insígnia de madeira - Biblioteca Digital do CNE

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insígnia de madeira - Biblioteca Digital do CNE
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INSÍGNIA DE MADEIRA
HISTÓRIA
A SUA ORIGEM
A SUA ORIGEM
INSÍGNIA DE MADEIRA
HISTÓRIA
INSÍGNIA DE MADEIRA
A SUA ORIGEM
Quando, em 1919, o Gilwell Park foi adquirido para o Movimento Escutista e se deu início à formação de Dirigentes, Baden-Powell quis que os “Oficiais/Delegados Escutistas” - tal
como eram designados na altura – que tivessem completado o
curso de formação, obtivessem alguma espécie de reconhecimento. Inicialmente, a ideia era a de os formandos no Gilwell
Park usarem como adorno um pendente (fios de lã ou seda) no
chapéu de escuteiro. Em vez disso a alternativa foi usar duas
pequenas contas presas no cordão do chapéu ou a uma das casas do casaco, tendo ficado instituído e designado como a Insígnia de Madeira. Passado pouco tempo, mudou-se para um
atilho ou um cordão de couro à volta do pescoço, uma tradição
que ainda hoje permanece.
As primeiras Insígnias de Madeira eram feitas a partir das contas de um colar que tinha pertencido a um chefe da tribo Zulu
chamado Dinizulu, que B.P. encontrara durante a época em
que esteve em Zululândia, em 1888. Nas ocasiões de festa,
Dinizulu costumava usar um colar de, aproximadamente, três
metros e meio, contendo cerca de mil contas, feitas a partir da
madeira da acácia amarela da África do Sul. Este tipo de madeira tem uma medula central macia, o que facilita a entrada
do cordão de couro em cada uma das extremidades, quando
trabalhada. O colar era considerado sagrado, sendo a insígnia
atribuída à realeza e aos grandes guerreiros.
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Quando B.P. estava à procura de um símbolo para atribuir
aos formandos de Gilwell, lembrou-se do colar e do cordão
de couro de Dinizulu que lhe tinham sido oferecidos por um
velho africano da região de Mafeking. Retirou então duas das
pequenas contas e fê-las entrar para o centro do cordão e, assim, nasceu a Insígnia de Madeira.
As primeiras remessas de contas atribuídas eram todas do colar original, mas a provisão, rapidamente, chegou ao fim. Por
isso, uma das atividades nas primeiras formações consistia em
oferecer uma conta original da Acácia e criar a outra a partir da
árvore da faia. Por fim, as contas de madeira da faia tornaram-se a norma e durante muitos anos os formandos que estavam
em Gilwell trabalhavam-nas durante os tempos livres. Mais
uma vez, nos primeiros tempos da insígnia de madeira, os participantes recebiam uma conta por terem feito o curso prático
em Gilwell e recebiam, depois, outra conta ao completarem a
parte teórica (questionário) e estar, assim, completa a formação em serviço.
Estes esboços, realizados por B.P., mostram a evolução da Insígnia de Madeira:
Para ser colocado na lapela do casaco
Colocado na aba do chapéu de escuteiro
Colocado à volta do pescoço
Insígnia para Àquela
A SUA ORIGEM
INSÍGNIA DE MADEIRA
HISTÓRIA
Durante a 1ª Guerra Mundial, B.P. teve a ideia de usar contas
no chapéu depois de ter visto os oficiais da Força Expedicionária a usar chapéus de aba larga B.P. Stetson (não designado
assim após Baden-Powell, mas por causa do nome da campanha: Boss of the Plains [Capitão dos Aviões]) com duas contas
em forma de bolotas presas nas duas extremidades do cordão
que impedia o chapéu de voar da cabeça com um vento mais
forte. Inicialmente, pensou em ter duas contas presas da mesma forma no chapéu escutista, mas mudou de ideias quando
se apercebeu que os dirigentes apenas usavam os chapéus ao
ar livre, decidindo assim que se usassem ao pescoço em todas
as circunstâncias.
Em breve, surgiram várias versões. Os escuteiros usavam um
colar de duas contas, os assistentes de formação de dirigentes
(anteriormente designados de assistentes de chefe de campo)
três contas e, os dirigentes de formação (anteriormente designados chefes delegados de campo) usavam quatro contas.
