Concelho assinala 514 anos de história
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Concelho assinala 514 anos de história
QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | I DIA DO CONCELHO DA CALHETA | 514 ANOS Concelho assinala 514 anos de história LOCAL DE EMOÇÕES! concelho da Calheta está a celebrar 514 anos. Amanhã e sábado, há festa na praia, em que se destaca o concerto da fadista Mariza e as marchas do São João. Este Município é dotado de uma história riquíssima a par com a beleza paisagística que o torna, logo à primeira vista, atraente aos olhos dos turistas e dos madeirenses. A Calheta tem no sol, no O mar e na serra os seus maiores aliados. Oito freguesias compõem um mosaico de cor e de vida que, graças a um conjunto de investimentos públicos e privados, na área do lazer e da qualidade de vida dos calhetenses, fazem deste extenso território um destino onde sabe bem estar; um dia, uma semana, ou até o resto da vida. Neste suplemento especial, dedicado ao ani- versário do concelho, o presidente da autarquia, Carlos Teles, faz um balanço do que tem sido feito e do orgulho e convicção com que a autarquia investe no seu turismo. E porque é de um local de emoções que falamos, destacamos neste caderno alguns dos percursos pedonais e de BTT que são motivo de atração ao concelho. Sinta a Calheta! JM II | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016 514 ANOS | DIA DO CONCELHO DA CALHETA Algo que segundo Carlos Teles era impensável há 20 anos Calheta está no mapa turístico Carlos Teles é um presidente da Câmara orgulhoso do progresso que o concelho da Calheta evidencia. Calheta tem razões para festejar os seus 514 anos de existência enquanto concelho. Em tempo de balanço, o edil fala-nos um pouco do que foi feito e lança um olhar para o futuro. A JM - Que Calheta é esta que está a celebrar 514 anos? CARLOS TELES - Somos um dos concelhos mais antigos da Região Autónoma da Madeira e o mais extenso. Temos oito freguesias e à volta de 116 quilómetros quadrados o que faz deste um concelho com especificidades próprias. Mas nós sabemos também que tem sido um concelho que nos últimos 20 anos conseguiu um grande desenvolvimento, graças ao investimento, não só das entidades públicas, nomeadamente do Governo Regional, Câmara Municipal e juntas de Freguesia, mas também de privados, que têm dotado o nosso concelho de novos serviços e infraestruturas. Este é um motivo de orgulho. O aquilo que está feito e também sobre aquilo que está para fazer. Temos consciência de que há muito para fazer e de alguns problemas que precisam de soluções a breve prazo. JM - Que outras acessibilidades e obras estão em falta? CT - As freguesias do Jardim do Mar e do Paul do Mar, por exemplo, têm tido um crescimento enorme a nível turístico e, como tal, a acessibilidade e a segurança são cada vez mais importantes. Os calhetenses sabem que a ligação entre a freguesia do Estreito da Calheta e o Jardim do Mar tem graves problemas de segurança, principalmente durante o inverno, devido à queda de pedras em quase toda a zona. Achamos que seria importante resolvermos este problema. O Governo Regional já nos informou que está em fase de projeto, achamos que se encontra em bom andamento. JM - Quais são esses problemas? A conclusão da Via Expresso? JM - E o porto de recreio? CT - A par das outras obras que “Já atingimos as duas mil camas”, sublinha Carlos Teles. facto de sermos procurados por gente de fora para investir é sinal de que temos qualidades para que isso seja uma realidade. É nossa intenção continuarmos este caminho que julgamos ser o caminho mais correto. Queremos celebrar, porque é tempo de celebração. É tempo de fazer o balanço sobre referi, o porto de recreio é uma obra muito importante para a promoção do nosso concelho mas neste momento não está nas melhores condições, fruto da crise financeira. Sabemos que o Governo Regional está a trabalhar numa solução para aquele espaço através do investimento privado. Acreditamos que está no bom caminho, já que essa resolução está intrinsecamente ligada à consolidação da escarpa sobranceira ao porto de recreio, que está neste momento em fase de concurso. Faz muita falta aquela zona estar em boas condições de segurança, para podermos