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: v A OBRA-PRIM A DE ijm\m w CHAMADO m o TENNESSEE WILLIAMS IL-5 - Mala de Viagem Unissex IL-6 - Mala de Viagem Unissex IL-3 - Bolsa Unissex IL-2 - Bolsa Feminina IL-1 - Bolsa Feminina IL-4 - Pasta Executiva Unissex IL-7 - Porta-ternos com cabide Um produto com a qualidade Fábrica: R. Alvarenga Peixoto, 146, V. Geral - tel.: (0 2 1) 3 7 2 -5 9 1 0 - Rio de Janeiro S how -Room Rio: Praia do Flam engo, 6 6-B -5 1 9 - tel.: (021) 2 85-5191 - S how -Room São Paulo: R. Mantiqueira, 132, V. M ariana - tels.: (0 1 1 )5 4 4 -1 4 7 7 /5 7 0 -1 4 1 6 Representantes: M. G erais (031) 2 0 1 -7 8 9 3 - Pelotas (R S ) (0 5 32 ) 2 2 -4 8 1 6 - P. Alegre (05 12 ) 2 4 -6 6 3 3 /2 4 -9 9 7 3 - Paraná (04 12 ) 3 2 -9 4 8 5 - Santa Catarina (0482) 2 3-00 59 - Pernam buco (081) 3 25 -5 93 8 Brasília (062) 2 4 1 -2 0 0 4 - Salvador (071) 2 4 4 -6 0 6 0 - Caxias do Sul (R S) (054) 2 2 2 -5 7 4 9 - C eará, MA, RN, AM , PA e PI (085) 2 2 1 -5 0 8 9 - Cam po G rande (M S ) (067) 6 24 -2 4 9 8 /3 8 2 -6 9 6 8 TEATRO TEREZA RACHEL Projetado em 1956 pelo arquiteto Henrique Mindlin, o Teatro Tereza Rachel teve sua construção iniciada em 1957, sendo aberto ao público proviso riamente em 1969 e oficialmente inau gurado em 1971. Parte integrante do Shopping Center de Copacabana, o Te reza Rachel tornou-se ao longo dos seus 14 anos de existência uma das princi pais casas de espetáculos da cidade do Rio de Janeiro, tanto no que diz respei to a encenação de peças teatrais quan to no que se refere a apresentação de shows musicais e festivais de dança. No que diz respeito a atividade teatral, acolheu a encenação de textos de auto res nacionais e estrangeiros, destacan do-se, entre eles, Arrabal, Ibsen, Anton Tchecov, Mrozek, Dario Fó, Alfredo Dias Gomes, Plinio Marcus, Chico de Assis, Guarnieri, Paulo Pontes, Chico Buarque e peças como “Cemitério de Autom óveis”, “A Gaivota”, “Tango”, “Santo Inquérito”, “Missa Leiga”, “Mais Quero Um Asno Que Me Carre gue do Que Um Cavalo Que Me Derru be”, “Oração Para Um Pé de Chinelo ”, “Curral”, “Arena Canta Z um bi”, “Go ta D Á gua”. No que se refere a shows, o Tereza Rachel tornou-se nacional mente conhecido como um templo da moderna música popular brasileira, sen do responsável pelo lançamento e apre sentação de personalidades como Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Fagner, Ney Matogrosso, MPB-4, Secos & Mo lhados, Moraes Moreira, Baby Consuelo, Gonzaguinha, Sivuca, Turibio San tos, entre dezenas de compositores e instrumentistas consagrados. No ano de 1982 o Teatro Tereza Rachel fecha as suas portas e, sob a ori entação do arquiteto Marco Antonio Khair, é totalmente reformado, ganhan do aparelhagem de ar condicionado central, revestimento acústico, poltro nas e moderno serviço de som e luz. Reaberto em julho de 1983 com o show “Chico S e t”, de Chico Anísio, abre es paço depois para o musical “Chorus L ine” e a peça “Brincando Em Cima Daquilo”, com Marília Pera. Em 1985, o Teatro Tereza Rachel inaugura em suas dependências a Sala Paulo Pontes, equipada para aulas e ensaios. “Um Bonde Chamado Desejo”, obra prima da dramaturgia contemporânea de au toria de Tennessee Williams, mãrca a volta de Tereza Rachel ao seu teatro, após a reforma. “UM BONDE CHAMADO DESEJO” SINOPSE A peça conta uma estória simples. Mas é na descrição apaixonada dos personagens que reside sua força dra mática. A irmã de Blanche (protago nista da peça, personagem que tem comovido platéias do mundo, com sua sede de afeto e compreensão), Stela, casara-se com Stanley Kowalski, um homem pobre e rude. Para Blanche é difícil compreender que a irmã, edu cada de maneira aristocrática, tenha se tomado mulher de um homem ignoran te e grosseiro. Após a m ina da família cada uma das irmãs seguira um destino próprio. Stella adaptou-se ao mundo do marido. Blanche manteve a postura aristocráti ca, gestos finos, sensibilidade aguda. No entanto, foi profundamente infeliz na sua vida amorosa: seu marido ho mossexual acabara por suicidar-se. A peça começa quando Blanche — recém expulsa do colégio onde lecio nava — vai pedir auxílio a Stella. Acu sada de tentar seduzir um aluno ado lescente, ela foi demitida como imoral. A PEÇA A primeira montagem da peça foi realizada em 1947 e dirigida por Elia Kazan, fundador do Actors Studio de Nova York. Kazan deu a Jessica Tandy o papel de Blanche e a Marlon Brando — que estreava profissionalmente — o E o que se passou entre esse fato e a sua chegada à casa da irmã permanece obscuro. Stanley sente-se agredido com a vi sita daquela mulher, refinada que todo o tempo ironiza sua rudeza. Começa então a investigar seu passado. E des cobre que Blanche havia se prostituído. A descoberta causa alívio — pois ele encontra finalmente o motivo para ex pulsar a cunhada <Je casa. Quando condui a investigação, Blanche fazia a última tentativa de encontrar o amor na pessoa de Mitch, amigo de Stanley. Ela havia mentido sobre o passado para não perder o respeito do rapaz. Stanley é impiedo so : conta o que sabe a Mitch, que des faz o noivado e abandona Blanche. Enquanto Stella está dando a luz, Stanley se embriaga e violenta a cunha da, lançando por terra o que resta de são na personalidade da mulher. Ela vai enlouquecendo até o momento final, quando ele chama os médicos de um hospício para interná-la. “Sem pre dependi da delicadeza de estrannhos” — diz ao médico que a conduz para fora da casa. papel de Stanley. Dois anos depois, o espetáculo estreava em Londres, no Aldwych Theatre, sob a direção de Laurence Olivier e com Vivien Leigh no papel de Blanche. Na versão cine matográfica, realizada em 1951 por Elia Kazan, os intérpretes escolhidos foram Vivien Leigh e Marlon Brando. No Brasil, tivemos duas atrizes que conseguiram interpretações marcantes no papel de Blanche Dubois: Henriette Morineau, na direção de Ziembinski, no início da década de 1950, e Maria Fernanda, no espetáculo levado pelo Teatro Oficina de São Paulo em 1965. O BONDE ANDANDO 1 — “Um Bonde Chamado Desejo ” (Tennesse Williams), “Longa Jornada Noite Adentro ” (Eugene O’Neill) e “A Morte do Caixeiro Viajante” (Arthur Miller) são as três peças fundamentais do teatro nor te-americano. A “Longa Jornada” é tragédia pura, transposta com propriedade (uma aberração histó rica?) para o mundo em que vivemos. “A Morte do Caxeiro Viajante” é a mais social das peças america nas, o social incorporando os aspectos econômicos de uma sociedade pragmática e obsecada pelo lucro. Já “Um Bonde” é, de longe, a obra teatral mais con tundentemente poética, sobremodo, no abordar do pernamente drama das ilusões (e frustrações) huma nas. Por onde passou —Nova York, Moscou, Londres, Roma, Paris, Budapest, etc. — a peça de Williams comoveu adoidado. Seu rosário de êxitos é extenso: na Brodway lançou Marlon Brando, trouxe Vivien Leigh de volta à Hollywood, fez de Sir Laurence Oliver nos palcos de Londres um mero copiador da mise-en-scene (soberba) de Elia Kazan, deu Oscars e Tonys a Karl Marden e Kim Hunter e, circuito in terno, consagrou Madame Morineau junto ao públi co brasileiro. Mais: fez de Blanche DuBois, figura ficcional que todos nós conhecemos um pouco, o mais denso personagem feminino da dramaturgia contemporânea. 