Ler Newsletter - e

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Ler Newsletter - e
Número 20, Março-Abril de 2015
{
COORDENAÇÃO DO
ENSINO DE PORTUGUÊS
NO REINO UNIDO E ILHAS DO CANAL
Coordenação do Ensino
Português no Reino Unido
e Ilhas do Canal
Ministério dos Negócios Estrangeiros
EDITORIAL
Tempo de caça ao ovo
em várias línguas, não há nenhum Guia de
atividade em português. Assim que percebemos esta falha terrível,
não só para os nossos alunos do Reino
Unido, mas também para todas as famílias
de turistas que visitam Londres e cuja língua
nativa é o português, decidimos pôr mãos à
obra. Não há falha que não tenha solução.
Não há de haver museu que não tenha um
Guia em Português. Regina dos Santos Duarte
Coordenadora do Ensino Português no Reino Unido e Ilhas do Canal
No início da última etapa do ano letivo,
temos alguns presentes de Páscoa para vos
oferecer. Com uma capa de dinossauro
magnífico e um tema pascoal, o que poderá
ser? Um ovo de dinossauro? Uma caça aos
fósseis? Uma noite no museu? E assim nasceu a obra. Uma dedicada e
excecional equipa de professores produziu
os Guias que agora vos oferecemos e que
vos apresentamos neste boletim. Esperamos
que façam visitas muito divertidas e que nos
contem como foi.
Estamos muito contentes por vos poder
oferecer Guias para a visita de dois
fabulosos museus de Londres: o Museu de
História Natural, que tem os melhores
dinossauros do mundo, e o Museu Britânico,
com as suas fabulosas múmias egípcias e
pedra Rosetta, entre muitos outros tesouros.
Para além de termos preparado esta
surpresa, nos últimos dois meses,
realizámos muitas atividades relacionadas
com o calendário: participámos no Concurso
do Dia do Pai, fizemos atividades sobre o dia
25 de abril, um dia tão importante para o
nosso país, e ainda festejámos a Páscoa. Os museus de Londres têm esta
caraterística extraordinária: podemos visitálos sem pagar. Este é um aspeto importante Todos estes ovos vos trazemos num cesto,
para as famílias, sobretudo porque os contentes por celebramos convosco mais
museus são tão grandes e interessantes, esta época de renascimento e de sol. que temos de voltar várias vezes para os
conhecermos. No entanto, descobrimos que
havia uma falha neste cenário de sonho: no
meio de todos os Guias de exploração do
museu para crianças, oferecidos na entrada, ÍNDICE
Editorial
Dia no Museu
Concurso do Dia do Pai
Trabalhar com a comunidade
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Português na Universidade - Porquê?9
Sugestões de leitura
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Materiais -O 25 de abril de 1094
15
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3
6
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APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Dia no Museu I e II
Ao longo das últimas décadas, o papel dos museus como lugares de transmissão não formal do
conhecimento têm merecido uma atenção crescente por parte das ciências sociais. Partindo de
uma noção de aprendizagem dinâmica, é crescente o reconhecimento do valor cognitivo, afetivo
e social das experiências nos museus, do papel determinante do conhecimento prévio e de
como a experiência da visita influencia o desenvolvimento de conhecimentos posteriores. É
também sabido que «os estudantes apreciam muito as visitas aos museus e o interesse e
desfrute das atividades científicas que delas resultam constituem resultados de aprendizagem
extremamente valiosos que perduram ao longo do tempo».
Vários são também os estudos cujos resultados obtidos revelam a importância da articulação
dos conteúdos de uma exposição com o currículo escolar, o papel desempenhado pelas visitas
guiadas no aprofundamento dos conhecimentos dos alunos e a relevância dos pacotes
educativos disponibilizados previamente para a preparação das visitas mas também para
discussões pós-visita e outras atividades letivas.
http://www.fpce.up.pt/ciie/sites/default/files/ESC40_A_Delicado_M_Gago_A_Cortez.pdf
3
APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Perante estes factos, e dado o elevado número de museus que a cidade de Londres nos
oferece, uma equipa de docentes desta Coordenação do Ensino tem vindo a desenvolver um
conjunto de guias que deverão servir como uma ferramenta de aprendizagem a toda a
comunidade (professores, pais e alunos) e como um meio de favorecer a aquisição de
conhecimentos. Os autores que nos presentearam com este magnífico trabalho são os
professores Alessandra Oliveira, Helena Ferreira, Olga Barradas e Pedro Marques, este último
responsável também pelo muito cuidado aspeto gráfico. A professora Vanda Araújo colaborou
com esta equipa. Os guias, que vêm destacar a importância do planeamento das visitas aos museus e das
oportunidades únicas de aprendizagem que são essas visitas, permitem que os visitantes
acedam a informação adicional, aprofundem a compreensão dos temas, formulem perguntas
para resolver dúvidas e/ou clarificar conceitos e permitem, sobretudo, variar as atividades ao
longo da visita, de forma orientada.
