O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BÍBLIA

Transcrição

O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BÍBLIA
O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BÍBLIA
1. A arqueologia provê um testemunho secundário de boa parte da
narrativa bíblica. Importantes colaborações e fatos adicionais acerca
de cada período bíblico têm sido descobertos, desde o período
adâmico, passando pelo período patriarcal (tabletes de Nuzi e Mari),
cananeu, monárquico, da dupla monarquia, exílico, pós-exílíco,
selêucida, helenista e até do período romano.
2. Sublinhando a realidade histórica da bíblia. Não obstante, a
arqueologia provê evidências corroboradoras da exatidão dos relatos
bíblicos, sendo esse um elemento que favorece a historicidade bíblica
(prisma de Senaqueribe, pedra de Mesa). Em contraste, consideremos
as narrativas do Livro de Mórmon, que afirma ser a história de certas
tribos indígenas norte-americanas. Não há qualquer confirmação
arqueológica acerca dessas alegadas tribos e isso levanta muitas
dúvidas sobre a autenticidade do citado livro.
O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BÍBLIA
3. A arqueologia lança interesse sobre as narrativas bíblicas. A simples
leitura da Bíblia pode ser vivificada mediante a referência às descobertas
modernas que ilustram o texto bíblico. Até cerca de 1800, pouco se sabia
sobre os tempos do Antigo Testamento, exceto aquilo que aparece no
próprio Antigo Testamento. Então, começando em 1798, as ricas
antiguidades do vale do Nilo foram descobertas pela expedição de
Napoleão. Foi então que Paul Botta, A.H. Layard, H.C. Rawlinson e outros
derramaram muita luz sobre as civilizações do Egito, Assíria e da
Babilônia por meio da arqueologia. Tais descobertas criaram sensação
entre os eruditos bíblicos, por causa de sua íntima conexão com a
história do Antigo Testamento, e houve um entusiasmo generalizado em
favor das escavações na Palestina (estela de Merneptá).
O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BLÍBLICA
4. As descobertas arqueológicas em terras bíblicas fornecem elementos
apologéticos as narrativas Bíblicas.
Os eruditos, ao tratarem com documentos inspirados ou não, interessamse pela exatidão do registro escrito. Querem saber se os povos e as
cidades sobre as quais eles falam diante de seus estudantes, ou sobre as
quais escrevem a uma audiência mais lata, realmente são históricos. A
arqueologia bíblica, pois, confere-lhe um meio de autenticar o que afirma
(o túnel de Ezequias).
Existe também defesas teológicas a partir da arqueologia bíblica, como
por exemplo o Enuma Elish e o conceito bíblico de criação.
O VALOR DA ARQUEOLOGIA EM RELAÇÃO A BÍBLICA
A arqueologia presta um valor exegético ao estudo e a pregação bíblica.
A arqueologia, além de ser ilustrativa, também é interpretativa. Muitas
questões bíblicas podem ser mais acuradamente interpretadas por meio
da arqueologia. Um pequeno exemplo pode ser visto no caso de Moisés,
acerca de quem foi dito, em sua idade avançada: “...não se lhe
escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor” (Dt 34:7). A palavra ali
traduzida por “vigor” poderia referir-se aos dentes (conforme se vê na
Vulgata Latina). Porém, os tabletes de Ras Shamra mostram que o
vocábulo em questão tem o sentido de vigor natural ou forças, o que
decide a questão da interpretação.
O pregador, ao falar sobre a Bíblia, pode chamar a atenção de seus
ouvintes com maior sucesso se puder falar com conhecimento sobre o
seu assunto, baseado em informes extra bíblicos, que confirmam o que a
Bíblia assevera.
ADENDO HISTÓRICO À MATÉRIA DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA
O QUE SÃO LINGUAS SEMITAS?
O termo semita tem como principal designação o conjunto linguístico
composto por uma família de vários povos, entre os quais se destacam os
árabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais. A
