O USO DO SANDPLAY NA SUPERVISÃOFinal 2 Cybele

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O USO DO SANDPLAY NA SUPERVISÃOFinal 2 Cybele
O USO DO SANDPLAY NA SUPERVISÃO DE CASOS CLINICOS: UMA
ABORDAGEM PSICODRAMÁTICA
Cybele Ramalho
(UFS/PROFINT)
RESUMO:
Este trabalho propõe e investiga uma modalidade de supervisão clínica utilizando como
recurso o Jogo de Areia, ou Sandplay, que originalmente foi criado e desenvolvido por
analistas junguianos, adaptado e amplamente utilizado na abordagem psicodramática,
por autores brasileiros. A proposta surgiu a partir de uma vasta experiência através de
supervisões clínicas realizadas com alunos do Curo de Psicologia na Universidade
Federal de Sergipe e de um curso de Formação em Psicodrama. É fundamentado no uso
deste instrumento no campo educacional e em especial na aprendizagem do papel do
psicoterapeuta. Situa e define o campo do exercício da supervisão clínica de alunos em
formação, uma situação especial de ensino-aprendizagem. Apresenta a utilidade do jogo
na caixa de areia, a partir da abordagem e da metodologia psicodramática,
especialmente para trabalhar a relação terapeuta-cliente e os fenômenos emergentes
nesta relação. O embasamento teórico é do Psicodrama Junguiano, uma vertente que se
constrói a partir da Psicologia Analítica e do Psicodrama. Demonstramos como se
desenvolve a supervisão que é enriquecida com o uso deste jogo na caixa de areia
aplicada e adaptada ao método psicodramático. Ilustramos com a descrição de uma
sessão de supervisão vivencial como material de análise. Conclui-se que a supervisão
realizada com o recurso da caixa de areia, inserida no processo ensino-aprendizagem,
contribui para o desenvolvimento do papel de psicoterapeuta. Desenvolve a habilidade
da reflexão sobre o caso clinico do aluno e sobre os elementos inconscientes e coinconscientes que interferem, permeando a relação terapeuta-cliente.
Palavras-chave: Jogo de areia. Psicodrama. Psicologia analítica. Supervisão Clínica.
Formação do Psicólogo.
Introdução
O objetivo deste artigo é descrever como a atividade de supervisão pode
ser beneficiada pelo uso da caixa de areia, ou do sandplay, na abordagem
psicodramática. Porém, faremos considerações preliminares sobre a prática de
supervisão que consideramos indispensável na formação do psicoterapeuta e sobre o
método utilizado.
Alguns autores apontam para uma prática de supervisão que se baseia no
controle, na reprodução de um poder/saber, e com o objetivo de facilitar o processo de
construção do estilo pessoal de seu supervisionando, sendo esta última a posição tomada
pela autora (Buys, 1987; Kamkhagi e Saidon, 1987; Williams, 2001; Calvente, 2002).
Supervisionar significa dirigir, inspecionar em plano superior, orientar (Ferreira,
1999). Porém o supervisor não é um profissional dotado de um poder
sensorial/perceptivo superior – uma “super visão”. A supervisão tem como objetivo
final promover uma aprendizagem especial, com enquadramento específico. Possui três
elementos envolvidos: o paciente (através do discurso do supervisionando), o
supervisionando e o próprio supervisor, com local, horário, freqüência e duração
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previamente estabelecidos. Promove uma articulação conceitual, técnica e de construção
e desenvolvimento do papel de psicoterapeuta.
Na visão psicodramática, segundo Calvente (2002) há “... três etapas na
construção do papel do terapeuta: a aceitação do papel, o desempenho e a criação do
papel” (p. 106). E cada etapa corresponde às fases de desenvolvimento da matriz de
identidade que, no caso da supervisão, pode ser considerada uma matriz de
aprendizagem; são elas role-taking, role-playing e role-creating. A espontaneidade deve
fluir em todas as etapas, obtendo o máximo no processo de criação (role-creating).
O supervisor vai trabalhar na primeira etapa, o role taking, oferecendo
continência afetiva e um espaço para reflexão sobre o começo desse papel e as
expectativas que o treinando carrega a respeito. Na segunda etapa (role playing) o
supervisionando já consegue trazer à tona a dinâmica da relação e o vínculo
estabelecido entre ele e o seu cliente, bem como uma articulação da teoria com o aqui-eagora do caso apresentado.
