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Inclusão informacional de alunos com necessidades
educacionais especiais (NEE) em bibliotecas1
Vitor Gonçalves Dias2
Resumo: A referida pesquisa bibliográfica tem como objetivo fomentar a reflexão acerca
da inclusão informacional em bibliotecas como meio de contribuir para a efetivação
de uma educação inclusiva nas instituições de ensino. Ressalta a importância de ajudas
técnicas, tecnologias assistivas, bem como produtos e serviços que contribuam para a
inclusão informacional de pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE).
Discute a necessidade de capacitação de profissionais bibliotecários no atendimento a
pessoas com NEE, além da importância da biblioteca no que tange à inclusão educacional
por meio da inclusão informacional. Ressalta, ainda, a carência de pesquisas e materiais
bibliográficos sobre essa temática, que se torna tão relevante no contexto atual.
Palavras–chave: Inclusão informacional. Educação inclusiva. Biblioteca. Tecnologias
Assistivas.
Orientadora: Aline de Cássia Damasceno Lagoeiro. Mestre em Educação pela Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). Graduada em Pedagogia pela mesma instituição. Tutora do Claretiano – Centro
Universitário. E-mail: <[email protected]>.
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Especialista em Educação Especial Geral pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <vitor_furg@
hotmail.com>.
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1. INTRODUÇÃO
Neste artigo, abordaremos de maneira minudente a importância das
bibliotecas no processo de inclusão educacional, através da inclusão informacional. Analisaremos a importância de ajudas técnicas, Tecnologia Assistiva e outros serviços e produtos que auxiliam os profissionais que trabalham em bibliotecas na disseminação informacional e no atendimento
a pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE). Além disso,
cabe aqui destacar que foi escolhida esta temática devido à importância
que a biblioteca possui diante da plenitude do processo de ensino-aprendizagem das instituições de ensino e das significativas contribuições que
esse espaço pedagógico pode conceder tanto aos profissionais da educação, ao oferecer ações de apoio e assessoramento em pesquisas e consultas
bibliográficas, quanto aos educandos, no acesso qualificado à informação.
Diante de observações contínuas e de pesquisas desenvolvidas, é notória a falta de profissionais qualificados e a disponibilização de técnicas e
equipamentos que visem facilitar o acesso de informações aos educandos
com NEE e, em especial, o quanto essa carência dificulta e, por vezes, impede a permanência desse educando na biblioteca e até mesmo na instituição. Para atingir tal intento, as bibliotecas, notadamente aquelas situadas
dentro de instituições de ensino, devem acolher os alunos com NEE de
maneira justa e igualitária, transformando seu espaço físico e incorporando às suas ações metodologias e técnicas que propiciem o aprendizado e a
ampla disseminação de informações a todos os seus usuários.
É de conhecimento geral que um dos objetivos da biblioteca é fornecer a todas as pessoas o acesso às informações, independentemente de suas
diferenças e especificidades. Cabe ao profissional bibliotecário disponibilizar, por meio de diferentes suportes e meios, o acesso à informação e ao
conhecimento. Por isso, nesse contexto de disponibilização informacional, a biblioteca deve participar ativamente do desafio da educação inclusiva, seja pelo aperfeiçoamento dos profissionais bibliotecários, seja pelas
modificações arquitetônicas. Mais do que fazer parte da inclusão educacional, a biblioteca deve fazer parte da inclusão informacional, fornecen 118
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do subsídios e suportes para os alunos com NEE, através da Tecnologia
Assistiva e do tratamento adequado da informação.
Além disso, no que tange à educação inclusiva, muitos materiais bibliográficos abordam apenas como instrumento norteador para inclusão
as modificações de espaço físico (acessibilidade) e treinamento ou aperfeiçoamento de professores para atender os alunos com NEE, como se esses
itens fossem suficientes para contribuir com a inclusão educacional. Frente a isso, o presente trabalho visa fornecer informações relevantes para a
inclusão informacional em bibliotecas, contribuindo para a educação inclusiva da instituição como um todo.
2. METODOLOGIA
O objetivo do presente artigo foi realizar uma pesquisa bibliográfica
acerca da inclusão informacional em bibliotecas como meio de contribuir
com a educação inclusiva nas instituições de ensino. Buscamos realizar
um abrangente levantamento bibliográfico em relação à inclusão informacional em bibliotecas, visando subsidiar as reflexões sobre o atendimento às pessoas com NEE e a importância da biblioteca no desafio da
educação inclusiva. Depois de selecionarmos alguns materiais relevantes
de diferentes suportes dentre a literatura existente, como revistas, artigos
científicos, livros e outros, partimos para a análise textual dos materiais,
a análise temática e, em seguida, a interpretação textual desses materiais.
