1 volume 08 - número 04 - 2013 - magazine

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1 volume 08 - número 04 - 2013 - magazine
Revista ENAF Science Volume 8, número 4, Outubro de 2013 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
VOLUME 08 - NÚMERO 04 - 2013 - MAGAZINE
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Revista ENAF Science Volume 8, número 4, Outubro de 2013 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
É com grande satisfação que, no vigésimo sétimo ano de realização do Encontro
Nacional de Atividade Física/ENAF, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE.
Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a
todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de
acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição,
enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso
Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que
unem formação e produção.
É a partir desse contexto que a Revista on-line ENAF SCIENCE é novamente
lançada. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta
edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico,
seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster.
Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender
na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu
caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física.
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ÍNDICE DOS TRABALHOS
(Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho)
ARTIGOS
FLEXIBILIDADE ............................................................................................................................................................................................. 6
FATORES MOTIVACIONAIS QUE LEVAM ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO ENTRE 15 E 17 ANOS A PRATICAREM FUTSAL11
A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DA OBESIDADE. ................................................................................................ 22
A INTENSIDADE DE UMA AULA DE PILATES® ......................................................................................................................................... 27
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR E IDADE EM MULHERES QUE UTILIZAM SALTO ALTO ................................... 41
ANÁLISE DO CICLO DA MARCHA HUMANA ATRAVÉS DE SISTEMA BIDIMENSIONAL .......................................................................... 49
IDADE COM QUE AS CRIANÇAS INICIAM UMA PRÁTICA ESPORTIVA NOS CENTROS DESPORTIVOS DE SÃO JOSÉ DO RIO
PARDO-SP .................................................................................................................................................................................................. 58
ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E ESTADO DE HUMORNO PRIMEIRO SEMESTRE ESCOLARDE ADOLESCENTES
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ............................................................................................................................................................ 64
UTILIZAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL COMO DISPOSITIVO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS PRATICANTES DE
UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL. .............................................................................................................................................. 71
AVALIANDO OS ASPECTOS DE ESQUEMA CORPORAL, ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E ORGANIZAÇÃO TEMPORAL COM OS
ALUNOS PARTICPANTES DO PROJETO PIRACEMA, ATRAVÉS DA ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR – UMA ANÁLISE
APÓS INTERVENÇÕES AQUÁTICAS ......................................................................................................................................................... 77
DESENVOLVIMENTO MOTOR DOS PARTICIPANTES DO PROJETO COPAME SUBMETIDOS AO TESTE “ESCALA DE
DESENVOLVIMENTO MOTOR.................................................................................................................................................................... 84
EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DE COMÉRCIO ATACADISTA .................................. 91
OS EFEITOS DA MÚSICA NA ATIVIDADE FÍSICA...................................................................................................................................... 95
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR NO ENSINO FUNDAMENTAL ...................... 100
RESUMOS
ANÁLISE DO ARCO LONGITUDINAL MEDIAL PLANTAR EM PORTADORES DE HEMIPLEGIA ESPÁSTICA ........................................ 104
A INCLUSÃO DE ALUNOS CADEIRANTES NAS AULAS DE CAPOEIRA ................................................................................................. 105
A UTILIZAÇÃO DO ATLETISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ....................................................................................................... 106
ANÁLISE COGNITIVA DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE DE UM MUNICIPIO DA
AMAZÔNIA/OCIDENTAL ........................................................................................................................................................................... 107
EFEITOS DA PRÉ-TEMPORADA EM ATLETAS DE FUTEBOL PROFISSIONAL DE CAMPO SEGUNDO SUAS CAPACIDADES FÍSICAS
E ANTROPOMÉTRICAS. ........................................................................................................................................................................... 108
ATIVIDADES LÚDICAS PARA REABILITAÇÃO DE PACIENTE COM PARKINSON: ESTUDO DE CASO ................................................ 109
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO EM PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIA
MUSCULAR DE DUCHENNE .................................................................................................................................................................... 110
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AVALIAÇÃO DA ESPESSURA MUSCULAR MASTIGATÓRIA EM PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR DE
DUCHENNE ............................................................................................................................................................................................... 111
AVALIAÇÃO FUNCIONAL E DO EQUILÍBRIO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS ......................... 112
ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS DO MUNICÍPIO DE MACHADO: CRITÉRIOS IMC POR IDADE, SEGUNDO
FAIXA ETÁRIA E SEXO. ............................................................................................................................................................................ 113
COMPORTAMENTO ANTROPOMÉTRICO E FÍSICO DE UM GRUPO DE DETENTOS SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE ATIVIDADE
FÍSICA REGULAR...................................................................................................................................................................................... 115
ANÁLISE DO ARCO LONGITUDINAL MEDIAL PLANTAR EM PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL TOTAL .................................. 116
ANÁLISE ERGONÔMICA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE UM SETOR DE SECRETARIA ............................................................ 117
MODELO DE ADEQUAÇÃO POSTURAL PARA DISPOSITIVOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO- REVISÃO DA LITERATURA ............ 118
EFEITOS DA SENESCÊNCIA NA POSTURA CORPORAL ....................................................................................................................... 119
ATLETISMO: UMA ANÁLISE DO PROJETO “ATLETA NA ESCOLA” ........................................................................................................ 120
CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO EM ATLETAS DE FUTSAL NAS DIFERENTESPOSIÇÕES TÁTICAS ............................................ 121
EFEITO DO LASERTERAPIA NA MELHORA DO DESEMPENHO MUSCULAR – PROPOSTA DE PESQUISA ....................................... 122
EFEITOS DO ISOSTRETCHING NO INDIVÍDUO SENIL .......................................................................................................................... 123
O EXERCICIO FÍSICO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE EM INDIVIDUOS COM A SINDROME DE PARKINSON ................................. 124
FORÇA EXPLOSIVA MÁXIMA DE PRATICANTES DE BASQUETE E FUTSAL ........................................................................................ 125
EFEITOS DA SENESCÊNCIA NO DESLOCAMENTO DE MASSA E EQUÍLIBRIO ESTÁTICO ................................................................. 126
ANÁLISE BIOFOTOGRAMÉTICA DE PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA ................................................ 127
ANÁLISE DA FORÇA E ESPESSURA MUSCULAR EM PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA ........................ 128
PROPOSTA EMPREENDEDORA DE INOVAÇÃO NO TRATAMENTO DE PACIENTES NEUROLÓGICOS HIPERTÔNICOS ................. 129
ANÁLISE FOTOPODOSCÓPICA DE PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA................................................. 130
OS BENEFÍCIOS DO ESPORTE COM ÊNFASE NO ATLETISMO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIENCIAS. ...................... 131
ANÁLISE CINESIOFUNCIONAL E DO PADRÃO RESPIRATÓRIO EM PORTADORES DE PROTETIZAÇÃO POR OSTEOSARCOMA –
PROPOSTA DE PESQUISA. ..................................................................................................................................................................... 132
PERFIL DE FORÇA E FLEXIBILIDADE DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE DE UM MUNICIPIO DA
AMAZÔNIA/OCIDENTAL ........................................................................................................................................................................... 133
TESTE DE COOPER EM CORREDORES DE MEIO FUNDO COM DEFICIÊNCIA VISUAL ...................................................................... 134
COMPARAÇÃO DA INFLUENCIA DA FLEXIBILIDADE NO PERCENTUAL DE GORDURA DE JOVENS MULHERES PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 135
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA E O CULTO AO CORPO EM ADOLESCENTE DE 14 A 16 ANOS. .................................................................. 136
ATIVIDADE FÍSICA E MUDANÇA DE COMPORTAMENTO EM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA 137
PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E RISCO CARDÍACO NOS ALUNOS MATRICULADOS NA ACADEMIA ESPAÇO LIVRE ....... 138
TREINAMENTO DE FORÇA EM IDOSOS MELHORA PARÂMETROS DA PERFORMANCE NEUROMUSCULAR E FLEXIBILIDADE. ... 139
ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES .. 140
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O TREINAMENTO RESISTIDO COMO AUXÍLIO PARA REDUÇÃO DE PESO EM OBESOS ................................................................... 141
A AQUISIÇÃO DE FORÇA, RESISTÊNCIA E FLEXIBILIDADE ATRAVÉS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA ATLETAS DE
TAEKWONDO: É POSSÍVEL? ................................................................................................................................................................... 143
A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO SEDENTARISMO ......................................................................................................................... 144
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E ANTROPOMETRIA DOS PRESIDIÁRIOS DO MUNICÍPIO DE MACHADO, MG. ................ 146
QUANTIFICAÇÃO DAS AÇÕES TÉCNICAS DURANTE AS LUTAS DE KARATE DA CATEGORIA SENIOR FEMININO ......................... 147
A INSERÇÃO FEMININA NAS ARTES MARCIAIS..................................................................................................................................... 148
ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR APÓS 8 SEMANAS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DO
SETOR DE TELEMARKETING. ................................................................................................................................................................. 149
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ARTIGOS
FLEXIBILIDADE
Luis Fernando de Magalhães Teixeira1
[email protected]
Alexsander Dickinson Manasses Miranda2
[email protected]
Eduardo Henrique Brosco da Cruz3
[email protected]
1
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, ENAF/GAMON, Minas Gerais
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, ENAF/GAMON, Minas Gerais 3Prof. Msdo em
Ciências do Desporto, UTAD – Portugal.
2
RESUMO
A flexibilidade no corpo humano é a amplitude de movimento de uma determinada
articulação. Para que essa amplitude aumente são necessárias certas modalidades de
treinamento, dependendo do objetivo esperado. A genética e o modo de vida também são
fatores que influenciam na AM. A flexibilidade é geralmente classificada em: específica,
ativa, passiva e estática. A pesquisa tem como objetivo demonstrar que tais treinamentos
podem resultar em benefícios para a saúde, tanto em atletas como em não atletas.
Palavras-chave: flexibilidade, alongamento, articulações.
ABSTRACT
The flexibility in the human body is the motion amplitude of a certain joint. For this amplitude
get increase, certain types of training are needed, depending of the expected goal. The
genetics and the lifestyle are also factors that influence the MA. The flexibility is usually
classified into: specific, active, passive and static. The research aims to demonstrate that
such training can result in health benefits for both, athletes and non-athletes.
Keywords:flexibility, stretching, joints.
INTRODUÇÃO
Inúmeros são os estudos realizados que afirmam tanto diversos benefícios como prejuízos
dos exercícios de alongamento e ganhos de flexibilidade.
A flexibilidade é uma capacidade física que pode ser relacionada à saúde e ao desempenho
desportivo e descreve a Amplitude de Movimento (AM) que uma articulação pode realizar.
Neste trabalho nos aprofundaremos nas noções e aspectos que definem o que é a
flexibilidade, quais seriam os meios de alcançá-la, mantê-la, exemplos de treinamentos e
possibilidades de medição dela, considerando a priori que trabalharemos os aspectos
benéficos desta capacidade.
OBJETIVOS
A pesquisa tem como objetivo instruir os profissionais de atividades físicas sobre os
conceitos e treinamentos de flexibilidade em atletas e não atletas. Para tanto, serão
abordados os benefícios para o corpo, as formas de alcança-la e de mantê-la.
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METODOLOGIA
A presente investigação tem como objetivo revisar na literatura os efeitos da flexibilidade na
musculatura. Embora não haja consenso sobre a definição precisa de flexibilidade, existe
uma vasta literatura científica sobre o assunto. Para obtenção dos dados foram utilizadas
basicamente duas vias: livros e artigos.
REVISÃO DE LEITURA
Diante de inúmeros estudos,temos a oportunidade de evidenciar alguns componentes da
aptidão física, pois, dentre eles, a flexibilidade é um componente de extrema importância
para a saúde humana.
A palavra flexibilidade é derivada do latim flectere ou flexibilis, que significa dobrar,
flexibilizar ou ser flexível. Podemos defini-la então, ao aplicá-la como conceito de anatomia,
como a disponibilidade de uma articulação em ser movimentada ao longo de toda a
amplitude natural do movimento. É a capacidade de um determinado músculo de se “esticar”
(deslizamento dos sarcômeros) até um limite seguro, ou seja, sem sofrer danos. Esta
magnitude não está somente determinada pelos músculos, mas, principalmente, pela
articulação e do seu tecido circundante (ligamentos e tendões). Fox & Mathews (1983),
afirmam que as estruturas de tecidos moles contribuem para a resistência articular, sendo,
por ordem decrescente: cápsula articular - 47%, músculos - 41%, tendões - 10% e pele - 2%.
Ainda segundo esses autores, as estruturas com maior grau de colágeno possuem menor
grau de extensibilidade.
A classificação da flexibilidade varia de autor para autor. Para Weineck (2003), são vários
tipos e estão classificados a seguir:

Flexibilidade geral: compreendem o maior número dos principais sistemas articulares
que dependem do nível de desempenho físico de quem pratica;

Flexibilidade específica: refere-se à pratica desportiva e a uma determinada
articulação que é utilizada como um gesto desportivo próprio;

Flexibilidade ativa: é estabelecida pela contração dos músculos agonistas e pelo
relaxamento dos músculos antagonistas, onde alcançam a maior amplitude articular, sem o
auxílio externo;

Flexibilidade passiva: apresenta-se como maior amplitude de movimento de uma
articulação com auxílio de uma pessoa ou material, ou ainda utilizando o próprio peso
corporal, pois a capacidade de extensão é bem utilizada;

Flexibilidade estática: realizada quando o corpo mantém um alongamento por um
determinado tempo.
Considerando as definições citadas, nota-se que para aplicar exercícios de flexibilidade é
necessário ter um prévio conhecimento em anatomia humana, cinesiologia, biomecânica
entre outros, para que não sejam cometidos erros que podem prejudicar não apenas os
músculos, mas também as articulações.
Há fatores que influenciam a flexibilidade, como os que seguem:
Endógenos - idade; sexo (anatômico e hormonal); individualidade biológica; raça;
somatotipo; tonicidade muscular; doenças.
Exógenos - hora do dia; temperatura ambiente; exercícios (aquecimento); vestimentas.
Para a eficácia da flexibilidade, para mantê-la e desenvolve-la são necessários exercícios de
alongamento com tempo de 30’’ por segmento corporal. Segundo dados da literatura, para o
desenvolvimento gradual da flexibilidadeé possível se realizar tais exercícios três vezes por
semana ou diariamente em um período regular. Weineck (1999) observa que, com o
aumento da flexibilidade, certos movimentos podem ser realizados com mais força e
velocidade, tendo um número maior de fibras musculares alongadas, favorecendo toda a
amplitude de movimento de uma articulação, dita normal, atuando principalmente sobre a
elasticidade muscular.
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O treino para maior flexibilidade proporciona um aumento entre os espaços dos ligamentos
articulares, que pode ocasionar com isso um desenvolvimento na massa muscular;devemos
observar, no entanto, que somente a prática desse treino não é o suficiente: o estímulo de
força, o repouso, a dieta e o fator genético do indivíduo são elementos de suma importância
para a obtenção de uma boa hipertrofia muscular e uma boa flexibilidade, pois estudos
canadenses mostram que o fator genético contribui cerca de 48% a 79% para a flexibilidade,
ou seja, as pessoas que nascem com pouca flexibilidade necessitam de uma sessão de
treinamento de flexibilidade mais acentuada, evitando com isso o encurtamento da
musculatura.
Quando a amplitude excede o normal, o estímulo atua não apenas sobre a elasticidade
muscular como também sobre a mobilidade articular (MARCHAND, 1992).
Deve-se levar em consideração que a flexibilidade por si própria tende a diminuir ao longo
dos anos em todas as pessoas, fisiologicamente falando, ainda mais nos indivíduos que
possuem uma pré-disposição genética limitada.
Dentre os fatores que mais favorecem a redução dos níveis de amplitude articular destacamse: atrofia devido ao pouco uso articular, aumento da idade e hereditariedade (WERLANG,
1997).
Quando há o encurtamento muscular devido ao acentuado volume de massa muscular em
uma pessoa, a flexibilidade dela foi prejudicada pelo fato de não ter cultivado um trabalho de
flexibilidade paralelamente ao aumento de massa muscular. Geralmente, quando ocorrem
casos dessa natureza, esses indivíduos tendem a não desenvolver uma harmonia na
musculatura, tendo a origem ou inserção dos músculos não totalmente alongada, e até
mesmos vícios posturais.
Ainda que muitos pensem na flexibilidade como sendo uma capacidade uniforme para todo o
corpo, estudos científicos comprovam que na realidade a flexibilidade é especifica de uma
articulação para outra, ou seja, não necessariamente o fato de apresentar uma boa
flexibilidade em determinada área do corpo irá assegurar o mesmo desempenho nas outras.
Por exemplo, uma AM (amplitude de movimento) adequada do joelho não assegura uma
(AM) adequada do tornozelo.
Os tipos de treinamento de flexibilidade variam de acordo com a atividade física proposta,
assim sendo, não se pode comparar a flexibilidade da população normal com a de atletas;
pessoas com poucas atividades físicas, atividades repetitivas ou sedentárias apresentarão
uma estrutura corporal bastante diferente de quem pratica exercícios físicos específicos para
atingir determinado desempenho corporal. Da mesma forma, mesmo dentre as diversas
modalidades de atividades físicas há diferentes formas de se trabalhar o corpo e exigências
em relação à capacidade de flexibilidade.
Quanto aos métodos de treinamento podemos destacar:
Exercícios leves – aquecem os músculos e as estruturas articulares, provocando uma
diminuição na viscosidade intracelular e intra-articular, além de proporcionarem um aumento
da espessura da cartilagem articular, evitando assim seu desgaste e diminuindo o risco de
lesões.
Esse tipo de exercício deve ser realizado no início e no final de cada atividade, seja ela de
preparação física, tática ou técnica.

Método ativo – ao se exercitar, sair de uma posição precisa até chegar à outra,
lentamente, permanecendo até o final por um período na mesma posição.

Método passivo - movimentos leves com a ajuda de aparelhos ou de um
companheiro.
Exercícios intensos – esse tipo de exercício só deve ser realizado após um bom
aquecimento, que deverá incluir exercícios de flexibilidade de baixa intensidade.

Método ativo- consiste em realizar o movimento de forma explosiva, atingindo o
limite da articulação. É muito suscetível a lesões. Comum em atividades como lutas e dança.
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
Método passivo- movimentos de explosão com a ajuda de aparelhos ou um
companheiro, de acordo com a sensação inicial de dor.
Caso ocorra uma lesão deve-se adotar, como regra geral, o repouso imediato, aplicação de
gelo, elevaçãoda parte lesionada e procurar um médico especialista. Quanto mais cedo for
realizado o diagnostico e o tratamento, melhor (mais efetiva) e mais rápida será a
recuperação.
Já na saúde e no dia a dia, um seguro e efetivo programa de treinamento traz muitos
benefícios, tais como: melhoria do desempenho físico, menores riscos de lesão, redução da
dor muscular, melhoria da postura, aumento da circulação e transporte de nutrientes,
redução de dores nas costas, ajuda a relaxar a mente e o corpo trazendo uma sensibilidade
mais elevada de bem estar e gratificação pessoal.
A medição da flexibilidade permite ao profissional avaliar as disfunções articulares ou
musculares, predisposições a patologias do movimento e os avanços no treinamento e na
recuperação funcional.
Há vários métodos para isso em relação a cada articulação.
Testes lineares:

Sentar e alcançar (Banco de Wells) - é utilizado para medir a amplitude da parte
superior do tronco e pernas. Neste teste, o avaliado deverá sentar-se sobre o assoalho ou
colchonete com as pernas plenamente estendidas e plantas dos pés contra a caixa usada
para a realização do teste. O aluno deverá inclinar-se lentamente e projetar-se para frente
até onde for possível, deslizando os dedos ao longo da régua. A distância total alcançada
representa o escore final, sendo que serão realizadas três tentativas de
alcance. Precauções:o avaliador colocado perto da fita métrica controla os joelhos para que
eles não sejam flexionados; que seja feita uma expiração enquanto é realizada a flexão e
que o avaliado consiga sustentar esta posição por pelo menos dois segundos.
Testes adimensionais:

Flexitestes - Para essa avaliação é necessário apenas um colchonete. Sem realizar
aquecimento execute movimentos de forma passiva, ou seja, deixe o profissional realizar
movimentos em algumas articulações, como o quadril, tronco, ombro até seu limite.
Comparando-o seguidamente o grau de amplitude ao gabarito de avaliação abaixo.
Pontuação Classificação
< 09
Nível de flexibilidade, muito pequeno (ancilose)
09 - 12
Nível de flexibilidade, pequeno
13 - 16
Nível de flexibilidade, médio negativo
17 - 20
Nível de flexibilidade, médio positivo
21 - 24
Nível de flexibilidade, grande
> 24
Nível
de
flexibilidade,
(hipermobilidade)
muito
grande
(Fonte: FERNANDES, 1998)
Testes angulares:

Flexímetro angular - esse equipamento oferece precisão e praticidade nas
mensurações dos movimentos angulares.

Goniômetro - composto por duas réguas transparente com graduação de 360º. Ideal
para medir os ângulos formados por joelho, cotovelo e outras articulações.
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CONCLUSÃO
Fica evidente que obedecer aos princípios de treinamento, de forma racional e metódica, é
fundamental para que sejam alcançados resultados positivos na prática de exercícios
físicos,tendo como objetivo a melhora no autorendimento ou na saúde e qualidade de vida.
Além disso, é possível observar também a importância da conquista e da manutenção da
flexibilidade para o melhor desempenho nas atividades, sejam elas diárias ou específicas, do
cotidiano ou esportivas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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HOLLMANN, W.;HETTINGER, T. Medicina do Esporte.São Paulo: Editora Manole, 1989.
COELHO, C. W.; ARAÚJO C. G. S. Relação entre aumento da flexibilidade e
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1980.
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Comunidade Esportiva, 1985.
WELLS, K. F.; DILLON, E. K. The sit and reach: a test of back and leg flexibility.Res
Quart, 1952.
PITANGA, F.J.G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. São
Paulo: Phorte, 2004.
DANTAS, E.H.M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. 3. ed. Rio de Janeiro:
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FATORES MOTIVACIONAIS QUE LEVAM ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO
ENTRE 15 E 17 ANOS A PRATICAREM FUTSAL
RONDINI, O.M.1
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo analisar os fatores motivacionais que levam
adolescentes do sexo masculino entre 15 e 17 anos do Clube Esportivo de Boa Esperança MG à prática do futsal. Constituíram a pesquisa 32 adolescentes com média de idade de 16
anos e 6 meses. O instrumento utilizado para análise foi a aplicação do Inventário de
motivação para a prática desportiva adaptado de Gaya e Cardoso (1998) que é composto
por 19 perguntas objetivas, subdivididas em três categorias: competência desportiva, saúde
e amizade/lazer. Cada uma das categorias possui três níveis de importância: 3 para muito
importante, 2 para pouco importante e 1 para nada importante. Os resultados através da
análise indicam que o fator competência desportiva é o fator motivacional mais relevante
para a prática do futsal, seguido pelo fator saúde e por último o fator amizade/lazer.
Portanto, a motivação além de ser um fator essencial para a prática do futsal, onde pode
influenciar diretamente os alunos nas suas escolhas, deve ser estudada e compreendida
para que possa estar atraindo cada vez mais este público para o desporto e também
evitando o abandono dos adolescentes não apenas desta prática desportiva, mas de todas
as atividades físicas.
Palavras-chave: Motivação. Adolescentes. Futsal.
1 INTRODUÇÃO
O Futebol de Salão, nos dias de hoje Futsal, é uma das modalidades mais praticadas no
Brasil inteiro e teve seu início por volta dos anos 30, onde as peladas de várzeas
começaram a ser adaptadas nas quadras de basquetes e em pequenos salões. As primeiras
regras começaram a surgir tendo em vista que precisavam ordenar a prática do novo
esporte nas aulas de educação física (FERREIRA, 1998).
Há algum tempo atrás as crianças e adolescentes jogavam bola nas praças, ruas,
campinhos, longe de regras e professores, sem a obrigação de regras oficiais, horários,
competições oficiais e o ensino sistematizado. Ainda há as que jogam na rua, mas
principalmente nas cidades grandes isso já é muito incomum de se ver. Com base no
desenvolvimento dos grandes centros urbanos, começaram a surgir as escolinhas de futsal,
onde as crianças começaram a deixar de lado o aspecto lúdico e começaram a vivenciar
princípios como a competição, a disputa e exclusão (SANTANA, 2004).
1
Licenciado e bacharel em educação física pelo Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG 2008-2011. Pósgraduando em Treinamento Desportivo pelo ENAF.
[email protected]
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Nos dias atuais o esporte é sem sombra de dúvidas um fenômeno econômico e social de
primeira importância, no mundo inteiro. Por isso exerce uma grande influência para o
aumento da busca de crianças e adolescentes pela prática de alguma modalidade esportiva,
seja para a ocupação do tempo livre, como busca de uma vida saudável ou até mesmo
como profissão. É de extrema importância para que os profissionais da área saibam o que
motiva estas pessoas a ingressarem, se manterem ou até mesmo abandonarem o esporte
(VEIGA; TEIXEIRA, 2005).
O presente estudo tem como objetivo geral identificar os motivos que levam adolescentes do
sexo masculino entre 15 e 17 anos a praticarem futsal e como objetivo específico comparar
os motivos encontrados com a literatura pesquisada.
O projeto faz-se necessário a partir do momento em que é possível perceber a importância
da prática desportiva no desenvolvimento motor, emocional e social dos adolescentes. Os
resultados esperados poderão gerar novas idéias e atividades para que os profissionais
envolvidos na prática do futsal possam desempenhar com maior qualidade as suas funções
através dos motivos que levam os adolescentes à procura desse esporte. Por fim, é
justificado o fato de que este projeto poderá gerar, também, dados que orientem a busca de
novas informações através da realização de pesquisas que se relacionem ao tema proposto.
Com base nas presentes afirmações, criou-se a necessidade de verificar: quais os motivos
que levam adolescentes de 15 a 17 anos a praticarem futsal?
2 INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL (IEU)
A iniciação esportiva é a fase em que a criança começa a prática regular e orientada de uma
ou mais modalidades esportivas, tendo como objetivo dar continuidade ao seu
desenvolvimento de forma integral, não implicando em competições regulamentadas. Podese dizer que a iniciação esportiva é quando a criança começa a aprender e aperfeiçoar suas
habilidades motoras de forma planejada. Contudo é extremamente importante levar em
conta as características das crianças, para que elas não sejam consideradas mini-adultos e
possam acarretar diversos problemas em sua vida futura (RAMOS; NEVES, 2008).
Pinni e Carazzatto (1978) sugerem que:
A iniciação esportiva da criança deva obedecer a duas fases distintas: geral e especializada.
Na iniciação geral, que se daria dos 2 aos 12 anos de idade, o objetivo maior seria de
formação, preparação do organismo a esforços posteriores, desenvolvimento das qualidades
físicas básicas e contato com os fundamentos das diversas modalidades. Não deve haver
uma preocupação centralizada na competição esportiva. Na fase seguinte, a partir dos 12/14
anos, o adolescente seria orientado para a especialização esportiva (PINNI; CARAZZATTO,
1978 apud SILVA ; GAMA, 2010, p.2).
Deve-se levar em conta que a criança que inicia a prática sistematizada de treinamento na
escola ou no clube não terá garantida sua formação atlética simplesmente por seus
domínios técnico-táticos. Deve-se levar em consideração o seu todo, respeitando seus
aspectos sociais, mentais e espirituais. Caso a criança opte em se especializar em uma
determinada modalidade, pode utilizar-se de tais conhecimentos, fortalecendo o
direcionamento na busca por um melhor aperfeiçoamento. Torna-se valioso também, o
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cuidado do educador em diagnosticar, durante a prática, quais crianças e adolescentes
necessitam mais de um ou outro estímulo, a fim de promover uma aprendizagem
verdadeiramente significativa (OLIVEIRA; PAES, 2004).
Acredita-se que a iniciação esportiva deva ser estendida pelos agentes esportivos:
técnicos, educadores, dirigentes e demais como um processo que tem seu início quando as
crianças vivenciam situações de jogos até o final dos 14 anos, período em que há a
necessidade de especialização em uma modalidade quando se tem por objetivo a formação
do atleta. Esse processo chamado de iniciação esportiva deve fornecer experiências aos
praticantes, aliada a um projeto onde o ensino das habilidades e o desenvolvimento das
capacidades motoras, ocorram de forma diversificada e lúdica, motivando a participação e a
aprendizagem do maior número possível de crianças possibilitando um melhor
desenvolvimento da aprendizagem motora, fornecendo assim, bases para as futuras
especializações nas modalidades escolhidas pelas próprias crianças (OLIVEIRA; PAES,
2004).
2.1 Futsal
No Brasil, o futebol de salão teve seus primeiros passos também por volta dos anos 30,
tendo como referência um trabalho de Roger Grain que publicou em uma revista as normas
e regulamentos para a prática do futebol de salão. Já em julho de 1954 foi fundada a
primeira entidade oficial, a Federação Metropolitana de Futebol de Salão no Rio de Janeiro e
no ano seguinte a fundação da Federação Paulista. A década de 90 representou um grande
marco na trajetória do futebol de salão, pois a partir da sua fusão com o futebol de cinco,
surgiu então o “Futsal”, terminologia que foi adotada para identificar esta fusão no contexto
esportivo internacional (FERREIRA, 1998).
Há indícios que as crianças brasileiras constituem a maior população praticante do
futsal, isso pode ser evidenciado devido à urbanização que fez com que os locais onde as
crianças brincavam e jogavam as suas primeiras partidas dessem lugar a complexos
residenciais e comerciais, logo as crianças encontraram as quadras das escolas, clubes e
condomínios para realizarem sua prática esportiva (FREIRE, 2003 apud PINTO; SANTANA,
2005).
Mutti (1999) nos diz que:
O futsal é a modalidade esportiva mais praticada no Brasil, abrangendo todas as faixas
etárias, principalmente as crianças e adolescentes no qual ocupa um lugar de destaque no
cenário nacional. O número de equipes filiadas às federações e ligas é muito grande. Dentre
estes podem ser citados: (1) os colégios; através das suas escolinhas de esportes, (2) os
clubes; montando e mantendo equipes, (3) as Universidades introduziram em seus
currículos a disciplina futsal; (4) a criação de uma competição em nível nacional entre os
clubes, (5) a divulgação através da imprensa, enfim o futsal conquista seu espaço.
Variando de acordo com a idade, as categorias de iniciação ao futsal podem ser
divididas de acordo com a faixa etária das crianças e adolescentes, são elas: Chupetinha
(Menos de 5 anos), Mamadeira ( 5 e 6 anos), Fraldinha ( 7 e 8 anos), Pré-Mirim ( 9 e 10
anos), Mirim (11 e 12 anos), Infantil (13 e 14 anos), Infanto (15 e 16 anos) e Juvenil (17, 18 e
19 anos) (TENROLLER, 2004).
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As literaturas nos mostram que a prática de uma única modalidade esportiva coletiva
deve começar por volta dos 10, 11 anos o que pode parecer estranho ao falarmos que em
alguns casos o futsal inicia-se por volta dos cinco anos de idade, entretanto não se pode
ignorar a realidade de nosso país. Ainda que uma boa parte de leigos pense ser fácil tratar
deste tema, a iniciação ao futsal não é nada simples devido a dois motivos: a) por ser um
período muito longo (dos 4 aos 12 anos); b) por ser um fenômeno muito complexo, pois
reúnes pessoas de formação de idéias muitos distintas e que podem influenciar as crianças
como os técnicos, professores, pais, mídias dentre outras (SANTANA, 2004).
Para o início da prática do futsal, as crianças contam com professores e ou
treinadores que são os especialistas mais próximos dos atletas para terem apoio, conselhos,
fornecer estratégias e realizar um papel de líder. Treinadores e ou professores podem
interferir ativamente não apenas no desenvolvimento motor das crianças, mas também em
seu desenvolvimento social e emocional, representando mais que uma figura de
comandante, mas também um exemplo de boa conduta e de vida para seguir (VOSER,
2003).
2.2 Motivação
A motivação é um fator de muita importância na busca dos objetivos de qualquer pessoa. Os
treinadores reconhecem este fator como sendo primordial tanto em treinamentos quanto nas
competições. A motivação é um elemento básico para qualquer atleta seguir as orientações
do treinador e praticar diariamente suas sessões de treinamento (BECKER, 1996).
Marques (2003) afirma que:
A motivação é o combustível do atleta. Por isso, não pode prescindir sem ela. É através
desse elemento que os atletas vão conseguir empenhar-se, dedicar-se e até superar
obstáculos dentro do meio esportivo.
O termo motivação vem da palavra em latim “movere” que significa mover. Motivação
refere-se à direção e persistência de se realizar determinada ação, sendo que a direção
inicia um comportamento a determinada ação (DOSIL, 2004; MINICUCCI, 1995; apud
ALBUQUERQUE).
O ser humano possui funções e intenções próprias, o que o torna capaz de solucionar
problemas, formular juízos, recordar informações, além de conseguir realizar tarefas mais
simples até as mais complexas. Em qualquer ação desempenhada pelo mesmo, a
motivação está presente como fator determinante para a realização de tarefas. Levando em
conta o desempenho dos indivíduos em diversas situações, essas capacidades inerentes a
ele, são identificadas como ações, atitudes e comportamentos com maior ou menor grau de
motivação em sua execução (PEREIRA, 2006).
De acordo com Maggil (1984) a motivação está associada à palavra motivo, que é definido
como força interior, impulso, intenção que leva uma pessoa a fazer algo ou agir de uma
certa forma. Sendo assim, qualquer discussão sobre motivação necessita de uma
investigação dos motivos que podem influenciar um determinado comportamento.
Knijnk et al (2001), afirmam que os seres humanos agem em função de suas necessidades,
sejam estas claras ou implícitas. Essas motivações se apresentam como uma forte razão
interna que se torna uma necessidade psicológica.
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Para Rodrigues (1991), um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma
pessoa é a motivação, que influencia diretamente em todos os tipos de comportamentos,
permitindo um maior ou menor envolvimento durante a atividade.
3 METODOLOGIA
O presente estudo é uma pesquisa descritiva de campo onde os dados foram somente
analisados e correlacionados. Quanto à abordagem, é uma pesquisa quantitativa,
demonstrando também, características de um estudo qualitativo, onde foram avaliados os
fatores motivacionais que levam adolescentes a praticarem futsal.
A população analisada foi composta por todos os alunos do sexo masculino, com
idade entre 15 e 17 anos do Clube Esportivo de Boa Esperança – MG, praticantes da
modalidade de futsal.
O questionário foi aplicado na quadra coberta poliesportiva do Clube Esportivo de Boa
Esperança - MG, sendo este um local arejado e oferecendo totais condições de segurança
para os avaliados e ótimas condições de aplicação do questionário. As canetas e o
questionário foram fornecidos pelo avaliador.
A coleta de dados se deu através da aplicação do Inventário de motivação para a prática
desportiva adaptado de Gaya e Cardoso (1998) que é composto por 19 perguntas objetivas
(ANEXO A), subdivididas em 3 categorias: competência desportiva, saúde e amizade/lazer.
Para análise dos motivos para a prática do futsal, estes foram classificados em três
categorias: a) competência desportiva, que inclui os motivos: para vencer (questão 01), para
ser a melhor no esporte (questão 04), porque gosto (questão 06), para competir (questão
08), para ser um atleta (questão 09), para desenvolver habilidades (questão 15), para
aprender novos esportes (questão 16) e para ser jogador quando crescer (questão 17); b)
saúde, que inclui os motivos para exercitar-se (questão 02), para manter a saúde (questão
05), para desenvolver a musculatura (questão 10), para ter um bom aspecto (questão 11),
para manter o corpo em forma (questão 14) e para emagrecer (questão 18) e c) amizade e
lazer, que inclui os motivos para brincar (questão 03), para encontrar os amigos (questão
07), para divertir-me (questão 12), para fazer novos amigos (questão 13) e para não ficar em
casa (questão 19). Cada motivo possui três níveis de importância, ou seja, 3 - muito
importante, 2 - pouco importante e 1 - nada importante.
O questionário foi aplicado nos alunos que frequentam as aulas de futsal do Clube Esportivo
de Boa Esperança - MG. Os sujeitos voluntários foram informados oralmente e por escrito
sobre os procedimentos deste estudo, os responsáveis firmaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Para a realização de todo o procedimento foram necessários dois dias (24/09/2013 e
26/06/2013) para a coleta de dados. Os indivíduos foram convidados na recepção do clube
para participar do estudo quando estavam de saída. No mesmo local foram transmitidas as
seguintes informações: objetivo, justificativa, possíveis conseqüências; também foram
sanadas as dúvidas a respeito de todo o procedimento necessário para a realização do
estudo. Foi utilizado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) que os pais ou
responsáveis assinaram autorizando a participação. No outro dia os indivíduos que
entregaram o (TCLE) confirmando que sua participação foi autorizada, preencheram o
questionário de forma individualizada pra evitar qualquer comunicação a respeito das
questões.
Para análise e estatística dos dados foi feita uma estatística descritiva utilizando Microsoft
Office Excel 2003.
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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Através da tabulação dos dados obteve-se o percentual dos níveis de importância da
motivação para os sujeitos praticantes de futsal. Em relação aos percentuais dos níveis de
motivação dos praticantes de futsal, obtiveram-se os seguintes resultados: se tratando da
Competência desportiva, 65% classificaram como muito importante, 26% consideraram
pouco importante e 9%% como nada importante.
Figura 1: Quesito Competência Desportiva
No quesito saúde 65% dos jovens consideraram como muito importante, 21% dos jovens
declararam pouco importante e 14% nada importante.
Figura 2: Quesito Saúde
Já referente à Amizade/Lazer, 50% denominaram como muito importante, 29%
consideraram pouco importante e 21% nada importante.
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Figura 3: Quesito Amizade/Lazer
Quanto aos resultados encontrados, tornou-se possível observar que o fator motivacional
que demonstrou maior relevância entre os envolvidos na amostra foi competência
desportiva, ficando a frente de saúde e amizade/lazer.
Figura 4: Percentuais dos níveis motivacionais de todas as categorias
O estudo vai ao encontro aos resultados de Pain (2004), onde o principal motivo encontrado
é a competência desportiva.
Para Lawther (1973), a competência desportiva faz parte das características dos
adolescentes, para experimentar novos desafios para pôr em evidência suas
potencialidades. Para isso, encontra-se nos clubes de iniciação desportiva, através das
competições, e treinamentos direcionados, que favoreça o progresso pessoal do atleta, o
ambiente ideal para o desenvolvimento dessas características.
Já no estudo de Interdonato et al (2008) que analisaram fatores motivacionais de atletas
para prática esportiva e constataram que saúde foi o principal fator motivacional, seguido por
competência desportiva e amizade/lazer. Acredita-se que esse resultado se consolidou
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devido fatores motivacionais externos, como ações educativas, mídia e escola, podendo
exercer influência direta nesse comportamento.
Assim como no estudo de Lawther (1973), o estudo realizado por Gaya e Cardoso (1998),
verificou que o fator motivacional competência desportiva está mais presente nos clubes
esportivos.
De acordo com Paim (2001), apesar do fator amizade/lazer, apresentar menor incidência, os
mesmos influenciam no desenvolvimento do adolescente, que está sempre procurando
pertencer a algum grupo de amigos para desfrutar de momentos de lazer.
5 CONCLUSÃO
De acordo com os dados obtidos através da pesquisa, tornou-se possível concluir com o
presente estudo que, os sujeitos participantes da amostra, consideram competência
desportiva como fator de maior relevância para a prática de futsal no clube esportivo de Boa
Esperança, seguido por competência saúde e amizade/lazer.
Cabe aos profissionais de Educação Física, identificar os fatores motivacionais que são
distintos entre os alunos, para que se possa realizar um bom trabalho, suprindo as diferentes
necessidades e respeitando a individualidade dos mesmos.
Desta forma, aumentam as chances de adesão às práticas esportivas e diminuem o
abandono das mesmas, além de tornar os indivíduos ativos durante todo o processo de
envelhecimento, resultando em uma melhoria da saúde e qualidade de vida.
MOTIVATIONAL FACTORS THAT LEAD ADOLESCENTS MALE BETWEEN 15 AND 17
YEARS OF PRACTICE FUTSAL
ABSTRACT
This present study aims to analyze the motivational factors that makes young males between
15 and 17 years old of the Sports Club of Boa Esperança-MG to the practice of futsal.
Constituted the study 32 children an average of 16 years old. The instrument used for
analysis was the implementation of the Catalogue of motivation for sport practice adapted
from Gaya and Cardoso (1998) which consists of 19 objective questions, divided into three
categories: sportsmanship, health and friendship / leisure. Each category owns three levels
of importance: 3 for very important, 2 for somewhat important, 1 for unimportant. The results
by the factor analysis indicate that sportsmanship is the most relevant motivational factor for
the practice of soccer, followed by a factor of health and finally the friendship factor / leisure.
