faculdades integradas ipiranga tecnólogo em estética e cosmética

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faculdades integradas ipiranga tecnólogo em estética e cosmética
FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA
DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES
KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA
MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE
LIPOASPIRAÇÃO
Belém-PA
2013
FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA
DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES
KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA
MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS
A INPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE
LIPOASPIRAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado as
Faculdades Integradas Ipiranga como requisito
obrigatório para obtenção de graduação no curso de
Tecnólogo em Estética e Cosmética, na tipologia
Monografia.
Orientador: Profª. Tatiane Almeida de Freitas
Lopes
Belém-PA
2013
DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES
KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA
MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS
A INFLUÊNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE
LIPOASPIRAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado as
Faculdades Integradas Ipiranga como requisito
obrigatório para obtenção de graduação no curso de
Tecnólogo em Estética e Cosmética, na tipologia
Monografia.
Data:
/
/
Dilma de Souza dos Navegantes: Nota
Kátia Regina Leal Corrêa: Nota
Maria do Carmo Silva dos Santos: Nota
Banca Examinadora:
________________________________
Orientadora: Profª. Me Tatiane Almeida de Freitas
________________________________
Avaliador:
________________________________
Avaliador:
Belém-PA
2013
Eu, Dilma,
Dedico a meu marido Sergio Souza, amado, amigo
e companheiro de todas as horas. Seu apoio e
companheirismo constantes foram fundamentais
nesta jornada.
Eu, Katia,
Dedico a minha mãe Lisete, meu porto seguro e fiel
amiga de todas as horas. Quem sempre me deu
toda força, apoio e incentivo em todos os sentidos.
Eu, Maria do Carmo,
Dedico este trabalho a pessoa mais importante da
minha vida: minha querida mãe Maria Astrid, aquém
amo e reconheço que sem o seu apoio eu não teria
chegado até aqui.
Obrigada
por
toda
a
dedicação
e
proporcionado, devemos tudo isso a vocês!
apoio
AGRADECIMENTOS
A Deus nosso supremo Criador e Senhor, por estar sempre presente nos
iluminando, possibilitando que tudo se cumprisse de acordo com o planejado. A Ele toda a
glória sempre!
Aos nossos orientadores Prof. Luis Augusto Ruffeil e a Profª. Tatiane Almeida de
Freitas, pela seriedade e alto astral com que conduziram o processo apesar das
dificuldades. Obrigado pelo conhecimento compartilhado.
A Profª. Izabel Corcovil pelo apoio fundamental em meio as dúvidas, que nos
serviu de suporte durante esta jornada, ajudando-nos a levar esse trabalho à frente.
Obrigada pela atenção dispensada.
Aos amigos e colegas de sala, que de alguma forma ajudaram e vivenciaram o
andamento desse trabalho, com os quais vivemos momentos especiais durante o curso.
Foram três anos formidáveis que serão inesquecíveis!
Eu, Dilma, agradeço a toda minha família, em especial a meu marido Sergio e
minha irmã Diana, que acreditaram no meu trabalho e me ajudaram no que foi possível.
Obrigada pelo apreço, estímulo e apoio em todos os momentos.
Eu, Katia, agradeço, especialmente a meu esposo Antônio, a meus filhos Jorge e
Kamila, pela paciência e compreensão nos momentos em que estive ausente, e pelo apoio
nas dificuldades. Meu muito brigado a todos amigos e familiares que contribuíram direta ou
indiretamente para que este sonho se tornasse realidade.
Eu, Maria do Carmo, agradeço em especial a minha família, amigos e as minhas
abnegadas irmãs em Cristo do Círculo de Oração que nunca deixaram de interceder por
mim. Obrigada pelo incentivo, ajuda e orações dedicados.
Por fim, agradecemos a todos que direta ou indiretamente colaboraram e por falha
nossa não foram mencionados, nosso muito obrigado.
“Muito mais que uma simples massagem, a
drenagem linfática manual é reconhecida
cientificamente
como
uma
complementar
benéfica,
prática
sendo
muito
apreciada no campo estético. Entre as muitas
terapias manuais, à drenagem linfática ocupa
posição
de
justamente
destaque
pelos
no
mundo
benefícios
que
todo,
pode
proporcionar à pessoa que se submete a tal
procedimento”.
Ary Elwing e Orlando Sanches
RESUMO
A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de massagem que tem por objetivo
drenar os líquidos orgânicos excedentes acumulados no interstício, devolvendo o equilíbrio
hidrostático do organismo. Este método foi desenvolvido por Emil Vodder e sua esposa
Estrid e publicado durante um Congresso em Paris em1936, a partir daí muitas pesquisas
foram realizadas comprovando cientificamente sua eficácia, hoje a DLM é reconhecida no
mundo inteiro como terapia complementar no tratamento de patologias edematosas. Pode
ser utilizada tanto por Fisioterapeutas no tratamento de patologias, como por Esteticistas em
tratamentos faciais, corporais e em pré e pós-cirúrgicos de cirurgias plásticas incluindo a
Lipoaspiração. A utilização deste método, no pós-operatório de Lipoaspiração possibilita a
obtenção de bons resultados, trazendo benefícios tanto estéticos quanto clínicos como a
redução do edema. Este trabalho teve como objetivo principal, explicar a importância de se
utilizar a Drenagem Linfática Manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração, como
recurso terapêutico principal ou complementar na prevenção e/ou minimização das
intercorrências provenientes de traumas pós-cirúrgicos. Nesse aspecto enfatizamos ainda a
importância da atuação conjunta do profissional tecnólogo em estética com o cirurgião
plástico para uma evolução satisfatória da cirurgia. Para fundamentar este trabalho
utilizamos uma pesquisa bibliográfica de natureza descritiva, tendo como objeto de estudo
literaturas diversas, artigos científicos e sites. Com esta pesquisa, constatamos que a DLM,
é uma terapia eficiente não apenas para redução de edemas provenientes de pós-cirúrgicos,
mas também se mostra muito eficaz no tratamento de várias patologias geradas por
distúrbios de Sistema Linfático. Portanto, é uma terapia que não oferece risco algum a quem
recebe, desde que seja respeitado suas contra-indicações e que seja aplicada de forma
correta.
Palavras-chaves: Drenagem Linfática. Sistema Linfático. Lipoaspiração. Pós-operatório de
Lipoaspiração.
ABSTRACT
Manual lymphatic drainage (MLD) is a massage technique that aims to drain the
accumulated surpluses in the interstitial fluids, returning the hydrostatic equilibrium of the
organism. This method was developed by Emil Vodder and his wife Estrid and published
during a Congress in Paris em1936, thereafter many searches were performed scientifically
proving its effectiveness, today the DLM is recognized worldwide as a complementary
therapy in the treatment of o edematous diseases. Can be used by physiotherapists in the
treatment of pathologies, such as Beauticians in facials, body treatments and in pre-and
post-surgery of plastic surgery including liposuction. Using this method, post-operative
Liposuction makes it possible to obtain good results, bringing benefits to both aesthetic as
such as reducing the clinical edema. This work had as main objective, explain the
importance of using the Manual lymphatic drainage in the immediate postoperative period of
liposuction, as main or complementary therapeutic resource in preventing and/or minimising
complications from post-surgical trauma. In this regard, we emphasize the importance of joint
actions of the professional technologist in aesthetics with a plastic surgeon for a satisfactory
evolution of surgery. In support of this work, we use a bibliographic search of descriptive
nature, having as object of study several literatures, scientific articles and websites. With this
research, please contact that DLM is an efficient therapy not only for reducing swelling from
surgery patients, but also very effective in the treatment of various pathologies generated by
Lymphatic System Disorders. Therefore, it is a therapy, which does not risk who receive,
provided that it is respected its contraindications and it is applied correctly.
Keywords: lymphatic drainage. Lymphatic System. Liposuction. Post-op liposuction.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 11
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 11
3 METODOLOGIA........................................................................................................... 12
4 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 13
4.1 PELE ......................................................................................................................... 13
4.1.1. Camadas da pele.................................................................................................. 14
4.1.2 Funções da Pele.................................................................................................... 16
4.1.3 Importância da pele na avaliação estética .......................................................... 16
5 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO ............................................... 17
5.1 BREVE HITÓRICO .................................................................................................... 17
5.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO ....................................................................................... 18
5.3 SISTEMA LINFÁTICO................................................................................................ 19
5.4 COMPONENTES PRINCIPAIS DO SISTEMA LINFÁTICO ........................................ 21
5.4.1 Canais pré-linfáticos ............................................................................................ 21
5.4.2 Capilares linfáticos .............................................................................................. 21
5.4.3.Vasos ou coletores linfáticos .............................................................................. 22
5.4.4 Gânglios, nódulos linfáticos ou Linfonodo ........................................................ 23
5.4.5 A linfa .................................................................................................................... 25
5.5 PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO .................................................. 25
5.6 ALTERAÇÕES NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA LINFÁTICO .......................... 26
5.6.1.Edemas .................................................................................................................. 26
5.6.2.Classificação ......................................................................................................... 27
5.6.2.1 Edemas originados de transtornos circulatórios ................................................... 27
5.6.2.2 Edemas originados por falhas linfáticas ............................................................... 27
6 LIPOASPIRAÇÃO ........................................................................................................ 29
6.1 HISTÓRICO .............................................................................................................. 29
6.2 DEFINIÇÕES ............................................................................................................. 31
6.3 CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO A CIRURGIA ......................................................... 34
6.4 INTERCORRÊNCIAS E COMPLICAÇÕS DO PÓS-OPERATÓRIO........................... 34
7 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL (DLM) .................................................................. 35
7.1 HISTÓRICO ............................................................................................................... 35
7.2 DEFINIÇÃO ............................................................................................................... 36
7.3 PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS ...................................................................... 37
7.3.1 Método Vodder ..................................................................................................... 37
7.3.2 Método Leduc ....................................................................................................... 37
7.3.3 Método Godoy ...................................................................................................... 38
7.4 MANOBRAS .............................................................................................................. 39
7.5 EFEITOS DA DLM NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO .................................................. 41
7.6 BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS ............................................................................ 43
7.7 CONTRA-INDICAÇÕES ............................................................................................ 44
8 PAPEL DO ESTETICISTA NAS INTERCORRENCIAS DE
PÓS-LIPOASPIRAÇÃO .................................................................................................. 45
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 48
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 52
10
INTRODUÇÃO
Responsável pela drenagem do líquido intersticial, transporte de lipídios e pela
produção de anticorpos que facilitam a resposta imune, o Sistema linfático exerce um papel
preponderante e indispensável na manutenção da saúde de nosso organismo.
Sua fisiologia está diretamente relacionado ao sistema circulatório auxiliando no bom
funcionamento deste, a principal diferença entre estes sistemas é a ausência de um órgão
bombeador central. No sistema circulatório o coração é o órgão bombeador, já no sistema
linfático esta importante função é transferida a válvulas denominadas de Linfângions. Estas
válvulas são controladas pelo sistema autônomo e tem por finalidade impedir o refluxo da
linfa permitindo assim que esta siga somente em sentido unidirecional.
Como já citamos, a drenagem de líquidos é uma das funções do sistema linfático ela
ocorre naturalmente pois trata-se de uma função fisiológica do nosso organismo. Contudo,
devido a diversos fatores internos ou externos esta função pode ser comprometida e em
alguns casos até interrompida, resultando na retenção de líquidos pelo organismo que pode
ser de forma localizada ou generalizada.
Neste contexto surge a Drenagem Linfática Manual (DLM) que nos últimos anos teve
sua importância reconhecida por toda comunidade científica a nível mundial. Criada por Emil
Voldder e sua esposa Estrid Voldder em 1936, a DLM é uma técnica que tem como objetivo
a estimulação das funções do sistema linfático, ela hoje está sendo uma das principais
recomendações médicas nos períodos de pré e pós-operatório de cirurgias plásticas.
As intervenções cirúrgicas são cada dia mais frequentes, conquistando mais adeptos
em ambos os sexos nos diversos seguimentos sociais. Segundo pesquisa realizada pelo
IBOPE no período de 2009-2010, o mercado de cirurgias plásticas no Brasil está em grande
desenvolvimento, do o total de cirurgias realizadas por profissionais associados a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nesse período, 69% das cirurgias realizadas foram
estéticas e apenas 31% reparadoras. Ainda segundo a pesquisa 12% corresponde a
lipoaspiração isolada e 17% a lipo associada a outras cirurgias, ocupando o segundo lugar
do total de procedimento perdendo apenas pra Mamoplastia (IBOPE, 2009).
De olho nesse mercado em grande expansão, o presente trabalho, através de uma
revisão bibliográfica, de natureza descritiva pretende apresentar a Drenagem Linfática
Manual como um importante recurso terapêutico no pós-operatório de lipoaspiração,
ressaltando o papel do profissional da estética neste processo.
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Com a finalidade de reduzir o tempo de repouso, acelerar a recuperação do paciente
e o desaparecimento dos edemas gerados pelo trauma cirúrgico, minimizando com isso, os
incômodos por ele causados. O presente trabalho teve como objetivo principal, explicar a
importância de utilizar a Drenagem Linfática Manual como recurso terapêutico imediato no
pós-operatório de lipoaspiração.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Descrever a anatomia e fisiologia o Sistema Linfático.
- Explicar as técnicas de Drenagem Linfática Manual mais utilizadas.
- Analisar a importância da atuação conjunta do profissional tecnólogo em estética com o
cirurgião plástico em todo o processo que envolve a cirurgia.