Durante um breve período os chefes da alcateia, tinham o seu
próprio sistema. De 1922 a 1925, atribuía-se aos chefes dos lobitos, um dente de lobo ou a insígnia do Àquêlà, constituindo-se num único dente canino num cordão de couro. Os formadores para chefes de alcateia, também conhecidos por chefes
Àquêlà usavam dois caninos, estes eram ossos dos dentes ou
réplicas de madeira e que, hoje em dia, já quase não existem.
A INSÍGNIA DE ÀQUÊLÀ
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O uso da insígnia de Àquêlà teve pouca duração. A 13 de Novembro de 1925 o Comité de Conselho decidiu que devia existir apenas um tipo de insígnia para o dirigente de formação,
a Insígnia de Madeira, mas que deveria ser usada “com uma
marca distintiva” para se identificar a secção do Movimento
em que o dirigente trabalhava. Essa marca tomou a forma de
uma pequena conta colorida situada logo acima do nó do colar: amarela para os Lobitos, verde para os Escuteiros e vermelha para os Caminheiros, mas também não durou muito tempo
e a 14 de Outubro de 1927 o Comité decidiu cancelar o uso da
conta e são poucas as que sobrevivem até hoje.
Quando nos outros países definiram a atribuição da Insígnia
de Madeira após o modelo estabelecido por Gilwell, a pessoa
responsável pelo curso designava-se por delegado de chefe
de campo Gilwell representando, assim, o Gilwell Park no seu
próprio país. De acordo com a tradição, supostamente estabelecida por Baden-Powell, essa pessoa podia usar cinco contas.
A maior parte dessas contas foram atribuídas nos anos 20 e
30, mas desconhece-se o que lhes terá acontecido ou quem
as usou.
O próprio Baden-Powell chegou a usar seis contas, mas também atribuiu a Sir Percy Everett um colar de seis contas. Eram
amigos desde a altura do campo original na ilha de Brownsea
em 1907 tornando-se comissário de formação e depois, delegado chefe de escuteiro. B.P. desejava reconhecer a grande
dívida que tinha para com Sir Percy e por isso, presenteou-o
com um colar de seis contas.
Em 1949, Sir Percy devolveu o colar de seis contas a Gilwell
para que este o usasse como insígnia oficial de chefe de campo, isto é, a pessoa responsável pela formação de dirigentes
no Gilwell Park. John Thurman, na altura chefe de campo, usou
o colar até se reformar em 1969 quando este passou a Bryan
Dodgson, director da formação de dirigentes. Após a sua reforma em 1983, houve uma reorganização de cargos e responsabilidades e o colar de seis contas era então usado por Derek
Twine, na altura comissário executivo (programa e formação).
Hoje em dia, após várias alterações nos títulos dos cargos, Ste-
A SUA ORIGEM
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HISTÓRIA
phen Peck, diretor do programa e desenvolvimento, é quem o
usa.
A atribuição de contas de madeira como um sinal de reconhecimento é uma antiga tradição Zulu. Ouvimos falar, pela primeira vez, desta história através de Charles Rawden Maclean,
também conhecido por John Ross, que se tinha naufragado na
zona costeira de Zululândia em 1825. Foi dos primeiros “brancos” a conhecer o grande rei Zulu, Shaka. Na sua descrição sobre o Festival dos Primeiros Frutos, escreveu: “Começam agora
a enfeitar-se com contas e ornamentos de cobre. O mais curioso destas decorações consiste em várias fileiras de pequenos
bocados de madeira… entrelaçados, transformados em colares
e pulseiras… ao investigar, descobrimos que os guerreiros Zulu
davam muito valor nessas aparentes coisas insignificantes e
que eram ordens de mérito atribuídas por Shaka. Cada pedaço
de madeira era uma marca de de Shaka”. Mais tarde, quando
Maclean assistiu à festa real notou que Dingane, o meio-irmão
de Shaka, estava trajado do mesmo modo que o rei, mas sem
usar um enorme colar de contas.
Restam poucas dúvidas de que as contas de Dinizulu eram as
mesmas àquelas que Maclean vira Shaka usar, e é extraordinário que B.P. tenha escolhido essas contas como um prémio
para atribuir, pelas suas próprias mãos, sem saber que Shaka
as tinha usado para o mesmo fim.
Hoje em dia, milhares de rapazes Zulu são escuteiros e em
1987, o Ministro do Interior Sul-africano de Kwazulu foi o convidado de honra numa grande assembleia de escuteiros. A
mãe do ministro, a Princesa Magogo, era uma das filhas de
Dinizulu. Nessa assembleia, o chefe de escuteiros da África do
Sul tirou do pescoço um colar onde estavam quatro contas de
insígnia de madeira e pô-las nas mãos do ministro Buthelezi,
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num acto simbólico ao devolver as contas ao seu legítimo herdeiro.
