TCC Jac, Taisa, Lanza - Escola de Enfermagem Wenceslau Braz

Transcrição

TCC Jac, Taisa, Lanza - Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
JAQUELINE PEREIRA SOUTO
MARIA CAROLINA MIRANDA ALVES LANZA FRANÇA
THAÍSA GONÇALVES BERTI
O PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE ATENDIDO NA
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR DO SUL DE
MINAS GERAIS
ITAJUBÁ - MG
2014
JAQUELINE PEREIRA SOUTO
MARIA CAROLINA MIRANDA ALVES LANZA FRANÇA
THAÍSA GONÇALVES BERTI
O PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DO ATENDIDO NA CLASSIFICAÇÃO
DE RISCO DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR DO SUL DE MINAS GERAIS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, como requisito parcial
para obtenção do título de Enfermeira.
Orientadora: Prof.ª M.ª Elaine Aparecida
Rocha Domingues
Coorientador: Prof. M.e Rogério Silva
Lima
ITAJUBÁ - MG
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB/2777
© reprodução autorizada pelas autoras, desde que citada a fonte.
S726p
Souto, Jaqueline Pereira.
O perfil clínico e epidemiológico do paciente atendido na
Classificação de Risco .... / Jaqueline Pereira Souto ; Maria
Carolina Miranda Alves Lanza França ; Thaísa Gonçalves
Berti. -- 2014
50 f.
Orientadora: Prof.ª M.ª Elaine Aparecida R. Domingues.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)-Escola de Enfermagem Wenceslau Braz. –
EEWB, Itajubá, 2014.
1. Classificação de Risco. 2. Protocolo de Manchester.
3. Perfil epidemiológico. I. França, Maria Carolina Miranda
Alves Lanza. II. Berti, Thaísa Gonçalves. III. Título.
NLM: ZWX 215
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e ao Professor Rogério que
nos deram forças e acreditaram no quanto éramos capazes.
AGRADECIMENTOS
É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos
serenos e ou apreensivos, fizeram ou fazem parte das nossas vidas, por isso
primeiramente agradecemos a todos de coração.
Agradecemos a Deus pоr tеr nos dado saúde е força pаrа superar todas as
dificuldades encontradas.
Agradecemos as nossas mães Maria Aparecida Pereira Souto, Nanci Lanza e
Maria Aparecida Gonçalves Berti, heroínas qυе nos dеram apoio, incentivo nаs
horas difíceis, de desânimo е cansaço.
Agradecemos aos nossos pais João Carlos Souto, Camilo Lanza e João Berti
Neto, pelo amor, incentivo е apoio incondicional de sempre.
Obrigada aos nossos familiares, que nоs momentos dе nossa ausência
dedicados ао estudo superior, sеmprе fizeram entender qυе о futuro é feito а partir
dа constante dedicação nо presente!
Agradecemos também aos nossos companheiros, nossos namorados, que
estiveram ao nosso lado nos apoiando em todas as decisões.
Nossos sinceros agradecimentos аоs nossos amigos, companheiros dе
trabalhos е irmãos nа amizade qυе fizeram parte de nossa formação е qυе vão
continuar presentes еm nossas vidas cоm certeza.
A nossa orientadora Profª Elaine Aparecida Rocha, pelo emprenho dedicado à
elaboração deste trabalho.
Ao nosso co-orientador Prof. Rogério Silva Lima, pelo suporte nо pouco
tempo qυе lhe coube, pela atenção, amizade e pelas suas correções е incentivos.
À Karina Parreira pela atenção e paciência, e a todos funcionários da
Biblioteca da EEWB pelo carinhoso apoio.
À Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, pela oportunidade dе fazer о
curso.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа nossa formação, о nosso
muito obrigado.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossível.”
“Charles Chaplin”
RESUMO
A área de Urgência e Emergência é um importante componente da assistência à
saúde. A classificação de risco é um instrumento utilizado nos serviços de urgência
para estabelecer prioridades clínicas dos pacientes. O protocolo de Manchester foi
criado em 1994, na Inglaterra, com o objetivo de criar um padrão de triagem e
classificação de risco. O objetivo do presente estudo foi identificar o perfil clínico e
epidemiológico do paciente atendido na Classificação de Risco de uma instituição
hospitalar do sul de Minas Gerais. Tratou-se de uma pesquisa de abordagem
quantitativa, descritiva exploratória, documental de corte transversal. O estudo foi
realizado no Pronto Atendimento da Santa Casa de Misericórdia de Itajubá-MG, os
participantes do estudo foram representados pelos pacientes atendidos na
Classificação de Risco do pronto atendimento da instituição citada no período de
abril a junho de 2013, utilizando as Fichas de Atendimento Ambulatorial. Foi
realizada a coleta de dados de 4986 Fichas de Atendimento Ambulatorial, por meio
de um instrumento elaborado pelas pesquisadoras, composto por 18 questões que
visaram identificar o perfil clínico e epidemiológico do paciente. O perfil da amostra
pesquisada foi de adultos com faixa etária média de 43 anos, mulheres, pessoas
provenientes da região leste da cidade, por demanda espontânea, nos primeiros
dias da semana e no período da manhã. Os atendimentos apontam queixas de baixa
complexidade. A maioria dos atendimentos não originou internação, intervenção
medicamentosa e realização de exames. As queixas mais frequentes, classificadas
na triagem, resultaram no fluxograma “Mal estar em adulto” a partir dos
discriminadores “dor leve recente”, “evento recente não” e “dor moderada”. Os
resultados apontaram que há uma demanda não condizente com a de um prontoatendimento, onde há uma inversão de papéis, tornando o atendimento de urgência
uma porta de entrada e mostra o quão ineficiente está sendo a assistência de saúde
em nível primário.
Palavras-chave:
epidemiológico.
Classificação
de
risco.
Protocolo
de
Manchester.
Perfil
ABSTRACT
The Emergency Department is an important component of health care. The risk
rating is an instrument used in emergency departments to establish the clinical
priorities of patients. The Manchester protocol was created in 1994 in England to
creating a standard screening and risk classification. This study aim was to identify
the clinical and epidemiological profile of patient in risk rating at a hospital in the
south of Minas Gerais. It was a quantitative research approach, descriptive,
exploratory, cross-sectional documentary. The study was conducted in the
Emergency Room of Santa Casa de Misericórdia de Itajubá-MG, the study
participants were represented by patients treated at risk rating of the institution
mentioned in the period April to June 2013, using the FAAs (Ambulatory care card).