12
3 METODOLOGIA
Para o cumprimento do objetivo proposto foi realizado uma Pesquisa Bibliográfica
de natureza básica, abordagem qualitativa e objetivo exploratório. Tendo como objeto de
estudo livros e artigos científicos gratuitos, que tratassem da temática em questão,
publicados no período de 1986 a 2013, além de pesquisa em sites e bibliotecas de
instituições públicas e privadas de ensino superior. As palavras-chaves utilizadas para
pesquisa foram: Drenagem Linfática, Sistema Linfático, Lipoaspiração, pós-operatório de
Lipoaspiração.
Os textos que contribuíram para construção deste trabalho foram analisados a fim
de obter informações consistentes à respeito da Drenagem Linfática Manual e sua aplicação
no pós-operatório imediato de lipoaspiração, ressaltando sua eficácia e o papel do
Esteticista na promoção resultados satisfatórios neste processo.
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4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 PELE
A Pele é o elemento fundamental na constituição do sistema tegumentar, e no que
se refere a procedimentos estéticos trata-se do principal meio de contato do terapeuta com o
cliente para da avaliação, uso de equipamentos sendo imprescindível para permeação de
ativos cosméticos. Sendo dotada de uma estrutura extremamente complexa é fundamental
que o profissional esteticista compreenda a fisiologia e anatomia pele procurando
desenvolver ações que promovam o bom desempenho de suas funções.
Segundo Thibodeau e Patton (2002), o Sistema Tegumentar compõe-se da pele e
seus anexos, que são: glândulas sudoríparas e sebáceas, folículo piloso e unhas. Além
disso, estão inseridos na pele, numerosos órgãos dos sentidos, microscópicos e altamente
especializados.
Pereira et al. (2013) afirmam que a pele consiste em um verdadeiro invólucro que
reveste toda superfície do corpo, abrange uma área de 2m2 que reveste todo o organismo,
seu prolongamento é interrompido apenas nos orifícios onde estende-se através da mucosa,
sua espessura dependendo da localização pode variar entre 1 a 4 milímetros, representando
cerca de 15% do total de peso corporal.
O peso da pele em um adulto é de 9 quilos ou mais, o que a torna o maior e mais
pesado órgão do corpo humano, sua principal função é proteção e adaptá-lo ao meio
ambiente (THIBODEAU e PATTON, 2002).
Segundo Montagu (1988), como uma roupagem contínua e flexível a pele envolvenos por completo sendo o mais sensível de nossos órgãos, o primeiro meio de comunicação
e um eficiente protetor. De acordo com o autor, a pele, mais especificamente a epiderme,
cada vez mais vem sendo confirmada por numerosas pesquisas independentes que tem
função imunológica, sendo reconhecido que a estimulação tátil tem efeitos profundos sobre
o organismo, tanto campo fisiológicos quanto no comportamental.
Portanto, conhecer as características anatômicas e fisiológicas deste importante
sistema torna-se extremamente necessário para o sucesso de quase todos procedimentos
estéticos, já que a maioria deles exigem um contato direto com a pele, que começa com a
avaliação onde é feito a anamnese e segue até a conclusão da terapia proposta.
Nos próximos tópicos deste capitulo estaremos conhecendo melhor a estrutura e a
fisiologia deste importante órgão do sistema tegumentar, procurando enfatizar sua relação
com o sistema linfático, já que boa parte da rede de capilares linfáticos encontram-se na
pele.
14
4.1.1. Camadas da pele
Sendo um elemento fundamental na constituição do sistema tegumentar a pele ou
membrana cutânea é um órgão que apresenta-se em forma de folheto dividido em três
camadas distintas de tecidos diferentes denominadas de epiderme, derme e a hipoderme,
conforme mostra (Figura 1) a seguir (THIBODEAU e PATTON, 2002).
FIGURA 1. Camadas da pele
FONTE: http://www.estetica.pro.br/aulas/aulas_fisioanatomia_da_pele.htm
 Epiderme
Sendo a camada mais superficial, permite contato com o meio externo sendo a
principal barreira de defesa dos órgãos internos. Com uma espessura de 0,06 a 0,6 mm,
constituída de um epitélio multiestratificado composto por células Malpighi (germinativas) e o
estrato córneo (PEREIRA et al., 2013). É a camada que pode ser vista e tocada, não possui
vasos sanguíneos e apresenta pouca quantidade de terminações nervosas, nela acontece
todo processo de renovação celular (ATKINSON, 2000).
 Derme
É a camada intermediária, apresenta-se como uma estrutura resistente e elástica, é
constituída por fibras de colágeno, elatina e reticulínicas. Representa a segunda linha de
defesa contra traumatismos, contém os anexos cutâneos, glândulas, vasos sanguíneos e
linfáticos, nervos e terminações nervosas, tendo como principal função dar sustentação e
nutrição à epiderme e seus anexos, além de auxiliar parcialmente na termoregulação
(PEREIRA et al., 2013). Com uma espessura de 1 a 4 mm, está subdividida em: derme
papilar, mais superficial e fina, e em derme reticular, mais profunda (PALERMO et al., 2012).
15
A derme apresenta pequenas projeções, chamadas de papilas, que se estendem
até a epiderme, estas possuem terminações nervosas e vasos sanguíneos e linfáticos que
garantem o fluxo do sangue e da linfa nas células da camada superior (epiderme)
(ATKINSON, 2000). Localizados na pele logo abaixo da epiderme mais precisamente na
derme estão os capilares linfáticos iniciais, eles não possuem válvulas e são responsáveis
pela drenagem de uma área de 3 a 4 cm de circunferência, chamada de área linfática, nos
pés e na mãos essa área cai pra 1,5 a 2 cm de circunferência (TURK e CAHALIN, 2007).
Os capilares iniciais são canais vasculares de fundo cego distribuídos por toda pele,
epitélios e órgãos, tem por finalidade capitar o excesso de líquido intersticial e proteínas do
plasma permitido que entrem no sistema linfático para serem devolvidos a circulação
(PRENTICE, 2002).
 Hipoderme
A última e mais profunda camada da pele consiste basicamente de tecido adiposo,
septos fibrosos e vasos e nervos de maior volume, com espessura variável dependente do
biótipo do indivíduo. Especificamente sua função está relacionada a reserva de nutrientes,
conservação da temperatura corporal e proteção mecânica de traumatismo externos
(PEREIRA et al., 2013).
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo frouxo, no qual as células de adipócitos
são especializadas no armazenamento de triglicerídeos, sendo encontrado em todos os
locais onde se encontra tecido conjuntivo areolar, à medida que que sua quantidade
aumenta com o ganho de peso, novos vasos sanguíneos vão sendo formados, por isso uma
pessoa obesa tem muito mais vasos sanguíneos que uma pessoa magra, este tipo de
situação pode elevar a pressão sanguínea entre os vasos fazendo o coração trabalhar mais
(TORTORA e DERRICKSON, 2012).
Segundo Bartmann (2010), é na hipoderme que se depositam a maior parte das
células adiposas, causando a tão temida gordura localizada, que em algumas regiões como,
abaixo da cicatriz umbilical, culotes, interno de coxa e glúteo, são difíceis de eliminar com
dietas e exercícios, restando somente as cirurgias plásticas como principal recurso.
Como podemos observar a maior parte da rede de capilares que forma o sistema
linfático encontra-se na pele, mais precisamente na derme. Por isso, as manobras da
drenagem linfática manual devem ser lentas e com suave pressão, obedecendo sempre o
sentido da circulação, já que o principal objetivo da terapia é somente estimular a circulação
linfática, caso contrário o que ocorrerá é a ativação da circulação sanguínea ésta por sua
vez anulará a ação drenante das manobras.
16
4.1.2 Funções da Pele
A pele é o maior e mais importante órgão do sistema tegumentar, sua função
principal é de proteger os tecido subjacente das invasões por bactéria e agentes químicos
nocivos, também desempenha o papel de regulador da temperatura corporal e sintetiza
agentes químicos importantes, sendo um sofisticado órgão dos sentidos, que permite ao
corpo responder a vários estímulos, como: dor, pressão, tato e mudanças de temperatura
(THIBODEAU e PATTON, 2002).
Devido à sua estrutura complexa, a pele pode exercer diferentes funções tais como:
manutenção da sua própria integridade e do organismo, proteção de agressões e agentes
externos, controle da temperatura, barreira, absorção de luz solar, metabolismo de vitamina
D. Além disso, consideramos que a aparência, o toque, a maciez, os odores, a coloração e a
sensibilidade são funções estética e sensoriais importantes para saúde psicossocial do
indivíduo (HARRIS, 2003).
4.1.3 Importância da pele para uma avaliação estética
Marino e Dambry, (2012), afirmam que o primeiro contato do cliente com o
profissional se dá através da pele, sendo o toque manual um instrumento de ação
terapêutica de suma importância. De acordo com os autores, a pele é o órgão fundamental
para uma avaliação estética, fato que justifica-se quando por meio da apalpação podemos
observar a presença de cicatrizes, miogeloses, fibroses e retrações miofásciais.
Podem ainda ser observados desiquilíbrios de origem orgânica e as alterações
inestéticas mais frequentes relacionadas a pele como: alteração na coloração, textura,
temperatura, tônus, hidratação, elasticidade, dor, vascularização entre outros. As alterações
citadas podem se causadas por diversos fatores dentre eles temos: maus hábitos
alimentares, sedentarismo, vícios e até situações psicicocomportamentais como medo,
raiva, stress etc. (MARINO e DAMBRY, 2012).
Neste aspecto cabe ao esteticista através de uma boa anamnese identificar uma
possível causa para as alterações do tipo inestéticas e dentro de seu campo de atuação
propor um protocolo terapêutico que possa solucionar ou minimizar o problema. Caso
identifique uma alteração patológica é seu dever orientar o cliente a procurar um médico, já
que não cabe ao esteticista tratar alterações de ordem patológica.
Nos capítulos seguintes, abordaremos assuntos específicos ao tema proposto,
procurando nos ater com mais detalhes as questões anatômicas, fisiológicas e alterações do
sistema linfático onde a drenagem linfática manual pode ser utilizada com sucesso,
enfatizando sua eficiente aplicabilidade no pós-operatório de Lipoaspiração.
17
5 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO
5.1 BREVE HITÓRICO
Pesquisas sobre o sistema linfático são relativamente recentes, porém, estudos
sobre sua anatomia e fisiologia datam desde a antiguidade. De acordo com, Elwing e
Sanches (2010), Hipócrates já falava sobre o “sangue branco”; Aristóteles, Herófilos e
Erasistrato mencionam em seus escritos “certas estruturas anatômicas, que geram um fluido
incolor”. E Herófilos cita ainda, vasos que chegam em uma “espécie de glândulas não
definidas”. Por muitos séculos a Igreja Católica proibiu as dissecações em cadáveres
humanos, até que no século XVII, retomaram-se os estudos daí por diante muitas
descobertas foram realizadas (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005).
Segundo Garcia (2010), durante o século XVII, foi atribuído a descrição do sistema
linfático a Gaspar Asellius, professor de anatomia em Pávia entre 1581 e 1627 que estudou
os vasos linfáticos intestinais de um cão. Ainda mesmo século, em 1651, Jean Pecquet
descobriu em cadáver humano, a existência do conduto torácico que na porção distal
possuía uma espécie de “bolsa” que denominou de Cisterna de Pecquet ou Quilo.
Os primeiros a relacionar todos os descobrimentos surgidos e considerar o sistema
linfático vascular como uma unidade funcional, definindo os gânglios linfáticos e a linfa,
foram o sueco Olf Rudbech e o dinamarquês Thomas Bartholin (RIBEIRO, SOUZA,
MAGALHÃES, 2005). Mas somente por volta de 1652 que Tthomas Bartholin, apresentou
um trabalho a Universidade de Leyden (Holanda) em março do mesmo ano, onde informou
a existência dos vasos linfáticos, sendo-lhe por isso, atribuído o descobrimento do sistema
linfático como um novo sistema circulatório (ELWING e SANCHES, 2010).
Os fisioterapeutas Emil Vodder e Leduc, fizeram de suas vidas um constante
estudo sobre o sistema linfático, estes entre outros não citados, fizeram descobertas
significativas que permitiram grandes avanços nas pesquisas relacionadas a drenagem
linfática fisiológica e manual (GARCIA, 2010).
Nos últimos anos, o estudo dos vasos sanguíneos, arteriais e venosos (Angiologia),
através de técnicas modernas de investigação tem alcançado níveis amplos de
conhecimento. Na Medicina, em geral, aborda-se a fisiologia do sistema linfático de maneira
simples, ficando pouco conhecido em sua estrutura e funcionamento. Atualmente, com os
modernos avanços tecnológicos permitiu-se ampliar e conhecer com mais profundidade este
sistema. Estes avanços é de grande importância para comunidade científica, espacialmente
18
para profissionais como
cirurgiões plásticos,
dermatologistas e esteticistas,
cujo
conhecimento mais detalhado da anatomia e fisiologia deste sistema torna-se fundamental
para obter bons resultados em seus tratamentos (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005).
Nos tópicos seguintes faremos uma abordagem simplificada da anatomia e
fisiologia do sistema circulatório sanguíneo, nos prendendo de forma mais detalhada ao
sistema linfático, foco principal da drenagem linfática manual. São sistemas distintos entre
si, contudo, estão diretamente ligados sendo impossível entender a circulação linfática sem
compreender o que ocorre na circulação sanguínea.
