Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70

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Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
em Venta del Carmen (Los Barrios), no período tardoflaviano (Bernal Casasola e Lorenzo Martínez 1998 a, 33;
idem, 1998b: 173-174 e fig. 124; idem 2000, 1038).
BRACARA AVGVSTA: UM PEQUENO “TESTACCIO”
DE ÂNFORAS HALTERN 70. CONSIDERAÇÕES E
PROBLEMÁTICAS DE ESTUDO
Rui MORAIS
Universidade do Minho
Sabe-se ainda que no centro de El Cortijillo de Peñaflor, em
pleno Gualdalquivir, foram produzidas as ânforas
Verulamium 1908, inspiradas na Haltern 70, juntamente com
ânforas Dressel 20.
« L’économie du vin n’est pas une chose simple parce que le vin n’est pas
un produit simple: ni pour leur production, ni pour leur consommation, ni
pour leurs échanges, les grands crus et les vins ordinaires n’obéissent aux
même règles » (André Tchernia, 1987, 329).
Fora da Bética esta ânfora foi imitada num atelier do sul da
Gallia (Desbat 1987; Dangréaux e Desbat 1987-88) ou no
Vale do Ródano (Schmitt 1988, 32; Jeannin e Laubenheimer
1989; Desbat e Dangréaux 1992; idem 1997).
De acordo com os dados quantitativos até ao momento
disponíveis, Bracara Augusta foi um dos maiores centros -se
não mesmo o maior- de recepção de ânforas do tipo Haltern
70 que funcionou como centro redistribuidor no contexto do
noroeste peninsular. Na verdade, o número mínimo de
indivíduos - cerca de um milhar de ânforas - até ao momento
encontrado, permite afirmar que a cidade representava o
maior interposto de comércio daquelas ânforas. Esta situação
privilegiada leva-nos a colocar um feixe de questões
relacionadas com a natureza dos produtos que elas
transportavam e destacar o papel dos negotiatores como
responsáveis directos neste processo.
2.- Os produtos transportados e sua problemática.
2.1.- Os tituli picti e os restos de produtos encontrados.
Graças aos tituli picti conhecidos sabemos que as ânforas
Haltern 70 transportavam defructum, sapa, oliva ex defructo,
oliva dulcis e mulsum. O defructum era um líquido doce
obtido pela cozedura do mosto (Colls et alii 1977: ns. 31 e
ss.; Parker e Price 1981; Peacock e Williams 1991, 116;
Parker 1992, 330-331), que poderia ser comercializado como
bebida (Van der Werff 1984), como ingrediente de cozinha
(Sealey 1985, 62-3) e inclusivamente ser utilizado como
substituto do mel (Beltrán Lloris 2000 a, 325-326, nota 29 a
31).
1.- Origem.
As ânforas Haltern 70 amplamente difundidas no noroeste
peninsular, sao maioritariamente produzidas na região do
Vale do Guadalquivir. Os dados que inequivocamente
documentam esta proveniência são:
Referências ao defructum podem ler-se nos tituli picti de três
fragmentos de ânforas Haltern 70 provenientes do naufrágio
de Port Vendres II, datado de época claudiana: def(ructum) /
excel(lens) (nº 31), Q(uinti) Vritti Revocati, defr(uctum) /
excel(lens) (nº 39), [-], def[r(uctum)-] (nº 40). Acrescente-se
ainda os tituli encontrados em Augst, [...]efr(uctum) (MartinKilcher 1994, 390), e Estrasburgo, onde se lê um [...]F, que
segundo J. Baudoux (1996, 45-46) poderia corresponder a
DEF, de defructum. Pode referir-se ainda, embora sob
reserva, um fragmento encontrado no naufrágio de “SaintGervais à Fos-sur-Mer” cuja atribuição à forma Haltern 70 é
duvidosa: Defr(utum) / excell(ens) (Liou e Marichal 1978,
144-145, nº 35; Beltrán Lloris 2000 a, 326, nota: 34).
-as análises petrológicas (Peacock e Williams 1991,
116).
-o achado de possíveis fornos, um dos quais nas
proximidades de Arva (Carreras Monfort 2000 a, 90, nota 17)
e os centros oleiros escavados em Hispalis (García Vargas
2000) e na região de las Marismas (Carreras Monfort 2000 a,
92);
-a sua associação em naufrágios com as ânforas do
tipo Dressel 20 e a coincidência da marca C·FVF·AVITI
(Colls et alii 1977) sobre uma ânfora Haltern 70, actualmente
no Museu de Sevilha, e a marca C·FVF·A· numa ânfora
Dressel 20 encontrada em Genebra (Colls et alii 1977, 142-3;
Peacock e Williams 1991, 115; Tyers 1996, 97)1.
A sapa não era mais do que um vinho cozido, parente pobre
do defructum e de uso comum na cozinha (Apicius, Exc. I, 2,
4). A referência a este produto consta de um titulus pintado
num colo de uma ânfora Haltern 70 proveniente de Amiens,
datado entre os anos 15 e 5 a. C: sapa / Aucto (L)icinio
(Massy e Vasselle 1976; Lequément e Liou 1978, 183-184).
Estas ânforas foram também encontradas em Puente Melchor
(Puerto Real, Cadiz), no período Júlio-Cláudio (García
Vargas e Lavado Florido 1995, 218; Lagostena 1996, 76;
García Vargas 1998, 77, 96; 181 e fig. 53, nº 6 e 55, nº 6;
García Vargas e Lavado Florido 1995, 218, Fig. 2, nº 1), e
Como referimos as ânforas Haltern 70 podiam ainda
transportar oliva ex defructo, azeitonas negras em conserva,
como mostram duas inscrições encontradas em Weisenau,
em Mainz, e outras duas inscrições encontradas em
Schutthügel (Vindonisa) e Soissons:
1
A este exemplo talvez possamos ainda acrescentar, como sugere J.
Baudoux (1996), a marca LI·FO, encontrada numa ânfora Haltern 70
proveniente de Estrasburgo (Baudoux 1996, 44, fig. 11, nº 8; 45) com as
numerosas marcas assinadas L·F·O· em ânforas Dressel 20, uma das quais
curiosamente presente em Braga.
-Mainz (nº 1): oliva / nigra / ex defr(ucto) / penuar(ia) / [...]
(Loeschcke 1942, 100-101; Léquement e Massy 1980; Van
der Werff 1984);
-Mainz (nº 2): oliva / nigr(a) / ex defr(ucto) / penuar(ia) /
excell(ens) / C. Rutili [...]icis (Loeschcke 1942, 100-101;
Van der Werff 1984, 379, 2b);
Actas del Congreso Internacional FIGLINAE BAETICAE. Talleres alfareros
y producciones cerámicas en la Bética romana (ss. II a.C. – VII d.C.),
Universidad de Cádiz, Noviembre 2003, B.A.R., int. ser., 1266, Oxford,
2004, pp. 545-566.
