Untitled - Sans Nom

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Untitled - Sans Nom
expediente
editoras
Adriana Brito [email protected]
Patrícia Favalle [email protected]
chefe de redação
Ariana Brink [email protected]
editor de estilo
Ray Mendel [email protected]
assistente de moda
Tatiana Vieira [email protected]
editor de fotografia
Marcelo Guarnieri [email protected]
produtores
Franco Milani [email protected]
Helen Pessoa [email protected]
redação
Sergio Martins [email protected]
Alex Mendes [email protected]
Daniel Froes [email protected]
estagiários
Ana Luisa Linhares
designer visual
Robson Lopes [email protected]
ilustrador
Orpheu Maia
colaboradores
Ana Marques, Antonio Trigo, Caio Zalc, Christian von Ameln, Danilo Kato, Flare
Fotografia, Greta, Herbert Ponting, Jéssica Seciliano, Joy Models, Julia Rodrigues,
Mariana Sales da Silva, Paula Queiroz, Sandi Dias, Tita Berg e Vasily Vereshchagin
expediente
sans nom
lado a
Cyndi Lauper abre o jogo
lado b
a arte de não dizer nada
ürbe
palavras de gentileza
art
a mágica do mestre Escher
prato feito
dieta de faquir
tour
o destino nas mãos
picadeiro fashion
o circo da moda
simbiose
identidade duplicada
Por Danilo Kato
w w w . s t u d i ot o ro. com
Respeitável
público...
O picadeiro está montado – e nem adianta fugir, há tanto circo lá fora que fica impossível não
se satisfazer com as migalhas arremessadas ao
povo. Mas este show [da vida] não tem nada
de fantástico; está mais para roteiro de quinta categoria, recheado de piadas prontas e de
risadinhas sem graça. A arena, sem alusão ao
partido da ditadura, hoje é estrelada por Tiriricas, Bolsonaros e Dirceus. O palhaço-cidadão
só se esqueceu de colocar o nariz vermelho no
meio da cara e gargalhar... Para os saudosistas
do seu Mussum, vale dizer que os vídeos cheirando à cachaça circulam livremente pela net
(Google neles!), e ainda rendem situações impagáveis. Longe dos circundados arquitetônicos brasilienses, que tanto se parecem com as
lonas circenses, descobrimos outras razões para
voltar ao centro do espetáculo. Ok, o mágico de
ases escondidos entre as mangas figura mesmo
na lista dos desaparecidos; o domador de leões
foi engolido pelo politicamente correto; o anão,
ou melhor, o homenzinho prejudicado verticalmente, perdeu a vez para as balas de canhões
de espuma, e a mulher barbada acabou nas tortuosas seções de laser para remover os excessos – todos, invariavelmente, massacrados pelos
superdançarinos que se contorcem num vaivém
hipnótico e Cult demais para os filhos dos anos
70. O mundo mudou, as pessoas e os valores
também. Cansados desse silêncio apoteótico,
sem falar na análise pseudocrítica, invadimos a
mente pitoresca de Cyndi Lauper, reavivamos
a memória através das atuações brilhantes de
Marcel Marceau, deitamos nas camas espinhosas dos mestres faquires e nos atrevemos a revelar que o combinado entre pão e circo matará
bem mais do que o sódio do Big Mac e o Ronald juntos.
sans nom
lado a
Por Antonio Trigo Fotos Stephanie Schneider, Annie
Leibovitz, Ellen Von Unwerth e David LaChapelle
Divina,
maravilhosa!
Cyndi Lauper está de volta (pasme!), e com um álbum de blues. Se a escolha parece estranha, vale lembrar que Memphis Blues (Lab344) ficou por 15 semanas consecutivas em primeiro lugar na parada do
gênero na Billboard e já vendeu mais de um milhão de cópias, um sucesso que ela não via acontecer
desde a década de 80, quando garota amalucada, foi catapultada à fama como o Patinho Feio do rock.
O disco marca ainda outra conquista em sua trajetória: foi lançado por sua própria gravadora e com a
participação de lendas como BB King e Ann Peebles.