Foto DIS-PATCH Festival
Com os guias produzidos para o Museu de História Natural e para o Museu Britânico, agora
disponíveis ao público em geral, garantimos que a sua próxima visita ao museu será bem
agradável, repleta de bons momentos para recordar.
Votos de uma boa aventura a todos…
Texto de Vanda Araújo, professora da rede de ensino do Reino Unido
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APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Alunos, pais e professores no Museu
Partilhamos convosco alguns dos momentos bem passados por professores,
alunos, pais e outros familiares nestes museus:
Museu de História Natural: Somos exploradores! E descobrimos o Museu
em Português.
Andámos pelo Antigo Egipto no centro de Londres, a falar Português.
Somos exploradores do mundo. E os nossos pais também!
APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Concurso do Dia do Pai
Ser pai não e uma tarefa fácil nos nossos
dias, acredito. Ser pai não e só fazer as
compras, eventualmente o jantar, pôr a mesa,
cozinhar, por vezes um prato típico, qualquer
iguaria tradicional da terra, pão de ló, outras
coisas. Ser pai não e só ir com os filhos
comprar Xbox e jogar com eles “Call of Duty
4”,“Minecraft” todos os santos domingos. Ser
pai é também esperar que os filhos se deitem
para ter a oportunidade de terminar o seu
jogo, e na eminência do iPad esquecido em
cima do sofá, pegar-lhe para um “Candy
Crush”, um Racing Cars ou três likes e uma
catucada no facebook. Ser pai hoje em dia é
outras coisas, por exemplo, vestir o mesmo
que os filhos em ponto maior: os mesmos
Nike, Levis, o boné da Gap, o pólo Lacoste.
Ser pai hoje em dia é muito. É estar ausente
muito tempo, não fumar, não beber, não falar
de coisas feias porque é mau exemplo. Ser
pai hoje em dia é ser muitas coisas diferentes
entre a diversão e a disciplina. Ora ser pai e
conjugar estas duas facetas da mesma
moeda tem muito que se lhe diga: ou manda
em casa e deixa-se mandar no trabalho, ou
manda no trabalho e deixa-se mandar em
casa: compra, vende, troca, lava o carro, vai
buscar e traz sempre coisas novas para casa.
Mas o pai ou é divertido no trabalho e sério
em casa ou é sério no trabalho e divertido em
casa. Autoritário à brava, tem de ser. Mas
com os filhos é tão bonzinho que os deixa
fazer tudo. Nunca me deu uma palmada. Ser
pai para o lado das meninas é ter desde
sempre gostado de tudo o que elas fazem, é
preguiçosa, amua, faz birras, recusa-se a
muitas coisas, mesmo assim, o pai tem
sempre orgulho na menina, tem até uma
camisola da Gap igual à filha, só que a dele é
azul e a dela é rosa. Quando queremos escrever um poema para o
pai, lembramos promessas, porque o pai
promete sempre e tudo, ir à Disneylândia, a
Cabo Verde, a Portugal visitar
os avós e os primos. Promete
um curso, uma casa grande e,
às vezes acontece outras vezes
não; mas isso ainda não é
matéria para um poema.
Quando começo a escrever um poema para o
pai penso que ele é SUPER
e, lentamente, a imaginação
começa a trabalhar e as
palavras saem subitamente
umas atrás das outras.
Assim dedilho o poema e,
como é um poema, até posso dizer coisas
tolas e decidir se rima ou não rima. - Professor tem de rimar?
- Não, não obrigatoriamente, mas podem
escrever poemas rimados.
- E o que rima com herói? Vamos lá
www.rimador.net.
Encontramos 1 palavra que rima com herói
Rói!
Começam, então, os primeiros entraves à
imaginação e à fluidez da escrita, passamos
às rimas com “roi” e afinal, cá está: “constrói”, “destrói” e “reconstrói”. E assim se
constrói um poema para o dia do pai.
Texto de Carlos Xastre, professor da rede de
ensino do Reino Unido
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APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Poemas vencedores
Este é um concurso promovido pelo Jornal
Palop News. Os professores enviam para a
Coordenação do Ensino os melhores textos de
cada ano. Um júri formado por professores dos
d i f e re n t e s c i c l o s e p e l a C o o rd e n a d o r a
selecionam os melhores textos. A lista de
vencedores é enviada ao Jornal, que oferece
aos alunos e respetivos pais um jantar num
restaurante português. Os textos premiados de
todos os anos estão disponíveis aqui, para
lerem:
http://www.palopnews.com/index.php/dia-dopai/170-dia-do-pai Significado de “pai” no meu dicionário
Um pai é uma manta,
Que nos aquece quando precisamos.
Um pai é um herói sem capa,
Uma caixa de socorros,
Uma esponja para as lágrimas,
Um aquecedor que nos faz derreter.
Um pai está sempre ao nosso lado,
E mostra-nos sempre o seu coração.
Sei que o meu pai faz tudo por mim,
Trabalha muito por mim,
E mudou a sua vida por mim.
Eu sei que o meu pai me ama.
Publicamos aqui alguns que queremos partilhar convosco. O meu pai
Mas agora é a minha vez de dizer ao
meu pai
Que o amo muito
E que vou cuidar sempre dele,
Mesmo quando for velhinho.
