Sumário do Relatório

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Sumário do Relatório
Sumário do Relatório
No século XX, com o desenvolvimento social e o progresso da humanidade, a esperança de
média de vida das pessoas aumentou 20 anos, estimando-se que até 2050 se prolongará ainda
mais 10 anos. A tendência do crescimento rápido da população significa que até a meados do
presente século, metade da população mundial passará a ser constituída por idosos. O
envelhecimento populacional já é um problema mundial. Em Macau, os residentes com idade
igual ou superior a 60 anos ocupam 10,6% da população total, tendo-se entrado numa sociedade
envelhecida. O problema relativo à saúde e cuidados permanentes dos idosos é um desafio que a
sociedade tem que encarar à medida que se desenvolve. Incumbido pelo Instituto de Acção
Social (IAS) da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), em Julho e Agosto de 2004,
efectuámos com êxito uma entrevista domiciliária a 2.039 idosos com idade igual ou superior a
60 anos, dispersos pelas 6 freguesias de Macau e realizámos uma avaliação sobre a procura do
serviço de cuidados permanentes, referindo-se principalmente às seguintes 9 partes: cognição,
hábitos de vida, habilidade nas actividades quotidianas, estado de saúde, situação da utilização
do serviço de cuidados permanentes a idosos, saúde psicológica, informações básicas, situação
familiar e avaliação da saúde.
Objectivo do estudo:
(1) Avaliar a situação geral da saúde e dos hábitos de vida dos idosos;
(2) Avaliar a sua acção cognitiva e disposição psicológica;
(3) Avaliar a sua habilidade em actividades quotidianas e métodos de tratamento de problemas
diários;
(4) Avaliar a situação sobre a sua utilização e procura do serviço de cuidados permanentes;
(5) Analisar a situação sobre a sua segurança doméstica e o apoio social.
Metodologia:
Após avaliação do questionário, os especialistas consideram que o grau de eficácia do seu
conteúdo é de 0,98, e através da avaliação unânime interna das questões incluídas no
questionário, referentes a 4 partes — a cognição, a habilidade nas actividades quotidianas, a
depressão em idosos e a respectiva rede social, foram obtidos os valores α (Cronbach Alpha) dos
seus coeficientes de credibilidade, que são respectivamente de 0,77, 0,78, 0,83 e 0,80. Todos os
dados foram analisados e tratados com o SPSS 11.0 (Statistical Package for Social Sciences). Os
dados numéricos foram descritos principalmente com base nos números de frequência e na
percentagem, tendo sido verificados através do Chi-squareTest; quanto aos dados quantitativos,
adoptaram-se a sua média, o desvio padrão, o método de análise de T-test e o método de análise
de variação de Pearson para descrever as suas características de distribuição.
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Resultados principais do inquérito:
(1) A situação geral da saúde dos idosos de Macau é relativamente boa; o número de pessoas
idosas do sexo feminino é maior do que o de pessoas do sexo masculino, encontrando-se
49,1% das pessoas do sexo feminino em estado de viuvez. As doenças mais comuns dos
idosos entrevistados são as dores nas articulações e dores na região lombar e nas costas;
84,5% dos idosos sofrem de uma ou mais doenças. Entre os idosos inquiridos, 46,6%
padecem de hipertensão; 35,9%, de catarata e outras doenças dos olhos; 20,7% de doença
degenerativa nas articulações; 19,4% de cardiopatia, e 18,4% de diabetes. Os idosos
carecem de actividades de recreio, de carácter intelectual.
(2) Os idosos têm habilidade nas actividades quotidianas, podendo viver independentemente.
Há parte dos idosos que necessitam de cuidados quando defecam, urinam, sobem ou descem
escadas, ou tomam banho. No que respeita à vida doméstica e actividades sociais, a
habilidade dos idosos enfraquece mais evidentemente nos seguintes aspectos: tratar dos
trabalhos domésticos, preparar comidas, tomar autocarros e visitar parentes ou amigos.
(3) Há 23,9% dos idosos que têm a função cognitiva prejudicada em diferentes níveis, e dentre estes
17,0% têm a cognição ligeiramente prejudicada. Há 10,4% dos idosos que se encontram em
estado de depressão e há 26,6% que têm uma rede social insuficiente. Através da análise do estado
de cognição dos idosos inquiridos, do seu estado de depressão, rede social e habilidade nas
actividades quotidianas, realizada com o método de Pearson, verificou-se que o estado de
cognição dos idosos apresenta uma relação negativa com o seu estado de depressão (r = -0,208 ,
p<0,01) e uma relação positiva com a sua rede social e com a sua habilidade nas actividades
quotidianas (sendo o “r” respectivamente igual a 0,136 e 0,306, p<0,01); o estado de depressão
dos idosos apresenta uma relação negativa com a sua rede social e com a sua habilidade nas
actividades quotidianas (sendo o “r” respectivamente igual a -0,396 e -0,134, p<0,01); a rede
social dos idosos apresenta uma relação positiva com a sua habilidade nas actividades quotidianas
(r =0,112, p<0,05).
(4) Quanto à respectiva procura do serviço de assistência médica, nos três meses anteriores à
entrevista, 75,1% dos idosos inquiridos utilizaram os serviços de consulta externa ou
urgente, e 5,4% deles estiveram internados em hospitais. As dificuldades que encontraram
nas consultas médicas seguem a seguinte ordem: o tempo de espera demasiado longo,
dificuldade económica, meios de transporte inconvenientes, falta de acompanhantes, etc.
(5) Os idosos entrevistados manifestaram que as ajudas de que precisavam mais eram o apoio
económico, habitação social, serviço de limpeza doméstica, assistência médica gratuita, etc.
O inquérito mostra que eles conhecem insuficientemente o conteúdo dos serviços existentes;
os que têm a cognição ligeiramente prejudicada são os que utilizam mais os serviços
prestados. A maioria dos idosos inquiridos expressaram a sua satisfação com os serviços de
que beneficiaram, mas 16,0% dos entrevistados consideram os serviços insuficientes,
inadequados, desinteressantes, caros ou situados em locais de difícil acesso.
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(6) As instalações básicas habitacionais dos idosos inquiridos são boas. O inquérito mostra que
7,2% dos idosos inquiridos sofreram acidentes em casa nos três meses anteriores à
entrevista, sobretudo quedas. Os factores de perigo existentes nas residências dos idosos são
principalmente os seguintes, a falta de corrimão e tapete anti-derrapante nas casas de banho,
utilização de tapetes em casa, a longa distância entre o quarto e a casa de banho, etc.
(7) A situação de cognição, do estado de depressão e da rede social dos idosos isolados são
piores do que a dos idosos que não vivem sozinhos (p<0,05). Cerca de um terço dos idosos
isolados exprimem que quando encontram grandes dificuldades na sua vida quotidiana,
ninguém lhes dá apoio. Com o aumento da idade, eleva-se a taxa de viuvez, o que pode
provocar o aumento do número de idosos isolados.
(8) Quando os idosos se encontram isolados, têm cognição com valores ≤4; habilidade nas
actividades quotidianas com valores ≤84; depressão senil com valores ≥8; rede social com
valores ≤19; ou sofrem de várias doenças ou de doenças crónicas e não tendo ninguém que
cuide deles nestas situações, a avaliação dos resultados do inquérito mostra que 23,1% deles
enfrentam duas destas situações e 12,9% enfrentam três ou mais destas situações.
Discussão e propostas:
Face aos resultados supracitados, realizamos um estudo com base no sexo, estado civil, situação
económica, situações de saúde fisiológica e psicológica, ambiente doméstico, problemas dos
idosos isolados e dos serviços sociais, tendo analisado a situação actual dos serviços de cuidados
permanentes em Macau nos aspectos referentes à compreensão dos idosos sobre o conceito de
“envelhecimento”, à educação pública e ao papel e responsabilidade dos indivíduos, das famílias,
das instituições, da sociedade e do Governo. Os resultados do inquérito mostram que todos os
idosos, quer os que vivem ou não independentemente, quer os que vivem ou não isolados, quer
os que têm receitas altas ou baixas, consideram que o apoio económico é o mais necessário. Na
verdade, alguns casos não podem ser resolvidos apenas com o apoio económico pois os idosos
entrevistados esperam ainda receber cuidados físicos da família e da comunidade, participar em
actividades comunitárias e receber oportunamente tratamento médico e cuidados especiais
domiciliários quando estão doentes. De acordo com a situação actual do serviço de cuidados
permanentes aos idosos, propomos o reforço do serviço domiciliário comunitário, o
aperfeiçoamento do sistema de gestão do serviço de cuidados permanentes e a implementação da
gestão coordenada dos diversos serviços e instituições governamentais e particulares. Tudo isto
se relaciona com a elevação da qualidade do serviço social e a concretização da meta de construir
em comum uma sociedade harmoniosa em Macau. O estudo do presente relatório com base nos 3
aspectos: idosos e suas famílias, serviço social eficaz e viável, bem como as políticas
relacionadas, irá permitir a apresentação de propostas que poderão servir de referência no
aperfeiçoamento posterior da política do Governo sobre o sistema do serviço de cuidados
permanentes aos idosos, que possa satisfazer a necessidade destes nos próximos 5 a 10 anos
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1. Introdução
Com o desenvolvimento social, o progresso científico e tecnológico, a mudança de tipos de
doenças dos nossos tempos e o aumento da esperança de vida das pessoas, o envelhecimento
populacional já se tornou um problema mundial. O crescimento rápido da população idosa
significa que o número de idosos com idade igual ou superior a 60 anos aumentará em cerca de
600 milhões no ano 2000 para 2,000 milhões em 2050, prevendo-se que a percentagem da
população idosa do mundo aumentará de 10% em 1998 para 15% em 2025 e para 21% em 2050.
Merece atenção que dentro da população idosa aumentada, o grupo de pessoas com idade
superior a 80 anos é a que aumentou com mais rapidez (segundo dados da ONU, 2002), o que
conduz ao aumento da procura dos diversos serviços profiláticos comunitários.
Quadro 1.1
Previsão da mudança de percentagens de idosos com idade igual ou superior a 60 anos
em diversos países e regiões
País ou região
2000 (%)
2025 (%)
2050 (%)
Japão
23,2
35,1
42,3
Coreia do Sul
11,0
24,1
33,2
Singapura
10,6
30,0
35,0
Tailândia
8,1
17,1
27,1
China Continental
10,1
19,5
29,9
Hong Kong, China
14,3
28,2
35,4
Macau, China
9,7
29,4
38,5
Fonte: United Nation Economic and Social Commission for Asia and the Pacific(2002).
Em Macau, devido à baixa taxa de natalidade e ao aumento da média de vida dos
residentes, o número absoluto e a percentagem dos idosos entre a sua população têm vindo a
aumentar e o envelhecimento da sua sociedade tem-se tornado cada vez mais grave. As
estatísticas demográficas de 1999 a 2004 mostram que (Quadro 1.2) a população com idade
igual ou superior a 60 anos vem aumentando anualmente, tendo a respectiva percentagem
aumentado para 10,6%, sendo mais evidente o aumento dos idosos com idade igual ou superior
a 75 anos (DSEC, 2004, 2005). Segundo o Relatório de Previsão Demográfica do Governo da
RAEM, baseado no resultado do censo de 2001, realizou-se o cálculo estimado, cujo resultado
mostra que em 2011, os idosos com idade igual ou superior a 65 anos serão 8,6% da população
total de Macau; em 2021, serão 15,2%, e em 2026, serão 19,8% (DSEC, 2003).
Quadro 1.2
Estatística demográfica das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos em Macau de 1999 a 2004
1999
2000
Ano
2001
60~64
9.927
9.915
65~69
10.136
70~74
Grupo
etário
2002
2003
2004
9.966
10.190
10.587
11.684
9.980
9.906
10.003
10.066
10.312
8.430
8.728
9.046
9.352
9.564
9.829
≥75
11.517
11.837
13.270
14.612
15.874
17.637
Total
40.010
40.460
42.188
44.157
46.091
49.462
4
Com o aumento contínuo da percentagem da população idosa de Macau, a carga do serviço de
assistência médica social com estes tem vindo a tornar-se cada vez mais pesada, tendo
aumentado o número de idosos doentes internados nos dois hospitais de Macau (DSEC, 2002;
Hospital Kiang Wu de Macau, 2002, 2003, 2004). Em 2003, morreram em Macau 1.474 pessoas,
das quais as de idade igual ou superior a 60 anos ocupam 75,7%, ou seja, entre cada 4 mortos, 3
são idosos; as causas de morte são principalmente os tumores e as doenças dos sistemas
circulatório e respiratório (DSEC, 2002).
Os problemas trazidos pelo envelhecimento populacional tornam-se cada vez mais graves, sendo
necessário chamar a atenção do Governo e da sociedade para prestarem mais atenção a esta
comunidade mais fraca, estimulando o planeamento de políticas e a participação da sociedade em
geral. Desde o retorno de Macau à Pátria, o Governo da RAEM tem vindo a prestar grande
atenção ao serviço social. Nos últimos anos, tem sido elaborada uma série de políticas para a
prestação de cuidados aos idosos e para a melhoria da rede de serviço social. O Governo indicou
no seu Relatório das Linhas de Acção Governativa: “Seguindo os quatro princípios,
nomeadamente, os princípios de igualdade, da eficácia, da solidariedade e da participação, a
política social é definida no sentido de dinamizar a colaboração com as instituições da
comunidade para a promoção de actividades no domínio de serviço social que se fazem sentir na
sociedade, com vista a prestar apoio aos indivíduos e famílias em situação precária, bem como
aos grupos desfavorecidos da comunidade, nomeadamente, crianças, idosos, pessoas deficientes,
doentes mentais e toxicodependentes, a recuperar a sua função social, reforçar a sua capacidade
de sobrevivência e elevar a qualidade da sua vida.” (Relatório das Linhas de Acção Governativa,
2000). Entretanto, o Governo deve fazer estudos sobre a política para a assistência social aos
idosos a fim de atingir, na prestação de serviços à terceira idade, a meta de os idosos terem
garantida a alimentação, a possibilidade de se cultivarem e conseguirem realizar-se
individualmente. Através do desenvolvimento do programa de rede do serviço de cuidados
comunitários, reforçar-se-á a visita domiciliária e outros diversos serviços de apoio aos idosos
isolados, e através da organização de diversas discussões temáticas e cursos de estudo sociais,
elevar-se-á a qualidade dos serviços prestados pelos lares e residências para idosos, elevar-se-á a
habilidade dos trabalhadores que prestem serviços de cuidados domésticos (Relatório das Linhas
de Acção Governativa, 2001, 2002, 2003).
Ao longo dos tempos, existiam em Macau as práticas de o Governo e organizações não
governamentais prestarem aos idosos diversos tipos de apoio e assistência social, serviços de
tratamento médico e serviços comunitários (Lei Pang Chu, 2003). No período inicial, prestaram
principalmente a idosos pobres o apoio económico, auxílio em espécie e serviço de abrigo e,
mais tarde, os serviços estenderam-se gradualmente para a prestação, a pobres comuns, de
serviços de assistência social, incluindo o apoio financeiro, profilaxia, cuidados de saúde
primários e diferenciados (especiais), educação relacionada, cuidados domésticos ou
comunitários.
No aspecto da prestação de serviços de cuidados domésticos mais adequados aos idosos, o
Governo da RAEM, tendo em conta a tendência do crescimento populacional, tem elaborado
5
políticas e medidas para consolidar a prestação de atenção às comunidades fracas, reforçar as
funções sociais dos agregados familiares e ampliar as funções de apoio comunitárias e os
serviços permanentes de cuidados aos idosos. Além disso, o Governo tem ainda estabelecido os
critérios de avaliação dos utentes e tem reforçado ainda mais o apoio e o acompanhamento da
saúde dos idosos isolados (Relatório das Linhas de Acção Governativa, 2003). Tudo isto
significa que para transformar Macau numa sociedade harmoniosa e cheia de vigor, em que “os
idosos sejam respeitados, as crianças sejam apoiadas e todos se dêem ajuda e protecção mútuas”,
é necessário efectuar estudos contínuos da estratégia dos serviços de cuidados permanentes aos
idosos nos agregados familiares e em toda a sociedade, aperfeiçoar os serviços de cuidados
permanentes correspondentes à necessidade local de Macau, melhorar a qualidade de vida dos
idosos e elevar, ao mesmo tempo, a qualidade da vida de toda a população.
Segundo dados do Instituto de Acção Social (de 2004), há em Macau 61 asilos para idosos de
diversos tipos, com mais de 8.000 utentes registados. O conteúdo dos serviços prestados por eles
podem satisfazer a procura dos idosos de Macau? Quais são as características do estado de saúde
dos idosos de Macau? Como é que é o apoio familiar e social de que beneficiam? Como é que é a
situação actual da sua utilização dos serviços de tratamento médico e cuidados da saúde? O
presente estudo vai avaliar a situação da saúde dos idosos de Macau, a sua habilidade em tratar a
vida quotidiana e a sua utilização dos serviços de cuidados permanentes com a finalidade de
conhecer a sua procura real do serviço social e apresentar propostas e bases de referência para
elaborar e implementar estratégias e medidas tendentes para a prestação de ainda melhores
serviços de cuidados permanentes aos idosos.
1.1
Objectivo do estudo
i)
Avaliar a situação geral da saúde e hábitos de vida dos idosos;
ii)
Avaliar a sua acção cognitiva e disposição psicológica;
iii)
Avaliar a sua habilidade nas actividades quotidianas e métodos de tratamento de
problemas diários;
iv)
Avaliar a situação sobre a sua utilização e procura de serviços de cuidados permanentes;
v)
Analisar a situação do apoio social prestados ao idosos de Macau na sua vida quotidiana,
segurança doméstica e serviços de cuidados permanentes, para apresentar opiniões sobre a
melhoria destes serviços e dos assuntos relacionados.
1.2
Alvo do inquérito
Os destinatários do presente inquérito são idosos residentes em Macau, que completaram os 60
anos de idade até ao fim de Dezembro de 2004. Entre 3 de Julho e 31 de Agosto de 2004, foram
feitas visitas domiciliárias a 4.500 unidades de alojamento das 6 freguesias de Macau e, entre os
2.506 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, foram entrevistadas com êxito 2.039 pessoas,
tendo a taxa de êxito atingido os 81,4%.
6
2. Retrospectiva de Documentos
2.1
Características de idosos
Segundo a norma definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1956, nos países
desenvolvidos as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos são consideradas como idosas e
nos países em desenvolvimento são definidos como idosos, os indivíduos com idade superior a
60 anos (OMS, 1956). No presente estudo os entrevistados com idade igual ou superior a 60 anos
são considerados idosos. A doutrina sobre os cuidados de idosos indica claramente que a velhice
significa mudanças degenerativas na vida de uma pessoa ocorridas na sua forma corporal e
funções orgânicas, depois de atingida a idade madura e à medida que a idade aumenta,
manifestando-se principalmente na redução da habilidade de adaptação, da imunidade e da
capacidade de cuidar de si própria (Yin Lei, 2000). Os idosos não só têm que enfrentar as
mudanças físicas, corporais e fisionómicas, mas também se vêem obrigados a encarar uma série
de grandes mudanças na sua posição social relativa, na sua relação com os outros e na sua
psicologia social, tais como a mudança da situação económica depois da sua reforma, a mudança
da vida quotidiana e dos tempos livres, a mudança da saúde e contracção de doenças, etc. Tudo
isto exerce efeitos sobre a sua vida de velhice. Com o aumento da idade, a participação social
dos idosos também pode sofrer diversas mudanças, tais como a cessação de trabalho, o abandono
do papel dirigente de uma organização social, a perda do cônjuge, o aumento da sua dependência
perante os outros, a mudança do papel familiar e social depois da incorporação na comunidade
idosa. Se não puderem adaptar-se plenamente a estas mudanças, a sua saúde psicológica será
prejudicada (Yin Lei, 2000; Dai Yuci, 1998). Face à diminuição das faculdades fisiológicas dos
idosos, os problemas relativos a doenças e invalidez, famílias que cuidam de idosos, conteúdo
dos serviços sociais, distribuição e utilização dos diversos recursos sociais são os que merecem
maior atenção no aumento contínuo da população idosa e agravamento do problema de
envelhecimento social, sendo a prestação de cuidados permanentes um desafio que os
trabalhadores dos serviços de saúde, de enfermagem, de profilaxia e de saúde social terão que
enfrentar.
2.2
Conceito sobre os cuidados permanentes dos idosos
Definição dos cuidados permanentes
Nos anos 80 do século XX, por “cuidado permanente” designava-se um serviço social contínuo
relacionado com a saúde, incluindo o serviço prestado a indivíduos por instituições ou
particulares, referente a implementação de políticas, financiamento, gestão de casos. Segundo
esta definição, a prestação de um ou mais serviços a um utente tem por objectivo reduzir a perda
da sua capacidade causada pela doença crónica, apoiar a independência da sua vida e ajudá-lo a
prevenir doenças secundárias (Koff, 1982). Nos últimos anos, estudiosos indicam que os
cuidados permanentes são um sistema integrado de serviços de apoio e de cuidados de saúde,
informais ou formais, centrados nos seus destinatários, para lhes conceder a máxima ajuda, de
modo a que possam manter ou recuperar a autonomia na vida quotidiana (Evashwick, 2001).
Segundo a OMS, os cuidados permanentes são: prestar aos indivíduos sem capacidade de cuidar
de si mesmos um conjunto de cuidados adequados e sistemáticos, informais (de familiares,
7
amigos ou vizinhos) ou formais (de profissionais), de acordo com as suas condições, fazendo
com que possam viver independentemente, autodeterminar-se e participar, no máximo, em
acções colectivas, mantendo a sua qualidade de vida no melhor estado possível (OMS, 2000).
O presente estudo dá aos cuidados permanentes a seguinte definição: prestar às pessoas com
funções orgânicas anormais crónicas ou com grandes dificuldades uma ajuda perseverante, ou
seja, uma ajuda necessária para a melhoria ou recuperação de algumas das suas funções. O
serviço de cuidados permanentes, criado para recuperar o estado original dos indivíduos
incapacitados ou melhorar as funções físicas prejudicadas, inclui: (1) prestação de cuidados na
vida quotidiana — preparação de comidas, limpeza, ajuda a vestir-se ou despir-se, ajuda a
utilizar a retrete, ajuda a caminhar, dar de comer, etc.; (2) prestação de diversos serviços
especializados para a redução de obstáculos funcionais — avaliação, cuidados especiais,
tratamento médico, reabilitação; (3) ajuda a melhorar o ambiente — avaliação e remodelação
do meio ambiental, reforço das funções das instalações físicas, com vista a elevar a capacidade
dos indivíduos com déficit funcional, etc. (Kane, Kane & Ladd, 1998 ).
Procura do serviço de cuidados permanentes
A satisfação da procura do serviço de cuidados permanentes significa a prestação dos diversos
serviços de cuidados permanentes na sequência do levantamento das necessidades das pessoas
com defeito funcional crónico. O conteúdo deste tipo de serviço é muito rico, referindo-se aos
serviços especializado e não especializado. O serviço não especializado designa os cuidados
prestados por familiares, vizinhos, parentes, amigos e empregados domésticos nas actividades de
vida quotidiana e nos assuntos domésticos; o serviço especializado designa aquele que é prestado
pelos profissionais, incluindo os cuidadores, assistentes sociais, nutricionistas e fisioterapeutas
aos utentes com diversos problemas de saúde (Roe, Whattam, Young & Diomond, 2001). A
procura do serviço de cuidados permanentes pode ser satisfeita por meios informais e formais, e
com a cooperação estreita de agregados familiares e profissionais. Nos Estados Unidos, o serviço
de cuidados permanentes aos idosos inclui o apoio social e a assistência médica visando a
satisfação das necessidades básicas de subsistência (Katz, 1992).
Numerosos estudos mostram que a avaliação da procura do serviço de cuidados permanentes tem
em conta principalmente a função fisiológica/habilidade nas actividades quotidianas, a função e
acção cognitiva, o ambiente residencial, os cuidados familiares e o sistema de apoio social (Lu
Tanyun e outros, 2001; Xiao Liuhong, Zhong Huasun, Li Zongliang e Kuang Xingchi, 1998;
Chen Xiaorong, Liu Xiangrong, Yang Yinmei e Wang Guiqin, 2002; Zhang Yingqi e outros,
2003). Há alguns estudiosos que também tomam em consideração a situação económica familiar,
o estado mental, a condição habitacional e o serviço de apoio individual dos utentes (Zhuang
Minglian, Guan Ruixuan, Yan Wenxiong, Liang Wanfu e Yang Huaiseng, 1999; Leung, 2001;
Wang Laihua, Bai Hongguang e Jia Dezhang, 1998).
Avaliação da procura do serviço de cuidados permanentes
(1) A avaliação da habilidade nas actividades da vida diária deve referir-se principalmente aos
seguintes aspectos: deitar-se e levantar-se, vestir-se e despir, sentar-se, higiene individual,
8
comer e beber, caminhar, utilizar a retrete, controlar a defecação e a urina, mobilidade e
utilização da cadeira de rodas. Mahoney e Barthel apresentaram em 1965 uma escala da
habilidade nas actividades quotidianas, em que é mais usado o Índice de Barthel (Barthel
Index - BI). Mais tarde, através de estudos e actualizações repetidas, formou-se uma escala
chamada Índice de Barthel Actualizado (Modified Barthel Index – MBI), que é utilizada
amplamente na reabilitação, nos cuidados da saúde e noutras áreas (Qin Lihong e Hu Yaming,
2000; Qian Hong, Zhu Shouzheng e Liu Jian, 2000; Du Yi e Zhao Huixia, 2001; Geddes &
Chamberlain, 2001; Hanne Elkjaer, Karen, Anne, Kirsten & Birgitte Hysse, 2002). Na sua
versão chinesa, numa escala de 10 ítens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que:
Um total de 100 valores indica independência total;
85-99 valores, dependência ligeira — realizar quase independentemente as actividades
quotidianas;
56-84 valores, dependência moderada — realizar as actividades quotidianas com alguma
ajuda;
35-55 valores, dependência grave — realizar as actividades quotidianas com muita ajuda;
≤34 valores, dependência total — incapacidade de realizar as actividades quotidianas,
contando completamente com ajuda alheia.
As vantagens desta escala são: avaliação normalizada, economia de tempo e operação fácil,
sendo também bastante segura a avaliação feita mesmo pelo pessoal não profissional. No que
diz respeito às suas insuficiências: como cada um dos itens se divide em 2~4 classes e cada
classe é de 5 valores, a diferença funcional relativamente pequena não é sensível (Ngan et al.
1996; Wang Yulong, 2000; O’Sullivan & Schmitz 1994). Quando Ngan et al. (1996) fazia o
inquérito sobre a procura do serviço médico por parte dos residentes do bairro de Kun Tong,
de Hong Kong, adoptou este instrumento, e em 2001, quando Lu Tanyun e outros faziam a
investigação sobre a necessidade de cuidados permanentes por parte dos idosos de Shanghai,
também o adoptaram. Os valores Cronbach α dos coeficientes de crebilidade foram,
respectivamente, de 0,89 e de 0,94.
(2) A habilidade nas actividades domésticas e sociais designa a habilidade necessária para
manter a independência, na vida doméstica e comunitária, referindo-se às capacidades de
usar o telefone, tratar dos assuntos financeiros, utilizar meios de transporte e muitos outros
instrumentos ou aparelhos para estabelecer relações sociais. O estudioso norte-americano
Lawton em 1969 classificou a habilidade de acção humana se divide geralmente em 7
categorias: manutenção da vida (Life Maintenance), saúde funcional (Functional Health),
Percepção-Cognição
(Perception-Cognition),
auto-manutenção
física
(Physical
Self-maintenance), auto-manutenção instrumental (Instrumental Self-maintenance),
correspondência efectiva (Effectance) e papel social (Social Role). Em 1969, Lawton e
Brody apresentaram a escala de Actividades Instrumentais da Vida Diária (Intrumental
Activities of Daily Living, IADL) para avaliar a habilidade necessária para realizar
actividades mais complicadas na vida doméstica e social, habilidade que é mais elevada do
que a de tratar a vida quotidiana em geral, e é equivalente à dita “auto-manutenção
9
instrumental” da quinta categoria, que designa principalmente a capacidade de realizar
independentemente as acções de vida básicas e actividades sociais, recorrendo aos meios e
instrumentos necessários, tais como tratar de trabalhos domésticos, fazer compras, tomar
autocarros, etc. (O’Sullivan e Schmitz, 1994; Ma Lizhong e Chen Yan, 2000). Geralmente,
a avaliação da habilidade dos idosos de tratar a vida doméstica e social, é feita com base
neste instrumento, combinando com os aspectos da cultura local para escolher os itens
correspondentes (Ngan et al,1996; Liu Tanyun, 2001).
(3) Avaliação da função cognitiva e mental: a saúde psicológica é um aspecto que reflecte a
saúde dos idosos. Entrando na idade avançada, os idosos têm que enfrentar uma série de
mudanças, tais como a reforma, perda de cônjuge, sofrimento de doenças crónicas e
alteração da situação económica, etc. Tudo isto pode exercer efeitos sobre a sua saúde
psicológica, que é avaliada geralmente através da medição dos graus de depressão, da função
cognitiva, da sensação de bem-estar e do grau de satisfação com a vida (Yin Lei, 2000; Dai
Yuci, 1998). A cognição reflecte a capacidade dos idosos de pensar, sendo um processo de
conhecimento e compreensão, em que os idosos se expressam com sua própria linguagem.
Os prejuízos da função cognitiva afectam directamente a vida independente dos idosos e a
sua qualidade de vida. Para a avaliação da função cognitiva e mental dos idosos, utiliza-se
geralmente o Questionário Simplificado sobre o Estado Mental (Short Portable Mental State
Questionnaire - SPMSQ), que é um questionário curto e de fácil aplicação, incluindo 10
questões referentes aos seguintes aspectos: consciência, atenção, memória, orientação,
raciocínio e conhecimentos gerais; cuja cotação completa é de 10 valores (Ngan et al, 1996;
Yin Lei, 2000).
≥7 valores, indica função cognitiva normal;
5~6 valores, função cognitiva ligeiramente prejudicada;
3~4 valores, função cognitiva moderadamente prejudicada;
0~2 valores, função cognitiva gravemente prejudicada.
Na maioria dos estudos relacionados adopta-se este questionário para a avaliação da função
cognitiva dos idosos; o grau de credibilidade dos supracitados estudos é, respectivamente, de
0,79 (Ngan et al., 1996) e de 0,78 (Lu Tanyun e outros, 2001). Algumas instituições de
Taiwan, prestadoras do serviço de cuidados permanentes, também adoptam o questionário
acima mencionado para a avaliação da função cognitiva dos requerentes de internamento em
lar.
(4) Quanto à saúde psicológica dos idosos surge geralmente a depressão, uma disposição
negativa frequentemente visível entre os idosos, que pode originar a tendência de suicídio
(Lu Tanyun e outros, 2001). Há estudos que indicam que cerca de 20% dos idosos têm o
sintoma de depressão de diversos graus (Blazer, 1993; Tang Zhe, 99; Ebersole & Hess. 2001).
Os estudos relacionados de Macau também indicam que a depressão existe geralmente entre
os idosos (Neng Chi Hang, Esteves, Lam Chong Pou e Koi Kuan, 2001; Loi Tong Tong, Lei
Sao Leng, Lao Mei, Iao Son Man e Chang Man, 2003). Por isso, um dos pontos importantes
10
na avaliação da saúde psicológica dos idosos é a avaliação de se têm ou não a disposição de
depressão. Em 1982, Brink e outros criaram e normalizaram a Escala de Depressão
Geriátrica (Geriatric Depression Scale, GDS), destinada à avaliação da depressão dos idosos,
cujo valor do coeficiente de Cronbach α é de 0,94 (Wang Xiangdong, Wang Xi e Ma Hong,
1999). Para facilitar ainda mais a avaliação da situação, em 1994, Chiu, Lee e outros
estudiosos simplificaram esta escala como Modelo Curto da Escala de Depressão Geriátrica
(Geriatric Depression Scale-Short Form, GDS-15). Em 1998, a Secção de Psiquiatria
Geriátrica do Hospital de Kwai Chung, Hong Kong, elaborou a versão cantonense da
GDS-15 (Wang De Bao, 1998), em que está incluído um total de 15 questões respeitantes
aos seguintes 4 aspectos: eu próprio, ambiente, acção e futuro. Cada questão tem 1 valor.
Quando o resultado da avaliação é “≥8 valores”, indica a existência do estado de depressão.
Esta escala é usada amplamente nos estudos relacionados com a saúde psicológica dos
idosos (Lu Tan Yun e outros, 2001; Ngan et al., 1996).
(5) Quanto à rede de apoio social aos idosos, a Social Network Scale, SNS, de Lubben, é o
instrumento mais usado nos estudos de avaliação relacionados. Esta escala tem 10 partes,
referindo-se às quatro redes sociais dos idosos: rede de parentes, rede de amigos, rede de
informações seguras e rede habitacional; cada parte pode ter 0 a 5 valores, expressando a
frequência de contacto com os familiares, parentes ou amigos, sendo a cotação máxima de
50. A classificação de um idoso avaliado em menos de 20 valores significa a insuficiência da
sua rede social. Os idosos que comunicam frequentemente com os familiares, parentes e
amigos, têm boa saúde física e psicológica, gostam de participar em actividades de serviço
social; caso contrário, aqueles idosos isolados que contactam pouco com familiares e com a
sociedade, encontram-se geralmente sozinhos ou deprimidos, e não querem falar nem
querem participar em actividades fora de casa (Lubben & Gironda, 2000).
2.3
Experiências do serviço de cuidados permanentes aos idosos em diversos lugares do
mundo
Política
A política sobre os cuidados permanentes é a força motriz do desenvolvimento do serviço social
aos idosos. Apesar de envolver vários aspectos, a dita política é elaborada principalmente de
acordo com as características culturais e os recursos disponíveis de diferentes países ou regiões.
Ao longo dos tempos, os cuidados permanentes eram considerados como problema pessoal e da
responsabilidade individual e familiar, a intervenção pública neles era muito pouca, e na maioria
dos casos, quando os indivíduos ou famílias interessadas tinham dificuldades económicas e não
podiam assumir esta responsabilidade, as organizações filantrópicas ou entidades sociais
relacionadas concediam-lhes auxílio. Nos países ocidentais, depois dos anos 50 do século XX,
com o aumento rápido da população idosa, os cuidados permanentes transformaram-se
progressivamente de um problema da minoria dos idosos pobres num problema comum da
maioria dos idosos em geral. Na elaboração da política sobre os cuidados permanentes, deve ter
em conta a elevação da sua qualidade, a fim de se poder dar resposta às necessidades da
população idosa.
11
A evolução da política percorreu principalmente três etapas: (1) nos anos 50 do último século,
foi criado um grande número de instituições para satisfazer a procura de idosos em geral, mas
muitos idosos não se acostumavam à vida restringida que nelas levavam, desejando regressar à
comunidade em que viviam anteriormente. Entretanto, o aumento da população idosa conduziu
ao aumento da procura do serviço de cuidados das instituições e ao aumento da carga de finanças
estatais. Por isso, era preciso procurar novas formas que poderiam substituir os cuidados das
instituições. (2) Nos anos 60, em países norte-europeus foi estabelecida a meta da política
“manutenção dos idosos no seu domicílio”, considerando-se que a meta dos cuidados
permanentes devia consistir em ajudar as pessoas com obstáculos físicos e mentais a passarem a
vida normal em casa (Wu Shuqiong, 2005), podendo o estabelecimento do sistema de cuidados
comunitários satisfazer a vontade das pessoas com obstáculos físicos e mentais de manter a
maneira de vida comunitária. (3) Nos anos 80, com o impulso do rendimento do custo, a política
de cuidados comunitários da Inglaterra introduziu o princípio do funcionamento de mercado no
desenvolvimento dos serviços públicos. A crença desta política é que o mercado competitivo e a
economia mista poderiam fornecer serviços ainda melhores e mais baratos.
O desenvolvimento da política de cuidados permanentes comunitários da Inglaterra
caracteriza-se por o papel do Governo se ter transformado de monopolista da prestação do
serviço no “promotor”, cujas funções principais consistem em estimular o aumento de serviços a
serem prestados pelas instituições particulares através da assinatura de contratos e da compra de
serviços, e organizar a regulação das instituições relacionadas com o serviço social e o
tratamento médico e cuidados da saúde. As características da estratégia de cuidado e execução
em forma de economia mista são as seguintes: (1) A prestação de atenção à avaliação da
procura e do regime de gestão dos casos, evitando a desligamento de diversos serviços e o
desperdício de recursos; (2) A prestação de atenção à participação e opção de utentes e
cuidadores; (3) A adopção de diversos mecanismos para garantir a qualidade do serviço; (4) A
exigência de colaboração estreita do Governo com as diversas instituições interessadas (Wu
Shuqiong, 2005).
Nos países e regiões relativamente desenvolvidos no plano económico existe geralmente um
sistema estável do serviço de saúde e de cuidado social, prestando-se o serviço de cuidados
permanentes, promovendo-se o princípio da “manutenção dos idosos no seu domicílio”,
considerando-se o desenvolvimento do serviço de apoio à família, enfatizando-se a educação
familiar e a formação de cuidadores (Wu Shuqiong, 2005; OMS, 2002). Actualmente, os países
em desenvolvimento já têm começado a reduzir a utilização do serviço institucional,
promovendo e criando o sistema de serviço comunitário de cuidados permanentes para a
concretização da meta da “manutenção dos idosos no seu domicílio”. A política de Taiwan sobre
o desenvolvimento do serviço caracteriza-se pela promoção do seguro da saúde, criação do
centro de gestão da rede de recursos em serviço dos cuidados permanentes, e reforço do serviço
comunitário de cuidados domiciliários (Wu Shuqiong, 2005). Hong Kong executa o regime de
tratamento centralizado dos pedidos de ingresso em lar com base na avaliação para prestar o
serviço institucional de apoio a idosos. Em 2001 foi promovido o modelo de melhoria do serviço
de cuidados domiciliários e comunitários para a prestação completa destes serviços de apoio a
12
idosos (Departamento de Assistência Social de Hong Kong, 2002). A OMS indicou (em 2002)
que ao elaborar a política sobre os cuidados permanentes, os países em desenvolvimento devem
ter em conta a sua própria cultura e situação económica, recursos disponíveis e estruturas básicas
de cuidados, assim como a colaboração de organizações populares e a procura por parte dos
idosos.
Modelo de financiamento
O modelo de financiamento tem geralmente 4 tipos: financiamento do Governo (All public),
financiamento do particular (All private), co-financiamento (Co-payment) e Seguro (Insurance).
Os diversos países adoptam as modalidades em função dos seus recursos, entre outras, o seguro
médico, a assistência médica gratuita universal, a comparticipação com condições, etc. Nos
países economicamente desenvolvidos, à medida que aumenta a procura dos cuidados de saúde
em resultado do aumento da população idosa, aumentam a aposta na assistência médica, o
número acumulado de doentes, a procura quanto aos estabelecimentos médicos e ao pessoal de
enfermagem. Na Noruega, dado o entrave no desenvolvimento dos seus hospitais, o Governo
opta pelo reforço dos cuidados de saúde primários cujo custo é relativamente menor. Assim, o
serviço de cuidados a famílias assume boa parte dos serviços destinados aos doentes crónicos.