responder também a um investimento privado, o Hotel Savoy Saccharum, importantíssimo para a economia, não só local, mas também regional. JM - E quanto a obras camarárias em perspetiva? CT - Do que depende do nosso orçamento, também temos objetivos a atingir. Realço a ligação do Centro das Artes – Casa das Mudas ao sítio da Estrela, uma estrada que era regional e agora é municipal, que está em más condições. Até final do ano contamos lançar o concurso. Temos também, em perspetiva, o acesso ao Rabaçal, através da freguesia da Calheta. Temos vários acessos à zona montanhosa do concelho, em várias freguesias, mas, na zona da Calheta, aquele que é o acesso mais antigo está em péssimas condições. O concurso público vai na segunda versão, devido a reclamações de PUB CT - Se por um lado a Calheta está mais perto do Funchal, por outro lado, dentro do nosso município, ao nível das acessibilidades, ainda precisamos de muitas obras. A conclusão da Via Expresso é muito importante para o desenvolvimento das freguesias mais a oeste do concelho, a Fajã da Ovelha e a Ponta do Pargo. É um objetivo nosso, mas é também um objetivo do Governo Regional, responsável pela obra. Temos mantido diálogo, no sentido de encontrarmos a melhor solução, e tenho razões para estar optimista. A situação financeira não é a ideal, mas sabemos que, mais tarde ou mais cedo, esta obra será uma realidade. QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | III DIA DO CONCELHO DA CALHETA JM - Para quando está previsto o novo centro de saúde? CT - Em relação ao centro de saúde (que já foi apresentado publicamente), vai ser alvo de profundas remodelações e, assim, vamos atingir mais um objetivo, que é o de termos um centro de saúde em boas condições, com internamento, que servirá o concelho com maior qualidade. Não gosto de falar em datas, pois hoje em dia os concursos têm muitos conflitos. Há poucas obras e muitas empresas e, assim sendo, um concurso que demora três meses acaba por demorar seis. É muito arriscado falar em datas. Para nós o mais importante é saber que a obra está no bom caminho para avançar. JM - Como é que está a “saúde” financeira do concelho? CT - Temos uma dívida consolidada. Na primeira parte do mandato, essa foi a nossa principal preocupação. Temos dois planos financeiros, o de saneamento financeiro, desde 2008, e também o PAEL [Programa de Apoio à Economia Local], implementado pelo governo central. Estamos a cumprir com ambos. Neste momento, reduzimos substancialmente a dívida que tínhamos. O concelho da Calheta nunca foi um concelho que estivesse em perigo financeiro. Cumprimos. Por isso, nesta fase final do mandato vamos poder aumentar o investimento que tanta falta faz ao concelho. JM - A vertente social tem sido muito acarinhada e as festas do Natal, para os maiores de 60 e para as crianças, são disso reflexo... CT - É um trabalho que vem de trás e que eu conheci muito bem. Quando as coisas funcionam bem, há que dar continuidade e é isso que tem sido feito. Fomos pioneiros nesta área social. Infelizmente temos uma população cada vez mais envelhecida e temos também cada A Calheta orgulha-se de ser um concelho que preserva a natureza. vez menos jovens, no concelho. É um mal que aflige todos os concelhos da ilha e até do país. Tentamos colmatar esse problema tendo várias atividades que vão de encontro aos mais velhos e aos mais novos. Temos centros sociais em quase todas as freguesias, faltando neste momento centros sociais no Jardim do Mar, Paul do Mar e Fajã da Ovelha, onde teremos muito brevemente. No natal fazemos um jantar para os maiores de 60 e uma festa para as crianças, assim como celebramos o Dia Mundial da Criança. Algo que fazemos é potenciar o convívio intergeracional. JM - Essas festas à escala concelhia também ajudam as esbater a dispersão... CT - Ainda bem que fala nisso, pois uma das coisas que promovemos é atividades entre os vários centros. Quando um dos centros faz aniversário convidamos os outros, e assim damos oportunidade às pessoas das várias freguesias de conviverem umas com as outras. Também os passeios que fazemos pela ilha é uma forma de dar a conhecer a ilha a alguns munícipes que não tiveram essa oportunidade ao longo da sua vida. JM - E como está a Calheta