O meu pai é muito divertido e muito
espetacular
O meu pai é o meu herói.
Pai, tu és o melhor e eu amo-te muito.
Tu queres fazer o melhor para mim.
Tu tens a força do super-homem.
E no dia do pai vou-lhe perguntar
Se quer ir jantar.
Tu és o melhor pai do mundo!!!!
Feliz dia do pai!
Madalena de Gouveia Magalhães,
12 anos
Escola: St Joseph’s College, Beulah
Hill
Professora: Ana Aires
Erica Maria Marques Afonso
10 anos
Escola: Convent of Jesus and Mary C.
School
Professora: Lília Barbosa
7
TRABALHAR COM A COMUNIDADE
Oficinas de desenvolvimento pessoal, dedicadas
à comunidade
Patrícia Marcelino, Portuguese Outreach
Officer
Friends of Tate South
Lambeth Library
de “Little Portugal”.
Está a decorrer mais
um projecto dedicado
à Comunidade Portuguesa, desta feita
para apoiar 10 senhoras portuguesas que
residam na zona de
Lambeth, no coração
Através do coordenador de projetos, e também
da Portuguese Outreach Officer, os Amigos da
Biblioteca Tate South Lambeth desenvolveram
mais esta iniciativa que teve uma grande procura
e que se espera ter futuras edições dado o
sucesso da primeira.
Este projeto, que conta com o apoio do London
Community Foundation e do Lambeth Community Fund, permitiu-nos desenhar um programa de
10 workshops que visa facilitar o acesso a novas
formas de desenvolvimento pessoal, incentivando as participantes a progredir na procura de Algumas notas deixadas na Oficina por Regina Duarte:
trabalho e/ou na integração com a comunidade
local. Entre os temas abordados, estiveram a motivação pessoal, objetivos pessoais e profissionais, a criação de um CV, a entrevista de trabalho,
os novos média e também a importância da continuidade do uso da Língua Portuguesa no seio
familiar e na educação dos nossos filhos.
Para nos falar desta temática tão premente, contámos amavelmente com a presença de Regina
Duarte, responsável pelo ensino da Língua Portuguesa no Reino Unido e Ilhas do Canal, que
nos deixou bem clara a importância que o bilin
guismo tem no desenvolvimento psicológico das
nossas crianças e a importância da manutenção
da nossa língua materna como fonte de enriquecimento pessoal e cultural.
Agradecemos assim a sua presença e o apoio
representativo do Instituto Camões, entidade
portuguesa que tem sempre estado ao lado das
nossas iniciativas de apoio à comunidade portuguesa e de promoção da cultura do nosso
País.
Como se prevê que esta seja apenas a primeira
de muitas iniciativas do género, caso estejam
interessados em se associar ou indicar alguém
que esteja interessado em participar, por favor
não hesitem em contactar-nos.
Bilinguismo: bene.cios cult
urais -­‐ As crianças crescem com maior flexibilidade na forma
de pensar e não estão limitadas a um
a única visão sobre o mun
do. Estão mais equipadas para lidar com a diferença e para se
rem mais tolerantes. -­‐ Alargam os horizontes pe
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APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Português na Universidade - Porquê?
Unido; e ainda que no âmbito das
parcerias internacionais educativas, o
Brasil e a língua portuguesa surgem
como prioritários.
Este estudo concluiu que o deficit de
aprendizagem e domínio de línguas
estrangeiras no Reino Unido é uma
ameaça à competitividade e à influência do país no Mundo e um entrave a
uma cidadania ativa numa economia
global e interconetada. Daqui decorrente, recomenda veementemente
que se repense a aprendizagem das
línguas no Reino Unido, solicitando ao
Governo, às escolas, universidades,
institutos e às pessoas que façam um
esforço por aprender pelo menos as
dez línguas estrangeiras identificadas,
entre as quais, o português.
Cá@a Verguete, professora da Uni-­‐
versidade de Southampton Segundo o relatório Languages for the
Future (2013), do British Council, que
contrabalança indicadores económicos com fatores culturais, interesse
público com objetivos diplomáticos,
necessidades educacionais com estratégia política, a língua portuguesa
está entre as dez línguas definidas
como prioritárias para o futuro do
Reino Unido. Mas nada como ouvir as vozes de
quem já aprende Português no Reino
Unido! Os alunos de Língua Portuguesa da Universidade de
Southampton têm motivações tão diversas para aprender a língua quanto
os seus percursos académicos e pessoais, quanto os seus sonhos e ambições, quanto os seus interesses e
paixões – e lá apaixonados são eles.
Oiçamo-los!
Nos diversos indicadores analisados
no estudo, a língua portuguesa é
mencionada frequentemente e colocada, não raro, em posição de
destaque. Por exemplo, o relatório atesta que 13% das empresas britânicas auscultadas consideram a língua
portuguesa útil à sua organização;
que entre as línguas oferecidas em
cursos de lazer, em 2012, o português
era uma das dez mais requisitadas;
que, no mesmo ano, Portugal foi o
quarto país onde não se fala inglês
mais visitado por pessoas do Reino 9
APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Português na Universidade - Porquê?
