estudo de impacto ambiental - Fatma
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estudo de impacto ambiental - Fatma
GEO CONSULTORES ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I e II DO BAIRRO ITAPEMA DO NORTE ABRIL DE 2015 MUNICIPIO DE ITAPOÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL VISANDO O LICENCIAMENTO AMBIENTAL CORRETIVO PARA A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I e II DO BAIRRO ITAPEMA DO NORTE DO MUNICIPIO DE ITAPOÁ, SANTA CATARINA. GEO CONSULTORES ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA ABRIL DE 2015. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 13 2 OBJETO DO LICENCIAMENTO .................................................................................................... 14 3 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E DO CONSULTOR.................................................... 16 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ............................................................................ 16 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA ................................................................ 16 EQUIPE TECNICA ................................................................................................................ 17 4 LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................................. 18 5 APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS GLEBAS I E II ................................................... 21 INFRAESTRUTURA URBANA .............................................................................................. 21 5.1.1 SISTEMA VIÁRIO E MACRO DRENAGEM ...................................................................... 21 5.1.2 ENERGIA ELÉTRICA ........................................................................................................ 28 5.1.3 AGUA E SANEAMENTO ................................................................................................... 28 5.1.4 COLETA E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................... 29 6 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO ................................................................................... 30 7 ASPECTOS LEGAIS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL ................................................ 33 LEGISLAÇÃO FEDERAL ...................................................................................................... 33 LEGISLAÇÃO ESTADUAL .................................................................................................... 36 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ................................................................................................... 36 7.3.1 8 O PLANO DIRETOR E A GESTÃO DO TERRITÓRIO ..................................................... 36 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ......................................................................................................... 41 ÁREAS DE INFLUENCIA ...................................................................................................... 41 9 8.1.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) E ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ....... 42 8.1.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ........................................................................... 42 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ......................................................................................................... 44 MEIO FÍSICO......................................................................................................................... 44 9.1.1 CLIMATOLOGIA E METEOROLOGIA .............................................................................. 44 9.1.2 RECURSOS HIDRICOS .................................................................................................... 52 9.1.3 GEOLOGIA ........................................................................................................................ 67 9.1.4 GEOMORFOLOGIA .......................................................................................................... 72 9.1.5 SUCEPTIBILIDADE A INUNDAÇÕES E ALAGAMENTOS .............................................. 74 9.1.6 PEDOLOGIA...................................................................................................................... 78 MEIO BIÓTICO ...................................................................................................................... 85 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 3 9.2.1 FLORA ............................................................................................................................... 85 9.2.2 FAUNA ............................................................................................................................. 118 9.2.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS ......................................... 212 MEIO SOCIOECONOMICO ................................................................................................ 217 9.3.1 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ITAPOÁ ...................................................................... 217 9.3.2 ASPECTOS POPULACIONAIS ....................................................................................... 218 9.3.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ................................................................ 220 9.3.4 DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DOS PESCADORES ATUANTES NA AID DA GLEBA I E II. ................................................................................................................................ 222 10 9.3.5 PIB DO MUNICÍPIO E SETORES DA ECONOMIA ........................................................ 225 9.3.6 SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA .............................................................................. 228 9.3.7 EQUIPAMENTOS URBANOS ......................................................................................... 236 9.3.8 CULTURA, LAZER E TURISMO .................................................................................... 240 9.3.9 COMUNIDADES QUILOMBOLAS E INDIGENAS .......................................................... 243 ANALISE AMBIENTAL INTEGRADA E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS ................................... 244 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................................. 244 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS.......................................................... 244 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................... 252 10.3.1 IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO ......................................................................... 252 10.3.2 IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO ...................................................................... 259 10.3.3 IMPACTOS SOBRE O MEIO SÓCIO ECONÔMICO .................................................. 261 MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................................................. 265 11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS .............................................................. 267 12 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 269 13 ANEXOS .................................................................................................................................. 289 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 4 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Mapa de localização de Itapoá - Fonte Wikipédia, 2015. ...................................................... 18 Figura 2: Infraestrutura associada a foz do Rio Mendanha. ................................................................. 22 Figura 3: Vista de área próxima a foz do Rio Mendanha, com presença de vegetação. ..................... 23 Figura 4: Vista de passeio associada a orla marinha, destaque para bueiro para destinação de aguas pluviais. .................................................................................................................................................. 23 Figura 5: Vista de Placa de indicação de obra de infraestrutura que abrange ruas inseridas ou com porção inserida nas Glebas I e II. .......................................................................................................... 24 Figura 6: Vista de confluência da Avenida do Coméricio (pavimentada com lajotas) e Rua Fransciso Correa (chão batido) em direção a oeste. ............................................................................................. 24 Figura 7: Vista de porção pavimentada e com sistema de drenagem da Avenida do Coméricio. ....... 25 Figura 8: Vista de continuação da Rua Franscisco Correa, devido a ausência de sistema de drenagem de aguas pluviais o direcionamento é feito para valas de drenagem, conforme visualizado a direita da figura. ..................................................................................................................................................... 25 Figura 9: Vista de rua sem pavimentação e sistema de drangem. ....................................................... 25 Figura 10: Vista de reservatório de agua potável da empresa Aguas de Itapoá, situado na área das Glebas I e II. .......................................................................................................................................... 28 Figura 11: Caminhão da SURBI, recolhento resíduos domésticos em rua da Gleba II. ....................... 29 Figura 12: Vista parcial da ocupação da área litorânea da área a ser regularizada, destaque para a pesca artezanal. .................................................................................................................................... 31 Figura 13: Vista de áreas de ocupação situada na Gleba II, no limite oeste do terreno no lado esquerdo da foto destaque para o limite patrimonial do Parque Natural Municipal Carijós. ................................ 32 Figura 4: Recorte do Mapa de Zoneamento com destaque para a Zona Especial de Interesse Social, representado pelas Glebas I e II. Fonte Prefeitura Municipal - 2013. ................................................... 39 Figura 15. Áreas de Influência .............................................................................................................. 41 Figura 16: Classificação do Clima, segundo Köeppen. ........................................................................ 45 Figura 17: Mapa Hipsométrico do Estado de Santa Catarina. .............................................................. 45 Figura 18: Precipitação média mensal ao longo do ano (1929 a 1988). .............................................. 47 Figura 19 : BH e Precipitação Máxima em 24 horas no Estado de Santa Catarina. ............................ 48 Figura 20: Distribuição mensal da umidade relativa do ar. ................................................................... 49 Figura 21: Temperatura média mensal no ano de 2008. ...................................................................... 50 Figura 22: Mapa hidrogeológico regional (ANA-CPRM, 2007) ............................................................. 52 Figura 23: Regiões Hidrográficas brasileiras ........................................................................................ 54 Figura 24: Sistemas de drenagem do Estado de Santa Catarina. ........................................................ 55 Figura 25: Baicas Hidrográficas do Municipio de Itapoá. ...................................................................... 59 Figura 26: Rio Saí Mirim, junto ao Parque Natural Municipal Carijos. .................................................. 61 Figura 27: Limites do Parque Natural Municipal Carijos. ...................................................................... 62 Figura 28: Detalhe do percurso do Rio Mendanha sob os limites da Gleba I, com demarcação das Áreas de Preservação Permanentes. .............................................................................................................. 62 Figura 29: Situação da Área de Preservação Permanente na margem direita do Rio Mendanha. ...... 63 Figura 30: Foz do Rio Mendanha localizada na Gleba I. ...................................................................... 63 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 5 Figura 31: Detalhe para eutrofização do Rio Mendanha. ..................................................................... 63 Figura 32: Estação de Tratamento de água AID. .................................................................................. 66 Figura 33: Coluna Lito estratigráfica da região do empreendimento. Destaque para o posicionamento do loteamento na planície costeira tércio-quaternária. ......................................................................... 68 Figura 34: Material sedimentar constante na fração solo junto a porção oeste da Gleba II, próximo ao Rio Saí-Mirim. ........................................................................................................................................ 69 Figura 35: Vista de leste para oeste dentro do loteamento implantado, com destaque para o relevo plano desenvolvido sobre sedimentação marinha costeira. Ao fundo mata ciliar relacionada com a bacia hidrográfica do rio Saí-Mirim. ................................................................................................................ 72 Figura 36: Neste Mapa Geomorfológico Regional as áreas aplainadas do quaternário estão em amarelo e as escarpas e reversos da Serra do Mar e Serras do leste catarinense em diferentes tons de rosa (Fonte IBGE-RADAM, 1986). ................................................................................................................ 73 Figura 37: Grau de Suceptibilidade aInundação. .................................................................................. 74 Figura 38: Pontos de alagamento durante a enchente de 2008. .......................................................... 76 Figura 39: Implantação de drenagem pluvial, desembocada no Rio Mendanha. ................................. 76 Figura 40: Perfil de Espodossolo nas proximidades do Riop Saí Mirim. .............................................. 80 Figura 41: Neossolos associados as áreias praiais junto a Gleba I. .................................................... 81 Figura 42: Vista da orla marinha da área estudada, com presença de estrutura urbana, a direita da foto oceano a atrlantico e área com vegetação pioneira. ............................................................................ 86 Figura 43: Faixa de areaia próxima a desembocadura do Rio Mendanha, presença de Hibiscus pernambucense (hibisco-do-mangue)................................................................................................... 86 Figura 44: Vista de área urbana consolidada, presença de vegetação de cunho paisagístico. ........... 87 Figura 45: Vista de acesso ao Parque Natural Municipal, com presença de vegetação secundária. .. 87 Figura 46: Mapa de Regiões Fitoecológicas para o estado de Santa Catarina, o alvo do estudo apresenta-se demarcado no círculo na cor vermelha. .......................................................................... 96 Figura 47: Vista de Musa sp. (bananeira) e ao fundo Syagrus romanzofiana (jerivá). ....................... 100 Figura 48: Vista de Hibiscus sp. (hibisco) e Musa sp. (bananeira) ..................................................... 100 Figura 49:Presença da espécie Carica papaya (mamão) cultivada em quintais. ............................... 100 Figura 50: Citrus limonia (limão) ......................................................................................................... 100 Figura 51: Ficus benjamina (figueira) .................................................................................................. 100 Figura 52: Schinus teremb .................................................................................................................. 100 Figura 53: Pinus sp. (pinheiro) ............................................................................................................ 101 Figura 54: Delonix regia, (flamboyant) ................................................................................................ 101 Figura 55: Archontophoenix cunninghamiana, palmeira-real.............................................................. 101 Figura 56: tulipeira (Spathodea campanulata) .................................................................................... 101 Figura 57: Ricinus communis (mamona)............................................................................................. 101 Figura 58: ligustro (Ligustrum lucidum) ............................................................................................... 101 Figura 59:Schinus molle (aroeira-salsa).............................................................................................. 102 Figura 60: ameixa-amarela (Eriobothrya japônica) ............................................................................. 102 Figura 61: Psidium guajava (goiabeira) ............................................................................................... 102 Figura 62: Syagrus romanzofiana (jerivá) ........................................................................................... 102 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 6 Figura 63: Melia azedarach (cinamomo) ............................................................................................. 102 Figura 64: Terminalia catappa (chapéu-de-sol) .................................................................................. 102 Figura 65: Presença de Hibiscus pernambucencias (hibisco-do-mangue) próximo a foz do ri Mendanha ............................................................................................................................................................. 103 Figura 66: Vista de acesso paralelo a orla, ausencia de vegetação. .................................................. 103 Figura 67: Vista de paisagismo e urbanismo associada a orla e foz do rio Mendanha ...................... 103 Figura 68: Vista da zona ripária do rio Mendanha, com predomínio de vegetação herbácea e arvores exóticas................................................................................................................................................ 103 Figura 69: Vista de paisagismo associado a orla. ............................................................................... 103 Figura 70: Vista de infraestrutura urbana associada a orla da praia. ................................................. 103 Figura 71. Carta Imagem de Localização da UC em relação a sua área de abrangência regional. .. 106 Figura 72. Perfil esquemático da Floresta Ombrófila Densa. ............................................................. 108 Figura 73. A) Aspecto geral do interior da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas; B) Em destaque tronco coberto por epífitas; C) Em destaque Vriesea carinata (Bromeliaceae); D) Em destaque Oncidium sp. (Orchidaceae). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. .................................................... 109 Figura 74. A) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Primária, em destaque tronco de Calophyllum brasiliense (Guanandi); B) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Primária. Em destaque Vriesea carinata (BromeliaCEAE). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. .............................................................................................. 112 Figura 75. A) Aspecto do interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Secundária em estágio avançado de regeneração. Em destaque uma trilha; B) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Secundária em estágio avançado de regeneração. Em destaque Erithrina speciosa (corticeira-do-brejo). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. .......................................................................................................................................... 113 Figura 76. A) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas do PNMC, Floresta Secundária em estágio inicial de regeneração, em destaque o avanço da Braquiaria sp.; B) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas do PNMC, Floresta Secundária em estágio inicial de regeneração. Em primeiro plano a área em regeneração. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. ............. 114 Figura 77. A) Aspecto da margem direita do Rio Sai Mirim, limite do PNMC, bancos de gramíneas exóticas; B) Aspecto da margem direita do Rio Sai Mirim, limite do PNMC, bancos de gramíneas exóticas. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. .................................................................... 115 Figura 78. Exemplar de Roystonea oleracea (palmeira real), PNMC, Município de Itapoá / SC. ...... 116 Figura 79. A) Área do PNMC com intervenção antrópica severa, nesta área existia uma construção de alvenaria (casa); B) Restos de construção acumulados em uma área do PNMC; C) Rua do Peixe, está rua corta o PNMC até a beira do Rio Saí Mirim, neste trecho o solo está coberto por gramíneas, D) Área do PNMC utilizada como chácara, a vegetação encontra-se bastante alterada quando presente. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. ................................................................................... 117 Figura 80: Vista de placa de identificação do Parque Natural Municipal Carijós, local de realização das amostragens de fauna. ........................................................................................................................ 118 Figura 81: Vista de portal de entrada do Parque Natural Municipal Carijós. ...................................... 119 Figura 82: Residência existente no interior do Parque Natural Municipal Carijós. ............................. 119 Figura 83: Vista da zona ripária do Rio Saí – Mirim. ........................................................................... 121 Figura 84: Vista de interior de fragmento de vegetação nativa, inserida no Parque Natural Municipal Carijós.................................................................................................................................................. 121 Figura 85: Vista de acesso a área do Parque onde se evidencia a introdução irregular de gado equino. ............................................................................................................................................................. 122 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 7 Figura 86: Vista de armadilha fotográfica 1 instalada em campo. Latitude 26° 3'45.52"S longitude 48°37'57.29"O. .................................................................................................................................... 126 Figura 87: Vista de armadilha fotográfica 2 instalada em campo. Latitude 26° 3'56.27"S, Longitude 48°38'4.75"O ....................................................................................................................................... 126 Figura 88: Vista de área onde se realizou as transecções de busca ativa a mastofauna terrestre. Latitude 26° 3'43.36"S Longitude 48°37'55.53"O. .............................................................................. 127 Figura 89: Vista de estrada de acesso ao Rio Saí-Mirim situada na área do Parque Natural Municipal Carijós, local onde se realizou a metodologias de busca ativa. Latitude 26° 3'56.32"S Longitude 48°37'51.50"O. .................................................................................................................................... 128 Figura 90: Toca ativa de integrante da família dasypodidade ............................................................ 134 Figura 91: Vista de família de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), da armadilha fotográfica 1. .... 135 Figura 92: Detalhe de filhote de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) e individuo adulto, registrado na armadilha fotográfica 1. ....................................................................................................................... 135 Figura 93: Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca), registrado através de armadilha fotográfica. ............................................................................................................................................................. 136 Figura 94: Vista de Guerlinguetus ingrami (serelepe) registrado na área do Parque Natural Municipal Carijós.................................................................................................................................................. 137 Figura 95: Fezes de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), registrada na área de amostragem..... 137 Figura 96: Ambiente onde foi realizado ponto fixo para amostragem de avifauna. ............................ 141 Figura 97: Ambiente onde foi realizado ponto fixo para amostragem de avifauna. ............................ 141 Figura 98: Ambiente onde foi realizado metodologia de transecções para amostragem de avifauna. ............................................................................................................................................................. 142 Figura 99: Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-rajado), espécie registrada durante os pontos fixos. 166 Figura 100: Myrmotherula unicolor (choquinha-cinzenta), macho registrado no sub-bosque da mata. ............................................................................................................................................................. 169 Figura 101: Procnias nudicollis (araponga), macho vocalizando no dossel da mata. ........................ 169 Figura 102: Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), registrado na borda do fragmento florestal. ... 169 Figura 103: Macho de Ramphocelus bresilius (tiê-sangue) registrado no dossel da mata. ............... 169 Figura 104: Indivíduo macho de Lanio cristatus (tiê-galo), registrado no dossel da mata. ................ 170 Figura 105: Tangara peruviana (saíra-sapucaia) registrado no dossel da mata na AID do empreendimento. ................................................................................................................................. 170 Figura 106: Representação de uma trilha no interior de remanescente florestal (Coordenadas UTM 0736712/ 7115020) por onde eram percorridos transectos pré-estabelecidos para a amostragem de répteis, Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. ........................................................ 173 Figura 107: Lagarto Salvator merianae registrado próximo da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736698/ 7114986), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014............................ 178 Figura 108: Lagarto Salvator merianae registrado por armadilha fotográfica (camera trap) no Parque Natural Municipal dos Carijós (Coordenadas UTM 0736781/ 7115114), Itapoá, SC. Fonte: Armadilha Fotográfica (camera trap). 02/12/2014. ............................................................................................... 178 Figura 109: Cobra-cipó Chironius sp. registrada forrageando no rio Saí-Mirim (Coordenadas UTM 0736781/ 7115114), Itapoá, SC. Fonte: Eridani Oliveira. 02/12/2014. ............................................... 179 Figura 110: Cobra d´água Erythrolamprus miliaris registrada forrageando no rio Saí-Mirim (Coordenadas UTM 0736833/ 7115267), Itapoá, SC. Fonte: Eridani Oliveira. 02/12/2014. .............. 180 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 8 Figura 111: Rio Saí-Mirim no Parque Natural Municpal dos Carijós (Coordenadas UTM 0736772/ 7115154), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014..................................................... 183 Figura 112: Vala com potencial para servir de sítio reprodutivo para os anfíbios após períodos de chuvas intensas. No momento do estudo este ambiente estava seco devido à estiagem (Coordenadas UTM 0736846/ 7114861), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. ................................... 183 Figura 113: Rio Mendanha passando por área urbanizada (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. ..................................................................... 184 Figura 114: Foz do Rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739173/ 7114650), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. ............................................................................................................. 185 Figura 115: Evidência de garrafas e sacos pláticos no Rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739328/ 7114394), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014..................................................... 185 Figura 116: Rhinella abei (Sapo-cururuzinho) visualizado próximo da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736851/ 7115418), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. .. 189 Figura 117: Casal em aplexo da espécie Dendropsophus werneri registrados próximo da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736854/ 7115348), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. .......................................................................................................................................... 190 Figura 118: Representação da espécie Hypsiboas albomarginatus (registro fotográfico não realizado neste estudo), registrada apenas por vocalização em um trecho do rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Foto: Governador Celso Ramos 09/02/2013. Fonte: Fábio Hammen Llanos. ................................................................................................................................................. 190 Figura 119: Perereca Scinax imbuegue registrada na margem do rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. ................................... 191 Figura 120: Rã Leptodactylus gracilis registrada próxima da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736634/ 7114993), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014............................ 191 Figura 1: Vista parcial do Rio Saí Mirim, em porto pesqueiro situado na área do PNMC. ................. 195 Figura 2: Rio Mendanha próximo a foz no oceano atlântico. .............................................................. 195 Figura 3: Vista de residência inserida no PNMC que possui porto pesqueiro. ................................... 196 Figura 4: Pesca com caniço por pescador artesanal local. ................................................................. 196 Figura 5: dois exemplares de Hoplias Malabaricus (traíra) pescados no rio Saí MIrim ..................... 196 Figura 6: Vista de arremesso de tarrafa. ............................................................................................. 197 Figura 7: Vista de pesca com caniço em porto pesqueiro inserido na área do PNMC. ..................... 197 Figura 8: Covo, artefato de pesca utilizado. ........................................................................................ 198 Figura 9: Vista da área de amostragem. ............................................................................................. 199 Figura 10: Vista de ponto de pesca localizado no Rio Saí Mirim. ....................................................... 199 Figura 11: Macrófitas aquáticas. ......................................................................................................... 200 Figura 12: Macrobrachium sp. Espécie de camarão comumente coletada no local. ........................ 200 Figura 13: Vista parcial da desembocadura do rio Mendanha............................................................ 201 Figura 14: Barra assoreada da foz do rio Mendanha. ......................................................................... 201 Figura 15: Astynax sp. ......................................................................................................................... 205 Figura 16: Oligosarcus sp.................................................................................................................... 205 Figura 17: Hoplias sp........................................................................................................................... 205 Figura 18: Pimelodella sp. ................................................................................................................... 206 Figura 19 Jenynsia sp. ........................................................................................................................ 206 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 9 Figura 20: Mugil sp. ............................................................................................................................. 209 Figura 21: Phalloceros sp. registrado no rio Mendanha. .................................................................... 210 Figura 121: Unidades de Conservação Federais e Estaduais em SC. ............................................... 212 Figura 122: RPPN Fazenda Palmital. ................................................................................................. 215 Figura 123: Ao fundo pedra que deu nome ao município ................................................................... 217 Figura 124: Evolução populacional em Itapoá. ................................................................................... 219 Figura 125: Dados do município de Itapoá com relação ao IDH ........................................................ 221 Figura 126: Sede da Colônia de Pescadores Z1 ................................................................................ 224 Figura 127: Chegada de embarcação de pescadores ........................................................................ 224 Figura 128: Trabalho em grupo para retirada da embarcação do mar. .............................................. 224 Figura 129: Mercado do peixe, localizado na Gleba I ........................................................................ 224 Figura 130: Atividade de separação de pescados para comercialização, no mercado de peixes. .... 224 Figura 131: Cena típica de atividade diária de pesca artesanal. ........................................................ 224 Figura 132: Evolução do PIB per capita, períodos 2000,2003, 2005 e 2007 e 2010 ......................... 227 Figura 133: Pontos comerciais junto a orla marítima da Gleba I. ....................................................... 228 Figura 134: Estação de tratamento de água AID ................................................................................ 229 Figura 135: Vista de ruas na Gleba II .................................................................................................. 230 Figura 136: Ruas na Gleba II, sem drenagem pluvial e com escoamento a céu aberto. ................... 230 Figura 137: Destino do material recolhido pela coleta seletiva em Itapoá. ......................................... 231 Figura 138: Caminhão da Coleta Seletiva........................................................................................... 232 Figura 139: Arruamento característico na Gleba I .............................................................................. 233 Figura 140: Vias secundarias da Gleba 1, junto ao Mercado do Peixe (Rua Gaivota). ..................... 234 Figura 141: Avenida do Comércio que passa pela Gleba I ................................................................. 234 Figura 142: Detalhe do Sistema Viario das Glebas 1 e 2. .................................................................. 235 Figura 143: Escola de Educação Básica Nereu Ramos ..................................................................... 236 Figura 144: Escola Monteiro Lobato, localizada na Gleba II ............................................................... 237 Figura 145 Sede da Unidade de Saúde localizada na Gleba II. ......................................................... 238 Figura 146: Sede da delegacia de Polícia Civil de Itapoá. .................................................................. 239 Figura 147: Estrutura de segurança do Corpo de Bombeiros, para época de veraneio .................... 239 Figura 148: Aspecto da rua a beira mar, com espaço para pedestres e veículos. ............................. 241 Figura 149: Cena do cotidiano em Itapoá, chegada e partidas de embarcações. ............................. 241 Figura 150: Campo de futebol de areia próximo a Gleba II. ............................................................... 241 Figura 151: Quadra de esportes próximo a Gleba II. .......................................................................... 241 Figura 152 Espaço de lazer junto a APP do Rio Mendanha, na Gleba I. ........................................... 242 Figura 153 Vista de placa indicativa de Parque Natural Municipal de Carijós. ................................... 242 Figura 154: Exemplo de Rede de Interações em atividade de terraplanagem. .................................. 246 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Coordenada Geográfica do empreendimento Regularização Fundiária Gleba I e Gleba II, Itapema do Norte, Itapoá, SC. ............................................................................................................... 15 Tabela 2: Resumo das Características do Espodossolos Ferrihumilúvicos. ........................................ 80 Tabela 3: Resumo das Características do Neossolo Quartzarênico Órtico. ......................................... 81 Tabela 4: Resistência de solos a impactos ambientais. ....................................................................... 82 Tabela 5. Lista de espécies arbóreas observadas na área do PNMC, Município de Itapoá / SC. Fonte: Plano de Manejo Parque Natural Municipal Carijós, 2012. ................................................................. 109 Tabela 6: Lista das espécies de mamíferos de provável ocorrência nas áreas de influência indireta e direta do empreendimento Regularização Fundiária das Glebas 1 e 2, Itapema do Norte, Itapoá, SC. Conservação IUCN (2014), MMA (2014) CONSEMA (2011), (NT) Quase Ameaçada (LC) Pouco Preocupante, (NA) Não ameaçada; (NE) Não avaliada; (VU) Vulnerável; (EN) Em Perigo; (EX) Exótica, (DD) Dados insuficientes ..................................................................................................................... 128 Tabela 7: Espécies de mamíferos terrestres registrados durante aplicação das metodologias referentes ao estudo da fauna da Área de Influência Direta do empreendimento Regularização Fundiária Glebas 1 e 2. Conservação: IUCN (2014) e MMA (2014). Legendas: LC (Pouco Preocupamte), DD (Dados Deficientes), VU (Vulnerável), EM (Em Perigo), NA (Não Ameaçado), EX (Exótico), NT (Quase ameaçado). Forma de Registro: TO (Tocas), VI (Visualização), PE (Pegadas), FE (Fezes), VE (Vestígios), Carcaças (CA), AF ( Armadilha Fotográfica), (?) Espécie Não Confirmada.................... 133 Tabela 8: Coordenadas geográficas dos pontos fixos para amostragem da avifauna. ...................... 140 Tabela 9: Lista das espécies de aves com provável ocorrência para a Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento de Regularização Fundiária das glebas I e II, localizadas no bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC. ................................................................................................................................ 143 Tabela 10: Lista das espécies de aves ocorrentes nas Áreas de Influência Direta do empreendimento de Regularização Fundiária das glebas I e II, localizadas no bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC. Conservação: (LC) Pouco Preocupante; (NT) Quase Ameaçada; (NA) Não ameaçada; (NE) Não avaliada; (VU) Vulnerável; (EN) Em Perigo; (DD) Dados insuficientes. ............................................. 160 Tabela 11: Lista de espécies de répteis com possível ocorrência para a região de Itapoá, SC. Aplica-se a esta tabela a seguinte legenda: Status de Conservação, segundo Resolução CONSEMA nº 002/ 2011 (Lista estadual); MMA, 2014 (Lista nacional); e IUCN, 2014 (Lista Internacional). Categorias de ameaça = Não ameaçada (NA), Vulnerável (VU), Em Perigo (EN), Espécie exótica (***). .............................. 174 Tabela 12: Riqueza de répteis e formas de registros na área de estudo, município de Itapoá, SC. Aplicase nesta tabela a seguinte legenda: BA = Busca Ativa; EO = Encontro Ocasional. .......................... 177 Tabela 13: Lista de espécies de anfíbios com possível ocorrência para a região da área de estudos. Estado de conservação, segundo Resolução CONSEMA n º 002/2011 (lista estadual); MMA, 2014 (Lista Nacional); e IUCN, 2014 (Lista Internacional). Aplica-se nesta tabela a seguinte legenda: NA = Não Ameaçada; VU = Vulnerável; Fonte: Elaboração própria a partir de dados secundários. .......... 186 Tabela 14: Riqueza encontrada nos diferentes Pontos de Amostragem e Modos reprodutivos dos anfíbios registrados na área de estudo, município de Itapoá, SC. Aplica-se a esta tabela a seguinte legenda: Formas de Registro: VO = Vocalização; VI = Visualização; VV = Vocalização e Visualização; ............................................................................................................................................................. 188 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 11 Tabela 15: Descrição dos modos reprodutivos (sensu Haddad e Prado, 2005) das espécies registradas na área de estudos. ............................................................................................................................. 192 Tabela 1: Composição da ictiofauna da área 1, conforme entrevistas – Rio Saí – Mirim. ................. 202 Tabela 2: Lista de espécies ocorrentes registradas na área do PNMC. ............................................. 204 Tabela 3: Composição da ictiofauna no rio Mendanha, através de entrevistas. ................................ 207 Tabela 4: Composição da ictiofauna observada in loco no rio Mendanha ......................................... 208 Tabela 16: Área, densidade demográfica e população do município. ................................................ 220 Tabela 17: Compilação dos Indices de IDHM do Municipio. ............................................................... 222 Tabela 18: PIB por contribuição nos setores da economia em Itapoá ............................................... 225 Tabela 19: Síntese das principais ocorrências em segurança ............................................................ 240 Tabela 20: Taxa de homicídios por 100 mil habitantes. ...................................................................... 240 Tabela 21: Natureza do impacto ambiental ......................................................................................... 246 Tabela 22: Localização e espacialização do impacto ......................................................................... 247 Tabela 23: Incidência do impacto ambiental ....................................................................................... 247 Tabela 24: Duração do impacto ambiental .......................................................................................... 247 Tabela 25: Temporalidade do impacto ambiental ............................................................................... 248 Tabela 26: Reversibilidade do impacto ambiental .............................................................................. 248 Tabela 27: Ocorrência do impacto ambiental...................................................................................... 249 Tabela 28: Importância do impacto ambiental .................................................................................... 249 Tabela 29: Magnitude do Impacto ambiental ...................................................................................... 249 Tabela 30: Pesos atribuídos aos critérios dos atributos de um determinado impacto. ...................... 250 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 12 1 INTRODUÇÃO O presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA, foi elaborado por uma equipe técnica multidisciplinar, com o intuito de fornecer a Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina – FATMA um diagnóstico técnico da situação atual da região onde desenvolveram-se as Glebas I e II do Bairro Itapema do Norte, no Municipio de Itapoá e sua relação com os possíveis impactos ambientais causados por esta ocupação, indicando assim, quais ações e medidas poderão ser tomadas para a minimização dos impactos ambientais identificados. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 13 2 OBJETO DO LICENCIAMENTO O presente Estudo de Impacto Ambiental, visa apresentar os resultados dos levantamentos realizados para diagnóstico, de caracterização das áreas de influencia do empreendimento, bem como de seus aspectos referentes para os meios físico, biótico e antrópico, concernentes as áreas denominadas Gleba I e Gleba II, do bairro Itapema do Norte, Itapoá, sendo esta área urbana consolidada, alvo de regularização fundiária, por meio da Prefeitura Municipal de Itapoá. Assim este estudo de impacto ambiental (EIA) visa fornecer subsídios para a Fundação de Meio Ambiente do estado de Santa Catarina (FATMA), para emissão da Licença de Operação (LO), de cunho corretivo, para o empreendimento Regularização Fundiária Glebas 1 e 2. A área em questão trata-se de uma área urbana publica doada pelo governo do estado ao Município de Itapoá, através de Lei Estadual nº 8.542/1992 e recebida através da Lei Municipal nº 155/1992, para o provimento de assentamento e regularização fundiária, com matricula em Cartório de Registro de Imóveis sob o nº 43.389. A ocupação das Glebas I e II, elucidam a ocupação imobiliária nos moldes da ocupação desordenada, sendo uma ocupação histórica associada a comunidade pesqueira tradicional, justificando o atual cenário, pois em tratativas de regularização destes locais, houve através da emissão de termos de embargo número 0301/07 IBAMA e número 12982/10 FATMA, a apresentação da necessidade de regularização ambiental, para compor o processo de regularização fundiária do local, visto as inconformidades ambientais do local, como ocupação de áreas de preservação permanente. Em vista de o loteamento constituído por estas duas Glebas, estar inserido em área pertencente a matricula da prefeitura, sendo necessário a regularização fundiária deste local, para cadastro e escrituração das propriedades inseridas, conforme Processo ocorrente no ministério Público, sendo este Inquérito Civil Público número 06.2011.000027-9, a Prefeitura Municipal de Itapoá, vem instruindo junto a FATMA, o processo de licenciamento ambiental, sendo protocolado junto a FATMA no ano de 2011, um Estudo de Conformidade Ambiental, juntamente com documentação necessária a análise pelo órgão ambiental que originou o Processo URB/14452/CRN Este protocolo culminou na emissão do Parecer Técnico número 5060/2012 FATMA, que se posicionou pelo indeferimento do licenciamento ambiental do parcelamento de solo, e solicitou ao empreendedor (Prefeitura Municipal de Itapoá) através do Oficio nº1147/2012/CRN, para prosseguimento do processo de licenciamento ambiental, a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental, visto o porte do empreendimento, sendo neste caso considerado o preconizado na Resolução CONSEMA 03/2008, que estabelece que em casos de parcelamento urbano em áreas superiores a 100 hectares, deve-se apresentar um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 14 Assim visto a necessidade de apresentação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) visando o licenciamento ambiental do empreendimento, para emissão de Licença de Operação corretiva, este estudo visa apresentar subsídios para andamento deste processo. Abaixo é apresentada tabela contendo coordenada geográfica de parte central do empreendimento. Tabela 1: Coordenada Geográfica do empreendimento Regularização Fundiária Gleba I e Gleba II, Itapema do Norte, Itapoá, SC. Coordenada Geográfica Gleba I e Gleba II Bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC COORDENADAS (UTM) DATUM SIRGAS2000 MC-51° LATITUDE: 7114483.94 m S LONGITUDE: 738551.50 m E ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 15 3 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E DO CONSULTOR IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR MUNICIPIO DE ITAPOÁ – PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ CNPJ: 81.140.303/0003/0001-01 Rua Mariana Michels Borges, nº 201 Itapoá - SC Fone: 47 3443 8834 Contato: Departamento de Planejamento E-mail: [email protected] IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA GEO CONSULTORES ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA. CNPJ: 00.141.979/0001-18 Rod. Alfredo Anacleto da Silva, km 1,5 - Sertão dos Corrêas Tubarão-SC Fone: 48 – 3626 5139 Coordenador do Projeto: Alnahar Oliveira E-mail: [email protected] CREA/SC: 038.623-1 CTF IBAMA: 77956 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 16 EQUIPE TECNICA Profissionais envolvidos na elaboração do estudo (ARTs apresentadas no Erro! Fonte de referência não encontrada.). Nome Wilson Ricardo de Oliveira Vanelli Ferreira de Oliveira Função/Formação Geólogo Geógrafa Alnahar Oliveira Engenheiro Agrônomo Eridani Oliveira Biólogo - Mastofauna Roberto Buss Stringari Reg. Órgão Competente 038.019-5 038.619-3 083.766-3 081.432/03 088.298/03 Biólogo – Avifauna Fabio Hammen Lhanos 063.723/03 Biólogo – Herpetofauna Geraldo Gomes de Freitas Filho 064177-6 Engenheiro de Pesca Nara Coral Lanzarini 088.291/03 Bióloga – Especialista em Geoprocessamento Luiara Heerdt da Rosa Engenheira Florestal Indyamara Borges Pereira Sandi de Oliveira 133.107-4 109.206-0 Técnica em Agrimensura Advogada OAB-SC 29.709 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 17 4 LOCALIZAÇÃO O município de Itapoá, está localizada no litoral norte de Santa Catarina, na divisa com o estado do Paraná, fazendo parte da Mesorregião Norte Catarinense e integrando a Associação de Municípios do Nordeste de Santa Catarina. O município está distante da capital catarinense Florianópolis 252 Km, dista 136 Km de Curitiba e 88 Km de Joinville. Os limites de Itapoá, são o município de Guaratuba no Paraná, através do rio Sai Guaçu a norte, o oceano Atlântico, a leste, o município de Garuva a oeste, a baia da Babitonga e o município de São Francisco, a sul. A seguir o mapa de localização do município de Itapoá no estado de Santa Catarina. Figura 1: Mapa de localização de Itapoá - Fonte Wikipédia, 2015. Por sua localização, o município de Itapoá, possui acessos tanto por via terrestre como marítima. Através de acesso terrestre o principal caminho para Itapoá, é realizado através da rodovia BR 101, entrando na SC 417 em direção a Garuva e Guaratuba, até chegar na rodovia SC 416 que chega ao município e no Porto Itapoá, rodovia esta recentemente pavimentada. Quanto aos acessos via travessia marítima, podem ser realizados através de ferry-boat, tanto de Joinville como de São Francisco do Sul. A partir daí deve-se pegar então a estrada SC-415, que liga a área rural de Itapoá com a urbana. