Semiologia Médica Semiologia Neurológica
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Semiologia Médica Semiologia Neurológica
Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Semiologia Médica Semiologia Neurológica Introdução ao módulo Prof. Pedro - Materiais: - Martelos de reflexos: Taylor, Babinski ou Buck. - Diapasão de 128Hz. - Estesiômetro (opcional). - Síndromes a serem conhecidas ao final do módulo: - Neurônio motor superior - Neurônio motor inferior - Deficitária de nervos cranianos - Síndromes de Tronco Encefálico - Síndrome de hipertensão intracraniana - Síndrome cerebelar - Síndrome demencial - Neuropatia periférica - Radicular - Medular completa - Hemissecção medular - Cordonal posterior - Siringomiélica - Vestibulares periférica e central - Epiléptica Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - O que são essas síndromes? - Quais são os sinais e sintomas que a caracterizam? - Diagnóstico sindrômico – quais são os sinais e sintomas? - Diagnóstico topográfico – qual é o local de acometimento? - Diagnóstico etiológico – qual é o processo patológico envolvido? - Vascular (agudo e piora em questão de horas, ficando estagnado posteriormente) - Expansivo (processo insidioso) - Neoplásico - Abscesso - Hidrocefalia - Compressivo (como uma hérnia de disco) - Tóxico (início agudo, mas sem progressão de sintomas ao longo do tempo; pode ter outros sintomas que não sejam neurológicos; intoxicação por cocaína [risco de AVE], chumbo [neuropatia periférica]) - Metabólico (início agudo e associação com fator desencadeante. Ex: hipoglicemia) - Traumático (HDA) - Degenerativo (como o Parkinson e o Alzheimer; o início é insidioso e o quadro se arrasta por um período muito longo) - Inflamatório (Lúpus Eritematoso Sistêmico; o paciente apresenta episódios de início agudo, com recuperação entre as crises; são surtos; envolve doenças autoimunes) - Infeccioso (início agudo, mas não costuma ter esse episódio de forma recorrente; acompanhado por sintomas de outras áreas; como a meningite aguda) - Diagnóstico nosológico – qual a doença do paciente? Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Exame dos Estados Mentais e Funções Cognitivas Prof. Fabrízio Veloso [aula MUITO bizarra e anotações igualmente bizarras] [Curiosidades introdutórias da aula] - Por mais que o aspecto sensorial (audição) seja o mesmo entre a música e a fala, os substratos neurológicos ativados são diferentes. - Cada uma das especificidades da música (contorno melódico, ritmo, fala, etc.) é percebida por substratos dos hemisférios direito e esquerdo, além de estruturas subcorticais. - Quando tratamos de melodia, há maior ativação do hemisfério direito. Mas, quanto ao ritmo, há maior participação do hemisfério esquerdo. - Quando a letra possui significado semântico, há maior ativação esquerda. - Variação de alturas e volume causa ativação occipital. - O que é Neuropsicologia? - Conceito: análise do estado mental do paciente, realizada a partir de observação e entrevista clínica. - Objetivo: realizar avaliação global das funções mentais. - Inicialmente, busca uma descrição detalhada dos conteúdos mentais expressos, evitando interpretações teóricas. - Desafio: caráter subjetivo das informações analisadas e da interpretação do examinador. [Histórico] - Franz Joseph Gall foi o pai do localizacionismo, que consistia em estudo de determinadas estruturas corticais responsáveis por determinados comportamentos. Segundo ele, as áreas cerebrais eram responsáveis especificamente por determinadas funções. - Paul Broca: descobriu que certa região do hemisfério esquerdo era responsável pela elaboração e articulação da fala. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Wernicke: a afasia de Wernicke se dá por uma falta de organização lógica na produção do pensamento que leva à fala. - Holismo: Hughlings Jackson dizia que o sistema nervoso não é uma série de centros conectados por caminhos específicos e, sim, interativo e organizado hierarquicamente. Ou seja, o cérebro funciona como um conjunto. Não há como apontar uma região específica. - Luria colocou que o cérebro funciona como um concerto. - Funções mentais: - Funções elementares: tem estrutura celular específica. Ex: fome, sede, sono. - Funções complexas: não tem estrutura específica. Ex: memória. - A teoria dos sistemas funcionais divide o cérebro em três unidades de funcionamento: - 1ª unidade funcional: responsável por regular o ciclo sono-vigília. É o liga-desliga do cérebro. As estruturas envolvidas são subcorticais: tronco encefálico, diencéfalo e regiões mediais do córtex. - 2ª unidade funcional: responsável por receber, analisar e armazenar as informações sensoriais. Estruturas são corticais: lobos occipital, temporal e parietal (visual, auditiva e somatossensorial). - 3ª unidade funcional: responsável por programar, regular e verificar a atividade. Estrutura cortical: lobo frontal. - Resumindo: Unidade funcional 1ª Controla Estado sono-vigília 2ª Sensações 3ª Motricidade Região responsável Regiões subcorticais Lobos temporais, parietais e occipitais Lobo frontal - A memória é talvez um dos sistemas mais complexos, envolvendo segunda e terceira unidades funcionais. - Cada uma das unidades possui três áreas, ou zonas, organizadas hierarquicamente: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Área primária (de projeção): recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela. RECEBE OU ENVIA. - Área secundária (de projeção-associação): as informações que chegam são processadas, bem como programas são preparados. PROCESSA. - Área terciária (de superposição): são as últimas áreas a se desenvolverem no ser humano. São responsáveis pelas formas mais complexas de atividade mental. Participam de forma integrada com muitas áreas corticais. INTEGRA. - Região pré-frontal: abrange estruturas vitais responsáveis pela orientação do comportamento geral, com relação ao presente e ao futuro. São responsáveis pelas formas mais complexas de comportamento ativo. - Amadurecimento dessa região se dá aos 4 a 7 anos com picos de velocidade entre 3 e 4 anos, e depois entre 7 e 8 anos. - Lesões: acarretam distúrbios de programas comportamentais complexos e a pronunciada desinibição de respostas imediatas a estímulos que são irrelevantes. - Por isso, o diagnóstico de TDAH somente pode ser dado após a idade de 7 anos, quando já houve o amadurecimento das conexões cerebrais. - O metilfenidato (Ritalina) dificulta o processo de formações de conexões frontais. - O que é cognição? É a forma com a qual se utiliza das informações do meio externo para transformá-las em conhecimento aplicado nesse mesmo meio. O exame do estado mental é empregado para quantificar as mudanças comportamentais e cognitivas relacionadas às funções corticais e subcorticais em pacientes com desordens. - As patologias, ainda que possuam sinais e sintomas comuns, podem se manifestar de maneira distinta, bem como preservar determinadas estruturas, variando de pessoa para pessoa. São fatores que também influenciam nas manifestações das patologias: idade, escolaridade, sexo, início da doença, atividades de vida diária, história de vida. - Como avaliar a cognição? - por aparência e comportamento, psicomotricidade, afeto e humor, confiabilidade, julgamento e insight. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Fontes de informação sobre o estado mental e cognitivo: anamnese, observação direta e relato do paciente. - Execução correta das atividades, dificuldades na execução correta das tarefas, lentificação na execução, embora adequada, e falha na execução. - Ao exame, devemos observar: - Atenção e concentração, que consistem na capacidade de focalização e distinção de informações disponíveis no meio. - Sensopercepção: captação das informações do ambiente a partir dos órgãos sensoriais e sua percepção, que envolve a interpretação e codificação realizada corticalmente. É dividida em gnosia (perceptual) e praxia (relacionada com a capacidade para execução de tarefas motoras). Apraxia: desorganização cognitiva que poderá dificultar ou incapacitar o indivíduo na execução de gestos intencionais. Melocinética: desorganização do movimento próxima a dos transtornos motores elementares. Transtorno unilateral, observado no hemicorpo contralateral. Manifestação: negligência motora e predominância tônica. Dinâmica: alteração do controle de gestos exercido pelo lobo frontal. Manifestação: perseverações, incapacidade de planejar e executar atividades distintas em conjunto e coordenadamente. Ideomotora: incapacidade na utilização de objeto ou execução de comando-expressão gestual. Manifestação: perseverações, não execução do gesto ou comando motor. Ideatória: utilizar objetos em ações simples ou complexas. Dificuldade ou incapacidade para uso de lápis, endereçar um envelope ou acender uma vela. Construtiva: atividades gráficas; manejo das relações espaciais. Apraxia de vestir-se: negligência de um hemicorpo. Agnosia: dificuldades perceptuais relacionadas ao conhecimento e reconhecimento espacial, corporal, auditivo, visual e tátil. Auditiva: surdez cortical Agnosia auditiva: déficit preferencial da identificação do conteúdo de mensagem verbal. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Amusia: incapacidade para identificar as melodias e acordes. Estereognosia: conhecimento de objetos pelo tato. Visuais: hemianopsia lateral homônima (unilateral) ou cegueira cortical. Semiologia do Sistema Somatossensorial Prof. Kaouê Lopes - O sistema sensorial nos permite conectar com o mundo, com o ambiente. É a via de recepção dos estímulos exteriores. - É basicamente dividido em: - sistema somatossensorial: ou seja, é aquele conjunto de sensações que localizam o seu corpo no espaço. É formado pela exterocepção (tato), propriocepção (posição no espaço) e interocepção (vísceras). - sentidos especiais (nervos cranianos): paladar, olfato, audição, gustação e equilíbrio (parte vestibular). - Cada sentido especial tem uma representação (ou seja, uma área de funcionamento) cortical. Ex: - visão: lobo occipital. - audição: giro temporal superior. - Receptores sensoriais consistem na parte terminal do sistema sensorial. Estão localizados em todo o organismo de forma desigual (pele, mucosas, músculos, tendões, articulações). Essa distribuição desigual é importante para que se entenda a representação cortical diferenciada, gerando o homúnculo no córtex sensitivo primário. O lábio e a língua possuem muito mais receptores sensitivos do que o tronco e as pernas, por exemplo. Por isso, a área de representação da língua e do lábio são muito maiores do que a do tronco e das pernas, apesar de, anatomicamente, serem menores em si. - Alguns receptores podem ser órgãos terminais encapsulados. Esses estão mais relacionados ao tato discriminativo, pressão e vibração. Os discos de Merkel, Meissner e Pacini são tipos de órgãos encapsulados. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Já as terminações nervosas livres conduzem as sensações de dor e temperatura. - Fusos musculares e órgãos tendíneos de Golgi estão relacionados à propriocepção consciente e inconsciente. - Esses receptores, como um todo, são classificados em: mecano, termo, quimio, foto, osmo e nociceptores. Ou seja, cada receptor é ativado por um determinado tipo de estímulo, sendo que cada um deles possui um limiar diferenciado para esse estímulo. (“Especificidade”). - Os impulsos nervosos são conduzidos por nervos periféricos pseudounipolares que se encaminham para a medula. - Posteriormente à medula, localizam-se os gânglios espinhais, que consistem em aglomerados dos corpos dos neurônios pseudounipolares. - Dermátomos são territórios cutâneos definidos segundo a inervação sensorial e o segmento medular correspondente. - Ao todo, são 31 dermátomos, exatamente por existirem 31 segmentos medulares. Lembrando que são 8 segmentos medulares cervicais. [Parêntese: o nervo mediano manda informações sensitivas de C5 a C8.] Lembrando: são 8 nervos cervicais e só 7 vértebras cervicais (C1 sai ACIMA da sua respectiva vértebra). - Um dermátomo pode ser formado por mais de 1 nervo periférico. - São as modalidades primárias: - Tato, pressão, vibração, dor, temperatura, posição articular. - São as modalidades secundárias (que exigem não só o córtex sensitivo primário, mas uma interação com o córtex associativo e processamento cerebral pelo lobo parietal): - Estereognosia, grafestesia, driscriminação de dois pontos, localização tátil. - Termos técnicos importantes nessa área: - Alodínea: aumento da sensibilidade à dor (na ausência de um estímulo doloroso); - Analgesia: ausência de sensibilidade à dor; - Anestesia: ausência de todas as sensações; Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Disestesia: sensações anormais desagradáveis; - Parestesia: sensação anormal na ausência de estímulo específico; - Palestesia: sensação vibratória; - Cinestesia: sensação de movimento; - Hipo/hiper: diminuição ou aumento dessas sensações. - O exame do sistema sensitivo é subjetivo e exige colaboração do paciente. - Paciente deve estar deitado e confortável. - Primeiramente, deve-se demonstrar o estímulo em uma área saudável; - Depois, o paciente deve ser examinado com os olhos fechados na região de interesse; - Deve-se comparar áreas homólogas e áreas distais e proximais; -Distal/proximal e látero-lateral: ajuda a identificar os dermátomos. - Em paciente comatoso ou torporoso, a resposta sensitiva geralmente só vem à dor. O paciente comatoso costuma fazer movimentos associados à dor. Então, observa-se se ele tem abertura ocular, resposta motora associada ou resposta verbal ao estímulo doloroso. -Coma: resposta à dor. Estímulo pelo esterno ou pela glabela. (Escala de coma de Glasgow). Sensibilidade exteroceptiva: dor, temperatura e tato. Dor e temperatura - Os receptores dessas modalidades sensoriais são terminações nervosas livres: nociceptores e termorreceptores. - Os estímulos são conduzidos por fibras A-delta mielinizadas e C não mielinizadas (ou seja, fibras de condução lenta). - Percurso: Entram pelo gânglio da raiz dorsal trato de Lissauer (conjunto de fibras localizado na parte posterior da medula, por onde entram axônios provenientes da raiz dorsal) lâminas I a V na coluna posterior da medula. (segundo neurônio da via). - O primeiro neurônio, então, faz sinapse na medula. O segundo neurônio cruza (decussa) a linha média através da comissura branca anterior e ascende pelo trato espinotalâmico anterior e lateral. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Nesse trato, as fibras mais sacrais são mais laterais. As cervicais são mais mediais. Isso é importante clinicamente porque patologias intramedulares (como um ependimoma no canal central da medula) acometem primeiramente as fibras cervicais para depois acometer as sacrais, da mesma forma que patologias extramedulares afetam primeiramente as regiões sacrais (gerando anestesia térmica e dolorosa em sela [perineal]). - Esse cruzamento de fibras na medula pode se dar no mesmo segmento de entrada ou em segmentos acima/abaixo (2 a 3 segmentos). - Ao exame clínico, a sensibilidade dolorosa é testada com espátula de madeira com extremidade fina, demonstrando o estímulo no lado são (quebra a espátula e faz uma pontinha). Depois, faz-se no lado comprometido, perguntando: “esse estímulo parece tão agudo como o outro?”. Devem-se aplicar os estímulos em intervalos irregulares e com mesma pressão. Evitar fazer sugestões: “aqui tá maior?” - Quanto à sensibilidade térmica, testa-se com o uso de tubos de ensaio contendo água fria (5 a 10°C) e quente (40 a 45°C). - Geralmente, quando há comprometimento da temperatura, há comprometimento da sensação dolorosa também. É raro ter dissociação. - Essa dissociação pode acontecer, por exemplo, na hanseníase. Na região cutânea afetada, o paciente tem perda da sensação térmica, mas preserva a sensação dolorosa do local. Tato - Tato grosseiro e a pressão são veiculados pelo trato espinotalâmico anterior. - Já o tato discriminativo (ou epicrítico) é veiculado pelo sistema colunar dorsal. - No sistema colunar dorsal, as fibras entram posteriormente na medula e trafegam pelo funículo posterior da medula ipsilateral. Ou seja, elas ascendem sem cruzar na medula. Ao chegarem ao bulbo, fazem sinapse nos núcleos grácil e cuneiforme e cruzam a linha média. Então, elas ascendem até o tálamo, através do lemnisco medial. - Abaixo de T6 (T8?), há somente fascículo grácil (mais medial e que veicula informações mais inferiores do corpo). De T6 (T8?) para cima, há o fascículo cuneiforme também (mais lateral e que veicula informações do corpo mais superior). - Ao exame do tato discriminativo, utiliza-se algodão ou um estesiômetro. Devem-se avaliar regiões desprovidas de pelos. Pede-se para o paciente dizer “sim” ao sentir o estímulo ou nomear o local analisado. - Geralmente, esses pacientes também perdem a capacidade de discriminação de dois pontos ou a grafestesia (capacidade de discriminar uma letra ou número escrito na pele sem vê-lo). Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Propriocepção - A propriocepção inconsciente é veiculada pelos tratos espinocerebelares anterior e posterior. - Os seus receptores são os fusos musculares e corpúsculos de Pacini. - Pressão, tensão, distensão, contração de fibras musculares e articulações gera impulsos (através desses receptores) que são veiculados pelos tratos espinocerebelares até o cerebelo. - Esses tratos estão presentes no funículo lateral da medula (um mais anteriormente e outro mais posteriormente dentro desse funículo). - Já a propriocepção consciente, que é veiculada pelo sistema colunar dorsal, possui dois elementos importantes: o sentido de movimento (cinestesia) e o sentido de posição. - Geralmente, testa-se essa modalidade sensorial por meio da movimentação de extremidades. Como? - Movimenta-se o dedo para cima e para baixo perguntando se ele está para cima ou para baixo. O paciente tem de acertar pelo menos 6 vezes. - Importante: para sensibilizar a manobra, é importante pegar a extremidade do dedo testado pelas laterais. - Outra forma de testar essa modalidade sensorial é colocar a mão do paciente com os olhos fechados em sinal de OK, e pedir que ele repita esse sinal com a outra mão. -Ataxia sensorial: se fechar os olhos fica com ataxia. Marcha talonante. - Para saber sobre a integridade do sistema colunar dorsal, é importante testar o sinal de Romberg. O paciente, ainda com os olhos abertos, é colocado em pé, com os calcanhares próximos. Depois, solicita-se que ele feche os olhos. Então, ele pode apresentar desequilíbrio. - No caso de lesão no sistema colunar dorsal, o paciente com desequilíbrio não apresentará lado preferencial para cair. - No caso de labirintopatias, o paciente tende a cair sempre para um lado (lado preferencial). - Os pacientes que têm déficit da propriocepção podem ter marcha talonante, fletindo muito o quadril e batendo primeiro o c alcanhar no solo (pra que a vibração informe o sistema nervoso onde estão os pés no espaço). Palestesia - Trata-se da sensação vibratória, conduzida pelo sistema colunar dorsal. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Utilizar diapasão de 128Hz. - Compara-se o tempo de vibração entre extremidades nos dois hemicorpos. - São pontos que podem ser utilizados para a vibração do diapasão: crista ilíaca, cotovelos, punhos, interfalangianas distais e proximais. - Como se dá o processamento central das informações somatossensoriais? - Algumas informações chegam pelo lemnisco medial (tato epicrítico e sensação vibratória) e outras pelo trato espinotalâmico (dor e temperatura). - Essas informações vão para o tálamo e fazem sinapse no núcleo ventral posterior lateral do tálamo, cujos neurônios se encaminham para o córtex somatossensorial primário (giro pós-central) pelas radiações tálamo-corticais. Depois, há a integração e contextualização dos estímulos. - Na parte mais medial do giro pós-central, há a perna. Na face lateral, encontra-se a face (mais inferiormente) e a mão (mais superiormente). - Padrões de perdas sensitivas: - Em botas e luvas: associada a lesões de nervos periféricos, mais distal. - Perda de sensibilidade térmica e dolorosa suspensa: geralmente, por siringomielia. - Transecção medular: perda de toda a sensibilidade nas regiões inervadas pelos segmentos medulares inferiores à lesão, bilateralmente. - Hemisecção medular (síndrome de Brown-Séquard): perda ipsilateral de tato discriminativo e contralateral de sensibilidade térmica e dolorosa abaixo do nível da lesão. - Perda sensitiva em todo o hemicorpo (incluindo face): comprometimento de tronco cerebral. Semiologia Neurológica dos Pares Cranianos I, II, III, IV, VI e VII Prof. Pedro - Os dois primeiros pares de nervos cranianos (n. olfatório e n. óptico) consistem em prolongamentos do próprio encéfalo (núcleos não estão no tronco). Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Do III ao XII par de nervo craniano, a origem é do tronco encefálico: saber se é no mesencéfalo, na ponte ou no bulbo. - Degenerações do NC I podem ocorrer bem antes (até 10 anos!) de sintomas motores relacionados ao Parkinson. NC I – “Nervos olfatórios” - Na mucosa nasal superior, estão localizados receptores do primeiro nervo. São cerca de 50 milhões de receptores em cada narina, com alguns deles especializados para determinados aromas (como o do café). - Esses receptores estão imersos em muco, no qual estão dispersas as substâncias odorantes. - Consistem em neurônios bipolares que passam pela placa crivosa do osso etmoide, indo para o bulbo olfatório que fica inferiormente ao lobo frontal. Bulbo olfatório (?). - Seguem pelo trato olfatório e, posteriormente, se dividem em duas estrias: - estria lateral, que vai para o úncus e, depois, faz sinapse com o núcleo amigdaloide (a amígdala). Essa região é importante para discriminar cheiros, correlacioná-los com memória e associá-los com situações emocionais (agradáveis ou desagradáveis). - estria medial, que vai para a área septal (com o núcleo septal), envolvido com a sensação de prazer. Observações: Pelo cruzamento das fibras na comissura anterior, é muito difícil perder o olfato com lesão cortical (se lesar um lado, o outro compensa). A principal causa é otorrinolaringológica (uma rinossinusite). O olfato é o único que não precisa ser retransmitida pelo tálamo. Todos outros precisam. - O exame clínico consiste em: - utilizar substâncias odorantes possíveis em recipientes pequenos. Geralmente, utilizamos café, menta (ou canela) e chocolate. - evita-se utilizar substâncias irritantes (como éter ou álcool), porque elas promovem dor e, assim, acabam ativando outras vias que não o NC I (como o NC V, nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade somática da mucosa). - a substância é aproximada da narina (com a outra fechada; e os olhos fechados), perguntando: “sente algum cheiro?” e “o que você acha que é esse cheiro?” Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - repete-se o procedimento com a outra narina e na mesma narina. Nesse caso, a segunda pergunta consiste em: “é igual ou diferente ao da primeira narina?” - consiste em teste para pegar alterações mais prevalentes. - Possíveis alterações: - Anosmia: perda do olfato uni ou bilateral; Mais de metade dos casos: rinossinusite crônica. Tumor na base do lobo frontal (meningioma, perto do osso esfenoide), trauma encefálico que atinge esfenoide, doenças degenerativas (Doença de Parkinson. Doença de Parkinson, anos antes de ocorrer o tremor e bradicinesia, o paciente perde o olfato, a degeneração começa no olfato). - Hiposmia: cheiro menos intenso (é possível quantificar); - Parosmia: distorção do olfato; Comum em alguns transtornos psiquiátricos. O paciente refere um cheiro como outro, em geral desagradável (nesse caso, pode-se dizer que se trata de cacosmia); O paciente com problema orgânico perde o gosto também. - Alucinações olfativas: perceber cheiro onde não há. Pode ser que o paciente tenha um foco epiléptico na região cortical relacionada com o olfato (crise epiléptica é passageira, odor é passageiro, geralmente é seguido de perda de consciência). Pode ocorrer em transtorno psiquiátrico (se for mais constante). Infecção por anaeróbio (mas aí tem secreção). o o Cacosmia: odor desagradável. Coprosmia: odore desagradável com cheiro de fezes. NC II - Três funções importantes são veiculadas por esse nervo: - visão central: que consiste na acuidade visual, na visão dos detalhes. É determinada por uma pequena área na retina, denominada mácula, onde há os receptores do tipo cone. - visão periférica: dada pela retina periférica, com predominância de bastonetes. Não dá detalhes sobre a imagem, mas é importante. - especificidade para cor: dada pelos cones que captam radiação azul, amarelo, vermelho e verde. A ausência de parte desses grupos pode levar a daltonismo, que ocorre predominantemente envolvendo o vermelho e o verde. Em algumas neurites Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 ópticas (como na esclerose múltipla), o paciente pode perder a capacidade de discriminar as cores e acabar vendo tudo cinza (discromatopsia). - Como é a via óptica? “A luz não faz curva, então...” - Imagens temporais são captadas pela retina nasal. (Que cruzarão, depois). - as fibras nasais passam pelo nervo óptico e, no quiasma, cruzam contralateralmente. As fibras temporais seguem ipsilateralmente. A luz atravessa as várias camadas da luz. Primeiro, se passa pelos receptores: o o Cones: visão de detalhes.Cones especializados para azul, amarelo, vermelho e verde. Na fóvea, mácula “retina central”, há maior parte de cones. Bastonetes: capacidade de percepção de claro e escuro. (visão quando apagam a luz). “Retina periférica”-> acúmulo de bastonetes. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - posteriormente ao quiasma e lateralmente ao mesencéfalo, formam-se os tratos ópticos. Eles se direcionam para o tálamo e fazem sinapse com neurônios presentes em núcleo talâmico: núcleo geniculado lateral. (Lembre-se: o geniculado medial é da audição). o o Tumor de hipófise comprime o quiasma. Os tratos “fazem uma curva” no mesencéfalo e chegam ao tálamo. O tálamo não discrimina, ele faz você perceber. - Do núcleo geniculado lateral saem os prolongamentos seguem pelas radiações ópticas, que se encaminham posteriormente até o lobo occipital. Mas é importante lembrar que há dois caminhos: as fibras que viram da porção inferior da retina seguem pelo lobo temporal; as fibras que vieram da porção superior, lobo parietal. - Essas fibras chegam até os lábios do sulco calcarino no lobo occipital. 2/3, bilateralmente. - Podemos dizer que o córtex (occiptal) visual direito capta, portanto, imagens vindas dos hemicampos visuais esquerdos (ou seja, hemicampo visual nasal direito e hemicampo visual temporal esquerdo). Já o córtex visual esquerdo processa imagens vindas dos hemicampos visuais direitos (ou seja, hemicampo visual nasal esquerdo e hemicampo visual temporal direito). - é importante frisar que a visão central tem representação bilateral no córtex occipital. PortantoL, para ter amaurose (ou “cegueira total”), deve-se ter lesão cortical occipital bilateral, no nervo óptico ou na própria mácula da retina. - O exame físico consiste em: - Teste da acuidade visual: 1. Posicionar-se a 6 metros de distância do paciente (distância fisiológica em que o cristalino está acomodado, e os feixes de luz são paralelos). Se o paciente estiver usando lentes de correção (ou óculos), deve-se ficar com as lentes (o teste não é para saber de problemas de refração, então deixamos o que corrige isso). 2. Pede-se para o paciente fechar o olho contralateral sem apertá-lo (se apertar gera manobra vagal, ele fica tonto). “Vou demonstrar certa quantidade de dedos e você vai me dizer quantos são, ok? Quantos são os dedos? Está borrado?” 