Quanto ao terceiro momento, role creating, Calvente (2002) ressalta, “...em
razão da aprendizagem, é nesse momento que podemos começar a mostrar e elaborar
em que medida as cenas pessoais interferem na compreensão das cenas do paciente”
(p. 109). É esta etapa que se introduz o que ele denomina de “terapia do papel”, que se
torna oportuna quando o supervisionando percebe que a psicoterapia trava, ou se vê
emperrado com alguma questão do cliente. A partir do trabalho de supervisão, pode
surgir uma cena pessoal que o aflige, ligada à sua própria história.
Na nossa experiência com supervisão psicodramática, atendendo a uma leitura
do psicodrama junguiano, percebe-se que os momentos descritos acima não são
estanques, são interdependentes.
Segundo Calvente (2002), o processo de supervisão apresenta dois estágios,
sendo um de diagnóstico do conflito e outro, posteriormente, para propostas de
abordagem deste e resolução. Para tal “o espaço da supervisão deve ser capaz de conter
tempestades, aflição, desespero diante da humanidade e de si mesmo, obstinados
planejamentos e uma exigente avaliação recíproca” (Williams, 2001, p. 39).
Para Costa (2000), a supervisão focaliza as situações de desencontro e de
conflitos que bloqueiam a espontaneidade e geram ansiedade no treinando. O supervisor
busca dissipar tais dificuldades, mas se faz indispensável que ele, juntamente com o
supervisionando, tenha uma condição de independência intelectual e afetiva, para
compreender as situações segundo os limites internalizados, cabendo ao supervisor ser
portador de muita experiência profissional para manejar com habilidade tais situações.
Porém, o supervisor também desempenha diversos papéis, segundo Williams
(2001): professor, facilitador, consultor e avaliador. No papel de professor, o supervisor
vai ajudar o aluno a relacionar teoria e prática; no papel de avaliador, o supervisor
verifica o desempenho do treinando nas intervenções e evolução do cliente, dá um
feedback ao treinando sobre suas qualidades enquanto terapeuta e monitora os padrões
éticos do mesmo.
Segundo Calvente (2002) e Williams (2001), é no papel de facilitador que o
supervisor vai trabalhar na etapa denominada “terapia do papel”. Portanto, enquanto
facilitadores ajudamos os treinandos a elaborar alguns sentimentos de cunho pessoal
surgidos, explícitamente ou não, nas sessões, a compreenderem questões malresolvidas, seus estereótipos ou preconceitos.
Incorporando a terapia do papel do psicoterapeuta como uma possibilidade na
supervisão acreditamos, como Perazzo (2010), que poderemos não perder de vista a
característica pedagógica que caracteriza o grupo de supervisão. Quando percebemos e
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identificamos que as questões pessoais do supervisionando interferem ou bloqueiam o
andamento do caso em supervisão, perguntamos se o supervisionando aceita ser
trabalhado; havendo autorização dele e a continência afetiva do grupo, podemos sugerir
trabalhar estas questões seguindo o método psicodramático, dentro ou fora da caixa de
areia. Porém, “o supervisor deve ter cuidado para não transformar um grupo de
supervisão em grupo de terapia, em razão de um ou alguns atos terapêuticos nele
realizados” (Perazzo, 2010, p. 260).
A partir de um olhar sócio-psicodramático, o inconsciente do supervisor e do seu
supervisionando também interagem e se entrelaçam na intersubjetividade, um acaba
influenciando ou interferindo no funcionamento do outro. O tipo de relacionamento
entre supervisor e supervisionando provavelmente será reproduzido no relacionamento
entre o terapeuta aprendiz e seu cliente. Por isto, o relacionamento entre supervisor e
treinando deve receber atenção similar à que é dedicada aos demais aspectos da
experiência da supervisão.
Devemos dar atenção à narrativa do terapeuta, à sua atividade, à dinâmica da
sessão e ao estado do supervisionando, incluindo aí seus bloqueios e aflições, como
reage aos fenômenos transferenciais e contratranferenciais, assim como o processo
télico em andamento.
O Sandplay ou terapia na caixa de areia numa abordagem Junguiana
Foi a analista junguiana suíça Dora Kalf, em 1956, que aperfeiçoa a técnica do
Sandplay e publica o livro Caixa de Areia: uma abordagem psicoterapêutica da psique.
O seu método permite uma regressão criativa e facilita o processo de crescimento
psicológico, através da expressão tangível, concreta e tridimensional dos conteúdos
inconscientes (Weinrib, 1993).
