Liderança e novas gerações: o que mudar?
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Liderança e novas gerações: o que mudar?
Liderança e novas gerações: o que mudar? Após a geração silenciosa de antes de 1945, e, em seguida, os boomers (nascidos antes de 1965), a geração “X” (nascidos entre 1965 e 1980) está prestes a ser ultrapassada pelos “Y” (40% dos ativos em 2015 para os nascidos entre 1980 e 1995). Enquanto a geração “Z”, ou "share & like", ou geração "C" por “conectada”, está chegando, as empresas deverão se adaptar a acolher estes jovens de após de 1995. Mas quem são estes trabalhadores de amanhã? Em tempos de crise econômica e instabilidade duradoura, as atitudes estão mudando, as aspirações se alteram enquanto as barreiras entre vida privada e vida profissional parecem desaparecer. Pressionados pela rentabilidade, flexibilidade, comportamento ético e guerra por talentos, (Michaels, 2001) os empregados de amanhã não tem as mesmas expectativas ou os mesmos comportamentos em todos os lugares. Estudos sobre o assunto são abundantes (Kupperschmidt (2000), Sessa (2007), Smola (2002), Stephen College (2007,...)) e os resultados convergem: novos funcionários estão cada vez mais relutantes em se submeter e aceitar a autoridade. Cidadões do mundo, acostumados a se expressar livremente nas redes sociais, consideram natural a possibilidade de contestar uma decisão, de questionar a hierarquia, para desafiar ou desafiar-se na descoberta dos limites (Tulgan, 2013). Para se adaptar ao novo cenário, as lideranças de empresas deverão atuar de forma mais interativa, compartilhando e negociando tomadas de decisão. A geração conectada está sempre com o smartfone ou tablet nas mãos. Comunicam-se principalmente com mensagens de textos e confia no compartilhamento das informações. Seus membros são viciados em redes sociais. A conectividade faz parte de sua vida privada e profissional. Os novos funcionários estão gastando cada vez mais tempo online por medo de perderem alguma coisa (o famoso FOMO - Fear Of Missing Out - ou o "medo de ser largado"). Confiam mais nas “dicas dos amigos da rede” do que nos conselhos dos colegas. Querem ser tratados como profissionais e detestam toda forma de paternalismo condescendente (Tulgan, 2013). Enquanto algumas empresas, ultrapassadas pela velocidade da mudança, enxergam um risco ao permitir o acesso às redes sociais considerando uma forma de entretenimento no trabalho, outras percebem que as barreiras desaparecem, o tempo de “dispor da inteligência” dos colaboradores aumenta. O novo funcionário para todas as tarefas intelectuais não tem horários; trabalha durante o dia, à noite, durante a semana e os fins de semana, e não se limita às horas de expediente. Recebe mensagens no WhatsApp ou Facebook e responde imediatamente, pouco importa o que esteja fazendo e onde se encontre. A geração conectada é muito mais exigente do que as anteriores. A geração do "share" e do "like", só se engaja quando o interesse é real, e sua aprovação tem valor de comprometimento. Habituada a ter sempre tudo disponível o tempo todo, ela funciona com rapidez e reatividade: em contraparte espera e exige a mesma rapidez das empresas. Estes jovens consideram no trabalho, em muitos casos, que a busca de sentido e de experiência contam mais que a compensação; o gosto do desafio e a sede de apreender dominam. A empresa não pode ignorar esta nova situação, ou será abandonada. A alta rotatividade das © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 1 novas gerações tende a mostrar que as empresas ainda penam a imaginar uma maneira de se adaptar as novas exigências... Os funcionários das novas gerações querem viver o trabalho como uma experiência, seja ela de vida, de tecnologia, de conhecimento... Eles não fazem se não aprendem ou entendem o porquê. Preferem “ficar de braços cruzados” se a atividade proposta não faz sentido. Em contraparte quando se engajam visam a excelência. "Do no Harm" (evitar errar) já não é suficiente, "Do Good" (fazer corretamente) é o novo requisito. Para isto é exigida uma atitude pró-ativa e sincera por parte de empresas e de seus líderes. (Martin, 2005). Para que os colaboradores contribuam de forma otimizada, a empresa deve permitir que os novos funcionários sejam autênticos, que possam se comportar naturalmente tanto no trabalho quanto em casa. Ela deverá incentivá-los a expressar as próprias diferenças individuais, que enriquecem o grupo e a vivência. Seu sentimento de comprometimento estará diretamente relacionado com o sentido do