Porque escolhi Português? Muitos me perguntam porque escolhi estudar português: “Voce já sabe falar. É muito fácil para você, você é preguiçosa!”. Na realidade, sim, sou metade brasileira, mas só aprendi gramá@ca com 18 anos de idade. Não queria ser analfabeta! Por isso, escolhi estudar Português, junto com Espanhol e Italiano, na faculdade de Línguas Modernas, na minha Uni-­‐
versidade de Southampton. Outros amigos escolheram Direito, Biologia, Medici-­‐
na... mas eu sabia que, sendo fluente em três ou mais línguas, eu teria portas abertas para seguir qualquer carreira que eu quisesse. Essa carreira será, espero, na moda. Meu obje@vo final é construir uma carreira próspera nesse setor, pois sempre me interessou muito. Ambicioso, eu sei, mas é meu sonho. E pretendo chegar lá com meu conhecimento de línguas, especialmente Português. As línguas são über im-­‐
portantes na moda – imagine só se não pudéssemos comunicar com os franceses, não teria Chanel! Meu propósito é usar minhas línguas no comércio de moda – se atreva a sonhar! A moda brasileira para mim é eclé@ca, boémia e hippy. A moda do meu país encarna a alma, os personagens do Brasil, bem como da pessoa que usa a roupa. Meu sonho é introduzir mais moda brasileira pelo mundo – pelas ruas, pelas pas-­‐
sarelas, pelos prémios Oscar. Para aprender uma língua precisa de determinação, paciência e entusiasmo, porque às vezes é um caminho comprido e duro, mas no final das contas, se você conseguir conquistar uma língua, pode con-­‐
quistar o mundo! Stephanie Doel Porque aprendi Português? Eu lembro bem quando comecei a aprender português antes de me mudar para o Brasil. Nessa altura eu pensava “que pena que a língua nacional do Brasil é o português e não o espanhol!”. Quase onze anos depois e numa época em que estou terminando meu diploma universitário em Português eu nem acredito a sorte que eu @ve em aprender a falar português. Originalmente, escolhi estudar Português na Universidade porque muita gente me informou que os estudantes de línguas têm melhores oportu-­‐
nidades de emprego, mesmo durante tempos de crise como estamos passan-­‐
do agora. Sem dúvida, tendo mais de uma língua no CV te ajuda bastante na procura de emprego e, hoje em dia, o português é um língua de grande im-­‐
portância devido às fortes relações comerciais nomeadamente com o Brasil e Angola. No meu curso na Universidade de Southampton, aprendi muito sobre a língua portuguesa, sobre as estruturas da língua oral e escrita, mas também ganhei uma melhor compreensão das diversas culturas que falam a língua. Os professores que @ve ensinaram-­‐me muito sobre as culturas dos países Lusófonos. Depois de 4 anos a estudar Português na faculdade eu finalmente percebi que o estudo de uma língua te ajuda a ser mais tolerante e compreensivo em relação aos outros. Além disso, me apercebo agora que a minhas capacidades de conversação melhoraram muito, não só em português mas também em inglês – minha língua na@va –, graças às aulas orais semanais em que aprendemos a debater assuntos atuais das noccias ou simplesmente ideias filosóficas que nos permitem ampliar nosso vocabulário e nossa capaci-­‐
dade de formular argumentos. Por tudo isto, eu quero trabalhar no mundo das Relações Públicas e Comu-­‐
nicações, pois posso usar o inglês e o português no ambiente de trabalho, usando todas estas habilidades aprendidas nas aulas de Português.
Amelia Hubert 10
APRENDER PORTUGUÊS NO RUIC
Português na Universidade - Porquê?