Com materiais bibliográficos básicos e relevantes do referido campo teórico, pudemos observar a importância e a urgência de contribuir para
o desafio da educação inclusiva, seja através de análises, sugestões e/ou
conclusões a respeito da indispensável contribuição e efetiva atuação das
bibliotecas e dos bibliotecários na inclusão de alunos com NEE.
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3. RESULTADOS
Em relação à acessibilidade, Torres, Mazzoni e Alves (2002) discutem a acessibilidade digital e a interação das pessoas com necessidades
educacionais especiais (NEE) com a informação em bibliotecas. O artigo
destaca que a acessibilidade vai além dos aspectos físicos e arquitetônicos.
Os movimentos pró-acessibilidade estão se preocupando também com a
acessibilidade em espaço digital, espaço na comunicação via utilização dos
computadores. Além disso, o texto disserta sobre a interação entre as bibliotecas e acessibilidade no espaço digital, mencionando algumas ajudas
técnicas e adaptações que visam auxiliar as bibliotecas no atendimento às
pessoas com NEE, objetivando o acesso universal à informação em meio
digital.
O artigo destaca também o papel fundamental do Comitê Internacional W3C, que atua como gestor de diretivas e sugere algumas recomendações para construção de sites na web, documentos em meio digital
e outros. Essas recomendações visam adotar alguns princípios, como assegurar uma transformação harmoniosa da informação, ou seja, apresentar a
informação em distintos formatos, mas com o mesmo conteúdo, isto é, a
informação em áudio deve possuir sua versão em texto e fazer o conteúdo
compreensível e navegável por todas as pessoas.
A respeito da acessibilidade digital, os autores ressaltam que:
A acessibilidade no espaço digital consiste em tornar disponível ao
usuário, de forma autônoma, toda a informação que lhe for franqueável (informação para a qual o usuário tenha código de acesso ou,
então, esteja liberada para todos os usuários), independentemente
de suas características corporais, sem prejuízos quanto ao conteúdo
da informação (TORRES; MAZZONI; ALVES, 2000, p. 85).
Os autores relatam ainda a relação existente entre o espaço digital e
as bibliotecas, que ocorre de duas maneiras: de maneira remota, acessando
os serviços e o acervo via on-line, ou presencial, comparecendo à biblioteca e desfrutando do acervo.
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Para garantir o acesso a esses serviços, são necessárias algumas adaptações e ajudas técnicas (produtos, instrumentos, programas e serviços técnicos que visam facilitar as atividades rotineiras das pessoas com
NEE), para que todas as pessoas, independentemente de suas limitações e
diferenças, possam ter acesso à informação. Essas adaptações visam facilitar o acesso à base de dados, a consulta ao catálogo e o acesso à biblioteca
virtual. Dentre as adaptações, algumas podem ser destacadas. No caso de
adaptações para pessoas com deficiência motora, destaca-se a independência no uso do mouse, principalmente com o dispositivo apontador; a
independência no uso do teclado, acionado por movimentos voluntários
como sopro, movimentos com a cabeça e outros e flexibilidade no tempo
de resposta (o sistema de maneira alguma pode desconectar o usuário que
demora a executar comandos). No caso de adaptações para pessoas com
deficiência auditiva, materiais audiovisuais devem ser legendados, tendo
como prioridade a legenda em LIBRAS, opções de volume no hardware,
disponibilizado pela biblioteca para usuários com baixa audição, acesso
visual à informação sonora. Em relação às pessoas com deficiência visual,
podem-se citar adaptações como ampliação de imagens e contraste da tela
para pessoas com baixa visão, o que é possível utilizando software e navegadores que possuem essa função, software para leitura de tela, associado
ao sintetizador de voz, opção sonora para acesso à informação armazenada
em qualquer formato e opções para acesso à informação em braille, seja em
formato impresso, seja em outros formatos, por intermédio de periféricos.
