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Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador Índice 10 Região das Beiras 34 Distrito de Braga 50 Grande Porto 72 Terras de Basto Paixão pela arte 78 Distrito de Viseu Mediação Imobiliária Transportes e Logística 8 Expoente 46 PML Transportes Vila do Conde 95 “Já contribuímos para a felicidade de centenas de famílias” Valorizamos a Pessoa 60 87 6 Luso Basto 47 Casa Espregueira Símbolo do século XIX na época contemporânea 74 Ruvel História de necessidade e paixão Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda. I Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc.13 4200-100 Porto I Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 I Fax: 22 502 39 08 I Site: www.paginaexclusiva.pt E-mail: [email protected] I Periocidade: Mensal I Distribuição: Gratuita com o Jornal PÚBLICO I Preço unitário: 4 euros I Assinatura Anual: 44 euros (11 números) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. 4 I Dezembro Portugal Inovador Dezembro I 5 Portugal Inovador “Já contribuímos para a felicidade de centenas de famílias” A Luso Basto foi constituída em 2005, fruto da experiência de trabalho dos seus fundadores desenvolvida no Norte da Europa. Esta vivência acabou por gerar o know-how necessário para criar uma empresa capaz de satisfazer necessidades produtivas em outras firmas nacionais e estrangeiras, contribuindo assim para a empregabilidade e melhoria da qualidade de vida de cidadãos portugueses. “Desde a sua constituição, temos assistido a um degradar da nossa economia o que tem feito com que reforcemos as estratégias comerciais noutros países”, refere Leandro Fernandes, administrador da empresa. Deste modo, hoje a Luso Basto “cria oportunidades de trabalho, apresentando aos seus trabalhadores soluções seguras, temporárias ou permanentes, dentro e fora de Portugal”. Apesar de não ser muito comum e reconhecida esta figura de intermediário quer pelo mercado, quer pela legislação em Portugal, a Luso Basto conta com uma base de dados composta por cerca de 10 mil candidatos, 6 I Dezembro entre os 25 e os 50 anos de idade. Do ponto de vista de Leandro Fernandes, “o empresário português está cada vez mais aberto a parcerias e aproveitamento de sinergias, através da subcontratação de especialistas em matérias que não são o seu foco, melhorando assim a sua produtividade e qualidade de produto, à semelhança do que acontece em economias altamente desenvolvidas”. Leandro Fernandes tem a perceção que “quando as empresas contratam estes serviços, não o fazem de forma pontual ou apenas com vista à resolução de um mero problema. Tipicamente, as relações comerciais mantêm-se durante muito tempo, criando uma parceria capaz de fornecer apoio permanente”. Sendo especialistas em recursos humanos, a Luso Basto torna-se, não raras vezes, o apoio permanente, ora em serviços de reforço de pessoal, através de trabalho temporário, bem como recrutamento para quadros próprios, consultoria de otimização de recursos humanos ou intermediação laboral, gerindo alguns conflitos empresa-trabalhador com boas taxas de resolução. “Com isto, as empresas concentram-se no seu core-business e conseguem melhores rácios de rentabilidades sem descurar uma área tão essencial como a de RH”, vinca. Trabalhando fundamentalmente no mercado externo - numa percentagem de atuação, em que 30% se reserva ao mercado nacional e 70% a alguns países da União Europeia, com especial enfoque no mercado belga, a Luso Basto, ajustando os padrões nacionais exigidos às normas vigentes nesse país, tornou-se a primeira empresa portuguesa a receber o estatuto por parte das autoridades belgas como empresa de trabalho temporário a atuar legalmente. “Porquê o mercado belga?” Questionámos. Ao que Leandro Fernandes responde: “O mercado belga tem um potencial de crescimento e de sustentabilidade diferente do português e os salários que se aplicam são, em média, cinco vezes superiores aos nacionais. Falamos de valores mais elevados, por isso, obviamente, um mercado muito mais vantajoso”. Portugal Inovador Recrutamento O método de recrutamento e seleção é muito diverso, ainda que feito para funções semelhantes. “Desenhamos sempre os processos de acordo com os requisitos específicos de cada cliente. É um processo que requer muita sensibilidade humana e emocional, de outra forma, a empresa não vai ficar satisfeita com o candidato proposto e o processo falha”. Aproveitando esta questão, o gestor não deixa escapar a oportunidade para alertar as instituições competentes, nomeadamente o Ministério da Educação, para a escassez de quadros técnicos em Portugal. “Os quadros técnicos e intermédios estão a desaparecer e é urgente que se faça algo para alterar esta situação. Temos um défice de profissões como soldadores, eletricistas, serralheiros, entre outras”. Segundo o ponto de vista do nosso interlocutor, a legislação que regulamenta esta atividade em Portugal é “redutora e está totalmente desatualizada, se a compararmos com alguns países da Europa do Norte. O trabalho temporário em Portugal é visto como um trabalho precário, que não estando especificamente regulamentado acaba por criar situações menos positivas”, continua Leandro Fernandes. A Associação Portuguesa das Empresas de Trabalho Temporário tomou a iniciativa, em 2008, de alterar o seu nome para Associação Portuguesa das Empresas de Setor Privado de Emprego. “Isto diz muito daquilo que queremos ser. Pretendemos ser reconhecidos como o setor privado de emprego, que de forma ativa ajuda os cidadãos a encontrarem trabalho. No fundo, queremos ser intermediários entre as empresas finais e o trabalhador. Na Bélgica, há trabalhadores que passam toda a sua vida profissional na mesma empresa intermediária, com a garantia de que, em caso de falência da firma empregadora, mantem um compromisso com o intermediário, que com uma vasta carteira de clientes, facilmente consegue encontrar uma alternativa, facto que confere segurança”. Em Portugal todo este trabalho tem que responder a uma série de requisitos e elaboração de planos que justifiquem a integração de uma pessoa numa firma em regime de trabalho temporário. Obviamente, como no nosso país, este regime está limitado ao prazo máximo de dois anos, no final desse período o trabalhador ou integra os quadros da empresa ou retorna ao desemprego. Esta restrição legislativa conduz a que os trabalhadores sejam, efetivamente, precários”, alerta Leandro Fernandes. Futuro Para o futuro, “estamos a desenvolver uma política de crescimento interno em Portugal. Quanto mais pessoas envolvermos, mais facilmente podemos crescer. Queremos encontrar trabalhadores de excelência com capacidade para alcançar contratos muito bons em qualquer país europeu. Um soldador, por exemplo, que em Portugal ganha 11 euros por hora, no Norte da Europa facilmente ganha 40 euros. No entanto, não desistimos do nosso país e lutamos, diariamente, para encontrar soluções nacionais também, mas, ainda que o sentimento seja de alguma conquista, muito pela mudança de postura do tecido empresarial português, a recessão da nossa economia não tem permitido desenvolver um crescimento interno como gostaríamos que acontecesse. Porém, orgulhamo-nos de dizer que já contribuímos para a felicidade de centenas de famílias, algumas que foram e ficaram, outras que regressaram com os seus problemas financeiros resolvidos. Estamos também a considerar abri filiais em alguns países, a primeira vai ser na Bélgica, já em 2015. Desta forma, criaremos uma rede local que vai facilitar o contacto com os clientes”, conclui. | Dezembro I 7 Portugal Inovador Valorizamos a Pessoa Na comemoração do seu 20º aniversário, a Expoente retorna ao centro de Braga com novas instalações, inovadoras e repletas de potencialidades. A Expoente é um Grupo económico que presta inúmeros serviços integrados na economia e gestão empresarial. Falamos de planos de consultoria e gestão; candidaturas a sistemas de incentivos; formação profissional; consultoria em sistemas de gestão; gestão industrial; comunicação e marketing. Contando com um total de 60 colaboradores, esta equipa acompanha e apoia todas as necessidades dos seus clientes desde a sua génese, até, se for o caso, ao processo de insolvência. Foi no número 31 do Largo São Francisco, que visitámos a azáfama no ultimar das obras das novas instalações da Expoente. Aí, estivemos à conversa com os dois administradores: Cristiane Miranda, economista, e Nuno Juncal Pires, psicólogo: “Atuamos em todas as áreas de promoção de negócios, direcionado para a gestão de empresas”, refere Nuno Juncal Pires, focando logo de seguida a forte vertente social do projeto que tende a 8 I Dezembro intensificar-se e se consubstanciou, mais recentemente, nas obras de requalificação do Largo. Sendo que o local era até à data frequentado por um grupo de pessoas sem-abrigo a Expoente contratou alguns desses cidadãos para realizarem a reabilitação do espaço: “Acompanhámo-los diariamente nos trabalhos, sendo todos devidamente remunerados como autênticos profissionais de carpintaria, trolhas e limpeza de obra. O nosso objetivo é contribuir para a felicidade de todas pessoas, sem exceção, que trabalham connosco, é esse o nosso verdadeiro lucro”, descreve Nuno Juncal Pires. Outros projetos no âmbito social podem estar na calha. Promover a economia social é um mapa de intervenção muito importante para nós. Fazemo-lo por ideologia, não como um negócio”, complementa a gestora. Portugal Inovador Largo Sinergias A Expoente procurou posicionar-se no centro da cidade de Braga, por este ser o cérebro de toda a atividade económica e comercial da cidade. “Atualmente, temos muitos jovens a lançarem projetos próprios e que necessitam dos mecanismos básicos para iniciarem o seu trabalho. Nesse sentido, reunimos aqui todas as condições: num mesmo espaço todos têm secretária pessoal, acesso à internet e telefone podendo interagir e trocar informações. O único requisito que impomos é que não haja concorrência interna, queremos pessoas abertas à partilha e troca de experiências que comunguem da nossa identidade e dos nossos valores”, afirma Cristiane Miranda. O novo espaço, batizado de Largo Sinergias, prevê a interação entre todos os players convergindo de modo a rentabilizar custos e potenciar negócios. Baseado no conceito de coworking, está aberto a todos os parceiros, que podem usufruir de duas salas de reuniões, uma formal outra mais informal, biblioteca, espaços de convívio, Centro de Desenvolvimento de Negócios, Pavilhão Multiusos, Academia “Expoente”, Clínica Médica, Centro de Massagens e Ginásio. Em final de conversa os nossos entrevistados não perdem a oportunidade de agradecer “a todas as pessoas, sem exceção, que passaram pela Expoente ao longo dos últimos 20 anos e que, de alguma forma, fizeram a empresa crescer”. | Dezembro I 9 Portugal Inovador Região das Beiras 10 I Dezembro Portugal Inovador Inteligência energética intermunicipal Enquadramento historico e evolução de objetivos A Associação de Municípios da Cova da Beira, nasceu no ano de 1981. Foram fundadores os municipios de Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor. A sua criação e objetivos foram ao tempo, como agora, a proteção e defesa do ambiente. Em 1981 o problema essencial era a deposição e contenção dos “lixos” (Resíduos Sólidos Urbanos). Historicamente estamos perante uma inovação na agora institucionalizada noção de proteção ambiental e desenvolvimento sustentavel. Nasceu então o Aterro Sanitário, como solução que na época era inovadora, em 1995 aderiram à Associação os municípios de Manteigas e Sabugal, quando a génese do processo já havia evoluido em ordem a substituir a “Lixeira do Souto Alto” para um aterro Sanitário Controlado. Corria, então, o concurso internacional para o aterro da Cova da Beira, aterro sanitário que está em função pela, agora sob gestão da empresa Resiestrela. Foi a partir da construção do aterro sanitário que, em ordem ao seu aproveitamento otimizado, o Ministério do Ambiente propos e dinamizou a integração no sistema e na Associação de Municipios da Cova da Beira dos municipios de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Meda, Pinhel e Sabugal, tendo saido a Covilhã. São cerca de 5600 quilómetros quadrados e, aproximadamente, 167 mil habitantes, o alvo da atual estratégia da Associação na fomentação de práticas ambientais. Na génese estão programas como o SAVE, que se traduziu na criação da Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior, programa INTERREG (Plano Transfronteiriço de Optimização de Energia Elétrica), o programa POEFDS destinado ao emprego e desenvolvimento social, programa FORAL (formação para autarquias locais), cartografia, planeamento territorial e a elaboração de Mapas de Ruído que servem de identificação de zonas ruidosas. A limpeza de todos os equipamentos de despejo de resíduos e a criação do aterro sanitário e da estação de compostagem são o exlibris da associação, a que aditámos qualificadamente a formação de ativos, a modernização administrativa, a gestão adequada do território e prevenção de riscos naturais e a eficiência energética através da ENERAREA (Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior) Para José Manuel Biscaia, presidente vigente da associação, o conhecimento académico – protocolos com a Universidade de Salamanca, da Beira Interior e Instituto Politécnico da Guarda – deve estar “intrinsicamente” ligado a esta vertente ambiental. “Esta simbiose e promiscuidade positiva já é uma realidade. Já temos um conjunto de pessoas que se estão a formar para serem os nossos porta-vozes junto de empresas sobre esta matéria”, revelou. Ligação a Espanha “Nesta zona fronteiriça, Beira Interior Norete e Diputacion de Salamanca, os problemas, são, genericamente, os mesmos. Portanto, a Associação tem vindo a trabalhar em conjunto com Salamanca para tentar alterar uma economia extrativa”, disse perentoriamente José Manuel Biscaia. Esmiuçando o tema, o presidente deu a conhecer a existência de uma comunidade de trabalho a laborar em projetos conjuntos direcionados à proteção ambiental, energias renováveis, estudo e criação de projetos e/ou soluções ambientais, apoio a corporações de bombeiros e proteção civil e proteção de riscos, designadamente transporte de produtos inflamáveis entre as duas regiões. Estando o turismo intrinsecamente ligado ao ambiente e desenvolvimento sustentavel há que dinamizar estratégias conjuntas diz José Manuel Biscaia que pretende, no futuro, que a região comercialize quotas de carbono, proporcionar poupanças na iluminação municipal, redução de C02, e adequar as energias alternativas e limpas às infraestruturas polidesportivas numa “caminhada progressiva para uma economia limpa e verde, com níveis zero de carbono, ambicionado a autosustentabilidade”. | Dezembro I 11 Portugal Inovador Uma ferramenta para ajudar toda a comunidade! Primula Veris é um conceito que surgiu há 23 anos na Covilhã. Olga Ribeiro deixou de lado o seu anterior ramo profissional para se dedicar a uma nova paixão: a Medicina Tradicional. Em 2014, abre um espaço holístico de harmonia e bem-estar: o SerenityRiver. ciente na sua totalidade, através da medicina holística”, explica a terapeuta das Medicinas Alternativas. Olga Ribeiro reflete um gosto enorme por tudo o que faz e sente-se a alegria contagiante desta terapeuta. “Deve existir uma familiaridade entre o paciente e a terapeuta de tal modo que, às vezes, o paciente necessita apenas de falar um pouco comigo para já se sentir melhor e isso, dá-me imenso ânimo”, completa. Métodos de Diagnóstico Seguindo o conselho de um homeopata que surgiu repentinamente na cidade, Olga Ribeiro largou a contabilidade e enveredou pelo estudo das medicinas alternativas. “Sofri um esgotamento nervoso, mas vejo isso de forma muito positiva, porque me deu luz e vida para perceber o que podia mudar. Desde 1991 que tenho este espaço, onde primo por tratar o pa- 12 I Dezembro Na Primula Veris e no espaço novo SerenityRiver encontramos diversas especialidades destinadas ao diagnóstico do paciente por diferentes meios: a naturopatia, a iridiologia, a homeopatia, a osteopatia, yoga terapia e a hidroterapia do cólon. A Terapeuta realçou também um fator de muito interesse que é o facto de ter uma alimentação cuidada ajudar na cura, citando Hipócrates com “que seu alimento seja seu medicamento”. Termografia Colocando as anteriores especialidades de lado, o que nos interessou na Primula Veris foi a termografia. Esta é uma ferramenta de rastreio rápida e eficiente que ainda não é suficientemente divulgada em Portugal. Este é um dos métodos mais modernos de diagnóstico, feito através de uma imagem digital e é capaz de detetar inúmeras doenças de uma forma mais precoce. “Conseguimos dizer ao paciente se observamos uma tendência para cancro da mama com alguns anos de antecedência”, assegura Olga Ribeiro. A termografia também permite descobrir lesões e problemas que estejam ocultos. “Este método é, sem dúvida, fascinante e devia ser visto por todos os profissionais de saúde modernos, pois só este permite, na consulta diária com o paciente, uma observação facilitada do problema. Olga Ribeiro indica também que este não pretende substituir outros meios de avaliação dos pacientes, sendo apenas uma ferramenta a acrescentar ao leque das existentes. Porém, tem características especiais dada a sua versatilidade e rapidez de utilização, além de não emitir qualquer tipo de irradiação é totalmente indolor. | Portugal Inovador Em prol da partilha intermunicipal A CIMBSE representa mais de 236 mil habitantes e integra 15 municípios da região das Beiras e Serra da Estrela. Desde infraestruturas turísticas, passando pela restauração até à educação, ciência e tecnologia, esta região dispõe de uma enorme diversidade de recursos. versidade da Beira Interior e o Instituto Politécnico da Guarda. PEDI Após a junção que deu lugar à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, Vitor Pereira reflete a importância de atrair novos investimentos para os 15 municípios que somam a CIMBSE - Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso. Com um território tão rico é insuficiente falar dos produtos sem referir as famosas marcas. Partindo das marcas Serra da Estrela, Aldeia Histórica, Aldeias de Xisto, Beira Baixa, Coa, Cova da Beira, deparamo-nos com produtos “identitários e potencializadores da região” como o queijo da Serra da Estrela, o queijo Amarelo da Beira Baixa, o queijo Kosher, a cereja da Cova da Beira, os enchidos da Beira Baixa e Beira Alta, o requeijão de Seia, as compotas de Trancoso e alguns dos melhores pêssegos da Europa, provenientes da Covilha e Fundão. Outro forte eixo da região apoia-se nas inovadoras tecnologias de informação, com a sua base nas instituições de ensino que abraçam esta zona, a Uni- Recorrendo ao Plano Intermunicipal Estratégico aprovado recentemente, Vítor Pereira indica a missão do CIMBSE como “arrecadar uma visão cada vez mais abrangente e supramunicipal e ganhar a capacidade de criar infraestruturas e organismos necessários para alcançar a harmonia e a coesão territorial, económica e social que procuramos”, explana Vitor Pereira. Os pilares deste PEDI estão cimentados sobre cinco pontos: a internacionalização e a captação de investimento; a aposta na exportação e a utilização de um laboratório vivo direcionado para a regeneração urbana e eficiência energética como, por exemplo, no setor agroalimentar e no turismo; as infraestruturas de logística e mobilidade, essenciais ao escoamento dos produtos; a formação e qualificação do capital humano; a promoção da qualidade de vida e bem-estar da população. Vitor Pereira termina, referindo um projeto âncora neste último domínio que é a criação de um laboratório vivo na temática da saúde. | Dezembro I 13 Portugal Inovador Um espaço renovado O espaço Bricomarché na Covilhã foi objeto de uma reestruturação. Sérgio Ovelheiro, gerente desde 2006, explicou-nos o balanço que faz da experiência. A inauguração desta unidade teve lugar em outubro de 2001. Na sequência da sua recente renovação, as dimensões desta loja passaram dos 1300 para os 2500 m2. A oferta aqui apresentada passa por 20 mil referências constantes, sendo que no total do período anual atinge as 25 mil. O respetivo volume de faturação encontra-se acima das previsões. Os artigos disponibilizados neste espaço, à semelhança do que ocorre nas outras unidades desta insígnia, distribuem-se por cinco diferentes famílias: decoração, bricolage, construção, jardim e pet shop. Ajudando-nos a perceber o comportamento do mercado ao qual se dirige, Sérgio Ovelheiro indica-nos que nota “uma importância acrescida 14 I Dezembro a nível da venda de produtos para aquecimento”, por motivos que são evidentes se atendermos às características da região. De resto, tal como sucede no resto da cadeia, “a secção da bricolage tem um peso muito importante dada a sua continuidade ao longo do ano”. A equipa com que é dada resposta às necessidades do cliente é composta por 23 elementos, disponíveis para todas as vertentes do acompanhamento na informação e assistência ao cliente, o que, no âmbito deste processo, foi reforçado com o serviço de chamada do funcionário. Concluindo, o responsável mostra-se satisfeito com o feedback muito positivo obtido junto dos clientes e deixa em aberto a maneira de estar que pretende incutir no funcionamento desta unidade Bricomarché: “Daqui para a frente, vamo-nos preocupar inteiramente com o cliente, com ações, descontos, fidelizações e todo um conjunto campanhas dinamizadoras em termos comerciais. Vamos proporcionar todas as condições para que os clientes nos procurem sempre que necessário”. | Portugal Inovador Para um estilo de vida… serrano Carlos Mineiro é o atual proprietário da Snowsport, situada na Covilhã, que atua na comercialização de produtos ligados a atividades montanhistas e citadinas. Presente no mercado covilhanense há mais de 40 anos, a Snowsport partiu de uma iniciativa do anterior proprietário com quem Carlos Mineiro mantinha boas relações e que lhe propôs “dar continuidade ao projeto”, pela “nostalgia pelo espaço” e a reputação alcançada após tantos anos de atividade. Aceite o desafio, toda a família – de cinco elementos – gerem a loja “sem desvirtuar o seu conceito e procurando dinamizar através de marcas conotadas como referências” – Salomon, Lacoste, Hi-Tech e RockPort – no setor. Aproveitando a proximidade com a Serra da Estrela, com temperaturas propícias à queda de neve no inverno e, por conseguinte, às práticas serranas, nomeadamente o ski e snowboard, a Snowsport dispõe de uma panóplia de produtos – maioritariamente para o sexo masculino e “tecnicamente ligado ao trail” – de calçado para trail running, running e casual, além do vestuário, destacando as sweats e blusões com atributos de impermeabilidade e respiração. Para além disso, a Snowsport possibilita um serviço de reparação manual de ski’s e pranchas dos demais utilizadores e clientes. Questionado sobre o volume da procura neste mercado, Carlos Mineiro admitiu que a conjuntura económico-financeira atual “não facilita o negócio”, argumentando que os preços praticados pela sua loja associam-se à qualidade apresentada, proporcionando no momento uma menor rentabilidade. Todavia, o número de interessados está em crescendo: “Há uma adesão forte em relação aos desportos intimamente ligados com a natureza”, afiançou o gerente. Enquanto representantes do setor, encaram como “fundamental” a fomentação de eventos relacionados com o ski, snowboard e trail: “Quisemos incutir esse tipo de iniciativa e fizemo-lo através de uma colaboração com a Câmara Municipal e a UBI”, revelou Carlos Mineiro, antes de revelar os seus objetivos: “Tínhamos perspetivas de que seria abrangente, aproveitando para divulgar o nosso nome e proporcionar momentos de bem-estar às pessoas”, admitiu. Alertando, enquanto empresário, para a “necessidade de dinamização da região” utilizando as infraestruturas existentes “para se empreender”, o futuro da Snowsport será, indubitavelmente, de crescimento com um objetivo: “Primordialmente, satisfazer o nosso cliente com qualidade e oferta ímpar de produtos”, finalizou. | Dezembro I 15 Portugal Inovador Conforto na sua saúde Pedro Santos esteve à conversa com a revista Portugal Inovador, abordando o percurso que tem feito o seu projeto Clínicas Essenses. Sediada na Covilhã, abrange já outras zonas do país com a perspetiva de oferecer conforto a um preço reduzido. Há cinco anos, Pedro Santos sentiu a necessidade de abrir uma clínica que oferecesse melhores serviços na área da fotodepilação e emagrecimento. “Muitas das pessoas não tinham capacidade financeira para aceder a estes serviços. Através de um esforço, quer da parte dos nossos parceiros fabricantes de equipamentos, quer da nossa parte de investigação na área da cosmética, conseguimos proporcionar os melhores serviços que, neste momento, existem no mercado a preços bem mais acessíveis”, explica. Cedo se apercebeu do sucesso que a Clínica Essenses estava a ter na Beira Interior e por isso, decidiu projetá-la para outros pontos 16 I Dezembro do país. Atualmente, já contam com três clínicas. “Abriremos uma quarta em dezembro nas Caldas da Rainha, e uma quinta em janeiro, em Beja. As pessoas acreditam no projeto e o crescimento acaba por dar-se de forma natural”, verifica. Fazendo uma retrospetiva, Pedro Santos constata que o crescimento foi gradual e positivo. Aliado ao serviço da fotodepilação e do emagrecimento, fazem também tratamentos em endermoterapia, tratamentos à base de cosméticos e tratamentos mais básicos na área da estética como massagens de relaxamento, tratamento de rosto, manicure e pedicure. “Não somos ‘mais um’ centro de estética, queremos ser um centro especializado na foto depilação e no emagrecimento”, explica. Neste momento, 25 colaboram nas várias clínicas. Na sua atividade zelam pelo profissionalismo e eficácia dos seus métodos, garantindo sempre um conforto máximo ao cliente. Apesar de ser a mulher a procurar mais estes espaços, manifestamente o homem sente uma crescente preocupação com a sua imagem e procura estes serviços. Para fomentar uma imagem uniforme com a qual as pessoas se identifiquem, a Clínica Essenses alarga o seu conceito às várias lojas. Na sua estratégia de marketing traçam campanhas especiais de épocas festivas para conseguir oferecer produtos de qualidade com diferença. Brevemente, em dezembro, lançará uma nova linha de cosméticos de marca exclusiva. No futuro continuará a levar a sua marca a outras regiões do país, e a longo prazo procurará atingir o mercado de Angola e Brasil. | Portugal Inovador Realçar Penamacor no contexto intermunicipal Autarca de Penamacor há um ano, António Luís Beites retratou a potencialidade do concelho, destacando a inter-relação entre municípios para o seu próprio desenvolvimento e da região. Município integrante do distrito de Castelo Branco, Penamacor é constituído por nove freguesias, com cerca de cinco mil habitantes – sendo que cerca de metade da população tem mais de 65 anos – numa área delimitada de 563 km2 que perfaz cerca de onze penamacorenses por km2. Os índices de emigração nos anos 70 e de migração nos anos 80 – para o estrangeiro e principais polos urbanos respetivamente – são, atualmente, fatores que têm contribuído para “as perdas de ligações às raízes daqueles que saíram e que não regressaram”. António Luís Beites encarou, inicialmente, as principais dificuldades que o concelho enfrentará a médio e longo prazo: “Atendendo á pirâmide etária completamente invertida, teremos que ter uma estratégia de médio/longo prazo, para ser possível inverter essa tendência, e potenciar o desenvolvimento do concelho”, disse o presidente da Câmara Municipal, generalizando o problema a toda a faixa raiana que enfrenta “grandes proporções de desertificação”. Posteriormente, foi abordado o investimento e definição de estratégias para fomentação de riqueza em diversas vertentes – ação social, cultura, empreendedorismo, ensino, turismo e agricultura– apoiadas pelo conhecimento académico visto ser “fundamental aproveitar todo o know-how”, através de protocolos com a Universidade da Beira Interior e o Instituto Politécnico de Castelo Branco. António