informativo do centro hebraico riograndense

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informativo do centro hebraico riograndense
INFORMATIVO DO CENTRO HEBRAICO RIOGRANDENSE
EL DJUDIÓ
SETEMBRO 2014
Coordenação Editorial: Davi Castiel Menda
[email protected]
Assistente de Coordenação: Ana Maria Castiel Menda
Diagramação: Micheli Vargas
Correspondentes:
Curitiba - José Zokner
Israel - Nelson Burd
USA - David Nelson Menda
Colaboradores: Abraham Bar Chiyya, Aron Hazan,
Cecilia Fonseca da Silva, Cynthia Castiel Menda, D. Benjoya,
Dael Rodrigues, David Mandel, David Nelson Menda, Duda Levi,
Enrique Saporta y Beja, Idel Menda, Irvin Mandel, Israel Blajberg,
Joel Yudd, José Zokner (Juca), Luiz Fernando Figueiredo, Nelson
Burd, Peter Wolff, Samantha Castiel Menda e Rabino Shmuel
Binjamini
Colaboração especial nesta edição: Dora Niyego, Gad
Nassi, J.R. Guzzo, Medi Cohen-Malki, Patrick ‘‘Pat’’ Condell, Paulo
José, Valter Nagelstein, Victor Toledo Selman e Teresa Bausili
Banco de Imagens: Ddraw, Digicon, Dolphy_tv, Evirat,
Festas judaicas - Rosh Hashaná
Foto Lucidwaters
Editorial - Nós não lutaremos mais
03
Religião
Kidush Hashem
O legado de Hilel / Reflexão
06
07
Artigos/Crônicas/Ensaios
Entrevistas/Reportagens
São eles nossos parentes?
David Mandel - Ponto de Vista
Aron Hazan - Crônicas de Izmir
José Zokner - Los gauchos judios
Israel Blajberg
Em defesa do Estado de Israel e da democracia
Saindo do armário
As parábolas e a ética
Hipocrisia sobre Gaza
04
08
11
13
15
16
18
19
20
Panorama
Noticiário
Coluna Social
Memória
Amigos do El Djudió
Cozinha Sefaradi
Refranero
10
14
22
27
29
29
Internacional
Ladino - Entre Rosh Hashana i Kipur
Ladino - La puerta de Damasko
En busca de las raíces judías de España
Global Jewish Humor
24
25
26
30
Lucidwaters, Rimmagraf1, Tatianat, Vladimirs
Impressão: Ideograf - Gráfica e Editora
Fone: (51)3325.4920 - Porto Alegre
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DIRETORIA DO CENTRO HEBRAICO - 2014
Presidente: Samantha Castiel Menda
Vice-Presidente: Ester Mirian Menda
Secretário: Roberto Davi Tevah
Diretor Finanças/Patrimônio: Davi Castiel Menda
Diretor Sócio-Cultural: Fernando Salama
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Comunicação Social: André Barqui Steren
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Conselho Fiscal: David Magrisso, Maurício Azubel
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Rabino: Shmuel Binjamini
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Editorial
NÓS NÃO LUTAREMOS MAIS
Davi Castiel Menda
PRÓLOGO - Desde tempos imemoriais, líderes de
religiões absolutistas julgam-se no direito de impor suas
crenças aos demais povos, pois segundo eles, são as únicas
verdadeiras. Utilizam-se desta idiossincrasia para promover
guerras e genocídios, como se o Senhor das religiões
abraâmicas ou qualquer outra Divindade Superior pudesse
estar a favor de tamanha selvageria e brutalidade. Os
adeptos do cristianismo, ao longo dos séculos, tentaram
impor sua religião a todos os povos, principalmente aos
judeus durante a malfadada Inquisição, sob a argumentação
da Teoria da Guerra Justa, segundo a qual, uma guerra
pode ser justificada numa fundamentação religiosa. A Igreja
Católica Romana, ao longo dos séculos, baseou-se neste
paradigma como se fosse um direito universal e uma
verdade. O conceito islâmico do Jihad, não foge muito à
Teoria da Guerra Justa e, o grande sonho do mundo
islâmico é a conversão em massa da totalidade da raça
humana à sua religião.
Em contrapartida, o judaísmo, a primeira religião
monoteísta comprovada da história, é a única que, nestes
milhares anos de existência, jamais pensou em catequizar,
convencer ou converter quem quer que seja, filosofia que
mantém até os dias atuais. É um direito rabínico crer que o
Talmud e seus conceitos sejam os únicos verdadeiros, a
exemplo de qualquer religião, mas isso é somente para
consumo interno. Você jamais verá um rabino tentando
convencer alguém a adotar o judaísmo como religião!
A GUERRA E A MÍDIA - Israel, na sua luta contra o
terrorismo, está perdendo a batalha do marketing, já que
não está eticamente preparado para mentir e nem
desenvolveu planos de propaganda enganosa, a exemplo do
Hamas que, inescrupulosamente, divulga em seu site como
proceder com a imprensa mundial, divulgando as notícias
sob a sua ótica distorcida. Este confronto entre terroristas e
o Estado de Israel está servindo para mostrar que, parcela
da mídia, tem em seu seio filósofos, sociólogos, advogados
especializados em jurisprudência internacional,
historiadores, antropólogos e, todos esses, ao analisar o
conflito, chegaram ao veredito de que Israel e os judeus são
os culpados. Culpados pelo singelo motivo de ter um
território. Culpados por existir.
Esta guerra está parindo jornalistas que cobiçam
desfrutar dos seus 15 minutos de fama a qualquer preço,
nem imaginando que, o segmento que eles pretendem
agradar, ou melhor, bajular, muito provavelmente, num
futuro próximo, se volte contra eles. É uma mídia que
apregoa aos quatro ventos o que desconhece, desprovida de
intelecto, operando pelo visual imaginativo e não pela
cognição. Mídia que chegou ao absurdo de desenvolver a
“Teoria da Desproporcionalidade”, praticamente exigindo
que mais judeus morressem, dando justeza à guerra! E,
estendendo seu “conhecimento matemático”, o corolário de
que o lado que tivesse mais baixas era o lado com a razão,
tentando demonstrar ao mundo que os terroristas do
Hamas são os mocinhos e, Israel, os bandidos. A isto se dá o
nome de estelionato geopolítico.
O GENOCÍDIO ANUNCIADO - Esta guerra prova
definitivamente que o problema não é territorial, não se
trata de reassentamento dos palestinos e muito menos se
cogita discutir a paz. O real e verdadeiro objetivo, latente
desde 1948, quando Israel proclamou sua independência,
trata-se de “jogar os judeus ao mar” e liquidar com a única
democracia da região. Israel, para o Hamas e outros grupos
terroristas, é só um balão de ensaio. Conquistado o Oriente
Médio, os próximos da fila serão os franceses, depois a
Europa e, enfim, todo o Ocidente.
ISRAEL E O DIREITO DE EXISTIR - Não consigo
entender o motivo de Israel ter que pedir licença para existir
a países descomprometidos com a democracia.
Não consigo entender o motivo pelo qual os judeus
sempre tiveram que pedir permissão para professar o
judaísmo. Não consigo entender como sociedades,
notoriamente envolvidas com o terrorismo, se arvoram no
direito de pregar lições de moral ao único país na história
mundial que, mesmo envolvido numa guerra, avisa
antecipadamente aos seus oponentes, dia, hora e local dos
ataques para que os civis possam fugir. Não consigo
entender como republiquetas bananeiras, que matam aos
milhares seus próprios cidadãos por motivos políticos,
acusam Israel de genocídio, o mesmo Israel que oferece
seus hospitais aos feridos do lado contrário. Na contramão
da ética, os líderes do Hamas usam seus hospitais para
esconder armas e mísseis. Estou entendendo tudo errado!
POSFÁCIO - Israel definitivamente cansou e está fazendo
o que qualquer pessoa, grupo ou país faz quando é atacado:
defendendo o seu direito de existir e a vida de seus
cidadãos; nada mais legítimo, histórico e humano. Vamos
pressupor: se amanhã ou depois, Israel depusesse suas
armas e afirmasse: “Nós não lutaremos mais!” Haveria a
imediata destruição do Estado de Israel e o assassinato em
massa do povo judeu. E, num devaneio surreal: se os países
árabes, ao redor de Israel, deixassem suas armas e
declarassem: “Nós não lutaremos mais!” Sabe o que
aconteceria? Haveria paz no dia seguinte.
03
SÃO ELES
NOSSOS PARENTES?
Victor Toledo Selman *
Tradução: Ana Maria Castiel Menda
Tenho visto como muitos
palestinos no Chile defendem o
conflito em Gaza, com um
patriotismo quase fanático, como
se fossem seus familiares mais
próximos que estão em perigo de
morte. Comentam com diferentes
graus de conhecimento, sobre a
situação do Oriente Médio e com
uma dose constante de
antijudaísmo - ou antissemitismo
se preferirem.
Acho que as causas que
motivaram a operação israelense
contra o Hamas são perfeitamente
justificáveis. Cada um pode ter
sua opinião. É certo também que
a estas alturas a situação está nos
escapando das mãos, pois
centenas de civis inocentes estão
sendo mortos, o que, obviamente,
ninguém consegue justificar.
O problema é o que as redes
sociais, diariamente, mostram
opiniões de centenas de chilenos,
motivados por uma solidariedade
humanitária, que sem dúvida é
compreensível. Mas, muitos
chilenos, com herança “palestina”,
adicionam a seus comentários
uma ênfase ultrapatriótica e
antijudaica, a mesma repetição
que ocorre desde os anos 70, e
que parece combinar muito bem
com seu fiel consumo de folhinhas
de parreira e kibe cru.
E já que a guerra de Gaza é
uma guerra de propagandas, tanto
como de mísseis, vejo-me na
obrigação de recordar-lhes alguns
pontos importantes a respeito
deste tão entusiasta ‘’Patrimônio
Palestino’’.
04
A Palestina é a Terra Santa.
Na Terra Santa, tua religião é que
define tua identidade e tua
história. A grande maioria dos
palestinos no Chile é de origem
cristã do West Bank
(principalmente Belém e BeitJala). Portanto, pouco ou nada
temos em comum com os
muçulmanos de Gaza.
Existiu uma comunidade
cristã em Belém desde tempos
imemoriais, seguramente desde
os tempos de Jesus mesmo. Esta
comunidade falava aramaico,
grego e, finalmente, a história
determinou que utilizavam o
idioma árabe. Se deram conta que
ninguém dos que aparecem nas
notícias da Palestina tem o
sobrenome Zaror, Saieh, Selman,
Abumohor, Chahuán, Jadue,
Lasen , Bendeck, Bishara, etc...?
Alguém de vocês têm algum
bisavô que se chame Mohamed?
Certamente mais de um, mas são
minoria. Por outro lado, não
devem ser poucos os antepassados
de vocês que se chamavam
Abraham, Elias, José, João, etc.
Adivinhem que origem tem esses
nomes?
A diáspora palestina para o
mundo (e ao Chile) não foi
motivada pela imigração
israelense. Os judeus não
expulsaram nossos tataravós. A
Palestina, no ano de 1910, era
uma terra pobre, decadente, boa
para nada. Os 400 anos de
domínio turco serviram
exclusivamente para rebentar a
sua população com impostos.
Para os turcos, a Palestina não era
mais que a “Síria do Sul”, uma
terra de pouca relevância, exceto
pelo valor espiritual de Jerusalém.
Os palestinos no Chile - quase
todos - saíram ao mundo
buscando melhores
oportunidades que aquelas
oferecidas pelo decadente império
turco.
A imigração judaica para
Israel (1888-1984) foi o que
reavivou a terra. Durante esses
anos, não lhes tiraram a terra
porque não havia nada para tirar.
Os judeus chegaram com
dinheiro, esperança e vontade de
construir seu próprio país.
Criaram focos de atividades
judaicas que ressuscitaram a
economia local; uma nova
agricultura e um bom manejo da
água, juntamente com a criação
de milhares de postos de trabalho,
permitiram que a Palestina
pudesse sustentar uma população
mil vezes maior.
Os árabes, empobrecidos há
séculos, chegaram das terras
vizinhas para aproveitar as novas
condições que os judeus lhes
ofereciam. A população da
Palestina multiplicou-se como
nunca antes em sua história, à
custa da imigração árabe (mais
que a imigração judia). Os
palestinos do Chile, portanto, tem
pouco ou nenhum vínculo com a
população palestina pós-1948.
A ocupação militar de Israel
em territórios ‘’palestinos’’ (e a
militarização de Israel) é o
resultado direto da agressão
conjunta da Síria, Egito e
Jordânia entre 1948 a 1967. Se os
estados árabes tivessem permitido
que Israel tão somente existisse,
todas as fronteiras seriam
respeitadas. Israel provavelmente
estaria funcionando com cidades
prósperas e modernas em Tel
Aviv, Haifa, Galiléia e o Neguev;
enquanto os palestinos , ainda
que seja triste reconhecer,
estariam lutando entre si,
afundados num estado de 3º
mundo de Gaza/Cisjordânia (digo
isso pelo histórico que tem
caracterizado a Síria, Egito,
Iraque, Afeganistão, etc.).
Há muitos parecerá que estou
diminuindo ou justificando as
calamidades que sofreu o povo
palestino depois de 1948. Não é
esta minha intenção. Entretanto,
afirmo que as coisas teriam sido
muito diferentes se os países
árabes, vizinhos de Israel,
tivessem sido mais tolerantes.
Sempre houve judeus na
Palestina. Depois de Cristo,
sempre houve cristãos na
Palestina. Judeus e cristãos
sempre conviveram pacificamente
na Palestina. Nunca houve um
estado árabe-muçulmano baseado
na Palestina. Nunca existiu um
estado árabe-cristão na Palestina.
Não há motivos para que os
palestinos chilenos tenham
sentimentos antijudaicos.
O Hamas quer destruir Israel.
