Práticas de linguagem e PCN
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Práticas de linguagem e PCN
PRÁTICAS DE LINGUAGEM E PCN: O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 Leonor Werneck dos Santos (UFRJ) O objetivo mais importante no ensino de língua portuguesa para seus falantes é fazer com que eles pensem criativamente a e em sua língua (Luiz Marques de Souza) 1. Língua portuguesa no ensino fundamental Os PCN de língua portuguesa vêm apresentando propostas de organização de conteúdos e delimitação de objetivos que visam à formação do aluno como co-autor do conhecimento, não somente reproduzindo terminologia gramatical – tal qual se vê no ensino mais tradicional – mas principalmente fazendo com que o aluno pense “a e em sua língua”, como nos lembra a epígrafe (Souza, 1984). Assim, percebe-se que os Parâmetros defendem a idéia de que ensinar português nos níveis fundamental e médio só faz sentido com base em textos orais e escritos, buscando uma interação entre leitura, produção e análise lingüística. Se, porém, essa perspectiva parece ser consenso entre pesquisadores e especialistas em ensino, nem sempre na sala de aula o trabalho com textos é uma realidade. Às vezes, o aluno é surpreendido, nas aulas de língua estrangeira, com uma abordagem mais próxima da descrita pelos PCN de português, pois professores de inglês e francês, por exemplo, parecem perceber com mais freqüência a importância de mostrar como se usa a língua, em que contexto se opta por uma ou outra construção. Já os professores de português, muitas vezes por desconhecimento ou falta de incentivo, nem sempre optam por uma abordagem com base em textos, lidos / ouvidos e produzidos pelos alunos, simulando situações concretas de comunicação. Quando se defende o ensino de língua portuguesa numa abordagem textual, entra em questão o uso de textos como unidade de ensino, e não como mero pretexto – para destacar dígrafos, substantivos abstratos ou sujeito 1 Publicado em PAULIUKONIS, Ma. Aparecida L. & SANTOS, Leonor W. dos (org.). Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. p. 59-68. composto, por exemplo. O texto como unidade de ensino pressupõe um trabalho que congregue as três práticas de linguagem apresentadas nos Parâmetros: prática de leitura de textos orais / escritos, prática de produção de textos orais / escritos, prática de análise lingüística. Em comum entre elas, o pressuposto de que somente relacionando USO-REFLEXÃO-USO, como já nos alertava Travaglia (1996), é possível pensar um ensino de língua portuguesa produtivo, em que o aluno passe da condição de aprendiz passivo para a de alguém que constrói seu próprio conhecimento – com a ajuda do professor, é claro –, por observar como a estrutura da língua ocorre nos mais diversos gêneros textuais, lidos e produzidos por ele. O desafio que se apresenta ao professor é, então, mostrar como trabalhar as três práticas de linguagem apresentadas nos Parâmetros de maneira integrada. Os textos utilizados neste artigo servem como exemplos, e as atividades, seguidas de comentários, podem ser adaptadas a materiais variados, aplicadas a turmas de nível fundamental ou médio. Em todas as propostas, uma certeza: em se tratando de linguagem, não se pode prescindir de uma abordagem textual. 2. Propostas de atividades Texto 1. As façanhas de Arquimedes (Dieguez, p. 84) O gênio que inspirou esta seção brilhou na física e na matemática Se houvesse um concurso para escolher o maior gênio de todos os tempo, o grego Arquimedes (287-212 ou 211 a. C.) seria um concorrente muito sério. Seu pai havia sido um astrônomo de pouco destaque na história da ciência, chamado Fídias, mas o que o pai não fez, o filho realizou com sobra. Não houve assunto importante daquela época em que Arquimedes não tenha dado um palpite inteligente, e muitas vezes fundou áreas do conhecimento que ainda não existiam. Conta a lenda que Arquimedes descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força do líquido sobre o corpo chama-se empuxo. Ao descobri-la, ele teria saído nu, às pressas pela rua, dizendo: “Eureca!” (achei, em grego), a palavra que dá nome