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Inclusão informacional de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) em bibliotecas1 Vitor Gonçalves Dias2 Resumo: A referida pesquisa bibliográfica tem como objetivo fomentar a reflexão acerca da inclusão informacional em bibliotecas como meio de contribuir para a efetivação de uma educação inclusiva nas instituições de ensino. Ressalta a importância de ajudas técnicas, tecnologias assistivas, bem como produtos e serviços que contribuam para a inclusão informacional de pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE). Discute a necessidade de capacitação de profissionais bibliotecários no atendimento a pessoas com NEE, além da importância da biblioteca no que tange à inclusão educacional por meio da inclusão informacional. Ressalta, ainda, a carência de pesquisas e materiais bibliográficos sobre essa temática, que se torna tão relevante no contexto atual. Palavras–chave: Inclusão informacional. Educação inclusiva. Biblioteca. Tecnologias Assistivas. Orientadora: Aline de Cássia Damasceno Lagoeiro. Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduada em Pedagogia pela mesma instituição. Tutora do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 1 Especialista em Educação Especial Geral pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <vitor_furg@ hotmail.com>. 2 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 117 1. INTRODUÇÃO Neste artigo, abordaremos de maneira minudente a importância das bibliotecas no processo de inclusão educacional, através da inclusão informacional. Analisaremos a importância de ajudas técnicas, Tecnologia Assistiva e outros serviços e produtos que auxiliam os profissionais que trabalham em bibliotecas na disseminação informacional e no atendimento a pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE). Além disso, cabe aqui destacar que foi escolhida esta temática devido à importância que a biblioteca possui diante da plenitude do processo de ensino-aprendizagem das instituições de ensino e das significativas contribuições que esse espaço pedagógico pode conceder tanto aos profissionais da educação, ao oferecer ações de apoio e assessoramento em pesquisas e consultas bibliográficas, quanto aos educandos, no acesso qualificado à informação. Diante de observações contínuas e de pesquisas desenvolvidas, é notória a falta de profissionais qualificados e a disponibilização de técnicas e equipamentos que visem facilitar o acesso de informações aos educandos com NEE e, em especial, o quanto essa carência dificulta e, por vezes, impede a permanência desse educando na biblioteca e até mesmo na instituição. Para atingir tal intento, as bibliotecas, notadamente aquelas situadas dentro de instituições de ensino, devem acolher os alunos com NEE de maneira justa e igualitária, transformando seu espaço físico e incorporando às suas ações metodologias e técnicas que propiciem o aprendizado e a ampla disseminação de informações a todos os seus usuários. É de conhecimento geral que um dos objetivos da biblioteca é fornecer a todas as pessoas o acesso às informações, independentemente de suas diferenças e especificidades. Cabe ao profissional bibliotecário disponibilizar, por meio de diferentes suportes e meios, o acesso à informação e ao conhecimento. Por isso, nesse contexto de disponibilização informacional, a biblioteca deve participar ativamente do desafio da educação inclusiva, seja pelo aperfeiçoamento dos profissionais bibliotecários, seja pelas modificações arquitetônicas. Mais do que fazer parte da inclusão educacional, a biblioteca deve fazer parte da inclusão informacional, fornecen 118 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 do subsídios e suportes para os alunos com NEE, através da Tecnologia Assistiva e do tratamento adequado da informação. Além disso, no que tange à educação inclusiva, muitos materiais bibliográficos abordam apenas como instrumento norteador para inclusão as modificações de espaço físico (acessibilidade) e treinamento ou aperfeiçoamento de professores para atender os alunos com NEE, como se esses itens fossem suficientes para contribuir com a inclusão educacional. Frente a isso, o presente trabalho visa fornecer informações relevantes para a inclusão informacional em bibliotecas, contribuindo para a educação inclusiva da instituição como um todo. 2. METODOLOGIA O objetivo do presente artigo foi realizar uma pesquisa bibliográfica acerca da inclusão informacional em bibliotecas como meio de contribuir com a educação inclusiva nas instituições de ensino. Buscamos realizar um abrangente levantamento bibliográfico em relação à inclusão informacional em bibliotecas, visando subsidiar as reflexões sobre o atendimento às pessoas com NEE e a importância da biblioteca no desafio da educação inclusiva. Depois de selecionarmos alguns materiais relevantes de diferentes suportes dentre a literatura existente, como revistas, artigos científicos, livros e outros, partimos para a análise textual dos materiais, a análise temática e, em seguida, a interpretação textual desses materiais. Com materiais bibliográficos básicos e relevantes do referido campo teórico, pudemos observar a importância e a urgência de contribuir para o desafio da educação inclusiva, seja através de análises, sugestões e/ou conclusões a respeito da indispensável contribuição e efetiva atuação das bibliotecas e dos bibliotecários na inclusão de alunos com NEE. Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 119 3. RESULTADOS Em relação à acessibilidade, Torres, Mazzoni e Alves (2002) discutem a acessibilidade digital e a interação das pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) com a informação em bibliotecas. O artigo destaca que a acessibilidade vai além dos aspectos físicos e arquitetônicos. Os movimentos pró-acessibilidade estão se preocupando também com a acessibilidade em espaço digital, espaço na comunicação via utilização dos computadores. Além disso, o texto disserta sobre a interação entre as bibliotecas e acessibilidade no espaço digital, mencionando algumas ajudas técnicas e adaptações que visam auxiliar as bibliotecas no atendimento às pessoas com NEE, objetivando o acesso universal à informação em meio digital. O artigo destaca também o papel fundamental do Comitê Internacional W3C, que atua como gestor de diretivas e sugere algumas recomendações para construção de sites na web, documentos em meio digital e outros. Essas recomendações visam adotar alguns princípios, como assegurar uma transformação harmoniosa da informação, ou seja, apresentar a informação em distintos formatos, mas com o mesmo conteúdo, isto é, a informação em áudio deve possuir sua versão em texto e fazer o conteúdo compreensível e navegável por todas as pessoas. A respeito da acessibilidade digital, os autores ressaltam que: A acessibilidade no espaço digital consiste em tornar disponível ao usuário, de forma autônoma, toda a informação que lhe for franqueável (informação para a qual o usuário tenha código de acesso ou, então, esteja liberada para todos os usuários), independentemente de suas características corporais, sem prejuízos quanto ao conteúdo da informação (TORRES; MAZZONI; ALVES, 2000, p. 85). Os autores relatam ainda a relação existente entre o espaço digital e as bibliotecas, que ocorre de duas maneiras: de maneira remota, acessando os serviços e o acervo via on-line, ou presencial, comparecendo à biblioteca e desfrutando do acervo. 120 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 Para garantir o acesso a esses serviços, são necessárias algumas adaptações e ajudas técnicas (produtos, instrumentos, programas e serviços técnicos que visam facilitar as atividades rotineiras das pessoas com NEE), para que todas as pessoas, independentemente de suas limitações e diferenças, possam ter acesso à informação. Essas adaptações visam facilitar o acesso à base de dados, a consulta ao catálogo e o acesso à biblioteca virtual. Dentre as adaptações, algumas podem ser destacadas. No caso de adaptações para pessoas com deficiência motora, destaca-se a independência no uso do mouse, principalmente com o dispositivo apontador; a independência no uso do teclado, acionado por movimentos voluntários como sopro, movimentos com a cabeça e outros e flexibilidade no tempo de resposta (o sistema de maneira alguma pode desconectar o usuário que demora a executar comandos). No caso de adaptações para pessoas com deficiência auditiva, materiais audiovisuais devem ser legendados, tendo como prioridade a legenda em LIBRAS, opções de volume no hardware, disponibilizado pela biblioteca para usuários com baixa audição, acesso visual à informação sonora. Em relação às pessoas com deficiência visual, podem-se citar adaptações como ampliação de imagens e contraste da tela para pessoas com baixa visão, o que é possível utilizando software e navegadores que possuem essa função, software para leitura de tela, associado ao sintetizador de voz, opção sonora para acesso à informação armazenada em qualquer formato e opções para acesso à informação em braille, seja em formato impresso, seja em outros formatos, por intermédio de periféricos. Além disso, os autores ressaltam a importância do profissional bibliotecário em acolher o usuário com NEE, permitindo que ele receba o mesmo atendimento e tenha acesso aos mesmos serviços disponibilizados a todos os demais usuários da biblioteca. Assim, cabe ao bibliotecário permitir a participação de todos os seus usuários aos serviços que disponibiliza, utilizando mídias alternativas que visam facilitar a disponibilização da informação para todos, mas, para que isso ocorra, é necessário suporte adequado, tanto para auxiliar na utilização das ajudas técnicas quanto na preparação dos materiais alternativos, tais como digitalização de textos impressos, transcrição em texto de documento oral e a descrição de documentos visuais. Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 121 Finalmente, destaca-se a relevância do espaço digital que permite o novo, sendo possível oferecer um acesso muito mais amplo à informação, armazenando-a e disponibilizando-a em diferentes formatos. Assim, observa-se que a acessibilidade digital deve ser considerada como requisito para toda atualização que se faça nos sistemas de informação e documentação utilizados pelas bibliotecas, ou também na ocasião em que se amplia o acervo, com títulos multimídias e aquisição de novos produtos e equipamentos. Para promover a inclusão nesses espaços, Fonseca e Pinto (2010) relatam a importância da Biblioteconomia inclusiva e seu surgimento com a noção de inclusão social e da necessidade de capacitação dos profissionais bibliotecários no atendimento e disponibilização da informação a pessoas com NEE. Esses autores referenciam a biblioteca como sendo essencial para o desenvolvimento educacional, informacional, social, cultural e socioeconômico de todos os usuários. Ressaltam que, para ocorrer a acessibilidade na biblioteca, esta deve garantir um espaço livre das barreiras arquitetônicas, sendo primordial o trabalho conjunto entre bibliotecários e arquitetos. Para que o espaço da biblioteca seja acessível, é necessário considerar alguns itens, como: facilidades e dificuldades de acesso – pisos, obstáculos, portas, corredores; condições de manuseio e leitura – altura das estantes, pontos de acomodação de leitura; conforto e segurança – altura das mesas, sinalização de piso; equidade espacial – garantia de utilização do espaço por qualquer pessoa, independentemente de suas limitações. Os autores abordam também a Tecnologia Assistiva (TA) e sua contribuição na inclusão e acessibilidade. Conceituam TA como recursos e serviços que promovem a independência e autonomia de pessoas com NEE, facilitando suas atividades rotineiras e ampliando suas habilidades funcionais. Os autores ressaltam que, no caso da Biblioteconomia, a TA contribui para tornar as bibliotecas inclusivas, incluindo pessoas com NEE dentro dos centros informacionais, seja no meio digital, seja no virtual ou no físico. Assim, cabe ao bibliotecário estar familiarizado com a TA para utilizá-la em sua biblioteca e garantir a todos os usuários o acesso 122 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 à informação. Segundo Fonseca e Pinto (2010, p. 07) são exemplos de TAs que podem ser utilizadas na biblioteca: • Equipamentos de auxílio à mobilidade: o Stair Track e o Evacu-Trac. Enquanto o Stair Trac pode ser acoplado a uma cadeira de rodas para auxiliar a subir e a descer escadas, o Evacu-Trac foi desenhado para auxiliar na mobilidade de pessoas com dificuldades de locomoção. • Ampliadores de telas: ampliam e modificam as cores da tela, visando melhorar a leitura de textos e a percepção de imagens, para pessoas com dificuldades de enxergar, exemplo: lentes de aumento. • Leitores de tela: lêem informações textuais por meio de sintetizadores de voz ou displays em Braille, para pessoas cegas ou com dificuldades de leitura, exemplos: Virtual Vision, Monitivox, Jaws. • Programas de reconhecimento de voz: possibilitam o acionamento de comandos dos programas via voz e podem ser usados por quem tem deficiência que dificulte ou impeça o uso de teclado ou mouse, por exemplo. • Teclados alternativos: simulam o funcionamento de um teclado normal, logo ajudando as pessoas que tenham alguma dificuldade ou impossibilidade de utilizar o teclado convencional, são exemplos teclados com espaçamento maior ou menor entre as teclas, teclados virtuais etc. • Dispositivos apontadores alternativos: simulam o funcionamento do mouse e assim podem ser utilizados por quem não possa utilizar o mouse convencional, exemplos são aqueles que são acionados com os olhos (eye gaze systems) ou com os pés. Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 123 Os autores citam também a utilização do DOSVOX, um sistema operacional gratuito, utilizado por deficientes visuais, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolvido para microcomputadores da linha PC, que já disponibiliza mais de 80 programas, como editores de texto, telnet, ftp, navegadores, jogos e outros. Ressaltam, em suas análises, a proposta de biblioteca inclusiva com o intuito de incluir, nos sistemas de informação, uma parcela da sociedade, muitas vezes esquecida em projetos de construção e acesso à informação. Relatam também que o acesso à informação gira em torno das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs; logo, a implementação dessas tecnologias auxiliará as pessoas com NEE na busca informacional. Destaca-se, nesse contexto, a