Em 1992, na Suécia, através da legislação, foi imposta à comunidade a obrigação de prestar
cuidados aos idosos. Assim, as necessidades dos idosos são satisfeitas mediante a promoção do
serviço comunitário e a redução do financiamento nos hospitais. Na Inglaterra e na Suécia,
através dos subsídios concedidos pelos Governos locais, eleva-se o poder dos idosos na aquisição
dos serviços. Também é atribuído subsídio aos cuidadores para compensar a perda do rendimento
de trabalho devido à situação de prestação de cuidados (Wu Shuqiong, 2005). Em 1995, a
Alemanha começou a implementar o regime de seguro para a prestação de cuidados permanentes
e o regime de apoio financeiro, podendo a população escolher entre estas duas opções (Wu
Shuqiong, 2005; Lin Zhi Hong e Li Guangting, 2004). O Japão é um dos países com o mais alto
grau de envelhecimento no mundo. Em 1963 começou a sujeitar os idosos de idades superiores a
65 anos ao exame médico periódico, generalizando a educação sobre a saúde senil, fortalecendo
a prevenção familiar e comunitária, com o objectivo de reduzir a incidência de algumas doenças
senis e, assim, o número dos idosos doentes acamados (Tang Zhe, 1999). Em todo o país se
promovem campanhas nacionais, tais como o “Plano de Ouro” e “Japão São no Século XXI”,
visando realçar a importância da educação sobre a saúde senil e da promoção da saúde (Ye Xujun,
Li Lu, Kusaka Yukinori, 2001). Os Governos asiáticos também têm diversas políticas e
princípios sobre os serviços profilácticos da saúde senil, elaboradas com base nos seus recursos
económicos e na situação de saúde dos idosos (United Nations Economic and Social Commission
for Asia and the Pacific, 2002). Em Taiwan está a envidar esforços em assegurar os cuidados
permanentes através do seguro de saúde. Em Macau as verbas canalizadas para o serviço de
cuidados permanentes são solicitadas em função dos diferentes critérios (SAFP, 2001; IAS,
2002).
Distribuição e controlo dos recursos limitados de acordo com a avaliação da saúde
Em 2000, a percentagem da população idosa da região de Taiwan atingiu 8,4%. Segundo
estimativas do Conselho Executivo, a percentagem da população idosa de Taiwan ultrapassará
13
10% em 2010 (Xiao Qiuyue, Yi Zuoqian, Xu Biqing, Ye Shuhui e Li Yijuan, 2002; Conselho
Executivo, 2002). No processo de envelhecimento, devido à pressão que o acompanha, a
depressão torna-se num problema grave que afecta a saúde dos idosos (Xiao Qiu Yue e outros,
2002). Nos últimos anos, com a mudança da estrutura familiar e da forma da vida tradicional, as
relações inter-pessoais, relações pai-filho e relações indivíduo-sociedade distanciam-se
progressivamente. O facto de alguns idosos isolados só terem sido descobertos muito tempo após
a sua morte demonstra a necessidade e importância da atenção comunitária a este tipo de idosos
(Chen Qiu Fang e Lu Luan Yan, 2002). Os trabalhos de muitos estudiosos mostram: (1) 21,7%
dos idosos de Taiwan esperam internar-se numa casa de enfermagem quando tiverem
necessidade e 40% do público apoia a opinião de que a comunidade e as instituições colaboram
na planificação de formas de cuidados;(2) As necessidades de idosos quanto à enfermagem e aos
cuidados da saúde têm vindo a aumentar (Xiao Qiuyue e outros, 2002; Chen Qiufang e Lu
Luanyan, 2002; Xie Jiarong e Zhang Wenying, 2002).
Tal como outras regiões, Hong Kong enfrenta o fenómeno de envelhecimento populacional.
Segundo os dados relacionados, em 2004, a população com idade igual ou superior a 65 anos
ocupava 11,9% do total (Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, 2005). Por
causa do aumento de doenças crónicas, ou devido à longevidade, a procura dos serviços social e
médico pelos idosos aumentam sem cessar. Actualmente, muitos estudos concentram-se na
situação da utilização dos serviços comunitários, especialmente nos apoios formais
(especializados) relativos aos serviços comunitário e médico promovidos pelo Governo e pelas
instituições particulares relacionadas de acordo com as necessidades dos idosos. Através destes
estudos foi descoberto: (1) A função fisiológica dos idosos inquiridos que esperam internar-se
num sanatório é pior do que a dos inquiridos na comunidade e entre os primeiros o número dos
doentes de apoplexia cerebral, demência senil ou doença de Parkinson é maior do que o dos
segundos;(2) 41% dos entrevistados começam a manifestar a disposição de depressão (Zhuang
Ming Lian e outros, 1999),e a depressão é o problema mental mais comum dos idosos (Ebersole
& Hess, 2001). Numa palavra, em Hong Kong tem sido enfatizado o sistema da economia mista
de cuidados, financiado pelo Governo e com a colaboração das instituições particulares. Para os
idosos requerentes do serviço de cuidados permanentes que satisfazem os requisitos do Governo,
iniciou-se em 2000 a utilização do instrumento unificado de avaliação — Mimimun Data
Set-Home Care, MDS-HC — para avaliar o serviço que se lhes deve prestar, segundo a sua
habilidade em actividades quotidianas e a situação cognitiva e mental e, ao mesmo tempo,
começou a adoptar-se a forma de espera para a distribuição de recursos (Hong Kong Council of
Social Service, 2002). A gestão do serviço social é feita através da avaliação dos casos requeridos
para daí elaborar um plano de serviços (Hong Kong Council of Social Service, 2003).
Conteúdo do serviço de cuidados permanentes
Guiados pela meta da política de “manutenção dos idosos no seu domicílio”, os cuidados
permanentes comunitários têm vindo a ser considerados importantes; muitos novos conteúdos de
serviço, recursos e equipamentos, especialmente o apoio domiciliário, têm sido promovidos. O
serviço de cuidados permanentes de diversos lugares do mundo divide-se mais ou menos nos
seguintes tipos: (1) Serviço integrado de apoio a famílias, incluindo a limpeza, preparação de
14
comidas, reparação de equipamentos, aconselhamento e visita domiciliária, transferência de
serviços, visando principalmente aproveitar recursos familiares para apoiar idosos, de modo a
que recebam um conjunto de serviços incluindo a prevenção, o auxílio e a recuperação; (2)
Serviço de cuidados individuais e familiares, incluindo os apoios em se vestir, na alimentação, na
habitação e nas actividades de tratar da vida quotidiana; (3) Serviço médico e de enfermagem
comunitário para idosos, incluindo o tratamento médico (consulta externa e hospitalização),
apoio na consulta médica, serviço externo do centro de saúde, centro de actividades comunitárias,
centro de cuidados comunitários, etc.; (4) Serviço de habitação, designando o fornecimento de
unidades de habitação social ou económica ou o fornecimento de residências para idosos; (5)
Serviço de lar, incluindo o de sanatório e o de asilo; (6) Serviço de apoio e auxílio, referindo-se
ao apoio económico, protecção legal, educação sadia, prestação de apoio aos cuidadores, etc.
(DSAFP, 2001; IAS, 2002; Hong Kong Council of Social Service, 2005).
Sistema de prestação do serviço
Nos documentos existentes incluem-se principalmente os seguintes 3 tipos do modelo teórico do
sistema de cuidados formais e informais para idosos: (1) Modelo de Compensação com o Apoio
Social, formulado por Cantor e Litle em 1985, ou seja, modelo de substituição, sublinhando que
os familiares são o núcleo do apoio social a idosos, seguindo-se-lhes por ordem os amigos,
vizinhos e organizações oficiais. É claro que seguindo os princípios de “auto-socorro” e
“auto-suficiência”, a escolha de apoios por parte dos idosos segue uma ordem, sendo o grau de
preferência dos idosos perante as opções disponíveis no sistema de apoio social, determinado
pela acessibilidade e pela receptividade. (2) O Modelo de Divisão do Trabalho, formulado por
Litwak em 1985, considerando que as redes de cuidados formais e informais se completam
mutuamente, sendo a função repartida pelas mesmas. O sistema de cuidados informais adequa-se
relativamente aos casos imprevistos, eventuais e simples; pelo contrário, o sistema de cuidados
formais adequa-se mais aos casos de carácter rotineiro, que necessitam de técnicas e
conhecimentos, e que podem ser previstos. Chappell e Beandford descobriram em 1991 que a
complementação mútua destes dois sistemas de cuidados é a partilha comum de todos os ítens
integrados no serviço de cuidados, considerando que o sistema de cuidados formais desempenha
a função de “complemento” e não de “substituição”. (3) Modelo de Complemento, sublinhando
que a rede de cuidados informais é a rede principal, enquanto que a de cuidados formais constitui
a rede secundária. Stoller indicou em 1989 que só se recorrerá ao serviço formal quando o
serviço informal não puder satisfazer a necessidade dos idosos, constituindo o serviço formal um
complemento ao informal (Lu Baojing, 2001).
Em Taiwan, os tipos dos cuidados permanentes incluem: o domiciliário, o comunitário e o
institucional. Merece atenção que em Taiwan está a ser criada uma rede de serviço integrado
(Xiao Qiuyue e outros, 2002; Chen Qiufang e Lu Luanyan, 2002; Xie Jiarong e Zhang Wenying,
2002). Como os cuidados permanentes são um tipo de serviço multidisciplinar, só se poderá
evitar o desperdício de recursos com a integração dos cuidados formais e informais
(indivíduo/família, parente/vizinho, comunidade/assistente social) no sentido de fornecer os
serviços adequados à protecção da saúde e satisfazer as necessidades físicas, psicológicas, sociais
e económicas dos idosos. Em 1997 foi estabelecida a posição do serviço de cuidados
permanentes no sistema médico e de cuidados de saúde e na sua política correspondente, e com
15
base nisto, elaborou-se uma série de medidas de serviço (Xie Mei E, 1993). O serviço de “pausa”
é um modelo do serviço de cuidados permanentes, desenvolvido para dar resposta às
necessidades dos cuidadores, de maneira a que estes possam interromper a prestação de cuidados
para um curto intervalo de descanso. Este modelo de serviço divide-se em dois tipos: o
institucional e o domiciliário (Wu Shuqiong, 2005).
O resultado de um estudo relacionado de Hong Kong mostra que: (1) os idosos entrevistados
beneficiam ao mesmo tempo dos cuidados formais e informais, e na sua utilização do serviço
formal, a frequência da utilização do serviço médico e de cuidados da saúde é mais alta do que a
do serviço de apoio comunitário; (2) o valor da qualidade da vida sadia dos entrevistados
beneficiários do cuidado informal, ou dos que vivem com familiares ou amigos, é evidentemente
maior do que o dos beneficiários do cuidado misto (Lio Chi Pan, Cheang Ieong Hong, Mak Kit I
e Ho Lei Tat, 1999); (3) os valores obtidos nos domínios da saúde física e mental, da imagem
própria, da atitude assumida perante o pedido de apoio e do sentido de pertença comunitária
pelos idosos que beneficiam da rede de apoio comunitário e que participam activamente nas
actividades são maiores do que os dos que não tenham participado ou tenham participado não
activamente na rede do apoio. As necessidades de idosos de Hong Kong sobre os cuidados
permanentes e os modelos de serviço são influenciados, em grande medida, pelo ambiente e pelo
aumento da população idosa. Estudos relacionados mostram que o número dos pedidos de
ingresso em sanatórios reflecte indirectamente que os cuidadores familiares têm dificuldade em
prestar cuidados permanentes. A falta de sanatórios tem origem na planificação que foi feita com
base na proporção de 5 vagas para cada 1.000 idosos com idade de 60 ou mais anos, proporção
esta que foi calculada erradamente (Chow, 1998; Leung, 1992; Yeung, 1992). E só na Primavera
de 1998 se registaram 8.000 idosos na lista de espera para o internamento em sanatórios (Zhuang
Minglian, Guan Ruixuan, Yan Wenxiong, Liang Wanfu e Yang Huaizeng, 1999). O inquérito
mostra que o tempo de espera para ingresso num sanatório ou num lar é demasiado longo, sendo
respectivamente de 4 a 8 anos e 3 a 6 anos. Entretanto, os diversos recursos (humanos, materiais
e técnicos) dos lares particulares são também insuficientes. Há estudiosos que propõem a
prestação de serviços adequados e completos de apoio domiciliário aos cuidadores, para os
ajudar a continuarem a assumir a responsabilidade de cuidar dos idosos em casa. Além disso,
também propõem a prestação do serviço comunitário de apoio domiciliário aos idosos de idade
avançada (Zhuang Minglian e outros, 1999). Através de reflexões e em virtude de alguns
modelos de serviço se terem tornado progressivamente rígidos e não poderem corresponder à
mudança contínua dos problemas sociais, o sector de assistência social de Hong Kong, orientado
pela ideologia e espírito do modelo de serviços completos, encontra-se a estudar projectos de
serviços integrados (Un Chang, Wun Kei, 1998).
Numa palavra, o sistema de cuidados permanentes de idosos divide-se em dois modelos
normativos: Modelo Institucional (Institutional Model) e Modelo Residual (Residual Model),ou
seja, modelos caracterizados pelo lançamento de recursos por parte do Governo e prestação
conjunta de serviços por parte das instituições públicas, organizações sociais e instituições
particulares de caridade.
16
Garantia da qualidade
A garantia da qualidade do serviço de cuidados permanentes a idosos é realizada principalmente
através do seguimento do princípio convencional e da gestão da qualidade de acordo com a
norma estabelecida. O mais importante é a formação do pessoal prestador do serviço, a
implementação da política e regime de gestão dos recursos disponíveis e a avaliação do
feed-back dos beneficiários e da sociedade. Em 1978, Hall apresentou 4 modelos de avaliação da
procura de recursos humanos, que são respectivamente: a nível de necessidade (needs-based), a
nível de procura (demand-based), a nível dos objectivos do serviço (service-targets) e proporção
entre a mão-de-obra e a população (manpower/population ratio) (Hall, citação de Wu Shuqiong,
2005). No registo central de Hong Kong existem casos de requerentes que esperaram tempo
demasiado longo, o que reflecte a insuficiência dos diversos recursos (humanos, materiais e
técnicos) de lares para idosos (Chong Meng Lin e outros, 1999). Tendo em conta o aumento
brusco da procura dos serviços, a garantia da qualidade do serviço de cuidados permanentes não
só se deve à suficiência de recursos humanos, mas também à suficiência de técnica e
conhecimentos especializados. Contudo, a qualidade dos serviços comunitários não só é
garantida pela suficiência de recursos humanos, materiais e profissionais, mas também por uma
avaliação completa, por um regime de supervisão e gestão e por um organismo de gestão
poderoso.
2.4
O estado actual do serviço de cuidados permanentes de Macau
Macau é uma sociedade em que a cultura de associativimo é muito activa. Ao longo dos anos, o
Governo colaborou em diversas formas com as organizações sociais para prestar a numerosos
idosos diversos tipos de apoio, assistência social, serviço médico e serviço comunitário (IAS,
2002). No período inicial prestaram principalmente apoio financeiro, auxílio em espécie e abrigo
a idosos pobres; mais tarde, passaram a prestar aos pobres uma série de serviços de assistência
social, incluindo apoio financerio, cuidados de saúde, enfermagem básica ou especial,
desenvolvimento de actividades educativas relacionadas, cuidados domiciliários ou comunitários,
tendo o sistema do serviço social sido transformado progressivamente de “trabalho de caridade”
em “serviço comunitário integrado”.
O Governo da RAEM presta grande atenção aos problemas sociais trazidos pelo envelhecimento
populacional. Nos últimos anos, nas suas Linhas de Acção Governativa, foi estabelecida uma
série de políticas e orientações sobre a atenção à terceira idade e a melhoria contínua do serviço
social, a fim de ajudar os indivíduos, famílias e comunidades fracas a elevarem a sua habilidade
de tratar a vida quotidiana e melhorarem a qualidade da sua vida. Ao mesmo tempo, foram
realizados inquéritos e estudos sobre o sistema de prestação de cuidados a idosos de Macau
(RML & Associates, 2004), cujos resultados mostram os problemas principais existentes: o ponto
de vista sobre a situação da saúde fraca de idosos, definido através da avaliação, não é claro; o
método de distribuição dos recursos governamentais pelas organizações não governamentais não
é muito justo; a falta de um sistema completo de coordenação e tratamento de informações
relacionadas, etc. No processo de transformação do sistema de serviço social, o Governo já
concedeu verbas através da legislação. Contudo, como o apoio a idosos envolve diversos
serviços públicos, nomeadamente os Serviços de Saúde, o Fundo de Segurança Social, o Instituto
17
de Habitação e o Instituto de Acção Social, mesmo que tenham sido feitos muitos trabalhos, a
falta de coordenação e organização entre estes serviços faz com que os idosos necessitados
fiquem numa posição passiva aguardando, o que não permite um melhor desempenho do sistema
de prestação de cuidados para idosos. É claro que a existência destes problemas ainda está
relacionada com o aumento contínuo da população idosa e com o aumento de procura dos
serviços de apoio social por parte dos idosos.
No que diz respeito à prestação de serviços de cuidados domiciliários, o Governo tem exigido a
continuação da atenção às comunidades desfavorecidas, o reforço da função social da família, o
alargamento da função de apoio comunitário, o fortalecimento do serviço de cuidados
permanentes a idosos, a elaboração do critério de avaliação dos utentes e a concretização ainda
melhor do apoio e acompanhamento da saúde dos idosos isolados (Relatório das Linhas de
Acção Governativa, 2004). Conforme os dados do IAS (2004) o número de idosos que
necessitam de serviços é relativamente maior. Será que os serviços existentes podem satisfazer as
necessidades dos idosos de Macau? Actualmente, em Macau há falta de dados gerais sobre a
saúde dos idosos residentes e, por isso, é necessário fazer, o mais cedo possível, inquéritos e
estudos relacionados. Esta situação dá mais realce ao significado do presente estudo, procurando
este apresentar propostas e bases de referência para o aperfeiçoamento da estratégia e medidas
relativas ao serviço de cuidados permanentes aos idosos de Macau.
18
3.
Estrutura Concepcional
3.1
Âmbito do estudo
O presente inquérito e estudo, do tipo de secção transversal, realizado por amostragem
aleatória e por questionário, concentra-se na situação física e mental dos idosos de Macau e na
situação sobre a sua procura de cuidados permanentes.
3.2
Estrutura concepcional
Adoptado o Modelo de Adaptação (Adaptation Model) do Dr. Callista Roy como enquadramento
teórico e recorrendo ao sistema de apoio relativo à procura de cuidados permanentes, analise-se
no presente estudo a estrutura concepcional. Callista Roy considera que o homem é um sistema
de adaptação com integridade funcional, procurando adaptar-se aos estímulos do mundo interior
e exterior, através de 4 formas de adaptação — Função Fisiológica (Physiological Function),
Auto-conceito (Self-concept), Função de Papel (Role Function), Inter-dependência
(Interdependence), para concretizar o objectivo integral de subsistência, crescimento, reprodução,
dominação e auto-realização. Quando a reacção ao estímulo esteja dentro do parâmetro, é
designada por “reacção adaptativa”; caso contrário, é considerada “reacção ineficaz”, sendo
necessário neste caso o serviço de enfermagem (Roy & Andrews, 1991; Alligood & Tomey,
2002). Estas 4 formas apresentadas por Roy referem-se respectivamente aos seguintes aspectos:
(1) necessidades fisiológicas básicas do corpo humano; (2) autoconfiança e sentimentos próprios
de uma pessoa em determinado momento; (3) manifestação de responsabilidade que uma pessoa
deve assumir na posição em que se encontra; (4) relação que uma pessoa mantém com outra(s)
com quem se relaciona estreitamente ou com sua rede de apoio. No nosso estudo, o sistema de
adaptação é a população idosa residente no domicílio. Orientados pelas 4 formas de adaptação,
realizámos a avaliação do nível de adaptação dos idosos, não institucionalizados, com a
finalidade de avaliar o seu estado de adaptação e a sua procura de serviços. No nosso estudo
concreto, avaliámos, com base nos resultados do questionário, a procura dos idosos de Macau
quanto ao serviço de cuidados permanentes, referentes aos seguintes 4 aspectos: (1) situação
geral da saúde, hábitos de vida e habilidade nas actividades quotidianas; (2) disposição
psicológica e desempenh cognitivo; (3) família, relação social e situação económica; (4)
instalações do ambiente doméstico e situação actual do serviço social. Por outras palavras,
efectuámos uma avaliação do estado de saúde (hábitos de vida e doenças); estado psicológico e
mental; habilidade em actividades quotidianas e métodos de tratamento de problemas; nível de
adaptação ao ambiente doméstico e ao sistema de apoio social, com base nos aspectos fisiológico,
psicológico e social, para diagnosticar a sua situação de vida e de saúde. A nossa avaliação
mostra que em casos de inadaptação, os idosos manifestam necessidades de apoio para lidar com
os problemas de ordem fisiológico, psicológico e mental, bem como o problema relacionado com
a adaptação à família e à sociedade. Seguindo o sistema de apoio social à terceira idade (Little &
Kantor, 2002) e tendo em conta os familiares, vizinhos e amigos dos idosos, bem como as
comunidades e organizações dedicadas ao serviço social, estudamos as diversas necessidades a
19
curto, médio e longo prazos, e através de uma análise da adaptação individual dos idosos, do
apoio prestado pelos familiares e situação da utilização dos recursos dos serviços de apoio social,
procuramos apresentar algumas propostas viáveis relativas ao serviço futuro de cuidados
permanentes a idosos de Macau. A estrutura concreta do nosso estudo mostra-se na seguinte
Figura 1:
y função fisiológica
Sistema de
adaptação
(pessoa)
Aspecto teórico
Estímulo
y auto-conceito
Nível de
y função de papel
adaptação
y
Aspecto de
Idosos
funcionamento
interdependência
y saúde básica e habilidade em
actividades quotidianas
y estado psicológico e mental
y papel na família e na
sociedade
y domicílio e apoio social
Estímulo interior
Estímulo exterior
Reacção
adaptativa
Serviço de
enfermagem
Reacção ineficaz
Sistema do
Com habilidade em
actividades da vida
diária
Nível de
adaptação
serviço de
cuidados a
Sem habilidade em
actividades da vida
diária
idosos
Procura do serviço de cuidados por parte
dos idosos com 60 ou mais anos
Situação geral da saúde e hábitos de vida saudáveis
Habilidade em realizar actividades quotidianas
Disposição psicológica e desempenho cognitivo
Família, relação social e situação económica
Instalações do ambiente doméstico e situação actual do serviço social
Satisfação
Habilidade em manter a
realização das actividades
da vida diária
Adaptação
Aspecto fisiológica - função fisiológica: Índice de Barthel,
avaliação física,situação de perda de habilidade, hábitos de vida,
doenças, etc.
Aspecto psicológico - auto-conceito: Escala de desempenho
cognitivo, escala de depressão senil
Aspecto social - papel e interdependência: Dados gerais,
ambiente doméstico, escala de avaliação da rede familiar e
social, situação de utilização do serviço social
Processo de
manutenção
Inadapção
Serviço de curto prazo:
y Adaptação individual
y Apoio de familiares e
amigos
y Apoio de serviço social
Insatisfação
Procura do
serviço de cuidados permanentes
Figura 1
Estrutura concepcional do estudo de avaliação da procura dos serviços de cuidados permanentes pelos
idosos de Macau
20
4.
Metodologia do Estudo
4.1
Metodologia da amostragem
O presente estudo é um inquérito e estudo descritivo de secção transversal (Cross-sectional
Survey). Por meio da amostragem estratificada proporcional (Proportionate Stratified Sample),
tomando como referência o princípio de tiragem de amostras por freguesia e unidade de
alojamento, adoptado no censo de 2001, com base no número dos residentes com idade igual ou
superior a 60 anos até ao fim de 2003, a DSEC tirou de modo estratificado e aleatório 5% das
unidades de alojamento das diversas freguesias (cerca de 2.300 pessoas idosas). No inquérito real,
um total de 2.039 idosos idóneos foram inquiridos.
Quadro 4.1
Número de unidades de alojamento seleccionadas aleatoriamente e número de idosos
entevistados, segundo freguesia
N.º das
freguesias
Denominação das
freguesias
1
Santo António
2
N.º de unidades de alojamento
tiradas do censo demográfico
1.300
654
São Lázaro
420
207
3
São Lourenço
600
262
4
Sé
500
211
5
Nossa Senhora de Fátima
1.400
602
6
Taipa
280
103
4.500
2.039
Total
4.2
N.º de idosos
entrevistados
Instrumento de avaliação
O questionário de avaliação da procura de cuidados permanentes por parte dos idosos de Macau
foi elaborado com base no objectivo do estudo, servindo de referência a documentação da área e
diversas escalas de avaliação reconhecidas dentro e fora do país, tais como: Índice de Barthel
(Barthel Index, BI); Actividades Instrumentais da Vida Diária (Instrumental Activities of Daily
Living, IADL); Questionário Simplificado sobre Estado Mental (Short Portable Mental Status
Questionnaire, SPMSQ); Escala sobre Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale, GDS) e
Escala da Rede Social (Social Network Scale), tendo em conta as funções dos idosos na família e
na comunidade, o seu ambiente doméstico e a sua utilização de recursos dos serviços médicos e
sociais. Após várias revisões e reajustamentos, foi elaborado o instrumento de avaliação.
Para que o questionário correspondesse mais ao objectivo e alvo do estudo, foram definidos 95
itens de avaliação, divididos em 9 partes, incluindo: (1) Estado cognitivo e mental (Esta parte
tem que ser respondida pessoalmente pelos próprios idosos entrevistados); (2) Hábitos de vida;
(3) A habilidade em tratar da sua vida quotidiana (incluindo a habilidade nas actividades
quotidianas, domésticas e sociais); (4) O estado de saúde; (5) A utilização dos serviços de
cuidados permanentes;(6) Estado psicológico (Esta parte tem que ser respondida pessoalmente
pelos próprios idosos entrevistados); (7) Informações essenciais; (8) Situação doméstica; (9)
Avaliação da situação física (feita pelos entrevistadores).
21
4.3 Recolha de dados:
Dividida em 3 etapas:
1. Pré-inquérito: De 16 a 19 de Março de 2004, foram inquiridos por questionário 20 idosos,
não institucionalizados, escolhidos por amostragem acidental (Acidental Sampling), para
conhecer a viabilidade do conteúdo do inquérito de avaliação.
2. Inquérito-piloto: De 19 a 30 de Abril de 2004, foram inquiridos a título experimental 58
idosos idóneos, de uma amostragem de 100 unidades de alojamento das zonas norte e central,
tirada com o apoio do DSEC. De acordo com a avaliação de 5 especialistas, o grau de
eficácia do conteúdo do questionário de inquérito é de 0,98. Quanto ao Questionário
Simplificado sobre o Estado Mental, as Actividades Instrumentais da Vida Diária, a Escala da
Depressão Geriátrica e a Escala da Rede Social, foi realizado um teste uniforme e os valores
α de Cronbach dos coeficientes de credibilidade são respectivamente de 0,77; 0,78; 0,83 e
0,80.
3. Inquérito oficial: Realizou-se desde 3 de Julho até 31 de Agosto de 2004 através da entrevista
domiciliária. Os entrevistadores são estudantes do Instituto de Enfermagem Kiang Wu, que
receberam formação sistemática para o efeito. Cada grupo era constituído por dois destes
estudantes e realizou visitas domiciliárias segundo os endereços fornecidos pela DSEC.
Depois da sua auto-apresentação, os entrevistadores começavam por verificar e confirmar se
os idosos satisfaziam as condições estabelecidas; seguidamente, explicaram o objectivo do
inquérito e entraram em casa para fazer o inquérito, depois de terem sido permitidos. O
inquérito só poderia ser abandonado quando os entrevistadores não conseguissem encontrar o
inquirido em casa depois de 3 tentativas, no mínimo, em diferentes datas e diferentes
períodos de tempo, e ainda com aviso da marcação prévia da visita. O tempo destinado às
entrevistas domiciliárias era entre 9:00 e as 21:00, diariamente. Utilizando os métodos de
perguntas, observação e avaliação, foram despendidos com cada entrevistado cerca de 40
minutos (ver Anexo 2). Os entrevistadores entregavam diariamente os questionários
devidamente preenchidos aos supervisores para verificação.
Entre os 2.506 idosos idóneos com idade igual ou superior a 60 anos, residentes em casa, 467
(18,6%) não aceitaram a entrevista por diversos motivos; 2.039 (81,4%) aceitaram a entrevista
(ver Quadro 4.2). Cerca de 8,6% dos inquiridos pediram apoio a terceiros a responder às
perguntas do questionário, os quais são sobretudo cônjuges, filhas, filhos, noras, etc. (ver Anexo
1 – Quadro 4.3).
Quadro 4.2 Situação dos idosos entrevistados
Item
Aceitaram a entrevista
Não aceitaram a entrevista
N.º de pessoas
%
2.039
81,4
467
18,6
(Recusaram a entrevista)
(191)
(7,6)
(Não foi conseguido o contacto)
(259)
(10,3)
(Não tinham condições para realizar o inquérito)
(17)
(0,7)
2.506
100,0
Total
22
4.4 Metodologia de análise de dados
Todos os questionários foram processados com o uso do software SPSS-11, depois de terem sido
revistos e verificados. Os graus de credibilidade, os valores de Cronbach Alpha, a distribuição
dos dados analisados são apresentados em frequências ou percentagens, tendo sido adoptado o
Chi-square Test. Quanto aos dados quantitativos, foi adoptada a média, o desvio padrão para as
características da distribuição, o método de análise de T-test e os métodos de análise da relação e
da variação para a avaliação dos resultados.
23
5.
Resultados do Estudo
5.1
Situação da saúde geral e hábitos de vida dos idosos entrevistados
5.1.1 Informações essenciais
5.1.1.1 Idade, sexo e distribuição consanguínea
No presente inquérito foram entrevistados um total de 2.039 idosos, com a idade média de 72
anos, oscilando as suas idades entre os 60 e os 99 anos. Entre os entrevistados incluem-se 1.173
pessoas do sexo feminino, ocupando 57,5%; 866 do sexo masculino, ocupando 42,5%. Realizada
a comparação entre as distribuições sexuais e etárias dos idosos entrevistados com idade igual ou
superior a 60 anos e os dados do censo publicados pela DSEC em 31 de Dezembro de 2004
(p>0,05), verifica-se que os dados obtidos através do inquérito por amostragem são
representativos. 97,8% (1.994 pessoas) dos idosos entrevistados são de consanguinidade chinesa.
Quadro 5.1 Distribuição dos idosos entrevistados por grupo etário e por sexo (n.º = 2.039)
Grupo etário
Masculino
(ano)
Feminino
N.º de pessoas
%
N.º de pessoas
Total
%
N.º de pessoas
%
60~64
178
20,6
222
18,9
400
19,6
65~69
212
24,5
220
18,8
432
21,2
70~74
202
23,3
297
25,3
499
24,5
75~79
131
15,1
210
17,9
341
16,7
80~84
83
9,6
137
11,7
220
10,8
≥85
60
6,9
87
7,4
147
7,2
Total
866
100,0
1.173
100,0
2.039
100,0
5.1.1.2 Estado civil
Entre os 2.039 idosos entrevistados, 1,9% são solteiros; 1,3%, divorciados e 60,6%, casados.
Existem diferenças nas estruturas da distribuição do estado civil das pessoas idosas entrevistadas
do sexo masculino e do sexo feminino (x2=21,76, p<0,05): entre as do sexo masculino, 80,8%
são casados, mas entre as do sexo feminino, só 45,7% casaram. E entre as do sexo masculino só
12,2% encontram-se viúvos, mas entre as do sexo feminino, 49,1% são viúvas.
Quadro 5.2
Estado civil
Distribuição dos idosos entrevistados por sexo e por estado civil
Masculino
N.º de pessoas
Feminino
%
N.º de pessoas
(n.º= 2.039)
Total
%
N.º de pessoas
%
Solteiro(a)
24
2,8
15
1,3
39
1,9
Casado(a)
700
80,8
536
45,7
1.236
60,6
Separado(a)
23
2,7
30
2,6
53
2,6
Divorciado(a)
12
1,4
14
1,2
26
1,3
Viúvo(a)
106
12,2
576
49,1
682
33,5
outros*
1
0,1
2
0,1
3
0,1
Total
866
100,0
1.173
100,0
2.039
100,0
Nota: * Recusar-se a responder; o estado civil não foi confirmado,etc.
24
5.1.1.3
Nível de instrução
Entre os idosos entrevistados, 74,1% têm ensino primário ou inferior, e entre esta parte de
pessoas idosas, o número das do sexo feminino é maior do que o do masculino; 13,6% têm
ensino secundário geral; 6,2% têm ensino secundário complementar, e 6,1% têm ensino superior;
e entre os grupos de entrevistados com ensino secundário geral ou superior, a percentagem do
sexo masculino é maior do que a do feminino. O resultado obtido na avaliação do nível de
instrução entre os entrevistados dos dois sexos (p<0,05), mostra que existem diferenças entre o
nível académico e o sexo, sendo o nível académico do sexo masculino superior ao do feminino.
Quadro 5.3
Distribuição dos idosos entrevistados por sexo e nível de instrução (n.º = 2.039)
Masculino
Nível de instrução
Nunca receberam uma educação formal
Feminino
Total
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
92
10,6
493
42,0
585
28,7
Ensino primário
428
49,4
497
42,4
925
45,4
Ensino secundário geral
180
20,8
97
8,3
277
13,6
Ensino secundário complementar
87
10,1
39
3,3
126
6,2
Ensino superior
79
9,1
46
3,9
125
6,1
Outros
Total
0
0,0
1
0,1
1
0,0
866
100,0
1.173
100,0
2.039
100,0
5.1.1.5 Emprego e reforma
Situação de emprego e reforma dos idosos entrevistados
Entre os idosos entrevistados, 1.559 estão reformados, ocupando 76,5% do total, e entre estes,
houve 3 pessoas que não responderam à questão; 181 pessoas reformaram-se antes de terem
completado os 50 anos de idade, ocupando 11,6%; 879 aposentaram-se na fase etária de 50 a 64
anos, ocupando 56,5%, e 496 reformaram-se depois de terem completado os 65 anos de idade,
ocupando 31,9%. Entre os entrevistados, 180 nunca tiveram emprego, ocupando 8,8%; 24
encontravam-se desempregados ou à espera de emprego, ocupando 1,2%; e 276 continuam a
exercer actividades profissionais, ocupando 13,5%. Os dados do inquérito sobre o emprego do
segundo trimestre de 2005 mostram que 16,3% dos idosos com idade igual ou superior a 60 anos
continuam a trabalhar (DSEC, 2005).
Quadro 5.4
Distribuição dos idosos aposentados, segundo idade da reforma (n.º= 1.556)
Idade da reforma (anos)
N.º de pessoas
%
< 50
181
11,6
50~54
187
12,0
55~59
269
17,3
60~64
423
27,2
65~69
305
19,6
70~74
137
8,8
75~79
43
2,8
80~84
10
0,6
1
0,1
1.556
100,0
≥85
Total
25
Quadro 5.5
Situação actual do emprego dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Situação de emprego
N.º de pessoas
%
Com emprego
276
13,5
Nunca tiveram emprego
180
8,8
24
1,2
Estão reformados
1.559
76,5
Total
2.039
100,0
Ficaram desempregados / à
espera de emprego
Idade da reforma e situação de emprego dos idosos entrevistados antes da sua reforma
Entre os idosos entrevistados que continuam a trabalhar, 110 são trabalhadores não técnicos,
ocupando 39,9%; 44 são gerentes administrativos ou comerciais, ocupando 15,9%, e 43
trabalhadores por conta própria, ocupando 15,7%. Quanto às profissões dos 1.556 idosos
aposentados (ver Quadro 5.7), 542 pessoas eram trabalhadores não técnicos, ocupando 34,8%;
285 eram artífices ou artesãos, ocupando 18,3%; 156 exerciam profissões não classificadas,
ocupando 10,1%; 136 eram gerentes administrativos ou comerciais, ocupando 8,7%, e 120 eram
operadores de máquina-ferramenta / maquinaria ou condutores de viatura ou barco, ocupando
7,7%. Estes dados mostram que os idosos entrevistados dedicam-se ou dedicavam-se
principalmente a trabalhos não técnicos.
Quadro 5.6 Tipos de profissões actuais dos idosos entrevistados (n.º = 276)
Classificação profissional
N.º de pessoas
%
Trabalhador não técnico
110
39,9
Gerente administrativo / comercial
44
15,9
Trabalhador por conta própria
43
15,7
Profissional
20
7,2
Operário / artífice / artesãos
20
7,2
Administrativo de sector financeiro, oficial
16
5,8
Operador de máquina-ferramenta / maquinaria,
condutor de viatura ou barco
12
4,3
Trabalhador técnico
10
3,6
Trabalhador na área de agricultura e silvicultura
1
0,4
276
100,0
Total
Quadro 5.7 Tipos de profissões dos idosos entrevistados antes da sua reforma (n.°= 1.556)
Classificação profissional
Trabalhador não técnico
N.º de pessoas
%
542
34,8
Trabalhadores por conta própria
156
10,1
Operário / artífice /artesãos
285
18,3
Gerente administrativo / comercial
136
8,7
Operador de máquina-ferramenta / maquinaria,
condutor de viatura ou barco
120
7,7
Trabalhador na área de agricultura e silvicultura
113
7,3
Administrativo de sector financeiro, oficial
108
6,9
Trabalhador técnico
53
3,4
Profissional
43
2,8
1.556
100,0
Total
26
Situação da vida dos idosos entrevistados depois da sua reforma
Quanto à vida após a sua aposentação, a maioria dos idosos entrevistados passam a maior parte
do seu tempo em casa, fazendo trabalhos domésticos; alguns destes também participam em
trabalhos voluntários ou se dedicam à leitura.
Quadro 5.8
Situação da vida dos idosos entrevistados depois da sua reforma (n.º= 2.039)
Situação de vida
N.º de pessoas/vez
%
Passam o tempo em casa
1.265
51,6
Fazer trabalhos domésticos
1.064
43,4
Participar no trabalho voluntário
67
2,7
Leituras
44
1,8
Outros casos *
12
0,5
Nota: 1. * guardar a loja, trabalhar em tempo parcial, etc.
2. O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas.
5.1.1.6 Habitação
Tipo de habitação
Entre os idosos entrevistados, 1.003 vivem em habitação própria, constituindo 49,2% do total;
800 vivem em habitação de familiares, 39,2%; 214 vivem em habitação alugada ou emprestada,
10,5%, e 22 vivem em habitação de amigos ou parentes, 1,1%.
Quadro 5.9 Situação da propriedade habitacional dos idosos entrevistados (n.°= 2.039)
Propriedade habitacional
N.º de pessoas
%
1.003
49,2
De familiares
800
39,2
Alugada / emprestada
236
11,6
2.039
100,0
Própria
Total
Situação habitacional
Através da análise das diferentes situações habitacionais dos idosos entrevistados, vimos que
entre os idosos que vivem sozinhos, os que pertencem a grupos de idade mais avançada ocupam
percentagens relativamente grandes, sendo a maior a percentagem dos do grupo etário de 80~84
anos (18,0%); os solteiros ocupam 71,8%; os que têm a receita mensal de MOP1.000~2.000,
20,0%; os que manifestam o sintoma de depressão, 21,9%, e os que têm a rede social insuficiente,
27,4%. O teste por χ² mostra que existem diferenças entre a situação habitacional dos idosos e a
sua idade, estado civil, nível de instrução, situação económica (p<0,05) (ver Quadro 5.10).
O resultado do inquérito mostra que entre os idosos entrevistados, 1.215 pessoas (59,6%) vivem
com familiares; 52 (2,5%) vivem com outras pessoas; 506 (24,8%) vivem com os cônjuges; 266
(13,0%) vivem sozinhos, e dentre estes 168 (14,3%) são do sexo feminino e 98 (11,3%), do sexo
masculino (x2=45,836, p<0,05). Estas informações mostram que entre a sua situação habitacional
e o seu sexo existe a seguinte diferença: a percentagem das pessoas idosas do sexo feminino que
vivem sozinhas é maior do que a das do sexo masculino (ver Quadro 5.11).