Na verdade, quando debutou com She’s So Unusual, em 1983, a mocinha já tinha lá seus 30 anos e
emplacou hits como Girls Just Wanna Have Fun, She Bop, Money Changes Everything, All Through The
Night e Time After Time, esta última, uma canção que a Sony considerou antiquada, e Cyndi teve que
bater o pé para incluí-la. O tempo provou que ela estava certa: Time After Time é um desses clássicos
que todo o mundo sabe o refrão.
Os primeiros sinais de incômodo com a fama estavam apenas começando e ficaram visíveis no segundo álbum, True Colors, de 1986, que a consagrou e a fez copiada mundo afora – sendo Madonna a
mais bem sucedida delas. “Eu sou fã de Madonna, é uma grande artista e o que quer que tenha sido
dito sobre nós termos problemas uma com a outra é absurdo. Ambas tivemos grandes discos e fomos
sempre comparadas. Ela faz ótimas musicas e é provavelmente das mulheres de negócios mais espertas
que existe”, diz Cyndi.
Foi antes mesmo de True Colors que a estrela passou a questionar a fama. Um ano antes, um de seus
grandes sucessos, The Goonies Are Good Enough, foi a canção tema do filme Os Goonies. O que poucos sabem é que música originalmente escrita para fazer parte do LP seguinte teve o lançamento antecipado e o título alterado para entrar na película de Steven Spielberg. Por essa razão, durante anos, ela
se recusou a incluir o hit nos shows ao vivo e, hoje, quando resolve cantar, muda parte da letra.
Em 1988, estreou no cinema com Vibes, uma superprodução hollywoodiana que lhe rendeu mais um
ícone musical (e um retumbante fracasso de bilheteria). O terceiro disco estava pronto, mas ela fez pausa providencial e acabou na Rússia com um grupo de compositores. Voltou renovada, retirou todos os
sintetizadores e chamou instrumentistas de verdade, como Eric Clapton, para participar de A Night To
Remember. O melancólico disco foi duramente criticado e mesmo com os sucessos I Drove All Night e
My First Night Without You, não fizeram seu empresário e gravadora satisfeitos. Por muito tempo, ela
o apelidou de A Night To Forget. “Hoje eu não digo mais que quero esquecê-lo, mas tive muitos problemas e sentimentos ruins com este disco. Sei que nele há boas canções, mas eu sofri com as ordens
que eles gostariam que eu tivesse seguido para me promover.”
Contrariando qualquer especialista de marketing, Cyndi fez tudo o que desejava. Nos anos 90, inaugurou a fase preta e branca – com clipes discretos e apenas dois discos: Hat Full Of Stars e Sisters Of
Avalon. Aclamados pela crítica, experimentais e de pouco apelo comercial, venderam pouco, mas a tornaram mais popular na Europa e um sucesso estrondoso em países asiáticos. “Foi uma época incrível.
Eu me senti novamente compositora. Parei de escutar os executivos e foi muito libertador e criativo”,
diz ela, que em 1993 se casou com o ator David Thornton, com quem teve o pequeno Declyn.
Foi no mesmo período que recebeu o Emmy e ganhou aplausos em Cannes ao lado de Chistopher
Walken, pela atuação no drama policial Os Oportunistas. O lado mais pop e o famoso cabelo amarelo
ovo foram resultado de uma antologia com duas melodias inéditas que vendeu 5 milhões de cópias.
“Deadly Cyns é a único pacote de hits que participei e a real retrospectiva da minha carreira. Qualquer
outra coletânea disponível no mercado foi lançada sem minha autorização apenas para fazer dinheiro.
Acredito que quando você permanece num selo por tanto tempo quanto eu estive na Sony, a paixão
por você como artista vai se apagando, e sinto que foi isso que aconteceu comigo. No começo foi
maravilhoso e tive a chance de trabalhar com alguns dos executivos mais engajados do circuito, e sou
grata por isso. Durante a gravação de At Last (de 2004), eles pareciam empolgados novamente. Mas a
versão mais curta dessa história, é que a medida em que os selos se consolidam, é cada dia mais difícil
se manter prioridades”, conclui.