a esta seção de Galileu. Ele foi o primeiro a deduzir as leis das alavancas e das roldanas e a descobrir por que os arcos e navios flutuam. Gostava de máquinas e inventou um sem-número de engenhocas úteis, como um aparelho de bombear água que até hoje é usado em algumas partes do mundo, e terríveis catapultas de guerra, com as quais se podiam lançar pedras de um quarto de tonelada a 1 quilômetro de distância. Seu prestígio era tão grande, que se atribui a ele até façanhas improváveis, como a de ter montado um jogo de espelhos capaz de concentrar a luz do sol e incendiar navios de guerra no mar. Experiências atuais mostram que o aparelho era mesmo engenhoso, mas dificilmente teria essa capacidade. Na matemática, Arquimedes ensinou a calcular o número π e a determinar a área de figuras, como elipses, parábolas e cilindros. Também bolou um sistema de numeração com o qual se podia escrever números gigantescos, inimagináveis em seu tempo, que chegavam a quantidades de até 80 quatrilhões. Nascido numa família de aristocratas, ele foi amigo do rei Heron, de Siracusa, na atual Sicília, cidade-estado grega então sob ameaça de Roma, o que explica o empenho do sábio em criar máquinas de guerra. Mas sua criatividade não foi páreo para a força bélica romana. Siracusa foi tomada, e Arquimedes, morto durante a batalha final por um soldado invasor. 1) A palavra “façanhas”, no título, tem valor positivo ou negativo? O que se pode esperar deste texto a partir do título? 2) No subtítulo, fala-se do “gênio que inspirou esta seção”. Qual seção? 3) No texto, Arquimedes é caracterizado como um gênio. Por quê? 4) Você concorda que Arquimedes foi um gênio? Justifique sua resposta: 5) De que maneira o título e o subtítulo do texto se relacionam com o que se fala de Arquimedes? 6) De acordo com as informações do texto, qual a importância de Arquimedes para a ciência? 7) Destaque as descobertas de Arquimedes, separando-as em três grupos: física, matemática, máquinas de guerra: 8) Por que será que a seção de Flavio Dieguez retoma o grito de Arquimedes? Você já ouviu essa palavra antes? Em que situação costumamos empregá-la? 9) E possível afirmar que tudo que é dito sobre Arquimedes é verdadeiro? Justifique sua resposta com base nas informações do texto: 10) Destaque do texto exemplos de linguagem informal. Comente o porquê dessa linguagem nesse texto. 11) A linguagem utilizada por Flávio Dieguez é adequada ao texto? Justifique sua resposta, prestando atenção à revista em que o texto foi publicado: 12) Destaque palavras do texto usadas para se referir ao grego Arquimedes. Procure entender por que elas foram utilizadas. 13) Observe o trecho abaixo, retirado do 1º. parágrafo, e responda as questões: “Se houvesse um concurso para escolher o maior gênio de todos os tempo, o grego Arquimedes (287-212 ou 211 a. C.) seria um concorrente muito sério. Seu pai havia sido um astrônomo de pouco destaque na história da ciência, chamado Fídias, mas o que o pai não fez, o filho realizou com sobra. Não houve assunto importante daquela época em que Arquimedes não tenha dado um palpite inteligente, e muitas vezes fundou áreas do conhecimento que ainda não existiam. Conta a lenda que Arquimedes descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força do líquido sobre o corpo chama-se empuxo. Ao descobri-la, ele teria saído nu, às pressas pela rua, dizendo: “Eureca!” (achei, em grego), a palavra que dá nome a esta seção de Galileu.” a) Compare os verbos “seria” e “teria” (na 1ª e na última frase) e descubra se há alguma semelhança no uso dessa forma verbal. b) Destaque, no trecho, os verbos no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Identifique que tempo verbal se refere explicitamente à história de Arquimedes (ao que aconteceu com ele) e que tempo verbal se refere a informações variadas. c) Faça um quadro, relacionando os verbos a seguir aos elementos que concordam com eles em número e pessoa (ex: 1ª.frase - seria > o grego Arquimedes): 2ª. frase - havia sido, fez, realizou; 3ª. frase - tenha dado, fundou, existiam; 4ª. frase - conta, descobriu, tomava, sofre, alivia. 