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Rui Morais
-Vindonissa: oliva / nigr(a) / ex def(ructo) (Loeschcke 1942,
100-101);
preferencialmente, sapa, mulsum e defructum, com
predomínio deste último;
-Soissons: oliv(a) nig(ra) / ex defr(ucto) / [...] pen(uaria) /
[...] M. Grassi Seruandionis (Léquement e Massy 1980,
263 ss).
3º Tituli picti com referências a estes mesmos produtos
foram encontrados em ânforas com outras tipologias, como
é o caso duma ânfora itálica do tipo Dressel 6 A
proveniente de Castro Pretório e duma ânfora gálica tipo
Dressel 7-11 encontrada em Lyon com a referência
mulsum vetus; exemplares do tipo Gauloise 4 encontrados
em Fos: mulsum ar( ) / LX / Q(uinti) I(uli) T ( ) / Pom( ) e
mulsum / C ( ) B ( ) e em Gaujac: MV(lsum) / N; o mesmo
produto em grego (glukus oinos) numa ânfora Dressel 2-4,
encontrada em Pompeia; e, por fim, a referência a
defructum em três ânforas do tipo Beltrán II B encontradas
num contexto subaquático de Fos e Saint-Gervais 3 (Liou
2000, 1063) e em Marselha (Beltrán Lloris 2000 a, 325;
327).
A corroborar este conteúdo temos o achado de restos de
caroços de azeitona achados nos naufrágios de Sud-Lavezzi I
-Córcega- (Liou 1982, 444; Liou e Domergue 1991, 29;
Parker 1992, 414-5), Cala Culip IV (Nieto et alii 1989) e
Saintes-Maries-de-la Mer II (Liou 2000, 1063), completados
pelas recentes análises de fotolitos num exemplar deste tipo
(Juan Tresserres 1998).
Outros tituli revelam ainda a comercialização de azeitonas
preservadas num produto doce derivado do vinho, como
indicam os tituli encontrados em Nyon (Pélichet 1946, 198;
Paunier 1981, 236) (o(li)(va) / dul(cis) / pl / uncil) e Augst
(Martin-Kilcher 1990; Dangréaux e Desbat 1987-88, 123)
dul(cia).
De imediato pode parecer plausível que as ânforas Haltern 70
apenas tivessem transportado estes produtos e, por
conseguinte, não possam ser consideradas ânforas vinárias. E
todavia não há unanimidade entre os autores que se
pronunciaram sobre esta problemática.
Um recente achado na Colonia Victrix Celsa (Velilla de
Ebro, Saragoça) revelou um novo conteúdo para as Haltern
70: o mulsum. Trata-se dum produto que correspondia a um
vinho cozido, misturado com mel, referido por vários autores
antigos e que também era transportado em ânforas de outras
tipologias (Beltrán Lloris 2000 a, 234-235 e notas 10 a 27).
A referência a este produto consta dum titulus bilíneo para o
qual M. Beltrán Lloris (Beltrán Lloris 2000 a, 323-325)
propõe a seguinte leitura: MVLS[u]M VE[tus] / [Cal]PVRNI
CEPHALIONIS.
Para alguns autores as ânforas Haltern 70 eram
essencialmente vinárias e consideram despropositada a
discussão à volta do defructum como conteúdo privilegiado
destas ânforas, considerando que os seus defensores não
levam na devida conta o carácter sempre residual deste
produto no contexto da vinicultura (Fabião 1994, 8; idem
2000a, 668; Liou 2000, 1063).
Para outros as ânforas Haltern 70 transportavam
predominantemente o defructum que eles consideram
unicamente um condimento obtido a partir do mosto cozido,
com propriedades edulcorantes (Parker e Pryce 1981; Sealey
1985; Sealey e Tyers 1989; Beltrán Lloris 2000 a); produtos
como o defructum não eram mais do que uma espécie de
xarope muito concentrado que podia, inclusivamente, ser
utilizado como substituto do mel.
A estes tituli acrescentem-se dois outros encontrados em
Londres referentes à muria e ao met (Carreras Monfort
2000a, 95). Saliente-se a muria, uma solução salina utilizada
na preparação de molho e salga de peixe que resultava da
fermentação das vísceras e guelras de atum, misturadas com
o sangue e outros líquidos provenientes do mesmo peixe.
Além dos conteúdos já mencionados interessa ainda referir
os restos de ictiofauna encontrados num exemplar Haltern 70
recolhido em Broch of Gurness (Escócia) (Fitzpatrick 1989),
restos de grainhas de uva e resina em ânforas provenientes
dos naufrágios de Punta de la Nao (Chic 1980, cit. Carreras
Monfort 2000a, 95) e Port-Vendres II (Colls et alii 1977).
Outros autores (Van der Werff 1984, 171; Dángreaux e
Desbat 1987-88; Liou 1988, 171) consideram que o
defructum, além das utilizações referidas, podia ainda ser
comercializado como produto alcoólico, mais ou menos
equivalente aos vinhos doces actuais entre os quais, alguns
vinhos gregos. Para estes autores tratava-se de um vinho
cozido com possibilidades de fermentação e com um papel
importante na composição de outros produtos apreciados,
como os frutos macerados em álcool semelhantes aos que
ainda hoje se podem encontrar nos mercados (Baudoux 1996,
45).
2.2.- Problemática relacionada com o conteúdo das
ânforas Haltern 70.
Antes de equacionar a problemática relacionada com o
conteúdo destas ânforas convém sublinhar, a título de
introdução, os principais dados adquiridos:
Numa tentativa de esclarecimento desta problemática, Cèsar
Carreras Monfort (Carreras Monfort 2000a; idem 2000b),
considera que a variedade de produtos documentados a partir
dos tituli picti e dos restos de produtos encontrados em
naufrágios é perfeitamente justificável tendo em conta a
localização de vários centros produtores das ânforas Haltern
70 na “zona de las Marismas”, uma região que apresenta uma
1° Não se conhecem, até hoje, evidências que possam
permitir afirmar que as ânforas Haltern 70 transportavam
vinho, como acontece com os diversos tipos e
proveniências das chamadas ânforas vinárias;
2º Sabe-se, por vestígios encontrados e pelas referências dos
tituli picti, que as ânforas Haltern 70 transportavam,
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Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
economia muito diversificada, baseada na exploração de
variados recursos agrícolas e piscícolas.
Haltern 70 que constituiram 80% de toda a produção anfórica
importada no noroeste peninsular.
Segundo Cèsar Carreras Monfort tal situação está, alias, em
sintonia com o conhecido passo de Estrabão (III,2,6) quando,
citando Posidónio, situa a exportação de vinho bético na
época de Augusto: “da Turdetania (Bética) exporta-se trigo,
muito vinho e azeite, não somente em quantidade, mas ainda
em qualidade” e ainda com a referência de Columela (De re
rustica I, 20) quando escreve que “a Itália após a morte de
Augusto, apesar da sua fertilidade, se viu obrigada a
importar cereal das províncias além mar e de vinho das
Ciclades e da Bética”.
