restauração do cabelo - Clinica Cabral Barreto

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restauração do cabelo - Clinica Cabral Barreto
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Dr. Cabral Barreto, Cirurgião Plástico
Rua Tomás Alcaide, 2 Alto Sta Catarina 2795-182 Linda-a-Velha
Telm.: 938 345 678 E-mail: olanbarreto netcabo.pt
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RESTAURAÇÃO DO CABELO
A ARTE E A CIÊNCIA
Durante as últimas décadas observámos um grande desenvolvimento da arte e da
ciência na restauração do cabelo, campo no qual cremos também ter contribuído com
algumas técnicas inovadoras. Mas, embora tenhamos atingido um alto grau de
perfeição, é de esperar que novas técnicas, ou melhoramentos doutras já existentes,
continuem a surgir neste campo.
Este folheto pretende levar aos leigos nesta matéria informação sobre o estado da
arte na recuperação do cabelo quando a calvície já se instalou ou está em progressão.
I – IMPACTO SOCIAL E ESTÉTICO DO CABELO
A calvície preocupa os homens e as mulheres desde que a vaidade passou a ser
aceite como uma característica social e pode ter repercussões negativas sobre a sua
personalidade e o seu bem-estar psicossocial.
Naturalmente que, ao emoldurar a cabeça, parte mais importante do corpo
humano, o cabelo adquire um impacto social determinante. Assim, compreende-se que,
quando se descreve alguém, se mencione primeiro a cor, o comprimento, o estilo de
penteado, ou mesmo a não existência de cabelo, antes de continuar a referir as outras
características importantes do indivíduo, como a altura e o peso.
O penteado reflecte muito da nossa condição social, da nossa profissão, da nossa
cultura constituindo portanto um instrumento de expressão da personalidade da pessoa.
A escolha do tipo de penteado, coloração e comprimento revelam muito do íntimo, dos
nossos desejos e sentimentos acerca de nós próprios.
Na nossa sociedade e em muitas outras, o cabelo adquiriu pois um simbolismo tão
importante que a sua perda poderá ter efeitos muito perturbadores. E, apesar de na
«gíria» constar o contrário, os indivíduos calvos são normalmente vistos como
prematuramente envelhecidos, mais fracos e terão mais dificuldade no mercado de
trabalho bem como no relacionamento interpessoal, pelo que se compreende a sua
tendência para a depressão e baixa auto-estima.
Assim a presença ou não de cabelo e um penteado mais ou menos elaborado
poderão ter repercussões positivas ou negativas nos níveis social, profissional, sexual e
pessoal do indivíduo.
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II – A VERTENTE PSICOLÓGICA DA PERDA DE CABELO.
A preocupação com a queda de cabelo poderá ser interpretada por alguns como
uma pura e simples questão de vaidade, mas se nos transportarmos para outras situações
em que ocorreu qualquer tipo de perda, será mais fácil compreendermos as razões que
motivam estes pacientes.
Perante uma perda a pessoa reage de várias maneiras. A reacção negativa, a mais
vulgar, é a depressão que será mais ou menos intensa, e dependerá duma multiplicidade
de factores como a personalidade, raça, sexo, o estado emocional do momento e a
cultura vigente. Quer essa perda se trate dum familiar, dum membro, duma mama por
mastectomia ou da perda do emprego, cada um lidará com a situação e se ressentirá à
sua maneira e com graduações diferentes consoante essa perda.
A sociedade “permite” um certo grau e medida neste tipo de reacção, mas espera
que, passado um período de luto, mal definido é certo, a pessoa ultrapasse a situação e
acabe por aceitar o sucedido. A aceitação poderá ser mais ou menos conseguida, a
reacção mais ou menos exagerada, mas a vida continuará.
Em alguns casos, porém, a reacção faz-se pela positiva na procura de algum meio
que melhore ou diminua o impacto da perda. A própria sociedade aceita que a pessoa
tome certas atitudes de compensação como submeter-se a uma reconstrução mamária
após uma mastectomia, usar uma cabeleira para esconder a perda de cabelo durante a
quimioterapia, aplicar uma prótese de um membro nos amputados ou uma prótese
testicular. Mais ainda se justifica a reconstrução nos doentes queimados.
Se se aceita sem controvérsia a reconstrução mesmo quando não há perda de
função (nova mama na mulher na menopausa ou um testículo no idoso e tratamento das
sequelas de queimadura mesmo quando não existe compromisso funcional), também
não deveria ser considerada uma questão de vaidade a procura de uma solução para a
calvície.
Independentemente da cultura vigente, a perda afecta a pessoa de uma maneira ou
de outra. Se há calvos que se conformam e acabam até por rapar o restante cabelo
considerando ser melhor nenhum que pouco cabelo ou então seguindo a máxima de que
o calvo é belo, outros há que se preocupam exageradamente, manifestando uma
ansiedade que pode progredir até à depressão, prejudicando a sua auto-estima e
conduzindo-os ao isolamento do mundo exterior. O receio de expor a calvície inibe-os
de praticar desporto ou mesmo de estar em zonas onde o vento os possa descobrir.
Evitam o contacto íntimo e escolhem cuidadosa e estrategicamente os lugares nos
espaços públicos como restaurantes ou cinemas para que a zona calva não seja detectada
pelos outros. Perante as possíveis graves repercussões negativas quer físicas quer do
foro psicológico, será assim tão gratuito ou pura vaidade compensar de algum modo
essa perda?
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III – CAUSAS DA QUEDA DE CABELO
Fase de crescimento do cabelo
São múltiplas as causas da queda de cabelo quer masculino quer feminino.
Poderão estar relacionadas com doença, desequilíbrio hormonal, alimentação deficiente
e stress, mas a causa mais comum é a dependente dos androgéneos.
Se associarmos esta com a predisposição genética e o envelhecimento estará
constituída a tríade para o surgimento da calvície.
Melhor dizendo, a calvície estabelece-se com a confluência de três factores: a
carga genética, os androgéneos e a idade – o tempo necessário e suficiente para a
manifestação da perda do cabelo.
1 - A predisposição genética para a calvície
Os genes são as unidades de hereditariedade, feitos de ADN. Quando uma célula
se divide para dar duas células, os genes da célula mãe são distribuídos igualmente por
cada célula filha. Cada gene codifica uma ou mais proteínas. Em cada célula do nosso
corpo (excepto nos óvulos e nos espermatozóides) existem duas cópias do mesmo gene,
chamadas alelos. Um alelo é herdado da mãe e outro do pai, e cada um contém
informação ligeiramente diferente. Um exemplo é o alelo para olhos azuis e o alelo para
olhos castanhos. Por vezes, apenas a informação de um dos alelos é convertida em
proteína; neste caso diz-se que esse alelo é dominante, como por exemplo o alelo para a
cor castanha dos olhos
A predisposição genética para a calvície parece dependente de um gene
influenciado pelo sexo. Ou seja é um gene que no homem é dominante e é recessivo na
mulher, sendo portanto afectado pelas diferenças hormonais e fisiológicas de cada
sexo.
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Genótipo
BB
Bb
bb
Homem
Calvo
Calvo
Não calvo
Mulher
Calva
Não calva
Não calva
B – Alelo que determina a calvície
b - Alelo que determina a persistência dos cabelos
Outra explicação seria que este gene de carácter recessivo, apenas se encontra no
cromossoma X, o que explicaria a maior prevalência hereditária quando existe mais
calvos na linha materna.
Embora nem sempre os antecedentes de calvície sejam prenúncios da mesma, é de
recear uma grande probabilidade dela aparecer, quando existem muitos calvos nos
antecedentes familiares.
Os antecedentes servem muitas vezes para o planeamento da restauração do
cabelo. Calvícies extensas nos antecedentes poderão reaparecer nos descendentes e este
facto deverá estar sempre presente quando se faz o plano de transplante de cabelo.
Devemos contar com o pior cenário porque, caso contrário, poderá escassear a zona
dadora de cabelo.
2 - Os androgéneos
Já Hipócrates, em 400 AC, teria verificado que os eunucos nunca ficavam calvos,
e o mesmo também acontecia com os homens castrados – os “castrati” – que cantavam
nas óperas e no coro das igrejas. Mas se estes fizessem tratamento hormonal com
androgéneos poderiam desenvolver calvície.
Estas hormonas encontram-se no homem e na mulher mas em diferentes
concentrações, sendo mais predominantes no homem, o que explica a predominância da
calvície neste. As mais frequentes são a testosterona e a androstenodiona. São
produzidas nos testículos e cápsulas supra-renais no homem e nos ovários e cápsulas
supra-renais na mulher.
A testosterona é metabolizada pela acção dum enzima, a 5-alfa-reductase, e
transforma-se na di-hidrotestosterona (DHT) subproduto considerado imprescindível
para o desenvolvimento da calvície.