27
Através do teste por χ², vimos que a relação entre a situação habitacional dos idosos e a sua
habilidade em actividades quotidianas não tem significado estatístico (p>0,05). No entanto, entre
as diferentes situações habitacionais dos idosos e o seu estado cognitivo e mental, estado de
depressão senil e rede social existem diferenças (p<0,05). Entre os idosos isolados que vivem na
comunidade, 13,1% têm função cognitiva normal; 15,9%, ligeiramente prejudicada; 2,6%,
gravemente prejudicada. Entre os idosos que vivem só com os cônjuges, 7,9% têm a cognição
gravemente prejudicada. 89,5% dos idosos que se encontram em estado de cognição gravemente
prejudicada vivem com outros. O resultado do inquérito mostra ainda que entre os idosos que
têm o sintoma de depressão, os que vivem só com cônjuges ocupam a maior percentagem,
atingindo 23,0%; os que vivem sózinhos ocupam 21,9% e os que vivem com outros ocupam
9,5%. Quanto à situação da rede social dos idosos entrevistados, entre os que vivem com outros,
os que têm boa rede social ocupam 63,5% e os que têm rede social insuficiente ocupam 51,0%; e
entre os que vivem sozinhos, a percentagem dos que têm boa rede social é 8,8% inferior à dos
que vivem com outros, enquanto que a percentagem dos que têm a rede social insuficiente é
27,4% superior à dos que vivem com outros (ver Quadro 5.12).
28
Quadro 5.10 Situação básica dos idosos entrevistados e análise das suas diferentes situações habitacionais
Idosos
entrevistados
Ítens
Que vivem
sozinhos
Que vivem só
com cônjuges
Que vivem com
outros
N.º de
pessoas
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
60~64
400
30
7,5
114
28,5
256
64,0
65~69
432
46
10,6
128
29,6
258
59,7
70~74
499
75
15,0
133
26,7
291
58,3
75~79
341
56
16,4
73
21,4
212
62,2
80~84
220
36
18,0
40
20,0
144
72,0
≥85
147
23
15,6
18
12,2
106
72,1
Solteiro(a)
39
28
71,8
0
0,0
11
28,2
Casado(a)
1.236
28
2,3
506
40,9
702
56,8
Separado(a)
53
21
39,6
0
0,0
31
58,5
Divorciado(a)
26
10
38,5
0
0,0
16
61,5
Viúvo(a)
682
178
26,1
0
0,0
504
73,9
3
1
33,3
0
0,0
2
66,7
Sem educação formal
586
95
16,2
86
14,7
405
69,1
Ensino primário
925
109
11,8
231
25,0
585
63,2
Ensino secundário geral
277
29
10,5
97
35,0
151
54,5
Ensino secundário
complementar
126
17
13,5
41
32,5
68
54,0
Ensino superior
125
16
12,8
51
40,8
58
46,4
≤500
164
15
9,2
25
15,2
124
75,6
501~1,000
215
32
14,9
34
15,8
149
69,3
1.001~1,500
469
101
21,5
119
25,4
249
53,1
1.501~2,000
200
33
16,5
43
21,5
124
62,0
2.001~2,500
123
19
15,4
30
24,4
74
60,2
2.501~3,000
146
13
8,9
51
34,9
82
56,2
3.001~3,500
116
13
11,2
29
25,0
74
63,8
3.501~4,000
93
8
8,6
24
25,8
61
65,6
4.001~4,500
67
5
7,5
17
25,4
45
67,2
4.501~5,000
79
8
10,1
21
26,6
50
63,3
≥5,001
324
14
4,3
102
31,5
208
64,2
Recusar-se a responder
43
5
11,6
11
25,6
27
62,8
2.039
266
13,0
506
24,8
1.267
62,1
Valor
de P
Idade (anos):
<0,05
Estado civil:
Outros
<0,01
Educação:
<0,01
Receita económica
(MOP):
Total
29
<0,01
Quadro 5.11 Situação habitacional dos idosos de ambos os sexos
Situação habitacional
(n.º= 2.039)
Sexo masculino
Sexo feminino
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Viver sózinho
98
11,3
168
14,3
266
13,0
Vive só com o cônjuge
280
32,3
226
19,3
506
24,8
Viver com familiares
477
55,1
738
63,0
1.215
59,6
Viver com outros
11
1,3
41
3,4
52
2,6
Total
866
100,0
1.173
100,0
2.039
100,0
Nota:
Total
Outros incluem parentes, amigos, empregados, etc.
Quadro 5.12 Análise das relações entre as diferentes situações habitacionais dos idosos entrevistados e a sua cognição,
estado de depressão e rede social
Ítens
Idosos
entrevistados
Que vivem
sozinhos
Que vivem só com
cônjuges
Que vivem com
outros
N.º de
pessoas
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
1.544
203
13,1
436
28,2
905
58,6
345
55
15,9
59
17,1
231
66,9
Moderadamente
prejudicada
64
5
7,8
4
6,3
55
85,9
Gravemente
prejudicada
76
2
2,6
6
7,9
68
89,5
Expressaram com
dificuldade
10
1
10,0
1
10,0
8
80,0
1.685
214
12,7
446
26,5
1025
90.5
Evidentee
196
43
21,9
45
23,0
108
9,5
Falta de dadoss
158
9
5,7
15
9,5
134
84,8
1.382
121
8,8
384
27,8
877
63,5
Insuficiente
500
137
27,4
108
21,6
255
51,0
Falta de dados
157
8
5,1
14
8,9
135
86,0
1.805
236
13,1
461
25,5
1.108
61,4
191
28
14,7
39
20,4
124
64,9
28
0
0,0
3
10,7
25
89,3
Dependência grave
5
0
0,0
1
20,0
4
80,0
Dependência total
10
2
20,0
2
20,0
6
60,0
2.039
266
13,0
506
24,8
1.267
62,1
Valor
de P
Cognição
Normal
Ligeiramente
prejudicada
<0,01
Estado de depressão
Não evidentee
<0,01
Rede social
Boa
<0,01
Habilidade em
actividades
quotidianas
Independência
Dependência ligeira
Dependência
moderada
Total
30
>0,05
5.1.1.7 Situação económica
Origem e montante das receitas
As despesas da vida quotidiana dos idosos de Macau são cobertas por receitas de diversas
origens. Entre os 2.039 idosos entrevistados, 1.371 pessoas (67,2%) são sustentadas por filhos ou
filhas; 463 (22,7%) recebem pensão de velhice do Fundo de Segurança Social; 374 (18,3%)
vivem de poupança; 205 (10,1%), de vencimentos, e 190 (9,3%), de receita económica dos
cônjuges (ver Quadro 5.13).
O Quadro 5.14 mostra que entre os idosos entrevistados, 379 pessoas (18,5%) têm mensalmente
receita pessoal de valor igual ou inferior a MOP1.000; 469 (23,0%) têm receita mensal de
MOP1.001~1.500; 1.191 (56,4%) têm receita mensal no valor superior a MOP1.500, e 43 (2,1%)
recusaram-se a responder.
Quadro 5.13 Origem das receitas dos idosos entrevistados para fazer face às despesas da sua vida quotidiana (n.º = 2.039)
Origem das receitas
N.º de pessoas
%
1.371
67,2
Pensão de velhice concedida pelo Fundo de
Segurança Social
463
22,7
Poupança / investimentos pessoais
374
18,3
Vencimento
205
10,1
Receita do cônjuge
190
9,3
Subsídio do Governo
135
6,6
Pensão de reforma / fundo da previdência social
99
4,9
Dinheiro dado por parentes ou amigos
41
2,0
4
0,2
Dinheiro dado pelos filhos
Outras*
Nota:
1. *Pensão de sobrevivência, etc.
2. O idoso entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas.
Quadro 5.14 Situação das receitas dos idosos entrevistados (n.º=2.039)
Montante (MOP/mês)
N.º de pessoas
%
≤500
164
8,1
501~1.000
215
10,5
1.001~1.500
469
23,0
1.501~2.000
200
9,8
2.001~2.500
123
6,0
2.501~3.000
146
7,2
3.001~3.500
116
5,7
3.501~4.000
93
4,5
4.001~4.500
67
3,3
4.501~5.000
79
3,9
324
15,9
43
2,1
2.039
100,0
≥5.001
Recusar-se a responder
Total
31
Grau da satisfação com a suficiência das receitas para fazer face às despesas de vida
Quanto a esta questão, entre os idosos entrevistados, 724 (35,5%) consideram razoáveis as
receitas para fazer face às despesas de vida; 776 (38,2%) consideram-nas suficientes ou muito
suficientes; 535 (26,3%) consideram-nas insuficientes ou muito insuficientes. E entre os idosos
que as consideram insuficientes (ver Quadro 5.16), 241 (45,0%) esperam que a sua receita
mensal atinja MOP2.000 ou menos; 114 (21,4%) esperam que a sua receita mensal se situe entre
MOP2.001~3.000, e 168 (31,4%) esperam que a sua receita mensal exceda MOP3.000.
Quadro 5.15 Grau da satisfação dos idosos entrevistados com a suficiência das receitas para fazer face às
despesas de vida (n.º = 2.035)
Grau de satisfação
N.º de pessoas
Muito insuficiente
%
39
1,9
Insuficiente
496
24,4
Razoável
724
35,5
Suficiente
742
36,5
34
1,7
2.035
100,0
Muito suficiente
Total
Quadro 5.16 Valores das receitas ideais no ponto de vista dos idosos que acham as receitas actuais
insuficientes para fazer face às despesas de vida
Montante (MOP/mês)
(n.º = 535)
N.º de pessoas
%
≤1,000
39
7,3
1.001~1.500
82
15,3
1.501~2.000
120
22,4
2.001~2.500
56
10,5
2.501~3.000
58
10,9
3.001~3.500
43
8,0
3.501~4.000
31
5,8
4.001~4.500
19
3,6
4.501~5.000
23
4,3
>5.000
52
9,7
Recusar-se a responder
12
2,2
535
100,0
Total
Principais despesas da vida quotidiana
Quanto às principais despesas da vida quotidiana dos idosos entrevistados, 1.885 pessoas (92,4%)
têm de realizar despesas na compra de roupa e alimentação; 770 (37,8%), nas actividades sociais;
524 (25,7%), na consulta médica e protecção da saúde; 415 (20,4%), no pagamento do
condomínio ou de água e electricidade; 230 (11,3%), no transporte, e 192 (9,4%), na renda de
casa/amortização dos empréstimos para a aquisição da habitação.
32
Quadro 5.17 Principais despesas dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Ítens das principais despesas
%
N.º de pessoas
Compra de roupa e alimentação
92,4
1.885
Participação em actividades sociais
37,8
770
Consulta médica / cuidados de saúde de carácter proactivo
25,7
524
Diversos pagamentos (pagamento do condomínio / pagamento de
água e electricidade)
20,4
415
Transporte
11,3
230
Renda / amortização dos empréstimos para a aquisição da habitação
9,4
192
Contribuição para despesas de outros
2,8
57
Gastos pessoais
2,1
43
Outros*
0,6
11
Nota: 1. *obra de caridade, pagamento de dívidas, etc.
2. O entrevistado pode escolher ao máximo 3 respostas.
5.1.2 Hábitos de vida dos idosos entrevistados
5.1.2.1 Fumar
Entre os idosos entrevistados, 1.392 pessoas (68,3%) nunca fumam; 328 (16,1%) deixaram de
fumar; 319 (15,6%) fumam, e entre estes 259 (81,2%) são do sexo masculino; entre os
entrevistados do sexo masculino, 29,9% são fumadores, e entre as entrevistadas, 5,1%,
fumadoras; 270 (13,2%) fumam com frequência. O Quadro 5.19 mostra que entre os que fumam
frequentemente, há 220 (81,5%) que têm fumado por mais de 40 anos; 228 (84,4%) que fumam
20 cigarros ou menos por dia; 38 (14,1%) que fumam diariamente 20~40 cigarros, e só 4 que
fumam diariamente mais de 2 maços de cigarros.
Quadro 5.18 Situação dos idosos entrevistados fumadores (n.º = 2.039)
Situação de fumar
N.º de pessoas
%
1.392
68,3
49
2,4
Frequentemente
270
13,2
Deixaram de fumar
328
16,1
2.039
100,0
Nunca
Às vezes
Total
Quadro 5.19 Estatística do número de anos do consumo de tabaco por parte dos idosos que fumam frequentemente (n.º = 270)
N.° de anos de consumo
N.º de pessoas
1~9
2
0,7
10~19
7
2,6
20~29
12
4,5
30~39
29
10,7
40~49
84
31,1
50~59
70
25,9
60~69
52
19,3
≥70
14
5,2
Total
270
100,0
33
%
Quadro 5.20 Quantidade de cigarros consumidos diariamente pelos idosos fumadores (n.º = 270)
Número de cigarros
N.º de pessoas
%
1~20
228
84,4
21~40
38
14,1
41~60
4
1,5
Total
270
100,0
(consumidos por dia)
Nota: Um maço contém 20 cigarros.
5.1.2.2 Beber vinho
O Quadro 5.21 mostra que entre os idosos entrevistados, 1.429 (70,0%) nunca bebem vinho; 197
(9,7%) bebiam mas agora já deixaram de beber; 209 (10,3%) bebem menos de 1 vez por semana;
95 (4,7%), 1~3 vezes; 109 (5,3%), 4 ou mais vezes. Entre as 204 pessoas (excluindo as que
bebem menos de 1 vez por semana), 104 (51,0%) bebem vinho com baixo teor de álcool; 75
(36,8%), vinho de médio teor alcoólico; 25 (12,2%), vinho com alto teor de álcool (ver Quadro
5.22). O resultado deste inquérito diz-nos que a maioria dos idosos não têm hábito de beber
vinho de alto teor alcoólico.
Quadro 5.21 Situação dos idosos entrevistados que bebem vinho (n.º = 2.039)
Frequência de consumo de vinho
(Vez/semana)
N.º de pessoas
Nunca
%
1.429
70,0
<1
209
10,3
1-3
95
4,7
≥4
109
5,3
Já deixaram de beber
197
9,7
2.039
100,0
Total
Quadro 5.22
Espécie de vinho que bebem (n.º = 204)
Volume de álcool (%)
N.º de pessoas
De baixo teor alcoólico (< 20)
%
104
51,0
De médio teor alcoólico (20~39)
75
36,8
De alto teor alcoólico (>39)
25
12,2
204
100,0
Total
5.1.2.3 Hábitos de alimentação
97,4% dos idosos entrevistados consomem óleo vegetal. O Quadro 5.23 mostra que 156 pessoas
(7,7%) tomam 1 ou 2 refeições por dia e 529 (25,9%) tomam mais de 3 refeições por dia, o que
talvez esteja relacionado com os hábitos de lanchar e tomar ceia nas regiões de Hong Kong e de
Macau.
34
Quadro 5.23 Vezes de refeições tomadas por dia pelos idosos entrevistados por dia (n.º = 2.039)
Vez de refeição (por dia)
N.º de pessoas
%
1
2
0,1
2
154
7,6
3
1.354
66,4
529
25,9
2.039
100,0
≥4
Total
Nota: As vezes de refeições incluem o lanche, a ceia, etc.
Quanto à situação do consumo de diversos produtos alimentícios, o Quadro 5.24 mostra que
1.795 idosos entrevistados (88%) comem peixe ou carne mais de 4 vezes por semana; 1.934
(94,8%) comem vegetais e frutas frescos também mais de 4 vezes por semana; 1.260 (61,8%)
comem sobremesa menos de 1 vez por semana, mas há 639 (31,3%) que a comem 1~3 vezes por
semana e há mesmo 140 (6,9%) que a comem quase todos os dias. Além disso, há ainda 230
(11,3%) que comem produtos salgados e conservados quase todos os dias.
Quadro 5.24
Hábito da alimentação dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
<1vez/ semana
Tipo de alimentos
Peixe ou carne
N.º de
pessoas
%
1-3 vezes/semana
N.º de
pessoas
≥4 vezes/semana
%
N.º de
pessoas
%
39
1,9
205
10,1
1.795
88,0
1.189
58,3
322
15,8
528
25,9
872
42,7
974
47,8
193
9,5
14
0,7
91
4,5
1.934
94,8
Sobremesa
1.260
61,8
639
31,3
140
6,9
Produtos salgados e conservados
1.303
63,9
506
24,8
230
11,3
Leite/iogurte/queijo
Produtos de soja
Vegetais/frutas frescos
5.1.2.4 Actividades de recreio
O Quadro 5.25 mostra que as actividades intelectuais dos idosos entrevistados (incluindo os
jogos de Majong, cartas, xadrez, etc.) são relativamente poucas: entre eles 1.664 (81,6%)
desenvolvem estas actividades menos de 1 vez por semana, principalmente porque (ver Quadro
5.26): 40,5% deles não sabem jogá-los; 24,6% não têm interesse, e 14,9% não têm as condições
correspondentes. As actividades estáticas dos idosos entrevistados (tais como ver televisão, ouvir
música, ler livros e jornais, tomar chá etc.) são relativamente muitas (ver Quadro 5.25): 94,3%
deles realizam estas actividades quase todos os dias. Alguns idosos não podem praticar
actividades devido ao facto de estarem fracos. A maioria dos idosos (75,0%) praticam
principalmente actividades pouco intensivas (tais como fazer exercícios matutinos, passear pelos
montes, plantar flores, etc.) e só há 15,9% dos idosos que praticam poucas actividades,
principalmente porque (ver Quadro 5.26): a saúde de 40,6% deles não os permite praticá-las;
33,2% não têm tempo disponível e 18,2% não têm interesse. O número dos que participam nas
actividades de alta intensidade (tais como correr, dançar, nadar, etc.) é relativamente pequeno
(ver Quadro 5.25), principalmente porque (ver Quadro 5.26): a saúde de 45,0% deles não os
35
permite praticá-las; 18,7% não têm interesse, e 18,3% não sabem fazer.
Quadro 5.25
Actividades de recreio dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
<1 vez/semana
Tipo de actividades
Intelectuais
N.º de
pessoas
Altamente intensivas
N.º de
pessoas
%
≥4 vezes/semana
%
N.º de
pessoas
%
1.664
81,6
227
11,1
148
7,3
37
1,8
79
3,9
1 923
94,3
325
15,9
184
9,1
1 530
75,0
1.830
89,8
68
3,3
141
6,9
Estáticas
Pouco intensivas
1-3 vezes/semana
Quadro 5.26 Motivos principais que levam os idosos entrevistados a praticam actividades de recreio menos de 1 vez
por semana
Actividades
Motivos
intelectuais
Actividades
estáticas
Actividades
pouco intensivas
(n.º =1.664)
(n.º = 37)
(n.º = 325)
%
%
Não têm interesse.
24,6
Não sabem fazer.
Não têm tempo.
Actividades
altamente
intensivas
(n.º =1.830)
%
%
16,2
18,2
18,7
40,5
5,4
1,9
18,3
9,7
13,5
33,2
12,5
A saúde não lhes permite praticar.
10,0
43,3
40,6
45,0
Falta de condições
14,9
21,6
3,7
4,3
Ambiente inconveniente
0,0
0,0
0,9
0,3
Preguiça
0,0
0,0
0,9
0,2
Problema de transporte
0,0
0,0
0,0
0,3
Outros*
0,3
0,0
0,6
0,4
100,0
100,0
100,0
100,0
Total
Nota: * Falta de acompanhante, sem necessidade, evitar a preocupação familiar, etc.
Entre os idosos que participam em actividades intelectuais menos de 1 vez por semana, 25,7%
têm a função cognitiva e mental prejudicada; entre os que participam nelas 4 ou mais vezes por
semana, só 15,5% têm a função cognitiva e mental prejudicada, x2=20,375, P<0,05, o que
demonstra que a frequência de participação em actividades intelectuais está relacionada com o
grau de prejuízo da sua função cognitiva e mental. O Quadro 5.27 mostra que entre as pessoas
idosas que participam em actividades de recreio menos de 1 vez por semana devido ao
enfraquecimento da saúde, a percentagem das do sexo masculino que participam em actividades
intelectuais ou de alta intensidade é superior à do sexo feminino, mas quanto às actividades
estáticas ou de baixa intensidade, a situação é contrária. 59,3% dos idosos de idade igual ou
superior a 75 anos ainda participam em actividades intelectuais. Entre os idosos entrevistados,
38,3% acham que estão de má saúde; 77,8% sofrem 2 ou mais doenças; 67,1% vivem com
familiares; 22,2% vivem só com cônjuges, e 10,8% vivem sozinhos. Quanto à capacidade para
desenvolver actividades correntes, 88,0% dos idosos entrevistados podem viver quase
independentemente, e só 12,0% deles precisam de ajuda de outros.
36
Quadro 5.27 Distribuição dos idosos que não participam em actividades de recreio em virtude da sua debilidade
física, por sexo, grupo etário, habilidade em actividades quotidianas e situação de doenças
Actividades
da sáude
Auto-avaliação
Idade
Sexo
Factores
Doença
Situação
habitacional
Actividades de
pouco intensivas
alta intensidade
(n=167)
(n=16)
(n=132)
(n=823)
N.° de
pessoas
%
Masculino
87
17,5
Feminino
80
< 65
N.° de
Idosos
entrevistados
N.° de
%
N.° de
pessoas
%
N.° de
pessoas
2
0,4
45
9,1
362
73,0
496
12,5
14
2,2
87
13,5
461
71,8
642
12
11,7
1
1,0
9
8,7
81
78,6
103
65~74
56
12,9
2
0,5
29
6,7
348
80,0
435
75~84
62
15,3
6
1,5
53
13,1
285
70,2
406
≥85
37
19,1
7
3,6
41
21,1
109
56,2
194
Boa
44
14,7
2
0,7
24
8,0
230
76,6
300
Normal
59
12,3
5
1,0
46
9,6
369
77,1
479
Má
64
17,8
9
2,5
62
17,3
224
62,4
359
8
9,0
0
0,0
3
3,4
78
87,6
89
Com 1 doença
29
13,6
2
0,9
16
7,5
166
78,0
213
Com 2
doenças
50
17,6
4
1,4
39
13,7
191
67,3
284
Com 3 ou mais
doenças
80
14,5
10
1,8
74
13,4
388
70,3
552
Viver sozinho
18
11,6
2
1,3
14
9,0
121
78,1
155
Casal isolado
37
14,9
2
0,8
24
9,6
186
74,7
249
Viver com
outros
112
17,6
12
1,9
94
14,9
516
81,5
734
Independência
total
107
12,7
5
0,6
62
7,4
666
79,3
840
Grau de
dependência
ligeiro
40
20,2
3
1,5
39
19,7
116
58,6
198
Grau de
dependência
médio
9
22,5
4
10,0
19
2,5
26
44,8
58
Grau de
dependência
elevado
4
30,8
0
0,0
4
30,8
5
38,4
13
Dependência
total
7
24,1
4
13,8
8
27,6
10
34,5
29
Sem doença
Dependência na vida quotidiana
Actividade
Intelectuais
Actividades
estáticas
pessoas
%
pessoas
5.1.3 Situação de saúde dos idosos entrevistados
1) O Quadro 5.28 mostra que 701 (34,4%) dos idosos entrevistados acham a sua saúde boa ou
muita boa; 949 (46,5%) deles acham a sua saúde normal; 341 (16,7%) acham a sua saúde má,
e 48 (2,4%) acham a sua saúde muito má. Analisando os grupos etários, descobrimos que
22,1% dos entrevistados que acham a sua saúde má ou muito má são do grupo etário de 80
anos ou mais; 48,1% entrevistados que acham a sua saúde normal são do grupo etário de
60~69 anos, não havendo no entanto diferença a nível estatístico (por teste de X2, p>0,05).
37
Quadro 5.28
Autoavaliação
Muito má
Auto-avaliação da saúde pelos idosos entrevistados de diferentes grupos etários (n.º =2.039)
60~69 anos
N.º de
pessoas
70~79 anos
%
N.º de
pessoas
%
≥80 anos
N.º de
pessoas
Total
%
N.º de
pessoas
%
12
1,4
25
3,0
11
3,0
48
2,4
Má
128
15,4
143
17,0
70
19,1
341
16,7
Normal
400
48,1
392
46,7
157
42,8
949
46,5
Boa
275
33,1
269
32,0
126
34,3
670
32,9
16
2,0
11
1,3
3
0,8
31
1,5
831
100,0
840
100,0
367
100,0
2.039
100,0
Muito boa
Total
2) O Quadro 5.29 mostra que entre os idosos que acham a sua saúde má, a percentagem dos
idosos isolados é a maior, chegando a 20,7%, seguindo-se-lhes a percentagem dos que vivem
conjuntamente com outros, constituindo 19,7%. O valor “p>0,05”, resultado do teste por χ²,
mostra que a situação habitacional dos idosos e o facto de eles terem ou não cuidadores não
afectam sensivelmente a sua opinião acerca da sua saúde. Entre os idosos que acham a sua
saúde má, 39,5% encontram-se em estado cognitivo e mental gravemente prejudicado; entre
os idosos que acham a sua própria saúde normal, 38,1% encontram-se em estado cognitivo e
mental gravemente prejudicado, e entre os idosos que acham a sua própria saúde boa, só
22,4% se encontram em estado cognitivo e mental gravemente prejudicado. Entre os idosos
entrevistados que se manifestam deprimidos, 49,5% acham a sua saúde má. A habilidade em
actividades correntes, bastante ou gravemente perdida, dos idosos que acham a sua saúde má
é melhor do que a dos que acham a sua saúde boa (p<0,01). Entre os idosos que têm a rede
social insuficiente, 45% acham a sua situação normal; 28,6% acham a sua situação boa e
26,4% acham a sua situação má.
3) O Quadro 5.30 mostra que 84,5% dos idosos entrevistados sofrem de doenças, e entre eles,
23,3% sofrem apenas 1 doença; 23,8%, 2 doenças; 37,4%, 3 ou mais doenças. A percentagem
das idosas doentes é maior do que a dos idosos doentes do sexo masculino: a primeira é de
86,4% e a segunda, 82,0%. E entre as idosas doentes, as que sofrem 3 ou mais doenças
ocupam a maior percentagem, chegando a 41,3%.
4) O Quadro 5.31 mostra a relação entre o número de doenças dos idosos e a sua idade. Entre os
idosos que sofrem apenas 1 doença, os que pertencem ao grupo etário de 60~69 anos ocupam
a maior percentagem; entre os idosos que sofrem simultaneamente 3 ou mais doenças, os
pertencentes ao grupo de idades superiores a 75 anos ocupam a maior percentagem.
Observados os idosos do grupo etário de 75~79 anos, descobrimos que a taxa de incidência
de doenças aumenta de 14,4% dos que sofrem apenas 1 doença para 51,5% dos que sofrem
ao mesmo tempo várias doenças. O valor “p<0,05”, resultado do teste por “χ²”, mostra que os
números de doenças sofridas por idosos de diferentes idades são diferentes.
5) O Quadro 5.32 mostra que segundo os idosos entrevistados, nos 3 meses anteriores à nossa
entrevista, 29,4% deles tinham o sintoma de dores na articulação; 23,4% sentiam dores na
38
região lombar e nas costas; 19,3% sofriam insónia; 17,5% sentiam dores de cabeça/virgens;
15,4% com tosse e 12,7% escarravam frequentemente.
Quadro 5.29 Relação entre a percepção do estado de saúde dos idosos entrevistados e os factores relacionados
N.° de
Idosos
Ítem
Sexo
M
Sensação normal
(949)
Sensação má (389)
N.° de
pessoas
N.° de
pessoas
%
%
Sensação boa (701)
N.° de
pessoas
%
866
137
15,8
397
45,8
332
38,4
1.173
252
21,5
552
47,0
369
31,5
266
55
20,7
111
41,7
100
37,6
Viver c/ cônjuge
506
85
16,8
243
48,0
178
35,2
Viver c/ outros
1.267
249
19,7
595
47,0
423
33,3
1.872
365
19,5
867
46,3
640
34,2
167
24
14,4
82
49,1
61
36,5
1.544
260
16,8
736
47,7
548
35,5
345
79
22,9
154
44,6
112
32,5
Bastante danificada
64
16
25,0
25
39,1
23
35,9
Gravemente danificada
76
30
39,5
29
38,1
17
22,4
Com dificuldade em
exprimir-se
10
4
40,0
5
50,0
1
10,0
1.685
240
14,2
809
48,0
636
37,8
Evidente
196
97
49,5
78
39,8
21
10,7
Falta de dados
158
52
32,9
62
39,2
44
27,9
1.382
205
14,9
661
47,8
516
37,3
Insuficiente
500
132
26,4
225
45,0
143
28,6
Falta de dados
157
52
33,1
63
40,1
42
26,8
Independência
completa
1.805
295
16,3
855
47,4
655
36,3
Grau de dependência
ligeira
191
73
38,2
78
40,8
40
21,0
Grau de dependência
médio
28
16
57,1
8
28,6
4
14,3
Grau de dependência
elevado
5
2
40,0
2
40,0
1
20,0
10
3
30,0
6
60,0
1
10,0
Situação
habitacional
Viver sozinho
Capacidade cognitiva Cuidador
Tem
Estado de
depressão
Não evidente
Grau de dependência nas Rede Social
actividades da vida quotidiana
F
Boa
Não tem
Pouco danificada
Normal
Dependência total
<0,05
>0,05
>0,05
<0,05
<0,05
<0,05
Quadro 5.30 Número de doenças dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Masculino
Número de doença
N.º de
pessoas
Feminino
%
N.º de
pessoas
Total
%
N.º de
pessoas
%
0
156
18,0
159
13,6
315
15,5
1
227
26,2
248
21,1
475
23,3
2
204
23,6
282
24,0
486
23,8
≥3
279
32,2
484
41,3
763
37,4
Total
866
100,0
1. 173
100,0
2.039
100,0
39
Valor de
P
Grupo
etário
Idosos
entrevistados
Quadro 5.31
Relação entre o número de doenças dos idosos entrevistados e a sua idade (n.º = 2.039)
N.º de doenças
Sem doença
N.º de
pessoas
N.º de
pessoas
%
1 doença
N.º de
pessoas
%
2 doenças
N.º de
pessoas
3 ou mais doenças
%
N.º de
pessoas
%
Total de doenças
N.º de
pessoas
%
60~64
400
95
23,8
112
28,0
87
21,7
106
26,5
305
76,2
65~69
432
70
16,2
121
28,0
100
23,2
141
32,6
362
83,8
70~74
499
71
14,2
124
24,9
117
23,4
187
37,5
428
85,8
75~79
341
39
11.2
49
14,4
78
22.9
175
51,5
302
88,6
80~84
220
23
10,5
42
19,0
62
28,2
93
42,3
197
89,5
≥85
147
17
11.6
27
18,3
42
28,6
61
41,5
130
88,4
Total
2.038
315
15,4
475
23,3
486
23,9
763
37,4
1.724
84,6
Quadro 5.32 Situação de sintomas comuns dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Ordem
Sintoma comum
N.º de
pessoas
Taxa de
incidência (%)
1
Dor na articulação
601
29,4
2
Dor na região lombar e nas costas
478
23,4
3
Insónia
392
19,3
4
Dor de cabeça / vertigem
355
17,5
5
Tosse
314
15,4
6
Escarro
258
12,7
7
Palpitação
186
9,1
8
Prisão de ventre
135
6,7
9
Asma (dificuldade respiratória)
115
5,7
10
Mau apetite / perturbação estomacal/ hemorragia
estomacal
101
5,0
11
Inchaço, dor ou convulsão de pés
63
3,1
12
Mastigação difícil
60
2,9
13
Tremor ou cãibra de mãos ou pés
47
2,3
14
Coça de pele
36
1,8
15
Constipação
34
1,7
16
Falta de força em todo o corpo ou nos membros
31
1,5
17
Engolir com dificuldade
29
1,4
18
Dificuldade na urinação / incontinência urinária
27
1,3
19
Zumbido nos ouvidos
26
1,3
20
Dor no ventre
24
1,2
21
Indisposição na região ocular
13
0,6
22
Indisposição no rosto, cavidade bucal ou dentes
10
0,5
Nota: O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas.
6) Entre as doenças que os idosos entrevistados sofrem, as mais comuns são as no sistema
cardiovascular, atingindo 76,0%; seguem-se-lhes por ordem as doenças nos 5 órgãos dos
40
sentidos com as dos olhos como o principal, que ocupam 39,1%, e as doenças no sistema
ósseo, que ocupam 35,6%. E entre os idosos doentes, 46,6% sofrem de hipertensão; 35,9%,
doenças dos olhos; 20,7%, doenças degenerativas na articulação; 19,4%, cardiopatia; 18,4%,
diabetes (ver Quadro 5.33).
Quadro 5.33 Taxa de sofrimento de doenças por parte dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Tipo de doença
N.º de pessoas
Taxa de sofrimento de
doenças (%)
1.551
76,0
Hipertensão
951
46,6
Cardiopatia
396
19,4
Apoplexia
103
5,1
Hiperlipemia / alto nível de colesterol
72
3,5
Varicosidade
29
1,4
Doença nos 5 órgãos dos sentidos
797
39,1
Doenças dos olhos*
733
35,9
64
3,1
Sistema ósseo
683
35,6
Doenças degenerativas na articulação**
423
20,7
Osteoporose
117
5,7
Fractura óssea que tem acontecido após os 60 anos de idade
143
7,0
Sistema de secreção interna
498
24,4
Diabetes
375
18,4
Artritismo
106
5,2
17
0,8
Sistema de digestão
253
12,4
Doenças gastrintestinais
107
5,2
Doenças de fígado e biliar
115
5,6
16
0,8
Sistema cardiovascular
Doenças nas regiões dos ouvidos, nariz ou garganta
Bócio
Hemorrõides/ doença na região de ânus
Enterocele
15
0,7
Sistema respiratório
219
10,7
Bronquite crónica, enfisema pulmonar
208
10,2
11
0,5
Tísita/doença na cavidade toxácica
150
7,3
Prostatite
69
3.4
Doença de rins
64
3.1
Sistema urinário
Doença na bexiga ou uretra
17
0.8
178
8,7
Tumor
89
4,4
Anemia/anemia mediterrâneo
25
1,2
Neoropatia / Doença de Parkinson
24
1,2
Outras doenças
Doença de pele
21
1,0
Dimência senil /psicose
14
0,7
Doenças ginecológicas
5
0,2
Nota:
1. * Incluem a catarata, glaucoma, etc.
2. ** Incluem a artrite e bicos de papagaio.
3. O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas.
41
42
Situação do tratamento de doenças comuns
A situação do tratamento de doenças comuns de idosos entrevistados é a seguinte: A hipertensão
(95,5%), a cardiopatia (91,4%), a diabetes (89,9%) e a bronquite crónica ou enfesema pulmonar
(78,8%) têm tratadas principalmente com medicamentos; a fractura óssea ocorrida após os 60
anos de idade (50,3%), doenças de fígado e biliar (39,1%), doenças dos olhos (31,9%) e doenças
gastrinternais (19,6%) são tratadas principalmente com a operação ou outras terapias de
medicina tradicional chinesa. Entre os idosos que não sabem a situação de tratamento de suas
doenças, 32,2% sofrem de doenças de fígado e biliar; 23,1%, a osteoporose; 20,0%, doenças dos
olhos; 18,8%, bronquite crónica /enfesema pulmonar, e 18,2%, doenças degenerativas na
articulação (ver Quadro 5.34). O Quadro 5.35 mostra o resultado do inquérito de que os idosos
de diferentes grupos etários sofrem de diferentes doenças: a hipertensão, doenças dos olhos e
diabetes acontecem mais frequentemente no grupo etário de 70~79 anos; a cardiopatia, bronquite
crónica e fractura óssea ocorrida após os 60 anos de idade surgem mais no grupo etário de 80
anos ou superiores; as doenças gastrintestinais e doenças de fígado e biliar surgem com mais
frequência no grupo etário de 60~69 anos.
Quadro 5.34
Situação do tratamento de doenças de idosos entrevistados
Situação de tratamento
Doença
Total de
doentes
Medicação
(%)
Reabilitação
(%)
Outras
terapias*
(%)
Não tem
conhecimento
(%)
Hipertensão
951
908(95,5)
2(0,2)
4(0,4)
37(3,9)
Doenças dos olhos
733
352(48,0)
1(0,1)
234(31,9)
146(20,0)
Doenças degenerativas
na articulação
423
281(66,4)
26(6,1)
39(9,2)
77(18,2)
Cardiopatia
396
362(91,4)
0
14(3,5)
20(5,1)
Diabetes
375
337(89,9)
0
13(3,4)
25(6,7)
Bronquite crónica /
Enfisema pulmonar
208
164(78,8)
2(1,0)
3(1,4)
39(18,8)
Fractura óssea que tem
acontecido após os 60
anos de idade
143
41(28,7)
18(12,6)
72(50,3)
12(8,4)
Doenças gastrintestinais
107
78(72,9)
0
21(19,6)
8(7,5)
Osteoporose
117
83(70,9)
2(1,7)
5(4,3)
27(23,1)
Doenças de fígado e
biliar
115
32(27,8)
1(0,9)
45(39,1)
37(32,2)
Nota: * Incluem a operação, tratamento de medicina tradicional chinesa, etc.
43
Quadro 5.35 Comparação de doenças comuns de que sofrem os idosos de diferentes grupos etários
<70 anos (n.º = 832)
Doença
N.º de
pessoas
70~79 anos (n.º = 840)
Taxa de
sofrimento
de doença
N.º de
pessoas
Taxa de
sofrimento
de doença
≥80 anos (n.º = 367)
Taxa de
sofrimento
de doença
N.º de
pessoas
Hipertensão
334
40,1
448
53,3
169
46,5
Doenças dos olhos
192
23,1
356
42,4
185
22,0
Doenças degenerativas na
articulação
181
21,8
174
20,7
68
18,2
Cardiopatia
121
14,5
184
21,9
91
24,8
Diabetes
148
17,8
166
19,8
61
16,6
Bronquite crónica
/enfisema pulmonar
70
8,4
87
10,4
51
13,9
Fractura óssea que tem
acontecido após os 60 anos
de idade
29
3,5
75
8,9
39
10,6
Doenças gastrintestinais
50
6,0
45
5,4
12
3,3
Osteoporose
43
5,2
53
6,3
21
5,7
Doenças de fígado e biliar
57
6,9
37
4,4
21
5,7
Situação da avaliação sobre o estado de saúde, altura e peso dos idosos entrevistados
1) Dum modo geral, o estado de saúde, altura e peso dos idosos entrevistados são normais.
Entre os entrevistados, 2.023 foram sujeitos à medição da temperatura de corpo cujo valor
médio é de 35,2°C, e entre estes, 1.144 têm a temperatura um pouco baixa (ocupando 56,5%
do total); 2.026 idosos foram sujeitos à medição da pulsação cujo valor médio é de 74
vezes por minuto, e entre estes 1.838 têm a pulsação normal (ocupando 90,7%), a de 143
(ocupando 7,1%) é um pouco lenta e a de 45 (ocupando 2,2%) é demasiado rápida.
2) O Quadro 5.36 mostra que a respiração média dos idosos entrevistados é de 19 vezes por
minuto; a sua altura média é de 155 cm, a altura média dos de sexo masculino é de 163 cm,
enquanto que a do sexo feminino, 150 cm; o peso médio dos entrevistados é de 57 kg, o do
sexo masculino é de 61 kg e o do sexo feminino, 54 kg.
Quadro 5.36 Situação da frequência de respiração, altura e peso dos idosos entrevistados
Conteúdo de avaliação
N.º de pessoas
interessadas
Valor médio
Desvio padrão
Respiração (vezes/m)
2.025
19,4
2,86
Altura total (cm)
2.022
155,7
8,78
858
162,9
6,42
do feminino
1.164
150,4
6,14
Peso total (kg)
2.027
57,3
10,94
861
61,4
10,53
1.166
54,2
10,20
do masculino
do masculino
do feminino
44
Situação de tensão arterial
A tensão diastólica média dos idosos entrevistados é de 139mmHg; o seu desvio padrão,
19mmHg; o seu valor máximo, 226 mmHg, e o seu valor mínimo, 77mmHg. A tensão
sistólica média deles é de 85mmHg; o desvio padrão, 12mmHg; o valor máximo, 128 mmHg, e o
valor mínimo, 42mmHg. Segundo as normas de avaliação, estabelecida em 1999 pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Sociedade Internacional de Hipertensão, 311
pessoas (ocupando 15,4%) só têm a tensão diastólica um pouco alta (ver Quadro 5.37); 55
pessoas (2,7%) só têm a tensão sistólica um pouco alta; 669 pessoas (33,0%) têm ambas as
tensões, diastólica e sistólica, um pouco altas; entre os 947 idosos doentes de hipertensão (46,8%
do total), 369 (39,0%) têm a pressão sanguínea controlada no âmbito normal. Merece atenção
que há 448 pessoas (22,1%), que não foram consideradas doentes de hipertensão pelo médico,
mas segundo a presente medição a sua tensão é um pouco alta.