Se o Hamas conseguisse esse
objetivo, criaria um estado
islâmico na Palestina. Não seria
tão diferente do que foi o
Afeganistão com os talibãs. Seria
um país pobre, retrógrado,
militarizado, opressor, as
mulheres andariam todas
cobertas, e se não o fizessem,
seguramente seriam castigadas. A
peregrinação e o turismo à Terra
Santa seriam restringidos. Sem
contar com as maravilhas
arqueológicas que seriam
destruídas ou mal utilizadas. É
isto o que querem para a Terra
Santa?
Pensem sobre tudo isso. Os
fatos são os fatos, mas cada qual é
livre em suas opiniões. Eu
atualmente não me considero
cristão e de nenhuma religião.
Sou chileno, e minha herança
palestina não é mais que ¼ pelo
lado de minha mãe. Assim,
preferiria que a Terra Santa
continuasse sendo administrada
por Israel. Construíram um país
maravilhoso, próspero e tolerante
com todas as crenças. Se não fosse
pelos homens-bomba-suicidas,
não haveria necessidade do muro
de separação com o West Bank
(Cisjordânia); haveria convivência
e paz.
Senhores palestinos no Chile,
não digo que não devam se
horrorizar com a situação atual.
Digo que, se o façam, que seja por
solidariedade humanitária, e não
por escolher um lado com o qual
tenham maior vínculo.
Se a preocupação de vocês é
com a situação árabe, onde
estavam seus comentários nos
grandes massacres dos nossos
irmãos da Líbia por Muammar-alGaddafi, a guerra civil na Síria
comandada pela dinastia AlAssad, no Iraque pelo grupo Isis
ou pelo tirano Saddam, os aiatolás
no Irã, no Egito para derrubar o
ditador Mubarak, ou o fanatismo
que a Irmandade Muçulmana
tentou impor, ou como muitos
outros cenários de opressão,
abuso e falta de liberdade?
Com todo respeito que
merecem as pessoas,
independente de sua raça ou
religião, poucas podem negar que
o islamismo tem sido uma religião
rígida e intransigente. Suas
formas mais radicais tem sido a
origem direta e indireta de muitos
dos mais sangrentos conflitos do
Oriente Médio.
Mas, também é verdade, que
muitos muçulmanos palestinos
seguem o regime do Hamas
somente pelo terror, oprimidos e
subjugados pelo regime da força.
A convivência entre muçulmanos
e judeus é possível; mas, se não
interpretarmos corretamente a
história, continuaremos
eternamente presos nesta mesma
e eterna situação.
* Árabe Palestino Chileno, médico
gineco-obstetra, em mensagem à
comunidade palestina no Chile
(20.07.2014)
Pelo plano aprovado em 29 de
Novembro de 1947 pela Assembleia
Geral das Nações Unidas, através da
sua Resolução 181, haveria partição
da banda ocidental daquele território
em dois Estados - um judeu e outro
árabe (em laranja na imagem).
Segundo a ONU, na área que lhes
tocava, viveriam 1.400.000 árabes.
Os que, atualmente se intitulam
refugiados palestinos, não quiseram
aceitar, pois queriam para si toda a
área. Judeus provenientes da Europa
ocidental e do norte da África já
haviam imigrado à região, juntandose a outros milhares de judeus que
ali viviam historicamente, além de
terem comprado parcela de terras do
antigo mandato Turco-Otomano
(por esse motivo a diferença
percentual de áreas).
05
Rabino do Centro Hebraico Riograndense
KIDUSH HASHEM
Após alguns anos de relativa
paz para a maioria do povo
judeu, voltamos a testemunhar
ameaças de algumas nações
contra Israel.
Neste momento sombrio, os
soldados judeus voltaram a
demonstrar, para quem quiser
enxergar, a força interna que
todos os judeu têm.
Estou falando do poder que
só se revela diante de uma
ameaça fatal, o poder de
entregar a vida pela causa maior
que é a identidade judaica. Todo
judeu tem esta força em
potencial.
A história é testemunha:
muitíssimos judeus preferiram
pagar com suas vidas antes que
alterar suas identidades.
É notável a valorização que
um judeu dá para sua
identidade, para o seu passado.
A história relata os legados
acumulados de nossos
antepassados, legados que o
próprio D’us valoriza e
diferencia, entre aqueles que
seguem estes legados e os que
não.
É óbvio que nosso instinto
animal contraria esta abnegação.
Mas, quando um judeu é
06
colocado diante da opção, e tem
clareza sobre a questão em jogo,
surge nele uma força que não
aparecia antes. Até um judeu
não observador das leis, mesmo
esse preferirá a morte ao invés
do abandono de sua identidade
verdadeira e inalterável.
A Torá exige a todos os
homens que respeitem a D´us.
Mas, a exigência de, em certos
casos, dar sua vida, só foi exigida
para o povo de Israel. E
considerando que D’us jamais
sobrecarrega alguém com algo
impossível, Ele nos dá forças
inexplicáveis para cumprir este
tipo de tarefa.
Maimônides detalha quais
são esses momentos peculiares,
onde mesmo o judeu, que faz
tudo para viver, abre mão de sua
existência. Logo após detalhar a
descrição de “D’us”, segundo o
judaísmo, Maimônides escreve:
todos os Israelitas são ordenados
a “santificar” (i.e. dar destaque
positivo) ao “nome” de D’us,
assim como são advertidos a não
Lhe profanar. Por exemplo: se
alguém forçar um judeu a
transgredir uma das leis da Torá,
e caso não o faça é ameaçado de
morte, o judeu deverá
transgredir para permanecer
vivo.
Pois está escrito sobre as leis
da Torá: “Os mandamentos
foram feitos para que o homem
“viva segundo eles” e não morra
por eles.
Se eventualmente o judeu
insistir e morrer, sua alma estará
portando a culpa de sua própria
morte.
ISSO VALE EM
TODAS AS MITZVOT
COM ALGUMAS
EXCEÇÕES:
1. praticar idolatria, relações
ilícitas ou assassinato sob
qualquer pretexto;
2. qualquer transgressão das leis
da Torá se o pretexto é desprezar
a fé judaica em D’us, ocorrendo
na presença de dez judeus
conscientes;
3. ao viver num reino que
persegue a prática judaica com
ameaça de morte, deve-se
entregar a vida para qualquer
detalhe da lei.
O LEGADO DE HILEL
O Talmud (Shabat 31a), relata
como certa vez um gentio se
apresentou para o sábio Shamai
com o pedido de aprender a Torá
na sua totalidade enquanto se
apoiava num único pé. Shamai
não aceitou dialogar com ele; o
gentio então foi até Hilel, que era
o líder de outra escola Talmúdica.
Hilel respondeu a ele: “Aquilo que
tu detestas, não faça aos outros!
Esta é toda a Torá e o restante vá
estudar (a mitzvá de amar a seus
companheiros de fé)’’.
Vamos analisar este preceito
de “amar ao próximo” na
literatura judaica.
Há quatro mitzvot que tratam do
sentimento do amor:
1. Amor a D’us.
2. Seguir o caminho de D’us.
Assim como D’us deseja dar vida
a todas as criaturas, nós temos o
dever moral de buscar boas
condições de vida também para
essas criaturas, de acordo com
nosso alcance.
3. Amor a companheiros de fé:
evitar a crítica e a desunião entre
judeus.
4. Amor ao prosélito (e de fato a
toda pessoa que esteja frágil
emocionalmente).
Uma forma de compreender
como o preceito de amor resume
toda a Torá, é a premissa de que
as mitzvot da Torá estão
direcionadas para refinar o
caráter das pessoas e aumentar e
sobrepor o valor da alma acima
dos valores materiais e corporais.
O melhor parâmetro para
testar a sinceridade do amor e da
dedicação aos mandamentos de
D’us, está no mandamento do
amor. Todos nós somos atiçados
repetidamente a reagir
agressivamente aos feitos das
demais pessoas; aqui está um
instinto natural forte que pode
ser controlado, desde que
tenhamos parâmetros morais
coesos.
As demais mitzvot da Torá, de
um jeito ou de outro, ajudam a
desenvolver uma espiritualidade
fortificada e um maior controle
sobre nossas reações.
(Likutei Amarim cap.32)
REFLEXÃO
As últimas ocorrências em
Israel mostram como ainda
existem ideologias que
desvalorizam a vida. Pode
alguém questionar: se o
judaísmo prega a importância do
espiritual e despreza o lado
material, será que realmente há
valor para a vida? Se um judeu
deve dar a sua vida para não
cometer idolatria, uma vez
sequer, então como pode o
judaísmo alegar que a vida no
mundo físico é terminantemente
mais valiosa que a vida das
almas isentas do corpo?
A resposta que parece
apropriada é: ambas as vidas, a
corporal e a da alma são
desprovidas de valor próprio.
Quem as valoriza são as
potenciais tarefas que elas
podem cumprir perante seu
Criador. O Criador escolheu
determinada energia para
realizar tarefas onde é necessário
um conjunto do corpo e da alma
e, quem destrói ou separa esta
conjuntura, impede a realização
da tarefa cuja importância está
alicerçada na escolha de D’us.
Por isso, o judaísmo permite,
e em alguns casos ordena, tirar
uma vida. Seja a de um animal,
que foi criado justamente para
servir de alimento ao homem.
O judeu que medita, ao
consumir essa carne, recorda-se
de que a sua vida não é apenas o
seu corpo, como a vida do
animal.
Também em relação a vidas
humanas, há situações extremas
onde a negação a D’us e os
efeitos posteriores de um ato
corrupto são tão prejudiciais,
que é melhor sacrificar o
restante de nossa vida no sentido
de impedir a profanação de tudo
que nos é santo, correto e
positivo.
07
PONTO DE VISTA
Direto de Israel
Tradução: Davi Castiel Menda
[email protected]
David Mandel
QUANDO OS ÁRABES
MATAM, EXPULSAM OU DISCRIMINAM
OS PALESTINOS
Uma determinada organização
terrorista palestina sequestrou
cinco aviões no mês de setembro
1970. Três dos aviões foram
obrigaram a pousar na Jordânia;
e os explodiram. O rei Hussein
enviou seu exército. Houve uma
intensa batalha entre os
combatentes da OLP e as forças
jordanianas. 15.000 palestinos
foram mortos e cerca de 100.000
palestinos ficaram sem suas casas.
Ninguém protestou, não houve
manifestações na Europa e os
meios internacionais de
comunicação não demonizaram a
Jordânia.
No Kuwait, antes da Guerra do
Golfo, residiam 400.000
palestinos. Arafat cometeu o erro
de apoiar Saddam Hussein em sua
tentativa de anexar o Kuwait.
Durante e depois da guerra, todos
os palestinos foram expulsos. Ao
longo dos anos, alguns foram
autorizados a voltar e, hoje, 80
mil palestinos vivem no Kuwait.
Ninguém protestou contra a
expulsão, não houve
manifestações na Europa e, os
meios internacionais de
comunicação, não demonizaram o
Kuwait.
08
Na guerra civil da Síria,
235.000 palestinos que lá
residiam perderam suas casas.
60.000 se refugiaram na
Jordânia, em campos de
refugiados, sob estritas
condições, além de estarem
proibidos de entrar nas cidades
jordanianas. Ninguém, incluindo
a OLP, protesta contra este
tratamento discriminatório dado
aos palestinos, sem
manifestações na Europa, além
dos meios de comunicação não
criticarem a Jordânia.
No Líbano, vivem cerca de
400.000 descendentes de
refugiados palestinos. A maioria
deles nasceu no Líbano, mas não
lhes concedem a cidadania
libanesa, não têm direito de
comprar propriedades e são
proibidos por lei de exercer uma
longa lista de profissões.
No Líbano, para trabalhar, é
necessário um Documento de
Autorização de Trabalho que o
governo outorga aos
trabalhadores africanos, asiáticos
e a árabes de outros países, mas
não aos palestinos. Ninguém,
inclusive a OLP, protesta contra
este tratamento discriminatório
dado aos palestinos, não há
manifestações na Europa e os
meios de comunicação não
criticam o Líbano.
O Egito bloqueia Gaza,
controla a entrada e saída de
pessoas na sua fronteira com
aquela região, e destruiu 1.600
túneis pelos quais o Hamas
contrabandeava armas e bens.
Ninguém protesta contra o
bloqueio egípcio, os
manifestantes anti-israelenses na
Europa não o mencionam e
muito menos é relatado pela
mídia internacional.
CONCLUSÃO: as violentas
manifestações na Europa não são
realmente a favor dos palestinos,
senão contra Israel e contra os
judeus. Ninguém protesta contra
o tratamento discriminatório que
os palestinos recebem na
Jordânia, Líbano e Egito, já que,
se não se pode culpar aos judeus,
não há motivo para o dito
protesto.
http://middleeast.about.com/
od/jordan/a/jordan-blackseptember.htm
ISRAEL ESTÁ EM GUERRA COM O HAMÁS,
NÃO COM O POVO PALESTINO
O Estado de Israel não está em
guerra com o povo palestino. O
conflito é entre Israel (um Estado
internacionalmente reconhecido,
democrático e liberal, que tem
tratados de paz com dois vizinhos
árabes, Jordânia e Egito, e está
negociando a paz com a Autoridade
Palestina) e o Hamás, uma
organização terrorista islâmica
extremista que governa de forma
ilegal a Faixa de Gaza desde junho de
2007, quando, em uma violenta
revolta (que incluiu jogar do alto de
edifícios seus adversários), expulsou a
Autoridade Palestina, a legítima
autoridade dos palestinos.
O Hamás foi declarado uma
organização terrorista pelos Estados
Unidos, Inglaterra, Canadá, União
Europeia, Japão e por dois países
árabes, Jordânia e Egito.
Israel retirou-se unilateralmente
de Gaza em agosto de 2005, deixando
estufas intactas e indústrias que
proporcionavam trabalho para
milhares de palestinos, que geravam
milhões de dólares em exportações.
Ao invés de continuar utilizando essas
instalações, os palestinos de Gaza as
destruíram.