Luís Beites realçou a importância das “vantagens ambientais” de Penamacor em virtude de estar integrado na Reserva Natural da Serra da Malcata. Em face dessa situação, terá que se evoluir para um aproveitamento turistico aproveitando esse potencial natural. Por outro lado, a requalificação e reabilitação do seu património histórico, beneficiando do mercado espanhol vizinho que se pode deslocar sem custos portageiros. Devido ao “característico clima”, a aposta empresarial recai sobre o setor agroalimentar, potenciando sobretudo a agricultura e pecuária, sendo que a horticultura terá que ser uma aposta, visando aproveitar a mais valia que é o regadio da Cova da Beira, não descurando a vertente apicola com o aproveitamento da flora existente“Em ligação intermunicipal com o Sabugal, estamos cientes que o mel será um produto no qual iremos apostar em grande para gerar riqueza. Tem havido vários projetos por parte jovens empresários nesta área”, afiançou o autarca. Com uma ação social “a funcionar durante 24 horas” e que “corresponde a todas as situações”, Centro de Dia e Apoio Domiciliário em todas as freguesias”, a vertente cultural tem sido igualmente estruturada, vitalizando o histórico Madeiro de Penamacor para se tornar “num evento à escala nacional e que traga gente ao território. No futuro, António Luís Beites ressalvou que serão feitos investimentos concretos na educação e agregados familiares. | Dezembro I 17 Portugal Inovador Uma empresa na vanguarda da consciência social A IBERSACO é líder nacional no fabrico de telas e embalagens de polipropileno extrudido, mas este não é o único motivo pelo qual merece destaque. O fundador, Armindo Borges, partilhou connosco os princípios com que dirige a sua equipa de 30 elementos. Foi após um percurso de mais de 20 anos numa outra grande empresa do setor dos plásticos, que Armindo Borges tomou a iniciativa de fundar a IBERSACO, corria o ano de 1991. Este foi também um regresso às suas origens, ao instalar a fábrica em Penamacor depois de ter ido viver e trabalhar em Lisboa aos 14 anos. É remetendo-nos para esse passado que nos começa por explicar a ética empresarial que tem seguido: “Fui operário e senti que os princípios do sindicalismo estavam errados e deturpados e então decidi invertê-los na nossa empresa. Considerei que devíamos trabalhar por mérito, e o resultado é que ninguém na Ibersaco recebe o salário mínimo nacional. Eu não concebo - e penso 18 I Dezembro que ninguém concebe - como é que uma empresa pode ter milhões de lucro e pagar mal aos seus trabalhadores”. Também resultante dessa política fortemente orientada para o mérito, é a mobilidade de funções e remunerações que aqui se verifica. “Qualquer funcionário tem a possibilidade de chegar a uma posição de chefia aqui dentro”, esclarece, acrescentando que isto estimula o espírito competitivo dentro da equipa e que “a essência do sucesso da empresa tem sido essa”. Exemplificativa do espírito que aqui se vive foi também a instalação de um ginásio para usufruto dos trabalhadores da empresa. Por conseguinte, a IBERSACO encontra-se atualmente numa posição de liderança neste setor a nível nacional, produzindo anualmente 25 milhões de sacos, que estão presentes nos mais diversos mercados. A estrutura com que tudo isto é concretizado passa por umas instalações com 2800 m2 de área coberta, localizadas na Zona Industrial de Penamacor. Sendo que esta importância comercial traz também importantes responsabilidades, as preocupações da empresa de Armindo Borges estendem-se igualmente à sua política ambiental: “É uma preocupação constante. O polipropileno é totalmente recuperável e é totalmente recuperado. Aqui não há desperdícios nem é permitido conspurcar nada”. | Portugal Inovador Uma nova resposta à comunidade O Lar D. Bárbara Tavares da Silva tem uma forte tradição na área social no concelho de Penamacor. Recentemente, reforçou este papel com a abertura da sua Unidade de Cuidados Continuados. Este edifício, na Quinta da Senhora do Incenso, a poucos quilómetros do centro de Penamacor, alberga 30 camas, sala de Fisioterapia, gabinete de Terapia da Fala, gabinete médico, sala de enfermagem, sala de convívio, refeitório e uma biblioteca. O diretor geral, Nuno Lucas, contextualiza-nos acerca da origem deste projeto, fazendo referência “a uma necessidade que se colocou dado o estado de saúde com que os utentes chegam ao Lar”. Sendo que o Lar era insuficiente para dar resposta a certos utentes, e como a rede nacional tinha aberto portas a uma candidatura a esta valência, a Instituição “não olhou para trás”. Deste modo, a Unidade de Cuidados Continuados foi inaugurada a 17 de dezembro do ano passado e é objeto de um balanço “muito positivo”: “Vem dar uma resposta mais sólida à Instituição no global, porque alivia determinado tipo de utentes que iriam ser canalizados para Lar. Conseguimos colocar esta valência a funcionar praticamente com os recursos que a Instituição já tinha e conseguimos, assim, aumentar o património e contribuir para a sua sustentabilidade”. Sustentabilidade que, em todas as suas vertentes, tem sido uma aposta crescente na gestão do Lar D. Bárbara Tavares da Silva. “É uma obrigação visto que não sabemos qual será o futuro dos apoios que nos são dados pela Segurança Social”, considera, dando alguns exemplos de como tem seguido essa orientação: “Nós praticamente não gastamos gás, apostamos antes em pellets para o aquecimento das nossas estruturas, o que nos permite uma poupança, assim como o aproveitamento solar. Temos estado também a apostar no potencial agrícola da Quinta”. Outra dimensão em que esta gestão tem procurado a eficiência prende-se com a racionalização dos recursos humanos, relativamente aos quais esta nova valência permitiu uma distribuição mais equitativa. Prestes a concluir um ano de funcionamento e já com o reconhecimento como unidade de excelência pela Administração Regional de Saúde, as perspetivas não poderiam deixar de ser positivas: “Os momentos que o país passa não são fáceis mas temos que avançar e a minha razão de estar na Instituição prende-se com projetos como este. Enquanto for possível realizar novos projetos cá estaremos”, garante. | Dezembro I 19 Portugal Inovador Uma vila com tradição urbana e industrial Alcains é a segunda localidade mais povoada do concelho de Castelo Branco. Fomos ao encontro de Cristina Granada, presidente da Junta de Freguesia, para conhecermos a identidade deste pequeno pólo urbano. Ainda que não sendo das freguesias mais vastas do concelho no que respeita à sua área territorial, os censos de 2011 apontavam para uma população de 5022 habitantes. Alcains, elevada a vila no ano de 1971, caracteriza-se, nas palavras da nossa interlocutora, por apresentar “uma circunstância urbana já de longa data”. A grande viragem para que este povoado assumisse esta proporção estará relacionada com a estratégia, por parte do Marquês de Pombal, de aproveitamento dos seus recursos com vista ao desenvolvimento de uma indústria de lanifícios. Já mui- 20 I Dezembro to mais tarde, podemos encontrar como corolário desse esforço a presença e afirmação internacional de uma empresa como a Dielmar. O gado ovino como recurso de excelência também motivou que, no séc. XX, Alcains se impusesse como “o espaço mais conceituado do concelho na produção de queijo de ovelha”. Outra referência empresarial prende-se com a indústria da moagem, designadamente através do exemplo da fábrica Lusitana, estabelecida já desde o séc. XIX. Esta tradição está, portanto, subjacente à identidade urbana desta vila e à demografia que apresenta. Os mais de cinco milhares de residentes beneficiam, por isso, de equipamentos como estabelecimentos escolares que vão do Jardim de Infância ao Ensino Secundário, Centro de Saúde, Lar para a 3ª idade, posto CTT, biblioteca, campo de futebol, um centro cultural com auditório capaz de acolher 250 pessoas e, também no âmbito da cultura, o Museu do Canteiro, inaugurado há 10 anos. A vida quotidiana em Alcains é também impulsionada pela iniciativa da própria comunidade, cuja dinâmica associativa se desdobra nas atividades de 20 grupos diferentes, que vão desde a música à solidariedade, à caça e à pesca, ao teatro, ao atletismo ou ao futebol. | Portugal Inovador Beira quente e segura A ValeGás - Energias do Interior é o principal distribuidor de gás Prio na região da Beira Interior e Alentejo. A assistência pós-venda e a segurança na instalação de gás são os pontos fortes. mentalidade dos usuários de gás tem sido levada em conta pela ValeGás: “Pode ser consumido tanto no interior como no exterior das habitações conforme a portaria 460/2001, artigo 3. Não há qualquer problema”, ressalvou Jorge Correia. No futuro, a empresa ValeGás desenvolverá outro tipo de projetos utilizando nova tecnologia na área do gás. | O projeto da ValeGás, empresa distribuidora, surgiu há mais de um ano, resultante de uma “perspetiva comercial” do grupo Prio que visava o abastecimento na região interior do país de gás propano de 9 quilos e 45 quilos. Atualmente, o raio de ação da ValeGás estende-se por três distritos, designadamente Guarda, Castelo Branco e Portalegre, distrito alentejano que “tem sido uma surpresa em termos de aceitação do produto”. Localizadas as suas instalações em Alcains, freguesia pertencente ao distrito de Castelo Branco, circula para os múltiplos trajetos através de uma frota de quatro veículos, contando com o apoio de seis colaboradores. Jorge Correia encara tudo isto como um “aliciante” desafio: “O gás tem uma filosofia de distribuição antiga, através de “porta à porta” e pontos de revenda com proximidade ao cliente final. Se tivermos uma rede de distribuição pequena ficamos com o nosso trabalho condicionado relativamente ao volume de negócios que queremos atingir”, explanou o responsável. O gás comercializado ofere- ce uma elevada capacidade de vaporização e tem um preço de 10 a 15% mais económico. Por essa razão, e tendo em conta o pouco tempo de implementação, são distribuídas cerca de 400 garrafas diariamente mas “está nos objetivos a triplicação deste número”. Com, aproximadamente, 1000 clientes entre clientes particulares e pontos de revenda, e apresentando um serviço “completo”, para Jorge Correia é “fundamental” a formação e o conhecimento “das particularidades específicas”, respeitando a exigência da Prio em ter os clientes “satisfeitos” e “seguros”, analisando, inclusive, a validade e consistência dos produtos: “Se for necessário, e após a primeira venda, oferecemos assistência técnica, equipamentos e um seguro gratuito”, revelou. Sendo o “pico de vendas” entre setembro e março, a capacidade de resposta está garantida com as infraestruturas adjacentes na Covilhã e um parque que, futuramente, se implementará em Portalegre. Dessa forma, a perspetiva de crescimento está “acentuada”, utilizando sempre a “mesma filosofia”. A própria Dezembro I 21 Portugal Inovador Montes da Raia: Da Natureza da Terra O agrupamento Montes da Raia reúne criadores de bovinos, ovinos e caprinos dos concelhos de Idanha-a-Nova, Castelo Branco e demais concelhos desta região. Dedica-se à produção de carne com respeito pela Natureza, pela Qualidade de Vida e pelo Bem-Estar Animal, na boa tradição da Cultura Beirã. Contribuir para compatibilizar a preservação da Natureza e da Tradição com o desenvolvimento de iniciativas empresariais, necessariamente inovadoras, constitui o próximo desafio deste agrupamento de produtores. Fomos visitá-los. A importância do meio O troço fronteiriço do Tejo delimita, com os rios Erges e Zêzere, um dos territórios menos povoados do continente português. Nas suas planícies e vales, encaixados entre maciços, ora graníticos ora de xisto, abundam o javali, a lebre e a perdiz, bem como numerosas aves de presa e a raríssima cegonha negra. Para além das suas belezas naturais, por vezes muito contrastantes, este território possui um rico património sóciocultural, do qual sobressaem as heranças da ocupação romana e da reconquista cristã, com relevo para a Ordem dos Templários. Mas algumas festividades locais denotam, ainda, usos e costumes ancestrais, cuja origem se perde na noite dos tempos… Nesta natureza e nesta cultura foi forjada a maneira de estar da população da Beira Baixa. Da boa árvore, os bons frutos Um território com riquezas naturais e culturais invulgares reúne as condições essenciais para assegurar, não apenas uma boa qualidade de vida, mas também a produção de bens e serviços de excelência. Quer sejam produtos manifestamente inovadores, quer permaneçam mais próximos do perfil tradicional, todos beneficiam de uma envolvente ímpar, ambiental 22 I Dezembro e culturalmente sustentada que lhes confere uma identidade inconfundível. O agrupamento de produtores Montes da Raia foi constituído sob a forma de sociedade comercial por quotas, há cerca de nove anos, com o objectivo de estabilizar o escoamento da produção das explorações associadas, de bovinos e de pequenos ruminantes. O âmbito geográfico do agrupamento coincide com o Geoparque Naturtejo, o qual reúne os concelhos de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Nisa, Proença-a-Nova e Oleiros, e a que se juntam ainda os concelhos de Penamacor e Fundão. O modelo de negócio adotado consiste na aquisição da produção ao criador, tendo por referência a tabela de preços de compra publicada pelo agrupamento, e a sua venda subsequente, nas condições de mercado. Actualmente, para além da comercialização grossista de animais, o agrupamento desenvolve atividades de recria e de retalho de carnes, com marca própria. Portugal Inovador Inovação para a Tradição Para além dos factores de ordem conjuntural, a implementação da Política Agrícola Comum 2020 e a negociação do Acordo Transatlântico de Livre Comércio com os Estado Unidos e o Canadá constituem, desde já e durante os próximos anos, as duas principais condicionantes das actividades agropecuárias, em Portugal. No futuro imediato, há, pois, que prevenir a ocorrência de condições que determinem mercados, simultaneamente, com menor dinamismo e maior incerteza. Na perspetiva do agrupamento, o novo contexto irá requerer um maior grau de exigência, da parte de todas as entidades envolvidas no sector pecuário. Assim, afigura-se indispensável estimular a coordenação e a cooperação alargadas, com vista, não apenas à simplificação processual e racionalização de custos mas, igualmente, ao fomento de soluções inovadoras. A inovação de produto – a conceção e lançamento de novos produtos finais - e, sobretudo, a inovação de processos – a adoção de novos, ou de mais aperfeiçoados, métodos de produção - constituem, de acordo com os responsáveis de Montes da Raia, a via mais capaz de assegurar a rentabilidade das explorações agropecuárias, no presente horizonte temporal. Na verdade, em condições de menor estabilidade de mercado e de maior vulnerabilidade empresarial, só com recurso a soluções não convencionais será viável sustentar a competitividade das produções do território e garantir, simultaneamente, a preservação das suas valias naturais e culturais. | Dezembro I 23 Portugal Inovador Perseverança vinhateira Joaquim Gamboa e Jorge Lucas foram os porta-vozes da Cooperativa Agrícola Beira Serra C.R.L, realçando, fundamentalmente, a importância do organismo na Região Demarcada da Beira Interior e os projetos futuristas. Datada de 1956, a entidade surgiu num período em que se fomentaram várias cooperativas em Portugal de forma a proporcionar um melhor escoamento de produto aos demais agricultores. Durante os anos 80, as cooperativas “sofreram um período conturbado” pela falta de “adaptação às evoluções várias” que surgiram no setor vitivinícola. Todavia, e de acordo com os responsáveis, a Cooperativa Agrícola Beira Serra C.R.L conseguiu “resistir” e desenvolver o seu trabalho normalmente. Atualmente, atravessam um período de reestruturação, que poderia ser mais facilitado, frisaram Joaquim Gamboa e Jorge Lucas, se o Governo, nomeadamente o Ministério da Agricultura tivesse a sensibilidade requerida para este sector Cooperativo, o que acarretaria um aumento de produção beneficiando com isso o Estado Português. Situada em Vila Franca das Naves, freguesia do concelho de Trancoso, a Cooperativa Agrícola Beira Serra C.R.L conta com 700 associados – “a desertificação do Interior tem reduzido o número de agricultores sócios” –,com uma área de produção de 2100 hectares – compreendidos entre Trancoso, Celorico da Beira, Guarda, Pinhel e Mêda –, com uma uma produção aproximada de 4,5 milhões de quilos. Logo, tem capacidade de armazenamento para 1800 mil litros de vinho, recebendo, diariamente, cerca de 400 toneladas de uvas. 24 I Dezembro Apetrechados com baterias de fermentação de “excelência”, os responsáveis realçaram que as cooperativas “também fazem vinho de qualidade”, havendo clara evolução em termos de vinho e da compreensão da “procura específica do mercado”. Caracterizando os cooperativistas como “verdadeiros lutadores”, Joaquim Gamboa e Jorge Lucas afiançaram que a formação é “essencial”, estando a decorrer, neste momento, um curso de produção integrada de vinha com uma duração de 75 horas, com o apoio da CONFAGRI. Tendo iniciado a venda de vinho engarrafado há cerca de dois anos a nível regional, a ambição da Beira Serra Vinhos passa por consolidar a venda dos seus vinhos nos mercados Nacional e Internacional. Actualmente a comercialização faz-se do Minho ao Algarve, em França, Alemanha, Suiça e Luxemburgo. Os seus vinhos Ótima Pergunta, Boa Pergunta e Fora de Jogo (tinto e branco) têm obtido medalhas de Ouro, Prata e Bronze, tendo na última Feira Agro-Alimentar da FIL, obtido mais duas Medalhas de Prata. | Portugal Inovador “Aposta clara na promoção e divulgação” António Rocha é o atual presidente da Câmara Municipal de Belmonte e, enquanto “filho da terra”, explanou os seus quereres para o futuro do município. Um passado com história, aqui sobreviveu uma comunidade judaica durante mais de cinco séculos e que é hoje um ponto de visita obrigatório para a comunidade internacional, e daqui saiu o grande navegador, Pedro Álvares Cabral, que em 1500 chegou a terras de Vera Cruz, hoje Brasil. Localizado entre Guarda e Covilhã, o concelho de Belmonte - pertencente ao distrito de Castelo Branco - tem uma área de 118 km2, constituído pelas freguesias de Caria, Inguias, Belmonte e Maçainhas e com, aproximadamente, 6500 belmontenses. “Filho da terra”, António Rocha abordou, inicialmente, as enumeradas vantagens do concelho que podem “e devem” ser aproveitadas. Entre elas a sua localização geográfica, o seu património histórico e as “magníficas” paisagens envolventes da natureza. Todavia, e após ter perdido o estatuto de “capital de confeção masculina”, tornou-se imperativo para a actual administração o aumento da visibilidade do concelho de Belmonte: “Queremos conseguir atrair investimento e tentaremos convencer empresários a apostar na região. A restauração e a hotelaria têm algum défice, mas são vitais para o turismo que queremos proporcionar. Temos já restaurantes a abrir e um novo hotel… Ademais, temos uma enorme qualidade de vida, actividade cultural, espaços muito atrativos para ver, com destaque para os museus”, afirmou o autarca, depois de revelar que recebem cerca de 80 mil visitantes por ano. Ciente da necessidade de travar a desertificação e “convencer as pessoas a permanecer na sua região”, António Rocha assumiu que a preocupação em torno da densidade populacional. “Tivemos uma queda de mil habitantes, um número considerável para nossa dimensão territorial. Porém, estamos apostados em proporcionar condições favoráveis a empresários que criem postos de trabalho, pois só assim é possível segurar e atrair família para a nossa terra”, argumentou. O intermunicipalismo praticado na região das Beiras foi também destacado como um fator vital para o desenvolvimento integrado - a braços dados com a ecologia e o ambiente “tendo em conta as características da região, aproveitando, essencialmente, o turismo de natureza: “, se queremos ter alguma importância temos que ter projetos em comum e intermunicipais. Os municípios vizinhos partilham entreajuda havendo uma união forte neste momento”, explicou. Ambicionado “reforçar parcerias”, o conhecimento académico - através da Universidade da Beira Interior e os Institutos Politécnicos da Guarda e Castelo Branco - é um elemento “igualmente decisivo” para o aconselhamento intermunicipal, admitindo a sua ambição em construir um centro de estudos hebraicos. | Dezembro I 25 Portugal Inovador Um concelho com tradição e futuro Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel, partilhou connosco os seus projetos para a dinamização do município. Começando por nos introduzir aqueles que são os traços identitários da cidade de Pinhel, o autarca relembra a importância que esta, outrora, teve na defesa da fronteira nacional, sendo aliás conhecida por cidade Falcão. “É uma bandeira que utilizamos ainda hoje”, refere. A ilustrar o significado histórico que Pinhel tem está a predominância de solares, algo que é evidente aos olhos de quem a visita. Esta riqueza não se esgota na sua história, mas está presente, de igual forma, nos seus recursos endógenos, com as suas 29 empresas de extração de granito, o azeite e o vinho. Convém aqui lembrar que a atividade no concelho representa o equivalente a dois terços da produção vinícola da Beira Interior. Como autarca e residente em Pinhel, Rui Ventura não tem dúvidas em afirmar que tem “orgulho em viver no Interior do país, que é onde, de facto, está a qualidade de vida”. Essa qualidade de vida, no exemplo concreto deste município, foi sendo, cada vez mais, uma realidade por intermédio das políticas desenvolvidas no âmbito da água, do saneamento, das vias e da pró26 I Dezembro pria aproximação entre a autarquia e a população. Considerando que as infraestruturas essenciais estão concretizadas, a estratégia de Rui Ventura direciona-se agora “para a criação de riqueza”. Recentemente, o concelho conseguiu captar investimento, nomeadamente com a instalação de duas empresas do ramo do calçado, contribuindo assim para fixar dezenas de profissionais especializados entretanto atingidos pelo desemprego na sequência do encerramento de uma importante fábrica do setor. Outro exemplo, respondendo à vocação agrícola deste território, está nas presentes negociações com uma empresa que deverá escoar o trabalho dos produtores locais. Também numa lógica de conferir outra robustez à vida empresarial do município teve lugar a recente aquisição de um terreno de 10 hectares, junto à A25, com a finalidade de planificar e construir um polo industrial. O turismo é, igualmente, contemplado pela atuação da Câmara Municipal de Pinhel. Nessa perspetiva, visando o reforço do prestígio de Pinhel enquanto destino, estão os esforços para que faça parte da Rota da Judiaria e da Rota das Aldeias Históricas. “Os concelhos vizinhos têm todos uma Aldeia Histórica e nós pretendemos entrar, com a localidade de Cidadelhe, conhecida pela referência em livros de José Saramago e porta sul do Parque Arqueológico do Vale do Côa”, explica. Por fim, Rui Ventura não deixa de fazer referência ao processo de requalificação urbana de que a cidade está a ser alvo: “A praça principal deixou de ter o movimento que tinha, com a cidade a deslocar-se para a zona nova e, sem querermos que se descure a zona nova, queremos também que a população ‘use e abuse’ da parte mais antiga da cidade. Vamos dar essa centralidade à praça e, de facto, já está a acontecer o aluguer de casas na zona histórica”. | Portugal Inovador O futuro da saúde no concelho do Sabugal Qualidade, eficiência e satisfação dos utentes são os objetivos de Rogério Sousa para a sua clínica, SousasSaúde. Inaugurada no dia 2 de Janeiro de 2014, este exemplo no setor dos cuidados de saúde demonstra como o Interior dispõe de serviços do mais elevado nível. A administração da clínica SousasSaúde menciona parcerias com a Casa de Saúde São Mateus, a Ótica Médica das Beiras, as Termas de Monfortinho e a Euromedic (laboratório de análises clínicas). Prevenção e Promoção “Senti necessidade de aplicar os meus conhecimentos médicos num espaço adequado aos meus utentes”, inicia o nosso entrevistado, referindo-se ao seu historial como profissional de saúde. Apoiado pela esposa, Maria José, e pelas filhas, Joana e Sofia Sousa, este distinto profissional decidiu fomentar um sonho familiar. “Desde que vim para o Sabugal, senti que podia fazer mais pelos utentes e que a região merecia um serviço médico de qualidade”, assume. O nosso entrevistado indicou-nos ainda que faz “questão de efetuar uma triagem aos doentes que necessitem de qualquer uma das especialidades”. Pela saúde do Sabugal O espaço novo da SousasSaúde é composto por 10 salas que acolhem diversas especialidades: Medicina Geral, Medicina Dentária, Cardiologia, Ginecologia/Obstetrícia/ Infertilidade, Dermatologia, Ortopedia, Urologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Gastroenterologia, Pneumologia/ Alergologia, Psicologia, Fisioterapia, Acupunctura, Oftalmologia e Podologia. A clínica SousasSaúde inclui também Ortopantomografia (RX) e Ecografia. “O que nos diferencia será o atendimento personalizado, pois temos capacidade de acompanhar o utente em todos os passos, através dos aparelhos próprios para executar exames”, completa Rogério Sousa. Nas duas salas destinadas à medicina dentária efetuam-se tratamentos de implantologia oral, branqueamento e estética dentária, prótese fixa e removível, ácido hialurónico, reabilitação oral, ortodontia, endodontia mecanizada, periodontologia, odontopediatria, cirurgia oral e dentisteria. São, também, oferecidos serviços de enfermagem permanentes e de Análises Clínicas. A SousasSaúde tem vindo a tomar esta direção, uma vez que afirma “estarem atentos a riscos cardiovasculares e tentam por isso incutir, através de consultas pormenorizadas, alterações a determinados estilos de vida”. O objetivo será alcançar o público mais jovem e instruí-lo das consequências da ausência de prevenção. Isto tem sido feito através de rastreios gratuitos periódicos para tentar descobrir patologias que carecem de prevenção e até tratamento. Para os nossos leitores interessados nos rastreios e em informações adicionais nesse sentido, a Portugal Inovador aconselha a adicionar Sousassaúde - Consultórios Médicos, Lda no Facebook. | Dezembro I 27 Portugal Inovador Santa Casa da Misericórdia do Pinhel sensível à sociedade O papel que as Santas Casas da Misericórdia desempenham nos dias atuais é diferente do de outrora. Alberto Ribeiro, provedor desde 1979 na Santa Casa da Misericórdia do Pinhel, contou-nos a história que acompanhou todo este processo. alargado com benefícios distintos. “Temos pessoal técnico adequado às circunstâncias”, garante. Para abraçar todos estes desafios, torna-se necessário ter uma carga humana capaz de estar sensível a questões diversas. O voluntariado assume assim um papel fulcral neste parâmetro. Importância da saúde Revivendo tempos remotos como a Idade Média, Alberto Ribeiro lembra que “o ensino e a formação, na altura, eram dinamizados pela Igreja. Ao longo do tempo a Instituição foi perdendo relevo e, mais tarde, criaram-se Confrarias. Na época, a irmã de D. Manuel I, D. Leonor, reconheceu o papel que as Confrarias tinham e passou a denominá-las por Santas Casas da Misericórdia”, explica. Foram criadas duas enfermarias, uma direcionada para os homens, e outra para as mulheres, e posteriormente, em 1600, o hospital. A Santa Casa da Misericórdia do Pinhel é hoje reconhecida como a terceira Misericórdia do país. “A primeira foi a de Lisboa e a segunda a das Caldas da Rainha”, específica. O acompanhamento a novas 28 I Dezembro particularidades da sociedade fez com que ganhasse direções noutras áreas, mas a saúde sempre teve um maior enfoque. Em 1950, ergueu-se um novo hospital. “A Santa Casa da Misericórdia teve uma preocupação maior na saúde. Com o 25 de abril, a Igreja confiscou os bens das Misericórdias que por isso viram-se obrigadas a alterar os seus objetivos para outros fins”, explica. A partir de 1976, começaram-se a criar outras valências. Agora a Creche, o Lar de Idosos, o Apoio Domiciliário vieram diversificar a sua especificidade. Hoje, com cerca