The Data collection of 4986 ambulatory care cards was performed by an instrument
developed by the researchers, composed of 18 questions that aimed to identify the
clinical and epidemiological profile of the patient. The profile of the sample studied
was adults with mean age of 43 years, women, people from east of the city, in the
first days of the week and in the morning. The attendances indicate complaints of low
complexity. The majority of treatment did not result in hospitalization, medication and
exams. The most frequent complaints, classified in screening resulted in the
flowchart "Malaise in adult" from discriminating recent "mild pain", "no recent event"
and "moderate pain". The results showed that there is a demand inconsistent with an
emergency room, where there is a reversal of roles, making emergency care an
entrance and shows how inefficient is being health care at the primary level.
Keywords: Risk Rating. Manchester Protocol. Epidemiological profile.
LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Escalas Ordinais Utilizadas na Triagem de Pacientes em Serviços
de Emergência.........................................................................................................19
LISTA DE TABELAS
Tabela1 - Dados sociodemográficos (n=4986), Itajubá-MG .................................28
Tabela 2 - Dados clínicos (n=4986), Itajubá – MG.................................................30
Tabela 3 - Dados clínicos (n=4986), Itajubá – MG.................................................31
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Fluxograma classificação de risco.....................................................34
Gráfico 2 – Discriminadores predominantes ........................................................34
LISTA DE SIGLAS
CEP
Comitê de Ética e Pesquisa
EEWB
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
ESF
Estratégia de Saúde da Família
FAA
Ficha de Atendimento Ambulatorial
FHEMIG
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
GBCR
Grupo Brasileiro de Classificação de Risco
MG
Minas Gerais
SAME
Serviço de Arquivo Médico e Estatístico
SAMU
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SCMI
Santa Casa de Misericórdia de Itajubá
SUS
Sistema único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS
Unidade Básica de Saúde
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
UPA
Unidade de Pronto Atendimento
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ...............................................................................................15
1.1
JUSTIFICATIVA .............................................................................................16
1.2
OBJETIVO......................................................................................................17
2
REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................18
2.1
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................18
2.1.1 Escala Australiana: Australasian Triage Scale (ATS)................................19
2.1.2 Escala Canadense: Canadian Triage And Acuity Scale (CTAS) ...............20
2.1.3 Emergency Severity Index (ESI)..................................................................20
2.1.4 Escala Inglesa: Manchester Triage System (MTS).....................................21
2.2
PROTOCOLO DE MANCHESTER.................................................................21
2.3
ENFERMAGEM NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................22
3
MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................24
3.1
DELINEAMENTO DO ESTUDO .....................................................................24
3.2
CENÁRIO DO ESTUDO .................................................................................24
3.3
LOCAL DO ESTUDO......................................................................................25
3.4
PARTICIPANTES DO ESTUDO, NATUREZA DA AMOSTRA E
AMOSTRAGEM .............................................................................................25
3.5
COLETA DE DADOS......................................................................................26
3.5.1 Procedimento para coleta de dados ...........................................................26
3.5.2 Instrumento para coleta de dados ..............................................................26
3.5.3 Organização e análise dos dados ...............................................................26
3.6
ASPECTOS ÉTICOS......................................................................................27
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................28
5
CONCLUSÃO ................................................................................................36
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................37
REFERÊNCIAS..............................................................................................38
APÊNDICE A - Carta de solicitação para coleta de dados - Santa Casa de
Misericórdia, Itajubá-MG..............................................................................41
APÊNDICE B - Instrumento para coleta de dados .....................................42
APÊNDICE C – Procedência por regiões....................................................43
ANEXO A - Ficha de atendimento ambulatorial: avaliação médica .........45
ANEXO B - Ficha de atendimento ambulatorial - Protocolo Manchester 46
ANEXO C - Impresso da Classificação de Risco .......................................47
ANEXO D – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
.......................................................................................................................48
ANEXO E – Pacercer Consubstanciado N. 501.076/2013..........................49
15
1
INTRODUÇÃO
A área de Urgência e Emergência é um importante componente da
assistência à saúde. A crescente demanda por serviços nos últimos anos, devido ao
aumento do número de acidentes, da violência urbana e à insuficiente estruturação
da rede, são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de
serviços de Urgência e Emergência no mundo. Essas características, entre outras,
tem transformado essa área numa das mais problemáticas do Sistema de Saúde.
Abertos 24 horas do dia, esses serviços acabam funcionando como “porta de
entrada” do sistema de saúde, recebendo pacientes de urgência propriamente dita,
pacientes com quadros percebidos como urgências, pacientes não acolhidos pela
atenção primária e especializada e as urgências sociais. Tais demandas misturamse nas unidades de urgência superlotando e comprometendo a qualidade da
assistência prestada à população. Essa realidade ainda é agravada por problemas
organizacionais desses serviços como, por exemplo, a falta de triagem de risco, o
que determina o atendimento por ordem de chegada sem qualquer avaliação prévia
do caso, acarretando, muitas vezes, graves prejuízos aos pacientes. (BRASIL, 2006)
No Brasil a organização da Rede de Atenção às Urgências (RAS) tem a
finalidade de articular e integrar todos os equipamentos de saúde, com objetivo de
ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de
urgência, e deve ser implementada em todo o território nacional, em 30 de dezembro
de 2010, foi criada a Portaria nº 4.279, que estabelece diretrizes para a organização
da Rede de Atenção à Saúde do SUS. Essas diretrizes foram formuladas para a
estruturação da Rede de Atenção à Saúde como estratégia para superar a
fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aperfeiçoar o
funcionamento político-institucional do Sistema Único de Saúde (SUS), com vistas a
assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços que necessita com efetividade
e eficiência, incluindo a RAS na Atenção Primária de Saúde.
A rede de urgência é constituída por: Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências, Sala de
Estabilização, Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) e o Conjunto de Serviços
de Urgência 24 horas, a Atenção Hospitalar e por fim a Atenção Primária de Saúde.
A rede nacional de urgências tem por finalidade direcionar o atendimento ao
paciente com resolutividade de acordo com a complexidade da demanda, em
16
consonância com os princípios organizativos e doutrinários do Sistema Único de
Saúde (SUS). (BRASIL, 2006).
Hodiernamente, tem sido muito veiculado na mídia a situação caótica em que
se encontram os serviços de saúde, particularmente os serviços de urgência.
