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Estudantes do Povo Órgão Informativo do Movimento Estudantil Popular Revolucionário - Nº 12 - Junho de 2010 - www.mepr.org.br - Tel.: (31) 3222.0216 - Preço: R$ 1,00 Abaixo a farsa da Conciliação Nacional: Punição para os criminosos de guerra do regime militar! Iara Iavelberg Nascida em São Paulo, 1944 Militante do MR-8 Assassinada pela polícia em 1971 Honestino Monteiro Guimarães Nascido em Itaberaí-GO, 1947 Presidente da UNE em 1968 Preso e assassinado em 1973 Telma Regina Cordeiro Corrêa Nascida no Rio de Janeiro em 1947 Estudante de Geografia da UFF em 1968 Assassinada na Guerrilha do Araguaia em 1974 Emmanoel Bezerra Nascido em Praia de Caiçara-RN Dirigente do PCR Torturado até a morte em 1973 Stuart Edgart Angel Jones Nascido em Salvador/BA, 1946 Miltante do MR-8 Preso e torturado até a morte em 1971 Greves, ocupações e Grécia ferve protestos estudantis Os estudantes brasileiros continuam se organizando e lutando contra as burocracias universitárias e rompendo com o parasitismo das correntes oportunistas no movimento estudantil. A tendência é que as mobilizações aumentem e sacudam todo o país. Página 5 Assassinada na Guerrilha do Araguaia em 1974 Helenira Rezende de Souza Nascida em São Paulo, 1944 Estudante de Letras na USP Assassinada na Guerrilha do Araguaia em 1972 Estudantes vão ao campo Vários estudantes de Pernambuco foram ao campo para ver de perto a luta dos camponeses. O MEPR apóia e propagandeia a Revolução Agrária e assim, em todos os anos, o movimento organiza idas ao campo. Página 8 Leia nesta edição: Editorial: Punição para os torturadores!...........Página 2 Golpes contra ensino O imperialismo segue atacando o ensino e impondo seus mandos e desmandos. Projetos como Enem, ProUni, Reuni e outros fazem parte do pacote de ataques. Página 6 Walquíria Afonso da Costa Nascida em Uberaba/MG, 1947 Estudante de Pedagogia na UFMG Depoimentos de militantes revolucionários.....Página 4 Milhões de gregos respondem à crise com pedras, paus, molotovs e tudo que o capitalismo merece. Página 11 Revolução na Índia avança..................................Página 9 Homenagem a Idalísio Aranha...........................Página 12 Honra e Glória aos Heróis do nosso Povo Editorial A juventude brasileira exige: Punição exemplar para torturadores e criminosos do regime militar fascista! No dia 29 de abril último, por 7 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da “justiça” brasileira (o mesmo que advogou em defesa do banqueiro Daniel Dantas, lembram?), confirmou a anistia para torturadores, rechaçando sua punição. Ou seja, manteve tudo como está. A candidata pelo PT Dilma Roussef logo correu aos monopólios de imprensa para afirmar seu acordo com referida decisão, dizendo-se contra qualquer tipo de “revanchismo”...Exatamente as mesmas palavras pronunciadas por Nelson Jobim e os chefes dos clubes militares quando da polêmica envolvendo o demagógico 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, vírgula por vírgula, letra por letra! Fala-se em “Anistia ampla, geral e irrestrita”. Mentira. É fato histórico que após a aprovação da Lei 6683 de 1979 apenas 17 prisioneiros políticos foram libertados imediatamente, ficando outros 35 sob avaliação1. Centenas e milhares de bravos e honestos lutadores continuaram penando nas masmorras, enquanto nas ruas o povo seguia sofrendo todas as agruras e misérias da mais brutal opressão e superexploração. Quem de fato se beneficiou da tal Anistia, como de todas as Leis de Anistia aprovadas simultaneamente em vários países latino-americanos, foram os governos militares que, em causa própria, as formularam e aprovaram. Igualmente se beneficiaram os vis carrascos cujas mãos ainda pingavam sangue dos mais valorosos filhos, militantes e quadros revolucionários gerados pelo povo brasileiro em décadas de luta, aniquilados pela contrarevolução no Poder. E, com estes, em solene acordo, se beneficiaram todos os renegados, traidores, delatores, arrivistas e oportunistas de todo tipo que, dizendo-se “perseguidos” e de “esquerda” (aproveitando-se da comoção popular existente, à época, contra o gerenciamento militar) desde então se alçavam para cumprir a tarefa que hoje desempenham com esmero: gerenciar esse velho e genocida Estado brasileiro. Todos os dias e a todo o momento centenas e milhares de pessoas, negras e pobres em sua imensa maioria, dão entrada no sistema carcerário brasileiro, já superlotado, por delitos como 2 - Estudantes do Povo furto e pequenos assaltos. Uma verdadeira campanha de terror é conduzida pelos monopólios de imprensa para justificar o armamento até os dentes das polícias, e milhões de reais foram gastos para produzir e botar em circuito um filmezinho aonde a prática de tortura perpetrada por agentes do Estado não é apenas admitida, mas verdadeiramente glorificada. No Espírito Santo seres humanos são presos em containeres abarrotados aonde a temperatura ambiente pode chegar 60º. No campo, os exércitos particulares de pistoleiros (muitos desses policiais militares) torturam e executam barbaramente ativistas camponeses; nas grandes cidades programas do governo federal como PRONASCI e PAC das favelas financiam as políticas de criminalização e extermínio da pobreza. Tudo isso com o beneplácito e patrocínio de toda a corja de renegados e revisionistas, capitaneados por PT e Pecedobê, tendo à testa o operário-padrão do FMI, sr. Luis Inácio. Perguntamos: É possível sustentar que, do ponto de vista das massas, o que existe é uma democracia, e não a mais brutal e impiedosa ditadura e espoliação do nosso povo, que revela toda a sua face de cruel gendarme ao menor sinal de revolta e organização dos explorados e oprimidos? É possível sustentar tal “democracia” sem passar do campo dos ingênuos ao dos mais sórdidos mentirosos? Definitivamente, acreditamos que não. À juventude, às novas gerações, cabe o papel de desmascarar a fundo toda essa farsa. Devemos dizer em alto e bom som que não Anistiamos nem Anistiaremos os algozes de nosso povo, não só os do passado, mas tampouco os do presente. Devemos dizer que o sistema de poder, e todo o aparato repressivo e ideológico da reação, permanecem intactos, não se alterando uma polegada sequer da estrutura de nosso país desde o regime militar até os dias de hoje. E com eles segue justa e válida também a bandeira desfraldada pelos bravos jovens que nos antecederam de conclamar ao nosso povo a justeza da REBELIÃO, da LUTA REVOLUCIONÁRIA, porque às jovens gerações caberá não apenas desmascarar essa velha ordem: caberá sobretudo, e principalmente, sepulta-la, junto aos operários e camponeses de nosso país, junto aos povos revolucionários de todo o mundo! Opor à Farsa das Eleições a Propaganda da Revolução! * Com o dito acima entramos em cheio no problema da farsa eleitoral. Sim, porque exatamente nesse momento, todos, absolutamente todos os partidos desde os abertamente reacionários até os ditos “socialistas” e até mesmo “comunistas” desatam a pedir votos, legitimando abertamente essa ditadura sobre as massas que aí está. Devemos entender que, ao lado de outras falácias mais utilizadas pelo imperialismo como o discurso de “direitos humanos”, “ecologia” etc., e mais inclusive que todos estes, as eleições são atualmente um instrumento central para a legitimação de sua dominação. Qual a primeira medida tomada pelo imperialismo ao invadir o Iraque e seqüestrar e assassinar o presidente daquele país? Qual a medida adotada também em Honduras, recentemente, quando do golpe militar de Tegucigalpa? Convocação de eleições! Por que? Ora, porque trata-se de um, entre tantos recursos, lançado mão pelas classes reacionárias, a fim de jogar poeira nos olhos dos povos sobre sua real situação, a fim de ludibria-los e quebrantar sua resistência. E, como todos esses recursos, podem também ser descartados, segundo determinem os interesses daqueles que os manipulam. Quem são os verdadeiros financiadores de campanha eleitoral no Brasil? São exatamente os empreiteiros, banqueiros, industriais monopolistas e latifundiários que sempre dominaram esse país, que se locupletam com as benesses do velho Estado e que, claro, cobram seu preço junto ao eleito. Trata-se de um jogo de cartas marcadas, aonde quem tem mais dinheiro ganha. Nas duas tentativas de reeleição à presidência da República (FHC em 1998 e Lula em 2006) os candidatos obtiveram êxito; nas eleições para prefeito em 2004 o índice de reeleitos foi de 72,7% e, no mais recente pleito para a escolha de governadores (2006) tal índice subiu à 73,7%2. O que pode explicar esses índices senão o enorme poder econômico (através de licitações) e político (todos os tipos de tráficos de influência) que o gerenciamento do aparato estatal, em seus diferentes níveis, propicia para quem o usufrui? Há aqui alguma ilusão com a “participação popular” ou com o “poder das urnas”, nesse processo notória e ostensivamente corrupto até à medula? Não há como fugir. Devemos sim erguer nossas consignas de Boicote à Farsa Eleitoral. Da mesma forma que o debate à respeito da Punição dos torturadores não pode parar por aí, mas serve a colocar o Balanço Histórico do movimento revolucionário do nosso país na mesa e daí tirar as lições para dar maiores e mais certeiros golpes na reação daqui por diante, também o momento das eleições podres e corruptas deve ser aproveitado para desmascarar o caráter burocrático-latifundiário desse velho Estado e do partido único da reação (em suas diferentes siglas) que o sustenta. Devemos dizer que a única verdadeira e autêntica Democracia que pode existir é aquela aonde o Poder é exercido total e inflexivelmente pelas massas populares, baseado na aliança operário-camponesa, dirigida pelo Proletariado, e que tal Poder não nasce das urnas mas unicamente da luta revolucionária sem quartel. Assim o prova toda a experiência da construção socialista no século XX, assim o comprovam todas as guerras populares e lutas revolucionárias e de libertação em curso no mundo hoje (como o poderoso processo revolucionário na Índia, por exemplo) e assim será igual e inevitávelmente em nosso País. Como temos dito sempre, bem-vinda seja a tempestade! Notas: 1 - Belisário dos Santos Júnior, “Enganos e a Lei de Anistia”. 