Este enzima existe em alta concentração em certas células do folículo piloso e nas
glândulas sebáceas. É nele, como veremos mais adiante, que se fundamentam os
tratamentos médicos actuais que consistem em bloquear a sua acção, diminuindo assim
os níveis da DHT.
3 – A idade
Por que motivo a queda de cabelo não se instala na puberdade e não diminui com
a idade? Seria de esperar que tal acontecesse, já que o pico de produção dos
androgéneos na adolescência vai diminuindo com a idade. Parece que, no processo de
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calvície, existem outros factores que vão surgindo ou desaparecendo com o avançar da
idade.
Não existe uma idade determinada para o início da queda de cabelo. Esta poderá
iniciar-se no fim da adolescência ou muito mais tarde, e ter uma evolução rápida ou
lenta. Não tem uma curva uniforme, podendo interromper a sua evolução, estabilizar e
retomá-la mais tarde.
IV – A EVOLUÇÃO DA CALVÍCIE
Graus de calvície
A evolução da calvície poderá desenrolar-se de modos distintos, pelo que é
essencial que os pacientes se familiarizem com todos os padrões de queda de cabelo e
aprendam a compará-los com o seu próprio padrão. O paciente bem informado
compreenderá melhor o processo de calvície e tratará melhor do cabelo restante.
Assim, as expectativas em relação aos tratamentos médicos ou cirúrgicos serão
mais realísticas e haverá uma melhor fidelização e aceitação das prescrições médicas.
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Evolução da calvície
À nascença, o cabelo é do tipo vellus, fino, suave e claro. Este cabelo adquire,
com o crescimento, as características do cabelo tipo terminal, mais espesso e robusto,
mais escuro e com ondulações.
Depois da puberdade, estabelece-se a curva de implantação do cabelo na região
frontal, que se caracteriza por ser baixa, recta ou até em curva para baixo.
Na década dos vinte anos, a linha de cabelo assume um aspecto “maduro” com
uma curva ascendente, com reflexões laterais que poderão evoluir aprofundando-se e
dando início às chamadas entradas se o processo de calvície androgénica se instala.
Este processo poderá evoluir da frente para trás, ou o inverso e até das duas
maneiras simultaneamente. Em alguns casos, são as entradas que se aprofundam
deixando uma península central, até se fundirem na região da coroa.
Todos aqueles que optem pela correcção cirúrgica deverão compreender que a
calvície tem uma evolução tão imprevisível que não deve ser menosprezada, sendo
necessário um acompanhamento e continuação do tratamento. Caso contrário um
óptimo resultado poderá mais tarde tornar-se noutro muito medíocre. Deverá portanto
promover-se uma estratégia de fundo particularmente no paciente jovem.
Sabemos que não é fácil convencer um jovem de 25 anos a restabelecer cabelo
com um recorte frontal como se já tivesse 40 anos, não só por razões de economia das
zonas dadoras de cabelo mas também pela procura dum aspecto o mais natural possível
para toda a vida, mas será neste pormenor de planeamento que se distingue um bom
cirurgião …
Nas mulheres também se observa calvície com padrão androgénico, com baixa
densidade fronto parietal mas respeitando a uma estreita faixa na linha frontal de
implantação de cabelo (protecção que como veremos à frente é exercida por um enzima
chamado aromatase).
A transplantação de cabelo nas mulheres é cada vez mais executada não só nestas
situações mas também noutras como nas sequelas de operações como os “face-liftings”,
ou outras situações de origem traumática.
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V – PRÓTESES CAPILARES
Perucas
A área calva poderá ser coberta com aplicações de cabelo que têm várias
denominações: extensões, cabeleiras, entretecidos, mais vulgarmente conhecidas por
capachinhos.
Mas a aceitação social do disfarce da calvície masculina tem-se revelado um
processo muito lento na cultura vigente.
Qualquer que seja o tipo de sistema aplicado é muitas vezes motivo de chacota e
assunto base para divertir audiências sendo inúmeras as anedotas de mau gosto sobre
este tema.
Isto explica o grau de paranóia e ansiedade em que vivem alguns dos que recorrem
a estas soluções, pelo receio da exposição da calvície em público e a subsequente
humilhação.
Mas não deixa de ser uma maneira simples e rápida de enfrentar a sociedade
quando ser calvo é um problema.
Já nas mulheres aceita-se com mais facilidade o uso das próteses capilares, até
porque a sociedade já está habituada, desde longa data, à alteração da aparência natural
da figura feminina quer com o uso de cosméticos, da cirurgia estética, do “bottox”, da
coloração dos cabelos ou o uso de cabeleiras.
1 - Materiais
As próteses poderão ser de cabelo humano ou sintético mas este não reúne as
qualidades do cabelo humano particularmente no que respeita à textura natural,
sensação ao tacto e aparência de cabelo real.
A origem do cabelo humano é habitualmente asiática ou europeia. O cabelo
asiático é mais barato mas é espesso e quando colorido para aproximar da cor do
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portador, torna-se ainda mais espesso. Pode ser usado como cabeleira integral mas é
mais difícil o seu uso em aplicações parciais quando o que se pretende é a sua mistura
com o cabelo restante da pessoa.
O preço é variável e depende do material usado, se são feitas em larga escala ou
por encomenda, podendo custar poucas centenas até 4 a 5 milhares de euros.
A manutenção deve também ser considerada havendo pessoas que têm duas
cabeleiras, uma em uso outra preparada para substituição.
Todas as próteses capilares têm uma base em rede ou então uma película de
material sintético que simula a própria pele, onde o cabelo é cuidadosamente
implantado com a inclinação variável de acordo com a área da cabeça reproduzindo a
erupção normal do cabelo.
A cabeleira poderá ser fixada à cabeça com molas, adesivo ou cola. As molas
constituem a maneira mais fácil mas ao prenderem-se ao restante cabelo exercem uma
permanente tracção neste, o que por si só pode ser responsável pela progressão da
calvície.
Por outro lado os adesivos e as colas podem deixar resíduos na cabeleira ou no
couro cabeludo deixando-o pegajoso e de difícil higienização.
O entretecimento será outra maneira de fixar a prótese capilar com boa
estabilidade mas o crescimento contínuo do cabelo obriga a fazer “reabertos” mensais.
Pensa-se que a tensão aplicada no cabelo restante poderá acelerar o processo de calvície.
Os homens optam pelas próteses em vez do transplante, a maior parte das vezes,
por razões económicas. Mas se forem contabilizadas todas a despesas relacionadas com
as cabeleiras, o preço inicial de compra de uma ou duas unidades, da sua manutenção e
até da sua substituição periódica ao longo da vida, o montante final poderá ultrapassar
largamente o preço do transplante de cabelo.
Infelizmente, para alguns casos extremos, nada mais se oferece do que as próteses,
quando a calvície é muito extensa e o cabelo da zona dadora é escasso.
A observação pelo especialista será então absolutamente necessária para se
determinar qual a melhor solução para cada caso.
VI – TRATAMENTO DA CALVÍCIE
São variadas as justificações para o tratamento da calvície.
Nas mulheres, porque se associa a sua feminilidade ao cabelo longo e espesso.
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Nos homens, porque pretendem retomar o aspecto anterior, deixar transparecer a
juventude que sentem ou procuram de algum modo compensar todo o trabalho que têm
tido para esconder a calvície.
Outros consideram o bom aspecto do cabelo necessário para o bem-estar no seu
todo, para competir no mercado de emprego e, mais ainda, se esse se enquadra no meio
artístico.
Mas independentemente dos motivos, que se advinham por vezes complexos ou
multifacetados, as decisões deverão ser sempre muito ponderadas. Caso contrário, o
indivíduo ansioso e desesperado poderá tornar-se presa fácil nas mãos de fabricantes de
cabeleiras ou mesmo de cirurgiões sem escrúpulos, que se aproveitarão dos seus medos
e pânicos para uma fácil e imediata exploração financeira. Isto não só levará a gastos
vultosos, mas pior ainda, a futuras trágicas consequências estéticas.
1 - O TRATAMENTO MÉDICO
E
2 - O TRATAMENTO CIRÚRGICO
1 - O tratamento médico
Com o tratamento médico pretende-se recuperar cabelo com medicamentos que
são tomados ou aplicados localmente.
No passado foram ensaiados os corticosteróides que interferem com a acção da
DHT, os antiandrogéneos (a Ciproterona), e hormonas femininas (os estrogéneos) mas
têm efeitos secundários indesejáveis pelo que não são usados actualmente.
