ESCOLA criada por pais faz 10anos

Transcrição

ESCOLA criada por pais faz 10anos
Foto: Flavia Rocha | 360
agenda _ dicas para o Carnaval
e para curtir o mundo cultural da
região (acima, Águas de Sta.
Bárbara) e da capital
•P.16
_ André Santos
inaugura coluna
contando sobre a
1ª temporada de
estudos no
exterior.
Ele viaja com
bolsa conquistada
em provas sobre
atualidades
•P.19
ESCOLA criada por
pais faz 10anos
Acompanhe nossa mascote na visita à escola onde ela estuda,
um modelo de integração comunitária
Fotoa: acervo pessoal
exclusivo
A boa notícia é que sanar os problemas que tanto ganham os noticiários e ocupam as agendas de governantes, estudiosos e empresários pode ser simples, mas
requer o envolvimento de todos, de acordo com um grande entendedor do assunto, Fabio Feldmann, que nos concedeu uma entrevista exclusiva.
•P.6
Fotoa: Flavia Rocha | 360
Foto: divulgação
Nesta edição:
48
nº
is
át
gr
CIRCULAÇÃO mensal nas cidades: Avaré • Sta. Cruz
do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo • Timburi •
Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira Cesar
• Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do
Turvo • Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes
O que é o lugar onde vivemos senão o
nosso meio ambiente? Cuidar dele, pois
é a nossa casa, nosso refúgio e nosso
horizonte de possibilidades e realizações, tornou-se mais que um dever,
uma tarefa diária e constante, com tantos problemas e tantos responsáveis oficiais – que elegemos pelo voto ou que
alcançaram seus postos através de concursos ou indicações de nossos representantes – agindo de maneira
inadequada, em todos os âmbitos dos
poderes públicos.
ar
pl
em
ex
fevereiro|2010
SOS natureza
•P.10
Veja o 360 na internet: www.caderno360.com.br
receita
_ rosca feita
com nata e
recheada
(ou não)
de lascas de
chocolate
•P.12
arte: Franco ilustra mais
uma crônica do Guca
•P.4
2 |editorial
2:°Editorial _°OraAção
4: °Ponto de Vista
5: °Ponto de Vista _°Drops
6:°Meio Ambiente_ entrevista
10: °Educação
12: °Gastronomia
13:°Galeria
14:°Onde ir ‹classificados›
15:°Bacana ‹classificados›
16:°Cultura _°Agendas
18:°Meninada
19:°Papo cabeça
20:°Bem Viver
A questão nossa mascote Paola, e
Humildade. Nem sempre estaonde encontramos muita
mos no topo, na crista da onda, no centro das
ambiental
área verde. A escola, moatenções e do universo. Ser protagonista, o
Índice
delo de ação comunitária e
ator principal de uma situação, de uma famínão
é
envolvimento dos pais na
lia, de uma empresa, acontece, mas não é
formação dos filhos, comalgo definitivo. Muitas vezes, cabe a nós ape10 anos e é o destainvenção pleta
nas um papel insignificante, ora de coadjuque da seção
.
vante, ora de figurante, às vezes de mero
de alguns Além de muitas converitem de cenário. Como acontece com este
editorial, relegado à produção de última
defendendo o mais
hora em benefício das outras páginas, que
poucos. É sasprecioso
bem do plasão mais importantes, afinal, de uma maneta em benefício de
neira ou outra envolvem terceiros. Colaum sinal da nós mesmos, a edição
boradores que nos dão a honra de sua
traz as imperdíveis
presença.
c artas
crônicas de Guca Doterra para menico,
José Mário
É o caso do ambientalista que ocupa a
Rocha de Andrade e
todos nós Tiago
maior parte de nossas páginas, o administraCachoni, além do
EDUCAÇÃO
dor de empresas e advogado Fabio Feldmann,
que nos concedeu com exclusividade uma entrevista que aparecem em MEIO AMBIENTE. Além de nos
dar uma abrangente visão da questão ambiental,
tema recorrente desta publicação, a conversa repleta
de questões de gente da terra, que lê e participa do
360, nos ensina a agir melhor, a ter humildade para
admitir que antes dos interesses de cada um de nós
está o meio ambiente e sua importância para que
possamos continuar a viver num país tropical e bonito por natureza.
O meio ambiente e uma nova maneira de agir em
relação a ele também aparece em BEM VIVER, com
um texto da colaboradora Fernanda Lira, que, aliás,
aparece em dose dupla, com a nova seção de TV que
ela assina. Também a matéria central desta edição
mostra o quanto a questão de entendimento do
homem com o meio em que ele vive, especialmente
com a natureza, pode ser ensinada sem qualquer
palavra. Basta inserí-la nos locais por onde circulamos e onde passamos nosso tempo, como acontece
no incrível Colégio Camões, que visitamos com a
e xpediente
nosso quase veterano colaborador André Andrade Santos,
que assina uma coluna própria nesta e nas próximas
edições, onde irá nos contar sua experiência no
velho mundo, a Europa.
Para dar leveza a tantos pensares, confira os desenhos de Franco Catalano Nardo, Rodrigo Biancão,
que reaparece depois nesta edição, e Sabato Visconti, que assina também a tira do Pingo, numa luta
vitoriosa contra a Dengue, em MENINADA.
Para completar, uma receita tradicional da famíla
Rocha, dicas de lugares para você curtir a região e
uma agenda que mistura dança contemporânea
com a folia do Carnaval. Confira e divirta-se!
Boa leitura.
Flávia Rocha Manfrin
editora 360
360 é publicação mensal da eComunicação.. Todos os direitos reservados. Tiragem desta
edição: 8,5 mil exemplares Circulação: Sta. Cruz do Rio Pardo, Ourinhos, Avaré, Piraju,
Chavantes, Bernardino de Campos, São Pedro do Turvo, Ipaussu, Espírito Sto. do Turvo,
Timburi, Águas de Sta Bárbara, Manduri, Fartura, Cerqueira César, Óleo e postos das
rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista C. Rennó e Orlando Quagliato.
Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrin ‹repórter especial›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario
Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Tiago Cachoni Ilustradores: Franco Catalano Nardo e
Sabato Visconti Impressão: Fullgraphics. ARTIGOS ASSINADOS NÃO EXPRESSAM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DESTA PUBLICAÇÃO.. Endereço: Praça. Dep. Leônidas Camarinha, 54 CEP
18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/ SP • F: 14 3372.3548 • Redação e Cartas:
[email protected] • Publicidade e Assinaturas: [email protected] •
•fevereiro/2010
Edição On Line: www.caderno360.com.br
Ora,Ação!
Eclesiástico, 18 vs 25_26
Parabéns pelo jornal, ele é verde! Aquela frase
que diz: O meio ambiente deve ser pensado globalmente e trabalhado localmente é uma grande
verdade. Sou engenheiro agrônomo formado pela
USP de Piracicaba, me especializei pela Federal
de Lavras, trabalhei cinco anos na SecreTaria de
Meio Ambiente de Ourinhos, ministrei aulas na
pós graduação da FIO, fui nomeado perito na
área de meio ambiente em 2009 na Comarca de
Ourinhos e trabalho há oito anos na elaboração e
execução de projetos de paisagismo. Estou lutando pela não canalização dos córregos. Já conversei com todos pertencentes ao atual governo
municipal. Como não obtive nenhum resultado
iniciei uma divulgação via e-mail sobre os erros
destas obras. Gostaria que dessem uma atenção e
se possível elaborassem matéria sobre o assunto.
Rafael Béccheri Cortez| Ourinhos/SP
Desejo um Feliz 2010 pra todos da redação desse
belo jornal que é legal. Gostei das matérias contando um pouco da história de Santa Cruz e de
Piraju. Também sobre os postos, de fato é parada
obrigatória, sem dúvida vale a pena, nota 10. Não
esquecendo do primeiro ônibus da viação Garcia,
que maravilha, e muitos outros que marcaram.
Continuem com boas matérias, vamos falar um
pouco da viagem do saudoso trem da sorocabana, era bom demais
Rubens Freitas Rodrigues| Chavantes/SP
Nota da Redação: Rubens sua dica de O que é
o que é está na página 18, obrigada!
“Lembra-te da pobreza quando estiveres
na abundância. E das necessidades da indigência no dia da riqueza. Entre a manhã e
a atrade se muda o tempo, e tudo isto acontece num instante aos olhos de Deus. ”
4 | ponto de vista
BICICLETAS
& bicicleteiros
*Guca Domenico
A economia não era globalizada e comércio
local abastecia nosso mercado, a não ser
quando não havia o produto e era preciso
comprar em Ourinhos, Bauru ou São Paulo.
Aí tinha status de importado. Minha
monareta foi comprada na Baiúca do
Miguel, em Ipaussu. Uma transação estranha, afinal Ipaussu era uma cidade pequena em relação a Santa Cruz. Comprar
em Ipaussu era como comprar no Paraguai,
mas meu pai era amigo de infância do
Miguel e provavelmente obteve um bom
desconto.
Minha monareta era verde-petróleo.No
final dos anos 1960 o mundo era bem
precário e mesmo quem era rico não era
tão rico. Ou melhor, tinha dinheiro ou capital, mas não havia tanta coisa para comprar. É aquela história de um filho de
operário do nosso tempo viver melhor que
o filho de um príncipe do século dezoito.
A gente se contentava com pouco porque
pouco é o que havia, mas a criatividade é a
verdadeira mãe da felicidade. Tempos de
restrições. Compensávamos com nossa alegria e prazer – e a gente nem sabia o que
isto significava.
Ótimas férias aquelas.
No mesmo Natal, outros colegas ganharam
bicicletas e a gente saía em bando, pedalando, desbravando a cidade e os
arredores. Na cidade, o asfalto ajudava, nas
cercanias a coisa era mais rústica.
Hoje a mídia chama de offroad, muito chique, como
tudo o que é estrangeiro.
Nas estradas de terra batida,
além de valetas, éramos obrigados a desviar – às vezes sem
sucesso – dos mata-burros. Também a ousadia da molecada não
dava a mínima para os percalços do
terreno: dávamos cavalo-de-pau, descíamos e subíamos calçadas sem o devido
cuidado e quando o impacto não furava o
pneu, entortava o aro.
Se fosse caso de consertar, tínhamos duas
opções mais perto: a bicicletaria do seu Armando, que ficava ao lado da caixa d' água;
e a do seu Zé, em frente ao Carlito Manfrin.
Talvez porque a do seu Armando fosse mais
bem equipada (também vendia bicicletas
novas) e profissional, tinha fama de careiro
entre a molecada. Além do preço, a grande
vantagem da bicicletaria do seu Zé era a localização: distante três quarteirões de casa.
O ambiente era escuro, lúgubre. Luminosidade, apenas os incríveis olhos azuis do bicicleteiro: dois faróis dentro do breu. Seu
Zé tinha um bigodinho parecido com um
personagem do Péricles, o Amigo da Onça.
Também chamava a atenção o espaço,
uma pequena sala apertada, abarrotada de
bicicletas velhas. Eu olhava aquilo e achava
que a demanda de serviço do bicicleteiro
era imensa. Seu Zé, trabalhador incansável,
apertando parafuso, batendo martelinho.
Apesar da falta de luz, era nosso preferido
porque é melhor entrar num lugar onde o
trabalhador está sempre ocupado. Como
loja, né? Você entra e se o vendedor
começa a marcar em cima, dá vontade de
ir embora. Olhar é fuçar com a curiosidade.
