Concelho assinala 514 anos de história

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Concelho assinala 514 anos de história
QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | I
DIA DO CONCELHO DA CALHETA
| 514 ANOS
Concelho assinala 514 anos de história
LOCAL DE EMOÇÕES!
concelho da Calheta está a
celebrar 514 anos. Amanhã
e sábado, há festa na praia,
em que se destaca o concerto
da fadista Mariza e as marchas do São João. Este Município é
dotado de uma história riquíssima
a par com a beleza paisagística que
o torna, logo à primeira vista, atraente aos olhos dos turistas e dos madeirenses. A Calheta tem no sol, no
O
mar e na serra os seus maiores
aliados. Oito freguesias compõem
um mosaico de cor e de vida que,
graças a um conjunto de investimentos públicos e privados, na área
do lazer e da qualidade de vida dos
calhetenses, fazem deste extenso
território um destino onde sabe
bem estar; um dia, uma semana,
ou até o resto da vida. Neste suplemento especial, dedicado ao ani-
versário do concelho, o presidente
da autarquia, Carlos Teles, faz um
balanço do que tem sido feito e do
orgulho e convicção com que a autarquia investe no seu turismo. E
porque é de um local de emoções
que falamos, destacamos neste caderno alguns dos percursos pedonais e de BTT que são motivo de
atração ao concelho. Sinta a Calheta!
JM
II | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016
514 ANOS
| DIA DO CONCELHO DA CALHETA
Algo que segundo Carlos Teles era impensável há 20 anos
Calheta está no mapa turístico
Carlos Teles é um
presidente da
Câmara orgulhoso
do progresso que o
concelho da
Calheta evidencia.
Calheta tem razões para
festejar os seus 514 anos
de existência enquanto
concelho. Em tempo de
balanço, o edil fala-nos
um pouco do que foi feito e
lança um olhar para o futuro.
A
JM - Que Calheta é esta que está a
celebrar 514 anos?
CARLOS TELES - Somos um dos
concelhos mais antigos da Região
Autónoma da Madeira e o mais
extenso. Temos oito freguesias e à
volta de 116 quilómetros quadrados
o que faz deste um concelho com
especificidades próprias. Mas nós
sabemos também que tem sido
um concelho que nos últimos 20
anos conseguiu um grande desenvolvimento, graças ao investimento,
não só das entidades públicas, nomeadamente do Governo Regional,
Câmara Municipal e juntas de Freguesia, mas também de privados,
que têm dotado o nosso concelho
de novos serviços e infraestruturas.
Este é um motivo de orgulho. O
aquilo que está feito e também sobre aquilo que está para fazer. Temos consciência de que há muito
para fazer e de alguns problemas
que precisam de soluções a breve
prazo.
JM - Que outras acessibilidades e
obras estão em falta?
CT - As freguesias do Jardim do
Mar e do Paul do Mar, por exemplo,
têm tido um crescimento enorme
a nível turístico e, como tal, a acessibilidade e a segurança são cada
vez mais importantes. Os calhetenses sabem que a ligação entre
a freguesia do Estreito da Calheta
e o Jardim do Mar tem graves problemas de segurança, principalmente durante o inverno, devido
à queda de pedras em quase toda
a zona. Achamos que seria importante resolvermos este problema.
O Governo Regional já nos informou que está em fase de projeto,
achamos que se encontra em bom
andamento.
JM - Quais são esses problemas?
A conclusão da Via Expresso?
JM - E o porto de recreio?