Posteriormente verificou-se que a hormona dihidrotestosterona (DHT), derivada
da testosterona por acção dum enzima chamado 5-alfa-reductase, é a hormona
responsável pela CPM e também pela Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP). Por este
motivo, surgiu um grande entusiasmo com os inibidores da 5-alfa-redutase, primeiro o
Finasteride e, recentemente, o dutasteride, usados inicialmente apenas no tratamento da
Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP). Reduzem os níveis de DHT no couro cabeludo
e aumentam a densidade capilar.
A aplicação tópica destes medicamentos está em estudo, mas actualmente apenas
se usa a via oral.
As más notícias são os potenciais efeitos adversos mas que se revelaram muito
pouco frequentes. Receiam-se a baixa da líbido, a impotência e diminuição do volume
de ejaculação. Adicionalmente, o Finasteride causa uma diminuição do nível sérico do
Antigéneo Específico da Próstata (PSA), que, quando está elevado, é um indicador para
a detecção precoce do cancro da próstata. Por outras palavras, o uso de Finasteride faz
com que um dos mais precisos testes para uma neoplasia frequente no homem fique sem
validade diagnóstica. Outros efeitos negativos são dor ao urinar, dores no tórax,
cefaleias, dores abdominais e diarreia.
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Nas mulheres grávidas, o Finasteride, tal como todos os outros inibidores do
enzima 5-alfa-reductase, pode provocar anomalias nos órgãos genitais externos no fetomacho.
Na insuficiência hepática o uso do Finasteride deverá ser ainda mais cauteloso
pois, ao ser metabolizado no fígado, torna difícil o acerto da dose adequada.
Outros medicamentos, como o Minoxidil e o Acido Retinóico, apresentam alguns
resultados em certos casos mas não com a consistência e garantia desejável.
2 - O tratamento cirúrgico
Em 1939, o Dr. Okuda, um Dermatologista Japonês, estabeleceu os princípios de
transplantação de cabelo pelo método dos “tufos”. Estes consistiam em pequenos
fragmentos de couro cabeludo com vários folículos pilosos, colhidos com bisturi ou
com punções biopsia, das zonas temporoccipitais, usualmente não envolvidas no
processo de calvície. Os trabalhos de Okuda envolveram apenas situações póstraumáticas e não de calvície androgénica.
Vinte anos mais tarde, Orentreich (1959) publica os seus trabalhos, usando este
método em vários tipos de alopécias e particularmente na androgénica, e propõe a
designação de “donor dominance” para descrever a manutenção da integridade e
características da pele transplantada, independentemente da zona receptora. Ou seja, os
folículos pilosos das zonas laterais e posteriores da cabeça continuarão produzindo
cabelo quer sejam enxertados nas áreas calvas, supracílios, barba ou outros locais
pilosos.
Durante décadas esta técnica não sofreu alterações até 1990. Nessa altura, em cada
sessão de transplante, transferiam-se até 100 tufos com 15 a 20 folículos pilosos. O
resultado era medíocre parecendo «cabelo de boneca».
Recorria-se também às próteses expansoras que permitiam a excisão quase
completa da área calva.
Paralelamente, desenvolvia-se o método dos ”retalhos” que consistia na
transferência de faixas de couro cabeludo das zonas têmporo-parieto-occipitais para a
região frontal. A principal diferença em relação aos tufos reside na circunstância do
cabelo do retalho continuar a crescer imediatamente após a sua transferência. Era a
primeira geração do transplante de cabelo.
No princípio da década de 1990, percebeu-se que, transplantando tufos muito mais
pequenos, a “pega” era mais segura e o cabelo tinha um aspecto mais próximo do
normal. Rapidamente foi-se criando nova instrumentação, melhorou-se a técnica de
colheita e de anestesia, o que permitiu que alguns cirurgiões transplantassem muitos
minitufos de cada vez. Havia como que uma competição para ver quem transplantava
mais tufos chegando alguns a transplantar 4.000 tufos em cada sessão. Era a segunda
geração do transplante de cabelo – a geração da quantidade.
Nesta altura, a única limitação era a quantidade de zona dadora disponível. Após a
euforia inicial, questionava-se se um transplante de 4.000 tufos daria o dobro do cabelo
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dum transplante de 2.000 tufos ou se apenas se transferiu uma quantidade dupla de tufos
mas com a mesma quantidade de cabelo. E quanto mais pequeno é o microtufo maior a
percentagem de folículos lesados com este procedimento, o que é extremamente
prejudicial. Cada folículo lesado é um cabelo perdido pois na transplantação de cabelo
há apenas transferência de folículos duma zona para outra e não regeneração de cabelo.
Paulatinamente iniciou-se uma nova fase em que, além do número de tufos, houve
a preocupação de diminuir a lesão folicular e melhorar os resultados. É a terceira
geração do transplante de cabelo – a geração da qualidade.
O tratamento cirúrgico da calvície compreende portanto fundamentalmente dois
métodos que poderão ser usados solitariamente ou combinados de acordo com as
particularidades de cada caso: a excisão da área calva e o transplante de cabelo.
2.1 -Excisão da área calva,
2.2 - Transplante de cabelo
2.1 -Excisão da área calva.
Pretende-se com este método reduzir o mais possível a zona calva, o que permitirá
acelerar todo o tratamento ao exigir menos transplantes de cabelo para obtenção da
densidade capilar pretendida.
Esta operação, muito divulgada a partir de 1970, foi perdendo o seu interesse
estando actualmente reservada para quando o couro cabeludo tem lassidão considerável.
Verificou-se que o ganho obtido com a redução se perdia muito precocemente,
parecendo até que provocava uma aceleração do processo natural de calvície.
Causava assim um grande desapontamento nos médicos e pacientes ao verificar
que grande parte do ganho conseguido se perdia, com a agravante de deixar como
sequelas cicatrizes, algumas delas difíceis de camuflar.
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Expansores
Expansores
O expansor é uma prótese de silicone que consiste num balão com uma válvula de
enchimento acoplada. Esta prótese é colocada vazia por baixo das zonas laterais da
cabeça que têm cabelo e, através da válvula, vai-se enchendo progressivamente,
dilatando e expandindo assim a zona pilosa tal como acontece com o abdómen na
gravidez. Num segundo tempo operatório, retiram-se as próteses e as zonas laterais
avançam superiormente conseguindo-se excisar toda a zona calva, (com excepção da
área frontal), em dois tempos operatórios.
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Parece tratar-se do ovo de Colombo, mas a deformação que provoca durante a
expansão, com a formação de dois grandes tumores na cabeça, leva a que este método
seja praticamente usado apenas em casos de perdas de cabelo de origem traumática,
como em queimaduras.
Em Portugal, usamos este método apenas em reconstrução, pois não o achamos
justificável na área da Estética dada a deformação que provoca quando se procede à
expansão.
Os retractores – O retractor é um método que procura obter o mesmo efeito que
o expansor mas com vantagens.
Trata-se da aplicação de uma membrana de silicone elástica por baixo da zona que
se pretende retirar. É aplicada esticada e depois vai retraindo (daqui o seu nome),
repuxando para cima as zonas com cabelo, criando assim pregas na zona calva. Num
segundo tempo operatório, o cirurgião excisa o excesso assim conseguido.
Deste modo, excisam-se zonas calvas sem criar deformações na cabeça da pessoa
e sem serem necessárias as múltiplas injecções para enchimento do expansor.
Para colmatar estes indesejáveis efeitos, algumas manobras e instrumentos foram
entretanto desenvolvidos. Referimo-nos ao extensor de Frechet, à sutura de silicone de
Nordstrom, ao ancoramento periósteo dos retalhos de Seery, ou então a modificações
das incisões como a de “M” de Marzola.
Actualmente o uso da redução da área calva está apenas reservada para casos
muito seleccionados.
2.2 - Transplante de cabelo
2.2.1 – Método dos retalhos
2.2.2 - Método dos enxertos
2.2.1 - Método dos retalhos
Consistia na transferência de faixas de couro cabeludo das zonas temporo-parietooccipitais para a região frontal mantendo-se um pedículo por onde se faz a irrigação
sanguínea. Tinha a vantagem da cobertura imediata de cabelo, mas deixava sinais
evidentes de cirurgia e normalmente exige vários tempos operatórios, alguns dos quais
sob anestesia geral e com internamento. A principal diferença em relação aos tufos
reside na circunstância do cabelo do retalho continuar a crescer imediatamente sem
interrupção após a sua transferência.
Os primeiros retalhos descritos datam de 1980. Em 1919, Passot e, em 1957,
Lamont publicam a sua experiência com retalhos de pequena dimensão mas só em 1972,
com os trabalhos apresentados pelo argentino José Júri com o seu retalho de grandes
dimensões, é que esta técnica se desenvolveu.
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Esquemas de retalhos de Júri
Em 1980, Kitaro Ohmori apresenta trabalhos com retalhos livres usando técnica
de microcirurgia.
