Gourmet - Argentina

Transcrição

Gourmet - Argentina
Córdoba
Índice
Cuyo
Um mosaico de sabores
4
CAMINHOS DO VINHO
• Cultura do vinho
Malbec
Torrontés
6
7
BOLIVIA
Regiões
JUJUY
PARAGUAI
FO
Buenos Aires
RM
SALTA
CA
TUCUMÁN
M
SANTIAGO
AR
DEL
CA
ESTERO
TA
LA RIOJA
SAN
JUAN
CHACO
S
NE
O
ISI
M
S
E
NT
R
CO
BRASIL
ENTRE
RÍOS
CIUDAD DE
BUENOS AIRES
1
2
S U
R
CHILE
A T
L Á
N T
I C
O
NEUQUÉN
SANTA
CRUZ
O C
E A
N O
A R
G E
N T
I N
O
M A
R
CHUBUT
3
BUENOS
AIRES
RÍO NEGRO
I. Malvinas
(Arg.)
TIERRA DEL FUEGO,
ANTÁRTIDA E ISLAS
DEL ATLÁNTICO SUR
Patagônia
URUGUAI
SAN
LUIS
LA PAMPA
Litoral
Norte
RIE
CÓRDOBA
S U R
P A C Í F I C O
A
SANTA
FE
MENDOZA
O C E A N O
OS
Esta publicação é propriedade do
MINISTÉRIO DE TURISMO NA NAÇÃO
É proibida sua reprodução total ou parcial
APROVADO PELO INSTITUTO
GEOGRÁFICO MILITAR LEI 22.963
EXPEDIENTE Nº 08 1291/5
• Regiões vitivinícolas
Cuyo
Norte
Córdoba
Patagônia
Novos cenários
9
10
14
16
17
18
• Enoexperiência
• Destacados para agendar
• Dicas úteis
GASTRONOMÍA
• Regiões turísticas
Norte
Cuyo
Patagônia
Córdoba
Buenos Aires
Litoral
• Destacados para agendar
• Clássicos argentinos
• Glossário gastronómico
20
23
28
30
32
34
36
38
40
42
44
48
54
Colheteiro, Mendoza (1)
O QUE SABER ANTES DE VIR
56
::3::
UM MOSAICO DE SABORES
A Argentina com sua vasta e extensa geografia austral, oferece desde o coração
da sua fértil terra um grande leque de sabores, graças a sua variedade de climas
e ecossistemas. Percorrer seus caminhos é uma viagem cativante, cheia de locais
sonhados, onde cada experiência está ligada a um sabor, a uma paisagem e a uma
Argentina Gourmet
sensação. Influenciados por diferentes culturas, os sabores argentinos são uma fusão
única do requintado paladar europeu e a força nativa.
Cada canto do país convida a descobrir suas raízes e sabores nativos, receitas típicas e
a amálgama de sabores que se misturam com os novos estilos da culinária moderna.
Além disso, os caminhos do vinho merecem um capítulo especial, uma experiência
sensorial cheia de belíssimas paisagens de vinho. De norte a sul estão os expoentes
das melhores cepagens, entre as que se destacam as emblemáticas do país, Malbec
e Torrontés.
A Argentina representa uma verdadeira aventura gastronômica para desfrutar com
percursos de alto nível e descobrir os sabores do vinho e da culinária regional.
::4::
| GOURMET
Mirante de vinhas em Séptima, Agrello Mendoza (2)
::5::
Caminhos do vinho
Cultura do Vinho: História e Tradição
A Argentina tem um importante legado cultural do vinho, que hoje
forma parte da sua identidade, como país produtor, consumidor e
exportador. O vinho forma parte da mesa dos argentinos e é uma
bebida nobre que é apreciada por cada geração.
Tupungato, Mendoza (3)
Um deleite para os turistas curiosos e amantes
do bom beber
Na busca de novas experiências e de viagens com valor agregado, o turismo do vinho se apresenta na Argentina
como uma alternativa para casar a beleza da paisagem com os vinhos e a gastronomia de cada região. Diferente
de outros países vitivinícolas, e devido a sua grande extensão territorial, a Argentina propõe um caminho
do vinho não linear, distribuído em belos oásis vitivinícolas que se distribuem de norte a sul, quase paralelos
à Cordilheira dos Andes. Desde Salta e Catamarca ao norte, até Neuquén, Rio Negro e Chubut na Patagônia,
passando por Córdoba no coração do país e a região cuyana, produtora de vinhos por excelência, com as
províncias de Mendoza, San Juan e La Rioja. Cada local merece descobrir o que a terra concede aos caminhos
Mais de 400 anos de história garantem a tradição que combina a
essência do velho e novo mundo vitivinícola. Estas origens têm
suas raízes nos primeiros colonos que arribaram nestas terras,
trazendo as videiras, especialmente para providenciar o vinho
utilizado nas missas. Durante o século IX o desenvolvimento do
vinho tornou-se mais relevante, com a adição de novas variedades
européias trazidas pelos imigrantes, concentrados na sua maioria
na zona de Cuyo, pelas características do solo e do clima que
ajudaram no bom desenvolvimento das videiras. Hoje esta região
concentra 90% da produção de vinho, principalmente Mendoza,
seguida por San Juan, em termos de volume. Ainda assim, o mapa
vitivinícola é distribuído em outras províncias argentinas, todas
favoráveis para o desenvolvimento de vinhedos de qualidade
graças às excelentes condições do terroir argentino.
Além da aptidão do solo semi-árido ou desértico, ótimo para o
crescimento das videiras, as boas condições climáticas potenciam
a saúde dos vinhedos, com sol suficiente e ventos cálido-secos
sem influência marítima; sistema de irrigação controlado com
água de desgelo dos Andes, junto com outras características
que distinguem às regiões vitivinícolas argentinas, como a
amplitude térmica, que pode variar até 20º entre o dia e a noite,
e a altitude dos vinhedos, entre os mais altos do mundo.
Nestas terras são elaborados vinhos na base de uma ampla
variedade de cépages, mas a Argentina possui duas variedades
emblemáticas que são porta-voz dos vinhos para o mundo, a
Malbec, estrela entre as tintas e a Torrontés, a rainha das brancas.
Malbec
Variedade emblemática que concedeu fama e renome
internacional aos vinhos argentinos. Nativa da região de
Cahors na França e trazida à Argentina há anos, encontrou
nestas terras o local ideal para se adaptar e desenvolver toda
sua força. Hoje é produzida em toda a extensão de vinhedos
nas diferentes regiões, embora continue sendo Mendoza – e
especialmente a sub-região de Luján de Cuyo – berço destes
destacados exemplares. A Malbec dá vida a vinhos de qualidade
excepcional que são exportados a diversos mercados, cada um
deles segundo sua origem com características que expressam
esta cepagem e ao mesmo tempo o caráter singular de
cada terroir. Ideal para maridar com carnes assadas, massas e
queijos, entre outros, um Malbec jovem e fresco ou de maior
complexidade com passagem por barrica é uma excelente
opção para explorar novas expressões aromáticas.
Torrontés
De origem incerta, possivelmente associada à variedade
moscatel européia, é uma cepagem branca bem argentina,
praticamente considerada como nativa. Pode-se encontrar
esta variedade em diversas zonas, mas é no norte onde
expressa todo o seu caráter e potencial, especialmente
nas províncias de Salta e La Rioja. Com acentuada presença de
flores e ervas, é atualmente um vinho fresco e elegante.
É uma boa maridagem de comidas temperadas ou da
gastronomia regional argentina, como pasteis ou outras
elaborações bem características do norte argentino (tamales,
humitas, locros) ou da nova culinária novoandina.
do vinho. Quem desejar percorrer toda sua extensão deverá prever dias suficiente para desfrutar da viagem por
um território tão extenso como fascinante.
::6::
| GOURMET
::7::
BOLIVIA
MAPA DAS REGIÕES VITIVINÍCOLAS
JUJUY
PARAGUAI
San Salvador 22
de Jujuy
Microdestinos enoturisticos
FORMOSA
Salta
SALTA
1
CHACO
TUCUMÁN
San Miguel
CATAMARCA 21
de Tucumán
2
5
3
4
I. Apipé
(Arg.)
Posadas
Corrientes
CORRIENTES
La Rioja
SANTA FE
LA RIOJA
SAN
JUAN
12
6
7
San Juan
Santa Fe
Córdoba
7
URUGUAI
San Luis
10
SAN LUIS
MENDOZA
18
La Plata
9
ite
de
l lec
ho
y su
bs
ue
lo
ta
ex
de
la
Pla
de
o
ite ítim
o
ay
Lím mar
gu
l
ru
era
-u
lat
ino
nt
ge
ar
CHILE
ite
ior
ter
Lím
BUENOS AIRES
LA PAMPA
16
14
I
T
S
A
C
R
T
M
N
A
L
T
A
O
N
Buenos Aires:
A
Berisso
E
I. de los Estados
Buenos Aires:
Sierra del la Ventana, Tornquist, Médanos
18
19
Com diferenças bem marcadas entre os circuitos, desde as
mais artesanais até as mais modernas, a maioria das bodegas
atualmente conta com tecnologia de última geração para
a obtenção de vinhos de grande qualidade, que segundo as
características do terroir destacam o caráter de cada uma das
zonas vitivinícolas.
Santiago del Estero:
Capital
20
APROBADA POR
EL INSTITUTO GEOGRAFICO MILITAR
SEGÚN LEY 22.963
EXPEDIENTE Nº GG08 0993/5
TIERRA DEL FUEGO,
ANTÁRTIDA
E ISLAS DEL
ATLÁNTICO SUR
Ushuaia
La Pampa:
25 de Mayo
17
O C
Isla
Grande
de Tierra
del Fuego
Chubut:
El Hoyo – Epuyén
I
A
15
16
Islas Malvinas
(Arg.)
Río Gallegos
Todos os oásis vitivinícolas encerram uma proposta diferente.
Com uma área que se estende cada vez mais em plantações
de vinhedos, são 9 as províncias que compõem atualmente
o caminho do vinho e propõem paisagens combinadas com
vinhos sem igual. Entre todas entrelaçam um caminho singular,
cheio de belezas naturais e sabores, desafiando os sentidos para
quem se animar a percorrê-lo.
Novas áreas potenciais
O
Rawson
SANTA CRUZ
Regiões onde pode se desfrutar dos caminhos
do vinho
Jesús María – Colonia Caroya
San Patricio del Chañar – Añelo
Alto Valle del Río Negro:
R
U
G
R
15
CHUBUT
Mendoza Sur:
General Roca – Cipolletti
N
Viedma
Chañarmuyo, La Rioja (4)
Valle de Uco:
Tupungato, Tunuyán, San Carlos
12
13
14
E
RÍO NEGRO
Mendoza Este:
San Rafael – General Alvear
I. Trinidad
N
Neuquén
O
13
10
11
17
NEUQUÉN
Pedernal
Gran Mendoza / Zona Alta Río Mendoza:
San Martín, Junín, Rivadavia, Santa Rosa, La Paz
Lím
l Río
Santa
Rosa
8
Las Heras, Godoy Gruz, Guaymallén, Maipú, Luján de Cuyo
I. Martín García
(Arg.)
Cidade de
BUENOS AIRES
11
Fiambalá – Tinogasta
La Rioja Capital – La Costa
Chilecito y alrededores
Villa Unión – Valle Fértil
Cidade de San Juan e arredores:
circuito norte, sur, este y oeste
20
ENTRE RÍOS
9
2
3
4
5
6
Paraná
CÓRDOBA
Mendoza
8
BRASIL
Valles Calchaquíes:
Santa María, Tolombón, Cafayate, San Carlos, Animaná,
Molinos, Cachi, Cachi Adentro, Payogasta
MISIONES
I. del Cerrito
Resistencia
Santiago
San Fernando
del Estero
del Valle de
Catamarca 19
SANTIAGO
DEL
ESTERO
1
Formosa
Entre Ríos:
Colón, Concordia, Nogoyá, Victoria
21
Tucumán:
Colalao del Valle
22
Jujuy:
Maimará
Colheteiro, Mendoza (5)
::8::
| GOURMET
::9::
Região Cuyo
LA RIOJA - SAN JUAN -MENDOZA
Esta região concentra a maior produção de vinhos na Argentina,
com as províncias de Mendoza, San Juan e La Rioja em ordem de
importância. Inúmeras bodegas onde o vinhedo nasce de uma
terra desértica, cultivada pelo homem com a ajuda de valas, canais
e represas que permitem maximizar o seu potencial se abrem ao
turismo nesta região.
