viveiro de bambus - Isomax

Transcrição

viveiro de bambus - Isomax
domingo, 3 de maio de 2015
VIVEIRO DE BAMBUS
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE UM VIVEIRO PARA MUDAS DE BAMBUS
Após uma espera de quase 10 anos, consegui concretizar o velho sonho
de construir um local adequado para poder acomodar minhas novas
mudas de bambus e algumas das espécies da minha coleção.
Como na minha região(centro-leste do RS) não existem outros viveiristas
deste tipo de planta, foi difícil estabelecer comparações que me
ajudassem a definir qual o tipo de viveiro mais adequado a construir. Fui
visitar outros colecionadores e viveiristas de bambus no exterior, em
locais onde pudesse estabelecer uma comparação com as condições
climáticas e de temperatura que fossem similares as daqui. Para o bambu
o período mais crítico é o frio, e assim deveria optar ou pela alternativa de
construir uma estufa, que pudesse ser aberta no período quente, ou um
viveiro aberto, que pudesse ser fechado no inverno.
Após esta troca de experiência cheguei a conclusão de que, antes de uma
estufa, o mais adequado seria um viveiro aberto.
A partir daí procurei adaptar um viveiro aberto que teria partes que
pudessem ser fechadas e protegidas com telas e cortinas, as quais dariam
a proteção ao frio e ao calor nas épocas devidas.
O mais difícil foi estabelecer um local onde iria ser construído, pois muitos
fatores deveriam ser concorrentes para compor o posicionamento do novo
viveiro.
O local escolhido(no canto inferior direito da foto acima)contemplava
proteção dos ventos, pois estaria protegido pelos bambus maiores, já
estabelecidos na área e, no tocante a orientação solar, estaria recebendo
a insolação matinal plena, ficando protegido dos raios solares mais fortes
da parte da tarde(no verão) pelos bambus gigantes, que estão
posicionados mais para o fundo, no lado direito da foto acima.
Um dos aspectos que muito me preocupava seria o fato de que as mudas,
que durante muitos anos foram desenvolvidas e colocadas sob a floresta
de bambus, e ali permaneciam (na sombra) durante todo o tempo, agora
estariam expostas a pleno sol, durante o período de maior insolação, a
céu aberto, apenas protegidos pela malha da tela que seria definida para
compor a cobertura(sombrite).
Vista do local no sentido inverso já com algumas marcações
preliminares.
O sentido de orientação solar percorre o viveiro nas duas cabeceiras. Na
foto acima o sol nasce na posição do poste de iluminação, no canto
superior esquerdo da foto e se põe na posição do fotógrafo, portanto o
viveiro recebe o sol em todo o seu comprimento.
Esta foto mostra a orientação sul no fundo, que está protegido por uma
cortina de bambus Dendrocalamus asper e latiflorus, os quais guarnecem
o lado dos ventos mais fortes.
Uma vez definido o local procurei estabelecer alguns detalhes técnicos da
estrutura e da cobertura, pois num clima como o nosso, aqui do Sul do
Brasil, onde o verão é extremo, chegando a 40 graus e temperaturas
negativas de -5ºC no inverno, fica difícil se planejar um ambiente único,
principalmente quando estes períodos não têm data certa para iniciar e
terminar. Em alguns anos o verão termina em maio(que é outono) e neste
mesmo maio já começam as geadas.
Porque não construir um viveiro com
bambus?
Por algumas vezes pensei em construir um viveiro com uma estrutura de
bambus, mas já tinha feito meu primeiro viveiro de porte menor, com
bambus tratados e já tinha tido alguns dissabores com os Tigres e outros
insetos. Era preciso constante manutenção usando vernizes de proteção e
outros. Mesmo assim tive que substituir algumas varas e tela de sombrite
com apenas 4 anos depois de montadas.
Como o local é muito úmido, estaria permanentemente em contato com
as intempéries e não disponho de tempo e pessoal disponível para as
manutenções. A praticidade deveria ser um fator preponderante ao fator
custo.
Resolvi fazer as estruturas
metálicas galvanizadas à fogo,
executadas por profissionais que estão habituados a enfrentar situações
onde as estruturas são absolutamente duráveis.
Estacas de concreto nas fundações (1m x 030m x0,30m)
Para a cobertura e laterais foi escolhido um telado sombrite com
50% de passagem de luz solar.
Para a proteção da geada e dos ventos foi planejada um cortina plástica
vertical internamente, com o mesmo material usado nas estufas cobertas.
