Artigo Completo - Saúde em Movimento
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Artigo Completo - Saúde em Movimento
PESQUISA CLÍNICA PESQUISA CLÍNICA Estudo comparativo dos efeitos ósseos do complexo osseína-hidroxiapatita* versus carbonato de cálcio em mulheres osteopênicas na pós-menopausa Comparative study of the bone effects of ossein-hydroxyapatite complex versus calcium carbonate in osteopenic postmenopausal women Unitermos: osteopenia pós-menopausa, complexo osseína-hidroxiapatita, carbonato de cálcio. Uniterms: postmenopausal osteopenia, ossein-hydroxyapatite complex, calcium carbonate. Hegg R. RESUMO Foram acompanhadas durante dois anos, em estudo comparativo, aberto e randomizado, 81 pacientes pós-menopausadas osteopênicas. Analisaram-se os efeitos do complexo osseína-hidroxiapatita (COH) e do carbonato de cálcio (CC) sobre o remodelamento e a densidade mineral óssea. A casuística final ficou constituída de 63 pacientes, divididas em dois grupos: um grupo constituído de 28 pacientes que utilizaram quatro comprimidos de 800 mg via oral de COH ao dia, e o outro constituído de 35 pacientes que utilizaram três comprimidos efervescentes de 500 mg de carbonato de cálcio ao dia. Ao longo do seguimento 19 pacientes abandonaram o estudo, 10 do grupo COH e 9 do grupo do Cálcio, sendo que seis pacientes interromperam o tratamento por eventos adversos (quatro do grupo COH e dois do grupo CC). As densidades minerais ósseas (DMO) médias aferidas por DEXA-densitometria da coluna lombar (L2- L4), do colo do fêmur, do trocanter e do triângulo de Wards no início do tratamento, comparadas com as DMO médias finais não apresentaram alterações significativas em ambos os grupos. Igualmente, as determinações médias da osteocalcina sérica e da desoxipiridinolina urinária também não variaram significativamente na comparação dos grupos ao longo do tratamento. Concluímos que os dois tratamentos foram eficazes na conservação da massa óssea em pacientes com osteopenia na pós-menopausa. Professor associado livre-docente da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Halbe W. H. Professor associado de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fernandes C. E. Diretor Clínico do ISBEM - Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mulher e Diretor de Ensino do CRSM - Centro de Referência da Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Sakamoto L. C. Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pinotti J. A. Professor titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo / Hospital das Clínicas. * Ossopan 800 - Asta Medica Ltda. INTRODUÇÃO A osteoporose é uma doença grave e freqüentemente incapacitante, caracterizada por uma redução de massa óssea e comprometimento de sua microarquitetura com elevado risco de fraturas. Ocorre em homens e mulheres, porém é mais freqüente em mulheres na pós-menopausa. Embora não esteja bem esclarecido o papel exato do cálcio no tratamento da doença, existem evidências de que a quantidade do cálcio habitualmente consumida pela maioria das pessoas, especialmente por mulheres pós-menopáusicas, é insuficiente para a manutenção do cálcio ósseo em níveis adequados para evitar a osteoporose. 