La Rioja: terra de tradições
La Rioja combina diferentes sub-regiões onde se elabora o vinho.
Os Vales de Famatina até Valle Unión é a principal faixa produtora,
com a tecnologia necessária para lograr bons exemplares, e os
Vales da Costa revelam uma produção totalmente artesanal. Dois
olhares diferentes sobre o vinho nesta província e seu conteúdo
enoturístico, desde o industrial até o mais familiar.
No departamento de Chilecito funciona uma cooperativa cuja
produção representa 60% da produção provincial. Dos 8.000
hectares cultivados com videiras, 40% correspondem à variedade
Torrontés Riojano, com a que se elaboram espumantes de
características e qualidade notáveis. Outras variedades cultivadas
são a Torrontés Sanjuanina e a Moscatel de Alexandria – respeito
das brancas – e Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e
Syrah, entre as tintas.
O roteiro das bodegas artesanais que vai desde a capital riojana até
Santa Cruz (departamento Castro Barros) propõe descobrir
o sabor dos vinhos caseiros, mas também encontramos projetos
mais requintados nos novos pólos produtivos como Chañamuyo,
localizado a 1720 metros acima do nível do mar entre as serras do
norte da província, ao pé da cadeia Paimán. O cenário da cultura
Aguada é um ponto de fácil conexão para alongar o percurso até
as zonas vitivinícolas de Catamarca, província vizinha.
Chañarmuyo, La Rioja (7)
Parque Nacional Talampaya, La Rioja (6)
::10::
| GOURMET
::11::
A província, berço do Malbec e oásis para grande diversidade de
variedades que se adequaram muito bem, possui cerca
de 150.000 hectares cultivados com videiras e mais de 1.200
bodegas, distribuídas em cinco regiões. Todas as paisagens são
especialmente aptas para combinar o roteiro pelas vinícolas com o
turismo aventura. Neve, rios, montanhas, lagoas, grutas, desertos,
reservas de flora e fauna, cidades pitorescas e importantes museus
oferecem inúmeras propostas.
Mendoza atrai aos seus visitantes por muitas razões. A
infra-estrutura da província para o turista enológico é das mais
completas, podendo ser organizados desde roteiros regulares
até as mais personalizadas viagens sensoriais. Hotéis urbanos de
gama média e de luxo, casas rurais, ou os mais românticos hotéis
de charme no meio do vinhedo, formam parte das propostas. Os
cenários naturais com o deslumbrante marco dos cumes nevados
da Cordilheira dos Andes são também destinos especialmente
aptos para a aventura em todas suas modalidades.
A grande concentração de vinícolas em produção abertas ao turismo
permite desfrutar de um passeio verdadeiramente integrador,
conhecendo museus, caves, fincas, e casarões antigos, fazendas no
meio da montanha, vinícolas de grande porte, de vinhos Premium
ou familiares, muitas delas atendidas por seus próprios donos.
Parque Provincial Ischigualasto, San Juan (8)
San Juan: berço do Syrah
San Juan foi historicamente uma província dedicada à produção
de vinhos de mesa, mas há dez anos a indústria vitivinícola
stá mudando para a elaboração de vinhos finos e de alta gama. São
muitas as possibilidades que oferece o solo, o clima e a tecnologia
recentemente instalada. Assim hoje encontramos, nos diferentes
oásis produtivos bodegas de alta tecnologia, onde são elaborados
vinhos de qualidade internacionalmente reconhecida. Destacamse principalmente os vinhos Syrah, muito frutados e expressivos,
havendo também muito bons Bonarda, Viognier, Sauvignon Blanc,
Pinot Gris, Torrontés Sanjuanino, Tannat e Malbec.
Muito perto da capital sanjuanina, abre-se o caminho às encantadoras
zonas do vinho: para o norte, para o sul, para o leste e o oeste.
Cada bodega amostra sua própria identidade, algumas industriais,
outras artesanais, várias com vinhedos orgânicos, alguns novos de
charme e outro com muita tradição. Também formam parte dos
roteiros do vinho algumas produtoras de champagne, entre elas
uma localizada no coração da montanha, particularidade que só
compartilha com outras três no mundo.
::12::
Em San Juan se destaca o Museu Santiago Graffigna, da bodega
homônima, que relata a história de uma das famílias pioneiras da
vitivinicultura argentina e é amostra viva da tradição do passado.
A história pode se combinar com outros charmes da província,
desfrutar de algum spa do vinho ou explorar os vestígios do
tempo pelo caminho dos dinossauros. A magnificência de San
Juan também é internacionalmente conhecida pelo Vale da Lua
(Parque Nacional Ischigualasto), patrimônio da Humanidade, como
Talampaya, parque nacional em sua província irmã de La Rioja.
Dois cenários que formam um mesmo patrimônio da humanidade.
Mendoza: a oitava capital do vinho
Mendoza é a principal província vitivinícola da Argentina e desde
julho de 2005 é uma das oito capitais do vinho, segundo a rede
internacional Great Wine Capitals, ao nível de outros importantes
destinos enoturísticos como Burdeos, Florencia, Cape Town, RiojaBilbao, Christchurch-South Island, Porto, San Francisco-Napa Valley
e Mainz-Rheinhessen, onde todo ano se outorgam prêmios às
diferentes categorias de estabelecimentos e serviços vinculados
com a experiência do vinho.
| GOURMET
Pela complexidade vitivinícola desta província, suas principais áreas
são agrupadas em sub-regiões. A zona do Leste está integrada
pelos departamentos de Rivadavia, San Martín, Junín, Santa Rosa e
La Paz numa altitude média entre os 600 e 740 metros acima do
nível do mar, caracterizada por uma paisagem desértica
deslumbrante onde se reúnem bodegas de grande porte. A zona
Alta Rio Mendoza, também conhecida como primeira zona pela
antiguidade de muitos dos seus vinhedos, valorizada pela grande
concentração de seus frutos, está formada pelos renomados
departamentos de Maipú, Luján de Cuyo, Guaymallén e Godoy Cruz,
localizados muito próximos da capital mendocina, famosa pelas suas
valas e parques. Esta região é a mais visitada pelos turistas, não
só pela quantidade de vinícolas com wine tours, senão também
pelas facilidades vinculadas à gastronomia, hospedagem – entre
eles lodges de excelentes propostas – e museus do vinho.
Outra das zonas que está prosperando é Valle de Uco, com San
Carlos, Tunuyán e Tupungato, uma área com dinâmica própria
que experimentou uma forte expansão nos últimos anos, onde a
paisagem intensa da Cordilheira emoldura vinícolas com os mais
modernos estilos arquitetônicos. A última zona é a Sul, formada
por San Rafael e General Alvear, departamentos com história e
empreendimentos de todo tipo, muito perto de atrativos naturais
de grande valor, especialmente para a aventura, como o Canhão
do Atuel e os diques.
Cavas do Zonda, San Juan (9)
Sala de Tonéis, Mendoza (10)
::13::
Salta (“a linda”) oferece uma grande variedade de belas paisagens,
onde se combinam a puna, a floresta, os vales e as quebradas. A
região vitivinícola está localizada num local privilegiado por sua vasta
riqueza natural e cultural herdada da antiga nação Diaguita-Calchaqui
do império Inca. Vinícolas com fazendas, hotéis de charme, pousadas
e spa do vinho oferecem um grande leque de possibilidades para
se hospedar e relaxar. O calor das pessoas, a autenticidade de sua
culinária, os povos antigos e seus artesãos também fazem parte do
atrativo turístico nos sendeiros do vinho desta província.
Região Norte
SALTA - CATAMARCA
O turismo enológico no Norte concentra-se principalmente nos Vales
Calchaquies, entre a província de Salta e Catamarca, área em franca
expansão com uma paisagem única e cultura ideais para percorrer os
caminhos do vinho descobrindo interessantes histórias e legados.
Estes vales, localizados a uma altura media de 1.700 metros acima do
nível do mar, representam a principal zona produtora, especialmente
Cafayate como localidade central. No meio das montanhas banhadas
de cores, pequenos oásis vitivinícolas dão origem a vinhos intensos,
briosos e de grande caráter, únicos no seu estilo.
Catamarca: os povos brancos e o vinho
Em Catamarca há cerca de 2.200 hectares plantados com vinhedos,
dos quais apenas um quarto corresponde a variedades finas para
vinificar; o resto são uvas de mesa para a elaboração de uvaspassas. A uma altura entre 1.200 e 1.750 metros sobre o nível
do mar se desenvolvem cultivos pequenos, especialmente das
variedades Cabernet Sauvignon, Syrah, Malbec e Bonarda.
As vinícolas também são pequenas, mas equipadas de tecnologia
para elaborar vinhos de alta qualidade. Os vinhos da zona são
carnudos, frutados e com muito corpo.
Salta: legado cultural e vinhos de altura
A videira chegou a Salta no século XVIII, como na maioria dos
casos na região da mão dos jesuítas. Nos Vales Calchaquies
e particularmente Cafayate, concentra-se 90% das videiras
que totalizam cerca de 3.200 hectares. O resto está distribuído
entre Cachi, Molinos e San Carlos. As videiras destes vales são
chamadas “de altura”, atingindo 2.400 e 3000 m., num local que
deslumbra por sua majestosa localização. As chuvas escassas,
a extraordinária luminosidade e a grande amplitude térmica
permitem obter frutos concentrados e vinhos robustos, de
grande personalidade.
Salta é uma das províncias com maior tradição vitivinícola, de fato,
várias de suas vinícolas datam de começos do século XIX. Grandes
estabelecimentos de mais de 10 milhões de litros de capacidade
se alternam com outros muito pequenos e familiares. Nos últimos
anos, as vinícolas têm se equipado com tecnologia de ponta,
elaborando hoje vinhos de altíssima qualidade. A uva Torrontés é
a mais arraigada. Os vinhos Torrontés de Salta têm grande
reconhecimento internacional, entre outras cepagens como
Malbec, Cabernet, Tannat, Syrah, Tempranillo e Charodonnay.
A gastronomia de Salta é outro dos seus grandes testemunhos,
com pratos contundentes regionais a partir de receitas ancestrais
que casam perfeitamente com os vinhos da região.
::14::
Assim como as vizinhas províncias de Salta e La Rioja, Catamarca
possui um relevo montanhoso, com antigos e deslumbrantes
vu l cõ e s e vales que concentram povoados e culturas. O vale
de Fiambalá, localizado no oeste a 300 km. da cidade capital, é o
principal produtor de videiras. O outro oásis produtor fica no leste e
pertence aos Vales Calchaquies, com Santa Maria como referência.
As vinícolas, em geral estão orientadas para a elaboração de
vinhos finos e muitos dos seus processos são artesanais. O clima,
quase desértico, é um grande aliado para a produção de frutos
concentrados e sadios, naturalmente ecológicos, um oásis ideal
para as videiras e outras culturas como as oliveiras.
Cafayate, Salta (11)
| GOURMET
O roteiro pelos vinhedos é acompanhado pela deslumbrante beleza
da paisagem e a autenticidade de suas produções artesanais, entre
povos brancos e igrejas construídas de adobe. Entre Tinogasta e
Fiambalá, no meio do vale vitivinícola catamarqueño e ao longo
de 50 km pode se percorrer o caminho temático do “adobe”,
corredor turístico e cultural que resgata relíquias arquitetônicas
Cafayate, Salta (12)
Catamarca (13)
construídas neste material entre os séculos XV e XVIII. Ruínas précolombianas, casas familiares, igrejas, oratórios e até pinturas
cuzqueñas que se misturam neste particular caminho. O valor
agregado dos seus sabores nativos se junta a um importante
legado cultural numa terra rica em arqueologia, com antigos
assentamentos de povos nativos.
::15::
Região Patagônia
Região Centro
NEUQUEN - RIO NEGRO
CÓRDOBA
Córdoba: as videiras no coração do país
A região mais austral da Argentina e do continente não está
isenta do cultivo de videiras. Pelo contrário, aparece como uma
das zonas mais prometedoras para a elaboração de vinhos de alta
gama, especialmente a variedade Pinot Noir e Merlot, em oásis
produtivos que se concentram no paralelo 39º Sul (Neuquén e
Rio Negro).
Localizada no centro do país, Córdoba é uma região multifacetada,
tanto no turismo como na produção. A gastronomia tem um papel
importante, com diferentes roteiros identificados para descobrir
seus produtos típicos. Em matéria de vinhos, a produção se concentra
no departamento de Colón e essencialmente na localidade de
Colônia Caroya, apenas a 48 km. da cidade de Córdoba.