As centenas de milhões de dólares
doados por generosos países árabes e
europeus a Gaza não foram usados
para construir hospitais, hotéis e
escolas, mas para construir túneis (em
cuja construção o Hamás usou
crianças, 160 das quais morreram, de
acordo com o Washington Post) pelos
quais o Hamás estava planejando um
ataque surpresa contra Israel,
provocando o massacre de moradores
fronteiriços à Gaza. Além disso, para
importar foguetes da Síria e do Irã,
que, unidos à sua única indústria
(fabricação de mísseis), com o objetivo
de dispará-los diariamente contra
assentamentos israelenses. De 2001
até junho deste ano de 2014, o Hamás
disparou 15.244 foguetes contra
populações israelenses.
Durante esta guerra já foram
disparados mais de 3.000 foguetes
contra Israel. O crime do Hamás é
duplo: a) dispara foguetes contra
populações civis e cidades com o único
propósito de matar o máximo possível
de pessoas, e b) pior ainda, enquanto
os chefes de Hamas e os combatentes
estão escondidos em túneis, usam o
seu próprio povo como escudo
humano, como testemunhou o
arcebispo cristão de Gaza, numa
reportagem da televisão indiana, ou
mesmo através do “Manual de
Guerrilha Urbana” do Hamás.
Israel lamenta a morte de civis
inocentes, que não é intencional, mas
o resultado direto da política do
Hamás de disparar a partir de áreas
residenciais, hospitais e escolas,
forçando sua população a ficar nos
locais de onde se originam os túneis,
apesar dos reiterados apelos do
exército israelense para desocupar
esses bairros, com o objetivo de Israel
destruir os túneis do Hamás,
projetados para massacrar os
habitantes das cidades israelenses
fronteiriças à Gaza.
Finalmente, se o leitor quiser
verificar por si mesmo se o Hamás é
uma organização humanitária ou de
uma organização terrorista islâmica
extremista, eu recomendo que você
leia a constituição do Hamás que
afirma o seguinte:
Artigo 2º. O Hamás é parte da
Irmandade Muçulmana (organização
islâmica extremista declarada ilegal
pelo atual governo egípcio).
Artigo 7º. O Hamás tem a
intenção genocida de matar a todos os
judeus, não só em Israel, mas em todo
o mundo.
Artigo 8º. O slogan do Hamas é “A
morte pela causa de Allah é o nosso
mais sublime desejo”.
Nota - toda a matéria acima
mencionada, está fundamentada nos
seguintes links:
http://www.washingtonpost.com/
blogs/right-turn/wp/2014/07/31/
if-liberal-elites-really-cared-aboutgazan-children/
http://avalon.law.yale.edu/20th_
century/hamas.asp
http://www.cbn.com/cbnnews/
insideisrael/2014/August/Gaza-bispoHamas-Usado-Igreja-de-FogoRockets-/
http://www.outlookindia.com/news/
article/Indian-TV-Channels-Reporton-Gaza-Goes-Viral-in-Israel/853637
http://www.foxnews.com/
world/2014/08/06/israel-diz-hamasmanual-Explica o uso de-homemshields/
LICITAÇÃO PARA A
CONSTRUÇÃO DO
METRÔ DE TEL AVIV
Na licitação recente e imaginária
realizada pela Prefeitura de Tel Aviv
para a construção do metrô na
cidade, foi recebida a seguinte
proposta:
Prezados Senhores
Município de Tel Aviv
Tel Aviv
Tendo nos inteirado de que há
uma licitação para a construção de
um metrô para sua cidade, é com
grande prazer que apresentamos a
nossa oferta. Além do nosso preço,
altamente competitivo, oferecemos
as seguintes vantagens:
• Nossa experiência em construir
grandes túneis é incomparável, com
ar condicionado, grandes extensões,
nos quais utilizamos concreto da
melhor qualidade, fabricado em
Israel.
• Nosso trabalho é totalmente
silencioso, como podem atestar os
habitantes das áreas onde nós temos
construído túneis, sem causar ruídos
que provoquem desconforto para
aqueles que estão na superfície.
• Muitos dos nossos trabalhadores
são crianças, ideal para o trabalho
pela sua pequena estatura, baixo
salário que pagamos e por serem
facilmente substituíveis.
Aguardando sua resposta, queiram
aceitar nossos cumprimentos.
Hamas Tunnel Construction
Company
09
Último mês do verão, estação interrompida pela
guerra. Conflito, infelizmente, prossegue.
Ligas Nacionais de Futebol e Basquete começam nas
datas marcadas.
Restaurantes, bares e hotéis reduziram contratações
temporárias e dispensaram funcionários. Turistas e
nativos sentiram os efeitos da chuva de mísseis.
Turismo interno aumentou, principalmente, na
região norte. A praia de Nahariya é um dos principais
destinos.
Premiê israelense, Bibi Netanyahu, exalta derrota
militar do Hamas, mas ainda não evita ataques inimigos.
Espetáculos musicais agitam os meses de agosto e
setembro. Os palcos principais são a Piscina do Sultão
- Jerusalém, Anfiteatro de Cesaréa e o Parque Yarkon,
em Tel Aviv.
Já o presidente Rueven Rivlin deu aula de diplomacia
ao Ministério de Relações Exteriores, ao telefonar para
Dilma Roussef, abafando o mal estar entre os países
amigos.
Clima de união, neste momento difícil, comoveu, até
mesmo, quem já viveu outras guerras.
10º
CONFARAD
REALIZAÇÃO: CONSELHO SEFARADI
EMBAIXADA
DE ISRAEL
FEDERAÇÃO
ISRAELITA RJ
13 a 15 DE SETEMBRO de 2014
Clube Israelita Brasileiro (CIB) - Copacabana
Rua Barata Ribeiro, 489 - Copacabana/RJ
TEMA DO 10º. CONFARAD
A História dos Sefaradis e B’nei Anussim na Colonização do Brasil
10
Crônicas de
Aron Hazan
O KOL NIDREI
NA VIAGEM DE COLOMBO
Na tripulação do Santa Maria,
Pinta e Niña havia muitos conversos,
mas que ainda praticavam
secretamente o judaísmo.
O principal escriba da frota
chamava-se Luis de Torres, cujo
nome em hebraico era Yossef ben
Levi Haivri. Luis nasceu em Córdoba
e era um Sofer, um escriba
especializado em hebraico, em
aramaico e até mesmo em árabe,
afinal ele era de El Andaluz
(Andaluzia).
Era fluente em hebraico, ofício
que herdou da família e, por esse
motivo, foi colocado na expedição de
Colombo como intérprete, caso eles
encontrassem as 10 tribos perdidas
de Israel.
Colombo acreditava na “Terra
Redonda”, dado também à passagem
bíblica do Profeta Isaías que afirma a
esfericidade da Terra. Os três navios
navegaram durante muitos dias e
muitas noites. Tinham saído da
Espanha no dia 9 de Av (Tisha Be Av)
uma data muito significativa para os
judeus que choravam a destruição do
1º e 2º Templo.
Na véspera de Yom Kipur, Luis
de Torres conta no seu diário que
subiu ao convés, vestiu o talit (chale
de oração) e cantou a tradicional
prece Kol Nidrei, recitado
liturgicamente em toda Véspera do
Dia do Perdão:
“Kol nidrei ve’esarei, Ush’ Vuel
Vacharemei,
Vekonamei,Vekinusei,
Vechinuei, D’indarna,
Udishtabana, Ud Acharimna,
Ud’assarna al Nafshatana..”
Mas, Luis não ficou sozinho. As
vozes da Pinta e Ninã ecoaram e se
uniram a dele em oração na
imensidão do Atlântico e chegava aos
ouvidos do nosso D´us, Todo
Poderoso. Era o lamento daqueles
que tinham perdido o direito de
cantá-lo nas suas Casas de Oração.
Concluído o Kol Nidrei, Colombo
se aproximou de Luis e disse: “Você
sabia que Colombo, o meu
sobrenome, significa pomba. Não
estamos velejando esse barco em
vão... no mesmo dia que os judeus
foram expulsos da Espanha, nesse
dia foi-me dada uma oportunidade
para ir em busca de novas terras
cruzando o oceano”, e continuou: “Eu
percebi alguns ramos finos com
folhas ovais flutuantes perto dos
nossos barcos.” E assim puderam
cumprir a mitzvá Hoshaná Rabá.
Era, de fato, Hoshaná Rabá, o
último dia de Sucot (Tabernáculos)
quando se rodeia o Altar da Sinagoga
sete vezes, agitando-se galhos e
ramos de espécies bíblicas.
Luis agitou os ramos e os outros
marinheiros dos demais barcos lhe
copiaram. Como manda o costume
judaico, Luis ficou de vigília com
Rodrigo de Triana lendo o Salmo 118.
Louvai ao Senhor, porque ele é
bom, porque a sua benignidade é
para sempre...
Invoquei o Senhor na angústia; o
Senhor me ouviu, e me pôs em um
lugar largo.
O Senhor está comigo entre
aqueles que me ajudam pelo que
verei cumprido meu desejo sobre os
que me aborrecem.
Não morrerei, mas viverei; e
contarei as obras do Senhor.
O Senhor castigou-me muito,
mas não me entregou à morte.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei por elas, e louvarei ao
Senhor.
Como estavam de vigília, foram
os primeiros a avistar terra.
Desembarcaram na praia da Baía
Fernandes e entoaram um louvor de
agradecimento a D´us por tê-los
conduzido a um lugar onde poderiam
praticar livremente a sua fé.
11
DE OPINIÕES, DE EXPLICAÇÕES E,
EVENTUALMENTE, DE INQUIETAÇÕES
[email protected]
José Zokner - JUCA
LOS
GAUCHOS JUDIOS
ÚLTIMA PARTE
Eis-nos às voltas com nova tradução do livro Los Gauchos Judios, de Alberto
Gerchunoff. Desta vez é uma estória de amor “fun iene tzaitn”, daqueles
tempos. Com esta, completamos 24 colaborações para a revista El Djudió.
Dedico para meu grande amigo
Henrique Leão Kiperman a presente e
última tradução da série Los Gauchos
Judios.
O CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Porque teu amor é melhor que o
vinho...
Não longe da nora* o moço
encontrou a Ester separando
melancias, cujas folhas e flores
formavam tecido no bosque de troncos
curvos do milharaI. Uma I uz forte
avivava o fog
- Já do trabalho?
Jaime não respondeu. Erguido sobre o
cavalo, olhou sem entender a
pergunta. Contemplava com avidez o
duro perfil da moça desgrenhada e
ofegante. Ao respirar, seu peito movia
as folhas de milho que lhe chegavam
até a garganta. A inquietude dilatava
suas pupilas, negras como terra arada
depois da chuva.
Ela não ignorava o objeto de tão
brusca aparição. Jaime a perseguia há
muito tempo. Para ela eram as canções
entoadas nos intervalos dos bailes da
Colônia, para ela as proezas nos
rodeios. E não lhe desgostava aquele
bravo rapagão, áspero como um
tronco e ágil como um esquilo.
Um pouco mais tranquila, olhou seu
rosto tostado. Sem dar-se conta
repetiu a pergunta:
- Do trabalho, tchê?
Jaime exclamou:
- Veja, Ester!
O camponês, com gesto inseguro,
ofereceu-lhe algo que ela não pode
distinguir no primeiro momento:
- O que é isso?
- É para ti.
Eram ovos de perdiz que havia
encontrado perto da lombada
próxima. Ester os aceitou, e para
melhor acomodá-los, o homem apeou
do c avalo.
- Assim não; vão se quebrar.
Ao envolvê-los, ajoelhados no solo,
Ester lhe roçou a cara com o cabelo;
sentiu o estremecimento que esse
roçar lhe produziu.
- Ester...
Os dois se quedaram em silêncio;
um silêncio angustioso e comprido.
Um tanto reposta, tentou ela
dissimular sua perturbação. Porém,
nada lhe ocorria.
-É alto este milharal.
-Sim, é muito alto.
- Em compensação, o de Isaac ...
- Ester - tornou a dizer o moço - tenho
que te falar.
Ester baixou a cabeça enquanto
desfolhava com as mãos trêmulas
folhas de milho.
- Me falaram - continuou - que queres
te casar com um tipo de São Miguel.
Sabes quem me disse? Foi Miryam;
não, não foi Miryam, foi a cunhada do
prefeito...
- Ela sim! - respondeu Ester - porque
quer que eu me case com seu primo, o
manco...
- Me falaram também que o pai do
noivo lhes daria dois pares de bois e
uma vaca. Ester tratou de negar;
Jaime insistiu:
- Que pensas tu?
- Ainda não sei.
- Ester, eu vim te dizer que quero me
casar contigo.
A moça não respondeu no começo, e
tão somente depois que ele repetiu
várias vezes a mesma coisa, conseguiu
responder:
- Fale com meu pai, eu não sei...
Um vento ligeiro assobiou no milharal.
Algumas folhinhas de girassol caíram
sobre a cabeleira escura da moça, e
uma deslizou pela garganta, deixando
ver sua pontinha amarela.
- Vou para casa ...
- Te acompanho .
Ao pôr-se de pé, inopinadamente,
Jaime a atraiu e a imobilizou em um
abraço rude e com um beijo forte, que
ressoou no milharal e sufocou sua
surpresa. Retirou-se, e com os braços
caídos. olhava-a espantado. Não
falaram mais nada. Jaime montou seu
cavalo e lentamente se encaminhou
para a colônia. Antes de chegar em
casa, Ester lhe disse:
- Como me invejarão.
- E a mim. Olha, vou domar para ti
essa minha eguinha branca...
Já na casa, Jaime chamou para fora o
pai e iniciou sua proposta deste modo:
- Sabe o senhor, Rabi Eliezer, como
meu campo está perto do seu...
*nora = Aparelho para tirar água dos
poços, cisternas, rios, etc., cuja peça
principal é uma grande roda de
madeira em volta da qual passa uma
corda a que estão presos caçambas
(Aurélio).
13
FESTAS RELIGIOSAS
Na edição anterior, erramos.
Corrija as datas.
Rosh Hashanah: 25 e 26 de setembro.
Yom Kipur: 4 de outubro.
Sucot: 9 e 10 de outubro.
Simchat Torá: 16 e 17 de outubro.
