tiaGo leifert
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tiaGo leifert
Nonono News A revista do Grupo LET Recursos Humanos N0 36 | Novembro / Dezembro | 2012 | Ano 6 | www.grupolet.com AMILGUINHO Uma interessante viagem pela boa dobradinha SAÚDE + EDUCAÇÃO Pág.14 PROGRAMA TRAINEE O valor diferenciado de uma grande ferramenta para o RH Pág.16 VOCÊ NÃO TEM TEMPO?! Venha então para o JUNGLE GYM Pág.12 Tiago Leifert jornalista da TV GLOBO e apresentador do THE VOICE BRASIL O “Linguista da Ousadia” sugere: “Sejam diferentes de tudo o que vocês já viram e acreditem!” – Pág.8 | 2012 | Novembro / Dezembro | 1 Entrevista Foto: Army Agency / Renan Monteiro Papo com o leitor “Feliz Natal com novas ideias!” Caros leitores, Em primeiro lugar, aos nossos leitores, em nome do Grupo LET Recursos Humanos, gostaria de desejar um Feliz Natal repleto de reflexões interessantes sobre a nossa postura pessoal e profissional. E é precisamente seguindo esta linha que trazemos nesta edição de Papai Noel um bate-papo para lá de bacana com o jovem Tiago Leifert, jornalista esportivo da TV Globo, destaque no Central da Copa e âncora do programa The Voice Brasil, que se encerra neste mês em dezembro. A leitura desta entrevista nos dá belos insights do que pode ser considerado um profissional moderno e bem quisto pela sua organização. Até mesmo fazer exercícios de uma forma inovadora pode proporcionar a ginástica mental da qual estamos precisamos para quebrar paradigmas. Conheça o Jungle Gym e se surpreenda pelo que o treinamento funcional pode fazer por você. E não adianta dizer: “eu não tenho tempo!”. Repensando modelos e práticas, o Instituto Capacitare oferece a possibilidade de as empresas terem, cada vez mais, um formato dinâmico de programa trainee. Se você é gestor de RH ou líder de empresa, saiba o que esta ferramenta pode fazer pelas suas pessoas. Se você é profissional, saiba o que pode fazer pela sua carreira. E o que a Amil faz pelo seu entorno social? Descobrimos os grandes diferenciais da dobradinha Saúde-Educação embarcando em uma viagem com o Amilguinho. A variedade de temas que cobrimos passa também pela Terceirização, pelo trabalho de RH do Rio Scenarium e por apresentar a você os postos de trabalho que estarão mais “quentes” em 2013! E, como você sabe, tem ainda muito mais do que isto. Boa leitura! Joaquim Lauria Diretor Executivo do Grupo Let Recursos Humanos Dicas NewsLet - Livros “Anderson Spider Silva”, de Anderson Silva (depoimento a Eduardo Ohata) – Primeira Pessoa Editora Sextante Quem atua com pessoas gosta de usar grandes exemplos de superação como ferramentas para o trabalho de desenvolvimento. Dono de carisma único, Anderson Silva é uma “ferramenta” ideal para comprovar que precisamos “quebrar modelos mentais”. Seu estilo não tem nada de truculento e falastrão. Tranquilo e infalível, intimida os adversários com um olhar. Sua trajetória descreve como ele nocauteou o destino, passo a passo, e se tornou um campeão nos ringues e na vida. “Aprendendo a Ser Golfinho em um mar de Tubarões – Crise, Mudança e Crescimento ”, de Fernando Sánches Arias – Qualitymark Editora O que, à primeira vista d´olhos parece um livro infantil, em uma análise mais calma revela lições sobre valores morais, relacionamentos e conscientização ambiental capaz de tocar a todos em uma empresa, do Auxiliar de Serviços Gerais ao Presidente. O livro nasceu de uma experiência em nadar com esses animais, que maravilhou Fernando e o motivou a estudar sobre o comportamento deles. E eles nos ajudam a entender como podemos fugir de qualquer armadilha e nos autorrealizarmos! “Que Tipo de Líder é Você na Empresa ”, de Andre Tadeu Aguiar de Oliveira – Qualitymark Editora O mergulho na leitura das crônicas bem-humoradas funciona como uma didática muito útil ao aprimoramento de lideranças. Dramaturgo teatral, o autor, mostra com uma linguagem dinâmica e criativa que, para um projeto dar certo, o líder tem que estar preparado para se adaptar a qualquer circunstância. Ele é a cabeça que guia todo o corpo funcional envolvido e tem a capacidade de levar o projeto ao êxito ou, como muitas vezes acontece por falta de conhecimento, ao fracasso. “Jogos para Ativar o Cérebro – com Palavras e Números”, de Allen Bradgton e David Gamon – Qualitymark Editora Com muita diversão e desafios, esta obra propõe conscientizar as pessoas de que elas podem controlar o que acontece em seus cérebros, através do desenvolvimento das funções cognitivas deles: executiva, espacial, da memória, da linguagem, de cálculo e social/emocional. Os autores oferecem exercícios suficientes para um treinamento no qual as células cerebrais serão fortalecidas, habilitando o indivíduo a solucionar um mesmo problema de diferentes formas. Nonono Foto: Alexandre Peconick Entrevista Especial Editorial O Grupo Let Recursos Humanos parabeniza o Rio de Janeiro pela conquista do título de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco! Expediente Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial Matriz Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 308-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel.: (21) 3416-9190 CEP – 22640-102 Site: http://www.grupolet.com Escritório LET – Rio de Janeiro (RJ) Centro – Avenida Rio Branco 120, grupo 607, sala 14, Centro, Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20040-001 tel.: (21) 2252-0780 / (21) 2252-0510. Escritório LET – São Paulo (SP) Vila Carrão – Rua 7 de Abril, 127, Conj.42, Centro – São Paulo – SP – CEP:01043-000 – Tel: (11) 2227-0898 ou (11) 5506-4299. Escritório Juiz de Fora (MG) Rua Fernando Lobo 102, sala 804, Ed. Europa Central Tower, Centro Juiz de Fora (MG) – Brasil, CEP: 36016-230 Tel: (32) 3211-5025 Escritório Belo Horizonte (MG) Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807, Centro, Belo Horizonte - Cep: 30170-131 Tel.: (31) 3213-2301 Diretor Executivo: Joaquim Lauria Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria Revista Publicação bimestral Novembro / Dezembro 2012 Ano 6 – Nº 36 Tiragem 1.500 exemplares Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 / e-mail para [email protected] Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected]) Foto da Capa: TV GLOBO / João Cotta Oportunidades: Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet. com/vagas/candidato e boa sorte! Grupo LET nas redes sociais: Acesse nossas páginas no Facebook e no LinkedIn Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717 Rejane Ribeiro Gerente de RH do RIO SCENARIUM “Scenariuns”genuinamente sociais O brilho e a emoção estampados no olhar desta profissional de RH ao descrever os trabalhos de capacitação de recuperadores de mobiliários antigos e de ensino da linguagem musical a crianças e jovens de baixa renda do entorno do centro antigo do Rio mostram muita coisa, como por exemplo: comprometimento, ética, obstinação. Desde 2009 como Gerente de RH do Rio Scenarium – casa de música, espetáculos, teatro e exposições que fica à Rua do Lavradio, 20, Centro antigo do Rio – Rejane Ribeiro revela estar se realizando ao presenciar a transformação de uma população de rua, que não tinha horizonte, em pessoas com projetos de vida. Com 28 anos “de janela” no RH, ela já conhecia há algum tempo os proprietários do local: Plinio Froes e Nelson Torzecki. Convidada para implementar processos de RH, imaginava estar vindo para realizar tarefas semelhantes às que cumpriu à frente dos jornais O DIA e Lance, por exemplo. No primeiro, conduziu um reposicionamento do perfil dos profissionais e no segundo montou equipes inteiras no Rio, em São Paulo e em Belo Horizonte. Graduada em Psicologia pela Faculdade Salesiano (Lorena– SP) e no Rio desde 1984, Rejane estava diante, no entanto, de seu maior e mais prazeroso desafio: conduzir trabalhos genuinamente sociais e interligá-los com a Gestão interna de Pessoas. NEWSLET – Responsabilidade Social está no DNA da empresa? Rejane Ribeiro – Sim. Vem de uma vontade de preparar pessoas para uma mão de obra que não existe mais no mercado: os recuperadores de móveis e objetos antigos. Primeiro foi realizada uma oficina de artífices, que incluiu pessoas com deficiências neurológicas. Este tipo de trabalho ajuda as pessoas a desenvolver e a superar estes problemas fazendo com que as suas vidas sejam normais. Não somente por medo e preconceito, mas sabemos que estas pessoas têm dificuldade até para estudar. Além disso, cria-se em todos os recuperadores uma consciência sobre a importância de um passado