Degustação (16)
Neuquén: Sucesso desde a primeira geração
Assim como em outras províncias, o vinho chegou da mão dos
jesuítas. No começo do século XVII, já existiam na região cerca
de 20.000 videiras na fazenda de Jesús Maria, próxima a Colônia
Caroya, que também era originalmente uma fazenda jesuítica.
No século XIX chegou a segunda corrente migratória proveniente
do Friuli, Itália, que trouxe o costume de elaborar seus vinhos de
forma artesanal. Assim começou a produção de vinhos regionais,
elaborados com uvas não tradicionais, como a famosa uva negra
vitis labrusca, logrando vinhos que representam a identidade
e patrimônio local. Os vinhos se combinam com uma amplia
oferta de frios e charcutaria que tornaram famosa a esta antiga
colônia de imigrantes italianos.
É uma das regiões vitivinícolas mais novas do país, mas também
uma das de maior potencial. As características do solo e clima são
bastante diferentes às das outras áreas produtoras, começando
pela altitude, que não ultrapassa os 300 metros acima do nível do
mar. A baixa umidade, a qualidade dos solos e uma amplitude
térmica de mais de 20ºC se juntam para produzir frutos com
boa concentração e excelentes características organolépticas.
Os vinhos resultantes, em geral das variedades Merlot, Pinot
Noir, Malbec, Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Sauvignon
Blanc, têm muito boa qualidade, com notável acidez e excelente
cor, aptos para uma longa guarda em garrafas.
Fóssil dinossauro (17)
Esta nova região do vinho está centrada nas localidades de San
Patrício del Chañar e Añelo, a 70 km. da cidade capital. As
vinícolas que compõem este caminho turístico são modernas,
com desenhos de vanguarda e equipadas com tecnologia de
última geração.
Fazenda Jesuítica Colonia Caroya, Córdoba (14)
::16::
Vinhedo, Colonia Caroya, Córdoba (15)
| GOURMET
Como todas as províncias da Patagônia, Neuquén possui inúmeros
atrativos turísticos. O pólo vitivinícola está rodeado de jazidas
pré-históricas, onde abundam fosseis de dinossauros. Assim o
roteiro das vinícolas é conhecido como o sendeiro dos “vinhos
e os sáurios”. As vinícolas têm formado aqui um verdadeiro
centro turístico, com restaurantes de primeiro nível e mais
recentemente hospedagem e spa nas vinhas.
Restaurante em Colonia Caroya, Córdoba (18)
::17::
Horizontes, Neuquén (19)
Río Negro: um caminho cheio de sabores
A produção vitivinícola se concentra no Alto Vale do Rio Negro,
um dos mais ricos da Argentina, famoso pela sua produção
de frutas e hortaliças, pêras e maçãs, principalmente. A grande
pureza ambiental é uma das características da zona, assim como
a grande amplitude térmica entre o dia e a noite, que favorece a
concentração dos frutos como a uva. Respeito do turismo, a
zona está em franco crescimento. O roteiro das vinícolas pode se
combinar com a visita a estabelecimentos frutícolas.
Pinot Noir e o Sauvignon Blanc são excelentes. Também se elaboram
bons Malbec, Syrah e Chardonnay. Neste momento a vinícola pioneira
não está aberta ao turismo, embora conduza um novo futuro para
a região.
Na província de Chubut fica um pequeno vale produtor no paralelo
42º, localizado em El Hoyo de Epuyén. Seus vinhedos, considerados
os mais austrais do mundo, fazem parte de um projeto turístico
promovido por um empresário da vitivinicultura mendocina que
possui uma vinícola e um complexo de cabanas em construção
para hospedar turistas neste local ideal para a pesca.
NOVOS CENÁRIOS
Ao longo dos anos, o mapa vitivinícola tem se expandido na
Argentina, desde as regiões mais tradicionais, berços do vinho
que elaboram excelentes exemplares, até novas áreas emergentes,
que levaram a cabo diferentes projetos para cultivar uvas e obter
vinhos em locais antes inimagináveis.
La Pampa, na localidade de 25 de Mayo, é um dos exemplos,
com projetos ao sul da província que com sucesso assumiram a
missão de elaborar vinho nestas terras desérticas. Os vinhos
oferecem características únicas e uma qualidade excelente. O
::18::
Outras áreas do país, como o sul da província de Buenos Aires,
nas proximidades de Sierra de la Ventana, Tornquist e Médanos,
têm outros empreendimentos promovidos pelo vinho, ainda não
turísticos, mas com o objetivo de transformar essas terras em novos
pólos produtores de uva. Acontece o mesmo na zona costeira de
Berisso, que tenta recuperar o espírito passado dos imigrantes
que produziam o vinho pateiro. Também há pequenas áreas de
cultivo em Tucumán, no caminho dos Vales Calchaquies (entre
Santa Maria e Calafate) ou em Jujuy, na localidade de Maimará, de
frente para o impressionante cenário da Quebrada de Humahuaca.
Cava, Neuquén (20)
| GOURMET
::19::
Enoexperiência: mais do que um roteiro
pelas vinícolas
O turismo do vinho na Argentina mantém um crescimento
sustido desde os últimos anos, registrando na atualidade mais de
180 vinícolas abertas ao turismo e uma agenda lotada de atividades
e serviços pensados especialmente para cada tipo de visitante e
ocasião. As propostas variam desde os pequenos empreendimentos
familiares, alguns deles com longa trajetória de tradição, até os
modernos e requintados projetos ou os grandes investimentos de
capitais estrangeiros que foram atraídos por um local ideal para
a cultura da uva, apresentando um leque de opções exclusivas.
Neste cenário o turismo do vinho é muito mais do que um roteiro
de vinícolas, combinando em cada percurso e em cada estação do
ano uma amalgama de experiências sensoriais. Tanto o viajante
experimentado como aquele que se inicia no mundo do vinho
pode desfrutar da infinidade de propostas nos caminhos do vinho.
Idéias para planejar um roteiro pelas vinícolas:
• Programas participativos: colheita e poda e até elaboração
do próprio vinho.
• Máster classes de culinária tradicional ou gourmet, especialmente
vinculada à gastronomia regional.
• Cursos de catas e degustação de vinhos argentinos.
• Roteiros por outros circuitos produtores complementares, como
o olivotur, a visita a estabelecimentos que elaboram queijos
de cabra ou percursos por zonas de cultivos secados ao sol,
como uvas-passas, tomates ou pimentões segundo a região
que é visitada.
• Percursos pela vinha a pé, a cavalo, de charrete, de balão
ou de bicicleta.
• Programas culturais ao longo do ano, como os ciclos de Música
Clássica nos Sendeiros do Vinho (Mendoza, Semana Santa) e a
::20::
Wine tour, Mendoza (21)
exibição de obras temporais (pinturas, esculturas, fotografias)
nas caves ou nos espaços preparados para ligar a arte com o vinho.
• Interessantes museus temáticos, alguns orientados especialmente
à história vitivinícola e outros afins às artes.
• Programas para combinar o roteiro pelos caminhos do vinho
com o golfe, a pesca, o pólo, o turismo de aventura e o turismo
cultural, descobrindo a história, a cultura e a vastidão da natureza
em cada paisagem onde nasce a uva.
• Vinhos e astronomia, maridagem noturna. Possibilidade de observar
as estrelas desde a vinha, de compreender as constelações
do Hemisfério Sul e a relação dos astros com a safra, especialmente
no caso das vinícolas biodinâmicas.
• Modernas instalações com spa do vinho, onde podem ser
feitos tratamentos de vinhoterapia, com produtos derivados
da uva (pele e sementes), com os que são feitos cremes, banhos
de imersão em tanques de vinho ou se aplicam terapias relaxantes
de massagens com as propriedades anti-oxidantes da uva.
• Hotéis de charme na vinha, de diversos estilos arquitetônicos,
rodeados pela magia da paisagem rural, mas com todo o conforto
Cavalgada, Mendoza (22)
| GOURMET
::21::
Destaques para agendar
Vinhoterapia
Restaurante, Valle de Uco, Mendoza (23)
Mesmo sendo suas origens antigas, a vinhoterapia é uma nova
técnica que começou a ser implementada pelos franceses em
Bordeaux. Hoje Salta, Mendoza e Neuquén propõem hotéis de
charme e lodges com spa do vinho, uma nova alternativa para o
roteiro enoturístico. Imersão em tanques de Malbec ou Torrontés,
desfrutar de massagens relaxantes com sementes ou fazer
tratamentos de rejuvenescimento a base de cremes feitos com a
polpa e a pele, ricos em polifenoles, propriedades antioxidantes
da uva, é uma experiência que garante um momento de prazer
e bem-estar.
Bicicletas em vinhedos, Mendoza (24)
• Wine bars e restaurantes nas vinícolas que permitem desfrutar da
gastronomia e dos vinhos argentinos num espaço aconchegante,
visando às propostas mais tradicionais como o churrasco crioulo
e as empanadas, e alternativas da culinária gourmet.
• Wine shops ou lojas especializadas para comprar vinhos e acessórios
de lembrança no roteiro das vinícolas.
• Campeonatos e torneios na vinha, como o Rally das Bodegas
com carros clássicos, a Maratona das Bodegas ou o Torneio de
Pólo das Bodegas.
Pólo, Mendoza (25)
• Festividades locais que apreciam e veneram a cultura das videiras,
entre as que há diversas manifestações pagãs com danças
tradicionais, música e gastronomia. A máxima expressão destes
festivais é a tradicional Festa Nacional da Vendimia.
Cafayate, Salta (28)
Ao charme da vinha se acrescenta a rica arquitetura em adegas,
que também inclui estilos muito particulares: mansões coloniais,
construções antigas em adobe ou modernos empreendimentos
com desenhos inovadores. Este percurso integra todos os aspetos
da cultura do vinho, desde os cantos mais segredos nos roteiros
mais artesanais até as experiências de luxo nos projetos mais
requintados.
Cafayate, Salta (29)
Turistas colhendo (26)
::22::
| GOURMET
Vinhedos, Mendoza (27)
::23::
Festa Nacional da Vendima
Acontecimento considerado único no seu gênero é a festa nacional de
maior relevância na Argentina. Cada ano, o primeiro final de semana de
março Mendoza convoca milhares de turistas que compartilham
com os habitantes da cidade uma festa de dimensões magistrais.
Mais de 1.200 artistas em cena no anfiteatro natural Fray Romero Day
e cerca de 50.000 espectadores presenciam o show artístico como
tributo à safra. Há festividades locais que começam nos diferentes
distritos quase um mês antes, durante três intensas jornadas se
celebram desfiles, homenagens à Virgem da Carrodilla, padroeira dos
vinhedos e a eleição da Rainha da Vendimia.
Música Clássica nos Caminhos do Vinho
Rainha da vendimia, Mendoza (31)
Este festival de renome internacional com mais de 10 anos de vida
Consolidou-se nos caminhos do vinho de Mendoza. Todos os ano
na celebração da Semana Santa mendocinos e visitantes podem
desfrutar da música clássica entre maravilhosas paisagens e
muito bom vinho. Durante esses dias renomados artistas
convidados de vários países junto a outros locais adicionam valor
aos clássicos percursos turísticos, locais patrimoniais, vinícolas,
praças e capelas que são o cenário destes espetáculos onde
juntam-se a arte, o vinho e a natureza.
Orquestra em bodega, Mendoza (30)
::24::
Violinista, Mendoza (32)
| GOURMET
Vinhedos, Mendoza (33)
::25::
Programas de Tango e Vinho
A expressão da arte
Os festivais animam os caminhos e projetam ao longo do ano
interessantes propostas para desfrutar além dos prazeres do vinho. Outro
evento que começa a se instalar é a união dos dois ícones da identidade
argentina: o tango e o vinho. Este festival, promovido por Mendoza reúne
durante duas semanas do mês de setembro uma série de espetáculos
deste gênero musical nas diferentes vinícolas da província.
Associar a arte com o vinho não é casual. Muitas das vinícolas
dos caminhos do vinho colecionam peças de altíssimo valor que
os visitantes podem ver nas suas caves, salas de cata ou mesmo entre
as videiras, quando se trata de esculturas ou peças. No Vale de Uco,
Mendoza, o Complexo Cultural Kilka na bodega Salentein, reúne uma
importante amostra de arte contemporânea; e ao norte, na província
de Salta, a bodega Colomé possui um original museu de arte em
altura da mão de James Turrel, uma impressionante obra que une luz e
espaço na sua própria estrutura, além de outras peças do proprietário,
Hess Art Collection.