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 18 O município acima referido compõe a Área de Influência Indireta-AII, do empreendimento de regularização fundiária das Glebas I e II, que representa a Área Diretamente Afetada-ADA, no bairro Itapema do Norte. A área de 1.329.849,70 m², foi adquirida pelo governo estadual na década de 90 e doada para o município em 1992, com o objetivo de regularização fundiária dos pescadores locais, fato este não concretizado ainda com relação a Gleba II e que provocou o crescimento desordenado do local. Compreende uma área estendida no sentido leste oeste, com frente para o Oceano Atlântico, fundos para o rio Saí Mirim, sendo ladeado a norte pelo Balneário Brasília e a sul pelo Balneário Jardim Pérola do Atlântico e Balneário São José. As duas glebas são separadas pela rua Principe, importante via comercial do município. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 19 MAPA DE LOCALIZAÇÃO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 20 5 APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS GLEBAS I E II A área objeto deste estudo, se caracteriza como porção de solo inserida no município de Itapoá, intituladas Gleba I e Gleba II, localizada no bairro Itapema do Norte, situada em área urbana já consolidada, inserida em matricula pertencente a Prefeitura Municipal de Itapoá, alvo de regularização fundiária, sendo assim peliteado a Licença Ambiental de Operação Corretiva, para este empreendimento já implantado. Conforme apresentado, esta área urbana se encontra já consolidada, sendo segundo o Plano Diretor do Município, sua ocupação iniciada a partir de pequenas vilas de pescadores ao longo da costa e posteriomente partir da década de 1950 se consolidando. Datam deste período, a aprovação dos loteamentos Jardim Pérola do Atlântico e Rio Gracioso, localizados hoje no Bairro de Itapoá. Inicia-se assim uma ocupação longilínea, na qual os diversos balneários foram implantados com frentes para a orla, atingindo hoje praticamente toda a extensão da faixa de praias. Este adensamento resultou no que é a área urbana de Itapoá, sendo raras as ocupações no interior do município. Estas últimas encontram-se concentradas em pequenas localidades envolvidas com atividades de agricultura ou ecoturismo. A ocupação urbana do município se desenvolveu com traçado ortogonal a partir da orla, no entanto, a não compatibilização dos loteamentos aprovados gerou uma malha desconexa, na qual inúmeras vias não possuem integração. Este é o caso do empreendimento em questão, que apresenta em sua porção limítrofe com o oceano Atlantico, denominada Gleba I, malha viária desconjuntada bem como delimitação de quadras inexistente ou de forma desigual. Já a ocupação da Gleba II desta área se deu de maneira mais uniforme em relação ao posicionamento de suas quadras e sistema viário, facilitando acesso a serviços públicos, carecendo porém de infraestrutura relacionado a saneamento urbano e macrodrenagem, associado a pavimentação de algumas ruas. INFRAESTRUTURA URBANA 5.1.1 SISTEMA VIÁRIO E MACRO DRENAGEM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 21 O município de Itapoá possui aproximadamente 800 km de ruas sendo que apenas 10% destas encontram-se pavimentadas e aproximadamente 5% possui algum tipo de drenagem. Portanto a drenagem na área urbana de Itapoá é composta basicamente de pequenos córregos e de valas superficiais. São poucos os trechos onde há drenagem subterrânea e estes estão localizados em sua grande maioria no cruzamento das ruas transversais com as principais avenidas da cidade. Tendo em vista esta situação do município de Itapoá, o sistema viário das glebas não é diferente, estando estas ruas em sua maioria, não pavimentada. Em relação a infraestrutura, apesar de mais desorganizada, em relação ao desenho da malha viária e dimensionamento e formas de quadras, a Gleba I, por estar inserida em porção próxima a praia, possui maior infraestrutura urbana, possuindo associada ao sistema viário, sistema de drenagem pluvial, bem como áreas urbanizadas, situadas na orla, com passeios e acessos a praia e costões, bem como área de APP da foz do Rio Mendanha, corpo hídrico que atravessa grande porção urabana de Itapoá. Este corpo hídrico possui porção canalisada direcionada ao Rio Saí-Mirim, visando diminuir o volume das aguas na travessia urbana e riscos de alagamento, sendo que outro braço tem desague no oceano atlântico, próximo ao ponto conhecido como terceira pedra, importante ponto turístico do município de Itapoá. Neste local encontra-se implantada estrutura com passeios e travessias com pontes de madeira neste braço do Rio Mendanha, conforme ilustra a Figura 2. Figura 2: Infraestrutura associada a foz do Rio Mendanha. Neste ponto o Rio Mendanha conta com aproximadamente 300 metros inserido na orla da praia, onde não são verificadas residências, contando com vegetação nativa em estágios iniciais de sucessão ecológica e presença de vegetação exótica. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 22 Figura 3: Vista de área próxima a foz do Rio Mendanha, com presença de vegetação. Figura 4: Vista de passeio associada a orla marinha, destaque para bueiro para destinação de aguas pluviais. No restante de seu traçado este corpo hídrico encontra-se canalizado, visto estar inserido na área urabana do município, com o objetivo de minimizar os riscos associados a enchentes e alagamentos. Em relação a estrutura viária desta porção do município, vem ocorrendo, principalmente na Gleba I, visto sua proximidade com o centro da cidade e sua importância turística, uma constante estruturação, principalmente associada a pavimentação, implantação de sistema de drenagem e urbanização das vias. Estes pontos, vem sendo alvo de implantação de pavimentação asfáltica e sistema de drenagem pluvial, visando a adequação e melhoramento da infraestrutura urbana do município. Com relação ao conceito de centralidade no município de Itapoá, verifica-se que o bairro Itapema do Norte, com porção inserida na Gleba I, concentra algumas das funções características de centro, por ser de ocupação mais antiga e abrigar um número maior de comércios, serviços, equipamentos comunitários e de serviços institucionais ligados à prefeitura. No entanto, outros pontos de ocupação ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 23 urbana mais intensa desenvolveram pólos de comércios e serviços, distribuindo estas atividades ao longo da área urbana. Figura 5: Vista de Placa de indicação de obra de infraestrutura que abrange ruas inseridas ou com porção inserida nas Glebas I e II. Em direção a Gleba II, nota-se uma diminuição desta infraestrutura, visto a movimentação veicular e populacional ser bastante menor em relação as da Gleba I, nestes locais predominam ruas de chão batido, e sistema de drenagem, quando existente, superficial, através de valetas de drenagem. Figura 6: Vista de confluência da Avenida do Coméricio (pavimentada com lajotas) e Rua Fransciso Correa (chão batido) em direção a oeste. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 24 Figura 7: Vista de porção pavimentada e com sistema de drenagem da Avenida do Coméricio. Figura 8: Vista de continuação da Rua Franscisco Correa, devido a ausência de sistema de drenagem de aguas pluviais o direcionamento é feito para valas de drenagem, conforme visualizado a direita da figura. Figura 9: Vista de rua sem pavimentação e sistema de drangem. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 25 O mapa de detalhe do empreendimento, apresentando inclusive a estrutura viária do empreendimento em questão é apresentado a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 26 MAPA DE DETALHE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 27 5.1.2 ENERGIA ELÉTRICA O fornecimento de energia elétrica na área do Município de Itapoá é de responsabilidade das Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. – CELESC, empresa de economia mista do Estado de Santa Catarina, que consequentemente fornece energia as glebas. 5.1.3 AGUA E SANEAMENTO A área urbana do Município de Itapoá é atendida por um sistema de abastecimento de água que alcança praticamente toda a população urbana. O sistema atende de modo integrado à área urbana principal do município, incluindo suas ramificações que se dispõem ao longo da parte costeira da cidade. O abastecimento é feito utilizando o Rio Saí Mirim como manancial de superfície, mediante tratamento físico-químico da água. Por ser uma cidade turística, são definidos dois momentos bem distintos durante o ano na cidade de Itapoá: na temporada de verão (entre 15 de dezembro e fim de fevereiro), onde o consumo existente é gerado pela população fixa e a flutuante, e o restante do ano, onde a demanda de água é bem inferior do que durante o verão. O fornecimento de agua potável é concessão da empresa Aguas de Itapoá. Figura 10: Vista de reservatório de agua potável da empresa Aguas de Itapoá, situado na área das Glebas I e II. Segundo o Plano Municipal de Saneamento do município de Itapoá, O Município de Itapoá não possui sistema de coleta e tratamento de esgotos, sendo que os esgotos domésticos do município são, via de ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 28 regra, lançados atualmente em sistemas individuais constituídos por fossa séptica e sumidouros, e na ausência destes, encaminhados sem qualquer tratamento às galerias de águas pluviais ou diretamente aos corpos de água da região. A Companhia Águas de Itapoá é a responsável pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Itapoá Entretanto, a Companhia não realizou, até o presente momento, qualquer investimento no que se refere à implantação de rede coletora e tratamento coletivo de esgoto no município. 5.1.4 COLETA E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Atualmente a Prefeitura de Itapoá terceiriza os serviços de coleta e transporte dos resíduos sólidos junto à SURBI (Serviços Urbanos de Itapoá), empresa pertencente ao Grupo Serrana, a qual detém a concessão desses serviços, conforme contrato firmado com a municipalidade. Os residuos coletados são transportados até uma estação de transbordo da SURBI, localizada no município, e, posteriormente, os resíduos são encaminhados até o aterro sanitário da Empresa SELUMA (Serviços de Limpeza Urbana Mafra), também do Grupo Serrana, que fica situado no Município de Mafra, a aproximadamente 170 km da sede municipal de Itapoá. A área em questão é totalmente atendida por este serviço publico conforme ilustra a figura a seguir. Figura 11: Caminhão da SURBI, recolhento resíduos domésticos em rua da Gleba II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 29 6 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO O presente estudo de impacto ambiental (EIA) visa fornecer subsídios para a Fundação de Meio Ambiente do estado de Santa Catarina (FATMA), para emissão da Licença de Operação (LO), de cunho corretivo, para o empreendimento Regularização Fundiária Glebas 1 e 2, localizadas no bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC. O processo de ocupação do local já remonta ser anterior a década de 50, O município de Itapoá tem sua origem, história e cultura estreitamente ligadas aos municípios de Garuva e São Francisco do Sul. Até o final da década de 60 o povoamento de Itapoá era vinculado ao município de São Francisco do Sul, pertencendo na época ao distrito do Saí, freguesia de Nossa Senhora da Glória. Mais tarde Itapoá foi agregada ao município de Garuva, tornando-se distrito em 28 de setembro de 1968. Finalmente, em 26 de abril de 1989, Itapoá tornou-se município, através da Lei Estadual nº 7.586. Para emancipação do Município foram realizados dois plebiscitos. O primeiro no dia 18 de outubro de 1987 e o segundo no dia 04 de setembro de 1988, que culminou na emancipação. Visto o potencial turístico da cidade, visto a extensa orla marítima que se situa a limite leste da cidade, bem como a presença de belas praias e balneário, além da ocupação histórica por comunidades tradicionais de pescadores, a cidade se desenvolveu e caracterizou-se como importante polo turístico e de veraneio, para as cidades do entorno e turistas de outros estados e países. Conforme o aumento populacional e da infraestrutura local do município, incluindo-se a implantação de importante empreendimento, sendo este o porto de Itapoá, foram necessárias expansões imobiliárias, culminando na ocupação de diversas áreas, inclusive áreas legalmente protegidas, como as áreas de orla marítima e zonas ripárias. A área em questão trata-se de uma área urbana publica doada pelo governo do estado ao Município de Itapoá, através de Lei Estadual nº 8.542/1992 e recebida através da Lei Municipal nº 155/1992, para o provimento de assentamento e regularização fundiária, com matricula em Cartório de Registro de Imóveis sob o nº 43.389. As primeiras ocupações, se deram, conforme descrito acima, por ocupações espontâneas por comunidades pesqueiras tradicionais, bem como posteriormente sendo incrementado pelo crescimento da malha urbana da cidade A ocupação das Glebas I e II, elucidam a ocupação imobiliária nestes moldes, justificando o atual cenário, pois em tratativas de regularização destes locais, houve através da emissão de termos de embargo número 0301/07 IBAMA e número 12982/10 FATMA, a apresentação da necessidade de regularização ambiental, para compor o processo de regularização fundiária do local, visto as inconformidades ambientais do local, como ocupação de áreas de preservação permanente. Assim conforme tratativas realizadas entre a Poder Executivo e Poder Legislativo de Itapoá, Ministério Público ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 30 Federal e a FATMA, aceleraram-se as tratativas entre estes órgãos, visando a efetiva regularização fundiária na área pleiteada. Assim, conforme mencionado acima, a ocupação destas áreas se deu de forma desordenada e sem critérios, sendo agora necessário a adequação deste parcelamento do solo, com demarcação de lotes e divisas, visando também a estruturação do local, com implantação de estruturas viárias adequadas e estipuladas pelo plano diretor, adequações sociais, como é o caso da Gleba II, situada em área definida como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), além da implantação de estrutura de saneamento básico, visando mitigar o impacto ambiental da presença destas edificações no local, bem como adequando estas áreas urbanisticamente. Já a Gleba I, encontra-se em área com grande potencial comercial e turístico, justificando uma adequação urbanística, ambiental e estrutural, das vias de acesso e da orla marinha, além das margens do corpo hídrico existente na área, conhecido como Rio Mendanha, bem como a adequação ambiental das residências situadas na zona ripária do corpo hídrico. A ocupação destas duas glebas se deu de maneira distinta. A gleba I, situada na área limítrofe com o Oceano Atlântico, foi ocupada de maneira desordenada, não existindo qualquer planejamento na implantação de seu sistema viário, bem como na formação de quadras e lotes, com evidentes problemas de mobilidade urbana e acessibilidade a serviços públicos. Essa gleba possui também em seu limite leste, grande ocupação associada a atividade pesqueira, tradicionalmente realizada no local, como ilustrado na Figura 12. Figura 12: Vista parcial da ocupação da área litorânea da área a ser regularizada, destaque para a pesca artezanal. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 31 Já a Gleba II, devido aos seus limites estabelecidos de forma mais simétrica, com loteamentos vizinhos, já planejados e regularizados, possui sua divisão e sistema viário estabelecidos de forma mais organizada. Apesar disto, em virtude da diferença social existente nesta ocupação, a porção inserida na Gleba I conta em sua estrutura com ruas pavimentadas, sistema de drenagem pluvial, além de outras estruturas que já não são encontradas na Gleba II, que abriga população mais humilde, onde carecem estruturas básicas de saneamento, drenagem pluvial e pavimentação. Figura 13: Vista de áreas de ocupação situada na Gleba II, no limite oeste do terreno no lado esquerdo da foto destaque para o limite patrimonial do Parque Natural Municipal Carijós. Em vista de o loteamento constituído por estas duas Glebas, estar inserido em área pertencente a matricula da prefeitura, sendo necessário a regularização fundiária deste local, para cadastro e escrituração das propriedades inseridas, conforme Processo ocorrente no ministério Público, sendo este Inquérito Civil Público número 06.2011.000027-9, a Prefeitura Municipal de Itapoá, vem instruindo junto a FATMA, o processo de licenciamento ambiental, sendo protocolado junto a FATMA no ano de 2011, um Estudo de Conformidade Ambiental, juntamente com documentação necessária a análise pelo órgão ambiental que originou o Processo URB/14452/CRN Este protocolo culminou na emissão do Parecer Técnico número 5060/2012 FATMA, que se posicionou pelo indeferimento do licenciamento ambiental do parcelamento de solo, e solicitou ao empreendedor (Prefeitura Municipal de Itapoá) através do Oficio nº1147/2012/CRN, para prosseguimento do processo de licenciamento ambiental, a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental, visto o porte do empreendimento, sendo neste caso considerado o preconizado na Resolução CONSEMA 03/2008, que estabelece que em casos de parcelamento urbano em áreas superiores a 100 hectares, deve-se apresentar um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 32 7 ASPECTOS LEGAIS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL Para o desenvolvimento do estudo ambiental com o propósito de analisar a viabilidade técnica e locacional do empreendimento, foram avaliados os dispositivos legais, em nível federal, estadual e municipal, que impliquem ou subsidiem a correta avaliação ambiental do empreendimento. Nesse sentido, foram avaliados os dispositivos legais, referentes aos seguintes aspectos: Exigência de Licenciamento Ambiental e Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental. LEGISLAÇÃO FEDERAL A Lei do Parcelamento do Solo, lei 6766/1979, dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências, no artigo 1° o parcelamento do solo urbano será regido por esta lei. No parágrafo único- Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta lei as peculiariedades regionais e locais. Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Ao regulamentar a Lei nº. 6.938/1981 e o Decreto Federal nº. 99.274/1990, que substituiu o Decreto nº. 88.351/1983, delegou-se ao CONAMA a competência para estabelecer normas e critérios gerais para ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 33 o licenciamento das atividades potencialmente poluidoras. Atualmente, os procedimentos de licenciamento ambiental encontram-se estabelecidos nas Resoluções CONAMA n°. 01, de 23/01/1986. Por sua constante aplicabilidade, destaca-se, também, a Resolução CONAMA nº. 237, de 19/12/1997, que atualizou e disciplinou todo o processo de Licenciamento Ambiental e os níveis de competência de cada Unidade da Federação. A lei dos Crimes Ambientais ou “Lei da Natureza”, Lei nº. 9.605, de 13/02/1998, também se reveste de grande importância. A legislação sobre água e energia é de competência da União, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988. Pode-se destacar em relação à água a Lei dos Recursos Hídricos nº. 9.433, de 08/01/1997 e a Lei nº. 9.984, de criação da Agência Nacional das Águas (ANA), de 17/07/2000. LEI FEDERAL N.º 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012 - Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº 97, DE 5 DE ABRIL DE 2006 - Dispõe sobre a obrigatoriedade do registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou utilizadoras de Recursos Ambientais, via internet e sobre a obrigatoriedade da apresentação do Relatório de Atividades para as atividades sujeitas ao Cadastro, devendo ser utilizadas listas harmonizadas conforme normatização do IBGE ou ABNT; RESOLUÇÃO CONAMA Nº 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009 - Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. DECRETO FEDERAL N.º 4.281,DE 25 DE JUNHO DE 2002 - Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 01, DE 23 DE JANEIRO DE 1986 - Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 09, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1987 - Dispõe sobre audiências públicas. PORTARIA DO MMA Nº 236, DE 8 DE AGOSTO DE 2008 - Reestrutura o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBIO para a aprovação prévia da realização das seguintes atividades científicas ou didáticas: coleta de material biológico; captura ou marcação de animais silvestres in situ; manutenção temporária de espécimes de fauna silvestre em cativeiro; transporte de material biológico; e realização de pesquisa em unidade de conservação federal ou em cavidade natural subterrânea. LEI FEDERAL N.º 5.197, DE 03 DE JANEIRO DE 1967 - Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 34 INSTRUÇÃO NORMATIVA MMA Nº 5, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009 - Dispõe sobre os procedimentos metodológicos para restauração e recuperação das Áreas de Preservação Permanentes e da Reserva Legal instituídas pela Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal). RESOLUÇÃO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO N.º 2, DE 6 DE JULHO DE 2007 - Regulamenta o Cadastro Nacional de Florestas Públicas, define os tipos de vegetação e as formações de cobertura florestal, para fins de identificação das florestas públicas federais, e dá outras providências. LEI FEDERAL Nº 11.284, DE 2 DE MARÇO DE 2006 - Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002 - Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 429, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2011. Dispõe sobre a metodologia de recuperação das áreas de preservação permanente. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006 Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 417, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009 - Dispõe sobre parâmetros básicos para definição de vegetação primária e dos estágios sucessionais secundários da vegetação de restinga na Mata Atlântica, e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 378, DE 19 DE OUTUBRO DE 2006 - Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19 da Lei n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965. LEI FEDERAL N.º 9.985, regulamenta intervenção em áreas de preservação permanente - APP, especialmente manguezais e faixas marginais ao longo de rios, pode ser compensada ou minimizada através de replantio e também através da criação e implantação de Unidades de Conservação, e institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). RESOLUÇÃO CONAMA N.º 13, DE 06 DE DEZEMBRO DE 1990 - Dispõe sobre áreas circundantes, num raio de 10 (dez) quilômetros, da Unidades de Conservação. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 396, DE 3 DE ABRIL DE 2008 - Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA N.º 02, DE 11 DE FEVEREIRO DE 1993 - Estabelece limites máximos de ruídos. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 35 RESOLUÇÃO CONAMA N.º 307, DE 05 DE OUTUBRO DE 2002 - Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. LEI FEDERAL 12.305/10, DE 02 DE AGOSTO DE 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. No tocante à legislação municipal, o Plano Diretor e a Lei Orgânica destacam-se como os documentos mais importantes. Os municípios, em geral, acompanham as legislações, federal e estadual, especialmente as determinações contidas nas Cartas Magnas, cujas exigências sobre a preservação do meio ambiente são reproduzidas ou adaptadas à realidade local em seus Planos Diretores ou Leis Orgânicas. Na existência de unidades de conservação que possam ser afetadas no seu interior, zona de amortecimento ou áreas circundantes (raio de 10km a partir dos limites da unidade de conservação), o órgão ambiental licenciador formalizará requerimento ao responsável pela Unidade de Conservação, nos termos da Instrução Normativa nº 01/09 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. LEGISLAÇÃO ESTADUAL A legislação federal deve ser sempre cumprida. Partindo-se da premissa que legislações estaduais podem ser mais restritivas que a federal, mas, se isso não ocorrer, prevalecerá sempre esta última. Da mesma forma, devem ser consideradas as legislações municipais, em relação à legislação estadual e federal. São legislações estaduais pertinentes ao objeto deste licenciamento: Resolução CONSEMA nº. 01/06 Aprova a Listagem das Atividades Consideradas Potencialmente Causadoras de Degradação Ambiental passíveis de licenciamento ambiental pela Fundação do Meio Ambiente – FATMA e a indicação do competente estudo ambiental para fins de licenciamento. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL 7.3.1 O PLANO DIRETOR E A GESTÃO DO TERRITÓRIO A Lei Complementar Municipal n°017/ 2007, instituiu o Plano Municipal de Gerenciamento CosteiroPMGC, do município de Itapoá. De acordo com esta Lei na seção IV, dos Instrumentos de Planejamento, no artigo 5° aplicam-se para Gestão Municipal da Zona Costeira os seguintes instrumentos, de forma articulada e integrada: ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 36 I- Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro : Lei Municipal que implementa a política de Gerenciamento Costeiro, e define responsabilidades e procedimentos institucionais para a execução, tendo como base os Planos Nacional e Estadual. II- Zoneamento Ecológico Econômico Municipal : Lei Municipal que ordena o processo de ocupação e de uso da zona costeira municipal, necessário para obtenção das condições de sustentabilidade do desenvolvimento da zona costeira, em consonância com o Zoneamento Costeira Nacional e Estadual, como mecanismo orientador das ações de monitoramentos, licenciamento, fiscalização e gestão. III- Plano Diretor Municipal : Leis Municipais que detalham e regulamentam o processo de ordenamento territorial no perímetro urbano do município. IV - Plano de Intervenção da Orla : Plano de intervenção local que detalha e regulamenta o processo de uso e ocupação da orla em sua posição marítima e terrestre. E no artigo 6° desta lei, ficou definido que estes instrumentos, serão elaborados de forma participativa, estabelecendo diretrizes quanto aos usos permitidos, permissíveis, proibidos ou estimulados. Quanto ao Plano Diretor, especialmente em razão da obrigatoriedade de sua elaboração definida pelo Estatuto das Cidades-lei 10.257 de 2001, aos municípios que contam com mais de vinte mil habitantes. Também a lei, no artigo 41, estende está obrigação para as cidades pertencentes a áreas de especial interesse turístico e ainda para as inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental, de âmbito regional ou nacional, independente de possuírem vinte mil habitantes. Com relação a Itapoá, apesar de não ter mais de 20 mil habitantes, houve o enquadramento do município ao artigo 41, do Estatuto das Cidades por estar inserido em área de especial interesse turístico ou em área de influência de empreendimento significativo, no caso a implantação do Porto de Itapoá. A Lei Complementar Municipal n° 001/2003 - Dispõe sobre a delimitação do perímetro urbano do município de Itapoá e da outras providências. Lei com a finalidade de delimitação do perímetro urbano do município de Itapoá. A Lei municipal n° 204/2008 de 15 de outubro de 2008, do Plano Diretor que dispõe sobre o zoneamento da ocupação e uso do solo urbano do município de Itapoá e da outras providências estabeleceu no capítulo I, seção I dos objetivos, artigo 1°, na definição o zoneamento da ocupação e uso do solo do município de Itapoá tem os seguintes objetivos: I- Estabelecer critérios de ocupação e utilização do solo urbano, tendo em vista o equilíbrio e a coexistência nas relações do homem com o meio, das atividades que os permeiam; II promover, através de um regime urbanístico, a qualifidade de valores estético-paisagístico naturais ou culturais, próprios da região e do município; ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 37 III- Prever e controlar densidades demográficas e de ocupação do solo urbano, como medida para a gestão do bem público e da oferta de serviços públicos, compatibilizados com o crescimento urbano ordenado; III- Prever e controlar densidades demográficas e de ocupação do solo urbano, como medida para gestão do bem público e da oferta de serviços compatibilizados com o crescimento urbano ordenado; IV- Compatibilizar usos e atividades diferenciadas complementares entre si, dentro de determinadas porções do espaço urbano; V- Conservar a balneabilidade das praias de Itapoá. No artigo 2 , para efeito de entendimento ficou definido o zoneamento como a divisão da área do período urbano em zonas, para as quais são definidos usos e parâmetros de ocupação do solo. No capítulo III, do Zoneamento, são apresentadas as zonas e as áreas de regularização fundiária Gleba I e Gleba II, que estão inseridas nas seguintes áreas: Zona Especial - que possuem características específicas e devem ser tratadas isoladamente através de Planos de Intervenção Local. Zona Especial de Interesse Social - correspondem as assim denominadas em razão das características de uso, especialmente entendidas aquelas em que haja interesse público em promover a urbanização ou a regularização jurídica da posse da terra, assim como áreas de loteamentos irregulares que por suas características, interesse público e social exijam regularização jurídica do parcelamento, ou a complementação da infra-estrutura urbano ou dos equipamentos comunitários bem como a recuperação ambiental. Zona de Proteção de Fundo de Vale - compreendem as faixas de drenagem de todos os cursos d'água para efeito de proteção ambiental do curso d'água e da vegetação ciliar existente e para escoamento das águas pluviais. A seguir será apresentado recorte do Mapa de Zoneamento do Município de Itapoá, com destaque para a Zona Especial de Interesse Social representado pelas Glebas I e II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 38 Figura 14: Recorte do Mapa de Zoneamento com destaque para a Zona Especial de Interesse Social, representado pelas Glebas I e II. Fonte Prefeitura Municipal 2013. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 39 Os bairros localizados mais ao norte do município, possuem uma ocupação mais adensada, principalmente no Itapema do Norte que se caracteriza como o núcleo mais antigo de Itapoá e por abrigar um número considerável de comércios, serviços e estabelecimentos institucionais. De acordo com o Censo 2010 (IBGE, 2010), essa porção da orla é a que possui, comparativamente, os menores números de domicílios de veraneio. No entanto a região sofre um processo de valorização que incentiva a substituição da ocupação tradicional por residências de veraneio. A Gleba I, possui traçado irregular, sem uma definição precisa das quadras, resultado de uma ocupação mais espontânea, sem planejamento. Já o entorno, que passou por parcelamento posterior, tem traçado mais regular, porém, os arruamentos apresentam descontinuidades. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 40 8 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ÁREAS DE INFLUENCIA O Diagnóstico Ambiental do empreendimento está instrumentalizado através de métodos e técnicas que tomam como referências a Resolução do CONAMA n° 001/86 além de constatações práticas que a equipe técnica que elaborou este trabalho propõe para cada situação específica. A referida Resolução estabelece definições, diretrizes básicas e critérios para a realização da análise de impactos ambientais para empreendimentos diversos. Por outro lado, a mesma não estabelece regras rígidas para a delimitação das áreas de influência, sugerindo certa flexibilidade, desde que sustentada tecnicamente em cada caso, conforme artigo 5º, inciso III, que deve-se “definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza”. A delimitação da área de influência é de extrema importância para definição referencial da caracterização do meio físico, do meio biótico e do meio sócio-econômico para viabilizar a implantação e operação do empreendimento, apontando as consequências positivas e negativas. Em se tratando de termos conceituais a área de influência deve abranger todas as áreas passíveis de sofrer impactos devido às ações diretas e indiretas do empreendimento, desde a implantação até a sua operação. Para melhor exemplificar a dimensão destas três áreas, poderá ser observada a figura abaixo. . Figura 15. Áreas de Influência ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 41 8.1.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) E ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) Por se tratar de um empreendimento consolidado as definições de Área Diretamente Afetada e Área de Influencia Direta se sobrepõe, não havendo adicionais de possíveis áreas que sofreriam influencia decorrente das obras para implantação do empreendimento. Esta área foi definida como a área limite das Glebas I e II, contidas na matricula nº 43.389 do Cartório de Registro de Imóveis, perfazendo uma área total de 1.329.849,70 m2 doada pelo Governo do Estado de Santa Catarina ao Município, através da Lei Estadual nº 8.542/1992 e recebida através da Lei Municipal nº 155/1992 8.1.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) AII compreende, o território onde o empreendimento impacta de forma indireta os meios físicos, bióticos e sócio-econômicos, incluindo, portanto a AID e a ADA. A Resolução CONAMA nº 001/86, em seu artigo 5º estabelece que os estudos ambientais devem definir os limites geográficos das áreas direta ou indiretamente afetados, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. Em relação ao empreendimento em questão os potenciais impactos sobre a bacia hidrográfica gerados por este são ínfimos, porém os impactos sobre o município/localidade será maior, desta forma resolveu-se utilizar o critério sócio-economico, sendo a delimitação do município de Itapoá como área de influencia Indireta. O mapa de Áreas de Influencia é apresentado a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 42 MAPA DE ÁREAS DE INFLUENCIA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 43 9 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL MEIO FÍSICO 9.1.1 CLIMATOLOGIA E METEOROLOGIA Para caracterização do clima da área de estudo, foram utilizados informações do Atlas Climatológico do Estado de Santa Catarina, produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI e dados de estações meteorológicas de Joinville e São Francisco do Sul, uma vez que Itapoá não dispõe de uma estação com esta amplitude de Os dados são referentes às médias mensais no período de 1996 a 2010. Com intuito de ter uma caracterização padronizada as informações relacionadas a temperatura, precipitação e umidade relativa do ar, foram obtidas da mesma referência. O conjunto de dados utilizado indica que a região é dotada de clima mesotérmico úmido, sem estação seca definida (Figura 19). Por estar situada em latitude subtropical, recebe influência de uma zona de transição entre as massas de ar tropicais e polares e linhas de instabilidades originadas na Baixa do Chaco (Paraguai). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 44 Figura 16: Classificação do Clima, segundo Köeppen. Fonte: Atlas Climatológico de Santa Catarina, EPAGRI, 2002. A Região Sul do Brasil é uma das regiões mais uniformes e de maior unidade climática. A uniformidade e a unidade são dadas por fatores climáticos dinâmicos, pois a região é passagem frequente das massas polares, o que a torna constantemente sujeita á bruscas mudanças meteorológicas. Essas mudanças provocam mais variabilidade pluviométrica do que térmica, pois a área em estudo não está sujeita a grandes desvios térmicos, e sim, às consequências do encontro dessas massas de ar, chamadas de frentes. As massas de ar tropical, que invadem Santa Catarina pelo continente e pelos oceanos Atlântico e Pacífico, podem ser denominadas Massa de Ar Tropical Continental, Atlântica e Pacífica, respectivamente. A Massa de Ar Polar também pode ser classificada de maneira similar, isto é, Continental, Pacífica e Atlântica, obedecendo-se o mesmo sistema de invasão. Figura 17: Mapa Hipsométrico do Estado de Santa Catarina. Fonte: Editado do Atlas Climatológico de Santa Catarina, EPAGRI, 2002. A presença da Serra do Mar, que se localiza a poucos quilômetros do Oceano Atlântico e apresenta amplitudes hipsométricas da ordem de 800m, atua como uma barreira em relação ao deslocamento das massas atmosféricas oceânicas predominantes na região, produzindo dois tipos climáticos. Um deles relacionado com a Planície Litorânea, onde as temperaturas, precipitações e umidade são mais elevadas, e outro com o Planalto, onde estes índices são menores. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 45 As massas de ar quente que frequentemente atuam em Santa Catarina são as tropicais, tanto a continental como as marítimas. Essas massas de ar têm o seu desenvolvimento mais acentuado durante o verão e nas estações intermediárias, enquanto que a Massa de Ar Polar tem o seu desenvolvimento mais acentuado durante o inverno e nas estações intermediárias. O Município de Itapoá possui uma área territorial de 256,1 km², e tem como coordenadas Greenwich, 48º 36’ 58” W de longitude e 26º 07’ 01” S de latitude. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Itapoá, o clima é Tropical Úmido com chuvas distribuídas, sem muita oscilação ao longo do ano. A temperatura média anual fica em torno de 20°C. A umidade relativa do ar média é de 87,18% e a precipitação média anual de 1.904,00 mm. KUNIYOSHI (1993), citando BIGARELLA (1978), SILVA (1990) e ANGULO (1990), afirma que o clima do litoral é particularmente influenciado pelo oceano, bem como pela interferência da corrente de maré tropical que tem origem no centro de alta pressão do Atlântico, ao sul do trópico. Pelo seu lado ocidental essa massa aérea recebe a influência do fluxo das águas tépidas da Corrente do Brasil, que vem do norte, onde domina a massa equatorial atlântica. Ao contato com essas águas a corrente tropical atlântica aumenta sua instabilidade e o seu teor de umidade. Ao longo da costa vai gerando ventos, que aí sopram de direções variáveis entre norte e leste. No verão as baixas pressões continentais, causadas pelo superaquecimento do interior, produzem uma violenta ascensão da massa equatorial sobre a tropical que ao encontrar a barreira da Serra do Mar, se condensa, provocando chuvas orográficas que se estendem muitas vezes até o litoral. A umidade relativa do ar é alta, de até de 87,2%, com os valores médios oscilando em torno de 85% (MAACK, 1981). Segundo SILVA (1990), o balanço hídrico climatológico normal para o período 1948-1988 não mostrou deficiência hídrica. Porém o cálculo do balanço hídrico sequencial calculado para o intervalo entre 1979 a 1993 (SILVA 1990; BRITEZ, 1994) evidenciou curtos períodos de deficiência hídrica em alguns meses, cujos valores oscilaram entre 20 e 50 mm. A evapotranspiração potencial anual é de 700-800 mm, provocando excedentes hídricos anuais superiores a 1.200 mm (IAPAR, 2002). Na região litorânea, há uma alternância diária entre brisas marítimas e continentais. Os ventos vindos do setor sul, influenciados pelo alísio SE, dominam com uma frequência de 22,8% sobre os ventos dos setores E (Leste) e SE (Sudeste) (20,3%). Ventos continentais dos setores SW (Sudoeste), W (Oeste) e NW (Noroeste) ocorrem com frequência de 33,2%; o restante dos ventos segue a seguinte distribuição: 5,9% de N (Norte), 6,8% de NE (Nordeste) e 11,0% de calmarias (MAACK, 1981). Com relação à dinâmica dos ventos no litoral, a estação meteorológica de Pontal do Sul em seus estudos constatou a predominância dos ventos nas direções sudeste, leste e nordeste, com velocidades de 24m/s. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 46 A seguir apresenta-se o regime mensal ao longo do ano dos principais elementos climáticos, baseado em séries históricas de dados de estações meteorológicas de Joinville e São Francisco do Sul, uma vez que Itapoá não dispõe de uma estação com esta amplitude de informações. 9.1.1.1 PRECIPITAÇÃO O gráfico da precipitação média mensal resultante mostra que não há um período de seca ao longo do ano, e que o período chuvoso em Itapoá ocorre no verão, nos meses de janeiro a março (Figura 11). No período chuvoso a pluviometria média é de 246 mm e, no inverno a média é de 92mm. A precipitação média mensal global obtida desta série histórica é de 151 mm e a média anual é de 1.847 mm. Figura 18: Precipitação média mensal ao longo do ano (1929 a 1988). Fonte: Estação Meteorológica INMET São Francisco (hidroweb.ana.gov.br). Em consequência da posição geográfica, da conformação dos terrenos da região e da proximidade do mar, o segmento em estudo é fortemente predominado por massas de ar frio que sopram de sudeste, o que proporciona chuvas a leste e nordeste da região. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 47 Figura 19 : BH e Precipitação Máxima em 24 horas no Estado de Santa Catarina. Fonte: Modificado de EPAGRI, 2014. Os níveis pluviométricos concentrados nos meses de verão indicam a ocorrência de chuvas fortes e intensas, o que potencializa a ocorrência de alagamentos nas áreas urbanas, tendo em vista que o relevo muito plano dificulta o escoamento pluvial. 9.1.1.2 UMIDADE RELATIVA DO AR A partir da análise feita o mês que evidenciou o maior valor de umidade relativa do ar foi o mês de agosto (88,9%) e, que evidenciou o menor valor de umidade relativa foi o mês de dezembro (85,2%). A média anual obtida foi de 87,2% (Figura 20). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 48 Figura 20: Distribuição mensal da umidade relativa do ar. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE. 9.1.1.3 TEMPERATURA Através dos dados obtidos apresentam uma temperatura média de 20,5°C, sendo os meses de janeiro e fevereiro de 2008 os mais quentes, alcançando médias de 24,4°C, e o mês de julho, o mês mais frio com média de 16,5°C (Figura 21). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 49 Figura 21: Temperatura média mensal no ano de 2008. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE 9.1.1.4 REGIME DE VENTOS Consoante dados emitidos pela estação meteorológica da Escola Técnica Tupy, entre os anos de 1995 e 1999, na região predominam os ventos de leste (26,5%) e nordeste (16,4%), este último com presença marcante no verão. O vento sudoeste (16,4%), sudeste (14,7%) e sul (13,4%) são predominantes no inverno. Os demais ocorrem em baixa frequência: norte (5,4%), oeste (4,4%) e noroeste (2,3%). Durante a estação de verão a direção predominante dos ventos é do quandrante Norte/Nordeste, já durante a estação de inverno os ventos sopram do quandrante Sul/Sudeste. Gráfico 1: Direção do Vento. Fonte: Atlas Ambiental da Região de Joinville, 2003. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 50 Os dados de velocidade do vento foram referenciados da série histórica coletada pela estação meteorológica de São Francisco do Sul, do INMET, entre os anos de 1939 e 1983. O Gráfico 10 expõe as médias mensais entre os anos de 1939 e 1983. Como pode ser verificado no gráfico abaixo, as maiores médias dos ventos foram verificadas nos meses de novembro, dezembro e janeiro, já os menores foram verificados nos meses de junho, julho e agosto. As altas pressões atmosféricas no inverno diminuem a incidência de ventos nos meses de maio a agosto, apresentando valores abaixo da média anual. Gráfico 2: Velocidade do Vento. Fonte: Atlas Ambiental da Região de Joinville, 2003. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 51 9.1.2 9.1.2.1 RECURSOS HIDRICOS CARACTERIZAÇÃO DOS AQUIFEROS SUBTERRANEOS O sistema aqüífero local está diretamente relacionado com a sub-província hidrogeológica costeira, no caso do terreno original com litologias sedimentares em geral de maior porosidade, com a presença de sedimentos clásticos não consolidados, composta basicamente por areias finas, siltosas a argilosas, argilas com matéria orgânica, siltes, areias argilosas e areias de diferentes granulometrias. Baseados em observações nos diversos cursos d’água para onde migram as águas sub-superficiais, o lençol freático encontra-se entre 1,0 e 2,0 metros de profundidade. Ilustrando o predomínio do dominio hidrogeologico do cristalino (em verde) e o dos depósitos sedimentares (em azul), onde está localizado o empreendimento. Figura 22: Mapa hidrogeológico regional (ANA-CPRM, 2007) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 52 9.1.2.2 HIDROLOGIA “A Hidrologia é a Ciência que lida com a água da Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição no planeta, suas propriedades físicas e químicas e sua interação com o ambiente físico e biológico, incluindo suas respostas para a atividade humana. É o campo que cobre a inteira história do ciclo da água na terra”. UNESCO (1964) Dentre as regiões de importância prática para a hidrologia destacam-se as Regiões Hidrográficas (RH), que são áreas constituídas por uma ou mais Bacias Hidrográficas (BH) adjacentes e pelas águas costeiras e subterrâneas associadas. A Região Hidrográfica é a unidade principal de planejamento e gestão das águas, tendo por base a BH. A bacia hidrográfica se refere a área de captação natural da água da chuva que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte, sendo os limites determinados pelo relevo, e os divisores de águas as áreas significativamente elevadas. O corpo d`água principal da bacia é a origem do nome da mesma, e este recebe água de diversos afluentes, os quais podem ter múltiplos contribuintes menores, que surgem como sub-bacias. Neste item, primeiramente serão caracterizadas as Regiões Hidrográficas do Brasil e de Santa Catarina, na sequência a bacia afetada pela Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento e a caracterização hídrica localizada na Área de Influência Direta (AID) e na Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento. As informações foram obtidas por meio de pesquisa bibliográfica atualizada, junto a Agência Nacional de Águas (ANA), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDS/SC), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), bem como em periódicos e livros especializados. Para as análises dos recursos hídricos, realizou-se trabalho de campo durante os meses de julho e agosto de 2014. 