2 — Mas “Um Bonde” não recebeu só elogios. Arthur Miller, depois de ver a peça, acusou Williams de novelesco, cruel e alienado, deduzindo por conta própria que o teatro de Williams estava por fora do contexto. Vamos por partes. Miller merece nosso mais profundo respeito, o seu “Caixeiro” é obraprima (também), mas aqui o poeta errou a mão. “Um Bonde Chamado Desejo ”, em que pese o psicologismo latente, evidencia conflitos e situações fun damentalmente sociais (o da promiscuidade habita usco D SERVIÇO DE PRONTA ASSISTÊNCI A COM GARANTIA cional, por exemplo), para não falar dos tipos quase paradigmáticos (que criou) dentro de uma sociedade heterogênea como a americana. Claro, pode-se discu tir em maior ou menor escala as derrisões do aristocratismo falido de Blanche (que os senhores vão ver com os olhos que a terra há de comer) e um certo maniqueismo que arrola a composição do operário Kowalsky e a ralé (branca e mestiça) que o circunda. Mas daí a encará-los como meros artifícios ou cacoe tes de criação — vai uma enorme distância. Quanto a referência à crueldade das situações e tipos que envolve a peça, ela é mais que evidente, no entanto, quem em sã consciência poderia excluir a crueldade da nossa vida cotidiana e até de todo processo civi lizai ó rio ocidental e cristão? Não basta atirar a pri meira pedra. A última acusação de Miller, que se reporta ao caráter novelesco de “Um Bonde”, de tão anêmica, nem merece contestação. Com efeito, o que é, por exemplo, o “Dom Q uixote”, talvez a obra literária mais ampla já criada pelo espírito hu mano? 3 — Na presente versão brasileira de “Um Bon de Chamado Desejo” os produtores da peça, enfren tando contratempos e sem nenhum apoio oficial, se empenharam nos limites do possível para que o es petáculo se mostrasse a altura do texto. Com Tereza Raquel voltando ao teatro à frente de um elenco sensível e talentoso, e ainda com os cenários de Marcos Flasksman, figurinos de Rosa Magalhães e Maria Tereza Carneiro e a direção de Maurice Vaneau, só esperamos proporcionar momentos de um terno espetáculo teatral. E, óbvio, agradecer a todos os amigos, técnicos e operários, que ajudaram a encaminhar “Um Bonde”. Os Produtores B O v e ig a S õ m SOM QUE TRANQÜILIZA A MAIS ATUA LIZADA EM EQUIPAMENTOS DE SOM Rua da Quitanda, 30 Gr./502 - Tel.: 221-1525 s * CERVEJA CHOPP V. 0 mundo do som é mágico. Sgradiente TENNESSEE WILLIAMS (1914- 1984) VIDA e OBRA A humanidade é uma grande es perança perdida. Cada homem está trancado dentro de si mesmo e sua alma é semelhante a um poço onde só o sofrimento vive e se agita. Solidão, loucura e marginalidade são os desti nos das criaturas que se corrompem no dinheiro e no desejo — carcereinos da alma. Não há liberdade fora da morte. A vida é violência e ritual antropofágico. Os únicos companhei ros do indivíduo são o medo e a soli dão. E, para eles, não há remédio; conseqüentemente, não há cura. Foi a partir dessa terrível visão de mundo que Tennessee Williams escre veu quase toda a sua obra. Pessismista e moralista, ele não consegue enxergar seu semelhante como alguém capaz de engendrar uma nova sociedade — me nos atraente, talvez, mas com sentimen tos e valores menos condenáveis. Suas personagens são criaturas tris tes e solitárias: bêbados, poetas, vaga bundos, operários humilhados, mulhe res reprimidas, homossexuais atordoa dos pela perseguição, atores sem papel, damas decadentes, virgens loucas, pros titutas feridas. Sem exceção, um mes mo estigma os tortura: estão sós. Sua dramaturgia caracteriza-se co mo uma longa e penosa confissão sol ta no tempo e no espaço. Acreditando que a natureza humana é basicamente corrompida e miserável, ele juntou ao pessimismo filosófico uma neurose pessoal que nem a psicanálise conse guiu arrefecer. Mas se as personagens pertencem ao mundo dos marginais e dos doentes, também são fruto da mais sincera compaixão humana. Assim, o público sempre recebeu seus dramas de braços abertos. Os recalques apre sentados no palco purgam os especta dores de seus próprios recalques: nas neuróticas criaturas, cada um projeta a sua própria neurose. No entanto, se essa confissão obses siva tomou Tennessee Williams cúmpli ce do público, ela conseguiu separá-lo da crítica. Os críticos o julgaram várias vezes como um autor superficial, distan te da realidade nos temas que aborda. Arthur Miller (1915), dramaturgo norte àmericano de idêntico sucesso, chegou a afirmar que enquanto Tennes see Williams não mergulhasse suas per sonagens na história, elas jamais seriam verdadeiramente humanas. Não passa riam de ficção novelesca e o dramatur go teria sempre que usar o artifício for mal da crueldade para manter vivo o interesse do público. Batizado como Thomas Lanier Wil liams, a própria escolha de seu pseudônio representa um recuo no passado. Nascido em Columbus, sul dos Estados Unidos, em 1914, foi viver em St. Louis, Mississipi, para acompanhar o pai. Ali, por causa de seu sotaque sulino, os amigos lhe deram o apelido de “Ten nessee”. Em homenagem à sua origem, bem como ao sobrenome dos pais ele passou a se assinar Tennessee Williams. A imagem prepotente do pai foi a principal marca que se fixou em sua personalidade. Cornellius Williams ja mais deu importância a Tennessee. Ele lhe parecia um menino frágil e inconse qüente. Foi para Darkin, o filho mais novo, que se dirigiram todas as aten ções e carinhos. Incompreendido, acu sado e conseqüentemente escarnecido pelo pai, Tennessee Williams refugiouse na doçura da mãe, também submissa ao velho patriarca. Dos avós maternos guardou lem branças mais amenas. Aristocratas de cadentes, os velhos acobertavam a pre cariedade econômica e o acaso social através de requintes cotidianos, fineza nos gestos e formalismos nas relações pessoais. Todo esse universo, caracte rizado pelo autoritarismo paterno e sensibilidade