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Ano IV – no 11 · Jul/Ago/Set 2006
Informativo da Medtronic do Brasil
Stent
Endeavor
Resultados do
Endeavor I e II
comprovam
eficácia e
segurança em
36 e 24 meses
Paradigma
Nova tecnologia para
a bomba de insulina
Fuja da dor
Boa postura
no trabalho
Vinhos
A invasão dos vinhos
do novo mundo
Sérgio *Savaman* Savarese
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editorial
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Medtronic em destaque
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caso clínico
8
novidade Medtronic
10
• Segurança em saúde
•
•
•
•
Congresso da Heart Rhythm Society
Fibrilação atrial em Nice
Parkinson juvenil
Médicos brasileiros em Minneapolis
• Função Optivol do InSync Sentry
• Tecnologia inovadora na bomba de insulina
matéria de capa
• Estudos comprovam eficácia do Endeavor
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tecnologia médica
• MVP – Estimular ou não estimular
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saiba mais
Divulgação
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•
E-Five em Laranjeiras
Primeiro implante da válvula Advantage
Lançamento – Livro do Dr. Carnevale
Congressos médicos
Novas terapias para hiperplasia benigna
da próstata
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especial
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saúde
• Vinhos do Novo Mundo
• Boa postura é fundamental
Destaque
é uma publicação trimestral da Medtronic Comercial Ltda.
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Editora: Zenilda Gil
Jornalista responsável: Mari Menda – MTb 4606
Tiragem: 10.000 exemplares
editorial
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Segurança em saúde
Seguranç
A matéria de capa desta edição divulga dois estudos clínicos internacionais
que comprovam os excelentes resultados proporcionados pelo Endeavor, o
stent liberador de fármaco da Medtronic, que chegou ao País em dezembro
de 2005. Destinado a angioplastias coronarianas, hoje o Endeavor é um dos
produtos de maior destaque da empresa. Aqui no Brasil, vem sendo utilizado
em outro estudo clínico, o E-Five Registry, iniciado em duzentos centros
médicos de todo o mundo, inclusive no Instituto Nacional de Cardiologia
de Laranjeiras. Para saber como o estudo está sendo desenvolvido naquele
hospital, a Revista Destaque conversou com o Dr. Paulo Sergio de Oliveira,
chefe do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista da
instituição.
Na área de endocrinologia, a revista traz a nova bomba Paradigma para
infusão de insulina, destinada a portadores de diabetes que fazem
insulinoterapia contínua. Levando em conta os dados de seu portador, a
“bomba inteligente” calcula a dose ideal de insulina a ser infundida no
organismo antes das refeições e pede uma confirmação ao paciente antes de
liberar a dose ideal, evitando assim cálculos complicados.
Na cirurgia cardíaca, destacamos o primeiro implante da válvula
Advantage, realizado em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Uma fisioterapeuta ensina a evitarmos a má postura e os maus hábitos
posturais no trabalho e dá dicas de como organizar a mesa, a altura da cadeira
e do teclado do computador, como pegar peso ou permanecer muito
tempo em pé sem sobrecarregar a coluna. E uma extensa matéria trata
especificamente de vinhos, a invasão dos argentinos e os invetimentos das
vinícolas gaúchas em direção da qualidade e da tecnologia.
David Neale
Diretor-geral da Medtronic
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Medtronic em destaque
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Congresso em Boston
Estande da Medtronic no 27º Congresso da Heart Rhythm Society,
promovido de 17 a 20 de maio em Boston
Especialistas discutem fibrilação atrial
A Vitatron promoveu no dia 13
de junho um pré-simpósio durante
o 13o Cardiostim, o pré-congresso
Latino-Americano de Fibrilação Atrial
em Nice, na França.
Foi um dia dedicado à discussão
sobre a prática diária e à troca de ex-
Participantes do Pré-Simpósio.
4 · Destaque
periências entre especialistas latinoamericanos sobre fibrilação atrial,
uma das arritmias com maior incidência entre as doenças cardíacas.
O Brasil foi representado pelos
Drs. Eduardo Mendonça e Luiz Abílio, de Belém do Pará, Jorge Elias e
Ricardo Kunioshi, de Vitória, Claudia
Fragata, da Beneficência Portuguesa
de São Paulo, Remy Nelson Albornoz,
do Instituto Dante Pazzanese de São
Paulo, e José Carlos Pachón, que falou
sobre o monitoramento da fibrilação
atrial em pacientes com marcapasso.
Dr. Guilherme
primeiro
Dr. JoséKrahl
Carlosrealizou
Pachóno falou
sobre FA em pacientes
implantecom
no Brasil
de
uma
válvula
marcapasso.
cardíaca Advantage
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Depoimento
Sergio,
Lembra que te falei sobre o nosso sobrinho, que sofre
de Parkinson Juvenil e que ele fez uma cirurgia?
Pois sexta-feira passada fui visitá-lo e tu não imaginas
a melhora que já se percebe!
Olha, é incrível ver aquele rapaz de 28 anos, que não
conseguia mais caminhar direito, que não conseguia nem
se alimentar direito porque a tremedeira era tanta e a
comida caía da colher, na sexta-feira passada caminhando com um prato de sopa nas mãos, sem deixar nada cair.
Nosso sobrinho passou grande parte da vida sem
participar de muita, mas muita coisa, pois o mal de
Parkinson não permitia que ele tivesse uma vida normal,
jogando futebol, saindo com amigos, namorando ou
cursando uma faculdade. E, agora, nos emocionamos com
o simples ato de vê-lo passar margarina no pão!!
O marcapasso que ele está usando é da Medtronic e
gostaria que, se possível, tu retransmitisses à equipe da
Medtronic os meus parabéns e agradecimentos, pois pude
vê-lo voltando a participar de uma festa de aniversário, em
vez de se trancar dentro do quarto porque não conseguia
conversar, nem segurar um copo com refrigerante direito.
É graças à tecnologia da Medtronic e dos médicos que
o acompanham que um jovem de 28 anos vai começar
finalmente a ter qualidade de vida e que uma família está
voltando a sorrir novamente, depois de longos anos de luta.
Hoje, ele está entusiasmado e toda a nossa família
também. Por isso, te peço, que se possível, retransmita meus
agradecimento às pessoas responsáveis pela Medtronic.
Um grande abraço.
Teka
Este e-mail de agradecimento foi enviado por um familiar de um paciente a Sérgio Ávila, representante
da Medtronic em Porto Alegre. A cirurgia citada no texto foi realizada para implante do
ACTIVATM, sistema de neuroestimulação implantável da Medtronic desenvolvido para tratamento
do tremor em pacientes com doença de Parkinson e tremor essencial.
Minneapolis
Reunião de Art Collins, CEO da Medtronic,
com médicos brasileiros que estiveram em
visita ao escritório mundial da empresa em
Minneapolis, em 16 de maio de 2006.
Da esquerda para a direita:
Walter Furia – Gerente CRDM
Dr. Alexsandro Fagundes – Salvador
Dr. Henrique Moreira – Belo Horizonte
Dr. Antonio Carlos Assumpção – Araras
Art Collins – Medtronic CEO
Tadeu Silva – Gerente de Treinamento
Dra. Lânia Xavier – Curitiba
Dr. Antonio Malan Lima – Goiânia
Destaque · 5
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caso clínico
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Utilização da função Optivol do Insync Sentry
Relato de caso
Eduardo Rodrigues Bento Costa, Érika Olivier Vilela Bragança – CardioRitmo/São José dos Campos
A insuficiência cardíaca (ICC) é
uma condição de alta prevalência,
morbidade e mortalidade. Estima-se
que existam no Brasil cerca de 6,5
milhões de pacientes com ICC, dos
quais um terço interna-se anualmente
devido à descompensação clínica,
com mortalidade estimada em 10%
de pacientes não selecionados e de
30% a 40% naqueles com classe
funcional IV (Arq Bras Cardiol
2002;79[suppl IV]: 1-30).
