SCHÜRHAUS, Janaina. Análise Comparativa dos Indicadores

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SCHÜRHAUS, Janaina. Análise Comparativa dos Indicadores
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
JANAINA SCHÜRHAUS
ANÁLISE COMPARATIVA DOS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS COM
O MODELO DINÂMICO DE CAPITAL DE GIRO: Um Estudo de Caso da Empresa
Metalle Com. Atac. de Mat. Constr. Ltda ME.
São José,
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
JANAINA SCHÜRHAUS
ANÁLISE COMPARATIVA DOS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS COM
O MODELO DINÂMICO DE CAPITAL DE GIRO: Um Estudo de Caso da Empresa
Metalle Com. Atac. de Mat. Constr. Ltda ME.
Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Ciências
Contábeis do Centro Universitário Municipal de São
José – USJ.
Orientador: Prof.º Dr.º Fernando Nitz De Carvalho
São José,
2015
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e por tudo que tem me proporcionado.
Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus pais, Vilma e Luiz
Carlos, que me ensinaram o caminho a seguir, e deram todo apoio nesses quatro anos de
caminhada, assim como em toda minha vida. Eu amo vocês.
Aos meus colegas de turma que se tornaram uma nova família, dividindo momentos
únicos e especiais ao longo da nossa formação acadêmica.
Ao meu orientador, Fernando Nitz de Carvalho, pela disponibilização de seu tempo, pela
paciência na orientação е pelo incentivo, que tornaram possível а conclusão desta monografia.
As minhas queridas e especiais amigas Carliria Amarantes Martins, Edilene Hames da
Silva e Márcia Helena May, cada uma do seu jeito, com sua palavra amiga e seu apoio, pelas
alegrias, tristezas е dores compartilhadas. Com vocês, as pausas entre um parágrafo е outro de
produção melhoram tudo о que tenho produzido na vida.
Agradeço também ao meu companheiro e amigo Rivaldo Jesus de Oliveira, que de forma
especial me deu força е coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, e também por ter
aberto as portas de sua empresa, permitindo o acesso às informações para o estudo e conclusão
deste trabalho. Muito obrigada.
E o que dizer a você Manuela? Meu bem mais precioso, que veio como um presente ao
longo do curso e que, embora não tivesse conhecimento disto, iluminou de maneira especial os
meus pensamentos. Mamãe Te Ama!
A todos aqueles que de alguma forma estiveram е estão próximos de mim, fazendo esta
vida valer cada vez mais а pena.
Sábio é o ser humano que tem coragem de ir
diante do espelho da sua alma para reconhecer
seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar
as mais belas sementes no terreno de sua
inteligência.
Augusto Cury
RESUMO
A administração do Capital de Giro caracteriza-se como uma área empresarial de significativa
importância, pois a sua escassez é um dos fatores mais comuns nas organizações. A partir dessa
reflexão, a análise do capital de giro fornece ao administrador informações para que ele possa
conduzir suas decisões. Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo a análise
econômico-financeira, por meio do índice de Liquidez e do modelo Fleuriet, com o intuito
principal de confrontar essas duas teorias de análise do capital de giro a fim de analisar a
evolução financeira e identificar se a situação atual é adequada. Os indicadores foram calculados
a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício no período de
2012 a 2014, a empresa escolhida para análise foi a METALLE COM. ATAC. DE MAT.
CONSTR. LTDA ME, uma distribuidora de materiais de construção. Para os procedimentos
metodológicos foi utilizado um estudo de caso, descritivo, quantitativo e qualitativo. Na coleta de
dados foram utilizados métodos de pesquisa bibliográfica e análise documental. A partir dos
resultados auferidos foi possível identificara situação financeira da empresa nos três anos e estes
resultados mostraram que as teorias são semelhantes, porém o modelo dinâmico propicia
informações mais precisas e suscetíveis a alterações na situação financeira, pois analisa a
empresa em sua atividade operacional, possibilitando ainda classificar e qualificar o risco da
estrutura financeira. Desta forma, pode-se concluir que a utilização do modelo dinâmico é mais
pertinente para realizar a análise do capital de giro com base na obtenção de informações para
contribuir na tomada de decisão.
Palavras-Chave: Administração do Capital de Giro. Liquidez. Análise Tradicional. Modelo
Fleuriet.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Estrutura do Balanço Patrimonial..................................................................................19
Quadro 2: Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício................................................20
Quadro 3: Estrutura Balanço Patrimonial Conforme Modelo Fleuriet...........................................30
Quadro 4: Situação Financeira.......................................................................................................35
Quadro 5: Estrutura Financeira.......................................................................................................35
Quadro 6: Análise Tradicional De Liquidez...................................................................................42
Quadro 7: Análise Capital Circulante Líquido...............................................................................45
Quadro 8: Análise Dinâmica do Capital de Giro............................................................................46
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Índices de Liquidez.......................................................................................................44
Gráfico 2: Capital Circulante Líquido............................................................................................46
Gráfico 3: Análise do Capital.........................................................................................................48
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fórmula Liquidez Corrente.............................................................................................24
Figura 2: Relação Liquidez Corrente X Capital Circulante Líquido..............................................24
Figura 3: Fórmula Capital Circulante Líquido...............................................................................25
Figura 4: Fórmula Capital de Giro Próprio....................................................................................25
Figura 5: Fórmula Liquidez Seca...................................................................................................26
Figura 6: Fórmula Liquidez Geral..................................................................................................26
Figura 7: Fórmula Liquidez Imediata.............................................................................................27
Figura 8: Fórmula Necessidade de Capital de Giro........................................................................31
Figura 9: Fórmula Capital de Giro.................................................................................................32
Figura 10:Fórmula Saldo de Tesouraria.........................................................................................33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BP – Balanço Patrimonial
CCL – Capital Circulante Líquido
CDG – Capital de Giro
DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa
DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DVA – Demonstração do Valor Adicionado
LC – Liquidez Corrente
LG – Liquidez Geral
LI – Liquidez Imediata
LS – Liquidez Seca
NCG – Necessidade de Capital de Giro
T – Saldo de Tesouraria
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................10
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS GERAIS ...........................................................................................................................12
1.2.1 Objetivos específicos .........................................................................................................................12
1.3 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TRABALHO .....................................................................13
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...........................................................................................................15
2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................................................16
2.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .....................................................................................................16
2.2 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................17
2.2.1 Ativo............ .......................................................................................................................................17
2.2.2 Passivo e patrimônio líquido ............................................................................................................18
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO ..................................................................19
2.3.1 Estrutura da demonstração do resultado do exercício ..................................................................20
2.4 OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS................................................23
2.5 LIQUIDEZ .............................................................................................................................................23
2.5.1 Indicadores tradicionais de liquidez ................................................................................................24
2.5.2 Índice de liquidez corrente (ou liquidez comum) ...........................................................................24
2.5.2.1 Capital circulante líquido .................................................................................................................25
2.5.2.2 Capital de giro próprio .....................................................................................................................25
2.5.3 Índice de liquidez seca.......................................................................................................................26
2.5.4 Índice de liquidez geral .....................................................................................................................26
2.5.5 Índice de liquidez imediata ...............................................................................................................27
2.6 ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO ................................................................................28
2.6.1 Modelo Fleuriet .................................................................................................................................28
2.6.2 Necessidade de capital de giro (NCG) .............................................................................................31
2.6.3 Capital de giro ...................................................................................................................................32
2.6.4 Saldo de tesouraria ............................................................................................................................33
2.6.5 Efeito tesoura .....................................................................................................................................34
2.6.6 Situação financeira ............................................................................................................................34
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .........................................................................................37
3.1 MODALIDADE DA PESQUISA ..........................................................................................................37
3.2 COLETA DE DADOS ...........................................................................................................................39
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO .........................................................................................................39
3.4 AMBIENTE DA PESQUISA ................................................................................................................40
3.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .........................................................................................................40
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................41
4.1 EMPRESA METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME ............................................41
4.2 ANÁLISE TRADICIONAL DA LIQUIDEZ ......................................................................................422
4.2.1 Liquidez corrente ..............................................................................................................................42
4.2.2 Liquidez seca......................................................................................................................................43
4.2.3 Liquidez geral ....................................................................................................................................43
4.2.4 Liquidez umediata .............................................................................................................................44
4.2.5 Capital circulante líquido .................................................................................................................45
4.3 ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO ................................................................................46
4.4 ANÁLISE COMPARATIVA MODELO TRADICIONAL X MODELO DINÂMICO DE CAPITAL
DE GIRO ......................................................................................................................................................49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................50
REFERÊNCIAS .........................................................................................................................................52
APÊNDICES ...............................................................................................................................................56
ANEXOS......................................................................................................................................................61
10
1 INTRODUÇÃO
A avaliação econômico-financeira das empresas por meio da análise realizada sobre as
informações de suas demonstrações contábeis é de relevância não somente para os gestores na
tomada de decisões, mas também para aqueles que se relacionam com as empresas como:
fornecedores, clientes, instituições financeiras, concorrentes, fisco, cada qual com uma
perspectiva diferente.
“A análise das demonstrações contábeis visa relatar, com base nas informações fornecidas
pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras”. (ASSAF NETO, 2009 p.55). Nesse sentido o gestor poderá
ter informações necessárias para prever situações futuras e tomar decisões que possam contribuir
de forma positiva na mudança de uma posição financeira desfavorável.
Com base em Marion (2012, p.1) “poderíamos dizer que só teremos condições de
conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos
fundamentais de análise: Liquidez (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e
Endividamento (Estrutura de Capital)”.
Logo, o escopo deste estudo consiste em fazer uma análise da situação financeira, tendo
como foco os Índices de Liquidez, apontados como modelo tradicional, e o Modelo Fleuriet, que
é visto como um método dinâmico de análise, com intuito de servir como subsídio para empresa,
contribuir para tomadas de decisões futuras e torná-la mais competitiva no mercado.
Os critérios de análise foram aplicados na empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT.
CONSTR. LTDA ME, uma pequena empresa de capital fechado do ramo atacadista de materiais
de construção voltado para a linha de acabamentos e metais sanitários, criada em 2007, pelo sócio
e administrador Rivaldo Jesus de Oliveira, com o intuito de aproveitar os nichos ainda existentes
neste mercado. Atuante na grande Florianópolis e litoral norte de Santa Catarina, a empresa
prepara-se para uma expansão para todo o estado de Santa Catarina. Assim, entende-se que é de
significativa importância um plano de negócio voltado às operações financeiras da empresa.
As análises por meio dos índices de Liquidez “são utilizados para avaliar a capacidade de
pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade
para saldar seus compromissos”. (MARION, 2012, p.75). O estudo da situação financeira tem
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desta forma, a finalidade de diagnosticar se a empresa apresenta condições de saldar suas dívidas
vencíveis dentro do prazo de vencimento e quais elementos condicionam tais resultados a
favorecer sua posição financeira.
Na administração de uma empresa torna-se possível ter lucro e não ter dinheiro, o capital
de giro consiste numa tarefa importante, que requer acompanhamento diário. Afirma Assaf Neto
e Silva (1995, p.81) que “uma administração inadequada do capital de giro resulta, normalmente,
em sérios problemas financeiros, contribuindo efetivamente para a formação de uma situação de
insolvência”.
O capital de giro apresenta-se como imprescindível no funcionamento da empresa, é por
meio desse recurso que a empresa financia suas atividades em curto prazo, e que mantém a
estabilidade entre recebimentos e pagamentos. Quando existe uma boa administração desse
recurso, a empresa consegue manter-se de forma equilibrada.