CT - A par das outras obras que
“Já atingimos as duas mil camas”, sublinha Carlos Teles.
facto de sermos procurados por
gente de fora para investir é sinal
de que temos qualidades para que
isso seja uma realidade. É nossa
intenção continuarmos este caminho que julgamos ser o caminho
mais correto. Queremos celebrar,
porque é tempo de celebração. É
tempo de fazer o balanço sobre
referi, o porto de recreio é uma
obra muito importante para a promoção do nosso concelho mas
neste momento não está nas melhores condições, fruto da crise financeira. Sabemos que o Governo
Regional está a trabalhar numa
solução para aquele espaço através
do investimento privado. Acreditamos que está no bom caminho,
já que essa resolução está intrinsecamente ligada à consolidação
da escarpa sobranceira ao porto
de recreio, que está neste momento
em fase de concurso. Faz muita
falta aquela zona estar em boas
condições de segurança, para podermos responder também a um
investimento privado, o Hotel Savoy
Saccharum, importantíssimo para
a economia, não só local, mas também regional.
JM - E quanto a obras camarárias
em perspetiva?
CT - Do que depende do nosso
orçamento, também temos objetivos a atingir. Realço a ligação do
Centro das Artes – Casa das Mudas
ao sítio da Estrela, uma estrada
que era regional e agora é municipal, que está em más condições.
Até final do ano contamos lançar
o concurso. Temos também, em
perspetiva, o acesso ao Rabaçal,
através da freguesia da Calheta.
Temos vários acessos à zona montanhosa do concelho, em várias
freguesias, mas, na zona da Calheta,
aquele que é o acesso mais antigo
está em péssimas condições. O
concurso público vai na segunda
versão, devido a reclamações de
PUB
CT - Se por um lado a Calheta
está mais perto do Funchal, por
outro lado, dentro do nosso município, ao nível das acessibilidades,
ainda precisamos de muitas obras.
A conclusão da Via Expresso é
muito importante para o desenvolvimento das freguesias mais a
oeste do concelho, a Fajã da Ovelha
e a Ponta do Pargo. É um objetivo
nosso, mas é também um objetivo
do Governo Regional, responsável
pela obra. Temos mantido diálogo,
no sentido de encontrarmos a melhor solução, e tenho razões para
estar optimista. A situação financeira não é a ideal, mas sabemos
que, mais tarde ou mais cedo, esta
obra será uma realidade.
QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | III
DIA DO CONCELHO DA CALHETA
JM - Para quando está previsto o
novo centro de saúde?
CT - Em relação ao centro de
saúde (que já foi apresentado publicamente), vai ser alvo de profundas remodelações e, assim, vamos atingir mais um objetivo, que
é o de termos um centro de saúde
em boas condições, com internamento, que servirá o concelho
com maior qualidade. Não gosto
de falar em datas, pois hoje em
dia os concursos têm muitos conflitos. Há poucas obras e muitas
empresas e, assim sendo, um concurso que demora três meses acaba
por demorar seis. É muito arriscado falar em datas. Para nós o
mais importante é saber que a
obra está no bom caminho para
avançar.
JM - Como é que está a “saúde” financeira do concelho?
CT - Temos uma dívida consolidada. Na primeira parte do mandato, essa foi a nossa principal
preocupação. Temos dois planos
financeiros, o de saneamento financeiro, desde 2008, e também
o PAEL [Programa de Apoio à
Economia Local], implementado
pelo governo central. Estamos a
cumprir com ambos. Neste momento, reduzimos substancialmente a dívida que tínhamos. O
concelho da Calheta nunca foi
um concelho que estivesse em
perigo financeiro. Cumprimos.
Por isso, nesta fase final do mandato vamos poder aumentar o
investimento que tanta falta faz
ao concelho.
JM - A vertente social tem sido
muito acarinhada e as festas do Natal,
para os maiores de 60 e para as
crianças, são disso reflexo...
CT - É um trabalho que vem de
trás e que eu conheci muito bem.
Quando as coisas funcionam bem,
há que dar continuidade e é isso
que tem sido feito. Fomos pioneiros
nesta área social. Infelizmente temos uma população cada vez mais
envelhecida e temos também cada
A Calheta orgulha-se de ser um concelho que preserva a natureza.
vez menos jovens, no concelho. É
um mal que aflige todos os concelhos da ilha e até do país. Tentamos
colmatar esse problema tendo várias atividades que vão de encontro
aos mais velhos e aos mais novos.