Nos pacientes com ICC refratária
e dessincronismo inter ou intraventricular, a terapia de ressincronização
cardíaca (TRC) alivia os sintomas da
ICC, melhorando a qualidade de
vida e reduzindo a mortalidade e a
necessidade de internação (N Engl
J Med 2005;352:1539-49), especialmente quando associada ao cardiodesfibrilador implantável (CDI) (N
Engl J Med 2004 May 20:350[21],
2140-2150).
O Insync Sentry, da Medtronic,
representa uma nova geração de
dispositivos utilizados para o tratamento coadjuvante de pacientes com
ICC, que associa os benefícios da TRC
ao suporte de um CDI.
Entre seus diferenciais, chamamos a atenção para a função denominada Optivol, que permite estimar
o acúmulo de líquido nos pulmões
através da mensuração da impedância
intratorácica (IIT).
O aparelho emite impulsos elétricos entre o eletrodo ventricular e a
carcaça do dispositivo, conseguindose assim obter a mensuração da IIT.
A IIT reflete a resistência ao fluxo da
corrente iônica através do tórax e está
inversamente relacionada ao volume
de líquido presente nos pulmões. Em
pacientes em condições clínicas
estáveis, compensados da ICC, a IIT
apresenta um determinado valor
basal. Nos casos em que há acúmulo
progressivo de líquidos nos pulmões
devido à descompensação cardíaca,
ocorre uma maior condutância elé6 · Destaque
trica, levando à queda progressiva da
IIT. O algoritmo incorporado do
Optivol transforma as variações na
impedância em um chamado “índice
de fluido” que permite estimar a
quantidade de retenção hídrica pulmonar (Figura 1). Estudos prévios
mostram clara correlação entre esse
índice e a severidade da congestão
cardíaca, representados pela pressão
de enchimento ventricular e a pressão
capilar pulmonar (Circulation
2005;112:841-848).
O principal sintoma da ICC é a
dispnéia, que ocasiona alta morbidade aos pacientes, com redução dos
sintomas de bem-estar e da qualidade
de vida. Os primeiros sintomas da
descompensação cardíaca ocorrem em
média 3 dias antes da necessidade de
internação hospitalar. Sabe-se, no
entanto, que o acúmulo de líquidos
nos pulmões ocorre de forma progressiva, bem antes da ocorrência dos
sintomas, em média 15 dias antes da
internação. O sistema Optivol é capaz
de detectar essa ocorrência e quando
o acúmulo de líquidos alcançar determinado patamar (denominado
limiar, determinado pelo clínico),
emite um sinal sonoro, permitindo
que o paciente tome conhecimento
de seu estado congestivo progressivo,
tomando atitudes como antecipar seu
atendimento médico, reduzir a ingestão de líquidos, aumentar a dosagem de diuréticos etc.
Essa informação pode, portanto,
reduzir os sintomas da descompensação, reduzindo a necessidade de
internações. O seu real impacto na
melhora da qualidade de vida, na
redução de necessidade de internação
e nos índices de complicação da ICC
deverá ser avaliado por estudos clínicos prospectivos controlados.
Relato de Caso
Paciente A.S., masculino, 73 anos
de idade, com diagnóstico de cardio-
Figura 1. Esquema representativo da
função Optivol do Insync Sentry na
detecção da congestão pulmonar
(índice de fluido) pela medida da
impedância intratorácica.
patia isquêmica, com infarto do
miocárdio prévio, PO tardio de revascularização do miocárdio, com
severa disfunção ventricular esquerda
(FEVE: 24%), presença de dissincronismo interventricular ao ECG e ao
Eco-Doppler, evoluindo com ICC
classe funcional III, refratária ao tratamento clínico otimizado e com síncopes de repetição. Foi indicado para
TRC com suporte de CDI, recebendo
o implante do dispositivo Insync Sentry
em 5 de janeiro de 2006, no Hospital
Pio XII, em São José dos Campos.
Após boa evolução pós-operatória, o paciente nos procurou ambulatorialmente em 23 de março de
2006, referindo queixas de dispnéia
aos mínimos esforços, ortopnéia e
edema de membros inferiores havia
aproximadamente 30 dias, após
atendimento em pronto-socorro não
especializado. Referia que percebeu
aviso sonoro do Insync Sentry aproximadamente com os primeiros sintomas de descompensação cardíaca.
Durante a consulta, foi observada presença de congestão sistêmicopulmonar, associado à presença de
flutter atrial ao ECG. O paciente foi
internado e submetido à terapêutica
específica para ICC, associado à car-
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dioversão elétrica do flutter, com melhora clínica importante, com perda
de 8,2 kg de peso por redução da
congestão. Após compensação clínica,
o limiar de detecção de congestão
pulmonar pelo Optivol foi reprogramado de 60 para 50, visando
detecção mais precoce da congestão
pulmonar e, portanto, aviso sonoro
mais precoce.
Após o ocorrido, o paciente apresentou mais dois episódios de aviso
sonoro do Optivol (maio e junho),
ambos associados à baixa aderência
terapêutica à medicação habitual.
Quando percebeu o aviso sonoro na
segunda ocasião (maio), o paciente
voltou ao esquema terapêutico habitual, com melhora clínica, sem intervenção do clínico. Na terceira ocasião
(junho), a demora na re-introdução
da mediação levou novamente à
necessidade de nova internação.
A figura 2 mostra o gráfico do
índice de fluido do Optivol (acima)
e da respectiva impedância torácica.
Observam-se três picos de elevação
do índice de fluido do Optivol, correspondentes aos momentos de descompensação clínica (março, maio e junho). Na figura 3, observa-se que no
episódio de março há nítida presença
de taquiarritmia atrial, com conseqüente redução do porcentual de
estimulação atrial e biventricular. Há
elevação das freqüências atrial e ventricular e redução da atividade física,
medida em horas/dia, demonstrando
graficamente a importância da perda
da sístole atrial, elevação inadequada
da freqüência ventricular e perda da
ressincronização ventricular na piora
clínica desse paciente. No episódio
de maio, também há elevação das freqüências atrial e ventricular, com conseqüências parecidas.
O quadro clínico descrito mostra
a complexidade de fatores envolvidos
no tratamento da ICC, desde a aderência à terapêutica farmacológica, a
ocorrência de distúrbios como taquiarritmias atriais e a presença de
novos fatores de alerta, como o oferecido pelo Optivol. A correta orientação dos pacientes quanto ao significado do aviso sonoro do Optivol,
associada à política de melhora de
acesso às terapêuticas disponíveis,
pode contribuir para a redução da
morbidade nessas situações.
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Figura 2. Curvas do índice de fluido do Optivol (acima), estimado em
função da impedância intratorácica (abaixo).
Figura 3.
