Montanhistas de Cristo faz 13 anos

Transcrição

Montanhistas de Cristo faz 13 anos
Evolução em movimento...
Pedra do Baú e Região tem novo
Curitiba terá novo Ginásio
Manual de Escalada
O Ginásio de Escalada Campo Base iniciou
suas atividades em Curitiba a mais de sete anos.
No início encabeçado pelos escaladores Flávio
Cantéli (Juca) e Adriana Schlenker (Adi), funcionava em uma casa que foi completamente cercada por paredes e travessias lotadas de agarras.
Este local em seu tempo de funcionamento, revelou grandes atletas e colaborou diretamente
com o crescimento consciente do esporte, fundindo tribos e trazendo a um público em geral os
benefícios de se praticar um esporte diferenciado e cheio de novidades.
Tendo ciência de que o mundo não para de girar, começamos a perceber que nossas estruturas estavam ficando ultrapassadas, pois apesar das mudanças, não estávamos conseguindo acompanhar o desenvolvimento do esporte
e seus atletas.
Em novembro de 2004, foi iniciada a construção
de um novo ginásio em Curitiba pelos
escaladores Ricardo Chen, Klaus Mink e José
Kavamura, pessoas que sempre freqüentaram
o Campo Base estabelecendo uma grande amizade. Não demorou muito para que
começassemos a conversar sobre a fusão dos
ginásios, o que obviamente traria grandes vantagens para todos.
É com prazer que comunicamos que o Paraná
contará, a partir do dia 02 de abril, com um novo
Campo Base: inovado, com estrutura moderna e
paredes de bombar os braços só de olhar!!!
Aproveitamos a oportunidade para convidar toda
a comunidade escaladora, fabricantes,
divulgadores e simpatizantes a participar
conosco da grande festa de inauguração que
acontecerá no dia 02 de abril à partir das 20
horas na Travessa da Lapa, 400 - centro de
Curitiba.
Para aqueles que podem, vale a pena conferir,
não só pelo ginásio que está ficando alucinante,
mas também pela grande festa que vai nos unir
em uma só voz.
No mais é presãoooooooo e contamos com a
presença de todos.
Montanhistas de Cristo faz 13 anos
A Associação Montanhistas de Cristo surgiu com um grupo
de cristãos que praticavam o montanhismo, e não possui
nenhum vínculo com denominações religiosas.
www.mountainvoices.com.br
As reuniões são usadas para palestras,
vídeos, slides, cursos e outras coisas referentes ao montanhismo, além de oferecer estudos
bíblicos, oração e testemunhos de vida. Também promove, caminhadas, travessias, expedições e cursos de escalada em rocha. Além disso, envolve-se, em conjunto com outros grupos
de montanha, em projetos de recuperação e
preservação ambiental. A idéia é estabelecer
um ambiente sadio para a prática do esporte.
14
Porque Montanhistas de Cristo?
Jesus uma vez contou uma história para seus
discípulos. Disse que o seu Reino podia ser
comparado a um homem que encontrou um enorme tesouro em um campo. Esse tesouro, sem
dúvida, valia muito mais do que o próprio campo, mas pertencia por direito à pessoa que fosse dona daquelas terras. O homem então fez o
que qualquer pessoa de bom senso faria: vendeu tudo o que tinha e, com o dinheiro, comprou
o tal campo. Ótimo negócio.
Nós não somos Montanhistas de Cristo porque
queremos mostrar que somos mais certinhos
ou mais bonzinhos que os outros, nem para
tentar impor uma religião ou levar pessoas para
nossas igrejas. Somos Montanhistas de Cristo
porque encontramos um grande tesouro, muito
valioso, chamado Jesus Cristo. Esse tesouro
vale mais do que tudo o que temos. Mesmo se
vendêssemos tudo, não teríamos o suficiente
para pagar por ele. Deus não aceita de nós, em
troca desse tesouro, nada a menos que nossas próprias vidas. E com Deus não se negocia, nem se barganha.
Somos Montanhistas de Cristo porque esse tesouro é tão valioso, tão maravilhoso, nos faz
tão felizes, que queremos que nossos amigos
também o encontrem. Jesus Cristo é o tesouro
que dá sentido às nossas vidas e não podemos
mais imaginar a vida sem Ele.
Nós somos montanhistas. Amamos as monta-
A quinta edição do Manual de Escaladas e Boulders
da Pedra do Baú e Sul de Minas, de Eliseu Frechou
começou a ser distribuído para as lojas de equipamentos de montanhismo no início de março. Com
mais de 200 rotas selecionadas (somente as que até a
data de término estavam com suas proteções em bom
estado e tem rocha de qualidade) e localização dos
quatro melhores points de boulder próximos à São
Bento do Sapucaí, esta nova edição teve os croquis
totalmente refeitos e traz ainda diversas fotos (aéreas
e das vias mais alucinantes) e informações detalhadas
sobre as vias mais complexas.
O Manual tem 96 páginas, formato de bolso
(10,5x14cm) e capa em papel couchê de alta gramatura
para maior durabilidade no manuseio. Ao preço médio de R$ 20,00 pode ser comprado pelo correio (veja
formulário na pág. 14) ou nas lojas de equipamentos.
Abertura da Temporada 2005
de Escaladas em São Paulo
No sábado 23 de abril, acontecerá em São Bento do Sapucaí a Abertura da Temporada de
Escaladas de 2005. A organização está a cargo do CMSM - Clube de Montanhista Serra da
Mantiqueira. Com palestras e festa noturna, o evento será de confraternização, e a finalidade
é de arrecadar fundos para a construção de uma escada de acesso ao Col da Pedra do Baú,
onde a trilha utilizada para acessar as rotas está desmoronando e precisa ser interditada.
Mais informações no site oficial www.cmsm.org.br.
nhas, as florestas, os campos. Amamos estar
em meio à natureza, escalar paredes, percorrer trilhas. Mas, acima de tudo, amamos aquele
que projetou e criou isso tudo. Melhor que estar
em harmonia com a natureza é estar em harmonia com o criador da natureza. Por isso somos
Montanhistas de Cristo. E de Cristo, não abrimos mão.
Breve Histórico
A AMC surgiu do contato de Ivan Ribeiro com o
missionário/montanhista Moisés Menezes, em
1992. Eles tiveram a idéia de criar uma associação que pudesse oferecer mais que uma opção
de esporte ou lazer. O objetivo era formar um
grupo com conceitos cristãos, sadios, para prática desse esporte, e utilizar esse grupo para
falar sobre o amor de Deus por nós, sobre a
morte e ressurreição do seu filho Jesus, sobre
a necessidade de que todos conheçamos a Ele.
Em 13 anos de existência, Montanhistas de Cristo
já teve mais de 250 sócios e ministrou e/ou promoveu vários cursos de escalada em rocha,
iniciação ao montanhismo, orientação, primeiros socorros, suporte básico de vida e combate a incêndios florestais. Organizou também
várias palestras, debates, escaladas, travessias e excursões, passando pelo Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Argentina, Chile, Peru e
Bolívia. Organizou e/ou participou de diversos
trabalhos ambientais. Teve circulando um informativo de montanha, ininterruptamente, de junho de 1994 a junho de 2000, quando passou a
ter seu site à disposição, na internet.
Nesses anos todos, foram muitas as amizades,
muita coisa boa, muita lembrança, muita saudade, mas principalmente, muita expectativa pelo
que ainda está por vir.
Associação Montanhistas de Cristo:
www.montanhistasdecristo.hpg.com.br [email protected]
www.mountainvoices.com.br
FLÁVIO CANTÉLI | PR
03
Já
Internacional Aventura
cresce e vai à banca
Patagônia, Piolet d’Or, 8c à vista...
Esportiva na Espanha
O escalador japonês Yuji Hirayama em viagem
recente à Espanha, encadenou o primeiro 8c
(francês) à vista do mundo, ao mandar White
Zombie (em Terradets) na primeira tentativa.
Neste momento ele está em Siurana tentando a
segunda repetição de La Rambla original 9a+.
Ainda na Espanha, Daniel Andrada, um dos
melhores escaladores esportivos espanhóis,
mandou Definición de resistência, uma nova
proposta de 9a/9a+, na caverna de Santa Linya
(Lérida).
Feminina no Cerro Torre
As eslovenas Monika Kambic Mali e Tanja
Grmovsek formaram a primeira cordada femini-
A mais simpática e séria revista de caminhada ganha novo formato e mercado.
na a escalar o Cerro Torre, em janeiro passado,
via Compressor. A dupla completou a rota em
três dias de escalada e na descida Monika se
machucou por conta da queda de blocos de
gelo, mas conseguiu atingir o solo em segurança. No ano passado, Monika e Tina Di Batista
(também da Eslovênia) fizeram a primeira feminina do Fitz Roy pela Franco-Argentina.
Potter e Davis na Patagônia
Dean Potter e sua mulher Steph Davis escalaram diversas montanhas esta temporada na
Patagônia. Seu maior triunfo entretanto foi a primeira ascensão de um dia na Torre Egger, pela
via Titanic. Logo em seguida, Potter e Steph
escalaram o pilar leste El Mocho e Potter saltou
de base jump do topo, enquanto Steph desceu
sozinha de rapel.
Piolet d’Or 2005
O mais conceituado prêmio da escalada mundial, o Piolet d’Or, foi entregue este ano para a
equipe russa que abriu uma nova rota na face
norte do Jannu (7.856m). O estilo big wall foi o
usado para vencer a parede negativa principal
de neve e gelo (de mais de mil metros). Muitas
expedições tentaram abrir uma rota nesta parede, fracassando consecutivamente. A expê russa teve que aguentar o frio intenso, ventos violentos e teve que fazer um sistema de
revezamento na abertura da rota, trocando frequentemente o time da ponta, pois diversos
montanhistas foram machucados durante a escalada. Esta rota está sendo considerada por
muitos como a mais dura escalada de big wall
de todos os tempos
O juri do prêmio foi presidido pelo experiente
montanhista polonês Krzysztof Wielicki.
A cerimônia de entrega da premiação é feita em
Grenoble, França, e uma curiosidade dos 15
anos deste prêmio, é que nenhum americano o
ganhou até hoje.
