geometria infinita
Transcrição
geometria infinita
GEOMETRIA INFINITA JUAN ASENSIO GEOMETRIA INFINITA esculturas Sábado, 29 de março, das 10h às 14h De 29 de março a 30 de abril de 2014 4 Sem título 110 x 10 x 10 cm, mármore negro, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Eu me identifico em alguns aspectos. Todos eles têm me influenciado, especialmente Brancusi, que é indiscutivelmente o ponto de partida da escultura moderna e o “pai” da maioria dos escultores do século XX. Todos compartilham algo que não há na minha obra, a influência da tradição de suas diferentes culturas. Brancusi arrastou toda sua vida alguns arquétipos do folclore popular da România. Por sua vez, Kapoor, apesar de morar na Inglaterra, reafirma sua origem hindu nos temas que trata. E Noguchi, de descendência japonesa, recria os jardins do país oriental. Na minha obra, porém, não existe nada que a identifique com a tradição iconográfica da minha cultura. Nesses três artistas há um interesse pela simplicidade, pelo essencial, pelo atemporal, pela unidade do homem com a natureza e pela espiritualidade. Tudo isso faz com que me sinta, “em maior ou menor medida”, devedor deles. GEOMETRIA INFINITA Entrevista com Juan Asensio Rafael Sierra Foto de Cuauhtli Gutiérrez López Rafael Sierra — Você nasceu no ano 1959 em Cuenca, uma cidade vinculada à arte faz décadas. Quando e como surgiu a necessidade de começar a esculpir? Juan Asensio — Não posso dizer exatamente quando, e muito menos como começou tudo. Eu tinha certa habilidade manual e gostava de modelar elementos da natureza e talhar madeira. Minhas primeiras obras foram estudos de anatomia e retratos. Porém, uma das lembranças mais antigas que tenho está vinculada à geometria, à qual retornaria anos depois. Minha primeira relação com a escultura vem de quando tinha 16 anos e estava estudando cristalografia em um livro de ciências naturais. Nele havia o desenho de uma figura geométrica: um tetraedro alongado que eu não conseguia compreender, então a ideia que tive foi começar a decifrá-lo talhando-o em madeira. Fiquei tão fascinado que repeti a operação obsessivamente durante muito tempo. Quinze anos mais tarde fiz uma obra maior e em pedra, formada por uma série de variações daquele tetraedro. Na época, a Prefeitura de Cuenca disponibilizava para os artistas um prédio, uma antiga casa de repouso, que tinha sido convertida em oficina. Era ali que eu tinha meu próprio espaço. Nessa época eu não tinha consciência de que Cuenca tivesse um vínculo especial com a arte contemporânea. Basicamente, a cidade que eu conheci na minha juventude vivia da renda gerada pelo Museo de Arte Abstracto e pelo grupo que o tinha criado. Porém, a realidade era muito mais pobre e nada atraente para um artista. Frequentemente você é associado a Brancusi, Kapoor e Noguchi. Você se identifica com a linguagem desses escultores? Os materiais que você utiliza — o mármore, o granito e a pedra caliça — vinculam-se mais com a escultura clássica que com a contemporânea. Qual é a importância para você desses materiais? Matéria, forma e ideia constituem uma unidade, uma obra. Meus primeiros trabalhos foram figurativos e utilizava materiais como barro e madeira, que era os adequados para isso. Passei um desses retratos feito em barro para mármore, mas o resultado não me convenceu. A questão de “fossilizar” alguém nesse tipo de material não me pareceu adequada. Porém, o processo foi determinante. Cada passo dado supôs uma aprendizagem que me ajudou a descobrir as possibilidades e qualidades da pedra: sua densidade, sua potência, sua fragilidade... Percebi então que a parte mais interessante desse processo foi o começo, quando trabalhei a partir de um bloco, de uma figura geométrica perfeita, de um prisma. Tudo o que veio depois foi perdendo interesse, por isso, retrocedi e voltei ao princípio. Comecei a revisar a obra de Oteiza e de outros artistas que me interessavam e souberam utilizar a pedra nas suas obras de forma adequada. Continuei a usar a pedra nas minhas primeiras esculturas, partindo de elementos geométricos. Eu me sentia cada vez mais confortável, controlava bem o processo e o resultado foi o que eu desejava. Achei que a pedra era o material adequado para o tipo de obra que estava desenvolvendo. Ninguém discute hoje a vigência de materiais como a tela e os óleos relacionados à tradição clássica. O importante não é tanto o material em si mesmo, mas o que você vai fazer com ele. O material é somente o veículo, o corpo físico de uma ideia. Muitos, para se afirmar na sua modernidade, apoiam-se no uso de materiais e tecnologias de vanguarda que, frequentemente, escondem a falta de interesse de uma obra. Por meio de sua destreza com o mármore branco, artistas como a escultora britânica Barbara Hepworth (1903-1975) faziam uma reivindicação pela tradição clássica. Você, de certa forma, a demanda? Se não a demando, pelo menos sim reivindico a importância que possui o ofício. Até poucas décadas atrás não era concebível uma formação artística sem uma base técnica. Era algo necessário se a pessoa desejava desenvolver uma obra sem depender de outros. A ausência dessa base apenas coloca limites na sua criatividade. Os diversos caminhos por onde tem passado a escultura nos últimos anos tem feito com que, além de não se dar importância a essa habilidade, ela fosse causa de rejeição, enquanto a fratura descuidada e grosseira era considerada como um valor agregado à obra. Por sorte isso está mudando e volta-se a cuidar dos detalhes. Os tratamentos digitais, a informática aplicada ao vídeo e a utilização da tecnologia em geral não deixa de ser um ofício. Conhecer isso serve para poder ampliar seu horizonte criativo e desenvolver suas ideias. E uma ferramenta a seu favor. 