EL DJUDIÓ
CHEGA
A MAIS UM
PAÍS
Agora são leitores de 16 países, incluindo o Brasil, que
passam a receber mensalmente a nossa revista. É com
grande prazer e satisfação que o El Djudió passa a ser
enviado para a novelista paraguaia, Susana Gertopán
Brudner, de origem judaica, por indicação do prezado cônsul
do Paraguay em Porto Alegre, Augusto Ocampos Caballero,
nosso leitor assíduo. O Paraguay tem uma coletividade israeli
estimada em 1000 pessoas e esperamos que este primeiro
passo, através de Susana Gertopán e do cônsul Ocampos,
nos permita conhecer melhor a história, a vida e os costumes
dos judeus daquele país. A entidade que congrega os judeus
paraguaios é a Union Hebraica, localizada em Assunción.
NOVO EMBAIXADOR
DE ISRAEL NO BRASIL
Assumirá como
embaixador de Israel no
Brasil, o senhor Reda
Mansour, um árabe-druso.
Essa indicação demonstra
o quão o estado de Israel
é democrático e inclusivo,
nomeando para o maior
país da américa latina, e um
dos seus mais importantes
parceiros comerciais,
um diplomata árabe.
Reda Mansour é poeta,
historiador e diplomata de carreira. A revista El Djudió,
que é enviada à Embaixada de Israel em Brasília, dá as boas
vindas ao novo embaixador.
PARTIDO NANICO
Realmente há partidos que merecem ser chamados de
nanicos literalmente. Um destes atende pela sigla PSTU.
Sabem qual o grande projeto deste partido, através do seu
candidato Cyro Garcia, a deputado federal pelo Rio de
Janeiro, para resolver os problemas brasileiros? O fim do
Estado de Israel. Bandeira palestina é exibida na sua
propaganda acintosamente. E o candidato ainda apela para
que o governo brasileiro «rompa economicamente com
Israel». Afinal, as eleições são aqui ou na Faixa de Gaza?
ANIVERSARIANTES DE SETEMBRO
Parabéns
14
1 - Eduarda Hercovitz Jaeger
2 - Shai Milstein Gomes
3 - Márcia Maria Rabeno
4 - Karen Poyastro Milstein
7 - Estela Levy
9 - Fernando Levy Balbe
9 - Maurício Molina Magrisso
11 - Sidnei Henrique Pardo
11 - Tânia Stern
14 - Eduardo Cozza Magrisso
16 - Rebeca Amar
19 - Graciela Pinheiro
19 - Leão Milnitsky
21 - Marino Rodrigues
24 - Jeny Wolff
24 - Moisés Pontremoli
25 - Pamela Menda Poyastro
28 - Theo Isdra Sniadower
30 - Isaac Barqui
Direto do Rio
A crônica de ISRAEL
Blajberg
[email protected]
Israel Blajberg
TERIA A PESTE NEGRA TANGIDO OS
BLAJBERG DA ÁUSTRIA PARA A POLÔNIA?
A Peste Negra, pandemia do século
XIV, matou algo entre 75 e 200 milhões
de pessoas de 1348 a 1350, metade da
população europeia. Hoje sabemos que
se tratava da peste bubônica,
propagada pelas pulgas que infestavam
os ratos trazidos da China em navios.
Logo culparam os judeus, o que
levou a destruição para mais de 200
comunidades judaicas. Por serem os
menos atingidos, graças aos preceitos
religiosos que mandavam lavar as
mãos antes das refeições, tomarem
banho ao Shabbat e lavar os corpos ao
sepultamento. Nos guetos, eram mais
protegidos do contágio e, praticando a
limpeza de restos de farelo antes de
Pessach, privavam os ratos de
alimento, minimizando a propagação
da doença.
As perseguições modificaram a
história, com o epicentro da vida
judaica migrando do Oeste para Leste,
o que poderia reforçar a tradição oral
sobre as origens da nossa Família
Blajberg, transmitida pelo meu
saudoso genitor Abram Blajberg, Z”L:
nossos antepassados remotos entraram
na Polônia vindos da localidade de
Bleiberg, nas montanhas dos Cárpatos
(Carpathia – Áustria). Era o que vinha
sendo passado per secula seculorum,
de geração em geração, chegando assim
ao nosso tempo.
Abram nos deixou em 1994, sem
saber que a história era real. Isto
porque ainda não existia a Internet
como hoje a conhecemos, com banda
larga e o Google. Quando foi possível
pesquisar com mais profundidade,
Abram já não estava mais aqui. Como
teria gostado de saber!! Nos meandros
da Grande Rede, o milagre tecnológico
nos revelava a pequenina Bad Bleiberg,
em torno de antiga mina de chumbo
(alemão - Blei). Nosso sobrenome é,
pois, um toponímico: montanha de
chumbo.
Um dia, a exaustão do minério
determinou a desativação da mina,
mas suas águas quentes permaneceram
fluindo das profundezas, o que ensejou
sua revitalização como atração
turística: passeios de trenzinho pelas
galerias, um spa muito frequentado,
parques de diversões, algo como um
misto de Bariloche e Gstaad, uma
Caldas Novas ou Poços de Caldas
austríaca. Estava pois confirmada a
história passada de geração a geração.
Na hipótese que ora formulamos,
os Bleiberg, tangidos pela intolerância,
escaparam naquela época do
morticínio na Áustria, que como
Alemanha e Holanda, ficaram quase
desprovidas de judeus. Dirigiram-se
ao Leste, na direção da Rússia e
Polônia, que não sofreram com a Peste
Negra e, portanto, menos hostis aos
judeus. Por alguma razão os Bleiberg
escolheram estabelecer-se em
Ostrowiec, Polônia, onde
permaneceram pelos próximos 600
anos, até 1942, quando todos os judeus
da cidade foram levados para o Campo
da Morte de Treblinka, onde pereceram
Al Kidush haShem (pelo Santificado
Nome).
Quando chegaram a Ostrowiec,
nossos antepassados apolonizaram a
ortografia de Bleiberg para Blajberg,
para obter o mesmo efeito fonético da
leitura em alemão, soando como
Blaiberg em português.
Mas, na verdade, Bleiberg e
Ostrowiec foram apenas pontos de
passagem. Somos Levitas, conforme a
tradição oral passada ao meu pai por
meu avô, que por sua vez a recebeu de
seu pai, e assim por diante, até chegar a
um remoto antepassado da Tribo de
Levi, que em pleno Deserto ao sopé do
Monte Sinai, não quis acreditar
naquele bezerro de ouro, preferindo
aguardar o retorno do nosso Grande
Patriarca Moisés trazendo as Tábuas
da Lei. Pela demonstração de fé e
fidelidade, foram os Levitas nomeados
auxiliares dos membros da casta
sacerdotal, descendentes do Cohen
haGadol (Sumo Sacerdote) Aharon,
irmão de Moisés.
Até hoje os Levitas detêm esta
função e o privilégio de serem
chamados a Torá, logo após os
Cohanim. Nestes momentos, quando
um Cohen une as mãos elevando-as
para o alto, na benção sacerdotal, a
congregação evita olhá-lo, cobrindo os
olhos com o Talit (manto ritual), pois
ali, naquele instante se manifesta a
Presença Divina.
Não fora a pandemia, os Bleiberg
teriam permanecido nos Cárpatos?
Não sabemos a resposta, nem se
estaríamos aqui no Brasil ou alguma
outra paragem que nos acolheu na
busca de um mundo melhor, onde não
nos fosse lançada pejorativamente a
palavra Zsyjd (judeu).
As únicas certezas são de que
através dos séculos seguimos fieis a Lei
de Moisés, tementes a D´us, o Grande
Arquiteto do Universo, sendo hoje tão
brasileiros quanto qualquer outro
brasileiro.
15
EM DEFESA
DO ESTADO DE ISRAEL E DA
DEMOCRACIA
Valter Nagelstein
Discurso proferido pelo
Vereador Valter Nagelstein na
Câmara Municipal de Porto
Alegre em 06.08.2014
Eu acho muito curioso,
Senhor Presidente, Senhores
Vereadores, que alguns
movimentos venham aqui falar
em liberdade, em direito dos
homossexuais, em direito das
mulheres, em liberdade religiosa.
Os partidos de esquerda – está
aqui o Vereador Pedro Ruas – se
apresentam como arautos dessas
liberdades e defendem esses
regimes, que absolutamente não
prezam nenhum desses valores;
Vereador Pedro Ruas, Vossa
Excelência é um homem
inteligente. Eu quero lhe fazer
este desafio: o de enumerar, por
favor, um desses regimes que
respeite o direito das mulheres.
Não há nenhum. Não há
democracia, Vereadores do PT,
em nenhum. Estão fazendo isto
hoje aqui, incensando o regime
do Hamas, mas silenciam em
relação ao Egito! Por quê? Porque
é uma visão hipócrita da esquerda
brasileira, dessa odiosa postura
que a esquerda brasileira adotou
nos últimos tempos e que, na
verdade, amplia o preconceito
antissemita.
Essa visão é absolutamente
equivocada. Incensam regimes
que diariamente… É óbvio,
16
Vereador Villela, que é preciso
fazer um parêntesis: ninguém
aqui é insensível ao ver uma
criança, por exemplo, sendo
vítima de um bombardeio. Todos
nós nos horrorizamos com isso.
Não é essa a questão que está
em jogo, Vereadora Mônica. A
questão é o direito à existência
pacífica e soberana do Estado de
Israel, e a visão assimétrica e
unilateral da nossa esquerda,
Vereador Pedro Ruas,
patrocinado pelo seu partido,
pelo PSOL, patrocinado pelo
Partido dos Trabalhadores,
patrocinado pelo PCdoB, que está
importando, trazendo para
dentro do nosso País, um ódio
que aqui não tínhamos.
O que está estimulando o
antissemitismo, que está
atacando a histórica comunidade
judaica brasileira, que, por
exemplo, na Alemanha, viveu 40
gerações até ser exterminada.
Foram heróis, inclusive, na 1ª
Guerra, até irem para as câmaras
de extermínio.
O que os seus partidos – o PT,
o PSOL e o PCdoB ¬– estão
fazendo é isto: importando
conflito, distorcendo os fatos,
porque Israel não quer, não
deseja nada além do seu direito
de existir. Antes dessa ofensiva,
que, volto a dizer, tem cenas
terríveis, enlutam todos, recebeu
nas suas cidades, todos os dias,
barricadas e barricadas de
foguetes lançados a esmo contra a
população.
Eu tenho uma filha de 19
anos, que mora na cidade de
Haifa; cinco ou seis vezes por dia,
ela tinha que ir para os abrigos
subterrâneos. As cidades só não
foram destruídas, porque Israel é
uma nação desenvolvida e, se
desenvolveu, porque é
democrática, porque investiu em
universidades, porque as
mulheres, Verereadora Fernanda,
a senhora que brada, lá são livres!
Eu quero ver a senhora, no
Afeganistão, vestida do jeito que
se veste! Não caminha na rua,
porque é uma postura hipócrita, a
sua e a da esquerda. Não caminha
na rua! No Egito, na Jordânia, na
Faixa de Gaza, administrada pelo
Hamas, a senhora não caminha
na rua com as suas roupas,
porque lá não há liberdade para
mulheres. Lá as mulheres não
têm direitos. Não tem esse
problema na Cisjordânia, porque
quem administra a Cisjordânia é
a autoridade do Fatah.
O que eu advogo, o que eu
quero são dois Estados, duas
Nações e os povos vivendo em
paz. Vinte e cinco por cento da
população de Israel é árabe! Só
não sabe quem nunca foi lá.
Caminhar em Jerusalém é entrar
em mercados em que vários são
donos. Em Haifa, a grande
maioria dos habitantes é árabe.
Perguntem a eles se querem
morar na Faixa de Gaza, com os
radicais do Hamas, que
estrangulam, que enforcam, que
matam, que incendeiam cristãos?
Por quê não falam no
problema da Síria, onde 120 mil
pessoas foram mortas? Ah, isso
não interessa para essa esquerda!
Por quê não falam do Egito, onde
derrubaram a tal da irmandade
muçulmana, essa de radicais
ligadas ao Hamas, que eles
defendem aqui, e todos, mais de
mil, foram condenados à morte
no Egito, pelo tipo de política que
faziam lá, essa política odiosa de
extermínio. Por quê não mostram
os cristãos nesses países sendo
crucificados? Na África, no
Oriente Médio. Isso não
mostram! Sobre isso silenciam,
porque, na verdade, escondem o
seu preconceito, aqueles que se
dizem libertários, a sua
xenofobia, o seu ódio, o seu
desejo de extinção do Estado de
Israel, que, volto a dizer, é
democrático. Lá tem Parlamento,
tem árabes no Parlamento de
Israel, Parlamento como o daqui.
Vai ver se tem Parlamento na
Faixa de Gaza, Vereador Pedro
Ruas! Não tem Parlamento na
Faixa de Gaza. O senhor não teria
voz na Faixa de Gaza, Vereador
Comassetto! Lá o povo não
importa! Lá quem discorda
morre!
Israel, que vocês pintam como
monstro, é uma nação
absolutamente desenvolvida,
num território que tem a metade
do tamanho do Estado do Rio
Grande do Sul, que é exemplo no
tratamento de águas. Entre o mar
e a fronteira da Cisjordânia são
18 quilômetros, é menos do que
daqui a Belém Novo! Mas que
imperialismo é esse? Não sabem
sequer o que é sionismo e ficam
repetindo bobagens – não sabem
o que é sionismo! Os judeus
foram expulsos de sua terra por
três vezes, voltaram, e o sionismo
é o seu direito de viver na sua
terra ancestral, porque, quem for
a Jerusalém, ao Monte das
Oliveiras, vai ver que há um
cemitério com 5 mil anos. Há 5
mil anos os judeus estão na sua
terra, lá é a terra deles.