O DIPLOMA DO CURSO DE GILWELL
O esquema de formação utilizado no Gilwell Park desenvolveu-se a partir de uma série de artigos publicados por B.P., no
jornal Headquarters Gazette, no início da 1ª Guerra Mundial.
Esses artigos foram editados num livro, em 1919, sob o título
Aids Scoutmastership [Auxiliar do Chefe-Escutista]. O plano de
formação foi definido por B.P. nas seguintes notas.
DIPLOMA DO CURSO PARA A INSÍGNIA DE MADEIRA
Aberto a todos os oficiais aprovados da Associação dos Escuteiros para Rapazes.
I. TEORIA
Objetivos e métodos da formação escutista como definidos
no Auxiliar do Chefe Escuta, e Escutismo para Rapazes, em
tais disciplinas como a organização de acordo com as idades.
Quatro itens de formação: conhecimento da natureza para a
alma, conhecimento do sexo e da saúde, necessidade nacional
e possibilidades de formação.
Um curso de quatro módulos tanto por correspondência através do jornal Headquarters Gazette, como através de participações nos fins-de-semana no campo Gilwell, como preferido
pelos candidatos. Um curso a ser ministrado no inverno.
A SUA ORIGEM
INSÍGNIA DE MADEIRA
HISTÓRIA
II. PRÁTICA
Quatro grupos de matérias:
Cerimónias de patrulha e trabalhos manuais
Trabalho de campo e pioneirismo
Carpintaria e jogos
Sinalização, orientação e seguir pegadas
A Formação terá lugar no campo Gilwell Park em cursos de
quatro fins-de-semana ou oito dias no campo; o que for mais
conveniente ao candidato.
III. ADMINISTRAÇÃO
A administração prática da sua Patrulha/Bando demonstrado
através dos resultados de 18 meses de trabalho.
Atribuições:
Uma conta no casaco - pela aprovação nas categorias I e II.
Uma conta no cordão do chapéu e um diploma pela aprovação
satisfatória nas três categorias.
Duas contas no cordão do chapéu e um diploma pela aprovação com qualificações especiais por se tornar chefe de campo.
As escolas distritais ou os círculos de estudo sob o comando
dos chefes de campo serão, provavelmente, executados através de princípios semelhantes, mas as duas contas apenas serão atribuídas no Gilwell Park.
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DINIZULU – O CHEFE ZULU
No final da primeira guerra Zulu em 1879, o controlo de Zululândia foi dividido em 13 províncias, cada uma com um chefe
no comando. Dinizulu, filho do antigo Chefe Zulu, Cetewayo,
foi um desses chefes.
O mais beligerante destes chefes em breve invadia outros territórios, queimando aldeias e roubando gado. Dinizulu pediu
ajuda das forças locais Boer, e recebeu cerca de 800 homens
da polícia montada dos Boers. Com esta ajuda, Dinizulu rapidamente ascendeu ao poder nas tribos vizinhas e em resposta
à ajuda dos soldados, prometeu oferecer a terra aos Boers. No
entanto, confrontado com a possibilidade de perder a maior
parte do seu país para os Boer, virou-se para a Grã-Bretanha
para pedir ajuda.
O governo britânico conseguiu ser bem-sucedido ao contestar parte das terras dos Boer, baseando o pedido em tratados
anteriores. Para prevenir futuras invasões dos Boer na Zululândia, a Grã-Bretanha anexou o que restava do país. Embora
os Boer estivessem impedidos, a anexação por parte do Reino Unido nunca estivera nos planos de Dinizulu. No início de
1888, reuniu cerca de 4000 guerreiros e deu início a uma declaração aberta de guerra às autoridades britânicas.
A situação tornou-se logo crítica e, em junho desse ano um
exército de 2000 soldados britânicos e, mais um grupo de Zulus leais foram recrutados da Cidade do Cabo para a rebelião.
Baden-Powell era membro desta força e quando o oficial comandante instruiu-o para que estabelecesse um departamento de espionagem para obter informações sobre o paradeiro
de Dinizulu, B.P. organizou um pequeno grupo de espiões Zulu
e reuniu informação suficiente sobre os movimentos de Dinizulu.