7 Em 1964, Hepworth afirmou que ela era “uma das poucas pessoas no mundo que sabia como falar através do mármore”. É tão problemático se expressar através desse material? Com certeza Barbara Hepworth foi uma grande representante, defensora e herdeira de uma tradição de talha direta que hoje praticamente vem desaparecendo. Nessa época, o escultor enfrentava o mármore de uma forma mais direta, até deixando que a matéria condicionasse o resultado da obra, que podia variar em relação à ideia inicial. Talvez seja um pouco exagerado de parte dela, até pretensioso, dizer que poucas pessoas a igualavam. Nesse tempo tinha vários escultores que dominavam a talha direta à perfeição. Basicamente, ela soube tirar da pedra todas as suas qualidades expressivas. De fato, sua obra em mármore é muito superior àquela que realizou em bronze e outros materiais. De qualquer forma, o mármore é um material muito bom de trabalhar, e se não se faz algo muito ruim, o resultado é sempre, pelo menos, digno. Queria que me falasse da luta contra a matéria. Quais são as sensações que se tem frente a um bloco de mármore ou granito? Na sua exposição no IVAM (Instituto Valenciano de Arte Moderno) você apresenta, além de trabalhos em mármore e granito, um conjunto de obras realizadas em aço inoxidável, um material muito utilizado por escultores contemporâneos e ao qual você tinha resistido até agora. Você procura novas vias de expressão, talvez em maior escala? Na verdade não há essa luta no meu caso. Esse é um conceito um pouco romântico do assunto, no qual o escultor é imaginado na frente do bloco tentando vencer uma batalha de tons quase épicos. Hoje, oitenta por cento da obra é realizada em oficinas que possuem a maquinaria adequada para seu tratamento que eu mesmo supervisiono, mas no qual não intervenho. Os vinte por cento que faltam é realizado por mim na minha oficina, com mais tranquilidade, “mimando” a obra, cuidando de todos os detalhes de acabamento, tentando fechar a obra e concluir com um processo que nunca é fácil. Porém, a mera presença física dos blocos de mármore ou granito tem tal força que, às vezes, você duvida de sua capacidade de fazer com eles algo que possa superar o poder desta presença que o apequena. Fazia tempo que sentia a necessidade de encontrar alguma opção diferente da pedra. Faz uns dezoito anos, fiz uma série de peças em ferro, bronze e também em chumbo, mas o resultado não foi satisfatório. Acostumado à corporeidade e densidade da pedra, percebia certa rejeição a que a obra fosse oca, que é o que acontece quando se trabalha com esses materiais. Já para a exposição do IVAM, realizei uma série de obras em aço inoxidável e gostei dos resultados. Minha obra é mais orgânica que antes e nela há superfícies curvas e sinuosas, e este material me serve, de alguma forma, para esfriar e conter o trabalho. O aço inoxidável imprime à obra um traço industrial e impessoal que faz contraponto com essa organicidade próxima às formas vegetais. Por outro lado, também me permite empreender projetos de maior porte e com mais liberdade. O trabalho apresentado no IVAM, por suas características específicas, teria sido quase impossível de ser feito em pedra, pela sua fragilidade e as dificuldades da montagem. Muitos escultores desenham em papel antes de trabalhar sobre a matéria. Você, porém, salta esse processo e cinzela, extrai formas de maneira direta... Alguns de seus trabalhos possuem texturas muito diferentes, quase todas elas incitam o espectador a acariciá-las... Eu não salto a parte do desenho, mas lhe dou menos importância. O desenho me serve para esboçar uma primeira ideia, uma aproximação ao que será a obra definitiva. Imediatamente percebo a dificuldade que supõe desenhar volumes e passo à parte mais importante, que é utilizar o corpo físico dessa primeira ideia. Costumo usar o material que tenha disponível, geralmente gesso, barro, chapa de ferro, papelão... Qualquer coisa que sirva a fim de realizar uma analise formal da obra. É a parte mais interessante e divertida da obra, faço centenas de provas e variações, é um trabalho rápido onde você vê desde o começo o que tem que guardar ou jogar fora para passar à fase seguinte. Depois, quase sempre, passo às maquetes que acho que são boas para um material definitivo, mas ainda nesse formato. E costumam ser feitas em pedra, aí você já consegue enxergar todos os traços que terá a obra em tamanho grande. As superfícies entram em tensão, as linhas se definem e você começa a perceber no seu âmago que ali existe algo, você sente emoção e euforia, trata-se de um momento maravilhoso e difícil de explicar. A obra já esta praticamente terminada. Mesmo assim, deixo