Ainda que os dados apresentados por Cèsar Carreras Monfort
justifiquem a variedade dos produtos referidos nos tituli picti
e os textos clássicos confirmem a apetência das populações
do Noroeste pelo vinho desde épocas pré-romanas,
permanece por esclarecer se as ânforas Haltern 70 eram
usadas ou não no transporte de vinho, e, por outro lado, se o
defructum possuía um teor alcoólico que permitisse ser
comercializado como uma bebida equivalente ao vinho.
A presença em Bracara Augusta de cerca de um milhar de
ânforas Haltern 70, no curto espaço de tempo compreendido
entre a penúltima década do século I a.C. – correspondente à
data da fundação da cidade – e os inícios do último quartel
do século I adquire uma importância significativa para a
discussão da problemática referida (vid. fig. 1).
Efectivamente, se atentarmos nas áreas de dispersão e
quantidades de ânforas Haltern 70 fora e dentro da península,
desde logo se nota um predomínio desta ânfora, cuja
presença ronda os 80% (Fabião 1989, 117; idem 1993-94,
236; idem 1998 a, 169-198; Naveiro López 1991a, 66-67;
idem 1996, 201-204; Paiva 1993, 102; Morais 1998, 45; 81;
idem 2000, 687-690 e figs. 3 a 6; Carreras Monfort 1996,
205-210; idem 2000 a, 96; Beltrán Lloris 2000 a, 329; Est.
III, fig. 3), ao longo do litoral cantábrico e, em particular, na
zona do Noroeste. Ora, parece-nos indubitável que a
presença esmagadora destas ânforas neste território a partir
das últimas décadas do período tardo-republicano reflecte,
antes de mais, os hábitos de consumo destas comunidades
que, como já tivemos oportunidade de salientar num outro
trabalho (Morais 1997-98, 175-182), se caracterizam pela
hegemonia do vinho.
De facto, tal quantidade de Haltern 70 encontradas numa
cidade romana inserida no noroeste peninsular cuja apetência
para o uso do vinho das respectivas populações está bem
documentada, obriga a formular a seguinte alternativa:
-ou as ânforas Haltern 70 transportavam vinho e
complementarmente os “sub-produtos” referidos nos tituli
picti;
-ou estas ânforas transportavam exclusivamente e em
enormes quantidades estes “sub-produtos” com grande
predomínio do defructum e este necessariamente tinha de
possuir propriedades essenciais que tornassem possível a sua
comercialização como bebida alcoólica (ou mesmo vinho de
inferior qualidade) além das outras utilizações já referidas.
O gosto das comunidades pré-romanas pelo vinho deve ter-se
desenvolvido largamente a partir das primeiras importações
itálicas e dos primeiros contactos com o mundo romano,
situação alias bem documentada noutros pontos do império,
entre os quais a região gaulesa e britânica, que garantiam a
esta bebida um mercado amplo e seguro o qual constituiu,
por sua vez, um incentivo às produções locais, com
expressão significativa nas províncias da bética e da
tarraconense.
Realce-se a propósito desta última alternativa que os
romanos conheciam bem as técnicas relacionadas com a
cozedura do mosto. Esta técnica -que em português se
designa por arrobamento- já era alias conhecida dos egípcios:
consistia na concentração do mosto mediante a cozedura a
fogo directo com vista a conseguir a evaporação de 1/3 a 1/2
da água e deste modo aumentar a concentração de álcool
permitindo uma melhor conservação. O produto daí obtido
podia ser utilizado como correctivo para aumentar o teor
sacarino de mostos fracos, favorecer a conservação de vinhos
débeis e ocultar sabores desagradáveis. Segundo Columela
(XII, 19-20), esta técnica da cozedura do vinho, da qual
resultavam o defructum e a sapa, era obtida fazendo cozer o
mosto em contentores de chumbo colocados acima do fogo,
mas não em contacto directo com a chama; tal produto,
destinado a múltiplos usos, seria sobretudo utilizado para os
vinhos débeis, mais doces e gostosos.
Na verdade, se atentarmos nos dados arqueológicos, parece
indiscutível que o consumo do vinho se propagou por todo o
noroeste peninsular, primeiro como bebida de prestígio,
depois como bebida comum ou de luxo de acordo com a
origem e qualidade do produto. São disso testemunho as
ânforas vinárias “republicanas” Dressel 1 e Lamboglia 2,
datáveis dos finais do período tardo-republicano,
normalmente associadas a um consumo de prestígio por parte
das populações indígenas, e as ânforas Dressel 2-4 e tipo
Ródio cuja generalização no noroeste peninsular se situa
entre os meados do século I a.C. e meados da centúria
seguinte (Naveiro López 1991a, 63). A quantidade destas
ânforas que transportavam vinho de melhor qualidade
acrescida daquelas que traziam vinho inferior como era o
caso das ânforas Dressel 2-4, de imitação, provenientes da
Narbonense, Tarraconense e da Bética e ânforas Pascual 1
(Morais 1997-98, 177) da Tarraconense pode considerar-se
residual quando comparada com a quantidade das ânforas
No mundo romano é provável que a diferentes graus de
redução correspondessem também denominações diferentes;
o arrobe utilizava-se assim para lotear colheitas com pouca
graduação, tornando o vinho mais forte e doce, muito em
voga e apreciado pelo menos no período de Augusto.
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Rui Morais
Ânforas
Quantidade
%
Vinárias
140
9,61
Piscicolas
301
20,66
Oleícolas
29
1,99
Indeterminadas
11
0,75
Regionais e Locais
43
2,95
Haltern 70
933
64,04
Total
1457
100,00
Produtos Quantidade
140
Vinárias
301
Piscicolas
Oleícolas
Indeterminadas
Regionais e Locais
29
933
Haltern 70
11
43
Produtos %
10%
Vinárias
21%
Piscicolas
Oleícolas
Indeterminadas
Regionais e Locais
2%
63%
1%
3%
Figura 1. Quadro e histograma I - Quantidade e relação percentual dos produtos importados e produções regionais e locais
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Haltern 70
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
especialmente ao longo da faixa atlântica e, parcialmente, nas
rotas fluviais gálicas dos rios Ródano, Sena e Rêno.
Para obter vinho a partir do mosto concentrado os romanos
adicionavam-lhe água, recorrendo a uma regra de mistura
previamente estabelecida. O adelgaçamento de mostos e
vinhos é, alias, ainda realizado nos dias de hoje. Para baixar
o grau alcoólico adiciona-se-lhes água e a esta 1 g. de ácido
tártaro por litro. Para obter o efeito desejado, poderá ser
utilizada a tabela apresentada (vid. fig. 2) ou fazer o cálculo
com o auxílio da “Regra de Cramer” (Vieira s/data: 15).