Além disso, os autores ressaltam a importância do profissional bibliotecário em acolher o usuário com NEE, permitindo que ele receba o
mesmo atendimento e tenha acesso aos mesmos serviços disponibilizados
a todos os demais usuários da biblioteca. Assim, cabe ao bibliotecário permitir a participação de todos os seus usuários aos serviços que disponibiliza, utilizando mídias alternativas que visam facilitar a disponibilização
da informação para todos, mas, para que isso ocorra, é necessário suporte
adequado, tanto para auxiliar na utilização das ajudas técnicas quanto na
preparação dos materiais alternativos, tais como digitalização de textos
impressos, transcrição em texto de documento oral e a descrição de documentos visuais.
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Finalmente, destaca-se a relevância do espaço digital que permite o
novo, sendo possível oferecer um acesso muito mais amplo à informação,
armazenando-a e disponibilizando-a em diferentes formatos. Assim, observa-se que a acessibilidade digital deve ser considerada como requisito
para toda atualização que se faça nos sistemas de informação e documentação utilizados pelas bibliotecas, ou também na ocasião em que se amplia
o acervo, com títulos multimídias e aquisição de novos produtos e equipamentos.
Para promover a inclusão nesses espaços, Fonseca e Pinto (2010) relatam a importância da Biblioteconomia inclusiva e seu surgimento com a
noção de inclusão social e da necessidade de capacitação dos profissionais
bibliotecários no atendimento e disponibilização da informação a pessoas
com NEE. Esses autores referenciam a biblioteca como sendo essencial
para o desenvolvimento educacional, informacional, social, cultural e socioeconômico de todos os usuários. Ressaltam que, para ocorrer a acessibilidade na biblioteca, esta deve garantir um espaço livre das barreiras
arquitetônicas, sendo primordial o trabalho conjunto entre bibliotecários
e arquitetos. Para que o espaço da biblioteca seja acessível, é necessário
considerar alguns itens, como: facilidades e dificuldades de acesso – pisos, obstáculos, portas, corredores; condições de manuseio e leitura – altura das estantes, pontos de acomodação de leitura; conforto e segurança
– altura das mesas, sinalização de piso; equidade espacial – garantia de
utilização do espaço por qualquer pessoa, independentemente de suas limitações.
Os autores abordam também a Tecnologia Assistiva (TA) e sua contribuição na inclusão e acessibilidade. Conceituam TA como recursos e
serviços que promovem a independência e autonomia de pessoas com
NEE, facilitando suas atividades rotineiras e ampliando suas habilidades
funcionais. Os autores ressaltam que, no caso da Biblioteconomia, a TA
contribui para tornar as bibliotecas inclusivas, incluindo pessoas com
NEE dentro dos centros informacionais, seja no meio digital, seja no virtual ou no físico. Assim, cabe ao bibliotecário estar familiarizado com a
TA para utilizá-la em sua biblioteca e garantir a todos os usuários o acesso
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à informação. Segundo Fonseca e Pinto (2010, p. 07) são exemplos de
TAs que podem ser utilizadas na biblioteca:
• Equipamentos de auxílio à mobilidade: o Stair Track e o Evacu-Trac. Enquanto o Stair Trac pode ser acoplado a uma cadeira
de rodas para auxiliar a subir e a descer escadas, o Evacu-Trac foi
desenhado para auxiliar na mobilidade de pessoas com dificuldades de locomoção.
• Ampliadores de telas: ampliam e modificam as cores da tela,
visando melhorar a leitura de textos e a percepção de imagens,
para pessoas com dificuldades de enxergar, exemplo: lentes de
aumento.
• Leitores de tela: lêem informações textuais por meio de sintetizadores de voz ou displays em Braille, para pessoas cegas ou com
dificuldades de leitura, exemplos: Virtual Vision, Monitivox,
Jaws.
• Programas de reconhecimento de voz: possibilitam o acionamento de comandos dos programas via voz e podem ser usados
por quem tem deficiência que dificulte ou impeça o uso de teclado ou mouse, por exemplo.
• Teclados alternativos: simulam o funcionamento de um teclado
normal, logo ajudando as pessoas que tenham alguma dificuldade ou impossibilidade de utilizar o teclado convencional, são
exemplos teclados com espaçamento maior ou menor entre as
teclas, teclados virtuais etc.
• Dispositivos apontadores alternativos: simulam o funcionamento do mouse e assim podem ser utilizados por quem não
possa utilizar o mouse convencional, exemplos são aqueles que
são acionados com os olhos (eye gaze systems) ou com os pés.