essas maquetes encostadas em algum lugar para que repousem por um tempo antes de serem ampliadas. Uma parte importante da obra é seu acabamento, sua textura. Dela depende, em grande medida, o resultado de toda a obra. É a pele. Nela deve se deixar clara a intenção que você tem. Essa pele é o que atrai primeiro sua atenção, pede seu olhar para percorrer pausadamente a obra, tentando descobrir o mistério que se esconde nela. Normalmente, evito deixar rastros de ferramentas sobre a obra, para não parecer manufaturado, para desvinculá-la de mim e para que adquira autonomia. A quantidade de recursos expressivos que possui a pedra exige muita cautela a fim de não cair no fácil, no anedótico, supérfluo e desnecessário. Mas o que na verdade pedem as esculturas é a carícia do olhar. Você começa alguma vez um trabalho sem ter clara a ideia na cabeça? Qual papel desempenha o acaso na sua obra? 8 Não. Como disse antes, a obra segue um processo no qual existem várias fases prévias fundamentais antes de materializa-la. No tipo de obra que eu faço não há margem para a improvisação. Colocar-se frente a uma pedra, sem ter claro o que vai ser feito é impensável. A obra deve estar totalmente concluída antes de ser passada ao material definitivo. Porém, nessa fase inicial do trabalho com as maquetes, sim há uma margem. Ali podem surgir algumas coisas, apesar de que meu trabalho se move, de maneira quase obsessiva, ao redor de umas poucas formas e ideias. Todavia, esse denominado “acaso”, é sempre fruto do trabalho, não do casual senão da intuição aplicada à parte racional do meu trabalho, que é essa geometria da qual quase sempre parto. Antes de se destacar como artista, você trabalhou como ajudante de escultores, como Manolo Valdés o Martín Chirino. Eu suponho que não tenha sido fácil evitar “se contaminar” e encontrar o próprio caminho... Quando cheguei a Madri, faz uns vinte anos, não tinha oficina e não podia viver da minha escultura. Conheci um escultor, Pedro Panadero, de quem já tinha comprado mármore. Ele tinha uma oficina na qual realizava obras em pedra para outros artistas. Pedi-lhe que me deixasse utilizar seu espaço para fazer meu trabalho e, em troca, eu o ajudaria. Na sua oficina aprendi muita técnica, que depois me serviu para ganhar algum dinheiro paralelamente ao meu trabalho. A partir disso, cola- 9 borei com diversos artistas, muito diferentes entre si, como Oteiza, Valdés, Chirino e Juan Bordes. Sempre soube diferenciar meu trabalho pessoal do que fazia para os outros. E não foi difícil manter essa distância porque eu já tinha um projeto muito claro e diferente do deles. Porém, aprendi muito no trato pessoal com eles, me apoiaram em diversas oportunidades e deram-me também bons conselhos. A maioria dos artistas não pode viver só de seu trabalho, por isso o complementam com outra atividade, às vezes absurdamente diferente. Eu tive a sorte de fazer essa atividade complementar na minha oficina. Conhecer as pessoas que estão por trás das obras é importante para poder entender melhor seus trabalhos. Nas suas obras, ao contrário do que acontece com muitos e diversos artistas contemporâneos, existe uma deliberada procura pela beleza. Jean Clair, ex-diretor do Museo Picasso de Paris, denunciava recentemente como o mercado atual, apoiado por muitos órgãos oficiais, desprezam propositalmente o belo e estimulam uma estética que poucas pessoas entendem. Qual a sua opinião a respeito? É uma tendência incentivada por alguns críticos-curadores, apoiados pela mídia, que assessoram e convencem essas instituições para que alimentem suas coleções com obras que provoquem controvérsia e sirvam de apelo publicitário. É só assistir na televisão reportagens sobre eventos como a ARCO para ver que o único critério que se segue é o de procurar o midiaticamente impressionante, aquilo que provoque reações de repulsa, estranhamento ou incompreensão. Felizmente, estimo que o mercado particular continue se orientando por critérios nos quais o belo tem cabimento. O conceito de beleza é muito amplo e subjetivo, nem todo mundo tem o mesmo critério. A beleza é uma questão de proporções, ritmos e harmonias que nosso cérebro reconhece e compreende. A geometria possui a beleza da perfeição. Não há nada mais belo e perfeito que uma esfera ou um cubo. Existe um tipo de beleza fácil e vazia que, logicamente, não me interessa. O pedido que se faz a uma obra de arte é que crie inquietude, que possua mistério, que emocione... Somente assim, ocasionalmente, poderá cruzar o umbral da beleza e atingir o sublime. Na visão mais imediata de sua obra, a geometria é muito estrita. Mas, quando se aprofunda um pouco, descobrem-se formas muito sinuosas. A sensação que fica é que você se debate entre dois mundos. Como já tenho dito, na minha obra, utilizo a geometria como ponto de partida. A geometria euclidiana é uma abstração humana que não tem correspondência com o que encontramos na natureza, pela qual me interesso. É impressionante perceber como a aparente diversidade de formas da natureza se reduz à repetição de alguns elementos geométricos, formas derivadas de círculos e fractais. A própria estrutura do espaço faz que seja quase impossível encontrar uma geometria