14) Redija, para cada parágrafo do texto, uma frase sintetizando a informação principal. A partir dessas frases, resuma o texto, no máximo, em 7 linhas: 15) Faça uma experiência à moda de Arquimedes: pegue uma vasilha com água e coloque dentro uma série de objetos, um de cada vez (sugestões: um garfo, uma vasilha menor cheia de água, uma pedra...). Redija um pequeno relatório com suas conclusões: Comentários sobre as atividades do texto 1 Os exercícios propostos a respeito do texto “As façanhas de Arquimedes” (Revista Galileu) enfatizam leitura e produção e consideram que o leitor, para compreender todas as informações do texto, precisa perceber a relação entre o que se diz de Arquimedes, em que publicação foi veiculada e em que seção se encontra (e por quê). Para tanto, a leitura deve preceder o próprio contato com o texto em questão, pois o professor pode começar analisando com os alunos a revista Galileu, seu público-alvo e os textos que veicula, que objetivos tem a seção “Eureca”, na qual o artigo em questão foi publicado. Logo a seguir, uma leitura atenta do título e do subtítulo podem instigar a curiosidade e antecipar informações que serão reiteradas ao longo do texto. É importante observar o vocabulário positivo / negativo atribuído a Arquimedes e os efeitos de sentidos decorrentes dessas escolhas lexicais. Também o diálogo entre o texto e a seção Eureca, da Revista Galileu, rendem atividades de leitura, pois nem todos os alunos conseguem entender a referência feita à seção, ao longo do texto. Quanto à linguagem, é importante discutir a pertinência da informalidade em textos de divulgação científica publicados em revistas populares, de ampla circulação, que têm como público-alvo adolescentes e jovens interessados em curiosidades. A questão 12 aborda a linguagem sem a necessidade de usar terminologia, e o aluno terá que observar que “seu” (1º. parágrafo), “ele” (2º. parágrafo), “sábio” (5º. parágrafo), por exemplo, retomam “Arquimedes”, evitando a repetição e conferindo coesão. Já a questão 13 trata de aspectos referentes a tempos verbais e concordância verbal, que relacionam a leitura à compreensão de fatos gramaticais. Além disso, como as questões não têm necessariamente um “gabarito”, ou uma maneira formal de resposta, pode-se debater o texto em sala de aula e depois responder as questões. Observe-se que em todas se produz um texto, oral ou escrito, breve ou longo, contínuo ou diagramado (exercício 6); porém as duas últimas propostas são efetivamente de produção textual, trabalhando resumo e elaboração de relatório. Finalmente, destaque-se a oportunidade de fazer um trabalho interdisciplinar, pois o texto aborda um tema de interesse das áreas de física, matemática e mesmo história. Texto 2. Esperar para ver (Pontes, p. 10) A primeira operação de controle urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla, Rafael Luiz Morais de Souza Bandeira, foi marcada para hoje. Guardas municipais em parceria com a Comlurb e a Secretaria Municipal de Governo vão concentrar esforços para retirar todas as propagandas irregulares das praias da Zona Sul. Este será o início de uma série de intervenções na orla. Uma das etapas mais complexas do trabalho, entretanto, é o acolhimento de mendigos, que ontem ocupavam parte do canteiro central de um dos mais famosos cartões-postais do RJ, Avenida Atlântica, em Copacabana. Para o “xerife”, a tarefa é complexa, porque exige um trabalho preventivo por parte do município, já que muitos mendigos voltam para as ruas, se não encontram outras maneiras de sobreviver. Em Copacabana, eles conseguem locais para descansar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas. – Não adianta a gente retirar os moradores da rua, porque eles voltam. O problema é mais sério e vamos contar com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, para tentarmos solucionar o problema – afirma Bandeira. Ontem, dezenas de mendigos podiam ser vistos em quase toda a orla do Leme e de Copacabana. Próximo a hotéis como o Othon Palace e o Meridien, eles dormiam no canteiro central da Atlântica e nas areias da praia, ao lado de tapumes de obras, de quiosques e da arquibancada onde foi realizada a Copa do Mundo de Futebol. Reunidos em grupos, eles guardavam seus objetos pessoais em carrinhos de supermercados e sacolas. Alguns aproveitaram os galhos de árvores para estender suas roupas. 