5.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório sanguíneo está formado por um conjunto de canalização
anexado ao coração que impulsiona o sangue por todo o corpo (RIBEIRO, SOUZA,
MAGALHÃES, 2005). Este sistema consiste, do coração, que é a bomba muscular
responsável por bombear o sangue através de um sistema fechado de artérias, veias e
capilares para todo o corpo, afirmam Thibodeau e Patton, (2002) (Figura 2).
A
B
FIGURA 2. Sistema circulatório sanguíneo e linfático. A: circulação sanguínea e linfática completa. B:
microcirculação sanguínea e linfática em detalhe.
FONTE: A: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfLrcAD/sistema-vasos-sanguineos-sangue?part=2
B: http://www.salutemigliore.it/pnei.html
Subdivide-se em sistema arterial, venoso e linfático sendo os dois primeiros
responsáveis pelo transporte de nutrientes para os tecidos e pela retirada dos resíduos
metabólicos para eliminação. O sistema arterial através do capilar arterial conduz o sangue
que sai do coração rico em O2 e nutrientes para todo o corpo, com a finalidade de oxigenar e
19
nutrir os tecidos. O sistema venoso consiste em uma rede de capilar que recebe o sangue
dos tecidos e conduz de volta ao coração e pulmão (ELWING e SANCHES, 2010).
Nos vertebrados o sangue circula sempre no interior de vasos e tem várias funções,
é um sistema vascular fechado onde em seu centro está o coração e em volta estão as
veias e as artérias responsáveis pelo transporte do sangue no organismo. O coração realiza
dois tipos de circulação, estas são conhecidas como grande e pequena circulação: na
grande circulação o sangue sai do coração para os tecidos retornando ao coração, já na
pequena o sangue que chega ao coração é enviado ao pulmão para ser oxigenado
retornando ao coração para que este o bombeie novamente ao corpo (GARCIA, 2010).
É na microcirculação onde tudo acontece, ela é formada por uma rede de capilares
arteriais, venosos e linfáticos com cada possuindo uma função específica, ou seja, entrega
de nutrientes às células e retirada de resíduos para eliminação (RIBEIRO, SOUZA e
MAGALHÃES, 2005).
5.3 SISTEMA LINFÁTICO
De acordo com Elwing e Sanches (2010), o Sistema Linfático é uma via acessória
de circulação que está diretamente ligada ao Sistema Circulatório Sanguíneo, portanto, sem
conhecer a Anatomia e a Fisiologia destes sistemas torna-se praticamente impossível
entender a diferença entre o mecanismo de ação da drenagem linfática fisiologia e o da
drenagem linfática manual ou mecânica.
O Sistema Linfático anatomicamente é formado por: linfa, vias linfáticas (capilares
linfáticos, vasos linfáticos, troncos linfáticos, ductos linfáticos) e os órgãos ou tecidos
linfoides (tonsilas, linfonodos, baço e timo) (GARCIA, 2010) (Figura 3).
FIGURA 3. Descreve a anatomia do Sistema linfático
FONTE: http://www.humanbody.xpg.com.br/sistemali.htm
20
Os órgãos linfáticos abrigam células fagocíticas e linfócitos, as quais desempenham
papel essencial no mecanismo defesa do organismo, os vasos linfáticos tem como função
primordial transportar de volta para o sangue o liquido que escapou durante o processo
circulatório sanguíneo (MARIEB e HOEHN, 2009).
Este líquido, apesar de possuir a mesma composição, dependendo de sua
localização recebe nomes distintos, ou seja, quando ainda encontra-se no interstício é
chamado de liquido intersticial, depois de ser capitado pelos sistema linfático estando no
interior dos vasos é chamado de linfa (APPLEGATE, 2012).
Os sistemas circulatório e linfático, apesar de muito semelhantes anatomicamente a
ausência de um órgão central bombeador como o coração torna-se a principal diferença
entre eles, pois, no sistema circulatório cabe ao coração a responsabilidade de bombear o
sangue a todo corpo, já no sistema linfático, a nobre função de bombear a linfa, permitindo
que esta retorne novamente a circulação sanguínea cabe aos Linfângions (GUIRRO e
GUIRRO 2004).
Linfangions são válvulas de contração com mobilidade própria, que permitem a
evacuação da linfa de forma ascendente para os ductos linfáticos ou torácico, estas válvulas
configuram-se em uma verdadeira unidade motriz no processo fisiológico de drenagem
linfática (GUIRRO e GUIRRO 2004). A (Figura 4) ilustra os vários linfangions que formam
um capilar linfático.
FIGURA 4. Linfângions
FONTE: http://maquel.com.br/blog/2013/09/17/sistema-linfatico/
Formando uma rede de vasos que interligam os dois sistemas circulatório e
linfático, os capilares sanguíneos são os mais numerosos e os menores do sistema
sanguíneo, sendo responsáveis pela função mais específica deste, que é o intercambio dos
elementos nutritivos com espaço intersticial e a capitação dos resíduos, mecanismo
conhecido como Filtração e Absorção. O ponto onde o capilar arterial se converte em
venoso permitindo com isso, o equilíbrio entre os processos de filtração e absorção é
chamado de Iso- Ring, Anel Iso ou anel de isolamento (ELWING e SANCHES, 2010).
21
Sendo um sistema aberto que transcorre paralelo ao sanguíneo, o sistema linfático
inicia no espaço intercelular, com os vasos linfáticos iniciais e termina na junção jugularsubclávia direita e esquerda onde se integra ao sistema sanguíneo (ELWING e SANCHES,
2010).
5.4 COMPONENTES PRINCIPAIS DO SISTEMA LINFÁTICO
Para um melhor entendimento da drenagem linfática é necessário definir os
principais componentes que constituem o sistema linfático. De acordo com Elwing e
Sanches (2010), referindo-se a anatomia deste sistema, afirmam que o mesmo é composta
por órgãos linfoides especializados responsáveis pela defesa imunitária específica do
organismo, e pelos componentes especiais que formam uma rede de captação e reabsorção
do liquido intersticial composta pelos: canais pré-linfáticos, capilares linfáticos, coletores
linfáticos, gânglios linfáticos e a linfa. A figura a baixo (Figura 5) demonstra a rede de
capitação do sistema linfático, iniciando nos capilares mais superficiais localizados na derme
seguindo até aos vasos mais profundos.
FIGURA 5. Rede de captação
FONTE: http://www.soscorpo.com.br/novosite/curso_drenagem.php
5.4.1 Canais pré-linfáticos
O sistema linfático se inicia neles, são tubos abertos formados pela distribuição das
fibras elásticas dos espaços abertos que conduzem a carga linfática ao capilar linfático, por
esta razão é denominado de sistema circulatório aberto (ELWING e SANCHES, 2010).
5.4.2 Capilares linfáticos
Também chamados de vasos iniciais, encontram-se no espaço intersticial em forma
de rede, inicia-se como um saco de fundo sego e vão se unindo até dar lugar aos vãos
coletores (ELWING e SANCHES, 2010).
22
São muito parecidos com os capilares sanguíneos, a diferença é que os capilares
linfáticos são permeáveis, e por isso, componentes como a linfa e macromoléculas como as
proteínas, podem ser absorvidos e transportados para diferentes partes do corpo. As
macromoléculas são partículas maiores, e por isso são difíceis de serem transportadas pelo
sistema circulatório, afirma Garcia (2010).
5.4.3.Vasos ou coletores linfáticos
Segundo Elwing e Sanches (2010), estes vasos se dividem em quatro grupos
distintos:
1. Pré-coletores: vasos de pequeno calibre que criam um espaço de transição
entre os coletores.
2. Coletores aferentes, eferentes e linfonodos: os vasos linfáticos aferentes
(entrada) alcançam vários pontos do linfonodos, vasos eferentes (saída)
abandonam o linfonodo por uma depressão denominada hilo, os linfonodos
consiste em um aglomerado de tecido reticuloendotelial revestido por uma
cápsula de tecido conjuntivo, atuam basicamente na filtração da linfa e o
papel imunológico através dos linfócitos e plasmócitos, dependendo do local
podem variar em tamanho e numero podendo ser superficiais ou profundos.
3. Troncos Linfáticos: temos três abdominais, três broncomediastínicos,
jugular e subclávia direita e esquerda, estes são grandes vasos que
recebem
linfa
de
grupos
de
coletores
drenando
amplas
regiões
desembocando nos condutores ou ductos linfáticos.
4. Ductos linfáticos: são dois, o ducto linfático e o torácico, tratam-se dos
vasos mais volumosos do sistema, tendo por finalidade trazer a linfa dos
troncos linfáticos para o sistema sanguíneo.
DUCTO LINFÁTICO DIREITO: este ducto resulta da convergência dos trocos
jugulares, subclávios e broncomediastínicos, que estão localizado a frente do musculo
escaleno onde se encontra com o sistema venoso. Recebe linfa da metade direita da
cabeça e pescoço, extremidade superior direita, lado direito do tórax, incluindo o lado direito
do pulmão, coração e fígado (ELWING e SANCHES, 2010). Conforme mostra a área de cor
vermelha na (Figura 6)
DUCTO TORÁCICO: é o mais importante ducto do sistema, devido transportar
maior quantidade de linfa. Inicia na cisterna de Pecquet ou quilo, na altura das vertebras L1
e L2, e mede entre 38 cm e 45 cm, atravessa o diafragma e chega ao tórax até a raiz do
pescoço no lado esquerdo, onde recebe os vasos linfáticos jugulares esquerdo provenientes
da cabeça e pescoço, finaliza seu trajeto entrando no sistema sanguíneo. Este ducto recebe
23
linfa proveniente das regiões dos membros inferiores, hemitronco, membro superior
esquerdo e cabeça (ELWING e SANCHES, 2010). Conforme mostra a área de cor azul
indicada na imagem a baixo (Figura 6).
FIGURA 6_ Regiões drenadas pelos Ductos
FONTE: www.ck.com.br/index.php/materias/150-tecnicas-de-drenagem-linfatica-na-estetica.html
De acordo com Garcia (2010), a origem e constituição destes ductos estão
relacionados diretamente com o principais troncos linfáticos, estes vasos são de extrema
importância, pois trabalham como vias finais de limpeza da linfa.
A primeira parte do ducto torácico é aumentada para formar uma espécie de bolsa
denominada de cisterna do Quilo ou Pecquet. O quilo é o liquido leitoso formado pela
combinação de glóbulos de gordura e linfa, que vêm dos lácteos intestinais, passa através
dos vasos linfáticos intestinais e dos linfonodos mesentéricos entrando na cisterna, para que
então juntamente com toda linfa recolhida da região abaixo do diafragma sejam levados pelo
ducto torácico a corrente sanguínea (COHEN e WOOD, 2002). (Figura 7).
De acordo com Garcia (2010, p. 34), “a cisterna do quilo não está presente em
todos os indivíduos, apenas em 10%, não sendo possível a estimulação manual nos troncos
abdominais, na maioria dos indivíduos, pois o sistema linfático é superficial”.
5.4.4 Gânglios, nódulos linfáticos ou Linfonodo
São estruturas que fazem parte do sistema linfático e imunológico, são passagem
obrigatória da linfa circulante para que seja filtrada e purificada para retornar ao sistema
circulatório atuam como uma espécie de filtro mecânico e biológico e existem cerca de 700 a
1000 gânglios, estes produzem linfócitos e contêm macrófagos para fagocitar o “lixo”
recebido (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005) (Figura 7).
24
FIGURA 7. Anatomia do Linfonodo
FONTE: http://www.belezain.com.br/estetica/sistemalinf.asp
De acordo com Garcia (2010), os linfonodos são constituídos de uma massa de
tecido linfático, medem de 1 a 25 mm de comprimento, em forma de grãos, intercalados no
trajeto dos vasos, organizados por uma cápsula de tecido conjuntivo e por trabéculas em
nódulos corticais e cordões medulares, que formam os linfócitos, através dos quais a linfa é
filtrada, permitindo atividade fagocíticas de células reticulares e macrófagos.
Os gânglios linfáticos podem estar isolados, mas geralmente encontram-se
agrupados em maior ou menor número, formando grupos ganglionares que trazem a linfa de
coletores que drenam órgãos ou zonas externas do organismo (ELWING e SANCHES,
2010).
Segundo Ribeiro (2004), os gânglios compõem-se de agrupamentos esféricos e
compactos de linfócitos, encontram-se interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agindo
como filtro contra a penetração de microrganismos, toxinas ou substâncias estranhas. Estão
localizados superficial ou profundamente e os principais grupos são: os cervicais, os axilares
e os inguinais, de acordo com (Figura 8). Existem ainda os occipitais, retroauriculares,
parotídeos, submandibulares entre outros.
FIGURA 8. Localização dos principais grupos de gânglios linfáticos superficiais. A: face anterior. B:
face posterior.
FONTE: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfItoAE/imunologia-adoro
25
5.4.5 A linfa
É um líquido formado no corpo humano, conhecido como o mais nobre por sua
limpeza, clareza, purificação e por ser fonte de água 96% em média. Juntamente com o
líquido cefalo-raquidiano é considerado o mais rico do organismo, apresentando coloração
esbranquiçada ou amarelo-limão (LAUGHLIN, 1922; JACQUEMAY, 2000, p.23 apud
GARCIA, 2010)
Possuindo uma composição similar à do plasma sanguíneo, diferenciando-se
apenas pela quantidade de proteína, a linfa é constituído por duas partes: uma plasmática,
contendo sódio, potássio, cloreto, dióxido de carbono, glicose e enzimas, outra celular
composta por células como linfócitos, granulócitos, eritrócitos e macrófagos (APPLEGATE,
2012).