Na atualidade, muitas estratégias de reorganização da rede tem sido
implementadas com intuito de qualificar o atendimento prestado nos serviços de
emergência. Essas estratégias tem por objetivo direcionar a demanda ao serviço
correspondente em função da complexidade e da necessidade do paciente.
Uma das medidas que têm sido aplicadas para essa finalidade é a
classificação de risco do paciente que procura o serviço de urgência.
A classificação de risco é um instrumento utilizado nos serviços de urgência
para estabelecer prioridades clínicas dos pacientes, quando a necessidade de
atendimento ultrapassa a oferta. O protocolo de Manchester foi criado em 1994, na
Inglaterra, com o objetivo de criar um padrão de triagem e classificação de risco. A
triagem melhora o gerenciamento do serviço, pois garante o acesso do paciente,
diminui o tempo de espera, riscos e ocorrências iatrogênicas e ainda melhora a
qualidade do atendimento. (CORDEIRO; MAFRA, 2006)
1.1
JUSTIFICATIVA
Os Serviços de Triagem conferem maior resolutibilidade e acolhimento, na
medida em que buscam atender o usuário considerando os aspectos bio-psicosociais do indivíduo e ressaltando a hierarquização dos serviços de saúde.
(AZEVEDO; BARBOSA, 2007).
Na literatura nacional e internacional, têm sido encontrados estudos que
descrevem os benefícios e aspectos positivos relacionados à implantação da
classificação de risco com o Protocolo de Manchester. No entanto, na localidade em
que se pretende desenvolver esse estudo, não foi encontrada nenhuma pesquisa
dessa natureza; desse modo, este trabalho pode contribuir para o desenvolvimento
do conhecimento acerca da realidade que se propõe estudar.
Tem-se em mente que os serviços de saúde são, por sua natureza,
intrinsecamente relacionados às condições socioeconômicas e culturais que os
envolvem, assim, conhecer o perfil clínico e epidemiológico do paciente atendido em
um serviço de saúde específico pode favorecer a identificação de aspectos
17
relacionados à rede de saúde local e, desse modo, a elaboração de estratégias de
adequação da oferta dos serviços no micro e macroespaço social.
O enfermeiro, inserido na classificação de risco, é o profissional que tem o
primeiro contato com as necessidades de saúde da população. Em sua formação,
diferencia-se
dos
demais
profissionais
de
saúde
por
aprender
conceitos
relacionados à gestão dos serviços, portanto, a identificação das necessidades de
saúde de uma determinada população pode ser entendida como um dos primeiros
requisitos para o estabelecimento de metas gerenciais que direcione as políticas de
saúde locais e regionais. Com efeito, os resultados desse estudo podem favorecer a
inserção do enfermeiro nas esferas de tomada de decisão no que concerne às
diretrizes de saúde locais.
Do cenário delineado, esse estudo se propõe a identificar o perfil clínico e
epidemiológico do paciente atendido na Classificação de Risco de uma instituição
hospitalar do sul de Minas Gerais.
1.2
OBJETIVO
Identificar o perfil clínico e epidemiológico do paciente atendido na
Classificação de Risco de uma instituição hospitalar do sul de Minas Gerais.
18
2
REVISÃO DE LITERATURA
Este capítulo reuniu as informações disponíveis na literatura quanto à
Classificação de Risco, seus aspectos técnicos e operacionais.
2.1
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Os sistemas de triagem devem utilizar instrumentos que possibilitam avaliar
rapidamente o paciente e ofereçam pouca possibilidade de erro. (CALIL, 2010)
As escalas de triagem são basicamente instrumentos que permitem ao
enfermeiro da triagem organizar suas informações e determinar o nível de prioridade
e a necessidade de avaliação médica. As primeiras escalas desenvolvidas foram
escalas ordinais, que classificavam o paciente apenas em três níveis: emergência,
urgência e não urgência. (GERDTZ; BUCKNALL, 2000)
Gilboy et al. (1999) questionaram a eficácia dessas escalas e concluíram que
havia a necessidade de utilizar um instrumento de triagem universal de fácil acesso,
passível de reprodução e validado. Para Gurney (2003), as escalas de cinco níveis
são melhores para determinar a gravidade e a necessidade de intervenções dos
pacientes, além de permitir a utilização de dados mais objetivos que aqueles usados
nas escalas de três níveis.
Wuerz et al. (1998) observou que, ao utilizar a escala de três níveis, houve
baixo grau de concordância entre os observadores com relação à gravidade dos
pacientes.
Nesse sentido, os mesmos autores afirmam que foram desenvolvidas escalas
de triagem ordinais com cinco níveis de classificação que mostraram melhor
confiabilidade, maior concordância entre os observadores e permitiram melhor
classificação do paciente de acordo com suas condições clínicas.
Nas escalas de triagem ordinais, pacientes classificados como nível 1
apresentam maior gravidade que os de níveis 2, 3 e 4; e o nível 5 representa
pacientes de menor gravidade.
Para Calil (2010) entre as escalas ordinais, de cinco níveis de classificação,
podem-se citar:
•
Escala Australiana: Australasian Triage Scale (ATS)
19
•
Escala Canadense: Canadian Triage and Acuity Scale (CTAS)
•
Escala Inglesa: Manchester Triage System (MTS)
•
Emergency Severity Index (ESI), desenvolvida por autores norteamericanos.
Os respectivos escores podem ser visualizado, no Quadro 1 abaixo.
Quadro 1 - Escalas Ordinais Utilizadas na Triagem de Pacientes em Serviços de Emergência
Escalas
ATS
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Risco
Risco
Urgência
Potencial
Não
urgência
urgência
imediato
vida
à iminente
à
vida
Não
CTAS
EMTS
ESI
Ressuscitação Emergência
Urgência
Atendimento
Muito
imediato
urgente
Urgência
Instabilidade
Ameaça
a Funções
de
vitais
Semiurgência urgência
Não
funções instabilidade vitais
de funções estáveis
Padrão
urgência
Funções
Funções
vitais
vitais
estáveis
estáveis
vitais
Fonte: PARANHOS, W. Y.; SALLUM, A. M. C., 2010.
2.1.1 Escala Australiana: Australasian Triage Scale (ATS)
A escala australiana começou a ser utilizada em 1994 e, além de estabelecer
os cinco níveis de classificação, também determina o tempo máximo que o paciente
pode esperar por avaliação médica. Esse tempo varia de avaliação imediata para
pacientes classificados como nível 1 e 120 minutos para paciente classificados como
nível 5. O protocolo de implementação da escala afirma que é clínica e eticamente
inaceitável que qualquer paciente permaneça mais de duas horas aguardando
atendimento e que tempos superiores a esse devem ser considerados como falha no
acesso e na qualidade do serviço.
