AbrJun 2011 - Jesuítas em Portugal

Transcrição

AbrJun 2011 - Jesuítas em Portugal
JESUÍTAS
Boletim trimestral . nº342 Abril/Junho 2011
“Enviados às fronteiras”
Educação para todos ... e todas
Tríduo Pascal no Rodízio
25 anos de vida! Vidas em 25 anos!
Informação aos amigos
LISBOA
Boletim trimestral | nº 342
Abril/Junho 2011
JESUÍTAS
BREVES DA PROVÍNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
DA COMPANHIA EM RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
“ENVIADOS ÀS FRONTEIRAS”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
EDUCAÇÃO PARA TODOS ... E TODAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
TRÍDUO PASCAL NO RODÍZIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
25 ANOS DE VIDA! VIDAS EM 25 ANOS! . . . . . . . . . . . . . . . . 14
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
MEIOS QUE UNEM O
INSTRUMENTO COM DEUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
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Ficha Técnica
Jesuítas – Informação aos Amigos – Boletim bimestral; Nº 342; Abril/Junho 2011
Director: Domingos de Freitas, SJ • Coordenação: Ana Guimarães • Redacção: Ana Guimarães; António Amaral, SJ; Avelino Ribeiro, SJ •
Propriedade: Província Portuguesa da Companhia de Jesus • Sede, Redacção e Administração: Estrada da Torre, 26, 1750-296 LISBOA (Portugal) • Telef.: 217 543 060; Fax: 217 543 071 • Impressão: Grafilinha – Trabalhos Gráficos e Publicitários; Rua Abel
Santos, 83 – Caparide - 2775-031 PAREDE • Depósito Legal: Nº 7378/84 • Endereço Internet: www.jesuitas.pt • E-mail:
[email protected] • Foto: Siegfried Grillmeyer - Centro para doentes de SIDA, Hongjiang, Província de Hunan, R. P. da China.
Breves da PROVÍNCIA
Nomeação do novo Padre Provincial
P. Morujão reeleito Secretário da CEP
O P. Adolfo Nicolás, Superior Geral da Companhia de Jesus, nomeou o P. Alberto Teixeira de Brito
para o cargo de Superior Provincial dos jesuítas portugueses. O P. Alberto de Brito tomará posse no dia 19 de Julho
e irá suceder ao P. Nuno da Silva Gonçalves que exerce as
funções de Superior Provincial desde Julho de 2005.
O Padre Alberto Teixeira de Brito nasceu em
Arouca, distrito de Aveiro, a 25 de Agosto de 1945.
Entrou no noviciado da Companhia de Jesus em Soutelo,
Vila Verde, a 7 de Setembro de 1961, e recebeu a ordenação sacerdotal a 14 de Julho de 1973. É licenciado em
Filosofia pela Faculdade de Filosofia da Universidade
Católica Portuguesa e em Teologia pela Pontifícia
Universidade Gregoriana.
Em Portugal, o P. Alberto de Brito viveu em
Coimbra, Braga e Lisboa, tendo-se dedicado, durante
muitos anos, à formação dos jovens jesuítas como Mestre
de Noviços. Orienta Exercícios Espirituais e cursos de
relações humanas; foi Director do Centro Universitário
Manuel da Nóbrega, em Coimbra, Secretário Nacional do
Apostolado da Oração e Assistente Nacional da
Comunidade de Vida Cristã.
Em 2004, foi chamado para Roma, para as funções de Vice-Assistente Mundial da Comunidade de Vida
Cristã, cargo que exerceu até 2009. Desde então, tem vivido em Bruxelas, integrado numa comunidade de jesuítas
de vários países europeus, com as funções de Director
Pastoral do Foyer Catholique Européen. Recentemente,
publicou, na editorial “Oficina do Livro”, um livro-entrevista com a jornalista Laurinda Alves intitulado “Ouvir,
Falar, Amar”, sobre temas de relações humanas e comunicação inter-pessoal.
A Assembleia Plenária da Conferência Episcopal
Portuguesa, reunida em Fátima nos dias 2 a 5 de Maio,
elegeu o P. Manuel Morujão para um segundo mandato de
três anos como Secretário e Porta-Voz da Conferência.
Orações
Pedem-se orações pela mãe do P. Nuno da Silva
Gonçalves (Centro Inaciano do Lumiar - Lisboa), recentemente falecida.
Novos Superiores e Directores de obras
Novos destinos e missões
Nomeações
O P. Henrique Rios dos Santos foi nomeado
Assistente do Departamento Diocesano da Pastoral da
Família pelo Sr. Arcebispo de Évora, D. José Alves.
- P. Manuel Vaz Pato, Residência do Sagrado
Coração de Jesus, na Covilhã; P. Estêvão Jardim,
Paróquia de Nossa Senhora do Amparo em Portimão; P.
Abel Bandeira, Região de Moçambique; P. José Maria
Brito, Colégio das Caldinhas; P. João Carlos Onofre
Pinto, Comunidade da Faculdade de Filosofia e do
Apostolado da Oração, em Braga; professor na Faculdade
de Filosofia; P. Luís Ferreira do Amaral, JRS, no
Quénia; P. José Frazão: Comunidade Pedro Arrupe, em
Braga, professor na Faculdade de Teologia da UCP; P.
Miguel Gonçalves Ferreira, Residência de Nossa
Senhora de Fátima; P. Luís Onofre, CIL, Colégio de S.
João de Brito; P. Afonso Seixas Nunes, Comunidade do
Noviciado, CUMN e Assistente Espiritual dos
“Gambozinos–Associação de Campos de Férias”; P.
Nuno Tovar de Lemos, CIL, CUPAV e Promotor
Vocacional; P. João Norton, Brotéria; Ir. José Silva
Almeida, Colégio das Caldinhas; Esc. Duarte Rosado,
membro da Comissão de Formação (COMFORM).
- Iniciam a Terceira Provação, em Setembro, os
PP. Lourenço Eiró, em Dublin, e Filipe Martins, em
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
O P. Geral nomeou o P. Jorge Sena para o cargo
de Superior do Centro Inaciano do Lumiar. No seguimento desta nomeação, o P. Provincial nomeou o P. Jorge Sena
Presidente do Conselho Administrativo e Presidente do
Conselho Colegial do Colégio de S. João de Brito.
O P. Provincial nomeou: o P. José Manuel
Martins Lopes, Superior e Director-Geral do Colégio das
Caldinhas; o P. José Carlos Belchior, Superior e
Director--Geral do Colégio da Imaculada Conceição, em
Cernache; o Dr. António José Franco Carvalho,
Director Pedagógico do Colégio da Imaculada Conceição,
em Cernache; o P. José Frazão, Director do CAB-Centro
Académico de Braga; o P. Miguel Gonçalves Ferreira:
Director do CREU-IL; o P. António Valério,
Coordenador do “essejota.net”; o P. Gonçalo Castro
Fonseca, Director do CUMN.
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Breves da PROVÍNCIA continuação
Salamanca. Os PP. Francisco Rodrigues e José Eduardo
Lima iniciam-na, respectivamente, em Novembro no
México e em Janeiro no Chile
- Iniciam o magistério, em Setembro, os Esc.