Relatórios
adicionais
emitidos pelo
Insync Sentry,
que permitem
interpretação
clínica a respeito
da ocorrência de
arritmias atriais
ou ventriculares,
terapia do CDI,
porcentagem de
estimulações atrial
e ventricular,
histograma da
freqüência
cardíaca,
atividade física
desenvolvida
pelo paciente
em determinado
período e
variabilidade
da freqüência
cardíaca.
Destaque · 7
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novidade Medtronic
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Paradigm® 515/715
Bomba de insulina com tecnologia avançada
Nova tecnologia confere maior segurança aos pacientes com
diabetes mellitus que necessitam de insulina diariamente
Uma nova geração de bombas de
infusão de insulina está chegando ao
Brasil. A Medtronic lança, em agosto,
a Paradigm® 515/715, que traz um
componente nunca antes incluído nos
equipamentos de insulinoterapia por
infusão contínua de insulina: a inteligência. Um sistema inédito reduz a
complexidade associada ao cálculo da
dosagem da insulina por parte do usuário, permitindo que a pessoa com diabetes melittus mantenha sob seu controle, com menor possibilidade de erro,
o nível de insulina ao longo do dia, mesmo antes, durante e após as refeições.
O diferencial da Paradigm® 515/715
em relação às outras bombas de insulina
chama-se Bolus Wizard®, ou seja, um
assistente de bolus, um recurso que
calcula a quantidade de insulina de
bolus estimada para cobertura da refeição
a ser consumida, ou para corrigir glicemia acima da meta desejada.
O Bolus Wizard® é um aplicativo que permite o cálculo da dose
de insulina a ser liberada em função
de uma refeição ou de uma alta inesperada no nível de glicose. Para calcular a dose ideal, o Bolus Wizard
leva em conta algumas variáveis,
como a meta glicêmica, o nível de
glicose no sangue obtido a partir do
exame da ponta do dedo, a quantidade de carboidratos da refeição a
ser consumida e se ainda existe algum
resíduo de ação do último bolus de
insulina aplicado anteriormente.
8 · Destaque
Ao paciente cabe apenas inserir
os dados de glicemia e, se necessário,
a quantidade de carboidrato a ser ingerida. Esses dados são adicionados às
informações personalizadas e préprogramadas, disponibilizadas na memória do equipamento pelo médico.
As informações anteriormente programadas incluem: número de unidades
de insulina necessárias para a queima
de determinada quantidade de carboidratos; os fatores de sensibilidade à
insulina; a curva de ação da insulina.
O Bolus Wizard® faz os cálculos
levando em conta todos esses fatores
e sugere ao paciente uma dose ideal
para que o nível de insulina situe-se
dentro de parâmetros ideais – mínimo e máximo – definidos anteriormente pelo médico. Se o paciente
aceitar a dose proposta, a insulina
sugerida será infundida no organismo.
Caso os níveis de insulina situem-se
dentro de parâmetros normais, nenhuma correção será sugerida, e o equipamento continuará a liberar automaticamente a taxa basal habitual.
Lançada nos Estados Unidos em
2005, a Paradigm® é a bomba de infusão de insulina mais utilizada por
pacientes com diabetes naquele país.
Quando os pacientes escolhem
a plataforma de produtos Paradigm®,
tornam-se elegíveis a serem parte do
programa de upgrade o qual provê
acesso a qualquer nova função clinicamente relevante por um custo diferenciado, durante o período de garantia de sua bomba de insulina. A
Medtronic também irá disponibilizar
um programa de upgrade (atualização), por um custo diferenciado, a
todos os usuários de outros modelos
de bomba de insulina Minimed.
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Sérgio *Savaman* Savarese
Ao lado, o uso da bomba
de insulina no dia-a-dia.
Abaixo, reposição de
insulina.
Sérgio *Savaman* Savarese
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Ajustes
Ao iniciar a terapia com a Paradigm®, os pacientes,
sob orientação médica, devem registrar manualmente as
características individuais, como razão insulina-carboidrato, fator de sensibilidade à insulina, metas glicêmicas
e tempo de ação da insulina (de 2 a 8 horas, sugerida 6
horas conforme resultados de estudos clínicos).
Para utilizar o Bolus Wizard®, o paciente deverá informar a glicemia capilar e a quantidade de carboidrato a ser
consumida. O sistema Paradigm® irá mostrar no visor o
bolus estimado considerando o tempo de ação da insulina
do último envio de bolus.
A nova bomba reúne uma série de facilidades na
operação: médico e paciente podem consultar, no visor,
informações referentes à glicemia e à ingestão alimentar
de um período de até 31 dias. Também podem visualizar
separadamente os dados de cada dia e calcular as médias
de um determinado período. A Paradigm® 515/715
oferece ainda alarme-lembrete para nova glicemia; alerta
de glicemia fora da meta desejada; bloqueio de teclado e
de programação para evitar alterações indesejadas;
programação especial que salva configurações pessoais; tela
principal com imagens do reservatório de insulina e carga
da bateria. Utiliza somente uma bateria AAA de fácil
reposição e custo baixo.
O reservatório de insulina define o modelo: a
Paradigm ® 515 tem reservatório de 176U de insulina e a
Paradigm® 715 tem reservatório de 300U de insulina.
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Diabetes – Pioneirismo na terapia
com bomba de insulina
O Instituto de Endocrinologia – Diabetes de Joinville
(IEJE-CAD) foi o pioneiro a utilizar a insulinoterapia por
infusão contínua de insulina em Santa Catarina. A primeira
bomba de insulina Minimed 508 foi colocada, em 2005,
em um adolescente de 14 anos com diabetes de difícil
controle, que obteve resultados muito bons, relata o endocrinologista Luíz Antônio de Araújo, responsável técnico pelo
IEJE-CAD. Outras cinco bombas de insulina da Medtronic
foram iniciadas desde esse período, proporcionando controle
mais rígido e melhor qualidade de vida aos pacientes.
Fundado em 1992, o Instituto de Endocrinologia –
Diabetes de Joinville mantém uma equipe multiprofissional voltada ao atendimento de pacientes com diabetes e oferece uma ampla gama de exames e terapias
para adultos e crianças, entre eles o CGMS®, Sistema de
Monitorização Contínua de Glicose, o exame que melhor
auxilia nos ajustes do tratamento. O IEJE é um dos únicos
centros certificados pelo IDC (International Diabetes
Center) e oferece ainda uma ampla programação de cursos
de educação em diabetes para a comunidade. Hoje, o
Instituto é uma referência no estado, diz seu diretor.
Segundo dr. Luiz Antônio de Araújo, a bomba de
insulina está indicada para os pacientes de difícil controle,
mesmo com o tratamento intensivo de insulina, nos pacientes que evoluem com hipoglicemias graves e/ou assintomáticas, ou ainda quando o paciente opta por ter mais
flexibilidade no controle do seu diabetes. A insulinoterapia
por infusão contínua com bomba de insulina aos poucos
vem se tornando conhecida do grande público e dos
pacientes por conta da mídia e dos endocrinologistas que
se dispõem a oferecer este recurso aos seus pacientes.
Mesmo assim, diz o médico, o Brasil a utiliza muito menos
do que os países desenvolvidos.
Dr. Luiz Antônio de Araújo, à esquerda, e sua equipe
multiprofissional.