“A análise do capital de giro é uma análise financeira de curto prazo que permite a
compreensão de como as organizações geram, aplicam e gerenciam seus recursos financeiros”.
(NOCETI, 2007 p.12).
Há uma série de índices aplicados na análise financeira para as mais diferentes formas de
extração de informações das empresas, no entanto, o presente estudo foca na análise de curto
prazo. Devido a isso, visa estabelecer a relação entre o desempenho de curto prazo revelado pelos
indicadores de liquidez com a análise dinâmica do capital de giro, proposta pelo Modelo Fleuriet.
Segundo Andrade (2012), o modelo Fleuriet, criado em 1977, dispõe dos mesmos
demonstrativos financeiros da empresa que os modelos tradicionais, porém avalia as contas que
constituem a atividade operacional da empresa ao longo do tempo, reclassifica as contas do ativo
e passivo circulante em operacionais e financeiras, que também podem ser chamadas de cíclicas e
erráticas, e a partir daí surge um conjunto de indicadores, como necessidade de capital de giro
(NCG), capital de giro (CDG) e o saldo de tesouraria (T).
A análise desses índices proporciona uma visão do futuro da empresa, podendo assim
prever até mesmo uma falência, nos casos de empresas que atuam com sua margem de segurança
financeira negativa, mudando a perspectiva da análise de tradicional para dinâmica.
Segundo Marion (2012), o modelo Fleuriet é indicado como uma ferramenta para melhor
analisar e enriquecer ainda mais as conclusões obtidas pelos modelos tradicionais num nível
superior, mais avançado.
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1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
A empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME situa-se na cidade
de Itapema SC está no mercado desde 2007, desde então está em crescimento, consequentemente
os desafios diários encontrados na administração da empresa são diversos, e um desses fatores
pode-se citar a administração do capital de giro.
Portanto, por se tratar de uma análise financeira da empresa, neste contexto, a questãoproblema que este trabalho se propõe a responder é: Qual a evolução da situação financeira da
empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME sobre a ótica do modelo
tradicional e modelo Fleuriet?
1.2 OBJETIVOS GERAIS
Richardson (1999 apud GRÄBIN, 2005, p.30) “define o objetivo geral como sendo o que
se pretende alcançar com a realização da pesquisa”.
Assim, o objetivo geral desta pesquisa consiste em evidenciar a situação financeira da
empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME, comparando os indicadores
econômico-financeiros e o modelo dinâmico de capital de giro.
1.2.1 Objetivos específicos
Richardson (1999 apud GRÄBIN, 2005, p.30) “destaca que os objetivos específicos
definem as etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral”.
Desta forma elaboraram-se os seguintes objetivos específicos:
a) Apresentar os modelos de análise do capital de giro e a relevância de uma eficiente gestão
deste recurso;
b) Aplicar os modelos de análise das Demonstrações Contábeis na empresa METALLE COM.
ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME;
c) Comparar os resultados da análise financeira entre os índices econômico-financeiros e os
propostos pelo Modelo Fleuriet;
d) Apontar se a empresa apresenta uma sustentabilidade financeira adequada considerando os
resultados obtidos pelo modelo dinâmico de capital de giro.
13
1.3 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
A maioria das micro e pequenas empresas não têm uma preocupação quanto a análise
gerencial, financeira e, com seu desenvolvimento, suas atividades estão direcionadas basicamente
para obtenção de resultados e não há controle nem análise adequada da gestão dos recursos
financeiros.
No ambiente econômico no qual as organizações estão estabelecidas ocorre constantes
variações. Desenvolvendo um controle e conhecimento dos fatores internos da organização, a
possibilidade de tomar decisões em determinados momentos, de forma a amenizar os impactos,
se torna maior.
Neste cenário, onde a competitividade está cada vez mais acirrada, faz-se necessário que
os gestores busquem diferenciais por intermédio de informações mais precisas que possam
assessorar no planejamento estratégico da organização.
O sucesso empresarial requer o uso de técnicas financeiras oportunas, sendo assim, o
propósito de utilizar uma análise da situação financeira de curto prazo consiste em permitir o
reconhecimento da situação de liquidez da empresa, o que permite alterações de suas estratégias
com maior antecedência.
É importante mencionar que a falência de empresas se dá por vezes nos seus primeiros
anos de vida, pois o aumento das vendas e uma má gestão dos recursos de curto prazo,
bem como uma gestão ruim, provocam um “efeito tesoura negativo”, causando um custo
de capital muito elevado em relação ao seu lucro operacional líquido. (BRASIL e
BRASIL, 1997, p. 34).
O capital de giro corresponde a uma parcela investida pelos sócios na qual se apoiam as
transações do dia-a-dia das empresas. Uma ineficiente administração do capital de giro traz sérias
consequências financeiras para a organização, que se caracteriza como um dos desafios do
administrador da empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME.
Em algumas empresas, os proprietários que não têm conhecimentos adequados e que
realizam a gestão dos recursos, esses mantêm a continuidade da empresa por meio dos
conhecimentos adquiridos ao longo de suas experiências profissionais.
14
Disso decorre parte do seu tempo para analisar e gerenciar os recursos de caixa com
escopo de manejá-los de forma a honrar seus compromissos sem deixar de investir no
crescimento da empresa.
A partir desta reflexão, considera-se a análise dos recursos de uma empresa um assunto de
significativa relevância aos gestores para auxílio na tomada de decisões e, em virtude disto,
despertou interesse em pesquisar sobre indicadores mais eficientes para avaliação de
desempenho.
Identificar a real capacidade financeira de uma empresa requer o uso de técnicas de
análise, e uma das formas de análise financeira se dá por meio das demonstrações contábeis e, de
acordo com Braga Nossa e Marques (2003 apud LUZ e SANTOS, 2013, p.2), “existe um vasto
instrumento de indicadores de análise financeira a disposição daqueles que desejam identificar a
situação econômico-financeira de uma empresa, desde índices financeiros tradicionais, e ainda,
fundamentados como modelo dinâmico do capital de giro”.
Embora Silva (1997 apud LUZ e SANTOS, 2013, p.2), “aponta que a análise
convencional é mais completa sob o ponto de vista de indicadores financeiros e econômicos”,
com base em Braga (1991 apud LUZ e SANTOS, 2013, p.2), “devido sua natureza estática tornase inadequada para medir e estimar os fluxos de caixa, uma vez que determina apenas a posição
de liquidez da empresa”.
Desta forma, o presente estudo tem o intuito de comparar os resultados dos modelos de
análise de desempenho da empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME e
mensurar informações no sentido de contribuir para uma melhor gestão dos recursos da empresa
prestigiando o capital de giro como um dos critérios significativos para continuidade dos
negócios.
A análise financeira refere-se a capacidade de mensurar a rentabilidade das empresas,
atendendo a função da posição atual e futura, tornando as informações mais transparentes para as
diferentes partes interessadas na gestão empresarial, sendo eles , gestores, credores, trabalhadores
e as respectivas organizações, Estado, investidores e clientes.
Acredita-se que o presente estudo atribui conhecimento sobre a importância da
administração dos recursos financeiros de uma empresa e o impacto causado pela má
administração do mesmo, contribuindo assim na coleta de dados para tomada de decisões na qual
a empresa seja beneficiada.
15
O estudo também poderá ser aproveitado como fonte de pesquisa acadêmica servindo de
fundamento para trabalhos futuros e auxiliando em demais casos de análise econômicofinanceira.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado em cinco partes. No primeiro capítulo é feita a introdução
ao trabalho, exibindo o tema e sua importância para a gestão das empresas, a justificativa, o
problema da pesquisa, os objetivos, e a estrutura do trabalho. No segundo capítulo apresenta-se a
revisão de literatura sobre a análise financeira tradicional e dinâmica do capital de giro abordando
a aplicabilidade desses métodos na análise financeira das empresas.
No terceiro capítulo demonstra-se a metodologia científica utilizada na pesquisa com as
classificações, fontes de dados e delimitações. No quarto capítulo se expõe o estudo de caso da
empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME com a aplicação prática dos
modelos de análise do capital de giro do mesmo modo que a comparação das teorias. Por fim, o
quinto capítulo aponta as considerações finais do trabalho e posteriormente são apresentadas as
referências, seguidas pelos anexos.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo pretende-se descrever os modelos de análise financeira, tratando dos
modelos tradicionais de análise de curto prazo e dinâmico de capital de giro. Representará a
descrição dos principais aspectos da finalidade do desenvolvimento do estudo em conjunto com a
aplicabilidade dessas ferramentas na empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR.
LTDA ME.
2.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis são relatórios que tem como objetivo fornecer dados sobre a
posição patrimonial, proporcionando aos administradores dados que auxiliam no planejamento e
controle da empresa.
De acordo com Reis (2009, p. 56), “as demonstrações contábeis (financeiras) consistem
num conjunto de demonstrativos, previstos por lei ou consagrados pela prática, normalmente
elaborados ao final do exercício”. De modo geral, o objetivo básico das demonstrações
financeiras é fornecer informações para a correta gestão dos negócios e para a correta avaliação
dos resultados operacionais.
Os dados provenientes dos demonstrativos contábeis não são, portanto, somente para o
controle da empresa, mas também para usuários que mantenham relações com ela, como
fornecedores, instituições financeiras, governo, etc.
As demonstrações são de fundamental importância para análise de balanços, “somente
pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se podem desenvolver
avaliações mais acuradas das empresas”. (ASSAF NETO, 2009, p.65).
As demonstrações contábeis são compostas pelo: Balanço Patrimonial (BP),
Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração das origens e aplicações de
recursos (DOAR), Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA), Demonstrações
do fluxo de caixa (DFC), Demonstração do valor adicionado (DVA).
17
A maior ênfase para o desenvolvimento do trabalho se dá para as duas demonstrações
básicas e obrigatórias, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, que
servirão como fonte de dados para a análise.
2.2 BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é um demonstrativo que contém informações relevantes que
servem de unidade de partida fundamental para o posicionamento patrimonial e financeiro de
uma empresa em determinado período.
“Os Balanços Patrimoniais podem ser considerados como fotografias da empresa em
determinadas datas; por mostrarem movimentos de valores entre dois momentos ou duas
posições, entre datas previamente determinadas”. (BRASIL e BRASIL, 1997, p. 10).
Deste modo, Balanço Patrimonial tem por finalidade expor a situação patrimonial da
empresa em dado momento, uma vez que mostra todos os investimentos de recursos feitos pela
empresa e quantas dessas obrigações são devidas a terceiros.
De acordo com Matarazzo (2008), o Balanço Patrimonial é o demonstrativo que expõe os
bens e direitos da empresa assim como as obrigações e o capital investido pelos sócios da
empresa.
“O balanço mostra as fontes de onde provieram os recursos para empresa operar - Passivo
e Patrimônio Líquido; e os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.”
(ANTHONY, apud MATARAZZO, 2008 p.42).
De maneira a evitar que cada um preparasse a demonstração de uma forma, foi
estabelecida uma forma de apresentação do Balanço. Nesse sentido, o balanço é estruturado em
três partes indispensáveis: Ativo, que é indicado do lado esquerdo e compõe os bens e direitos ou
aplicações; Passivo, do lado direito, representando as obrigações ou fonte de recursos, e o
Patrimônio líquido, que é um adicional do passivo, mostra o investimento feito pelos sócios e o
lucro. Cada uma dessas partes é divida em contas e grupos de acordo com a Lei nº 11.941/09.