Assim, o Sandplay na abordagem Junguiana permite o fazer simbólico da psique, se
constituindo num método psicoterápico do nível pré-verbal, pois as cenas representadas
no cenário da Caixa de Areia são consideradas fotografias do inconsciente, naquele
momento específico. Através da criação com as mãos, as forças psíquicas se tornam
visíveis e reconhecíveis, ou seja, o interior e o exterior de algum modo se conectam. Por
outro lado, atua como um processo transformador da visão de mundo, levando a uma
ampliação da consciência, a partir do confronto com os processos inconscientes
(Weinrib, 1993; Ammann, 2002; Franco, 2003).
Segundo Ramalho (2010), o Sandplay na Caixa de Areia se caracteriza por ser um
jogo sem regras, com as seguintes características:
a) Equipamento: uma ou duas caixas retangulares, uma com areia seca outra com areia
molhada. Dimensões: 72 cm x 50 cm x 7,5 cm. A caixa é cheia de areia clara, tem um
fundo azul escuro (para imitar mar, rio) e as bordas são azul claro (para imitar o
horizonte);
b) Miniaturas variadas, que são representações da realidade e do imaginário, ou seja,
muitos objetos à mostra, simbólicos ou não, utilizados para re-criar o mundo. Quanto
maior o número de miniaturas a disposição nas prateleiras, melhor. Deve incluir
animais, vegetais, formas humanas diversas, figuras mitológicas, de contos de fada,
objetos (dos mais simples aos mais simbólicos);
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As instruções não são dadas de forma rigorosa. Em geral, a caixa só deve ser
oferecida após uma vinculação já estabelecida com o terapeuta, e quase nunca nas
primeiras sessões. Se o cliente solicitar logo no início da terapia, o terapeuta deve
explicar-lhe que a técnica aborda outra linguagem e que ainda virão sessões em que ela
será necessária, para se utilizar uma outra forma de se comunicar, além dos desenhos,
dos sonhos, etc.
O Sandplay numa linguagem psicodramática
Uma adaptação da técnica junguiana do Sandplay para a abordagem psicodramática
foi realizada, partindo de uma pesquisa que realizamos na PROFINT/SE (entre 2002 e
2005) com a aplicação desta técnica em diversas modalidades de atendimentos
(Ramalho, 2007).
A fundamentação teórica do Psicodrama Junguiano parte da premissa de que,
apesar de se constituírem teorias aparentemente distantes, aproximações podem ser
feitas entre algumas técnicas desenvolvidas pelas abordagens Junguiana e
Psicodramática (Ramalho, 2002). Por outro lado, Jung desenvolveu a técnica da
Imaginação Ativa, que toma como ponto de partida uma imagem de sonho ou de
fantasia, em seguida solicita que o cliente desenvolva livremente o tema trazido pela
imagem, utilizando não somente a palavra (o diálogo, o confronto com a imagem), mas
também outras possibilidades: a dramatização, a dança, a escrita (inventar uma estória),
a pintura, a criação de uma cena ou ritual, a modelagem, etc. Assim, ele instala, à
semelhança de Jacob Levy Moreno (1889-1974) com o Psicodrama, a conjugação da
imagem com a ação, promovendo o desdobramento do processo inconsciente.
O objetivo da técnica da imaginação ativa desenvolvida por Jung é o diálogo ou
confrontação com imagens inconscientes, para que estas possam ser compreendidas e se
alcance seus múltiplos sentidos, sejam eles ao nível do inconsciente pessoal, do coinconsciente ou do coletivo. Nos casos de maior dificuldade emocional, como é o caso
das psicoses, recomenda-se estabelecer-se uma comunicação inicial a nível não-verbal,
pois a verbal só terá êxito quando o processo de crescimento e de elaboração do cliente
estiver bastante adiantado (Silveira, 1981:102).
Enfim, afirmamos que Moreno e Jung, cada um através do desenvolvimento de
teorias e metodologias próprias, talvez complementares, se aproximam nesta forma de
pensar a complexidade dos fenômenos da natureza e do humano, inserido numa rede de
relações. Moreno, centrado nas relações interpessoais e Jung, nas relações do homem
consigo mesmo, mas ambos sem perder de vista suas relações mais amplas e
transcendentes. Com isto, justificamos a direção desta pesquisa com o Sandplay
Psicodramático na supervisão, uma estratégia de trabalho que integra um pensar
complexo e multidisciplinar, entre a obra psicodramática de J. L. Moreno e a obra da
Psicologia Analítica de Jung.