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matéria de capa
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ESTUDOS COMPROVAM
EFICÁCIA E
SEGURANÇA DO
ENDEAVOR
Dois amplos estudos apresentados no EuroPCR
demonstraram que o Endeavor manteve uma
performance segura ao longo do tempo, com
baixo porcentual de reintervenção e ausência
de trombose posterior causada pelo stent
10 · Destaque
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Impressionantes resultados clínicos de longo prazo dos estudos
Endeavor I e Endeavor II foram apresentados durante o Curso de Revascularização do EuroPCR 2006, em
Paris, pelo professor Ian Meredith,
principal investigador do Estudo
Endeavor I e diretor de Cardiologia
do Monash Medical Centre de
Melbourne, na Austrália. Resultados
dos dois estudos mostram que o stent
coronário liberador de fármaco
Endeavor™ manteve uma eficácia significativa e sustentada e uma performance segura ao longo do tempo,
com baixo porcentual de reintervenção e ausência de trombose posterior causada pelo stent.
“Por meio dos esforços de investigadores clínicos de todo o mundo,
os elaborados e rigorosos estudos foram capazes de proporcionar evidências convincentes que demonstram a segurança em longo prazo e a
eficácia do stent coronário liberador
de fármaco Endeavor”, disse o prof.
Meredith. Ele apresentou dados de
3 anos de acompanhamento dos 100
primeiros casos analisados no estudo
clínico Endeavor I e os dados obtidos
após 2 anos com 1.200 pacientes
acompanhados durante o estudo
randomizado duplo-cego Endeavor
II. “O seguimento de pacientes de
ambos os estudos foi excelente, com
sucesso em 97% dos casos, e os resultados clínicos são impressionantes,
com baixos índices de reestenose e excelente ganho de segurança”, afirmou.
O stent Endeavor está mostrando ótima durabilidade ao longo do
tempo, com baixo número de eventos
clínicos entre 2 e 3 anos e entre 1 e 2
anos nos respectivos estudos. O estudo clínico Endeavor I teve taxa de
revascularização da lesão tratada
(TLR) de apenas 3%, o que significa
que 97% dos pacientes que receberam o stent não exigiram tratamento
posterior ou revascularização no
local da lesão original após 3 anos.
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No Endeavor II, 93,5% dos pacientes
não precisaram repetir nenhum procedimento depois de 2 anos, com um
índice de TLR de apenas 6,5%. A
taxa de revascularização da lesão
tratada é o índice de retratamento de
uma lesão tratada anteriormente com
stent, sendo amplamente aceita pelos
médicos como uma importante
medida da eficácia de DES.
O stent Endeavor demonstrou
ainda excelentes resultados em relação à segurança para os quase 700
pacientes com seguimento de longo
prazo, registrando inclusive a ausência
de trombose posterior causada pelo
stent. Essa trombose consiste na formação de perigosos coágulos de sangue nos 30 primeiros dias depois do
implante que podem potencialmente
levar a um infarto do miocárdio ou à
morte. Aos 36 meses, o índice combinado de infarto do miocárdio,
morte e taxa de revascularização da
lesão tratada – uma medida denominada maiores eventos adversos
cardíacos ou Mace – no estudo
Endeavor I foi de 6%, enquanto o
índice de 24 meses do MACE para o
Endeavor II foi de 10%.
“Os dados de longo prazo destes
dois estudos comprovam que este é
um tratamento significativo e de efeitos prolongados para os pacientes”,
disse Dr. William Wijns, co-investigador do Estudo Endeavor II e codiretor do Centro Cardiovascular de
OLV Ziekenhuis em Aalst, na Bélgica.
“O baixo índice de grandes eventos
cardíacos adversos e a ausência de
trombose posterior ao implante do
stent proporcionam uma substancial
evidência de que o stent liberador de
fármaco Endeavor é seguro e proporciona benefícios de longo prazo aos
pacientes”, segundo Wijns.
O Endeavor e o Driver são feitos
de uma liga de cobalto e possuem
um exclusivo desenho modular especialmente projetado para aumentar
a navegabilidade. Além do medica-
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mento Zotarolimus, o stent Endeavor
é revestido com fosforilcolina (PC),
um polímetro desenvolvido para simular a superfície externa de um
glóbulo vermelho e reproduzir a estrutura natural da membrana celular.
“O stent Endeavor foi projetado
para alcançar excelentes resultados de
longo prazo, e estes estudos confirmam a extraordinária performance do
produto”, afirmou Scott Ward, presidente da Medtronic Vascular.
“Com baixos índices de reestenose, um porcentual de segurança
sem precedentes e excepcional
desempenho, Endeavor tem tudo
para se tornar o produto de primeira
escolha para pacientes submetidos à
angioplastia que necessitem de stents
liberadores de fármaco”, afirma
Zenilda Gil, supervisora nacional de
produtos da Divisão Vascular da
Medtronic. Segundo ela, desde seu
lançamento, em dezembro de 2005,
o Endeavor vem ganhando credibilidade em meio aos médicos brasileiros,
principalmente depois dos excelentes
resultados apresentados no PCR-2006
pelo dr. Ian Meredith. “Os estudos
mostram que as baixas taxas de revascularização foram mantidas em longo
prazo e que a ausência de trombose
tardia oferece tranqüilidade e segurança não só para o intervencionista,
mas também para o clínico que acompanha o paciente na pós-intervenção”.
O programa clínico Endeavor
Medtronic é constituído de cinco estudos, iniciados com o Endeavor I,
até o registro E-Five, mais amplo, um
estudo aberto, que está sendo realizado em 200 centros internacionais,
inclusive em três centros no Brasil.
Quando estiver concluído, mais de
dez mil pacientes terão sido tratados
com o stent farmacológico.
O stent liberador de fármaco
Endeavor recebeu a aprovação CE
Mark em julho de 2005 e já está disponível em mais de 85 países em todo
o mundo.
Destaque · 11
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tecnologia médica
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Estimular ou não estimular
Novo modo de estimulação da Medtronic minimiza a
estimulação ventricular desnecessária
A estimulação de marcapasso
tem sido utilizada por muitos anos
no tratamento das bradicardias em
pacientes portadores de marcapassos
e cardiodesfibriladores implantáveis.
Apesar de essa terapia ser aceita e
efetiva, a estimulação ventricular
direita a longo prazo pode provocar
disfunção ventricular esquerda e
insuficiência cardíaca. A ativação
ventricular normal ou fisiológica é
claramente superior à estimulação
ventricular quando se avalia a
performance hemodinâmica aguda.
Os efeitos colaterais da estimulação ventricular a longo prazo foram
relatados em diversos estudos (DAVID,
MOST), nos quais a elevação do porcentual de estimulação ventricular
associou-se a maior incidência de fibrilação atrial (FA), piora do quadro
de insuficiência cardíaca (IC) e au-
mento do número de hospitalizações.
O estudo MOST demonstrou que o
aumento da estimulação ventricular
direita resulta em elevação do risco
de FA e de internação por IC. O risco
de FA aumenta 1% a cada 1% de
aumento da porcentagem de estimulação do VD. O risco de hospitalização por IC aumenta 54% com
um incremento de 10% da estimulação do VD (< 40%). Após 40%,
esse risco não sofre grande variação,
ou seja, o risco de hospitalização com
50% ou 90% de estimulação é muito
similar. Portanto, para reduzir o risco
de hospitalização por IC é necessário
não somente diminuir o porcentual
de estimulação, mas reduzi-lo a níveis
próximos de zero.
