manual de utilização da cadeira de rodas

Transcrição

manual de utilização da cadeira de rodas
MANUAL DE
UTILIZAÇÃO DA
CADEIRA DE RODAS
2.ª Edição
SECRETARIADO NACIONAL PARA A REABILITAÇÃO E INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
2005
Editor: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das
Pessoas com Deficiência
Texto e Ilustrações: Rosário Toscano
Local e data de edição: Lisboa, 2005
Colecção: Folhetos SNR, n.º 25
ISBN: 972-9301-41-7
Montagen e Impressão: Tipografia Macarlo, Lda.
Depósito Legal: 136 511/99
Tiragem: 3.000 exemplares
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MANUAL DE UTILIZAÇÃO DA
CADEIRA DE RODAS
INTRODUÇÃO
Uma cadeira de rodas bem escolhida irá maximizar a mobilidade do
utilizador, a sua independência, o seu conforto e a sua confiança.
O requerimento básico para a estabilidade é, sem dúvida, o assento
adequado para uma melhor utilização e manobrabilidade, quer por parte
do utilizador, quer da parte do assistente.
Existem inúmeros modelos de cadeiras de rodas e não é possível esquecer as diferenças entre as necessidades e as preferências de cada um,
mas há que ter sempre em conta seleccionar o mais apropriado.
Pequenas modificações do design, dos componentes e aparência podem
ter um maior impacto no desempenho da cadeira e até na satisfação do
seu utilizador.
As cadeiras de rodas devem ser escolhidas através de um aconselhamento de um terapeuta que conhece a pessoa com deficiência assim
como o mercado nacional e internacional de cadeiras de rodas.
É necessário uma avaliação e uma observação cuidadosas de forma a
conhecer as preferências pessoais do futuro utilizador, os seus padrões e
estilo de vida e as suas necessidades especiais. Assim, a selecção só
deverá ser feita depois de serem consideradas todas as opções e, se
possível, após a experimentação de diferentes modelos .
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UTILIZAÇÃO DA CADEIRA DE RODAS
Os utilizadores de cadeiras de rodas e os seus assistentes deverão ser
ensinados por um terapeuta ou pelo vendedor sobre a forma de usar e
empurrar a cadeira de rodas.
Ele ou ela terão que ser capazes de demonstrar os métodos de auto-propulsão da cadeira, as transferências, o modo de ultrapassar os
obstáculos, tais como as bermas dos passeios ou alguns degraus, como
colocar a cadeira dentro de um carro, etc., e tudo isto requer prática.
BIBLIOGRAFIA
ICTA Information Centre - Manual Wheelchairs - A guide, 1986
Gianantonio Spagnolin - La carrozzina scelta personalizzazione ed uso,
1993
David Griffiths and David Wynne - How to push a wheelchair, 1994
The British Red Cross Society - People in wheelchairs - Hints for helpers
DOBRAR E DESDOBRAR A CADEIRA DE RODAS
SIVA, Fondazione Projuventude Don Carlo Gnocchi - Ausili per l’autonomia, 1988
O método mais usual de dobrar uma cadeira de rodas manual é retirar ou
girar os apoios dos pés, segurar o assento a meio, atrás e à frente, e
puxá-lo firmemente para cima.
Fig. n.º 1 . Dobrar a cadeira de rodas
Os lados da estrutura metálica aproximam-se e o encosto dobra automaticamente. Há modelos de cadeiras de rodas que já têm pegas no
assento, junto da estrutura metálica, para se puxar o assento para cima,
a fim de ficarem dobradas.
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As forquilhas devem estar bem apertadas para impedir barulho do tipo
“ranger”. Isto pode ser feito da seguinte forma: remover a cápsula que
está colocada na parte superior da forquilha e então apertar o parafuso o
suficiente para eliminar a folga, mas de forma a permitir a rotação livre.
Todas estas partes do rodízio podem ocasionalmente serem desmanchadas, limpas e lubrificadas, mas se não tem a certeza de o fazer correctamente, é preferível então pedir ajuda ao vendedor ou a um técnico
de reparações.
APOIOS DOS PÉS
Verifique se os apoios dos pés estão bem apertados, se não oscilam e se
encontram à distância correcta do assento, para maior conforto.
Para abrir uma cadeira de rodas que se encontra fechada, os lados do
assento devem ser pressionados para baixo e para fora, com a mão aberta e com os dedos virados para dentro para evitar que fiquem entalados
na estrutura metálica.
Quando a estrutura estiver totalmente aberta, repõem-se os apoios dos
pés na posição correcta.
Não se deve forçar a cadeira para ser aberta. Se não se conseguir, verifique se não está qualquer coisa a prendê-la. Algumas cadeiras têm
mecanismos de dobrabilidade diferentes, como por exemplo, a dobragem
do encosto pelo assento, mas estes aspectos deverão estar descritos no
manual da cadeira ou explicados pelo vendedor.
ESTOFOS
Verifique como estão o encosto e o assento no aspecto de deterioração,
pois podem levar a um rompimento repentino. Substitua as partes
rasgadas e ajuste a tensão, ou quando já se encontrarem descaídos,
formando barrigas, é preferível adquirir uns novos.
Verifique se os parafusos que os fixam à estrutura metálica estão apertados e bem posicionados.
Fig. n.º 2 - Abrir a cadeira
Fig nº 3 - Dobrar a cadeira
COMO SENTAR-SE NA CADEIRA DE RODAS
Se a cadeira tem travões, estes devem estar accionados, antes de a
pessoa se sentar.
Os apoios dos pés devem estar rebatidos ou virados para o lado, conforme o tipo dos mesmos.
A cadeira estará mais estável, se os rodízios (rodas pequenas e geralmente as dianteiras) estiverem alinhados para a frente e a parte posterior
da cadeira estiver colocada contra uma parede ou com uma pessoa atrás
para impedir que a mesma deslize. Depois do utilizador se encontrar sentado, os apoios dos pés deverão voltar à posição normal de utilização
e colocar os pés sobre eles.
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COMO SAIR DA CADEIRA DE RODAS
AROS
Estando a cadeira encostada a uma parede, porta fechada ou um muro,
os rodízios alinhados para a frente e os travões accionados, deve-se
rebater ou girar os apoios dos pés.