Na pesquisa que realizamos com a caixa de areia enquanto um palco de cenários
psicodramáticos (2007), seguimos as instruções originais da técnica clássica junguiana,
mas, após a criação de uma estória, propõe-se ao cliente que ele dramatize a cena, se
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colocando inicialmente no papel de cada elemento escolhido e falando em nome dele,
no “como se”, sendo pelo terapeuta entrevistado. Em seguida, solicita-se que inverta os
papéis, e daí por diante pode-se utilizar as demais técnicas básicas do Psicodrama, como
por exemplo: o duplo, a entrevista nos papéis, solilóquios, a interpolação de
resistências, pedir que movimente as peças como desejar, usando a inversão de papéis
promovendo confrontos entre as miniaturas, etc.
O cliente é encorajado a criar aquilo que desejar na caixa de areia (exemplos: um
cenário qualquer, uma paisagem qualquer, passagens de sonhos, uma imagem de como
sente uma relação interpessoal ou consigo mesmo, esculpir na areia livremente, etc.).
O Sandplay é considerado uma espécie de “imaginação ativa concreta”, mas que
também permite o acesso a uma realidade suplementar. Observou que a encenação na
caixa pode revelar alguns complexos emocionais, a relação Persona e Sombra, papéis
imaginários e de fantasia, que podem ser então trabalhados através da ação
psicodramática (Ramalho (2007).
Após construir o cenário e, posteriormente, uma estória imaginária ou uma
fantasia, propõe-se ao cliente o desenvolvimento de uma ação dramática. Porém, esta só
se tornará mais eficaz se for desenvolvido um projeto dramático conjunto, entre
terapeuta e cliente, com uma resolução dramática.
Enquanto psicodramatistas, ao utilizarmos o Sandplay como um jogo
psicodramático, introduzindo a ação dramática na caixa, a ênfase para nós é a busca da
dramaticidade, do conflito ou do tema protagônico a ser trabalhado. Partimos do
princípio de que se compreende melhor uma ação se ela for dramatizada, vivenciada,
experienciada, de preferência com efeito catártico integrador, pois isto facilita o
processo de “objetivação do subjetivo”, e a passagem do imaginário ao simbólico.
Observamos como resultado da nossa pesquisa, que o jogo na Caixa de Areia ou o
que denominamos de Sandplay Psicodramático, é um jogo livre em circunstâncias
seguras, que contem dramaticidade e pode revelar conflitos, tal como se espera de um
jogo psicodramático.
A supervisão psicodramática com o uso da caixa de areia
Utilizamos esta estratégia de trabalho não somente no foco clínico, mas também
com o foco sócio-educacional, especialmente em supervisões, para trabalhar as relações
intersubjetivas entre terapeuta e cliente. Esta estratégia foi por nós utilizada na
supervisão de alunos do Curso de Especialização em Psicodrama (promovido pela
PROFINT/SE), e na supervisão de alunos no último ano do curso de Psicologia da
Universidade Federal de Sergipe.
A estratégia de supervisão com o sandplay se processa num momento onde é
permitido pelo grupo de supervisão um enfoque de “terapia do papel” do psicoterapeuta.
Em geral, acontece principalmente em duas modalidades:
1) Após um aquecimento inicial, para que o terapeuta entre no papel de seu cliente,
solicitamos que este desenvolva na caixa um cenário que este (seu cliente), poderia
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desenvolver. Deste modo, objetivamos perceber, esclarecer e discutir como o terapeuta
internalizou as imagens internas do seu cliente
2) Após um aquecimento inicial para o terapeuta sentir como ele vivencia a sua
relação com seu cliente, é solicitado que ele crie um cenário que represente como ele
sente a sua relação com o seu cliente. Assim, objetivamos analisar como o terapeuta
sente esta relação com o seu cliente, verificar melhores estratégias de trabalho, fatores
télicos e transferenciais, impedimentos, conflitos, aflições, defesas, etc.
Como supervisores, ao trabalharmos com o treinamento e o desenvolvimento do
papel de psicoterapeutas, devemos adotar uma postura de “desconhecimento” acerca do
problema, de abertura á sua investigação ou pesquisa na caixa de areia. Com o objetivo
de visualizar melhor, ou expressar de forma mais ampla “o perfil do problema”,
incluindo o sistema da terapia, em seus aspectos co-inconscientes, o uso da caixa de
areia na perspectiva psicodramática é especialmente frutífero (Ramalho, 2010).