Fechamentos de points nos EUA
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Os escaladores americanos tiveram uma grande derrota este mês, quando um juiz federal
manteve a proibição da escalada em Cave Rock,
Nevada, por motivos de conflito com índios, que
consideram a caverna sagrada, e o Forest
Service, que considerou abusiva a grampeação
nas vias de escalada, e já havia proibido a abertura de novas rotas a mais de três anos. Diversos locais e setores importantes de Hueco Tanks
no Texas, em Utah e no Colorado tem recebido
as mesmas restrições, o que tem mobilizado
associações como o Access Fund para tentar
reverter esta situação que está fechando locais de escalada.
04
Em 2000, quando a revista Família Aventura
parou de circular antes de completar sequer
dois anos de existência, Sergio Beck (que lá
estagiava, como simples repórter, desde a
décima edição) ficou subitamente órfão de
revista. Verdade que a FA não era bem a
revista dos seus sonhos.
Rica em dicas de para onde ir (especialmente em opções do tipo “quem leva”), faltavalhe mais profundidade, mais informação técnica, uma visão mais autêntica do mundo da
aventura . Faltavam especialmente jornalistas que praticassem esportes de aventura ou que ao menos acampassem - e soubessem do que estavam falando.
De qualquer modo, nos dois anos seguintes,
Beck ficou ruminando a fórmula editorial para
uma nova revista. Inspirado em publicações
americanas (Men’s Journal, Outside, mas principalmente Backpacker) acabou montando
um projeto próprio. Procurou editoras que
quizessem bancar a idéia - mas todas se
esquivaram. A desculpa era sempre de que
não há mercado para revistas de aventura:
muitas editoras já haviam tentado, e todas haviam dado com os burros n’água.
Mas não dá para dizer que Sérgio Beck não
desencorajou. Às vezes o fator não é coragem, mas falta de opção. Não havia mais nada
que ele quizesse tanto fazer, quanto criar uma
revista que falasse o verdadeiro “aventurês”,
que se dirigisse aos aventureiros na sua própria linguagem. Mas a coisa começou a rolar
mesmo, quando Luiz Fernando, diagramador,
designer e escalador, juntou-se ao projeto.
Luiz Fernando publicava um fanzine de escalada, que já estava com os dias contados. E também sonhava com algo maior. Juntos, criaram
então uma revista bimestral em formato pequeno, tamanho gibi, com 80 páginas, fácil de dobrar e enfiar na mochila e que seria vendida
por aí, nas lojas de equipamento de aventura.
Juntaram uma lista de 80 ou 90 lojinhas
“especializadas” e sairam vendendo seu peixe.
Claro que a coisa não funcionou. Era preciso
distribuir as revistas praticamente à mão - e
meses depois recolher as edições antigas e
cobrar os exemplares vendidos. Cobrar era o
mais difícil. Algumas lojas estão até hoje devendo revistas. Mas o conteúdo era autêntico, e as
primeiras edições, lançadas a intervalos irregulares que variavam de três a oito meses, foram encontrando um público interessado. Por
fim, depois de seis edições, perceberam que
daquele jeito não havia como continuar. Não dá
para reinventar a roda. Para crescer, a revista
teria que aumentar sua tiragem, teria que ser
distribuída nas bancas, teria que lançar-se ao
mercado.
Sairam atrás de anunciantes adicionais, não os
que já os apoiavam desde o começo, mas parceiros maiores: montadoras, barras
energéticas, cartões de crédito. Cinco meses
depois, tinham conseguido exatamente - nada!
Foi quando tropeçaram em Paulo Ortiz, que comanda uma gráfica (onde Beck já imprimia seus
livros) e que estava criando uma editora, justamente com a idéia de lançar novas revistas.
Os três entraram em contato com Fernando
Na escalada, falhar significa cair. Abaixo estão algumas dicas para você observar antes de
cair e não se machucar - e continuar a evoluir.
DIOGO MARASSI | SP
Chinaglia Distribuidora, que de cara vetou o formato pequeno. Uma revista pequena corria, nas
bancas, o risco de ser jogada entre os gibis - ou
no meio das revistas de palavras cruzadas.
Pesquisa entre leitores já habituais provou que
a preferência era mesmo pelo formato mini, muito mais simpático e prático. Mas a distribuidora
não aceitou um ponto de vista tão... pouco profissional.
Já que era para deslanchar, Beck e Luiz mudaram o formato e criaram uma revista grande,
mas com 48 páginas. Imprimiram uma quantidade colossal – e foram para as bancas. Mas a
capa era fraquinha e, sem divulgação, a revista
ainda desconhecida mal vendeu 10%. Pânico!
Reformularam a capa - na verdade
redesenharam o logo, rediagramaram a revista,
reformularam totalmente o produto. Quem viu,
ficou impressionado. Mas cautelosamente, imprimiram agora apenas cinco mil. E é neste estágio que a revista está. Agora estão trabalhando
na divulgação da revista. Novos anunciantes
estão começando a chegar. A intenção é conquistar o mercado, mas aos poucos. Existe muita competição por parte das revistas de faz-deconta: corridas de aventura, rapel, tirolesa e
outras bobagens. Além disso, sem muito dinheiro e num cenário ocupado por milhares de outras revistas, é difícil aparecer de repente, mesmo quando a revista é ótima. O principal problema, no entanto, é que Sérgio Beck continua escrevendo a revista quase sozinho. Jornalistas
especializados ainda não existem (mesmo que
houvesse dinheiro para pagá-los), e os colaboradores que aparecem trazendo contribuições
próprias, ainda são poucos. Imperturbável (mas,
na verdade tremendo por dentro) Sérgio Beck
continua batalhando por um lugar ao sol para
sua revista e enquanto isto, continua procurando novas trilhas, novas bicicletadas, novos rios
por descer e montanhas por subir. A aventura
está na pauta do dia, o que é difícil é encontrar a
coisa verdadeira, resmunga ele, jogando a mochila aos ombros e saindo para mais uma travessia por aí.
Cair faz parte do processo de escalar. Uma
agarra quebra, seu pé escorrega, bomba
e aí... queda...é importante encontrar maneiras apropriadas de cair e aprender a
fazer isto com segurança. Um dos fatores mais inibidores em uma escalada é o
medo de cair. Condição física, técnica e
tática são partes importantes para o sucesso na escalada, mas se o psicológico
estiver abalado, com certeza você terá problemas na hora da cadena.
O bom desempenho na escalada depende de todos estes fatores trabalhando em
sincronia, por isso, é importantíssimo praticar de forma consciente técnicas de segurança e queda.
A segurança dinâmica é uma técnica pouco usada, porém é de suma importância
que se saiba aplicá-la principalmente em
escaladas com proteções móveis.
Existem vias mais e menos propícias para
quedas, por isso, o bom senso neste tipo
de manobra é aconselhável para que ninguém se machuque.
Abrace a idéia.... Quando caímos intencionalmente ou não, corremos risco de nos
ferir e até morrer. Tenha consciência clara
que tudo pode acontecer. Devemos honestamente verificar todas as possibilidades em vez de bloquear e enxergar apenas o que nos interessa. Aceitar a possibilidade de ferimentos, morte ou nenhum
ferimento nos torna conscientes do que
estamos fazendo e este senso crítico é
fundamental na tomada de decisões.
Quando sofremos uma queda, devemos
dentro do possível, ter controle da mesma, a postura do corpo ajuda na aterrissagem evitando que você bata de lado, de
costas ou até mesmo de cabeça para baixo.
O ângulo da rocha dita as regras na hora
da queda, se em paredes negativas, basta um leve empurrão para trás e o resto a
corda faz, se em verticais, um impulso
maior evita que você se choque com a parede, tente formar um ângulo parabólico e
utilize os pés para amortecer o impacto,
se em positivos, o ideal é tentar escorregar de frente para a pedra o mais controlado possível, se não der, vire-se e corra
até que a corda tencione, se em travessias, deve-se pular em direção a última proteção, pois se você entrar em movimento
de pêndulo, há o risco de você se ralar ou
rodar se chocando várias vezes com a pedra.
Ao guiar preste atenção nos detalhes,
como a disposição dos equipamentos no
seu rack, a posição da corda para que a
mesma não funcione como armadilha, ela
deve sempre estar sobre as coxas, assim ela não te queima e nem te passa
uma rasteira durante a queda. Suas mãos
devem estar estendidas para cima ou se-
gurando o nó de encordamento, além de
ajudar psicologicamente, contribui para a
contração do corpo, principalmente do abdômen.
Nunca segure a corda que vem na direção oposta porque ela pode causar
distensões e queimaduras nas suas
mãos.
Observe a direção da queda para você não
bater em galhos de árvore, bicos de pedra ou platôs.
É importante considerar o fator da queda,
pois ele muitas vezes pode salvar ou tirar
sua vida.
Muitos escaladores experientes e
inexperientes entram em vias menosprezando o fato de que se deve proteger o
mais rápido possível após sair da base
equalizada minimizando o risco do temido fator 2.
Fator 1 é considerado perigoso e o fator 2
é crítico em uma escalada, colocando em
dúvida o poder das proteções instaladas
na pedra, portanto, proteja regularmente
uma enfiada de corda por mais fácil que
ela seja e mesmo que esteja ameaçando chuva ou escurecendo.
Se quedas te aterrorizam, pratique! Praticando a queda você melhora a sua resposta e sua habilidade perante a situação. Mesmo que abracemos a idéia que
podemos nos machucar, ninguém quer
que isso aconteça. Pratique queda em lugar limpos de bicos de pedra ou similares. Prefira paredes levemente negativas,
depois você pode passar para paredes
mais verticais ou pequenas travessias.
Após práticas deixe a corda voltar ao normal e cuidado com o tamanho da queda.
Se você está começando agora, trabalhe
em top rope. Acostume-se com a sensação de estar pendurado e corra de um lado
para o outro da rocha (cuidado com quinas). Você pode também pedir ao seu segurança para deixar uma folga maior na
corda e fazendo alguns movimentos e deixe-se cair. Depois faça isso guiando, começando com pequenas quedas e
gradativamente aumentando.