materna, seria revivido na obra de Tennessee Williams. Marlon Brando com o “Stanley ” na produção original d e Nova Y ork d e “Um Bonde Chamado Desejo ” UMA INFÂNCIA INFELIZ Para Tennessee Williams, escrever é mais que um modo de expressão: além de um meio para se comunicar com a vida e um salto para a fama, tem sido um ritual subjetivo em que ele exorci za seus demônios e supera a pemiciosidade da angústia. Filho do sofrimento e do preconcei to (teve uma infância marcadamente repressiva), sua vida está sempre pre sente em sua obra literária. Em cada personagem que cria há um pouco dos fantasmas que povoam sua memória. Em Um Bonde Chamado Desejo (A Streetcar Named Desire, 1947) uma de suas peças mais famosas, Stanley Kowalsky, o principal personagem mascu lino, tem muito da violência do velho Cornellius, Blanche Dubois, a protago nista, é sobretudo uma criatura sensí vel, semelhante à figura da mãe. Em 1919, Cornellius abandona o Sul e vai para St. Louis. Um trabalho modesto, numa fábrica de calçados, leva a família a alterar o orçamento doméstico e a mudar seu padrão de vi da. Até então, Tennessee não conhece ra a pobreza, nem a feiúra que havia nela. Os avós matemos fazem de tudo para esconder do menino a lamentável situação da família. Mas a miséria de St. Louis, com seus bairros pobres e sua gente cansada, humilhada pelo de semprego e pela fome, salta à vista. Agora não eram apenas a prepotência e a ingnorância de Cornellius que ator mentavam o menino. Um outro estig ma viria juntar-se: o^da pobreza. Para fugir à miséria e à insensibi lidade patema. Tennessee refugiou-se em seu quarto. Pintou-o de branco e enfeitou-o com um zoológico de animaiszinhos de vidro. Só saía de seu re- to O Campo das Crianças Tristes, onde desafogou o sofrimento desse período de repressão. O texto seria publicado na revista Weird Tales, onde o autor usaria pela primeira vez seu pseudôni mo. Isso o estimulou a seguir a carreira jornalística. Assim, em 1931, ingressou na faculdade. Sofreu nova ofensiva do pai quando foi recusado pelo exército, Cornellius, veterano de guerra, considerou a isen ção do filho na carreira militar como uma afronta pessoal. Para puní-lo, obrigou-o a abandonar o jornalismo e empregou-o como auxiliar na fábrica de calçados. Como reação, Tennessee passou a freqüentar bares onde marginais de to do tipo promoviam orgias e bebedeiras. Viciando-se pouco a pouco no ócio e no álcool, sofreu um penoso processo de degradação física e mental. E acabou interno num sanatório — bêbado, inú til e ocioso como seus companheiros. DO ANÔNIMA TO AO SUCESSO Ainda no sanatório, Tennessee es boçou seu primeiro texto teatral. Cai ro'. Xangai\ Bombaim\ (1925), onde Vivien Leigh com o “Blanche D u b o is” na pro< de Londres “Um Bonde Chamado Desejo ” fúgio para comer. O episódio marcou de tal forma sua sensibilidade que ser viu de base para uma de suas peças mais famosas: À Margem da Vida (The Glass Menagerie, 1945). Em St. Louis, Tennessee Williams apaixonou-se pela primeira e única vez. Cornellius não permitiu o namoro usando de todos os subterfúgios para impedí-lo. A jovem era neta de um empregado da loja onde trabalhava e sua mãe era divorciada —o que, para ele, não lhe conferia qualquer respeito moral. Tudo isso significa, para o precon ceituoso Cornellius, um sinal de fra queza. Apaixonar-se por uma moça de origem social inferior e de passado mo ral pouco recomendável só podia ser mais uma humilhação a que o filho queria submetê-lo. Impedido de prosseguir seu roman ce, Tennessee fechou-se no mutismo. Só muito tempo depois escrevia o Con A rle tty e Ives respectivam ente com o “Blanche D u bois” e “Stanley ” na produção francesa de “Um Bonde Chamado Desejo ”. mostrava o mundo marginal que o con duzira ao esgotamento nervoso. Sempre sobre o mesmo tema. Ten nessee escreveu mais três peças: The Magic Tower (1936). Candles to the Sun (1936) e The Fugitive Kind (1937). Sem uma estrutura equilibrada, es ses primeiros trabalhos, apesar de te rem sido bem recebidos pelo público da cidade de Memphis —onde Tennes see convalescia —, não arrancaram seu autor do anonimato. Ansioso por promover-se além do amadorismo, Tennessee Williams fez nova tentativa, enviando quatro peças de um ato para um concurso de dra maturgia de Nova York. A coletânea, reunida sob o nome de American Blues, foi premiada com a quantia de 100 dó lares e uma agente de Hollywood, en tusiasmada com a qualidade dos textos, chamou seu autor para escrever rotei ros de cinema. Mas o cinema não seria ainda a porta definitiva do sucesso: o único roteiro que conseguiu concluir foi recusado e ele perdeu o contrato. Um novo momento de angústia se guiu-se ao episódio de Hollywood. Ten nessee porém, reagiu à depressão e es creveu sua primeira peça realmente estruturada em termos teatrais: A Mar gem da Vida. Encenada com estrondo so êxito de público e crítica, a peça colocava-o, finalmente, na vanguarda tea tral, chamando a atenção dos princi pais produtores dos Estados Unidos. Procurado com insistência pelo meio teatral, e elogiado pela imprensa, Ten nessee Williams entrou na roda viva do sucesso. Mas este não foi tão agradável como ele imaginara. Tornar-se homem público exigia compromissos e alianças muitas vezes desprezíveis que violenta vam a sua sensibilidade. Bombardeado incessantemente pela publicidade, devassado em sua vida ín tima, o jovem dramaturgo chegou a ter saudade do tempo em que era apenas um poeta anônimo, amargando suas angústias no meio da madrugada. Em 1944 submeteu-se a uma ope ração de cataratas e foi convalescer no México, onde, pela primeira vez depois do sucesso de A Margem da Vida, con seguiu um pouco de tranqüilidade. Autocriticou-se e comentou o mal que a fama lhe fizera num artigo belís simo. A Catástrofe do Sucesso. Mais duas peças nasceram desse período de crítica e repouso : Um Bonde Chamado Desejo e Anjo de Pedra (Summer and Smoke). Em 1947 Anjo de Pedra é montada em Dallas. Mais uma vez Tennessee co nhece o sucesso. Desta vez, mais prepa rado emocionalmente, o barulho dos aplausos não o ensurdeceu. “Acho que será impossível escrever outra peça” , disse a Carson Mc Cullers (1917-1967), escritora que foi sua me lhor amiga. Na época, trabalhavam jun tos na adaptação teatral de um roman ce de Carson. The Member o f the Wed ding (A Testemunha de Casamento). Não havia nenhuma indicação de que ele estivesse incapacitado para cria ções futuras: Anjo de Pedra nem bem acabara de estrear, e pouco tempo se passara entre o trabalho de elaboração daquele texto e a