Quadro 5.37 Situação da medição da tensão arterial dos idosos entrevistados (n.º = 2.025)
Tipo de tensão
Com hipertensão
Sem hipertensão
Total
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Tensão normal (90-139/60-89)
369
39,0
621
57,6
990
48,9
Com apenas tensão diastólica alta (≥140)
179
18,9
132
12,2
311
15,4
23
2,4
32
3,0
55
2,7
Tensões sistólica e diastólica altas (≥140/90)
376
39,7
293
27,2
669
33,0
Total
947
100,0
1.078
100,0
2.025
100,0
(mmHg)
Com apenas tensão sistólica alta (≥90)
Situação de visão
2.021 idosos foram sujeitos ao exame da visão. Entre estes, 403 (20,0%) usam óculos e os
restantes 1.618 (80,0%) não os usam; 8 com perda de visão de ambos os olhos, ocupando 0,4%
do total; 1.864 podem distinguir os dedos de um do outro que estão 0,5 metros distantes, tanto
com o olho esquerdo como com o direito, ocupando 92,3%. O Quadro 5.38 mostra que 34 idosos
(1,7%) não podem ver bem os dedos com o olho esquerdo nem tem nenhuma sensação de luz; 55
(2,7%) não podem ver os dedos claramente com o olho esquerdo; 1.924 (95,2%) podem vê-los
claramente com ele. Quanto à visão do olho direito dos idosos entrevistados, 24 (1,2%) não
podem ver bem os dedos nem tem nenhuma sensação de luz; 57 (2,8%) não podem distinguir os
dedos, e 1.932 (95.6%) podem vê-los claramente.
Quadro 5.38 Situação da medição da visão dos idosos entrevistados (n.º = 2.021)
Medição de visão
Olho esquerdo
N.º de pessoas
Perda de visão de ambos os olhos
Olho direito
%
N.º de pessoas
%
8
0,4
8
0,4
Perda de visão de um olho
34
1,7
24
1,2
Vê confusamente
55
2,7
57
2,8
1. 924
95,2
1 932
95,6
2. 021
100,0
2. 021
100,0
Vê claramente
Total
45
Situação de audição
Entre os 2.022 idosos sujeitos à medição da audição por diapasão, 26 (1,3%) levam a audiofone.
O Quadro 5.39 mostra que o ouvido esquerdo de 67 idosos (3,3%) não tem conseguiu ouvir o
som emitido pelo diapasão e o ouvido direito de 71 idosos (3,5%) não conseguiu ouvi-lo.
Quadro 5.39 Situação da medição da audição dos idosos entrevistados (n.º = 2.022)
Situação de medição
Ouvido esquerdo
N.º de pessoas
Não pode ouvir o som emitido pelo
diapasão.
Pode ouvir o som emitido pelo
diapasão.
Total
Ouvido direito
%
N.º de pessoas
%
67
3,3
71
3,5
1.955
96,7
1 951
96,5
2.022
100,0
2.022
100,0
Nota: A frequência do diapasão é de 256 Hz.
Situação do índice de peso dos idosos entrevistados
De acordo com o critério do Índice de Massa Corporal (IMC), referido no Guia de Obesidade da
População da Ásia (2000), da autoria de Van Gaal e outros, o índice do peso de 83 pessoas do
sexo masculino (9,7%) dos idosos entrevistados é um pouco baixo e o de 105 pessoas do sexo
feminino também é um pouco baixo; há 254 idosos gordos do sexo masculino, ocupando 29,6%,
e 453 idosas gordas, ocupando 38,9%. A percentagem dos idosos gordos doentes de hipertensão
e de diabetes é maior do que a dos idosos não gordos (p<0.05).
Quadro 5.40 Distribuição dos idosos entrevistados por índice de peso, IMC (n.º = 2.022)
Masculino
IMC
Definição
≤18,4
IMC um pouco baixo
18,5-22,9
N.º de
pessoas
Feminino
%
N.º de
pessoas
Total
%
N.º de
pessoas
%
83
9,7
105
9,0
188
9,3
IMC normal
340
39,6
398
34,2
738
36,5
23-24,9
IMC um pouco alto
181
21,1
208
17,9
389
19,2
25-29,9
Gordura I
230
26,8
366
31,4
596
29,5
≥30
Gordura II
24
2,8
87
7,5
111
5,5
858
100,0
1.164
100,0
2.022
100,0
Total
Breve resumo
1. Informações essenciais
As informações essenciais dos idosos entrevistados mostram que 80,8% dos idosos masculinos
vivem com cônjuges, enquanto que só quase metade das idosas vivem com cônjuges (ver Quadro
5.2). É digno de atenção que 49,1% das idosas se encontram em estado de viuvez, mas entre os
idosos masculinos só há 12,2% deles que se encontram neste estado. Mostram ainda que quase
30% dos idosos entrevistados não receberam a educação regular e 45% deles só receberam o
ensino primário (ver Quadro 5.3). O nível de instrução dos idosos masculinos é superior ao das
idosas (p<0,05). Dum modo geral, os motivos disso prendem-se provavelmente com a situação
46
ecnómica desfavorável na altura, o que limitou o acesso da população à escolaridade. Em relação
ao tratamento diferente entre homem e mulher, este fenómeno talvez esteja relacionado com a
mentalidade tradicional chinesa, segundo a qual o homem tem um estatuto social mais elevado
do que a mulher. Actualmente, 13,5% dos idosos entrevistados continuam empregados,
exercendo principalmente profissões não técnicas; 49,2% deles vivem nas habitações próprias;
10,5%, em casas alugadas ou emprestadas, e 39,2%, em casas de familiares; 13,0% são idosos
isolados (ver Quadro 5.10); a maioria dos idosos entrevistados são sustentados por filhos e parte
deles beneficiam da pensão de velhice atribuída pelo Fundo de Segurança Social ou da pensão de
assistência do Governo (ver Quadro 5.13); as principais despesas de vida dos idosos
concentram-se na compra de roupa e alimentação, na participação em actividades sociais e na
protecção da saúde.
2. Hábitos de vida
O presente inquérito mostra que a esmagadora maioria dos idosos de Macau têm bons hábitos de
vida, não bebendo vinho de álcool forte; mais de 80% comem peixe ou carne, vegetais e fruta,
usando geralmente óleo vegetal; 90% de idosos entrevistados praticam actividades estáticas de
diversão, sentindo-se satisfeitos com a sua própria saúde; mas, entre os idosos entrevistados,
alguns também têm maus hábitos: 10%~15% de idosos fumam e bebem vinho de álcool forte;
quase 80% deles praticam actividades intectuais menos de uma vez por semana, o que é
desfavorável para a prevenção contra a demência senil.
3. Situação de saúde
34,4% dos idosos entrevistados consideram a sua própria saúde boa, 46,5% consideram-na
normal e 19,1% consideram-na má; 84,5% dos idosos entrevistados sofrem 1 ou mais doenças,
verifica-se a tendência de aumentar a incidência de doenças à medida que aumenta a idade. Os
sintomas patológicos mais comuns entre os idosos são dores na articulação, na região lombar,
nas costas e na cabeça, tosse e escarro frequente. Entre as doenças diagnosticadas há
principalmente hispertensão, catarata e outras doenças dos olhos, doenças degenerativas na
articulação, cardiopatia, diabetes, etc.; merece atenção que a tensão arterial de 22,1% dos idosos
entrevistados, que não sofrem a hipertensão segundo o diagnóstico do passado, é um pouco alta;
parte de idosos doentes não sabem a situação de tratamento de suas doenças: Quanto à situação
do corpo dos idosos entrevistados, o presente inquérito mostra que não têm graves problemas nos
aspectos da sua altura, peso, audição e vista, mas segundo a norma do índice de peso da Ásia, os
idosos entrevistados que são considerados demasiado gordos ocupam determinada percentagem
(ver Quadro 5. 40).
47
5.2
Saúde psicológica e rede social dos idosos entrevistados
5.2.1 Situação da cognição dos idosos entrevistados
Entre os 2.039 idosos entrevistados, 2.029 (99.5%) responderam as questões e os restantes 10
(0,5%) não o fizeram, devido à idade demasiado avançada, fraqueza de saúde, apoplexia, surdez
e outras dificuldades de expressão. O resultado da avaliação do estado cognitivo e mental é de
7,3 valores e o seu desvio padrão é 1,9. Analisando-se as suas respostas, descobrimos que eles
têm dificuldades principalmente na sua longa memória sobre nomes de lugares e pessoas: entre
os idosos entrevistados, só 916 (45,2%) podem lembrar-se do ano de retorno de Macau para a
Pátria e só 175 (8,6%) podem lembrar-se do nome do último governador português de Macau. O
Quadro 5.42 mostra que ainda há 28 idosos entrevistados (1,4%) que têm perdido completamente
a cognição.
Quadro 5.41 Situação das respostas dos idosos entrevistados às questões referentes à sua cognição (n.º = 2.029)
N.º das pessoas que
responderam
correctamente
Conteúdo das questões
Taxa de correcção (%)
Endereço de residência
1.890
93,1
Data
1.853
91,3
Mês
1.886
93,0
Subtracção (20 – 3 – 3 = ?)
1.764
87,0
Nome do actual Chefe do Executivo da RAEM
1.752
86,3
Ano
1.646
81,1
Quantos dias tem o ano?
1.658
81,7
Zona residencial
1.511
74,5
Ano de retorno de Macau à Pátria
916
45,1
Nome do último governador de Macau
175
8,6
Quadro 5.42
Valores da avaliação sobre a cognição dos idosos entrevistados (n.º= 2.029)
Situação de cognição
Gravemente prejudicada
Bastante prejudicada
Ligeiramente prejudicada
Normal
Valor de avaliação
Frequência
%
% acumulada
0
28
1,4
1,4
1
20
1,0
2,4
2
28
1,4
3,8
3
25
1,2
5,0
4
39
1,9
6,9
5
151
7,4
14,3
6
194
9,6
23,9
7
309
15,2
39,1
8
557
27,5
66,6
9
574
28,3
94,9
10
104
5,1
100,0
Total
2.029
100,0
100,0
Nota: O valor médio da avaliação sobre a cognição dos idosos entrevistados é de 7,3 e o desvio padrão, 1,9.
48
O inquérito mostra que 33,6% das idosas entrevistadas encontram-se em situação de cognição
prejudicada e só 10,9% dos idosos masculinos entrevistados se encontram neste estado, e
especialmente a percentagem das idosas em estado cognitivo e mental gravemente prejudicado
(5,6%) e é 4 vezes maior do que a dos idosos nesta situação, que é apenas de 1,3% (ver Quadro
5.43). Mostra ainda que a cognição de 1.544 dos idosos entrevistados (76,1% do total ) é
normal; a de 485 (23,9%) está prejudicada em diversas medidas, e entre estes, 345 (17,0%)
encontram-se em situação de cognição ligeiramente prejudicada; 64 (3,2%), em situação de
cognição bastante prejudicada, e 76 (3,7%), em situação de cognição gravemente prejudicada;
além disso, há ainda 10 idosos com dificuldades de se expressar. Vendo os seus grupos etários
diferentes, descobrimos que entre os idosos entrevistados, 51,8% dos idosos do grupo etário de
80 anos ou superiores se encontram em situação de cognição prejudicada; 25,4% do grupo etário
de 70~79 anos e 10,4% do grupo de 60~69 anos, também nesta situação, respectivamente (ver
Quadro 5.44).
Quadro 5.43 Comparação de avaliação da relação entre a situação de cognição dos idosos entrevistados e o seu
sexo (n.º =2.029)
Valor
Situação de
cognição
7~10
Masculino
Feminino
N.º de
pessoas
Total
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
Normal
769
89,1
775
66,5
1.544
76,1
5~6
Ligeiramente
prejudicada
75
8,7
270
23,2
345
17,0
3~4
Moderadamente
prejudicada
8
0,9
56
4,8
64
3,2
0~2
Gravemente
prejudicada
11
1,3
65
5,6
76
3,7
Total
863
100,0
1.166
100,0
2.029
100,0
%
%
Quadro 5.44 Comparação de avaliação da relação entre a situação de cognição dos idosos entrevistados e a
sua idade (n.º = 2.029)
Situação de
cognição
60~69 anos
70~79 anos
≥80 anos
Total
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
745
89,6
625
74,6
174
48,2
1.544
76,1
72
8,7
157
18,8
116
32,1
345
17,0
Moderadamente
prejudicada
8
1.0
21
2.5
35
9.7
64
3.2
Gravemente
prejudicada
6
0,7
34
4,1
36
10,0
76
3,7
831
100,0
837
100,0
361
100,0
2.029
100,0
Normal
Ligeiramente
prejudicada
Total
N.º de
pessoas
%
Entre o grau de prejuízo da cognição dos idosos e a sua idade apresenta-se uma relação negativa:
Quanto maior é a idade, pior a cognição; ao mesmo tempo, entre a sua cognição e o seu sexo,
nível de instrução, condição de habitação e receita económica existem também certas relações
(ver Quadro 5.45)
49
Quadro 5.45 Relação entre a situação de cognição dos idosos e o seu sexo, idade, nível de instrução, receita
económica e condição de habitação
Factor relacionado
Método de teste
Valor de teste
Sexo
T-test (t)
14,464**
Idade
Pearson (r)
- 0,395**
Nível de instrução
One-Way ANOVA(F)
128,793**
Receita económica
One-Way ANOVA(F)
26,758**
Situação habitacional
One-Way ANOVA(F)
25,855**
Nota: * p<0,05; ** p<0,01.
5.2.2 Avaliação do estado de depressão dos idosos entrevistados
Um total de 1.886 idosos aceitaram a avaliação com a escala da depressão, mas só 1.881
chegaram ao fim da avaliação. O resultado mostra que 1.685 idosos têm obtido os valores≤7,
dados de acordo com a norma de avaliação (ver Quadro 5.46), ocupando 89,6% do total e os
restantes 196 têm obtido os valores≥8, o que significa que 10,4% de idosos se encontram em
estado de depressão de diferentes graus, e entre estes, 91,8% sofrem 1 ou mais doenças. O
Quadro 5.47 mostra os valores, dados de acordo com a norma da escala de avaliação da
depressão senil, cuja média é de 3,3 valores e o desvio padrão é de 3,04; a média dos valores
respectivos, ≥8, obtidos por aqueles idosos, é de 9,9 valores, 2 valores superior ao meio,
aproximadamente. O Quadro 5.48 mostra que entre os idosos entrevistados, 36,9% têm obtido os
valores relativamente altos principalmente ao responder à questão “Presentemente, não faz
aquilo que gostava de fazer nas últimas semanas?”; 35,2% têm obtido os valores relativamente
altos principalmente ao responder à questão “Julga que é uma pessoa inútil?”; 30,5% têm obtido
os valores relativamente altos principalmente ao responder à questão “Pensa sempre que vão
acontecer eventualmente coisas infelizes na sua vida?”. O estado de depressão senil está
relacionado com o nível de instrução, condição económica e situação de isolamento (p<0,05),
apresentando ainda a proporção positiva com a idade de idosos. Avaliando a situação do ângulo
sexual, descobrimos que 63,3% das idosas revelam o sintoma de depressão e só 35,7% dos
idosos masculinos o manifestam, no entanto, não se vê a diferença evidente entre eles (ver
Quadro 5.49).
Quadro 5.46
Situação de 1.881 idosos sujeitos à avaliação do estado de depressão
Valor
Definição
≤7
Não manifestam o sintoma de depressão
≥8
Manifestam o sintoma de depressão
N.º total de pessoa
50
N.º de pessoas
%
1.685
89,6
196
10,4
1.881
100,0
Quadro 5.47 Resultado da avaliação sobre a depressão dos idosos entrevistados (n.º = 1.881)
Valor da escala de avaliação da
depressão
Não se manifesta o
sintoma de depressão
Manifesta-se o sintoma
de depressão
(meio)
Frequência
%
% acumulada
0
351
18,7
18,7
1
311
16,5
35,2
2
296
15,7
50,9
3
226
12,0
62,9
4
182
9,7
72,6
5
131
7,0
79,6
6
110
5,8
85,4
7
78
4,1
89,6
8
47
2,5
92,1
9
54
2,9
94,9
10
35
1,9
96,8
11
19
1,0
97,8
12
23
1,2
99,0
13
11
0,6
99,6
14
4
0,2
99,8
15
3
0,2
100,0
1.881
100,0
100,0
Total
Nota: 1. O valor médio da escala de avaliação da depressão dos idosos entrevistados é de 3,3 e o desvio padrão, 3,04.
2. O valor médio da escala de avaliação da depressão dos idosos cujos valores da avaliação ≥8, respectivamente,
é de 9,9 e o desvio padrão é de 0,12.
Quadro 5.48
N.°
Situação das respostas dadas pelos idosos entrevistados às questões sobre sintomas da depressão
Sintomas da depressão
N.º de
respondentes
Resposta
afirmativa
%
2
Não faz aquilo que gostava de fazer nas últimas semanas?
1.886
695
36,9
12
Julga que é uma pessoa inútil?
1.886
663
35,2
6
Pensa sempre que vão acontecer eventualmente coisas infelizes na
sua vida?
1.886
576
30,5
9
Prefere ficar em casa a ir passear?
1.886
471
25,0
11
Assume uma atitude negativa face à longevidade?
1.883
461
24,5
3
Acha que o seu espírito é vazio?
1.886
438
23,2
15
Julga que muitas outras pessoas sejam melhores do que si?
1.886
420
22,3
8
Acha que ninguém seja capaz de o ajudar?
1.885
403
21,4
14
Pensa que não tem esperança para a vida?
1 885
395
21,0
4
Sente-se sempre aborrecido?
1.886
391
20,7
10
Acha que presentemente a sua memória seja pior do que nas últimas
semanas?
1.886
335
17,8
5
Tem estado sentido sempre infelicidade?
1.886
287
15,2
7
Sente-se, na maior parte do tempo, descontente?
1.886
228
12,1
1
Dum modo geral, está insatisfeito, essencialmente, com a sua vida?
1.886
188
10,0
13
Sente-se sempre mal disposto?
1.886
181
9,6
Nota: Em comparação com as questões apresentadas no questionário do inquérito, as questões 1, 5, 7, 11 e 13 foram
alteradas, passando a versar sobre o aspecto negativo em vez do positivo.
51
Quadro 5.49
Relação entre a avaliação com a escala da depressão de idosos e o seu sexo, idade, nível de
instrução, receita económica e condição de habitação
Factor relativo
Método de teste
Valor de teste
Sexo
T-test (t)
-0,1719
Idade
Pearson (r)
0,103 **
Nível de instrução
One-Way ANOVA(F)
9,650 **
Receita económica
One-Way ANOVA(F)
25,384 **
Situação habitacional
One-Way ANOVA(F)
6,410 *
Nota: * p<0,05; ** p<0,01
5.2.3 Situação da rede social dos idosos entrevistados
Quanto aos valores dados de acordo com a norma da escala de avaliação da rede social dos
idosos entrevistados, 1.383 pessoas (73,4% do total) têm obtido os valores≥20, o que significa
que a sua rede social é boa; 500 pessoas (26,6%) têm obtido os valores≤19, significando que a
sua rede social é insuficiente, o que pode afectar a sua saúde psicológica (ver Quadro 5.50). O
Quadro 5.51 mostra que o valor médio dado à rede social dos idosos entrevistados é de 25,31 e o
desvio padrão é de 9,17; o valor médio dado à rede de credibilidade dos idosos só é de 1,95; o
valor médio dado à sua rede de amigos é de 2,48, e o valor médio dado aos seus amigos com que
podem viver e que podem dar ajuda é apenas de 1,45. A rede social está relacionada
directamente com o sexo, economia e habitação isolada, e apresenta uma relação negativa com a
idade, o que significa: quanto maior é a idade, mais insuficiente é a rede social (ver Quadro 5.52)
Quadro 5.50 Resultados da avaliação com a escala da rede social (n.º = 1.882)
Valor
Definição
≤19
Rede social insuficiente
≥20
Rede social boa
N.º de pessoas
Total
52
%
500
26,6
1.382
73,4
1.882
100,0
Quadro 5.51 Situação dos valores dados nos diversos aspectos relativos à rede social dos idosos entrevistados
Aspectos relativos à rede social
Valor médio
Desvio padrão
2,68
1,64
N.º de parentes com quem não vivem mas têm contacto
2,77
1,59
N.º mínimo de vezes em que têm contacto por mês com
seus parentes
2,95
1,76
N.º de parentes com que podem viver e que podem dar
ajuda
2,31
1,57
2,48
1,88
N.º de amigos com que podem encontrar-se por mês
2,90
1,88
N.º máximo de vezes em que se encontram por mês
3,08
2,03
N.º de amigos com que podem viver e que podem dar
ajuda
1,45
1,72
1,95
2,02
Caso em que precisam de ajuda de outros para fazer uma
decisão
2,59
2,15
Caso em que ajudam outros a fazerem a decisão
2,25
1,97
Caso de ajudam outros a fazerem trabalho doméstico
1,02
1,94
3,99
1,68
3,99
1,68
25,31
9,17
Rede de parentes
Rede de amigos
Rede de credibilidade
Rede de habitação
Vivem com outros
Valor total
Quadro 5.52
Relação entre a rede social dos idosos e o seu sexo, idade, nível de instrução,
receita económica e condição de habitação
Factor relativo
Método de teste
Valor de teste
Sexo
T-test (t)
- 3,017*
Idade
Pearson (r)
- 0,181**
Nível de instrução
One-Way ANOVA(F)
1,424
Receita económica
One-Way ANOVA(F)
20,237**
Situação habitacional
One-Way ANOVA(F)
57,17**
Nota: * p<0,05; ** p<0,01
O Quadro 5.53 mostra os seguintes resultados da análise de relações de Pearson entre o estado
cognitivo e mental, habilidade de tratar a vida quotidiana, estado de depressão senil dos idosos
entrevistados e a sua rede social: (1) entre o estado cognitivo e mental e o estado de depressão
senil apresenta-se uma relação negativa (r=-0,208, p<0,01), significando que quanto melhor é o
estado cognitivo e mental de um idoso, inferior é o grau do seu estado de depressão; entre o
estado cognitivo e mental de um idoso e a sua rede social e habilidade de tratar a vida quotidiana
apresenta-se uma relação positiva, significando que quanto melhor é o estado cognitivo e mental
de um idoso, melhor é a sua rede social e habilidade de tratar a vida quotidiana; (2) entre o grau
de depressão de um idoso e a sua rede social e habilidade de tratar a vida quotidiana apresenta-se
uma relação negativa (r=-0,396 e 0,134, p<0,01), significando que quanto mais alto é o seu grau
de depressão, pior é a sua rede social e habilidade de tratar a vida quotidiana; (3) entre a rede
53
social do idoso e a sua habilidade de tratar a vida quotidiana apresenta-se uma relação positiva
(r=0,112, p<0,01).
Quadro 5.53
Relação entre a cognição, sintoma de depressão senil e habilidade dos idosos de tratar a
vida quotidiana e o valor da avaliação da sua rede social
Escala de avaliação
Escala de
depressão senil
Rede social
Estado cognitivo e mental
-0,208**
0,136 **
0,306 **
-0,396 **
-0,134 **
Escala de depressão senil
Rede social
Habilidade de tratar a
vida quotidiana
0,112 **
Nota: * p<0,05; ** p<0,01.
Breve resumo
1. Estado cognitivo e mental
Através da avaliação inicial com o questionário sobre o estado cognitivo e mental, os idosos que
obtiveram 4 ou mais valores poderiam receber a entrevista, e os que obtiveram menos de 4
valores não precisariam de ser entrevistados ou seriam entrevistados com apoio do cuidador. No
presente inquérito, houve 10 idosos não foram sujeitos à avaliação do estado cognitivo e mental
devido à fraqueza da saúde, apoplexia, surdez e outras dificuldades em se expressarem e as
questões referentes ao conteúdo de outras partes foram respondidas pelos seus cuidadores
principais em nome deles. O inquérito mostra que 23,9% dos idosos entrevistados se encontram
em estado cognitivo e mental prejudicado de diferentes graus, e entre estas pessoas o número das
do sexo feminino é maior do que o das do sexo masculino (ver Quadro 5.43); quanto à
percentagem dos idosos em estado cognitivo e mental gravemente prejudicado, a dos idosos
pertencentes a grupos de idade mais avançada é maior do que a dos de menor idade (ver Quadro
5.44), o seu prejuízo manifesta-se principalmente na sua memória de longa duração e na sua
distinção de lugares e direcções (ver 5.41). O inquérito ainda mostra que o prejuízo da cognição
de idosos se relaciona com o seu sexo, idade, nível de instrução, receita económica e situação
habitacional.
2. Avaliação do estado de depressão senil
Através da avaliação do estado de depressão senil, entre os 1.881 idosos que aceitaram a
avaliação, cerca de 10,4% deles encontram-se em estado de depressão de diferentes graus,
manifestando-se principalmente a alteração de acções, auto-conceito e preocupação com o futuro.
O resultado da análise relacionada mostra que o estado de depressão de idosos se relaciona com a
sua idade, nível de instrução, receita económica e situação habitacional.
3. Rede social
Entre os idosos entrevistados, 73,4% têm a boa rede social e 26,6% tem a rede social insuficiente,
o que se manifesta em que têm obtido valores um pouco pequenos nos aspectos da sua rede de
credibilidade e da sua rede de amigos (ver Quadro 5.51). A análise do inquérito mostra que a
rede social dos idosos se relaciona com o seu sexo, economia e habitação isolada, e entre a rede
54
social dos idosos e a sua idade se apresenta uma relação negativa: quanto maior é a sua idade,
mais insuficiente é a sua rede social.
4. Relação entre a habilidade de tratar a vida quotidiana, o estado cognitivo e mental, o
estado de depressão senil e a rede social
Através da análise das relações entre estes quatro factores, concluímos: (1) entre o estado
cognitivo e mental dos idosos e o seu estado de depressão senil apresenta-se uma relação
negativa; entre o estado cognitivo e mental deles e a sua rede social e habilidade de tratar a vida
quotidiana apresenta-se uma relação positiva; (2) entre o grau de depressão dos idosos e a sua
rede social e habilidade de tratar a vida quotidiana apresenta-se uma relação negativa; (3) entre a
rede social dos idosos e a sua habilidade de tratar a vida quotidiana apresenta-se uma relação
positiva.
55
5.3
Habilidade dos idosos entrevistados em tratar da sua vida quotidiana
5.3.1 Situação da utilização de instrumentos auxiliares
Entre os 2.039 idosos entrevistados, 233 têm que usar instrumentos auxiliares na sua vida
quotidiana, ocupando 11,4%. E entre estes, 165 (8,0%) usam a bengala; 29 (1,4%), a
guarda-chuva; 19 (1,0%), a cadeira de roda, e 18 (0,9%), o suporte auxiliar a andar.
Quadro 5.54 Situação do uso de instrumentos auxiliares pelos idosos (n.º = 2.039)
Tipo de instrumento auxiliar
N.º de pessoas
Não é necessário o uso
%
1.806
88,6
165
8,0
Guarda-chuva
29
1,4
Cadeira de roda
19
1,0
Suporte auxiliar a andar
18
0,9
2
0,1
2.039
100,0
Bengala
Outros*
Total
Nota: * Muleta, cadeira, etc.
5.3.2 Habilidade de tratar a vida quotidiana
O resultado do inquérito mostra que entre os idosos entrevistados, 1.805 (88,5%) podem viver
independentemente; 191 (9,4%), tendo recebido 85~99 valores no inquérito, têm a ligeira
dependência na sua vida quotidiana, e 15 (0,7%), tendo recebido 55 valores ou menos, têm a
grave dependência na sua vida quotidiana. Mostra ainda que entre os idosos que praticam
actividades de diversão menos de 1 vez por semana, 2,1% têm dependência moderada na sua
vida quotidiana; quanto mais doenças sofrem os idosos, maior dependência têm na sua vida
quotidiana.
Quadro 5.55
Situação da avaliação, de acordo com o índice de Barthel, da relação entre o sexo dos
idosos e a sua habilidade de tratar a vida quotidiana (n.º = 2.039)
Masculino
Valor
Norma de avaliação
N.º de
pessoas
Feminino
%
N.º de
pessoas
Total
%
N.ºdepe
ssoas
%
0~34
Dependência total
1
0,1
9
0,8
10
0,5
35~55
Dependência grave
2
0,2
3
0,3
5
0,2
56~84
Dependência moderada
8
0,9
20
1,7
28
1,4
85~99
Dependência ligeira
84
9,7
107
9,1
191
9,4
100
Independência total
771
89,1
1.034
88,1
1805
88,5
866
100,0
1.173
100,0
2.039
100,0
Total
O Quadro 5.56 mostra que respectivamente há 127 idosos (6,2%) e 63 idosos (3,1%) que
precisam de ajuda devido à incontinência da urina ou à toxicodependência. Na vida quotidiana
dos idosos, além de dificuldades no controlo da defecação e urinação, a percentagem da
necessidade de ajuda na subida e descida da escala de um andar para o outro é a maior, atingindo
3,7%, seguindo-se-lhe o tomar de banho (2,9%) e o comer (0,7). Quanto maior é a idade, maior é
a ajuda necessária.
56
O Quadro 5.57 mostra que entre os 234 idosos que precisam de ajuda ou se encontram em
dependência total, pertencem ao grupo etário de 80~84 anos ou ao grupo etário de 85 anos e
superiores. No primeiro grupo, 1,4% de idosos precisam da ajuda completa na sua vida
quotidiana; 16,8% precisam de parte de ajuda, e no segundo grupo, a percentagem dos que
precisam da ajuda completa na sua vida diária tem-se elevado para 4,1% e a dos que precisam de
parte de ajuda tem atingido já 31,3%, o que apresenta a tendência de que quanto maior é a idade,
maior é a ajuda necessária. O Quadro 5.58 mostra que entre a habilidade de tratar a vida
quotidiana e o sexo existem certas diferenças; entre a habilidade de tratar a vida quotidiana e a
idade se apresenta uma relação negativa, significando que quanto maior é a idade, pior é a
habilidade de tratar a vida quotidiana, e entre a habilidade de tratar a vida quotidiana e o nível de
instrução, receita económica e situação de habitação não existem relações evidentes.
Quadro 5.56 Comparação das percentagens dos idosos de diferentes grupos etários, que precisam de ajuda na sua
vida quotidiana
60~69 anos
70~79 anos
≥80 anos
(n.º =832)
(n.º =840)
(n.º=367)
Total
(n.º=2.039)
Ajuda (%)
Ajuda (%)
Ajuda (%)
Ajuda (%)
Controlar a defecação
3,6
6,2
12,3
6,2
Subida e descida da escada de um
andar para o outro
1,3
3,0
10,9
3,7
Controlar a urinação
1,6
2,0
9,0
3,1
Tomar banho
0,8
2,4
9,0
2,9
Vestir-se
0,8
1,4
5,5
1,9
Caminhar
0,7
0,7
4,6
1,4
Usar o retrete
0,8
0,5
4,4
1,3
Descer de cama e ir sentar-se
0,4
0,6
4,4
1.2
Lavar a cara, fazer barba e
pentear
0,5
0,2
3,3
0,9
Comer
0,4
0,4
2,2
0,7
Aspectos
Quadro 5.57 Situação de idades dos idosos que precisam de ajuda ou se encontram em dependência total na sua vida
quotidiana (n.º = 234)
Grupo
etário
(anos)
N.º dos idosos
entrevistados
Necessidade de parte
de ajuda*
Dependência total
N.º de
pessoas
N.º de
pessoas
%
%
Total
N.º de
pessoas
%
60~64
400
1
0,3
18
4,5
19
4,8
65~69
432
1
0,2
27
6,3
28
6,5
70~74
499
1
0,2
44
8,8
45
9,0
75~79
341
0
0,0
50
14,7
50
14,7
80~84
220
3
1,4
37
16,8
40
18,2
≥85
147
6
4,1
46
31,3
52
35,4
Total
2.039
12
0,6
222
10,9
234
11,5
Nota: * Inclui a dependência ligeira, a moderada e a grave.
57
Quadro 5.58 Relação entre a habilidade dos idosos de tratar a sua vida quotidiana e o seu sexo, idade, nível de
instrução, receita económica e situação habitacional
Factor relacionado
Método de teste
Valor de teste
Sexo
T-test (t)
2,365 *
Idade
Pearson (r)
- 0,183 **
Nível de instrução
One-Way ANOVA(F)
2,751
Receita económica
One-Way ANOVA(F)
3,177
Situação habitacional
One-Way ANOVA(F)
2,526
Nota: * p<0,05; ** p<0,01
Entre as 234 idosos entrevistados cuja habilidade de tratar a vida quotidiana está limitada (ver
5.59), 111 têm cuidadores que lhes dão ajuda e estes cuidadores são principalmente cônjuges
cujo número é de 31 (ocupando 27,9%), filhas cujo número é de 16 (14,4%); parentes/amigos
cujo número também é de 16 (14,4%); filhos cujo número é de 17 (15,3%); criados cujo número
é de 11 (9,9%). Os cuidadores dos idosos que vivem sozinhos são principalmente parentes /
amigos ou instituições / voluntários; os cuidadores dos que vivem só com cônjuges são
principalmente cônjuges ou filhos/filhas; os cuidadores dos que vivem com outros incluem
familiares, parentes/amigos, criados, etc. Mais de metade dos cuidadores (57,1%~82,1%) vivem
conjuntamente com os idosos de que cuidam.
Quadro 5.59 Origem de cuidadores que ajudam os idosos na sua vida quotidiana (n.º = 234)
Vive sozinho
Vive só com
cônjuge
M
F
M
F
M
F
M (%)
F (%)
Cônjuge
0
0
9
6
11
5
20(50,0)
11(15,5)
31(27,9)
Filha
0
0
0
0
3
13
3(7,5)
13(18,3)
16(14,4)
Parente/amigo
1
4
0
1
1
9
2(5,0)
14(19,7)
16(14,4)
Filho
0
0
3
0
6
8
9(22,5)
8(11,3)
17(15,3)
Empregado
0
0
0
0
1
10
1(2,5)
10(14,1)
11(9,9)
Neto/neta
0
0
0
0
1
6
1(2,5)
6(8,5)
7(6,4)
Nora
0
0
1
0
0
5
1(2,5)
5(7,0)
6(5,4)
Genro
0
0
1
0
1
1
2(5,0)
1(1,4)
3(2,7)
Irmão/irmã
0
0
0
0
1
1
1(2,5)
1(1,4)
2(1,8)
Voluntário/
Instituição
0
1
0
1
0
0
0
2(2,8)
2(1,8)
Total
1
5
14
8
25
58
40(100,0)
71(100,0)
111(100,0)
Tipo
Vive com outro
Total
M e F (%)
5.3.3 Habilidade em trabalho doméstico e actividades sociais
No que diz respeito ao trabalho doméstico e actividades sociais dos idosos entrevistados (ver
Quadro 5.60), o inquérito mostra que, dum modo geral, a sua habilidade independente é boa
(89,1%~99,1%); mas 116 deles (5,7%) têm que depender completamente de outros
principalmente ao fazer o trabalho doméstico; 114 (5,6%), ao cozinhar; 108 (5,3%), ao tomar
autocarro ou taxi, e também 108 (5,3%), ao ir visitar parentes ou amigos. Aqueles (110 pessoas,
ocupando 5,4% ) que precisam de parte de ajuda principalmente ao tomar autocarro ou taxi.
58
Quadro 5.60 Habilidade de trabalho doméstico e de actividades sociais dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Aspecto
Dependência
total
N.º de
pessoas
Necessidade de
ajuda
Independência
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Outros*
N.º de
pessoas
%
Fazer o trabalho doméstico
(varrer o chão / lavar roupa /
limpar o chão)
116
5,7
38
1,9
1 884
92,4
1
0,0
Cozinhar (fritar / frigir /cozer
a vapor)
114
5,6
26
1,3
1 893
92,8
6
0,3
Tomar autocarro ou taxi
108
5,3
110
5,4
1 816
89,1
5
0,2
Ir visitar parentes ou amigos
108
5,3
91
4,5
1 823
89,4
17
0,8
Comprar (artigos de uso diário)
88
4,3
39
1,9
1 911
93,8
1
0,0
Trocar dinheiro
66
3,2
23
1,1
1 948
95,6
2
0,1
Telefonar
63
3,1
31
1,5
1 940
95,2
5
0,2
Preparar chá/ cortar fruta ou
lavar loiça
64
3,2
9
0,4
1 965
96,4
1
0,0
Tomar medicamentos
conforme a prescrição médica
44
2,1
44
2,2
1 951
95,7
0
0,0
Ligar e desligar TV
20
1,0
4
0,2
2 011
98,6
4
0,2
Folhear (ler) jornais ou livros
11
0,5
0
0,0
2 020
99,1
8
0,4
Nota: * Inclui as respostas “Não é aplicável” e “Recusar-se a responder”.
