“Uma conversa com WK” - Nelson Leirner apresenta

Transcrição

“Uma conversa com WK” - Nelson Leirner apresenta
“Uma conversa com W.K.” - Nelson Leirner apresenta o
trabalho mais emblemático entre os artistas com quem já
dialogou
A arte do sul-africano William Kentridge, com todo seu movimento,
sombras e elementos multimídias, é um convite para um encontro
com o mais novo trabalho de Nelson Leirner. Em “Uma conversa com
W.K.”, em cartaz a partir de 09 de setembro, na galeria Silvia Cintra
+ Box 4, Nelson constrói uma série de imagens nas quais as obras de
cada um se fundem, criando uma instigante interseção.
Como nas exposições anteriores, onde estabeleceu diálogos com
grandes artistas, a exemplo de Duchamp, Leonardo Da Vinci,
Mondrian, Fontana e o búlgaro Christo, a homenagem a Kentridge
surge primeiro de uma oposição para depois encontrar sua
identificação. “Kentridge é ruído e movimento. Eu sou silêncio; sou
tantas cores e ele, sombras, dramaticidade”, compara.
Se estas diferenças aparecem no trabalho de cada um, é na crítica à
condição política do Brasil e da África do Sul em que se dá a
identificação. “Ao estudar vida e obra do artista, descobri que há
muito em comum em nossas trajetórias”, conta Leirner, lembrando
que ambos foram vozes ativas contra o estado de exceção em seus
países. Kentridge, no que diz respeito ao Apartheid, e Nelson que foi,
sem dúvida, um dos mais contundentes críticos à ditadura brasileira.
A primeira vez que Leirner teve contato com Kentridge foi na 6ª
Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, e, segundo o artista, foi
bastante impactante. “Esta exposição talvez apresente o trabalho
mais emblemático entre os artistas com quem já dialoguei”, afirma o
artista. Sobre esta conversa constante, aliás, Nelson faz a seguinte
reflexão: “Quase sempre deixo muito claro com quem estou
dialogando ou uso de uma metalinguagem para criticar o sistema da
arte. É impossível não encontrar referência histórica na obra de arte,
pois não procuramos originalidade, mas sim um fio condutor que
sempre aparece mesmo inconscientemente”.
A mostra traz trabalhos bidimensionais, onde relevos se juntam à
tela, realizados em técnica mista. Uma conversa com W.K. fica em
cartaz até 11 de outubro.

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