de 60 crianças na Creche, 55 no Jardim de Infância, 76 no Lar, 38 no Apoio Domiciliário, e a empregar 70 pessoas, conseguem abranger um universo Atualmente, Alberto Ribeiro está a introduzir um novo projeto para a saúde: o Programa da Saúde 21. Para uma estadia de média e longa duração nos Cuidados Continuados a estrutura está pronta a funcionar. “Fizemos uma tentativa para a candidatura nos Cuidados Continuados da saúde mental, dado que as estatísticas revelam que, em 2030, cerca de 40% das pessoas irão sofrer da doença Alzheimer”, explica. Sustentabilidade económica e social Para gerir uma casa desta envergadura é importante saber gerir toda a estrutura, não só em termos financeiros, como também sociais. “Equilibrar a situação, entrando em conformidade com as necessidades que as pessoas têm, é o maior desafio atual. As pessoas têm de perceber o que está nas suas mãos para crescer com sustentabilidade”, vinca. | Portugal Inovador O sucesso em contraciclo Desde 1996, a Trancosopedra tem vindo a crescer progressivamente e já é uma referência na área da transformação do granito, no mercado nacional e internacional. Cristina Fonseca e o marido, José Fonseca, são neste momento os sócios da Trancosopedra, Lda. Para a nossa entrevistada, a entrada nesta atividade foi uma novidade. Quanto a José Fonseca, já trabalhava na transformação de granito há cerca de três anos, quando ambos decidiram assumir a gestão da Trancosopedra. “Ele oferece o know-how, enquanto eu trato da vertente administrativa”, refere Cristina Fonseca. Inicialmente, tinham apenas três funcionários e três máquinas. Hoje, o desenvolvimento é notório: contam com dez colaboradores e possuem oito máquinas industriais. Transformação A atividade principal da Trancosopedra prende-se com a transformação do granito, que existe em abundância na zona Centro do país. No entanto, também transformam outro tipo de rochas, como os mármores. Todo o processo de transformação da pedra é realizado internamente. “Compramos a pedra em blocos e depois transformamos. Esse bloco é, deste modo, reduzido para peças mais pequenas. Desde o corte ao polimento da pedra, o processo é todo efetuado por nós”, conta a entrevistada. Cristina Fonseca explica que, devido à situação crítica que a construção civil enfrenta, a Trancosopedra teve que começar a apostar na exportação. Há pelo menos três anos, 90% do trabalho é exportado para países como a França e a Suíça. Não são apenas firmas portuguesas sediadas no estrangeiro que procuram os serviços da Trancosopedra, pois há empresas francesas que já requisitam os seus serviços. “Neste momento, o mercado nacional está em decréscimo, mas não deixamos de trabalhar a nível interno. São principalmente indústrias, mas também alguns clientes particulares de um âmbito local”, comenta Cristina Fonseca. Desde 2010, que a Trancosopedra é galardoada com o prémio PME Líder, mas é com a satisfação dos seus clientes que vêm o seu trabalho recompensado. “Acima de tudo, tentamos ser honestos com os clientes e não falhar”. A eficiência e a qualidade do serviço são também valores que Cristina Fonseca e José Fonseca prezam. A empresária explica que hoje em dia é essencial a rapidez de resposta: “Temos clientes que pedem hoje, um determinado material para amanhã. E nós temos que ter a capacidade de dar resposta”. Neste momento, a Trancosopedra encontra-se estabilizada e num bom caminho. Para o futuro, esperam continuar o impulso das vendas para o mercado externo. Cristina Fonseca exprime ainda o desejo de ver as vendas nacionais aumentarem, mas admite que a aposta está no mercado internacional. | Dezembro I 29 Portugal Inovador Educação de eleição Reunindo estabelecimentos de ensino do município de Castelo Branco, o Agrupamento de Escolas Nuno Álvares fomenta, de forma inequívoca, uma identidade pedagógica e cultural ímpar a toda a sua comunidade escolar. Antigo liceu nacional e, atualmente, escola sede do próprio Agrupamento, a Escola Secundária Nuno Álvares soma mais de 150 anos de história ao serviço da educação, apetrechada de “uma enorme tradição” e “grande peso” em termos educacionais na região de Castelo Branco. Estruturado há mais de um ano, o Agrupamento de Escolas tem cerca de 2500 alunos e um corpo docente com mais de 220 elementos, agrupando 11 estabelecimentos de ensino, destacando-se – além das escolas de 1º ciclo e jardins-de-infância – a Escola Básica Cidade de Castelo Branco e a Escola Básica Faria de Vasconcelos. António Carvalho, atual diretor, abordou múltiplas temáticas relacionadas com o modus operandi interno e externo do Agrupamento e as expetativas reservadas para o presente e futuro dos alunos dos estabelecimentos de ensino integrantes. Enalteceu, inicialmente, “os vários 30 I Dezembro ciclos de ensino e oferta educativa existente”, havendo “uma verticalização do ensino desde a educação pré-escolar até à entrada no ensino superior”. Para o responsável, a missão atual passa por – e beneficiando de uma cultura “singular adquirida durante muitos anos” – criar uma nova identidade para o todo do Agrupamento, a qual seja mais do que a soma das diversas realidades que cada escola agora agrupada constitui. Concretamente, a oferta educativa integra todo o ensino regular ao nível do ensino básico e ainda percursos curriculares alternativos – localizados no 2º e 3º ciclo – destinados a alunos “com insucesso reiterado”, mas que “têm o direito a encontrar uma alternativa” que proporcione o seu sucesso educativo. No nível secundário, além do ensino dito regular, o Agrupamento de Escolas Nuno Álvares disponibiliza o curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde”. Para António Carvalho, este tipo de ensino tem sido alvo de uma “credibilização” cada vez maior: “Após o trabalho de anos para o qual todos contribuíram, os alunos começam a encarar esta via como uma verdadeira primeira oportunidade. Além disso, procuramos trabalhar em complementaridade com outras entidades contribuindo para uma maior qualidade do ensino”, explanou o diretor. Ademais, está instalado na Escola Secundária Nuno Álvares um Centro de Formação de Associação de Escolas “Alto Tejo” – constituído por Agrupamentos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Rodão, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Mação – responsável pela Portugal Inovador organização de ações de formação para docentes e não docentes. Abertos à comunidade “Uma das grandes forças deste Agrupamento é a multiplicidade de protocolos que temos com imensos organismos associativos e institucionais por toda a região”, afirmou, de forma indubitável, António Carvalho. Essencialmente, “encontra-se preconizado um caminho de partilha e articulação”, destacando as relações fortíssimas com o Instituto Politécnico de Castelo Branco, a Câmara Municipal, Unidade Local de Saúde, Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental e associações empresariais da região. Traçando o futuro, António Carvalho enumerou três grandes objetivos que pretende alcançar no sentido de incrementar a qualidade de ensino “pugnando sempre pelo esforço, rigor e dedicação dos alunos” e a capacidade de resposta: “Primeiro, a requalificação das nossas infraestruturas, depois a formação fundamental do corpo docente e, por último, a preparação e adequação dos meios que permitam abordar cada vez melhor a pluralidade de alunos que recebemos. Queremos ser um Agrupamento de sucesso para todos os alunos”, reiterou. | Dezembro I 31 Portugal Inovador Mais Prevenção, Melhor Saúde O Grupo Videira Lopes Saúde integra quatro espaços farmacêuticos (Nelas, Viseu, Guarda e Parenhos da Beira) destacando-se pela filosofia inovadora que as suas equipas incutem em cada atendimento. A percursora do projeto, e atual administradora, Isabel Videira Lopes iniciou este caminho há mais de 30 anos com a aquisição do primeiro espaço de saúde, em Nelas. Com uma visão muito particular sobre a farmácia e a sua importância social junto das populações, defende um serviço focado na prevenção da saúde. “Quero que o utente saia com um sorriso, fazendo face à maleita”. Para isso, sem que o utente se aperceba o farmacêutico leva-o a conversar sobre o que mais o inquieta, e com isto conseguimos muitas vezes resolver situações de saúde pontuais sem que este se preocupe. Inovadora, curiosa e principalmente, apaixonada pelo seu trabalho, Isabel Videira Lopes fala-nos com a garra daqueles que defendem os seus ideais e não esmorecem face às dificuldades: “Em Portugal, consideramos que as pessoas sabem as normas básicas de saúde, exigindo conhecimentos que não lhe foram transmitidos. Por isso, as minhas 32 I Dezembro equipas estão em constante formação, tendo sempre em mente o seu público-alvo. É essa a minha luta. Aqui não se “aviam” apenas receitas, o farmacêutico tem que ter a capacidade de, numa pequena conversa, perceber o problema do utente, se ele sabe o que vai tomar e como o deve fazer. O atendimento é mais demorado, mas muito mais profissional e eficaz”. Evidentemente, toda a conjuntura económica e as constantes alterações que afetam o setor dificultam a manutenção deste tratamento privilegiado. “Nos últimos cinco anos, com a queda do preço dos medicamentos a rondar os 40%, naturalmente, fomos obrigados a adotar fortes critérios de gestão. Temos que falar da farmácia enquanto serviço público e enquanto empresa e o equilíbrio é um ponto muito complicado de atingir. Mesmo assim, metade das minhas equipas continua a ser composta por farmacêuticos. Somos nós os especialistas do medicamento e fazemos por estar à altura para podermos dialogar com todos os setores da área da Saúde. Pois considero que só com diálogo interdisciplinar conseguimos atingir uma melhoria significativa da saúde da nossa população”. “Numa crise fecha-se uma porta, mas abrem-se janelas. Temos que estar atentos aos sinais para podermos seguir com o nosso trabalho. Os farmacêuticos são uma classe em quem a população confia, esperamos é que esta entenda que neste momento a farmácia foi a área que maiores alterações sofreu. Estando a fazer por se estabilizar tão depressa quanto possível, para poder continuar a servir a população tão bem ou melhor como o fez até hoje.” No futuro, sempre investindo na formação e na inovação, Isabel Videira Lopes pretende continuar a mentalizar as suas equipas para o trabalho de prevenção. “Com a nossa atitude, com o nosso entusiasmo, com o nosso esforço e com o nosso trabalho, de todas as nossas equipas, vamos conseguir ter a nossa população melhor servida, com as equipas mais realizadas, atingindo assim os objetivos a que nos vamos propondo em cada momento”. | Portugal Inovador Em prol dos mais petizes Joana Sena e Maria Margarida, naturais do Alentejo, são os rostos do projeto “Era Uma Vez”, creche criada em 2012, em Castelo Branco. Viveram durante vários anos em Nisa, um dos municípios de Portalegre, local onde tentaram empreender e criar uma estrutura residencial para idosos, argumentada por um índice alto de envelhecimento. A inexistência de apoio por parte das entidades públicas nisenses e o facto de Joana Sena ter conhecido o seu marido em Castelo Branco impulsinou a mudança, junto com a sua mãe, para “uma jovem cidade”. Previamente, Joana Sena trabalhou num cinema “sempre com o desejo de ter um projeto pessoal”. Durante a conversa, a responsável afirmou que observava vários “novos casais”, algo que lhe despontou a ideia de criar uma creche. Após a identificação de um espaço que se enquadrava no conceito, o diálogo com o construtor encarregue e o ultimar de alguns pormenores, Joana Sena e a sua mãe iniciaram, por fim, um projeto “pessoal e muito desejado”. Classificando o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco e o protocolo estabelecido com o Centro Recreativo Cultural e Desportivo do Hospital de Castelo Branco – que visa descontos aos seus associados – como “muito importantes”, estes foram fatores decisivos para o alavancar da creche. Em setembro do presente ano, decidiram aliar à creche um jardim de infância, intitulado “Árvore dos Passarinhos”, de forma a possibilitar às crianças fazerem todo o percurso, desde a entrada até à escola primária: “Não fazia sentido as crianças virem para a creche e, aos 3 anos, terem que se mudar por falta de resposta da nossa parte”, disse Joana Sena, que desempenha a função de diretora técnica. Ao todo, são 49 as crianças ao cuidado de mais cinco funcionárias – juntamente com uma nutricionista, um professor de educação física, e um professor de educação musical – num espaço que inclui um berçário, duas salas, refeitório, cozinha, ginásio, sala de acolhimento e um parque infantil, cedido pela Câmara Municipal. Num espaço “extremamente familiar e onde todos se conhecem”, “empenho”, “dedicação” e “permanente interação” são as linhas mestras: “Vivemos os problemas deles como se fossem os nossos fil h o s . Ta m b é m s o l i c i t á m o s a participação dos pais no nosso trabalho”, garantiu Joana Sena. Assombradas pela conjuntura económica desfavorável em 2014, as responsáveis não demoveram a sua ambição. Atingido o “auge”, o objetivo para 2015 está traçado: “Queremos manter este sucesso e os comentários positivos para atingir a lotação máxima em breve”, afiançaram. | Dezembro I 33 Portugal Inovador Distrito de Braga 34 I Dezembro Portugal Inovador O nosso melhor produto é o serviço A Coteq é uma empresa de tintas e equipamentos para repintura automóvel, indústria e construção civil, sediada em Braga, em Aveleda. Manuel Oliveira, o fundador, luta pela boa qualidade do ramo e pelo respeito para com os fornecedores e clientes. para a repintura automóvel e indústria”, assevera Manuel Oliveira. Profissionais da pintura Com 20 colaboradores, a Coteq foi iniciada por Manuel Oliveira, que no ano de 1975 se lançou como pintor de automóveis e, por volta do ano de 1980, começou a comercializar tintas para o setor da repintura automóvel. Com o passar do tempo, o fundador dedicou-se totalmente à venda de tintas e equipamentos, abrangendo o mercado dos Distritos de Braga, Viana do Castelo e, mais tarde, o Porto. “As dificuldades que o ramo da construção civil enfrentou pouco nos afetou, porque apenas representam cerca de 15% do volume do negócio. A nossa atividade concentra-se maioritariamente na vertente dos produtos A marca Coteq – Comércio de Tintas e Equipamentos – é vista como uma referência no mercado. Até pela sua inovação, que há cerca de 18 anos se consubstanciou com a criação de um espaço formação que serve de centro de treino para profissionais do ramo da pintura. A formação continua a ser uma das valências da Coteq e é direcionada para informar os profissionais sobre os novos produtos e técnicas de aplicação. O fundador considera que o mercado nacional deste ramo já evoluiu bastante existindo várias empresas do setor de tintas. Assim, se houver alguma diferença entre as empresas esta deteta-se pelas marcas com as quais trabalham. “Somos distribuidores da marca LECHLER (tintas para automóveis e indústria) que representamos na parte norte do país. Depois trabalhamos com as marcas, Presta (produtos de polimento), Indasa, Norton (abrasivos), Sata, Iwata, Sagola (pistolas de pintura), Graco (máquinas de pintura industrial), Festool, Dynabrade (máquinas de lixagem e aspiração), Drester (máquinas de lavar pistolas), Ripolin (tintas decorativas), entre outras”, explica o empresário, realçando a descida dos preços que se verificou no setor: “Hoje os nossos clientes estão a fazer serviços de pintura por preços muito mais acessíveis para a conjuntura económica”. De momento, a Coteq tem crescido cerca de 5% anualmente, principalmente devido à crescente procura de reparações em automóveis usados. “Sabemos que a compra de automóveis novos decresceu, mas as viaturas usadas passaram a ter uma relevância enorme no mercado e, para os nossos clientes, compensa apostar na reparação de um carro usado”, conclui Manuel Oliveira. Para o futuro, a equipa da Coteq espera prosseguir com o crescimento gradual anual, e reserva esperanças que o futuro traga novos clientes: “Procuramos adversários para os nossos craques”. | Dezembro I 35 Portugal Inovador Empreender em três frentes A ÁREATÉCNICA é a logomarca que representa no mercado a empresa Pinheiro Coelho & Ferreira Sousa Lda., fundada em Braga no ano de 2012. encerrar. Entretanto, em meados de 2013, sentimos a necessidade de crescer e integrámos no projeto ÁREATÉCNICA a revenda de tintas da marca SOTINCO”, resume, João Sousa, de forma sucinta, os três anos de projeto. Polivalência: três vertentes Surpreendidos com uma situação de desemprego, dois engenheiros civis, e ex-colegas de trabalho, João Sousa e Mário Coelho, decidiram em pleno pico da crise abrir um projeto próprio. A empresa abrangia, inicialmente, a área da construção civil, mas rapidamente ultrapassou fronteiras e ganhou uma polivalência interessante. “Criada a ÁREATÉCNICA em janeiro de 2012, no final desse ano surge a oportunidade de dar continuidade à SEGURSIGMA (na vertente Higiene e Segurança no Trabalho), que estava em vias de 36 I Dezembro Ligada à construção civil, a ÁREATÉCNICA está a concluir o seu terceiro ano de existência. Apesar de ser uma empresa recente, tem-se ajustado ao atual estado do setor, direcionando a sua atividade para obras de reabilitação, remodelação de habitações, escritórios e lojas comerciais, e remodelações de telhados, fachadas, aplicação de Tincotherm (vulgar capoto), trabalhos de caixilharia de alumínio, entre outros. “Somos extremamente versáteis e procurámos ajustar-nos às necessidades e às disponibilidades financeiras do cliente”, reforça Mário Coelho. É com esta disponibilidade para o trabalho, foco nas necessidades do cliente e versatilidade que “orgulhosamente, mantemos o projeto de pé, de forma sustentável, mesmo face à falta de apoio da Banca”, reitera João Sousa. Apresentando propostas detalhadas, com um custo justo, têm obtido o sucesso. Naturalmente, o bom trabalho realizado tem dado frutos e o passa a palavra entre clientes, tem impulsionado o projeto, que recentemente mudou para novas instalações. É de referir que a ÁREATÉCNICA já ultrapassou as fronteiras de Braga, falamos do Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Amadora, “só ainda não chegámos ao Algarve”, recorda Mário Coelho. No âmbito da Higiene e Segurança no Trabalho, a SEGURSIGMA atua, essencialmente, na zona de Braga, sendo que os nossos interlocutores não desmentem que este é um setor onde impera uma concorrência feroz. “Enquanto na ÁREATÉCNICA nos distinguimos pela qualidade e experiência, aqui sentimos que prestamos um serviço que o cliente só reconhece no dia em que tiver um problema. Muitas empresas não chegam a perceber os benefícios de terem este sistema ativo e atualizado”, lamenta Mário Coelho. Futuro Novo projetos já proliferam na mente destes empreendedores, satisfeitos por já terem um quadro de nove colaboradores, sete ex desempregados e dois estagiários. No futuro, a área de comércio de tintas deverá integrar novos produtos, e o grande sonho passa pela expansão para outras áreas de negócio complementares da ÁREATÉCNICA. “Queremos brevemente ingressar pelos projetos chave na mão que nos garantam uma qualidade rigorosa, controlada e que deixe o cliente muito mais satisfeito”, concluem. | Portugal Inovador Calçar e despertar emoções Foi a 8 de dezembro de 1954 que a rua Dr. Justino Cruz, em Braga, acolheu a Sapataria Fernando. Fernanda Carvalho conta-nos agora uma história iniciada com Fernando Carneiro, seu fundador, há 60 anos. Fernando apresenta, pelo segundo ano consecutivo, em pleno dezembro, a coleção de verão, “ou seja, divulgaremos antecipadamente o que irá ser calçado em 2015”. “Se és um dos 500 mil portugueses que vive e trabalha nos trópicos, esta coleção é para ti”, preenche a ideia da campanha. Feita a pensar nos emigrantes que veem passar o Natal a casa, a iniciativa dá a possibilidade a que todos realizem as suas compras para o verão que lá já se faz sentir. Atualidade Atendendo a públicos diversos a Sapataria Fernando desperta emoções com um conhecimento alargado do seu mercado. O facto de ser visitada por diferentes faixas etárias permite-lhe introduzir ideias novas, adaptadas aos diferentes públicos. “Representamos marcas italianas, espanholas e agora cada vez mais portuguesas, sempre tendo como ponto de honra a qualidade”, sublinha a entrevistada. Ser visionário no mundo da moda é uma peculiaridade que ao longo do tempo se traduz em novas conceções. Atualmente, a Sapataria Fernando já conta com três lojas em Braga e uma no Porto. A linha média alta para a qual estão mais direcionados dá-lhes oportunidade de vincar pormenores com sobriedade. “Criámos moda que possa perseverar no tempo”. Com uma escolha de produtos e materiais criteriosa, afirma-se no mercado com uma personalidade muito forte. “Como já vamos na quarta geração de clientes as pessoas sabem que adquirem produtos de excelência. É uma compra de bom senso e bom gosto”, garante. Quando a criatividade se transforma a cada momento, consegue chegar a outros mundos que de outra forma não alcançaria. É nessa linha de conduta que desenvolveram o projeto “Noiva Convidados”. O crescimento tem sido notável, e apesar de sofrer de alguma sazonalidade, neste último verão já conceberam 250 pares de sapatos de noiva, não só para Braga, mas também para os arredores. Atenta à atualidade e à vaga de emigração que já ascende a 120 mil pessoas para países como Angola, Moçambique e Brasil, a Sapataria Para além do produto há aqui também uma grande aposta no vitrinismo: “O calçado precisa de ser colocado de forma a atrair a atenção dos transeuntes”. Neste momento, a Sapataria Fernando está com um projeto de iluminação em todas as lojas. A mudança para a luz LED dar-lhes-á outros benefícios no consumo, na proteção do ambiente e na própria estética dos espaços. Um trabalho realizado localmente abre-se todos os dias a novas perspetivas. Em 2015, vão marcar também presença na loja virtual. “Somos sensíveis às novas tecnologias. Dentro de um ano, queremos chegar a Lisboa e, quem sabe mais tarde, até Luanda”, adianta. É com regozijo que Fernanda Carvalho verifica que Portugal e as fábricas de calçado português têm uma importância cada vez maior na economia do país. “Precisamos de apostar cada vez mais no que é nosso”, vinca. | Dezembro I 37 Portugal Inovador Retorno a Portugal Fernando Alves é um dos portugueses mais reconhecidos pelas famílias lusas emigradas em França. A sua vida de dedicação ao outro foram fundamentais para fazer regressar a Portugal, aqueles que fora partiram. “A Funerária Fernando Alves – Entreprise Funeraire Generale teve o seu início em 1978, pelas mãos de Fernando Alves, português emigrado em Paris. Foi aí que enveredou por esta atividade ao sentir que os portugueses não tinham a quem recorrer em caso de morte de um familiar. Começando apenas a fazer transladações via terrestre de França para Portugal”, quem nos revela esta história é António Oliveira, atual responsável técnico da empresa. O sucesso alcançado foi tal que o Grupo E.F.G., chegou a ter quatro empresas em Paris que acudiam aos pedidos não só de portugueses, mas também de outras comunidades. O lema “consigo nos momentos mais difíceis” é descritivo do modo de atuar da funerária. Com o decorrer dos anos, atualizando-se e ajustando-se à realidade, modernizando os seus serviços, a administração da E.F.G. optou por fazer o 38 I Dezembro transporte via aérea das transladações dos corpos, de modo a reduzir o tempo de viagem proporcionando um serviço mais cómodo. “Nesse contexto, começámos a sentir a necessidade de criar uma empresa de suporte em Portugal, que permitisse realizar todo o processo de acompanhamento do corpo até à sua morada final, com maior eficácia”. Desta forma, surge em Braga, em 2008, a Funerária Internacional, atuando como um suporte à funerária francesa e, ao mesmo tempo, assistindo a população local. Serviço Profissional Como em todas as atividades, também a funerária tem evoluído de forma surpreendente ao longo dos anos. Desde as cerimónias mais simples, às mais arrojadas de tudo se tem visto, principalmente no estrangeiro, dado que os portugueses, diz António Oliveira, “continuam a ser muito conservadores”. Pronta a atender aos pedidos daqueles que a procuram, a equipa da Funerária Internacional integra um técnico credenciado pelo Instituto Francês de Tanatopraxia e um técnico de Tanatoestética; dispondo de serviço de florista, de um showroom onde os familiares podem visualizar e selecionar os artigos a utilizar no cortejo fúnebre - e de várias viaturas modernas. Ao entrar no mercado bracarense, o nosso entrevistado reforça que “a Internacional trouxe uma forma trabalhar de diferente, transparente, com produtos e preços para todos os orçamentos. À semelhança do que fazem em França, os colaboradores franceses são sujeitos a formação constante”. Porém, “o mercado às vezes não acompanha a própria evolução”, salienta, referindo-se especificamente ao ato de cremação. No entanto, “este ano noto uma evolução significativa, devido à possibilidade de se vir a criar um crematório para Braga o que permite uma mentalização das pessoas para esse serviço”. António Oliveira pretende dar continuidade ao trabalho iniciado por Fernando Alves. É com orgulho que representa a empresa deste emigrante, que tantas pessoas ajudou em vida. Nesse sentido tem encetado contactos na América do Sul e em África. “Quando um português morre num país longínquo há sempre dificuldade em transladar o corpo, nesse sentido, dispomos de várias soluções através de parcerias internacionais, que nos auxiliam no processo de transladação”. | Portugal Inovador PD Auto: tecnologia e rapidez de resposta Paulo Silva e Daniela Marques apresentam-nos a PD Auto, os maiores representantes da marca Valvoline em Portugal. Esta empresa disponibiliza as melhores peças automóveis à região do Minho e, perto de festejar o seu 10º aniversário, referem alguns planos muito interessantes. Paulo Silva é, podemos denominar, um verdadeiro profissional e entendedor do seu ramo. A atuar na comercialização de peças automóveis desde 1990, o nosso entrevistado entendeu que a criação de uma empresa própria era uma meta a alcançar. “A minha experiência na área abriu imensos caminhos para a PD Auto trilhar. Quando comecei sozinho, em 2005, sonhei evoluir até a condição que tenho hoje”, aponta. Com 16 colaboradores e somando a preciosa ajuda da sua esposa, Daniela Marques, na vertente administrativa, o crescimento da PD Auto tem-se feito notar de ano para ano. Para além de serem os distribuidores número um de Portugal da marca Valvoline, a PD Auto trabalha com outras marcas do ramo automóvel. “Distinguimo-nos por ter marcas de qualidade e orgulhamo-nos de saber que hoje as principais oficinas de Braga são nossas clientes”, comenta Daniela Marques. O serviço da PD Auto é complementado por um fator de grande importância: a rapidez na entrega. Os quatro colaboradores, sempre presentes no balcão da loja, dão resposta às chamadas urgentes dos clientes e à procura dos seus produtos. Para concluir esse serviço rápido, a empresa dispõe de veículos que fazem as entregas num curtíssimo espaço de tempo. Inseridos em Braga, os nossos entrevistados referem a evolução do tecido empresarial da região como muito positiva. “Uma empresa que trabalhe bem e esteja pre- sente no mercado com seriedade acaba sempre por ter sucesso e penso que foi isso que levou Braga ao nível onde está atualmente”, completa Paulo Silva. Formação Outro fator que torna a PD Auto interessante é a formação que presta às empresas, no sentido de seguir a inovação da tecnologia. “Damos formação contínua aos nossos clientes aos nossos funcionários, de modo a que estes adquiram todo o conhecimento sobre as novas peças que vão surgindo no mercado”, conclui Daniela Marques. Projeto para 2015 De modo a facilitar a importação de peças automóveis, a PD Auto uniu-se a sete empresas do mesmo ramo que se encontram em vários pontos do país. “Vamos começar a importar diretamente das fábricas”, exclama Paulo Silva. O objetivo é, através desta sociedade, conseguir importar o material em maiores quantidades e, consequentemente, a preços mais competitivos. “Sem dúvida alguma, é gratificante saber que foi possível unir