Porquê estudar Português na Universidade de Southampton? A língua portuguesa tem muito que se lhe diga. Acima de tudo é o maior legado deixado por um império que se aventurou a descobrir metade do mundo. Embora Portugal já não seja o império que foi outrora e os países que faziam parte desse grande poder já não façam, a língua con@nua a ser a mesma em todas as velhas colónias, com diferentes variantes, claro. Quer queiram quer não, o Português é a quinta língua mais falada do planeta com mais de 200 milhões de falantes na@vos, somente no Brasil. Isto torna o Português importante, muito importante. Portanto, podemos ter a certeza de que não faltarão empresas e ins@tuições que cada vez mais re-­‐
querem esta competência. E é aqui que entra a Universidade de Southamp-­‐
ton, pois é o contexto ideal para esta aprendizagem. Atualmente, assume a quarta posição no ranking do jornal britânico The Guardian, que iden@fica as melhores Universi-­‐
dades para aprender línguas modernas e linguís@ca. Esta Universidade é o local perfeito para aperfeiçoares o teu Português. Quer sejas principiante ou já na@vo da língua, existe um nível para @, apropriado ao teu nível de proficiência, com os desafios necessários para que aprendas mais e melhor. Se pensas que já sabes falar português, pensa outra vez, porque aqui terás a oportu-­‐
nidade de aprender não só sobre a língua, mas também sobre toda a cultura lusófona espalhada pelo mundo. No meu caso em concreto, sou português, filho de portugueses, nascido em Portugal, mas com 5 anos de idade, por casualidades da vida, @ve que me mudar para Inglaterra. Aqui, @ve de apren-­‐
der uma língua nova. O facto de estar rodeado por pessoas que não falavam a minha língua obrigou o meu português a “ir para o banco” em favor do inglês. Embora sempre falasse por-­‐
tuguês em casa, pois sempre adorei a minha língua materna, com o decorrer dos anos eu ques-­‐
@onava-­‐me se só falar a língua seria suficiente. Então, comecei a ler livros de autores lusófonos e a prestar mais atenção a programações televisivas nacionais, etc. Quando chegou a hora de concorrer para a Universidade, eu @nha a certeza que queria fazer lín-­‐
guas. A questão que se colocava, no entanto, era a questão do nível dessas línguas. Eu queria aprofundar o meu português, mas ao mesmo tempo não queria estar a fazer batota e aprender português básico, já que isso não me ajudaria em nada. Então, depois de fazer uma inves@gação detalhada a várias universidades, optei por eleger Southampton, por me parecer aquela que melhor apoiava os alunos na aprendizagem das línguas. Agora, quatro anos depois de ter começado e depois de ter estudado desde Machado de Assis ao meu conterrâneo Eça de Queirós, encontro-­‐me na situação de começar uma nova vida e preparar a minha entrada no mercado laboral. No meio disto tudo uma coisa é certa, este curso abre muitas portas e não restringe o estudante a percorrer um percurso laboral confinado às línguas. Tradução, Interpretação e Ensino são simplesmente algumas das infinitas opções e são as que, pessoalmente, nem estou a considerar. Essencialmente, este curso pode tornar-­‐te um melhor comunicador, uma pessoa mais confiante, capaz de enfrentar qualquer obstáculo, por mais dikcil que isso possa parecer – o ano no es-­‐
trangeiro, em par@cular, ajuda bastante nesse sen@do. O futuro é incerto, mas eu sinto-­‐me cheio de confiança e devo-­‐o a esta Universidade e às pessoas fantás@cas que conheci através dela, ao longo dos anos. 11
Miguel da Silva SUGESTÕES DE LEITURA
ser uma montanha urbana. Ou pode cair sobre si
a lava de um vulcão…
O leitor é desafiado a assumir o papel de leitorilustrador: a partir de descrições de quadros de
artistas imaginários terá que usar vários materiais
de desenho e pintura (pincéis, lápis de cera,
canetas de feltro…) e várias técnicas (colagem,
preenchimento de espaços e linhas, desenho…) e
criar um verdadeiro catálogo de arte!
Ler em Português,
em todas as idades
Sugestões por
Prof. Doutora Ana Margarida Ramos, Universidade de Aveiro
Sinopses por Teresa Dangerfield
As sugestões de leitura que apresentamos
sāo de obras para várias idades e níveis de
proficiência linguística. Sozinhos ou em família, que a leitura seja ao gosto de cada um. LIVROS INFANTIS
Gato Procura-­‐se, texto de Ana Saldanha e ilustrações de Yara Kono Caminho, 2015 Sinopse:
O gato de uma criança morreu. Mas ninguém lho diz
claramente. O pai diz ‘’que ele anda nos telhados e fazer amizade
com outros gatos, a miar à Lua e a piscar o olho às
estrelas e que uma noite ele volta’’; a vizinha suspeita
que ele ‘’terá ido para o circo ou para a selva’’ e que
‘’talvez volte um dia’’. Só os avós dizem que ele ‘’se
calhar foi para o céu, .... agora tem asas como um anjo
ou um pássaro e que deve estar feliz....’’ ,‘’ que não
deve voltar’’.
A criança
acaba por concluir que ‘’ele não volta
mais’’e apercebe-se de que os adultos não querem
que ela saiba o que aconteceu.
Ana Saldanha trata o problema da morte de uma forma
sensível e inteligente, que ajudará a falar de um tema
difícil de que não se pode escapar.
Montanhas, texto e ilustração de Madalena Matoso, Planeta Tangerina, 2015. Sinopse:
“Montanhas” é um livro de atividades de grande
formato. O que é uma montanha? Como se apresenta?
Que vida alimenta?
Neste livro a montanha é rainha, seja como for
que se apresente. Pode ser uma montanha natural, pode estar coberta de nevoeiro, pode mesmo
12
O Nabo Gigante, texto de António Mota e
ilustrações de Catarina Correia Marques
Asa, 2015
Sinopse:
Esta história é
baseada num conto tradicional russo.
Um velhinho,
muito velhinho,
decidiu um dia
semear nabos na
sua horta, numa
aldeia à beira da
montanha.
Para
seu espanto,
nasceu um nabo
que cada vez
crescia mais, até
ficar gigante. Um dia
resolveu arrancá-lo, mas não conseguiu. Chamou a
mulher para o ajudar, mas também não conseguiram
arrancar o nabo. A mulher chamou uma menina, que
por sua vez chamou o irmão e assim sucessivamente…
Para retirar o gigantesco nabo foi preciso: o velho, a
velha, a menina, o rapaz, um cão, um gato e um rato.