E o que vocês querem – PT,
PSOL, PCdoB – é negar aos
judeus o direito de ter a sua terra,
o que os judeus querem é viver
em paz, e que os árabes os
respeitem, porque são 40 milhões
à sua volta, e eles são 7 milhões, é
menos do que a população do
Estado do Rio Grande do Sul. É
um país que, hoje, tem tecnologia
espacial, que reaproveita 92% das
suas águas, que, repito, é
democrático, tem um parlamento
que tem representação árabe, um
país que tem universidades, que
tem o segundo maior centro de
excelência em pesquisa – o
Technion, em Haifa, melhor que
ele só o MIT, nos Estados Unidos
–, tudo isso num paisinho desse
tamanho, que a esquerda não
quer que viva, que a esquerda
quer extinguir, quer dizimar,
porque, na verdade, atrás desse
discurso está a vontade de
dizimar os judeus, está o ódio.
Israel aprendeu a se defender,
depois de 6 milhões de pessoas
serem levadas, como gado, a
campos de concentração –
homens, mulheres, crianças,
idosos –, viajando dias e dias, em
pé, presos em trens, em
condições sub-humanas,
indignas, mortos de maneira pior
do que animais. Israel aprendeu a
viver e a se defender.
Não obstante ao que digam,
que mintam, que falem, Israel vai
continuar vivendo, e quer viver
em paz. Se os movimentos
radicais forem extintos, e se
Israel viver em paz, sem
bombardeios, sem foguetes, paz
na Terra Santa nós teremos.
Muito obrigado.
17
SAINDO DO ARMÁRIO
de J.R. Guzzo
Nada mais cômodo para o
racista politicamente correto, que
quer praticar seu racismo na frente
de todo mundo, mas não quer
correr nenhum risco legal ou social
com isso, do que uma tragédia
como a que aconteceu durante o
último mês nessa infeliz Faixa de
Gaza. Foi uma grande
oportunidade para o crime
perfeito. Como o Exército de Israel
despejou sobre Gaza foguetes que
destroem tudo o que encontram
pela frente, incluindo gente de
carne e osso, contra um restinho
de terra onde 1,7 milhão de
pessoas se apertam num miserável
espaço de 360 quilômetros
quadrados, só poderia haver um
resultado: sangue, lágrimas,
crianças mortas e feridas,
hospitais e escolas que viram
entulho, ruínas e todas as
desgraças da guerra. As cenas
desse horror aparecem todos os
dias. Quem pode aprovar as
imagens de pais e mães em
desespero, carregando nos braços
seus filhos ensanguentados?
Ninguém que tenha um grama de
compaixão dentro da alma.
Entra rapidamente em cena, a
essa altura, o praticante do
racismo seguro: enfia-se na
armadura moral fornecida pelo
sofrimento dos inocentes, e dentro
dela, com toda a segurança e
conforto, põe para fora suas
secretas convicções raciais contra
os judeus.
É claro que muitas pessoas
bem-intencionadas podem
manifestar sua indignação ética e
política contra o bombardeio de
Gaza e, ao mesmo tempo, não
carregar dentro de si nenhum
traço de antissemitismo; esperase, até, que sejam a maioria dos
que criticam Israel no momento.
Mas também é 100% certo que o
18
ódio contra os judeus, seja de altos
teores, seja nas modalidades light,
aproveitou o escudo oferecido
pelos foguetes israelenses para
mostrar a sua cara no Brasil e no
mundo. Trata-se de sentimentos
que estão aí há 2 000 anos; podem
estar anestesiados, mesmo porque
não são aceitos nas sociedades
democráticas, mas não vão
embora. No caso, sua existência
fica comprovada pela prática
aberta do preconceito – antes de
examinarem qualquer fato, ou
admitirem que a tragédia de Gaza
tem mais de um lado, os
antissemitas escondidos no
armário vêm para fora afirmando
que Israel está empenhado em
exterminar fisicamente a
população palestina em sua
fronteira. Atribuem aos judeus,
historicamente perseguidos, a
conveniente posição de agressores
cujo objetivo estratégico seria
sobreviver à custa de um
“genocídio”.
Isso é simplesmente falso, a
começar pelo fato de que genocídio
é outra coisa. É possível, sem
dúvida, ter simpatia pela gente
eternamente sofrida da
paupérrima Faixa de Gaza – mas
quem se sente assim não tem o
direito de ignorar a verdade dos
fatos e das realidades.
O problema começa com a
recusa de pensar por cinco
minutos numa evidência pouco
mencionada, mas indiscutível: a
tragédia de Gaza só existe porque
se disputa ali uma guerra,
atividade que exige no mínimo
duas partes. Como se sabe
perfeitamente, não há guerras
boas, ou justas, ou éticas, ou
criteriosas, ou “proporcionais”,
como gostaria a presidente Dilma
Rousseff. De que jeito pensar em
bons modos numa guerra, quando
a sua meta principal é a prática do
homicídio?
Guerras exigem que os
combatentes cometam
assassinatos, por mais legais que
sejam considerados; eles recebem
ordens superiores para matar, e
são obrigados a obedecê-las, sob
pena de acabarem numa corte
marcial. Aliás, quanto mais seres
humanos matarem, melhor – vão
receber medalhas, promoções e
diploma de heróis da pátria. Que
moralidade pode haver diante
dessa insânia?
É excluído da discussão,
também, o fato de que Israel está
em guerra com os palestinos de
Gaza porque responde aos ataques
sistemáticos de foguetes lançados
a esmo contra seu território. Não é
sua culpa se, por defen¬der-se com
mais competência, mata 2 000
inimigos e ¬suas baixas ficam
limitadas a cinquenta ou sessenta
pessoas. Qual a alternativa? Matar
seus próprios cidadãos para
equilibrar a conta, já que o
comando palestino não consegue
fazer isso? Recusar-se a responder
à agressão também não é uma
alternativa – nem evitar a morte
de civis do outro lado, num
território sessenta vezes menor
que o de Sergipe e onde os chefes
usam hospitais e escolas como
arsenais, com o único propósito de
transformá-los em alvos militares
e gerar as imagens que chocam
todo o mundo. Não se sabe, enfim,
como os judeus poderiam esperar
uma negociação, quando o outro
lado exige a extinção do Estado de
Israel para baixar as armas –
aberração que muitos dos
indignados com o desastre de Gaza
insistem que os judeus deveriam
aceitar para que se obtenha a paz.
Sabem que não pode dar certo
nunca. É isso mesmo que esperam.
PARÁBOLAS
E A ÉTICA
AS
Perguntaram certa vez ao Rabino Yakov Krantz, o Duvner Maggid:
“Porque razão as parábolas têm um efeito tão grande nas pessoas?”
O mestre respondeu: “Posso explicar contando uma parábola?”
O termo parábola vem do grego
parabolé e significa “arte de
comparar, ilustrar, fazer analogia”. A
parábola está muito presente na
história do judaísmo, usada como um
método eficaz de ensino da Torá por
parte dos profetas e sábios. Mostrouse uma perspicaz maneira de inculcar
no povo judeu ensinamentos éticos e
históricos. As mais recentes pesquisas
envolvendo o funcionamento do
cérebro humano apontam para o fato
de que na aquisição do conhecimento
a mente recepciona de maneira mais
eficaz e correta quando se usam de
analogias, comparações e ilustrações
sobre o que se quer ensinar,
facilitando em muito a apreensão do
sentido e significado das coisas.
Sabemos todos que as parábolas
eram reiteradamente usadas para
fixar valores definidos pelo Eterno na
Torá e garantir com isso a unidade do
povo judeu em torno de princípios
bem definidos. Os profetas partiam
de situações corriqueiras, e dessas
adentravam em preceitos mais
complexos, que porventura pudessem
estar sendo desrespeitados.
Para ilustrar esta afirmação,
vejamos um dos episódios mais sérios
e profundos da história judaica. Os
personagens: Bate-Seba, o rei David e
o profeta Nathan. Esses membros da
nação judaica demonstrarão, nos
episódios que sucederam em suas
vidas, como os deslizes nascem e se
desenrolam e como as parábolas
podem ser instrumentos
fundamentais para a correção e
defesa de condutas éticas.
Conta-nos a tradição que certa
tarde, de calor e sol em Yerushalaim,
uma bela mulher chamada Bate-Seba
lava-se em seu terraço. No mesmo
momento, o então rei David, depois
do descanso pós-almoço, passeava
pelo terraço de sua residência. Em
dado momento avistou a bela mulher.
Subitamente foi tomado de uma
paixão avassaladora, incontrolável e
profunda. Imediatamente manda
seus assessores buscá-la e lhe dedica
momentos de prazer.
Como tudo que inicia mal, o fato
acaba por produzir também
dissabores e aborrecimentos. David
descobre situações envolvendo essa
relação proibida da qual foi agente.
Primeira, de que Bate-Seba era
esposa de seu soldado Urias, o heteu.
Segunda, de que a mesma não se
encontra com seu marido nesse
interim. E terceira, de que uma
criança é gerada desse episódio.
O relato nos diz que um David
desesperado e apavorado inicia várias
articulações no sentido de tentar
anular o efeito de seus desejos
incontidos. Falha todas as tentativas.
Finalmente, em um ato transloucado,
ordena ao chefe do exército israelita,
Joabe, que preparasse certas
condições que levassem Urias à
morte, forma última de tentar
atenuar o crime que cometera e de
evitar o escândalo que poderia surgir.
Naqueles dias, eis que comparece
ao palácio real o profeta Nathan,
homem sábio e detentor do
conhecimento da Torá e da tradição
oral judaica. O rei David o recebe
calorosa e respeitosamente. Nathan,
sabedor do ocorrido, passa a contar
ao rei uma Parábola, que ficaria como
exemplo para a história da Ética
judaica e universal:
“Dois homens moravam na
mesma cidade. Um rico, outro pobre.
O rico possuía ovelhas e gado em
abundância. O pobre, porém, só
tinha uma ovelha, que era bem
cuidada, crescia junto aos seus filhos
e cercada de atenção e carinho. Veio
um hóspede à casa do homem rico e
este, penalizado de ter que matar
uma ovelha, roubou a ovelhinha do
homem pobre e preparou-a para o
seu hóspede”.
O rei David enfureceu-se com a
injustiça relatada por Nathan e afirma
que era necessário recompensar o
homem pobre por cerca de quatro
vezes mais!
O profeta Nathan sentencia: “Tu
és esse homem”! David
imediatamente dá-se conta do que
Nathan estava falando, cai-lhe o
semblante, reconhece seu erro e
retrata-se para o mesmo. Nesse ato, o
monarca judeu destoa de qualquer rei
de sua época, que jamais
reconheceriam falhas ou equívocos.
Nathan passa a relatar o fato de
serem inaceitáveis para o Eterno os
atos praticados e antecipa uma série
de eventos negativos que se
sucederão à casa do rei David.
Essa famosa parábola usada
pelo profeta Nathan ilustra bem a
importância que esse método de
abordagem e ensino tinha no antigo
Israel. As parábolas partiam de
situações usuais, conhecidas de todos,
para após discorrer sobre temas e leis
que foram estabelecidas para o povo
de Israel e que deveriam ser
respeitadas. Também é de se destacar
que o uso de parábolas, para usar de
um paradigma atual, era um meio
democrático, já que era perfeitamente
compreendida e captada por todo e
qualquer cidadão de Israel. Essa
postura permitia o entendimento dos
judeus da época e também fortalecia
a autoridade ética e epistemológica
dos profetas, eles então guardiões das
leis e das tradições judaicas.
Dael Rodrigues
Filósofo e Professor
19
HIPOCRISIA
SOBRE
GAZA
Patrick “Pat” Condell
A hipocrisia tem sido sempre
muito “progressista”, mas há tanta
hipocrisia sendo disparada no
momento que eu me sinto como
que precisando de um “colete à
prova de progresso”.
É fácil criticar a distância, mas
nenhuma das pessoas protestando
atualmente contra Israel iria se
comportar de forma diferente nas
mesmas circunstâncias e, muitas
delas, se comportariam muito pior,
e é por isso que a indignação
seletiva que temos visto é tão
repugnante.
Onde estavam todos vocês,
humanitários progressistas,
quando Assad estava massacrando
milhares na Síria, ou Bashir no
Sudão? Onde estavam as furiosas
manifestações em massa para
essas vítimas? Ou para as vítimas
do massacre na Nigéria? Ou para
os milhares assassinados no
Iraque, recentemente, muitos deles
alinhados de bruços em valas e
executados a sangue frio. Onde
estavam vocês então? Alguns
hashtags no Twitter, e depois o
silêncio.
Mas, os judeus de Israel,
finalmente, responderam ao serem
constantemente atacados por
terroristas islâmicos - e o mundo
enlouquece. As pessoas enchem as
ruas e começam a falar sobre
crimes de guerra, enquanto todos
nós sabemos que é o Hamas que
20
comete verdadeiros crimes de
guerra diariamente, e ninguém dá
a mínima. Jornalistas
progressistas focam
exclusivamente em crianças
tragicamente mortas, porque o
Hamas as usa como escudos
humanos (culpando Israel, é claro),
mas se estes destemidos
buscadores da verdade estivessem
realmente preocupados com as
crianças de Gaza, eles também nos
diriam que os túneis terroristas do
Hamas foram construídos com
trabalho infantil, no qual centenas
de crianças morreram.
Progressistas adoram nos dizer
que a Palestina deve ser livre,
enquanto eles sabem muito bem
que os bandidos do Hamas não
estão lutando por liberdade. Eles
estão lutando contra ela.
Qualquer pessoa em Gaza que
se atreva a protestar contra a
destruição que o Hamas está
trazendo sobre suas cabeças, é
executada, como mais de 30
pessoas já foram durante este
conflito. É assim que eles se julgam
livres.
A única região do Oriente
Médio, onde qualquer um é livre, é
Israel, o único país civilizado na
região, onde judeus e árabes são
livres para fazer o que bem
entenderem e venerar a D´us ou
Allah da forma que quiserem.
Ambos podem e servem no
exército, no parlamento e na Corte
Suprema, porque Israel é um país
livre, com direitos iguais para
todos. O resto da região é
dominado por uma cultura
profundamente negativa, racista e
misógina, que é tudo, menos livre.
Qualquer passado glorioso que
pode ter tido alguma vez, já era, e
agora é nada mais do que um fardo
de autopiedade sobre a
humanidade, e um incômodo para
o mundo civilizado.