Manuel Cardoso e Francisco Mota, em Moçambique,
os Esc. João de Brito e Ricardo Barroso no Colégio da
Imaculada Conceição, em Cernache; o Ir. António
Rodrigues no CIL-Colégio de S. João de Brito, e o Esc.
Duarte Rosado na Casa S. Pedro Claver, no Pragal.
Renovação dos órgãos sociais da
Fundação Gonçalo da Silveira
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
O P. Provincial, Nuno da Silva Gonçalves,
nomeou, para o triénio 2011-2013, os membros da
Direcção e do Conselho Fiscal da Fundação Gonçalo da
Silveira que passam a ter a seguinte constituição:
Direcção – Teresa Paiva Couceiro (Presidente), P.
Domingos de Freitas e Isabel Ferreira Martins; Conselho
Fiscal – Nuno Magalhães Guedes, Guilherme Collares
Pereira e Carlos Anglin de Castro.
Constituída em Setembro de 2003, a Fundação
Gonçalo da Silveira é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) instituída pelos
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jesuítas portugueses com o objectivo de divulgar, sensibilizar e captar os recursos necessários para os projectos e
acções que os missionários desenvolvem nas áreas da
acção social, educação, saúde e desenvolvimento comunitário. Actua nas áreas do apoio para o desenvolvimento e
da educação para o desenvolvimento.
"Jesuítas em Portugal" no Facebook
Os "Jesuítas em Portugal" marcam presença no
Facebook desde o final de Março.
A participação nesta rede social permite acompanhar a vida da Companhia de Jesus em Portugal e manter-se informado acerca de actividades e acontecimentos.
Boletim “Jesuítas”
O boletim “Jesuítas” é enviado gratuitamente a
familiares, amigos e colaboradores.
Se desejar contribuir para as despesas de publicação e envio, pode fazê-lo por transferência bancária
para o NIB 0033 0000 000000 700 41 84, Millennium
BCP, ou mediante envio de cheque em nome de Província
Portuguesa da Companhia de Jesus, para Estrada da Torre,
nº 26 - 1750-296 LISBOA. Em ambos os casos, solicita-se
referência ao Boletim Jesuítas.
Breves da PROVÍNCIA continuação
Lições Inacianas de Liderança
Ordenação diaconal do Nuno Branco
Pelo segundo ano, tiveram lugar as Licões
Inacianas de Liderança, desta vez com sessões no Rodízio
(Fevereiro) e em Soutelo (Abril), animadas pelo P.
Hermínio Rico, o Miguel Villa de Freitas e a Isabel Diz
Nunes, em resposta ao desafio lançado pela Equipa de
Formação da CVX-P.
Procurava-se redescobrir a liderança como trabalho interior, mais ao nível do “ser” do que do “fazer”, a
partir de propostas dos Exercícios Espirituais de S. Inácio
e aplicando-as a outras dimensões da vida que não só o
crescimento espiritual estrito.
Com início na 6ª feira à noite e até ao almoço de
domingo, cerca de 30 profissionais com responsabilidades
de liderança em diferentes áreas e desejo de unificação da
vida, viveram um fim-de-semana com tempos para conferências, realização de tarefas em grupo e reflexão pessoal.
O serão de sábado foi passado em tertúlia à volta de um
filme, com muitas e boas gargalhadas.
Não se tratava de dar receitas ou ensinar truques
para liderar, mas sim ajudar à descoberta de como fazer a
integração pessoal das várias dimensões da vida descobrindo continuidades entre princípios da vida espiritual e
práticas de liderança, do discernimento espiritual e da
gestão organizacional.
Ao longo destes dois dias, nos intervalos e às
refeições, a boa disposição, partilha e convívio, enriqueceram a experiência. Os participantes fizeram uma avaliação muito positiva e manifestaram interesse em que esta
primeira iniciativa se desenvolva em diferentes “edições”nos próximos tempos.
No Sábado, 9 de Abril, realizou-se na Igreja
paroquial de São Francisco Xavier e São Luís Gonzaga,
em Madrid, a ordenação diaconal de oito jesuítas, quatro
de Espanha, dois de Itália, um dos Camarões e um de
Portugal, o Nuno Branco.
Esta celebração foi antecedida, na véspera, por
uma vigília de oração, na mesma paróquia. No Domingo
de manhã, houve ainda uma "missa portuguesa", em que
estiveram presentes a família do Nuno, amigos, alunos e
professores dos três colégios jesuítas de Portugal.
A Câmara Municipal de Santo Tirso, na sessão
do dia 6 de Abril, deliberou, por unanimidade, atribuir a
sua Medalha de Mérito, pelos serviços prestados ao longo
de muitos anos, à Empresa das Caldas da Saúde, concessionária das termas que funcionam nos espaços do
Colégio das Caldinhas.
O aproveitamento para fins terapêuticos das
águas das Caldas da Saúde remonta ao tempo dos romanos; no entanto, é a partir de 1841 e até aos dias de hoje
que a exploração da água termal se encontra amplamente
documentada.
A Companhia de Jesus, em 1932, ao adquirir o
hotel termal para aí instalar o Instituto Nun’Alvres, assumiu, simultaneamente, a responsabilidade pela exploração
e manutenção das termas. Encerrado em 1987, o balneário
termal reabriu em 1994, após uma profunda remodelação,
obedecendo a elevados padrões de qualidade. Actualmente, as Termas das Caldas da Saúde continuam a ser
uma referência nos tratamentos termais, principalmente na
área das vias respiratórias e doenças músculo-esqueléticas.
Mediateca Padre Amadeu Pinto
Ordenações sacerdotais
Os diáconos António Magalhães Sant’Ana e
Pedro McDade receberão a ordenação sacerdotal no dia
9 de Julho, às 15h30, na Sé Nova, em Coimbra.
Em Luanda, a 24 do mesmo mês, será ordenado
presbítero o diácono Pedro Pereira Tomás, em celebração presidida pelo Arcebispo de Luanda, D. Damião
Franklin.
Por ocasião das comemorações do 40º aniversário do ensino público de nível secundário, a Escola
Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, prestou, no
dia 7 de Abril passado, pelas 10h00, uma simples e solene homenagem ao nosso querido P. Amadeu Pinto. Esta
festa constou da inauguração de uma Mediateca que leva
o nome do P. Amadeu Pinto. A homenagem contou ainda
com a representação de uma peça de teatro realizada pelos
actuais alunos da Escola.
Estiveram presentes na homenagem os irmãos e
cunhado do P. Amadeu (Hermínia, São, Albino e Manuel),
a profª. Isabel Currais, um casal muito amigo de antigos
alunos do INA, o Lúcio e a Sara, e o Ir. José Silva
Almeida.
Tratou-se de mais um momento de enorme orgulho e consolação pela confirmação da enorme estima e
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Termas das Caldas da Saúde recebem
medalha de mérito
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Breves da PROVÍNCIA continuação
gratidão que tanta gente continua a manifestar pelo nosso
P. Amadeu e pelo “tanto bem, bem feito”, por ele realizado com a graça de Deus durante o tempo que esteve connosco fisicamente.
Por fim, transcrevo o texto escrito pela actual
directora da Escola, Drª Maria dos Anjos Polícia, que foi
aluna do Pe. Amadeu durante o tempo que ele leccionou
em Santiago do Cacém.