:
rte
A
No Natal em que completei dez anos de
idade, ganhei uma bicicleta, modelo
monareta, da Monark. Não sei se ainda existe essa marca. A concorrente dela era a
Caloi – que hoje domina o mercado – mas
a molecada considerava Caloi bicicleta de
menina, o cano era rebaixado e o guidão
não tinha um design tão arrojado quanto a
monareta.
Fra nco
profissões de-
0
saparecem. Barbeiros, seCat a no Nardo | 36
la
leiros, ferreiros, alfaiates, bicicleteiros ainda
Talvez o bicicleteiro fosse um grande estrategista. Sempre ocupado e quando a
gente entrava para solicitar um serviço, nos
atendia de pronto. Tipo de atitude que dá
ao cliente a impressão de ser alguém importante. E éramos. Os pequenos fregueses, fiéis. Volta e meia estávamos lá para
solicitar um remendo na câmara de ar.
Quando desgastava o pneu, havia o recurso
do manchão (acho que é este o nome do
remendo).
Imagino que seu Zé guardava aquele monte
de bicicletas para fazer negócio. Comprava
a preço de banana, reformava para vender
e reforçar o caixa. Só podia ser esta a razão
de manter tantas bicicletas antigas, quase
sempre pretas, faltando pára-barro, freio arrebentado, algumas sem roda, outras de
pneu murcho.
O mundo vive e viverá em transformação,
sempre. Algumas profissões saem de cena
por conta da evolução tecnológica, às vezes
o serviço é tão caro que compensa jogar o
produto fora e comprar um novo. Assim, as
resistem, mas são difíceis de encontrar.
Aqui perto de casa tem um bicicleteiro, o
nome dele é Wallace. Outro dia fui lá para
consertar o pneu, tentou me vender uma
bike. O cara é metido, chamou bicicleta
em inglês. Era uma linda bicicleta, zero,
selim de silicone, cano alto (“ideal para
você que tem pernas compridas”, comentou). Dei trela porque sou curioso e gosto
de fazer perguntas. Fiquei lá, esperando o
Wallace terminar o serviço, tive dó do cara,
gastou seu português comigo. Se nem o
seu Zé me embromou quando eu era pequeninho, imagine agora que tenho pernas
compridas...
*Músico e escritor santacruzense que vive em São Paulo
| [email protected]
| www.gucadomenico.com.br
arte: Rodrigo Biancão | 360
*Fernanda Lira
Nunca vi nada pior que o BBB. Afinal, o que é pior torna-se me-lhor
porque está no devido lugar. Explico. O pior está devidamente colocado na grade da madrugada dos
programas chumbregas e eróticos
de TV, nas prateleiras de filmes
pornôs e por aí vai. Nada contra o
pornô e o erótico. Mas tudo contra
isso aparecer em horário nobre, em
veículos de comunicação – a TV e a
internet – aos quais as crianças têm
livre e grande acesso.
Fico pensando o que gente como os
dirigentes da Rede Globo, essa gigante do entretenimento, como o
aclamado Boninho e o “erudito”
Pedro Bial têm na cabeça para achar
Há exceções no BBB? Sim, houve.
Versões anteriores foram mais diversificadas em termos de caráter e formação. E de lá saíram talentos que
merecem respeito, entre eles Grassi
Massafera, que se mostra exemplar
na conduta, na elegância. Mas a
maioria, principalmente os mais recentes traz cenas e atitudes constrangedoras, para dizer o mínimo. E
que surgem como “celebridades”,
tendo sua vida esmiuçada, como se
realmente fossem importantes ou
modelos de opinião ou atitude. E
passam a inundar a mídia, especialmente o site da Globo, onde
metade das notícias são sobre os
“famosos” BBBs, que ela cria e acha
que são demais.
BBB: Boninho, Bial
e o pior do Brasil
genial produzir isso. O programa é
uma porcaria, cada vez pior. Poderia até ser legal, a depender de uma
real diversidade de personalidades.
Mas o BBB da TV Globo é um programa que vislumbra o pornô. Repleto de gente sarada, que possa
fazer ensaios sensuais para os parceiros do programa, e sem conteúdo. Um estímulo ao pior da
humanidade: a futrica, a fofoca, a
ação por interesse.
Nunca há discussão a respeito das
questões que afetam e fazem parte
da vida da gente, como política, cultura, economia, educação, meio
ambiente… seja lá o que for. Só
culto ao corpo, exposição do corpo,
danças horrorosas, todas erotizadas
e de quinta categoria. Não tem
classe, a menor classe.
Eu pergunto: É disso que você gosta
mesmo Pedro Bial? É isso que você
quer que seu filho assista? É esse
tipo de garota que o BBB expõe, na
ilusão de que é linda e interessante,
que você sonha para namorar o seu
filho e formar uma família?
Sem arte e sem artistas a merecerem os investimentos da Globo, a
decepção fica maior quando verificamos que quem promove isso são
empresas de grande porte, que
propagam por aí sua “responsabilidade social”, como Fiat, Unilever,
Ambev e Johnson & Johnson,
apoiando esse tipo de programação.
Numa época em que governos e entidades tratam de correr atrás do
prejuízo que o Brasil ainda não
pagou no campo da educação, promover essa tolice vulgar é estar na
contra mão. É ser irresponsável, indiferente ou cínico. O que imagino
não deva ser a verdadeira vocação
dessas empresas. Então, por que
promovem isso?
Ora, coloquem essa montanha de
dinheiro nas mãos de bons diretores. Contratem bons artistas. E
tratem de entreter jovens, crianças e
adultos com algo que seja bom.
Não há necessidade de tanta porcaria. As pessoas gostam sim do que
é bom. É só colocar na tela.
*Jornalista de São Paulo que adora o interior
| [email protected]
| drops
AJUDE
e ganhe
A Santa Casa de
Santa Cruz está precisando
de ajuda para cobrir os
custos que a mantêm
funcionando. Enquanto
governos não cumprem
devidamente a sua parte, a
nova gestão administrativa
trata de ir à luta.
E criou uma ajuda que vale
um prêmio. Com apenas
R$ 10,00 de doação, o
cidadão concorre a uma
moto 0km. Pra participar é
só procurar um dos
voluntários que circulam
pelo comércio da cidade.
ATLETA de
Piraju em foco
O pirajuense João Carlos
Rodrigues Junior vai
competir nos Jogos Sul
Americanos de 2010 pela
equipe de Canoagem
Velocidade do Brasil.
A competição acontecerá
de 17 a 30 de março, em
Medellín, na Colômbia.
EDUCAÇÃO ganha
reforço na região
As prefeituras de Piraju, Manduri e Óleo firmaram
convênio com os programas “Ler e Escrever” e “São Paulo
Faz Escola”, da Secretaria de Educação do Estado de São
Paulo. O primerio busca garantir o direito de aprender a ler
e escrever a todos os alunos da rede municipal e também
inclui preparação de coordenadores e professores.
CONCURSO para
criação eletrônica
Até 5/3 ficam abertas as inscrições para o FILE PRIX
LUX, prêmio internacional destinado a
profissionais na área das linguagens eletrônico-digitais.
A iniciativa, inédita na América Latina, valoriza a arte
do século XXI, e ganhou patrocínio do
Banco Santander através da Lei Rouanet de
Incentivo à Cultura. Serão 21 vencedores entre as
categorias Arte Interativa, Linguagem Digital e
Sonoridade Eletrônica. Os prêmios em dinheiro
somam R$ 285 mil. Info: www.fileprixlux.org
Visão otimista
em defesa do planeta
Em entrevista exclusiva ao 360, o especialista
em Meio Ambiente Fabio Feldmann, um dos
mais importantes nomes do setor no nosso país,
responde às perguntas da reportagem e de
leitores convidados. Após uma longa conversa,
na qual tratou de responder sem pressa cada
questão, o ambientalista cujos títulos são
muitos (veja um resumo abaixo*), aceitou
participar do 360 como colunista, tratando
inclusive de responder às dúvidas e questões de
nossos leitores sobre Meio Ambiente.
Confira o que ele nos contou e envie sua
pergunta para [email protected]
por Flávia Manfrin_editora360
360: Você é talvez o primeiro
nome ligado a Meio Ambiente da
história do Brasil contemporâneo.
Há cerca de 30 anos, quando o
tema era ainda incomum, tanto
nos discursos, quanto nas pautas
de governos, corporações e do cidadão comum. Como isso entrou
em sua vida?
FABIO FELDMANN: Comecei a me
envolver quando era estudante de
administração de empresas na GV
(Fundação Getúlio Vargas), no início da década de 70. Participei de
uma discussão de um livro que
marcou toda uma geração, chamado Os Limites do Crescimento,
publicado pelo Clube de Roma.
Depois me envolvi com organizações não governamentais, como a
Associação Paulista de Proteção à
Natureza, que liderou uma luta
contra a instalação de um aeroporto em Caucaia do Alto, uma
reserva florestal da região metropolitana de São Paulo. Também
me envolvi com as ONGs Defensores da Terra, a SOS Mata Atlântica, da qual fui presidente.
360: Valeu a pena?
FABIO FELDMANN: Acho que essa
questão é como a gente se sente
todos os dias. Como numa roda
gigante. Às vezes, lá em cima,
quando você tem a impressão de
que realmente há uma mudança,
que ela vai ocorrer em termos de
incorporação dessa preocupação
nas políticas públicas, nas decisões
das empresas ou no comportamento das pessoas. E alguns momentos são muito desanimadores.
Mas acho que nesses 30 anos a
questão ambiental de fato mudou
de patamar. Hoje ela está na
agenda das pessoas.
360: Mas há mudanças efetivas?
FABIO FELDMANN: Se você olhar um
cenário macro, as mudanças são
muito lentas, mas há indicadores
muito positivos. Vou citar o meu
exemplo. Quando comecei a trabalhar com Meio Ambiente havia
muito preconceito com essa questão, com ambientalistas. Havia dificuldade de compreensão. Hoje
não. Há até publicidade mostrando empresas que são “500%”
Foto: Flavia Rocha | 360
6 | meio ambiente
Fabio Feldmann em seu
escritório, em São Paulo,
onde nos recebeu para a
entrevista. Livros cobrem
paredes e a mesa gigante,
evidenciando que pesquisa
e busca constante de
informações fazem parte
do dia-a-dia quando a
questão é zelar pela
preservação do
Meio Ambiente
preocupadas com Meio Ambiente. Acho que vivemos num
mundo diferente do que era há
30 anos, mas uma só geração é
pouco tempo para promover mudanças na intensidade que elas
são necessárias.
360: Diante disso, você vê o
mundo com otimismo ou não?
FABIO FELDMANN: Vejo com otimismo, ainda que ache que é necessário se falar que muitos dos
impactos no planeta já foram realizados. Nos últimos 200 anos e
mais especificamente nos últimos
50 anos a humanidade provocou
uma radical mudança. Na questão
do clima, a meu ver isso é incontestável, na questão das florestas,
no comprometimento dos ecossistemas também. Estamos no sinal
amarelo e podemos voltar ao sinal
verde. Mas se o sentido de urgência não for mantido, vamos irreversivelmente para o vermelho. Eu
sou daqueles que acham que
ainda há tempo para o verde.
360: Qual o caminho a seguir?
FABIO FELDMANN: Se eu puder ser
muito simples na resposta é cada
um fazer a sua parte. Quer dizer,
se eu sou um grande empresário,
compreender que inclusive para a
sobrevivência dos meus negócios
eu tenho que incorporar essa
questão. Se sou um cidadão
comum, no cotidiano das minhas
compras, na aquisição de serviços,
verificar até que ponto posso dar
minha contribuição, se sou uma
criança, um jovem, pressionar
meus pais, meus professores. Não
há uma fórmula, há um chamamento que todo mundo se engaje
nesta questão.