622 A ingestão média de cálcio das mulheres adultas nos Estados Unidos é de cerca de 500 mg por dia, sendo conhecido que 25% de todas as mulheres acima de 20 anos de idade utilizam menos de 300 mg por dia. Essas quantidades se situam muito abaixo da ingestão de 1.000 mg por dia para os adultos e 1.500 mg para mulheres na pós-menopausa(1). Como os hábitos dietéticos não atendem as quantidades necessárias recomendadas de cálcio para a maioria das pessoas, orienta-se, em número apreciável de casos, a suplementação de cálcio. De outra parte, estudos anteriores sugerem que a utilização do complexo osseína-hidroxiapatita (COH) apresenta efeito favorável na prevenção da osteoporose © Copyright Moreira Jr. Editora. Todos os direitos reservados. pós-menopáusica(2,3). Este complexo contém microcristais de hidroxiapatita (1,6% de cálcio, 0,74% de fósforo), traços de metal (Zn, St, Si, Fe), proteína, aminoácidos e glicosamino-glicanas. A osseína se constitui na parte protéica do COH, sendo composta por fatores de crescimento, osteocalcina e colágeno do tipo 1, e parece atuar estimulando os osteoblastos contribuindo para um aumento da formação óssea e retardando o desenvolvimento dos precursores dos osteoclastos. A parte mineral, a hidroxiapatita, é composta por cálRBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 60 - Nº 8 - AGOSTO DE 2003 PESQUISA CLÍNICA cio e fósforo e atua diminuindo a reabsorção óssea e melhorando a qualidade do osso formado(4). Interessou-nos comparar no presente estudo a utilização do COH e do carbonato de cálcio (CC) em mulheres osteopênicas pós-menopáusicas, visando avaliar os seus efeitos sobre a densidade mineral óssea e sobre os marcadores bioquímicos de formação e de reabsorção óssea. CASUÍSTICA E MÉTODOS Foram avaliadas durante dois anos, em estudo comparativo, aberto e randomizado, pacientes pós-menopausadas e osteopênicas oriundas do Ambulatório do Setor de Ginecologia Endócrina e Climatério da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Ambulatório do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Adotou-se como critérios de inclusão: mulheres com idade inferior a 70 anos; menopausadas ou ooforectomizadas, com FSH igual ou superior a 50UI/ ml; com DMO da coluna lombar e/ou colo do fêmur igual ou menor a 2 desvios-padrão. Os critérios de exclusão foram: mulheres com história de fraturas recentes (menos de três meses); com fraturas patológicas relacionadas ao câncer; com osteomalácia, doença óssea hereditária, necrose óssea, artrite reumatóide, insuficiência cardíaca descompensada, hipertensão arterial grave, diabetes melito descompensado, neoplasia, doença hepática crônica, insuficiência renal grave, hipoparatireoidismo, hiperparatireoidismo, hipercalciúria ou história de cálculo renal, síndrome de má absorção conhecida, malnutrição conhecida, imobilização; em uso de tratamento medicamentoso concomitante que possa interferir no metabolismo ósseo, isto é, preparações de cálcio e fosfato, calcitonina, bisfosfonatos, tratamento de reposição hormonal, agentes anabolizantes, tiazidas, paratormônio, heparinas, barbitúricos, hidantoína, glicocorticóides e insulina; com história de abuso de drogas ilícitas ou álcool. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 60 - Nº 8 - AGOSTO DE 2003 Todas as pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e, após a fase de seleção, foram divididas em dois grupos: • Grupo 1 (grupo COH) - Constituído de pacientes que fizeram uso do COH na dose de 4 comprimidos de 800 mg em duas tomadas diárias; • Grupo 2 (grupo CC) - Constituído de pacientes que fizeram uso do CC na dose de um comprimido efervescente de 500 mg em três tomadas diárias. As pacientes foram avaliadas clinicamente a cada três meses; a cada seis meses foram realizadas as dosagens de osteocalcina sérica e desoxipiridinolina urinária e a densitometria óssea foi realizada no início, no 6º, 12º e 24º mês do estudo. A densitometria óssea foi realizada em aparelho LUNAR DPX-L, com medições da DMO da coluna lombar (L2- L4), do colo de fêmur, do trocanter e do triângulo de