9.1.2.3 HIDROGRAFIA DO BRASIL O Brasil possui uma vasta rede hidrográfica, a qual é subdividida em doze Regiões Hidrográficas: RH Amazonas, RH Tocantis-Araguaia, RH Atlântico Nordeste Ocidental, RH Atlântico Nordeste Oriental, Região Hidrográfica Parnaíba, RH São Francisco, RH Atlântico Leste, RH Atlântico Sudeste, RH Paraguai, RH Paraná, RH Uruguai e RH Atlântico Sul. A Figura 23 a seguir, representa as regiões citadas. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 53 Figura 23: Regiões Hidrográficas brasileiras Fonte: ANA, 2012. O município de Itapoá/SC, encontra-se na RH Atlântico Sul que possui uma área total de 187.522 Km², o equivalente a 2,2% do país. A região se inicia ao norte, próximo à divisa dos estados de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí, ao sul (ANA, 2014). Abrangendo porções dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a região tinha, em 2010, cerca de 13,4 milhões de habitantes, sendo que 88% em área urbana. A região abriga 451 municípios e 411 sedes municipais, entre os quais destacam-se, no contexto socioeconômico: Paranaguá, no Paraná; Joinville e Florianópolis, em Santa Catarina; Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e a Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A população da região está concentrada, principalmente, nas unidades hidrográficas Litoral de Santa Catarina e Guaíba (ANA, 2014). Os indicadores de saneamento de 2010 mostravam que 91% da população era abastecida por água, valor equivalente à média nacional. As unidades hidrográficas da região apresentavam índices de atendimento da população por esgoto, entre 37 e 70%. O nível de esgoto tratado era baixo, apresentando valores entre 10 e 19% (ANA, 2014). A Região Hidrográfica Atlântico Sul possui a Mata Atlântica como vegetação original predominante, que tem sofrido intensa ação antrópica. A Mata Atlântica se estende desde São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul (ANA, 2014). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 54 9.1.2.4 HIDROGRAFIA DE SANTA CATARINA O Estado de Santa Catarina, segundo a divisão atualmente adotada pela ANA, integra três grandes Regiões Hidrográficas do país, a RH do Paraná, do Uruguai e do Atlântico Sul. Conforme ilustrado na figura anterior. O sistema Paraná-Uruguai, principal rede hidrográfica da parte meridional do continente sulamericano, forma um conjunto interligado à Bacia do Prata, que se expande fora das fronteiras nacionais em território argentino e uruguaio. O sistema hidrográfico Atlântico Sul consiste em um conjunto de várias bacias autônomas que vertem diretamente para o litoral, fazendo parte das “Bacias do Sudeste”, segundo denominação do IBGE(1977). A rede hidrográfica catarinense tem na Serra Geral o principal divisor de águas que forma os dois sistemas independentes de drenagem do território estadual: o sistema integrado da Vertente do Interior, compreendendo 11 bacias que integram a bacia Paraná-Uruguai; e o sistema de Vertente Atlântica, formado um conjunto de 12 bacias isoladas que fluem para leste, desaguando diretamente no Atlântico. A figura abaixo ilustra essas informações bem como a localização do empreendimento, que ocorrerá na RH-7. Figura 24: Sistemas de drenagem do Estado de Santa Catarina. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 55 9.1.2.5 REGIÕES E BACIAS HIDROGRÁFICAS DE SANTA CATARINA O Estado de Santa Catarina foi subdividido em 10 Regiões Hidrográficas, para execução do gerenciamento dos recursos hídricos. As bacias da Vertente do Interior integram cinco Regiões Hidrográficas: 1- Extremo Oeste, 2-Meio Oeste, 3-Vale do Rio do Peixe, 4-Planalto de Lages e 5- Planalto de Canoinhas. Já as Regiões Hidrográficas: 6-Baixada Norte, 7- Vale do Itajaí, 8Litoral Centro, 9-Sul Catarinense e 10-Extremo Sul Catarinense fazem parte da Vertente Atlântica. A Erro! Fonte de referência não encontrada. ilustra a localização das RHs e de suas respectivas bacias. Alguns critérios foram estabelecidos para a delimitação das RHs, em razão disso existe considerável grau de coincidência geográfica entre a área composta pelos municípios em cada uma das regiões e aquela que integra as associações de municípios. As bacias da mesma região possuem grau de homogeneidade física bastante elevado, particularmente em relação à geomorfologia, geologia, hidrologia regional, tipo de relevo e solo, aptidão agrícola e uso atual dos solos (SDS, 2006). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 56 ÁREA (KM²) REGIÕES HIDROGRÁFICAS BACIAS BACIAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS HIDROGRÁFICAS HIDROGRÁFICAS VERTENTE DO INTERIOR Rio Peperi-Guaçu 2.184 Rio das Antas 3.654 Rio Chapecó 9.352 Rio Irani 1.955 Rio Jacutinga 2.447 7 Rio do Peixe 5.476 .923 Rio Canoas 15.510 RH 1 – Estremo Oeste 5.838 RH 2 – Meio Oeste 11.307 RH 3 – Vale do Rio do Peixe RH 4 – Planalto de Lages RH 5 – Planalto de Canoinhas 22.787 Rio pelotas 7.277 Rio Iguaçu 5.011 Rio Canoinhas 1.638 Rio Negro 4.280 Total Vertente do Interior 10.929 58.78 Vertente Atlântica Rio Cubatão * RH 6 – Baixada Norte RH 7 – Vale do Itajaí RH 8 – Litoral Centro 1.717 (Norte) 4.877 Rio Itapocu 3.160 Rio Itajaí - Açu 15.360 Rio Tijucas 2.859 Rio Biguaçu 424 Rio Cubatão Sul 1.428 15.360 5.262 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 57 Rio da Madre 551 Rio Tubarão 4.792 RH 9 – Sul catarinense RH 10 – Extremo Sul Catarinense 5.733 Rio d’Una 941 Rio Urussanga 703 Rio Araranguá 3.502 Rio Mampituba 847 5.052 Total Vertente Atlântica 36.284 Total geral 95.068 Fonte: Panorama dos Recursos Hídricos de Santa Catarina. SDS, 2006. Situada na Vertente Atlântica, a RH 6 é a menor Região Hidrográfica em extensão do Estado (4.877 Km²), integrando duas bacias principais: a do rio Cubatão e a do rio Itapocu. Os rios da RH 6 têm suas nascentes localizadas na Serra do Mar e desembocam no oceano. 9.1.2.6 HIDROGRAFIA NAS ÁREAS DE INFLUENCIA DAS GLEBAS I E II A área do empreendimento está inserida na bacia hidrográfica do rio Cubatão, chamado também como Cubatão do Norte. Conforme dados do Panorama dos Recursos Hídricos de Santa Catarina esta bacia ocupa 1.717 Km². Na planta apresentada a seguir é ilustrada a bacia do Rio Cubatão e seus principais afluentes. A bacia do rio Cubatão do Norte representa a hidrografia do litoral norte de Santa Catarina. Os principais cursos fluviais da região estão associados aos rios Saí-Mirim, Pirabeiraba, Palmital, Cubatão do Norte e Linguado. O município de Itapoá compreende duas bacias principais em seu território, sendo: Bacia do Rio Saí-Mirim, no qual é um dos principais rios formadores da Bacia do Cubatão do Norte, e a Bacia do Rio Saí-Guaçu. Os maiores rios do município são o Rio Saí Mirim, o Rio Saí-Guaçú e o Rio Jaguaruna. O rio Saí Mirim compõe a maior bacia hidrográfica da região com 73,30 km², com vazão mínima de estiagem de 772 l/s. Apresentando boa qualidade de água esse rio é de grande importância por constituir o manancial de abastecimento de água da cidade de Itapoá. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 58 É considerada bacia litorânea de pequeno porte e deságua diretamente no Oceano Atlântico. A bacia hidrográfica do Saí Mirim é formada pelos Rios: Saí Mirim, Água Branca, Bom Futuro, Braço do Norte, Quilombo, Baixo, Comprido, Pequeno, Gracioso, Uirapuru, Inferninho, Itapoá, Mendanha, Carrapatinho, Banararinha, Minas, Guarajuba, Bacamarte, Do Tomás e dos Córregos Trevisa. As áreas de influencias das Glebas I e II são interceptadas pelos seguintes corpos hídricos: Rio Saí Mirim Rio Mendanha Figura 25: Baicas Hidrográficas do Municipio de Itapoá. A planta apresentada a seguir ilustra a situação dos recursos hídricos presentes na Área de Influencia Direta das Glebas I e II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 59 MAPA DE RECURSOS HIDRICOS ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 60 Em termos de qualidade das águas superficiais do Rio Saí-Mirim observa-se o grau de contaminação, pela ocorrência de eutrofização em alguns pontos, devido ao lançamento clandestino de esgotos sanitários de diversas moradias ao longo deste corpo hídrico, mas decorrente principalmente das altas cargas orgânicas do solo. Observa-se que a cor escura característica da água do Rio Saí Mirim, tem origem no carregamento de matéria orgânica em decomposição e, principalmente, pela lixiviação do óxido de ferro (oriundo do processo químico de redução do ferro) que, ao se depositar a certa profundidade da superfície do solo, forma uma camada escura que vai sendo levada pelas águas das chuvas torrenciais da região, carregando assim esse elemento para os riachos e rios e, consequentemente, tingindo as águas numa tonalidade que varia entre o marrom e o vermelho. Essa coloração é menor na captação de água da ETA Secundária e maior na captação da ETA Principal Figura 26: Rio Saí Mirim, junto ao Parque Natural Municipal Carijos. A área urbana de Itapoá não é atendida por rede de coleta de esgotos. A Prefeitura Municipal exige a utilização de sistema de fossa séptica/sumidouro em cada edificação. Tanto a orientação para a construção das fossas como a fiscalização das mesmas é de responsabilidade da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal. 9.1.2.7 OCUPAÇÃO DE AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 61 Quanto a ocupação em Áreas de Preservação Permanente, foi identificado que ao longo do Rio Saí Mirim dentro da Gleba II não ocorre ocupação de APP, predominando sua extensão sob o Parque Natural Municipal Carijos, que possui seu limite leste cercado. Figura 27: Limites do Parque Natural Municipal Carijos. Ao longo do percurso do Rio Mendanha sob a Gleba I, observa-se que poucas áreas edificadas encontram-se sob os limites de Área de Preservação Permanente, conforme ilustra a Figura acima. Em alguns trechos de sua extensão, esta APP é coberta por vegetação gramínea e espécies paisagísticas e trechos com predomínio de brachiarias e vegetação arbustiva, conforme ilustram as Figuras abaixo. Figura 28: Detalhe do percurso do Rio Mendanha sob os limites da Gleba I, com demarcação das Áreas de Preservação Permanentes. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 62 Figura 29: Situação da Área de Preservação Permanente na margem direita do Rio Mendanha. Figura 30: Foz do Rio Mendanha localizada na Gleba I. Figura 31: Detalhe para eutrofização do Rio Mendanha. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 63 ÁREAS COM RESTRIÇÃO A OCUPAÇÃO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 64 9.1.2.8 CLASSES DE USO DAS ÁGUAS Atualmente conforme Portaria Estadual N° 024/1979, regulada pela atual Secretaria de Desenvolvimento Sustentável –SDS, a grande maioria dos cursos d’água de Santa Catarina são enquadradas como classe 2, salvo raras exceções. Desta forma, analogamente infere-se que esta é a classe de enquadramento do Rio Saí-Mirim. A Resolução CONAMA nº 357/2005, na qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dá outras diretrizes, destina as águas doces classificadas como Classe 2, águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aqüicultura e à atividade de pesca. 9.1.2.9 ABASTECIMENTO DE ÁGUA De acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico de Itapoá (PMSB) (2009), a área urbana de Itapoá, incluindo suas ramificações que se dispõem ao longo da parte costeira da cidade, é atendida de modo integrado por um sistema de abastecimento de água. O abastecimento é feito utilizando-se o rio Saí-Mirim como manancial de superfície, mediante tratamento físico-químico da água. O sistema atual de distribuição de água de Itapoá, elaborado na década de 1980, subestimou o crescimento populacional de Itapoá, fazendo com que a rede existente não supra as demandas para todas as regiões do município, em especial daquelas mais afastadas do centro. Atualmente, a rede comporta uma vazão máxima horária de 37,23 l/s. De acordo ainda com o PMSB, outro fato agravante é a presença de turistas na cidade entre os meses de dezembro e fevereiro, o que eleva substancialmente o consumo de água. O principal centro de produção de água potável está localizado na parte central de Itapoá com a ETA Principal, cuja capacidade instalada de captação, bombeamento e adução de água bruta é de aproximadamente 120 l/s, e com a ETA Secundária, a mais antiga, na parte mais ao sul da principal, com capacidade de 20 l/s. Atualmente está sendo construída uma nova Estação de Tratamento de Água, próxima da ETA Principal. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 65 O abastecimento de água para atendimento a população de Itapoá é realizado através de concessão municipal a empresa privada Itapoá Saneamento. Para a captação é usada a água do rio Saí Mirim, que é bombeado até a Estação de Tratamento de Águas ETA 1, localizada dentro do Parque Municipal, na Vila Brasília e ETA 2, na zona rural. O sistema de tratamento é o convencional com decantação, floculação aplicação de cloro e flúor e depois as águas vão para a rede de distribuição. Figura 32: Estação de Tratamento de água AID. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 66 9.1.3 GEOLOGIA O Estado de Santa Catarina pode ser dividido, no que se refere a sua Geologia, em quatro grandes compartimentações geológicas, conforme a Coluna Lito-estratigráfica apresentada na Figura 33, representadas pelo embasamento cristalino, pela sequência meta-vulcânica sedimentar do Complexo Metamórfico Brusque, pelas rochas da Bacia do Paraná, subdividida na sequência vulcânica e sedimentar e sedimentos cenozóicos continentais e marinhos. Na área de estudo predomina esta última unidade geológica. A geologia regional é relativamente bem conhecida através dos diversos projetos de mapeamento básico, executados inicialmente pelo DNPM, no final da década de sessenta, e posteriormente, através do Convênio DNPM/CPRM, e instituições privadas. As litologias mais antigas que sustentam relevos mais acidentados, principalmente em torno da Baía da Babitonga, possuem idade arqueana, compondo o Complexo Granulítico de Santa Catarina e do Complexo do Tabuleiro. No Complexo Granulítico de Santa Catarina ocorrem gnaisses hiperstênicos quartzo-feldspáticos, leuco a melanocráticos, subordinadamente gnaisses calco-silicáticos, Kinzigitos, anortositos, quartzitos fuchsíticos, formações ferríferas. As estruturas gnáissicas são foliadas, bandadas, migmatíticas, raramente isótropas, em geral miloníticas com forte transposição. Ocorrem dobramentos abertos, com super imposição em zonas de cisalhamento sub-verticalizadas, com texturas granulíticas poligonais e foliadas além de fenômenos locais de injeção granítica e blastese feldspática. A região costeira de ITAPOÁ desde o seu estabelecimento, vem recebendo a carga clástica dos rios que descendo das terras mais altas vão assoreando seus vales, profundamente recortados em períodos de mar baixo. Estes rios (Saí-Mirim e outros menores) colmatam suas bacias de inundação com sedimentos finos e depositam barras laterais, de canal e de pontal arenosas que assoream a região. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 67 Figura 33: Coluna Lito estratigráfica da região do empreendimento. Destaque para o posicionamento do loteamento na planície costeira tércio-quaternária. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 68 Na ilha de São Francisco e ao norte da Baía da Babitonga ocorrem núcleos migmatíticos de injeção polifásica de São Francisco do Sul, representados por granitóides foliados diversos, não diferenciados, associados a remanescentes de xistos supra-crustais e migmatitos de injeção. O ambiente geológico regional onde está inserido a área de estudo, está relacionado com terrenos sedimentares holocênicos e pleistocênicos da bacia costeira. No limite oeste do empreendimento o ambiente deposicional flúvial e marinho está associado com a porção baixa da bacia hidrográfica do rio Saí Mirim. BIGARELA et al. (1970/1971), descrevem as restingas da planície costeira do Paraná como sendo compostas por duas sequências estratigráficas distintas, sendo uma inferior, depositada em ambiente de ante-praia, em antigas linha de costa, durante o plestoceno e outra, superior, composta de areias brancas, sem estrutura, depositadas no pleistoceno ou holoceno, por ação do vento. A concepção da evolução da paisagem paleo-ambiental envolve o fechamento lento e constante de um sistema de enseadas, formação e colmatação de lagunas, pelas sucessivas transgressões e regressões marinhas, entre outros fatores, balizadas pelos cordões litorâneos arenosos (praiais-marinhos-eólicos) do pleistoceno aos tempos atuais. Como já foi citado na área predominam sedimentos arenosos finos de um antigo cordão litorâneo (pleitoceno superior - holoceno) e por sedimentos atuais, relacionados com o retrabalhamento dos antigos, pela rede de drenagem atual, incluindo o enriquecimento em matéria orgânica, argilas e a oxidação, conforme ilustra a Figura abaixo. Figura 34: Material sedimentar constante na fração solo junto a porção oeste da Gleba II, próximo ao Rio Saí-Mirim. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 69 O processo geral de progradação não parece ter sido uniforme ao longo do tempo, mas foi marcado po interrupções que acompanharam flutuações correspondentes ao nível relativo do mar. Tais interrupções, atribuídas a períodos de estabilização do nível relativo do mar ou até mesmo de pequenas reversões - estabelecendo breves intervalos transgressivos dentro do evento geral regressivo - ficaram registradas em vários indicadores geomorfológicos, como : o truncamento de sequências concordantes ( “feixes”) de cordões litorâneos, a formação incipiente de dunas transgressivas e o desenvolvimento de terraços elongados ( Vilwock e Tomazelli, 1989). Esta região provavelmente apresentava uma grande disponibilidade de areia como consequência do avanço do mar transgressivo pós-glacial. O rebaixamento do nível durante a fase regressiva estimulou a transferência destas areias à praia onde as mesmas foram fixadas sob a forma de cordões litorâneos vegetados, aplainados e retrabalhados, formando “tabuleiros” e suaves colinas e superfícies planas muitas vezes em terrenos “afogados” associados a solos hidromórficos. Após o máximo transgressivo, a região costeira foi submetida a uma fase dominantemente regressiva, acompanhando uma tendência geral de abaixamento do nível relativo do mar. Durande esta fase regressiva a maior parte da costa progradou através do crescimento de uma barreira arenosa graças ao elevado suprimento de areias provenientes da plataforma continental adjacente. Estes restos de areias litorâneas retrabalhadas, podem estar relacionadas com Sistema LagunaBarreira III, (Caruzo Jr, F.J., 1995). e pertencem a um terraço marinho, muito dissecado, constituído por areias quartzosas, de cores amarelo acastanhadas até avermelhadas, muitas vezes enriquecidas em matriz secundária composta por argilas e óxidos de ferro. A medida que a barreira arenosa holocênica regressiva se desenvolvia, o fechamento da Baía da Babitonga adjacente sofria importantes modificações. Com o rebaixamento do nível de base, os corpos d’água foram progressivamente diminuindo suas dimensões. Os dados revelados nos últimos anos através dos trabalhos de mapeamento geológico e estudos acadêmicos detalhados, tem permitido uma melhor interpretação da histórico desta região costeira, durante o holoceno e o pleistoceno. No final da última transgressão marinha pós-glacial, há cerca de 5.000 anos atrás, o nível do mar atingiu sua elevação máxima alcançando, nesta região costeira, aproximadamente 4 a 5 m acima de sua posição atual ( Vilwock e Tomazelli, 1989). A formação de horizontes turfosos estaria vinculada ao soterramento de grandes áreas ocupadas por espécies vegetais que foram preservadas em meio saturado em água, através de um rápido isolamento das condições oxidantes superficiais, depositadas durante o quaternário. As variações geológicas da região são apresentadas na Planta a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 70 MAPA GEOLÓGICO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 71 9.1.4 GEOMORFOLOGIA A nível regional as planícies costeiras formaram-se mediante a acumulação de sedimentos de origem continental, transicional e marinha, em paleo-reentrâncias da zona costeira, controladas por antigas direções estruturais, retrabalhados por diversos ciclos de transgressão e regressão, decorrentes das oscilações do nível do mar, ocorridas no quaternário. Estas reentrâncias e sistemas lagunares foram parcialmente isolados do oceano por barreiras arenosas múltiplas, apoiadas em altos do embasamento, construída pela dinâmica costeira no decorrer de importantes variações do nível do mar durante o quaternário. A fisiografia da área é caracterizada por feições geomorfológicas características de terrenos antigos aos de idade recente, relacionadas com ambientes das bordas das serras e escarpas da Vertente Atlântica da Serra do Mar e a planície costeira através da combinação de ambientes transicionais flúvio-delta-lacustrinos e costeiros, abrangendo a parte baixa da bacia hidrográfica do rio Saí-Mirim e tributários associados, em direção ao Oceano Atlântico. Figura 35: Vista de leste para oeste dentro do loteamento implantado, com destaque para o relevo plano desenvolvido sobre sedimentação marinha costeira. Ao fundo mata ciliar relacionada com a bacia hidrográfica do rio Saí-Mirim. Conforme é destacado na Figura 36 a área de estudo situa-se predominantemente na Unidade Geomorfológica Planícies Litorâneas, não possuindo áreas de risco de escorregamentos e ou deslizamentos. O relevo local é plano associado a pequenas depressões relacionados a meandros abandonados, onde a altitude varia entre 01 e 12 metros. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 72 Figura 36: Neste Mapa Geomorfológico Regional as áreas aplainadas do quaternário estão em amarelo e as escarpas e reversos da Serra do Mar e Serras do leste catarinense em diferentes tons de rosa (Fonte IBGE-RADAM, 1986). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 73 9.1.5 SUCEPTIBILIDADE A INUNDAÇÕES E ALAGAMENTOS Quanto a susceptibilidade a inundações, por ser uma região de terras baixas associadas ao deflúvio do Rio Saí-Mirim, ocorrem alagamentos de baixa magnitude, sendo inclusive registradas diversas ocorrências ao nas ultimas décadas. A figura abaixo ilustra a situação do Grau de Sencibilidade a Inundações, desenvolvido pela empresa Acquaplan Tecnologia e Consultorai Ambiental, no Estudo de Impacto Ambiental para a ampliação do Porto de Itapoá. Figura 37: Grau de Suceptibilidade aInundação. Fonte: Adaptado de Acquaplan, 2013. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 74 Com o intuído de serem diagnosticadas as principais demandas e urgências do município, foi elaborado em Novembro de 2012 o Plano Municipal de Sanemaneto Básico, detalhado em quatro eixos, sendo eles: Residuos Solidos; Agua; Esgoto; Drenagens Segundo o PMSB, um importante elemento da macrodrenagem é o Rio Mendanha, que deságua na Praia de Itapema do Norte próximo a terceira pedra. Seu traçado passa no meio de quadras, sem canalização e o mesmo encontra-se em grande parte assoreado, com muita vegetação nas margens e fundo necessitando ser canalizado em pelo menos dois quilômetros de extensão. Os trechos canalizados das drenagens urbanas estão localizados em sua grande maioria somente nos cruzamentos de ruas com grande fluxo de veículos, observando-se ainda que o dimensionamento das tubulações encontra-se subdimensionado. O destino final da macrodrenagem é sempre a praia, principalmente na região sul da área urbana municipal, já a drenagem da região norte de Itapoá possui o Rio Sai- Mirim como alternativa de descarga d`água. Devido ao relevo do município na área urbana ser praticamente plano e com pouco desnível entre as ruas e a praia para leste ou para o rio Sai-Mirim para oeste, as valas superficiais ou a pouca rede pluvial existente não tem condições de absorver as precipitações de chuvas intensas e ocorrem extravasamentos pelo greide das ruas (pavimentadas ou não); Com relação ao histórico de enchentes no município nos últimos 20 anos destaca-se como a maior delas a ocorrida em novembro de 2008. Nesta ocasião ocorreram quatro dias com intensas precipitações: nos dias 11 e 12 com precipitação total de 291 mm e dias 21 e 22 com 330 mm, o equivalente a dois meses de precipitação média. Em consequência desta grande enxurrada, ocorreram transbordamentos na Estrada Cornelsenn principal acesso a cidade na época e nas principais vias urbanas do município. A cidade ficou isolada sem acesso rodoviário, tendo decretado na ocasião situação de calamidade pública. Ocorreram grandes prejuízos à Prefeitura em função de erosões, destruição de bueiros e pavimentos, derrubada de postes, árvores, etc. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 75 Figura 38: Pontos de alagamento durante a enchente de 2008. Fonte: Relatório Missão CENID – Itapoá. Posteriormente a esta enchente de 21 e 22 de novembro do 2008, já ocorreramoutras duas enchentes, porém com intensidades menores: dia 23 de janeiro de 2010 e dia 21 de janeiro de 2011, ambas em plena temporada de verão. Para sanar estes pontos críticos, a Prefeitura de Itapoá vem implantando nos últimos anos diversas obras de drenagens pluviais, dentre elas a implantação de drenagem pluvial no entorno da Gleba I, escoando aguas para o Rio Mendanha, conforme ilustra a Figuara abaixo.Na planta apresentada a seguir é ilustrada a situação hipsimétrica no município de Itapoá. Figura 39: Implantação de drenagem pluvial, desembocada no Rio Mendanha. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 76 MAPA HIPSOMÉTRICO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 77 9.1.6 PEDOLOGIA Os solos encontrados nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento foram caracterizados através de levantamentos de campo, consultas a cartas topográficas, fotografias aéreas e imagens de satélite, sendo utilizado também como material de pesquisa o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento No.46 da Embrapa Solos, 2004 – Solos do Estado de Santa Catarina. O diagnóstico de solos existentes nesta região foi realizado seguindo-se como base o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SiBCS, 2006 – Embrapa Solos. Este sistema é caracterizado por ser multicategórico, hierárquico e aberto, sendo estruturado em seis níveis categóricos. Neste estudo foram considerados os dois primeiros níveis para classificação dos solos, sendo eles: 1º Nível – Ordens 2º Nível – Subordens As Ordens de solos (13 classes ao todo) são definidas devido a critérios relacionados com o processo de formação dos solos, com propriedades passíveis de identificação em campo. As subordens são separadas por características que possam refletir a atuação de processos secundários de formação ou que ressaltem a ausência de diferenciação entre horizontes ou resultantes da própria formação do solo que tenham algum efeito na importância agrícola. Os demais níveis (3º- Grandes Grupos, 4º- Subgrupos, 5º- Famílias e 6º- Séries) estão relacionados a um detalhamento químico dos mesmos, não sendo determinantes para a finalidade do presente diagnóstico. As informações de solo são de suma importância na avaliação ambiental, pois os diferentes tipos de solos remetem a informações relacionadas às suas características de formação, podendo fornecer informações como presença constante de água, formações aluviais, susceptibilidade a processos erosivos, resistência do sistema (solo + micro-fauna) a contaminação química, capacidade de recuperação natural dos mesmos, etc. Abrangendo a cidade do norte de Santa Catarina, Itapoá, a região onde está inserido o empreendimento em questão, ocorre há nível de solo, uma associação de duas ordens e suas respectivas subordens, caracterizados Espodossolo Ferrihumilúvicos órticos e Neossolo ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 78 Quartzarênico Órtico. Estes solos estão inseridos geograficamente no perímetro de influência direta e indireta do presente estudo. As classes de solos ocorrentes na área de influência direta e indireta seguem descrição abaixo, apresentando maiores definições, sendo ilustrado graficamente através do Mapa de Solo e foto do perfil do mesmo. Solos ocorrentes na área de influência do empreendimento Espodossolo ferrihumilúvicos órticos + Neossolo Quartzarênico Órtico (ESKo) Espodossolos Classificados anteriormente como podzóis, o nome originário da Rússia foi descrito por Dokuchaiev, em 1879, em que “pod” significa sob e, “zola”, cinza. Os espodossolos são solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte diagnóstico B espódico, simbolizado por Bh, Bs ou Bhs, conforme prevalência de matéria orgânica (h), óxidos de alumínio e/ou ferro (s) ou ambos (hs), que se localiza logo abaixo do horizonte E, A (mais raramente), ou horizonte hístico. Podendo apresentar fragipã, duripã e ortstein. Apresentam de maneira geral textura arenosa em todo o perfil (Embrapa, 2006; Fernandes et al., 2007). Espodossolos Ferrihumilúvicos A ordem dos Espodossolos, de acordo com a Embrapa (2006), apresenta três subordens diferentes. A presente na área do empreendimento é a Ferrihumilúvicos, caracterizada por conter o acúmulo de carbono orgânico, alumínio e/ou ferro, indicando um horizonte Bhs. São originários, principalmente, de materiais arenoquartzosos, sob condições de clima tropical e subtropical, em relevo plano, suave ondulado ou ondulado (Figura 2). Ocorrem associados a locais de umidade elevada, em áreas de surgente, abaciamentos e depressões, sob os mais diversos tipos de vegetação. As principais limitações desta classe de solo estão relacionadas a sua textura arenosa, presença de horizonte de impedimento e baixa fertilidade. A presença de horizonte fragipã, duripã ou “ortstein” pode causar impedimento à penetração das raízes e à infiltração de água. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 79 Tabela 2: Resumo das Características do Espodossolos Ferrihumilúvicos. pH M.O S Saturação Bases (V%) Al3+ CTC 3,4 – 5,1 25 – 40 1,4 – 4,7 < 40% 0,7 - 4,6 g/dm3 cmolc kg-1 8,5 - 10 meq/100g cmolc /kg Figura 40: Perfil de Espodossolo nas proximidades do Riop Saí Mirim. Neossolos No caso das ordens, no SiBCS (2006), em algumas classes estão agrupados solos que, na classificação anterior, constituíam classes individualizadas nos levantamentos de solos no país. É o caso dos NEOSSOLOS, a qual agrupa no 2º nível categórico os solos antes chamados de Regossolos, Solos Litólicos, Litossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas. Grupamento de solos pouco evoluídos, sem horizonte B diagnóstico definido, em via de formação, seja pela reduzida atuação dos processos pedogenéticos ou por características inerentes ao material originário. Insuficiência de expressão dos atributos diagnósticos que caracterizam os diversos ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 80 processos de formação. Exígua diferenciação de horizontes, com individualização de horizonte A seguido de C ou R. Predomínio de características herdadas do material originário. Horizontes glei, plíntico, vértico e A chernozêmico, quando presentes, não ocorrem em condição diagnóstica para as classes Gleissolos, Plintossolos, Vertissolos e Chernossolos, respectivamente. (Embrapa, 2006) Neossolos Quartzarênicos Solos sem contato lítico dentro de 50cm de profundidade, com sequência de horizontes A-C, porém apresentando textura areia ou areia franca em todos os horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150cm a partir da superfície do solo ou até um contato lítico; são essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo). (Embrapa, 2006) Tabela 3: Resumo das Características do Neossolo Quartzarênico Órtico. pH M.O S Saturação Bases (V%) Al3+ CTC 3,8 – 5,0 9 – 15 0,6 – 2,0 < 35% 0,4 – 1,0 g/dm3 cmolc kg-1 7,2 – 9,0 meq/100g cmolc /kg Figura 41: Neossolos associados as áreias praiais junto a Gleba I. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 81 No decorrer de toda área de influência direta e indireta do empreendimento, temos aproximadamente 422 Hectares de Espodossolo ferrihumilúvicos órticos, Neossolo Quartzarênico Órtico, com basicamente áreas urbanizadas e área do Parque Natural Municipal Carijos. Tabela 4: Resistência de solos a impactos ambientais. FATOR DO DE RESISTÊNCIA A IMPACTOS AMBIENTAIS. PROFUNDIDADE (ATÉ HORIZONTE R OU SAPRÓLITO) ALTA (A) 150 cm MÉDIA (B) BAIXA (C) MUITO BAIXA (D) ≥100 a 150 cm 50 a 100 cm ≤50 cm TEXTURA (DOMINANTE NO PERFIL) Argilosa (≥35% de argila) Média (15 a 35%) de argila) Arenosa (<15% argila) Arenosa argila) MINERALOGIA PREDOMINANTE Caulinita e óxidos de ferro Caulinita e óxidos de ferro Esmectita e/ou feições verticais Esmectita e/ou feições verticais GRADIENTE TEXTURAL Sem gradiente ou com gradiente gradual Com gradiente, se abrupto em profundidade < 100 cm Com gradiente abrupto em profundidade ≥100 cm Com ou gradiente DRENAGEM NATURAL Bem ou moderadamente drenado Forte ou acentuadamente drenado Imperfeita ou excessivamente drenado Mal ou muito mal drenado LENÇOL FREÁTICO (OU EM PROFUNDIDADE) Ausente (ou > 180 cm) Ausente (ou de 100 a 180 cm) <100 cm Superficial LENÇOL SUSPENSO Ausente Ausente Presente Presente ERODIBILIDADE Ligeira a moderada Moderada a forte Forte Forte a muito forte PEDREGOSIDADE (% DA MASSA DO SOLO) Não pedregosa a moderadamente pedregosa (<3%) Pedregosa 15%) Muito pedregosa (≥15 a 50%) Extremamente pedregosa (>50%) D’ÁGUA (3 a (<15% ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 82 sem ROCHOSIDADE SUPERFÍCIE TERRENO) (DA DO Não rochosa (<2%) Ligeiramente rochosa (2 a 10%) Moderadamente rochosa (≥10 a 25%) Rochosa a extremamente rochosa (>25%) RISCO DE INUNDAÇÃO Nulo Nulo Raro Raro RELEVO LOCAL Plano a ondulado Ondulado Forte ondulado Forte ondulado a montanhoso DECLIVIDADE <12% ≥12 a 20% ≥ 20 a 45% >45% Fonte: Adaptado de Kämpf, 2009. Os solos classificados como de alta resistência a impacto ambiental (Classe A) são aqueles com boa drenagem, profundos, pouco ou nenhum gradiente textural, sem risco de inundação, argilosos, localizados em relevo plano ou suave ondulado, geralmente correspondendo a solos das classes Latossolos, Nitossolos, Argissolos sem gradiente abrupto e alguns Cambissolos. Os solos de média resistência (Classe B) diferenciam-se dos anteriores por apresentarem textura mais arenosa, gradiente textural mais pronunciado ou menos profundidade, geralmente correspondendo às Classes Cambissolos, Argissolos com gradiente abrupto em profundidade menor que 100 cm e Latossolos mais arenosos (textura média). Já os solos de baixa resistência (Classe C) podem apresentar diversas limitações, como o predomínio de argilominerais esmectiticos, ou ter drenagem imperfeita ou excessiva, ou são mais rasos, ou tem maior risco de inundação ou situamse em áreas mais declivosas, geralmente correspondendo às classes Vertissolos, Argissolos com gradiente textural abrupto em profundidade maior que 100 cm, Chernossolos, Luvissolos, Neossolos Quartzarenicos Órticos, Neossolos Regolíticos e Plantossolos. Aqueles solos classificados como de muito baixa resistência (Classe D) apresentam forte restrição quanto ao menos um dos fatores limitantes, compreendendo principalmente as classes Gleissolos, Neossolos Quartazericos Hidromórficos, Neossolos Litólicos, Neossolos Flúvicos e Organossolos. No geral ocorrem áreas com predomínio de Espodossolo ferrihumilúvicos órticos, Neossolo Quartzarênico, que são solos com baixa (Classe C) a muito baixa (Classe D) resistência a impactos ambientais, devendo ser adotadas medidas de controle e prevenção de processos erosivos, evitando-se a exposição deste material por períodos prolongados sem cobertura vegetal. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 83 MAPA PEDOLOÓGICO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 84 MEIO BIÓTICO 9.2.1 FLORA Para a utilização e proteção da vegetação no Bioma Mata Atlântica diversas leis, decretos e resoluções estabelecem e definem conceitos e critérios legais. Merecem destaque a lei federal n° 12.651 de 25 de maio de 2012 – Novo Código Florestal, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, bem como a Resolução CONAMA n° 261 de 30 de Junho de 1999, que tem como objetivo definir os estágios sucessionais de vegetação de restinga para o Estado de Santa Catarina, assim como também há o Decreto 6.660 de 21 de novembro de 2008, portanto este estudo apresentou alguns parâmetros, e contribuiu para caracterizar a vegetação presente na área de influência das Glebas I e II, área residencial consolidada localizadas no Bairro Itapema do Norte, no município de Itapoá/SC, tendo como finalidade obter a Licença Ambiental de Operação Corretiva (LAO-corretiva). Nas esferas do poder executivo ambiental, os estudos de caracterização da flora têm sido exigidos para quantificar a perda da flora afetada por obras de infraestrutura, bem como realizar cálculos volumétricos para supressão vegetal, subsidiar planos de resgate genético e valoração ambiental. Este projeto não enquadra-se neste contexto, visto ter como objetivo a regularização fundiária de área já implantada. No recobrimento vegetal hoje existente na região do empreendimento, transparece grande grau de alteração antrópica imposta à cobertura vegetal primitiva. Originalmente, a área abrange a região fitogeográfica Vegetação Litorânea, também conhecida como Formações Pioneiras, que são representadas por área com presença de restingas, mangues e dunas, abrtangendo também a formação vegetal do bioma atralntico Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas. Atualmente a área do empreendimento em questão, visto ser área de ocupação antrópica consolidade, encontra-se bastante descaracterizada, inserido em matriz urbana, composta com ocupação mista, sistema viário implantado, locais com pastagem, presença de silvicultura, fragmentos de vegetação em diversos estágios de sucessão, áreas com solo exposto e ambiente praial limítrofe. Além disso, o empreendimento possui em seu limite, área verde regulamentada com o objetivo de regularização do empreendimento, nomeada de Parque Natural Municipal Carijós, com ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 85 presença de vegetação nativa em estágio médio a avançado de sucessão ecológica. Abaixo são apresentados registros fotográficos obtidos na área do empreendimento. Figura 42: Vista da orla marinha da área estudada, com presença de estrutura urbana, a direita da foto oceano a atrlantico e área com vegetação pioneira. Figura 43: Faixa de areaia próxima a desembocadura do Rio Mendanha, presença de Hibiscus pernambucense (hibisco-do-mangue) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 86 Figura 44: Vista de área urbana consolidada, presença de vegetação de cunho paisagístico. Figura 45: Vista de acesso ao Parque Natural Municipal, com presença de vegetação secundária. 9.2.1.1 Caracterização da vegetação do estado de Santa Catarina O Estado de Santa Catarina apresenta três formações florestais, sendo elas Floresta Ombrófila Densa (terras baixas, submontana, montana), Floresta Ombrófila Mista (montana e alto-montana) e a Floresta Estacional Decidual (submontana e a montana), em seus diferentes estágios de sucessão de vegetação secundária. Outras formações vegetacionais existentes no Estado são Campos Naturais (campos) e vegetação litorânea (mangue e restinga). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 87 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA A Floresta Ombrófila Densa é uma das regiões fitoecológicas que compõe o bioma Mata Atlântica, conforme Lei da Mata Atlântica nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, sendo considerada bastante complexa e heterogênea. Segundo Leite & Klein; IBGE (1990; 1992 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), esta Floresta é caracterizada por inúmeras comunidades e associações de espécies existentes em função das condições ambientais e as variações microclimáticas locais. Situada entre o planalto e o oceano, a Floresta Ombrófila Densa é constituída, na sua maior parte, por árvores perenefoliadas de 20 a 30m de altura, com brotos foliares sem proteção à seca. Sua área é formada por planícies litorâneas, e principalmente por encostas íngremes da Serra do Mar, formando vales profundos e estreitos. As condições ambientais desta região favorecem o desenvolvimento de uma multiplicidade de subformas de vida, com grande força vegetativa e alto volume de biomassa, sobretudo tomando-se em consideração o volume de madeira por hectare. A floresta estratificada responde claramente, com suas nuances estruturais, às variações do ambiente. Um grande número de espécies arbóreas densificam os estratos superiores, criando assim um ambiente propício ao desenvolvimento de vegetais esciófitos, epífitos e lianas lenhosas, além de pteridófitas, heliconiáceas e marantáceas. Pode-se, assim, distinguir quatro estratos: das árvores, das arvoretas, dos arbustos e das ervas. O estrato arbóreo superior‚ bastante denso formado por árvores de 20 a 30m de altura, com copas largas, esgalhamento grosso e folhagem verde-escuro perenefoliada. Klein (1979) e Leite & Klein (1990) apontam algumas espécies que caracterizam a fisionomia da floresta, dependendo da altitude, dentre elas Ficus organensis, Alchornea triplinervia, Calophyllum brasiliense, Handroanthus umbellatus, Magnolia ovata, Brosimum lactescense Myrcia glabra nas planícies litorâneas, além de Weinmannia humilis, Clethra scabra, Eugenia pluriflora, Ilex theezans e I. microdonta que caracterizam ambientes mais elevados (IFFSC, 2012). Como espécies mais importantes, ocorrem comumente: a canela-preta (Ocotea catharinensis), a mais frequente, constituindo de 40 a 50% da biomassa total; a canela-sassafrás (Ocotea pretiosa), abundante nas altitudes de 500 a 900m, e que forma, por vezes, gregarismos muito expressivos; a peroba-vermelha (Aspidosperma olivaceum); a canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana) e o óleo ou pau-óleo (Copaifera trapezifolia). Destacam-se entre as madeiras de lei: o tanheiro (Alchornea ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 88 triplinervia), a laranjeira-do-mato (Sloanea guianensis), a bicuíva (Virola oleifera), o baguaçú (Talauma ovata) e a Aguaí (Chrysophyllum viride). Além dessas, há uma dezena de mirtáceas, também altas e de copas bem desenvolvidas, porém de pouco valor, a não ser para lenha e carvão. No estrato arbustivo predomina um pequeno número de espécies pertencentes principalmente às rubiáceas, palmáceas e monimiáceas, que formam, por vezes, densos gregarismos. O estrato herbáceo é constituído principalmente por heliconiáceas, marantáceas, pteridófitas e gramíneas. Como epífitos, existe um grande número de bromeliáceas, orquidáceas, aráceas, cactáceas, piperáceas e pteridófitas, que emprestam um aspecto imponente e próprio a esta floresta tropical sazonal regional. Em Santa Catarina, a Floresta Ombrófila Densa ocupava originalmente 29.309 km² de superfície (Klein 1978 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), correspondendo a quase 31% do território do Estado. Conforme Vibrans et al. (2013 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), restam 16.821 km² de remanescentes florestais, equivalendo a 40,38% da cobertura original. Estes remanescentes, por sua vez, encontram-se constituídos quase que inteiramente por vegetação secundária, em diferentes estádios de desenvolvimento. A substituição das comunidades de plantas autóctones por sistemas agropecuários, áreas urbanas e industriais destaca-se entre os fatores que tem ameaçado à manutenção da floresta e de sua biodiversidade (IFFSC, 2012). O extrativismo de plantas de interesse, em geral predatório, tem ocasionado desequilíbrios significativos nas populações de algumas espécies exaustivamente exploradas e consequente redução de sua base genética (Pires et al. 2005 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Por outro lado, apesar de expressivamente fragmentada e alterada, a Floresta Ombrófila Densa ainda detém uma extraordinária complexidade biológica que precisa ser melhor compreendida. O estudo fitossociológico de uma floresta possibilita a caracterização do papel exercido por espécie dentro da comunidade e fornece informações essenciais sobre o estado atual da floresta, gerando subsídios para planos de recuperação e conservação da diversidade (Grombone et al. 1990; Rosa et al. 2008 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 89 A Floresta Ombrófila Mista é a região fitoecológica que domina a paisagem dos planaltos da região Sul do Brasil, distribuindo-se em maior extensão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de formar agrupamentos menores em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, chegando até a Argentina e o Paraguai (Klein 1960; Reitz & Klein 1966; Leite & Klein 1990; Backes 2009; Mähler Junior & Larocca 2009 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Ocorre na isoterma de 18°C e em altitudes e latitudes que variam de 200 m e 31° 30’ S, no extremo sul, a 1.500 m e 22° S na Serra da Mantiqueira, compensando em altitude sua distribuição em menor latitude (Backes 2009, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Resultante do seu histórico biogeográfico, esta região fitoecológica apresenta elementos das floras tropical afro-brasileira e temperada austro-brasileira, que leva a denominação de Floresta Mista pela mistura de elementos destes dois grupos (Leite & Klein 1990, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). As florestas são marcadas pela dominância de A. angustifolia, sob a qual outras espécies são encontradas como Ocotea porosa, O. pulchella, O. puberula, Cryptocaria aschersoniana, Nectandra lanceolata, N. megapotamica, Ilex paraguariensis, Matayba elaegnoides, Cupania vernalis, Cedrela fissilis, Campomanesia xanthocarpa, Sloanea lasiocoma, Luehea divaricata, M. scabrella, dentre outras (Klein 1960; 1978; Reitz & Klein 1966; Quadros & Pillar 2002; Roderjan et al. 2002, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). É relevante salientar que em elevadas altitudes a Floresta Ombrófila Mista compartilha espécies com a matinha nebular, como Dicksonia sellowiana, Drimys angustifolia, M. scabrella, Ilex microdonta, Baccharis uncinella, dentre outras (Klein 1978; Falkenberg 2003, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Com a colonização do Sul do país pelos imigrantes europeus e à medida que as atividades econômicas foram intensificadas, a Floresta Ombrófila Mista foi sendo drasticamente reduzida. Em razão de sua madeira de ótima qualidade e alto valor econômico, a A. angustifolia, juntamente com outras espécies, como canelas e cedro, foram exploradas pela indústria madeireira durante boa parte do século XX. Posteriormente, as áreas desmatadas foram utilizadas pela agricultura, pecuária e por plantios homogêneos de espécies arbóreas exóticas (pinus e eucalipto). A exploração econômica sem planejamento levou a rica e singular floresta à degradação biológica (Mähler Junior & Larocca 2009; Alarcon et al. 2011, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Originalmente a Floresta Ombrófila Mista recobria cerca de 200.000 km² no Brasil, ocorrendo no Paraná (em 40% de sua superfície), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%) e em manchas ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 90 esparsas no sul de São Paulo (3%), adentrando até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%) (Klein 1960, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Em Santa Catarina, delimita-se a leste com a Floresta Ombrófila Densa, a partir das encostas das Serras Geral e do Mar, juntamente com as regiões de formações campestres, as Estepes Ombrófilas (Reitz et al. 1979, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), além da Floresta Estacional Decidual junto às margens do Rio Uruguai (Klein 1978, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Historicamente, a Floresta Ombrófila Mista apresentava-se em geral multiestratificada, com diferentes padrões fisionômicos e estruturais (Leite 2002, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Contudo, atualmente esses estratos nem sempre são bem definidos, uma vez que, seus remanescentes encontram-se altamente fragmentados e degradados, devido à intensa exploração madeireira, principalmente de espécies de grande valor econômico como Ocotea porosa e