em termos turísticos? CT - O turismo é uma realidade no concelho da Calheta, o que era impensável há uns anos atrás. Apoiamos o investimento privado dando condições a quem quer investir, através da agilização de processos, nomeadamente de licenciamento, e isso tem se refletivo nos números que temos a nível turístico. Já atingimos as duas mil camas. Não falo só de infraestruturas hoteleiras, mas também do turismo rural e do alojamento local. Sabemos que o Funchal é por si só um garante do turismo da região, mas nós, neste momento, estamos a par com outros concelhos importantes da região, como Santa Cruz e Câmara de Lobos. A Calheta, neste momento, faz parte do mapa turístico da Região e nós, Câmara, queremos consolidar esta nossa realidade e potenciar novos investimentos. A procura que temos tido é o garante de que estamos no bom caminho. Temos uma localização privilegiada, temos um clima excelente, especialmente para quem vem dos países nórdicos. Queremos aproveitar bem esta dádiva da Natureza, cuidando bem do nosso ambiente. Queremos criar condições sem estragar o que temos. JM - Pratica-se muito desporto no concelho? CT - O desporto no concelho sofreu uma revolução. Estávamos habituados ao futebol e pouco mais. Atualmente, temos clubes e associações que estão a trabalhar muito bem a nossa juventude nessa área. Temos já alguns campeões entre os muitos jovens que praticam um manancial de modalidades, desde badminton, ténis de mesa, BTT, patinagem em velocidade, futebol, parapente, surf, trail, entre outras. Temos trilhos de BTT e de Trail que são procurados por quem nos visita, a par das provas organizadas pelas várias associações da região. É uma realidade desportiva completamente nova. JM PUB empresas que concorreram, o que tem atrasado a execução da obra. Esperamos concluir o concurso para brevemente termos a obra no terreno. Entretanto, a câmara tem feito outras obras de manutenção nas estradas. Neste momento, temos dois caminhos agrícolas na freguesia do Arco da Calheta, que estão em fase final de execução, e outro, no Estreito da Calheta, assim como um no Paul do Mar. Estamos a atuar em todas as nossas freguesias. Queremos chegar a todas as freguesias, tendo a noção de como é difícil trabalhar num concelho tão extenso. | 514 ANOS IV | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016 514 ANOS | DIA DO CONCELHO DA CALHETA Oito freguesias com beleza e história O Arco da Calheta onde começou a exploração agrícola. A praia da Calheta “brilha” no verão madeirense. seguir um pouco de história de cada uma das freguesias que no sábado estarão representadas nas marchas populares. A Foi seu filho, João de França, que fez construir a capela de Nossa Senhora da Graça, onde depois se criou e instalou a nova paróquia, sendo também a sede do morgadio que fundou em 1503. Um outro sesmeiro, juiz dos órfãos e escudeiro fidalgo, Francisco Homem de Gouveia, aqui se fixou no séc. XVI e fundou o morgadio e capela do Reis Magos. A denominação de Estreito (desfiladeiro, vale ou profundidade), possivelmente teve origem num pequeno sítio, com maior ou menor propriedade de aplicação do termo, embora no seu conjunto, as condições orográficas não justifiquem tal denominação. ARCO DA CALHETA PRAZERES A freguesia do Arco da Calheta tem uma área de 14.70 km² e a sua denominação deve-se à especial configuração semi-circular dos seus montes, e da sua proximidade relativamente à freguesia da Calheta. Foi no Arco da Calheta que surgiram os primeiros colonos e onde foram dados os primeiros passos na exploração agrícola após o descobrimento. Carateriza-se pelas suas preciosidades patrimoniais e artísticas. Foi aqui que se fixou João Fernandes de Andrade, que possuiu vastas terras, engenho e escravos, assim como instituiu uma casa, com capela e capelão privativo, nos finais do séc. XV. Dele surgiu a conhecida história de “António e Isabel do Arco da Calheta”, escrita primeiramente A freguesia dos Prazeres tem uma área de 13 km2 e inicialmente estava ligada à freguesia do Estreito da Calheta, tendo-se tornado independente juntamente com alguns casais da Fajã da Ovelha a 28 de Dezembro de 1676. A sua designação provém de uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, ali edificada muito