O Quadro 5.61 mostra que a taxa de ocorrência das diversas dependências no trabalho doméstico
e actividades sociais aumenta com o aumento da idade. Além do aspecto “Folhear jornais ou
livros”, a taxa de ocorrência de dependência dos idosos do grupo etário de 70 anos no seu
trabalho doméstico e actividades sociais é mais de 3 vezes superior à dos idosos do grupo etário
de 60 anos; a percentagem da dependência das idosas no seu trabalho doméstico e actividades
sociais é obviamente superior à dos idosos masculinos. A sua maior dependência acontece em
“tomar autocarro ou taxi” (atingindo 10,7%), seguindo-se-lhe respectivamente “ir visitar parente
ou amigo” (9,8%), “fazer o trabalho doméstico” (7,6%) e “folhear jornais ou livros”(0,5%) (ver
Quadro 5.62). As origens de ajudantes dos idosos isolados no seu trabalho e actividades sociais
são poucas e a sua maioria é parentes ou amigos; as origens de cuidadores dos idosos que vivem
só com cônjuges são bastantes e a sua maioria é familiares ou criados; mais da metade dos
cuidadores vivem conjuntamente com os idosos de que cuidam (ver Quadro 5,63)
59
Quadro 5.61
Habilidade em trabalho doméstico e actividades sociais dos idosos entrevistados de diferentes
idades
60~69 anos (n.º=832)
Aspecto
70~79 anos (n.º=840)
≥80 anos (n.º=367)
Dependência/
ajuda
%
Dependência/
ajuda
%
Dependência
/ ajuda
%
Tomar autocarro ou taxi
27
3,2
85
10,1
106
28,9
Ir visitar parente ou amigo
24
2,9
73
8,7
102
27,8
Fazer o trabalho doméstico
(varrer o chão / lavar roupa /
limpar o chão)
18
2,2
56
6,7
80
21,8
Cozer (fritar / frigir / cozer a
vapor)
17
2,0
51
6,1
72
19,6
Comprar (artigos de uso diário)
15
1,8
39
4,6
73
19,9
Telefonar
11
1,3
31
3,7
52
14,2
Trocar dinheiro
10
1,2
31
3,7
48
13,1
Tomar medicamentos
conforme a prescrição médica
12
1,4
27
3,2
49
13,4
Preparar chá / cortar fruta ou
lavar louça
9
1,1
23
2,7
41
11,2
Ligar e desligar TV
2
0,2
5
0,6
17
4,6
Folhear (ler) jornais ou livros
1
0,1
1
0,1
9
2,5
Quadro 5.62 Habilidade de trabalho doméstico e actividades sociais dos idosos entrevistados de ambos os sexos
Aspecto
Masculino
Feminino
Total
(n.º=866)
(n.º=1 173)
(n.º=2 039)
Dependência
/ ajuda
%
Dependência/
ajuda
Tomar autocarro ou taxi
53
6,1
165
14,1
218
10,7
Ir visitar parente ou amigo
47
5,4
152
13,0
199
9,8
Fazer trabalho doméstico
(varrer o chão / lavar roupa /
limpar o chão)
61
7,0
93
7,9
154
7,6
Cozer (fritar / frigir / cozer a
vapor)
53
6,1
87
7,4
140
6,9
Comprar (artigos de uso
diário)
40
4,6
87
7,4
127
6,2
Telefonar
21
2,4
73
6,2
94
4,6
Trocar dinheiro
24
2,8
65
5,5
89
4,4
Tomar medicamentos
conforme a prescrição médica
22
2,6
66
5,6
88
4,4
Preparar chá / cortar fruta ou
lavar a louça
26
3,0
47
4,0
73
3,5
Ligar e desligar TV
3
0,3
21
1,7
24
1,2
Folhear (ler) jornais ou livros
1
0,1
10
0,9
11
0,5
60
%
Dependência /
ajuda
%
Quadro 5.63 Cuidadores que ajudam idosos no seu trabalho doméstico e actividades sociais
Tipo
Vive sozinho
(n.º=266)
N.º de
pessoas
%
Vive só com
cônjuge (n.º=506)
N.º de
pessoas
%
Vive com outro
(n.º=1 267)
N.º de
pessoas
Total (n.º=2.039)
%
N.º de
pessoas
%
Filha
2
0,8
5
1,0
33
2,6
40
2,0
Cônjuge
--
--
18
3,4
22
1,7
40
2,0
Filho
0
0,0
2
0,4
19
1,5
21
1,0
Empregado
2
0,8
1
0,2
15
1,2
18
0,9
Parente / amigo
4
1,5
1
0,2
10
0,8
15
0,7
Nora
0
0,0
0
0,0
9
0,7
9
0,4
Neto / neta
0
0,0
1
0,2
5
0,4
6
0,3
Voluntário/ Instituição
1
0,4
0
0,0
3
0,2
4
0,2
Irmão / irmã
0
0,0
0
0,0
2
0,2
2
0,1
Genro
0
0,0
0
0,0
1
0,1
1
0,0
5.3.4 Principais cuidadores dos idosos na vida quotidiana
Os idosos entrevistados precisam de cuidados quando encontram dificuldades na sua vida
quotidiana. Os seus cuidadores principais que ocupam os primeiros 5 lugares são, por ordem: o
cônjuge cujo número têm atingido 831 pessoas (Ocupando 40,8% dos cuidadores); a filha cujo
número têm atingido 411 (20,2%); o filho cujo número têm atingido 394 (19,3%) ; a nora cujo
número é de 84 (4,1%) , e outros parentes (prima, sobrinha, nora de neto, etc.) cujo número é de
40 (2,0%) . O Quadro 5.64 mostra que 167 pessoas expressaram que não tinham quem lhes
cuidasse. O Quadro 5.65 mostra que entre os 167 idosos que expressaram que não tinham
cuidadores na sua vida, a percentagem do sexo feminino é um pouco maior, e entre estes, 151
(15,0%) têm idades inferiores aos 80 anos, ocupando, 78 (46,7%) vivem sozinhos; 25 (15,0%)
vivem só com cônjuges, e 64 (38,3%) vivem conjuntamente com outros. E todos estes idosos tem
recebido mais de 85 valores na avaliação.
Quadro 5.64 Cuidadores principais dos idosos que vivem em diferentes condições de habitação (n.° = 2.039)
Vive sozinho (n.º=266)
Cuidador
Vive só com cônjuge
(n.º=506)
N.º de
pessoas
%
78
29,3
25
4,9
6
2,2
408
filha
62
23,3
Filho
61
22,9
Nora
10
Outro parente
17
Sem cuidador
cônjuge
N.º de
pessoas
Vive com outro
(n.º=1.267)
%
N.º de
pessoas
%
64
5,1
167
8,2
80,6
417
32,9
831
40,8
43
8,5
306
24,1
411
20,2
27
5,4
306
24,1
394
19,3
3,7
1
0,2
73
5,8
84
4,1
6,4
0
0,0
23
1,8
40
2,0
%
N.º de
pessoas
Total
(n.º=2.039)
Neto / neta
0
0,0
1
0,2
27
2,1
28
1,4
criado
6
2,3
0
0,0
21
1,7
27
1,3
amigo
10
3,8
0
0,0
14
1,1
24
1,2
Irmã
4
1,5
0
0,0
5
0,4
9
0,4
Instituição
7
2,6
0
0,0
0
0,0
7
0,3
Genro
0
0,0
0
0,0
6
0,5
6
0,3
Irmão
2
0,8
0
0.0
4
0,3
6
0,3
Vizhinho/ voluntário
3
1,2
1
0,2
1
0,1
5
0,2
61
Quadro 5.65 Situação básica de 167 idosos de que ninguém cuida e sua habilidade de tratar a vida quotidiana
Masculino
Tipo
N.º de
idosos
Sem
cuidador
Feminino
%
N.º de
idosos
Sem
cuidador
Total
%
N.º de
idosos
Sem
cuidador
%
Idade (anos)
866
80
9,2
1 173
87
8,3
2 039
167
8,7
60~64
178
18
10,1
222
24
11,9
400
42
11,1
65~69
212
21
9,9
220
15
6,8
432
36
8,3
70~74
202
20
9,9
297
22
11,2
499
42
10,5
75~79
131
14
10,7
210
17
8,1
341
31
9,1
≥80
143
7
4,9
224
9
4,0
367
16
4,4
Estado civil
866
80
9,2
1.173
87
7,4
2.039
167
8,2
Solteiro(a)
24
16
66,7
15
6
40,0
39
22
56,4
Casado (a)
700
38
5,4
536
39
7,3
1.236
77
6,2
Separado (a)
23
5
21,7
30
3
10,0
53
8
15,1
Divorciado (a)
12
5
41,7
14
2
14,3
26
7
26,9
106
16
15,0
578
37
6,4
684
53
7,7
1
0
0,0
0
0
0.0
1
0
0,0
866
80
9,2
1.173
87
51,8
2.039
167
8,2
98
39
39,8
168
39
14,7
266
78
29,3
Viver só com
cônjuge
280
9
3,2
226
16
2,1
506
25
4,9
Viver com outro
(a)
488
32
6,6
779
32
2,7
1.267
64
5,1
Habilidade de
tratar a vida
quotidiana
866
80
9,4
1 173
87
7,6
2 039
167
8,4
Independência
771
75
9,7
1 034
83
8,0
1 805
158
8,8
Dependência
ligeira
84
5
6,0
107
4
3,7
191
9
4,7
Dependência
moderada
8
0
0,0
20
0
0,0
28
0
0,0
Dependência
grave
2
0
0,0
3
0
0,0
5
0
0,0
Dependência
total
1
0
0,0
9
0
0,0
10
0
0,0
Viúvo(a)
outros
Situação de
habitação
Viver
sozinho(a)
Breve resumo
1. Habilidade em tratar a vida quotidiana
Entre os idosos entrevistados, 11,4% utilizam instrumentos auxiliares e 1,4% tomam
guarda-chuvas como bengalas (ver Quadro 5.54). A avaliação mostra que dum modo geral 88,5%
dos idosos podem viver independentemente; a ajuda de que os idosos precisam mais
concentra-se no controlo da defecação e urinação, seguindo-se-lhe, por ordem, a subida e descida
de escada de um andar para o outro (3,7%), a tomada de banho (2,9%) e a comida (0,7%). A taxa
62
de ocorrência da dependência eleva-se com o aumento da idade, e a percentagem dos idosos
pertencentes ao grupo etário de 85 anos ou superiores, que se encontram em dependência total ou
precisa de parte de ajuda, é maior do que a dos idosos de outros grupos etários (ver Quadro 5.57).
O inquérito mostra que a habilidade dos idosos de tratar a vida quotidiana está relacionada com o
seu sexo; entre a habilidade de tratar a vida quotidiana e a idade se apresenta uma relação
negativa, significando que quanto maior é a idade, pior é a habilidade de tratar a vida quotidiana;
entre a habilidade de tratar a vida quotidiana e o nível de instrução e entre ela e a situação de
habitação não existem relações evidentes.
2. Habilidade de vida doméstica e actividades sociais
A vida doméstica e actividades sociais dos idosos entrevistados mostram que a sua habilidade
independente é relativamente forte, e a ajuda de que precisam concentra-se principalmente no
trabalho doméstico, preparação de refeições, apanhar autocarro ou taxi e visita a parentes ou
amigos; o grau da sua dependência na vida doméstica e actividades sociais eleva-se com o
crescimento da sua idade.
3. Origem dos cuidadores principais
(1) os idosos, quando a sua habilidade de actividades domésticas e sociais fica limitada, precisam
de ajuda. Os cuidadores dos idosos que vivem sozinhos são principalmente seus parentes/amigos
ou instituições/voluntários; os cuidadores dos idosos que vivem só com cônjuges, são
geralmente seus cônjuges, filhos e/ou filhas; as origens dos cuidadores daqueles que vivem com
outros são diversas, incluindo familiares, parentes/amigos, criados, etc. (2) Quanto à origem de
cuidadores dos idosos que encontram dificuldades na sua vida, o resultado do inquérito mostra
que inclui cônjuges, filhas/filhos, noras, primas, sobrinhas, noras de neto, etc. (3) 8,2% de idosos
entrevistados, principalmente do sexo feminino e de idades inferiores a 80 anos, expressaram
que não tinham ninguém que lhes cuidassem na sua vida quotidiana; entre os idosos
entrevistados, 46% vivem sozinhos, recebendo 85 ou mais valores no aspecto da sua habilidade
de actividades correntes depois de ter sido avaliada no inquérito.
63
5.4
Situação da utilização do serviço de cuidados permanentes por parte dos idosos
entrevistados
5.4.1 Situação de que foram ter ao médico na secção de consulta exterior nos últimos 3 meses
Entre os 2.039 idosos entrevistados, 1.532 (75,1%) foram ter ao médico no hospital ou clínica
nos últimos 3 meses; 499 (24,5%) não foram ter ao médico, principalmente porque: 411 pessoas
(82,4%) sentiam que não sofriam doenças; 56 (11,2%) compravam remédios para curar as
doenças por si mesmos; 10 (2,0%) consideravam que suas doenças eram tão leves que nem
precisavam de tomar remédios, e 7 (1,4%) expressaram que não tinham tempo livre para pedir a
consulta.
Quadro 5.66 Motivos por que os idosos entrevistados não foram consultar o médico (n.º = 499)
Motivo
N.º de pessoas
Não tinha doença
%
411
82,4
Consumia medicamentos de livre venda
56
11,2
A doença não era grave e não precisava de tomar
medicamentos
10
2,0
Não tinha tempo
7
1,4
Tomava medicamentos com regularidade
5
1,0
O centro de saúde fazia a visita domiciliária
2
0,4
Tinha dificuldade em deslocação
2
0,4
Não queria
2
0,4
Outros*
4
0,8
Total
499
100,0
Nota: 1. *Incluem a marcação prévia de consultas médicas, falta de dinheiro, preocupação com que tinha doenças
e não tinha de coragem de as enfrentar
2. Oito pessoas recusaram-se a responder.
O Quadro 5.67 mostra a situação da utilização de recursos de consulta externa nos últimos 3
meses. Entre os idosos entrevistados, 1.532 foram consultar o médico; cerca de 2.483
pessoas/vezes utilizaram recursos de consulta externa, e entre elas, 887 (43,5%) estiveram nos
centros de saúde; 471 (23,1%) estiveram na consulta externa de especialidade/urgência do
Centro Hospitalar Conde de S. Januário; 352 (17,3%), em clínicas privadas de medicina
ocidental; 346 (17,0%), na consulta externa/serviço de urgência; 131 (6,4%), em clínicas
privadas de medicina tradicional chinesa, etc.
64
Quadro 5.67 Situação da utilização de recursos de consulta externa / de urgência / de clínicas por parte dos idosos
entrevistados nos últimos 3 meses (n.º = 2.039)
Taxa de utilização
1~3 vezes
Tipo de consulta externa
Governo
Instituição
particular
Exterior
≥4 vezes
N.º de
pessoas
%
Centros de saúde
831
40,8
Consulta externa ou serviço de urgência
do Centro Hospital Conde de S. Januário
417
Clínicas privadas de medicina ocidental
de Macau
Consulta externa/serviço de urgência do
Hospital Kiang Wu
N.º de
pessoas
Total
%
N.º de
pessoas
%
56
2,7
887
43,5
20,5
54
2,6
471
23,1
270
13,2
82
4,0
352
17,3
259
12,7
87
4,3
346
17,0
Clínicas privadas de medicina
tradicional chinesa de Macau
83
4,1
48
2,4
131
6,4
Clínica da Associação Tung Sin Tong
62
3,0
46
2,3
108
5,3
Clínica da Associação dos Operários de
Macau
37
1,8
17
0,8
54
2,6
Consulta externa/serviço de urgência do
interior da China
69
3,3
26
1,3
95
4,7
Consulta externa/serviço de urgência
das instituições médicas de Hong Kong
31
1,5
4
0,2
35
1,7
2
0,1
2
0,1
4
0,2
Outras regiões*
Nota: * Vancouver, Birmânia, etc.
O Quadro 5.68 mostra que nos últimos 3 meses, 346 idosos utilizaram mais de 4 vezes diversos
recursos de consulta externa/de urgência/de clínica; 126 idosos (36,4%) acham a sua saúde má, e
328 (94,8%) sofrem 1ou mais doenças.
Quadro 5.68
Situação da saúde dos idosos que utilizaram 4 ou mais vezes diversos recursos de consulta
externa/de urgência/de clínica nos últimos 3 meses (n.º = 346)
Tipo
Masculino (n.º=137)
Feminino (n.º=209)
Total (n.º=346)
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Má
40
29,2
86
41,1
126
36,4
Normal
68
49,6
88
42,1
156
45,1
Boa
29
21,2
35
16,8
64
18,5
Sem doenças
9
6,6
9
4,3
18
5,2
1
27
19,7
29
13,9
56
16,2
2
43
31,4
57
27,3
100
28,9
3 ou mais
58
42,3
114
54,5
172
49,7
Auto-avaliação da saúde
N.º de doenças contraídas
5.4.2 Situação da hospitalização nos últimos 3 meses
Entre os 2.039 idosos entrevistados, 1.928 (94,6%) não se hospitalizaram nos últimos 3 meses e
só 111 (5,4%) hospitalizaram-se. Quando o número de vezes de hospitalização seja ≥3, é
considerado 3 vezes. Assim sendo, pelo menos 134 idosos hospitalizaram-se (ver Quadro 5.69),
65
dos quais 65 foram internados no Centro Hospitalar Conde de S. Januário; 58, no Hospital Kiang
Wu de Macau; 6, em hospitais do interior da China, e 4, em hospitais de Hong Kong. Entre os
idosos internados, 50 (45,0%) acham a sua saúde má e 29 (26,1%) acham a sua saúde boa (ver
Quadro 5.70), sendo a hipertensão, a cardiopatia ou a diabetess as doenças com maior incidência
nos idosos internados (ver Quadro 5.71).
Quadro 5.69 Situação da hospitalização de idosos (n.º = 111)
N.º de hospitalização
Tipo de hospital
N.º de pessoas/vezes
%
Centro Hospitalar Conde de S. Januário
65
48,5
Hospital Kiang Wu de Macau
58
43,2
Hospitais do interior da China
6
4,7
Hospitais de Hong Kong
4
2,9
Hospitais estrangeiros
1
0,7
134
100,0
Total
Nota:
Existem casos em que os idosos hospitalizaram-se mais de uma vez ou ficaram internados em mais de
um hospital.
Quadro 5.70 Auto-avaliação da saúde por parte dos idosos que foram hospitalizados nos últimos 3 meses (n.º = 111)
Masculino
Opinião acerca da saúde
Feminino
Total
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Má
22
39,3
28
50,9
50
45,1
Normal
18
32,1
14
25,5
32
28,8
Boa
16
28,6
13
23,6
29
26,1
Total
56
100,0
55
100,0
111
100,0
Quadro 5.71 Situação dos idosos que se hospitalizaram nos últimos 3 meses e as doenças de que sofreram (n.º = 111)
Doença
N.º de pessoas
%
Hipertensão
53
47,7
Cardiopatia
37
33,3
Diabetes
28
25,2
Bronquite crónica
18
16,2
Fractura óssea que aconteceu após os 60 anos de idade
18
16,2
Doenças de fígadoe biliar
15
13,5
Doenças gastrintestinais
10
9,0
3
2,7
Osteoporose
Nota: 1. O idoso sofre 1 ou mais doenças.
2. Não eram motivos directos da hospitalização.
5.4.3 Situação do pagamento das despesas de assistência médica
1) Entre os idosos que iam consultar o médico, 38,4% precisavam de pagar por si próprios; entre
os idosos hospitalizados, 34,2% precisavam de pagar por si próprios (ver Quadro 5.72).
66
Quadro 5.72
Situação do pagamento das despesas de assistência médica por parte dos idosos entrevistados
Serviços solicitados
N.º de utentes
N.º das pessoas que pagam por si próprias
%
Consulta externa
1.532
588
38,4
111
38
34,2
Hospitalização
2) Motivos por que os idosos entrevistados não precisavam de pagar quando iam consultar o
médico ou hospitalizar-se (ver Quadro 5.73): 89,2% e 86,3% deles beneficiavam da
assistência médica gratuita do Governo; 7,1% e 8,2% beneficiavam da consulta gratuita de
instituições de caridade; 3,7% e 5,5% beneficiavam do serviço social das instituições a que
pertenciam, etc.
Quadro 5.73 Razões pelas quais os idosos entrevistados são dispensados de pagar o serviço médico recebido
Consulta externa
Hospitalização
(n.º=941)
(n.º=73)
Forma de pagamento
N.º de
pessoas
%
839
89,2
63
86,3
Vagas gratuitas de instituições de caridade, com apoio
financeiro do Governo
67
7,1
6
8,2
Serviço social de empresa/instituição
32
3,4
--
--
3
0,3
4
5,5
941
100,0
73
100,0
Assistência médica gratuita do Governo
Outras*
Total
N.º de
pessoas
%
Nota: * (A consulta externa) é paga por filhos ou amigos; (a hospitalização) é paga por seguro, entidade
empregadora, etc.
3) As razões pelas quais os idosos entrevistados precisam de pagar quando consultam o médico
ou se hospitalizam: 33 (5,6%) não podem beneficiar da assistência médica gratuita do
Governo porque ainda não completaram 65 anos; 551 (93,7%) preferem ir consultar médico
na clínica privada e têm que pagar por si próprios. Quanto ao pagamento da hospitalização
por si próprios, o Quadro 5.74 mostra que 28 idosos preferem internar-se em hospitais
privados; 5 não completaram 65 anos; 5 não conseguiram a atribuição das vagas gratuitas ou
subsidiadas pelo Governo.
Quadro 5.74 Razões pelas quais os idosos precisam de pagar o serviço médico por conta própria
Consulta externa (n.º=588)
Razões
N.º de
pessoas
%
Hospitalização(n.º=38)
N.º de
pessoas
%
Não possui condições necessárias para
beneficiar da assistência médica do Governo
33
5,6
5
13,2
Não lhe é atribuída a vaga gratuita ou subsidiada
pelo Governo
--
--
5
13,2
551
93,7
28
73,6
4
0,7
--
--
588
100,0
38
100,0
Prefere ir consultar médico na clínica privada
Outros*
Total
Nota: * Incluem: A consulta de urgência precisa de ser paga; não sabem a existência do serviço de assistência médica
gratuita, etc.
67
4) Quanto à idade dos idosos que precisam de pagar a consulta externa por si próprios, 21,4%
têm idades inferiores a 65 anos; 46,8% têm idades de 65~74 anos; 15,3% têm idades de
75~79 anos; 16,5% têm idade igual ou superior a 80 anos. Quanto à receita destes idosos,
48,4% têm 2.000 patacas ou menos por mês; 25,3%, 2.001~ 4.000 patacas por mês; 6,5%,
4001~5000 patacas por mês, e 17,3%, mais de 5.000 patacas por mês (ver Quadro 5.75).
Entre os idosos que precisavam de pagar a hospitalização, 34,1% têm a receita mensal de
2.000 ou menos patacas.
Quadro 5.75 Situação da receita e emprego dos idosos que precisam de pagar o serviço médico
Consulta externa (n.º =588)
Hospitalização (n.º =38)
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
< 65
126
21.4
10
26,3
65~69
132
22.5
6
15,8
70~74
143
24,3
11
29,0
75~79
90
15,3
3
7,9
80~84
58
9,9
4
10,5
≥85
39
6,6
4
10,5
≤500
49
8,3
1
2,6
501~1.000
60
10,2
3
7,9
1.001~1.500
123
20,9
4
10,5
1.501~2.000
53
9,0
5
13,1
2.001~2.500
40
6,8
2
5,3
2.501~3.000
41
7,0
6
15,8
3.001~3.500
42
7,1
3
7,9
3.501~4.000
26
4,4
1
2,6
4.001~4.500
18
3,1
2
5,3
4.501~5.000
20
3,4
3
7,9
102
17,3
6
15,8
Recusar-se a responder
14
2,4
2
5,3
Com emprego
93
15,8
8
21,1
Sem emprego
60
10,2
5
13,2
435
74,0
25
65,7
Ítem
Grupo etário
Receita mensal
(em pataca)
≥5.001
Situação de
emprego
Em estado de reforma
5.4.4 Dificuldades encontradas no processo de consulta médica
O Quadro 5.76 mostra que 566 idosos (37,0%) encontram diversas dificuldades no processo de
consulta médica, dos quais 307 pessoas (54,3%) expressam que têm que esperar muito tempo
para consultar o médico; 216 (38,2%) têm dificuldade económica; 95 (16,8%) acham
inconveniente o trânsito, e 76 (13,5%) não têm ninguém que os acompanhe para ir consultar o
médico (ver Quadro 5.77). O Quadro 5.78 mostra que há 23 idosos (1,1%) que consultaram o
médico nos últimos 3 meses e deviam hospitalizar-se segundo a opinião do médico, mas não o
fizeram; os motivos disso são diversos: entre eles, 11 têm dificuldade económica; 5 não preferem
hospitalizar-se depois de ter consultado o médico; 4 acham que não precisam da hospitalização;
4 não têm ninguém que os acompanhe na hospitalização, e 2 não têm ninguém que lhes ajude a
guardar a casa.
68
Quadro 5.76 Dificuldades encontradas pelos idosos no processo de consulta médica (n.º = 1.529)
Dificuldade
N.º de pessoas
%
Não tinha
961
62,7
Tinha
566
37,0
5
0,3
1.532
100,0
Falta de informações
Total
Quadro 5.77 Razões pelas quais os idosos encontram dificuldades no processo de consulta médica (n.º = 566)
Motivos de dificuldade
N.º de pessoa
%
Tempo demasiado longo de espera
307
54,3
Dificuldade económica
216
38,2
Trânsito inconveniente
95
16,8
Falta de acompanhante
76
13,5
Dificuldade na deslocação
25
4,4
Vagas disponíveis na consulta externa são insuficientes
23
4,1
Má qualidade do serviço de médicos
7
1,2
Não sabem aonde ir consultar o médico
7
1,2
Ninguém escreve a carta de recomendação
6
1,1
Formalidades complicadas
5
0,9
Outros*
9
1,6
Nota: 1. * Incluem: Barreira a nível de comunicação, falta de conhecimento sobre a taxa praticada nas
instituições médicas, falta de tempo, etc.
2. O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas
Quadro 5.78 Razões pelas quais nos últimos 3 meses os idosos tinham necessidade de se hospitalizar, mas
não o fizeram (n.º = 23)
Razões
N.º de pessoa
Dificuldade económica
Nota:
%
11
47,8
Não gostam de se hospitalizar
5
21,7
Acham que o estado de doença não justifica a hospitalização
4
17,4
Falta de acompanhante
4
17,4
Falta de pessoa que os ajude a guardar a casa
2
8,7
Outros*
1
4,3
1. * Falta de tempo
2. O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas
Conteúdo da ajuda que os idosos consideram necessária na sua vida
1.159 idosos entrevistados expressam que não precisam de ajuda na sua vida, ocupando 56,8%
do total; 880 expressam que precisam de ajuda, ocupando 43,2%. Entre eles: (1) 566 pessoas
(43,2%) desejam receber o apoio económico; (2) 100 (11,4%), habitação social; (3) 84 (9,5%), o
serviço de limpeza doméstica; (4) 59 (6,7%), o serviço de assistência médica gratuita; (5) 40
(4,5%), o subsídio para idosos; (6) 38 (4,3%), o serviço de acompanhamento para ir consultar o
médico; (7) 37 (4,2%), respectivamente com necessidade do serviço de fornecimento de
69
instalações recreativas e os benefícios relativos aos serviços públicos (incluindo o pagamento da
água, electricidade, autocarro, cartão de benefícios especiais para idosos); (8) 22 (2,5%), a
instalação de um sistema de pedido de ajuda em caso de emergência (campainha de alarme) (ver
Quadro 5.79).
Quadro 5.79 Tipos de ajuda de que os 880 idosos precisam na sua vida quotidiana (em síntese)
Ordem
Tipo de ajuda
N.º de pessoas
%
1
Apoio económico
566
64,3
2
Habitação social
100
11,4
3
Serviço de limpeza doméstica
84
9,5
4
Serviço de assistência médica gratuita
59
6,7
5
Subsídio para idosos
40
4,5
6
Acompanhamento para ir consultar o médico
38
4,3
7
Fornecimento de instalações recreativas recreação
37
4,2
8
Benefícios relativos aos serviços públicos
37
4,2
9
Instalação de um sistema de pedido de ajuda em caso de emergência
22
2,5
10
Serviço de fornecimento de refeição
17
1,9
11
Residência para idosos isolados
15
1,7
12
Melhoria do ambiente comunitário
15
1,7
13
Diagnóstico medico
13
1,5
14
Ajuda à arrumação doméstica
12
1,4
15
Visita domiciliária
12
1,4
16
Serviço geral de asilo para idosos
11
1,3
17
Palestra de saúde
11
1,3
18
Fornecimento gratuito de equipamentos ou instrumentos médicos
10
1,1
Nota: O entrevistado pode escolher 1ou mais respostas.
Opiniões de idosos entrevistados sobre os serviços existentes
1) Entre os idosos entrevistados, 1.712 (84,0%) têm conhecimento sobre a existência do serviço
do lar para idosos; 1.607 (78,9%), o serviço do centro de idosos; 1.111 (54,5%), o serviço da
residência/habitação social para idosos; 1.014 (49,8%), o serviço de assistência urgente; 997
(48,9%), o serviço de apoio domiciliário. Entretanto, há 1.626 idosos (79,8%) que estão
insuficientemente informados da existência do serviço de visita domiciliária do centro de
saúde; 1.415 (69,4%), pouco informados do serviço de autocarro de reabilitação; 1.395
(68,4%), o serviço de cantina, e 1.249 (61,3%), o serviço de apoio comunitário a idosos
isolados.
2) 436 idosos (21,4%) expressam que precisam mais do serviço do centro de apoio a idosos;
280 (13,7%), o serviço de assistência urgente; 250 (12,3%), a residência para idosos /
habitação social para idosos; 118 (5,8%), o apoio domiciliário, e 110 (5,4%), o serviço da
visita domiciliária do centro de saúde.
3) Entre os idosos entrevistados, 341 (16,7%) beneficiam do serviço do centro de dia para
idosos; 59 (2,9%), da residência para idosos / habitação social para idosos; 35 (1,7%), do
serviço de assistência urgente; 26 (1,3%), do serviço do centro de cuidados especiais; 24
70
(1,2%), do serviço de visita domiciliária do centro de saúde, etc.
4) No que se refere à proporção entre as necessidades e a utilização efectiva dos serviços
existentes, é o centro de dia para idosos que apresenta uma maior percentagem (78,2%) e o
lar para idosos, uma percentagem menor (8,1%).
Quadro 5.80
Situação do conhecimento, necessidade e gozo dos serviços por parte dos idosos entrevistados
Tem ouvido
Tipo de serviço
Tem necessidade
Necessidade /
Gozo
Tem recebido
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Comparação
(%)
Lar para idosos
1.712
84,0
62
3,0
5
0,2
8,1
Centro de idosos
1.607
78,9
436
21,4
341
16,7
78,2
Serviço de assistência urgente
1.014
49,8
280
13,7
35
1,7
12,5
Residência para idosos / habitação social
para idosos
1.111
54,5
250
12,3
59
2,9
23,6
Apoio domiciliário
997
48,9
118
5,8
16
0,8
13,6
Centro de cuidados especiais
833
40,9
95
4,7
26
1,3
27,4
Serviço de apoio comunitário a idosos
isolados
789
38,7
109
5,3
23
1,1
21,1
Serviço de cantina
643
31,6
93
4,6
21
1,0
22,6
Autocarro de reabilitação
623
30,6
100
4,9
18
0,9
18,0
Visita domiciliária do centro de saúde
412
20,2
110
5,4
24
1,2
21,8
Outros serviços*
43
2,1
26
1,2
20
1,0
76,9
Nota : * Incluem o cartão de benefícios especiais para idosos, academia de séniores, centro de abrigo de inverno, etc.
5) 368 idosos entrevistados (38,6% do total) têm necessidade dos respectivos serviços, mas não
os receberam principalmente porque não sabiam como apresentar o requerimento; 267 (28,%)
não sabiam a existência dos serviços de que necessitam (ver Quadro 5.81).
Quadro 5.81 Análise dos motivos por que os idosos não gozam dos serviços que acham necessários (n.º = 604)
Motivos
N.º de pessoas/vezes
%
Não sabia como apresentar o requerimento
368
38,6
Não sabia a existência dos serviços
267
28,0
As formalidades são complicadas
40
4,2
O tempo de espera é demasiado longo.
45
4,7
Não reúnam as condições para o seu gozo.
87
9,1
Não têm capacidade económica.
48
5,0
Dificuldade na adaptação
28
2,9
Não têm tempo.
26
2,7
O trânsito não é conveniente.
20
2,1
Não apresentaram o requerimento.
20
2,1
Outros*
4
0,4
953
100,0
Total de pessoas/vezes
Nota: 1. * Vagas esgotadas, dificuldade de deslocação, etc.
2. O entrevistado pode escolher no máximo 3 respostas.
71
6) Entre as 433 pessoas idosas que beneficiam dos serviços (ver Quadro 5.82), 122 (28,2%) são
do sexo masculino e 311 (71,8%), do sexo feminino; nos diversos grupos etários, o número
das pessoas do sexo feminino é maior do que o do sexo masculino; 222 pessoas (26,4%) têm
idades de 70 a 79 anos, e 105 (28,6%), com idade igual ou superior a 80 anos de idade; entre
as 10 pessoas com menor grau de autonomia na vida quotidiana, 6 beneficiam dos serviços;
entre as 28 pessoas com grau médio de autonomia na vida quotidiana, um terço utiliza os
serviços; entre as pessoas com a independência total nas suas actividades correntes, 359
(19,9%) beneficiam dos serviços; os idosos com função cognitiva ligeiramente prejudicada
(29,8% do total) beneficiam mais serviços, e entre eles, a percentagem do sexo feminino
(32,2%) é maior do que a do sexo masculino (21,3%); entre os idosos com capacidade
cognitiva bastante ou gravemente prejudicada, o número dos do sexo masculino é maior do
que o do sexo feminino. Avaliando e comparando as diferentes situações de habitação dos
idosos entrevistados, descobrimos que os idosos isolados utilizam mais serviços.
Quadro 5.82 Situação da idade, autonomia na vida quotidiana e capacidade cognitiva dos idosos utentes de serviços
Masculino
Ítens
N.º de
idosos
N.º de
pessoas
Feminino
%
N.º de
idosos
N.º de
pessoas
Total
%
N.º de
idosos
N.º de
pessoas
%
Idade
60-69
390
34
8,7
442
72
16,3
832
106
12,8
70-79
333
63
18,9
507
159
31,4
840
222
26,4
≥80
143
25
17,5
224
80
35,7
367
105
28,6
Independência total
771
99
12,8
1.034
260
25,1
1.805
359
19,9
Dependência ligeira
84
19
22,6
107
38
35,5
191
57
29,8
Dependência bastante
8
3
37,5
20
6
30,0
28
9
33,3
Dependência grave
2
0
0.0
2
66,7
5
2
40,0
9
5
55,5
10
6
60,0
Autonomia na vida quotidiana
3
Dependência total
1
1
100,0
769
101
13,1
775
195
25,2
1.544
296
19,1
75
16
21,3
270
87
32,2
345
103
29,8
8
2
25,0
56
12
21,4
64
14
21,9
11
3
27,3
65
14
21,5
76
17
22,3
3
0
0,0
7
3
42,9
10
3
30,0
98
23
23,5
168
73
43,5
266
96
42,5
Viver só com cônjuge
280
35
12,5
226
49
24,2
506
84
16,6
Viver com outro
488
64
13,1
779
189
24,4
1.267
253
20,0
Capacidade cognitiva
Normal
Ligeiramente
prejudicada
Bastante prejudicada
Gravemente prejudicada
Dificuldade em
exprimir-se
Situação habitacional
Viver sozinho
72
Canais por que se conhecem informações de serviços
Quanto a este problema, o inquérito mostra que, entre os idosos entrevistados, 1.194
pessoas/vezes (43,3%) conhecem os respectivos serviços através de parentes ou amigos; 1.041
(37,8%), de meios de comunicação social; 271 (9,8%), de outros centros de apoio a idosos; 141
(5,1%), por observação própria; 81 (2,9%), de estabelecimentos médicos e outros; 27 (1,0%), do
IAS.
Quadro 5.83
Canais através dos quais os idosos conhecem os serviços (n.º = 1.882)
Canais
N.º de pessoas/vezes
%
Através de parentes ou amigos
1.194
43,4
Meios de comunicação social
1.041
37,8
Outros centros de apoio a idosos
271
9,8
Por observação própria
141
5,1
Estabelecimentos médicas e outros
81
2,9
IAS
27
1,0
2.755
100,0
Total
Nota: O entrevistado pode escolher 1 ou mais respostas.
Grau de utilidade dos serviços para idosos
O Quadro 5.84 mostra que entre os 433 idosos beneficiários dos serviços disponíveis, a maioria
considera que os serviços lhe ajudam; 69 pessoas (16,0%) consideram que lhes ajudam pouco ou
muito pouco, principalmente pelo seguinte (ver Quadro 5.85): o âmbito de serviço é insuficiente
(opinião de 69 pessoas, 16,0% do total); o serviço não dá resposta à sua necessidade (opinião de
24 pessoas); o serviço não interessa (opinião de 6 pessoas); a taxa cobrada é elevada ou o acesso
ao local é inconveniente (opinião de 4 pessoas); o próprio idoso é insociável (opinião de 3
pessoas); e as vagas são insuficientes (opinião de 2 pessoas).
Quadro 5.84 Grau de utilidade dos serviços prestados, segundo opiniões dos idosos beneficiários
Utilidade
N.º de pessoas
%
Muito pouca
28
6,5
Pouca
41
9,5
Razoável
140
32,3
Bastante
148
34,2
Muita
76
17,5
Total
433
100,0
73
Quadro 5.85 Razões pelas quais os idosos tiram pouco ou muito pouco proveito dos serviços
Razões
N.º de pessoas
%
O âmbito de serviço é insuficiente.
27
39,2
O serviço não dá resposta à sua necessidade.
24
34,8
O serviço não interessa.
6
8,7
A taxa cobrada é elevada / o acesso ao local é inconveniente.
4
5,8
O próprio idoso é insociável.
3
4,3
As vagas são insuficientes.
2
2,9
Recusam-se a responder
3
4,3
69
100,0
Total
Breve resumo
1. Consulta médica nos últimos 3 meses
Nos últimos 3 meses, 75,1% dos idosos entrevistados consultaram o médico no hospital/clínica;
2.483 pessoas/vezes consultaram o médico na consulta externa dos hospitais e em diversas
clínicas de Macau. Entre os idosos que utilizaram 4 ou mais vezes o serviço da consulta externa
ou urgência, 36,4% acham a sua saúde má e 45,1% acham a sua saúde normal; 94,8% (a
esmagadora maioria) dos idosos entrevistados sofrem 1 ou mais doenças (ver Quadro 5.68).
Entre os idosos entrevistados, só 111 (5,4%) foram hospitalizados. Todos os idosos que tenham
sido hospitalizados mais de 3 vezes são incluídos no grupo dos idosos que tenham sido
hospitalizados 3 vezes. Assim sendo, houve pelo menos 134 pessoas/vezes que foram
hospitalizadas (ver Quadro 5.69); a maioria deles foram internados nos hospitais locais, e entre
estes hospitalizados, 45,1% acharam a sua saúde má; 26,1%, boa (ver Quadro 5.70). Quase
metade dos idosos entrevistados (47,7%) sofrem a hipertensão, seguindo-lhe a cardiopatia, a
diabetes, entre outras (ver Quadro 5.71).
2. Pagamento de despesas médicas
Entre os 1.532 idosos que foram consultar o médico na consulta externa, 38,4% tiveram que
pagar por conta própria; entre os 111 idosos hospitalizados, 34,2% precisavam de pagar por
conta própria. As razões principais pelas quais os encargos correm por conta dos próprios idosos
são as seguintes: por não ter completado 65 anos para ter acesso à assistência médica gratuita
fornecida pelo Governo; preferir consultar o medico na clínica privada; não ter conseguido a
atribuição de vagas no Hospital Kiang Wu, cujo custo é suportado total ou parcialmente pelo
Governo (Hospital Kiang Wu).
3. Dificuldades geralmente encontradas na consulta externa
Entre os idosos entrevistados, 566 pessoas (27,8%) que encontram dificudades na consulta
externa, as quais são: o tempo de espera demasiado longo, dificuldade económica, trânsito
inconveniente, falta de acompanhantes, etc.; 23 pessoas não seguiram a opinião do médico que
as aconselhou a hospitalizar-se pelo seguinte: por terem dificuldade económica; por não
74
gostarem de hospitalizar-se; por acharem desnecessária a hospitalização; por não terem ninguém
que lhes ajude a guardar a casa; por não terem ninguém que os acompanhe (ver Quadro 5.78).
4. Procura por parte dos idosos
56,8% dos idosos entrevistados expressam que não precisam de ajuda; 43,2% expressam que
precisam de apoios, os quais são sintetizados como se segue (ver Quadro 5.79): (1) apoio
económico; (2) habitação social; (3) serviço de limpeza doméstica; (4) serviço de assistência
médica gratuita; (5) subsídio para idosos; (6) acompanhamento para ir consultar o médico; (7)
fornecimento de instalações recreativas e benefícios relativos aos serviços públicos; (8)
estabelecimento de um sistema de ajuda em caso de emergência.
5. Situação do conhecimento e utilização de serviços existentes
Os serviços existentes que os idosos entrevistados conhecem melhor: lar para idosos, centro de
idosos, residência para idosos, serviço de apoio de emergência e serviço de apoio domiciliário;
os que eles conhecem menos são: visita domiciliária do centro de saúde, autocarro de
reabilitação, serviço de cantina e serviço de apoio comunitário a idosos isolados, etc.; os que eles
consideram mais necessários são: o centro de idosos, serviço de apoio de emergência, residência
para idosos, serviço de apoio domiciliário, visita domiciliária do centro de saúde. Os serviços de
que os idosos beneficiaram eram: centro de idosos, residência para idosos, serviço de apoio de
emergência, centro de cuidados especiais para idosos, visita domiciliária do centro de saúde, etc.