360:Depois de três mandatos
como deputado federal (1986 a
1998 ) e tendo atuado como secretário do Meio Ambiente do governo de São Paulo por três anos
(1995 a 1998), como você avalia
o tratamento dado ao Meio Ambiente, nos atuais governos estadual e federal?
FABIO FELDMANN: Acho que a ligeslação brasileira avançou muito.E
vou usar como marco divisor a
Constituição Brasileira de 1988. O
Brasil tem uma Constituição moderna e inovadora. O fato é que
no Congresso Nacional enfrentamos muita resistência. Mais talvez
do que existia antes. A cada legislatura, por exemplo, há uma tentativa de se reverter os avanços
contidos no Código Florestal, que
é de 1965. Talvez a dificuldade no
Brasil seja que a implementação
da legislação ainda é muito tímida.
E para confirmar o que estou dizendo basta dizer que o orçamento da área de Meio Ambiente
normalmente é último ou penúltimo no ranking das pastas dos governos. Acho que o Brasil gasta
muito mal os recursos públicos. E
há uma resistência também. Enquanto os governantes no mundo,
de maneira geral, têm horizontes
de tempo que é o eleitoral, a
questão de Meio Ambiente requer
uma visão de tempo de médio
prazo, de 15, 30 ou 40 anos.
360: Como explicar temas como
“preservação da biodiversidade”
ou “sustentabilidade” para gente
simples da cidade e do campo?
FABIO FELDMANN: Temos que repensar como devemos dialogar
com a sociedade e ter sempre em
mente que é basicamente pela
emoção que as pessoas vão se
mobilizar. Temas complexos como o aquecimento global, devem
ser traduzidos em miúdos e mais
do que isso temos que fazer o esforço de colocar no cotidiano das
pessoas tantos seus direitos quanto
seus deveres. Como a questão básica de não jogar lixo na rua, de ter
um comportamento correspondente a uma cidadania que eu
chamo de planetária, que envolve
o planeta e envolve onde eu vivo.
360:Muito se ouve sobre a Amazônia, o que é natural pela importância para o país e para o planeta,
mas quase nada se fala a respeito
da preservação e responsabilidade
ambiental no Estado de São Paulo.
Com isso acervos naturais e importantes são danificados e cidades são impermeabilizadas, com
muito asfaltamento e redução de
árvores. Por que isso ocorre?
FABIO FELDMANN:Não sou tão pessimista, vejo coisas importantes
acontecendo em São Paulo. Diria
que está havendo uma mudança
de consciência. Só que a velocidade que ela ocorre talvez seja
Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e em Direito pela Faculdade São Francisco (USP), foi deputado federal de 1986 a 1998, secretário de Meio Ambi-
ente do Estado de São Paulo de 1992 a 1995, criador e presidente da SOS Mata Atlântica e outras Organizações Não Governamentais, criador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
e do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade . Mantém hoje escritório de consultoria ambiental – Fabio Feldmann Consultores (www.ffconsultores.com.br)
“
No mundo de hoje, o conflito não é mais esquerda ou
direita,mas é visão de mundo século 21 versos visão
de mundo século 20, às vezes, século 19.
mais lenta do que a necessária.
Estou cada vez mais convencido
de que a questão ambiental depende de lideranças e acho que
não fomos capazes de estimular lideranças no interior. O líder não
é apenas um bom gerente. O líder
é alguém que tem visão, que
acaba contagiando outras pessoas.
O grande problema no interior é
que não temos líderes que estejam mobilizando a sociedade para
essa questão. Esse líder pode estar
nos governos, nos parlamentos, no
setor empresarial. Acho que o interior vive isso. Quando fui secretário, fizemos um esforço gigan-
século 19, incapaz de se pensar o
futuro, o conflito está estabelecido. Há cidades que ainda estão
atraindo indústrias poluidoras, que
não tratam o seu lixo de maneira
adequada, isso é gente que está
com os olhos para trás, no retrovisor. Em vez de se pensar em ciclovias, os prefeitos se dedicam a
atrair projetos rodoviários, em vez
de pensar no esporte público, estimula-se a indústria automobilística e o congestionamento, inclusive no interior. A descentralização
precisa ser feita com muito critério, com recursos e capacitação.
Novo Focus
1.6 Flex
tesco para envolver as municipalidades e descentralizar. Se usarmos como linha de base 2005 e
2010, acho que não fomos bem
sucedidos. Muitas vezes, os prefeitos querem a descentralização não
para conservar e preservar, mas
para permitir empreendimentos
equivocados. Temos que ter clareza de identificar e fortalecer as
lideranças. É um déficit que temos
que enfrentar.
360: Os municípios têm autonomia para muitas decisões na esfera
ambiental. E muitas vezes decidem mal, destruindo a natureza,
comprometendo a preservação da
biodiversidade e o potencial turístico das cidades. Como evitar
esses desastres?
FABIO FELDMANN:Primeiro consciência. E educação também. No
mundo de hoje, o conflito não é
mais esquerda ou direita, como tínhamos, mas é visão de mundo
século 21 versos visão de mundo
século 20, às vezes, século 19. No
Brasil esse conflito de visão está
muito presente. Toda vez que
existe uma iniciativa com visão do
360: Para evitar a incapacidade
de gestão que se apura nos municípios, uma solução não seria o
governo do Estado ter unidades
regionais, munidas de conhecimento técnico capaz de garantir o
cumprimento de premissas da
preservação ambiental?
FABIO FELDMANN: Quando fui secretário de Meio Ambiente, tentamos criar centros regionais de
Educação Ambiental, delineados
por bacia hidrográfica, ou por características da Mata Atlântica, por
exemplo. Mas isso requer uma
mudança de visão. Porque para
fazer isso é necessário que se
pense que a sinergia terá que ser
muito mais bem trabalhada na horizontalidade e na verticalidade.
Na verticalidade, envolvendo governos federal, estadual e municipal. Mas a horizontalidade é também muito difícil. E o que é isso?
É envolver a área de Meio Ambiente, que requer um esforço gigantesco de se preservar, e outras
áreas que ainda têm uma visão de
mundo diferente, querendo implantar atividades predatórias e
degradadoras. Como engajar esses
Novo Focus
1.6 Flex
”
atores e trabalhar em sinergia é
uma questão crucial e um grande
desafio. E não só no Brasil. Quando discutimos a questão planetária
isso aparece bastante.
360: Quando a deficiência administrativa é na área de Cultura ou
Educação, por exemplo, você
consegue recuperar. Mas em
Meio Ambiente não. Uma árvore
pode levar 20 anos para crescer e
acaba sendo derrubada porque o
morador cismou e convence a
prefeitura a autorizar, sem haver o
compromisso de um replantio da
mesma espécie. Vemos muito isso
nas pequenas cidades.
FABIO FELDMANN: Isso não é exclusivo do interior. Moro numa vila
em São Paulo que tem árvores
grandes. E há moradores que reclamam das folhas que sujam os
carros, caem nas calhas. É um paradoxo. As pessoas se dizem
muito favoráveis ao Meio Ambiente, a favor da preservçaão da
Amazônia, da Conservação da
Mata Atlântica, mas são incapazes
de suportar folhas de uma árvore
na frente da sua casa, ou então
impermeabilizam seus quintais.
Há alguns anos fui num protesto
contra uma grande hidrelética no
interior e quando acabou, o chão
estava repleto de lixo. Então há
uma contradição. Você está lá
contra uma hidrelétrica e não dá
atenção a questões básicas? Pequenas questões ainda revelam
um desafio muito grande. Há situações que mostram ainda que o
brasileiro tem grande dificuldade
de se relacionar com espaços públicos. Isso acontece porque no
Brasil as pessoas não acham que o
que é público é algo seu. E isso reflete muito no meio ambiente.
• Novo Focus
1.6 Flex
Desde a ponta de cigarro que
você joga na rua, a derrubar árvores. Mas mesmo assim tenho uma
visão positiva. Acho que hoje
temos gente de 0 a 25 anos com
uma mentalidade muito diferente
da minha geração.
360: Como é seu dia-a-dia em relação ao meio ambiente?
FABIO FELDMANN: Uso pouco o
carro. Isso obriga as pessoas a me
darem carona solidária. Tenho
uma preocupação com o lixo, o
que não é fácil, porque grande
parte da coleta seletiva acaba indo
para os aterros. Isso desestimula.
Acho que é necessário criar um
repertório de escolhas para sociedade. Por exemplo, não basta eu
querer deixar o automóvel em
casa se não houver transporte público, ou separar o lixo e não
haver coleta seletiva.
360: Quem vai criar isso?
FABIO FELDMANN: Vários agentes. O
consumidor pode pressionar o
setor empresarial se isso for um
critério de compra. Eu defendo
também a regulação, que são padrões de eficiência. Aqui em São
Paulo tivemos uma grande briga
com a Petrobras com a questão da
qualidade do diesel. Então, posso
escolher a água que bebo, mas
não o ar que respiro? Tem que
exercer a cidadania. Pressionar a
Petrobras, o prefeito. Valorizar
bens e serviços de empresas que
tenham mais compromissos efetivos. Por exemplo, em relação à
carne, você não precisa ser vegetariano, mas pode exigir que o supermercado rastreie a origem da
carne, se andar de carro, pode calibrar os pneus. Atitudes que
fazem diferença.
360: Qual a atitude de um empresário disposto a ser ambientalmente responsável?
FABIO FELDMANN: A primeira é ele
ser ambientalmente reponsável no
seu próprio negócio. Se eu sou
dono do armazém, verificar como
descarto as embalagens dos produtos que eu recebo, como uso o
meu armazém para conscientizar
meus clientes e consumidores. Se
eu sou um médio ou grande empresário, verificar na cadeia pro-
dutiva as práticas dos meus fornecedores. Se eu compro bens e serviços, conferir se eles são os
melhores em termos de critérios
de sustentabilidade. Acho que o
setor empresarial tem um papel
enorme nessa questão.
360: Como vê o jovem neste contexto?
FABIO FELDMANN: Com a expectativa de vida de hoje, de 80, 100
anos ou mais, o jovem vai viver intensamente os problemas ambientais planetários, o que é uma
motivação para ele agir e exigir
mudanças. Depois eu vejo também muita oportunidade profissional. Acho que as profissões
ligadas a esses temas tendem a ser
cada vez mais importantes.
PERGUNTAS
de leitores convidados
Marcia Gonzaga Guedes (eleitora
de Feldmann, de Sta. Cruz): Você
teve alguma desilusão com a atuação política ou acha que pode
fazer o mesmo papel sem estar na
política?
FABIO FELDMANN: Fui deputado durante 12 anos. Acho que no Brasil
o exercício da política tradicional,
parlamentar, é demandante na esfera pessoal. Por exemplo, nunca
estive envolvido num processo de
corrupção na minha vida, mas há
dois anos, minha filha ganhou o
apelido de “mensalão” na escola.
A professora de português dizia
que todo político é ladrão e olhavam para minha filha. Não foi isso
que gerou essa decisão de não
participar da política. Mas quero
dizer para a Marcia que acho que
já dei minha contribuição e continuo dando. Fui criador do Fórum
Focus 1.6 Flex e toda linha Ford:
1ª parcela só em 150 dias.