José Silva Almeida SJ
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
“Amadeu Pinto - Um Homem Comum
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Nos quentes anos setenta do século passado, o
jesuíta Amadeu Pinto veio ensinar Filosofia e Psicologia
nos dois últimos anos do liceu, em Santiago do Cacém,
mas o que com ele aprenderam os seus alunos ultrapassou
incomensuravelmente as fronteiras desses domínios de
conhecimento.
As aulas do jesuíta Amadeu Pinto eram um
extraordinário mundo que ele abria aos jovens que tinham
(como eu tive) o privilégio de o ter como docente, e as
suas preocupações de pedagogo, educador e cidadão
reflectiam-se na forma como nos activava o espírito crítico, na maneira como nos instigava a sermos indivíduos
conscientes, responsáveis, empenhados, solidários, ou
não fosse o Padre Amadeu um extraordinário humanista.
No velho anfiteatro que era a sala de aula, aprendíamos a pensar, a reflectir sobre tudo, a questionar e a
questionarmo-nos. Foi naquelas aulas que as certezas dos
nossos quinze anos se viram abaladas pela ideia de que
não há verdades absolutas. Com Amadeu Pinto aprendemos a importância do carácter e da verticalidade, a força
das convicções, a capacidade para defender causas e lutar
por elas, mesmo que isso implique esforço e perseverança.
Amadeu Pinto, grande em tamanho, em tranquilidade e em iniciativa, deixou a sua marca na região, como
pai do clube desportivo “Estrela de Santo André”, e nesta
Escola Secundária, como impulsionador da criação e do
crescimento da nossa biblioteca, de que foi o primeiro responsável e entusiasta.
O Padre Amadeu gostava de ser um Homem
comum, e de nos lembrar que todos somos, primordial-
mente, Homens comuns; achava ele que só vale a pena
deixarmos de o ser se isso for a consequência do serviço
que prestamos, da entrega, da dádiva, do contributo para
um mundo melhor.
Foi assim o Padre Amadeu, o novo patrono da
nossa Mediateca/Biblioteca.”
Inaugurada nova capela na Covilhã
Na tarde do dia 17 de Abril, o Sr. D. Manuel
Felício, bispo da Guarda, esteve na Paróquia de S. Pedro,
na Covilhã, e procedeu à bênção de uma capela dedicada
a Sto. Inácio de Loiola. Esteve também presente o P.
Provincial, Nuno da Silva Gonçalves. A nova capela destina-se a celebrações para pequenos grupos e para a oração individual e situa-se no 1º andar do edifício da
Comunidade onde já existiam salas e gabinetes destinados
a actividades paroquiais. A parte de habitação da
Comunidade restringe-se, agora, ao 2º e 3º andares onde
estão em fase de finalização importantes obras de remodelação. A Paróquia de S. Pedro, na Covilhã, está entregue
à Companhia de Jesus, sendo párocos in solidum os
padres Francisco Rodrigues e Hermínio Vitorino com o
apoio dos restantes membros da Comunidade, padres José
Augusto de Sousa e César Cavaleiro.
25 anos da Igreja da Figueira
A Paróquia da Mexilhoeira Grande, entregue ao
cuidado pastoral do P. Domingos Monteiro da Costa, celebrou, no dia 15 de Maio, com a presença do Sr. D. Manuel
Quintas, bispo do Algarve, as bodas de prata da sagração
da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Figueira.
Para assinalar a efeméride, foi também inaugurado um
novo baptistério, benzido na Vigília Pascal
Colaboração entre a Brotéria e a
Misericórdia de Lisboa
Na sequência do protocolo de colaboração entre
a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Companhia de
Jesus e a Brotéria, que prevê a transferência da revista
Brotéria e da sua biblioteca para o Conjunto de S. Roque,
foi assinado pelas mesmas entidades, no dia 24 de Maio,
um contrato de comodato pelo qual a Misericórdia de
Lisboa cede, para instalação dos jesuítas afectos à
Brotéria e à Capelania da Misericórdia de Lisboa, uma
casa situada na Praça das Flores, nº 54 e 55, em Lisboa. A
casa cedida encontra-se, presentemente, em fase de remodelação e adaptação.
Deixou de pertencer à Companhia de Jesus o
Esc. Cristóvão de Andrade, a estudar Teologia em Roma.
Breves da PROVÍNCIA continuação
A reunião anual de responsáveis pela comunicação na internet das províncias jesuítas europeias teve
lugar no início de Maio, na Casa de Retiros das Ursulinas,
em Skofja Loka, uma pequena localidade rural da
Eslovénia, situada numa planície verdejante rodeada de
altas montanhas, encimadas de neve. O grupo era composto por 17 jesuítas e 13 leigos, de 15 países europeus,
assim como da Austrália, Canadá e Chicago.
Entre reencontros e novos conhecimentos, o acolhimento e a integração estavam na ordem do dia. O
ambiente era descontraído, mas de muito trabalho.
Respirava-se identificação inaciana e participação na missão comum. Os tempos de oração e sobretudo as Missas,
celebradas numa capela surpreendentemente bela de simples, foram verdadeiros momentos comunitários e de síntese entre o trabalho e a missão.
O objectivo primordial destes encontros é partilhar experiências, conhecimentos, tentativas e resultados,
o que aconteceu com grande espontaneidade e abertura.
De Quinta-feira à noite até Domingo a meio da manhã, o
programa propunha, alternadamente, sessões de apresentação de temas - a “crise” financeira da Arquidiocese de
Maribor, na Eslovénia; a angariação de fundos na net; o
papel das redes sociais na revolução árabe e o Magis
2011-, workshops e curtas apresentações sobre os sites
novos e renovados.
Estas apresentações sublinharam a importância
da navegação clara e fácil num layout actual, evitando o
uso dos elementos tradicionais demasiado estáticos, assim
como o aspecto imprescindível da renovação e melhoramentos. As estatísticas dos acessos às páginas fornecem
dados importantes que é necessário auscultar e espelhar
na própria página.
Com o decorrer do tempo, cada vez se tornava
mais claro como a comunicação através da net é um tema
que merece reflexão, aprofundamento e oração. O mundo
da Web evolui a uma velocidade rapidíssima e alcança
âmbitos cada vez mais latos. A ideia de que conteúdos e
respostas espirituais não são procurados na net está ultrapassada; não só há procura como há exigência da parte do
cibernauta. De facto, a presença digna, elucidativa e
moderna da Igreja Católica na rede global suscita satisfa-
ção e a consequente multiplicação de visitas, através da
recomendação aos amigos e contactos, via blogues e páginas das redes sociais. É a este interesse que a Igreja tem
de responder, com actualidade, profundidade e criatividade. A adesão ao projecto “passo-a-rezar” - já disponível
em inglês, português, espanhol e polaco - constitui uma
forte prova de que o espiritual cabe na Web e de que esta
já é um meio incontornável de levar a espiritualidade ao
dia-a-dia. Fica o desafio estimulante e a responsabilidade
de continuar a ir ao encontro do outro, vencendo a distância com um “clic”.
Ana Guimarães
Noviços de Moçambique
No dia 25 de Janeiro proferiram os pimeiros
votos os noviços moçambicanos Antonio Chimarizene;
Razão Jone e Carlos Xavier, assim como os noviços angolanos André Samalambo; Feliciano Geraldo e Joaquim
Kafivela. No dia 24 de Maio, Festa de Nossa Senhora da
Estrada, o noviço Pedro Chissale fez os primeiros votos
como Irmão. No mesmo dia, ingressaram no Noviciado,
na Beira, o Alcídio Vitorino Tembe, de 21 anos e o
Adelino Virgílio Roya, de 24.