Temos centros sociais em quase
todas as freguesias, faltando neste
momento centros sociais no Jardim
do Mar, Paul do Mar e Fajã da Ovelha, onde teremos muito brevemente. No natal fazemos um jantar
para os maiores de 60 e uma festa
para as crianças, assim como celebramos o Dia Mundial da Criança.
Algo que fazemos é potenciar o
convívio intergeracional.
JM - Essas festas à escala concelhia
também ajudam as esbater a dispersão...
CT - Ainda bem que fala nisso,
pois uma das coisas que promovemos é atividades entre os vários
centros. Quando um dos centros
faz aniversário convidamos os outros, e assim damos oportunidade
às pessoas das várias freguesias de
conviverem umas com as outras.
Também os passeios que fazemos
pela ilha é uma forma de dar a conhecer a ilha a alguns munícipes
que não tiveram essa oportunidade
ao longo da sua vida.
JM - E como está a Calheta em
termos turísticos?
CT - O turismo é uma realidade
no concelho da Calheta, o que
era impensável há uns anos atrás.
Apoiamos o investimento privado
dando condições a quem quer
investir, através da agilização de
processos, nomeadamente de licenciamento, e isso tem se refletivo nos números que temos
a nível turístico. Já atingimos as
duas mil camas. Não falo só de
infraestruturas hoteleiras, mas
também do turismo rural e do
alojamento local. Sabemos que
o Funchal é por si só um garante
do turismo da região, mas nós,
neste momento, estamos a par
com outros concelhos importantes da região, como Santa
Cruz e Câmara de Lobos. A Calheta, neste momento, faz parte
do mapa turístico da Região e
nós, Câmara, queremos consolidar esta nossa realidade e potenciar novos investimentos. A
procura que temos tido é o garante de que estamos no bom
caminho. Temos uma localização
privilegiada, temos um clima excelente, especialmente para
quem vem dos países nórdicos.
Queremos aproveitar bem esta
dádiva da Natureza, cuidando
bem do nosso ambiente. Queremos criar condições sem estragar
o que temos.
JM - Pratica-se muito desporto
no concelho?
CT - O desporto no concelho sofreu uma revolução. Estávamos habituados ao futebol e pouco mais.
Atualmente, temos clubes e associações que estão a trabalhar muito
bem a nossa juventude nessa área.
Temos já alguns campeões entre
os muitos jovens que praticam um
manancial de modalidades, desde
badminton, ténis de mesa, BTT,
patinagem em velocidade, futebol,
parapente, surf, trail, entre outras.
Temos trilhos de BTT e de Trail
que são procurados por quem nos
visita, a par das provas organizadas
pelas várias associações da região.
É uma realidade desportiva completamente nova. JM
PUB
empresas que concorreram, o que
tem atrasado a execução da obra.
Esperamos concluir o concurso
para brevemente termos a obra
no terreno. Entretanto, a câmara
tem feito outras obras de manutenção nas estradas. Neste momento, temos dois caminhos agrícolas na freguesia do Arco da Calheta, que estão em fase final de
execução, e outro, no Estreito da
Calheta, assim como um no Paul
do Mar. Estamos a atuar em todas
as nossas freguesias. Queremos
chegar a todas as freguesias, tendo
a noção de como é difícil trabalhar
num concelho tão extenso.
| 514 ANOS
IV | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016
514 ANOS
| DIA DO CONCELHO DA CALHETA
Oito freguesias com beleza e história
O Arco da Calheta onde começou a exploração agrícola.
A praia da Calheta “brilha” no verão madeirense.
seguir um pouco de história de cada uma das
freguesias que no sábado
estarão representadas nas
marchas populares.
A
Foi seu filho, João de França,
que fez construir a capela de
Nossa Senhora da Graça, onde
depois se criou e instalou a
nova paróquia, sendo também
a sede do morgadio que fundou
em 1503. Um outro sesmeiro,
juiz dos órfãos e escudeiro fidalgo, Francisco Homem de
Gouveia, aqui se fixou no séc.