Recentemente, a Associação
Americana de Cardiologia publicou
advertências quanto aos riscos da
estimulação do VD no tratamento de
FA, arritmias e IC, recomendando
reduzir sua utilização na presença de
condução AV preservada. A Sociedade
Européia de Cardiologia foi além,
contra-indicando a estimulação de
VD sempre que houver disfunção
sistólica prévia.
Diante dessas evidências, a
Medtronic desenvolveu um novo
modo de estimulação a fim de reduzir
a estimulação ventricular (VP) a
níveis inferiores a 5%. Esse modo de
estimulação, conhecido como MVP,
é a maneira mais eficaz de minimizar
a estimulação ventricular desnecessária, pois permite a reversão automática do modo de estimulação exclusivo atrial para um modo de
estimulação
atrioventricular
(AAIR⇔DDDR), no caso de perda
da condução AV. É evidente que não
Risco de HIC relativo
ao paciente de DDDR
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Risco relativo de FA a pacientes
de DDDR com % VP cumulativa=0
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Estimulação ventricular cumulativa (%)
Estimulação ventricular cumulativa (%)
a) O risco relativo de FA aumenta linearmente com a taxa de estimulação até ~80-85% em ambos os grupos DDDR e VVIR.
b) A estimulação do VD >40% está associada a uma probabilidade 2,6 vezes maior de hospitalização quando comparada à estimulação (Cum%VP) <40%.
Figura. 1a.) Relação do porcentual cumulativo de estimulação de VD (Cum%VP) com o risco de FA. 1b.) Relação do Cum%VP com o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca (HIC).
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se questiona o uso da estimulação de
ventrículo direito nos pacientes dependentes, porém para um determinado grupo de pacientes, além
de permitir o sincronismo cardíaco,
o MVP promove a condução intrínseca existente ou a mimetiza
quando ausente.
Para alcançar níveis de estimulação ventricular abaixo de 20%,
normalmente se necessita da estimulação funcional AAI ou da programação de intervalos AV longos.
Diversos estudos demonstraram que
quando o intervalo AV é igual ou inferior a 300 ms, o porcentual de VP
pode variar de 15% a 78%. Nos casos
em que se permite um intervalo AV
superior a 300 ms, o porcentual de
VP atinge níveis inferiores, com valores médios documentados de aproximadamente 4%.
O modo MVP (Resposta Ventricular Gerenciada) é encontrado nos
marcapassos EnRhythm e nos cardiodesfibriladores EnTrust. A função
MVP possibilita redução drástica da
estimulação de VD, mantendo a
segurança na eventualidade de um
bloqueio AV. Tal fato é um marco
no desenvolvimento da estimulação
cardíaca. A figura 2 ilustra um
esquema de funcionamento do modo
MVP.
Com a função MVP, não há limite programável para os intervalos
de condução AV (Figura 3). Caso
haja uma condução AV 1:1, o dispositivo não estimula o ventrículo. Se
houver perda transitória ou persistente da condução, ocorrerá uma
estimulação DDD(R), temporária,
até que a condução seja restaurada
(Figura 3).
Nos próximos exemplares,
abordaremos soluções alternativas
para aqueles pacientes em que não é
possível evitar a estimulação de VD.
Aguarde.
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Figura 2. Modo MVP – Definição: uma estimulação de dupla-câmara que oferece estimulação AAI(R) funcional com a segurança
do suporte ventricular dupla-câmara quando houver perda temporária ou persistente da condução.
Modo AAI(R)+ estimulação baseada no átrio, permitindo a condução AV intrínseca
Backup Ventricular – Estimulação ventricular somente quando for necessário
Mudança para DDD(R) – Suporte ventricular se a condução AV for perdida. A função MVP muda de AAI(R)+ para DDD(R) quando
há evidência de perda de condução AV. O critério para mudança é atingido se 2 de 4 intervalos A-A apresentarem perda de
condução AV. Este mecanismo permite rápida mudança para modo DDD(R), porém sem fazer alterações equivocadas em caso
de um simples evento atrial não conduzido.
Figura 3. Modo de estimulação MVP: promove a condução AV intrínseca para reduzir a estimulação desnecessária de VD com
estimulação ventricular de suporte durante os eventos transitórios de bloqueio AV. Funciona nominalmente em AAI(R) +, porém,
na ausência de condução AV, muda para o modo DDD(R), verificando periodicamente se a condução AV foi restabelecida, retornando,
então, ao modo AAI(R) +.
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Instituto de Cardiologia de Laranjeiras participa do E-Five
O Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, permitirá uma boa avaliação do Endeavor em nosso dia-ano Rio de Janeiro, é um dos centros que participam do E- dia, ao contrário de alguns estudos que limitam a seleção
Five Registry, o estudo internacional
dos pacientes, impedindo uma avaliacom 8.000 pacientes realizado em 200
ção dos resultados em função da
centros da Europa, Ásia, Austrália,
realidade do nosso trabalho”.
Nova Zelândia, África do Sul e AméEle acredita que a primeira parte
rica do Sul, para avaliar o desempedo estudo será concluída em pouco
nho clínico do stent Endeavor, da
tempo, já que o Instituto de CardioloMedtronic. O E-Five é um estudo
gia recebe um grande volume de
abrangente, aberto a todos os tipos de
pacientes: “Está previsto o atendipacientes com doença coronária que
mento de 20 pacientes, e depois disso
aceitarem receber o Endeavor, sistema
faremos as avaliações posteriores, com
de stent coronário com liberação do
1 mês, 6 meses e 12 meses após o
Dra. Marta Labrunie e
fármaco zotarolimus. No hospital
procedimento. Esperamos que nossos
Dr. Paulo Sergio de Oliveira
carioca, as angioplastias estão sendo
resultados possam ser tão bons quanto
realizadas pelo dr. Paulo Sergio de Oliveira, chefe do Serviço os resultados iniciais já apresentados pelo E-Five”, afirma
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, e pela o dr. Paulo Sergio.
dra. Marta Labrunie, cardiologista intervencionista.
“Estamos orgulhosos de participar. O E-Five é um registro
De acordo com o Dr. Paulo Sergio, o E-Five foi iniciado internacional, feito no mundo todo, e em vários centros do
no hospital no final de junho e já foram realizados três Brasil. É importante que no Brasil vários centros possam
procedimentos bem-sucedidos. Ele elogia o fato de o estudo participar, porque este é um estudo importante, bastante
ser aberto a todos os tipos de pacientes: “O que acho rigoroso. Trabalhamos com um stent novo, uma substância
interessante neste estudo é que ele dá liberdade para que nova, e o estudo permite o uso de uma tecnologia avançada
possamos usar o stent em todos os tipos de pacientes, o que em pacientes do Sistema Único de Saúde”, finaliza.
ADVANTAGE
O primeiro implante já realizado no Brasil de uma
válvula cardíaca Advantage, da Medtronic, ocorreu no
Rio Grande do Sul. O implante foi realizado pelo
cirurgião cardiovascular dr. Guilherme Krahl, no
Hospital São Vicente de Paulo, da cidade de Passo
Fundo, no dia 29 de maio. A paciente, de 52 anos,
estava internada havia 80 dias com pneumonia
complicada e desenvolveu endocardite e
insuficiência grave na válvula mitral; de
acordo com o cirurgião, foi identificada uma
ruptura do folheto anterior da válvula mitral.
A implantação da válvula foi decidida após
a compensação clínica e a antibioticoterapia,
estando a paciente já com traqueostomia.