CUMN festeja os seus 35 anos
No Sábado, 4 de Junho, festejaram-se em
Coimbra os 35 anos do CUMN (a par com os 10 anos do
Círculo Loiola). Centenas de antigos frequentadores do
CUMN– agora com os filhos (e netos!) – tiveram a ocasião de reviver alguns dos melhores tempos da sua vida de
estudante. Na Eucaristia e na festa estiveram presentes
todos os antigos directores e foram lembrados com saudade e amizade o Padre José Craveiro e a Irmã Bourbon.
Fé e Cultura - No centro porque nas
margens
O gestor. A actriz. O político. A freira. O publicitário. O cirurgião plástico. A feminista. O bispo. O
homossexual. O sindicalista. A imigrante. O cientista. O
advogado. A portadora de deficiência. Os recasados.
Efectivamente, lá estiveram. Eles, e as várias centenas de
pessoas que acudiram para os ouvirem. Foi no Auditório
da Reitoria da Universidade de Coimbra, no Sábado 9 de
Abril deste ano. Mas que tipo de encontro heterogéneo foi
este? Tratou-se do “Fé e Cultura 2011”.
Este evento esteve no centro de muitas atenções.
Não só durante as cerca de nove horas do seu desenvolvimento em ambiente de partilha, mas também nas avaliações e comentários logo após ter concluído. Aliás, a escolha das quinze identidades pareceu ter suscitado alguma
polémica prévia (efeito do sugestivo da convocatória).
Simplesmente esteve nesse centro porque soube aproximar-se das margens.
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
European Jesuit Webmasters
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Breves da PROVÍNCIA continuação
Casa da Torre
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Durante o ano de 2010, foram 3119 as pessoas
que frequentaram a Casa da Torre, um aumento de 2% em
relação a 2009. Situada nas margens do rio Cávado, no
concelho de Vila Verde, a Casa da Torre é um centro de
espiritualidade com um programa de actividades próprio
mas também disponível para acolher iniciativas de outros
grupos ou instituições ou, simplesmente, para receber
quem procure um ambiente de aprofundamento espiritual e
contacto com a natureza. Para mais informações, consulte:
www.casadatorre.org.
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Sempre existiram grupos em risco de serem
socialmente excluídos. Também hoje. Ao mesmo tempo,
existem os que arrastam o preconceito de serem os que
excluem. Nenhum deles prefere o centro porque costuma
ser instável e desconcertante. Porém, encontram em sociedade margens inquietantemente confortáveis. Aninhar-se
nelas supõe encontrar um pedaço de identidade, mas também minguar as possibilidades de encontro. A realidade
consiste em margens, e o desafio passa a ocupar o centro.
É o diálogo.
Esta iniciativa da Companhia de Jesus em
Portugal continua, vinte e seis anos depois, a atrair e sensibilizar pessoas através das histórias de vida partilhadas.
Gente com diferentes convicções, perspectivas ou alicerces
existenciais, nem sempre interessadas em concordarem,
mas sim em se valorizarem em profunda atitude de acolhimento. Conciliar não é fomentar os muitos confrontos já
existentes, mas humanizar esta fraternidade gratuita.
Que Deus para hoje? Como viver na sociedade da
imagem? Como manter a integridade possível? Como pensar a Igreja plural? Que mundo estamos a construir? Em
definitivo: no centro ou nas margens? No final, foi o P.
Carlos Carneiro a concluir, com a sua conferência “No
Centro e nas Margens”
Depois deste encontro, acredito cada vez mais no
enriquecimento aportado pela cultura. Tenho fé na descoberta de respostas maduras. “Fé e Cultura” foram e serão
assim, nada incompatíveis. Antes pelo contrário, a sua interacção saudável é o desejável na nossa missão.
Alberto Fernández, SJ
"Um Deus que dança"
“Um Deus que Dança – Itinerários para a Oração”
é a mais recente obra do P. José Tolentino de Mendonça.
Este livro é o resultado da adaptação de um trabalho realizado para ser escutado e é acompanhado por um CD.
Editado pela Editorial Apostolado da Oração, é composto
por duas partes: o ‘Livro das Pausas’ - meditações inspiradas em textos bíblicos, lidas no site www.passo-arezar.net; e o ‘Livro dos Andamentos’ - “orações poéticas”
lidas aos microfones da Rádio Renascença.
CAIC vence Campeonato Nacional
A equipa de voleibol do Colégio da Imaculada
Conceição (CAIC), em Cernache, venceu o Campeonato
Nacional do Desporto Escolar na categoria de juvenis masculinos. A fase final da competição decorreu nos dias 20,
21 e 22 de Maio em São João da Madeira onde a equipa do
CAIC foi apoiada por uma claque entusiasmada. Estão de
parabéns os desportistas e o Prof. Nuno Amado que os
acompanhou ao longo do último ano. Com esta vitória, a
equipa de voleibol do CAIC apurou-se para os jogos
FISEC (Fédération Internationale Sportive de
l’Enseignement Catholique) que se realizam em Lisboa, no
Estádio Universitário de 5 a 11 de Julho.
Votos do Padre Miguel Almeida
O P. Miguel Almeida proferiu os últimos votos no
dia 28 de Maio, na Igreja do Colégio São João de Brito, em
Lisboa.
A celebração reuniu numerosos jesuítas, familiares e amigos. Seguiu-se um animado almoço partilhado,
nos jardins do Centro Universitário, e a projecção de um
filme sobre o P. Miguel, realizado pelos animadores do
CUPAV.
Da Companhia EM RESUMO
O Papa Bento XVI nomeou os dez consultores
para o novo “Conselho Pontifício para a Promoção da
Nova Evangelização”. O Reitor da Universidade
Gregoriana de Roma, o jesuíta francês François-Xavier
Dumortier, está entre os nomeados.
O objectivo principal deste Conselho Pontifício
é promover uma nova evangelização nas regiões onde se
experimenta uma progressiva secularização da sociedade,
apesar de já terem recebido o primeiro anúncio da fé e
haver igrejas de fundação antiga.
Na carta em que convoca a Congregação de
Procuradores, o P. Adolfo Nicolás manifesta o seu desejo
de que esta reunião seja vista como parte da preparação
dos jesuítas para a comemoração, em 2014, do 2ª centenário da restauração da Companhia de Jesus e escreve:
“Uma vez que a restauração foi um acto de recriação da
Companhia, desejo convidar os jesuítas de hoje a iniciar,
com profundidade, uma reflexão sobre os sinais de vida
nova e de criatividade apostólica que se encontram nos
ministérios que a Companhia leva a cabo, tanto nos mais
tradicionais como nos mais inovadores”.
Nomeações do Padre Geral
A Companhia de Jesus em números
O Padre Geral nomeou:
- Provincial de Inglaterra, o P. Dermot Preston;
- Provincial de Portugal, o P. Alberto Teixeira
de Brito;
- Provincial da Croácia, o P. Ante Tustonjic;
- Provincial de Zâmbia-Malawi, o P. Emmanuel
Mumba;
- Provincial da Bélgica Meridional e Luxemburgo, o P. Franck Janin;
- Provincial da África Noroeste, o P. Jude
Odiaka;
- Provincial do Brasil Centro-Oriental, o P.