F: 14 3325.1999
Ourinhos
Os impactos da agricultura na agenda ambiental são dramáticos, por isso ela estará
cada vez mais na berlinda. O setor tem um papel muito importante nas soluções ambientais.
Brasileiro de Mudanças Climáticas, fui Secretário executivo durante muitos anos, sem remuneração. Exerço essa condição aqui
em São Paulo no Fórum de Mudanças Climáticas e Biodiversidade, faço parte do board Inter
nacional do Greenpeace. A volta
à política para mim é uma coisa
remota porque acho que tudo
que você faz na vida, especialmente na política, você tem que
estar muito motivado, tem que
fazer parte do seu projeto existencial. E no meu caso, não vejo proximamente a volta à política,
ainda que com a condidatura da
Marina (Silva, pelo PV) esse quadro se modifique um pouco, porque abre um espaço na política
brasileira para que os nossos
temas sejam colocados.
Francisco Rensi, publicitário, de
São Paulo: Qual a maneira de um
político envolver a sociedade
como um todo de modo eficiente
nas questões ambientais?
FABIO FELDMANN: Não acho que há
uma fórmula. A nova ciência está
mostrando que a razão e a emoção não são pontos distintos. As
pessoas só se envolvem se elas se
emocionarem. Se tocarem o seu
coração. Sem isso, acho muito difícil, inclusive na questão ambiental. A emoção tem papel importante nas nossas questões.
Rafael Béccheri Cortez,, engenheiro agrônomo, de Ourinhos:
Para contornar os problemas causados pelo excesso de água da
chuva vemos canalizações de cursos d'água, construção de piscinões e grandes sistemas de bombeamento, que são obras caras e
não ecológicas. Por que até agora
não conseguimos ver no Brasil
uma política de desenvolvimento
sustentável de drenagem urbana?
FABIO FELDMANN: Há duas repostas. Uma delas é que que vivemos
ainda uma mentalidade “iluminista”, em que o homem se vê
numa missão de dominar a natureza. Então tudo que ele colocou
O grande problema
no interior é que não
tenhamos líderes que
estejam mobilizando a
sociedade para essa
questão. Esse líder pode
estar nos governos, nos
parlamentos, no setor
empresarial.
“
é um desdobramento desta visão
de mundo, grandes obras de engenharia. Já no século 21, existe
uma tendência de imitar a natureza, entender que há sabedoria
em como a natureza se organiza,
até do ponto de vista da engenharia. Rios que formam meandros,
vegetação que diminui o impacto
das chuvas e preserva os solos, há
um conhecimento da natureza
que está sendo valorizado pela
tico nas embalagens?
FABIO FELDMANN: O primeiro projeto que tramita na Câmara que
cria uma política nacional de resíduos sólidos foi apresentado por
mim há praticamente 19 anos.
Acho que no caso de resíduos sólidos o Brasil precisa colocar na legislação a responsabilidade pós
consumo. Se sou fabricante, tenho
que assumir a responsabilidade
depois que coloco o produto no
Foto: Flavia Rocha | 360
“
Apesar de afirmar que
novas empreitadas na
esfera pública não fazem
parte de seus planos
pessoais, Fabio Feldmann
admite o convite para
disputar o governo do
Estado de São Paulo pelo
PV. “Uma possibilidade
muito remota”, diz
ciência tradicional. Aí é uma mudança de mentalidade que precisa
ser realizada. E de outro lado,
grandes obras geram economia, e
dentro da economia, geram caixinha de campanha e corrupção.
Conservação de energia tem um
investimento muito pequeno, não
gera essa economia, ao contrário
de grandes barragens, onde você
tem quem fornece o cimento,
quem fornece o projeto de engenharia. Temos que valorizar a economia que existe na natureza e
que começa a ser reconhecida.
Hoje se fala muito em serviços
ambientais, em pagamento por
esses serviços. Isso é o reconhecimento de que a natureza presta
serviços, seja na polinização e no
combate ao assoreamento, por
exemplo. Acho que isso é um indicador muito importante nessa
mudança de mentalidade.
Ricardo Assaf, ambientalista, Piraju: Um dos maiores problemas
enfrentados pela sociedade são os
resíduos sólidos. O modelo atual
permite à industria gerar muito
lixo com embalagens. Há alguma
solução para o excesso de plás-
mercado. Acho que isso obriga a
colocar no mercado produtos cuja
disposição final seja mais adequada. Existe até uma linha interessante chamada “do berço ao
berço” em que você desenha o
produto ou mesmo o serviço de
maneira que ele não acabe num
lixão, mas seja recolocado no ciclo
de produção. Acho que essa é
uma tendência mundial irreversível. O Brasil tem problemas. Você
não tem uma legislação nacional
que trate deste assunto. Então
minha resposta a isso é: Cadê o
eleitor cobrando dos parlamentares, canditados, governadores ou
do presidente, o seu compromisso
em legislação, ou em tributação
também? Por exemplo, os produtos de menor impacto deveriam
ter uma tributação menor. Acho
que o Brasil tem que mudar rapidamente e introduzir essa responsabilidade pós consumo. Tem que
haver uma mudança de comportamento da sociedade. O volume
de descarte que cada um de nós
gera é inacreditavelmente alto.
Tem que cobrar alternativas.
Como o uso de menos embalagem, que ela seja reciclável, isso é
o mais básico. Mas essa é uma
agenda que ainda não está colocada para os partidos de maneira
geral. Os temas ambientais ainda
são muito periféricos no Brasil,
não são considerados ainda cruciais. Aí a sociedade tem que cobrar. Mas há ações otimistas,
como a questão do saco plástico.
Há uma mudança na sociedade,
de condenar o saco plástico.
Ricardo Assaf: Não seria necessário legislar de forma mais objetiva,
criando mecanismos que retirem
do poder público o ônus de recolher e tratar todo este resíduo?
FABIO FELDMANN: A responsabilidade pós consumo gera obrigação
empresarial, por isso ainda não
conseguimos aprovar essa lei. Problemas como esse serão resolvidos
pelo poder público com o setor
empresarial e a sociedade. Tem
soluções que não são unicamente
governamentais, ou empresariais
ou da sociedade. O lixo é um
bom exemplo. Não adianta fazer
a coleta seletiva se vai para o lixão.
Não adianta ter reciclagem se não
tem quem compre. O lixo é o melhor exemplo de que você tem
que ter soluções que envolvam
vários atores sociais. Até do ponto
de vista educacional. Não é simples e nem sempre é trivial.
Ricardo Assaf: Frente as mudanças climáticas, qual rumo a agricultura deve tomar?
FABIO FELDMANN: Até muito recentemente o ambientalismo focou
muito a indústria. A partir de
2006, a agricultura entrou na
agenda ambiental porque o impacto da pecuária no meio ambiente é dramático. A tendência
de se discutir a agricultura será
cada vez maior. Essa percepção é
muito recente e vai significar mudanças de comportamento e de
hábito e a necessidade de se tomar consciência em relação a isso.
A floresta tem um papel importante de conservação de espécies,
de água, absorve carbono, isso é
um serviço que ela está prestando.
Uma mudança de mentalidade
”
está em curso, mas há muito o
que fazer para se estimular isso.
Há 50 anos alguém olhava uma
floresta e não via valor. Hoje ela
passa a ter valor, inclusive nos serviços ambientais que ela realiza e
a tendência será esses serviços
serem economicamente valorizados. É o mundo da nova economia, que está sendo construído.
Ricardo Assaf: Qual o papel da
educação no futuro ambiental?
FABIO FELDMANN: Sou autor de
uma lei que se chama Política Nacional de Eucação Ambiental.
Acho que Educação é tudo. Inclusive acho que no Brasil estamos
negligenciando a Educação não
somente em Meio Ambiente, mas
em geral.
Fernando Franco,, jornalista, biólogo e gestor de Agronegócios, de
Avaré: Desde a Rio 92, quando foi
instituída a Agenda 21, nota-se
que até agora, 18 anos após, a
maioria das cidades brasileiras não
elaboraram a chamada Agenda 21
Local. O que o cidadão comum
pode fazer para que o princípio
da Agenda 21 Local seja colocado em prática?
FABIO FELDMANN: Não sou tão pessimista. Há mudanças qualitativas.
E o que é a Agenda 21? Em relação à água, é conservar, implantar
coletores e usar no jardim. Não
desperdiçar energia. É participar
da discussão da legislação,do
Plano Diretor. Na escola do bairro, é ver o que está sendo feito em
relação à educação ambiental.
Quando você olha passo a passo
parece que as
coisas não estão mudando,
mas quando
você tem uma
perspectiva
de longo prazo, as mudanças são
importantes e perceptíveis.
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lho.
Sabor direto da fazenda. Experimente!
Foto: Flavia Rocha | 360
fotos/imagens: divulgação
Paola, vira e mexe, dá lições
de cidadania em relação ao
Meio Ambiente, como na
matéria sobre separação do
lixo (ed.16). Ela mandou sua
pergunta para o ambientalista
Fernanda Lira,, jornalista, de São
Paulo: O que você diria a arquitetos e secretários de Meio Ambiente que derrubam árvores sem
critério mínimo de preservação
para instalar uma garagem ou uma
muda de palmeira em lugar de
uma sibipiruna, mesmo que se interrompa uma alamedas de árvores da mesma espécie?
FABIO FELDMANN: É uma questão
de valores. A sociedade brasileira
tem muitas barreiras para preservar árvores nativas brasileiras. E
tem também as ondas da moda.
Isso revela muitas vezes a incapacidade de você fazer as melhores
escolhas do ponto de vista paisagístico e ecológico. A questão da
garagem também reflete um estilo
de vida. As pessoas preferem não
ter um jardim pra ter um lugar
para o automóvel. Isso revela o
papel importante que o automóvel tem na sociedade brasileira e
talvez até mundial. Tem gente que
prefere trocar de carro todo ano a
investir na educação dos filhos.
Paola Pegorer Manfrim, repórter
mirim 360: Entre os projetos que
você criou, qual foi o mais significativo? E por que?
FABIO FELDMANN: O projeto mais
importante na minha vida foi elaborar a parte ambiental da Constituição Brasileira , que é moderna,
contemporânea e se desdobra
efetivamente em mudanças na sociedade brasileira. Então esse é o
ponto alto da minha vida pública.
Todo o resto que pude realizar é
desdobramento disso. Participei
de muita coisa, nesse campo me
sinto uma pessoa realizada. A vida
foi generosa para mim.
BONS exemplos
nas empresas
Enquanto muitos resistem a olhar de uma maneira
preservacionista para o mundo, empresas de todos os
campos e lugares tratam de fazer a sua lição de casa.
Veja as novidades:
Uniforme de pet reciclado_ A iniciativa é
da ID Logistics, empresa francesa que atua no Brasil
desde 2004, aproveitou 4 mil garrafas pet para produzir os uniformes de seus 1700 funcionários. O
tecido é composto por 50% algodão e 50% de resina
plástica (o pet). Segundo a empresa, as ações de reciclagem têm gerado uma receita
anual de R$ 200 mil, que permite o investimento em projetos
como o dos uniformes.
Papa pilhas_ No Banco Santander, uma urna para coletar
baterias usadas foi bem inserida no ambiente da agência, parecendo até um caixa eletrônico. O banco informa que coletou
155 toneladas em 2009, quase todo o volume apurado de
2006 a 2008, tempo de realização da coleta. O projeto é aplicado em 25 Estados brasileiros. Poderiam trazer isso para uma
das agências da região, ajudaria bastante a resolver a questão
do custo do transporte, que costuma emperrar no poder
público, impedindo o fluxo de ação de coletas, que já acontecem regulamente em Piraju e Santa Cruz, por exemplo, por iniciativa da Adevida e da Associação Comercial de cada cidade.