Os judeus representam uma
minúscula porcentagem da
população do Oriente Médio, e têm
um pedacinho de terra com o qual
eles seriam perfeitamente felizes,
se não tivessem sido atacados
repetidamente por vários exércitos
árabes, de uma só vez,
comprometidos abertamente em
cometer genocídio. E eu quero
dizer genocídio real, ao invés de
genocídio de fantasia, como o
apartheid que vocês, progressistas,
hipócritas do (movimento) BDS*,
adoram tagarelar a respeito.
Quando os judeus foram
atacados, surpreenderam o mundo
ao dar aos árabes a resposta que
eles mereciam e, por isso, muitos
árabes foram deslocados, mas não
de uma terra que alguma vez foi
chamada Palestina, pois a terra
não pertencia a nenhum país;
portanto, não está ocupada.
A terra é disputada!
Além disso, a maioria dos
árabes que deixaram a
Cisjordânia, não foram expulsos
de suas casas de forma alguma.
Eles saíram por vontade própria,
quando lhes foi prometido pelos
exércitos árabes invasores, que
eles poderiam voltar em
segurança, quando todos os seus
vizinhos judeus tivessem sido
mortos.
Mas não foi bem assim que a
banda tocou, evidentemente, e
agora seus descendentes seguem
vivendo em campos de refugiados
nos países árabes, submetidos a
um verdadeiro estado de
apartheid, onde lhes negam o
direito de se integrar, trabalhar, ou
receber tratamento médico,
porque os árabes, que poderiam
facilmente aliviar o sofrimento
deste povo, preferem explorá-los,
permanentemente, como arma
política, como estamos assistindo
em Gaza, usando-os como escudos
humanos. Eles preocupam-se
muito pouco com o seu próprio
povo, que consideram literalmente
descartáveis.
Por outro lado, o que nunca
ouvimos falar, é sobre as centenas
de milhares de judeus que foram
violentamente expulsos de países
árabes, porque Israel, um país
civilizado, rapidamente os
absorveu, razão pela qual eles não
estão vivendo em campos de
refugiados. E sobre as terras que
lhes foram roubadas? E sobre o
direito de retorno deles?
Mas, vamos supor que Israel
deixe tudo isso para trás, esqueça
os ataques genocidas do passado e
a constante retórica sanguinária
antissemita do presente (sabe
como é, para o bem da paz, e tudo
mais), e concorde em voltar para as
fronteiras de 1967, que, por sinal,
considerando o moderno
armamento existente, são agora
fisicamente impossíveis de
defender. Como os judeus
poderiam impedir os árabes de
atacá-los novamente? Alguma
sugestão? Acreditar na palavra
deles? Bem, isso seria bastante
“progressista”. Na verdade, suicida,
e todos sabem disso.
No entanto, me parece que é
precisamente isso que tantos
progressistas desejam realmente
assistir. Eles querem que os judeus
de Israel concordem com uma
posição, na qual será impossível se
defenderem e confiar que os árabes
os deixarão viver em paz. Quem
acredita seriamente que esse é um
cenário realista, está tão iludido
que deveria estar sob medicação.
Árabes muçulmanos nunca
deixaram ninguém viver em paz, e
eles não estão prestes a começar
com os judeus; eles já deixaram
claro diversas vezes para quem
quiser ouvir. Este fato não parece
incluir quem quer que seja da
resolutamente tendenciosa mídia
ocidental, que desinforma
minuciosamente o consenso
progressista, para mantê-lo
ignorante e furiosamente antiIsrael.
Consequentemente, a opinião
progressista nunca será feliz até
que Israel se renda e permita que
seu povo seja assassinado, “pela
paz”. Que Israel abra as fronteiras
e dê livre acesso aos combatentes
terroristas e homens-bomba.
Afinal, eles também têm “direitos
humanos”.
Bem, de alguma forma, eu não
acredito que isso vá ocorrer dessa
maneira, mas o que quer que
aconteça, depois desse conflito,
uma coisa está clara como a água:
qualquer ajuda futura humanitária
para Gaza será utilizada para
reconstruir os túneis e rearmar o
Hamas, que, em seguida, irá atacar
Israel novamente, sem qualquer
consideração para o bem-estar de
seu próprio povo.
Então, progressistas ocidentais
de coração mole, peguem seus
talões de cheque, porque todos nós
sabemos que é isso que vocês
realmente querem, porque então,
vocês poderão recomeçar
novamente a mesma pantomima
hipócrita, e deitar e rolar mais
uma vez na sua moralização
seletiva e criminalmente
tendenciosa, desde uma distância
adequadamente segura,
evidentemente.
* Em 2005 a sociedade civil
palestina fez um apelo para uma
campanha de Boicote,
Desinvestimento e Sanções contra
Israel, pelos direitos palestinos e
que, evidentemente, não teve os
resultados esperados. Daí a sigla
BDS.
21
Editoria: Davi Castiel Menda
O ator gaúcho
Paulo José,
nascido em Lavras do Sul,
recebeu em agosto de 1999 o
título de cidadão de Porto Alegre.
O título foi conferido por
proposição da ex-vereadora
Glenia Maranhão e seu discurso
faz parte dos anais da Câmara
Municipal de Porto Alegre (você
encontra o texto completo
pesquisando na Internet).
EU
SEMPRE LEMBRAREI
Eu me lembro do meu primeiro
encontro com Porto Alegre. A família
vinha de Bagé, de carro, era noite. Eu
cochilava no banco traseiro. Acordei
quando entrávamos na Avenida
Borges de Medeiros, ao lado da
Avenida Praia de Belas, e aí eu vi
imponente, monumental, maior do
que a Igreja Nossa Senhora
Auxiliadora e a de São Sebastião
juntas, mais alto do que a Ponte Seca,
mais bonito do que a casa do meu avô,
o Viaduto Otávio Rocha. Depois, pela
vida afora, vi outros espaços
monumentais impressionantes: a
Piazza San Marco, em Veneza, o Arco
do Triunfo, o Coliseu de Roma, o
Parlament House com o Big Ben, mas
nenhum deles me fez o coração
disparar como aquela visão dos meus
oito anos. O Viaduto Otávio Rocha foi
o meu primeiro alumbramento.
Eu me lembro que o Pão dos
Pobres ficava nas margens do Guaíba,
lá onde a cidade acabava. Eu me
lembro que a lancheria das lojas
Americanas era o ponto chique da
cidade. Eu me lembro que tinha até
banana split. Eu me lembro que eu
sabia de cor todas as transversais da
Avenida Independência, do Colégio
22
Rosário à Praça Júlio de Castilhos:
Rua Barros Cassal, Rua Thomaz
Flores, Rua Garibaldi, Rua Santo
Antônio, Rua João Telles. Eu me
lembro da Pantaleão Teles, da Cabo
Rocha, American Boite, Maipu, Gruta
Azul. Eu me lembro do conjunto
Norberto Baldauf, da Orquestra
Espetáculo Cassino de Sevilha, do
Conjunto Farroupilha, dos
Quitandinha Serenaders: “Felicidade
foi-se embora e a saudade no meu
peito ainda chora...” Lembro da
tristeza da minha mãe quando
emprestei o violão do meu irmão para
um baiano que estava passando uns
tempos aqui em Porto Alegre. Eu me
lembro que o meu violão nunca mais
voltou e que o baiano se chamava João
Gilberto.
Lembro do Hino Rosariense.
Lembro que Maria Della Costa era
garota da capa da revista O Globo, e
tinha as pernas mais lindas do
mundo. Lembro dos festivais Tom &
Jerry nas manhãs de domingo no
cinema Avenida, das matinês do
Cinema Victória, dos cinemas Rex,
Roxi, Imperial, Cacique. Lembro do
mezanino do Cinema Cacique, que
servia a última novidade em gelados, o
Peach Melba. Lembro que todo o
mundo detestava os filmes do Cecil B.
de Mille, exceto o público.
Lembro que no abrigo dos bondes
da Praça XV podia-se beber o caldo da
salada de frutas, sem frutas, apenas
seus vestígios. Aquela água era néctar
dos deuses. Lembro do Vicente Rao,
do Bataclan, do brique Ao Belchior, do
senhor Joaquim da Cunha, do Farolito
e do China Gorda.
Lembro que pela margem direita
eram o Javaí, Juruá, Purus, Madeira,
Tapajós, Xingu, e pela esquerda o
Japurá, Negro, Trombetas, Paru e
Jarí. Eu me lembro que meus
professores diziam que ensinamentos
como esses seriam de grande utilidade
para a vida. Lembro do irmão Ary,
professor de Biologia, recusando-se a
falar da teoria de Darwin: “Quem
quiser que descenda do macaco, eu
descendo de Adão e Eva”. Lembro que
ele nos preparava para o vestibular de
Medicina. Eu lembro do Pervitin que a
gente tomava para passar a noite
estudando e tirava nota ruim no dia
seguinte.
Lembro do rodouro metálico e seu
jato gelado que fazia tudo girar.
Lembro do Gin Fizz, do Hi-Fi, do
Alexander, da mistura de Coca-Cola
com cachaça que levava o nome
apropriadíssimo de Samba em Berlim.
Lembro do footing da Rua da Praia,
onde a gente exibia a camisa volta-aomundo, de nylon, e que diziam que
iria revolucionar o vestuário
masculino. Lembro das calças de
brim-coringa farwest.
Lembro que a deusa da minha rua
era a Maria Thereza Goulart, que não
era ainda Goulart. Ela morava no
edifício Glória e recebia visitas
misteriosas de um João, este, sim,
Goulart, que era invejado por toda a
garotada da Barros Cassal.
Eu me lembro do tempo em que
futebol se jogava com goleiro, com
dois beques, três na linha-média e
cinco no ataque e que, em geral,
faziam-se gols. Eu me lembro do time
do Inter, imbatível, nos anos 50: La
Paz, Florindo e Oreco, Paulinho,
Salvador e Odorico, Luizinho,
Bodinho, Larry, Jerônimo e
Canhotinho.
Eu me lembro de um tempo sem
malícia, quando o estádio dos
Eucaliptos torcia, gritando em coro:
Co-Co-Colorado, Co-Co-Colorado,
Co-Co-Colorado. Eu me lembro do
Café Andradas, onde a gente ia matar
aula e encontrava o Henrique Fuhro.
O Abujamra, que anunciava
tragicamente: “O homem é uma
paixão inútil!...Mais um café,
Macedo”.
Eu me lembro do Bar Matheus, na
Praça da Alfândega, da Pavesa, do
Treviso, da cadeira pendurada na
parede, onde sentou Chico Viola. Da
sopa, do mocotó levanta-defunto do
mercado Público, do sanduíche-aberto
do Bar Líder, daquela mostarda
amarela do Galeto do Marreta e, por
fim, do cachorro-quente da praça do
Colégio Nossa Senhora do Rosário,
sem favor nenhum, o melhor do
mundo.
“O sabonete Cinta-Azul tem o
prazer de apresentar um novo filme de
caubói Bat Masterson, Bat Masterson”.
“Phimatosan, quando você tossir,
Phimatosan, se a tosse repetir”. “Ela é
linda, ah! É noiva, oh! Usa Ponds,
Aaah!”.
Eu me lembro do desodorante
para privadas Desodor, “Libera o
ambiente dos odores estranhos”, do
Detefon, do espiral Boa-Noite, da cera
Parquetina, da creolina Cruswaldina,
do formicida Tatu.
Eu me lembro que o Jeca Tatu
tinha verminose, era pálido,
maltrapilho, preguiçoso e roubado
pelo patrão. E era um herói nacional...
Eu me lembro das missas rezadas em
latim, dos padres de batina e do seu
indisfarçável sotaque da Colônia.
Eu me lembro da Glostora, da
Antisardina, “O segredo da beleza
feminina”, Odorono, Cashmere
Bouquet, “O aristocrata dos produtos
femininos”, Lisoform Primo, poderoso
desinfetante contra frieiras, pé-deatleta, CC – cheiro de corpo, mau
hálito e pós-barba..
Eu me lembro de um perfume da
fábrica Colibri, Água de Cheiro Amor
Gaúcho.
Eu me lembro de Ildo Meneghetti,
o candidato invencível, e me lembro de
sua quase absurda honestidade,
quando declarou: “Meu maior erro foi
ter derrotado Alberto Pasqualini, ele
tinha um plano de governo e eu, não”.
Eu me lembro do dia 24 de
agosto de 1954. A morte de Getúlio se
alastrando pela cidade, incendiando a
Rádio Farroupilha, empastelando o
Diário de Notícias, destruindo a sede
da UDN, depredando tudo que tivesse
nome americano: o Consulado, as
Lojas Americanas, até a American
Boite...
Eu me lembro do P.F. Gastal,
criador do Clube de Cinema e que me
apresentou a alguns gênios da tela.
Um deles, contava Gastal, se
apresentou para uma plateia de
apenas quatro pessoas, em Berlim,
dizendo: “Sou ator de teatro, cinema,
escrevo contos, programas de rádio,
TV, dirijo filmes, peças, sou
ventríloquo, ilusionista, mágico. Pena
eu ser tantos e vocês tão poucos. Meu
nome é Orson Welles”.
Eu me lembro do Teatro de
Equipe, na General Vitorino, do Teatro
de Belas Artes, na Senhor dos Passos,
e da Confeitaria Atlântica, na Praça
Dom Feliciano, ponto de encontro e
desencontros dos artistas do Theatro
São Pedro.
Eu me lembro que nós, Luiz de
Matos, Ivete Brandalise, Peréio, Nilda
Maria, Mário de Almeida e tantos
outros, trabalhávamos como
diretores, cenógrafos, figurinistas,
maquiadores, contra-regras.
Eu me lembro que, às vezes, eu
tinha a sensação de que éramos tantos
e vocês tão poucos... Mas, eu me
lembro que “qualquer prazer me
diverte e qualquer china me interte!”
Eu me lembro que a Livraria do
Globo era uma loja que vendia livros...
Eu me lembro do Loxas, do Janjão, do
Sunda... Mas, sobretudo, eu me
lembro do Mário, aquele... Eu me
lembro que: “Não adianta bater, que
eu não deixo você entrar”.