Circulando nos capilares, vasos, ductos e gânglios linfáticos, a linfa faz parte dos
líquidos corporais, temos cerca de 40 litros de água no corpo, onde 25 litros estão dentro
das células e 15 litros fora delas, a linfa faz parte dos 15 litros juntamente com outros
líquidos corporais como saliva, suor, urina, suco gástrico, bile e outros que circulam no meio
extra celular (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005).
5.5 PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO
De acordo com Marx e Camargo (1986, p.13), o Sistema Linfático é como “uma via
de secundária de acesso por onde líquidos provenientes do interstício são devolvidos ao
sangue”. Este sistema, segundo os autores, está intimamente ligado ao sistema sanguíneo
e aos líquidos teciduais, tendo como função essencial absorver e transportar estes líquidos
pela extensa rede de capilares linfáticos e vasos que desembocam no sistema venoso
através do coletor principal para que estes sejam devolvidos a circulação.
O sistema linfático desempenha três principais funções, a primeira função segundo
Applegate (2012), está relacionada a restituir o excesso de líquido intersticial para o sangue.
Dos líquidos que deixam o capilar na extremidade arterial e retornam na extremidade
venosa, apenas 90% retorna ao sistema sanguíneo, os 10% restantes passam a fazer parte
do líquido intersticial. Os capilares linfáticos recolhem o liquido que excede fazendo-os
retornar ao sangue venoso na forma de linfa. O retorno do liquido ao sangue evita a
formação de edemas, ajudando a manter em equilíbrio o volume do sangue, a concentração
de proteínas plasmáticas e a pressão sanguínea.
De acordo com a Teoria de Starling, “em condições normais, existe um equilíbrio
quase que perfeito na membrana capilar, ou seja, a quantidade de fluido deslocada para
26
fora dos capilares arteriais é igual a quantidade de fluido que retorna à circulação através da
absorção dos capilares venosos”, equilíbrio causado pelas forças médias que tendem a
mover o líquido através das membranas capilares, afirmam Marx e Camargo (1986, p.44).
Segundo Elwing e Sanches (2010), este processo que ficou conhecido como Equilíbrio de
Starling é muito importante, pois quando por algum fator este equilíbrio é interrompido,
resultará num acúmulo de líquido no espaço intersticial, onde se formará imediatamente um
edema.
A segunda função destina-se a absorver as gorduras e vitaminas lipossolúveis do
sistema digestivo e transportá-la para circulação venosa. A mucosa do intestino delgado é
coberta por projeções chamadas vílos, no centro dos vílos encontram-se os capilares
lácteos responsáveis por processarem as gorduras e vitaminas lipossolúveis (APPLEGATE,
2012).
A terceira função é de grande importância para o bom funcionamento do nosso
organismo, pois está relacionada a defesa do mesmo. Os linfonodos e os outros órgãos
linfáticos filtram a linfa para remover os micro-organismos e outras partículas estranhas
nelas existentes, estas por sua vez são destruídas pelos linfócitos que são produzidos nos
órgão linfáticos (APPLEGATE, 2012).
Em suma, o sistema linfático atua na manutenção da saúde do nosso organismo,
por tanto, é essencial que seu funcionamento se mantenha de forma adequada, pois do
contrário estaremos propensos a diversos tipos de patologias.
Para o tecnólogo em estética, conhecer a anatomia, fisiologia e as alterações que
comprometem o funcionamento do sistema linfático é condição básica e fundamental para
indicação de qualquer terapia relacionada a ele, principalmente nos casos de aplicação da
drenagem linfática manual, para tratamento de edemas.
5.6 ALTERAÇÕES NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA LINFÁTICO
5.6.1.Edemas
Segundo Elwing e Sanches (2010), as alterações no funcionamento do sistema
linfático resultará num edema, que é o aumento do tecido conjuntivo devido ao excesso de
líquido no espaço intercelular.
Em geral eles surgem como resultado das mudanças na circulação local e da
incapacidade do sistema linfático de manter o equilíbrio, ocorrem com mais frequência nos
pés e pernas, onde são chamados de periféricos (DUTTON, 2010).
27
5.6.2.Classificação
Os edemas são classificados de acordo com sua origem, podendo ocorrer devido a
transtornos circulatórios sanguíneos ou por falhas linfáticas, afirmam Elwing e Sanches
(2010).
5.6.2.1 Edemas originados de transtornos circulatórios
Edemas Linfodinâmicos ou Dinâmicos
Caracterizam-se pelo aumento da pressão capilar, pela redução de proteínas
plasmáticas e pelo aumento da permeabilidade dos capilares (ELWING e SANCHES, 2010).
A esse grupo pertence os seguintes edemas: cardíaco, renal, hepático, nutricional,
inflamatório, gravídico, pré-menstrual, iatrogênico, fleboedema ou venoso, pós-trombótico,
alérgicos, originados de queimaduras ou traumas e cerebral. Dos tipos que foram citados,
apenas cardíaco e o inflamatório não melhoram com o tratamento de drenagem linfática
manual (DLM) (ELWING e SANCHES, 2010).
5.6.2.2 Edemas originados por falhas linfáticas
Edemas Linfáticos ou Linfedema
Causados por falhas que comprometem o funcionamento do sistema linfático, os
linfedema caracterizam-se pelo acúmulo de proteínas no espaço intersticial e por um
inchaço nos tecidos, devido a causas alheias aos sistemas linfático e sanguíneo. Estão
classificados em funcionais e orgânicos, sendo este último dividido em primário e secundário
(ELWING e SANCHES, 2010).
Edemas Funcionais: são resultantes de transtornos reversíveis do sistema linfático
tais como imobilidade, alta temperatura ou como efeito secundário aos edemas
linfodinâmicos, sendo retirada a causa original do edema o sistema linfático volta ao normal
(ELWING e SANCHES, 2010).
Edemas Orgânicos: produzem-se por alterações anatômicas do sistema linfático,
e podem ser do tipo primário e secundário (ELWING e SANCHES, 2010).
 Edema Primário: subdividem-se em congênitos (presença de linfedema desde
o nascimento), precoce (ocorre antes da puberdade) e tardio (após a
puberdade, é um linfedema congênito que se manifesta mais tarde)
afirmação de Elwing e Sanches (2010).
 Edema Secundário: em geral ocorrem após doenças ou lesões traumáticas
que afetem o sistema linfático. Classificam-se em: pós-filariótico, póstuberculose, pós-linfangítico (pós-infeccioso), neoplásico, pós-cirúrgicos,
28
pós-radioterapia, pós-acidente, por refluxo quiloso, voluntário, pós-flebítico,
edema associado, lipedema e mixedema (ELWING e SANCHES, 2010).
De acordo com Elwing e Sanches (2010), todos os tipos de linfedema podem ser
tratados com drenagem linfática manual (DLM) com muito êxito, sendo esta técnica
indispensável para recuperação do paciente/cliente. No entanto, só deve ser realizada por
um profissional devidamente habilitado e que conheça bem a anomia e fisiologia do sistema
linfático.
O linfedema segundo Garcia (2010), é decorrente da obstrução dos vasos linfáticos
resultante do desequilíbrio no mecanismo de Starling. Normalmente é generalizado no
membro contendo grandes quantidades de proteínas e macromoléculas não eliminadas pelo
sistema linfático. De acordo com sua origem dividem-se em primários de origem congênita e
os secundários originados de processos infeccioso, neoplástico, filariótico, queimaduras,
pós-traumatismos, pós-operatórios e outros. Este tipo de edema está associado ao sinal de
Cacifo ou Godet (uma depressão deixada na pele após pressão feita sobre o tecido
subcutâneo). Com base neste sinal podemos avaliar se o edema presente foi gerado por um
transtorno no sistema linfático ou por outras alterações, conforme mostra a baixo (Figura 9).
FIGURA 9. Sinal de Cacifo ou Godet
FONTE: http://conversasobremedicina.blogspot.com.br/2010/09/sinal-de-cacifo.html
Em casos de linfedema crônicos não é possível observar o sinal de Cacifo, pois, o
excesso de líquido e a estase do fluxo por período prolongado favorece a formação de um
processo inflamatório que gera fibrose do tecido conjuntivo intersticial, em geral este tipo de
edema são “duros”, o tecido não deprime à pressão (DIAS e SCHNEIDER 2012).
Uma das complicações do linfedema é que ele geralmente está acompanhado de
endurecimento da pele devido à alta quantidade de proteína, em decorrência deste fato sua
classificação é baseada em duas distinções: brandos e duros (GANANCIA, 1976 apud
GARCIA, 2010). Nos brandos quando realizado uma compressão o tecido logo cede ou não
tarda a desaparecer, já os duros, os tecidos não respondem a compressão e não diminuem
ao repouso (GARCIA, 2010).
29
6 LIPOASPIRAÇÃO
6.1 HISTÓRICO
A lipoaspiração foi referida inicialmente em Roma, nos anos 1970, com trabalhos
apresentados por Giorgio e Arpad Fischer, seus trabalhos foram publicados em 1976. Estes
criaram e aperfeiçoaram as cânulas e o princípio de remoção de gordura por meio de
escavação de túneis na gordura cutânea, contudo, as sérias complicações do pós-operatório
frustravam o sucesso da técnica (PALERMO et al., 2012).
Segundo Avelar e Illouz (1986), a técnica apresentava uma ideia interessante que
era uma cicatriz mínima, contudo, repousava em conceitos errôneos. O insucesso da
técnica ocorria em razão das complicações no pós-operatório, estas consequências
ocorriam devido o descolamento total somado a destruição dos vasos sanguíneos e
linfáticos do local, criando com isso uma cavidade que se enchia de sangue e linfa, não
tendo mais condições de colabar e cicatrizar.
Foi então que em 1977, Yves Gerard Illouz, um cirurgião plástico francês inventou
uma técnica denominada de Lipoaspiração que literalmente significa retirada de tecido
adiposo através de aspiração, revolucionando com isso a cirurgia plástica no mundo.
Partindo das falhas encontradas na técnica dos Fischer, que o Dr. Illouz resolve substituir os
dispositivos de aspiração utilizados pelos Fischer, pela cânula de Karman e introduz a
técnica úmida de Lipoaspiração, onde utiliza solução salina e hialuronidase antes da
aspiração, conferindo-lhe elevado índice de bons resultados (PALERMO et al., 2012).
Segundo Palermo et al. (2012), o Dr. Yves Gerard Illouz popularizou a lipoaspiração
iniciando pela França e depois em todo mundo, sua técnica trouxe inegável contribuição não
somente a comunidade cientifica, mas também beneficiou uma significativa parcela da
população com problemas de adiposidade localizada.
Outros nomes são importantes no histórico da Lipoaspiração, e merecem ser
referidos, um deles é o do também francês, Pierre François Fournier, que em 1984 defendeu
a técnica em cruz, o enfaixamento de áreas aspiradas para obliterações dos “tuneis” e
adicionou seringas como opções às bombas. Outro importante nome é o do dermatologista
Jeffrey Allan Klein, que em 1985 criou a lipoaspiração sob anestesia local, com intuito de
aumentar a segurança do procedimento, trabalho publicado em 1987 (PALERMO et al.,
2012).
Em 1990 Marco Gasparotti, cirurgião plástico de Roma, criou a lipoaspiração
superficial, o método consiste na introdução superficial das cânulas aspirando apenas
gorduras localizadas sob a pele, este procedimento é essencialmente utilizado em
30
tratamento de celulite em estado avançado. Michele Zocchi, em 1991 apresentou uma nova
técnica batizada de lipoaspiração ultrassônica, onde um aparelho emitia ondas de ultrassom
que tinham a finalidade de destruir as células de gordura sem precisar aspirá-las (PEREIRA
et al., 2013).
Recentemente duas novas técnicas foram acrescentadas à lipoaspiração, estas
técnicas foram criadas pelo médico belga Jean Malak são: a vibrolipoaspiração e a
laserlipólise (PEREIRA et al., 2013).
A vibrolipoaspiração é uma técnica que consiste, na utilização de um vibrador junto
a cânula, gerando com isso uma vibração em todas as direções, aumentando assim a
superfície de contato com a gordura (PEREIRA et al., 2013).
A laserlipólise tem o intuito de reduzir os efeitos colaterais da lipoaspiração no pósoperatório, esta técnica é menos agressiva devido a associação entre a anestesia
tumescente e o laser, além de proporcionar cicatrizes muito menores que a tradicional
(PEREIRA et al., 2013).
Segundo Roribe (2000, p. 265), “a primeira lipoaspiração no Brasil foi realizada em
1980, pelo cirurgião Yves Gèrard Illouz no Hospital dos Servidores, Rio de Janeiro”, as
técnicas utilizadas na época deixavam cicatrizes externas, e por ser uma técnica que se
adequava ao estilo brasileiro logo tornou-se popular em todo País.
O Dr. Illouz retornou ao Brasil em 2003, para fazer um balanço da aplicação de sua
técnica, durante o 40º Congresso de Cirurgias Plásticas em Fortaleza, vinte e três anos
depois de realizar a primeira lipo no País. A primeira paciente foi a historiadora e geógrafa
Maria Edith de Araújo Passanha que na época em 1980, tinha 30 anos e retirou excesso de
gordura dos culotes e joelhos (ESTADÃO, 2003).