O entusiasmo para estes grandes retalhos diminuiu gradualmente em especial para
o retalho de Juri, pois o cabelo crescia com direcção contrária ao normal e em faixa, o
que é antinatural, quando o que se pretende é uma distribuição uniforme. Foram sendo
preteridos em relação aos outros retalhos mais pequenos e mais seguros, como os de
Nataf, Stough, Dardour, Bouhanna, Frechet, Nordstrom, Cabral Barreto e outros.
Todavia aqueles retalhos continuam a ser usados no tratamento das alopécias de origem
traumática como nos escalpes parciais e queimaduras
A introdução de próteses expansoras de tecidos em 1980 tornou possível a
realização de retalhos maiores e com mais segurança.
De qualquer modo, as sequelas cicatriciais dos retalhos são de tal maneira
importantes que têm motivado os pacientes e cirurgiões para a opção de outras
alternativas, nomeadamente a dos microtransplantes.
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2.2.2 - Método dos enxertos
Os primeiros enxertos consistiam em fragmentos de couro cabeludo com mais ou
menos folículos pilosos colhidos nas zonas laterais e posterior da cabeça, zonas que não
são afectadas pelo processo de calvície. Estes quando transplantados para as zonas
calvas, produzem cabelo indefinidamente. É um dado adquirido e comprovado pelos
milhares de transplantações já realizadas. O novo cabelo é exactamente igual ao da zona
dadora só que agora nasce noutro local. A textura, a ondulação e a coloração são
idênticas e acompanham as mesmas transformações do resto do cabelo. Assim o cabelo
branco pode aparecer na mesma altura, se essa alteração da cor acontecer.
O método dos enxertos recebeu grande popularidade durante várias décadas da
segunda metade do século passado graças aos trabalhos publicados de Orentreich.
Tratava-se de fragmentos cilíndricos com 40 mm de diâmetro, em número de 40 a 100
por sessão.
Estes enxertos com 15 a 20 folículos, mesmo quando “pegados” integralmente,
originavam cabelo com aspecto pouco natural como o das bonecas.
Já em 1970, começam a aparecer trabalhos em que a preocupação era a de
miniaturização e do aumento do número de enxertos por sessão.
Em 1983, Carlos Uebel, do Brasil, parece ter sido o primeiro a realizar as
chamadas mega-sessões de 1000 ou mais enxertos por sessão.
Em 1994, William Rassman, da Califórnia, revela ter realizado mais de 3600
numa sessão.
Estes exageros não equivaliam a mais cabelo e algumas vezes triplicavam o tempo
de cada sessão. Foram paulatinamente sendo abandonados e substituídos por sessões
mais curtas em que se transplantam 700 a 1000 microtufos.
É o método que actualmente consegue o melhor equilíbrio entre a tecnologia e a
arte, ou seja, alia qualidade à quantidade do cabelo transplantado e é de longe o mais
usado por ser mais fiável, mais simples e com resultados que mais se aproximam do
normal
Os enxertos podem ter um simples folículo piloso (Enxerto monocapilar), dois a
cinco folículos (O Micro-tufo ou unidade folicular) ou seis a doze folículos (O
Minitufo).
O número de cabelos varia conforme a densidade pilosa das zonas dadoras.
Quando esta é grande, maior será o número de folículos em cada enxerto ou tufo.
À partida, o enxerto monocapilar será aquele que reproduzirá um revestimento
piloso idêntico ao normal já que nos dá uma distribuição uniforme. Todavia, a
quantidade de cabelo transplantada é menor, tornando-se um processo moroso pelo que
é reservado para a linha anterior do cabelo. O microtufo e a unidade folicular são os
usados actualmente.
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Normalmente são necessárias três ou mais sessões de transplante, espaçadas de
várias semanas ou meses, a fim de se obter uma densidade de cabelo aceitável.
2.2.2.1 - O transplante de unidade folicular
Foto duma unidade folicular
A erupção natural do cabelo no couro cabeludo não acontece de uma maneira
uniforme de apenas um único cabelo, mas mais frequentemente em grupos de 2 até 4
cabelos. São as unidades foliculares.
Atendendo a este pormenor, os cirurgiões procuraram reproduzir aquela
normalidade e iniciou-se um processo de transplante em que se procura isolar aquelas
unidades foliculares de 1 a 4 cabelos.
Esta técnica exige o uso de meios de amplificação, quer lupas ou até o
microscópico, para a colheita, dissecção e inserção das unidades foliculares.
Os resultados são muito bons, mas quando a área a transplantar é grande, exige
muito mais tempo operatório chegando a duplicar, e até triplicar, o tempo de uma sessão
de microtransplante.
Daí que o transplante de unidades foliculares não seja usado preferentemente por
todos os cirurgiões mas antes reservado para as zonas mais críticas como as regiões
frontal, temporal e da coroa.
2.2.3 - Número de microtufos
Se considerarmos uma calvície extensa, tipo grau IV, com 10 x 20 cm, e se
pretendemos uma densidade mínima de 40 cabelos por cm2 atingimos um total de 8000
cabelos. Se optarmos por microtufos que têm 3 a 5 cabelos, necessitaremos de 2000 no
total. Se preferirmos unidades foliculares chegaremos às 3500 na totalidade.
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Há a possibilidade de aumentar a densidade mas quando se exagera poderá
comprometer a “pega” dos microtufos e obter um efeito contrário ou seja, menor
densidade pelo pouco recrescimento do cabelo.
2.2.4 - A linha anterior do cabelo
A linha anterior do cabelo assume, pela sua situação, uma importância primordial
no todo do couro cabeludo.
Limitando superiormente a face, tal como a parte superior da moldura de um
quadro, acaba por revelar pormenores identificadores da pessoa. Pela sua posição mais
ou menos recuada, dá-nos dados sobre a idade da pessoa. A exposição de parte ou de
toda a linha frontal consoante o penteado, denota preocupações com uma imagem mais
ou menos atractiva, jovem e cheia de vitalidade.
Compreende-se, por estes motivos, que, em situações de calvície, exista a
preocupação, algumas vezes obstinação, em trazer cabelo de zonas longínquas do couro
cabeludo, com penteados de elaboração ultra complexa, para criação de uma linha
frontal. Infelizmente para esses indivíduos, esses esforços resultam na maioria das vezes
infrutíferos, quando não criam figuras ridículas.
2.2.5 – Posicionamento da linha frontal do cabelo
Linha de implantação frontal
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Quando se planeia a linha do cabelo, deve-se considerar mais o futuro do que o
presente. O passado é passado. Neste momento interessa conjugar vários objectivos
como a naturalidade, a discrição, e a preservação da zona dadora, que é limitada. Isto
assume maior importância se o indivíduo for jovem.
O cabelo transplantado nunca mais cairá, ou seja, a linha recriada será imutável
mesmo com o envelhecimento.
Quanto mais recuada dentro do aceitável, menor será a quantidade de cabelo para
densificar a zona calva. Poderá parecer um exagero ao indivíduo novo mas ele
agradecerá quando for mais velho. Mas não será tarefa fácil convencê-lo a passar a ter
uma linha de cabelo duma pessoa mais madura. Se houver algum exagero será fácil
avançar uma linha recuada enquanto o contrário deixará cicatrizes visíveis se for
necessário ajustar essa linha mais atrás.
Uma vez demarcada a linha de cabelo, a colocação dos microtufos ou transplantes
foliculares ou monocapilares é feita irregularmente numa procura consciente da criação
de uma faixa com densidade progressiva, tal como se passa naturalmente.
2.2.6 - A importância da coroa
A coroa requer alguns cuidados especiais quando a transplantação está indicada.
Se considerarmos uma calvície de grau IV, a área frontal que se estende desde a
linha anterior de implantação capilar à linha que une as duas regiões temporais terá
cerca de 50 cm2, a área parietal ou intermédia terá cerca 150 cm2 e a coroa, na parte
mais posterior da calvície, poderá chegar aos 175 cm2.
Acaba por ser a área com mais consumo no que respeita a número de microtufos.
Tendo como objectivo apenas uma densidade mínima (mais ou menos 35 cabelos
por cm2), só para a coroa precisaríamos de 2600 unidades foliculares ou metade em
microtufos. Uma maior densidade exigirá até 7000 unidades foliculares, o que é demais
quando falta considerar as outras zonas.
Se nos lembrarmos que a área dadora é limitada pergunta-se se é justificado
aplicarem-se tantos preciosos microtufos numa zona que apesar de importante, o é
certamente menos quando comparada com a região frontal que tem uma posição
estratégica de relevo.
Assim, no indivíduo jovem com início de calvície na zona da coroa, há que evitar
a tentação de transplantar com densidade alta, até porque o mais provável será a
progressão da calvície e então acabar-se-á com um halo sem cabelo à volta de uma ilha
de cabelo previamente transplantado.