3. Se estiver borrado, deve-se aproximar do paciente até que o paciente não veja mais esse borrão. 4. O exame deve ser descrito como: “Olho esquerdo: conta dedos adequadamente a 6 metros.” 5. Outra forma, além de contar dedos, é utilizar o cartão de Snellen ou o cartão de Rosenbaum. Na tabela, o paciente deve ler até a fileira com denominador Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 20. O que significa essas frações no quadro de Snellen? a. Cada fileira tem uma fração. O numerador da fração sempre indica a distância (em pés) do paciente testado em relação ao cartão (lembrando que 20 pés = 6m). b. Já o denominador da fração indica a distância (em pés) a que um paciente com olho de acuidade visual normal seria capaz de ler corretamente as letras. c. Então, se o paciente testado somente consegue ler até a fileira de fração 20/50, significa que, enquanto ele consegue lê-la a 20 pés de distância, um olho normal seria capaz de lê-la a 50 pés de distância. d. Por isso, para considerar o paciente com uma acuidade visual normal, ele deve ler até a fileira de fração 20/20 (ou seja, ele leu a fileira corretamente a 20 pés de distância enquanto um olho com acuidade visual normal também seria capaz de ler a 20 pés de distância). - São alterações que podem ser encontradas nesse teste: - Diminuição da acuidade visual; - Amaurose: perda completa da visão central; (Se for algo transitório e que logo some, pode ser por um acidente isquêmico transitório. É um “pré-AVC”, é sinal de doença da artéria carótida.). Para considerar que ele conseguiu “acertar” as letras: quando ele lê mais de metade das letras de cada linha. [Parênteses! - O que é a cegueira cortical? É a agnosia visual, ou seja, a incapacidade de reconhecer o objeto por alteração da área occipital e interrupção das vias que levam a informação visual até a região de associação e reconhecimento do objeto. - Escotomas: são no campo visual. Geralmente, resultam de alterações retinianas. Esses escotomas podem ser brilhantes (positivos; como na enxaqueca ou crises epilépticas no córtex occipital, é um tipo de alucinação visual. Outras causas: desidratação do humor vítero, descolamento de retina – retinopatia diabética – pode ocorrer por vaso espasmo retiniano após crise hipertensiva) ou escuros (negativos; geralmente, são focos de isquemia na retina; são alterações periféricas, e não centrais).] - Teste da visão periférica (campo visual): 1. Consiste na técnica de confrontação. Utilizar objeto que tenha cor (vermelha) e posicionar-se a 1m do paciente. 2. O objeto tem de ficar a meia distância entre o examinador e o paciente. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 3. O examinador deve ficar na mesma altura do paciente, pra que os campos visuais fiquem na mesma altura. 4. Pede-se para tapar um dos olhos e para o paciente olhar para o olho do examinador. 5. O examinador deve tapar o olho do mesmo lado que o paciente. 6. Pedir para o paciente avisar assim que passar a perceber o objeto. a. Temporal: 3 quadrantes, bem laterais (é o campo mais extenso), braço esticado. b. Nasal: 3 quadrantes, antebraço flexionado. - Lesões que vão do quiasma para trás não causam amaurose, mas limitam o campo visual. O teste de confrontação tem sensibilidade suficiente para detectar alterações no campo visual. - São alterações possíveis nesse exame: - Hemianopsia homônima: perda de toda a metade do campo visual. São homônimas quando as metades perdidas estão do mesmo lado do campo visual direito e esquerdo (ou são as metades esquerdas ou direitas dos campos visuais direito e esquerdo). Geralmente, consiste em lesões no trato óptico, radiações ópticas ou no córtex calcarino. Se a lesão é do lado direito, a hemianopsia é esquerda. Nesse paciente, observa-se desvio da cabeça para o mesmo lado da lesão (a fim de conseguir manter a visão central dos hemicampos não comprometidos). (Se for no trato óptico geralmente é exatamente igual dos dois lados). - Hemianopsia heterônima: consistem em perda direita de um hemicampo visual e esquerda do outro. Quando há perda bitemporal (ou seja, dos dois hemicampos temporais), dizemos que o paciente tem uma visão tunelada. Geralmente, esse tipo de hemianopsia é causado lesão no quiasma óptico (por tumor de hipófise, por exemplo). As hemianopsias binasais podem ocorrer, mas são mais raras. São causadas, por exemplo, por aneurismas que afetam a artéria carótida interna e que comprimem simultaneamente as porções laterais do quiasma. Normalmente o paciente não percebe isso no seu dia-a-dia, pode chegar dizendo que tem “mancha”. - Quadrantanopsia: se houver lesão no feixe parietal ou temporal da radiação óptica, pode haver quadrantanopsia homônima. - Se a lesão for no feixe parietal, a quadrantanopsia é homônima inferior. - Se a lesão for no feixe temporal, a quadrantanopsia é homônima superior. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Também pode ocorrer por lesão do nervo óptico bem próximo à sua junção no quiasma óptico, devido à presença do joelho de Willebrand (relembrar lá da neuroanatomia). Nesse caso, se for lesão no nervo óptico: - Direito: há amaurose total no olho direito e quadrantanopsia superior esquerda no olho esquerdo; - Esquerdo: há amaurose total no olho esquerdo e quadrantanopsia superior direita no olho direito. A medicina exige organização de vida. A vida inteira vai ser assim. Síndromes do cerebelo são as únicas que não cruzam. - Teste da visão de cores: 1. Utilizar cartões ou objetos com as quatro cores primárias (identificação pelo nervo óptico, não é um teste central). 2. Colocar a frente do paciente e perguntar a cor. - Alteração possível: - Discromatopsias: são resultados de doenças genéticas ou de lesões da retina, do nervo óptico ou do córtex occipital associativo no hemisfério dominante (área V4 do córtex occipital). Essa área V4 é responsável por detectar as matizes (variações) das cores (fazendo distinção, por exemplo, de tons claros e escuros). - Exame do fundo de olho. Papila óptica Mácula Vasos Arteríolas (calibre menor, vermelho vivo e tem fio amarelo menor) Vênulas (vermelho vinho, mais calibrosa). Relação A/V: 2/3. (Paciente com HAS e retinopatia essa relaçção de inverte e a arteríola fica mais grossa que a veia). Deve-se delimitar o nervo óptico. Dentro dele há uma escavalção fisiolófica, que é onde ela sai. A relação normal é 0,4. Região da mácula: é onde fica o acúmulo de receptores (cones). ( Papila ótpica tende a ficar medial). Papiledema: papila borrada, causada por hipertensão intracraniana. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Se o paciente tem redução da acuidade visual por lesão no NC II, ele deve ter também redução na resposta ao reflexo fotomotor, já que é essa a via aferente do reflexo. [Parênteses: O que é transtorno conversivo? - É um transtorno somatoforme com manifestação neurológica de maneira inconsciente. Antigamente, esse transtorno era denominado de histeria.] NC III, IV e VI. NC III (oculomotor, mesencéfalo, lobo temporal fica bem em cima – se houver trauma, coágulo epidural, há herniação e compressão do III nervo, SUA PARTE PARASSIMPÁTICA contrai a pupila), IV (troclear, “patético”, é o mais fino que temos, e é o único que emerge da parte posterior do tronco-mesencéfalo, inerva oblíquo superior, desloca o olho para baixo quando o olho está totalmente aduzido “pra dentro”) e VI (abducente, ponte) Inervação dos músculos extra-oculares e os oculares. (o músculo oblíquo inferior eleva o olho quando ele está aduzido). - O NC VI vem da ponte. Já o NC III e o IV são mesencefálicos. - O NC IV tem o maior trajeto intracraniano. Lembrando que ele nasce posteriormente no tronco encefálico. - Os mm. oblíquos superior e inferior realizam a rotação medial dos olhos. Eles também elevam e abaixam os olhos quando estão aduzidos. - Ou seja, quando o olho está aduzido, a elevação do olho se dá pelo oblíquo inferior e o rebaixamento, pelo oblíquo superior. - O m. reto lateral é inervado pelo NC VI. - O m. oblíquo superior, inervado pelo NC IV. - Os demais músculos (mm. reto superior, reto medial, reto inferior e oblíquo inferior), inervados pelo NC III. - Ao teste físico: - Inspeção: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 1. Observar se as fendas palpebrais estão simétricas ou não. Isso porque o elevador da pálpebra tem inervação pelo NC III. A deficiência desse nervo pode gerar ptose palpebral (cai e cobre a pupila). 