perfeita. As linhas retas quase inexistem, os planos curvam-se e ondulam-se suavemente, o abstrato e matemático adquire vida. E no meio, o homem como testemunha perplexa perante a incompreensão desse milagre. É ali que eu me encontro, onde está a razão do meu trabalho. O que me interessa é confrontar essa geometria abstrata e perfeita com o que existe na natureza com suas imperfeições. Não desejo imitá-la, só quero me aproximar dela a partir da abstração geométrica. Você passa da imagem figurativa à abstrata ou inter-relaciona ambas? Será talvez uma forma de evitar cair na repetição? Minha obra, mesmo que possa sugerir alguma relação com a figuração, é fundamentalmente abstrata. Eu me movimento ao redor de umas poucas ideias e 10 Sem título 125 x 23 x 24 cm, aço inoxidável, 2008 Foto Cuauhtli Gutiérrez López formas que compõem meu vocabulário expressivo. As repito constantemente e não tento evitar isso, já que faz parte de um processo de análise e pesquisa no qual exploro todas as variações e possibilidades de cada ideia. Costumo ficar tão obcecado que passo longas temporadas sonhando que realizo mil vezes a mesma escultura, até assimilá-la completamente e passar a fazer parte de mim. Juan Asensio, como muitos outros artistas, passou de uma escultura íntima a outra de grande tamanho, para ser colocada em espaços públicos. Qual é a importância da escala para você? Preciso admitir que eu me sinto mais confortável quando faço obras dentro de uma escala “humana” do que quando faço projetos para espaços públicos. Nesta dimensão “humana” estabelece-se uma relação física, tátil e íntima que me permite controlar e compreender a obra espacialmente. O problema da obra pública é que concorre com o entorno, que quase sempre lhe é prejudicial. Quando tive oportunidade, escolhi zonas de pedestres mais íntimas, onde o público pode ter uma relação de mais proximidade com a obra. Acertar com a escala é decisivo. As fotomontagens fornecem uma visão aproximada de como vai ficar o trabalho, mas só isso. Quando se sobredimensiona uma peça é muito difícil poder se antecipar e intuir os problemas de perspectiva e as distorções que surgirão quando você se colocar perto da escultura. Algumas de suas obras concorrem abertamente com a arquitetura. O caso das colunas seja talvez o exemplo mais evidente. Turning torso, a torre edificada por Santiago Calatrava na Suécia, em 2005, lembra algumas das colunas que você fez em 2003. A verticalidade pode ser interpretada, no seu caso, como um símbolo de poder? Em 1998, fiz uma obra em granito preto de quase nove metros de altura para Leganés (Madri). Era um cilindro com uma superfície plana que ia se torcendo e se elevando ao céu. Realizei esse tipo de obra (coluna) muitas vezes depois e nelas pode-se apreciar com clareza formas que lembram o desenvolvimento e crescimento das árvores e plantas, mas a partir um reducionismo geométrico. Alguns prédios que se constroem na atualidade estão adquirindo formas mais escultóricas. Calatrava é um desses arquitetos-escultores que une perfeitamente a funcionalidade da arquitetura com a plasticidade da escultura. Não tem concorrência nenhuma, só uma coincidência de tipo formal. Evidentemente, quando se trabalha com elementos geométricos produzem-se paralelismo formais. A verticalidade da escultura faz parte dos arquétipos que repetimos constantemente ao longo dos séculos desde que o homem teve consciência de si mesmo e pôs uma grande pedra em posição vertical. A partir dali, segue-se associando isso simbolicamente à espiritualidade. Enquanto muitas obras suas fundem-se com o céu, outras o fazem com o horizonte. Qual é para você o significado da horizontalidade? Se a verticalidade fica mais associada à espiritualidade, a horizontalidade está mais vinculada com o terreno, com a paisagem. Este tipo de associações simbólicas, que sempre existiu na nossa memória não corresponde ao que eu problematizo. Abordo com a mesma intencionalidade uma obra quase plana, que vai se curvando de forma suave, como se respirasse, ou uma vertical que olha para o céu. A escultura pública continua sendo uma matéria pendente para diversos escultores contemporâneos. Enquanto as estatuas equestres, atualmente, continuam funcio- 12 nando, a de muitos artistas do século XX não tem resistido ao passar do tempo. A que acha que isso se deve? É verdade. Quase nunca funcionam. No começo do século XX, a grande ruptura que se produz em relação aos enfoques escultóricos tradicionais faz com que desapareça essa perfeita simbiose produzida entre escultura pública e arquitetura, que de forma tão acertada tinham convivido durante muitos séculos. Quisemos que os novos projetos escultóricos substituíssem os antigos, localizando-os nos mesmos espaços que ocupavam estes, mas a realidade é que isso não funcionou na maioria dos casos. Temos que procurar novas soluções e novas localizações para essa obra pública que não consegue se encaixar com naturalidade em nossas ruas. À medida que as estruturas das cidades forem se modificando, aparecerão novos espaços, mais adequados. Talvez assim, com o tempo, podamos chegar a uma nova relação entre escultura e urbanismo. “O escultor jamais procura um perfil, todos lhe são dados