No Brasil a operação se consolidou entre 1984 e 1985, sua popularização é
crescente, Ivo Pitanguy, o mais conceituado cirurgião brasileiro, aprendeu com Dr. Illouz,
observando-o em ação em Paris. O Dr. Illouz acredita que o sucesso da técnica se deve ao
fato de ser uma intervenção simples, que deixa uma marca pequena e quando feita por um
especialista não oferece perigo (ESTADÃO, 2003).
Hoje de acordo com pesquisas da Sociedade Brasileira de cirurgia plástica, a
lipoaspiração é o segundo procedimento mais realizado no país, fato que se justifica pelo
constante crescimento do mercado de cirurgias plásticas. Um dos fatores que explica este
fato é o desejo de possuir um corpo ideal, somado a falta de tempo para praticar exercícios,
além disso, temos o crescimento da economia e o interesse cada vez maior do público
masculino pela cirurgia. Sejam estas ou outras razões, o fato é que estes fatores tem
mantido aquecido não somente o mercado de cirurgias plásticas, mas também todo o setor
da beleza, que inclui uma extensa rede de produtos e serviços destinado a dar suporte a
esse mercado (SBCP, 2011).
31
6.2 DEFINIÇÕES
A lipodistrofia é uma alteração que causa deformidades na silhueta corporal, e
muito tempo constituiu-se em um grande desafio para os cirurgiões plásticos, enumeras
técnicas tentaram abordar o problema, mais deixavam extensas cicatrizes comprometendo a
estética do procedimento. O Dr. Yves Gèrard Illouz, sensível a problemática e ansioso para
encontrar novas soluções para o tratamento da lipodistrofia, em 1977 criou a técnica de
Lipoaspiração, baseado nas pesquisas e observações anteriormente publicadas (AVELAR e
ILLOUZ, 1986).
Segundo os autores, Avelar e Illouz (1986), a nova técnica batizada de
Lipoaspiração, consistia na retirada da gordura por meio de sucção através de uma cânula,
deixando o mínimo de cicatriz possível, preservando as conexos entre o tecido subcutâneo
e a pele, resguardando com isso um maior número de vasos sanguíneos e linfáticos e
terminações nervosas.
O novo método criado pelo francês Yves Gerard Illouz acabou substituindo o
processo antigo de curetagem de gordura, o que provocava o surgimento de um deposito de
tecido morto no local, o aspecto final não era bom e ainda havia o risco de infecção
(ESTADÃO, 2003).
Guirro e Guirro (2004, p. 443), define Lipoaspiração como uma intervenção
cirúrgica, utilizada para eliminar a gordura localizada, segundo os autores, este método
“consiste em utilizar cânulas acopladas a equipamentos de sucção com alto poder de vácuo,
associado à administração de soluções salinas, água destilada e hialuronidase e
movimentos radicais que facilitam a extração de fragmentos de gordura”.
Conforme Mauad (2003), a lipoaspiração mostrou-se muito eficaz e por isso foi
rapidamente aceita pela maioria dos cirurgiões. A remoção da gordura sem necessidade de
retirada de pele era sem dúvida a principal vantagem da técnica, já que a pele apresenta
capacidade de retração sobre a área lipoaspirada, permitindo dessa forma, uma melhor
definição das partes submetidas a técnica. Como toda intervenção cirúrgica, deve ser
realizada em ambiente hospitalar com completa monitorização do paciente, e para uma
maior segurança, o volume total de gordura e sangue aspirado por sessão deve ser de, no
máximo 2,5 a 3 litros.
De acordo com Tortora e Derrickson (2012), a Lipoaspiração (lipo- = gordura) ou
lipectomia por sucção (-ektomé = excitação), é um procedimento cirúrgico que envolve a
sucção de pequenas quantidades de tecido adiposo, através de um tubo oco, chamado de
cânula, associada a uma unidade de pressão a vácuo que suga a gordura, conforme ilustra
32
a Figura 10. A técnica pode ser utilizada como procedimento para modelar o corpo em áreas
como coxas, nádegas, braços e abdome.
FIGURA 10. Lipoaspiração
FONTE: http://www.cirurgiaplasticalondrina.com.br/corpo/lipoaspiracao/
Roribe (2000), afirma que a técnica de Lipoaspiração consiste na introdução de
uma cânula que no tecido subcutâneo inspira a gordura que é levada por um tubo até a um
vidro. A Figura 11 mostra a diferença entre as primeiras cânulas utilizadas para realizar
lipoaspiração e as que são utilizadas hoje.
A
B
FIGURA 11. Cânulas. A: primeiro modelo de cânula, com 12 mm de diâmetro. B: cânulas utilizadas atualmente,
com 2 a 6 mm de diâmetro.
FONTE:http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL583278-5598,00-LIPOASPIRACAO+COMPLETA+
ANOS+COMO+UMA+DAS+ CIRURGIAS+MAIS+PROCURADAS.html
De acordo com Bartmann (2010), os adipócitos são células de gorduras que tem a
capacidade de aumentar ou diminuir de volume em função de maior ou menor absorção de
gordura, elas se acumulam em várias partes do corpo, mesmo as pessoas magras podem
ter depósitos de gordura localizada em alguma região, causando a impressão de obesidade
ou excesso de peso. Esse acúmulo de gordura em certas áreas do corpo são mais difíceis
de corrigir, pois não respondem a programas de dietas e exercícios físicos, por isso estes
casos são fortes candidatos à lipoaspiração.
33
Este tipo de intervenção cirúrgica, a lipoaspiração, visa remover de forma cirúrgica
os depósitos de gordura localizada, não se constituindo, portanto em tratamento para
obesidade. É um procedimento que pode ser realizada em várias regiões do corpo
simultaneamente, mas a quantidade de gordura removida não pode ultrapassar cerca de 5%
do peso corporal afirma Bartmann, (2010).
Na lipoaspiração os adipócitos são permanentemente removidos, uma vez que
essas células não crescem novamente. No entanto, se ocorrer alterações posteriores no
corpo, como ganho de peso significativo devido a ingestão de calorias, resultará em um
novo crescimento das células remanescente da camada adiposa na área tratada (MANG,
2012).
Para Vasconcellos e Vasconcellos (2007, p.118), a lipoaspiração “é um
procedimento que ajuda a esculpir o corpo ao remover as gorduras indesejáveis em áreas
específicas como: abdômen, quadris, coxas, joelhos, braços, queixo e pescoço”.
Portanto, segundo Roizen e Oz (2009), a lipoaspiração não tem capacidade de
afetar o peso de forma significativa, pois a gordura é muito leve, um litro de gordura pesa
cerca de um quilo e num procedimento de lipoaspiração são retirados no máximo cinco litros
de gordura. Dessa forma, a técnica tem por finalidade apenas esculturar o corpo, ajudando
na eliminação das gorduras de áreas problemáticas, porém, não sendo eficaz na perda
efetiva de peso.
Borges (2006 apud Garcia, 2010), referindo-se as técnicas utilizadas na
lipoaspiração, faz alusão a dois tipos de métodos o seco e o úmido:
Método Seco: retira a gordura através de cânulas ligadas a seringas ou bombas de
sucção sem infiltração prévia de soluções salinas no local, a vantagem dessa técnica é o
conhecimento exato da quantidade de gordura removida, sendo utilizada apenas para
pequenas áreas ou retoques (BORGES, 2006 apud GARCIA, 2010).
Método Úmido: o nome já diz tudo, utiliza-se soluções fisiológicas, substancias
alcalinas, vasoconstritoras e anestésicos com objetivo de romper as membranas celulares
facilitando assim, a aspiração da gordura trazendo ao tecido menor acometimento de
equimoses e edemas (BORGES, 2006 apud GARCIA, 2010).
Avelar e Illouz (1986, p. 16), referindo-se sobre as vantagens da lipoaspiração em
relação as cirurgias convencionais afirmam que, “pode se tratar todas as regiões do corpo,
por ser uma cirurgia fechada que imobiliza muito pouco o paciente, podendo este retomar
suas atividades em pouco tempo, podendo ser associada a outras técnicas cirurgias”.
34
6.3 CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO A CIRURGIA
A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico recomendado para quem deseja
ajustar o contorno corporal, sendo a única forma de retirar o excesso de gordura localizada
em determinada área do corpo. É uma técnica que não se destina a tratar a obesidade onde
a finalidade é a perda de peso, um dos critérios para realização da cirurgia é que o paciente
esteja com o peso dentro dos padrões de normalidade, caso contrário o procedimento não
pode ser realizado.
De acordo com Vasconcellos e Vasconcellos (2007), a lipoaspiração é indicada a
pacientes com peso normal mas com excesso de gordura em áreas isoladas, apresentando
melhores resultados em paciente jovens, devido a elasticidade da pele de pacientes mais
velhos ser menor.
Palermo et al. (2012), afirma que entre a população em geral se confunde muito
lipoaspiração com emagrecimento, condições estas que em nenhuma hipótese deve ser
relacionadas, pois tratam-se de situações completamente distintas. Independente da técnica
escolhida a indicação para lipoaspiração é a redefinição do contorno corporal, o
emagrecimento dependendo do caso deve anteceder o procedimento.
Segundo Garcia (2010, p.76), “além de remodelagem do contorno corporal, a
lipoaspiração tem grande aceitação no tratamento da lipodistrofia do abdome, do flanco, do
dorso e das regiões de interno e externo de coxas”.
6.4 INTERCORRÊNCIAS E COMPLICAÇÕS DO PÓS-OPERATÓRIO
Este é um procedimento que causa lesões no sistema linfático, vascular e arterial.
De acordo com Mauad (2003), a ruptura dos vasos sanguíneos e linfáticos provoca o
surgimento de manchas roxas na pele, ou hematomas, além do edema local. Estas
intercorrências são comuns no pós-cirúrgico de lipoaspiração e não caracterizam
complicações.
Quanto as complicações que podem aparecer no pós-cirúrgico de lipoaspiração
temos: infecção, perda da sensibilidade da área, depleção de líquidos, dor intensa, lesão de
estruturas internas e entrada de gordura nos vasos sanguíneos rompidos durante o
procedimento fato que pode obstruir o fluxo sanguíneo (TORTORA e DERRICKSON, 2012).
O risco de haver complicações diminui muito, quando o procedimento é executado
por um profissional qualificado e o paciente segue todas as orientações do médico, a
recuperação é um processo gradual, o paciente deve começar a andar logo que puder, pois
isso reduz o edema e previne coágulos de sangue (VASCONCELLOS e VASCONCELLOS,
2007).
35
7 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL (DLM)
7.1 HISTÓRICO
A primeira referência a drenagem linfática manual ocorre no ano 1892, feita pelo
doutor A. Winiwarter, um cirurgião austríaco que expôs em seu livro Die Elefantíases, o
desenvolvimento de uma “suave massagem aplicada de proximal a distal” em doentes
acometidos de edemas. Contudo, mesmo a terapia apresentando bons resultados, caiu no
esquecimento. Somente no início do século passado, entre final da década de 20 e início de
30, um casal dinamarquês Emil e Estrid Vodder começaram de maneira intuitiva a trabalhar
sobre a pele com movimentos suaves pretendendo atuar sobre a recuperação dos gânglios
inflamados (ELWING e SANCHES, 2010).
Emil Vodder nascido na cidade Copenhague (Dinamarca) em 20 de fevereiro de
1896, doutor em filosofia e história da arte, formou-se pela Universidade de Copenhague em
Línguas, Canto, Biologia, Mineralogia e Citologia, tendo que interromper seus estudos em
Medicina devido a problemas de saúde. E sua esposa, Estrid Vodder Naturopata,
trabalharam durante cinco anos num balneário na cidade de Cannes (Riviera Francesa),
dedicando-se à reabilitação de pacientes que apresentavam inflamações nos gânglios
linfáticos do pescoço e sofriam com doenças crônicas nas vias respiratórias superiores
(ELWING e SANCHES, 2010).
Ainda segundo Elwing e Sanches (2010), o tratamento consistia em uma técnica de
massagem manual que atuava diretamente sobre os vasos, gânglios e cadeias linfáticas,
estes consideravam que, os gânglios que estavam inflamados poderia ser em decorrência
das afecções que sofriam. No entanto, na época para medicina essa pratica era totalmente
inadequada. Mas, o desejo de ajudar o próximo fizeram com que esse casal ignorasse as
regras e levassem a diante sua teoria.
Dessa forma, puderam observar que suas manipulações reduziam o tamanho dos
gânglios inflamados e consequentemente traziam melhora significativa ao estado de saúde
dos pacientes. Hoje sabe-se que a contraindicação da técnica é apenas para as inflamações
agudas e não em afecções crônicas (ELWING e SANCHES, 2010).
Somente em novembro de 1936, Emil Vodder resolve apresentar seu método de
drenagem linfática manual ao mundo durante um Congresso em Paris. “Método
revolucionário no tratamento da pele”, foi como chamou sua descoberta onde conseguiu
comprovar a eficácia da Drenagem Linfática Manual, quando aplicada em alterações
36
cutâneas como hematomas, feridas e alterações de circulação periféricas, afirmam Elwing e
Sanches (2010).
A partir daí muitos trabalhos e pesquisas foram realizadas pelos seguidores do Dr.
Vodder para comprovar cientificamente a eficácia da DLM e para que esta fosse aceita pela
comunidade medica. Dentre os muitos seguidores, Gunther Wittlinger foi quem mais
defendeu e poiou o método Vodder, prova disso é a existência até os dias de hoje da Dr.
Vodder Schule, na Áustria, dirigida pelos filhos do casal Wittlinger que cuidam para que o
método terapêutico de Vodder seja disseminado pelo mundo (ELWING e SANCHES, 2010).