Os aros das rodas, que são normalmente utilizados para mover a cadeira,
ou seja, para a propulsionar, devem estar bem apertados, utilizando uma
chave inglesa ou de parafusos.
O utilizador deverá inclinar-se ligeiramente para a frente. Com os pés
colocados no chão e um pouco afastados, os joelhos em ângulo de 90º,
fazendo carga nos apoios dos braços da cadeira, eleva-se para fazer a
transferência.
PNEUS
Pneus com os trilhos usados, gretados ou danificados, irão naturalmente
levar a um furo. Assim, para que a cadeira funcione adequadamente, eles
têm que ser substituídos.
Por outro lado devem ser mantidos bem cheios, por proporcionar uma
propulsão mais fácil e os travões funcionarem também melhor. Caso contrário, a cadeira pode virar-se.
Os pneus macios - pneumáticos, dão uma condução mais confortável,
mas gastam-se mais depressa e tornam o “empurrar” mais díficil. Por
outro lado, hoje em dia, já existem pneus de borracha maciça, que
apesar de proporcionarem uma condução ligeiramente mais difícil e
serem geralmente um pouco mais pesados, evitam o transtorno provocado pelos furos.
Se acontecer um furo, o pneu ou a câmara de ar tem que ser substituido,
o que pode ser feito numa casa de reparações de bicicletas ou junto do
vendedor.
TRAVÕES
Fig. n.º 4 - Sair da cadeira de rodas
Nunca se deve elevar fazendo carga nos apoios dos pés da cadeira,
porque naturalmente esta irá tombar para a frente.
Se a pessoa não tem possibilidades de se levantar, deverá fazer a transferência lateral para outro assento. O mais fácil é transferir-se para outro
assento que se encontre à mesma altura da cadeira de rodas. Para
alguns deverá ser necessário uma tábua de transferência, a qual vai permitir o "deslizamento".
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Verifique se os travões estão a funcionar correctamente e se não estão
folgados. Se os pneus forem pneumáticos podem não funcionar tão bem,
devido a pequenos pormenores que não deixam de ser importantes.
RODÍZIOS
Os rodizios ou rodas pequenas devem ser limpos de fios ou filamentos,
areia ou cascalho e verificados quanto à rotação livre. Se forem pneumáticos, verifique se estão bem cheios, pois caso contrário podem provocar
uma queda.
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Os tubos dobráveis da escora da cadeira ( X ), ou seja, aqueles que vão
permitir a dobrabilidade, podem ficar danificados. Nessa altura deverão
ser substituídos para impedir que haja um percalço, ou seja, de repente
a cadeira não se possa fechar ou não se possa abrir.
Se a forquilha dos rodízios - rodas dianteiras geralmente - estiver dobrada, poderá causar rotação da cadeira para esse lado. Neste caso deverá
ser alinhada pelo vendedor.
As partes móveis da cadeira devem ser lubrificadas com regularidade,
tais como as estruturas dobráveis, como por exemplo os apoios dos pés.
Verifique também a impermeabilidade das partes removíveis e todos os
parafusos e porcas, especialmente os das juntas dobráveis.
RODAS
A roda, quando não está apoiada no chão, deve girar ou rodar livremente
sem vacilar nem encravar. As rodas de sustentação - rodas grandes - da
maior parte das cadeiras modernas não necessitam de rectificações; a
sua boa qualidade é a precisão, dureza e vedação contra as poeiras. Se
não forem expostas em contacto com água salgada ou solventes agressivos, não precisam de qualquer manutenção.
No caso de começarem a ficar soltas, devem então ser substituidas.
No entanto, algumas devem ser limpas com um solvente e lubrificadas
com o produto aconselhado pelo vendedor.
Verifique se há, por acaso, perca de raios, passando com uma chave de
parafusos quando está a rodar. Se os raios não tiverem todos a mesma
tensão e isto é compreensível pelo som emitido pela passagem da chave,
então terá que a levar ao vendedor ou a uma casa de reparações de bicicletas.
Os mecanismos das rodas de extracção fácil, comuns actualmente nas
cadeiras de liga leve, devem estar sempre limpos, para que funcionem em
pleno.
Fig. n.º 5 - Tábuas de transferência
AUTO - PROPULSÃO
Para iniciar o movimento da cadeira de rodas, os travões estarão desaccionados, as mãos colocadas nos aros das rodas traseiras - rodas
grandes - tão atrás quanto possível, porque se torna mais confortável, os
polegares virados para cima para evitar que se entalem nas rodas ou até
nas alavancas dos travões.
Nesta posição, as mãos empurram os aros da roda com um impulso forte,
libertando-se em seguida, para voltar à posição inicial para que a acção
se repita.
Para uma propulsão mais eficiente é melhor fazer um impulso longo, tanto
quanto possível.
Todo este processo será invertido quando se deseja andar para trás. Para
virar, os aros serão propulsionados de acordo com a curva que se quer
fazer, ou seja, se é para a direita, dá-se o impulso no aro da roda direita
e mantém-se seguro o aro da roda esquerda.
Pode ser preciso, usar luvas a fim de evitar queimaduras de fricção, quando
se utilizam os aros para travar nas rampas ou noutros declives. Por outro lado,
também servem para proteger as mãos dos pós e deteriorações.
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Devem ser evitados pisos demasiado moles, onde se pode ficar atolado,
e pisos íngremes ou irregulares, onde a cadeira se pode voltar.
Na passagem de portas, as rodas devem ser propulsionadas pelos
pneus, ou seja, com as mãos colocadas nos pneus para impedir o esfolamento dos nós dos dedos na estrutura da porta.
Em portas estreitas, a pessoa pode apoiar-se lateralmente na estrutura da
mesma para facilitar a passagem.
BERMAS
Sempre que for possível, deve-se evitar as bermas, utilizando rampas ou
desnivelamentos suaves (como por exemplo os que existem actualmente
nas passagens de peões de alguns locais e cidades).
Com um bom ensinamento e prática, os utilizadores de cadeiras de rodas
com bom controlo do tronco e força muscular nos membros superiores
serão capazes de subir ou descer bermas.