Ocorre também no mediterrâneo oriental (Peacock e
Williams 1991, 136), embora em quantidades mais
reduzidas, ou mesmo residuais, como se verifica, em
Magdalensberg –Noricum- (Bezeczky 2000, 1359), em Israel
(Caesarea Maritima -Bernal Casasola 2000, 957; OrenPascal e Bernal Casasola 2000, 993; 1002; 1009 - e Monte
Carmelo - Bernal Casasola 2000, 961) e no Líbano –Beirut(Reynolds 2000, 1036-1037; 1050; 1057, fig. 1, nº 4).
A qualidade do produto seria fraca e, seguramente, muito
doce. Mesmo resguardando-nos de simplificações, podemos
afirmar, sem demasiados riscos de erro, que este vinho de
fraca qualidade quando não devidamente misturado podia
resultar numa espécie de água-pé servida na mesa dos menos
favorecidos ou vendidos nas tabernae, enquanto o consumo
corrente dos vinhos mais apreciados (com um teor mais
elevado de álcool) e de melhor qualidade representava um
privilégio das mesas mais ricas.
A maior concentração destas ânforas está ao longo da facha
atlântica e em particular no noroeste peninsular e costa
cantábrica, bem patente no mapa de distribuição apresentado
por M. Beltrán Lloris (Beltrán Lloris 2000 a, 344, Est. III,
fig. 3), no qual se destaca ainda o número muito elevado
destes contentores na cidade de Braga.
No território correspondente à antiga Lusitânia a presença
das Haltern 70 está documentada, entre outros locais, no
povoado fortificado de Mesas do Castelinho (Almodôvar),
Santarém, Alcácer do Sal, no rio Sado em frente a Tróia,
nolugar de Ermidas (Açafora, Sintra), Villa Cardílio (Torres
Nova), Abul A (Alcácer do Sal), Conimbriga, Castro de
Fiães (Vila da Feira), Castro de Romariz (Vila da Feira) e em
Vila Nova de Gaia, no Castelo de Gaia (Paiva 1993, 24-5;
31, Est. LXXVI, 2-4) e no Castro da Senhora da Saúde ou
Monte Murado (Paiva 1993, 26-7; 31, Ests. LXXVIII, 4,
LXXIX-LXXXI e LXXXII, 1-2).
Recentemente, seguindo a receita referida em De Agricultura
de Columella (XII, 21) foi recriado o defrutum que resultou
num vinho fortemente aromatizado com gosto idêntico aos
vinhos de Jura ou Xérès (vid. Tchernia 1998, 503-509).
3.- A difusäo das ânforas Haltern 70 no mundo romano e
o papel dos negotiatores.
3.1.- A difusão no mundo romano.
Como se depreende das referências bibliográficas
consultadas e do mapa de distribuição das ânforas Haltern 70
apresentado por C. Carreras Monfort (Carreras Monfort
2000a, 94, fig. 22), estas ânforas conhecem uma ampla
difusão em todo o ocidente do Império Romano,
Figura 2.
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Rui Morais
Na região a Norte do Douro estas produções predominam um
pouco por toda a parte representando praticamente cerca do
80% no conjunto de ânforas até hoje encontradas no
Noroeste. Aqui a geografia de distribuição abarca não
somente os estabelecimentos costeiros e as principais artérias
fluviais, mas também locais interiores de acrópole (Fabião
1989, 110-111; Naveiro López 1991 a, 66-7; idem 1996,
203): Monte Mòzinho, Penafiel (Almeida 1974; Soeiro
1984); Citânia de Briteiros, Guimarães (Silva 1986, 32);
Cividade do Terroso, Póvoa do Varzim (Silva 1986, 32;
Paiva, 1993, 22-3; 31, Ests. XLV a XLIX e Est. L 1-2);
Citânia de Sanfins, Paços de Ferreira (Silva 1986, 32; Paiva
1993, 23-4; 31, Ests. LIII-LXXII, excepto fig. 4 da Est.
LXXII); Castro do Coto da Pena (Silva 1986, 38; Paiva
1993, 19-21; 31, Est. II, 1-2), Cividade de Âncora (Silva
1986, 50; Paiva 1993, 21-2; 31, Ests. V-XVIII, excepto fig. 1
da Est. V) e Citânia de Santa Luzia (Viana e Oliveira 1954,
60, n.º 60-3) todos em Viana do Castelo; Castro de Baiza
(Paiva 1993, 25-6; 31, Est. LXXVII, 2), Castro de S.
Estevão da Facha, Ponte de Lima (Almeida et alii 1980, 48,
fig. 24, n.º 4-6), Castro de S. Ovídio, Fafe (Martins 1981, 14,
Est. 4, nº1) e Castros de S. Julião (Vila Verde) e Monte da
Saia (Barcelos).
ânforas Dressel 20, não só pelos locais de produção, mas
também pela coincidência de circuitos de comércio
específicos.
No estado actual dos nossos conhecimentos o que podemos
certamente aceitar é uma estreita relação entre as
modalidades de produção das ânforas e as características da
produção agrícola e sua comercialização. Ou seja, à
semelhança de outros exemplares – como, por exemplo, as
ânforas Dressel 20 e as ânforas Galoise 4 – a produção da
forma Haltern 70 teria obedecido a um claro projecto de
exportação que implicou a criação de uma forma
estandardizada produzida em grandes quantidades em
diferentes regiões da Bética – especialmente no vale do
Guadalquivir. De facto, a expansão destas formas está
intimamente ligada à comercialização dos produtos vinícolas
e derivados aí produzidos mediante a criação de circuitos e
práticas comerciais aptos a servir uma procura importante e
estável.
A quantidade maciça exportada para o Noroeste Peninsular e em larga escala para a cidade romana de Bracara Augustasó se entende se aceitarmos que estes produtos se convertiam
em artigos básicos na dieta alimentar destas comunidades e
como consequência de um intercâmbio de tipo colonial para
os diferentes castros ou no contexto do abastecimento de
mercados urbanos que ofereciam grandes capacidades de
consumo.
3.2.- O papel dos negotiatores.
As ânforas Haltern 70 raramente apresentam marcas. De
acordo com a bibliografia consultada, para além da marca de
Sevilha (C·FVF·AVITI), apenas se conhecem mais quatro
marcas em ânforas encontradas nos seguintes locais: golfo de
Fos (LRV) (Amar e Liou, 1984), Angers (Siraudeau 1988:
183), Pompeia (CCIVL) (Manacorda 1977b), Estrasburgo
(LI·FO) (Baudoux 1996, 44, fig. 11, nº 8; 45) e Richborough
(DSD) (Carreras Monfort 2000a, 93).
No caso da cidade romana de Bracara Augusta, como já
acentuamos, estes produtos teriam beneficiado da difusão de
um modelo de consumo, relacionado com as possibilidades
de mercado e rede de tráfego, criadas pela inclusão da cidade
num determinado marco político e económico inter
provincial.