Esta cortina é acionada manualmente por uma manivela que posiciona a cortina
conforme a necessidade.
A montagem da primeira parte, até a colocação da tela externa teve que
ser interrompida para a conclusão de piso interno. Foi necessário aterrar
com saibro toda a parte interna do viveiro, que é circundado por uma
pequena viga de concreto de 15cm x 15cm, com uma altura de
aproximadamente 15 cm do nível original do solo.
Na foto, as instalações hidráulicas e elétricas na coluna central, por onde
deverá estar instalada a linha de pressão dos aspersores de água.
Colocação do aterro
com preenchimento de saibro.
CORTINA HORIZONTAL SOB O TELADO DO TETO
Para dar uma proteção secundária
e dar maior segurança ao frio e ao calor foi colocada uma cortina
internamente, abaixo do nível do telado superior aproximadamente 20
cm. Esta cortina tem uma retenção de 70% dos raios solares. Sua
coloração em tom metálico reflete os raios solares e, além disto, dá uma
proteção ao frio, pois serve de "manto" para reter o calor dentro do
ambiente por algum tempo. Optei em colocar esta cortina do material
chamado comercialmente de "Aluminet" somente na metade do viveiro,
ficando a outra metade apenas com a cobertura do telado superior.
Esta cortina é retrátil e pode ser
total ou parcialmente recolhida como pode-se verificar na foto da
instalação hidráulica
Com a colocação desta cortina, em uma das metades, teria a alternativa
de deslocar algumas plantas mais resistentes ao frio, para o lado sem a
cortina Aluminet no inverno e teria uma metade com maior insolação no
verão.
Nesta foto pode-se verificar as duas metades com e sem o "Aluminet".
Também se pode ver a orientação solar. Como esta foto foi
feita aproximadamente ás 17 hs, no verão pleno, pode-se ver a sombra
dos bambus gigantes que se projetam no viveiro, na metade sem a
cortina.
COLOCAÇÃO DA BRITA
O saibro não é adequado para
o contato com os recipientes no piso, pois com a umidade pode ficar
pegajoso e sujar os potes e engradados.
Para finalizar foi feito um piso de concreto no entorno do poste central,
onde estarão as operações de irrrigação, saídas de água e iluminação. Na
entrada foi feito um piso de 2 m x 3m que abrange todo o portal da porta
corrediça.
VIVEIRO CONCLUÍDO
PRIMEIROS HÓSPEDES E VISITANTES
CONCLUSÃO:
Um viveiro por mais fechado que seja não será fechado o
suficiente para quem quiser entrar!!! - Certamente a redução de
acesso aos insetos e outros animais é bastante significativa. Com
apenas alguns meses de operação já pude verificar este ponto
positivo nas folhagens das mudas.
Agradecimentos:
Aos colegas bambuzeiros e viveiristas que me auxiliaram, direta
ou indiretamente, com dicas e sugestões para concluir o viveiro de
bambus:
Aos colegas Raoni Melo, o Luiz Lichenstein em Viamão,RS, o
Leandro da Prócultivo,RS, o Ralph Evans do BambooHeadquarters
em Vista,CA, as dicas do Yves Crouzet na minha visita
ao Bambuparque em Odemira,Portugal, o Michael Richards no Live
Oak Gardens em Avery Island na Louisiana e outros bambuzeiros
em todos os locais que me deram a oportunidade de visitar.
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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Mensagem de Natal e Ano de 2015
Postado por Ene às 07:22 Nenhum comentário:
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quarta-feira, 19 de março de 2014
Joaninha - A Rainha do Bambuzal
Joaninha - A Rainha do Bambuzal
INSECTA
COLEOPTERA
COCCINELLIDAE
Sinonímia: Ladybug; Lady Beetles; Lady Bug; Ladybirds
Esta é uma das minhas melhores fotos de uma Joaninha se alimentando de afídeos
Há cerca de 4.500 espécies deste grupo, distribuídas por 350 gêneros.
As Joaninhas, também conhecidas por Ladybug dentre outros nomes é um dos insetos
mais conhecidos e admirados pelas crianças pelo seu colorido intenso, sua passividade e
beleza.
Uma das suas características mais expressivas é a sua coloração e brilho. A mais
conhecida aqui pelo sul do Brasil é a vermelha com bolinhas pretas e verdes com
bolinhas amarelas. Existem centenas de variantes estudadas e pesquisadas em todo o
mundo. Alguns importantes centros de pesquisas entomológicas dos EUA as
catalogaram em dezenas de espécies, que variam de coloração numa gama de cores que
se difundem em tons variados de preto, amarronzadas, vermelhas, verdes e outras.