histórico. NEWSLET – E como é o Projeto Scenarium Musical? Rejane Ribeiro – Ele começou do desejo de transformar a comunidade do nosso entorno: uma população desprovida de tudo. Eram moradores de rua, sem cultura, preparo, e até mesmo saneamento básico. Não eram absorvidos por nada. Ninguém olhava para elas. Depois do trabalho com | 2012 | Novembro / Dezembro | 3 Seguranca Coluna Saúde e Segurança no Trabalho Entrevista Especial “...dar oportunidade às pessoas apenas não basta. É preciso saber oferecer o carinho no tratamento. Isto faz a diferença!” NEWSLET – O processo educativo pela música é gradativo... Rejane Ribeiro – Por isto temos uma parceria com os pais, convidados a acompanhar tudo, desde o início. Não adianta a família não apoiar. É um projeto que desenvolve amplamente as pessoas porque se aprende a música, o instrumento, a fluência verbal e a autoestima. Muitos não conseguiam sequer se expressar. E 2010, no Centenário do Noel Rosa, eles gravaram um CD com as músicas do Noel cantadas por eles, em parceria com Áurea Martins e João Sabiá. A partir deste CD o proprietário da casa abriu a possibilidade do grupo de jovens fazer o primeiro show do Rio Scenarium (durante a semana há uma programação de shows). Esta possibilidade demandou extrema dedicação. Agora em outubro de 2012 houve o primeiro show deles. O retorno do público e dos nossos funcionários foi maravilhoso! Não raro, observamos os garçons dando uma paradinha para ir lá, com o sorriso nos olhos, prestigiar os meninos. A equipe fica mais engajada. NEWSLET – Fazer ação social, oferece um salto para o talento técnico, mas, sobretudo, um up grade no comportamento... Rejane Ribeiro – Sim. Temos a missão de torná-los responsáveis, com4 | Novembro / Dezembro | 2012 | prometidos com o trabalho. Por isto há o Instituto Scenarium, com a administradora, Natércia Rossi. Junto com ela, realizamos todos os projetos. Hoje há um grupo trabalhando na recuperação do imóveis, um no Scenarium Musical e contamos ainda com uma parceria com o Sesi para o ensino fundamental dos funcionários adultos. NEWSLET – Que valores a MÚSICA mais desperta em jovens? Rejane Ribeiro – O mais importante é a confiança que eles passam a ter em si mesmos, o que aprimora a sociabilidade. Eles têm o contato com outra realidade, conhecendo autores, compositores, pensadores e isto abre um mundo que não vivenciavam: o das artes. A música também desperta a responsabilidade e a forma de tratar e valorizar a família. E eles conquistam ainda a vontade de crescer e se desenvolver. NEWSLET – Para o negócio do RIO SCENARIUM o que o “ser social” agrega? Rejane Ribeiro – Agir de forma social é um conceito de deve estar na raiz do ser humano e, por consequência, das empresas. E este trabalho transforma famílias inteiras, porque os pais vão querer melhorar para acompanhar os filhos, os irmãos se estimulam a aprender pelo exemplo. Isto muda a forma dessas pessoas de encarar a vida. Fotos: Site Sxc.hu mobiliário, alguns músicos da casa começaram, junto com o RH, o trabalho do projeto Scenarium Musical. Convidamos crianças e adolescentes da região para lhes ensinar música e instrumentos, como violão, piano, cavaquinho e percussão. É tudo gratuito. Os professores eram voluntários; hoje temos músicos contratados. Ao todo já foram 45 crianças e jovens, na faixa dos 10 aos 20 anos, que se desenvolveram muito, alguns continuam conosco. Outros saíram. Orgulhamo-nos em dizer que foram até para a Escola de Música Villa Lobos. NEWSLET – Conte uma história de transformação de um jovem que estimule em outros a busca pela realização de um sonho... Rejane Ribeiro – Buscamos proporcionar transformação a todos os jovens. Um deles, o Igor, hoje com 17 anos já está trabalhando, como funcionário, conosco. Atua como Técnico de Som. Ele chegou aqui aos 13 anos e começou cantando. Identificou-se demais com o ambiente. No momento em que ele quis parar de estudar, não o deixamos. A condição para ele ser admitido, foi a de continuar estudando. A postura dele após ter começado mudou muito. Hoje, está muito feliz! NEWSLET – Existe processo seletivo para o jovem que deseja participar? Rejane Ribeiro – O jovem tem que vir conversar conosco e demonstrar que deseja realmente participar do projeto que tem carga horária de 3 horas semanais ou duas sessões. Não pode faltar, porque sempre tem gente querendo vir. NEWSLET – Que aprendizado um profissional de RH ganha ao se envolver em ações sociais que envolvam a cultura? Rejane Ribeiro – O aprendizado pessoal, em especial, é de extrema importância. É um processo que dá trabalho, mas é muito prazeroso; é o que de melhor há para quem atua em RH, sobretudo, se for graduado em Psicologia. Como é bom ver um diamante bruto ser lapidado e estar pronto a brilhar no mundo! Mas dar oportunidade às pessoas apenas não basta. É preciso saber oferecer o carinho no tratamento. Isto faz a diferença! Abrir a porta é só o começo. O que “pode” e o que “não pode” no TRABALHO DOMÉSTICO O tema trabalho doméstico é destaque na mídia e nos postos de atendimento do Ministério do Trabalho e emprego (MTE). São considerados empregados domésticos (as), pessoas maiores de 18 anos que prestam serviços de natureza contínua e não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial. Integram a categoria os seguintes trabalhadores: cozinheiro(a), governanta, babá, lavadeira, faxineiro(a), vigia, motorista particular, jardineiro(a), acompanhante de idosos(as), entre outras. O caseiro também é considerado empregado doméstico, quando o local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa. Os jovens que trabalham nestas atividades estão sujeitos a esforços físicos intensos; entre outros fatores, podendo comprometer sua formação social e psicológica. Uma mudança na legislação: o trabalho doméstico a partir de 16 anos está autorizado em situações onde os adolescentes não estejam expostos a riscos à saúde, à segurança e à moral. No posto de atendimento do MTE está sendo distribuída a cartilha “Trabalhador Doméstico – Direitos e Deveres”, onde são passadas algumas informações sobre direitos e deveres dos trabalhadores. O item “Condições Mínimas de Segurança, Saúde, Conforto e Alimentação”, diz que a alimentação deve ser fornecida em quantidade e qualidade compatíveis com a necessidade nutricional e a atividade desenvolvida; a habitação deverá ter capacidade dimensionada de acordo com o número de moradores e possuir: ventilação e iluminação suficientes; rede de energia elétrica protegida; pisos, paredes e cobertura adequados; instalações sanitárias abastecidas por rede e servidas por sistema de esgotos; portas e janelas capazes de proporcionar vedação suficiente. Ser empregado (a) doméstico (a) também inclui riscos ambientais, onde o trabalhador se expõe a microorganismos presentes nas instalações sanitárias e no lixo, produtos de limpeza, umidade e calor. O empregador é responsável pela adoção de medidas de proteção, como a redução do tempo de exposição, e deve disponibilizar equipamentos (calçados e luvas impermeáveis) para reduzir o contato do trabalhador com os agentes ambientais. Nas atividades de higienização, o empregador deve cuidar para que se trabalhe apenas com produtos químicos destinados ao uso doméstico. Os trabalhadores domésticos estão sujeitos ainda a acidentes, como: queimaduras, quedas, cortes e choques elétricos. Para prevenir, sugerimos: 1) exigir ritmo de trabalho compatível com a natureza da atividade e a capacidade do trabalhador; 2) fornecer material de *Vanessa de Paula trabalho adequado à tarefa a ser executada e em boas condições de uso; 3) orientar permanentemente o empregado sobre a tarefa e seus riscos; 4) manter instalações elétricas e de gás em boas condições de uso; 5) proibir trabalho em altura com risco de queda. De acordo com a legislação específica, a justiça concedeu mais direitos sociais a essa classe, como: saláriomínimo; irredutibilidade salarial; repouso semanal remunerado; gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal; licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias; aposentadoria e integração à Previdência Social, entre muitos outros. Portanto, caso esse colaborador sofra acidente no trabalho, também estará assegurado pelo beneficio da Previdencia Social. *Vanessa de Paula, é a Técnica de Segurança no Trabalho do Grupo LET Recursos Humanos | 2012 | Novembro / Dezembro | 5 Sala de Visitas - Especial “Desoneração da folha não substitui Terceirização” Foto: Divulgação ASSERTTEM Sala de Visitas - Especial *Vander Morales E stão cada vez mais contraditórios os serviços de atendimento ao público. Um exemplo... As medidas de desoneração da carga tributária gradativamente adotadas pelo Governo Federal desde 2011 representam um esforço laudável das autoridades para o incremento da atividade econômica no Brasil. O País ocupa o 48º lugar no ranking de competitividade global elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Em uma lista de 144 países recentemente pesquisados, é o que mais sofre com os impactos negativos do excesso de regulação e tributação, conforme análise feita pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Abdib). Nesse contexto, o emprego industrial está desaparecendo a passos largos, o que exige celeridade, planejamento e estratégias acertadas por parte do Governo. Não há mais tempo a perder e, a 6 | Novembro / Dezembro | 2012 | partir de 2013, 40 setores industriais e de serviços, especialmente do segmento de Tecnologia da Informação, estarão pagando entre 1% e 2% sobre o seu faturamento em lugar dos 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários. O mecanismo começou a valer neste ano para 15 desses setores, injetando ânimo sobre determinados parques produtivos. Por outro lado, entretanto, acabou gerando grande apreensão em outra área que tem contribuído enormemente para o emprego e o ritmo positivo da atividade econômica: a Terceirização de Serviços. A perspectiva de desoneração da contribuição previdenciária tem levado as organizações privadas a reverem suas políticas de Terceirização. Um grande equívoco. Considerar que a desoneração da folha de salários elimina a necessidade da Terceirização, ideia agora expressa por alguns setores, re- vela que o Brasil ainda não compreendeu que a Especialização dos Serviços representa uma estratégia de gestão do empreendimento econômico como um todo e não um mero recurso de corte de custos sobre o quesito mão de obra. Quando uma empresa decide terceirizar, ela estabelece, na verdade, uma parceria contratual com outra organização privada. Esta lhe dá suporte e assume a execução de uma importante atividade da cadeia produtiva ou de negócios da contratante, respondendo pelo emprego e qualificação dos profissionais, pelo seu treinamento, pelo fornecimento dos equipamentos e de toda expertise tecnológica necessária, e, fundamentalmente, pelos resultados. A Terceirização representa, portanto, solução para o aumento de produtividade e, em consequência, da competitividade e sustentabilidade empresarial. Desta maneira, ao se avaliar os resultados desta estratégia sobre os resultados globais de uma organização, a conta a ser feita deve considerar não apenas a economia direta em que essa medida implica, bem como nos investimentos que foram realizados pela empresa de Serviços Especializados sobre o gerenciamento de toda a atividade, ou seja, sobre a qualificação, tecnologia, treinamento, supervisão, orientação etc. Nesse sentido, antes de se repensar a estratégia da Terceirização, a pergunta a ser feita é se a economia com a desoneração seria suficiente para cobrir todo esse arco de gastos que voltaria a incidir sobre as contratantes em caso de rescisão dos negócios com a prestadora de serviços. O que mais uma vez se identifica em todo esse novo debate público é que o Brasil não sabe, ainda, infelizmente, trabalhar com planejamento de curto, médio e longo prazo. No momento em que o Governo Federal anuncia a disponibilidade de abrir mão de cerca de R$ 60 bilhões de arrecadação com o final da desoneração a esses 40 segmentos, prevê-se, obviamente, que as autoridades tenham pensado em estratégias para repensar seus gastos e investimentos futuros. De outro modo, quando as organizações privadas se veem mediante a possibilidade de di- “A Terceirização representa, na nova economia global, a oportunidade de as organizações privadas desenvolverem e/ou fornecerem bens e serviços inexistentes até há pouco tempo” minuição e/ou aumento de custos, devem estudar de que maneira isso irá impactar em todas as suas metas, ao longo do tempo. “Ganhar” (desoneração) de um lado para voltar “gastar” em outro (contratação direta dos trabalhadores), promover uma mera transferência é medida que passa muito longe da perspectiva do planejamento, da gestão organizacional. Caso a Terceirização venha sendo tratada dentro desse raciocínio curto, é certo que a contratante não está sabendo empregá-la em toda sua potencialidade. A Terceirização é o caminho para que se atinja a eficácia e a melhoria dos resultados de uma dada etapa do sistema produtivo e/ou de negócios. Ela representa, na nova economia global, a oportunidade de as organizações privadas desenvolverem e/ou fornecerem bens e serviços inexistentes até há pouco tempo, em áreas que vão de suprimentos, inovação, tecnologia, manutenção, segurança, manufatura, estoque e logística à comercialização, entre outros. A conta, para bancar tudo isso, vai muito além da aritmética simples e exige que o empresário brasileiro comece a planejar de forma global, perspectiva que envolve a contabilidade do tempo, da relação custos e benefícios e de projetos alongados de sustentabilidade do empreendimento. *Vander Morales é Presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) e do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem). BATE-PAPO com VANDER... Em relação ao tema desenvolvido pelo nosso “convidado” NEWSLET o questiona: Que esforços vocês estão fazendo para conscientizar o meio empresarial acerca da importância da manutenção da TERCEIRIZAÇÃO? Vander – Uma série de ações junto a autoridades governamentais, o que inclui representantes do Legislativo e Judiciário, para que eles tenham a convicção sobre a importância da Prestação de Serviços Especializados. No entanto, por conta de discussões acerca de uma lei específica para regulamentar o setor em descompasso com as ten- dências mundiais para a Terceirização, diariamente precisamos lembrar sobre a importância que a atividade traz para o empreendedorismo e para a empregabilidade formal. Temos feito isso por meio da realização de eventos e congressos. Em parceria com a ABRH-Nacional lançamos recentemente um livro informativo chamado “Fatos e Versões” e anualmente divulgamos uma pesquisa setorial para demonstrar a grandeza do segmento por meio dos números. Essa visão equivocada, sobre a qual fala no artigo, não lhe parece uma herança cultural histórica do mercado brasileiro complexa para mudar? Vander – Estamos fazendo de tudo para reverter injustiças cometidas com a Terceirização. A herança histórica do passado só permanece viva naqueles que não compreenderam ou não querem compreender a evolução das relações de trabalho e os mecanismos eficientes para a manutenção da competitividade, já tão ameaça pela alta tributação praticada em nosso País, somada ao elevado índice de informalidade na economia. A Terceirização precisa ser reconhecida como legítima propulsora do emprego formal. Trabalhador com excesso de jornada, com salário atrasado e sem benefício garantido por lei, não é terceirizado, é informal. A terceirização séria contrata funcionários dentro da lei. | 2012 | Novembro / Dezembro | 7 Personagem / Capa Personagem / Capa Foto: TV GLOBO / Alex Carvalho em mim. Sempre procurei assistir a muita televisão e bastante cinema, sempre como a postura de estar aprendendo. Enquanto as pessoas estavam se divertindo, eu tentava entender como o diretor fez para passar aquela emoção. Meu cérebro está há anos trabalhando 24h buscando ideias, focando em APRENDIZADO. Eu leio muito também. Enfim, fico cutucando meu cérebro o tempo todo. Obviamente, isso sacrifica a saúde, como já aconteceu. Mas foi o jeito que encontrei para “ser diferente”. Tiago Leifert NEWSLET – Mas o que agrega ao seu trabalho ter cursado Psicologia e Jornalismo? Jornalista e apresentador da TV GLOBO Tiago Leifert – A Psicologia me ajuda a entender as pessoas, o Jornalismo a explicar as pessoas. Tem tudo a ver uma área com a outra. A Psicologia me dá suporte também a ser chefe, perceber com mais clareza as pessoas em seus egos, vaidades e defesas. Auxilia-me, sobretudo, também a me entender melhor. E morar nos EUA foi a coisa mais importante da minha formação, sem dúvida alguma! Aprendi demais em uma faculdade excelente. Tive a chance, por exemplo, de trabalhar em uma dos maiores canais da TV americana, a Rede NBC. NEWSLET – E o que significa “se reinventar todos os dias na TV”? “The VOICE (RH) Brasil?!” As lições do talento jovem para os gestores de pessoas O estilo ousado e o talento de quem sabe improvisar não revelam que Tiago Leifert (lê-se “láifer”) é um dos profissionais que mais trabalha duro na TV Globo. Chega sempre muito cedo, sai sempre tarde, pesquisa muito e é apaixonado pelo que faz. Ao chamar a atenção pelas tiradas sempre bem colocadas – “e como é difícil fazer isso em TV ao vivo!” – no Central da Copa 2010 seu carisma ganhou o Brasil. Quem vai se esquecer do “Libertem o Caio (comentarista de futebol)!”, bordão lançado por Tiago?! 