Esqueça o mito de que Cyndi Lauper é apenas
um ícone excêntrico dos anos 80. Com escolhas arriscadas, ela fez de sua carreira, repleta de altos
e baixos, uma das mais inusitadas da música pop
O fim dos anos 90 foram marcados por um álbum natalino e a primeira ruptura com a Sony. O single
Shine vazou pela internet, tornou-se hype nas discotecas norte-americanas em 2001 e acabou nas prateleiras de forma independente. Bajulada pela antiga gravadora, ela retornou, lançou mais dois CDs,
encarnou uma prostituta na Broadway e foi elogiada com o dance Bring Ya To The Brink, de 2008, que
o The New York Times atestou como “surpreendente”. Bring tocou discretamente nas rádios e resultou
numa turnê mundial. “Eu não acho que as pessoas estão interessadas em ver uma velha de 58 anos
dançando.”
Mas porque será que a estreia de outro álbum comercial em anos não explodiu? “O chefe do selo americano chegou a me dizer que eles deram mancada com Bring Ya To The Brink. A Sony estava em queda
livre, eles cortavam funcionários e lançavam a mesma quantidade de CDs. Eu fiquei perdida no meio do
conjunto. O bom da música é que ela é permanente e eu espero que os meus fãs ainda o descubram”,
alerta a diva de cabeleira cor de tulipa e pinceladas de laranja e de amarelo. “Preciso mudar as cores
com urgência, é assim que me sinto viva.”
E qual é o segredo da boa forma? “Tento acompanhar o meu filho de 13 anos, é isso que me mantém
jovem. Ele é inteligente, divertido e lindo. Uau! Eu sou uma mãe típica”. De típica, na verdade, ela não
tem nada. Cyndi Lauper está à frente da Fundação True Colors – que defende os direitos gays – e acaba
de sair em campanha com a neoamiga Lady Gaga na luta contra o HIV. Para este ano, ela promete finalizar um reality show, gravar um DVD ao vivo e escrever a sua autobiografia. “Contarei os meus altos e
baixos. Acredito que tive uma vida interessante e experiências incríveis.” Disso ninguém duvida.
35 milhões de discos vendidos
nos cinco continentes
lado b
Por Adriana Brito e Por Patrícia Favalle Fotos Divulgação
Cale-se!
Escreveu Saint-Exupèry que a linguagem é uma eterna fonte de mal-entendidos; na onda dos ditos populares, o alerta é para os tagarelas (parodiados pelos peixes), que quase sempre terminam pegos
pela boca. Diante de verdades incontestáveis, como sobreviver a situações em que a fala pode se transformar numa via de mão dupla?
Se a resposta viesse através dos cultos religiosos, a sabedoria budista indicaria a meditação solitária, os católicos fervorosos abririam as
portas para o autoflagelo e os evangélicos exorcizariam os demônios.
Deixando estes quiproquós de lado, foi no período pós-Segunda
Guerra que o francês Marcel Mangel se encarregou de colocar um
ponto final nesta discussão – e sem pronunciar uma única palavra.
Apaixonado pelo cinema, sobretudo pelas atuações comoventes de
Charles Chaplin, Marcel logo se interessou pelas artes cênicas. Rebatizado com o sobrenome Marceau para escapar da perseguição
nazista, o jovem judeu despontou na pantomima Baptiste, no papel
do Arlequim. Guiado pelo teatro japonês Noh, que combina técnicas de mímica, poesia e canto, e pelo clown, criou o palhaço Bip,
que mais tarde se tornou o seu personagem mais emblemático. De
cara pintada, roupas listradas, flor na lapela e cartola na cabeça, o
expressivo figurão interagiu com os espectadores de forma lúdica e
criativa durante toda a carreira. Reconhecido como um dos maiores
mestres desta arte muda, Marcel morreu aos 84 anos, em 2007, deixando registrado nas páginas da história um legado indiscutível, a
exemplo do clássico passinho moonwalk, do mimodrama Andando
de Encontro ao Vento, eternizado por Michael Jackson.
Declarações de guerra, casamentos litigiosos, rupturas de contratos, fim de grandes amizades e tudo por culpa de uma ou
outra colocação inconveniente...
ürbe
Por Alex Mendes Foto Anônimo
Gentileza é importante, porra!