Algumas espécies são denominadas pelo número de pontos que apresentam, como por
exemplo: A Coccinella septempunctata, a qual apresenta 7 pontos pretos, sendo um no
escutelo e três em cada élitro(parte dorsal aparente), outras apresentam apenas
2 pontos(C.bipunctata), 14 pontos (C.quatordecimpunctata) e outras ainda, em algumas
vezes, têm os pontos unidos como sendo listras.
As Joaninhas são preponderantemente predadores de ácaros(piolhos) e por esta razão
são tão bem-vindas nos jardins, na agricultura e nas culturas em geral.
Na cultura dos Bambus tenho encontrado diversas espécies de Joaninhas sempre em
atividade de "limpeza"nas folhas, fazendo seu repasto continuamente na parte dorsal
das folhas, nas inserções, nas bainhas e colmos. Cada uma destas espécies tem
especificidade por tipos diferentes de ácaros. Ainda não consegui definir "quais
Joaninhas preferem quais ácaros", mas consegui obter fotos de tipos diferentes se
alimentando de ácaros diferentes. Vamos deixar esta especificidade para os
entomologistas estudarem.
Em algumas oportunidades tenho ouvido comentários sobre algumas espécies que
poderiam se alimentar de folhas de plantas, mas em nenhuma das espécies de Joaninhas
que frequentam o Bambuplatz Garten tenho observado tais características. Sempre
foram flagradas predando ácaros e outros parasitas similares quando em atividades nos
bambus.
Por serem insetos de pequeno porte acabam sendo também prejudicados na aplicação
de venenos e agrotóxicos, utilizados tanto nos jardins quanto na agricultura em geral.
Ao aplicar venenos em plantas temos que ter em mente que vamos atuar sobre todos
os insetos da planta e os venenos não vão escolher quais insetos eles irão atingir.
Uma maneira de aplicar venenos em ácaros nas plantas, sem agredir as Joaninhas e
outros insetos alados é utilizar a prática de sacudir a planta para "espantar" alguns
deles e, somente depois fazer a pulverização.
É bom lembrar que os aracnídeos, os quais também são coadjuvantes do processo de
"reciclagem"de alguns insetos alados, que são predadores das folhas das plantas,
comumente não saem da planta com sacudidelas, e estas aranhas também serão
atingidas pelas pulverizações de venenos.
As larvas das Joaninhas têm um formato completamente diferente de sua forma adulta
como uma série de outros insetos. Porém, neste caso podem ser confundidas com outro
inseto e, desta forma, podem ser eliminadas em alguma pulverização ou aplicações de
agrotóxicos. Abaixo estão fotos de dois estágios que elas são encontradas, antes de tomar
a sua forma característica.
Ciclo de vida
Elas apresentam os mesmos estágios de desenvolvimento que os demais cascudos e as
suas larvas são mais ativas que muitas outras espécies de cascudos. Se reproduzem
sazonalmente, por reprodução sexual e são ovíparos. Põem centenas de ovos próximo as
colônias de ácaros para sustentar a larva durante seu desenvolvimento de forma que ela
não dispenda energia para se desenvolver. Elas vivem a fase adulta durante o inverno
e põem seus ovos na primavera/verão seguinte. São muito vorazes e estão
permanentemente no repasto, crescem muito rápidamente, emergem como adultos no
final do verão e seu ciclo de vida é de aproximadamente 2 anos. Sua alimentação pode
ser entre 25 a 60 ácaros por dia, segundo algumas literaturas.
Larvas em desenvolvimento também se alimentam de ácaros como os adultos. Larva na
forma alongada e pupa na forma arredondada.
Em pesquisas feitas em outros países, algumas espécies exóticas de Joaninhas foram
introduzidas no sentido de serem utilizadas no controle biológico para o combate
de ácaros agressivos às plantações. Algumas espécies exóticas se disseminaram de tal
forma que chegaram a se tornar inconvenientes, tomando muitos locais como abrigo
dentro de cidades e residências. Isto ocorreu porque elas acabaram superando as
espécies de Joaninhas nativas que tinham predadores específicos, os quais mantinham
este equilíbrio ecológico. Como as novas espécies trazidas não tinham predadores, sua
proliferação acabou fugindo ao controle.