8 | Novembro / Dezembro | 2012 | Confirmando o potencial polivalente e interagindo com os candidatos e os mestres da música no The Voice Brasil, este jornalista de 32 anos consolidou-se definitivamente como referência. Reconhecimento? Só no Twitter ele tem quase dois milhões de seguidores. Ainda adolescente, aos 16 anos, Tiago era repórter do “Desafio ao Galo” na TV Gazeta. Anos mais tarde, em 2004, após graduar-se em Jornalismo e Psicologia, pela Universidade de Miami (EUA) e estagiar na rede americana NBC, ancorou o “Vanguar- da Mix” pela TV Vanguarda, afiliada à Rede Globo. Erros na TV? Sempre os tirou de letra, marcando “gols de placa”. Em 2009, depois de passagem bem-sucedida pelo SporTV, chegou a Editor-Chefe do Globo Esporte – SP. Mas o que Tiago Leifert ensina aos RHs? Muito! A começar por fazer tudo diferente da “caixinha”. O restante, ele mesmo nos conta... NEWSLET – Você quebra padrões e tem um jeitão que muitos profissionais de RH buscam implementar nas em- presas. Em sua formação e educação o que foi decisivo para que este fosse o Tiago? A graduação em Psicologia e Jornalismo ajuda; ter morado nos Estados Unidos, enfim, o que entra no seu “pacote”? Tiago Leifert – Obrigado pelas palavras! Fico feliz que vocês vejam isso em mim. Tudo isso que você disse entra no pacote. Mas vejo de outro jeito. Fui embora do Brasil para estudar fora quando tinha 21 anos, no auge da balada. Eu desisti de sair, me divertir, para investir Tiago Leifert – Isto é conversa para dias e dias. Mas vamos tentar um exemplo prático: o uso de clichês. O clichê é o fastfood da comunicação. Você tem uma situação, ela acontece, você solta o clichê, pessoas riem ou não, e você vai para casa. Ele resolve a vida do preguiçoso e cria um estilo. Eu jamais conseguiria ser assim. Então, o importante para se manter vivo: ser autêntico, estar sempre descansado e com a cabeça em dia para ter rapidez de raciocínio na hora dos problemas. Muito importante: saber que a cada fim de programa você pode ter se tornado um dinossauro e o meteoro está chegando para atingir a sua cabeça. O próximo programa tem de ser diferente, a sacada tem de ser nova. NEWSLET – O estilo de quebrar expectativas conquistou os telespectadores, com os quais você troca muitas mensagens. Isto te ajuda a se aprimorar? Tiago Leifert – O papo no Twitter é mais para diversão, uma continuação das coisas. Não acho que existam grandes conselhos em redes sociais e nem mesmo em critica de tv. Para me aprimorar, converso com meus “gurus” lá na TV GLOBO, algumas pessoas que manjam demais de televisão e podem me ajudar de verdade. Meus gurus estão há muito tempo na TV, já assistiram a todos os tipos de programas, já ouviram as mais variadas ideias. Eles têm uma visão maior, a longo prazo. Conseguem me inserir num contexto muito mais amplo, me ajudam a enxergar a carreira daqui a cinco, dez anos, não só o agora. NEWSLET – Mas o seu “ser ousado” é um baita facilitador para que seja entendido e admirado pelas pessoas... Tiago Leifert – Sempre tive facilidade de relacionamento e gostei muito de conversar, ouvir as pessoas. A espontaneidade ajuda a quebrar a “vitrine” virtual que todo profissional de TV tem em torno de si. As pessoas, às vezes, têm vergonha de se aproximar, conversar, tirar foto. Acho que meu jeito na TV acaba quebrando essa barreira. E eu gosto muito!!! NEWSLET – Em empresas profissionais com o estilo flexível e multifuncional podem atuar na gestão de conflitos. Fazendo um comparativo – não que tenha sido esta a intenção – em 2010 você ajudou o Galvão Bueno a amenizar a campanha “Cala a Boca Galvão”. Com espontaneidade você “quebrou” um pouco aquelas pessoas. Que lições positivas tirou daquele episódio? Tiago Leifert – Eu acho que prego o espírito esportivo e, muitas vezes, ele é útil nesse caso. Brincadeira não se leva a sério, eu não me levo a sério. Aquele episódio serviu para mostrar que nós do esporte da TV GLOBO gostamos de nos divertir! Fazendo uma transposição do | 2012 | Novembro / Dezembro | 9 Direto ao Dire NEWSLET – E nesse encantamento com os participantes que valores eles passam que você enxerga como bons para qualquer tipo de profissional? “o importante para se manter vivo: ser autêntico, estar sempre descansado e com a cabeça em dia para ter rapidez de raciocínio na hora dos problemas” Tiago Leifert – Todo mundo que foi lá, venha de onde vier, é um mestre em ouvir “Não”. E seguem em frente. O “não”, que para muita gente é o “fim do mundo”, para eles é apenas mais um dia. O que mais me chama a atenção é a facilidade com a qual a maioria deles demonstra ter capacidade para digerir a frustração de ser eliminado. Eles sofrem, claro; é ruim, mas eles aceitam até com muita graciosidade! NEWSLET – Conte uma história de um personagem do “The Voice Brasil” que tenha lhe trazido reflexões sobre a grandeza do ser humano... banda de primeira. Ele se sentiu escalado para a seleção brasileira, sabe? Foi muito bonito ver a emoção dele. A mãe de uma das participantes também me marcou, dizendo “se minha filha vai passar ou não, sei lá. O que importa é que esse programa é um show, lindo e bem produzido, com os melhores músicos do País, e hoje ela é uma estrela desse show”. Achei sensacional! NEWSLET – Lulu Santos, Claudia Leite, Carlinhos Brown e Daniel são mestres. Que passagem divertida você nos conta sobre a convivência com eles? Tiago Leifert – Eu gostei do Sidney do Cerrado, que não passou nas audições às cegas. Ele estava genuinamente feliz de estar ali e de tocar por 90 segundos num estúdio lindo com uma Tiago Leifert - Nós evitávamos tanto contato porque eu conhecia todos os candidatos e não queria nem ter a vontade de falar “aperta na música tal!” (Risos). Mas,...vamos lá...costumava 10 | Novembro / Dezembro | 2012 | Tiago Leifert brincar muito com o Brown! Ele era o técnico que mais sofria na hora de eliminar, ficava horas confabulando. Ele me via e já começava a rir...”lá vem ele me colocar pressão!” NEWSLET – A sua trajetória comprova que dizer palavras que atraem as pessoas, ter talento e um “rosto televisivo” não é tudo. Assim como em qualquer grande empresa, é preciso extrema dedicação. O que significa DEDICAÇÃO para você? Tiago Leifert - Trabalho no Globo Esporte pelo menos 12 horas, todos os dias! Não existe milagre. Existe trabalho. Empenho. A sorte só aparece para quem se esforça. Tudo o que aconteceu comigo é fruto disso. É um grande garimpo! Fico quase um dia inteiro buscando uma imagem, umazinha..., uma história que vá consagrar o Globo Esporte do dia seguinte. E isso se repete nos fins de semana. Nos dias sem evento esportivo, todo mundo quebra a cabeça para achar uma história. Quando o programa vai para o ar, o jogo já acabou há muitas horas. Talvez seja o último programa a falar do assunto e, mesmo assim, precisa ser novo e interessante. Como tudo o que se faz hoje nas empresas de outros negócios. Tem que encantar! NEWSLET – Também somos lidos por profissionais que buscam espaço no mercado de trabalho. Daí vem a pergunta final: Vendo o seu novo estilo de fazer jornalismo muitos jovens se estimulam. Imagine jovens que vão entrar para a TV Globo daqui a 10 anos. O que eles vão precisar ter, ser e fazer para conquistar espaço? Tiago Leifert - Sejam diferentes de tudo o que vocês já viram e acreditem! Toda mudança causa revolta. Não existe revolução sem sangue e sofrimento. Até chegar onde se quer, demora e dói. Mas tudo vale a pena! Nunca se inspirem em nada nem em ninguém. Absorvam, aprendam e mudem o que acabaram de aprender! É assim que se evolui. O dano moral na justiça do trabalho *Sérgio Queiroz Duarte J á faz parte, infelizmente, do cotidiano forense trabalhista, o ingresso exacerbado de reclamações com alegações totalmente falsas de dano moral. Observa-se que os petitórios incrementam fatos inverídicos para causar maior perplexidade aos Magistrados, tendo como objetivo o de acrescentar certa dose de sofrimento espiritual no empregado a qualquer ato ilícito