Madeira legal_ Aqui na região, a Special Dog, de Santa Cruz, que faz coleta
de água de chuva de maneira eficiente – se chover duas vezes por mês tem água suficiente para suprir suas necessidades mensais – e conquistou mais um
selo ISO 2001 para o município, obteve o selo Madeira Legal, concedido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São
Paulo. Segundo a Floravale, Associação de Recuperação Florestal do Médio Paranapanema, que congrega empresas da região
que usam madeira em seu processo de produção ou como produto de venda ao consumidor, caso do carvão, o selo indica
que toda a madeira usada pela empresa no período de um ano
foi devidamente replantado no ano seguinte.
Projeto criado por pais de
alunos completa 10 anos e
prova que é possível ter
uma ótima escola numa
pequena cidade do interior.
Acompanhe nossa mascote,
a repórter mirim Paola,
numa visita à escola.
Nossa repórter mostra a entrada
lateral da escola, que dá acesso
ao vasto gramado, cercado por
árvores. “Gosto daqui. Não é um
parquinho cheio de brinquedos,
tem bastante espaço”, explica
Fotos: Flavia Rocha | 360
10 | educação
ESCOLA
*por Flávia Manfrin
cooperativada completa 10 anos
Para quem procura boas notícias, bons
exemplos e realizações que destaquem a
pequena cidade do interior, colocando-a,
no mínimo, em pé de igualdade com os
grandes centros, o Colégio Camões, de
Santa Cruz do Rio Pardo, é um grande
tema. A começar por sua origem: a vontade de pais, a maioria jovens, de terem
os filhos frequentando uma boa escola.
Com isso, o Camões nasceu na forma de
cooperativa. E, como tal, sua razão de ser
não é a de gerar lucros para ou ou outro
proprietário, mas sim, para fortalecer-se,
com o reinvestimento na própria escola
de todos os ganhos que ela alcança. Com
essa vantagem competitiva em termos de
investimento em sua qualidade de ensino,
ao completar 10 anos, vemos uma escola
bem estruturada e que está formando
pessoas que parecem ser realmente muito
bem preparadas para a vida.
Mais que um diploma – O que vemos
hoje estampando anúncios e outdoors da
escola pela região, é um conceito que um
dos fundadores do Camões, pai de duas
alunas, tratou de me contar logo que lancei o 360, há cerca de quatro anos. Comentei com ele que ouvi de algumas
pessoas que a escola poderia não alcançar
a eficiência necessária para que os alunos
se saissem bem no vestibular. Ele responderu o que hoje aparece na propaganda
do Camões, inclusive neste periódico:
“Queremos preparar os alunos para a
vida, não apenas para uma prova. A formação escolar é longa e não pode
se resumir na conquista de uma
vaga numa boa faculdade”, explicou o pai/cooperado.
Visão abrangente – Enquanto
todos hoje despertam para o
meio ambiente e a sustentabilidade, no Camões aparece
como razão de ser. A escola
é toda permeada de áreas
verdes, que fazem as vezes
de pisos, cercas e até de
corredores. Assim, crianças e jovens estão crescendo e passando a maior parte
de seu tempo – ali o ensino é
em tempo integral – num
ambiente onde a natureza
não é subjugada, mas valorizada e, mais que isso,
útil. Logo à entrada, uma
grande cobertura de sapé
remete ao nosso país, lemVersão 900 ml
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lho.
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brando a origem da nossa existência e do
nosso povo. Uma grande oca aberta,
onde os alunos circulam na hora do
recreio e onde se reúnem os convidados
dos já consagrados eventos, como a Feira
do Livro, realizada a cada dois anos.
Presença dos pais – A participação dos pais na escola vai
além de conselhos, escolhas e
outros pontos que demandam
a presença de um cooperado.
No Camões, os pais são integrados de maneira intrínseca aos acontecimentos da escola. Foi com
essa disposição, que a
turma de trintões e quarentões, logo nos primeiros anos de atividade da
escola, revolucionou o
desfile do 7 de setembro,
que andava apagado na
cidade. Portando elegantes
uniformes, típicos de músicos de fanfarras, pais e
filhos trataram de aprender a tocar os instrumentos e colocar o bloco na
rua, literalmente.
Essa ação, assim como
outras da programação
pedagógica da escola,
transformou o evento
cívico num grande acontecimento na
cidade. Hoje, outras escolas e entidades
desfilam orgulhosas, não apenas através
de crianças e jovens, mas de adultos,
entre professores, outros profissionais e,
claro, os pais dos alunos. Um belíssimo
exemplo para crianças e jovens.
Já na calçada que contorna a
escola, é possível notar o alto
nível de consciência ambiental,
transmitida aos alunos de maneira
simples e eficaz: a natureza faz
parte do cenário e tem um papel
importante, como o de cercar a
escola e evitar o acesso indevido
Até na sala de aula a visão
ecológica do Camões é
nítida: madeira, tijolos à
mostra, iluminação na
medida e janelas que
trazem a flora para dentro
da sala. “Fim das férias,
começo de tudo”, sugere
o quadro à espera dos
alunos no retorno às aulas
Fotos: Flavia Rocha | 360
Os cenários
naturais estão
presentes em
toda a escola.
Como esse,
entre as salas
e a área de
convivência
Os jovens do Camões – Entre os alunos
que estão sempre vestindo uniformes descolados, mais uma prova de que a escola
faz do que poderia ser chato, uma diversão, há três jovens que me permitem
avaliar o Camões através de seu comportamento. Entre eles, Priscila, uma garota de
17 anos que tem bagagem cultural diferenciada. Sabe conversar, tratar as pessoas
e situações e tem um jeito leve de ser. Sabe
curtir a balada e sempre praticou esportes.
Sabe o que quer, mas não é arrogante,
pretensiosa. Na linha da meninice, temos a
nossa Paola, minha grande parceira no
360, que também estuda lá e fez da sua
aparição mensal uma foto reportagem da
escola. A pequena, tem um senso de responsabilidade acima da média. E se comunica como ela só. É esperta, sabe pensar,
ouvir, argumentar e tem resposta para
tudo. Tem um interesse maravilhoso pelo
saber, mas sem deixar de ser criança.
Para completar o contato mais próximo,
temos o Franco, nosso ilustrador mais
antigo – desenha para o 360 desde os 12
anos, quando lançamos a edição número
Paola no local
que mais gosta
da escola:
muito espaço,
ela diz.
2. E foi numa visita ao Camões, que bati
os olhos na arte dele. Em quatro anos,
reuni uma coleção linda, que ele faz com
lápis de cor. Franco é como Priscila e
Paola, solto, tranquilo em relação a se comunicar, rápido no pensamento. E completamente responsável na atitude. Hoje,
aos 17 anos, é um carinha interessado nas
coisas, nas ideias, nas pessoas. A mesma
impressão tive de outros jovensd a escola,
mas numa convivência tão pouca ou superficial que seria leviano dizer mais.
Modelo praticável – O mais importante
deste grande exemplo que é o Colégio
Camões, é que ele nasceu numa pequena
cidade, de pouco mais de 40 mil habitantes. E precisou apenas da vontade, da
determinação, do comprometimento e da
perseverança de um grupo de casais interessados numa ótima escola para os filhos.
Que os ensinasse a sentirem-se à vontade
em qualquer cidade, em qualquer situação.
E eles conseguiram, o que é um ótimo indicador. Especialmente quando se passam
10 anos de trajetória. Um exemplo que
pode ser praticado em muitas cidades.
“Os governos lançam projetos para levar os pais à
escola. Aqui a presença dos pais é a natureza da
escola. É um projeto de oito anos de funcionamento,
temos aqui um projeto posto em prática.”
• Ziraldo, escritor, durante Feira do Livro do Colégio Camões (2007)
Paola após o primeiro
desfile de 7 de Setembro
pelo Colégio Camões
(2007), do qual também
participaram a irmã,
o primo (ex-aluno) e os
pais. Experiência cívica
vivida em família
12 | gastronomia _ imperdível
Delícia de
sabor e de lugar
HORA do lanche
Taças & Cachaças
é sempre uma boa escolha
Tilápia no
Gergelim
Preto
ROSCA DELÍCIA
FERMENTO_ Ingredientes:
2 tabletes de fermento
fleschamn
1 xícara de leite morno
1 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de açúcar
• Preparo: Misturar todos os
ingredientes e deixar crescer
até dobrar de tamanho
MASSA_Ingredientes:
2 claras em neve
3 gemas
8 colheres sopa de açúcar
2 colheres sopa bem cheias de
manteiga
1 pitada de sal
1 xícara de chá de nata
• Preparo: Bata as claras na
batedeira e vá colocando
todos os ingredientes, batendo sempre. Adicionar o
fermento, já crescido, e a
farinha de trigo (+ ou – 14
colheres bem cheias).
A massa fica num ponto meio
mole, mas que desgruda das
mãos. Amassar bem e deixar
crescer de 1 a 2 horas. Com a
massa já crescida, faz-se as
roscas, em formato de trança ou
gomos de caracóis. Pode fazer
só com a massa ou
rechear com goiabada, chocolate, canela com açúcar ou
frutas cristalizadas. Coloque as
roscas em forma untada e deixa
crescer, colocando uma bolinha
da massa num copo d’água.
RECEITA
da família Rocha
Quando a bolinha subir, passe
um pouco de manteiga mistu
rada com gema, por cima das
rôscas e leve-as ao forno.
COBERTURA_ Ingredientes:
1 xícara de açúcar ou glaçúcar
1 pouco de leite
• Preparo: Misture o açúcar
com o leite, fazendo uma calda
não muito fina. Quando as
roscas estiverem assadas, tire
do forno e passe a calda sobre
elas. Leve-as de volta ao forno
por poucos minutos, apenas só
para secar a cobertura.
Fotos: Flavia Rocha | 360
Flavia Manfrin_editora 360
Nunca vou esquecer a ansiedade de, menina, ver
a bolinha subir. Ela sempre ficava ali, na janela da
cozinha. Quando ela subia, que alegria, finalmente
minha mãe colocava no forno, para assar, as lindas tranças gigantes, que na família da Joana
Rocha, são chamadas de roscas. Com ou sem o
glacê de açúcar, o mais gostoso é saboreá-la
quentinha, sem cortar, mas tirando nacos que
fazem desfiar a incrível massa de leve sabor adocicado. Uma receita tão boa que você pode até
congelar e guardar. Assim sempre terá a opção
fresquinha dessa delícia para a hora do lanche.
•:360 indica
O prato vem acompanhado de batatas e arroz.
Mas como sempre, no
Taças & Cachaças cliente tem vez, saboreamos a
tilápia fresca e muito bem
preparada com gergelim
preto com uma leve salada. Seja qual for o acompanhamento, vale para o
almoço ou jantar.
13 | galeria
Chegar até o pequeno
bairro de Areia Alta já é
sinal que você pegou o
caminho certo. A natureza,
ali, mostra que simplicidade significa grandes
cenas e um santo remédio
para a alma. Em Fartura,
divisa com Timburi, o
bairro, que tem duas igrejinhas graciosas e curiosas,
dá acesso à represa de
Chavantes num de seus
mais belos recantos.