mirando como deve”. Você concorda com Eduardo Chillida? Não sei se compreendo muito bem a que ele se refere. Suponho que ele quer dizer que o escultor deve possuir uma percepção total da obra, uma compreensão espacial global, de forma que os infinitos pontos de vista, “perfis”, lhe são fornecidos quando essa obra se faz clara e inteligível. Eu concordo, mesmo não sabendo, como já disse se refere a uma percepção formal e espacial ou a uma compreensão mais metafísica. Teria que ler a frase no seu contexto. Apesar de sua juventude, você já tem se relacionado com os grandes mestres em duas exposições importantes. Em Monocromos, no Reina Sofía e em The Spirit of White, na Gallerie Beyeller. Qual é a sensação de dividir a sala com Picasso, Pollock ou Kiefer, por exemplo? Já tinha participado antes, na Galería Elvira González, e ainda anteriormente na Galería Theo, de alguma exposição coletiva onde compartilhava a sala com Picasso, Chillida ou Tàpies. Na Elvira González também, em uma exposição magnífica que se titulava Una estética permanente. 7000 años de escultura moderna. Eu era o mais novo de todos! Foi uma honra participar dela. Percebi, com um pouco de pudor, que não tínhamos inventado nada de novo nos últimos sete mil anos. Entrar no Reina Sofía e ver uma obra minha, na mesma sala na qual estavam obras de Noguchi ou Anish Kapoor foi emocionante, muito emocionante. Quando estava montando a última exposição na Elvira González, no ano 2003, passou por ali alguém da galeria Beyeller e adquiriu umas obras, duas que estavam incluídas em The Spirit of White. Quando vi o catálogo fiquei impressionado, estava ali o melhor da arte do século XX. Ou seja, que uma das melhores galerias do mundo pense em você para um projeto como aquele é algo que o enche de satisfação e o encoraja a continuar trabalhando. Eu sei que são acontecimentos esporádicos e nos dois casos me sentia como o que eu era: um recém-chegado. Porém, o importante era que eu estava ali. Tanto em Monocromos quanto em The Spirit of White os pintores ganham a batalha dos escultores. Porque você pensa que os museus e galerias continuam dando mais importância à pintura do que à escultura? Quero pensar que não há nenhuma outra razão que uma explicação puramente física. Uma escultura precisa de muito mais espaço do que uma pintura na hora da organização de uma exposição. As superfícies das paredes dedicadas a quadros 13 ou fotografias são muito maiores que os espaços centrais das salas. A escultura é sempre mais complicada de instalar. Eu ouvi muitas vezes: “Não tenho espaço para uma escultura, ocupa muito!”. Também é uma realidade que a quantidade de pintores é muito superior à de escultores, por isso, em proporção, tem certa lógica que seja assim. Além disso, o mercado está ali. É algo evidente que são vendidos mais quadros que esculturas. Acho que é simples assim. Para onde acha que vai a escultura na atualidade? As instalações estão dominando o panorama internacional nos últimos anos, pelo menos no ambiente das instituições. E, mesmo tendo baixado a intensidade de sua presença, ainda continua a ser uma forma válida de encenar a retórica de muitas propostas. Faz tempo que a tecnologia mais avançada — a informática, a robótica, os tratamentos digitais e, especialmente o vídeo — está sendo empregada com maior ou menor sucesso e será difícil que desapareça. Felizmente para todos nós, a aparição de novas fórmulas e materiais não elimina os anteriores, mas sim se somam a eles, por isso hoje há um amplo panorama de opções. No momento há espaço para todos, sem que a hegemonia de alguma delas seja total. Isto é o presente; em relação ao futuro não faço ideia de qual será a direção, mas não parece que seja fácil abrir novas vias de expressão. Alguns opinam que sua obra tem certo ar litúrgico. Você procura de certa forma, a pureza por meio de sua obra? Pureza é uma palavra que possui muitas conotações e algumas delas não me interessam. Na verdade não procuro nada disso, mesmo que a obra esteja impregnada de uma ideia de exatitude formal que a aproxima a essa ideia de pureza. Nas suas obras, com toda a abstração reducionista, alguns críticos veem um tipo de barroquismo, em especial quando você trata o tema da coluna... Existe uma associação visual imediata em algumas de minhas colunas com um tipo de ordem arquitetônica clássica, até barroca. Algumas das colunas possuem formas que parecem ascender em vertical e estão cheias de curvas constantes. Estas são características típicas do barroco e esse é o motivo dessa associação. Também nelas pode-se apreciar uma aproximação à natureza e alguma dose de beleza, que juntamente à presença do mármore branco, faz com que esse tipo de trabalho nos evoque algumas obras clássicas do Renascimento e do Barroco. Mas, como já disse, esse vínculo é só visual. A simplicidade formal, a sobriedade nas texturas, a austeridade expressiva, a procura pelo essencial e a rejeição ao anedótico e supérfluo, fazem com que minha obra esteja conceitualmente longe destes enfoques estéticos. Como se definiria como escultor? Esta é a pergunta mais difícil. Não sou capaz de me autodefinir, ainda assim espero que esta entrevista tenha ajudado a me fazer conhecer um pouco. O que acho é que, logicamente, o que melhor pode falar de mim é minha própria obra. Mesmo que as esculturas não tenham um título não penso que necessitem disso, são muito claras e evidentes. Elas falam de mim, do meu temperamento, das minhas obsessões, do meu interesse pela geometria na natureza, por essas formas simples e misteriosas que dominam a aparente complexidade do mundo que nos rodeia. Nesse universo intimista e afastado de toda a gritaria midiática é onde melhor me encontro. 