Todos puxaram e o nabo finalmente soltou-se!
Moral da história ."A união faz a força’’
xaropes para a tosse à base de catos (não arranham
na garganta)". Ao mesmo tempo as ilustrações retratam situações do
quotidiano de diferentes culturas e raças.
O livro inclui um glossário com explicações sobre
vários deuses. Eu acredito, texto de David Machado, ilustrações de Alex Gozblau (Alfaguara, 2015)
Sinopse:
Veja mais em https://www.youtube.com/watch?v=Dm-CAwloyKQ
Um rapazinho ruivo, muito aprumado, e um gato preto
percorrem todas as páginas, deste livro, que nos lembra a magia e o encanto de ser criança.
O rapazinho transforma as suas dúvidas em certezas
e deixa-nos a esperança e a beleza da infância. Ao longo do livro, vai enumerando aquilo em que
acredita: por exemplo, acredita que se sonha ininterruptamente e que se pode mergulhar na palavra
‘água’, E acredita que as
árvores se espreguiçam
quando ninguém está a
ver, e que os fantasmas
também acreditam que
ele é um fantasma. E
que os carneiros, para
a d o r m e c e r, c o n t a m
pessoas. E acredita, e
acredita. E continuar a
acreditar. E assim nos
transporta a tempos e
lugares onde a infância
mora. E aí nunca se
deixa de acreditar. Seja
em que os "pés um dia
vão parar de crescer" ou que "dentro do escuro há
monstros, mas também há fadas".
LIVROS JUVENIS
Amores de família, texto de Carla Maia de
Almeida e ilustrações de Marta Monteiro
Caminho, 2015
Um livro para ler em família. As famílias deste livro retratam os variados perfis de
famílias da atualidade. Além do tradicional pai, mãe e
respetivos filhos, temos as famílias monoparentais,
com avós que complementam a ausência dos pais,
com tios desempregados, as adotivas, ou as de casais do mesmo sexo. As personagens são inspiradas nas "personalidades,
emoções, amores, dons, talentos e manias" de figuras
na antiga mitologia greco-latina, tais como Neptuno,
Minerva e Apolo, .
‘’Se a casa do Pai Neptuno e da Mãe Vesta faz lembrar um belo palácio submarino, é graças a ela. Como
não usa relógio, tem tempo para fazer tudo, até
13
SUGESTÕES DE LEITURA
O rapaz que não se tinha quieto
Texto de Rita Taborda Duarte e ilustrações de Ana Ventura, Caminho, 2014
Sinopse
Era um miúdo pequeno que tinha um imenso desejo de viajar pelo mundo.
Mas os pais diziam, nas suas palavras, ‘’ que os gaiatos não se fizeram para
andar por aí a passarinhar de terra em terra como se fossem andorinhas, ou
saltimbancos, ou acrobatas, ou arlequins ou polichinelos.”
O menino fala-nos dos seus planos para sair dos “dois mil metros quadrados”
onde mora. Fascinado por barcos e pelo mar, constrói sozinho uma gigantesca torre de
granito. E também captura as estrelas para criar um farol. Mas...
‘’..eu não precisava só de ver o mar: eu tinha mesmo de chegar ao mar, de lhe
alcançar as ondas, cortar a espuma, o sal. Para ser feliz, para poder ser finalmente feliz, não me bastava comprovar, com meu olhar distante, que o mar
tem mesmo a cor azul.... Para ser feliz, mesmo feliz, eu teria de molhar os pés
na água salgada e alimentar as gaivotas, ali, à mão. E para isso uma alta torre
de granito de nada me servia". Resta-lhe a esperança de ser visto por um navio que o leve, finalmente, a correr mundo. Será que irá conseguir? LIVROS PARA OS MAIS CRESCIDOS
O Osso da Borboleta, de Rui Cardoso Martins , Tinta da China, 2014
Sinopse:
Algures a meio de Portugal, na foz dum rio, com fábricas de celulose, um
homem vive num terceiro andar, num antigo quarto de brinquedos, isolado e
escondido , envolvido em mistério e secretismo . Tem acesso a um algeroz,
onde ficam presos os pombos que aproveita para a sua sobrevivência: faz
canja, fervendo água que recolhe em alguidares, ou grelha-os. Junta-lhes o
arroz que tem em abundância numa das divisões (comprou e acomodou
uma tonelada, aproveitando os arrozais da região). É este homem que vai
contando a história . A narrativa vai fazendo surgir outras personagens com
vidas que se tocam no presente mas com passados que se vão descobrindo devagar, Purificação, ou melhor, Borboleta, antiga especialista em palpites de jogo, é
a vizinha de baixo, que sobrevive a torradas e galões. Diz muitas vezes para
com os seus botões ‘’Quem inventou a velhice devia arder no inferno’’. Já
foi a mais bela mulher da cidade. O passado vem ter com ela: um deus da
província e do dinheiro sujo quer esmagá-la. Borboleta sai à rua e defendese. O protagonista e Purificação têm em comum o facto de viverem no passado, incapazes de olhar para o presente com qualquer centelha de esperança, mergulhados na solidão e esquecidos pelo desamparo. Até que uma janela se abre e, de repente, o sol
parece poder brilhar de novo.