2 - Fonte: Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. * Para melhor aprofundamento sobre tema, consultar o Roteiro de Boicote às Eleições, estudo difundido pela Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo. Lei de Anistia A Lei de Anistia, o PNDH-3 e a farsa da “Conciliação Nacional” No final de 2009 uma polêmica tomou conta do cenário nacional: o governo de PT/PcdoB, a título de promover a “reconciliação nacional” (conciliação é mesmo a palavra predileta dessa gente), propôs o Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos que, dentre dezenas de outros pontos, sugeria a constituição de uma “Comissão da Verdade e conciliação” que, originalmente, se propunha a “investigar violações de direitos humanos no contexto da repressão política”. Tal Plano, na verdade, nada mais significou que, por um lado, uma antecipação do debate eleitoral (visto que Dilma Roussef será certamente atacada por sua atuação na resistência armada ao regime militar) e, por outro, talvez nesse aspecto mais que em todos os demais, fica escancarada a traição vergonhosa do atual governo Luis Inácio a qualquer interesse das massas de nosso povo e a farsa que é a tal “democracia” no Brasil. Viemos com este artigo nos somar às inúmeras vozes democráticas que exigem a punição exemplar de todos torturadores e criminosos do regime militar. Nós, como estudantes, não perdoamos e não perdoaremos tais crimes, não esqueceremos as centenas de jovens egressos do movimento estudantil seqüestrados, torturados, assassinados simplesmente por exercer seu direito de lutar contra um regime de terror e traição nacional, e por uma nova sociedade! Não cansaremos de nos bater por justiça e temos certeza que não está longe o dia em que o povo brasileiro fará pesar sobre alguns dos mais odiosos carrascos que teve de enfrentar a sua inapelável vingança. A auto-anistia do regime militar Sabe-se muito bem que o término do regime militar no Brasil constituiuse, na prática, como mera concertação no seio das classes dominantes. E foi precisamente nesse contexto de transição muito lenta e muito gradual que foi proposta e aprovada, pelo governo militar e em seu interesse, a lei nº 6683 de 28 de agosto de 1979, a tão famosa Lei de Anistia. A lei de anistia em questão concede seus benefícios “a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de Fundações vinculadas ao Poder Público, aos servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos militares e aos dirigentes e representantes sindicais, com fundamento em Atos Institucionais ou Complementares”. Estabelece ainda que “A lei considera, ainda, conexos, para os seus efeitos, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”. (grifo nosso). E é precisamente esse conexo que é até hoje interpretado e utilizado pelos juristas da estirpe de um Gilmar Mendes para justificar a impunidade dos torturadores, como se pudesse haver algum tipo de conexão entre agentes do Estado e militantes que se insurgem para derruba-lo! A 13 de agosto de 2008 mais de trezentos juristas dentre os mais destacados advogados, promotores e juízes de todo o país lançaram um Manifesto aonde arrasam as posições dos que sustentam a não-punição de torturadores e protagonistas de crimes de guerra e crimes de lesa-humanidade. Nesse Manifesto, em sete pontos, se diz, dentre outras coisas, que: “Os cidadãos brasileiros que se insurgiram contra o regime militar, e por contestar a ordem vigente praticaram crimes de evidente natureza política, foram processados em tribunais civis e militares e, em muitos casos, presos e expulsos do país mesmo sem o devido processo legal. Além disso, quando presos, sofreram toda sorte de arbitrariedades e torturas. Depois de julgados, foram anistiados pela lei de 1979 e pela Constituição. Por que os crimes dos agentes públicos, que nem sequer podem ser caracterizados como crimes políticos, devem receber anistia sem o devido processo?”.(Grifo Nosso).1 O papel do oportunismo Quais têm sido as ações do governo do sr. Luis Inácio, nos últimos oito anos, no sentido da punição dos torturadores e criminosos do regime militar? O que tem feito o operário-padrão do FMI e seus comparsas revisionistas do Pecedobê com relação à abertura dos arquivos do gerenciamento militar? E na apuração dos crimes de guerra perpetrados no comba- te à Guerrilha do Araguaia? Em maio de 2005 o próprio Luis Inácio assinou a lei 11.111.05 que, na linguagem jurídica, “disciplina o acesso a documentos públicos de interesse particular, coletivo ou geral”. Segundo esta, documentos que o Poder Executivo avalie como do mais alto grau de sigilo poderão ter um prazo de ocultamento de 30 Presidente Lula e o Ministro da Defesa Nelson Jobim anos, renováveis fazem o pacto da canalhice por mais 30 (como já dispunha a Lei 8159, de 08 de janeiro Nunca Mais publicou um manifestode 1991) e, mesmo após esse prazo (de denúncia relatando que no dia 4 daquele 60 anos!), a abertura de tais arquivos não mês o Ministro da Defesa Nelson Jobim se dará de maneira automática, mas sim (logo quem!) convocou os familiares de mediante o parecer de uma Comissão de mortos e desaparecidos políticos para uma Averiguação e Análise de Informações Sireunião em Brasília, a fim de comunicar a gilosas. Na verdade, não apenas o goverdesignação de um grupo responsável por no oportunista do sr. Luis Inácio impediu levar a termo os trabalhos de investigaa abertura dos arquivos militares por mais ção e localização dos restos mortais dos seis décadas, como abriu de par em par as guerrilheiros mortos no Araguaia. A coor- Foto de Emmanuel Bezerra dos Santos, morto em 1973, encontrada no DOPS/SP. janelas que permitem a sua prorrogação infinita! A propósito, apenas para que o leitor forme uma idéia mais concreta do que estamos falando, ainda nos dias de hoje existem arquivos de 1870, que remetem a acordos assinados após o término da Guerra do Paraguai, que permanecem vedados ao público! Em junho de 2009 o grupo Tortura Foto de Maria Regina Lobo Leite Figueiredo, morta em 1972, encontrada no ICE/RJ. denação do grupo foi entregue ao general Mário Lúcio Alves de Araújo, o mesmo que em entrevista ao jornal “O Norte de Minas” havia dito, por ocasião do aniversário do golpe de 1964, que “(...) há exatos 44 anos o Exército brasileiro atendendo a um clamor popular foi às ruas contribuindo substancialmente e de maneira positiva, impedindo que o Brasil se Estudantes do Povo - 3 tornasse um país comunista”. 2 Não é necessário torcer palavras para constatar que esse 3º PNDH é fruto do mesmo governo oportunista que recuou e, ao faze-lo, insuflou a ofensiva da extrema-direita nesse país, o mesmo governo que renovou por no mínimo sessenta anos o caráter sigiloso dos mais importantes e esclarecedores documentos do período militar (exatamente aqueles considerados de “mais alto grau de sigilo”), o mesmo governo que nomeou uma comissão militar chefiada por um declarado apoiador do golpe de 64 para investigar os crimes cometidos pelas Forças Armadas no Araguaia. Os familiares dos heróicos combatentes que de armas nas mãos se rebelaram contra a contra-revolução no poder, e seus companheiros que não capitularam, esperam é não um esquálido e acovardado “direito à memória e reconciliação” mas sim a punição exemplar dos criminosos e torturadores do regime militar, como prevê toda a legislação nacional e internacional, como fizeram em muito maior amplitude nossos vizinhos latinoamericanos, e o que o povo brasileiro, as massas exploradas e oprimidas, operários, camponeses e estudantes, mulheres e homens, esperam e almejam é não uma fétida “reconciliação nacional”, impossível pelo simples fato de que é irrealizável a conciliação entre opressores e oprimidos, entre os assassinos e as suas vítimas (uma vez que, de fato, às últimas não é dado direito à conciliação alguma, pois já estão mortas!) mas esperam sim justiça, esperam sim vingar e punir os seus algozes. Em Conclusão Os milhares de jovens, jovens como nós, que lutaram não contra esse ou aquele general instalado em Brasília, mas sim contra a dominação do imperialismo, da grande burguesia e do latifúndio, os milhares que lutaram por uma nova democracia e pelo socialismo, devemos dizer, estavam certos em fazê-lo! A missão deles não foi cumprida com o fim do gerenciamento militar, ou com as “Diretas”, mas segue pendente até os dias atuais. E, ao cabo e ao fim, a luta pela punição dos torturadores e criminosos do regime militar, a luta contra o sigilo de ferro dos arquivos, serve a revelar que os criminosos seguem atuando e os porões seguem funcionando. Serve a colocar na mesa o balanço histórico e, ao contrário do que faz a esquerdalha arrependida, não fazer uma defesa envergonhada ou chorosa dos nossos bravos companheiros, mas sim exortar que o caminho que eles seguiram estava, no que toca às suas sinceras motivações, correto. E que a bandeira vermelha por eles empunhada nos conclama a segui-la empunhando altiva e reluzente, hoje e no futuro.