Que a minha boca

Transcrição

Que a minha boca
Que a minha boca...
Que a minha boca, louca de desejo,
Percorra o teu corpo.
Procure cada espaço da tua pele
Accione a sensibilidade dos teus terminais nervosos
Se perca entre as curvas e as partes planas
Se imiscua entre os pingos de suor que teimam em escorrer...
Que a minha boca, louca de desejo,
Sussurre ao teu ouvido
E sopre no teu pescoço desnudo
Te arrepie e te faça estremecer.
E teime em explorar, uma vez mais, a tua pele.
Que a minha boca roce teus lábios humedecidos
Se esconda no teu pescoço
E adormeça nos teus seios...
Que a minha boca
Se enrole com os teus pêlos púbicos
E não resista a provar o teu néctar.
Seja persistente e deixe soltar a língua
E que ela brinque com os teus lábios rosados
Que a ponta da minha língua
Toque, primeiro ao de leve,
Nessa “bolinha” com os nervos à flor da pele
E que engula a “bolinha” repetidamente...
Que a minha boca sinta esse calor
Que as coxas já não podem esconder
E que o corpo já tenha desistido de se esconder.
Que a minha boca se entusiasme
Com os primeiros sons que o teu desejo deixou escapar
E insista com o seu calor, o humedecer dos lábios,
A irriquietude da ousada língua.
Que a minha boca tape a tua,
Escondendo os gritos que não consegues esconder,
E, num último estremecer,
Beba o teu nectar e se cole aos teus lábios.
E assim, a tua boca saiba o gosto de ti própria
Que a minha boca seja o caminho mais curto
O espelho que retoma a tua imagem
A luz que te ilumina
O Sol que te aquece
Que a minha boca
Seja o teu sonho acordado
O teu desejo escondido
A tua lembrança sem fim.
Que a minha boca
Te deixe louca de desejo
E que num último ansejo,
Se cole a mim.