Entre as pessoas idosas que beneficiam de serviços, o número das do sexo feminino é maior do
que as do sexo masculino; o número das de idade avançada é maior. Os idosos com grau de
dependência elevado na vida quotidiana apresentam uma maior taxa de utilização de serviços do
que os idosos com grau de independência mais elevado. É digno de atenção que há 29,8% dos
idosos com capacidade cognitiva ligeiramente prejudicada recorrem mais aos serviços, o que está
relacionado com o sexo. Os idosos revelam que a razão pela qual não beneficiam dos serviços se
prende com o seu desconhecimento tanto dos meios de recorrer aos serviços como da existência
dos serviços de que necessitam.
6. Canais por que os idosos conhecem informações sobre os serviços existentes e grau da
sua satisfação
Os canais por que os idosos conhecem as informações sobre serviços são principalmente: através
de parentes ou amigos, meios de comunicação social, outros centros de apoio a idosos, por
observação própria, estabelecimentos médicos ou outras instituições, IAS, etc. Entre os idosos
que beneficiam dos serviços, 16,0% consideram pouco ou muito pouco o seu proveito por razões
seguintes: o âmbito de serviço é insuficiente; o serviço não é adequado; o serviço não interessa; a
taxa cobrada é elevada; o acesso ao local é inconveniente, etc. (ver Quadro 5.85).
75
5.5
Situação habitacional dos idosos de Macau
5.5.1 Situação de instalações domésticas
As casas de todos os idosos entrevistados são abastecidas de água canalizada e electricidade; as
da maioria deles (97,2%) têm janelas ou varandas ventiladas; só as de 57 idosos (2,8%) não têm
estas instalações; 59 idosos (2,9%) não dispõem de telefone em casa (ver Quadro 5.86), e entre
estas pessoas 35 (13,2%) são idosos isolados (ver Quadro 5.87). As razões pelas quais a casa não
está equipada com telefone são as seguintes: 25 pessoas (42,4%) não têm capacidade para pagar
o telefone; 21 pessoas (35,6%) consideram a sua instalação desnecessária; 3 pessoas (5,1%)
vivem em habitações cujo projecto não prevê a instalação de telefone; outras 3 pessoas (5,1%)
utilizam telemóveis.
Quadro 5.86 Situação das instalações nas casas dos idosos entrevistados
Tipo de instalações
N.º de casas avaliadas
Sem instalações
N.º de casas
%
Água canalizada
2.039
0
0,0
Electricidade
2.039
0
0,0
Telefone
2.038
59
2,9
Elevador
2.038
963
47,3
963
71
7,4
2.038
57
2,8
Escada/segurança
Janela/varanda
Quadro 5.87
Situação da instalação de telefone em casas dos idosos entrevistados (n.º = 2.039)
Situação habitacional
N.º de idosos
Sem telefone
(N.º de pessoas)
%
Vive sozinho
266
35
13,2
Vive só com cônjuge
506
11
2,2
Vive com outros
1.267
13
1,0
Total
2.039
59
2,9
Quadro 5.88 Razões pelas quais a casa não está equipada com telefone
Razões
N.º de pessoas
(n.º = 59)
%
Sem capacidade económica para pagar as despesas
25
42,4
Sem necessidade
21
35,6
Utiliza o telemóvel
3
5,1
O projecto da casa não prevê a instalação de telefone
3
5,1
Outros*
7
11,8
59
100,0
Total
Nota: * É surdo; não apresentou o requerimento; não sabe usar, etc.
Entre os 963 idosos entrevistados que vivem nos edifícios sem elevador, 71 vivem em casas onde
as escadas apresentam risco especialmente para pessoas de idade terceira (ver 5.86). O Quadro
5.89 mostra que 18,3% dos idosos entrevistados acham a sua saúde má; 47,1%, normal; 34,6%,
boa. 84,8% deles sofrem 1 ou mais doenças. 98,6% têm capacidade para realizar actividades de
vida diária.
76
Quadro 5.89 Auto-avaliação do estado de saúde pelos próprios idosos residentes em edifícios sem elevador e sua
habilidade em realizar actividades de vida diária (n.º = 963)
Ítens
N. º de pessoas
%
23
2,4
Mau
153
15.9
Normal
454
47,1
Bom
319
33,1
14
1,5
Nada
146
15,2
1
205
21,3
2
252
26,2
3 ou mais
360
37,3
Dependência total
3
0,3
Grau de dependência grave
3
0,3
Grau de dependência moderado
8
0,8
98
10,2
851
88,4
Muito mau
Auto-avaliação do estado
de saúde
Muito bom
Tipo de doenças
Habilidade em realizar
actividades de vida diária
Grau de dependência ligeiro
Independência total
5.5.2 Situação da ocorrência de acidentes domésticos
1) Entre os idosos entrevistados, 146 pessoas (7,2%) tiveram acidentes em casa, incluindo a
queda acontecida a 73 pessoas (3,6%), a queimadura sofrida por 34 pessoas (1,7%), 18
pessoas (0,9%) tiveram corte e 15 pessoas (0,7%) sofreram de choque.
Quadro 5.90 Tipos de acidentes domésticos com idosos (n.º = 2.039)
Tipo de acidente
N.º de pessoa
Taxa de ocorrência (%)
Queda
73
3,6
Queimadura
34
1,7
Corte
18
0,9
Choque
15
0,7
Outros*
6
0,3
Nota: * Incluem a entorse, mordedura de cão, etc.
2) Quanto ao lugar de queda, dos idosos que sofreram de queda, 28 (38,4%) caíram na sala de
estar; 19 (26,0%), no quarto; 13 (17,8%), na casa de banho; 9 (12,3%), na escada, corredor
ou varanda, e 4 (5,5%), na cozinha (ver Quadro 5.91).
3) Quanto ao motivo de queda, 29 deles (39,7%) tropeçaram; 21(28,8%) estavam de má saúde;
9 (12,3%) tiraram objectos de lugares do alto, e 5 (6,8%) escorregaram (ver Quadro 5.91).
4) Quanto ao método de tratamento dos acidentes acima mencionados, 104 (73,3%)
resolveram-nos por si próprios; 30 (21,1%) pediram ajuda de familiares; 4 (2,8%) chamaram
a polícia, e 3 (2,1%) pediram ajuda de vizinhos (ver Quadro 5.92).
77
Quadro 5.91
Lugares de queda, partes corporais feridas e motivos de queda dos idosos em casa (n.º = 73)
Ítens
Lugar
Parte corporal ferida
N.º de pessoas
Sala de estar
28
38,4
Quarto
19
26,0
Casa de banho
13
17,8
Cozinha
4
5,5
Outros*
9
12,3
Cabeça
19
26,0
Membro inferior
16
21,9
Membro superior
14
19,2
Nádegas
11
15,1
Cintura
11
15,1
2
2,7
Tropeçamento
29
39,7
Má saúde
21
28,8
Tiragem de objectos do alto
9
12,4
Escorregamento
5
6,8
Outros***
9
12,3
Outras**
Motivo
%
Nota: 1. * Incluem a escada, loja, varanda, corredor, entrada de edifício, etc.
2. ** Incluem o peito, costas e tronco
3. *** Incluem a luz insuficiente, pesadelo, negligência, etc.
Quadro 5.92
Métodos de tratamento dos acidentes por parte dos idosos (n.º = 142)
Método de tratamento
N.º de pessoas
%
Solução própria*
104
73,3
Pedido de ajuda de familiares
30
21,1
Pedido de apoio da polícia
4
2,8
Pedido de ajuda de vizinhos
3
2,1
Outros**
1
0,7
142
100.0
Total
Nota: 1. * Ir consultar o médico, usar medicamentos, não fazer caso deles, etc.
2. ** Pedir apoio ao centro de idosos.
5.5.3 Risco potencial no ambiente doméstico
O inquérito mostra que a queda de idosos está relacionada com os factores perigosos existentes
em casa. Entre os idosos cujas casas estavam cheias de diversas coisas à entrada ou no corredor,
a 23,3% deles aconteceu o acidente de queda e só a 16,9% não aconteceu este acidente, o que
mostra que a percentagem das vítimas de queda é 6,4% superior à das que não sofreram de queda.
Mostra ainda que os factores, tais como o piso irregular; a falta de luz no corredor; fios eléctricos
soltos espalhados no chão, longa distância entre o quarto e a casa de banho, fazem com que a
taxa de ocorrência da queda seja superior (ver Quadro 5.93). Entre os 73 idosos que sofreram a
queda, 63 (86,3%) não tinham tapete anti-derrapante na casa de banho; 60 (82,2%) não tinham
corrimão na casa de banho, e 39 (53,4%) tinham tapete solto em casa.
78
Quadro 5.93 Análise dos factores perigosos existentes em casas dos idosos entrevistados a quem acontecia o
acidente de queda
Factor perigoso em casa
Não caíram
Caíram
(n.º=1.962)
(n.º=73)
Factor
existente
%
Factor
existente
Não há corrimão na casa de banho.
1.769
90,2
60
82,2
Não há tapete anti-derrapante na casa de banho.
1.712
87,2
63
86,3
Há tapete solto no chão
1.088
55,5
39
53,4
A distância entre o quarto e a casa de banho é longa.
393
20,0
15
20,5
Falta de luz
364
18,6
16
21,9
Estão colocadas diversas coisas à entrada de quartos
ou no corredor
332
16,9
17
23,3
Fios eléctricos soltos espalhados no chão
174
8,9
7
9,6
Piso irregular
52
2,7
8
11,0
Os interruptores de lâmpada eléctrica estão
colocados numa posição extremamente alta ou
baixa.
27
1,4
1
1,4
Não há sanita.
21
1,1
2
2,7
%
Breve resumo
1. Situação de instalações domésticas
As casas de todos os idosos entrevistados são abastecidas de água e electricidade; só as de 2,8%
deles não têm janelas/varandas ventiladas; as de 59 idosos entrevistados não têm telefone, sendo
a maioria deles idosos isolados. Eles expressam que os motivos principais disso são: não têm
capacidade económica para pagar o telefone; usam o telemóvel; não precisam dele ou o projecto
original da casa não prevê a instalação de telefone.
2. Situação de acidentes ocorridas em casa
Nos últimos 3 meses, a um total de 146 idosos entrevistados aconteceram acidentes em casa,
incluindo a queda, queimadura, corte, choque, etc.; idosos caíam geralmente na sala de estar,
quarto, casa de banho e outros lugares (ver Quadro 5.91); os principais motivos disso são: o
tropeçamento, má saúde, tiragem de objectos do alto e escorregamento; os idosos feridos tratam
os acidentes geralmente por si próprios, ou pedem ajuda a familiares, vizinhos ou polícia.
3. Avaliação de factores perigosos em casa
Os factores existentes em casa de idosos, que provocam a sua queda, são principalmente as
seguintes: à entrada de casa ou de quartos, ou no corredor estão amontuadas diversas coisas; piso
irregular; corredor não suficientemente iluminado; fios eléctricos soltos espalhados no chão; a
distância entre o quarto e a casa de banho é longa, etc. O resultado do inquérito mostra que a taxa
de ocorrência da queda motivada por estes problemas é evidentemente maior (ver Quadro 5.93).
Em casa dos idosos que caíram existiam os seguintes factores perigosos: na casa de banho não há
tapete anti-derrapante (86,3%); na casa de banho não há corrimão (82,2%); e tapete solto no chão
(53,4%).
79
6. Reflexão e Discussão
No presente inquérito, foram entrevistados com êxito 2.039 idosos com idade igual ou superior a
60 anos, habitantes nas 6 freguesias de Macau. Com o máximo apoio de diversos círculos sociais,
idosos e seus familiares, tendo-se recolhido numerosos dados sobre a situação da saúde de idosos
de Macau e sobre a sua procura do serviço de cuidados permanentes. Segundo as informações
recolhidos junto dos idosos entrevistados, a distribuição do sexo e idade é basicamente idêntica
ao resultado do censo relativo à distribuição da população de Macau (DSEC, 2004). Actualmente,
13,5% dos idosos continuam a ser empregados, principalmente dedicando-se a profissões não
técnicas. 84,4% dos idosos vivem com familiares (ver Quadro 5.11). O inquérito mostra que a
maioria de filhos provém sustento dos pais, pagando-lhes as despesas de vida e ajudando-os a
resolverem problemas encontrados. Mostra ainda que cerca de 29,6% de idosos gozam e vivem
de pensão de velhice atribuído pelo Fundo de Segurança Social ou da assistência do Governo
(ver Quadro 5.13), enquanto também há idosos que participam ou recebem diversos serviços
sociais. O resultado do presente inquérito reflecte que a família continua a ser um dos recursos
essenciais aos quais recorrem os idosos para a garantia da sua subsistência e o serviço social é
um apoio dirigido à família para o desempenho da sua função nesse sentido. Os cidadãos de
Macau têm um forte sentido de responsabilidade pela manutenção dos seus progenitores; o
Governo tem plano para a melhoria da assistência social dos idosos e para o fortalecimento do
serviço de cuidados permanentes, tendo apresentado a criação do subsídio para idosos a fim de
manifestar a atenção humana e desenvolver a virtude de respeito aos idosos (Relatório das
Linhas de Acção Governativa, 2004). Macau é uma região pequena, mesmo que os filhos não
vivam com os pais, quando os pais têm a necessidade, eles podem ir ajudá-los oportunamente, o
que reflecte que a tradição de Macau conta com uma sólida base para manter os idosos no seu
domicílio. Apesar disso, para o aperfeiçoamento do sistema dos diversos serviços sociais de
cuidados permanentes aos idosos, é necessário realizar investigação e estudos amplos e
profundos. De acordo com os objectivos pré-estabelecidos para o presente inquérito, para além
de conhecer a situação da saúde de idosos, da sua situação habitacional, da utilização de recursos
sociais e das suas expectativas, também é necessário prestar atenção à capacidade dos cuidadores
e a diversos tipos de apoio. O presente capítulo debruça-se sobre a análise dos resultados do
inquérito referentes aos aspectos fisiológico, psicológico e social dos idosos entrevistados, em
articulação com as respectivas políticas.
6.1
Problema sobre a necessidade fisiológica
6.1.1 Informações essenciais dos idosos entrevistados
6.1.1.1
A velhice e o sexo
O resultado do inquérito mostra que o número das pessoas idosas do sexo feminino pertencentes
ao grupo etário de mais de 70 anos é maior do que o do sexo masculino (ver Quadro 5.1),
fenómeno que é idêntico à actual mudança da estrutura populacional do mundo. O relatório de
Madrid da ONU indica (2002) que nos países desenvolvidos, a proporção entre o sexo masculino
e o feminino da população com idade igual ou superior a 60 anos poderá aumentar de 71:100
80
para 78:100. Actualmente nos países em desenvolvimento, entre as pessoas de mais de 60 anos
de idade, a proporção entre o sexo masculino e o feminino é de 88:100. Numerosos dados
mostram que o tempo de vida do sexo feminino depois do falecimento do seu cônjuge poderá ser
mais longo do que o do sexo masculino, porque geralmente elas são mais jovens do que os
maridos e, ainda, a vida média do sexo feminino, especialmente das idosas de idade avançada, é
maior do que a do masculino, mas a sua esperança de vida saudável é curta, o tempo de
deficiência e de vivência em lar é longo e a taxa de incidência da depressão é superior à do
masculino (Zeng Yi e Gu Danan, 2002). O presente inquérito mostra que a percentagem das
idosas que precisam de ajuda na sua vida quotidiana é maior do que a dos idosos masculinos (ver
Quadro 5.55), o que nos diz que as idosas de idade avançada precisam mais de cuidados
permanentes. Mostra ainda que quanto maior é a idade dos idosos, maior é a percentagem do
sexo feminino entre os idosos de ambos os sexos (ver Quadro 5.1); 80,8% dos idosos masculinos
vivem conjuntamente com cônjuges, ao passo que só perto de 50% das idosas vivem com
cônjuges (ver Quadro 5.2). É digno de atenção que 49,1% das idosas se encontram em estado de
viuvez e os idosos do sexo masculino que se encontram neste estado ocupam apenas 12,2%. Há
dados indicam que em 2002, no mundo, 78% dos idosos do sexo masculino têm cônjuges
sobrevivas, mas só 44% das idosas os têm (Xu Qin, 2002). A situação das mulheres idosas do
mundo deve tornar-se uma questão prioritariamente a considerar na adopção de acções políticas
(ONU, 2002). Considerando que os efeitos que a velhice exerce sobre os homens e as mulheres
são diferentes, é indispensável garantir a igualdade do estatuto social entre o sexo masculino e o
feminino e tomar medidas eficazes, a nível político e jurídico, de modo a consagrar o princípio
de igualdade entre o homem e a mulher nos cuidados e apoios à terceira idade. É claro que
também não se deve descuidar a saúde dos idosos do sexo masculino.
6.1.1.2
A idade terceira e o casamento
Entre os idosos entrevistados, 60% são casados e vivem juntos; só 2,6% vivem separadamente;
1,9% são solteiros, e 1,3% são divorciados. Merece atenção que 33,5% dos idosos são viúvos, o
que mostra que o facto de a maioria dos idosos sem cônjuges se prender com o seu estado de
viuvez. Daqui se verifica que a perda de cônjuge na idade avançada é um grande problema que
os idosos precisam de enfrentar. Nestas circunstâncias, que atitude eles têm para com a vida
humana e o casamento? A atitude dos filhos, dos parentes e da sociedade para com o casamento
dos idosos irá afectar a vida destes. Perante esta questão, o que é que as gerações jovens de hoje,
ou seja, os idosos do futuro, pensam sobre os conceitos de casamento e de valor, bem como a
planificação da vida humana? Pensamos que é útil estudar estes temas para o desenvolvimento
de toda a vida de uma pessoa, para a harmonia das relações entre várias gerações, para o
tratamento adequado da relação entre o envelhecimento e desenvolvimento social, e para a
melhoria da situação dos idosos.
6.1.1.3
Reflexão sobre a idade de reforma dos idosos
A legislação de Macau não prevê uma idade da reforma. O resultado do presente inquérito
mostra (ver Quadro 5.4) que 68,1% dos idosos reformaram-se antes de completar os 65 anos, e o
regime de apoio assistencial (médico, económico, etc.) para a população idosa, estabelecido pelo
Governo, destina-se aos idosos que tenham completado 65 anos de idade. Se a esperança de vida
81
média for de 80 anos de idade, é necessário considerar e estudar a fundo os problemas relativos
aos cuidados, despesas de vida e assistência médica dos idosos com idades de 65 a 80 anos e ao
aperfeiçoamento dos diversos sistemas de apoio social, assim como ao desenvolvimento
contínuo, distribuição razoável e utilização adequado dos recursos relacionados. É necessário
prestar grande atenção à vida e assistência social das pessoas aposentadas que ainda não tenham
completado 65 anos de idade; é necessário estudar e analisar a fundo os problemas sociais
trazidos pelo envelhecimento populacional e tomar medidas efectivas para resolvê-los, de modo
a que se forme um sistema assistencial para idosos, incluindo os regimes respeitantes aos fundos
de assistência social, ao regime de previdência social de instituições, às poupanças individuais e
à alimentação familiar. Além disso, ainda é necessário estudar a fundo a situação de vida dos
idosos reformados antes de terem completado os 65 anos, de modo a que sejam elaboradas
medidas eficazes para garantir a vida e benefícios sociais dos idosos desta fase etária. Com o
desenvolvimento rápido da economia de Macau, e o reforço da cooperação inter-regionais e
internacionais na área de alta tecnologia e, especialmente com a importação de pessoal de alta
tecnologia, será necessário estudar a idade da reforma em Macau, tendo em conta o estado de
saúde e a capacidade de trabalho? Esperamos que este problema seja estudado com seriedade, a
fim de podermos utilizar melhor os recursos pessoais e enfrentar melhor o futuro desafio nesta
área.
6.1.1.4
Situação da vida dos idosos após a sua reforma
Depois da sua reforma, os idosos passam uma vida cómoda e descansada em casa. O presente
inquérito mostra que em Macau 51,6% dos idosos reformados ficam em casa e só 4,5% deles
participam em trabalho voluntário ou na leitura. Todos os dias a maioria deles estão em casa a
ver televisão, a conversar ou a realizar algumas actividades de recreio de carácter estático e há
alguns que jogam cartas ou xadrez ou fazem outras actividades recreativas. 81,6% dos idosos
participam nestas actividades menos de uma vez por semana, principalmente porque não sabem
fazê-las, não têm interesse ou não reúnam as condições. Isto significa que os idosos de Macau
têm muitos tempos livres, em que podem realizar mais actividades saudáveis. O resultado do
inquérito também mostra que há 75% dos idosos entrevistados que realizar actividades de baixa
intensidade 4 ou mais vezes por semana (ver Quadro 5.25), o que nos diz que a maioria de idosos
têm bons hábitos de fazer exercícios físicos. Outros inquéritos relacionados de Macau
demonstram que o grau de satisfação dos idosos que participam frequentemente em actividades
desportivas é obviamente mais elevado do que os idosos que participam com menor frequência
em tais actividades, apresentando estes últimos mais sintomas de depressão do que aqueles
(Neng Chi Hang, 1999). Há estudos que indicam que a prática de desportos e de exercícios
físicos com regularidade pode reduzir ou prevenir a degeneração das diversas funções orgânicas
do corpo humano, fortalecer a saúde óssea, reduzir os prejuízos da osteoporose, manter a boa
forma, reduzir os prejuízos da queda, consolidar a flexibilidade do corpo, elevar funções
orgânicas de idosos, manter a capacidade cognitiva e aliviar os sintomas de depressão e os
respectivos comportamentos (tradução de Wang Xiang Sheng e Wu Hui Jun, 1998).
6.1.2 Hábitos de vida gerais
O presente inquérito mostra que a maioria dos idosos entrevistados não consomem bebidas
alcoólicas fortes e têm bons hábitos de alimentação. Mais de 80% deles comem diariamente
82
peixe ou carne, vegetais e frutas, usando geralmente óleo vegetal na preparação de refeições;
34,4% dos idosos acham a sua saúde boa e 16,7%, má. Mas, entre os idosos entrevistados alguns
também têm maus hábitos: 10% a 15% deles fumam e bebem bebidas alcoólicas fortes; poucos
deles comem alimentos de soja e de leite; 11,3% comem quase todos os dias produtos
conservados e salgados, o que talvez esteja relacionado com a tradição cultural alimentícia de
Macau, mas estes hábitos de vida fazem mal à saúde dos idosos. O inquérito mostra ainda que as
actividades intelectuais dos idosos entrevistados são insuficientes, o que desfavorece a
manutenção da sua função cognitiva e mental, porque quanto menos são as actividades
intelectuais, mais rápida é a degeneração da função cognitiva e mental. Entre os 233 idosos
utilizadores de instrumentos auxiliares, 12,4% utilizam guarda-chuva em vez de bengala, o que
aumenta o risco de queda.
6.1.3. Sintomas e doenças dos idosos (situação da saúde fisiológica)
6.1.3.1
Constituição física dos idosos
O presente inquérito mostra que de um modo geral, o estado de saúde, a altura e o peso dos
idosos entrevistados são normais, sendo a sua altura média de 155 cm e o seu peso médio de 57
kg, resultado que é basicamente idêntico ao resultado do “Guia da Constituição Física e Saúde
Psicológica dos Idosos de Macau”, elaborado em 1999 (Neng Chi Hang, 1999). Adoptado o
critério de avaliação relativo ao Índice de Massa Corporal (IMC), referido no Guia de Gordura
da Ásia IMC (2000) (ver Quadro 5.40), foi calculado o valor médio do IMC dos idosos em
função da sua altura e do seu peso acima mencionados, que é de 23,9, valor este que é pouco
inferior ao valor global do IMC dos adultos do interior da China que se situa em 24,1 (Grupo
Nacional de Coordenação para a Prevenção e Tratamento de Diabetes, 2000). O presente
inquérito mostra (ver Quadro 5.40) que o valor do IMC dos 54,2% dos idosos entrevistados é
igual ou superior ao valor de 23; o valor do IMC dos 35,0% dos idosos é superior ao valor de 25,
e o número das idosas gordas é maior do que o dos idosos gordos. Este resultado é idêntico ao do
inquérito realizado aos elementos desvinculados da Guarnição de Beijing para efeitos de
aposentação. O resultado do inquérito mostra que a probabilidade de incidência de hipertensão e
de diabetes é respectivamente 1,6 e 1,9 vezes mais para os idosos com IMC ≥23 em relação aos
seus pares com IMC <23. A gordura é um factor de risco que causa doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares e diabetes. Por isso, o Governo e a sociedade devem enfrentar e prestar
atenção aos problemas de saúde dos idosos provocados por diversas doenças (He Weiping, 2004,
Ren Suqin e outros, 2005; Grupo Nacional de Coordenação para a Prevenção e Tratamento de
Diabetes, 2000). É claro que a doença é motivada por diversos factores, razão pela qual além da
gordura, é necessário ainda prestar atenção à alimentação, exercícios físicos e manutenção de
sensação geral de bem-estar.
6.1.3.2
Doenças
A auto-avaliação da saúde é uma sensação subjectiva. Geralmente, com o aumento da idade, o
grau da sensação da própria saúde reduz-se paulatinamente. O resultado do presente inquérito
mostra que de um modo geral a auto-avaliação da saúde dos idosos de Macau é razoável: 34,4%
dos entrevistados acham a sua saúde boa; só 19,1%, má; 46,5%, normal (ver Quadro 5.28),
83
resultado este que é melhor do que aquele que foi verificado nos idosos de Shanghai (Ma
Lizhong e Chen Yan, 2000). Um inquérito às famílias de Hong Kong, realizado em 2002, mostra
que 31,0% dos idosos com idade igual ou superior a 65 anos acham a sua saúde boa ou muito
boa; 46,0%, normal; 23%, muito má (Thematic Household Survey Report, 2003). Quando os
entrevistados classificam a sua saúde “normal”, podemos ter as seguintes interpretações: os
entrevistados não sabem exprimir-se; eles não são exigentes em relação ao seu estado de saúde;
eles são de opinião que a saúde não é boa nem é má. No nosso inquérito, alguns idosos têm um
aspecto saudável, não tem doenças, e acham a sua saúde normal; outros têm um aspecto muito
debilitado e têm dificuldades de deslocação, também acham a sua saúde normal. Entre aqueles
que acham a sua saúde má, a maioria são idosas isoladas, com capacidade cognitiva gravemente
prejudicada, com sintomas de depressão, têm rede social insuficiente ou baixo grau de autonomia
nas actividades de vida diária. O Quadro 5.30 mostra que 84,5% dos idosos entrevistados sofrem
1 ou mais doenças; a percentagem dos doentes aumenta de 76,2% do grupo etário de 60~64 anos
para 89,5% do grupo etário de 80 anos de idade ou superiores; especialmente a percentagem dos
idosos do grupo etário de 75~79 anos que é mais alta, atingindo mesmo 51,5%, mas a
percentagem do grupo etário de 80~84 anos baixa para 42,3%, fenómeno que talvez se prenda
com o falecimento dos idosos em consequência da sua idade avançada, ou da contracção das
várias doenças ou das doenças graves.
O presente inquérito mostra que as doenças comuns de idosos de Macau (ver Quadro 5.32) são a
dor na articulação (29,4%) e a dor na região lombar e nas costas (23,4%), resultado que é
semelhante ao resultado do inquérito de Leong Man Fok e outros. O Quadro 5.32 mostra que
28,1% dos idosos entrevistados têm sintomas em vias respiratórias; 19,3% sofrem de insónias;
muitos costumam dormir de dia ou dormem a sesta durante longo tempo, o que faz com que à
noite despertem facilmente e tenham dificuldade em adormecer ou acordem muito cedo (Wang
Jian Rong, Liu Yuchun e Ma Yanlan, 2003). Merece atenção que a insónia é também uma
manifestação da depressão, incluindo o descontentamento, aborrecimento, desânimo e emoção
instável. Há estudos indicando que sem a ajuda familiar os idosos são susceptíveis de ficar
doentes, ter problemas motivados pela insónia, sentir-se isolados e deprimidos, ou sentir a dor no
abdómem, e todas as estas são manifestações da má qualidade da vida destes idosos (Hellstrom,
Persson & Hallberg, 2004). Claro, os motivos da insónia são diversos, problema que deve ser
estudado a fundo para procurar soluções eficazes.
O presente inquérito mostra que entre as doenças que idosos de Macau sofrem, as no sistema
cardiovascular (76,0%) ocupam o primeiro lugar (ver Quadro 5.33); as mais comuns são a
hipertensão, doenças dos olhos incluindo a catarata, doenças degenerativas na articulação,
cardiopatia e diabetes, e entre estas doenças a hipertensão encontra-se no primeiro lugar,
resultados semelhantes aos dos inquéritos congéneres de Hong Kong, de Taiwan e do interior da
China (ver Quadro 6.1). Em 2004, a incidência da hipertensão já ocupou o primeiro lugar em
Hong Kong (Departamento de Saúde do Governo da Região Administrativa Especial de Hong
Kong, 2004). Em diferentes regiões registaram-se diferentes situações: em Taiwan, a úlcera
gastrintestinal ocupou o primeiro lugar; segundo a respectiva reportagem em Shanghai, a
hiperplasia da próstata é uma das doenças dos idosos que merecem a nossa atenção
84
(Departamento de Saúde do Conselho Executivo de Taiwan, 2003; Pang Lianzhi, Zhang Yaping,
2004). Segundo o Ministério de Saúde Pública da República Popular da China, em 2003, entre as
doenças crónicas das suas populações, a hipertensão, a inflamação gastrintestinal, a artrite
reumática, a tísica e a doença cerebrovascular ocuparam os primeiros cinco lugares (Ministério
de Saúde Pública da República Popular da China, 2004).
Quadro 6.1 Resultados dos inquéritos relativos a doenças crónicas de idosos em diferentes regiões
Ordem
Macau (2004)*
Hong Kong (2004)**
Taiwan (2003)***
1
Hipertensão
Hipertensão
Hipertensão
Hipertensão
2
Catarata
Artrite
Mudança
patológica na
articulação
Catarata
3
Doenças na
articulação
Doenças dos olhos
Diabetes
Cardiopatia
4
Cardiopatia
Diabetes
Catarata
Diabetes
5
Diabetes
Alto nível de colesterol
Úlcera
gastrintestinal
Hiperplasia de
próstata
Nota: 1. *
2. **
Shanghai (2004)****
Refere-se ao presente inquérito
Departamento de Saúde do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (2004). Relatório
Temático da Saúde N.º 3 sobre a Saúde de Idosos
3. ***
Departamento de Saúde do Conselho Executivo de Taiwan (2003): http://www.doh.gov.tw
4. **** Pang Lianzhi、Zhang Yaping(2004). Inquérito sobre a Situação da Saúde de Idosos do Bairro de Linfen,
do Distrito de Zhabei, Shanghai
Estudos relacionados de Macau mostram que as cinco doenças mais diagnosticadas nos idosos
pelos centros de saúde em 2000 eram a hipertensão, a infecção aguda das vias respiratórias
superiores, a artrite óssea e as complicações, a isquemia crónica de miocárdio e a diabetes (RML
& Associates, 2004). O resultado do presente inquérito também mostra que a taxa de incidência
da hipertensão é a mais alta, atingindo 46,6% (ver Quadro 5.33); ao mesmo tempo, há 448
pessoas (22,1%) que não sofrem da hipertensão, mas têm a tensão um pouco alta, segundo a
medição no presente inquérito.
Macau é uma das regiões onde a incidência da hipertensão é elevada e os valores da tensão
sistólica e da diastólica são obviamente superiores aos da província de Guangdong e da cidade de
Beijing (Leong Hok Chong, Pun Weng Hong, Lei Sio Man e Qin Run Chao, 1998). O resultado
do presente inquérito mostra que segundo o critério de avaliação da OMS e da Sociedade
Internacional de Hipertensão (OMS, 1999), a taxa de incidência da hipertensão é de 46,6%,
percentagem um pouco inferior à taxa de incidência desta doença nas pessoas de 60 anos de
idade, calculada no inquérito geral da hipertensão realizado em 1998 na região de Macau, que
atingiu 58,6% (Leong Hok Chong e outros, 1998; Tang Sek Wai e outros, 1998); segundo o
critério da OMS, o valor da tensão dos 51,1% dos idosos é um pouco alto, embora seja também
inferior ao calculado no inquérito geral da hipertensão em 1998, mudança esta que possivelmente
se relaciona com os seguintes factores: nos últimos anos as pessoas têm reforçado a sua
consciência sobre a saúde; os estabelecimentos médicos, centros de saúde e organizações sociais
têm desenvolvido diversas actividades de educação relativas à hipertensão, fazendo com que os
85
doentes de hipertensão fiquem mais consciencializados da importância do controlo da tensão. O
presente inquérito revela que 95,5% dos doentes da hipertensão estão sujeitos ao tratamento por
medicamentos. Para além dos factores acima referidos, outro factor está relacionado com o facto
de os métodos de medição, as formas de amostragem e os destinatários destes dois inquéritos
serem diferentes. Por exemplo, a amostragem do presente inquérito cobriu as 6 freguesias de
Macau, referindo-se a um total de 2.039 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, incluindo
idosos isolados, residentes em diversos tipos de unidades de alojamento das residências para
idosos. O inquérito de 1998 foi realizado com base na tiragem aleatória dos moradores das
diversas freguesias, dos quais 985 tinham idade igual ou superior a 60 anos. No presente
inquérito foi utilizado esfigmomanómetro electrónico, mas no inquérito de 1998 usou-se o
esfigmomanómetro de mercúrio. Através da comparação dos dois inquéritos, descobrimos que a
distribuição dos tipos de hipertensão é algo diferente (ver Quadro 6.2). Da análise da situação
dos idosos entrevistados com tensão sistólica ou tensão diastólica um pouco alta, verifica-se que
os respectivos valores são obviamente mais baixos do que os verificados no grupo etário de 60
ou mais anos dos censos, ao passo que os valores verificados nos idosos com ambas as tensões,
sistólica e diastólica, um pouco altas são superiores aos do mesmo grupo etário apurados nos
censos. (Tang Sek Wai e outros, 1998).
Quadro 6.2
Comparação da tensão e hipertensão dos idosos entrevistados, medidas no presente inquérito, com
o resultado do inquérito geral sobre a tensão e hipertensão dos idosos do mesmo grupo etário,
realizado em 1998
Situação de tensão
arterial
Resultado do inquérito
geral de 1998
Valor de tensão dos idosos
inquiridos
Valor de tensão dos
idosos sem hipertensão
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Tensão normal
388
41,4
990
48,9
621
57,6
Hipertensão
128
13,6
669
33,0
293
27,2
Tensão sistólica alta
371
39,6
311
15,4
132
12,2
Tensão diastólica alta
51
5,4
55
2,7
32
3,0
938
100,0
2.025
100,0
1.078
100,0
Total
Entre os 1.078 idosos entrevistados que não sofrem a hipertensão segundo o diagnóstico do
passado, 457 têm tensão um pouco alta segundo a medição no presente inquérito, o que significa
que é possível que 22,4% dos idosos entrevistados sofram de hipertensão, pelo que é necessária
um novo diagnóstico. Na sequência do inquérito realizado pelo Hospital de Fuwai de Beijing a
mais de vinte mil pessoas durante 15 anos, foi proposto pela primeira vez que os parâmetros do
nível de tensão para as pessoas saudáveis da China fossem fixados em 110mmHg (valor de
tensão sistólica) e em 75mmHg (valor de tensão diastólica), o que significa que quando os
valores de tensão de uma pessoa se situam em 110/75mmHg, a taxa de incidência da cardiopatia
coronária e da apoplexia cerebral é a mais baixa (Rede de Informações Médicas da China, 2003).
6.1.3.3
Conhecimentos básicos da saúde detidos pelos idosos são insuficientes
Quanto à situação do tratamento das primeiras dez doenças mais comuns entre os idosos, o
Quadro 5.34 mostra que parte dos idosos doentes não sabem que tipo de medicação estão a tomar
86
nem sabem a que tratamento estão sujeitos; especialmente entre os idosos portadores de doenças
de fígado ou bílis, de osteoporose e de doenças dos olhos (sobretudo a catarata), dos quais mais
de 20% não sabem se tomaram ou não a medicação, nem sabem se estiveram sujeitos ou não à
operação ou ao tratamento da medicina tradicional chinesa. Alguns sofrem de osteoporose, mas
não comem produtos de soja e de leite. As causas principais talvez se prendam com a falta de
conhecimentos sobre a saúde por parte dos idosos, a falta de atenção para com o estado de saúde,
ou o desconhecimento a que está sujeito em virtude da capacidade cognitiva prejudicada. Nestas
circunstâncias, as suas doenças não poderão ser tratadas oportunamente e os próprios idosos
poderão tomar erradamente medicamentos que não devam tomar. No processo do nosso inquérito,
56,8% dos idosos entrevistados expressaram que não tinham a necessidade do serviço social e
alguns disseram que era natural que eles sofriam várias doenças, tinham dificuldades no
movimento e não saíam para fora, pois qualquer pessoa, quando entrou na idade avançada, tinha
que experimentar tudo isso. Em relação aos 19,3% dos idosos que sofriam de insónia, aqueles
que tinham o sintoma de depressão ou que tinham a rede social insuficiente, quase não
expressaram a sua necessidade nem sabiam como se divertir. Assim, verificamos que os idosos
não têm conhecimentos suficientes para levar uma vida saudável na velhice. Por isso, devemos
tomar medidas para dar resposta às necessidades dos idosos nesse sentido.
6.1.4 Habilidade em realizar as actividades de vida diária
6.1.4.1
Problemas existentes na vida quotidiana de idosos
Na avaliação do grau de capacidade de auto-cuidado, quando seja atribuída uma cotação inferior
a 85 valores, o idoso tem necessidade de ser apoiado na realização das suas actividades de vida
diária. O presente inquérito mostra (ver Quadro 5.55) que 88,5% dos idosos entrevistados podem
tratar quase independentemente a sua vida quotidiana; 11,5% deles precisam de ajuda neste
aspecto, e entre estes idosos 0,5% perderam completamente a habilidade em tratar da sua vida
quotidiana. No entanto, estes dados só podem reflectir a capacidade de auto-cuidado dos idosos
entrevistados neste inquérito, porque os idosos que foram entrevistados neste inquérito são na
sua maioria os que têm capacidade para cuidar a si próprios e aqueles que têm a capacidade
relativamente fraca de cuidar a si próprios talvez estivessem internados no hospital ou noutros
estabelecimentos de serviço, ficando excluídos do presente inquérito os idosos que vivam
sozinhos e que cuja capacidade cognitiva seja inferior a 4 valores segundo o respectivo critério
de avaliação. O resultado do inquérito ainda mostra que entre os idosos com a capacidade fraca
de tratar da sua vida quotidiana, a percentagem do sexo feminino é maior do que a do masculino,
o que significa a existência de uma relação entre a habilidade de uma pessoa em tratar da vida
quotidiana e o seu sexo (t=2,365, p>0,05) e o aumento do grau de dependência à medida que se
avança a idade (p<0,01). Além disso, a análise ainda nos diz que entre a habilidade em tratar da
vida quotidiana e a idade existe uma relação negativa, isto é, quanto maior é a idade, mais fraca é
a habilidade em tratar da vida quotidiana, resultado este que é semelhante ao de muitos estudos
(Wang Meihua, Liu Qing, Yang Jisha, 2002; Niu Jianzhong e outros, 1998 ).
Merece atenção que a função de evacuação de idosos está prejudicada. O resultado do inquérito
mostra que entre os 100 idosos, pelo menos 6 têm dificuldade em controlar a defecação; 3 com
87
dificuldade em controlar a urinação. Alguns idosos acham que isso se trata de um problema
pessoal e que é muito embaraçoso falar do assunto com o inquiridor que não é do seu
conhecimento. Outros acham que estes não são problemas, mas são normais para a terceira idade.
Especialmente as mulheres, depois da sua menopausa, sofrem frequentemente a incontinência.