* R O D RA U T R TO O Coronel Brilhante Ustra é um dos chefes das torturas e mortes Notas: 1 - Retirado de www.mndh.org.br. 2 - Jornal “O Norte de Minas”, 31 de março de 2009. * Ver versão completa do presente artigo no sítio do MEPR (www.mepr.org.br). Trechos de depoimentos de militantes revolucionários que combateram o regime militar (Todas as entrevistas foram retiradas do Jornal A Nova Democracia) Élio Cabral (Militante das Ligas Camponesas, preso e torturado pelo regime militar fascista) “Como presidente da Associação de Anistiados Políticos não posso deixar de mencionar essa questão: aqueles que torturaram, esses assassinos, “gorilas” do regime militar não podem ficar impunes, eles tem que pagar. Eu já lutei e enfrentei uma vez e tenho disposição para fazer tudo novamente. Não vamos ceder”. revelar o que viveram e passaram nas masmorras. Isso forçará a abertura dos arquivos militares. Somente a mobilização popular poderá cumprir o papel de revelar a todos o que ocorreu e quiçá alcançar o que se vê em outros países como a Argentina, onde alguns desses criminosos foram para a cadeia”. Dirce Machado (Militante do Partido Comunista do Brasil, foi uma das lideranças da heróica resistência armada camponesa em Trombas e Formoso. Encarcerada pelos gorilas de 64, foi torturada juntamente com seu marido e seu irmão) fundou juntamente com Mário Alves o esta conciliação abjeta que Luiz Inácio PCBR (Partido Comunista Brasileiro trança com os torturadores. Várias veRevolucionário) e tomou parte ativa na zes tive oportunidade de estar frente a luta armada contra o regime militar. Prefrente com Luiz Inácio da Silva. Hoje, so e torturado pelo regime, permaneceu se tivesse essa oportunidade, eu coencarcerado por quase locaria a mão sobre o (...)Quanto a mim, não seu ombro, olharia nos uma década. Atualaceito nem me conformo, seus olhos e diria: Luiz mente é vice-presidente seguirei com minha mi- Inácio você é um fraco, do Centro Brasileiro litância revolucionária e um farsante. Quanto a de Solidariedade aos exijo a apuração completa mim, não aceito nem Povos) “ e punição exemplar para todos os torturadores e criminosos de guerra do regime militar.(...) “Foi aí, dentro da prisão, que eu passei a ter consciência Alípio de Freitas do que é a covardia: (Secretário de Organização das Ligas os oficiais do exército e seus comanCamponesas,quando do golpe de 64. dados a torturarem as pessoas muiMilitou na resistência armada ao regime tas vezes debaixo “Eu os vi torturando fascista. Preso e brutalmente torturado meu marido e meu ir- (...)Meu marido com a da maior gozação, em 1970, foi mantido encarcerado por gargalhadas mão a poucos metros de cara toda ensanguentada, com quase dez anos) mim. Eu virava o rosto, amarraram ele pelos pés, e xingamentos sem mas eles puxavam meu numa árvore e começaram ter nenhuma con“É nosso dever divulgar o nome descendência com o cabelo pra eu ver o que a puxar.(...) desses torturadores, colocar em um ser humano que ali eles estavam fazendo. jornal o nome, os crimes, as torturas estava, impotente e Tem hora que a gente (...). Os torturadores cometeram seus sem a mínima condição de esboçar a perde o raciocínio, né? Meu maricrimes contra a humanidade e manmenor reação. Já havia lido sobre as do com a cara toda ensanguentada, tiveram-se no poder desde lá até os atrocidades do exército brasileiro em amarraram ele pelos pés, numa árvore dias de hoje, eles estão sendo anistiarelação aos paraguaios, ao povo de e começaram a puxar. dos por quê? O cabo Canudos e aos povos indígenas, mas Eles tinham dito que Anselmo estava para (...)Os torturadores comeao sofrer na própria pele a covardia ser aposentado como teram seus crimes contra matariam meu marido dos militares nas dependências do ‘mar e guerra’. Isso a humanidade e mantive- enforcado. Quando eu Doi-Codi é que eu vim, realmente, a toolhei, enforcado pelos seria um prêmio para ram-se no poder desde lá mar consciência do grau de perversão pés (?!), eu não aguenum delator! Mas o até os dias de hoje(...) e covardia extremos de que eles são tei e dei uma gargalharesponsável pelo seu capazes (...) Como preso e torturado da. Aí eles me bateram. processo era ligado à pelo regime militar e como alguém que O plano deles era me fazer ficar de joditadura. Eu tenho feito conferências, viu desaparecer os melhores filhos do elhos, chorando, implorando, isso eles palestras e debates por toda parte. Há povo brasileiro sob o suplício covarde não conseguiram nunca”. centenas de pessoas que passaram por dos que se achavam no poder à époisso, exilados, presos, entre outros. ca, e ainda se acham hoje, infensos a José Maria Oliveira Eles devem falar. Essas pessoas tem qualquer tipo de punição, não admito (Militante do PCB quando do golpe, o arquivo, o testemunho vivo. Devem “ 4 - Estudantes do Povo “ me conformo, seguirei com minha militância revolucionária e exijo a apuração completa e punição exemplar para todos os torturadores e criminosos de guerra do regime militar”. Waldir Tavares (Operário ferroviário, participou do processo de Reconstrução do Partido Comunista do Brasil em 1962) “A Lei de anistia de 1979 não representa nada. O que foi feito em favor dos anistiados deveu-se ao empenho das comissões de companheiros que acompanhavam todos os tribunais e denunciavam na cara deles as prisões e as torturas. As famílias sofreram perseguição e sofrem até hoje(...)A anistia foi um remendo. Lutaremos até o fim para que todo o processo seja público e que os culpados sejam revelados, punidos”. Rebelar-se é justo! www.mepr.org.br Movimento Estudantil Primeiro Semestre de Lutas Enquanto oportunistas de todo tipo, cães de guarda dos governos e das reitorias que são, decretavam, em 2007-2008, após a onda de manifestações e ocupações de reitorias em universidades de todo o Brasil contra o demagógico projeto do REUNI (uma das facetas principais da contra-reforma universitária encomendada pelo Banco Mundial e aplicada com esmero pelo governo oportunista de PT/Pecedobê), a vitória dos setores burocrático-reacionários das universidade e a derrota dos estudantes, nós dizíamos: alto lá, senhores! Olhando o quadro atual das universidades, impõe-se a constatação de que os estudantes brasileiros seguem se organizando e lutando, derrotando ao mesmo tempo as burocracias universitárias e a camisa-de-força imposta pelas diferentes correntes oportunistas. Em que pese a ausência de uma direção unificada para esse processo, fator que é um importante limitador, a tendência é que as mobilizações sigam ocorrendo e, como um rastilho de pólvora, sacudam todo o país. É o que tem ocorrido e que seguirá ocorrendo. ciou suas saudações foi surpreendido por militantes do MEPR, estudantes de pedagogia da UFMG, UEMG, PUC e estudantes secundaristas da União Colegial de Minas Gerais (UCMG). O Ministro mentiroso teve de ouvir a denúncia sobre o processo movido contra 8 estudantes por participarem de combativa manifestação em frente ao MEC, em 2006. UNIR: Greve x Fascismo Greve na UNIR, campus Rolim de Moura Em 22 de fevereiro os estudantes da Universidade Federal de Rondônia decretaram greve no campus de Rolim de Moura. Os estudantes denunciavam as precárias condições de ensino, como a falta desde biblioteca até água potável para o consumo! Após 15 dias de combativa greve, boa parte das demandas estudantis foram atendidas. Durante o processo de greve os setores mais reacionários da universidade não contiveram seu ódio aos manifestantes e chegaram ao ponto de ameaçar a vida da professora da Faculdade de Educação Marilsa Miranda de Souza. O fato foi amConfronto entre manifestantes e a polícia na UnB plamente denunciado pelo DCE da UNIR e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos UFMG: MEPR mela festa do Povos-CEBRASPO lançou uma carta Ministro Fernando Haddad aberta contra tais ameaças e a escalada fascista na universidade. O documento contou com adesão de numerosas entidades e setores da intelectualidade brasileira (ver Carta completa e assinaturas no sítio do MEPR). Greves Estudantis Intervenção do MEPR em visita de ministro No dia 20 de abril esteve na Faculdade de Educação (FAE) da UFMG para fazer a abertura do XV ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, o ministro cara de Pau, Fernando Haddad. Logo que ini- Unimonte - No dia 16 de abril, em assembléia, os estudantes da UNIMONTES (Montes Claros) decidiram aderir à Greve iniciada por servidores e professores em apoio a suas justas reivindicações e, principalmente, para impulsionar a luta em defesa da educação pública e gratuita, por condições básicas de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil. UnB - Após o anúncio feito pela reitoria da UnB de que cortaria da folha de pagamento de servidores e professores uma gratificação que corresponde a 26% do salário (imaginem!), esses entraram em greve no dia 9 de março. A greve unificada de estudantes, servidores e professores durou mais de dois meses enrentando toda a intrasigência do governo federal. Os estudantes tiveram importante participação na jornada de lutas, imprimindo, além das suas próprias bandeiras, a combatividade própria ao movimento estudantil. UFT - Na semana de 11 de maio os estudantes