proeminência do profissional bibliotecário, considerado o elo entre o usuário e a informação, garantindo a todos o acesso à informação, independentemente do suporte no qual ela se encontra. Da mesma forma, apresenta-se como fundamental a capacitação do profissional bibliotecário e a utilização da TA na biblioteca, garantindo, assim, um melhor atendimento aos usuários. Em sua pesquisa, Pereira et al. (2010) analisam as habilidades dos profissionais bibliotecários em relação à Tecnologia Assistiva (TA). Essa análise foi feita utilizando como instrumento metodológico de pesquisa o questionário fechado in loco, além da utilização da pesquisa bibliográfica. Cabe destacar que a pesquisa foi realizada apenas nas Instituições de Ensino Superior (IES) do município de João Pessoa/PB. Os autores ressaltam que o acesso à informação e, consequentemente, o acesso à leitura são direitos sociais e garantidos por lei, por isso promover o acesso à informação, além do exercício de cidadania, é zelar pela garantia de um direito. Com o avanço colossal da informação em diferentes suportes, cabe ao bibliotecário disponibilizar de forma igualitária a informação para todas as pessoas. No que tange à TA, os autores abordam sua função, que é promover a acessibilidade, independência e autonomia às pessoas com NEE, por meio de recursos e serviços capazes de amenizar as barreiras existentes, além de otimizar as habilidades funcionais dessas pessoas. Citam alguns 124 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 recursos mais utilizados, através da seleção por categorias de produtos segundo Bersh (apud PEREIRA et al., 2010, p. 05). São eles: – Auxílio para a vida diária e prática, equipamentos que facilitam a autonomia das pessoas com NEE em suas atividades rotineiras como comer, tomar um copo com água etc. – Comunicação aumentativa e alternativa, para pessoas com dificuldades na fala e escrita funcional. – Recursos de acessibilidade ao computador. – Sistemas de controle de ambientes, equipamentos para facilitar atividades como acender e apagar a luz, ligar um aparelho de TV ou atender ao telefone. – Projetos arquitetônicos para acessibilidade, como rampas, mapas táteis, pisos táteis, toaletes adaptados. – Órteses e próteses, como suporte adaptado pela falta de um dedo, por exemplo. – Adequação postural, equipamentos que auxiliam e contribuem para uma postura correta. – Auxílio de mobilidade, como bengalas, cadeiras de rodas etc. – Auxílio para cegos ou para pessoas com visão subnormal, como equipamentos dotados de sinais sonoros, lupas, lentes e outros. – Auxílio para pessoas com surdez ou déficit auditivo, como equipamentos de infravermelho, leitores, aparelhos para surdez, alertas visuais e outros. – Adaptações de veículos, exemplos facilitadores de embarque e desembarque, rampas e outros equipamentos que facilitem sua autonomia em conduzir um veículo automotor. Na coleta e avaliação dos dados, os autores ressaltam que, ao realizar esse trabalho, foi necessária a utilização do questionário com bibliotecários de bibliotecas universitárias de IES públicas e privadas do município de João Pessoa/ PB, com o intuito de avaliar: – Se, nas bibliotecas em que trabalham, há usuários com NEE. – Se se sentem aptos a atender as pessoas com NEE e, em caso afir- Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 125 mativo, se possuem algum tipo de capacitação, treinamento ou curso. – Se sabiam o significado do termo “Tecnologia Assistiva” e em qual esfera esse tipo de conhecimento deveria ser estudado. O questionário foi respondido por 14 bibliotecários, porém apenas 12 foram tabulados e interpretados, visto que 2 dos bibliotecários apresentavam alguma deficiência e, portanto, já eram utilizadores de TA, não fazendo parte do público a ser analisado (pessoas que não eram deficientes). Nas considerações finais, os autores relatam que, com a análise dos dados coletados, foi possível perceber que: Há uma demanda real de portadores de necessidades especiais nas bibliotecas universitárias como ainda que um quantitativo elevado número de bibliotecários que se consideram aptos a atender usuários com alguma limitação, contudo, percebe-se que o empirismo domina as práticas bibliotecárias nesse aspecto, uma vez que é inversamente proporcional a quantidade de profissionais que tiveram alguma preparação para tal (PEREIRA et al., 2010, p. 09). Os autores ressaltam também que o termo TA ainda é estranho ao vocabulário dos bibliotecários, pois, após sua explicação, um número elevado de bibliotecários mudou suas respectivas respostas quanto à existência de TA em seus locais de trabalho. Outro fator que corrobora com essa ideia é o fato de que, ao perguntar se a biblioteca possuía TA, alguns disseram que não, porém, em algumas bibliotecas, estavam presentes rampas e toaletes adaptados. No que se refere à análise do