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Os autores citam também a utilização do DOSVOX, um sistema
operacional gratuito, utilizado por deficientes visuais, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolvido para microcomputadores da linha PC, que já disponibiliza mais de 80 programas, como
editores de texto, telnet, ftp, navegadores, jogos e outros. Ressaltam, em
suas análises, a proposta de biblioteca inclusiva com o intuito de incluir,
nos sistemas de informação, uma parcela da sociedade, muitas vezes esquecida em projetos de construção e acesso à informação. Relatam também que o acesso à informação gira em torno das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs; logo, a implementação dessas tecnologias
auxiliará as pessoas com NEE na busca informacional. Destaca-se, nesse
contexto, a proeminência do profissional bibliotecário, considerado o elo
entre o usuário e a informação, garantindo a todos o acesso à informação,
independentemente do suporte no qual ela se encontra. Da mesma forma,
apresenta-se como fundamental a capacitação do profissional bibliotecário e a utilização da TA na biblioteca, garantindo, assim, um melhor atendimento aos usuários.
Em sua pesquisa, Pereira et al. (2010) analisam as habilidades dos
profissionais bibliotecários em relação à Tecnologia Assistiva (TA). Essa
análise foi feita utilizando como instrumento metodológico de pesquisa o
questionário fechado in loco, além da utilização da pesquisa bibliográfica.
Cabe destacar que a pesquisa foi realizada apenas nas Instituições de Ensino Superior (IES) do município de João Pessoa/PB.
Os autores ressaltam que o acesso à informação e, consequentemente, o acesso à leitura são direitos sociais e garantidos por lei, por isso promover o acesso à informação, além do exercício de cidadania, é zelar pela
garantia de um direito. Com o avanço colossal da informação em diferentes suportes, cabe ao bibliotecário disponibilizar de forma igualitária a
informação para todas as pessoas.
No que tange à TA, os autores abordam sua função, que é promover a acessibilidade, independência e autonomia às pessoas com NEE, por
meio de recursos e serviços capazes de amenizar as barreiras existentes,
além de otimizar as habilidades funcionais dessas pessoas. Citam alguns
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recursos mais utilizados, através da seleção por categorias de produtos segundo Bersh (apud PEREIRA et al., 2010, p. 05). São eles:
– Auxílio para a vida diária e prática, equipamentos que facilitam
a autonomia das pessoas com NEE em suas atividades rotineiras
como comer, tomar um copo com água etc.
– Comunicação aumentativa e alternativa, para pessoas com dificuldades na fala e escrita funcional.
– Recursos de acessibilidade ao computador.
– Sistemas de controle de ambientes, equipamentos para facilitar
atividades como acender e apagar a luz, ligar um aparelho de TV
ou atender ao telefone.
– Projetos arquitetônicos para acessibilidade, como rampas, mapas
táteis, pisos táteis, toaletes adaptados.
– Órteses e próteses, como suporte adaptado pela falta de um
dedo, por exemplo.
– Adequação postural, equipamentos que auxiliam e contribuem
para uma postura correta.
– Auxílio de mobilidade, como bengalas, cadeiras de rodas etc.
– Auxílio para cegos ou para pessoas com visão subnormal, como
equipamentos dotados de sinais sonoros, lupas, lentes e outros.
– Auxílio para pessoas com surdez ou déficit auditivo, como equipamentos de infravermelho, leitores, aparelhos para surdez, alertas visuais e outros.
– Adaptações de veículos, exemplos facilitadores de embarque e
desembarque, rampas e outros equipamentos que facilitem sua
autonomia em conduzir um veículo automotor.
Na coleta e avaliação dos dados, os autores ressaltam que, ao realizar
esse trabalho, foi necessária a utilização do questionário com bibliotecários de bibliotecas universitárias de IES públicas e privadas do município
de João Pessoa/ PB, com o intuito de avaliar:
– Se, nas bibliotecas em que trabalham, há usuários com NEE.
– Se se sentem aptos a atender as pessoas com NEE e, em caso afir-
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mativo, se possuem algum tipo de capacitação, treinamento ou
curso.
– Se sabiam o significado do termo “Tecnologia Assistiva” e em
qual esfera esse tipo de conhecimento deveria ser estudado.
O questionário foi respondido por 14 bibliotecários, porém apenas
12 foram tabulados e interpretados, visto que 2 dos bibliotecários apresentavam alguma deficiência e, portanto, já eram utilizadores de TA, não
fazendo parte do público a ser analisado (pessoas que não eram deficientes).