É mais facil começar com um pequeno degrau das portas dos edifícios,
dado que pode apoiar-se nas ombreiras laterais das portas. À medida que
o degrau se aproxima, o utilizador dá um impulso forte nos aros das
rodas, de modo a colocar os rodízios da cadeira sobre o degrau. Para se
equilibrar nas rodas traseiras volta a dar outro impulso forte e mantém a
cadeira no ponto de equilíbrio. Enquanto se pratica é aconselhável ter
uma pessoa de pé atrás da cadeira, para que esta não caia para trás.
SUBIR UMA BERMA
Aproximando-se de uma berma à velocidade normal, o utilizador dá um
impulso extra nos aros das rodas, de forma a levantar os rodízios do chão.
A cadeira continua a mover-se para a frente e as rodas dianteiras acabam
por poisar na berma. O utilizador faz um impulso controlado nas rodas traseiras, de forma que elas ultrapassem esse desnível.
As bermas devem ser ultrapassadas perpendicularmente, caso contrário
a cadeira pode cair ou virar-se para o lado.
O sucesso depende do tempo preciso e da experiência .
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MANUTENÇÃO DA CADEIRA DE RODAS
As cadeiras de rodas necessitam de uma revisão regular e alguma
manutenção para se manterem em boas condições. É muito melhor lidar
com problemas pequenos logo que aparecem, antes que eles se tornem
maiores e, consequentemente, em reparações de custo mais elevado.
O vendedor deve fornecer um manual de instruções e de manutenção da
cadeira de rodas assim como ser capaz de responder a qualquer
questão.
Algumas cadeiras de rodas possuem um estojo de ferramentas e uma
bomba de encher os pneus.
Para manter a cadeira em boas condições de funcionamento,
descrevem-se alguns pontos fundamentais.
LIMPEZA
Mantenha a cadeira de rodas limpa e seca de forma a impedir a corrosão.
Limpe qualquer sujidade com um pano húmido e escove as rodas.
Mantenha todas as partes móveis limpas e se necessário lubrifique-as
com o produto aconselhável. Não é necessário polir a cadeira. Alguns
metais, ao serem polidos, poderão provocar danos nos acabamentos e
nos estofos.
Os assentos em vinyl podem ser lavados com água quente e com um
detergente macio e, se necessário, tratados com um condicionador de
vinyl. Evite temperaturas excessivas que os podem danificar.
Se os estofos forem de tecido devem ser escovados com uma escova
suave. Algumas cadeiras têm estofos em materiais laváveis na máquina
da roupa; outros podem ser lavados com o shampoo dos estofos dos
automóveis. Limpe as almofadas de acordo com as instruções .
ESTRUTURAS
Verifique a estrutura da cadeira de rodas desde os pequenos entalhes,
cromados e ferrugens. Alguns acabamentos podem ser retocados com
uma tinta especial dada pelo vendedor. Se a estrutura da cadeira
começar a ficar “arqueada” contacte imediatamente o vendedor, pois ela
pode tornar-se frágil em qualquer momento.
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Fig. n.º 16 a) - Colocar paralelamente à viatura
Fig. n.º 6 - Subir uma berma
DESCER UMA BERMA
Fig. n.º 16 b) - O tronco paralelo ao chão
Fig. n.º 16 c) - ... Elevar a cadeira
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Ao aproximar-se da berma cuidadosamente, eleva-se a cadeira nas
rodas traseiras e equilibra-se, depois dá-se um impulso para a frente por
cima do “focinho” da berma ou degrau. A descida é controlada pela
utilização dos aros das rodas grandes, até que estas toquem o chão ou
a estrada.
Esta técnica pode ser utilizada para descer vários degraus, mas é
necessário um bom controlo e completa confiança. É também possível
descer alguns degraus, mas o utilizador da cadeira de rodas deve-se
inclinar para a frente, para impedir que a cadeira caia para trás .
Fig. n.º 7 - Descer uma berma
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VÁRIOS DEGRAUS
Para subir vários degraus, o utilizador deve inclinar-se para a frente e
propulsionar a cadeira com pequenos impulsos fortes. Se fôr necessário
uma pausa, deve accionar os travões em simultâneo.
Pequenos dispositivos para a subida ou “trepadores” podem ser incorporados na cadeira para impedir que esta caia para trás, enquanto o
utilizador está a propulsionar para subir. Também se podem chamar
alavancas anti-volteio ou dispositivos de anti-inclinação.
Fig. n.º 15 - Com dois assistentes
COMO COLOCAR UMA CADEIRA DE RODAS DENTRO DE UMA
VIATURA
Fig. n.º 8 - Dispositivos anti-inclinação
QUANDO É NECESSÁRIO AJUDA DE UM ASSISTENTE
Muitos utilizadores de cadeiras de rodas necessitam de ajuda de outra
pessoa para subir ou descer degraus, bermas ou mesmo quando o piso
não é liso.
O assistente nunca deve elevar a cadeira pelos apoios dos braços ou
pelos apoios dos pés, pois normalmente eles não são fixos, mas sim
destacáveis. Eleva-se a cadeira pela estrutura fixa.
Os travões deverão estar accionados quando a cadeira se encontra estacionada ou parada e mesmo antes de o utilizador ser transferido para ela.
Os pés do utilizador deverão estar colocados nos apoios dos pés e as
suas roupas aconchegadas. Devem ser utilizadas as duas mãos para
empurrar a cadeira a fim de evitar que mude de direcção repentinamente.
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A posição da cadeira de rodas dentro de um carro dependerá sempre do
tipo do carro, mas como princípio geral, deverão ser seguidos os diferentes passos:
1. Retirar os apoios dos pés se estes forem destacáveis;
2. Destravar os travões.
3. Colocar a cadeira de rodas dobrada antecipadamente, paralelamente
ao porta bagagens da viatura.
4. Agarrar a cadeira, dobrando-se a nível da anca, mantendo as pernas
direitas e o tronco paralelo ao chão. Os seus braços vão funcionar
como uma alavanca!
5. Dobrar os joelhos e a anca, mantendo o tronco direito.
6. Elevar a cadeira de rodas e poisá-la no bordo do porta bagagens.
7. Colocar primeiro as rodas grandes dentro do mesmo.
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MÉTODO PARA RETIRAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA DA
CADEIRA DE RODAS
1. Assegurar-se quanto ao bom posicionamento da cadeira.
2. Verificar se os travões estão accionados e os apoios dos pés rebatidos. Verificar se os pés da pessoa com deficiência ou o idoso estão
apoiados no chão.