anteriormente à criação da paróquia. No seu Património Histórico Edificado é de realçar a Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Neves. Fajã da Ovelha é guardiã de tradições. pelo escritor Gaspar Frutuoso na sua obra “As Saudades da Terra” e mais tarde contada por João França. CALHETA A freguesia da Calheta tem uma área de 23,47km2 e a sua criação data de 1430. O seu nome provém da pequena baía ou enseada, que lhe serve de porto, pois é esse o verdadeiro significado da palavra calheta. Foi esta a zona que João Gonçalves Zarco Igreja paroquial dos Prazeres. escolheu para doar vastos terrenos aos seus filhos João Gonçalves da Câmara e D. Beatriz, sendo uma das mais antigas freguesias da Ilha e uma das primeiras que começaram a ser exploradas pelos colonizadores. Foi terra adotiva de nobres fidalgos e cavaleiros, perpetuando-se os seus nomes na toponímia dos vários lombos que constituem esta freguesia: Lombo do Doutor e Lombo do Atouguia. Como património histórico edi- ficado tem a Igreja Matriz do Espírito Santo, para além de um valioso conjunto de ourivesaria sacra desde o séc. XVI até ao séc. XVIII. ESTREITO DA CALHETA A freguesia do Estreito da Calheta tem uma Área de 13,4 km2 e nasceu no séc. XIV, tendo a primitiva povoação a sua origem numa fazenda concedida ao fidalgo, natural da Polónia, André Gonçalves de França. FAJÃ DA OVELHA A freguesia da Fajã da Ovelha tem uma extensão de 24km2 e a sua denominação deriva, talvez, do assentamento de terras PUB ©DR O concelho da Calheta é composto por oito freguesias, oito postais da ilha da Madeira. QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | V DIA DO CONCELHO DA CALHETA anteriormente desmoronadas e que mataram uma ovelha. A ocorrência, que permaneceu na memória das populações ligouse ao local, e dali se alastrou a toda a freguesia. Foi criada em meados do século XVI e instalada a sua sede na Capela de São Lourenço, com características manuelinas. Não deixa de merecer o interesse do forasteiro curioso, na ânsia satisfeita de reviver o tipicismo e as marcas do passado, aqui mantido pela quietude do presente. No seu património histórico edificado é de destacar a Igreja Paroquial de São João Batista que teve sede na capela de S. Lourenço e ali permaneceu até o segundo quartel do século XVIII.. No Paul do Mar existiu uma fábrica de conservas. O farol da Ponta do Pargo é uma atração turística. que serviram de revestimento aos tanques, são prova da riqueza açucareira da freguesia. Marcas simbólicas do passado são também algumas chaminés prismáticas e o casario que rodeia a Igreja de N. S. do Rosário. Emoldurada pelo mar e constrangida pela rocha, a freguesia preserva o sossego e a quietude seculares, espalhados no tipicismo das suas ruelas estreitas e no casario baixo, no geral de traça antiga, onde as chaminés ganham dimensão decorativa digna de nota pela variedade das suas formas. PAUL DO MAR PONTA DO PARGO O Jardim do Mar é um lugar pitoresco. de Alcáçovas (séc.XVI). A costa marítima da Ponta do Pargo era extremamente perigosa para a navegação, razão pela qual foi construído um farol, no alto do rochedo (Ponta da Vigia), inaugurado a 5 de Junho de 1922. É uma zona distinta de todas as Estreito da Calheta conjuga tradição e modernidade. restantes da Madeira, pela extensão da sua planura e terreno pouco acidentado. JARDIM DO MAR A freguesia do Jardim do Mar tem uma área 2,55 km2 e na sua história destaca-se a beleza do local. Outrora manto de flores silvestres, estará aí a origem do nome, que se reflete também em outros topónimos como o Sítio das Roseiras. À beira-mar, onde outrora existiu uma fonte, as ruínas do antigo engenho deste morgadio, com azulejos A freguesia do Paul do Mar tem uma área de 1,7 km2 e a sua designação adveio-lhe da orografia do lugar. Segundo o deão Gonçalves Andrade, a localidade “forma como um vale debaixo de altas rochas, junto ao mar, donde lhe vem o nome.” Um dos mais antigos povoadores, o sesmeiro João Anes do Couto aqui possuiu terras de sesmaria. Fundou a Capela de Santo Amaro, antiga sede paroquial. O mar ofereceu a esta freguesia um rico manancial. A abundância em peixe, sobretudo o migratório, fez aparecer nesta freguesia, em 1912, a indústria da conserva de atum para