adaptação do roman ce de Carson. Um período tão curto longe da má quina de escrever não poderia signifi car, para alguém menos angustiado, se não o descanso ou o tempo necessário para a interiorização profunda de um novo tema. Mas Tennessee se sentia estéril, apesar de o teatro ser a única expressão de seus sofrimentos pessoais. “Sim, eu já senti bloqueado como autor. Mas o meu desejo de escrever sempre foi tão forte que consegui ul trapassar esse bloqueio” , respondeu numa entrevista. E era verdade. “O desejo de escre ver ao mesmo tempo o torturava —pois é voraz e insaciável —e o liberta, pois é seu meio de comunicação com a vida.” Mas de outros desejos falaria em suas peças. Anjo de Pedra é o desejo sexual reprimido, a alma torturada. John e Al ma — personagens principais do drama — são as figuras antagônicas da peça. John é a personagem é a personagem materialista e mesquinha. Alma é o espírito, puro e torturado pelo desejo. Um Bonde Chamado Desejo foi além do esperado. Encenada em todo o mundo, a peça foi traduzida em vá rias línguas e deu a Tennessee os prê mios Pulitzer e Critic’s Award. Decoraçoes 77 TECIDOS C O RTIN AS ESTOFADOS M ATERIAL A VI AM EN TO S EXC DE QU (Re DE E Rua Teixeira de Melo, 77 B - Tels.: 227-7839/267-6748 I g a E S t Rio de Janeiro - RJ A CATASTROFE DO SUCESSO (Este ensaio, publicado pela primeira vez no New York Times e mais tarde reproduzido na revista Story, é incluí do agora, como introdução, na presen te edição desta peça.) Este inverno assinalou o terceiro aniversário da estréia, em Chicago, de A Margem da Vida, um evento que pôs término a uma parte de minha vida e começou outro tão diferente do prece dente em todas as circunstâncias exter nas quanto será fácil imaginar. Fui ar rancado de meu quase anonimato e ati rado aos píncaros de uma fama repen tina e, do precário aluguél de quartos mobiliados em várias regiões do país, fui trasladado para um apartamento de um hotel de primeira classe em Manhattan-. Minha experiência não foi única, pois o sucesso muitas vezes já irrompeu, da mesma forma abrupta, na vida de muitos americanos. A his tória de Cinderela é nosso mito nacio nal, a pedra fundamental da indústria cinematográfica, se não da própria De mocracia. Eu já a vira representada na tela tantas vezes que estava agora incli nado a recebê-la com um bocejo de en fado, não com descrença mas com a ati tude de quem desse de ombros, excla mando: “Que bem me importai” Qual quer pessoa dotada de dentes e cabelos tão lindos como a protagonista cine matográfica de tal história tinha, por força, que se divertir a valer, fosse co mo fosse. Você podia apostar seu últi mo dólar e todo o chá da China em que aquela estrêla nunca seria vista, vi va ou morta, em qualquer tipo de reu nião que exigisse um mínimo de cons ciência social. Não, minha experiência não era ex cepcional, mas por outro lado não era tampouco comum e caso você esteja disposto a aceitar a tese tanto eclética de que eu não escreva tendo em men te tal experiência —e há gente não dis posta a crer que um dramaturgo possa estar interessado em outra coisa que não seja o sucesso popular —talvez ha ja certa razão para compararmos estas duas fases de minha vida. A vida que eu levara antes de atingir esse sucesso de público era do tipo que exigia resistência e tenacidade, que me fazia agarrar-me à superfície cheia de arestas que me feriam e me obrigavam a prender-me firmemente, com unhas e dentes, a cada centímetro de pedra colocada mais alto que a precedente — mas era uma vida substancialmente boa por que era do tipo para o qual o organismo humano é criado. Eu só me dei conta de quanta ener gia vital eu desprendera na quela luta quando esta cessou. Encontrei-me en tão num planalto, com meus braços ainda se agitando no ar emeus pulmões sorvendo sofregamente um ar que já não oferecia resistência. Isto era a se gurança, afinal. Sentei-me e olhei a meu redor e de repente me senti muito deprimido. Pen sei comigo mesmo: não é nada, é só o período de adaptação. Amanhã de ma nhã acordarei neste hotel de luxo, pai rando sobre o ruído discreto que sobe de um bulevar dos quarteirões elegan tes do East Side e então apreciarei seu requinte e mergulharei em seu confor to, consciente de que cheguei ao nosso conceito americano do Olimpo. Ama nhã de manhã, quando eu olhar para este sofá de cetim verde me apaixona rei por ele. É só agora, temporariamen te, que aquele cetim verde me dá a im pressão de limo em água estagnada. Mas na manhã seguinte o sofazinho inofensivo parecia ainda mais repugnan te do que na noite anterior e eu já co meçava a engordar demais para usar o temo de 125 dólares que um conheci do elegante escolhera para mim. Na suite que eu ocupava objetos começa ram a quebrar-se acidentalmente. Um braço saiu do sofá. Queimaduras de ci garro apareciam na superfície brilhante dos móveis. Eu deixava as janelas aber tas e uma vez uma chuvarada inundou a suite. Mas a empregada sempre endi reitava tudo e a paciência do gerente do hotel era enextinguível. Festas que duravam até a madrugada não o ofen diam seriamente. Só uma bomba de demolição, parecia-me, podia incomo dar meus vizinhos. Eu recebia minhas refeições no apar tamento. Mas até isto também tinha seu que de desencanto. No tempo que decorria entre o momento em que eu escolhia o jantar pelo telefone e o mo mento em que ele entrava em meu quar to num carrinho, como um cadáver transportado numa mesa de rodas de borracha, eu perdia todo interesse por ele. Uma vez pedi um bife de filé e um sundae de chocolate, mas tudo estava disfarçado tão habilmente na mesa que confundi a cobertura de chocolate com o molho da carne e a derramei sobre o bife. É claro que tudo isto era só o aspec to mais trivial de um deslocamento es piritual que começou a manifestar-se de formas muito mais perturbadoras. Logo notei que comecei a ficar indife rente às pessoas. Senti-me presa de uma onda de cinismo. As conversas que eu ouvia me pareciam todas gravadas há muitos anos e tocadas de novo num toca-discos. Parecia que a sinceridade ea bondade tinham desaparecido da voz dos meus amigos. Suspeitei que fos sem hipócritas. Parei de telefonar-lhes, parei de vê-los. Não tinha mais paciên cia com o que me parecia ser os sinto mas de uma adulação idiota. Fiquei tão saturado de ouvir gente dizer “adorei sua peça!” que já nem podia mais agradecer. Eu me engasga va com aquelas palavras e virava as cos tas grosseiramente à pessoa geralmente sincera que as dissera. Já não sentia or gulho pela peça em si, ao contrário, co mecei