empresas concorrentes num grupo coeso com um único propósito”, completa. | Dezembro I 39 Portugal Inovador “Percebemos as necessidades do nosso cliente” Francisco Pereira, rosto da Padaria e Pastelaria Glicínia, à conversa com a revista Portugal Inovador, contou-nos como a identidade e o conceito da empresa nasceram e ganharam expansão até aos dias de hoje. A Glicínia, batizada e fundada na Quinta das Glicínias, em Ferreiros, a 20 de dezembro de 1997, deu início à sua atividade com apenas um estabelecimento. Passados cinco anos, deu-se a inauguração de uma nova unidade fabril com aproximadamente mil metros quadrados na área da produção, uma das partes está vocacionada para a padaria e outra para a pastelaria, situada no Parque Industrial de Sequeira. Dado o sucesso obtido com o primeiro espaço e a dimensão reduzida do mesmo “Sentimos a necessidade de alargar o nosso mercado e foi então que resolvemos abrir um segundo, no ano de 2001, ditado pelo nosso crescimento”, conta. Em 2006, criaram um terceiro 40 I Dezembro espaço. Em 2008, surgiu a Glicínia 4 e a evolução, que não deu sinais de paragem, possibilitou a abertura de mais dois espaços em 2011 e 2014. Atualmente, já dispõe de seis estabelecimentos abertos na cidade de Braga e com cerca de 50 colaboradores. A expansão deu-se gradualmente, “pois na verdade foi um acompanhamento permanente das necessidades dos clientes que também nos foi obrigando a lançar novos produtos e serviços em face dessas mesmas necessidades, que nos fizeram chegar até aqui. Atualmente dispomos de uma oferta variadissima de produtos.”, revela. Destacando-se com diferenciação laboram com qualidade sustentada num Sistema de Gestão Segurança Alimentar, reconhecen- do que “o pão produzido é diferente dos outros”. Aliada a esta estrutura encontram-se também os produtos confecionados na pastelaria. Na junção de ambos podem-se encontrar: bolos de aniversário, bolos de batizado, bolos de comunhão, pão-de-ló e bolo-rei. Nos produtos, Francisco Pereira destaca: “O bolo-rei folhado que é divinal e que desde que foi lançado sempre teve uma aceitação magnÍfica, tornando-se o ex-libris dos produtos típicos conhecido até além fronteiras”. É a constante inovação e adaptação às diferentes necessidades e épocas que os faz abraçar com dedicação e motivação este ramo de atividade. “As novidades tornam as pessoas mais despertas”, garante. Nos últimos tempos a Glicínia percebeu que teria de colocar de parte a revenda do seu produto para se focar com maior impacto na outra vertente. A inspiração rejuvenesce com a partilha de conhecimento que se estabelece em feiras e formações. Nessa constante busca de conceitos diferentes procura gerar novas criações, adaptando-as ao mercado nacional. A comunicação visual tornou-se por isso cada vez mais importante para as empresas. Nesse âmbito, a Glicínia está cada vez mais focada no vitrinismo. O olhar experimenta assim outras sensações que só mais tarde o paladar vem comprovar. | Portugal Inovador Carpintaria que marca A Flávio e André é uma empresa do ramo mobiliário que na retaguarda, confere vida e cor a muitos espaços comerciais do país. A Portugal Inovador apresenta-lhe os criadores de, por exemplo, o novo Food Court do Amoreiras Shopping Center e de lojas do novo Alegro Setúbal. Foi em dezembro de 2001 que Flávio Gomes começou a trabalhar no ramo comercial do mobiliário. Percebendo a sua crescente evolução e potencial, em 2003, criou a Flávio e André – Fábrica de Mobiliário e Revestimentos, Lda. Empresa com sede em Braga e que se encontra hoje em crescimento e com boas perspetivas de futuro. Partindo do ramo mobiliário, a Flávio e André direciona, essencialmente, os seus serviços para a vertente comercial, ou seja, mobiliário e decoração de lojas de shopping, comércio tradicional ou hipermercados. Esta empresa labora para reputados Grupos nacionais como a Jerónimo Martins ou a Sonae, sendo que podemos encontrar alguns dos seus trabalhos nos espaços Pingo Doce, Continente, lojas Modalfa - as novas Mo’s, Zippy, Pi e Sport Zone. Desde pequenas remodelações até construções de espaços novos, a Flávio e André agarra cada projeto, tendo como mais valia a qualidade, a inovação e a rapidez de resposta. Para além destes grandes projetos comerciais, surgem ocasionalmente, outros solicitados por particulares. Já presentes no mercado externo, a Flávio e André tem recebido algumas propostas interessantes, principalmente de França e Suíca, atingindo cerca de 10% de faturação total da empresa. Num mercado altamente competitivo, a rapidez de resposta é o principal argumento desta empresa bracarense. “Os prazos estão todos delineados e temos de os seguir fielmente. Essa capacidade de resposta, aliada à qualidade, são os fatores principais que caracterizam a nossa presença no mercado”. Para a concretização de todas estas obras, a Flávio e André conta já com 32 jovens membros na sua equipa e, se a obra o exigir, subcontratam mais profissionais – sendo Narciso Gomes, irmão do nosso entrevistado, o responsável por toda a equipa de produção. “Há falta de mão de obra qualificada neste setor”, denota Flávio. Quando observado potencial num trabalhador, a empresa dispõe-se para o formar, dada a falta de profissionais competentes. No que diz respeito a estagiários, o sóciogerente afirma que há sempre possibilidade de dar formação, principalmente na parte da maquinaria que é vista como mais complexa. Apostando na inovação e de portas abertas à criação de parcerias, esta empresa está em processo de certificação das portas corta-fogo de madeira juntamente com a Universidade do Minho. 2014 foi um ano de investimento em tecnologia, “sendo que a aposta na inovação é constante”. Para 2015 perspetiva-se “um ano excelente com os Grupos Sonae e Jerónimo Martins” e aguardam-se novos projetos para França, Suíça e, talvez, Moçambique. | Dezembro I 41 Portugal Inovador A segurança automóvel também está na compra No distrito de Braga fomos à procura das melhores soluções para quem procura uma viatura de origem nacional de gama média alta, com a garantia da certificação e de um atendimento especializado. A Autofix surgiu em 1982, em Braga. Fundada por António Dias foi depois adquirida por parte de Manuel Araújo, atual proprietário. “Nessa altura, demos um outro rumo à marca, com o objetivo de aumentar as vendas, aprimorar a imagem e elevá-la a um patamar superior, com viaturas nacionais de gama média alta”, introduz o gerente. Derivado ao sucesso das políticas adotadas em 2008, dá-se 42 I Dezembro a mudança de instalações da Autofix para um amplo espaço com enorme visibilidade, na avenida da Independência, em Arcos, que lhe permite acolher um stock até 60 viaturas. Apesar de toda a conjuntura económica que abalou vários setores de atividade a nível nacional, a média de vendas da Autofix situa-se entre as 20 a 25 por mês, com um volume de negócio anual na ordem dos 3,5 milhões de euros. “A rotatividade do stock é a prova do nosso sucesso. Cumprimos com todos os objetivos e compromissos a que nos propomos, nomeadamente com a Banca. Reforço também que, como empresa certificada, respeitamos todas as normas em vigor, todas as viaturas são de origem nacional e saem das nossas instalações, obrigatoriamente, com a garantia de 24 meses. Protegemos totalmente os interesses dos nossos clientes, dado que temos um seguro próprio, vinculado à empresa, que em caso de falência os salvaguarda, permitindo que continuem a usufruir da garantia até ao seu termo”, reforça Manuel Araújo. Toda esta conjuntura e acompanhamento personalizado da equipa de colaboradores da Autofix (Manuel Araújo – proprietá- rio/gerente; Rui Correia – secção de pós venda; Hélder Sousa – comercial), tem fidelizado inúmeros clientes de Norte a Sul do país. “Somos privilegiados pela população de Braga, no entanto trabalhamos em grande volume com todas as zonas do país”. O nosso entrevistado considera que este sucesso fora do distrito “se deve à transparência e humildade transmitida online. Todas as garantias estão expostas no nosso site e os carros estão fotografados rigorosamente como se apresentam”. No entanto, outros valores também se elevam: “A organização interna, o controlo rigoroso dos objetivos e o acompanhamento total ao cliente, nomeadamente através do trabalho com diferentes linhas de crédito, são importantes”. Em final de conversa, Manuel Araújo congratula-se por ter arriscado em pleno início de crise económica e por ter superado todas as expectativas, desse modo é com confiança e otimismo que encara o ano de 2015: “Estamos num ponto em que, dificilmente, seremos derrubados pelo fracasso, temos uma carteira de clientes muito boa e a nossa imagem está bem implementada no mercado, deste modo não será difícil de prever que 2015 vai ser um sucesso”. | Portugal Inovador Dinamizar energias As boas ideias podem surgir em qualquer parte do Mundo, mas para que sejam alavancadas num crescimento próspero a formação tecnicamente especializada torna-se essencial. A Enermeter, localizada no Parque Industrial de Celeiros, deixa hoje essa marca diferenciadora no mercado. apresentam equipamentos de maior ou menor complexidade, permitindo um maior desempenho das redes de distribuição e da leitura em tempo real. Gestão de parques de contadores e gestão de consumos, auditorias técnicas, controlo de qualidade de medição e monitorização de redes e de consumos são alguns dos serviços prestados. Polos de conhecimento Foi sob o olhar visionário de Carlos Nunes, complemetado com as novas tecnologias, que o empresário nos contou como em 2001 três sócios reuniram esforços para o desenvolvimento de soluções em duas áreas: medição e visão artificial. Seguindo a linha do tempo podem sublinhar-se alguns acontecimentos mais relevantes. Entre 2001 e 2011 desenvolveram: o primeiro sistema de telecontagem de água para a rede de distribuição de água; os primeiros sistemas automáticos de inspeção para várias vertentes (polímeros, produção agrícola, indústria automóvel, indústria alimentar); o primeiro sistema de telecontagem de água via rádio para clientes residenciais; e a primeira exportação de um sistema automático de inspeção para controlo de qualidade na indústria automóvel alemã. Baseada em tecnologias de visão artificial, deram assim início à internacionalização dos seus produtos. Esse pioneirismo marca-os hoje como líderes de mercado nos campos em que operam. Áreas de atuação A Enermeter integra detalhe e sofisticação nas duas vertentes. Na visão artificial labora com o hardware e software mais avançado. “Quando há a necessidade de verificar e controlar a qualidade em linha nos processos de produção, desenhamos e aplicamos sistemas à medida dos requisitos do cliente”, aclara. Nesse âmbito a Bosch reconheceu o seu valor e desenvolveu parceria. Com o objetivo de otimizar a utilização de recursos naturais e humanos, na área da medição, A Universidade do Minho fortalece as várias áreas de conhecimento. A Enermeter aproveita esse intercâmbio de saberes para acrescentar valor. Em 2013, erguendo uma ponte entre a empresa e a universidade, criaram a Academia da Visão Artificial. “Este ano, temos a segunda edição e estamos a levar a nossa mensagem para dinamizar a área de negócio”. Alcançam, de igual forma, outros mercados quando geram novos conhecimentos e oportunidades em feiras internacionais. “Temos de continuar a lutar. Braga teve de remar em direções diferentes. Agora é preciso levar o potencial desta cidade a outros lugares”, veicula. Carlos Nunes constata que estão no bom caminho, com uma energia particular, e por isso o ano de 2014 afirmar-se-á como o ano mais frutífero até à data. No futuro a expansão nacional e internacional continuará nos seus horizontes. | Dezembro I 43 Portugal Inovador MF: uma referência bracarense na indústria de precisão Foi em Ferreiros, na cidade de Braga, que estivemos à conversa com Miguel Faria. Um profissional, que apesar das contingências da vida não desistiu de lutar, liderando hoje a MF, parceira de grandes empresas de fundição nacionais e internacionais. Miguel Faria começou a sua atividade há mais de 30 anos, em sociedade com os irmãos, numa pequena garagem. O projeto alcançou tamanho sucesso que a empresa teve a necessidade de adquirir modernas instalações no Parque Industrial de Celeirós. Por contingências da vida e divergências no seio da sociedade, esta foi desfeita, mas Miguel Faria não desistiu de lutar e apostou num projeto próprio, criado de raíz. Assim nasce a MF – Miguel Vilela Faria, Indústria de Precisão, Unipessoal, Lda., corria o ano de 2009. Hoje, a MF é uma empresa que está em ascensão, trabalhando praticamente apenas com empresas exportadoras. 44 I Dezembro No pico da crise as dificuldades se fizeram sentir, mas graças a novas parcerias nacionais e internacionais um impulso foi dado à firma portuguesa. “A partir da concretização destas parcerias nunca mais tive falta de trabalho”, congratula-se o nosso entrevistado. Com a segunda geração, o filho José Miguel, a aceitar o desafio de dar continuidade ao projeto, Miguel Faria já decidiu apostar na valorização do seu parque de máquinas, através da aquisição de máquinas CNC, já no próximo ano. Trabalhando para grandes empresas, a MF sente a necessidade de dar maior rapidez de resposta, continuando a apostar na qualidade e aumentando a celeridade de entrega dos pedidos. Sempre que a equipa de quatro colaboradores não consegue responder ao volume de trabalho que lhe é solicitado, recorre à subcontratação de parceiros de confiança. Os clientes são variados (entre portugueses, franceses espanhóis, entre outros) e localizam-se essencialmente na região Norte, atuando no setor da fundição de alumínio e latão. O ramo automóvel, da tornearia, da fabricação de componentes mecânicos, entre outros, são os setores que mais recorrem ao trabalho especializado da MF. “São clientes cumpridores que nos têm permitido crescer com elas”. Os pedidos constantes de trabalho, o empenho de toda a equipa e a futura aposta em tecnologia, conferem a Miguel Faria e ao filho José Miguel a perspetiva de um ano de 2015 bastante positivo. “Apesar das condições das instalações, de momento, não serem as ideais, creio que o futuro é risonho e o meu filho vai ter a capacidade para fazer o projeto crescer”. Em final de conversa Miguel Faria aproveita para agradecer a todos os colaboradores o empenho e a dedicação ao projeto MF. | Portugal Inovador Mude de vida e leve a casa consigo A Engipúblicas – Concept Houses apresenta diferentes modalidades de construção: desde a construção tradicional, passando pela Concept Houses até à UCHI, uma inovação na construção modular. Manuel Silva, administrador da Engipúblicas, deu-nos a conhecer os seus novos projetos, após largos anos ligado à construção civil. “Após uma pesquisa do mercado, considerei que a construção modular é um setor com futuro e no qual decidi apostar”, esclarece. Assim nasce a UCHI, um conceito móvel de habitação ou espaço comercial. Estas inovadoras casas modulares utilizam materiais bastante resistentes, assentes numa estrutura em aço galvanizado, revestidas com os melhores materiais de isolamento térmico e sonoro. O projeto piloto foi forrado a cortiça, em parceria com o Grupo Amorim, sendo sempre personalizável e ajustável às necessidades de cada cliente. “Um projeto de 24m2 está pronto a habitar no prazo de uma semana”, garante Manuel Silva. Os módulos standard T0, T1 e T2 estão disponíveis em três conceitos: Básico; Eco; e High-tech (sendo que este último inclui o sistema de robótica e domótica). “O projeto da casa foi pensado para crescer e ajustar-se às necessidades do cliente”, acrescenta Nuno Silva, sócio da Engipúblicas. “O conceito é inovador em termos de arquitetura e os materiais que são usados na construção são nacionais e de grande qualidade”, reforça o arquiteto Filipe Andrade. Equipada com um sistema de ganchos, aplicados na cobertura da estrutura, a UCHI pode ser facilmente transportada. Respondendo deste modo às exigências da sociedade e do mercado atual, em que a mobilidade é uma questão essencial. Manuel Silva garante-nos que a recetividade em Portugal foi muito boa, “mas a conquista de clientes foi feita através da visita ao protótipo”. Hoje podemos encontrar mais de 50 UCHI de Norte a Sul do país, tanto na vertente habitação como de espaços comerciais, sendo vários os projetos que já estão em carteira. A Concept Houses é outra modalidade modular apresentada, que recebeu aplausos por parte da crítica. O projeto original foi pensado para ser desenvolvido com contentores marítimos. “As vantagens deste tipo de construção, apesar de mais cara, prendem-se com o facto de a estrutura ficar pronta em apenas um dia, oferecendo bastante robustez”, enaltece Nuno Silva. Internacionalização “Temos obras importantíssimas a fechar no Senegal”, refere Manuel Silva. Paraguai, Angola e Moçambique são outros países onde existem projetos UCHI em curso ou prestes a arrancar. Também o mercado europeu, nomeadamente Luxemburgo e França, foram conquistados pelo conceito. A presença na Feira FACIM em Moçambique, em 2013 e 2014, foi crucial para abrir horizontes e recolher contactos. É de referir que a Engipúblicas continua a desenvolver projetos em construção tradicional. O último projeto conquistado, diretamente pela empresa portuguesa, vai ser construído no Senegal, a pedido do governo local, e será a sede da rádio e televisão do país. | Dezembro I 45 Portugal Inovador Paixão pela arte Encontramos a Artimúsica a construir a arte intemporal que é os instrumentos tradicionais portugueses. Miguel Alves, falou-nos sobre a técnica artesanal que envolve esta tradição e de como é importante valorizar o trabalho manual. A Artimúsica começou muitos anos antes de ser oficialmente constituída como uma pequena empresa no Norte de Portugal. Desde os seus 11 anos, que os irmãos José Carvalho e Manuel Carvalho seguem a paixão que lhes corre no sangue - a arte de fabricar instrumentos musicais de cordas e, passado quase meio século e com milhares de instrumentos já fabricados pelas suas mãos, deram as merecidas asas a este conceito. A empresa Artimúsica surgiu assim em 1992 e dedica-se, desde então, ao fabrico totalmente artesanal de instrumentos musicais. O portfólio é vasto. Desde a guitarra portuguesa, passando pelas violas tradicionais regionais, guitarra clássica, bandolim ou cavaquinho, a Artimúsica representa o artesanato português na sua plenitude no que respeita à sua vertente musical de instrumentos de cordas. De acordo com 46 I Dezembro as palavras dos próprios fundadores, “a arte pode brotar em todo o seu esplendor no dedilhar das cordas pelo artista e complementados pela voz do cantor, mas começa sempre nas mãos calejadas do artesão quando escolhe a tábua tosca para trabalhar”. Artimúsica Esta empresa realça a importância de contribuir para o crescimento da economia local através da “Compra do instrumento na loja de música mais próxima de si”. O principio orientador é simples: A Artimúsica cresceu com respeito pelos parceiros e assim deverá continuar. A tentação de substituir os parceiros por canais diretos sempre foi e será posta de lado pois isso significaria não só uma traição a quem sempre os ajudou a crescer como seria perder o foco. A Artimúsica prima pela excelência no fabrico de instrumentos musicais, não pela excelência e agilidade de um comercial. “Não incentivo as pessoas a comprar diretamente ao fabricante. Dou preferência a que comprem nas lojas de música. A simbiose não acontece só entre fungos e musgos na natureza, acontece com as pessoas e negócios”, inclui Miguel Alves. A recente evolução desta empresa partiu pela iniciativa da nova gerência (Miguel Alves, genro de um dos fundadores, o que denota o cariz familiar e tradicional desta empresa) em criar um modo de laborar completo. Todos os colaboradores sabem criar um instrumento do início ao fim. “Insisti em que cada um soubesse fazer a arte num todo e não apenas por partes, pois assim nenhuma parte da produção sofre se faltar algum artesão e todos eles têm o seu cunho pessoal em cada instrumento que aqui é manufaturado. Admiro a equipa com que trabalho, porque é muitíssimo apaixonada pelo que faz”, termina Miguel Alves. | Portugal Inovador Símbolo do século XIX na época contemporânea Com apenas um ano e meio, a Casa Manuel Espregueira e Oliveira – Turismo de Habitação já é uma referência em Viana do Castelo. A paixão pela casa do século XIX e pela cidade são um dos segredos para o seu sucesso. O imóvel foi adquirido em 2004 para investimento imobiliário. Mais tarde, tendo tomado conhecimento da história da casa e da vida dos seus dois ex-proprietários, decidiram honrar estas memórias e iniciar um projeto turístico. Alda Iacovino e João Correia iniciaram um processo de reabilitação da casa em 2009, que se prolongou por quatro anos, com o cuidado de salvaguardar e restaurar a arquitetura original do século XIX, com o conforto do século XXI. Os gerentes optaram por este tipo de oferta turística para proporcionar serviços e experiências personalizados aos hóspedes e aos clientes empresariais. Provenientes de várias partes do país e do Mundo, o que permite uma enriquecedora troca de experiências, são muitos os que ficam encantados com “a alma e o cariz que a Casa lhes apresenta” e com a sua rara arquitetura, com ricos tetos e clarabóias em gesso, paredes em “mármore veneziano”, azulejos de estampilha ou mesmo de cozinha, igualmente originais. É recorrente a surpresa perante a perceção de pormenores arquitetónicos até então não vislumbrados, confessam os entrevistados. Luís Augusto Oliveira, um dos anteriores proprietários da casa, médico, militar e um dos primeiros colecionadores de obras de arte em Viana do Castelo, possuiu um dos mais valiosos espólios de artes decorativas em Portugal, na primeira metade do século XX. Todo o espólio herdado pelo seu filho, Manuel Espregueira e Oliveira, foi doado em testamento em memória deste e do seu empenho na constituição do primeiro museu municipal na cidade, para instalação naquele que é o atual Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, com uma coleção de referência a nível nacional. Era composta por mais de 800 peças de faiança, 27 pinturas, 75 desenhos de mestres nacionais e franceses, 100 peças de mobiliário nacional e indo-português dos séculos XXVII, XXVIII e XIX e 42 outras peças de arte decorativa, nomeadamente cruzes processionais, pequenas caixas e baixos-relevos com motivos religiosos. Foi partindo da inspiração deste incalculável património, que os gerentes construíram a identidade deste projeto, procurando recriar os ambientes de outrora, protagonizados por estes dois beneméritos da cidade. Em sua memória, o projeto inclui também uma agenda de Responsabilidade Social e Cultural, sobretudo dinamizada na “Sala Luís Augusto de Oliveira”, aberto às solicitações da comunidade, onde é possível realizar eventos profissionais e pessoais, exposições, conferências, tertúlias, entre outros. Os entrevistados têm outros projetos para o futuro. Em março de 2015, a Casa Manuel Espregueira e Oliveira, juntamente com mais casas de turismo vianenses, vão estar presentes na maior feira de turismo do Mundo, em Berlim. Alda Iacovino e João Correia convidam a vivenciar o glamour e as memórias do século XIX na Casa Manuel Espregueira e Oliveira e a deixarem-se seduzir pela identidade e pela história de Viana do Castelo!. | Dezembro I 47 Portugal Inovador Osteopatia, a Saúde em primeiro lugar A Clínica de Osteopatia de Barcelos - Dra. Milene Macedo assume o compromisso de diagnosticar e tratar de forma rápida e eficaz quem a procura, através da prática fundada na excelência e qualidade dos serviços. “Nos próximos anos, a Clínica de Osteopatia de Barcelos procurará ampliar a oferta clínica e agregar novas áreas” A Osteopatia é uma medicina complementar recomendada e incentivada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Enquanto disciplina terapêutica age no tratamento de várias doenças mas também na sua prevenção, sem recurso a medicamentos ou cirurgia. A Clínica de Osteopatia de Barcelos materializa assim o paradigma da prestação de cuidados de saúde percebendo o organismo humano como um todo, onde tudo está relacionado e pode influenciar outros siste- 48 I Dezembro mas. A qualidade e a experiência de Milene Macedo, adquirida ao longo de vários anos de formação académica avançada, tornam a Clínica de Osteopatia de Barcelos um modelo de prestação de cuidados de saúde de excelência, qualidade e segurança dos seus doentes. A Clínica de Osteopatia de Barcelos disponibiliza serviços de saúde, com ênfase em áreas diferenciadas organizadas mediante as necessidades diagnosticadas, o que contribui para uma abordagem global e integrada dos doentes. Formada pela Escola de Osteopatia de Madrid, onde, atualmente, também Professora Assistente, Milene Macedo revela que a osteopatia atua, através de técnicas manuais, no restabelecimento da função e mobilidade do sistema músculo-esquelético, visceral e sacro-craniano. Milene Macedo explica também que as técnicas podem ser aplicadas em qualquer faixa etária, tendo como objetivo melhorar o seu estado de saúde e mobilidade do utente. O reconhecimento da qualidade e experiência adquirida, tem contribuído para que a diretora da Clinica de Osteopatia de Barcelos esteja, atualmente, a colaborar com outras clínicas a nível nacional. Nos próximos anos, a Clínica de Osteopatia de Barcelos procurará ampliar a oferta clínica e agregar novas áreas. | Portugal Inovador Apostar na qualidade A Padaria Santa Eugénia apresenta-se com uma oferta variada e é um dos sítios a visitar na área de Barcelos. O responsável, Luís Fernandes, iniciou-se no ramo há praticamente 20 anos, no primeiro dia do ano de 1995. Há dois anos, após acumular uma vasta experiência, sempre trabalhando por conta própria, resolveu adquirir o espaço onde atualmente, encontramos a Padaria Santa Eugénia. O espaço, que na altura da gerência anterior era apenas de restauração, foi ampliado para mais do dobro e é aproveitado agora para padaria, pastelaria, churrasqueira e pizzaria, além da restauração. No total, são 200 lugares sentados na parte interior e 40 na esplanada, destinados a acolher um público diário que ultrapassa as mil pessoas, sendo que, aos domingos, chega a triplicar a média semanal. A equipa, através da qual as necessidades deste público são atendidas, é composta por 18 elementos. Sobre a visão que Luís Fernandes teve para este seu projeto, o responsável partilha connosco que quis apostar em três virtudes sem as quais considera que, hoje, ninguém con- segue trabalhar: “quantidade, qualidade e preço”. O nosso entrevistado sente-se satisfeito com a forma como tem cumprido estes objetivos, e considera que essa qualidade está presente em toda a sua oferta. Contudo, um destaque especial incidirá sobre produtos como o pão-de-ló, o tronco de natal ou o bolo-rei. Este último foi galardoado, no ano passado, com o primeiro prémio num concurso a nível concelhio. A oferta relativa a bolos de aniversário, de casamento ou batizado apresenta também muita qualidade e diversidade. As perspetivas de Luís Fernandes passam agora por lutar para que o seu espaço continue a cativar o cliente. “É para isso que tentamos dar o melhor na alimentação, no atendimento e em tudo o resto”, conclui. | Dezembro I 49 Portugal Inovador Grande Porto 50 I Dezembro Portugal Inovador Sonho de inovação no mundo feminino Fátima Silveira já passou por vários locais no Porto e em Leiria, com o objetivo de construir um centro de cabeleireiro e estética. Agora, está situada na Rotunda da Boavista e o seu percurso ainda não acabou. A MSE Estética e Cabeleireiro está sediada no Porto desde o final de 2006. Após dois anos em Leiria, no regresso ao Porto, esteve primeiro na Maia, até voltar ao centro da cidade Invicta. Fátima Silveira é a responsável pelo sucesso deste centro de estética e cabeleireiro. “Há clientes que estão connosco desde a criação. Algumas, fiéis, deslocam-se da Maia até ao Porto por causa do meu trabalho. É muito gratificante”, exprime. O objetivo inicial de Fátima Silveira passava por criar um espaço onde as mulheres pudessem fazer tudo, desde comprar roupa e sapatos até usufruir de cabeleireiro e tratamentos de estética. Devido