20
2.1.2 Escala Canadense: Canadian Triage And Acuity Scale (CTAS)
A escala canadense surgiu em 1997 e baseou-se na escala australiana. A
CTAS apresenta uma descrição mais completa dos sinais e dos sintomas a serem
investigados para cada nível de classificação. A escala foi aprovada pela Canadian
Association Emergency Physicians e L’Association Dês Medicins D’Urgence Du
Quebec.
A escala canadense propõe um tempo máximo de espera para a avaliação
médica em cada nível de classificação, que varia de avaliação imediata para
pacientes classificados como nível 1; 15 minutos para aqueles classificados como
nível 2; 30 minutos para aqueles classificados como nível 3; 60 minutos para
aqueles classificados como nível 4; e 120 minutos para aqueles classificados como
nível 5. (PIRES, 2003)
Segundo Pires, (2003) a escala canadense conta com um manual onde estão
definidas as condições clínicas presentes nos cincos níveis e um resumo que
permite rápido acesso a sinais e sintomas. A associação, autora da escala, também
elaborou um cartaz contendo os principais sinais e sintomas em cada nível de
classificação, que permite uma consulta mais rápida.
Os parâmetros a serem avaliados nessa triagem são: queixa principal; dados
subjetivos (descrição da dor, fatores de alívio ou piora, história prévia do mesmo
problema); dados objetivos (aparência, avaliação física, sinais vitais); e dados
complementares (uso de medicações e alergias).
2.1.3 Emergency Severity Index (ESI)
O ESI, modelo proposto por Emergency... (2012) classifica o paciente em
cinco categorias, utilizando como critérios: estabilidade dos sinais vitais, grau de
sofrimento, necessidade de utilização de recursos e tempo de cuidado. Nesse
modelo, pacientes sem pulso, em apneia, intubados ou arresponsivos são
classificados como nível 1. Pacientes que apresentam situações de risco, letargia,
desorientação, confusão e dor severa são classificados como nível 2, bem como
pacientes que apresentam frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto,
frequência respiratória maior que 20 movimentos respiratórios por minuto,
temperatura menor que 36°C ou maior que 38°C, saturação menor que 90% e fluxo
21
expiratório forçado máximo menor 200L/min. Pacientes que necessitam de
intervenções
como
raio
X,
exames
laboratoriais,
medicações,
consultas,
procedimentos, mas não apresentam alterações nas mensurações aqui descritas,
são classificados como nível 3. Pacientes que necessitam de uma intervenção, nível
4, e caso não necessitem de nenhuma intervenção, nível 5. (WUERZ et al., 1998)
2.1.4 Escala Inglesa: Manchester Triage System (MTS)
A escala inglesa começou a ser utilizada em 1996 e utiliza situações clínicas,
apresentações e palavras-chave, discriminadores para definir a categoria de
triagem. Os cinco níveis são: atendimento imediato (nível 1), muito urgente (nível 2),
urgente (nível 3), padrão (nível 4) e não urgente (nível 5). Para cada nível, há
também um tempo limite de espera para o atendimento que varia de atendimento
imediato (nível 1) a 240 minutos (nível 5). (COOKE; JINKS, 1999)
2.2
PROTOCOLO DE MANCHESTER
Segundo Cordeiro e Mafra (2006), o protocolo foi desenvolvido na cidade de
Manchester, Inglaterra, em novembro de 1994 com o objetivo de estabelecer um
consenso entre médicos e enfermeiros do serviço de urgência para um padrão de
triagem ou classificação de risco. Os objetivos eram: desenvolver uma nomenclatura
comum, definições comuns, uma sólida metodologia de triagem, um programa de
capacitação e um guia de auditoria para triagem. O grupo decidiu rapidamente que a
metodologia de classificação de risco deveria ser planejada para definir uma
prioridade clínica. A decisão foi baseada em três grandes princípios: facilitar a
gestão da clínica de cada paciente; realizar a classificação de risco em um tempo
mínimo e estabelecer a prioridade clínica pela queixa principal.
Foram realizadas várias reuniões em âmbito nacional no Reino Unido entre
representantes da enfermagem e medicina dos serviços de urgência para discussão
e apresentação do produto final deste trabalho, uma escala nacional de triagem. O
documento não foi feito para julgar se os pacientes devem estar num serviço de
urgência, mas para assegurar que aqueles que precisam de cuidados de urgência
os recebam de forma adequada e rápida.
22
O hospital João XXIII da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
(FHEMIG) e o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) foram pioneiros na implementação do Protocolo de Manchester em julho de
2008, redefinindo a gestão do serviço de urgência a partir da organização da
atenção, desde a entrada do paciente e com o critério de prioridade clínica. Para as
instituições que demonstram interesse na implantação desse sistema, é feito um
acordo que permite a integração com o Grupo Brasileiro de Classificação de Risco
(GBCR). É assinado um protocolo e uma declaração de princípios, onde aceitam as
regras de sua implementação, não existindo qualquer pagamento por adesão. Existe
sim, um código de conduta para garantir a confiabilidade e a reprodutibilidade do
sistema, com a adesão às regras internacionais de utilização do Protocolo.
O Sistema de Triagem de Manchester vem estabelecer uma classificação de
risco em cinco categorias. A partir da identificação da queixa principal do usuário
pelo
enfermeiro,
um
fluxograma
específico
é
selecionado,
orientado
por
discriminadores e apresentado na forma de perguntas. Diante da história clínica e
dos sinais e sintomas apresentados, um discriminador é selecionado e o paciente é
classificado em uma das cinco categorias: emergente (vermelho), muito urgente
(laranja), urgente (amarelo), pouco urgente (verde) e não urgente (azul). Para cada
categoria existe um tempo, alvo de atendimento, que são, respectivamente, 0, 10,
60, 120 e 240 minutos. Assim, é organizado o atendimento de forma que pacientes
que apresentem sinais de gravidade tenham prioridade no atendimento (CHIANCA;
JÚNIOR; SALGADO, 2012).
2.3
ENFERMAGEM NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Segundo COFEN, Resolução nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, o
enfermeiro é o profissional que está mais hábil para exercer cuidados de maior
complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade
de tomar decisões imediatas.