São vidas no fim: no fim do tempo que lhes resta, no fim de todas as possibilidades que se lhes abriram e que
estão agora totalmente fechadas. 14
MATERIAIS PARA PROFESSORES, PAIS E FILHOS
Nível de competência: A2 – 5.º ano
Professor Carlos Xastre
1. Brincar antes do 25 de Abril
“As brincadeiras da crianças mudaram nos 40 anos de democracia em Portugal. Antes jogavam à macaca, à cabra-cega, ao pião ou com carrinhos de rolamentos, e
agora é com jogos de computador.”
1.1. Conversa com o professor e os colegas sobre este assunto. 1.2. Visualiza o vídeo: “Antes do 25 de Abril crianças brincavam sem computadores”
(Marta Jorge/Carlos Oliveira/Vanessa Brízido/Teresa Fernandes, 18 Abr, 2014, 21:38 /
atualizado em 18 Abr, 2014, 21:38, internet acedido a 25/04/15 em: http://www.rtp.pt/
noticias/index.php?article=731732&tm=4&layout=122&visual=61
1.3. Quais eram as brincadeiras das crianças antes do 25 de Abril? 1.4. Conheces alguns dos brinquedos que se usavam antes? 1.5. Já conversaste com os teus pais e avós sobre os brinquedos que tinham em crianças? Pergunta aos teus pais se nasceram antes ou depois do 25 de Abril de 1974.
Pergunta-lhes que brinquedos tinham em crianças. 2. Repara nas fotografias seguintes. Trata-se de murais pintados na rua, em diferentes
locais de Portugal, sobre o 25 de Abril. Podes ver mais murais e documentação fotográfica em: (http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=Galeria&album=Murais Internet,
acedido a 25/04/15). Mural artístico com a seguinte palavra de ordem: “25 de abril Sempre” Local: Lisboa –
Amoreiras – Junto FIAT.
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Mural artístico do PRP com a seguinte palavra de ordem “Morte ao Fascismo”, Local: Oeiras –
Porto Salvo.
Podes ainda consultar a galeria de fotos documentais em: http://www.junior.te.pt/servlets/Bairro?
P=Portugal&ID=669 2.1. Como já percebeste, no dia 25 de Abril de 1974 houve um acontecimento importante. Consegues perceber o que foi?
2.2. Depois do 25 de Abril terá tudo ficado na mesma em Portugal? Porquê?
3. Vamos agora ler o texto para aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre o 25 de
abril:
O 25 de Abril de 1974
Naturalmente, já ouviste falar no 25 de abril de 1974,
mas provavelmente não conheces as coisas como os
teus pais ou os teus avós que viveram nesta época. Sabias que o golpe de estado do 25 de abril de 1974
ficou conhecido para sempre como a "Revolução dos
Cravos”?
Diz-se que foi uma revolução porque a política do nosso
País se alterou completamente. Mas como não houve a
violência habitual das revoluções (manchada de sangue
inocente), o povo ofereceu flores (cravos) aos militares
que os puseram nos canos das armas. Em vez de balas,
que matam, havia flores por todo o lado, significando o
renascer da vida e a mudança! 16
MATERIAIS PARA PROFESSORES, PAIS E FILHOS
O povo português fez este golpe de estado porque não estava contente com
o governo de Marcelo Caetano, que seguiu a política de Salazar (o Estado
Novo), que era uma ditadura. Esta forma de governo sem liberdade durou
cerca de 48 anos!
Enquanto os outros países da Europa avançavam e
progrediam em democracia, o regime português mantinha o nosso
país atrasado e fechado a novas ideias. Sabias que em Portugal a
escola só era obrigatória até à 4ª classe? Era complicado continuar
a estudar depois disso. E sabias que os professores podiam dar
castigos mais severos aos seus alunos? Todos os homens eram
obrigados a ir à tropa (na altura estava a acontecer a Guerra
Colonial) e a censura, conhecida como "lápis azul", é que escolhia
o que as pessoas liam, viam e ouviam nos jornais, na rádio e na
televisão. Oliveira Salazar
Antes do 25 de abril, todos se mostravam
descontentes, mas não podiam dizê-lo abertamente
e as manifestações dos estudantes deram muitas
preocupações ao governo. Os estudantes queriam
que todos pudessem aceder igualmente ao ensino, à
liberdade de expressão e o fim da Guerra Colonial,
que consideravam inútil. Marcelo Caetano:
Quando Salazar morreu foi substituído por Marcelo Caetano,
que não mudou nada na política. A solução acabou por vir do
lado de quem fazia a guerra: os militares. Cansados desse
conflito e da falta de liberdade criaram o Movimento das
Forças Armadas (MFA), conhecido como o "Movimento dos
Capitães". Depois de um golpe falhado a 16 de
março de 1974, o MFA decidiu
avançar. Na madrugada de 25 de
abril, a operação "Fim-regime" tomou conta dos pontos mais
importantes da cidade de Lisboa, em especial do aeroporto, da rádio
e da TV. 17
MATERIAIS PARA PROFESSORES, PAIS E FILHOS
As forças do MFA cercaram e tomaram o
quartel do Carmo, onde se refugiara Marcelo
Caetano. Rapidamente, o golpe de estado
militar foi bem recebido pela população
portuguesa, que veio para as ruas sem medo. Sabias que para os militares saberem quando
avançar foram lançadas duas "senhas" na
rádio? A primeira foi a música "E Depois do
Adeus", de Paulo de Carvalho, a segunda foi
"Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, que
ficou ligada para sempre ao 25 de Abril. Depois de afastados todos os responsáveis pela ditadura em
Portugal, o MFA libertou os presos políticos e acabou com a
censura sobre a Imprensa. E assim começou um novo período da
nossa História, onde temos liberdade, as crianças todas podem ir
à escola e o País juntou-se ao resto da Europa. Mas ainda há muito, muito caminho a percorrer...