Araucaria angustifolia. Além disso, o desmatamento, aliado à conversão das áreas florestais com outras finalidades do uso do solo como pastejo para bovinos (Nascimento et al. 2001; Sampaio & Guarino 2007; Vibrans et al. 2011, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), com roçadas periódicas do sub-bosque e regenerantes, têm contribuído com estas alterações estruturais. A espécie Araucaria angustifolia é o principal componente da Floresta de Araucária, pertencente à família Araucariaceae é a única espécie de seu gênero com ocorrência natural no Brasil, podendo viver até 700 anos e chegar aos 50 metros de altura. A qualidade da madeira leve sem falhas, aliando com a característica do tronco cilíndrico e reto fez desta espécie alvo de grande exploração. A madeira da araucária era um importante produto para exportação até a década de 70, sendo, além disso, explorada para uso doméstico. A Floresta Ombrófila Mista tem uma grande variedade vegetal associada a araucária, como a vassoura- branca (Piptocarpha angustifolia) a imbuia ou canela preta (Ocotea porosa), o camboatá-vermelho (Cupania vernalis), a guaçatonga (Casearia obliqua), guarapêre (Lamanonia speciosa) foram citados como as espécies mais representativas com ocorrência em trechos de floresta com araucária no município de Caçador, NEGRELLE & LEUCHTENBERGER (2001). Segundo o CONAMA (1994) os representantes dos estágios iniciais de sucessão são em sua maioria representantes da família Poaceae. São plantas de trato herbáceo arbustivo, de porte baixo. Característica de subosque com poucas plantas do extrato arbóreo, e ambiente com baixa diversidade biológica. As plantas indicadoras deste estágio inicial de sucessão para a Floresta Ombrófila Mista, segundo Resolução do CONAMA n° 4 de 04 de maio de 1994: Pteridium aquilium (Samambaia das Taperas), Melinis minutiflora (Capim gordura), Andropogon bicornis (CapimESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 91 andaime ou Capim rabo deburro), Biden pilosa (Picão-preto), Solidago microglossa (Vara de foguete), Baccharis elaeagnoides (Vassoura), Baccharis dracunculifolia (Vassoura-braba), Senecio brasiliensis (Flor das almas), Cortadelia sellowiana (Capim navalha ou macegão), Solanum erianthum (Fumo bravo). Espécies como Andropogon lateralis (Capim caninha), Piptochaetium montevidense (Cabelo de porco), Aristida spp. (Capim barba de bode), Baccharis trimera (Carqueja) também são comuns neste estágio inicial de sucessão, e são encontradas na área do entorno e na área do empreendimento. Já para estágio médio de regeneração as espécies indicadoras são: camboatá vermelho (Cupania vernalis), a guaçatonga (Casearia obliqua), guarapêre (Lamanonia speciosa), aroeira vermelha (Schinus therebenthifolius), Cafezeiro do mato (Casearia silvestris), estas espécies possivelmente estão presentes no entorno do empreendimento, em áreas de estágios mais avançados. FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL Florestas estacionais são caracterizadas por atributos estruturais relacionados à caducifolia condicionada por sazonalidade climática de temperatura e/ou precipitação. Baseado nestes atributos, o sistema de classificação da vegetação brasileira reconhece duas tipologias, a Floresta Estacional Semidecídual e a Floresta Estacional Decídual, as quais estão distribuídas principalmente no interior do Brasil, vinculadas essencialmente aos Biomas Mata Atlântica e Cerrado (Veloso et al. 1991, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Em Santa Catarina, esta floresta expressa a deciduidade das folhas no período entre maio e setembro, como resultado de fatores climáticos restritivos, como o frio e o menor fotoperíodo do semestre de inverno. A deciduidade, segundo Klein; IBGE (1972, 1978; 1991 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), ocorre especialmente nas plantas do dossel e emergentes, atingindo valores superiores a 50% das espécies componentes, o que levou os proponentes do sistema de classificação da vegetação brasileira a enquadrá-la como uma Floresta Estacional Decídual (Veloso et al. 1991, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Neste estado, sua área original ocupava 7.967 km 2 distribuídos em parte da bacia hidrográfica do rio Uruguai, incluindo as porções médias e baixas dos seus tributários rios Pelotas, Canoas, do Peixe, Jacutinga, Irani, Chapecó, das Antas e Peperi-Guaçu (Klein 1978, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). A flora frequentemente associada à Floresta Estacional Decidual inclui espécies como Aspidosperma polyneuron, Handroanthus heptaphyllus, Gallesia integrifolia, ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 92 Balfourodendron riedelianum, Peltophorum dubium, Cordia trichotoma e Apuleia leiocarpa (Leite 1994, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Esta representa uma vegetação recente em Santa Catarina (Bigarella 1964, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013), com seu ingresso posterior àquele dos campos e da Floresta Ombrófila Mista, sendo considerada um prolongamento das florestas da bacia do rio Paraná e migrações da província de Missiones, segundo Rambo; Spichiger et al.; Pennington et al.; Spichiger et al. (1951; 1956; 2004; 2009; 2004 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013) ressaltaram o papel dos corredores formados pelos canais fluviais da bacia do Paraná na difusão de elementos bióticos, conforme pode ser deduzido por meio da visualização dos mapas de vegetação dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul conforme Klein; Maack; Rambo (1978; 1947; 1968; 1951 apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). Como consequência desta possível expansão, zonas de contato com a Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucária) e com a Estepe (campos naturais) são formadas em Santa Catarina recebendo contribuições florísticas destas. Apesar de ser uma região fitoecológica importante sob o ponto de vista biológico, Pennington et al. 2000, apud Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, 2013). ressaltaram que estas florestas estariam recebendo pouca atenção da sociedade, tanto no que diz respeito aos esforços de conservação, quanto por parte de pesquisas visando a compreensão dos padrões disjuntos de sua distribuição no Neotrópico. Nos três estados da região Sul do Brasil, as florestas estacionais ocupam destaque, pois sua distribuição original está vinculada à região de grande desenvolvimento agrícola e pecuário. No estado de Santa Catarina, poucos são os trabalhos que abordam as florestas estacionais. CAMPOS NATURAIS As formações de Campos ou Estepes ocorrem no planalto, junto à floresta com araucárias, onde os Campos Naturais apresentam diferentes fisionomias conforme o substrato onde se desenvolvem. Em áreas com solos bem drenados desenvolvem-se os campos limpos caracterizados por uma cobertura herbácea de aspecto aparentemente homogêneo com cerca de 80 cm de altura, onde predominam indivíduos da família Poaceae. Já em áreas onde existe o acúmulo de água no solo, ocorrem os banhados turfosos. Neste ambiente a saturação hídrica do solo acarreta na diminuição da velocidade do processo de decomposição da matéria orgânica, originando camadas orgânicas ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 93 espessas sobre o solo mineral. Passam a ter maior importância nos banhados turfosos indivíduos das famílias Cyperaceae e Xyridaceae. Associados aos afloramentos rochosos, onde os solos tornam-se mais rasos ou mesmo quase ausentes e onde as condições de hábitat são muito mais seletivas ocorrem os campos rupestres ou vegetação rupícola. Estes ambientes determinam a ocorrência de espécies adaptadas a situações de baixa disponibilidade de nutrientes, maior vulnerabilidade a fatores como ventos, chuvas, entre outros (GATTI, 2004). VEGETAÇÃO LITORÂNEA (MANGUE E RESTINGA) Ao longo do litoral, bem como nas planícies fluviais e mesmo ao redor das depressões aluvionares (pântanos, lagunas e lagoas), ocorrem frequentemente terrenos instáveis cobertos de vegetação, em constante sucessão, de terófitos, criptófitos, hemicriptófitos, caméfitos e manofanerófitos. Tratase de uma vegetação de primeira ocupação de caráter edáfico, que ocupa os terrenos rejuvenescidos pelas seguidas deposições de areias marinhas nas praias e restingas, as aluviões fluviomarinhas nas embocaduras dos rios e os solos ribeirinhos aluviais e lacustres. São essas as formações que se consideram como pertencendo ao “complexo vegetacional edáfico de primeira ocupação” (formações pioneiras) (VELOSO et al., 1992). Na área de estudo predomina este tipo de comunidade pioneira denominada por Veloso et al., (1992) de Restinga. De acordo com o novo Código Florestal Lei nº 12.561/12, Art. 3 inciso XVI restinga é um depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado. Os elementos arbóreos característicos que imprimem um caráter lenhoso no local são Alchornea triplinervia, Campomanesia xanthocarpa, Clusia criuva, Eugenia uniflora, Lithrea brasiliensis, Myrcia splendens, Ocotea pulchella, entre outros. São muito comuns também as bromélias (Bromelia antiacantha, Tillandsia geminiflora, Tillandsia stricta, Tillandsia usneoides, Vriesea friburgensis, Ananas bracteatus, Tillandsia mallemontii, Nidularium innocentii). Muitos são os fatores limitantes para o estabelecimento e desenvolvimento de plantas em ambientes de restinga. Os mais importantes são os baixos teores de nutrientes e a falta de água no substrato, causada pela baixa capacidade de retenção do solo arenoso e alta taxa de evaporação. A salinidade, ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 94 em forma de aerossol salino ou presente no solo, limita a sobrevivência de plantas incapazes de suportar o excesso de cloreto de sódio. Outro fator é a instabilidade do substrato arenoso que sofre erosão ou deposição de sedimento por ação das ondas e do vento, muitas vezes removendo as plantas ou promovendo o soterramento por areia. O vento também pode causar constante dessecação e a poda das partes aéreas das plantas. A intensa luminosidade é outro fator prejudicial, pois oxida a clorofila e aumenta a temperatura. Outros fatores como a competição, a herbivoria, doenças e infecções por fungos, além das atividades humanas, podem inibir o estabelecimento de plantas nestes locais (BRESOLIN, 1979; HESP, 1991; MAUN, 1994 citados por BEDUSCHI e CASTELLANI, 2008). É importante ressaltar que algumas informações referem-se à cobertura original da região, sendo que, atualmente, as maiores porções encontram-se descaracterizadas e convertidas principalmente em áreas de aproveitamento econômico e ocupação urbana. As áreas estudadas apresentam muitas alterações, visto a interferência humana. O mapa Regiões Fitoecológicas que a Figura 46 demonstra, traz as informações do Estado, destacando a área do estudo como sendo vegetação litorânea, representada por mangue, dunas e restinga, bem como porção de formação vegetal Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 95 Figura 46: Mapa de Regiões Fitoecológicas para o estado de Santa Catarina, o alvo do estudo apresenta-se demarcado no círculo na cor vermelha. Fonte: Adaptado IFFSC, 2013 (escala 1:2.000.000). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 96 9.2.1.2 CARACTERIZAÇÃO FLORISTICA DAS GLEBAS I e II O referido estudo apresentará a caracterização florística das espécies presentes nas glebas I e II qualificando o ambiente, segundo parâmetros dendrológicos, com a finalidade de caracterizar a área diretamente afetada. Neste contexto executou-se caminhamentos na área alvo do estudo junto de registros fotográficos. Este estudo permite caracterizar a área de influência direta para regularização fundiária, a fim de obter a Licença Ambiental de Operação Corretiva (LAO-corretiva). Os trabalhos foram efetuados na área diretamente afetada do empreendimento, com aproximadamente 160 ha. Como suportes para a criação do projeto inicialmente realizou-se análise em imagens de sensoriamento remoto da região, atraves do software Google Earth Pro, utilizou-se também mapas de vegetação do IBGE, pesquisas cientifias e estudos oficiais utilizados em licenciamentos ambientais na região. Dentre as principais referências para a interpretação das condições florísticas e vegetacionais da região de abrangência da área dos estudos foram utilizados o Mapa Fitogeográfico do Estado de Santa Catarina (KLEIN, 1978), o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), projetos já realizados na região como Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Carijós, elaborado pela empresa Ferma Engenharia, os quais oferecem informações gerais e detalhadas sob as diferentes formações vegetais estabelecidas nesta região, destacando os aspectos de transição e interpenetração florística que apresentam especial importância para o contexto analisado. Apesar destas imprescindíveis referências regionais, a nomenclatura das formações vegetais foi adaptada a partir de VELOSO & GÓES-FILHO (1982) referente à classificação fitogeográfica brasileira proposta no Projeto RADAMBRASIL, a qual foi revista e atualizada em IBGE (2004) na 3ª edição do Mapa de Distribuição Regional da Vegetação Natural – Mapa de Vegetação do Brasil, e representa a terminologia oficialmente reconhecida dos tipos de vegetação existentes no país. Recentemente foi elaborado o Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (2013), em que foram levantadas informações para diversos estudos com as espécies vegetais registradas no Estado, em cada região fitoecológica. Este mapeamento encontra-se representado na Figura 46. O levantamento em campo foi realizado por meio de observações, em percursos pela área de estudo demarcada na Planta de Uso e Ocupação do Solo, apresentada a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 97 MAPA DE USO DO SOLO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 98 ENQUADRAMENTO FITOGEOGRÁFICO A vegetação que ocorre naturalmente no local pertence ao Bioma Mata Atlântica. De acordo com os critérios propostos na Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012) a região do estudo encontra-se região fitogeográfica Vegetação Litorânea, ou também conhecida como Formações Pioneiras, representadas por restingas, mangues e dunas, abrangendo pequena porção da formação vegetal Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas. Atualmente grande parte da área de estudo encontra-se tomada por área residencial, com poucos representantes da flora nativa. As espécies mais representativas são as ornamentais e/ou de cunho paisagístico, portanto muitas destas são espécies exóticas, ocupando os jardins das casas, bem como pequenos pomares. Há presença também de fragmento de vegetação nativa, em que faz parte do Parque Natural Municipal Carijós, descrito na sequencia deste estudo. A vegetação presente nas propriedades se consitui em sua maioria de espécies exóticas frutíferas ou paisagísticas, algumas destas espécies são apresentadas no relatório fotográfico a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 99 Figura 47: Vista de Musa sp. (bananeira) e ao fundo Syagrus romanzofiana (jerivá). Figura 48: Vista de Hibiscus sp. (hibisco) e Musa sp. (bananeira) Figura 50: Citrus limonia (limão) Figura 51: Ficus benjamina (figueira) Figura 49:Presença da espécie Carica papaya (mamão) cultivada em quintais. Figura 52: Schinus teremb ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 100 Figura 53: Pinus sp. (pinheiro) Figura 54: Delonix regia, (flamboyant) Figura 55: Archontophoenix cunninghamiana, palmeira-real Figura 56: tulipeira (Spathodea campanulata) Figura 57: Ricinus communis (mamona) Figura 58: ligustro (Ligustrum lucidum) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 101 Figura 59:Schinus molle (aroeira-salsa) Figura 62: Syagrus romanzofiana (jerivá) Figura 60: ameixa-amarela (Eriobothrya japônica) Figura 61: Psidium guajava (goiabeira) Figura 64: Terminalia catappa (chapéu-de-sol) Figura 63: Melia azedarach (cinamomo) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 102 Figura 65: Presença de Hibiscus pernambucencias (hibisco-do-mangue) próximo a foz do ri Mendanha Figura 68: Vista da zona ripária do rio Mendanha, com predomínio de vegetação herbácea e arvores exóticas. Figura 66: Vista de acesso paralelo a orla, ausencia de vegetação. Figura 67: Vista de paisagismo e urbanismo associada a orla e foz do rio Mendanha Figura 69: Vista de paisagismo associado a orla. Figura 70: Vista de infraestrutura urbana associada a orla da praia. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 103 9.2.1.3 VEGETAÇÃO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL CARIJÓS As preocupações com a conservação dos recursos naturais devido a graves danos ambientais de repercussão mundial, são historicamente datadas e eram manifestadas em função da necessidade de discutir a sistemática adotada para consagrar a ocupação do território brasileiro, que por sua vez era baseada principalmente na exploração extensiva e predatória dos recursos naturais. Assim, em 31 de agosto de 1981, através da Lei n. 6.938, foi estabelecida a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que dispunha no seu segundo artigo o objetivo de propiciar "a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, dos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana". Visando dar cumprimento aos seus objetivos, a PNMA definiu instrumentos de intervenção sobre as atividades econômicas, como o zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA), e a exigência da elaboração de Estudos de Impacto e Ambiental e seus Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para a concessão de licenciamento de atividades potencialmente poluidoras. Dentre vários instrumentos criados pela PNMA, foi estabelecido também o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado por meio da Lei 9.985/2000, que é um sistema formal, unificado, para Unidades de Conservação (UC) federais, estaduais e municipais, que, instituiu as unidades de proteção integral e as unidades de uso sustentável. Segundo o Artigo 2º do SNUC, entende-se por UC o “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob-regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”. As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Entende-se por Proteção Integral a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. As Unidades de Uso Sustentável permitem a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 104 Neste contexto, o Parque Natural Municipal Carijós (PNMC) é uma Unidade de Conservação (UC) do Grupo de Proteção Integral, consolidada no dia 23 de março de 2011, com o objetivo de conservar os ambientes naturais pertencentes ao Bioma Mata Atlântica, em especial os da Floresta Ombrófila Densa (FOD), possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico. O PNMC possui uma área de 39,76 há, localizada no litoral norte do Estado de Santa Catarina, integralmente no Município de Itapoá. A escolha do nome do parque aconteceu a partir de uma enquete, onde a ideia da enquete surgiu na Consulta Pública realizada pela Prefeitura sobre a criação do 1° Parque Natural Municipal. Dentre as outras opções a eleita foi Parque Natural Municipal Carijós. Este nome faz menção aos índios Carijós, que foram os primeiros habitantes destas terras. A marca da existência desse povo ficou registrada por todo o município através dos Sambaquis. Assim como todas as unidades de conservação, a PNMC também deve dispor de um Plano de Manejo, que abranja a área da Unidade de Conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica social das comunidades vizinhas (Art. 27, §1º). O SNUC define o Plano de Manejo como um documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. No estado de Santa Catarina cabe à Fundação de Meio Ambiente – FATMA, a fiscalização, administração e controle dos parques e reservas dentro das leis federais e estaduais. O Parque Natural Municipal Carijós - PNMC é delimitado (Figura 1), em sua divisa Norte-Oeste pelo Rio Saí Mirim. A Bacia Hidrográfica do Rio Saí Mirim é a maior bacia hidrográfica da região, possuindo uma área de bacia equivalente a 73,30 km², constituída de várias vertentes que irrigam por completo o município. É considerada bacia litorânea de pequeno porte e deságua diretamente no Oceano Atlântico. A bacia hidrográfica do Saí Mirim é formada pelos Rios: Saí Mirim, Água Branca, Bom Futuro, Braço do Norte, Quilombo, Do Meio, Baixo, Jaguaruna, Comprido, Pequeno, Gracioso, Uirapuru, Inferninho, Itapoá, Mendanha, Carrapatinho, Banararinha, Minas, Guarajuba, Bacamarte, Do Tomás e dos Córregos Trevisa, Água Branca. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 105 Figura 71. Carta Imagem de Localização da UC em relação a sua área de abrangência regional. Fonte: Plano de Manejo Parque Natural Municipal Carijós, 2012. Com base na dinâmica dos elementos naturais, dos atuais dados e das limitações legais para a ocupação de áreas de preservação permanente a UC foi definida buscando um arranjo espacial que visa manter as funções ambientais desempenhadas pela vegetação nativa e do complexo hidrológico do Rio Saí Mirim, garantindo assim, a preservação de uma área de valor cênico, de relevância em biodiversidade e funções ecológicas e possibilitando a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades de educação, interpretação ambiental e de recreação em contato com a natureza. 2. CARACTERIZAÇÃO FITOFISIONÔMICA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 106 A fitofisionomia que a Unidade está inserida pertence a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) que é a maior Reserva da Biosfera brasileira, com aproximadamente 35 milhões de hectares abrangendo áreas de 15 dos 17 estados brasileiros onde existe ocorrência da Mata Atlântica, sendo 13 costeiros, do Ceará ao Rio Grande do Sul, além de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (MMA, 2000). A Floresta Ombrófila Densa - FOD (ELLENBERG & MUELLER-DOMBOIS, 1955/56), no Brasil, é uma formação perenifolia, tipicamente tropical e concentrada. Estima-se que a flora arbórea da FOD seja representada por mais de 700 espécies, sendo a maioria exclusiva, não ocorrendo em outras unidades vegetacionais (LEITE, 1994) e sobretudo em duas regiões: a Amazônica e a Atlântica. Esta última, também chamada de “Mata Atlântica” ou “Floresta Atlântica” ocorre ao longo da costa brasileira, a qual possui aproximadamente 9.200 km de extensão (SILVEIRA, 1964), ela inclui, por definição, as formações associadas de restingas e manguezais, sendo um dos hotspot da biodiversidade mundial (ARAÚJO & OLIVEIRA, 1988 e MMA, 2000). Estas formações desenvolvemse pelo litoral das regiões nordeste, sudeste e sul do país (LINO, 1992). No Estado de Santa Catarina, a Floresta Ombrófila Densa, juntamente com seus ecossistemas associados (manguezais e restingas) cobria 31.611 km² ou 32,9% do território catarinense. Atualmente, da sua área original restam cerca de 20% (7.000 km²), distribuídos em remanescentes florestais primários ou em estágio avançado de regeneração. Esta formação é influenciada diretamente pelo ar quente e úmido do oceano atlântico e com chuvas bem distribuídas ao longo do ano. VELOSO et al. (1991) subdividiram a região da Floresta Ombrófila Densa no Brasil em cinco subformações, segundo variações altimétricas e latitudinais, que se refletem nas características pedológicas, climáticas e vegetacionais: Aluvial, Terras Baixas, Submontana, Montana e Altomontana. O litoral norte do Estado abrange as florestas das planícies quaternárias costeiras de origem fluvial ou flúvio-marinhas, denominadas de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, situadas em altitudes desde o nível do mar a até aproximadamente 30m (ATLAS de SANTA CATARINA, 1986) Figura 72. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 107 Figura 72. Perfil esquemático da Floresta Ombrófila Densa. Fonte: Veloso, Rangel e Lima (1991). A tipologia vegetacional das Terras Baixas é bastante variável ao longo de sua extensão, conforme as variações do solo e estádios sucessionais. Em alguns remanescentes podem-se observar conjuntos dominados ora por Ficus organensis ora por Syagrus romanzoffiana ou Calophyllum brasiliense, acompanhados por Ocotea pulchela, Minilkara subsericea, Tabebuia cassinoides, Alcornea triplinervia, várias espécies de Myrtaceae, Pera glabrata, e a ocorrência esporádica de Euterpe edulis. Essa tipologia florestal apresenta um estrato médio pouco expressivo, onde ocorrem, principalmente, Posoqueria latifolia (Baga-de-macaco), Garcinia gardneriana (Bacupari). No estrato das nanofanerófitas destacam-se algumas espécies de Psychotria spp. e a Geonoma schottiana (Guaricana). É muito expressiva na Floresta das Terras Baixas a presença de um grande tapete de bromélias semi-terrestres que crescem sobre as raízes das árvores. Entre estas se destacam Nidularium inocentii var. paxianum, N. procerum e Canistrum lindenii (LEITE e KLEIN, 1990) Figura 73. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 108 Figura 73. A) Aspecto geral do interior da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas; B) Em destaque tronco coberto por epífitas; C) Em destaque Vriesea carinata (Bromeliaceae); D) Em destaque Oncidium sp. (Orchidaceae). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. De acordo com o Plano de Manejo (2012), a partir de dados secundários obtidos em CECHIN (2010) e incursões a campo foram identificadas na área do PNMC 49 espécies arbóreas, conforme Tabela 1, distribuídas em 20 famílias, além de diversas espécies de plantas de habito herbáceo/arbustivo e epífitas. Cabe salientar que neste estudo, não foi feito inventário da vegetação e sim a caracterização da mesma por meio de breve observação a campo e com base em dados secundários da região referentes à fauna e flora. Tabela 5. Lista de espécies arbóreas observadas na área do PNMC, Município de Itapoá / SC. Fonte: Plano de Manejo Parque Natural Municipal Carijós, 2012. Família Anacardiaceae Espécie Tapirira guianensis Nome popular cupiuva Observada em campo Dados CECHIM (2010) x x ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 109 Schinus terebinthifolius aroeira x x Xilópia brasiliensis xilópia x x Rollinia silvatica ariticum x x Attalea dubia indaiá x x Bactris setosa tucum x Geonoma schottiana guaricana miúda x Syagrus romanzoffiana jerivá x Jacaranda puberula caroba x Tabebuia cassinoides caixeta x Cecropia glaziovii embaúba x Cecropia pachystachia embaúba x Clethraceae Clethra scabra carne de vaca x Combretaceae Teminalia catappa sombreiro x Clusiaceae Clusia criuva mangue do mato x x Calophyllum brasiliense guanandí x x Rheedia gardneriana bacupari Eleocarpaceae Sloanea guianensis sapopema x Euphorbiaceae Alchornea triplinervia Pera glabrata seca ligeiro x Andira fraxinifolia andira x x Andira anthelminthica jacarandá lombriga x x Erithrina speciosa corticeira do brejo x Schizolobium parahyba guapuruvu x x Ingá sellowiana ingá x x Ingá sessilis ingá x x Ocotea pulchella canela x x Endlicheria paniculata canela toiça x Nectandra megapotamica canelinha x Malpighiaceae Byrsonima ligustrifolia baga de tucano x x Melastomataceae Miconia cabucu pixirica x x Miconia budlejoides pixirica x x Anonaceae Arecaceae Bignoniaceae Cecropiaceae Fabaceae Lauraceae x x x ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 110 Tibouchina mutabilis quaresmeira x Malvaceae Hibiscus tiliaceus uvira x Meliaceae Cabralea canjerana cajarana x Guarea macrophylla baga de morcego x Moraceae Ficus sp figueira x x Myrtaceae Psidium cattleyanum araçá x x Eugenia brasiliensis grumixama Marlierea sp. vapurunga x x Myrcia acuminatissima guamirim x x Myrcia sp. guamirim x x Myrciaria sp. - Myrtaceae 1 - x Myrtaceae 2 - x Myrsinaceae Myrsine umbellata capororoca x x Sapotaceae Pouteria venosa guacá de leite x x Minilkara subsericea maçaranduba x Solanum pseudoquina canema x Solanaceae x x O parque se enquadra em cinco tipologias vegetais, são elas: a) vegetação primária que apresenta pouquíssima intervenção humana; b) vegetação secundária em estágio avançado de regeneração, o qual apresenta-se com algumas intervenções antrópicas (trilhas); c) vegetação secundária em estágio inicial de regeneração (antigo pasto); d) áreas dominadas pela Brachiaria sp.(nas margens do rio Saí Mirim; e) área com intervenção antrópica severa (ruas, propriedades particular, valas de escoamento, entre outras). Segue a caracterização das tipologias vegetais. a) Vegetação Primária: Conforme a Resolução CONAMA 004 /1994 artigo 1º, vegetação primária é aquela de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies, onde apresenta altura total média superior a 20 metros. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 111 A Floresta Primária ocupa 23,9% da área total do PNMC. Foram observadas, em campo, as seguintes espécies: Calophyllum brasiliense (guanandi), Minilkara subsericea (maçaranduba), Syagrus romanzoffiana (jerivá), Pera glabrata (seca ligeiro), Bactris setosa (tucum), Guarea macrophylla (baga-de-morcego), Tapirira guianensis (cupiúva), Andira spp., Clusia criuva (manguedo-mato), Nectandra megapotamica (canela), Cabralea canjerana (cajarana), Jacaranda puberula (carova), Myrcine coriacea (copororoca), Clethra scabra (carne-de-vaca), Alchornea triplinervia (tapiá), várias espécies de Myrtaceae, entre outras. Observou-se uma grande quantidade de epífitas (Orchidaceae, Bromeliaceae, Pteridophyta, Gesneriaceae, entre outras), destacando-se Vriesea spp. (gravatá), Rhipsalis sp. (comambaia), Codonanthe sp., Nemathanthus sp., Epidendrum sp., Oncidium sp. (chuva-de-ouro), a espécie Hibiscus tiliaceus (uvira) foi encontrada com muita frequência na margem direita do Rio Sai Mirim. Figura 74. A) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Primária, em destaque tronco de Calophyllum brasiliense (Guanandi); B) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Primária. Em destaque Vriesea carinata (BromeliaCEAE). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. b) Vegetação Secundária em estágio avançado de regeneração: Este setor apresenta intervenção antrópica (trilhas) (Figura 5), por isso não é denominado de Floresta Primária. Recebe esta classificação, pois conforme a Resolução CONAMA 004 /1994, artigo 2º “a vegetação secundária ou em regeneração é aquela resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária”. Fazem parte da composição florística deste tipo de formação vegetal, conforme observado em campo, as seguintes espécies: Syagrus romanzoffiana (jerivá), Bactris setosa (tucum), Guarea macrophylla (baga-de-morcego), Tapirira guianensis (cupiúva), Andira spp., Clusia criuva (mangueESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 112 do-mato), Nectandra megapotamica (canela), Cabralea canjerana (cajarana), Jacaranda puberula (carova), Rheedia gardneriana (bacupari), Myrcine coriacea (copororoca), Miconia cineracens (pixirica), Miconia cabucu, Tibouchina clavata (orelha-de-urso), Tibouchina pulchra (jacatirão), Cecropia pachystachya (cecrópia), Cordia sp., Tabebuia cassinoides (caxeta), Tabebuia sp., Psychotria nuda (flor-de-cera), Monstera adansonii (banana-de-macaco), Oxypetalum sp. (cipó-deleite), Clethra scabra (carne-de-vaca), Senna bicapsularis (chuva-de-ouro), Ficus sp. (figueira), Alchornea triplinervia (tapiá), várias espécies de Myrtaceae, Dichorisandra thyrsiflora, Rollinia sericea (araticum), Costus spiralis (cana-do-brejo), Gomidesia palustris (guamirim-do-brejo), Hedyosmum brasiliensi (erva-cidreira), Clusia criuva (mangue-do-mato), Tetracera sp. (trepadeira), Baccharis trimera (carqueja), Baccharis dracunculifolia (vassoura), Mikania sp., Senecio brasilienses (maria-mole), Smilax sp. (japecanga), Heliconia sp., Ipomea purpurea (corda-de-viola), Solanum spp., Erithrina speciosa (corticeira-do-brejo), Hedichium coronarium (lírio-do-brejo), Davilla rugosa (cipó cabloco), Mimosa bimucronata (unha-de-gato), Monstera adansonii (banana-de-macaco), entre outras. Observou-se uma grande quantidade de epífitas, Orchidaceae, Bromeliaceae, Pteridophyta, Aracae, Gesneriaceae, entre outras, destacando-se, Micrograma squamulosa, Codonanthe sp., Anthurion spp., Philodendron imbe, Vriesea spp. (gravatá), Rhipsalis sp. (comambaia), Epidendrum sp., Oncidium sp. (chuva-de-ouro). O estrato herbáceo/arbustivo nesta floresta é mais desenvolvido, inclusive com a presença marcante de espécies escandescentes (trepadeiras), espécies que caracterizam algum tipo de alteração (natural e/ou antrópica). Figura 75. A) Aspecto do interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Secundária em estágio avançado de regeneração. Em destaque uma trilha; B) Interior da Floresta Ombrófila ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 113 Densa das Terras Baixas no PNMC, Floresta Secundária em estágio avançado de regeneração. Em destaque Erithrina speciosa (corticeira-do-brejo). Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. c) Vegetação Secundária em estágio inicial de regeneração (antigo pasto): Este setor compreende uma área que era utilizada como pasto, conforme consta na Resolução CONAMA 004 /1994, apresenta fisionomia herbáceo/arbustiva de porte baixo; altura total média até 4 metros, com cobertura vegetal variando de fechada a aberta, com espécies pioneiras abundantes. Foram observadas em campo as seguintes espécies, as quais podem ser consideradas como indicadoras deste tipo de formação vegetal: diversas espécies de Poaceae, como Andropogon bicornis (capim-andaime ou capim rabo de burro), Brachiaria sp. entre outras, Pteridium aquilium (samambaia das taperas), e várias espécies de Asteraceae, como Biden pilosa (picão preto) e Solidago microglossa (vara de foguete), Baccharis elaeagnoides (vassoura) e Baccharis dracunculifolia (vassoura-braba) (Figura 23). Nesta área também foi observado carreiros feito pelo gado. Figura 76. A) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas do PNMC, Floresta Secundária em estágio inicial de regeneração, em destaque o avanço da Braquiaria sp.; B) Interior da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas do PNMC, Floresta Secundária em estágio inicial de regeneração. Em primeiro plano a área em regeneração. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. d) Áreas dominadas pela Brachiaria sp.(Poaceae), espécie exótica e invasora (nas margens do rio Saí Mirim): ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 114 Este setor ocupa toda extensão da margem direita do Rio Saí Mirim (limite do PNMC) (Figura 7), o qual encontra-se coberto por bancos de Brachiaria sp., espécie introduzida com grande potencial invasivo, pois impede o desenvolvimento das gramíneas nativas e o desenvolvimento de outras espécies características do ecossistema, conforme a Resolução CONSEMA (14 de setembro de 2012) Figura 77. A) Aspecto da margem direita do Rio Sai Mirim, limite do PNMC, bancos de gramíneas exóticas; B) Aspecto da margem direita do Rio Sai Mirim, limite do PNMC, bancos de gramíneas exóticas. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. Também foram observadas outras espécies da flora introduzidas como: Eucalyptus sp., Pinus sp. e Roystonea oleracea. O gênero Eucalyptus é originário da Austrália, porém com fácil adaptação a qualquer condição climática. No Brasil esta espécie é muito utilizada na silvicultura, devido seu rápido crescimento, usada na fabricação de papel, carvão vegetal e madeira, a qual utiliza extensas áreas para o plantio. Já o gênero Pinus é originário do hemisfério norte geográfico. No Brasil esta espécie também é muito utilizada na silvicultura, devido seu rápido crescimento, principalmente na fabricação de papel e madeira, a qual utiliza extensas áreas para o plantio. Sua dispersão é feita pelo vento o que facilita a rápida disseminação dos diásporos, causando um problema sério de competição com as espécies nativas. E por último a Palmeira imperial que é originária das Antilhas. Foram encontrados alguns exemplares dentro dos limites do parque. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 115 Figura 78. Exemplar de Roystonea oleracea (palmeira real), PNMC, Município de Itapoá / SC. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. e) Áreas com intervenção antrópica severa (ruas, propriedades particular, valas de escoamento): Existem áreas no PNMC que apresentam intervenção antrópica severa, ou seja, locais onde, anteriormente à criação do parque, foram abertas ruas, valas de escoamento e construídas moradias (Figura 11). A vegetação outrora existente foi total ou parcialmente suprimida, onde atualmente o solo encontra-se exposto ou coberto por gramíneas. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 116 Figura 79. A) Área do PNMC com intervenção antrópica severa, nesta área existia uma construção de alvenaria (casa); B) Restos de construção acumulados em uma área do PNMC; C) Rua do Peixe, está rua corta o PNMC até a beira do Rio Saí Mirim, neste trecho o solo está coberto por gramíneas, D) Área do PNMC utilizada como chácara, a vegetação encontra-se bastante alterada quando presente. Fonte: Equipe Ferma Engenharia Ltda., 2012. 9.2.1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Visto o empreendimento e seu impacto associado a vegetação natural, anteriormente existente na área em questão, devemos nos atentar ao fato de toda á área onde estão inseridos as glebas I e II, do bairro Itapema do Norte já teve sua vegetação nativa suprimida e/ou alterada, sendo este impacto difícil de ser mensurado e/ou compensado. Essa supressão foi associada ao avanço residencial na área, ocorrido historicamente no local, desta forma, não foi considerado o impacto de supressão de vegetação nativa para este estudo. O fato desta gleba possuir á área do PNMC associada, em local com vegetação nativa em avançado estágio de sucessão ecológica, implantado para fins de compensação ambiental, evidencia-se a necessidade de implementação do plano de manejo desta área de proteção, visto o impacto ambiental que o avanço da ocupação antrópica causaria nesta área de preservação e a sua relevância. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 117 9.2.2 FAUNA O empreendimento em questão, regularização fundiária das Glebas 1 e 2, localizadas no bairro Itapema do Norte, inseridas no município de Itapoá, Santa Catarina (Processo n°urb/14452/crn) apresenta-se já implantado, sendo difícil a comparação da realidade da biodiversidade existente no local, anteriormente a implantação do mesmo. Assim, como o levantamento na área urbana já consolidada do empreendimento limitariam muito os resultados obtidos durante as amostragens, bem como inviabilizaria o uso de metodologias especificas para o grupo, como a instalação de armadilhas fotográficas, visto a matriz urbana em que se encontra o empreendimento, optou-se por realizar o levantamentode fauna também na área intitulada Parque Natural Municipal Carijós, localizado a oeste da área do empreendimento, inclusive situando-se na área limítrofe do empreendimento e sendo incluído na área, sendo como limite oeste desta área o rio Saí-Mirim. Este local foi selecionado pois apresenta as características naturais do ambiente onde o empreendimento se encontra inserido, bem como está bastante próximo da área do empreendimento. Figura 80: Vista de placa de identificação do Parque Natural Municipal Carijós, local de realização das amostragens de fauna. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 118 Figura 81: Vista de portal de entrada do Parque Natural Municipal Carijós. Apesar da área pertencer a um Parque Municipal, sendo uma área legalmente protegida, conforme visita e realização de campanha de fauna na área, notou-se grande pressão antrópica no local, através da ocupação irregular, invasão e introdução de gado na área, indícios de caça e pesca no local, bem como ausência de segurança ou controle de acesso, sendo inclusive identificado na área a presença de residências, criação de animais domésticos como cachorros, porcos, galinhas, bem como gado bovino e equino, conforme ilustram as figuras abaixo, com área ocupada inserida na mata ciliar do Rio Saí-Mirim. Figura 82: Residência existente no interior do Parque Natural Municipal Carijós. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 119 Apesar dessa elevada alteração existente no local, existem ainda na área, fragmentos florestais com estrutura suficiente para fornecer abrigo e habitat para uma comunidade faunística mais estruturada, justificando a realização das amostragens neste local, visto a elevada alteração das áreas que compõem o empreendimento. Assim as áreas de influência indireta serão diagnosticadas através de dados secundários, como bibliografias técnicas e com registros indiretos, como entrevistas com moradores, neste caso, sendo estes dados utilizados somente para complementação das listas de dados secundários. O levantamento de dados primários, ou seja a aplicação das metodologias de levantamentos diretos de fauna foram realizados nas áreas apresentadas no mapa de fauna, sendo neste caso não interventivas, sendo realizados os registros, sem necessidade de captura e manejo de fauna. Assim os dados de ictiofauna, foram compostos apenas através da realização de entrevistas e registros das espécies capturadas por pescadores amadores que utilizavam as áreas de amostragem para a realização de pesca. Conforme descrito acima, não foram utilizadas técnicas de captura e contenção de animais silvestres, cujas atividades necessitariam de obtenção de Licença para realização de captura, coleta e transporte de animais silvestres relativas as atividades desenvolvidas durante o processo de licenciamento ambiental de empreendimentos, conforme preconizado na Instrução Normativa IBAMA nº. 146/2007 que determina a abrangência, procedimentos e critérios para a elaboração de estudos faunísticos componentes de estudos ambientais, sendo o diagnóstico realizado neste relatório não interventivo. A porção do empreendimento alvo deste monitoramento, apresenta em sua área de influência uma variada gama de ambientes, abrangendo porções de vegetação inseridas no Bioma Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, área herbácea antrópica, bem como áreas com influencia fluvio-marinha, abrangendo em sua proximidade a fitofisionomia de mangue, proporcionando elevada gama de ambientes a serem utilizados para a amostragem. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 120 Figura 83: Vista da zona ripária do Rio Saí – Mirim. Figura 84: Vista de interior de fragmento de vegetação nativa, inserida no Parque Natural Municipal Carijós. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 121 Figura 85: Vista de acesso a área do Parque onde se evidencia a introdução irregular de gado equino. As metodologias especificas de cada grupo, bem como os resultados obtidos através da aplicação destas, são apresentadas em capítulos distintos a seguir, sendo apresentado no Mapa a seguir os pontos de amostragem de fauna. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 122 MAPA DE FAUNA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 123 9.2.2.1 Mastofauna A classe dos mamíferos inclui um dos mais variados e difundidos grupos de animais vertebrados, possuindo grandes variações morfológicas e de ocupação de habitats. Podemos citar como exemplo de variação morfológica do grupo as diferenças entre um camundongo (Mus musculus) e a baleia-azul (Balaenoptera musculus) o maior mamífero existente. Os habitats ocupados variam igualmente, havendo mamíferos ocupando diversos ambientes, desde florestas úmidas, oceanos, regiões polares e até desertos (REIS et al. 2011;MMA 2003). Os mamíferos participam da estrutura e função dos ecossistemas da Terra, ocupando diversos ambientes, como terrestres e aquáticos. Possuem ainda extensa interação ecológica, sendo pela interação com a vegetação pelo consumo de frutos, promovendo a dispersão e/ou predação de suas sementes, pelo consumo de folhagem ou, ainda, por servirem como fonte de alimento para uma variedade de predadores, além de participarem de quase toda a estrutura de redes alimentares (Reis, 2006). A diversidade brasileira de mamíferos é considerada a mais rica do planeta, atualmente contando com 688 espécies (Reis, 2011), porém este número, de 2006 a 2011 sofreu um acréscimo de 36 espécies (Reis, 2006, Reis, 2011), evidenciando a carência de estudos em diversas regiões do país e a subestimação do número real de mamíferos constantes no Brasil. Ainda segundo Reis (2011) o conhecimento sobre a mastofauna brasileira se encontra fragmentado, com alguns grupos mais conhecidos do que outros. Existem principalmente quatro ordens mais diversificadas e com expectativas no aumento do número de espécies conhecidas, sendo estas Rodentia, Chiroptera, Didelphimorphia e Primates. Segundo Cherem et al (2011) o estado de Santa Catarina apresenta uma mastofauna bastante diversificada, contando com 139 espécies de mamíferos terrestres distribuídos entre 10 ordens e 28 famílias. Desta forma, estudos realizados para conhecimento da comunidade faunística, bem como levantamentos complementares de fauna, contribuem muito para o aprimoramento do conhecimento sobre a mastofauna local, sobretudo a ocorrente na área de influência do empreendimento. 9.2.2.1.1 Metodologia Para a elaboração deste relatório foram realizados levantamentos primários e secundários abrangendo a mastofauna silvestre ocorrente no município de Itapoá, bem como a áreas de influência do empreendimento, ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 124 sendo este a área de regularização fundiária das Glebas 1 e 2, localizadas no bairro Itapema do Norte, inseridas no município de Itapoá, Santa Catarina (Processo n°urb/14452/crn). O levantamento de dados secundários se deram na área de influencia indireta do empreendimento, ou seja no município de Itapoá, abrangendo estudos, listagens de espécies, bibliografias especializadas, artigos e periódicos de estudos elaborados na região. Para a aplicação das metodologias de levantamentos de dados primários, sendo estes realizados ao longo de dois dias de amostragem realizados na área de influência direta do empreendimento, foi utilizada a área do empreendimento, com enfoque para a amostragem do Parque Natural Municipal Carijós, visando obter um diagnóstico de uma área controle, ou seja sem intervenções de cunho antrópico. Assim a aplicação das metodologias de obtenção de dados primários para o grupo de mamíferos se consistiram em duas metodologias principais, sendo estas a instalação de armadilhas fotográficas e a busca ativa por integrantes da mastofauna, sendo estas por indícios ou pelo contato visual. Foi considerado para este estudo o registro obtido através de encontros ocasionais. Encontros Ocasionais são aqueles que acontecem fora do período de esforço amostral estipulado, ao redor dos limites da área do empreendimento, com a visualização de indivíduos atropelados ou encontrados por terceiros. Estas metodologias são descritas a seguir. Armadilhamento fotográfico O método se consistiu na instalação de duas armadilhas fotográficas modelo Little Acorn 12M Trail Camera, mantidas em funcionamento por três noites consecutivas, distribuídas em pontos potencialmente favoráveis ao registro da fauna existentes de acordo a MARQUES & MAZIM (2005), como trilhas, acessos a corpos hídricos, e pontos identificados como passadouros de animais silvestres. O local selecionado para a instalação destas armadilhas fotográficas, foi na área com presença de vegetação nativa, abrangida pela porção oeste do empreendimento, onde se situa o Parque Natural Municipal Carijós. Serão utilizados como isca mistura de frutas, tubérculos, sardinha, farinha de milho e bacon, objetivando contemplar todo o espectro trófico por esta metodologia. O esforço amostral total utilizado neste levantamento foi de 6 armadilhas/(dias,noites) (2 armadilhas fotográficas X 3 dias/noites). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 125 Figura 86: Vista de armadilha fotográfica 1 instalada em campo. Latitude 26° 3'45.52"S longitude 48°37'57.29"O. Figura 87: Vista de armadilha fotográfica 2 instalada em campo. Latitude 26° 3'56.27"S, Longitude 48°38'4.75"O Busca ativa e por vestígios: Concomitantemente com os outros levantamentos, foi realizado a metodologia de busca ativa, buscando o contato visual com a espécie, neste caso através da metodologia de transecção linear, descrito por Buckland ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 126 et al. (1993) onde as áreas de amostragem foram percorridas lentamente, a fim de registrar a ocorrência de integrantes da mastofauna nativa. Esta metodologia foi empregada, percorrendo-se os locais selecionados para a amostragem e áreas naturais inseridas nas adjacências do mesmo. Estas transecções possuiram comprimento de 1 km, percorridos por turno, totalizando 2 transectos de 1 km por dia de amostragem, buscando-se preferencialmente locais favoráveis ao encontro com indícios e vestígios como pegadas e rastros, próximos a corpos hídricos, estradas, trilhas e caminhos. Além disso, este método fundamentou-se na procura de outros indícios, como o encontro de carcaças, material fecal e se possível contato auditivo e/ou visual dos mamíferos. O levantamento realizado por transecções teve como esforço amostral total 4 km/dias de amostragem (2 transectos de 1 Km X 2 dias de amostragem). Essas transecções são apresentadas no mapa de fauna. Os locais onde se realizaram estas amostragens são ilustrados nas figuras a seguir. Foi considerado no levantamento, o encontro com animais silvestres atropelados em rodovias próximas ao empreendimento, para auxiliar a composição das listagens de espécies situadas na área de influência direta e indireta. Figura 88: Vista de área onde se realizou as transecções de busca ativa a mastofauna terrestre. Latitude 26° 3'43.36"S Longitude 48°37'55.53"O. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 127 Figura 89: Vista de estrada de acesso ao Rio Saí-Mirim situada na área do Parque Natural Municipal Carijós, local onde se realizou a metodologias de busca ativa. Latitude 26° 3'56.32"S Longitude 48°37'51.50"O. 9.2.2.1.2 Resultados Segundo os dados teóricos, obtidos através de pesquisas bibliográficas e de dados secundários, podem ocorrer nas áreas de influência do empreendimento, 62 espécies de mamíferos terrestres (AVILA-PIRES, 1999; CHEREM et al., 2004; REIS et al., 2006; REIS et al., 2007; BONVICINO et al., 2008; MACHADO et al., 2008). Tabela 6: Lista das espécies de mamíferos de provável ocorrência nas áreas de influência indireta e direta do empreendimento Regularização Fundiária das Glebas 1 e 2, Itapema do Norte, Itapoá, SC. Conservação IUCN (2014), MMA (2014) CONSEMA (2011), (NT) Quase Ameaçada (LC) Pouco Preocupante, (NA) Não ameaçada; (NE) Não avaliada; (VU) Vulnerável; (EN) Em Perigo; (EX) Exótica, (DD) Dados insuficientes ORDEM Nome Popular IUCN MMA SC cuíca-d’água NT NA VU gambá-de-orelha-branca LC NA NA gambá-de-orelha preta LC NA NA Família Espécie DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Chironectes minimus (Zimmermann, 1780) Didelphis albiventris Lund, 1840 Didelphis aurita Wied-Neuwied, 1826 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 128 Gracilinanus microtarsus (Wagner, 1842) guaiquica LC NA NA Marmosa paraguayana (Tate, 1931) guaiquica LC NA NA Metachirus nudicaudatus (É. Geoffroy, 1803) cuíca LC NA VU Monodelphis iheringi (Thomas, 1888) cuíca DD NA NA Monodelphis scalops (Thomas, 1888) cuíca LC NA NA Monodelphis dimidiata (Wagner, 1847) cuíca LC NA NA Philander frenatus (Olfers, 1818) cuíca LC NA NA tatu-de-rabo-mole LC NA NA Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha LC NA NA Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-mulita LC NA NA Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peludo LC NA NA tamanduá-mirim LC NA NA morcego-pescador LC NA NA Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego LC NA NA Micronycteris megalotis (Gray, 1842) morcego LC NA VU Mimon bennettii (Gray, 1838) morcego LC NA NA Anoura caudifera (E. Geoffroy, 1818) morcego LC NA NA Anoura geoffroyi Gray, 1838 morcego LC NA NA Glossophaga soricina (Pallas, 1766) morcego LC NA NA Carollia perspicillata (Linnaeus,1758) morcego LC NA NA Artibeus fimbriatus Gray, 1838 morcego LC NA NA Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego LC NA NA Artibeus obscurus Schinz, 1821 morcego LC NA NA Chiroderma doriae Thomas, 1891 morcego LC NA NA Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810) morcego LC NA NA Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) morcego LC NA NA Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810) morcego LC NA NA CINGULATA Dasypodidae Cabassous tatouay (Desmarest, 1804) PILOSA Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) CHIROPTERA Noctilionidae Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) Phyllostomidae ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 129 Sturnira tildae de la Torre, 1959 morcego LC NA VU Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) morcego DD NA NA Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) morcego LC NA NA Diphylla ecaudata Spix, 1823 morcego LC NA EN Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819) morcego LC NA NA Eptesicus diminutus Osgood, 1915 morcego DD NA NA Eptesicus furinalis (d’Orbigny, 1847) morcego LC NA NA Histiotus alienus Thomas, 1916 morcego DD NA CR Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) morcego DD NA NA Lasiurus blossevillii (Lesson & Garnot, 1826) morcego LC NA NA Lasiurus cinereus (Beauvois, 1796) morcego LC NA NA Lasiurus ega (Gervais, 1856) morcego LC NA NA Myotis levis (I. Geoffroy, 1824) morcego LC NA NA Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego LC NA NA Myotis riparius (Handley, 1960) morcego LC NA NA Myotis ruber (E. Geoffroy, 1806) morcego NT VU VU Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego LC NA NA Molossus rufus E. Geoffroy, 1805 morcego LC NA NA Nyctinomops laticaudatus (E. Geoffroy, 1805) morcego LC NA NA Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) morcego LC NA NA bugio LC NA VU macaco-prego NT NA NA cachorro-do-mato LC NA NA gato-mourisco LC NA NA jaguatirica LC VU EN VU NA Vespertilionidae Molossidae PRIMATES Atelidae Alouatta guariba (Humboldt, 1812) Cebidae Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) CARNIVORA Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Felidae Puma yagouaroundi (É. Geoffroy Saint-Hilaire, 1803) Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato VU ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 130 Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-do-mato NT VU NA Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra DD NA NA Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara LC NA NA Galictis cuja (Molina, 1782) furão LC NA NA lobo-marinho LC NA NA lobo-marinho-subantártico LC NA NA leão-marinho LC NA NA quati LC NA NA mão-pelada LC NA NA anta VU NA EN cateto LC NA VU queixada VU NA CR veado-mateiro DD NA EN veado-catingueiro DD NA NA serelepe LC NA NA rato-de-espinho LC NA NA Delomys dorsalis (Hensel, 1873) rato-do-mato LC NA NA Delomys sublineatus (Thomas, 1903) rato-do-mato LC NA NA Euryoryzomys russatus (Wagner,1848) rato-do-mato LC NA NA Juliomys pictipes (Osgood, 1933) rato-do-mato LC NA NA Nectomys squamipes (Brants, 1827) rato-do-mato LC NA NA Oligoryzomys flavescens (Waterhouse, 1837) rato-do-mato LC NA NA Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) rato-do-mato LC NA NA Mustelidae Otariidae Arctocephalus australis (Zimmermann, 1783) Arctocephalus tropicalis (Gray, 1872) Otaria flavescens (Shaw, 1800) Procyonidae Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) PERISSODACTYLA Tapiridae Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) ARTIODACTYLA Tayassuidae Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) Tayassu pecari (Link, 1795) Cervidae Mazama americana (Erxleben, 1777) Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) RODENTIA Sciuridae Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) Cricetidae Akodon montensis Thomas, 1913 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 131 Oxymycterus judex Thomas, 1909 rato-do-mato LC NA NA Sooretamys angouya (G. Fischer, 1814) rato-do-mato LC NA NA Thaptomys nigrita (Lichtenstein, 1829) rato-do-mato LC NA NA ouriço LC NA NA Cavia aperea Erxleben, 1777 preá LC NA NA Cavia fulgida Wagler, 1831 preá LC NA NA capivara LC NA NA cutia LC NA NA paca LC NA VU Kannabateomys amblyonyx (Wagner, 1845) rato-da-taquara LC NA NA Phyllomys medius (Thomas, 1909) rato-de-espinho LC NA NA rato LC NA NA ratão-do-banhado LC NA NA Erethizontidae Sphiggurus villosus (F. Cuvier, 1823) Caviidae Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) Dasyproctidae Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 Cuniculidae Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Echimyidae Euryzygomatomys spinosus (G. Fischer, 1814) Myocastoridae Myocastor coypus (Molina, 1782) Através da execução das metodologias apresentadas no capítulo anterior, durante a realização da campanha de levantamento de mastofauna silvestre da anterior, foram obtidos registros pertencentes a cinco famílias, sendo identificadas a nível especifico, 4 espécies distintas e uma família no qual não foi possível a identificação a nível especifico. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 132 Tabela 7: Espécies de mamíferos terrestres registrados durante aplicação das metodologias referentes ao estudo da fauna da Área de Influência Direta do empreendimento Regularização Fundiária Glebas 1 e 2. Conservação: IUCN (2014) e MMA (2014). Legendas: LC (Pouco Preocupamte), DD (Dados Deficientes), VU (Vulnerável), EM (Em Perigo), NA (Não Ameaçado), EX (Exótico), NT (Quase ameaçado). Forma de Registro: TO (Tocas), VI (Visualização), PE (Pegadas), FE (Fezes), VE (Vestígios), Carcaças (CA), AF ( Armadilha Fotográfica), (?) Espécie Não Confirmada. áxon Nome comum Conservação PRIMEIRA CAMPANHA IUCN MMA CONSEMA Gambá LC NA NA AF Tatu-galinha LC NA NA ?,TO Tatu- de-rabo-mole LC NA NA ?, TO Euphractus sexcinctus Tatu-peludo LC NA NA ?, TO Dasypus septecinctus Tatu-mulita LC NA NA ?, TO Cachorro-do-mato LC NA NA AF Capivara LC NA NA FE Serelepe, esquilo LC NA NA VI DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Didelphis albiventris XENARTHRA Dasypodidade Dasypus novemcinctus Cabassous tatuayi CARNIVORA Canidae Cerdocyon thous RODENTIA Hydrochoeridae Hydrochoerus hydrochaeris Sciuridae Guerlinguetus ingrami ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 133 Conforme apresentado na tabela acima foram obtidos registros pertencentes a 5 famílias distintas, sendo destas identificados a nível especifico 4 espécies silvestres. A família que não foi possível a identificação a nível especifico foi a família Dasypodidade. O grupo foi identificado durante a aplicação da metodologia de busca ativa foram visualizadas diversas tocas, pertencentes a família Dasypodidae, conforme ilustrado na figura abaixo porém não podendo ser identificada a nível especifico, a origem destas tocas, devido a ocorrência de diversas espécies para a área de influência do empreendimento, sendo as espécies desta família consideradas cinegéticas. Figura 90: Toca ativa de integrante da família dasypodidade Os carnívoros foram representados pelo canídeo Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), espécie adaptada a áreas alteradas, que utiliza bordas de fragmentos de vegetação e áreas antrópizadas. Neste estudo a espécie foi registrada através de armadilha fotográfica, onde uma família (Figura 91) foi fotografada, com a presença de filhote, Figura 92, possivelmente iniciando o acompanhamento dos pais em busca de alimento, devido aparentar poucos meses de vida. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 134 Figura 91: Vista de família de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), da armadilha fotográfica 1. Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) Figura 91, espécie ocorrente em todos os biomas brasileiros, com exceção do bioma amazônico, bem como nos países do Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolivia, Venezuela, Suriname, Guianas. A espécie se adapta muito bem a áreas alteradas, utilizando-se de bordas de fragmentos de vegetação e de áreas antrópicas, sendo relatado o avanço da espécie para regiões de bordas da mata amazônica. Se alimenta de invertebrados, pequenos vertebrados e frutas, se adaptando bem a alterações antrópicas. A espécie não consta em nenhuma listagem de espécies ameaçadas de extinção, apesar isto tem grande importância na regeneração de áreas degradadas, por seu elevado consumo de frutas e dispersão das sementes. Figura 92: Detalhe de filhote de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) e individuo adulto, registrado na armadilha fotográfica 1. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 135 A ordem Didelphimorfia foi representada neste estudo pela espécie Didelphis aurita (gambá-deorelha-preta), espécie comum em áreas florestadas, fragmentos de vegetação e áreas antrópicas situadas a leste e centro - oeste do Brasil, Uruguai, Paraguai, parte da Argentina e Bolívia. A espécie é bastante adaptada a alterações ambientais causadas por atividades humanas, inclusive se beneficiando da ocupação humana. Se alimenta de pequenos vertebrados, invertebrados, frutos e carniça. A espécie foi i registrado através de armadilhamento fotográfico, conforme ilustra a figura a seguir. Figura 93: Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca), registrado através de armadilha fotográfica. O roedor Guerlinguetus ingrami (serelepe), foi visualizado na área de amostragem durante a realização de amostragem de avifauna, sendo considerado o registro para a área de amostragem. Esta é uma espécie de roedor encontrado do sudeste da Bahia ao norte do Rio Grande do Sul, possui hábito diurno e arborícola, preferindo estratos baixos e intermediários de Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado ou Caatinga (BONVICINO et al., 2008). A espécie tem grande importância na manutenção de florestas e regeneração de áreas degradadas, devido a dispersão de sementes através de suas fezes. Não se apresenta ameaçada em nenhum âmbito. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 136 Figura 94: Vista de Guerlinguetus ingrami (serelepe) registrado na área do Parque Natural Municipal Carijós. A espécie Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), espécie de roedor de grande porte, que possui alto valor cinegético, foi registrada na área de amostragem através do encontro com suas fezes, conforme ilustrado na Figura 95, na zona ripária do Rio Saí-mirim. Figura 95: Fezes de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), registrada na área de amostragem A capivara é um roedor semiaquático bastante comum em locais próximos a ambientes aquáticos, como rios, lagos, lagoas e banhados. É o maior roedor existente no mundo, com distribuição por todo o país. Ocorre também no Uruguai, noroeste da Argentina, Colômbia, Paraguai, Venezuela e Guianas. Possui hábitos noturnos e diurnos, alimentando-se de gramíneas e plantas aquáticas. Comprimento total variando de 1 m a 1,30, com mais de 50 cm ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 137 de altura, podendo pesar até 80 kg. Não se encontra ameaçada em nenhum âmbito, porém é considerada uma espécie cinegética. (REIS et. al. 2011). 9.2.2.1.3 Conclusões Conforme apresentado no capítulo anterior, foram obtidos registros de 5 famílias de mamíferos silvestres e de 4 espécies pertencentes a mastofauna nativa. Destas espécies registradas, nenhuma se encontra presente em listagens de espécies ameaçadas de extinção, seja em âmbito internacional (IUCN, 2014), nacional (MMA, 2014) e estadual (CONSEMA, 2011). Das espécies registradas uma é considerada de interesse cinegético, sendo estas Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), sendo a família Dasypodidae, cujos integrantes são conhecidos como tatus, também considerados. Conforme registro de família da espécie Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) a área em questão fornece estrutura e condição de reprodução da espécie, sendo esta comprovada através dos registros fotográficos. A área de amostragem, inserida no Parque Natural Municipal dos Carijós, aparenta sofrer fortes pressões antrópicas. A presença de residências no local, o encontro com pessoas, bem como a ausência de controle de acesso para a área, o registro de várias trilhas na área, indicam uma deterioração do ambiente, o que deve possivelmente influenciar diretamente na composição faunística deste ambiente, justificando uma mastofauna pobre em diversidade. Apesar disto a presença de áreas adjacentes mais conservadas podem possibilitar uma mastofauna mais diversificada no local. Foi constatado a presença de animais domésticos nas residências localizadas na área do parque, como cahorros, galinhas, porcos e gado equino e bovino. Levando-se em consideração de que se trata de um empreendimento implantado e já ocupado, os impactos ambientais de sua implantação já ocorreram, não sendo considerados maiores impactos a este grupo por sua regularização. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 138 9.2.2.2 9.2.2.2.1 Avifauna Introdução A classe Aves (Chordata: Vertebrata) inclui mais de 9.000 espécies distribuídas em todo o mundo, se constituindo o grupo mais homogêneo de vertebrados (SICK, 1997). O Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos tem catalogado 1901 espécies de aves com registro comprovado para o Brasil (CBRO, 2014). Para o estado de Santa Catarina a primeira grande obra sobre este grupo catalogou 596 espécies (ROSÁRIO, 1996), número este, que com o aumento de pesquisas cientificas no estado, subiu para cerca de 650 (BORCHARDT-JR. et al., 2004; PIACENTINI et al., 2004, 2006; AZEVEDO; GHIZONI-JR., 2005; AMORIM; PIACENTINI, 2006; GHIZONI-JR.; SILVA, 2006; RUPP et al., 2007, 2008). Para a região do estudo, o site Wikiaves (2015) lista 307 espécies registradas para o município de Itapoá, parte desta riqueza de espécies se deve a Reserva Volta Velha, RPPN localizada próxima a AID do empreendimento e que possui 1100 ha e uma extensa área de mata atlântica nativa (RPPN VOLTA VELHA, 2009). Com relação as espécies de interesse conservacionista, podemos citar os endemismos locais, dentro do bioma Mata Atlântica, como Phylloscartes kronei (maria-da-restinga) espécie ameaçada e endêmica do sul e sudeste em altitudes próximas ao nível do mar e Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense), com distribuição ainda mais restrita, ocorrendo apenas nos estados de SC e PR, próximo a faixa litorânea. Ainda podemos citar Platyrinchus leucoryphus (patinho-gigante), Stymphalornis acutirostris (bicudinho-do-brejo) e Crypturellus noctivagus (jaó-do-sul). Como uma das mais importantes características do meio, a vegetação exerce enorme influência nas comunidades de aves. Interações na vegetação produzem efeitos diretos na avifauna, principalmente pela redução ou alteração de dois atributos chaves para este grupo: alimento e abrigo (ODUM, 1971). Segundo Desgrandes (1987), aves são animais sensíveis ao padrão fisionômico e à composição da flora associada. A maioria das aves de florestas tropicais, por exemplo, são intolerantes às condições externas desses ambientes, possuindo poder limitado de dispersão em áreas adjacentes as florestas (TURNER; CORLETT, 1996). A estrutura das comunidades faunísticas reflete e pode definir as condições de preservação de cada ambiente. Sendo assim, apenas detalhando os níveis tróficos presentes nas comunidades faunísticas ocorrentes, pode-se ter ideia de sua preservação e os principais fatores que impactam este ambiente. Muitos grupos podem ser usados como indicadores de qualidade ambiental (bioindicadores), sendo que vários são os critérios que podem determinar e facilitar o diagnóstico das espécies estudadas, entre eles, e talvez o mais importante seja o critério que indica a fácil ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 139 observação, onde a espécie estudada deve oferecer condições que venha a facilitar os trabalhos de visualização, ou então que sejam emissoras de sons que é o caso em especial das aves, onde se deixam ser visualizadas e através de seu canto podem ser identificadas a nível especifico. As aves são de extrema importância por serem de fácil obtenção de dados em um curto espaço de tempo, pois habitam os mais diversos ambientes, apresentam, em sua maioria, comportamento ativo no período diurno, e são de fácil amostragem através de vocalização ou de suas formas e cores, podendo ser monitoradas ao longo do tempo e utilizadas como bioindicadores de alterações ambientais para a área de estudo (STOTZ et al., 1996; TURNER, 1996). 9.2.2.2.2 Metodologia Pontos fixos Uma das metodologias utilizadas para o levantamento das aves foi a amostragem de pontos fixos, que consiste na permanência do pesquisador em um ponto por um período previamente determinado, registrando todas as aves que são visualizadas ou ouvidas (Bibby et al. 1992, Bibby et al. 2000, Cullen et al. 2003). Foi optado pela permanência por 20 minutos em cada um dos 10 pontos amostrados, escolhidos de modo aleatório dentro da Área de Influência Direta (AID) do empreendimento, conforme coordenadas na Tabela 8. Tabela 8: Coordenadas geográficas dos pontos fixos para amostragem da avifauna. Coordenadas Geográficas Ponto Fixo Latitude Longitude 01 26°04'07"S 48°37'53"O 02 26°04'06"S 48°38'02"O 03 26°04'03"S 48°37'46"O 04 26°04'01"S 48°37'56"O 05 26°04'00"S 48°38'04"O 06 26°03'57"S 48°37'51"O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 140 07 26°03'54"S 48°38'01"O 08 26°03'52"S 48°37'53"O 09 26°03'50"S 48°37'45"O 10 26°03'46"S 48°37'55"O Cada ponto fixo foi amostrado durante 20 minutos durante três dias consecutivos buscando registrar a maior quantidade possível de espécies nos diferentes ambientes que compõem a AID do empreendimento. Como o levantamento foi qualitativo, não buscando dados de abundancia, as espécies registradas durante o deslocamento entre os pontos também foram consideradas. As Figura 96Figura 97 ilustram alguns ambientes onde foi realizado este tipo de metodologia. Figura 96: Ambiente onde foi realizado ponto fixo para amostragem de avifauna. Figura 97: Ambiente onde foi realizado ponto fixo para amostragem de avifauna. Transectos Para caracterização da avifauna, além dos pontos fixos, foi utilizada metodologia de transecções, buscando abranger a maior área possível dentro da AID do empreendimento. Foram delimitados dois transectos com extensão de mil metros, que foram percorridos durante os horários de maior atividade para este grupo, no início da manhã (06:00 - 10:00 horas) e no período da tarde (15:00 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 141 - 19:00 horas). Para registro de espécies de aves com hábitos noturnos, como Strigiformes e Caprimulgiformes, foram realizadas amostragens também neste período (19:00 – 23:00 horas). As transecções foram percorridas durante dois dias consecutivos, totalizando 24 horas de esforço amostral. Os estudos se estenderam do dia 01 a 02 de dezembro de 2014 (Figura 98). Figura 98: Ambiente onde foi realizado metodologia de transecções para amostragem de avifauna. As espécies registradas, tanto nos pontos fixos quanto nas transecções, foram identificadas através de observações visuais (com o uso de binóculo NIKON Monarch 8x42 mm) ou reconhecimento auditivo através da vocalização, quando possível os indivíduos foram fotografados com máquina CANON EOS REBEL XS, com lente CANON 55-250 mm ou gravados com gravador PANASONIC RR-US 511. A identificação das espécies contou com o auxílio de literaturas específicas (PERLO, 2009; SIGRIST, 2013) e o site Wikiaves. Também foi elaborada uma lista de provável ocorrência para a Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento, realizada através de revisões bibliográficas e registros publicados no site Wikiaves realizados na região, além de minuciosa análise de distribuição (ROSÁRIO, 1996; PERLO, 2009; SIGRIST, 2013). A ordem sistemática e a nomenclatura das espécies de aves utilizadas seguem o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos CBRO (2014). O nível de ameaça seguiu a Resolução CONSEMA n° 02 de 2011 que define a lista de espécies ameaçadas de Santa Catarina, o livro vermelho da fauna brasileira de espécies ameaçadas de ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 142 extinção MMA (2014) e a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2012). 9.2.2.2.3 Resultados Avifauna na Área de Influência Indireta - AII Através dos levantamentos de dados secundários foram listadas 380 espécies com provável ocorrência para a AII do empreendimento, que corresponde a todo o município de Itapoá (Tabela 9) Tabela 9: Lista das espécies de aves com provável ocorrência para a Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento de Regularização Fundiária das glebas I e II, localizadas no bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC. Ordem Nome Popular IUCN MMA SC macuco NT NA VU inhambuguaçu LC NA NA jaó-do-sul NT VU EN codorna-amarela LC NA NA marreca-caneleira LC NA NA irerê LC NA NA Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato LC NA NA Amazonetta pé-vermelho LC NA NA marreca-toicinho LC NA NA marreca-cricri LC NA NA jacupemba LC NA VU Família Espécie Tinamiformes Huxley, 1872 Tinamidae Gray, 1840 Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) Nothura maculosa (Temminck, 1815) Anseriformes Linnaeus, 1758 Anatidae Leach, 1820 Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) brasiliensis (Gmelin, 1789) Anas bahamensis Linnaeus, 1758 Anas versicolor Vieillot, 1816 Galliformes Linnaeus, 1758 Cracidae Rafinesque, 1815 Penelope superciliaris Temminck, 1815 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 143 Penelope obscura Temminck, 1815 Ortalis squamata (Lesson, 1829) jacuaçu LC NA NA aracuã-escamoso LC NA NA mergulhão-de-orelhabranca LC NA NA mergulhão-caçador LC NA NA tesourão LC NA NA atobá-pardo LC NA NA biguá LC NA NA socó-boi LC NA NA Podicipediformes Fürbringer, 1888 Podicipedidae Bonaparte, 1831 Rollandia rolland (Quoy & Gaimard, 1824) Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) Suliformes Sharpe, 1891 Fregatidae Degland & Gerbe, 1867 Fregata magnificens Mathews, 1914 Sulidae Reichenbach, 1849 Sula leucogaster (Boddaert, 1783) Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849 Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) Pelecaniformes Sharpe, 1891 Ardeidae Leach, 1820 Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) Nycticorax nycticorax (Linnaeus, savacu LC NA NA Nyctanassa violacea (Linnaeus, savacu-de-coroa LC NA NA socozinho LC NA NA garça-vaqueira LC NA NA garça-moura LC NA NA garça-branca-grande LC NA NA maria-faceira LC NA NA garça-branca-pequena LC NA NA garça-azul LC NA NA Plegadis chihi (Vieillot, 1817) caraúna-de-cara-branca LC NA NA Phimosus infuscatus (Lichtenstein, tapicuru-de-cara-pelada LC NA NA curicaca LC NA NA colhereiro LC NA NA 1758) 1758) Butorides striata (Linnaeus, 1758) Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Ardea cocoi Linnaeus, 1766 Ardea alba Linnaeus, 1758 Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) Egretta thula (Molina, 1782) Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) Threskiornithidae Poche, 1904 1823) Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) Platalea ajaja Linnaeus, 1758 Cathartiformes Seebohm, 1890 Cathartidae Lafresnaye, 1839 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 144 Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeçavermelha LC NA NA urubu-de-cabeça-preta LC NA NA águia-pescadora LC NA NA gavião-tesoura LC NA NA gavião-bombachinha LC NA NA gavião-do-banhado LC NA NA Accipiter poliogaster (Temminck, tauató-pintado LC NA CR Accipiter striatus Vieillot, 1808 gavião-miúdo LC NA NA Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinhagrande LC NA NA Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi LC NA NA (Vieillot, gavião-caramujeiro LC NA NA Geranospiza caerulescens (Vieillot, gavião-pernilongo LC NA NA Heterospizias meridionalis (Latham, gavião-caboclo LC NA NA gavião-pombo-pequeno VU VU VU Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto LC NA NA Rupornis gavião-carijó LC NA NA Parabuteo leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824) gavião-de-sobre-branco LC NA NA Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, gavião-de-rabo-branco LC NA NA Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, águia-chilena LC NA VU Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta LC NA NA Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco LC NA VU gavião-pato LC NA EM carão LC NA NA Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Accipitriformes Bonaparte, 1831 Pandionidae Bonaparte, 1854 Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) Accipitridae Vigors, 1824 Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Harpagus diodon (Temminck, 1823) Circus buffoni (Gmelin, 1788) 1824) Rostrhamus sociabilis 1817) 1817) 1790) Amadonastur (Temminck, 1827) lacernulatus magnirostris (Gmelin, 1788) 1816) 1819) Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) Gruiformes Bonaparte, 1854 Aramidae Bonaparte, 1852 Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) Rallidae Rafinesque, 1815 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 145 Rallus longirostris Boddaert, 1783 saracura-matraca LC NA VU saracura-três-potes LC NA NA saracura-do-mato LC NA NA sanã-parda LC NA NA Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim LC NA NA Laterallus (Vieillot, sanã-vermelha LC NA NA Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã LC NA NA Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) frango-d'água-comum LC NA NA frango-d'água-azul LC NA NA carqueja-de-bicomanchado LC NA NA quero-quero LC NA NA batuiruçu LC NA NA batuíra-de-bando LC NA NA batuíra-de-coleira LC NA NA piru-piru LC NA NA pernilongo-de-costasbrancas LC NA NA Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja LC NA NA Limosa haemastica (Linnaeus, 1758) maçarico-de-bico-virado LC NA NA Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado LC NA NA Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário LC NA NA Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-deperna-amarela LC NA NA Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-pernaamarela LC NA NA vira-pedras LC NA NA maçarico-de-papovermelho LC NA NA maçarico-branco LC NA NA Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) Aramides saracura (Spix, 1825) Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) leucopyrrhus 1819) Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766) Fulica armillata Vieillot, 1817 Charadriiformes Huxley, 1867 Charadriidae Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) Pluvialis dominica (Statius Muller, 1776) Charadrius Bonaparte, 1825 semipalmatus Charadrius collaris Vieillot, 1818 Haematopodidae Bonaparte, 1838 Haematopus palliatus Temminck, 1820 Recurvirostridae Bonaparte, 1831 Himantopus melanurus Vieillot, 1817 Scolopacidae Rafinesque, 1815 Arenaria interpres (Linnaeus, 1758) Calidris canutus (Linnaeus, 1758) Calidris alba (Pallas, 1764) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 146 Calidris fuscicollis (Vieillot, 1819) maçarico-de-sobrebranco LC NA NA Calidris melanotos (Vieillot, 1819) maçarico-de-colete LC NA NA Phalaropus tricolor (Vieillot, 1819) pisa-n'água LC NA NA jaçanã LC NA NA gaivotão LC NA NA Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão LC NA NA Sterna hirundo Linnaeus, 1758 trinta-réis-boreal LC NA NA trinta-réis-de-bando LC NA NA trinta-réis-real LC VU VU talha-mar LC NA NA rolinha-roxa LC NA NA rolinha-picui LC NA NA pombo-doméstico LC EX EX pombão LC NA NA pomba-galega LC NA NA Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa LC NA NA Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando LC NA NA Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu LC NA NA juriti-gemedeira LC NA NA alma-de-gato LC NA NA papa-lagarta-acanelado LC NA NA anu-preto LC NA NA anu-branco LC NA NA saci LC NA NA Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Laridae Rafinesque, 1815 Larus dominicanus Lichtenstein, 1823 Sternidae Vigors, 1825 Thalasseus acuflavidus Thalasseus maximus (Cabot, 1847) (Boddaert, 1783) Rynchopidae Bonaparte, 1838 Rynchops niger Linnaeus, 1758 Columbiformes Latham, 1790 Columbidae Leach, 1820 Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Columbina picui (Temminck, 1813) Columba livia Gmelin, 1789 Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Patagioenas (Bonnaterre, 1792) Leptotila Bernard, 1792) rufaxilla cayennensis (Richard & Cuculiformes Wagler, 1830 Cuculidae Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 Crotophaga ani Linnaeus, 1758 Guira guira (Gmelin, 1788) Tapera naevia (Linnaeus, 1766) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 147 Strigiformes Wagler, 1830 Tytonidae Mathews, 1912 Tyto furcata (Temminck, 1827) coruja-da-igreja LC NA NA corujinha-do-mato LC NA NA corujinha-sapo LC NA NA corujinha-do-sul LC NA NA murucututu-de-barrigaamarela LC NA NA coruja-do-mato LC NA NA Glaucidium minutissimum (Wied, caburé-miudinho LC NA NA Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira LC NA NA coruja-orelhuda LC NA NA mocho-diabo LC NA NA mãe-da-lua LC NA NA Lurocalis semitorquatus (Gmelin, tuju LC NA NA Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau LC NA NA bacurau-chintã LC NA NA Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura LC NA NA Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão LC NA NA taperuçu-de-coleirabranca LC NA NA andorinhão-de-sobrecinzento LC NA NA andorinhão-do-temporal LC NA NA beija-flor-rajado NT NA NA Strigidae Leach, 1820 Megascops choliba (Vieillot, 1817) Megascops atricapilla (Temminck, 1822) Megascops (Salvin, 1897) sanctaecatarinae Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni & Bertoni, 1901) Strix virgata (Cassin, 1849) 1830) Asio clamator (Vieillot, 1808) Asio stygius (Wagler, 1832) Nyctibiiformes Yuri, Kimball, Harshman, Bowie, Braun, Chojnowski, Han, Hackett, Huddleston, Moore, Reddy, Sheldon, Steadman, Witt & Braun, 2013 Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) Caprimulgiformes Ridgway, 1881 Caprimulgidae Vigors, 1825 1789) Hydropsalis parvula (Gould, 1837) Apodiformes Peters, 1940 Apodidae Olphe-Galliard, 1887 Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) Chaetura cinereiventris Chaetura meridionalis Sclater, 1862 Hellmayr, 1907 Trochilidae Vigors, 1825 Ramphodon naevius (Dumont, 1818) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 148 Phaethornis squalidus (Temminck, rabo-branco-pequeno LC NA NA 1822) Phaethornis eurynome (Lesson, rabo-branco-degarganta-rajada LC NA NA Eupetomena macroura (Gmelin, beija-flor-tesoura LC NA NA Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, beija-flor-cinza LC NA NA Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto LC NA NA Anthracothorax nigricollis (Vieillot, beija-flor-de-veste-preta LC NA NA Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) topetinho-verde LC NA NA Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-frontevioleta LC NA NA Leucochloris beija-flor-de-papobranco LC NA NA Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-bandabranca LC NA NA Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-gargantaverde LC NA NA beija-flor-rubi LC NA NA surucuá-grande-debarriga-amarela LC NA EN surucuá-variado LC NA NA surucuá-de-barrigaamarela LC NA NA martim-pescador-grande LC NA NA martim-pescador-verde LC NA NA martinho LC NA VU martim-pescadorpequeno LC NA NA macuru-de-barrigacastanha LC NA VU barbudo-rajado LC NA NA 1832) 1788) 1818) 1817) albicollis (Vieillot, 1818) Clytolaema rubricauda (Boddaert, 1783) Trogoniformes A. O. U., 1886 Trogonidae Lesson, 1828 Trogon viridis Linnaeus, 1766 Trogon surrucura Vieillot, 1817 Trogon rufus Gmelin, 1788 Coraciiformes Forbes, 1844 Alcedinidae Rafinesque, 1815 Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) Chloroceryle amazona (Latham, 1790) Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) Galbuliformes Fürbringer, 1888 Bucconidae Horsfield, 1821 Notharchus swainsoni (Gray, 1846) Malacoptila striata (Spix, 1824) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 149 Nonnula rubecula (Spix, 1824) macuru LC NA NA Ramphastos vitellinus Lichtenstein, tucano-de-bico-preto LC NA NA Ramphastos tucano-de-bico-verde LC NA NA araçari-poca LC NA NA araçari-banana NT NA NA pica-pau-anão-decoleira LC NA NA pica-pau-branco LC NA NA benedito-de-testaamarela LC NA NA picapauzinho-verdecarijó LC NA NA Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador LC NA VU Piculus pica-pau-dourado NT NA NA Colaptes melanochloros (Gmelin, pica-pau-verde-barrado LC NA NA Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo LC NA NA Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeçaamarela LC NA NA Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-bandabranca LC NA NA pica-pau-rei LC NA NA caracará LC NA NA carrapateiro LC NA NA chimango LC NA NA acauã LC NA NA Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé LC NA NA Micrastur semitorquatus (Vieillot, falcão-relógio LC NA NA Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri LC NA NA Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira LC NA NA Piciformes Meyer & Wolf, 1810 Ramphastidae Vigors, 1825 1823 dicolorus Linnaeus, 1766 Selenidera (Lichtenstein, 1823) maculirostris Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) Picidae Leach, 1820 Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 Melanerpes candidus (Otto, 1796) Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) aurulentus (Temminck, 1821) 1788) Campephilus (Lichtenstein, 1818) robustus Falconiformes Bonaparte, 1831 Falconidae Leach, 1820 Caracara plancus (Miller, 1777) Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Milvago chimango (Vieillot, 1816) Herpetotheres (Linnaeus, 1758) cachinnans 1817) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 150 Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino LC NA NA tiriba-de-testa-vermelha LC NA NA tuim LC NA NA Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) periquito-rico LC NA NA Touit melanonotus (Wied, 1820) apuim-de-costas-pretas EN VU CR cuiú-cuiú LC NA NA maitaca-verde LC NA NA Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro LC NA NA Triclaria malachitacea (Spix, 1824) sabiá-cica NT NA VU zidedê LC NA NA Myrmotherula unicolor (Ménétriès, choquinha-cinzenta NT NA NA Stymphalornis acutirostris Bornschein, Reinert & Teixeira, 1995 bicudinho-do-brejo EN EN CR choquinha-de-gargantapintada LC NA NA choquinha-de-peitopintado NT NA NA choquinha-lisa LC NA NA xanthopterus choquinha-de-asaferrugem LC NA NA rufimarginatus chorozinho-de-asavermelha LC NA NA Thamnophilus ruficapillus Vieillot, choca-de-chapéuvermelho LC NA NA Thamnophilus caerulescens Vieillot, choca-da-mata LC NA NA chocão-carijó LC NA NA matracão LC NA NA Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora LC NA NA Myrmoderus squamosus (Pelzeln, papa-formiga-de-grota LC NA NA Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul LC NA NA Drymophila ferruginea (Temminck, trovoada LC NA NA Psittaciformes Wagler, 1830 Psittacidae Rafinesque, 1815 Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) Passeriformes Linnaeus, 1758 Thamnophilidae Swainson, 1824 Terenura maculata (Wied, 1831) 1835) Rhopias gularis (Spix, 1825) Dysithamnus (Temminck, 1823) stictothorax Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Dysithamnus Burmeister, 1856 Herpsilochmus (Temminck, 1822) 1816 1816 Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) Batara cinerea (Vieillot, 1819) 1868) 1822) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 151 Drymophila rubricollis Drymophila malura (Bertoni, trovoada-de-bertoni LC NA NA choquinha-carijó LC NA NA pintadinho LC NA EN chupa-dente LC NA NA cuspidor-de-máscarapreta LC NA NA tovacuçu LC NA NA pinto-do-mato LC NA NA Eleoscytalopus indigoticus (Wied, macuquinho NT NA NA Scytalopus speluncae (Ménétriès, tapaculo-preto LC NA NA Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, tapaculo-pintado NT NA NA galinha-do-mato LC NA NA tovaca-campainha LC NA NA vira-folha LC NA NA Dendrocincla turdina (Lichtenstein, arapaçu-liso LC NA NA Sittasomus griseicapillus (Vieillot, arapaçu-verde LC NA NA Xiphorhynchus arapaçu-rajado LC NA NA arapaçu-escamado-dosul LC NA NA arapaçu-grande LC NA NA arapaçu-de-gargantabranca LC NA NA Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo LC NA NA Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó LC NA NA 1901) (Temminck, 1825) Drymophila squamata (Lichtenstein, 1823) Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 Conopophaga lineata (Wied, 1831) Conopophaga melanops (Vieillot, 1818) Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 Grallaria varia (Boddaert, 1783) Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) Rhinocryptidae Wetmore, 1930 (1837) 1831) 1835) 1835) Formicariidae Gray, 1840 Formicarius colma Boddaert, 1783 Chamaeza (Lichtenstein, 1823) campanisona Scleruridae Swainson, 1827 Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) Dendrocolaptidae Gray, 1840 1820) 1818) fuscus (Vieillot, 1818) Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) Xenopidae Bonaparte, 1854 Furnariidae Gray, 1840 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 152 Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro LC NA NA Lochmias nematura (Lichtenstein, joão-porca LC NA NA Automolus leucophthalmus (Wied, barranqueiro-de-olhobranco LC NA NA Anabazenops fuscus (Vieillot, 1816) trepador-coleira LC NA NA Anabacerthia amaurotis (Temminck, limpa-folha-miúdo NT NA NA limpa-folha-ocráceo LC NA NA limpa-folha-coroado LC NA NA limpa-folha-de-testa-baia LC NA NA trepadorzinho LC NA NA trepador-quiete LC NA NA trepador-sobrancelha LC NA NA curutié LC NA NA pichororé LC NA NA joão-teneném LC NA NA arredio-oliváceo LC NA NA Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira LC NA NA Ilicura militaris (Shaw & Nodder, tangarazinho LC NA NA tangará LC NA NA araponga-do-horto LC NA NA assanhadinho LC NA EN Schiffornis virescens (Lafresnaye, flautim LC NA NA Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-debochecha-parda LC NA NA Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-derabo-preto LC NA NA 1823) 1821) 1823) Anabacerthia lichtensteini (Cabanis & Heine, 1859) Philydor atricapillus (Wied, 1821) Philydor rufum (Vieillot, 1818) Heliobletus Berlepsch, 1885 contaminatus Syndactyla (Lafresnaye, 1832) rufosuperciliata Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1830) Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 Synallaxis spixi Sclater, 1856 Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) Pipridae Rafinesque, 1815 1809) Chiroxiphia Nodder, 1793) caudata (Shaw & Oxyruncidae Ridgway, 1906 (1831) Oxyruncus cristatus Swainson, 1821 Onychorhynchidae Marchese & Cracraft, 2009 Tello, Moyle, Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) Tityridae Gray, 1840 1838) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 153 Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro LC NA NA caneleiro-preto LC NA NA caneleiro-de-chapéupreto LC NA NA Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga VU NA NA Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó LC NA EM papinho-amarelo LC NA NA patinho LC NA NA patinho-gigante VU NA VU abre-asa-de-cabeçacinza LC NA NA cabeçudo LC NA NA Phylloscartes ventralis (Temminck, borboletinha-do-mato LC NA NA Phylloscartes kronei Willis & Oniki, maria-da-restinga VU VU NA Phylloscartes sylviolus (Cabanis & maria-pequena NT NA EN Tolmomyias sulphurescens (Spix, bico-chato-de-orelhapreta LC NA NA Todirostrum poliocephalum (Wied, teque-teque LC NA NA tororó LC NA NA Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho LC NA NA Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831) tiririzinho-do-mato NT NA NA Hemitriccus nidipendulus (Wied, tachuri-campainha LC NA NA Hemitriccus kaempferi (Zimmer, maria-catarinense CR EN VU (Gmelin, gibão-de-couro LC NA NA Pachyramphus (Vieillot, 1818) polychopterus Pachyramphus (Lichtenstein, 1823) validus Cotingidae Bonaparte, 1849 Pipritidae Ohlson, Irestedt, Ericson & Fjeldså, 2013 Piprites chloris (Temminck, 1822) Platyrinchidae Bonaparte, 1854 Platyrinchus mystaceus Vieillot, Platyrinchus leucoryphus 1818 Wied, 1831 Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 Incertae sedis Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 Leptopogon Tschudi, 1846 amaurocephalus 1824) 1992 Heine, 1859) 1825) 1831) Poecilotriccus (Lafresnaye, 1846) plumbeiceps 1831) 1953) Tyrannidae Vigors, 1825 Hirundinea ferruginea 1788) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 154 Camptostoma (Temminck, 1824) obsoletum risadinha LC NA NA (Thunberg, guaracava-de-barrigaamarela LC NA NA Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto LC NA NA Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque LC NA NA tucão LC NA NA guaracava-cinzenta LC NA NA Phyllomyias virescens (Temminck, piolhinho-verdoso LC NA NA Phyllomyias fasciatus (Thunberg, piolhinho LC NA NA Phyllomyias griseocapilla Sclater, piolhinho-serrano NT NA NA Elaenia flavogaster 1822) Elaenia Lafresnaye, 1837) obscura Myiopagis (d'Orbigny caniceps & (Swainson, 1835) 1824) 1822) 1862 Serpophaga nigricans (Vieillot, joão-pobre LC NA NA Serpophaga subcristata (Vieillot, alegrinho LC NA NA Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 capitão-castanho LC NA NA Attila rufus (Vieillot, 1819) capitão-de-saíra LC NA NA Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata LC NA NA maria-cabeçuda LC NA NA irré LC NA NA Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira LC NA NA Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador LC NA NA bem-te-vi LC NA NA suiriri-cavaleiro LC NA NA bem-te-vi-rajado LC NA NA neinei LC NA NA bentevizinho-depenacho-vermelho LC NA NA suiriri LC NA NA tesourinha LC NA NA peitica LC NA NA bem-te-vi-pequeno LC NA NA 1817) 1817) Ramphotrigon (Swainson, 1835) megacephalum Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Myiozetetes similis (Spix, 1825) Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Tyrannus savana Vieillot, 1808 Empidonomus varius (Vieillot, 1818) Conopias trivirgatus (Wied, 1831) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 155 Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha LC NA NA filipe LC NA NA príncipe LC NA NA lavadeira-mascarada LC NA NA freirinha LC NA NA Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu LC NA NA Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado LC NA NA papa-moscas-cinzento LC NA NA suiriri-pequeno LC NA NA tesoura-cinzenta LC NA NA Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari LC NA NA Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara LC NA NA verdinho-coroado LC NA NA Myiophobus Muller, 1776) fasciatus (Statius Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) Arundinicola (Linnaeus, 1764) leucocephala Contopus cinereus (Spix, 1825) Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) Vireonidae Swainson, 1837 Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 Corvidae Leach, 1820 Cyanocorax caeruleus (Vieillot, gralha-azul NT NA NA Cyanocorax chrysops (Vieillot, gralha-picaça LC NA NA andorinha-pequena-decasa LC NA NA andorinha-serradora LC NA NA Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo LC NA NA Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-domésticagrande LC NA NA andorinha-chilena LC NA NA andorinha-de-bando LC NA NA corruíra LC NA NA garrinchão-de-bicogrande LC NA NA bico-assovelado LC NA NA 1818) 1818) Hirundinidae Rafinesque, 1815 Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Tachycineta leucopyga (Meyen ,1834) Hirundo rustica Linnaeus, 1758 Troglodytidae Swainson, 1831 Troglodytes musculus Naumann, 1823 Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) Polioptilidae Baird, 1858 Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 156 Turdidae Rafinesque, 1815 Turdus flavipes Vieillot, 1818 sabiá-una LC NA NA Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco LC NA NA Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira LC NA NA sabiá-poca LC NA NA sabiá-coleira LC NA NA sabiá-do-campo LC NA NA calhandra-de-três-rabos LC NA NA caminheiro-zumbidor LC NA NA tico-tico LC NA NA Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita LC NA NA Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, pia-cobra LC NA NA Basileuterus pula-pula LC NA NA pula-pula-assobiador LC NA NA pula-pula-ribeirinho LC NA NA Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão LC NA NA Cacicus haemorrhous guaxe LC NA NA encontro LC NA NA Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna LC NA NA Agelasticus thilius (Molina, 1782) sargento LC NA NA Chrysomus garibaldi LC NA NA chopim-do-brejo LC NA NA asa-de-telha LC NA NA iraúna-grande LC NA NA vira-bosta LC NA NA Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Turdus albicollis Vieillot, 1818 Mimidae Bonaparte, 1853 Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Mimus triurus (Vieillot, 1818) Motacillidae Horsfield, 1821 Anthus lutescens Pucheran, 1855 Passerellidae Cabanis & Heine, 1850 Zonotrichia Muller, 1776) capensis (Statius Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947 1789) culicivorus (Deppe, 1830) Myiothlypis leucoblephara (Vieillot, 1817) Myiothlypis rivularis (Wied, 1821) Icteridae Vigors, 1825 (Linnaeus, 1766) Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) ruficapillus (Vieillot, 1819) Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) Agelaioides badius (Vieillot, 1819) Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 157 Sturnella superciliaris (Bonaparte, polícia-inglesa-do-sul LC NA NA catirumbava LC NA NA cambacica LC NA NA trinca-ferro-verdadeiro LC NA NA pimentão LC NA VU saí-canário LC NA NA tiê-preto LC NA NA tiê-sangue LC NA VU tiê-galo LC NA EN tico-tico-rei LC NA NA tiê-de-topete LC NA NA saíra-sete-cores LC NA NA saíra-militar LC NA NA sanhaçu-cinzento LC NA NA Tangara cyanoptera (Vieillot, 1817) sanhaçu-de-encontroazul NT NA NA Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro LC NA NA Tangara ornata (Sparrman, 1789) sanhaçu-de-encontroamarelo LC NA NA saíra-sapucaia VU NA EM saíra-preciosa LC NA NA sanhaçu-frade LC NA NA saíra-viúva LC NA NA saí-andorinha LC NA NA saí-de-pernas-pretas NT NA NA saí-azul LC NA NA saí-verde LC NA NA 1850) Mitrospingidae Barker, Burns, Klicka, Lanyon & Lovette, 2013 Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819) Thraupidae Cabanis, 1847 Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) Saltator Lafresnaye, 1837 similis d'Orbigny & Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) Lanio melanops (Vieillot, 1818) Tangara seledon (Statius Muller, 1776) Tangara Muller, 1776) cyanocephala (Statius Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) Tangara peruviana (Desmarest, 1806) Tangara preciosa (Cabanis, 1850) Stephanophorus (Temminck, 1823) Pipraeidea diadematus melanonota (Vieillot, 1819) Tersina viridis (Illiger, 1811) Dacnis nigripes Pelzeln, 1856 Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 158 Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, saíra-ferrugem LC NA NA Conirostrum bicolor (Vieillot, 1809) figuinha-do-mangue LC NA VU Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 cigarra-bambu LC NA NA Poospiza cabanisi Bonaparte, 1850 tico-tico-da-taquara LC NA NA canário-da-terraverdadeiro LC NA NA tiziu LC NA NA pixoxó VU VU VU Sporophila falcirostris (Temminck, cigarra-verdadeira VU VU EN Sporophila collaris (Boddaert, 1783) coleiro-do-brejo LC NA NA Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho LC NA NA Sporophila caerulescens (Vieillot, coleirinho LC NA NA Sporophila angolensis (Linnaeus, curió LC NA CR tiê-do-mato-grosso LC NA NA azulinho LC NA NA Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo LC NA NA Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro LC NA NA cais-cais NT NA NA gaturamo-rei LC NA NA ferro-velho LC NA NA bico-de-lacre LC EX EX pardal LC EX EX 1818) Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Sporophila frontalis (Verreaux, 1869) 1820) 1823) 1766) Cardinalidae Ridgway, 1901 Habia rubica (Vieillot, 1817) Cyanoloxia (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) glaucocaerulea Fringillidae Leach, 1820 Euphonia chalybea (Mikan, 1825) Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) Euphonia pectoralis (Latham, 1801) Estrildidae Bonaparte, 1850 Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) Passeridae Rafinesque, 1815 Passer domesticus (Linnaeus, 1758) A grande diversidade representada na lista de dados secundários está relacionada aos distintos ambientes apresentados no município de Itapoá, incluindo aves características de ambientes costeiros, além de espécies de hábitos mais especialistas e restritas a ambientes preservados de grande extensão. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 159 Avifauna da Área de Influência Direta – AID Para a área de influência direta do empreendimento, através das metodologias anteriormente descritas, foram registradas 94 espécies, classificadas em 17 ordens e 39 famílias, este número representa aproximadamente 14,5% das espécies ocorrentes no estado de Santa Catarina e cerca de 25% das espécies incluídas na lista de provável ocorrência para a AII do empreendimento. De forma a ilustrar todas as ocorrências dos representantes da avifauna a Tabela 10 fornece os todos os táxons registrados na AID do empreendimento bem como o estado de ameaça das espécies, entre outras informações. Tabela 10: Lista das espécies de aves ocorrentes nas Áreas de Influência Direta do empreendimento de Regularização Fundiária das glebas I e II, localizadas no bairro Itapema do Norte, Itapoá, SC. Conservação: (LC) Pouco Preocupante; (NT) Quase Ameaçada; (NA) Não ameaçada; (NE) Não avaliada; (VU) Vulnerável; (EN) Em Perigo; (DD) Dados insuficientes. Ordem Nome Popular IUCN MMA SC aracuã-escamoso LC NA NA tesourão LC NA NA socozinho LC NA NA garça-branca-pequena LC NA NA urubu-de-cabeça-preta LC NA NA gavião-carijó LC NA NA Família Espécie Galliformes Linnaeus, 1758 Cracidae Rafinesque, 1815 Ortalis squamata (Lesson, 1829) Suliformes Sharpe, 1891 Fregatidae Degland & Gerbe, 1867 Fregata magnificens Mathews, 1914 Pelecaniformes Sharpe, 1891 Ardeidae Leach, 1820 Butorides striata (Linnaeus, 1758) Egretta thula (Molina, 1782) Cathartiformes Seebohm, 1890 Cathartidae Lafresnaye, 1839 Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Accipitriformes Bonaparte, 1831 Accipitridae Vigors, 1824 Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gruiformes Bonaparte, 1854 Rallidae Rafinesque, 1815 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 160 Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato LC NA NA quero-quero LC NA NA gaivotão LC NA NA rolinha-roxa LC NA NA pombo-doméstico LC EX EX Patagioenas picazuro (Temminck, pombão LC NA NA Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando LC NA NA pariri LC NA NA alma-de-gato LC NA NA anu-branco LC NA NA Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato LC NA NA Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira LC NA NA mãe-da-lua LC NA NA Anthracothorax nigricollis (Vieillot, beija-flor-de-veste-preta LC NA NA Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-frontevioleta LC NA NA beija-flor-de-gargantaverde LC NA NA Charadriiformes Huxley, 1867 Charadriidae Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) Laridae Rafinesque, 1815 Larus dominicanus Lichtenstein, 1823 Columbiformes Latham, 1790 Columbidae Leach, 1820 Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Columba livia Gmelin, 1789 1813) Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) Cuculiformes Wagler, 1830 Cuculidae Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Guira guira (Gmelin, 1788) Strigiformes Wagler, 1830 Strigidae Leach, 1820 Nyctibiiformes Yuri, Kimball, Harshman, Bowie, Braun, Chojnowski, Han, Hackett, Huddleston, Moore, Reddy, Sheldon, Steadman, Witt & Braun, 2013 Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) Apodiformes Peters, 1940 Trochilidae Vigors, 1825 1817) Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) Trogoniformes A. O. U., 1886 Trogonidae Lesson, 1828 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 161 Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-debarriga-amarela LC NA EN (Gmelin, martim-pescadorpequeno LC NA NA Picumnus temminckii Lafresnaye, pica-pau-anão-decoleira LC NA NA (Wagler, picapauzinho-verdecarijó LC NA NA robustus pica-pau-rei LC NA NA tuim LC NA NA periquito-rico LC NA NA choquinha-cinzenta NT NA NA chorozinho-de-asavermelha LC NA NA choca-da-mata LC NA NA chocão-carijó LC NA NA papa-taoca-do-sul LC NA NA arapaçu-rajado LC NA NA bico-virado-miúdo LC NA NA joão-de-barro LC NA NA Philydor atricapillus (Wied, 1821) limpa-folha-coroado LC NA NA Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé LC NA NA joão-teneném LC NA NA Coraciiformes Forbes, 1844 Alcedinidae Rafinesque, 1815 Chloroceryle americana 1788) Piciformes Meyer & Wolf, 1810 Picidae Leach, 1820 1845 Veniliornis spilogaster 1827) Campephilus (Lichtenstein, 1818) Psittaciformes Wagler, 1830 Psittacidae Rafinesque, 1815 Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) Passeriformes Linnaeus, 1758 Thamnophilidae Swainson, 1824 Myrmotherula unicolor (Ménétriès, 1835) Herpsilochmus (Temminck, 1822) rufimarginatus Thamnophilus Vieillot, 1816 Hypoedaleus caerulescens guttatus (Vieillot, 1816) Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) Dendrocolaptidae Gray, 1840 Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) Xenopidae Bonaparte, 1854 Xenops minutus (Sparrman, 1788) Furnariidae Gray, 1840 Furnarius rufus (Gmelin, 1788) Synallaxis spixi Sclater, 1856 Pipridae Rafinesque, 1815 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 162 Chiroxiphia Nodder, 1793) caudata (Shaw & tangará LC NA NA Schiffornis virescens (Lafresnaye, flautim LC NA NA anambé-branco-derabo-preto LC NA NA caneleiro-de-chapéupreto LC NA NA araponga VU NA NA abre-asa-de-cabeçacinza LC NA NA cabeçudo LC NA NA maria-da-restinga VU VU NA risadinha LC NA NA Attila rufus (Vieillot, 1819) capitão-de-saíra LC NA NA Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata LC NA NA bem-te-vi LC NA NA bem-te-vi-rajado LC NA NA Megarynchus pitangua (Linnaeus, neinei LC NA NA Tyrannus suiriri LC NA NA enferrujado LC NA NA Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari LC NA NA Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara LC NA NA verdinho-coroado LC NA NA gralha-azul NT NA NA Tityridae Gray, 1840 1838) Tityra cayana (Linnaeus, 1766) Pachyramphus (Lichtenstein, 1823) validus Cotingidae Bonaparte, 1849 Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 Incertae sedis Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 Leptopogon Tschudi, 1846 amaurocephalus Phylloscartes kronei Willis & Oniki, 1992 Tyrannidae Vigors, 1825 Camptostoma (Temminck, 1824) Pitangus obsoletum sulphuratus (Linnaeus, 1766) Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) 1766) melancholicus Vieillot, 1819 Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) Vireonidae Swainson, 1837 Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 Corvidae Leach, 1820 Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) Hirundinidae Rafinesque, 1815 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 163 Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, andorinha-pequena-decasa LC NA NA andorinha-serradora LC NA NA Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo LC NA NA Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-domésticagrande LC NA NA Troglodytes musculus Naumann, corruíra LC NA NA Cantorchilus longirostris (Vieillot, garrinchão-de-bicogrande LC NA NA bico-assovelado LC NA NA sabiá-laranjeira LC NA NA sabiá-poca LC NA NA sabiá-coleira LC NA NA tico-tico LC NA NA Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita LC NA NA Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, pia-cobra LC NA NA Basileuterus pula-pula LC NA NA guaxe LC NA NA vira-bosta LC NA NA cambacica LC NA NA trinca-ferro-verdadeiro LC NA NA Tachyphonus coronatus (Vieillot, tiê-preto LC NA NA Ramphocelus bresilius (Linnaeus, tiê-sangue LC NA VU 1817) Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Troglodytidae Swainson, 1831 1823 1819) Polioptilidae Baird, 1858 Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 Turdidae Rafinesque, 1815 Turdus rufiventris Vieillot, 1818 Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Turdus albicollis Vieillot, 1818 Passerellidae Cabanis & Heine, 1850 Zonotrichia Muller, 1776) capensis (Statius Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947 1789) culicivorus (Deppe, 1830) Icteridae Vigors, 1825 Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Thraupidae Cabanis, 1847 Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) Saltator Lafresnaye, 1837 similis d'Orbigny & 1822) 1766) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 164 Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo LC NA EN tiê-de-topete LC NA NA saíra-militar LC NA NA Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento LC NA NA Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro LC NA NA saíra-sapucaia VU NA EN saí-andorinha LC NA NA Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul LC NA NA Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terraverdadeiro LC NA NA coleirinho LC NA NA tiê-do-mato-grosso LC NA NA Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro LC NA NA Euphonia pectoralis (Latham, 1801) ferro-velho LC NA NA pardal LC EX EX Lanio melanops (Vieillot, 1818) Tangara Muller, 1776) Tangara cyanocephala peruviana (Statius (Desmarest, 1806) Tersina viridis (Illiger, 1811) Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Cardinalidae Ridgway, 1901 Habia rubica (Vieillot, 1817) Fringillidae Leach, 1820 Passeridae Rafinesque, 1815 Passer domesticus (Linnaeus, 1758) As famílias mais representativas, registradas durante os levantamentos, foram Thraupidae, com 14 espécies e Tyrannidae com oito. O Gráfico 3 apresenta as famílias mais representativas registradas no estudo, além das citadas anteriormente, também se destacaram Thamnophilidae e Columbidae, com cinco espécies, e Hirundinidae e Furnariidae com quatro espécies cada. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 165 Nº deEspécies Gráfico 3: Famílias mais representativas registradas durante o levantamento de avifauna. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 14 8 5 5 4 4 A alta diversidade de Tyrannidae está relacionada com o fato de ser a terceira maior família de aves do Brasil, além de muitos de seus representantes apresentarem ampla distribuição e hábitos conspícuos, sendo de fácil detecção. Esta família ainda aumenta a diversidade para a região nos meses mais quentes devido aos movimentos migratórios de alguns representantes, como Legatus leucophaius (bem-te-vi-pirata) e Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-rajado) (Figura 99) (SIGRIST, 2013). Figura 99: Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-rajado), espécie registrada durante os pontos fixos. Thraupidae também se tornou uma das famílias mais diversas após a atualização da lista do CBRO (2014), tendo englobado quase que completamente os membros que pertenciam a família Emberezidae, agora extinta no Brasil. Além de seus representantes apresentarem habitos de permanecerem em ambientes abertos ou em bordas florestais (SIGRIST, 2013). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 166 Espécies raras e ameaçadas de extinção Com relação a espécies raras e ameaçadas de extinção, oito figuram em listas de espécies ameaçadas em nível global, nacional ou estadual, espécies ESTAS que foram listadas abaixo. Trogon viridis (surucuá-grande-de-barriga-amarela), apesar de ser uma das espécie de surucuás mais frequentes do Brasil (SIGRIST, 2013), está classificada como Em Perigo na lista de ameaça para o estado de Santa Catarina (CONSEMA, 2011). Por se tratar do limite sul de distribuição da espécie acaba sendo rara na região. Apenas um indivíduo foi registrado, através da vocalização característica da espécie, durante a metodologia de pontos fixos no P4. O indivíduo não foi visualizado. Myrmotherula unicolor (choquinha-cinzenta), espécie restrita a região litorânea do Sul e Sudeste, este Thamnophilidae está classificado como Quase Ameaçado pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), porém não apresenta grau de ameaça a nível estadual ou nacional. Quatro indivíduos foram registrados aos pares, dois deles acompanhando bando misto, sempre em área de interior de mata. Procnias nudicollis (araponga), espécie escutada frequentemente durante os dias de amostragem, de canto inconfundível, sempre no dossel da mata, entretanto de difícil visualização. O único grau de ameaça desta espécie é a nível global, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), classificada como Vulnerável. Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), espécie endêmica da Mata Atlântica e de distribuição restrita a região litorânea do sul e sudeste, dois indivíduos foram visualizados forrageando no fim da tarde na borda do fragmento florestal. A espécie figura na lista de ameaça a nível nacional (MMA, 2003) e global (IUCN), ambos na categoria Vulnerável. Cyanocorax caeruleus (gralha-azul), espécie de hábitos alimentares bem amplos, apresenta distribuição por todo o território catarinense. A espécie é classificada pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como Quase Ameaçada a nível global, não estando inclusa na lista nacional ou estadual. Apenas dois indivíduos foram registrados no dossel da mata. Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), traupídeo considerado Vulnerável para o estado de Santa Catarina (CONSEMA, 2011), onde ocorre a subespécie R. bresilius dorsalis (P. L. Sclater, 1855), apresenta distribuição restrita no estado, ocorrendo apenas na região litorânea do Norte. Com ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 167 machos de coloração chamativa, um casal foi registrado forrageando no dossel da borda do fragmento florestal durante método de transecções. Lanio cristatus (tiê-galo), outro traupídeo que figura na lista de ameaça para o estado de Santa Catarina, este na categoria Em Perigo, com distribuição ainda mais restrita dentro do estado. Três indivíduos foram visualizados no dossel da borda florestal acompanhando bando misto. No estado a ocorre a subespécie L. cristatus brunneus (Spixi, 1825). Tangara peruviana (saíra-sapucaia), esta espécie de traupídeo, endêmico da Mata Atlântica de baixadas litorâneas e morros até 600 m (SIGRIST, 2013), está classificada a nível global (IUCN), na categoria Vulnerável, e estadual (CONSEMA, 2011), na categoria Em Perigo. Espécies com distribuição mais restrita a regiões litorâneas sofrem grande declínio devido ao avanço imobiliário. Apenas um indivíduo desta espécie foi registrado no dossel do fragmento de vegetação nativa. As figuras abaixo apresentam as imagens das espécies ameaçadas quando foi possível o registro fotográfico. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 168 Figura 100: Myrmotherula unicolor (choquinhacinzenta), macho registrado no sub-bosque da mata. Figura 101: Procnias nudicollis (araponga), macho vocalizando no dossel da mata. Figura 102: Phylloscartes kronei (maria-darestinga), registrado na borda do fragmento florestal. Figura 103: Macho de Ramphocelus bresilius (tiê-sangue) registrado no dossel da mata. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 169 Figura 104: Indivíduo macho de Lanio cristatus (tiêgalo), registrado no dossel da mata. 9.2.2.2.4 Figura 105: Tangara peruviana (saíra-sapucaia) registrado no dossel da mata na AID do empreendimento. Conclusões Através dos levantamentos realizados em campo foram registradas 94 espécies, classificadas em 17 ordens e 39 famílias, o que representa aproximadamente 14,5% das espécies ocorrentes no estado de Santa Catarina. As famílias mais representativas foram Thraupidae (n=14) e Tyrannidae (n=8), fator relacionado a estas serem as famílias mais ricas, com relação a diversidade de espécies, no Brasil. Oito espécies registradas para a AID do empreendimento possuem algum status de ameaça, número expressivo considerando as 94 espécies registradas. Alguns fatos podem ser atribuídos a estes registros, como a proximidade da área amostrada com a Reserva Volta Velha, RPPN que possui 1100 ha e uma extensa área de mata atlântica nativa, com capacidade de abrigar espécies de hábitos mais especialistas. Outro fator está relacionado ao tipo de ambiente em que se encontra a área de estudo. Ambientes de restinga sofrem forte interferência do avanço imobiliário, fato que torna espécies como P. kronei e T. peruviana ameaçadas em diferentes listas de ameaça, pois ambas possuem forte associação com esta formação vegetal cada vez mais escassa. Os principais registros obtidos na AID estão ligados ao fragmento florestal presente na área do parque municipal, sendo que os demais ambientes são fortemente antropizados, abrigando apenas espécies generalistas, adaptadas a este tipo de ambiente. Um estudo mais amplo também poderia avaliar a real condição das populações destas espécies ameaçadas registradas na área. Medidas de controle do avanço antrópico na área do parque seriam importantes, visando a manutenção destas espécies ameaçadas ocorrentes no local, e garantindo a proteção ambiental do local. Uma fiscalização mais eficiente na área do parque municipal seria uma ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 170 importante medida para a manutenção destas espécies, sendo que foi verificado inclusive a presença de moradores no local. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 171 9.2.2.3 Répteis 9.2.2.3.1 Introdução Atualmente são conhecidas 10.119 espécies de répteis no mundo (UETZ, 2014), sendo que o Brasil ocupa a segunda colocação na relação de países com maior riqueza, com 744 espécies (BÉRNILS & COSTA, 2012). Somente entre os anos de 2000 e 2010, algo em torno de 11% de todos os répteis do mundo foram descritos (ROHE et al., 2011). A herpetofauna que ocorre no sul da América do Sul está entre as mais conhecidas do continente (BÉRNILS et al., 2007). Porém, estudos sobre a distribuição de espécies e de comunidades de serpentes já realizados evidenciam que ainda há uma grande lacuna sobre o conhecimento da composição desta fauna na maioria dos biomas brasileiros (DI-BERNARDO, 1998). Regiões amplamente amostradas têm revelado, após anos de trabalhos, a ocorrência de espécies novas e/ou ampliação da distribuição conhecida de outras espécies, demonstrando que estudos com este grupo faunístico carecem continuamente de serem realizados em praticamente todas as regiões do país (STRUSSMANN & SAZIMA, 1993; MARQUES, 1998). As serpentes e os lagartos são os répteis exitosos no período atual, em franca radiação evolutiva de um modo geral, tendo invadido todos os tipos de ambientes, desde áreas tropicais e temperadas até as regiões frias (LEMA, 2002). Segundo Bérnils et al. (2007), o Estado de Santa Catarina carece de herpetólogos residentes e coleções zoológicas bem estabelecidas, a despeito de esforços recentes e acervos nascentes em Blumenau (Universidade Regional de Blumenau), Florianópolis (Universidade Federal de Santa Catarina) e Porto União (Criadouros de Cobras de Porto União), sendo que, os melhores dados sobre a composição herpetofaunística do estado estão em acervos herpetológicos de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda, conforme estes autores, ao contrário de seus vizinhos, Santa Catarina não recebe influência do Cerrado, do Pampa ou do parque mesopotâmico, mas sim abrange o extremo sul da Província Atlântica e, em boa parte, da Província do Paraná, além de encerrar a área da Província Araucária. Em função disto e, provavelmente, das condições climáticas adversas de seu planalto central, é certamente um dos estados brasileiros com mais baixa diversidade de répteis. Espécies da Ordem Squamata são, em geral, resistentes à fragmentação do hábitat (FREIRE, 2001), porém este grupo sofre sérias ameaças, dentre as quais, a principal delas está representada pela destruição de microhabitats que apresentam condições propícias para a sobrevivência desses animais. Espécies de lagartos e serpentes florestais são mais vulneráveis por serem incapazes de suportar altas temperaturas das formações abertas. Outra ameaça a esse grupo é o fato de serpentes serem geralmente mortas quando encontradas (RODRIGUES, 2005). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 172 Este relatório é parte integrante de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/ RIMA) para regularização fundiária das Glebas I e II situadas no município de Itapoá - SC em atendimento à exigência da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina – FATMA. 9.2.2.3.2 Metodologia A busca por espécies de répteis foi estabelecida nos mesmos pontos de amostragens onde se realizou a procura por anfíbios. Além dos pontos de amostragem foram selecionadas algumas trilhas a serem percorridos durante as horas mais quentes do dia, entre 10:00h e 14:00h, e durante o período noturno, das 18:00h às 00:00h. Figura 106: Representação de uma trilha no interior de remanescente florestal (Coordenadas UTM 0736712/ 7115020) por onde eram percorridos transectos pré-estabelecidos para a amostragem de répteis, Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. Este estudo foi realizado abordando apenas uma campanha tendo início no dia 01/12/2014 e término no dia 02/12/2014, portanto dois dias e duas noites de amostragem. Foram adotadas três diferentes metodologias visando o levantamento qualitativo das espécies: Procura Limitada por Tempo, Busca Ativa e Encontros Ocasionais. Busca ativa (sensu FRANCO et al., 2002) foi realizada em locais de provável ocorrência de répteis, como embaixo de troncos caídos, dentro de cupinzeiros, entre raízes, na serrapilheira, dentro de buracos de árvores ou no solo, sob-rochas, em ambientes aquáticos, trilhas e estradas. Todos esses ambientes foram minuciosamente vistoriados. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 173 Encontros ocasionais são aqueles que acontecem fora do período de esforço amostral estipulado, ao redor dos limites da área do empreendimento, visualização de indivíduos atropelados ou encontrados por terceiros. Também, empregada a Procura Limitada por Tempo (sensu MARTINS & OLIVEIRA, 1998), que consiste no lento deslocamento a pé, através de transectos, a procura de répteis que estejam visualmente expostos. Esta metodologia, geralmente, é utilizada durante o período noturno. Para a confirmação da identificação das espécies, quando possível, faz-se o registro do espécime com Câmera fotográfica Digital Nikon (modelo D90). Para a procura noturna, utilizou-se lanterna de cabeça modelo Fenix HP10. Nomenclatura e classificação das espécies segue a adotada pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (BÉRNILS & COSTA, 2012). O estado de conservação das espécies seguiu as listas estadual, nacional e internacional representadas respectivamente por Resolução CONSEMA nº 002/2011, MMA, 2014 e IUCN, 2014. 9.2.2.3.3 Resultados Podemos considerar, teoricamente, a ocorrência de 82 espécies de répteis para o estado de Santa Catarina (LEMA, 2002; MARQUES et al. 2001; BÉRNILS et al., 2007). Infelizmente Santa Catarina ainda carece de uma lista de répteis com registros confirmados (registros diretos ou de coleções herpetológicas). Kunz et al., (2007) apresentaram uma lista das espécies de répteis tombadas na coleção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no entanto não confirmam quais destas espécies foram realmente coletadas em Santa Catarina, uma vez que eles citam que há algumas espécies provenientes de outro estados do Brasil. A única citação de Kunz et al., (2007) é que o acervo possui 76 espécies de répteis, mas como já discutido, não citam as procedências. Optou-se então em formar uma lista de prováveis ocorrências (Tabela 11) para a Região de Itapoá, SC contendo espécies características das formações costeiras do estado conforme (MARQUES et al. 2001; LEMA, 2002; BÉRNILS et al., 2007 e QUINTELA; LOEBMANN, 2009). Tabela 11: Lista de espécies de répteis com possível ocorrência para a região de Itapoá, SC. Aplica-se a esta tabela a seguinte legenda: Status de Conservação, segundo Resolução CONSEMA nº 002/ 2011 (Lista estadual); MMA, 2014 (Lista nacional); e IUCN, 2014 (Lista Internacional). Categorias de ameaça = Não ameaçada (NA), Vulnerável (VU), Em Perigo (EN), Espécie exótica (***). FAMÍLIA/ Espécie Res. CONSEMA nº 002/2011 MMA, 2014 IUCN, 2014 NA NA NA LEIOSAURUDAE Enyalius iheringii Boulenger, 1885 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 174 GEKKONIDAE Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) *** ANGUIDAE NA NA NA Ophiodes striatus (Spix, 1825) NA NA NA Ophiodes vertebralis Bocourt, 1881 NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA Amphisbaena kingii (Bell, 1833) NA NA NA Amphisbaena munoai Klappenbach, 1966 NA NA NA Chironius bicarinatus (Wied, 1820) NA NA NA Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) NA NA NA Chironius laevicollis (Wied, 1824) NA NA NA Chironius multiventris Smith e Walker, 1943 NA NA NA Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) NA NA NA Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) NA NA NA Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) NA NA NA Boiruna maculata (Boulenger, 1896) NA NA NA Clelia clelia (Daudin, 1803) NA NA NA Clelia plumbea (Wied, 1820) EN NA NA Dipsas albifrons (Sauvage, 1884) NA NA NA Dipsas alternans (Fischer, 1885) NA NA NA Dipsas indica Laurenti, 1768 NA NA NA Echinanthera cephalostriata Di-Bernardo, 1996 NA NA NA Echinanthera cyanopleura (Cope, 1885) NA NA NA Echinanthera undulata (Wied, 1824) NA NA NA Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1766) NA NA NA Erythrolamprus almadensis (Wagler, 1824 NA NA NA Erythrolamprus miliaris (Cope, 1868) NA NA NA Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825) NA NA NA Erythrolamprus semiaureus (Cope, 1862) NA NA NA Gomesophis brasiliensis (Gomes, 1918) NA NA NA Helicops carinicaudus (Wied, 1825) NA NA NA Helicops infrataeniatus (Jan, 1865) NA NA NA TEIIDAE Salvator merianae (Duméril & Bibron, 1839) GYMNOPHTALMIDAE Cercosaura schreibersii Wiegmann, 1834 SCINCIDAE Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862) AMPHISBAENIDAE COLUBRIDAE DIPSADIDAE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 175 Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Lygophis anomalus (Günther, 1858) NA NA NA NA NA NA Mussurana quimi (Franco, Marques & Puorto, 1997) NA NA NA Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Duméril, 1854 Phalotris lativittatus Ferrarezzi, 1994 NA NA NA NA NA NA NA NA NA Phalotris lemniscatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) NA NA NA NA NA NA NA NA NA Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) NA NA NA Pseudoboa haasi (Boettger, 1905) NA NA NA Sibynomorphus mikanii (Schlegel, 1837) NA NA NA Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911) NA NA NA Siphlophis pulcher (Raddi, 1820) NA NA NA Sordellina punctata (Peters, 1880) VU NA NA Taeniophallus affinis (Günther, 1858) NA NA NA Taeniophallus bilineatus (Fischer, 1885) NA NA NA Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) NA NA NA Taeniophallus poecilopogon (Cope, 1863) NA NA NA Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) NA NA NA Thamnodynastes strigatus (Günther, 1858) NA NA NA Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 NA NA NA Xenodon merremii (Wagler, 1824) NA NA NA Micrurus altirostris (Cope, 1859) NA NA NA Micrurus corallinus (Merrem, 1820) NA NA NA Micrurus frontalis (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) NA NA NA Bothrops jararaca (Wied, 1824) NA NA NA Bothrops jararacussu Lacerda, 1884 NA NA NA ELAPIDAE VIPERIDAE Total = 61 Fonte: Elaboração própria a partir de dados primários e secundários. Durante os trabalhos de campo três espécies de répteis pertencentes a três famílias tiveram seus registros confirmados na área de estudo (Tabela 12). Todas com registros no Parque Natural Municipal dos Carijós. Entre as espécies estão duas serpentes e um lagarto. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 176 Tabela 12: Riqueza de répteis e formas de registros na área de estudo, município de Itapoá, SC. Aplica-se nesta tabela a seguinte legenda: BA = Busca Ativa; EO = Encontro Ocasional. FAMÍLIA/ Espécie Tipo de Registro Rio Saí-Mirim (Gleba I) Rio Mendanha (Gleba II) TEIIDAE Salvator merianae (Duméril & Bibron, 1839) BA, EO COLUBRIDAE Chironius sp. EO DIPSADIDAE Erythrolamprus miliaris (Cope, 1868) Total = 3 EO 3 0 Levantamento de Dados Primários O lagarto Salvator merianae (Teiú) está distribuído na maioria das florestas da região Sul do Brasil, possuindo dieta onívora que inclui vertebrados, ovos e muitas espécies de frutos (SAZIMA; HADDAD, 1992). São importantes em locais em reabilitação, pois podem ser dispersores efetivos de sementes (CASTRO; GALETTI, 2004). Indivíduos desta espécie são frequentemente associados a áreas antrópicas, sendo atacadas pelo homem principalmente pela invasão de galinheiros (QUINTELA; LOEBMANN, 2009). Neste estudo Salvator merianae foi registrado através de busca ativa (Figura 107) e por encontro ocasional ao ser fotografado por armadilha fotográfica (camera trap) (Figura 108). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 177 Figura 107: Lagarto Salvator merianae registrado próximo da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736698/ 7114986), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. Figura 108: Lagarto Salvator merianae registrado por armadilha fotográfica (camera trap) no Parque Natural Municipal dos Carijós (Coordenadas UTM 0736781/ 7115114), Itapoá, SC. Fonte: Armadilha Fotográfica (camera trap). 02/12/2014. Durante os trabalhos de campo um colega, responsável pela mastofauna, fotografou uma cobra-cipó se deslocando pelo rio Saí-Mirim (Figura 109) e só foi possível identificar ao nível de gênero, por esta razão classificada aqui como Chironius sp. No local do estudo podem ocorrer quatro espécies do gênero Chironius (Tabela 11) e algumas destas espécies apresentam padrões bastante parecidos, necessitando de uma análise mais apurada para confirmação da espécie. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 178 Figura 109: Cobra-cipó Chironius sp. registrada forrageando no rio Saí-Mirim (Coordenadas UTM 0736781/ 7115114), Itapoá, SC. Fonte: Eridani Oliveira. 02/12/2014. Erythrolamprus miliaris conhecida popularmente pelo nome de cobra d’água, é um animal muito comum para a região; vive sempre em margens de lagoas, rios e muitas vezes dentro d’água, onde se alimenta de girinos, anuros, peixes gimnofionos e répteis (FREITAS, 2003). Atividade terrestre e aquática, diurna e noturna (SAZIMA & HADDAD, 1992). Amplamente distribuída pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia Venezuela e Guiana Francesa (UETZ, 2012). O registro desta espécie também ocorreu por encontro ocasional (Figura 110) sendo fotografada pelo mesmo colega que registrou a espécie anterior. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 179 Figura 110: Cobra d´água Erythrolamprus miliaris registrada forrageando no rio Saí-Mirim (Coordenadas UTM 0736833/ 7115267), Itapoá, SC. Fonte: Eridani Oliveira. 02/12/2014. De modo geral, durante o final da primavera e todo o verão o registro de répteis se torna mais comum. Por serem animais ectotérmicos necessitam de uma fonte externa de calor (termorregulação), fundamental para o seu metabolismo. Muitas espécies apresentam modo de vida criptozóico, fossorial ou arbóreo, o que dificulta a amostragem durante estudos de curta duração e sem o uso de metodologias complementares (ex. Pitfalls trap). Além disso, esta época (primavera e verão) coincide com a maior disponibilidade de recursos alimentares (MARQUES et al., 2001) e também ao período reprodutivo dos répteis na região sul do Brasil (GIBBONS; SEMLITSCH, 1987). 9.2.2.3.4 Conclusões Durante este estudo houve o registro de três répteis, sendo um lagarto e duas serpentes. De modo geral serpentes e lagartos são resistentes à fragmentação do hábitat (FREIRE, 2001), porém a destruição de micro-habitats pode ocasionar efeitos negativos às espécies mais exigentes quanto a qualidade ambiental (dependentes de ambientes sadios ou conservados). Espécies características de ambientes florestais são mais vulneráveis por serem incapazes de suportar altas temperaturas das formações abertas. Nenhuma das espécies amostradas consta na lista de espécies ameaçadas de extinção, seja ela, estadual, nacional ou internacional (Resolução CONSEMA nº 002/2011; MMA, 2014; e IUCN, 2014, respectivamente). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 180 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 181 9.2.2.4 ANFÍBIOS 9.2.2.4.1 Introdução Atualmente são conhecidas 7364 espécies de anfíbios no mundo (AMPHIBIAWEB, 2014), sendo que o Brasil ocupa a primeira posição entre os países com a maior riqueza do grupo, possuindo 1026 espécies descritas em seu território (SEGALLA et al., 2014). O bioma Mata Atlântica apresenta, atualmente, 543 espécies de anfíbios descritas, dentre estas 472 são endêmicas desta formação (HADDAD et al., 2013). Somente no período entre 2000 e 2010, estima-se que aproximadamente 18% de todas as espécies de anfíbios no mundo tenham sido descritas (ROHE et al., 2011). Em Santa Catarina, segundo LUCAS (2008), publicações recentes têm contribuído para o maior conhecimento sobre a riqueza e distribuição geográfica no estado (KWET, 2006; GARCIA et al., 2007; TOLEDO et al., 2007; GARCIA et al., 2008), sendo que atualmente existem ainda mais trabalhos publicados (LUCAS e FORTES, 2008; LINGNAU, 2009; LUCAS e GARCIA, 2011; LUCAS e MAROCCO, 2011; BASTIANI, GARCIA e LUCAS, 2012; BASTIANI e LUCAS, 2013; BRUSCHI et al., 2014). A relação entre várias características morfológicas, fisiológicas, ciclo de vida com estágios aquáticos e terrestres, capacidade de dispersão limitada e padrões de distribuição geográfica restritos, torna os anfíbios extremamente suscetível às alterações ambientais, sendo assim considerados potenciais indicadores da qualidade de inúmeros ambientes (MMA, 2006). Com isso, torna-se interessante o estudo desse grupo faunístico como um medidor da qualidade ambiental. Dentre os anfíbios existentes, a Ordem Anura (sapos, rãs e pererecas) é o grupo que apresenta maior facilidade de obtenção de dados e/ou informações em campo, pois a observação desses animais não é tão difícil quanto a de mamíferos, ou a de peixes e, assim como as aves, possuem uma vocalização espécie-específica (COLOMBO, 2004). Apesar de existir uma grande quantidade de espécies no Brasil, há pouca informação sobre a biologia desses animais (SILVANO e SEGALLA, 2005), fato este que reforça a importância da realização de estudos sobre esse grupo faunístico. Este relatório é parte integrante de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/ RIMA) para regularização fundiária das Glebas I e II situadas no município de Itapoá - SC em atendimento à exigência da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina – FATMA. 9.2.2.4.2 Metodologia ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 182 Foram selecionados dois Pontos de Amostragem principais para o estudo dos anfíbios. Este estudo foi realizado abordando apenas uma campanha tendo início no dia 01/12/2014 e término no dia 02/12/2014, portanto dois dias e duas noites de amostragem. O Ponto de Amostragem “Rio Saí-Mirim” passa pelo Parque Natural Municipal dos Carijós e está inserido na Gleba I. O rio apresenta mata ciliar em bom estado de conservação fazendo parte dessa composição tanto vegetação arbórea como gramíneas (Figura 111). Este ambiente hídrico foi o único corpo d´água presente na área durante o estudo. No local existem Valas que provavelmente se tornam sítios reprodutivos para os anfíbios após períodos de chuva intensa, porém estavam secos devido à estiagem (Figura 112). Figura 111: Rio Saí-Mirim no Parque Natural Municpal dos Carijós (Coordenadas UTM 0736772/ 7115154), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. Figura 112: Vala com potencial para servir de sítio reprodutivo para os anfíbios após períodos de chuvas intensas. No momento do estudo este ambiente estava seco devido à estiagem (Coordenadas UTM 0736846/ 7114861), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 183 Importante ressaltar que, durante o período de estudos dentro dos limites do Parque, foram constatadas intensa antropisação, como a presença de duas casas em Área de Preservação Permanente (ás margens do rio Saí-Mirim), criação de vários animais, entre eles cavalos, cachorros, porco, galinhas entre outros, e a presença de bastante lixo nas trilhas. Já na Gleba II o Ponto de Amostragem estudado foi o Rio Mendanha. Este recurso hídrico consiste em um córrego que passa por uma área intensamente urbanizada (Figura 113) e deságua na praia (Figura 114). Ao longo de todo o Rio Mendanha é possível encontrar lixo (Figura 115). Em certos trechos as margens são compostas por gramíneas, em outros por vegetação herbáceo-arbustiva e em alguns casos sem vegetação alguma. Figura 113: Rio Mendanha passando por área urbanizada (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 184 Figura 114: Foz do Rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739173/ 7114650), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. Figura 115: Evidência de garrafas e sacos pláticos no Rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739328/ 7114394), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. Para a obtenção dos dados referentes à riqueza específica, aplicou-se o método de amostragem de sítios reprodutivos (sensu SCOTT JR. & WOODWARD, 1994), que consiste no caminhamento exploratório lento do pesquisador no entorno do corpo hídrico (margens, projetando-se até uma faixa de 3 metros ou até que se localize uma zona de interface não favorável). Durante os procedimentos de prospecção dos distintos sítios, efetuou-se o registro de machos em atividade de vocalização/canto, além da presença de posturas/ninhos e/ou larvas (girinos) de anuros. O entorno desses ambientes também foi explorado utilizando a metodologia de procura ativa (CRUMP & SCOTT, 1994), em busca de anuros que tem sua reprodução independente de corpos d’água (ex. gêneros Ischnocnema e Haddadus). No que se refere à identificação das espécies localizadas durante as atividades prospectivas, procedeuse, quando possível, o registro fotográfico dos espécimes, utilizando-se dispositivo fotográfico digital Nikon, modelo D90. Para os registros das vocalizações utilizou-se como ferramenta auxiliar gravador digital Panasonic RR – US571. Os registros digitais das vocalizações são comparados com gravações de referência, permitindo a confirmação taxonômica da espécie. Para a procura noturna, utilizou-se lanterna de cabeça modelo Fenix HP10. Para a nomenclatura das espécies seguiu-se aquela adotada pela sociedade brasileira de herpetologia representada por SEGALLA et al. (2014). O estado de conservação das espécies seguiu as listas estadual, nacional e internacional representadas respectivamente por Resolução CONSEMA nº 002/2011, MMA, 2014 e IUCN, 2014. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 185 9.2.2.4.3 Resultados Com base em pesquisas bibliográficas, podemos considerar, teoricamente, a ocorrência de 63 espécies de anfíbios para a região de localização da área de estudos, distribuídas nos distintos ambientes encontrados naquele local (LUCAS, 2008; HADDAD et al., 2013; FROST, 2014) (Tabela 13). Tabela 13: Lista de espécies de anfíbios com possível ocorrência para a região da área de estudos. Estado de conservação, segundo Resolução CONSEMA n º 002/2011 (lista estadual); MMA, 2014 (Lista Nacional); e IUCN, 2014 (Lista Internacional). Aplica-se nesta tabela a seguinte legenda: NA = Não Ameaçada; VU = Vulnerável; Fonte: Elaboração própria a partir de dados secundários. FAMÍLIA/Espécie Res. Consema nº 002/2011 MMA, 2014 IUCN, 2014 NA NA NA NA NA NA Dendrophryniscus berthalutzae Izecksohn, 1994 "1993" NA NA NA Dendrophryniscus brevipollicatus Jiménez de la Espada,1871 “1870” NA NA NA Rhinella abei (Baldissera-Jr,Caramaschi & Haddad, 2004) NA NA NA Rhinella henseli (A. Lutz, 1934) NA NA NA Rhinella icterica (Spix, 1824) NA NA NA Rhinella schneideri (Werner, 1894) NA NA NA FAMÍLIA HEMIPHRACTIDAE Fritziana fissilis (Miranda Ribeiro, 1920) FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE Ischnocnema henselii (Peters, 1872) FAMÍLIA BUFONIDAE FAMÍLIA CENTROLENIDAE NA Vitreorana eurygnatha (A. Lutz, 1925) NA NA NA Vitreorana uranoscopa (Müller, 1924) VU NA NA NA NA NA Crossodactylodes izecksohni Peixoto, 1983 “1982″ NA NA NA Cycloramphus asper Werner, 1899 NA NA NA Cycloramphus bolitoglossus (Werner, 1897) NA NA NA Cycloramphus izecksohni Heyer, 1983 NA NA NA NA NA NA NA NA NA FAMÍLIA CRAUGASTORIDAE Haddadus binotatus (Spix, 1824) FAMÍLIA CYCLORAMPHIDAE FAMÍLIA ODONTOPHYNIDAE Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1825) FAMÍLIA HYLIDAE Aparasphenodon bokermanni Pombal, 1993 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 186 Aplastodiscus albosignatus (A.Lutz & B.Lutz, 1938) NA NA NA Aplastodiscus ehrhardti (Müller, 1924) VU NA NA Bokermannohyla hylax (Heyer, 1985) NA NA NA Dendropsophus berthalutzae (Bokermann, 1962) NA NA NA Dendropsophus werneri (Cochran, 1952) NA NA NA Dendropsophus microps (Peter, 1872) NA NA NA Dendropsophus minutus (Peters, 1872) NA NA NA Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) NA NA NA Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) NA NA NA Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887) NA NA NA Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) NA NA NA Hypsiboas guentheri (Boulenger, 1886) NA NA NA Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) NA NA NA Itapotihyla langsdorffi (Duméril & Bibron, 1841) NA NA NA Phyllomedusa distincta A. Lutz in B. Lutz, 1950 NA NA NA Scinax argyreornatus (Miranda-Ribeiro, 1926) NA NA NA Scinax catharinae (Boulenger, 1888) NA NA NA Scinax rizibilis (Bokermann, 1964) NA NA NA Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) NA NA NA Scinax granulatus (Peters, 1871) NA NA NA Scinax imbegue (Nunes, Kwet & Pombal, 2012) NA NA NA Scinax littoralis (Pombal & Gordo, 1991) NA NA NA Scinax perereca Pombal, Haddad & Kasahara, 1995 NA NA NA Scinax squalirostris (A. Lutz, 1925) NA NA NA Scinax sp. (gr. perpusillus) NA NA NA Scinax tymbamirim (Nunes, Kwet & Pombal, 2012) NA NA NA Sphaenorhynchus caramaschii Toledo, Garcia, Lingnau & Haddad, 2007 NA NA NA Trachycephalus dibernardoi Kwet & Solé, 2008 NA NA NA Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) NA NA NA Crossodactylus caramaschii Bastos & Pombal, 1995 NA NA NA Hylodes nasus (Lichtenstein, 1823) NA NA NA Hylodes perplicatus (Miranda-Ribeiro, 1926) NA NA NA NA NA NA FAMÍLIA HYLODIDAE FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 187 Physalaemus maculiventris (Lutz, 1925) NA NA NA Physalaemus nanus (Boulenger, 1888) NA NA NA Physalaemus lateristriga (Steindachner, 1864) NA NA NA Adenomera bokermanni (Heyer, 1973) NA NA NA Adenomera nana Müller, 1922 NA NA NA Adenomera gr. marmorata (Steindachner, 1867) NA NA NA Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) NA NA NA Leptodactylus gracilis (Duméril & Bibron, 1841) NA NA NA Leptodactylus notoaktites Heyer, 1978 NA NA NA Scythrophrys sawayae (Cochran, 1953) NA NA NA Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888) NA NA NA Elachistocleis bicolor (Valenciennes in Guérin-Menéville, 1838) NA NA NA NA NA NA FAMÍLIA MYCROHYLIDAE FAMÍLIA TYPHLONECTIDAE Chthonerpeton indistinctum (Reinhardt & Lütken, 1862”1861”) Total de espécies = 63 Fonte: Elaboração própria a partir de dados primários e secundários. Durante os trabalhos de campo seis espécies de anfíbios anuros pertencentes a três famílias tiveram seus registros confirmados na área de estudo (Tabela 14). Tabela 14: Riqueza encontrada nos diferentes Pontos de Amostragem e Modos reprodutivos dos anfíbios registrados na área de estudo, município de Itapoá, SC. Aplica-se a esta tabela a seguinte legenda: Formas de Registro: VO = Vocalização; VI = Visualização; VV = Vocalização e Visualização; FAMÍLIA/Espécie Tipo de Registro MR Rio Saí-Mirim Rio Mendanha (Gleba I) (Gleba II) FAMÍLIA BUFONIDAE Rhinella abei (Baldissera-Jr,Caramaschi & Haddad, 2004) VI 1 ou 2 FAMÍLIA HYLIDAE Dendropsophus werneri (Cochran, 1952) VV Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) Scinax imbegue (Nunes, Kwet & Pombal, 2012) VV VO 1 VO 1 VV 1 FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE Adenomera nana Müller, 1922 VO 32 Leptodactylus gracilis (Duméril & Bibron, 1841) VV 30 Total de espécies = 06 5 3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 188 Fonte: Levantamento realizado a partir de dados primários. Entre os anfíbios, as espécies da família Hylidae (n = 3) foram predominantes durante este estudo (Tabela 14). Esse padrão é comum para a América do Sul, bem como nos seus diferentes biomas, já que a família Hylidae constitui 25% de toda a anurofauna sul americana (KWET et al., 2010; GRANDINETTI; JACOBI, 2005; PRADO; POMBAL JR., 2005; ABRUNHOSA et al., 2006; CONTE; ROSSA-FERES, 2006; BERTOLUCI et al., 2007; LUCAS; FORTES, 2008; SANTOS et al., 2009; ARMSTRONG; CONTE, 2010; LUCAS; MAROCCO, 2011; HADDAD et al., 2013). As espécies Hypsiboas albomarginatus e Adenomera nana somente foram registradas por vocalização. Rhinella abei (Sapo-cururuzinho) (Figura 116), Sapo restrito às terras baixas da Mata Atlântica. Ocorrendo na porção norte do Rio Grande do Sul, Leste de Santa Catarina e Paraná. Utiliza riachos e poças temporárias para reprodução. Parece ser tolerante a modificações do habitat (IUCN, 2012; HADDAD et al., 2013). Figura 116: Rhinella abei (Sapo-cururuzinho) visualizado próximo da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736851/ 7115418), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 02/12/2014. Dendropsophus werneri (Figura 117) é uma perereca de pequeno porte, ocorre nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo (HADDAD et al., 2013). Normalmente encontrada na vegetação próxima de corpos d´água. Fora do período reprodutivo pode ser encontrada no interior de florestas. Porém durante grande parte do ano encontra-se fora do limite florestal, sempre próxima de ambientes aquáticos, permanentes ou temporários, os quais utiliza para reprodução (ANDRADE, 2004). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 189 Figura 117: Casal em aplexo da espécie Dendropsophus werneri registrados próximo da margem do rio Saímirim (Coordenadas UTM 0736854/ 7115348), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. Hypsiboas albomarginatus (Figura 118) perereca que apresenta tamanho médio. Ocorre na Mata Atlântica desde Rio Grande do Norte até Santa Catarina. É encontrada na vegetação ou no chão sempre próximo de corpos d´água que podem estar situados em bordas de mata ou áreas abertas (CARNAVAL et al., 2010; HADDAD et al., 2013). Figura 118: Representação da espécie Hypsiboas albomarginatus (registro fotográfico não realizado neste estudo), registrada apenas por vocalização em um trecho do rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Foto: Governador Celso Ramos 09/02/2013. Fonte: Fábio Hammen Llanos. Scinax imbegue (Figura 119): Perereca descrita recentemente por Nunes et al. (2012). Ocorre na Floresta Atlântica de São Paulo até Santa Catarina. Dados sobre o desenvolvimento de girinos são desconhecidos para esta espécie (NUNES et al., 2012; HADDAD et al., 2013). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 190 Figura 119: Perereca Scinax imbuegue registrada na margem do rio Mendanha (Coordenadas UTM 0739319/ 7114374), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. A espécie Adenomera nana é endêmica da Mata Atlântica, possui tamanho pequeno e sua distribuição é conhecida para Santa Catarina e Paraná (HADDAD et al., 2013). Leptodactylus gracilis (Rã-listrada) (Figura 120), espécie muito comum com distribuição geográfica para Uruguai, Argentina e sul do Brasil. Animal de habito fossorial. Os machos vocalizam dentro de pequenas tocas no solo onde constroem ninhos de espuma. Alimentam-se de insetos e crustáceos terrestres (LANGONE, 1994). A vocalização lembra o estourar repetido de bolhas de ar (BORGESMARTINS et al., 2007). Figura 120: Rã Leptodactylus gracilis registrada próxima da margem do rio Saí-mirim (Coordenadas UTM 0736634/ 7114993), Itapoá, SC. Fonte: Fábio Hammen Llanos. 01/12/2014. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 191 Toda anurofauna registrada neste estudo possui hábito generalista, ou seja, são aquelas espécies com alta plasticidade ambiental e que não necessitam de requisitos específicos para se reproduzirem. Quatro das espécies apresentam o modo reprodutivo tipo 1 (Tabela 14 e Tabela 15) considerado o mais primitivo. Outras duas espécies depositam os ovos em ninho de espuma (modo reprodutivo tipo 30 e 32) (Tabela 14 e Tabela 15) evitando a desidratação, sendo considerado uma adaptação, também, para espécies de áreas abertas (ARMSTRONG & CONTE, 2010). Tabela 15: Descrição dos modos reprodutivos (sensu Haddad e Prado, 2005) das espécies registradas na área de estudos. MODO DESCRIÇÃO NÚMERO DE ESPÉCIE S Ovos Aquáticos 1 Ovos e girinos exotróficos* em corpos d'água lênticos. 4 2 Ovos e girinos exotróficos* em corpos d´água lóticos 1 Ovos em Ninhos de Espuma 30 Ninhos de espuma com ovos e desenvolvimento inicial dos girinos em ninhos subterrâneos construídos; após o transbordamento, girinos exotróficos* em poças. 1 32 Ninhos de espuma com ovos em tocas subterrâneas contruídas; girinos endotróficos completam o desenvolvimento na toca. 1 * Exotrófico: que se alimenta de nutrientes do meio ambiente. Fonte: Elaboração própria com base em bibliografia e dados primários. Certamente a riqueza (n = 6) registrada na área encontra-se subamostrada. Uma única campanha abordando apenas dois dias de amostragens não é suficiente para se conhecer de forma satisfatória a comunidade de anfíbios de uma área. A homogeneidade de ambientes aquáticos presentes nas Áreas de amostragens (Gleba I e II) pode justificar a baixa riqueza encontrada. Em razão da estiagem apenas dois rios puderam ser estudados. Não há diversidade de ambientes como banhados, açudes, riachos, etc e as Valas e possíveis poças/ambientes temporários se encontravam secos no momento do estudo, que foi realizado no final da primavera. Período oportuno para o levantamento de anfíbios devido à elevação da temperatura e da frequência de chuvas, época em que se constata o maior número de espécies em processo reprodutivo (DUELLMAN & TRUEB, 1994; ROSSA-FERES & JIM, 1994; CONTE & ROSSA-FERES, 2006). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 192 9.2.2.4.4 Conclusões Ao todo foram registradas 06 (seis) espécies de anfíbios na área de estudos, localizada no Município de Itapoá, SC. Todas as espécies apresentam hábitos generalistas, com alta plasticidade ambiental e que não necessitam de requisitos específicos para reprodução, além de possuírem ampla distribuição geográfica. Nenhuma das espécies se faz presente nas listas estadual, nacional e internacional da fauna ameaçada de extinção (Resolução CONSEMA, nº 002/2011, MMA, 2014; e IUCN, 2014 respectivamente). A baixa riqueza registrada tem relação com a pouca diversidade de ambientes hídricos na área de estudo. Apenas dois rios estavam presentes nos pontos de amostragens. Outros possíveis ambientes se encontravam secos em razão da falta de chuvas até a época em que se realizou este estudo. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 193 9.2.2.5 ICTIOFAUNA 9.2.2.5.1 Introdução A fauna íctia de água doce da América do Sul possui uma grande diversidade e complexidade (VARI & MALABARBA, 1998), no entanto, o conhecimento da ecologia, biologia e sistemática desse grupo mostra-se incompleto, havendo a necessidade de se fazer estudos constantes. O bioma das drenagens costeiras na Mata Atlântica da região sudeste [e do sul] do Brasil apresentam uma rica e diversificada ictiofauna de água doce (BIZERRIL, 1994; CASTRO, 1999). As características topográficas e fisionômicas desse ecossistema permitem a formação de um grande número de ambientes, que permitem a ocorrência de um grande número de espécies, cada uma adaptada a um habitat particular (MENEZES, 1996). Neste contexto encontra-se o sistema de drenagem da região nordeste de Santa Catarina, o qual é dividido em quatro conjuntos: bacias hidrográficas do complexo Baía da Babitonga, bacias hidrográficas do rio Negro, bacias hidrográficas do rio Itapocu e bacias hidrográficas litorâneas. A vertente do Atlântico abrange a maior parte da região, englobando os municípios de Joinville, Garuva, São Francisco do Sul, Araquari, Itapoá, Barra do Sul e parte do município de São Bento do Sul, e caracteriza-se por rios de vertentes curtas, porém, com grande volume de água. Estes rios apresentam pouca variação de vazão devido à cobertura vegetal das nascentes. Os principais cursos d’água desembocam diretamente no Oceano Atlântico ou na Baía da Babitonga. Em Itapoá encontra-se a bacia do rio Saí Mirim, considerada bacia litorânea de pequeno porte e deságua diretamente no Oceano Atlântico, juntamente com outras bacias menores e cursos d’água isolados. A bacia é formada por vários rios, dentre eles o Saí Mirim e Mendanha, objetos deste estudo. O objetivo desta pesquisa é identificar as espécies de peixes presentes nos rios Saí Mirim e Mendanha, situados na área e influência direta do empreendimento Gleba I e Gleba II, bairro Itapema do Norte, localizados no município de Itapoá-SC. Não foram realizadas coletas ou foram adotadas metodologias de captura e contenção de fauna silvestre, que necessitassem de autorização conforme a IN 62 FATMA. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 194 Figura 121: Vista parcial do Rio Saí Mirim, em porto pesqueiro situado na área do PNMC. Figura 122: Rio Mendanha próximo a foz no oceano atlântico. 9.2.2.5.2 Metodologia e Área de Estudo Os estudos foram realizados nos rios Saí Mirim e Mendanha, ambientes integrantes da bacia vertente do Atlântico Sul, no Estado de Santa Catarina, durante os dias 01 a 03 de dezembro de 2014. Entrevistas com pescadores artesanais e esportivos que frequentam a área pesquisada foram utilizadas como método de coleta de dados, os quais os pescadores artesanais realizando a atividade, foram questionados sobre a ocorrência das espécies aquáticas locais e materiais para a captura, utilizando o conhecimento tradicional dos mesmos (etnoictiologia). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 195 Figura 123: Vista de residência inserida no PNMC que possui porto pesqueiro. Figura 124: Pesca com caniço por pescador artesanal local. Figura 125: dois exemplares de Hoplias Malabaricus (traíra) pescados no rio Saí MIrim ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 196 Além das entrevistas, foi feito acompanhamento no campo da pesca artesanal e esportiva realizadas nos rios Saí Mirim e Mendanha, sendo registradas todas as capturas feitas pelos pescadores colaboradores do levantamento íctico. Ao longo de cada rio foram realizados acompanhamentos de pescarias nas margens, utilizando como artefato de pesca: tarrafa; caniço e carretilha, linha e anzol; e corvo, nas mesmas áreas de seus pesqueiros tradicionais. Figura 126: Vista de arremesso de tarrafa. Figura 127: Vista de pesca com caniço em porto pesqueiro inserido na área do PNMC. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 197 Figura 128: Covo, artefato de pesca utilizado. Todos os peixes observados foram fotografados in loco e identificados em nível de família, de acordo com a bibliografia especializada de MENEZES (2007). Área 1 - Rio Saí Mirim O trecho estudado do rio Saí Mirim localiza-se dentro da área do Parque Municipal dos Carijós, nas coordenadas em UTM 0736824W - 7115199N (South American Datum 69), ficando a 20 km de sua foz, na Barra do Saí, no Município de Itapoá – SC. O local foi acessado por trilhas ao longo da margem direita à jusante, conforme indicado na figura abaixo e no mapa em anexo. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 198 Figura 129: Vista da área de amostragem. Figura 130: Vista de ponto de pesca localizado no Rio Saí Mirim. No local da pesquisa o rio tem de 15 a 20 metros de largura em média, com profundidades que variam de 1 a 3 metros da margem ao seu eixo. Observa-se nos locais mais rasos macrófitas aquáticas dos gêneros Nymphaea sp. e Eichhornia sp. Figura 131, as quais servem de refúgio, proteção, deposição de ovos e, como perifíton - conjunto de substratos acumulados - que atrai pequenos crustáceos do gênero Macrobrachium sp, Figura 132 e vermes, alguns dos quais se tornam residentes, contribuindo ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 199 de alimentação para pequenos peixes ou outros organismos do nécton que vivem no mesmo ecossistema. Figura 131: Macrófitas aquáticas. Figura 132: Macrobrachium sp. Espécie de camarão comumente coletada no local. O rio Sai Mirim é margeado por uma exuberante mata ciliar com árvores de pequeno e médio porte. Em alguns trechos, nas margens, existem pequenas clareiras para a prática da pesca tanto artesanal como esportiva, a mais explorada. ÁREA 2 - Rio Mendanha O rio Mendanha aflora em zona urbana. O local da pesquisa, coordenadas UTM 0739301W-7114594N (South American Datum 69), situa-se na zona supra litoral, paralelo a zona mesolitoral com 400 metros de extensão aproximadamente, largura de 10 a 5 metros em alguns pontos, desaguando ou infiltrandoESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 200 se no mar (Figura 6), dependendo do seu aporte ou níveis de maré. Deste modo, esta pequena barra intermitente recebe eventuais penetrações da cunha salina, caracterizando um micro estuário. O córrego encontra-se em área urbanizada, com pouca vegetação litorânea e construções na margem esquerda. O mesmo serve de suporte para a drenagem de efluentes, sendo considerado parcialmente poluído. Figura 133: Vista parcial da desembocadura do rio Mendanha. Figura 134: Barra assoreada da foz do rio Mendanha. 9.2.2.5.3 Resultados e Discussões ICTIOFAUNA - ÁREA 1 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 201 Pescadores relataram nas entrevistas a ocorrência de 12 espécies, distribuídas em 6 ordens e 9 famílias, demonstradas na tabela 1. Tabela 16: Composição da ictiofauna da área 1, conforme entrevistas – Rio Saí – Mirim. Ordens Famílias Nome popular Siluriformes Loriicaridae Cascudo Pimelodidae Jundiá e Mandí Cetropomidae Robalo Cichlidae Cará e Tilápia Erythinidae Traíra Characidae Lambari e Saicanga Sybranchidae Muçum Perciformes Characiformes Sybranchiformes Cyprinodontiformes Poecillidae Cypriniformes Total 6 Cyprinidae 9 Barrigudinho Carpa 12 A etnoictiologia trata da maneira como as comunidades pesqueiras tradicionais observam e aproveitam dos recursos explorados. O estudo das comunidades pesqueiras permite cooptar informações acerca de espécies de peixes explorados além de conhecer seus hábitos e habitats preferenciais, facilitando a sua localização seja para estudos científicos seja para fins de exploração (COSTA-NETO & ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 202 MARQUES, 2000). No entanto, não se consegue definir a espécie somente através de seu nome popular. Observação in loco Na observação das pescarias artesanais na área 1 a ordem Characiformes foi a predominante com 3 espécies, seguidas de Siluiformes e Cyprinodontiformes com 1 espécie cada. As espécies obtidas são referentes a 3 ordens, representadas por 5 espécies pertencentes a 4 famílias conforme apresentado nos gráficos abaixo. Gráfico 4: Ocorrência das ordenas por espécie de peixe registrada. Ordem Characiformes 20% 20% 60% Siluriformes Cyprinodontiformes Gráfico 5: Ocorrencia de famílias por espécie. Família Pimelodida e 20% 40% 20% 20% Anablepida e Erythinidae Characidae Observa-se a predominância da família Characidae, demonstrada na tabela abaixo. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 203 Tabela 17: Lista de espécies ocorrentes registradas na área do PNMC. Ordens Famílias Espécies Nome popular Siluriformes Pimelodidae Pimelodella sp. Mandí Characiformes Erythinidae Hoplias sp. Traíra Characidae Astyanax sp. Lambari Saicanga Oligosarcus sp. Anablepidae Cyprinodontiformes Total 3 4 Jenynsia sp. 5 Barrigudinho 5 Espécies observadas A família Characidae, está representada pela espécie Astyanax sp. - peixe de pequeno porte e oportunistas quanto à alimentação, com uma grande variedade de composição alimentar, sendo considerados de maneira geral como onívoros, tendo preferência por insetos e plantas (GARUTI; FIGUEIREDO-GARUTI, 1992); e pela espécie Oligosarcus sp. (Figura 8) - peixes dulcícolas, encontrados em arroios, rios e lagoas da região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Uruguai e Argentina (MENEZES, 1987). A dieta alimentar da Saicanga é carnívora, com tendência preferencialmente de pequenos peixes e insetos. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 204 Figura 135: Astynax sp. Figura 136: Oligosarcus sp. A espécie Hoplias sp. da ordem Characiformes, vulgarmente chamada traíra, é uma espécie carnívora encontrada em lagoas, canais e rio, alimentando-se de pequenos peixes e pequenos anfíbios (HAHN; FUGI; ANDRIAN, 2004). Figura 137: Hoplias sp. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 205 A ordem dos Siluriformes e Cyprinodontiformes contribuíram com duas espécies, a Pimelodella sp. Figura 138 e Jenynsia sp. Figura 139, respectivamente. Figura 138: Pimelodella sp. Figura 139 Jenynsia sp. ICTIOFAUNA - ÁREA 2 Entrevistas As entrevistas demonstraram a ocorrência de 9 espécies, distribuídas em 5 ordem e 7 famílias (Tabela 3). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 206 Tabela 18: Composição da ictiofauna no rio Mendanha, através de entrevistas. Ordens Famílias Nome popular Siluriformes Ariidae Bagre Perciformes Cetropomidae Robalo Gerreidae Gordinho, Caratinga e Escrivão Eugraulidae Manjuba Clupeiformes Clupeidae Total Sardinha Cyprinodontiformes Poecillidae Barrigudinho Mugiliformes Tainhota 5 Mugilidae 7 9 Observação in loco Na observação da área 2 as ordens Mugiliformes e Cyprinodontiformes estão representadas em igual proporção em número de espécies. As espécies obtidas são referentes a 02 ordens, representadas por 02 espécies pertencentes a 02 famílias conforme apresentam os gráficos abaixo. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 207 Gráfico 6: Ocorrência de ordens por espécie Ordem 50% 50% Mugiliformes Cyprinodontiformes Gráfico 7: Ocorrência de famílias por espécies. Família 50% 50% Mugilidae Poecillidae Tabela 19: Composição da ictiofauna observada in loco no rio Mendanha Ordens Famílias Espécies Nome popular Total Mugiliformes Mugilidae Mugil sp. Cyprinodontiformes Poecillidae Phalloceros sp. 2 2 2 Tainhota Barrigudinho 2 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 208 Espécies observadas A família conhecida como mugilídeo, representada pela espécie Mugil sp. (Figura 12), está disseminado por todo o Planeta, é uma espécie pelágica; vivem nas proximidades dos costões rochosos e recifes, nas praias de areia e nos manguezais onde se alimenta de plâncton, pequenos organismos, material vegetal, vermes e resíduos que retira das camadas subaquáticas. Essa espécie forma grandes cardumes principalmente durante a migração reprodutiva, próximos a estuários. Figura 140: Mugil sp. Os membros da família Poeciliidae são de pequeno porte, é popularmente conhecida como Guppy, Barrigudinho, Lebiste, possuem a boca prognata, [...], são vivíparos, com fecundação interna, e não apresentam a nadadeira adiposa (LUCINDA, 2003). É uma espécie encontrada em águas doces e salobras, com facilidade em pequenos rios e riachos de todo o Brasil. Alimentam-se de algas, pequenos crustáceos, larvas de mosquitos, entre outros. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 209 Figura 141: Phalloceros sp. registrado no rio Mendanha. 9.2.2.5.4 Conclusão A atividade de pesca, utilizada para subsistência, ou vinculada a atividade de pesca esportiva, como ocorre em diversas regiões do pais, bem como na área de influência do empreendimento deste modo, contribuindo através do acompanhamento e entrevistas, para o conhecimento das espécies de peixes ocorrentes nos rios Saí Mirim e Mendanha. A ictiofauna observada na área 1 – rio Saí Mirim - está representada por 5 espécies pertencentes a 4 famílias, sendo que este resultado pode estar relacionado com a sazonalidade. De maneira geral, a espécie Astyanax sp. da família Characidae destaca-se como mais abundante. Trata-se de uma espécie oportunista, quanto ao uso dos recursos alimentares. Este oportunismo aparentemente se reflete na abundância da espécie, que serve de alimento para peixes de médio e grande porte, mamíferos, répteis e aves piscívoras, tendo por isso um importante papel na cadeia alimentar. O ecossistema do rio Saí Mirim é de grande importância para a conservação das espécies de peixes, principalmente as de pequeno porte; e de habitats específicos, como remansos e zona de macroalgas. Bem como sua característica estuarina. O empreendimento em relação a sua implantação, não apresenta impacto para a ictiofauna local, visto sua implantação histórica, e os impactos decorrentes de sua implantação já haverem ocorrido, porém a presença de ocupação nas áreas de APP de ambos os rios podem vir a causar impactos caso não haja controle sobre emissões de efluentes no local. A composição ictiofaunística observada na área 2 - rio Mendanha - é caracterizada por alevinos da família Mugilidae, que se utilizam desse micro estuário como berçário; e pela espécie Phalloceros sp., que em seu ambiente natural são encontrados comumente em condições de água levemente salobra. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 210 Não foi registrada nenhuma espécie que consta na lista de espécies em extinção de acordo com as Resolução Consema 02/2011 (2011) MMA (2014) ou IUCN (2014). ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 211 9.2.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS Santa Catarina abriga hoje 28 unidades de conservação federais e 11 estaduais, entre parques, reservas e áreas de proteção ambiental. Cada uma destas unidades tem um nível de proteção e de uso definidos, conforme a lei federal nº 9.985, aprovada em 2000 e responsável pela regulamentação de princípios constitucionais referentes à preservação ambiental e pela implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Figura 142: Unidades de Conservação Federais e Estaduais em SC. Fonte: MMA, 2015. A região nordeste do Estado de Santa Catarina é uma região de alto interesse ambiental, tendo em vista que em uma pequena porção de terras a região abriga baias, serras e regiões de mata nativa preservada. Na área diretamente afetada – ADA do empreendimento foi identificada um parque, o Parque Natural Municipal Carijós, criada como medida compensatório visando a regularização fundiária das Glebas I e II. Já na área de influência indireta foi encontrada uma (01) unidade de conservação, sendo uma Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, que são de responsabilidade dos seus proprietários. O município de Itapoá possui em seu território duas Unidades de Conservação legalmente instituídas: a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Palmital e o Parque Natural Municipal ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 212 (PNM) Carijós. Num raio de 10km do empreendimento foram encontradas 3 (três) unidades de conservação: a Reserva do Patrimônio Particular Natural a RPPN Fazenda Palmital, o Parque Natural Municipal Carijós e a Área de Proteção Ambiental de Guaratuba. Do ponto de vista das interferências potenciais com áreas legalmente protegidas, apenas uma área deve considerada à luz dos dispositivos legais vigentes, o Parque Natural Municipal Carijós, vizinha das área deste estudo, Glebas I e II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 213 MAPA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 214 RPPN Fazenda Palmital A RPPN Fazenda Palmital é uma única propriedade constituída pela RPPN Palmital (Decreto 70/92 IBAMA), com 586 ha e a Fazenda Palmital, com outros 600 ha, sendo que destes 590,6 ha tem o mesmo tratamento destinado a Unidade de Conservação (Figura 143). Esta Reserva é de propriedade do Sr. Natanael Machado. Figura 143: RPPN Fazenda Palmital. Fonte: SIG SNUC Ibama. Parque Natural Municipal Carijós O Parque Natural Municipal Carijós, criado por meio da Lei Municipal N° 330/2011, está localizado no Município de Itapoá, Estado de Santa Catarina, com área de 39,76 hectares. O parque foi criado com o objetivo de preservar os ambientes naturais pertencentes ao Bioma da Mata Atlântica, em especial os da Floresta Ombrófila Densa, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico. A administração desta unidade de conservação é realizada pela Secretaria de Turismo, Meio Ambiente e Cultura de Itapoá, que adota as medidas necessárias à sua gestão, implantação e manutenção. A Unidade de Conservação possibilita a execução de atividades como educação ambiental, pesquisa e visitação. O Plano de Manejo do Parque foi executado no ano de 2012, mas sua área encontra-se abandonada, permitindo o acesso de pessoas e animais silvestres. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 215 Área de Proteção Ambiental de Guaratuba Criada em 1992, a APA de Guaratuba engloba todo o município de Guaratuba, Estado do Paraná e parte dos municípios de Matinhos, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais e Morretes. A região apresenta um potencial particular para o turismo, com suas serras com campos de altitude, rios, cachoeiras, represas, baía, planícies costeiras, manguezais e sítios arqueológicos, além de abrigar dois parques: o Parque Nacional Saint Hilaire/Lange e o Parque Estadual do Boguaçu. Entre as maiores pressões que ameaçam a natureza local estão a expansão urbana de Guaratuba e Matinhos, a pesca predatória, o extrativismo vegetal não legalizado, reflorestamentos com pinus, pastagens e a bubalinocultura sem manejo específico. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 216 MEIO SOCIOECONOMICO 9.3.1 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ITAPOÁ O nome Itapoá tem origem indígena e tem como significado Ita - Pedra, Poá - Ponta. Assim a pedra que deu origem ao nome do município está localizada no Balneário Itapoá, próximo a sede do município, a cerca de 300 metros da praia. Quando a maré esta alta a ponta da pedra fica submersa, quando esta baixa aparece, podendo ser observada por boa parte do balneário. Figura 144: Ao fundo pedra que deu nome ao município A história de povoamento do município de Itapoá, está diretamente ligada a ocupação iniciada nos municípios de São Francisco do Sul e Garuva. O município de São Francisco do Sul é a terceira localidade mais antiga do Brasil, já que sua descoberta pelos franceses data de 1504, através da expedição de Binot Paulmier de Gonneville. Em 1641 foi fundada a Vila de Nossa senhora da Graça do Rio São Francisco. Em 1658 , casais portugueses e paulistas chegam a São Francisco, para povoarem a terra e em 1660 o local obtém autonomia municipal, sendo elevado a Vila. Em 1847 é elevada a categoria de cidade. Quanto a Garota, a primeira tentativa de implantar o município aconteceu em 1841, através do colonizador francês, Benoit Jules de Mure, que inspirado no filósofo francês Charles Fourier , planejava a implantação de uma comunidade baseada no socialismo utópico. Esta proposta foi colocada em prática em duas léguas de terra da antiga península do Saí, as margens da baía de São Francisco. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 217 A estrutura baseava-se em uma colônia de produção e consumo, porém o sistema não deu certo, mas a iniciativa de colonizar a região, originou o povoado de São João do Palmital, ligado a São Francisco do Sul. O desenvolvimento arrastou-se por décadas e a maioria dos moradores da colônia seguiu para o norte do estado a procura de trabalho e próximo a BR 101, formou-se outra comunidade, onde fica a sede do município. A partir de 1914, com a chegado de portugueses a localidade progrediu com mais rapidez. O movimento pela emancipação do distrito começou em 1963 e culminou em 29 de fevereiro, quando Garuva foi desmembrada de São Francisco do Sul, tornando-se município. Os primeiros habitantes destas terras ao nordeste de Santa Catarina foram os índios Carijós, que deixaram suas marcas através dos Sambaquis que são encontrados em vários lugares no município. Itapoá pertencia ao município de Garuva, e passou a ser distrito a partir de 01 de março de 1966, e desmembrou-se definitivamente de Garuva em 26 de abril de 1989, pela Lei estadual nº 7.586. A região de Itapoá teve sua ocupação iniciada a partir de pequenas vilas de pescadores ao longo da costa e somente a partir da década de 1950 a ocupação começou a se consolidar. Datam deste período, a aprovação dos loteamentos Jardim Pérola do Atlântico e Rio Gracioso, localizados hoje no Bairro de Itapoá. Tem início desta maneira uma ocupação longilínea, na qual os diversos balneários foram implantados com frentes para a orla, atingindo hoje praticamente toda a extensão da faixa de praias. Este adensamento resultou no que é a área urbana de Itapoá, sendo raras as ocupações no interior do município. Estas últimas encontram-se concentradas em pequenas localidades envolvidas com atividades de agricultura ou ecoturismo. Junto a ocupação urbana mais intensa, desenvolveram pólos de comércios e serviços, estando distribuídas estas atividades ao longo da área urbana. O município de Itapoá é considerado centro local, já que sua atuação não extrapola os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes. Situação essa que vem se alterando em função da implantação do terminal portuário de exportação e importação, que repercute a extensão de influência do município. 9.3.2 ASPECTOS POPULACIONAIS Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE relativos a Itapoá, indicam que o município tem área territorial de 248.409 Km² e população em 2010 de 14.763 habitantes, o que representava uma densidade demográfica de 59,43 hab./km². ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 218 Nas últimas duas décadas a população do município teve forte crescimento, já que em 1991 existiam 4.007 habitantes, passando para 5.673 habitantes em 1996, 8.839 habitantes no ano de 2000, 10.763 em 2007 e 14.763 em 2010, conforme pode ser observado no gráfico a seguir, que apresenta o crescimento populacional do município, ao longo das duas últimas décadas. A seguir o gráfico com a evolução populacional do município de Itapoá 14.763 1991 1996 2000 2007 10.763 8.839 5.673 4.007 2010 0 0 0 0 Figura 145: Evolução populacional em Itapoá. Fonte : IBGE, 2014. Nesta perspectiva o crescimento de Itapoá num ritmo de cerca de 5.26 % ao ano, é bastante superior a média verificada no estado, que é de 1.65%. Já a estimativa populacional para o município em 2014 era de 17.521 habitantes. Do total de14.763 habitantes de Itapoá, na divisão por gênero em 2010, de acordo com os dados do IBGE, 7.447 eram do sexo masculino e 7.316 do sexo feminino, respectivamente 51.45% e 49.55% do total da população. Os dados de 2010 do IBGE, demonstravam que dos 14.763 habitantes do município, 14.172 viviam na zona urbana ou seja 95,99% do total, enquanto na Zola rural eram 591 pessoas, 4,1 % da população. Este percentual de população na cidade, demonstra a forte urbanização do município. Na tabela a seguir será apresentada uma síntese de informações do município. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 219 Tabela 20: Área, densidade demográfica e população do município. Município Área Km2 Densidade Demográfica População hab. Estimativa hab. 2010 2014 14.763 17.521 Hab./Km2 Itapoá 248.409 59,43 Fonte: IBGE, 2014. Dados do DATASUS de março de 2014, indicavam a existência de 17.172 pessoas no município, totalizando 5.934 famílias, ou seja uma média de 2,8 pessoas por família. 9.3.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano-IDH é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. O IDH pretende ser uma medida média geral sintética, do desenvolvimento humano, sem abranger todos os aspectos do desenvolvimento. Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH considera dois outros componentes: a longevidade e a educação. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD, o indicador longevidade é medido pela expectativa de vida ao nascer, calculada por método indireto, a partir dos dados dos Censos Demográficos do IBGE. Esse indicador mostra o número médio de anos que uma pessoa nascida em determinado município viveria a partir do nascimento, mantidos os mesmos padrões de mortalidade. A educação é medida por meio de dois indicadores. A escolaridade da população adulta é medida pelo percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo - tem peso 1. O fluxo escolar da população jovem é medido pela média aritmética do percentual de crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola, do percentual de jovens de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental, do percentual de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo e do percentual de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo - tem peso 2. A medida acompanha a população em idade escolar em quatro momentos importantes da sua formação. Isso facilita aos gestores identificar se crianças e jovens estão nas séries adequadas nas idades certas. A média geométrica desses dois componentes resulta no IDHM Educação. Os dados são do Censo Demográfico do IBGE. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 220 E o indicador renda é medido pela renda municipal per capita, ou seja, a renda média dos residentes de determinado município. É a soma da renda de todos os residentes, dividida pelo número de pessoas que moram no município – inclusive crianças e pessoas sem registro de renda. Os dados são dos Censos Demográficos do IBGE. Estas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um. Cabe salientar que quanto mais próximo do valor 1 estiver o indicador, melhor será a qualidade de vida da população em cada um dos setores levantados. Os municípios com IDHs maiores que 0,800 são considerados com muito alto desenvolvimento humano, entre o,700 e 0,799 tem alto desenvolvimento humano, de 0,600 e 0,699 com médio desenvolvimento humano, de 0,500 a 0,599 tem baixo desenvolvimento humano e valores inferiores a 0,499 são característicos de muito baixo desenvolvimento humano. O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH de Itapoá em 1991 era de 0, 487 e em 2000 de 0,634 e 0,761 em 2010, ocupando assim neste ano a 350° colocação entre os 5.565 municípios brasileiros, e no ranking estadual a 66° colocação, entre os 293 municípios catarinenses e considerado com médio desenvolvimento humano. No ano de 2010 o valor do IDH estadual era de 0,774. O gráfico a seguir mostra dados do IDH do município nas duas ultimas décadas, demonstrando índices que colocam o município atualmente entre os de alto desenvolvimento humano. 0,874 0,797 0,731 0,761 0,739 0,695 0,682 0,634 0,598 1991 0,46 0,487 2000 2010 0,265 Figura 146: Dados do município de Itapoá com relação ao IDH Fonte : PNUD, 2013 É importante salientar que os índices relativos a educação apresentam ao longo destes anos os valores mais baixos, ajudando a baixar o IDH municipal, apesar dos avanços observados neste indicador, com crescimento em duas décadas de cerca de 114%. Já os indicadores de renda e longevidade ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 221 apresentaram menores crescimentos ao longo das ultimas 2 décadas, mas tem índices mais elevados que os da educação, principalmente o referente a longevidade. Vale resaltar que o IDH municipal teve evolução no período de 1991 a 2010 de 56,26% A seguir serão apresentados os índices do IDHM e seus componentes ao longo das duas décadas, no nunicípio de Itapoá: Tabela 21: Compilação dos Indices de IDHM do Municipio. IDHM E COMPONENTES 1991 2000 2010 IDHM Educação 0,265 0,460 0,682 % de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo 24,73 38,74 59,53 29,88 72,62 98,68 % de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental ou com fundamental completo 50,43 71,24 90,12 % de 15 a 17 anos com fundamental completo 17,12 34,54 62,84 % de 18 a 20 anos com médio completo 12,02 22,55 40,33 0,731 0,797 0,874 68,85 72,81 77,41 0,598 0,695 0,739 329,89 604,97 793,24 % de 5 a 6 anos na escola IDHM Longevidade Esperança de vida ao nascer (em anos) IDHM Renda Renda per capita De acordo com os dados levantados pela Associação de Municípios do Nordeste de Santa Catarina2011, o número de famílias residentes na Gleba I era de 422 e na Gleba II totalizavam 1.192, somando assim 1.614 famílias na AID. 9.3.4 DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DOS PESCADORES ATUANTES NA AID DA GLEBA I E II. Segundo dados da Colônia de Pescadores Z-01 existem 640 pescadores artesanais cadastrados, sendo que destes 20 moram nas Glebas I e II, conforme lista a seguir: Arcindino Crisanto, rua Gaivota- Itapema do Norte; Alcemar de Souza Crisanto, rua Gaivota- Itapema do Norte; ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 222 Gilson de Souza Crisanto, rua Gaivota- Itapema do Norte; Izais de Souza Crisanto, rua Gaivota - Itapema do Norte; Andrea Cristine Neris Kisners, rua Armindo Bueno-Itapema do Norte; Brandina Peres, rua do Peixe- Itapema do Norte; Bruna de Pauli de Almeida, rua Armindo Bueno 242-Itapema do Norte; Gilmar Dias do Rosário, rua Valter Crisanto 390 - Bairro Samambaial; Iliete Silveira do Rosário, rua Armindo Bueno 66 - Itapema do Norte; Raul da Silveira, rua Armindo Bueno 66 - Itapema do Norte; Marcele Rosário da Silveira, rua Armindo Bueno 66 - Itapema do Norte; Marcos do Rosário da Silveira, rua Armindo Bueno 66 - Itapema do Norte; Ismael Berto da Silva Filho, avenida Bento Francisco - Itapema do Norte; Keila Fernandes da Silva, avenida Bento Francisco - Itapema do Norte; Júlio Cesar Ramos de Souza, travessa Pedro do Rosário - Itapema do Norte; Leila Karnopp do Rosário, rua Valter Crisanto - Itapema do Norte; Mariley de Fátima Caetano Dambiski, alameda dos Prados - Itapema do Norte; Evelise Cristina Brandt , rua Joaquim Fabio de Souza 57 - Itapema do Norte; Pedro Ramos de Souza, rua do Príncipe - Itapema do Norte; Samuel Martins, rua Joaquim Fábio de Souza - Itapema do Norte. De modo geral a atividade pesqueira é realizada através da pesca de fundo, arrasto de rede tanto para o camarão, quanto para os peixes. Entre as espécies mais pescadas pode-se citar o camarão sete barbas, camarão branco, a curvina, cavala, robalo, anchova, tainha, pescada. A atividade é realizada em canoas de fibra que são mais resistentes, que apresentam a vantagem da pouca manutenção e também com as de madeira. A comercialização é realizada tanto no mercado de pescados localizado junto a praia próximo a colônia de pescadores Z-01, como para os turistas e para os chamados atravessadores. No geral quem realiza as atividades de pesca são os pescadores, enquanto as mulheres ficam com as atividade de limpeza e comercialização do produto no mercado. È bastante comum a existência de famílias inteiras envolvidos na atividade, que gera renda média mensal de mais de um salário mínimo. De acordo com informações dos pescadores há necessidade de um porto para os pescadores e de barracões também para oficina. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 223 Figura 147: Sede da Colônia de Pescadores Z1 Figura 150: Mercado do peixe, localizado na Gleba I Figura 148: Chegada de embarcação de pescadores Figura 149: Trabalho em grupo para retirada da embarcação do mar. Figura 151: Atividade de separação de pescados para comercialização, no mercado de peixes. Figura 152: Cena típica de atividade diária de pesca artesanal. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 224 9.3.5 PIB DO MUNICÍPIO E SETORES DA ECONOMIA O PIB é uma a ferramenta importante na avaliação do comportamento da economia e suas tendências, ao possibilitar avaliar em grandeza monetária a capacidade de geração de riqueza num município Segundo os cálculos da FECAM, com base nos dados do IBGE, além de ter apresentado queda na participação relativa das riquezas a agropecuária também apresentou decréscimo em seus valores totais (-2,06%). Já o setor de serviço, apesar de representar 49,99% da composição do PIB Municipal no estado e obter crescimento de 9,28%, ele perdeu espaço na comparação entre 2011 e 2010 (-0,73 pontos percentuais- p.p), conforme a imagem do gráfico. Dados do IBGE, apresentados nas tabelas abaixo, demonstram a evolução do PIB municipal e do PIB per capita, no município de Itapoá. A análise do Produto Interno Bruto-PIB municipal, apresentado na tabela, permite verificar que no município de Itapoá, aconteceu um aumento mais significativo nos valores a partir de 2003, apesar de que nessa data houve recuo na posição estadual. Comparando com os valores apresentados pelos 293 municípios catarinenses em 2000, Itapoá tinha valores que representavam a 146° posição no ranking estadual, a partir do ano de 2005 houve melhora gradativa na posição municipal. Os dados do IBGE(2010), do PIB municipal com as especificações das contribuições por setor de economia, serão mostradas na tabela a seguir. Tabela 22: PIB por contribuição nos setores da economia em Itapoá Ano Agropecuária(R$ mil) Industria Serviços(R$ Impostos(R$ (R$ mil) mil) mil) 2000 4.650 3.866 28.106 1.899 2007 11.040 19.117 73.226 4.800 2011 9.393 34.029 141.580 12.670 Fonte: IBGE, 2013 Entre os valores de produção por setor de economia, percebe-se que a agropecuária do município, teve crescimento entre os anos de 2000 até 2007, a partir desta data a contribuição deste setor teve queda, como pode ser observado no valor para o ano de 2011. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 225 De acordo com o uso do solo do município nos dados do IBGE, em 2010 haviam 25 estabelecimentos agropecuários, que ocupam área de 1.526 ha. Dentro da produção agrícola municipal o principal cultivo da lavoura permanente em área plantada de acordo com dados do censo agropecuário de 2012 do IBGE, são banana com área cultivada de 100 ha e o palmito com 40 ha de área plantada. Quanto as áreas de lavouras temporárias, a utilização principal foi para os cultivos de arroz com 60 ha de área cultivada , o milho com área de 5 ha e a mandioca com 4 ha de área plantada. Com relação a pecuária, o rebanho de bovinos em 2012, tinha 1020 cabeças, cerca de 850 aves, 41 porcos, 20 cavalos, 10 ovelhas e 5 cabras. A produção de leite neste ano foi de 185 mil litros e a produção de mel somou 450 kg. Com relação a produtos da silvicultura, na extração vegetal merece referência a madeira em toras e amadeira para papel e celulose. Quanto as contribuições dos demais setores econômicos observa-se o forte crescimento no setor de serviços, como demonstrado nos valores apresentados a partir de 2000. A contribuição da industria também teve incremento porém em menos escala que o setor de serviços. Esta realidade pode ser explicada pela vocação turística do município, que tem a base de sua economia voltada ao atendimento a esta demanda local, principalmente as ligadas as atividades comerciais. A contribuição vinculada aos impostos também teve aumento, porém de forma mais significativa a partir de 2007. A evolução do PIB per capita municipal foi ascendente, onde no ano de 2000 o valor era de R$ 4.209,00, ocupando a posição 225 no estado, passando em 2003 para R$ 5.857,00 e aposição estadual foi 267°, em 2005, foi para R$ 6.934,00 e no ranking passou para 262, em 2007 o valor subiu para R$ 10.064,00 e a posição no estado melhorou passando para 201° e em 2011 foi de R$12.989,38. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 226 14.000,00 12.989,38 12.000,00 10.064,00 10.000,00 8.000,00 6.934,00 5.857,00 6.000,00 4.209,00 4.000,00 2.000,00 0,00 1 2 1 2 3 3 4 4 5 5 Figura 153: Evolução do PIB per capita, períodos 2000,2003, 2005 e 2007 e 2010 Fonte: Instituto Cepa/SC-2009 O PIB per capita em Santa Catarina em 2011 era de 26.760,00 e em Itapoá 12.989,38, valor bastante inferior ao apresentado pelo município no mesmo ano. Apesar disso os valores municipais melhoraram a partir de 2005, quando a posição de Itapoá no ranking municipal teve uma melhora mais significativa, crescendo 60 posições, ao passar da colocação 262 em 205 para aposição 201, entre os 293 municípios catarinenses. Revela-se assim para Itapoá, quanto ao PIB municipal e o PIB per capita, valores que colocam o município em posição de pouco destaque estadual. De acordo com informações obtidas junto ao site da Prefeitura Municipal, as bases econômicas do município são o turismo e o Porto de Itapoá. A costa itapoaense proporciona aos turistas 100% de balneabilidade, com praias boas para banho com águas límpidas, quentes e areia branca; ideais para famílias com crianças. A cidade recebe na alta temporada, compreendida entre os meses de dezembro a fevereiro, cerca de 200 mil visitantes, movimentando todo o comércio local. A região também proporciona boas condições para a prática de esportes náuticos como o surfe, o windsurfe, o jet-ski e barcos a vela, além da pesca esportiva. Destacam-se ainda atividades econômicas comoa construção civil, sempre ativa com obras espalhadas por todo o município. A pesca artesanal, que é historicamente uma das principais atividades e hoje atende basicamente o mercado local e os veranistas e turistas.A figura abaixo ilustra as atividades comerciais desenvolvidas nas Glebas I e II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 227 Figura 154: Pontos comerciais junto a orla marítima da Gleba I. No setor portuário, o Porto de Itapoá é destaque, estando em funcionamento desde 2011, através do terminal privativo de uso misto para a movimentação de contêineres tem como acionistas a Portinvest Participações (Conglomerado Batistella e Logística Brasil – Fundo de Investimento e Participações gerido pela BRZ Investimentos) e Aliança Navegação e Logística (Hamburg Süd). O Porto está localizado no início na Baía da Babitonga. A localização geográfica estratégica tem águas calmas e condições naturais de profundidade, com um calado de aproximadamente 16 metros. Assim o terminal é adequado para receber navios de grande porte, melhorando o fluxo destas embarcações nas regiões Sul e Sudeste brasileiro. Caracterizado como um porto de concentração de cargas de importação e exportação. Entre 2012 e 2013 Itapoá posicionou-se como a terceira cidade do norte do estado a apresentar maior crescimento populacional. Tamanho crescimento pode ser explicado pela instalação do Terminal Portuário. Este podes ser caracterizado como porto de concentração de cargas de importação e exportação , inaugurado no ano de 2010, promovendo o desenvolvimento da região e gerando novos empregos. Os dados do número de agências bancárias no município de Itapoá em 2006 revelaram para o município uma instituição financeira e o mesmo número em 2010 e três agencias em 2012. 9.3.6 SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA Para a caracterização da infra-estrutura municipal foram levantados dados relativos a saneamento básico, energia elétrica, comunicação e telecomunicação. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 228 9.3.6.1 SANEAMENTO BÁSICO A infraestrutura de saneamento básico do município, integrou o diagnóstico da captação e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário e a coleta de resíduos sólidos gerados. O abastecimento de água para atendimento a população de Itapoá é realizado através de concessão municipal a empresa privada Itapoá Saneamento. Para a captação é usada a água do rio Saí Mirim, que é bombeado até a Estação de Tratamento de Águas ETA 1, localizada dentro do Parque Municipal, na Vila Brasília e ETA 2, na zona rural. O sistema de tratamento é o convencional com decantação, floculação aplicação de cloro e flúor e depois as águas vão para a rede de distribuição. Figura 155: Estação de tratamento de água AID De acordo com informações obtidas junto a funcionários da ETA 1, na alta temporada a problemas de abastecimento, em função da necessidade de atender até 350 mil pessoas, quando são utilizados caminhões pipas. Para resolver este problema será construída nova estação na rua 1000, no bairro Jardim da Barra. Dados de março de 2014, apresentados pelo DATASUS, através dos sistema de informação de atenção básica-cadastramento familiar do estado, do total de 5.934 famílias cadastradas, 5.363 tinham acesso ao abastecimento de água através da rede pública, ou seja em torno de 90%. Ainda 553 usavam água de poços e 18 utilizavam outras fontes. Com relação ao sistema para coleta de esgotos, no geral as soluções são individuais, já que ainda não existe sistema de coleta e tratamento de esgoto, assim os dejetos de 5.879 famílias, no município são encaminhados para fossas, cerca de 99% do total, outras dispõe a céu aberto. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 229 Figura 156: Vista de ruas na Gleba II De acordo com dados do Plano Municipal de Saneamento Básico, Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana - Itapoá, 2012, o município possuía aproximadamente 800 kms de vias, sendo que destes apenas 10% encontram-se pavimentadas e cerca de 5% tem algum tipo de drenagem. Figura 157: Ruas na Gleba II, sem drenagem pluvial e com escoamento a céu aberto. Dados levantados pelo Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de 2012, demonstram que são geradas 7,38 ton./dia de resíduos sólidos. Quanto a coleta e destinação dos resíduos sólidos gerados, a responsabilidade é da Prefeitura de Itapoá, através da Secretaria de Obras e Urbanismo, ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 230 que contratou a empresa Seluma- Serviços de Limpeza Urbana de Mafra, no município de Mafra, que atende 15 municípios. Em 5.856 domicílios o lixo é coletado, cerca de 98% e em 76 domicílios, o lixo é queimado ou enterrado. A frequência da coleta na zona urbana varia de diária a semanal. A coleta convencional não acontece na zona rural, existindo alguns pontos de disposição provisória. O município possui atualmente sistema de coleta seletiva, associado a coleta tradicional dos resíduos, com frequência semanal, nos diversos bairros da cidade. Os materiais recicláveis são recolhidos e encaminhados a uma Associação de catadores e carroceiros de Itapoá, que conta com 12 funcionários, implantada em terreno doado pela Prefeitura, em rua da Gleba II. Figura 158: Destino do material recolhido pela coleta seletiva em Itapoá. Ainda próximo a este local na rua Manoel de Arzão, existe o comércio de reciclagem Itapoá, que compra materiais de carroceiros e conta com 9 funcionários. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 231 Figura 159: Caminhão da Coleta Seletiva 9.3.6.2 ENERGIA ELÉTRICA O atendimento para a distribuição de energia elétrica é realizada pela Centrais Elétricas de Santa Catarina - CELESC no município, coma existência de um posto de atendimento no município. 