Tranqüilize-se e mantenha a respiração
calma. Aproveite o vôo!
Proteja-se! Escale com planejamento, treinamento e bom senso de julgamento.
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ELISEU FRECHOU | SP
Controlando o tráfego aéreo
05
internacional + iniciante
MIGUEL M. GRILLO | PT
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Assim nasce um projecto…
Era uma quente e luminosa tarde de finais de
agosto e nós os quatro lutávamos desajeitadamente com umas enormes e apetitosas sandes
de atum, sentados na relva do camping “Les
Arolles” em Chamonix. Fazia já alguns dias que
o Paulo e o Nuno “Larau” tinham escalado a
Walker na face Norte das Grandes Jorasses e
eu e o João “Animado” tínhamos descido da
Directa Americana na face Oeste dos Drus. Estávamos a preparar-nos para partir de regresso
a Portugal, pois o dinheiro (como sempre!) estava-se a acabar e as previsões meteorológicas
não eram de todo muito animadoras.
Serenamente o Paulo liberta os seus pensamentos e num suspeito tom de voz fala pausadamente acerca de um possível projecto: “há alguns anos atrás, quando escalei a Norte do Piz
Badile na Suiça, pude observar nas agulhas próximas ao grupo de Sciora uma parede perfeitamente vertical, com grandes tectos e uns 600
metros de longitude, com um pequeno glaciar
aos seus pés que mais parece uma das famosas agulhas patagónicas. E além disso, posteriormente pude comprovar num guia de croquis
da zona que essa mesma parede apenas tem
uma via de escalada no seu flanco direito, o que
quer dizer que na parte mais impressionante de
toda a agulha, e por incrível que possa parecer,
não existe via alguma.” O silêncio invade profundamente as nossas mentes e apenas se
podia sentir e ouvir o ruído dos restantes habitantes deste simpático parque de campismo aos
pés do Monte Branco, assim como o ritmado
trincar dos nossos maxilares devorando
deleitadamente os nossos sanduíches, quando
o Paulo continua: “…penso que seria um bonito
projecto tentarmos abrir aí uma via de escalada
no próximo verão, ao mais puro estilo bigwalleiro,
com portaledges e haul bags, vários dias de
permanência em parede, muita verticalidade e
todo o demais…”. Após alguns segundos de
silêncio, alguém com uma entusiasmada voz
exclama: “isso parece-me uma excelente idéia!”.
Então, como crianças encantadas, disparamse os comentários: “já está, no próximo verão
iremos ao grupo de Sciora”, “vai ser um
espectáculo…”, “não, vai ser um sonho!”…
primeira barreira de problemas: a fronteira. É
que quase sempre que visitámos a Suiça para
escalar, sempre tivemos enormes problemas
para entrar neste bonito mas arrogante país,
sem nunca entendermos qual a razão. Uma vez
mais surgem as dificuldades e só após um extenso interrogatório conseguimos chegar a Val
Bondasca (claro está que sem pagar o parking!).
Aí esperam-nos o Paulo e o Animado, assim
como uma extenuante subida de quase cinco
horas com os sacos às costas até ao nosso
“campo base”. Ao chegarmos, o João recebe
um grave telefonema de Portugal e debaixo de
uma tremenda tempestade de granizo recolhe
os seus pertences indispensáveis e sai a toda
a velocidade trilho abaixo e montando-se na
sua “novíssima” furgoneta (que alcança a
espectacular velocidade de ponta de 90 Km/h!)
parte em direção non-stop a terras lusitanas.
A primeira vaga…
No dia 23 de julho, o Paulo e o Animado saem de
terras lusitanas em direção aos Alpes na antiga
e incombustível furgoneta VW do João, mas sem
antes pararem a escalar um pouco em Benasque
(Pirinéus). Chegam à Suiça e no estacionamento de Val Bondasca deparam-se com uma placa
avisando que é impreterivelmente obrigatório
pagar permissão de estacionamento. Claro que
não fizeram caso de tal aviso e depois de prepararem os pesados e volumosos sacos, partiram andando pelo sinuoso (e sempre a subir!)
trilho em direção ao grupo de Sciora. Quatro
horas mais tarde e muito suor derramado, quando passavam em frente do refúgio, apercebemse surpreendidos de que alguém se dirige gritando e apressadamente a eles, dizendo coisas em alemão com uma voz pouco amistosa. É
a guarda do refúgio, que ao vê-los com tão volumosos sacos às costas se apressa a aclarar
que é expressamente proibido acampar ou bivacar em toda a região e ameaça-os com pesadas coimas, denúncias, helicópteros da polícia,
blá, blá, blá….Eles por sua vez, tentam explicar
que vão tentar abrir uma nova via numa parede
a duas horas de distância do refúgio, mas a
guarda com uma insensibilidade e arrogância
característica, não os deixa passar. Depois de
uma longa (e muito cara!) noite passada no refúgio, sem saberem o que fazer, num acto de
firmeza decidem partir para cima o mais cedo
possível, e provar se as ameaças são verdadeiras. Uma hora e pouco mais tarde, depois de
atravessarem uma instável moreia de glaciar,
plantam uma grande e vistosa tenda de cor
alaranjada (ao melhor estilo base-camp) numa
gelada língua do glaciar, na brancura da neve
(não dava nada nas vistas!). Os seguintes dias
são passados realizando carregamentos de
material e comida da carrinha à tenda, intercalados com alguns dias de escalada, abrindo os
três primeiros largos da linha eleita e deixandoos equipados com cordas fixas. O primeiro lance decorrendo por um medonho trepa-pedra
(tudo podre!) e muito exposto à caída de pedras
que regularmente vinham de cima a toda a velocidade, e o segundo e terceiro por um estético
diedro de 90 metros de abrasivo granito cinzento.
A parede…
Despertamos com a luminosidade do dia e ao
sair do interior da tenda fico assombrado com a
imponência da “nossa parede”.
- Então que tal…gostas? Bonita, não?, questiona o Paulo.
- Uau…que parede!, respondo boquiaberto.
- Larauuuu acorda...vê, vem ver isto!, grito.
Em redor do empinado glaciar forma-se um
espectacular circo de paredes de granito. No
seu contraforte direito sobressai um vertical
muro, recortado por um grande tecto ao centro,
e imensos diedros e lisas placas lançam-se ao
céu numa provocadora atitude de vazio, terminando num temível head-wall yosemitico.
- Não é possível que num país com tanta tradição alpina e numas montanhas tão exploradas
como os Alpes, exista uma parede de tamanha
beleza e tão desafiante, somente apenas com
uma via de escalada!, exclamo extremamente
admirado.
- Pois é, mas é mesmo verdade!, responde-me
o Paulo soltando um enorme sorriso.
- Isto vai-nos dar muito trabalhinho!, ironiza o
Larau.
- Sim, parece que vamos passar uns bons momentos!
A segunda vaga…
Alguns dias depois, no final de uma escura e
chuvosa tarde, chego eu e o Larau. Mas, antes
de atravessarmos para a Suiça, jantamos uma
deliciosa pizza (e que bella ragazza!) ainda em
terras Italianas, e então pomo-nos a caminho da
06
on the rocks
A eterna rotina…
Os seguintes dias resumem-se a “agradáveis
passeios” glaciar acima, cordas fixas acima,
cordas fixas abaixo, glaciar abaixo…sempre
com “leves” e “confortáveis” sacos grudados
às costas transportando “coisa pouca” (230m
de corda, uns 40 friends, mais de 50 pitons,
dezenas de chapeletas, brocas, heads, rurps,
entaladores, micros…, 30 litros de água, comida para 8 dias, dois portaledges duplos, sleeping
bags, roupa, etc, etc, etc…).
Também havia tempo nos intervalos de descanso, para fazermos um pouco de boulder nuns
blocos próximos, mas isso sim, de botas e goretex em cima pois o frio mordia ferozmente os
nossos cansados corpos.
Os muitos dias de chuva eram passados (muito
alegremente!) encerrados na tenda numa dura
rotina de dormir, acordar, comer (pouquinho que
a comida era curta!), dormir, e voltar a
dormir…num cálido e “perfumado” ambiente de
eterna luz alaranjada.
Nos numerosos dias passados neste campo
base, ninguém (diga-se polícia) nos incomodou
e poucas foram as pessoas que passaram nas
nossas proximidades. Apenas por duas ou três
vezes avistámos alguma cordada a escalar um
evidente esporão numa agulha das proximida-
des. Por incrível que possa parecer, tínhamos a
constante sensação de nos encontrarmos em
alguma remota zona de outra cadeia montanhosa.
O ataque…
Num certo dia, o céu despertou claro e azulado.
Saturados de tanto “campo base” tomamos a
tão esperada decisão:
- Vamos viver para a parede!
- Uff, já não era sem tempo…
Glaciar acima, jumarear as cordas, içar os bags,
preparar os portaledges, organizar o material e:
- Tá a escalar que já se faz tarde!
- Eu abro este largo!, diz o Paulo com uma alegre
e motivada voz.
- Ok, arranca de primeiro que eu vou tentar arrumar a “casa”… vou montar o nosso
acampamento suspenso!, respondo-lhe.
- Vai lá Paulo, vai lá que eu faço-te segurança!
Mas tem atenção com esses enormes blocos aí
em cima!, diz o Larau num tom um pouco preocupado.
O Paulo inicia o próxima enfiada por um bonito
diedro, por vezes escalando em livre, por vezes
sacando dos estribos, enquanto eu lutava freneticamente com as duas hamacas e com os
três bags tentando com o meu melhor esforço
organizar minimamente o nosso acampamento
de parede, a 180 metros sobre o glaciar. O Larau
por sua vez, encolhido pelo frio, olhava fixamente para os blocos da parte superior do
diedro. Era precisamente no final do dito diedro
que se começava a delinear algo que ninguém
queria imaginar, mas que mais tarde se viria a
constatar. Dando todo o seu melhor, aplicando
toda a sua larga experiência e extraordinária
força, o Paulo ultrapassa os intensos momentos
de medo e passa por um terreno de enormes
lajes e blocos soltos que apresentavam um aspecto e um som do mais terrível que alguma vez
havíamos presenciado. Ou assim o pensávamos nós! Naquele granito, que visto de baixo
parecia de grande qualidade e de inigualável
solidez, à medida que avançávamos mostrava a
sua face mais atroz, quem sabe a sua inviolável
superioridade.