de Serviço Social da Universidade Federal de Tocantins deflagraram combativa greve em defesa de seu estágio supervisionado. Os estudantes da cidade de Miracema reivindicam transportes que lhes permitam acesso ao referido estágio (uma vez que, muitas vezes, têm de cursá-lo em outras cidades) e aumento da quantidade e do valor pago pelas bolsas. Estudantes de Serviço social da UFT em greve A USP segue com muitas lutas e greves! Em Assembléia realizada no dia Greve na USP 18 de março os estudantes da USP resolveram ocupar uma das sedes administrativas da Coordenadoria de Serviço e Assistência Social da USP (COSEAS).Os estudantes, moradores do CRUSP (Conjunto Residencial da USP) e candidatos sem vaga à moradia apresentaram uma pauta de reivindicações que incluía, dentre outros ítens, mais vagas na moradia, transparência nos processos seletivos para os programas de permanência e o fim das expulsões e da vigilância sobre os estudantes que habitam a residência universitária. No último dia 29 de abril foi a vez dos funcionários deflagrarem greve. O REItor da USP, João Grandino Rodas, não tardou em anunciar o corte de ponto dos grevistas e as ações de perseguição. Estudantes da UFMT ocupam reitoria Estudantes ocupam reitoria da UFMT Após vários dias de greve e ocupação da reitoria da UFMT pelos estudantes, esses encerraram o movimento em 23 de abril, obtendo importantes vitórias. A reitora se comprometeu a reformar o restaurante universitário e concluir a construção da Casa do Estudante, no campus de Cuiabá. Quanto à falta de professores, principal reivindicação da greve, até o momento não houve ainda uma definição. Greves de professores em São Paulo e em Minas Gerais No dia 8 de março professores e funcionários da rede pública de educação de São Paulo decretaram greve, exigindo melhores condições de trabalho. A rede, que conta com 220 mil professores e 5 milhões de funcionários, teve uma expressiva paralisação da ordem de 80%. No dia 26 de março o governador José Serra enviou a tropa de choque da PM para agredir professores e funcionários durante manifestação. A categoria, longe de se intimidar, respondeu lançando paus e pedras contra a gendarmaria do Estado. No dia 8 de abril foi a vez dos professores da rede estadual de Minas Gerais iniciarem o movimento grevista por melhores condições de trabalho e salário. A resposta do Estado não tardou: o Tribunal de Justiça decretou a ilegalidade da greve enquanto que o governo estadual cortou o ponto da categoria. A resposta dos professores foi manter suas reivindicações e dar prosseguimento à luta. Estudantes do Povo - 5 Ensino Novos ataques do governo Banco Mundial/Lula aprofundam a contra-reforma no ensino básico Dos dias 28 de março a primeiro de abril de 2010 realizou-se em Brasília a Conferência Nacional de Educação (Conae), com o suposto objetivo de “debater” e “estabelecer” as diretrizes do novo Plano Nacional de Educação – PNE - a ser implementado nos próximos dez anos. Como sempre, praticamente ignoradas pelos monopólios de imprensa foram as manifestações de trabalhadores do ensino de diferentes áreas e níveis ocorridas durante a Conferência. Assim como são intencionalmente ignoradas e criminalizadas as inúmeras mobilizações e greves de profissionais do ensino e estudantes, que ocorrem por todo o país contra as mesmas medidas e políticas propaladas pelo governo como a panacéia para o ensino público. Há vários anos o MEPR tem se unido a diferentes setores do povo como estudantes, professores, servidores públicos e movimentos classistas independentes do governo na árdua tarefa de denunciar toda a demagogia do governo Banco Mundial/Lula em suas sucessivas investidas de passar como “democrático”, “moderno” e “inovador” a continuidade da política iniciada por FHC de desmonte, precarização, privatização e desnacionalização do ensino público. Neste sentido, acreditamos ser de suma importância, nos dias atuais, confrontar alguns dados omitidos e/ou falsificados pelo governo com a verdadeira política para o ensino público no Brasil, particularmente para a “Educação Básica”, contida entre outras medidas na unificação do vestibular por meio do ENEM, na Lei do Piso Salarial Nacional (11.738/2008) para professores e na reestruturação curricular do Ensino Médio nas escolas públicas. O que os índices e estatísticas oficiais escondem... O Brasil fechou o ano de 2009 com PIB (total de bens e serviços produzidos no país) de R$ 3,143 trilhões. Deste total, mais de 35% foram para amortizações e pagamento de juros da dívida pública (quase R$ 380 bilhões para os bancos!), enquanto que o governo destinou somente 2,88% para o ensino; 0,45% para Ciência e Tecnologia; 0,06% para Cultura; e 0,01% para Desporto e Lazer. O que a gerência Luiz Inácio, o PT 6 - Estudantes do Povo e o conjunto da frente de “esquerda” eleitoreira fazem de tudo para esconder com seus discursos e estatísticas distorcidas é que o governo BM/Lula mantém até hoje os vetos de FHC ao Plano Nacional de Educação (PNE). Ou seja, PT/UNE/CUT que tanto “lutaram” pela aplicação de 10% do PIB em “educação”, que “resistiram” à diminuição deste índice para 7% na aprovação do PNE no congresso, e que, sobretudo denunciaram e “lutaram” contra o veto de FHC a este índice, mantém agora os mesmos parcos investimentos no ensino, não ultrapassando os ínfimos 4% do PIB. (E o que esperar “do cara” de Obama e do FMI?). Outros dados reveladores da situação caótica do ensino público no país são os alarmantes índices de analfabetismo: o governo e oportunistas fazem a propaganda de que 95% dos estudantes em idade entre sete e quatorze anos estão matriculados, mas ocultam que destes, menos da metade concluem o ensino fundamental. Segundo dados do INAF (Instituto Nacional de Analfabetismo Funcional) o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população (ou seja, aquelas pessoas que lêem, mas não compreendem ou não são capazes de utilizar eficazmente a língua escrita), que se somados aos 7% considerados totalmente analfabetos, representam 75% da população brasileira. Enfim, após oito anos do gerenciamento petista, dez anos de Plano Nacional de Educação – PNE - e três anos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) a realidade continua inalterada: salas de aula superlotadas, estudantes insatisfeitos, professores mal remunerados e em péssimas condições de trabalho. Dados do Censo da “Educação Básica” de 2007 confirmam que a precariedade está espalhada pelo Brasil, das 166.240 escolas públicas de “Educação Básica”, 71% não têm biblioteca; 77% estão sem quadra de esportes; 13% não contam com água filtrada; e 8% sequer têm esgoto. A falácia da Lei do Piso Salarial Nacional... A lei 11.738/2008, conhecida como a lei do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da “Educação Básica”, foi sancionada em 16 de Julho de 2008. O PM paulista reprime combativa manifestação dos professores monopólio de imprensa insuflou grande expectativa para os profissionais da “Educação Básica”, constantemente desfavorecidos com seus salários e remunerações achatados e sem qualquer perspectiva de reajustes dignos. Mas, afinal, o que diz a referida lei? Façamos os apontamentos iniciais da lei, atentando para os pontos principais: Primeiramente, é importante deixar claro que a lei se refere apenas aos profissionais do magistério, ou seja, aqueles que desempenham tarefas estritamente pedagógicas, não abrangendo o pessoal de secretaria e os auxiliares de serviços gerais. E depois, o que é ainda mais grave, a lei fala em “piso salarial nacional”, sendo o valor mínimo deste piso de R$950,00, referente à 40 horas semanais, colocada como carga horária máxima (para até este valor). Assim, “os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao valor mencionado” (parágrafo 3º do art. 2º ). Ou seja, em Minas Gerais, por exemplo, os profissionais não receberão R$ 950,00 mas R$ 570,00, já que a carga horária no Estado é de 24 horas semanais. (Ou alguém imagina que o governo, que não paga nem o que é obrigatório, pagará, por 24 horas, o que a lei define que deveria pagar por 40 horas?). Somente para termos uma idéia, o valor do salário mínimo (!) calculado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estu- dos Sócio-econômicos) com base na Constituição deveria estar em torno de R$ 2.159,65 (valor relativo ao custo de vida em março de 2010), ou seja mais que o dobro do estabelecido pelo governo (R$ 950). Esta é a verdadeira face da valorização do magistério promovida pela gerência Luiz Inácio. O ENEM e a restrição do conhecimento nos currículos do Ensino Médio A imposição da reformulação nacional dos currículos no Ensino Médio na rede pública e a unificação do vestibular por meio do ENEM compõem um mesmo conjunto de ataques ao ensino. Tais medidas são parte do demagógico PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação e têm como lógica a restrição do acesso ao conhecimento, visando adaptar a formação na etapa final da “Educação Básica” às necessidades do mercado. O ENEM molda os currículos do ensino médio aos ditos “eixos cognitivos comuns a todas as áreas”, restringindo o acesso do jovem ao conjunto dos conhecimentos científicos elementares que deveriam lhe propiciar uma sólida formação geral, uma vez que quando o estudante ainda no 1° e ou 2° ano do ensino médio começa a ter acesso às noções elementares de física, química, biologia, geografia, história etc., têm de decidir, prematuramente, pela especialização em