Mieczyslaw Smyda, de origem polaca
- Provincial de Pune, o P. Bhausaheb Sansare;
- Provincial do Maduré, o P. Sebasti L. Raj;
- Superior da Região Brasil Amazónia, o P.
Adelson Araújo dos Santos.
As estatísticas da Companhia de Jesus no mundo
foram publicadas recentemente, com data de 1 de Janeiro
de 2011. O número total de jesuítas é 17 906: 12 737
padres, 1 535 irmãos, 2 850 escolásticos e 784 noviços,
com um decréscimo de 341 membros desde 1 de Janeiro
de 2010.
A informação apresenta a situação dos noviços,
escolásticos, irmãos e padres, assim como a comparação
entre Assistências, mudanças ocorridas no ano passado,
etc. Este ano, as estatísticas foram enriquecidas com gráficos que dão uma panorâmica mais precisa sobre a
Companhia de Jesus no mundo. Esta informação está disponível no sítio da Cúria Geral, na área reservada aos
jesuítas.
Padre Geral convoca Congregação de
Procuradores
No dia 12 de Março, o P. Geral, Adolfo Nicolás,
anunciou a convocação da Congregação de Procuradores
e estabeleceu o dia 9 de Julho de 2012 como data para o
seu início, em Nairobi, no Quénia. De acordo com a legislação da Companhia de Jesus, a Congregação de
Procuradores realiza-se cada quatro anos, contados a partir da última Congregação Geral, e tem como principal
finalidade deliberar sobre a necessidade de convocar ou
não uma Congregação Geral. Trata-se, ao mesmo tempo,
de uma ocasião muito importante para submeter a discussão e consulta assuntos relacionados com a missão da
Companhia de Jesus, principalmente o que se refere às
obras apostólicas mais universais. Cada Província envia à
Congregação de Procuradores um representante eleito na
respectiva Congregação Provincial. A Congregação da
Província Portuguesa tem como data prevista para o seu
início o dia 26 de Dezembro de 2011, em Soutelo.
Beatificação do Padre Ciszek
Está em andamento o processo de beatificação
do servo de Deus Padre Walter Ciszek (1904-1984). Autor
do livro "With God in Russia”, este jesuíta viveu 23 anos
na União Soviética, cinco dos quais na prisão de
Lubjanka, Moscovo, e dez nos campos de trabalho de
Norilsk e Abakan (Sibéria). Tanto na prisão, como nos
campos de trabalho e nos períodos em liberdade, dedicava-se a escutar os outros, a dirigir exercícios espirituais e
a administrar sacramentos.
Novo colégio na Austrália
Passados 60 anos desde a inauguração de um
colégio dos jesuítas australianos, vai ser inaugurado um
novo, em Redfern, na periferia de Sidney. O novo estabelecimento educativo orientar-se-á de preferência para os
jovens aborígenes, sobretudo aqueles que foram abandonando a frequência escolar ou que frequentaram os estudos esporadicamente, devido a causas de inadaptação
social. Será um colégio fortemente centrado nos objectivos pedagógicos da Companhia de Jesus, insistindo na
promoção da igualdade de oportunidades.
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Nomeações do Papa Bento XVI
9
Servidores DA MISSÃO DE CRISTO
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
“Enviados às Fronteiras”
10
“Enviados às fronteiras” é o título de um dos textos da última Congregação Geral da Companhia de Jesus.
Normalmente, quando pensamos em “fronteiras”, pensamos em ir para longe, em explorar mundos diferentes, em
aprender sobre lugares que nunca vimos e ideias que nunca
pensámos. Imaginamos um movimento de saída de nós em
direcção a um outro, seja esse “outro” uma cultura, uma língua, um lugar ou uma pessoa. Curiosamente, na
Congregação Geral o envio às fronteiras surge ligado ao
desejo de nos conhecermos melhor a nós próprios, de
redescobrir e aprofundar a nossa identidade de jesuítas.
Assim, parece-me que queremos estar nas fronteiras não
apenas para ir ao encontro do outro, mas porque sabemos
que só podemos verdadeiramente ser quem somos quando
estamos perto de outros porventura muito diferentes de nós.
Para mim esta convicção é hoje muito mais evidente e verdadeira do que era há três anos atrás quando
ainda não tinha deixado Portugal para começar um magistério de três anos na China. “A nossa casa é o mundo” dizia
o Pe. Nadal dos jesuítas e hoje sinto que isto é uma experiência bem concreta para mim. Durante estes três anos,
quando pensava em “a minha casa”, pensava na comunidade em Taipé, ou nos companheiros com quem vivi em
Pequim, ou na nossa comunidade de Macau da qual parti e
à qual voltei tantas vezes, ao longo deste último ano,
regressado de trabalhos vários nos mais diversos recantos
da China continental. Agora, volto a casa para estar com os
meus. Volto à cultura e ao estilo português, à carne de
porco à alentejana e aos banhos no Atlântico, às missas e
orações na língua materna, bem como aos abraços e sorrisos de tantos que me querem bem e me fazem sentir bemvindo a casa. E o que me impressiona e comove mais neste
momento é que, às saudades dessa casa à qual estou prestes a regressar, se juntam saudades destas muitas casas e
pessoas por onde passei e com quem estive aqui.
Este meu tempo de formação foi pensado como
um processo de encontro e imersão no mundo chinês ao
qual a Província Chinesa dos jesuítas pretende servir.
Tentando não esquecer os objectivos tradicionais desta
etapa de magistério – vida numa comunidade apostólica,
trabalho a tempo inteiro numa missão apostólica, e amadurecimento da vocação religiosa – fui convidado a viver
um magistério algo diferente do normal. O primeiro ano
passei-o a estudar chinês em Taiwan, no segundo vivi em
Pequim, onde estudei língua e cultura chinesas, e neste
terceiro ano, já com alguma capacidade para comunicar
em chinês, trabalhei na Casa Ricci, fundação da
Companhia de Jesus com base em Macau que se dedica ao
serviço de pessoas afectadas pela lepra e pela SIDA em
vários lugares da China.
Se há algo que todo o estrangeiro sente quando
chega à China é o facto de que na China há muita gente.
Uma vez, numa cidade média de uma área rural fui comprar um bilhete de comboio. Havia 70 bilheteiras a funcionar e diante de cada uma amontoavam-se pessoas em filas
mais ou menos caóticas. De facto, para matar o tempo,
contei as pessoas na fila à minha frente. Eram mais de 100
em cada fila…
Os chineses são muitos, já sabemos. Mas o que
fazem, em que pensam, e o que querem os chineses? Em
comparação connosco, os chineses são mais parecidos
que diferentes. Nas cidades, os jovens querem ter um
curso universitário, lutam por um emprego com um bom
salário, sofrem para conseguir comprar casa e casar, vestem calças de ganga e T-shirts com slogans em inglês,
comem no MacDonalds, ouvem música pop no Mp3, e
fazem compras em grandes centros comerciais. No
campo, as pessoas labutam de manhã à noite em condições geralmente pobres e tentam não ser engolidas pela
crescente industrialização e urbanização. O panorama é
muito semelhante ao que vimos e continuamos a ver no
nosso próprio país e no Ocidente em geral.