Festa da Vendima Comunitária de Cafayate
Tango (34)
Salta é cenário do vinho e cada mês de março milhares de pessoas são
esperadas entre moradores e turistas que participam ativamente na
safra da finca Las Nubes, uma experiência direta com as videiras. A
cultura do vinho mistura-se com o sabor dos pratos regionais
e a música folclórica, própria dos Vales Calchaquies, numa jornada
inesquecível em que pessoas de todas as idades coletam a uva
cuidadosamente e participam do inicio do processo que da vida
cada ano a novos vinhos.
O Rally das Bodegas
Rally das Bodegas, Mendoza (35)
Tornou-se um evento único no seu tipo, cada mês de março, como
parte das atividades da vendima, esta competência põe a prova carros
Clássicos e Sport no entorno deslumbrante da Cordilheira dos Andes e
um percurso exclusivo pelas videiras e vinícolas de Mendoza. O circuito
é uma grande demanda esportiva para só 100 duplas e o prêmio mais
competitivo da Argentina para carros clássicos: a Tríplice Coroa,
que é definida pelo Rally da Montanha (Córdoba), as 1000 Milhas
Sport (Bariloche) e o Rally das Bodegas (Mendoza).
Esculturas, Mendoza (38)
A história do vinho
São várias as vinícolas que possuem um grande patrimônio histórico
nos seus casarões e revelam a história ao longo dos anos. Porém
algumas contam com verdadeiros museus do vinho, locais que merecem a visita para conhecer em profundeza um passado de esplendor,
locais onde os pioneiros do vinho trabalharam uma terra afortunada
para a elaboração desta nobre bebida. Alguns exemplos são: Museu
Santiago Graffigna, na província de San Juan; o Museu do Vinho de
Cafayate em Salta; a Enoteca, em Mendoza; Museu Nacional do Vinho e a Vendima, Casa Giol, no departamento de Maipú; e o Museu do
Vinho na bodega La Rural.
Vinho e arte (39)
Rota 40
Quebrada das Flechas, Salta (36)
::26::
Esta fantástica rota, em parte pavimentada e em outras de cascalho,
ou estradas revestidas que vai do norte ao sul ao longo da Cordilheira
dos Andes, nos seus mais de 5000 km. propõe infinidade de atrativos
e paisagens contrastantes. Especialmente na região do Norte
e de Cuyo a rota 40 e o eixo transversal para visitar boa parte das
zonas produtoras de videiras, um roteiro temático para combinar o
vinho com a aventura, afastar-se do caminho, enxergar panoramas
maravilhosos e descobrir na montanha povos únicos.
| GOURMET
Sala de tonéis, Mendoza (37)
Sala de arte em bodega (40)
::27::
(41)
Dicas Úteis
Temporada
Embora a época de vendima se concentre nos meses de verão
e começos do outono no Hemisfério Sul, principalmente de
fevereiro a abril, dependendo do clima e variedade que marca
a safra em cada região, o ano todo é recomendável para visitar
as bodegas. Descobrir os tempos do vinho em seus processos
de elaboração e o esplendor das videiras com as diferentes
paisagens segundo a estação do ano. Enxergar as videiras nevadas,
as cores amareladas do outono, os primeiros brotos da videira
na primavera ou a uva madurando com o sol do verão são
experiências únicas que vale a pena desfrutar.
Os caminhos
Embora em geral as rodovias estejam em bom estado é conveniente
se informar previamente sobre o estado dos caminhos,
as distâncias e as condições climáticas. O sol brilha quase o
ano todo nesta terra do vinho, mas para acessar às vinícolas
convém se informar.
As distâncias
A diferença de outros países vitivinícolas e devido a sua grande
extensão territorial (mais de 2.000 km. de norte a sul) a
Argentina propõe um caminho do vinho não linear, distribuído
em bonitos oásis ou vales produtores. Alguns roteiros vizinhos
são de fácil acesso terrestre, como as propostas de destinos menores,
mas outras distâncias podem ser consideráveis, por isso é
recomendado prever suficientes dias para desfrutar da experiência
do vinho em mais de uma região.
Visita a vinícolas
É aconselhável realizar reservas prévias nas visitas às vinícolas
para se garantir a melhor recepção, com o pessoal idôneo e na
língua desejada. Especialmente para visitar alguns estabelecimentos
que, pelas suas características preferem fazer tours personalizados
ou em grupos reduzidos.
Acessórios
O clima é geralmente seco, cálido e muito ensolarado, por isso
recomendamos levar sempre óculos para sol. Também é aconselhável
levar calçado confortável para visitar as zonas produtivas, protetor
solar e chapéu. No verão roupa leve e fresca, no inverno um
bom agasalho, mesmo que as temperaturas invernais diurnas
possam ser agradáveis sob o sol.
Sala de tonéis, Valle de Uco, Mendoza (42)
::28::
| GOURMET
::29::
Gastronomía
Gastronomía, “Master of food Wine” (43)
A revalorização da culinária
A Argentina hoje constrói um grande mosaico culinário para descobrir e apreciar no marco de um profundo processo
de revalorização de suas culinárias. Os sabores argentinos são um símbolo e um reflexo de sua história. Ao longo do
país os habitantes de cada região sintetizaram em apetitosos pratos regionais parte da sua cultura e o que foi brindado
pela natureza. À reconhecida carne argentina, as empanadas, a erva-mate e o doce de leite acrescentam-se
valiosos ingredientes e matérias primas de todas as regiões, propostas únicas para que o turista gourmet encontre
uma interessante riqueza culinária em cada destino.
Costumes argentinos, como a tradição de compartilhar a mesa em família, as reuniões com os amigos, os rituais
para fazer um bom chimarrão ou preparar o melhor churrasco, as massas caseiras do domingo ou os nhoques de 29
de cada mês são exemplos cotidianos que amostram a simplicidade com a qual o argentino desfruta dos alimentos
e demonstra os seus afetos. A culinária representa, neste sentido, um alto grau de socialização e motivo de união.
Ademais, a oferta culinária argentina está entre as melhores do mundo, com uma grande variedade de estilos, preços
e sabores, desde restaurantes rústicos, bares, pizzarias, churrascarias ou cantinas até os restaurantes de altíssima
qualidade gastronômica.
Gastronomía, “Master of food Wine” (44)
::30::
| GOURMET
::31::
O descobrimento das regiões argentinas
As empanadas, mesmo consumidos no país todo, são especialmente
saborosas no norte, e para muitos as melhores. Os sabores mais
típicos são de carne e milho, com diferentes variantes de pimentas
ou segredos que conserva cada província (os salteños de carne
com batata, os tucumanos recheados com carne cortada a faca,
bem suculenta temperada com limão). Estes pastéis de massa
salgada fechados de maneira artesanal (repulgue), fritos ou ao
forno, são uma delicia para comer com a mão, numa boa mesa
ou em qualquer lanchonete de passo.
Enquanto muitos usos e costumes estendem- se ao longo do país
e são comuns à identidade argentina, há preparações associadas
aos produtos naturais da terra, amostrando cada região suas
características próprias e resultando em pratos com um selo que
os distingue. Conhecer esta variedade de sabores que se expande
de norte a sul e de leste a oeste é uma oportunidade sem par para
mergulhar no patrimônio gastronômico dos argentinos e entrar em
contato através da culinária com seu povo.
Região Norte
Tamales (45)
JUJUY - SALTA - CATAMARCA
TUCUMAN - SANTIAGO DEL ESTERO
Segredos ancestrais
Uma das áreas mais influenciadas pelas culturas indígenas,
amostra nas suas comidas um legado estreitamente vinculado
com a tradição andino-incaica que compartilha com outros
países do Pacífico. A batata e o milho estão quase sempre
presentes nas suas preparações, assim como a quinoa (um
cereal próprio da culinária incaica), os pimentões, as abóboras
e tomates. Os pratos estrelas são a humita e o tamal, duas
preparações com as quais se recheiam a palha do milho com
um preparado feito a base de milho e temperos ou com carne.
Também é elaborada uma grande variedade de doces ou compotas
caseiras de marmelo, batata-doce e abóbora, produtos muito
gostosos que deram origem a uma sobremesa muito difundida
chamada “vigilante” (Romeu e Julieta) combinando uma fatia
de queijo (macio ou semi-duro) com algum destes doces ou com
frutas em calda ou doces de consistência forte.
Pimentões ao sol (46)
Cada local possui seu charme e atrativo próprio que se mistura
com sabores e aromas provenientes da gastronomia, fruto da
sua cultura, uma raiz comum entre todas as províncias desta
região. As comidas típicas do norte argentino estão preparadas
com receitas que passaram de geração em geração, desde a
época é que só podiam se utilizar elementos locais e os que
podiam se conseguir graças à permuta com outros habitantes
de áreas próximas.
Cuaresmillos (47)
::32::
Vários pratos da culinária regional do norte compartilham certo
sabor picante, pelas especiarias que se usam, especialmente
o pimentão picante, que é combinado com o milho tenro ou o
charque de carne (boi, cordeiro ou porco) sem gordura e secado
ao sol. Os ensopados como o locro, a carbonada e os cozidos,
também são pratos próprios desta geografia, assim como os
escondidinhos de batata, abóbora e carne.
| GOURMET
Os queijos artesanais de cabra elaborados com antigas receitas
e o tradicional queijinho são outros luxos para o paladar. Visitar
estabelecimentos de queijos regionais é outra opção que pode
ser encontrada nos diferentes vales do norte argentino, para
provar uma variedade de iguarias e conhecer o processo de
elaboração artesanal. Nos roteiros pelo norte é habitual secar
naturalmente os pimentões vermelhos, tomates e fumo, cobrindo
as ladeiras das montanhas com cores muito intensas. Outros
produtos que se encontram facilmente na zona são as carnes
selvagens, como a de lhama, usada em pratos locais.
Entre as bebidas típicas temos o chá de folhas de coca, amplamente
usada para evitar o desconforto que às vezes produz a altura
(muitos destes vales estão a mais de 1.600 m. de altura e alguns
povos do norte de Salta, superam os 4.000m.), a chicha,
Purmamarca, Jujuy (48)
::33::
bebida alcoólica a base de farinha de milho e água que fica
fermentando em panelas de barro e depois fervida, e a aloja
que se obtém da fermentação das vagens da algarroba, entre
outros licores regionais.
Esta mistura de produtos e une num programa especial que difunde
os pequenos roteiros na zona, “sabores com prazer a norte”,
uma redescoberta dos segredos melhor guardados destas
províncias. O programa permite conhecer os estabelecimentos
produtores, seus vales férteis, suas armazéns de campo ou
restaurantes dos estilos mais variados, suas barraquinhas de
artesanato em feiras ou mercados e suas festas ou celebrações
populares, onde é possível experimentar muitos destes produtos
típicos, se aproximando à cultura destes povos na sua forma
mais tradicional ou através de um novo movimento da culinária
“novoandina”, que revaloriza os produtos locais com modernas
técnicas da gastronomia moderna.
Região Cuyo
LA RIOJA - SAN JUAN - MENDOZA - SAN LUIS
Sabores cuyanos
A região de Cuyo tem uma riqueza tão grande quanto a sua beleza, as
carnes, os frutos, as hortaliças, os legumes e os bons vinhos. Cada
província amostra suas características com pratos representativos.
Uvas, azeitonas, maçãs, pêssegos, pêras, ameixas, cerejas, melancias,
melões e abóboras; nozes, amêndoas e castanhas se transformam
nos doces regionais, frutas secas, conservas e doces. Os alfajores,
os xaropes de uva e para acompanhar o chimarrão as tradicionais
tortinhas mendocinas, excelente proposta para o café da manhã
ou o lanche.
Em todo restaurante ou pousada não faltará no cardápio a empanada
crioulo, o locro de trigo (à base de milho), a humita em chala, os
pata de vaca e o tomaticán (à base de ovos e tomate). Nas áreas
de montanha e deserto o cabrito assado ou pratos derivados do
cabrito como a chanfaina são excelentes, especialmente quando
acrescentados nas braças galhinhos de larrea nítida arbusto
selvagem das zonas cuyanas que aromatiza estes manjares. Há
muito boas ervas aromáticas de origem cuyano com as que se
elaboram bebidas e temperos.
Além dos grandes vinhos, nesta região são produzidas boas sidras
ou sucos de frutas frescos e saborosos, especialmente de uva. O
churrasco com couro, outras carnes ao disco de arado ou forno
de lenha, a mazamorra e os queijinhos de cabra são alimentos
típicos que encontramos pela região e para quem procurar pratos
mais exóticos, o charque é outra opção como no norte, uma
especialidade a base de carne de guanaco. Quase todos os menus
integram as matérias primas da área com o sabor do campo e
caseiro, seja culinária artesanal ou elaborada pelos chefs que criam
interessantes propostas contemporâneas em restaurantes de charme.