9.3.6.3 COMUNICAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES Com relação aos meios de comunicação do município de Itapoá podemos citar a imprensa escrita formada pelos jornais locais: Diário de Itapoá, Gazeta de Itapoá. Ainda podem ser citados os portais Itapoá.com.br e Itapoá net, com informações de produtos e serviços da cidade. Além destes veículos de comunicação, no município também circulam jornais e revistas de âmbito estadual e nacional. As emissoras de TV são a Globo, Rede Vida, Record News, Bandeirantes, SBT. A comunicação via rádio é representada pelas seguintes emissoras locais: Rádio Itapoá FM 97.9 e rádio Itapoá FM 87.9. Ainda no município existe 1 agência dos correios. A estrutura de telecomunicações é constituída por telefonia fixa, através das operadoras GVT, Oi GVT, Interlig, Telemar e TIM, telefonia móvel operada pela Claro, Oi, TIM e Vivo e pela internet móvel, cujo serviços são prestados pela empresa Vivo. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 232 9.3.6.4 SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTES Figura 160: Arruamento característico na Gleba I O sistema viário do município é formado por dois níveis de capacidade, as rodovias estaduais que dão acesso ao município, via Garuva e Paraná e as rodovias municipais. A malha rodoviária municipal apresenta características variadas, desde estradas pavimentadas com asfalto ou lajotas e até aquelas de chão batido, em geral de média a boa trafegabilidade e com variados níveis de conservação. O sistema viário das Glebas, apresenta deficiências na qualidade de infra estrutura, possuindo vias de servidão que dificultam a acessibilidade dos serviços urbanos principalmente na Gleba I. As vias em sua maioria foram classificadas como locais, pois seus usos são principalmente para acesso residencial, possuindo ainda eixos estratégicos coletores que canalizam o tráfego para s vias arteriais. As vias coletores abrangem as vias com características comerciais e serviços vicinais, responsáveis pela distribuição do tráfego no bairro. A gleba é cortada por duas vias arteriais estruturadoras, responsáveis pela ligação das extremidades da área urbana e pelo escoamento interurbano. A rua Príncipe que é asfaltada e representa o limite físico entre as Glebas I e II e a rua Celso Ramos também asfaltada e que corta a parte inicial da Gleba II. Estas duas ruas tem sentido norte/sul, ainda deve ser citada a Av. do Comércio, com pavimento de lajotas, que começa no limite da Gleba I com o balneário Jardim Pérola do Atlântico e no sentido norte/sul atravessa esta Gleba, chegando ao balneário Brasília. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 233 Figura 161: Vias secundarias da Gleba 1, junto ao Mercado do Peixe (Rua Gaivota). De acordo com relatório da Associação, o parcelamento da Gleba II caracteriza-se com uma malha cartesiana, integrando-se ao sistema viário dos loteamentos vizinhos no sentido norte sul. A ocupação desta Gleba é de moradores oriundos das classes menos favorecidas economicamente. A Gleba I desenvolveu-se de forma desordenada, causando problemas de mobilidade, acessibilidade e ineficiência do sistema viário dificultando o acesso aos serviços públicos. Apesar de apresentar uma ocupação por parte de moradores com poder aquisitivo maior. Como estão próximas ao centro da cidade as áreas de estudo possuem grande variedade de serviços públicos e de infra estrutura, caracterizando-se como um local de uso residencial. Figura 162: Avenida do Comércio que passa pela Gleba I O sistema de transporte coletivo do município, abrange toda a área rural e urbana, com diversas linhas, em horários e frequência variados, interligando os vários bairros de Itapoá. O município conta com Estação Rodoviária, para atendimento das ligações intermunicipais. A figura apresentada a seguir ilustra a situação da malha viária das Glebas 1 e 2. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 234 Figura 163: Detalhe do Sistema Viario das Glebas 1 e 2. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 235 9.3.7 EQUIPAMENTOS URBANOS Com relação a caracterização dos equipamentos urbanos municipais foram levantados dados relativos a educação, saúde e segurança pública. 9.3.7.1 Educação De acordo com dados do IBGE 2012, com relação aos equipamentos urbanos de educação existente no município de Itapoá ela é constituída por 9 estabelecimentos de ensino fundamental, 7 de pré escola, 1 de ensino médio. Com relação as matrículas foram 425 no ensino pré-escolar, 2.258 no ensino fundamental e 635 no ensino médio. Quanto aos docentes somavam respectivamente 28, 116 e 32 professores. Na AID está localizada a Escola de Educação Básica Nereu Ramos, unidade estadual de ensino fundamental e médio, com cerca de 1000 alunos e 45 funcionários e que funciona nos períodos matutino, vespertino e noturno. A escola conta com ginásio de esportes. Esta é a única unidade de ensino médio do município, assim após concluída esta etapa de ensino, os alunos interessados em cursar ensino superior, tem a disposição transporte escolar municipal, para deslocarem-se até Joinville. Figura 164: Escola de Educação Básica Nereu Ramos ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 236 Também na AID está localizada a Escola Municipal Claiton Almir Hermes, com 436 alunos e 37 funcionários, que frequentam do pré escolar até o 4° ano. A escola possui quadra coberta para a prática esportiva. São atendidos nesta unidade, alunos dos bairros São José, Itapema, Brasília, Paesi, Cambiju e da Gleba II. Ao lado desta escola fica a creche Primeiros Passos que conta com 20 funcionários, que atendem 135 crianças de 0 a 4 anos. Esta creche atende crianças dos bairros São José, Itapema, Barra e Gleba II. Na ADA fica localizada a Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro Lobato, com ensino de 1° ao 9° ano, onde estudam 412 alunos e trabalham 34 funcionários. A escola possui biblioteca e campo de futebol. Além de alunos da Gleba II, também são atendidos nesta unidade escolar, alunos do Balneário Brasília e São José. Figura 165: Escola Monteiro Lobato, localizada na Gleba II A obrigatoriedade do ensino fundamental de 8 ou 9 anos, para todos os jovens em idade escolar, oportunizou a universalização deste nível de ensino. Porém a não obrigatoriedade da frequência no ensino médio, faz ainda com que muitos jovens não retornem a escola depois de concluir o ensino fundamental, como ficou demonstrado no total de matrículas de alunos no ensino fundamental e médio. A taxa de analfabetismo municipal em 2010 era de 3,88%, portanto inferior a apresentada no estado de Santa Catarina que estava em torno de 5,17%. 9.3.7.2 Saúde pública ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 237 Quanto a infra estrutura de atendimento a saúde, em Itapoá existem 9 unidades de saúde na zona rural e 12 no perímetro urbano. Na zona rural o atendimento médico-odontológico, acontece uma vez por semana, já na zona urbana a frequência é diária com equipe completa do programa da saúde, composta por médico, enfermeira, odontólogo, auxiliar de enfermagem e pessoal administrativo. Cabe ressaltar a existência dos agentes comunitários de saúde que completam o quadro de atenção a saúde Na ADA fica localizada a Unidade Básica de Saúde da Família de Samambaial, que tem uma equipe formada por 1 médico, 1 dentista, 1 enfermeira, 2 técnicos de enfermagem e 7 agentes de saúde, que atendem em período integral. Figura 166 Sede da Unidade de Saúde localizada na Gleba II. A equipe realiza atividades como: acompanhamento de gestantes e bebês, consultas odontológicas, exames preventivos de câncer de colo de útero, vacinas, nebulizações, tratamento odontológico, distribuição de medicamentos básicos, preservativos e contraceptivo, além de realizar ações de planejamento familiar. O município não dispõe de Hospital, sendo que os casos mais graves são encaminhados a Joinville, utilizando ambulância fornecida pelo município. A população pode contar com o Pronto Atendimento 24 horas. As principais doenças registradas pela Secretaria de Saúde Municipal, são as doenças crônicas como diabetes, hipertensão, as doenças respiratórias no inverno e casos de diarréias e alergias no verão, bem como casos de tuberculose, HIV, alcoolismo. Segurança pública ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 238 A infraestrutura de segurança pública existente na área estudada, é constituída pela Delegacia de Polícia do Município de Itapoá, uma unidade do Corpo de Bombeiros e uma Unidade da Brigada Militar. Figura 167: Sede da delegacia de Polícia Civil de Itapoá. Figura 168: Estrutura de segurança do Corpo de Bombeiros, para época de veraneio Os dados relativos as ocorrências registradas em Itapoá pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, serão apresentadas na tabela a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 239 Tabela 23: Síntese das principais ocorrências em segurança Ano N° Homicídios N° Latrocínio N° de Boletins de ocorrência por tráfico de drogas 2010 6 1 14 2011 1 - 26 2012 2 1 33 2013 12 - 46 Fonte: Núcleo de Geoprocessamento e Estatística ( NUGES/DINI/SSP )-2014 De acordo com dados prévios do Mapa da Violência 2014, os valores de homicídios em Santa Catarina são um dos menores do Brasil, conforme pode ser observado na tabela a seguir. Vale ressaltar que a taxa de homicídios é um indicador da criminalidade no local. Tabela 24: Taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Ano Santa Catarina Brasil 2009 13,1 26,9 2010 13,2 27,5 2011 12,6 27,1 2012 12,8 29,0 Fonte- Prévia do Mapa da Violência 2014. Importante ressaltar que o número de homicídios registrados no município de Itapoá em 2013, representa valores elevados, quando considerando a população municipal com menos de 20 mil habitantes. 9.3.8 CULTURA, LAZER E TURISMO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 240 Em Itapoá as atividades de lazer relacionam-se a característica litorânea do município, com mais de 30 Km de orla marítima, assim eo principal atrativo de lazer e turismo está relacionado com o aproveitamento de suas praias. Figura 169: Aspecto da rua a beira mar, com espaço para pedestres e veículos. Figura 170: Cena do cotidiano em Itapoá, chegada e partidas de embarcações. Além disso as características ambientais do município com área de mata atlântica ainda preservadas potencializam as atividades ligadas ao meio ambiente, a cultura e a tradição local, como a pesca artesanal. Figura 171: Campo de futebol de areia próximo a Gleba II. Figura 172: Quadra de esportes próximo a Gleba II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 241 Figura 173 Espaço de lazer junto a APP do Rio Mendanha, na Gleba I. Entre os equipamentos urbanos relacionados com o lazer merecem destaque a Capela de Nossa Senhora do Bom Parto, a Paróquia de Nossa Senhora Imaculada Conceição, o Povoado de Jaguaruna com suas construções históricas, a Rota das Cachoeiras com passeios e ecoturismo, a Baia da Babitonga com praias. Merece destaque também as áreas de natureza preservada, com a exuberância da mata atlântica. O Parque Municipal de Itapoá, e as reservas Particulares do Patrimônio Natural. Figura 174 Vista de placa indicativa de Parque Natural Municipal de Carijós. Entre os eventos que acontecem no município merece destaque a Feira do Artesão de ItapoáItapoart, com apresentações musicais e exposições. A Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro-Padroeira de Itapoá que é realizada no dia 27 de junho ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 242 9.3.9 COMUNIDADES QUILOMBOLAS E INDIGENAS A visibilidade das comunidades negras começou a ganhar expressão a partir da Constituição federal de 1988, que no artigo 68 do Ato das Disposições Transitórias garantiu a propriedade dos moradores das áreas tradicionalmente ocupadas por estes grupos. Baseados nesta lei os quilombolas lutam pela titulação definitiva de suas terras. Os quilombolas podem ser caracterizados como descendentes dos negros africanos, que foram escravizados e procuram manter suas tradições culturais, econômicas de subsistência e religiosa. O conceito mais atual de quilombola consiste como sendo a de comunidades negras rurais, habitadas por descendentes de africanos escravizados, que mantém laços de parentesco e vivem em sua maioria, de culturas de subsistência em terras doadas, compradas ou ocupadas secularmente pelo grupo. Os habitantes destas comunidades valorizam as tradições culturais dos antepassados, religiosas ou não as recriando no presente. Possuem uma história comum, com consciência de sua identidade. No Brasil, segundo o censo de 1988, os estados que menor população negra são Paraná(2,6%) e Santa Catarina(2%). O sul do país não recebeu como no nordeste levas tão grandes de escravos, sendo colonizado principalmente por imigrantes europeus, com economia muito diferente das grandes plantações monocultoras nordestinas. Apesar disto, nos últimos 17 anos foram encontrados mais de 100 redutos negros espalhados pelos três estados da região sul. Em Santa Catarina dados da Fundação Cultural Palmares, demonstraram que foram obtidos de 2004 até 2011, 22 certificados para comunidades quilombolas, em municípios como Garopaba, Paulo Lopes, Santo Amaro da Imperatriz, Porto Belo, Praia Grande, Monte Carlo, Balneário Comburiu, Criciúma, porém nenhum para o município de Itapoá. Portanto na Área de Influência Direta e Indireta do empreendimento não há registro de comunidades quilombolas. A fim de identificar a existência de comunidades indígenas no município de Itapoá, foi realizada busca no site da FUNAI, no mapa da situação fundiária indígena de dezembro de 2013, onde verificou-se a inexistência de terras indígenas demarcadas ou em processo de demarcação. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 243 10 ANALISE AMBIENTAL INTEGRADA E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um instrumento de execução da Política Ambiental Brasileira, de caráter preventivo, concebido como um conjunto de procedimentos técnicocientíficos e político-administrativos, visando garantir a realização de uma análise sistemática dos impactos ambientais decorrentes da implementação de uma proposta de desenvolvimento (planos, programas e projetos) e suas alternativas, a adoção de medidas mitigadoras e o seu acompanhamento sistemático (monitoramento) com a finalidade de embasar a decisão quanto a implantação de determinada atividade. Trata-se, portanto, de um apoio ao processo de tomada de decisão que servirá de embasamento para as definições de medidas de controle a serem tomadas durante o desenvolvimento da atividade proposta por este Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Por meio da RESOLUÇÃO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986, foram estabelecidas as definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes para implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, estabelecida pela Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. A referida Resolução considera como impacto ambiental a alteração, a qualquer escala, das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente que, direta ou indiretamente afetam a saúde, segurança e bem estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS Diversos autores contribuíram para a definição de metodologias e conceitos a serem considerados na Avaliação de Impactos Ambientais, destacando-se Pimentel (1992) que ressalta que esta avaliação deve ser um subsídio para a tomada de decisão, servindo como ferramenta de exame sistemático entre as atividades decorrentes de um determinado empreendimento e os fatores ambientais ocorrentes no local proposto para a implantação deste. Conceitualmente existem diversas metodologias estabelecidas para a avaliação de impactos ambientais de empreendimentos. No presente estudo foram mescladas técnicas tradicionais e ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 244 usualmente comuns para a avaliação dos impactos decorrentes da Regularização Fundiária das Glebas I e II – Itapoá/SC, sendo realizadas primeiramente reuniões entre os técnicos envolvidos na elaboração deste EIA, onde foram realizadas discussões e confrontação das informações obtidas durante os levantamentos de dados primários e secundários para a elaboração do diagnóstico ambiental das áreas de influência do empreendimento (Método Ad Hoc). Com base nesta metodologia, após a realização dos diagnósticos ambientais para os meios físico, biótico e socioeconômico os técnicos se reúnem para discutirem entre si as principais fragilidades observadas em cada meio durante a realização dos estudos, confrontando-as com as características do projeto. Destas reuniões surgiram as listas de prováveis impactos ambientais das diversas fases do empreendimento. Outra atividade desenvolvida pela equipe responsável pela elaboração do presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA para a Avaliação dos Impactos Ambientais do empreendimento foi a elaboração de uma matriz de interação (Matriz de Leopold) onde foram analisadas todas as etapas de operação do empreendimento, identificando-se as ações geradoras, os aspectos ambientais e os impactos ambientais decorrentes destas. Esta relação de causa – efeito, definida por SANCHES, 2006 busca identificar e estabelecer conexões entre as diferentes ações geradoras, que ocorrerão na fase de operação do empreendimento, e os impactos ambientais decorrentes destas, utilizando-se dos aspectos ambientais para esta interconexão. A Figura 175 ilustra a rede de interação aplicada a este empreendimento. Para o presente estudo foram estabelecidas as seguintes definições: Ação Geradora é toda e qualquer atividade decorrente da implantação do empreendimento, estando inclusas neste conceito as atividades de operação do empreendimento, com suas subatividades; Aspecto Ambiental é definido como resultado de uma ação geradora, que por consequência cause um determinado Impacto. É o agente de inter-relação entre a ação e o impacto; Impacto É a consequência fim de determinada ação geradora. É a mudança ocorrida (ou potencial) em determinado parâmetro ambiental em determinado período. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 245 Figura 175: Exemplo de Rede de Interações em atividade de terraplanagem. No decorrer deste capítulo será realizada uma avaliação individualizada dos impactos, considerando-se a etapa de operação do empreendimento. Foram caracterizados tanto os impactos positivos quanto os impactos negativos decorrentes das diversas etapas do empreendimento, sendo que para valoração dos impactos buscou-se contemplar a ocorrência dos impactos individualmente e através de possíveis associações/interações sendo consideradas suas propriedades cumulativas e sinérgicas. Os impactos foram avaliados quanto aos aspectos descritos em sequência, sendo atribuídos valores para comparação dos impactos entre si. Natureza dos Impactos Os impactos ambientais decorrentes de uma determinada atividade podem ocorrer/desencadear ações de forma positiva/benéfica ou de forma negativa/adversa. Para o presente estudo a natureza dos impactos é classificada em positivo ou negativo. Impactos positivos são aqueles que acrescentam benefícios associados a sua ocorrência, e poderão ser potencializados com a adoção de medidas específicas pertinentes ao tipo de impacto. Já os impactos negativos poderão ter seus efeitos mitigados, prevenidos, eliminados ou compensados através da adoção de medidas específicas. Para efeito de valoração dos impactos, a Natureza dos mesmos recebeu a atribuição apresentada na Tabela 25, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 25: Natureza do impacto ambiental Impacto Positivo Impacto Negativo ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 246 + - Localização e espacialização Este parâmetro faz referência à abrangência do impacto frente às áreas de influência definidas neste estudo, sendo que para tanto foram classificados em Localizado na AID, Localizado na AII e Difuso na área de influência. Para efeito de valoração dos impactos e utilização na matriz de avaliação de impactos ambientais, os mesmos receberam uma classificação, a qual é apresentada na Tabela 26. Tabela 26: Localização e espacialização do impacto Impacto Localizado na AID Impacto Localizado na AII Difuso na área de influência 1 2 3 Incidência Indica se um impacto é causado de forma direta, sendo resultado de uma ação geradora específica, ou de forma indireta, sendo a resultante de uma cadeia de vários aspectos ambientais, sendo que espacialmente seus efeitos são observados/percebidos na Área de Influência Indireta – AII. Para efeito de valoração dos impactos, a Incidência recebeu a atribuição apresentada na Tabela 27, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 27: Incidência do impacto ambiental Impacto Direto Impacto Indireto 2 1 Duração Indica o tempo de duração da alteração ambiental, podendo ser temporário, quando determinado impacto tem sua duração finita em um tempo determinado, permanente, quando o impacto se mantém após o término da ação geradora e cíclico, quando o impacto se manifesta em intervalos de tempo ao longo de um período, oriundo de uma ação geradora também recorrente. Para efeito de valoração dos impactos, a Duração recebeu a ponderação apresentada na Tabela 28, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 28: Duração do impacto ambiental Temporário Cíclico Permanente ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 247 1 2 3 Temporalidade Indica a diferença de tempo entre a ocorrência da ação geradora até a etapa em que o impacto se manifesta, podendo este tempo de incidência ser curto prazo, quando o impacto se manifesta logo após ou durante a ocorrência da ação geradora, pode ser médio prazo, quando o impacto leva certo tempo para se externar desde a ocorrência da ação geradora, ou de longo prazo, quando o impacto leva bastante tempo para manifestar-se desde a ocorrência da ação geradora. Para efeito de valoração dos impactos, a Temporalidade recebeu a atribuição apresentada na Tabela 29, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 29: Temporalidade do impacto ambiental Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo 1 2 3 Reversibilidade Indica a possibilidade de, após o encerramento da ação geradora, o meio alterado retornar à sua condição de origem. Quanto à reversibilidade, um determinado impacto pode ser reversível, quando o meio afetado pelo impacto retorna à sua condição de origem, ou irreversível, quando o meio afetado não retorna mais à sua condição de origem, podendo apenas ser o impacto mitigado ou compensado. Para efeito de valoração dos impactos, a Reversibilidade recebeu a atribuição apresentada na Tabela 30, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 30: Reversibilidade do impacto ambiental Reversível Irreversível 1 2 Ocorrência Indica a probabilidade de determinado impacto realmente ocorrer, pode ser certa, quando se sabe que determinado impacto sempre ocorre, pode ser provável, quando não há certeza quanto à ocorrência de um determinado impacto, ou pode ser improvável, quando a ocorrência do impacto é incerta e/ou muito pequena. Para efeito de valoração dos impactos, a Ocorrência ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 248 recebeu a atribuição apresentada na Tabela 31, a qual será utilizada na matriz de avaliação de impactos ambientais. Tabela 31: Ocorrência do impacto ambiental Certa Provável Improvável 3 2 1 Importância Para caracterização da importância de determinado impacto foram definidos atributos objetivos, sendo estes associados ao conhecimento técnico científico sobre os impactos ambientais, podendo a importância de determinado impacto ser baixa, quando se sabe que determinado impacto é irrelevante em termos de perda e/ou alteração ambiental, média, quando o impacto é relativamente relevante, ou alta, quando a ocorrência do impacto causa efeitos relevantes ao meio afetado. A Importância, para fins de avaliação dos impactos, recebeu a valoração apresentada na Tabela 32. Tabela 32: Importância do impacto ambiental Baixa Média Alta 1 2 3 Magnitude Refere-se a grandeza de um impacto em termos absolutos, sendo considerada a intensidade com que um impacto pode se manifestar, um impacto pode ser de baixa magnitude, média magnitude ou de alta magnitude. Foi atribuído um valor objetivo para a os diferentes graus de magnitude de impactos, conforme Tabela 33. Tabela 33: Magnitude do Impacto ambiental Baixa Média Alta 1 2 3 Resumo da avaliação dos impactos ambientais ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 249 Com a atribuição dos valores definidos nos itens acima para os critérios dos atributos dos impactos ambientais é possível comparar impactos positivos com negativos do empreendimento, auxiliando a análise de viabilização da atividade proposta. Na Tabela 34 são agrupados todos os atributos que compõem a avaliação dos impactos ambientais gerados/desencadeados pela urbanização das Glebas I e II. Tabela 34: Pesos atribuídos aos critérios dos atributos de um determinado impacto. Fase de Ocorrência Atributo Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Operação Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude Ponderação ou Critério VALOR ATRIBUÍDO Impacto Positivo + Impacto Negativo - Localizado na AID 1 Localizado na AII 2 Difuso na área de influência 3 Direto 2 Indireto 1 Temporário 1 Cíclico 2 Permanente 3 Curto Prazo 1 Médio Prazo 2 Longo Prazo 3 Reversível 1 Irreversível 2 Certo 3 Provável 2 Improvável 1 Baixa 1 Média 2 Alta 3 Baixa 1 Média 2 Alta 3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 250 Para classificar os impactos quanto a sua significância foram realizadas comparações entre a variação dos diferentes parâmetros para obtermos uma faixa de pontuação que determine o impacto como baixo, médio e alto, conforme apresentado ao final da avaliação dos impactos ambientais. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 251 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A identificação dos impactos ambientais se baseou no cruzamento das atividades necessárias a realização das diferentes etapas do empreendimento, com as características identificadas durante a elaboração dos diagnósticos ambientais dos meios físico, biótico e socioeconômico Na operação do empreendimento, são superados a maioria dos impactos decorrentes da fase de implantação e são gerados outros impactos. Serão descritos neste tópico os impactos identificados pelos técnicos envolvidos neste estudo para a fase de operação do empreendimento. 10.3.1 IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO IMP.01. Alteração da Qualidade de Água Superficial e Subterrânea Este impacto poderá ocorrer ao longo de toda a vida útil do empreendimento. Na fase de operação da área urbanizada é considerado direto, atuante sobre os recursos hídricos, decorrente da geração de efluentes e lançamento dos efluentes sem tratamento para os cursos d’água. Nas proximidades da área de comercialização de pescados, a qualidade das águas superficiais poderá ser prejudicada pela limpeza e processamento do pescado sem medidas de controle ambiental. Deve-se ressaltar que não há rede coletora de esgoto e as residências contam somente com sistemas de fossas e sumidouro, sem a devida manutenção. Pode ser relacionado ainda à possibilidade de derrame acidental de óleo e derivados e à produção de efluentes na área ocupada pelos pescadores. Ressalta-se que a possibilidade de alteração da qualidade de água devido a um derrame acidental de óleo e derivados é um risco inerente a qualquer embarcação. Muitas atividades podem acarretar em derrames potenciais, como acidentes de embarcações e, ainda, acidentes operacionais com abastecimento de combustíveis. Este impacto é negativo e sua classificação, segundo os critérios propostos, é apresentada a seguir. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 252 Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude IMP. 01 – ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA Negativo Localizado na AID Direto Cíclico Longo Prazo Reversíve l Prováv el Alta Médi a - 1 2 2 3 1 2 3 2 Valor Atribuído ao Impacto -16 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Implantação de rede de coleta, tratamento e destinação final dos efluentes; Implantação de Estação de Tratamento de Efluentes, com devido Monitoramento dos efluentes líquidos tratados; Gestão dos resíduos de pescado; Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de fácil mitigação. Locais de Relevância: Margens dos cursos hídricos. IMP.02. Aumento do Assoreamento das Águas Superficiais Ainda durante a fase de operação da área urbanizada, pode ocorrer carreamento de sedimentos aos corpos hídricos mais próximos, através da drenagem natural ocorrente no local. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 253 Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude 1 Temporalidade - Duração Localização e Espacialização Negativo Localizado na AID Incidência Natureza do Impacto IMP. 02 – AUMENTO DO ASSOREAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS Direto Perm anent e Longo Prazo Reversíve l Provável Alta Média 2 3 3 1 2 3 2 Valor Atribuído ao Impacto -17 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Implantação do sistema de controle e direcionamento da drenagem pluvial Dotar o sistema de drenagem pluvial com caixas de retenção de sedimentos e caixas separadoras para óleos e graxas; Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de fácil mitigação. Locais de Relevância: Margens dos cursos hídricos. IMP.03. Poluição por Efluentes Líquidos A geração de efluentes é um dos aspectos de maior importância durante a fase de operação de um empreendimento. Um sistema de tratamento de esgoto doméstico eficiente deve promover a disposição das águas residuárias de forma segura, não comprometendo o solo, os corpos d’água do entorno e a paisagem. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 254 O sistema de tratamento de esgoto deve prever que no lançamento do efluente ele esteja dentro dos parâmetros ambientais requeridos, podendo ser lançado na rede pública de drenagem ou no corpo receptor, ou, ainda, ser reaproveitado no próprio empreendimento, seguindo padrão estabelecido pelas normas e legislações vigentes. Desta forma, os sistemas de tratamento individual podem ser utilizados e proporcionam bons resultados quando projetados de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT: NBR 7229/97 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos e NBR 13969/97 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos. Projeto, construção e operação, projetados por responsável técnico habilitado. Esse sistema apresenta grande vantagem econômica, pois não requer a instalação de rede coletora e não consome energia elétrica. No entanto, se não for projetado e executado corretamente, ou seja, atendendo os requisitos normativos (NBR 7229/97 e NBR 13969/97), pode comprometer a qualidade do corpo hídrico receptor. Esses sistemas quando acrescidos de unidades de tratamento avançado como unidades de desinfecção, reduzem significativamente a possibilidade de contaminação das águas com micro-organismos patógenos. Em relação à disposição dos efluentes, a qualidade das águas deverá ser monitorada. Em ambos os casos, a eficiência do tratamento e a qualidade do efluente final também deverão ser monitorados por profissional habilitado. O afluxo de efluentes tratados terá como destino as águas superficiais. Considerando que os mesmos só poderão ser dispostos caso suas variáveis atenderem os níveis especificados em legislação pertinente, o potencial efeito sob as águas não deverá alterar sua qualidade. Tendo em vista os possíveis efeitos sobre o ambiente e a saúde humana, este é um impacto negativo e sua classificação, segundo os critérios propostos, é apresentada a seguir. Magnitude Importância Ocorrência Reversibilidade Temporalidade Duração Incidência Localização e Espacialização Natureza do Impacto IMP. 03 – POLUIÇÃO POR EFLUENTES LÍQUIDOS ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 255 Negativo Localizado na AID Direto Perm anent e Longo Prazo Reversíve l Prováv el Alta Médi a - 1 2 3 3 1 2 3 2 Valor Atribuído ao Impacto -17 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Projeto e construção de Estação de Tratamento de Esgotos; Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de média mitigação. Locais de Relevância: Margens dos cursos hídricos. IMP.04. Geração de Resíduos Sólidos Os impactos negativos derivados do crescimento da infraestrutura residencial sobre o sistema de saneamento básico são reconhecidos. Cumulativamente, este fato pode trazer consequências prejudiciais tanto para a população local quanto para os turistas, assim como para a balneabilidade das praias e para a qualidade dos recursos hídricos. O controle e monitoramento são essenciais para mitigar este impacto. Este impacto ocorre na fase de operação empreendimento, e poderá ocorrer como impacto direto sobre os componentes do solo. A produção de resíduos é um potencial impacto inerente ao empreendimento. Os resíduos devem ser controlados e encaminhados para reciclagem, sendo que o armazenamento e a destinação final destes deverão ser feitas de forma a evitar que resíduos sejam dispostos de maneira incorreta, podendo vir a poluir e contaminar cursos d’água e o solo, além de impactar a paisagem. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 256 O descarte inadequado de resíduos sólidos possui o potencial de poluir e contaminar corpos d’água e afetar a fauna e a flora, além de impactar a paisagem. Ao serem carreados pelas águas de drenagem, os resíduos sólidos podem ainda alcançar o córrego (próximo do mar) e o mar, afetando também a vida marinha. Empreendimentos que buscam a sustentabilidade devem seguir alguns princípios básicos na gestão de seus resíduos, tais como a redução na sua geração, redução do desperdício de materiais, reaproveitamento ao máximo, localmente e em pequena escala, e a coleta seletiva de materiais recicláveis, rejeitos e resíduos perigosos. A coleta seletiva é uma alternativa para minimizar a quantidade de resíduos enviada para o aterro sanitário, contribuindo para o aumento da sua vida útil. Além disso, os materiais recicláveis podem ser coletados por catadores e cooperativas da comunidade local, contribuindo para a geração de emprego e renda, além de possibilidades de geração e aumentos de tributos municipais. Considerando que o Município já possui um sistema de coleta seletiva implantado, para efetivamente minimizar a produção de resíduos e propor alternativas de disposição e reciclagem, recomenda-se que a Prefeitura Municipal de Itapoá faça uma readequação no programa de gestão de resíduos sólidos. Para o acondicionamento dos resíduos nas residências, a prefeitura deverá estabelecer um conjunto de coletores seletivos, com cores e modelo padrão, conforme a Resolução CONAMA n° 275/2001, dispostos em locais estratégicos e/ou com grande circulação de pessoas. Recomenda-se também a reforma da estrutura e organização da Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá, localizada na Rua do Peixe, nº 92, (Gleba II) e a regularização do licenciamento ambiental, contendo o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS. Tendo em vista o acima exposto, entende-se que tal impacto é negativo, sendo que sua classificação, segundo os critérios propostos, é apresentada a seguir. Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude IMP.04 – GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Negativo Localizado na AID Direto Perma nente Curto Prazo Reversível Certo Média Baixa ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 257 - 1 2 3 1 1 Valor Atribuído ao Impacto 3 2 1 -14 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Não depositar resíduos diretamente no solo, acondicionando-os e destinando-os a locais adequados; Regularização do Licenciamento Ambiental da Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá; Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos gerados para a Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá. Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de média mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento IMP.05. Contaminação do Solo Este impacto é considerado indireto, atuante sobre o componente solos. Decorre da geração de efluentes e resíduos sólidos, bem como do manuseio de produtos perigosos. Os efluentes tratados tem o potencial de contaminar o solo, no caso de lançamento através de sumidouros ou valas de infiltração. Outra fonte potencial de contaminação do solo diz respeito à produção e estocagem inadequada dos resíduos sólidos. Esse impacto é negativo e sua classificação, segundo os critérios propostos, é apresentada a seguir. IMP.05 – CONTAMINAÇÃO DO SOLO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 258 Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude Negativo Localizado na AID Direto Perm anent e Curto Prazo Irreversív el Provável Baixa Baixa - 1 2 3 1 2 2 1 1 Valor Atribuído ao Impacto -13 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Projeto e construção de Estação de Tratamento de Esgotos (ETE); Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de média mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento 10.3.2 IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO No âmbito do meio biótico, devido à geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos pode favorecer a proliferação de vetores. IMP.06. Aparecimento de Vetores ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 259 Como já citado anteriormente os impactos da geração de resíduos sólidos e líquidos poderá também aumentar a ocorrência de vetores. Devera ser realizada a disposição temporária adequada dos resíduos sólidos, evitando o acúmulo, que pode ocasionar um aumento na proliferação de vetores. Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude IMP.06 – Aparecimento de Vetores Negativ o Localizad o na AID Direto Temporári o Curto Prazo Reversív el Improváv el Baix a Baixa - 1 2 1 1 1 1 1 1 Valor Atribuído ao Impacto -9 Ações Recomendadas: Medidas Ambientais Propostas: Projeto e construção de Estação de Tratamento de Esgotos (ETE); Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos gerados para a Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá. Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas ambientais mitigadoras e programas ambientais é Alto. Impacto de média mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 260 10.3.3 IMPACTOS SOBRE O MEIO SÓCIO ECONÔMICO Constata-se que no meio socioeconômico tem-se a alteração positiva de maior importância, que é o aumento da confiabilidade e melhoria da qualidade no fornecimento de energia elétrica, decorrente da operação do empreendimento. IMP.07. Alteração da Taxa de Emprego no Setor Terciário Este impacto ocorrerá em decorrência da contratação de mão-de-obra diretamente vinculada a ele e devido a demanda nos estabelecimentos comerciais em de serviço em nível local. Associado a este aumento do nível de empregos temporários e permanentes, virá um incremento da massa salarial que repercutirá em maior consumo de bens e serviços nas localidades impactadas, afetando positivamente o comércio e a arrecadação de tributos. Os rendimentos de um contingente da população também podem perceber melhoras pela execução de tarefas autônomas e trabalhos de finais de semana, introduzindo renda extra nos seus ganhos mensais. Ressalta-se que, com a operação do empreendimento, ocorre um aumento na geração de empregos diretos, relacionados a empregados domésticos, jardineiros e auxiliares de serviços gerais, além das vagas de empregos indiretos. Desta forma, avalia-se como impacto positivo, sendo que sua classificação, segundo os critérios propostos, é apresentada a seguir. Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude IMP.07 – ALTERAÇÃO DA TAXA DE EMPREGO NO SETOR TERCIÁRIO Positivo Localizad o na AID e AII Direto Permanent e Longo Prazo Reversível Certo Alta Médi a + 3 2 3 3 1 3 3 2 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 261 Valor Atribuído ao Impacto +20 Ações Recomendadas: Medidas Propostas: Deve-se priorizar a contratação de mão-de-obra local, a partir de programas de capacitação e qualificação profissional Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas de controle é Alto. Impacto de fácil mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento IMP.08. Alteração das Atividades Comerciais e de Serviços O setor comercial é beneficiado pelo empreendimento. Esta ação acarreta na melhor distribuição de mercadorias, veículos e pedestres, aumentando o fluxo de clientes nos estabelecimentos comerciais. Com o gerenciamento dos resíduos com base na coleta seletiva, a produção de resíduos sólidos pelo empreendimento se transforma em impacto positivo na medida em que tornar uma fonte de emprego e renda, estabelecidos a partir da separação e triagem dos materiais recicláveis da Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá. Magnitude Importância Ocorrência Reversibilidade Temporalidade Duração Incidência Localização e Espacialização Natureza do Impacto IMP.08 – ALTERAÇÃO DAS ATIVIDADES COMERCIAIS E DE SERVIÇOS ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 262 Positivo Localizad o na AID e AII Direto Permanent e Longo Prazo Reversív el Certo Alta Médi a + 3 2 3 3 1 3 3 2 Valor Atribuído ao Impacto +20 Ações Recomendadas: Medidas Propostas: Deve-se priorizar a contratação de mão-de-obra local, a partir de programas de capacitação e qualificação profissional. Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas de controle é Alto. Impacto de fácil mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento IMP.09. Aumento da Demanda de Serviços e Equipamentos Sociais A infraestrutura local pode sofrer impactos negativos como: frota de veículos circulando pelas vias de tráfego, aumento na geração de efluente, maior demanda de serviços como coleta de resíduos sólidos, abastecimento de água, energia elétrica, saúde e segurança pública. Natureza do Impacto Localização e Espacialização Incidência Duração Temporalidade Reversibilidade Ocorrência Importância Magnitude IMP.09 – AUMENTO DA DEMANDA DE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS SOCIAIS Negativo Localizado na AID Indireto Permanente Longo Prazo Reversível Certo Alta Médi a ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 263 - 1 1 3 3 Valor Atribuído ao Impacto 1 3 3 2 +17 Ações Recomendadas: Medidas Propostas: Manutenção constante das áreas de lazer; Instalação de infraestrutura acessível aos portadores de deficiências especiais; Segurança nos locais ao ar livre. Efeito Esperado: O Efeito esperado da adoção das medidas de controle é Alto. Impacto de média mitigação. Locais de Relevância: Toda a extensão do empreendimento ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 264 MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS Para melhor visualização e apoio a tomada de decisão, foi elaborada uma Matriz Síntese dos Impactos Ambientais, que ilustra a ocorrência dos impactos por meio que atingem, associados aos aspectos ambientais das atividades. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 265 Biótico OPERAÇÃO Socioeconômico PONDERAÇÃO MAGNITUDE IMPORTANCIA OCORRENCIA REVERSIBILIDADE TEMPORALIDADE DURAÇÃO INCIDÊNCIA IMPACTO LOCALIZAÇÃO E ESPACIALIZAÇÃO MEIO Físico ETAPA NATUREZA DO IMPACTO MATRIZ DE COMPARAÇÃO DOS IMPACTOS Alteração da Qualidade de Água Superficial e subterrânea Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Cíclico 2 Longo Prazo 3 Reversível 1 Provável 2 Alta 3 Média 2 16 Aumento do Assoreamento das Águas Superficiais Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Permanente 3 Longo Prazo 3 Reversível 1 Provável 2 Alta 3 Média 2 17 Poluição por Efluentes Líquidos Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Permanente 3 Longo Prazo 3 Reversível 1 Provável 2 Alta 3 Média 2 Geração de Resíduos Sólidos Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Permanente 3 Curto Prazo 1 Reversível 1 Certo Contaminação do Solo Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Permanente 3 Curto Prazo 1 Irreversível 2 Provável Aparecimento de Vetores Negativo - Localizado na AID 1 Direto 2 Termporário 1 Curto Prazo 1 Reversível 1 Alteração da Taxa de Emprego no Setor Terciário Positivo + Localizado na AID e AII 3 Direto 2 Permanente 3 Longo Prazo 3 Reversível Alteração das Atividades Comerciais e de Serviços Positivo + Localizado na AID e AII 3 Direto 2 Permanente 3 Longo Prazo 3 Aumento da Demanda de Serviços e Equipamentos Sociais Positivo - Localizado na AID 1 Indireto 1 Permanente 3 Longo Prazo 3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 266 3 Média 2 Baixa 1 2 Baixo 1 Baixa 1 17 14 13 Improvável 1 Baixa 1 Baixa 1 9 1 Certo 3 Alta 3 Média 2 20 Reversível 1 Certo 3 Alta 3 Média 2 20 Reversível 1 Certo 3 Alta 3 Média 2 17 11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS O empreendimento em questão, ou seja a área urbana do município de Itapoá, inserida no bairro Itapema do Norte, denominado Glebas I e II, se constitui, conforme apresentado em diversos outros capítulos, em área urbana já consolidada, com estrutura já implantada e operante, remontando esta ocupação até anterior a década de 50. Por se tratar de empreendimento já implantado, se fazem difíceis as recomendações técnicas relacionadas a sua implantação ou a implementação de medidas minimizando io impacto de sua construção. Sendo este o momento de maior alteração ambiental, e este momento remontando ao passado, essas medidas já não são mais passiveis de implementação. Assim, todo o contexto de programas ambientais associados ao empreendimento, se consistirão de medidas e recomendações técnicas, visando adequar e melhorar a estrutura já existente e implantada mestas glebas. Conforme apresentado neste documento, uma importante carência no contexto do empreendimento é a ausência de estrutura de saneamento básico, sendo esta demanda atendida individualmente com sistema individual de fossa filtro, ou disposição irregular no sistema de drenagem pluvial e/ou fluvial. Conforme Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Itapoá, elaborado em março de 2015, a Prefeitura Municipal de Itapoá vem buscando realizar projetos e obras de saneamento que possibilitem um aumento significativo na qualidade de vida e na saúde pública e ambiental do município, sendo assim no contexto da regularização fundiária, um dos objetivos é a urbanização e adequação da estrutura urbana que atende estas Glebas. Assim, as medidas de controle ambiental propostas e recomendadas, são: Implantação de rede de coleta, tratamento e destinação final de efluentes, incluindo nestes a gestão e destinação adequada de resíduos de pescado, visto a importância pesqueira da área do empreendimento. Implantação de Estação de Tratamento de Esgotos para atendimento da população da área do empreendimento. Implantação de sistema de controle e direcionamento de aguas pluviais, visto a susceptibilidade a inundações da área em questão, bem como a ausência destas estruturas em diversas ruas das glebas, Elaborar um Plano de gerenciamento de resíduos sólidos e obter a regularização e estruturação da Associação dos Catadores e Carroceiros de Itapoá, cuja sede se situa na Gleba II. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 267 Manutenção constante das áreas de lazer e serviços públicos, visando o atendimento adequado a população. Implantação de infraestrutura de acessibilidade a portadores de deficiências especiais. Implantação do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Carijós, visto a sua fragilidade em segurança, ausência de estrutura de controle de acesso, bem como presença de residências e criação de animais domésticos no local, inclusive em área de APP do rio Saí- Mirim. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS GLEBAS I E II ITAPEMA DO NORTE – ITAPOÁ/SC Página 268 12 BIBLIOGRAFIA ABRUNHOSA, P. A.; WOGEL, H.; POMBAL JR., J. P. Anuran temporal occupancy in a temporary pond from the Atlantic rain forest, south-eastern Brazil. Herpetological Journal, 16: 115-122. 2006. AMPHIBIAWEB: Information on amphibian biology and conservation. [web application]. 2014. Berkeley, California: AmphibiaWeb. Available: http://amphibiaweb.org/. (Accessed: Feb 1, 2014). ALVARES, D. J. 2011. Modelagem de distribuição geográfica dos répteis ameaçados de extinção no Sul do Brasil e análise de áreas prioritárias para conservação. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. AMORIM, J. F.; PIACENTINI, V. Q. Novos registros de aves raras em Santa Catarina, Sul do Brasil, incluindo os primeiros registros documentados de algumas espécies para o Estado. 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