cometido pelo empregador; que, em tese, pode causar, além dos danos materiais, o plus a título de indenização por danos morais. Esta acumulação de danos materiais com danos morais apesar de, abstratamente, ser admitida, por ser reiterada vezes ocorrida, passou a ser chamada de: “batatas fritas, que vêm como acompanhamento de ações na justiça ”. Salienta a ilustre advogada Nívea Maria Santos Souto Maior, autora de magnífico trabalho acerca do tema, que “ao se comparar os danos morais às batatas fritas, há na realidade uma parábola de que os danos morais são pleiteados muito mais por gula do que propriamente por fome.” Na maior parte das vezes, não há prova do dano, do ato ilícito, e nem mesmo do nexo causal. O pedido de dano moral traduz em lide temerária, disfarçado de direito de ação. O Poder Judiciário vem, de forma exemplar, rejeitando tais aventuras jurídicas que servem unicamente para banalizar um instituto tão nobre quanto a responsabilidade civil por danos extrapatrimoniais. Deveria, entretanto, ser mais incisivo e, ao rejeitar o pedido de dano moral, condenar o empregado na litigância de má-fé, nomeadamente nos casos que se mostrem mais absurdos, de forma a coibir e inibir tal prática. Os Tribunais Regionais e também o Tribunal Superior do Trabalho tem sido bastante criteriosos nas decisões quando se trata de condenação por dano moral, ressaltando que o empregador só pode ser condenado quando agir com culpa, nos casos de negligência ou imprudência, ou com dolo. Para que haja reparação por danos morais é mister (imprescindível) a apuração da conduta ilícita do empregador, o dano provocado e a relação de causalidade entre uma e outra. Assim é porque a responsabilidade civil do empregador pela indenização correspondente ao dano moral depende de prova e não de mera alegação do empregado. *Sérgio Queiroz Duarte é Advogado da Queiroz Duarte & Advogados Associados (www. queirozduarte. com.br), Presidente da Comissão de Direito Esportivo, Conselheiro e Procurador da OAB Barra Fotos: Alexandre Peconick Tiago Leifert – O que eu mais presto atenção é nas engrenagens da produção, na quantidade de gente. Como eles escalam produtores? Como eles fazem para ter todo mundo pronto no horário? É uma maquina fantástica, tocada por gente genial. Eu estou mais ligado nisso, nos bastidores, em como eles fazem o programa. Já na interação com os participantes, é impossível não se emocionar com eles. É muito fácil entrar no clima. E eu amo música! Foto: TV GLOBO/João Cotta ambiente da TV para as empresas, penso que este estilo de rir de si mesmo, saber errar e se corrigir é fundamental para qualquer pessoa que se pretende bem realizada. Se levar muito a sério só leva, na verdade, à frustrações e inimizades. NEWSLET – Certamente o talento demonstrado em programas esportivos contribuiu para que a TV Globo o convidasse a ancorar o “The Voice Brasil”. Mas o The Voice te ensinou muito não foi? Fotos: Site Sxc.hu Coluna Direto ao Direito Personagem / Capa | 2012 | Novembro / Dezembro | 11 Qualidade de Vida/Inovação Jungle Gym Brazil Fotos: Alexandre Peconick O empresário Miguel Estephanio mudou sua vida após o contato com exercícios como o slack-line (ao lado) e o jungle gym (baseado nas argolas da ginástica - abaixo) Um treinamento FUNCIONAL e INTELIGENTE para executivos O nome vem do Monkey bar gym que remete a uma imitação dos movimentos livres de um macaco em uma selva, com cipós, galhos (barras) e qualquer recurso natural que lhe impulsione os movimentos. Inspirado por esta visão e indignado com a mesmice de exercícios repetitivos que poucas novidades traziam para a saúde geral, o americano Jon Hind fundou esta prática há 25 anos entre os seres humanos. Um de seus discípulos, por meio de um curso no Brasil em 2009, o professor de Educação Física, Saulo Batista, adaptou a prática à nossa realidade e a rebatizou para Jungle Gym Brazil, que na verdade, é uma variação do treinamento funcional. O visual em nada se assemelha ao de muita gente “fazendo cara feia” para redesenhar corpos nos pesados aparelhos das academias de ginástica. Ao contrário. Trata-se de pessoas sorrindo e brincando com exercícios que utilizam cordas, meias-bolas, elásticos, bola-suíça (“bolão”), barras, cintos de tração, luvas de boxe, sacos de areia e qualquer outro recurso natural que libere os movimentos no meio ambiente. O popular slack-line, muito praticado nas praias, é um dos exercícios possíveis do Jungle Gym Brazil. “Existem cerca de um milhão e meio de exercícios”, 12 | Novembro / Dezembro | 2012 | diverte-se Saulo, ao relatar que em três anos de condução de práticas nunca repetiu uma sequência de exercícios. Em poucas horas o Jungle Gym Brazil traz benefícios mais completos não somente para a musculatura, mas para a mente e o bem-estar geral. Este aspecto tem chamado a atenção de muitos executivos, em geral, com pouco tempo disponível. Um deles é João Miguel Stephanio, 51 anos, sócio-diretor da Brasil Serviços. Há cerca de um ano e meio ele rompeu o tendão de aquiles e seu médico o encaminhou para as sessões do novo treinamento funcional desenvolvido por Saulo Batista. “Em apenas 12 sessões consegui muito mais do que recuperar a perna, ampliei minha capacidade aeróbica e conquistei um equilíbrio que não conhecia; melhorando muito o meu relacionamento com os meus colaboradores e a minha dimensão humana do que significa trabalho”, constata João Miguel. O executivo revela que além de estar mais disposto para o restante do dia – pratica o Jungle Gym Brazil de manhã cedo – ficou bem mais simples cuidar da saúde e organizar a agenda. Além do desempenho no trabalho e do relacionamento humano, a prática do Jungle Gym Brazil deu a João Miguel mais arrancada e melhor capaci- dade de se recuperar de um esforço, atributos que ele usa na prática de tênis, uma paixão pessoal. “Só preciso de uma hora por sessão de treinamento funcional para me condicionar e ter energia para um dia de trabalho, que é extremamente desgastante, ou um extenso jogo de tênis”, conta. Há sete meses Saulo Batista criou o Estúdio Jungle Gym Brazil. Em um salão no terceiro andar de um sobrado, no coração do Centro do Rio, dispôs os aparelhos desta “selva” em um conceito pioneiro de estúdio. Seu slogan é “preparamos você para viver nessa selva que é a cidade”. O professor argumenta que, se refletirmos os momentos do dia a dia, como uma viagem de metrô, uma visita ao supermercado, dirigir um automóvel em um engarrafamento ou o subir e descer de escadas em um prédio, percebemos que, para tudo isso, realizamos exercícios funcionais. Ex-Massoterapeuta do futebol do Fluminense F.C., Saulo admite que antes de conhecer Jon Hind estava desestimulado com tudo o que via em sua atividade. “É comum ouvirmos em uma academia “hoje vou malhar o peitoral, amanhã o glúteo e o abdômen”; mas o ser humano é integral e quando, por exemplo, sobe escadas, não usa só as pernas, mas os braços, o pescoço...”, explica. Nesta linha, o treinamento funcional adapta a pessoa para lidar naturalmente com qualquer atividade de seu dia a dia. Mas por que tamanho resultado? De acordo com Saulo, o exemplo do alto-executivo que vive sob influência do estresse e passa horas em reuniões, é notório. Ele sugere a este líder o trabalho com aparelhos que lhe façam buscar o equilíbrio e tragam o desafio de ter que se sustentar com o peso do próprio corpo. “O x da questão é que mais do que trabalhar apenas uma parte do corpo, cada exercício do Jungle Gym Brazil trabalha um conceito do corpo estar respondendo à mente”, esclarece Saulo. Há exercícios que trabalham com a memória, outros enfatizam, por exemplo, a concentração. Mas este conceito de atividade física precisa fazer sentido, mais: tem que ser divertido para quem o pratica. Por isto mesmo, assim como no RH, que busca casar a vaga com o candidato, antes de submeter qualquer pessoa aos treinos de Jungle Gym Brazil, Saulo realiza uma entrevista-diagnóstica. Pergunta-se da vida pessoal ao trabalho, passando pelo histórico de saúde. O objetivo é adaptar os atributos de cada conjunto de exercícios às necessidades de cada pessoa. Na montagem de um treinaSaulo Batista (à frente, de óculos) e a equipe do Estúdio Jungle Gym Brazil mento, pode-se variar na ordem dos exercícios, na intensidade e no tipo de movimento para cada aparelho. Por meio de uma balança de altíssima tecnologia que mede, entre outros aspectos, o metabolismo basal, o percentual de massa magra, a quantidade de líquido no corpo e o percentual de