2.2.1 Ativo
O Ativo contém, de forma simples, os bens e os direitos de uma organização evidenciados
em moeda corrente: Caixa, Bancos, Imóveis, Mercadorias, Contas a receber, entre outros bens e
18
direitos que uma empresa possui. Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p. 25), “os Ativos
devem ser definidos como potenciais de fluxos de serviços ou direitos a benefícios futuros sob o
controle de uma organização”.
Com base em Assaf Neto (2009), o ativo compreende as aplicações de recursos efetuadas
pela empresa. Esses bens poderão estar divididos em ativos circulantes, que apresenta alta
rotação, ou seja, aqueles que são representados em moeda ou serão convertidos no prazo de um
ano: como valores em caixa, valores a receber em curto prazo, etc.; em ativos não circulantes que
compreende ativo realizável em longo prazo, engloba valores realizáveis em prazo superior a um
ano, como: investimentos, imobilizado e intangível, os quais servirão a vários ciclos
operacionais.
2.2.2 Passivo e patrimônio líquido
O Passivo inclui essencialmente as obrigações a pagar, ou seja, aquela quantia que a
empresa deve a terceiros: Contas apagar, Fornecedores, Salários a pagar, Impostos a pagar,
Financiamentos, entre outros.
Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.51), “os passivos são as obrigações ou
compromissos de uma empresa no sentido de entregar dinheiro, bens ou serviços a uma pessoa,
empresa ou organização externa em alguma data futura”.
Nesse sentido, com base em Assaf Neto (2009), o passivo aponta as exigibilidades e
obrigações de uma empresa, cujos recursos estão investidos no ativo.
O passivo também se encontra subdivido em curto prazo e longo prazo, consolidado
respectivamente, por passivo circulante e não circulante.
Desta forma, passivo circulante é considerado “o grupo que oferece as fontes de capital de
giro, algumas espontâneas: fornecedores, impostos ligados à produção, salários e encargos a
pagar, e outras que geram encargos financeiros: descontos de duplicatas, empréstimos e
financiamentos”. (GITMAN, 2002, p.24).
De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (1980, p. 43):
O passivo não circulante representa as contas representativas das obrigações da empresa
para com os sócios ou proprietários (patrimônio) e as obrigações para com terceiros, de
exigibilidade a longo prazo, tais como: contas de capital, lucros suspensos, reservas,
empréstimos de longo prazo, dentre outras.
19
Observa-se que a definição de passivo refere-se as contas compostas pelo Patrimônio
Líquido, a qual identifica os recursos próprios da empresa. Define-se Patrimônio Líquido desta
forma, como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma empresa.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
PASSIVO
Circulante
Disponível
Estoques
Duplic. Receber
Prov. Dev. Duvidosos
Aplic. Financeira
Total Circulante
Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
(-) Depreciação
Circulante
Títulos Desc.
Empréstimos
Prov. Imp. Renda
Fornecedores
Adiant. Clientes
Total Circulante
Não Circulante
Exigível a Longo Prazo
Financiamentos
Patrimônio Líquido
Capital
(-) Capital Integralizar
Reserva Lucros
Total Não Circulante
Total Patrimônio Líquido
Total
Total
Quadro 1: Estrutura do Balanço Patrimonial
Fonte: Marion, 2012. Adaptado pela autora.
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
A demonstração do resultado do exercício é o relatório que mostra o resultado líquido do
exercício, confronta as receitas e as despesas e evidencia todos os elementos que projetarão tais
resultados.
De acordo com Reis (2009, p.98):
A Demonstração do resultado do exercício é uma peça contábil que mostra o resultado
das operações sociais - lucro ou prejuízo - e que procura evidenciar o resultado
operacional do período, ou seja, o resultado das operações principais e acessórias da
empresa, provocado pela movimentação dos valores aplicados no Ativo; o resultado
20
líquido do período, ou seja, aquela parcela do resultado que, efetivamente, ficou a
disposição dos sócios para ser retirada ou reinvestida.
A demonstração do resultado do exercício é um instrumento influente para análise
econômico-financeira, pois nele apresentam-se os detalhes das receitas e despesas de forma
esquematizada apresentando os fatores que incidiram para o resultado, podendo-se utilizar dessas
informações para tomadas de decisões.
2.3.1 Estrutura da demonstração do resultado do exercício
Aplica-se um método em sequência ordenada, partindo da receita bruta e por meio de
adições e subtrações de fatores que influenciam, obtêm-se o resultado líquido do exercício.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO
RECEITA BRUTA
(-) Deduções
Devoluções e cancelamentos
Abatimentos
Impostos
= RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo das Mercadorias/Serviços Vendidos
= LUCRO BRUTO
(+) Outras receitas operacionais
Juros, aluguéis, dividendos
(-) Despesas operacionais
Salários,juros, aluguéis,fretes,seguros, depreciação,etc.
= LUCRO OPERACIONAL
(+) Receitas não operacionais
Ganhos resultantes de venda de valores do ativo não circulante
(-) Despesas não operacionais
Perdas provocadas pela venda de valores do ativo não circulante
= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Imposto de renda/ Contribuição Social
Empregados e Diretores
Debêntures e partes beneficiárias
= LUCRO LÍQUIDO
Quadro 2: Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Reis, 2009. Adaptado pela autora.
21
a) Receita bruta: a receita bruta representa o valor total do faturamento que a empresa teve no
fim do exercício social analisado antes de qualquer dedução.
“Da receita bruta devem ser deduzidos diversos valores que efetivamente não pertencem à
empresa, tais como impostos incidentes sobre vendas e serviços, descontos e abatimentos,
devoluções de mercadorias etc.” (ASSAF NETO, 2009, p.84).
A partir daí, deriva-se a receita líquida do exercício.
b) Receita líquida: a Receita Liquida representa o valor total do faturamento com as devidas
deduções de impostos, devoluções, cancelamentos e abatimentos.
Logo “Receita líquida = Receita Bruta (-) Deduções” (REIS, 2009, p. 100).
c) Custo das mercadorias vendidas ou serviços prestados: de acordo com Assaf Neto (2009,
p.86), “representam todos os custos incorridos pela empresa em seu processo de fabricação ou
prestação de serviços”.
Basicamente, esses valores são os custos da mercadoria adquirida para revenda ou custo
de produção dos bens ou serviços prestados.
d) Lucro bruto: lucro bruto é representado pela Receita Líquida (-) Custo da Mercadoria
Vendida.
e) Outras receitas operacionais: de acordo com Reis (2009, p.101), “são considerados
operacionais todos os ganhos ou perdas gerados pelas atividades principais ou acessórias da
empresa”.
Nesse grupo estão incluídos, as receitas financeiras líquidas, os dividendos, as
bonificações, os descontos obtidos, as doações, a reversão de provisões não utilizadas, os
aluguéis recebidos, entre outros.
f) Despesas operacionais: são aquelas que estão diretamente ligadas ao processo de produção,
são vistas como despesas indiretas como: salários, fretes, seguros, depreciação etc.
“Envolvem todas as despesas não enquadradas no custo das mercadorias ou serviços, mas
igualmente imprescindíveis para a manutenção das atividades da empresa”. (REIS, 2009, p.101).
22
g) Lucro operacional: é o resultado da diferença entre o total do lucro bruto e o total das receitas
e despesas operacionais.
”Corresponde ao resultado positivo das atividades principais e acessórias da empresa”.
(REIS, 2009, p. 103).
h) Receitas e despesas não operacionais: de acordo com Reis (2009) as receitas e despesas não
operacionais são ganhos ou perdas ligados à venda, doação ou baixa de valores do Ativo Não
Circulante.
Contudo, ressalta o autor citado que para que seja considerado não operacional devem ser
consideradas duas premissas: que o valor que gerou receita ou despesa esteja agrupado no não
circulante e que seja gerado pela venda, doação ou baixa desse valor.
i) Resultado antes do imposto de renda: equivale ao lucro líquido antes da provisão do imposto
de renda, e estabelece a base para o cálculo do imposto. Pode-se inferir que é o “resultado antes
das participações de terceiros”. (REIS, 2009, p.104).
j) Participação de terceiros: a participação de terceiros sobre o resultado do exercício é
composta pelas deduções destinadas ao governo, administradores ou diretores, empregados,
portadores de debêntures e de partes beneficiárias. O art. 189 da lei nº 6.404/76 descreve que “do
resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e
a provisão para o Imposto sobre a Renda”. Dispõe o art. 190 da lei citada anteriormente que “As
participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão
determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de
deduzida a participação anteriormente calculada”.
k) Lucro líquido: o Lucro Líquido do Exercício é auferido após as deduções das participações de
terceiros e representa o saldo que fica a dispor dos sócios para retirada ou para que seja investido
novamente.
23
2.4 OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A análise de balanços tem como finalidade auferir as informações das Demonstrações
Financeiras de uma empresa para tomada de decisões.
A análise financeira visa relatar a situação econômico-financeira presente, transformando
os dados fornecidos pela empresa em informações que poderão influenciar em sua evolução
futura. Nesse sentido, a análise das demonstrações contábeis concentra-se em:
[...] extrair conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma (ou
influencia) decisões com relação a conceder ou não crédito, investir em seu capital
acionário, alterar determinada política financeira, avaliar se a empresa está sendo bem
administrada, identificar sua capacidade de solvência (estimar se irá falir ou não), avaliar
se é uma empresa lucrativa e se tem condições de saldar suas dívidas com recursos
gerados internamente etc. (ASSAF NETO, 2009 p.56).
A análise das demonstrações contábeis necessita fundamentalmente das informações
contidas nos relatórios contábeis desenvolvidos pela contabilidade. Posto que, a metodologia de
análise para desenvolvimento deste trabalho é estudo da liquidez da empresa, o destaque maior é
dado para o Balanço Patrimonial, pois dele se extrai a posição financeira e patrimonial de uma
empresa em determinado momento.
2.5 LIQUIDEZ
A análise dos índices de liquidez é aplicada para medir a potencialidade de pagamento de
uma empresa, ou seja, se ela consegue saldar seus compromissos de curto prazo, dentro do prazo
de vencimento.
Para Gitman (2002, p.109), “a liquidez da empresa é medida pela sua capacidade para
satisfazer suas obrigações de curto prazo. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira
global da empresa - a facilidade com o qual ela pode honrar seus compromissos”.
De acordo com Marion (2012, p.75) “essa capacidade de pagamento pode ser estimada
em longo prazo, curto prazo ou prazo imediato”.
24
2.5.1 Indicadores tradicionais de liquidez
Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus
diversos compromissos financeiros. Além do capital circulante líquido, o estudo tradicional de
liquidez inclui outros indicadores financeiros, conforme apresentados a seguir.
2.5.2 Índice de liquidez corrente (ou liquidez comum)
Reis (2009, p.328), diz que o índice “permite verificar a capacidade de pagamento a curto
prazo, ou seja, quanto a empresa tem de valores disponíveis e realizáveis dentro de um ano para
garantir o pagamento de suas dívidas vencíveis no mesmo período”.
Figura 1: Fórmula Liquidez Corrente
Fonte: Assaf Neto, 2009, p.190.
De acordo com Assaf Neto (2009, p. 190), “a liquidez corrente indica quanto existe de
ativo circulante para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo”.
Figura 2: Relação Liquidez Corrente X Capital Circulante Líquido
Fonte: Assaf Neto, 2009, p. 190.
Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em
financiar suas necessidades de capital de giro.
Para Gitman (2002, p.110), “um índice de liquidez corrente de 2,0 é mencionado
ocasionalmente como aceitável”.
25
2.5.2.1 Capital circulante líquido
Capital Circulante Líquido é entendido como a folga financeira da empresa, representa a
diferença entre o total do Ativo Circulante e o do Passivo Circulante:
Figura 3: Fórmula Capital Circulante Líquido
Fonte: Reis, 2009, p. 330.
De acordo com Reis (2009, p. 330), “o CCL deve ser entendido como a parcela do Ativo
Circulante que não é financiada por recursos de terceiros a curto prazo, ou seja, é financiada por
recursos próprios e/ou por recursos de terceiros a longo prazo”.
Está propriamente elencado com o índice de liquidez corrente, dado que quando o
resultado da liquidez corrente é superior a 1,0, é a indicação da parcela de Capital Circulante
Líquido positivo.
Sendo assim, existindo capital circulante num montante desejável em relação ao Passivo
Circulante, há uma conformidade entre financiamentos e investimentos próprios.
2.5.2.2 Capital de giro próprio
Corresponde ao montante do Ativo Circulante que não é financiada por recursos de
terceiros.
Reis (2009, p.331), refere-se a “Capital de giro próprio como a apuração da diferença
entre o “Ativo Circulante Líquido” e o montante dos financiamentos de terceiros, a longo prazo,
para o giro dos negócios”.
Figura 4: Fórmula Capital de Giro Próprio
Fonte: Reis, 2009, p. 311.
26
2.5.3 Índice de liquidez seca
Representa a capacidade de pagamento de curto prazo da empresa mediante uso
substancialmente de caixa, bancos e valores a receber.
Figura 5: Fórmula Liquidez Seca
Fonte: Assaf Neto, 2009, p. 190.
Segundo Assaf Neto (2009 p. 190), “o quociente demonstra a porcentagem das dívidas a
curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior
liquidez do ativo circulante”. Essencialmente a liquidez seca determina a capacidade de curto
prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e duplicatas a
receber.
De acordo com Gitman (2002, p.110), “o índice de liquidez seco é semelhante ao índice
de liquidez corrente, com a única diferença que exclui os estoques do ativo circulante da empresa,
por ser geralmente o ativo de menor liquidez”.
A liquidez seca indica quanto a empresa possui de recursos para saldar seus
compromissos no curto prazo sem contar com as vendas de seu estoque, nesse sentido um índice
de liquidez seca baixo é indício de situação financeira limitada.
2.5.4 Índice de liquidez geral
Mede a capacidade de pagamento geral. Representa o quanto existe de bens e direitos no
Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada 1,00 real de dívida total.
Figura 6: Fórmula Liquidez Geral
Fonte: Assaf Neto, 2009, p. 190.
27
“Esse indicador revela a liquidez, tanto em curto prazo como em longo prazo. De cada R$
1,00 que a empresa tem de dívida, o quanto existe de direitos e haveres no ativo circulante e no
realizável a longo prazo”. (ASSAF NETO, 2009, p. 191).
A liquidez geral é auferida como uma capacidade financeira da empresa no longo prazo,
evidenciando sua predisposição de liquidação de todos seus compromissos.
Segundo Hoji (1999, p. 56), este índice:
Indica a capacidade de pagamento de todas as vias na empresa, tanto no curto prazo
como no longo prazo. Se o coeficiente for superior à unidade, a situação da empresa, em
princípio, é favorável; se o coeficiente for inferior à unidade, considera-se a situação
como desfavorável, evidenciando que a empresa vem recorrendo excessivamente aos
capitais de terceiros.
Desta forma, o índice revela a capacidade de pagamento da empresa no longo prazo,
contemplando tudo que ela transformará em dinheiro comparando com tudo o que já tem de
dívida.
2.5.5 Índice de liquidez imediata
Indica a porcentagem de dívidas em curto prazo em situação de serem liquidadas
instantaneamente.
Figura 7: Fórmula Liquidez Imediata
Fonte: Assaf Neto, 2009, p. 190.
Para Assaf Neto (2009, p.190):
O índice revela a porcentagem das dívidas no curto prazo (circulante) em condições de
serem liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco
interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente
de reduzida rentabilidade.
Para fins de análise o índice pode não ser considerado tão relevante, pois a empresa deve
manter uma margem de segurança em relação a suas disponibilidades, pois caixa e banco perdem
28
o poder aquisitivo com a inflação.Assim, resultados baixos neste índice não significam condições
desfavoráveis para empresa e sim critérios de segurança de disponível.
Diante dos índices expostos, ressalta Marion (2012, p.82), que:

Não se deve considerar qualquer indicador isoladamente (associar os índices
entre si);

Apreciar o indicador em uma série de anos, pelo menos três;

Comparar os índices encontrados com índices-padrões, ou seja, índices das
empresas concorrentes (mesmo ramo de atividade).
Pode-se dizer que, para que o analista possa obter resultados expressivos em relação aos
índices deve estabelecer uma série de relações e observações e não tão somente analisar cada
índice isoladamente.
2.6 ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO
O capital de giro se estabelece como base na avaliação financeira de uma empresa. A
expressão “capital de giro” são os fundos que a empresa dispõe para serem transformados em
caixa no curto prazo.
Segundo Assaf Neto (2009, p.209) “o comportamento do capital de giro é extremamente
dinâmico, exigindo modelos eficientes e rápidos de avaliação da situação financeira da empresa,
uma necessidade de investimento em giro, mal dimensionada, é certamente uma fonte de
comprometimento da solvência da empresa”.
A análise dinâmica tem como objetivo avaliar o comportamento de uma empresa através
da sua atividade operacional, desta forma o modelo é considerado uma ferramenta de profunda
importância na avaliação econômico-financeira, pois além de evidenciar a situação atual que se
encontra a empresa, ele nos proporciona uma visão futura no que permite estruturar um plano de
ação com tempo considerável.
2.6.1 Modelo Fleuriet
O modelo Fleuriet resulta de uma atividade desenvolvida por volta dos anos 70 pelo
francês Michel Fleuriet, onde o principal objetivo era a criação de um modelo de análise que
fosse adequado com a realidade das empresas brasileiras. O modelo foi inserido em várias
entidades de maneira positiva, pois aprofundava a análise financeira tradicional enriquecendo
29
ainda mais as conclusões sobre a situação da empresa, mudando assim a óptica sobre a análise
financeira. (FLEURIET, KEHDY E BLANC, 2003).
O Modelo Fleuriet, é um método no qual se avalia a dinâmica operacional da empresa de
forma adaptada com os indicadores tradicionais de liquidez.
Para se desenvolver a análise é preciso reclassificar as contas do Balanço Patrimonial de
acordo com seu ciclo operacional e financeiro, desta forma surgem os indicadores Necessidade
de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG) e o Saldo de Tesouraria (T).
“Um dos pré-requisitos da análise financeira com ênfase na liquidez, ou seja,
considerando que a empresa não vai encerrar suas atividades, mas continuará no mercado, é a
reclassificação das contas do Balanço Patrimonial”. (BRASIL E BRASIL, 1997 apud NOCETI,
2007 p. 25).
Existem contas do Balanço Patrimonial que se encontram em constante movimento de
acordo com o andamento da empresa, ou seja, estão em alta rotação, estas contas estão
diretamente ligadas com o processo operacional da empresa, são estas denominadas contas
cíclicas. De acordo com Brasil e Brasil (1997, p. 5), “são elas: estoques, duplicatas a receber
(clientes), contas a pagar dos fornecedores, salários e encargos, impostos ligados ao operacional e
demais contas.”
Existem outras contas que se movimentam num ritmo mais lento, são aquelas que
apresentam prazo superior ao exercício financeiro, ou seja, as contas de longo prazo, estas são
denominadas como permanentes ou não cíclicas. Pode-se inferir, com Brasil e Brasil (1997, p. 5)
que, “as contas não-cíclicas e permanentes são empréstimos de terceiros, aplicações, títulos,
imobilizado, ativo realizável a longo prazo, empréstimos bancários, financiamentos, capital
social, reservas.”
Desta forma, ainda restam as contas de curto prazo. Estas são consideradas como
erráticas, pois apresentam movimento irregular. Estão ligadas diretamente a tesouraria da
empresa, são estas caixa, bancos, aplicações de curto prazo. “No Passivo tem-se empréstimos
bancários de curto prazo, duplicatas descontadas, dividendos e impostos a pagar no exercício e
prestações do longo prazo exigíveis no curto”. (RASOTO, 2001 apud NOCETI, 2007, p.25).
O modelo Fleuriet tem a premissa de que a saúde financeira de uma empresa é ofertada
por intermédio da reformulação de alguns elementos que compõe o Balanço Patrimonial. Esta
reclassificação é determinada de forma que as contas operacionais ou cíclicas são as contas
30
diretamente ligadas com a atividade operacional da empresa, enquanto as contas financeiras ou
erráticas são constituídas essencialmente pelos elementos financeiros como caixa, bancos,
aplicações financeiras, etc. Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 7), errático “do latim
erraticu, significa errante, vadio, aleatório, andando fora do caminho. Ou seja, implica a não
ligação dessas contas ao Ciclo Operacional da Empresa”.
ATIVO
Ativo Circulante - Contas Erráticas
Financeiro - ACF
Numerário em Caixa
Banco Conta Movimento
Cheques em Trânsito
Títulos a Receber
Títulos a Valores Mobiliários
Aplicações Financeiras
Depósitos Judiciais
Empréstimos a Coligadas e Controladas,
etc.
Ativo Circulante - Contas Cíclicas
Operacional - ACO
Clientes
Duplicatas a Receber
(-) PCLD
Estoques Produtos Acabados
Estoques Produtos Andamento
Estoques Matérias Primas
Impostos a Compensar
Despesas Antecipadas, etc.
PASSIVO
Passivo Circulante - Contas Erráticas
Financeiro - PCF
Duplicatas Descontadas
Empréstimos Bancários
Financiamentos a Curto Prazo
Títulos a Pagar
Imposto de Renda a Pagar
Dívidas com Coligadas e Controladas, etc.
Passivo Circulante - Contas Cíclicas
Operacional - PCO
Fornecedores Matéria Prima
Duplicatas a Pagar
Salários e Encargos a Pagar
Impostos e Taxas a Pagar
Contas a Pagar
Provisões
Adiantamentos de Clientes, etc.
Ativo Não Circulante - Ativo Permanente
Não Cíclico
Realizável a Longo Prazo - ARPL
Empréstimos a Terceiros
Títulos a Receber, etc.
Passivo Circulante - Passivo Permanente Não
Cíclico
Exigível a Longo Prazo - PELP
Empréstimos Bancários
Financiamentos, etc.
Resultados de Exercícios Futuros Ativo Permanente - AP
Patrimônio Líquido
Investimentos
Capital Social
Imobilizado
Reservas
Quadro 3: Estrutura Balanço Patrimonial Conforme Modelo Fleuriet
Fonte: Gräbin, 2005. Adaptado pela autora.
31
2.6.2 Necessidade de capital de giro (NCG)
A necessidade de capital de giro sintetiza-se naquele valor que é necessário a empresa ter
fixo, para que possa custear seu Capital de Giro (CDG). Ele está relacionado às contas do ativo
circulante operacional e passivo circulante operacional, e surge quando as saídas de caixa
acontecem primeiro que o recebimento das vendas.
