pdfs Monte.cdr - Colégio Montessori Santa Terezinha

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pdfs Monte.cdr - Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
...uma homenagem a Vinícius de Moraes !
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VINÍCIUS
AES
DE MOR
2013
APRESENTAÇÃO
Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação
instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.
Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e
suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o
fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e
nos expressamos para o mundo.
Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra
representativa do talento, dedicação e criatividade.
Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos
abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.
Somos palavras...
Palavra é sentimento.
Neuza Maria Scattolini
MANTENEDORA E DIRETORA
PREFÁCIO
O homem se faz livre por meio do domínio da palavra.
É através dela que ocorre o enriquecimento intelectual e cultural do ser humano.
No início de cada ano letivo, os professores procuram estabelecer estratégias que
ajudem os alunos a desenvolver gosto pela leitura e pela escrita. As atividades de
produção de texto do primeiro semestre procuram, dessa forma, desenvolver a expressão
escrita como desafio transformador.
Os textos que compõem este livro são a prova inquestionável do estímulo à
criatividade, ao exercício da produção e interpretação textual, e, acima de tudo, da
oportunidade de trabalharmos alguns dos temas transversais: saúde, ética e cidadania,
pluralidade cultural e meio ambiente.
Assim, nossos jovens são inseridos num contexto de produção de conhecimento, uma
vez que o exercício autoral dota o adolescente da possibilidade da descoberta.
Os leitores encontrarão uma variedade de gêneros, dos jornalísticos aos tipos textuais
mais rígidos, a exemplo da dissertação. Todos os escritos foram selecionados pelo critério
do potencial criativo do aluno e da habilidade da expressão linguística.
É, enfim, um convite à reflexão sobre o sentido da vida individual e coletiva,
importante experiência na formação de nossos alunos-escritores.
EQUIPE DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
SUMÁRIO
6os Anos - Fundamental
9 UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA - Daniela Pedro Fontes
AUTOBIOGRAFIA - Daniela Ozeki Matsuchita 10
11 AUTOBIOGRAFIA - Gabriel Rodrigues de Rosa
SUPER-HERÓI - Alexandre Kenzo Mitsuuchi 11
12 HISTÓRIAS DA MINHA VIDA - Bárbara Domingues Vilaplana Calleja
MINHAS LEMBRANÇAS - Flávia Misawa Hama 13
14 SUPER-HERÓIS, SUPERROTINA - Rodrigo Volpe Battistin
FAMÍLIA FELIZ - Jhonata Viccenzo Carrasco 14
15 ANTES E DEPOIS - Vinicius Lopes de Queiroz
UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA - Pedro Yanaze 16
17 FINALMENTE O 6º ANO - Tiffany Ramirez Ruiz
TUDO SOBRE MIM - Júlia Bergamini Salgueiro 18
18 MINHA HISTÓRIA - Karina Yuri Valente Watanabe
7os Anos - Fundamental
21 MINHA VIDA - Bruno Akio Shimada
SAUDADES - Thiago Mei Pamfilio 21
22 DISNEY - Bruna Simão Fernandes
PARA FUGIR DA TRISTEZA - Giovana B. Credie 23
23 O AMIGO FIEL E O URSO - Enzo Irasaka
O SALTO - Júlia Baron Drudi 24
24 O ROUBO DO PATINETE - Renan Honda Espírito Santo
A PLACA - Gustavo Forstman Cavalcanti 25
25 PARA PEDIR DESCULPA - Thaís Tanaka Delfino
PERDIDOS NA FLORESTA - Paula Naomi Yonamine 26
27 O “PIOR” ANIVERSÁRIO DO MUNDO - Laura Naomi Wakai
O CORAÇÃO - Maria Vitória Pascotto 28
8os Anos - Fundamental
31 PICOLÉS SAGRADOS - Ana Cláudia Bérgamo
A MORTE SE ESCONDE NA ESCURIDÃO - Luiza Ribeiro 31
32 O PREÇO QUE SE PAGA POR NÃO LEVAR A VIDA A SÉRIO - Julia Kaori Nakakura
A CONFUSÃO - Nathalya Carneiro 32
33 ESCREVER AJUDA A RELEMBRAR - Ananda Ferreira
SEM MEMÓRIA - Maísa Takano 34
34 UM DIA FELIZ - Amanda Miki Arimura
O SONHO QUE VIROU PESADELO - Lucas Toshio Ito 35
36 UM NOVO AMIGO - Larissa Cintra Gaspar
NARIZ FORA DO LUGAR - Mauricio Devicentis Silva 36
37 MEU SALVADOR - Gustavo Misawa Hama
AINDA EXISTE GENTILEZA - Thaly Tamura 40
9os Anos - Fundamental
43 A GOTEIRA PAROU - Guilherme Matunaga
PACIENTE ERRADO - Leonardo de Carvalho Porta 44
44 NA HORA DA MORTE - Cláudia Aquaroli
MEU DIA DE AZAR - Natália Morita 45
46 QUASE HOMEM - Natália Fujita e Silva
QUEM É VOCÊ - Gabriela Giacon 46
47 CONFEITARIA EQUIVOCADA - Carolina Siciliano
VLAD NO BRASIL - Isabela Izumi Terada 48
49 A TROCA - Leila Mayumi Diniz Andersen
O EQUÍVOCO DOS HOMÔNIMOS - Caroline Katsuda 50
51 VIROU UM HOMEM - Larissa Defini de Campos
A QUALQUER HORA - Renata Luna Iwamoto 52
1os Anos - Ensino Médio
55 A INFLUÊNCIA DAS AÇÕES DO ALUNO NO DESEMPENHO ESCOLAR - Giulio Mezzacapa
CORPO VELHO, ALMA JOVEM - Victoria Portela Diniz Gaia 55
56 O DIA EM QUE MATEI OPPENHEIMER - Vitor João R. Andreolli
UMA ALMA JOVEM - Gabryella Alves Ferreira 56
57 A MÁQUINA DE NEUTRINO - Lucas A. Vazzola
PAIS, FILHOS E O MUNDO MODERNO - Vinicius Aranha 58
58 OS FILHOS ESTÃO NO COMANDO - Gabriela Tiemi Kasahara
O QUE MUDARIA? - Thais Carvalho Ferreira 59
60 ALUNOS NO CONTROLE - Gabriela Sugui Mota Silva
A DESCOBERTA QUE NOS PREJUDICOU - Guilherme Kato 60
61 NASA EM “DESATIVANDO O BIG BANG” - Luisa Varella Bastos
ÉPOCAS DIFERENTES, MANEIRAS DIFERENTES - Carolina Santini Paes de Barros 62
2os Anos - Ensino Médio
65 ILUSÃO - Carolina Henkes Inamassu
ESPELHO, ESPELHO MEU - Marina B. Ferreira 65
66 TRANSPORTE: MAIS PÚBLICO, MENOS PRIVADO - Thabata Araujo Reis
CIDADES, ESTRADAS E TRÂNSITO - Samuel Leon Cunha Lara 66
67 TRÂNSITO SEM FIM - Mariana Devicentis Silva
O BRASIL E SUA EVOLUÇÃO - Vinicius Brito Martins 68
3os Anos - Ensino Médio
71 SOB OS HOLOFOTES - Letícia Machado Pereira
EM NOME DAS APARÊNCIAS - Camila Morita 71
72 ALIENAÇÃO TECNOLÓGICA - Catarine Beatriz Rabelo A. Lima
DIÁLOGO: UM MEIO DE IMPEDIR A CONVICÇÃO - Tais Novaki Ribeiro 72
73 A TECNOLOGIA AVANÇA PARA O FIM - Lucas Komon Yi
A VERBA DISTORCIDA - Bruna Pegoraro Augusto 74
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Tendo como foco a preparação para o Enem e para
o vestibular, os alunos do 3º ano produzem textos
dissertativos baseados em problemas atuais e em
referências de mundo construídas.
Além do posicionamento crítico, valorizam-se as propostas de
intervenção social e/ou individual isentas de preconceito.
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Difícil falar sobre a gente!! Entretanto, mesmo
estando no início de uma jornada emocionante e
marcante, mesmo estando apenas no 6º ano, estes
alunos já demonstram saber o que querem para a vida deles,
reconhecendo e valorizando o seu passado, a sua história e sonhando
com um futuro brilhante, que se inicia neste princípio de adolescência.
A própria história, a história dos amigos de classe, momentos de transição, as
novas responsabilidades, os heróis que parecem resolver todos os problemas...
quanta imaginação têm esses meninos e meninas com asas imensas, alçando voos
que prometem ser emocionantes, já que são abastecidos pelo inesgotável
combustível dos sonhos!
Abaixo, vocês poderão saborear as mais bonitas histórias de nossos alunos e
alunas do 6º ano desta edição anual do Prêmio Jovem Escritor e descobrir nos
textos que seguem, a riqueza que essas pessoas tão especiais podem nos oferecer.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA
Daniela Pedro Fontes
Capítulo 1: A gorduchinha nasceu
Olá! Meu nome é Daniela Pedro Fontes e foi escolhido pela minha mãe, contrariando
meu pai que queria Daniele. Nasci dia 18 de agosto de 2002, no hospital São Luís, às nove
horas e seis minutos. Nasci bem gordinha, com três quilos e oitocentos gramas. Ah! Nasci
em São Paulo!
Quando eu era pequena, adorava a minha chupeta, mas fiquei apenas até os dois anos
com ela. A fralda também foi até esta época. Ao contrário da chupeta e da fralda, a
mamadeira só larguei mesmo com quatro anos. Ela sim, eu AMAVA!
Capítulo 2: A grande viagem!
Com uns quatro anos, eu fui com os meus pais para o Rio de Janeiro. Foi incrível, pena
que eu não lembro se ficamos em um hotel ou na casa dos amigos dos meus pais. Bom,
mas o que lembro é que brinquei na areia, no mar, tomei muito sorvete, foi inesquecível.
Alguns anos depois, comecei a perceber como eu brincava sozinha, como não tinha
ninguém para compartilhar as coisas da vida comigo (sem contar os meus pais, claro!).
Então, depois de pensar bastante, encontrei uma solução: eu queria era ter uma
irmãzinha! Mas eu não sabia que não era assim, da noite para o dia, que eu iria ganhar uma
irmã. Será...?
Capítulo 3: Entrei no Montessori!
Aos cinco anos, entrei no Colégio Montessori Santa Terezinha. No começo, eu era um
pouco sozinha, mas depois fiz novas amizades, as quais tenho até hoje, e outras com
quem apenas converso pela internet.
Relembrando um pouco o segundo capítulo... lembra que eu queria uma irmãzinha da
noite para o dia? Então, não consegui, mas depois de dois anos (quanto tempo!!), em um
belo dia, quando cheguei em casa ... Surpresa! É, eu havia ganhado uma irmã! Agora você
deve estar se perguntando: “Como? A mãe dela ficou grávida?” Não, meus pais
foram a um abrigo chamado “Lalec” e lá viram um lindo bebê com dez meses,
então decidiram adotá-lo.
Depois de alguns anos, fizemos outra viagem, só que
minha irmã Evelyn, desta vez, foi com a gente. Nós fomos
para Olímpia, que fica a seis horas de São Paulo (de carro). Foi
bem cansativo, mas aproveitamos muito.
Este ano estou no “prédio” (como nós chamamos esta parte de nossa
escola), está sendo diferente e muito divertido. Estou louca para que
chegue logo o meu aniversário...
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
AUTOBIOGRAFIA
Daniela Ozeki Matsuchita
Capítulo 1: Nasceu a gordinha
Meu nome é Daniela. Nasci em 15 de agosto de 2002, na cidade de São Paulo, no
hospital e maternidade Santa Joana. Tenho 10 anos.
A minha irmã Luciana queria que eu me chamasse Beatriz Trezini (a melhor amiga dela
naquela época). A minha mãe explicou que podia ser Beatriz, mas Trezini não. Então ela
escolheu Daniela, porque ela tinha uma professora de dança de quem ela gostava muito
(e pensar que a minha irmã Luciana ainda ficou com febre no meu nascimento!).
Com quatro meses entrei na escola São Camilo, mas, depois de dois anos, fui para o
Colégio Montessori Santa Terezinha.
Capítulo 2: Atrapalhada para sempre
Alguns anos depois, conheci a Camilla Navarro, minha primeira melhor amiga.
Com quatro anos, eu andei pela primeira vez de avião e fiz uma amiguinha. A gente
estava brincando de pega-pega, e o avião estava decolando, então ela se sentou e eu
capotei! Eu também enfiei o dedinho no apontador para ver o que acontecia, então, claro,
cortei a unha e saiu sangue. Quando eu viajei para Pernambuco, tinha acabado de ver o
filme "A fantástica fábrica de chocolates" e vi aquela menina colocando o chiclete na
nuca. Então eu achei que não aconteceria nada, mas não foi isso que aconteceu: o chiclete
grudou no meu cabelo, e eu tive que cortá-lo!
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Capítulo 3: A mais sem graça da família
Com nove anos, ganhei um pássaro, uma calopsita chamada Jackie. No começo, eu
morria de medo dele, mas depois de bem pouco tempo, uns dois minutos, eu me
acostumei.
Com dez anos, não aconteceu nada de especial, além de a Vivian (a melhor amiga de
todos os tempos) mudar de escola, e eu de ganhar o meu Ipod.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
AUTOBIOGRAFIA
Gabriel Rodrigues de Rosa
Olá, o meu nome é Gabriel. Nasci em 19 de julho de 2002, em São Paulo e meus pais
são a Helena e o Carlos.
Quando eu tinha quatro anos, ganhei o meu melhor amigo, um cachorrinho chamado
Flock que hoje tem seis anos. Provavelmente ele vai viver até os doze ou treze anos.
Tomara! Hoje em dia eu tenho dez anos, e o Flock continua animado “pra cachorro”,
sempre brincalhão, disposto e feliz. Eu já tive outros animais como peixes; eles eram três,
sendo dois peixinhos dourados e um azul. Só que, infelizmente, eles já morreram.
Colocaram-me na escola aos três ou quatro anos. No segundo dia de aula, levei minha
primeira advertência e, com cinco anos, dormi na aula de Inglês.
Hoje, eu estou no sexto ano, na turma A do Ensino Fundamental II. Agora, estou
começando a gostar de estudar no prédio. Tenho bons amigos como o André, o Renan e o
Carlos. Já fiz amizade com outras classes, com os mais velhos, e agora o meu novo apelido
é “Gabs”.
SUPER-HERÓI
Alexandre Kenzo Mitsuuchi
Vida de super-herói
Não é fácil, não!
Precisa de carinho e
Muita atenção!
Salvando pessoas e
Lutando contra o mal,
Com esses poderes, é
Fácil, é banal!
Se eu fosse super-herói,
Derrotaria os vilões,
Salvaria as pessoas e
Colocaria esses vilões em prisões!
Se fosse super-herói,
Ganharia recompensas,
Conseguiria fama e
Guardaria riquezas.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
HISTÓRIAS DA MINHA VIDA
Bárbara Domingues Vilaplana Calleja
Capítulo 1: Chegou a fofa
No dia 27 de março de 2002 uma garotinha muito fofa nasceu. Essa garotinha era eu.
Meu nome é Bárbara e agora vou contar as histórias da minha vida.