Nas considerações finais, os autores relatam que, com a análise dos
dados coletados, foi possível perceber que:
Há uma demanda real de portadores de necessidades especiais nas
bibliotecas universitárias como ainda que um quantitativo elevado
número de bibliotecários que se consideram aptos a atender usuários com alguma limitação, contudo, percebe-se que o empirismo
domina as práticas bibliotecárias nesse aspecto, uma vez que é inversamente proporcional a quantidade de profissionais que tiveram
alguma preparação para tal (PEREIRA et al., 2010, p. 09).
Os autores ressaltam também que o termo TA ainda é estranho ao
vocabulário dos bibliotecários, pois, após sua explicação, um número elevado de bibliotecários mudou suas respectivas respostas quanto à existência de TA em seus locais de trabalho. Outro fator que corrobora com essa
ideia é o fato de que, ao perguntar se a biblioteca possuía TA, alguns disseram que não, porém, em algumas bibliotecas, estavam presentes rampas
e toaletes adaptados. No que se refere à análise do questionário, muitos
responderam que é de extrema importância estudar essa temática na Graduação ou em cursos especializados. Portanto, a promoção do acesso à
informação não se dá apenas no âmbito dos suportes informacionais, mas
também na estrutura de apoio, como ainda nas habilidades dos profissionais e de sua equipe. A TA precisa ser discutida, inclusive nos programas
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de formação profissional; além disso, precisa ser utilizada nas rotinas das
bibliotecas.
Pupo, Carvalho e Oliveira (2008) apresentam o relato de uma experiência vivenciada na Biblioteca Central César Lattes e no Laboratório de Acessibilidade (LAB) da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), referente ao atendimento a alunos com deficiência visual
(DV) e o papel importante que esses setores têm na inclusão educacional.
Em seu artigo, as autoras ressaltam que as escolas inclusivas devem
proporcionar a todos os alunos a liberdade de aprender, de acordo com
suas diferenças e limitações, em tempo diverso, respeitando sempre a singularidade de cada indivíduo. Além disso, destaca que a legislação determina que as instituições devem proporcionar aos DVs, caso seja solicitado, uma sala de apoio, contendo:
Impressora em Braille; sintetizadores de voz; máquina de datilografia em Braille; gravador e fotocopiadora que amplie textos; aquisição de materiais bibliográficos em áudio; software de ampliação de
tela; equipamento para ampliação de texto, para alunos com visão
subnormal; lupas e réguas de leitura; scanner acoplado ao computador; e aquisição de materiais bibliográficos dos conteúdos básicos
em Braille (BRASIL, 1999).
O artigo destaca ainda que as bibliotecas devem estar atentas à Lei
nº 9.610/98 sobre direitos autorais, que autoriza a reprodução, sem fins
comerciais, de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo
de DVs. Como exemplo, temos algumas fundações, como Dorina Nowill,
que são autorizadas a reproduzir, sem fins lucrativos, livros em alfabeto
braille.
As autoras analisam ainda a criação do LAB no atendimento a alunos com deficiência visual, que ocorreu pela necessidade da UNICAMP
se adequar às leis vigentes de acessibilidade e inclusão educacional. Assim,
em 2002 foi criada a sala de acesso à informação (coordenada por uma
bibliotecária) e um laboratório de apoio didático (coordenado por uma
pedagoga), ambos localizados no espaço da Biblioteca Central César
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Lattes da Unicamp, que recebeu o nome de LAB. Esse espaço tem como
foco elaborar atividades que visam estimular a autonomia e independência dos acadêmicos com DV, além de ser responsável pela produção de
materiais adaptados e software destinado a esse público.
Cabe destacar que o LAB trabalha priorizando sempre o atendimento a alunos com deficiência da UNICAMP, mas isso não quer dizer que
não realize atividades externas, desde que não interfira nas necessidades
locais. Segundo Pupo, Carvalho e Oliveira (2008, p. 264) a produção de
material adaptado segue alguns procedimentos, como:
[...] O LAB entra em contato com os professores das disciplinas e
solicita o cronograma e a bibliografia que será usada ao longo de
seu curso. Verifica-se a existência ou não desse material on-line: no
Sistema de bibliotecas da UNICAMP (SBU) ou na web. Quando
o material é localizado, procede-se a digitalização que ocorre da seguinte maneira: o texto é passado pelo scanner e depois são feitas
uma cuidadosa correção e revisão [..]. As páginas são enumeradas,
respeitando-se o texto em tinta, pois caso o aluno com deficiência
visual precise fazer um trabalho e queira citar o texto, ele terá condições para isso. As notas de rodapé são colocadas no final do texto
para não atrapalhar a leitura do aluno. Caso ele queira consultar a
nota, basta dirigir-se ao final do texto. Em seguida, esse texto é enviado por e-mail à pessoa com deficiência, para leitura com auxílio dos
leitores de tela. Os textos são impressos em Braille a pedido: para
resenhas, seminários ou em língua estrangeira, conforme preferência
individual. Vale ressaltar que caso o material não seja localizado, a
editora é contatada para saber se é possível a sua aquisição em arquivo digital.