Se nos detivermos apenas naquilo que o treinando relata verbalmente sobre um
caso, estaremos privilegiando a consciente visão dele, como sente e percebe que está em
foco. Segundo Lazzarini, Viana e Veludo (2008), a descrição verbal do supervisionando
explicita fatos e dinâmicas eleitas na leitura do caso atendido, além de possibilitar a
observação de como o supervisionando internaliza seu paciente. Porém, se
acrescentamos o acesso às imagens que serão trazidas no jogo da caixa de areia, criamos
uma ligação entre a narrativa consciente e imagens do inconsciente, desconhecidas e
não verbalizadas. “O uso de imagens em supervisão faz com que o significado e a
ligação surjam das sombrias vielas dos fundos da mente e venham até a potente
iluminação da rua principal da consciência” (Williams, 2001, p. 187).
Além da construção de cenários na caixa, possibilitamos o acréscimo da
vivência das cenas, segundo a abordagem psicodramática. A partir desta experiência o
treinando pode ver e sentir a situação, segundo uma nova perspectiva. Na caixa de areia,
poderemos visualizar melhor uma análise conjunta de como o papel do terapeuta se
desenvolve naquele caso, fazendo uso dos objetos tridimensionais e do movimento
destes, em ação dramática espontânea. As miniaturas na caixa, que dialogam entre si na
encenação no “como se” da realidade suplementar criada, permitem ao supervisionando
tomar certa distância para “enxergar” melhor o que se configura à sua frente e permitir
que as figuras, os seus posicionamentos ou a possibilidade de deslocá-las, informe mais
do que as suas palavras.
Quando o treinando vai utilizando as miniaturas sobre a caixa, cria ativamente
sua experiência e esta se mostra agora “encarnada”, ou seja, sua subjetividade pode ser
concretizada. Embora pareça paradoxal, porque é o próprio treinando quem escolhe,
posiciona e desloca as miniaturas, ao criar uma estória e fazer uso da sua imaginação, o
treinando permite as projeções de seus sentimentos sobre o caso e sobre o processo no
qual se encontra envolvido.
A supervisão na caixa de areia focaliza o relacionamento terapeuta cliente, como
o terapeuta está vivenciando-o, bem como o modo como os significados são construídos
a partir da interação, de modo que o método permite uma visão mais abrangente.
Quando as ligações reais e imaginárias entre o terapeuta e seu cliente são reconhecidas,
a consciência pode expandir seus domínios.
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Na caixa de areia, o uso de miniaturas torna a supervisão muito rica e
interessante por causa do seu simbolismo, como meio de acesso ao que não está sendo
falado ou mesmo percebido, pois esses “falam” por si só. Funcionam na linguagem
psicodramática como verdadeiros egos auxiliares, que facilitam uma realização
simbólica, ou como objetos intermediários. Segundo Castanho (1995) objeto
intermediário “é qualquer objeto que funcione como facilitador do contato entre duas
ou mais pessoas (...) visam intermediar a comunicação e são veículos da expressão de
afetos .(...)Possibilita um distanciamento que relaxa o campo relacional”. (p. 32).
Desta forma, as imagens construídas e dramatizadas na caixa de areia facilitam
a comunicação entre o supervisionando e o supervisor, bem como promovem um estado
menos racional, a princípio, permitindo fluir o que há de mais subjetivo e inconsciente
nas relações.
Após o supervisionando montar um cenário, o supervisor pede um título para a
cena e pergunta a respeito de alguma mudança no posicionamento dos objetos; depois
que o supervisionando estiver com a cena montada, o supervisor pede para ele criar
uma estória. Sugere que o supervisionando escolha uma miniatura para ele,
inicialmente, assumir o papel. As miniaturas, que carregam em si mesmas um conteúdo
simbólico, se transformam em personagens que têm vida. Daí, começa a dramatização,
os confrontos dialogados, no role playing. O supervisor se mantém numa posição de
curiosidade ingênua e efetua alguns questionamentos, através da entrevista aos
personagens. No final, pode questionar livremente.
As miniaturas usadas em supervisão e o modo como são trabalhados não diferem
muito do ato de brincar, porém, com um propósito. Sob este aspecto consideramos as
miniaturas como brinquedos. Segundo Filipini (2005): É ela (brincadeira) que favorece
a espontaneidade e criatividade (...). Sendo assim, os brinquedos são de extrema
importância (...) seja como um objeto intermediário para a relação, seja para propiciar
um jogo dramático (p. 123).