7.2 DEFINIÇÃO
No que se refere a drenagem linfática manual, Guirro e Guirro (2004, p. 73),
afirmam que “a massagem objetiva drenar o excesso de líquido acumulado no organismo de
forma a devolver o equilíbrio hidrostático. Devido a massagem aumentar o fluxo da Linfa é
de vital importância que o terapeuta tenha conhecimento da disposição do Sistema Linfático
no corpo humano”. Outro ponto importante citado pelos autores, refere-se às ações que
podem interferir na mobilidade dos Linfângions: o movimento respiratório, o peristaltismo, o
bombeamento sanguíneo e a massagem de Drenagem Linfática, estas interferem no fluxo
dos vasos linfáticos e atuam de forma eficaz no tratamento de edemas e linfedema.
Para Leduc e Leduc (2003), a drenagem linfática enquanto função fisiológica é uma
função autônoma do organismo, que tem por finalidade garantir o aporte de líquidos nas
regiões intersticiais, um desequilíbrio nesse mecanismo resultará num edema. Existem dois
tipos de edemas o de origem vascular, que está relacionado ao excesso de aporte de
líquido, outro tipo de edema é de origem linfática e ocorre quando a rede de evacuação é
insuficiente e a filtragem é normal.
De acordo com Pereira et al. (2013), a drenagem linfática manual é um mecanismo
que auxilia o sistema linfático no processo de drenagem do líquido intersticial. Técnica
validada cientificamente para redução do edema de origem linfática. Nos últimos anos a
DLM vem sendo amplamente utilizada, dentre as enumeras aplicações temos no pré e pósoperatório de cirurgias plásticas corporais, tais como: lipoaspiração, dermolipectomia,
mamoplastias, lipoenxertia e outros.
Conhecida desde 1892, quando foi descrita por Winiwarter, o conceito de
Drenagem Linfática Manual (DLM) pouco mudou desde então, contudo, continuaram a ser
aperfeiçoados até que sua eficácia fosse comprovados cientificamente. Mas embora seja
uma técnica muito conhecida no Brasil, ainda encontram-se muita resistência em relação a
37
indicações médicas, já que é uma técnica que exige um conhecimento prévio da anatomia,
fisiologia e patologias do Sistema Linfático (MARX e CAMARGO, 1986).
7.3 PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS
Segundo Guirro e Guirro (2004), atualmente a Drenagem Linfática Manual (DLM)
está representada por duas técnicas: a de Leduc e a de Vodder. Ambas técnicas estão
baseadas na trajetória dos coletores linfáticos e linfonodos associadas a três categorias de
manobras básicas: Captação, Reabsorção e Evacuação.
Guirro e Guirro (2004), inda afirmam que a manobra de capitação é feita
diretamente sobre o edema visando aumentar a captação da linfa pelos linfocapilares. A
manobra de reabsorção é realizada nos pré-coletores e nos coletores linfáticos estes
transportam a linfa captadas pelos linfocapilares. O processo é finalizado com a manobra de
evacuação que ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores linfáticos,
este processo libera as vias linfáticas das regiões adjacentes à zona edemaciada.
7.3.1 Método Vodder
A técnica de Vodder baseia-se em movimentos monótonos, lentos, harmoniosos,
suaves e rítmicos, respeitando sempre o sentido do fluxo linfático superficial em direção ao
terminal (subclavicular), onde finda a circulação linfática. Publicadas por Vodder em 1936 as
manobras fundamentais de Drenagem Linfática Manual foram denominadas e classificadas
em círculos verticais, bombeamento, manobras de tração e de torção (ELWING e
SANCHES, 2010).
Elwing e Sanches (2010), para o desenvolvimento das manobras práticas da DLM,
levaram em consideração as técnicas de Vodder e de alguns de seus seguidores que
continuaram as pesquisas e puderam comprovar a eficácia de alguns movimentos,
maximizando algumas manobras e acrescentando outras como as manobras profundas e
especiais, visando potencializar os resultados. Segundo os autores, basicamente todas as
manobras de DLM possuem quatro movimentos (círculos fixos, bombeamento, doador e giro
ou rotatório) e são compostas por três fases distintas, sendo uma ativa (empurre) e duas
passivas (apoio de mão e relaxamento posterior), pois assim os vasos têm tempo de
encher-se novamente, permitindo dessa forma, uma mobilização adequada da linfa no seu
interior, devendo ocorrer de cinco a sete vezes por várias vezes.
7.3.2 Método Leduc
A drenagem linfática manual é uma técnica utilizada para favorecer a circulação de
retorno, ela drena os líquidos excedentes que banham as células mantendo o equilíbrio
38
hídrico dos espaços intersticiais, sendo também responsável pela eliminação das toxinas
provenientes do metabolismo celular (LEDUC e LEDUC 2003).
De acordo com Leduc e Leduc (2003), esta técnica consiste em cinco movimentos
combinados entre si formando um sistema de massagem que corresponde a drenagem de
linfonodos, círculo com os dedos, círculo com o polegar, movimentos combinados e pressão
de bracelete, obedecendo a direção do fluxo linfático as manobras podem ser executadas
de dois modos, evacuação e captação.
Constituídas de manobras superficiais que drenam apenas tecidos, sem executar
manobras voltadas para as articulações ou vísceras, com relação a ordem das manobras
utiliza-se o sentido proximal/distal seguido de distal/proximal sem utilizar deslizamento
(LEDUC e LEDUC 2003).
7.3.3 Método Godoy
A técnica de drenagem linfática manual conhecida como método Godoy e Godoy,
foi desenvolvida pelos professores Dr. José Maria Pereira de Godoy, médico e cirurgião
vascular e pela Terapeuta Ocupacional Dra. Maria de Fatima Guerreiro Godoy, em 1999
quando descreveram a nova técnica de drenagem linfática.
Baseados em evidencias científicas o método Godoy utiliza roletes como
mecanismos de drenagem. Desde então afirma Godoy e Godoy (2004), “passou-se a
questionar a utilização dos movimentos circulares preconizados pela técnica convencional e
sugeriu-se a utilização dos conceitos de anatomia, fisiologia e hidrodinâmica”. Ainda
segundo os autores já citados, qualquer compressão externa que promova uma diferença de
pressão entre as extremidades pode provocar o deslocamento do fluido contido num
conduto, tendo como resultado final a redução da pressão no interior do conduto, facilitando
assim a entrada de novo conteúdo por diferente pressão.
Este novo método foi publicado em vários livros e revistas nacionais e
internacionais, a última publicação foi na forma de e-book com o nome de Manual Lymphatic
Therapy: The Godoy e Godoy Concept. A baixo temos a ilustração do uso do rolete em uma
drenagem de membro inferior, as setas indicam o sentido que deve ser adotado (Figura 12).
FIGURA12. Roletes usados no método Godoy, para drenagem de membro inferior
FONTE: http://www.jvascbr.com.br/04-03-01/04-03-01-77/04-03-01-77.pdf.
39
7.4 MANOBRAS
De acordo com Ribeiro (2004), as manobras de uma drenagem linfática manual
(DLM), segue dois princípios básicos, que são a evacuação (remoção) e a captação
(absorção). Sempre deve-se iniciar pelo seguimento proximal e pelas manobras que
facilitam a evacuação nos linfonodos regionais, para então começar as manobras de
capitação e reabsorção nas regiões edemaciada. Cada manobra, segundo o autor, deve ser
realizada de cinco a sete vezes, seguindo sempre o sentido correspondente às vias
linfáticas fisiológicas. O direcionamento das manobras deve obedecer o sentido de retorno
linfático, como mostra a figura a seguir (Figura 13).
FIGURA 13. As setas indicam a direção que manobras devem seguir.
Fonte:http://www.vaidosafitness.com/wp-content/uploads/2013/05/582003_380644535312844_
100001019016866_1096445_562578925_n.jpg
No processo de evacuação o objetivo é auxiliar a remoção da linfa dos précoletores e coletores linfáticos, desobstruindo as áreas de entrada para os linfonodos
regionais, qualquer tentativa de drenagem sem antes realizar essa manobra será totalmente
ineficaz já que a porção proximal não foi devidamente evacuada. No processo de captação
o objetivo é a absorção do líquidos intersticiais excedentes para dentro dos capilares,
aumentando assim o fluxo de linfa em direção aos linfonodos regionais e aos ductos torácico
e linfático direito, que por sua vez se encarregarão de devolver a linfa ao sistema sanguíneo
(RIBEIRO, 2004).
Elwing e Sanches (2010), afirmam que para uma correta aplicação da DLM, é
imprescindível saber a localização dos gânglios regionais superficiais e as divisórias
linfáticas que delimitam os quadrantes. Os movimentos de empurre da pele são realizados
em direção aos gânglios superficiais regionais onde a linfa passará para as vias mais
profundas de “deságue”. As alterações no direcionamento da linfa só devem ocorrer se tiver
impedimento para o fluxo normal (Ex: destruição ou remoção dos gânglios, cicatrizes de
40
grande porte, mau funcionamento vascular etc.) nestes casos a linfa pode ser encaminhada
em fluxo contracorrente, levando-as até quadrantes vizinhos que estejam funcionando. Além
disso, segundo os autores, as manobras quando realizadas adequadamente, causam um
aumento da absorção dos líquidos intersticiais nos vasos linfáticos, nos linfonodos ocorre
uma filtração linfática mais rápida, incentiva a formação de anastomose e provoca dilatação
nos capilares e pré-coletores.
Godoy e Godoy (2004), por volta de 1999 descrevem uma nova técnica que
despreza as manobras preconizadas pela técnica convencional, neste novo método são
utilizados roletes como mecanismo de drenagem. Para os autores já citados, diversos tipos
de materiais, além das mãos, podem ser utilizados para obter uma diferença de pressão
necessária para promover o deslocamento do fluido linfático na região a ser tratada.
A utilização de roletes no método Godoy, segue o sentido do fluxo dos vasos
linfáticos e mantem a sequência de drenagem proposta por Vodder. Além dos roletes, os
criadores da técnica sugerem também o uso das mãos ou de outros instrumentos
adequados, que podem ser associados ao procedimento como bandagens, exercícios
miolinfocinéticos. O método Godoy sugere ainda a eliminação dos movimentos circulares da
técnica convencional e reforça a utilização de movimentos mais objetivos e baseados nas
regras da anatomia e fisiologia do sistema linfático (GODOY e GODOY, 2004).
Mais recentemente Elwing e Sanches (2010), reiteraram o que foi publicado por
Vodder em 1936 sobre as manobras fundamentais da drenagem linfática manual. Utilizando
termos criados por Vodder em seu dia-dia, dividiram as manipulações em quatro
movimentos: círculos fixos, bombeamento, doador, giro ou rotatória. Composta por três
fases uma fase ativa (empurre) e duas passivas (apoio das mãos e relaxamento), por meio
dessas manobras os estímulos de estiramento e enchimento dos linfangions são mais
efetivos e consequentemente aceleram o fluxo linfático. Um do grande erro, segundo os
autores é fazer manobras muito curtas e rápidas, o correto é que sejam manobras longas e
lentas, repetidas de 5 a 7 vezes. Quando for executada a manobra de empurre deve haver
um relaxamento do tecido na sequência, afim de que haja tempo para que os vasos
linfáticos dos tecidos se encham novamente.
A DLM não se parece em nada com uma massagem corporal, ainda que sua
manipulação pareça uma suave carícia sobre a pele a verdade é que a pele deve ser
empurrada até seu limite de elasticidade, sem friccioná-la ou deslizar sobre ela. A pressão
deve ser de 15 mmHg a 40 mmHg (milímetros de mercúrio), muito mais suaves em relação
as manobras empregada na massagem corporal que está na faixa de 70 mmHg a 80 mmHg,
dessa forma apenas a drenagem linfática vai ser ativada, sem ativar a irrigação sanguínea
que produzirá uma maior filtração de líquido para os tecidos da região tratada (ELWING e
SANCHES, 2010).
41
7.5 EFEITOS DA DLM NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO
No que se refere as condutas estéticas no pré e pós-operatório de cirurgias
plásticas, a drenagem linfática manual está fundamentada em uma base cinética e contribui
de forma efetiva na prevenção e tratamento patologias advindas das intervenções cirúrgicas.
O sucesso de uma cirurgia plástica dependerá não somente da competência do cirurgião,
mas também dos cuidados referentes ao pré e pós-operatório, estes são fatores
imprescindíveis na prevenção de possíveis complicações e na garantia de resultados
estéticos satisfatórios.
Neste contexto, um bom terapeuta da área estética faz toda diferença para
recuperação do paciente, pois através de condutas estéticas que tem por finalidade acelerar
a recuperação e prevenir complicações indesejadas, o profissional esteticista devidamente
qualificado pode atuar como um colaborador da equipe médica contribuindo para um
resultado final satisfatório.
De acordo com Mauard (2003), no período que antecede a cirurgia o tratamento
estético é importante procurar diminuir a espessura do tecido, estimular a microcirculação e
favorecer as trocas metabólicas, e para que estes objetivos sejam alcançados a drenagem
linfática manual continua sendo a técnica mais indicada. Também, segundo o autor já
citado, outros recursos podem ser utilizados como: hidratação corporal, utilização de
aparelhos como Pressoterapia etc. Contudo, a principal indicação no pré-operatório de
lipoaspiração é a drenagem linfática manual, podendo esta ser realizada durante um período
de 15 dias até o dia que antecede a cirurgia.