A situação é, porém, contrária no que respeita aos tituli picti
que referem o conteúdo do envase2 e o nome de mercatores e
negotiatores.
Como já salientámos num estudo sobre o contributo da
epigrafia para a história económica da cidade (Morais 2003,
115-121), a existência de um conventus de negotiatores
documentado no período de Cláudio parece estar
directamente relacionado com o comércio de produtos
oriundos da Bética e em particular com o abastecimento de
ânforas Haltern 70.
Dos mercatores e negotiatores envolvidos neste comércio
conhecem-se os seguintes nomes: Q(uinti) VRITTI
REVOCATI (Colls et alii 1977, nº 33 e ss); M. GRASSI
SERVANDONIS (Léquement e Massy 1980, 263 ss); C.
RUTILI[...]ICIS (Van der Werff 1984, 379: 2b); M. VALERI
EVPHEMI (Manacorda 1977, 131, fig. 1); SEX(ti) MAI
PAETI (Baudoux 1996, 44, fig. 11; 45-46), (Cal)PVRNI
CEPHALI(o)NIS (Beltrán Lloris 2000 a, 330-331; 342-343,
Ests. II-III, fig. 1-2) e a inscrição nominal relativa a SEX
PAETI, TACTI e CELI ou CEPI, encontrada em Estrasburgo
(Baudoux 1996, 46).
4.- Os vestígios epigráficos em ânforas Haltern 70
recolhidos na cidade.
O elevado número de fragmentos de ânforas Haltern 70
encontrado na cidade permitiu individualizar uma marca e 14
tituli picti.
A marca, gravada no colo junto ao arranque de uma das asas,
está aparentemente incompleta, apenas sendo legíveis as
letras [?]EL (fig. 3: 1). Esta marca encontra um possível
paralelo em ânforas Dressel 20 fabricadas em Las Valbuenas,
com as assinaturas L. AEL e L. AL (Chic García 1985, 42). A
estas acrescente-se, ainda, diversas outras variantes destas
marcas catalogadas por M. H. Callender (1970, 146-147, nº
792; 294-295, nº 9-10), datadas da 2ª metade do século I,
uma das quais encontrada em Volubilis e, por fim, no
Testaccio, ainda que com uma cronologia mais tardia, situada
Dentre estes destaca-se a importância dos nomes Q(uinti)
VRITTI REVOCATI e M. VALERI EVPHEMI pelo facto de
serem mencionados em tituli encontrados sobre ânforas
Dressel 20 (Colls et alii 1977; Manacorda 1977, 131, Fig. 1
[CIL IV, 9611]; Beltrán Lloris 2000 a, 324; 331, nota 86).
Tal facto parece sugerir, mais uma vez, ainda que
indirectamente, a relação das ânforas Haltern 70 e com as
2
A estes acrescente-se um recentemente encontrado em Lyon (La Muette)
onde se lê M CAR ou M CATR (Desbat e Lemaître 2000, 796; 806, fig. 8,
nº 5).
550
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
na 2ª metade do século II (Chic García 1985, 43). Do lado
oposto ao da marca esta ânfora possuía ainda um titulus (fig.
3: 1) cujas letras se apresentam incompletas provavelmente
relacionadas com um tria nomina, onde apenas se distingue
com clareza a sigla inicial representada por um β T. Em 3
outros fragmentos consegue ainda distinguir-se as letras
equivalentes à numeração romana γ LII, γ .L.I.I. (fig. 4: 3 e 4)
e a letra isolada α M (fig. 5: 5). Nos dois primeiros julgamos
poder tratar-se de siglas relativas à capacidade da ânfora, 52
sextarii, equivalente a pouco mais de 28 litros (vid. Sealey
1985, 12); a terceira, entre outras possibilidades, poderá estar
relacionada com um nome de um negotiator ou Mulsum ou
Muria, um dos produtos transportados por estas ânforas. Do
conjunto destes tituli destaca-se o exemplar nº 6 (fig. 5) com
uma inscrição incompleta onde se lê R?C IVN... ou SVN...
que, à semelhança do anterior, poderá estar relacionado com
o nome de um negotiator.
Figura 4.
Figura 3.
À semelhança dos tituli referidos, os restantes, estão
excessivamente fragmentados e gastos destacando-se apenas
o fragmento nº 2 (fig. 3), onde se lê a provável representação
das letras F e N, e o fragmento nº 11 (fig. 6), onde se lê parte
de uma letra, provavelmente a haste da letra A, seguida da
letra B bem definida que hipoteticamente reconstituímos por
β (S)A?B(INI).
Figura 5.
Além destes documentos sobre o conteúdo das ânforas,
contamos ainda com a presença de restos orgânicos em
ânforas destes tipo: referimo-nos a um fragmento de parede
revestido interiormente por uma superfície rosada
avermelhada (fig. 8: 16) e bico fundeiro com restos de resina
no interior (fig. 8: 17).
A totalidade destes tituli foram epigrafados recorrendo-se às
duas principais variantes de atramentum: o de tonalidade
escura e o rubrum, mais avermelhado ou alaranjado, devido à
provável presença, no pigmento, de elementos pesados como
o ferro (figs. 3-7).
551
Rui Morais
Figura 6.
Figura 8.
traços combinados, ou mesmo letras isoladas. Grande parte
destes signos pode interpretar-se como marca de
responsabilidade e / ou controlo de elementos e quantidades
fabricadas. A sua presença permite intuir a existência de um
processo de fabrico articulado em fases, relacionado com
actividades especializadas que exigem necessariamente um
controlo ou coordenação do trabalho. Neste contexto, alguns
dos grafitos aparentemente associados a iniciais de nomes de
oleiros poderão estar relacionados com valores numerários,
quer dizer, números romanos escritos segundo um sistema de
abreviações latinas que se utilizavam na Antiguidade. Por
exemplo, a utilização de um sistema numeral abreviado
permite escrever o valor de 80 apenas com a letra R (Capelli
1990, 413-421).
5.- Contextualização cronológica – dados relativos a o
inicio e final da produção.
O exemplar mais antigo deste tipo de ânfora até hoje
identificado foi encontrado num dos maiores naufrágios da
antiguidade clássica, o conhecido naufrágio de “La
Madrague de Giens” (Var) (datado de 70/30 a.C., ou,
preferencialmente 60/50 a.C.), o que faz recuar o início da
sua produção a um período anterior aos meados do séc. I a.C.
(Tchernia et alii 1978; Tchernia 1980, 306; Parker 1992,
249-250), provavelmente no 1º quartel do século I a.C., à
semelhança das LC 67 e das Dressel 1C (García Vargas
2000, 67). Os exemplares mais antigos encontrados em
Figura 7.