A casa do pânico!
Era uma fria e cinzenta manhã e o céu estava a
ponto de descarregar toda a sua poderosa fúria, mas, para nossa sorte a chuva tardava em
chegar. Sentados sobre os portaledges, meio
metidos dentro dos sacos de dormir, olhávamos
apreensivos para o gigantesco teto que corta a
parede em diagonal no sentido esquerdo, dois
lances por cima do nosso campo. A noite tinha
sido tranquila mas ninguém se atrevia a prenunciar as primeiras palavras. Somente o vento e o
A dura derrota…
Após algumas horas e de alguns metros mais
de crescente tensão, de trabalhosa progressão sobre aguçadas e gigantescas lajes de granito assombrosamente ocas e soltas, toda a
minha moral, motivação e desfrute de tão magnífica montanha desvanece sob tamanha desilusão. Então, no centro do cruzamento de duas
enormes lajes, observei a existência de um rasgo de rocha firme e perfeitamente sólida. Saquei a broca e à base de furiosas marteladas
consegui colocar um salvador grampo de expansão.
Completamente extenuado, não fisicamente mas
sim mentalmente, após várias horas debaixo do
olhar do pânico, gritei com as forças que me
restavam:
- Larau, vou descer!
- O quê?!
- Baixa-meeeee!, grito com mais força.
- Mas…mas o que se passa? Não vais continuar mais para cima?
- Ouve Larau…está a sair uma linha demasiado
forçada e pouco interessante, demasiado à
base de furos, para tão precária e perigosa
progressão!, falo-lhe com voz firme, talvez um
pouco desesperada.
- Sim…daquilo que consigo observar desde esta
posição, penso que tens razão! Ok, vamos…!,
responde-me.
Em pouco tempo chego à reunião onde o Larau
se encontra imobilizado pelo frio e pelo som das
muitas pedras que saem disparadas de um canal à esquerda da parede.
- Ei Miguel, estás com um ar algo amarelado!
- É a síndrome do pânico!, responde-lhe sorrindo de alivio.
O Larau sobe para recuperar o material do lance e ainda realiza uma última tentativa de progressão, mas em poucos minutos está de volta
à reunião também com o pânico estampado na
sua face.
- Uf Miguel, aquilo ali em cima é uma pura e dura
sala de tortura, é uma autêntica bomba
relógio…escalar ali é jogar friamente à roleta
russa!
- A quem o dizes!, e soltamos ambos uma saudável gargalhada.
Baixamos em silêncio até ao acampamento de
portaledges retirando as cordas fixas, e se por
um lado nos sentíamos aliviados, por outro, estávamos repletos de angústia e tristeza, pois
todos nós tínhamos uma grande ilusão em abrir
uma nova via nesta grande parede. O Paulo
recebe-nos alegremente, pois já se havia inteirado de tudo e compreendia o nosso abandono
e principalmente a nossa enorme tristeza:
- Muito bem “tios”, muito bem! Há outras paredes
e outras montanhas por escalar, tantos projectos
e tantos sonhos para realizar!, falava fortemente com a sua sempre e inesgotável capacidade
de motivação.
A retirada…
Decidida a retirada, organizamos o material e
começamos a preparar o sempre tão esperado
“farto” jantar, pois todos sabíamos que na seguinte manhã a descida tão pouco viria a ser
fácil.
Mas, aquilo que pareceria vir a ser uma tranquila
e reconfortante noite nas portaledges, transformou-se no derradeiro golpe de misericórdia para
a nossa equipa “tuga”. Durante toda a noite uma
dura e violenta tempestade eléctrica fustigou
impiedosamente o nosso suspenso “lar”. A cada
minuto que passava, a chuva e o granizo que
caíam furiosamente do escuro céu, junto aos
poderosos relâmpagos, enchiam as nossas mentes de medo e todos os nossos pertences de
água (tuuuudo molhado!).
No seguinte dia, no final de 180m de rapel com
40kg pendurados do arnês, debaixo da insistente chuva, frio e das velozes caídas de pedras,
após um arriscado salto de uns 4 metros sobre a
profunda e escura greta e de uma alucinante
“largada” de bags glaciar abaixo, chegámos finalmente ao nosso fluorescente e vistoso “campo-base” completamente exaustos e moralmente derrotados.
Depois de uma merecida noite de descanso, dois
desesperantes carregamentos à carrinha com
gigantescas cargas às costas, três pizzas do
outro lado da fronteira (e uma última mirada à
bella ragazza), e ao mesmo tempo que toda a
Europa Central submergia às enormes inundações de agosto, uma perua verde A4 escapava
à pesada multa de estacionamento e com o chassis rasando o asfalto (do enorme peso!) rasgava
ilegalmente pela noite dentro as auto-estradas
Helvéticas (sim…sim, sem pagarmos um tostão!)
em busca do luminoso sol Ibérico.
Esta tentativa de abertura de uma nova via no
Grupo di Sciora, em agosto de 2002 foi “carinhosamente” apelidada entre todos nós por tentativa Panic house.
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O relato da tentativa na face norte da Punta Pioda di Sciora (Alpes de
Engadin – Suiça), pela
equipe portuguesa formada por João Ferreira
‘Animado’, Nuno Soares ‘Larau’, Miguel M. Grillo e Paulo Roxo.
- This is life, Miguel! This is lifeeeeee!, gritava o
Paulo dois lances mais abaixo, sem se aperceber da razão de tanta demora.
Sim, isto é vida!, pensava eu, tentando permanecer calmo e tranquilo. Isto é o melhor da vida!
Isto é vida, mas…mas estou a ponto de perdêla!, continuava falando com o meu próprio interior mas já quase totalmente apoderado pelo pânico.
O filósofo Nietzche, já em seu tempo dizia: «O
segredo para adquirir as mais férteis experiências e os maiores prazeres da vida, é viver
perigosamente.» Mas, a vida por si só já é
perigosa…perigosa para aqueles que querem
viver livres, buscando a vida a fazer o que mais
gostam, procurando as suas ilusões, vivendo
os seus sonhos, tentando fugir das garras de
uma sociedade injusta e cheia de hipocrisia, tentando ser felizes sem ter de pisar os outros….
Isto, penso que é o que pretendemos a maioria
de todos nós, errantes habitantes deste mundo, buscando a vida nas montanhas, tentando
«…dar vida aos nossos anos e não anos à
nossa vida.» (G. Rébuffat).
Eliseu Frechou
A Casa do Pânico
ritmado som do fogão suspenso entre os dois
portaledges, se faziam sentir perdendo-se na
grandeza do vazio.
Tinha chegado a minha vez de abrir de primeiro,
e logo depois de tomar o pequeno almoço organizei o equipamento na minha cadeirinha e saí cordas fixas acima, com uma aparente serenidade,
tentando de alguma forma falar com a minha própria interioridade. O Nuno “Larau” seguiu-me e o
Paulo ficou organizando e melhorando a
habitabilidade do nosso suspenso “lar”.
Ao alcançar o final das cordas fixas, esperei um
pouco pelo Larau e lancei-me apressadamente a
abrir a enfiada seguinte. O frio fustigava-nos com
persistência, e por isso saí com botas e
anoraques vestidos, decidido a dar tudo de mim
para cruzar este inóspito mar de abrasivo granito. Após uns 12 metros de escalada artificial relativamente simples (embora com vôo incluído ao
saltar um negativo), alcancei o início do tremendo tecto. Primeiro, a minha reacção foi de espanto e logo de imediato de bastante preocupação,
pois ao longo do ângulo que o tecto forma com a
parede não existia qualquer fissura, nem sequer
micro-fissuras.
- Merda, aqui não existe nenhuma fissura…não
há nada!
- Não posso crer!, diz o Larau suspenso da reunião na sua confortável cadeira de plástico.
Eu não lhe respondo. Como se fosse pouco, estava a constatar uma crua e dura realidade. O
que os meus olhos estavam a vislumbrar era
tudo aquilo que nós não queríamos sequer imaginar. Nesse momento senti-me o ser mais
pequenino e frágil do universo. Ao longo do extenso teto, toda a parede era composta de gigantescas lajes de granito, tão grandes que de
longe pareciam um compacto e sólido muro. Quando lhes batia com o martelo, o som que libertavam era tão oco e longo que todas as minhas
entranhas se revolviam e ficava repentinamente
com um enorme nó na garganta. Toda aquela
superfície rochosa estremecia, fazendo-me permanecer completamente paralisado.
Vagarosamente comecei a progredir, colocando
pequenos buracos e algum micro-friend entre a
parede e as lajes. O pânico estava velozmente a
apoderar-se de mim e eu tardava mais de meia
hora a decidir-me a transpor os meus quase 70
Kg ao seguinte estribo. Olhava desesperadamente para as aguçadas lajes, apontadas ao pescoço, e imaginava uma de elas saltando da parede,
que depois de me decapitar, arrasaria com o nosso campo de portaledges e aos meus dois amigos. Que produtiva é a mente humana! Loucura
ou realidade? Não sei. A situação era demasiado
extrema para a analisar.
- Vamos Miguel, continua que vais bem!, falavame o Larau, embrenhado no interior do seu traje
azul.
07
O montanhista paranaense Edmilson Padilha logra a segunda ascensão brasileira no Cerro
Torre, uma das mais cobiçadas montanhas do mundo.
dormir e acordar com um visual
magnífico, no quarto dia consecutivo
de bom tempo. Já estávamos sem
comida e descemos até Chaltén para
buscar mais e agora com planos
muito mais audaciosos: escalar o
Cerro Torre. Ainda me arrepio quando
escrevo isto, porque esta montanha
sempre esteve nos meus sonhos e
por vezes parecia inacessível para
um brasileiro que não tem tanta
intimidade com gelo e escalada
alpina do tipo que há na Patagônia.