a enjoar dela, talvez porque me sentia demasiado morto por dentro pa ra poder escrever outra. Eu caminhava como um zumbi, um morto conduzido pelos meus próprios pés. Eu sabia disso mas não contava então com amigos em quem confiasse o suficiente para leválos para um canto e contar-lhes o que me estava acontecendo. Esta situação estranha persistiu du rante três meses, até quase fins da pri mavera, quando decidi submeter-me a outra operação na vista, principalmen te devido ao pretexto que ela me ofe recia de retirar-me do mundo detrás de uma máscara de gaze. Era já minha quarta operação na vista e talvez eu de va explicar que eu sofria há uns cinco anos de uma catarata no olho esquerdo que exigia uma série de operações tor- turantes e finalmente uma operação no músculo do olho (ainda tenho esse olho, esclareço). Bem, a máscara de gaze teve sua ser ventia. Enquanto eu estava repousando no hospital, os amigos, que abandona ra ou insultara de uma forma ou de ou tra, começaram a visitar-me e agora que eu jazia em meio à escuridão e às dores suas vozes pareciam ter mudado. Ou melhor: aquela mutação desagradá vel que eu suspeitava antes desaparece ra no presente e elas soavam agora co mo sempre nos dias saudosos de minha obscuridade perdida. Novamente eu as reconhecia como sendo vozes sinceras e bondosas, animadas por um tom in confundível de verdade e pela virtude da compreensão que me fizera buscálas desde o início. No tocante à minha visão física, essa última operação tinha tido resul tados só relativamente bons (embora me tivesse deixado com uma pupila aparentemente preta na posição devida ou quase) mas em outro sentido, figu rado, da palavra, ela servira a um pro pósito muito mais profundo. Quando foi retirada a máscara de gaze, encontrei-me readaptado ao mun do. Deixei o apartamento elegante do hotel de luxo, guardei na mala meus papéis e alguns pertences e parti para o México, um país telúrico em que se podem esquecer rapidamente as falsas dignidades e as vaidades impostas pelo sucesso, um país em que vagabundos inocentes como crianças enrolam-se para dormir nas calçadas e as vozes hu manas, principalmente quando a lingua gem em que falam não é familiar a nos sos ouvidos, parecem-nos suaves como o gorjeio dos pássaros. Meu “eu” pú blico, aquele artifício de espelhos so brepostos não existia aqui, e portanto eu voltava a meu “eu” natural. Depois, como um ato final de res tauração espiritual, permaneci durante algum tempo em Chapala, para traba lhar numa peça chamada A Partida de Pôquer, que se tornaria mais tarde Um Bonde Chamado Desejo. (Nota: No Brasil, essa peça recebeu o título de Uma Rua Chamada Pecado quando de sempenhada, mas manteve o título an terior na versão publicada.) É só no seu trabalho que um artista pode encon trar a realidade e a satisfação, pois o mundo ambiente, real, é menos in tenso que o mundo de sua invensão e conseqüentemente sua vida, sem re correr a desordens violentas, não lhe parece muito importante. A condição verdadeira de vida para um artista é aquela em que seu trabalho é não só conveniente mas também inevitável. Para mim um lugar conveniente pa ra trabalhar é um lugar distante, em meio a estranhos, onde eu possa dar umas braçadas. Mas a vida deve exigir um mínimo de esforço de nossa parte. Você não deve ter gente demais a serví-lo, ao contrário: você devia fazer so zinho a maioria das coisas. O serviço oferecido pelos hotéis é embaraçoso. As empregadas, os garçons, os boys e os porteiros etc. são as pessoas mais embaraçosas do mundo porque conti nuamente estão a recordar-nos as iniqüidades que nós aceitamos como coi sas certas. O quadro de uma velhinha ofegante que carrega com enorme es forço um balde pesado d’âgua por um corredor de hotel para limpar a imun dice de um hóspede bêbedo e cheio de privilégios sociais é um quadro que me faz ficar doente e oprime meu coração, fazendo-o murchar de vergonha deste mundo, em que essa situação é não só tolerada mas considerada como a pro va dos nove de que o mecanismo da Democracia está funcionando devida mente, sem interferência de cima ou de baixo. Ninguém deveria ter que lim par a imundice de outrem neste mun do. É intoleravelmente horrível para ambas as pessoas mas talvez pior ainda para quem recebe esse tipo de serviço. Eu fui tão corrompido quanto qual quer outra pessoa pelo número vastís simo de serviços humilhantes que nos sa sociedade se acostuma a esperar e do qual ela depende. Mas nós devía mos fazer tudo por nós mesmos ou dei xar que as máquinas o fizessem por nós, a gloriosa tecnologia que garan tem ser o facho de luz do mundo futu ro. Somos como um homem que com prou uma quantidade enorme de equi pamento para acampar, que tem a ca noa e a barraca, as linhas de pescar e o machado, os fuzis e os lençóis e os cobertores mas que agora, que todos os preparativos e providências estão empilhados, por mão de perito, uns sobre os outros, sente-se de repente demasiado tímido para iniciar a jorna da e fica-se onde estava ontem e an tes de ontem e antes e antes, olhando com desconfiança, através das corti nas de renda branca, para o céu claro de que suspeita. Nossa grandiosa tec nologia é uma oportunidade, que Deus nos enviou, para gozarmos da aventura e do progresso que temos mêdo de ar riscar. Nossas idéias e nossos ideiais continuam sendo exatamente os mes mos, no mesmo ponto em que os dei xamos, três séculos atrás. Não, descul- BIJOU BOX R. Farme de A m oed o, 3 5 — CEP 2 2 4 2 0 - Ipanema R. Alm irante Pereira Guimarães, 72 B - Leblon R. Raim undo Correia, 27 D - Copacabana — 2 8 7 -7 1 4 2 — 2 3 9 -2 1 4 6 — 2 3 5 -2 6 7 5 pel Já ninguém mais se sente seguro bastante para sequer afirmá-los! Esta foi uma digressão longa, parti da de um tema pequeno para um imen so, que eu não tinha intenção, original mente, de fazer, por isso voltemos ao que eu estava dizendo antes. O que venho afirmando é uma sim plificação extrema. Ninguém escapa as sim tão facilmente da sedução de uma maneira de viver sibarítica. Você não pode arbitrariamente dizer a si mesmo, de um momento para outro: agora vou continuar minha vida como ela era an tes desta coisa, o Sucesso, me aconte cer. Mas logo que você apreender a vacuidade de uma vida sem lutas você es tará equipado com os meios básicos de salvação. Logo que você souber que is to é verdade, que o coração do ser hu mano, seu corpo e seu cérebro são for jados numa fornalha de brasas vivas es pecialmente para o proprósito do con flito, do choque (a luta criadora), e que uma vez desaparecendo esse con flito o homem