A Necessidade de Capital de Giro refere-se à diferença do ativo cíclico e do passivo
cíclico, no qual buscará a aplicação permanente de fundos e são contas ligadas as
operações da empresa. As contas do ativo e passivo cíclico são denominadas de curto
prazo, renováveis e possui uma ligação com as atividades operacionais. (NEVES
JÚNIOR, RODRIGUES E LEITE, 2011, p.4).
A reclassificação das contas convencionais, Ativo Circulante e Passivo Circulante em
Operacional têm como objetivo organizar os dados para que possamos fazer o reconhecimento da
NCG.
“O Ativo Circulante Operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente
das atividades de compra/ produção/ estocagem/ venda, enquanto Passivo Circulante Operacional
(PCO) é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades”. (MATARAZZO,
1998, p. 344).
A diferença entre o ACO e o PCO resulta no valor que a empresa precisa para financiar o
giro, quer dizer a NCG. Logo:
Figura 8: Fórmula Necessidade de Capital de Giro
Fonte: Matarazzo, 1998. Adaptado pela autora.
Segundo Matarazzo (1998, p.284) as situações que ocorrem em relação ao Ativo
Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional podem ser:
ACO > PCO - É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para qual a
empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.
ACO = PCO - Neste caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não tem
necessidade de financiamento para o giro.
ACO < PCO - A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos
operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados
para aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa.
32
A análise da NCG é um importante método de análise financeira, pois pode variar de
acordo com as mudanças rotineiras de uma organização como prazos com fornecedores, crédito a
clientes, aumento de estoque, entre outros. Desta forma, a NCG é de relevância para análise
econômico-financeira porque a mesma considera a empresa em andamento e não num cenário de
encerramento.
2.6.3 Capital de giro
O Capital de Giro refere-se a uma parte do capital investido na empresa para suprir
diferentes compromissos antes do retorno sobre as vendas de mercadorias ou serviços.
De acordo com Schrickel (1997 apud GRÄBIN,2005, p.68) “cada empresa deve ter
aplicado em seu capital de giro uma importância que seja adequada para o seu negócio, isto é,
dependendo da atividade que a empresa desenvolve, deverá apresentar maior ou menor: valor em
caixa, valores a receber, estoques, etc.”.
Desta forma o CDG é representado:
Figura 9: Fórmula Capital de Giro
Fonte: Gräbin, 2005. Adaptado pela autora.
Com base em Gräbin, sob a óptica do modelo tradicional, o capital de giro é visto como
uma aplicação de recursos, representado pela diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante, chamado Capital Circulante Líquido, ou seja, o modelo tradicional destaca a sobra ou
a falta de dinheiro para liquidação das obrigações de curto prazo. Já na perspectiva do modelo
Fleuriet, o capital de giro é representado pela diferença entre o Ativo Não Circulante e o Passivo
Não Circulante, que evidencia a falta ou excesso de capital próprio e capital de terceiros em
relação aos investimentos em ativos permanentes.
Neste ponto, para Gräbin (2005, p. 73) convém apresentar para análise a seguinte
observação:
33
CDG Positivo - o passivo não circulante financia o ativo da mesma natureza e parte do
ativo circulante. Indica que fontes permanentes superam as aplicações permanentes,
ocorrendo a utilização de recursos estáveis (de longo prazo) no financiamento da
Necessidade de Capital de Giro. O CDG representa uma fonte de fundos para o
financiamento das atividades operacionais da empresa.
CDG Negativo - na ocorrência das fontes de recursos não circulantes serem inferiores as
aplicações em ativos não circulantes, e denota que há utilização de recursos de curto
prazo financiando ativos não circulantes. Ou, dito de forma inversa, quando as
aplicações permanentes superam as fontes permanentes, apontando o financiamento de
ativos permanentes (de longo prazo) por recursos de curto prazo. Nesta situação, o CDG
se transforma em aplicações de fundos, podendo gerar problemas de insolvência.
CDG Nulo – indica que os recursos de curto prazo financiam as flutuações da NCG,
dado que as aplicações permanentes se igualam às fontes permanentes.
A partir desta reflexão afirma-se que a empresa aponta um equilíbrio financeiro quando o
CDG é maior que a NCG.
2.6.4 Saldo de tesouraria
O Saldo de Tesouraria (T) representa o montante que a empresa dispõe no saldo do
disponível para incumbir-se de desembolsos inesperados ou aumento da atividade operacional da
empresa, é visto como uma margem de segurança financeira.
Logo:
Figura 10: Fórmula Saldo de Tesouraria
Fonte: Noceti, 2007, p. 29.
A expressão constitui a essência do Modelo Fleuriet e representa a diferença, num dado
momento, entre os recursos empregados para financiar a atividade da empresa e as
necessidades geradas por esta atividade. Portanto o T pode ser obtido pela diferença
entre o Ativo Circulante Financeiro e o Passivo Circulante Financeiro, ou ainda, pela
diferença entre o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro (GRÄBIN, 2005,
p.74).
O saldo de Tesouraria positivo indica uma situação financeira estável, porém quando é
elevado não significa uma situação favorável para empresa, pois indica que a mesma não está
usufruindo das possibilidades para investimentos.
Pode- se compreender, com base em Gräbin (2005, p.74):
34
T Positivo - indica que a empresa tem aplicações de recursos em curto prazo. Desta
forma, os recursos de longo prazo (próprios ou de terceiros) suprem a demanda de
recursos para o giro dos negócios e ainda possibilitam aplicações no mercado financeiro
ou a manutenção em caixa, aumentando assim a margem de segurança.
T Negativo – ocorre quando o valor do Capital de Giro for insuficiente para financiar a
Necessidade de Capital de Giro, o que indicará que a empresa financia parte da NCG
e/ou Ativo Permanente com fundos de curto prazo, aumentando com isso seu risco de
insolvência. Portanto, recursos de curto prazo financiam as atividades operacionais,
revelando insuficiência de recursos de longo prazo (próprios ou de terceiros) e a
captação de empréstimos de curto prazo para financiamento da Necessidade de Capital
de Giro, apontando para uma situação de risco de insolvência.
O Modelo Dinâmico relata a situação financeira da empresa mediante um composto de
decisões sobre a atividade operacional da mesma, essas decisões podem propiciar uma situação
financeira adequada, suprindo desta forma as suas obrigações, ou de maneira inversa não tendo
capacidade de pagamento de seus credores e, por conseguinte não atender as necessidades dos
investidores.
2.6.5 Efeito tesoura
O Efeito Tesoura ocorre quando a empresa aponta em exercícios ininterruptos o aumento
de Necessidade de Capital de Giro (NCG) maior que o Capita de Giro (CDG). Ele foi nominado
por Michel Fleuriet em 1978 e de acordo com Olinquevitch e Santi Filho (2004, p. 149):
O efeito tesoura ocorre quando a situação econômico-financeira de uma empresa
apresenta sinais de desequilíbrio, aumentando assim a defasagem entre o valor da NCG e
do CDG, com as dificuldades financeiras, situação esta que se faz necessário utilizar-se
de recursos de curto prazo e tendo, portanto, uma Tesouraria negativa.
Segundo Assaf Neto (2002, p.200), o efeito tesoura pode ocorrer por diversas razões:
“crescimento elevado do nível da atividade empresarial; desvio de recursos do giro para
imobilizações e inflação”.
Assim entende-se que o efeito tesoura tem ligação direta com a situação financeira
positiva da empresa, pois devido à oscilação entre os indicadores NCG e CDG faz-se necessária a
utilização dos recursos de curto prazo, aumentando assim, o risco de endividamento.
2.6.6 Situação financeira
A Situação Financeira é definida pela posição da Necessidade de Capital de Giro (NCG),
Capital de Giro (CDG) e Tesouraria (T). Marques e Braga (1995 apud AMORIM e SANTOS,
35
2012, p.10) dizem que há seis possibilidades de situações dos balanços para definição de sua
qualidade em termos de risco de insolvência, a saber:
Tipo
1
2
3
4
5
6
Situações Financeiras Conforme Modelo Fleuriet
CDG
NCG
T
Situação Financeira
+
+
Excelente
+
+
+
Sólida
+
+
Insatisfatória
+
Péssima
Muito Ruim
+
Alto Risco
Quadro 4: Situação Financeira
Fonte: Amorim e Santos, 2012. Adaptado pela autora.
Na percepção de Marques e Braga (1995), esta ordenação pode ser fundamentada desta
forma:
Tipo
Perfil
1
Excelente
2
3
4
5
6
Sólida
Estrutura Financeira
Perfil Excelente, conjuntura mais favorável, NCG negativa, significa
boa liquidez e demonstra que a empresa possui fonte de recursos.
Perfil Sólido, NCG Positiva, porém o CDG e T também são positivos,
nesta situação o giro consegue custear a NCG, assegurando uma boa
liquidez a empresa.
Perfil Insatisfatório, neste caso a estrutura financeira da empresa
Insatisfatória encontra-se comprometida, o CDG não consegue suprir o financiamento
da NCG, demandando créditos de curto prazo.
Péssima
Péssima, possui uma situação financeira abalada, apesar do giro
conseguir suprir as necessidades de curto prazo, a empresa não dispõe
de giro para o negócio, além de não se apresentar rentável.
Muito Ruim, é denominado como uma situação muito ruim por precisar
Muito Ruim de acréscimo nos ativos de longo prazo, recorrendo a recursos de curto
prazo.
Alto Risco
Alto Risco, a empresa necessita recorrer do saldo de Tesouraria para
financiar o NCG e o CDG, em decorrência disso a empresa poderá ser
considerada insolvente.
Quadro 5: Estrutura Financeira
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Marques e Braga (1995).
36
O Modelo Dinâmico de Capital de giro transparece a imagem econômico-financeira,
tendo em vista um conjunto de decisões relativas à atividade operacional da empresa, como
política de estocagem, política de compra, forma de concessão de crédito dentre outros fatores
que afetam a situação financeira por estar vinculada a atividade da empresa. Tais decisões podem
propiciar uma situação financeira com capacidade de liquidação de suas dívidas como o próprio
retorno aos investidores.
Diante do método alternativo, busca-se a elaboração de uma análise financeira que
contribua para tomada de decisões corretivas que potencialize os resultados da organização.
37
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo tem como finalidade apresentar o método científico aplicado para responder
à problemática da pesquisa, tal como alcançar os objetivos desta monografia.
A metodologia tem como propósito demonstrar como será realizada a pesquisa. Contudo,
ressalta Gil, (1999, p. 42) "o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
problemas mediante o emprego de procedimentos científicos".
Pode-se inferir que se trata de conhecimento científico, desta forma cabe descrever o que
é ciência. Com base em Cervo (1983, p.9):
A ciência é entendida como uma busca constante de explicações e soluções, de revisão e
reavaliação de seus resultados e tem a consciência clara de sua falibilidade e de seus
limites. Nesta busca sempre mais rigorosa, pretende aproximar-se cada vez mais da
verdade através de métodos que proporcionam um controle, uma sistematização, uma
revisão e uma segurança maior do que possuem outras formas de saber não cientificas.
Por ser algo dinâmico, a ciência busca renovar-se e reavaliar-se continuamente. A
ciência é um processo de construção.
A pesquisa consiste em uma das formas de conhecimento científico, ressalta-se que "a
pesquisa parte, pois, de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca uma
resposta para a solução" (DEMO, 1985, p. 50).