Relax em bodegas (50)
Gastronomía (49)
::34::
| GOURMET
::35::
Região Patagônia
LA PAMPA - NEUQUÉN - RÍO NEGRO
CHUBUT - SANTA CRUZ - TIERRA DEL FUEGO
Banquetes do sul argentino
A Patagônia possui, além de belezas naturais e imensidão impressionante,
uma indiscutida qualidade de produtos naturais, base da cozinha
gourmet. A atmosfera da Patagônia recria a paisagem da montanha,
os gelos continentais, a estepe desértica, os vastos campos e uma
extensa geografia costeira, fazendas rurais ou pitorescas cabanas
de troncos que conservam o espírito de suas origens, desde os povos
indígenas do sul até os imigrantes europeus que trouxeram com
eles suas tradições.
Na Patagônia tudo está no seu estado puro e de máxima
tranqüilidade, perfeito para desfrutar uma gostosa tábua de
defumados com queijos e acompanhar o momento com uma taça de
vinho dessas latitudes ou com uma grande variedade de cervejas caseiras,
totalmente artesanais. A variedade da fauna e flora local garante
uma culinária única: da cordilheira, de suas costas marinhas ou da zona
central. O cordeiro patagônico, uma delícia reconhecida atualmente
no mundo, é uma das comidas mais representativas da região.
Na montanha, os pratos elaborados usam muito a truta fresca, o
salmão rosado e as carnes selvagens, como o veado ou porco selvagem.
Estas carnes também podem ser defumadas obtendo um intenso
sabor. Por outro lado tem uma forte influência da culinária européia,
especialmente alemã, austríaca, suíça, inglesa ou galesa (esta
última muito enraizada em Trevelin e Gaiman, dois povoados que mantêm
intacto o idioma, a culinária e outros costumes): chucrute, raclette,
fondue, chás e bolo gaulês, ensopados, sopas e licores.
De origem mapuche temos o curanto (que significa pedra quente),
como técnica de cozimento de carnes de todo tipo, hortaliças e
vegetais, que dados os fortes ventos do sul, aproveita a temperatura
gerada por pedras que são aquecidas numa fogueira até chegar a
vermelho vivo e se colocam dentro de um buraco na terra (de 15
ou 20 cm.). Sobre as pedras se colocacoloca-se maqui ou nalca
::36::
e sobre estas todos os ingredientes, outra camada de folhas e
panos úmidos para conservar o calor. Finalmente, cobre se tudo
com terra e cozinha-se lentamente, até ver fumaça saindo do
solo como se fosse uma panela de pressão.
Na costa e especialmente no extremo sul, possui uma riqueza
marinha diversa que abre outra porta para o descobrimento dos
sabores patagônicos. A centolha fueguina ou o merlúcio preto são
duas iguarias muito demandadas nesta região.
Um capítulo à parte merece a bombonaria artesanal e os chocolates;
entre os quais se destacam as cerejas ao licor banhadas em chocolate e
os frutos do bosque em sopa de chocolate. Está aqui novamente
a presença européia pelas boas técnicas para produzir excelentes
chocolates, com uma das suas variedades típicas, ramas de chocolate.
Em muitos locais é possível ver a elaboração de chocolate artesanal
ao vivo e tomar uma bebida quente com uma seleção de chocolates,
bolos ou sobremesas afamadas da pastelaria.
Entre os doces, se elaboram muitas variedades usando a excelência da
fruta, com uma grande diversidade especialmente em frutos vermelhos
e pretos que crescem nesta região. Acrescentam-se alguns frutos
autóctones, como a rosa mosqueta (Rosa Eglanteria), um arbusto
silvestre da família das rosáceas. Os doces de sabugueiro, groselha,
morango, cassis ou framboesa, são todos muito recomendados.
O sul argentino oferece a oportunidade de combinar produtos únicos
na alta gastronomia ou no sabor caseiro, dando sempre como
resultado iguarias inesquecíveis.
Pesca em Bariloche, Rio Negro (51)
| GOURMET
Café da manhã em Bariloche, Río Negro (52)
::37::
A estrada da charcutaria e os queijos.
Região Centro
CÓRDOBA
Este roteiro oferece duas alternativas diferentes, para o norte e para
o sul da capital cordobesa. Pelo norte, para os domínios de Jesus
Maria e Colônia Caroya, um caminho de importância cultural pelo
legado das Missões Jesuíticas na província, aporta na primeira das
localidades as melhores carnes e miúdos grelhados. Em Colônia
Caroya, além da produção de vinho característica da região, se
elabora ao estilo friulano o excelente salame caroyense e resgata
os aromas das Serras Chicas para a produção de mel. Esta estrada
tem algumas festas nacionais como a de Sagra da Uva e a de
Frutihorticultura.
A terra dos embutidos e o fernet
No centro do país está a província de Córdoba, onde a gastronomia
desempenha um papel importante, especialmente na elaboração
de alimentos e bebidas regionais como queijos e charcutaria, doces
e conservas, cerveja e vinho.
A gastronomia cordobesa se caracteriza e diferencia das gastronomias
do resto da América pelos grandes aportes europeus. Os chamados
sonhos (Krapfen) têm origem alemã e os croissants, têm origem
austríaca. Outro costume da zona são os tira-gostos na hora do almoço,
tardinha ou jantar, que oferecem requeijão cremoso e roquefort, salame,
azeitonas em salmoura, pedacinhos de pizza, bife à milanesa, batatas
fritas, amendoim e os ingrediente que cada cozinheiro quiser incluir.
Entre as infusões típicas que se bebem a toda hora como em grande
parte da Argentina se destaca o chimarrão e depois o café, também o
chá, o chá-mate, o café com leite e o chá com leite. Porém Córdoba
é famosa por uma bebida muito consumida pelos argentinos, mas
em quantidades significativamente superiores nesta zona do país,
o fernet, uma bebida amarga à base de ervas naturais e álcool
elaborado na Argentina. Como aperitivo pode se beber sozinho,
mas como é muito amargo e de alto teor alcoólico, costuma-se
preparar uma espécie de coquetel com água gasificada ou bebidas
cola e, em certos casos, com um toque de hortelã. O fernet é bom
companheiro dos tira-gostos tão populares.
Pão caseiro, Córdoba (53)
a Festa Nacional da Cerveja (Oktoberfest), onde se escuta e dança
a música folclórica dos imigrantes.
A estrada do cabrito, frutas e hortaliças.
No noroeste da província como em Quilino e Dean Funes, são criados
os melhores cabritos da província. Podem se visitar fazendas, granjas
e chácaras, sem esquecer de desfrutar de um excelente cabrito às
braças, prato tipicamente serrano. Em Quilino, todos os verões, se
celebra a Festa Provincial do Cabrito, com degustação de churrasco
e espetáculos artísticos. Esta estrada se combina com a produção
de hortaliças e frutas (pêssegos, ameixas, nozes, pêras e uvas).
A estrada das oliveiras.
Várias províncias argentinas possuem solos aptos para produzir
olivas, azeites de oliva e outros derivados gourmet das oliveiras.
Em Córdoba, noroeste e perto de Cruz del Eje, há inúmeros
estabelecimentos com plantações de oliva, que podem se visitar
e conhecer o processo de elaboração destes produtos. Há outras
localizações pé das Serras Grandes e La Paz. Em Cruz del Eje, é o
cenário da Festa Nacional da Oliva.
A estrada dos sabores dos vales cordobeses.
Falando em roteiros turísticos, Córdoba é uma província diversa, rica
em geografia e atrativos de grande valor. Sobre o eixo gastronômico
tem desenhado diferentes corredores ou circuitos produtivos, com
estradas temáticas baseadas em produtos elaborados na região que
complementam os sendeiros do vinho da zona. Salames, queijos,
azeites de oliva, mel, doces, alfajores, vinhos, ervas aromáticas e
cabritos constituem os pratos fortes destes circuitos.
Carruagens, Córdoba (54)
::38::
Sul a estrada tenta os paladares com os excelentes queijos de leite
de vaca e salames, especialmente o de Oncativo, sede da Festa
Nacional do Salame Caseiro, um evento que atrai muitos visitantes
assim como a Las Junturas, cenário da Festa Regional del Chacinado.
Outras celebrações que completam o calendário gastronômico são:
a Festa Nacional da Bagna Cauda (influência italiana do Piemonte)
é uma panela de barro onde fumega um molho de creme de leite,
enchova e muito alho. Hortaliças, galinha fervida, troços de pão ou
embutidos são embebidos no molho. Esta estrada propõe outros
locais para degustar bons queijos (duros, semi-duros, macios e
cremosos) principalmente em Villa Maria, Luque, Villa del Rosário
e James Craik. A província de Córdoba produz anualmente 2.500
milhões de litros de leite e quase a metade é destinada a elaboração
de queijos.
a Festa Nacional da Massa Vienesa, a Festa do Chocolate Alpino e
| GOURMET
No vale de Traslasierra convivem inúmeros micro-empreendimentos
que elaboram delicias com estilo artesanal. Mina Clavero, Villa
Dolores e outras vilas semeiam e coletam diferentes ervas aromáticas
e elaboram produtos orgânicos, mel de abelhas e alfajores regionais
(recheados de doce de leite ou de frutas). No vale de Punilla, se
acrescentam os doces que oferece Villa Carlos Paz, Huerta Grande,
Villa Giardino, La Cumbre e La Falda, é nesta cidade onde se faz a
Festa Nacional do Alfajor Cordobés. O vale de Calamuchita propõe
alternativas gastronômicas desde pratos típicos até a culinária centroeuropéia, especialmente em Villa General Belgrano onde se celebra
Oliveiras, Mendoza (55)
::39::
Região Buenos Aires
PROVÍNCIA E CAPITAL
Delícias do campo e da cidade
As grandes zonas urbanas como Buenos Aires, receberam durante
longos períodos imigrantes do mundo todo, especialmente da Europa,
sobretudo italianos e espanhóis. Também chegaram alemães, suíços
e colônias do Oriente Médio. Este encontro de culturas produziu
importantes mudanças, que sem dúvida, enriqueceram o amplio
patrimônio gastronômico. Massas, pizzas, polenta, ensopados,
tortilhas espanholas, cozidos, croquetes, molhos, embutidos,
preparações com frango e carnes de boi passaram a engrossar
os menus cotidianos mais crioulos.
Isto foi acrescentado com o notável desenvolvimento na produção
de pães, doçaria, pastelaria e laticínios. Com o tempo, o consumo
destes pratos adquiriu um perfil absolutamente argentino, como as
massas, com uma grande variedade de opções desde macarrões,
parafusos, nhoques (comem-se especialmente no dias 29 de cada
mês), raviólis e lasanhas até spaghetti, os autóctones sorrentinos,
agnolotis, canelones e fetucines. A pizza merece uma menção especial,
com massas grossas ou fininhas, ao forno ou à pedra, com ou
sem queijo (muzzarela), recheadas e com uma grande variedade
de ingredientes é um prato que pode se comer em todo canto do
país. Além disso, costuma se acompanhar com fainá, uma massa
de farinha de grão de bico que é colocada sobre a fatia de pizza.
Dizem que o faz da pizza argentina única é a conjunção da cultura
italiana e espanhola: a finais do século XIX foram os napolitanos e
genoveses os que abriram as primeiras pizzarias, mas depois foram
os espanhóis que se encarregaram delas.
Respeito da fabricação de pães, a enraizada tradição de produção
de pães – seu consumo está totalmente estendido pelo país todo –
também a pastelaria e doçaria, deriva da fusão de nacionalidades
mencionada acima. É muito comum encontrar padarias ao longo
do país que vendem não só variedade de pães, biscoitos e bolos,
senão também facturas (bolachas) cujo principal ingrediente pode ser
manteiga ou banha. Podem ser simples ou recheadas com doce de
::40::
leite, creme de pastelaria, doce de marmelo ou maçãs, entre outras.
A mais popular é a medialuna (croissant). Outra particularidade
são os sanduíches de miga, feitos com finas camadas de pão
de miga (pão sem casca) e recheados com presunto e queijo ou
outras combinações mais completas com presunto cru, tomate,
azeitonas, ovo duro, atum, alface, pimentões e outros, é muito
clássico para reuniões festivas.