A SUA ORIGEM
INSÍGNIA DE MADEIRA
HISTÓRIA
Dinizulu e os seus homens encontravam-se escondidos na fortaleza de Ceza, um longo penhasco com uma massa confusa
de rochas irregulares, pedregulhos e cavernas, com uma série
de ravinas cobertas de vegetação serpenteando-se para dentro de uma selva junto ao cume.
B.P. dirigiu-se para dentro da selva de Ceza no comando de
uma coluna de soldados, polícia montada e parte do grupo de
Zulus aliados. Quando B.P. e as suas forças alcançaram o cume,
Dinizulu e os seus guerreiros tinham desaparecido, mas encontraram pequenos fortes e cabanas. Numa dessas cabanas,
que por causa do seu tamanho e conceção parecia ter sido a
de Dinizulu, B.P. encontrou uma série de armas e um longo
colar de contas de madeira.
Vários dias depois Dinizulu entregou-se. Foi condenado a 10
anos de prisão e deportado para a Ilha de Santa Helena, cerca
de 2km da costa ocidental africana. Conta-se que durante a
sua permanência – mais um exílio do que um encarceramento
- começou a usar roupas ocidentais, aceitando o Cristianismo
e até a cantar no coro da Igreja.
Em 1898, foi autorizado a regressar a África, mas viu-se envolvido numa outra rebelião, e após ser julgado por assassinato,
alta traição e outras ofensas, foi condenado, em 1908, a quatro anos de prisão. Dois anos depois foi libertado e morreu na
República do Traansval em 1913.
Existe alguma discórdia sobre a forma como B.P. terá adquirido
o colar – se o encontrou, se foi oferecido ou se o terá roubado.
Um manuscrito nos arquivos da Associação de Escuteiros relata o que poderá ser a resposta definitiva.
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COMO FOI OBTIDO O COLAR DE DINIZULO
TAL COMO RELATADO PELO CHEFE DE ESCUTEIROS
Cópia das notas ditadas por B.P. em 1925 autenticando a história do colar do Chefe Zulu. As notas originais encontram-se
nos Arquivos da Associação de Escuteiros, dactilografadas no
cabeçalho do bloco de notas de Baden-Powell e com o endereço de Pax Hill, Bentley, Hampshire.
“Em 1879, o exército Britânico sob as ordens de Lord Wolseley,
invadiu o reino Zulu do rei Cetewayo que se tinha constituído
numa ameaça constante com os seus ataques nos territórios
dos Boer e dos britânicos e dividiu a nação em oito tribos, cada
uma com um chefe diferente. Uma dessas tribos estava sob o
poder de Dinizulu, o filho de Cetewayo.
Em 1888, Dinizulu causou uma rebelião entre as tribos contra o império britânico. Contudo, duas das tribos escolheram
permanecer do nosso lado. O General Sir Henry Smyth moveu
uma força contra Dinizulu. Eu atuei como secretário militar e
oficial de informação.
Após alguns confrontos, Dinizulu refugiou-se numa montanha
fortificada denominada de Ceza Bush, mesmo junto à fronteira
da República do Transvaal. Fiz o reconhecimento do território
com alguns escuteiros e as nossas forças posicionaram-se para
atacar a partir de três lados. Mesmo antes do ataque posicionei-me com os meus escuteiros logo ao amanhecer e descobri
que o inimigo tinha abandonado o lugar precipitadamente,
deixando a maior parte da comida e material para trás e que
haviam atravessado a fronteira de Transvaal para onde, é óbvio, não os poderíamos seguir.
Na cabana construída para Dinizulu encontrei, entre outras
coisas, o seu colar de contas de madeira. Tinha em minha pos-
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HISTÓRIA
se uma fotografia dele, tirada apenas alguns meses antes onde
aparecia a usar o colar à volta do pescoço e de um ombro.
Na altura, ele era um esplêndido espécime de jovem selvagem
cheio de recursos, energia e bravura. Acabou por entregar-se a
nós, ficou preso durante algum tempo e, mais tarde, regressou
à sua tribo na condição de ter um bom comportamento.
Mas mais tarde, voltou a revoltar-se e envolveu-se numa outra
guerra que resultou, finalmente, na nossa conquista e anexo
da Zululândia”.