Therefore, the motivation besides being an essential factor for the practice of soccer, witch
can directly influence students in their choices, should be studied and understood in order to
be increasingly attracting this audience for the sport and also preventing the abandonment of
teenagers not only from soccer, but in all physical activities.
Keywords: Motivation. Teenagers. Futsal.
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ANEXO A
Quadro 1. Inventário de motivação para a prática desportiva adaptado de Gaya e Cardoso
(1998).
Nome:______________________________________________
Idade:_________________
01. Para vencer
1
2
3
02. Para exercitar-se
1
2
3
03. Para brincar
1
2
3
04. Para ser o(a) melhor no esporte
1
2
3
05. Para manter a saúde
1
2
3
06. Porque eu gosto
1
2
3
07. Para encontrar os amigos
1
2
3
08. Para competir
1
2
3
09. Para ser um atleta
1
2
3
10. Para desenvolver a musculatura
1
2
3
11. Para ter bom aspecto
1
2
3
12. Para me divertir
1
2
3
13. Para fazer novos amigos
1
2
3
14. Para manter o corpo em forma
1
2
3
15. Para desenvolver habilidades
1
2
3
16. Para aprender novos esportes
1
2
3
17. Para ser jogador quando crescer
1
2
3
18. Para emagrecer
1
2
3
19. Para não ficar em casa
1
2
3
Considerando: 1 - nada importante; 2 - pouco importante; 3 - muito importante
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A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DA OBESIDADE.
Matheus Drigo1, Mônica de Lima Marinato2
1- Universidade Paulista
2- Centro Universitário do Norte Paulista
RESUMO:
Nas últimas décadas, a obesidade se tornou uma epidemia mundial; fatores como
inatividade e sedentarismo, uso de medicamentos, doenças genéticas ou endócrinometabólicas,entre outros traz consequências como dislipidemia, resistência a insulina,
diabetes tipo 2, inflamações crônicas, hipertensão e disfunção endotelial.
Atualmente, o indivíduo encontra-se em processo de destreinamento físico. As facilidades e
comodidades do estilo de vida moderno contribuem para aumentar o sedentarismo e,
somadas à conveniência das refeições industrializadas e gordurosas, aumentam também a
quantidade de gordura corporal, além de outras transformações socioeconômicas que,
juntos contribuempara o quadro de excesso de peso instaurado na humanidade.
Dentre as formas de tratamento está o comportamental que é o mais importante do ponto de
vista preventivo. Dessa maneira, ressalta-se o valioso papel que a atividade física tem no
programa comportamental de controle da obesidade.
O peso corporal é perdido quando o dispêndio de energia diário ultrapassa a ingestão
calórica (equilíbrio negativo). O peso corporal aumenta quando existe a situação oposta.
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre obesidade onde o mesmo fez
um levantamento apurado sob o ponto de vista de vários autores de dados epidemiológicos,
fatores, consequências, e tratamento dessa patologia. Sendo que, o principal objetivo desse
estudo está em afirmar o importante papel que a atividade física tem no controle e
tratamento dessa doença.
Palavras-chave:Obesidade, atividade física, tratamento, controle.
ABSTRACT:
In recent decades, obesity has become a worldwide epidemic, factors such as inactivity and
sedentary lifestyle, medications, genetic or endocrine-metabolic, among others has
consequences such as dyslipidemia, insulin resistance, type 2 diabetes, chronic
inflammation, hypertension and dysfunction endothelial.
Currently, the individual is in the process of physical detraining. The facilities and amenities
of modern lifestyle contribute to increased sedentary lifestyles and the added convenience of
industrialized and greazy meals, they also increase the amount of body fat,and other
socioeconomic changes that together contribute to the framework of overweight introduced in
humanity.
Among the forms of behavioral treatment is that it is the most important preventive point of
view. Thus, it emphasizes the valuable role that physical activity has on behavioral program
for obesity control.
Body weight is lost when the daily energy expenditure exceeds caloric intake (negative
balance).
Body
weight
increases
as
the
opposite
situation
exists.
The present study deals with a literature review on obesity where it made a survey
ascertained from the point of view of various authors of epidemiological factors,
consequences, and treatment of this pathology. Since the main objective of this study
is to affirm the important role that physical activity has the control and treatment of this
disease.
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Introdução
Presente desde o início da História do homem como um evento raro, a obesidade se tornou
epidêmica no século XX, constituindo-se em um problemade saúde pública em países
desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento (DUNCAN, SCHMIDT, GIUGLIANI,
2004).
O estudo de Mello, Luft e Meyer (2004), demonstrou que nas últimas décadas, nos países
desenvolvidos ocorreu um crescente aumento de indivíduos adultos e crianças com
sobrepeso eobesidade. Segundo dados da Organização mundial de Saúde, a prevalência da
obesidade infantil cresceu só nos últimos 10 anos, de 10 a 40% na maioria nos países
europeus.
Atualmente, o indivíduo encontra-se em processo de destreinamento físico. As facilidades e
comodidades do estilo de vida moderno contribuem para aumentar o sedentarismo e,
somadas à conveniência das refeições industrializadas e gordurosas, aumentam também a
quantidade de gordura corporal, além de outras transformações socioeconômicas que,
juntos contribuempara o quadro de excesso de peso instaurado na humanidade.(SANTOS;
FLORENCIO; MOREIRA, 2011.)
Sabe-se, ainda, que o estilo de vida sedentário, caracterizado pela ausência ou insuficiência
de exercício físico, é responsável por, aproximadamente, dois milhões de mortes no mundo
(GUEDES; LOPES, 2010).
Segundo os autores Matsudo(2005),Araújo(2005) e Ribeiro(2005), foi demonstrado queo
destreinamento leva a diminuição do HDLcolesterol,aumento da massa de gordura,da
leptina, do LDL-colesterol, da relaçãoLDL/HDL-colesterol, da apoliproteina B e dos
triglicérides.
Exercitar-se está intimamente ligado também ao aumento do bem estar e da melhora do
humor. Essas mudanças alteram quadros de depressão e ansiedade. Mudanças de humor
podem levar o indivíduo à alimentação excessiva. A imagem corporal positiva é outra
variável psicológica capaz de ser intensificada pela atividade física, influenciando as atitudes
de controle de peso e os comportamentos. Uma melhor imagem corporal atribuída ao
exercício,pode ser eficaz e levar à aderência à sua prática em longo prazo, além de alterar
no indivíduo sua confiança de realizar alterações positivas em relação ao seu corpo e ao
peso corporal (BOUCHARD 2003, KATZER 2007).
Para o tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja maior que o
consumo energético diário, o que nos fazpensar que uma simples redução na quantidade de
comida atravésde dieta alimentar seja suficiente. Portanto, tem sido demonstrado que
mudança no estilo de vida,através de aumento na quantidade de atividade física praticada e
reeducação alimentar, é o melhor tratamento.(CIOLAC, GUIMARÃES 2004)
Monteiro (2010), diz que o ACSM recomenda que adultos se envolvam em pelo menos150
minutos/semana de atividade física como forma de controlar o peso e reduzir os fatores de
risco de doenças associadas ao sedentarismo. Para a maioria das pessoas, essa
recomendação pode ser facilmente atingida com 30 minutos atividade física/dia, 5 dias por
semana. No entanto, pessoas com sobrepeso ou obesas devem fazer mais de 250
minutos/semana de atividades físicas de intensidade moderada para perda ou manutenção
do peso corporal. Adicionalmente, o ACSM recomenda atividade física para melhorar
algumas funções fisiológicas, diminuir a chance de acometimento por alguma doença ou
reduzir as limitações impostas pela doença, caso ela já esteja presente.
Muito embora exercícios moderados já contribuam para o aprimoramento da saúde, há
evidências consistentes e recentes de que exercícios de alta intensidade ou vigorosos
produzem efeitos significativos sobre o perfil lipídico, com reduções de até duas vezes nas
taxas de mortalidade em período superior a uma década. (ALMEIDA; ARAÚJO, 2003)
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O treinamento aeróbico é considerado um meio efetivo para manter e melhorar as funções
cardiovasculares e, portanto, o desempenho físico. Além disso, desempenha um papel
fundamental na prevenção e tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas, em
especial o diabetesmellito,contribuindo assim para aumentar a expectativa de vida e manter
a independência funcional. (MONTEIRO; FIANI; FREITAS; ZANETTI; FOSS, 2010)
OBJETIVO:
Demonstrar que existe relação entre atividade física e redução do peso.
MÉTODO:
Revisão da Literatura.
REVISÃO DE LITERATURA:
Atividade física e controle de peso:
Segundo Robertson (2007), citado por Reis (2009), a atividade física bem orientada por
profissionais de educação física representa uma importante arma para melhoria da
qualidade de vida de obesos a ajudar na perda de gordura corporal.
A atividade física diminui o risco de doenças cardiovasculares em obesos (efeito hipotensor),
além de aumentar a concentração do HDL-colesterol e diminuir a concentração do LDLcolesterol. Também potencializa o aumento da ação da insulina (KATZER 2007,
BOUCHARD 2003, MCARDLE 2003, POWERS E HOWLEY 2000).
Diniz e Machado (2012) citaram um estudo feito por Matsudo&Matsudo (2006), que trata dos
benefícios dos exercícios aeróbicos na prevenção da obesidade analisando o impacto da
atividade física em 179 mulheres sedentárias na pós-menopausa, com idade entre 50-75
anos, e que apresentavam excesso de peso. A atividade proposta para essas mulheres foi
uma caminhada leve, num ritmo correspondente a 40% da Freqüência Cardíaca Máxima,
tendo uma duração de 16 minutos, sendo, paulatinamente, aumentada para uma intensidade
entre 60%-75% com duração de 45 minutos na oitava semana de intervenção. Neste estudo,
as mulheres foram divididas em dois grupos: o controle, com n=86; e o de exercícios, com
n=87. O grupo de exercícios realizava em média 5 sessões por semana de caminhada, com
duração de 176 min/semana, numa duração de 12 meses.
Os grupos que alcançaram a recomendação da American Collegeof Sports Medicine (ACSM
2009), de pelo menos 150 min/semana de atividade física conseguiram diminuir
significativamente a porcentagem de gordura corporal. Já o grupo controle e aqueles que
não atingiram os 150 min/semana não conseguiram diminuir a gordura. O interessante nesta
pesquisa foi a análise da gordura intra-abdominal determinada por ressonância magnética
nuclear, no qual todos os grupos que caminharam baixaram os estoques de gordura intraabdominal e de forma diretamente proporcional ao tempo de caminhada semanal, ou seja, a
simples caminhada consegue alcançar esses estoques de gordura e diminuí-los. Já Filho e
Shiromoto (2001) desenvolveram um estudo, cujo objetivo foi verificar alterações sobre
índices preditores da quantidade de gordura corporal, em consequência do exercício físico
em indivíduos assíduos a programas oferecidos no ambiente de academia, na cidade de
Maringá. A população foi composta por 68 sujeitos, participantes das modalidades natação,
hidroginástica, ginástica e musculação, sendo 38 mulheres (29±6 anos) e 30 homens (28±8
anos). Os dados foram coletados no período de 2000. De acordo com os resultados, ambos
os grupos apresentaram reduções significativas para as variáveis relacionadas À predição
de gordura corporal (percentual de gordura, índice de massa corporal e relação cinturaquadril) e aumento significativo nos valores de massa corporal magra, independente da
modalidade praticada, permitindo-nos inferir que, além dos objetivos estéticos, o exercício
físico regular e permanente age positivamente sobre aspectos relacionados à qualidade de
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vida dos indivíduos, levando-os a níveis mais próximos dos padrões desejáveis em termos
de saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A prática de atividade física promove o controle de peso corporal, benefícios psicológicos e
de bem estar ao indivíduo.
REFERÊNCIAS:
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Condicionamento Físico e ao Desempenho. 3.ed. São Paulo: Manole, 2000.
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ADULTOS JOVENS ESCOLARES: um estudo de caso controle. 2011.
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emagrecimento-2/
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A INTENSIDADE DE UMA AULA DE PILATES®
BAPTISTA, B.V.R.1, PAIVA NETO, A.2
1
2
Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON) – Lavras, MG – Brasil.
Orientador – Instituto Enaf (Educação e Pesquisa) – Poços de Caldas, MG – Brasil.
[email protected]
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi investigar a intensidade de uma aula do Método Pilates® e
quantificar seu consumo calórico. Neste estudo, participaram 11 sujeitos (homens e
mulheres, com idades entre 23 e 33 anos - 27,63 ± 2,83), com massa corporal média de
61,92 Kg (±10,17), não sedentários e praticantes do método por um período mínimo de 3
meses. O teste submáximo de esforço (protocolo do Quens College) indicou que a média do
consumo máximo de oxigênio (VO2máx) da amostra foi de 38,25 (Kg.min)-1 (±7,88). A aula
foi composta de 17 exercícios, equivalentes a média de 49,72 (± 6,76) minutos de duração,
onde variáveis como frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e percepção subjetiva
de esforço (PSE) foram monitoradas no decorrer da sessão. A média da FC durante aula de
Pilates foi de 105,78 bpm, entretanto em alguns exercícios a FC excedeu este valor. A PSE
de toda a aula de Pilates®, para a maior parte dos sujeitos da amostra (64%, n=7)
caracterizou-se por uma intensidade leve, enquanto quatro sujeitos (36%) classificaram a
aula como moderada. A média do Gasto Calórico (GC) das sessões ministradas foi de
160,15(±89,69) Kcal, enquanto que a média do gasto calórico previsto pela tabela do
Compêndio de Atividade Física foi de 155,66 (±40,62). A média do Gasto Calórico obtido no
presente estudo caracteriza a prática do Método Pilates® como sendo um exercício de
condicionamento de esforço leve ou moderado, tendo como referência 3 METS.
Palavras-Chave: Pilates, Gasto Calórico, Frequência Cardíaca.
ABSTRAT
The aim of this study was to investigate the intensity of a Pilates Method class and quantify
it’s calorie intake. Eleven (11) subjects participated in this study (men and women between
23 and 33 years old – 27.63 ± 2.83), with mean weight of 61.92kg (± 10.17), non-sedentary
and practitioners of the method for a minimum period of 3 (three) months. The submaximal
effort test (Quens College´s protocol) indicated that the average maximal oxygen uptake
(VO2max) of the sample was 38.25 (Kg.min)-1 (± 7.88). The class was composed of 17
exercises, equivalent to an average of 49.72 (± 6.76) minutes in length, where variables like
heart rate (HR), blood pressure (BP) and subjective perceived exertion (SPE) were
monitored during the session. The average HR during Pilates class was 105.78 hrm,
however in some exercises the HR exceeded this value. The SPE during the entire Pilates
class was, for most of the subjects (64%, n=7), characterized by a low intensity, while four
subjects (36%) rated the class as moderate. The average caloric expenditure (CE) of taught
sessions was 160.15 (± 89.69) Kcal, while the average calorie expenditure table provided by
the Compendium of Physical Activity was 155.66 (± 40.62) Kcal. The average caloric
expenditure obtained in the present study characterizes the practice of Pilates as an exercise
conditioning light or moderate effort, having three METS as reference.
Keywords: Method Pilates, Caloric Expenditure, Blood pressure
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INTRODUÇÃO
O Treinamento contra resistido vem merecendo destaque como atividade promotora da
saúde por proporcionar efeitos benéficos sobre a aptidão muscular, metabolismo, função
cardiovascular, fatores de risco e bem-estar. Dentre os treinamentos, o Pilates® tem se
expandindo no âmbito do condicionamento físico (PIRES, et. al., 2005), por desenvolver
postura, maior mobilidade, equilíbrio e agilidade, tonificação muscular e um ganho de
flexibilidade e elasticidade, atingidas através de seus exercícios específicos (CURI, 2009).
O método Pilates®, idealizado por Joseph Pilates é um programa completo de
condicionamento físico e mental que tem como objetivo melhorar o equilíbrio entre o
desempenho e o esforço, através da integração do movimento, a partir do centro estável e
sinestesia realçada (PILATES, 2000). São exercícios que envolvem contrações isotônicas
(concêntricas e excêntricas) e, principalmente, isométricas, com ênfase no que se
denominou como powerhouse ou centro de força. O fortalecimento de grupos musculares
centrais, que formam o centro da cadeia cinética funcional, como os abdominais,
paravertebrais, glúteos, diafragma e assoalho pélvico, também chamado de treinamento de
estabilização central, promove um regime preventivo e terapêutico, desenvolvendo o
controle muscular necessário para manter uma estabilidade funcional e diminuir a incidência
de lesões e desconfortos no complexo lombo-pélvico, além de melhorar o desempenho
físico (AKUTHOTA; NADLER, 2004). Uma série de estudos tem mostrado o crescente
interesse de pesquisadores na busca de evidências do método Pilates®, como a
determinação de seu gasto enérgico (OLSON. et. al., 2004).
O Método Pilates® passou a ser praticado no Brasil nos anos 90 (FRIEDRICH, 2008),
atualmente muitas pessoas já são adeptas à prática do mesmo, mas, ainda existem muitas
dúvidas quanto ao real dispêndio energético que uma sessão de Pilates® pode proporcionar
e quanto ao comportamento das variáveis metabólicas relacionadas às suas aulas. Além
disso, muitas são as dúvidas dos profissionais que trabalham com o método em relação à
prescrição adequada deste tipo de atividade (SANTO, 2012).
Durante a prática de exercício físico, ocorre um aumento da necessidade energética
tanto da musculatura acionada como do organismo, assim, se faz necessário que ocorram
diversas adequações metabólicas, onde a adaptação cardiovascular torna-se imprescindível
(BRUM et al., 2004).
Existem vários indicadores fisiológicos que podem ser utilizados
com o objetivo de analisar a intensidade de esforço. A frequência cardíaca (FC), percepção
subjetiva de esforço (PSE), consumo máximo de oxigênio (VO2 Max.) (GRAEF; KRUEL,
2006), assim como a pressão arterial (PA), são variáveis comumente utilizadas como meio
de avaliação do perfil de exercícios aeróbios e resistidos podendo, também, ser
correlacionadas entre si (KRUEL, et. al., 2001; MCCARTNEY, 1999; POLITO et. al., 2004).
OBJETIVO
O objetivo geral deste estudo foi investigar a intensidade de uma aula do Método
Pilates®.
METODOLOGIA
Os voluntários que aceitaram participar deste estudo assinaram um termo de consentimento
livre e esclarecido. Foram critérios de inclusão: voluntários homens e/ou mulheres, com
idades de 23 a 33 anos, não sedentários e com experiência no método Pilates® (de no
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mínimo 3 meses). Adotaram-se como critério de exclusão: Uso de medicamentos que
tivessem influência sobre o comportamento das respostas funcionais, principalmente sobre a
frequência cardíaca (FC) e problemas osteomioarticulares que poderiam limitar a realização
dos exercícios propostos.
Os sujeitos da pesquisa preencheram uma Anamnese (ANEXO A) que continha
perguntas referentes a gênero, idade, peso, estilo de vida, etc. A frequência cardíaca foi
monitorada por meio de um frequencímetro de marca Polar® F1. Para identificar o nível de
aptidão física cada participante foi submetido a um teste submáximo do protocolo do Quens
College (MC ARDLE, et al., 2003), que teve por objetivo obter indiretamente o VO2máx.
Em outro dia, foi ministrada uma sessão de Pilates® solo e nos equipamentos Ladder
Barrel, Reformer, Cadillac e step chair (ANEXO B), com duração média de 50 minutos, onde
foram realizados 17 exercícios. Durante a sessão de Pilates®, cada participante estava
constantemente sendo orientado a executar os exercícios da maneira mais fiel possível,
levando em consideração todos os princípios do método. Antes da aula, foram mensuradas
a FC e PA (esfignomanômetro analógico e estetoscópio de marca BD). A FC foi monitorada
durante toda a aula, sendo registrados os valores imediatamente após o término de cada
exercício, do mesmo modo foi realizada a avaliação da percepção subjetiva de esforço, que
foi verificada por meio a Escala de Borg modificada (ANEXO C - CAVALLAZZI et al., 2005).
Após o término da aula de Pilates® e com o objetivo de obter informações quanto à
percepção dos sujeitos em relação a algumas características da aula ministrada, os
participantes responderam a um questionário contendo três questões (ANEXO D).
A FC máxima foi estimada através da seguinte fórmula: FCmáx = 220 – idade (em
anos) (KARVONEN, Apud MARINS, et al., 1998). Deste modo, a partir dos valores
estimados de VO2max, da FCmax, da FC média e do VO2 de repouso (3,5 mL.kg-1.min-1),
foi possível calcular o VO2 da aula uma vez que o mesmo possui uma relação direta com a
frequência cardíaca de reserva, que é o resultante da diminuição da frequência cardíaca
máxima com a frequência cardíaca de repouso (WILMORE e COSTILL, 2001) e estimar o
gasto calórico (McARDLE, KATCH e KATCH, 2003).
Os dados obtidos durante a aula foram comparados com os valores de gasto calórico
da Tabela do Compêndio de Atividade Física (AINSWORTH et al., 2000; FARINATTI, 2003).
RESULTADOS
Fizerem parte da amostra 11 sujeitos, sendo 9 do sexo feminino e 2 do sexo masculino, de
23 a 33 anos (27,63 ± 2,83), com massa corporal média de 61,92 Kg (±10,17). A média da
duração das sessões de Pilates® ministradas foi de 49,72 minutos (± 6,76). O teste
submáximo de esforço indicou que a média do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) da
amostra foi de 38,25 (Kg.min)-1 (±7,88). Todos os sujeitos eram praticantes de Pilates® por,
no mínimo, 3 meses e no máximo, 3 anos e com uma frequência de prática de uma a duas
vezes por semana. Sete sujeitos praticavam outras atividades físicas, além do Pilates®,
como musculação, muay thai, caminhada e Kung fu, enquanto quatro sujeitos praticavam
apenas Pilates®.
Quando questionados se apresentavam dores no corpo, 4 indivíduos responderam
que sentiam desconfortos especificamente na região de coluna vertebral (lombar e lombo
pélvica).
O comportamento das variáveis fisiológicas neste estudo é apresentado a seguir.
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Gráfico 1
Perspectiva da duração de cada exercício de Pilates® (de 1 a 17) ministrados durante a aula
e a média da frequência cardíaca de todos os sujeitos da amostra.
A média da frequência cardíaca de todos os sujeitos da amostra nos exercícios de Pilates®
(de 1 a 17) ministrados durante a aula.
Conforme pode ser observado no gráfico 2, a frequência cardíaca alcançou os valores mais
elevados nos exercícios 9 e 14. Ao final dos exercícios 1 e 17, a frequência cardíaca dos
sujeitos atingiu os valores mais reduzidos da aula.
A média da percepção subjetiva de esforço (PSE) de todos os sujeitos da amostra nos
exercícios de Pilates® (de 1 a 17) ministrados durante a aula.
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O gráfico 3 apresenta a média da percepção subjetiva de esforço (PSE) durante os 17
exercícios ministrados na sessão de Pilates. Os exercícios 11 e 14 mostraram valores mais
elevados na escala de Borg.
Para a maior parte dos sujeitos da amostra (64%, n=7), a PSE de toda a aula de Pilates®
caracterizou-se por uma intensidade leve. Quatro sujeitos (36%) classificaram a aula como
moderada (tabela 1).
INTENSIDADE
N
%
0-2 Leve
7
64%
3-4 Moderado
4
36%
Tabela 1. Classificação final da percepção subjetiva de esforço da aula de Pilates® (Escala
de Borg).
A média da FC durante aula de Pilates foi de 105,78 bpm, entretanto em alguns
exercícios a FC excedeu este valor. Levando em consideração a média de idade da amostra
(27,63 ± 2,83), a média da frequência cárdica máxima esperada seria de 192,36 bpm
(FCmáx=220- idade).
A média do Gasto Calórico (GC) das sessões ministradas foi de 160,15(±89,69) Kcal,
enquanto que a média do gasto calórico previsto pela tabela do Compêndio de Atividade
Física foi de 155,66 (±40,62).
Sujeito
GC (Kcal) Compêndio
1
133,3
175
2
267,18
147,83
3
70,38
84
4
211,84
147,5
5
209,58
175
6
93,61
130,5
7
121,78
173,25
8
134,30
159,5
9
72,45
162
10
95,58
113,97
11
351,68
243,75
Média
160,15
155,66
DP
89,69
40,62
Tabela 2. Gasto Calórico total de cada sujeito na aula de Pilates® e o gasto calórico previsto
pela tabela do Compêndio de Atividade Física (FARINATTI, 2003).
As médias da Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) antes e
após a aula de Pilates são apresentadas na tabela 3.
Antes
Após
PAS (mmHg)
110 (±10)
111,36 (±10,97)
Tabela 3
PAD (mmHg)
72 (±7,74)
72 (±11,13)
Para complementar as informações obtidas a partir das variáveis investigadas, ao final da
aula de Pilates® os sujeitos responderam um questionário relacionando os principais itens
que esperam das aulas de pilates®. Todos os sujeitos (n=11) relataram que realizariam a
aula condicionamento físico. Quanto às valências físicas que buscariam obter, desenvolver
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ou melhorar na aula, foram citadas a flexibilidade (n=10), força (n=9), resistência muscular
localizada (n=9), equilíbrio (n=5) e alinhamento corporal (n=1).
A percepção dos sujeitos em relação ao nível de intensidade da aula foi apontada por sete
sujeitos como média, por três sujeitos como fácil e por um sujeito como difícil.
DISCUSSÃO
A média do Gasto Calórico (GC) das sessões ministradas neste estudo foi de 160,15
(±89,69) Kcal, enquanto que a média do gasto calórico previsto pela tabela do Compêndio
de Atividade Física foi de 155,66 (±40,62). Santo (2012) em seus estudos obteve uma média
do gasto calórico em 213,71 Kcal para uma amostra de 10 sujeitos durante uma aula de
Pilates® solo por uma média de 45 minutos, diferenciando-se significativamente da média
estimada pelo Compêndio de Atividade Física (165,49 Kcal). Pestana, et al. (2013) em seus
estudos com população idosa, demonstraram que nas sessões de Pilates® solo os
participantes apresentaram uma frequência cardíaca média de 135,5 bpm.
O grupo estudado foi constituído de alunos matriculadas na Clínica de Fisioterapia e
Pilates® Axis em Poços de Caldas - MG, que faziam aulas de Pilates® em estúdio. O fato
do atual estudo prescrever a mesma série de exercícios para sujeitos com diferentes
habilidades físicas, subestimou a capacidade cardio-respiratória de alguns participantes da
amostra, caracterizando baixa alteração da frequência cardíaca durante a aula ministrada.
Outros fatores influenciaram a resposta da frequência cardíaca ao exercício: a posição
corporal, os grupos musculares exercitados e tipo de contração muscular. Neste estudo, a
maioria dos exercícios foram realizados em postura deitada, focalizando contrações
dinâmicas em grupos musculares isolados, de forma a garantir a perfeita execução do
método conforme preconizado, não exigindo posturas isométricas por períodos
consideráveis de tempo, sugerindo um menor gasto energético. Frequências cardíacas mais
altas ocorrem com exercícios quando os músculos atuam estaticamente. (PESTANA, et al,
2012).
Os exercícios que atingiram valores mais elevados da FC se caracterizam pela
contração de grandes grupos musculares. Além disso, Brum et al. (2004) afirmam que os
exercícios dinâmicos, onde ocorre contração muscular seguida de movimento, tendem a
aumentar a frequência cardíaca, e Cavanagh (1982) correlaciona o custo energético do
exercício em atividades que envolvem sustentação de peso. Nota-se que o exercício 14
além de apresentar maiores valores de FC, também apresentou maiores valores de PSE, o
que pode ser justificado pelo fato de que a FC e a PSE tendem a se relacionar linearmente
(GRAEF; KRUEL, 2006).
Os exercícios que atingiram os valores mais reduzidos da aula caracterizam-se por
alongamentos. Esta diminuição de FC e pouca variação de PA antes e após o exercício
pode estar relacionada com o fato de que alguns exercícios do Pilates® possuem
características mais educativas (de reeducação postural) que visam familiarizar o indivíduo
com o movimento em sincronia com a respiração, tendo a intensidade um pouco reduzida
(PIRES; SÁ, 2005).
Embora, ainda existam muitas dúvidas da parte de quem pratica Pilates® sobre os possíveis
efeitos no gasto energético e como isso poderia influenciar no emagrecimento. Pode-se
observar que os valores de gasto calórico obtidos durante as aulas ainda é muito inferior se
comparado ao que seria ideal para totalizar um gasto energético de 1000 a 2000 kcal
semanais conforme sugeridos pela ACSM (2011). No entanto, existe a possibilidade de que
uma sessão de Pilates®, praticada de uma a três vezes por semana, com intensidade
controlada possa contribuir significativamente no gasto energético semanal aliado a outras
atividades físicas.
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Cabe ressaltar que os benefícios do método não se limitam ao gasto calórico, há uma
enorme contribuição para o aumento de força e da resistência muscular, incluindo maior
integração corpo e mente, melhora na capacidade respiratória, aumento da flexibilidade,
fortalecimento, reestruturação do corpo, prevenção de lesões, aumento da consciência
corporal, aumento da auto-estima e alívio de dores musculares (CAMARÃO, 2004).
Apesar da importância de um adequado estímulo fisiológico durante a realização do
exercício físico, o método Pilates® preconiza que os exercícios sejam feitos no ritmo do
paciente e com progressão proporcional ao desempenho apresentado, sendo prescritos de
acordo com os objetivos a serem alcançados, da mesma forma que a frequência com que
devem ser realizados, respeitando os níveis de aptidão e habilidades físicas individuais.
CONCLUSÃO
O presente estudo obteve valores médios do gasto calórico semelhantes ao estimado
pelo Compêndio de Atividade física, caracterizando a prática do Método Pilates® como
sendo um exercício de condicionamento de esforço leve ou moderado, tendo como
referência 3 METS.
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ANEXO A – Anamnese
ANAMNESE
Nome:________________________________________________________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
Idade:__________ Peso:__________ Estatura: __________
Há quanto Tempo pratica Pilates: __________________________________________
Frequência semanal:__________________
Pratica outra atividade física: Sim ( ) Não ( ) Qual? __________________________
Frequência semanal:__________________
Possui alguma restrição para a pratica de atividade física: Sim ( ) Não ( ) Qual?
___________
Sente dores no corpo: Sim ( ) Não ( ) Em qual região:_________________
Está utilizando algum medicamento? Sim ( ) Não ( ) Para que? _________________
____________________________________
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ANEXO B – Exercícios (Estimativa de 50 minutos de aula, destes 40 minutos em
exercício e aproximadamente 10 a 40 segundos de intervalo)
LADDER BARREL
1. Série de Alongamentos – 6 Incursões respiratórias lentas
Correspondentes á 11% da aula
SOLO
2. The Hundred – Aquecimento de 1 série de 100 repetições.
Correspondentes á 3% da aula
REFORMER
3. Midback Series – Tríceps Press (10 repetições – 3% da aula)
4. Midback Series – Tríceps Press com flexão de tronco (10 repetições –
3% da aula)
5. Midback Series – Side (10 repetições – 3% da aula)
6. Midback Series – Side com flexão de tronco (10 repetições – 3% da aula)
7. Midback Series – Straight down (10 repetições – 3% da aula)
8. Midback Series – Straight down com flexão de tronco (10 repetições –
3% da aula)
9. Footwork – (50 repetições – Movimentos curtos, rápidos e respiração livre)
Correspondentes á 3% da aula
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CADILLAC
10. Teaser (10 repetições)- parada de 3 segundos
Correspondentes á 4% da aula
11. Teaser flexão bilateral de quadris e extensão de joelhos - parada
de 3 segundos (10 repetições - Correspondentes á 5% da aula)
12. Macaco (Monkey) – 10 repetições - parada de 3 segundos
Correspondentes á 5% da aula)
13. Dissociação de quadril (bicicleta – 20 pedalas para frente/20 para
trás - resp. livre). Correspondentes á 7% da aula.
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STEP CHAIR
14. Subindo de Frente (Forward step) – 10 repetições – parada de 3 segundos
Correspondentes á 7% da aula.
15. Puxar para cima (Pull Up) - parada de 3 segundos
Correspondentes á 5% da aula
16. Abdominal - parada de 3 segundos
Correspondentes á 3% da aula
17. Alongamento de ísquiotibiais (Hamstring stretch)– 3 repetições com manutenção de 60
segundos
Correspondentes á 10% da aula
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ANEXO C – Escala de Borg Modificada (CAVALLAZZI et al., 2005)
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ANEXO D – Questionário
Questionário Aula de Pilates
Nome:________________________________________________________
Responda as seguintes perguntas a partir da aula de Pilates por você realizada:
1)
Você acha que a aula ministrada visa condicionamento físico:
Sim ( ) Não ( )
2)
Se sua resposta na pergunta acima for sim, você realiza esta aula visando
desenvolver, obter ou melhorar quais das falências físicas descritas abaixo?
(
(
(
(
(
(
) Flexibilidade
) Força
) Resistência Muscular Localizada
)Equilíbrio
) Coordenação
) Outras – Citar: ___________________________
3)
Você classificaria esta aula como:
( ) Muito difícil (quase não consegui continuar com execução dos exercícios)
( ) Difícil (Conseguiu executar os exercícios, mas com muito esforço)
( ) Médio (Conseguiu executar os exercícios e acabar a aula bem)
( ) Fraco (Conseguiu executar os exercícios e continuaria executando tranquilamente)
( ) Muito fraco (Não sentiu nada durante a aula)
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ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR E IDADE EM MULHERES QUE
UTILIZAM SALTO ALTO
ANDRADE, G. P.¹, SILVA, M. G.²
1,2 – UNESP <Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”> Campus
Guaratinguetá - Guaratinguetá - São Paulo - Brasil. e-mail: [email protected]
RESUMO
Atualmente observa-se um crescimento no uso do calçado de salto alto, uma vez que as
mulheres estão cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, desta forma o sapato de
salto alto se tornou não apenas uma peça utilizada para os momentos de lazer, mas um
aliado que quando utilizado em seu trabalho ou em outras ocasiões expressa elegância,
imposição e boa aparência.Estudos mostram que o uso do salto alto implica em várias
alterações na biomecânica dos pés; o baropodômetro é um instrumento capaz de fornecer
dados relativos à distribuição de pressão plantar. Esta pesquisa investigou através da
análise baropodométrica estática, a distribuição de pressão plantar sem calçado em
mulheres que utilizam salto alto. O objetivo do estudo foi analisar a distribuição de pressão
plantar de mulheres que utilizam salto alto assiduamente e esporadicamente, e verificar se
quando as avaliadas estão sem calçado há relação entre a distribuição de pressão plantar e
a idade. O instrumento de medição utilizado para verificar a pressão plantar estática foi o
baropodômetro da marca FootWork®. Foram avaliadas 20 mulheres adultas, de 20 a 30
anos de idade, média de 23,55 (± 2,76 anos) e Índice de massa corpórea entre 20 a 25
Kg/m², média de 23.02 (± 1,41kg/m²); divididos em dois grupos compostos por 10
participantes cada; um que utiliza salto alto assiduamente (G1) e outro que utiliza
esporadicamente (G2). A análise estatística mostrou que o G1 apresenta correlação positiva
de 0,83 entre idade e pressão depositada na região anterior dos pés, mostrando que
conforme a mulherque utiliza salto alto assiduamenteenvelhece há um aumento da pressão
plantar na região anterior dos pés. Também no estudo com o G1, observou-se que 68% dos
casos estudados apresentaram esta condição devido ao uso constante do calçado de salto
alto. O G2 não apresentou correlação entre os dados, mostrando que o uso do salto alto
esporadicamente não altera o comportamento de distribuição de pressão plantar,
consequentemente não sobrecarregando a região doantepé. A amostra selecionada para
esta pesquisa foi relevante, porém estudos posteriores devem ser realizados com número
maior de amostra, para que possam ser comparados os resultados obtidos entre os estudos.
Conclui-se que o grupo que utiliza salto alto assiduamente apresenta alteração na
distribuição de pressão plantar, resultando em aumento da pressão em antepé conforme o
envelhecimento.
Palavras Chave:Pressão plantar; Idade e Salto alto.
ABSTRACT
Currently there is an increasing use of high-heeled shoes, since women are increasingly
entered the labor market, so the high-heeled shoe became not only a piece used for leisure
time, but an ally when used in your work or other occasions expresses elegance,
enforcement, and good looks.Studies show that wearing high heels implies several changes
in the biomechanics of the feet, the baropodometeris a tool capable of providing data on
plantar pressure distribution. This research investigated through static analysis
baropodometerthe plantar pressure distribution without shoes in women who used high
heels.The aim of the study was to analyze the plantar pressure distribution of women who
used high heels assiduously and sporadically, and verify that when evaluated are without
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footwear is no relationship between plantar pressure distribution and age.The measuring
instrument used to verify static plantar pressure was baropodometerFootWork ®. We
evaluated 20 adult women, 20-30 years old, average of 23.55 (± 2.76 years) and body mass
index between 20 and 25 kg / m², average 2.23 (± 1.41 kg / m²) ; divided into two groups
consisting of 10 subjects each, one using assiduously heel (G1) and one that uses
sporadically (G2). Statistical analysis showed that the G1 has a positive correlation of 0.83
between age and pressure placed on the anterior feet, showing that as the woman who
assiduously uses heeled age there is an increased plantar pressure in the anterior feet.Also
in the study with the G1, it was observed that 68% of the cases studied showed this condition
due to constant use of high-heeled shoes. The G2 showed no correlation between the data,
showing that the use of high heels sporadically does not change the behavior of plantar
pressure distribution, consequently not overloading the forefoot area.The sample for this
research was relevant, but further studies should be conducted with a larger sample that can
be compared to the results obtained from the studies. It is concluded that the group has
assiduously uses heel change in plantar pressure distribution, resulting in increased pressure
in the forefoot as aging.
Keywords: Plantar pressure; AgeandHigh Heels
INTRODUÇÃO
Em tempos modernos em que a mulher se insere cada vez mais no mercado de trabalho o
sapato de salto alto se tornou não apenas uma peça utilizada para os momentos de lazer,
mas um aliado que quando utilizado em seu trabalho ou em outras ocasiões expressa
elegância, imposição e boa aparência.
A boa postura é aquela que protege as estruturas do corpo contra lesões e ou
deformidades progressivas. Já a postura precária é aquela que sobrecarrega as estruturas
de sustentação do corpo e gera um equilíbrio menos eficiente (HALL e BRODY, 2007).
O centro de gravidade (CG) é um ponto em que se concentra a massa do objeto, nos seres
humanos em geral na postura ortostática ele está localizado na altura da segunda vértebra
sacral;contudo quando se utiliza calçado com salto alto o CG é elevado e anteriorizado
(OPILA atal 1988).
Segundo Bienfait (1995) fatores externos, tais como: as desigualdades do chão, os planos
inclinados e os obstáculos, obrigam o pé a alterar sua base, e sempre quando houver uma
anomalia dos membros inferiores, este será então um ponto de partida para desencadear
alterações na postura, tais como mudança na posição pélvica e uma compensação lombar.
Bricot (2004) acrescenta que além das alterações posturais geradas pelo salto alto o mesmo
leva a uma mudança na mecânica da coluna. De acordo comSnow e Williams (1992) a
sobrecarga em antepés resultante do uso de salto alto pode gerar maior stresse sobre as
estruturas moles e rígidas dos pés contribuindo para o desenvolvimento de dores e
alterações ortopédicas.
O baropodômetro é um instrumento de alta tecnologia por meio do qual podemos obter
dados referentes à distribuição de pressão plantar e deslocamento do centro de pressão,
também é possível verificar os tipos de pé, como pé cavo e pé plano; desta forma por meio
dele pode-se realizar diagnósticos e desenvolver tratamentos.
Bertoncelloet al (2009) avaliou o equilíbrio e a retração muscular da cadeia posterior de
mulheres que utilizam salto alto por meio do teste de Romberg adaptado e teste de alcance
horizontal, as participantes encontravam-se sem calçado para realização dos testes, os
resultados mostraram que existe uma redução do equilíbrio em mulheres que costumam
utilizar salto alto, e nenhuma alteração foi apresentada quanto a extensibilidade da cadeia
muscular posterior relacionada ao uso do salto alto.
Em posição estática, a distribuição de peso corporal se dá de forma que cerca de 60%
se deposita na região posterior dos pés denominada retropé, enquanto que 40% se
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depositam na região anterior dos pés chamada de antepé (CAVANAGH et al., 1987;
MANFIO et al. 2001; TORTORA, 2007). Já para Tribastone (2001) os valores ideais de
distribuição de pressão plantar são de 35% a 40% em antepé e 55% a 60% em retropé.
O calçado de salto alto posiciona o pé de forma que o tornozelo se mantém em flexão,
tal situação leva a um aumento da pressão plantar do antepés(SNOW e WILLIAMS, 1992;
YANG–HUI, 2005).