Mas a verdade é que estávamos
muito à vontade e escalando super
rápido e como já havia feito 3 cumes,
por que não tentar?
EDMILSON PADILHA| PR
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Trinta dias pode não ser muito tempo
para quem escala na Patagônia.
Dois dias consecutivos de bom
tempo é algo raro. Mas, este ano,
pude desfrutar de fissuras perfeitas,
sem gelo dentro, muitos dias de bom
tempo, 4 montanhas e a mais
sonhada de todas: o Cerro Torre!
Saí do Brasil dia 14 de janeiro e
alguns dias depois já estava pisando
no cume do Guillaumet, pela via
Esporão Brenner, 500m, 6b. Para
mim foi muito gratificante, pois no
ano anterior amargamos 15 dias em
El Chaltén e não escalamos nada.
Como estava sozinho, este ano,
busquei parceiros para escalar e
encontrei um argentino, Gabriel Otero
e um catalão, Isaac Cortes. Depois
da Brenner que fiz com Gabri,
partimos para o Bivaque Polaco, no
Vale que está entre o Cordão do Torre
e o Conjunto do Fitz Roy. Haveria 4
dias de bom tempo, pela previsão
gringa, e nos apressamos em
escalar.
Nesta empreitada fomos eu e Isaac
para El Mocho e aproveitamos um dia
de céu azul e frio para escalar um
diedro em pé, magnífico, que
transcorre por 400 metros, com
dificuldades de 6º grau e um crux de
7b/c. Mais um cume e com vista para
o Cerro Torre, onde observávamos
duas cordadas que se aproximavam
do topo. Rapelamos e descemos até
o fundo do vale, local em que
montamos o Bivaque Internacional.
Curtimos uma noite extremamente
agradável e acordamos com “ganas”
de mais rocha. Em uma hora de
caminhada, estávamos à base da
Torre de La Media Luna e entramos
na via Rubio y Azul, 400m, 6º, 7c. Aí
sim pudemos desfrutar de fissuras
perfeitas regadas por um sol forte,
sapatilhas sem meias e céu
inacreditavelmente azul. Encantadora
esta escalada que foi conquistada
por um dos grandes da Patagônia:
Ermano Salvaterra. Fizemos duas
agulhas em dois dias de tempo
perfeito. Do cume da Media Luna
podíamos tocar o Torre e nos
sentimos atraídos demais por esta,
que, para mim, é a mais linda
montanha da Patagônia e talvez, do
mundo.
Baixamos mais uma vez até o
Bivaque Internacional para comer e
08
Esperávamos fazer pela última vez o
caminho de Chaltén para o Bivaque
Noruegos, pelo menos naquela
temporada, pois nos últimos dias
fora um sobe e desce; e são 8 horas
de caminhada em glaciares e
acarreios. No bivaque pudemos
descansar um dia esperando a tal
brecha de tempo bom que o Tomas
Hubber prometera a todos. E no final
daquela tarde o vento parou, o céu
limpou, a pressão subiu, como num
passe de mágica. Elaboramos
nossa estratégia e partimos de
Noruegos segunda de madrugada;
chegamos no ombro e fixamos 3
cordadas neste dia. Dormimos aí
numa pseudo-cova e no outro dia de
madrugada, depois de um café
caprichado, já estávamos na ativa.
Escalamos rapidamente este
primeiro terço da via que compreende fissuras de boa qualidade para se
fazer em livre, com graduação de 6c/
7a, no máximo. E quando chegamos
Base no headwall
do Cerro Torre.
Rapéis no Torre
Torres de Gelo.
conta de nós quando fixei as duas
cordas finais que levávamos na
última parada. Daí foi só caminhar
para o cume. Uma hora depois
estávamos sobre o cogumelo. A
emoção que senti ao pisar sobre
esta montanha não é possível de
traduzir em algumas e nem em
muitas palavras. Só quem escala ou
conhece a história do montanhismo
mundial pode compreender.
Descida
Ao longe vimos as luzes de Chaltén e
começamos a nos preocupar com a
descida. Decidimos bivacar no cume,
sob o cogumelo e esperar o dia
amanhecer para tirarmos fotos
novamente e porque tínhamos
perdido uma lanterna numa queda e
uma outra estava quebrada. Passamos algumas horas de frio num
buraco de gelo, sentados sobre as
cordas, equipos e mochilas, e,
quando estava quase clareando, o
vento começou a soprar mais forte e
uma nuvem “engoliu” a montanha.
Tomamos um susto e partimos
imediatamente para os rapéis, sem
pensar em nada. Nos primeiros
rapéis, sofremos com o vento e logo
abaixo, com a água que escorria e
nos molhava totalmente. Pedaços de
gelo caíam por todos os lados.
Somente quando chegamos novamente no final dos terríveis rapéis da
bolt transverse é que o sol começou
a nos esquentar; aportamos quase
secos no ombro depois de 10 horas
descendo, puxando corda e rezando
para elas não enroscarem nas
fissuras.
Nossa estratégia foi impecável. Ainda
tínhamos comida na cova de gelo do
ombro e podíamos passar a noite e
nos alimentarmos bem para descermos até Chaltén no outro dia.
Pudemos até oferecer um suco e um
pouco de sopa para os escaladores
que desciam, pois nestes dias de
bom tempo havia mais 5 equipes
além de nós na Via do Compressor
(1100m, 6º, A3-fixo, 70º). No quarto
dia de bom tempo descemos
tranqüilamente até o camping
Madsen, onde estava minha barraca
e comemoramos muito esta escalada com todos os amigos, tanto os
antigos, como com os novos, que
conheci durante esta magnífica
temporada! Agradeço à minha famíla,
ao pessoal da Conquista e aos
meus companheiros de escalada
aqui do Brasil pela torcida!
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CERRO TORRE
na base da Bolt transverse, uma
transversal em A0 de 90 metros,
muito cansativa, tivemos que esperar
uma dupla sulafricana que ía muito
lenta. Passamos por cima deles,
literalmente e até fixamos a próxima
enfiada para a dupla. Entramos nas
enfiadas de mixto que contornam as
Torres de Gelo. Havia muita água
escorrendo e nos empapamos.
Havíamos dividido a via em 3 partes:
o primeiro terço, onde há mais
escalada em rocha a cargo do Gabri;
o segundo terço, em que há mais
gelo para o Isaac e a parte final que
compreende mais cordadas em
artificial caiu para mim.
Escalávamos e escalávamos e a via
não acabava mais, pois desde o
ombro são 28 enfiadas. O mais
complexo era guiar uma cordada em
artificial com botas de gelo, depois
colocar os grampons e usar piquetas
e grampos de gelo, e, na próxima,
vestir a sapatilha e mandar um 6º
grau carregando tudo. Mas aos
poucos fui vencendo a minha parte e
quando chegamos à P26 já havia
escaladores descendo do cume,
inclusive a primeira cordada feminina
a escalar o Torre, formada por duas
eslovenas. Perdemos um pouco de
tempo esperando para nos ancorarmos em uma parada onde já havia
mais pessoas. Guiei mais uma
enfiada e pude acomodar-me sobre
o compressor. Só faltava mais uma; e
apesar de estarmos adentrando a
noite e da enfiada ser o A2/3 que o
Bridwell conquistou em 79, continuamos “como titanes”. A alegria tomou
09
on the rocks
Aqueça e escale muito melhor
Benefícios psicológicos e fisiológicos.
PAULA C.M. ALMEIDA | SP
O aquecimento pode ser definido como um exercício preliminar ao treinamento ou competição,
que ajuda o indivíduo a preparar-se fisiológica
e psicologicamente para este evento. Pode encaixar-se em uma das duas categorias descritas abaixo:
Aquecimento geral
Inclui alongamento e movimentos corporais gerais ou exercícios de “relaxamento” que possuem pouca proximidade com a atividade a ser
realizada posteriormente. O alongamento nesta
fase não deve ter o objetivo de aumentar a
amplitude do movimento (aumentar a flexibilidade), e sim alcançar amplitudes já previamente
alcançadas. Então, não ultrapasse os seus limites, o trabalho de aumento da flexibilidade
deve ser realizado separadamente em 2 ou 3
sessões semanais. Lembre-se também de que
não há necessidade de treinar a flexibilidade
além daquela exigida na atividade que se está
praticando, a intenção é colocar os componentes músculo-articulares em sintonia com os esforços físicos. Atividades como caminhada, ciclismo ou corrida leve também se encaixam
neste tipo de aquecimento. Tanto o alongamento quanto as atividades cíclicas (caminhada,
ciclismo...) aumentam a temperatura corporal,
portanto já produzem efeitos importantes nos
ligamentos e articulações, como: 1) redução
das resistências viscosas do tendão e dos ligamentos que fazem parte das junções músculo-esqueléticas; 2) com a hipertrofia aguda
das articulações há maior produção de líquido
sinovial, reforçando, assim, as cartilagens; 3)
ajuda, portanto, a suportar a carga de treinamento. Alguns exemplos deste tipo de aquecimento no ambiente da escalada:
Na rocha: em vias clássicas fáceis (para você)
este tipo de aquecimento é válido, pois o sistema aeróbio (resistência) irá atuar fortemente, e
a utilização de membros superiores e inferiores
será mais equilibrada. Se houver uma caminhada até a base da rocha de 15´ a 30´ (provavel-
mente haverá) ótimo, pois esta já fará parte do
aquecimento (bastante importante no período
da manhã quando o corpo ainda está “frio”).
Inclua também exercícios de alongamento (leve)
para membros superiores e inferiores antes de
entrar na via, aproveitando para descansar da
caminhada. Não demore mais de 15 minutos para
iniciar a escalada, pois os efeitos do aquecimento são reversíveis.
Indoor: se você for iniciante comece a atividade com um aquecimento geral (10´ a 15´ de
bicicleta ou caminhada) que irá te ajudar na fase
de alongamento, pois os músculos quando aquecidos alongam-se mais facilmente. Estudos mostram que o alongamento sem aquecimento prévio pode aumentar as chances de lesão.