Um mês antes de eu nascer, meus pais descobriram que eu seria uma menina, (lá se foi
o sonho do meu pai de me chamar de Roger Júnior).
Quando aprendi a falar, diferentemente de outras crianças, minhas primeiras palavras
não foram “mama” nem “papa”, minhas primeiras palavras foram “festa” e “plesente”
(festa e presente).
Logo aprendi a andar de uma forma traumática: eu estava em uma casa de campo e o
meu carrinho de brinquedo tinha rolado para o fim do corredor, então, quando percebi,
corri atrás, mas meu pé prendeu em um outro brinquedo e caí. Minha mãe viu o que tinha
acontecido e disse:
- Que jeito de aprender a andar!
Capítulo 3: Música no coração
Quando eu tinha oito anos, meu pai decidiu montar uma nova banda e eu
fiquei interessada por música. Comecei, então, a ter aulas de
violão. Depois de um tempo, decidi começar a estudar
teclado. Logo me empolguei e, atualmente, estou estudando
bateria e baixo também. Todos dizem que eu tenho um ouvido bom e muito
talento, e eu sei que minha família irá me apoiar em tudo, pois eles sempre
gostaram de música também.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Capítulo 2: A melhor amiga da fofa
Quando eu tinha três anos, minha mãe comprou um coelho de verdade para passar
pela minha casa na Páscoa. Eu dei minha chupeta para ele e, em troca, ganhei um ovo de
Páscoa. O nome dele era Pascual, porque o compramos durante a época de Páscoa.
Com quatro anos, entrei na escola, e a primeira pessoa com quem conversei foi uma
garota chamada Maria Gabriela; a primeira frase que ela me disse foi: “ - Você tem bolinha
na cara!”
Logo depois, ela virou minha amiga, até que um dia teve que mudar de escola.
Com sete anos, minha cadelinha Pedrita teve um problema no coração e faleceu.
Minha mãe teve que comprar outra. Para que minha mãe comprasse a cadelinha nova, tive
que pedir a ela por quatro longos meses, até que finalmente, um dia, ela a comprou. Nós a
batizamos de Julieta com a ajuda da minha melhor amiga, Duda.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Neste ano, mudei para o prédio (unidade três de nossa escola), e muita coisa mudou.
Além do local, que é muito maior, os professores nos tratam diferente, melhor, é claro!
Agora, eu posso ler livros na biblioteca. Estou bem empenhada nos estudos e em tudo o
que gosto de fazer e espero que minha vida continue do mesmo jeito: aprendendo uma
coisa nova a cada dia...
MINHAS LEMBRANÇAS
Flávia Misawa Hama
Mesmo não me lembrando muito bem, recordo que, nos últimos dias de aula do 5º
ano eu estava alegre e cheia de energia. As aulas foram mais brincadeiras, todos estavam
alegres e se divertindo. Entretanto eu estava ansiosa para chegar a hora de ir embora e
aproveitar as férias tão merecidas.
Enquanto não tocava o sinal, aproveitei o tempo comendo, brincando e conversando
com os meus amigos.
Nas minhas férias, fiquei a maior parte do tempo em casa e fazendo pequenos
passeios, como ir ao shopping, ao cinema e ao clube, mas não tive do que reclamar, foram
divertidas.
Porém, nas últimas semanas de férias, meus pais decidiram, do nada, que iríamos
viajar. Minha mãe e eu escolhemos visitar o Balneário Camboriú, em Santa Catarina, um
lugar lindo e cheio de estrangeiros.
Fomos à praia, ao parque Beto Carrero e também a Blumenau, um lugar em estilo
alemão. Tudo foi muito divertido.
No retorno dessa viagem, estava ansiosa para começarem as aulas e rever meus
amigos, mas com um pouco de medo de cair em uma sala sem nenhum amigo.
Nos primeiros dias de aula, vi que caí em uma sala com muitos amigos, mas também
com muita gente que eu não conhecia. Conheci os novos professores e a primeira
impressão foi boa. Ainda bem!
Ao longo dos meses, conheci melhor a personalidade de cada professor e
também novas pessoas, tanto que até criei laços de amizade, mas os velhos
amigos continuam.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
SUPER-HERÓIS, SUPERROTINA
Rodrigo Volpe Battistin
A rotina dos heróis
É um pouco diferente,
Eles salvam nosso mundo
E nos deixam mais contentes!
Super-herói também é gente
É pessoa, é cidadão,
Só o que o faz diferente
É nos salvar do vilão!
Batman, Superman, Homem-Aranha
São todos heróis conhecidos,
Depois de tantas batalhas,
Tantos acontecimentos vividos.
Pessoas querem ser como eles,
Mas não percebem a responsabilidade
De ter sempre que proteger
Toda a nossa cidade!
O dia a dia deles
É bem atarefado,
Eles não têm nunca hora certa,
Nem nada marcado!
Meu nome é Jhonata, moro no bairro do Jabaquara, na Praça Mendes
Nunes. Eu tenho dez anos, sou feliz, brincalhão e tenho um amor muito
grande por minha família, pois acredito em Deus e sou evangélico.
Minha família é simples e humilde, mas muito especial!
Eu adoro comer frango e todo tipo de comida. Como
qualquer coisa!
Eu tenho uma paixão muito grande por futebol, também adoro tocar
bateria, faço shows e até já apareci em CDs.
Meus pais dizem que meu avô era brincalhão, mas, infelizmente, nunca
tive a chance de conhecê-lo.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
FAMÍLIA FELIZ
Jhonata Viccenzo Carrasco
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Eu gosto muito do programa de tevê “Globo Esporte” e do “Carrossel”, mas estou
deixando de assistir à televisão para tirar boas notas e deixar os meus pais e avós
orgulhosos de mim.
Quando eu vou escrever um texto com o tema livre, eu escrevo sobre o futuro, sobre o
que eu quero ser. Nunca penso pequeno, sempre penso grande. Quando vou contar uma
história, expresso meus sentimentos, como agora, e escrevo sobre coisas que fiz com o
meu cachorro, por exemplo, que era o melhor cachorro! Ele morreu, e eu estou triste até
agora.
Espero que todos vocês deem graças a Deus por suas vidas, não importando quem
esteja lendo este texto. Lembrem-se de sua família e tenha orgulho dela. Eu tenho muito
orgulho da minha família, que sempre me ajuda e me apoia. Essa é a minha família e eu sou
muito feliz por fazer parte dela.
ANTES E DEPOIS
Vinicius Lopes de Queiroz
Dia 10 de dezembro de 2012! O penúltimo dia de aula no 5º ano. Como eu e minha
turma já havíamos terminado todo o conteúdo, a aula foi tranquila.
Primeiramente, eu entrei na sala e tive aula de inglês. Apesar de não ter conteúdo, a
aula foi de aprendizado com um jogo de palavras. O jogo era parecido com o STOP. Cada
grupo tinha que dizer uma palavra que começasse com a letra exigida.
Depois, foi só dia do brinquedo. Uma hora brincava com peão, e outra de show de
talentos. Foi incrível e divertido.
No dia seguinte (11), foi o dia do choro. O último dia de aula trazia fortes emoções,
inclusive o “Amigo Chococreto'', que foi delicioso. Às 17h40minutos encerrava-se o 5º
ano. Posso afirmar que também chorei. Alguns amigos do coração se foram, e outros
ficaram. Enfim, foi um dia e tanto.
Para relevar as saudades do dia 11, vieram as merecidas férias como mérito ao ano que
se passou. Em dezembro, fiquei em casa para comemorar o Natal e o Ano Novo
e, em janeiro, fui a um hotel chamado “Grimberg's Village Hotel''. Foi
divertido e cansativo.
Após dias e dias se passarem, chegou a véspera das aulas
no 6º ano. Quase não consegui dormir por causa da
ansiedade. No dia seguinte, levantei cedo, tomei café, me arrumei e
fui à escola. O 6º ano foi e está sendo sensacional, apesar das dificuldades,
das alegrias e tristezas, das comemorações e decepções. Enfim, o 6º ano vai
ser uma etapa da vida a ser cumprida, com novos e velhos professores e
amigos e com novas pessoas para conviver ao longo do ano letivo.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA
Pedro Yanaze
Capítulo 2 : O crescimento
Dois anos depois, conheci o André, que hoje estuda no 6º ano A. Nós nos
conhecemos no Jardim Japonês da Unidade II, quando a professora falou para a gente
procurar por alguma coisa de que eu já não me lembro bem mais o que era. Eu encontrei
um amigo que me passou o telefone dele. Quando cheguei em casa, notei que ele havia
esquecido a borracha comigo, e eu a levei por engano para casa. Foi muito legal aquele
dia.
Um ano depois, o André, eu e o Hana éramos o “Trio Calafrio”! No começo, “rolaram”
muitas brigas, mas depois passamos a nos comportar. Neste ano, minha mãe
ligou para a escola falando que me queria em uma sala, e o Hana na outra,
pois conversávamos muito.
Eu achava as provas do 2º ano muito fáceis, pois a minha
pior nota foi em Ciências, um 9,2.
Capítulo 3: Uma nova vida
Já no 3º ano, conhecemos mais três integrantes que entraram para o
nosso grupo: o Kenzo, que chegou no meio do ano, o Rodrigo e o João.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Capítulo 1: O bebezão
Nasci no ano de 2002, no Hospital São Luís, em São Paulo. Meus pais são médicos.
Comecei a falar com mais ou menos dois anos e meio e a andar com um ano. Minha
primeira palavra foi “Mamãe!” e a segunda foi “Papai!”, como fala a maioria dos bebês.
Sempre que fazia aquela bagunça em casa, meu pai gritava “Pedro!”, então eu chorava e
falava “Mas, Papai, mo fui eu!”. Agora, o meu pai fala “Mo fu, vem aqui!”.
O meu nome não era para ser Pedro. Minha mãe decidiu que seria ela quem
escolheria o meu nome. Quando chegou do trabalho, falou que ia ser João Pedro Yanaze.
Então ela pensou que talvez o nome ficaria comprido demais e decidiu: só Pedro Yanaze.
Meu melhor amigo, até hoje, é o Gabriel Hanashiro. Nós nos conhecemos desde que
eu entrei nesta escola (faz uns bons anos). Ele é um cara muito gente boa!
No Pré I, quando estávamos no recreio, eu falei para o Hana (é assim que eu chamo o
Gabriel) que conseguiria voar. Preparei-me, subi no escorregador correndo e pulei até
que... “Buááááááá”! Caí em pé, mas quebrei o braço.
Na minha terceira festa de aniversário (com o tema Homem-Aranha), convidei o Hana
e o Gabriel Tuti. O Tuti chegou primeiro, e depois o Hana chegou. Nós nos divertimos
muito, e eu jamais me esquecerei daquela festa.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
As provas, nessa época, já começaram a complicar. Minha primeira nota baixa na vida já
havia saído, justo na matéria de que eu não gostava tanto, mas que hoje, graças à
professora Elisete, eu adoro, que é Ciências, quando tirei 6,5.
No 5º ano, formamos o nosso grupo que se chamava “Os portugueses de Portugal”,
que era composto por mim, pelo Hana, pelo Kenzo, pelo João, pelo Rodrigo e pelo André,
mas, naquele ano todo eu impliquei com o João.
Minha pior nota na vida foi tirada no 3º trimestre, em um simulado de Língua
Portuguesa, cuja nota nem quero mencionar!
Agora, estamos no 6º ano! Não brigo mais com o João, graças a Deus, e agora o nosso
grupo já aumentou: além de todos os mencionados acima, entraram para o nosso grupo o
Gabriel Rosa, o Renan, o Alexandre e o Enzo. As provas no 6º ano já começaram, e a vida
passou a ser dura!
FINALMENTE O 6º ANO!
Tiffany Ramirez Ruiz
No ano passado, eu estava muito animada para passar para o 6º ano. Então me
dediquei ao máximo para passar de ano. Também fiquei curiosa para ver se minhas amigas
iriam passar de ano, claro.
Fiquei super feliz quando recebi o boletim que decidiria o meu futuro! Nas férias, me
diverti muito indo à piscina do meu prédio, ficando com minha família, descansando,
indo ao shopping e ao cinema.
Quando chegou o primeiro dia de aula do 6º ano, fiquei muito animada para ver em
que sala eu ficaria, se faria novas amizades, se teria muita lição, como seriam as provas e se
poderia usar aparelhos eletrônicos.
Depois que entrei na sala, os professores se apresentaram e foram perguntando os
nossos nomes e do que gostamos. Eu achei todos os professores legais, divertidos e
animados.
Com o decorrer do tempo, me acostumei com as lições, provas e
conteúdos que eles nos ensinam. No lanche sempre fico com minhas novas
amigas e jogando no I pod.
Eu estou adorando o 6º ano. As matérias são
interessantes, algumas legais, e outras mais difíceis. Tenho
mais amigas e fico mais ”livre”, porque, no lanche, nós ficamos em
qualquer parte da escola brincando e jogando em nossos celulares.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
TUDO SOBRE MIM
Júlia Bergamini Salgueiro
Meu nome é Julia, tenho dez anos e adoro escrever, principalmente histórias sobre
personagens, além de amar ler.
Quando eu tinha sete anos, ganhei um caderno para fazer minhas próprias histórias,
mas infelizmente não sei onde ele está hoje.
Um dia, em casa, fiz minha própria biografia, desde que eu nasci até hoje. Minha mãe
sempre fala para mim que eu nasci para ser escritora.
Quando eu era pequena, eu sempre lia dois gibis da “Turma da Mônica” por dia, e
minha mãe e meu pai compravam muitos gibis, compravam até carimbos, quebracabeças. Além disso tudo, eles compraram um barraquinha da Mônica para eu e meu
irmão brincarmos.
Quando eu estava no 5º ano, sabia que uma das disciplinas do 6º ano seria Redação,
então eu ficava super ansiosa para chegar logo ao 6º ano.
Capítulo 1: Meu nascimento
Eu me chamo Karina. Nasci no dia 27 de maio de 2002, às 14 horas e 02 minutos , no
hospital Santa Marina, em São Paulo. Minha mãe se chama Adriana, e meu pai Winther.
Com uns dez meses, eu já falava palavras básicas... e, com exatamente um ano, dei
meus primeiros passos. No dia seguinte, dia 28, foi minha festa de um ano.
Capítulo 2: As irmãs e a escola'’
Com três anos, entrei na escola e fiz novas amigas.
Já um pouco maior, com quatro anos, eu queria uma irmã. Dois anos depois, minha
irmã nasceu, ela se chama Yasmin. Em novembro de 2011, nasceu minha outra irmã, Sofia.
Ela é bagunceira... mas muito bagunceira.
Capítulo 3: O prédio, 2013
Agora, em 2013, vim para o prédio e estou no 6° ano.
O primeiro ano em que estudo no prédio está sendo
legal! Eu ainda tenho dez anos, mas, no dia 27 de maio, farei
onze.
Estou adorando estudar neste prédio e gostando muito dos
professores, cada um tem um jeito, suas manias e suas dinâmicas. Alguns
são mais chatos, outros mais legais, mas todos explicam as matérias bem,
de um jeito que eu consigo entender.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
MINHA HISTÓRIA
Karina Yuri Valente Watanabe
7os Anos
o
7
Com o objetivo de diferenciar enredo de história nas
narrativas ficcionais, os textos produzidos seguem uma
sequência linear, com uma disposição cronológica,
usando a inversão de ordem, com saltos no tempo, elipses e cortes,
surpreendendo-nos pela criatividade.