Realiet al (2005) em seu estudo onde avaliou dois grupos de mulheres um que utilizava salto
alto e outro que não o utilizava, observou, por meio da cinemetria, que mesmo sem calçado
o grupo de usuárias de salto alto apresentaram aumento da lordose lombar e da inclinação
pélvica anterior, enquanto que no grupo de não usuárias encontrou-se o inverso, ou seja
diminuição da lordose lombar e inclinação pélvica posterior.
Em um estudo comparativo, Pezzanet al (2009) analisou o tipo de pé de dois grupos de
mulheres, sendo o grupo A constituído por usuárias de salto alto e o grupo B por não
usuárias. Nele conclui que o grupo A apresentou maior tendência ao pé cavo quando
comparado ao grupo B; resultado muitas vezes de uma estratégia compensatória postural
que permanece mesmo quando a usuária está sem o calçado de salto alto, sobrecarregando
e alterando as estruturas dos pés corroborando com os estudos de Snow& Williams (1992).
Visto que inúmeras alterações ocorrem quando se utiliza salto alto, tais como na
postura quanto na distribuição de pressão plantar, este estudo visa contribuir a esclarecer se
existe correlação entre a distribuição de pressão plantar de mulheres sem calçado e a idade
de mulheres que utilizamcalçados de salto alto.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo analisar por meio da baropodometria a distribuição de
pressão plantar de mulheres que utilizam salto alto assiduamente e esporadicamente, e
verificar se quando sem calçado há relação entre a distribuição de pressão plantar e a idade.
METODOLOGIA
Pesquisa caracterizada comodescritiva, prospectiva, transversal e quantitativa;
autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Anhanguera Educacional S/A –
(CEP)/AESA – em26/05/2010 por meio do parecer: 076/2010.
O estudo foi realizado com 20 mulheres adultas com idade entre 20 a 30 anos que não se
enquadram nos critérios de exclusão e que utilizam calçados de salto alto; sendo
selecionados dois grupos de 10 pessoas, grupo A (G1) e grupo B (G2).
Os critérios de inclue utilizam calçados de salto há no mínimo dois anos, duas vezes ou
menos por semana, não tendo este grupo altura ou horas pré-definidas de uso do calçado
de salto alto, tendo idade entre 20 e 30anos, IMC entre 20 a 25 kg/m².
Critérios de exclusão válidos para os dois grupos foram: mulheres que não utilizem calçados
de salto alto epossuam patologias ortopédicas que gerem alterações posturais tais como:
fraturas, escolioses, tendinoses (tendinite), dor em membros inferiores, qualquer tipo de
algia ou inflamação no momento da avaliação.
Aplicou-se um questionário de identificação nas participantes dos dois grupos A e B.
As voluntárias foram submetidas a uma avaliação antropométricautilizando como
instrumento uma Balança Antropométrica,sendo coletadosindividualmente a massa corporal
e estatura de cada voluntária;os resultadosforam anotados no questionário de identificação e
então calculou-se o IMC (kg/m²). Nestaetapa da coleta as voluntárias que não obtiveram o
IMC dentro do valor considerado normal pela OMS (Organização Mundial da Saúde), foram
excluídas do estudo e aquelas que se enquadraram no valor normal de IMC responderam ao
Questionário de Identificação (Anexo B).
As participantes que se enquadraram na pesquisa assinaram o Termo
deConsentimento livre e Esclarecido e logo após foram transferidas a sala onde ocorreria a
avaliação baropodométrica.
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Os avaliadores posicionaramaparticipante sobre a plataforma, conforme o protocolo
Gagey e Weber (2000) e em seguida realizou-se a coleta dos dados, com a análise sendo
realizada posteriormente para cada avaliação.
A avaliação baropodométrica, foi realizada em uma sala fechada com temperatura ambiente.
As participantes mantiveram-se imóveis sobre a plataforma durante 25 segundos, em apoio
bipodal, calcanhares afastados de três a quatro centímetros, sem calçado, braços ao longo
do corpo, olhos abertos. O baropodômetrofoi posicionado a um metro de distância do alvo
visual que se encontrava horizontalizado em relação ao olhar das participantes analisadas.
As imagens foram capturadas utilizando uma câmera digital da marca Sony® DSC – W35 de
7,2 megapixels apoiada sobre tripé numa distância de 3,0 m das avaliadas. A captura das
imagens foi feita posteriormente, uma vez que, o objetivo era verificar a postura sobre a
plataforma e evitar ao máximo a oscilação corporal das avaliadas.
O baropodômetro utilizado para este estudo foi o da marca FootWork®; que possui as
seguintes especificações: peso 3kg, 5 mm de espessura, superfície ativa de 400 x 400 mm,
dimensões 654 x 520 x 25 mm, frequência 150HZ, pressão máxima por capacitador 100
N/cm, conversor analógico de 16 bits, medida do capacitador 7.62 x 7.62 mm, com 2.704
captadores, sendo captadores capacitivos calibrados, conexão e alimentação USB, essa
plataforma se conecta por cabo a um computador utilizando um software apropriado para a
visualização dos dados obtidos. A figura 1 mostra através do programa utilizado a imagem
da planta dos pés de uma das voluntárias em contato com a plataforma sendo detectadaa
pressão plantar.
O tratamento estatístico dos dados foi obtido através doprograma StatiscalPackage for
Social Science (SPSS), versão 10.0 para Windows no Microsoft Office Excel (2007),
adotando nível de significância de p<0,05 (5%) para todas as análises.
Figura 1:
Avaliação
baropodométrica
integrantes do
de uma das
Grupo B.
RESULTADOS
Pode-se observar na Tabela 1, que G1 apresenta uma considerável correlação positiva,
utilizando o coeficiente de correlação de Pearson para análises paramétricas(r= 0,83), com
um índice de significância (p≤0,005) entre idade e pressão média em antepés, o que indica
que quanto maior a idade da participante, maior também é a pressão depositada em
antepés. O resultado encontrado no G2 apresenta uma correlação de 0,50 indicando que há
pequena relaçãoentre os dados para este grupo.
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Tabela 1: Correlação entre Idade e Pressão Média em antepés
GRUPO A
Idade (anos)
GRUPO B
P.M de
Idade (anos)
antepés (%)
P.M de
antepés (%)
Média
24
39,8
23,1
38,2
D.P
2,94
9,17
2,64
9,46
Variância
8,67
84,18
6,99
89,51
Correlação
0,83
0,50
Legenda: P.M= Pressão Média; D.P= Desvio Padrão
A Figura 2 expressa a correlação existente entre idade e pressão plantar em antepés do G1
e o Coeficiente de Determinação(r²) que é 0,6837. O gráfico da figura 3 mostra que do
quantitativo total analisado para G1, 68% dos casosdeste grupoapresentaram aumento da
pressão em antepés que está diretamente relacionado ao aumento da idade;
aproximadamente 32% deste grupo não se enquadram no fenômeno de que quanto maior a
idade maior a pressão em antepés.
Figura 2: Correlação entre idade e pressão média em antepés do G1.
A Figura 3 mostra correlação entre idade e pressão plantar da região anterior dos pés do G2
e um Coeficiente de Determinação (r²) que é 0,2467.No caso específico do G2, em que as
avaliadas utilizavam salto alto de maneira esporádica, apenas 24% apresentaram correlação
entre deslocamento de pressão plantar em antepés associada ao envelhecimento o que
mostra que houve pouca influência do uso esporádico do salto alto sobre a pressão plantar
em antepés.
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Figura 3: Correlação entre idade e pressão média em antepés do G2.
DISCUSSÃO
Este estudo investigou por meio da baropodometria a distribuição de pressão plantar em
dois grupos de mulheres, um que utiliza salto alto assiduamente(G1) e outro
esporadicamente (G2).
A análise estatística mostrou que mulheres que utilizam salto alto assiduamente
tendem com o passar dos anos a deslocar o peso para região anterior dos pés. Os
resultados podem estar relacionadosas alterações posturais desenvolvidas ao longo dos
anos do uso do salto alto, tais como: redução da largura do arco plantar que sugere pé cavo
e o aumento do valgismo do retropé mostrados no estudo de Pezzan et al (2009).
Quando se utiliza o calçado de salto alto ocorre uma alteração na distribuição de
pressãoplantarde forma que aumenta a pressão exercida na região anterior dos pés, de
acordo com o aumento da altura do salto dos calçados (SNOW & WILLIAMS, 1992;
BIENFAIT, 2005; BANNACH & HORODÉSKI, 2012).
Os estudos de DeLateuret al (1991); Bertoncelloat al (2009),mostram que durante a
utilização do calçado de salto alto o péfica menos tempo apoiado na região posterior
(retropé), desta forma o antepé sofre uma maiorpressão durante a deambulação, causando
desequilíbrio postural, mesmo quando sem calçado; característica mais visível para G1.
Os resultados do estudo mostram uma deposição maior de pressão em antepé no G1,
levando a transferênciada distribuição de pressão de retropé para antepé; porém para o G2
os resultados estão de acordo com os estudos de (CAVANAGH et al., 1987; MANFIO et al.
2003; TORTORA, 2007), que defendem que em posição estática, a descarga de peso
corporal distribui-seem cerca de 60% na região posterior dos pés denominada retropé,
enquanto que 40% se depositam na região anterior dos pés chamada de antepé.Tribastone
(2001) defende que os valores ideais de distribuição de pressão plantar são de 35% a 40%
em antepé e 55% a 60% em retropé.
Diante das alterações geradas pelo uso constante de salto alto, ressaltamos a
necessidade de se desenvolver novos estudos que verifiquem e relacionem a análise
postural, a distribuição de pressão plantar e a idade.
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados neste estudomostraram que na análise estática da distribuição
de pressão plantar existe uma correlação positiva entre idade e pressão média exercida na
planta dos pés, de mulheres que utilizam calçado de salto alto assiduamente.
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A amostra selecionada para esta pesquisa foi relevante, porém novos estudos devem ser
realizados com número maior de amostras, para que possam ser comparados os resultados
obtidos entre os estudos.
Conclui-se que devido às alterações posturais geradas pelo uso contínuo do salto alto, estas
refletem modificando a distribuição de pressão plantar aumentando a pressão em antepés
podendo conforme o avanço da idade, acarretar alterações ortopédicas.
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ANÁLISE DO CICLO DA MARCHA HUMANA ATRAVÉS DE SISTEMA BIDIMENSIONAL
SILVA,M.G.¹;ANDRADE,G.P.²; RODRIGUES,D.E.³; QUEIROZ,L.P.4; SILVA,G.G.5.
1,2,3,4,5 – UNESP <Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”> Campus
Guaratinguetá - Guaratinguetá - São Paulo - Brasil.
e-mail:
[email protected]
RESUMO
A marcha humana envolve uma série de movimentos complexos em todos os segmentos
corporais e para que seja possível a análise da marcha nos seus diferentes aspectos é
imprescindível a segmentação temporal do movimento, para facilitar a identificação dos
eventos relacionados a cada etapa. Esta pesquisa teve como objetivo identificar através de
cinemetria bidimensional, os ângulos articulares do quadril, joelho e tornozelo durante as
fases da marcha humana normal, destacando três fases de maior relevância, que são: o
apoio calcâneo, o apoio total do pé e o apoio em antepé. Através de análise bidimensional
feita por câmera de filmagem foi possível obter quadros de imagens de cada voluntário;
utilizando o programa Kinovea® identificou-se os ângulos em cada articulação demarcada
com esferas de isopor. Após este processo utilizou-se o programa Matlab 7.0 para
elaboração da rotina específica e plotagem gráfica da marcha de cada voluntário. Foram
levantados dados cinéticos, tais como: forças e momentos atuantes nos segmentos, coxa,
perna e pé e dados dos ângulos articulares foram obtidos utilizando equações matemáticas
nas três principais fases do ciclo da marcha. Para a pesquisa foram utilizados quatro
voluntários, sendo dois homens e duas mulheres, com idades entre 25 a 36 ± 4,57anos;
altura entre 1,66 a 1,80 ± 0,06m. A metodologia apresentada foi suficiente para
comprovação do mecanismo de instrumentação para análise da marcha humana proposta,
identificando através do comportamento gráfico das curvas as variáveis intervenientes da
marcha; este sistema de análise proposto pode ser utilizado, em pequenas ou em grandes
amostras. Os resultados apresentados mostraram coerência quanto ao movimento de
progressão do ciclo da marcha humana normal. As diferenças encontradas podem ser
devido às amostras serem compostas por ambos os gêneros, com alturas e massas
diferentes, e principalmente o estilo de marcha de cada participante. A amostra com quatro
voluntários atingiu os objetivos relacionados à análise bidimensional da marcha humana;
mesmo se tratando de um grupo restrito, os resultados atingidos foram representativos.
Novas pesquisas deverão ser realizadas com número maior de amostras, comparando-se
grupos específicos, e investigando variáveis intervenientes do ciclo da marcha.
Palavras Chave: Marcha humana, Sistema Bidimensional e Matlab.
ABSTRACT
The human gait involves a series of complex movements in all body segments and to be able
to gait analysis in its different aspects is essential to temporal segmentation of motion to
facilitate the identification of events related to each step. This research aimed to identify
through two-dimensional kinematics, the joint angles of the hip, knee and ankle gait phases
during normal human gait, detailing three phases more relevants, which are: support
calcaneus, the full support of the foot and support forefoot. Through dimensional analysis
made by camera shooting was possible to obtain image frames from each volunteer; using
the program Kinovea ® identified the angles at each joint demarcated with polystyrene
spheres. After this process we used the Matlab 7.0 for elaboration of specific routine and
graphical plotting gait of each volunteer. Kinetic data were collected, such as forces and
moments acting on segments, thigh, leg and foot and joint angles data were obtained using
mathematical equations in the three main phases of the gait cycle. For research we used four
volunteers, two men and two women, aged 25 to 36 ± 4.57 years, height between 1.66 to
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1.80 ± 0.06 m. The methodology presented was sufficient to prove the mechanism of
instrumentation for analysis of human gait proposal, identifying through the behavior graph
curves intervening variables of gait, this analysis system proposed can be used in small or
large samples. The results showed consistency regarding the movement cycle progression of
normal human gait. The differences may be due to the samples being composed of both
genders, with different heights and masses, and especially the marching style of each
participant. The sample with four volunteers reached the objectives related to twodimensional analysis of human gait, even when dealing with a small group, the results
achieved were representative. Further research should be conducted with larger number of
samples, comparing specific groups, investigating and intervening variables of the gait cycle.
Keywords: Human Gait, Two-dimensional system and Matlab.
INTRODUÇÃO
Atualmente, define-se a marcha por comportamentos motores compostos por
movimentos integrados do corpo humano. São comportamentos cíclicos que permitem
estabelecer critérios objetivos para a distinção entre estrutura de movimentos normais e
anormais, assim como a discriminação de mudanças causadas pelo desenvolvimento do
indivíduo.
A análise e o treinamento da marcha
e da corrida são elementos principais da prática fisioterápica e da medicina de reabilitação.
À medida que os avanços tecnológicos se tornam mais sofisticados, a análise biomecânica
detalhada da marcha e da corrida pode ser realizada cada vez mais em um ambiente clínico
e precisa ser mais amplamente compreendida pela classe médica e pesquisadores
(ANDRADE, 2002). Nas duas formas locomotoras de movimento, as ações do corpo são
cíclicas, envolvendo seqüências em que o corpo é suportado primeiro por uma perna e
depois pela outra.
A
locomoção
humana é realizada na postura bípede e é referida na literatura como marcha. A marcha
humana envolve uma série de movimentos complexos em todos os segmentos corporais e
para que seja possível a análise da marcha nos seus diferentes aspectos é imprescindível a
segmentação temporal do movimento, para facilitar a identificação dos eventos relacionados
a cada etapa.
A locomoção deve atender a várias exigências
simultâneas, dentre as quais destacam-se: a propulsão do corpo para frente ou para trás;
manutenção do equilíbrio em condição estática e dinâmica, em situação variável de apoio;
coordenação entre postura, equilíbrio e locomoção com adaptação. Apesar de dois
indivíduos não se locomoverem de forma idêntica, algumas características da marcha são
universais, e servem como base para a descrição cinemática, eletro miográfica e dinâmica
da marcha (VIEL, 2001 citado por SILVA, 2009).
A marcha humana normal é caracterizada por um ciclo que se inicia com o contato do
calcanhar com o solo (fase de apoio) e termina quando o pé deixa o solo (fase de oscilação).
Em situações normais, a fase de apoio constitui aproximadamente 60% do ciclo e a fase de
oscilação, 40%. Na marcha, enquanto o corpo, em movimento, passa para a perna de apoio,
a outra perna balança para frente, preparando-se para a próxima fase de apoio. Um dos pés
está sempre em contato com o solo e, no instante em que o apoio transfere-se da perna
apoiada para a perna que avança, há um breve período em que ambas as pernas estão em
contato com o chão. Esse período é chamado de duplo apoio (AMADIO et al, 1996).
Na marcha com velocidades moderadas, ocorrem movimentos sincrônicos de quase
todas as partes importantes do corpo. A pelve se inclina, gira e oscila conforme se move
para frente. Os segmentos do membro inferior apresentam deslocamentos nos três planos
espaciais, enquanto os ombros giram e os braços balançam em fase contrária aos
deslocamentos da pelve e das pernas. Deste modo, vamos descrever a marcha como a
translação do corpo sendo um todo no espaço e, para isso, vamos usar o conceito da
trajetória do centro de massa (CM) do corpo (LATEUR, LEHMANN, 1994).
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Durante a marcha, o CM do corpo não permanece em uma
posição fixa, mas ainda assim, encontra-se dentro da pelve por dois motivos principais: os
movimentos da pelve nos três planos espaciais são rápidos e a pelve é uma estrutura que
favorece a divisão do corpo em metades superior e inferior, com comportamentos diferentes
durante a marcha (INMAN et al., 1998).
OBJETIVO
Esta pesquisa teve como objetivo identificar o comportamento gráfico das curvas dos
ângulos articulares do quadril, joelho e tornozelo, durante as fases da marcha humana
normal, através de sistema de análise bidimensional.
METODOLOGIA
Amostra Experimental
Como critério de inclusão foram selecionados quatro adultos aparentemente
saudáveis. Como critérios de exclusão, os participantes não podiam ter discrepância nos
membros inferiores, ser portador de alguma deficiência física, ter sido submetido a alguma
cirurgia ou ter sofrido alguma lesão nos membros inferiores, que pudessem alterar o padrão
normal de sua marcha. Não houve qualquer restrição ou limite quanto ao peso corporal dos
participantes. A tabela 1 mostra a descrição das variáveis: idade, peso corporal e altura.
Tabela 1: Descrição das variáveis de cada participante.
Voluntário
Idade
(anos)
36
Peso Corporal (kgf)
Altura (m)
77
1,66
B (fem)
25
64
1,74
C (fem)
30
65
1,67
D (masc)
32
91
1,8
Média
30,75
74,25
1,71
DP
± 4,57
± 12,63
± 0,006
A (masc)
Procedimentos Éticos
Após terem sido informados sobre os procedimentos e objetivos do estudo, cada
voluntário ou responsável, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido
(CNS/MS 196/96), aprovado na Comissão de Ética CEP/UNITAU nº 299/09.
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Local de Ensaio
Os ensaios foram realizados no laboratório de Biomecânica (FEG/UNESP) cujas
dimensões determinadas para o ensaio foram; 4,0m x 2,0m, respectivamente
comprimento e largura do local. A figura 1 mostra o local de ensaio, apresentando ao
fundo um pano de cor preta, a fim de contrastar com os voluntários, e uma lona de cor
preta onde os voluntários pisaram durante a passada no ciclo da marcha.
Figura 1: Imagem real do local de ensaio (Laboratório de Biomecânica FEG/UNESP)
Protocolo Experimental
Os voluntários foram instruídos a realizar um ciclo normal da marcha humana,
respeitando o padrão individualizado, numa única tentativa. A velocidade e ritmo das
passadas foram as mesmas de uma caminhada padrão, executada no dia a dia. Neste caso
específico, foram analisadas o ciclo completo da marcha, porém 3 fases foram consideradas
“chave” ou de transição e que demarcaram a análise posterior; são as seguintes: a) Fase do
o apoio calcâneo: caracterizada pelo início do contato do calcanhar com o solo; neste
instante iniciou-se a análise e captação de quadros (imagem). b) Fase do apoio total do pé
ou aplanamento: caracterizada como o apoio unipodal, em que o voluntário apoiou o pé
direito desde o calcâneo até o metatarso, e o pé esquerdo em transferência, neste instante
estava fora do solo, projetando-se a frente. c) Fase do apoio em antepé: conhecido também
como fase de apoio na ponta do pé, em que o voluntário faz a transferência de energia da
perna direita para a esquerda, a fim de evoluir na sua passada para frente.
Procedimentos Experimentais
Para o ensaio foram utilizados marcadores passivos através de esferas de isopor
fixados nos seguintes acidentes ósseos do membro direito; acrômio, trocânter maior e
epicôndilo lateral do fêmur (coxa), côndilo lateral da tíbia e maléolo lateral (perna),
tuberosidade lateral do osso calcâneo (tornozelo) e cabeça do quinto metatarso (pé).
O momento do primeiro contato do
calcâneo no solo foi determinado como ponto inicial da análise e o apoio do antepé ao fim de
um ciclo completo da marcha foi determinado como ponto final; todos os instantes
capturados pela filmagem entre uma fase e outra foram analisados e separados através de
quadros de imagens (MPEG).
Instrumentação utilizada
A aquisição de imagens foi feita através de uma câmera, Samsung ES65, posicionada
paralelamente ao voluntário numa distância de 3m do voluntário, no plano sagital; utilizou-se
esferas de isopor de 15mm de diâmetro, seccionadas ao meio, com pontos determinados
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segundo o modelo antropométrico para análise da marcha humana proposto por Winter
(1990).
Para aquisição dos ângulos articulares
utilizou-se o programa gratuito Kinovea®, através do uso deste programa obteve-se os
ângulos do quadril, joelho e tornozelo. Utilizou-se o programa Matlab 7.0, para
desenvolvimento de rotina de linguagem computacional específica para análise da marcha e
plotagem gráfica dos ângulos. Através destes gráficos foi possível estabelecer fases
importantes do ciclo da marcha, podendo ser feitas análises individuais ou simultaneamente
de todos os voluntários.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para obter os gráficos utilizando o programa computacional Matlab 7.0, elaborou-se rotinas
de linguagens especificas para o programa.
As figuras 2, 3 e 4
mostram os resultados de cada voluntário plotados num único gráfico de cada análise de
ângulo articular; voluntário A (linha de cor vermelha), voluntário B (linha de cor verde),
voluntário C (linha de cor azul) e voluntário D (linha de cor azul com círculo).
Análise do ângulo do quadril
Os resultados do ângulo do quadril mostraram-se coerentes com o esperado para o
padrão do ciclo de marcha humana normal (ANDRADE, 202; MARTINS, 2002; GOMES,
2007). Adotou-se como ponto de referência analisado; a região anterior do quadril, de
maneira que a 1ª fase da marcha apresentou valores de ângulo menores que a 2ª fase da
marcha, pois a medida que ocorre a transição da 1ª para a 2ª fase, o quadril se estendeu,
conforme a evolução do gráfico apresentado na figura 2; na 3ª fase os valores dos ângulos
reduziram mostrando uma característica semelhante à marcha normal na preparação da
fase de balanço, (GOMES, 2007). O voluntário C apresentou valores mais elevados, devido
a características individuais do padrão de marcha, porém não alteraram as curvas
significativamente; os voluntários A e D apresentaram valores próximos e de acordo com o
padrão esperado; o voluntário B apesar de iniciar com valores menores que os outros,
apresentou uma progressão dentro do esperado e atingiu valores próximos dos voluntários A
e D. Pode-se afirmar que a média encontrada no ciclo da marcha normal para os quatro
voluntários apresentou características de comportamento de curva semelhantes, conforme
representada no gráfico (figura 2).
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teste gráfico
220
Angulo do quadril (graus)
210
200
190
180
170
160
150
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
Tempo (s)
0.7
0.8
0.9
1
Figura 2:
Gráfico do ângulo do quadril de quatro voluntários no ciclo de marcha humana normal.
Análise do ângulo do joelho
A figura 3 mostra os resultados do comportamento gráfico das curvas do ângulo dos joelhos
de cada voluntário. Os dados de referência foram tomados na região posterior do joelho
(SILVA, 2009; ROSA, 2010); também denominada referência de ângulo relativo.
Nesta análise, observou-se que na 1ª e 2ª fases os
valores de ângulo mantiveram-se lineares, pois em ambas as fases, de acordo com o padrão
da marcha, o joelho se mantém em extensão. No início da 3ª fase ocorreu um declíneo, pois
o joelho tende a flexionar (INMAN, 1998; PERRY, 2005). Os resultados encontrados
apresentaram similaridade no ciclo de marcha analisado.
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teste gráfico
190
Angulo do joelho (graus)
180
170
160
150
140
130
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Tempo (s)
0.6
0.7
0.8
0.9
Figura 3: Gráfico do ângulo do joelho de quatro voluntários no ciclo de marcha humana
normal
Análise do ângulo do tornozelo
Na articulação do tornozelo os ângulos apresentaram variações maiores em relação aos
ângulos do quadril e joelho (WINTER, 1990; ANDRADE, 2002; SILVA, 2009), influenciado
provavelmente pela pressão plantar exercida no momento do contato com o solo (FRS –
força de reação do solo). Os resultados apresentados (figura 4) mostram que estas
variações não influenciaram no padrão esperado da marcha humana normal (PERRY, 2005;
GOMES, 2007). O ponto de referência adotado para esta análise foi a região anterior do
tornozelo (WINTER, 1990).
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teste gráfico
135
130
Angulo do tornozelo (graus)
125
120
115
110
105
100
95
90
85
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Tempo (s)
0.6
0.7
0.8
0.9
Figura 4: Gráfico do ângulo do tornozelo de quatro voluntários no ciclo de marcha humana
normal
CONCLUSÃO
O sistema de análise bidimensional do ciclo de marcha humana utilizado nesta pesquisa
mostrou ser eficiente na verificação do comportamento do indivíduo durante as principais
fases da marcha.
Os
dados levantados
mostraram coerência com o padrão esperado da marcha humana normal para todos os
voluntários. Foram identificadas algumas variações intra-voluntários, possivelmente devido
às características morfológicas do grupo selecionado e ao padrão individual do movimento.
Para uma análise detalhada do ciclo de marcha humana,
devemos verificar também o centro de massa e de pressão plantar, pois através destas
análises é possível identificarmos o deslocamento do corpo nas diferentes fases e termos
um padrão de confiabilidade adequado.
Novas
pesquisas devem ser realizadas com número maior de amostras, comparando-se grupos
específicos, e investigando variáveis intervenientes do ciclo da marcha.
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IDADE COM QUE AS CRIANÇAS INICIAM UMA PRÁTICA ESPORTIVA NOS CENTROS
DESPORTIVOS DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO-SP
LOPES, F. J. 1;
ZANETTI, M. C. 1,2;
ARONI, A. 1;
CECARELLI, L. R. 1;
MACHADO, A. A. 1;
1 - LEPESPE – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte – IB –
UNESP – Rio Claro – Brasil.
2 - Universidade Paulista – UNIP – São José do Rio Pardo – Brasil.
[email protected].
Resumo
Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as idades com que as crianças iniciam
uma prática esportiva nos centros esportivos da cidade de São José do Rio Pardo-SP. Para
tal, aplicamos um questionário contendo uma única pergunta ”Idade com que as crianças
iniciam uma prática esportiva no centro desportivo”. Dessa forma, encontramos que a média
de idade para os esportes individuais se aproximam de 7.0 e nos esportes coletivos por volta
de 7.27 anos, obtendo assim, divergências segundo a proposta recomendada pela literatura
que varia de 8-12 anos de idade para ambos os esportes, por se tratar da faixa etária mais
apropriada para se iniciar as habilidades básicas das crianças. Contudo, no que nós
acreditamos, é que a idade para a iniciação esportiva independente de sua idade, gênero,
modalidade, ela deverá implicar por parte do profissional, estabelecer seus objetivos,
metodologia, princípios de acordo com a faixa etária dos jovens.
Palavras-Chaves: Iniciação esportiva, Esporte, Jovens.
Abstract
This study aimed to identify and analyze the ages at which children begin a sport centers in
the city of São José do Rio Pardo, Brazil. To this end, we applied a questionnaire containing
a single question "Age at which children begin a sport in the sports center" so that the
leaders of the sports centers could respond. Thus, we found that the average age for
individual sports are close to 7.0 and on sports teams around 7.27 years, thus obtaining
differences according to the proposal recommended by the literature ranging from 8-12 years
of age for both sports, because it is the most appropriate age to begin basic skills of young
people. However, we believe, is that the age for initiation sport regardless of age, gender,
modality, it would imply on the part of the teacher, set your goals, methodology, principles
according to the age group of young people.
Key Words: Initiation sports, Sports, Youth
INTRODUÇÃO
A iniciação esportiva é o período em que a criança começa a aprender de forma específica e
planejada a prática esportiva. Santana (2005), procurando uma iniciação esportiva que
contemple toda a complexidade humana, a entende como período em que a criança inicia a
prática regular e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, e o objetivo imediato é
dar continuidade ao seu desenvolvimento de forma integral, não implicando em competições
regulares.
O esporte oferecido aos jovens nos seus mais diversos contextos sofrem muitas influências
dos agentes desportivos (treinadores, pais, avós, árbitros, etc.), não somente nas ações
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adultas no momento competitivo, más ainda sim, nos valores a que concerne o esporte
(KORSAKAS, 2002). Não obstante, preocupam-se com uma pedagogia pautada mais para o
lado da competição (vencer a qualquer custo, treinamentos sistemáticos, resultados em
curto prazo), despreocupando-se, com a educação e a saúde dos jovens, como o (prazer em
jogar, vivenciar habilidades novas, cooperação e alegria), (SANTANA, 2004).
Assim, é observável que cada vez mais cedo as crianças iniciam uma pratica esportiva em
busca do sucesso (SANTANA. 2004). No entanto, seria essa a melhor opção? Seria essa a
melhor escolha a ser feita com uma criança de acordo com suas necessidades e seus
anseios? Através deste fato, não podemos colocar em dúvidas a metodologia utilizadas por
nós profissionais?
Contudo, a pergunta que persegue muitos de nós é, com que idade as crianças estariam
aptas a iniciar uma prática desportiva e de que forma inicia-las?
REVISÃO DE LITERATURA
Iniciação Esportiva
De acordo com Almeida apud Ramos e Neves (2008), a iniciação esportiva deve ser
dividida em três estágios. O primeiro deles, chamado de iniciação desportiva propriamente
dita, ocorre entre 8 ou 9 anos. Nessa fase, o objetivo do treinamento é a aquisição de
habilidades motoras e destrezas específicas e globais, realizadas através de formas básicas
de movimentos e jogos pré-desportivos. Ainda Almeida no mesmo ano, nessa faixa etária, a
criança encontra-se apta para a aprendizagem inicial dos esportes, contudo, ainda não está
apta para esporte coletivo de competição. Entende-se, assim, que o esporte coletivo atrai as
crianças muito mais pelo prazer da atividade em si do que pela própria competitividade (...).
O segundo estágio, acontece por volta dos 10-11 anos de idade. Nessa fase, a criança
deverá experimentar jogos sócio-despotivos, afim, de abordar ações que abordam a
cooperação e colaboração. Um dos princípios dos jogos será introduzir as crianças em meio
às regras, técnicas e táticas gerais através dos jogos educativos (ALMEIDA, 2005 citado por
RAMOS; NEVES, 2008).
Por fim, o terceiro estágio se enquadra na faixa etária dos 12-13 anos de idade, onde os
jovens alcançam um significado e desenvolvimento das suas capacidades intelectuais e
físicas. São realizadas tarefas na qual possibilitem as crianças uma aprendizagem
especializada e individual, permitindo-lhes a solucionar os conflitos em coletividade
(ALMEIDA, 2005 apud RAMOS E NEVES, 2008).
Para Pinni e Carazzatto (apud SANTANA, 2005), a iniciação esportiva da criança
deve obedecer a duas fases distintas: geral e especializada. Na iniciação geral, dos 2 aos 12
anos de idade, o objetivo maior é a formação, a preparação do organismo e esforços
posteriores, o desenvolvimento das qualidades físicas básicas e o contato com os
fundamentos das diversas modalidades. Não deve haver uma preocupação centralizada na
competição esportiva. Na fase seguinte, entre 12 e 14 anos, o adolescente é orientado para
a especialização esportiva.
JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se pela importância de abordar, qual a idade recomendada para
se iniciar uma pratica desportiva e de que forma inicia-la. E também, nos permite pontuar se
a postura do profissional é relevante dentro dessa temática.
OBJETIVOS
Identificar e discutir a idade com que as crianças iniciam uma prática esportiva nos
centros esportivos da cidade em questão.
PRODEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Amostra
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Foram investigados 5 (cinco) centros desportivos na cidade de São José do Rio Pardo
– SP, estes, como: clubes, secretaria municipal de esporte, escolhinhas e academias. Para
tanto, selecionamos os principais centros desportivos da cidade, alguns com modalidades
esportivas especificas, como o futebol, por exemplo, e outras com várias modalidades como
(basquetebol, voleibol, handebol, natação, tênis, futsal, tênis de mesa, etc.)
Instrumento para coleta dos dados
Elaboramos, um questionário contendo uma única pergunta “Idade com que as
crianças iniciam uma prática esportiva no centro desportivo” onde foi entregue aos
coordenadores e/ou dirigentes dos centros investigados. Antes, agendamos por telefone um
dia e o local onde foram feitas as coletas de dados, assim, afim de atenta-los sobre o
conhecimento da pesquisa.
Também, foram entregues aos entrevistados um termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, esclarecendo sobre sua participação na pesquisa, bem como, sua possível
desvinculação com a pesquisa.
Para tal análise dos dados, utilizamos a técnica de Bardin (2011), apoiando-se na analise de
conteúdo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Destacaremos aqui, os centros desportivos investigados por nós.
Quadro – 1.
Idade com que as crianças iniciam uma prática esportiva nos centros desportivos
Entid
Modalidades
Faixa
ades
Etária
A
B
C
Futebol
Natação
Atletismo
Basquete
Damas
Futsal
Futebol
Ginástica
Artística
Handebol
Judô
Karatê
Natação
Voleibol
Xadrez
Defesa
Pessoal
Capoeira
Boxe
Skate
8
4
8
8
8
8
8
8
5
8
8
8
8
8
8
8
8
D
Balé
Basquete
Futebol
Futsal
Natação
Tênis de
5
6
5
5
4
7
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E
Campo
Tênis de
Mesa
Badminton
Basquete
Natação
Futsal
Tênis de
Campo
7
7
10
8
6
10
Utilizamos a ferramenta do Microsoft Excel 2007 para calcular a média de idade em
esportes individuais e coletivos dos resultados de nossa pesquisa.
Vemos nos esportes individuais a média de idade 7.0 e nos coletivos 7.27 anos de
idade que se iniciam a prática do mesmo.
De acordo com essa temática, fomos buscar no trabalho (SILVA; FERNANDES;
CELANI, 2001), a idade recomendada pelo coletivo de autores para iniciar-se uma prática
desportiva.
Quanto aos esportes individuais, vemos recomendações na prática do atletismo, por
exemplo, por volta dos 7-8, 10-12 e 12-14 anos de idade. Já na natação relatamos idades
para iniciação que variam de 3-7, 7-9 e 9-10 anos, nas ginásticas (artística e rítmica) 6-8 e 611, no judô presenciamos 8-10 e 12 e, por último, o tênis 6-8 anos de idade. Obtendo, desta
forma, a média de 8.9 anos.
Nas modalidades coletivas, examinamos modalidades como o basquetebol, idades ideais
para se iniciar a prática desportiva dos 12-14 anos de idade, no futebol considerações do
coletivo de autores com 10-12 e 12-14, no futsal notam idades de 10-12, quanto ao
handebol, especificamente aos 9 anos e por fim, o voleibol 10-12 e 11-13 anos de idade.
Determinando uma média de idade de 11.7.
Finalmente, com a maioria dos autores estudados no estudo de (SILVA; FERNANDES;
CELANI, 2001), as crianças que variam com idade entre 8-12 anos encontram-se na fase de
desenvolvimento mais apropriada para a aquisição de habilidades básicas, independente da
modalidade.
Mas, ainda seria de total importância levar em consideração a metodologia utilizada
pelo profissional, bem como sua postura frente à iniciação esportiva, isso independente da
idade de iniciação.
Essa questão se torna bastante difundida nos últimos anos, devido aos rigorosos
comportamentos inadequados causados por diversos profissionais ao desenvolvimento
infantil, visando somente o máximo rendimento (RAMOS; NEVES, 2008).
Segundo Machado e Presoto (2001), o que acontece na nossa realidade é o uso da
competição esportiva, envolvendo classes, turmas, e até outras escolas, sem uma
preparação adequada dos educandos.
Nesse sentido, as consequências do treinamento precoce estão intimamente ligadas às
posturas adotadas por profissionais que utilizam de uma metodologia incompatível com a
idade, características, necessidades e anseios dos jovens em desenvolvimento (SANTANA,
2005).
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Moreira (2003), coloca que na fase de iniciação esportiva, dependendo desse primeiro
contato, um simples empurrão na piscina, por exemplo, pode levar a traumas assim como
uma base motora construída satisfatoriamente pode gerar segurança (...).
Portanto, a fase de iniciação esportiva dos jovens devem ser obervadas, analisadas,
discutidas e serem tratadas com olhares críticos, para que os educadores físicos,
treinadores, profissionais da área não exerçam demasiada carga de treinamento e não
valorizem somente aspectos atléticos nas crianças, não impregnando uma amplitude de
tarefas educacionais (CAPITANIO, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da breve discussão, concluímos que a idade ideal para se iniciar uma prática
esportiva é muito relativa, variando de modalidade coletiva/individual e de autor para autor.
Sendo assim, difícil identificar uma idade especifica para tal.
Porém, ressaltam a faixa etária de 8-12 anos colocada pela maioria dos autores, por
se encontrarem na fase de desenvolvimento mais apropriada para a aquisição de
habilidades básicas, independente da modalidade.
Contudo, no que nós acreditamos, é que a idade para a iniciação esportiva
independente de sua idade, gênero, modalidade, ela deverá implicar por parte do professor,
estabelecer seus objetivos, metodologia, princípios de acordo com a faixa etária das
crianças.
Isto se resume em o professor respeitar as fases de desenvolvimento do aluno, adequandoo as suas etapas.
REFERÊNCIAS
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coletivos. 2005. Disponível em: <http://www.uff.br/gef/tadeu_esp.htm>. Acesso em:
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BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
CAPITANIO, A. M. Educação através da prática esportiva: missão impossível? Revista
Digital
Efdesportes,
Buenos
Aires,
n.
58,
2003.
Disponível
em:
http://www.efdeportes.com/efd58/esport.htm . Acesso em: 01.out.2013.
KORSAKAS, P. O esporte Infantil: As possibilidade de uma Prática Educativa, In DE ROSE
JR, D. Esporte e Atividade Física na Infância e na Adolescência. Uma abordagem
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MACHADO, A. A.; PRESOTO, D. Iniciação Esportiva: seu redimensionamento psicológico.
In. Psicologia do Esporte. (ORG). BURITI, M. A. Campinas, Alínea, p. 19-48, 2009.
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www.pedagogiadofutsal.com.br/artigo_002.asp ->. Acesso em: 30.out.2013.
SILVA. F. M.; FERNANDES, L.; CELANI, F. O. Desporto de crianças e jovens – um estudo
sobre as idades de iniciação. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Portugal, v. 1,
n. 2, p. 45-55, 2001.
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teoria da complexidade – Notas Introdutórias. Revista Pensar A Prática. Goiás, v. 11, n. 1,
2008.
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ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E ESTADO DE HUMORNO PRIMEIRO
SEMESTRE ESCOLARDE ADOLESCENTES ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
SILVA, F.J.1, PUSSIELDI, G.A.1
1-Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal, Florestal, Minas Gerais - Brasil
[email protected]
RESUMO
A prática regular de atividade física tem sido apresentada como um método eficaz na
prevenção de doenças. Somado a estes fatores, os benefícios psicológicos do exercício
físico também aparecem com devida importância. Poucos estudos investigaram a relação
exercício-humor em adolescentes. O objetivo deste estudo foi analisar o nível de atividade
física, relatado por adolescentes no IPAQ e o escore obtido em um teste que avalia o estado
de humor (POMS), no inicio e ao final do primeiro semestre escolar. Participaram do estudo
24 estudantes do gênero masculino, com idades 15 a 18 anos, regularmente matriculados
nas aulas de Educação Física do ensino médio da rede Federal do município de Florestal. A
analise estatística foi feita através do programa GraphicPrism 4.0 utilizando-se oStudent-test
com p≤0,05. Conclui-se que o aumento do nível da atividade física foi benéfico na
manutenção do estado de humor, pois no inicio do semestre o estresse é bem menor
comparando-se ao final.