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Será por certo mais apropriado tratar medicamente com inibidores da 5-alfaredutase, já que se trata de uma zona que responde bem a este tratamento ou então
transplantar para manter uma densidade mínima, reservando quase todo o potencial da
zona dadora para a região frontal.
VII – A OPERAÇÃO DE TRANSPLANTE
Procuraremos neste capítulo desmitificar todo o processo de transplante,
informando sobre todos os pormenores que o envolvem antes, durante e após a sessão.
Seja qual for o método de transplante escolhido, será sempre um tratamento a
realizar em ambulatório salvo qualquer contra indicação.
1 -Pré-operatório
Anti-inflamatórios, aspirina, álcool e vitamina E são de evitar antes do transplante.
Recomenda-se um calmante para aqueles mais apreensivos e que, de outra
maneira, terão dificuldade em dormir.
De manhã deverão lavar a cabeça com o seu habitual champô ou então com
betadine espuma.
À chegada à clínica, mudará de roupa para vestuário próprio de sala de
tratamentos.
A cabeça é de novo lavada com betadine espuma e serão realizadas fotografias em
vários ângulos para documentar toda a situação de calvície, mas sempre com o cuidado
de preservar a identidade da pessoa.
Nesta altura é usual nova conversa com o cirurgião, que novamente explicará ao
paciente tudo o que irá ser feito, particularmente a altura da testa e outros pormenores,
sempre com o propósito de o acalmar e promover confiança na equipa que o vai tratar.
O cirurgião examinará de novo o couro cabeludo, a zona calva e a zona dadora
procurando qualquer lesão que condicione o transplante, pesquisará que medicamentos
estarão porventura a ser tomados, se existem alergias medicamentosas, e avaliará o
estado de tensão em que se encontra o paciente.
É administrado novo comprimido de calmante, tipo benzodiazepina, e é solicitado
ao paciente uma passagem pelos sanitários afim de esvaziar a bexiga, já que estará
impedido de o fazer por 3 a 4 horas, tempo que dura todo o procedimento de
transplante.
O doente instalar-se-á confortavelmente numa marquesa tipo estomatologia e o
cabelo é então cortado numa pequena faixa com cerca de 1 cm de largura por 15 cm de
comprimento na região occipital ou lateral da cabeça.
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Equipamento duma sala de microtransplante
2 – A anestesia e a assepsia
A anestesia é considerada como das principais alavancas no desenvolvimento de
toda a cirurgia e em particular da cirurgia plástica.
Quando, em 16 de Outubro de 1846, no Massachusets General Hospital, EUA,
Charles Morton realizou a 1.ª anestesia geral com éter, para o cirurgião John Collins
Warren extrair uma glândula submaxilar, estabeleceu um ponto de ruptura com o
passado. A partir daquele momento, em que a dor se eliminou do acto cirúrgico, o
avanço foi espectacular.
Igualmente importante foi a implementação dos cuidados de assepsia a partir de 9
de Agosto de 1987, quando Joseph Lister apresentou, em Glasgow, no XXV Congresso
da British Medical Society, o seu trabalho “Princípio Antisséptico”. Desde então,
passou a haver a preocupação com a assepsia em cirurgia o que fez cair drasticamente
as infecções no pós-operatório.
Paralelamente, os anestésicos locais também se foram desenvolvendo, e serão
estes os que são utilizados quase exclusivamente em todos os procedimentos no
tratamento cirúrgico da calvície.
A anestesia local reúne várias vantagens. Provoca uma vasoconstrição eficaz
impedindo perda de sangue e simplificando toda a execução do transplante. Além disso,
permite que o paciente saia no final para casa.
No transplante, a anestesia local é idêntica à que foi desenvolvida por um
cirurgião americano Klein, especialmente para as lipoaspirações. Consiste na infiltração
de grandes volumes de uma solução composta de soro fisiológico, anestésico e um
vasoconstritor. É a chamada anestesia local tumescente. Depois de ensaiada no
transplante de cabelo, veio a revelar-se uma técnica anestésica espectacular sendo
actualmente a preferida por todos os cirurgiões. Consegue-se fazer todo o procedimento
com uma hemostase perfeita, com uma perda de sangue mínima e, no pós-operatório, as
equimoses na face são quase imperceptíveis.
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A anestesia é iniciada com um instrumento sem agulha que injecta através da pele
uma pequena porção de anestésico ao longo da faixa de couro cabeludo atrás referida.
Este anestésico é do tipo lidocaína, vulgarmente usado em estomatologia.
Completa-se a anestesia infiltrando mais anestésico muito lentamente para não
causar qualquer desconforto no paciente.
Existe um controlo na quantidade de anestésico procurando usar apenas o
necessário e respeitando um limite de segurança, que não deve ser ultrapassado.
Normalmente, a quantidade usada está muito aquém da dose máxima permitida.
Completada a anestesia, a zona dadora é infiltrada com soro fisiológico até ficar
bem tumescente. Esta manobra permite a colheita sem qualquer dano dos folículos
pilosos ou das restantes estruturas como vasos e nervos da zona dadora.
A partir deste momento, o paciente apenas sentirá puxar ou mexer na cabeça sem
percepção de qualquer dor.
Equipa médica no transplante
3 - O transplante
3.1 – A zona dadora - Instrumentos de colheita: Lâmina simples ou multilâmina?
A zona dadora encontra-se nas regiões occipitais e temporais (posterior e laterais)
da cabeça.
Com um instrumento especial, procede-se à colheita de sete tiras de couro
cabeludo com 1mm de largura e com comprimento variável, dependendo da quantidade
necessária de microtufos. É fundamental respeitar a gálea, estrutura músculoaponevrótica que se estende da região frontal à occipital, onde se encontram os vasos e
nervos.
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Estas tiras são depois transformadas em múltiplos microtufos.
O cirurgião encerra a zona dadora com uma sutura cujos pontos devem ser
retirados aos 12 dias. Em alternativa, poderá ser usado material reabsorvível que se
dissolve com o tempo.
3.2 - O uso do microscópico
É advogado por alguns cirurgiões, mas além de prolongar demasiado o tempo
cirúrgico, o resultado final poderá não ser muito diferente quando se usa apenas lupas.
Tudo dependerá da experiência e habilidade dos executantes.
3.3 - A zona receptora: Micropunções versus microincisões.
Lâminas 15, 11 ou agulhas Nokor.
Completada a colheita, a atenção é então dirigida para a região calva, onde se
repetem os passos da anestesia efectuados na região posterior.
São então criadas microincisões em número igual ao dos microtufos já
individualizados pela restante equipa. Quando a calvície está já estabelecida, preferimos
as punções, permitindo assim remover alguma área calva. Nas outras situações,
preferimos as agulhas Nokor, que permitem inserir os microtufos entre o cabelo ainda
existente na região receptora
Nas alopécias tipo difuso, existe o cuidado de não lesar o cabelo que ainda existe
na região receptora.
Então, três ou quatro elementos da equipa iniciam a colocação dos microtufos em
toda a área calva. Os microtufos com menos folículos são destinados à parte mais
anterior da região frontal para criar uma zona de transição, dando um aspecto muito
próximo do normal.
VIII – O PÓS-OPERATÓRIO
Após o transplante, deverão ser tomadas medidas e precauções para proteger o
cabelo na sua nova localização. Afinal tratou-se de um investimento importante e
ninguém quererá pôr em risco o sucesso do mesmo. Os folículos transplantados são
únicos e a zona dadora útil é limitada.
No fim do transplante, a cabeça é lavada pelo pessoal da clínica, não sendo
usualmente necessária a aplicação de qualquer penso.
As instruções prescritas deverão ser relidas com mais calma sem o entusiasmo do
pré- operatório, até que sejam totalmente apreendidas:
- Dormir no sofá ou na cama mas manter a cabeça elevada com duas ou três
almofadas.
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- A segunda lavagem da cabeça deverá ser feita preferencialmente na clínica às 24
ou 48 horas após o transplante. O paciente poderá fazê-lo diariamente se necessário,
desde que seja cauteloso aplicando o champô com um pincel de barba de pêlo macio nas
crostas que cobrem os microtufos.
- Os analgésicos serão apenas necessários no primeiro dia, mas os antiinflamatórios deverão ser tomados até ao 3º dia.
- A cicatrização causa um certo prurido mas deve evitar-se mexer nestas crostas
pois os microtufos poderão ser desalojados. As crostas cairão a partir do 10º dia como
se fossem caspa grosseira. Para acelerar a queda das crostas poderá ser aplicada na zona
transplantada creme ou óleo de amêndoas doces, à noite.
- Durante mais ou menos duas semanas notar-se-ão pequenos pontos castanhosescuros que são as crostas dos enxertos. Estas não devem ser perturbadas para não
interferir com a cicatrização dos tufos.