Wards. A osteocalcina foi dosada pelo método IRMA, com valores de referência de normalidade entre 8,0 e 36 ng/ml, enquanto que a desoxipiridinolina o foi pelo método ELISA, com valores de referência para normalidade entre 3,0 e 7,4 nmol/mmol de creatinina. Empregou-se na avaliação estatística os testes de t- Student ou Mann-Whitney para as variáveis quantitativas e o qui-quadrado com correção de Yates para as variáveis qualitativas. As comparações entre as interações de grupo/visita foram feitas utilizando a correção de Tukey-HSD. Na comparação entre os grupos ao longo do seguimento, referente às variáveis qualitativas, foram realizados testes de associação (Qui-quadrado, com correção de Yates ou teste exato de Fisher). Exposições de anormalidade foram avaliadas por teste de Kolmogorov-Sminorf e a igualdade das variâncias por teste de Bartlett. Em todos os testes foi utilizado o nível de significância de 5% ou p< 0,05. RESULTADOS A análise dos resultados ficou limitada a 63 pacientes, sendo 28 (44%) do grupo COH e 35 (56%) do grupo Cálcio. Ao lon- go do seguimento houve perda de 6 pacientes por abandono de tratamento (1 do Grupo COH e 5 do Grupo CC), e de 6 pacientes por interrupção do tratamento por ocorrência de evento adverso (4 do Grupo COH e 2 do Grupo CC). As médias e desvios-padrão da DMO da coluna lombar (L2-L4), do colo do fêmur, do trocânter e do triângulo de Wards podem ser apreciados nas Tabelas de 1 a 4, nas quais se observa não haver alteração significativa das médias da DMO em cada um dos grupos tratados ao longo do período observado, nos diferentes segmentos ósseos avaliados. Antes da intervenção farmacológica não havia diferença significativa da massa óssea da coluna lombar (L2-L4) entre os dois grupos, embora os valores médios apontados para o grupo tratado com CC fossem maiores que aqueles verificados para o grupo que recebeu o COH. No final do tratamento se observou que a comparação intergrupos apresentava valores médios de DMO na coluna vertebral (L2L4) maiores para o grupo medicado com CC (p=0,031) (Tabela 1). A Tabela 2 mostra que a DMO média no colo do fêmur é significativamente diferente entre os dois grupos desde o início, mantendo-se desta forma durante todo o transcurso do tratamento até o seu final. Importante referir que não houve no entanto, alterações significativas da DMO média no colo do fêmur nos dois grupos tratados ao longo de todo o período de observação. As Tabelas 3 e 4 não mostram diferenças entre as médias iniciais e finais das DMO, respectivamente, do trocânter e do triângulo de Wards. Do mesmo modo, a Tabela 5, que registra as médias dos marcadores estudados de remodelação óssea, não aponta diferenças significativas entre os valores iniciais e finais em cada um dos grupos tratados. DISCUSSÃO O esqueleto adulto sofre um contínuo processo de remodelamento no qual fazem parte as funções de reabsorção e formação óssea. No período da pós-menopausa a quantidade de osso reabsorvida aumenta agudamente, enquanto a quantidade de osso formado aumenta modera623 PESQUISA CLÍNICA Tabela 1 - Médias e desvios-padrão da densidade mineral óssea em g/cm2 da coluna lombar (L2-L4) no início, 6º, 12º e 24º meses (Visitas 1, 3, 5 e 9), nos grupos tratados com complexo osseína-hidroxiapatita e carbonato de cálcio. Visita Grupo COH Grupo CC p 1 0,825 + 0,135 0,850 + 0,093 0,892 3 0,832 + 0,131 0,855 + 0,099 0,915 5 0,818 + 0,142 0,859 + 0,095 0,343 9 0,828 + 0,135 0,887 + 0,220 0,031 p 0,892 0,372 Tabela 2 - Médias e desvios-padrão da densidade mineral óssea em g/cm2 do colo do fêmur no início, 6º, 12º e 24º meses (Visitas 1, 3, 5 e 9), nos grupos tratados com