é uma mera espadinha de criança, boa para cortar margaridas, que não é a privação mas sim o luxo, o lobo mau, e que os dentes agudos do lobo são formados pelas vaidadezinhas e indolências pequeninas que constitu em o legado do Sucesso — então, de posse desta certeza, você está pelo me nos apto a saber onde reside o verda deiro perigo. Você sabe, então, que o “alguém” público que você é quando “tem um nome” é uma ficção criada por espe lhos e que o único alguém digno de vo cê ser é o seu “eu” solitário, não visto pelos demais, que existiu desde a sua primeira respiração e que é a soma de todas as suas ações e portanto está sem pre num estado de eterno divenir, mol dado pela sua própria vontade —saben do essas coisas, você poderá sobreviver até à Catástrofe do Sucesso\ Nunca é tarde demais, a menos que você abrace a deusa-cadela, a Fama, como William James a alcunhou, com os braços abertos e ache em seus abra ços sufocantes exatamente aquilo que o menininho inquieto dentro de você, com saudades de casa, queria: proteção absoluta e uma vida sem sacrifício e es forços de espécie alguma. A segurança é uma espécie de morte, creio, e pode atingí-lo numa enxurrada de cheques de direitos autorais, junto a uma pis cina em forma de rim em Beverly Hills ou em qualquer outro lugar que esteja divorciado das condições que tornaram você um artista, se é isso que você é ou foi ou quis ser. Pergunte a qualquer pessoa que já passou pelo tipo de su cesso de que estou falando. Para que serve? Provavelmente para obter uma resposta honesta você terá que dar-lhe uma injeção de soro da verdade mas a palavra que ele emitirá finalmente, com um gemido, não pode ser publicada em publicações refinadas. Então o que nos serve, afinal? O inresse obsessivo pelas vicissitudes huma nas, além de uma certa dose de com paixão e de convicção moral, que pela primeira vez tornou a experiência de viver algo que deve ser traduzido em pigmento, música, movimentos corpóreos ou poesia ou prosa ou qualquer coisa dinâmica e expressiva. . . isso é que lhe será útil se é que você tem ob jetivos sérios. William Sarayan escreveu uma grande peça sobre esse tema, o de que a pureza de coração é o único su cesso que vale a pena têrmos. “Duran te sua vida — viva!” A vida é curta e não volta nunca mais. Ela está fluindo furtivamente agora, enquanto eu escre vo isto e enquanto você me lé e o pên dulo do relógio, ao oscilar, repete so mente: “Nunca-mais, nunca-mais”, a menos que você se lance, de coração, em oposição a ele. (nr m O^íãveqalór As grades e a escada foram executadas pela firma "N. A. F. Montagens e Instalações". N . A. F. M ontagens e Instalações 2 3 3 -7 3 8 6 Restaurante CLUBE N A V A L — Avenida Rio Branco, 180 As plantas ornamentais foram executadas por "Hanelore 6 o andar - Tel.: 2 6 2 -6 0 3 7 Go CGC (MF) - 4 2 .4 6 6 .1 1 0 /0 0 0 1 - 9 3 Inscrição Estadual 8 1 .3 1 2 .6 7 2 Õ! jÍ3f NOS TRILHOS RUIDOSOS DO DESEJO O bonde trafega ruidosamente —co mo se tivesse pernas —sobre os trilhos do desejo. E estaciona na lareira dos excluídos: a casa dos Kowalsky. Stella, submissa à quinquilharia das punições cotidianas, reage com a boca aberta do amor. Stanley, o marido, desfruta im punemente da potência do não. E do sim. Pregou na parede o seu decálogo. Ele opera com intrasigência e murmura lucrativamente em cima dela. Da cama. Da mulher. Por que não? O dele é o re gime do poder-prazer. A pudicícia im perial não figura no brasão que Stanley usa. Stella, muda, contida, seqüestran do o máximo de sabor possível. Quan do ele vem. Stanley Kowalsky a arquejante ocupação de desejar. Stella, aluga-se àquele desejo, governada pelo despotismo do hábito. De repente, Blanche Dubois — a personagem mais rica de Tennessee Williams, chega ao edifício de esquina de dois andares em uma rua de Nova Orleans. Seus gestos, ordenados, têm a precisão de uma miniatura. Por den tro, a alma esfolada e sangrenta. Blan che vem dizer à irmã o que passou, desde que deixaram a casa grande e bo nita, com colunas brancas: a Fazenda Belle Rêve. A confissão foi e permanece sendo a matriz que regencia a produção do discurso verdadeiro sobre o sexo. O homem, no Ocidente, ensina Michel Foucault, tomou-se um animal confian te. Blanche vem dizer e ouvir. Talvez, amar o que resta para ser amado, em si mesma e nó seguinte. Os personagens de Tennessee Wil liams evidenciam, sempre, um obsessi vo tema: a necessidade de compreen são para os que foram tocados pela marginalidade. Foi assim desde o prin cípio, quando ele se estreou com o seu primeiro texto teatral, Cairo \ Xangai ! Bombaim\9 de 1925. Há sessenta anos, portanto, a tecnologia .do desespero ronda a porta deste senhor nascido em Columbus, sul dos Estados Unidos, em 1914. Nasceu quando a 1? Guerra exer cia o seu dilaceramento. Morreu outro dia, quando os humanos guerreiam sim plesmente, sem os artefatos coloridos das carnificinas oficiais. Um Bonde Chamado Desejo não su porta as gentilezas da abstração. Entra fundo. Blanche é a alma e Stanley o corpo. Stella mete-se na caverna da pru dência e espia o que Sartre chamou da capacité nullifiante da existência. Certa vez pergutaram a Tennessee sobre Blanche, e ele disse que a primei ra imagem que tivera dela foi a de uma mulher sentada numa cadeira, olhando o vazio, à espera de qualquer coisa. “Talvez o am o r.. . ” Blanche Dubois patina sobre o ir real. Desconhece as colinas da realida de. “Não quero realismo. Eu quero magia. Sim, sim, magia. É o que tento dar às pessoas. Não digo a verdade, di MATRIZ go o que deveria ser a verdade. E se is so é pecado, que eu seja amaldiçoada para sempre” . Qualquer consciência é calorosa. Isso vocês sabem, expectadores deste bonde, porque ter consciên cia de si, ter personalidade, é saber-se distinto dos demais. Blanche precisa do dispositivo da aliança. Ela quer aliançar-se, vertebrar as estruturas de sua alma cindida. Não consegue. Nem com a irmã nem com o cunhado. Am bos a censuram. Juvenal, o poeta lati no, asseverou: Dat veniam corvia, ve xât censura columbas. Paulo Rónai bri lhantemente nos entrega esta tradução: A censura poupa os corvos e maltrata as pombas. Stanley voeja tam como corvo com asas desmedidas, a apanhar aqui seu alimento. Suas pulsões instintuais o fazem mexer. Sempre. Mas tem Mitch, o amigo de Stanley. “Talvez o amor” . Não, apenas a conta bilização de mais um fracasso. Stanley empurra Mitch contra ela. As possanças da irracionalidade, os efeitos do mal, o homem machucando o outro na aspereza dos encontros inesperados. Venham ver como Tereza