Seus predadores podem ser outras Joaninhas, algumas vespas ou raramente pássaros.
Joaninha sobre um colmo sêco de Phyllostachys aurea
Vista ventral de uma Joaninha(Se fazendo de morta!!!!)
Joaninha em atividade sobre uma colônia de um mealybug chamado Antonina
pretiosa
Muitas vezes obtenho fotos de diversas espécies de Joaninhas fazendo suas refeições em
muitas espécies diferentes de ácaros. No caso das duas fotos acima: em um colmo de
Phyllostachys nigra henonis e em um Phyllostachys bambusoides, se alimentam de uma
colonia de mealybugs que costuma afetar estas espécies de bambu. Trata-se do Antonina
pretiosa que é uma das pragas mais perniciosas para estas espécies de bambu entre
outros. A Joaninha é um forte aliado nesta hora.
Ladybug em um Phyllostachys aurea
Como experiência, em minha coleção de bambus e dentro do meu jardim, onde existem
outras espécies de plantas além do bambu, tenho tido o cuidado de preservá-las evitando
pulverizar produtos que possam me trazer benefícios por um lado, mas que viriam a
prejudicar as minhas Joaninhas.
É bom salientar que dentre os raros parasitas que podem "dizimar" um bambuzal estão
destacadamente, em primeiríssimo lugar, "os ácaros".
Para finalizar adiciono uma foto de um inseto muito comum no meu bambuzal, o qual
parece ser uma Joaninha em comparação com algumas literaturas na internet.
Deixo um ponto de interrogação para que os que me lêem possam me ajudar a
identificá-lo.
Postado por Ene às 23:17 Nenhum comentário:
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domingo, 6 de outubro de 2013
Quem cortou os meus bambus?
Os Serradores de Bambu
Durante todos estes anos que estive desenvolvendo a minha
coleção de bambus tenho me deparado com algumas situações
intrigantes, dentre as quais a de encontrar aquele colmo de um
novo broto de bambu, quase no ponto de se tornar uma vara
enorme e viçosa, aparecer caída no chão ou pendurada sobre a
touceira como se pode ver nas fotos abaixo:
E pior ainda, com um corte tão perfeito como se tivesse sido feito
por alguém mal intencionado. A sensação é frustrante, pois é
exatamente a de que alguém tenha passado por ali com uma
serrinha ou uma tesoura de poda e tenha feito aquele estrago!...
Na realidade, sem nenhuma maldade, apenas instinto de
sobrevivência de alguns insetos que utilizam deste artifício para
postura, proteger seu ovos e garantir alimentação para sua larvas,
até virarem formas adultas novamente.
Como em minha área foram encontrados mais do que um tipo de
insetos serradores (o que me pareceu estranho de início), esta
dúvida foi desaparecendo a medida que eu fui comparando em
cada vara cortada, o tipo de corte, o tipo de bambu e encontrando
nelas insetos em ação, executando o corte e/ou nas imediações da
área de corte os quais costumeiramente não são vistos nos
bambus.
Como é o caso destes insetos das fotos abaixo:
Segundo comparações na web parece ser do gênero
Rhinastus(pode ser o R.sternicornis). O interessante que não se
trata de um inseto comum na região e não foi encontrada
nenhuma vinculação dele ao corte de bambus em
algumas literaturas pesquisadas. Mas este, embora tenha sido
encontrado na área de um bambu serrado não me parece(?) ser
um serrador, mas apenas um oportunista procurando uma porta
aberta para a postura.
Este bicho se trata de um Curcolionídeo chamado Rhinastus que
poderá ser o sternicornis
Este inseto já encontrei em um dos meus Melocanna baccifera que
estava sendo cortado por um inseto serrador há vários dias. Como
ele não é um "serrador"(?) eu o capturei e o fotografei para
compará-lo com outros insetos do bambu. Ele é conhecido na
literatura popular e em poucos trabalhos científicos como Praga do
Bambu e Broca do Bambu logo, se presume que ele utiliza a
abertura do corte feito pelo serrador ou outra porta de entrada e
coloca ali seu ovos, assim como os colocaria em qualquer madeira
que viesse garantir a sobrevivência de suas larvas(brocas)
com amido suficiente para até seu ciclo se completar.