14 Sem título 15 x 31 x 29 cm, mármore branco da Iugoslávia, 2013 Sem título 15 x 34 x 32,5 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Fotos Cuauhtli Gutiérrez López 16 Sem título 10,5 x 48 x 46 cm, alabastro, 2010 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 18 Sem título 16,4 x 31,5 x 31,5 cm, mármore branco da Iugoslávia, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 16,5 x 36 x 33 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 19 20 Sem título 134 x 184 x 18 cm, aço inoxidável, 2012 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 140 x 155 x 190 cm (medidas variáveis), aço inoxidável, 2014 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 23 Sem título medidas variáveis, granito negro do Zimbábue, 2014 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 26 Sem título 140 x 15,5 x 14 cm, mármore negro, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 135 x 17 x 13,5 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 140 x 16,5 x 12,5 cm, mármore branco da Iugoslávia, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 147 x 15 x 11 cm, mármore branco, 2013 Fotos Sergio Guerini 32 Sem título 140 x 15 x 13 cm, mármore branco da Iugoslávia, 2013 Fotos Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 139,5 x 17,5 x 13,5 cm, mármore branco da Iugoslávia, 2013 Sem título 142 x 17 x 12,7 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Sem título 141 x 14 x 14 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 33 Sem título 145 x 15 x 14 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 144 x 14 x 15,5 cm, mármore branco, 2013 Foto Sergio Guerini 36 Sem título 144 x 17 x 12 cm, mármore Branco, 2013 Foto Sergio Guerini Sem título 124 x 12,5 x 15 cm, mármore branco, 2012 Foto Sergio Guerini Sem título 137 x 15 x 14 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 132,5 x 15,5 x 11 cm, mármore negro, 2011 Foto Sergio Guerini Sem título 127,5 x 14 x 12 cm, mármore branco, 2013 Foto Sergio Guerini Sem título 219,5 x Ø17,5 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 221 x Ø17,5 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 42 Sem título 223 x 19 x 19 cm, mármore branco, 2013 Foto Sergio Guerini Sem título 226,5 x Ø18 cm, mármore branco, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Sem título 225 x 18 x 18 cm, mármore negro da Bélgica, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López BIOGRAFIA Antonio Lucas Juan Asensio nasce no ano 1959 em Cuenca, Espanha, cidade na qual estuda e trabalha até os 19 anos. Sua vida então, por motivos pessoais e familiares, sofre uma intensa migração que tem como pontos de chegada, primeiro Altea e mais tarde Madri, com diversos regressos ao seu lugar de origem e algumas viagens dispersas. Em sua primeira juventude, vive uma frutífera comoção, na sua primeira viagem ao estrangeiro, com destino à Itália, onde vive temporalmente na residência do escultor de Málaga, Miguel Ortiz Berrocal. Essa viagem, em 1982, proporcionou ao jovem Asensio um primeiro contato com a força da tradição pictórica, escultórica e arquitetônica italiana, uma fonte inesgotável de aprendizagem. Quando regressa desse primeiro périplo internacional começa a trabalhar a pedra e realiza o retrato talhado de uma amiga. Até esse momento o artista tinha se focado, principalmente, na modelagem do barro, mas essa primeira encomenda lhe abriu as portas para uma nova linguagem que tinha sua força na dureza dos materiais, plenos de possibilidades geométricas. É no começo dos anos oitenta quando começa a descobrir as texturas do mármore branco, do mármore preto da Bélgica, do granito preto do Zimbábue e de outras pedras monocromas. Essas são as matérias primas com as quais vai se levantar sua particular poética. Asensio descobre no Museo de Arte Abstracto de Cuenca a maioria dos artistas do grupo El Paso e suas apostas “informalistas”. 1987 Muda-se definitivamente para Madri onde começa a trabalhar a escultura dentro do âmbito da abstração geométrica de raiz construtivista e racionalista, que será a essência da sua linguagem plástica. Nesse ano colabora na oficina do mestre Pedro Panadero. “Ele deixava para mim a oficina para que desenvolvesse meu trabalho pessoal e, em troca, eu o ajudava com algumas coisas. Enquanto ia fazendo minhas esculturas, Panadero, um homem de grande ofício, me ensinava técnicas de trabalho. Ficamos assim durante mais dois anos”, lembra Asensio. 