questionário, muitos responderam que é de extrema importância estudar essa temática na Graduação ou em cursos especializados. Portanto, a promoção do acesso à informação não se dá apenas no âmbito dos suportes informacionais, mas também na estrutura de apoio, como ainda nas habilidades dos profissionais e de sua equipe. A TA precisa ser discutida, inclusive nos programas 126 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 de formação profissional; além disso, precisa ser utilizada nas rotinas das bibliotecas. Pupo, Carvalho e Oliveira (2008) apresentam o relato de uma experiência vivenciada na Biblioteca Central César Lattes e no Laboratório de Acessibilidade (LAB) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), referente ao atendimento a alunos com deficiência visual (DV) e o papel importante que esses setores têm na inclusão educacional. Em seu artigo, as autoras ressaltam que as escolas inclusivas devem proporcionar a todos os alunos a liberdade de aprender, de acordo com suas diferenças e limitações, em tempo diverso, respeitando sempre a singularidade de cada indivíduo. Além disso, destaca que a legislação determina que as instituições devem proporcionar aos DVs, caso seja solicitado, uma sala de apoio, contendo: Impressora em Braille; sintetizadores de voz; máquina de datilografia em Braille; gravador e fotocopiadora que amplie textos; aquisição de materiais bibliográficos em áudio; software de ampliação de tela; equipamento para ampliação de texto, para alunos com visão subnormal; lupas e réguas de leitura; scanner acoplado ao computador; e aquisição de materiais bibliográficos dos conteúdos básicos em Braille (BRASIL, 1999). O artigo destaca ainda que as bibliotecas devem estar atentas à Lei nº 9.610/98 sobre direitos autorais, que autoriza a reprodução, sem fins comerciais, de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de DVs. Como exemplo, temos algumas fundações, como Dorina Nowill, que são autorizadas a reproduzir, sem fins lucrativos, livros em alfabeto braille. As autoras analisam ainda a criação do LAB no atendimento a alunos com deficiência visual, que ocorreu pela necessidade da UNICAMP se adequar às leis vigentes de acessibilidade e inclusão educacional. Assim, em 2002 foi criada a sala de acesso à informação (coordenada por uma bibliotecária) e um laboratório de apoio didático (coordenado por uma pedagoga), ambos localizados no espaço da Biblioteca Central César Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 127 Lattes da Unicamp, que recebeu o nome de LAB. Esse espaço tem como foco elaborar atividades que visam estimular a autonomia e independência dos acadêmicos com DV, além de ser responsável pela produção de materiais adaptados e software destinado a esse público. Cabe destacar que o LAB trabalha priorizando sempre o atendimento a alunos com deficiência da UNICAMP, mas isso não quer dizer que não realize atividades externas, desde que não interfira nas necessidades locais. Segundo Pupo, Carvalho e Oliveira (2008, p. 264) a produção de material adaptado segue alguns procedimentos, como: [...] O LAB entra em contato com os professores das disciplinas e solicita o cronograma e a bibliografia que será usada ao longo de seu curso. Verifica-se a existência ou não desse material on-line: no Sistema de bibliotecas da UNICAMP (SBU) ou na web. Quando o material é localizado, procede-se a digitalização que ocorre da seguinte maneira: o texto é passado pelo scanner e depois são feitas uma cuidadosa correção e revisão [..]. As páginas são enumeradas, respeitando-se o texto em tinta, pois caso o aluno com deficiência visual precise fazer um trabalho e queira citar o texto, ele terá condições para isso. As notas de rodapé são colocadas no final do texto para não atrapalhar a leitura do aluno. Caso ele queira consultar a nota, basta dirigir-se ao final do texto. Em seguida, esse texto é enviado por e-mail à pessoa com deficiência, para leitura com auxílio dos leitores de tela. Os textos são impressos em Braille a pedido: para resenhas, seminários ou em língua estrangeira, conforme preferência individual. Vale ressaltar que caso o material não seja localizado, a editora é contatada para saber se é possível a sua aquisição em arquivo digital. As autoras mencionam também que o LAB tem cumprido com sua missão de incluir alunos com DV no processo de ensino-aprendizagem da instituição, além de proporcionar a criação de projetos com outras unidades, facilitando a participação de outras áreas, como a Informática e a Arquitetura, no processo de inclusão de alunos com DV. Como exem- 128 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 plo, pode-se destacar o projeto realizado pela Faculdade de Educação, em parceria com o Instituto de Computação, ambos da UNICAMP, que resultou na criação do grupo “Todos nós – UNICAMP Acessível”. Esse programa conta com a