O CORDÃO DE COURO
A outra parte importante da Insígnia de Madeira, além das
contas, é o cordão de couro. Inicialmente, durante o Cerco de
Mafeking em 1899/1900, foi oferecido a Baden-Powell um cordão de couro quando as coisas não estavam a correr muito
bem. Um dia, um homem velho encontrou-o e questionou-o
sobre a sua aparência deprimida pouco habitual. De seguida, o
homem tirou um cordão de couro que tinha no pescoço e pô-lo nas mãos de B.P. “Use-o”, dissera-lhe. “A minha mãe deu-mo para me dar sorte, agora irá trazer-lhe a sorte a si”. Assim,
a partir destas duas lembranças da sua carreira militar em África - o cordão de couro do velhote em Mafeking e o colar de
Dinizulu – B.P. criou aquilo que hoje é conhecido em todo o
mundo como, a Insígnia de Madeira.
O LENÇO DE GILWELL
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Em 1919, William de Bois Maclaren, um empresário irlandês
e comissário distrital de Roseneath, em Dunbartonshire, pagou 7000 libras para comprar o Gilwell Park, uma propriedade
de 55 acres (medida agrária), situada junto a Epping Forest,
em Londres, para servir de centro de formação de dirigentes e
acampamento para os escuteiros. Pagou, também, mais 3000
libras para ajudar nas reparações da Casa Branca que se encontrava num estado bastante arruinado devido ao abandono
do lugar durante 14 anos. Quando a 26 de julho de 1919 o
Gilwell Park foi oficialmente inaugurado, a esposa de Maclaren
foi quem cortou as fitas com as cores dos escuteiros, verde e
amarelo, penduradas horizontalmente em toda a entrada da
casa branca para marcar a abertura. Baden-Powell presenteou
ainda Maclaren com o Lobo de Prata como sinal do apreço que
o Movimento lhe devia.
Não se sabe muito mais sobre Maclaren para além do facto de
ter escrito vários livros incluindo, Climbs and Changes, Chuckles from a Cheery Corner, The Rubber Tree Book and Word
Pictures Of War (um livro de poesia baseado em experiências
da 1ª Guerra Mundial). Morreu em 1921 e, em sua homenagem, o staff de Gilwell usou um lenço de tecido tartan do Clã
Maclaren. No entanto, para reduzir as despesas, substituíram-no por um lenço de pano cinzento – a cor da humildade –
com um interior de cor vermelha – para simbolizar o calor dos
sentimentos – e um bocado de tecido tartan dos Maclaren no
vértice do lenço usado apenas pelos formandos do curso. Em
1924, o lenço passou a ser, restritivamente, apenas usado pelos portadores da Insígnia de Madeira. Hoje em dia, o tom do
lenço aproxima-se mais da cor bege do que da cinzenta, mas
não se sabe quando ou o porquê desta mudança.
A ANILHA DE GILWELL
Para mais informações sobre a história da anilha consulte os
arquivos de folhetos de informação, The origins of the woggle.
Originalmente, a anilha foi criada no início dos anos 20 por Bill
Shankley, membro do staff de Gilwell. Fez um Nó de Cabeça de
A SUA ORIGEM
HISTÓRIA
INSÍGNIA DE MADEIRA
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Turco com duas voltas que foi adotado como a anilha oficial
de Gilwell. Em 1943, o chefe de campo, John Thurman, quis
arranjar alguma forma de reconhecimento para os dirigentes
que completassem cada parte da formação para dirigentes e
pareceu-lhe lógico atribuir alguma parte da Insígnia de Madeira na conclusão do que era na altura designado, formação
básica. De forma que, de 1943 a 1989 a anilha de Gilwell foi
atribuída na conclusão da formação básica e o lenço de Gilwell
e a Insígnia de Madeira atribuídos no final da formação avançada.
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HISTÓRIA
pedras
Não se colocam pedras sobre os assuntos,
Nem se tratam os assuntos à pedrada;
Apenas se possibilita que cada assunto possa ser uma pedra,
Que se guarda e junta para a construção do castelo.
COLECÇÃO
Pedras
SÉRIE
História | 3
TÍTULO
INSÍGNIA DE MADEIRA
A Sua Origem
AUTOR
Archives Department - The Scout Association
Texto traduzido e adaptado de “The Origins Of The Wood Badge” (Fevereiro de 2008)
EDIÇÃO
Corpo Nacional de Escutas
PAGINAÇÃO E DESIGN GRÁFICO
Luís Santos
CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
Rua D. Luís I, 34 | 1200-152 Lisboa
Tlf.: 218 427 020
www.cne-escutismo.pt
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