Em busca nos sites sobre insetos foram encontradas algumas
informações que me provocaram dúvidas sobre os costumes e o
modo de operação dos insetos serradores, bem como as plantas
que eles costumam predar e colocar seu ovos. Algumas vezes são
vistos alguns que são insetos predadores dos eucaliptos (existem
plantios enormes de eucaliptos nas vizinhanças do Bambuplatz
Garten). Outras vezes são predadores do algodoeiro (não existem
plantações de algodão na região). O interessante é que eles, de
alguma forma, vieram se instalar por aqui, talvez utilizando o
bambu como substrato pela inexistência de suas plantas
preferidas na região.
A comprovação da presença destes insetos, e de suas larvas nos
bambus foi obtida pelas inúmeras fotos e vídeos que consegui
fazer os quais serão colocados a disposição no You Tube a seguir.
Abaixo seguem algumas fotos destas situações.
Corte em um B.vulgaris vitatta
No bambu de jardim
No Phyllostachys aurea
No Guadua angustifolia
No Guadua angustifolia
Uma das últimas atividades deles foi observada em final de
abril/2012(um pouco antes do inverno). Foi registrado um grande
número de larvas em apenas poucas varas de uma touceira de
Chusquea jurguensii (Bambu nativo do RS). Em apenas um
entrenó consegui fotografar e fazer um pequeno video de várias
larvas em ação. É muito difícil conseguir fotos das formas adultas.
O interessante é que logo após esta infestação pelas larvas do
serrador esta touceira do Chusquea jurguensii floresceu e secou
completamente. Segundo informações não haveria ligação entre a
infestação e a floração, pois esta espécie floresceu em outras
regiões do estado(RS).
A foto abaixo é de um inseto
encontrados em um bambu. Segundo algumas literaturas parece
ser do gênero Oncideres (espécie ainda não bem identificada) que
poderia ser o Oncideres dejeani. Este inseto é comum aqui no RS,
pois são cortadores de Acácia negra e do Eucalipto que são
culturas muito difundidas na minha área.
As fotos dos adultos que estão abaixo são insetos que estavam
próximo da área de corte, em mais de uma ocasião que estes
cortes foram realizados. Como se tratam de insetos diferentes não
consegui ainda definir qual deles é o mais comum e o mais ativo.
Detalhes e curiosidades observadas
Os insetos adultos(alados) cortam somente varas verdes, que
caem ou ficam penduradas e servem de local de abrigo para os
ovos e larvas. A larva(broca) se desenvolve alimentando-se do
tecido interno das varas. O Chusquea, por ser maciço, se configura
melhor diante dos outros substratos que estes insetos costumam
predar. São várias posturas em uma mesma vara e em diferentes
pontos de corte. A postura é feita logo após ou durante o corte. Os
ovos eclodem e as larvas adentram no bambu através dele. As
varas ficam caídas ou presas no meio da touceira e secam e ali se
desenvolvem as larvas. Na porção contígua ao corte, ou seja, a
que fica na planta(verde) não se desenvolvem larvas.
Abaixo são larvas de um serrador encontradas em um Bambu de
jardim cortado pelo serrador conforme foto anterior.
Prevenção e cuidados
Como medida preventiva o melhor é estar atento para retirar e
queimar as varas que forem cortadas por eles, caso sejam
encontradas caídas. - Deve-se evitar o uso de inseticidas, pois a
aplicação poderá afetar outros insetos que são benéficos ao
bambu como o caso das Joaninhas e algumas aranhas.
É bom salientar que as aranhas exercem uma função de proteção
para evitar a entrada de insetos alados dentro das touceiras, pois
suas teias servem como uma rede protetora para isto e as
Joaninhas são as que eliminam os eventuais insetos(ácaros) que
por lá se instalam.
É importante que sejam feitas constantes vistorias no interior dos
bambuzais e se retire dali varas que tenham sido cortadas por
estes tipos de insetos serradores(fácilmente identificáveis pelo
tipo do corte como visto acima).
Para uma melhor identificação das varas cortadas por serradores
se pode verificar, como na foto abaixo, pequenos orifícios na área
em torno do corte onde as larvas estão(o que não acontece em
todos os tipos de brocas).
Perfurações em espiral em uma vara de Guadua angustifolia infestada por larvas de
serrador.
Muitas outras fotos e videos foram feitas a partir do material
descrito, oportunamente poderão ser disponibilizadas para quem
estiver interessado em realizar um estudo mais detalhado deste
inseto que poderá vir a ser uma das maiores "dores de cabeça"
dos Produtores de Bambu.
Assim como as que já tenho quando vejo uma vara nova , recém
brotada, caída no chão.

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