complexo osseínahidroxiapatita e carbonato de cálcio. Visita Grupo COH Grupo CC p 1 0,709 + 0,098 0,725 + 0,085 0,027 3 0,706 + 0,095 0,726 + 0,080 0,001 5 0,716 + 0,100 0,734 + 0,087 0,007 9 0,711 + 0,101 0,733 + 0,087 <0,001 p 0,517 0,559 Tabela 3 - Médias e desvios-padrão da densidade mineral óssea em g/cm2 do trocanter no início, 6º, 12º e 24º meses (Visitas 1, 3, 5 e 9), nos grupos tratados com complexo osseínahidroxiapatita e carbonato de cálcio. Visita Grupo COH Grupo CC p 1 0,613 + 0,113 0,625 + 0,091 0,921 3 0,617 + 0,103 0,635 + 0,084 0,491 5 0,622 + 0,105 0,636 + 0,085 0,825 9 0,615 + 0,110 0,615 + 0,094 1,000 P 0,994 0,228 Tabela 4 - Médias e desvios-padrão da densidade mineral óssea em g/cm2 do triângulo de Wards no início, 6º, 12º e 24º meses (Visitas 1, 3, 5 e 9), nos grupos tratados com complexo osseína-hidroxiapatita e carbonato de cálcio. Visita Grupo COH Grupo CC p 1 0,586 + 0,114 0,595 + 0,096 0,968 3 0,584 + 0,116 0,595 + 0,092 0,866 5 0,599 + 0,120 0,604 + 0,093 0,999 9 0,588 + 0,107 0,611 + 0,091 0,123 P 0,712 0,507 damente(5,6). Dessa forma, com este balanço negativo de cálcio, a cada ano se perde de 1% a 3% de osso cortical e acima de 5% de osso trabecular. Esta perda óssea é mais acentuada nos primeiros anos do período pós-menopáusico, per624 durando por cerca de 10 a 15 anos, após o que, é consideravelmente diminuída. De outra parte, têm sido recomendada a ingestão adequada de cálcio, especialmente através de fontes alimentares, particularmente com a ingestão de leite e de- rivados. Infelizmente, o consumo de leite em populações adultas tem decrescido possivelmente em decorrência dos problemas de intolerância à sua ingestão e pelo medo de ganhar peso, mormente entre mulheres. Esta razão tem fundamentado a indicação de suplementos de cálcio. O COH por seu turno, representa uma associação de componentes protéicos e minerais e seu efeito sobre a massa óssea tem sido demonstrado em estudos animais(7) e através de observações na espécie humana(8). Em ensaios clínicos controlados mostrou eficácia na prevenção da osteoporose pós-menopáusica. Igualmente, em pacientes com a doença estabelecida demonstrou ser mais eficaz do que o cálcio na perda óssea trabecular(3,8,9). Ressalte-se também, que sua associação com a terapêutica de reposição hormonal (TRH) mostrou resultados aditivos sinérgicos significativos, com expressivo ganho de massa óssea comparada ao emprego da TRH isoladamente(10). Os resultados deste estudo mostraram, no entanto, não ter havido diferença no comportamento da massa óssea na coluna e no colo do fêmur durante o período de observação nos grupos tratados com COH e com CC. Ambos os fármacos se mostraram eficazes na conservação da massa óssea nos sítios ósseos aferidos pela densitometria. A diferença apontada entre os grupos na DMO média da coluna lombar (Tabela 1), mostrando uma maior massa óssea no grupo tratado com CC é pequena e não consistente ao longo do período observado, estando presente só ao final do estudo. Registre-se no entanto, que quando se comparam os valores médios iniciais e finais da DMO do seguimento L2-L4, dentro do grupo tratado com CC, não se observam diferenças significativas, o que permite questionar como verdadeira a diferença apontada entre os grupos no 24º mês de tratamento. Quando se analisa a Tabela 2, observa-se que o grupo tratado com CC iniciou o estudo com uma DMO média maior que o grupo tratado com COH. A randomização, neste caso, não conseguiu produzir grupos uniformes, prejudicando a comparação entre ambos. Neste caso nos parece razoável analisar apenas a situação inRBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 