103020111 - cobeq-ic 2009 - Universidade Federal de Uberlândia
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DETERMINAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS PRESENTES NO MATERIAL PARTICULADO DA ATMOSFERA UBERLANDENSE NO PERÍODO DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2008 1 1 2 2 Marcelo Pirete, Amarildo B.S. Oliveira, Miriam M. Resende, João J. R. Damasceno 1 2 Bolsistas de Iniciação Científica PIBIC/FAPEMIG/CNPq/UFU, discentes do curso de Engenharia Química. Professores da Faculdade de Engenharia Química da UFU/MG. 1,2 Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia. Av João Naves de Ávila, 2121, Bloco 1K, Campus Santa Mônica, Uberlândia - MG, CEP 38408-100 e-mail: [email protected] RESUMO - Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) foram determinados no material particulado coletado na área urbana com emissão veicular no centro da cidade de Uberlândia (Brasil). Seis amostras foram coletadas entre Janeiro e Setembro de 2008 em um amostrador de alto volume PM10. O material particulado contido nos filtros foi extraído por refluxo em uma montagem Soxhlet com diclorometano. Os extratos foram posteriormente analisados em cromatografia gasosa (CG). A concentração individual dos HPAs variou entre 0,99 e 38,59 ng m-3, enquanto a concentração média total de HPAs observadas neste estudo foi de 150,9 ngm-3 -3 e de HPAs cancerígenos 32,5 ng m . A concentração média obtida para o Benzo(a) Pireno (indicador de risco) atendeu as recomendações da Agência de Proteção Ambiental (EPA). Palavras-Chave: Hidrocarbonetos Aromáticos, Poluentes atmosféricos, Hidrocarbonetos carcinogênicos, Material particulado, Monitoramento ambiental. INTRODUÇÃO O estudo de aerossóis tem recebido considerável atenção nas últimas décadas, entretanto, o conhecimento da composição química do aerossol atmosférico em escala global ainda é limitado. O transporte de poluentes pela atmosfera sempre fornece uma exposição não controlada das populações às substâncias tóxicas. Isto é especialmente relevante em áreas urbanas onde os níveis de alguns poluentes são altos e a proximidade entre humanos e fontes poluentes é grande. Entre as centenas de compostos orgânicos que podem estar associados com o material particulado, alguns são conhecidos como Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs). Eles são formados durante a combustão incompleta ou pirólise de materiais contendo carbono e hidrogênio (ATSDR, 1996; HOWARD e FAZIO, 1983; VAESSEN et al. 1988). Quando emitidos em atmosferas poluídas, especialmente quando ocorre um episódio de smog fotoquímico, os HPAs adsorvidos nas partículas são expostos a uma variedade de poluentes gasosos. Estes incluem intermediários reativos tais como radicais livres e espécies moleculares no estado excitado e estáveis. Eles são emitidos principalmente na forma gasosa, mas uma porção significante, os HPAs mais pesados, está associada às partículas finas carbonadas. A quantidade e a composição dos HPAs produzidos dependem das condições de reação, temperatura e quantidade de ar (VAESSEN et al. 1988). Os HPAs são considerados poluentes onipresentes. O grande interesse no estudo destes compostos provém de suas comprovadas atividades pré-carcinogênicas e/ou mutagênicas para homens e animais (IARC, 1983, VAN SCHOOTEN et al. 1990, Boffetta et al., 1997; Pereira Netto et al., 2000; WHO, 1988). Os mecanismos de carcinogênese destas substâncias podem afetar vários órgãos (WHO, 1988). Há relação com o mecanismo de carcinogênese e a estrutura molecular dos HPAs que, portanto, têm potencial carcinogênico diferenciado. A International Agency for Research on Cancer (IARC, 1983) estabeleceu uma classificação de HPAs e de alguns materiais que os contêm, conforme os dados disponíveis sobre a carcinogenicidade destes materiais ou substâncias. HPAs são emitidos por fontes naturais (vulcões, por exemplo) ou antropogênicas (derramamento de petróleo, queima de