origem da palavra semita vem de uma expressão no Gênesis e referia-se
a linhagem de descendentes de Sem, filho de Noé.
Historicamente, esses povos tiveram grande influência cultural, pois as
três grandes religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e
islamismo possuem raízes semitas.
Devido a diversas migrações, não podemos falar de um grupo étnico
homogêneo. Portanto, muitas línguas compõem a família semítica,
incluindo as seguintes: acadiano, ugarítico, fenício, hebraico, aramaico,
árabe, assírio e caldeu.
AS 10 MAIORES DESCOBERTAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
O educador evangélico estadunidense Walter Kaiser, enumerou uma
sequência de descobertas como sendo as dez mais importantes da
Arqueologia Bíblica até então.
I. Amuletos de Ketef Hinnom. Entre 1975 e 1980, em um sítio
arqueológico perto de Jerusalém uma série de câmaras funerárias
cortadas na pedra foram descobertas. As câmaras foram datadas do
século VI a.C. Em uma delas (a 25), continha restos de esqueletos, vasos
de cerâmica inteiros, peças de joalheria, muitos objetos esculpidos de
osso e marfim e pontas de flechas de bronze e de ferro. Além disso, havia
dois pequenos e curiosos rolos de prata. Quando os rolos foram abertos e
limpos, a inscrição continha porções de Números 6:24-26: O Senhor te
abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti... e
te dê a paz. Esta inscrição é uma das mais antigas e melhor preservadas
contendo o nome de Deus: YHWH ou Jeová. Os chamados de Amuletos
de Ketef Hinnom, contêm uma das mais antigas inscrições bíblicas.
AS 10 MAIORES DESCOBERTAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
II. O Papiro de John Rylands, redescoberto (1934) por C. H. Roberts na
Biblioteca John Rylands (1801-1888) em Manchester, Inglaterra.
Conhecido como o mais antigo texto escrito do Novo Testamento (125
d.C).
III. Os Manuscritos do Mar Morto (1947), casualmente descobertos por
um grupo de pastores de cabras. Na sua maioria, escritos antes da era
cristã e guardados em rolos, dentro de vasilhas de barro.
IV. A Pintura Mural Tumba de Beni Hasan (1923), Tebas, uma pintura
mural da tumba de um nobre em Beni Hasan, Egito, que data do tempo
de Abraão (XIX a. C.) A descoberta revelou como era a cultura patriarcal
por volta de dois anos antes de Cristo.
AS 10 MAIORES DESCOBERTAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
V. A Estela de Tel Dã (1993), cuja descoberta provou, sem sombra de
dúvidas, a existência do rei Davi (1015-975 a. C.) e seu reinado. Placa
comemorativa sobre conquista militar da Síria sobre a região de Dã. A
inscrição traz de modo bem legível a expressão "casa de Davi", que pode
ser uma referência ao templo ou à família real. O mais importante,
todavia, é que menciona, pela primeira vez fora da Bíblia, o nome de
Davi, indicando que este foi um personagem real. Esta descoberta
também a fez mídia admitir que a Bíblia pode ser tomada como fonte de
documentação histórica.
VI. O tablete do épico de Gilgamés, descoberto pelo arqueólogo bíblico e
assiriologista inglês George Smith (1840-1876). A descoberta deste
documento provou a antiguidade do relato do dilúvio.
AS 10 MAIORES DESCOBERTAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
VII. A Fonte de Giom, a Ha Gihon (1833), mencionado em 2 Samuel 2:13 e
Jeremias 41:12, pesquisada pelo arqueólogo estadunidense Edward
Robinson. A inscrição de Siloé é uma passagem de texto inscrito,
encontrada originalmente no Túnel de Ezequias, aqueduto que supria
água da Fonte de Giom para a piscina de Siloé na parte leste de
Jerusalém. Descoberto em 1880, a inscrição registra a construção do
túnel no século VIII a.C. Encontra-se entre os registros mais antigos
escritos na língua hebraica, usando-se o alfabeto Paleo-Hebreu (antes do
hebraico).
VIII. O Selo de Baruque (1975), Foram encontrados em uma loja de