Palavras-chave:Atividade Física, Estado de Humor e Adolescentes.
ABSTRACT
The regular practice of physical activity has been shown as an effective method to prevent
diseases. In addition to these factors, the psychological benefits of exercise also appear with
due importance. Few studies have investigated the relationship between exercise and the
state of mood in adolescents. The aim of this study was to analyze the level of physical
activity reported by adolescents on the IPAQ and score obtained on a test that assesses
mood state (POMS), the beginning and the end of the first school semester. The study
included 24 male students aged 15-18 years involved in the physical education, education
average network Federal of Florestal City. Statistical analysis was performed using the Graph
Prism 4.0 Program with the Student-test with p≤0,05. We conclude that the increased level of
physical activity wasbeneficial in maintaining the state of mood, since the beginning of the
semester stress is much smaller compared to the end.
Keywords:Physical Activity, state of mood and adolescents.
INTRODUÇÃO
A prática regular de atividade física tem sido apresentada como um método eficaz na
prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e hipertensão arterial.
Somado a estes fatores, os benefícios psicológicos do exercício físico também aparecem
com devida importância. Entre estes, pode-se mencionar os benefícios proporcionados à
saúde metal, pois se verifica a melhora do humor, autoconfiança, controle do estresse,
redução da ansiedade e uma estabilidade emocional. Portanto a associação da atividade
física e os benefícios referentes a esta, resultam em melhores condições de saúde e
qualidade de vida (ARAÚJO e ARAÚJO, 2000; PARDINI et al., 2001; HALLAL,
2006;WERNECK, et al.,2006; PALMA, 2007; PETROSKI, et al. 2008). Os estudos sobre os
efeitos psicológicos do exercício, tem se dado, na medida em que a saúde deixou de ser
considerada uma condição meramente física e passou a ser concebida como uma interação
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de aspectos físicos, psicológicos e sociais, na qual a saúde mental é crucial para o bemestar geral dos indivíduos(COELHO, 2010; NAVARRO e WERNECK, 2011).
O estudo dos mecanismos envolvidos na regulação e na melhoria do estado psicológico pelo
exercício pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias de adesão aos programas de
atividade física, sendo de grande relevância para as ciências do esporte e para a saúde
pública (WERNECK et al.,2005). Os mesmos autores afirmam que existem diferentes
hipóteses para explicação das mudanças psicológicas induzidas pelo exercício, mas que,
isoladamente nenhuma delas, oferece consistência, não existindo até o momento um
consenso sobre o real mecanismo deste fenômeno. É de grande importância que o
desenvolvimento efetivo do interesse pela prática de atividade física seja realizado na
adolescência, não apenas para obtenção de melhor estado de saúde no presente, mas
também na tentativa de promover a prática regular de atividade física na idade adulta
(LOPES et al., 2005). Pessoas fisicamente ativas e com maior aptidão física possuem um
melhor estado de humor do que aquelas sedentárias, tendo o exercício um efeito protetor
contra a incidência de sintomas depressivos em idades superiores (NAVARRO e
WERNECK, 2011). A atividade física na adolescência apresenta grande importância, não
apenas por aspectos específicos da prescrição de exercícios físicos a essa faixa etária,
como para todo o contexto biopsicossocial que envolve esse período da vida(TEIXEIRA et
al.,2003). Entretanto, sabe-se que variáveis como: tipo e intensidade de exercício realizado,
a aptidão física dos praticantes a preferência pela atividade e o ambiente da prática, podem
influenciar as respostas psicológicas ao exercício (WERNECK, 2006; COELHO, 2010).
Tanto o exercício aeróbico quanto anaeróbico promovem melhorias no estado de humor. No
entanto ainda não se determinou um efeito de dose-resposta entre exercício e saúde
psicológica. Não se sabe até que ponto uma maior quantidade de atividade física é mais
benéfica do que uma menor quantidade (WERNECK, et al.,2006). Apesar da associação
positiva entre atividade física e saúde psicológica, através das evidências disponíveis,
observam-se poucos estudos que verificaram a relação entre o nível de atividade física e o
estado de humor em adolescentes nas aulas de Educação Física Escolar. Em suma, as
condutas e atitudes desenvolvidas no esporte escolar,permitem ao estudante se comunicar
e expressar suas emoções, o que atribui à Educação Física uma responsabilidade ainda
maior sobre o desenvolvimento emocional dos alunos, já que nessas aulas o corpo se
apresenta com maior liberdade (MORAES e BALGA, 2007). Assim, este estudo se propôs a
analisar o nível de atividade física, relatado por adolescentes no IPAQ e o escore obtido em
um teste que avalia o estado de humor (POMS), no inicio e ao final do semestre escolar, de
estudantes do ensino médio da rede Federal do município de Florestal.
METODOLOGIA
Amostra
A amostra foi selecionada de uma forma aleatória simples e compreendeu 24 estudantes do
gênero masculino, com idades 15 a 18 anos, regularmente matriculados nas aulas de
Educação Física do ensino médio da rede Federal do município de Florestal.
Procedimentos Éticos
Ao apresentarem-se como voluntários, os participantes foram informadas, quanto ao objetivo
e aos procedimentos metodológicos do estudo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, protocolo número
135/2011. O consentimento para a participação no estudo foi obtido pela assinatura dos
responsáveis de cada voluntário do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estando
cientes de que a qualquer momento poderiam, sem constrangimento, deixar de participar do
mesmo. Foram tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos
voluntários e garantindo o anonimato.
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Instrumentos
Para analise do nível de atividade física utilizou-seo IPAQ, questionário proposto pela
Organização Mundial da Saúde (1998)validado por Pardiniet al. (2001).O questionário
utilizado foi à versão curta. As perguntas contidas no questionário referem-se ao tempo que
um indivíduo gasta fazendo atividade física na últimasemana. As perguntas incluem as
atividades realizadas no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por
exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim.Para a avaliação dos
resultados, o nível de atividade física foi classificado como: muito ativo; ativo; irregularmente
ativo (A e B) e sedentário.
Para analise do estado de humor, utilizou-se o POMS, questionário de avaliação do estado
de humor (MCNAIR et al. 1971) e com o constructo e validação de Terry et al. (1999) e
traduzido ao português e validado por Peluso (2003). A versãoutilizada consta de 24
questões em uma escala Tipo Likert de quatro pontos que representam cada uma das
facetas que fazem parte do instrumento original, sendo os valores 0 = nada; 1 = um pouco; 2
= moderado; 3 = bastante; e 4 = extremamente. Assim para o preenchimento do questionário
é necessário assinalar o número que melhor descreve como o indivíduo vem se sentindo
nos últimos 3 dias.
Para a avaliação dos resultados foram utilizadas as 24 variáveis, onde os domínios são
assim distribuídos: Raiva (variáveis: mal-humorado, rancoroso, aborrecido, furioso);
confusão (variáveis: confuso, aturdido, desorientado, inseguro); depressão (variáveis: infeliz,
desanimado, miserável, deprimido); fadiga (variáveis: esgotado, apático, cansado, exausto);
tensão (variáveis: nervoso, preocupado, ansioso, aterrorizado); vigor (variáveis: animado,
ativo, enérgico, alerta).
Procedimentos
Para obtenção dos dados foram feitas duas aplicações no primeiro semestre escolar, dos
questionários de Atividade Física e Estado de Humor. A primeira aplicação foi realizada no
inicio do semestre escolar e a segunda ao final do semestre. Todas as explicações prévias
sobre os procedimentos foram apresentadas antes do início da administração. Cada
estudante recebeu os questionários (Atividade Física e Estado de Humor), com um total de
duas folhas para ser respondido individualmente e sem consulta ao colega ou a qualquer
outra pessoa. Os questionários foram preenchidos nas aulas de Educação Física, no ginásio
poliesportivo da Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal. Nenhum questionário
pode ser levado para casa para ser respondido posteriormente. Não foi estipulado um tempo
para preenchimento do questionário sendo seu preenchimento de caráter voluntário.
Procedimentos Estatísticos
Para a análise estatística utilizou-se o pacote estatístico GraphicPrism 4.0. Seguindo-se os
seguintes passos: 1º) Tabulação de todos os dados em uma única tabela; 2º) Estatística
descritiva apresentando a média, o desvio padrão e o erro padrão; 3º) Verificação da
normalidade através Shapiro-Wilktest para todas as variáveis; 4º) Análises das variáveis
através do Student-testsegundo a validação do questionário de estado de humor na língua
portuguesa, com nível de significância de p 0,05.
RESULTADOS
Na comparação das médias, o grupo de alunos estudados, através do Studenttest,não foram
encontradas diferenças estatisticamentesignificativas, comparando-se o inicio e o final do
semestre letivo, entre todas as variáveis do perfil do estado de humor,com nível de
significância para amostras relacionadas com p ≤ 0.05 (Fig. 1).
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Confusão
Raiva
1.00
Depressão
1.5
1.5
1.0
1.0
0.5
0.5
0.75
0.50
0.25
0.00
0.0
Início
a)
Final
b)
0.0
Início
Fadiga
Final
c)
Início
Tensão
2
Final
Vigor
1.5
3
1.0
2
0.5
1
1
0
0.0
Início
d)
Final
e)
0
Início
Final
f)
Início
Final
Figura1.Comparação das variáveis do estado de humor no início e no final do
semestre letivo, em adolescentes estudantes do ensino médio da rede Federal do
município de Florestal (a-Raiva; b-Confusão; c-Depressão; d-Fadiga; e-Tensão; fVigor).
Na avaliação do nível de atividade física, o grupo de alunos estudados, de acordo com o
questionário adotado para análise desta variável, pode ser considerado, que ao final do
período os meninos estão mais ativos comparando-se ao inicio. O teste t de Student para
medidas independentes revelou que teve diferença significativa para amostras relacionadas
com p ≤ 0.05(Fig. 2)
IPAQ
3
*
2
1
0
Início
Final
Figura 2. Comparação do nível de atividade física antes e depois do semestre letivo,
em adolescentes estudantes do ensino médio da rede Federal do município de
Florestal.
DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi analisar o nível de atividade física e o estado de humor
relatado por adolescentes, observando as possíveis alterações no inicio e ao final do
primeiro semestre escolar. Observou-se que ao final do semestre letivo, os meninos
apresentaram um maior nível de atividade física. Essa maior prática de exercício, mostrou
influência sobre o estado de humor. Com base nestes resultados pode-se dizer que o
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aumento do nível da atividade física foi benéfico na manutenção do estado de humor, pois
no inicio do semestre o estresse é bem menor comparando-se ao final, visto que neste
período os compromissos estudantis aumentam, como exemplo encontra-se: a preparação
para as avaliações finais e prazo limitado para entrega de trabalhos. Aliados a esses fatores
surgem o medo da reprovação e de decepcionar os familiares, as pressões sociais, o
número de disciplinas para estudar e o grau de dificuldade das mesmas.
Esses achados se diferem aos de:Peluso, 2003;Esteves et al., 2005; Wernecket al.,2005;
Werneck, et al.,2006; Coelho, 2010 e Werneck, 2011. Estes estudos mostram que um maior
nível de atividade física promovem um aumento de vigor e menor distúrbio total do estado de
humor. No entanto, vale ressaltar que este trabalho possuiu algumas limitações. A
primeira,assimcomo explanou Pelusoem 2003, é inerente a qualquer trabalho que utilize
instrumentos de auto avaliação de estado de humor e atividade física, é que o estudo se
baseia em dados de natureza subjetiva, sujeitos a algumas falhas como as distorções de
respostas. De acordo com o mesmo autor a maneira de distorção mais comum é a que se
refere o quanto algo e desejado socialmente, que acontece quando o questionário é
preenchido de forma positiva. Alguns autores, por exemplo, encontraram evidências de que
o efeito da atividade física sobre a saúde mental, em parte se devem, a uma expectativa de
melhora do estado de humor por parte dos indivíduos que se exercitam e não de um efeito
direto da atividade, sendo que as alterações psicológicas resultam de uma interação ótima
entre o indivíduo, o exercício e o ambiente, envolvendo diferentes mecanismos psicológicos
e fisiológicos que atuam simultaneamente (PELUSO, 2003; WERNECK, 2011). No entanto
não há razões para acreditar que esse tipo de limitação invalide os resultados encontrados.
Outra limitação se deve, em razão do tipo de estudo transversal e das limitações do método,
os resultados encontrados no presente estudo devem ser analisados com cautela, pois não
sugerem uma relação de causa e efeito nem de dose-resposta entre o exercício e o estado
de humor. Estudos experimentais realizados recentemente nesta área já suportam a relação
de causa e efeito, mas não ainda a relação de dose-resposta como os estudos de Teixeira
(2003),Werneck et al. (2005),Coelho (2010) e Navarro e Werneck (2011).
Um dos aspectos positivos do presente estudo é que corrobora as evidências advindas de
pesquisas com adultos, na medida em que suporta o potencial do aumento da prática
regular da atividade física,e este aumento auxiliou na manutenção do estado de humor em
indivíduos mais jovens. Em relação à explicação da relação entre exercício e humor, ainda
não existe um consenso sobre os mecanismos envolvidos neste fenômeno, porém acreditase que os benefícios psicológicos do exercício ocorram tanto em função de fatores
fisiológicos, como o aumento da aptidão física, aumento do nível de endorfina, serotonina e
ondas cerebrais alfa, como por fatores psicológicos e sociais, como o aumento da
autoestima, autoeficácia, sensação de prazer, contato com as pessoas (WERNECK et
al.,2005).
CONCLUSÕES
Em face dos resultados encontrados no presente estudo, pode-se concluir que o aumento do
nível da atividade física foi benéfico na manutenção do estado de humor. Pois,no final do
semestre o estresse é bem maior comparando-se ao inicio, devido ao aumento dos
compromissos estudantis.Sabe-se que um estilo de vida mais ativo, através da prática da
atividade física regular, tem se mostrado um fator eficaz na prevenção de doenças e na
promoção da saúde tanto física quanto mental, devendo, por isso, ser estimulada durante
toda a vida. Neste contexto, cabe aos profissionais da Educação Física a tarefa de fazer
com que um número cada vez maior de pessoas adquira o hábito de se exercitar, a começar
pela Educação Física nas escolas, de modo que crianças, jovens e adultos possam desfrutar
os benefícios que o exercício proporciona.
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REFERÊNCIAS
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à saúde em adultos. Revista Brasileira Medicina do Esporte. v. 6, n.5, p. 194-203, 2000.
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
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UTILIZAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL COMO DISPOSITIVO PARA AVALIAÇÃO DO
NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS PRATICANTES DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA
LABORAL.
WEBER, C.¹
SÁ, K.B.¹
¹ Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – São Leopoldo – Rio Grande do Sul –
Brasil.
[email protected]
RESUMO
Introdução: A Ginástica Laboral compreende um conjunto de práticas físicas, elaboradas a
partir da atividade profissional exercida durante o expediente de trabalho, visando à
qualidade de vida e a promoção de saúde e lazer dentro de empresas e organizações.
Objetivo: Buscando conhecer a percepção dos praticantes em relação à Ginástica Laboral
dentro de uma empresa, este estudo objetiva avaliar o nível de satisfação dos praticantes.
Especificamente, identificar as dimensões do serviço prestado aos usuários, avaliando o
escore médio de satisfação e da importância que as mesmas têm para um bom
desenvolvimento de uma aula. Metodologia: O estudo realizado foi de natureza qualitativa e
quantitativa, desenvolvido em uma empresa na área de fabricação de máquinas para a
indústria calçadista na cidade de Novo Hamburgo, RS. A amostra restringiu-se a 28
colaboradores praticantes de Ginástica Laboral desta empresa, sendo a coleta de dados
realizada através das técnicas de grupo focal e questionário. Os dados foram analisados
estatisticamente a partir da Escala SERVQUAL, relacionando os escores médios de
satisfação e a importância que cada dimensão possui para a Ginástica
Laboral.Resultados:Verificou-se que os participantes deste estudo apresentaram um nível
de satisfação geral “muito satisfeito”. Das 23 dimensões analisadas no questionário, a
segurança e o conhecimento demonstrado pelo profissional nas atividades propostas
obtiveram o melhor nível de satisfação avaliada. O conhecimento do profissional e a
correção das posturas dos alunosforam avaliados pelos praticantes como sendo os quesitos
de maior importância para a Ginástica Laboral. A Escala SERVQUAL também evidenciou
que as dimensões referentes à segurança e conhecimento do profissional estavam
relacionadas com o maior índice de satisfação, com maiores escores
médios.Conclusão:Torna-se de extrema importância para o profissional atuar com
segurança e demonstrar conhecimento nas atividades propostas, assim mantendo um
elevado nível de satisfação dos praticantes de programas de Ginástica Laboral.
Palavras-chave: ginástica laboral; satisfação; Escala SERVQUAL.
ABSTRACT
Introduction: Gymnastics comprises a set of physical practices, drawn from the
occupational activity during working hours aimed at quality of life and promoting health and
leisure within companies and organizations. Objective: Seeking the perception of
practitioners in relation to Gymnastics within a company , this study aims to assess the level
of satisfaction levels . Specifically, identify the dimensions of service users, evaluating the
mean score of satisfaction and importance that they have for a successful development of a
lesson. Methodology: The study was qualitative and quantitative, developed into a company
in the manufacture of machines for the footwear industry in the city of Novo Hamburgo, RS.
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The sample was restricted to 28 employees practitioners Gymnastics this company, and the
data collection was made through the techniques of focus group and questionnaire. Data
were statistically analyzed from the SERVQUAL scale, relating the mean scores of
satisfaction and importance that each dimension has to Gymnastics. Results: It was found
that the study participants showed an overall satisfaction "very satisfied." Of the 23
dimensions analyzed in the questionnaire, safety and knowledge demonstrated by the
professional in the proposed activities achieved the highest level of satisfaction assessed.
The professional knowledge and correction of students' postures were evaluated by
practitioners as being the most important questions for Gymnastics. The SERVQUAL scale
also showed that the dimensions for the safety and professional knowledge were related to
greater satisfaction, with higher mean scores. Conclusion: It is extremely important for the
professional work safely and demonstrate knowledge in the proposed activities, thus
maintaining a high level of satisfaction among practitioners Gymnastics programs.
Keywords:gymnastics; satisfaction; SERVQUALScale.
INTRODUÇÃO
A tendência mundial na busca de melhor qualidade de vida fez surgir nas empresas à
necessidade da implantação de vários programas voltados para a saúde de seus
trabalhadores. Devido à intensificação do trabalho, que cada vez mais se faz presente na
contemporaneidade, tem ocasionado o aumento das doenças relacionadas ao trabalho e
criado condições que conduzem ao incremento da probabilidade de acidentes causadores
de incapacidade temporária, permanente ou mesmo de mortes de trabalhadores, o que
evidencia o vínculo causal entre saúde e trabalho (NAVARRO, 2003). Conforme é
conceituada na Lei Federal n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, a saúde do trabalhador é
um conjunto de atividades destinadas, através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde, visando à recuperação e reabilitação
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho
(BRASIL, 1990).
Pressi e Candotti (2005) identificam como principais fatores de risco que predispõe os
indivíduos aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) o
sedentarismo (leva o sistema musculoesquelético a uma redução de força, de flexibilidade,
de resistência e de mobilidade, aumentando a propensão ao surgimento de doenças); a
repetitividade (o fato de não haver um período de descontração muscular faz com que esta
musculatura não relaxe); a postura (uma postura inadequada leva a desconfortos
musculares); o espaço físico (submeter o corpo em um espaço físico no qual não esteja
biomecanicamente preparado) e aos fatores relacionados à organização do trabalho (longa
jornada de trabalho sem realização de pausa, falta de conhecimento para realizar
determinadas tarefas, também são itens diretamente ligados aosestresses). Desta forma, os
DORT comprometem a integridade das estruturas anatômicas relacionadas ao movimento.
Buscando o desenvolvimento de uma atividade física educativa, realizada durante o
expediente de trabalho, que visa ao desenvolvimento físico, mental, afetivo e social do ser
humano (PRESSI e CANDOTTI, 2005), a Ginástica Laboral é um programa desenvolvido
para a saúde do trabalhador, visando a qualidade de vida e a promoção de saúde e lazer
dentro de empresas e organizações, sendo realizada juntamente com os trabalhadores
durante sua jornada de trabalho. A prática de Ginástica Laboral motiva uma mudança de
comportamento, estimulando os trabalhadores a assumirem um estilo de vida mais ativo e
saudável, minimizando o impacto das doenças relacionadas ao trabalho (MENDES e LEITE,
2004).
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A satisfação do cliente é resultante de uma avaliação pós-consumo da qualidade percebida
em relação à qualidade esperada, sendo que as variáveis que antecedem a satisfação de
clientes são a qualidade, o valor percebido e a expectativa do cliente (DELEVATI, 2004).
Assim, a qualidade percebida pelo consumidor é a forma pela qual ele julga a excelência ou
superioridade do fornecedor, ou seja, a forma pela qual ele compara o serviço que recebe
com o que, segundo suas expectativas, deveria receber. O julgamento da qualidade vai
resultar da discrepância entre as expectativas e o efetivamente recebido do fornecedor
(PARASURAMAN, ZEITHAM, BERRY apud REIS, 2001).
OBJETIVO
Este estudo buscou avaliar o nível de satisfação dos praticantes de um programa de
Ginástica Laboral dentro de uma empresa na área de fabricação de máquinas para a
indústria do calçado. Especificamente, buscou identificar as dimensões(aspectos) do serviço
prestado aos usuários, avaliando o escore médio de satisfação e a importância que as
mesmas têm para um bom desenvolvimento de uma aula de Ginástica Laboral.
METODOLOGIA
Este estudo foi de natureza qualitativa e quantitativa desenvolvido em uma empresa na área
de fabricação de máquinas para a indústria calçadista na cidade de Novo Hamburgo, RS. A
amostra restringiu-se a 28 colaboradores praticantes de Ginástica Laboral desta empresa.
A idade dos participantes variou entre 18 e 51 anos, com média de 33 anos. Distribuição
preponderante do sexo masculino (16 homens e 12 mulheres). O tempo de empresa variou
entre 1 mês e 29 anos, com média de 7 anos e 6 meses. Em média, os sujeitos praticam
Ginástica Laboral há 2 anos e 6 meses. Por sua maioria não praticam atividade física (15),
trabalham no setor de máquinas (12), possui o Ensino Médio Completo (11) e praticam
Ginástica Laboral 5 vezes por semana (23).
Em um primeiromomento foi realizado o grupo focal, objetivando a exposição das ideias dos
trabalhadoresa respeito do tema proposto. Após o levantamento destes dados, os mesmos
foram colocados em forma de questionário que serviu de plano piloto. Um total de 21
usuários do programa de Ginástica Laboral da empresa participaram deste plano. Após
algumas modificações, chegou-se a versão final do questionário.
Em um segundo momento, foi aplicado este instrumento de avaliação da satisfação dos
praticantes com cada uma das dimensões levantadas previamente. Ao mesmo tempo,
avaliou-se a importância de cada dimensão para um bom desenvolvimento de uma aula,
assim como a satisfação geral dos praticantes com a Ginástica Laboral. No total, 31
colaboradores responderam ao questionário. Dos 31 respondidos, 28 foram aproveitados
para a pesquisa e 3 não tiveram aproveitamento devido à falta de dados e/ou preenchimento
incorreto.
Os dados foram analisados estatisticamente através do programa SPSS Statistics a partir da
Escala SERVQUAL. Trata-se de uma escala que analisa qualitativa e quantitativamente o
grau de satisfação do usuário com a prestação de serviços oferecida (SAMPAIO, FONTES e
REBELLO et al, 2004). Essa escala consiste em um questionário elaborado em duas
seções, sendo a primeira com afirmativas que procura delinear as expectativas gerais dos
respondentes em relação ao serviço investigado e a outra seção busca medir o julgamento
do usuário sobre o serviço prestado pela empresa específica que esta sendo avaliada
(REIS, 2001).
Assim, foi calculado o escore médio de satisfação das dimensões, o escore médio de
importância que cada dimensão tem e relacionando os escores médios de satisfação e a
importância que cada dimensão possui para o programa de Ginástica Laboral.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os gráficos apresentados a seguir são referentes aos dados coletados através dos
questionários O gráfico 1 apresenta os escores médios de satisfação dos praticantes de
Ginástica Laboral em relação a cada dimensão questionada. A gráfico 2 mostra o nível de
importância que cada dimensão tem para a prática da Ginástica Laboral e o gráfico 3,a
Escala SERVQUAL, ou seja, o produto entre o escore das dimensões e sua respectiva
importância.
Gráfico 1: Nível de satisfação dos praticantes de Ginástica Laboral quanto as dimensões
questionadas
O gráfico 1 apresenta o escore médio para cada dimensão analisada, em uma escala de 1 a
7, sendo que 1 corresponde a “Discordo Totalmente” e 7 corresponde a “Concordo
Plenamente” com as questões levantadas sobre as aulas de Ginástica Laboral.
Com escore médio de 6,8 a dimensão P3 (pergunta 3) “A professora demonstra ter
segurança quando propõe as atividades” demonstrou maior nível de satisfação entre os
usuários, seguida da P13 “A ginastica laboral é um momento de descontração” e P6 “A
professora demonstra ter conhecimento sobre a ginástica laboral” com escore médio de 6,7.
As dimensões P4 “A professora é atenciosa com os alunos” e P5 “A professora descreve e
explica os exercícios com clareza” obtiveram 6,6 e 6,5 de escore médio. Com esses escores
médios apresentados verificou-se que os praticantes estão de acordo com as dimensões em
questão.
Gráfico 2: Nível de importância das dimensões questionadas aos praticantes de Ginástica
Laboral
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O gráfico 2apresentou os escores médios de importância das dimensões avaliadas, com
uma escala de 1 a 7, sendo que 1 corresponde a “Nada Importante” e 7 corresponde a
“Muito Importante”, em relação ao bom desenvolvimento de uma aula de Ginástica Laboral.
Com escore de importância médio de 6,9 as dimensões P7 “Correção da postura dos
alunos” e P6 “Conhecimento do professor(a)” demonstrou ser os quesitos de maior
importância para um bom desenvolvimento de um programa de Ginástica Laboral, seguidas
pela dimensão P10 “Dinamismo do professor(a)” com 6,8 de média e as dimensões P15
“Frequência diária” e P22 “Aumento da qualidade de vida” com escore médio de 6,7.
Gráfico 3: Produto do escore médio de satisfação e do nível de importância das dimensões
questionadas aos praticantes de Ginástica Laboral
Com base na Escala SERVQUAL, o gráfico 3 apresentou a analise do produto dos escores
de satisfação das dimensões e suas respectivas importâncias, resultando a média
satisfação/importância de cada dimensão avaliada.
Com produto médio de 46,3, as dimensões P6 “O professor(a) demonstra ter conhecimento
sobre a Ginástica Laboral” e P3 “O professor(a) demonstra ter segurança quando propõe as
atividades” demonstraram que as dimensões em questão obtiveram um escore médio de
satisfação e importância elevado e próximo dos sete pontos. A dimensão P17 “Tenho
conhecimento dos objetivos da Ginástica Laboral”, P10 “O professor(a) é dinâmico quando
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desenvolvemos as atividades da Ginástica Laboral” e P5 “O professor(a) descreve e explica
as exercícios com clareza” também obtiveram produtos elevados, podendo ser considerados
de grande satisfação/importância entre as dimensões questionadas.
CONCLUSÃO
Com base nas dimensões questionadas, torna-se de extrema importância para manter
elevado o nível de satisfação dos usuários o profissional atuar com segurança durante as
atividades propostas, demonstrar e possuir conhecimento sobre essas atividades e ter
atenção na postura dos alunos, assim determinando o sucesso dos programas de Ginástica
Laboral.
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AVALIANDO OS ASPECTOS DE ESQUEMA CORPORAL, ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E
ORGANIZAÇÃO TEMPORAL COM OS ALUNOS PARTICPANTES DO PROJETO
PIRACEMA, ATRAVÉS DA ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR – UMA ANÁLISE
APÓS INTERVENÇÕES AQUÁTICAS
CARDOSO, S. A. A.¹; ANDRADE, A. M.¹; TRINDADE, L. V. C.²
MAYER, S. M.¹ (Orientadora)
¹ Universidade de Santa Cruz do Sul/ UNISC – Santa Cruz do Sul – RS – Brasil
² Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais/ APAE – Santa Cruz do Sul – RS – Brasil
[email protected]
RESUMO:O Projeto Natação para Portadores de Necessidades Especiais (PIRACEMA)
realizado em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e
Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), desde 1984 atende alunos com as mais
diversas patologias. O objetivo deste estudo, de caráter descritivo exploratório, foi analisar,
através da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto, a Idade Motora dos
participantes do Projeto Piracema, avaliando as baterias de Esquema Corporal, Organização
Espacial e Organização Temporal, comparando os testes de novembro de 2012 e maio de
2013. Esta pesquisa contou com a participação de 13 alunos matriculados na APAE de
Santa Cruz do Sul e participantes do projeto, sendo 6 do sexo masculino e 7 do sexo
feminino, com idades entre 12 e 46 anos. As aulas do projeto ocorrem três vezes por
semana, sendo atendidas três turmas por dia, com duração de 50 minutos cada aula. As
baterias avaliadas foram Esquema Corporal (IM4), Organização Espacial (IM5) e
Organização Temporal (IM6), comparando os testes de Novembro de 2012 e Maio de 2013.
A partir das análises feitas com os resultados obtidos, podemos perceber que a média da
Idade Motora Geral foi de 2,85±1,03 anos – em novembro de 2012 – e de 3,14±1,03 anos –
em maio de 2013. Em relação à bateria Esquema Corporal, chegou-se aos resultados de
2,96±1,53 anos (2012) e de 3,04±2,12 anos (2013). Já em relação à bateria de Organização
Espacial, o resultado obtido foi de 3±1,88 anos (2012) e de 3,11±1,42 anos (2013). E, por
último, em relação à bateria de Organização Temporal, os valores obtidos nas idades
motoras foram de 2,12±1,4 anos, para novembro de 2012, e de 2,5±1,15 anos, para o teste
de maio de 2013. Ao analisar estes resultados, podemos concluir que houve evolução em
todas as baterias realizadas com os alunos, assim como nos valores de suas idades
motoras. Isso nos mostra que o trabalho que está sendo realizado com os alunos da APAE
de Santa Cruz do Sul está tendo resultados positivos, apesar da limitação e patologia de
cada aluno, fatores que não foram levados em consideração para esta pesquisa.
PALAVRAS-CHAVES: Desenvolvimento Motor; Atividades Aquáticas; Pessoas com
Necessidades Especiais.
ABSTRACT:The Project Swimming for People with Special Needs (PIRACEMA) realized in
partner with the Association of Parents and Friends of Exceptional Children (APAE) and
Santa Cruz do Sul University (UNISC), since 1984 serves students with diverse pathologies.
The objective of this study, of exploratory descriptive nature, was analyze, through of Motor
Development Scale (EDM) of Rosa Neto, the Motor Age of participants of Piracema Project,
evaluating the batteries of Body Scheme, Spatial Organization and Temporal Organization,
comparing the tests of November 2012 and May 2013. This research involved the
participation of 13 students enrolled on APAE of Santa Cruz do Sul and participants of
project, being 6 males and 7 females, with ages between 12 and 46 years old. The classes of
project happen three times for week, being attended three classes for day, each class with 50
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minutes. The batteries evaluated were Body Scheme (IM4), Spatial Organization (IM5) and
Temporal Organization (IM6), comparing the tests of November 2012 and May 2013. From
de analyzes made with the results, we can note that the mean of General Motor Age was of
2,85±1,03 years old – in November 2012 - and of 3,14±1,03 years old – in May 2013.
Concerning the battery of Body Scheme, is reached to the results of 2,96±1,53 years old
(2012) and of 3,04±2,12 years old (2013). Now concerning the battery of Spatial
Organization, the result obtained was of 3±1,88 years old (2012) and of 3,11±1,42 years old
(2013). And, lastly, concerning the battery of Temporal Organization, the values obtained in
the motor ages was of 2,12±1,4 years old, to November 2012, and of 2,5±1,15 years old, to
the test of May 2013. Analyzing these results, we can conclude that there were evolution in
all the batteries realized with the students, as well as the values of their motor age. This show
us that the labor that will being realized with the students of APAE of Santa Cruz do Sul is
having positive results, despite the limitation and pathology of each student, factors that were
not taken into consideration for this study.
KEYWORDS: Motor Development; Water Activities; People with Special Needs.
INTRODUÇÃO
O esporte para pessoas com algum tipo de deficiência iniciou-se como uma tentativa de
colaborar no processo terapêutico deles e logo cresceu e ganhou muitos adeptos.
Atualmente, mais do que terapia, o esporte para esta população caminha para o alto
rendimento e o nível técnico dos atletas impressiona cada vez mais o público e os
estudiosos da área da atividade física (GORGATTI; COSTA, 2005).
O segmento do esporte adaptado certamente ainda carece de divulgação e muitas pessoas
nem ao menos sabem o que ele significa. Esse fato impossibilita que muitos indivíduos com
algum tipo de deficiência tenham acesso à prática esportiva e que usufruam seus benefícios.
Entre estes benefícios podemos destacar visível melhora na autoestima, evolução no
autoconceito, melhor aceitação da condição da deficiência, melhor interação com as
pessoas ao redor, ganho de autoconfiança e independência (GORGATTI; COSTA, 2005).
O indivíduo com deficiência, especialmente motora, tende a sentir-se feio, pouco atraente e
extremamente limitado. Com a prática esportiva, esta pessoas passa a gostar mais de seu
corpo e a perceber que as tarefas que antes julgava impossíveis podem ser realizadas
(GORGATTI; COSTA, 2005). Além do mais, ao longo da história da humanidade, várias
foram as formam de tratamento da sociedade para com as pessoas com deficiência.
Inicialmente, essas pessoas foram vítimas de extermínio ou de uma situação totalmente
segregadora. A partir do final do século XIX, começaram a surgir instituições pelo mundo
voltadas para o atendimento de pessoas com algum tipo de deficiência (GREGUOL, 2010).
O termo deficiência pode ser conceituado como uma condição que leva um indivíduo a
certas restrições, impostas por limitações de ordem sensorial, motora, intelectual ou múltipla.
Tais limitações podem levar o indivíduo com deficiência a situações de desvantagem,
embora essas estejam altamente relacionadas ao contexto social em que vive (GREGUOL,
2010).
A prática de atividades físicas e esportivas é vista como fator primordial para a promoção da
saúde nos dias atuais. O sedentarismo, especialmente atrelado a outros fatores de risco
ligados à dieta inadequada, ao tabagismo e ao estresse, contribui em grande medida para o
aumento da morbidade e mortalidade, reduzindo a expectativa e a qualidade de vida da
população. Especialmente na última década, têm-se fomentado as práticas corporais em
diferentes faixas etárias como fator de prevenção primária de diversas doenças. Entretanto,
a parcela de brasileiros que apresenta algum tipo de deficiência sensorial, motora ou
intelectual ainda encontra diversas barreiras para o ingresso em programas que promovam a
prática de atividades físicas (GREGUOL, 2010).
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É a partir deste contexto que citamos Greguol (2010), cujo relata que:
“Tão antiga quanto a antiga da humanidade é a relação de prazer e necessidade do homem
com a água. Saber nadar, desde os tempos antigos, sempre representou vantagem para
que o ser humano fosse capaz de sobreviver, obtendo proteção e alimento. Além desse
aspecto ligado à sobrevivência, outro ponto fundamental é a sensação de prazer possível de
ser vivenciar pelo contato com o meio líquido. De qualquer forma, quer seja pela
necessidade, pelo lúdico, pela saúde ou pela busca de superação de limites, o fato é que a
existência do homem e sua relação com a água apresentam-se fortemente interligados, o
que torna o ambiente aquático extremamente fascinante como foco de estudo de diversas
áreas acadêmicas e profissionais (GREGUOL, 2010)”.
Os efeitos benéficos da imersão atingem diversos sistemas corporais e podem tornar a
prática da natação extremamente atrativa para o aprimoramento da saúde e do
condicionamento físico em geral. Do ponto de vista psicológico, a imersão é capaz de gerar,
especialmente sob condições de temperatura agradáveis, grande sensação de bem estar e
relaxamento. O sentimento de autonomia proporcionando pela sustentação oferecida pela
água faz com que o indivíduo anime-se para realizar atividades funcionais, o que certamente
aumentará sua percepção de competência e eficácia. A densidade particular da água
permite, por exemplo, que indivíduos normalmente usuários de órteses para locomoção, tais
como muletas, andadores, cadeira de rodas ou bengalas, possam locomover-se
autonomamente sem tais implementos, o que colabora para o resgate da autoestima e da
confiança em seu próprio potencial (GREGUOL, 2010).
OBJETIVOS
O Projeto Piracema – Natação para Portadores de Necessidades Especiais tem como
objetivos proporcionar para as pessoas portadoras de necessidades especiais atividades de
recreação e bem estar que possibilitem aumentar o repertório de atitudes e experiências em
meio aquático. Podendo, assim, conhecer suas limitações e capacidades, sendo trabalhados
aspectos motores, cognitivos e sociais, que irá ajuda-los a desenvolver uma facilidade no
convívio cotidiano, sendo um meio de promoção de seu desenvolvimento como ser humano
e a desenvolver um corpo saudável.
O objetivo deste estudo, de caráter descritivo exploratório, foi verificar e analisar, através da
Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002), a Idade Motora dos alunos
participantes do Projeto Piracema, avaliando os aspectos de Esquema Corporal,
Organização Espacial e Organização Temporal, comparando os testes de novembro de
2012 e maio de 2013.
METODOLOGIA
Foram sujeitos da presente pesquisa 13 alunos participantes do Projeto Piracema e
matriculados na APAE de Santa Cruz do Sul, sendo 7 do sexo feminino e 6 do sexo
masculino, com idades entre 12 e 46 anos. São atendidos alunos com as mais diversas
patologias, mas a pesquisa contou com a participação dos alunos com Síndrome de Down
(4 alunos), Paralisia Cerebral (3 alunos), Autismo (1 aluno), Microcefalia (1 aluno) e
Deficiência Mental (4 alunos). As aulas do projeto ocorrem três vezes na semana, sendo
atendidas três turmas por dia e com duração de 50 minutos cada aula. Esta pesquisa é
caracterizada como descritiva exploratória, sendo utilizada para a coleta de dados a Escala
de Desenvolvimento Motor – EDM de Rosa Neto (2002), que compreende um conjunto de
baterias diversificadas e de dificuldade graduada, que conduz a uma exploração minuciosa
de diferentes setores do desenvolvimento. Esta escala é indicada para crianças com atraso
no desenvolvimento neuropsicomotor, com dificuldades na aprendizagem escolar,
problemas de fala, escrita e cálculo, problemas de conduta, alterações neurológicas, mentais
e sensoriais. Foram avaliados os aspectos de Esquema Corporal, Organização Espacial e
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Organização Temporal. Para o tratamento estatístico dos dados, utilizou-se o programa
Microsoft Excel 2013, mediante análise de média e desvio padrão dos resultados.
RESULTADOS/ DISCUSSÃO
De acordo com o Gráfico 1, que apresenta a comparação da Idade Motora Geral dos
alunos entre Novembro de 2012 e Maio de 2013, podemos analisar que houve evolução na
maioria dos sujeitos, valor que corresponde a 70% do grupo total analisado. Os outros 30%
dos alunos tiveram sua Idade Motora Geral diminuída. A média que se chegou ao final dos
testes foi de 2,85±1,03 anos para a Idade Motora Geral em novembro, e de 3,14±1,03 anos
em maio. Segundo Rosa Neto (2002), a motricidade é a interação de diversas funções
motoras, sendo a atividade motora de suma importância no desenvolvimento global da
criança. Através dessa exploração motriz, a criança desenvolve consciência de si mesmo e
do mundo exterior, pois estas habilidades lhe ajudam na conquista de sua independência. A
criança pequena vive e cresce no seio de um mundo exterior do qual depende
estreitamente, que é o mundo dos objetos e o mundo dos demais. A criança percebe esse
mundo exterior através de seu corpo, ao mesmo tempo em que seu corpo entra em relação
com ele.
Gráfico 1 – Comparação da Idade Motora Geral, testes de Novembro de 2012 e Maio de
2013, expressa em anos.