A epigrafia das ânforas Haltern 70 não se fica, todavia, pela
presença de uma marca e vários tituli picti; além destes
valiosos testemunhos contámos ainda com a presença de 2
grafitos em fragmentos de parede (fig. 7: 14 y 15) e um
número elevado de grafitos gravados no bico fundeiro com
um instrumento afiado ou mesmo com a pressão dos próprios
dedos na argila ainda fresca e com a ânfora em posição
invertida (vid. fig. 9). Estes apresentam características
extremamente simplificadas: um traço vertical, dois ou mais
552
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
Figura 9.
meados do século II, diferenciam-se das clássicas Haltern 70
por possuírem um corpo de menores dimensões e um colo
proporcionalmente mais largo, correspondendo, muito
possivelmente, às ânforas Verulamium 1908 recolhidas na
Britannia (Carreras Monfort 2000a, 90, nota 16).
centros de produção provém da Baía de Cádiz. Trata-se de
exemplares precoces provenientes do centro oleiro de “javier
de Burgos” (Puerto de Santa Maria), datados a partir de
outros paralelos anfóricos de c. de meados do século I a.C.
(García Vargas 2000, 67; 70; 141, fig. 7, nº 6), com nítidas
relações formais com as ânforas Dressel 1 (Fabião 2000a).
Significativa é também a presença destas ânforas em locais
de consumo, como por exemplo, Albintimilium onde
apareceram no estrato VI A 3, datado de c. de 70 a.C., e em
Lyon (Desbat e Lemaître 2000, 793) e Tarraco (Gebellí e
Díaz 2000, 1350-1351), em estratos datados de c. de 40 a.C.
6.- Apreciação geral das características formais desta
ânfora na perspectiva dos materiais encontrados na
cidade.
A grande concentração de ânforas Haltern 70 na cidade
permite e aconselha uma observação mais detalhada das
características formais desta ânfora, em particular dos bordos
com vista a estabelecer diferenças, eventualmente
correspondentes a uma evolução cronológica. Com o mesmo
propósito destacam-se os trabalhos de Martin-Kilcher e
Juliette Baudoux pelo esforço de sistematização tipológica
realizado. Martin-Kilcher (Martín-Kilcher 1994, 386) propõe
quatro fases evolutivas da forma Haltern 70 desde um
subtipo augustano com um bordo curto e moldurado até um
bordo mais amplo na época flávia. Juliette Baudoux
(Baudoux 1996, 43-45, Fig. 11, nº 1-9), por seu lado,
apresenta uma proposta muito semelhante, admitindo cinco
variantes evoluindo desde bordos pouco esvasados e curtos
em ânforas augusto-tiberianas (var. a); bordos mais altos e
bem demarcados idênticos ao tipo Camulodunum 185,
datados de inícios do século I até o período de TibérioCláudio (var. b); bordos com a face interna côncava (var. c);
bordos altos ligeiramente esvasados e sem aparente ressalto
De acordo com os dados obtidos na bibliografia consultada o
terminus da produção das ânforas Haltern 70 teria ocorrido
em época flávia (70 a 80 d. C.). A favor desta cronologia
pode referir-se, entre outras, a data obtida pelo naufrágio de
Cala Culip ocorrido no tempo de Vespasiano e pelos
contextos estratigráficos decorrentes das escavações de Lyon
(Dángreaux e Desbat 1987-88), Estrasburgo (Baudoux
1996), Nimega (Van der Werff 1984, 347-356), Augst
(Martin-Kilcher 1994, 389, Fig. 178), York, Chester, Pentre
Farm, Segontium e Lincoln (Carreras Monfort 2000a, 92).
A produção destas ânforas continua dum modo esporádico
no período tardo-flaviano no centro oleiro de La Venta del
Carmen (Los Barrios, Cádiz) e no centro oleiro de El
Cortijillo de Peñaflor, em pleno Vale do Guadalquivir
juntamente com ânforas Dressel 20. Estas, datadas de
553
Rui Morais
externo, datáveis de um período não posterior ao reinado de
Nero (var. d); e, finalmente, uma forma mais tardia derivada
da Haltern 70, com um colo alto e esguio que termina num
lábio simples, datado dos finais do século II/inícios do III de
acordo com as indicações de Martin-Kilcher (var. e).
Ainda que possa aceitar-se que a estas características
morfológicas correspondam a diferentes momentos na
evolução das ânforas citadas, temos de levar em
consideração que a origem da ânfora Haltern 70 remonta ao
1º quartel do século I a.C., juntamente com as ânforas LC 67
e as Dressel 1C (García Vargas 2000, 67; Fabião 2000a, 665682), altura em que esta ânfora possuía um colo muito
estilizado, bordo esvasado e simples de perfil triangular.
No caso dos fragmentos até ao momento encontrados em
Braga a única possibilidade de distinção apenas poderá ser
feita através dos fragmentos de bordo (mais raramente em
associação com o colo e asas, dado o seu excessivo estado de
fragmentação).
Para tal seleccionaram-se algumas sequências estratigráficas
identificadas nas escavações realizadas nas Antigas
Cavalariças, na insula das Carvalheiras e no edifício Termal
do Alto da Cividade.
Da 1ª escavação seleccionou-se uma zona designada por
sector 8 correspondente a um enchimento selado por um
pavimento empedrado com materiais datáveis do período de
Augusto a finais do reinado de Tibério/inícios de Cláudio.
Da insula das Carvalheiras e do edifício Termal do Alto da
Cividade seleccionámos U. E. relacionadas com pavimentos
e diferentes tipos de enchimento (correspondentes a valas de
fundação de pilares, de blocos, de muros ou mesmo
enchimento sobre a rocha e preparação de pavimentos), todos
eles datáveis do período Flávio e Flávio/Antonino.
Esta análise permitiu-nos individualizar diferentes tipos de
bordos e agrupá-los de acordo com as suas características
morfológicas:
Figura 10.
-fig. 8: 18: bordo muito alto, ligeiramente esvasado, que
parece poder filiar-se nas ânforas Dressel 1 C;
-figs. 10-12: 19-28: bordo alto cuja junção com a parede
externa é de um modo geral pouco acentuada (vid. fig. 21:
70);
-figs. 13-15: 29-42: bordo com a face externa rectilínea,
vertical ou oblíqua (vid. fig. 21: 68);
-figs. 16-18: 43-56: bordo com a face interna com curvatura
muito acentuada. A junção do bordo com a parede externa
forma um ângulo bem nítido (vid. fig. 22: 73);
-figs. 19-20: 57-67: bordo com lábio geralmente revirado
para o exterior. A junção do bordo com a parede forma uma
cavidade muito característica quando a espessura da parede é
muito inferior à do bordo (vid. fig. 22: 72).
Com excepção do nº 18 (fig. 8) todos os bordos
correspondentes a estes grupos estão representados no sector
8 das Cavalariças (figs. 21 e 22: 68-74) que, como se referiu,
data do período de Augusto a finais do reinado de
Tibério/inícios de Cláudio.
Figura 11.
554
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
Figura 14.
Figura 12.