Deixar que o outro se “apodere” da própria história ao narrar a sua em 3ª
pessoa do discurso, ou contando a história do outro como se fosse dele, narrando
em 1ª pessoa um enredo que não foi vivido por ele mesmo, foi uma experiência
que resultou em textos envolventes.
Modificar as fábulas com a criação de finais inesperados e surpreendentes e
perceber a poesia como meio de demonstrar a opinião de uma forma divertida ou
sensível deu a estes gêneros textuais uma nova roupagem.
Os alunos dos 7os anos homenageados neste ano conseguiram expressar os
seus melhores sentimentos, emocionando-nos e enchendo-nos de alegria por
descobrirmos talentos tão jovens e cheios de criatividade.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
MINHA VIDA
Bruno Akio Shimada
Eu me chamo Jefferson Hideki e tenho 17 anos.
Nasci no Japão. Vim para o Brasil quando pequeno e fiquei morando com minha avó e
meu avô em Mogi das Cruzes.
Minha mãe voltou para o Japão.
Eu fiquei com muita raiva dela porque descobri que ela voltou faz tempo a morar no
Brasil e ainda não entrou em contato comigo.
Mas hoje já me recuperei um pouco e todo sábado brinco com meus primos Bruno e
Eduardo. Meus avós cuidam de mim e me dão tudo de que eu preciso.
Logo estarei na faculdade e arrumarei um trabalho muito bom e sei que meus avós
continuarão me ajudando a ser um adulto responsável.
Talvez, um dia, perdoe minha mãe...
SAUDADES
Thiago Mei Pamfilio
Não era exatamente um belo dia. Eu, o Davi e a minha irmã Mirela estávamos em casa,
quando o meu primo Thiago chegou, pois era, infelizmente, o dia do funeral do meu avô,
que havia falecido naquela manhã.
Thiago chegou com uma cara feliz, como sempre fazia, mas logo percebeu que a
situação era ruim. Eu, como sou um menino de apenas nove anos, não era maduro o
bastante para entender e perceber que também eu não deveria estar feliz naquele
momento.
Thiago chegou perto de mim e logo olhou para o corpo do meu avô. Ele se aproximou
e vi seus olhos se encherem de água igual ao mar. Quando ele o tocou, começou a chorar.
Minha avó, que estava ao lado de Thiago, pegou na sua mão e falou:
- Calma, é a vida! Uma hora todos nós morreremos!
Thiago, então, se acalmou e parou de chorar. Abraçou a minha mãe, a
minha irmã e depois eu. Ele parou de chorar e logo voltou a ficar feliz.
Passamos o dia inteiro pensando em nosso avô, só que, ao
mesmo tempo em que chorávamos, sorríamos e fazíamos
brincadeiras. Eu e o Thiago queríamos ir à praia, só que nossas
mães ainda estavam muito abaladas, então nós preferimos ficar em casa e
ajudar a nossa família que estava muito triste.
Aquele foi um dia que ficará para sempre em nossas mentes.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Uma menina chamada Bruna foi para a Disney com sua família. Quando chegaram lá,
foram para o hotel, deixaram suas coisas e resolveram dar uma volta. Eles foram ao Outlet.
Por cinco dias, foram às compras. No sexto dia, foram para o parque Sea World. Lá, viram
dois shows, o dos golfinhos e o das baleias.
Bruna disse que amou a parte dos saltos e o beijo das baleias. Depois ela foi à
montanha-russa; essa virava de ponta cabeça, passava perto de um lago pequeno, mas as
pessoas molhavam só os pés, passava no meio das árvores. Ela estava um pouco nervosa,
pois a montanha-russa virava de ponta-cabeça. Na saída, eles encontraram muitos
flamingos e golfinhos. Bruna pôde passar a não neles e ficou feliz.
À noite, a família foi ao Circo Di Soleil. A apresentação foi linda. A parte mais legal,
segundo Bruna, foi a de um rapaz que empilhou canos e subiu nos mesmos.
No dia seguinte, eles viajaram para Miami, onde conheceram as principais praias.
Apesar de a água estar gelada, Bruna teve coragem e entrou para mergulhar. A água era
esverdeada e límpida.
Pela manhã, todos voltaram para Orlando. Mais comprinhas. Também foram ao
Wallmart. Lá, comprou um quilo de M&M. Depois foi a vez dos parques, dias de festa. No
parque Magic Kingdon, o castelo era o ponto principal. Bruna tirou fotos com Marie,
Bela, Cinderela, Rapunzel, Bela Adormecida e Mickey. Aproveitou todos os brinquedos. Já
era noite quando iniciaram o desfile com fogos de artifícios e personagens.
No Epcot, mais emoção. Quando Bruna entrou, viu uma grande fila para tirar fotos.
Eram o Pateta, a Margarida, a Minnie e o Pluto. Ela não resistiu. Tirou fotos com Tico e
Teco. Depois foi só diversão. Ela não parava nem para almoçar.
No Hollywood Studios, Bruna foi assistir a um espetáculo da Bela e a Fera e do Indiana
Jones. Os melhores brinquedos eram o elevador e a montanha-russa. Ela passeou de trem
pelo parque para conhecer vários estúdios. Na saída, ela foi tirar foto no chapéu mágico
do Mickey, mas antes viu uma outra apresentação, que foi à noite: a do Mickey.
Agora, era a vez do Animal Kingdon. Lá, ela assistiu a um filme em 4D, na
Árvore da Vida, que era a atração principal daquele parque. Bruna amou a
montanha-russa do Everest. Depois, “viajou pela África” e
conheceu vários animais típicos daquela região. Para
surpresa dela, houve outro desfile da Disney.
O último dia foi para terminar de fazer as compras. Passeio pela
Dontown Disney. Bruna adorou as compras. Pediu para seus pais para
voltarem para lá assim que possível.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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DISNEY
Bruna Simão Fernandes
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
PARA FUGIR DA TRISTEZA
Giovana B. Credie
Para fugir da tristeza,
Basta amar a vida,
Basta ter felicidade
Basta a alegria.
Para fugir da tristeza,
Misture o amor,
A felicidade,
E a alegria,
Para novamente
Construir a vida.
O AMIGO FIEL E O URSO
Enzo Irasaka
Dois amigos viajavam juntos pela floresta usando o GPS do celular, mas, no meio do
caminho, a bateria do aparelho acabou. Então eles ficaram perdidos, tentando achar uma
saída. Como estavam com fome, pegaram a barra de cereal que tinham e um deles,
tentando manter a calma, falou:
- Estamos perdidos, sem mais o que comer e, além disso, já está anoitecendo!
De repente, chegou um urso que sentiu o cheiro da barra de cereal da dupla de
amigos. O homem que estava mais a frente pulou em cima da árvore; o outro caiu duro no
chão, fingindo-se de morto.
O urso, quando virou de costas, viu o homem que estava em cima da árvore, deu um
salto, pegou um pedaço de madeira e bateu bem forte na árvore. O homem que lá estava
caiu. Neste momento, os dois começaram a correr loucamente e tanto correram, tanto
correram que acharam a saída daquela floresta. O amigo, que se fingiu de
morto, agradeceu:
- Muito obrigado! Na hora em que eu mais precisava, você foi fiel e me
ajudou, colocando-se em perigo para me salvar. Nunca vou
esquecer isso!
Moral: O verdadeiro amigo é aquele que é fiel em qualquer
situação.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O SALTO
Julia Baron Drudi
Julia estava muito feliz, porque naquele dia iria pular de paraquedas! Ela estava pronta,
ajustando o paraquedas, quando o avião começou a decolar e, cada vez que subia, Júlia
sentia a emoção pular para fora dela.
Estavam lá no alto, quando abriram a porta do avião, e as pessoas começaram a pular.
Julia foi a última. Olhou para baixo e, no começo, se assustou, mas o instrutor a acalmou.
Júlia, então, juntou toda a sua coragem, saiu correndo e pulou! Ela diz ter sido essa a
melhor sensação do mundo!!!
As pessoas assistiram ao seu salto, tiraram fotos, até postaram no Facebook! Ela vai se
lembrar para sempre daquele dia que parece ter sido mesmo muito legal!!!
Olá, eu sou a Mary e vou contar uma história que aconteceu há pouco tempo.
Era um domingo ensolarado. Eu e minha família decidimos dar umas voltas no parque
do Ipiranga. Meu filho resolveu dar umas voltas de bicicleta primeiro.
Enquanto isso, eu fiquei segurando o patinete, aguardando a volta dele.
Um menininho bem humilde, aparentando ter uns quatro anos, apareceu e pediu,
com uma carinha de bonzinho, para usar o patinete. Ele disse que ia dar apenas umas
voltinhas ali mesmo.
Eu decidi emprestá-lo, pois achava que ele estava com muita vontade de andar e não
tinha condições de ter um.
Meu filho voltou perguntando do patinete. Eu disse que o havia emprestado para o
menino e estava observando ele andar com o brinquedo.
Não deu cinco minutos e uma menina aparentando uns 12 anos, tomou-lhe o patinete,
e os dois saíram correndo para a saída do parque.
Tentei correr atrás deles, mas foram muito rápidos e havia várias
pessoas no caminho.
Meu filho ficou chateado, mas tive que explicar para ele
que existem algumas pessoas nas quais não podemos
confiar. Fomos embora e levamos meu filho para tomar um
sorvete.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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O ROUBO DO PATINETE
Renan Honda Espírito Santo
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A PLACA
Gustavo Forstman Cavalcanti
Uma vez, em Ubatuba, um garoto de 6 ou 7 anos de idade chamado Gustavo estava
divertindo-se na praia. O dia estava muito quente, e a areia, nem se fala. Gustavo decidiu ir
nadar, pois não aguentava o calor.
Ao entrar na água, viu algo amarelo muito distante no mar. Ele achou estranho e foi ver
o que era. Quanto mais se aproximava, mais a maré subia em seu peito.
Chegou na frente da “coisa” e notou que ele estava afundando. Quando olhou direito,
percebeu que era uma placa cravada entre as pedras, avisando sobre buracos que havia ali
no chão.
Já com a água no queixo e como ainda não sabia nadar direito, quase se afogou... A
sorte que ele teve foi imensa, pois sua mãe apareceu e o tirou da água.
Daquele dia em diante, ele começou a tomar mais cuidado com placas!
PARA PEDIR DESCULPAS
Thaís Tanaka Delfino
Você magoou sua amada.
Você está sem razão.
Ela está muito brava.
Ela não gostou.
Então cante uma canção
Que tenha
Amor e compaixão,
Que carregue emoção.
No meu coração ela morou.
Meu amor ela roubou.
Eu a magoei.
Que idiota eu sou!
Ajoelhei-me a sua frente.
Eu implorei.
Falei a verdade.
Então, você me perdoou...
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
PERDIDOS NA FLORESTA
Paula Naomi Yonamine
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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Chamo-me Rogério e já me perdi na floresta há um tempo.
Na época, eu tinha 22 anos e estava com Tomas, Henrique, Júlio e Luiza na floresta
Amazônica, fazendo uma trilha durante as férias de verão de 2004.
Era um dia chuvoso e estávamos sozinhos na trilha de 500 metros que estava com o
solo escorregadio.
Eu percebi que Tomas estava escorregando, até que ele caiu e foi descendo o morro
para fora da trilha. Nós fomos socorrê-lo, mas ele estava muito distante, por isso demorou
muito para chegarmos lá.
À medida que descíamos, a visibilidade do caminho de volta ia ficando ruim, até que
não pudemos mais vê-lo.
Pensei que Tomas fosse morrer, pois estava perdido em uma floresta imensa e muito
ferido. Ele deu sorte, pois foi parar ao lado de um riacho, onde poderia passar um barco
logo que o sol nascesse.
Quem teve a ideia de construir uma jangada fui eu, pois me lembrei de que havia
cidades próximas ao litoral.
Depois de um tempo, o transporte e os remos estavam prontos.
Naquele dia, o vento estava forte, o que facilitou, pois ganhamos velocidade no barco.
Após três horas, percebi, ao fundo, árvores com grandes raízes, pois estávamos chegando
no mangue.
Não demorou muito e já era possível ouvir pessoas no mangue que estavam caçando
caranguejos. Luiza gritou para um dos homens:
- Precisamos de ajuda!
O homem pediu ajuda pelo rádio e nos socorreu, mas hoje já não tenho mais vontade
de passear em qualquer trilha.
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O “PIOR” ANIVERSÁRIO DO MUNDO
Laura Naomi Wakai
Laura, uma garota que morava com o pai, a mãe e um irmão, iria fazer sua festa de
aniversário na casa dos primos em Jundiaí.
Antes da festa, fizeram um churrasco e, mais tarde, foram à piscina, pois estava muito
quente. Ela só estranhou o fato de o primo e o irmão sumirem de repente, deixando ela e a
prima, Letícia, sozinhas ali na piscina.
Mais tarde, quando esfriou, elas decidiram voltar ao churrasco. Quando chegaram, a
mãe de Laura avisou:
- Filha, queríamos cantar o “Parabéns” aqui, mas o bolo está lá em cima, no
apartamento, por isso fizemos uma tortinha só para cantar.
Havia, sobre a mesa próxima à churrasqueira, apenas uma tortinha num pratinho, feita
só de chantili e confeito colorido.
O “Parabéns” começou, e o tio, Fred, ligou a câmera e se juntou ao resto da família para
comemorar.
A coitada da aniversariante cantava, pulava e batia palminhas, alegre, até o tio dizer:
- Laura, olha aqui! Dá um sorriso!
De má vontade, ela sorriu e, quando se virou... Bloft! Sem dó nem piedade, o primo
enfiou a torta na cara dela.
Depois de tirar a torta da cara, ela viu, em outra mesa, mais tortas como aquela para
uma bela guerra de tortas decoradas. Foi chantili para todos os lados, gente jogando tortas
um na cara do outro, gente rindo e muita diversão.
Não perguntem o que os faxineiros pensaram daquilo ou o que o porteiro pensou
quando viu todos através da câmera do elevador, mas, para Laura, esse fato passou, sem
dúvida, longe de ser o pior aniversário do mundo.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O CORAÇÃO
Maria Vitória Pascotto
28
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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Eu tinha 16 anos quando soube que teria que operar o coração, pois tinha nascido com
válvula bicúspide.
Operei no HCOR e correu tudo bem. Fiquei 20 dias no hospital e já fui liberado para ir
para casa.
Depois de um mês, fui fazer um exame de rotina e foi detectado que a válvula que eu
colocara estava se desprendendo do meu coração. No mesmo dia, já me internaram para
outra cirurgia.
Quando a minha cirurgia acabou, eu voltei para o quarto. Minha mãe me contou que
os médicos falaram que, quando abriram o peito para ver meu coração, ele estava com
pus, pois tinha infeccionado.
Depois de dez dias no hospital, disseram-me que eu teria que fazer outra cirurgia
porque, durante a noite, o meu coração bateu muito fraco. Então eu tive que colocar o
marca-passo. Fiquei 42 dias no hospital. Hoje, estou bem e sigo minha vida sem nenhum
problema.