As sobremesas e doces levam, na sua maioria doce de leite, elaborado
a partir de leite e açúcar. Este doce é comido normalmente
sozinho, como recheio de bolos, alfajores, panquecas e bolachas
ou com o pudim de leite. Também o creme chantilly é do gosto
popular, muito utilizado em sobremesas e doces. Os bolos, tortas
e pudins são muito comuns. Os sorvetes, oriundos da tradição
italiana, encontraram nesta zona um notável desenvolvimento, que
associados a produtos locais mantiveram o espírito artesanal na sua
preparação e em vários torneios internacionais têm se posicionado
entre os melhores do mundo.
Palácio Duhau, Buenos Aires (56)
Café portenho, Buenos Aires (57)
| GOURMET
Ponte da Mulher, Puerto Madero, Buenos Aires (58)
Não é preciso dizer que o churrasco, com sua origem vinculada às
férteis terras pampianas, é encontrado comumente no país todo
em particular nas churrascarias portenhas ou em casa nos finais de
semana (fazer um churrasquinho) ou no seu estado mais autêntico,
nas fazendas o churrasco gaúcho ou com o couro do animal. As
costelas e os miúdos de boi, a lingüiça, que é chamada de choripán
quando apresentado como um sanduíche, os vegetais nas braças e
a provoleta (fatia de queijo provolone grelhado e temperado com
orégano).
Outro clássico argentino é a milanesa, bife empanado com ovo e
farinha de rosca, de carne de boi ou frango (suprema). Prepara-se
frito ou ao forno e também está a especialidade napolitana (com
queijo e molho de tomate), em sanduíche (de mila como se chama
popularmente) e um sem-fim de guarnições como alface, tomate,
ovo e queijo quando chamada completa.
Buenos Aires combina muitos pontos de vista. A cidade propõe
inúmeros percursos por seus bairros, uma cozinha de altíssimo nível
internacional (hoje é uma das capitais mais famosas do mundo não
só pelas opções culturais senão por sua excelente gastronomia,
com diversidade de culinárias e com grandes talentos que elaboram
requintados cardápios gourmet), as churrascarias (locais onde
experimentar carnes nas braças ou churrasco gaúcho e todos os
miúdos de boi), restaurantes rústicos (antigos restaurantes onde
se elabora boa comida caseira, são geralmente gerenciados por
italianos ou espanhóis), as pizzarias (inúmeras pela cidade toda),
as lanchonetes e os tradicionais carritos da costaneira, onde deve
pedir um choripán ou sanduíche de lombo, os antigos mercados
como o de San Telmo.O os roteiros de moda (hoje Palermo e Puerto
Madero como vanguarda com uma altíssima concentração de
restaurantes, mas na verdade estão espalhados pela cidade toda)
e uma longa lista de locais para fazer da comida um momento
inesquecível.
A costa oferece como alternativa, frutos do mar e bons peixes
(cação, peixe-rei, merlúcio, cornalitos fritos e muitos mais), boa
alternativa de produtos frescos e saborosos. O campo oferece boas
opções em fazendas para passar o dia e desfrutar ao ar livre
de pratos caseiros, o chimarrão com pasteis recheados com doces
e tortas fritas e especialmente as boas carnes nas braças, assadas
por homens de campo que sabem abater e cozinhar com suas
melhores técnicas, é uma arte.
A província também abriga pequenos povoados onde o crioulo é
amalgamado ao estrangeiro e os costumes se misturam. Para o
sul, na região das serras são produzidos excelentes queijos.
Também há estabelecimentos onde se produzem óleos, e outros
elaboram lacticínios, assim como granjas onde os frangos são
criados naturalmente e são semeadas infinidade de hortaliças e
vegetais, fazendo homenagem a uma característica muito forte da
Argentina como país essencialmente agro-gadeiro.
::41::
Região Litoral
MISIONES – CORRIENTES – CHACO
FORMOSA – SANTA FE – ENTRE RIOS
A influência guarani
Esta região do país possui uma forte influência indígena guarani,
especialmente nas províncias fronteiriças, por isso compartilham
atualmente alguns dos pratos regionais com o país vizinho do Paraguai.
O litoral é uma zona com abundante e frondosa vegetação que tinge
as paisagens de verdes, onde os rios azuis se abrem como braços e
banham a terra de cor vermelha. A natureza transborda em todos
os sentidos e entre tanta exuberância a gastronomia complementa
a experiência com os povos. É uma região rica em atrativos, desde as
majestosas Cataratas do Iguaçu e outras cachoeiras, passando pela
floresta, até as praias na beira dos rios, os esteiros com espelhos
de água doce, reservas e parques nacionais que oferecem uma
biodiversidade única no seu tipo e os vales e pampas produtivas.
Devido à grande afluência de rios, a pesca é um dos pilares da
economia e isto se reflete nos costumes alimentares da população.
Pode se desfrutar de uma grande variedade de peixes preparados das
formas mais diversas e saborosas. Entre os mais conhecidos estão
o dourado, o surubim, o pacu, o sábalo, o pati e o bagre. Estas
carnes geralmente se preparam na grelha, ao forno ou empanados
e se acompanham com vinhos argentinos e adereços diversos que
suavizam seus gostos intensos.
Em Misiones e Formosa é cozinhado o locro nortenho com carne
de boi, milho, abóbora e mandioca. O “mbeyú” ou tortinha frita
de amido de mandioca que os guaranis consomem com leite, sal e
queijo. O chipá é outra preparação que tem os mesmos ingredientes
e ovo, geralmente acompanha as infusões ou a famosa bebida
“tereré” (chimarrão com água fria). A sopa paraguaia é outra
delícia da região, que apesar do nome, é um pão de farinha de
milho branco, queijo, cebola e temperos. Respeito dos doces, o doce
de mamão é típico de Corrientes.
::42::
Misiones (59)
Entardecer, Misiones (60)
Por estes caminhos vai se delineando a estrada da erva-mate. Entre
Corrientes e Misiones estão os únicos estabelecimentos ervateiros
da Argentina e dos poucos no mundo (somente se compartilham
plantações com o Paraguai e o sul do Brasil).
Embora muitos se dediquem somente à produção outros estão
abertos ao turismo e propõem explorar de perto os aspetos produtivos
da bebida mais consumida pelos argentinos, o chimarrão. Algumas
localidades são Virasoro e Apóstoles (Corrientes e Misiones
respectivamente) entre muitos outros povoados que se ligam em
micro roteiros entre as duas províncias. Podem se visitar plantações
e mergulhar na história delas.
Entre as festas nacionais, é organizada uma festa temática sobre a ervamate em Misiones, momento de tributo a estas plantações, ideal
para se juntar às comunidades e costumes regionais. Para acompanhar
esta viagem apaixonante, nada melhor que o famoso “tereré”
especialmente se tomado frio com suco de frutas cítricas em vez
de água, uma verdadeira delícia para beber durante os passeios.
Cataratas do Iguaçu (61)
| GOURMET
::43::
O tour da oliva
Destaques para agendar
Festa Nacional do Cabrito
Cabritos à braça, Mendoza (62)
Ao sul de Mendoza, no departamento de Malargüe, esta festividade,
entre milhares de caráter nacional ou regional possui uma grande
particularidade. A temática que junta todo mês de janeiro a moradores
e curiosos durante vários dias de festejo que poderia até estar no
livro dos Guiness, uma festa que enaltece aos cabritos, delícias desta
província, e cozinha mais de 1000 cabritos num grande assador, um
show que vale a pena ver. Além de degustar estes manjares os festejos
contam com atrativas destrezas gaúchas e inúmeros espetáculos
folclóricos, entre eles o concurso de Cueca (dança típica), além de
escolher uma rainha, símbolo que coroa cada uma das festas do país.
Além das videiras, várias províncias argentinas são favorecidas por seu
clima e solo para a cultura da oliva. Catamarca, La Rioja, Mendoza
e San Juan são algumas das zonas no oeste, encostadas na
Cordilheira, onde se juntam inúmeros estabelecimentos produtores
e onde pode se fazer uma visita para conhecer os processos de
elaboração de azeites, mas também, em alguns casos, participar
da safra e transformar estes circuitos turísticos numa experiência
pessoal. No caso de Maipú e especialmente do sul mendocino, em
San Rafael, onde é possível colher as olivas e elaborar o próprio azeite
através de seu programa conhecido como o tour da oliva, que
combina com outras modalidades que derivam deste fruto como a
olivoterapia, um tratamento de relaxamento desenhado com spa da oliva
para aproveitar as propriedades naturais deste cultivo nas pessoas
Olivotur, Mendoza (67)
Festa Nacional da Cereja
Masters of Food & Wine
A localidade de Los Antiguos, no pé da Cordilheira na província
de Santa Cruz, rende homenagem com seu nome aos ancestrais
da comunidade tehuelche (gente dos povos antigos), é um centro
importante de produção de cerejas. A delicadeza dos frutos vermelhos
patagônicos dispõe de um espaço especial para a degustação no
marco de uma verdadeira Festa Nacional na capital da cereja.
Este evento começou como uma grande promessa para se transformar
num dos encontros gourmet mais esperados do ano. É um festival
internacional que convoca prestigiosos chefs e somelieres locais e
do mundo para cozinhar e maridar os melhores vinhos argentinos
durante vários dias.
Cerejas, Santa Cruz (63)
Festa Nacional do Terneiro e dia da Yerra
Ayacucho, província de Buenos Aires, a 300 km. da Capital Federal, é o
local onde é organizada outra festividade de importância, esta vez sobre a
carne do terneiro, um dos manjares crioulos. A atrativa festa se inicia com
o Estado de Yerra (marcação do gado com a queima do ferro), espetáculo
característico das pampas que oficializa o evento e inspira a inúmeros
artistas com poemas, contos, quadros e canções.
Músicos de folclore (64)
::44::
A este festejo seguem vários atos culturais, como espetáculos musicais nas
ruas, o certame nacional de murais (gauchescos) e as payadas (canções
que improvisam ao ritmo da guitarra) também há leilões de terneiros e a
apresentação das aspirantes a rainha da festa.
| GOURMET
Chefs (65)
Entre os meses da vendimia e outono, o Hotel Hyatt organiza este
encontro que combina jantares, almoços, galas, aulas magistrais de
culinária e catas orientadas, aulas privadas de tango e atividades de
pólo, entre outras propostas que se integram aos cenários naturais
de Mendoza ou Buenos Aires
Os Museus do Chimarrão
Gastronomía (66)
Como bebida argentina muitas são as localidades de distintos pontos
do país que guardam um espaço para se maravilhar com a história
deste costume tão representativo: o chimarrão. Em Tigre, província
de Buenos Aires há um museu com uma coleção de mais de três
mil peças, entre as quais estão as menores cuias do mundo, os
recipientes para levar a erva nas antigas charretes, cuias e bombas
de cristal, o primeiro livro editado sobre a temática em 1936 e até
::45::
antigos instrumentos musicais feitos com cabaça. Ali também pode
se encontrar a primeira garrafa térmica do mundo.
Outro museu se localiza em Santa Rosa, capital de La Pampa, e
em Misiones, localidade de Apóstoles, está a Casa do Chimarrão
no centro histórico do povo e o Museu Histórico Juan Syzchwski na
produtora de erva mate Amanda que conta com a história de um
colono polaco, um dos pioneiros do cultivo e elaboração da ervamate. Na província de Entre Rios outra proposta em Paraná é ScutelláMates Argentinos e do Mundo, que reúne uma coleção privada de
Francisco Scutellá e oferece bate-papos sobre o chimarrão a todos
os visitantes; e em Gualegauychú, o Pátio do Mate é um ponto de
fabricação e exposição de cuias.
Uma raridade em Pigüe
Sul da província de Buenos Aires uma tradição que se afirma, com
a herança recebida de imigrantes franceses na localidade de
Pigüe. A cada ano os integrantes da Irmandade Mundial dos
Cavaleiros da Omelete Gigante, só quatro países no mundo fora
da França têm este aval e a Argentina é um deles, organiza uma
grande festa para elaborar uma omelete gigante (na verdade mexido
gramajo, já que seu diâmetro ocupa mais de 4 m.) atrativo para
toda a comunidade e visitantes que participam e desfrutam deste
evento. Mais de 15.000 ovos são batidos e se prepara numa frigideira
com 30 litros de óleo, 100 kg. de presunto e muitos temperos, uma
festa regional para compartilhar os costumes.
As cervejas artesanais do sul
Patagônia é terra de vinhos, que também dá origem a outras bebidas
populares como a cerveja, com a particularidade que em muitos casos,
como acontece em Rio Negro, sua produção é quase toda artesanal.