Quando a pressão exercida sobre a bexiga aumenta com a tosse, o espirrao, o riso ou o curvar do
corpo, perde a urina involuntariamente, dando origem à situação aparelhada em actividades
sociais. Há reportagem que indica que 12%~40% das mulheres têm este problema e entre as
mulheres de idades superiores a 65 anos, 49% sofrem a incontinência urinária (Zang Xing, 2003;
Secção de Exame Física Especializada da Clínica de Kai San, 2005). Segundo uma notícia
divulgada, “são sobretudo as mulheres que sofrem a incontinência urinária. Em Singapura, 10%
da população do sexo feminino que sofre esta doença consulta o médico. De facto, o número
efectivo das mulheres portadoras desta doença é muito maior. Estima-se que em Singapura um
terço da população do sexo feminino sofre desta doença.” (Rede Kang YI a, Rede Kang YI b;
2004). Por isso, é possível que na vida real haja muitas pessoas com dificuldades em controlar a
defecação e a urinação, e este problema afecta directamente as actividades sociais dos idosos. Há
ainda informações indicando que estes problemas fazem com que os idosos pacientes fiquem
desanimados, desesperados, impacientes e isolados, com função sexual progressivamente
degenerativa. Há alguns idosos que procuram não sair de casa, porque têm necessidade de ir à
casa de banho a todo o tempo. Segundo estatísticas, em Taiwan há cerca de 2 milhões de
mulheres sofrendo a incontinência urinária, mas só 20% delas consultam o médico, pois a
maioria delas consideram que “a incontinência é um fenómeno natural de envelhecimento”,
sentindo que “ir consultar o médico é uma vergonha para si mesmas”, e algumas delas ainda
consideram que “mesmo que vá consultar o médico, a doença também não poderá ser curada”
(Yu Jianren, 2004). Sem embargo, tais informações são raramente divulgadas em Macau, o que
merece a nossa atenção. Para tratar a incontinência fecal ou urinária, a par de administrar
medicação como laxante ou fornecer aos idosos com incontinência calças ou fraldas, também se
podem tomar medidas eficazes tais como a massagem do abdómen, a orientação da alimentação,
exercícios funcionais de músculos de períneo, etc. (Li Shuzhen e Zhao Xiguang, 2001),de modo
a que a função de evacuação de idosos possa melhorar com a orientação de enfermeiros.
Além disso, o inquérito ainda mostra que muitos idosos entrevistados têm grave dependência ao
subir ou descer a escada de um andar para o outro e ao tomar banho e só têm pouca dependência
na alimentação, resultado este que é idêntico ao de muitos outros inquéritos (Niu Jianzhong e
outros, 1998; Jiang Jingmei, Lin Ling, Sun Guoqiang, Han Shaomei e Zhang Chengxun, 1998,
Ma Lizhong e Chen Yan, 2000, Li Yong Liang, 2004). Daqui vemos que a alimentação, um dos
meios básicos para a manutenção da vida humana, exige pouca força e, por isso, a taxa de
degeneração desta função das pessoas idosas é relativamente inferior, mas subir ou descer a
escada de um andar para o outro, ou tomar banho, é uma actividade relativamente complicada,
que precisa de maior força física, e por isso, a sua função degenera sensivelmente.
A habilidade em realizar actividades de vida diária é um indicador importante para a avaliação da
situação de saúde, relacionando-se estreitamente com os factores fisiológico, psicológico, social
e económico. O mais importante é a saúde fisiológica, incluindo a função de resistência contra
88
diversas doenças. Estudos demonstram que a maioria dos idosos que desenvolvem actividades de
recreio 4 vezes por semana têm habilidade em tratar da sua vida quotidiana, o que nos diz que
uma vida activa é boa para manter essa habilidade. Apesar de o presente inquérito ainda não ter
encontrado suficientes provas para demonstrar que a actividade é um factor que afecta
directamente a função de tratar a vida quotidiana, o seu resultado mostra que quanto mais
doenças sofrem os idosos, maior é a sua dependência na vida quotidiana (p<0,05). Outros
estudos demostram que diversas doenças podem fazer com que a habilidade em tratar a vida
quotidiana seja prejudicada em diferentes medidas (Xing Houxun, Ye Shirong, Li Jianqi, Zhong
Henggao e Zhou Chunqin, 1995; Wang Meihua e outros, 2002).
A habilidade em realizar actividades domésticas e sociais é a base para a manutenção das
actividades em casa e na comunidade. A dependência dos idosos de Macau nas suas actividades
domésticas e sociais manifesta-se principalmente na necessidade de apoios no seguinte: fazer
trabalhos domésticos, preparar a comida, tomar autocarro e ir visitar parentes ou amigos. Macau
é uma sociedade onde as pessoas podem sair a todo o tempo para fazer as compras, sendo
igualmente muito conveniente encomendar as comidas por telefone. De uma maneira geral, os
idosos que sofrem degeneração das funções podem recorrer aos diversos serviços sociais
disponíveis. Os trabalhos domésticos, tais como, lavar roupa, limpar o chão e prepara comidas na
cozinha, requerem não só força física, mas também a memória e a reacção atempada, actividades
essas que são mais complicadas do que as actividades gerais na vida quotidiana, às quais são
designados “meios de autonomia”, segundo a teoria de Lawton. Nestas circunstâncias, os idosos
são mais susceptíveis de serem prejudicados. A utilização dos meios de transporte e a visita aos
amigos são actividades complicadas que requerem força física, capacidade para estabelecimento
de relação interpessoal e memória, actividades essas que também dependem dos meios de
transporte disponíveis no local em questão. Macau é uma cidade pequena, onde os meios de
transporte sem barreiras são insuficientes. Às vezes, andar a pé é mais conveniente do que
apanhar o autocarro. Assim, com a aquisição do hábito de não utilizar os meios de transporte e
dada a preocupação com a segurança do transportes, torna-se reduzida a capacidade dos idosos
para realizar as actividades em casa e na comunidade. A este problema, muitos estudos se lhe
referem (Niu Jianzhong e outros, 1998; Ma Lizhong e Chen Yan, 2000; Lu Tanyun e outros, 2001).
Além disso, O nosso inquérito ainda mostra que entre a habilidade dos idosos entrevistados de tratar a
vida quotidiana e a sua idade existe uma relação negativa: quanto maior é a sua idade, mais fraca se
torna a sua habilidade de tratar a vida quotidiana, ou seja, maior é a dependência na sua vida
quotidiana.
6.1.4.2
Origem dos cuidadores principais de idosos
O resultado do inquérito mostra que entre os 111 idosos que precisam de cuidados de outros, 6
são idosos isolados (ver Quadro 5.59), ocupando 5,4%; eles recebem ajuda de parentes, amigos,
filhas, instituições de serviço ou voluntários. Claro, aqueles que perderam a capacidade e não
podem viver independentemente em casa, talvez estejam a beneficiar de cuidados de instituições
relacionadas. O inquérito ainda mostra entre os 266 idosos que vivem sozinhos, 29,3% não
recebem ajuda de outros na sua vida quotidiana. Como eles enfrentam os grandes problemas ou
dificuldades? Este problema é digno de atenção.
89
Os cuidadores dos idosos que não vivem sozinhos são principalmente seus familiares,
seguindo-se-lhes empregados, parentes ou amigos. O resultado do inquérito mostra que estes
idosos dependem mais de cônjuges, filhas ou filhos. Quanto aos idosos chineses que vivem no
Canadá, os seus principais cuidadores são filhas (Li Yong Liang, 2004). Quanto aos idosos do
interior da China, há informações dizendo que maioria deles preferem receber cuidados de filhos
em vez de filhas (Wang Laihua e outros, 1998; Ma Lizhong e Chen Yan, 2000), fenómeno este
que reflecte certa característica tradicional. À medida que a sociedade se industrializa sem cessar,
cada vez mais filhos ou filhas saem da casa para procurar emprego, podendo não viver ao lado
dos pais. Nestas circunstâncias, os cuidados de idosos apresentam uma tendência de socialização.
Então, como preparar os cuidadores para terem conhecimentos suficientes, capacidades técnicas
e plenas preparações psicológicas para a assunção da responsabilidade pelo serviço de cuidados a
idosos é um tema deve ser estudado urgentemente. É pena que o presente inquérito não se refira
ao conteúdo relacionado com o cuidador, e esperamos que as instituições interessadas possam
desenvolver o mais rápido possível o estudo e formação relacionada. Mas, merece a nossa
especial consideração o seguinte problema: mesmo que os cuidadores estejam formados,
socializados e muito competentes, os idosos que utilizem o serviço de cuidados de dia também
recebem dos seus familiares diversos apoios a nível de afectividade, o que significa que os
trabalhadores fornecedores do serviço nunca poderão substituir totalmente os familiares dos
utentes. Por isso, o êxito do serviço de apoio a idosos precisa dos esforços comuns dos familiares
e de toda a sociedade. Seja qual for o desenvolvimento social, a manutenção dos pais continuará
a responsabilidade dos filhos. Esta é uma excelente tradição cultural da nação chinesa, que deve
ser levada por diante. Para que os idosos possam passar felizmente a sua última fase de vida, é
necessário promover e estimular os filhos a viverem conjuntamente com os pais e a
sustentarem-nos, e ao mesmo tempo estabelecer e aperfeiçoar ininterruptamente o sistema viável
de apoio social à terceira idade.
90
6.2
Problema sobre a procura da saúde psicológica e da rede social
6.2.1 Danos da função cognitiva
Os Quadros 5.42~5.43 mostram que através da avaliação por questionário do inquérito simples
sobre a função cognitiva, o valor médio dos idosos entrevistados é de 7,3; 23,9% deles têm 6
valores ou inferiores; 6,9% com função cognitiva bastante prejudicada (ver Quadro 5.44), que se
manifesta principalmente na memória longa e na capacidade de distinção de direcções e lugares.
As informações relacionadas de Shanghai indicam que 7,0% dos idosos manifestam a
degeneração da função cognitiva (Lu Tanyun e outros, 2001). Um estudo sobre o envelhecimento
social, realizado em Beijing em 1997, revela que entre as 2.633 pessoas de 55 anos de idade ou
superiores, cerca de 20% têm a função cognitiva em degeneração, embora os graus da sua
degeneração sejam diferentes; dentro dos 5 anos (1992~1997), a função cognitiva de idosos
degenerou obviamente, e aqueles com a função cognitiva anormal ocupam 20% ( Tang Zhe,
1999; Tang Zhe, Meng Chen e Chen Biao, 2003). Um estudo congênere de Hong Kong indica
que na avaliação de 442 casos através de um questionário simples sobre a função cognitiva, há
14 casos cujo valor da função cognitiva é inferior a 4, razão pela qual foram excluídos do
inquérito (Leong Man Fok e outros, 1996). No presente inquérito vemos que 17,0% dos idosos
de Macau têm a função de cognição ligeiramente prejudicada, e entre estes mais de metade
(57,4%) nunca foram à escola, e outros 38,6% só têm curso primário, o que quer dizer que dentre
os idosos com função cognitiva ligeiramente prejudicada, 96,0% só têm curso ensino primário ou
inferior. Além disso, o resultado do inquérito ainda mostra que através da amostragem, 17 idosos
não foram incluídos na lista de destinatários do inquérito. Há relatórios de inquérito indicando
que com o aumento da idade, o prejuízo da função cognitiva das pessoas idosas, especialmente
das do sexo feminino, se torna cada vez mais grave (Tang Zhe, Meng Chen e Chen Biao, 2003;
Meng Chen e Wang Yongjun, 2000). O resultado do inquérito mostra que entre os idosos que
participam frequentemente em actividades intelectuais, os que têm a função cognitiva
prejudicada só ocupam 16,2%, percentagem obviamente inferior à (25,7%) dos que participam
raramente em tais actividades e também têm a função cognitiva prejudicada, o que significa que
as actividades intelectuais estão relacionadas com a função cognitiva (p<0,05). O Quadro 5.45
mostra que a função cognitiva de um idoso apresenta uma relação positiva com a sua habilidade
em tratar a vida quotidiana e com a rede social que consiste nas relações interpessoais e,
entretanto, tem a ver com o sexo, idade, nível cultural e outros factores, resultado este que é
idêntico ao incluído noutros estudos relacionados (Chi & Chou, 2000; Zhang Yingqi e outros,
2003; Tang Zhe, 1999), representando que a habilidade em tratar a vida quotidiana é influenciada
pela função de cognição, e o prejuízo da função cognitiva é a manifestação e característica
fundamental da demência senil. No entanto, sobre a situação actual da função cognitiva dos
idosos de Macau, os factores que a influenciam e as medidas eficazes para a sua melhoria, o
presente inquérito não tem fez explicações pormenorizadas e profundas. O defeito da cognição
nos idosos de Macau tem vindo a ser preocupado por diversos círculos sociais; este é um
problema social trazido pela velhice, precisando da maior atenção, compreensão de toda a
sociedade, especialmente os estabelecimentos de saúde pública e os trabalhadores sociais devem
desenvolver a colaboração transdisciplinar para estudar a fundo este problema e, com base nisto,
tomar medidas preventivas correspondentes, de acordo com a realidade de Macau.
91
6.2.2 Efeitos do sintoma de depressão e da rede social dos idosos sobre a sua vida quotidiana
A manifestação da depressão é um dos principais problemas psicológicos de idosos da sociedade
moderna. Segundo o Relatório de Brink, o valor médio do sintoma de depressão da pessoa
normal é de 5 e, segundo o resultado da medição no presente inquérito, o valor médio deste
sintoma dos idosos entrevistados é de 3,25, sendo de 3,04 o desvio padrão. Os Quadros de 5.46 a
5.48 mostram que cerca de 10,4% dos idosos de 60 anos de idade ou superiores de Macau têm o
sintoma de depressão de diferentes graus, sendo um pouco inferior à percentagem informada por
Neng Chi Hang e outros em 2001 no seu relatório de investigação, que é de 12,37%. O presente
inquérito mostra que o sintoma da depressão de idosos entrevistados se manifestam
principalmente nos seguintes aspectos: não querem fazer as coisas que queriam fazer no passado;
preocupam-se com a ocorrência de más coisas ou sentem-se inúteis. Este resultado do inquérito é
semelhante ao no relatório de investigação de Neng Chi Hang e outros. O presente inquérito
mostra que o valor médio do estado de depressão dos idosos neste estado, resultado da avaliação
com a norma da escala do estado de depressão é de 9,9; entre estes, 84,5% sofrem 1 ou mais
doenças; entre a idade dos idosos e o sintoma de depressão apresenta uma relação positiva, ou
seja, quanto maior é a idade, tanto maior é a oportunidade do surgimento do sintoma de
depressão; o grau de depressão está relacionado com o nível cultural, condição económica e
situação habitacional dos idosos (ver Quadro 5.49); geralmente, os idosos em estado de
depressão têm a rede social insuficiente (ver Quadro 5.52); entre os idosos isolados, a
percentagem dos idosos que se encontram em estado de depressão é evidentemente maior do que
a dos não isolados (ver Quadro 5.12). Segundo o supracitado relatório de Neng Chi Hang e
outros, o nível de depressão dos idosos que vivem junto com filhos/filhas é inferior ao dos que
não vivem com eles ou dos que não os têm; além disso, a receita económica é também um factor
relacionado com a depressão de idosos de Macau. O presente inquérito também demonstra que a
função cognitiva dos idosos isolados e a sua rede social são todos piores do que os dos idosos
não isolados. (p<0,05) O resultado de uma investigação realizada por 3 anos em Hong Kong
demonstra que a maioria das pessoas deprimidas têm ao mesmo tempo a função de cognição
prejudicada (Chi & Chou, 2001),o que pode afectar a sua saúde psicológica.
O Quadro 5.50 mostra que 26,6% dos idosos têm a rede social insuficiente; o que lhes falta mais
é a rede de pessoas de confiança e amigos, e a causa principal disso é talvez que o seu campo de
vida quotidiana é pequeno e as suas actividades sociais são poucas, e, especialmente, alguns
idosos de carácter introvertido não querem sair para fora nem contactar com a sociedade, tal
como se mostra no Quadro 5.48. Entre a depressão de idosos e a sua rede social e habilidade em
tratar a sua vida quotidiana apresenta-se uma relação negativa, o que significa que quanto mais
insuficiente é a rede social ou mais fraca a habilidade em tratar a vida quotidiana, mais evidente
é o estado de depressão. Segundo o relatório do inquérito feito por Diao Lihua e outros em 2002,
entre a depressão e o apoio social apresenta-se uma relação negativa. Neng Chi Hang e outros
consideram que a estrutura familiar dos idosos, a sua relação com os familiares e as suas
actividades para o fortalecimento da saúde são todos factores que exercem efeitos sobre o estado
de depressão. Daqui vemos a importância do sistema de apoio social para a saúde dos idosos.
Quer o apoio material directo, quer o apoio sentimental são todos sectores concretos a que o
serviço social de cuidados permanentes à terceira idade deve referir-se. Especialmente é
92
necessário prestar grande apoio material, espiritual e sentimental àqueles idosos que vivam
sozinhos, que tenham a rede social limitada, que se encontrem em estado de depressão ou que
não vivam conjuntamente com filhos ou filhas. Claro, o apoio é sempre mútuo. Existe o seguinte
fenómeno. Segundo as condições estabelecidas, alguns pessoas idosas podem receber o apoio
social, mas o recusam. Por isso, o êxito deste trabalho depende dos esforços de ambas as partes.
Sem embargo, contando-se um bom sistema de apoio social, aqueles idosos que se encontrem em
eventualidades poderão receber o apoio urgente. No processo do desenvolvimento e progresso da
sociedade, não se devem descuidar as características relativas ao conteúdo complicado do
sistema do serviço de cuidados permanentes aos idosos e à mudança da procura dos idosos
motivada pela reforma (desenvolvimento) social nos aspectos material e espiritual. Esperamos
que no futuro este tema possa ser estudado com maior profundidade.
93
6.3. Problema sobre a procura da utilização do serviço de cuidados permanentes
6.3.1 Situação actual do serviço médico
O serviço médico faz parte importante dos cuidados permanentes de idosos, porque todos os
idosos precisam de utilizar os diversos tipos do serviço médico. O presente inquérito tomou
como o limite de tempo os últimos 3 meses e o resultado do inquérito mostra que 75,1% dos
idosos entrevistados estiveram no hospital/clínica para consultar o médico. 94,8% deles sofrem 1
ou mais doenças. Dentro dos três meses, 5,4% dos idosos entrevistados hospitalizaram-se e
alguns deles mesmo hospitalizaram-se várias vezes (ver Quadro 5.68). Entre os idosos
hospitalizados, a maioria sofre a hipertensão, cardiopatia e diabetes (ver Quadro 5.71). Entre os
idosos que utilizam o serviço médico, 38,2% precisam de pagar por conta própria (ver Quadro
5.72). Merece a reflexão que entre eles 55,2% só têm a receita mensal de MOP3.000 ou menos e
5,6% precisam de pagar devido ao facto de ainda não terem completado os 65 anos de idade;
93,7% preferem ir consultar o médico na clínica privada. No inquérito ainda descobrimos que
cerca de 6,6% dos idosos doentes estiveram no exterior para fazer a consulta médica (ver Quadro
5.67), possivelmente porque o serviço médico de Macau é limitado. O presente inquérito não
referiu aos motivos por que alguns idosos estavam dispostos para pagar o tratamento médico por
si próprios nem aos motivos por que alguns estiveram no estrangeiro a consultar o médico, mas
estes problemas merecem atenção e estudo profundo.
Actualmente, as dificuldades encontradas pelos idosos doentes são principalmente: O tempo de
espera da consulta médica é demasiado longo; têm a dificuldade económica em pagar o serviço
médico; o trânsito é inconveniente, e faltam acompanhantes para ir consultar o médico. No
Relatório “Novo Milénio, Novo Macau: Estudo e Avaliação do Sistema de Saúde Pública de
Macau” (2000) já se referem a estas dificuldades. Segundo o resultado do inquérito daquele
tempo, para uma consulta externa de especialidade, o tempo médio de marcação é de 38 dias e o
tempo de espera da consulta é de 84 minutos. No Relatório das Linhas de Acção Governativa
(2001), feito pelo Governo da RAEM em 2002, já está apresentada a simplificação do processo
do serviço médico, o impulso da aplicação da informatização, a promoção da modernização do
serviço médico e do funcionamento administrativo. Os Serviços de Saúde têm vindo a promover
uma série de medidas para a optimização do serviço médico (ver o Relatório das Linhas de
Acção Governativa 2003). No entanto, a implementação da reforma do sistema médico é um
trabalho duradouro, e o resultado do presente inquérito mostra que as medidas para a solução das
dificuldades de idosos no aspecto da consulta médica ainda estão para melhorar. Presentemente,
o sector do jogo e turismo de Macau desenvolve-se vigorosamente, o número de turistas tem
vindo a aumentar sensivelmente. Nestas circunstâncias o trânsito urbano se torna cada vez mais
inconveniente e as instalações de transporte sem barreiras tornam-se cada vez mais insuficientes.
Assim, o problema de segurança encontrado por idosos ao usar os meios de transporte torna-se
cada vez mais destacado. O presente inquérito ainda mostra que o número dos idosos que tomam
independentemente o autocarro ou taxi é menor do que o dos que os tomam com a ajuda de
outros; alguns idosos não querem sair para fora pois se preocupam com a sua própria segurança.
Todos estes problemas estão para serem resolvidos pela política médica senil, e esperamos que o
Governo realize estudos mais profundos em questão e elabore projectos de solução viáveis.
94
6.3.2 Serviço social
Com o progresso da sociedade, os problemas sociais e de saúde causados pelo envelhecimento
populacional fazem aumentar a procura de diversos serviços, razão pela qual é necessário
aumentar os recursos e actualizar o contéudo dos serviços integrados no sistema de protecção da
saúde e de cuidados permanentes, de modo a satisfazer as diversas necessidades dos idosos. O
conteúdo, a forma e a qualidade do serviço de cuidados aos idosos de uma sociedade reflectem
directamente o princípio e a política do Governo sobre os cuidados permanentes aos idosos e
também manifestam a civilização e o progresso da sociedade. O resultado do presente inquérito
mostra que os idosos, por serem diferentes em termos do seu rendimento, da sua situação de
habitação e da sua habilidade em realizar actividades quotidianas, têm necessidades diferentes
em relação ao serviço social. Por exemplo, os idosos com pouca habilidade de tratar a vida
quotidiana desejam principalmente que lhes ajudem nas tarefas como tomar banho, tratar o
cabelo e acompanhar para ir ao médico, enquanto que os idosos com autonomia para tratar da
sua vida quotidiana precisam mais da habitação social, limpeza doméstica e assistência médica
gratuita. Dum modo geral, as suas necessidades principais podem ser resumidas por ordem nos
seguintes aspectos: apoio económico, habitação social, limpeza doméstica, assistência médica
gratuita, acompanhamento para ir ao médico, benefícios relativos aos serviços públicos,
instalação do sistema de pedido de apoio em caso de emergência, etc. (ver Quadro 5.79). O
resultado do presente inquérito mostra que o apoio económico é uma necessidade comum aos
idosos, sejam estes dependentes ou independentes, isolados ou não isolados, com muito ou pouco
rendimento. Esta resposta pode ser o resultado do facto de eles não terem conhecimento
suficiente das suas necessidades e dos serviços existentes. Em virtude disso, consideramos
necessária a adopção de métodos de educação ou promoção para que os conheçam melhor. No
nosso inquérito, muitos idosos expressam que “além de dinheiro, não precisa de outras coisas”.
Assim sendo, é preciso ajudá-los a compreender que o apoio económico só pode resolver parte
dos seus problemas, mas não pode resolver os problemas no seu todo. Devemos proceder à
avaliação de modo a poder prestar-lhes os serviços mais adequados no sentido de dar resposta às
suas necessidades reais.
No nosso inquérito descobrimos que levar os idosos a ter um conhecimento claro do serviço
social existente não é uma tarefa fácil. Metade dos idosos ou mais têm ouvido dos parentes,
amigos ou meios de comunicação social os serviços fornecidos pelo asilo para idosos, pelo
centro de dia para idosos e pela residência para idosos, assim como o serviço de assistência
urgente, e só menos de um terço de idosos têm ouvido os serviços de visita domiciliária do
centro de saúde, de autocarro de reabilitação e de cantina, etc. Tudo isto mostra que os serviços
relacionados têm sido insuficientemente divulgados. Há inquéritos em que se indica que a
divulgação dos serviços para a terceira idade é muito limitada (Lio Chi Pan, Cheang Ieong Hong,
Mak Kit I e Ho Lei Tat, 1999), e por isso, como levar os idosos a conhecerem melhor os serviços
é um problema digno de estudo.
O Quadro 5.80 mostra que o número dos idosos que têm necessidade de serviços é maior do que
o dos idosos beneficiários dos serviços. As causas principais são: os interessados não sabem
como pedir; eles não conhecem a existência dos respectivos serviços; consideram as
95
formalidades do pedido prolixas e complicadas; ou o tempo de espera é demasiado longo.
Actualmente, em Macau, ainda faltam dados estatísticos sobre o tempo de espera para o
internamento no asilo para idosos. Em Hong Kong, o tempo de espera para o internamento no lar
de idosos é de 3 a 6 anos, e o tempo de espera para o ingresso na casa de convalescência é ainda
mais longo. Entre os idosos que estão a esperar o centro de cuidados especiais ou a casa de saúde,
65% têm o brio demasiado fraco (Zhuang Minglian e outros, 1999; Yan Wenxiong, citações de Li
Peiming, 1997). O número das pessoas que esperavam internar-se no lar para idosos em Hong
Kong aumentou de 11.228 em 1994 para 19.278 em 1998, um aumento de 72%; o número das
que esperavam internar-se no sanatório aumentou de 5.964 em 1994 para 7.171 em 1998 (Leong
Man Fok, 2001). Estas cifras mostram que a procura de cuidados permanentes tem vindo a
aumentar e os serviços actualmente existentes não podem satisfazê-la. No inquérito descobrimos
que entre as pessoas idosas que receberam serviços, as de sexo feminino, de idade avançada e
com a habilidade fraca de viver independentemente, ocupam uma percentagem elevada e os
idosos em estado cognitivo e mental ligeiramente prejudicado são os utentes que mais utilizam o
serviço (29,8%). Entre os idosos que receberam serviços, 71,8% são do sexo feminino e os
restantes 28,2%, do sexo masculino. Daqui vemos que a percentagem dos idosos utentes do sexo
feminino é 2,5 vezes maior do que a dos do sexo masculino; e as causas principais deste facto
são provavelmente as seguintes: em relação aos idosos masculinos, as idosas saibam expressar-se
mais; gostem mais de participar em actividades sociais; e manifestem-se mais activas na
utilização de serviços. Actualmente, o serviço social de Macau já cobre diversos aspectos, mas
pode ou não satisfazer a procura dos idosos necessitados? Este problema é digno de estudo e de
análise mais profundos. Segundo o relatório de previsão demográfica do Governo, 5 anos depois,
a percentagem dos idosos de 65 ou mais anos aumentará para 8,6%, e 15 anos depois, poderá
atingir 15,2% (DSEC, 2003). Face a esta tendência, devemos ser bem preparados para o
aperfeiçoamento do actual sistema do serviço de cuidados permanentes de Macau, que se reveste
e se revestirá de significado profundo e de longo alcance.
6.3.3 Efeitos do ambiente doméstico sobre idosos
O ambiente doméstico é o principal espaço de vida da maioria dos idosos, revestindo-se por isso
de grande importância para os mesmos. Neste contexto, devem reflectir e enfrentar uma série de
questões relacionadas com o ambiente doméstico, a saber: Eles encontram-se num ambiente
seguro? Acontecem-lhes acidentes? Como acompanhar e tratar seus problemas? O presente
inquérito mostra que em casas de idosos existem factores de risco (ver 5.93), dos quais os mais
comuns são: não há corrimão nem tapete contra o escorregamento na casa de banho; há tapete no
chão da sala; a distância entre o quarto e a casa de banho é grande; corredores das casas de
alguns idosos não estão iluminados; à entrada ou nos corredores no interior de casas estão
amontoadas diversas coisas; os fios eléctricos estão espalhados de forma desordenada; piso
irregular, etc. Estes problemas talvez estejam relacionados com o projecto original das casas.
Como com o aumento da idade, o estado de saúde dos idosos torna-se cada vez pior, pelo que é
muito necessário projectar casas especialmente para idosos. O resultado do presente inquérito
mostra que nos últimos 3 meses a 7,2% dos idosos entrevistados aconteceram acidentes
domésticos, e dentre estes 3,6% caíram na sala de estar, no quarto ou na casa de banho; a taxa de
ocorrência da queda dos idosos que viviam em casas onde estavam amontoadas diversas coisas
96
no corredor ou à entrada, os fios eléctricos espalhados de forma desordenada ou o piso irregular,
o número dos que caíam é maior do que o dos que não caíam. Os estudos de You Liming e outros
informaram em 2001 que dentro de um ano, a taxa de queda dos 415 idosos comunitários era de
14%. Segundo as estatísticas, entre os idosos de idades superiores a 65 anos, um terço cai uma ou
mais vezes por ano (Chen Fenggui, 2000; Ku Hong’an, Yan Yan, Yu Shufen e Zhou Cuiying,
2002); além do factor ambiental, a causa da sua queda ainda inclui os factores pessoais e de
movimento.
97
6.4. Reflexão sobre a procura do serviço de cuidados permanentes por parte dos idosos
6.4.1. Procuras de idosos isolados de Macau
Os idosos isolados constituem uma comunidade idosa especial na sociedade. Com o
desenvolvimento social, o seu número pode vir a aumentar sem cessar. A sua situação de vida e
o estado de saúde afectam directamente a sua vida de velhice. O resultado do presente inquérito
diz-nos que em Macau existem cerca de 13% dos idosos isolados, percentagem superior à dos de
Shanghai, que é de 9,3% (Lu Tanyun e outros, 2001),e entre eles as idosas isoladas ocupam
63,2%. O número de idosos isolados apresenta uma tendência para aumentar com o crescimento
da idade. Actualmente, há 190 idosos isolados com idades superiores a 70 anos (ver Quadro
5.10), ocupando 71,4% do total de idosos isolados, e entre estes a maioria são viúvos,
constituindo 66,9%, e há ainda 15,0% que não têm filhos ou filhas ao seu lado. Estes resultados
do inquérito mostram que o modelo de sustentação familiar tradicional de idosos está a sofrer
choques com a redução do número de membros familiares, facto que é idêntico ao resultado do
estudo de Han Shaomei em 1999. Através da comparação dos idosos isolados e não isolados,
vimos que o estado cognitivo e mental, o sintoma de depressão e a rede social dos idosos
isolados são todos piores do que os dos idosos que vivem com cônjuge ou outros familiares
(p<005). O resultado do inquérito ainda mostra que 88,3% dos idosos isolados sofrem de
doenças, e entre estes 38,3% sofrem de 3 ou mais doenças; 20,7% expressam que se sentem
bastante fracos; a maioria dos idosos entrevistados não podem receber cuidados no caso de
necessidades, o que é devido à limitação da sua habilidade de tratar a vida quotidiana ou da sua
habilidade de comunicação social, e apesar de nestes casos alguns poderem receber cuidados,
estes também são muito limitados. No nosso inquérito, os idosos isolados expressam que as suas
necessidades contam principalmente com o apoio financeiro, limpeza doméstica, habitação
social e serviço de lar. Há estudos que indicam que as dificuldades encontradas por idosos
isolados incluem obstáculos do tratamento de doenças e dores, limitação do tratamento de
assuntos relativos à vida quotidiana em casa, falta de fontes económicas, perturbação da
disposição psicológica, perda do sistema de apoio familiar, isolamento do exterior, etc. (Chen
Yumin, 2000). Por lhes faltarem pessoas com quem possam comunicar, muitos idosos isolados
tornam-se taciturnos, passando uma vida monótona e insípida. É sabido de todos que os idosos
isolados, quando perdem a capacidade de viver independentemente, não têm forma para manter a
sua vida básica. Como ajudá-los a manter a vida independente? E como adiar a degeneração de
suas funções? Estes problemas são dignos da nossa reflexão. No presente inquérito só foram
entrevistados os idosos isolados que viviam em casa, mas o nosso inquérito se referiu bastante
pouco ao sistema de apoio familiar a eles e aos seus problemas de perturbação psicológica.
Conforme o resultado do presente inquérito estima-se que em Macau é capaz de haver mais de
5,000 idosos isolados com idade igual ou superior a 60 anos, que necessitam do apoio de serviço
social nos aspectos fisiológico, psicológico e económico. Além disso, entre os idosos
entrevistados, 24,8% vivem apenas com cônjuges, que são designados no presente relatório por
“casais isolados” e que também são dignos de atenção especial. O resultado do inquérito mostra
que o seu nível das habilitações literárias, receita económica, estado mental, rede social e origem
de cuidadores são todos melhores do que os dos idosos isolados. Como os casais isolados não
vivem com filhos ou não os têm, quando um dos cônjuges perde habilidades ou sofre de doenças,
98
o outro sofre maior pressão. O Quadro 5.11 mostra que os idosos isolados e os que vivem apenas
com cônjuges ocupam cerca de 37,8% do total de idosos inquiridos. Quem pode vir cuidar deles?
Este é também um problema que a sociedade tem que enfrentar. Com o avanço da idade, sobe-se
a taxa de perda do cônjuge e consequentemente a taxa de idosos isolados. Os inquéritos
realizados em 1995 em Beijing, Shanghai, Suzhou, Guangzhou, Hong Kong e outras cidades
chinesas mostram que os idosos isolados destas cidades ocupam 10,4% do total dos seus idosos,
e os casais isolados, 25,9%; somando-se estas duas percentagens, a sua percentagem total atinge
36,3%, o que significa que mais de um terço de idosos vivem em “famílias de ninho vazio” (Mu
Guanzong, 2004). Segundo o 5.º censo nacional da China, realizado em 2000, as famílias com os
idosos de 65 ou mais anos de idade ocupavam 20,9% do total das famílias do país, e entre elas,
as “famílias de ninho vazio” ocupavam 22,8%, percentagem que ascendeu para 25% em 2004
(Jornal de Rádio e Televisão de Qingdao, 2003; Yang Dongye e Zhao Yong, 2004). O aumento
da percentagem da população idosa significa que o problema de envelhecimento da sociedade se
torna cada vez mais grave e a tarefa de sustentação senil de toda a sociedade, cada vez mais
pesada (Mu Guanzong, 2004). Com o desenvolvimento contínuo da sociedade, um dos
problemas sociais mais importantes é a prestação da atenção humanista à terceira idade, à
concretização do valor da comunidade idosa ou ao problema de desenvolvimento relativo aos
idosos.
6.4.2 Reflexão sobre a avaliação normativa dos cuidados permanentes a idosos
O resultado do presente inquérito mostra que a procura o serviço de cuidados permanentes pelos
idosos entrevistados está relacionada principalmente com os seguintes 7 aspectos: estado de
saúde, habilidade de tratar a vida quotidiana, função cognitiva mental, sintoma de depressão,
rede social, situação habitacional e existência ou falta de cuidadores. Por isso, devemos partir
destes aspectos para pensar e estudar as normas básicas da prestação de serviços a idosos.
Quando os idosos se encontrem isolados ou sejam casais isolados; quando os resultados da
avaliação do seu estado cognitivo mental, da escala da sua habilidade em realizar actividades da
vida diária, da escala da sua depressão senil e da escala da sua rede social sejam respectivamente
≤4 valores, ≤84 valores, ≥8 valores e ≤19 valores; ou quando sofram de várias doenças e lhes
faltem cuidadores, é necessário dar-lhes ajudas de diferentes graus, mas é frequente encontrar
idosos com 2 ou mais problemas. E o inquérito ainda mostra que cerca de 12,8% de idosos
entrevistados têm ao mesmo tempo 3 ou mais problemas acima mencionados; sem a ajuda de
cuidadores, eles quase não podem viver independentemente na comunidade; mesmo que em casa
haja quem lhes dê cuidados, mas, às vezes, como os cuidadores faltem de conhecimentos,
habilidades e experiências correspondentes, eles também não poderão receber cuidados
adequados, razão pela qual é necessário ainda prestar-lhes serviços de apoio especializados e não
especializados e, ao mesmo tempo, ainda é necessário pensar como conceder determinado apoio
aos cuidadores para que recebam a formação necessária e tenham suficientes habilidades técnicas
e possuam boa qualidade psicológica. Actualmente, Macau ainda não tem um critério próprio
para avaliar os serviços prestados, e para o efeito o Governo da RAEM já tem desenvolvido
alguns estudos relacionados, tal como o estudo do Sistema de Prestação de Cuidados a Idosos da
Região Administrativa Especial de Macau (RML & Associates, 2004). Apesar disso, faltam
ainda dados sobre os idosos que estão a utilizar diversos recursos do serviço social. Por isso, não
99
temos suficientes bases para aclarar e julgar os graus da sua procura. No entanto, podemos
sintetizar algumas características do presente inquérito, que poderão reflectir indirectamente a
sua situação actual.
100
6.5
Reflexão sobre a política no sistema do serviço de cuidados permanentes
6.5.1 Opiniões de indivíduos e da sociedade civil sobre o serviço de cuidados permanentes
Numa sociedade diversificada de hoje, devido a diferenças existentes na compreensão e na
opinião das pessoas sobre a saúde, o envelhecimento e a procura do serviço de cuidados
permanentes, as atitudes dos indivíduos, das famílias, das organizações e da população são
diferentes perante a prestação e o gozo do serviço. O inquérito mostra que entre os idosos que
consideram que eles mesmos necessitam do serviço, alguns deles podem tratar a sua vida
quotidiana independentemente, não sofrem de nenhuma doença grave e têm a comunicação
relativamente boa. A par disso, muitas organizações sociais dedicam-se à prestação de diversos
serviços para responder à procura de idosos e seus familiares. Foi igualmente detectado durante o
inquérito um fenómeno em que nalguns serviços existentes, tais como o lar para idosos, a ajuda
domiciliária e o autocarro de reabilitação se regista um número de utentes relativamente reduzido
(ver Quadro 5.8), mas quanto a algumas necessidades de idosos, nomeadamente no que se refere
ao acompanhamento para o hospital e a ajuda no tratamento dos assuntos relativos ao
requerimento, actualmente não existem serviços que lhes dizem respeito ou quando existam são
poucos. O presente inquérito ainda mostra que 56,8% dos idosos entrevistados expressam que
não necessitam de ajuda na sua vida quotidiana, e entre estes alguns consideram sua saúde boa e
podem assumir responsabilidade por si próprios e, ao mesmo tempo, também há alguns que
sofrem de doenças e ficam em casa e tem dificuldades em movimentar-se, expressando no
entanto: “O confinamento dos fracos e dos doentes à casa é um fenómeno normal que conduz a
não terem amigos; as pessoas que estão velhos só podem encontrar-se nesta situação e ninguém
pode ajudá-las a resolverem o problema, e por isso, se tem para comer e vestir, já devem sentir-se
satisfeitas.” O inquérito relacionado de Hong Kong mostra que a maioria dos idosos manifestam
uma atitude passiva e pessimista para com a sua própria capacidade de adaptação fisiológica,
psicológica e económica, ao contrário dos jovens que têm uma atitude mais activa e optimista
(Zhou Yong Xin, 2004). Este resultado do inquérito diz-nos que aqueles idosos que têm o
conceito tradicional na sua compreensão do “envelhecimento” e uma atitude pessimista, não
consideram nem sabem o que lhes possa ajudar a livrar-se da disposição inactiva, entretanto, aos
olhos do público social, quando os idosos se encontram de boa saúde em casa a passarem
felizmente a sua última fase de vida, este é o processo de envelhecimento são. Há ainda quem
considera que os idosos que não sofram de doenças e tenham para comer, vestir e habitar devem
ser considerados sãos. A falar em geral, o Governo de Macau tem prestado bastante atenção aos
diversos serviços de apoio aos idosos, incluindo o tratamento médico, cuidados da saúde e
segurança social, etc. Além disso, também promove activamente a participação de idosos em
acções sociais, e apoia as acções para o adiamento da degeneração de suas funções fisiológicas e
a sua harmonia familiar. Embora alguns conceitos sobre os cuidados permanentes sejam comuns
em todos os lugares, a sua compreensão e formas de expressão são diferentes devido a diferenças
culturais de diversas regiões. Por isso, o serviço de cuidados permanentes, baseado nos conceitos
comuns, também deve ser desenvolvido em consideração de diferentes culturas, costumes e
hábitos, morais e tradições de diversos lugares.