Tais imagens ou miniaturas são vistas, na abordagem do psicodrama junguiano,
como signos e símbolos, alguns como representações arquetípicas1. O que
denominamos de Sandplay psicodramático, embora sua aplicação seja semelhante com
a técnica junguiana da caixa de areia, há algumas diferenças básicas; na abordagem
psicodramática, além de se acrescentar a dramatização do cenário construído, não se
utiliza a interpretação, a não ser que o próprio treinando o faça; assim, a cena é bastante
explorada através das técnicas básicas do psicodrama (duplo, espelho e inversão de
papeis), assim como do solilóquio e da interpolação de resistência. Enfim, embora o
enfoque seja a ação dramática, o que está sob supervisão é o foco da “terapia do papel”,
ou seja, a relação do terapeuta aprendiz com seu cliente e as imagens que ele pode
construir sobre o seu papel e o do cliente, como ele o percebe.
Na caixa de areia, ora o foco é o paciente, ora é o terapeuta, ora é o vínculo; a
imagem criada pode ser alterada pelo treinando pela ação dramatizada e, ao término da
supervisão, é desmanchada por ele mesmo ou pelo supervisor; os objetos usados não
1
Para maiores informações ver Ramalho, Cybele (2002), “Aproximações entre Jung e Moreno”, Ed.
Ágora.
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são categorizados, nem se propõe ser representativos de todo o universo, num plano
arquetípico (Williams, 2001; Franco e Pinto, 2003).
O sandplay na caixa de areia foi uma estratégia adaptada para o enfoque
psicodramático inicialmente no enfoque clínico, sendo utilizado também na supervisão
individual e grupal, mantendo algumas semelhanças com a técnica original junguiana
(Ramalho, 2007 e 2010). Para a proposta de aplicação na supervisão é sugerido também
um conjunto variado de miniaturas, entre objetos, humanos, animais e inanimados.
A supervisão na caixa de areia pode ser praticada por muitas ‘escolas’ de terapia,
mas aqui a proposta é descrevê-la como sendo também útil ao modelo psicodramático.
Para tal, podemos utilizar o conceito de papel que podem ser trabalhados após o
surgimento de figuras, as quais servem como metáforas, ou mesmo representações reais
do mesmo, além de como e com quem está em relação. Isto também nos remete ao
personagem e aos papéis.
Com relação à diferenciação entre personagem e papel, Calvente ressalta “o
personagem nasce da imaginação e sua origem é a subjetividade” (Calvente, 2002, p.
26), enfim, o personagem está ligado à fantasia e à imaginação. Então, quando é
solicitado que o treinando pegue uma miniatura para representar o cliente, ou ele
próprio, por exemplo, poderia ser entendido que ali está a representação de um
personagem, naquele contexto. Tal personagem pode estar informando, através da
imagem representada, as formas de se relacionar com outros, e qual papel estará sendo
utilizado, se for o caso.
A riqueza que este material traz, amplia a percepção, tanto do supervisor quanto
do supervisionando, sobre o processo terapêutico que está sendo supervisionado. No
processo de supervisão da “terapia do papel”, é comum a descoberta de certos
personagens que se constituem em formas do terapeuta iniciante se vincular com seu
cliente. Ao mesmo tempo, são formas de se manifestar, de revelar códigos da relação
terapêutica.
Como para C. G. Jung o inconsciente se expressa através de símbolos, a escolha
de um objeto ou miniatura para representar alguém ou um sentimento pode se dar, num
primeiro momento, de modo inconsciente; mas, passa a ser mais consciente ao ter que
falar sobre aquela configuração ou imagem, para seu supervisou e/ou grupo de
supervisão.
Por outro lado, a areia também “facilita o rompimento do controle egóico e dá
abertura para o fluxo de imagens e fantasias” (Sant’Anna, Ramires e Cintra, 2006, p.
29). O uso das miniaturas estimula a criatividade e a utilização de símbolos. A
preparação do cenário em si, já é uma ação “simbólica e criativa”. A ampliação da
consciência e a mudança da psique, um dos objetivos de um processo psicoterápico,
podem ser conseguidas a partir desta técnica (Matta, 2007).
Para Scoz (2008), o simbolismo é proporcionado pelas criações na areia e pelas
miniaturas que são usadas como forma de se expressar. O surgimento dos símbolos
pode gerar emoções, que estão ligadas a significados, que demonstram as diversas
formas de realidade do indivíduo. Por ser o sandplay uma técnica lúdica que trabalha
com o simbólico e com a reflexão, consequentemente, estimulando o brincar e o
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expressar das fantasias, ela possibilita a liberação das tensões, o exercício de novas
conquistas e preparos para a adaptação ao mundo real (Fialho e Cruz, 1998).