1) Rafael Luiz M. Bandeira é identificado no texto como xerife. Releia o texto com atenção e responda: a) Procure a definição de xerife no dicionário e observe se a definição se encaixa no sentido presente nesse texto. Justifique sua resposta. b) Por que, nas duas vezes em que aparece, a palavra xerife está entre aspas no texto? 2) No 1º. parágrafo, faz-se referência a “uma série de intervenções na orla”. Que intervenções são essas? 3) O texto fala de uma “operação de controle urbano”. Procure no texto em que locais essa operação será colocada em prática. Agora, com seus colegas, discuta: a) Por que esses locais foram escolhidos? b) Qual o objetivo da operação? c) Uma operação como essa é importante? Por quê? Será que vai dar certo? d) Que outros lugares da cidade do Rio de Janeiro precisariam também de uma operação como essa? O que deveria ser feito nesses locais? 4) Com seus colegas, redija uma carta destinada à Prefeitura do Rio de Janeiro, dizendo o que vocês acham dessa “operação de controle urbano” e dando sugestões. 5) Compare a frase a seguir com a primeira frase do texto e responda: A primeira operação de controle urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla foi marcada para hoje. a- Que elemento foi omitido? A retirada desse elemento dificulta a compreensão do texto? Justifique sua resposta. b- Por que esse elemento está entre vírgulas no texto original? c- Elabore uma regra que justifique o uso das vírgulas na 1ª. frase do texto. d- Procure no 2º. parágrafo um exemplo semelhante de uso da vírgula. e- Procure outros exemplos de frases no jornal com mesmo uso da vírgula. 6) Observe a última frase do 3º. parágrafo: Em Copacabana, eles conseguem locais para descansar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas. a- Altere a posição do elemento “em Copacabana”, na frase e verifique como fica a pontuação. b- Faça o mesmo com a 1ª. frase do último parágrafo. c- Elabore uma regra que justifique a pontuação nessas frases. 7) Identifique que elemento, na 2ª frase do 1º parágrafo, pode vir entre vírgulas: 8) Destaque, no último parágrafo, as palavras que retomam “dezenas de mendigos”. Procure entender por que esses elementos foram utilizados no texto. 9) Que sentido podemos atribuir ao título do texto: “Esperar pra ver”? Podemos afirmar que, a partir do título, percebemos uma postura crítica do autor do texto? Justifique sua resposta. Comentários sobre as atividades do texto 2 Essa reportagem do jornal O Globo pode ser trabalhada em sala de aula para discutir com os alunos, durante a interpretação do texto, as atitudes tomadas por políticos. As questões de leitura pressupõem um debate sem ala de aula e culminam na produção de uma carta com a opinião dos alunos. Esse texto também é interessante para discutir questões ligadas à pontuação, especificamente o uso da vírgula. Há muitos outros aspectos que poderiam ser abordados sobre esse tópico gramatical, mas o que se destaca, aqui, é que a pontuação, após a leitura e breve interpretação do texto, deixa de ser vista como algo mecânico e passa a ser considerada como integrante da construção de sentido. A questão 5, item a, por exemplo, não tem uma resposta padrão, porque o aluno pode achar ou não que a retirada do aposto afetou a compreensão. O mais importante é discutir as possíveis alterações de sentido e o “preço que se paga” ao omitir um elemento, inclusive devido à retirada das vírgulas que o separam. A atividade referente ao título foi colocada por último de propósito. Espera-se que o aluno, após toda a discussão sobre o texto, perceba que o título aponta para uma dúvida quanto à eficácia da operação e quanto à eficiência da prefeitura para colocá-la em prática. Texto 3. Horóscopo 2 Revista Marie Claire Áries (21/3 a 20/4) Eu e o amor: Aproveite o começo do mês para impulsionar seu relacionamento com mais alegria e, principalmente, suavidade. Com