60 - Nº 8 - AGOSTO DE 2003 PESQUISA CLÍNICA Tabela 5 - Médias e desvios-padrão da osteocalcina sérica em ng/ml e da desoxipiridinolina urinária em nmol/mmol de creatinina, no início, 6º, 12º e 24º meses (Visitas 1, 3, 5 e 9), nos grupos tratados com complexo osseína-hidroxiapatita e carbonato de cálcio. Osteocalcina Grupo COH sérica Grupo CC 1 14,6 + 8,3 19,3 + 12,2 3 11,5 + 5,4 12,0 + 6,5 5 12,9 + 7,3 15,1 + 5,8 9 13,9 + 5,4 17,7 + 8,1 P 0,483 0,292* Visita Deoxipiridinolina Grupo COH urinária Grupo CC P 0,166 17,2 + 14,4 16,7 + 11,3 0,998 1,000 17,6 + 13,4 13,5 + 14,8 0,499 0,899 17,4 + 12,9 14,6 + 4,8 0,790 0,598 14,2 + 5,3 12,9 + 4,2 0,999 0,600 0,850 p * Exceto Visita 1x Visita 3 (p < 0,001); Visita 3 x Visita 9 (p = 0,02). dividual de cada grupo. Como se pode notar não houve diferenças entre as médias iniciais e finais em cada grupo, o que nos permite concluir que os dois tratamentos foram igualmente eficazes em conservar a massa óssea no colo do fêmur, destacando-se a importância preventiva do emprego das formulações testadas. Quando se faz a análise das médias da DMO do trocânter e do triângulo de Wards, podese igualmente chegar às mesmas conclusões (Tabelas 3 e 4). Os dois grupos mostraram tendência de diminuição das médias da osteocalcina sérica e da desoxipiridinolina urinária (Tabela 5), indicativos de redução da remodelação óssea, sem no entanto atingir significância. Nos parece razoável supor ainda que ambos os fármacos interferem com a remodelação, diminuindo a reabsorção óssea(6). Por fim, com base nos resultados obtidos, o presente estudo permite concluir que ambos os tratamentos com COH e CC foram eficazes na conservação da massa óssea em pacientes osteopênicas na pósmenopausa. Desta forma, nos parece razoável considerar a sua indicação na prevenção da osteoporose, mormente, nas pacientes que não apresentam ingestão adequada de cálcio de fontes nutricionais, independente de estarem ou não submetidas à TRH. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 60 - Nº 8 - AGOSTO DE 2003 SUMMARY REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS During two years, 81postmenopausal and osteopenic patients were followed in a comparative, open-label, randomized study. The effects of the ossein-hydroxyapatite complex (COH) and calcium carbonate (CC) were compared regarding bone mineral density and remodeling. Sixty three patients were randomly assigned to one of two groups: one group of 28 patients treated with 4 tablets of COH 800mg daily, and other group of 35 patients treated with 3 effervescent tablets of CC 500 mg daily. During the study period, 19 patients were lost to follow-up, 10 of the COH group and 9 of the CC group, whereas 6 patients interrupted the treatment due to adverse events (4 of the COH group and 2 of the CC group ). Average bone mineral density measurements (BMD) assessed by DEXAdensitometry of lombar spine (L2- L4), femur neck, trocanter and triangle of Ward at baseline compared with the averages at the end of the study did not show significant changes in both groups. The average assessments of serum osteocalcin and urinary desoxypiridinoline did not show any significant variation when comparing both groups during the study period. In conclusion, both treatments were effective in maintaining bone mass in postmenopausal patients with osteopenia. 1. NIH Consensus Development Panel on Optimal Calcium Intake, Optimal calcium intake, JAMA 272:1942, 1994. 2. Stepán JJ, Pospinchal J Pacovsky V. Prospective trial of ossein-hydroxyapatite compound surgically induced postmenopausal women. 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