1989-1995 Em 1989 a oficina é fechada e o jovem artista assume algumas das encomendas que seu mestre já não pode aceitar. “Assim, começo a conjugar o desenvolvimento de minha própria obra com o trabalho junto a outros escultores como Martín Chirino, Jorge Oteiza e Manolo Valdés, entre outros, o que foi uma fonte de sustento e conhecimento muito importante na minha vida”, afirma. Devagar, com muita reflexão de fundo, Asensio vai se apropriando do seu próprio espaço e de seu alfabeto escultórico. Dessa forma, começa a participar das primeiras exposições coletivas de grande formato, depois da experiência acumulada em pequenas salas da cidade de Cuenca. A primeira dessas exposições coletivas de maior relevância, em 1990, aconteceu no Espacio Pignatelli, de Zaragoza. Nessa época Asensio trabalhava no seu primeiro ateliê em Madri, alugado da ceramista Carmen Perujo. A esta exposição seguiram outras mostras. Em 1991 expõe na Sala Celini e na Galería Egam, de Madri, sempre com essas peças de sereno equilíbrio que apontavam seu acordar de um modo mais constante na escultura. Porém, seu primeiro compromisso forte chegou em 1993 ao participar de uma mostra coletiva na Galería Theo, de Madri. Nela também estavam presentes Calder, Chillida, Gargallo, Giacometti, Noguchi e Palazuelo, entre outros. Posteriormente, em 1995, é convidado para outra exposição coletiva, intitulada Blanco, junto a criadores da importância de Baltasar Lobo, El Lissitzky e Oteiza. Essa decolagem se concretizará com as primeiras propostas para exibições individuais. 1996 A prova de fogo de sua implicação no panorama artístico madrileno chega com uma exposição de suas obras daqueles anos na Galería Egam, onde já tinha colaborado em algumas mostras coletivas. Apresenta ali suas abstrações geométricas em pedra. São as mesmas séries que levará depois à Galería Elvira González, na qual realiza sua primeira exibição junto ao também escultor Carlos Balbás. Nesse ano ganha o prêmio “Ojo Crítico” de RNE (Radio Nacional de España) de Artes Plásticas. Passa a morar na Serra de Guadarrama (Madri) onde o contato com a paisagem e a natureza supõe um novo ponto de atração para sua obra. 1997 Sem título 68 x 56 x 28 cm, aluminio fundido, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López Viaja pelo México e pelos Estados Unidos. Tem uma prolongada estadia em Nova York, onde entra em contato com as últimas propostas artísticas da época. Nesse mesmo ano ganha o concurso de escultura CajaMadrid. 47 1998 O espaço seguinte a abrigar sua obra é o Museo Barjola, da cidade de Gijón, onde apresenta peças novas, nas quais a geometria vai se fazendo cada vez mais sintética, mas incluindo ligeiras variações que fornecem à escultura maior sensualidade e dinamismo. Simultaneamente começa a trabalhar a pedra preta de Calatorao, que abrirá caminho para uma nova série que apresenta no mesmo ano na Galería Elvira González, onde já faz parte permanente da “escuderia”. Com essa galeria vive seu “batismo de fogo” nas feiras de arte ao participar, pela primeira vez, daquela da cidade de Basileia. O Museo de la Ciudad (Madri) também recebe uma de suas obras. 1999 Asensio começa a trabalhar com pedras cada vez mais limpas, onde desaparecem o veio ou os acidentes naturais que possam alterar ou distorcer a essencialidade que procura na escultura. Ele descobre o mármore preto e o branco, materiais mais puros de linhas. Por sua vez começa a se familiarizar com uma pedra de Tafalla (município do norte de Espanha, da comunidade de Navarra), ocre, de arenito, que agregará ao seu catálogo de superfícies preferidas para trabalhar. Neste mesmo ano, expõe na sala Luzán, da cidade de Zaragoza, participa pela primeira vez da ARCO, por meio de Elvira González e regressa à Feira de Arte de Basileia (Suíça) com a mesma galeria. Finalmente, realiza seu primeiro monumento público em Leganés (Madri). 2000 Prismas, esferas e cilindros se converteram já nas formas habituais da obra de Juan Asensio. Na Galería Rafael Ortiz, de Sevilha, apresenta uma seleção disso e conhece profundamente a cidade, o que lhe provoca uma fascinação que irá se filtrando na sua obra. Repete a experiência nas feiras ARCO e da Basileia com Elvira González. 2001 Aproveita uma nova exposição na Galería Elvira González para apresentar um grupo de colunas, formas sobre as quais tinha trabalhado com regularidade desde 1996. A partir dali, este motivo arquitetônico, que começou desenvolvendo em mármore preto, tem se tornado habitual no trabalho de tão singular escultor. Nesse ano, também recebe a encomenda de uma escultura para uma rotatória pública em Torrelavega (Santander), para onde projeta um bloco de granito preto como fonte, criando um jogo de refrações. Sem título 30 x 166 x 30,5 cm, aço inoxidável, 2013 Foto Cuauhtli Gutiérrez López 2002 Apresenta sua obra na Galería Pelaires, de Palma de Maiorca. Nessa oportunidade mostrou uma coluna preta e diversas peças e variações sobre suas obsessões geométricas, as quais vão se fazendo cada vez mais dúcteis. tander, em Boadilla del Monte (Madri). Também é solicitada uma obra sua para uma mostra coletiva da Fundação Antonio Pérez (Cuenca). Muda de ateliê e instala-se em Collado Mediano, no coração do Serra de Guadarrama (Madri). Junto ao escultor Adrián Carra realiza um monumento em memória das vítimas dos atentados terroristas do 11 de março de 2004 em Madri, na cidade de Fuenlabrada. 