CDN — Casa dos Nerds • Sta. Cruz
Um lugar inusitado e que, por essa razão, merece uma visita é a CDN — Casa dos Nerds, que abriu
em Santa Cruz. Em ambiente que pretende ser retrô, inclusive na trilha sonora, dedicada aos anos
70 e 80, salas foram decoradas e equipadas com os mais diferentes games eletrônicos — do cult
Atari ao Wii com tela gigante. Para completar a linha do “pense e divirta-se”, uma prateleira traz
todos os tipos de jogos de tabuleiro. Inclusive os que fizeram tanto sucesso nos anos 80, como
Banco Imobiliário e War. Para maiores de 18 anos. Paga-se a entrada e a diversão não tem limites.
A casa também tem um cardápio criativo. R. Marechal Bittencourt •Sta. Cruz
Foto: Flavia Rocha | 360
Fotos: Flavia Rocha | 360
Areia Alta
• Fartura
Onde IR na região
CAFETERIAS
Estação Baguete :Ourinhos Salgados, doces, sucos e cafés. Todo
dia 6h30_22h | F: 3325.4124
Estação Café :Avaré Salgados,
doces, sucos e cafés. 2ª_sab. após
10h, dom após 19h
F: 14 3731.2828
Dona Ica Café :Ourinhos
Cafés, doces e salgados sem frituras. Todo dia 8h-19h
F: 14 3326.3498
Sabor da Fazenda :Sta. Cruz
Bom cardápio e ambiente gostoso.
2ª a 6ª : 8h_18h | sab: 9h_15h
|F:14 3372.3871
RESTAURANTES
•360 Al Faiat :Ourinhos Cozinha
variada e de qualidade. Boa carta
de vinhos e cervejas. Almoço 2ª_6ª
F: 14 3326-9700
•360 Cantina Donana
:Bernardino Ótimos peixes, risotos, massas e entradas. 3ª_sab:
18h / dom:12hh | F: 14 3346.1888
Hikariya : Ourinhos Comida
Japonesa no jantar.e variada no almoço. 2ª- sab. 19h_00h |
F.: 14 3322.7553
La Parrilla :Ourinhos Culinária argentina. 3ª- sab:11h_16h | 19h_00h
|dom. 11h_16h
F.: 14 3324.9075
Le Lui :Ourinhos Ambiente e
cardápio sofisticados | 3ª- sab:
11h30 e 18h30 | dom. 11h30
F.: 14 3326.3762
•360 Nossa Chácara :Sta. Bár-
bara Restaruante da pousada, com
buffet e mesa de prratos quentes e
saladas com direito a ótimos assados. Ligue antes de ir. 5ª a dom. |
F: 14 3765.1545
Pirabar :Piraju Almoço à beira do
Paranapanema, vira casa noturna.
3ª a dom. | F: 14 3351.4387
•360 Pizzaria Alcatéia :Sta. Cruz
Pizzas crocantes, massas e
carnes. Música e pintura À beira da
piscina. 3ª-dom. 19h à_23h
F: 14 3372.2731
Rancho do Peixe :Sta. Cruz
Cozinha simples e caprichada,
serve bons peixes a bons preços.
2ª_dom: 8h30-14h30. 2ª _sab:
17h30 até 0h | F: 14 3372.4828
Restaurante da Rosinha
:S. Pedro Comida caseira de boa
qualidade. 2ª a sáb: 11h30 às 15h |
F: 14 3377.1241
BARES
•360 Adrenalina’s :Piraju Tilápia
no alho por preço incrível. Todo dia
após 17h | F: 14 3351.3370
Bar da Neusa :Sodrélia Todo dia
8h00_20h ou até o último cliente
Alternativo :Piraju Petiscos,
lanches e drinks. Baladas. 3ª-dom |
15h_22h | F: 14 3351.1752
Dú-BAR :Sta. Cruz Espetinhos diversos, ótima música. Após 17h 2ª
a sab.| F: 14 3372.7910
Morena Flor Chopperia :Avaré
Chops Heineken e Xingu. 3ªa dom.
18h. F.: 14 3732.7484
•360 Quintal do
Romão:Bernardino Balada com
DJ, drinks e petiscos. Não perca
show de Igor Ribeiro. 6a.s e sab.
23h_4h F.: 14 91328035
•360 São Sebastião :Piraju
Boteco de salgados e sinuca.
Atendimento familiar. 2ª a sab: 8h22h Dom.: 8h-14h F: 14 3351.4276
•360 Sasel :Sta. Cruz Bar de boa
qualdiade. Todo dia: a partir das
18h F: 14 3372.5656
•360 Taças e Cachaças :Piraju
Cachaças, petiscos, pratos. Atendimento especial diferenciado. 2ª_6ª:
18h | sab/dom: 10h | F: 14
3351.0811
FRUTAS & SORVETES
•360 Frutaria do Baiano :Sta.
•360 Cia. da Fazenda_Km 334:
Lanches e refeições com destaque
para pratos levando palmito, loja de
presentes e delícias. F: 14
3346.1175
OURINHOS-S.CRUZ | SP 352
‹ORLANDO QUAGLIATO›
RestauranteCruzadão_Km 16:
Restaurante-churrascaria.
F: 14 3372.1353. Aberto 24 horas
•360 Orquidário Restaurante
Café_Km 14: Lanches, sucos e o
mais famoso parmegiana da
região. Loja de presentes e antiguidades, orquidário. Todo dia
7h_19h F: 14 9782.0043
•360 Varanda do Suco_Km 27,5:
Refeições, lanches, sucos, salga-
Cruz Deliciosas frutas servidas na
hora ou pra levar. Mal. Bittencourt
c/ Benjamin Constant 8h_ 23h.
•360 Sorveteria União :Sta. Cruz
Sorvete leve, artesanal e com ingredientes naturais. A melhor
sorveteria da região. Todo dia
9h_23h | F: 14 3372.3644
•360 Açaí Wave :Ourinhos e
S.Cruz Frutas e sucos, lanches e
cafés. 2ª a sábª: 11h-00h | dom/fer.
15h-00h | F: 3324.3358 (Our) 33726902 (S.Cruz)
MADRUGADA
Piraju Lanches :Piraju Entrega,
também atende no salão Todo dia
após 18h | F: 14 3351.5115
Xiró :Sta. Cruz Cozinha variada,
com extenso cardápio A partir das
19h. Fecha às 3ªs F: 14
3372.4960
RODOVIAS
PIRAJU-OURINHOS | SP 270 ‹RAPOSO
TAVARES›
dos e doces deliciosos. Loja de
presentes.Todo dia.9h_19h
F: 14 8125.3433
IPAUSSU-BAURU |SP 225
‹ENG. JOÃO B. CABRAL RENNÓ›
•360 Paloma Graal_Km 309: A
melhor praça de alimentação da
região,Destaque para a cafeteria
F: 14 3332.1033. Aberto 24 horas
•360 Estação Kafé_Km 316:
Parada cultural com museu , obras
de arte e antiguidades. Lanches e
restaurante com fogão a lenha
OURINHOS-JACAREZINHO | BR 153
‹TRANSBRASILIANA›
•360Graal Ourinhos_Km 345: O
novo endereço da rede traz massas feitas na horal, além do tradicional buffet de saladas, pratos
quentes e grelhados. Além de outras opções da praça de alimentação. F: 14 3324.6319. 24 horas
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centro da cidade
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R$45.000.00 | Aceita
(14) 3372.3548 - Flávia troca (14) 3372- 1917
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• COMPUTADORES
MAC G3 / Série Cinza
versão iBook e iMac
14 9141 0029
EMPREGO
CUIDADORA DE IDOSO
com expriência e
referência. Noturno.
• SCRP_ 14 3372- 1142
AGENDAcarnaval
16 | cultura _ agenda_ gente
MÊS de dança
e de folia
As atrações culturais já estão reaparecendo na agenda mensal. Depois de
janeiro até a metade de fevereiro sem
novidades, secretarias de cultura e organismos do setor, como escolas e teatros,
começam a mandar ótimas sugestões
para agenda mensal. Já em fevereiro a
ordem é a música e a dança, com os animados eventos em torno do Carnaval.
com o Teatro de Dança uma nova visão
da dança contemporânea em espetáculos
cujos preços são incrivelmente baixos.
Variando de R$ 4,00 a R$ 2,00 (meia).
Ou seja, muita qualidade e novidade num
valor que dá para aproveitar e ir com amigos, a família. Confira no destaque.
Cada uma à sua maneira, as cidades do
interior tratam de realizar sua interpretação da festa. Algumas fazem a folia na
rua, caso de Piraju e Águas de Santa Bárbara, outras fazem animados bailes de
salão, caso Santa Cruz, com o caprichado
carnaval do Icaiçara Clube, sempre
temático e envolvendo arte, com o trabalho criativo do artista plástico Plínio
Righon (confira o que conseguimos apurar na agenda especial).
13 a 16/02_22 às 3h: Carnaval em Fartura
este ano terá banda e rua coberta. ONDE:
Praça Nove de Julho, | Info: (14) 3308-9209
Programa Temporadas
PIRAJU
TEATRO DE DANÇA/SP
18 a 28/2/2010
O Teatro de Dança recebe três coreografias da J.GAR.CIA DANÇA CONTEMPORÂNEA: Cabeça de Orfeu (18 a 21/2),
Interlúdio e Nihil Obstat, condensadas
num programa só (25 a 28/2). Cabeça de
Orfeu é resultado de pesquisa profunda
do mito grego Orfeu e inspirado no trabalho Orfee’s Head, projeto desenvolvido por Jorge Garcia para a
Amsterdam Theaterschool em 2007. Para
esta montagem o coreógrafo apoiou-se
em uma linguagem com influência cinematográfica, do ponto de vista dramatúrgico. Entre os elementos de cena estão
uma TV de LCD de 40 polegadas e uma
filmadora para captar as imagens ao vivo
do espetáculo, recursos que têm o objetivo de criar efeitos de ilusão no espectador. Em Nihil Obstat e Interlúdio, Garcia
propõe motes diferentes: no primeiro, o
trabalho será instigado pelo manuseio de
mini-amplificadores pelo espaço cênico,
buscando um movimento sonoro em
diferentes níveis e interferindo na movimentação física do intérprete.
12 a 16/02: Carnaval de Rua da Estância
12/02_20h: Baile.
ONDE: Praça da Matriz
12/02_00 às 4h: Tenda eletrônica
ONDE: Pista de Skate
13/02_15h às 19h: Carnaval
ONDE: Prainha do Parque dos Lagos
13/02_18h: Baile
ONDE: Praça da Matriz
13/02_00 às4h: Tenda eletrônica
ONDE: Pista de Skate
14/02_15h às 19h: Carnaval
ONDE: Prainha do Parque dos Lagos
14/02_18h: Baile
ONDE: Praça da Matriz
14/02_00 às 4h: Tenda eletrônica
ONDE: Pista de Skate
15/02_15h às 19h: Carnaval
ONDE: Prainha do Parque dos Lagos
15/02_18h: Baile
ONDE: Praça da Matriz
15/02_22h: Desfile da Escola de Samba
“Juventude Alegre”
15/02_00 às 4h: Baile
ONDE: Praça da Matriz
15/02_00 às 4h: Tenda eletrônica
ONDE: Pista de Skate
16/02_15h às 19h: Carnaval
ONDE: Prainha do Parque dos Lagos
16/02_18h: Baile
ONDE: Praça da Matriz
16/02_00 às 4h: Tenda eletrônica
ONDE: Pista de Skate
Info: (14) 3765-1551
FARTURA
Passada a festa de Momo, a dança surge
em ótima programação em São Paulo,
R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia)
ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA
No segundo, protagonizado no proscênio
por quatro mulheres diferentes entre si,
os corpos começam a ganhar movimentos involuntários em que o universo
clown, associado à dança contemporânea, se funde a outras técnicas para
construir um espetáculo com um humor
debochado, sarcástico e dinâmico.