combustíveis, resíduos industriais, etc.) (Lopes & Andrade, 1996; Vo Dinh et al., 1998, Sisinno et al. 2003) e muitos processos térmicos dão origem a essas substâncias. Após a emissão, os HPAs, que são substâncias lipofílicas e podem ter grande persistência no meio ambiente, distribuem-se nos compartimentos ambientais em proporções que dependem de VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 27 a 30 de julho de 2009 Uberlândia, Minas Gerais, Brasil suas propriedades físico-químicas e das características de cada compartimento ambiental. A ingestão de HPAs por seres humanos ocorre por diversas vias como a inalação de ar, a ingestão de águas, solos, poeiras e alimentos, contato através da pele etc., que têm importância relativa diferente (WHO, 1988). Historicamente, os HPAs têm sido estudados intensamente sendo assim, bastante extensa a literatura existente. (NIOSH, 2001), Randem et al (2004) e Fernades et al. (2007) estudaram trabalhadores expostos ao asfalto e encontram emissões de HPAs e aumento do risco de desenvolver câncer na bexiga. A Organização Mundial da Saúde, conforme seu Critério Ambiental 202, de 1998, alerta para tal fato. No Brasil, o Ministério da Saúde desde 2001 já indica referências bibliográficas com estudos sobre as emissões de asfalto e também relaciona a atividade de pavimentação com o asfalto como de risco para a formação de câncer de pulmão e dos brônquios, os epiteliomas (câncer de pele), e o câncer de bexiga. Estes dados constam do Manual “Doenças Relacionadas ao Trabalho” e também da Portaria 1.339/99, na lista de doenças relacionadas ao trabalho. Outros estudos de identificação de HPAs podem ser citados como, por exemplo, os trabalhos de Camargo e Toledo (2001) e Camargo et al. (2006) que determinaram a presença de HPAs em diversos grupos de Alimentos e o trabalho de Tavares et al. (2004) que estudaram emissões de HPAs da mistura de diesel e biodiesel e de máquinas a diesel, respectivamente. Estudos detalhados dos níveis de HPAs na atmosfera a nível mundial vêm sendo bastante pesquisados e podemos citar como exemplos os trabalhos de SIENRA (2005) que coletou amostras de material particulado urbano em PM10 e analisou seus compostos policíclicos oxigenados para a cidade de Santiago-Chile, Fang et al. (2005) em Taiwan e Li et al. (2005) na Filadélfia-USA. No Brasil alguns estudos foram realizados no Rio de Janeiro por (Azevedo et al. 1999, Pereira Netto, et al. 2006, 2007 e Quiterio et al. 2007), em São Paulo por Vasconcelos et al., (1998, 2008), Martinis et al. (2002) e em Araraquara-SP por Godoi et al. 2005 e Vasconcelos et al., (2008), em Campo Grande por Ré-Poppi e Santiago-Silva (2004) que caracterizaram 111 substâncias, principalmente HPAs, oxy-HPAs e fenóis metoxilados nos extratos do aerossol urbano. Dallarosa et al. (2005) e (2008) identificaram e quantificaram que emissões veiculares, combustão de carvão, madeira, óleos e combustíveis são as principais fontes de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos na região de Candiota no Rio Grande do Sul. Outros estudos foram realizados na Amazônia (Simoneit et al. 1990; Vasconcellos et al. (1998)) e também simulações da atmosfera urbana poluída pela queima de álcool combustível (PIMENTEL e ARBILLA, 1997). Assim, torna necessário estudar a atmosfera em grandes cidades para avaliar os níveis e fontes de poluição para providenciar informações mais complexas na composição química dos aerossóis. Os resultados aqui apresentados são parte de um estudo com objetivo de avaliar e caracterizar PHAS do material particulado coletado no centro da cidade de Uberlândia. MATERIAIS E MÉTODOS Coleta do Material Particulado Durante o período de Janeiro a Setembro de 2008 amostras de material particulado foram coletadas na cidade de Uberlândia. O equipamento usado na coleta dos dados experimentais foi um amostrador para partículas menores que 10 µm (MP10) instalado no terminal rodoviário central da cidade de Uberlândia. A