Mito contemporâneo e andarilho pop carioca, José
Daltrino, nacionalmente conhecido como profeta
gentileza, foi uns dos primeiros a transformar mensagens em epidemia urbana
A verdade é que já não passamos mais tão apressados assim pelas ruas da cidade, como diz a canção
de Marisa Monte. Em cada esquina, prédio ou muro, a ürbe nos manda um recado, muito às vezes
aflito. “Gentileza gera Gentileza”, toque mais adequado impossível, principalmente para motoristas,
ciclistas e pedestres. Esta frase era do então amansador de burros para transporte de cargas, que logo
se transformou, na década de 80, no amansador do burro-homem. José Daltrino, o profeta gentileza,
era o pregador mais pop das ruas do Rio de Janeiro. Sua jornada começou como consolador voluntário eu uma das maiores tragédias do mundo circense, o incêndio do Gran Circus Norte-Americano, no
dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niteroi, RJ. Saldo de 500 vítimas fatais, 70% crianças. Sobre
as cinzas do circo, nasceu o Paraíso Gentileza, um jardim e horta que devolveram vida ao local. Com
túnica branca e de barba longa, o profeta pregou a sabedoria que só os loucos possuem. Em seus principais ensinamentos, ele propunha trocar as palavras ‘obrigado’ por ‘agradecido’, e ‘por favor’ por ‘por
gentileza’. A mudança, segundo ele, é porque ninguém é obrigado a nada e devemos ser gentis uns
com os outros, além de nos relacionar por ‘amor’ e não ‘por favor’. E é por amor que São Paulo suplica
ultimamente. Por toda cidade é possível ler o seguinte grito nos muros. “O amor é importante, porra”,
de autor desconhecido.
art
Por Paula Queiroz os Carolina Vianna
Nunca pense antes de agir
Realidade Escheriana em um mundo mágico totalmente plausível
Os impressionantes efeitos de ilusão de ótica provocados pelas obras de arte
do holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) causaram frisson pelas três
capitais por onde passaram: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas foi na
Pauliceia que as filas ultrapassaram as portas do antigo prédio construído em
1901, que hoje abriga o Centro Cultural Banco do Brasil, até contornarem o
quarteirão e se estenderem até a Bolsa de Valores. Um sucesso. Ao todo, a
expo O Mundo Mágico de Escher contabilizou mais de 1,2 milhão de visitantes.
Expert em xilogravuras e litografias, o artista gráfico esboçou construções impossíveis para explorar o infinito através de padrões geométricos entrecruzados – e em constantes mutações. Em um de seus trabalhos mais contundentes, intitulado Nunca pense antes de agir, de 1921, um homem percorre o
caminho estreito à beira do abismo, levando apenas uma lanterna. O curador
da mostra, o historiador holandês radicado no Brasil, Pieter Tjabbes, compara
esta cena à trajetória que Escher trilhou em vida, com problemas financeiros e
reconhecimento tardio. Quase sempre, os críticos julgavam sua estética antiquada, “mais técnica que artística e excessivamente matemática”.
A apresentação em solo brasilis trouxe exemplares sacados da coleção do
Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Haia,
na Holanda. As 95 obras, entre gravuras originais, desenhos e telas aclamadas, interligam fenômenos e realidade cotidiana, criando armadilhas para o
espectador. Os trocadilhos confundem a visão de forma sutil, incorporando o
espaço de fora para dentro – uma viagem ao universo paralelo do traço.
Publi
prato feito
Por Caio Zalc Fotos Herbert Ponting e Vasily Vereshchagin
Na ponta
da faca
Que tal aderir ao jejum? Pela
manhã, água e sal; ao anoitecer,
chá laxante; e na hora do banquete ainda dá para se esbaldar com
suco de limão, pimenta vermelha
e xarope de bordo. Voilà!
Desenvolvida em 1941 por Stanley Burroughs, o jejum da “purificação“ dura entre dez (para os fracos) e 40 dias (para os vencedores). O segredo do sucesso está na ingestão do suco de
limão e do xarope de bordo, considerados fontes eficazes de
energia, e na pimenta vermelha, que auxilia na dilatação dos
vasos sanguíneos. Ao mesmo tempo, a água misturada ao sal
e consumida no período da manhã, “facilita” o trabalho do organismo. O toque final fica por conta do laxante que, imprescindivelmente, deve ser consumido em local e horário seguros.
Com a alimentação devidamente balanceada, o passo seguinte
é se aventurar num esporte praticado apenas por faquires experientes, afinal, nada como algumas “espetadas” para se sentir
vivo! Por sinal, os tais amantes desta combinação explosiva são
capazes de atingir o Nirvana com um pouco de dedicação e
abnegação.