As autoras mencionam também que o LAB tem cumprido com sua
missão de incluir alunos com DV no processo de ensino-aprendizagem
da instituição, além de proporcionar a criação de projetos com outras unidades, facilitando a participação de outras áreas, como a Informática e a
Arquitetura, no processo de inclusão de alunos com DV. Como exem-
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plo, pode-se destacar o projeto realizado pela Faculdade de Educação,
em parceria com o Instituto de Computação, ambos da UNICAMP, que
resultou na criação do grupo “Todos nós – UNICAMP Acessível”. Esse
programa conta com a participação de 15 pesquisadores, que realizaram
testes com maquetes táteis e sonoras e acessibilidade em softwares. Outro
ganho com esses projetos foi a acessibilidade, via web, da página da Diretoria Acadêmica da UNICAMP (DAC). Isso ocorreu porque muitos
alunos com DV não conseguiam acessar as suas notas avaliativas e realizar
suas matrículas de maneira autônoma e dinâmica. Diante dessa constatação, a pesquisadora Amanda Meincke Line e a acadêmica Fabiana Bonilha
(cega congênita), realizaram diversos testes e treinamentos para os funcionários da DAC, tornando assim o portal acessível a todos. Cabe destacar
que, até 2008, o LAB atendia três alunos de Pós-Graduação e uma aluna
de Graduação e já havia digitalizado em torno de 1500 páginas, sendo
dois livros completos.
Ainda no contexto universitário, algumas experiências interessantes
podem ser observadas. Paula e Carvalho (2009) realizaram uma pesquisa
bibliográfica, bem como observação e análise de dois exemplos de bibliotecas universitárias acessíveis, que são a biblioteca da UNICAMP e a biblioteca da PUC-Campinas, referência de bibliotecas acessíveis no Brasil.
Os autores destacam as principais funções das bibliotecas universitárias,
que são o complemento ou apoio do ensino, pesquisa e extensão. Para isso,
a biblioteca necessita de um acervo atualizado em diferentes suportes, servindo de apoio às pesquisas e investigações científicas, complementando
os conteúdos abordados em sala de aula, sem deixar de capacitar seus funcionários por meio de formação continuada. Cabe à biblioteca universitária possuir equipe profissional especializada, contribuindo para uma
sociedade mais justa, com oportunidades iguais de acesso à informação
a todos seus usuários. O artigo cita os principais serviços informacionais
oferecidos pelas bibliotecas universitárias, que envolvem: atendimento a
consultas locais, serviços de empréstimos domiciliares, reserva de materiais, acesso à base de dados, empréstimo interbibliotecário (empréstimo
de materiais entre as bibliotecas), orientação de normatização de trabalhos
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acadêmicos, treinamento de usuários, fichas catalográficas (elaboração de
fichas em dissertações e teses) e outros. Conceitua a biblioteca acessível
como aquela que disponibiliza a informação em qualquer suporte informacional e provê acesso a todas as pessoas que dela necessitem. Conceitua
também a biblioteca adaptada como aquela que possui rampas, banheiros
adaptados, sinaleiras braille, entre outros.
Os autores citam os dois programas que norteiam a temática de
bibliotecas acessíveis. O primeiro programa acontece na biblioteca da
PUC-Campinas, onde é desenvolvido um trabalho com pessoas com
deficiência, em parceria com o ProAces (Projeto de Acessibilidade aos
Alunos com Deficiência Visual), que disponibiliza um bibliotecário e um
técnico em biblioteca para acompanhar os usuários até as estantes (serviço de referência) e fornecer orientação no uso dos produtos e serviços
disponibilizados pela biblioteca. O segundo programa ocorre na biblioteca central da UNICAMP, com o nome de Laboratório de Acessibilidade
(LAB), servindo de laboratório de apoio didático, visando ao acesso ao
conhecimento de todos os usuários, contando com recursos tecnológicos
e favorecendo o acesso à informação de alunos com deficiência.