Referente ao período de pós-cirurgia Palermo et al (2012) afirmam, para o sucesso
da cirurgia é fundamental que o paciente esteja devidamente esclarecido das limitações do
pós-operatório e da possibilidade de novas intervenções se necessárias. Deve entender que
a lipoaspiração não é um tratamento para obesidade, não melhora tonicidade muscular, não
é totalmente indolor e que o resultado final pode não ser o esperado, pois a medicina não é
uma ciência exata. Todos estes fatos devem ser explicados e entendidos pelo paciente,
para que este não crie falsas expectativas e os resultados sejam bem mais aceitos.
Pereira et al (2013), também sugerem a hidratação e a ativação linfática como
recursos indispensáveis ao pré- operatório de lipo, recomenda também a ativação vascular,
a vacuoterapia e eletroestimulação para tonificação muscular, desde que os tratamentos
citados se inicie com no mínimo 30 dias de antecedência. Ainda segundo os uso de faixas e
cintas compressivas devem ser orientadas pela equipe médica sendo esta responsável pelo
prazo de utilização. A aplicação da DLM é recomendada desde os primeiros dias do pósoperatório desde que haja um consenso com a equipe médica, uma vez que o paciente está
sobre a responsabilidade desta. Deve também ser respeitado pelo terapeuta o tipo de
42
cirurgia, área de descolamento de tecido e a proporção de lesão dos vasos linfáticos, para
que as manobras sejam realizadas de forma adequada. Vale lembrar que, quanto antes se
iniciar o tratamento mesmo distante da área lesionada, mais rápida será a recuperação do
paciente.
A DLM é uma das formas terapêuticas auxiliar mais eficaz em tratamentos póscirúrgicos com a finalidade de estimular a reação do organismo às agressões sofridas pela
intervenção obtendo assim melhores resultados. O tratamento deve ser iniciado ainda na
fase aguda, já que a DLM é um recurso para tratar consequências de alterações vasculares,
características da fase inicial quando ocorre o reparo tecidual e o edema (ALTOMARE e
MACHADO, 2006 apud SDREGOTTI, SOUZA e PAULA, 2009).
Devido sua eficiência no pós-cirúrgico, a DLM continua sendo a técnica mais
indicada para pós-operatório de lipoaspiração, suas manobras auxiliam na diminuição de
edema, hematomas e na desintoxicação de tecido. Os movimentos devem ser lentos,
delicados e rítmicos, evitando, assim rompimentos de vasos, até a retirada completa dos
pontos, deve ser evitado manobras sobre as incisões (MAUARD, 2003).
Coutinho et al. (2006), afirma que ultimamente vem sendo defendida a ideia de
iniciar a DLM logo no primeiro dia pós-operatório utilizando manobras de evacuação e
capitação nas redes ganglionares e vias linfáticas realizadas somente nas áreas distantes
de zonas edematosas como forma de estímulo a anastomose linfática. Ainda segundo os
autores Coutinho, et al (2006, p.7), “em uma pesquisa feita com 28 cirurgiões plásticos no
ABC paulista, destes um total de 27 (94,4%) apontaram a drenagem manual linfática como
sendo o tratamento mais importante a ser realizado numa reabilitação pós-cirúrgica”. Isso
deve-se ao fato da DLM, promover uma aceleração no processo cicatricial, reduzindo com
isso o tempo de recuperação do paciente.
Este procedimento firma-se como o primeiro e praticamente único procedimento
realizado a partir das 24 ou 48 horas iniciais da cirurgia com restrições de movimento,
podendo ser executados em dias alternados, a partir da liberação médica (ELWING e
SANCHES, 2010).
De acordo com Ribeiro (2004, p. 28), “no pós-cirurgia plástica, o início e o número
de sessões por semana normalmente fica a critério médico. No entanto deve ser o mais
precoce possível, para ajudar na penetração do líquido excedente nos capilares linfáticos
adjacente a lesão”. Ainda conforme o autor, a primeira sessão de DLM deveria ser realizada
logo após o termino da cirurgia nas áreas próximas a incisão e sobre os linfonodos
regionais, e quanto ao número de sessão o fator determinante é a indicação e o resultado
visado.
43
7.6 BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS
Segundo Elwing e Sanches (2010), desde seu descobrimento pelo Dr. Vodder, a
drenagem linfática ocupa posição de destaque entre as terapias manuais mais utilizadas no
mundo todo, este fato se justifica pelos benefícios que esta terapia pode promover à pessoa
que se submete a ela. Sua ação e efeito sobre o organismo são amplos e variados, entre os
principais efeitos benéficos da DLM temos:
Efeito Drenante: as manobras de DLM são capazes de reduzir um Linfedema.
Efeito Neural: no sistema nervoso as manobras utilizada na prática da DLM por
meio do contato físico com a pele do cliente, produz um efeito sedativo (ação relaxante) e
analgésico (diminuição da dor).
Efeito muscular: a DLM pode ter influência sobre as fibras musculares tanto da
musculatura esquelética (estriada), exercendo efeito relaxante nos músculos tensos, como
também da musculatura visceral (lisa), melhorando o seu funcionamento de intestino, vasos
sanguíneos e outros.
Efeito Defensivo: mesmo sem comprovação científica, há um consenso de que a
DLM, melhora a resposta a resposta defensivo-imunitária das regiões tratadas.
Para Ribeiro (2004), os efeitos benéficos causados pela DLM que nos interessam
estão classificados em dois grupos, efeitos primários (circulação sanguínea e linfática) e
efeitos decorrentes (pele, musculatura e dor). Ainda segundo o autor, dentre os efeitos
primários provocados pelas manobras de DLM temos: filtração e reabsorção dos capilares
sanguíneos, fluxo de linfa para dentro dos capilares linfáticos, velocidade de transporte da
linfa, bombeamento e quantidade de linfa processada nos linfonodos. Os efeitos decorrente
se manifestam na pele (melhorando a circulação local, textura, elasticidade, oxigenação,
nutrição, prevenindo a fibrose) na musculatura (efeito relaxante devido a eliminação do
ácido lático) e nos tecidos lesionados com presença de dor (efeito analgésico).
De acordo com Garcia (2010), os benefícios da DLM são inúmeros e se utilizada de
forma adequada ajudará no bom funcionamento do organismo, no período de pós-cirúrgico
seus efeitos são indispensáveis pois tem o objetivo de diminuir edema e equimose, reduzir a
dor, evitar fibroses e aderências existentes no tecido.
A principal desvantagem de não utilizar a DLM, como terapia no tratamento do
edema no pós-operatório de lipoaspiração é o retardamento da cicatrização e
consequentemente na recuperação do paciente.
 Mitos e Verdades sobre a Drenagem Linfática Manual DLM.
De acordo com Sanches (2011), a principal indicação da DLM é o tratamento de
edema, contudo ao longo da história a DLM foi e ainda é vendida de forma errada como
44
recurso terapêutico para tratamentos diversos, a baixo temos um quadro que explica alguns
mitos e verdades sobre a drenagem linfática manual (Quadro 1).
Quadro 1: Mitos e verdades sobre a Drenagem Linfática Manual
MITO
REALIDADE
Estimula o emagrecimento
Não emagrece. Apenas elimina o excesso de líquidos
Elimina celulite
Age como coadjuvante nos tratamentos – não acaba com a celulite!
Acaba com gordura localizada
Não tem efeito algum para redução
Elimina acne
Auxilia na redução do processo inflamatório – mas não acaba com
ela!
Rejuvenesce
Auxilia na renovação do líquido intersticial (entre os tecidos da pele)
– pode ser um coadjuvante a outros tratamentos – não rejuvenesce!
Acaba com qualquer dor nas pernas
Se as dores forem por causa de retenção de líquidos, os resultados
serão excelentes.
Auxílio ao combate ao câncer
Não combate ao câncer, porém já existe justificativa científica de que
diagnosticado
a DLM não provoca metástases (espalhamento do câncer pelo
organismo)
Fonte: http://posop.com.br/site/?page_id=47
7.7 CONTRA-INDICAÇÕES
Segundo Ribeiro, Souza e Magalhães, (2005), para utilizar a terapia se faz
necessário que sejam observados as contra-indicações totais e especiais. As totais
resumem-se nas infecções agudas, leucemia, câncer com metástase, asma, tuberculose,
síndrome
de
seio
carotídeo
e
hipertireoidismo.
As
especiais
são
hipertensão
descompensada, câncer diagnosticado e tratado, infecções da face sem febre.
Elwing e Sanches (2010), ainda acrescentam: recidiva de câncer, infecções
bacterianas ou virais nas áreas edemaciadas, trombose aguda na região edemaciada,
filariose, toxoplasmose, erisipela, eczema agudo, insuficiência cardíaca descompensada e
varizes tortuosas e com relevo.
No capítulo seguinte falaremos da importância da atuação do esteticista para
minimização e/ou prevenção de intercorrências e até complicações geradas por
intervenções cirúrgicas.
45
8 PAPEL DO ESTETICISTA NAS INTERCORRENCIAS PÓS-LIPOASPIRAÇÃO
Ao longo dos séculos a sociedade tem sido influenciada por diferentes padrões de
beleza, a preocupação com à “beleza ideal” tem atravessado gerações em diferentes
gêneros, faixas etárias e classes sociais. O culto ao corpo e ao belo, a importância dada à
imagem, aparência, beleza e a estética, não são preocupações apenas da sociedade
contemporânea.
De acordo com Firace (2013), a origem do culto ao corpo remonta à antiguidade, os
gregos acreditavam que a estética e o físico eram tão importantes quanto o intelecto na
busca pela perfeição, pensamento traduzido na frase “mens sana in corpore sano” (mente
saudável em corpo são). Durante a Idade Média, estas questões ficaram para segundo
plano, sendo o corpo tratado de forma discreta com todo decoro exigido pelas crenças
religiosas da sociedade da época, somente no século XVIII, após a Revolução Francesa e
Industrial, o culto ao corpo voltou a ter destaque no cotidiano da sociedade.
Hoje, o padrão veiculado por diversos seguimentos como o ideal, é o do corpo
magro, no entanto, este padrão não respeita os diferentes biótipos existentes e por isso as
pessoas que se veem fora das medidas “ideais”, sentem-se cobradas e insatisfeitas com
sua aparência. Nessa busca pelo “corpo ideal”, imposto como padrão de beleza para
sociedade, muitas mulheres e ultimamente até os homens têm recorrido as várias técnicas e
procedimentos estéticos para tentar enquadrar seu corpo a este padrão.
Essa verdadeira ditadura imposta pela sociedade e reforçada pela mídia, tem
levado muitas pessoas a adotarem atitudes extremas que chegam a comprometer sua
saúde e bem estar. Segundo Kawalski e Ferreira (2007, apud WITT e SCHNEIDER, 2011, p.
3911), “o corpo ocidental está em plena metamorfose. Não se trata de aceitar como ele é,
mas sim de corrigi-lo, transformá-lo e reconstruí-lo”.
De acordo com Bartmann (2010), muitas das tentativas para alcançar um corpo
magro acabam sendo frustradas. Este fato se dá, por que algumas regiões do corpo
humano não respondem a programas de dietas e atividades físicas, sendo portanto,
necessário adotar medidas mais invasivas como as cirurgias plásticas, para que possa
chegar no corpo tido como o ideal para os dias de hoje.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, houve um significativo
aquecimento desse mercado, o Brasil hoje é o segundo país no ranking mundial que mais
realiza cirurgias plásticas, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Por se tratar de uma
forma eficaz e rápida de reduzir medias em um período curto de tempo, a Lipoaspiração é a
cirurgia mais popular entre os brasileiros, fato que pode ser associado também a evolução
das técnicas desse tipo de cirurgia plástica (SBPC-MG 2013).
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Diante desta análise, gostaríamos de ressaltar a importância da atuação do
Tecnólogo em Estética e Cosmética para minimização e/ou prevenção de fatores
consequentes das intervenções cirúrgicas. Este profissional, em ação conjunta com a
equipe médica responsável pelo procedimento cirúrgico, por meio de recursos estéticos e
terapêuticos específicos para o pré e pós-operatório, pode proporcionar ao paciente uma
reabilitação em menor período de tempo garantindo assim, o mínimo se sequelas possíveis.
Para tanto, o profissional da área de estética e beleza com formação acadêmica
encontra-se apto a desempenhar funções no que se refere a procedimentos estéticos de
ordem facial, corporal e capilar, assim como, utilizar de forma correta e racional todos os
recursos tecnológicos disponíveis no âmbito de equipamentos e cosméticos.
Lamentavelmente observamos que existe entre alguns profissionais da saúde, nos
referimos aqui a Médicos e cirurgiões plásticos, uma certa resistência quanto a atuação do
esteticista, principalmente no que se refere a tratamentos estéticos em pré e pós-operatório,
estes profissionais ainda ignoram as competências e atribuições de um tecnólogo graduado
em estética. Até bem pouco tempo, esta falta de confiança nos procedimentos realizados
pelos esteticistas, justificava-se pelo fato de tais terapias estarem embasadas apenas em
conhecimentos empíricos, pois, não existiam no país instituições que oferecessem formação
acadêmica para área da beleza. São profissionais desatualizados que ainda não
perceberam que esta realidade já mudou, e portanto vivem à margem das tendências e
evolução desse mercado.