Aos pobres mortais, esqueçam as tentativas frustradas – aquelas camas cravejadas de armas brancas podem apressar a visita para o lado de lá! Já para a legião que aderiu ao programa
“caloria zero” do Senhor Burroughs, a dica é simples: depois de
fechar a boca, preencha o tempo livre com horas e horas de
meditação e abstraia a pressão que os pregos insistem em fazer
sobre a pele (os ossos costumam ser mais resistentes ao impacto). E, lembre-se, independente do perigo, o estado de êxtase é
o antidoto (ou o passaporte) para se alcançar o plano superior.
Obedecendo à rotina desenhada sob medida para os melhores
faquires do globo, impossível não encarar uma vida saudável,
esbelta e mística. Amém.
moda
A vida é um circo!
Fotos Christian von Almen
Editor de Estilo Ray Mendel Produção Executiva Helen Pessoa
O inverno ainda tinge a paisagem abaixo da linha do Equador – mas há solução
para derreter o gelo da estação: saque os coloridos intensos do fundo do armário
e misture os padrões sem medo de errar. Florais, pois, estampas tropicalistas,
transparências e xadrezes estão permitidos. Para arremar o visual lúdico, aposte
nas meias 5/8 e nas eternas sandalinhas de plástico.
Modelos: Greta XXX e Ana XXXX/ Joy Models
Agradecimento: Playcenter
moda
Simbiose Fashion
Fotos Flare Fotografia
Editor de Estilo Ray Mendel Produção Executiva Helen Pessoa
Duplicidade. Multiplicidade. Realidade. Inconsciente. O sonho se projeta a partir das paredes recobertas por desenhos recheados de incursões no japonismo e no grafismo, e se estendem ao desejo de se materializar. Como se isso
fosse possível, as musas pudicas superdimensionadas ganham contornos ousados nas peles morenas e calientes das
ninfas que permeiam o imaginário popular. Sem molduras, a moda chega paginada por cortes estruturados, lirismos
e coloridos bolds.
Modelos: Jéssica Seciliano e Mariana Sales da Silva / Joy Models
Agradecimentos: Sesc São Paulo/ Unidade Santana e Danilo Kato
*As fotos foram realizadas na instalação Samsara dos Sonhos, do artista Danilo Kato, que integra o projeto
Foyer das Artes, em exposição no Sesc Santana. Consulte programação no site: www.sescsp.org.br
tour
Por Daniel Froes fotos Divulgação
Na palma da mão
Se o destino já fora traçado, por que continuamos a nos preocupar com o amanhã? A quiromancia, assim como as outras ciências do mundo da adivinhação, dizem os especialistas, nos traz
segurança, quer a gente admita ou não
Quem nunca se divertiu, mesmo que na infância ou em algum momento da “aborrecência”, em fazer troça com um O
que nos impulsiona a querer prever o futuro? Saber se viajaremos para países distantes, se viveremos aventuras fantásticas ou se finalmente nos apaixonaremos pela pessoa certa? São tantas as dúvidas, que nos tornamos devotos da
adivinhação, ainda que muitos jurem de dedos cruzados não acreditar nesse amontoado de “besteiras”. A quiromancia, arte divinatória que se propõe a desvendar o futuro através da leitura das mãos, é uma dessas ciências místicas
que confortam o imaginário popular. Passado, presente e futuro estariam estampados no formato e nas linhas das
palmas, determinando acontecimentos e até traços da personalidade. A palavra origina-se do grego “kheiromanteia”;
“Kheir” (quiro) significa mão e “manteia” (mancia) quer dizer adivinhação. Há registros dessa ciência em manuscritos
egípcios, assírios, chineses e indianos datados de mais de 4 mil anos. Geralmente associada aos ciganos oriundos do
norte da Índia, a artimanha é ensinada desde a infância e transmitida sigilosamente geração após geração. A principal
intenção dos mestres adivinhos é anotar as deficiências de quem busca pelo auxílio – e assim “elucidar” as provisões
que ainda estão por vir. Deixando as facilidades de lado, o fato é que sobram pontos de interrogação e a única certeza
possível de se dizer é que pensar no dia seguinte é pura perda de tempo.