Figura 15
Figura 13.
apresentarem a face interna côncava (fig. 26: 94-98). Para
estes bordos os exemplares mais aproximados, mas com
diferenças significativas, correspondem a imitações do tipo
Haltern 70 recolhidos nos centros produtores de Almadrava Almadrava V- (Gisbert Santonja 1998, 393; 413, fig. 11, nº
1) e Bas-de-Loyasse –Lyon- (Desbat 1987, 162, fig. 2-2;
Drangréaux e Desbat 1987-1988, 122; Baudoux 1996, 50-51,
Fig. 2, nº 8) e exemplares de ânforas lusitanas (fig. 27: 99100) presentes em Braga integráveis na variante a
estabelecida por Françoise Mayet e Carlos Tavares da Silva,
(Mayet e Silva 2002, 30-31; 99-101).
Constitui-se ainda um grupo de bordos de um modo geral
menos elaborados o que dificulta a sua atribuição a tipos
claramente definidos (figs. 23 e 24: 75-88). A generalidade
destes bordos foi encontrada em contextos Flávios e
Flávios/Antoninos, particularmente bem representados na
insula das Carvalheiras (fig. 25: 89-92) e no edifício Termal
do Alto da Cividade (fig. 25: 93).
Fora desta apreciação ficam ainda um conjunto de bordos,
com um fabrico igualmente do Guadalquivir, atribuíveis ao
tipo Haltern 70 mas que apresentam a particularidade de
Esta tentativa de constituir grupos de acordo com as
características dos exemplares
encontrados permitiu
555
Rui Morais
Figura 18.
Figura 16.
Figura 19.
Figura 17.
Figura 20.
556
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
Figura 21
Figura 24.
Figura 22.
Figura 25.
constatar que havia um significativo número de bordos que
dificilmente se poderiam incluir nos grupos acima referidos.
Estes, apesar de possuírem o mesmo fabrico
inequivocamente atribuível às ânforas Haltern 70 do
Guadalquivir, uma análise mais detalhada das suas
características formais leva-nos a propor a sua integração nas
conhecidas formas piscícolas Dressel 7 a 11 e Dressel 14.
Admitimos que os exemplares com bordo vertical (fig. 28:
101-102) ou apenas ligeiramente esvasado e lábio revirado
para o exterior (fig. 28: 103), e os exemplares com um bordo
mais esvasado e menos elaborados (fig. 29: 104-106)
poderão filiar-se nas formas Dressel 7 a 11. A atribuição
destes exemplares a formas integráveis nos tipos Dressel 7 a
Figura 23.
557
Rui Morais
Figura 28.
Figura 26.
Figura 29.
Figura 27.
11 não é, todavia, um caso isolado. Recentemente C.
Carreras Monfort, (2000b, 422), num estudo intitulado
Producción de Haltern 70 y Dressel 7-11 en las
inmediaciones del Lacus Ligustinus (Las Marismas, Bajo
Guadalquivir), adverte do desconhecimento por parte dos
especialistas da produção deste tipo de ânforas na região do
Baixo Guadalquivir. Segundo este autor, numerosos centros
produtores desta região teriam fabricado em simultâneo estes
dois tipos de ânforas, tendo inclusivamente sido
documentados exemplares do tipo Dressel 7-11 com um
fabrico característico do Baixo-Guadalquivir em Astorga e
em Vilas romanas Catalãs (p. e. Can Ventura de l`Oller,
Aguacuit, Can Jofresa).
Figura 30.
558
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
exemplares com um fabrico característico do Guadalquivir,
que possuem bordos altos e esvasados com perfis diversos
(fig. 30: 107-109), por vezes pouco acentuada na transição
para o colo (fig. 31: 110-111), e bordos altos, ligeiramente
reentrantes, com lábios engrossados (fig. 32: 112-115).
A complexidade desta temática não se esgota, naturalmente,
nesta análise elaborada a partir do estudo das ânforas Haltern
70. Refira-se, a propósito 1 fragmento de bordo com fabrico
lusitano atribuível ao tipo Dressel 7-11 (fig. 33: 116) e que,
entre outras questões, se enquadra na recente interrogação de
Carlos Fabião (2000b, 717-730) sobre a complementaridade
ou concorrência das províncias lusitana e bética.
O estudo morfológico e a análise macroscópica de todas as
ânforas Haltern 70 recolhidas na cidade permitiu ainda
individualizar 1 fragmento com um fabrico oriundo da região
gaditana (fig. 33: 117), recentemente confirmado pelos
estudos arqueométricos sobre as produções béticas em
Bracara Augusta.
Figura 31.
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Figura 32.
Figura 33.
A complexidade e complementaridade da economia da
Bética romana no período alto-imperial parece ainda estar
patente na produção de ânforas do tipo Dressel 14 na região
do Guadalquivir. Trata-se de um conjunto significativo de
559
Rui Morais
el estudio de la producción anfórica bética entre Augusto y el s. IV
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CATÁLOGO
Fig. 3
1
Fragmento de pança, colo e arranque de asa. Haltern 70
(Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti. Diâmetro: 276 mm.
Proveniência: Fujacal (N. I.: 2002-1004).
2
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti.
Diâmetro: 290 mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 20021974).
Fig. 4
3
Fragmento de pança e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Tituli Picti. Diâmetro: 264 mm.
Proveniência: Fujacal (N. I.: 2002-2181).
4
Fragmento de pança. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Tituli Picti. Proveniência: Fujacal (N. I.: 1999-0874).
Fig. 5
5
Fragmento de colo e arranque de asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Tituli Picti. Diâmetro: 110 mm.
Proveniência: São Geraldo (N. I.: 2002-0983).
Rui Morais
6
Fig. 11
22
Fragmento de pança, colo e arranque de asa. Haltern 70
(Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti. Diâmetro: 316 mm.
Proveniência: Antigas Escavações (N. I.: 2002-2226).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Antigas Escavações (N. I.: 20030403).
Fig. 6
7
23
Fragmento de pança e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Tituli Picti. Diâmetro: 167 mm.
Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 2002-0960).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 146
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2602).
24
8
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 140
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1190).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti.
Diâmetro na parte mais larga: 182 mm. Proveniência:
Necrópole de Maximinos / R. do Caires (N. I.: 20020237).
Fig. 12
25
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 145
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1194).
Fig. 7
9
26
Fragmento de pança e arranque de asa. Haltern 70 (Bética
/ Gualdalquivir). Tituli Picti. Proveniência: Antigas
Escavações (N. I.: sem inventário).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1185).
27
10
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1187).
Fragmento de pança. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Tituli Picti. Proveniência: Antigas Escavações (N. I.:
2002-2225).
28
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 144 mm. Proveniência: Termas
(N. I.: 1999-2599).
11
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti.
Proveniência: Colina da Cividade (N. I.: 2000-0885).
Fig. 13
29
12
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti.
Proveniência: Fujacal (N. I.: 2002-2199).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 164
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971147).
13
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti.
Proveniência: Fujacal (N. I.: 2002-1198).