2003 Nesse ano confirma-se um ponto de inflexão na obra de Juan Asensio. A exposição na Galería Elvira González apresenta grandes novidades nas quais o artista vinha trabalhando desde 2001. Incorpora mais colunas, uma série de peças de parede e outras esculturas de solo em granito preto, onde a organicidade se faz mais evidente. A natureza filtra-se na sua gramática e abre um novo horizonte. Asensio também aceita o pedido da cidade de Leganés (Madri) para levantar um monumento em memória dos advogados trabalhistas assassinados na Rua Atocha, de Madri em 1977. É convidado a participar da mostra internacional The Spirit of the White, organizada pela renomada galeria Beyeler, de Basileia (Suíça). 2006 Tem lugar no IVAM sua exposição mais importante até o momento. Nela apresenta pela primeira vez, junto a uma antologia de sua obra em pedra, suas esculturas de aço inoxidável, um material que não fazia parte até então de sua galáxia criativa. É o começo de uma nova etapa que procura também ampliar seus horizontes e escapar do férreo canal da geometria. 2007 Expõe na Galería Arte Nuevo, em Murcia, Espanha. 2004 Uma pequena seleção de sua obra mais atual dessa época é apresentada na Galería Arte Nuevo, da cidade de Murcia. Instala uma escultura no novo prédio do fórum de Salamanca, por solicitação do arquiteto líder do projeto, Primitivo González. Também marca presença em Monocromos. De Malevich al presente, mostra coletiva no Museo Reina Sofía, onde se apresentam conjuntamente obras de Yves Klein, Antoni Tàpies, Georgia O’Keeffe, Georges Noël e Sean Scully, entre outros. Realiza uma viagem pela Itália e visita Veneza, Mântua e Florença. 2009 Exposição individual na Galería Elvira González, Madrid, Espanha. 2012 Exposição individual na Galería Elvira González, Madrid, Espanha. 2013 2005 Participa do projeto Fuentes, desenvolvido pelo IVAM (Instituto Valenciano de Arte Moderno), e do qual é curador Rafael Sierra. Outras duas esculturas de grande formato são instaladas na Ciudad Banco San- 48 Tem obra selecionada, juntamente com outros artistas, para a mostra Moving. Norman Foster on Art, com curadoria do arquiteto Norman Foster, inaugurada no Musée d’Art Contemporain de Nîmes, França, em maio de 2013. Expõe ainda na Galería Freites, em Caracas, Venezuela. 49 EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS ESCULTURAS PÚBLICAS 2013 Galería Art Nueve, Murcia Galería Freites, Caracas. 2012 Galería Elvira González, Madrid 2007 Galería Art Nueve, Murcia 2006 Galería Elvira González. Madrid IVAM. Valencia 2004 Galería Art Nueve. Murcia 2003 Galería Elvira González. Madrid 2002 Sala Pelaires. Palma de Mallorca 2001 Galería Elvira González. Madrid 2000 Galería Rafael Ortiz. Sevilla 1999 Sala Luzán. Zaragoza 1998 Galería Elvira González. Madrid Museo Juan Barjola. Gijón 1996 Galería Elvira González (con Carlos Balbas). Madrid Galería Egam. Madrid 2008 Plaza Vizcaya, Bilbao 2007 Monumento Público. Blanca, Murcia 2005 Ciudad Banco Santander, Boadilla del Monte, Madrid Fuentes IVAM. Valencia Monumento Público. Fuenlabrada, Madrid 2004 Escultura. Juzgados de Salamanca 2003 Monumento Público. Leganés, Madrid 2001 Monumento Público. Torrelavega. Santander 1998 Monumento Público. Leganés, Madrid EXPOSIÇÕES COLETIVAS 2013 2010 2009 2008 2005 2004 2003 2001 1998 1997 1995 1993 1990 1991 1990 1986 1985 1984 1983 50 Moving. Norman Foster on Art. Carré d’Art – Musée d’art contemporain de Nîmes. Bosque de acero, Pabellón de Cristal del Recinto Ferial, Cuenca Ayuntamiento de Valencia, Conexiones Urbanas Galeria Elvira González, El Círculo Galería Elvira González, Off White IVAM, Valencia. Fuentes Fundación Antonio Pérez, Cuenca Centro de Arte Reina Sofía, Madrid Las Palmas de G. Canarias Galería Beyeler, Basilea, Suiza. Museo de Arte Contemporáneo Esteban Vicente, Segovia Galería Malborough, Madrid Museo de la Ciudad, Madrid Galería Elvira González. Madrid. Exp. viaja a Gran Canaria, Centro de Iniciativas de la Caja de Canarias. Galería Egam. Madrid Galería Theo. Madrid Cuartel del Conde Duque. Madrid Galería Theo. Madrid Galería Theo. Madrid Galería Egam. Madrid Sala Celini. Madrid Sala Celini. Madrid Espacio Pignatelli. Zaragoza Caja de Ahorros de Cuenca y Ciudad Real. Cuenca Sala Alta. Cuenca Casa de la Cultura, Cuenca Sala Alta. Cuenca Sala Arcón. Cuenca MUSEUS E COLEÇÕES Fundación Banco Santander, Madrid Fundación Caja Madrid, Madrid Fundación Caja Murcia, Murcia Fundación Coca-Cola, Madrid Fundación Unión Fenosa, Madrid Institut Valencià d`Art Modern, Valencia M.A.L.I., Museo de Arte de Lima, Lima Museo de la Ciudad, Madrid Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid Museo Würth, Logroño 51 DAN GALERIA Diretores Peter Cohn Gláucia Cohn Flávio Cohn Ulisses Cohn na capa: sem título granito negro do Zimbábue, 2012, medidas variadas Foto Cuauhtli Gutiérrez López Projeto gráfico e produção gráfica Paulo Humberto L. de Almeida Tratamento de imagens Sergio Guerini Tradução Gustavo Spandau Editoração eletrônica Ludovico Desenho Gráfico CTP e impressão Ipsis Assessoria de comunicação A4 Comunicação R. Estados Unidos, 1638, São Paulo Tel. 5511 3083 4600 Fax 3085 7429 de segunda a sexta das 10h às 18h sábado das 10h às 13h www.dangaleria.com.br Rua Estados Unidos, 1638, São Paulo Tel. 5511 3083 4600 Fax 3085 7429 www.dangaleria.com.br