Os autores discutem ainda a proposta de disciplina para cursos de
Graduação em Biblioteconomia. É oportuno ressaltar que a Portaria nº
1793 do MEC (BRASIL, 1994) recomenda aos cursos superiores que formam profissionais que irão trabalhar com pessoas com deficiência a inclusão na matriz curricular da disciplina “Aspectos Ético-Político-Educacionais da normalização e integração da pessoa com necessidades especiais”.
Sendo o curso de Biblioteconomia destinado à formação do profissional
bibliotecário, que irá também interagir com pessoas com NEE na busca
informacional em bibliotecas, é imprescindível a apresentação de conteúdos que subsidiem o atendimento de qualidade a esse público. Por isso, a
proposta de uma disciplina que vise incluir na formação do profissional da
área de Biblioteconomia a temática de acessibilidade à informação torna-se fundamental. Na proposta de ementa da disciplina, são apresentados
como objetivos gerais a capacitação de alunos do curso de biblioteconomia em atender uma demanda diferenciada, que são as pessoas com NEE,
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e também o cumprimento das exigências legais de acessibilidade. Segundo
Paula e Carvalho (2009, p. 75) os objetivos específicos são:
– descrever a trajetória histórica da inclusão escolar e suas implicações culturais e sociais;
– analisar a legislação que fundamenta e ampara a pessoa com deficiência;
– definir conceitos de deficiência e suas características, identificando
as principais barreiras no atendimento às pessoas com deficiência;
– conhecer recursos específicos do uso de tecnologias da informação
para tornar possível o acesso à informação em bibliotecas universitárias de pessoas com deficiência;
– estudar linguagens alternativas de comunicação.
Após a realização da pesquisa, os autores concluíram que há, de fato,
a necessidade de capacitar o bibliotecário na temática de acessibilidade em
bibliotecas universitárias, garantido a oferta de disciplinas que contemplem essa temática nas áreas de Biblioteconomia e ciência da informação.
4. DISCUSSÃO
A biblioteca no contexto educacional é importante, pois se insere
diretamente no atendimento da comunidade escolar e da comunidade
em geral. A principal missão de uma biblioteca é garantir o acesso à informação de qualquer pessoa, independentemente de suas particularidades e especificidades. Para que isso ocorra, a biblioteca deve contar com
um acervo amplo, diferentes suportes e mídias, profissionais capacitados
e preparados para atender a todos os seus usuários. Cabe destacar que,
nessa perspectiva, as principais funções da biblioteca são complementar
o processo de ensino-aprendizagem, fomentar a leitura e contribuir para
o tripé educacional que é o ensino, a pesquisa e a extensão. Dessa forma,
a acessibilidade em bibliotecas torna-se indispensável na busca informa-
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cional e no atendimento a alunos com NEE. Pensando nisso, muitas bibliotecas vêm construindo espaços alternativos, tanto físicos quanto digitais, passando por reformas arquitetônicas, visando melhor atender a essa
demanda, além de proporcionar capacitação aos funcionários que nelas
trabalham. Segundo Pereira et al (2008, p. 01):
A postura e habilidades dos profissionais da informação como um
todo, também tem estado em pauta frequente, principalmente no
tocante a importância do aprendizado e utilização das tecnologias
de comunicação e informação, contudo, um segmento de usuários
de informação, seja ela científica, técnica ou de utilidade pública,
não tem sido tão amplamente debatido como deveria; os usuários
portadores de necessidades especiais.
É de conhecimento geral que a acessibilidade em diferentes áreas
é muito importante para as pessoas com NEE, pois garante às mesmas
equiparação de oportunidades e sucesso em suas atividades diárias. Em
se tratando de acessibilidade em sistemas educacionais, todos os setores
devem estar de acordo com a lei e proporcionar melhores oportunidades
de aprendizado a alunos com NEE. Sendo a biblioteca um setor primordial na construção do conhecimento, por meio do acesso à informação,
é evidente a necessidade de adequação desse espaço e do trabalho nele
desenvolvido. Assim, o acesso à informação qualificada só será possível
se a biblioteca possuir um acervo completo e dinâmico com diferentes
suportes informacionais, garantindo o direito à informação a todas as pessoas. Sendo a informação um direito de todos, cabe à biblioteca garantir
esse direito às pessoas com NEE, por meio da inclusão informacional,
contribuindo significativamente para o processo de inclusão educacional.