Conscientes de suas responsabilidades, os profissionais da estética, estão
gradativamente procurando qualificar-se por meio de cursos de formação acadêmica e
especializações. E com muito empenho buscam ainda, organizar-se como classe
trabalhadora, já que a profissão de esteticista, embora tenha sido reconhecida ainda precisa
ser regulamentada, para que enfim seja garantido, ao profissional da estética o devido
reconhecimento e valorização de suas atividades. Estes fatores serão determinantes para
qualidade e sucesso dos serviços oferecidos pelo tecnólogo em estética, pincipalmente no
que se refere a sua atuação nos pré e pós-operatórios, afirma Gomes (2008).
O sucesso de uma cirurgia plástica não depende somente da atuação do cirurgião,
devem ser levados em conta todos os cuidados exigidos no pré e pós operatório, a
preocupação com este período tem se mostrado como fator decisivo na prevenção de
possíveis complicações. Para tanto, a atuação conjunta do tecnólogo em estética com o
cirurgião se faz de extrema necessidade, pois os recursos estéticos quando bem utilizados
visam a redução de complicações, acelerando a cicatrização e o retorno do paciente ás
suas atividades cotidianas, resultando na total satisfação do paciente/cliente.
A drenagem linfática manual é hoje o recurso terapêutico mais indicado para os
períodos de pré e pós-cirurgia plástica, sendo muito eficiente na prevenção e controle de
47
edemas de diversos tipos e origens. No pós-operatório imediato de lipoaspiração, a DLM
tem sido o recurso estético que apresenta os melhores resultados, podendo ser aplicada
também no pós-operatório tardio onde pode ser associada a outras técnicas.
O tecnólogo em estética e cosmética é o profissional mais indicado e habilitado
para atuar nos procedimentos estéticos de pré e pós-operatório como, drenagem linfática,
eletroterapia, massagens, vacuoterapia, aplicação de cosméticos apropriados etc. No
entanto, sua esfera de atuação é muito abrangente, podendo atuar no tratamento e
prevenção de disfunções estéticas como acne, discromias, hipotonia tissular e muscular,
estrias, FEG entre outros. Sendo de importância primordial sua atuação em projetos
voltados ao desenvolvimento de produtos cosméticos e equipamentos estéticos. Assim
como, atuar em equipes multidisciplinares podendo interagir complementarmente com
diversas especialidades, gestão, coordenação, supervisão e ensino relativos a área de
estudo e pesquisa em estética e cosmetologia, treinamento, auditoria e consultoria sobre
cosméticos e serviços referentes à estética facial, corporal e capilar. Ao terapeuta esteticista
cabe por meio destes e outros procedimentos e serviços aqui não citados, contribuir de
forma efetiva e eficiente na recuperação do paciente/cliente.
Diante desta análise, gostaríamos de ressaltar neste capítulo, o papel do
profissional da área de estética no atual contexto social. Sua atuação na promoção da
saúde e do bem estar ganhou tamanha importância, que para o exercício legal da função e
uma boa colocação no mercado de trabalho, tornou-se imprescindível possuir graduação e
qualificação técnica específica.
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9 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cada dia mais mulheres e homens entendem que a estética não é uma
futilidade e que seu conceito está ligado a saúde e a qualidade de vida, o mercado brasileiro
de estética não para de crescer. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o país já é o terceiro maior mercado de beleza no
mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão (ASN, 2007).
O mercado da beleza e estética está em grande expansão, novas oportunidades de
negócios surgem com opções para todos os públicos. Em busca de uma aparência perfeita,
muitas pessoas optam pelo caminho mais curto, com isso, observamos que o mercado de
cirurgias plásticas também anda aquecidíssimo, sendo a lipoaspiração, segundo dados do
IBOPE a segunda cirurgia plástica mais realizada no Brasil, perdendo apenas para
Mamoplastia (IBOPE, 2009). Paralelo ao crescimento deste setor surge a necessidade
urgente de profissionais qualificados e especializados na área da estética e da beleza para
atuarem de forma individual ou em parceria com diversos profissionais e setores deste
mercado.
A técnica drenagem linfática manual no pós-operatório, segundo Coutinho et al
(2006), vem sendo defendida como recurso terapêutico que pode ser iniciado logo no
primeiro dia do pós-cirúrgico, fato que justifica-se devido este período interferir diretamente
na efetividade das condutas fisioterapêuticas utilizadas para recuperação do paciente.
Dessa forma, o encaminhamento tardio para DLM, pode privá-lo de ter uma recuperação
mais curta, menos dolorosa e mais saudável, uma vez que estes estão sujeitos a
complicações.
O presente trabalho teve por finalidade explicar e a importância de se utilizar a
Drenagem Linfática Manual no pós operatório imediato de lipoaspiração, como recurso
terapêutico principal ou coadjuvante para prevenção e/ou minimização das intercorrências
provenientes de traumas cirúrgicos, onde os edemas, a dor e os hematomas são as
principais queixas referidas no pós-cirúrgicos. Nesse aspecto enfatizamos ainda a
importância da atuação conjunta do profissional tecnólogo em estética com o cirurgião
plástico para uma evolução satisfatória da cirurgia.
Nos últimos anos a eficiência da Drenagem Linfática Manual (DLM), tem sido
demonstrada e comprovada cientificamente, e por esta razão tornou-se de essencial
importância para o sucesso de uma cirurgia plástica. Com sua eficácia merecidamente
reconhecida pela comunidade médica, a DLM tornou-se uma grande aliada no tratamento
das intercorrências e na prevenção de possíveis complicações nos pós-cirúrgicos, sendo
hoje a principal recomendação médica para o pré e pós-operatório de diversos tipos de
cirurgias plásticas.
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De acordo com Ribeiro (2003 apud CEOLIN, 2006), a drenagem linfática manual é
um procedimento estético indispensável no pós-operatório de cirurgias plásticas, devendo
ser iniciada o mais precoce possível, para que possa ajudar na reabsorção dos líquidos
excedentes pelos capilares intactos das regiões adjacentes a lesão.
Quanto mais precocemente for iniciada a drenagem linfática manual, menor será o
acumulo de líquido no interstício acelerando assim, a recuperação do paciente, afirma
(SOARES et al, 2005 apud CEOLIN, 2006).
Segundo Winter (2005 apud Ceolin, 2006), quanto ao aspecto da pele edemaciada,
a Drenagem Linfática Manual proporciona que uma recuperação mais saudável e normal, já
que a técnica tem o objetivo estimular a capitação do líquido intersticial pelos capilares
linfáticos e fazer com que este retorne a circulação sanguínea.
Ribeiro (2003, apud Ceolin, 2006), afirma que, a utilização da Drenagem Linfática
Manual diminui muito a probabilidade de formar fibrose, por evitar a estase linfática. Dessa
forma, pode-se afirmar que a DLM também tem se mostrado eficaz na prevenção de
fibroses quando aplicada no pós-operatório imediato de lipoaspiração de abdome.
Percebemos por meio desta pesquisa, que o setor da beleza é um nicho de
mercado promissor, no entanto possui uma grande carência de profissionais devidamente
qualificado. E no que se refere a atuação em pré e pós-cirúrgicos, esse déficit é ainda maior,
por esta razão há um certo predomínio de profissionais da fisioterapia executando atividades
que competem a profissionais da estética. Apesar da função de esteticista existir já há
algum tempo, entendemos que este fato ocorra devido o reconhecimento como profissão
legal seja algo recente e sua regulamentação ainda esteja em andamento.
Estes e outros fatores têm dificultado muito a valorização e o reconhecimento do
profissional da estética, contudo, muitos profissionais estão cada vez mais buscando
qualificação e formação acadêmica, visto que sua atuação saiu do campo do empirismo
para o teórico científico, onde os métodos e técnicas precisam ser comprovados
cientificamente como eficazes, para então serem lançados no mercado como tratamento
estético terapêutico.
Com o reconhecimento e regulamentação do profissional da estética, somente
pessoas devidamente qualificadas se sustentarão no mercado. Isso aponta para outro dado
importante observado nesta pesquisa, que refere-se a carência de profissionais da área da
estética para atuarem na docência, uma vez que, visando as novas tendências do mercado
da beleza, muitas instituições de ensino técnico e superior se lançaram no mercado de
formação, contudo, tais empresas enfrentam o desafio de superar a dificuldade de encontrar
profissionais qualificados na área da beleza para atuarem em educação. Outra deficiência
observada neste que hoje é um importante setor para sociedade contemporânea.
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10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo podemos observar, que para alcançar uma padronização de
beleza imposta pela mídia, onde um corpo belo é um corpo magro, cada vez mais pessoas,
principalmente as mulheres, submetem-se a exaustivos sacrifícios em busca do corpo
considerado perfeito. E nessa busca vale tudo, medicamentos, dietas, exercícios e até
intervenções cirúrgicas, para alcançar o tão desejado corpo magro, estes nichos de
mercados são setores em grande expansão na atualidade.
Na década de 80 foi realizada no Brasil a primeira Lipoaspiração, desde então esse
tipo de procedimento tem crescido a passos largos, tornando-se atualmente a cirurgia
plástica mais popular no país, colocando o Brasil em 2º lugar no ranking mundial cirurgia
estética.
A Lipoaspiração, é uma cirurgia plástica que consiste na remoção de gordura
subcutânea, hoje é o procedimento mais indicado para o tratamento de lipodistrofia
(gorduras localizadas), podendo ser considerada um dos maiores avanços em cirurgias
estéticas, sendo um dos recursos mais utilizados para livrar-se das gordurinhas indesejadas.
Ao se optar por realizar um procedimento cirúrgico estético são necessários certos
cuidados no pré e pós-operatorio para que seja garantido resultados satisfatórios, estes tem
por finalidade minimizar as intercorrências que possam existir, reduzindo com isso, a
possibilidade de complicações que podem ocorrer nesse período, evitando assim resultados
inestético.
Dentre os recursos utilizados no período de pré e pós-operatório, a drenagem
linfática manual (DLM) tem apresentado muita eficácia, sendo hoje o procedimento mais
indicado pelos médicos. A técnica de tem por finalidade drenar os líquidos excedentes nos
espaços intersticiais, isso ocorre pelo fato das manobras promoverem um aumento na
velocidade de transporte e capacidade de filtração e absorção da linfa, mantendo assim o
equilíbrio hídrico do corpo. Sua aplicação no pós-operatorio imediato de cirurgias plásticas é
de grande importância por promover a estimulação da circulação linfática, a eliminação de
toxinas, melhorar a defesa e a nutrição de tecidos, fazendo com que o período de
recuperação seja acelerado. A utilização deste método possibilita a obtenção de bons
resultados, trazendo benefícios tanto estéticos quanto clínicos como a redução do edema,
da dor e da ingestão de analgésicos, devendo ser adotada como protocolo seguro para
tratamentos pós-cirúrgicos.
Com essa pesquisa, foi possível ainda constatar que a DLM é uma terapia eficiente
não apenas para redução de edemas pós-cirúrgicos, mas também para tratamento de
diversas patologias geradas por distúrbios no sistema linfático, sendo citada por alguns
autores como importante terapia na prevenção de fibroses, hematomas dentre outros.
51
A DLM é uma terapia que não oferece risco algum para o paciente/cliente, desde
que seja aplicada de forma correta, suas manobras devem ser harmoniosas, de pressão
suave e ritmo lento, devendo sempre obedecer o sentido fisiológico da drenagem linfática.
Como em qualquer terapia seu uso apresenta contra-indicações que devem ser respeitadas.
Apesar do forte crescimento industrial e tecnológico do mercado da beleza, onde
produtos e serviços de setor tem contribuído para o aquecimento de boa parte da economia
desse país, observou-se que ainda existe uma forte resistência por parte de alguns
profissionais da saúde quanto a capacidade do tecnólogo em estética.
O que se justifica pelo fato destes não conhecerem as atribuições de um
profissional da estética, pois até bem pouco tempo não era uma profissão regulamentada,
não estava incluída na área de saúde e também não existiam cursos de graduação
específicos para área. Tudo isto possibilitou a atuação de muitas pessoas sem qualificação
suficiente a exercerem a função de forma inadequada trazendo um impacto negativo aos
profissionais idôneos e ao mercado. Contudo, esta realidade vem aos poucos se
transformando e o reconhecimento do valor do profissional esteticista como agente promotor
não só da beleza, mas da saúde e do bem estar cresce cada dia mais.
Nesse aspecto, o tecnólogo em estética e cosmética é um profissional que surge
para suprir a necessidade do mercado de pessoas com graduação específica para atuarem
na área da beleza. As competências atribuídas a um tecnólogo, não se restringirem apenas
à tratamentos estéticos, mas incluem ainda, tratamentos terapêuticos e a atuação em
equipes multidisciplinares, devido seu conhecimento de assuntos relacionados a área da
saúde.
Os cuidados com a imagem e a beleza são necessários e acabam tornando-se uma
marca pessoal para o indivíduo, por isso, os procedimentos estéticos devem ser tratados
com seriedade pelo profissional, já que, todo esse cuidado resultará na satisfação e no bemestar de seus clientes/pacientes. Contudo, ressaltamos a necessidade constante de preparo
acadêmico e capacitação específica do esteticista que lhe trará uma bagagem de
conhecimento teórico e prático, que resultará na agregação de valores a seus produtos e
serviços.
Por fim, entendemos que o papel do tecnólogo em estética e cosmética é de
relevância significativa para o desenvolvimento de diversos setores ligados à área da
beleza, porém é na área da saúde que sua importância se evidencia. Verificou-se ainda, a
necessidade de que sejam realizados mais estudos sobre a temática em questão, pois
apesar de ser um campo em largo crescimento, existe uma grande carência de publicações
52
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