A verdade de cada um - Mudar é preciso, mas

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A verdade de cada um - Mudar é preciso, mas
A verdade de cada um - Mudar é preciso, mas como?
Por Renato Holz (*) - 18 Fev 2013
Seguidamente a imprensa traz declarações de especialistas e de autoridades do governo
federal falando sobre a economia brasileira, seu desempenho, o surgimento de uma nova
classe média, o aumento de consumidores graças aos programas sociais e esforço do governo
pelo crescimento com renuncia de impostos, a diminuição do preço de energia elétrica, etc, etc,
etc . . .
Difícil é separamos o joio do trigo nesta massa de informações que recebemos sobre o
assunto, até porque na maioria das vezes estas declarações e notícias vem de forma isolada,
fora do contexto em que deveriam ser apresentadas.
Uma realidade, entretanto, é amplamente conhecida, e eu já a citei nesta coluna há alguns
meses: "Todos nós cidadãos brasileiros, da dona de casa lá de Itaipava do Grajaú no
Maranhão, ao banqueiro da Av Paulista sabemos que quando se gastar mais do que ganha
cairá em dívida e pagará juros. E sabemos também que se esta dívida é para investir e
proporcionar melhorias que trarão vantagens, ela é salutar, mas se nos endividamos para
manter uma situação acima de nossa capacidade financeira estamos no caminho errado."
Entretanto, o que podemos deduzir das declarações das pessoas do governo é que devemos
consumir, e para isto nos endividar, cada vez mais, para assim garantir o crescimento
econômico do país. E nos perguntamos, sempre novamente, porque nós, os brasileiros que
produzem, temos de pagar a conta enquanto ele, o governo, nada faz para reduzir suas
despesas com a manutenção da máquina estatal ? Sim, reduzir aquelas despesas públicas que
existem única e exclusivamente em função do governo, e que não geram nenhum produto ou
serviço.
Se para combater a inflação que está aí a tomar corpo nossos governantes souberam
determinar à Petrobrás que vendesse abaixo do custo de produção, porque não tiveram
coragem de reduzir a carga tributária da ordem de 57,03% sobre a gasolina?
Se há uma grande capacidade em distribuir dinheiro público sob forma de esmola – bolsa disso
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e daquilo – porque não acompanhar esta prática com a redução da carga tributária de gêneros
de primeira necessidade – água engarrafada 45,11 %, açúcar 40,40%, trigo 34,47 %, café
36,52 % - e assim permitir que o operário que trabalha e produz, e para isto ganha o salário
mínimo, tenha condições melhores para sustentar a sua família ?
Porque não vemos investimentos públicos de vulto na preparação efetiva dos professores,
principalmente os do ensino fundamental e médio, em um esmerado e eficiente preparo dos
integrantes das polícias civil e militar, em equipamentos modernos para os hospitais públicos
em quantidade suficiente para atender a população sem necessidade de filas que se arrastam
por meses para uma simples mamografia ? Enquanto isto nossos governantes se sentem com
poder para financiar atividades fora do Brasil, como em Cuba, por exemplo, e que nenhum
benefício trarão para os brasileiros. Porque?
Porque realizar uma copa do mundo, o que, está demandando uma enorme quantidade de
recursos públicos, de forma descontrolada, quando faltam recursos para a educação básica e
para serviços de saúde que atendam a real necessidade do povo brasileiro?
Com este tipo de perguntas poderíamos continuar por um dia inteiro.
Convicto que as pessoas com poder de decisão nas três esferas de governo sabem disto tudo,
me permito fazer uma última pergunta: porque não agem em consonância com o que é justo e
perfeito para o povo brasileiro?
A presidente da Finlândia Tarja Kaarina Halonen, na abertura de um novo programa para o
ensino básico daquele país afirmou: " . . . um povo ignorante vive a iludir-se e deixa se iludir. . .
"
Alterar a triste realidade brasileira está em nossas mãos. Devemos mostrar e explicar às
pessoas em nossa volta, que não conseguem ver o cenário em que estão inseridas, a
realidade que temos no Brasil, com riqueza de detalhes. Se cada um dos brasileiros pensantes,
que são, no máximo, um quinto da população, conseguir mostrar com sucesso esta realidade a
três pessoas, a resposta a este esforço virá já nas próximas eleições, através de mais votos
conscientes, a única maneira legítima de realizar as mudanças necessárias.
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Pensem nisto enquanto desejo a todos uma ótima semana
Renato Holz Horizonte / Ce 18 de fevereiro de 2013
[email protected]
(*) Renato Holz
articulista e consultor em planejamento estratégico
P.S. – Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a autoria.
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