Eu me lembro da Emulsão de
Scott, do Calcigenol Irradiado, do
Peitoral de Angico Pelotense, da
Pomada Minâncora, das Pílulas de
Vida do Dr. Ross, “fazem bem ao
fígado de todos nós”, do Regulador
Xavier, “vive melhor a mulher”, do Pó
Pelotense, do vinho reconstituinte
Silva Araújo, “V de Vida, R de
resistente, S de saúde e A de alegria”.
do rum Creosotado e dos reclames dos
bondes da Carris: “Veja, ilustre
passageiro, o belo tipo faceiro que o
senhor tem ao seu lado, e, no entanto,
acredite, quase morreu de bronquite,
salvou-o o Rum Creosotado”.
Eu me lembro, sempre, de não
confundir capitão-de-fragata, com
cafetão-de-gravata. Eu me lembro que
até os craques da locução confundiam
“alhos com bugalhos”. Ernani Behs, a
máxima voz da Rádio Farroupilha,
uma noite anunciou, solenemente:
“Transmitindo do alto do Viadeiro
Borges de Meduto...”. Eu me lembro
que “Bartolo tinha uma flauta, a flauta
era do Bartolo, sua mãe sempre lhe
dizia: toca a flauta meu Bartolo”.
“Coelhinho, se eu fosse como tu, tirava
a mão da boca e botava a mão no...”.
Eu me lembro que: “Até a pé nós
iremos, para o que der e vier...”. Eu me
lembro de que não foi exatamente a
pé, mas atravessando o mundo, de
avião, que o Grêmio conquistou o
Campeonato Mundial de Clubes. Do
show de bola do Renato, Mário Sérgio
e demais heróis tricolores. “Até o
Japão nós iremos, para o que der e
vier, mas o certo é que nós estaremos.”
Eu me lembro que: “O
pensamento parece uma coisa à toa,
mas como é que a gente voa quando
começa a pensar...”
Eu me lembro do Programa
Maurício Sobrinho, do Clube do Guri e
de uma caloura que diziam ser a nova
Ângela Maria. Eu me lembro que ela
morava na zona Norte e se chamava
Elis Regina.
Eu me lembro de que o Viaduto
Otávio Rocha foi o meu primeiro
alumbramento. Era guri de Lavras,
chegando nesta Cidade Grande. Esta
cidade que me acolheu. Nela cresci,
me fiz homem, aprendi ofício. Devo
isso tudo a Porto Alegre.
Hoje realizo uma fantasia de
adolescência: ser porto-alegrense.
Hoje, eu sou um cidadão da cidade
que tem o Viaduto Otávio Rocha,
orgulhosamente.
23
La lingua avlada por los sefardim
Cecilia Fonseca da Silva
ENTRE ROSH HASHANA I KIPUR
Medi Cohen-Malki
Estos dias mos azen sentir el
trokamiento i el renovamiento, la
alegria i tambien la tristeza, la
kalor i la freskura, el pardon, el
arrepentimiento i otros grandes i
emportantes sentimientos.
Para mi, eyos son de nostaljia,
kuando me topo en un enkontro
de kaminos pansando del pasado,
tambien del futuro.
A mi, ke me engrandesi en una
famiya Sefaradi de Izmir, la savor
i la aroma de muestros uzos,
siempre me desha pensando a mi
chikes, a muestras kostumbres
tan espesiales de estos dias.
Antes de Rosh Hashana,
siempre mos empesavamos a
aprontar esta selebrasion.
Alimpiavamos muestra kaza
komo si fuera antes de Pesah:
lavavamos los perdes,
“dezmontavamos” la kuzina, mos
metiamos a arresentar los
almarios, para tener mas lugar en
eyos i en muestro korason. Mos
ivamos a merkar vestimientas
muevas, de buena kalidad, kon
chapines de lustrin i fostanes de
dantelas i de velur.
Despues de todo esto mi padre
se iva al charshi (al merkado) para
merkar los pishkados, la prasa, la
fasulia i la fijon, los datiles i las
agranadas, la kuchunduria i las
mansanas.
La demaniana, de la noche de
Rosh Hashana, mos metiamos a
24
terminar los echos de kaza
adjustando las flores i los
manteles brodados, bien kolados.
I, kuando, a la fin, ya mos
asentavamos al derredor de la
meza de fiesta, mos felisitavamos i
mos bezavamos, mos pasavamos
regalos i diziamos: “Tizku
lashanim rabot vetovot”
I ke avia sovre la meza? El
dulse de la mansana kon
almendra blankeada, la asukar en
el salero i todas los otros Yehi
Ratsones.
Empesavamos kon el pishkado
i las kefrikas de prasa, despues
vinian las salatas (espesialmente
de kuchunduria i de vedruras
-porke no uzamos a komer la
berendjena en esta fiesta- i se
servian tambien las otras kumidas
ke una de eyas era la fijon.
Me demandash: onde se topan
oy estos uzos i estas kumidas? Vos
aseguro ke en mi kaza, kon el
ayudo de mi madre, ke biva
muchos anyos.
La demaniana, mos ajuntamos
todos kon el dezayuno de los
boyos i las burrekas (I komo no?
tambien un poko de rakirakidjik), komiendo estamos i
beviendo las aromas i las savores
de muestra tradision.
Pasan unos kuantos dias i
viene el dia de Kipur. Uno de mis
rekuerdos de este dia es este de la
tormenta, kuando golgo el
guezmo de la kanela del Magen
David sovre el sutlach de arroz i,
tambien, de los travados ke me
yaman de leshos, asperando a
komermelos kon una buena kupa
de subia (pipitada).
I yo vos aseguro, ke siempre
kontinuo a prezervar muestra
bendicha tradision, ke para mi, es
la mijor del mundo.
Anyada Buena I Gemar
Hatima Tova a todos vozotros.
Medi Cohen-Malki es nasida
i mora en Yeruyalayim, de
padres izmirlis. Estudio en
la Universidad de
Yerushalayim. Es profesora,
poetiza i kompozitora.
Konduse un program de
radio en Kol Israel.
En la seksion “De la meza
de Medi”, de eSefarad,
eskrive sovre distintos
temas de la istoria, kultura i
kostumbres sefaradis i
tambien de la aktualidad.
Manadero: esefarad.com
(revista semanal dijital
kreada i mantenida por
Liliana i Marcelo Benveniste
desde Buenos Aires,
Arjentina) – septembre
2012.
De la seksion “Patrimonyo”, de El Amaneser:
LA PUERTA DE DAMASKO
Gad Nassi
110 anyos de Istoria - La puerta de Damasko en dos momentos- 1900 i 2010
Sha’ar Damesek o Sha’ar Sh.
hem (Nablus). Es la mas impozante
puerta de Yerushalayim. Mira al
Norte i es yamada al nombre de
Damasko, la sivdad, de la kuala sus
governadores fueron nominados
por los otomanos. Es yamada al
nombre de la sivdad de Sh.hem o
Nablus, ke se topa a 49 kilometros
en el Norte de Yerushalayim.
Debasho de esta puerta
fraguada en el siglo XVI, fue
deskubierta una entrada fraguada
por el Emperador romano Adrianus
en el siglo II. Delantre de la Puerta
avia una kolona, o Bab alAmud en
arabo. Esta puerta era uzada en el
tiempo de los Kruzados. La kolona
no fue topada, ma la puerta romana
se puede ver oy en diya, grasias a
las ekskavasiones echas durante el
mandato britaniko.
Los romanos konstruyeron
kaminos en todo su imperio i los
markaron kon una kolona
impozante plasada en la plasa
sentral arientro de la Puerta de
Damasko. Empesando de esta
kolona se mesurava la distansia a
Yerushalayim.
La Puerta de Damasko fue
konstruida enriva de los restos de
la entrada de la sivdad romana,
konosida komo Aelia Capitolina, i
fue reservada a la kolonia romana.
Solo los arkos del Este de esta
entrada sobrebivieron i se pueden
ver debasho de la parte de siedra de
la pasarela moderna ke yeva a la
Puerta de Damasko.
Enriva de la Puerta egziste una
inskripsion fragmentera en latino,
ke se termina: “... por dekreto de los
governadores de Aelia Capitolina”.
La kolona, probablemente
koronada por la estatua de
Adrianus, se topava en el sentro de
la plasa.
Es muy posivle ke esta estatua
fue removada por los kristianos.
La Puerta de Damasko es
facilmente rekonosivle – no solo
porke es la mas monumental, ma
porke los diyas de viernes i de
shabat, miles de djentes arivan de
esta puerta para comprar espesias i
fruta kon verduras freskas.
Gad Nassi/ Herzelia
[email protected]
Manadero - El Amaneser
(3 veadar 5774/5 marso 2014)
25
A MÍDIA E O
FUTURO
DO JUDAÍSMO
No decorrer da história,
sabemos das dificuldades e
vicissitudes por quais passou o povo
judeu, muitas vezes a mercê do
preconceito, da violência, da não
aceitação.
Os tempos mudam, mas a ideia
da intolerância continua sempre
acesa e pronta a eclodir contra a
diferença.
O preconceito é um tema sempre
atual e complexo de se abordar, dada
a sua rede de causas, maneiras de
aparecer e de proceder na realidade.
Está presente em todas as
instâncias da vida e, sua existência,
é causa dos conflitos e dos absurdos
perpetrados e movidos por homens
que agem sob essa característica.
São dignas de elogios as mais
diversas organizações judaicas e
aquelas publicações que divulgam o
judaísmo e a diáspora - das quais
orgulhosamente nos incluímos - pois
estão atentas e, corajosamente, não
se omitem.
Durante séculos, a história
registra incontáveis casos dessa
postura preconceituosa inaceitável, e
nós, judeus, infelizmente,
certamente somos as maiores
vítimas do viés autoritário e
desatinado.
Atualmente, assistimos em
muitos países a retomada e o
crescimento de políticas e práticas
carregadas de incompreensão e
brutalidade.
Tanto na Europa como em
setores da vida nacional, grupos dos
mais variados segmentos se arvoram
no direito de fortalecer e instituir
políticas públicas antidemocráticas e
visivelmente racistas. Todo o mal
tem um início!
Um dos mentores do nazismo
enfatizava sempre que, uma mentira
repetida a exaustão, no final do
processo, assume ares e condição de
verdade.
Hoje, mais do que nunca, com o
mundo interligado, temos a
instituição de verdades de uma hora
para outra!
Logo, cabe aos homens de bem
estabelecerem políticas e
instrumentos democráticos para
fazer frente a enorme propaganda
que, em seu bojo, trás o incentivo, a
instituição e o emprego de ideias
intolerantes.
E, parece-nos que o atual
momento histórico evoca esta
postura.
Devemos ocupar todos os
espaços disponíveis, nas várias
mídias, para denunciar e esclarecer
as pessoas sobre ideias e fatos
totalitários.
A nossa revista El Djudió,
mensalmente, e há quatro anos,
ininterruptamente, tem se esforçado
em levar aos seus leitores, judeus e
não judeus, matérias interessantes,
de renomados autores nacionais e
estrangeiros, mensagens e
PARA DOAÇÕES
26
ensinamentos que incentivem a
generosidade, a tolerância e respeito
à alteridade.
Felizmente, nós, judeus,
dispomos da Torá, do Talmude e de
nossas tradições como fundamentos
ímpares para incentivar valores de
convivência e paz.
De posse desse incontestável
know how, admirável e civilizatório,
pensamos que, mídias
comprometidas com a nossa
tradição, nossos costumes e nossa
história, devem receber o incentivo e
facilidades para a sua manutenção.
A partir dessa postura,
conseguiremos nos manter e quem
sabe ampliar nosso papel e círculo
de influência, o que certamente
beneficiará toda a comunidade
judaica; no que tange a nossa
publicação, tanto do Brasil como nos
demais 14 países nos quais o El
Djudió é distribuído, lido, admirado
e respeitado.
A história demonstra-nos com
clareza que a sobrevivência de uma
cultura, povo ou ideia, passa pela
capacidade que o grupo detentor das
mesmas tem de se organizar e
empreender estratégias inteligentes.
A defesa do judaísmo e, mais
precisamente, dos judeus em todo o
mundo, passa certamente pelo
fortalecimento dos instrumentos que
defenda, justifique e demonstre a
importância e o papel preponderante
do povo judeu na história universal.
mais informações no site
www.centrohebraico.com.br/pagina.php?Pagina=15058
MASS
COMMUNICATIONS
AND THE FUTURE
OF JUDAISM
Through out history, we have
seen the difficulties and eventual
problems the Jewish people have
undergone, many times subjected to
prejudice, violence and nonacceptance.
Time brought changes, but the
intolerant idea continues always
there, ready to explode against
differences.
Prejudice is always an actual
and complex theme to deal with,
given the net of causes, the manner
in which it appears and proceeds
through life.
It is present in all instances of
life and its existence is the cause of
conflicts and absurdities that are
perpetuated and instigated by men
that act under such features.
The most diversified Jewish
organizations and publications, that
divulgate Judaism and the diaspora,
are worthy of praises – in which we
proudly include ourselves - for they
are always attentive and
courageously never omit themselves.
During centuries, history has
registered uncountable cases of this
prejudicial and unacceptable
position, and we the Jews,
unfortunately are the greatest
victims of this authoritarian and
mad tendency.
Nowadays we see in many
countries the retaking and growth
of politics and practices that are full
of incomprehension and brutality.
In Europe, as in many sectors of
our national life, groups of the most
different branches, hoist the right to
foment the strengthening and
institution of public anti-democratic
visibly racist politics. All
wrongdoings have a start!
One of the Nazis’ mentors used
to emphasize that a lie, repeated to
exhaustion, at the end of the
process, assumes the appearance
and condition of truth.
Nowadays, more than ever, with
the whole world interconnected, we
have the institution of truths from
one moment to another!
Therefore, good willed men have
to take up the establishment of
democratic politics and instruments
to face the enormous propaganda
that carries within itself incentive,
institution and use of intolerant
ideas.
It seems to us that the present
historical moment evokes this
posture.