determinada área. Estudantes secundaristasfazem protesto contra a adesão da UFMG ao ENEM em maio de 2010 Um bom exemplo disto é a tradicional Escola Estadual Governador Milton Campos, em Belo Horizonte, aonde o aluno matriculado no 2° ano que opta pela área de “ciências humanas” não tem aulas de física, química e biologia (ou estas disciplinas são reduzidas) e já os que optam pelas “ciências da natureza” não têm aulas de geografia e história (ou as têm reduzidas). Além do que as aulas de educação física foram abolidas, sendo retomadas apenas após mobilização estudantil. A demagógica ênfase dada ao “raciocínio” pelo ENEM com seus referidos “eixos cognitivos...” serve para encobrir e legitimar o rebaixamento do Ensino Médio nas escolas públicas. Com a adaptação dos currículos no Ensino Médio ao ENEM, o conhecimento fica fragmentado em áreas do conhecimento em detrimento de uma formação integral. Como afirma o professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação da UFRJ: “as ditas provas de ’raciocínio’ do ENEM, a pretexto da democratização, vêm promovendo um rebaixamento da agenda de estudos que terá conseqüências muito negativas para a “Educação Básica””. Segundo a própria LDB em seu Art. 35, parágrafo IV, o “Ensino Médio” tem como finalidade: “a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”. No entanto, a reestruturação curricular no Ensino Médio vai no sentido oposto, uma vez que ao fragmentar os conhecimentos em áreas estanques, impede o desenvolvimento do conhecimento científico. O ENEM é mais um ataque à autonomia e democracia nas escolas e universidades Desde a década de 60 com as grandes mobilizações contra os acordos MEC/USAID os estudantes brasileiros lutam pelo fim do vestibular e o livre acesso ao ensino superior. O governo BM/Lula e seus capachos da UNE/ UBES afirmam cinicamente que com a unificação do vestibular por meio do ENEM estão dando continuidade a esta histórica bandeira do movimento estudantil. Desta maneira, buscam esconder o óbvio, ou seja, de que o vestibular é um instrumento de seleção que existe justamente porque o acesso ao ensino superior não é assegurado pelo Estado. Mudar a forma do vestibular ao invés de criar mais universidades públicas é a forma encontrada pelo governo para tentar enganar o povo com mais uma medida demagógica que só favorece o setor privado. Inscreveram-se para fazer o ENEM 2009 quase 4,5 milhões de estudantes, no entanto, as universidades públicas não oferecem mais do que 300.000 vagas. Enquanto dados do próprio MEC demonstram que o maior número de faculdades (92,5%) e de centros universitários (96,7%) estão vinculados ao setor privado e que as universidades privadas já representam 47,5% do total das vagas no ensino superior. O mais democrático com relação ao acesso ao ensino superior é o livre acesso, mas uma vez que há a necessidade de se fazer processos seletivos, estes devem ficar a cargo das instituições de ensino superior. A unificação do vestibular por meio do ENEM é um ataque à autonomia e democracia nas universidades e escolas públicas. Com o ENEM o próprio processo seletivo das instituições públicas é privatizado, realizado por empresas contratadas pelo MEC, o que possibilita ao setor privado o controle direto sobre o ingresso dos estudantes nas universidades. Desta maneira, a iniciativa privada controla de uma só vez não apenas o acesso ao ensino superior, mas ainda os currículos das escolas, que são adaptados às necessidades impostas pela prova única do ENEM. Com a aplicação de uma prova única em todo o território nacional o governo chega ao absurdo de contrariar todos os princípios políticos, éticos e mesmo pedagógicos ao desconsiderar completamente as “condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento” (Art. 27 parágrafo II da LDB). Na prática, o governo quer formar estudantes que estejam aptos a ingressar nas “uni-esquinas”, pagando por uma formação aligeirada, ou nas universidades federais do REUNI - Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, isto é, em verdadeiros escolões com salas superlotadas e falta de professores, sem investimento em laboratórios, bibliotecas e toda infraestrutura necessária ao pleno funcionamento de uma universidade onde haja, de fato, a produção de conhecimentos voltados aos interesses nacionais e populares. Derrotar os ataques do Banco Mundial contra a escola pública: Lutar por um ensino que sirva ao povo! Não há como compreender a reestruturação curricular para o Ensino Médio, a unificação do vestibular por meio do ENEM e a Lei do Piso Sala- tar o ensino aos interesses dos monopólios. Neste sentido, a ingerência do Banco Mundial contida no Plano Nacional de Educação – PNE, Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE e suas “reformas” para a “Educação Básica” se expressam na expansão burocrática da oferta do ensino público acompanhada do corte de investimentos, no favorecimento do setor privado e na reelaboração das estruturas escolares e acadêmicas, incluído os currículos, segundo os interesses do capital monopolista internacional. O acesso ao conjunto dos conhecimentos acumulados pela humanidade, assim como o de uma formação integral para as crianças e jovens, onde os filhos do povo tenham o estudo teórico associado às atividades culturais, artísticas, esportivas e à formação profissional é um direito democrático. O caminho para a resistência do movimento estudantil independente e combativo, assim como de todos aqueles que defendem o ensino público e gratuito é o de resistir aos ataques do governo e de lutar pela conquista de uma escola pública e gratuita de tempo integral, que propicie aos jovens brasileiros uma sólida formação básica e profissional, em sua dimensão humana, tecnológica e científica. Aulas no banheiro em escola estadual no Rio de Janeiro rial Nacional, entre outros ataques ao ensino público, sem levar em conta a intrínseca relação entre estas medidas dentro do contexto da “reforma” do ensino imposto pelo Banco Mundial e promovido pelos governos de plantão desde a década de 90, a partir do nefasto Consenso de Washington. As políticas do governo BM/Lula para a “Educação Básica” representam a continuidade da “reforma” iniciada por FHC na década passada. A realidade concreta dos últimos anos demonstra que a fim de dar sobrevida a sua economia, abalada desde a estrutura pela crise financeiro-econômica, o imperialismo necessita adap- Referencias bibliográficas: - Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação - MOCLATE http://moclate.blogspot.com/ - Sind. Nac. dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES http://www.andes.org.br - ENEM: que é comodificado é mercadoria, de Roberto Leher, disponível em http://www.correiocidadania.com. br/content/view/3831/9/ - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP http://www.inep.gov.br/ Estudantes do Povo - 7 Movimento Camponês Visita às Áreas Revolucionárias O MEPR se propõe a propagandear e apoiar a luta pela Revolução Agrária, e é assim que todos os anos o movimento organiza a ida ao campo de estudantes para conhecer de perto a luta dos camponeses pobres contra o latifúndio. Seguem relatos de estudantes que foram ao campo em Pernambuco. “Peri - Peri é do Povo! A luta pelo direito de produzir o próprio alimento esbarra no direito ilegal e injusto adquirido historicamente pelo latifúndio, que se apossou da terra. O poder e a ganância dos fazendeiros recebe apoio incondicional de uma mídia vendida que criminaliza os que lutam pelo direito à terra. Enquanto isto, a violência contra os camponeses é observada de maneira calma e tranqüila pelos três poderes que compõem o nosso Estado de Direito. (...) Por isto quero dizer: companheiros de Peri-Peri se o latifúndio está contra vocês, se o Estado na amplitude dos três poderes é contra vocês, se a mídia é contra vocês, vale a pena estar do lado de vocês. Afinal quem tem tantos ‘bons’ inimigos só pode ser nosso Amigo...” (Angela Freitas Maciel, Ciências sociais, UFPE) “Nestas visitas o que vimos foram muitas plantações, casas com tijolos feitos pelos próprios camponeses, crianças brincando na Escola Popular, muita alegria e esperança de um futuro melhor. Conhecemos homens e mulheres de muita garra, trabalhadores, conscientes e firmes (...) É triste saber que tanto suor e tantas horas de dedicação e trabalho vieram abaixo em poucos minutos pelo trator do latifundiário. Mais revoltante ainda foi saber das ameaças dos pistoleiros e do assassinato de um apoiador da luta de Peri-Peri. Por isto, voltamos aqui para trazer apoio a estas famílias que além de perderem tudo que plantaram e construíram estão sofrendo ameaças e perseguições constantes” (Escrito por estudantes da UFPE). Escola Popular 8 - Estudantes do Povo “Visitei algumas vezes os acampamentos da Ligas dos Camponeses para melhor conhecer o trabalho e a luta do movimento. Como integrante do Grafiola, coletivo que trabalha a comunicação a serviço das movimentações populares, tive [e ainda tenho] a oportunidade de registrar as histórias, o cotidiano, os ideais e a admirável organização da LCP. Conheci pessoas simples, humildes e trabalhadoras, com força e determinação suficientes para lutar pelos seus direitos, dar valor verdadeiro a terras que eram exploradas pela ganância dos poderosos e fazer valer a máxima: terra para quem nela trabalha!” (Gabriel Muniz, Cinema, UFPE) “O latifúndio é enorme. Nunca havia tido nenhum contato com o latifúndio, e o espaço, de fato, me