exportação.. JM PUB A freguesia da Ponta do Pargo tem uma extensão de 22 km2. O ano da sua criação prevê-se ser anterior a 1560. Situada no extremo Sudoeste da Ilha, o nome deve-se a um acontecimento marcante. Quando os descobridores andavam a desvendar a costa, no batel de Severo Afonso, chegados a esta paragem, pescaram um peixe de maravilhosa grandeza, semelhante, ao pargo. Muitos dos terrenos desta zona pertenceram a Garcia da Câmara e a Afonso Henriques, Senhor | 514 ANOS Saudamos o Senhor Presidente, a Vereação e todos os Munícipes, por mais um aniversário do Concelho da Calheta. www.afa.pt VI | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016 514 ANOS | DIA DO CONCELHO DA CALHETA Emoções do mar à serra! ©DR Percursos de BTT e de caminhada, que ligam o mar e a serra, são ofertas turísticas que podem ser usufruídas por todos no concelho da Calheta. pé ou de bicicleta, madeirenses e turistas podem explorar ao máximo as belezas paisagísticas da Calheta. A LEVADA DAS 25 FONTES Os trilhos de BTT são um convite à aventura. ponibilizado pelo Município da Calheta que efetua o trajeto até ao ponto referencial de partida: o Posto Florestal do Rabaçal. Antes de chegar ao Posto Florestal encontra à sua direita um trilho, não sinalizado, que dá acesso à vereda da Lagoa do Vento. Chegando ao posto florestal, dispõe de WC’s públicos sendo que poderá aproveitar uma vez que não existe mais nenhum durante o percurso. O percurso encontra-se bem sinalizado pelo qual poderá seguir as indicações constantes nas placas de sinalização. A Levada das 25 Fontes e a Levada do Risco são duas levadas praticamente paralelas que têm como destino a Central Hidroelétrica da Calheta, sendo que, até à zona do Risco, correspondem a cenários idênticos do ponto de vista paisagístico e florístico, existindo no entanto, muitas particulari- dades em cada uma delas, como é o caso das quedas de água e dos muitos ângulos de visualização das profundas paisagens. No seguimento do percurso encontra uma ponte que permite efetuar a travessia sobre a Ribeira Grande. Neste mesmo local é possível avistar ao longe a belíssima cascata do Risco, coincidindo com o términus daquele percurso. Para chegar ao final da Levada das 25 Fontes é ne- cessário continuar sendo que após a ponte, segue uma escadaria em pedra emparelhada, ladeada pela levada, sendo um cenário igualmente marcante. O nome de 25 Fontes advém do número de nascentes que durante todo o ano insistem em cair na bonita lagoa existente. CAMINHO REAL DO PAUL DO MAR O PR 19 é um caminho real que outrora foi muito utilizado PUB A Levada das 25 Fontes (e do Risco) é um dos trajetos mais frequentados quer pelos madeirenses quer pelo fluxo turístico existente, sendo de fácil entendimento o porquê. Tal como a Levada do Risco, poderá iniciar este percurso de duas formas: ou pela zona do Rabaçal na E.R. 105 (Antiga E.R. 110) ou pela Zona de Lazer da Caldeira, denominada de “Garagem”, na Estrada Dr. Roberto Monteiro (Antiga E.R. 211). Em qualquer um dos acessos é possível facilmente encontrar o trilho, sendo que por uma questão de mobilidade e de estacionamento, indicamos que tenha como referência a primeira opção, até porque existe um serviço de transporte dis- QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | VII DIA DO CONCELHO DA CALHETA destes 5 Km de trajecto. Apesar de não ser exigente tecnicamente, e o piso ser geralmente regular convém ter cuidado porque existe a possibilidade de cruzar-se com algum veículo todo-o-terreno. Após os 3 Km irá encontrar algumas vedações que deverá deixá-las sempre fechadas. O percurso termina junto às primeiras casas do sítio das Florenças. LOMBADA DOS CEDROS Caminhar à beira mar, por caminhos de outros tempos, é algo inspirador. propícia à contemplação e algum repouso, pois até aí, o nível mais acentuado da descida foi já efetuado, seguindo-se uma parte menos íngreme. As águas que percorrem o leito escavado derivam da Ribeira Seca ou Ribeira do Paul, alimentando a flora existente, de onde se destaca a Laurissilva do barbusano e do loureiro. CASAIS DA SERRA/SÃO LOURENÇO Este percurso denominado de PBTT 1 é um estradão que liga a Fonte do Bispo até o sítio das Florenças, na Fajã da Ovelha. Todo o percurso está bem sina- lizado