A avaliação do cirurgião é de que a
válvula foi fácil de implantar e vem mostrando
funcionamento adequado. A paciente teve
evolução favorável e só permaneceu hospitalizada por mais tempo em função de seu
14 · Destaque
quadro pulmonar, tendo condições de alta na parte
cardiológica.
Dr. Guilherme Krahl observa que a válvula Advantage
satisfez as expectativas dos médicos envolvidos no
procedimento. Como normalmente ocorre em cirurgias
mais complexas, a Discomed, distribuidora das linhas
de Cirurgia Cardíaca, Hemodinâmica, CRDM e
Eletrofisiologia para todo o estado do Rio Grande
do Sul e o de Santa Catarina, deu apoio técnico e o
suporte necessário para a equipe médica que
realizou o implante em Passo Fundo.
Registrada na Anvisa e já em utilização
também na Europa e no Canadá, a
Advantage é uma válvula mecânica de
duplo folheto para a posição aórtica construída em carvão pirolítico. Seus benefícios são: maior área de fluxo central; otimizar o implante com mínima protusão
ventricular; revestimento espesso do anel
facilita a sutura e acomodação; e canal de
fluxo mais largo que aumenta o pivot washing
e reduz o potencial de trombose.
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Eventos médicos
JULHO
Radiologia
intervencionista e
cirurgia endovascular
Autor: Francisco
César Carnevale
Editora: Revinter
795 p.
Radiologia intervencionista e cirurgia endovascular é o
livro lançado pelo dr. Francisco César Carnevale, médicochefe do Serviço de Radiologia Intervencionista do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. O livro traz informações importantes sobre as intervenções vasculares e não vasculares
e sobre os procedimentos diagnósticos e terapêuticos
realizados pelo radiologista intervencionista.
No livro, dr. Carnevale trata dos conceitos básicos
sobre a anatomia vascular, os meios de contraste, a radiação
ionizante e os equipamentos de imagem e também descreve
as principais alternativas terapêuticas, trazendo o enfoque
atual aos procedimentos minimamente invasivos por meio
das técnicas percutâneas vasculares e não vasculares. Ele
aborda ainda quase todos os procedimentos e, por meio de
colaboradores de renomes nacional e internacional, detalha
os métodos diagnósticos e terapêuticos.
No prefácio, prof. Giovanni Guido Cerri, diretor da
Faculdade de Medicina da USP, destaca a qualidade do
conteúdo editorial, observando que esta é uma obra abrangente e que reúne a grande diversidade de procedimentos
diagnósticos e terapêuticos realizados pelo radiologista
intervencionista.
“Sua leitura se faz necessária à grande parte de especialistas, como os radiologistas, cirurgiões do aparelho digestivo, angiologistas e cirurgiões vasculares, hemodinamicistas e cardiologistas intervencionistas, clínicos e
outros”, enfatiza o autor, lembrando que a radiologia intervencionista e cirurgia endovascular são especialidades
médica muito jovens e pouco exploradas entre os diversos
especialistas e, principalmente, entre os pacientes.
6a8
V CONGRESSO BRASILEIRO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Centro de Eventos de Goiânia
Informações: http://congresso.cardiol.br/geic/v/
16 a 21
Cambridge Diabetes Seminar 2006
Local: Clare College, Cambridge, Reino Unido
Informações: www.mrc-epid.cam.ac.uk/CDS2006
19 a 21
XXVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista/XII Congresso SOLACI
Centro de Convenções FIERGS – Porto Alegre – Porto Alegre
Informações: http://www.sbhci.org.br/
21 a 23
11o Congresso Brasileiro Multidisciplinar Multiprofissional em Diabetes
Local: Unip – Universidade Paulista – Rua Vergueiro, 1.211 – Paraíso
Informações: Anad – Associação Nacional de Assistência ao Diabético
Fone/Fax: (11) 5549-6704 – Informações: [email protected]
27 a 30
1o Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia/
CBAEM
Local: Aracaju, Sergipe – Informações: www.jz.com.br
29
Simpósio de Atualização da SBD – Diabesidade: Uma Visão Integrada
para a Fisiopatologia e o Tratamento
Local: Goiânia, Goiás – Informações: [email protected]
AGOSTO
3a5
XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão
Curitiba – Embratel Convention Center
Informações: www.sbh.org.br/sbh2006
9 a 12
American Association of Diabetes Educators/AADE 2006 – 33rd Annual
Meeting and Exhibition
Local: Los Angeles, EUA
Informações: ww.aadenet.org/ContinuingEducationCE/AnnualMeetings.shtml
24 e 25
II Fórum de Temas Atuais em Nutrição
Local: Hospital Heliópolis – São Paulo, SP
Informações: www.ellusaude.com.br
SETEMBRO
2a6
World Congress of Cardiology 2006
Local: Barcelona, Espanha
Informações: www.worldcardio2006.org
3a8
10th International Congress on Obesity 2006
Local: Sidney, Austrália – Informações: www.ico2006.com
6a9
27 o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia/ SBEM e
2o Encontro da American Association of Clinical Endocrinologists
Centro de Convenções – Recife
Informações: http://www.endocrinologiape.com.br/index2.html
14 a 17
European Association for the Study of Diabetes – EASD 2006
Local: Copenhagen, Dinamarca
Informações: www.easd-cph-malmoe.dk
15 a 16
III Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria e III Jornada Brasileira de
Cardiogerontologia
Local: Hotel Mercury – Belo Horizonte
Informações: http://departamentos.cardiol.br/decage/
16 a 19
Food & Nutrition Conference & Expo – American Dietetic Association
Local: Honolulu, Hawaí
Informações: http://www.eatright.org/cps/rde/xchg/ada/hs.xsl/index.html
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Novas
No
vas soluções para a hiperpl
hiperpl
Dr. Demerval Mattos Junior
chefia o Serviço de Urologia do Hospital do Servidor Público Estadual
de São Paulo (Iamspe). O serviço
conta com 22 médicos e 6 residentes, 26 leitos, e realiza mensalmente
em torno de duas mil consultas; a
cada ano são feitas 1.200 cirurgias
em centro cirúrgico. O hospital
atende os servidores públicos do
estado, seus parentes e agregados e
se tornou um centro de referência
em urologia no estado.
Em entrevista para a Revista
Destaque, dr. Demerval falou sobre a
evolução no tratamento de uma das
patologias mais comuns em homens
acima de 50 anos: a hiperplasia pros-
tática benigna. Com a experiência de
quem coordena o serviço de urologia
de um grande hospital, ele revela que
dentre as cirurgias realizadas em
centro cirúrgico, entre 30% e 35%
são para tratar a hiperplasia prostática
benigna. A seguir, os destaques da
entrevista.
A doença
A hiperplasia prostática benigna
é uma patologia que atinge primordialmente homens a partir de 50 anos
de idade e, acentuando-se no decorrer
dos anos, tem alta incidência na
população idosa. Por uma série de
razões, a próstata cresce progressi-
Sérgio *Savaman* Savarese
○
vamente, obstrui a uretra e provoca
dificuldade para urinar, ocasionando
uma série de sintomas que trazem
prejuízos para a qualidade de vida de
seus portadores.
Enquanto um número significativo dos portadores é submetido a
tratamento clínico com drogas variadas, uma parte tem a indicação de
cirurgia desobstrutiva para, deste
modo, facilitar a micção e restituir
conforto e a boa qualidade de vida.