Um outro aspecto, que me parece muito importante e que vi em muitos chineses que conheci, é a falta de
identidade e sentido de vida. Este fenómeno também não
nos é estranho no Ocidente, mas na China o “vazio de
valores” e a falta de “saber quem sou e o que quero da
vida” é uma realidade gritante. Isto é triste sobretudo porque não parece haver, de facto, uma alternativa ao valor
do dinheiro. Antes, o lema comunista era: “tudo ao serviço do povo”, agora é “tudo ao serviço da moeda do povo”!
Em relação à mentalidade e cultura, há também
aspectos positivos e negativos que me impressionaram. O
chinês tem, em geral, um grande sentido patriótico e grande capacidade de trabalho e até de sacrifício por causas
comuns. Ao mesmo tempo, é incapaz de obedecer às mais
elementares regras cívicas e capaz das maiores indelicadezas e faltas de educação. É frequente haver empurrões
para “passar à frente” na fila, e várias vezes senti a minha
privacidade violada, quer por pessoas que descaradamente se punham a escutar as minhas conversas ou até por
espectadores curiosos que se entretinham a espreitar-me
enquanto fazia as minhas necessidades. Já que falo nisso,
impressiona na China a falta de limpeza que, à excepção
das zonas turísticas nas grandes cidades, impera por todo
o lado. Para ir ao WC público e sobreviver é preciso, no
mínimo, muito sentido de humor…
Da cultura antiga resta um aspecto muito bonito,
ainda que perigoso quando mal entendido. Há na China
um grande sentido de “piedade filial”, um respeito muito
grande pelos pais. O valor da família é, provavelmente, a
única coisa que se compara ao apreço pelo dinheiro.
Muitos jovens, por exemplo, escolhem carreiras profissionais para agradar aos pais, e penso que a maioria dos idosos vive em casa dos filhos, que os respeitam e cuidam até
ao fim da vida.
Antes de terminar, quero dizer algo sobre o
aspecto que mais me é querido: o religioso. Na China,
experimentei pela primeira vez o que significa ser uma
minoria. Pensa-se que haja uns 6 a 10 milhões de católicos, e cerca de 3400 sacerdotes, menos do que em
Portugal. A China é um país oficial e activamente ateu e,
a meu ver, isso explica muita coisa e traz imensos problemas. Já falámos da falta de “Espírito” e de horizonte na
vida quotidiana das pessoas. Aliado a isso, há também
perseguição religiosa, que se sente de forma mais ou
menos constante e mais ou menos severa consoante o
momento
e
o
lugar.
Pela natureza do trabalho em que estive envolvido, e que me permitiu estar com muitas pessoas e em muitos lugares da China, sinto que este terceiro ano me marcou de uma forma especial. É curioso que, sendo natural
de um País tradicionalmente religioso e católico, a experiência chinesa me deu um respeito muito maior pela tradição e piedade que vi em muitos cristãos daqui. Aqui,
rezar o terço, acender uma vela ou recitar determinada
ladainha é uma questão de identidade, não apenas uma
prática devota do tempo dos avós. As irmãs religiosas que
vivem e trabalham nas leprosarias em que estive praticam
um serviço de amor no anonimato e muitas vezes sob
pressão. Fazem-no por amor a Jesus, sem acesso regular
aos sacramentos (nos lugares mais privilegiados há missa
uma vez por mês), e tendo apenas recebido formação religiosa muito elementar. Normalmente, quando vou visitálas, vou com a missão de “dar formação”. Uma simples
partilha de vida ou algumas dicas sobre vida comunitária
ou oração são recebidas como verdadeiro presente do céu,
tal é a sede de aprender as coisas de Deus. Mas, na verdade, o que sinto sempre que estou com elas é que o verdadeiramente essencial já elas aprenderam e praticam há
muito.
Foi assim que, junto desta minoria fiel, sinto que
cresci como homem, como cristão e como jesuíta. Sinto-me mais capaz, ou pelo menos mais disposto ao diálogo,
mais tolerante para com o diferente e, ao mesmo tempo,
mais consciente e convicto da minha identidade, mais à
vontade entre culturas e aberto a uma Cultura do Humano.
As “fronteiras” não são lugares fáceis nem confortáveis,
mas são ocasião de encontro verdadeiro connosco e com
o Deus de todos. Graças a estes três anos sei melhor quem
sou e quem quero vir a ser.
Francisco Machado, SJ
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação
11
Sentir e SABOREAR
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Educação para todos… e todas
12
A Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), organização não-governamental para o desenvolvimento
(ONGD) jesuíta, tem como missão contribuir para o
desenvolvimento humano integral, em especial nas comunidades mais desfavorecidas dos países lusófonos, principalmente através do apoio às missões jesuítas, e também
pela sensibilização das pessoas em geral para uma sociedade mais comprometida com os valores da igualdade e
justiça social – www.fgs.org.pt.
A sua Missão, Visão e Valores, assim como a
forma de actuar em parceria, levou a que, desde 2007, a
FGS seja responsável pela coordenação de uma coligação
nacional de diversas organizações e entidades promotoras
do direito à educação – a Campanha Global pela
Educação (CGE).
A CGE faz parte de uma iniciativa internacional
que remonta a 1999 e que, hoje, tem representatividade
em quase 100 países de todos os continentes – a Global
Campaign for Education. Desde 2003 que esta Campanha
está presente em Portugal, e tem vindo a ganhar cada vez
mais apoio por todo o País.
Esta Campanha tem como objectivo geral mobilizar os membros da comunidade educativa para que exerçam uma cidadania mais activa e exigente em relação aos
compromissos políticos assumidos para se atingirem as
Metas de Educação para Todos e Todas (EPT)(1) e os
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)(2),
com incidência no ODM 2 – alcançar o ensino primário
universal.
Nesse sentido, a actuação da CGE, como parte
integrante do trabalho realizado pela FGS na área da
Educação para o Desenvolvimento, foca-se na sensibilização das comunidades educativa e política sobre as disparidades globais no acesso à educação e sobre o papel da
educação na redução da pobreza e da exclusão social. Ao
mesmo tempo, promove a cidadania activa e participativa,
procurando fomentar e estimular o diálogo e o debate
entre diversos actores políticos e da sociedade civil sobre
as Metas de EPT e os ODM e garantir a visibilidade do
papel da educação no desenvolvimento junto do público
em geral.
Promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres é o terceiro dos oito ODM, assumidos
como um compromisso político por 189 estados no seio da
Organização das Nações Unidas em 2000. A meta a alcançar até 2015 é atingir a paridade de género em todos os
níveis de ensino. Este ano, a CGE dedicou a sua Semana
de Acção Global à “Educação para Raparigas e Mulheres”,
chamando a atenção sobre os desafios ainda existentes
para se alcançar a igualdade de género no ensino.
Mais de 600 milhões de raparigas vivem nos países em desenvolvimento, e um quarto destas raparigas não
estão na escola. Demasiadas vezes esquecidas e perdidas
no meio de outras prioridades dos orçamentos nacionais,
e de medidas que tardam em ser acolhidas e implementadas, as raparigas continuam a enfrentar sérias dificuldades
no seu percurso escolar, profissional e social, um pouco
por todo o mundo. O papel da mulher é ainda, em muitos
contextos, circunscrito à maternidade, à família e ao lar.