Júpiter, Marte, Mercúrio (até o dia 15) e Sol (até o dia 22) incentivando a área afetiva, não faltarão oportunidades para um novo encontro. O resultado só dependerá de sua receptividade e diplomacia. Eu e o mundo: Prepare-se para enfrentar desafios nas relações de trabalho, perto do dia 6. Mudanças bruscas ou decepções podem deixar o ambiente confuso. A partir do dia 15, sua visão estratégica ficará mais apurada, com a entrada de mercúrio em Escorpião. Evite palavras cortantes, de 12 a 20, para não gerar confrontos ou rupturas. Revista Toda Teen Áries Na segunda quinzena do mês, sua estrela vai brilhar intensamente nos contatos. Touro Você vai descolar muitas paqueras e alegrias. Curta mais o pessoal de casa e as amizades. Leia o trecho dos horóscopos das revistas Marie Claire e Toda Teen e responda: 1) Levando em consideração o público leitor de cada um desses veículos de comunicação, observe a diferença em relação à linguagem utilizada. 2) Analisando os verbos empregados, faça o que se pede: 2 Exercícios (adaptação) elaborados pelas alunas de graduação em Letras (2005/1 – UFRJ) Carolina Casarin, Héllen Dutra, Juliana Carvalho e Nathalia Coutinho. Por questão de espaço, foram citados apenas alguns exemplos dos textos das revistas. a) Os exemplos do horóscopo privilegiam duas formas verbais diferentes. Destaque os verbos, identificando seu modo e tempo. b) Que relação há entre o objetivo do horóscopo e a utilização dessas formas verbais? 3) Em dupla, escreva o horóscopo para o signo de seu colega, seguindo os critérios abaixo: ¾ escolha em qual veículo de comunicação seu horóscopo será publicado, atentando para a linguagem adequada ao seu público alvo; ¾ determine se sua previsão será diária ou mensal; ¾ não se esqueça de utilizar os aspectos abordados nas questões anteriores. 4) Troque o texto com o seu colega: a) Leia-o e perceba se o texto está de acordo com a questão 3. Faça os comentários necessários. b) Reescreva o seu texto levando em consideração as observações feitas pelo seu colega. Comentários sobre as atividades do texto 3 Esses trechos, retirados de revistas com públicos distintos, podem ser trabalhados com diferentes finalidades. O que se propõe aqui é observar o léxico utilizado, a seleção de tempos e modos verbais, a estrutura frasal dos horóscopos, relacionando esses aspectos ao gênero textual e à intenção comunicativa. Parte-se de propostas de leitura e análise lingüística e chega-se à produção de texto, com leitura crítica e reescritura. Um rápido exercício, em que se aplicam todas as abordagens defendidas pelos PCN. 3. Conclusão As três práticas de linguagem apresentadas pelos PCN, se trabalhadas de maneira integrada, proporcionam ao aluno uma visão da língua portuguesa como algo muito mais próximo da sua realidade e desmistificam a idéia de que aprender português é muito difícil. O professor, ao selecionar o texto a ser trabalhado em sala de aula, deve atentar para as características predominantes do material escolhido, destacando aspectos especificamente de compreensão e interpretação e também relacionando questões gramaticais à leitura. Se considerarmos que as respostas dos alunos já são uma produção de texto, o trio está completo, mas é importante também que algumas atividades sejam de produção de um texto específico. O que deve ser feito, em qualquer aula e em qualquer atividade, é considerar que, independente do gênero textual, o material produzido e lido pelos alunos faz parte de uma situação de interação, pressupõe um interlocutor e tem uma finalidade. Assim, o texto deixa de ser algo abstrato, cujo único objetivo é servir de avaliação do professor, para passar a manifestar idéias, emoções, desejos e descobertas dos alunos. Referências bibliográficas DIEGUEZ, Flavio. As façanhas de dezembro/2001. p. 84. (Seção Eureca) Arquimedes. Revista Galileu, FÁVERO, Leonor L. et al. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 2000. GERALDI, João W. (org). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. KOCH, Ingedore. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1998. ______. 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