Aquecimento específico
Treina as habilidades para a atividade em questão. Este tipo de aquecimento deve ser feito por
escaladores intermediários e avançados, pois
já estão familiarizados com a atividade e são
capazes de aquecer-se em vias “fáceis” ou travessias, sem que haja fadiga prévia. É importante diferenciar o tipo de aquecimento quando
o objetivo do treino for boulder (potência) ou via
(resistência), já que são atividades bastante
distintas do ponto de vista energético. Acreditase que nos exercícios que envolvem velocidade (como a potência) a ênfase deve ser no
aumento da temperatura, e em exercícios
aeróbios predomina a mobilização do sistema
de transporte de oxigênio.
Na rocha: no caso de vias esportivas seria
interessante entrar numa via “fácil”, escalandoa bem devagar, antes de tentar uma via difícil.
Posteriormente pode ser aplicado algum exercício de alongamento (leve), principalmente se
você tiver o costume de fazê-los. Em boulders
o mesmo procedimento é válido, comece em
boulders fáceis e vá dificultando gradativamente.
Tente escolher aqueles em que a técnica está
mais presente que a força; isolar alguns movimentos também pode ser uma boa alternativa.
Botes ou outros exercícios de potência podem
ser realizados desde que sirvam para aquecer
e não cansar o seu corpo.
Indoor: nas academias este tipo de aquecimento pode ser bastante diversificado, como:
escalar e desescalar vias “fáceis”, fazer travessias ou boulders, 2/2 ...
Este tipo de atividade é primordial para aumentar o estímulo da memória para o gesto esportivo, melhorar a solicitação do sistema energético
utilizado e do conjunto músculo-articular envolvido na escalada. Em resumo, para que o aquecimento seja adequado deve existir exercícios
de alongamento, preparação do sistema cardiovascular e movimentos específicos da modalidade em questão, tendo como objetivo aumentar a temperatura e contribuir no controle do
metabolismo.
Mas lembre-se, este tipo de exercício deve ser
gradual e suficiente para aumentar a temperatura muscular e central, sem causar fadiga nem
reduzir as reservas de energia.
Após aumentar o fluxo sanguíneo e as temperaturas muscular e central haverá:
maior velocidade de contração e relaxamento dos músculos;
maior economia de movimento, pois há menor resistência viscosa dos músculos ativos;
fornecimento facilitado de oxigênio para os
músculos, pois a hemoglobina libera oxigênio
mais prontamente em temperaturas mais altas;
transmissão neural e metabolismo muscular
facilitados; um aquecimento específico também
pode facilitar o recrutamento de unidades
motoras necessárias para a realização da atividade física. Portanto, você realizará o exercício ou movimento com maior facilidade.
Além da importância fisiológica descrita acima,
o aquecimento também envolve fatores psicológicos, principalmente naqueles indivíduos que
não iniciam a atividade sem praticar determinados movimentos (seja ele qual for).
Benefícios psicológicos: o aquecimento específico é capaz de melhorar a destreza e coordenação necessárias para a atividade a ser
realizada. No caso da escalada este método é
importantíssimo, já que a exatidão, sincronia e
realização de movimentos precisos são fatores
primordiais para um bom desempenho. É por isso
que a maioria dos atletas diz que o aquecimento
ajuda a ter uma visualização mais clara da prova, preparando-os psicologicamente para o
evento. Além disso, o aquecimento pode reduzir
o estado de ansiedade pré competitiva ou aumentar a excitabilidade (no caso de apatia do
atleta) ajudando-o a adquirir o equilíbrio
psicofisiológico.
Considerações
a temperatura ambiente e a hora do dia influenciam o tempo e a intensidade do aquecimento.
Assim, com baixa temperatura e no período da
manhã o ritmo do aquecimento deve ser mais
lento e com maior duração. Com altas temperaturas a duração pode ser menor,para que não
ocorra fadiga.
o aquecimento serve “apenas” para preparar o seu corpo para uma atividade rigorosa,
não para você entrar em fadiga. Assim, atletas
profissionais dispõem de tempo e resistência
maiores para esta etapa. Obedeça aos limites
do seu corpo.
o tempo pode variar de 10´ a 40´, dependendo das solicitações das habilidades atléticas,
temperatura ambiente, horário de treinamento,
idade e nível do atleta...
a intensidade deve ser moderada, mas de
acordo com as solicitações das exigências da
modalidade esportiva.
o aquecimento insuficiente pode gerar lesão
ou incapacidade de obter seu máximo desempenho.
após esta fase não faça uma pausa maior
que 15 minutos, pois o efeito do aquecimento é
reversível.
bom senso. O tipo de habilidade atlética, conhecimento da técnica dos exercícios de alongamento e idade do indivíduo determinam o tipo
de aquecimento a ser realizado.
em caso de dúvida procure um profissional
da área de Educação Física.
Membros inferiores
Pescoço
Pescoço
Ombros
Erguer alternadamente as pernas em direção à mão
oposta.
Abaixar a cabeça tentando encostar o queixo na
base do pescoço.
Inclinar lentamente a cabeça para traz, mantendo os
ombros relaxados.
Trazer os braços alternados em direção ao tronco,
pressione levemente o cotovelo contra o peito.
Membros superiores
Coxa
Posterior da coxa e panturrilha
Lateral da coxa e glúteos
Com os braços estendidos, inclinar o tronco para os
lados, mantendo os braços próximos às orelhas.
Pegar o peito do pé (direito/esquerdo) tentando
aproximá-lo dos glúteos.
Estender uma das pernas à frente puxando os
dedos dos pés em direção à perna.
Apoiando-se numa parede, flexionar uma das pernas
sobre a outra, apoiando o calcanhar no joelho.
Braços, antebraços e dedos
Braços, antebraços e dedos
Peito, ombro e braço
Abdômen
Estender o braço à frente com a palma da mão para
cima, puxar levemente os dedos para traz.
Estender o braço à frente com a palma da mão para
baixo, puxar levemente os dedos para traz.
Una as mãos atrás do corpo com dedos entrelaçados e
palmas para dentro, levantar braços sem flexionar o tronco.
Sentada, com pernas flexionadas, inclinar o tronco
para a direita e para a esquerda.
Dedos
Braço
Tronco
Mãos e antebraços
Girar os braços lentamente, com movimentos para
frente e para traz.
Com as mãos unidas, frente ao peito, movimentálas para a direita e a esquerda, sem mexer o quadril.
Com braços na altura dos ombros, abrir e fechar as
mãos lentamente.
10
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abrindo e fechando
lentamente.
11
especial
Futuro dos points
Você é o responsável
Comportamento e ação em áreas de escalada. Saiba como chegar e como
manifestar sua interação no ambiente de escalada.
CARLOS “CHARLIE” ALVES | SP
arrojados aventureiros se arriscando para vencerem a subida de uma parede e para tal utilizavam os artifícios disponíveis na época e venciam através de pontos de apoio, fixos ou não,
os obstáculos para se progredir pela parede.
Com a experiência adquirida nos primórdios,
mais o intercâmbio de informações técnicas de
escaladores de outros países, a escalada brasileira foi tomando forma e estilo próprio. Foram
surgindo mais adeptos e veio então o conceito
de escalada livre, as discussões sobre escalada natural, o uso de equipamentos móveis (e a
dificuldade de conseguí-los), as conquistas foram aumentando e com o desenvolvimento técnico, vias mais difíceis foram sendo conquistadas. Com isso vários estilos foram sendo formados até surgir, em alguns momentos, grandes debates sobre a forma de se conquistar
uma via, deparando-nos então, com as discussões éticas.
Ética e comportamento
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Não discutirei aqui a ética, pois seria um assunto à parte, mas sim venho trazer mais uma vez
uma questão que coloca a escalada em mais
um momento de reflexão, sobre o que nós
estamos preparando para os escaladores do
futuro.
São conhecidas pelos escaladores as histórias e discussões sobre questões éticas que
ocorreram e ocorrem fora do Brasil, mas talvez
pela diferença temporal de evolução os
escaladores mais novos não tenham uma noção completa dos problemas existentes entre
as diferentes opiniões sobre a forma de ação
em relação ao desenvolvimento de novos locais para escalada.
É claro que nos deparamos com questões de
segurança, comprometimento, coragem, conhecimento técnico, estilo pessoal e a mais importante de todas - a questão do ego. Muitas pessoas encontram na conquista de uma nova via
de escalada uma forma de autopromoção, mesmo que para isso utilize-se de qualquer meio
para estabelecer esta nova rota.
Comecei esse artigo falando sobre o potencial
que a escalada brasileira tem ainda por explorar, sendo assim a preocupação é com o aumento do número de escaladores e suas ações
nas faces rochosas brasileiras.
Todos sabemos que a prática do nosso esporte
é impactante para a natureza, conscientes dis-
so temos que fazer da nossa passagem no la. Alguns podem argumentar que segurança
ambiente natural o menos prejudicial possível, nunca é demais, e se o escalador não quiser
conservando as trilhas, respeitando os habi- costurar um grampo que não costure, isso patantes naturais desses locais, não deixando rece-me um tanto quanto absurdo, pois acredito
lixo, etc...Para que assim tenhamos o direito a que a segurança não está na rocha e sim no
nos desafiar de forma justa com a rocha que comportamento do escalador.
pretendemos escalar.