Contudo, para Lakatos e Marconi (1989, p. 41) pesquisa é "o conjunto de atividades
sistemáticas e racionais que, com maior grau de segurança e economia, permite alcançar o
objetivo — conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões do cientista".
3.1 MODALIDADE DA PESQUISA
O presente estudo classifica-se como monografia que de acordo com Severino (1986, p.
105), "considera-se monografia aquele trabalho que reduz sua abordagem a um único assunto, a
um único problema, com um tratamento especificado”. Já para Lakatos e Marconi (1990,
38
p.227),monografia é "um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor
representativo, e que obedece a rigorosa metodologia".
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa é do tipo qualitativo, pois necessita de um
estudo aprofundado dos diferentes métodos de avaliação econômico-financeira para,
posteriormente, aplicá-los na empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA
ME. A partir dos levantamentos busca-se comparar os resultados e analisar de forma precisa a
real situação da empresa. Pode-se compreender, com base em Gil (1999 apud SILVA e
KARKOTLI, 2011 p.10), "o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento chave". “A pesquisa qualitativa utiliza técnicas de dados como a
observação participante, história ou relato de vida, entrevista e outros”. (COLLIS; HUSSEY,
2005 apud SILVA e KARKOTLI, 2011, p.10).
Posto que a análise objetiva resultados, e estes convertidos em números percentuais que
expõe a situação financeira da empresa pode-se dizer também que a abordagem é do tipo
quantitativa. Assim, a pesquisa quantitativa, segundo Raupp e Beuren (2006, p. 92), “caracterizase pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta, quanto no tratamento dos dados.
Esse procedimento não é tão profundo na busca do conhecimento da realidade dos fenômenos,
uma vez que se preocupa com o comportamento geral dos acontecimentos”.
Pode-se dizer que a ”natureza da pesquisa é aplicada, onde os conhecimentos obtidos são
aplicados na prática em uma empresa com objetivo principal a solução de um problema real. A
pesquisa visa à aplicação de suas descobertas a um problema”. (COLLIS; HUSSEY, 2005 apud
SILVA e KARKOTLI, 2011 p.10).
No que se refere ao objetivo, trata-se de uma pesquisa descritiva, pois se busca descrever
dois diferentes métodos de avaliação econômico-financeira e esclarecer suas diferenças e
características. De acordo com Gil (1991, p.39), “as pesquisas deste tipo tem como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou, ainda, o
estabelecimento de relações entre variáveis”.
Em relação aos procedimentos técnicos empregados, caracteriza-se como pesquisa
bibliográfica, que busca encontrar as fontes para a realização do trabalho por meio de materiais
bibliográficos já publicados, que de acordo com Lakatos e Marconi (1989, p.45), "Trata-se de
levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações
avulsas e imprensa escrita".
39
A pesquisa também se caracteriza como um estudo de caso, sendo assim, destaca Gil
(1999, p. 73) que “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de
poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos detalhados do mesmo, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados”. A partir dessa reflexão
busca-se fazer um levantamento da realidade da empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT.
CONSTR. LTDA ME, onde a principal forma de coleta de dados é por meio de suas informações
contábeis.
3.2 COLETA DE DADOS
O tipo de pesquisa a ser realizado tem como coleta de dados a análise documental, tendo
em vista as informações da empresa em estudo, efetivamente a partir do levantamento de suas
demonstrações financeiras. Para o desenvolvimento da pesquisa coletam-se as informações
contábeis a partir de seu Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício do
período de 2012 a 2014.
No que se refere a análise bibliográfica, levanta-se toda a fundamentação teórica a ser
utilizada, por meio de artigos, pesquisa em livros relativos ao tema de análise das demonstrações
financeiras, de modo a possibilitar a análise comparativa dos modelos de análise de capital de
giro.
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
A pesquisa tem como objetivo a análise comparativa dos índices tradicionais de liquidez e
Modelo Fleuriet aplicado a empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME.
Posteriormente a coleta, os dados foram classificados, analisados e interpretados para que
se almeje a resposta ao problema proposto. Desta forma, a análise foi feita em três partes:
primeiramente foi feito a análise dos indicadores tradicionais de liquidez, indicando a capacidade
de pagamento da empresa no curto prazo por meio dos resultados dos indicadores Liquidez
Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Geral e Liquidez Imediata. Por conseguinte foi feito estudo do
Modelo Fleuriet verificando as variáveis propostas pelo método que são: Necessidade de Capital
40
de Giro, Capital de Giro e saldo de Tesouraria, apontando o tipo de estrutura e a situação
financeira da empresa.
Após, são comparados os resultados dos dois diferentes métodos, buscando apontar a
evolução financeira da empresa que é objetivo principal do estudo.
3.4 AMBIENTE DA PESQUISA
A pesquisa realizou-se na empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR.
LTDA ME, localizada na Rua 406, 760, Morretes – Itapema/ SC.
Empresa atuante no ramo de distribuição de materiais de construção, tendo sua abertura
realizada no ano 2007, pelo proprietário Rivaldo Jesus de Oliveira. Quanto aos produtos
fornecidos, há uma gama de produtos, contudo seu forte é a linha para fins de acabamentos e
metais sanitários.
Em seu total, os clientes atendidos estão localizados no litoral norte de Santa Catarina. A
atividade executada é distribuição atacadista de materiais de construção.
A administração da empresa é realizada pelo proprietário Rivaldo Jesus de Oliveira, que
além de atuar na área de vendas, administra a empresa juntamente com 19 colaboradores.
3.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O estudo foi desenvolvido para avaliar a liquidez da empresa a curto prazo, posto que os
indicadores avaliam a situação financeira de uma empresa em relação a sua capacidade de
pagamento, e posto que a empresa contempla também obrigações no longo prazo, surge uma
delimitação de pesquisa, pois o estudo não abrange longo prazo.
As informações analisadas foram os demonstrativos contábeis da empresa METALLE
COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA.Os resultados obtidos da análise referem-se a
empresa em questão e estes não podem ser generalizados.
41
4 ESTUDO DE CASO
Neste capítulo demonstra-se o estudo de caso da empresa METALLE COM. ATAC. DE
MAT. CONSTR. LTDA ME.
Em dado momento será apresentada a empresa e posteriormente com base em seu
Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, será exposto às análises
mencionadas no decorrer dos capítulos anteriores.
4.1 EMPRESA METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
O trabalho está sendo desenvolvido com base nas informações da empresa METALLE
COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME, atuante há sete anos no mercado, localizada na
Rua 406, número 760, Morretes – Itapema/ SC.
Fundada em 2007 pelo Sócio Administrador Rivaldo Jesus de Oliveira, tendo como
principal atividade a distribuição de materiais de construção voltados para a linha de acabamentos
e metais sanitários.
As atividades da empresa são realizadas para região litoral norte de Santa Catarina, com
atendimento exclusivo a pessoas jurídicas, contando com uma carteira de 1.000 clientes ativos.
Possui uma parceria de fornecedores como: Rainha, Rodoquímica, Compesp, Rodinox, entre
outros.
A missão da empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME. é
“buscar a excelência no ramo de distribuição voltado para construção civil, tornando-se a melhor
empresa desse segmento no litoral norte de Santa Catarina, conquistando a preferência dos
clientes, distribuindo produtos de qualidade comprovada, gerando lucros e benefícios sociais”.
Tem como visão ser uma empresa de referência onde atua e expandir seus negócios para todo o
Estado de Santa Catarina prezando a ética, o respeito, seriedade e honestidade com fornecedores
e clientes.
Operacionalmente a empresa tem sua política de compras à vista e seu volume de vendas
concentrado em 90% a prazo, o processo administrativo de controle se dá por meio do
42
proprietário, este não possui conhecimentos aprofundados em relação à administração financeira,
porém, mantêm a continuidade da sua empresa por meio das experiências adquiridas ao longo de
sua vida profissional.
4.2 ANÁLISE TRADICIONAL DA LIQUIDEZ
Sob a perspectiva tradicional, pode-se constatar a situação de liquidez da empresa e sua
evolução perante os anos analisados. A partir da análise podemos evidenciar a situação da
empresa METALLE COM ATAC DE MAT. CONST. LTDA ME perante suas obrigações,
possibilitando uma visão de sua capacidade financeira. De acordo com Gräbin (2005, pg.58):
A análise convencional do capital de giro baseia-se na observação do comportamento do
Capital Circulante Líquido (CCL), dos seus componentes inseridos no Ativo e no
Passivo Circulante, nos índices de liquidez (Corrente, Seca, Imediata), além dos ciclos
operacionais e financeiros das empresas.
Desta forma para que a empresa tenha uma boa liquidez seu Capital Circulante líquido
(CCL) deve apresentar- se positivo.
Segue os resultados obtidos a partir da análise dos indicadores de liquidez corrente, seca,
geral e imediata:
Índices de Liquidez
Período Liquidez Corrente Liquidez Seca Liquidez Geral Liquidez Imediata
1,85
0,87
1,98
0,63
2012
1,83
0,56
2,14
0,24
2013
1,31
0,68
1,50
0,35
2014
QUADRO 6: Análise Tradicional De Liquidez
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
4.2.1 Liquidez corrente
Este índice aponta quanto a empresa dispõe para cumprir suas obrigações para cada R$
1,00 em dívida de curto prazo. Assim, a empresa analisada apresenta uma situação favorável em
relação ao índice, pois detém em média R$ 1,66 para cada R$ 1,00 de compromisso assumido
com terceiros. Todavia, conforme o quadro 14, há uma queda no índice no decorrer dos anos
43
analisados. De acordo com Gitman (2002, p.110) “É importante observar que quando o índice de
liquidez corrente é menor que um isso quer dizer que o capital de giro também é negativo, e caso
seja igual a 1,0, o capital de giro é igual a zero”. Diante do exposto, a empresa apresenta-se com
o Capital Circulante Líquido Positivo no decorrer dos anos, o que indica uma parcela de folga
financeira.
Quanto à liquidez corrente a empresa encontra-se numa satisfatória situação, pois o
resultado nos permite observar que a conversão do ativo circulante em dinheiro supre o saldo do
passivo circulante e ainda sobram recursos para outras necessidades.
4.2.2 Liquidez seca
Este índice revela a capacidade da empresa em saldar seus compromissos de curto prazo
considerando que não aconteça a venda de seus estoques. Se o índice for igual ou maior que R$
1,00 significa que a empresa tem recursos financeiros necessários para honrar suas obrigações em
curto prazo. Com a análise percebe-se que, para cada R$ 1,00 em dívidas no curto prazo, a
empresa detinha, em média, R$ 0,53 para pagamento de seus compromissos, o que resulta em
somente uma parte de recursos para liquidação do passivo circulante, ou seja, com este índice
observa-se que, se a empresa parasse de vender, conseguiria pagar somente metade de suas
dívidas. De acordo com Gitman (2002, p.110), “o índice de liquidez seca é semelhante ao índice
de liquidez corrente, com a única diferença que exclui os estoques do ativo circulante da empresa,
por ser geralmente o ativo de menor liquidez”, desta forma, sem a venda do seu estoque, a
empresa não possui capacidade de pagamento favorável e observa-se ainda uma queda contínua
ao longo dos anos analisados.