participação de 15 pesquisadores, que realizaram testes com maquetes táteis e sonoras e acessibilidade em softwares. Outro ganho com esses projetos foi a acessibilidade, via web, da página da Diretoria Acadêmica da UNICAMP (DAC). Isso ocorreu porque muitos alunos com DV não conseguiam acessar as suas notas avaliativas e realizar suas matrículas de maneira autônoma e dinâmica. Diante dessa constatação, a pesquisadora Amanda Meincke Line e a acadêmica Fabiana Bonilha (cega congênita), realizaram diversos testes e treinamentos para os funcionários da DAC, tornando assim o portal acessível a todos. Cabe destacar que, até 2008, o LAB atendia três alunos de Pós-Graduação e uma aluna de Graduação e já havia digitalizado em torno de 1500 páginas, sendo dois livros completos. Ainda no contexto universitário, algumas experiências interessantes podem ser observadas. Paula e Carvalho (2009) realizaram uma pesquisa bibliográfica, bem como observação e análise de dois exemplos de bibliotecas universitárias acessíveis, que são a biblioteca da UNICAMP e a biblioteca da PUC-Campinas, referência de bibliotecas acessíveis no Brasil. Os autores destacam as principais funções das bibliotecas universitárias, que são o complemento ou apoio do ensino, pesquisa e extensão. Para isso, a biblioteca necessita de um acervo atualizado em diferentes suportes, servindo de apoio às pesquisas e investigações científicas, complementando os conteúdos abordados em sala de aula, sem deixar de capacitar seus funcionários por meio de formação continuada. Cabe à biblioteca universitária possuir equipe profissional especializada, contribuindo para uma sociedade mais justa, com oportunidades iguais de acesso à informação a todos seus usuários. O artigo cita os principais serviços informacionais oferecidos pelas bibliotecas universitárias, que envolvem: atendimento a consultas locais, serviços de empréstimos domiciliares, reserva de materiais, acesso à base de dados, empréstimo interbibliotecário (empréstimo de materiais entre as bibliotecas), orientação de normatização de trabalhos Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 129 acadêmicos, treinamento de usuários, fichas catalográficas (elaboração de fichas em dissertações e teses) e outros. Conceitua a biblioteca acessível como aquela que disponibiliza a informação em qualquer suporte informacional e provê acesso a todas as pessoas que dela necessitem. Conceitua também a biblioteca adaptada como aquela que possui rampas, banheiros adaptados, sinaleiras braille, entre outros. Os autores citam os dois programas que norteiam a temática de bibliotecas acessíveis. O primeiro programa acontece na biblioteca da PUC-Campinas, onde é desenvolvido um trabalho com pessoas com deficiência, em parceria com o ProAces (Projeto de Acessibilidade aos Alunos com Deficiência Visual), que disponibiliza um bibliotecário e um técnico em biblioteca para acompanhar os usuários até as estantes (serviço de referência) e fornecer orientação no uso dos produtos e serviços disponibilizados pela biblioteca. O segundo programa ocorre na biblioteca central da UNICAMP, com o nome de Laboratório de Acessibilidade (LAB), servindo de laboratório de apoio didático, visando ao acesso ao conhecimento de todos os usuários, contando com recursos tecnológicos e favorecendo o acesso à informação de alunos com deficiência. Os autores discutem ainda a proposta de disciplina para cursos de Graduação em Biblioteconomia. É oportuno ressaltar que a Portaria nº 1793 do MEC (BRASIL, 1994) recomenda aos cursos superiores que formam profissionais que irão trabalhar com pessoas com deficiência a inclusão na matriz curricular da disciplina “Aspectos Ético-Político-Educacionais da normalização e integração da pessoa com necessidades especiais”. Sendo o curso de Biblioteconomia destinado à formação do profissional bibliotecário, que irá também interagir com pessoas com NEE na busca informacional em bibliotecas, é imprescindível a apresentação de conteúdos que subsidiem o atendimento de qualidade a esse público. Por isso, a proposta de uma disciplina que vise incluir na formação do profissional da área de Biblioteconomia a temática de acessibilidade à informação torna-se fundamental. Na proposta de ementa da disciplina, são apresentados como objetivos gerais a capacitação de alunos do curso de biblioteconomia em atender uma demanda diferenciada, que são as pessoas com NEE, 130 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 e também o cumprimento das exigências legais de acessibilidade. Segundo Paula e Carvalho (2009, p. 75) os objetivos específicos são: – descrever a trajetória histórica da inclusão escolar e suas implicações culturais e sociais; – analisar a legislação que fundamenta e ampara a pessoa com deficiência; – definir conceitos de deficiência e suas características, identificando as principais barreiras no atendimento às pessoas com deficiência; – conhecer recursos específicos do uso de tecnologias da informação para tornar possível o acesso à informação em bibliotecas universitárias de pessoas com deficiência; – estudar linguagens alternativas de comunicação. Após a realização da pesquisa, os autores concluíram que há, de fato, a necessidade de capacitar o bibliotecário na temática de acessibilidade em bibliotecas universitárias, garantido a oferta de disciplinas que contemplem essa temática nas áreas de Biblioteconomia e ciência da informação. 