Ao apresentar o Gráfico 2, que nos mostra a comparação da Idade Motora Esquema
Corporal (IM4) dos alunos, podemos concluir que 54% dos alunos mantiveram suas idades
motoras no período de seis meses que houve entre uma avaliação e outra; 31%
aumentaram seu domínio na bateria em questão e 15%, que corresponde a dois alunos,
tiveram seus valores reduzidos. Ao calcular-se a média de idades entre 2012 e 2013,
chegamos ao resultado de 2,96±1,53 anos para o primeiro teste e de 3,04±2,12 anos para o
segundo teste realizado. Ao separar os dois testes, entre novembro e maio, realizamos uma
análise a respeito da porcentagem da idade motora dos alunos em cada teste. Os resultados
para o teste de novembro de 2012 foram os seguintes: 38,5% dos alunos com idade motora
de 4 anos; 23% com 3 anos, 15,4% com zero anos, e 1 aluno com 2,5 anos, 5 anos e 2
anos, cada um correspondendo a 7,7% dos dados. Em relação ao teste de maio de 2013, os
resultados dessa análise foram 23% dos alunos com 4 anos; 23% com zero anos, 15,4%
com 5 anos e 15,4% com 5,5 anos e 7,7% dos alunos com 2 anos, 3 anos e 1,5 anos cada
um. Esquema corporal é a organização das sensações relativas ao próprio corpo, das
posturas e atitudes com os dados do mundo exterior. O esquema corporal é um elemento
básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação
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relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo
(CAUDURO, 2002).
Gráfico 2 – Comparação do Esquema Corporal, testes de Novembro de 2012 e Maio de
2013, expressa em anos.
Com base nas análises feitas a partir do que nos mostra o Gráfico 3, podemos relatar
que, infelizmente, houve redução nos valores de 39% dos alunos na sua Idade Motora
Organização Espacial (IM5); 30,5% dos alunos tiveram seus valores em equidade e 30,5%
aumentaram seus resultados de um teste para o outro. Segundo Rosa Neto (2002), todas as
modalidades sensoriais participam pouco ou muito na percepção espacial: visão, audição,
tato, propriocepção e o olfato. Como a maior parte de nossos alunos tem, pelo menos, um
desses itens em déficit, isso justifica um dos motivos da redução dos valores na idade
motora dos mesmos. Analisando a média da idade motora desta bateria, em novembro de
2012 obtemos o valor de 3±1,88 anos e em maio de 2013 foi de 3,11±1,42 anos. Ao
separarmos os testes, podemos observar que, no mês de novembro, obtivemos 23% dos
alunos com idade motora de 3 anos; 15,4%dos alunos com 5 anos, zero anos e 2 anos,
cada um com 2 alunos em cada. Completando a porcentagem, obtivemos um aluno para as
seguintes idades: 4 anos, 6 anos, 1,5 anos e 4,5 anos, que corresponde a 7,7% cada aluno.
No mês de maio, chegamos aos seguintes resultados: 46,15% dos alunos com 3 anos de
idade motora, 15,4% dos alunos com 2 anos e 15,4% com 4 anos, e um aluno com zero
anos, 4,5 anos e 6 anos, cada um correspondendo a 7,7% da pesquisa. A noção de espaço
é uma noção ambivalente, ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e infinita. Inclui tanto
o espaço do corpo, diretamente acessível, como o espaço que nos rodeia, finito enquanto
nos é familiar porém que se estende ao infinito, no universo, e se desvanece no tempo
(ROSA NETO, 2002).
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Gráfico 3 – Comparação da Organização Espacial, testes de Novembro/ 2012 e Maio/ 2013,
expressa em anos.
Ao analisar os dados expostos no Gráfico 4, podemos observar que 54% dos alunos
elevaram seus valores de Idade Motora Organização Temporal (IM6), 30% mantiveram seus
valores iguais em comparação com os dois testes e 16% reduziram seus números no
período de seis meses entre as duas avaliações. Ao realizar a média dessa bateria,
obtivemos 2,12±1,4 anos, para novembro de 2012, e 2,5±1,15 anos, para o teste de maio de
2013. Separando os dois testes, novembro de 2012 e maio de 2013, chegamos aos
resultados de 30,8% alunos com 2 anos, 23% dos alunos com 1,5 anos; 15,4% com 4,5
anos e zero anos, cada um, e um aluno em cada uma das seguintes idades: 2,5 anos e 3,5
anos, correspondendo a 7,7% da porcentagem total, nos testes do novembro de 2012. Em
relação aos testes de maio de 2013, obtivemos os resultados de 23% de alunos com 2,5
anos e 23% de alunos com 3,5 anos; 15,4% com 2 anos e 15,4% com 1,5 anos; e um aluno
para cada uma das seguintes idades: zero anos (7,7%), 3 anos (7,7%) e 4,5 anos (7,7%). Na
natação, a constância perceptiva pode ser entendida da seguinte forma: quando se está
diante de uma piscina, no caso específico, dentro dela, realizando a ação do nadar, a piscina
permanece a mesma para todos os nadadores. Porém, conforme se desloca em diversas
direções, a experiência sensorial diferencia-se a medida em que os objetos estão sendo
refletidos na retina. Isso implicará que a ação sofre uma modificação na sua organização
temporal (estratégia do nado) devido à organização espacial (regulador da ação) (BRITO,
2008).
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Gráfico 4 – Comparação da Organização Temporal, testes de Novembro/ 2012 e Maio/
2013, expressa em anos.
CONCLUSÃO
A partir das análises feitas com os resultados que foram obtidos com os testes de
Novembro de 2012 e Maio de 2013, podemos concluir que a maioria dos resultados foi de
nível positivo, levando em consideração que são alunos de diferentes patologias. Tanto a
Idade Motora Geral quanto as baterias avaliadas – Esquema Corporal, Organização
Espacial e Organização Temporal – obtiveram bons resultados. Isso nos mostra que o
trabalho que está sendo realizado em parceria entre a APAE de Santa Cruz do Sul e a
Universidade da cidade (UNISC) está tendo resultados significantes, tanto na questão
motora, que foi avaliado pelo teste, assim como questões cognitivas e sociais, que também
são trabalhadas nas aulas do projeto. Com base nesses resultados, foi realizado melhoras
nos planejamentos das aulas, para que continuamos a obter valores positivos e de
importância para a nosso público alvo. Em equidade com estes dados, acompanha a
satisfação dos professores do projeto, os quais se sentem felizes e importantes,
especialmente por saberem que, com o trabalham que realizam, são capazes de fazer a
diferença na vida dos alunos.
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFIAS
BRITO, C. A. F.; Natação – Teoria Gestáltica: uma nova concepção pedagógica. São
Paulo: Phorte, 2008.
CAUDURO, M. T.; Motor...Motricidade...Psicomotricidade...Como entender? - Novo
Hamburgo: FEEVALE, 2002.
GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. da; Atividade Física Adaptada.Barueri, SP: Manole,
2005.
GREGUOL, Márcia; Natação Adaptada: em busca do movimento com autonomia. Barueri,
SP: Manole, 2010.
ROSA NETO, Francisco; Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Stephanie Ariele Ávila Cardoso
Rua Gaspar Silveira Martins, 2231 – bloco A – apartamento 102
Centro – CEP: 96820-575
Santa Cruz do Sul, RS - Brasil
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DESENVOLVIMENTO MOTOR DOS PARTICIPANTES DO PROJETO COPAME
SUBMETIDOS AO TESTE “ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR
BARBIAN, C.D.¹; STULP, C.L. ¹; MAYER, S.M.¹
1.
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul - RS – Brasil.
[email protected]
RESUMO
O desenvolvimento motor caracteriza-se como uma mudança constante do indivíduo durante
a vida, tendo seu início na concepção e término com a morte. Na infância, o
desenvolvimento motor define-se como a obtenção de amplas habilidades motora, que
através do controle corporal possibilita ao indivíduo executar habilidades básicas, como
locomover-se e manipular diferentes objetos. O objetivo do presente estudo foi, por meio de
provas motoras da Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto (2002), avaliar o
desenvolvimento motor em crianças abrigadas na Associação Pró Amparo Ao Menor COPAME, de Santa Cruz do Sul, no intuito de diagnosticar quais as áreas de maior déficit e
a classificação geral do seu desenvolvimento motor nas áreas de motricidade fina e
motricidade global. O estudo foi composto por 24 crianças abrigadas, sendo 11 meninos e
13 meninas, com idade entre 35 meses (2 anos e 11 meses) e 132 meses (11 anos),
participantes do Projeto COPAME – projeto extensionista da Universidade de Santa Cruz do
Sul (UNISC). Foram realizados testes para avaliar a motricidade fina e global, assim com a
lateralidade. Os resultados demonstraram que as crianças avaliadas apresentaram um
desenvolvimento motor abaixo da IC, verificando-se um atraso de 8,2 meses para a
motricidade fina e de 5,95 meses para a motricidade global em relação à idade cronológica.
Com relação ao perfil motor, pôde-se verificar que mais de 60% das crianças classificaramse com idade motora normal alto, normal médio ou normal baixo nos testes de QM1 e QM2.
Entretanto mais de 20% classificaram-se como inferior ou muito inferior em ambos os testes.
Quanto à lateralidade, verificou-se que 67% possuem lateralidade definida, no entanto, com
preferência lateral variada. A lateralidade foi indefinida em 33% das crianças avaliadas,
sendo que destas seis crianças tinham idade entre 10 e 11 anos. Conclui-se assim que
devem ser adotados recursos específicos para restabelecer a idade motora das crianças,
através de atividades regulares que permitam o progresso integral do desenvolvimento
motor.
Palavras-chaves: motricidade fina; motricidade global; avaliação motora.
ABSTRACT
Motor development is characterized as a constant change during the life of the individual,
having its beginning at conception and ending with death. Childhood motor development is
defined as obtaining large motor skills, which through the body control allows the individual to
perform basic skills like getting up and manipulate different objects. The aim of this study
was, by means of evidence of motor Motor Development Scale Rosa Neto (2002), to
evaluate the motor development in children sheltered in the Association for the Support Minor
- COPAME, Santa Cruz do Sul, in order to diagnose which areas of greatest deficit and the
overall rating of the motor development in the areas of fine motor and gross motor control.
The study comprised 24 children in shelters, including 11 boys and 13 girls, aged 35 months
(2 years and 11 months) and 132 months (11 years), project participants COPAME extension project at the University of Santa Cruz do Sul (UNISC). Tests were conducted to
evaluate the global and fine motor skills as well as laterality. The results showed that the
children studied showed an IC motor development below, checking if a delay of 8.2 months
for fine motor and 5.95 months for gross motor control in relation to chronological age.
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Regarding the profile engine, it was observed that more than 60 % of children were classified
with high normal motor age, average normal or low normal in tests of QM1 and QM2.
However more than 20% were classified as lower or much less in both tests. As regards the
handedness, it was found that 67 % are defined laterally, however, preferably lateral varied.
Handedness was undefined in 33 % of children, and of these six children aged between 10
and 11 years. It is thus to be adopted specific resources to restore motor age children
through regular activities that allow the integral development of motor development.
Key words: fine motor; gross motor control; motor evaluation.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento motor caracteriza-se como uma mudança constante do indivíduo durante
a vida, tendo seu início na concepção e término com a morte. Fatores biológicos e condições
do ambiente em que o indivíduo se encontra determinam as mudanças no comportamento
motor, assim como o influenciam e também o transformam (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
Esse processo incessante de transformações pode ser observado nas etapas da vida,
através o qual tem sua extensão diretamente ligada à idade (HAYWOOD e GETCHELL,
2004).
Na infância, o desenvolvimento motor define-se como a obtenção de amplas habilidades
motora, que através do controle corporal possibilita ao indivíduo executar habilidades
básicas, como locomover-se e manipular diferentes objetos. Algumas dessas habilidades
são requeridas já no início da vida e necessárias no cotidiano da criança, seja nos seus
afazeres domiciliares e escolares, assim como em sua necessidade pelo brincar (SANTOS;
DANTAS e OLIVEIRA, 2004).
Essas transformações motoras qualitativas e quantitativas são alvos de constantes
investigações, não possuindo apenas propósito de descrever tais transformações no
comportamento motor, mas também investigar possibilidades que possam prognosticar
essas alterações. Alguns são os motivos que conduzem ao interesse crescente pelo
desenvolvimento motor, entre eles estão as consequências do diagnóstico do crescimento e
desenvolvimento da criança, reabilitação de indivíduos com atrasos ou desvios de
desenvolvimento e apropriação de ambientes e trabalhos motores nas etapas de
desenvolvimento (SANTOS; DANTAS e OLIVEIRA, 2004).
Para avaliar o desenvolvimento motor de crianças de crianças dos 2 aos 11 anos de idade,
Rosa Neto (2002) propõe uma Escala de Desenvolvimento Motor composta por um conjunto
de provas diversificadas e de dificuldades graduadas, que permite avaliar o nível de
desenvolvimento motor da criança em diferentes setores do desenvolvimento, motricidade
fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização
temporal e lateralidade. No Brasil já foram realizadas com a utilização deste instrumento
mais de 130 pesquisas científicas com diferentes indivíduos, sendo em sua maioria
investigado crianças que já apresentam um desenvolvimento mais tardio nas funções
motoras e também cognitivas (ROSA NETO et al, 2010).
A Motricidade fina caracteriza-se pela aptidão em controlar um conjunto de atividades
de movimento de alguns segmentos do corpo, com uso de mínima força, atingindo a
resposta desejada à tarefa. Motricidade global refere-se aos movimentos dinâmicos
corporais, envolvendo a habilidade de controlar as contrações dos grandes músculos
corporais na geração de movimentos amplos. Equilíbrio é a eficiência do corpo em sustentar
qualquer posição contra a força da gravidade, a fim de anular as forças que agem sobre este
corpo. Esquema corporal conceitua-se como a aptidão em diferenciar as partes do corpo,
conseguir realizar todos os gestos que o corpo habitualmente realiza e obter êxito na
execução de uma tarefa utilizando-se do corpo. A organização espacial é a consciência das
dimensões corporais, tanto do ambiente como do espaço corporal, e a habilidade de avaliar
a relação entre ambos. A organização temporal é a compreensão do tempo que se estrutura
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sobre as perceptivas transformações, caracterizada pela ordem, distribuição cronológica, e
pela duração dos eventos (ROSA NETO, 2002; GALLAHUE e OZMUN, 2001).
O objetivo do presente estudo foi, por meio de provas motoras da Escala de
Desenvolvimento Motor de Rosa Neto (2002), avaliar o desenvolvimento motor em crianças
abrigadas na Associação Pró Amparo Ao Menor - COPAME, de Santa Cruz do Sul, no intuito
de diagnosticar quais as áreas de maior déficit e a classificação geral do seu
desenvolvimento motor nas áreas de motricidade fina e motricidade global.
METODOLOGIA
O estudo foi composto por 24 crianças abrigadas, sendo 11 meninos e 13 meninas, com
idade entre 35 meses (2 anos e 11 meses) e 132 meses (11 anos), avaliadas pelo Projeto
COPAME, uma parceria da Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor com a
Universidade de Santa Cruz do Sul. As crianças foram avaliadas no período entre abril e
maio de 2013.
Os testes foram aplicados com base na Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) proposta
por Rosa Neto (2002), que compreende seis baterias de testes, avaliando a idade motora
nos testes de motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização
espacial e organização temporal/linguagem. São 10 tarefas motoras para cada área
avaliada, divididas entre 2 e 11 anos, e estruturadas de maneira progressiva em grau de
complexidade, sendo realizada ao final da aplicação a somatória dos êxitos e determinada a
Idade Motora de cada uma das áreas mencionadas. Possui também testes de lateralidade
com metodologia diferenciada. Após é calculada a idade motora geral (IMG) e o quociente
motor geral (QMG) da criança, sendo o último obtido pela divisão entre a IMG e idade
cronológica multiplicado por 100, e seu resultado classificado conforme o tabela 1.
Tabela 1 - Valores do quociente motor e a sua corresponde classificação.
Quociente motor em meses
130 ou mais
120 – 129
110 – 119
90 – 109
80 – 89
70 – 79
69 ou menos
Fonte: Rosa Neto (2002)
Classificação
Muito superior
Superior
Normal alto
Normal médio
Normal baixo
Inferior
Muito inferior
Para o seguinte estudo procurou-se identificar e caracterizar as variáveis relacionadas ao
desenvolvimento motor de cada criança, como idade cronológica (IC), idade motora geral
(IMG), quociente motor geral (QMG), motricidade fina (IM1) e motricidade global (IM2). Para
o tratamento dos dados foi utilizada a análise descritiva, feita através da média, variância,
desvio padrão, valor mínimo e valor máximo. Os testes foram aplicados com auxílio do Kit
EDM (Escala de Desenvolvimento Motor).
RESULTADOS
Os dados referentes ao desenvolvimento motor são apresentados no tabela 2, onde
podemos verificar um atraso motor nas duas áreas motoras avaliadas, motricidade fina e
motricidade global, em relação a idade cronológica, com maior prejuízo na primeira citada.
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Tabela 2 – Distribuição do comportamento das variáveis da avaliação motora.
Variáveis
Média
Variância
DP
Mínimo
Máximo
IC
100,95
962,28
31,02
35
132
IMG
87,08
926,51
30,43
20
119
IM1
92,75
1302,19
36,08
24
132
IM2
95
1323,13
36,37
24
132
QMG
86,72
296,95
17,23
31,25
120
QM1
QM2
IP
IN
90,20
93,16
3,25
17,42
409,38
568,84
9,33
122,36
20,23
23,85
3,05
11,06
37
37
1
4
118
135
7
44
Na mesma tabela também pode-se notar que o quociente motor geral (QMG) apresentou
média de 86,72, que, de acordo com a Escala de Desenvolvimento Motor, é classificado
como normal baixo. Com relação ao quociente motor das específicas áreas, as crianças
apresentaram valores muito próximos, com índice de 90,20 na área da motricidade fina e de
93,16 na motricidade global, classificados como normal médio.
Tabela 3 – Classificação da avaliação motora.
Classificação
Muito Superior (>130)
Superior (120 - 129)
Normal Alto (119 - 119)
Normal Médio (90 - 109)
Normal Baixo (80 - 89)
Inferior (70 - 79)
Muito Inferior (<70)
Total
(QM1)
Frequência
3
12
3
3
3
24
%
12,5
50,0
12,5
12,5
12,5
100
(QM2)
Frequência
1
2
2
13
1
1
4
24
%
4,2
8,3
8,3
54,2
4,2
4,2
16,6
100
Ao analisar os dados de forma isolada, verificou-se conforme tabela 3, que nos testes de
motricidade fina (QM1), 6 (25%) crianças classificaram-se como muito inferior ou inferior e
18 (75%) crianças apresentaram desenvolvimento motor normal, destas 3 (12,5%)
classificaram-se como normal baixo, 3 (12,5%) como normal alto e 12 (50%) crianças
apresentaram desenvolvimento normal médio para sua idade cronológica. Quanto ao teste
de motricidade global (QM2), 5 (20,8%) crianças classificaram-se como muito inferior ou
inferior, 3 (12,5%) apresentaram desenvolvimento motor superior ou muito superior, 16
(66,7%) crianças apresentaram desenvolvimento motor normal, sendo que 13 (54,2%)
dessas apresentaram desenvolvimento motor compatível com a sua idade cronológica normal médio e 2 (8,3%) crianças apresentaram desenvolvimento normal alto e 1 (4,2%)
normal baixo.
Figura 1 – Distribuição da lateralidade das crianças avaliadas.
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150
100
100
50
5
46
33
21
24
11
8
0
Cruzada
Indefinida
Frequência (n)
Destro
Total
Percentual (%)
Com relação ao tipo de lateralidade das crianças avaliadas (figura 1), verificou-se que 67%
possuem lateralidade definida, no entanto, com preferência lateral variada. Destes, 46%
apresentaram preferência lateral direita - destro-completo (mãos, olhos, pés) e 21%
possuem lateralidade cruzada. A lateralidade foi indefinida em 33% das crianças avaliadas.
Quando observado de forma isolada, tabela 4, ressalta-se que 6 crianças de 10 a 11 anos
encontram-se com a lateralidade indefinida, o que se afasta do estabelecido por Guillaume
(1983), o qual a criança tem sua lateralização definida entre os 6-7 anos, sendo que diversos
fatores estão ligados a prevalência de um dos lados. Para Rosa Neto (2002), a lateralidade
caracteriza-se pela preferência na utilização de uma das partes anatômicas pares e
simétricas do corpo humano, como pernas, mãos e olhos.
Tabela 4 - Distribuição da lateralidade das crianças avaliadas por idade.
Lateralidade 2–3 anos
4-5 anos
6-7 anos
8-9 anos
10-11 anos
P(%)
27,3
F(n)
P(%)
F(n)
P(%)
F(n)
P(%)
F(n)
P(%)
Destro
1
50
3
100
3
50
1
50
F(n)
3
Sinistro
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Cruzada
-
-
-
-
2
33,3
1
50
2
18,2
Indefinida
1
50
-
-
1
16,7
-
-
6
54,5
Total
2
100
3
100
6
100
2
100
11
100
DISCUSSÃO
Levando em consideração o tabela 2, a idade cronológica (IC) média dos escolares foi de
100,95 meses (DP = 31,02). Em relação às idades motoras (IM), verificou-se que a idade
motora geral (IMG) foi de 87,08 meses, e as idades motoras referentes à motricidade fina
(IM1) e motricidade global (IM2), apresentaram valores de 92,75 meses (DP = 36,08) e 95
meses (DP = 36,37) respectivamente, encontrando-se dentro da normalidade, os quais estão
apresentados no quadro 2. No entanto, pode-se verificar desta forma, um atraso de 8,2
meses para a motricidade fina e de 5,95 meses para a motricidade global em relação à
idade cronológica.
Na mesma tabela também são apresentados os valores de quociente motor geral (QMG) e
quociente motor das específicas áreas, classificados como normal baixo no QMG e normal
médio na motricidade fina (QM1) e motricidade global (QM2). Esses resultados corroboram
os achados de Rosa Neto et al (2010), que ao avaliar o perfil motor de crianças de 6 a 10
anos encontrou médias de 107,13 no QM1 e 99,64 no QM2, classificados como normal
médio.
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Para Rosa Neto (2002), a motricidade fina pode ser compreendida pela coordenação
visuomanual, a qual atua, por exemplo, no movimento de pegar um objeto, escrever e
recortar, sendo um conjunto composto de objeto/mão/olhos. Esse tipo de coordenação se
elabora de forma de forma gradual juntamente com a evolução motora. A motricidade global
refere-se aos movimentos dinâmicos corporais que envolvem um conjunto de movimentos
de grandes grupos musculares. É instrutivo na atividade motora o controle de si mesmo,
obtido pela precisão e habilidade de sua execução, o que leva a ressaltar que cada criança
tem um ritmo próprio, sendo muito importante respeitar as características individuais de cada
uma.
Quanto aos resultados da lateralidade encontrados neste estudo, esses diferem dos
encontrados por Rosa Neto et al (2010), o qual evidenciaram em uma amostra de crianças
com IC de média 97,91, que apenas 3% das crianças avaliadas apresentaram lateralidade
indefinida e 97% já possuíam lateralidade definida, tendo dessas 35% preferência lateral
variada. Quanto aos resultados encontrados por Pazin, Frainer e Moneira (2006), esses
apresentaram-se próximos aos encontrados neste estudo, obtendo-se na população
estudada 54,6% de preferência ao destro completo e 35,6% a lateralidade cruzada.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos relativos aos testes de motricidade fina e global, concluiu-se
que as crianças avaliadas apresentaram desenvolvimento motor abaixo da idade
cronológica, tendo-se utilizando os testes de Avaliação Motora do Rosa Neto (2002). Quanto
à comparação entre a idade cronológica (IC) e a idade motora (IM), ressalta-se que esta
última encontra-se em atraso nas duas áreas avaliadas, sendo que na motricidade fina o
detrimento foi maior, o que evidencia a necessidade de desenvolver ações que aprimorem
essa área, sendo que a mesma é primordial e indispensável em diversas tarefas cotidianas.
Com relação ao perfil motor, pôde-se verificar que a grande maioria das crianças encontrase dentro do nível médio da normalidade, sendo que mais de 60% das crianças foram
classificadas com idade motora normal alto, normal médio ou normal baixo nos testes
avaliados. Entretanto mais de 20% classificaram-se como inferior ou muito inferior,
demonstrando a importância de ações intervencionistas dos profissionais de Educação
Física inseridos nesta realidade, principalmente no aprimoramento das áreas do
desenvolvimento motor que se encontra em atraso.
Para tanto, devem ser adotados recursos específicos para restabelecer a idade motora das
crianças, através de atividades regulares que permitam o progresso integral do
desenvolvimento motor, levando em consideração a vulnerabilidade social que se instala
entre as crianças avaliadas, pois são abrigadas em uma instituição para menores, e seu
período de permanência neste lugar é transitório.
REFERÊNCIAS
GALLAHUE, David; OZUM, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Bebês,
Crianças e Adultos. São Paulo: Phorte, 2001.
GALLAHUE, David; OZUM, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Bebês,
Crianças e Adultos. São Paulo: Phorte, 2005.
GUILLAUME, Jean J. Educação e Reeducação Psicomotoras. Porto Alegre: Artmed,
1983.
HAYWOOD, Kathleen; GETCHELL, Nancy. Desenvolvimento motor ao longo da vida.
São Paulo: Artmed, 2004.
PAZIN, Joris; FRAINER, Deivis E.S.; MOREIRA, Daniela. Crianças obesas têm atraso no
desenvolvimento motor. Revista Digital, Buenos Aires, ano 11, n.101, outubro, 2006.
ROSA NETO, Francisco; SANTOS, Ana P.M.D.; XAVIER, Regina F.C.; AMARO, Kassandra
N. A Importância da avaliação motora em escolares: análise da confiabilidade da Escala de
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Desenvolvimento Motor. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho
Humano, v.12, n.6, p.422-427, 2010.
ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SANTOS, Suely; DANTAS, Luiz; OLIVEIRA, Jorge A.D. Desenvolvimento motor de crianças,
de idosos e de pessoas com transtornos da coordenação. Revista Paulista Educação
Física, São Paulo, v.18, p.33-44, ago. 2004.
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EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DE
COMÉRCIO ATACADISTA
ROCHA, A.L.C. ¹
DOS ANJOS, E.F.¹
¹Graduado em Educação Física – Unifae – São João da Boa Vista, SP - Brasil.
email: [email protected]
RESUMO
Introdução: A prática da ginástica laboral nas empresas se torna cada vez mais frequente e
enfatiza a importância da pesquisa através de indicadores para avaliação e promoção da
saúde e da qualidade de vida. Objetivo: Verificar os efeitos de um programa de ginástica
laboral em trabalhadores de comércio atacadista de uma cidade do interior do sul de Minas
Gerais. Metodologia: Aplicou-se um questionário com 87 indivíduos do sexo masculino com
idade entre 18 e 59 anos, que participaram durante quinze minutos, duas vezes por semana
num período de cinco meses das sessões de ginástica laboral. Resultados e Conclusão:
Os resultados desta pesquisa demonstram que a ginástica laboral quando aplicada
adequadamente, traz resultados promissores para a melhoria de saúde em geral, estado de
humor, concentração, flexibilidade e alivio de dores corporais de funcionários que se utilizem
dessa atividade.
Palavras-chave: Ginástica Laboral, trabalhadores, saúde.
ABSTRACT
Introduction: The practice of gymnastics in business becomes increasingly frequent and
emphasizes the importance of research using indicators for evaluation and promotion of
health and quality of life. Objective: To assess the perception of the effects of a program of
gymnastics workers in wholesale trade of a city in the south of Minas Gerais. Methods: We
applied a questionnaire with 87 males aged between 18 and 59 years, who participated for
fifteen minutes twice a week over five months of sessions of gymnastics. Results and
Conclusion: The results of this research show that the gymnastics when applied properly
brings promising results for improving health, well-being, self-esteem of employees who use
this
activity.
Keywords: Gymnastics, workers, health.
INTRODUÇÃO
Na Inglaterra em meados do século XVIII iniciou-se uma nova forma de produzir e organizar
o trabalho chamada Revolução Industrial, surtindo uma forte influência no modo de viver das
pessoas e principalmente sobre a saúde dos trabalhadores (ROUQUAYROL, 1993).
O processo de industrialização aumenta as chances de pessoas se tornarem sedentárias,
com poucas oportunidades de praticar atividades físicas resultando em uma conseqüente
diminuição do condicionamento físico e acarretando prejuízos à saúde das mesmas
(PITANGA & LESSA, 2005).
A saúde dos trabalhadores deve ser avaliada dentro dos aspectos ocupacionais físicos,
químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos, psíquicos e sociais. A saúde ocupacional ou
profissional implica na soma de todos os esforços para melhorar a saúde dos trabalhadores,
tanto no seu ambiente de trabalho como na sua comunidade (DELIBERATO, 2002).
Uma forma de prevenção e redução de dores e doenças ocupacionais, além de incentivar a
prática de atividade física fora do horário de trabalho é a chamada ginástica laboral.
(MENDES & LEITE, 2004)
Para Lima (2003), a ginástica laboral é a prática de atividade física realizada no ambiente de
trabalho, durante o expediente, voltada aos trabalhadores, de participação voluntária visando
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à melhoria da qualidade de vida, diminuindo as tensões físicas e emocionais, reequilibrando
a postura e combatendo a fadiga, afastando o risco de se desenvolver lesões ocupacionais.
De acordo com Figueiredo e Mont’Alvão (2008), a ginástica laboral foi introduzida no Brasil
em 1969 por executivos nipônicos na Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibrás), no
Rio de Janeiro. Após algumas experiências isoladas, houve um período de esquecimento,
ressurgindo apenas na segunda metade da década de 80, como medida de promoção da
saúde do trabalhador.
A prática da ginástica laboral nas empresas se torna cada vez mais frequente e enfatiza a
importância da pesquisa através de indicadores para avaliação e promoção da saúde e da
qualidade de vida, visto que a periodicidade desta atividade indica sensíveis benefícios
relacionados à melhoria de sintomas no sistema musculoesquelético e nas relações
interpessoais (MENDES & LEITE, 2004).
Para os mesmos autores a ginástica laboral não sobrecarrega o funcionário, por ser
de curta duração. No entanto, estudos apontam que é o suficiente para prevenir a fadiga
muscular, diminuir a dor e o índice de acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais,
aumentar a disposição do funcionário no início e nas pausas de trabalho e meio de valorizar
e incentivar a prática de atividades físicas como instrumento de promoção à saúde e do
desempenho profissional.
De acordo com Mendes & Leite (2004), a ginástica laboral pode ser classificada de três
modos diferentes:
1.
Preparatória: realizada no início do turno e visa aquecer a musculatura e as
articulações utilizadas no trabalho, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais.
2.
Compensatória ou de Pausa: realizada no meio do expediente de trabalho com o
objetivo de impedir vícios posturais, evitar a fadiga central e periférica, aumentar a
sociabilização e a integração do grupo.
3.
Relaxante: realizada no final do expediente objetivando relaxar todo o corpo devido às
tensões acumuladas durante todo o expediente de trabalho.
Entende-se, portanto, que um programa de ginástica laboral pode contribuir positivamente
na promoção da saúde e qualidade de vida do trabalhador.
OBJETIVO:
Verificar os efeitos de um programa de ginástica laboral em trabalhadores de
comércio atacadista.
METODOLOGIA:
O presente estudo é uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa com
aplicação de um questionário com 87 indivíduos do sexo masculino com idade entre 18 e 59
anos, que participaram durante quinze minutos, duas vezes por semana num período de
cinco meses das sessões de ginástica laboral.
RESULTADOS:
Os trabalhadores estudados foram do sexo masculino com idade entre 18 e 59 anos. O
gráfico 1, demonstra que 78,16% participantes se sentem mais dispostos após participarem
das sessões, mostrando que a ginástica laboral não sobrecarrega e não leva o funcionário
ao cansaço, porque é de curta duração, contribuindo para aumentar a disposição do
funcionário no inicio e final do trabalho e transforma-se em um meio de valorizar e incentivar
a prática de exercícios físicos como instrumento de promoção à saúde e do desempenho
profissional.
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Gráfico 1 – Sensação após participar da ginástica laboral.
78,16%
mais disposto
cansado
não percebo
diferença
17,24%
4,59%
O gráfico 2, demonstra as maiores contribuições que a prática da ginástica laboral
trouxe para vida dos trabalhadores.
Gráfico 2 – Contribuição da prática da ginástica laboral.
67,81%
seu estado de
humor
54,02%
49,42%
sua concentração
no trabalho
42,52%
preservação da
sua saúde
35,63%
flexibilidade do seu
corpo
alivio de dores
corporais
CONCLUSÃO:
Os resultados desta pesquisa demonstram que a ginástica laboral quando aplicada
adequadamente, traz resultados promissores para a melhoria da saúde geral, estado de
humor, concentração, flexibilidade e alivio de dores corporais e corroboram com (LIMA,
2003) que justifica a importância da avaliação periódica de resultados dos programas de
ginástica laboral para prevenção, promoção e manutenção da saúde do trabalhador.
Contudo conclui-se que outros estudos sobre as dimensões da saúde do trabalhador
relacionados à ginástica laboral devem pesquisados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DELIBERATO, Paulo Cezar Porto. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São
Paulo: Manole, 2002.
FIGUEIREDO, F; MONT´ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.ed Rio de Janeiro:
Sprint, 2008.
LIMA, Valquíria de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo:
Phorte, 2003.
MENDES, A.R; LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. São Paulo:
Manole, 2004.
PITANGA, F.J.G; LESSA, I. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo no lazer em
adultos. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.21 (3), p.870-877, 2005.
ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia e Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1993.
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OS EFEITOS DA MÚSICA NA ATIVIDADE FÍSICA
NASCIMENTO, D.1; SOUZA,C. A. F. 2
1- FIRP/UNIESP – São Paulo – Brasil.
2- FIRP/UNIESP – São Paulo – Brasil.
[email protected]
RESUMO
INTRODUÇÃO: O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a
liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar
prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro. O nível de liberação da
dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as
medições realizadas ao escutar uma música "neutra", isto é, indiferente aos voluntários. O
alívio que a malhação provoca, faz com que tenhamos vontade de praticá-la com frequência,
como qualquer outra atividade que nos dê prazer. OBJETIVO: Este trabalho tem como
finalidade apresentar que com a música o desenvolvimento da atividade é eficiente e
prazerosa. Com os hormônios serotonina, endorfina e dopamina trabalhando em conjunto, é
possível melhorar a coordenação motora e a integração funcional de todas as forças
estruturadoras do movimento. METODOLOGIA: A Pesquisa é Experimental. Três
indivíduos, atletas regulares foram observados em suas Atividades normais. Cada um
realizou suas Atividades em três situações. Uma vez sem Música, outra com Músicas que
lhe agradavam e por fim, com Músicas que não agradavam. Cada atleta escolheu suas
músicas. A pesquisa foi realizada uma vez por semana cada situação. RESULTADOS: O
Individuo I, atleta de judô, realizou 1.200 golpes no período de 1 hora na primeira situação.
Realizou 1.500 golpes no mesmo tempo na segunda situação. E 900 golpes na terceira
situação com o mesmo tempo. O Individuo II, atleta de corrida de ruas, percorreu uma
distância de 12km em 1 hora na primeira situação. Na segunda situação o mesmo percurso
levou 47 minutos para conclui la. Na terceira situação percorreu em 1h10 minutos. O
Individuo III, atleta de ciclismo, pedalou em 1hora a distância de 20km na primeira situação.
Na segunda situação para pedalar a mesma distância levou 40 minutos e por fim na terceira
situação o mesmo percurso levou 1h08 minutos para conclui la. CONCLUSÃO: Após o
termino do trabalho foi possível constatar que as Músicas que agradavam os pesquisados
foram as que obtiveram melhores resultados no desenvolvimento das Atividades. As
Músicas que não agradavam prejudicou o trabalho em relação ao dia da atividade sem
Música alguma.
Palavras Chaves: Música, Atividade Física e Prazer.
ABSTRACT
INTRODUCTION: The intense pleasure you feel when listening to music causes the brain to
release dopamine , a neurotransmitter that is used to assess or reward specific pleasures
associated with food , drugs or money . The level of dopamine release varies with the
intensity of emotion and pleasure , compared with measurements made while listening to a
song " neutral " , ie, indifferent to the volunteers . The relief that the workout causes , causes
will have to practice it frequently , like any other activity that gives us pleasure. OBJECT:
This work intends to show that the music 's development activity is efficient and pleasant .
With the hormones serotonin , dopamine and endorphins working together , it is possible to
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improve the coordination and functional integration of all forces structuring the movement.
METHODOLOGY: The search is Experimental . Three individuals , regular athletes were
observed in their normal activities . Each held their activities in three situations . Once without
music , with other songs that pleased him , and finally, with songs that are not appealing .
Each athlete chose their songs . The survey was conducted once a week every situation .
RESULTS: The Individuo I, judo athlete , held 1,200 hits in 1 hour period in the first situation .
Held 1,500 hits in the same time in the second situation . And 900 blows in the third situation
with the same time . The Individuo II , athlete racing the streets , covered a distance of 12km
in 1 hour in the first situation . In the second situation the same journey took 47 minutes to
conclude it . In the third situation come at 1:10 a.m. minutes . The Individuo III athlete cycling
pedaled in 1hour distance of 20km in the first situation . In the second situation to pedal the
same distance took 40 minutes and finally in the third situation the same route took 1:08 a.m.
minutes to conclude it . CONCLUSION: After the end of the work it was established that the
music that pleased the respondents were those obtained better results in the development of
activities . Songs that are not appealing hampered the work in relation to the day of the
activity without any music .
Key Words: Music , Physical Activity and Pleasure .
Desenvolvimento
INTRODUÇÃO
O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de
dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres
específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro. A dopamina serve para reforçar
alguns comportamentos essenciais à sobrevivência, ou pode ainda desempenhar um papel
na motivação. O que não se sabia, no entanto, era como a substância poderia estar
envolvida no prazer abstrato - como ouvir música.
O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em
comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra", isto é, indiferente
aos voluntários.
Quem pratica exercícios físicos sabe bem a sensação provocada por essa substância. Basta
alguns minutos de atividade física para nosso corpo ser inundado por endorfina, um
hormônio que provoca sensação de bem-estar, euforia e relaxamento.
O alívio que a malhação provoca, faz com que tenhamos vontade de praticá-la com
frequência, como qualquer outra atividade que nos dê prazer.
OBJETIVO
Este trabalho tem como finalidade apresentar que com a música o desenvolvimento da
atividade é eficiente e prazerosa. Com os hormônios serotonina, endorfina e dopamina
trabalhando em conjunto, é possível melhorar a coordenação motora e a integração
funcional de todas as forças estruturadoras do movimento. Pois são responsáveis pela
felicidade, sensação de bem-estar, euforia, relaxamento, reforçam alguns comportamentos
essenciais à vida e ainda podem desempenhar um papel de motivação.
METODOLOGIA
A Pesquisa é Experimental. Três indivíduos, atletas regulares foram observados em suas
Atividades normais. Cada um realizou suas Atividades em três situações. Uma vez sem
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Música, outra com Músicas que lhe agradavam e por fim, com Músicas que não agradavam.
Cada atleta escolheu suas músicas. A pesquisa foi realizada uma vez por semana cada
situação.
RESULTADOS
INDIVÍDUO I
Esporte: Judô
Frequência:
semana
Tempo de pratica: 10 anos
8x
Pratica suas atividades ouvindo música? ( X )SIM
( ) NÃO
1º DIA
2º DIA
3º DIA
1.200 golpes
1.500 golpes
900 golpes
Obs.: Período de 1 hora
TABELA 01
INDIVÍDUO II
Esporte: Corrida
Frequência:
semana
Tempo de pratica: 5 anos
4x
Pratica suas atividades ouvindo música? ( X )SIM
( ) NÃO
1º DIA
2º DIA
3º DIA
1 hora
47 minutos
1h e 10 minutos
Obs.: Distância de 12 km
TABELA 2
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INDIVÍDUO III
Esporte: Ciclismo
Tempo de pratica: 7 anos
Frequência: 3x
semana
Pratica suas atividades ouvindo música? ( )SIM (
X ) NÃO
1º DIA
2º DIA
3º DIA
1 hora
40 minutos
1h e 8 minutos
Obs.: Distância de 20 km
TABELA 3
Gráfi
co 1
Gráfi
co 2
Gráfico 3
DISCUSSÃO
Após o termino da experiência foi possível analisar que os 2º dias de todos os atletas
foram os que obtiveram melhores resultados.
Ao observar o Gráfico 1, é fácil visualizar a diferença entre os dias. No 1º dia, onde a
atividade foi realizada sem música o atleta executou 1200 golpes, no 2º dia realizou 1500, ou
seja, 300 golpes a mais, por último, no 3º dia realizou apenas 900, menos do que no dia sem
música, e em relação ao 2º 600 golpes.
O Gráfico 2 é mensurado por tempo em minutos. Do 1º dia para o 2º a diferença é de 13
minutos a menos. Do 1º dia para o 3º, a diferença é de 10 minutos a mais, o que não parece
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relevante. Mas ao analisar a diferença do 2º para o 3º dia, são de 23 minutos. De extrema
importância para o atleta, pois este tempo refere se ao seu aquecimento.