101
6.5.2 Papel e responsabilidade das instituições privadas e públicas
Macau é uma sociedade com diversas culturas sociais activas. De há muito tempo, o sistema de
prestação do serviço de cuidados aos idosos é fundado na base da colaboração entre os
organismos governamentais e instituições privados interessados. Actualmente em Macau existem
um total de 61 unidades de assistência social, públicas e privadas, incluindo o lar para idosos,
residência para idosos, centro de dia para idosos, centro de convívio e equipa de serviço de apoio
domiciliário e rede de serviço de atenção a idosos. É claro que qualquer reforma ou medida de
desenvolvimento do serviço de cuidados permanentes deve ser adaptada ao sistema
correspondente e ao processo razoável, fazendo com que os responsáveis principais possam
conhecer os seus deveres respectivos. Os indivíduos, os familiares, a sociedade, o Governo e as
instituições de serviço são todos responsáveis principais, desempenhando diferentes papéis e
assumindo diferentes responsabilidades, embora seja necessária a coordenação estreita entre eles.
O papel do Governo da Inglaterra tem-se transformado de monopolista da prestação do serviço
em promotor do serviço e a sua responsabilidade principal consiste actualmente em estimular,
por meios de assinatura de contratos e de compra de serviços, as instituições particulares a
aumentarem serviços a serem prestados; organizar a regulação do serviço social e das entidades
médicas e de saúde; prestar atenção à avaliação da procura e à implementação do regime de
gestão dos casos, evitando a ineficácia de serviços prestados e o desperdício de recursos;
estimular a participação e opção de utentes e cuidadores; melhorar a sua colaboração com as
diversas instituições particulares (Wu Shuqiong, 2005). Além disso, a estabilidade do sistema de
cuidados permanentes também deve ser garantida pelo ordenamento jurídico.
6.5.3 Educação pública
Para que a reforma da política seja implementada de forma eficaz, precisa, em primeiro lugar, da
compreensão profunda do público social, por forma a que os indivíduos e os grupos sociais
possam ser reconhecidos. Por isso, para a melhoria do serviço de cuidados permanentes de
Macau é necessária em primeiro lugar a suficiente compreensão, grande atenção e participação
activa de toda a sociedade. Para a elaboração de um plano sobre a prestação de apoio,
correspondente à vontade de idosos e seus familiares, é necessário que a sociedade conheça as
necessidades reais dos idosos residentes na comunidade e a situação real em que se encontrem.
Para o êxito da educação pública, são necessários recursos razoáveis e seguros e a transmissão
de informações por meios regulares e irregulares.
6.5.4 Fornecimento da estrutura básica do serviço de cuidados permanentes
Para a discussão sobre o rumo de desenvolvimento futuro do serviço, é extremamente importante
avaliar a estrutura básica do actual serviço de cuidados permanentes. Já há vários anos que o
Governo de Macau avaliou o sistema de prestação de cuidados a idosos (RML & Associates,
2004). O presente inquérito tem enriquecido o conteúdo da procura de idosos sobre o serviço de
cuidados permanentes, dando a conhecer ainda melhor o statu quo do serviço de cuidados
permanentes de Macau. Um sistema de cuidados permanentes deve ser um conjunto de serviços
prestados a todos os idosos que possam participar, retirar-se e re-participar de livre vontade
(WHO, 2000). Para o efeito é necessário ter em conta a oportunidade justa, o âmbito da
102
assistência e serviço, o âmbito do seguro, as condições da participação (avaliação), a relação
entre a saúde e a sociedade, a adaptação da estrutura básica, etc.
6.5.5 Garantia e utilização razoável de fundos do sistema do serviço de cuidados permanentes
Normalmente, o controlo do custo dos cuidados da saúde obriga a nova avaliação da política
sobre os cuidados permanentes. Apesar de o presente inquérito não ter sido feito para recolher
dados deste aspecto, devemos pensar neste problema. Actualmente, o serviço de cuidados
permanentes de muitos países tem a carga demasiado pesada devido ao aumento das
necessidades, faltando assim de fundos necessários. Julgamos que para o desenvolvimento
contínuo do serviço de cuidados permanentes a idosos, os seus fundos devem ter a fonte
estrutural segura e o modelo de serem utilizados de modo razoável, e este problema deve ser
considerado e enfrentado conjuntamente pelos indivíduos, empresas e organizações sociais
interessados e pelo Governo. Por falta de fundos, Hong Kong ainda não tem conseguido
satisfazer completamente a grande quantidade de procuras do serviço de cuidados permanentes
(Leong Man Fok, 2001). Presentemente, o Governo de Hong Kong aplica o regime de reserva
pública obrigatória de fundos para garantir a satisfação das necessidades básicas após a reforma
dos empregados. Todas as pessoas da sociedade têm de entrar na idade avançada e, por isso, o
serviço de cuidados permanentes aos idosos deve ser atendido por toda a sociedade.
6.5.6 Desenvolvimento de ciência e tecnologia
O inquérito diz-nos que a ciência e tecnologia contemporânea pode servir os idosos,
especialmente no que respeita aos diversos instrumentos auxiliares que os idosos deficientes
necessitam, tais como a loiça, bengala, instrumento de exame físico, etc. Estamos convencidos
de que a ciência e tecnologia dos nossos tempos contribuirá cada vez mais significativamente
para o serviço de cuidados permanentes. Se encontrar algum projecto tecnológico que tenha
certamente o efeito do custo, devemos aproveitar a oportunidade, o mais rápido possível, para
que possa ser desenvolvido no mercado de Macau ou importado do exterior. Numa palavra,
devemos prestar ainda maior atenção à utilização de frutos científicos e tecnológicos no serviço
da Humanidade.
103
6.6
Conclusão
No nosso inquérito sobre a procura do serviço de cuidados aos idosos de Macau, visitámos 4.500
unidades residenciais das seis freguesias de Macau e entrevistámos com êxito um total de 2.039
idosos de 60 anos de idade e superiores, tendo recolhido os dados sobre a situação da sua saúde e
utilização do serviço social. Os dados básicos recolhidos mostram que a idade, o sexo e a
distribuição da consanguinidade dos entrevistados são todos idênticos aos dados demográficos
publicados pela DSEC em Junho de 2004. Dos resultados do inquérito chegamos às seguintes
conclusões principais:
6.6.1 A situação da saúde básica dos idosos de Macau é relativamente boa; os seus sintomas
comuns são dores na articulação, na região lombar ou nas costas; a maioria deles sofrem 1
ou mais doenças, principalmente a hipertensão, catarata, doença degenerativa na
articulação, cardiopatia e diabete. A sua maioria vive junto com familiares e muitos deles
ficam sem trabalho em casa, faltando de actividades de diversão intelectuais.
6.6.2 A maioria dos idosos têm a boa habilidade de tratar a sua vida quotidiana, podendo viver
quase independentemente. Só uma parte necessita de ajuda no seu quotidiano, incluindo
principalmente os cuidados para defecar ou urinar, subir ou descer a escada de um andar
para o outro, tomar banho, etc. Quanto às actividades domésticas e sociais dos idosos, as
suas funções de fazer trabalhos domésticos, preparar comidas, tomar autocarro e ir visitar
parentes ou amigos reduzem-se mais evidentemente.
6.6.3 Através da análise dos resultados do inquérito descobriu-se que 23,9% dos idosos
entrevistados têm a função cognitiva mental prejudicada e dentre estes a maioria (17,0%)
tem esta função ligeiramente prejudicada; além disso, há ainda 10,4% deles que sofrem a
depressão em diferentes medidas, e a maioria dos idosos têm uma boa rede social.
6.6.4 Quanto à situação de utilização do serviço médico, 75,1% dos idosos entrevistados têm
utilizado a consulta externa ou urgente de diversos tipos nos últimos três meses e 5,4% dos
idosos foram internados no hospital. Alguns idosos expressaram que eles mesmos tinham
que pagar o tratamento médico. As dificuldades encontradas na sua consulta médica são
principalmente o tempo de espera demasiado longo, a existência da dificuldade económica,
o trânsito inconveniente e a falta de acompanhantes.
6.6.5 O inquérito mostra que os idosos entrevistados têm conhecido insuficientemente os
serviços existentes; entre os idosos beneficiários de serviços existentes, a maioria pertence
ao grupo de idade avançada e a sua habilidade de tratar independentemente a sua vida
quotidiana é relativamente fraca; os idosos com a função cognitiva mental ligeiramente
prejudicada têm utilizado mais serviços prestados; a maioria dos entrevistados consideram
útil o serviço e 16,0% consideram-no pouco útil, expressando que as causas principais
disso eram o âmbito do serviço insuficiente, o serviço inadequado, pouco interesse, o
pagamento caro, o lugar de serviço inconveniente, etc.; os canais de divulgação de
informações do serviço, especialmente instalados para a terceira idade, são insuficientes.
104
6.6.6 O inquérito mostra que as instalações habitacionais básicas dos idosos entrevistados são
boas; entre eles, 7,2% têm sofrido nos últimos 3 meses acidentes em casa, principalmente
a caída; os factores perigosos existentes em sua casa são principalmente a falta de
corrimão ou tapete anti-derrapante na casa de banho, a existência de alcatifa dentro da casa,
a longa distância entre o quarto de dormir e casa de banho, etc.
6.6.7 O inquérito mostra que o estado de cognição mental dos idosos isolados, o seu estado de
depressão e a sua rede social são piores do que a dos não isolados (p<0.05); 29,3% dos
idosos isolados (ver Quadro 5.64) expressaram que ninguém lhes dava mão quando
encontravam com graves dificuldades na sua vida; devido à falta de filhos ao seu lado,
para um casal isolado, quando um cônjuge perde a capacidade de viver independentemente
ou ficar doente, o outro tem maior pressão na sua vida, e com o aumento da idade e a
degeneração progressiva da função fisiológica, este problema torna-se cada vez mais grave;
com o aumento da idade, aumenta a taxa de perda de cônjuge, e é inevitável o aumento do
número de idosos isolados.
6.6.8 Situação de avaliação das necessidades dos idosos entrevistados
O resultado do inquérito mostra que a situação da saúde, habilidade de tratar a vida
quotidiana, função cognitiva mental, sintoma de depressão, rede social e situação
habitacional dos idosos entrevistados, assim como o facto de terem ou não cuidadores
exercem efeitos sobre a sua procura do serviço de cuidados permanentes. Mostra ainda
que os idosos, quer que podem viver independentemente ou não, quer que vivem ou não
isolados, quer que têm ou não a receita mensal alta, todos consideram que o apoio
económico é o mais que lhes interessa.
Resumindo-se todo acima referido, os resultados do presente inquérito reflectem, em
determinada medida, a situação fisiológica e psicológica dos idosos de Macau, situação do seu
ambiente residencial e situação da sua utilização dos serviços médico e social, assim como as
diferentes procuras nestes aspectos. Eles esperam receber apoio económico, beneficiar de
cuidados físicos na comunidade em que vivem, participar em actividades comunitárias e poder
receber o serviço médico oportuno e o serviço de cuidados domiciliários quando ficarem doentes.
Tudo isto vai contribuir para a nossa sintetização futura do serviço de cuidados permanentes, que
tenhamos prestado. Devemos pensar especialmente como poder fazer com que os idosos ou
casais isolados mantenham independentemente a sua vida quotidiana em casa e na comunidade;
quando eles caírem ou perderem a capacidade de viver independentemente, como fazer com que
consigam utilizar o serviço social e o serviço médico, razoáveis e eficazes? Como fazer com que
o serviço de cuidados permanentes aos idosos necessitados possam ser um processo que os
acompanhe até ao fim da sua vida? E como fazer com que os idosos da casa possam manter a sua
qualidade de vida aceitável? Todos estes problemas estão relacionados com a transformação da
sociedade de Macau, bem como com a elevação do nível do seu desenvolvimento e a meta de
construir uma sociedade harmoniosa e de melhor qualidade. Devemos enfrentar activamente o
futuro e planificar com seriedade o desenvolvimento do sistema do serviço de cuidados
105
permanentes e, entretanto, ainda devemos pensar nos diversos aspectos a que a nossa política no
sistema do serviço de cuidados permanentes, nomeadamente no conceito de valor do indivíduo e
do público, na educação pública, no papel e responsabilidade dos diversos sectores sociais,
incluindo o indivíduo, a instituição e toda a sociedade.
106
7. Propostas
Os resultados do inquérito e estudo da procura do serviço de cuidados permanentes por parte de
idosos de Macau mostram a actual situação da procura dos idosos de Macau sobre o serviço de
cuidados permanentes, e reflecte as necessidades nos aspectos fisiológico, psicológico e do
serviço social. Para elevar a qualidade da vida geral dos residentes de Macau, construir uma
sociedade harmoniosa e reflectir o panorama da cidade saudável, o serviço de cuidados
permanentes aos idosos não deve ser menosprezado. A harmonia social significa manter o estado
de equilíbrio dos diversos sectores de actividade e mostrar a co-existência do homem com a
natureza, das pessoas deficientes com as não deficientes e dos jovens com os idosos. O serviço
de cuidados sociais aos idosos, bom ou mau, reflecte directamente o grau de civilização de toda a
sociedade. Com base nos dados recolhidos do presente inquérito, vamos apresentar as seguintes
principais propostas práticas para que o Governo da RAEM as tome como referência na sua
melhoria do sistema do apoio familiar, comunitário e social aos idosos e da política sobre o
sistema do serviço de cuidados permanentes aos idosos.
7.1
Propostas relativas aos indivíduos idosos e às suas famílias
a. Estimular idosos a participarem activamente em diversas actividades sadias e desportivas
para que a degeneração das suas funções fisiológicas possam ser adiada na medida do
possível, e estimulá-los a estudarem durante toda a sua vida.
b. Promover o respeito aos idosos e o amor às crianças entre os membros familiares,
mantendo as relações de amizade e harmonia entre os membros familiares através do
inculcar da ideia de que a sustentação dos pais é uma virtude tradicional da China. A
atenção dos filhos aos pais no aspecto espiritual é especialmente importante. Além disso,
eles têm o dever e a obrigação para ajudar os pais a estabelecerem o conceito de
envelhecimento justo, sadio e activo.
c. Na residência de idosos isolados, os cuidadores principais devem criar uma atmosfera de
grande família e uma boa rede de comunicação entre eles.
7.2
Propostas relativas ao serviço social
7.2.1 Serviço de promoção sobre a saúde dos idosos
a. Reforçar os exercícios das funções de evacuação de idosos
É necessário prestar atenção à melhoria da capacidade de controlar a defecação e urinação
dos idosos. Com o aumento da idade, a degeneração das suas funções tem que ser
enfrentada em diversas medidas. Por isso, nas actividades de dia, é necessário reforçar os
exercícios das forças musculares e das capacidades de coordenação e equilíbrio dos idosos.
Assim, poderá ser adiada a degeneração das suas funções e elevada a sua capacidade de
cuidar a si mesmos. Estas actividades podem ser desenvolvidas no centro de actividades
comunitárias.
107
b. Reforçar o serviço de apoio aos idosos doentes
Os idosos doentes, se lhes faltarem os conhecimentos médicos relacionados, como
procurarão correctamente o serviço médico? E os organismos governamentais relacionados,
como poderão prestar-lhes serviços médicos e sociais eficazes e adequados? Para resolver
estes problemas, é preciso estabelecer a “Linha Aberta” telefónica ou canais de consulta
para os idosos, prestando um conjunto de serviços especializados e não especializados aos
idosos doentes.
c. Reforçar a sensibilização sobre os serviços sociais existentes
O inquérito mostra que os idosos têm captado insuficientemente os diversos serviços sociais
existentes; a sua maioria os têm conhecido de parentes, de amigos ou de meios de
comunicação social, e aqueles que frequentam centros de dia para idosos têm conhecido
mais informações ao respeito. Mas, os idosos que estão de saúde fraca e têm dificuldade em
sair lá fora têm conhecido muito poucas informações sobre os serviços existentes. É
indispensável reforçar a sensibilização em questão, tendo em conta as características de
idosos, incluindo a idade avançada, a surdez, a má memória, a compreensão limitada e o
pouco contacto com a sociedade, recorrendo a formas simples e facilmente compreensivas,
utilizando fotos a cores e fazendo visitas e explicações domiciliárias, e coordenando
familiares ou meios de comunicação social.
d. Aperfeiçoar o sistema do serviço de apoio aos idosos isolados
O serviço de apoio aos idosos isolados é uma obra sistemática. Os idosos que tenham
perdido a capacidade de viver independentemente e não possam manter a sua vida básica,
têm que ser internados no hospital ou asilo. Propomos o reforço do serviço de apoio
comunitário aos idosos isolados, incluindo os exercícios funcionais para a adiamento da
degeneração; o aumento do serviço de aconselhamento psicológico para a prestação de
atenção ao problema de saúde mental dos doentes de depressão; a avaliação periódica da
segurança residencial, etc. O mais importante é formar e aperfeiçoar uma equipa dedicada
ao serviço complexo de apoio comunitário aos idosos isolados, trans-displicinar e cheio de
amor pelos idosos.
7.2.2 Propostas respeitantes ao serviço médico aos idosos
a. É necessário promover activamente a educação sobre os conhecimentos básicos relativos à
saúde, entre todos os idosos que vivem em casa, especialmente entre os que tenham baixo
nível cultural ou que contactem relativamente pouco com a sociedade. O Governo deve
fazer todo o possível para que eles possam gozar também de oportunidades de serem
educados e formados, concretizando a vontade de estudar vivendo.
b. Melhorar o serviço de consulta externa e instalar o serviço de consulta fácil para os idosos
Embora tenhamos um bom sistema de assistência médica, mas no processo do seu
funcionamento é possível existir muitas insuficiências, no que diz respeito quer ao nível
técnico médico, quer à utilização de recursos humanos e quer ao aumento de procuras de
idosos. Todos estes problemas merecem a nossa atenção. Embora o Governo já tenha
108
realizado muitos trabalhos na reforma do regime de assistência médica social, ainda deve
estudar com maior profundidade os problemas existentes na política médica, recursos
humanos, tecnologia médica e financiamento médico. O resultado do inquérito mostra que
os idosos encontravam diversas inconveniências quando utilizavam o serviço de consulta,
mas o presente inquérito não abrange questões relativas às informações sobre o grau de
satisfação por parte dos idosos do serviço de consulta externa. Como aproveitar
efectivamente os recursos disponíveis de Macau para satisfazer a necessidade dos idosos
doentes? Nós propomos estudar uma parte das clínicas privadas de Macau que com as
condições necessárias poderão ou não assumir o serviço de consulta a idosos doentes, sob a
exigência e supervisão do Governo? Este problema é digno de estudos. Se for possível,
propomos a instalação de um mecanismo de aliança do serviço de consulta aos idosos,
unificando as normas relacionadas, fomentando a restrição e a promoção mútua, e
facilitando a consulta dos idosos doentes na clínica que esteja perto da sua residência.
7.2.3 Propostas respeitantes à segurança ambiental
a. Aperfeiçoar o ambiente sem obstáculos e as instalações de meios de transporte
Actualmente, o serviço do autocarro de reabilitação de Macau não só é prestado a idosos,
mas também a pessoas deficientes. No entanto, este serviço só se limita ao transporte dos
interessados para o hospital. Esta prática não pode satisfazer a necessidade de idosos. Para
os habitantes em geral, Macau é um lugar pequeno e tem transporte fácil, mas para os
idosos fracos, doentes ou com dificuldades em mover-se, é um lugar apinhado de gente e
sem segurança. O Governo deve aperfeiçoar os meios de transporte sem obstáculos e criar o
ambiente comunitário sem obstáculos, de modo a que os idosos possam contactar mais com
a sociedade e ter maiores facilidades quando forem ter ao médico. Numa palavra, a
manutenção de uma boa rede social favorecerá a saúde dos idosos.
b. Ao projectar casas para idosos é preciso considerar suas características
No presente inquérito descobriu-se que na casa de idosos existiam alguns factores perigosos
e fáceis de causar acidentes. Por isso, propomos que no futuro projecto da habitação de
idosos sejam considerados estes factores. Especialmente, na casa de banho é necessário
instalar equipamentos contra o escorregamento e o corrimão; no quarto de dormir é
necessário instalar a luz eléctrica na cabeceira de cama, o fogão eléctrico e ventoinha, Além
disso, é ainda necessário prestar atenção às instalações na cozinha, prevenindo-se a
queimadura e a ferida por corte. Entretanto, também é necessário consolidar a consciência
sobre a segurança residencial, incluindo o projecto da instalação do sistema de assistência
urgente, com a campaínha de segurança doméstica e a campaínha de paz.
7.2.4 Reforçar os estudos relativos à saúde de idosos
a. Reforçar o estudo sobre a saúde psicológica e o serviço correspondente
O resultado do inquérito mostra que o prejuízo da função de cognição mental dos idosos de
Macau é muito mais grave do que o prejuízo verificado nos idosos de Hong Kong e de
outras regiões chinesas. Embora o prejuízo seja principalmente ligeiro, também deve ser
atendido pela sociedade. Além disso, ainda mostra que entre os idosos com a função
109
cognitiva mental prejudicada, 96,0% só têm ensino primário ou são mesmo analfabetos.
Como ajudar os idosos que sofrem o prejuízo da função de cognição mental que muitas
vezes nem eles próprios ou seus familiares sabem da respectiva situação? Propomos o
estudo activo de medidas de prevenção e de tratamento. Além disso, o Governo ainda deve
prestar a atenção efectiva à saúde mental dos idosos doentes de depressão em diferentes
medidas, criando o centro de estudos comunitários, quando as condições indispensáveis
tiverem sido preparadas, cuja tarefa principal será estudar ainda mais profundo os
problemas relativos à saúde mental, sobretudo a demência senil e a depressão senil e,
entretanto, fornecer a estes idosos consultas psicológicas.
b. Desenvolver estudos relacionados com o aproveitamento razoável dos recursos humanos de
idosos
O resultado do inquérito mostra que 50% dos idosos vivem desocupados em casa e a
maioria deles estão de boa saúde e podem tratar a sua vida básica independentemente, mas a
sua receita é geralmente pouca. De facto, esta parte de idosos podem participar em
actividades sociais. Por isso, propomos que sejam encorajados activamente os idosos que
estejam de boa saúde a participarem em trabalhos sociais adequadas, tais como o trabalho
voluntário em entidades médicas ou educativas, gestão de instalações públicas, cuidado e
educação a alunos, etc. Assim, não só poderá ser enriquecida a vida destes idosos e adiada a
degeneração da sua função cerebral, mas também poderão ser razoavelmente aproveitados
os recursos humanos de idosos.
c. Desenvolver o inquérito relacionado com os cuidadores dos idosos
Os cuidadores são um dos importantes elos no processo da prestação do serviço de cuidados
permanentes a idosos, a base funcional da sua atenção doméstica de idosos. Para os idosos
da casa que vivem no ambiente comunitário, eles são o seu apoio sólido. O presente
inquérito não se referiu a informações relacionadas com os cuidadores e, por isso,
sugerimos que se realize um inquérito sobre os seguintes dois problemas: (1) a compreensão
e atitude de cuidadores para com o serviço de cuidados permanentes e suas acções; (2) a
pressão por eles enfrentada e a estratégia correspondente. E com base no resultado do
inquérito tomar-se-ão medidas adequadas para apoiar os cuidadores no seu trabalho.
7.2.5 Aperfeiçoar o sistema do serviço de cuidados permanentes
a. É necessário investigar e avaliar os serviços sociais existentes para conhecer se os serviços
de diferentes instituições satisfazem ou não a procura dos idosos e se poderão enfrentar o
aumento contínuo de novas necessidades e procuras no futuro. Propomos que se avalie a
situação e resultados dos investimentos de recursos nos projectos de serviço existentes para
que se coordene a gestão e desenvolvimento do serviço de cuidados permanentes aos idosos
de Macau.
b. Avaliar os prestadores de serviços
Apesar de o presente inquérito ter por objectivo principal avaliar a procura do serviço de
cuidados permanentes aos idosos, também desejamos que haja pessoal trans-disciplinar
110
competente para prestar aos idosos serviços domiciliários em forma comunitária e serviços
de asilo em forma institucional. Por isso, a preparação de recursos humanos para a prestação
destes tipos de serviço a idosos é especialmente importante. Actualmente, como é o estado
fisiológico e psicológico dos prestadores de serviços? Como é a coordenação
transdisciplinar? Quais são as suas dificuldades e procuras? Quais são os apoios de que
necessitam? Para conhecer estes problemas, propomos que as instituições interessadas
realizem inquéritos e avaliações aos prestadores do serviço de apoio a idosos, concebendo
uma série de projectos de formação que se integram as características de Macau, a
promoção de apoio transdisciplinar e a unificação de conhecimentos.
c. Melhorar e reforçar a formação do pessoal do serviço de apoio aos idosos
É necessário atender e organizar seriamente os recursos humanos em serviço dos idosos,
elevar a qualidade global dos trabalhadores de apoio comunitário aos idosos e prestar apoio
às pessoas dedicadas ao serviço de cuidados permanentes nos diversos aspectos respeitantes
aos conhecimentos profissionais, habilidade técnica, sentimentos e atitude do trabalho,
responsabilidade social, etc. A formação destes trabalhadores deve tomar como base a
coordenação especializada transdisciplinar e o aproveitamento razoável de diversos
conhecimentos relacionados, a generalização de habilidades técnicas básicas dos cuidadores,
o reforço da formação especial ao pessoal de enfermagem e aos assistentes sociais, e o
estudo da possibilidade de tentar instalar “mestres enfermeiros comunitários” com
conhecimentos especializados, habilidades técnicos e boa capacidade de comunicação, de
modo a que possam ser bem preparados para enfrentar o desafio da futura sociedade senil,
que se desenvolva rapidamente. A fim de garantir que o sistema do serviço de cuidados
permanentes possa servir satisfatória, persistente e efectivamente os idosos, a elevação
activa da qualidade de serviço e a boa gestão dos recursos humanos são muito importantes,
razão por que esperamos que o Governo preste grande atenção à supervisão e coordenação
da utilização de recursos humanos do serviço de apoio aos idosos.
d. Prestar o serviço com base na avaliação das necessidades
Para uma melhor e eficácia utilização dos recursos limitados e que os mesmos possam ser
aplicados nos idosos necessitados, evitando o surgimento do fenómeno de parte de serviços
serem repetidos e parte de serviços serem insuficientes, sugerimos que o Governo reforce o
trabalho de coordenação e estude a criação de um regime de avaliação unificado de procuras
e a prestação do serviço de cuidados correspondentes com base na avaliação. Além disso,
ainda deve fazer a avaliação regular dos diversos serviços desenvolvidos pelas instituições
interessadas. Claro, são adequadas os conteúdos e normas de avaliação? Qual é a situação
das procuras dos idosos sobre a utilização de lares para idosos? Para a criação de um
sistema de avaliação unificada, é preciso tomar como base a avaliação do estado de saúde
dos idosos que estão a utilizar os serviços relacionados e, ao mesmo tempo, é ainda preciso
ter em conta a situação dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis. E em
primeiro lugar deve proceder a um estudo de avaliação sobre o estado de saúde dos idosos
que utilizam o serviço dos lares de idosos e a partir dos resultados obtidos fazer uma análise,
por forma a chegar uma conclusão que possa servir de instrumento de avaliação para a
111
prestação do serviço de cuidados permanentes aos idosos.
7.3
Reflexões sobre a política do sistema do serviço de cuidados permanentes
Através da entrevista domiciliária com idosos residentes em Macau, conhecemos as procuras dos
idosos que vivem no ambiente comunitário, referentes aos serviços fisiológicos, psicológicos e
médicos, ao serviço de cuidados sociais e ao ambiente residencial. Com base nisto, temos
analisado e resumido as suas procuras principais e temos estudado os pontos principais do
serviço de cuidados permanentes aos idosos. Em virtude de actualmente reinar em Macau uma
atmosfera de política estável e desenvolvimento económico rápido, e tendo em conta o desafio
que o sistema do serviço de cuidados permanentes aos idosos, esperamos que os organismos
governamentais relacionados prestem atenção à coordenação e tratamento adequado dos
seguintes problemas no processo da melhoria contínua do sistema:
7.3.1 A sociedade de Macau deve promover o princípio da “manutenção dos idosos no seu
domicílio”, impulsionando principalmente o serviço comunitário de cuidados permanentes.
7.3.2 É necessário criar uma atmosfera social de toda a população enfrentar activamente a
tendência de envelhecimento, promover toda a sociedade a prestar atenção aos idosos e
reforçar a sensibilização pública sobre o conceito de vida sadia. Do bebé ao idoso é um
processo que cada pessoa tem de experimentar. No processo de crescimento das crianças,
os pais e toda a sociedade têm o dever e obrigação de formar nelas os conceitos de valor e
de vida justos. Mas, para a harmonia da sociedade não só é necessário prestar atenção ao
crescimento são das crianças e jovens, mas também é necessário acompanhar os idosos a
passarem felizmente a fase terminal da sua vida. A co-existência harmoniosa das crianças,
jovens e idosos é a manifestação directa da civilização social e, por isso, a atenção aos
idosos deve começar pela educação das crianças e jovens; o enfrentar activo do
envelhecimento deve começar pela acção dos adultos. Para o efeito, propomos que se
compilem guias e livros de vida sadia senil com características de Macau, e se
desenvolvam com grandes esforços, através das escolas secundárias e primárias e dos
órgãos de comunicação social, as actividades de educação pública sobre o conceito do
valor de “velhice activa”, junto às organizações sociais e instituições, assim como aos
idosos próprios.
7.3.3 É necessário reforçar a legislação para garantir a segurança dos idosos e os seus direitos de
receber e optar pelos cuidados adequados. De acordo com o Princípio Senil da ONU, os
idosos gozam dos direitos de “receber plenos cuidados”, e a boa saúde é justamente um
dos seus direitos básicos. Por isso, o Governo e toda a sociedade têm a responsabilidade de
tomar medidas suficientes para garantir que eles gozem dos direitos de oportunidade igual,
incluindo o de utilizar os diversos serviços médicos e sociais.
7.3.4 Propomos que o Governo elabore e implemente a política de comparticipação da
responsabilidade pelo serviço de apoio aos idosos por parte do indivíduo / família e do
organismo governamental / organização social, e estude a viabilidade de fomentar o
regime relativo à reserva de fundos individuais ou ao seguro de saúde; entretanto, estude
como coordenar os recursos do serviço de cuidados permanentes aos idosos e como
112
garantir a sua qualidade. Além disso, o Governo ainda deve conceder apoio financeiro às
instituições de serviço aos idosos, segundo as normas e classificações diferentes, com base
na avaliação do resultado da procura. O princípio do Governo de lançar os recursos
limitados no serviço deve consistir em maximizar a sua eficácia e poder cobrir plenamente
as necessidades básicas dos idosos. Nós sabemos que, os recursos são limitados, mas a
procura senil dos cuidados permanentes é ilimitada, por isso, mesmo os países
desenvolvidos também têm sentido grandes pressões insuportáveis em relação aos
cuidados permanentes, e nestas circunstâncias, têm vindo a regular a respectiva política.
Numa palavra, o estrategista deve considerar o problema a partir do ponto de vista de
longo alcance e tomar eficazes medidas para economizar o custo do serviço e promover a
compartilha da carga, e procurar adiar o envelhecimento dos idosos e elevar a qualidade do
serviço a eles. Esta é a boa estratégia do desenvolvimento são do sistema do serviço de
cuidados permanentes aos idosos.
7.3.5 É necessário aumentar os investimentos no serviço comunitário de cuidados permanentes e
unificar os equipamentos das diversas instituições, evitando o desperdício. É ainda
necessário avaliar novamente as instituições dedicados a este serviço e melhorá-las com as
suas instalações e condições ambientais, humanas e técnicas respectivas.
7.3.6 O resultado do presente inquérito mostra indirectamente que o actual regime assistencial
de Macau é um grande desafio. O Fundo de Segurança Social de Macau foi criado em
1990, e com o relatório anual do ano de 2003 mostra que o número das pessoas que tem
pedido e recebido pensões de velhice e subsídio de doença apresenta uma tendência de
aumento anual: em 2003, um total de 8.723 idosos receberam pensões de velhice,
ocupando 51,9% da despesa assistencial total (Fundo de Segurança Social, 2004). O
presente inquérito mostra que entre os idosos entrevistados, cerca de 29,3% recebem
pensões de velhice e subsídios do Governo e 85,3% já estão aposentados ou nunca
trabalharam; a maioria destes vivem por conta de seus filhos e há também uma parte que
tem determinada receita ou se beneficia de apoio social. Claro, se não beneficiam de outros
apoios, podem também apresentar seus pedidos aos respectivos serviços públicos; no
entanto, estes idosos têm que manter a sua vida quotidiana em extrema frugalidade. É
digno de atenção que o crescimento económico de Macau é demasiado rápido, não
correspondendo mesmo à lei do desenvolvimento económico, e a tendência do seu
crescimento futuro é difícil de prevenir. Como regular o regime de assistência social e criar
um bom sistema de cuidados aos idosos é um desafio que enfrenta o regime de assistência
social, devendo ser estudado e tratado com prudência, de modo a não incomodar a reforma
do respectivo regime.
7.3.7 É necessário prestar atenção à coordenação entre os serviços médicos e comunitários e o
auto-apoio familiar, e considerar seriamente o bom regime de transferência e coordenar a
utilização eficaz dos diversos recursos, de modo a que os recursos do Governo sejam
distribuídos ainda mais razoavelmente.
113
7.3.8 É necessário fazer com que a situação de saúde de todos os idosos de Macau seja
informatizada, o que favorecerá a cooperação e intercâmbio entre o tratamento médico e o
sistema do serviço de cuidados permanentes a eles.
7.3.9 No que toca ao sector de produção dos idosos, procura-se proporcionar oportunidades para
que os idosos possam ser sustentados e contribuírem para a sociedade. Será possível
pensar em prestar oportunidades de trabalho aos idosos que estejam de boa saúde,
competentes ao trabalho e que ao mesmo tempo, revelam a vontade de continuar a
trabalhar?
114
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do Ano Financeiro de 2002, Macau, Governo da RAEM.
Relatório das Linhas de Acção Governativa (2002): Relatório das Linhas de Acção Governativa
do Ano Financeiro de 2003, Macau, Governo da RAEM.
Relatório das Linhas de Acção Governativa (2003): Relatório das Linhas de Acção Governativa
do Ano Financeiro de 2004, Macau, Governo da RAEM.
Relatório das Linhas de Acção Governativa (2004): Relatório das Linhas de Acção Governativa
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124
9.
Anexos
9.1
Quadros de resultados do inquérito
Quadro 4.3
Respondedorterceiro
Dados básicos
Relação entre os idosos entrevistados e os respondentes
Costumes e
hábitos de vida
Habilidade de
tratar a vida
quotidiana
Situação de
saúde
Utilização do
serviço
Situação
habitacional
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
N.º de
pessoas
%
Filha
50
28,7
47
27,5
50
28,9
48
28,0
56
30,1
52
29,7
Cônjuge
31
17,8
32
18,7
32
18,5
31
18,1
35
18,8
31
17,7
Filho
29
16,7
29
17,0
28
16,2
28
16,4
29
15,6
29
16,5
Nora
23
13,2
21
12,2
22
12,7
22
12,8
23
12,4
21
12,0
Neta
11
6,3
11
6,4
11
6,3
11
6,4
11
5,9
12
6,9
Neto
9
5,2
9
5,2
9
5,2
9
5,3
9
4,9
9
5,1
Parente
5
2,9
6
3,5
7
4,0
6
3,5
5
2,7
5
2,9
Genro
5
2,9
5
2,9
5
2,9
6
3,5
7
3,8
5
2,9
Amigo
3
1,7
3
1,8
2
1,2
3
1,8
3
1,6
3
1,7
Empregado
3
1,7
3
1,8
3
1,7
3
1,8
3
1,6
3
1,7
Irmã
2
1,1
2
1,2
2
1,2
2
1,2
2
1,1
2
1,1
Vizinho
1
0,6
1
0,6
1
0,6
1
0,6
1
0,5
1
0,6
Instituição
0
0,0
1
0,6
0
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,0
Outros*
1
0,6
1
0,6
1
0,6
1
0,6
1
0,5
1
0,6
Irmão
1
0,6
0
0,0
0
0,0
0
0,0
1
0,5
1
0,6
Total
174
100,0
171
100,0
173
100,0
171
100,0
186
100,0
175
100,0
Nota: * Familiares
125
Quadro 5.79 Tipos de ajuda de que os 880 idosos precisam na sua vida quotidiana (Quadro completo)
N.º
Conteúdo
N.º de pessoas
%
1
Apoio económico
566
64,3
2
Habitação social
100
11,4
3
Serviço de limpeza doméstica
84
9,5
4
Serviço de assistência médica gratuita
59
6,7
5
Dinheiro para a compra de frutas frescas
40
4,5
6
Acompanhamento para a consulta médica
38
4,3
7
Fornecimento de instalações recreativas
37
4,2
8
Benefícios relativos aos serviços públicos (pagamento de água, pagamento de
electricidade, autocarro, cartão de benefício)
37
4,2
9
Instalação do sistema de pedido de apoio urgente (campainha de socorro)
22
2,5
10
Serviço de fornecimento de comidas
17
1,9
11
Residência de idosos isolados
15
1,7
12
Melhoria do ambiente comunitário
15
1,7
13
Consulta médica
13
1,5
14
Ajuda a pôr em ordem a casa
12
1,4
15
Visita de atenção
12
1,4
16
Serviço geral de asilo e lar
11
1,3
17
Palestra sobre a saúde
11
1,3
18
Fornecimento gratuito de equipamentos ou instrumentos médicos
10
1,1
19
Reparação de equipamentos domésticos
8
0,9
20
Simplificação de formalidades de verificação e autorização do serviço
8
0,9
21
Ajuda a tomar banho e lavar a cabeça
8
0,9
22
Acompanhamento ou ajuda a fazer compras
7
0,8
23
Serviço de cuidados no asilo
6
0,7
24
Serviço médico e de hospitalização
4
0,5
25
Tratamento fisioterapeutico
4
0,5
26
Ajuda a vestir-se e mudar de roupa
4
0,5
27
Ajuda a comer
4
0,5
28
Limpeza de roupa e remendagem
3
0,3
29
Ajuda a comprar ou levantar medicamenos
3
0,3
30
Ajuda a buscar emprego
3
0,3
32
Ajuda a defecar ou urinar
3
0,3
33
Cuidados enfermeiros
3
0,3
34
Serviço de lar de convalescência
3
0,3
35
Ajuda a ir a pé
2
0,2
36
Serviço de dia (cuidados de dia ou cuidados temporários no lar)
2
0,2
37
Serviço de preparação para sair do hospital e de acompanhamento consequente
2
0,2
38
Protecção legal
2
0,2
39
Serviço de apoio a cuidadores
2
0,2
40
Serviço de consulta para o uso de instrumnentos auxiliares e para a sua reparação
2
0,2
41
Serviço de aconselhamento
2
0,2
42
Higiene pessoal (lavar o rosto, cortar barbas, etc.)
1
0,1
43
Ajuda a tomar medicamentos
1
0,1
44
Cuidados de incontinência
1
0,1
45
Apoio a fazer exercícios físicos visando agilizar as articulações
1
0,1
46
Serviço do centro de cuidados especiais
1
0,1
Nota: O idoso pode escolher 1 ou mais aspectos.
126

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