30
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Tituli Picti e
grafito. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2002-1978).
31
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1193).
14
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência: B. Mis
(N. I.: 2002-2262).
15
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Grafito.
Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1158).
32
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1184).
Fig. 8
16
33
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Parede interna
impregnada de cor avermelhada escura. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 2003-0400).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1183).
Fig. 14
34
17
Fragmento de fundo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Fundo interno com vestígios de pez. Diâmetro na parte
mais larga: 98 mm. Proveniência: Antigas Escavações (N.
I.: 2003-0389).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1181).
35
18
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1998-0783).
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 170 mm. Proveniência: Braga sem contexto (N.
I.: 2003-0264).
36
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 154
mm. Proveniência: Regeneração / R. dos Bombeiros
Voluntários (N. I.: 1997-1187).
Fig. 10
19
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 172 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1141).
Fig. 15
37
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Salv. na Av. da Imaculada Conceição /
Livraria Cruz (N. I.: 1997-1185).
20
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 165 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1144).
38
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 174 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-0617).
39
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 176 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1155).
21
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 1997-1164).
562
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
40
Fig. 19
57
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2617).
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 156 mm. Proveniência: Termas
(N. I.: 1999-2601).
41
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-1173).
58
42
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Albergue (N. I.: 1997-1130).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971149).
59
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-1444).
Fig. 16
43
60
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 176 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 1997-1159).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-0779).
61
44
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Braga sem contexto (N. I.: 20030396).
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência: São
Geraldo (N. I.: 1997-1168).
62
45
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 1997-1160).
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 184 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-0614).
63
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2615).
46
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 170 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 1997-1163).
64
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 166
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-1217).
Fig. 20
65
Fig. 17
47
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 150 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1139).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 158
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971143).
66
48
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-0622).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1998-1094).
67
49
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 196
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1191).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971150).
Fig. 21
68
50
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 2003-0368).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 154
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2609).
69
Fig. 18
51
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 2003-0364).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971151).
70
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 164
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-0602).
Fig. 22
71
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 2003-0369).
52
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 180 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 2003-0377).
53
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 200
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-1177).
72
54
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Colina da Cividade (N. I.: 1997-1182).
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 116 mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.:
2003-0378).
55
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Maximinos (N. I.: 1994-1184).
73
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 170 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 2003-0384).
56
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência: Fujacal
(N. I.: 2003-1192).
74
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 150 mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.:
2003-0370).
563
Rui Morais
Fig. 23
75
91
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 19970609).
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-1442).
92
76
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 145 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-1172).
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-1175).
93
77
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 160 mm. Proveniência: Termas (N. I.: 19990178).
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 158 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-1174).
Fig. 26
94
78
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 166 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1140).
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 144 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1153).
95
79
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 170 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1148).
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 160 mm. Proveniência: São Geraldo (N. I.:
1997-1169).
96
80
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 158 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-0621).
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70. (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 170 mm. Proveniência:
Cardoso da Saudade (N. I.: 1997-1137).
97
Fig. 24
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 162 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 1997-1162).
81
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 180 mm. Proveniência: Cardoso da Saudade
(N. I.: 1997-1152).
98
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 186 mm. Proveniência: Termas
(N. I.: 1999-2635).
82
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Proveniência:
Termas (N. I.: 1999-2607).
Fig. 27
99
83
Fragmento de bordo, colo e asa. Dressel 14 a (Lusitana).
Diâmetro: 126 mm. Proveniência: Albergue (N. I.: 19971119).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 190
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971145).
100
84
Fragmento de bordo e colo. Dressel 14 a (Lusitana).
Diâmetro: 174 mm. Proveniência: São Geraldo (N. I.:
1997-1122).
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971157).
Fig. 28
101
85
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-0623).
Fragmento de bordo, colo e arranque de asa. Dressel 7-11
(Bética / Gaudalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência:
Cavalariças (N. I.: 2003-0564).
86
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Albergue (N. I.: 1997-1134).
102
Id. Dressel 7-11 (Bética / Gaudalquivir). Diâmetro: 150
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1188).
87
Id. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 156
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2616).
103
Fragmento de bordo. Dressel 7-11 (Bética / Gaudalquivir).
Diâmetro: 170 mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.:
1997-1161).
88
Fragmento de bordo, colo e início de arranque de asa.
Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir). Diâmetro: 152 mm.
Proveniência: Carvalheiras (N. I.: 1997-0633).
Fig. 29
104
Fig. 25
89
Id. Dressel 7-11 (Bética / Gaudalquivir). Diâmetro: 220
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 1997-1166).
Fragmento de bordo e colo. Haltern 70 (Bética /
Gualdalquivir). Diâmetro: 142 mm. Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 1997-1176).
105
Id. Dressel 7-11 (Bética / Gaudalquivir). Diâmetro: 180
mm. Proveniência: Sé (N. I.: 1999-0045).
90
106
Fragmento de bordo. Haltern 70 (Bética / Gualdalquivir).
Diâmetro: 142 mm. Proveniência: Carvalheiras (N. I.:
1995-1445).
Id. Dressel 7-11 (Bética / Gaudalquivir). Diâmetro: 188
mm. Proveniência: Praia das Sapatas (N. I.: 1997-1183).
564
Bracara Augusta: um pequeno “testaccio” de ânforas Haltern 70. Considerações e problemáticas de estudo
Fig. 30
107
Fragmento de bordo e colo. Dressel 14 a (Bética /
Guadalquivir). Diâmetro: 160 mm. Proveniência: Fujacal
(N. I.: 2003-1186).
108
Id. Dressel 14 a (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 170
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-1189).
109
Id. Dressel 14 a (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 185
mm. Proveniência: Albergue (N. I.: 1997-0996).
Fig. 31
110
Id. Dressel 14 a (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 156
mm. Proveniência: Cardoso da Saudade (N. I.: 19971156).
111
Id. Dressel 14 a (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Fujacal (N. I.: 2003-0390).
Fig. 32
112
Fragmento de bordo, colo e arranque de asa. Dressel 14 a
(Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 170 mm. Proveniência:
Fujacal (N. I.: 1998-1315).
113
Id. Dressel 14 b (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 162
mm. Proveniência: Albergue (N. I.: 2003-0289).
114
Id. Dressel 14 b (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 160
mm. Proveniência: Cavalariças (N. I.: 2003-0554).
115
Id. Dressel 14 b (Bética / Guadalquivir). Diâmetro: 178
mm. Proveniência: Termas (N. I.: 1999-2612).
Fig. 33
116
Fragmento de bordo. Dressel 7-11 ou Dressel 14
(Lusitano).
Diâmetro:
200
mm.
Proveniência:
Carvalheiras (N. I.: 2003-0566).
117
Fragmento de bordo, colo e asa. Haltern 70 (Bética /
Cádiz). Diâmetro: 150 mm. Proveniência: Albergue (N. I.:
1999-0722).
565
Rui Morais
566

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