amostragem do PM10 foi conduzida por um período contínuo de 24 horas em todas as amostras coletadas para as analises da qualidade do ar. Determinação do volume total de ar amostrado O volume total de ar amostrado foi determinado pelo produto da vazão de ar do amostrador com o tempo total de coleta. A vazão de ar do amostrador foi calculada a partir da equação (1), ABNT(2005). Qa = 1 P0 − b2 Ta a2 Pa (1) Os parâmetros a2 e b2 foram obtidos pela calibração realizada no MP10 e são a inclinação da relação de calibração do amostrador (coeficiente angular) e a interseção da relação de calibração do amostrador (coeficiente linear), respectivamente. Pa e Ta são a pressão atmosférica e a temperatura ambiente as quais foram obtidas por uma média entre os valores obtidos durante o período de coleta (http://www.inmet.gov.br/sonabra/maps/automatic as.php). P0 foi calculado pela diferença de entre a pressão atmosférica e a diferença de pressão medida na placa de orifício durante o período de coleta. A concentração de PTS foi determinada dividindo-se a massa de partículas coletadas pelo volume total amostrado. Os resultados são expressos em µg/m3 nas condições padrões. Os filtros utilizados foram de fibra de vidro com Dimensões de 254x203 mm (Energética Qualidade do ar - Ref. E558X10IN) apropriados para a coleta de amostras para análises de uma variedade de poluentes orgânicos e contaminantes inorgânicos incluindo traços metálicos. Antes de serem submetidos à amostragem, os filtros foram preparados ficando sob uma temperatura de 400ºC por 5 horas para minimizar a contaminação orgânica, posteriormente foram envolvidos em papel alumínio o qual foi submetido à uma temperatura de 200ºC por 15 minutos e então o conjunto foi protegido em uma embalagem plástica até serem levados ao equipamento de amostragem. Posterior a amostragem o filtro foi retirado do aparelho e transportado em uma caixa térmica com gelo para resfriá-lo e estocado no laboratório a baixas temperaturas (±-4 ºC), evitando, assim, a perda de componentes voláteis. Criseno, Coroneno, 4H-Ciclopenta[def]fenantreno, Dibenzotiofeno, Fluoranteno, Indeno, Fenantreno, Pireno, Acenafteno, Acenaftileno, Azuleno, Benzo[a]antraceno, Antraceno, Naftaleno, Naftaceno/benzo[b]antraceno juntamente com o Benzeno foram preparados em diclorometano em quatro concentrações diferentes (10, 20, 40 e 1000 mg/L) para a realização das curvas de calibração. Os padrões dos HAPs nas concentrações anteriores foram analisados via cromatografia em fase gasosa em Cromatógrafo Gasoso-Shimadzu com as seguintes condições: Injetor: 275 ºC; Detector FID: 300 ºC; Programação de temperatura: 35 ºC, 15 min - 300 ºC, 26,7 min, 3ºC/min.; Pressão: 250 kPa; Splitless: 1:1; Gás de Arraste: Hélio Ultra-puro; TM Vazão na coluna: 2,57 mL/min; Coluna: AT – 1mS (Alltech): L= 60 m; ID = 0,25 mm e Espessura do Filme: 0,25 µm. Os tempos de retenção foram determinados pela média obtida nas diferentes concentrações dos padrões utilizados realizadas em duplicata a partir dos cromatogramas. Extração dos Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos Identificação dos Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos Preparação dos Filtros Após os trabalhos de coleta do material, este foi submetido à extração por solventes, visando solubilizar os materiais condensados sobre a superfície das partículas. No processo de extração foi utilizado uma montagem Soxhlet com extrator de dimensões de 2,3 x 5 pol, balão de fundo chato de 500 mL, condensador e cartucho de celulose para extrator Soxhlet. Antes da extração adicionou-se de 200 a 250 mL de diclorometano ao extrator com o cartucho, e fezse refluxo durante duas horas. Após o resfriamento, o solvente foi descartado e o filtro picotado dentro do cartucho com uma tesoura de aço inoxidável em pedaços menores que 1 cm2. A amostra foi então extraída com 300 mL de diclorometano durante 18 horas com uma taxa de pelo menos três ciclos de extração