XVI e fundou o morgadio e capela do Reis Magos. A denominação de Estreito (desfiladeiro, vale ou profundidade),
possivelmente teve origem
num pequeno sítio, com maior
ou menor propriedade de aplicação do termo, embora no
seu conjunto, as condições orográficas não justifiquem tal denominação.
ARCO DA CALHETA
PRAZERES
A freguesia do Arco da Calheta
tem uma área de 14.70 km² e a
sua denominação deve-se à especial configuração semi-circular
dos seus montes, e da sua proximidade relativamente à freguesia da Calheta. Foi no Arco
da Calheta que surgiram os primeiros colonos e onde foram
dados os primeiros passos na
exploração agrícola após o descobrimento. Carateriza-se pelas
suas preciosidades patrimoniais
e artísticas. Foi aqui que se fixou
João Fernandes de Andrade, que
possuiu vastas terras, engenho
e escravos, assim como instituiu
uma casa, com capela e capelão
privativo, nos finais do séc. XV.
Dele surgiu a conhecida história
de “António e Isabel do Arco da
Calheta”, escrita primeiramente
A freguesia dos Prazeres tem
uma área de 13 km2 e inicialmente estava ligada à freguesia
do Estreito da Calheta, tendo-se
tornado independente juntamente com alguns casais da Fajã
da Ovelha a 28 de Dezembro de
1676. A sua designação provém
de uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, ali edificada muito anteriormente à criação da paróquia.
No seu Património Histórico Edificado é de realçar a Igreja Paroquial de Nossa Senhora das
Neves.
Fajã da Ovelha é guardiã de tradições.
pelo escritor Gaspar Frutuoso
na sua obra “As Saudades da
Terra” e mais tarde contada por
João França.
CALHETA
A freguesia da Calheta tem
uma área de 23,47km2 e a sua
criação data de 1430. O seu nome
provém da pequena baía ou enseada, que lhe serve de porto,
pois é esse o verdadeiro significado da palavra calheta. Foi esta
a zona que João Gonçalves Zarco
Igreja paroquial dos Prazeres.
escolheu para doar vastos terrenos aos seus filhos João Gonçalves da Câmara e D. Beatriz,
sendo uma das mais antigas freguesias da Ilha e uma das primeiras que começaram a ser
exploradas pelos colonizadores.
Foi terra adotiva de nobres fidalgos e cavaleiros, perpetuando-se os seus nomes na toponímia dos vários lombos que constituem esta freguesia: Lombo do
Doutor e Lombo do Atouguia.
Como património histórico edi-
ficado tem a Igreja Matriz do
Espírito Santo, para além de um
valioso conjunto de ourivesaria
sacra desde o séc. XVI até ao
séc. XVIII.
ESTREITO DA CALHETA
A freguesia do Estreito da Calheta tem uma Área de 13,4 km2
e nasceu no séc. XIV, tendo
a primitiva povoação a sua origem numa fazenda concedida
ao fidalgo, natural da Polónia,
André Gonçalves de França.
FAJÃ DA OVELHA
A freguesia da Fajã da Ovelha
tem uma extensão de 24km2 e
a sua denominação deriva, talvez, do assentamento de terras
PUB
©DR
O concelho da
Calheta é composto
por oito freguesias,
oito postais da ilha
da Madeira.
QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | V
DIA DO CONCELHO DA CALHETA
anteriormente desmoronadas e
que mataram uma ovelha. A
ocorrência, que permaneceu na
memória das populações ligouse ao local, e dali se alastrou a
toda a freguesia. Foi criada em
meados do século XVI e instalada
a sua sede na Capela de São
Lourenço, com características
manuelinas. Não deixa de merecer o interesse do forasteiro
curioso, na ânsia satisfeita de
reviver o tipicismo e as marcas
do passado, aqui mantido pela
quietude do presente. No seu
património histórico edificado
é de destacar a Igreja Paroquial
de São João Batista que teve
sede na capela de S. Lourenço e
ali permaneceu até o segundo
quartel do século XVIII..