As cirurgias prostáticas são realizadas
por via endoscópica, através da
uretra, ou a céu aberto, por meio de
uma incisão no abdômen. No
Iamspe, onde há um programa de
treinamento para residentes, cerca de
85% dos casos de cirurgia por crescimento benigno da próstata são realizados por via endoscópica e 15% em
cirurgias abertas.
A cirurgia endoscópica é o padrão-ouro do tratamento cirúrgico por
permitir um pós-operatório praticamente indolor, rápida recuperação e
alta hospitalar em torno de 2 a 3 dias.
Nas cirurgias abertas, além de incisão
abdominal e significativa necessidade
de analgésicos, acrescenta-se um período mais prolongado de sonda vesical
e hospitalização.
Terapias
Dr. Demerval Mattos Junior – Chefe do Serviço de Urologia do Hospital do
Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe).
16 · Destaque
A urologia busca soluções que
resolvam de forma minimamente invasiva o problema do crescimento
benigno da próstata. Pesquisas estão
sendo realizadas e um esforço significativo tem sido empreendido para
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asia prostátic
prostáticaa benigna (HP
(H PB)
conseguirem-se métodos de tratamento que possam ser realizados em nível
ambulatorial, sob anestesia local e com
baixa probabilidade de complicações.
Diversas técnicas em desenvolvimento fundamentam-se na liberação
de energia térmica gerada por radiofreqüência, microondas ou laser,
reduzindo custos, tempo de hospitalização e proporcionando maior conforto ao paciente. São procedimentos
menos invasivos, que têm como
principal apelo o fato de, uma vez
bem desenvolvidos, não necessitarem
de anestesia, produzir pouco ou nenhum sangramento e permitir recuperação rápida no que diz respeito à dor
e ao incômodo. Essas terapias, ainda
em desenvolvimento, exigem alto
investimento, mas vêm melhorando
substancialmente e certamente em
futuro próximo terão seu lugar no
tratamento da hiperplasia prostática
benigna (HPB). Atualmente, quando
não há resposta ao tratamento medicamentoso, o chamado padrão-ouro
para tratamento da hiperplasia prostática benigna é a cirurgia endoscópica, ou ressecção transuretral da próstata (RTU), que é a cirurgia-padrão
no Brasil e no mundo.
Tuna
O Tuna (Trans-urethral Needle
Ablation) ablação transuretral por
agulha, é uma dessas novas terapias.
No Tuna, através da uretra, com equipamentos familiares ao urologista, são
inseridas agulhas no interior da
próstata hiperplasiada e utilizando
uma fonte de radiofreqüência, pro-
TUNA
Sistema para
o tratamento
da hiperplasia
prostática benigna
(HPB) por
radiofreqüência
duz-se um aumento de temperatura
no corpo das agulhas com conseqüente necrose tecidual. Tem a vantagem de ser feito com anestesia local,
em ambulatório. O paciente tem alta
após urinar espontaneamente, sendo
baixa a incidência de retenção urinária. Em um workshop promovido
em maio no Hospital do Servidor foi
utilizada a tecnologia mais moderna
do Tuna em 6 pacientes, porém,
como os procedimentos foram feitos
há pouco tempo, ainda não é possível
avaliar os resultados. Pode-se dizer
apenas que todos os pacientes saíram
do hospital após algumas horas, sem
sonda, e que em seu primeiro retorno
eles estavam bem.
Em países onde existe assistência governamental de saúde,
como no Brasil, Canadá, Inglaterra, existem filas de espera para
cirurgia da HPB, pois não sendo
uma cirurgia de emergência, mas
eletiva (pré-programada) e com uma
população de idosos cada vez maior,
não tem sido possível atingir a
demanda como seria desejado. Na
prática, as novas tecnologias são
uma solução que tornará possível o
tratamento imediato de um determinado e importante grupo de
pacientes. Esses novos equipamentos devem ser não somente eficientes, mas especial e, economicamente viáveis.
Destaque · 17
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A invasão dos vinhos do Novo Mundo
A tradição ensina que os bons
vinhos vêm da Europa – França,
Itália, Portugal –, mas no século XXI
convivemos com uma mudança na
oferta de vinhos, desde que entraram
em cena os vinhos produzidos no
chamado Mundo Novo – Américas,
África e Oceania. É um novo leque
de opções à disposição dos apreciadores de vinhos mundo afora.
Paulo Zahil, diretor da Zahil Importadora/Winehouse, de São Paulo,
conta que nos últimos anos observase uma invasão dos vinhos argentinos
no Brasil, que hoje aliam a qualidade
dos vinhos do Novo Mundo com um
preço mais competitivo, já que os
acordos do Mercosul reduziram as
alíquotas de importação.
Se os chilenos continuam sendo
a primeira opção dos brasileiros, por
aliar tradição, qualidade e bom preço,
ele observa que as vendas dos argentinos cresceram muito, enquanto a
importação dos europeus diminuiu
substancialmente, inclusive por influência do Euro. Mas preço não é o
único fator para essa mudança de
perfil. Segundo Zahil, o que aconteceu com a Argentina é que, competindo na mesma faixa de preço, o
vinho argentino oferece uma melhor
relação custo-benefício. Porém, ele
ressalta que o mercado tende a se estabilizar, e os europeus recuperarem um
pouco de seu mercado.
A importação de vinhos chilenos
não cresceu tanto quanto a dos argentinos, mas continua aumentando, e juntos, os dois países vêm tomando o espaço dos europeus. Dados da Uvibra –
União Brasileira de Vitivinicultura –
confirmam essa tendência. No ano
2000, a Argentina respondeu por
18 · Destaque
apenas 9% do total de vinhos importados pelo Brasil; de janeiro a abril
de 2006 foi responsável por quase
20%, um salto considerável.
A escalada dos argentinos começou no final da década de 1990.
Com o mercado interno em franco
declínio, a saída dos produtores foi
exportar, e para isso buscaram novas
maneiras de equiparar a qualidade de
seus vinhos aos níveis internacionais.
Eles começaram a pesquisar técnicas
de melhor uso do solo, reduziram a
produção, trouxeram a uva malbec da
França – constataram que ela se dava
bem no terroir argentino, sobretudo
na região de Mendoza, aos pés da
Cordilheira dos Andes – e investiram
na irrigação, usando inclusive a água
do degelo dos Andes, e o clima foi
favorável. A malbec se tornou a uva
emblemática da Argentina. Zahil
explica que ela se adaptou muito bem
ao terroir da região de Mendoza e permitiu que fossem produzidos vinhos
com 100% dessa uva, que na maioria
das vezes é apenas utilizada em cortes
de vinhos na Europa, basicamente na
França. O paladar brasileiro aceitou
bem os vinhos elaborados com 100%
de malbec, já que são vinhos mais
frutados, menos tânicos e que tendem a agradar aquelas pessoas que
estão se iniciando no mundo do vinho.
A Bodegas Salentein, de Mendoza, que tem várias linhas importadas
pela Zahil Importadora, é uma dessas
novas vinícolas. Produz uma linha
básica, Finca La Pampa, com vinhos
a partir de 16 reais, com ótima relação
preço-qualidade, diz Zahil. A Bodega
possui ainda várias gamas de linhas
de vinho: da intermediária, Finca El
Portillo, até a linha Premium, Primus
(Pinot Noir, Merlot e Malbec), com
preços que variam de 133 a 198 reais
a garrafa.
Gaúchas buscam qualidade
No Brasil, as grandes vinícolas
correm atrás de soluções para melhorar a qualidade de seus produtos.