8os Anos
o
8
Diário pessoal, narrativas policiais e cenas do
cotidiano de uma grande cidade compõem a produção
textual do 8º ano. Em alguns textos, um interlocutor
silencioso, o diário, aparece como o amigo a quem se contam os
segredos mais íntimos. Em outros, o suspense e o crime são os
elementos-chave. Alguns picolés roubados também podem
desencadear narrativas em que o cotidiano de uma metrópole vem à tona através
de textos que exploram as possibilidades criativas da palavra.
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
PICOLÉS SAGRADOS
Ana Cláudia Bérgamo
Um padre, um policial e um motoboy enxotaram algumas crianças que tentavam
roubar os picolés que um pequeno vendedor deixara cair ao tropeçar. Os três ajudaram o
garoto a recuperar os sorvetes. De repente, o policial perguntou ao menino:
- Garoto, o que houve? Por que estava com esta caixa de isopor cheia de picolés? Por
acaso você não ia vendê-los, ia?
- Sabia que trabalho infantil é crime, meu jovem? – completou o motoboy.
- E, além de ser crime, é um pecado grave!- lembrou o padre. – Vamos ter que
conversar com seus pais ou responsáveis.
O garoto ficou assustado.
- Peço desculpas pelo que aconteceu, mas os picolés são da vendinha do meu tio. Esses
picolés são sagrados para a sobrevivência do mercadinho, mas acho que já não posso
mais vendê-los, pois estão começando a derreter. Tenho que ir! – despediu-se o garoto.
E, assim, ele foi embora com destino à venda do tio.
- Bom, já que tudo isso acabou, vou chupar um picolé. Vocês querem um também? –
perguntou o motoboy.
O padre e o policial olharam de cara feia para o motoboy, que havia pegado alguns
picolés durante a confusão.
A MORTE SE ESCONDE NA ESCURIDÃO
Luiza Ribeiro
Aquela madrugada, que pensei ser a melhor da minha vida, foi, na verdade, a pior.
Tudo começou quando Liz e Pati, minhas melhores amigas, me convidaram para
passar a noite na casa delas. Quando cheguei, elas me apresentaram Annie, uma jovem
alta e desengonçada que era a vizinha de ambas.
Quando nos aprontávamos para dormir, a luz apagou. Não havia nada além
de escuridão. Liz deu a ideia de irmos até a despensa pegar umas velas.
Quando lá chegamos, a porta se fechou atrás de nós, deixando-nos trancadas
e no escuro. Decidimos, então, que era hora de dormir.
Ficamos encolhidas em um canto e acabamos adormecendo.
Fui despertada por dois policiais arrombando a porta.
Quando eles entraram, olharam para meus pés. Só então vi os corpos de Liz
e Annie caídos no chão.
Fui presa, e até hoje acham que eu as matei. Mas sei que não fui eu, pois
naquela noite ouvi Pati deixar algo metálico cair no chão. Ainda me
pergunto onde estará ela e se será a verdadeira assassina.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O PREÇO QUE SE PAGA POR NÃO LEVAR A VIDA A SÉRIO
Julia Kaori Nakakura
São Paulo, 15 de junho de 2012
Querido diário, ultimamente meus dias têm sido muito estranhos...Olho para as
pessoas e parece que já as conheço de algum lugar, com se fosse um deja vu...
Lembro que, no dia dois de junho, há duas semanas, fui a uma festa onde meus amigos
e eu nos divertimos muito, mas “acordei” somente no dia sete em um hospital. Esquisito,
não?
Minha mãe diz que essas pessoas que eu penso conhecer são meus amigos, aqueles
que foram à festa comigo.
O fato de eu ter acordado no hospital foi sinistro, principalmente por ninguém me
dizer o que aconteceu. Parece que querem esconder algo de mim, sabe? Por enquanto,
estou levando “numa boa”, mas todas as noites, antes de dormir, passam flashbacks na
minha cabeça. Neles, eu estou andando bêbada pela rua, junto com meus amigos, e sou
atropelada. Será que eu fui mesmo atropelada? Será, diário, que entrei em coma e perdi
parcialmente a memória?
São Paulo, 23 de junho de 2012
Olá, querido diário, tudo bem? Não escrevi mais em você porque meus amigos e
familiares estão me contando o que aconteceu na noite de dois de junho. Eu fui
atropelada não porque estava bêbada, mas porque, na hora de atravessar a rua, não
atravessei na faixa e não vi que um carro com pessoas bêbadas vinha na minha direção.
O que importa é que agora eu já sei tudo, e minha vida está, aos poucos, voltando ao
normal. Eu poderia ter perdido minha vida ao atravessar fora da faixa de pedestres.
Portanto, se alguém um dia ler isto, lembre-se de não “brincar” ao atravessar a rua, pois a
“brincadeira” pode custar caro.
O pobre menino que vendia picolés não via mais saída: estava todo
machucado e sendo roubado por um bando de moleques. Só
que, de repente, chegou um motoboy buzinando e gritando:
- O que está acontecendo aí, molecada?
O menino olhou para cima e ficou cheio de esperança, talvez esse
homem pudesse ajudá-lo. Mas o motoboy, quando viu que tinha sorvete
“grátis”, não pensou duas vezes: pegou um picolé do chão e começou a
chupá-lo.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
A CONFUSÃO
Nathalya Carneiro
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Um policial que fazia a ronda viu toda aquela confusão e resolveu interferir, mas,
quando viu a situação, foi logo tirando suas próprias conclusões: achou que o menino
pobre estava roubando as outras crianças. Só que havia um padre assistindo à cena e
percebendo a injustiça que o policial ia cometer. Então correu para o guarda e disse:
- Está cometendo um grande erro. Esse menino não fez nada, o senhor está enganado!
- O senhor está dizendo que eu não sei fazer o meu trabalho?! - disse o policial,
enraivecido.
E foi aí que a gritaria começou. O padre defendia, o policial acusava, as crianças
gritavam, o motoboy se calava e o pobre vendedor de picolés, que não tinha culpa de
nada, ficou lá, parado, pensando no que ele fizera para merecer aquilo.
ESCREVER AJUDA A RELEMBRAR
Ananda Ferreira
São Paulo, 13 de março de 2013
Caro diário
Estou escrevendo para tentar lembrar claramente o que aconteceu hoje. Pela manhã,
passei por uma cirurgia e ninguém pode entrar no meu quarto. Então vou tentar me
lembrar de tudo sozinha. Foi um acidente de...carro! Lembrei que era um carro. Era dia
10, de acordo com os médicos, que disseram que eu estou aqui há três dias. Lembro que,
antes do acidente, estava indo para um lugar pela autoestrada...Acho que eu ia para a casa
de minha avó, porque é o único lugar ao qual eu vou pela autoestrada. Estava junto com a
minha família? Sim! Lembro que meu pai dirigia e meu irmão ia ao seu lado. Minha mãe,
minha irmãzinha e eu estávamos no banco de trás. A viagem estava indo bem até pararmos
em um determinado lugar...
É aí que minha memória para de vez...No caminho da casa de minha avó, há um posto
de gasolina, mas é pouco provável que meu pai tenha parado lá, pois ele sempre abastece
o caro antes de sair, uma lanchonete de caminhoneiros, na qual nunca paramos, e...o
Frango Assado! Todos os fatos se encaixavam! Estávamos indo à casa de
minha avó quando minha mãe, como de costume, pediu para parar para ir ao
banheiro. Meus irmãos foram com meu pai até a banca de jornal, e eu fiquei
no carro, pois não gosto daquele lugar. Foi aí que um carro
veio com tudo e bateu na porta do lado em que eu estava
sentada!Meus pais e irmãos devem estar lá fora esperando para
entrar. Que alívio, eles estão vivos!
Escrever em você, diário, sempre me ajuda! Agora, vou esperar até
liberarem a entrada de minha família.
Obrigada, diário, e boa noite!
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
SEM MEMÓRIA
Maísa Takano
São Paulo, 13 de março de 2013
Querido diário
Não me lembro de nada que aconteceu ontem. Só sei que acordei no hospital! Os
médicos disseram que eu iria recuperar a memória rapidamente, porém aos poucos. Algo
me diz que alguma coisa importante aconteceu ontem.
Eu me lembro vagamente de ter ido ao parque depois da escola. Era o aniversário de
uma amiga, por isso fomos todas juntas passear, agora eu lembro! Houve uma hora em
que eu caí da escada perto da entrada. É, disseram que eu caí de cabeça. Havia até uma
parte dela que estava sem cabelos, a parte de cima, e vários cortes doloridos.
Algum garoto bobo me empurrou, mas quem foi? O único garoto lá era o irmão da
aniversariante. Foi ele!!
Não se preocupe, querido diário, eu vou ficar bem! Afinal, eu tenho meus pais, minhas
amigas e você para me apoiar. Além disso, poderei sair do hospital daqui a alguns dias. Os
médicos e as enfermeiras são muito gentis e prestativos.
Terei bastante tempo para falar com você, mas agora eu vou encerrando esta página.
Hora do almoço!
Era uma tarde ensolarada, pássaros cantavam por todos os lados. Parecia ser um dia
lindo, mas não foi bem assim...
Tudo começou quando Pedro, um garoto simples do campo, saiu para trabalhar na
cidade. Ele tinha dez ou onze anos, mas, mesmo sendo tão jovem, já era obrigado a
trabalhar devido ao fato de seus pais precisarem de ajuda financeira.
Então, lá estava ele começando mais um dia de sua vida, andando com uma
caixa cheia de picolés no ombro, enquanto atravessava uma movimentada
praça. De repente, um carro passou rapidamente e o assustou, fazendo com
que tropeçasse e caísse junto com seus picolés. Parecia ser o
fim! Voltaria para casa sem nenhum centavo. Para piorar
ainda mais a situação, apareceram quatro meninos querendo se
apossar dos picolés. Uma discussão teve início.
- Não, por favor! Não peguem esses picolés, são a minha única fonte de
dinheiro!
- Isso não importa! Não iríamos perder a chance de chupar estes
picolés de graça! – disse um deles.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
UM DIA FELIZ
Amanda Miki Arimura
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Por sorte apareceram um padre e um motoboy.
- Peço, por gentileza, que devolvam esses sorvetes para este pobre menino – disse o
padre calmamente.
- É isso mesmo, moleques, devolvam já, ou eu chamarei o policial – gritou furioso o
motoboy.
Tamanho foi o barulho feito pelo homem que o policial se aproximou e acabou com
toda a discussão. Conversou educadamente com todos os meninos, que concordaram em
pagar o prejuízo para Pedro. Este ficou tão agradecido e feliz que voltou para casa não
apenas com o dinheiro, mas também com um grande sorriso no rosto, como o de uma
criança feliz e livre de qualquer preocupação.
No final das contas, o dia não foi tão ruim quanto parecera ser.
O SONHO QUE VIROU PESADELO
Lucas Toshio Ito
São Paulo, 13 de março de 2013
Meu diário, hoje estou começando a me lembrar de algumas coisas que aconteceram
comigo e também lembrei que eu escrevia em você! Mas há algumas lembranças que eu
queria ter esquecido.
Uma delas aconteceu há cinco anos. Eu estava fazendo um piquenique com toda
minha família sob um sol infernal, mas, mesmo assim, estávamos nos divertindo.
Falávamos sobre sonhos que tínhamos para o futuro, jogávamos futebol, contávamos
histórias, comíamos. Às vezes, discutíamos, mas sempre acabávamos nos entendendo
Mas naquele dia, infelizmente, alguns bandidos que estavam fugindo da polícia foram
se esconder no parque em que estávamos, e ficamos no meio do fogo cruzado. Depois
disso, não me lembrava de mais nada.
Quando acordei, estava em uma cama de hospital sem me lembrar de nada. Com o
tempo, fui me lembrando de alguns fatos e descobrindo que estivera em coma por cinco
anos após ter levado um tiro. Descobri, também, que quase todos que
estavam comigo naquele piquenique haviam morrido.
Você entendeu, agora, por que certas lembranças eu teria preferido
esquecer? Agora, você é meu único amigo. Boa noite, amigo
diário.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
35
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
UM NOVO AMIGO
Larissa Cintra Gaspar
NARIZ FORA DO LUGAR
Mauricio Devincentis Silva
São Paulo, 13 de março de 2013
Olá, Diário, me desculpe por ficar muito tempo sem falar com você.
Hoje, vou lhe contar a história de quando eu desloquei meu nariz.
Eu tinha sete anos, era dia 14 de outubro e lá estava eu, no intervalo de
minha antiga escola, junto aos meus amigos, em uma mesa. Nós
acabamos de comer e fomos brincar.
36
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Certo dia, durante uma de minhas caminhadas matinais, vi um policial correndo atrás
de alguns meninos que pegaram os picolés de um pequeno vendedor. O garoto, que
carregava uma sacola de isopor lotada de sorvetes, tropeçara e sua mercadoria se
espalhou pelo chão. Alguns moleques que estavam por perto, ao verem a cena,
aproveitaram-se da situação e pegaram os picolés que estavam espalhados pela rua. Após
serem capturados pelo policial, levaram uma bela bronca dada por um padre que passava
pelo local e foram embora. O menino que vendia os picolés, que continuava no chão com
os joelhos ralados, foi socorrido por um motoboy.
- Garoto, você se machucou muito? Quer ajuda? Não se preocupe, o policial já
recolheu os picolés.
- Nossa, muito obrigado! Eu não sei o que meu pai faria se eu não voltasse com o
dinheiro da venda dos picolés! – o garoto respondeu ainda assustado.
- Bem, agora você já está melhor. Quer ajuda para ir para casa? – perguntou o policial,
aproximando-se do motoboy e do menino que já havia se levantado.
- Eu aceito sim! – disse o menino abrindo um sorriso. – Aliás, muito obrigado!
- Que é isso, só estou fazendo o meu trabalho. Vamos? – disse o policial também
sorrindo e caminhando até a viatura.
- Claro! – respondeu o garoto dando um breve aceno para o motoboy, que já subira na
moto, e para o padre, que continuou seu caminho rumo à igreja.
O caminho até a casa do garoto foi tranquilo. Ele e o policial conversaram e riram
muito. Quando o menino ia descer da viatura, o policial o chamou e perguntou:
- Ei, garoto, qual é o seu nome mesmo?
- É Henrique.
- Bem, Henrique, me vê um picolé de morango?
- Mas é claro! – disse Henrique, enquanto pegava o picolé e o dava de bom grado ao
policial como forma de agradecimento.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Como havia chovido naquele dia, o chão estava molhado. Nós subimos em uma mesa
para brincar, porém, naquele momento, eu escorreguei e bati meu rosto em um banco de
concreto. Lembro que, ao levantar, não enxergava direito, pois estava tonto.
Depois que levantei, vi que tinha cortado a sobrancelha e que estava sangrando muito.
Uma professora me levou ao banheiro e começou a lavar o meu rosto. A seguir, me levou
para a sala dos professores, onde esperei minha mãe.
Ela chegou e me levou ao hospital. Levei sete pontos na sobrancelha e, em seguida,
tive que ir ao médico para ver como estava meu nariz. Ele disse que eu o havia deslocado e
que não seria necessária uma cirurgia, pois meu nariz, com o tempo, voltaria ao normal.
No dia seguinte, faltei na escola e fiquei em casa repousando.