No decorrer do jogo dramático na caixa de areia, o contato do paciente com o
personagem ou objeto simbólico da cena revelará o drama. Massaro (1996) apud Franco
(2010,) ressalta que: “O discurso da linguagem é a ação das palavras não-ditas, e nessa
ação, as cristalizações se quebram e se reorganizam em função de uma espontaneidade e
de uma possibilidade. Além disso, imagens arquetípicas são evocadas nas cenas oníricas
que emergem, sendo dramatizadas e analisadas posteriormente, no momento de
elaboração verbal” (Massaro, 1996 apud Franco, 2010, p. 88)
Sobre a realização da supervisão em grupo e a utilização de técnicas
psicodramáticas, em vivências grupais, é defendida por muitos autores. Lazzarine,
Viana e Veludo (2008) citam, que ‘tais atividades e vivências desenvolvidas durante o
processo, bem como a interação do grupo através dos comentários e do
compartilhamento, visam provocar no supervisionando uma ampliação do
conhecimento de si mesmo, o que vai favorecer uma melhor compreensão de sua
identidade profissional (p.122). Veremos a seguir o relato de uma supervisão em grupo.
Descrição de uma supervisão com Sandplay em grupo
Selecionamos aqui o resumo de uma sessão de supervisão para ilustrarmos o uso
deste instrumento. A aluna X se apresentou para trabalhar um caso num grupo de
supervisão. Não trouxe uma dificuldade específica, apenas revelou que estava no quarto
mês de atendimento e apresentou brevemente sua cliente, que chamaremos de Maria:
uma moça de 34 anos, casada, 2 filhos, muito religiosa, com depressão e sintomas de
gagueira. Casara porque havia engravidado e sua mãe a havia obrigado a casar-se. Era
atualmente traída pelo marido, que não amava; seu pai também estava traindo sua mãe,
com uma mulher bem mais nova. A terapeuta X percebia que a sua cliente revelara isto
na sessão com um indisfarçável prazer. Sugeri o uso da caixa de areia, ela e o grupo
concordaram.
Pedi que criasse um cenário que representasse a sua relação com sua cliente. Ela
apresentou o cenário inicial abaixo, que intitulou de: “A atenção e acolhida
incondicionais” (vide figura 1).
Solicitei que criasse uma história e ela começou, relatando e mexendo nas peças,
dramatizando espontaneamente, fazendo as falas das personagens e assumindo cada
papel. Ela escolheu: uma velha (para representar a sua cliente); um casal de velhos
sentados em cadeiras de balanço (para representar a terapeuta); uma figura humana
debruçada sobre si mesma (para representar a depressão e a mãe da cliente); e um velho
namorando com uma mulher bem mais nova (para representar o pecado, e o pai da
cliente, com a sua amante).
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Figuras 1 e 2: Primeiro cenário.
No desenrolar da dramatização, X iniciou assumindo o papel da cliente,
conversando com a terapeuta. A supervisora interferia de vez em quando, solicitando
solilóquios, algumas inversões de papéis, mas a dramatização fluiu. A aluna X foi aos
poucos se dando conta do impasse onde se encontrava. Realizou um confronto entre a
cliente e seus pares de opostos (a depressão/mãe e o pecado/pai velho).
Depois, quando se desenvolvia o diálogo da cliente com a terapeuta, solicitei um
solilóquio deste último personagem (dois velhos sentados). Ela informou que, sendo na
realidade uma terapeuta jovem e moderna (que inclusive escondia sua tatuagem da
cliente), estava tentando assumir com esta cliente uma postura mais madura, mais
passiva, para não se opor, chocar e comprometer o vínculo. Escolhera “um velho e uma
velha” porque estava em busca de mais sabedoria, e porque lidaria com o seu lado
feminino e masculino. Relatou que sentia uma leve transferência afetiva da cliente para
com ela (em observações desta sobre seu cabelo e atitudes). A aluna X demonstrou
receio de ficar passiva demais, ou “reforçar uma imagem de Sênex negativo, ou mesmo
reforçar a passividade e conservadorismo da cliente” (sic). Encerramos aí a
dramatização.
Pedi que ela circulasse ao redor da caixa e escolhesse um outro ângulo, um outro
lugar para sentar. Pedi que observasse a imagem e se tinha algo dela, ali. Ela se
identificou com a areia e com a imagem dos velhos, que pra ela representavam a sua
busca da sabedoria. Revelou que a imagem da “pessoa isolada” já havia feito parte do
seu passado, mas que não se identificava mais. Quanto à imagem do “pecado/pai
velho”, pra ela era apenas engraçado, nada pessoal.