gordura, Saulo e sua equipe do Estúdio Jungle Gym Brazil têm estudado cientificamente como pessoas tão distintas, de crianças a jovens, passando por adultos, até idosos, evoluem muito em tão pouco tempo. Se em uma academia o intuito é perder peso ou ficar esbelto (a), para o treinamento funcional sentir-se mais forte, ágil e equilibrado vale mais e traz todo o restante a reboque, como mostram os números de seus praticantes na balança. Pessoas com problemas crônicos de saúde, tais como diabetes, pressão alta, distúrbios cardíacos, gastrites e úlceras também podem realizar o Jungle Gym Brazil ou treinamento funcional. “Para estes grupos o treinamento é ainda mais adequado; mas, na entrevista, peço teste de esforço e liberação do médico; o fundamental é o atendimento personalizado”, destaca Saulo. O professor também explica que apenas treinar não é o suficiente: a alimentação e o sono precisam ser adequados. É um tripé. Contudo, a prática dos exercícios ajuda o corpo a “pedir alimentos melhores” e a descansar com mais correção. “Após a atividade física, os hormônios se regulam e a qualidade do sono melhora naturalmente”, assegura. Segundo a maioria dos depoimentos de praticantes, no Jungle Gym Brazil ninguém fica olhando para o relógio e contando os segundos para acabar logo. “A sensação não é de esforço, mas de divertimento”, confirma um dos integrantes da equipe da Saulo. Mas os executivos que dizem “ter ganho mais horas de vitalidade para trabalhar” não são dignos de parabéns. A ideia do Jungle Gym Brazil, como Saulo ressalta, não é esta. “Aproveite estas horas a mais de energia para curtir a vida. Vá viajar, curtir a mulher, o filho!”, dispara. Fotos: Alexandre Peconick Qualidade de Vida/Inovação Eis apenas alguns benefícios de alguns exercícios SLACK LINE – Gera equilíbrio aos 28 músculos que envolvem abdômen e região lombar e força aos membros inferiores; além de ampliar a concentração. Você aprende a cair e a voltar. O exercício de voltar remete ao universo corporativo na questão da superação quando se está diante de um obstáculo. CORDA – A meta da corda é: sou capaz de sustentar o peso do meu próprio corpo. Progressão pedagógica de aprendizado e superação de limites. MEIA-BOLA – Ajuda a você manter o batimento cardíaco menos pesado em uma situação, por exemplo, de estresse. JUNGLE GYM – Exercício de força baseado nas argolas da ginástica olímpica. Ajuda a pessoa a trabalhar uma consciência corporal. | 2012 | Novembro / Dezembro | 13 Responsabilidade Social Foto: Alexandre Peconick Os “tios” Tatiana e Daniel posam ao lado de Kethlen, Karina, Lara e Kethicieny AMILGUINHO A criança entra em um ônibus para fazer uma “viagem diferente”. Na entrada há uma salinha de espera, onde lê livros infantis. Em seguida sobe na balança para medir o peso e conversa com uma psicóloga sobre hábitos de vida. Passo seguinte: vai para a “doutora da vista”, que checa a sua acuidade visual. Se tiver algum probleminha que a impeça de ler já ganha um presentinho: um par de óculos. Em seguida, receberá os cuidados do “tio dentista”, que, além de checar toda a sua arcada dentária, vai ensiná-la a usar fio dental, a escovar corretamente os dentes, entre outras dicas de higiene bucal. Antes de “dizer tchau aos tios e tias”, cada criança ganha um kit de higiene bucal e uma cartilha com dicas de saúde e cidadania. Esta descrição não chama a atenção de qualquer criança de classe média. Mas para alunos de rede municipal 14 | Novembro / Dezembro | 2012 | Um parceiro mais do que bacana para a EDUCAÇÃO de base do ensino infantil e fundamental, filhos de moradores de comunidades carentes, trata-se de uma oportunidade oferecida pela Amil, por meio do projeto Amilguinho, “filho-ilustre” da Universidade Corporativa da empresa. Em cinco anos as visitas do Amilguinho já atenderam a 24.760 crianças em quase 70 instituições de ensino. Realizado em parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro, beneficia, em cada visita, uma média de 80 a 100 crianças de dois a 12 anos. O projeto se destaca por associar os cuidados com a saúde, incluindo dicas para evitar doenças, ao desempenho escolar. “Todas as crianças que recebem os óculos, por exemplo, são observadas no período de três meses pelos professores e pela coordenadora pedagógica da escola, que preenche relatórios de acompanhamento escolar da criança; após esse período é verificado nos rela- tórios como elas melhoraram em relação à sociabilidade, concentração, participação nas aulas e até nas notas; o índice de melhora é bom; e não daria para ser tão melhor porque, muitas vezes, não há um acompanhamento em casa que possa aproveitar as dicas que oferecemos”, analisa Tatiana Figueiredo, Psicóloga, Analista de Recursos Humanos da Amil e Coordenadora do Amiguinho. Acompanhamos a visita do Amilguinho ao CIEP Governador Roberto da Silveira, em Rio das Pedras, comunidade em Jacarepaguá. Cada grupo de seis crianças fez o mesmo “circuito” descrito na abertura desta matéria em cerca de 10 a 15 minutos. Parece pouco? Não é. O resultado faz a diferença. “A volta das crianças do dentista e oftalmo neste espaço lúdico oferecido a elas é sempre muito produtiva; elas faltam menos e aprendem mais; afinal os profissionais da Amil sabem acolher e dar extrema atenção aos nossos alunos, o que acrescenta demais ao nosso trabalho educativo”, elogia Elizabeth Gomes, Coordenadora Pedagógica desta instituição que reúne cerca de 1400 crianças da educação infantil até o 5º ano do fundamental. De acordo com os profissionais da área de Saúde, em todo o Brasil, problemas de ordem visual e dentária estão, também, entre as principais causas do baixíssimo desempenho escolar na maioria das instituições da rede pública de ensino. A primeira década deste século, ficou marcada pelo extremo foco dado pelo RH à educação corporativa. No início da segunda, este mesmo RH, antenado, já descobre que precisa apoiar logisticamente a educação fora dos muros de sua empresa. E não apenas nas universidades. Organizações de visão, como a Amil, já perceberam que as deficiências dos profissionais vêm da educação de base, desde a mais tenra idade. Mais: que estas deficiências não se devem somente ao despreparo ou mau aparelhamento de professores, mas, sobretudo, a outras questões, como por exemplo, falta de condições básicas de saúde e saneamento às crianças que estão em idade escolar. Em cada atendimento do Amilguinho orienta-se sobre o básico e os problemas mais complexos são encaminhados aos hospitais. Em plena era da Internet muita informação básica ainda não chega às famílias de baixa renda. Por isto, a cartilha “Dicas de Saúde do Amilguinho” inclui dados interessantes sobre como se forma a visão humana, como ler sem forçar a vista, como identificar se você tem algum problema de visão. A equipe do Amiguinho, Tatiana, Daniel e Adriano: à procura de uma nova oftalmologista. Quem se habilita? Fotos: Alexandre Peconick Responsabilidade Social O dentista Daniel Ribeiro orienta uma das crianças sobre a forma correta de usar o fio dental O material também oferece dicas sobre a saúde dos ouvidos, calendários de vacinação, orientações em relação à saúde bucal e saúde geral, e até mesmo sobre como evitar acidentes domésticos e brincar com segurança. Segundo Tatiana, uma dos procedimentos mais importantes da equipe do Amilguinho, junto à direção das escolas, é o de dar o feedback sobre as crianças atendidas pelo projeto. A escola recebe informação sobre o quanto cada criança evoluiu ao ganhar os óculos e ao cuidar dos dentes. E também fica ciente daquelas que, mesmo com o benefício de saúde, não alcançaram um desempenho satisfatório. Viver a experiência do Amilguinho está significando muito aprendizado para a equipe envolvida no projeto. “O batepapo com as crianças é extremamente rico em termos de conhecermos outras realidades; são lições de vida”, sintetiza, Tatiana. “Este projeto me dá um norte, indica que não posso me fechar dentro daquilo que consideramos a Odontologia de alto nível porque há coisas muito básicas e simples de serem resolvidas que não o são; com o Amilguinho ganho uma visão mais ampla e desenvolvo mi- nha capacidade de dimensionar corretamente os problemas”, afirma o dentista da equipe Daniel Ribeiro, de 30 anos. A equipe, que já contou com duas oftalmologistas, Tânia Chaves e Anne Liessen, está em processo seletivo para buscar outra profissional nesta expertise que tenha o mesmo perfil de Tatiana, Daniel e do motorista Adriano, ou seja: um envolvimento visceral, de