Segundo Fonseca e Pinto (2010, p. 01):
A ideia de biblioteconomia inclusiva surgiu com noção de inclusão
social, começou-se a ver que os indivíduos com algum tipo de deficiência, temporária ou permanente, tinham tanta gana por informa-
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ção quanto os que não tinham nenhum tipo de deficiência. A partir
daí começaram a surgir métodos, práticas e tecnologias que ajudassem na inclusão de portadores de deficiências, tanto temporárias
quanto permanentes. Com isso surgiu a necessidade de profissionais
bibliotecários capacitados que fossem aptos a disponibilizar formas
de acesso à informação para esses indivíduos.
Muitas instituições já estão trabalhando com esse conceito de inclusão informacional, proporcionando acesso ao conhecimento a pessoas com NEE, através de espaços adaptados, como bibliotecas inclusivas.
Segundo Pupo, Carvalho e Oliveira (2008, p. 265), “[...] o laboratório
de acessibilidade tem cumprido sua missão de proporcionar um ambiente
inclusivo de suporte ao ensino e aprendizagem aos alunos com deficiência
visual”.
Outro fator proeminente em relação à acessibilidade em bibliotecas é a utilização da TA, que visa subsidiar as atividades educacionais de
alunos com NEE, assim muitos profissionais bibliotecários devem estar
aptos à utilização desses recursos, garantindo o acesso à informação e o
atendimento a esse público que vem crescendo constantemente nas instituições de ensino.
5. CONCLUSÃO
A referida pesquisa contribuiu significativamente para as reflexões
acerca da temática proposta, abordando a inclusão informacional de pessoas com NEE, com ênfase nos diferentes suportes e serviços que auxiliam os profissionais bibliotecários e as próprias pessoas com NEE em
suas atividades educacionais. A partir do levantamento realizado, torna-se evidente a importância da Tecnologia Assistiva e das ajudas técnicas
no processo de ensino-aprendizagem de alunos com NEE, bem como o
papel primordial das bibliotecas no processo inclusivo, por meio da inclusão informacional. Esta pesquisa revela a necessidade de capacitação e
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conhecimento de profissionais bibliotecários para o atendimento de pessoas com NEE.
Cabe destacar que a análise dos dados obtidos nesta pesquisa possibilitou observar a preocupação dos profissionais bibliotecários em obter
conhecimento para atender à pessoa com deficiência. Essa carência poderia ser suprida por meio de cursos de capacitação ou através do próprio
curso de Graduação, incluindo em sua matriz curricular uma disciplina
que privilegie o atendimento a pessoas com NEE no aprendizado dos
acadêmicos de Biblioteconomia . Ressalta-se, ainda, que existem poucas
pesquisas bibliográficas acerca dessa temática, principalmente livros publicados, havendo uma lacuna na produção acadêmica sobre esse assunto.
Dessa forma, os bibliotecários e pesquisadores poderiam debruçar-se sobre essa área de conhecimento, produzindo outros materiais que abordassem essa temática e contribuindo para a inclusão informacional de pessoas
com NEE.
Outrossim, a pesquisa traz à tona a importância da biblioteca no
processo de inclusão educacional e o quanto a informação é necessária
para os alunos, independentemente de suas especificidades e particularidades. Resta a certeza de que ainda falta muito para que realmente as
pessoas com NEE possam estar incluídas nas redes de ensino comum e
em seus diferentes espaços, como as bibliotecas, mas, se todos os profissionais de educação se dedicarem a essa inclusão, independentemente de
suas atribuições, mediante um programa de capacitação e qualificação
profissional, é possível proporcionar uma educação inclusiva, com um
atendimento de qualidade em todos os espaços educativos, notadamente
as bibliotecas.
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Title: Informational inclusion of students with special educational needs (SEN) in
libraries.
Author: Vitor Gonçalves Dias.
Abstract: The purpose of this research is to promote the thoughts about
informational inclusion in libraries as a way to contribute to an inclusive
education in Institutions of Higher Education. It emphasizes the importance
of technical assistances, assistive technologies, products and services that
contribute to the informational inclusion of people with special educational
needs (SEN). It discusses the lack of training of librarians in serving people with
special needs, and the importance of the library on the educational inclusion
through informational inclusion. We highlight that there are few bibliographic
materials on this topic, especially books.
Keywords: Informational Inclusion. Inclusive Education. Library. Assistive
Technologies.
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