a algumas adversidades, ainda não lhe foi possível concretizar esse objetivo, por isso, na MSE Estética e Cabeleireiro foi desenvolvendo o início desse projeto, oferecendo às suas clientes um espaço onde cuidam do corpo, do rosto e do cabelo. Recentemente, adicionou aos serviços de estética e cabeleireiro o método de depilação a laser de diodo, estabelecendo uma parceria com a Depilemotion. A profissional afirma que o seu trabalho se distingue pelo acompanhamento e tratamento personalizado que disponibiliza a todas as suas clientes. Neste momento, é a única pessoa que trabalha no centro para que possa fazer um trabalho uniforme e baseado na proximidade com o cliente. “Não se justifica ter mais colaboradores, uma vez que as clientes preferem os meus cortes e o meu trabalho. Só trabalho por marcação e assim consigo atender melhor aos desejos de cada pessoa”, explica Fátima Silveira. Como desde sempre esteve ligada ao mundo da moda e da estética, a procura por manter-se atualizada das novas tendências já lhe é intrínseca. Fátima Silveira explica que o corte é uma arte que precisa de ser cuidada e de ter muita precisão: “Cortar um cabelo ou fazer um penteado é como fazer um desenho em papel”. No entanto, admite que é sempre importante adequar as tendências a cada pessoa. Ter em conta o tipo de rosto da cliente, a forma do seu corpo, o estilo de roupa que usa, assim como a sua rotina. “Tenho sempre a preocupação de fazer um penteado que seja fácil e prático de usar, que mantenha a pessoa jovem e confortável”. Cada evolução na MSE Estética e Cabeleireiro é feita com o grande objetivo de ter um dia vir a ter um grande centro dedicado à mulher. Apesar de, neste momento, querer manter-se no salão da Boavista, tem o objetivo de em 2015 alargar o espaço. “Enquanto não aparecer outra oportunidade, vou continuar o bom trabalho e conquistar cada vez mais o público feminino do Grande Porto”. | Dezembro I 51 Portugal Inovador Emoções narradas numa fusão de sabores O Porto, autêntico na sua simplicidade, entrelaça a sua história com modernidade e tradição. Numa linha onde a terra e o mar se cruzam, o olhar descobre um novo espaço: o BH. Sebastião Lopez falou-nos sobre este edifício que já marcou a Invicta. Este lugar camaleónico, dividido por três pisos, deixa que o mar preencha os olhos do observador mais atento num misto de emoções. Quem por cá passa não imagina que o edifício concretizado num Belíssimo Restaurante e espaço de eventos, fora em tempos uma estação de serviço e danceteria. “Denominado outrora como Belo Horizonte, esteve abandonado durante 30 anos. Quando decidimos reconstruí-lo, concluímos que a restauração seria o caminho certo”, conta. Aberto desde o dia 25 de Abril de 2013, libertou com ele todo um imaginário. A estética 52 I Dezembro materializada com modernização e sofisticação prende-se agora a novos mundos. “Não queríamos ser apenas mais um restaurante…”, esclarece. Se inicialmente, os clientes, nos visitavam numa fase de experimentação, hoje vêm porque conhecem, sentem-se aconchegadas e por cá gostam de ficar. Estimulados pelo seu público, apostam na qualidade contínua não só nos sabores experimentados na gastronomia ou nos cocktails, como também na realização de eventos. Nos pisos superiores abrem o espaço para casamentos, aniversários, congressos e formações. Destaque- -se que também aí foi aclamado o “Vintage 2011”. “Começámos do zero, o feedback tem sido muito positivo, o que se torna gratificante. Não foi fácil, mas nunca tivemos medo”, manifesta. No bar, podem deliciar-se com a sua variedade de sabores e cocktails assim como desfrutar de agradáveis momentos. O Chef António Vieira juntou-se, mais tarde, à conversa para nos falar com maior detalhe da sua área: a restauração. Uma cozinha que respira vários aromas, António Vieira coordena os ritmos e as diferentes exigências de cada um. “Inicialmente, abrimos a cozinha Mediterrânica, posteriormente, decidimos apostar nas Pizzas e no Sushi. Neste momento, temos três cozinhas diferentes dentro do mesmo espaço”, observa. A prestação de José Pedro Loureiro, subgerente, é também relevante para uma gestão adequada. Passagem de Ano A passagem de ano está a chegar. Sebastião Lopez e António Vieira desvendaram-nos alguns pormenores. Duas salas, dois menus distintos. No ultimo piso, o emblemático Portugal Inovador jantar será composto por seis pratos. Com uma introdução de influência oriental, segue a terrina de Foie Gras com Leitão. Como prato principal apresentam a Tranche de Robalo Grelhada com Lâminas e Bisque de Lavagante, assim como o Entrecôtte Barrosã com Sabores de Outono e Trufas. Para finalizar o Queijo Stilton com Pêra e Açafrão, a Tarte de Chocolate com Avelã acompanhada por Gelado de Caramelo. “esperamos pela meia-noite para abrir o Champanhe”. A ceia, surge com o decorrer da noite. Tudo pelo digno valor de 120€ Não menos elegante, nasce o jantar do Piso intermédio. Um reflexo do ultimo piso, com introdução de Sabores orientais, a Tranche de Robalo Grelhada com Lâminas e Bisque de Lavagante, assim como o Entrecôtte Barrosã com Sabores de Outono e Trufas. Para finalizar a Tarte de Chocolate com Avelã acompanhada por Gelado de Caramelo. Aquando as doze Badaladas, a este jantar de 80€ brinda-se ao Novo Ano com o espumante e as Uvas passas. Após as 00h30 abrem-se as portas do piso intermédio, que depois de terminado o jantar, é transformado num amplo espaço festivo. O Baile da Avenida Brasil pretende assinalar de forma única uma das datas mais carismáticas do ano, assumindo-se como um evento de eleição para quem procura despedir-se em grande de 2014. A Foz do Douro recebe assim um evento de excepção, reconhecido pelo seu carácter sofisticado e exclusivo, que destaca a cidade na rota das melhores festas temáticas do país. | para reservas: 918063077 / 910993040 Dezembro I 53 Portugal Inovador Tecla, a sua marca de confiança Quando falamos de formação profissional, o primeiro nome que nos vem à memória é Tecla. A marca celebra o seu 56º aniversário, instalando-se em julho de 2014, em Vila Nova de Gaia, com intenções de abranger novas regiões portuguesas muito brevemente. À frente do mais recente espaço da Tecla, em Vila Nova de Gaia, encontramos Pedro Carvalho, o diretor executivo que pretende continuar o projeto, inovando. “Esta marca já tem bastantes anos de referência, mas hoje enfrentamos um desafio muito importante, o de inovar”, inicia. Esta marca constitui a importante função de fornecer serviços de formação profissional, de implementação de sistemas de gestão, de consultoria organizacional e de gestão de espaços para uma enorme variedade de entidades e empresas em Portugal e no estrangeiro. Atualmente, a Tecla dispõe, entre delegações e parceiros, por Portugal Continental e Ilhas e, mais recentemente, em vários países da Europa, Ásia, América do Norte e do Sul e África. Os projetos nestes países são fruto das necessidades dos nossos parceiros em vários âmbitos de atuação da Tecla. A certificação é uma componente a que a Tecla dá bastante relevo e, por isso, têm vindo a focar todos os seus esforços na aquisição das certificações ISO:9001 (Sistema de 54 I Dezembro Gestão da Qualidade) e NP4512 (Sistema de Gestão da Formação Profissional), somando a estas os certificados pela ACT, IEFP, DGES, IPRC e LAC. Na génese da marca Na base da Tecla, encontramos uma enorme preocupação com a confiança e qualidade, pois “a nossa recompensa demonstra-se quando um cliente nos pergunta se podemos ajudar numa outra área que até podemos nem ter e, isso sim, é o reconhecimento da confiança do parceiro em nós!”, conta Pedro Carvalho. A Tecla nasceu pela arte da datilografia. Dipõe de 26 áreas de educação e formação com certificação oficial pela DGERT e, desse número, muitos cursos partem da génese da marca como os cursos de Secretariado, Turismo, Gestão, entre outros. “Fruto dessa inovação, que temos tentado imprimir na empresa, têm sido criadas também novas parcerias com entidades como a Administração Pública Central e Local, Associações, Cooperativas, Fundações, Santas Casas da Misericórdia e empresas”, completa Pedro Carvalho. Da oferta formativa constam, na totalidade, pós-graduações em parceria com o Instituto Politécnico da Guarda, cursos de especialização profissional, formação contínua de curta duração, formação “in company” e formação financiada para ativos empregados e desempregados. Para obter mais informações sobre todas estas, Pedro Carvalho insiste que aceda ao site www. tecla.pt. Da lista das áreas de negócio Portugal Inovador Para o futuro aguarda-se a confirmação de uma parceria com o ISCAP que irá contribuir com as suas competências pedagógicas e científicas e, também, com as plataformas e-learning, que têm sido alvo de muita procura. Em nota final, Pedro Carvalho termina referindo que a marca nada seria sem toda a sua equipa, composta por gente dedicada a levar a Tecla cada vez mais longe. | da Tecla sobressai também a implementação de Planos para a Igualdade, que pretendem fazer diagnósticos e implementação de manuais de boas práticas, junto das entidades parceiras. “O mais abrangente é a diferença entre homens e mulheres inseridas nessas entidades. Após diagnosticar a situação, são dinamizadas diversas ações de sensibilização junto dos colaboradores, a implementação de um manual de boas práticas, terminando na disseminação e avaliação do próprio projeto”, conta Pedro Carvalho. A Tecla trabalha, também, no âmbito de fundos comunitários tendo apoiado, também, projetos para a construção de infraestruturas sociais e irão continuar nesse rumo para Portugal 2020. Embora tenham um centro relativamente próximo, na cidade do Porto, esse não oferece o espaço necessário para a criação das oficinas, o que é, definitivamente, uma prioridade da Tecla. E assim se iniciou a procura por um estabelecimento ideal para a abertura do novo espaço. “As nossas formações profissionais requerem uma enorme componente prática e, no atual mercado de trabalho, a empregabilidade é dependente da experiência prática que o aluno adquiriu no curso”, explana Pedro Carvalho. Porquê Gaia? A abertura de novos centros de formação deve-se à procura de oficinas onde a parte prática pode ser efetuada. “Este novo espaço deu-nos a possibilidade de abranger os cursos de Saúde, de Higiene e Segurança no Trabalho e, mais recentemente, de Eletricidade e de Energias Renováveis”, explica. Vila Nova de Gaia foi o local ideal, até pelo conhecimento da zona e das entidades que resultariam em prováveis parcerias. Dezembro I 55 Portugal Inovador A presença necessária quando mais precisa A Funerária Ramaldense foi criada por Braselim Pereira Gomes, avô do nosso entrevistado, César Gomes, atual proprietário. Uma agência funerária que vai já na sua terceira geração e que prima pelo profissionalismo e competência dos seus serviços. Quando aos 18 anos o pai, Valdemar Gomes, lhe propôs dar continuidade ao negócio de família, no Porto, em 1995, César Gomes admite que “não foi de todo fácil adaptar-se à ideia. Inicialmente, tive dificuldade dado que esta é uma área que mexe com o íntimo das pessoas e onde as confrontamos quando estas estão com os sentimentos à flor da pele”. Hoje, quase 20 anos passados é com rigor e profissionalismo que César Gomes e a sua equipa servem todos aqueles que requisitam os seus serviços. “A caracterização desta agência incide sobretudo num serviço de qualidade e cuidado na preparação dos serviços fúnebres, sempre assente na formação”, refere o nosso entrevistado. Desde cedo que César Gomes apostou na sua formação: “Em 1997, desloquei-me a Salamanca para tirar um curso de Ta- 56 I Dezembro natopraxia. Senti a necessidade e a obrigação de aprender e oferecer um melhor serviço aos meus clientes. Já em 2012, frequentei outra formação de aperfeiçoamento de maquilhagem e de estética na Escola de Formação de Agentes Funerários”, explica. Com a missão de minimizar o sentimento de dor das famílias, César Gomes admite que o seu trabalho passa por facilitar todo o processo de luto. “São várias as vezes em que nos deslocámos a casa das pessoas e prestámos todo o atendimento necessário, apoiando os familiares e ouvindo os seus desabafos”, afirma realçando a qualidade dos serviços prestados. Assim, acredita que a sua agência se destaca pelo atendimento cuidado e a proximidade criada com as pessoas. “O facto de esta funerária estar a atravessar a sua terceira geração é garantia de confiança por parte da comunidade”. Apesar do raio de ação da agência se centrar na área do Grande Porto, a Ramaldense tem a capacidade para fazer transladações por todo o país. Para tal possui duas viaturas devidamente equipadas. No futuro, César Gomes acredita que a funerária vai continuar a crescer de forma sustentada, revelando ainda que é sua vontade que o negócio de família continue. | Portugal Inovador Raízes de Ouro Na praça de Carlos Alberto, um dos locais mais históricos do Porto, encontramos a Companhia União de Crédito Popular. Manuel Aleixo é a face representante desta empresa bicentenária, um verdadeiro apaixonado por este negócio que ainda com 88 faz o seu importante papel. A Companhia União de Crédito Popular é uma empresa de penhores com uma loja de ourivesaria disponível para os clientes que procurarem um serviço mais rápido. Desde 1875 que esta empresa faz os possíveis (e os impossíveis) para garantir uma excelente qualidade no serviço para alcançar a satisfação dos clientes. Manuel Aleixo falou à Portugal Inovador, com um enorme brilho nos olhos, contando-nos o seu percurso até se tornar o grande coordenador da Companhia União de Crédito Popular que é hoje. Mesmo com os seus 88 anos, o nosso entrevistado continua com uma enorme vontade de levar esta empresa mais longe, embora refira que se começa a sentir cansado. No entanto, ficámos com a impressão que Manuel Aleixo não irá parar tão cedo. “Neste ramo necessitamos de estar constantemente atentos aos valores e cotações, pois o ouro é muito falso e a sua cotação é alterada praticamente a cada hora”, comenta o administrador. Embora tenha entrado na Companhia União de Crédito Popular como um simples “chefe de vassoura”, Manuel Aleixo rapidamente alcançou a posição de leiloeiro, adquirindo até o título de “melhor leiloeiro” ao longo da sua experiência cinquentenária. Com a sua mãe, Manuel Aleixo aprendeu todas as técnicas e truques para lidar com o ouro e com todas as relíquias que trabalha hoje. Após ter tomado as rédeas da companhia, que soma hoje 30 colaboradores distribuídos pelos seis espaços que a Companhia União de Crédito Popular tem, Manuel Aleixo efetuou algumas alterações importantes no modo de laborar da empresa. Hoje, o balanço anual é regularmente positivo e, após algumas renovações no espaço da praça de Carlos Alberto, Manuel Aleixo mostra-se orgulhoso do que tem nas suas mãos hoje. “Este espaço é lidado com muito rigor e seriedade, como lidar com ouro deve ser. Para o futuro, esperemos continuar”, completa o administrador. Este espaço persevera uma enorme referência na cidade do Porto e a sua importância não passa despercebida. Manuel Aleixo termina a nossa entrevista referindo um fator que o público pode não saber sobre a Companhia União de Crédito Popular: “nós estamos aqui para ajudar os menos afortunados, pois somos uma entidade que sucede aos bancos, de certa forma e, ao penhorar as relíquias dos clientes, estamos a fazer-lhes um empréstimo. Isso é a base da nossa Companhia”, termina. | Dezembro I 57 Portugal Inovador A diferença nos grandes pormenores Com 51 anos de história, a Funerária de Paranhos (Funerária Salgueiro, Lda) prima pela qualidade e competência nos seus serviços, sendo uma das mais antigas da cidade do Porto. “Possuímos quatro viaturas e tratamos de toda a documentação, inclusive de toda a logística de transladações para outros países” A Funerária de Paranhos (Funerária Salgueiro, Lda) conta, atualmente, com três lojas: uma em Campo Lindo, uma filial em Ramalda Alta e uma loja em Costa Cabral, inaugurada há apenas um mês, tendo sido criadas com o objetivo de “chegar às pessoas da melhor forma possível, num momento difícil, e agilizar todo o processo”, começa por explicar à Portugal Inovador, Jorge Salgueiro, proprietário dos espaços. Criada em 1963 por Carlos Alberto Vilas Boas Salgueiro, pai do nosso entrevistado, a funerária realiza cremações e transladações, funerais em jazigos ou em sepultura, a nível nacional e no estrangeiro. “Possuímos quatro viaturas e tratamos de toda a documentação, inclusive de toda a logística de transladações para outros países. Já necessitámos de ir para o Senegal e o Consul desse país deslocou-se às nossas instalações para agradecer o nosso trabalho, algo muito gratificante”, explica. 58 I Dezembro Na área há 25 anos, Jorge Salgueiro acredita que “é necessário ter vocação para atuar nesta atividade. Eu gosto daquilo que faço e isso é muito importante. É uma área difícil e passem os anos que passarem nunca se torna fácil, dado que mexe muito com sentimentos”, acrescenta. Aliada à experiência adquirida ao longo dos anos, a formação em áreas mais técnicas é também um fator diferenciador neste tipo de serviço. “Todos os seis funcionários têm formação, algo muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos conhecimentos e para a inovação em outras áreas que vão surgindo e nas quais não tínhamos qualquer experiência”. O sucesso desta funerária com meio século de existência, deve-se, igualmente, aos pequenos pormenores que se destacam na preparação dos serviços fúnebres. “Funerais todos sabem e podem fazer, temos é de marcar pela diferença. Diferentes na postura, na forma como tratamos o cliente, conforme acompanhamos o funeral. Pequenos pormenores fazem a diferença: a forma como dobramos um lenço, a forma como pegamos no lenço. É a diferença nos grandes pormenores”, sublinha Jorge Salgueiro. Para o futuro, espera que o filho, Hugo Salgueiro, estudante de Direito continue com o seu negócio dando continuidade ao profissionalismo e competência que caracterizam a Funerária de Paranhos (Funerária Salgueiro, Lda). | “Diferentes na postura, na forma como tratamos o cliente, conforme acompanhamos o funeral. Pequenos pormenores fazem a diferença” Portugal Inovador O pão mais fofo do Porto Em frente à estação de metro da Trindade, que recebe milhares de pessoas em dias úteis, o Pão Fôfo oferece os melhores bolos para adocicar o seu dia de trabalho. Desde os 18 anos que José Meireles lida com a arte de fazer pão, por isso decidiu apostar num local estrategicamente perfeito para montar uma padaria e pastelaria. Por essa e outras razões, o Pão Fôfo disponibiliza almoços num horário alargado das 12h até às 16h e, embora esteja num espaço com uma dimensão muito boa, a lotação total é quase garantida. Definimos o administrador José Meireles como um profissional dedicado e que abdica de muito para conseguir estar sempre presente na resolução de problemas. O Pão Fôfo apresenta um espaço moderno com uma enorme variedade de pão, bolos e salgados e, desses, as consideradas especialidades serão o pão de água e o bolo (que esgota muito facilmente) de chocolate com recheio de frutos vermelhos. Todos estes produtos apresentam preços bastante acessíveis, até quando nos referimos aos almoços. “Todos os dias, alteramos os nossos pratos de almoço e oferecemos a possibilidade de escolha ao cliente. Desde snacks rápidos, passando por bifes de peru grelhados e até lulas ou salmão grelhado, oferecemos refeições para todos os gostos”, completa José Meireles. Outro fator a que o nosso entrevistado dá relevo é o facto de não colocar no menu nenhum prato que seja feito com produtos congelados, até porque “os alimentos não sobram para os podermos congelar”. A equipa do Pão Fôfo soma dois colaboradores na cozinha, quatro na área de fabrico, uma na limpeza e sete no balcão. “Assim se forma uma equipa de trabalho e, embora tenha sido muito difícil no princípio, tanto devido aos meus requisitos como ao volume de trabalho, agora formou-se um grupo de colaboradores com vontade, dedicação e ideais parecidos com os meus”, comenta José Meireles. A limpeza, a qualidade, o rigor e os horários são quatro elementos prioritários que tornam este espaço uma referência. Agora que se aproxima a época natalícia, José Meireles afirma que “este ano se vai trabalhar bem, até porque o dia 24 e 25 são em dias úteis, o que obriga muitas pessoas a trabalhar nos dias anteriores e posteriores. Portanto, estamos já a preparar-nos para a quantidade industrial de bolo rei, pão-de-ló, rabanadas e, especialmente, sonhos que temos de fabricar”. Em jeito de conclusão, José Meireles deixa uma mensagem de Bom Natal aos nossos leitores e, com especial carinho, aos seus clientes. | Dezembro I 59 Portugal Inovador Vila do Conde 60 I Dezembro Portugal Inovador Dezembro I 61 Portugal Inovador O gosto pelo culturismo em Portugal Há 11 anos que o Dream Gym treina atletas de alta competição na prática de culturismo. Ao longo dos anos, Sérgio Fonseca foi desenvolvendo conhecimentos e experiências para fazer o acompanhamento destes atletas. O culturismo e o físico trabalhado pelos atletas sempre foram alvo de interesse de Sérgio Fonseca. Quando era jovem, o entrevistado lembra-se de ter uma estatura alta e um corpo magro. Apesar de nunca ter competido, foi para melhorar o seu aspeto fisico que deu os primeiros passos neste desporto. “Em 2003, quando abri o ginásio, já tinha um longo percurso nesta prática”, conta Sérgio Fonseca. Esteve perto de participar em algumas competições, mas atualmente o seu objetivo é ajudar outros atletas, com o conhecimento que foi adquirindo. “Este desporto requer a imposição de muitas regras e disciplina e a minha vocação passa por prestar um acompanhamento a outros desportistas”. Sérgio Fonseca explica que cada atleta tem uma dinâmica corporal específica e que o treino tem que ser adaptado a cada tipo de corpo. Para além disso, existe uma dieta muita rigorosa que tem 62 I Dezembro que ser seguida. “Alta em proteínas, baixa em hidratos e reduzida em gorduras”, explica. O trabalho de acompanhamento feito no Dream Gym passa pela consciencialização dos atletas de que há determinadas práticas que têm que cumprir para atingir os seus objetivos, nomeadamente alimentarem-se de duas em duas horas para não atrasar o trabalho que é feito no ginásio. “O treino é apenas um estímulo para o atleta chegar a um fim. O resultado final depende muito da alimentação, do descanso e do treino. Se um destes elementos falhar, os resultados não são cumpridos”. O legado no culturismo Os atletas treinados por Sérgio Fonseca não são apenas do Norte do país, alguns deslocam-se do Sul e outros de Espanha. “Tenho a felicidade de, com o decorrer dos anos, ter ganho alguns amigos no culturismo e aprendido muito com eles”, afirma o entrevistado. Sérgio Areias, de 23 anos, foi o primeiro atleta treinado por Sérgio Fonseca, tendo ganho em 2012 o Campeonato dos Iniciados e, em 2013, o Regional e Nacional Júnior. Este atleta participou também no Campeonato Arnold Classic, em Madrid, em 2012 e 2013. Começou a treinar aos 15 anos e foi passado cinco que conheceu o Dream Gym. “Aprendi com o Sérgio Fonseca. Com ele ao lado dos atletas, o trabalho é muito mais fácil ser desenvolvido”, conta Sérgio Areias. O principal objetivo do atleta era competir e conseguiu concretizá-lo devido ao acompanhamento que teve no Dream Gym. Outro exemplo do trabalho de Sérgio Fonseca é o atleta Ricardo Rodrigues, de 31 anos. Começou a treinar aos 19 anos e foi através de um familiar que ouviu falar do Dream Gym e de Sérgio Fonseca. “No período de um ano, após ter entrado no ginásio, comecei a com- Portugal Inovador petir no Regional de 2013 e consegui cumprir o meu sonho de subir a um palco de culturismo”, conta o atleta. Ricardo Rodrigues passou por vários ginásios, mas afirma que foi no Dream Gym que encontrou o melhor serviço e ambiente. “O Sérgio dá-nos todas as garantias para evoluir e para alcançar o sucesso. Ter o acompanhamento de um profissional como ele, com todo o seu conhecimento, é um avanço para atingirmos as nossas metas”. Filipe Gomes, de 33 anos, conheceu o Dream Gym através de Ricardo Rodrigues. O atleta tinha começado a treinar culturismo para desenvolver o seu corpo. Após ter parado de praticar durante três anos, retomou os treinos com Sér- gio Fonseca. “Sem o conhecimento do Sérgio, muito dificilmente teria entrado em competições. No Dream Gym, o ambiente é completamente diferente dos outros ginásios onde já treinei”, afirma. Segundo o atleta, Sérgio Fonseca assegura todo o acompanhamento desde “queimar gordura, manter a boa forma ou simplesmente sentirem-se bem com o seu próprio corpo”. Diferentes visões num espaço tão próximo Comparando o modo como o culturismo é visto em Espanha a par de Portugal, o entrevistado identifica muitas diferenças. “Estamos a cerca de 100km de Vigo e lá conseguimos ver muitos profissionais de culturis- mo”, aponta Sérgio Fonseca. “Já em Portugal, ainda há muita discriminação. Principalmente em relação às mulheres”, acrescenta. Segundo a opinião de Sérgio Fonseca, se o culturismo fosse tão apoiado cá dentro como acontece noutros países, este desporto estaria muito mais desenvolvido e seria maior o número de profissionais. “O culturismo é um desporto muito caro e está na base de todos os outros. Por isso, acho que se deviam criar mais oportunidades e mais competições”. No futuro, o entrevistado acredita que vão surgir novos atletas para competir, apesar de os anos 90 e o início do milénio ter sido a época dos atletas de culturismo com melhor preparação física. Um dos maiores desafios que Sérgio Fonseca tem para o futuro é voltar a colocar nas competições um atleta de 43 anos, que já foi campeão nacional cerca de sete vezes. “Vejo nele muito potencial. Na minha opinião, ele poderia ter sido um dos poucos atletas, em Portugal, a tornar-se profissional de culturismo”. | Dezembro I 63 Portugal Inovador Ouriginal traça qualidade com diferença Manuela Oliveira, à conversa com a revista Portugal Inovador, falou-nos sobre a sua loja de ourivesaria: a Ouriginal. Situada na Rua S. Bento, em Vila do Conde, acarinha com um serviço de proximidade e qualidade todos os seus clientes. Foi há quinze anos que tudo começou, por isso Manuela Oliveira está hoje numa fase madura para narrar a sua história. A lembrança, fá-la memorar tempos mais longínquos, que se descobrem nas suas raízes, na Póvoa de Lanhoso. “Tenho família no ramo da ourivesaria, o meu pai e o meu avô eram ourives e eu acabei por ser influenciada”, explica. Foi o seu casamento que a trouxe à cidade de Vila do Conde. Aí, decidiu iniciar um novo projeto na sua vida. A tradição de uma família uniu-a a esta paixão que foi crescendo ao longo dos anos ainda com mais fulgor. Atualidade Envolta neste mercado, Manuela Oliveira identifica que a moda é feita de momentos, onde é premente reconhecer e prever tendências. Numa 64 I Dezembro imagem onde o design inovador se constrói lado a lado com o design clássico, a Ouriginal consolida-se com visão no futuro. O presente caminha aqui com o passado de modo a crescer com maior notoriedade. Inicialmente, Manuela Oliveira verificou que havia uma maior procura pelo ouro, mas a constante mutação das tendências levou-a a trilhar outros percursos. Hoje, labora com marcas prestigiadas como a Lacoste, a Pandora e a Gofrey. Acompanhando estas novas tendências soube atrair para si um público cada vez mais jovem. A linha desta nova juventude distingue-se pela sua descontração e vivacidade. Com cores mais ou menos sóbrias, em contornos suaves ou robustos, em texturas que exclamam criatividades desiguais, os diferentes materiais entrelaçam-se em sintonia para inspirar novos mundos, conferindo à Ouriginal diversificação na sua oferta. A simpatia com que Manuela Oliveira abraça o seu público confere um novo traço único ao seu serviço. A sua proximidade transmite a essência desta casa, onde a beleza respira com uma nova cor. Aliada à humanização do seu serviço está também a garantia de qualidade. “As marcas têm muito peso e a diversificação de produtos também, mas ainda continua a ser a empatia que conseguimos criar com cada um dos nossos clientes que realmente nos destaca”, revela. A diferença pode proporcionar novas possibilidades