Essa é a história, Diário, e, por hoje, é só isso, Tchau!!
MEU SALVADOR
Gustavo Misawa Hama
São Paulo, 10 de março de 2013
Querido Diário
Hoje, eu acordei em um hospital e não me lembro do que aconteceu. Falaram que eu
sofri um acidente, mas ninguém sabe o que aconteceu. Espero melhorar logo.
São Paulo, 11 de março de 2013
Querido Diário
Recebi alta do hospital hoje de manhã. Estou começando a lembrar algumas coisas.
Estava voltando para casa quando duas pessoas me abordaram: um estava com uma faca, e
o outro, com um revólver. Depois disso, não lembro o que aconteceu.
São Paulo, 12 de março de 2013
Querido Diário
Hoje estou muito feliz, pois consegui lembrar quase tudo! Depois que as duas pessoas
me abordaram, eu falei que não tinha nada de valor, mas, mesmo assim, quiseram que eu
entregasse a mochila. Disse que não poderia entregá-la, pois estava cheia de
trabalhos escolares e livros. Eles se irritaram e um deles me deu uma
coronhada na cabeça, por isso perdi a memória. Estava para desmaiar
quando veio um policial e me salvou. Não consegui
agradecer-lhe, pois desmaiei antes.
São Paulo, 13 de março de 2013
Querido Diário
Hoje, conheci meu salvador. Fui até a delegacia e lhe agradeci muito!
Espero que existam muitas pessoas tão boas quanto ele. Você acha que
existem, Diário?
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
AINDA EXISTE GENTILEZA
Thaly Tamura
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
João é um menino muito pobre e mora numa casa bem humilde. Para ajudar a sua
família, vende sorvetes em semáforos.
Certo dia, ele estava atravessando uma praça bem movimentada com uma caixa de
isopor cheia de sorvetes. Ele olhava o movimento e acabou não prestando atenção onde
pisava. Em consequência, tropeçou e deixou cair a caixa com os sorvetes, os quais se
espalharam pelo chão.
João ficou desesperado e se levantou rapidamente para recolher os sorvetes, porém
alguns garotos mais velhos apareceram. Um deles disse:
- Belos sorvetes! Seria uma pena se nós não os pegássemos.
Os garotos pegaram os sorvetes e encheram os bolsos. João brigava com eles a fim de
conseguir sua mercadoria de volta. De repente, ouviu alguém gritando:
- Ei, parem já com isso!
Quando viu, era um policial que estava correndo na direção dos garotos que roubaram
os sorvetes. João ficou aliviado.
Os garotos saíram correndo, deixando os sorvetes para trás. O menino recolheu a
mercadoria com a ajuda do policial e de mais duas pessoas: um padre e um motoboy.
- Pronto, menino. Aqui estão os seus sorvetes - disse o motoboy, entregando-lhe a
caixa de isopor como estava antes de cair.
- Tome mais cuidado - alertou o padre.
- Obrigado - disse João seguindo o seu caminho.
Ele ficou muito feliz pelo fato de três pessoas o terem ajudado. “Parece que ainda
existe gentileza em algumas pessoas”, pensou.
9os Anos
o
9
Ao lado de textos narrativos que relatam, com
humor, descobertas da infância e da adolescência e mal
entendidos provocados por homônimos, a produção
textual do 9º ano apresenta narrativas inspiradas no clássico
personagem Conde Drácula, retomando os conceitos de narrativa
fantástica e apreendendo as características básicas das narrativas de terror.
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A GOTEIRA PAROU
Guilherme Matunaga
Vlad chegou ao Brasil nos últimos anos do século XVIII, algum tempo depois do
apogeu da corrida ao ouro nas Minas gerais. Enquanto seus companheiros faiscavam
sonhos dourados de ambição, tudo o que ele queria era distância do resto da civilização.
Ninguém sabia sua origem, nem sequer o idioma que ele falava. Era alto, magro e vestia-se
com uma capa pesada, de grande capuz, que lhe protegia o rosto contra os reflexos do sol.
Vindos da Europa em uma embarcação clandestina, todos os tripulantes, inclusive
Vlad, haviam combinado, ao entrar no navio, que iriam morar juntos em uma mansão
próxima às minas de ouro.
Quando chegaram à mansão, quase todos se reuniram para organizar grupos de
quatro pessoas que ocupariam o mesmo quarto.
Quase todos.
O misterioso Vlad já havia se acomodado no terceiro e último andar da mansão. O
tamanho do quarto por ele escolhido era proporcional à quantidade de sujeira, ratos e
morcegos ali existentes, fazendo com que ninguém reclamasse da escolha.
Com o tempo, o maior passatempo dos mineiros tornou-se contemplar as
estonteantes mulheres que entravam na mansão para irem ao encontro de Vlad em seu
quarto. Misteriosamente, elas nunca eram vistas indo embora.
Porém, por mais tranquila que fosse a convivência com o estranho homem, já fazia três
meses que ele não pagava sua parte do aluguel da mansão. Miguel, um dos mineiros,
resolveu, então, cobrar o aluguel de Vlad.
Depois de subir as velhas escadas que rangiam como almas agonizantes sob seus pés,
o mineiro chegou ao último andar. Mesmo com todas as janelas abertas, até o vento
entrava lentamente no local, como se estivesse com medo de algo. O barulho de uma
goteira ecoava por todo o lugar. A penumbra se misturava aos ratos, que por mais
selvagens que fossem, encontravam-se totalmente paralisados, como se estivessem à
espera da próxima refeição.
Miguel, destemido, ignorava toda a atmosfera sufocante e repulsiva do
local, quando tropeçou em algo. De repente, vários corpos caíram sobre ele.
Corpos de lindas mulheres. Então, uma respiração em
harmonia com o ranger das janelas e com o som da goteira foi
ouvida. Havia um cheiro no ar. Cheiro de sangue.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
PACIENTE ERRADO
Leonardo de Carvalho Porta
João da Silva Santos foi internado, pois estava com uma inflamação no dedão do pé
esquerdo. Ao cortar a unha, sem querer machucara-se com o alicate.
A preocupação da família era grande, pois João tinha 85 anos e sofria de diabetes. Ele
teria que passar por uma cirurgia simples que levaria, no máximo, dez minutos, a fim de
estancar o sangramento.
O enfermeiro entrou no quarto de João, que já tinha adormecido devido à demora, e
injetou a anestesia na veia do paciente
Seu João só foi acordar quando ouviu um tumulto em seu quarto. Quando despertou
completamente, o médico lhe explicou que haviam trocado os nomes dos pacientes. Em
consequência, ele, João da Silva Santos, havia passado por uma cirurgia de transplante do
coração e não por uma simples cirurgia no dedão do pé esquerdo.
Com o seu João nada de mais grave aconteceu, pois seu coração já era velho e um
transplante foi até bom para ele, que ficou com um coração novinho em folha. Já para o
outro João da Silva Santos, um jovem de 22 anos que estava no estágio mais avançado da
doença de Chagas, uma simples cirurgia no dedão do pé não o salvou da morte.
Vlad chegou ao Brasil nos últimos anos do século XVIII, algum tempo depois do
apogeu da corrida ao ouro nas Minas gerais. Enquanto seus companheiros faiscavam
sonhos dourados de ambição, tudo o que ele queria era distância do resto da civilização.
Ninguém sabia sua origem, nem sequer o idioma que ele falava. Era alto, magro e vestia-se
com uma capa pesada, de grande capuz, que lhe protegia o rosto contra os reflexos do sol.
As pessoas daquela cidadezinha ouviam falar desse tal Vlad, mas as poucas que o
haviam visto evitavam o assunto. A aparência sombria, diferente e fria inspirava
medo em qualquer ser vivo.
Ultimamente, Vlad, que era conde, mantinha-se longe da cidade,
satisfazendo sua sede de sangue na floresta, onde “caçava”
alguns lenhadores, de cujas mortes a cidade não desconfiava.
Aquele dia, porém, o conde resolveu saciar sua vontade na
cidade.
Esperou o relógio bater meia-noite e escalou um muro para visualizar
melhor alguma possível vítima. Sentiu o cheiro de uma jovem mulher e a
viu dobrando a esquina.
44
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
NA HORA DA MORTE
Cláudia Aquaroli
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Como se fosse uma águia, saltou do prédio e pulou sobre o telhado de algumas casas,
escondendo-se numa rua sem saída, por onde a jovem passaria, sem fazer ruído algum.
O conde podia sentir a respiração da moça e o palpitar daquele coraçãozinho
delicioso; podia sentir o forte cheiro de seu sangue e do perfume que ela usava.
A jovem foi se aproximando da rua sem saída. O conde, ouvindo seus passos, já
arquitetara seu plano. Os batimentos cardíacos da jovem aumentaram. Ela sentia a
presença de alguém ali, mas ignorou sua intuição e seguiu em frente.
O conde agiu rápido e atacou a jovem como se fosse um leão faminto. O coração dela
já não batia mais e em seu corpo não havia mais nenhum vestígio de sangue.
Definitivamente, sua alma abandonara o corpo levando a horrível lembrança daqueles
olhos fundos, negros e mortos, famintos por cada gota do sangue quente de seu corpo.
MEU DIA DE AZAR
Natália Morita
Meu nome é José Carlos Almeida. Tenho 29 anos, sou bancário, moro na temida e
movimentada capital do estado de São Paulo e tenho que dizer que, definitivamente,
aquele não era meu dia.
Para começar, acordei 20 minutos atrasado para o trabalho, me arrumei correndo e
entrei no carro. Como moro em uma avenida muito movimentada, já na porta de casa o
trânsito estava muito lento. Fiz de tudo para chegar o quanto antes, mas o máximo que
consegui foi levar uma bronca do meu chefe junto com uma pilha de problemas para
resolver.
No final da tarde, estava exausto. Havia solucionado grande parte dos problemas e
merecia descansar. Peguei meu carro na hora do rush, como de costume, e resolvi ir para
casa por dentro dos bairros para escapar dos congestionamentos das grandes avenidas.
Durante o trajeto, uma viatura da Polícia Militar mandou-me encostar o carro e descer,
pois estava procurando um assassino. Um dos policiais pediu minha carteira de
habilitação e, assim que eu a entreguei, perguntou se aquele era meu nome. Eu
assenti. Então ele chamou seu colega de viatura e me prendeu, pois disse que
eu era o assassino José Carlos Almeida, o qual rondava a região à procura de
novas vítimas.
Tentei me explicar dizendo que era um homem honesto,
que não havia cometido crime algum e que aquilo era um engano,
mas os policiais não me deram atenção e me levaram mesmo assim.
Agora, cá estou eu, no presídio, lutando pela liberdade que me foi
tomada injustamente.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
QUASE HOMEM
Natália Fujita e Silva
QUEM É VOCÊ?
Gabriela Giacon
Em uma terça-feira qualquer, James se preparava para
buscar Cedrico, a quem não conhecia ainda, no aeroporto.
Após dois anos de intercâmbio no Brasil, ele retornaria ao Japão.
James chegou ao saguão de espera do aeroporto segurando uma placa
com o nome do rapaz. E ele apareceu. Diferente do esperado, era um rapaz
loiro, alto, forte, pele clara: parecia um alemão. James pensou que ele
poderia ser filho adotivo.
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Esse barulho todo é o Nilo chegando. Jogou os livros e cadernos no sofá e gritou para a
mãe que queria comer.
- Como se eu não soubesse- disse ela, mas, primeiro, ó - apontou para os livros no sofáe depois ó - lavar as mãos.
- É pra já - disse ele. Pegou os livros, levou-os para o quarto e voltou correndo. E
enquanto enxugava as mãos se olhando no espelho da pia, gritou para a cozinha:
- Mãe, tenho uma novidade.
- Boa ou ruim?- a mãe gritou em resposta.
- Boa! Já sou quase um homem- o menino disse, sentando-se para almoçar enquanto
exibia um sorriso cheio de orgulho no rosto.
- Como assim, meu filho?- a mãe perguntou franzindo a testa e encarando-o.
- Está vendo este pelo?- disse, apontando para um pequeno fio no canto da bochechaÉ barba!- ele exclamou.
Após ouvir aquilo, a mãe sentou-se ao lado do filho e pegou sua mão, olhando-o com
ternura.
- Querido, acredite no que a mamãe vai lhe dizer. Isso ainda não é barba.
O sorriso do menino se desmanchou.
- Você só tem oito anos. Não tenha pressa para crescer. Dê tempo ao tempo, OK?
Ele fez que sim com a cabeça.
- Não fique assim. Quero ver aquele sorriso lindo de novo!- disse a mãe, cutucando a
barriga de Nilo e fazendo-o rir.
- Vamos almoçar?
Ele fez que sim e abriu um largo sorriso, dessa vez carregado de orgulho, porque, para
ele, sua mãe era a melhor do mundo.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
- Você é o meu motorista? - perguntou o rapaz.
- Mordomo, senhor - corrigiu James.
- Tanto faz. Leve-me para casa - ordenou Cedrico.
No carro, o silêncio pairava no ar. Chegando em casa...
- Quem é você? - indagou a senhora Koiochi, fazendo James se preocupar.
- Cedrico, prazer - ele se apresentou.
- James, este não é o meu filho!!!
- Mas...hã...é...- gaguejou James.
- Vocês procuram Cedrico Koiochi? - perguntou o alemão.
- Sim, você o viu? - perguntou o senhor Koiochi.
- Bom, deixe-me ver a passagem...Opa, nos confundiram no aeroporto. Agora ele deve
estar na Alemanha. Eu o conheci no aeroporto e...
- Ai gemeu a senhora Koiochi.
- Meu...- balbuciou James.
- Deus! – terminou o senhor Koiochi.
- E a festa? – perguntou uma das 50 pessoas que esperavam pelo Cedrico certo.
- Acabou, oras!
CONFEITARIA EQUIVOCADA
Carolina Siciliano
Tudo aconteceu no dia do aniversário de meu pai, Jaime. A família inteira corria de um
lado para o outro para organizar uma festa-surpresa de aniversário, e eu, como sempre,
fiquei encarregada de encomendar e buscar o bolo na confeitaria que ficava a poucos
metros de casa.
Um pouco antes da festa, fui correndo à confeitaria para pegar o bolo que
encomendara, pois logo papai estaria em casa e eu jamais me perdoaria se chegasse
atrasada com o bolo.
Na hora do “Parabéns a você”, todos estavam animados, afinal tudo havia
corrido como o planejado. Até que abrimos a caixa do bolo e vimos que nele
estava escrito, com letras grandes e redondas, “Boa viagem, Jaime”. Quando
vi o bolo, minha vontade foi de sumir. Que ódio!!
No mesmo instante, fui novamente à confeitaria e
expliquei toda a história para o dono. Supus que o tal Jaime viajante
havia levado o bolo de aniversário do meu pai, que também se chama Jaime.
O dono da confeitaria telefonou imediatamente para Jaime que chegou
rápido ao local e trocou o bolo. Voltei para casa, dessa vez com o bolo certo.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
VLAD NO BRASIL
Isabela Izumi Terada
48
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Vlad chegou ao Brasil nos últimos anos do século XVIII, algum tempo depois do
apogeu da corrida ao ouro nas Minas gerais. Enquanto seus companheiros faiscavam
sonhos dourados de ambição, tudo o que ele queria era distância do resto da civilização.