coração e alma no projeto. Tanto Tatiana como Daniel têm o voluntariado no sangue desde a infância. Tatiana concretizou no Amilguinho o seu primeiro trabalho neste campo, enquanto Daniel já atuava em projetos sociais na Faculdade de Odontologia da UFRJ. Os sentimentos deles se casaram com os da própria Amil, cujo DNA traz a ação social já na biografia de seu fundador, o Dr. Edson Bueno, que em sua infância teve déficit de acuidade visual. Por demorar a descobrir o problema, ele repetiu de ano algumas vezes em sua fase escolar. Sonhador, mas realizador por essência, o Dr. Edson consolidou no Amilguinho a sua vontade de proporcionar benefício às crianças. “Por tudo isto, o Amilguinho materializa o que o Dr. Edson e o que nós chamamos de Cultura de Atendimento: o valor do trabalho de equipe bem feito proporciona qualidade de vida às pessoas”, define Tatiana. As crianças mais sadias, felizes e com boas notas de hoje serão os tais “profissionais mais capacitados” dos quais tanto o mercado “tem fome” nos dias atuais. Que o exemplo da Amil motive outras empresas a entender que só teremos grandes profissionais se tivermos crianças sadias de corpo e alma. | 2012 | Novembro / Dezembro | 15 Por Dentro do RH Programa trainee O TALENTO SÓ VALE COM SUOR Com muito EMPENHO, Fabiana Fioretti (à esquerda) aproveitou todo o aprendizado proporcionado pelo Programa Trainee da Light e hoje é Gerente de Meio Ambiente; sua lapidação passou pelas orientações de Adriana Hasselman (à direita), Gerente de Gestão de Talentos e Desempenho 16 | Novembro / Dezembro | 2012 | A s organizações buscam atualmente profissionais que possam transitar entre as várias áreas e que tenham mérito para ocupar posições distintas. É o chamado “entender o todo da empresa”. Nesta direção, o Programa Trainee, um curso on the job intensivo de informações específicas, que inclui também traços culturais daquele ambiente de trabalho, “cai como uma luva” para cobrir algo que as universidades, normalmente, não conseguirão realizar. “Alguém pode ser muito bom no conhecimento teórico, mas, no dia a dia da empresa, quando terá que se relacionar com pessoas de níveis distintos, a realidade é outra e o aprendizado proporcionado pela ferramenta Programa Trainee é intenso”, destaca Débora Nascimento, Gerente Geral do Instituto Capacitare, empresa parceira do Grupo LET Recursos Humanos, que tem como uma de suas especialidades a montagem e condução de programas trainees por meio de sua divisão Programa de Estágio e Trainees (PET). Para que o lugar-comum “queremos jovens que oxigenem os negócios” tenha validade prática, o Programa Trainee instrumentaliza estes jovens para que suas capacidades inovadoras jamais sejam gessadas. Ao contrário: que eles tenham prazer em mergulhar no negócio. São os casos de Samuel do Amor, 24 anos, Engenheiro Eletricista da Technip e de Fabiana Fioretti, 29 anos, atual Gerente de Meio Ambiente da Light. Para Samuel, um dos 25 jovens formados pela primeira turma do Programa Futuro Engenheiro da Technip, o sentimento obtido nos últimos dois anos foi o de enxergar muito além de sua área de formação. “O aprendizado técnico cresce dentro da gente em alta velocidade, ao mesmo tempo em que o contato com diversas práticas me ajudou a entender o quanto é importante, primeiro, ser flexível comigo mesmo, para depois agir assim com os outros”, considera. Embora perceba que aprender com os problemas de cada projeto é muito construtivo para as suas competências, o jovem engenheiro entende que o fato de, como trainee, não ter a pressão de cumprir meta o ajuda a melhorar sua capacidade de comunicar melhor. Foto: Alexandre Peconick Conheça o real valor de um Foto: Alexandre Peconick Por Dentro do RH PARCERIA Esta é a grande qualidade da relação entre os trainees como Samuel do Amor e o negócio da Technip, para o qual tem sido decisivo o suporte de gestoras como Cristine Palma, Gerente de RH “Uma grande lição aprendida por Samuel com as equipes de trabalho na Technip é a de que talvez não se exija do profissional do futuro tanta excelência técnica, mas ele deverá ser um exímio comunicador; o fato de lidarmos, de três em três meses, com pessoas diferentes, ajuda demais a desenvolver esta capacidade”, assegura ele que passou por oito job rotations dentro do programa. No caso de Fabiana, da Light, outro fator diferencial foi o extenso network com a turma de trainees. “Além da amizade, a troca de ideias sobre projetos e as informações das áreas com pessoas das mais diversas formações, como advogado, engenheiro, administrador, entre outros, traz muito crescimento, nos acostumamos a enxergar questões sob os variados pontos de vista e isto ajuda a tomar as melhores decisões”, ressalta. Graduada em Biologia, Fabiana teve na Light a sua primeira experiência profissional e revela que o programa trainee da empresa superou em muito a sua expectativa inicial. Para ela o treinamento de liderança foi marcante e ajudou a aumentar nela a sede por buscar sempre o novo. “A própria vivência como trainee nos ajuda a lutar contra o conformismo, a não entrar em uma zona de conforto”, complementa. Outra vantagem de ter sido trainee: em pouco tempo Fabiana passou a conhecer bem a todos na empresa e aprimorou a sua capacidade de entender e dialogar com as pessoas. “Entrei querendo sugar toda informação possível e o que obtive foi muito mais do que simples informações”, conclui a atual Gerente de Meio Ambiente. Na Light o programa trainee dura apenas 10 meses, pois a finalidade é formar gente com “maturidade profissional” e não, necessariamente, líderes, de acordo com Adriana Hasselman, Gerente de Gestão de Talentos e Desempenho da Light. Em 2007 Adriana chegou à empresa tendo como uma de suas missões criar e implementar o programa, cuja primeiro turma, em 2008, teve 30 jovens. Em 2010, na terceira turma, o trabalho ganhou o suporte do Instituto Capacitare. “O trainee também ajuda os outros profissionais a repensar a forma como estão performando”, avalia Adriana. Na Light, assim como na Technip, profissionais com mais tempo de casa são treinados a atuar como coaches dos trainees Performar também é ponto chave para o sucesso do negócio, desde cedo, na Technip, uma das gigantes do segmento de óleo e gás e engenharia onshore, offshore e submarina. Cristine Palma, Gerente de RH, não gosta, contudo, do termo “trainee”, pois afirma que o programa da Technip é “híbrido”. A carência de Engenheiros com potencial para serem bem treinados faz do Instituto Capacitare um parceiro estratégico para a Technip no sentido de captar estes jovens nas melhores instituições de ensino. “Além da parte técnica, do coaching e mentoring, disponibilizamos ao jovem orientações sobre como fazer uma apresentação técnica; eles precisam saber como falar da empresa um cliente, abordamos também dicas de carreira, o papel deles na empresa e oferecemos bibliografia”, informa Cristine. Os formatos dos programas variam entre as empresas. Enquanto a Light decide no início do programa para qual área o jovem será encaminhado, na Technip esta decisão é tomada ao final dos dois anos de duração do Engenheiro do Futuro. | 2012 | Novembro / Dezembro | 17 Por Dentro do RH 18 | Novembro / Dezembro | 2012 | Foto: Alexandre Peconick Mas como oferecer às empresas esse jovem com talento para atuar sob pressão, vontade para aprender e prazer por atuar com ousadia? Nem sempre é tão simples. Dessa forma, o Instituto Capacitare estará em 2013 intensificando o seu refinamento para esta busca, estando mais presente nas feiras de estágio e trainees e estreitando relacionamento com escolas e universidades, mapeando todos os cursos. “Estamos também ligados nas redes sociais pela Internet, nos blogs de ex-alunos e faremos parcerias com sites, especializados em redes, para aumentar a velocidade da nossa colheita de gente com talento”, revela Débora Nascimento. Segundo a Gerente, é preciso se reinventar quando o assunto é divulgar algo para o jovem, “porque se dá certo hoje, semana que vem, ou mesmo amanhã, pode não surtir o mesmo efeito”, admite. Depois de captar, o Programa de Estágio e Trainees do Capacitare (PET) estuda o perfil da empresa, podendo oferecer um formato customizado de programa trainee, no qual monta as diversas etapas. Somente o processo seletivo pode chegar a quatro meses dependendo da complexidade do perfil de profissional demandado. “Este tempo é realmente necessário porque há que se fazer uma divulgação adequada, um período de inscrição que contemple os imprevistos