavaliar a cada 4 a 8 semanas. Aguardar 4-12 semanas para cada aumento de dose. Aumentar a dose conforme resposta e tolerância Tratamento de 1ª Linha: Fluoxetina 20-60 mg/d (disponível no SUS); Sertralina 50-200 mg/d (disponível no SUS mediante processo administrativo); Paroxetina 20-60 mg/d (não disponível no SUS); Venlafaxina XR 150-375 mg/d (não disponível no SUS); Resposta parcial, ausente ou intolerância aos efeitos colaterais: reavaliar diagnóstico, aderência, comorbidades: Trocar por outro medicamento de outra classe ou com melhor perfil de efeitos colaterais (aumentar a dose a cada 4-8 semanas conforme resposta) Resposta parcial ou ausente: Trocar por medicamento de 2ª linha (aumentar a dose a cada 4-8 semanas conforme resposta). Considerar associação com adjuvante Resposta adequada: Manter medicamento por tempo suficiente para atingir a remissão e manutenção dos resultados. Redução da dose gradualmente. Educar paciente sintomas de recaída e como retornar ao tratamento. Resposta ausente Trocar por medicamento de 3ª linha em associação com adjuvantes Resposta parcial/ausente considerar tratamentos alternativos: ECT, Estimulação Magnética Transcraniana, etc.) Alta Ambulatorial Tratamento de 2ª Linha: Fluvoxamina 50-150 mg/d Mirtazapina 30-60 mg/d Tratamento Adjuvante: Primeira linha Trazodona (uso na insônia) 50-100 mg Prazozina (uso na insônia e pesadelos) 6-10 md/d Segunda linha Risperidona 1-4 mg/d Olanzapina 5-20 mg/d Terceira linha Ariprazol 5-30 mg/d Quetiapina 25-400 mg/d Topiramato 200-400 mg/d Lamotrigina 100-200 mg/d Carbamazepina 400-1600 mg/d Tratamento de 3ª Linha: Escitalopram 10-20 mg/d Duloxetina 60-120 mg/d Imipramina 150-300 mg/d Amitriptilina 150-300mg/d Nortriptilina 50-150 mg/d Trazodona 300-600 mg/d Bupropiona 150-450 mg Fim _________________________ Vitor Crestani Calegaro 19/19
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