A classificação de risco corresponde à priorização de atendimento nos
serviços de Urgência e Emergência e exige uma competência técnica e cientifica em
sua execução; esse processo de classificação de risco, juntamente com o
acolhimento, são partes padronizadas pelo Ministério da Saúde, da humanização da
assistência.
23
O Protocolo de Manchester prevê que o usuário seja acolhido por uma equipe
que julgará seu nível de gravidade e encaminhá-lo-á para o atendimento necessário;
para que isso ocorra, é indispensável ao enfermeiro a qualificação e a atualização
específica e continuada para atuar nesse processo de classificação de risco e dar
uma assistência de saúde priorizada.
Desse modo, entende-se que a Classificação de Risco e a priorização da
assistência nos Serviços de Urgência e Emergência é privativa do profissional
Enfermeiro. (COFEN, 2012)
Para Pires (2003), a triagem realizada pelo enfermeiro forma uma área de
atuação e melhora do gerenciamento do serviço, pois garante o acesso do paciente,
diminui o tempo de espera, riscos e ocorrências iatrogênicas e ainda melhora a
qualidade do atendimento. O enfermeiro é o profissional indicado para a realização
da triagem, pois possui capacidade de conciliar o conhecimento teórico com a
experiência prática.
24
3
MATERIAIS E MÉTODOS
Esse capítulo refere-se à descrição do local do estudo, da população
estudada e à forma de realização da coleta dos dados e análise dos mesmos.
3.1
DELINEAMENTO DO ESTUDO
Tratou-se
de
uma
pesquisa
de
abordagem
quantitativa,
descritiva
exploratória, documental de corte transversal. Na pesquisa quantitativa, considerase o que pode ser quantificável, ou seja, traduzir em números, opiniões e
informações para serem classificadas e analisadas. Para isso, são utilizados
recursos e técnicas estatísticas, como porcentagem, média, moda, mediana, desviopadrão, coeficiente de correlação, análise de regressão. É considerada descritiva,
pois tem o objetivo de descrever características de determinada população ou
fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis, são utilizadas técnicas
padronizadas de coleta de dados, questionário e observação sistemática. E
exploratória, pois visa à familiarização com o problema, tornando-o explícito, e
envolve
levantamento
bibliográfico,
entrevistas
com
pessoas
que
tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que
estimulem a compreensão. A pesquisa documental constitui em formulação de
documentos elaborados com finalidades diversas, como autorização, comunicação,
etc. O coorte transversal abrange a coleta de dados em um determinado período de
tempo. Trata-se de um grupo de pessoas com alguma característica em comum, que
vão formar uma amostra que será acompanhada por um certo período de tempo.
(POLIT; BECK, 2011).
3.2
CENÁRIO DO ESTUDO
O cenário do estudo foi a cidade de Itajubá, fundada em 19 de março de
1819. Situa-se no sul do Estado de Minas Gerais, ocupando uma área de 290,45
Km² de extensão, com população de 90.812 habitantes, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2006). A cidade possui 57 bairros,
limitando-se, ao norte, com os municípios de São José do Alegre e Maria da Fé; a
Sudeste, com Wenceslau Brás; a Sudoeste, com o de Piranguçu; a Oeste, com
25
Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira, exercendo influência direta sobre 14
municípios da microrregião.
É um dos centros urbanos mais importantes da região. Concentra e distribui
bens e serviços para os municípios limítrofes. O município é centro de referência em
assistência à saúde para dezesseis municípios do Alto Sapucaí. A cidade conta com
dois hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde – SUS: Santa Casa de
Misericórdia de Itajubá e Hospital Escola de Itajubá, da Faculdade de Medicina de
Itajubá, com níveis de atendimento de atenção básica até alta complexidade.
A Atenção Básica de Saúde da cidade é composta pelo total de 21 unidades,
sendo dezesseis Estratégias de Saúde da Família (ESF) e cinco Unidades Básicas
de Saúde, localizadas nos bairros Rebourgeon I e II, Santa Rosa, Avenida, Boa
Vista, Jardim das Colinas, Medicina, Piedade, Santa Luzia, Santo Antônio, Vila
Isabel e Zona Rural I e II (Ano Bom e Ponte Santo Antônio), Novo Horizonte, Vila
Pódis, Santos Dumont, São Vicente, Santa Rita de Cássia e Vila Rubens. (ITAJUBÁ,
2013).
3.3
LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi realizado no Pronto Atendimento da Santa Casa de Misericórdia
de Itajubá-MG, uma entidade filantrópica que atende a cidade e mais quinze
municípios da microrregião. São realizados em média mil e quinhentos atendimentos
por mês; o serviço dispõe de oito leitos, sendo cinco de observação, dois de
emergência e um leito pediátrico.
3.4
PARTICIPANTES DO ESTUDO, NATUREZA DA AMOSTRA E
AMOSTRAGEM
Os participantes do estudo foram representados pelos pacientes atendidos na
Classificação de Risco do pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia de
Itajubá-MG, no período de abril a junho de 2013, utilizando as FAAs.
Os critérios de inclusão foram:
•
FAAs dos indivíduos que foram atendidos na Classificação de Risco, no
período de abril a junho de 2013.
26
Os critérios de exclusão foram:
•
FAAs cujo impresso da Classificação de Risco estivesse danificado e
impossibilitasse a leitura.
Foi escolhido esse período em função de o mesmo representar o início da
implementação da Classificação de Risco com o uso da tecnologia TRYUS® nas 24
horas do dia.
3.5
COLETA DE DADOS
Pretendeu-se, aqui, descrever os passos que foram seguidos para a coleta
dos dados.
3.5.1 Procedimento para coleta de dados
A coleta de dados teve início após anuência do responsável pela Santa Casa
de Itajubá conforme Apêndice A, e aprovação do CEP (Comitê de Ética e Pesquisa)
da EEWB (Escola de Enfermagem Wenceslau Braz). (ANEXO E).
Os pesquisadores consultaram as FAAs no serviço de arquivo médico, não
retirando do local o documento.
Para realização da coleta de dados, foram agendados data e horário com os
responsáveis do Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME) onde as FAAs
ficam arquivadas.
3.5.2 Instrumento para coleta de dados
A coleta de dados deu-se por meio de um instrumento elaborado pelos
pesquisadores (Apêndice B), composto por 18 questões que visam a identificar o
perfil clínico e epidemiológico do paciente.
3.5.3 Organização e análise dos dados
27
Os dados foram tabulados com auxílio do Excell®. Para tratamento dos
dados, utilizou-se estatística descritiva com uso de medidas de tendência central e
distribuição, tabelas de frequência absoluta e percentual e uso de gráficos.