Rachel vive essa moça Blanche. Luís Guilher me é Stanley. Louise Cardoso, Stella. Todos são todos nesta peça admirável, que admite aquela máxima de Comte: o homem é de seu século mesmo o seu pesar. CARIOCA, 4 3 TEL.: 262-2079 MUNDO DAS MALAS CARIOCA, 55 T E L .: 262-2279 FILIAL MIGUEL COUTO, 34 T E L .:2 5 2 -9 5 5 5 TIJUCA CONDE DE BONFIM, 303 TEL.: 264-2174 Virgílio Moretzsohn Moreira RUA DA CARIOCA - "A MAIS CARIOCA DAS RUAS" RIO DE JAN EIRO-RJ TIM1SONDE CITAMADO A OBRA-PRIMA DE DE,SO) TENNESSEE tjVILLIAMS Blanche....................................................................................... TEREZA RACHEL EQUIPE TÉCNICA S tanley.......................................................................................LUIZ GUILHERME Stella Kowalski . . . . LOUISE CARDOSO M itc h ......................................................................................... OSMAR PRADO Eunice......................................................................................... IRMA ALVAREZ Steve............................................................................................ IVENS GODINHO Tradução de IPOJUCA Direção, Duminação e Trilha Sonora..................................... MAURICE VANEAU Cenografia................................................................................MARCOS FLAKSMAN Supervisão na execução de cenário........................................ LIA RENHA e YEDA LEVINSOHN Figurinos...................................... ...........................................ROSA MAGALHÃES Programação Visual...............................................................GLAUCIO CAMPELO Produção Executiva................................................................LUIZ JOSELLI Divulgação............................................................................... BIA RADUNSKY e TANIA CARVALHO Assistente de Direção............................................................. MARIA FRANCISCA Assistente de Figurinos...........................................................REGINA CARVALHO Assistente de Produção...........................................................TITO LUIZ Sonoplastia.............................................................................MARCO ANTONIO CARDI Montagem da L u z ...................................................................ADÃO SILVA e RENATO BORTOLOTO Operador de L u z..................................................................... ADÃO SILVA Cenoténico............................................................................... MARIO ELIAS Equipe de Cenotécnica...........................................................JOSÉ RENATO ELIAS, MARCIO ROBERTO ELIAS, ANTONIO PACHECO e TELMO Aderecista Chefe.....................................................................CARLOS NÉRI Equipe de A derecistas...........................................................JOMILDO, AILTON MELGAÇO, UBIRACY, ROBERTO IGNÁCIO e NILO MARTINS C am areira............................................................................... ENY Contra-regras ............................................................. BETO LOPES e ADILSON PIO Letreiros..................................................................................SILVEIRA Costureiras..................................................................................CONCEIÇÃO MARIA e RITA Alfaiate.................................................................................... JOAQUIM Fotos do p rogram a................................................................ GASTON Assessor de com unicação......................................................VIRGÍLIO MORETSOHN P a b lo ......................................................................................... PASCHOAL VILLABOIM Mensageiro..................................................................................ANDRÉ FELIPE Mulher Mexicana........................................................................BEATRIZ VEIGA D o u to r.......................................................................................PIETRO MARIO Enfermeira.................. . ...................... MARIA CRISTINA GATTI Mulher N egra.............................................................................DALVA RIBEIRO Produtores Tereza Os sapatos Os chapéus Rachel de Produções Tereza de Tereza Artísticas, Rachel e Louise Rachel Paulo Cardoso-foram e Louise Cardoso Twiggy Os figurinos A dos Trilha demais sonora do As As grades e a As escada foram plantas veste atores foram espetáculo peles foram executadas ornamentais foram R fo i T c gravada cedidas pela executa EU NÃO QUERO REALISMO, EU QUERO MAGIA. EU NÃO DIGO A VERDADE, EU DIGO O QUE DEVERIA SER A VERDADE. — i ------------------------------------------------------------------ / TEREZA RACHEL Diplomada pela Escola de Teatro Martins Pena, em 1952, é formada em Filosofia e tem cursos de ballet clássi co e moderno. Curso de Aperfeiçoa mento de Atriz, com Pascoal Carlos Magno, no Teatro Duse. Em 1955, realiza viagem de estudos pelos principais centros teatrais da Eu ropa. Na Itália, freqüenta aulas e en saios no Piccolo Teatro de Milão, sob a direção de Giorgio Streler. Em Roma, participa do Círculo de Conferências do Centro Experimental de Cinema, entrando em contato com o pensamen to de artistas como Frederico Fellini, Francesco Rossi, Visconti, Pietro Germi, Vittorio de Sica e Cesare Zavattini. Em 1962, participa da célebre Noite Mundial do Teatro, no Teatro das Na ções, em Paris, ao lado de Vittorio Gasmann, Sir Michael Redgrave, Jean Coc teau, Roger Planchon, Constance Bennet, Alain Cuny, Mihail, Tsarev, Jean Pierre Aumont, Manuel Vargas, Joan Littlewood, Daniel Sorano, Jean Ro chefort, Nuria Espert, Jeanne Moreau, Irene Salemka e Takashi Tsukahara. Ainda em Paris, à convite de Julien Planson, realiza curso de seis meses no Conservatório de Teatro da Universida v de de Paris, ao lado de personalidades clo do Teatro Grego ao Ar Livre, em como Victor Garcia, Jorge Lavelli, Del- Atenas. fine Seyrig, etc. Em 1973, viaja a Paris, Roma, Ma De volta ao Brasil, em 1963, produz drid, Lisboa e Londres, motivada pela a peça Bonitinha, mas Ordinária, de obtenção do Prêmio Molliére e visão Nelson Rodrigues, ampliando suas do teatro que se faz na Europa. atividades na área do teatro e tomanDurante dois anos excursiona pelo do-se uma das produtoras mais atuan Brasil, se familiarizando com aspectos, tes do nosso teatro. problemas, hábitos e costumes das mais Em 1970, atendendo convite da In diversas regiões do