4.2.3 Liquidez geral
Este índice transparece a capacidade de pagamento de dividas em longo prazo, ou seja,
para a cada R$ 1,00 em dívidas de curto e longo prazo quanto a empresa detêm para suprir suas
obrigações. Contudo, ressalta Hoji (1999, p. 56), “se este coeficiente for superior à unidade, a
situação da empresa, em princípio, é favorável; se o coeficiente for inferior à unidade, considerase a situação como desfavorável, evidenciando que a empresa vem recorrendo demais a capitais
de terceiros”. Analisando a situação da empresa quanto a liquidez geral, certifica-se conforme o
quadro 14, que a empresa estabelece uma situação boa, uma vez que, para a cada R$ 1,00 de
44
compromissos em longo prazo, ela dispõe, em média, de R$ 1,45, apresentando assim uma
liquidez geral satisfatória. Porém, observa-se uma queda constante no índice ao longo dos anos
analisados.
4.2.4 Liquidez imediata
Este índice objetiva retratar a situação financeira, considerando o pagamento de todo o
passivo circulante considerando somente suas disponibilidades imediatas.
No caso da empresa analisada, tem-se que, para cada R$ 1,00, a empresa em média tinha
R$ 0,40 para pagamento imediato de suas dívidas, ou seja, resultado não favorável, a empresa
detém recursos financeiros para saldar somente uma parte de seu passivo circulante. Conforme o
quadro 14, percebe-se uma queda no índice de 2012 para 2013 e um crescimento positivo de
69%, sendo necessário aguardar pelos recebimentos advindos de seus direitos, para o pagamento
de seu passivo circulante.
Numa análise geral, a empresa apresentou uma queda nos seus indicadores, conforme
ilustrado no gráfico a seguir:
2.5
2
1.5
2012
2013
1
2014
0.5
0
Liquidez
Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Liquidez
Imediata
GRÁFICO 1: Índices de Liquidez
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A queda na liquidez corrente é ocasionada pelo aumento do Passivo Circulante, a liquidez
seca oscilou em virtude do aumento dos estoques e do Ativo Circulante. A liquidez geral
45
diminuiu devido ao crescimento do ativo circulante e realizável a longo prazo, e do passivo
circulante. A liquidez imediata oscilou por causa da variação no valor do disponível e no
aumento do passivo circulante.
4.2.5 Capital circulante líquido
O quadro 15 apresenta os resultados do Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME de 2012 a 2014:
Capital Circulante Líquido
Ano - 2012
R$
387.649,19
Ano - 2013
R$
345.746,31
Ano - 2014
R$
299.018,72
QUADRO 7: Análise Capital Circulante Líquido
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
O Capital Circulante Líquido (CCL) é o valor que representa a folga financeira no curto
prazo, é resultante da diferença do Total do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, ou seja,
uma parte do Ativo que é financiada por fundos próprios ou de terceiros de longo prazo.
Conforme se pode observar no gráfico 2, a empresa tem uma queda constante no índice no
decorrer dos anos analisados. Em 2012 houve uma queda de 38%, 2013 com 34% e para 2014
28%, ou seja sua folga financeira a curto prazo encontra-se numa situação favorável por
encontrar-se positiva mas sua queda persiste durante os anos, sinal de estrutura financeira
hesitante.
46
450000
400000
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
Ano 2012
Ano 2013
Ano 2014
GRÁFICO 2: Capital Circulante Líquido
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
4.3 ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO
Na análise dinâmica do capital de giro são tratados, por meio de uma reclassificação das
contas do Balanço Patrimonial, a Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG),
Saldo de Tesouraria (T) e seus efeitos quanto ao não abastecimento de recursos financeiros para o
andamento das atividades da empresa.
Segue os resultados obtidos a partir da análise dos indicadores projetados conforme o
Modelo Dinâmico de Capital de Giro.
Período
2012
2013
2014
R$
R$
R$
Análise Dinâmica do Capital de Giro
NCG
Capital de Giro
Saldo de Tesouraria
398.718,24 R$
387.649,19 -R$
11.069,05
571.945,07 R$
345.746,31 -R$
226.198,76
618.394,40 R$
299.018,72 -R$
319.375,68
QUADRO 8: Análise Dinâmica do Capital de Giro
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Conforme os dados apresentados no quadro 15, a empresa aponta, nos anos analisados,
uma Necessidade de Capital de Giro (NCG) maior que o Capital de Giro (CDG). Postura normal
na maioria das empresas, existe uma necessidade de capital de giro e a empresa deve buscar
formas de custear essa necessidade. No ponto de vista de Gräbin (2005), Necessidade de Capital
47
de Giro positiva não é um bom indicador, pois a empresa necessita de fundos para o giro dos seus
negócios, e estes poderão ser financiados por fontes permanentes de recursos próprios ou de
terceiros de curto e longo prazo.
Ao longo dos períodos analisados pode-se observar também que a empresa manteve
Capital de Giro (CDG) positivo, ou seja, seu passivo não circulante sustenta seu ativo não
circulante. De acordo com Gräbin (2005), o perfil da empresa é definido sob a percepção do
Capital de Giro como um perfil em desequilíbrio financeiro, pois a empresa apresenta CDG
positivo, porém menor que a Necessidade de Capital de giro.
Sob a óptica do Saldo de Tesouraria, a empresa em análise apresentou saldo negativo
durante o período analisado. Isso ocorre quando o Capital de Giro (CDG) é menor que a
Necessidade de Capital de Giro (NCG). Para Gräbin (2005) o saldo de tesouraria é visto como
uma margem de segurança e quando este se encontra negativo amplia-se o risco de insolvência. O
Saldo de Tesouraria (T) quando negativo aponta que o Capital de Giro (CDG) é incapaz de
subsidiar suas atividades operacionais sendo necessária a busca de recursos para o financiamento
operacional.
Pode-se inferir que, de acordo com a percepção de Marques e Braga (1995), exposto no
quadro 4, a situação financeira da empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR.
LTDA ME enquadra-se no Tipo 3 – Perfil Insatisfatório. Neste caso, a estrutura financeira da
empresa encontra-se comprometida, o Capital de Giro (CDG) não consegue suprir o
financiamento da Necessidade de Capital de Giro (NCG), demandando créditos de curto prazo. A
empresa apresenta insuficiência de recursos de longo prazo para o financiamento de suas
necessidades de capital de giro, recorrendo a créditos de curto prazo. Tal condição aponta uma
empresa em desequilíbrio financeiro, apesar de possuir capital de giro (CDG) positivo.
48
0
Ano 2012
Ano 2013
Ano 2014
-50000
-100000
-150000
-200000
-250000
-300000
-350000
GRÁFICO 3: Análise do Capital
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME apontou, durante
o período analisado, queda constante na relação entre os indicadores do modelo dinâmico,
restringindo assim sua estrutura financeira bem como a liquidez do negócio. O gráfico 3
apresenta de forma figurativa a situação dos indicadores do modelo dinâmico.
Em 2012 a empresa obteve a NCG e o CDG positivos e o T negativo, apresentando uma
situação que não é relevante, mas com dependência de recursos a curto prazo, pois não existem
recursos de longo prazo suficientes para financiar toda a NCG, ficando a cargo do saldo de
tesouraria somar ao financiamento do giro.
No ano de 2013 houve uma piora com o aumento da NCG e queda do CDG e um
crescimento significativo do saldo T negativo refletindo uma estrutura financeira deficiente. Já no
ano de 2014, houve um aumento nos indicadores NCG e queda no CDG, porém o saldo T teve
um aumento de aproximadamente 41% em relação ao ano interior, sinal de que foram tomadas
medidas que começaram a modificar sua estrutura financeira.
49
4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DO MODELO TRADICIONAL X MODELO DINÂMICO DE
CAPITAL DE GIRO
As duas análises mostraram a situação com risco de insolvência do capital de giro da
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME, bem como a piora nos anos
subsequentes. Nos resultados do modelo dinâmico percebeu-se uma estrutura financeira
insatisfatória nos períodos analisados que também foi identificada em alguns indicadores na
análise tradicional, onde a empresa deixou de ter recursos prescindíveis de longo prazo. Essa
mudança de estrutura financeira requer, de forma primordial, a atenção do administrador nas
tomadas de decisões, no estabelecimento de novos cenários e formulação de novos planos.
Os resultados extraídos da análise tradicional do capital de giro proporcionam demonstrar
a capacidade de pagamento da empresa e se há uma folga financeira de curto prazo. O modelo
tradicional contempla a empresa de maneira estática, como se o pagamento das suas obrigações
acontecesse com a venda dos ativos, situação esta, quando a empresa está em situação de
insolvência.
Assaf Neto e Silva (2012, p. 65) afirmam que os indicadores do modelo tradicional “não
costumam fornecer informações mais conclusivas a respeito de determinada evolução na posição
financeira corrente e esperada da empresa, omitindo principalmente as efetivas necessidades de
investimento em capital de giro”.
O resultado da análise por intermédio do modelo dinâmico mostra como a entidade
custeia o giro, identifica o valor indispensável para o giro e qual o método utilizado para financiálo. Assaf Neto e Silva (2012, p. 65) comentam que a análise do modelo dinâmico “permite com
razoável precisão técnica melhor conhecer e avaliar a estrutura financeira das empresas”.
A principal diferença entre os modelos de análise é o fato de que na análise tradicional a
empresa é observada de maneira estática, como se estivesse ‘’quebrando’’ (insolvente) e no
modelo dinâmico é vista de forma ativa, em funcionamento, em operação. Outra diferença é
referente ao capital de giro, onde no modelo dinâmico ele é auferido pelas contas de longo prazo
a medida que no tradicional é obtido pelas contas de curto prazo.
O modelo dinâmico em relação ao tradicional acarreta vantagens, pois permite uma
análise mais realista sobre o capital de giro propiciando a classificação e qualificação da estrutura
financeira das empresas.
50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo foi realizado com foco na análise do capital de giro, com a finalidade de aplicar
o método de analise tradicional e dinâmico na empresa METALLE COM. ATAC. DE MAT.
CONSTR. LTDA ME, para subsequentemente comparar os resultados e melhor avaliar e
conhecer a estrutura financeira da empresa.
Conhecendo a importância do capital de giro no quadro administrativo das organizações,
este estudo destinou-se a defrontar os dois instrumentos de análise do capital de giro, procurando
identificar qual a evolução financeira da empresa.
A pesquisa atendeu os objetivos propostos, tendo em vista a realização do levantamento
bibliográfico, a aplicação dos modelos de análise do capital de giro na METALLE COM. ATAC.
DE MAT. CONSTR. LTDA ME e a comparação dos resultados das análises dos dois modelos.
A partir dos resultados verificou-se no modelo dinâmico uma estrutura financeira
insatisfatória nos períodos analisados que também foi apontada em alguns indicadores da análise
tradicional, onde a empresa deixou de ter recursos de longo prazo.
Segundo os resultados considera-se que o modelo dinâmico de capital de giro possui
proveitos em relação ao modelo tradicional, proporcionando identificar o quanto de recursos é
necessário para custear o giro, inteirar-se de qual tipo de recurso a empresa financia este giro,
permitindo a classificação e a qualificação da estrutura financeira da empresa.
Adicionalmente, salienta-se que o modelo dinâmico é mais suscetível as alterações nas
contas circulantes e possui critérios com maior sensibilidade a modificação da situação
financeira, dado que destaca nos seus quocientes as contas circulantes. Destaca-se também, que
os conhecimentos alcançados a partir dos indicadores do modelo dinâmico asseguram um amplo
conhecimento quanto ao desempenho da estrutura financeira em comparação ao seu giro.