Na zona de montanha e parques sobre a Cordilheira, a cidade de El
Bolson atrai os turistas e em fevereiro de cada ano recebe os turistas
para celebrar a Festa Nacional do Lúpulo (flor que é utilizada para
aromatizar a cerveja e lhe outorgar seu sabor amargo), que oferece uma
variedade de opções para amantes da cerveja, desde as mais clássicas
até as cervejas com sabores, especialmente com frutos vermelhos ou
pretos da região. A proposta é complementada com outros produtos
regionais para degustar, espetáculos artísticos e atividades esportivas.
Deliciosos salames
A 77 km. de Córdoba Capital, Oncativo convida a degustar
provavelmente os mais saborosos salames da Argentina, elaborados
artesanalmente. Mais de 1.500 comensais se reúnem no clube esportivo
do bairro numa grande festa que oferece mais de 1.300 kg. de salames.
A idéia surgiu em 1975 quando numa reunião folclórica, vários
produtores amigos começaram a degustar os salames para verificar
qual era o mais gostoso. Desde então, este festejo tornou-se a Festa
Nacional do Salame e Oncativo na capital deste embutido.
Cuias (68)
::46::
Cuias (69)
| GOURMET
Salames e queijos (70)
::47::
Os clássicos argentinos
O churrasco
A excelência da carne bovina argentina é conhecida no mundo
todo e o churrasco é um prato desejado pelos turistas e venerado
por seus habitantes. Como o tango, é uma expressão pura da
argentinidade. O churrasco combina perfeitamente com carnes
e miúdos de boi às braças nos diferentes estilos de preparação.
Principalmente à base de carne bovina (com ou sem osso), também
se complementa com carnes de frango ou porco, entre outras.
Porém, o churrasco é mais do que um conjunto de alimentos, é um
ritual argentino que representa a comunhão entre amigos ou a
família, onde o churrasqueiro (a pessoa encarregada de prepará-lo)
é o artista de uma obra prima, que prepara o churrasco no seu
ponto perfeito, geralmente com várias horas de cozimento.
Enquanto o churrasqueiro, amo das braças ou do fogo, cuida do seu
ponto justo num cozimento lento, é habitual compartilhar um tiragosto junto a um aperitivo. O tira-gosto tem pedacinhos de queijo
variados, frios ou outros embutidos, azeitonas, batatinha frita e
outras iguarias a eleição do anfitrião.
O locro
Dicas para um bom churrasco
• Ter todos os utensílios necessários: faca, garfo, pá, uma vara
de ferro para empurrar as braças e uma tábua para cortar a carne.
• Uma grelha bem limpa, sem resíduos de churrascos anteriores.
• Evitar o uso de querosene ou outros líquidos inflamáveis.
• Reforçar o carvão com madeira de caixotes de frutas, uma
boa aliada para o fogo.
• Manter o fogo bem feito (para evitar intoxicações indesejadas)
e braças candentes num canto da churrasqueira para ir
acrescentando à medida que for preciso.
• Distribuir o calor das braças segundo o tipo de carne a ser
utilizada.
• Sazonar a carne com sal grosso antes do colocar na grelha.
• Manter o fogo moderado e constante a uma altura prudente
da grelha para não queimar a carne.
• Ter a mão uma churrasqueira de mesa para servir a carne.
Fuente: IPCVA
Prato argentino muito simbólico e de alto valor energético que
é consumido especialmente nos feriados nacionais e no inverno.
Como ensopado, tem suas origens nas culturas pré-hispânicas
e andinas, utilizando ingredientes básicos como a abóbora, o milho,
os feijões, as batatas, as cebolas, vários temperos e carnes ou
miúdos bovinos ou suínos. Este prato é tradicional do norte argentino,
mas seu consumo tem se espalhado a todo o território argentino.
As receitas variam segundo usos e costumes ou segundo os
ingredientes disponíveis no momento. Em todas as receitas o
cozimento é lento, o que resulta em sabores intensos, troços
macios e um creme denso em que se transforma o molho.
Locro (72)
O ensopado pátrio
Ingredientes: 500 g de milho branco, 500 g de feijão branco,
500 g de grão de bico, 500 g de carne de porco e couro, 3
lingüiças, 500 g de carne bovina em troços, 500 g de bucho,
troços de toucinho, 750 g de abóbora, 500 g. de batata e 500
g de batata-doce.
Escutar a expressão “convido você para comer um churrasquinho”
é habitual entre os argentinos, símbolo de fraternidade e afeto.
Pode se desfrutar em casa ou nas tradicionais churrascarias argentinas
ou nas fazendas, feito pelos gaúchos churrasqueiros rurais. Nestes
âmbitos de campo outra modalidade habitual é o assado na estaca,
onde a carne é inserida numa cruz de ferro, se coloca junto ao fogo e
se cozinha lentamente conservando todo o seu suco. De qualquer
jeito o objetivo é lograr um churrasco bem suculento e macio, mesmo
que o costume argentino seja comer as carnes mais cozidas que
nos outros países.
Modo de preparo: deixar de molho durante a noite o milho,
Cacto em flor, Salta (73)
o feijão e o grão de bico em suficiente água. No dia seguinte
levar a fervura na mesma água junto com a lingüiça, o
toucinho, as carnes troçadas, o couro e o bucho cortado em
tirinhas. Acrescentar as verduras. Não é conveniente sazonar
no começo. Deixar ferver 3 ou 4 horas até engrossar,
mexendo com colher de pau para não grudar nem desfazer
a abóbora. Servir preferentemente em tigelinhas de barro
para conservar o calor.
::48::
Churrasco na Província de Buenos Aires (71)
Gastronomia (74)
| GOURMET
::49::
O chimarrão
Para curar a cuia
O forte simbolismo do chimarrão o define sem dúvidas como
a grande bebida nacional. Costume compartilhado com outros
países vizinhos (Paraguai, Uruguai e sul do Brasil), o chimarrão
tem múltiplos significados e particularmente para a socialização
dos argentinos: compartilhar. A etimologia da palavra vem do
quíchua (mati) que é uma cabaça que serve de cuia para conter
a erva, mas além de dar o nome a cuia também dá o nome à
infusão a base de erva mate. “Tomar chimarrão” (ou fazê-lo) é
uma expressão que acompanha aos argentinos no seu dia a dia, a
toda hora do dia o chimarrão é um companheiro insubstituível
nos bate-papos com amigos ou na família. O chimarrão pode ser
amargo ou doce (com açúcar ou adoçante), geralmente com água
bem quente, mas sem chegar a ferver, também pode se tomar
com água fria ou suco de frutas cítricas (o tereré), especialmente
nos dias quentes do verão.
Para fazer o chimarrão além da cuia, que há de cabaça, madeira,
vidro, porcelana, osso de boi, alumínio, alpaca e prata (entre outros de
materiais mais exóticos), usa-se uma bomba que pode ser metálica ou
de cana por onde o líquido é sorvido. O chimarrão se prepara com
a folha moída (seca e triturada e estacionada) da erva-mate, uma
planta ou árvore nativa das florestas subtropicais de uma região
única na América do Sul com excelentes propriedades nutricionais e
sabores que variam desde suaves até muito intensos, erva-mate
com pau ou sem pau e também com o acréscimo de sabores.
saquinhos (chá-mate). Assim como o vinho agora está sendo base
de uma nova linha de produtos cosméticos (há perfumes, cremes
e xampus).
Preparar um bom chimarrão em poucos passos
Tomando chimarrão (75)
Tortinhas (76)
O chimarrão se toma em casa, mas também nos círculos sociais.
Representa a união das pessoas e é comum ainda entre pessoas
que não se conhecem ser convidado com um chimarrão. A cuia
passa de mão em mão e sempre volta a quem está fazendo.
São atribuídas propriedades nutritivas ao chimarrão, com inúmeros
minerais e vitaminas e outras curativas, especialmente no passado
quando aplicado a usos medicinais. Como bebida natural aporta
nutrientes e excelentes benefícios para a saúde, como os antioxidantes e a redução do colesterol ruim. Apesar de menos popular
que a bebida, a erva-mate é um ingrediente usado em diferentes
receitas, bolos, pudins, sorvetes e licores. Também é usado em
::50::
Curar a cabaça é pôr a cuia em condições (quando é nova de
madeira ou cabaça) para evitar os sabores ruins e a formação
de mofo (os outros recipientes são laváveis e não necessitam
este processo). O processo é muito fácil: lava-se a cabaça e se
enche com erva usada e água morna, deixa-se um dia inteiro
(de molho) e se repete esta operação mais um dia, mesmo
que apareçam inúmera técnicas que acrescentam outros
segredos, este é o processo mais comum.
Tomando chimarrão (78)
• Despeje a erva-mate dentro da cuia (do material escolhido)
mais ou menos até 80% de sua capacidade.
• Cubra a boca da cuia com a mão, vire e agite a cuia para
que se misture bem a erva-mate (partículas finas e grossas se
integram, especialmente o pó da erva-mate evitando assim o
entupimento da bomba). Inclinar a cuia a 45º deixando um
espaço que venha desde o fundo.
• Molhar a erva-mate com um pouco de água morna (não
quente, para não queimar a erva). Deixar inchar a erva-mate
por alguns instantes.
• Quando a erva-mate tiver inchado colocar a bomba do lado
umedecido verificando que fique firme encostada na parede da
cuia. Nunca mexer a bomba!
• Despeje a água quente em pouca quantidade, o ideal é que o chimarrão tenha 2 ou 3 goles para cada pessoa. A água não tem que
estar fervida senão no ponto anterior a ebulição (entre 70 e 80º).
Pode se verter a água da chaleira diretamente ou colocar a água
numa garrafa térmica, para manter a temperatura constante.
• Detalhe: o chimarrão numa roda começa por quem o está servindo e logo segue num ritmo constante sem alterar a ordem
(um chimarrão por pessoa). A cuia volta sempre a quem está
servindo e é aconselhado que só uma pessoa o sirva.
Colheita da erva mate, Misiones (77)
Folha de erva mate (79)
| GOURMET
::51::
As empanadas
O doce de leite
As empanadas (os pastéis) são um clássico argentino e há no país
todo. Mesmo que compartilhem certas características genéricas, cada
região, província ou família vai deixar sua marca pessoal, com ânimo
competitivo e motivador na busca da melhor empanada argentina (há
concursos regionais que disputam pelo primeiro lugar).
Trata-se de uma massa esticada e dobrada com diferentes recheios que
variam segundo os gostos, há de carne, de humita (milho), de presunto
e queijo, de frango e outros sabores. As novas tendências gourmet estão
propondo recriar sabores e receitas cada vez mais originais.
Os pasteis são fechados com formatos diferentes (o que é chamado
“repulgue”) especialmente para diferenciar os gostos. Estas delícias
se comem com a mão e são aliadas privilegiadas de um bom vinho
argentino, um tinto com corpo ou um bom Torrontés, particularmente
para as temperadas ou de estilo nortenho. Há pasteis suculentos
(popularmente chamados “de pernas abertas”, para poder comêlos sem se manchar a roupa), há pasteis ao forno ou fritos, saborosos
e picantes e cada um de seus gostos com diferentes variedades (carne
moída ou cortada à faca, com ou sem ovo ou azeitona, entre outros
segredos que são guardados cuidadosamente nas diferentes receitas).
Empanadas crioulas
Massa
Ingredientes: 1 kg de farinha de trigo, 1 ovo inteiro, ½ kg
de banha bovina, salmoura (mistura de ½ xícara de água, ½
xícara de leite, 1 colher de açúcar e 1 colher de sal fina).
Modo de preparo: Fazer uma coroa com a farinha e no centro
por o ovo e a banha morna. Misturar, acrescentando aos poucos
salmoura, até obter uma massa suave e elástica. Deixar descansar uma hora em local fresco. Cortar bolinhos e esticar até obter
discos de aproximadamente 10 cm de diâmetro e fina espessura.
Recheio
Ingredientes: ¾ kg carne de boi picada a faca ou com máquina picado grosso, ½ xícara de banha bovina, ¾ kg de cebola branca picada finamente, 1 pimentão picado fino, ½ xícara de caldo de carne, sal, comino, pimenta, pimentão doce,
1 colher de açúcar, 2 ovos duros picados, 150 g de azeitonas
verdes sem caroço picadas, 100 g de uva-passa sem semente.
Modo de preparo: derreter a banha numa frigideira funda,
acrescentar a cebola, refogar uns minutos até ficar transparente e acrescentar a carne. Cozinhar mexendo para juntar,
acrescente sal, açúcar, pimentão, comino e pimenta a gosto.
Juntar ½ xícara de caldo de carne e cozinhar, mas não muito.
Deixe esfriar e misturar as uvas-passas as azeitonas e os ovos
duros. Deixar descansar o recheio pelo menos 12 horas na
geladeira.