Fonte:http://www.junior.te.pt/servlets/Bairro?P=Portugal&ID=147
(acedido a 25/04/15, adaptado). 3.1. Completa o quadro seguinte com informação recolhida no texto e nas imagens:
Antes do 25 de Abril
Liberdade de expressão
Escola
18
Depois do 25 de abril
MATERIAIS PARA PROFESSORES, PAIS E FILHOS
3.2.Repara na imagem dos soldados com cravos nas armas. Porque é que
esta imagem é surpreendente?
3.3. Se vivesses em ditadura, o que te custaria mais? Discute com os teus
colegas e com o professor.
4. Como leste, havia censura e as pessoas não podiam criticar o regime, nem
dizer o que pensavam e o que sentiam. A musica e os poemas foi a forma encontrada por
muitos para se poderem expressar, usando referências mais ou menos escondidas acerca
vontade de ser livre. Zeca Afonso foi um desses cantores. Muitas das suas canções foram
proibidas. “Grândola Vila Morena” é uma das canções mais conhecidas deste músico-autor
e ainda hoje ouvida como símbolo da luta pela liberdade.
4.1. Ouve a canção “Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso: em https://archive.org/details/
G r a n d o l a Vi l a M o re n a o u h t t p : / / w w w. i v o o x . c o m / g r a n d o l a - v i l a - m o re n a - a u d i o s mp3_rf_706132_1.html.
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade 4.2. Sublinha as palavras que podem estar relacionadas com a luta pela liberdade.
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MATERIAIS PARA PROFESSORES, PAIS E FILHOS
O Menino do Bairro Negro
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
4.3. A canção “O Menino do Bairro Negro”, também de Zeca Afonso, foi proibida. Consegues
perceber porquê?
4.4. Se quisesses fazer passar esta mensagem sem ser proibida pela censura, que palavras
substituirias?
4.5. Escreve agora um poema teu, usando as palavras liberdade, luta, vontade, futuro.
4.6. Ilustra o teu poema e lê-o à turma.
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TEXTOS DOS ALUNOS
FORAM A PORTUGAL NA PÁSCOA E QUEREM CONTAR-NOS:
A minha Páscoa em Portugal
Eu fui a Portugal nas minhas férias da Páscoa.
Estava muito calor! A minha família gosta, mas eu não!
O coelho da Páscoa escondeu os ovos no jardim (eu sei que é a minha
mãe). Eu ganhei o prémio porque fui eu que encontrei mais ovos. Foi muito
divertido!
O meu irmão fez seis anos no quatro de abril, mas nós festejámos no dia
seguinte que era o dia da Páscoa. O bolo de aniversário era muito bom! A
festa foi num restaurante com os nossos primos, tios e avós.
No dia seguinte eu fui ao hospital porque a minha avó estava doente! Mas
já passou e está de regresso a casa.
As minhas férias terminaram e a parte mais difícil é quando nós fazemos
as despedidas, pois eu e a minha avó ficámos tristes.
Jennifer Morais, 7 anos – East Ham
Kátia Santos, 11 anos, Laurance Haines
Ana Luísa Silva, 9 anos, Laurance Haines
Coordenação do Ensino
Português no Reino Unido
e Ilhas do Canal
Ministério dos Negócios Estrangeiros
FICHA TÉCNICA
Propriedade
Coordenação de Ensino do Português
no Reino Unido e Ilhas do Canal
Camōes - Instituto da Cooperação e da Língua
Editora: Regina Duarte (Coord.)
Equipa de Apoio Pedagógico:
Ana Rocha
Carlos Ferreira
Carlos Xastre
Vanda Araújo
Colaboração: Teresa Dangerfield
Coordenação do Ensino Português no Reino Unido e Ilhas do Canal
Instituto Camões
11, Belgrave Square
London SW1X 8PP
Tube: Hyde Park Corner, Knightsbridge, Victoria
0044(0)2072358811
0044(0)7834192542
[email protected]
Arranjo gráfico: Nuno Silva
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