Nas Filipinas, estão em curso planos para incentivar programas de literacia para mulheres indígenas;
Angola aprovou uma estratégia nacional para a promoção
e o desenvolvimento da mulher na educação; na Palestina,
foi entregue uma petição para se alterar a lei que estabelece a idade mínima para o casamento de raparigas. Estes
são alguns dos resultados alcançados recentemente no
âmbito desta Campanha.
A Semana de Acção acontece todos os anos e
conta com a participação de milhões de pessoas. Este ano,
decorreu de 2 a 8 de Maio e contou com a participação de
122 escolas e outras instituições de todo o País.
A actividade proposta - “A Grande História” centrou-se na recolha e leitura de histórias sobre os obstáculos enfrentados particularmente pelas raparigas e
mulheres no acesso e pleno usufruto do seu direito à educação, tais como a discriminação com base no género, a
violência dentro e fora da escola, os casamentos forçados,
as gravidezes precoces, o trabalho infantil e doméstico, a
falta de condições próprias de saneamento básico nas
escolas, entre outros; mas também sobre os benefícios do
investimento na educação para todos… e todas.
Poderá ler e subscrever o Manifesto desta Semana
de Acção e saber mais em: www.educacaoparatodos.org.
Mariana Hancock
campanha.global.educaçã[email protected]/tel 2175451622
(1) Fórum Mundial sobre Educação, 2000, Dakar.
(2) Cimeira do Milénio das Nações Unidas,
2000, Nova Iorque.
Sentir e SABOREAR continuação
Desde o Antigo Testamento que o Povo de Deus
se reúne para celebrar a Páscoa e foi para celebrar esta
festa que Jesus veio a Jerusalém com os seus apóstolos. A
Páscoa de Jesus tem uma grande particularidade; é Ele o
cordeiro Pascal, é Ele que se entrega por mim, por cada
um de nós.
Fomos chegando pela tarde de Quinta-Feira
Santa. Vi caras novas e reencontrei amigos que aqui voltavam para viver em retiro o Tríduo Pascal. Sim, Amigos,
é a palavra certa para descrever este grupo. Amigos no
Senhor que aceitam o convite de Jesus, que desejou ardentemente viver esta Páscoa connosco.
Este é um retiro especial. Integra pontos de oração, catequeses, adorações e, claro, as celebrações do
Tríduo, num ambiente de silêncio e recolhimento abertos.
Um retiro aberto porque atento aos que o fazem comigo,
e aberto porque os seus grandes momentos são vividos na
comunidade, a Igreja.
Na Casa, tudo está já centrado na preparação e
acolhimento destes dias. Os quartos, as refeições, os
diversos momentos do Tríduo. E ao mesmo tempo, é grande o grupo de pessoas que acorre para receber o sacramento da Reconciliação. Somos os cristãos a preparar-nos
para celebrar a Páscoa.
Os primeiros pontos de oração oferecem-nos
uma grelha de leitura: o Tríduo Pascal é o momento mais
importante das nossas vidas, não nos compreendemos
fora dele; por isso, nestes dias, fomos chamados a olhar
todas as realidades através do olhar salvador de Jesus que
aprendemos com Ele ao segui-Lo de perto. Vamos aprender d’Ele o que é o Amor, este Amor que nem sempre tem
um rosto agradável. Mas é fundamental que o contemplemos em todas as perspectivas, pois só o Amor dá sentido
a todas as realidades.
O Tríduo Pascal inicia-se com a celebração da
Eucaristia da Ceia do Senhor. Juntamo-nos, pela primeira
vez, à comunidade para celebrar em Igreja.
A instituição da Eucaristia põe-nos diante dos
dois desafios mais revolucionários de Jesus, o Amor e o
Serviço. Fazemos memória da Última Ceia, em que Jesus
se entrega no pão e no vinho e nos convida a repetir este
acontecimento, como sinal da sua aliança de amor connosco. E realizamos o gesto de Jesus que tanto chocou
Pedro e me dá consciência da minha indignidade, o lavapés. Na nossa celebração e para que toda a assembleia
possa participar, o lava-mãos: eu lavo as mãos a uma pessoa e deixo que essa pessoa me lave as mãos, repito o
gesto salvador de Jesus que serve os seus discípulos e,
reconhecendo-me necessitada, aceito a vida renovada que
me é oferecida, para poder tomar parte com Ele. A
Eucaristia prolonga-se na adoração do Santíssimo, em
silêncio e em comunidade. Contemplamos o Amor fiel de
Jesus, que depois da grande festa se retira para orar, consciente da hora difícil que se aproxima, e pede que o acom-
panhemos. Contemplamos também a nossa incapacidade
de estar presente, os sonos das nossas vidas.
Sexta-feira Santa. É um dia muito cheio! Jesus é
entregue para ser crucificado e morrer na cruz.
Acompanhamo-Lo na Via Sacra, participada também por
muitas pessoas da paróquia. Ao caminho de Jesus juntamos o nosso, as realidades de sombra e de sofrimento das
nossas vidas e do mundo em que vivemos. Contemplamos
todo este peso na cruz que Jesus carrega aos ombros, a
caminho do Calvário. Caminhamos com Ele, e todos queremos partilhar deste peso.
Jesus morre na cruz! A tristeza e a desilusão
habitam-nos. O nosso amigo morreu. Aquele que nos
encheu de sonhos e projectos, que “passou fazendo o
bem”, o filho de Deus todo poderoso falhou, morreu às
nossas mãos, sucumbiu às nossas impossibilidades. Parece
que tudo acabou! Estamos aqui, diante da cruz, velamos o
nosso amigo e acompanhamos Maria na sua dor.
Sábado Santo. O vazio. Jesus não está. Experimentamos a sua ausência e a saudade da vida partilhada
com Ele. Não sabemos viver sem Ele, nada faz sentido,
estamos confusos. Ele disse que voltaria, que havia de ressuscitar, mas...
E “eis que na dor nós encontrámos escondida e viva
a semente da alegria e da esperança, o Senhor está vivo”! É
esta a grande novidade que recebemos na Vigília Pascal!
A Igreja está à pinha, mas em família há sempre
lugar para mais um e este é o grande momento das nossas
vidas e é para todos! Começamos às escuras, iluminados
pelo Círio Pascal, a Luz de Cristo que todos recebemos
nas nossas velas. Voltamos a cantar o Glória, depois de
um jejum de várias semanas; renovamos as promessas do
Baptismo; celebramos a Eucaristia. Jesus ressuscitou,
apareceu a Maria e a Maria Madalena e enviou-as a dar a
boa notícia aos discípulos. É grande a alegria que se vive!
A alegria de Jesus ressuscitado! Alegria que nos projecta
para a vida, para continuarmos a missão de Jesus, missão
de Amor e Serviço aos outros.
Mas o retiro não terminou aqui: tivemos festa
rija pela madrugada dentro! Afinal celebrávamos a maior
festa do ano, a Páscoa de Jesus!
Ana Melo
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Tríduo Pascal no Rodízio
13
Sentir e SABOREAR continuação
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
25 Anos de Vida! Vidas em 25 Anos!
14
Para o hoje: Ámen! Para o amanhã: Aleluia!