e Manuela Oliveira mostra ter grande abertura para todas as oportunidades que o mercado tiver para lhe oferecer. Para a concretização dos objetivos sabe que é cada vez mais necessário observar a linha do tempo, porque “a qualidade gera confiança, e a confiança conquista-se gradualmente”, conclui. | Portugal Inovador Nas ondas do sucesso Num dos setores tradicionalmente portugueses, encontrámos a Barreto & Filhos, empresa familiar que se dedica à reparação e construção de embarcações. Juntando-se aos seus filhos Bruno e Luísa, Henrique Barreto formou a Barreto & Filhos, empresa presente na zona portuária da Azurara, em Vila do Conde. Henrique Barreto descobriu a sua vocação quando se iniciou na reparação e construção naval. Mais recentemente, os seus filhos perceberam a sua aptência para o ramo e todas as possibilidades que este lhes traria. Deste modo, em junho de 2009, começaram o seu currículo no ramo criando uma sociedade e instalando-se na zona portuária da Azurara. “Começámos de uma forma muito peculiar, pois não tínhamos nenhuns meios, sendo que hoje já contamos com 16 funcionários”, inicia Luísa Barreto. Barreto & Filhos trabalha diariamente “para construir algo sólido e de referência” e, uma vez que é um ramo onde já laboraram antepassados, este é um projeto e um nome pelo qual têm que lutar. Pelo mar fora A construção naval é um ramo que tem passado dificuldades, de- vido à escassez e falta de apoios que se tem feito notar no ramo da pesca. “Diria que o nosso método de trabalho vinga entre fevereiro e setembro, quando trabalhamos bastante com os barcos de pesca de pequena dimensão (traineiras) e com os barcos de pesca industrial de grandes dimensões (palangreiros)”, explana Luísa Barreto. A partir desses meses, o serviço começa a diminuir para os 30% a 40% e, nessa altura, a Barreto & Filhos dedica a sua atividade às manutenções que nos restantes meses não têm disponibilidade para elaborar. Esta empresa abrange a costa portuguesa por inteiro, tendo já feito reparações de barcos, maioritariamente a nível piscatório, desde o Algarve até Viana do Castelo. A Portugal Inovador interessou-se também em saber quantas embarcações já passaram pelas mãos destes profissionais, ao que Luísa Barreto indicou um número que ronda as 90 embarcações/ ano, que param neste estaleiro para manutenção. “Esperando por dias melhores…” é a expressão que deixa escapar quando questionada sobre o futuro, realçando que Portugal tem uma vastidão de meios no ramo naval que deveriam ser melhor aproveitados. Para concluir a nossa visita à Barreto & Filhos, a empresária fez-nos uma pequena visita guiada onde pudémos apreciar a zona de carpintaria, de serralharia e, o mais importante, o estaleiro onde estavam no momento a fazer a restauração de uma espetacular embarcação algarvia com 20 metros. Embora tenha apenas cinco anos de experiência no ramo, Luísa Barreto mostrou-nos como é importante inovar na tradição e apostar numa atividade em que Portugal sempre foi excecional: a pesca. | Dezembro I 65 Portugal Inovador Crescer com segurança Um dos gabinetes de contabilidade mais antigos da comunidade vilacondense, a Caxiconta, atravessou já diversos ciclos e contraciclos. Mónica Sidrais, juntamente com o seu pai, contou-nos uma história com 30 anos. A Caxiconta valoriza a confiança e a perseverança para se afirmar no mercado, e contrariamente ao que acontece com grande parte dos gabinetes de contabilidade tem mantido os seus clientes ao longo dos anos. Recentemente, tomaram um passo importante na sua vida empresarial, expandindo-se para junto da comunidade chinesa. O pai, reconhecendo na filha uma boa profissional, sabe que ela abraça a atividade com dedicação e firmeza, apoiando-se em bases sólidas. Sob uma visão realista, a família Sidrais verifica que este setor de atividade atravessa algumas dificuldades. “Apesar das nossas obrigações fiscais serem cada vez maiores, continuamos a cobrar o mesmo a cada cliente, devido à situação que o país atravessa. Andamos em constante correria para conseguir cumprir tudo 66 I Dezembro e acompanhar o cliente diariamente”, explicam. A contabilidade das empresas e famílias portuguesas entrelaça-se, hoje, com outras áreas, por isso é de premente importância acompanhar a legislação. A Caxiconta, atenta a todos os detalhes, observa que houve duas leis implementadas que se revelaram determinantes para o combate da fuga ao fisco. “Uma delas diz respeito à comunicação da faturação mensalmente até ao dia 25 do mês seguinte; e a outra, que entrará em vigor a partir de janeiro de 2015, obriga a que todas as empresas organizadas apresentem o inventário até 31 de janeiro”, esclarecem. No entanto, Mónica Sidrais verifica que os portugueses ainda não valorizam alguns aspetos da sua vida contabilística, e por isso as mu- danças deveriam ter ocorrido de forma gradual para que os empresários se tivessem preparado para estes novos conceitos que vão surgindo, e a partir daí crescer de uma forma saudável. O pai, alavancado pelo mesmo pensamento da filha, repara que as camadas mais jovens apesar de estarem bastante concentradas na sua produtividade sofrem de alguma falta de preparação por não saberem como respeitar algumas burocracias. Para acompanhar todos estes processos o desenvolvimento de uma equipa coesa e a formação tornam-se essenciais. É com algum orgulho que a Caxiconta revela que há dez anos mantém a mesma equipa. Apostando nos recursos e relações humanas aproximam um serviço atual e de continuidade. A Caxiconta, pulsada ao mesmo ritmo que as empresas, procede a análises trimestrais, e mensais, dando-lhes o conhecimento da sua real situação. Futuro Pelo caminho houve aprendizagens e constantes adaptações, que agora sustentam a Caxiconta para enfrentar os desafios futuros. Nos horizontes de Mónica Sidrais está o desenvolvimento de parcerias. Neste momento, reconhece como é importante saber trabalhar com os clientes que já se encontram fidelizados para que posteriormente possa ganhar equilíbrio e crescer. | Portugal Inovador Primar pela diferença e inovação Surgiu em 2002 quando Domingos Santos percebeu a necessidade do mercado em encontrar soluções nas áreas da automação e domótica. Doze anos depois, a atual IDAM - Integração Domótica Automação Multimédia, cresceu e é uma referência a nível nacional. “É uma tendência de futuro”, foi o que pensou Domingos Santos quando, depois de terminar o curso superior na área de Automação de Edifícios, decidiu criar a IDAM (ex-INTELBUS) empresa sediada em Vila do Conde, que oferece soluções de domótica. “É uma área em crescimento. É algo que daqui a 20, 30 anos fará parte de qualquer casa. Quem adquire domótica, neste momento, está a preparar-se para o futuro. É uma área nova e os preços das soluções começam a ser cada vez mais competitivos, mesmo atingindo um nicho de mercado médio/alto. O principal valor da domótica dentro de uma casa é o conforto, permitindo que o utilizador possa gerir a sua habitação de forma fácil, intuitiva, obtendo ao mesmo tempo uma poupança energética que pode variar entre os 20 ou 30%”, começa por explicar o responsável. Associada desde 2008 ao Grupo Azevedos SGPS, a IDAM conta no seu percurso, entre projetos concluídos e em curso, com mais de 100 obras públicas e privadas. A credibilidade do serviço deve-se ao tipo de tecnologia utilizada, acredita Domingos Santos: “Trabalhamos com tecnologia de KNX, que em termos de soluções não é das mais baratas, mas é a que oferece maiores garantias em termos de funcionalidade, fiabilidade e robustez. Quando o cliente adquire uma casa é para a vida, não o faz para daqui a dois anos a vender, por isso não pode ter constantes avarias ou problemas no seu funcionamento. Temos de ser fiáveis e o KNX dá-nos essa garantia”, explica. Relativamente ao futuro da empresa, a IDAM irá centrar-se na criação de dois novos departamentos, um ligado à multimédia e ao audiovisual e outro ao smart metering (soluções de medição e monitorização dos consumos energéticos). “Esperamos abrir um novo departamento, sempre ligado à domótica, com soluções integradas de automação juntamente com multimédia e audiovisual. Possibilitar que os clientes cheguem a casa, carreguem num botão de boas vindas e automaticamente as persianas subam, a luz e a televisão liguem-se automaticamente, entre outras funcionalidades. E quando saiam, carreguem num botão e tudo se desliga de imediato. Dentro do smart metering, ou seja dos consumos energéticos, queremos que as pessoas tenham conhecimento, através de aplicações para smartphone, dos consumos da casa em tempo real, nomeadamente de eletricidade, água ou luz”, acrescentou Domingos Santos. Outro dos objetivos passará também por consolidar a sua ligação com as universidades: “Desenvolvemos regularmente projetos com o ISEP, onde sou professor e, neste momento, estamos a desenvolver um projeto com um aluno, que consiste em utilizar a domótica em KNX por controlo de voz, orientado para ajudará pessoas com necessidades especiais. É um projeto que consideramos inovador e bastante útil, virado para o futuro”, conclui. | Dezembro I 67 Portugal Inovador A primazia pela qualidade do produto Ligados a grande empresas, a Quinta do Cerqueiral é uma empresa familiar. Há já cinco anos que Paula e Adelino Maia dedicam-se à exploração agrícola e à quinta. Em 2009, Paula e Adelino Maia quiseram dar continuidade à exploração agrícola dos pais da entrevistada e mudá-la para um espaço maior. Depois da aprovação de um projeto de investimento para a Quinta do Cerqueiral, construíram um pavilhão que desse uma melhor qualidade de vida tanto aos proprietários, como também às cerca de 70 vacas que têm em produção. “Nós tinhamos um espaço minúsculo para fazer a ordenha dos animais e era muito difícil manter o espaço minimamente limpo”, conta Paula Maia. Com a ajuda da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, a Quinta do Cerqueiral trabalhou três anos para conseguir obter a Certificação Agrícola. Agora, Paula e Adelino Maia admitem que, apesar de se- 68 I Dezembro rem confrontados com bastantes exigências, sabem que os produtos que produzem têm qualidade. “A certificação é uma mais-valia para nós. Envolve muita burocracia e muito controlo, mas é uma garantia que temos”, explica a proprietária. A Quinta do Cerqueiral fornece essencialmente leite para a Lactogal e comercializa carne para alguns talhos, assim como para a marca Pingo Doce. Para consumo interno, produzem principalmente milho e erva. Por trabalharem para a Lactogal, a distribuição é feita a nível nacional. Paula Maia explica que os animais têm que ser constantemente examinados pelo veterinário e têm que respeitar as horas de intervalo dos antibióticos para que o leite não seja contaminado. “Quando vêm cá recolher o leite, tiram sempre uma amostra para ver a qualidade do leite e se não estiver dentro dos parâmetros, nós somos penalizados”, conta Paula Maia, “por isso, essa é uma parte que não podemos descuidar”. Paula e Adelino Maia são os únicos funcionários da quinta. Com a maquinaria, o entrevistado afirma que não precisam de mais mão de obra e, nas épocas com mais trabalho, recorrem à contratação temporária. O entrevistado recorda que, da sua geração, eram poucas as pessoas que queriam trabalhar na agricultura e havia falta de mão de obra. Atualmente, já começam a ver uma adesão maior ao setor, mas a falta de horários continua a ser um entrave. “Nós começamos a trabalhar às 6h e acabamos às 22h. Era preciso um funcionário que estivesse aqui fora de horas e as pessoas não querem isso. Mas agora, a agricultura começa a ser um setor mais mecânico e não é um serviço tão sujo como antes”, diz Adelino Maia. Para os próximos anos, o aumento da qualidade do produto que servem é o objetivo principal dos proprietários. “Não nos interessa crescer, nem aumentar as terras que já temos porque para nós os dois o que temos é suficiente. O importante agora é consolidarmos aquilo que já possuímos”, explica o proprietário. | Portugal Inovador Uma nova aposta na arquitetura O interesse pela arquitetura foi cultivado por Ricardo da Silva Gonçalves desde muito cedo. Já com alguns trabalhos nacionais e internacionais, viu agora uma oportunidade de abrir o seu gabinete pessoal: Sketchbook - Design and architecture office. Ricardo da Silva Gonçalves é licenciado em arquitetura, pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, e frequentou um ano de Arquitetura Paisagista na Universidade de Évora. Os primeiros trabalhos foram realizados em 2004 para a Câmara Municipal de Vila do Conde, em estágio, na revisão do Plano Diretor Municipal, juntamente com o arquiteto Manuel Fernandes de Sá, e para a Ordem dos Arquitetos, com o arquiteto João Queirós. Em 2013, terminou o vínculo com a Câmara de Vila do Conde e iniciou a atividade por conta própria, através do seu atelier Sketchbook. Para quem está a iniciar uma atividade, o entrevistado afirma que há poucas oportunidades, principalmente no ramo da arquitetura. “O mercado está muito saturado e a oferta de trabalho é cada vez menor. Mesmo os grandes gabinetes de arquitetura, em Portugal, continuam a dispensar pessoas, porque não conseguem suportar todos os custos inerentes ao trabalho de escritório”, exprime Ricardo Gonçalves. Desta forma, o arquiteto considera que a participação em concursos internacionais são uma mais-valia e uma rampa de lançamento. “É sempre uma forma que os profissionais encontram para fazer algum trabalho, nem que seja para a divulgação do mesmo”, explica. Durante 2013 e 2014, teve a oportunidade de participar em alguns projetos e, neste momento, participa num concurso internacional de ideias para um museu em Pompeia, em Itália. No mercado interno, já realizou alguns trabalhos de reabilitação urbana, em Vila do Conde. Segundo Ricardo Gonçalves, a reabilitação de edifícios é a área de intervenção que mais contribuirá para uma recuperação sustentável do setor da arquitetura, principalmente nos centros urbanos com edifícios bastante degradados e que precisam de uma intervenção urgente. “É um desafio trabalhar num edifício descaracterizado e dar-lhe uma nova vida. É um trabalho que me agrada muito fazer”. Projetos para o novo ano No final deste ano, Sketchbook vai ganhar um espaço físico, com a abertura do gabinete de arquitetura. Ricardo Gonçalves vai dedicar-se principalmente à arquitetura, mas trambém vai desenvolver trabalhos na área do design e do mobiliário. “A sociedade portuguesa ainda não compreende inteiramente o trabalho de um arquiteto.”, explica o entrevistado, “Infelizmente, ainda há muita construção sem a contribuição do arquiteto, muitas vezes com prejuízos de vária ordem para o promotor da obra”. No atelier Sketchbook, o arquiteto quer mostrar ao cliente a mais-valia do trabalho de um profissional habilitado a solucionar as questões relacionadas com o projecto e a construção , fornecendo as soluções mais eficazes e económicas, na conceção e acompanhamento dos seus projetos. Para além do gabinete, Ricardo Gonçalves vai estabelecer uma parceria com uma empresa de mediação imobiliária e construção, em Vila do Conde. | Dezembro I 69 Portugal Inovador Multiplicidade de serviços num só espaço Queli Henriques, proprietária do Consultório Médico Dentário Queli Henriques “Sorrisos Sábios” esteve à conversa connosco sobre o seu espaço e a sua atividade. O percurso profissional de Queli Henriques começou há 16 anos em Vila do Conde quando decidiu abrir em sociedade uma clínica na zona. O espaço era “pequeno e com pouca luz”, como a própria descreve e há sete anos decidiu abrir o seu próprio negócio. “Queria criar um espaço onde as pessoas pudessem estar à vontade e onde se sentissem bem, sem sentirem medo de ir ao dentista e neste momento este consultório é o reflexo do que sempre quis ter”, explica Queli Henriques orgulhosa. O trabalho do Consultório Médico Dentário Queli Henriques, contempla todas as diferentes especialidades da Medicina Dentária, como Implantologia, Branquamento Dentário, 70 I Dezembro Periodontia, Dentisteria, Endodontia e Odontopediatria. No consultório trabalham também Joana Gomes, médica podologista, Noélia Novo, médica de medicina geral e familiar e Artur Ferreira, especializado em Medicina Natural. “A multiplicidade de serviços que o consultório oferece é um aspeto diferenciador e inovador e no futuro gostaria de incluir outras especialidades, como Pediatria e Enfermagem e assim corresponder a todas as necessidades dos nossos clientes”, acrescenta. Joana Gomes, médica podologista e colaboradora do consultório, é natural das Caxinas e explica que a Podologia “é uma área da saúde que trata, previne e diagnostica todos os problemas relacionados com os pés, não isoladamente mas tendo sempre em conta a própria saúde do paciente” e que em terra de pescadores é, depois da Medicina Dentária, a especialidade mais procurada. Sobre os cuidados de saúde dentários dos seus clientes, maioritariemente residentes nas Caxinas, Queli Henriques acredita que os jovens começam a prevenir-se cada vez mais cedo. “Noto uma evolução muito grande na prevenção da saúde dentária. Hoje em dia aparecem aqui poucas crianças com os dentes cariados, antes isso não havia ponta por onde se pegasse. Chegavam aqui com os dentes completamente destruídos e os cheques dentistas vieram ajudar a mudar essa situação”. Visando a facilitação desse acesso, a clínica mantém parcerias com a Câmara Municipal de Vila do Conde, onde participa no projeto “Sorrisos Bonitos” e onde disponibiliza duas consultas semanais à população que não teria possibilidade de aceder a este tipo de serviço e Cheque Dentista. O futuro acredita que passará pela continuidade da sua formação e pela expansão do negócio. “Quero tirar Mestrado em Cirurgia Oral e Impantologia e gostaria de abrir mais consultórios da especialidade aqui nas Caxinas, que é uma zona que gosto muito. Abrir noutras zonas também é um desafio e eu gosto de desafios”, conclui. | Portugal Inovador “Inovação e Desenvolvimento no presente, a pensar no futuro” Situada em Vila do Conde, a empresa S.D.Silva & Filhos atua há 21 anos no mercado de equipamentos agropecuários. Aqui, a inovação é sinónimo de responder às necessidades do cliente. José Silva criou a empresa em 1993. Começou a trabalhar por conta própria, mas mais tarde a quantidade de trabalho e as exigências do mercado fizeram com que a S.D.Silva & Filhos, ganhasse uma nova dimensão, em 2001. Na verdade, visto que o volume de negócio estava a crescer significativamente, surgiu a necessidade de criar uma sociedade. Além disso, a implicação de novos elementos da família na progressão da empresa, levou a que uma sociedade familiar fosse a opção mais apropriada. A inovação dos equipamentos e do método de trabalho teve que evoluir para acompanhar a exigência do mercado da pecuária e da agricultura. “Nos últimos dez anos, a pecuária teve uma grande evolução e nós temos que acompanhar o desenvolvimento do mercado para o qual trabalhamos, senão corremos o risco de ficar para trás e de não conseguimos dar resposta ao nosso cliente.” Portanto, nos últimos anos a S.D.Silva & Filhos foi crescendo, sempre com o objetivo de conseguir proporcionar um bom serviço à medida das necessidades do cliente. A S.D.Silva & Filhos tem capacidade para acompanhar o cliente nos mais diversos projetos, desde a construção do pavilhão agropecuário a todos os restantes equipamentos de interior e bem-estar animal. Atualmente, os seus produtos são comercializados maioritariamente desde o Norte à zona do Ribatejo, contudo com um crescimento sólido e sustentado a empresa está atenta ao alargamento do seu mercado. A sua atividade não se esgota nos produtos que vende e na colocação dos equipamentos nas explorações agrícolas dos clientes. O acompanhamento após a venda dos produtos é um serviço a que a gerência dá muita importância. O apoio que a empresa presta ao cliente permite que haja uma proximidade muito grande e um atendimento personalizado. Segundo José Silva, o importante não é crescer em dimensão, mas sim em qualidade, mantendo sempre a filosofia de trabalho da empresa. A preocupação da empresa passa por realizar um bom trabalho junto ao cliente, ter um bom produto e manter-se no mercado. “ O que pretendemos é trabalhar passo a passo no presente para termos um bom futuro, fazendo sempre o melhor que podermos com gosto e dedicação”. | Dezembro I 71 Portugal Inovador Terras de Basto 72 I Dezembro Portugal Inovador Múltiplas soluções Carlos Queirós, responsável pela InforMondim, falou-nos acerca do seu projeto pessoal e das suas ambições para o futuro. Localizada no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, a Informondim surgiu em 2001 após a identificação de “oportunidade de negócio” no setor informático, não existindo qualquer empresa do género na zona. O seu modus operandi, através de treze colaboradores, consiste em disponibilizar serviços de informática a clientes particulares e a empresas dos mais variados ramos de atividade, além do renting de máquinas fotocopiadoras – nova modalidade – que já se encontram em mais de 80 empresas de norte a sul do país. Atualmente, a Informondim encontra-se numa uma fase de expansão, estando já em Arco de Baúlhe pelos mesmos motivos: “Encontramos mais uma zona com mercado que não estava a ser explorado”, revelou Carlos Queirós, acrescentando ainda que “tem havido crescimento notório do negócio”. Um dos pontos fortes da Informondim passa pelo software de gestão comercial e financeira, mantendo parcerias com a SAGE, Primavera Software e WinTouch, tendo aplicações em mais de 250 empresas nos dias de hoje, contando com técnicos especializados nas diversas vertentes. Sendo um projeto comum, mas com empresas distintas, também a Microbasto, empresa de Francisco Queirós – irmão do nosso interlocutor – oferece serviços de informática e software de gestão: “Partilhamos os mesmos técnicos, trabalho e até um grande apoio interpessoal, fomentando uma boa relação empresarial”, acrescentou. Além dos vários serviços de informática, têm ainda a venda e reparação de telemóveis – com um técnico especializado –, contando com outro profissional dedicado à manutenção de antenas e parabólicas. Ademais, têm em comum as Lojas Hello que se direcionam para a venda, manutenção e reparação de vários tipos de eletrodomésti- cos. A Papelaria do Prado, outro negócio de Carlos Queirós, surgiu através da Informondim, “fruto de um nicho de mercado que sentia uma grande necessidade de oferta para a região”. Por último, o responsável ressalvou que o sucesso adquirido prende-se com “a confiança dos clientes”, desejando “manter a estabilidade do projeto, incrementar o volume de negócios e preservar a confiança depositada por cada cliente”. | Dezembro I 73 Portugal Inovador História de necessidade e paixão Atuando no setor do calçado há 32 anos, Avelino de Jesus, após o aparecimento de uma situação familiar complexa, empreendeu e, em 2007, fundou a RUVEL, empresa situada em Felgueiras. A sua aventura no mundo dos sapatos surgiu em tenra idade – tinha 14 anos – altura em que Avelino de Jesus começou a operar numa fábrica de calçado, onde “aprendia mais a cada dia”, mantendo “constante” contato com os seus chefes de linha. A sua progressão foi tal, que com 18 anos de idade acabou por se tornar supervisor de alguns setores produtivos. Aos poucos, e num espaço de apenas dois metros quadrados, com uma pequena mesa de paletes, uma turquesa, martelo e um motor de lixar, iniciou a sua residual produção de sapatos, “que tentava comercializar batendo à porta de algumas sapatarias na zona”. Em 2007, Avelino de Jesus, deparando-se com uma complexa patologia num membro da sua família, que se revelava 74 I Dezembro dispendiosa, e com um volume de trabalho cada vez mais elevado, decidiu, apoiado por cinco funcionários, criar a sua própria empresa, com instalações capazes de dar resposta a todas as encomendas. Passados seis anos, o empresário procurou nova unidade fabril, procedeu ao seu restauro e, atualmente é perentório em relação à motivação que sentiu após o drama familiar: “Apesar de ter acontecido numa fase Portugal Inovador económica desfavorável para o ramo do calçado, consegui afirmar a Ruvel no mercado, provavelmente, com a força de vontade de ajudar o meu filho”, revelou. Nos dias de hoje Hoje, com 46 anos de idade e um vasto know-how, Avelino de Jesus tem 72 funcionários, capacitado para uma produção diária de, no mínimo, 1200 pares, sobretudo para criança e senhora, um departamento de design, dez pequenas fábricas a colaborar através de outsourcing e, em breve, abrirá uma unidade produtiva no município de Celorico de Basto, no distrito de Braga, que albergará mais 30 funcionários. A razão prende-se com o volume de encomendas que têm tido: “Apesar de o mês de novembro ser de alguma queda, estamos numa boa maré de trabalho”, pronunciou. O sócio gerente fez questão de destacar a importância de todos os seus fornecedores, pela ajuda que deram ao longo do seu crescimento e que continuam a dar, “são eles que contribuem para o crescimento da RUVEL”. São os mesmos aquando do meu início. “Foram eles que nos ajudaram a chegar a esta dimensão”, afirma. Inicialmente, o empresário abordou o mercado nacional tendo, todavia, o interesse em “alargar horizontes, Portugal tornou-se um mercado pequeno, mas continua a ser muito importante para a Ruvel”. Neste momento, 95% da produção da RUVEL destina-se ao mercado externo, designadamente França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha e Rússia, países “muito heterogéneos” em termos de tendências de calçado. Avelino de Jesus afiançou que “os clientes também participam na idealização do produto”, estratégia que, consequentemente, permite fomentar relações de amizade. Ademais, reiterou ainda que não se aproximará do mercado asiático, porque a qualidade é “facilmente superada pelo calçado português”, exemplificando com o regresso da confiança por parte de um cliente alemão à produção portuguesa após uma má experiência na Índia. As condições de trabalho foram abordadas por Avelino de Jesus, revelando que está “sempre disponível para ajudar qualquer funcionário”, assumindo a sua responsabilidade social perante os que colaboram consigo no dia-a-dia e classificando como “essencial” o conforto dos m e s m o s : “ Ta m b é m j á e s t i v e daquele lado”, relembrou. Acrescentou ainda que a preocupação ambiental é um dos marcos da RUVEL: “É uma área que exige melhoramentos constantes, com sucessivas vistorias, devido à utilização de produtos químicos. Cumprimos, seguramente, todos os requisitos ambientais”, assumiu. Avelino de Jesus exibiu, no término da nossa conversa, todo o seu “imenso gosto pelo calçado” sendo que, numa estimativa de dez anos, a vontade de crescer continua “seguramente presente”. | Dezembro I 75 Portugal Inovador Experiência na transformação de granitos A S.F.A.G. conta com um percurso de muitas décadas nesta área, fornecendo este material para construções de todo o tipo. Só em 2004 é que a empresa, sediada em Gagos, Celorico de Basto, adquiriu a sua designação atual. Contudo, a sua história remonta já aos primeiros tempos em que o pai de António Silva, atual gerente, se dedicou a este trabalho. Neste momento, a S.F.A.G. cobre o mercado nacional (ainda que com maior representatividade para o Norte do país) e apresenta ainda uma interessante dinâmica exportadora, que representa mais de metade do respetivo volume de faturação, que é dirigida concretamente para destinos como França, Alemanha e Luxemburgo. A estrutura desta empresa celoricense encontra-se apoiada no trabalho 76 I Dezembro diário dos cinco elementos que a compõem e numa maquinaria de última geração que, nas palavras de António Silva, foi “a grande aposta para se adaptarem à atualidade deste mercado”. Esta laboração é, como já mencionado, dedicada à transformação de granitos, ainda que a S.F.A.G. tenha no seu percurso uma ampla experiência na própria exploração deste material. Desde há dois anos, como nos refere o gerente, esta atividade encontra-se estrategicamente em suspenso. Ainda assim, a pedra é local, sendo proveniente das explorações que são feitas no Monte Farinha, em Mondim de Basto. “O granito desta zona tem vindo a crescer apesar de não ser muito publicitado; precisava de outra