3. Abrir o casaco do utilizador da cadeira.
4. Colocar um braço à volta do tronco, debaixo do casaco.
5. Colocar o outro braço debaixo das coxas, o mais perto possível dos
joelhos.
6. Colocar um braço do utilizador da cadeira de rodas à volta do seu
pescoço.
7. Elevar o utilizador da cadeira de rodas.
O assistente deve procurar uma condução suave e segura sem solavancos e choques e manter sempre o contacto com o utilizador, envolvendo-o nas decisões e dizendo-lhe o que está a fazer.
É recomendável o cinto de segurança para saídas para o exterior.
Se a cadeira encravar ou enfrentar um pequeno obstáculo, não deve
forçá-la, empurrando-a para frente, pois pode provocar a queda do
utilizador. Em vez disso devem-se usar as alavancas anti-volteio (dispositivos anti-inclinação) de forma a elevar os rodízios, ou seja, as rodas
dianteiras para cima do obstáculo.
SUBIR UMA BERMA
Deve aproximar-se da berma perpendicularmente, com a cadeira posicionada de modo que os rodízios - rodas dianteiras - toquem no “focinho” da mesma. O assistente deve dizer o que vai fazer, ou seja, inclinar
a cadeira, através de pressão no dispositivo anti-inclinação e nos punhos
da cadeira, de modo a facilitar a inclinação para trás e manter o equilíbrio
nas rodas traseiras.
Logo que os rodízios se apoiem no pavimento, empurra-se a cadeira para
cima. As rodas traseiras não devem ser elevadas do chão enquanto os
rodízios não estiverem apoiados, pois pode provocar uma viragem da
cadeira e provocar uma queda do utilizador e da própria cadeira.
Fig. n.º 14 - Retirar a pessoa com deficiência da cadeira de rodas –
um assistente
Este método só é possível se a pessoa com deficiência fôr leve e puder
dar uma ajuda, caso contrário serão necessário dois assistentes, mas
o método é exactamente o mesmo.
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Fig. n.º 9 - Subir uma berma
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DESCER UMA BERMA
MÉTODO PARA “ELEVAR” UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Com a cadeira de frente para a berma, os rodízios colocados junto à
borda da berma e com o pé do assistente colocado no dispositivo antiinclinação, os rodízios são elevados através de força nos punhos da
cadeira e no referido dispositivo. No ponto de equilibrio, a cadeira é mantida nas rodas traseiras enquanto não houver possibilidade de avançar.
Quando houver oportunidade, empurra-se até ao “focinho” da berma e
deixa-se rolar as rodas traseiras suavemente até estas tocarem no chão,
enquanto que o assistente suporta parte do peso da cadeira. De seguida,
baixa-se calmamente.
1. Colocar o braço direito ou o esquerdo sob a axila da pessoa com deficiência ou idosa, de frente para trás.
2. Colocar o outro braço nas costas, o mais baixo possível, a fim de lhe
dar um bom suporte e ajudar a manter a extensão da anca.
3. Bloquear os pés da pessoa com o seu próprio pé e os joelhos com a
sua própria perna.
4. Ajudar a levantar-se .
Um ou mais degraus podem ser descidos desta forma, mas o assistente
tem que ser forte em relação ao peso do utilizador da cadeira de rodas.
Não é aconselhável a descida da berma, de costas, embora seja mais
fácil e a cadeira balance menos, mas o assistente encontra-se contra a
estrada e pode não ter tempo para virar a cadeira. Também não se pode
inclinar a cadeira para a frente, quando se está a descer frontalmente a
berma porque o utilizador pode cair.
Fig. n.º 13 - Elevar uma pessoa com deficiência ou idosa
Avise a pessoa com deficiência sobre o desenrolar da manobra. Dobre a
anca e os joelhos, mantendo sempre o tronco direito para melhor posicionamento e poupança de esforços.
Fig. n.º 10 - Descer uma berma
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4. Utilize o seu corpo como
contrapeso
SUBIR VÁRIOS DEGRAUS
Depende sempre do peso da pessoa na cadeira, da força do assistente
e da altura dos degraus, mas é possível subir. Os assistentes sem experiência nunca devem subir vários degraus com a cadeira de rodas e seu
utilizador, pois podem provocar problemas a nível da coluna vertebral.
Um assistente forte e bem calçado pode puxar suavemente a cadeira de
costas, pondo um pé no primeiro degrau e o outro no degrau seguinte,
projectando o peso do seu corpo para trás, enquanto mantém a cadeira
bem equilibrada, subindo um degrau de cada vez.
1. Incline a cadeira para trás
Fig. n.º 12 d)
TRANSFERÊNCIA DA PESSOA QUE UTILIZA CADEIRA DE RODAS
Se a pessoa com deficiência é autónoma, isto é, é independente para
entrar e sair da cadeira de rodas, deve deixar a pessoa fazer aquilo que
quer, quando quer, como quer e dentro do seu próprio ritmo. Só se deve
ajudar, quando ela pedir e como ela pedir, mas há sempre que relembrar
o posicionamento correcto da cadeira.
A pessoa com deficiência vai bloquear os travões, rebater os apoios dos
pés, colocar os pés no chão, ligeiramente afastados, ou então um pouco
atrás e o outro mais adiante e iniciar o movimento de elevação.
Fig. n.º 11 a)
2. Coloque as rodas traseiras
contra a beira do degrau
3. Agarre firme
4. Coloque um pé no 1.º degrau
e o outro no degrau seguinte
NÃO DEVE NUNCA fazer apoio nos apoios dos pés da cadeira para
assumir a posição de pé, pois pode desequilibrar a cadeira e cair para a
frente.
Se a pessoa com deficiência não é autónoma, NECESSITA DE AJUDA
DE OUTRA PESSOA. Geralmente conhece o método que melhor lhe
convém, portanto o assistente deve estar atento às manobras
necessárias, indicadas pelo utilizador da cadeira de rodas.
Fig. n.º 11 b)
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5. Puxe a cadeira pra o 1.º
degrau e use o seu corpo
como contrapeso.