Sendo essa a situação na maioria dos locais de
Tomando o tema da grampeação como principal escalada, devemos então, num local onde já exisneste artigo, venho questionar aqui o uso des- te um desenvolvimento e um histórico, tomar cosa técnica como componente da nossa ação nhecimento da ética local, conversando com os
na natureza. Não quero impor aqui nenhuma escaladores ativos, para ouvir sobre como a
regra ou abominação, mas sim me exaltar con- escalada se desenvolve na região. Pois um
tra um abuso extremo que é retrogrampear, pra- escalador recém chegado em um lugar pode
KIDO “ARANHA” | CE
ticar super-grampeação (overbolting), e equi- visualizar uma face que não foi escalada, sem
par de cima uma face rochosa importante como
saber que foicearense
considerada pelos
A cidade
seescaladores
o Complexo Baú, Bauzinho e Ana Chata; meslocais umapara
linha a serser
preservada.
prepara
um
mo sabendo que a verdadeira vitória de um con- Quero deixar bem claro que não venho de mados grandes centros
quistador é vencer de forma justa uma parede neira nenhuma afirmar que devemos escalar
de praticamente
escalada
do norda forma mais natural possível.
em solo todas as paredes em mondeste.
dos
Com o aumento do número de adeptos na escatanha queVontade
possuímos, porém
devemos pensar
escaladores
locais
lada, nossos picos sofrem e é claro que precique às vezes nos deparamos
com desafios que
para
conquistar
samos desenvolver novos points para então
somente
serão vencidos pornovas
escaladores mediluir esses escaladores. Porém fica claro que
lhores
futuro.
vias
enorocha
da medevemos tomar muito cuidado com os excesSe não
entendermos que anão
evolução não termilhor
qualidade
sos, ou seja “metralhar” um lugar excedendo
na hoje e que o suprimento de rocha é finito,
faltam.
seu potencial auto-sustentável. Sobre os cam- estaremos agindo de forma a proibir que no fupos de vias esportivas, essas na maioria são turo outros venham a elevar o nível do nosso
equipadas para melhor posicionamento dos esporte e que tenham a sensação e o prazer de
pontos de segurança, para se evitar fazer fu- se deparar com um desafio e vencê-lo.
ros de cliff ou estragar agarras, enfim, os argumentos existem e a prática consciente geRespeito pelo entorno
ram geralmente bons campos-escola para o de- É de consenso que devemos respeitar o trabasenvolvimento técnico e atlético dos lho que vem sendo feito durante anos, pensanescaladores.
do no desenvolvimento da escalada local. É da
Nessa discussão se formam as diferentes éti- população local que dependemos para obter incas locais que compõem o panorama de estilos formações importantes e além disso em casos
que temos no Brasil. Como não possuímos um de emergência muito provavelmente serão esconsenso geral dos escaladores nem leis cri- tas pessoas que poderão executar qualquer maminais que protegem a superfície rochosa como nobra de resgate vertical. Então não há por que
no exterior, resta-nos conviver com essas di- deixar de manifestar-se sobre sua intenção de
ferenças, respeitando sempre a prática local. ação no local.
Porém não devemos ficar calados diante do Para buscar mais informações e/ou opiniões
desejo que nossa escalada seja um exemplo sobre esse assunto, procure nos meios de code preservação do nosso patrimônio rochoso municação de escalada e montanhismo artigos
para as gerações futuras.
publicados nos últimos vinte anos e conheça as
É claro que a escalada deve ser para todos os diversas histórias - algumas delas com finais
estilos de escaladores, tanto para aqueles que muito triste - sobre essas discussões para usápreferem vias esportivas bem protegidas como las como exemplo e absorver o conhecimento,
para outros que preferem vias com mais com- evitando que questões pessoais sejam mais imprometimento, isto posto, cabe ao escalador portantes que o desenvolvimento natural da esencontrar uma escalada no seu nível e não re- calada, para poder assim tratar bem das nosbaixar o nível da rocha para conseguir escalá- sas montanhas.
Somente você é responsável pelas suas atitudes. Evite problemas com a população local, ao invés
disso ofereça ajuda para conservação dos locais, conheça a história das conquistas, veja como importante
o contato com proprietários de áreas que possuem locais de escalada e gentilmente permitem nossa entrada. Enfim, saiba como funciona cada point, pois sua atitude influencia todos os escaladores que freqüentam
ou possam vir a freqüentar um lugar de escalada.
Pense sobre, não fique calado, discuta e emita sua opinião !!!!
Pico do ITAPEVA
Novo point de boulder no mais famoso mirante de Campos do
Jordão, na encosta paulista da Serra da Mantiqueira.
Um novo point de escalada de boulder vem sendo desenvolvido com muito capricho e cuidado na encosta paulista da
Serra da Mantiqueira nos últimos três anos pelos escaladores de Campos do Jordão (SP).
O Pico do Itapeva, distante 8km do bairro de Capivari já é um mirante tradicional desta cidade e suas lages rochosas
sempre deixaram os escaladores que o visitaram certos de que haviam possibilidades de escaladas na área. Bastou um
pouco de exploração para que a 300m das antenas principais, um grupo de cinco grandes boulders iniciasse a escalada
naquelas bandas.
Para chegar ao local, siga até o Pico do Itapeva e terminando a estrada de asfalto, continue pela de terra mais 300m
estacionando o carro na primeira entrada à direita. Siga por esta estrada à direita a pé e contorne a torre pela direita. Os
primeiros blocos podem ser avistados logo abaixo. A trilha passa por trechos de lage de pedra que estão constantemente
molhados. Fique atento para não escorregar.
Como a maior parte dos blocos excede os 7 metros, é importante levar além do crash pad, equipamento de
top rope e fitas longas, pois em muitos blocos, as chapeletas estão distantes da borda.
Apesar de possuir poucos blocos, o lugar é especial pela vista e entorno - que tem a vegetação de campo de
altitude. Para maiores informações, entre em contato com Cré (12) 9771.6601
www.mountainvoices.com.br
O Brasil é um país que possui uma quantidade
notável de blocos, picos e faces rochosas que
possibilitam a prática da escalada em todas as
suas manifestações. Sendo assim este não é o
limitante para que essa prática se desenvolva e
aumente em número de praticantes espalhados
por todo o país, desde que se gerencie este
potencial de maneira consciente.
A escalada brasileira se desenvolveu de forma
natural como em outros lugares, ou seja, alguns
13
12
on the rocks
Mountain Voices é um informativo bimestral
de circulação dirigida ao excursionismo brasileiro e patrocinado pelos anunciantes. Seu
objetivo é fomentar a pratica deste esporte no
Brasil, em suas várias modalidades:
montanhismo, escalada e espeleologia. Reprodução somente com autorização dos autores, e desde que citada a fonte. Não temos
matérias pagas. Frizamos que o excursionismo
expõe o praticante a riscos, inclusive de morte, que este assume deliberadamente. O uso
de equipamento de segurança, bem como o
acompanhamento de guia especializado, se
faz necessário, porém não elimina totalmente
o risco de acidentes.
Editores: Eliseu Frechou, Elizabeth B.
Frechou, Vítor B. Frechou e Artur B. Frechou.
Contatos pela Cx.Postal 28, São Bento do
Sapucaí, SP, cep 12490-000. E-mail:
[email protected]. Web site:
www.mountainvoices.com.br. Agradecemos a
todos os colaboradores deste número: patrocinadores, assinantes, e todas as pessoas
que nos escreveram enviando artigos, criticas e apoio.
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Manual de Escaladas da
Pedra do Baú e Sul de Minas
A quinta edição do Manual de Escaladas da Pedra do
Baú e Região foi totalmente reformulada, com
novos gráficos, 96 páginas e mais de 200 rotas de
escalada . Vias selecionadas e os melhores points de
boulder da região da Pedra do Baú e Sul de Minas.
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no manuseio, tem o formato de bolso (10,5x14cm),
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Vídeo Escalada Brasil - indisponível no momento.
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Foto da capa: Cré, devidamente assegurado, no
lance do lado esquerdo do boulder Senhor Ita, no
Pico do Itapeva, SP. Foto: Eliseu Frechou
Total .....................,00
Índice dos Números Anteriores
1. Será que o alpinismo já atingiu o seu cume?, O guia de montanha
e a experiência européia, Cuidado com a hipotermia, O que é mesmo
espeleologia?
2. Conjunto Pedra do Baú, Expedição Brasil-Everest 91, Pitons,
Alimentação natural, Meditação na escalada, Cordas e camelos,
Apuane.
3. Urca, Quedas e ejaculação precoce, Solo e sonho, Montanhismo
apolítico, Caparaó, II Sul-americano de escalada, Asas de nylon.
4. Anhangava, Montanhismo e neurolinguística, Escaladores x
meio-ambiente, Lesões nos dedos, Cerro Tolosa, Publicações da
SBE, Caraça.
5. Prateleiras, Porque o montanhismo ainda não se organizou?,
Expresso Paraná, E o vento levou, Ética, Travessia GarrafãoPapagaio.
6. Conjunto Marumbi, Quanto vale o Pão de Açúcar?, Excursionismo
consciente, Bóia-cross, Troglobionts?!, Half Dome clean, Ecologia
e política, Cho-Oyo, Canastra.
7. Serra do Lenheiro, Atalhos, Táticas esportivas, Crianças na trilha,
Peruaçu, Dicas para dias frios, Canoagem, Sua própria aventura.
8. Pico do Jaraguá, O caminho não percorrido, Ecoturismo,
Caminhos da mantiqueira, Agudo do Cotia, Pão de Açúcar face
norte, Mergulho na Santana, Kilimanjaro.
9. Brasília, Guia Ecológico, Ancoragens, Gruta do Janelão,
Congelamento, Caatinga.
10. Rio Grande do Sul, Segurança americana, Vale do Peruaçú,
Branco total, Petrópolis-Teresópolis.
11. Chapada Diamantina, Manual do Montanhista, El Capitan, A
escalada do Lanin, Topografia em cavernas I, Minas Gerais.
12. Dedo de Deus, Associação Carioca de Escaladores, Topografia
II, Duas antenas e uma parede, Europa, Conquista do Annapurna,
Itaimbezinho, Raio na Montanha.
13. Serra da Capivara, Acima da neve, Face norte da Pedra do Baú,
Toca da Boa Vista, Serra Fina.
14. Pico das Agulhas Negras, Carrapato, Alpes, Grampear ou não
grampear, Monte Roraima.
15. Morro de Pedreira, Ibitirati em solo, Pelo mundo afora, Fotografia,
Canoagem, Espectro de Brocken.
16. Bragança Paulista, Cachoeira da Fumaça, Canoagem,
Orientação.
17. Florianópolis, Itararé, Paraglider, Aventura nas veias, Nepal,
Curso UIAA.
18. Pico Paraná, Curso UIAA, I Congresso Brasileiro de
Montanhismo, Nepal.
19. Pão de Açúcar, Alain Renaud, Trango Tower, Treinamento
esportivo I, Serra do Cipó.