Os folículos pilosos transplantados ficarão em fase de repouso durante dois meses,
após o que iniciarão a produção do cabelo. Este cabelo pode crescer indefinidamente no
seu ritmo normal, ou seja, pouco mais de um centímetro por mês.
1 - Complicações
Fistulas arteriovenosas na região dadora, quistos de inclusão e insuficiente “pega”
dos microtufos.
Esta “pega” deficiente está muitas vezes dependente da fadiga dos executantes,
fadiga esta mais associada às transplantações de grande número de microtufos.
A acção química dos anti-sépticos, álcool, água oxigenada, água pode lesar os
frágeis folículos pilosos.
Quanto mais pequeno é o microtufo, mais vulnerável se torna aos microtraumatismos.
2 - Cicatriz da zona dadora
Cicatrizes viciosas, largas e algumas vezes hipertróficas poderão desenvolver-se
em algumas situações. Pensa-se ser devido à sutura com tensão, ou a colheitas em áreas
muito baixas, perto da região cervical.
A correcção é difícil devendo proceder-se à excisão parcial e por segmentos, à
tatuagem e algumas vezes à inserção de alguns microtufos.
IX – O QUE ESPERAR DO TRANSPLANTE
Não será demais relembrar que, após o transplante, se dá início a um processo
chamado eflúvio anagénico, que se traduz numa queda progressiva de quase todo o
cabelo dos folículos transplantados, até cerca das 8 semanas. Muitas vezes este cabelo
cai com a queda das crostas.
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As pessoas não prevenidas poderão ficar alarmadas com este facto. Todavia esta
queda é perfeitamente normal e abrange quase a totalidade dos microtufos. Após este
período, dá-se a erupção do cabelo novo que crescerá ao ritmo de 1 cm por mês em
média. Assim, ao fim do 3ºmês, o cabelo terá 1 cm de comprimento, ao 4º, dois
centímetros, ao 5º, três centímetros, etc. Aos seis meses, já pode ser avaliado
objectivamente o resultado do transplante e decidir-se ou não por outra sessão de
transplante.
Existe outra queda de cabelo que abrange alguns dos folículos pilosos da área
receptora que estão próximos dos microtufos. É o eflúvio telogénico, que acontece cerca
dos dois a três meses após o transplante. Os folículos existentes na zona dadora,
traumatizados pela proximidade dos microtufos, e também pela compressão ou pela
vasoconstrição da mistura anestésica, entram numa fase de repouso (telogéneo) e caem.
Esta queda, numa zona em que a densidade já era baixa, preocupa naturalmente os
menos avisados.
Inicialmente, o cabelo nasce muito fino mas, à medida que vai crescendo, aumenta
de espessura e vai adquirindo a textura do cabelo da zona donde foi colhido. Algumas
vezes, porém, acontece o cabelo nascer com mais ondulação mas progressivamente vai
readquirindo a cor e qualidade antes da transplantação.
A cicatrização da zona dadora tem uma fase inicial inflamatória, moderadamente
dolorosa e com algum prurido nos primeiros três ou quatro dias.
X – Previsões do número de transplantes
Quando se equaciona transplantes adicionais pergunta-se
- Quando?
- Quantas?
É extremamente importante que se considere a possibilidade de outras sessões de
transplante antes de se realizar a primeira e para tal muitos factores deverão ser
ponderados como a idade, o grau de calvície, a velocidade da queda, o tipo de cabelo, a
maleabilidade do couro cabeludo e até o tipo de penteado desejado.
1 - Idade
Os pacientes jovens com processo de queda em evolução tendem a ser menos
realistas quanto aos resultados. Porque nunca se viram completamente calvos, e porque
a reposição de cabelo nunca vai recuperar todo aquele que foi perdido. Até mesmo o
cirurgião terá muita dificuldade em saber até onde se estenderá a queda do cabelo.
Será difícil convencer este paciente que a linha de cabelo deverá ser mais recuada,
ou seja, própria de uma idade mais avançada do que a dele.
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Se nestes casos for feita uma sessão de transplante muito densa, poderá acontecer
um eflúvio telogénico ou até mesmo acelerar a queda já em evolução.
Estes pacientes jovens deverão ser avisados que os transplantes devem
acompanhar o processo de calvície e que se deve ser muito criterioso no uso da zona
dadora.
Os pacientes mais idosos, alguns com vários anos de calvície, cujo grau mais ou
menos avançado já se estabeleceu, aceitam com satisfação o repovoamento das áreas
calvas mesmo que com menor densidade.
2 - O grau de calvície
Na calvície extensa, uma única mega-sessão poderá satisfazer o paciente mas, por
norma, fazem-se duas sessões para compactar e reforçar as zonas da frente e da coroa.
Nos casos em início de calvície, próprios dos jovens, a dificuldade existe em
decidir em esperar ou avançar, em que zona e em que quantidade. São questões por
norma difíceis de debater com uma pessoa que se encontra mental e emocionalmente
fragilizada e ansiosa por recuperar todo o cabelo que já perdeu.
3 - A velocidade da queda
Quando esta é acelerada, o que poderá acontecer nas idades jovens, impõe-se uma
reflexão ponderada nas atitudes a tomar. O jovem deve ser calmamente informado, mas
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com clareza, de tudo o que está envolvido nestas situações. Lembramos que se
actuarmos muito precocemente podemos até acelerar o processo de queda e que
provavelmente serão necessárias várias sessões de transplante.
4 - O tipo de cabelo e densidade
Resultado após uma única sessão de microtransplante
O cabelo mais ondulado, mais denso, de cor mais clara, próxima do branco,
permitirá o melhor resultado.
5 - A maneabilidade do couro cabeludo
Quando o couro cabeludo é laxo, poderá ser equacionada uma excisão parcial da
área calva antes de se iniciar a reposição de cabelo. Consegue-se deste modo reduzir,
em maior ou menor grau, a zona a receber cabelo, o que se pode traduzir numa medida
economizadora da zona dadora.
6 - O estilo de penteado
Quando o cabelo é penteado para trás sem repartido, exige menos cabelo na coroa.
Quando o cabelo é repartido, a transplantação deverá ser mais densa no lado do risco e
também na coroa.
Por outro lado, o cabelo seco e ondulado dará uma melhor cobertura de cabelo
com aspecto mais denso do que o cabelo molhado ou com gel.
XI – SEQUÊNCIA DOS TRANSPLANTES
Apesar de ser possível realizar nova sessão no fim de um mês, será aconselhável
esperar mais de seis meses para verificar toda a potencialidade de crescimento do cabelo
transplantado. Será então mais fácil verificar quais as zonas em que é preciso reforçar a
densidade do cabelo e também ajustar ou acertar a linha anterior do cabelo.
Nesta altura o couro cabeludo terá recuperado a sua elasticidade, sendo mais fácil
também a colheita de novos tufos.
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Entretanto, se houver uma progressão da calvície, é também uma boa altura para
preencher as novas zonas calvas.
XII – PLANEAR À DISTÂNCIA
Quando o paciente é jovem, a preocupação dele é a resolução do problema no
imediato. Ele quer recuperar o cabelo quando, segundo a sua opinião, mais falta lhe faz
para gozar a sua juventude e lidar com a concorrência no trabalho e no seu meio
profissional.
É perfeitamente compreensível que assim seja e todos aqueles que perderam o
cabelo precocemente o sabem.
Mas esta atitude poderá acabar por ter repercussões negativas quando os
resultados não atingem as expectativas do paciente. Desiludidos e frustrados, poderão
voltar-se contra o próprio cirurgião particularmente se este foi responsável ao alimentar
aquelas expectativas irrealistas.
Sendo a região dadora limitada e não renovável é completamente impossível
cobrir todo o cabelo com a densidade anterior à queda.
A transplantação distribui o cabelo de forma estratégica de maneira a retirar o
rendimento máximo, não do número, mas do comprimento do mesmo. Assim, um
cabelo com 10 cm de comprimento será igual a 10 cabelos com 1 cm de comprido em
termos de cobertura.
A transplantação requer um treino intenso do cirurgião e da sua equipa, que deverá
ter, além de técnica apurada, um sentido artístico e estético bem desenvolvido.
Mesmo assim, acontecem resultados menos satisfatórios, as mais das vezes por
planeamento defeituoso, mesmo com as técnicas mais recentes.
XIII – A TRANSPLANTAÇÃO NA MULHER
Se a calvície já perturba significativamente os homens, na mulher ela pode ser
responsável por grande ansiedade e sofrimento emocional. O cabelo tem uma grande
importância na estética feminina e é muito valorizado como uma característica própria
da mulher. A perda do cabelo assume grande significado em relação à auto-estima, pelo
que é motivo frequente para o seu tratamento.