O Gráfico 3 também é mensurado por tempo em minutos. Do 1º dia para o 2º a diferença é
de 20 minutos a menos. Do 1º dia para o 3º, a diferença é de 8 minutos a mais. Comparados
o 2º e 3º dia, a diferença chega a 28 minutos.
Nos três esportes é notório o baixo resultado no 3º dia, o qual foi realizado com as músicas
que desagradavam os atletas.
CONCLUSÃO
Após o termino do trabalho foi possível constatar que os 2º dias de todos os atletas foram os
que obtiveram melhores resultados, dia o qual era a Música que agradava a cada um deles.
Os 3º dias foram os piores para todos em rendimento. Todos eles alegaram em depoimento
que a Música atrapalhou, foi desconfortante realizar a atividade.
Por fim o Indivíduo III declarou que usaria a Música para realização de suas atividades, os
indivíduos I e II disseram que não dispensariam a Música, uma vez que já utilizavam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINEL N.C.B. Linguagem Musical Explorando Som e Ritmo. Revista do Professor ano XX
nº79,pag.5, 6, 7 e 8. Rio Grande do Sul, 2004.;
CAMARGO M. L. M de. Música/Movimento: Um universo em duas dimensões. Editora Villa
Rica, Belo Horizonte, 1994.;
JEANDOT N. Explorando o universo da música. Editora Scipione, São Paulo, 1990.;
JOURDAIN R. Música cérebro e Êxtase – Como a música captura nossa imaginação.
Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 1998.;
CHAVES Jr. E.B O prazer da música. 1ª Edição. Ed. Ediouro, Rio de Janeira, 1989;
SHAFER R.M. O ouvido pensante. 2ª Edição. Ed. Unesp, São Paulo, 1991.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR
NO ENSINO FUNDAMENTAL
FERREIRA, R. R.¹;SILVA, E.K.S.²
1
Fundação Educacional de Divinópolis-Divinópolis-Minas Gerais-Brasil
2
Fundação Educacional de Divinópolis-Divinópolis-Minas Gerais-Brasil
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma experiência interdisciplinar desenvolvida no Ensino
Fundamental, na Rede Municipal de Ensino de Divinópolis, Minas Gerais, envolvendo
graduandos dos cursos de Educação Física, Letras, Matemática e Pedagogia durante o
Estágio Supervisionado no primeiro semestre de 2013. O objetivo desse trabalho era
propiciar aos estagiários e aos professores da escola uma formação pautada, no
compromisso social e ético visando à formação integral dos alunos. O método de trabalho
consistiu, inicialmente, no levantamento da demanda da Escola, sendo priorizado um
trabalho com as turmas de 2o, 3o e 5o que apresentavam maiores necessidades de
acompanhamento na alfabetização, letramento e motricidade. O resultado dessa experiência
foi considerado relevante tanto para os estagiários quanto para os profissionais envolvidos
neste projeto, devido à melhor compreensão do processo ensino aprendizagem. Conclui-se
que o trabalho interdisciplinar desenvolveu maiores possibilidades de intervenções e
possibilitou um olhar mais amplo sobre os fenômenos pedagógicos a partir das
especificidades de cada área e das particularidades evidenciadas no processo.
PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado - Interdisciplinaridade - Fenômenos
pedagógicos
ABSTRACT
This paper presents an interdisciplinary experience developed in elementary education in
same municipal schools in Divinópolis, Minas Gerais, involving majoring students in
Physical Education, Humanities, Mathematics and Pedagogy during Supervised Stage in the
first half of 2013. The aim of this study was to provide trainees and teachers of the school
training based on social and ethical commitment aimed at full education of students. The
working method consisted, initially, the demand survey of the School, and prioritized work
with groups of 2, 3 and 5 grade with the greatest needs monitoring in literacy and motor
skills. The result of this experience was considered significant for both trainees and for the
professionals involved in this project, due to better understanding of the learning process. We
conclude that interdisciplinary work developed greater possibilities for interventions and
enabled a wider look on the pedagogical phenomena from the specificities of each area and
the particulars evidenced in the process.
KEY WORDS: Supervised – Interdisciplinary – Pedagogical Phenomena
INTRODUÇÃO
Neste texto apresenta-se uma experiência de Estágio Supervisionado Interdisciplinar
realizada no primeiro semestre de 2013, por alunos do Instituto Superior de Educação de
Divinópolis – ISED, dos cursos de Educação Física, Letras, Matemática e Pedagogia em
uma escola pública de Divinópolis, MG, orientados por professores do citado Instituto.
Para o desenvolvimento desse trabalho buscou-se fundamentação em uma educação que
ao contrário de excludente, seja inclusiva, ou seja, uma escola que privilegie a socialização
do saber, onde todos têm os mesmos direitos (LDBEN-94/96). E para que esta educação
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seja realmente efetivada é de fundamental importância o papel e a atuação de todos os
atores envolvidos neste processo. Dessa forma, deve haver um enfoque, principalmente, na
formação dos acadêmicos e dos profissionais da educação que atuam diretamente no
processo ensino/aprendizagem, pois eles são elementos de extrema relevância para que se
cumpram os objetivos dessa educação includente.
Essa nova perspectiva de educação atribui à escola e a dinâmica por ela gerada uma
concepção de professor como profissional do ensino que tem como principal tarefa cuidar da
aprendizagem integral dos alunos, reconhecendo e respeitando a sua diversidade pessoal,
social e cultural. Para isso é necessário que se propicie uma sólida formação inicial e
continuada que possibilite uma consciência da necessidade de ser um profissional que
sempre reflete sobre sua prática e de um trabalho que se desenvolva de maneira
interdisciplinar.
Tomando como base a ótica de “descrição global” em Foucault (1997, p.11), torna-se
relevante para a formação inicial docente, uma proposta de estágio que se aproxime dos
diversos “quadros” existentes no cotidiano escolar, saindo de uma descrição menos isolada,
tendo como referência apenas uma disciplina, para uma proposta que caminhe em direção a
interdisciplinaridade.
Dessa forma, é necessário enfatizar a práxis pedagógica, a interdisciplinaridade e um
trabalho que se organiza sob uma ótica coletiva e participativa, permitindo o crescimento
integral do aluno, ou seja, o crescimento cognitivo, afetivo e social. É evidente que
“o conhecimento disciplinar não dá conta de explicar a realidade em seu dinamismo e interrelações; carece, portanto, de uma concepção interdisciplinar que favoreça a apreensão da
interdependência das partes que a compõem e das diferentes concepções em relação à
mesma.” (SILVA, GOMES e RIOS, 2005, p.17)
OBJETIVO
Possibilitar aos estagiários e aos professores da escola onde ocorreu o estágio uma
formação continuada pautada na interdisciplinaridade, no compromisso social e ético
visando à formação integral dos alunos.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado um levantamento, junto à Secretaria de
Educação de Divinópolis – SEMED, sobre as possíveis escolas em que o projeto seria
desenvolvido. Concomitantemente, foram selecionados os alunos que se dispuseram a
desenvolver um estágio interdisciplinar e concordaram em participar de momentos de
planejamento com o grupo de professores da escola e de reuniões com os orientadores de
Estágio, bem como de produzir, no decorrer de seu estágio, os materiais solicitados,
explicitando suas reflexões a respeito da teoria e da prática apreendida.
Este Estágio foi desenvolvido na Escola Municipal Otávio Olímpio de Oliveira, no município
de Divinópolis, MG com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O grupo de
estagiários era composto por nove (09) alunos dos cursos de Letras, Matemática, Pedagogia
e Educação Física.
O desenvolvimento do projeto de intervenção pedagógica ocorreu através de encontros
semanais da equipe, composta pelos orientadores de estágio do ISED, técnicos da
Secretaria Municipal de Educação de Divinópolis – SEMED, professores da escola e o grupo
de estagiários.
Foram desenvolvidos projetos com as turmas de 2 0, 30 e 50 anos, atendendo às turmas que
apresentaram maior número de alunos com problemas referentes à alfabetização e
letramento.
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A partir da demanda levantada pelos professores, juntamente, com a direção pedagógica da
escola, iniciou-se a elaboração de um plano de intervenção pedagógica flexível que durante
sua execução foi sendo complementado e redirecionado de acordo com as necessidades.
Cada grupo de trabalho foi composto por três estagiários de cursos diferentes, juntamente
com os professores da turma que elaboraram um projeto de intervenção pedagógica com o
objetivo de propiciar atividades interdisciplinares que possibilitassem o desenvolvimento
integral do aluno.
Os estagiários cumpriram a carga horária de 120h além de participarem semanalmente no
planejamento dos professores e na aplicação das atividades pedagógicas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A experiência desse Estágio Interdisciplinar foi bastante significativa para todos os atores
envolvidos no processo, pois possibilitou a compreensão e a interpretação acerca da
realidade escolar de uma maneira geral e, de modo específico, do fenômeno em si – o
ensino/aprendizagem.
Possibilitou ainda, uma reflexão sobre a importância do trabalho interdisciplinar e dos
projetos pedagógicos interdisciplinares e incentivou a elaboração coletiva desses projetos.
Propiciou também um espaço de troca de experiências entre todos os envolvidos no
processo e, além disso, possibilitou uma reflexão sobre a relação teoria e prática que de
acordo com Freire (1996, p.39):
“... o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente
a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso
teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se
confunda com a prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre os muitos desafios que se colocam, atualmente, para a educação, encontra-se a
necessidade de respeitar e valorizar as especificidades culturais, auxiliando na construção
da cidadania e da identidade dos cidadãos. Para alcançar este objetivo uma das tarefas é o
investimento no preparo do trabalho docente, que exige uma sólida formação. Cada vez
mais, o profissional da educação precisa desenvolver sua capacidade de aprender a
aprender, de buscar informações, de questionar e questionar-se para que esteja apto a
tomar decisões adequadas e que atendam à diversidade cultural e social presentes nas
escolas.
Nesse sentido, é preciso que o professor se paute pela práxis - reflexão-na-ação, pois é
através de seus questionamentos, dúvidas e reflexões sobre o cotidiano da sala de aula que
ele conseguirá (re)significar e (re)direcionar sua prática pedagógica.
Portanto, é relevante destacar mais uma vez que a experiência de Estágio apresentada,
pautou-se na premissa de que todo este processo de reflexão deve embasar-se na relação
entre teoria e prática, pois falar de formação não se limita a debater sobre as diferentes
“modalidades de transmissão do saber ou sobre metodologias que constituem tais
processos, mas principalmente, interrogar esses modos a partir de seus fundamentos e
produtos” (FERRAÇO, 2005, p. 74). Além disso, é preciso salientar que uma metodologia
que privilegie o trabalho interdisciplinar deve permear todo o processo de formação para que
isso se reflita no trabalho na sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRAÇO, Carlos Eduardo. Cotidiano escolar: formação de professores(as) e currículo. São
Paulo: Cortez, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
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LDBEN, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº. 9394/96
SILVA. Elaine Kendall Santana; GOMES, Helena Eustáchia Caetano; RIOS, Rosana
Corgozinho. A Inderdisciplinaridade e a formação de professores: reflexão e prática.
Cadernos de estudos acadêmicos do Curso Normal Superior. Divinópolis. FUNEDI/UEMG
publicações. n 1- março de 2005.
Endereço dos autores:
Rodrigo Rodrigues Ferreira – Rua Inconfidentes, 382, Bairro Vila Cruzeiro – Divinópolis,
Minas Gerais – CEP: 35500 090.
Elaine Kendall Santana Silva – Rua Dom Pedro II, 682, Bairro Afonso Pena – Divinópolis,
Minas Gerais – CEP: 35500 096.
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RESUMOS
ANÁLISE DO ARCO LONGITUDINAL MEDIAL PLANTAR EM PORTADORES DE
HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
GONÇALVES, C.R.1,2, MARIN, M.A.1, NETO, Y.S. 1, FERREIRA, B.1,3, SILVA, G.P.1,3,4
1
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia/MG
3
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
4
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
2
O controle postural é responsável por permitir ações simples do cotidiano humano. No
entanto, uma das tarefas mais importantes do sistema do controle postural humano é a do
equilíbrio do corpo sob a pequena base de apoio fornecida pelos pés. A fotopodoscopia é
um método de fácil execução para avaliação do arco longitudinal medial plantar (ALMP),
sendo que a distribuição de pressão na superfície plantar revela informações sobre a
estrutura e função dos pés e controle corporal em condições saudáveis ou patológicas. O
objetivo deste estudo foi analisar o ALMP de indivíduos portadores de hemiplegia espástica,
comparado a indivíduos saudáveis. Participaram do estudo 16 indivíduos com faixa etária de
40 a 60 anos, divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1), 8 indivíduos portadores de hemiplegia
espástica e Grupo 2- (G2- Controle), 8 indivíduos que não apresentam quadro de
comprometimento funcional e neurológico. Estes foram posicionados em ortostatismo, sobre
um podoscópio com dimensões quadrangulares de 38X30cm. Uma câmera da marca
Samsung foi posicionada a um tripé com uma distância de 0.45 cm entre a lente focal da
câmera e o espelho do podoscópio. Os dados foram analisados estatisticamente pelo
programa SPSS 19.0 (teste t p≤ 0,05). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP
UNIFAFIBE (Processo nº 84461). Os resultados demonstraram que os indivíduos do G1
apresentaram média na região do ALMP à direita de 0,66±0,10, e esquerdo de 0,39±0,33.
No G2 as médias de ALMP à direita foram de 0,44±0,12 e esquerdo de 0,53±0,11. Na
análise estatística de comparação entre os grupos no lado direito e esquerdo, não
apresentou valores estatísticos (p≥ 0,05). Na análise descritiva dos dados, segundo Ribeiro;
Trombini; Iunes; Monte- Raso (2009), foi observado no G1 a presença de um caso de pé
plano e outro de pé cavo, sendo que no G2 nenhum indivíduo apresentou alterações
estruturas do ALMP. Conclui-se que os indivíduos do G1 apresentaram alterações
estruturais do ALMP, isto pode estar associado com as alterações neuromusculares
presente no hemiplégico espástico.
Palavras chave: Espasticidade, Fotopodoscopia, Hemiplegia, Arco longitudinal medial
plantar.
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A INCLUSÃO DE ALUNOS CADEIRANTES NAS AULAS DE CAPOEIRA
MATOS, M. J.1, ZANETTI, M. C.1,22
UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil, 2LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro - SP Brasil
1
(Introdução) O trabalho realizado com crianças e adultos de diferentes idades com a
utilização de jogos lúdicos e brincadeiras na prática da capoeira tem como um dos objetivos
promover a inclusão de alunos com necessidades especiais. (Objetivos) Portanto, o objetivo
desse trabalho foi verificar a eficácia das estratégias de ensino/aprendizagem a fim de
atender a essa população. (Metodologia) Como proposta metodológica realizamos uma
pesquisa-ação que consistiu em fazer pequenas adaptações nos jogos e brincadeiras
tradicionais nas aulas de capoeira (que ocorreram todos os sábados por 2hrs, de janeiro até
setembro de 2013) de modo que os alunos com necessidades especiais não tivessem que
interromper os treinos motivados por quaisquer limitações. Entre outras brincadeiras
podemos citar como exemplo o jogo casa grande e senzala: todos os alunos ficavam ao
redor de um circulo desenhado no chão e seguiam o comando do professor, casa grande
permanecia fora do circulo, senzala entrava no circulo, os cadeirantes precisavam passar a
roda dianteira pra dentro do circulo e os demais pulavam com os dois pés dentro do circulo,
ia pra dentro da senzala quem errasse o comando, assim como a corrida da capoeira onde
os alunos em duplas correm até o final da quadra e ao alcançar a marca do outro lado
executam o movimento de capoeira pedido previamente pelo professor, considerando que
em cada equipe deve haver o número igual de cadeirantes. Uma medida a ser tomada para
o caso de haver menos cadeirantes é o professor levar uma cadeira de rodas e colocar um
aluno sentado nela para que possa haver uma equidade entre as equipes. Todos os dados
eram registrados em um diário de campo para interpretação futura. (Resultados) Após
analisar os dados constatamos haver maior naturalidade em relação a presença dos
cadeirantes em aula, além do aparente aumento de confiança dos alunos especiais tanto
nos momentos do treino quanto ao adentrarem a roda para jogar capoeira. (Conclusão)
Concluímos que com as adaptações necessárias é possível haver inclusão mais do que
benéfica pra ambas às partes, tanto para os não cadeirantes quanto para os que se
utilizavam das cadeiras de roda na prática da capoeira. Cabe ressaltar que o trabalho deve
ser realizado de forma responsável por pessoas capacitadas.
Palavras-chave:Lúdico. Capoeira. Inclusão.
e-mail: [email protected]
2
Bolsista da CAPES – Processo BEX 18916/12-0
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A UTILIZAÇÃO DO ATLETISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
GUERRA, P.G.C.
SOUZA, A.C.
SOUZA JÚNIOR, L. A.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil
[email protected]
(Introdução) O atletismo dentro do contexto escolar pode ser considerado um conteúdo de
fundamental importância, pois as capacidades e habilidades motoras por ele exploradas
servem de auxilio e de base para o aprimoramento na execução de movimentos que serão
utilizados em outras modalidades esportivas, auxiliando o aluno a ter um amplo domínio do
seu corpo, dando a ele condições de realizar diversos movimentos com a pratica do
atletismo no ambiente escolar, que tem uma importância decisiva para a formação de
crianças e jovens, na medida em que esta modalidade pode lhes proporcionar vivencias e
experiências básicas, fundamentais para o seu desenvolvimento motor. (Objetivos) O
objetivo do presente estudo foi verificar a metodologia de ensino dentro do ambiente escolar
do Atletismo e qual a proposta de aprendizagem e o instrumento pedagógico que contribui
para o desenvolvimento do aluno, as atividades e os gestos motores básicos do ser humano
que caracteriza inclusão do atletismo no ambiente escolar. (Metodologia) Pesquisa
realizada em referências bibliográficas e artigos disponíveis na internet. (Resultados) Após
a análise das referências, percebemos que a inclusão desta modalidade dentro do ambiente
escolar pode excluir os menos habilidosos e supervaloriza outros alunos. Por isso, o
atletismo deve ser planejado com uma metodologia adequada as diversas faixas etárias,
para contribuir efetivamente com a aquisição de gestos e habilidades motoras fundamentais
para o desenvolvimento motor do aluno. (Conclusão) Portanto, concluímos que a prática do
atletismo dentro do ambiente escolar, tem um papel de grande importância no processo de
desenvolvimento e aprendizagem de habilidades motoras e capacidades físicas básicas,
além de contribuir com o aspecto social através da inclusão proporcionada por um
planejamento adequado.
Palavras-Chaves: Atletismo; educação física; desenvolvimento motor.
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ANÁLISE COGNITIVA DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE
DE UM MUNICIPIO DA AMAZÔNIA/OCIDENTAL
SOUZA, C.R.¹
¹ Universidad San Carlos – Assunção/PY – Paraguai.¹ NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da
Família – Cacoal/Rondônia – Brasil.
[email protected]
Introdução: Atualmente, a demência é o problema de saúde mental que mais cresce em
importância e número, com estimativas apontando que sua incidência anual cresce
sensivelmente com o envelhecimento, de 0,6%, na faixa dos 65-69 anos, para 8,4%
naqueles com mais de 85 anos; sua prevalência passa de 5% nos idosos com mais de 60
anos para 20% naqueles com mais de 80 anos. A noção de autonomia, no que tange à
interdependência desta com uma memória íntegra, reside na capacidade individual de cuidar
de si mesmo, executar tarefas que lhe permitam a adaptação psicossocial e ser responsável
pelos próprios atos. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo avaliar o estado mental
dos praticantes com 60 anos ou mais, frequentadores do Programa Cacoal Saudável, em
Cacoal/ RO, e sua relação com os fatores relacionados à situação de saúde. Metodologia:
Realizou-se um estudo transversal com 60 idosos. No critério de exclusão, foram eliminados
os idosos sem escolaridade. Para coleta de dados foi criado um questionário específico a fim
de avaliar características epidemiológicas e fatores relacionados à saúde, e para identificar o
declínio cognitivo, foi utilizado o teste psicométrico do Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM), versão em português, validada por Bertolucci et al. Resultados: Dentre os idosos
avaliados, encontrou-se uma prevalência de declínio cognitivo de 56,5%. A média de
pontuação no MEEM foi de 21,48 pontos e a média da idade dos idosos foi de 69,0 anos.
Neste estudo, os resultados referentes à autopercepção do estado de saúde foram positivos,
pois mostraram que a maioria dos idosos percebeu sua própria saúde, inclusive com relação
à saúde dos outros, como boa, sendo que os idosos sem declínio cognitivo relataram estes
fatores com maior frequência. Conclusão: Constatou-se uma alta prevalência de idosos
com declínio cognitivo. A população estudada é predominantemente do sexo feminino, com
idade entre 60-82 anos, casados e com baixo nível de escolaridade. Os fatores relacionados
à saúde mostraram que o sedentarismo e o baixo nível educacional ainda são
predominantes entre os idosos do programa. O resultado da pesquisa revela que o teste
MEEM é influenciado pela variável escolaridade e, como relatado pelo estudo, a utilização
de testes cognitivos combinados com relatos dos informantes através de um questionário
específico, pode melhorar o rastreio de demência leve a moderada em idosos com baixo
nível educacional, contribuindo de forma relevante na identificação de déficit de
aprendizagem.
Palavras-chave: Cognitivo; Idoso; Mini-Exame do Estado Mental.
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EFEITOS DA PRÉ-TEMPORADA EM ATLETAS DE FUTEBOL PROFISSIONAL DE
CAMPO SEGUNDO SUAS CAPACIDADES FÍSICAS E ANTROPOMÉTRICAS.
¹SANTANA, G. L. V.; ¹VILAS BOAS, Y. F.
1 - Universidade Vale do Rio Verde - UNINCOR, Três Corações.
Introdução: O futebol é o esporte mais popular no mundo e vem crescendo a cada dia,
sendo extremamente complexo, pois necessita de perfeita interligação entre aspectos
físicos, técnicos, táticos e psicológicos. Apesar disto, há uma preocupação especial com o
aprimoramento físico do atleta e as imposições fisiológicas impostas a ele durante o jogo. A
pré-temporada é o período de preparação de uma equipe depois das férias que antecede o
início dos campeonatos do ano, ocasião de fundamental importância para que os jogadores
recebam preparação física adequada para estar apto aos jogos durante toda a temporada.
Objetivo: O objetivo da presente pesquisa foi analisar os efeitos provocados por uma prétemporada, tendo como referências, o condicionamento aeróbio e o perfil antropométrico de
atletas profissionais de futebol de campo. Metodologia: A pesquisa foi de caráter
quantitativo e realizada durante a pré-temporada futebolística na cidade de Três Corações,
estado de Minas Gerais. O espaço amostral contou com 26 jogadores de futebol profissional,
com idades entre de 18 e 38 anos, ± 28 anos. Todos os atletas pertencentes ao
departamento de futebol profissional do Atlético Tricordiano, de Três Corações, MG, para a
preparação do campeonato mineiro de futebol, edição 2014. Os atletas foram submetidos à
avaliação do teste aeróbio máximo de corrida de vai-e-vem de 20 metros que foi
desenvolvido por Léger e Lambert em 1982. Para obtenção dos dados referentes à
composição corporal, adotou-se as avaliações de Peso Corporal (kg), Quantidade de Massa
Muscular (Fracionamento Corporal) e o Percentual de Gordura (%G), Obtido com a
aplicação do protocolo de Pollock-7dc. As coletas aconteceram no início e fim do período
proposto. Resultados: Podemos observar que a capacidade aeróbia teve uma melhora de
18,8% (38 ml/kg7min dv: 5,79, para 56,8 ml/kg/min. dv: 13,4). Quando observados dados
antropométricos, notamos que o peso corporal médio, saiu de 78,6kg para 75,6, a Média
obtida em relação a Massa de Gordura alterou-se de 7,1kg para 6,3kg, a massa magra de
69,3 kg para 71,5kg e o percentual de gordura, de 8,9% para 8,2%. Conclusão: Com a
presente pesquisa, podemos avaliar a atuação da pré temporada em atletas de rendimento,
quando analisadas valências físicas e antropométricas. Um programa bem elaborado e
aplicado de maneira correta tem condições de colocar os atletas em condições de suportar
uma temporada competitiva, onde as exigências físicas e corporais extrapolam níveis
considerados comuns.
PALAVRAS-CHAVE: Futebol de Campo, Pré Temporada, Alterações morfofuncionais.
e-mail: [email protected]
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ATIVIDADES LÚDICAS PARA REABILITAÇÃO DE PACIENTE COM PARKINSON:
ESTUDO DE CASO
FERREIRA, B.1; CASSIANO, A. K.1; BORGES, M. F. A.1; ARNONI, V. W.1; SILVA, G. P1.
¹ Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro – São Paulo – Brasil
[email protected]
A doença de Parkinson se caracteriza pela degeneração da substância negra, com perda
progressiva de neurônios dopaminérgicos, desenvolvendo a tríade parkinsoniana e
alterações na postura e no equilíbrio corporal. A fisioterapia torna-se indispensável para
atuar sobre os distúrbios cinesiofuncionais e a utilização do Wii dinamiza as sessões com
atividades lúdicas. O objetivo deste estudo foi avaliar a melhora de um paciente
parkinsoniano utilizando o Nintendo Wii como tratamento fisioterapêutico. Foi selecionado
um paciente do gênero masculino, 81 anos, 90Kg, 1,75m, portador da doença de Parkinson
há 10 anos. Esta pesquisa foi aprovada pelo CEP-UNIFAFIBE (Processo: 95.553). O
paciente foi submetido a três etapas para a realização deste trabalho: a primeira etapa
consistiu por uma busca avaliativa pré-tratamento, avaliando: equilíbrio pelas escalas de
Berg e Tinetti. Após esta avaliação, o paciente foi introduzido num programa de tratamento
com Wii por jogos de futebol e pesca sobre Wii Balance Board. Finalmente o paciente foi
submetido à avaliação pós-tratamento que seguiram os critérios da pré-avaliação. No prétratamento o indivíduo portador de Parkinson obteve os resultados: escala de Berg 47,
Tinetti 21 pontos. No pós-tratamento: escala de Berg 52, Tinetti 25 pontos. Após 07 sessões,
a utilização do Wii para a recuperação cinesiofuncional mostrou-se favorável na melhora do
equilíbrio e marcha para o paciente. Novos estudos deverão ser realizados para que seja
possível comprovar eficácia dessa técnica no tratamento de pacientes parkinsonianos.
Palavras – Chave: Doença de Parkinson, Reabilitação, Realidade Virtual.
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO EM
PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE
FERREIRA, B.1,2; SILVA, G. P.1,2; VERRI, E. D.2; SIESSERE, S.2; REGALO, S. C. H.2
Faculdade de Médicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto Brasil
2
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto
- Brasil.
[email protected]
1
A distrofia muscular de Duchenne é causada por alteração localizado no locus xp21 do
cromossomo X, essencialmente no gene (dys) que codifica a proteína fibrosa do sarcolema
denominada distrofina. Com a perda da distrofina, ainda na infância, os portadores
apresentam necrose de fibras da musculatura esquelética. A utilização de avaliações da
atividade muscular pela técnica da eletromiografia de superfície permite ao avaliador
detectar possíveis acometimentos biomecânicos. Esta pesquisa tem por objetivo avaliar a
atividade muscular do sistema estomatognático em portadores de distrofia muscular de
Duchenne durante o ciclo mastigatório. Participaram desta pesquisa 20 indivíduos do gênero
masculino com idade entre 13 á 20 anos (16± 2 anos), distribuídos em dois grupos: G1 –
Duchenne: 10 pacientes apresentavam distrofia muscular de Duchenne na fase branda da
doença e utilizavam medicamentos para controle da doença e G2 – Controle: 10 indivíduos
saudáveis com normo-oclusão, todos os dentes íntegros, sem alterações posturais
significativos (diagnosticada clinicamente). O trabalho foi aprovado pelo CEP – UNAERP.
Todos os pacientes foram submetidos a avaliação eletromiográfica pelo aparelho
Datahominis, sobre os músculos da região mastigatória e acessória de cabeça: masseteres,
temporais e esternocleidomastóideos bilateralmente durante as condições clínicas:
mastigação de alimento mole (uvas passas), mastigação de alimento duro (amendoins) e
mastigação habitual com parafilme durante 10 segundos para cada atividade. Utilizou-se
para normalização dos dados os valores do envoltório linear do apertamento dental também
em 10 segundos. Os dados foram avaliados pelo SPSS (21.0) pelo teste t ( p < 0,05). Esta
pesquisa pode evidenciar uma menor atividade muscular significante dos indivíduos
portadores de distrofia muscular de Duchenne (p≤ 0,05), também nota-se uma alteração na
atividade muscular com atividade muscular principalmente nos temporais, entretanto durante
a mastigação de alimentos moles e duros os portadores de distrofia muscular de Duchenne
apresentaram maior atividade dos masseteres esquerdos. A partir desta pesquisa conclui-se
que os pacientes com distrofia muscular de Duchenne apresentam alterações funcionais no
sistema estomatognático.
Palavras-Chave: Duchenne, Eletromiografia, Sistema Estomatognático.
110
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AVALIAÇÃO DA ESPESSURA MUSCULAR MASTIGATÓRIA EM PACIENTES
PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE
FERREIRA, B.1,2; SILVA, G. P.1,2; VASCONCELOS, P. B.2; SEMPRINI, M.2; REGALO, S. C.
H.2
1
Faculdade de Médicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto Brasil
2
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto
- Brasil.
[email protected]
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença neuromuscular com padrão de
herança genética ligada ao sexo, letal, que apresenta incidência de 1:3500 meninos. Os
primeiros sinais evidenciados são distúrbios de deambulação tendo como característica o
sinal de “Gowers”, caracterizado por uma dificuldade de realizar transferências de postura
advindas pela perda da força muscular proximal nos membros inferiores, sendo esta
estendida para membros superiores, pescoço, musculatura respiratória e cardíaca com a
progressão da doença. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é avaliar a espessura
muscular de portadores de distrofia muscular de Duchenne. Participaram desta pesquisa 20
indivíduos do gênero masculino com idade entre 13 á 20 anos (16± 2 anos), distribuídos em
dois grupos: G1 – Duchenne: 10 pacientes apresentavam distrofia muscular de Duchenne na
fase branda da doença que utilizavam medicamentos e G2 – Controle: 10 indivíduos
saudáveis com normo-oclusão, todos os dentes íntegros, sem alterações posturais
significativos (diagnosticada clinicamente). O trabalho foi aprovado pelo CEP – UNAERP.
Todos os pacientes foram submetidos a ultrassonografia da região mastigatória com
enfoque nos músculos: masseteres, temporais e esternocleidomastóideos bilateralmente
durante as condições clínicas de repouso e apertamento dental, para que seja possível
observar a morfologia da região estomatognática. Os dados foram avaliados pelo SPSS
(21.0) pelo teste t ( p < 0,05) Os resultados desta pesquisa desmontaram uma diferença
significativa (p≤ 0,05) durante as duas condições clínicas que são indicativos de uma menor
espessura muscular nos indivíduos do grupo G1 - Duchenne. Nesta pesquisa conclui-se que
os portadores de distrofia muscular de Duchenne apresentaram uma menor espessura
muscular comparada ao grupo controle, relacionado diretamente pela perda da arquitetura
muscular da distrofina advinda da progressão da doença.
Palavras-Chave: Duchenne, Ultrassonografia, Sistema Estomatognático.
111
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AVALIAÇÃO FUNCIONAL E DO EQUILÍBRIO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E
NÃO INSTITUCIONALIZADOS
ROCHA, F.G.1; FAGIANI, L.A.1; SILVA, G. P.1;FERREIRA, B1
Centro Universitário UNIFAFIBE - Bebedouro - São Paulo – Brasil
[email protected]
1
O período da vida do ser humano denominado como idoso é definido pela sua idade
cronológica que é superior ou igual a sessenta anos. Atualmente no Brasil a população de
idosos esta crescendo muito, estima-se10% da população é composta por idosos.O
envelhecimento é provocado através do desgaste de sistemas funcionais, que se agravam
com o passar do tempo levando o idoso a dependência física devido as incapacidades
funcionais. Os centros geriátricos são considerados como um local de residência e trabalho,
em que idosos são separados da sociedade por tempo indeterminado, levando uma vida
restrita, fato este capaz de aprimorar a redução da aptidão física e aumentar a inatividade
física, risco de quedas, morbidade e mortalidade destes idosos, devido a desobrigação de
realizar certas tarefas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho funcional e do
equilíbrio de idosos institucionalizados e não institucionalizados. Participaram desta
pesquisa 10 pacientes com idades entre 60 a 80 anos, ambos incluídos em tratamento
fisioterapêuticos. Os idosos foram divididos em dois grupos iguais, pareados por 3 mulheres
e 2 homens em cada grupo, esses grupos são: G1 – Institucionalizados, composto por 5
idosos institucionalizados de um centro geriátrico residente a mais de 5 anos e G2 - Controle
composto por 5 idosos não institucionalizados. Todos os pacientes foram avaliados através
do Índice de Kats, Escala de Equilibrio de Berg, Time Up And Go (TUG) e Teste de
Caminhada de Seis Minutos, obtendo os resultados referente a sua capacidade funcional
através dos scores padronizados pelos métodos. Neste estudo obteve-se como resultado
uma maior dependência funcional e queda da capacidade funcional nos pacientes do G1
quando comparados ao G2, com valores significativos (p≤ 0,05). Conclui-se por este
trabalho que os indivíduos institucionalizados apresentaram maior comprometimento
funcional e de equilíbrio quando comparado aos idosos não institucionalizados.
Palavras-chave: Idoso, Idoso não institucionalizado, Idoso institucionalizado.
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ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS DO MUNICÍPIO DE MACHADO:
CRITÉRIOS IMC POR IDADE, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA E SEXO.
FAGUNDES, J.R.¹
CAMARGO,P.M.1
TOLEDO, R.S.1,2
1.
Fundação Educacional de Machado - Minas Gerais – Brasil.
2.
Universidade Metodista de Piracicaba – São Paulo – Brasil.
[email protected]
INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de saúde pública mundial que acomete
populações, independentemente do estágio do ciclo da vida ou da condição
socioeconômica. A obesidade pode ter início em qualquer época da vida, mas seu
aparecimento é mais comum especialmente no primeiro ano de vida, entre cinco e seis anos
de idade e na adolescência (LUIZ et al., 2005). A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que o excesso de peso atinja aproximadamente 42 milhões de crianças menores de
cinco anos de idade, sendo a maioria residente em países em desenvolvimento. Vários
fatores são importantes na gênese da obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os
metabólicos; no entanto, os que poderiam explicar este crescente aumento do número de
indivíduos obesos parecem estar mais relacionados às mudanças no estilo de vida e aos
hábitos alimentares. No caso específico da obesidade infantil, o padrão estético acaba
sendo o indicativo de alvo para discriminação, e não os problemas relativos à saúde. É
nesse sentido que pode-se falar em bullying relacionado à obesidade infantil Objetivo:
Analisar o estado nutricional das crianças de 0 a 5 anos de idade, no município de Machado,
MG. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de caráter quantitativo,
sobre o estado nutricional das crianças de 0 a 5 anos de idade residentes no município de
Machado, MG. Conclusão: Os dados nutricionais obtidos(tabela 1 e 2) concluem que a
maioria das crianças de 0 a 5 anos encontram-se dentro do peso ideal, sendo: 83% com
peso adequado para a idade, 55% com o peso adequado para a altura e 53% em eutrofia
quando analisada a relação IMC para a idade.No entanto, quando foca-se no sobrepeso e
obesidade, alvo de discussão dessa pesquisa nota-se o quão relevante o excesso de peso
se tornou na atualidade, afetando 8% das crianças na relação peso para idade, 19% quando
analisado o peso em relação à altura e 20% na relação IMC para a idade. Os dados
nutricionais obtidos concluem que em relação a idade as crianças encontram-se em estado
normal de peso, porem quando analisado o IMC para respectiva idade mais da metade das
crianças encontram-se eutróficas e sobrepeso.
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Tabela 1: Distribuição de crianças de 0 a 5 anos de idade, de acordo com o estado
nutricional, critério IMC para idade, segundo sexo, Julho de 2012 a Junho de 2013,
Machado, MG, 2013.
SEXO
TOTAL
FEMININO
MASCULINO
Porcentagem
Porcentagem
Porcentagem
Nº
Nº
Nº
(%)
(%)
(%)
Magreza
22
4,28
21
4,23
43
4,26
acentuada
Magreza
20
3,89
17
3,43
37
3,66
Eutrofia
265
51,56
266
53,63
531
52,57
Risco de
98
19,07
95
19,15
193
19,11
sobrepeso
Sobrepeso
51
9,92
39
7,86
90
8,91
Obesidade
58
11,28
58
11,70
116
11,49
Total
514
100
496
100
1.010
100
Tabela 2: Distribuição de crianças de 0 a 5 anos de idade, de acordo com o estado
nutricional, critério IMC para idade, segundo faixa etária, Julho de 2012 a Junho de
2013, Machado, MG, 2013.
Faixa etária
Total
IMC para
0 a 6 meses
6 meses a 2 anos
2 a 5 anos
idade
N Porcentage
Porcentage
Porcentage
Porcentage
Nº
Nº
Nº
º
m (%)
m (%)
m (%)
m (%)
Magreza
acentuad 4
5,56
16
5,69
23 5,78%.3,50
43
4,26
a
Magreza
7
9,72
15
5,34
15
2,28
37
3,66
3
12
36
Eutrofia
54,17
45,55
55,40
531
52,57
9
8
4
Risco de
12
sobrepes 5
6,94
60
21,35
19,48
193
19,11
8
o
Sobrepes
4
5,56
34
12,10
52
7,92
90
8,91
o
Obesidad 1
18,05
28
9,97
75
11,42
116
11,49
e
3
7
28
65
1.01
Total
100
100
100
100
2
1
7
0
114
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COMPORTAMENTO ANTROPOMÉTRICO E FÍSICO DE UM GRUPO DE DETENTOS
SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR.
¹PEREIRA, L.
1 – Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas – Alfenas – Minas Gerais
Introdução: Vários são os esforços das autoridades responsáveis pela política criminal e
penitenciária no sentido de empreender ações relevantes com o objetivo de buscar através
da pena a melhor forma de reintegração social do detento. O trabalho prisional, ou seja, de
aplicação da atividade física, intelectual, através do esforço, realização de tarefas e serviços
na busca de geração de renda através da produção penal, tem sido uma das formas mais
aplicadas atualmente no sistema penal, na busca da reintegração social. Objetivos: A
presente pesquisa tem como objetivo, analisar o comportamento de valências físicas e
antropométricas de detentos submetidos a um programa de atividades físicas regulares.
Metodologia: A presente pesquisa contará com um espaço amostral, formado por 30
detentos condenados e fixados na cidade de Alfenas, Minas Gerais. Os indivíduos, todos do
sexo masculino, possuem média de idade igual a 25 anos, classificados como sedentários,
fumantes e com uma alimentação regrada quanto a horários e quantidades. Os indivíduos
serão submetidos a um programa de atividade física em dois dias da semana, contendo
treinamentos desportivos (Futsal) e treinamento funcional. A primeira coleta será feira antes
do inicio do programa e a segunda, 40 dias após este inicio. Os detentos serão submetidos
aos testes de Peso corporal em quilograma, estatura em metros, percentual de gordura
corporal (Pollock 7dc), fracionamento corporal, capacidade aeróbia (Cooper 12 min) e testes
de força abdominal e de membros superiores. Resultados esperados: Espera-se com a
aplicação da pesquisa, obter dados que comprovem os benefícios da prática física na vida
cotidiana dos detentos, contribuindo de uma maneira ou outra para sua recuperação
enquanto indivíduo, instituído no meio social.
Palavras Chave: Detentos, Atividade Física, Reintegração Social.