e a primeira etapa, em geral, com provas online”, explica Débora. Após a prova online, em geral, acontecem as etapas presenciais: entrevista por competência; prova de inglês (oral e/ou escrita); dinâmica de grupo; os painéis, quando o candidato traz material de casa para apresentar ou é colocado em situações do dia a dia de empresa para desenvolver um case. Se a empresa desejar, o Capacitare pode ajudá-la a construir os diferentes módulos de um programa trainee, definindo estratégias, tempos de circulação entre as áreas, avaliações de desempenho (situando seus momentos de aplicação), rodadas de feedback dos gestores e dos próprios trainees. “Trabalhamos a capacidade de o RH envolver outras áreas; se necessário, oferecemos palestra sobre as nuances Especial - Pesquisa QUEM SABE, FAZ SEMPRE DIFERENTE A equipe do Capacitare responsável pela implementação de programas trainees: da esquerda para a direita Alexandra Faller, Sandro Sousa, Marcelo Nunes Débora Nascimento (Gerente Geral) e Camila Frances do programa trainee, que os ajude a enfatizar junto aos colaboradores que estes precisam entender o seu papel vital na formação e motivação dos trainees”. Segundo Débora, nem todas as empresas têm seus funcionários mais antigos preparados para ouvir frases como “se você fizer desse outro jeito poderá conseguir um resultado melhor”. Conforme apuramos, um trainee, de forma geral, é avaliado pela sua capacidade de absorver, interpretar e transformar o conhecimento em práticas inovadoras. Mas não apenas por isto: também é qualificado nele a sua capacidade de trazer fatos novos independente do conhecimento que receba. É muito valioso também o feedback que o trainee dá aos gestores para que o programa possa ser aperfeiçoado: às vezes o rodízio de área não foi o ideal, ou o tempo em que ele ficou em determinada área não foi o suficiente; ou ainda o desempenho dos mentores não foi, na visão dele, agregadora de valor. Todos estes dados são planilhados e avaliados. Por sua vez, o profissional de RH também precisa estar habilitado corretamente para lidar com um trainee. Segundo Alexandra Faller, Coordenadora da Divisão Programa de Estágios e Trainees do Capacitare, esse RH precisa ter capacidade de tomar rápidas e acertadas decisões, saber definir um bom planejamento estratégico e relacionar-se muito bem. Esta visão estratégica ajuda, por exemplo, ao profissional entender a importâncias da orientação também daqueles que, por algum motivo não foram aproveitados pela empresa após a experiência como trainees. É raro acontecer, mesmo porque o trainee já é admitido como um funcionário da empresa, com os mesmos direitos e deveres, mas acontece. “E agora?! Eu não fiquei...o que fazer?!” As empresas devem investir no que o mercado cha- ma de outsourcing, precisa orientar o jovem para o seu direcionamento de carreira independente dele ficar ou não no quadro. “O jovem deve encarar este período, independente do resultado, como extremamente valioso para as situações que ainda vai viver, como, por exemplo, fazer uma boa negociação ou visualizar o negócio sob um ângulo diferenciado”, pontua Débora, do Capacitare. Ângulo, aliás, muito bem descrito pelo Samuel, da Technip em uma analogia que ele faz da experiência trainee com o aprendizado de inglês: “É diferente aprender inglês em um curso do que ir morar nos EUA por seis meses; quando você vivencia, o aprendizado é mais natural e intenso; em uma sala de universidade não vivo um projeto de uma empresa de forma tão dinâmica”. 5 PASSOS para uma montagem de PROCESSO SELETIVO do PROGRAMA TRAINEE 1º - Entender e estudar a cultura da empresa, o cenário econômico no qual ela se insere e até a faixa etária das pessoas que trabalham lá. 2º - Mapeamento das vagas e cargos da empresa verificando quais áreas necessitam de um ou mais trainees, quais geram projetos, precisam renovar suas equipes etc. 3º - Traçar o perfil do trainee – um desenho macro para a cultura e os valores daquela empresa, levando em consideração as suas competências, depois o perfil por área e cargo. 4º – Montagem do processo seletivo – que etapas deve ter e como deve ser cada etapa 5º – Divulgação – Como deve ser – que universidades devemos priorizar, quanto tempo deve durar. Empregos QUENTES no Estado do Rio para 2013 M ais um final de ano recheado de sonhos. Um deles será realidade em 2013: muitas ofertas de emprego em todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro e para diversos segmentos, alguns deles estagnados na década passada. É o que aponta recente pesquisa realizada pela área de Planejamento Estratégico da Universidade Unigranrio que considerou 72 áreas de conhecimento. Engenharia, por exemplo, continuará tendo um crescimento acentuado com grande procura em Mecânica, Química, Meio Ambiente, Naval, Petróleo & Gás e Civil por conta dos grandes projetos e obras. Em serviços, serão muito valorizados os Profissionais de TI, Mídia e, sobretudo, os Psicólogos (as), que se empregam em diversos setores, do RH à área de Educação. Volta também a “era de caça” aos Geólogos, Arquitetos, Nutricionistas, Gestores Ambientais, Gastrônomos e Turismólogos. Embora as especificidades de cada profissão aumentem a cada dia (Direito, por exemplo) e exijam profissionais com pós-graduação, o maior número de vagas ainda será para as posições “operacionais”, que pedem o nível médio, o técnico, ou ainda o tecnólogo. “Os resultados da pesquisa nos ajudam a adequarmos as questões de conteúdo, tempo de formação, e quantidade de profissionais formados em nossos cursos às demandas de cada região do Estado”, aponta Ana Marçal, Assessora de Planejamento Estratégico da Unigranrio. Ana destaca que ainda é grande a dificuldade em preencher muitas das vagas O que está faltando e onde médio paraíba (Duque de Caxias, Guapimirim, Nova Iguacu...): • Engenheiro Mecânico • Engenheiro Civil • Administrador • Arquiteto • Técnico de Construção • Mestre de Obra • Operário serrana Baixada Litorânea baixada fluminense metropolitana costa verde (Angra dos Reis, Paraty, Itaguaí): • Gerente Hoteleiro • Recepcionista • Turismólogo • Administrador Fontes: Secretaria do Estado, PWC e seis centros de ensino (Rio de Janeiro – Capital): • Gerente Financeiro • Gerente hoteleiro • Recepcionista • Turismólogo • Supervisor de Vendas • Gestor Ambiental • Biólogo • Administrador • Arquiteto • Engenheiro Florestal • Geólogo • Mestre de Obra • Engenheiro Civil • Operário noroeste fluminense (Petrópolis, Teresópolis, Miguel Pereira, Nova Friburgo...): • Administrador de marketing • Advogado • Assistente Social • Engenheiro de Segurança no Trabalho • Nutricionista • Professor de Contabilidade • Psicólogo Social • Gerente Hoteleiro • Recepcionista • Turismólogo • Administrador Saiba, por região, o profissional que o Estadodo Rio está precisando. (Volta Redonda, Resende, Valença, Porto real, Piraí, Vassouras...): • Engenheiro Metalurgista • Engenheiro Civil • Farmacêutico • Gerente de Logística • Gestor Público • Nutricionista • Prof. de Educação Física • Prof. Inglês • Prof. de Espanhol • Prof. de Informática • Supervisor Comercial • Técnico de Controle de Produção • Administrador procuradas e a pesquisa ajudará a Unigranrio a direcionar esforços no sentido de atender ao meio empresarial. “Muitas profissões oferecidas se repetem em várias sub-regiões, mas o perfil de profissional buscado é distinto”, avalia. Tudo indica que em 2013, não apenas o Estado do Rio, mas o País terá muitos frutos em sua economia e dará muito trabalho aos RHs. A executiva alerta, no entanto, para um aspecto preocupante: se não conseguirmos, em pouco tempo, os profissionais que o gráfico abaixo mostra há grande risco de o Brasil perder esta curva de crescimento. metropolitana fluminense (Niterói-Itaboraí, São Gonçalo): • Engenheiro Mecânico • Secretária Bilíngue • Gestor Ambiental • Géologo • Mestre de Obra • Engenheiro Civil • Administrador • Arquiteto • Técnico em Metalurgia • Supervisor de Vendas (Saquarema, Búzios, Cabo Frio...):• Gerente Hoteleiro • Recepcionista • Turismólogo • Administrador (Lajes de Muriaé, Itaperuna, Itaocara, Miracema...): • Engenheiro de Petróleo e Gás • Administrador • Operário • Geólogo • Mestre de Obras • Arquiteto • Engenheiro Civil norte (Carapebus, Macaé, Campos , Quissamã...): • Gestor Ambiental • Engenheiro de Petróleo e Gás • Administrador • Operário • Geólogo • Mestre de Obras • Arquiteto • Engenheiro Civil Atividades Indústria Petróleo Construção civil Serviço | 2012 | Novembro / Dezembro | 19