A queda progressiva nas mulheres tem características próprias. Raramente atinge
graus severos até a calvície, manifestando-se mais como uma rarefacção nas mesmas
zonas que no homem, mas respeita quase sempre uma faixa na linha anterior do cabelo.
Esta faixa tem um grande interesse estratégico, pois, mantendo a moldura da face,
permite uma fácil camuflagem da perda acentuada de cabelo, quer com penteado mais
ou menos elaborado, quer com uma adição de cabelo por meio duma prótese capilar.
Apesar deste facto, é cada vez maior o número de mulheres que solicitam a
transplantação. As razões principais estarão intimamente relacionadas com dois
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aspectos. Primeiro, com o estado avançado da técnica que permite colocar cabelo em
zonas com menor densidade capilar sem lesar o cabelo ainda existente; segundo, mas
porventura não menos importante, pela menor aceitação por parte da mulher da calvície.
Esta, podendo ser considerada como uma evolução naturalmente esperada, própria do
envelhecimento do homem, não é encarada com a mesma resignação pela mulher. O
cabelo na mulher é um reflexo importante da sua feminilidade e sexualidade. A
identidade feminina relaciona-se com cabelo farto, luzidio e sedoso e, quando estes
atributos se degradam, são motivos de grande preocupação e tristeza, podendo até
comprometer a função da mulher no meio familiar e social.
O cabelo feminino poderá ser afectado por múltiplos factores que promovem a
queda não necessariamente nas zonas fronto-parietais típica da calvície androgénica,
mas muitas vezes duma maneira difusa atingindo todo o couro cabeludo.
Estas diferenças poderão estar relacionadas com os diferentes níveis e diferentes
enzimas responsáveis pela queda de cabelo.
A mulher terá menor quantidade de 5-alfa-redutase (enzima que converte a
testosterona em dihidrotestosterona – DHT) na linha anterior do cabelo na região
frontal. Também parece que, nesta zona, nas mulheres os receptores de androgéneos é
menor.
Por outro lado, nesta área e na mulher, encontra-se outro enzima -aromatase- em
maior concentração. Este enzima converte a testosterona em estrogéneos os quais não
parecem contribuir para a queda de cabelo.
Apesar de tudo, a mulher pode, em alguns casos, perder cabelo com o mesmo
padrão do homem e vice-versa.
Existem algumas doenças que têm associada a queda de cabelo. Doenças da
tiróide, anemia, desequilíbrios endócrinos (ovários quísticos, tumores da suprarrenal e
da hipófise), doenças do tecido conjuntivo (lúpus, dermatomiosite).
Factores de stress, quer físico ou emocional, pós-operatório, partos, anestesias
gerais ou dietas exageradas podem desencadear um eflúvio catagénico de perda de
cabelo de maior ou menor duração. Estas quedas poderão ser revertidas, particularmente
se a causa for eliminada.
Certos medicamentos poderão também estar envolvidos, como citostáticos, pílulas
anticonceptivas, derivados cumarínicos, hormona tiroideia, antihipertensores, doses
altas de vitamina A, toxicodependência (anfetaminas, cocaína e narcóticos).
É assim importante investigar todas estas possibilidades para se determinar qual o
agente causal, e corrigir a situação antes de se iniciar a transplantação.
Existe outro tipo de alopécia causada por tracção. Esta poderá ser dependente dum
compromisso psicológico a que se chama “tricotilomania”, em que o individuo
obsessivamente exerce tracção do cabelo, mas o mais frequente é ser consequente a
determinados tipos de penteados (rabo de cavalo) ou então a sistemas de fixação de
cabeleiras, extensões ou outras adições de cabelo.
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Alopécias pós-traumáticas quer por avulsão, radiação, post-queimadura ou
iatrogénicas, sequelas de cirurgia estética como ritidectomias faciais vulgo “face-lift”.
Há outras quedas de cabelo, como as alopécias areatas, que devem ser tratadas
medicamente apenas e não com transplantação.
XIV – O PACIENTE INSATISFEITO
Alguns pacientes ficam desapontados com os resultados. São pessoas que tinham
expectativas irrealistas ou que não foram informadas cabalmente.
Mas há a referir casos também em que houve negligência e incompetência do
cirurgião, que ainda usou técnicas já desactualizadas ou, então, não respeitou os
mínimos critérios consensuais de estética. Mais grave é o facto de serem estes maus
profissionais quem mais frequentemente aparece nos média, procurando apenas através
de uma intensiva propaganda manter uma afluência de pessoas em vez de aprenderem a
arte de bem-fazer transplante de cabelo.
Actualmente, mais do que recuperar uma calvície, impõe-se que esse trabalho não
seja detectado pelo indivíduo comum.
Há que ter cuidado com as depressões endógenas, próprias de doentes impossíveis
de se satisfazer, mesmo quando irrepreensivelmente tratados.
Igualmente, a imaturidade emocional em doentes muito jovens conduz à
insatisfação.
XV – CONSENTIMENTO INFORMADO
Trata-se da aplicação, na prática, do respeito pelo princípio da autonomia das
pessoas. Este princípio é um dos quatro formulados por Beauchamp e Childress em
1979, no seu livro «Principles of Biomedical Ethics». Os outros princípios são: o da
não-maleficiência, o da beneficiência e o da justiça.
O respeito pela autonomia exige que se reconheça ao outro o direito de ter os seus
pontos de vista, de fazer as suas opções e actuar de acordo com os seus valores. Cabe a
nós, médicos, promover e criar condições para o exercício dessa autonomia, obrigandonos a revelar a informação necessária às pessoas sobre todas as opções terapêuticas
disponíveis para a calvície e a obter o consentimento esclarecido antes de avançar com
qualquer medida terapêutica.
A opção pelo tratamento médico ou cirúrgico da calvície deve ser tomada depois
do esclarecimento pormenorizado de tudo o que está envolvido e também dos resultados
de cada via de tratamento.
O tratamento médico actual, focado essencialmente no bloqueio da transformação
da testosterona na di-hidrotestosterona (DTH), derivado que afecta os folículos
susceptíveis, será obviamente necessário para toda a vida, a não ser que surjam
entretanto novas medidas terapêuticas.
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Por outro lado, com a cirurgia, seja pela redução da área calva, quer pelo uso de
retalhos ou outros métodos de transplante clássicos, quer pelos actuais métodos de
microtufos ou transplantes foliculares, conseguir-se-á resultados piores ou melhores
mas que são definitivos para toda a vida.
Não podemos esquecer que o resultado obtido deve ser aceitável em idades jovens
e permanecer como tal em idades mais avançadas.
Daqui a importância da informação cabal que se deve fornecer sobre este assunto
para que a escolha dum ou doutro tratamento possa ser feita com consciência.
Não existe um único método para todo o indivíduo. Poderá até acontecer que um
postiço ou cabeleira seja a solução aconselhada em algumas situações extremas de
calvície.
O cirurgião plástico deverá ter um sentido estético apurado e qualidades éticas
para ajudar o paciente a tomar as decisões correctas, suportadas por antecipações
realísticas em relação a um resultado final.
Este deverá ser bom no imediato e no mínimo aceitável no futuro.
Há que haver coragem para adiar, e mesmo negar, o transplante quando isso vai de
encontro ao melhor interesse do paciente.
Casos demonstrativos
Calvície 1º Grau, antes e depois do microtransplante
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Calvície 2º Grau antes e depois do microtransplante
Calvície 3º Grau antes e depois do microtransplante
Calvície 3º Grau antes e depois do microtransplante
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Calvície 4º Grau antes e depois do microtransplante
Outras indicações do microtransplante além da calvície
Cicatriz do lábio superior antes e depois de enxertos mono-capilares
Cicatriz da região submentoniana antes e depois de enxertos mono-capilares
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Alopécia dos supracilios antes e depois de enxertos mono-capilares
Cicatriz do supracilio esquerdo antes e depois de enxertos mono-capilares
XVI – O FUTURO NA RESTAURAÇÃO DO CABELO
O LASER no transplante
Até à presente data, o LASER não se revelou útil neste campo. Antes pelo
contrário, pode até diminuir a pega dos microtufos e, se forem aplicados muito
próximos, poderá até comprometer a viabilidade dos tecidos da área receptora.
Com a técnica LASER, são feitas micro-incisões no couro cabeludo com um feixe
de luz de alta energia. O LASER não serve para retirar o couro cabeludo da zona dadora
para o transformar em microtufos porque pode lesar permanentemente os folículos
pilosos.
A nível mundial, a investigação tem revelado não haver vantagens no uso do
LASER em transplantação de cabelo e aconteceram até resultados desastrosos que se
repercutiram negativamente mesmo em outras técnicas de transplante de cabelo. Terá
interesse para aqueles que procuram uma alternativa diferente apenas por razões de
estratégia de "marketing".