por hora, segundo metodologia descrita por Pataca (1998). As análises das amostras obtidas após a etapa de extração foram realizadas por cromatografia em fase gasosa dos HAPs nas mesmas condições descritas anteriormente. Um filtro em branco foi extraído com o mesmo procedimento das amostras e analisado para verificação da existência de possíveis contaminantes. RESULTADOS E DISCUSSÕES Amostragens por 24 horas para os HPAs no ar ambiente foram realizadas ao longo do ano de 2008 até o mês de setembro. A Figura1 mostra o cromatograma obtido por Cromatografia Gasosa para uma das amostras obtidas em Julho de 2008. Purificação e concentração da amostra Na purificação da amostra seguiu-se a metodologia da coluna de sílica gel, descrita no método T013 que é a mesma do Método 610 da US-EPA que descreve a análise de HAPs em amostras de água. Curvas de calibração Padrões de HPAs (Supelco, P.A.) contendo Pentaceno, Perileno, Benzo[e]acefenantrileno / Benzo(b)fluoranteno, Benzo[a]pireno, Fluoreno, Benzo[e]Pireno, Benzo[ghi]perileno, Carbazol, Figura 1 - Cromatograma para a amostra obtida no dia 03/07/2008. VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 27 a 30 de julho de 2009 Uberlândia, Minas Gerais, Brasil PTS (g/m3) 80 60 40 3 Aromáticos totais cancerigenos 140 120 100 80 60 40 20 0 122,8 120 100 Aromáticos Totais 160 17 /1 / 19 200 /2 8 /2 4/ 008 3/ 11 200 /3 8 /2 1/ 008 4/ 2 7/ 008 5/ 2 28 00 /5 8 /2 5/ 008 6/ 2 9/ 008 6/ 2 18 00 /6 8 /2 3/ 008 7/ 2 9/ 008 7/ 2 /0 008 9/ 20 08 140 Concentração de HPAs (ng/m ) Neste trabalho a média aritmética da concentração de particulados totais nas 16 3 amostras analisadas foi de 62 µg/m (valor 3 3 mínimo de 38,4 µg/m e máximo de 122,8 µg/m ) como mostra a Figura 2. A média é maior que 50 µg/m3, os padrões primários e secundários para o Brasil [Comissão Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 1990)]. 87 78,8 66,8 58,2 73,3 50,151,247,754,9 40,838,4 64,3 55,6 53,148,2 20 /9 /2 9/ 008 7/ 2 3/ 00 8 7 18 /20 /6 0 8 /2 9/ 0 08 6/ 2 5/ 00 8 6/ 2 28 00 /5 8 /2 7/ 0 08 5/ 17 200 /4 8 /2 1/ 0 08 4 11 /20 /3 0 8 /2 4/ 0 08 3/ 19 200 /2 8 13 /20 /2 08 / 17 20 0 /1 8 /2 10 0 0 /1 8 /2 00 8 0 Figura 2 – Concentração de Particulado Total 3 (PTS) em (µ µg/m ) no período de Janeiro a Setembro de 2008. Os níveis dos 22 HPAs com peso molecular variando de 116,16 (Indeno) a 300,36 (coroneno) juntamente com o benzeno (peso molecular 54) foram determinados para as amostras coletadas no centro da cidade de Uberlândia. As concentrações médias dos hidrocarbonetos nas amostras analisadas são mostradas na Figura 3. A presença de PHAs indica que estes são provenientes da queima de hidrocarbonetos por veículos automotores. A Figura 3 mostra uma comparação dos níveis do ∑HPAs e dos HPAs carcinogênicos (∑CARC) durante o período de Janeiro a Setembro de -3 2008. O máximo valor de 152,73 ng m foi próximo ao valor obtido para a soma da média aritmética das concentrações dos HPAs (150,9 ng m-3) e foi observado em Junho de 2008. Neste mês, o ∑CARC foi de 30,47 ng m-3 valor próximo a soma da média aritmética da concentração dos HPAs cancerígenos no período de 32,49 ng m-3, indicando que os carcinogênicos tiveram a mesma tendência dos HPAs totais. Os carcinogênicos representaram em média 21,5% do total dos HPAs analisados neste período. Figura 3 - Concentrações médias dos 3 hidrocarbonetos (ng/m ) para as amostras coletadas no centro da cidade de Uberlândia no período de Janeiro a Setembro de 2008. O valor obtido para a soma das concentrações médias dos 23 HPAs mais o benzeno nas seis amostras foi de 150,9 ngm-3 -3 (Figura 3) contra valores de 21,05 ngm (Valor -3 máximo de of 62,5 ngm e valor mínimo de 8,94 ngm-3), observado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Re-Poppi e Santiago-Silva, 2005). Ströher et al. (2007) encontraram em três regiões distintas de Campo Grande 51,35; 46,76 e 42,79 ngm-3 valores inferiores aos obtidos neste trabalho. Azevedo et