Ninguém sabia sua origem, nem sequer o idioma que ele falava. Era alto, magro e vestia-se
com uma capa pesada, de grande capuz, que lhe protegia o rosto contra os reflexos do sol.
No Brasil, já na cidade de São Paulo, Vlad dividia a casa onde morava com um homem
chamado José Luís da Silva. Este acabara de chegar de Minas Gerais e estava à procura de
emprego, por isso saía cedo de casa, muito esperançoso, e voltava tarde, exausto e
decepcionado.
O lugar em que Vlad e José Luís moravam era um antigo casarão abandonado cheio de
móveis antigos. Vlad se sentia em casa, mas José Luís mal conseguia dormir naquele lugar.
Certa noite, José luís ouviu sons que não o deixavam dormir. Curioso e assustado,
resolveu investigá-los. Nunca havia andado pelos corredores do casarão à noite, pois tinha
medo de fantasmas, do saci e até da bela sereia Iara.
Os sons que José Luís ouvia vinham do quarto de Vlad. O jovem, assustado, bateu na
porta várias vezes sem obter resposta. Certa vez, Vlad lhe dissera com um forte sotaque
estrangeiro:
- José, não poder entrar em quarto de Vlad; ser perigoso.
O rapaz não sabia o que fazer. Poderia deixar aquilo de lado e voltar a dormir, mas a
preocupação com o misterioso companheiro era maior. No instante em que José Luís
abriu a porta, as velhas janelas de madeira se fecharam, deixando o quarto imerso em uma
terrível escuridão. Ele ouviu uma voz familiar dizendo:
- Eu dizer para não entrar no quarto. Agora ser tarde demais.
No dia seguinte, Vlad estava no porto de Santos, à espera de um navio que o levaria de
volta à Transilvânia, satisfeito com o “banquete” que José Luís lhe proporcionara.
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A TROCA
Leila Mayumi Diniz Andersen
André era um bom e esforçado aluno, mas a língua inglesa era um terrível problema
para ele. Para o pai- um homem rico que vivia em uma casa que não negava a situação
financeira da família- a solução foi enviá-lo para morar com a tia Sara, em Los Angeles, por
seis meses.
No bairro em que André morava, só se falava do “Riquinho da BMW” que ia para os
Estados Unidos. O ano era 1993, e esse tipo de extravagância, na época, realmente era
exclusividade dos mais afortunados.
Mais alguns meses se passaram e André estava finalmente em Los Angeles. O garoto
desembarcou confuso, mas seguiu em frente. André nunca tinha visto a tia, por isso não
sabia como ela era. O pai a descreveu como loira e nada mais. Ao ver uma moça alta,
esbelta e loira segurando uma folha de papel com o nome “André”, só pôde pensar que era
a tia. Foi até ela e a cumprimentou com um belo e brasileiro “Oi” que foi respondido com
um tímido e americano “Hi”.
André não entendeu. Sabia que a tia era brasileira e que vivera em Minas Gerais por 17
anos. Ela, com certeza, sabia falar português.
- You must be ... André, right?
O garoto só entendeu seu nome e respondeu com um descarado “Yes”.
“Acho que entendi tudo! Só devo falar inglês”, pensou. Mas, depois de dois meses, a
brincadeira perdeu a graça que nunca tivera. André queria falar com o pai.
No Brasil, o caso já era notícia de jornal, pois a verdadeira tia Sara não sabia nada sobre
ele. Felizmente, a notícia chegou aos Estados Unidos e a moça alta, esbelta e loira, que
também se chamava Sara, leu-a e contou, através de mímicas, para André, que voltou ao
Brasil.
O que aconteceu afinal? A Sara esbelta e loira esperava um estudante de intercâmbio,
um brasileiro chamado André. O “nosso” André a viu e se confundiu, como a moça. Sem
muitos recursos tecnológicos, ninguém conseguiu se comunicar com
ninguém.
Depois de tanta confusão, André percebeu que era hora de decorar o
endereço de sua casa!
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
49
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O EQUÍVOCO DOS HOMÔNIMOS
Caroline Katsuda
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Meu nome é José e estou viajando para conhecer mais sobre o Brasil, um país recente
nas mídias e em crescimento estrondoso. Explicarei o porquê de minha visita inesperada.
Sou brasileiro, porém moro em Nova Iorque há dez anos. Trabalho como jornalista do
“The New York Times”. Recentemente, meu chefe pediu-me uma matéria sobre um país
em evidência. Pensei: “Existe país melhor que o Brasil, meu país de origem, para eu
escrever a matéria?”
Sendo assim, ao desembarcar na barulhenta e lotada cidade de São Paulo, avistei um
homem alto e bem vestido que perguntou meu nome. Dada a informação, presumi que
fosse um funcionário do jornal em que trabalho encarregado de me levar até meu destino.
Assim, acompanhei-o.
O simpático homem se apresentou como Carlos e me levou até a família que me
hospedaria e contaria novidades e curiosidades sobre o Brasil. Porém, ao chegar à suposta
casa, estranhei o fato de as várias pessoas ao meu redor serem japonesas e não se
parecerem com a minha família brasileira. Achei que estivessem comemorando algo,
talvez a visita de um parente. De certa forma, era bom me sentir “em casa”, mas duvidei
que aquela fosse minha família, que, inclusive, falava japonês, idioma o qual não domino.
Chamei Carlos e expliquei-lhe o equívoco. Ele entendeu o erro que cometera e, na
mesma hora, retornamos ao aeroporto. Com dificuldade, encontramos o tal japonês cujo
nome também era José. Assim, concluímos que Carlos confundira os “Josés” e me levara
para o destino errado.
Expliquei-lhe, em poucas palavras, o fato ocorrido. José compreendeu e, inclusive,
convidou-me para sua festa-surpresa. Já que sua mulher era brasileira e jornalista também,
quis que eu me hospedasse em sua casa para que ela pudesse me dar mais informações
sobre o Brasil, que, a priori, mostrou-se um lugar um tanto atrapalhado.
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
VIROU UM HOMEM
Larissa Defini de Campos
Esse barulho todo é o Nilo chegando. Jogou os livros e cadernos no sofá e gritou para a
mãe que queria comer.
- Como se eu não soubesse- disse ela- mas, primeiro, ó- apontou para os livros no sofáe depois ó: lavar as mãos.
- É pra já. - disse ele. Pegou os livros, levou-os para o quarto e voltou correndo. E
enquanto enxugava as mãos se olhando no espelho da pia, gritou para a cozinha:
- Mãe, tenho uma novidade.
A mãe de Nilo foi até o banheiro e perguntou:
- Que novidade é essa, menino?
O rapaz, cheio de orgulho, estufou o peito e respondeu:
- Virei homem!
A mãe olhou-o confusa, pois não tinha entendido o comentário.
- Ô minha mãe, a senhora não está vendo a minha barba não?
Ela abriu os olhos e encarou o filho de perto.
- Meu Deus, meu menininho virou um homem! - ela o abraçou forte - Devemos contar
para seu pai assim que ele chegar do trabalho. Agora venha almoçar.
Depois do almoço, o garoto voltou para o espelho do banheiro a fim de admirar sua
barba. De repente, ele escutou o barulho de chaves na porta de entrada.
- Paaaaai!!!
Nilo saiu correndo do banheiro e foi até o pai que estava com cara de assustado.
- Pai, olha! Eu tenho barba! Sou um homem!
- Nossa, filho, você tem razão. A partir de agora, você terá mais responsabilidades, né?
Terá que ajudar sua mãe em casa, estudar sempre, ajudar-me quando eu precis...
O pai nem terminou de falar e Nilo já estava no banheiro. Alguns minutos depois,
voltou e disse:
- Pronto! Agora não sou mais homem.
Nilo havia feito a barba com a gilete, provocando o riso do pai e o seguinte
comentário da mãe:
- Você sempre vai ser meu bebê, querido.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A QUALQUER HORA
Renata Luna Iwamoto
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...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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Vlad chegou ao Brasil nos últimos anos do século XVIII, algum tempo depois do
apogeu da corrida ao ouro nas Minas gerais. Enquanto seus companheiros faiscavam
sonhos dourados de ambição, tudo o que ele queria era distância do resto da civilização.
Ninguém sabia sua origem, nem sequer o idioma que ele falava. Era alto, magro e vestia-se
com uma capa pesada, de grande capuz, que lhe protegia o rosto contra os reflexos do sol.
Após a longa viagem de navio, que o trouxera da Transilvânia para o Brasil, sentia sede e
fome. Andava de um lado para o outro, pensando em como faria para saciá-las.
Passou horas vagando pelas ruas e nada. A rua estava escura, vazia e silenciosa, nem as
estrelas iluminavam aquela noite fria. Tudo naquela cidade estava fechado, as luzes todas
apagadas.
Finalmente, avistou uma pessoa. Vlad Drácula, mais conhecido como Conde Drácula,
foi atrás de sua presa. Ao chegar mais perto, a vítima percebeu que não estava sozinha.
Parou e olhou para trás, mas não viu ninguém. Continuou caminhando e ouvindo passos
que o seguiam. Novamente virou-se e não viu ninguém.
Apavorado, o homem entrou em uma rua que parecia ser mais segura, sem imaginar
que aquela seria sua última caminhada. Seguiu pela rua escolhida e, um pouco à frente,
deparou-se com um muro. Era uma rua sem saída! Virou-se e, dessa vez, viu um vulto,
mas já era tarde demais: Drácula voou sobre sua vítima, cravou os caninos em seu pescoço
e saciou sua sede e fome incontroláveis.
Vlad Drácula saiu da rua com os olhos vermelhos e muito bem alimentado. Quanto ao
homem, nunca mais foi visto, e seu corpo nunca foi encontrado.
1os Anos
o
1
O estudo dos gêneros textuais torna a produção do
1º ano bastante eclética. Por isso, há textos narrativos,
que exploram a criação de uma máquina do tempo que
viabilize uma viagem ao passado, e textos dissertativos, nos quais ocorre a
abordagem crítica de temas atuais, tais como as mudanças sofridas na
educação ao longo das últimas décadas e o problema do idoso.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A INFLUÊNCIA DAS AÇÕES DO ALUNO NO DESEMPENHO ESCOLAR
Giulio Mezzacapa
O desempenho escolar dos estudantes brasileiros vai de mal a pior. Muitas vezes, os
pais associam tal fato à educação transmitida a seus filhos pelos educadores, sem levar em
conta que o baixo desempenho pode ser culpa dos próprios alunos.
O perfil atual dos alunos mostra que a agitação crescente em sala de aula acarreta um
desconto nas notas, pois consideráveis vezes o aluno se prejudica por seu
comportamento inadequado ou por não cumprir seus deveres. Frequentemente, o aluno
julga ser o professor o culpado, fazendo com que os pais acreditem que quem prejudica
seu filho é o educador e não o próprio aluno.
Há casos em que o aluno está ciente de seus atos, mas age de má fé contra o professor,
pois sabe que seus pais o apoiarão independente das circunstâncias, o que garante a
continuidade de seu mau comportamento.
Em suma, pode-se afirmar que o culpado pelo mau desempenho escolar é, muitas
vezes, o próprio estudante. Por isso os pais devem prestar atenção às atitudes de seus
filhos para se conscientizarem de que nem sempre o professor é o vilão da história.
CORPO VELHO, ALMA JOVEM
Victoria Portela Diniz Gaia
A velhice é uma fase da vida pela qual a maioria passará, já que faz parte do processo
natural de evolução de tudo o que existe sobre a face da Terra. Mas para que se lamentar
quando ela chega, se é possível torná-la a “melhor idade”?
A velhice é algo natural, portanto não há motivos para a pessoa se privar de atividades
como dançar, cantar, “malhar” ou sair com os amigos. A idade só mexe com o corpo,
permitindo, assim, que a mente permaneça jovem. Especialistas comprovaram que
idosos que levam uma vida ativa são mais saudáveis e felizes que os sedentários.
O programa Fantástico, da Rede Globo, apresentou, no dia 14 de abril de
2013, uma reportagem sobre idosos que faziam aulas de dança em um clube
frequentado exclusivamente pela terceira idade. Entre os idosos estava Maria
Aparecida, 64 anos, que, quando questionada sobre como
manter o espírito e a mente jovens, disse: “O segredo é não
reclamar, senão ficamos velhos mais cedo.”
Impedir a passagem do tempo é impossível, mas viver de forma plena,
feliz e saudável, quando se está na terceira idade, é possível.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O DIA EM QUE MATEI OPPENHEIMER
Vítor João R. Andreolli
Eu, Vítor João, tive a grande honra de ser escolhido para testar a máquina que
possibilitaria uma viagem no tempo. Minha mãe não achou que fosse uma boa ideia, mas
eu sabia exatamente o que queria mudar no passado. O grande cientista e inventor da
máquina, Ernesto, avisou-me que nada no passado poderia ser alterado, pois isso
destruiria o presente. Mesmo assim, pedi a ele que me mandasse à Alemanha nazista.
Minha cabine se fechou e, imediatamente, senti um choque. Desmaiei.
Quando acordei, minha cabine estava em um local estranho. Eu usava roupas
diferentes, mas não me importei. Peguei um mapa, que havia roubado do laboratório do
professor Ernesto, com a localização da central do “Projeto Manhattan”. Fui
sorrateiramente até o local assinalado e encontrei a base nazista. Achei uma passagem
secreta que me levava ao subsolo. Lá, fui atacado por alguns soldados, mas consegui abatêlos. Peguei a farda de um deles e a vesti. Graças a ela, atravessei toda a base até encontrar o
laboratório do grande cientista Oppenheimer, um dos pais da mortal bomba atômica.
Assim que entrei, ele parou bruscamente o experimento no qual trabalhava para
reclamar da falta de um equipamento fundamental para a montagem de sua bomba. Meu
sangue começou a ferver, pois aquele homem havia criado a arma mais devastadora do
mundo, responsável pela morte de milhões de inocentes, inclusive meu pai, e pelo início
da Guerra Fria. Não pensei duas vezes: peguei minha faca e o matei.
Voltei ao meu tempo, mas, contrariando a teoria do professor Ernesto, nada havia
mudado. Percebi, então, que por mais mortal e destrutiva que a bomba atômica tenha
sido, graças a ela a tecnologia evoluiu. Por isso decidi voltar ao passado uma segunda vez e
não matar Oppenheimer, um dos gênios que a criou.
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial provocado
pelo avanço da Medicina. As pessoas vivem cada vez mais, o que aumenta o
número de idosos. Países como o Brasil, que há algumas
décadas tinha uma população em que os jovens prevaleciam,
também envelheceu, seguindo a tendência mundial. A
sociedade brasileira, antes mais jovem, passa por um processo de
adaptação à nova realidade: a de ser um país que amadureceu, inclusive no
tocante à faixa etária da população. A questão, agora, é se a sociedade está
preparada para lidar com essa situação.
56
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
UMA ALMA JOVEM
Gabryella Alves Ferreira
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Os meios de comunicação mostram, com frequência, o despreparo da sociedade e da
própria família no trato com os idosos. Vemos diariamente casos em que a legislação que
os ampara não é cumprida, como jovens estacionando em vagas destinadas a pessoas
acima de 60 anos, e maus tratos praticados pela própria família, como nos casos em que o
idoso é agredido em sua própria casa por um filho, neto ou cuidador.