antiguidades em Jerusalém alguns pedaços de barro marcados com um
selo. Dentro desta coleção há duas peças que pertenceram a Baruque. A
descoberta que provou a existência do secretário e confidente do profeta
Jeremias (Jr 36:4). Está em exibição no Museu de Israel em Jerusalém.
AS 10 MAIORES DESCOBERTAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
IX. O Palácio de Sargão II (1843), rei da Assíria mencionado em Isaías 20:1,
descoberto por Paul Emile Botta. A existência do Palácio de Sargão II foi
posta em dúvida por historiadores por muitos séculos até essa descoberta
que pois fim a negação histórica da menção bíblica feita em Isaías 20:1.
X. O Obelisco Negro de Salmaneser (1845), um artefato que o arqueólogo
Austen Henry Layard (1817-1894) encontrou, na antiga cidade de Nínive.
Assim chamado um dos mais antigos artefatos arqueológicos a se referir a
um personagem bíblico: o rei hebreu Jeú, que viveu cerca de nove séculos
antes de Cristo. Assim como o prisma de Taylor, ambos são artefatos que
mostram duas derrotas militares de Israel. Este artefato mostra um
desenho do rei Jeú prostrado diante de Salmaneser III, oferecendo tributo
a ele e encontra-se preservado, agora, no Museu Britânico, em Londres. O
segundo descreve o cerco de Senaqueribe a Jerusalém, citando
textualmente o confinamento do rei Ezequias.
OUTRAS DESCOBERTAS SIGNIFICATIVAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Inscrição de Siloé. Encontrada acidentalmente por algumas crianças que
nadavam no tanque de Siloé. Essa antiga inscrição hebraica marca a
comemoração do término do túnel construído pelo rei Ezequias, conforme
o relato de 2 Crônicas 32:2-4.
Textos de Balaão. Fragmentos de escrita aramaica encontrados em Tell Deir
Allá, que relatam um episódio da vida de "Balaão filho de Beor" e
descrevem uma de suas visões. Reforçam a existência histórica de Balaão e
que ele viveu em Canaã, como afirma a Bíblia no livro de Números 22 a 24.
Papiro de Ipwer. Oração sacerdotal escrito por um egípcio chamado Ipwer,
onde questiona o deus Horus sobre as desgraças que ocorrem no Egito. As
pragas mencionadas são: O rio Nilo se torna sangue; escuridão cobrindo a
terra; animais morrendo no pasto; entre outras, que parecem fazer
referência às pragas relatadas no livro de Êxodo 7:10 a 11:10.
OUTRAS DESCOBERTAS SIGNIFICATIVAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA
4 - Tabletes de Ebla. Cerca de 14 mil tábuas de argila foram encontradas no norte
da Síria, em 1974. Datadas de 2.300 a 2.000 a.C. Os tabletes descrevem a cultura,
nomes de cidades e pessoas (como Adão, Eva, Miguel, Israel, Noé) e o modo de
vida similar ao dos patriarcas descrito principalmente entre os capítulos 12 e 50 do
livro de Gênesis, indicando sua historicidade.
5 - Tijolo babilônico de Nabucodonosor. O achado arqueológico (meado dos anos
80) traz a seguinte inscrição em cuneiforme: "(eu sou) Nabucodonosor, Rei de
Babilônia. Provedor (do templo) de Ezagil e Ezida; filho primogênito de
Nabopolassar”. Vale notar que por muito tempo se afirmou que Nabucodonosor e
Babilônia eram lendas (ficou em Vitória por alguns anos).
6 - Estela de Merneptah. Coluna comemorativa, datada de cerca de 1207 a.C., que
descreve as conquistas militares do faraó Merneptah. Israel é mencionado como
um dos inimigos do Egito no período bíblico dos juízes, provando que Israel já
existia como nação neste tempo, o que até então era negado pela maioria dos
estudiosos. É a menção mais antiga do nome "Israel" fora da Bíblia.

Documentos relacionados

ARQUEOLOGIA BÍBLICA | Bacharel em Teologia | FATEG

ARQUEOLOGIA BÍBLICA | Bacharel em Teologia | FATEG pretende influenciar determinadas doutrinas teológicas, tal como a da salvação. Limitase ao plano científico e não entra no terreno da fé. Ainda assim, alguns resultados da arqueologia bíblica pode...

Leia mais