Quando se tem entendimento das atividades a qual estamos envolvidos, melhor é o
desempenho, assim como é importante realizar alterações com o intuito de aprimorar a realização
destas. Quanto mais se tem informações quanto aos fatores que influenciam o andamento da
organização, melhor será a apreciação dos gestores para tomada de decisões.
Com base no estudo desenvolvido e considerando a aplicação e comparação dos modelos
de análise de capital de giro, este estudo conseguiu responder a problemática que conduziu este
51
estudo, quando comprovou que o modelo dinâmico qualifica com totalidade o risco e a situação
financeira da organização.
Com relação aos indicadores do modelo Fleuriet, a organização apresenta um Perfil
Insatisfatório. Neste caso a estrutura financeira da empresa encontra-se comprometida, a empresa
apresenta insuficiência de recursos de longo prazo para o financiamento de suas necessidades de
capital de giro, recorrendo a créditos de curto prazo, o que aponta um desequilíbrio financeiro.
Constata-se que o modelo dinâmico se apresenta mais completo para elaborar a análise do
capital de giro com foco na obtenção de informações mais precisas a tomada de decisão, pois
analisa a empresa em sua atividade, enquanto o modelo tradicional proporciona informações de
maneira estática, sob a óptica de encerramento de atividade operacional.
Contudo, é válido ressaltar que as informações adquiridas a partir da análise do capital de
giro compõem apenas um dos fatores de informação que o gestor financeiro deve se basear para
tomada de decisão, além das informações serem utilizadas de forma complementar.
Por fim, para trabalhos futuros, sugere-se a análise a partir de outras teorias, e não tão
somente a abordada nesta pesquisa, para enriquecimento das informações e para que assim
possam controlar e planejar melhor suas disponibilidades, melhorando sua liquidez e solvência.
52
REFERÊNCIAS
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análise das demonstrações financeiras na Petrobrás: uma análise comparativa do modelo
tradicional versus modelo dinâmico. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Ciências Contábeis) – Faculdade de Minas, Faminas, Belo Horizonte, 2012. Disponível em:
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:XAwLiRSz9zkJ:periodicos.unifacef.co
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ANDRADE, Paulo Roberto Macedo de. A utilização dos indicadores econômico-financeiros e
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Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Fundação Escola De Comércio Álvares
Penteado, São Paulo, 2012.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2002.
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56
APÊNDICES
APÊNDICE A – Balanço Patrimonial 31/12/2012
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2012 à 31/12/2012
ATIVO CIRCULANTE R$842.242,05 PASSIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
R$287.740,33 Fornecedores
Ativo Realizável à Curto
Prazo
R$554.393,16 Empréstimos e Financiamentos
Despesas do Exercício
Seguinte
R$
108,56 Obrigações Trabalhistas
Obrigações Tributárias
Créditos de Pessoas Ligadas
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
Ativo Permanente
TOTAL ATIVO
R$ 58.966,78
R$ 58.966,78
R$901.208,83
R$454.592,86
R$139.371,45
R$298.809,38
R$ 11.560,69
R$ 3.798,59
R$ 1.052,75
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital Social
Lucros Acumulados
TOTAL PASSIVO
R$446.615,97
R$ 50.000,00
R$396.615,97
R$901.208,83
APÊNDICE B – Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/2012
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Demonstração do Resultado do Exercício de 01/01/2012 à 31/12/2012
R$
701.778,24
RECEITA BRUTA
(-) Deduções
R$
39.791,69
R$
661.986,55
= RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo das Mercadorias/Serviços Vendidos
R$
358.070,06
R$
303.916,49
= LUCRO BRUTO
(-) Despesas operacionais
R$
168.798,76
R$
135.117,73
= LUCRO OPERACIONAL
(+) Receitas não operacionais
R$
30.653,66
(-) Despesas não operacionais
R$
79.953,19
R$
85.818,20
= LUCRO LÍQUIDO
57
APÊNDICE C – Reclassificação Balanço Conforme Modelo Fleuriet 31/12/2012
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2012 à 31/12/2012
ATIVO
R$ 901.208,83 PASSIVO
R$901.208,83
Ativo Circulante - Contas Erráticas
Passivo Circulante - Contas Erráticas
Financeiro -ACF
R$ 287.740,33 Financeiro -PCF
R$298.809,38
Numerário em caixa
R$ 287.740,33
Empréstimos
R$298.809,38
Ativo Circulante - Contas Cíclicas
Passivo Circulante - Contas Cíclicas
Operacional - ACO
R$ 554.501,72 Operacional - PCO
R$155.783,48
Clientes
R$ 112.128,39
Fornecedores
R$139.371,45
Estoques
R$ 442.264,77
Salários e encargos a pagar R$ 11.560,69
Despesa Antecipadas
R$
108,56
Impostos e taxas a pagar
R$ 3.798,59
Distribuição de Lucros
R$ 1.052,75
Ativo Permanente Não
Passivo Permanente Não
Cíclico
R$ 58.966,78 Cíclico
R$446.615,97
Imobilizado
R$ 58.966,78
Capital Social
R$ 50.000,00
Lucros Acumulados
R$396.615,97
APÊNDICE D – Balanço Patrimonial 31/12/2013
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2013 à 31/12/2013
ATIVO CIRCULANTE
R$759.588,64 PASSIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
R$101.830,74 Fornecedores
Ativo Realizável à Curto
Prazo
R$657.482,67 Empréstimos e Financiamentos
Despesas do Exercício
Seguinte
R$
275,23 Obrigações Trabalhistas
Obrigações Tributárias
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
ATIVO PERMANENTE
TOTAL ATIVO
R$126.280,15
R$126.280,15
R$885.868,79
R$413.842,33
R$ 68.579,71
R$328.029,50
R$ 10.708,72
R$ 6.524,40
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMONIO LÍQUIDO
Capital Social
Lucros Acumulados
TOTAL PASSIVO
R$472.026,46
R$ 50.000,00
R$422.026,46
R$885.868,79
58
APÊNDICE E – Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/2013
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Demonstração do Resultado do Exercício de 01/01/2013 à 31/12/2013
R$
1.362.830,93
RECEITA BRUTA
R$
95.395,58
(-) Deduções
R$
1.267.435,35
= RECEITA LÍQUIDA
R$
856.188,45
(-) Custo das Mercadorias/Serviços Vendidos
R$
411.246,90
= LUCRO BRUTO
R$
241.938,42
(-) Despesas operacionais
R$
169.308,48
= LUCRO OPERACIONAL
R$
62.067,35
(+) Receitas não operacionais
R$
102.064,01
(-) Despesas não operacionais
R$
129.311,82
= LUCRO LÍQUIDO
APÊNDICE F – Reclassificação Balanço Conforme Modelo Fleuriet 31/12/2013
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2013 à 31/12/2013
ATIVO
R$ 885.868,79 PASSIVO
R$ 885.868,79
Ativo Circulante - Contas Erráticas
Passivo Circulante - Contas Erráticas
Financeiro -ACF
R$ 101.830,74 Financeiro -PCF
R$ 328.029,50
Numerário em caixa
R$ 94.014,48
Empréstimos
R$ 328.029,50
Banco Conta Mov.
R$ 7.366,26
Aplicações Financeiras
R$
450,00
Ativo Circulante - Contas Cíclicas
Passivo Circulante - Contas Cíclicas
Operacional - ACO
R$ 657.757,90 Operacional - PCO
R$ 85.812,83
Clientes
R$ 132.546,72 Fornecedores
R$ 68.579,71
Estoques
R$ 524.935,95 Salários e encargos a pagar R$ 10.708,72
Despesa Antecipadas
R$
275,23
Impostos e taxas a pagar
R$ 6.524,40
Ativo Permanente Não
Cíclico
Imobilizado
R$ 126.280,15
R$ 126.280,15
Passivo Permanente Não
Cíclico
Capital Social
Lucros Acumulados
R$ 472.026,46
R$ 50.000,00
R$ 422.026,46
59
APÊNDICE G – Balanço Patrimonial 31/12/2014
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2014 à 31/12/2014
ATIVO CIRCULANTE R$ 1.239.053,96 PASSIVO CIRCULANTE
R$ 335.335,87 Fornecedores
Disponibilidades
Ativo Realizável à Curto R$ 902.249,92 Empréstimos e
Prazo
Financiamentos
Despesas do Exercício
R$
1.468,17
Seguinte
Obrigações Trabalhistas
Obrigações Tributárias
Outros Créditos
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
Ativo Permanente
TOTAL ATIVO
R$940.035,24
R$216.710,63
R$654.711,55
R$ 20.460,12
R$ 28.152,94
R$ 20.000,00
R$ 176.145,91
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
R$ 176.145,91
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Lucros Acumulados
R$1.415.199,87 TOTAL PASSIVO
R$475.164,63
R$ 50.000,00
R$425.164,63
R$1.415.199,87
APÊNDICE H – Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/2014
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Demonstração do Resultado do Exercício de 01/01/2014 à 31/12/2014
R$
1.715.349,88
RECEITA BRUTA
R$
120.560,85
(-) Deduções
R$
1.594.789,03
= RECEITA LÍQUIDA
R$
934.458,12
(-) Custo das Mercadorias/Serviços Vendidos
R$
660.330,91
= LUCRO BRUTO
R$
341.740,09
(-) Despesas operacionais
R$
318.590,82
= LUCRO OPERACIONAL
R$
56.392,97
(+) Receitas não operacionais
R$
146.977,84
(-) Despesas não operacionais
R$
228.005,95
= LUCRO LÍQUIDO
60
APÊNDICE I – Reclassificação Balanço Conforme Modelo Fleuriet 31/12/2014
METALLE COM. ATAC. DE MAT. CONSTR. LTDA ME
Balanço Patrimonial em 01/01/2014 à 31/12/2014
ATIVO
R$1.415.199,87 PASSIVO
R$ 1.415.199,87
Ativo Circulante - Contas Erráticas
Passivo Circulante - Contas Erráticas
Financeiro -ACF
R$ 335.335,87 Financeiro -PCF
R$ 654.711,55
Numerário em caixa
R$ 304.651,44 Empréstimos
R$ 654.711,55
Banco Conta Mov.
R$
22.086,43
Aplicações Financeiras
R$
5.900,00
Contas Transitórias
R$
2.698,00
Ativo Circulante - Contas Cíclicas
Passivo Circulante - Contas Cíclicas
Operacional - ACO
R$ 903.718,09 Operacional - PCO
R$ 285.323,69
Clientes
R$ 303.397,84 Fornecedores
R$ 216.710,63
Estoques
R$ 597.121,92 Salários e encargos a pagar R$
20.460,12
Impostos a Compensar
R$
70,87 Impostos e taxas a pagar
R$
28.152,94
Despesa Antecipadas
R$
3.127,46 Outros Créditos
R$
20.000,00
Ativo Permanente Não
Cíclico
Imobilizado
R$
R$
176.145,91
176.145,91
Passivo Permanente Não
Cíclico
Capital Social
Lucros Acumulados
R$
R$
R$
475.164,63
50.000,00
425.164,63
61
ANEXOS
ANEXO A – Termo de Autorização para Divulgação de Informações de Empresas
62
ANEXO B – Balanço Patrimonial Metalle Distribuidora de Materiais de Construção Ltda
63
64
65
66
67
68
69
70
71
ANEXO C – Demonstração do Resultado do Exercício Metalle Distribuidora deMateriaisde
Construção Ltda
72
73
74
75
76

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