país. ter Nationes e do Governo Alemão, via Em 1980, Viaja a Cuba, Argentina, ja pelos mais ativos centros teatrais da Alemanha, conhecendo personalidades México, Perú, Bolívia e Colômbia, on como Peter Stein e Peter Palich, este de procura conhecer melhor a cultura último encenador do Berliner Emsem- e o teatro da América Latina. ble, criado por Bertolt Brecht. Em 1983, reforma o Tereza Rachel, Em 1971, após 15 anos de atividades tornando-o um dos mais bem instalados profissionais, inaugura o Teatro Tereza teatros privativos do Rio de Janeiro. Rachel, uma das principais casas de es Tereza Rachel, considerada um dos petáculos da cidade do Rio de Janeiro. nomes mais significativos da vida artís Procurando dinamizar nossa vida tica brasileira, tem uma longa folha de teatral, traz ao Brasil encenadores e au serviços prestados ao teatro brasileiro tores como Claude Regy, Jorge Lavelli, e ganhou praticamente todos os prê Mrozek e Peter Palitch, este último pa mios já concedidos a uma atriz em ra uma futura encenação da peça A Vi nosso país, entre eles, o de Revelação sita da Velha Senhora, de Dürrenmatt. de Melhor Atriz, Melhor Atriz Dramá tica, Saci, Coruja de Ouro, Kikito, Can Em 1972, viaja a Inglaterra, França, dango, Molliére, Apca, etc. alguns, Polônia e Grécia, onde participa do Ci também, enquanto produtora. Principais êxitos teatrais: (Peças Nacionais) Prima Dona José Maria Monteiro O Telescópio Jorge de Andrade Boca de Ouro Nelson Rodrigues Felisberto do Café Gastão Tojeiro Bonitinha Mas Ordinária Nelson Rodrigues Liberdade, Liberdade Millor Fernandes Dr. Getúlio Dias Gomes O Pagador de Promessas Dias Gomes Meu Tipo Inesquecível Eloy Araújo Oh Caroh José de Souza Mais Quero Um Asno C. Sofreddini Os Orfãos de Jânio Millor Fernandes Rua S. Luiz, 27 Abílio Pereira de Almeida As Aventuras de Ripió Lacraia Chico de Assis Tiradentes Viriato Correa O Berço do Herói Dias Gomes As Elegantes Aurimar Rocha O Anjo A. Olavo A Bela Madame Vargas João do Rio (Peças Estrangeiras) Fedra Racine Hecuba Euripedes Ilha das Cabras Hugo Betti Treze à Mesa Sauvajon Um Inimigo do Povo Ibsen Antigone André Gide Quartos Separados Barillet e Gredy Senhorita Julia Strindberg Quando Se Morre de Amor ~ Griffi Rammanof e Julieta Peter Ustinov Os Fuzis da Sra. Carrar Brecht Carlo ta Miguel Miura Os Direitos da Mulher Alfonso Paso Edipo Rei Sofocles Chá e Simpatia Robert Andersen O Balão Jean Genet A Mãe Withiewicz Assassinato da Irmã Georgia A. Soria Crime Perfeito Frederick Knott Catarina da Russia A. Paso Patate Marcel Achard Mary, Mary Jean Kerr Tango Mrozek Gaivota Tchecov Os Emigrados Mrozek Senhorita de Tacna Vargas Llosa Gata em Telhado de Zinco Quente T. Williams Um Bonde Chamado Desejo T. Williams Cinema (Alguns Filmes) Ganga Zumba Carlos Diegues Procura-se Uma Rosa J. Valadão/Glaucio Gil Canalha em Crise Miguel Borges Manaus J. Eichern Amante Muito Louca Denoy Oliveira Canudos Ipojuca Pontes Revólver de Brinquedo Antonio Calmon Águia na Cabeça Paulo Thiago A Volta do Filho Pródigo Ipojuca Pontes Pedro Mico Ipojuca Pontes Televisão (Algumas novelas) O Rebu Braulio Pedroso O Grito Jorge Andrade O Astro Janet Clair Marron Glace Cassiano Gabus Mendes Baila Comigo Manoel Carlos Paraíso B. Rui Barbosa Louco Amor Gilberto Braga (Casos Especiais) Marcha Fúnebre Osman Lins Berenice Domingos Oliveira Os Possessos Dostoiévsky NOITE DO TEATRO 1961 THEATRE DES CHAMPS ELYSÉS - PARIS Da esquerda para direita: Tsaref (russo) Echeverry, Alain Cuny, Cocteau, Beauvoir, Vittorio Gassman, Katina Pachinou, Le Poulain, Germaine Monteiro, Daniel Sorano, Spira, Tereza Rachel, Nuria Spert, Joan L etiew ood. A VISÃO DO PROGRESSO hannelore Goldemberg î ESPECIALIZADA OTICA / paisagista RUA SÃO JOSÉ N ?3 5 - Loja/S rio de janeiro-rj telefone: 226-7582 EDIFI'CIO MENEZES CORTES Telefones: 221-7023 224-1834 MAURICE VANE AU (Direção, Iluminação e Trilha Sonora) ROSA MAGALHÃES (Figurinos) IPOJUCA PONTES (Tradução) ° sm ar PRa d o t h c fe z a DC VALcnrm RIO • SÃO PAULO NEW YORK LUIZ GUILHERME 160. R. Garcia D'Avila - RJ Tel.: (021) 2871797 116. R. Joana Angélica - RJ Tel.: (021) 287 6045 (Teenagers) 1024, Av. Cidade Jardim - SP Tel.:.(011)2105272 758. Madison Avenue (65/66 st.) Phone:(212)744 6652 New York- NY-10021 IRMA ALVAREZ 0 CAFÉ DE LA PAIX APRESENTA AS ÕBRAS-PRIMÃS DE PATRICK BLANCARD. S opas Peixes % </A %:.’- ,.yi> • Filé de linguado “m ãrinière.” • Espeto de camarões “mariné” com alfavaca. Folheado de lagostins com espinafre e molho açafrão. Tamboril guisado com vinagre e creme de estragão. Sopa de “m areyeur” (peixe e crustáceos). Pequena marmita “béarnaise. >Sopa de cebola gratinada. molho C a rn e s S alada s • Salada .. com frango e molho __ tártaro. Salada de chicória, bacon, ovos e torradas. • Salada com atum , anchovas e ovos. • Variedade de salada verde da estação. P eq u en a s q u en tes ent f ou »Panquecas recheadas de cogumelos, presunto e queijo. • Macarrão fresco “m araîchères.” • Escargots com torradas (6pcs). • Camarões “Tout Paris. • Lagostins com molho de anchovas. • Torta de pato “landaise e sua salada. • Patê de coelho com ci ndim entos fresco s. com • E ntrecôte’ de tu ta n o . • Medalhão de filé mignon com três pimentas. • Filé mignon com variedades de cogumelos. • Fatias de rim de vitela com molho m adeira. • Fatias de coelho pequeno com molho de m ostarda. • Dobradinha à cam ponesa. • Filé mignon de porco assado com cenouras. A ves • G a l e t o grelhado com tomate provençal. • Guisado de frango com curry. • Galo ao vinho tin to . • Peito de pato “ardéchoise.’ CsAFjÊ D e I á a Mais Entrada acessível independente pela Reservas - tel.: 275-9922 Av. do Atlântica, __ i __S pP-' ..... Voe na base da amizade. Além do mais extremo profissionalismo, a Transbrasil faz questão de oferecer aos seus passageiros uma boa dose de amizade. 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TRAN S^% BRASIL Voando com amigos PASCHOAL v il a b o im Os sapatos de Tereza Rachel e Louise Cardoso foram criados e executados por Tereza Gureg. JCamdan dMóoeis eS )ecoração S&tda. OBRAS DE A R T E - ANTIGUID ADES Compra e Venda Rua d os Inválidos, 41 B — 2 5 2 -3111 Os atores usam produtos CENTRO DE ESTÉTICA DR. N.G. PAYOT LTD A. Rua Fernandes Osório 15, Flamengo Tel. 205-8449 - " b EATR1Z m a r ia ' VEIGA CRISTINA GATTl p ie t r o m a r jo DALVA r ib e ir o este é um programa da EDTTORATEATRAL departam ento comercial e gráfico rua bambina, 16 tel 266.2661 rio de janeiro —rj O Est il o A ir F r a n ce . 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