Vale a pena conhecer esse trabalho e
ainda circular por um dos pontos
turísticos de São Paulo, o edifício Itália.
Confira no site os horários, que variam
conforme o dia do espetáculo.
INFO: www.teatrodedanca.org.br
Avenida Ipiranga, 344 - Subsolo, Edifício
Itália - São Paulo, SP, Brasil - Metrô
República • Estacionamento com
manobrista: R$ 15,00 • F: 11 2189 2557
DANÇA
em S.Paulo
contemporânea
14 a 16/02_20h e 21h: Carnaval 2010_ esfile
de bloco carnavalesco e desfile das escolas
de samba. Grátis
14/02- Escola de Samba Estação Primeira
15/02-Escola Samba Juventude Alegre
16-02-Escola Samba Unidos Bairro Alto
ONDE: Av. Dr. Domingos Teodoro Gallo
13 a 15/02_23h: Carnaval popular – banda
São José | Grátis
14/02_16h-19h: Matinê
16/02_17h-22h: Encerramento
ONDE: Recinto da Fecapi
SANTA CRUZ DO RIO PARDO
12/02: Carnaval do Projeto Crê-ser. Os
Centros de Referência de Assistência Social
I e II eprepararam diversas atividades carnavalescas para os integrantes do projeto
Crê-ser dos bairros da Estação e São José.
10/02: Roda de Capoeira
11/02: Baile de Máscaras e almoço para
Crianças
ONDE: Crê-Ser bairro São José
10/02: Oficina cultural com monitor de percussão_Atividade: Documentário sobre o
carnaval, atividade de vídeo, relatório de
aprendizagem dos adolescentes.
11/02: Oficina de decoração de máscaras
carnavalescas _Atividade: Decoração de
máscaras de papel machê com pintura, aplicação e customização.
12/02: Comemoração de carnaval com
equipe do CRAS e Crê-SER I_ Atividade:
Festa de máscaras, com almoço e sobremesa especial, festa com músicas escolhidas pelo monitor de percussão junto com
os adolescentes.
ONDE: Crê-Ser da Estação
Info: (14) 3372-1227
11 a 16/02: Abadá do ica carnaval 2010.
Abertura do carnaval com o baile de máscaras mais 4 noites de pura folia e 2 matinês
com s banda Madry in’concert. Escolha da
rainha e mini rainha do carnaval 2010. Reúna
sua turma, faça seu bloco e crie seu abadá.
Venha se divertir no maior carnaval da região.
Prêmios para os blocos mais animados e
abadá mais criativo. Convite para visitante
por noite R$30,00| pacote R$100,00 mesacamarote R$60,00| por noite.
ONDE: Icaiçara Clube | Info: (14) 3372-1470
Divulgue seu evento aqui.
É grátis!
[email protected]
Nota: Sugerimos ligar para confirmar datas e horários das agendas
AGENDAcultural
AVARÉ
10 a 13/02- 20h: II FOCA - Fórum Cultural de Avaré
ONDE: CAC
19/02 a 19/04_20h: II Exposição de Artes Plásticas
ONDE: Palácio das Artes
20/02_20h30: V Sarau no Paço com Vanessa Reis.
ONDE: Paço Municipal
24/02: XIV Sarau Caipira
ONDE: Centro Cultural CAIC
26 a 14/03_20h: Encontro Poético
ONDE: CAC
27 a 07/03: Som da Terra, e Coreto Cultural junto
com a Ação Social "Prefeitura no Bairro"
ONDE: Escola Bairro Alto.
03/03 a 02/04_20h: Saguão em Exposição com
Rubens Prata.
ONDE: Teatro Municipal
05/03_20h: Lançamento do Livro de Poesias (2o
Livro) do Concurso de Poesias do II Fesla 2009.
ONDE: CAC
07/03: Dia Internacional das Mulheres com Arte
ONDE: CAIC
10/03: Projeto Hora do Conto
ONDE: Biblioteca Municipa
Info: (14) 3732-5057
Info: (14) 3351-3622 (14) 3351-9588
SANTA CRUZ DO RIO PARDO
Até 28/02_8h-22h: Exposição Memórias do Carnaval de Santa Cruz. Fotos e adereços que remetem aos carnavais da década de 40 numa
retrospectiva até os dias atuais. Grátis
ONDE: Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto |
Info: (14) 3372-1227
GRÁTIS
L UM Ecin ec lu b e
Tema do Mês: WESTERN (faroeste)
2/2: OS BRUTOS TAMBÉM AMAM
Direção:George Stevens USA, 1951 - 118 min.
Colonos tentam fixar-se
na terra como lavradores
e são pressionados a sair
pelo rancheiro poderoso,
que quer as terras para
formar pastagem para o
seu gado
9/2: RIO GRANDE_ Direção: John Ford - 1940 105 min. Filme da Trilogia
da Cavalaria de John
Ford, John Wayne é o
tenente-coronel Kirby
York, comandante das
tropas colocadas ao longo
da fronteira com o México.
23/2: NEVADA SMITH_
Direção: Henry Hathaway
- 1970 - 130 min. Filho de
uma índia nativa dos EUA
e de pai branco, robusto e
inocente rapaz nascido
durante a corrida do ouro
da Califórnia, quando uma
grande leva de imigrantes
e militares dirigiu-se ao
Oeste americano.
24/2: UMA AMIZADE
SEM FRONTEIRAS_
Direção: François Dupeyron - 2003 - 95 min.
Garoto judeu cresce em
bairro decadente da Paris
dos anos 60. Seu único
contato masculino é um
velho comerciante turcomulçumano.
Juntos, começam uma jornada que irá mudar suas
vidas para sempre.
Sessões toda 3ª-feira _ 20 h _ Colégio COC
Jean Piaget/ sala 5 (Av. Rodrigues Alves, 121 _
Ourinhos) • www.videoclubelume.com
VERBA para Cultura:
20 editais divulgados pelo Ministério da
Cultura e autarquias ligados a ele oferecem recursos para financiar ações culturais em todo o país: Os recursos
destinam-se a produções cinematográficas brasileiras,
contemplando desde a fase da produção até a distribuição
e produção de longas-metragens independentes.
Vejam os que ainda têm prazo:
_inscrições até 19/2:
Programa de restauro de filmes antigos: filmes nacionais,
ameaçados pelo tempo ou por condições precárias de conservação. Petrobras destina R$ 3 milhões de reais para
preservar a memória cinematográfica nacional.
_inscrições até 28/2: Programa Cultura e Pensamento:
seleção de oito projetos de debates presenciais para realização de simpósios, seminários e ciclos de conferências
visando a ampliar e fortalecer os espaços de reflexão.
_inscrições até 5/3: Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras: seleção de projetos de profissionais
individuais ou companhias que trabalhem com expressões
afro-brasileiras, nas modalidades de teatro, dança e artes visuais.
_inscrições 10/3: Edital Mais Museus 2010: seleção de projetos técnicos para implantação de museus em municípios com até 50 mil habitantes, onde não exista esse equipamento cultural.
_inscrições até 14/3: Edital de Espaços Mais Cultura 2010: seleção de
projetos para a implantação de Espaços Mais Cultura, de 225m_, em
municípios de até 500 mil habitantes.
_inscrições até 18/3: Curta Metragem de Ficção ou Documentário:
Apoio a produção de 20 obras cinematográficas inéditas de curta metragem, de ficção ou documentário, no valor de até R$ 80 mil, sendo
aceitas técnicas de animação em ambos os gêneros.
_inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção de Baixo Orçamento:
fomento à produção de sete obras cinematográficas inéditas – com até
R$ 1,2 milhão para cada uma – de longa metragem, de ficção, com uso
ou não, parcial ou total de técnicas de animação, de baixo orçamento,
com duração superior a 70 minutos.
_inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção ou Animação com
Temática Infantil: tem o objetivo de apoiar três projetos de desenvolvimento de roteiros de longa metragem com temática infantil, inéditos, de
ficção ou animação, com R$ 50 mil para cada um.
_inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção para Roteiristas Estreantes: apoio para 12 projetos no valor de R$ 25 mil cada para desen-
volvimento de roteiros de longa metragem de ficção, inéditos, com o objetivo de motivar a formação de novos profissionais da área de roteiros
cinematográficos de ficção.
_inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção Para Roteiristas
Profissionais: apoio para sete projetos de desenvolvimento de roteiros
cinematográficos, inéditos, de longa metragem, de ficção para roteirista
profissional. Valor: R$ 50 mil para cada selecionado.
Info: www.cultura.gov.br
AGENDAesportes
SANTA CRUZ DO RIO PARDO
21/2_9h: 2º Campeonato Regional de Tênis de Mesa. A
competição é organizada pelo
mesatenista peruano Felix
Naveda. Inscrições no Ginásio
de Esportes Anniz Abraz
Info: (14) 3372 7989
28/02_ 9h30_ 24ª Corrida de
Bóia A expectativa é de que
450 pessoas participem da competição. Crianças a partir de 9
nanos podem participar. Info:
(14) 3372 7989
PINGO, o
18 I meninada
Mata Sete
P
I
N
G
O
Sete, Pingo. Você é o Mata Sete.
Você matou sete de uma só
vez!. E não eram pernilongos,
eram mosquitos Aedes Egypt,
os que transmitem a Dengue.
Pingo, você é o máximo! Vamos
pra luta! Mosquitos da Dengue,
seus dias estão contados!
Chegou O Mata Sete! Calma,
Pingo, antes de tudo vamos descobrir porque é que há tantos
mosquitos aedes egypt por aqui.
O que é o que é....
?
O que fo i feito para
…O
andar e não anda?
Você encontra em Sta. Cruz, Ourinhos,
Ipaussu, Chavantes, Canitar, Bernardino
de Campos e Espírito Santo do Turvo
ACHE o trajeto
que o Pingo vai
ter que fazer para alcançar a linha da chegada no rio Pardo
arte: Wellington Ciardulo | 360
Aconteceu tudo muito rápido. Pingo levantou-se ainda irritado e desorientado com os
zunidos. Pisou num pernilongo, escorregou. No reflexo bateu com o rabo na
parede e esmagou mais dois. Antes de
cair lançou a língua pra fora e engoliu
outros dois. Soltou um pum e mais dois
pernilongos foram para o chão junto com ele.
Resposta: O que é, o que é: A estrada,.
arte: Sabato Visconti | 360
Zum, zuiiimm, zuiiiimm. Pingo!
É impossível jogar videogame
com tanto pernilongo, de dia,
zunindo em meus ouvidos.
Zum, zuiimm, zuiimm. Faça alguma coisa, Pingo! Já!
19 |papo cabeça
*José Mário
Rocha de Andrade
RÉSTIA de luz
No Sítio da Comadre tem pedra chata pra jogar
malha, terra plana pra jogar biroca e cheiro de mato
pra respirar fundo. No chão da casa, terra batida, no
teto telhas velhas e vigas altas, um bule de café no
fogão a lenha e o pão do forno a lenha pra se deliciar.
O jardineiro que ganhou na mega sena
está com depressão. O dinheiro rouboulhe o Sítio da Comadre, roubou-lhe o
lugar onde pertencia, roubou-lhe o que
o dinheiro não pode comprar. No lugar
deu-lhe holofotes e uma vida repleta de
luzes, mas o pobre jardineiro não sabe
onde comprar tudo o que o seu coração
anseia e pede, nada além de réstias de
luz pra alumiar.