1. Incline a cadeira para trás
Fig. n.º 12 a)
Fig. n.º 11 c)
2. Avance as rodas grandes
para a beira do degrau
Com duas pessoas fortes, a cadeira pode ser subida ou descida com um
assistente de cada lado, agarrando a estrutura metálica, debaixo do
assento e do punho da cadeira.
DESCER VÁRIOS DEGRAUS
Com a cadeira inclinada nas rodas traseiras, o assistente pode mover
suavemente e de um modo controlado a descida dos degraus, enquanto
utiliza o seu próprio peso como um travão, fazendo pausas sempre que
necessário, entre cada degrau.
Fig. n.º 12 b)
3. Faça descer suavemente
Com duas pessoas, uma pode colocar-se de frente para a cadeira, para
ajudar o movimento e para assegurar um descer suave pelos vários
degraus.
Os assistentes devem agarrar a cadeira pela estrutura metálica,
e nunca pelas partes destacáveis (como por exemplo os apoios de
braços e apoios de pés).
Fig. n.º 12 c)
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5. Puxe a cadeira pra o 1.º
degrau e use o seu corpo
como contrapeso.
1. Incline a cadeira para trás
Fig. n.º 12 a)
Fig. n.º 11 c)
2. Avance as rodas grandes
para a beira do degrau
Com duas pessoas fortes, a cadeira pode ser subida ou descida com um
assistente de cada lado, agarrando a estrutura metálica, debaixo do
assento e do punho da cadeira.
DESCER VÁRIOS DEGRAUS
Com a cadeira inclinada nas rodas traseiras, o assistente pode mover
suavemente e de um modo controlado a descida dos degraus, enquanto
utiliza o seu próprio peso como um travão, fazendo pausas sempre que
necessário, entre cada degrau.
Fig. n.º 12 b)
3. Faça descer suavemente
Com duas pessoas, uma pode colocar-se de frente para a cadeira, para
ajudar o movimento e para assegurar um descer suave pelos vários
degraus.
Os assistentes devem agarrar a cadeira pela estrutura metálica,
e nunca pelas partes destacáveis (como por exemplo os apoios de
braços e apoios de pés).
Fig. n.º 12 c)
14
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4. Utilize o seu corpo como
contrapeso
SUBIR VÁRIOS DEGRAUS
Depende sempre do peso da pessoa na cadeira, da força do assistente
e da altura dos degraus, mas é possível subir. Os assistentes sem experiência nunca devem subir vários degraus com a cadeira de rodas e seu
utilizador, pois podem provocar problemas a nível da coluna vertebral.
Um assistente forte e bem calçado pode puxar suavemente a cadeira de
costas, pondo um pé no primeiro degrau e o outro no degrau seguinte,
projectando o peso do seu corpo para trás, enquanto mantém a cadeira
bem equilibrada, subindo um degrau de cada vez.
1. Incline a cadeira para trás
Fig. n.º 12 d)
TRANSFERÊNCIA DA PESSOA QUE UTILIZA CADEIRA DE RODAS
Se a pessoa com deficiência é autónoma, isto é, é independente para
entrar e sair da cadeira de rodas, deve deixar a pessoa fazer aquilo que
quer, quando quer, como quer e dentro do seu próprio ritmo. Só se deve
ajudar, quando ela pedir e como ela pedir, mas há sempre que relembrar
o posicionamento correcto da cadeira.
A pessoa com deficiência vai bloquear os travões, rebater os apoios dos
pés, colocar os pés no chão, ligeiramente afastados, ou então um pouco
atrás e o outro mais adiante e iniciar o movimento de elevação.
Fig. n.º 11 a)
2. Coloque as rodas traseiras
contra a beira do degrau
3. Agarre firme
4. Coloque um pé no 1.º degrau
e o outro no degrau seguinte
NÃO DEVE NUNCA fazer apoio nos apoios dos pés da cadeira para
assumir a posição de pé, pois pode desequilibrar a cadeira e cair para a
frente.
Se a pessoa com deficiência não é autónoma, NECESSITA DE AJUDA
DE OUTRA PESSOA. Geralmente conhece o método que melhor lhe
convém, portanto o assistente deve estar atento às manobras
necessárias, indicadas pelo utilizador da cadeira de rodas.
Fig. n.º 11 b)
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DESCER UMA BERMA
MÉTODO PARA “ELEVAR” UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Com a cadeira de frente para a berma, os rodízios colocados junto à
borda da berma e com o pé do assistente colocado no dispositivo antiinclinação, os rodízios são elevados através de força nos punhos da
cadeira e no referido dispositivo. No ponto de equilibrio, a cadeira é mantida nas rodas traseiras enquanto não houver possibilidade de avançar.
Quando houver oportunidade, empurra-se até ao “focinho” da berma e
deixa-se rolar as rodas traseiras suavemente até estas tocarem no chão,
enquanto que o assistente suporta parte do peso da cadeira. De seguida,
baixa-se calmamente.
1. Colocar o braço direito ou o esquerdo sob a axila da pessoa com deficiência ou idosa, de frente para trás.
2. Colocar o outro braço nas costas, o mais baixo possível, a fim de lhe
dar um bom suporte e ajudar a manter a extensão da anca.
3. Bloquear os pés da pessoa com o seu próprio pé e os joelhos com a
sua própria perna.
4. Ajudar a levantar-se .
Um ou mais degraus podem ser descidos desta forma, mas o assistente
tem que ser forte em relação ao peso do utilizador da cadeira de rodas.
Não é aconselhável a descida da berma, de costas, embora seja mais
fácil e a cadeira balance menos, mas o assistente encontra-se contra a
estrada e pode não ter tempo para virar a cadeira. Também não se pode
inclinar a cadeira para a frente, quando se está a descer frontalmente a
berma porque o utilizador pode cair.
Fig. n.º 13 - Elevar uma pessoa com deficiência ou idosa
Avise a pessoa com deficiência sobre o desenrolar da manobra. Dobre a
anca e os joelhos, mantendo sempre o tronco direito para melhor posicionamento e poupança de esforços.
Fig. n.º 10 - Descer uma berma
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MÉTODO PARA RETIRAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA DA
CADEIRA DE RODAS
1. Assegurar-se quanto ao bom posicionamento da cadeira.
2. Verificar se os travões estão accionados e os apoios dos pés rebatidos. Verificar se os pés da pessoa com deficiência ou o idoso estão
apoiados no chão.