divulgação quer a nível nacional quer internacional”, refere. Adiantando alguns dos seus projetos para o futuro próximo, António Silva fala-nos do interesse em dinamizar a exportação, com o eventual recurso a “uma pessoa no exterior que funcione como intermediário com o possível cliente”, algo que espera ultimar até ao final do ano. Outra necessidade com que se depara é a modernização das instalações, com a construção de um pavilhão e com “novos equipamentos que sirvam para colmatar algumas falhas que ainda possa haver no processo de transformação”. | Portugal Inovador “As melhores frutas estão, seguramente, nos campos” A Frutas Manuel Campos e Irmão, Lda. empresa de cariz familiar, localizada em Cabeceiras de Basto, direciona a sua atividade ao comércio e distribuição de produtos hortícolas e frutícolas. Irmãos e ambos interlocutores na conversa, Manuel Campos e António Campos começaram por trabalhar “desde muito jovens” junto dos seus pais durante oito anos, espaço de tempo onde tomaram consciência de toda a complexidade dos meandros do comércio de frutas. Em 2005, constituíram a sua própria sociedade, partindo da necessidade de estabelecer o contacto direto com os produtores de frutas e hortícolas. Todavia, a necessidade de um espaço direcionado para uma maior capacidade de armazenagem e conservação dos produtos, levaram estes jovens irmãos a construírem umas infraestruturas pioneiras no concelho com cerca de 1000m2, o que aumentou o numero de cola- boradores da empresa, sendo que, atualmente a empresa conta com seis elementos, existindo entre todos uma relação de proximidade como referem: “Trabalhamos em prol do sucesso desta empresa familiar”. Inicialmente, a Frutas Manuel Campos e Irmão, Lda. possuía apenas três viaturas de transporte. Com o crescimento gradual, a frota aumentou consequentemente, tendo agora sete viaturas que circulam diariamente entre Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Ribeira de Pena, Boticas, Montalegre, Chaves, Fafe, Guimarães e Barcelos. Além da sua capacidade de distribuição, e beneficiando de duas arcas frigoríficas com capacidade para 300 toneladas, possibilitam também venda ao sector de retalhistas, podendo qualquer entidade deslocar-se às suas instalações. Atualmente, contabilizam-se cerca de 150 clientes retalhistas. Ademais, a Frutas Manuel Campos e Irmão, Lda. conta com sete produtores hortícolas associados na Póvoa de Varzim, definiu como estratégia a receção diária de produtos hortícolas e frutícolas de forma a apresentar “qualidade” e mantém ainda uma parceria – sendo cliente e fornecedor em simultâneo – de uma empresa espanhola. A empresa tem intensificado a sua capacidade de exportação para Espanha e França. Nesse seguimento, em 2012, Manuel Campos, procedeu à plantação de um pomar de Kiwis com cerca de três hectares, apoiando-se num programa comunitário PRODER, sendo que o objetivo é “fornecer a empresa com um produto oriundo da região”. Os objetivos desta jovem empresa passam pelo sucesso assente no contacto direto com a produção dos produtos comercializados, como forma de rentabilização máxima dos recursos. | Dezembro I 77 Portugal Inovador Distrito de Viseu 78 I Dezembro Portugal Inovador O Direito sob o olhar de José Marques Sendo a Justiça um dos pilares da nossa sociedade, procurámos a opinião do advogado José Marques sobre o atual estado da Justiça em Portugal, com especial enfoque no Distrito de Viseu. Licenciado pela Universidade de Direito de Coimbra, em 1985, José Marques iniciou o seu estágio no escritório onde ainda hoje exerce a atividade. Atuando, essencialmente, no distrito de Viseu, considera que “a advocacia no Interior nada deve às demais Comarcas”. Prossegue: “Julgo que a advocacia aqui praticada, tem enobrecido a Justiça, sendo certo que também temos tido um quadro de magistrados, quer do Ministério Público, quer judiciais, que complementam esta pirâmide em prol do cidadão”. Questionado sobre a reorganização do mapa judiciário, o advogado considera “que este deve ir ao encontro de uma boa Justiça na origem e também na execução”. Após um início atribulado, que levou a uma transformação nos tribunais, “passámos de centenas, a apenas 23 Tribunais de Comarca, a agregar várias valências”, explica. O exemplo de Viseu é paradigmático, “dado que temos a sede em Viseu e três Comarcas extintas – Resende, Tabuaço e Armamar, cujos processos transitaram para Comarcas mais próximas, sendo que a Viseu foram atribuídas novas valências de processos, designadamente a instância Central de Família e de Menores, a secção de Execução, e a secção de Comércio. Nesse sentido, “houve um aumento do quadro de magistrados do Ministério Público, magistrados e funcionários judiciais, num mesmo espaço. Todos os processos das extintas comarcas foram transferidos em suporte papel para a sede, daí o medo inicial da possível perda dos mesmos, quando o que efetivamente se passou foi que estes não estavam ainda inseridos no sistema informático”. O nosso entrevistado refere ainda que “os processos que estão a avançar com maior celeridade são os mais recentes, ou seja, os instaurados a partir de dia 1 de setembro de 2013”. Consciente de que todas as reformas criam alguma agitação, o advogado deseja “que já se tenha começado a trabalhar, com a devida antecedência, numa nova reforma do Citius”. Reforma do Código de Processo Civil Quanto à Reforma do Código de Processo Civil, “há toda uma reorganização que está centralizada na cidadania e nas empresas com o objetivo de torná-la célere, justa e adequada”. José Marques continua a sua explicação: “Em cada Comarca existe um Tribunal de 1ª Instância, que se organiza em Instâncias Centrais e Instâncias Locais. As Instâncias Centrais, por vezes integram secções de competência especializada. Em Viseu, temos duas estruturas físicas de tribunais: o Tribunal Administrativo e Fiscal, o de Trabalho e o Tribunal Comum - onde estão instaladas todas as outras instâncias de natureza civil ou criminal. Por sua vez, as instâncias locais de Vouzela, Oliveira de Frades, Castro Daire e Nelas, para além de outras, integram secções de competência genérica e de proximidade, permitindo aos cidadãos entregar requerimentos, pedir o registo criminal, etc. Esta Reforma foi forçada pela intervenção da Troika, considerando ainda que não deveríamos ceder a parte da nossa soberania, ao mesmo tempo que, e relativamente à Justiça, impunha-se uma reforma sem prazos estipulados “, conclui. | Dezembro I 79 Portugal Inovador A condução está no sangue Como Escola de Condução e Centro de Formação Rodoviária, a família Arede tem uma enorme responsabilidade na educação de jovens e adultos para o civismo na estrada. Somando 50 anos em Mangualde, esta escola é uma das mais antigas do país. mente atualizada e especialmente atenta às alterações ao código da estrada e a todas as mudanças legislativas – que a administradora considera serem, na maior parte, desnecessárias. Comenta também que uma boa escola de condução tem de funcionar como uma escola primária, pois tem sido realmente necessário educar os estudantes, começando pelas bases de civismo e respeito. Centro de Formação Rodoviária João Arede, o fundador da escola de condução Isabel e Arede, contou à Portugal Inovador um pouco da sua história e as razões que o levaram a dedicar a sua vida ao ensino da condução. Embora continue presente no espaço, as rédeas da empresa foram passadas para a sua filha Isabel Arede há 10 anos. “Visto que a taxa de natalidade nacional tem descido gradualmente, é um pouco arriscado para as escolas de condução persistirem no mercado sem se tornarem inovadoras. Por isso, criámos a vertente do Centro de Formação Rodoviária, que se tem tornado uma enorme mais-valia”, completa a atual administradora. A equipa da escola de condução Isabel e Arede é completada pela 80 I Dezembro restante família, somando o marido Vítor Rocha, como diretor técnico, e os filhos Vítor Hugo Rocha e Raquel Arede no papel de instrutores. “É espetacular saber que toda a família contribui para o crescimento da empresa de uma forma ou de outra, e espero que isto perdure por mais gerações”, indica Isabel Arede. Cátia Dias e Mauro Cruz completam a equipa na parte do Centro de Formação Rodoviária. Isabel e Arede dispõe de todas as cartas de condução para os seus alunos, sendo estas complementadas por uma frota de três ligeiros, dois pesados, quatro motociclos de diferentes cilindradas. Como base do negócio, a nossa entrevistada comenta a importância de estar constante- O mais recente complemento à Escola de Condução Isabel e Arede foi o Centro de Formação Rodoviária, que deu lugar a uma imensidão de possibilidades de crescimento. Enquanto escola de condução, lecionam as cartas de condução para o público geral mas, enquanto Centro de Formação Rodoviária, fornecem o CAM para exercer a condução como profissão. Encontra nesta escola qualquer formação de motorista profissional que pretenda adquirir, como a Certificação de Aptidão de Motorista de transporte em táxi, de passageiros em autocarro, coletivo de crianças, de mercadorias e de mercadorias perigosas. No término da nossa entrevista, tornou-se notável a preocupação com que lidam com o ensino da condução e como essa mesma os irá levar cada vez mais longe. | Portugal Inovador Comentário especializado Pedro Ribeiro Simões, economista e sócio da Farmácia Confiança de Viseu esteve à conversa com a revista Portugal Inovador. Quais os antecedentes da Farmácia Confiança de Viseu? A Farmácia Confiança de Viseu foi fundada em 1926, tendo sido adquirida pelo Pai dos atuais proprietários em 1949. Sob a sua direção, em 1953, a FCV passou a dispor de uma Secção de Óptica, tendo o grande salto qualitativo sido dado em 1956 com uma arrojada obra arquitectónica, de que resultou a duplicação da sua área e cujos traços, apesar das várias renovações, ainda hoje se mantêm. Simultaneamente foram sendo introduzidas novas áreas de produtos e de serviços disponibilizados aos seus clientes: perfumaria com representação de marcas exclusivas na cidade de Viseu, material e equipamento para vinificação, ortopedia e desenvolvimento de produtos próprios (medicamentos para uso humano e veterinário e dermocosmética). Essa dinâmica foi acompanhada de publicidade sob diversas formas nomeadamente televisão, distribuição de folhetos pelas aldeias do concelho, colocação de placards nas bilheteiras das estações da CP que contribuíram para que a farmácia se tornasse mais conhecida e a percepção dos utentes que se não havia na concorrência determinado produto “temos que ir à Confiança”. Que medidas considera necessárias para proteger as farmácias, os farmacêuticos, e, consequentemente os utentes? A correção do quadro atualmente existente relativamente às farmácias dependerá da política que os governos seguintes irão adotar quer quanto à política da saúde (destruição/não destruição do Serviço Nacional de Saúde), quer quanto à política relativa às micro e pequenas empresas nas quais as farmácias se encontram incluídas: eliminá-las entregando a disponibilização dos medicamentos aos utentes às multinacionais da distribuição/apoiá-las. Existem no entanto indicadores que algo se encontrará em curso quando se vê as duas maiores distribuidoras de medicamentos europeias (Celesio Alemã onde se inclui a OCP Portugal e Alliance Healthcare Inglesa) foram compradas por duas empresas Americanas: Celesio pela McKesson e Alliance Healthcare pela Walgreens. Desse processo de concentração poderão resultar duas situações ou a combinação das duas: a) Criação em Portugal de cadeias de farmácias não portuguesas que irão repartir entre si o mercado desaparecendo as farmácias tal como as conhecemos até hoje. b) Introdução em Portugal do modelo americano em que a saúde é prestada e controlada pelas empresas seguradoras que articulando-se com hospitais privados, empresas de prestação de serviços na área de meios complementares de diagnóstico e cadeias de farmácias, se apresentem às empresas com um pacote integrado de prestação de serviços orientados para os trabalhadores das mesmas. Na nossa opinião e tendo em conta que o orçamento aprovado pela AR para o ano de 2015, estabelece um abaixamento do preço dos medicamentos em 15%, a resposta à questão colocada passa por: a) Manutenção da lei atual, um controlo efetivo da sua aplicação por parte da entidade reguladora, mantendo um sector que era importante de um ponto de vista macroeconómico e que dava uma resposta eficaz e eficiente às necessidades dos utentes. b) O alívio do estrangulamento que o serviço da dívida colocou às farmácias, diminuindo os spreads bancários, introduzindo um período inicial de carência e alargando o prazo de amortização das dívidas. c) Criação de um fee a faturar pela farmácia ao utente pelo serviço prestado, proposta já várias vezes apresentada ao governo, mas que até à data ainda não foi aprovado. | Dezembro I 81 Portugal Inovador Germiltrans dinamiza com responsabilidade Sediada numa pequena localidade de Portugal, Germil, a se desloque sem ser inspecionado, qualquer anomalia que seja Germiltrans transporta eficiência e conforto há 14 anos. Manuel Lopes percebeu que na viragem do milénio era altura de agarrar uma nova oportunidade e lançar-se num novo mundo. Foi assim que nasceu a Germiltrans em 2000. Durante todo esse tempo percorreu momentos bons, e outros menos bons. Através do reconhecimento dos seus pontos fortes e das suas vulnerabilidades soube prosperar. Inicialmente, a sua atividade transportadora e logística desenvolvia-se apenas interna- 82 I Dezembro cionalmente. Áustria e o Sul da Alemanha eram as duas áreas cobertas, atualmente a Germiltrans percorre também todo o território nacional. “Habitualmente fornecemos serviços de transporte de grupagem”, especifica. Num setor em que o rigor e o profissionalismo andam de mãos dadas com a segurança e o conforto, a mecânica preventiva acaba por assumir um papel fulcral. “Na Germiltrans não há nenhum transporte que detetada é composta na hora, pois não podemos correr o risco de que algo aconteça a meio do trajeto”, revela. Crescimento sustentado Um mercado que se deixa interligar com outros mercados, cresce associado ao que acontece no país e no Mundo. Entrelaçado por diferentes setores de atividade cruza meios de comunicação vários para que numa gestão cuidada do tempo, e num planeamento minucioso das suas rotas, possa fazer chegar a mercadoria que as empresas tanto necessitam. Aliado a tudo isto está também o profissionalismo dos motoristas. É nessas bases que a Germiltrans consolida a sua estratégia de mercado. Contrariando o obsoleto, alicerça-se com inovação e modernização. Neste momento, a sua frota dispõe de 17 veículos. “Ainda este ano adquiri cinco veículos para aumentar e gerar renovação”, conta. Os seus clientes, para além daqueles que susteve ao longo deste tempo, cresceram para mais do dobro Portugal Inovador o movimento de toda a sua atividade, percebe que em tempos o mercado se movia com previsibilidade e hoje a adaptação torna-se necessária e urgente. | em apenas dois anos. “Em 2012 tinha 120 clientes, neste momento tenho mais de 300”, identifica. O olhar de Manuel Lopes, marcado por uma história de empenho e inspiração, está traçado num trabalho que se consolida em valores de confiança e conhecimento. A resposta a diferentes necessidades, juntamente com a responsabilidade acrescida, fá-lo valorizar o seu labor dia após dia. “Claro que também somos falíveis, mas procuramos responder sempre aos nossos compromissos”, declara. Reconhece que a aposta estará, cada vez mais, na constante fidelização do cliente. “Nunca perdi o primeiro cliente”, assegura. Analisando em retrospetiva Dezembro I 83 Portugal Inovador Profissionalismo e dinâmica culminam em sucesso Empresa líder em Portugal no mercado dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) e do Vestuário Profissional reforça a sua estratégia de crescimento e consolidação. A HR Protecção surgiu em 2001 em casa dos seus administradores (Hermínio Rodrigues e Isabel Cabral), em Pedreles, Mangualde e dedicava-se inicialmente à comercialização de EPI’s, como contou à Portugal Inovador, Fernando Mateus, diretor geral da HR Group. “O negócio dos EPI’s podia, evidentemente, trazer um alargamento da gama e foi então incluído o vestuário de trabalho. Inicialmente, procedia-se ao outsourcing da produção e mais tarde, em 2008, é feita a aquisição da Benilde Confeções, permitindo a incorporação da fileira industrial no Grupo”, explica Fernando Mateus. Desde então, o HR Group, passa a ser constituído pelas empresas HR Protecção S.A. e HR Indústria S.A., empregando actualmente 93 pessoas, 34 contratadas nos últimos 18 meses. “Estamos com um crescimento de 48% (comparando o Volume de Negócios acumulado até Setembro com o mesmo período homólogo do ano passado), o que é atípico, face ao que tem sido o atual contexto nacional”, justificando o sucesso alcançado pela empresa com o profissionalismo 84 I Dezembro e dinâmica da Estrutura Organizacional, e com a incorporação de marcas de prestígio na alargada panóplia de clientes Premium: veja-se a recente parceria com a Elis Portugal/Elis França tendo como destinatário final o Vestuário Profissional da Auto Europa. Outro exemplo poderá ser partilhado. “Muito recentemente iniciámos a produção do Vestuário Profissional duma prestigiada marca internacional com presença bastante forte e com elevada notoriedade no nosso país na área da restauração/fast food”. “O trabalho tem vindo a ser desenvolvido com consistência, sem deslumbre e com foco”, completa. A empresa, que atua nos mercados de Portugal Continental e Ilhas, Moçambique, Cabo Verde, Angola, França e S. Tomé e Príncipe, possui um conjunto de marcas próprias e representa algumas marcas de prestígio da área. “O nosso foco tem sido o mercado português, mas queremos expandir a todo o território de língua portuguesa. Penetrar no mercado internacional é um desafio que assumimos, mas no nosso país ainda há muito para explo- rar. O nosso propósito é cada vez mais atingir o cliente final, definir um conjunto de parceiros fortes que nos possam representar uma estrutura comercial externa mais reduzida, acompanhada com um crescimento consistente na estrutura comercial interna”, respondeu Fernando Mateus quando questionado com a expansão futura da HR Group. Em 2015 o objetivo passa ainda por reposicionar o HR Group definindo quatro grandes segmentos: Design, Line, Tech e Safety: “No primeiro segmento – Design desenvolvemos produtos à medida e imagem do cliente de duas vias: com design próprio ou utilizando o design do cliente, fazendo nós a produção”. Esta é a linha onde estamos a dar mais cartas, porque é um mercado mais diferenciado e temos uma expectativa muito positiva; o segmento Line consiste em produtos de coleção, que estão definidos, não podemos alterar a gama. O que o cliente quer é um produto com relação qualidade/preço interessante; o terceiro segmento onde queremos apostar é no Tech, tecnologia. Cada vez mais, acreditamos neste tipo de linha, ou seja, a linha do valor acrescentado, artigos que incorporam uma maior complexidade técnica. Um dos exemplos concretos do segmento Tech é a nossa gama AntartidA, que é um Vestuário Profissional para a fileira/ logística do frio, para pessoas que trabalham, por exemplo, em câmaras frigoríficas. Este é um dos poucos artigos que está certificado em Portugal para este tipo de trabalho (nós diríamos mesmo o único português). Por último, o segmento Safety que inclui toda a nossa gama de EPI’S, desde os capacetes até botas, passando por luvas, óculos, descartáveis, etc. A empresa, neste momento, está a concentrar-se cada vez mais em definir uma estratégia de apresentação Portugal Inovador de soluções integradas na área do vestuário profissional e Equipamentos de Protecção Individual (EPI’s). “Pretendemos ser um parceiro estratégico nestes domínios de atuação”, explica Fernando Mateus. Ligação às universidades “Estamos atentos às universidades e tentamos, sempre que possível, participar em projetos em que possamos promover sinergias”. No entanto Fernando Mateus reconhece que ainda há muito a fazer neste sentido no nosso país: “Há quem diga que há uma barreira entres as universidades e as empresas (e vice-versa) e eu acredito que quem faz isso são as pessoas. As parcerias têm que ser interpretadas como uma mais valia para ambas as partes. Fala-se muito que as universidades não estão adaptadas às necessidades das empresas, mas se as empresas tiverem uma efectiva necessidade as parcerias surgem”. Uma das soluções apontadas passa chamar as empresas aquando da “definição dos temas das teses de mestrado e/ou de doutoramento… para discuti-las e não apenas quando já estão no “corredor da investigação”. Se o mundo empresarial for chamado a discutir os temas que gostaria de ver investigados, que áreas gostaria de ver desenvolvidas e se cada um dos empresários se comprometesse à mentoria, tínhamos todo o interesse que isso acontecesse”, explica. Por fim, Fernando Mateus desvenda que “este setor está bem preparado” e que o que os distingue de outras empresas do mesmo sector “é a atitude, a capacidade de ir à luta (também bastante resiliência) e o acreditar – este acreditar e confiar na HR, nas suas pessoas, nas suas soluções e naturalmente, no mercado”, conclui. | Dezembro I 85 Portugal Inovador Os profissionais da Carriça Vindos de Moçambique em 1976, José Ferreira e Odete Ferreira começaram do zero numa tentativa de recuperar alguma parte da vida que deixaram para trás. Hoje, oferecem serviços de excelência através da empresa Auto-Metalúrgica da Carriça. No setor da metalurgia, destacamos a Auto-Metalúrgica da Carriça que se caracteriza pelo seu serviço completo de manutenção de veículos pesados, reparação de suspensões e chassis. Odete Ferreira e José Ferreira conseguiram transformar uma empresa, que inicialmente era apenas uma “serração com estrutura fraca e velha”, num espaço remodelado com equipamento atualizado. A inovação do setor é constante e a aposta na maquinaria tem sido uma prioridade. Sendo este um negócio que corre no sangue da família Ferreira, não é de admirar que o filho José Luís Ferreira tenha seguido as pisadas do pai, estando, desde os seus 14 anos, 86 I Dezembro presente na empresa, tanto na vertente produtiva como na gestão de toda a componente informática. “Estou confiante que a empresa vai perdurar, até porque os meus netos já se estão a interessar pela arte. É necessário muita dedicação e requer muito esforço e trabalho, mas não tenho dúvidas que isso já lhes corra no sangue”, completa Odete Ferreira. Representantes das marcas WABCO e KNORR, a Auto-Metalúrgica da Carriça tem dedicado todo o seu esforço à reparação de suspensões de veículos, desempenho de Chassis, comercialização de molas, acessórios e soldadura de alumínios. Existe também uma enorme variedade de formações para saber laborar com as diferentes maquinarias existentes. Com uma equipa de 12 colaboradores que tem contribuído largamente para o desenvolvimento da empresa, Odete Ferreira nota que “a especificidade do setor requer muita prática” e que a Auto-Metalúrgica da Carriça “aceitou pela primeira vez um estagiário e aguarda saber o resultado, realçando a importância de reviver este ramo junto dos mais jovens”. Numa região onde ainda encontramos uma variedade de empresas transportadoras, claro que a procura da Auto-Metalúrgica da Carriça faz-se notar. A excelência do trabalho e a aposta na qualidade são os pontos considerados como prioritários para esta empresa. Há 36 anos no mercado, Odete Ferreira realça as diferenças que o mercado sofreu, desde a computorização da informação e faturação, até aos instrumentos utilizados pelo trabalho manual que agora são quase extintos. Quanto a 2015, e uma vez que estamos na nossa edição de dezembro, Odete Ferreira deixa uma mensagem confiante da evolução futura, deixando uma mensagem natalícia aos seus clientes: “A esperança nunca morre e apostamos em vocês para contribuir para um futuro melhor”, termina. | Portugal Inovador Mediação Imobiliária Vila Real - Viana do Castelo Dezembro I 87 Portugal Inovador Redescobrir e potenciar Chaves Após 30 anos de história, o mercado da construção continua a apresentar-se para José Avelino como um mundo de descobertas. Foi com conhecimento que nos falou sobre as diferentes particularidades da sua cidade, Chaves, e do seu novo projeto: Condomínio das Campinas. José Avelino Imobiliária começou a dar os seus primeiros passos em 1988. Gradualmente, alicerceando-se em novas bases, foi percecionando outras realidades que vieram culminar, em 2009, nas Construções José Avelino. Hoje, José Avelino, com uma visão que se traduz no fazer e no saber fazer, conjuga a sensibilidade a um novo ritmo no mercado, abrindo caminhos para um melhor acompanhamento das diferentes necessidades dos clientes. Visualizando o Condomínio das Campinas percebe-se como o design ganha nas suas mãos um novo enredo, fomentando novas conceções de espaço, onde o modernismo convive em harmonia com o funcionalismo. As moradias T3, com certificação energética de classe A+, obedecem a padrões de elevada qualidade, fruto da especificidade e minúcia dos seus materiais. Para além deste projeto já tem outros em vista, no entanto, José Avelino manifesta desânimo quanto às leis do urbanismo aplicadas 88 I Dezembro na cidade, por isso o seu próximo investimento não será concretizado em Chaves. “Enquanto as leis não mudarem e a Câmara Municipal não der incentivos e não reconhecer o trabalho dos empresários, eu não desenvolverei projetos aqui. Os empreendimentos precisam de avanços para serem reconhecidos e não de impasses, óbices burocráticos ou outros”, vinca. Dinamização da cidade Num passado não muito distante, José Avelino recorda uma cidade dinâmica com um grande potencial para singrar. O impacto que Chaves teve no exterior, contrastado com os dias de hoje, levam o nosso entrevistado a colocar algumas questões e a encontrar explicações para aquilo que está a acontecer no país, e mais especificamente no Interior. Sob a sua visão, os grandes meios de comunicação nem sempre se revelam um bom veículo de informação pela quantidade de más notícias que espalham. Acrescida a essa má visibilidade, está a implementação das portagens que dificulta os acessos, colocando barreiras aos turistas que queriam vir conhecer a cidade. Chaves, cidade privilegiada pela quantidade de emigrantes que a habitavam, “é hoje uma cidade que cresceu, mas falta o resto... Por exemplo, a maior obra que se fez aqui, após o 25 de abril, foi o Hospital de Chaves. Volvidos todos estes anos o Hospital já não tem serviços quase nenhuns, a indústria não apareceu, e o poder político não soube acompanhar o poder económico”, expõe. Para que estes problemas encontrem solução e a cidade se reerga com o dinamismo que a caracterizara outrora torna-se premente um maior empenho por parte da autarquia local. “Pequenos acontecimentos podem levar a grandes obras, por isso a Câmara Municipal tem de actuar neste âmbito. Chaves tem tudo para se desenvolver. Temos de aproveitar o que é nosso”, sublinha. José Avelino acredita que as gerações mais jovens, com o seu espírito visionário, venham criar uma rutura em todo este panorama. | Portugal Inovador Ancorar com dinamismo A Imor, localizada na avenida Doutor Manuel Arriaga, no Peso da Régua, contempla dois mundos distintos, mas complementares: o rural e o urbano. Com uma vocação especial para a mediação de Quintas produtoras de vinho de qualidade afirma-se no mercado com constante dinamismo. Imor António Ferreira, rosto da mediadora, adquiriu conhecimentos diversos ao longo da vida. Desenvolvendo competências como despachante oficial e técnico oficial de contas, cresceu com uma interdisciplinaridade múltipla. Essa perspetiva fê-lo, mais tarde, perceber que não conseguiria estar parado após a reforma. Retomando desde logo o seu trabalho, decidiu desta vez abraçar uma nova área com a Imor. Numa atitude sinergética é com desafio permanente que agora encara esta nova fase da sua vida. As preocupações são vividas com maior relevo quando se nasce e cresce numa terra do Interior de Portugal como o Peso da Régua. Com uma interioridade enraizada nos hábitos e costumes das suas gentes