surpreendeu. Caminhamos por volta de duas horas e não conseguimos ver todo o terreno. Falamos das lutas que ali aconteceram e estão para acontecer...” (Laila Aline, Psicologia, UFPE) Comendo os frutos da Revolução Agrária “Estar em Lagoa dos Gatos foi antes de qualquer coisa, uma experiência de uma vida e, sobretudo, um chamado de ação para uma vida que exige de nós um posicionamento mais contundente frente às mazelas impostas por este sistema corrupto de exploração humana e aviltamento das condições de trabalho, moradia, saúde e educação às quais o povo sofrido das mais variadas regiões do Brasil...” (Bandeira, Pedagogia, UNEB Campus XIII) Servir ao povo de todo coração Integração entre estudantes e camponeses Esse apoio à luta camponesa é de extrema importância para a continuidade e o desenvolvimento da Revolução Agrária em nosso país. E, igualmente, em contrapartida, é também fundamental para os jovens estudantes, para a sua formação adequando o conhecimento técnico e teórico aliado à profunda ligação com as massas, ensinando e sobretudo aprendendo com elas o tempo inteiro. Por isso é importante organizar visitas periódicas às Áreas Revolucionárias, para ali travar conhecimento e participar ativamente do trabalho e da luta coletivas. Por outro lado também é importante levar delegações camponesas para dentro das universidades, fazendo dessas autênticas caixas de ressonância da luta de nosso povo. Somente compartilhando da vida do povo pobre do nosso país, e sobretudo da massa camponesa, a com mais longa e heróica trajetória de luta, poderemos conhecer de fato a realidade do Brasil (aquela que não aparece na televisão) e, principalmente, brigar por transforma-la! Abaixo a Criminalização do Movimento Camponês! Em abril último a máxima representante da bancada ruralista no Congresso Nacional, a reacionária desbocada Kátia Abreu (DEM-TO) enviou ao governo federal um projeto nacional que visa “combater as invasões de terra”, ou seja, institucionalizar a criminalização da luta camponesa. No mesmo mês a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou dados apontando que em 2009 ocorreram 25 assassinatos e 71 denúncias de tortura contra camponeses em todo o país (dado que está, certamente, subestimado). Na verdade vive-se, sobre o atual governo Luis Inácio, uma ofensiva reacionária sem precedentes contra o movimento camponês. Não bastassem esses dados da própria CPT, a recente divulgação do índice GINI que aponta o aumento da concentração fundiária, o aluguel de milhões de hectares da Amazônia para o “agronegócio” e a expulsão desta, a ferro e a fogo, das famílias camponesas, o Sr. Luis Inácio teve ainda o desplante de declarar solenemente que os usineiros eram os verdadeiros “heróis nacionais”. Imaginem! Tanto é assim que numa ação coordenada do governo federal com o governo da canalha Ana Júlia Carepa, também do PT, no Estado do Pará, foi realizada a maior operação de guerra desde a guerrilha do Araguaia intitulada, curiosamente, “Operação Paz no Campo”. Tal operação, que contou com a cobertura sensacionalista e policial dos monopólios de imprensa, terminou com vários camponeses presos, torturados e já teve 13 lideranças camponesas da região assassinadas desde então. Recentemente o latifúndio seqüestrou, torturou e assassinou os coordenadores da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental Élcio Machado e Gilson Gonçalves. Nós do MEPR exigimos punição a todos os criminosos que têm erguido sua mão contra o heróico movimento camponês no Brasil e não descansaremos enquanto justiça não for feita, o que só ocorrerá cabalmente quando esse velho Estado burguês-latifundiário (cujo principal fundamento é o monopólio da terra) estiver destruído. Servir ao povo de todo coração, Tropa de choque da Revolução! Viva a Revolução Agrária! Élcio e Gilson: coordenadores da LCP torturados e assassinados pelo latifúndio Guerra popular Viva a Índia Revolucionária A Índia é um país localizado na Ásia Meridional (faz fronteira com Paquistão, China, Nepal...) e comporta a segunda maior população mundial, com mais de 1,1 bilhão de pessoas. Sua independência foi decretada oficialmente em 1947, mas na verdade, este período do pós-II Guerra Mundial representou apenas a passagem de sua condição de colônia inglesa à de semicolônia. Por isto mesmo, os problemas mais elementares do povo nunca foram resolvidos. As massas continuaram submetidas ao feudal sistema de castas, recebendo salários de fome e amargando as mais perversas mazelas sociais. Segundo dados oficiais: 27,5% da população total vive abaixo da linha da pobreza; quase 50% das crianças com menos de 5 anos são subnutridas; 34,9% da população acima de 15 anos é analfabeta; 69% da população não conta com saneamento básico; 33% das casas não têm energia elétrica. Salta aos olhos, do exposto acima, a similaridade entre esse imenso país Asiático com o Brasil, gigante da América Latina. Similaridade essa diametralmente oposta, naturalmente, àquela apontada pelos monopólios de imprensa que os identifica como “emergentes”, ou até mesmo “potências do século XXI”, etc. Na realidade, as semelhanças repousam na condição semifeudal e semicolonial de suas economias, no seu desenvolvimento nacional calcado em um capitalismo burocrático, ou seja, apoiado no monopólio da terra e na dominação imperialista e em todo tipo de retrógradas relações de produção (o que na Índia, com a manutenção do regime de castas, fica ainda mais evidente). É notória também a completa ausência de democracia para as massas populares, democracia essa que somente pode ser conquistada através da Revolução de Nova Democracia, ininterrupta ao socialismo, dirigida pelo proletariado, através do seu Partido Comunista. E é precisamente a existência desse Partido, que dirige a invencível Guerra Popular há quatro décadas, o que tem permitido os avanços em todos os aspectos da vida do povo indiano, naquelas bases de apoio em que nasce um novo poder. Desde a alfabetização universal, passando pela abolição do anacrônico regime de castas, a expropriação dos latifundiários e distribuição das terras aos camponeses, a defesa dos direitos dos povos tribais, todas essas são conquistas do processo revolucionário. E sabemos que esse caminho trilhado Assembléia de Mulheres em Largarh atualmente pelo povo indiano é o único caminho possível para os povos se libertarem. O Partido Comunista e o Levante de Naxalbari O proletariado indiano conformou seu partido de vanguarda em 1925, sob impacto da Revolução Russa, que triunfara 8 anos antes, e em meio às lutas de libertação nacional que sacudiam a Índia. Ao longo dos trinta anos seguintes o PCI participou crescentemente da vida política da Índia mergulhada nos conflitos da luta de libertação do domínio colonial inglês, propugnando o caminho revolucionário que pudesse conquistar a verdadeira independência nacional. Em meados da década de 1950 todo o movimento comunista internacional começava a viver um cenário bastante complexo impactado pelos resultados do 20º Congresso do PCUS, em 1956, que desencadeara a restauração capitalista naquele país. Este acontecimento provocou a mais contundente luta de duas linhas nas fileiras do movimento comunista ao nível mundial. Esta luta contra o revisionismo moderno foi vanguardeada pelo Partido Comunista da China, dirigido firmemente pelo Presidente Mao Tsetung. A defesa da linha proletária pelo PCCh repercutiu nos partidos comunistas de todo o mundo. Na Índia esta luta ideológica teve seu maior expoente com a formação de uma fração à esquerda liderada por Charu Mazumdar, que promoveu uma justa ruptura no Partido e levou a cabo a reconstituição do Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) – PCI (ML). Mazumdar e os demais autênticos comunistas indianos declararam teceu um ano após o início da Grande Revolução Cultural Proletária na China que elevou e fez acirrar ainda mais a luta entre os verdadeiros comunistas no mundo e seus falsificadores (revisionistas). Enquanto os revisionistas da URSS, e seus seguidores na Índia, propunham a convivência pacífica com o imperialismo e a possibilidade de se fazer revoluções não-violentas, os povos tribais e os camponeses pobres da Índia se levantavam em fúria com armas nas mãos pela tomada do Poder político, fazendo confrontar, na prática, os dois caminhos para a revolução. A repressão ao Levante de maio de 1967 foi bastante cruel e conseguiu derrotar a sublevação alguns meses depois. Mais de 10.000 pessoas foram mortas pela repressão e muitos militantes do Partido foram dados como “desaparecidos”, além de inúmeros outros torturados e assassinados - como acon- que a direção do partido havia “traído a causa da revolução indiana, escolhendo o caminho do parlamentarismo e a colaboração de classes”, daí a inevitabilidade da cisão para impulsionar a revolução na Índia pela via da luta armada, sob forma de Guerra Popular Prolongada. Ele tomou partido das posições defendidas por Mao Tsetung e, em contraposição às orientações do PCUS revisionista, formulou o caminho da RevoluEm Largarh, massas queimam sede do revisionista PCI marxista ção Indiana como teceu com o próprio líder Charu Mazusendo Revolução de Nova Democracia mdar em 1972. ininterrupta ao Socialismo, tomando os Esta bárbara repressão causou certa camponeses como força principal e o desarticulação no movimento revoluproletariado como classe dirigente da cionário, dando origem a algumas orrevolução. ganizações que seguiram persistindo Esta