E-mail: [email protected]
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ANÁLISE DO ARCO LONGITUDINAL MEDIAL PLANTAR EM PORTADORES DE
DEFICIÊNCIA VISUAL TOTAL
GONÇALVES, C.R.1,2, SILVA, B.C.O.1, FERREIRA, B.1,3, SILVA, G.P.1,3,4
1
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
2
Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia/MG
3
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
4
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
A deficiência visual é caracterizada pela perda ou redução da capacidade visual em ambos
os olhos ou parcialmente. No entanto, uma das tarefas mais importantes do sistema do
controle postural humano é a do equilíbrio do corpo sob a pequena base de apoio fornecida
pelos pés. Para facilitar a visualização das impressões plantares, um dos instrumentos mais
simples para uma avaliação estática é o podoscópio então definida como fotopodoscopia. O
presente estudo tem como objetivo analisar o arco longitudinal medial plantar de voluntários
portadores de necessidades especiais visual total (PNEVT), por meio da fotopodoscopia,
comparado a voluntários que não apresentem alterações sensoriais. Participaram deste
estudo 12 voluntários com faixa etária entre 20 a 60 anos, divididos em dois grupos: Grupo 1
(G1), 6 voluntários portadores de deficiência visual total e Grupo 2 (G2) 6 voluntários
oriundos da comunidade de Ribeirão Preto e região. Os voluntários foram submetidos a uma
avaliação por meio da fotopodoscopia sendo posicionado em ortostatismo descalços sobre
um podoscópio. Os dados foram analisados estatisticamente pelo programa SPSS 19.0
(teste t p≤ 0,05). Foi aprovado pelo CEP do Centro Universitário Claretiano de Batatais
(Processo nº 73/2011). Foi demonstrado que os voluntários do G1 (Grupo PNEVT), no MID
(Membro inferior direito) uma média de 0,49± 0,10 e para G2 (Grupo controle) uma média de
0,64± 0,14, com valor p= 0,23. Na análise do MIE (Membro inferior esquerdo), para G1 foi
observado uma média igual a 0,51± 0,06 e para G2 uma média de 0,60± 0,19 com valor p=
0,01. Os resultados obtidos no presente estudo foram possíveis verificar que houve valores
estatísticos para MIE, demonstrando alterações estruturais na formação do arco longitudinal
medial plantar destes voluntários.
Palavras chave: Deficiência visual, Fotopodoscopia, Arco longitudinal medial plantar
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ANÁLISE ERGONÔMICA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE UM SETOR DE
SECRETARIA
GONÇALVES, C.R.1,2, ROCHA, R.C.1, ENDO, C. 1, FERREIRA, B.1,3, SILVA, G.P.1,3,4
1
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia/MG
3
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
4
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
2
Introdução: A ergonomia é uma ciência que estuda diferentes aspectos ocupacionais, tais
como: fatores ambientais, posturais, operacionais e organizacionais, ritmo, turno, carga e
intensidade de trabalho. Esta ciência busca a melhoria das condições de trabalho do
homem. Atualmente, exige-se do funcionário grande eficiência e rapidez em suas atividades,
geralmente desenvolvidas por turnos extenuantes e fatigantes associados a movimentos
com alta repetitividade, posturas incorretas e fatores ambientais desfavoráveis à saúde e
bem estar do trabalhador. A postura sentada é comumente adotada nos postos de trabalho,
devido ao aumento na frequência do uso de computadores e máquinas eletrônicas no
ambiente em que o trabalhador permanece. Nesta postura, há uma maior sobrecarga,
principalmente na coluna lombar, com alterações posturais da coluna, podendo resultar em
problemas músculo-esqueléticos. Objetivo: o presente estudo objetivou analisar as
condições ergonômicas relacionadas às condições de trabalho e sugeriu recomendações
corretivas que facilitem o trabalho e minimizem possíveis lesões. Metodologia: este estudo
foi realizado no setor de secretaria de um centro universitário do interior do estado de São
Paulo, em que, foram analisados aspectos físicos e estruturais do setor por intermédio de
observação direta armada com aplicação de check list (Couto, 2007), Rula (Rapid Upper
Limb Assessment) e condições posturais através de imagens captadas por câmera digital
fotográfica e analisadas pelo SAPO (Software de Avaliação Postural na versão 0.68).
Resultados: de acordo com os resultados obtidos no presente estudo, o setor foi
considerado livre de riscos biomecânicos com certo grau de repetitividade indicando a
necessidade de alterações no setor.
Palavras-chaves: Ergonomia, LER-DORT, Postura.
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MODELO DE ADEQUAÇÃO POSTURAL PARA DISPOSITIVOS AUXILIARES DE
LOCOMOÇÃO- REVISÃO DA LITERATURA
GONÇALVES, C.R.1,2, ALBERTO, D.A.F.C.1, FERREIRA, B.1,3, SILVA, G.P.1,3,4
1
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia/MG
3
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
4
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
2
Para que o corpo apresente condições de equilíbrio, qualquer tipo de desequilíbrio deverá
ser compensado por um desequilíbrio inverso, de mesmo valor e de mesmo plano.
Dispositivos que auxiliam na marcha proporcionam estabilidade e apoio necessário aos
pacientes com disfunções do aparelho locomotor. Dentre os dispositivos de auxílio mais
usados estão bengalas, muletas, andadores e cadeira de rodas. O objetivo deste estudo foi
revisar periódicos com base em dados científicos, que possam afirmar qual o modelo de
adequação postural preferível e quais dispositivos que possam ofertar o máximo benefício
aos seus usuários. Os resultados literários afirmam que omal posicionamento postural na
cadeira de rodas pode levar o indivíduo a ter problemas como rigidez, contraturas,
deformidades, restrições nos movimentos, úlceras de pressão, além de comprometer o
desenvolvimento emocional e intelectual. Atualmente o mercado brasileiro oferece uma
grande diversidade de equipamentos destinados à adequação postural, porém a maioria é
fabricada em escala industrial, por isso os usuários precisam se adaptar aos modelos
existentes. O estudo mostra a importância de produtos customizados para melhor satisfazer
necessidades especificas de um individuo portador de alguma deficiência específica. Os
assentos mais comuns encontrados são os chamados “estáticos”, normalmente feitos em
espumas de poliuretano, já os assentos que visam o alívio das pressões são chamados
“dinâmicos” e ainda existe um terceiro tipo de assento, chamado de hibrido. No caso dos
encostos existem quatro tipos, com base rígida, plano e alto (5 cm acima da cabeça); com
base rígida, plano e baixo (2 cm abaixo do bordo inferior da escapula); digitalizado e
reclinável variando o ângulo do encosto. Produtos como estes têm como objetivo promover
uma melhor área de contato ao corpo do usuário e a superfície do assento, influenciando
assim na estabilidade que se reflete no conforto percebido pelo usuário.
Palavras chave: Postura, Cadeirante, Dispositivos auxiliares de locomoção.
118
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EFEITOS DA SENESCÊNCIA NA POSTURA CORPORAL
GONÇALVES, C.R.1,2, SALIM, L.C.1, FERREIRA, B.1,3, SILVA, G.P.1,3,4
1
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia/MG
3
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
4
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
2
A postura corporal sofre alterações durante o processo de envelhecimento, podendo se
modificar com o passar dos anos, sendo afetada por outros fatores como hábitos posturais
ou mesmo pelo próprio processo degenerativo de algumas estruturas musculoesqueléticas e
modificações do sistema neurológico que comprometem o sistema somatossensorial. O
objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da senescência na postura corporal em idosos de
diferentes períodos de envelhecimento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Foram selecionados para o estudo 20 voluntárias do sexo feminino com idade cronológica
de 46 à 75 anos, divididos em dois grupos: Para o grupo 1 (G1) 10 indivíduos, com faixa
etária entre 46 à 60 anos e para o grupo 2 (G2) 10 indivíduos com faixa etária entre 61 à 75
anos. Estes foram submetidos à análise da escala de New York e pela Biofotogrametria
Computadorizada (BC). Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS (19.0) (teste t
p≤ 0,05). Os dados foram analisados nas seguintes condições clínicas: Inclinação de cabeça
direito e esquerdo (ICD, ICE), Inclinação de tronco direito e esquerdo (ITD, ITE), Rotação de
escápula direito e esquerdo (RED, REE), Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE)
e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE). Nos resultados da biofotogrametria nos
ângulos (ICD) pode-se observar uma média de 88,67± 7,10 para G1 e de 89,35 ± 5,77 para
o G2, (ICE) 89,91± 6,03 para o G1 e 89,23± 5,65 para o G2, (ITD) 104,90±6,83 no G1 e de
106,83±9,71 no G2, (ITE) 108,70±8,29 no G1 e de 108,99±6,44 no G2, (RED) 101,31±11,4
no G1 e 102,82±6,78 para o G2, (REE) 98,39±10,9 no G1 e 93,78±4,36 para o G2 (p≤ 0,05),
(FCD) 161,28±6,00 no G1 e 162,55±5,89 para o G2, (FCE) 157,07±10,1 no G1 e 155,5±6,41
para o G2, (ATD) 100,88±7,64 no G1 e 94,26±5,09 para o G2, (ATE) uma média de
99,94±4,30 no G1 e 93,96±2,49 para o G2. Na escala de New York pode-se observar para o
G1 uma média de 39,90± 7,72 e para o G2 42,00± 3,80 (p≥0,05). Conclui- se que houve
apenas valores estatisticamente significantes na REE, fato possivelmente relacionado com a
predisposição de hipercifose torácica decorrente do processo de senescência.
Palavras chaves: Senescência, Biofotogrametria computadorizada, Escala New York.
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
ATLETISMO: UMA ANÁLISE DO PROJETO “ATLETA NA ESCOLA”
REZENDE, P. M.
SANTOS,D.S.
REIS, G.B.
ZANETTI, A.
SOUZA JÚNIOR, L.A.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil
[email protected]
(Introdução) O Atletismo é considerado um esporte base, que deveria ser desenvolvido em
sua plenitude, no campo da Educação Física Escolar. Porém, a falta de espaço físico e
materiais específicos, podem ser considerados os principais motivos para que esse, que é
um esporte clássico, seja ainda tão pouco trabalhado por seus profissionais. Entretanto, o
projeto “atleta na escola” implantado neste ano pelo governo federal, visa principalmente,
democratizar o acesso ao esporte na escola, sendo o atletismo o primeiro esporte, e até
2016 outras modalidades. (Objetivos) O objetivo do presente estudo é verificar a adesão
dos estabelecimentos de ensino neste primeiro ano e promover uma reflexão sobre o
assunto em relação à prática do atletismo em nosso País. (Metodologia) Após pesquisas
em bibliografias e bases de dados do senso escolar de 2012 disponível no portal do Inep
sobre a quantidade de estabelecimentos de ensino, e no site “projeto atleta na escola”,
foram analisadas informações sobre a adesão dos estabelecimentos de ensino no referido
projeto. (Resultados) Nos 192.676 estabelecimentos de educação básica, 83,5% são
compostas por escola públicas e 16,5% de escolas da rede privada. No projeto “atleta na
escola”, as modalidades de salto em distância, corridas de velocidade e de resistência,
foram desenvolvidas em duas categorias, e os alunos foram divididos pelas idades de até 14
e outra de até 17 anos, tanto no masculino quanto no feminino, sendo analisadas a
quantidade de escolas existentes e a relação de quantidade de escolas que aderiram.
Obtiveram-se os seguintes resultados: de 160.835 escolas públicas, 22.862
estabelecimentos aderiram ao projeto, e de 31.841 escolas privadas, apenas 66 escolas
aderiram. (Conclusão) O projeto “atleta na escola” busca incentivar a prática esportiva nas
escolas, estimular a formação de atletas, identificar e orientar jovens talentos, formando uma
base para que o Brasil se torne uma referência nesse esporte clássico.
Palavras-Chaves: Atletismo escolar, projeto “atleta na escola”, adesão
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CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO EM ATLETAS DE FUTSAL NAS
DIFERENTESPOSIÇÕES TÁTICAS
ALMEIDA, E.O. 1; FILENI, C.H.P. 1; CAMPOS, M.V.A. 1; MIGUEL, H 1.
1- FACULDADES EUCLIDES DA CUNHA – São José do Rio Pardo – Brasil
[email protected]
Introdução:O Futsal tem se tornado uma das modalidades mais praticadas do Brasil, sendo
caracterizadopor esforços intermitentes, onde os atletas realizam inúmeras ações em
diferentes espaços detempo, tendo estas ações variações de acordo com posição tática do
atleta. Objetivo:Avaliar o Vo2max entre os jogadores de distintas posições tática
damodalidade e analisar possíveis diferenças entre as posições. Metodologia:Foram
avaliados 18 atletas dosexo masculino, da equipe de futsal do DERLA/Aguaí, com idade
média de 17,2±0,4 anosque foram submetidos à avaliação antropométrica e ao teste de
2400 metros de Cooper.Resultados: Apósavaliação antropométrica, verificou-se que os
atletas possuem estatura média de 164±41 cm,68,9±7,9 kg de massa corpórea média, IMC
de 22,8±1,6 e percentual de gordura corporal de15,3±2,06. Após a realização do teste de
2400 metros de Cooper verificamos que os atletaspossuem um Vo2max médio de 41,6±3,6
(ml.kg.min-1). Quando submetido a tratamentoestatístico através do teste ANOVA One Way,
com intervalo de significância de P≤0,05, osresultados indicaram a inexistência de uma
diferença significativa no Vo2max, podendo estasimilaridade estar relacionada as próprias
características da modalidade em questão, pois,todos seus atletas, apesar de ocupar
nomenclaturas de posições que exercem durante umapartida, estão em constante rodízio
com efetivas trocas de posições, onde tal atleta devedesempenhar outras funções várias
vezes durante o jogo.Conclusão: Com base neste resultado, podemosconcluir que os
atletas de diferentes posições, de nível amador possuem um mesmo padrão deVo2max,
entretanto ressaltamos a necessidade de mais estudos nesta temática para benefícioda
ciência do treinamento da referida modalidade.
Palavras-chave: VO2max, Futsal, Posições táticas
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EFEITO DO LASERTERAPIA NA MELHORA DO DESEMPENHO MUSCULAR –
PROPOSTA DE PESQUISA
SOUZA, J. M. ¹; ESIQUIEL, P. D. ¹; SILVA, G. P.; FERREIRA B. ¹
¹ Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro – São Paulo – Brasil
[email protected]
A laserterapia é utilizada para obter efeitos terapêuticos, podendo ser observados como
principais objetivos a analgesia, estimulo de cicatrização, redução de edemas e
antiinflamatório. De acordo com a energia depositada nos tecidos os efeitos locais são de
ação direta ou primaria do tipo fotoquímico, fototermico, fotoelétrico ou ainda bioelétrico, que
desencadeiam outros efeitos de ação indireta como estimulo da microcirculação local e
aumento do trofismo. Desta forma a laserterapia pode ser utilizada para obter uma melhora
no desempenho muscular, mesmo em músculos sadios para potencializar a sua
performance. Neste estudo, buscamos verificar quais os efeitos da laserterapia aplicada em
uma musculatura sadia, visando à melhora do desempenho muscular. Nesta pesquisa serão
selecionados 40 indivíduos saudáveis com idade entre 18 a 30 anos, estudantes
universitários e não condicionados previamente, que serão submetidos a técnica de
laseterapia durante 20 aplicações no membro inferior dominante, sobre o grupo muscular do
quadríceps e gastrocnêmicos com parâmetros iniciais de 8 J/cm 2. Estes indivíduos serão
divididos em dois grupos: Grupo 1 – exercícios aeróbios e Grupo 2 – exercícios anaeróbios.
Os indivíduos serão avaliados pela eletromiografia, ultrassonografia e dinamômetro sobre os
músculos alvos.
Os resultados que buscamos encontrar apontam os benefícios da laserterapia para o tecido
muscular, ainda que sadios, apresentando um aumento significante do desempenho
muscular, que proporcionaria uma maior potencialização de sua ação através da melhora da
microcirculação local. Este estudo deverá encontrar que o laserterapia estimula a
microcirculação local, causando uma vasodilatação, por estimular a produção de mediadores
químicos que mantém os esfíncteres pré-capilares das arteríolas e vênulas abertos,
promovendo maior intercambio do sangue venoso e arterial. Esse efeito deverá melhorar o
trofismo muscular, pois o aumento da circulação sanguínea promove maior nutrição e
oxigenação, além de uma eliminação de catabólitos e promoção de agentes de defesa que
protegem o tecido contra inflamações, mais eficaz.
Palavras – chave: Laserterapia, benefícios, potencia muscular.
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Revista ENAF Science Volume 8, número 4, Outubro de 2013 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
EFEITOS DO ISOSTRETCHING NO INDIVÍDUO SENIL
FERREIRA, B1 ;QUEIROZ, A. M.1; CARVALHO, E.F.1; SILVA, G. P.1
1
Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro- SP – Brasil.
[email protected]
O Envelhecimento é um processo fisiológico que permite ao indivíduo desenvolver-se tanto
de forma patológica quanto sadio. No processo de envelhecimento os indivíduos senis
passam a apresentarem alterações físicas, cognitivas e comportamentais com redução
significativa da capacidade funcional que se reflete na diminuição ou impossibilidade de
realizar as atividades de vidas diárias. A técnica isostretching, por outro lado, é uma
ferramenta de tratamento capaz de permitir ao profissional intervir nas alterações corporais
em indivíduos saudáveis e por contrabalancear as alterações musculares pelas cadeias
musculares. Essa pesquisa tem como objetivo Identificar e quantificar os efeitos da técnica
de isostretching em pacientes senis. Participaram dessa pesquisa 5 indivíduos de ambos os
sexos com idade entre 60 a 70 anos sem nenhuma patologia musculoesquelética, doenças
neurológicas e respiratórias. Todos os indivíduos foram submetidos à avaliação
fisioterapêutica que consistia em avaliações: força muscular, mobilidade articular funcional
do idoso, avaliação da função respiratória, análise de movimento, avaliação de dor pela
escala analógica visual e também avalição da capacidade funcional. Os indivíduos após
serem avaliados foram introduzidos numa conduta terapêutica com o método de
isostretching por 10 sessões de 50 minutos cada, numa modalidade auxiliar ao tratamento
fisioterapêutico em execução. Após o termino das sessões os pacientes foram reavaliados e
com os dados utilizou-se o teste de regressão linear (p≤ 0,05) pelo programa SPSS 20.0. Os
resultados desta pesquisa demonstraram que o isostreching apresentou melhora significante
(p≤ 0,05) em indivíduos senis no quadro álgico, capacidade funcional e nos padrões
respiratórios. Os indivíduos ainda demonstraram-se melhores nos aspectos musculares e de
mobilidade articular com valores não significantes (p≤ 0,05). Com os resultados encontrados
conclui-se que os indivíduos após a pratica do isostreching apresentaram-se melhores em
aspectos físicos primordiais para melhorar a qualidade de vida durante o envelhecimento.
Palavras-chave: Idoso, Isostreching, Capacidade Funcional.
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
O EXERCICIO FÍSICO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE EM INDIVIDUOS COM A
SINDROME DE PARKINSON
¹JÚNIOR, Jorge.Marcelino.Nunes
¹Academico de Educação Física Unigran Capital
²Filgueiras, Fabrizio.Sales
²Docente do Curso de Educação Física Unigran Capital
Campo Grande – MS Brasil
Introdução:Com o avanço da tecnologia, a população mundial esta vivendo por mais tempo,
acarretando um maior numero de idosos e tendo a necessidade de cuidados para estes.
Muitas pesquisas tem demonstrado que junto com o processo de envelhecimento, os
indivíduos ficam mais suscetíveis a distúrbios diversos, como por exemplo, a Síndrome de
Parkinson. Essa Síndrome degrada os “neurônios dopaminérgicos” onde há um prejuízo na
função motora, levando rigidez muscular, “tremor e lentidão de movimentos” (Masumoto et
al, 2010).Objetivo:Esta pesquisa pretendeu analisar quais os benefícios do exercício físico
na diminuição dos problemas causados pela Síndrome de Parkinson e na manutenção da
saúde de indivíduos portadores de tal patologia.Métodos:Foi feita uma revisão de literatura
acerca de textos que identificasse,uma intervenção de exercícios físicos para portadores de
Parkinson. O material foi coletado no portal Scielo e periódicos como Revista Pulsar e
Fisioterapia e movimento no período entre Março de 2013 e julho de 2013.Resultado:Dentre
as discussões, a literatura ainda é escassa a respeito da temática, são trabalhos feitos com
vários graus do mal de Parkinson, dificultando a eficiência da produção de conhecimento. Os
Estudos demonstraram de forma geral que o exercício Físico aeróbico ajuda a regular e
minimizar os efeitos deletérios do mal de Parkinson, bem como o treinamento de força para
os flexores de joelho, gastrognemio e abdominal melhora o equilíbrio na marcha.Conclusão:
A Pesquisa mostrou bons resultados acerca da proposta, no entanto há a necessidade de
mais trabalhos com a temática para que se possa ser desvendado e melhorado as formas
de intervenção.
Palavras-chave: Promoção de Saúde, Sindrome de Parkinson, Parkinson
Email: ¹[email protected]
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
FORÇA EXPLOSIVA MÁXIMA DE PRATICANTES DE BASQUETE E FUTSAL
FILENI, C.H.P.¹; FIGUEIREDO, M.F.F.¹;MARTINS, C. G.¹;
1 – Faculdade Euclides da Cunha – São José do Rio Pardo – Brasil.
[email protected]
Introdução:A força do homem é definida como a capacidade de superar a resistência
externa à custas dos esforços musculares. Nas condições da atividade desportiva a força
explosiva se manifesta nos regimes de trabalho muscular isométrico e dinâmico, sendo
assim, o desportista, durante os esforços explosivos, sempre realiza, ao máximo, a força
inicial, e o caráter da força aceleradora dependera do valor da resistência externa e da força
máxima muscular, Assim, se torna importante mensurar e comparar a avaliação da força
explosiva de atletas de basquetebol e futsal, mesmo que, as modalidades sejam distintas,
fornece uma avaliação quantitativa sendo comum entre uma ferramenta que pode ser usada
na avaliação da função dos membros inferiores.Objetivo: Comparar se praticantes de
basquetebol e futsal possuem diferenças significativas de força explosiva. Metodologia:
Foram investigados 48 atletas, do sexo masculino, de faixa etária entre 13 a 15 anos, sendo
24 praticantes de basquete e 24 praticantes de futsal. Foi realizado o teste de força
explosiva (salto horizontal), da bateria de testes do PROESP – BR, neste teste o atleta tinha
direito a duas tentativas, sendo considerado o melhor desempenho.Resultados:obteve-se
os resultados de 190 cm de média dos atletas da modalidade de basquete e 188cm de
média dos atletas do futsal. Os dados foram submetidos à analise estatística e, as médias
foram comparadas pelo teste t de student ao nível de 5% de probabilidade, onde foi
constatado que não possuem diferenças significativas.Conclusão: chega-se a conclusão
que apesar do basquete utilizar mais saltos durante sua prática, e o futsal utilizar mais
toques, chutes, ambos não possui diferenças, portanto não podemos afirmar que praticantes
de basquete possuem um melhor desemprenho de força explosiva nesta faixa etária
estudada.
Palavras - chaves: Força explosiva, Basquete, Futsal
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
EFEITOS DA SENESCÊNCIA NO DESLOCAMENTO DE MASSA E EQUÍLIBRIO
ESTÁTICO
SILVA, G.P.1,2,3, CARDOSO, M.J.1, FERREIRA, B.1,2
1
2
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
3
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
As mudanças que caracterizam a senescência são observadas em todos os indivíduos,
sendo que os mecanismos biológicos desencadeantes desde processo ainda permanecem
em grande parte desconhecidos. Os problemas posturais nos idosos não estão relacionados
somente a distúrbios estruturais de origem musculoesquelética, sendo que as alterações
neurológicas que acontecem no envelhecimento tem uma grande contribuição para a
diminuição do desempenho motor e na postura no idoso. O objetivo deste estudo foi avaliar
os efeitos da senescência com relação ao equilíbrio e deslocamento de massa. Foram
selecionados para este estudo 18 indivíduos do sexo feminino, com faixa etária entre 46 e
75 anos, oriundos da comunidade de Bebedouro e região. Foram divididos em dois grupos:
Para o grupo 1 (G1) 13 indivíduos, com faixa etária entre 46 à 60 anos e para o grupo 2 (G2)
05 indivíduos com faixa etária entre 61 à 75 anos. Estes foram submetidos a análise pela
escala de Berg utilizada para avaliar o equilíbrio estático dos idosos e a biofotogrametria
computadorizada, para analisar o deslocamento de massa corporal. Os dados foram
analisados estatisticamente pelo programa SPSS (19.0), (teste t p< 0,05). Nos resultados da
biofotogrametria para assimetria no plano frontal (APF), pode-se observar uma média para
G1 de 6,69± 5,45 e G2 de 5,92± 2,80 (p> 0,05). Na assimetria do plano sagital foi observado
uma média para G1 de 37,93± 8,93 e G2 de 33,92± 7,15 (p> 0,05). Na escala de Berg,
pode-se observar para G1 uma média de 53,84± 2,82 e para G2 uma média de 52,00± 1,58
(p> 0,05), demonstrando que pela compreensão dos valores nominais da escala ambos
apresentam um controle de equilíbrio satisfatório. Conclui-se que a assimetria no plano
frontal e sagital foi maior no G1, possivelmente relacionada com distúrbios hormonais nesta
faixa etária. No equilíbrio estático foi observado maiores comprometimentos de G2,
possivelmente relacionada a alterações anatomo-funcionais proveniente da senescência.
Palavras-chave: Envelhecimento, Deslocamento de massa, Equilíbrio estático
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ANÁLISE BIOFOTOGRAMÉTICA DE PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA
ADQUIRIDA
SILVA, G.P.1,2,3, FERREIRA, B.1,2, VERRI, E.D.3, REGALO, S.C.H.2
1
2
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
3
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV), provém do aparecimento de desordens
tanto no sistema músculo esquelético quanto sistêmicas. As alterações posturais, são as
principais manifestações músculo esqueléticas presentes em indivíduos infectados pelo HIV.
O objetivo é compreender os efeitos do HIV tipo 1 na postura corporal comparado a
indivíduos não portadores do vírus. Foram selecionados 30 indivíduos, de ambos os
gêneros, com idade entre 20 e 40 anos, divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1), 15
indivíduos portadores de HIV tipo 1; Grupo 2 (G2), 15 indivíduos não portadores de HIV-1.
Estes foram submetidos a avaliação da biofotogrametria postural através da demarcação
dos seguintes pontos referenciais: Tragus auricular bilateral, acrômios bilateral, espinha
ilíaca ântero-superior bilateral, trocânter maior de fêmur bilateral, linha articular de joelho
bilateral, ponto medial da patela bilateral, tuberosidade da tíbia bilateral, maléolo lateral
bilateral, maléolo medial bilateral, processo espinho de C7, espinha ilíaca postero-superior
bilateral, ponto entre a cabeça do 2° e 3° metatarso bilateral, ângulo superior e inferior da
escápula bilateral, processo espinhoso de T3, ponto sobre a linha média da perna bilateral,
ponto sobre o tendão de Aquiles na altura média dos dois maléolos bilateral e calcâneo
bilateral. Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste t com o auxílio do programa
SPSS versão 19.0. Os resultados demonstraram que na análise postural do quadrante
superior, foi observado em G1 uma elevação de ombro para o lado esquerdo e G2 para o
lado direito (p≥ 0,05). Na condição clínica de abdução de ombro foi observado um
desalinhamento postural em G1 para o lado direito e G2 para o lado esquerdo (p≥ 0,05). Na
rotação externa da escápula em G1 apresentou uma maior rotação escapular do lado direito,
fato também observado em G2. Nesta condição clínica, apresentou valores significantes
com p≤ 0,05. Na flexão de cotovelo, apresentou uma assimetria angular em G1 e G2 para o
lado direito (p≥ 0,05). Na análise do quadrante inferior, foi observado um alinhamento
homogêneo da pelve, para G1 e G2 (p≥ 0,05). Na extensão de joelho também foi observado
um padrão de alinhamento das estruturas envolvidas à articulação do joelho (p≥ 0,05). Na
condição de ângulo tibiotársico, foi observado em G1 uma aumento angular para o lado
esquerdo e G2 apresentou uma similaridade de valores (p≥ 0,05). Conclui-se que somente a
rotação escapular direita e esquerda apresentaram valores estatísticos com padrão de
anormalidade entre os grupos.
Palavras chave: Postura corporal, Biofotogrametria, HIV
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ANÁLISE DA FORÇA E ESPESSURA MUSCULAR EM PORTADORES DO VÍRUS DA
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
SILVA, G.P.1,2,3, FERREIRA, B.1,2, VERRI, E.D.3, REGALO, S.C.H.2
1
2
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
3
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
As principais manifestações musculares em portadores de aids, são as mialgias, as atrofias
musculares, as polimiosites e as piomiosites, sendo classificadas em 72% dos casos. As
manifestações musculares podem ocorrer meses ou anos após o início dos sinais e
sintomas ou apresentarem-se como uma única manifestação. Atualmente, têm-se a visão de
investigar a contribuição de variáveis de ordem física, biológica e psicossocial no
desenvolvimento das doenças osteomusculares em portadores de HIV, quase sempre
correlacionando essas variáveis com a manifestação de sintomas. O objetivo deste estudo
foi compreender os efeitos do HIV tipo 1na força e espessura da musculatura mastigatória.
Foram selecionados 30 voluntários, de ambos os gêneros, com idade entre 20 e 40 anos,
divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1), 15 voluntários portadores de HIV tipo 1; Grupo 2
(G2), 15 voluntários não portadores de HIV-1. Os voluntários foram submetidos às
avaliações da força de mordida (Dinamômetro de força) e espessura muscular
(Ultrassonografia de imagem). No exame de força de mordida, as medidas foram feitas na
região do primeiro molar permanente direito e esquerdo, obtendo três medidas de cada lado,
com intervalo de 2 minutos entre cada mordida. Para a análise da espessura muscular, foi
utilizado o equipamento ultrassonográfico SonoSite Titan, foram adquiridas imagens
ultrassonográficas dos músculos masseteres, temporais e esternocleidomastóideos, de
ambos os lados, em repouso mandibular e apertamento dental em máxima intercuspidação
habitual. Os resultados demonstraram que no exame de ultrassonografia de imagem, G1
apresentou uma espessura muscular menor se comparado a G2, nas condições clínicas de
repouso e máxima intercuspidação habitual. Na força máxima de mordida, foi observado
uma menor força do lado direito em G1. Pode-se concluir que a síndrome da
imunodeficiência adquirida apresentou comprometimentos da musculatura mastigatória
quando comparado ao não portador do vírus.
Palavras chave: Sindrome da imunodeficiência adquirida, Força de mordida,
Ultrassonografia de imagem
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PROPOSTA EMPREENDEDORA DE INOVAÇÃO NO TRATAMENTO DE PACIENTES
NEUROLÓGICOS HIPERTÔNICOS
SILVA, G.P.1,2,3, MIRANDA, R.H. 1, LIMA, C.1, CONTI JUNIOR, M.A.1, SILVA, H.F.1
1
2
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
3
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
Financiamento: CEPeD/ UNIFAFIBE
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma patologia cerebrovascular que pode ser
classificado como isquêmico e hemorrágico, onde há falta de irrigação sanguínea causada
principalmente, pela obstrução de um trombo, ou por um rompimento vascular, causado
normalmente por uma hipertensão arterial. Os efeitos neurológicos do AVE são diferentes
em cada indivíduo pois depende da área que foi acometida, podendo ocorrer principalmente,
paralisia espástica da maioria dos músculos do lado oposto ao que ocorreu o AVE. O estudo
é baseado em evidências científicas, onde traz os benefícios na liberação do quadro de
espasticidade em pacientes neurológicos por meio da compressão tecidual. Para realização
do estudo foi utilizado um equipamento produzido por material plástico, apresentando um
orifício onde foi possível a adequação nos membros superiores do paciente neurológico.
Este foi inflado em uma escala nominal de pressão (psi), com o objetivo de se obter um
potencial de compressão tecidual, assim inibindo a ação da musculatura contrátil.Os
resultados preliminaresforam dados,por meio de um estudo piloto em um paciente com
diagnóstico fisioterapêutico de hipertonia espástica.A técnica foi realizada pela aplicação do
equipamento com 0,5 psi controlado por um medidor de pressão da marca Penalty, que era
introduzido ao braço hemipáretico. Foi utilizada a análise eletromiográfica, seguindo as
recomendações do SENIAM nas seguintes condições clínicas: Repouso e Abdução ativa. Os
resultados encontrados foram: no repouso (RP) do lado não acometido, durante a préintervenção (PRI), apresentou-se com uma média de 31,46± 1,21. Na pós- Intervenção
(POI), a média foi de 30,51± 3,25. Na abdução ativa (AA) a média do lado não acometido
durante a PRI, foi de 294,92± 2,25 e na POI de 117,97± 1,69. No lado acometido a média de
RP na PRI foi de 19,52± 4,58 e na POI de 21,74± 2,47. Na AA durante a PRI no lado
acometido foi de 140,03± 5,58 e na POI de 118,76± 6,87. Com a aplicação da técnica, houve
um padrão de inibição do tônus muscular no paciente em questão, facilitando o arco de
movimento ativo e a função nas atividades de vida diária.
Palavras-chave: acidente vascular encefálico, espasticidade, compressão tecidual.
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Órgão de divulgação científica do 55º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG
ANÁLISE FOTOPODOSCÓPICA DE PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA
ADQUIRIDA
SILVA, G.P.1,2,3, FERREIRA, B.1,2, VERRI, E.D.3, REGALO, S.C.H.2
1
2
Centro Universitário UNIFAFIBE, Bebedouro/SP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
3
Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP
[email protected]
Nos últimos anos, vem aumentando a incidência de infecção do HIV tipo 1 (HIV-1), com
aproximadamente 5 milhões de casos por ano, na qual, a grande maioria destes apresentam
grandes comprometimentos motores e funcionais. A base da postura e do movimento
eficiente é a coordenação motora que tem por onde uma exigência do sistema nervoso em
organização e um trabalho conciliado com a musculatura, tempo e intensidade.
Independente do movimento solicitado, duas atividades serão obrigatórias para que seja
necessária a execução de todos os movimentos de forma homogênea, são elas, a
coordenação psicomotora ou neuromuscular, relacionadas com as estruturas posturais do
corpo. Este estudo tem como objetivo compreender, por meio da fotopodoscopia, os efeitos
do HIV-1 no arco longitudinal medial plantar. Participaram desta pesquisa 30 voluntários de
ambos os gêneros, com idade entre 20 a 50 anos, divididos em 2 grupos, sendo: Grupo 1
(G1) 15 voluntários, portadores do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV-1) e Grupo 2
(G2) 15 voluntários, que não apresentavam alterações neuromusculares e o diagnóstico do
vírus da imunodeficiência adquirida. Para análise do arco longitudinal medial plantar, foi
utilizado uma câmera da marca Kodak p880 com 8.5 megapixels, posicionada sobre um tripé
a uma distância de 45cm entre a lente focal da câmera e o espelho do podoscópio. Como
critério de coleta de dados, foi solicitado que o indivíduo permaneça sobre o podoscópio
realizando distribuição homogênea em ambos os membros inferiores, para a obtenção da
imagem por 10 segundos. A obtenção das imagens foi realizada por um único avaliador,
sem zoom, simultaneamente para Arco Longitudinal Medial Direito e Esquerdo.Os resultados
demonstraram que o G1 apresentaram valores próximos aos níveis de normalidade de
acordo com Ribeiro et al, 2008, tendo em vista que se comparado a G2 existiu uma
diminuição dos valores. Os resultados não apresentaram valores estatísticos (p≤ 0,05). No
arco longitudinal medial plantar esquerdo, pode-se observar que o G1 apresentou valores
estatisticamente menores se comparados a G2, demonstrando segundo Ribeiro; Trombini;
Iunes; Monte- Raso, 2009, que existe uma predisposição de pés cavos no lado esquerdo
nos portadores do vírus da imunodeficiência adquirida (p≤ 0,05). Por fim, pode-se concluir
que os indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência apresentaram alterações
estruturais e funcionais no arco longitudinal medial plantar.
Palavras-chave: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Fotopodoscopia, Arco
longitudinal medial plantar
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OS BENEFÍCIOS DO ESPORTE COM ÊNFASE NO ATLETISMO PARA PESSOAS
PORTADORAS DE DEFICIENCIAS.
MANSANO,B. A.
ASSIS,B.R.
CATALANO,C.R.
LEMES,C.C.
SOUZA JUNIOR,L.A.
Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil
(Introdução) Sabemos que praticar esportes é importante para as pessoas de todas as
idades, trazendo inúmeros benefícios para a saúde física e mental, além da melhora na
qualidade de vida. Para pessoas portadoras de deficiência, praticar esportes proporciona
ganhos físicos, mental e também é uma forma de interação social e de ultrapassar suas
próprias limitações, consequentemente pode melhorar a auto-estima e posicionando o
deficiente dentro da sociedade. Para nortear o trabalho, estabeleceu-se identificar quais os
benefícios que a pratica do esporte em especial o atletismo pode proporcionar a essas
pessoas, baseando-se principalmente em estudos e artigos científicos. (Objetivos) Este
estudo teve como objetivo analisar as contribuições do atletismo para a qualidade de vida
dos portadores de deficiência. (Metodologia) Após uma revisão de literatura em referências
bibliográficas, foram alisadas informações sobre a prática do atletismo para portadores de
deficiência, com intuito de verificar os respectivos benefícios. (Resultados) A partir das
referências, notamos que as melhoras nos aspectos físicos baseiam-se na condição
cardiovascular dos participantes, aprimora a força, agilidade, coordenação motora, e o
equilíbrio, no aspecto psicológico e social. O atletismo pode ser praticado por todas as
pessoas em quase sua totalidade, considerando é claro os tipos de deficiências e suas
dificuldades, sofrendo assim adaptações, modificações e adaptações de regras, o que
facilita assim a sua pratica. (Conclusão) Portanto, concluímos que o atletismo é uma das
modalidades que facilita o acesso e adaptação onde seus participantes podem praticar o
esporte independente de limitações (físicas ou mentais), trazendo assim benefícios na sua
qualidade de vida.
Palavras-Chaves:Deficientes físicos e mentais; atletismo; qualidade de vida, benefícios.
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ANÁLISE CINESIOFUNCIONAL E DO PADRÃO RESPIRATÓRIO EM PORTADORES DE
PROTETIZAÇÃO POR OSTEOSARCOMA – PROPOSTA DE PESQUISA.
PEDRON,R.I ¹; ARNONI, V. W.1; FERREIRA, A. S. M.3; REGALO, S. C. H.2; FERREIRA,
B¹,2
¹ Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro – São Paulo – Brasil
2
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto
- Brasil.
3
Fundação Pio XII - Hospital do Câncer de Barretos – Barretos - Brasil.
[email protected]
O osteosarcoma é definido como um tumor ósseo maligno primário que acomete qualquer
tecido ósseo. Após estes pacientes serem submetidos às técnicas de amputação, o sistema
muscular residual passa a ser influenciado por contraturas e forças musculares não
equivalentes que resultam em desequilíbrios geradores de alterações musculares. Este
projeto tem como objetivo compreender, por meio da análise eletromiográfica, força de
mordida, ultrassonografia, cinemetria computadorizada, biofotogrametria, equilíbrio,
fotopodoscopia, peak flow e manovacuometria os efeitos da amputação transfemural
unilateral em indivíduos portadores de osteosarcoma comparando-os com indivíduos sadios.
Serão selecionados 40 indivíduos, de ambos os gêneros, com idade entre 18 a 25 anos,
divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1), composto por 20 indivíduos portadores de
amputação transfemural unilateral com período de protetização entre 1 mês a 5 anos,
oriundos do Hospital do Câncer de Barretos e Grupo 2 (G2) com 20 indivíduos saudáveis,
provenientes da comunidade de Ribeirão Preto e região. Todos os indivíduos serão
submetidos às seguintes avaliações: atividade muscular dos membros inferiores e do
sistema estomatognático, força de mordida, morfologia muscular dos membros inferiores e
sistema estomatognático, cinemática dos membros inferiores e sistema estomatognático,
postura, centro de gravidade, fotopodoscopia, pico de fluxo expiratório e força dos músculos
inspiratórios, expiratórios. Nesta pesquisa, espera-se encontrar comprometimento nos
pacientes portadores de osteosarcoma principalmente relacionados a funcionalidade. Desta
forma, este trabalho espera concluir que a partir da amputação transfemoral, os pacientes
apresentaram comprometimento em todos os sistemas corporais, principalmente na região
bucomaxilo.
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PERFIL DE FORÇA E FLEXIBILIDADE DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA
TERCEIRA IDADE DE UM MUNICIPIO DA AMAZÔNIA/OCIDENTAL
SOUZA, C.R.¹
¹ Universidad San Carlos – Assunção/PY – Paraguai.¹ NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da
Família – Cacoal/Rondônia – Brasil.