Apesar de tudo, a sociedade vem mudando. Muitos respeitam os direitos adquiridos
pelos mais velhos, dentre os quais podemos citar o transporte público gratuito, assentos
especiais em ônibus e metrô, filas e vagas de estacionamento preferenciais e o direito de
ser tratado com dignidade e respeito não só pela sociedade, mas também pela família.
Todos os idosos têm direitos iguais, sejam eles brancos, negros, pobres ou ricos. Não
devem ser discriminados e tratados de maneira indigna pela sociedade e pela família
apenas por serem mais velhos. Sem dúvida, o corpo sofre os efeitos do tempo, mas a alma
pode permanecer jovem.
A MÁQUINA DE NEUTRINO
Lucas A. Vazzola
Após a confirmação de que uma viagem para o passado seria possível, eu, Ernesto,
físico e professor da USP, debrucei-me sobre a ideia de ser o primeiro a visitar o passado e
corrigir o curso das caravelas portuguesas que viriam desbravar o Brasil. Para isso,
precisava de algo que fosse mais veloz que a luz, e o neutrino, partícula estudada e
mencionada por mim em artigos e projetos, parecia perfeita.
Trabalhei cinco anos para finalizar o primeiro protótipo da “máquina de neutrino”.
Confesso que os primeiros testes foram frustrantes. Comecei enviando partículas tão
pequenas que eram invisíveis aos olhos humanos. Depois, passei a enviar pedras e, a
seguir, seres vivos. Quando percebi, estava diante de um mecanismo que poderia levar o
primeiro homem ao passado.
Iniciei, então, um projeto de volta ao passado, mais precisamente ao ano de 1500,
quando os portugueses chegaram ao Brasil. A ideia consistia em mudar a rota
das caravelas e manter a América um continente indígena.
Comentei minhas ideias com um professor de História, e aquele senhor
grisalho me fez refletir sobre as consequências de uma
viagem ao passado. Analisando suas palavras, percebi que
nem mesmo eu existiria se as caravelas não atracassem no litoral
brasileiro. Então, interrompi meu estudo e aprendi que há males que vêm
para o bem.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
57
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
PAIS, FILHOS E O MUNDO MODERNO
Vinicius Aranha
Nas décadas de 60 e 70, podíamos notar bastante rigidez na educação escolar no Brasil,
fazendo pais e professores adotarem métodos autoritários para educar as crianças e os
jovens. Atualmente, se um aluno tira notas baixas, não é mais ele que ouve bronca dos
pais, mas sim o professor que lhe atribuiu tais notas.
Isso se dá, inicialmente, pela forma como os pais da atual geração procuram
superproteger seus filhos com medo de toda a violência que veem noticiada na TV. As
crianças e os jovens, consequentemente, tornam-se menos preparados para quando
tiverem que enfrentar a vida adulta.
Ao mesmo tempo, os pais se apegam demais aos filhos e passam a mimá-los. O acesso
à informação via internet também deixa a criança e o jovem mais arrogantes. Assim,
quando os filhos vão mal na escola, passa a ser cada vez mais comum os pais darem
bronca não neles, mas sim no professor que lhes dá aula, o que é um erro.
O mundo moderno, com suas mídias que controlam o povo e o guiam em direção à
distância física, à arrogância e ao individualismo, é o principal responsável pelos
equívocos na educação paternalista dos dias atuais. No fundo, basta os pais, filhos e
educadores saberem diferenciar liberdade de libertinagem.
A época de nossos avós era muito diferente, em alguns aspectos, da realidade atual.
Todos obedeciam aos mais velhos e os respeitavam. Hoje, não se tem mais todo esse
respeito. Quem manda são os filhos: basta dizerem um simples “eu quero” e os pais
correm para comprar.
Agora, com os filhos no comando, eles têm tudo o que querem, a qualquer momento,
e não precisam estudar. O que lhes importa é apenas o que os pais irão
comprar. A partir daí começa um grande problema: os pais acabam culpando
outras pessoas pelo que os filhos estão fazendo de errado. Acabam culpando,
por exemplo, professores por não estarem ensinando seus
filhos e por lhes atribuírem notas baixas.
Atualmente, a educação não é mais a mesma, pois os pais
não incentivam os filhos ao estudo: dão-lhes tudo o que querem, fazendo
com que eles deixem o estudo de lado. Os filhos, sabendo que terão tudo,
chegam à conclusão que estudar não vem ao caso.
58
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
OS FILHOS ESTÃO NO COMANDO
Gabriela Tiemi Kasahara
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A questão é que os pais, hoje em dia, não têm mais a mesma autoridade sobre os filhos
que havia antigamente. Os filhos, por sua vez, não têm o mesmo respeito pelos mais
velhos e acabam tomando a liberdade de fazer o que bem entendem. Por isso, antes de
comprar algo para seu filho e satisfazer todas as suas vontades, conscientize-se de que é
necessário ter uma certa autoridade sobre ele.
O QUE MUDARIA?
Thais Carvalho Ferreira
Voltar no tempo é um sonho para as pessoas, pois teriam a oportunidade de corrigir
erros em nome do bem da humanidade. Eu sempre imaginei como seria viver em outra
época, com outros costumes, normas, vestuário e estilo de vida. Tenho vontade de
conhecer grandes pintores, atores e autores como Shakespeare, Picasso, Leonardo da
Vinci e Gertrud Stein. Também gostaria de vestir um daqueles longos e lindos vestidos de
baile que as mulheres usavam.
Meu irmão Victor sempre diz que sou doida. Como poderia gostar de viver em uma
época sem computador, celular, antibióticos e outros confortos modernos? Eu tento
mostrar-lhe o lado positivo, mas sempre acabamos discutindo.
Um dia, na escola, um professor perguntou o que gostaríamos de mudar no passado
se tivéssemos a chance. Essa pergunta ficou na minha mente, era difícil decidir. No dia
seguinte, dei a minha reposta: disse que teria impedido as duas guerras mundiais. Todos
os meus colegas me apoiaram, mas o professor olhou para mim e disse:
- Você já imaginou se elas não tivessem ocorrido? Talvez, hoje, não tivéssemos tanto
conforto, já que elas estimularam a criação e produção de novas e melhores tecnologias.
Com certeza, o cenário econômico e político mundial seria outro, o que poderia não lhe
agradar.
Passei o resto do dia pensando e percebi que ele estava certo. Apesar de a guerra ser
algo ruim, as que aconteceram foram importantes, portanto devemos deixar o passado
como está.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
ALUNOS NO CONTROLE
Gabriela Sugui Mota Silva
Nos tempos atuais, podemos dizer que os alunos estão assumindo o controle da
situação. Existem vários casos em que o professor é advertido por conta de alguma
reclamação do aluno feita em casa, normalmente resultado de lições não feitas, notas
baixas ou advertências por motivos disciplinares.
Antigamente, a situação era bem diferente. Os professores, mais rígidos, tinham
sempre razão, e os pais dos alunos os apoiavam, muitas vezes aplicando castigos aos seus
filhos por recomendação do professor. Dessa forma, na cabeça das crianças e dos jovens, a
escola era um local apenas para estudos e não diversão, mas, no século XXI, a visão não é
mais a mesma. Os alunos não estão mais preocupados em tirar boas notas e estudar. Para
eles, um seis já é motivo de felicidade.
Para um bom desempenho nos estudos, é preciso impor regras e obrigações na vida
das crianças e dos jovens. Assim, eles estarão sempre cientes de que há, sim, momentos
em que podem se divertir na escola, mas também há momentos sérios, de estudo.
Professores, alunos e pais ficarão mais tranquilos e livres do “stress” se todos colaborarem
e fizerem sua parte.
No século XXXI, foi comprovada a teoria de que uma partícula chamada neutrino
havia conseguido bater a velocidade da luz. Eu era o representante de um grupo de
cientistas que pesquisava experimentos sobre a tal partícula. Com a comprovação
científica da teoria, tornava-se possível o inacreditável: a oportunidade de retornar no
tempo e vivenciar o passado. Ninguém era mais adequado que eu para realizar o primeiro
teste envolvendo a nova descoberta.
O grande dia do experimento finalmente havia chegado. Famosos
cientistas e o presidente da república estavam presentes para apoiar o feito
histórico. Após longas conversas e discursos sobre o funcionamento da
máquina, entrei nela e me teletransportei.
Eu havia escolhido a época em que Albert Einstein ainda
estava vivo. Primeiramente, comecei a sentir os efeitos
colaterais da viagem, mas logo me recuperei e fui aos aposentos do
cientista. O primeiro contato com ele foi surpreendente, pois não era louco,
como dizem, mas sim inacreditavelmente inteligente para uma época com
pouquíssimos recursos.
60
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
A DESCOBERTA QUE NOS PREJUDICOU
Guilherme Kato
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Conversamos por um longo tempo. Expliquei-lhe que viera do futuro e que as teorias
propostas por ele haviam sido superadas e complementadas. O homem provavelmente
ficou surpreso e indignado, tanto que levantou-se e deixou o aposento sem nada dizer.
Meu tempo no passado estava se esgotando. Eu havia gostado de conhecer um dos
mais famosos cientistas de todos os tempos e estava ansioso para voltar e compartilhar o
sucesso da experiência. Ao voltar, porém, a máquina se autodestruiu, e eu procurei
descobrir o motivo. Após anos pesquisando, notei que Einstein havia deixado de criar
certas teorias devido a nossa conversa, o que me levou à depressão e à aposentadoria
precoce por alterar, prejudicar e atrasar o futuro.
NASA EM “DESATIVANDO O BIG BANG”
Luisa Varella Bastos
Estou vendo, acho que foi daquela estrela que tudo se originou. Sobrevoo mais um
pouco e fico de frente para ela. Quem poderia imaginar que da explosão dessa “coisinha”
fosse se formar um mundo tão grande e bonito? Aqui em cima é muito escuro, mas é lindo.
Esses pontos brilhantes no céu parecem ser tão pequenos lá da Terra! Sinto-me honrada
por ter sido escolhida para desativar a explosão dessa estrela.
Voltei bilhões de anos no tempo só para evitar o tal “Big Bang”. Como é complicado
imaginar essa mistura de tempos! Há poucos dias estava indo para o trabalho na Terra e
hoje estou há bilhões de anos da minha “futura” vida! Aqui do espaço consigo ver Vênus e
Marte, bem pequenos, lá longe, mergulhados na escuridão. Falta a Terra aqui no meio,
aquela belezura de planeta.
Paro de admirar a paisagem e encaro a estrela com um olhar de “vamos trabalhar”.
Chego perto e pego a planilha feita pela NASA. Estou vendo o problema dessa estrela: são
as partículas que estão girando rápido demais, gerando mais calor. Quando estou prestes
a neutralizá-la e desativá-la, percebo que, se fizer isso, não poderei voltar, pois ela não vai
explodir e não formará a Terra, que dirá a humanidade! Anoto o motivo da explosão e me
afasto dela. Volto para a máquina do tempo e digito 2013.
Durante a volta, começo a pensar se a minha carreira como astronauta da
NASA não teria ido por “galáxia abaixo”. Que vá! Antes de
astronauta, sou um ser humano e me recuso a matar a
humanidade e o meu planeta azul antes mesmo de existirem.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
ÉPOCAS DIFERENTES, MANEIRAS DIFERENTES
Carolina Santini Paes de Barros
62
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Antigamente, os pais brigavam com seus filhos devido às notas baixas. Atualmente,
brigam com os professores, culpando-os pelas notas ruins atribuídas aos filhos.
Com os pais culpando os educadores e brigando com eles, os alunos acabam
relaxando, pois sabem que não levarão bronca, nem ficarão de castigo. O lado negativo
dessa situação é que as crianças e os jovens não se esforçam para compreender a matéria.
Não estudam mais, pois sabem que, se tirarem notas baixas, os pais irão defendê-los.
Os professores, por sua vez, tentam argumentar, mas os pais só querem escutar os
filhos. Com tanto sermão, os professores acabam assumindo a culpa e questionando o
que fizeram de errado. O ponto positivo é que, em sua próxima aula, tentarão melhorar e
fazer com que todos os alunos compreendam a matéria.
Em suma, os pais estão defendendo muito os filhos e deixando de ver o lado do
professor, o que constitui um erro, já que é ele quem sabe como o aluno se comporta em
sala de aula.
2os Anos
o
2
No segundo ano, os alunos desenvolvem, além da
dissertação, textos ligados à área jornalística, como
editoriais e textos de opinião, o que possibilita o
desenvolvimento do senso crítico.
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
ILUSÃO
Carolina Henkes Inamassu
Atualmente, a sociedade se preocupa cada vez mais com a questão estética. Aumenta,
assim, a busca pelo “corpo perfeito” que relaciona a beleza ao peso da pessoa e à sua
resistência na prática de atividades físicas.
O corpo ideal, mesmo não existindo, é a obsessão de vários grupos sociais, atingindo
principalmente os adolescentes e aumentando as chances de transtornos alimentares e
distúrbios psicológicos como a anorexia e a depressão. Quem mais ganha com essa
obsessão são as indústrias estética e farmacêutica, que produzem diversos produtos para
um público consumidor preocupado em atingir o padrão de beleza da moda.
É certo que todos devem manifestar preocupação com o corpo, mas visando à sua saúde
e bem-estar. Basta alimentar-se corretamente e realizar alguma atividade física, sem entrar
em pânico porque a numeração de suas roupas não é a mesma de um manequim ou de um
modelo de passarela.
A conclusão a que se chega é que a sociedade atual está muito mais preocupada com a
aparência do que com a inteligência e o caráter, esquecendo-se de que, para se ter um corpo
são, deve-se ter uma mente sã. Foca-se mais o exterior e não se desenvolve o interior, assim o
ser humano torna-se uma concha vazia, uma ilusão.
ESPELHO, ESPELHO MEU
Marina B. Ferreira
Não é de hoje que as pessoas se preocupam com a forma física. Há milênios, os gregos já
se preocupavam, e muito, com a perfeição estética, buscando o equilíbrio com o intelecto,
como ilustra a famosa frase “Mens sana in corpore sano”. Hoje em dia, a preocupação com
o corpo persiste, porém, em muitos casos, o equilíbrio deu lugar à obsessão.
São muitas as maneiras de perder peso, como a prática esportiva, a musculação, a dança
etc. Atividades físicas combinadas com uma alimentação saudável previnem doenças e
ajudam na diminuição dos riscos de doenças crônico-degenerativas, como
diabetes, hipertensão e depressão.
A busca da perfeição corporal, porém, pode se tornar uma obsessão e trazer
riscos à saúde física e psicológica da pessoa, pois o excesso de
suplementos e “bombas” para ganho de massa muscular pode
causar sérios problemas ao fígado, por exemplo. Quando essa
busca se torna o mais importante na vida do indivíduo, seu psicológico passa a
querer mais e mais, tornando o corpo apenas um objeto de ostentação, um
ideal de beleza física, sem qualquer valor além da aparência. Nada em excesso
é saudável. O segredo está no equilíbrio preconizado há milênios pela
civilização grega.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
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VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
TRANSPORTE: MAIS PÚBLICO, MENOS PRIVADO
Thabata Lima Araujo Reis
A situação em que se encontra o trânsito nas grandes cidades vem preocupando cada
vez mais o governo e a população. Os frequentes congestionamentos fazem com que as
pessoas troquem a vida nas metrópoles pelo interior e com que políticos elaborem
projetos de modernização e reestruturação do sistema de trânsito.