nova formulação teórica e pona linha da Guerra Popular, contudo lítica do PCI (ML) logo encontrou eco como frações separadas por divergênnas massas populares indianas, resulcias em diversos problemas da revolutando no levante camponês de Naxalção na Índia. bari (aldeia localizada no estado de Somente em 2003 duas destas orgaBengala Ocidental) no ano de 1967. nizações (Centro Comunista Maoísta e O levante de Naxalbari foi protagoCentro Revolucionário Comunista da nizado pelas massas de camponeses e Índia) promovem sua unificação funadivasis (denominação para os povos dando o Centro Comunista Maoísta da tribais da Índia) que, contando com Índia (CCMI). a direção comunista e com o recente Em setembro de 2004, o CCMI Grupo Guerrilheiro do Povo, organiunifica-se com o Partido Comunista da zação armada do Partido, realizaram Índia (Marxista-Leninista) (Guerra Pouma verdadeira democracia com suas pular) dando origem ao Partido Comupróprias mãos: tomaram terras dos latinista da Índia (Maoísta) – PCI(M). Esta fundiários e distribuíram entre os camunificação representou um gigantesco poneses sem-terra; queimaram os títusalto para o movimento comunista e los de propriedade dos latifundiários; a revolução no país que, desde então, aboliram as dívidas dos camponeses vem aumentando exponencialmenpobres e julgaram e justiçaram os inite suas ações e sua influência política migos do povo. entre as massas. Dos 28 Estados que A insurreição de Naxalbari aconEstudantes do Povo - 9 compõem a Índia, totalizando uma população de mais de 1 bilhão de habitantes, o PCI (M) atua organizadamente em 20 (destacando-se nos estados de Chhattisgarh, Jharkhand, Uttar Pradesh, Asma, Uttaranchal, Kerala, Tamil Nadu, Bengala Occidental, Gujarat, Andhra Pradesh, Madhya Pradesh, Orissa, Maharashtra, Bihar, etc.) o que significa controle de algo em torno de 182 dos 602 distritos do país! Daí podemos claramente entender o grande perigo que o desenvolvimento da Guerra Popular naquele país representa para as classes de grandes burgueses, latifundiários e para a dominação imperialista, principalmente para os ianques. Além do grande significado e dimensão internacional enquanto processo revolucionário na atualidade. Levante Popular em Lalgarh A região de Lalgarh fica localizada no estado de Bengala Ocidental e foi sacudida em novembro de 2008, após a brutal repressão desencadeada pelo Estado contra as massas pobres. A ação sanguinolenta do Estado se deu em resposta ao ataque do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, dirigido pelo PCI (M), que tentou aniquilar o ministro-chefe do estado. A ação ocorreu, com explosões de minas terrestres, no momento que este voltava da inauguração de uma usina siderúrgica em terras tribais – empreendimento amplamente rejeitado pelas massas de adivasis. Os revisionistas do PCI (Marxista), que há anos governam Bengala Ocidental, do qual faz parte o distrito Lalgarh, capitanearam uma repressão ilimitada aos camponeses da região com prisões arbitrárias, torturas, desaparecimentos forçados e assassinatos. Contra a violência do Estado os povos tribais se levantaram em fúria numa onda de protestos e enfrentamentos com as forças do Estado que se alastrou também por outras zonas – no fim de novembro mais de 400 aldeias já participavam dos protestos. Tanto que no dia 1º de dezembro de 2008 cercaram a sede do partido revisionista incendiando-a e destruindo-a. Ação que levou os revisionistas do Pecedobê aqui a “condenar”, compartilhando os crimes e o medo das massas, comuns a todos os traidores e renegados. Em meio a este processo foi formado o Comitê Popular Contra as Atrocidades Policiais que formulou uma Carta com 13 reivindicações, entre elas, a anulação de falsas acusações respondidas por pessoas do povo desde 1998; a indenização das vítimas da violência policial; e o pedido de desculpas do ministro-chefe pela brutalidade dos seus agentes policiais. Em 27 de novembro de 2008 o governo teve que ceder à pressão do Comitê Popular e retirou seus 13 acampamentos policiais que ficavam instalados nas escolas e impediam os estudantes de terem aulas. 10 - Estudantes do Povo Em 7 de dezembro foi feito um acordo contemplando 10 pontos do Comitê Popular que garantiu o pagamento de despesas médicas aos camponeses feridos, a retirada das acusações contra manifestantes e a libertação de estudantes detidos durante os protestos. Mesmo depois deste acordo os meses seguintes foram de muita mobilização e protestos populares. Vários intelectuais indianos declararam seu apoio ao movimento popular e também o movimento estudantil, secundarista e universitário, se somou nas manifestações de rua e na solidariedade aos adivasis. Operação Lalgarh Em 19 de junho de 2009 o Estado indiano iniciou uma ofensiva contra os adivasis e o Partido Comunista da Índia (Maoísta), que exerce a liderança entre as massas e detem um vasto controle em Lalgarh e região. Um enorme contingente militar invadiu as aldeias, expulsou moradores e entrou nas casas a procura de militantes maoístas. Também neste dia helicópteros sobrevoaram as áreas distribuindo panfletos ordenando que as pessoas não protegessem os comunistas. Para incrementar suas ações de repressão foi enviado um satélite, denominado Risat-2, que consegue enviar imagens dos terrenos onde atuam os naxalitas até mesmo após anoitecer. O fascista Estado de Israel é quem está fornecendo o suporte para a utilização deste satélite. Foi também Israel quem forneceu os drones – aviões militares não tripulados. O exército dos USA além de enviar tecnologia militar mais recente, realizou treinamentos conjuntos com as forças armadas da Índia. Como parte desta ofensiva a reação indiana também decretou, no dia 20 de junho, que o Partido Comunista da Índia (Maoísta) estava proibido a nível nacional, com base na fascista Lei de Prevenção de Atividades Ilegais. A Operação Lalgarh tem somado uma série de atos ilegais das forças de repressão, tais como prisões de crianças, envenenamento de poços de água e pilhagem de aldeias. Os povos adivasis têm respondido com muita combatividade, enfrentando forças policiais e bloqueando estradas para dificultar o acesso de patrulhas, além do amplo boicote realizado pela população local às eleições. Manifestação Popular contra operação Caçada Verde fauna, flora e solo, são alvo da cobiça imperialista. Essa extensa área contém enormes quantidades de ferro, carvão, bauxita, manganês, ouro, diamante e urânio. Empresas como a Vedanta, Essar Steel, Rio Tinto e Posco, há tempos exploram e roubam essas riquezas naturais. Agora, com o desenvolvimento da Guerra Popular dirigida pelos comunistas, a extração de matérias-primas está ficando cada vez mais difícil para estas empresas que enfrentam legítimas ações de sabotagem cotidianamente. Segundo dados oficiais o Estado indiano pretende que a Operação dure até 5 anos e utilize 70.000 agentes das forças repressivas. É um verdadeiro plano terrorista praticado pelo Estado. Resistência à “Caçada Verde” Por outro lado, a resistência à esta ofensiva contra-insurgente tem sido muito grande: protestos, greves gerais, fechamento de estradas e confrontos armados com as forças reacionárias indianas têm sido freqüentes. A mais estrondosa ação do EGPL ocorreu no dia 6 de abril, quando foram justiçados 76 policiais. Para engrossar a resistência popular inúmeros intelectuais e organizações democráticas estão fomentando desde o dia 19 de fevereiro de 2010 a Campanha Internacional em Oposição à Guerra contra o Povo da Índia (ICAWPI). O MEPR se solidariza com a luta do povo indiano e abomina a terrorista Operação Caçada Verde. Por isto, estamos compondo a campanha (ICAWPI) e fazendo denúncias das atrocidades promovidas pelo Estado indiano. E estamos convictos de que o povo indiano, sob a direção do Partido Comunista da Índia (Maoísta), sairá vitorioso, derrotando mais esta operação reacionária e desenvolvendo mais e mais a Guerra Popular fazendo avançar sua Revolução Democrática de novo tipo que marcha para o Socialismo e o Comunismo. Operação Caçada Verde Para reforçar sua repressão ao crescente movimento popular e comunista e garantir o saqueio de riquezas naturais por grandes empresas mineradoras e madeireiras o governo indiano lançou no dia 3 de dezembro de 2009 a chamada Operação Caçada Verde. A Operação está destinada a expulsar os milhões de adivasis que moram nas regiões de florestas as quais, devido à altíssima riqueza contida em sua Favela Dharavi Rebelião na Grécia Arde a Luta de Classes na Grécia Quarta-feira, 5 de maio: novamente a Grécia amanheceu completamente paralisada por uma greve geral. Desde hospitais e escolas até mesmo, vejam só, as principais corporações de imprensa (televisão, rádio, jornais) aderiram à convocação feita pelas centrais sindicais e organizações populares. Paralisado também ficou o tráfego aéreo, marítimo e ferroviário do país ao passo que o trem metropolitano de Atenas funcionou únicamente nos horários das manifestações, para garantir o comparecimento da população às mesmas. Quantas vezes acontecimentos como esse, demonstrando a combatividade do povo grego, têm se repetido nos noticiários assustados dos monopólios de impensa! O motivo da Greve Geral foi o anúncio, pelo governo dito “socialista” de Carolos Papoulias, de empréstimo de 110 bilhões de euros junto ao FMI e à UE (dinheiro destinado aos magnatas da Bolsa, claro), seguido de aplicação de medidas draconianas como congelamento de salários, corte de