Mangueira pra subir no alto, chupar manga e balançar, laranjeiras em flor, jabuticabeiras em flor, carrapicho e arranha-gato pra ficar esperto, e um banho
de caneca no fim do dia.
Quando chega a noite com as estórias de assombração e as árvores verdes ficam negras, o assovio do
vento que as balança acelera o coração.
Nada além de réstias de luz pra alumiar, vaga-lumes
voam luzes pisca-pisca, estrelas e a lua no firmamento a coruscar, lamparinas na casa, nada mais que
réstias de luz pra alumiar.
REALIDADE
tranquila
Enquanto 2010 não nos presenteia com algo
relevante (teve o show do Metallica, mas não
fui), volto a falar sobre quem lançou o melhor
disco no ano passado: Otto.
O músico pernambucano, de 41 anos e quase
20 de carreira, começou no Mundo Livre SA,
participando dos dois primeiros (e melhores)
discos da banda, Samba Esquema Noise e
Guentando a Ôia. A partir daí, deu início em
96 à sua aclamada carreira solo. Logo de cara,
Samba Pra Burro (98), com sua bem sucedida
mistura de mangue beat e música eletrônica,
caiu nas graças da crítica. Seguiu-se Condom
Black (2001), mais orgânico, e Sem Gravidade
(2003), que deixava a eletrônica totalmente de
lado (sem contar o disco de remixes Changez
Tout - Samba pra Burro Dissecado, de 2000, e
o ao vivo MTV Apresenta Otto, de 2005). Passaram-se então longos seis anos até que Otto
resolvesse lançar aquele que de longe é o melhor álbum de sua carreira: Certa Manhã
Acordei de Sonhos Intranquilos.
O título, extraído da novela A Metamorfose,
de Kafka, sintetiza o verdadeiro parto que foi
lançar o brilhante disco. Neste período de
sumiço, Otto viu o casamento de sete anos
com a atriz Alessandra Negrini acabar, o
sucesso de crítica ser colocado à prova (infelizmente o grande público ainda não descobriu
seu talento), o volume de shows diminuir, a
perda de uma afilhada e depois de sua mãe.
Os demônios são todos dissecados nas dez
faixas do álbum, que abre com os versos "há
arte: Rodrigo Biancão | 360
* Tiago Cachoni
sempre um lado que pesa e outro lado que flutua", a descrever, sob um arranjo de cordas, o
dolorido fim de um relacionamento (obviamente o casamento com Alessandra). O refrão
de "Crua" é de doer. Fica bem claro quem dos
dois ficou com o "lado que pesa". "O Leite",
com participação da Céu, vai na mesma toada,
com o cantor admitindo que "quando eu saí da
tua via, batia a porta, saí morrendo de medo
do desejo, do desejo de ficar". "Janaína" remete
mais aos seus trabalhos anteriores, assim como
"Meu Mundo", com parti-cipação de Lirinha,
do Cordel do Fogo Encantado, única faixa com
elementos eletrônicos do disco.
O ápice, contudo, é atingido na belíssima "6
Minutos", uma balada corta-pulsos que Otto
grita com a alma sua separação. Impossível não
se identificar com a música, a não ser que
você nunca tenha passado por um fim de relacionamento. A perda ainda permeia "Lágrimas
Negras" e "Saudade", ambas com participação
da mexicana Julieta Venegas. "Naquela Mesa"
é uma homenagem à Jacob do Bandolim, escrita pelo filho dele, Sergio Bittencourt. "Filha"
("aqui é festa amor, e há tristeza em minha
vida") e "Agora Sim" encerram o álbum em
grande estilo.
Certa Manhã é daqueles discos que não saem
facilmente da cabeça da gente, e prova que o
fim de um relaciomento pode ser transformado
em uma obra de arte ímpar como forma de espantar os demônios (ou ao menos distraí-los).
*Vocalista da banda Landau69 que há anos tenta conciliar o
vício pela música, cinema e literatura com os estudos jurídicos
*Médico santa-cruzense
que vive em Campinas
| [email protected]
1ªS
impressões
* André A. Santos
Viajar sozinho aos 17 anos para
um país frio e distante não é
muito tentador para alguém
acomodado e acostumado a ter
certas mordomias e conforto,
como eu. Mas aqui estou, em
Londres, morando em casa de
família com três garotos (13, 16
e 20 anos) britânicos e seus
pais (umsimpático casal judeu,
que me recepcionou muito bem
e me deixou à vontade.
Quando cheguei, há dois dias,
fazia frio. Mas hoje percebi
realmente o que é sentir frio: 2
graus, nevando levemente. E a
impressão de ter a face congelada. Nada agradável para um
brasileiro que deixou o país
com 35 graus.
André Andrade Santos é colaborador 360 e
assina esta coluna — que ele ainda vai
nomear — onde narra sua primeira experiência como jovem criado no interior de
São Paulo em estudos num outro país, no
caso a Inglaterra. André viaja através da
Facamp (Faculdade de Campinas) e da
CPFL, realizadora e patrocinadora, respectivamente, da Olimpíada de Atualidades,
da qual foi o primeiro colocado. A viagem é
um prêmio que André conquistou após
fazer 3 provas, a última dissertativa, e desbancar cerca de 20 mil concorrentes.
Agora vivo em Finchley, no norte
de Londres. Um lugar calmo e
agradável. O famoso metrô de
Londres, o UNDERGROUND, cobre quase a cidade inteira, mas as
distâncias entre as estações parecem gigantes. Os trens de metrô
são bem menores, mas bem
menores mesmo, que os de São
Paulo. Estreitos, engraçados!
Londres é uma pluralidade urbana
sem limites. Você anda e ouve
todos os tipos de idioma, encontra todo tipo de gente, da Ásia à
África, das Américas à Oceania. É
uma sensação maravilhosa estar
num país com tanta gente diferente. A cultura é muito diversificada, a música, a comida (a típica
londrina e fraquinha viu?).
Os londrinos têm algumas coisas
peculiares na cidade. Hoje andava
por uma rua e encontrei grandes
latas, achei que eram de lixo, mas
uma placa indicava uma estação de
coleta de roupa, para doar aos necessitados. E não é a unica desse
tipo por aqui. Também reparei no
respeito que os motoristas têm
com os pedestres. Eles param,
mesmo que não seja a hora para
permitir a passagem de alguém. Vão
devagar se veem alguém atravessando a rua. E não buzinam, não
reclamam e nem xingam o pedestre.
Ponto para os britânicos.
Mal posso esperar para desbravar
o velho mundo por completo. Não
deixe de acompanhar essa aventura
aqui no 360! That’s it! (É isso!).
Saudações!
SOMOS
o começo
20 | bem viver
Além da curiosa sensação de fazer parte
de um mundo moderno fadado a ser
lembrado como o “início do século”, no
caso o 21, o que me faz estremecer é
que somos mesmo o início de uma nova
época, principalmente quem vive a
primeira fase da vida, mas já chegou aos
40 anos. Uma geração que viveu muito no
novo, o imprevisto. Alguns deles, tenebrosos.
Graças a Deus, todos, até agora, ao menos estão controláveis,
mas causaram muito medo. E impuseram à nossa geração
mudanças de hábito em relação questões que pareciam resolvidas, como o sexo e a relação do homem com a natureza.
Em relação à nossa importância na sociedade, o mundo
parece ter mudado muito. A prática de uma atitude verdadeiramente cidadã nos foi imposta, o que não é nada mal.
Disciplina parece ser mesmo liberdade quando se trata da
convivência e da conveniência. E isso se aplica não só ao que
passou a ser expressão corrente que é a “responsabilidade
social”, mas a quase tudo. Não existe mais realidade sem
cidadania, inclusive corporativa (das empresas e instituições),
sem biodiversidade, sem sustentabilidade… assim como também não existe mais sexo sem camisinha. Não para quem
tem uma visão humana do mundo, rem relação a si próprio
e ao outro. E não havia nada disso até tempos atrás.
0
36
ti |
i s con
Nada disso foi
previsto. E se me
pauto naquilo que
fere, como nas
ques-tões da preservação do planeta e na Aids, com sua
avassaladora força dramática, que mistura fatalidade com amor, moralidade e desejo, felizmente muito bem contida e hoje
presente sem o manto negro da morte certa
e dolorosa, quero deixar claro que não se trata
de um olhar triste sobre o mundo, sobre a minha geração. Se
foi para nós que isso surgiu, se somos os primeiros, o mínimo
é ter a honra e a coragem de agir.
art
e:
Sab
ato
V
Lembra que antigamente, quando eram os anos 70, 80,
90, falar do que havia acontecido na década de 20 era
algo muito antigo? “É do início do século”, bastava dizer
para se ter aquela ideia de algo muito antigo mesmo.
Pois agora somos nós o início do século. E o que
ainda é mais, digamos, estridente: da primeira
década, aliás, das primeiras décadas, pois já
começaram os “Anos 10”, mesmo que oficialmente a década comece mesmo a partir de 2011.
*Fernanda Lira
Outras novidades que passaram a fazer parte da nossa vida
e somos os adultos que tratam dela no início do século 21 é
a Dengue. Ora, porque ainda temos tanta incidência? Será
que somos tantos assim a dar às costas às orientações que
são transmitidas insistentementes em todas as mídias e por
todos os agentes de saúde?
Agora, com tudo isso, com a responsabilidade de quem
começa uma nova era e faz parte de uma geração que teve
que enfrentar tantas novidades dolorosas e imprevistas, até
que ponto estamos agindo? E como? Ou então, como, no
futuro, irão se referir a nós? Será que consiguiremos provocar nos reminicentes da nossa época um comentário do tipo
“Ah, antigamente era muito melhor!”? Por esse prisma, vejo
que somos a geração do início do fim. De aprender a lidar
com o fim de modo a eliminá-lo. Primeiro veio a Aids, que
acabou com a festa de quem cresceu já sabendo que o sexo
deveria ser livre e natural. Hoje, iniciar ou viver a plenitude
da liberdade sexual já não impõe esse risco de terror e morte
que foi a Aids nos anos 80 e 90. Conseguimos, portanto,
eliminar esse fim brutal e cruel.
Depois veio a questão ambiental. O aquecimento global, que já é fato, não é futuro. Ou
seja, temos que eliminar também esse fim,
aprendendo a viver sem destruir o pla-neta. E
cabe a nós, pois quem lidera o mundo hoje
taí, na casa dos 40, 50, 60 anos. Ou seja,
somos nós mesmos.
Eu preferiria viver a situação confortável da
geração que encontra tudo resolvido. A Aids hoje já não
é um monstro. Graças a Deus. Mas precisa ser diagnosticada,
o que implica uma atitude ousada, dos jovens, e corajosa,
dos casais: o exame regular, frequente. E sem dramas, pois os
números comprovam a eficácia do tratamento, gratuito no
Brasil, aliás.
Assim como é urgente uma mudança drástica em relação ao
meio ambiente, aos nossos hábitos, à nossa forma de ganhar
dinheiro, inclusive. Ou agimos, ou seremos lembrados como
os maiores idiotas da história.
Aqueles que sabiam do estrago que estavam fazendo, mas
andando em círculos e insistindo em modelos já estabelecidos, deixaram para as futuras gerações a tarefa de recuperar
o pouco que sobrar deste lindo, fértil e ensolarado planeta
azul se nada for feito agora.
*Jornalista de São Paulo que adora o
interior | [email protected]

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