desde o início. Segue a Oeste (à direita) entre as urzes centenárias e por vezes entre o gado bovino que pastoreia nesta área. A par do PBTT 2 este é um dos percursos com grau de exigência mais baixo existentes no concelho da Calheta. Não existem single tracks ao longo Este percurso de BTT iniciase na Fonte do Bispo e é dos percursos mais fáceis existentes no concelho por não existir single tracks. Desde o início até ao fim o percurso segue nos estradões que são importantes para a prevenção dos incêndios e para que os pastores possam controlar as vacas que “colonizam” todas as montanhas a norte da Lombada dos Cedros. Todo o percurso está indicado por setas com as cores amarelas e vermelha. O piso é geralmente regular mas requer sempre alguma atenção pois é possível existir alguma pedra solta. A meio do percurso é quase obrigatório parar e admirar o serpenteado destes “estradões” nas montanhas do concelho da Calheta. Um cenário marcante! JM PUB pelos locais para se deslocarem do mar à serra entre as diversas atividades comercias que se faziam sentir. A população do Paul do Mar utilizava este percurso essencialmente para chegar ao cimo da encosta de forma a poder desenvolver a atividade agrícola, como forma de complemento às atividades piscatórias. O início do percurso é efetuado junto do hotel Jardim Atlântico, sendo possível efetuar neste mesmo local o famoso percurso “dos pés descalços” e todas as sensações terapêuticas associadas ao mesmo. Nas imediações deste percurso sui generis, poderá iniciar o trajeto do Caminho Real do Paul do Mar tendo o Miradouro do Lombo da Rocha como a primeira paragem obrigatória, podendo avistar em amplitude o Oceano Atlântico, à esquerda a pitoresca vila do Jardim do Mar e à direita o porto do Paul do Mar. Neste percurso, além das quedas de água e da relação de imponência entre quem serpenteia uma encosta, a beleza geológica é um dos atrativos dada a alternância entre os filões basálticos e as rochas de cor de ocre. Este percurso é marcado pela transição entre a freguesia dos Prazeres e a freguesia do Paul do Mar. Sensivelmente, a meio da descida existe uma zona | 514 ANOS VIII | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016 514 ANOS | DIA DO CONCELHO DA CALHETA Mariza, MTV e algo surpreendente A Calheta vai estar ainda mais viva, nos próximos dois dias. A festa é feita de nomes sonantes e deixa antever noites animadas. ariza é a cabeça de cartaz nas festas da Calheta. O concerto da fadista realiza-se amanhã, às 22h00, no palco montado na praia. Logo a seguir, a noite fica por conta dos DJ Pedro Cazanova e Nélio Fabrício. «As festas do concelho da Calheta primaram sempre pela qualidade e pela arte de bem receber. Isto é mais um investimento que estamos a fazer, porque a imagem do concelho também se vende apostando nas nossas festas e mostrando que organizamos eventos com muita qualidade. Vamos ter dois dias de grande festa. Mariza, uma artista conhecida internacionalmente, uma bandeira do país na sua área, muito nos honrará com a sua presença», sublinha o presidente da autarquia, Carlos Teles. Integrado na digressão MTV M Praia e música vão atrair milhares de visitantes à Calheta nos próximos dias. «Agradeço desde já o trabalho voluntário que é feito para que tenhamos umas marchas muito bonitas a abrilhantar a nossa marginal», sublinha o autarca. Amanhã, o dia começa com uma missa e com a sessão solene dos 514 anos do concelho. Neste dia, pelas 20h00, realiza-se a 15.ª edição do festival da canção “Talentos à Solta”. O júri é composto por personalidades da música. «No sábado vamos ter ainda o nosso espectáculo piromusical e, pela primeira vez, teremos na Região, o helioesfera show, que será uma surpresa. Penso que estão reunidas condições para que seja um fim de semana em grande. Temos facilidade de estacionamento. Venham visitar a Calheta em festa!», convida Carlos Teles. A rádio JM 88.8 FM está a marcar presença nas festas da Calheta, com a realização de diretos. JM PUB Insomnia, a Calheta vai também contar com a presença de DJ conhecidos, como são, Pedro Cazanova (sexta-feira), Diego Miranda (sábado) e Nélio Fabrício (nos dois dias). As marchas do São João, no sábado, são o corolário das festas. São oito, uma de cada freguesia.