We should occupy all available
spaces of the various mass
communications, to denounce and
inform people about totalitarian
ideas and facts.
Our magazine El Djudió, has
monthly - for four years
interruptedly, made an effort to
bring our readers; Jewish and
non-Jewish; interesting subjects
from famous national and foreign
authors, messages and teachings
FOR DONATIONS
that incentivate generosity,
tolerance and respect towards
difference.
Fortunately, we Jews have the
Torah, Talmud and our traditions as
unrivalled basis to incentivate
values of living together and peace.
Possessing such uncountable
know how, admirable and
civilizational, we think that mass
communications compromised with
our tradition, customs and history
should receive incentive and
facilities for their maintenance.
From this standpoint we would
be able to maintain ourselves and
who knows even spread our circle of
influence, which would most
certainly benefit all Jewish
community - including our
publication El Djudió, which is
distributed, read, admired and
respected in Brazil as in 14 other
Countries.
History demonstrates clearly
that the survival of a culture,
population or idea passes through
the capacity of the group which
withholds them have to organize
and employ intelligent strategies.
Judaism defense and more
precisely of all the Jews in the
world, certainly passes through the
strengthening of the instruments
that defends, justifies and
demonstrates the importance and
the proponent paper the Jewish
People have in universal history.
more information in our website
www.centrohebraico.com.br/pagina.php?Pagina=15058
27
EN BUSCA DE LAS
RAÍCES JUDÍAS DE ESPAÑA
Por Teresa Bausili
Hay temas que en ciertas
sociedades son tabú. Que forman parte
de una amnesia larga y cultivada. Así
como en la Argentina tuvimos a los
negros (y no uno o dos candomberos,
sino que hasta un tercio de la
población del país era
afrodescendiente a fines del siglo
XVIII), España tuvo sus judíos.
Miles de familias que convivieron
con cristianos y musulmanes, que se
reprodujeron, que trabajaron (en el
comercio, la medicina, la matemática,
la astronomía, las finanzas, la
actividad textil...) y que prosperaron
en Sefarad, la denominación hebrea
que designa a la península ibérica.
Durante la Edad Media, de hecho,
la población judía de España fue la
más numerosa y la de mayor
importancia económica y cultural de
todo Europa. Pero (siempre hay un
pero) pronto vinieron las
persecuciones, las matanzas y la
propaganda antisemita. Como colofón,
en 1492 los reyes católicos firmaron el
edicto de expulsión, y aquellos judíos
no conversos debieron marcharse,
previa expropiación de todos sus
bienes. Los que se fueron y sus
descendientes son los sefardíes.
Más de cinco siglos después,
España ha invertido 25 millones de
euros de sus arcas públicas (nada poco
para un país que atraviesa una crisis
dramática y un paro sin precedente)
en la recuperación del legado sefardí.
Hoy son 24 los municipios que forman
parte de la Red de Juderías, una
asociación que se abocó a rescatar y
reivindicar aquel patrimonio que
durante siglos fue negado, ocultado,
despreciado.
La herencia sefardí, sin embargo,
pervivió a lo largo del tiempo en usos y
costumbres que hasta los mismos
españoles ignoraban.
Por ejemplo, es muy común la
expresión voy a hacer sábado en
26
referencia a la limpieza a fondo de la
casa. Y se dice que proviene de los
judíos conversos que quedaron en
España. Que, en un esfuerzo
desesperado por demostrar su
cristianismo, trabajaban más que
nunca en refregar y sacar brillo a sus
hogares el sábado, precisamente el
único día que en la religión judía está
dedicado al descanso y la oración
(shabbath).
Porque la Inquisición se había
especializado en detectar hasta el
menor rastro de fe judía entre los
conversos, que fueron perseguidos con
saña y furor incluso en el Nuevo
Mundo (En La gesta del marrano,
Marcos Agunis describe las penurias
sufridas por los juedeoconversos en el
virreinato del Perú).
Lápidas con inscripciones
hebraicas que fueron reutilizadas
como materiales de construcción, un
ajuar desenterrado de casualidad,
documentos que evocan la presencia
sefardí, sinagogas reconvertidas en
iglesias o conventos... Son piezas
materiales que aún quedan de la
España de las Tres Culturas. Pero que
no quede nada no significa que no
estuviera. Porque también están las
huellas intangibles, lo que se sabe de
un templo que ya no existe, de un
ritual, de la vida en las juderías.
Estas últimas surgieron en la
Edad Media y llegaron a ser
excepcionales centros de saber. La
filosofía, la ciencia y la cultura se
concentraban en las llamadas aljamas,
que tenían leyes y tribunales propios, y
eran independientes unas de otras.
Pero lo cierto es que los judíos fueron
arrinconados y obligados a vivir en
barrios segregados, que solían estar
rodeados por murallas y sus puertas se
cerraban al anochecer.
Por un lado era una forma de
protegerlos de la ira cristiana (una
hostilidad fomentada, entre otras
causas, por el hecho de que los judíos
recaudaban la mayoría de los
impuestos). Por otro, una clara
muestra de la creciente persecución
que terminaría con su sentencia y
expulsión.
Pretender recorrer en detalle todas
las juderías de España es como querer
dar la vuelta al mundo. Se puede, en
cambio, conocer algo de aquel pasado
multiculural desandando las huellas
de algunas de sus aljamas más
famosas, más sorprendentes, más
insospechadas.
TAMBIÉN EN GOOGLE MAPS
La Red de Juderías nació en 1995 a
partir de una iniciativa de la
municipalidad de Girona, que
planteaba la posibilidad de desarrollar
un proyecto común de recuperación
del patrimonio judío. Desde
restaurantes capaces de ofrecer
gastronomía sefardí hasta señalización
que permita identificar los barrios
judíos, capacitación de los guías de
turismo (con formación específica en
la cultura judía) u oferta cultural
ligada con la herencia sefardí, la Red
no dejó fuera ningún servicio ni
producto turístico relacionado con el
tema. Es más: gracias a un acuerdo
con Google Maps, desde www.
redjuderias.org se pueden explorar los
antiguos barrios judíos a través de
mapas o cronogramas interactivos.
REPARAR UN ERROR
HISTÓRICO
Hace 500 años fueron expulsados
y ahora, el gobierno español -que
reconoció su error histórico- los invita
a volver: acaba de aprobar un proyecto
de ley que concede la nacionalidad
española a los descendientes de los
sefardíes que demuestren una
“especial vinculación con España”. Se
calcula que son tres millones los
sefardíes repartidos por el mundo.
Aroz kon Tomat
ARROZ COM TOMATE
dolphy_tv
INGREDIENTES
1 xícara (chá) de arroz
2 xícaras (chá) de água
1 xícara (café) de polpa de
tomate
1/2 xícara (chá) de óleo
sal a gosto
MODO DE FAZER
Lavar bem o arroz e deixar de molho por 10 minutos em água quente. Escorrer e reservar.
Esquentar o óleo, adicionar a água, a polpa de tomate, o sal e levar a ferver.
Ao levantar fervura, colocar o arroz, dar uma mexida e deixar cozinhar tampado em
fogo brando até secar.
inha Sefaradi
dade - Delícias da Coz
Fonte: Gostinho de Sau
El que no tiene azeite no lo piedre.
(O que não tem azeite, não o perde.)
Se diz daquele que não se arrisca a perder algo, porque
não tem nada a perder. Também para
aqueles que dão conselhos sem responsabilidade.
Barato me costa, barato lo do.
(Barato me custou, barato o dou.)
Aplica-se quando se relata uma indiscrição referida por
outra pessoa. Semelhante ao provérbio em português:
‘‘Vendo pelo mesmo preço que comprei.’’
Y vino el azno y amató la candela.
ddraw
(E veio o asno e apagou a vela.)
Se diz daquele que acredita estar agindo bem,
quando na verdade está cometendo disparates.
Aver liviano. / Aver pezgado.
São dois provérbios diferentes.
Se diz de uma pessoa que tem «aver liviano»
quando é simpática, é um anjo.
«Aver pezgado» é exatamente o contrário.
El mundo se maneya y no caye.
(O mundo se movimenta e não cai.)
Não é necessário angustiar-se com tudo
que sucede. No fim tudo se ajeita.
Carro con las ruedas untadas camina bien.
(Carro com as rodas untadas, anda bem.)
Figuradamente, com dinheiro se consegue tudo.
29
5775 ANOS PALÍNDROMOS*DE HUMOR JUDAICO
*Aproveite que o próximo só em 5885, daqui 110 anos.
vladimirs
Di èyer viln kliger
zayn fun di hìner.
Tradução: Os ovos querem ser mais espertos que
as galinhas. (Os filhos se julgam mais sábios que
os pais.)
Fonte: Pragas&Provérbios de Genni Blank
CHISTES
En el compartimiento de tren se pusieron a
hablar de los famosos. Al lado de ventana esta
sentado un intelectual judío y a remezones
interviene con una breve observación sobre el
origen de la mencionada celebridad:
- Spinoza…
- Era judío.
- Colón…
- Judío de Génova, convertido.
- Offenbach…
- Judío.
- Modigliani…
- Judío.
- ¡O, Jesús María y José!
- También judios…
Un anciano judío sale de su casa y ve que por
encima de la ciudad se formó el arco iris. Lo vio
y dice:
- ¡Aja! ¡Claro! ¡Para esto simpre tienen plata!
LA UMOR JUDIYA - LADINO
Dora Niyego
Mme. Kohen lo embiya al ijo a la Amerika, para ke estudye en la
universidad. Pasa un tiempo, un diya el ijo le telefona:
- Mama, yo deshi la eskola.
- Bueno pahsa.
- Me kazi.
- Bueno pahsa.
- Tomi una mujer kristiana.
- Bueno pahsa.
- Me nasyo una ija.
- Muy ermozo pahsa.
- Estomos vinyendo a verte.
- Muy bueno pahsa.
- La estomos trayendo i a mi esuegra.
- Muy bueno pahsa.
- Mama, mos vaza apartar una kamareta para kada uno.
- Si pahsa.
- Bueno, i tu, ande te vaza echar?
- Yo me va echar de la ventana abasho.
evirat
PROVÉRBIOS YIDDISH
WHAT MONEY CAN´T BUY
During their business lives, Joel, Mordechai and Emanuel did so
well that they became millionaires. Now, in retirement, they meet up in
one of the most expensive hotels in the world, the ‘Mazuma Mit Mazel’
Hotel, no less. During their conversation, it soon becomes clear that
they all have problems with deteriorating body parts.
“It’s unfair,” says Joel. “Now that I have money and I’m a widower,
I could go with any of the beautiful women who come here looking for
a husband. But because of my poor eyesight, I’m unable to see who’s
beautiful and who’s not.”
“I know what you mean,” says Mordechai. “Now that I have money,
I could order anything from the 7 star Michelin restaurant here –
lobster, caviar, even the most expensive champagne they sell, Krug’s
‘Clos du Mesnil’, but my doctor tells me that I must stick to things
such as sardines, water biscuits, spinach and milk. With me it’s my bad
stomach.”
‘‘I too have a problem,” says Emanuel. “Take last night, for
example. I’m in bed and feeling frisky so I ask mine Sarah to roll over
onto her back. But she says to me, ‘Oh no, not again, you can’t be
serious - we just made love for the third time only 10 minutes ago. So
you see, guys, with me it’s my memory.”
VOCÊ É UM RAPAZ...JUDEU?
Sônia é apaixonada por Pedro e leva-o até sua casa para
conhecer seus pais, Moshe e Betty. “Pai”, ela diz, “Eu gostaria
você conhecesse o Pedro. Estamos apaixonados e queremos
nos casar.”
Logo ficou óbvio para Moshe que Pedro não era judeu.
“Preste atenção meu rapaz”, diz Moshe, “você me parece uma
ótima pessoa e eu entendo porque minha Sônia está
apaixonada por você. Mas você deve entender que nos
gostaríamos muito que Sônia casasse com um rapaz judeu. Por
favor, não leve isto a mal... - mas é o que minha esposa e eu
queremos. “
“Compreendo perfeitamente, senhor Moshe”, disse Pedro.
“Sônia e eu já imaginávamos isso, então, hoje, antes vir aqui,
eu disse a ela que estaria disposto a converter-me ao judaísmo.
Se eu fizer isso, poderia, então, dar-nos a sua bênção?”
Moshe pensa por um tempo, então responde: “Está certo,
se você cumprir com todo o processo legal de conversão, eu e
minha Betty daremos a nossa bênção a vocês.”
Ao longo dos próximos 12 meses, Pedro providencia com
um mohel a circuncisão, associa-se à sinagoga do futuro
sogro, começa a frequentar aulas de hebraico, não falta jamais
às rezas do Shabat e, finalmente, faz uma viagem de seis
semanas a Israel para os trâmites finais. Mas, quando retorna
para tratar do casamento, descobre que Sônia não está mais
apaixonada por ele. Ela simplesmente desistiu de casar com
Pedro. Vá entender as mulheres...
Arrasado com a situação, Pedro procura por Moshe, na
tentativa de que ele pudesse ajudar.
“Moshe”, diz ele, “eu concordei em converter-me e tornarme um verdadeiro judeu. Fiz isso de coração. Providenciei a
circuncisão, o que, na minha idade, foi uma operação muito
dolorida. Frequentei regularmente aos serviços do Shabat e, no
momento, falo hebraico correntemente. Aprendi tudo sobre os
costumes judaicos, sei uma centena de piadas maravilhosas
sobre ashkenazis e sefaradis. Eu sou um mensh, mas Soninha
não me quer mais. O que eu devo fazer? “
“Casar com uma shiksa como todos os outros rapazes
judeus”, responde Moshe.
Shiksa ou shikse, é uma palavra iídiche e polonesa.
Normalmente é usada para designar mulheres não-judias.
Entretanto, nem todas as mulheres gentias não-judias são
referidas como shiksas, apenas aquelas que estão interagindo
com o judaísmo de alguma forma, como por exemplo, se
encontrando com homens judeus ou casando-se com um
judeu, etc. Pode também referir-se a uma mulher atraente.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)
BOBE WEB - Idel Menda
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