No Paul do Mar existiu uma fábrica de conservas.
O farol da Ponta do Pargo é uma atração turística.
que serviram de revestimento
aos tanques, são prova da riqueza açucareira da freguesia. Marcas simbólicas do passado são
também algumas chaminés prismáticas e o casario que rodeia a
Igreja de N. S. do Rosário. Emoldurada pelo mar e constrangida
pela rocha, a freguesia preserva
o sossego e a quietude seculares,
espalhados no tipicismo das suas
ruelas estreitas e no casario baixo, no geral de traça antiga, onde
as chaminés ganham dimensão
decorativa digna de nota pela
variedade das suas formas.
PAUL DO MAR
PONTA DO PARGO
O Jardim do Mar é um lugar pitoresco.
de Alcáçovas (séc.XVI). A costa
marítima da Ponta do Pargo era
extremamente perigosa para a
navegação, razão pela qual foi
construído um farol, no alto do
rochedo (Ponta da Vigia), inaugurado a 5 de Junho de 1922. É
uma zona distinta de todas as
Estreito da Calheta conjuga tradição e modernidade.
restantes da Madeira, pela extensão da sua planura e terreno
pouco acidentado.
JARDIM DO MAR
A freguesia do Jardim do Mar
tem uma área 2,55 km2 e na
sua história destaca-se a beleza
do local. Outrora manto de flores
silvestres, estará aí a origem do
nome, que se reflete também
em outros topónimos como o
Sítio das Roseiras. À beira-mar,
onde outrora existiu uma fonte,
as ruínas do antigo engenho
deste morgadio, com azulejos
A freguesia do Paul do Mar
tem uma área de 1,7 km2 e a
sua designação adveio-lhe da
orografia do lugar. Segundo o
deão Gonçalves Andrade, a localidade “forma como um vale
debaixo de altas rochas, junto
ao mar, donde lhe vem o nome.”
Um dos mais antigos povoadores, o sesmeiro João Anes do
Couto aqui possuiu terras de
sesmaria. Fundou a Capela de
Santo Amaro, antiga sede paroquial. O mar ofereceu a esta freguesia um rico manancial. A
abundância em peixe, sobretudo
o migratório, fez aparecer nesta
freguesia, em 1912, a indústria
da conserva de atum para exportação.. JM
PUB
A freguesia da Ponta do Pargo
tem uma extensão de 22 km2. O
ano da sua criação prevê-se ser
anterior a 1560. Situada no extremo Sudoeste da Ilha, o nome
deve-se a um acontecimento
marcante. Quando os descobridores andavam a desvendar a
costa, no batel de Severo Afonso,
chegados a esta paragem, pescaram um peixe de maravilhosa
grandeza, semelhante, ao pargo.
Muitos dos terrenos desta zona
pertenceram a Garcia da Câmara
e a Afonso Henriques, Senhor
| 514 ANOS
Saudamos
o Senhor Presidente, a Vereação e todos os Munícipes,
por mais um aniversário do Concelho da Calheta.
www.afa.pt
VI | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016
514 ANOS
| DIA DO CONCELHO DA CALHETA
Emoções do mar à serra!
©DR
Percursos de BTT e
de caminhada, que
ligam o mar e a
serra, são ofertas
turísticas que
podem ser
usufruídas por
todos no concelho
da Calheta.
pé ou de bicicleta, madeirenses e turistas podem explorar ao máximo
as belezas paisagísticas
da Calheta.
A
LEVADA DAS 25 FONTES
Os trilhos de BTT são um convite à aventura.
ponibilizado pelo Município da
Calheta que efetua o trajeto até
ao ponto referencial de partida:
o Posto Florestal do Rabaçal.