aposentadorias e aumento de impostos! O governo anunciou também corte de 30 bilhões de euros do orçamento nos próximos três anos. Não é difícil imaginar quais setores mais sofrerão com este corte. Essa é a quarta-greve geral realizada na Grécia somente nesse ano de 2010. A estimativa é de que até 100 mil pessoas tenham participado das massivas manifestações ocorridas na capital grega. E os confrontos dos trabalhadores não se resumem à Atenas: há registros de que outras cidades, como Salônica, Patras e Ioanina, também são palco de combativos protestos. Em virtude da intensa repressão policial os manifestantes reagiram com as armas que têm às mãos: pedras, paus e coquetéis molotov. Carros e bancos foram incendiados. Durante o incêndio de um banco três pessoas morreram e quatro ficaram feridas. A polícia ateniense e o governo socialdemocrata correram a acusar os manifestantes, antes mesmo de qualquer comprovação, esquecendo-se de mencionar os crimes diários perpetrados contra o proletariado e as massas trabalhadoras gregas que já resultaram na morte de vários lutadores, como o assassinato em 2008 do jovem de 16 anos Andreas Grigoropoulos pelas forças repressivas do Estado. Na realidade a chamada “crise grega” é apenas um desdobramento (não causa, portanto, como sustentam alguns “economistas” por aí) da crise geral do sistema imperialista a nível mundial, crise cujo epicentro está no seu próprio coração: a economia ianque. O medo que os gerentes dos países que compõem a União Européia e do USA alimentam de um suposto “contágio” da crise econômica grega em todo o mundo é na verdade tentativa de encobrir que tal crise nada mais é que o aprofundamento daquela que rebentou em fins de 2008 e que esses mesmos gerentes e os monopólios de imprensa juravam que era “coisa do passado”. Tal quadro somente pode conduzir ao recrudescimento da luta de classes, possibilitando grandes comoções e abalos sociais na velha ordem, cujo Manifestação contra o assassinato, pela polícia, do jovem Andreas Grigoropoulos, em 2008 Policial grego foge de manifestantes desfecho estará condicionado pela existência ou não de uma vanguarda proletária que aponte o caminho revolucionário de destruição do Estado reacionário como único capaz de conduzir a uma autêntica independência nacional e um regime que assegure e aprofunde as conquistas das massas populares. Independente de qualquer coisa fatos como esses só se somam aos golpes demolidores desferidos pela vida real aos fantasiosos apologistas do “fim da história” e outras sandices do tipo, golpes esses que se sucedem dia-a-dia. Tanto que o próprio gerente grego afirmou que o país atingiu a “beira do abismo” e que “o que está em jogo nos próximos dias é a manutenção da coesão e da paz social.” Sabemos que a “paz social” desses senhores é a escravidão capitalista, e a manutenção desses governos que nada mais são que comitês da Bolsa. Por tudo isso, é motivo de muito ânimo para os jovens revolucionários de todo o mundo a grande onda de manifestações na Grécia e em toda a Europa, somando-se às lutas de libertação nacional e às lutas armadas revolucionárias em curso no mundo hoje e que anunciam que, no lastro mesmo da crise geral do sistema imperialista mundial, desenvolve-se uma segunda grande onda da revolução proletária. Sim, o espectro do comunismo ronda não só a Europa, senão também todo o mundo. Viva a luta do povo Grego! Viva a juventude rebelde do mundo inteiro! Rebelar-se é Justo! 15/05/2010: Milhares de trabalhadores foram às ruas em mais um dia de Greve Geral na Grécia Estudantes do Povo - 11 Heróis do Movimento Estudantil Idalísio Aranha, herói do povo brasileiro e exemplo de luta para todos os estudantes Idalísio Soares Aranha Filho nasceu no dia 27 de agosto de 1947 na cidade de Rubim, interior de Minas gerais, filho de Idalísio Soares Aranha e de Aminthas Rodrigues Pereira. Afetivo, carinhoso, observador e de pouca conversa, assim era Idalísio, que também era cantador, seresteiro e tocador de violão. Grande lutador de nosso povo, participou ativamente do movimento estudantil durante a década de 60. Quando secundarista estudou na principal escola de Minas Gerais, Escola Estadual governador Milton Campos (conhecida como Estadual Central) situada na cidade de Belo Horizonte. Entrando para o curso de Psicologia na UFMG - Universidade Federal do Estado de Minas Gerais - participa e dirige a grande “Luta dos Excedentes” de 68. A questão dos “excedentes” era bastante grave à época uma vez que o vestibular era classificatório, ou seja, todos que superassem o mínimo de pontos tinham direito à vaga nas universidades. Com o tempo cresceu enormemente o número de alunos aprovados, porém o Estado não atendia mais à demanda e muitos estudantes, mesmo tendo o direito à vaga, ficavam sem ela na prática. Estes eram os excedentes. Logo após essas grandes mobilizações, Idalísio foi eleito presidente do Diretório Acadêmico (DA) de Psicologia. Junto a outros colegas e militantes do movimento estudantil, lutou em defesa dos interesses dos estudantes, contra o corte de verbas que precarizava cada vez mais o ensino científico; con- tra o fechamena cidade a parto de restaurantir do campo. tes universitáEm que perios e cortes na sem os erros assistência esde concepção, tudantil; contra apontados pelo o acordo MEC/ grande dirigenUSAID (que te comunista expandia a inPedro Pomar tervenção dos em seu relaEUA na elabotório “Sobre ração das polío Araguaia” ticas educacio(soterrado pela nais brasileiras) direção ree o reacionário visionista de Decreto-lei Amazonas e 477, que insticonsortes) essa tuía a expulsão foi uma grande militantes de experiência do movimento revolucionária, estudantil das Idalísio Aranha, estudante da UFMG assassinado de grande vauniversidades. lor e inapagána Guerrilha do Araguaia Em janeiro vel lembrança de 1971 Idalísio e sua companheira, na história de nosso povo. Walkíria Afonso Costa, ambos miliJá região do Araguaia, Idalísio Aratantes do Partido Comunista do Brasil, nha foi viver na região do Gameleira mudam-se para a região do Araguaia e incorporou-se ao Destacamento B aonde o PC do B concluía os preparacomandado por Osvaldo Orlando da tivos para a deflagração da luta armada Costa – o Osvaldão. Na ocasião a orrevolucionária, como Guerra Popular ganização militar do Partido dividia Prolongada. os Destacamentos em 3 agrupamenEm 12 de abril de 1972, os militantes tos guerrilheiros e Idalísio compunha do Partido Comunista e camponeses da o “Grupo do Castanhal”, com mais 5 região iniciam o episódio que marcará combatentes, dentre eles sua compaa história de nosso país, como a mais nheira Walkíria. alta tentativa já realizada até hoje em Segundo o “Relatório Sobre a Luta nosso país de tomada do Poder para as no Araguaia”, produzido por Ângelo massas populares: era a gloriosa GuerArroyo, membro da Comissão Militar rilha do Araguaia, que se desenvoldo Partido Comunista, Idalísio tombou veria com a participação da massa de em combate em julho de 1972. Segue camponeses pobres objetivando cercar abaixo o trecho do Relatório: Oswaldos, Tucas e Aris Nunes, Landins, Amauris Nada se faz em vão E apesar da noite que disfarça Apesar dos tiros, dos choques Da boca que delata Ainda nos restam as pedras Os gritos Os cânticos Rendemos honras e glórias a esse Os punhais! Aos guerrilheiros do Araguaia/1970 “A Comissão Militar resolveu enviar um grupo de companheiros, chefiados pelo Juca (João Carlos Haas Sobrinho), para conseguir reatar o contato com o Destacamento C. Faziam parte do grupo: Flávio (Ciro Flávio de Oliveira Salazar), Gil (Manoel José Nurchis), Aparício (Idalísio Soares Aranha Filho) e Ferreira (Antônio Guilherme Ribeiro Ribas), do Destacamento B. Esta medida se impunha porque o Destacamento C não atendeu aos pontos previamente estabelecidos. Este grupo caiu numa emboscada do Exército na Grota Vermelha a uns 50 metros da estrada. Juca levou dois tiros: um na perna e outro na coxa, mas conseguiu, juntamente com os outros companheiros, embrenhar-se na mata. Ficaram parados alguns dias para que Juca se restabelecesse. Durante esse período, Aparício saiu para caçar e se perdeu. Procurou a casa de um morador chamado Peri por onde sabia que os demais iriam passar. Lá ficou à espera. O dono da casa onde se refugiou levou-o para um barraco no mato próximo à casa. Nesse local lhe serviam a comida. Dias depois apareceu o Exército e travou tiroteio com Aparício”. Emboscado e mesmo ferido, Idalísio conseguiu se embrenhar na mata e escapar ainda por dois quilômetros, antes de ser atingido fatalmente. Mesmo o “Relatório Oficial do Ministério da Guerra”, documento em que o podre Estado brasileiro assume suas ações criminosas no Araguaia, destaca que Idalísio Aranha “foi morto por ter resistido ferozmente”. Mesmo após seu covarde assassinato pelo exército fascista, foi ainda julgado e condenado à prisão pelo Poder Judiciário burguês-latifundiário, esse mesmo que até hoje mantém sua posição anti-povo. Idalísio foi um, dentre centenas de jovens de uma geração, que deu sua vida pela libertação de nosso povo e pela Revolução. Devemos nos mirar nestes grandes exemplos que, rejeitando o conforto e as facilidades da vida pequeno-burguesa nas cidades, tomaram firme decisão de servir às massas de todo o coração, inclusive no nível mais elevado da luta de classes, que é a luta armada. grande combatente de nosso povo. Manifestação dos excedentes, em 1968 Viva Idalísio Aranha! Viva os heróis do Movimento Estudantil!