O LASER tem vários efeitos negativos. Queima os tecidos, danificando os
cabelos, o rendimento do cabelo transplantado é nitidamente menor, as crostas demoram
mais tempo a cair e o cabelo demora mais tempo a crescer.
O LASER bloqueia os vasos sanguíneos. Este facto poderá ser útil em alguns
tipos de cirurgia estética, onde as feridas precisam de ser encerradas e cauterizadas.
Mas, em transplante de cabelo, a circulação sanguínea contínua é muito importante para
o crescimento de cabelo. O sangue transporta nutrientes e oxigénio para o cabelo
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transplantado. O calor do LASER pára o fluxo sanguíneo, causando um menor
crescimento do cabelo, ou seja, um resultado menos satisfatório.
Células estaminais adultas
O tratamento baseado em células estaminais representa uma esperança importante
dentro dos avanços mais recentes nesta área, podendo vir a ser no futuro uma alternativa
ao transplante de cabelo.
Cientistas alemães verificaram em ratos o crescimento de cabelo em regiões onde
normalmente não há folículos pilosos, como nas orelhas, e adiantaram que esta nova
terapia poderia ser aplicada em humanos dentro de um a quatro anos na redução ou
interrupção da queda do cabelo. Mas os homens com calvície total não devem ainda
alimentar muitas ilusões. Não se prevê, por enquanto, a possibilidade de devolver-lhes
todo o cabelo perdido.
PERGUNTAS SOBRE MICROTRANSPLANTAÇÃO DE CABELO
(MicroTransplante Capilar-MTC)
1 - Qual é a rotina antes do MTC?
2 - Qual é a rotina no dia do MTC?
3 - É o MTC doloroso?
4 - Qual é o meu aspecto no dia a seguir ao MTC?
5 - Quanto tempo demora o cabelo transplantado a crescer?
6 - Qual é o comportamento do cabelo (MTC) com a idade?
7 - Pode o MTC prejudicar o cabelo ainda existente?
8 - Quantas sessões de MTC são precisas?
9 - Quantos microtufos são necessários?
10 - LASER no MTC?
1 - QUAL É A ROTINA ANTES DO MTC ?
O cabelo deve estar comprido para ser mais fácil cobrir os microtufos
transplantados;
Duas semanas antes:
- Não tomar ASPIRINA ou medicamentos com Ácido Acetil Salicílico (AAS)
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- Parar com minoxidil
- Parar com Ácido Retinóico
No dia antes:
- Não beber bebidas alcoólicas
- Preparar a ida e vinda da Clínica
No dia do MTC:
- Lavar a cabeça com o champô habitual.
- Levar para Clínica uma Boina, Gorro ou Chapéu
- Vestir camisa. Não usar roupa de tirar por cima da cabeça.
- Comer muito ligeiramente antes de entrar para a Clínica.
2 - QUAL É A ROTINA NO DIA DO MTC AO ENTRAR NA CLÍNICA ?
O paciente assina o consentimento informado para o MTC.
O paciente veste roupa adequada para a operação.
A área calva é fotografada, preservando a identidade do paciente.
A cabeça é lavada.
Um calmante é administrado sob a forma de comprimido.
O paciente é então conduzido para a sala de operações. O cabelo é de novo
desinfectado e são colocados panos esterilizados à volta da cabeça.
Com instrumento especial SEM agulha, a zona donde se colhem os microtufos é
anestesiada.
Com outro aparelho são retiradas tiras muito finas de couro cabeludo que serão
depois transformadas em microtufos.
A zona dadora é suturada de maneira a obter uma cicatriz quase imperceptível.
A área calva é então anestesiada e são preparados os sítios onde vão ser
transplantados os microtufos.
No final, a cabeça é bem limpa podendo então ser colocado com cuidado qualquer
cobertura ( gorro, boina ou chapéu).
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3 - É O MTC DOLOROSO?
Os pacientes frequentemente referem que o MTC incomoda menos que uma ida ao
dentista. As modernas técnicas de anestesia local associadas a uma ligeira sedação com
um simples comprimido fazem com que o paciente se sinta completamente relaxado,
deixando-se adormecer por períodos durante o MTC.
Todavia, esta sedação tem o inconveniente de desaconselhar a condução de
automóveis logo após a intervenção.
No período post-operatório imediato, o paciente sentirá apenas ligeiro incómodo
na parte posterior da cabeça donde foram retirados os folículos pilosos, que é aliviado
com aplicação de frio (geleia ou saco de gelo) e com anti-inflamatórios.
4 - O QUE É QUE ACONTECE A SEGUIR AO MTC?
Nas primeiras 24 horas, é aplicada uma banda à volta da cabeça e uma cobertura
ao gosto da pessoa, como um gorro, boina ou chapéu. O paciente volta à Clínica onde a
cabeça é cuidadosamente lavada. O cabelo é então penteado para cobrir se possível os
microtufos, ou então poderá voltar a colocar a cobertura que já usava e até repor a
aplicação de cabelo, se o paciente já a usava, antes do MTC. Todavia, esta deve ser
usada com um sistema de molas para que possa ser retirada para lavagem do couro
cabeludo.
As crostas começam a cair a partir do sétimo dia, deixando um ponto cor-de-rosa
no sítio do microtransplante. Esta queda poderá ser acelerada com aplicação dum creme
ou óleo de amêndoas doces.
Os pontos cor-de-rosa vão adquirindo a cor da pele circundante sendo quase
imperceptíveis aos dois meses.
O cabelo à volta dos microtufos pode, em alguns casos, diminuir de densidade.
Chama-se a este fenómeno de “TELOGEN EFFLUVIA”. Infelizmente, esta diminuição
da densidade capilar, apesar de ser temporária, causa extrema apreensão nas pessoas.
5 - QUANTO TEMPO DEMORA O CABELO DO MTC A CRESCER?
Usualmente, o cabelo começa a irromper a pele no fim do 2º mês, crescendo
depois a um ritmo de 1 cm /mês, tal como acontecia na zona dadora. Inicialmente é um
pouco mais espesso e escuro, mas normaliza ao fim de algum tempo.
6 - QUANTO TEMPO DURA O CABELO DO MTC?
O cabelo transplantado é cabelo proveniente de zonas não afectadas pelo processo
de calvície e manterá as mesmas características onde quer que seja aplicado.
Normalmente, todo o folículo piloso entra em repouso ao fim de 3 a 6 anos voltando
depois a activar-se e mantém este ciclo, mesmo quando é transplantado.
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7 - PODE O TC AFECTAR O RESTO DO MEU CABELO?
Os folículos pilosos são muito resistentes. Toleram cirurgias e outros
traumatismos do couro cabeludo. Isto explica a grande dificuldade quando se pretende
remover cabelos indesejáveis. Um cabelo pode ser arrancado centenas de vezes e volta a
crescer. O acto de inserir um microtufo pode cortar algum cabelo ou comprometer a
irrigação sanguínea dum folículo circundante levando à queda do respectivo cabelo.
Mas esta paragem será apenas temporária e o crescimento será reactivado passados um
a dois meses.
8 - QUANTAS SESSÕES SÃO NECESSÁRIAS?
Se se tratar de uma calvície já estabelecida, serão necessárias duas a três sessões
de TC. Nos casos ainda em evolução, uma sessão poderá ser suficiente para restabelecer
uma densidade aceitável.
Na primeira sessão procura-se obter uma densidade de cerca 25% da densidade
original. Depois da segunda sessão, será atingida cerca 50% daquela densidade, o que é
normalmente suficiente para satisfazer a maior parte dos pacientes.
O tempo que medeia entre duas sessões poderá ser de quatro semanas ou, então,
mais de quatro meses, quando o novo cabelo já tem mais de 2 cm de comprimento e é
fácil perceber onde houve maior e menor resposta ao tratamento.
COMO É DETERMINADO A ÁREA DA ZONA DADORA E O NÚMERO
DE MICROTUFOS?
Área – Densidade – Tamanho do tufo
Não sendo fácil fazer este cálculo, usamos o seguinte método para esse efeito:
Determina-se a área da zona calva a tratar.
Estabelece-se a densidade desejada de acordo com o paciente.
Decide-se o tamanho do tufo:
Microtufo ou unidade folicular---— 1 mm x 1mm
Minitufo --------------------------------1 mm x 2mm
Cálculo:
Para cobrir uma área de 60 cm2 com 25 % de densidade precisa-se duma tira de
couro cabeludo de 15 cm2 (15 cm de comprimento x 1 cm de largura), que podem ser
transformadas em 750 minitufos ou 1.500 microtufos .
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10 - LASER no MTC?
Não revelou qualquer utilidade nesta área, antes pelo contrário.
Lisboa, Outubro de 2006
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