Antes de chegar ao Posto Florestal encontra à sua direita um
trilho, não sinalizado, que dá
acesso à vereda da Lagoa do
Vento. Chegando ao posto florestal, dispõe de WC’s públicos
sendo que poderá aproveitar
uma vez que não existe mais
nenhum durante o percurso. O
percurso encontra-se bem sinalizado pelo qual poderá seguir
as indicações constantes nas placas de sinalização. A Levada das
25 Fontes e a Levada do Risco
são duas levadas praticamente
paralelas que têm como destino
a Central Hidroelétrica da Calheta, sendo que, até à zona do
Risco, correspondem a cenários
idênticos do ponto de vista paisagístico e florístico, existindo
no entanto, muitas particulari-
dades em cada uma delas, como
é o caso das quedas de água e
dos muitos ângulos de visualização das profundas paisagens.
No seguimento do percurso encontra uma ponte que permite
efetuar a travessia sobre a Ribeira Grande. Neste mesmo local
é possível avistar ao longe a belíssima cascata do Risco, coincidindo com o términus daquele
percurso. Para chegar ao final
da Levada das 25 Fontes é ne-
cessário continuar sendo que
após a ponte, segue uma escadaria em pedra emparelhada,
ladeada pela levada, sendo um
cenário igualmente marcante.
O nome de 25 Fontes advém
do número de nascentes que
durante todo o ano insistem em
cair na bonita lagoa existente.
CAMINHO REAL DO PAUL DO MAR
O PR 19 é um caminho real
que outrora foi muito utilizado
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A Levada das 25 Fontes (e do
Risco) é um dos trajetos mais
frequentados quer pelos madeirenses quer pelo fluxo turístico
existente, sendo de fácil entendimento o porquê. Tal como a
Levada do Risco, poderá iniciar
este percurso de duas formas:
ou pela zona do Rabaçal na E.R.
105 (Antiga E.R. 110) ou pela
Zona de Lazer da Caldeira, denominada de “Garagem”, na Estrada Dr. Roberto Monteiro (Antiga E.R. 211). Em qualquer um
dos acessos é possível facilmente
encontrar o trilho, sendo que
por uma questão de mobilidade
e de estacionamento, indicamos
que tenha como referência a
primeira opção, até porque existe
um serviço de transporte dis-
QUI 23 JUN 2016 | SUPLEMENTO | VII
DIA DO CONCELHO DA CALHETA
destes 5 Km de trajecto. Apesar
de não ser exigente tecnicamente, e o piso ser geralmente regular convém ter cuidado porque existe a possibilidade de
cruzar-se com algum veículo
todo-o-terreno. Após os 3 Km
irá encontrar algumas vedações
que deverá deixá-las sempre fechadas. O percurso termina junto às primeiras casas do sítio
das Florenças.
LOMBADA DOS CEDROS
Caminhar à beira mar, por caminhos de outros tempos, é algo inspirador.
propícia à contemplação e algum
repouso, pois até aí, o nível mais
acentuado da descida foi já efetuado, seguindo-se uma parte
menos íngreme. As águas que
percorrem o leito escavado derivam da Ribeira Seca ou Ribeira
do Paul, alimentando a flora
existente, de onde se destaca a
Laurissilva do barbusano e do
loureiro.
CASAIS DA SERRA/SÃO LOURENÇO
Este percurso denominado de
PBTT 1 é um estradão que liga
a Fonte do Bispo até o sítio das
Florenças, na Fajã da Ovelha.
Todo o percurso está bem sina-
lizado desde o início. Segue a
Oeste (à direita) entre as urzes
centenárias e por vezes entre o
gado bovino que pastoreia nesta
área. A par do PBTT 2 este é
um dos percursos com grau de
exigência mais baixo existentes
no concelho da Calheta. Não
existem single tracks ao longo
Este percurso de BTT iniciase na Fonte do Bispo e é dos
percursos mais fáceis existentes
no concelho por não existir single tracks. Desde o início até
ao fim o percurso segue nos
estradões que são importantes
para a prevenção dos incêndios
e para que os pastores possam
controlar as vacas que “colonizam” todas as montanhas a
norte da Lombada dos Cedros.