A Miolo anuncia investimentos de
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R$ 55 milhões nos últimos anos em
tecnologia, mudas importadas, instalações e equipamentos de última
geração. Nesse meio-tempo, começou
a produzir vinhos no Vale do São
Francisco e na região da campanha
do Rio Grande do Sul, perto da fronteira com a Argentina, na Estância
Fortaleza do Seival.
A vinícola Miolo busca um novo
padrão de qualidade e já lançou
desde 2004 três novos vinhos super
premium: Raul Anselmo Randon,
Quinta do Seival e Cuvée Giuseppe,
feito com uvas cabernet sauvignon e
merlot. Os vinhos Quinta do Seival,
Cuvée Giuseppe e Terranova Cabernet
Shiraz foram os primeiros lançamentos feitos com a consultoria do
enólogo francês Michel Rolland, que
acompanha todo o processo, do plantio das mudas até o produto final.
Outra vinícola gaúcha tradicional, a Salton, está concluindo a
construção de um gigantesco complexo no município de Tuiuty, a dez
quilômetros de Bento Gonçalves. Inspirada pelas antigas villas italianas, a
nova unidade tem área total de 30
mil metros quadrados e vai aliar tanto
a produção de vinhos quanto a visitação de turistas e uma série de atrativos
para os visitantes. Os investimentos
chegam a R$ 33 milhões em obras e
equipamentos, como máquinas e
tanques de aço inox, faltando pelo
menos mais R$ 1,5 milhão até a conclusão final da Cantina. Angelo Salton
Neto, presidente da Vinícola desde
1981, afirma que a questão tecnológica foi tão levada a sério na construção da nova unidade que o diretor
técnico da Salton, o enólogo Lucindo
Copat, passou os últimos cinco anos
viajando pelo mundo para conhecer
os mais tradicionais fabricantes de
vinhos e espumantes finos e para to-
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mar contato com as mais modernas
tecnologias de fabricação para decidir
o que seria importado. O arquiteto
gaúcho Júlio Posenato, que projetou
a nova sede em Tuiuty, pensou em
uma série de atrativos voltados ao
turismo e criou passarelas internas
por onde o turista pode ver de perto
o processo de produção. “Hoje o turista que visita a Salton pode conhecer, nos mínimos detalhes, tudo o que
acontece durante a fabricação de vinhos, espumantes e sucos, com uma
excelente visibilidade e sem interferir
no rendimento do trabalho dos operários e técnicos logo abaixo. No ano
passado, a empresa recebeu 12 mil
visitantes e espera fechar 2006 com
50 mil turistas em suas novas instalações. Como parte do investimento
em qualidade, a Salton contratou o
consultor argentino Angel Mendoza.
Ele é um dos responsáveis pela criação
do premiado tinto Talento. Outros
vinhos top da empresa são das Linhas
Classic e Volpi.
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A melhor postura no trabalho
Quem trabalha em pé ou sentado diante de um computador ou
uma bancada certamente já sentiu:
depois de algum tempo, começa
aquela dor no ombro, no braço, na
coluna. Mas essas dores que acompanham o trabalho podem ser evitadas com técnicas de ergonomia, que
podem prevenir os problemas causados pela má postura. Na verdade, a
ergonomia é um conjunto de medidas que envolve desde os móveis
corretos até os óculos certos.
De acordo com a fisioterapeuta
Luciana Eduardo da Silva, é preciso
criar boas condições para o trabalho:
checar se as lentes dos óculos são as
ideais, a posição em que se permanece de pé ou sentado e manter um
apoio para os braços. “Normalmente
indico para quem trabalha sentado
mudar de posição a cada meia hora e
relaxar braço, pescoço, perna. Isto não
leva mais que 5 minutos. E a cada
duas horas deve-se parar por dez minutos”, ensina. Alguns programas de
computador instalados em grandes
empresas já fazem isso: a cada meia
hora avisam o funcionário de que ele
deve parar tudo e fazer um alongamento rápido. São exercícios simples:
esticar o braço, levantar e baixar as
mãos. Mas além desses alongamentos
no local de trabalho, o ideal para
manter a saúde e prevenir problemas
mais graves é levar uma vida ativa,
que inclui atividade física, como
caminhada ou natação duas ou três
vezes por semana.
Outro ponto importante: organizar a mesa de trabalho. A fisioterapeuta observa que é preciso dispor
tudo bem na sua frente, telefone,
canetas, papel, impressora, para não
ter que ficar girando o corpo para
pegar o que se necessita. E a mesa
tem que estar na altura certa: “Você
deve manter o cotovelo dobrado a 90
graus e os ombros relaxados, e a mesa
tem que estar nesta altura, nem acima
nem abaixo”, ensina Luciana. Normalmente as pessoas ficam com os
ombros contraídos, o que causa dores
na musculatura. Quando sentado, os
pés têm que estar bem apoiados no
chão, a coluna encaixada no encosto,
e se a cadeira tiver um apoio de cabeça, melhor ainda; os braços devem
ficar apoiados no braço da cadeira.
Na hora de trabalhar no computador,
as mãos ficam soltas, mas o cotovelo
deve estar apoiado.
Quem trabalha em pé deve sempre apoiar um pé em um banco baixo
ou um degrau de escada para não
forçar a coluna. Quando cansar, é só
inverter a posição. “Isto é importante
para manter a coluna reta e não causar
hiperlordose”, explica Luciana. Outra coisa: é bom utilizar as duas mãos
no trabalho, para não sobrecarregar
um lado, e manter a coluna reta em
todas as atividades.
A fisioterapeuta, mestra em Reabilitação pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina, diz que o erro mais
freqüente das pessoas é fazer tudo com
o ombro contraído: digitar, escrever,
lavar louça, passar roupa, dirigir. “A
pessoa contrai o ombro por tensão,
nunca relaxa, esta tensão se acumula
e um dia pode surgir dor. Se não tiver
atividade física, trabalhar com o
ombro contraído, sentada em uma
cadeira não adequada, com monitor
em altura inadequada, 8 horas por
dia, com certeza vai ter dor”, alerta.
Outro ponto muito importante:
carregar peso inadequadamente, de
um lado só, forçando a coluna, o que
pode causar graves doenças como
hérnia de disco.
Medidas simples podem evitar a dor
• Não dobre a coluna ao pegar coisas no chão; sempre dobre os joelhos.
• Ao deitar na cama, sente primeiro, apóie o cotovelo e a mão, deite de lado e só aí jogue as pernas em cima da
cama e vire de barriga para cima ou para o outro lado. Para levantar, faça o inverso, sem pressa. Pular da cama
com um movimento brusco pode causar contratura muscular ou outros problemas mais graves.
• Sempre suba num banco quando for pegar alguma coisa acima de sua cabeça; nunca se estique.
• Ao carregar peso, mantenha-o junto do corpo. Quanto mais longe do corpo, mais pesado ele tende a ficar.
• Prefira sempre mochilas com duas alças ou bolsa com alça larga. E se carregar também uma sacola ou outro peso,
leve um em cada mão.
• Se trabalhar em pé, use um banquinho baixo para apoiar um pé. Se ficar muito tempo em uma fila, mantenha os
dois pés apoiados, o joelho semifletido e as pernas um pouco afastadas.
• Pratique uma atividade física regularmente, como caminhada, natação, hidroginástica. O sedentarismo também causa dor.
20 · Destaque
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