[email protected]
Introdução: Através de muitos estudos e pesquisas voltadas à saúde no envelhecimento,
constatou-se a importância de uma rotina fisicamente ativa, para uma melhor condição de
saúde, maior independência nas atividades diárias e menor exposição em relação a doenças
degenerativas. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo analisar os níveis de força
de membros superiores, membros inferiores e flexibilidade de idosos participantes do
Programa Cacoal Saudável em Cacoal/Rondônia. Metodologia/Resultados: Foram
avaliados 41 idosos com idades entre 60 a 82 anos, sendo eles 25 do gênero feminino e 16
do gênero masculino. Tal pesquisa apontou uma média de idade de 69,0 anos para o gênero
feminino e de 68,8 anos para o gênero masculino. Em relação ao teste de membros
superiores, foi realizado o teste de preensão manual tanto da mão esquerda quanto o da
mão direita de ambos os gêneros, foi utilizado um (1) dinamômetro manual da marca Takei,
modelo Grip Strength Dynamometer T.K.K. 5101 Grip D; com mostrador graduado de 5 a
100 quilogramas, digital, seguindo o protocolo de Heyward (2004), que apontou a média e
desvio padrão de 28,7 +/- 4,9kg e 28,6kg +/- 5,0kg (Classificação: Regular) para as mulheres
e 39,7 +/- 12,1kg e 44,1 +/- 9,0kg (Classificação: Fraco) para os homens. Em relação aos
membros inferiores através do teste de sentar e levantar observou-se uma média e desvio
padrão de 13,6 +/- 4,1 repetições para o gênero feminino e de 12,9 +/- 3,2 repetições para o
gênero masculino (Classificação: Ambos não atingiram a média). E por fim o teste de
flexibilidade foi utilizado um banco de sentar e alcançar (Banco de Wells), com régua de 50
cm e graduação métrica de 01 mm. Como protocolo foi utilizado o de Pitanga (2008) que
apontou à média e desvio padrão de 22,8 +/- 6,1cm para o gênero feminino (Classificação:
Muito Fraco) e 20,8 +/- 5,3cm para o gênero masculino (Classificação: Regular). Conclusão:
Após a tabulação e discussão dos dados, foi possível identificar e classificar algumas
médias gerais dos idosos participantes do programa Cacoal Saudável, concluindo, que tais
resultados podem vir a servir de embasamento para possíveis modificações e
melhoramentos nos treinamento oferecidos pelo programa, já que em algumas
classificações e comparativos apresentaram níveis muito baixos. Deste modo esta pesquisa
demonstra que algumas providências devem ser tomadas pelo programa Cacoal Saudável,
com o fim de incrementar seus treinamentos, almejando aos seus participantes melhores
níveis de força e flexibilidade, tendo em vista que os resultados obtidos nestes testes
divergem com os propostos pela literatura.
Palavras-chave: Envelhecimento; Força; Flexibilidade.
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TESTE DE COOPER EM CORREDORES DE MEIO FUNDO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
ALMEIDA, E.O. 1; FILENI, C.H.P. 1; ALVES, R.J.G. 1;
1- Faculdade Euclides da Cunha - São José do Rio Pardo – Brasil
[email protected]
Introdução: Praticado por mais de 70 países filiados a Federação Internacional de
Desportos para Cegos (IBSA), o atletismo é um esporte de grande importância, pois faz
parte de um calendário com repleto de eventos esportivos, além dos jogos paraolímpicos. O
sucesso da modalidade deve-se a naturalidade dos movimentos, sendo que arremessos,
saltos, corridas e lançamentos são atividades naturais de sobrevivência humana. Objetivo:
Tal estudo visa capturar a capacidade respiratória de cada atleta, e classificando-os
conforme a tabela de Cooper 1982. Posteriormente voltaremos a realizar os testes,
comparando com os resultados anteriores e identificando a evolução e melhoras dos atletas,
traçando novas metas. Esses números poderão identificar os benefícios do atletismo a
essas pessoas que passaram do sedentarismo a praticantes competitivos. Metodologia:
Iremos avaliar o nível de capacidade respiratória avaliando o VO2 máximo, usando um teste
indireto de campo, o teste de Cooper, realizado em 12 minutos e medindo a distância
percorrida em duas etapas, sabendo assim se houve melhoras em relação ao consumo de
VO2max com a iniciação do esporte. O teste será realizado com seis atletas, com média de
33,6 anos de idade, todos praticantes de corridas de meio fundo e com pouca experiência no
esporte, onde tais provas são consideradas de esforço fisiológico aeróbio, na pista de
atletismo de carvão de São José do Rio Pardo, sendo que cada atleta realizará o teste com
o seu guia. Resultados: Foi aplicado o cálculo de acordo com os dados apresentados. No
primeiro teste a média de VO2max foi de 37,87 ml(kg.min)-¹ enquanto no segundo a média
passou a ser de 41,3 ml(kg.min)-¹. Os dados foram comparados através do Teste-T de
Student a um nível de probabilidade de 0,05. Conclusão: O esporte em si traz muitos
benefícios físicos aos praticantes, e através do presente estudo podemos mostrar os
benefícios cardiorrespiratórios em longo prazo da prática de corridas de meio-fundo para
pessoas com deficiência visual.
Palavra-chave: VO2max, Deficientes visuais, corridas
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COMPARAÇÃO DA INFLUENCIA DA FLEXIBILIDADE NO PERCENTUAL DE GORDURA
DE JOVENS MULHERES PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO
SILVA, B.E.G.¹, RODRIGUES, C.A.C.²
¹ Universidade José do Rosário Vellano ,UNIFENAS – Alfenas – MG – Brasil.
² Universidade José do Rosário Vellano ,UNIFENAS – Alfenas – MG – Brasil.
[email protected]
RESUMO
A flexibilidade e suas influências é um assunto que gera discussões e também se torna
objeto de estudo de inúmeras pesquisas e experimentos, principalmente, quando se trata de
musculação e treinamento de força. O objetivo do presente estudo foi verificar se o nível de
flexibilidade em jovens mulheres, definida a partir do teste de Well’s, praticantes de
musculação influencia no percentual de gordura avaliado a partir do percentual de gordura
utilizando o protocolo de Mc Ardle – três dobras cutâneas. O estudo contará com a
participação de 20 mulheres, voluntárias praticantes de musculação de determinada
academia localizada em Alfenas – Minas Gerais, sendo dividas n=10 flexibilidade menor ou
igual à regular e n=10 flexibilidade maior ou igual à média. As participantes serão
submetidas á um treinamento de força para hipertrofia com carga, exercícios e séries
padronizadas no período de quatro semanas. Avaliações serão realizadas Após quatro
semanas utilizando o protocolo de Mc Ardle – três dobras cutâneas. Em primeira análise, os
resultados parciais apresentaram o valor médio geral do parâmetro flexibilidade das 20
mulheres voluntárias de 28.3 cm. O percentual de gordura, avaliado a partir das dobras
cutâneas de tríceps, supra-iliaca e subescapular, do primeiro grupo F1: flexibilidade maior ou
igual á média apresentou um valor médio de 26,32 (+ 1,64) % de gordura. Já o segundo
grupo F2: flexibilidade menor ou igual á regular constou a média de 26,25 (+ 2,11) % de
gordura. È esperado que, com o programa de treinamento, seja possível verificar se os
valores da flexibilidade influenciam sobre o percentual de gordura de jovens mulheres que
pratiquem musculação.
Palavras-chave: Musculação. Flexibilidade, Percentual de gordura.
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A INFLUÊNCIA DA MÍDIA E O CULTO AO CORPO EM ADOLESCENTE DE 14 A 16
ANOS.
FIGUEIREDO, M. F. F¹; FILENI C.H.P², MARTINS, G. C³.
Faculdade Euclides da Cunha -FEUC; São José do Rio Pardo/ SP.
[email protected]
Introdução:Na sociedade contemporânea do culto ao corpo, os indivíduos experimentam
uma crescente preocupação geral com sua origem, que passa por todas as classes sociais e
faixas etárias, no qual elespreocupam-se com a imagem e a estética. No mundo em que
vivemos nos dias de hoje, apresenta uma mudança significativa, atravésdo processo de
identificação, principalmente dos adolescentes, quese torna mais desafiador, em razão das
diferenças de padrões éticos e comportamentais, que estão relacionadosatravés de
características por meio de formas inquietas e inseguras com suas aparências.Muitos
adolescentes acabam então se influenciado pela mídia, através de imagens que acaba se
tornando num período lúdico, no qual oferece informações na educação, gerando conflitos
nas necessidades que acabaprejudicando na imaginação deste, devido a influencia dos
meios de comunicação.Com isso surgem então, as doenças psicológicas, como: Anorexia e
Bulimia, Depressão, Obesidade e Vigorexia. Objetivo: Mostrar o quanto a mídia pode
influenciar na vida de cada um e as suas consequências prejudiciais.Metodologia:Foi
utilizado um questionário com onze perguntas abertas em atletas de handebol e basquete da
cidade de Mococa/SP, de ambos os sexos de 14 a 16 anos. Sendo que dezesseis eram de
14 anos, nove de 15 anos e dez de 16 anos, levando o resultado de trinta e cinco (35)
adolescentes entrevistados. Resultado: 70% procuraram atividade física por causa da
aparência física, 55% responderam que um corpo perfeito é um corpo saudável, 66%
responderam que a mídia não influencie na sua vida. Conclusão:Para muitos adolescentes,
a prática de atividade física é pra ter uma boa aparência física e uma vida saudável embora
para outros a mídia nãointerferem nas suas vidas.
Palavra chave: Culto ao corpo, influência da mídia, fatores de risco em relação ao corpo
perfeito.
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ATIVIDADE FÍSICA E MUDANÇA DE COMPORTAMENTO EM PACIENTES
PORTADORES DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA
WEBER,C.¹
GAEDKE, M.A.¹
NUNES, M.F.¹
OLINTO, M.T.A¹
COSTA, J.S.D.¹
¹ Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – São Leopoldo – Rio Grande do Sul –
Brasil.
[email protected]
Introdução: Estudos mostram que a atividade física tem sido associada a vários benefícios
para a saúde e diminuem o risco de doenças cardiovasculares. Estas práticas de atividade
física tem demonstrado evidências quanto a prevenção da doença cardiovascular e na
reabilitação cardíaca pós internação hospitalar. Objetivo: Descrever as prevalências de
atividade física em dois momentos de acompanhamento em estudo de coorte prospectiva de
pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Metodologia: Realizou-se um estudo
de coorte com pacientes de ambos os sexos, com trinta anos ou mais, internados em um
Hospital de Porto Alegre/RS, com diagnóstico de síndrome coronariana aguda e de doença
cerebrovascular. Os pacientes ingressantes foram revisitados aos trinta dias, seis meses e
um ano após a alta hospitalar. Estas informações foram coletadas mediante questionários e
entrevistas telefônicas. Descreveu-se a realização de atividade física (no mínimo 150
minutos por semana) entre os indivíduos incluídos na entrada do estudo e ao final do
primeiro ano de acompanhamento. Resultados: A amostra na entrada do estudo contou
com 479 indivíduos, onde a prevalência de atividade física foi de 14,0% (IC 95% 10,9 a 17,1).
Ao final de um ano de acompanhamento a amostra contou com 401 indivíduos, obtendo
como prevalência de atividade física 23,7% (IC95% 19,5 a 27,8). Conclusão: O estudo
verificou um aumento da atividade física nos pacientes após um ano de acompanhamento
da alta hospitalar. Apesar de um aumento significativo entre os dois períodos da amostra,
vale destacar que parte dos indivíduos que sofrem este tipo de evento cardiovascular pode
não ter aderido a estas mudanças de comportamento por problemas de saúde ou sequelas
físicas decorrentes da doença. Sendo a falta de atividade física regular um fator de risco
associado à SCA, a inclusão de programa de atividade física no período de reabilitação
cardíaca pode propiciar uma melhora na capacidade funcional e na recuperação dos
pacientes. Portanto, um ano após a da internação por doença cardiovascular, os indivíduos
apresentaram uma evolução positiva quanto mudança de comportamento, buscando assim
hábitos de vida mais saudáveis.
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PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E RISCO CARDÍACO NOS ALUNOS
MATRICULADOS NA ACADEMIA ESPAÇO LIVRE
MARANGONI,C.1; ALBERTIN,M.A.1; JÚNIOR,A.J.S.1
1-Pós Graduação ENAF- São João da Boa Vista- Brasil.
[email protected]
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (2010), caracteriza a obesidade como uma
epidemia mundial estando presente em todos os países do globo. Pesquisas apontam que
em torno de 40% de homens e mulheres encontram-se com níveis de sobrepeso. Estudos
tem demonstrando os benefícios dos exercícios aeróbicos e anaeróbicos e sua eficiência, na
redução da gordura corporal em crianças, adultos e idosos (FERNANDES et al, 2004).
Objetivo: Identificar o perfil da composição corporal e fatores de riscos cardíacos nos alunos
matriculados na Academia Espaço Livre na cidade de Monte Santo de Minas / MG.
Metodologia: o estudo constou de 46 voluntários, sendo 20 homens (31,312,4 anos e
176,16,4cm) e 26 mulheres (35,511,0 anos e 162,66,8cm) matriculados na academia
Espaço Livre. Todos os voluntários participaram anterior ao inicio do programa de
treinamento de uma avaliação antropométrica: peso corporal (PC), índice de massa corporal
(IMC), percentual de gordura (%G), massa muscular (MM) e relação cintura/quadril (RCQ).
Resultados: Em relação ao gênero podemos observar que os homens apresentam maior
PC e MM, entretanto menor %G. Ambos os gêneros não apresentam fatores de riscos
cardíacos. A tabela 1 apresenta os valores médios(DP).
H
TABELA 01 - Valores médios(DP) dos parâmetros antropométricos e risco cardíaco entre
gêneros matriculados na Academia Espaço Livre
X
DP
Peso
G
IMC %G
(Kg)
(Kg)
85,17* 27,6 21,8* 19,0*
15,4
5,8
4,7
7,4
M
X
70,1 26,5
DP 13,8
4,9
* Diferença P<0,05
32,2
4,8
22,9
7,3
%
Músc.
38,9*
3,5
32,3
4,0
Músc. Cint. Quad.
RCQ
(Kg)
(cm) (cm)
33,0* 90,6* 105,0 0,86
5,3
11,1
8,4
0,1
22,4
4,3
80,2
10,5
106,4
8,8
0,75
0,1
Conclusão: Quando comparamos os gêneros ingressantes na academia Espaço Livre
podemos observar que os homens apesar do maior peso corporal, apresentam menor %G e
G(kg) e maior massa muscular. Tal comportamento é devido as características sexuais
masculinas secundárias promovidas pela produção e liberação do hormônio masculino
(testosterona). Entretanto, apesar dos matriculados buscarem uma melhor qualidade de vida
ao ingressarem em programas de atividade física oferecidos pela academia Espaço Livre a
RCQ apresenta valores médios de normalidade.
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TREINAMENTO DE FORÇA EM IDOSOS MELHORA PARÂMETROS DA PERFORMANCE
NEUROMUSCULAR E FLEXIBILIDADE.
ROCHA, A.L.C. ¹
DOS ANJOS, E.F.¹
TOLEDO,R.S.2,3
3.
Graduado em Educação Física - UNIFAE – São Paulo – Brasil.
4.
Universidade Metodista de Piracicaba – São Paulo – Brasil.
5.
Fundação Educacional de Machado – Minas Gerais – Brasil.
[email protected]
Introdução: Com o passar dos anos, a capacidade biomotora força é a que sofre maior
declínio. A atrofia do tecido muscular pode ser resultante de doenças (diabetes, câncer,
falência renal) e denervação das fibras do tipo II. Concomitante a isso, a perda de força trás
conseqüências para a autonomia do idoso em desenvolver atividades diárias. Objetivo:
Analisar os parâmetros de flexibilidade, desempenho neuromuscular e porcentual de gordura
de idosos após 5 meses de treinamento de força. Metodologia: Foram avaliados 20 idosos
participantes do projeto Idade +Ativa de Poços de Caldas,MG, sendo 16 mulheres e 4
homens (idade: 64,15±3,9; IMC:29,55±3,16;%G: 32,78±6,07) submetidos a 5 meses de
treinamento de força. Para prescrição do exercício foram utilizados de 6 a 8 exercícios para
os grandes grupos musculares, variando entre 3 séries de 8 a 12 repetições. Os
participantes foram encorajados a participar do projeto entre 3 e 5 dias/semana. Foram
realizados os testes: Sentar e levantar 30s;Velocidade de levantar da cadeira; Flexão do
cotovelo em 30s, sendo 3Kg para homens e 2Kg para mulheres; teste de sentar e alcançar
no banco de Wells. O porcentual de gordura foi avaliado através do protocolo de perimetria
de McArdle.Resultados: foram encontrados diferenças significativas (p<0,05) para
velocidade de levantar,(p<0,01) flexão de cotovelo em 30s e flexibilidade. Não encontramos
diferença significativa para o percentual de gordura e IMC pré e após 5 meses. Conclusão:
5 meses de treinamento de força melhorou os parâmetros neuromusculares de resistência
de força, velocidade e flexibilidade de idosos.
Palavras-chave: Envelhecimento, prescrição de exercício,.
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ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DE
ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES
¹MOURA, E. F; ²BUTTIGNON, F. F; ³MACIEL, V. C. M; MARTINES, G.A
¹Aluno do Curso de Educação Física – FJAU – Faculdades Integradas de Jaú. Jaú / SP –
Brasil.
² Aluna do Curso de Educação Física – FJAU – Faculdades Integradas de Jaú. Jaú / SP –
Brasil.
³Aluna do Curso de Educação Física – FJAU – Faculdades Integradas de Jaú. Jaú / SP –
Brasil.
 Mestre em Ciência e Docente na disciplina de Estudo do Crescimento e Desenvolvimento
Humano no curso de Educação Física – FJAÚ – Faculdades Integradas de Jaú. Jaú / SP –
Brasil.
[email protected]
INTRODUÇÃO: Segundo Guedes e Guedes (2006), os componentes da aptidão física
relacionados à saúde envolvem especialmente aqueles componentes que podem influenciar
positivamente no combate as doenças crônico-degenerativas, induzidas pelo estilo de vida
sedentário. Esses componentes são modificáveis pelo nível de prática habitual de atividade
física e tem uma grande importância quanto à prevenção e preservação da Saúde. A
resistência cardiorrespiratória faz parte dos componentes da aptidão física voltados à saúde
e a melhor forma para desenvolvê-la é por meio da prática sistematizada de exercícios
aeróbios. OBJETIVO: O estudo em questão utilizou o teste de corrida/caminhada de 6
minutos proposto pelo PROESP (Projeto Esporte Brasil) como forma de quantificar e
comparar a resistência cardiorrespiratória de meninos provenientes de uma escola particular
e de uma escola pública do município de Jaú/SP. METODOLOGIA: Foram avaliados 60
alunos do sexo masculino, sendo 30 de uma escola particular e 30 de uma escola pública,
com idades entre 10 e 12 anos. Para a análise dos dados recorreu-se à estatística usual
(média e desvio-padrão), e para evidenciar as possíveis diferenças entre os grupos utilizouse o teste “t” de student. Assumiu-se um nível de significância de 5% em todas as variáveis.
Utilizou-se o programa Microsoft Office Excel 2010 for Windows para análise estatística dos
dados. RESULTADOS: Após a aplicação do teste de corrida/caminhada de 6 minutos
verificou-se que os alunos da instituição particular percorreram em média 1045 metros,
enquanto os estudantes da escola pública percorreram em média 890 metros. O teste “t” de
student apresentou uma diferença < 0,05% entre os grupos, contudo idade, peso, altura e
consequentemente IMC não apresentaram diferenças estatisticamente significante.
CONCLUSÃO: Conclui-se que os alunos da escola particular apresentam uma resistência
cardiorrespiratória superior aos alunos da escola pública.
Palavras-chaves: Resistencia cardiorrespiratória; Escola particular; Escola pública.
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O TREINAMENTO RESISTIDO COMO AUXÍLIO PARA REDUÇÃO DE PESO EM OBESOS
COSTÓDIO, M.G.1;
PEREIRA, P.D. 2;
PICOLI, B. 3;
Orientador: MARINELLI, E. A.
1- FIRP/UNIESP – SÃO PAULO - BRASIL
2- FIRP/UNIESP – SÃO PAULO - BRASIL
3- FIRP/UNIESP – SÃO PAULO - BRASIL
[email protected]
Palavras-chave: Musculação, Obesidade, Doenças.
Resumo
Introdução: Com o avanço tecnológico, favoreceu a situação de que as pessoas adotassem
um estilo de vida sedentário, sendo um dos fatores que contribuem significativamente para o
aumento da obesidade e com ela o surgimento das doenças crônico degenerativas, nos dias
atuais é uma das maiores causa de morte. Essa doença tem sido classificada como uma
desordem primariamente de alta ingestão energética, no entanto, evidências sugerem que
grande parte da obesidade é mais devido ao baixo gasto energético que ao alto consumo de
nutrientes, enquanto a inatividade física na vida moderna parece ser o fator etiológico do
crescimento dessas doenças nas sociedades industrializadas. Devido ao aumento da
obesidade e a preocupação com aparência, homens e mulheres procuram ficar em forma,
cada vez mais os meios de comunicação mostram padrões de beleza de forma explícita
fazendo com que, principalmente a nova geração, forme a consciência do que é visto como
bonito. Por esse motivo vão para as academias em busca do corpo perfeito, embora a
musculação seja bem aceita na sociedade moderna e tenha várias vantagens, como ganho
de massa muscular, fortalecimento das células de defesa do organismo e da densidade
óssea, controle de gordura corporal, diminuição do risco de doenças cardiovasculares,
muitas pessoas ainda não sabem integralmente os benefícios que a mesma pode ocasionar.
Objetivo: Apontar que a prática da musculação pode auxiliar no controle de peso
proporcionando uma vida mais saudável e prevenindo doenças crônicas degenerativas.
Metodologia: Revisão Bibliográfica, estudo de caso de um indivíduo do sexo masculino,
com obtenção de medidas corporais. Resultados:
141
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DOBRAS
CUTÂNEAS
Subescapular
Triciptal
Axilar Médio
Supra Iliaca
Peitoral
Abdomem
Coxa
TABELA 1
1ª AVALIAÇÃO
2ª AVALIAÇÃO
45.0
46.0
26.0
58.0
40.0
45.0
51.5
40.0
42.5
21.0
52.5
37.5
42.0
47.0
Circunferências 1ª Avaliação
2ª Avaliação
Esquerdo
Direito
Esquerdo
Direito
Antebraço
26
25
25.5
24.5
Braço Relaxado
39
37
38.0
36.0
Braço
39.5
37.8
39.0
37.0
Contraído
Coxa
63.5
61.0
62.4
59.3
Panturrilha
35.0
34.0
35.0
34.0
Tórax Relaxado
108
106.9
Tórax Inspirado
110
109
Abdômen
98
94
Cintura
107
105.5
Quadril
102
101.8
TABELA 2
Conclusões: Com o presente trabalho foi possível identificar que houve uma diminuição de
medidas e peso, em alguns indivíduos, através desse trabalho com treinamento resistido de
força, havendo assim uma melhora na qualidade de vida causando possíveis melhorias e
prevenção de surgimento de doenças crônico degenerativas.
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A AQUISIÇÃO DE FORÇA, RESISTÊNCIA E FLEXIBILIDADE ATRAVÉS DO
TREINAMENTO FUNCIONAL PARA ATLETAS DE TAEKWONDO: É POSSÍVEL?
Autor: SILVA, Cristiano Domingos da
Orientador: POLANOWSKI, Douglas Wili
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires – UNIESP / FIRP
[email protected]
Resumo
Introdução: Cada dia mais pessoas são submetidas a programas de exercícios com
inúmeras técnicas e métodos que oferecem uma gama de estímulos e inovações para que
se mantenha motivadas a praticá-los. No entanto, deve se considerar que muitas dessas
técnicas e métodos não são adaptadas ás necessidades e limitações de cada um.
Capacidade funcional é a habilidade de realizar atividades normais da vida diária. O
Treinamento Funcional resistido é a mais recente maneira de se melhorar o
condicionamento físico e a saúde geral através do aprimoramento da capacidade funcional
do corpo humano. É baseado numa prescrição que, respeitando a individualidade biológica,
permite que o corpo humano seja estimulado visando a melhoria das capacidades físicas.
Objetivo: Identificar os efeitos do treinamento funcional em praticantes de Taekwondo.
Materiais e métodos: o estudo foi realizado através de uma revisão de literatura além da
aplicação de 3 testes na intenção de verificar as capacidades físicas de resistência de força
para MMII (chutes máximos em 1 minuto), potência muscular de MMII (impulsão vertical) e
flexibilidade (distância entre a virilha e o chão em afastamento lateral). Resultados e
Discussão: após a realização do período de treinamento foi identificada uma melhora na
capacidade de resistência para os 3 níveis sendo 11,2 ch/m (67,1 pré e 78,3 pós) para os
iniciantes; 8,2 ch/m (76,3 pré e 84,5 pós) para os intermediários e 8,4 ch/m (95,2 pré e
104,6 pós) para os avançados; no dizente a potencia as melhoras foram de 8,6 cm (32,3 pré
e 40,9 pós) para os iniciantes; 8,5 cm (34,8 pré e 43,3 pós) para os intermediários e 6,4 cm
(36,4 pré e 42,8 pós) para os avançados e para a flexibilidade notamos uma melhora de 6,7
cm (21,5 pré e 14,8 pós) para os iniciantes; 4,4 cm (12,3 pré e 7,8 pós) para os
intermediários e 4,2 cm (16,8 pré e 12,6 pós) para os avançados. Conclusão: De acordo
com a análise dos resultados, podemos concluir que para a nossa amostra, o programa de
Treinamento Funcional auxilia positivamente na evolução das capacidades físicas Força,
Resistência e Flexibilidade.
Palavras Chave: Treinamento Funcional, Taekwondo, Capacidades Físicas.
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A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO SEDENTARISMO
FONSECA, Felipe de Souza¹
Orientador (a): NASCIMENTO, Sérgio Néris do²
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - UNIESP, Ribeirão Pires, SP - Brasil.
[email protected]
Resumo
Introdução: Na história da humanidade, devido a avanços tecnológicos, a força humana
deixou de ser a única forma de energia para o trabalho, sendo substituída em grande escala
pela força mecânica (MONTEIRO et al., 2004). Essa tendência segue até hoje e se
engrandece a cada dia. Tal substituição se expressa no uso de veículos para transporte, na
robótica em linhas de produção, no lazer sedentário (que estimula o consumo da atividade
física como espectador e não como praticante), nas inúmeras opções de canais de televisão,
nos jogos eletrônicos que tomam o lugar de brincadeiras de rua no cotidiano de crianças,
entre outros. “Em torno à cultura da realidade virtual, está emergindo a geração do ponto com, que não valoriza a história nem o contexto, porque o mundo é uma tela onde a vida se
apresenta como espetáculo” (SILVA, 2003). Objetivo: Identificar a influência dos aparelhos
tecnológicos no sedentarismo e como utilizá-los a favor da atividade física. Metodologia:
Estudo realizado através de revisão de literatura entre diferentes autores. Resultados e
Discussão: Segundo a análise literária, pôde-se verificar que a maioria dos autores afirmam
que o avanço tecnológico contribuiu ao crescimento do sedentarismo, e que poucas pessoas
praticam atividade física, o que leva a crer que há um aumento no consumo de alimentos, já
que a fome passa a ser um fator psicológico. O tempo que eles usufruem de aparelhos
tecnológicos é muito acima do que se é esperado pelos órgãos de saúde, levando-os a
praticar menos atividade física. O consumo de alimentos prejudiciais à saúde é maior, pois
eles acabam consumindo alimentos fáceis e rápidos de fazer, mas nem sempre aquilo que é
rápido e fácil é saudável. Conclusão: Conclui-se que as tecnologias estão influenciando a
sociedade, tanto na parte de possibilitar contatos com outras pessoas, na questão da
alimentação e na prática de atividade física, passando a trazer malefícios para a saúde
humana, sendo o principal delas o sedentarismo. Porém, hoje em dia, há muitas tecnologias
que levam as pessoas a utilizarem o corpo e a mente, estimularem o aspecto cognitivo e
motor, diminuindo riscos de se tornarem sedentários.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A MOTRICIDADE NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
FERREIRA, R. R.1;
1-Universidade Do Estado De Minas Gerais - Fundação Educacional De Divinópolis –
Minas Gerais - Brasil.
[email protected]
Palavras-Chave: educação infantil, motricidade, cotidiano da sala de aula.
Introdução:O artigo traz breve histórico sobre a dicotomia corpo/mente segundo
Castro,Andrade e Muller(2006) busca-se refletir e interpretar a presença de atividades
motoras no cotidiano da Educação Infantil. O embasamento teórico do desenvolvimento
desse trabalho cita vários autores, porém destaca-se Gallahue (2005) com ênfase no que o
autor se refere ao desenvolvimento humano a partir de uma variedade de estruturas
teóricas. Correlaciona algumas trajetórias da Educação Física Escolar em Minas Gerais
baseadas em Vago(2010). Objetivos: Busca-se identificar distâncias e aproximações entre
os referenciais teóricos e as atividades motoras praticadas pelas crianças.Metodologia:O
trabalho estabelece a partir dos referenciais teóricos, um diálogo crítico sobre a presença
das atividades motoras no dia a dia de uma sala de aula em um Centro Municipal de
Educação Infantil em Divinópolis, MG, através da observação participante do autor.
Resultados: Após uma revisão bibliográfica, conceitua-se e salienta-se a importância da
orientação de atividades motoras por um profissional de Educação Física, a fim de promover
e provocar os estímulos necessários a cada etapa do desenvolvimento motor e para a
expressividade das crianças na realização dos movimentos, constata-se que as práticas dos
sujeitos pesquisados não estão condizentes aos propósitos determinados nesse estudo.
Discute-se, portanto a falta de uma política pública que garanta a orientação adequada de
atividades motoras para as crianças na educação infantil em Minas Gerais.Conclusões:Ao
realizar um estudo histórico da Educação Física Escolar, fica evidente a sensação de que o
estamos repetindo as ocorrências improdutivas do passado, há um sentimento de
despreparo por parte das professoras (regentes de classe) e uma infra-estrutura que não
atende às necessidades das crianças da Educação Infantil, para tanto faz-se necessário a
docência de um profissional de Educação Física.Há de se estabelecer políticas que atentam
a essas necessidades. Como sugestão este trabalho propõe uma ampla discussão política
no que se refere ao atendimento à infância e que possam ser revistas e “tratadas”,
respeitando as peculiaridades de cada localidade, podendo assim ultrapassar as barreiras
sociais e promover de fato a inclusão educacional.
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ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E ANTROPOMETRIA DOS PRESIDIÁRIOS DO
MUNICÍPIO DE MACHADO, MG.
DOMINGUES, R.1
CABRAL, M. 1
SANTOS, A.A. 1
MARIA, S. 1
TOLEDO,R.S.1,2
1-Fundação Educacional de Machado - Minas Gerais – Brasil.
2-Universidade Metodista de Piracicaba – São Paulo – Brasil.
[email protected]
Introdução: Na Lei de Execução Penal (LEP), o Artigo 14 do Capitulo VI descreve que os
presidiários que não tem acesso a área livre devem dispor de no mínimo uma hora por dia
para realização de exercícios físicos adequados. Porem, a inatividade durante o tempo de
prisão faz com que aumente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. A avaliação
física é uma ferramenta imprescindível na educação física, seja para prescrevermos
atividades físicas, realizarmos análise da composição corporal e identificar riscos de
doenças cardiovasculares, entre outras.Muitos estudos relacionam as medidas
cineantropométricas e os questionários com qualidade de vida, riscos de doenças e estado
nutricional. Portanto, aplicá-los no sistema prisional é de suma importância para diagnóstico
precoce de índices alterados relativos à composição e circunferências corporais. Objetivo:
Analisar a composição corporal e circunferências da cintura, quadril e abdome dos
presidiários do município de Machado. Metodologia: Foram avaliados 24 presidiários do
sexo masculino (idade: 21±4,64; peso: 68,07±13,46 Kg, altura: 175,75±8,41 cm) da cidade
de Machado, MG. A princípio foi coletado peso e altura por uma balança (Filizola®). As
circunferências coletadas foram cintura, quadril e abdome e as dobras cutâneas foram
peitoral, abdome e coxa. Ambas nos padrões descritos por Lohman,Roche,Martorell, 1991.
Foi utilizada a equação de Jackson e pollock,1978 para cálculo da densidade corporal e
posteriormente a formula de siri para descobrirmos o percentual de gordura. Foi utilizado
índices de referência para a classificação da porcentagem de gordura, relação
cintura/quadril (RCQ) e índice de massa corporal (IMC). Resultados: 66,67% dos presos
possuem o IMC desejável (20 a 24,9 Kg/m 2), 12,50% abaixo de 20Kg/m2, 16,67% com
sobrepeso e 4,17% com obesidade mórbida. A RCQ 37,5% apresenta baixo risco, 45,83%
risco moderado e 16,67% risco alto de desenvolver doenças cardiovasculares. 16,67%
apresentaram percentual de gordura menor que 5%, 58,33% dos presidiários apresentaram
valores entre 6% e 12% de gordura e 25% entre 15% e 24% de gordura corporal.
Conclusão: os presidiários avaliados apresentam altos riscos de desenvolver doenças
cardiovasculares. A prática esportiva adequada é de suma importância para controle dos
índices apresentados, alem de ser uma forma de controle social sobre os homens ali
sentenciados.
Palavras-chave: Avaliação física, sistema prisional, atividade física.
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QUANTIFICAÇÃO DAS AÇÕES TÉCNICAS DURANTE AS LUTAS DE KARATE DA
CATEGORIA SENIOR FEMININO
FONSECA, J. C.; DANIEL, J. F.; ALMEIDA, A. G.
Pontifícia Universidade Católica de Campinas – São Paulo - Brasil. Faculdade de Educação
Física do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
[email protected]
Introdução:O Karateé uma arte marcial antigaque há poucos anos é reconhecido como um
esporte de alto rendimento. Assim, torna-se importante caracterizar a modalidade a fim de
fornecer informaçõespara que o planejamento dos treinos seja cada vez mais eficiente,
permitindo uma análise do desempenho mais específica em competições de alto
nível.Objetivo: Quantificar as ações técnicas realizadas durante lutas de Karate de uma
competição oficial.Metodologia: Foram analisadas doze atletas do gênero feminino, da
categoria Senior -53kg, entre 18 e 42 anos, que disputaram os Jogos Abertos de 2012 nas
1ª e 2ª divisões. Uma luta de cada atleta foi filmada para a quantificação das ações técnicas
realizadas durante o combate, registrando o total de socos, chutes, ashi-barai e clinch,
considerando o número de acertos. Os resultados foram expressos através de estatística
descritiva com apresentação da média, desvio padrão e porcentagem de
acertos.Resultados: No total, foram realizadas 216ações técnicas, sendo 171 socos, 24
chutes,4ashi-barais e 17clinches.Dentre os socos, o gyaku-zukichûdan foi o mais utilizado,
39% (67 ações), contudo, o kizame-zukichûdanapresentou maior porcentagem de acertosem
relação ao total executado (15,38%).Quanto aos chutes, o mais utilizado foio mawashi-geri
com a perna da frente, 50% (12 ações), porém nenhum dos golpes de chutes realizados
marcou pontos. O ashi-baraie o clinchforam pouco utilizados, e o percentual de acertos não
foi analisado por seremações técnicas frequentemente utilizadas com intenções táticas para
desequilibrar o adversário ou para se defender de um ataque.Conclusões: O presente
estudo demonstra que há uma tendência em se utilizar mais socos do que chutes, pois os
mesmos são mais rápidos e precisos e não expõe o atleta executante a ponto de ser contraatacado com facilidade, já que a recuperação é mais ágil do que a do chute. Contudo, os
socos são golpes com menor pontuação – Yuko(1 ponto), enquanto os chutes variam as
pontuações, no tronco – Wazari (2 pontos) e na cabeça – Ippon(3 pontos). Assim, o estudo
pode auxiliar professores, técnicos e os atletas a adequar de modo específico os
treinamentos físicos, técnicos e táticos do Karate.
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A INSERÇÃO FEMININA NAS ARTES MARCIAIS
MELO, Elizane Aparecida de
Orientador (a): POLANOWSKI, Douglas Willi
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - UNIESP, Ribeirão Pires, SP - Brasil.
[email protected]
Resumo
Introdução: As mulheres vêm conquistando seu espaço a cada dia, não apenas na questão
de trabalho, mas também no âmbito esportivo. Segundo Simões (2002) destaca o valor da
mulher na sociedade e no esporte, por elas conquistarem aos poucos seu reconhecimento.
Atualmente, as mulheres cansaram da rotina das academias, aulas de ginásticas, danças e
musculação, elas querem mais, querem praticar aulas mais dinâmicas com alto gasto
calórico, que possam descontar seu estresse do dia-a-dia, socando, chutando, gritando,
assim descarregando a tensão e o nervossísmo, deixando um pouco de lado os problemas
de casa e do serviço. As Artes Marciais proporciona um ótimo condicionamento físico, além
de ter príncipios filosoficos que ajuda na formação do carater dos alunos, adiquirindo
respeito e humildade. Objetivo:Identificar as possiveis razões da procura feminina pelas
diversas artes marciais e seus benefícios. Metodologia: O estudo foi realizado através de
revisão de literatura e uma pesquisa exploratória com 30 voluntáriassubmetidas a um
questionário. Resultados e Discussão:Analisando nossos resultados notamos que a
maioria das mulheres entrevistadas pratica artes marciais a menos de 1 ano (75%) e não
participam de competicões (67%). O taekwondo e o jiu jitsu são as artes marciais
predominantes da nossa amostra (27%). A qualidade de vida, o alivio contra o stress e a
defesa pessoal foram os principais motivos da procura das nossas entrevistadas pelas artes
marciais (26%, 25% e 20% respectivamente). Além disso, 17% da nossa amostra apontaram
o autocontrole e a autoestima como principais benefícios decorrentes da pratica das artes
marciais e 90% da nossa amostra concordam que as mulheres sofrem algum tipo de
preconceito quando dizem ser praticantes de artes marciais. Conclusão:De acordo com a
pesquisa realizada e análise do questionário, podemos concluir que para a nossa amostra,
os motivos que levam as mulheres a procura de alguma Arte Marcial são vários,
destacando-se entre eles uma melhor qualidade de vida, alivio do stress e defesa pessoal.
Porém essa pratica pode acarretar em discriminação.
Palavras chaves: artes marciais, benefícios e mulher.
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ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR APÓS 8 SEMANAS DE UM PROGRAMA DE
GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DO SETOR DE TELEMARKETING.
SILVA, L.1;DEZOTTE,R.S.1,VIEIRA,F.S.F.2; AVELINO,R.A.3;CESAR,I.L.4
1
Universidade Paulista – UNIP - São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil.
² Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, Jacarezinho, Paraná, Brasil
3
Instituto federal do Sul de Minas –Pouso Alegre- Minas Gerais –Brasil
4
Universidade de Ribeirão Preto- UNAERP-Ribeirão Preto-São Paulo- Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: no mercado de trabalho em determinados segmentos, facilmente encontramos
situações onde são impostas funções para os funcionários que são responsáveis por
executarem durante horas uma mesma ação motora culminando em comportamentos
estereotipados, limitados e repetitivos. Atualmente a ginástica laboral vem se tornando uma
ferramenta muito importante para a manutenção da saúde do trabalhador bem como para a
profilaxia de doenças ocupacionais contribuindo para a qualidade de vida do trabalhador. O
objetivo do presente estudo foi de analisar as consequências de um programa de ginástica
laboral de 8 semanas em 16 funcionários do setor de telemarketing, nas capacidades de
força lombar, flexibilidade e preensão manual. Metodologia foram avaliados 16
trabalhadores do setor de telemarketing de uma empresa de processamento de alimentos da
cidade de Ribeirão Preto, sendo 13 mulheres e 3 homens. Foram realizados testes para a
mensuração da força lombar, força de preensão manual e flexibilidade. A força lombar foi
avaliada por meio de um dinamômetro Multiuso - 200 kgf e do software Cefise® - N2000 PRO [Versão: 2.0.1.6], a avaliação da preensão manual foi feita através de um dinamômetro
hidráulico de mão Saehan® e a flexibilidade foi avaliada por meio do teste de sentar e
alcançar (GUEDES; GUEDES, 2006).
Foi aferida a massa corporal e a estatura, os testes foram realizados após a explicação dos
mesmos obedecendo a seguinte ordem: força lombar, preensão manual e flexibilidade.
O protocolo de treinamento iniciou-se com duas semanas de adaptação onde foram
realizados exercícios de alongamentos estáticos gerais com duração de 30 segundos cada
exercício, após a adaptação foram selecionados 12 exercícios englobando membros
superiores, inferiores e região lombar mantendo –se o mesmo tempo de execução .
Foi realizado teste de normalidade dos dados e a comparação entre os mesmos utilizando o
teste t pareado. A análise estatística foi realizada por meio do software estatístico BioEstat®
5.0 e foi adotado o nível de significância p<0,01. Resultados houve um aumento na força
máxima lombar absoluta e na força máxima lombar relativa à massa corporal, o tempo de
força máxima lombar , a flexibilidade e a força de preensão manual, não foram alterados.
Conclusão os resultados relacionados a força muscular são surpreendentes, uma vez que
somente o treinamento de alongamento teve efeito positivo sobre ela, já os resultados da
flexibilidade parecem ser controversos aos encontrados na literatura, pois neste estudo não
houve melhora desta capacidade física após um treinamento de alongamento.
Palavras chaves- Ginástica Laboral, Força e Flexibilidade.
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www.enaf.com.br
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