Todo o percurso está indicado
por setas com as cores amarelas
e vermelha. O piso é geralmente
regular mas requer sempre alguma atenção pois é possível
existir alguma pedra solta. A
meio do percurso é quase obrigatório parar e admirar o serpenteado destes “estradões” nas
montanhas do concelho da Calheta. Um cenário marcante!
JM
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pelos locais para se deslocarem
do mar à serra entre as diversas
atividades comercias que se faziam sentir. A população do Paul
do Mar utilizava este percurso
essencialmente para chegar ao
cimo da encosta de forma a poder desenvolver a atividade agrícola, como forma de complemento às atividades piscatórias.
O início do percurso é efetuado
junto do hotel Jardim Atlântico,
sendo possível efetuar neste mesmo local o famoso percurso “dos
pés descalços” e todas as sensações terapêuticas associadas ao
mesmo. Nas imediações deste
percurso sui generis, poderá iniciar o trajeto do Caminho Real
do Paul do Mar tendo o Miradouro do Lombo da Rocha como
a primeira paragem obrigatória,
podendo avistar em amplitude
o Oceano Atlântico, à esquerda
a pitoresca vila do Jardim do
Mar e à direita o porto do Paul
do Mar. Neste percurso, além
das quedas de água e da relação
de imponência entre quem serpenteia uma encosta, a beleza
geológica é um dos atrativos
dada a alternância entre os filões
basálticos e as rochas de cor de
ocre. Este percurso é marcado
pela transição entre a freguesia
dos Prazeres e a freguesia do
Paul do Mar. Sensivelmente, a
meio da descida existe uma zona
| 514 ANOS
VIII | SUPLEMENTO | QUI 23 JUN 2016
514 ANOS
| DIA DO CONCELHO DA CALHETA
Mariza, MTV e algo surpreendente
A Calheta vai estar
ainda mais viva, nos
próximos dois dias.
A festa é feita de
nomes sonantes e
deixa antever noites
animadas.
ariza é a cabeça de cartaz nas festas da Calheta.
O concerto da fadista
realiza-se amanhã, às
22h00, no palco montado na praia. Logo a seguir, a
noite fica por conta dos DJ Pedro
Cazanova e Nélio Fabrício.
«As festas do concelho da Calheta primaram sempre pela
qualidade e pela arte de bem
receber. Isto é mais um investimento que estamos a fazer, porque a imagem do concelho também se vende apostando nas
nossas festas e mostrando que
organizamos eventos com muita
qualidade. Vamos ter dois dias
de grande festa. Mariza, uma artista conhecida internacionalmente, uma bandeira do país
na sua área, muito nos honrará
com a sua presença», sublinha
o presidente da autarquia, Carlos
Teles.
Integrado na digressão MTV
M
Praia e música vão atrair milhares de visitantes à Calheta nos próximos dias.
«Agradeço desde já o trabalho
voluntário que é feito para que
tenhamos umas marchas muito
bonitas a abrilhantar a nossa
marginal», sublinha o autarca.
Amanhã, o dia começa com
uma missa e com a sessão solene
dos 514 anos do concelho. Neste
dia, pelas 20h00, realiza-se a 15.ª
edição do festival da canção “Talentos à Solta”. O júri é composto
por personalidades da música.
«No sábado vamos ter ainda
o nosso espectáculo piromusical
e, pela primeira vez, teremos
na Região, o helioesfera show,
que será uma surpresa. Penso
que estão reunidas condições
para que seja um fim de semana
em grande. Temos facilidade de
estacionamento. Venham visitar
a Calheta em festa!», convida
Carlos Teles.
A rádio JM 88.8 FM está a
marcar presença nas festas da
Calheta, com a realização de diretos. JM
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Insomnia, a Calheta vai também
contar com a presença de DJ
conhecidos, como são, Pedro Cazanova (sexta-feira), Diego Miranda (sábado) e Nélio Fabrício
(nos dois dias).
As marchas do São João, no
sábado, são o corolário das festas.
São oito, uma de cada freguesia.