Apesar da sua origem incerta e muitas histórias que se transformaram
em lendas para dar explicação a este fenômeno que enlouquece
aos gulosos, o doce de leite é um clássico argentino indiscutível,
que pode se comer sozinho diretamente do pote com colher ou
usado como recheio de alfajores, bolos, bombons, panquecas ou
como coroa sobre pudins de leite e sobremesas de todo tipo como
um creme espesso. Desde crianças até adultos, muitos desesperam
por este doce que se consegue industrializado ou pode se fazer
em casa facilmente em pouco tempo. Em outros países latinos
é conhecido com variados sinônimos, manjar, manjar branco,
arequipe ou cajeta, entre outras expressões.
Especiarias (82)
O chimichurri
Incluído nos churrascos e pedido por todo estrangeiro, apesar de
sua difícil pronúncia, o chimichurri é um molho bem argentino
que acompanha as carnes, especialmente as assadas.
Como preparar o doce caseiro
Ingredientes: : 2 litros de leite, ½ kg de açúcar e ½ colherzinha de bicarbonato de sódio.
Modo de preparo: Pôr 4 colheres de açúcar numa panela a fogo lento. Acrescentar o leite, o resto do açúcar e
o bicarbonato. Subir a temperatura do fogo. Mexer continuamente – preferentemente com colher de pau – até
o leite começar ferver. Abaixar o fogo e deixar cozinhar.
Seguir mexendo até o leite espessar e tomar a consistência
desejada. Retirar do fogo e deixar esfriar.
Há suaves e picantes, mas todos partem duma base de óleo e
vinagre mais temperos a gosto (pimentão moído, alho, pimenta
preta, orégano, louro e outros) embora alguns temperos já
formem parte desta receita. O chimichurri é usado para temperar
as carnes no dia prévio à preparação ou para adereçar as carnes
já cozidas no momento de servi-las.
A receita de um bom chimi
Ingredientes: orégano, pimentão moído (um punhado),
pimenta preta, 2 folhas de louro, 2 dentes de alho cortados
ao meio, sal, ½ xícara de óleo, vinagre (comum ou de vinho).
Modo de preparo: Escolher um vidro limpo de vidro grande
(pode se limpar com álcool puro) no vidro bem seco colocar
os ingredientes, todos cortados bem pequenos com a xícara
de óleo e o vinagre (metade do vidro de espécies e a outra
metade de óleo e vinagre). Fechar bem o vidro e deixar na
geladeira durante um mês. Si é acrescentada cebola ou
alho cru, o molho deve se consumir no dia.
Passo final: rechear cada disco de massa com uma porção
desta mistura e fechar bem, fazendo o “repulgue”. Fritar em
banha bem quente, até dourar. Devem ficar de uma cor dourada suave. Podem se polvilhar com açúcar. Servir quentes.
Também podem ser feitas no forno.
Pastéis (80)
Doces do norte (81)
::52::
| GOURMET
::53::
GLOSSÁRIO GASTONÔMICO
Achuras: Todo tipo de miúdos de boi (glândulas, rins,
tripas, intestinos e mais).
Chanfaina: Comida a base de miúdos de cordeiro ou cabrito
e sangue, misturados com pimentão, cebola, tomate e
engrossada com farinha.
Fainá: Massa de farinha de grão de bico, dourada e bem
fininha. Costuma se servir junto com a pizza (ou acima da
fatia).
Humitas “en chala”: Massa de milho moído, cebola picada
e sal, embrulhada em palhas de milho e fervida.
Charqui (charque): Carne de sol. Pode ser de ovino, caprino,
bovino ou lhamas cortadas em finas fatias, salgadas ou não.
Locro: Ensopado de milho, abóbora e carne em troços (ou
charque) que pode levar feijão, toucinho, lingüiça e tripas.
Chicha: Bebida de baixo teor alcoólico obtido da fermentação
dos grãos do milho.
Mazamorra (api): Farinha de milho, fervida em água com
bicarbonato. À mistura grossa é adicionada com açúcar ou sal.
Chimichurri: Molho à base de óleo, vinagre e temperos
vários para acompanhar as carnes.
Parrillada: Combinação de carne de boi na grelha (diferentes
cortes) com miúdos e embutidos (chouriço, lingüiça,
intestino, glândulas, rins, entre outros). Normalmente é
completado com outras carnes como frango, cabrito ou
porco. Cada parrillada é uma porção para compartilhar.
Chipá: Pequenos paezinhos de farinha de milho ou mandioca
com queijo, típicos da culinária guarani.
Choripán (chori): Sanduíche de lingüiça que pode se
comer como prato único (de passo rápido nas ruas) ou
como entrada indiscutível do churrasco.
Chuño: Batata desidratada pelo efeito do congelamento
e exposição ao calor.
Cuaresmillo: Variedade de pêssego pequeno e saboroso.
Amadurece tarde para a quaresma, daí seu nome.
Curanto: Método de cozimento tradicional típico da
Patagônia, onde carnes, vegetais ou peixes são cozinhados
lentamente num buraco na terra com pedras bem quentes.
Empanadillas: Pequenos pasteis recheios com doces e
cobertos com glacê de claras.
Quesillos: Queijo obtido do leite coalhado sem soro. A
massa é colocada em água muito quente e é amassada,
coagulando de maneira fibrosa. Estica-se e pendura para
alisar como uma fatia.
Quinoa: Pseudo cereal andino, de alto teor nutritivo, rico
em proteínas. Come-se o grão e as folhas.
Tamales: Bolinho de farinha de milho com carne, cebola,
batata e pimentão embrulhado em palha de milho.
Mbeyú: Espécie de panqueca ou tortinha frita de origem
guarani com farinha de mandioca e queijo parecido com
o chipá.
Tereré: Bebida (infusão) à base de erva-mate feita com
água fria.
(83)
::54::
| GOURMET
O QUE SABER ANTES DE VIR?
ÁREA I Argentina tem quase 3,8 milhões de Km2.
aceitação são American Express, Diners, Mastercard e
RODOVIAS
CONTATOS
Seus 3.800 km de longitude se estendem desde os 22º
Visa. Pode haver dificuldades na aceitação de cartões
TIPOS DE RODOVIAS: Há de trânsito livre e outras
até 55º de latitude sul.
de crédito e cheques de viagem fora de cidades e cen-
com pedágio.
Ministerio de Turismo de la Nación
CAPITAL I Cidade de Buenos Aires.
LÍMITES I Os países que limitam com Argentina são:
Chile, Bolívia, Paraguai, Brasil e Uruguai. (Ver mapa)
tros turísticos. Com seu cartão pode extrair pesos da
rede caixas automáticos em todo o país.
FORMALIDADES DE ENTRADA I Passaporte em
Centros de Información Turística:
CARACTERÍSTICAS: Na sua maioria são pavimentadas e
Av. Santa Fe 883 (C1059ABC) Buenos Aires
de dupla circulação. No interior do país existem rodovias e
Tel.: +5411 - 43122232
caminhos de cascalho, geralmente em muito boas condições.
E-mail: [email protected]
vigência, como ou sem visto,segundo os casos. Consulte
www.turismo.gov.ar
em sua embaixada ou consulado.
COMO SE COMUNICAR
CLIMA I Argentina possui uma grande variedade
CÓDIGO TELEFÔNICO: +54
SISTEMA DE GOVERNO I Representativo, Republicano
de climas. Em geral, o clima predominante é tem-
COMUNICAÇÕES I Em todo o país são comuns os
e Federal, regido por uma Constituição Nacional sancio-
perado, com clima subtropical no norte e sub-
locutórios (locais com serviços telefônicos e, geralmente
nada em 1853 e reformada em 1860, 1898, 1957 e 1994.
polar no extremo sul. O verão com dias longos,
de Internet). Os telefones públicos funcionam com
Fone.: +5411 - 48501400
IDIOMA OFICIAL I O espanhol (castelhano). Outros
favorável na Patagônia e nos Andes meridionais,
moedas de curso legal vigente ou com cartões que se
E-mail: [email protected]
no inverno é a zona ideal para praticar esporte
compram nos locutórios. Internet é um serviço muito
com neve. O inverno é recomendável para via-
difundido em locais específicos, bares e locutórios.
DIVISÃO POLÍTICA I Argentina está organizada em 23
províncias, mais a Cidade Autônoma de Buenos Aires.
idiomas muito difundidos são o inglês, o português,
o italiano e o francês.
ELIGIÃO I Católica Apostólica Romana, mas existe
liberdade de culto.
HORARIO LEGAL I GMT (Meridiano Greenwich) -3 h.
ELETRICIDADE I Corrente alterna de 220/240 volts
a 50 ciclos.
POPULAÇÃO I 40.091.359 habitantes. Segundo dados
provisórios do Censo 2010. O Censo 2001 indicou que 95%
é de raça branca, na sua maioria descendentes de espanhóis e italianos, 4,5% de mestiços e 0,5% de população
aborígine pura.
Instituto Nacional de Promoción Turística
Rua Paraguay 866 – 4° andar (C1057AAL) Buenos Aires
www.argentina.travel/gourmet
YouTube: www.youtube.com/visitarg
jar pelo norte e litoral. Outono e primavera são
magníficos em Buenos Aires e em todo o país.
O QUE TER EM CONTA NA HORA DE COMPRAR?
Facebook: www.facebook.com/visitarg
COMO SE DESLOCAR?
HORÁRIOS COMERCIAIS:
Twitter: www.foursquare.com/visitarg
VIA AÉREA
Bancos e casas de câmbio: segunda a sexta de 10 a 15 h
As companhias que voam à Argentina arribam
Escritórios comerciais: em geral de 9 a 12 e de 14 a 19 h
ao Aeroporto Internacional de Ezeiza “Ministro Pistarini”,
Lojas: de 9/9.30 a 19.30/20.30 h
localizado a 37 quilômetros da cidade de Buenos
Aires. Os vôos domésticos partem do Aeroparque
Jorge Newbery, localizado a 15 minutos do centro da
No interior é comum que fechem ao meio-dia
Os centros comerciais abrem de 10 a 21 h
cidade de Buenos Aires.
REEMBOLSO DO IVA I No aeroporto internacional
MOEDA E MEIOS DE PAGAMENTO I A moeda ofi-
VÍA TERRESTRE
cial é o peso argentino. O dólar americano e o euro
ÔNIBUS I Muitas unidades de longa distância possuem
são aceitos. O câmbio de divisas se realiza em ban-
serviços especiais a bordo. A estação rodoviária de Buenos
cos e casas de câmbio. Os cartões de crédito de maior
Aires está no bairro de Retiro.
poderá recuperar o montante pago a título de Imposto
sobre Valor Agregado, se tem comprado produtos nacionais por mais de US$ 70 (por nota fiscal) nas lojas
aderidas ao sistema Global Refund¨.
Créditos de Fotos
Capa: (Principal)Instituto Nacional de Promoção Turística, (de esquerda à direita) Instituto Nacional de Promoção Turística; Federico García; Instituto Nacional
de Promoção Turística.
Foto índice: Bodega Família Zuccardi (1).
Fotos interior: Masters of Food & Wine Argentina (2,25,27,43,44,49,50,56,65,66), Bodega O’Fournier (2,23), Bodega Chañarmuyo (4,7), Bodega Trapiche
(5,37), Instituto Nacional de Promoção Turística (6), Ministério de Turismo da Nação (8,13,16,63,69,70), Carina Valicati (9,21,60,64,77,78,79,81), Bodega
Goyenechea (10), Ministério de Turismo de Salta (12,28,29,46,47,72,74,80,83), Agência Turismo Córdoba (14,15,53,54,83), Bodega Família Schroeder (17,20),
Virginia Alimonda (18), Bodega Valle Perdido (19), Bodega Lurton (22,23), Bodega Família Zuccardi (24,32,40), Bodegas de Argentina - Gustavo Sabes (26),
Secretaria de Turismo de Mendoza (31), Inprotur - Istockphotos (34,58), Park Hyatt Mendoza (35), Mequetse-posat (36,73), Bodega Antucura (38,39), Bodega
NQN (41), Bodega Salentein (42), Secretaria de Turismo de Tucumán (45,82), Secretaria de Turismo de Jujuy (48), Emprotur Bariloche (51), Llao LLao Hotel & Resort
(52), Yancanello – Federico Garcia (55,67), Vanda Biffani - Nikon 2010 (57), Ente Iguaçu Turismo (59), Nikon 2010 (61), Inprotur Dakar (62), Eliceo Miciu (68),
Secretaria de Turismo da Província de Buenos Aires (70), Kauak (75,76).

Documentos relacionados