Pedro Arrupe, sj
Na vida existem marcos que definem um antes e
um depois. Acontecem momentos simples, experiências
profundas, palavras com sentido, que nos permitem descobrir o essencial da existência humana e que nos fazem
descobrir Deus no Seu sentido mais Universal!
A 11 de Abril de 1986 ficou assinalada uma dessas fronteiras. Há 25 anos os Leigos para o Desenvolvimento (LD) nasceram e a partir de então, todos os anos,
novas vidas tomavam vida nova. Mais concretamente 320
vidas, 12 comunidades locais em África e Timor!
O envio de leigos missionários voluntários para
países em desenvolvimento proporciona, ainda hoje, uma
experiência única de encontro e de partilha, de descoberta, de espiritualidade, de simplicidade e gratidão que
fazem dos Leigos para o Desenvolvimento um movimento transformador e de conversão.
É por isso que 2011 é um ano especial de Acção
de Graças! Num momento da História em que os Valores
e os Princípios são, mais do que nunca, fundamentais para
ultrapassar dificuldades, desigualdades e injustiças
sociais, os Leigos para o Desenvolvimento continuam a
ser um testemunho humilde de serviço e entrega em prol
do desenvolvimento integral. Os LD são sem dúvida uma
Obra de Deus!
Em 25 anos, os Leigos para o Desenvolvimento
continuam a perseguir o sonho de promover o desenvolvimento humano e comunitário assumindo o espírito de gratuidade, de responsabilidade, de qualidade e de participação como factores determinantes para a construção de um
mundo mais justo e solidário. Não se trata de uma utopia
ou de um sonho inalcançável mas de uma missão que se
torna possível com a acção e a oração de cada dia!
Tudo começou pela mão do P. António Vaz
Pinto, com conversas de café, jovens interessados, disponibilidades crescentes e o sonho profundamente cristão de
fazer bem aos outros, de pôr a render os talentos recebidos e adquiridos, para lá das fronteiras do nosso espaço
habitual. No princípio, os LD eram apenas alguns jovens
ligados ao Centro Universitário Manuel da Nóbrega e ao
Centro Universitário Padre António Vieira mas, com o
passar do tempo e a conquista de alguma notoriedade,
jovens de todos os quadrantes da sociedade começaram a
mostrar-se interessados e assim dando uma dimensão
nacional aos LD.
As missões foram sendo abertas, concluídas,
transferidas ou continuadas (S. Tomé – 1988/…; Malawi
– 1991/94; Angola – 1992; 1996/…; Moçambique –
1994/…; Timor – 2000/…). Como realidades dinâmicas,
a cada início há a expectativa de transformação, de passagem, de autonomização. E a cada final de ciclo, a perspectiva de um novo projecto, uma nova missão, um novo
país. É a roda do desenvolvimento!
Hoje, com 14 pessoas no terreno (Neves em S.
Tomé e Príncipe; Benguela e Uíge em Angola; Cuamba em
Moçambique; Díli, em Timor Leste), prosseguimos a
nossa Missão e continuamos a ser responsáveis pela implementação, coordenação e/ou capacitação de projectos na
área da educação e formação, da saúde, do desenvolvimento sócio-comunitário, da promoção social e da pastoral.
O futuro apresenta-se como um grande desafio,
cada vez maior, mas nunca comparável à certeza e segurança do nosso passado, dos mais de 320 voluntários missionários que partiram pelos LD. Não se compara à experiência de já termos estado em sete países, nem tão pouco
se compara à gratificação que sentimos por, directa ou indirectamente, termos tocado na vida de milhares de pessoas!
Ao comemorar o nosso 25º aniversário, os LD
representam hoje uma forma de fazer cooperação para o
desenvolvimento e de solidariedade social com características muito particulares, tais como o voluntariado de
longo prazo e a vida comunitária; a promoção da auto-sustentabilidade dos projectos a médio/longo prazo; a integração nas comunidades locais e a espiritualidade inaciana.
Com o nosso programa de comemorações de
Abril 2011 a Abril 2012, pretendemos sobretudo agradecer o passado, celebrar a sua história e preparar o futuro;
partilhar com ex-voluntários, parceiros e amigos este
marco histórico; sensibilizar e influenciar a sociedade
civil para a importância dos Valores e do impacto das nossas acções e opções nos processos de desenvolvimento.
Por último, gostaríamos de agradecer reconhecidamente a inspiração, a proximidade e a amizade que a
Companhia de Jesus tem dedicado aos Leigos para o
Desenvolvimento desde a primeira hora e em todos os
momentos da vida LD. A todos os jesuítas que passaram
pela Direcção, pela Formação, pelo terreno, bem-hajam!
Os LD devem muito da sua identidade, da sua motivação
e dos seus impactos à relação única que estabelecem com
a Companhia e através dela, à espiritualidade inaciana.
Como dizia Santo Inácio de Loyola, “agir como se tudo
dependesse de nós e confiar como se tudo dependesse de
Deus”! É no fundo a nossa Missão.
Carmo Fernandes
www.leigos.org
Meios que unem O INSTRUMENTO COM DEUS
Julho
Setembro
Exercícios Espirituais
Exercícios Espirituais
7 DIAS
21 a 28 | em Soutelo, com o P. António Vaz Pinto
23 a 30 | no Rodízio, com o P. Sérgio Diz Nunes
22 a 29 | na Costa Nova, EE vocacionais, com o P. Filipe
Martins
8 DIAS
01 a 09 | em Fátima, com o P. Gonçalo Eiró
01 a 09 | em Soutelo, com o P. João Norton
04 a 12 | em Soutelo, com o P. Afonso Seixas
15 a 23 | em Soutelo, com o P. António Valério
16 a 24 | em Soutelo, com o P. Manuel Morujão
22 a 30 | em Fátima, com o P. Mário Garcia
22 a 30 | em Fátima, com o P. José Carlos Belchior e a
Drª Alzira Fernandes
22 a 30 | no Rodízio, com o P. Hermínio Rico
31 a 08 Ago | em Soutelo, com o P. José Carlos Belchior
e a Drª Alzira Fernandes
30 DIAS
22 a 22 Ago | em Soutelo, com o P. Luís Maria da
Providência
3 DIAS
01 a 04 | em Palmela, com o P. Afonso Seixas
08 a 11 | no Rodízio, com o P. António Santana
08 a 11 | em Soutelo, pé descalço, com a Drª Helena
Aguiar
15 a 18 | em Soutelo, com a Drª Teresa Olazabal
7 DIAS
01 a 08 | em Palmela, com o P. António Valério
8 DIAS
03 a 11 | no Rodízio, com P. Manuel Morujão
03 a 11 | no Rodízio, com o P. Luís Maria da
Providência
06 a 14 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia
20 a 28 | em Fátima, coom o P. Domingos de Freitas
20 a 28 | em Soutelo, com o P. Francisco Rodrigues
Outubro
Exercícios Espirituais
Exercícios Espirituais
8 DIAS
01 a 09 | em Soutelo, com o P. João Santos
05 a 13 | em Soutelo, com o P. António Santana
16 a 24 | em Soutelo, com o P. António Costa e Silva
18 a 26 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia
3 DIAS
10 a 13 | em Fátima, com o P. Dário Pedroso
8 DIAS
18 a 26 | em Fátima, com o P. Dário Pedroso
Consulte o programa anual em www.jesuitas.pt
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2011
Agosto
15

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