20. Visual das Águas, Nas encostas não tão solitárias do Everest,
Treinamento esportivo II, GPS, Proibir ou pagar?
21. Lapinha, Bernd Arnold e Kurt Albert no Brasil, Retrospectiva 93,
Marins-Itaguaré, Dinossauros no Anhangava, Bolívia.
22. Buraco do Padre, Canyoning no Cipó, Bito solitário no Baú, Para
que morrer?, Aventuras no Garrafão, Crazy Muzungus, Pedra Branca
de Pocinhos.
23. Sertão de Pernambuco, Os Descaminhos da escalada no Brasil,
Cipó x 5.13, Salathé free, Pedra Selada de Mauá.
24. Ana Chata, K2, Quedas de guia, Ibitirati, Serra da Bocaina.
25. Bahia, Bolívia, Half Dome, Gullich, Morro da Meia-Lua.
26. Pedralva, El Capitan, Los Gigantes, Criar e reciclar, Itajubá.
27. Pedra do Segredo, Guarujá, Serra da Guarita, Canyoning, Bolts
from the blue, A maior rota de Minas.
28. Itacoatiara, Patagônia, Cerro Torre, Meteorologia, Medo de cair,
Morro do Tira-Chapéu.
29. Pico do Papagaio, Everest pirata, Mal de altitude, Acidentes em
campeonatos, Serra do Caraça.
30. Espirito Santo, Graduação artificial, Normas para equipamentos,
Santa Rita do Jacutinga, Trilha Inca.
31. Guaraiúva, Na linha de fogo, Pequenas notáveis I, Illimani, 6000
metros na Bolívia, Itambé.
32. Arenito gaúcho, Montanhismo e Internet, Estilo alpino no Himalaia,
Pequenas notáveis II.
33. Nova rota no Marumbi, Solução Suicída, Huayna Potosi, Morro da
Formiga, Trekking na Canastra, Monte Verde.
34. Morro do Cuscuzeiro, Torres del Paine, Face sul do Corcovado,
As maiores montanhas do Brasil, Perú.
35. Salinas, Escalando nas cavernas, Solitárias na Pedra do Baú,
Sites de montanhismo na WEB, Tour na Europa, Serra da Cangalha.
36. Santa Catarina, Reformas no Anhangava, Monte Vinson,
Campeonato Panamericano, Guaraú, Carta aos Montanhistas.
37. As agulhas do Espírito Santo, Conquista dos Cinco Pontões, Fator
de Queda, Aventuras no Equador, Agarras e Ética, Rapel - um grande
equívoco.
38. Jardim botânico do Rio, Projeto Sete Cumes, Serra Fina, Bragança
Paulista, Jordânia, Corpo de Socorro em Montanha
39. Pedreira do Dib, Eiger, Ilha Bela, Pedra do Moitão, Guaraiúva,
Campo-escola 2000.
40. Pedra da Divisa, Monte Elbrus, Fator humano, Escaladas em rocha
no Chile, Trekking do Everest, Convite à Aventura.
41. São Luís do Purunã, Bolívia, Sintonizando a cordada, Nosso futuro
comum, Federações?
42. Vista Aérea, Travessia Marins/Itaguaré, Dedo de Deus, Face Sul
do Aconcágua.
43. Pedra do Índio, Trekking no Kilimanjaro, Apagando uma luz falsa,
Realidade Vertical, Espanha, Acidente no Aconcágua.
44. Big Wall na Serra dos Órgãos, Torres del Paine, Rocha e gelo nos
Andes, Pico do Baiano -nova rota de 1000m, Trekking ao Focinho
D’Anta.
45. Calcário em Minas Gerais, Projetos de escalada, Perigos do
Gelo, Terra de Gigantes, Patagônia, Pedralva, Pedra do André,
Corcovado de Ubatuba.
46. Torres de Bonsucesso, Elbsandstein, Illimani, repetição da Ecoxiitas, novos clubes de montanhismo.
47. Falésias do Quilombo, El Capitan, Pico do Cuscuzeiro, Terra
Brasileira (Pedra do Sino), Resgate na Ouro Grosso, Como são as
competições esportivas.
48. Conquista no Corcovado, Cerro Plata, Dedo de Deus, Treinamento
Esportivo, Montanha e mau tempo, As Pedras esquecidas do Rio de
Janeiro, Castleton Tower, Morro do Carmo.
49. Camboriú, Conquistas Brasileiras em Cochamo,Garrafão,
Aconcágua, Pico do Trabijú.
50. Morro do Camelo, Tipos de Mosquetão, Imprudência Rapeleira,
Pico do Baiano, Patagônia, Superagüi.
51. Falésias do Serrano, Avaliação Física, Europa, Íbis em Solitário,
Mont Blanc, Rapel, Chapadão da Babilônia.
52. Anhangava, The Diamond, Blocantes, Guia de Montanha, Caraça,
Marins-Itaguaré.
53. Guaratiba, Mulheres no Marumbí, Nordeste do Itabira, Costa
Rica, Caderno Indoor
54. Rotas Piratas, Pedra da Boca, Baudrier e Loop, Patagônia, Bagé,
Caderno Indoor.
55. Salinas, Big Wall no Garrafão, Monte Roraima, Shipton, Pico
União, Entalando-se Fácil, Caderno Indoor.
56. Serra do Cipó, Conquista do Castelão-PNSO, Trekking no Vale
do Paraíba, Gruta dos Três Lagos, Caderno Indoor.
57. Pão de Açúcar, Trekking na Serra da Bocaina, Pedra do Sino,
Caderno Indoor.
58. Florianópolis, Big Wall no Ibitirati, Trekking na Bolívia, Caderno
Indoor.
59. Morro do Cuscuzeiro, Creatina e potência, novos points no Rio
Grande do Sul, Anti-inflamatórios, Travessia da Serra Fina,
Internacional, Indoor.
60. São Luis do Purunã, Serra da Capivara - PI, Maria Comprida, Dor
na Escalada, Trekking ao Pico da Neblina - I, Internacional, Indoor.
61. Escalada Tradicional, Os Segundos Sete Cumes, Slack Line, El
Chorro - Espanha, Eclipse Oculto - Pedra do Sino, Trekking ao Pico
da Neblina - II, Internacional, Indoor.
62. Salto Ventoso, Novas rotas na Paraíba, Copa do Mundo de
Escalada, Campos Gerais - PR, Crazy Muzungus, Trekking à Pedra
do Sino, Internacional, Indoor.
63. Falésia dos Olhos, Festivais de Escalada, Espírito Santo,
Conquistas na Bahia, Travessia da Serra Fina, Internacional, Indoor.
64. Cachoeira do Tabuleiro, Quixadá - CE, Boulders em Sorocaba,
Grand Teton, Internacional, Indoor.
65. Blocos dos Serranos, Diogo Ratacheski x Mr. Bill, vias do Dedo
de Deus, Calcário do PR, Corda Dupla I, Internacional, Indoor.
66. Pedra do Segredo, Seminário de Impacto, Patagônia - Saint
Exupéry, Graduação Brasileira, Corda Dupla II, Internacional, Indoor.
67. Campo-Escola 2000, Serra do Lenheiro, Workshop de resgate no
Baú, Projeto Paredes de Minas, Técnica e Ética de Mínimo
Impacto I, Internacional, Indoor.
68. Pedra do Sino, Bouldering no Sul do Brasil, André Ilha e
Antônio C. Magalhães, Novas rotas: Nefelibatas e Taxi Lunar Pedra do Sino, Técnica e Ética de Mínimo Impacto II,
Internacional, Indoor.
69. Morro dos Cabritos - RJ, Maria Comprida, Points Secretos,
O Caminho do Sol, Forum Pró Serra Fina, Internacional.
70. Edgar Kittelmann, Sulamericano de Boulder, Do kichute à
sapatilha, Pedra do Itamaraem, Como ajudar os seguranças,
Info Femerj, Internacional
71. Paraíba, Pedra Riscada-MG, Resmont, Paradas, Minas
do Camaquã, To bolt or not to be, Info Femerj, Internacional.
72. As super vias de Escalada, Tadeusz Hollup, Tempestades,
Montanha de valores, Paulista 2003, Adote uma montanha,
Info Femerj, Internacional.
73. Araçatuba-PR, Cerro Branco-RS, Bivaque forçado,
Amazônia, Leaning Tower-EUA, Cordilheira Huayhuash, Info
Femerj, Internacional.
74. Prateleiras, Los Encardidos, Erwin Gröger, Trekking no
Caraça, Padrão brasileiro de classificação de escaladas, Info
Femerj, Internacional.
75. Perigo na Escalada, Southern Comfort, Pico dos Marins,
Terra de Gigantes, Caminhadas em Campos do Jordão, via
Abuso - Escalavrado, Ética, Internacional.
76. Novas vias na Pedra do Baú, Roberta Nunes na
Groenlândia, Atibaia, Pedra Baiana-ES, Escalada Solo,
Controle mental, Pico da Bandeira-ES, Internacional.
77. Falésia do Lagarto, Ancoragens, Conquistar ou equipar?,
Ceará, Cachoeira do Tabuleiro-MG, Pico das Almas,
Internacional.
78. Chapada Diamantina-BA, Preservando nossa memória,
Dicas sobre a Escalada Tradicional, Pedra do Elefante-MG,
Exercícios Pliométricos para melhorar a potência, Trekking
ao Pico do Barbado, Itacolomi protegido, Internacional.
79. Itajubá-MG, Paulista 2004, Equipar ou pré-equipar?,
Segurança em Top Rope, Tipos de agarras de plástico, Serra
Fina ganha ONG, Info FEMERJ, Internacional.
80. Etzel Stockert, Pedra Baiana-ES, Plastic Man,
Classificação Brasileira, Internacional
81. Tradicional em Jacinto-MG, Baturité-CE, Chapada
Diamantina-BA, Aconcágua Invernal, Cantagalo-RJ
Comunicação Silenciosa, Internacional.
82. Quixadá-CE, Nick em Yosemite, Brasileiro 2004, Potrero
Chico-México, Escale rápido, Federações, Internacional.

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