3. Abrir o casaco do utilizador da cadeira.
4. Colocar um braço à volta do tronco, debaixo do casaco.
5. Colocar o outro braço debaixo das coxas, o mais perto possível dos
joelhos.
6. Colocar um braço do utilizador da cadeira de rodas à volta do seu
pescoço.
7. Elevar o utilizador da cadeira de rodas.
O assistente deve procurar uma condução suave e segura sem solavancos e choques e manter sempre o contacto com o utilizador, envolvendo-o nas decisões e dizendo-lhe o que está a fazer.
É recomendável o cinto de segurança para saídas para o exterior.
Se a cadeira encravar ou enfrentar um pequeno obstáculo, não deve
forçá-la, empurrando-a para frente, pois pode provocar a queda do
utilizador. Em vez disso devem-se usar as alavancas anti-volteio (dispositivos anti-inclinação) de forma a elevar os rodízios, ou seja, as rodas
dianteiras para cima do obstáculo.
SUBIR UMA BERMA
Deve aproximar-se da berma perpendicularmente, com a cadeira posicionada de modo que os rodízios - rodas dianteiras - toquem no “focinho” da mesma. O assistente deve dizer o que vai fazer, ou seja, inclinar
a cadeira, através de pressão no dispositivo anti-inclinação e nos punhos
da cadeira, de modo a facilitar a inclinação para trás e manter o equilíbrio
nas rodas traseiras.
Logo que os rodízios se apoiem no pavimento, empurra-se a cadeira para
cima. As rodas traseiras não devem ser elevadas do chão enquanto os
rodízios não estiverem apoiados, pois pode provocar uma viragem da
cadeira e provocar uma queda do utilizador e da própria cadeira.
Fig. n.º 14 - Retirar a pessoa com deficiência da cadeira de rodas –
um assistente
Este método só é possível se a pessoa com deficiência fôr leve e puder
dar uma ajuda, caso contrário serão necessário dois assistentes, mas
o método é exactamente o mesmo.
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Fig. n.º 9 - Subir uma berma
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VÁRIOS DEGRAUS
Para subir vários degraus, o utilizador deve inclinar-se para a frente e
propulsionar a cadeira com pequenos impulsos fortes. Se fôr necessário
uma pausa, deve accionar os travões em simultâneo.
Pequenos dispositivos para a subida ou “trepadores” podem ser incorporados na cadeira para impedir que esta caia para trás, enquanto o
utilizador está a propulsionar para subir. Também se podem chamar
alavancas anti-volteio ou dispositivos de anti-inclinação.
Fig. n.º 15 - Com dois assistentes
COMO COLOCAR UMA CADEIRA DE RODAS DENTRO DE UMA
VIATURA
Fig. n.º 8 - Dispositivos anti-inclinação
QUANDO É NECESSÁRIO AJUDA DE UM ASSISTENTE
Muitos utilizadores de cadeiras de rodas necessitam de ajuda de outra
pessoa para subir ou descer degraus, bermas ou mesmo quando o piso
não é liso.
O assistente nunca deve elevar a cadeira pelos apoios dos braços ou
pelos apoios dos pés, pois normalmente eles não são fixos, mas sim
destacáveis. Eleva-se a cadeira pela estrutura fixa.
Os travões deverão estar accionados quando a cadeira se encontra estacionada ou parada e mesmo antes de o utilizador ser transferido para ela.
Os pés do utilizador deverão estar colocados nos apoios dos pés e as
suas roupas aconchegadas. Devem ser utilizadas as duas mãos para
empurrar a cadeira a fim de evitar que mude de direcção repentinamente.
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A posição da cadeira de rodas dentro de um carro dependerá sempre do
tipo do carro, mas como princípio geral, deverão ser seguidos os diferentes passos:
1. Retirar os apoios dos pés se estes forem destacáveis;
2. Destravar os travões.
3. Colocar a cadeira de rodas dobrada antecipadamente, paralelamente
ao porta bagagens da viatura.
4. Agarrar a cadeira, dobrando-se a nível da anca, mantendo as pernas
direitas e o tronco paralelo ao chão. Os seus braços vão funcionar
como uma alavanca!
5. Dobrar os joelhos e a anca, mantendo o tronco direito.
6. Elevar a cadeira de rodas e poisá-la no bordo do porta bagagens.
7. Colocar primeiro as rodas grandes dentro do mesmo.
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Fig. n.º 16 a) - Colocar paralelamente à viatura
Fig. n.º 6 - Subir uma berma
DESCER UMA BERMA
Fig. n.º 16 b) - O tronco paralelo ao chão
Fig. n.º 16 c) - ... Elevar a cadeira
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Ao aproximar-se da berma cuidadosamente, eleva-se a cadeira nas
rodas traseiras e equilibra-se, depois dá-se um impulso para a frente por
cima do “focinho” da berma ou degrau. A descida é controlada pela
utilização dos aros das rodas grandes, até que estas toquem o chão ou
a estrada.
Esta técnica pode ser utilizada para descer vários degraus, mas é
necessário um bom controlo e completa confiança. É também possível
descer alguns degraus, mas o utilizador da cadeira de rodas deve-se
inclinar para a frente, para impedir que a cadeira caia para trás .
Fig. n.º 7 - Descer uma berma
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Devem ser evitados pisos demasiado moles, onde se pode ficar atolado,
e pisos íngremes ou irregulares, onde a cadeira se pode voltar.
Na passagem de portas, as rodas devem ser propulsionadas pelos
pneus, ou seja, com as mãos colocadas nos pneus para impedir o esfolamento dos nós dos dedos na estrutura da porta.
Em portas estreitas, a pessoa pode apoiar-se lateralmente na estrutura da
mesma para facilitar a passagem.
BERMAS
Sempre que for possível, deve-se evitar as bermas, utilizando rampas ou
desnivelamentos suaves (como por exemplo os que existem actualmente
nas passagens de peões de alguns locais e cidades).
Com um bom ensinamento e prática, os utilizadores de cadeiras de rodas
com bom controlo do tronco e força muscular nos membros superiores
serão capazes de subir ou descer bermas.