António Ferreira verifica, que “apesar de existir um grande interesse por parte das pessoas para vender, são poucas as que aparecem para comprar”. A Imor, mediada nas mãos de António Ferreira desde 1997, não abandonando a hipótese de concretizar negócios no mercado de arrendamento, focaliza-se essencialmente nas propriedades agrícolas, especialmente de Vinho do Porto, na região demarcada do Douro e, nas regiões do Dão e dos Vinhos Verdes. “O mercado de arrendamento, numa localidade tão pequena, não cresce significativamente, por isso estou mais direcionado para as Quintas”, revela. Aliado ao serviço da mediação oferece serviços de contabilidade para poder proporcionar o seu cliente um atendimento e acompanhamento mais personalizado. “Sinto que posso oferecer essa mais-valia à Imor e reconheço que isso beneficia a atividade, proporcionando-me vantagens para gerar negócios de Quintas, casas antigas para recuperar, solares, quintinhas na zona do Douro”, especifica. tar o interesse dos estrangeiros”, explica. António Ferreira observa que a beleza desta terra não pode por isso ficar esquecida no tempo, precisa de alguém que a consiga reerguer e valorizar. A dinamização da atividade económica vitivinícola é por isso fundamental para a criação de uma base económica de exportação e um consequente esbatimento das assimetrias regionais. No futuro “penso que o grande produto da região não será o vinho, mas sim o turismo. O vinho será a âncora do turismo”, conclui. | Beleza insubstituível O Peso da Régua deixa que os olhos se enriqueçam de uma paisagem incomparável, no entanto, existem obstáculos que não podem ser descurados. “Esta região tem um potencial muito forte ao qual não tem sido dada a devida atenção. Neste momento, quero chegar aos canais certos para conseguir cap- Dezembro I 89 Portugal Inovador Explorar com confiança A Habit 3, localizada no Passeio 25 de Abril, em Ponte de Lima, está em constante relação com o cliente, estruturando-se com dinamismo. Com raízes sólidas na Vila mais antiga de Portugal transporta a sua mensagem para outros destinos. Durante a crise que se instalou no país, houve a possibilidade de perceber como cada um dos mediadores se posicionavam no mercado. Vítor Fernandes e João Castro acreditam que o mediador imobiliário, que se estrutura com diferenciação e profissionalismo, trilha o seu percurso em direção ao progresso. “Aqueles que sobreviveram, penso que terão agora o caminho aberto para se cimentar no mercado”, declara João Castro. Analisando a mediação imobiliária dentro e fora de fronteiras, percecionaram e anteviram diferentes necessidades no mercado. A estagnação da construção e o declínio nas vendas não os impediu de procurar soluções novas, muito pelo contrário, construíram aí uma nova visão, explorando outros nichos que se mostraram sólidos. A Habit 3, gradualmente, percebeu que o arrendamento, apesar de não ter grande relevância no dia-a-dia, a longo prazo pode fazer toda a diferença, por isso “hoje o mercado reergueu-se e deu sinais de melhorias, mas desta vez de forma sustentada e estruturada”, verifica Vítor Fernandes. Marcados por um olhar regional 90 I Dezembro verificam que agora é preciso reabilitar o centro histórico de Ponte de Lima. A autarquia local tem estado atenta a essa particularidade e desenvolve estratégias nesse âmbito. Um outro mercado que tem revelado uma franca procura nos últimos tempos são as quintas rurais, por parte de particulares e de empresas que querem expandir-se na produção agrícola. Há ainda assim outros nichos que se desenvolvem lado a lado, como os Golden Visa e o turismo de habitação. Os particulares e as empresas têm mostrado interesse nessas aquisições, “não é um nicho de mercado que todos os dias obtenha solicitações, mas está a crescer”, divulgam. Porém, a Habit 3 não fica só pela região e estende o seu raio de ação até Braga e Paredes de Coura. A possibilidade de constituir uma carteira de imóveis variada, confere-lhes um universo ainda mais extenso. Braga assume-se um mercado diferenciado por ser uma localidade onde se construiu em quantidade. Paredes de Coura, apesar de ter maiores semelhanças com Ponte de Lima, adota valores mais baixos no mercado. Há diferenças e especificidades nos vários mercados imobiliários de cada região de Portugal, mas em Ponte de Lima a diferença respira outras particularidades. “No centro da Vila sente-se uma forte procura, no entanto não há oferta”, revelam. Vítor Fernandes e João Castro, situados num lugar estratégico, têm a capacidade de, num estudo mais atento, agir com proximidade. Com uma equipa reduzida no terreno consolidam a sua presença com segurança. A diversidade aliada ao constante dinamismo gera confiança por parte de quem os procura. Estabelecer proximidade no contacto com o cliente e o conhecimento de boas práticas torna-se essencial na sua conduta para ganhar estrutura e calibre. | Portugal Inovador Estratégias consolidadas com segurança Na mediação imobiliária cruzam-se e entrecruzam-se ciclos com constâncias, ruturas e dinamismos diferentes. Venâncio Fernandes, a laborar na Arcobarca desde 2007, acredita que brevemente reafirmar-se-á uma nova conjuntura. As diferentes abordagens do produto, a crescente preocupação numa aquisição segura e a atual situação económica conseguem dar visibilidade ao novo paradigma que se avizinha. “Há uns anos, não existiam as atuais preocupações que os casais jovens enfrentam. Existem outros objetivos, outras formas de estar”, observa. A mediação imobiliária tão intimamente ligada à vida das pessoas, acompanha a adoção desses estilos de vida e aprende agora a recriar-se em novos moldes, abrindo espaço a novas possibilidades. Ainda que a estratégia da Arcobarca tenha raízes no Alto Minho, ganha expansão no Porto. A loja da Invicta dá-lhe possibilidade de perceber outra realidade, atraindo clientes para segunda habitação. As regiões rurais (Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima), por sua vez, captam essências e especificidades distintas. Com uma oferta alargada de produto, o território é marcado por uma riqueza rústica. São as casas tradicionais para recuperar que revigoram terras tão características pelo mercado de emigrantes. Porém, nestes meios onde a ruralidade aproxima e tranquiliza, o mercado de arrendamento ainda não mostrou valores representativos. “Penso que os proprietários continuam desconfortáveis e com alguma insegurança. A falta de informação sobre as novas regras de despejo contribui para que haja um maior ceticismo na colocação do imóvel no mercado”, expõe. Aliada a esta descrença está também a conduta que a Banca teve nos últimos tempos. As pessoas, que cada vez se sentem menos seguras com os seus bens no Banco, recorrem ao mediador imobiliário para desenvolver potenciais negócios. No entanto, para desenvolver essa operação torna-se necessário perceber que este investimento deve ser rentável, tendo em conta os preços que estão a ser praticados no momento e os imóveis disponíveis. O mediador é a pessoa recomendada para intervir e gerar estas oportunidades de forma vantajosa. Mas para que todos os elementos se estabeleçam com firmeza e solidez a formação, a consolidação de uma equipa constante e o relacionamento de confiança tornam-se essenciais. Venâncio Fernandes e os seus colaboradores mantêm-se atualizados para poder dar o devido acompanhamento às questões que os clientes lhes colocam. Neste momento, a equipa conta com sete colaboradores distribuídos pelos vários espaços. “Tenho pessoas que trabalham comigo desde o início”, revela. Em 2015, a Arcobarca vai focar-se-á, essencialmente, na consolidação da sua atividade. A breve disponibilidade de financiamento por parte da Banca permitir-lhe-á a introdução de negócios no mercado local. Como mensagem final Venâncio Fernandes manifesta: “A nossa área tem sido afetada por preconceitos e precisa de ser mais acarinhada. Este setor é fundamental para a dinamização do mercado”. | Dezembro I 91 Portugal Inovador Mediação na primeira pessoa De passagem por Vila Praia de Âncora, procurámos a opinião das empresas de mediação imobiliária locais sobre a atual situação do setor, assim como as perspetivas para o novo ano que se avizinha. procurada por cidadãos oriundos de Braga, Melgaço, Arcos de Valdevez, Monção e Guimarães. As pessoas do Porto procuram mais a praia de Moledo”, explica. Panorama do setor Fátima Simões, Mediação e Imobiliária, surgiu no mercado a 16 de junho de 2014, embora a sua fundadora, Fátima Simões, já acumule um vasto know-how neste ramo. “Comecei em 2004 na Frontal, onde trabalhei seis anos, em 2009 foi-me atribuído o prémio de melhor vendedora a nível nacional. A partir daí surgiu a oportunidade de entrar numa sociedade, mas o projeto não correspondeu às minhas expectativas e exigências enquanto profissional, por isso decidi abandonar a sociedade”. Fátima Simões procura constantemente superar-se. “Nunca trabalhei em competição com ninguém, eu trabalho de forma a alcançar os meus objetivos”. Depois de todo este percurso, a nossa entrevistada, visível apaixonada pela profissão que exerce, abre então o projeto próprio, segundo as suas regras e formas de estar no mercado. “Faço o que realmente gosto. Não trabalho apenas em busca do 92 I Dezembro lucro, prefiro ganhar pouco, mas de forma honesta”. Dedicando igual atenção ao cliente comprador e cliente vendedor, Fátima Simões é a profissional ideal se pretende adquirir uma casa na zona de Vila Praia de Âncora, totalmente ajustada às suas necessidades. “Em carteira, tenho, sobretudo, clientes que sabem e descrevem precisamente o que pretendem, sendo que o meu trabalho passa por procurar e apresentar-lhes a casa ideal”. Consciente das atuais contigências do mercado de trabalho e dos horários incompatíveis de muitos clientes, Fátima Simões está “totalmente disponível para apresentar uma casa ao fim de semana, caso seja necessário”. Incidindo a sua atuação na zona de Vila Nova de Cerveira até Viana do Castelo, a profissional assiste à afluência de pessoas destas regiões, que na época balnear procuram as praias de Vila Praia de Âncora ou de Moledo. “Vila Praia de Âncora é uma zona turística muito Analisando os mais recentes anos de atividade, a gestora realça: “2008 e 2009 foram anos excelentes para mim; 2010 a 2013 foram maus, sendo que este último, posso mesmo classificá-lo como péssimo; em 2014, começo a sentir uma recuperação. Nomeadamente, este verão, considero que foi positivo: Vendemos imóveis de praia mais pequenos. Longe vão os tempos dos negócios de milhões. Mesmo assim, as perspetivas para 2015 são positivas”. No que concerne à vertente do arrendamento, Fátima Simões denota que os habitantes da zona, principalmente os jovens, optam muito por esta opção. A instabilidade económica e os parcos recursos impedem-os de adquirir casa própria. No entanto a crescente procura, não é acompanhada pela oferta. Impulsionados pelos benefícios fiscais também alguns estrangeiros reformados ingleses, holandeses, mas, sobretudo, franceses procuram adquirir uma habitação em Portugal. “Atualmente, estou a finalizar um contrato de compra. Também tenho recebido contactos de franceses, mas esses procuram mais o arrendamento”, conclui. | Portugal Inovador Dinamizar novas realidades Arcos de Valdevez distingue-se, em relação aos grandes centros, pela dinâmica da sua ruralidade. Com uma natureza fora do comum, comunica cultura e proximidade estabelecendo um elo com a comunidade. Tiago Fernandes e Fernando Cação capturam e narram esta realidade com a Remax Barcovez. aos clientes. O seu foco mantém-se ainda em Arcos de Valdevez, mas não descuram a possibilidade de vir a ter uma unidade em Monção ou Paredes de Coura. Revitalizar Arcos de Valdevez A autenticidade de Portugal reside aqui com uma essência completamente distinta daquela que se faz sentir em outras regiões do país. “O inglês quando se desloca para o Algarve é como se estivesse em casa, ao vir para o Alto Minho consegue ter uma realidade do país completamente diferente, através de uma aproximação da natureza, com um custo de vida muito mais reduzido do que nos grandes centros”, verificam os entrevistados. A Remax Barcovez procura estar sempre próxima dos arcoenses e com os portugueses residentes e não residentes no estrangeiro. Embora estes mercados sejam mais complicados de promover - por o reconhecimento lá fora estar mais concentrado nas cidades do Porto, Lisboa e Algarve -, Tiago Fernandes e Fernando Cação reúnem esforços nesse sentido. “A zona Norte não é tão divulgada lá fora e é um trabalho mais demorado, porque primeiro temos que dar a conhecer, mas a resposta é sempre muito positiva. Se todos estivermos no mesmo barco, conseguimos chegar lá fora de uma outra forma”, aclaram. A agência imobiliária, Remax, conhecida por cumprir determinadas diretrizes, prolifera com autonomia. Mas não é por isso que a Barcovez deixa os seus ideais, delineando a sua filosofia. A Remax Barcovez dá conta de que a realidade de agora não é igual à de outrora. Atualmente, o imóvel traz outros encargos, como é o caso do aumento do IMI, o condomínio e os seguros. Por isso, “passou a ser importante para os proprietários rentabilizarem os imóveis e tirarem algum proveito dos mesmos”. A nova legislação no âmbito da mediação imobiliária trouxe algumas consequências no mercado e na forma como este se movimenta. A formação do agente como ator do mercado imobiliário é, na visão da marca, importante para ganhar consistência regional e profissionalmente. Para a Barcovez, que se posiciona num meio rural, não é só importante como essencial. “Antigamente não era obrigatório o registo, e há aqui muitas propriedades que não estão registadas, mas as novas obrigatoriedades legais veem trazer uma nova reestruturação, para isso torna-se necessário que o mercado tenha conhecimento para transmitir essas informações”, exemplificam. Atualmente a Remax Barcovez está numa fase de expansão da sua equipa comercial. O aumento revela-se necessário para conseguir dar o devido acompanhamento Neste momento, o município de Arcos de Valdevez está a apostar no restauro dos edifícios, com o objetivo de revitalizar toda a malha urbana do concelho. “Foi definida a malha urbana e foram criados os incentivos, com algumas isenções fiscais, para quem compra e para quem faz o restauro”, concretizam. | Dezembro I 93 Portugal Inovador Arcos de Valdevez respira história Artur Henriques Caneja, com sede na Praça Salvador Alves Pereira, em Arcos de Valdevez, iniciou a sua atividade na mediação imobiliária há 25 anos. Foi essa longa história, aliada ao seu conhecimento, que a revista Portugal Inovador foi conhecer. Artur Caneja falou-nos inicialmente dos tempos áureos dos anos oitenta. O grande número de vendas nessa fase trazia consigo fortes expetativas. Mas o mercado é dinâmico e por isso instável. Hoje, em retrospetiva, verificam-se as mudanças ocorridas, que obrigaram a um novo posicionamento das empresas. “Naquela época vendia-se praticamente tudo, inclusive os próprios terrenos de cultivo, ao contrário do que sucede atualmente. Neste momento, as pessoas procuram mais quintas de maiores dimensões”, observa o entrevistado. A região, na perspetiva de Artur Caneja, pelas suas áreas bastante delimitadas, apresenta desafios. Torna-se, aqui, cada vez mais difícil encontrar um terreno agrícola de grandes dimensões. Os concelhos limítrofes, como Ponte da Barca e Paredes de Coura acabam por sofrer das mesmas limitações. As quintinhas, por sua vez, continuam 94 I Dezembro a ser um grande alvo de interesse para a zona metropolitana do Porto. “Os portuenses estão atentos essencialmente às casas de granito para restauro, para um fim-de-semana ou férias”, especifica. Não obstante a esses desafios, a aposta em projetos turísticos é cada vez mais a força motriz desta região e deve ser agora, cada vez mais, analisada e projetada para o futuro. O mercado dos emigrantes, conhecido pela sua sazonalidade, ajuda a rejuvenescer a região. São por isso os meses como julho e agosto que vêm consolidar a sua ação em novas bases. Quando questionado sobre o arrendamento, Artur reconhece que nas grandes cidades como Porto, Lisboa ou toda a região do Algarve esse mercado é uma grande aposta, mas uma vez aqui, caracteriza-o como “exíguo e muito limitado”. A mediadora imobiliária não se restringe ao concelho de Arcos de Valdevez, estendendo-se aos vá- rios concelhos limítrofes. Artur Caneja reconhece assim os diferentes comportamentos de mercado: “Há muitos anos as pessoas procuravam mais o mercado de Braga; em Viana do Castelo, apesar de ser uma zona balnear, estas investiam com menor confiança. Atualmente, são os bracarenses que assistem a novas dificuldades, porque a construção não foi bem desenvolvida”, verifica. A eficiência energética dos edifícios também suscita algumas dúvidas aos clientes que se dirigem à imobiliária. Encarada com alguma relutância, os mediadores têm de fazer um esforço redobrado para sensibilizar as pessoas para esta questão. Credibilização do setor As obrigatoriedades várias a que a mediação imobiliária esteve, durante longa data, sujeita vem contrabalançar com a recente liberalização do setor, gerando outros conflitos neste ramo, como a concorrência desleal. Para impedir que estas situações continuem a acontecer no futuro Artur Caneja é a favor da fiscalização. | Portugal Inovador Transportes e Logística Dezembro I 95 Portugal Inovador Internacionalização e crescimento sustentado A PML Transportes – Pinho, Moreira & Lago, Lda. está no mercado há mais de 20 anos e encontra-se sediada em Vila do Conde. Estivemos em diálogo com Fernando Moreira e Carminda Marques, sócios gerentes responsáveis, para percebermos as características do seu serviço. destinos, o mais representativo dentro do volume de negócio da PML é o mercado inglês, sendo que Espanha, Itália e Áustria apresentam também uma relevância significativa. Sobre Inglaterra, é com muita satisfação que os nossos entrevistados fazem referência ao facto de ser um mercado onde se “paga muito bem e atempadamente”. Financiamento Fundada no ano de 1992, a PML foi crescendo em parte graças à parceria desenvolvida com as Tintas Cin, mediante a qual ainda hoje se responsabiliza pelo transporte dos seus produtos. Face à conhecida quebra entretanto verificada no mercado da construção, tornou-se imperativo 96 I Dezembro que a estratégia se direcionasse para fora de portas. Como nos relata o sócio-gerente, a respetiva faturação “caiu muito no ano de 2011 e foi então necessário que a empresa recorresse a alguém que conhecesse bem os mercados internacionais”. Dentro desse conjunto de A afirmação comercial da PML ao longo dos anos teve, necessariamente, o suporte financeiro proveniente do recurso à Banca. No caso individual de quem comanda os destinos desta empresa, as instituições bancárias têm mostrado recetividade, o que, como não poderia deixar de ser, justifica-se pela saúde que esta transportadora vilacondense demonstra. “Os critérios são mais apertados; hoje quem concede Portugal Inovador “Começámos como uma empresa familiar e queremos continuar a ser uma empresa familiar” crédito quer ter toda a informação acerca da disponibilidade que a pessoa terá para o cumprir, ao contrário do tempo em que alguém pedia um empréstimo para dois camiões e recebia com muita facilidade”, considera. Com a crise financeira, já terá sido feita “uma grande filtragem neste mercado, a partir da qual quem não cumpria as regras e praticava preços impróprios foi obrigado a encerrar”. Uma condicionante que encontra, na qual acompanha muitos outros empresários do ramo, prende-se com os preços do combustível. “Quando fazemos trabalhos internacionais, optamos sempre por não colocar combustível em Portugal”, esclarecendo-nos assim acerca da apreensão com que encaram esta realidade. Futuro A empresa de Fernando Moreira e Carminda Marques adquiriu, só no último ano, 12 camiões, ficando agora com uma frota de 65. “O nosso projeto é, de facto, crescer”, declaram, acrescentando que “as coisas estão a atingir outro patamar e, neste momento, está nos nossos planos a possibilidade de abrirmos um novo espaço de armazém ou de escritórios, talvez em Espanha”. A PML não tem intenções, contudo, de desvirtuar a sua identidade: “Começámos como uma empresa familiar e queremos continuar a ser uma empresa familiar”. | Dezembro I 97 Portugal Inovador Transporte com o máximo controlo A TKW Cargo está sediada na cidade da Maia e conta com seis anos de existência. Está vocacionada, unicamente, para o transporte internacional, com especial destaque para a Europa de Leste. O fundador, Miguel Ribeiro, foi adquirindo know-how ao longo do seu percurso como comercial noutras empresas do setor, até que se sentiu capacitado para “dar o salto e criar o próprio negócio”. Passados seis anos, a TKW é hoje uma empresa com uma frota de 18 camiões e dispõe do trabalho de 24 colaboradores. Sobre a visão que quis para a sua empresa, o responsável começa por referir que, na sua carreira como comercial, conseguiu “identificar perfeitamente as necessidades dos clientes”. Daí que uma preocupação inicial tenha sido “um perfeito controlo das cargas”, algo que é passível de ser cumprido apenas com recurso a uma frota própria. “É o nosso grande fator de valorização, a partir do qual podemos fazer o controlo das viaturas, o acompanhamento diário das cargas e dar informação 98 I Dezembro espontânea ao cliente sobre a localização do camião e a previsão de chegada”, explica. Resumindo, “a grande diferença é que connosco os clientes estão constantemente informados”. Outra diferença na estratégia da TKW tem sido a opção por se direcionar, especificamente, para os mercados de Leste. “Para Espanha ou França já há uma enorme concorrência por parte dos outros operadores nacionais”, indica, acrescentando que, atualmente, o trabalho dirigido aos países do Leste da Europa representa um peso de cerca de 70% do volume de negócio e que passa, especialmente, por países como Polónia, República Checa ou Eslováquia e grande parte com clientes ligados ao ramo automóvel. Do referido volume de negócio, já o trabalho entre portas tem uma representatividade que é exatamen- te nula, por razões que, segundo o nosso interlocutor, são as seguintes: “Não é dado apoio nenhum aos transportadores. Com o preço do gasóleo, face ao qual o Estado não nos dá nenhum benefício e altamente penalizado em impostos, e com as despesas em portagens não nos é possível trabalhar no mercado interno. Por exemplo, fazemos um serviço semanal entre Portugal e Eslováquia, e percorrendo uma distância mensal de 12 mil km, que nos custa aproximadamente 800 euros em portagens. Já uma possibilidade de negócio que tivemos a nível nacional, com distâncias mensais equivalentes, ia representar uma despesa muito aproximada a 2500 euros”. Sobre as expetativas que alimenta para o futuro da TKW, Miguel Ribeiro mostra contenção nos planos que faz: “Não tenciono atingir os 100 nem sequer os 50 camiões. Vamos crescer à medida das necessidades dos nossos clientes, querendo estar sempre com capacidade para fazer face aos pedidos, mas também com consciência de que o mercado não é estável. A exportação por vezes desce e isso reflete-se nos transportadores, nomeadamente nos que têm mais viaturas e não querem ficar com eles parados e que, por isso, até acabam por fazer cargas abaixo do custo. Ter entre 25 a 30 camiões é o nosso objetivo”. | Portugal Inovador “O transporte de mercadorias por camião será o futuro” Há sete anos no mercado dos transportes de mercadorias, a InterBrigas é uma empresa familiar sediada em Ansiães, Amarante que prima pela qualidade e rapidez nos seus serviços. Com uma frota de 14 camiões e 17 funcionários, a InterBrigas atua nos mercados nacional e internacional, sobretudo em Espanha e França atua sobretudo é de produtos têxteis e sapatos “Temos crescido consoante a evolução do mercado e do setor”, começa por explicar à Portugal Inovador, Bruno Brigas, fundador e proprietário da InterBrigas. A empresa, que iniciou a sua atividade da promessa de um cliente, foi entrando nos mercados internacionais e consequentemente aumentando a sua frota. “Temos 17 viaturas, atuamos principalmente em carga completa. Estamos a investir na renovação da frota para poder dar uma maior fiabilidade aos nossos clientes”, explica. Dentro dos serviços que disponibiliza, os serviços de expressos são os que dão maior credibilidade à empresa. “Com os meios que existem hoje é possível por camião colocar a mercadoria em qualquer ponto de França e Espanha em 24 horas acrescentando que todas as suas viaturas “estão equipadas com sis- tema de localização. Conseguimos analisar a condução do motorista, os consumos da viatura, etc.” Sobre o passado e futuro do setor dos transportes de mercadorias, acredita que apesar de ser uma área que já atravessou dias difíceis, o futuro será de crescimento e prosperidade. “Em 2008, 2009 quando houve uma enorme crise no setor dos transportes houve uma filtragem e algumas empresas ficaram pelo caminho. Hoje em dia é diferente e o transporte das mercadorias por camião será o futuro. Atualmente estamos a trabalhar bem, a empresa está a crescer acompanhando o crescimento do mercado global.” O objetivo primordial da empresa passa por criar instalações próprias onde a empresa será centralizada e incluirá escritórios e armazéns. “Já temos o espaço e as instalações serão construídas em 2015 ou 2016”, confidencia o proprietário. | Dezembro I 99 Portugal Inovador 100 I Dezembro Portugal Inovador Dezembro I 101 Portugal Inovador 102 I Dezembro Portugal Inovador As dificuldades reforçam os mais audazes Prestes a comemorar o seu quinto aniversário, em mais um ano de estrada, a revista Portugal Inovador deu voz a centenas de empresas portuguesas nos mais variados setores de atividade. Ao longo de 2014, apresentamos-lhe micro, pequenas e grandes empresas que nos abriram as suas portas, revelando o seu passado, os seus projetos atuais e anseios de futuro. Os nossos parceiros de múltiplos setores, desde o têxtil, passando pelo calçado, a indústria dos moldes, da ouriversaria, dos transportes, das novas tecnologias, entre tantas outras, reportaram-nos o modo como encaram o mercado nacional; e muitas outras - cada vez mais - que têm no exterior o seu foco, revelaram as suas dificuldades iniciais, mas provaram que a capacidade de trabalho dos portugueses, aliada a uma grande aposta na inovação e na formação, marcam a diferença e as colocam a par dos grandes players internacionais. De igual modo, demos um especial enfoque às instituições de cariz social e de ensino. Nomeadamente as Santas Casas da Misericórdia, nas suas áreas de abrangência têm sido um apoio fulcral para milhares de famílias portuguesas que enfrentaram dificuldades perante um panorama económico desfavorável de desemprego. Muitas destas têm trilhado um caminho de louvar, criando parcerias com as instituições empresariais e camarárias, ampliando o número de valências e assegurando uma vida mais segura, especialmente aos cidadãos mais desprotegidos. Também as instituições de ensino estão cada vez mais abertas à sociedade, ajustando a sua oferta letiva às reais necessidades de mão de obra especializada das empresas, suas parceiras. A abertura de cursos profissionais, direcionados para as necessidades locais e regionais tem vindo a revelar-se positiva. Mês a mês, realizámos especiais em diversos distritos nacionais. Esses périplos deram a conhecer também micro e pequenas empresas que marcam a diferença localmente, merecendo-nos igual destaque e atenção. Em 2015, queremos continuar a marcar a diferença e a revelar-lhe um Portugal cada vez mais inovador, consciente das alterações de um mercado irreversivelmente global. Dados recentes, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas revelam que o Produto Interno Bruto português, no terceiro trimestre deste ano, registou um aumento, relativamente ao mesmo período de 2013, de 1,1%. O crescimento é paulatino, mas positivo. Ambicionamos, em 2015, continuar a apresentar-lhe casos de sucesso que ajudam a impulsionar a economia nacional e a levar o nome das nossas marcas e empresas além fronteiras. | Dezembro I 103 PORTUGAL INOVADOR Portugal Inovador Dezembro I 105 Portugal Inovador 106 I Dezembro