Atualmente, o número de carros em circulação é incompatível com o suporte
existente. Essa quantidade exacerbada se deve à má qualidade do transporte público e aos
elevados preços cobrados para sua utilização.
Além de investir no transporte público, o governo tem construído novas rodovias
como forma de dispersar o fluxo de veículos de um único ponto. Essas medidas, porém,
não são suficientes para acabar com os caóticos congestionamentos diários nos horários
de pico.
Um sistema mais moderno e organizado de gerenciamento do trânsito tornou-se
imprescindível na Grande São Paulo. É devido à falha do atual sistema, gerenciado pela
CET, que cada vez mais pessoas se irritam pelo tempo que gastam dentro de um veículo.
Em consequência dessa irritação muitas discussões e brigas ocorrem, o que piora ainda
mais a situação.
Cabe principalmente ao governo agir para conscientizar a população de que há uma
grande vantagem na troca do transporte privado pelo público. Assim, talvez, o atual caos
dê lugar a um trânsito menos insano e irracional.
As grandes cidades, em sua maioria, sofrem com o problema do trânsito
congestionado. As causas principais são acidentes em estradas e o excesso de carros nas
principais vias durante os horários de “rush”, o que prejudica grande parte dos
motoristas. Nos últimos anos, as fábricas de automóveis passaram a oferecer
um amplo leque de opções aos consumidores de todas as classes sociais. A
cada ano, novos modelos são lançados e as vendas crescem,
aumentando, assim, a frota de veículos em circulação.
O horário do “rush”, entre as seis e oito horas da manhã e das
sete às nove da noite, também contribui para que haja congestionamentos,
uma vez que grande parte dos trabalhadores usa o carro como meio de
transporte primário para chegar ao local de trabalho todos os dias.
Acidentes também são grandes causadores de trânsito parado
principalmente em estradas.
66
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
CIDADES, ESTRADAS E TRÂNSITO
Samuel Leon Cunha Lara
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
Capotamentos de caminhões, por exemplo, podem congestionar rodovias por
quilômetros durante várias horas.
Existem soluções para o problema, mesmo que pouco exploradas. O uso do
transporte público reduz o número de carros nas vias e um melhor policiamento diminui
o número de acidentes. Informação é o que não falta, basta o governo e o povo agirem.
TRÂNSITO SEM FIM
Mariana Devincentis Silva
A vida na cidade de São Paulo está ficando cada vez mais caótica devido aos
congestionamentos diários. O excesso de veículos e as más condições das vias e estradas
são dois dos inúmeros motivos que resultam em filas quilométricas de automóveis que
acabam com o dia de qualquer um.
Devido à falta de transporte público como trem e metrô em várias regiões da cidade e
ao desconforto e demora dos ônibus, a maioria dos paulistanos é obrigada a locomover-se
de carro para ir trabalhar. Isso acaba gerando um número excessivo de automóveis nas
estradas, marginais e principais vias de acesso da cidade, o que desencadeia um tráfego
muito lento.
Além do excesso de veículos em circulação, as más condições e a falta de infraestrutura
de muitas estradas que ligam a capital a outros municípios prejudicam os motoristas,
causando diversos acidentes que, consequentemente, geram mais trânsito. Reformas e
alargamento de pistas devem ser feitos para que haja maior vazão de veículos e mais
segurança.
A prefeitura, juntamente com os governos federal e estadual, deve tomar medidas
drásticas em relação ao tráfego de veículos na cidade. Novas linhas de metrô e trem, além
de ciclovias, devem ser construídas de ponta a ponta, pois, assim, muitos paulistanos
poderão utilizar o transporte público e a bicicleta em vez de automóveis para ir ao
trabalho.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
67
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O BRASIL E SUA EVOLUÇÃO
Vinicius Brito Martins
68
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Há séculos, os europeus iniciaram suas expedições marítimas e os que saíram na
frente foram os espanhóis e os portugueses. Estes chegaram ao Brasil, dando início ao
processo de exploração e, alguns anos mais tarde, ao de ocupação.
Em 1500, a frota de Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil. Os tripulantes
desembarcaram na “nova terra” e iniciaram suas expedições. O primeiro objetivo era o de
exploração do território, das riquezas naturais, como o pau-brasil, e dos metais preciosos.
Para isso, os colonizadores utilizaram os índios, habitantes nativos da terra, que, por fim,
foram escravizados. A nova terra tornou-se uma colônia de exploração com pequenas
vilas de trabalhadores que se dedicavam à extração de riquezas vegetais e à mineração.
Alguns séculos depois da chegada dos portugueses, milhares de europeus e asiáticos
começaram a imigrar para o Brasil em busca de trabalho e de melhores condições de vida,
mas, antes, tinham que ultrapassar um grande obstáculo: a longa viagem. Portugueses,
italianos, espanhóis, japoneses e outros povos tinham que enfrentar as más condições
dos navios, como a superlotação e a falta de higiene, e as tempestades, o que resultava em
muitas doenças e mortes.
Após a colonização, o povoamento e algumas guerras e revoluções, medidas como a
construção de estradas e ferrovias tiveram que ser tomadas para a ocupação efetiva do
que restava a ser desbravado. Anos mais tarde, já no final do século XX e início do XXI, o
avanço da tecnologia levou a outros níveis a capacidade de desenvolver qualquer tipo de
atividade, fazendo com que as cidades crescessem cada vez mais, alterando as
construções e o estilo de vida.
Analisando os fatos acima expostos, conclui-se que o país se desenvolveu e cresceu. O
espaço geográfico foi alterado, sem que se pensasse, na maioria das vezes, nas
consequências ambientais, e, hoje, vivemos para o futuro, ainda pagando pelos erros do
passado.
3os Anos
6os Anos
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
SOB OS HOLOFOTES
Letícia Machado Pereira
Notícias internacionais sempre receberam uma atenção maior por parte da mídia. É
comum ver jornais e revistas que destacam tais notícias enquanto fazem curtas notas
sobre os problemas de seu país.
Há quem aproveite os holofotes virados para o mundo a fim de “limpar” sua imagem
ou ter seu nome reconhecido através de doações. É perceptível que a intenção não é boa.
Apesar de parecer um “bom moço” diante das câmeras, por trás delas não deixa de ser
uma pessoa inescrupulosa e de caráter duvidoso que, em vez de se preocupar com as
dificuldades por que passa seu povo, prefere cuidar de sua imagem, aparecendo em rede
nacional para divulgar sua ajuda nos problemas que ocorrem em outros países.
Um ato de solidariedade usado para fins escusos ou para promover a imagem de
alguém perde seu caráter humanitário. Muitos políticos têm que perceber que, se querem
ser vistos como pessoas honestas, devem começar “limpando” o próprio país, caso
contrário serão apenas mais um que se rendeu à hipocrisia.
EM NOME DAS APARÊNCIAS
Camila Morita
No mundo globalizado de hoje, a própria política tornou-se extremamente
internacionalizada, o que, por um lado, facilitou a vida das pessoas. Entretanto, diante
desse cenário, alguns governantes preferem investir em sua imagem internacional a
resolver os problemas do país que comandam.
O atual presidente uruguaio, José Mujica, é conhecido mundialmente como “bom
samaritano”, íntegro e até humilde por não fazer questão de enriquecer e de viver no luxo.
Está sempre doando dinheiro para a caridade, todavia não melhorou em nada a vida da
população uruguaia e, por isso, é visto como mau governante.
Logo após o terremoto que destruiu o Haiti, o exército brasileiro enviou
tropas que estão lá, até hoje, auxiliando o país mais pobre das Américas em
sua reconstrução. Muito pouco, porém, foi feito para ajudar os cidadãos
brasileiros que perderam quase tudo nos deslizamentos que
ocorreram no estado do Rio de Janeiro há dois anos.
Entende-se que as aparências são um fator determinante na
vida política, entretanto a população tem que contar com um governante
que opte por resolver os problemas internos antes dos externos, pois, se ele
não o fizer, quem fará?
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
71
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
ALIENAÇÃO TECNOLÓGICA
Catarine Beatriz Rabelo A. Lima
Na última década, a tecnologia passou a ter maior importância se comparada a
décadas anteriores. Nos dias de hoje, as pessoas não compram mais aparelhos de última
geração apenas por necessidade, mas sim por uma verdadeira obsessão em adquiri-los.
Para as novas gerações, aparelhos da moda já viraram obrigação na lista de consumo.
Ultimamente, crianças de dez anos preferem pedir um notebook a um carrinho ou
boneca. Encarando com sarcasmo, dizemos que estamos vivendo na geração do “I”: Ipod,
Iphone, Itouch, Imac...Todos esses produtos são criação da marca Apple, empresa
detentora da mais avançada tecnologia do mundo. Na hora de comprá-los, os pais
geralmente dizem “I, meu bolso!” Mas, pensando racionalmente, será que essa vontade
de querer estar na moda e o desejo de agradar aos filhos não estão virando uma alienação
tecnológica?
Essa alienação não afeta apenas quem deseja a tecnologia de ponta, mas
principalmente quem a consome. Geralmente, quem faz o papel de agradar aos filhos são
os próprios pais, porém é necessário que eles analisem se, agradando aos filhos, eles não
estão “alimentando” a distância familiar. Do mesmo modo que a tecnologia pode
promover esse distanciamento, ela também pode ser utilizada como um meio de
aproximar as pessoas que se encontram longe. É o caso da internet.
Diante do que foi exposto, pode-se afirmar que a consciência está acima de qualquer
atitude ou decisão. O que é bom pode tornar-se pernicioso, assim como algo ruim pode
tornar-se prazeroso, por isso é necessário saber agir racionalmente diante das novidades
tecnológicas, utilizando-as com moderação.
Convicção e diálogo são assuntos amplamente estudados pela sociologia
que deveriam ser discutidos, principalmente nas escolas, devido a sua
importância na formação de indivíduos cientes dos perigos da convicção e,
consequentemente, dos benefícios do diálogo.
Uma pessoa convicta se caracteriza por possuir um ideal
e vê-lo como verdade absoluta, agarrando-se a seus princípios,
mesmo que haja evidências provando que ela está errada. Se, por um lado,
a convicção está ligada à persistência e à busca saudável por um objetivo,
por outro, o seu excesso traz prejuízos.
72
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
DIÁLOGO: UM MEIO DE IMPEDIR A CONVICÇÃO
Tais Novaki Ribeiro
Colégio Montessori Santa Terezinha
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
O problema reside na famosa frase de Nicolau Maquiavel “Os fins justificam os meios”,
e é nela que se baseiam as pessoas extremamente convictas; para atingirem seus
objetivos: elas podem mentir, abusar do poder e até matar para verem seus ideais em
ação. Uma vez atingido esse estágio, o indivíduo despreza o diálogo, pois, para ele, a troca
de ideias não tem propósito se apenas as dele próprio são verdadeiras, a seu ver.
O diálogo possui, pois, importância essencial na vida das pessoas e deve estar
presente desde a formação da criança até a vida adulta, desenvolvendo nos indivíduos a
qualidade de ouvir, respeitar e aderir a várias ideias e opiniões. Isso não significa deixar de
lado seus ideais, apenas estar consciente de que existem vários pontos de vista para um
mesmo problema e que a tão procurada verdade nunca estará em um só deles.
A TECNOLOGIA AVANÇA PARA O FIM
Lucas Komon Yi
A tecnologia e sua evolução são questões a serem vistas e revistas por muito tempo.
Isso se deve à polêmica questão de as máquinas, computadores e robôs serem realmente
um avanço que nos beneficia. Será mesmo que podemos deixar que nossas vidas sejam
gradativamente dominadas pela alta tecnologia?
Devemos, então, voltar aos primórdios, quando o homem fazia ferramentas para
facilitar seu trabalho, porém não ficamos apenas nas ferramentas de pedra. Com o passar
dos séculos, foram descobertos meios de se utilizar a energia. A partir daí, iniciou-se, em
grande velocidade, uma evolução desenfreada. Pouquíssimo tempo foi necessário para
que a tecnologia nos permitisse o contato com robôs, que não deixam de ser úteis em
fábricas, onde executam o trabalho mais pesado. Há, também, robôs que se assemelham a
nós no rosto e na forma.
Observando essa rápida evolução, só podemos chegar à conclusão de que,
futuramente, essas máquinas e robôs irão nos substituir no trabalho e, quem sabe,
substituir a nós mesmos. Ainda que não possam, por enquanto, ter sentimentos, sonhos e
senso artístico, não se deve duvidar da capacidade que a inteligência artificial
pode atingir, podendo, até, fazer-nos desaparecer da face da Terra.
Analisando o exposto acima, vê-se que não é viável, para o ser humano,
permitir que a tecnologia avance demais pelo simples fato de
ela ameaçar nossa própria existência no planeta.
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
73
VIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR
A VERBA DISTORCIDA
Bruna Pegoraro Augusto
74
...uma homenagem a Vinícius de Moraes
Colégio Montessori Santa Terezinha
Diariamente, aparecem nos meios de comunicação, notícias sobre empréstimos de
países ricos ou em desenvolvimento a países falidos ou vitimados por desastres naturais.
Na atual crise europeia, a Grécia enfrenta confrontos civis, e Portugal mal se sustenta.
A população desses países é quem mais sofre com a situação. No caso da Grécia, os
governantes visaram ao fortalecimento econômico ao promoverem a integração do país à
“zona do euro”. Por falta de uma administração adequada, o país, que é o berço da
democracia, não suportou o peso monetário do euro em sua economia fragilizada. Em
Portugal, milhares de trabalhadores estão desempregados e não receberam salário pelos
meses trabalhados.
Sem saída, a Grécia recorreu a empréstimos da França e da Alemanha numa tentativa
de desafogar sua dívida interna. Já Portugal recebeu empréstimos de sua antiga colônia, o
Brasil. Considerado mundialmente um país em crescimento e uma futura potência, o país
do futebol emprestou a Portugal milhões de dólares.
O Brasil, no entanto, tem uma população com grande parcela de analfabetos e uma
educação considerada de baixa qualidade. O dinheiro arrecadado pelo governo, grande
parte fruto de impostos pagos pelo povo, não é revertido em educação, saúde, segurança,
transporte e habitação, tornando a população carente de serviços básicos. A justificativa
do governo é a falta de verbas, porém, para países em dificuldades financeiras, o
empréstimo brasileiro é imediato.
É nítida a pressão política e internacional quanto à concessão de empréstimos a países
em crise financeira, mas deve ser repensado o ato de ajudar economicamente o vizinho,
quando, em seu próprio país, há pobreza, analfabetismo e violência.
EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA
Professora Mailu Alcântara
Professora Maria Inez Ferreira de Jesus
Professora Silvana E. O. da Matta Vívolo
EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA
Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria Scattolini
Gerente Administrativa - Maria Iocca
Coordenadora Geral - Vera Aurora A. Kmiliauskis
Orientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Branca Denigres Fausto
Orientadora Educacional (Ensino Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi
DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta
Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das
demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela
presença constante e incentivo diário.
COLÉGIO MONTESSORI SANTA TEREZINHA
www.santaterezinha.com.br
PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

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