4. DISCUSSÃO A biblioteca no contexto educacional é importante, pois se insere diretamente no atendimento da comunidade escolar e da comunidade em geral. A principal missão de uma biblioteca é garantir o acesso à informação de qualquer pessoa, independentemente de suas particularidades e especificidades. Para que isso ocorra, a biblioteca deve contar com um acervo amplo, diferentes suportes e mídias, profissionais capacitados e preparados para atender a todos os seus usuários. Cabe destacar que, nessa perspectiva, as principais funções da biblioteca são complementar o processo de ensino-aprendizagem, fomentar a leitura e contribuir para o tripé educacional que é o ensino, a pesquisa e a extensão. Dessa forma, a acessibilidade em bibliotecas torna-se indispensável na busca informa- Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 131 cional e no atendimento a alunos com NEE. Pensando nisso, muitas bibliotecas vêm construindo espaços alternativos, tanto físicos quanto digitais, passando por reformas arquitetônicas, visando melhor atender a essa demanda, além de proporcionar capacitação aos funcionários que nelas trabalham. Segundo Pereira et al (2008, p. 01): A postura e habilidades dos profissionais da informação como um todo, também tem estado em pauta frequente, principalmente no tocante a importância do aprendizado e utilização das tecnologias de comunicação e informação, contudo, um segmento de usuários de informação, seja ela científica, técnica ou de utilidade pública, não tem sido tão amplamente debatido como deveria; os usuários portadores de necessidades especiais. É de conhecimento geral que a acessibilidade em diferentes áreas é muito importante para as pessoas com NEE, pois garante às mesmas equiparação de oportunidades e sucesso em suas atividades diárias. Em se tratando de acessibilidade em sistemas educacionais, todos os setores devem estar de acordo com a lei e proporcionar melhores oportunidades de aprendizado a alunos com NEE. Sendo a biblioteca um setor primordial na construção do conhecimento, por meio do acesso à informação, é evidente a necessidade de adequação desse espaço e do trabalho nele desenvolvido. Assim, o acesso à informação qualificada só será possível se a biblioteca possuir um acervo completo e dinâmico com diferentes suportes informacionais, garantindo o direito à informação a todas as pessoas. Sendo a informação um direito de todos, cabe à biblioteca garantir esse direito às pessoas com NEE, por meio da inclusão informacional, contribuindo significativamente para o processo de inclusão educacional. Segundo Fonseca e Pinto (2010, p. 01): A ideia de biblioteconomia inclusiva surgiu com noção de inclusão social, começou-se a ver que os indivíduos com algum tipo de deficiência, temporária ou permanente, tinham tanta gana por informa- 132 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 ção quanto os que não tinham nenhum tipo de deficiência. A partir daí começaram a surgir métodos, práticas e tecnologias que ajudassem na inclusão de portadores de deficiências, tanto temporárias quanto permanentes. Com isso surgiu a necessidade de profissionais bibliotecários capacitados que fossem aptos a disponibilizar formas de acesso à informação para esses indivíduos. Muitas instituições já estão trabalhando com esse conceito de inclusão informacional, proporcionando acesso ao conhecimento a pessoas com NEE, através de espaços adaptados, como bibliotecas inclusivas. Segundo Pupo, Carvalho e Oliveira (2008, p. 265), “[...] o laboratório de acessibilidade tem cumprido sua missão de proporcionar um ambiente inclusivo de suporte ao ensino e aprendizagem aos alunos com deficiência visual”. Outro fator proeminente em relação à acessibilidade em bibliotecas é a utilização da TA, que visa subsidiar as atividades educacionais de alunos com NEE, assim muitos profissionais bibliotecários devem estar aptos à utilização desses recursos, garantindo o acesso à informação e o atendimento a esse público que vem crescendo constantemente nas instituições de ensino. 