trabalho, que dá sentido à vida em termos de tempo investido. A empresa deverá ser transparente e lutar contra a manipulação da informação formal e informal interna e dos sindicatos. Os jovens querem ética e verdade. A congruência se torna essencial, otimismo, entusiasmo, respeito e reconhecimento são indispensáveis. Qualquer outro discurso será contrário aos valores que as empresas devem vivenciar e promover para reforçar o sentimento de pertencer a um grupo, dar sentido a um lugar onde o ser humano é respeitado e onde o trabalho é intrinsecamente gratificante. (Hynes, 2005) A empresa tem que ser (re)pensada e organizada como uma comunidade de vida. Isso afeta o contrato social entre o empregador e o empregado, a organização do trabalho, o modo de funcionamento das equipes, e também a cultura e mais uma vez os valores. Mudar a maneira de trabalhar significa também dar ou restaurar o sentido das atividades profissionais. O deslocamento da gestão de processos (uniformizada) para a gestão das pessoas (individualizada) nas organizações se acelera. Autonomia, interação, integração e comprometimento são as palavras da vez que devem ser operacionalizadas. A busca de sentido também pode ser encontrada nos compromissos sociais da empresa. O incrível sucesso das ações de interesse geral, como por exemplo, o modelo de negócio da TOMS, que para cada par de sapatos vendido em suas butiques, outro par é doado a crianças pobres na África e America Latina. Outro exemplo é o programa de integração de moradores de rua promovido pela Vallourec onde os sem teto podem reintegrar o mundo do trabalho, recusando certo assistencialismo demagógico, onde todos os envolvidos e a sociedade ganham. Por fim, ganhar o interesse, a lealdade ou o engajamento de um jovem colaborador com um bom nível de salário é um pensamento comum, mas errado. De fato, o engajamento e a motivação de jovens universitários estão pouco relacionados à compensação. O empregado que tem a impressão de não ser pago o suficiente pelo seu trabalho – no absoluto e comparando com os salários dos colegas - acabará por deixar a empresa. Quem considera seus ganhos corretos, somente vai considerar que recebe a justa compensação pelo seu trabalho, e seu salário terá pouco impacto sobre seu grau de fidelidade. © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 2 O dinheiro não faz, na verdade, a lealdade. Seria um grande erro de gestão acreditar nisso, e evidência um profundo desconhecimento das expectativas dos trabalhadores de amanhã. Na prática, querendo integrar as novas gerações, as empresas precisam investir em suas lideranças e no conhecimento de seus funcionários. A utilização de instrumentos de Método Funcional permite o autoconhecimento das lideranças e a identificação das possíveis áreas de desenvolvimento. Permite também conhecer os colaboradores, suas ambições, potencial e a maneira de integrá-los, no sentido de uma gestão individualizada das pessoas. É tudo o que faz o sucesso sustentável de uma organização. A tecnologia já existe, o que está esperando? R. Oswald e F. Barroso Abril de 2015 Notas bibliográficas: Hynes, G. (2005). Managerial communications: Strategies and applications. New York, NY: McGraw Hill/Irwin, pág. 432 Kupperschmidt, B. R. (2000). Multigenerational employees: Strategies for effective management. The Health Care Manager, 19, pág. 65–76. Martin, C. A. (2005). From high maintenance to high productivity. What managers need to know about Generation Y. Industrial and Commercial Training, 37, pág. 39–44. Michaels, E., Handfield-Jones, H. and Axelrod, B., (2001) The War for Talent, Harvard Business School Press, pág. 224 Sessa, V. L., Kabacoff, R. I., Deal, J., & Brown, H. (2007). Generational differences in leader values and leadership behaviors. The Psychologist Manager Journal, 10, pág. 47–74. Smola, K. W. & Sutton, C. (2002). Generational differences: Revisiting generational work values for the new millennium. Journal of Organizational Behavior, 23, pág. 363–382. Stephens College. (2007). Generational differences & communication at work, home and play. http://www.masfap.org/docs/conferences/2007/Spring/presentations/GenerationalDifferences.ppt#262,3 (acesso verificado 07 de abril de 2015) Tulgan, B. and RainmakerThinking, Inc. (2013). Meet Generation Z: The second generation within the giant "Millennial" cohort, RainmakerThinking Whitepaper, http://rainmakerthinking.com/assets/uploads/2013/10/Gen-Z-Whitepaper.pdf (acesso verificado 04 de maio de 2015) © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 3