A discussão deu-se com base na correlação dos resultados com a literatura
pertinente.
3.6
ASPECTOS ÉTICOS
A presente pesquisa respeitou os preceitos estabelecidos pela resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, solicitou-se a autorização da diretoria da
instituição, local do estudo, para desenvolvimento da pesquisa. (ANEXO D). O
estudo foi encaminhado para o CEP da EEWB para apreciação.
Tratando-se de um estudo documental em que os dados foram coletados das
FAAs do Pronto Atendimento, não existindo, portanto, abordagem direta ao paciente,
não foi necessário a assinatura do TCLE.
Ressalta-se que o anonimato dos indivíduos cujas FAAs foram consultadas,
foi mantido, para isso as FAAs receberam numeração arábica. Pretende-se divulgar
os resultados por meio da publicação de artigo em periódico da área da saúde.
28
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados dados de 4986 F.A.A.s, onde se verificou que a média de
idade da população atendida foi de 43,31 anos. As mulheres representaram 55,2%
dos atendimentos, enquanto os homens estavam presentes em 44,8% dos
atendimentos. A maioria dos pacientes atendidos veio de bairros da região leste da
cidade de Itajubá (apêndice C), representando 30,8% dos atendimentos, onde
também se localiza a SCMI. Dados estes descritos na Tabela 1.
Tabela1 - Dados sociodemográficos (n=4986), Itajubá-MG
Variável
Frequência
Frequência
Absoluta
Relativa
Média
padrão
43,3
IDADE (anos)
Desvio
18,2
SEXO
Feminino
2750
55,2%
Masculino
2236
44,8%
Norte
166
3,3%
Sul
1254
25,2%
Leste
1538
30,8%
Oeste
955
19,1%
Fora
417
8,4%
Zona Rural
657
13,2%
PROCEDÊNCIA
Fonte: Das autoras
Coelho et al. (2011) apontam como uma das possíveis causas para a maior
demanda de atendimento na faixa etária de 41 a 60 anos a alta frequência de
doenças crônicas no período etário.
Estudo realizado no Hospital da Restauração em Pernambuco demonstrou
que a faixa etária com maior prevalência de atendimentos na emergência de adultos
permeou de 30 a 49 anos, concentrando mais de 50% dos atendimentos.
(CAVALCANTI; ARAUJO Jr.; FURTADO, 2004).
Outra pesquisa corroborou com os dados acima ao identificar o perfil dos
pacientes atendidos na sala de emergência do pronto socorro de um hospital
29
universitário.
Os resultados mostraram que 48,9% dos pacientes atendidos se
encontravam na faixa etária de 31 a 60 anos com média de 41 anos. (LIMA et al.
2011).
Coelho et al. 2011 colocam que as mulheres procuram mais os serviços de
saúde possivelmente por terem uma percepção diferenciada do seu estado de
saúde. A esse respeito, Sales e Santos (2007) apontam que as mulheres são mais
atentas ao aparecimento de sintomas e têm maior conhecimento de doenças, talvez
isso contribua para a maior procura destas ao serviços. Por outro lado, os homens
representam menos atendimentos, resultado obtido em estudo de Santos e Santos
(2010) que caracterizaram o perfil demográfico e epidemiológico da clientela
atendida em um Pronto Atendimento Municipal de uma cidade localizada na região
Centro-Oeste do Estado de Minas Gerais, onde do total de prontuários investigados,
53% foram do sexo feminino e 47% do sexo masculino.
Estudo de Araujo, et al. 2011, evidenciou que a maior procura pelo serviço foi
por pessoas que residiam perto da unidade e que o maior uso do serviço está
relacionado à menor distancia da moradia. Contribuem para isso a cultura
imediatista da população, que procura acesso fácil e tratamento rápido. Os
resultados dessa pesquisa corroboram esses achados, onde a maioria dos
atendimentos caracterizou-se por moradores de bairros da região leste, onde se
localiza a Instituição pesquisada.
Quanto à entrada no setor, pôde-se observar que o dia da semana que
concentrou mais atendimento foi a segunda-feira, com frequência de 19,8 % dos
atendimentos, e o horário de maior procura foi pela manhã com 44,7% atendimentos
e 98,9% dos pacientes atendidos não procuravam o serviço encaminhado. Dados
demonstrados na tabela 2.
30
Tabela 2 - Dados clínicos (n=4986), Itajubá – MG
Variável
Frequência Absoluta
Frequência Relativa
Segunda-feira
985
19,8
Terça-feira
762
15,3
Quarta-feira
721
14,5
Quinta-feira
751
15,1
Sexta-feira
663
13,3
Sábado
559
11,2
Domingo
545
10,9
07:00 – 13:00
2229
44,7
13:00 – 18:00
1699
34,1
18:00 – 22:00
673
13,5
22:00 – 07:00
384
7,7
Sim
56
1,1
Não
4930
98,9
DATA DA ADMISSÃO
HORA DA ADMISSÃO
ENCAMINHAMENTO
Fonte: Das autoras
Esta característica também foi ser encontrada em estudo realizado em uma
unidade de emergência referenciada de um hospital de ensino no interior do Estado
de São Paulo onde a maior procura por atendimento foi no inicio da semana, na
segunda-feira, concentrando 17% dos atendimentos e 45% dos pacientes atendidos
no turno das 7 às 12:59 horas (ARAUJO et al. 2011).
Lima, et al. 2011, em estudo que traçou o perfil dos pacientes atendidos na
sala de emergência do Pronto-Socorro de um hospital universitário do Rio Grande
do Sul, apontam que os 80% dos atendimentos foram realizados no período diurno.
Araújo, et al. 2011, evidenciaram que os dias da semana com maior número de
atendimento foram as segundas e terças-feiras e ocorreram com maior frequência
no período da manhã, com 45%. Ressalta-se que esses períodos correspondem aos
horários em que as unidades de saúde da rede estão abertas deveriam absorver a
demanda.
31
Em relação à carta de encaminhamento, Granja et al. 2013 relatam que os
serviços de urgência caracterizados como porta de entrada acabam respondendo a
uma expectativa da população, que espera um acompanhamento, seguinte e vínculo
entre profissional/paciente; o que se vê na atenção básica, e pertence a ela receber
o paciente por demanda espontânea ou programada. Onde podemos corroborar
com os resultados desta pesquisa, pois 98,9% dos pacientes foram atendidos por
demanda espontânea, não acompanhados de qualquer encaminhamento.