É mais facil começar com um pequeno degrau das portas dos edifícios,
dado que pode apoiar-se nas ombreiras laterais das portas. À medida que
o degrau se aproxima, o utilizador dá um impulso forte nos aros das
rodas, de modo a colocar os rodízios da cadeira sobre o degrau. Para se
equilibrar nas rodas traseiras volta a dar outro impulso forte e mantém a
cadeira no ponto de equilíbrio. Enquanto se pratica é aconselhável ter
uma pessoa de pé atrás da cadeira, para que esta não caia para trás.
SUBIR UMA BERMA
Aproximando-se de uma berma à velocidade normal, o utilizador dá um
impulso extra nos aros das rodas, de forma a levantar os rodízios do chão.
A cadeira continua a mover-se para a frente e as rodas dianteiras acabam
por poisar na berma. O utilizador faz um impulso controlado nas rodas traseiras, de forma que elas ultrapassem esse desnível.
As bermas devem ser ultrapassadas perpendicularmente, caso contrário
a cadeira pode cair ou virar-se para o lado.
O sucesso depende do tempo preciso e da experiência .
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MANUTENÇÃO DA CADEIRA DE RODAS
As cadeiras de rodas necessitam de uma revisão regular e alguma
manutenção para se manterem em boas condições. É muito melhor lidar
com problemas pequenos logo que aparecem, antes que eles se tornem
maiores e, consequentemente, em reparações de custo mais elevado.
O vendedor deve fornecer um manual de instruções e de manutenção da
cadeira de rodas assim como ser capaz de responder a qualquer
questão.
Algumas cadeiras de rodas possuem um estojo de ferramentas e uma
bomba de encher os pneus.
Para manter a cadeira em boas condições de funcionamento,
descrevem-se alguns pontos fundamentais.
LIMPEZA
Mantenha a cadeira de rodas limpa e seca de forma a impedir a corrosão.
Limpe qualquer sujidade com um pano húmido e escove as rodas.
Mantenha todas as partes móveis limpas e se necessário lubrifique-as
com o produto aconselhável. Não é necessário polir a cadeira. Alguns
metais, ao serem polidos, poderão provocar danos nos acabamentos e
nos estofos.
Os assentos em vinyl podem ser lavados com água quente e com um
detergente macio e, se necessário, tratados com um condicionador de
vinyl. Evite temperaturas excessivas que os podem danificar.
Se os estofos forem de tecido devem ser escovados com uma escova
suave. Algumas cadeiras têm estofos em materiais laváveis na máquina
da roupa; outros podem ser lavados com o shampoo dos estofos dos
automóveis. Limpe as almofadas de acordo com as instruções .
ESTRUTURAS
Verifique a estrutura da cadeira de rodas desde os pequenos entalhes,
cromados e ferrugens. Alguns acabamentos podem ser retocados com
uma tinta especial dada pelo vendedor. Se a estrutura da cadeira
começar a ficar “arqueada” contacte imediatamente o vendedor, pois ela
pode tornar-se frágil em qualquer momento.
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Os tubos dobráveis da escora da cadeira ( X ), ou seja, aqueles que vão
permitir a dobrabilidade, podem ficar danificados. Nessa altura deverão
ser substituídos para impedir que haja um percalço, ou seja, de repente
a cadeira não se possa fechar ou não se possa abrir.
Se a forquilha dos rodízios - rodas dianteiras geralmente - estiver dobrada, poderá causar rotação da cadeira para esse lado. Neste caso deverá
ser alinhada pelo vendedor.
As partes móveis da cadeira devem ser lubrificadas com regularidade,
tais como as estruturas dobráveis, como por exemplo os apoios dos pés.
Verifique também a impermeabilidade das partes removíveis e todos os
parafusos e porcas, especialmente os das juntas dobráveis.
RODAS
A roda, quando não está apoiada no chão, deve girar ou rodar livremente
sem vacilar nem encravar. As rodas de sustentação - rodas grandes - da
maior parte das cadeiras modernas não necessitam de rectificações; a
sua boa qualidade é a precisão, dureza e vedação contra as poeiras. Se
não forem expostas em contacto com água salgada ou solventes agressivos, não precisam de qualquer manutenção.
No caso de começarem a ficar soltas, devem então ser substituidas.
No entanto, algumas devem ser limpas com um solvente e lubrificadas
com o produto aconselhado pelo vendedor.
Verifique se há, por acaso, perca de raios, passando com uma chave de
parafusos quando está a rodar. Se os raios não tiverem todos a mesma
tensão e isto é compreensível pelo som emitido pela passagem da chave,
então terá que a levar ao vendedor ou a uma casa de reparações de bicicletas.
Os mecanismos das rodas de extracção fácil, comuns actualmente nas
cadeiras de liga leve, devem estar sempre limpos, para que funcionem em
pleno.
Fig. n.º 5 - Tábuas de transferência
AUTO - PROPULSÃO
Para iniciar o movimento da cadeira de rodas, os travões estarão desaccionados, as mãos colocadas nos aros das rodas traseiras - rodas
grandes - tão atrás quanto possível, porque se torna mais confortável, os
polegares virados para cima para evitar que se entalem nas rodas ou até
nas alavancas dos travões.
Nesta posição, as mãos empurram os aros da roda com um impulso forte,
libertando-se em seguida, para voltar à posição inicial para que a acção
se repita.
Para uma propulsão mais eficiente é melhor fazer um impulso longo, tanto
quanto possível.
Todo este processo será invertido quando se deseja andar para trás. Para
virar, os aros serão propulsionados de acordo com a curva que se quer
fazer, ou seja, se é para a direita, dá-se o impulso no aro da roda direita
e mantém-se seguro o aro da roda esquerda.
Pode ser preciso, usar luvas a fim de evitar queimaduras de fricção, quando
se utilizam os aros para travar nas rampas ou noutros declives. Por outro lado,
também servem para proteger as mãos dos pós e deteriorações.
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COMO SAIR DA CADEIRA DE RODAS
AROS
Estando a cadeira encostada a uma parede, porta fechada ou um muro,
os rodízios alinhados para a frente e os travões accionados, deve-se
rebater ou girar os apoios dos pés.
Os aros das rodas, que são normalmente utilizados para mover a cadeira,
ou seja, para a propulsionar, devem estar bem apertados, utilizando uma
chave inglesa ou de parafusos.