al. (2002) observaram 342 ngm-3 em Campos dos Goitacazes, Rio de Janeiro o qual pode estar relacionado à intensa queima realizada nos canaviais e Caricchia et al. (1999) em Nápoles (Itália) encontraram PHAs na faixa de -3 2 a 130 ngm . Park, Kim e Kang (2002) em Seul e Fang et al. (2004) em Flanders encontraram 89,29 e 77,58 ngm-3, respectivamente. Já Fang, Chang e Lu -3 (2004) observaram em Taichung, 1040,3 ngm . Estes estudos possuem em comum a coleta de amostras em áreas urbanas mas diferenças quanto ao tamanho das partículas coletadas. O valor encontrado neste trabalho para os HPAs totais foi menor que o valor encontrado no parque -3 industrial de Taichung (1102,20 ngm ) e maior -3 que os encontrados em Flanders, 45,03 ngm no -3 verão e 66,20 ngm no inverno (Fang et al., 2004; Park, Kim e Kang, 2002) bem como, os valores encontrados na reserva de Morro Grande (52 -3 ngm - distrito municipal de Cotia), as quais são áreas remanescentes de floresta Atlântica (Vasconcellos et al. 2003). Conc. de HPAs (ng/m3) 30 25 20 15 10 5 B B en zo ( b) flu o B en ran te zo no [a en ]p B en zo iren zo [e] o [g Pir hi en ]p er o ile n 4H C ar o -C ba ic z lo pe C ol ris nt en a[ C de or o f]f on en en an o D ib tr en en zo o t Fl iofe uo no ra nt en Fl uo o re no In d N en af o ta Pe len o nt ac e Pe no Fe rile na no nt re no Pi A r ce en na o A ce fte na no fti le A nt no ra B ce en zo A no zu [ B le en a]a zo ntr no a [b ]a cen nt ra o ce n B en o ze no 0 Figura 4- Concentração média individuais dos HPAs (ng/m3) determinados no centro da cidade de Uberlândia, no período de Janeiro a Setembro de 2008. As concentrações individuais dos HPAs -3 variaram entre 0,99 ng m (Benzo[a]pireno) e -3 63,2 ng m (coroneno) e as concentrações -3 -3 médias variaram de 3,2 ng m a 17,85 ng m (Figura 4). Benzo[b]antraceno e Benzeno foram os mais abundantes e não existiu a contribuição do Carbazol, Benzo(ghi)perileno e Pentaceno nas amostras no período estudado. As concentrações médias individuais atendem aos valores reportados pela Environmental Protection Agency (EPA, 1979). CONCLUSÕES A concentração de particulados totais nas seis amostras analisadas para a região central de Uberlândia mostrou uma baixa qualidade do ar para esta região. A média aritmética para o período foi de 62 mg/m3 a qual foi 1,24 vezes o -3 padrão nacional de 50 ngm . Este resultado é provavelmente devido às emissões veiculares, pois se tem uma grande frota de veículos circulando nesta área. Apesar desta concentração produzir algum impacto na saúde da população, a real extensão desta contribuição na saúda das pessoas que vivem neste local, ainda necessita de uma melhor abordagem. O valor médio para os HPAs cancerígenos representou 21,5% do total dos HPAs estudados no período amostrado. A concentração média encontrada para o Benzo(a)pireno (indicador de risco) no período de Janeiro a Setembro de 2008 atendeu as recomendações da EPA (1979). No geral as concentrações de HPAs nas amostras analisadas em Uberlândia foram maiores que alguns valores reportados em outras áreas urbanas com alto ou médio tráfico de veículos e/ou atividade industrial. O padrão de HPAs pode ser alterado pelo uso de combustíveis alternativos (etanol, gás natural, etanol misturado à gasolina). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) (2005). Material particulado em suspensão na atmosfera: Determinação da concentração de partículas inaláveis pelo método do amostrador de grande volume acoplado a um separador inercial de partículas. NBR13412, http://www.abnt.org.br/rev_ct.htm. ATSDR, 1996, Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs). Agency for Toxic Substances and Disease Registry, Department of Health and Human Services, Public Health Service, Atlanta, GA, USA. Disponível em http://www.atsdr.cdc.gov/substances/toxsubst ance.asp?toxid=25 >. Acesso em: 20 abr. 2009. AZEVEDO, D.A., MOREIRA, L.S., SIQUEIRA, S.M., 1999. 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