Em relação à prioridade clínica, encontrou-se a cor verde presente em 56,3%
das triagens, quanto à terapêutica, o que mais prevaleceu foi a opção não se aplica,
utilizada em 42,4% dos casos. A solicitação de exames não ocorreu em 86,3% dos
atendimentos, 99,8% dos pacientes não necessitaram de internação. A alta
hospitalar foi evidenciada em 92,9% dos atendimentos. Dados apresentados na
tabela 3.
Tabela 3 - Dados clínicos (n=4986), Itajubá – MG
Variável
Frequência Absoluta
Frequência Relativa
PRIORIDADE
Vermelho
18
0,4
Laranja
185
3,7
Amarelo
645
12,9
Verde
2808
56,3
Azul
855
17,1
Branco
475
9,5
Alta Hospitalar
4630
92,9
Internação
9
2,0
Observação
149
3,0
Óbito
2
0,0
Encaminhamento
196
3,9
DESFECHO
(continua...)
32
Tabela 3 - Dados clínicos (n=4986), Itajubá – MG
(conclusão)
Variável
Frequência Absoluta
Frequência Relativa
INTERNAÇÃO
U.T.I.
3
0,1
Clínica Médica
2
0,0
Clínica Cirúrgica
4
0,1
Maternidade
0
0,0
N.A.
4978
99,8
Endovenosa
1013
20,3
Intramuscular
973
19,5
Subcutânea
16
0,3
Via Oral
193
3,9
Nebulização
42
0,8
Via Retal
12
0,2
Mais de 1 parenteral
589
11,8
Recusa
31
0,6
N.A.
2116
42.4
Raio x
343
6,9
Tomografia
0
0,0
Ultrassom
1
0,0
Sangue
75
1,5
Urina
52
1,0
ECG
77
1,5
Mais de um
134
2,7
N.A
4.303
86,3
MEDICAÇÃO
EXAMES
Fonte: Das autoras
Estudo de Araújo, et al., 2011, também demonstrou 67% das triagens como
prioridade verde. No presente estudo, a prioridade vermelha, indicativa de casos de
emergência, apontou apenas 4% dos atendimentos, o que também foi evidenciado
em outra pesquisa realizado por Santos e Santos (2010) em que foi apontado
33
apenas 11% de casos emergenciais, 39% de urgências e 50% de prontuários
encaixados no perfil “outros”.
Quanto à terapêutica, o que mais prevaleceu foi a opção “não se aplica”,
incidindo em 42,4% dos casos. Santos e Santos (2010) constataram que a
prioridade da maioria dos atendimentos não foi caracterizada como emergentes ou
urgentes. Araújo et al 2011, apontam a predominância na classificação de risco de
pacientes não urgentes. Acredita-se que estas podem ser explicações para esta
opção; entende-se que, nos casos não urgentes, não há necessidade de intervenção
medicamentosa imediata, ou seja, o usuário é examinado e um medicamento é
prescrito para se realizar o tratamento em sua residência. Já os casos classificados
como emergências e urgentes, o tratamento medicamentoso tem que ser imediato e
em ambiente hospitalar.
Ainda para Araujo et al., 2011, apenas 0,2% dos pacientes foram
encaminhados para internação hospitalar e 74,1% dos pacientes atendidos na
emergência também receberam alta hospitalar.
Laus, Melo e Ohara, 2010, corroboram com as colocações acima ao afirmar
que houve predominância de pacientes atendidos em um pronto socorro de um
hospital geral na cidade de São Paulo, caracterizados em complexidade mínima e
intermediária; a maioria dos usuários não necessitava de internação e foi em busca
de consultas de rotina.
Em relação ao “Discriminador” utilizado para estabelecimento da prioridade
clínica, identificou-se que a maioria dos usuários atendidos não apresentava eventos
recentes de alterações de sinais e sintomas sem comprometimento hemodinâmico,
caracterizando, portanto, um atendimento não emergencial que não requer exames
complementares ou intervenção médica imediata. Em estudo realizado, Carpilheira e
Santos (2006), foi evidenciado que, embora os exames fossem de grande utilidade,
foi necessário considerar alguns prejuízos existentes ligados à própria prática de
exceder os pedidos de exames complementares, como o custo financeiro, a
ansiedade pela espera do resultado, a desvalorização do exame clínico, o acúmulo
de exames nos laboratórios e outros serviços, o atraso no diagnóstico nos casos em
que a evidencia clínica seria suficiente e, finalmente, os diagnósticos equivocados.
Como “Fluxograma” predominante para classificação do risco, pôde-se
observar “Mal estar em adulto” com 15,9% dos atendimentos. Apresentado no
Gráfico 1.
34
Gráfico 1 – Fluxograma classificação de risco
Fonte: Das autoras
Os sinais e sintomas que definem o “Fluxograma” “Mal estar em adulto” são
muitos, desde os mais graves, como choque, convulsão e obstrução de vias aéreas,
até os classificados como pouco graves, sendo febre e dor leve. Portanto, pode-se
justificar o maior número de classificações pertencentes a esse fluxograma.
Os “Discriminadores” predominantes foram “Dor leve recente” com 32,9%;
“Evento recente não”, com 27%; e “Dor moderada” com 7,1% dos atendimentos.
Como mostra o Gráfico 2.
Gráfico 2 – Discriminadores predominantes
Fonte: Das autoras
35
Barreto (2012), em estudo realizado no hospital de ensino de assistência
médica em nível terciário e de alta complexidade, descrevem que a dor é um dos
principais motivos de procura pelo serviço de pronto-atendimento e reportam a
prevalência de 45% nos atendimentos.
A dor é uma das queixas, no cenário hospitalar, mais frequentes, onde pode
ser encontrada principalmente no pronto-socorro. (RANA, SALLUM. 2010).
Higarashi et al. (2014), em sua pesquisa que objetivou conhecer o itinerário
percorrido pela família da criança internada em unidade hospitalar, apontam que a
procura de assistência médica em postos de saúde ou hospitais é feita apenas nos
casos em que a melhora não é alcançada, após a procura de ajuda na perspectiva
de encontrar diversas formas para solucionar os problemas. Portanto, podemos
corroborar com os achados deste estudo, que como um dos discriminadores mais
encontrados foi o “Evento recente não”, que pode ser entendido em sua essência,
que os sinais e sintomas não são recentes.