O utilizador deverá inclinar-se ligeiramente para a frente. Com os pés
colocados no chão e um pouco afastados, os joelhos em ângulo de 90º,
fazendo carga nos apoios dos braços da cadeira, eleva-se para fazer a
transferência.
PNEUS
Pneus com os trilhos usados, gretados ou danificados, irão naturalmente
levar a um furo. Assim, para que a cadeira funcione adequadamente, eles
têm que ser substituídos.
Por outro lado devem ser mantidos bem cheios, por proporcionar uma
propulsão mais fácil e os travões funcionarem também melhor. Caso contrário, a cadeira pode virar-se.
Os pneus macios - pneumáticos, dão uma condução mais confortável,
mas gastam-se mais depressa e tornam o “empurrar” mais díficil. Por
outro lado, hoje em dia, já existem pneus de borracha maciça, que
apesar de proporcionarem uma condução ligeiramente mais difícil e
serem geralmente um pouco mais pesados, evitam o transtorno provocado pelos furos.
Se acontecer um furo, o pneu ou a câmara de ar tem que ser substituido,
o que pode ser feito numa casa de reparações de bicicletas ou junto do
vendedor.
TRAVÕES
Fig. n.º 4 - Sair da cadeira de rodas
Nunca se deve elevar fazendo carga nos apoios dos pés da cadeira,
porque naturalmente esta irá tombar para a frente.
Se a pessoa não tem possibilidades de se levantar, deverá fazer a transferência lateral para outro assento. O mais fácil é transferir-se para outro
assento que se encontre à mesma altura da cadeira de rodas. Para
alguns deverá ser necessário uma tábua de transferência, a qual vai permitir o "deslizamento".
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Verifique se os travões estão a funcionar correctamente e se não estão
folgados. Se os pneus forem pneumáticos podem não funcionar tão bem,
devido a pequenos pormenores que não deixam de ser importantes.
RODÍZIOS
Os rodizios ou rodas pequenas devem ser limpos de fios ou filamentos,
areia ou cascalho e verificados quanto à rotação livre. Se forem pneumáticos, verifique se estão bem cheios, pois caso contrário podem provocar
uma queda.
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As forquilhas devem estar bem apertadas para impedir barulho do tipo
“ranger”. Isto pode ser feito da seguinte forma: remover a cápsula que
está colocada na parte superior da forquilha e então apertar o parafuso o
suficiente para eliminar a folga, mas de forma a permitir a rotação livre.
Todas estas partes do rodízio podem ocasionalmente serem desmanchadas, limpas e lubrificadas, mas se não tem a certeza de o fazer correctamente, é preferível então pedir ajuda ao vendedor ou a um técnico
de reparações.
APOIOS DOS PÉS
Verifique se os apoios dos pés estão bem apertados, se não oscilam e se
encontram à distância correcta do assento, para maior conforto.
Para abrir uma cadeira de rodas que se encontra fechada, os lados do
assento devem ser pressionados para baixo e para fora, com a mão aberta e com os dedos virados para dentro para evitar que fiquem entalados
na estrutura metálica.
Quando a estrutura estiver totalmente aberta, repõem-se os apoios dos
pés na posição correcta.
Não se deve forçar a cadeira para ser aberta. Se não se conseguir, verifique se não está qualquer coisa a prendê-la. Algumas cadeiras têm
mecanismos de dobrabilidade diferentes, como por exemplo, a dobragem
do encosto pelo assento, mas estes aspectos deverão estar descritos no
manual da cadeira ou explicados pelo vendedor.
ESTOFOS
Verifique como estão o encosto e o assento no aspecto de deterioração,
pois podem levar a um rompimento repentino. Substitua as partes
rasgadas e ajuste a tensão, ou quando já se encontrarem descaídos,
formando barrigas, é preferível adquirir uns novos.
Verifique se os parafusos que os fixam à estrutura metálica estão apertados e bem posicionados.
Fig. n.º 2 - Abrir a cadeira
Fig nº 3 - Dobrar a cadeira
COMO SENTAR-SE NA CADEIRA DE RODAS
Se a cadeira tem travões, estes devem estar accionados, antes de a
pessoa se sentar.
Os apoios dos pés devem estar rebatidos ou virados para o lado, conforme o tipo dos mesmos.
A cadeira estará mais estável, se os rodízios (rodas pequenas e geralmente as dianteiras) estiverem alinhados para a frente e a parte posterior
da cadeira estiver colocada contra uma parede ou com uma pessoa atrás
para impedir que a mesma deslize. Depois do utilizador se encontrar sentado, os apoios dos pés deverão voltar à posição normal de utilização
e colocar os pés sobre eles.
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UTILIZAÇÃO DA CADEIRA DE RODAS
Os utilizadores de cadeiras de rodas e os seus assistentes deverão ser
ensinados por um terapeuta ou pelo vendedor sobre a forma de usar e
empurrar a cadeira de rodas.
Ele ou ela terão que ser capazes de demonstrar os métodos de auto-propulsão da cadeira, as transferências, o modo de ultrapassar os
obstáculos, tais como as bermas dos passeios ou alguns degraus, como
colocar a cadeira dentro de um carro, etc., e tudo isto requer prática.
BIBLIOGRAFIA
ICTA Information Centre - Manual Wheelchairs - A guide, 1986
Gianantonio Spagnolin - La carrozzina scelta personalizzazione ed uso,
1993
David Griffiths and David Wynne - How to push a wheelchair, 1994
The British Red Cross Society - People in wheelchairs - Hints for helpers
DOBRAR E DESDOBRAR A CADEIRA DE RODAS
SIVA, Fondazione Projuventude Don Carlo Gnocchi - Ausili per l’autonomia, 1988
O método mais usual de dobrar uma cadeira de rodas manual é retirar ou
girar os apoios dos pés, segurar o assento a meio, atrás e à frente, e
puxá-lo firmemente para cima.
Fig. n.º 1 . Dobrar a cadeira de rodas
Os lados da estrutura metálica aproximam-se e o encosto dobra automaticamente. Há modelos de cadeiras de rodas que já têm pegas no
assento, junto da estrutura metálica, para se puxar o assento para cima,
a fim de ficarem dobradas.
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