5. CONCLUSÃO A referida pesquisa contribuiu significativamente para as reflexões acerca da temática proposta, abordando a inclusão informacional de pessoas com NEE, com ênfase nos diferentes suportes e serviços que auxiliam os profissionais bibliotecários e as próprias pessoas com NEE em suas atividades educacionais. A partir do levantamento realizado, torna-se evidente a importância da Tecnologia Assistiva e das ajudas técnicas no processo de ensino-aprendizagem de alunos com NEE, bem como o papel primordial das bibliotecas no processo inclusivo, por meio da inclusão informacional. Esta pesquisa revela a necessidade de capacitação e Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 133 conhecimento de profissionais bibliotecários para o atendimento de pessoas com NEE. Cabe destacar que a análise dos dados obtidos nesta pesquisa possibilitou observar a preocupação dos profissionais bibliotecários em obter conhecimento para atender à pessoa com deficiência. Essa carência poderia ser suprida por meio de cursos de capacitação ou através do próprio curso de Graduação, incluindo em sua matriz curricular uma disciplina que privilegie o atendimento a pessoas com NEE no aprendizado dos acadêmicos de Biblioteconomia . Ressalta-se, ainda, que existem poucas pesquisas bibliográficas acerca dessa temática, principalmente livros publicados, havendo uma lacuna na produção acadêmica sobre esse assunto. Dessa forma, os bibliotecários e pesquisadores poderiam debruçar-se sobre essa área de conhecimento, produzindo outros materiais que abordassem essa temática e contribuindo para a inclusão informacional de pessoas com NEE. Outrossim, a pesquisa traz à tona a importância da biblioteca no processo de inclusão educacional e o quanto a informação é necessária para os alunos, independentemente de suas especificidades e particularidades. Resta a certeza de que ainda falta muito para que realmente as pessoas com NEE possam estar incluídas nas redes de ensino comum e em seus diferentes espaços, como as bibliotecas, mas, se todos os profissionais de educação se dedicarem a essa inclusão, independentemente de suas atribuições, mediante um programa de capacitação e qualificação profissional, é possível proporcionar uma educação inclusiva, com um atendimento de qualidade em todos os espaços educativos, notadamente as bibliotecas. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1793, de 27 de dezembro de 1994. Diário Oficial da União, Brasília, 28 dez. 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/portaria1793.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2013. 134 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013 ________. Portaria nº 1.679, de 02 de dezembro de 1999. Diário Oficial da União, Brasília, 3 dez. 1999. Disponível em: <http://www.cedipod.org.br/edu1679.htm>. Acesso em: 28 ago. 2012. FONSECA, J. C.; PINTO, T. L. Tecnologias assistivas para a biblioteca inclusiva: uma forma de oferecer informação a todos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, GESTÃO, E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: OS DESAFIOS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO FRENTE ÀS TECNOLOGIAS E SUPORTES INFORMACIONAIS DO SÉCULO XXI: LUGARES DE MEMÓRIA PARA A BIBLIOTECONOMIA, 33, 2010. Anais... Paraíba: Universidade Federal do Paraíba (UFPB), 2010. Disponível em: <http://dci.ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/ article/view/78>. Acesso em: 31 ago. 2012. PAULA, S. N.; CARVALHO, J. O. F. Acessibilidade à informação: proposta para uma disciplina para os cursos de Graduação na área de Biblioteconomia. Ciência da Informação, Brasília, v. 38, n. 3, p. 64-79, set./dez. 2009. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/ci/v38n3/v38n3a05.pdf>. Acesso em: 05 set. 2012. PEREIRA, J. C. et al. Tecnologias Assistivas: um desafio na formação e atuação do profissional bibliotecário nas bibliotecas universitárias de João Pessoa/PB. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, GESTÃO, E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: OS DESAFIOS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO FRENTE ÀS TECNOLOGIAS E SUPORTES INFORMACIONAIS DO SÉCULO XXI: LUGARES DE MEMÓRIA PARA A BIBLIOTECONOMIA, 33, 2010. Anais... Paraíba: Universidade Federal do Paraíba (UFPB), 2010. Disponível em: <http://dci. ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/article/viewFile/141/166>. Acesso em: 31 ago. 2012. PUPO, D. T.; CARVALHO, S. H. R.; OLIVEIRA, V. C. Educação inclusiva e bibliotecas acessíveis. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 13, n.1, p. 259-267, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/ index.php/racb/article/view/562>. Acesso em: 27 ago. 2012. TORRES, E. F.; MAZZONI, A. A.; ALVES, J. B. M. A acessibilidade à informação no espaço digital. 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We highlight that there are few bibliographic materials on this topic, especially books. Keywords: Informational Inclusion. Inclusive Education. Library. Assistive Technologies. 136 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 117-136, jan./dez. 2013