36
5
CONCLUSÃO
O perfil da amostra pesquisada foi de adultos com faixa etária média de 43
anos, mulheres, pessoas provenientes da região leste da cidade, por demanda
espontânea, nos primeiros dias da semana e no período da manhã. Os
atendimentos apontam queixas de baixa complexidade, caracterizadas na
classificação de risco pela predominância da cor verde com 56,3% e azul 17,1. A
maioria dos atendimentos não originou internação, intervenção medicamentosa e
realização de exames. As queixas mais frequentes, classificadas na triagem,
resultaram no “Fluxograma” “Mal estar em adulto” a partir dos “Discriminadores” “Dor
leve recente”, “Evento recente não” e “Dor moderada”. Os resultados apontam que
há uma demanda não condizente com a proposta de pronto-atendimento. Essa
inversão de papéis entre a atenção básica e as unidades de emergência sugere que
as unidades básicas têm apresentado falhas nas políticas de Urgência e Emergência
em seus atendimentos.
Foram encontradas, na realização do estudo, algumas dificuldades, como a
escassez de referências sobre o tema e erros no preenchimento das F.A.A.’s.
Sugere-se
novos
estudos
que
se
proponham
“Discriminadores” à terapêutica e desfecho clínico.
a
correlacionar
os
37
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontam que há uma demanda não condizente com a de um
pronto-atendimento, onde há uma inversão de papéis, tornando o atendimento de
urgência uma porta de entrada e mostra o quão ineficiente está sendo a assistência
de saúde em nível primário. Foram encontradas, na realização do estudo, algumas
dificuldades, como a escassez de referências sobre o tema e erro de preenchimento
das F.A.A.’s, o que causou dificuldade durante a coleta de dados e devido ao grande
volume de F.A.A.’s utilizadas, demandou um maior período de tempo para
computação
dos
dados
em
tabelas.
Faz-se
importante
e
necessário
o
desenvolvimento de novos estudos relacionados ao tema, devido à insuficiência de
referências sobre o assunto.
38
REFERÊNCIAS
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Minas Gerais segundo a classificação de risco. In: SEMANA DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA IFMG, III., 2010, Bambuí. Anais... Bambuí: IFMG, 2010.
WUERZ, R.; FERNANDES C.; ALARCON. J. Inconsistency of emergency
department triage. Annals of Emergency Medicine, [S.l.], v. 32, p. 431-435, 1998.
41
APÊNDICE A - Carta de solicitação para coleta de dados - Santa Casa de
Misericórdia, Itajubá-MG
42
APÊNDICE B - Instrumento para coleta de dados
Apêndice C - Instrumento para Coleta de Dados
1 Identificação
1.1 Sexo: ( ) Feminino
( ) Masculino
1.4 Episódio:
1.2 Idade:
1.3 DN:____________
1.5 Nº do Prontuário:
1.6 Data de admissão:
1.7 Endereço:
2 Queixa:
3 Prioridade:
( ) Vermelho ( ) Laranja ( ) Amarelo ( ) Verde
4 Carta:
4.1 ( ) Sim 4.2 ( ) Não
( ) Azul
( ) Branco
5 Necessidade de Transporte:
6 Origem:
7 Fluxograma:
8 Descriminador:
9 Desfecho:
9.1 ( ) Alta Hospitalar
9.2 Internação Hospitalar:
9.2.1 ( ) UTI 9.2.2 ( ) Clínica Médica 9.2.3 ( ) Clínica Cirurgica
9.3 ( ) Observação no Pronto Socorro até 12 horas
9.4 ( ) Óbito
10 Condutas Clínicas:
10.1 ( ) Exames de imagem:
10.2 ( ) Avaliação por especialidade:
10.3 ( ) Exames Laboratoriais:
10.3.1( ) Sangue
10.4 ( ) Medicações: 10.4.1 ( ) E.V. 10.4.2 ( ) I.M 10.4.3 ( ) S.C. 10.4.4 ( ) I.D.
11 Dia da semana:
12 Data/Hora:
10.3.2 ( ) Urina
43
APÊNDICE C – Procedência por regiões
NORTE
BPS
SUL
Anhumas
LESTE
OESTE
RURAL
OUTRAS CIDADES
Cantina
Vila Pódis
Água Limpa
Brazópolis
Capetinga/Gerivá Centro
Cruzeiro
Açude
Ano Bom
Cachoeira de Minas
Morro Chic
Ilhéus
Estiva
Avenida
Barbosa
Cambuquira
Nossa Senhora
da Agonia
Jadim Eldourado
Imbel
Bahamas
Barragem
Caquendi
Pinheirinho
Jardim Bernadete
Nossa Senhora de
Fátima
Bairro das Nações
Berta
Conceição dos Ouros
Vila Isabel
Medicina
Oriente
Boa vista
Buracão
Cristina
Moquém
Ponte Santo Antônio
Cafona
Cachoeira Grande
Delfim Moreira
Nossa Senhora
Auxiliadora
Porto Velho
Canaan
Canta Galo
Gonçalves
Palmeiras
Santa Rosa
Jardim das colinas
Capituba
Lorena
Ramalhete
São Sebastião
Mouras
Costa
Maria da Fé
Rebourgeon
Vaginha
Nossa Senhora de
Lourdes
Estância
Marmelópolis
Santa Luzia
Novo Horizonte
Figueiras
Paraisópolis
Santo Antônio
Pessegueiro
Frei Orestes
Pedralva
São Vicente
Piedade
Freire
Piranguçu
Tererê
Ponte Alta/Presídio
Goiabal
Piranguinho
Santos Dumont
Jardim Alterosa
Poá
São Judas Tadeu
Jarrinha
Rio de Janeiro
Vila Rubens
Juru
Salvador
Vista Verde
Marins
Santa Rita
Melos
São José do Alegre
Morangal
São Lourenço
Morro Grande
São Paulo
Paiol
Wenceslau Braz
Pedra Mamona
Pedra Preta
Peroba
Pintos
Ponte de Zinco
Rancho Grande
Retiro
Rio Manso
Salão
Santa Helena
São João
44
São Pedro
Serra dos Toledos
Sertão Pequeno
Usina Luiz Dias
Zona Rural
45
ANEXO A - Ficha de atendimento ambulatorial: avaliação médica
46
ANEXO B - Ficha de atendimento ambulatorial – Protocolo Manchester
47
ANEXO C - Impresso da Classificação de Risco
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48
ANEXO D – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
49
ANEXO E – Pacercer Consubstanciado N. 501.076/2013
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