Pedi que ela falasse livremente sobre suas fantasias em relação a este caso. Ela
começou a falar de uma Maria que ela imaginava ser e existir, mas que ainda não se
revelara. Pedi que ela então construísse outra cena, que representasse esta sua fantasia.
Ela escolheu novas miniaturas (figura 2): uma fadinha com asas, uma imagem da
Pomba Gira e uma imagem de Iemanjá, para representarem a cliente; os dois velhos
permaneceram na cena, como os terapeutas.
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Figura 3, 4 e 5 (Sequência de fotos do segundo cenário)
Nesta nova cena, ela verbalizou que via as duas partes opostas do feminino
integradas a uma jovem com asas, que aprendia a voar. Para ser o título desta imagem,
cantarolou uma música que dizia: “Sou o que sou”(sic). Foi entrevistada nos três papéis
do novo cenário. Parecia um diálogo muito idealizado, de modo que a supervisora
questionou se a terapeuta X não precisaria ser transformada também. E se seria tão fácil
assim transformar “uma velha numa fada”.
Ela riu, refletiu e trouxe a imagem de uma criança como sendo a nova imagem da
terapeuta (Magali, com uma melancia), assim como a primeira imagem da cliente (a
velha). Daí em diante desenvolveu alguns diálogos entre a “terapeuta criança” e a
“cliente velha”, no correr da dramatização. Pedi que visualizasse como evoluiria o caso.
Percebeu, em cena, as dificuldades que ainda precisava enfrentar. Falou das
dificuldades, no papel da velha, de chegar a ser uma criança livre. A aluna X chegou a
desenhar na areia o símbolo do infinito, no momento em que finalizou a dramatização,
na fala de Maria: -“Eu me vejo refletida nas lentes da minha terapeuta, que me projeta
lá para o infinito, na eternidade...”. (sic).
O grupo de alunos começou a debater como se sentiu perante as cenas trazidas e a
discussão se desenvolveu sobre os aspectos teórico-práticos ali revelados. A discussão
floresceu, principalmente sobre as questões télicas, contra-transferenciais e
transferenciais presentes na relação da terapeuta com sua cliente.
Considerações Finais
Devemos tomar cuidado com o uso de uma técnica, seja de psicoterapia ou de
supervisão, pois, segundo Jung, “a técnica é sempre um esquema sem alma”. Um
supervisor consciencioso deve duvidar de todas as suas técnicas e teorias, caso contrário
cai nas malhas do esquema. Reforçamos que o mais importante não é a técnica, mas a
pessoa que a usa, a técnica não passa de um meio auxiliar, a pessoa do supervisor é o
seu maior método. Para C. G. Jung, que dava bastante valor à fantasia, o supervisor, tal
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qual o terapeuta, deve fantasiar um pouco junto com seu cliente. No que se refere á
caixa de areia, a sua aplicação depende muito da fantasia criativa.
No entanto, observamos na nossa prática que o sandplay psicodramático é um
valioso instrumento exploratório (para ajudar no diagnóstico do que interfere na relação
terapeuta/cliente), além de ser um recurso terapêutico em si. A caixa se apresenta como
um setting físico e simbólico continente, facilita o emergir de conteúdos do coinconsciente, além das imagens arquetípicas, que perpassam o vínculo terapêutico.
Aparecem os padrões de comunicação presentes neste vínculo, principalmente os não
verbais. Ao viabilizar a interação não verbal promove a conscientização de aspectos
desconhecidos da relação.
Acredito que foi possível apresentar a supervisão com sandplay, associada a uma
leitura e direção psicodramática, como um excelente instrumento para realizar a
investigação da dinâmica dos atendimentos e das dificuldades existentes nos mesmos.
Todo o grupo de supervisão é enriquecido com as discussões acerca das configurações
dos personagens e das cenas que surgem, assim como das peculiaridades emergentes em
cada caso. Contudo, os encontros anteriores e subseqüentes de supervisão não se
limitam ao uso da supervisão com o sandplay, haja vista que em muitos deles podem ser
priorizados o role-playing e a perspectiva da terapia do papel, enquanto ato com efeitos
terapêuticos limitados e focados.
Não poderemos defender que a técnica aqui descrita, por si mesma, seja
suficiente para o processo de supervisão como um todo, que é bastante amplo.
Consideramos que é mais útil o seu uso na fase do role playing e do role creating,
quando o supervisionando se sente mais disponível para investigar, com maior
profundidade, seus sentimentos referentes ao papel de terapeuta em desenvolvimento.
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