2. Verificar a posição do globo ocular (se a córnea está centrada). Se não estiver, e houver desvio, há estrabismo (divergente ou convergente). Esse estrabismo pode ser resultado de fraqueza do músculo ou de lesão do nervo. Se a lesão for no NC III, há estrabismo divergente. Se for no NC VI, há estrabismo convergente. - Motilidade ocular extrínseca: 1. Movimentar os olhos do paciente em todas as direções, fazendo uma cruz ou um ‘H’: Reto superior ||| Oblíquo inferior ||| Reto lateral-------------------------------------------------Reto medial ||| ||| Reto inferior Oblíquo superior 2. Quando há paresia de um dos músculos, a esclera ainda consegue ser observada ao final do movimento. - Teste o olhar conjugado: -A imagem deve estar na mácula dos dois olhos para ele formar a imagem correta. O olhar conjugado por ser reflexo (labirinto) ou sob comando. - O olhar conjugado horizontal se dá por conexão através do fascículo longitudinal medial, presente na ponte. - O olhar conjugado vertical é por núcleo no mesencéfalo, logo acima da glândula pineal (crescimento da glândula impede o indivíduo de olhar para cima: Síndrome de Parrinot). -Comandado: Área 8 de Brodmann no giro frontal superior, quando ativada, promove o olhar conjugado contralateralmente. Para isso, ela ativa o núcleo do NC III ispilateral e o núcleo do NC VI contralateral. Além disso, através dos fascículos longitudinais mediais, há também a inibição do núcleo do NC VI ipsilateral e do núcleo do NC III contralateral. -Se não conseguir olhar é lesão na ponte, por exemplo. - O olhar conjugado vertical se dá por núcleo presente no teto do mesencéfalo, próximo da pineal. Lesões desse núcleo resultam nas síndromes de Parinaud. -3. Avaliar as pupilas do paciente: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - O tamanho das pupilas depende da luminosidade do ambiente. Além disso, existe também o reflexo de acomodação: se um objeto se aproxima, a tendência é a pupila se contrair para diminuir o cone de luz e focar sobre o objeto. - O NC III tem um componente parassimpático que contrai a pupila. Já as fibras do sistema simpático fazem a dilatação da pupila. O diâmetro da pupila varia de 2 a 6mm. Abaixo de 2mm miose. Acima de 6mm midríase. -A forma é arredondada, com posição central. Se estiverem iguais: isocóricas. Se elas tiverem diferença de diâmetro entre si, chamamos de anisocoria. Quando há alteração da forma da pupila, chamamos discoria. - O músculo esfíncter da pupila faz a contração pupilar a partir de fibras nervosas do NC III que vem do núcleo de Edinger-Westphal mesencefálico ipsilateral. Essa é a inervação parassimpática. (N. Edinger-Westphal (mesencéfalo) III nervo Gânglio cilicar (órbita) Contração pupilar.) - O hipotálamo manda fibras que descem até a medula (C8-T1), saindo pelas fibras motoras e indo para a cadeia simpática paravertebral. Depois, através da artéria carótida, ascendem até o globo ocular, inervando o músculo dilatador da pupila. Essa é a inervação simpática. (Hipotálamo medula (C8-T1) cadeia simpática artéria carótida dilatação pupilar) - A lesão da artéria carótida interna (aneurisma ou trauma)causa perda do tônus simpático do olho, com síndrome de Horner, e gera miose. Lesões de pupila: Diplopia binocular: visão dupla que melhora se o paciente fechar um dos olhos. Anisocoria Miose Midríase - Testa-se o reflexo fotomotor de ambos os olhos, pesquisando sempre se há resposta direta e consensual ao feixe de luz. - A contração pode não acontecer ou ser lentificada. - Lesões do NC II causam perda da resposta direta, mas preservação da consensual. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Já lesões no NC III causam perda da resposta direta e consensual. - Depois, testa-se a acomodação visual, pedindo para o paciente focar em um objeto colocado a certa distância e aproximando o objeto do paciente. O reflexo está presente quando há miose à aproximação do objeto. - Paciente com anisocoria pode indicar hipertensão intracraniana, com compressão do NC III pelo lobo temporal e perda do tônus parassimpático (midríase). Observação: com a lanterna, INCIDIR e logo retirar, não deixe lá, isso gera fotofobia. Direta: nervo óptico e do terceiro par. (Se só tiver nessa será lesão do 2 par). Consensual: só depende do terceiro. [Parênteses: Classicamente, a lesão do NC III gera ptose, estrabismo divergente e midríase ipsilateral.] NC VII - Facial Sai no ângulo ponto-cerebelar, juntamente com o VIII e o V par. É um local onde há tumores; - Possui basicamente 4 funções: - motricidade da face (mímica facial): núcleo pontino; - gustação dos 2/3 anteriores da língua: núcleo do trato solitário (bulbar): AZEDO, DOCE E SALGADO. A corda do tímpano também: amargo. - Secreção lacriam e salivar. (submandibulares e linguais). - sensibilidade somática (dor) do meato auditivo externo. Se testam as duas primeiras, as duas últimas não. Não confundir com mastigação, tato da língua (esse é o trigêmeo). - Ao exame: - Exame da motricidade: - Inspeção estática: verificar se há desvio da rima labial, diminuição do piscamento (por déficit do orbicular) (O normal é em torno de 10 por minuto) e/ou ausência do sulco nasogeniano. - Inspeção dinâmica: pede-se para o paciente fazer caretas, como sorrir (orbicular da boca), encher as bochechas (bucinador), fechar os olhos com Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 força (nesse momento, o examinador tenta abrir [orbicular do olho], e não deve conseguir. Notar: os cílios devem ficar escondidos.) e enrugamento da fronte (frontal), testar o platisma. - Exame da gustação: - Utilizar sal ou açúcar na face anterolateral de uma das hemilínguas (pegar uma gaze e colocar embaixo para evitar babar. E “salpica” de um lado, 2cm da ponta) . Em seguida, pedir para o paciente dizer qual é o gosto. Dar água para retirar a substância e repetir o processo na hemilíngua contralateral (2cm da ponta), perguntando se há gosto e se ele é o mesmo. Se houver déficit, chamamos de hipogeusia ou ageusia. - Nas paralisias faciais periféricas, pode haver sinal de Bell ou Souques: - Fenômeno de Bell: elevação do globo ocular quando do fechamento palpebral (sim, a pupila vai para cima quando fechamos o olho, para proteger). - Sinal de Bell: pede para fechar o olho: um olho consegue, o outro não, e o olho que não fechou vemos a tal elevação da pupila (vemos a esclera). - Sinal de Souques: visualização dos cílios quando do fechamento ocular (não fecha com força). - Observação: a musculatura do andar superior da face recebe comando dos dois hemisférios cerebrais. Já o andar inferior recebe comando apenas contralateral. - Se houver lesão periférica do VII par, a paralisia acontece em toda a hemiface ipsilateral (ou seja, nos andares superior e inferior); - Se houver lesão central, a paralisia acontece apenas no andar inferior contralateral da face. Esse tem que fazer uma tomografia computadorizada!! Síndromes Motoras Prof. Nonato [Curiosidades e comentários iniciais] - Miotonia: doença em que o indivíduo tem dificuldade de relaxar o músculo. Há aumento no traçado diferencial na eletroneuromiografia desses indivíduos. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Paralisia do sábado à noite (ou dos amantes): comprometimento do território de inervação do radial por compressão do radial em sua volta ao redor do úmero. Nesse caso, o punho não consegue ser fixado, pois há predomínio dos músculos flexores em relação aos extensores. - A maior parte das crianças com problemas neurológicos não engatinharam. - Existem três tipos diferentes de movimentos ativos: Automáticos Reflexos Voluntários Automáticos - Primários: são aqueles que vêm conosco ao nascimento. Exemplos: - Respiração, sucção, deglutição; - Tríplice retirada: movimento importante para o encurtamento do membro inferior durante a marcha. A partir do quarto ano de vida, há o quarto elemento dessa retirada, que consiste na flexão do hálux sobre a sola do pé, que serve para a impulsão. Assim, acaba que essa ‘tríplice’ retirada passa a ser formada por quatro movimentos. - Observação: esse movimento de tríplice retirada é importante para evitar que ocorra a marcha ceifante. Se houver perda bilateral do reflexo de retirada, a marcha passa a ser em tesoura (ou marcha de Little). - Secundários: são aqueles aprendidos durante a vida de relação com o meio ambiente, como atividades esportivas e sócio-profissionais. Ex: o tocar de um instrumento faz com que vários movimentos não precisem mais ser elaborados pelo córtex para serem executados; assim, todos esses movimentos passam a ser “automáticos e secundários”. Reflexos - Profundos (miotáticos, osteotendinosos, monossinápticos) - Esse reflexo se inicia nos fusos ânulo-espirais ou nos órgãos tendinosos de Golgi no músculo. Ao serem estirados, esses órgãos enviam impulsos nervosos para o sistema nervoso central através de neurônio pseudo-unipolar. Esse neurônio entra no corno posterior da medula. No corno anterior da medula, Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 ele faz sinapse com o motoneurônio alfa, que sai pela raiz anterior a fim de inervar o músculo inicialmente distendido, promovendo a resposta motora do reflexo. - Às vezes, a área tendinosa que pode ser percutida para disparar o reflexo se estende mais superior e inferiormente (do que se costuma percutir). Diz-se, portanto, que existe uma área reflexógena aumentada. - O músculo antagonista ao movimento reflexo é inicialmente inibido e posteriormente ativado, a fim de frear o movimento realizado. No momento em que o antagonista se contrai, o agonista relaxa. - Lesões no córtex tendem a aumentar os reflexos. Por quê? - Porque o córtex exerce influência inibitória sobre os reflexos medulares. Se houver ruptura da conexão entre o córtex e os neurônios motores na medula, esses neurônios não estarão mais sendo inibidos e, portanto, os reflexos serão muito mais intensos (hiperreflexia). É o que acontece na síndrome do neurônio motor superior. - Por outro lado, lesões no neurônio motor inferior geram hiporreflexia, já que é o próprio neurônio motor inferior que atua como alça eferente do reflexo. Se ele está lesionado, não há reflexo (arreflexia ou hiporreflexia). - São tipos de reflexos profundos: - Bicipital (C5-C6): palpa-se o tendão do bíceps com o polegar e percute-se sobre o polegar. Vê se há contração do “tendão” sob o polegar. - Tricipital (C7): faz a extensão do braço. O reflexo é retirado ao se percutir sobre o tendão desse músculo na parte pósteroinferior do braço. - Estilo-radial (C5-C6): pode ser retirado ao se percutir sobre o tendão do músculo estiloradial, na transição entre os terços distal e medial do antebraço, na face dorso lateral. - Patelar (L4): paciente pode estar sentado ou deitado (com flexão de 20° do joelho). - Aquileu (S1): o examinador deve suportar a planta do pé (fazendo dorsiflexão passiva) e percutir sobre o tendão de Aquiles. O paciente faz flexão plantar do pé. - Manobra de Jendrassik: quando não se encontra um reflexo, há manobras para tentar sensibilizar e retirar o reflexo. A Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 manobra de Jendrassik consiste no cruzamento dos dedos com força exatamente no momento em que o examinador percute o tendão. Esse fenômeno acontece porque fazer uma atividade repentina ou diferente durante a manobra “desabilita” o neurônio gama (que tem a função de manter os músculos em contração constante). - Os reflexos devem ser pontuados de acordo com a intensidade: 0 = abolido 1 = hipoativo (dificuldade em obter) 2 = normal 3 = hiperativo 4 = clonus (reflexo extremamente aumentado, com sinais anormais) - No clonus de tornozelo, por exemplo, após o reflexo ter sido acionado com o pé em dorsiflexão, o paciente fica fazendo o movimento de modo interminável enquanto se mantiver a dorsiflexão do pé. Ver: http://www.youtube.com/watch?v=AHUZEkM9Tvc - Superficiais (cutâneos) - São reflexos que possuem muitos neurônios em sua via e são mais difíceis de serem obtidos. - A área de recepção do estímulo é a pele e os músculos efetores vêm do tegumento. São tipos de reflexos superficiais: - Cremastérico: estímulo da região interna da coxa promove contração da bolsa escrotal. - Cutâneo-abdominal: estímulo da região subcostal (T8), pele lateral à cicatriz umbilical (T10) e região da crista ilíaca (T12 a L1) geram movimentação da cicatriz umbilical. - Cutâneo-plantar (de Babinski): deve ser feito no bordo externo do pé, acompanhando o arco plantar, sem tocar (jamais!) a polpa do hálux. Normalmente, a tendência é fazer a flexão dos dedos. Na lesão piramidal (ou do neurônio motor superior), há inversão do reflexo, sendo que o hálux tende a fazer extensão. Quando o paciente melhora Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 da lesão, pode ser que o Reflexo de Babinski vá desaparecendo. (Observação: não se pode dizer que o sinal de Babinski seja “positivo”; ou ele está presente ou ausente). Ver: http://www.youtube.com/watch?v=nMWyibsu3rk - Há outros sinais que têm mesmo valor semiológico que o de Babinski. São sinais sucedâneos do sinal de Babinski: - Chaddock: feito na borda externa do pé. - Oppenheimer: tíbia da cima pra baixo. - Gordon: compressão da panturrilha. - Voluntários - São movimentos decididos pelo indivíduo e adaptados a um objetivo. Ex: abrir a mão para pegar um copo. - Quando o movimento não tem propósito, ele é anormal. Ex: tremor, balismo, coreia, atetose. - Os movimentos voluntários partem de comando inicial do córtex motor primário (área 4 de Brodmann). Mas são os núcleos da base que possuem os padrões de movimentos armazenados, enviando-os para a área 4. Enquanto o movimento é executado, há ativação das fibras espinocerebelares e sensitivas, de modo que os comandos vão para os núcleos da base e cerebelo caso precisem ser corrigidos, indo depois para o córtex para haver correção. Essa é uma alça fechada de movimento. Então, para fazer determinado movimento: - Núcleos da base fornecem o programa (“a receita”) do movimento; - Córtex motor primário ordena que o movimento seja feito, controlando os músculos; - Cerebelo atua corrigindo o movimento que está sendo realizado. - É por isso que as lesões dessas áreas geram alterações motoras nos indivíduos. Exemplo: - Parkinson: descontrole nos núcleos da base (mais especificamente na substância negra) faz com que o paciente não seja capaz de realizar movimentos simples, como saltar um objeto ou fazer uma curva (simplesmente porque ele não tem o programa do movimento); Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - AVC no córtex motor primário: gera lesão dos motoneurônios, com incapacidade de realizar movimentos inervados pela área destruída (simplesmente por não haver neurônio motor superior que controle os músculos); - Dano cerebelar tumoral: causa incoordenação do movimento (porque não há o centro que corrija o movimento). - Características dos movimentos voluntários: - força; - direção: depende da propriocepção; - amplitude: depende da coordenação cerebelar. [Falando só de força dos movimentos voluntários daqui até o final da aula...] - Como se testa a força muscular? O teste pode ser: Global: testa-se a força de um segmento inteiro (como a força de um dos membros superiores); Analítico: testa-se a força de um músculo ou pequenos grupos musculares isoladamente (como testar a força do músculo bíceps braquial). Global (funcional): coloca-se o membro em determinada posição. - Trata-se de uma análise mais prática da força de um segmento. Ela pode contar com manobras simples como marcha na ponta dos pés, marcha sobre os calcanhares, apoio monopodal (sobre um pé) e agachamento. No entanto, há manobras mais específicas e mais utilizadas. - Mingazzini: para MMSS. Os braços devem estar estendidos e supinados. Olhos fechados. Verifica-se se há queda ou pronação dos braços em até 1 minuto (se houver, há perda da força muscular). (Se não houver pronação, é fictício). - Manobra de ordenha: com os 2º e 3º quirodáctilos cruzados, pede-se para o paciente fechar as mãos com força ao redor dos dedos cruzados e tenta-se retirar os dedos. Boa para estudar coreia! Você coloca seu dedo para ser apertado dos dois lados, mas o paciente com coreia não consegue, ele aperta de um lado e depois do outro “Sinal da ordenhadeira” Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Jesel: o paciente faz a oponência do primeiro e do segundo dedo (sinal de OK) e o examinador deve tentar desfazer com os seus dedos (coloca seu dedo por dentro e tenta desfazer a pinça). Observação: se o paciente conseguir suportar por pelo menos 10 segundos, podemos dizer que há preservação da força muscular em todo o membro superior. - Wartenberg: colocam-se as mãos unidas pela face palmar (“reza”), como em posição de prece, mas aí se pede para a pessoa afastar os dedos o máximo que conseguir (deixar os dedos abertos). O paciente com lesão piramidal e redução de força não consegue manter essa posição, sendo que os dedos ficam se intercalando, ficam assimetricamente aberta. Para membros inferiores: Paciente deitado no leito, coloca pernas flexionadas: pé com medos força vai “escapando” mais rápido. Pé desliza para o lado, se calcula o tempo. Pode ser feito para pacientes que não conseguem ficar sentados. - Meyer: em um paciente normal, quando se exerce pressão sobre a falange proximal do terceiro dedo na direção palmar, há adução do polegar. Contudo, essa sincinesia desaparece em paciente com lesão piramidal antiga. - Barré: para membros superiores. Os membros devem estar estendidos e pronados. Olhos fechados. Espera-se 1 minuto. No lado lesionado, observa-se flexão (queda) dos dedos. - Raimiste: feito com pacientes não responsivos (como pacientes em coma). Colocam-se as mãos do paciente para cima, segurando os punhos. Depois, soltam-se as mãos. Paciente que tenha comprometimento de força em um dos lados apresenta queda mais acelerada da mão. - Mingazzini para membros inferiores: paciente em decúbito dorsal tem os seus membros inferiores elevados com o joelho fletido, como se estivesse sentado em uma cadeira. Está alterado quando há queda de uma das pernas em até 1 minuto. “Frango assado”. - Barré para membros inferiores: paciente em decúbito ventral tem os joelhos fletidos e colocados em 45° com relação ao leito. Está alterado quando há queda de uma das pernas. -Sinal do Reimiste: paciente deitado com mãos cruzadas sobre o tronco, pedir para ele levantar sem apoiar a mão. Se levantar apenas uma das pernas o sinal está presente. Analítica: coloca-se o músculo em determinada posição. - Essas manobras são mais utilizadas em caso de dúvida quando à diminuição de força em um segmento corporal. Para isso, o músculo a ser testado (isoladamente) é Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 colocado em contração máxima, sendo que o examinador tenta vencer esse movimento (é como um movimento contra-resistência). (Exemplo: bíceps contraído, se tenta estender o braço. Adução do ombro tenta-se abduzir. Esse aqui vê m. grande dorsal... m pequeno dorsal... entre outros. Se tiver abaixo, aí que se testa um por um, para ter certeza ). - Para cada músculo (ou grupo), deve-se atribuir uma nota: 0 = ausência de força muscular 1 = contração visível do grupo muscular, mas sem movimento articular 2 = não resiste à gravidade 3 = só resiste à gravidade 4 = cede à pequena força contrária 5 = resiste a qualquer força contrária (normal) Entre 5 e 4, se considera normal. Porém, note: não é muuuuuito objetivo, pois depende da força muscular da pessoa. Objetivo: dinamêmetro (mas não consegue estudar todos, apenas os que se consegue apertar). - São nomes importantes para identificar as localizações dos déficits de força: -Paresia: paralisia incompleta. -Plegia: paralisia completa. - Paralisia total ou plegia: ausência de força em um dado membro; - Paralisia parcial ou paresia: diminuição de força em um dado membro. - Monoplegia: ausência de força em um dado membro. Ex: monoplegia braquial à esquerda (ou seja, ausência de força no membro superior esquerdo). - Diplegia: retrata ausência de força bilateral, mas acima da cintura. Então, podemos falar, por exemplo, em diplegias braquiais ou diplegias faciais. - Paraplegia: retrata ausência de força bilateral abaixo da cintura. Então, podemos falar, por exemplo, em paraplegia crural (das pernas). - Hemiplegia: retrata ausência de força em todo um hemicorpo. Ex: hemiplegia à esquerda. - Dimídio: toda a metade do corpo e da face. Então, podemos dizer, por exemplo, que um determinado paciente tenha uma plegia em dimídio esquerdo (ou seja, em todo o hemicorpo esquerdo e na face esquerda). Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Observação 1: essa nomenclatura também serve para paresias. Então, existem monoparesias, diparesias, paraparesias, hemiparesias e paresias em dimídio. Observação 2: não podemos falar em diplegias crurais ou paraplegia braquial. Se é crural, é paraplegia. Se é braquial, é diplegia. Mono, Di=Para (Di é grego e Para é do latim), Hemi. Não existe para-paresia, existe diparesia. - Ao analisar a força de um segmento, deve-se ter cuidado com situações em que há: - alteração articular; (“fixação articular”) - ausência de músculos; - má-cooperação; - exame físico de criança. Exame neurológico de crianças nada tem a ver com exame de adulto. Ele muda a cada 30 dias de idade da criança. Sinal de Galan (?) Encosta na coluna e ela “Puxa” Sinal do paraquedista (criança “aterrissa com a mão”). Só senta depois que consegue rolar, e só rola depois de conseguiu fixar a maturação do pescoço (criança retardada tem pescoço para baixo). - Esses podem ser fatores de confundimento na análise da força muscular. Ex: paciente com artrose não terá a mesma força em um segmento por haver problema articular (dor), mas não por diminuição da força muscular. -Paralisia cerebral Vs. Paralisia Periférica. Os neurônios da área 4 são os neurônios piramidais. Desce pela cápsula interna, desce pelo bulbo, gerando a decussação das pirÂmides, desce pelo lado oposto no funículo lateral da medula, entra na subtância cinza e forma sinapse com neurônio (nupcial? Célula de neishoff?). Da sinapse para cima: síndrome piraminal/do primeiro neurônio/do neurônio motor central. Depois da sinapse (Lesões de parte anterior de medula até a placa neural se juntar ao músculo: síndrome periférica, do neurônio periférico, do neurônio secundária.) - Essencial saber diferenciar as duas síndromes, utilizando conhecimentos sobre os testes de reflexos e força, além de outros sinais: LESÃO FORÇA MUSCULAR Lesão crônica do 1° neurônio motor (neurônio motor superior) Paralisia ou paresia Lesão do 2° neurônio motor (neurônio motor inferior) Paralisia Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 TÔNUS REFLEXOS OSSEOTENDINOSOS (Profundos, Monossinápticos) Espasticidade elástica (músculo possui um “tônus residual”) Contração grande, constante, por falta de controle central. Não consegue mobilizar passivamente, se conseguir, ao soltar, volta. Flacidez (Fica mole, é uma carne denervada). Hiperreflexia Hipo ou Arreflexia para aquele músculo ROT: RCP: Reflexo Cutâneo Plantar RCA: Reflexo Cutâneo Abdominal Clonus Presença do sinal de Babinski (BBK) Abolido: Ausência de reflexos cutâneos abdominais Sem clonus Fasciculações: Sem fasciculações Atrofia Atrofia de desuso (Como o 2º neurônioi está preservado, ainda há estímulo, e aí a atrofia é um pouco menor). Não há sinal de Babinski Depende do neurônio (nervo) motor afetado Fasciculações (Ativação de poucas fibras musculares que não gera contração) Importante atrofia neurogênica (ver mão de síntome do túnel do carpo). Lesão pequena do 1º muitos músculos. Lesão grande do 1º muitíssimos músculos. (É desproporcional). (0,5 centímetro na cápsula interna). Lesão do 2º neurônio motor lesão pequena leva à Lesão de poucos músculos (túnel do carpo). Depois da desinervação a placa interneural fica ávida. O músculo atrofia por desuso, depois se auto-destrói. Perde volume e força muscular. Músculo denervado vira “peso morto”, e aí ele tem dor nas costas, dores articulares. *Renshaw procurar. Antes piramidal, depois, segundo neurônio e com o trato retículo espinhal. - Fasciculações são contrações vermiculares e não associadas com o movimento. - Mioquimias: fasciculações na musculatura periorbitária. - Fasciculações podem ser indicativas de comprometimento do segundo neurônio. -Crianã faz primeiro pinça ulnar, depois, ao amadurecer, fazer uma pinça radial. -Lesão do túnel do carpo: mão simiesca. -Mão do pregador, “mão em benção”. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Síndrome Cerebelar (Incoordenação ou ataxia cerebelar) Prof. Nonato - Quando falamos de movimentos voluntários, vimos que eles têm três características principais: - Força (discutido anteriormente, falando das manobras globais e analíticas); - Direção (dependente da propriocepção); - Amplitude (dependente da coordenação cerebelar). - Nesta aula, o foco será a última característica citada. [Falando sobre as vias motoras...] -Cerebelo, fica na projeção do dura-mater (lâmina cereberal ou tenda do cerebelo, é corta ). Anterior: tronco cerebral. Na parte inferior: forame magno. Por que ele não escorrega pele buraco occiptal? Pois ele está “abraçado” com o tronco cerebral, pelo pedúnculo cerebelar médio, e pelo pedúculo cereberal inferior. Uma hemorragia que no cérebro passaria desapercebida, no cerebelo se torna uma emergência. Se fizer punção lombar se pode romper a pressão, cerebelo hérnia, comprime centro respiratório do tronco (só deve ser feito depois de tomografia). - As vias motoras são formadas pelas vias piramidais (com 2 neurônios motores, superior e inferior) e vias extrapiramidais (toda a estrutura nervosa que realiza movimento e que não faz parte das vias piramidais; o cerebelo, inclusive, faz parte desse grupo). - O sistema piramidal é responsável pela execução e pela quantidade de movimento. - O sistema extrapiramidal é responsável pela qualidade desse movimento, uma vez que ele corrige os movimentos programados nos núcleos da base e feitos pelo sistema piramidal. - Então: - Piramidal: quantidade do movimento - Extrapiramidal: qualidade do movimento - Na doença de Parkinson, por exemplo, o que está afetado é a qualidade do movimento. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Na sequela crônica do AVC, o que está afetado é a quantidade do movimento. - O indivíduo alcoólatra, na fase de intoxicação, tem perda da qualidade do movimento. Isso porque o álcool não tira a força do movimento, mas gera a perda da sensibilidade e a piora da qualidade do movimento. [Falando do cerebelo...] - O cerebelo está na fossa posterior do crânio. - Na parte anterior do cerebelo, há o tronco cerebral. - Na parte inferior, há o forame magno. - Posteriormente ao cerebelo, há a cisterna magna e o osso occipital. - Na parte superior do cerebelo, há a tenda cerebelar, formada por uma dobra (dupla membrana) das meninges. Possui consistência endurecida e seu bordo possui característica “cortante”. - A porção mais externa do cerebelo é chamada de folha. Já a porção mais interna é conhecida como medula, com os vários núcleos que têm grande importância. Os núcleos são pontos de entrada e saída dos movimentos. - Quando o sistema piramidal quer realizar um movimento, fica uma espécie de “cópia” do movimento no cerebelo, para que ele possa comparar com o movimento que está sendo realizado e corrigi-lo. - As vias de entrada no cerebelo são os pedúnculos cerebelares inferior, médio e superior. Esses pedúnculos são formados por fibras mielinizadas e núcleos. Nessa região, há núcleos importantes para a movimentação ocular e para o sono, por exemplo. - O cerebelo é dividido em regiões filogenéticas: - Vermis cerebelar(arquicerebelo): conhecido como arquicerebelo, responsável por manutenção de tônus e postura. - Lobo anterior(paleocerebelo): responsável por equilíbrio (gravidade, na água não era importante) e marcha. - Hemisférios cerebelares(neocerebelo): para a coordenação apendicular (dos membros). Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - As fibras que saem do cerebelo cruzam na região do pedúnculo cerebral, formando uma comissura, chamada de Wernekink. - Lesões nessa via antes da comissura geram sintomas no lado oposto; - Lesões nessa via depois da comissura geram sintomas no mesmo lado. - Com isso, vemos que nem toda a síndrome cerebelar vem de lesões do cerebelo, mas podem acontecer por alterações em suas vias. - A incoordenação por prejuízo cerebelar pode vir de lesões verminianas, do lobo anterior (marca e postura, se vê na base de sustentação) ou do hemisfério. - Nas lesões do cerebelo (qualquer região), há: - Discronometria: o movimento se inicia tardiamente e não pode ser interrompido. Envolve uma série de componentes: - Dismetria: ou seja, o movimento não se inicia nem termina no local correto (quer tocar no nariz e toca no olho). - Decomposição do movimento: o movimento que realizamos é harmônico. Contudo, na doença cerebelar, o movimento se decompõe em seus diversos componentes. Todo movimento se decompõe, até mesmo a voz, o movimento ocular, a respiração, etc. “Tudo são linhas retas reunidas. Quem faz isso é o cerebelo. Se houver lesão ele não é capaz de fazer essa “junção”, então o movimento passa a ser decomposto.) Até a voz é decomposta em lesões cereberalres (há musculatura das cordas vocais, diafragma. Voz escandida). - Disdiadococinesia: incapacidade de fazer movimentos simultâneos e alternados. (Eudiadococinesia é ao normal). Pede para “passar manteiga no pão”. - Voz escandida. Como examinar a lesão vermiana? - Exame deitado - Procurar o Sinal do canivete: paciente deitado com os braços cruzados sobre o tronco não consegue se levantar sem o apoio das mãos. Ele acaba elevando o tronco e os membros inferiores ao mesmo tempo, fechando como se fosse um canivete e não consegue levantar. (Normal: sentar sem apoiar a mão). Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Cuidado: se tiver paralisia crural, não conseguir ativar a musculatura posterior: raramente ela é comum dos dois lados. (Sinal de Raimiste). - Exame assentado (Achados em lesões cerebelares): - Reflexos pendulares: o reflexo patelar, por exemplo, quando ativado, faz com que haja movimento de “pêndulo eterno” do membro. Há também certa hipotonia dos músculos. - Tremor cerebelar: no repouso, para que a extremidade do membro fique estática, é necessário ativar de maneira alternada e extremamente rápida os músculos flexores e extensores para uma mesma articulação. Contudo, na lesão cerebelar, essa alternância (que é feita pelo cerebelo) está diminuída (lenta), o que se reflete em tremor da extremidade. Dá tremor quando está chegando ao objetivo. Não confundir com: tremor essencial, que acontece espontaneamente. tremor do parkinsoniano, que é um tremor de repouso “contar moedas”. - Nistagmo: de caráter pendular. O que tem ida rápida e volta lenta é normal. - Ao levantar-se - Incoordenação tronco-membros. (Não consegue fazer a colocação de pés). Como examinar o lobo anterior do cerebelo? - De pé - Base de sustentação alargada (disbasia): indivíduos com lesão cerebelar tendem a alargar a base para tentar aproximar o centro de equilíbrio do solo e aumentar o equilíbrio. É verdade: indivíduos mais baixos tem o centro de gravidade mais próximo da base, por isso correm e driblam mais rápido. Uma girafa tem que afastar as pernas para beber água. Se juntar a perna de paciente cerebelar ele tende a cair. - Dança dos tendões: quando o paciente tenta se equilibrar em posição ortostática, observa-se a dança dos tendões do pé, na tentativa de encontrar o equilíbrio. Tendões se mexem, mesmo sem contração muscular. - À marcha - Verifica-se que a marcha desse paciente é: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Ebriosa (incoordenada, “de bêbado”. - Perda de balanço dos braços; - Marcha cega é impossível (não consegue andar com os olhos fechados). - Marcha em tandem: serve para detectar se há lesão cerebelar. O paciente deve caminhar com um pé na frente do outro, seguindo uma linha. O calcanhar de um pé toca na ponta de outro pé. Andar na ponta do pé (mais difícil ainda de fazer). Andar nos calcanhares (também testa força muscular). - Não há sinal de Romberg - O sinal de Romberg correto deve ser realizado com o paciente alcançando o equilíbrio com os olhos abertos, braços e pernas próximas ao corpo; depois, fecham-se os olhos e espera-se 1 minuto. - Paciente com lesão cerebelar já apresenta desequilíbrio mesmo com os olhos abertos. Isso não pode ser considerado sinal de Romberg, ele não consegue terminar a manobra. - Paciente com lesão vestibular ou no sistema colunar dorsal (propriocepção) cai ao fechar os olhos (dentro do intervalo de 1 minuto). Como examinar os hemisférios cerebelares? - Há uma série de provas (mais fáceis de serem demonstradas na prática): - Testando se há dismetria - Índex-índex: paciente com os olhos abertos deve esticar ambos braços e tocar no seu próprio nariz (1cm de distância entre os dois dedos). Outra maneira: na ponta do dedo do examinador. - Índex-nariz: paciente com os olhos abertos e braços estendidos deve tocar o seu próprio nariz com o seu indicador. Depois, pede-se para fechar os olhos. - Calcanhar-joelho: paciente deitado toca o calcanhar na canela e depois segue a linha da canela SEM ENCOSTÁ-LA. Com lesão cerebelar erra ao tentar colocar o calcanhar sobre o joelho contralateral e segue a linha erroneamente. - Stewart-Holmes: https://www.youtube.com/watch?v=nEH6ROgeulE . COntrai braço, soltamos, ele FREIA e não deixa bater nele mesmo. - Testando se há disdiadococinesia: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - alternância de dorso e palma da mão; (Pode até ser uma mão uma a outra depois) - manobra de dedos-palma; - abrir-fechar de mãos; - marionete (olhar para o cotovelo, pois os pacientes cerebelares não fixam o cotovelo) e pianista (tocar todos os dedos com o dedão). Semiologia Neurológica dos Pares Cranianos V, VIII, IX, X, XI e XII Prof. Pedro NC V - Nervo responsável por: - Sensibilidade térmica, dolorosa e tátil da face; - Controle dos músculos da mastigação. - Formado por três ramos: - Ramo oftálmico: pálpebra superior, fronte, córnea e asa do nariz. Porção anterior do crânio, região supraciliar, globo ocular, porção anterior e lateral do nariz. - Ramo maxilar: lábio superior e região maxilar. Palpebra inferior, lábio superior, arcada dentária superior, porção superior dabuchecha. - Ramo mandibular: região massetérica. Lábio inferior, mento, porção inferior da bochecha, dois terços anteriores da língua, arcada dentária inferior. - A sensibilidade conferida pelos ramos maxilar e mandibular abrange toda a pele, as mucosas, as arcadas dentárias e 2/3 anteriores da língua (ramo mandibular). - O núcleo do trigêmio está no tronco encefálico. -Parte motora do trigêmeo: Como ele também é responsável pela mastigação, há um núcleo mesencefálico. Músculos da mastigação: Masseter, temporal, pterigoideos (mais forte do corpo!). Colocar dedo nos cantos da boca, empurrar até a parte dura, e aí pepde pro paciente Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 mastigar. Sentimos ele contraindo e empurrando. Pedir para paciente abrir a boca (empurra para o lado que funciona). Pedir para morder uma espátula - As fibras relacionadas ao tato vão para a ponte. - As fibras relacionadas a dor e temperatura vão para o bulbo. - O ramo mandibular carreia as informações motoras para a mastigação. - Exame físico: - Teste de sensibilidade da face: - Faz-se a estimulação tátil e dolorosa nas três regiões de inervação dos ramos do trigêmio, sempre comparando as hemifaces. “É esse o estímulo que eu vou fazer no seu rosto. Eu vou perguntar ‘e agora?’. Se você sentir, você fala ‘sim’. Se não sentir, você fala ‘não’. (Numa hemiface) E agora? (Na outra hemiface) E agora? Está igual ou diferente?”. - Teste da mastigação: 1) Inspeção: analisa-se o trofismo da musculatura da mastigação e a presença de desvios da mandíbula. Desvios da mandíbula também podem ser causados por disfunções da articulação temporomandibular. Contudo, se esse desvio for de origem neurológica, o paciente terá a mandíbula desviada para o lado lesionado. 2) Deve-se testar a força com o uso de um abaixador de língua. O paciente morde o abaixador de língua e o examinador tenta tracioná-lo. Coloca o dedo no queixo e percute com o martelo (Vai pelo V e volta pelo VII). - Reflexo córneo-palpebral: - Ramos oftálmico e maxilar são as vias aferentes do reflexo. - A via eferente é dada pelo NC VII (que inerva o músculo orbicular do olho). - Use gase estéril. - Tocar na transição entre a córnea e a esclera. - O piscamento pode estar presente, ausente ou lentificado. - “Tenta colocar uma lente, o olho pisca”. Pode-se testar em paciente em coma. Colocar algo dentro do nariz: esternutatório “reflexo do espirro”. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 NC VIII - O NC VIII entra no ângulo pontocerebelar, juntamente com o NC VII. - Existem tumores que podem acometer esse nervo, como o neuroma (ou neurinoma) do acústico. - O NC VIII tem dois ramos: coclear (audição) e vestibular. -Na anamnese já se sabe que a pessoa escuta bem ou não, se ela fala alto, se ela tem que virar a cabeça para escutar, ler os lábios. Perguntar: Dificuldade de falar ao telefone. Teste: estalar os dedos ao lado do ouvido (é igual dos dois lados?). Susurrar uma palavra e um número em cada ouvido. Teste de Rinne e Teste de Weber. Teste de Rinne: colocar o diapasão na mastoide e esperar o paciente parar de sentir a vibração e aí coloca próximo ao ouvido. Rinne positivo: condução aérea é melhor que a óssea. (Normal!) Rinne negativo (alteração de condução): audição óssea é melhor que a aérea. Teste de Weber: colocar diapasão no vértice do crânio, sente normal e igual dos dois lados. Perda condutiva: lateraliza para o ouvido doente (algum problema desde o tímpano até a cóclea). Perda neurosensorial: lateraliza para o ouvido bom. São “triagens”, para saber mesmo, se pede audiometria. Aparelho sensorial de recepção (Cóclea) Aparelho de transmissão (Vias Auditivas) Aparelho de percepção e identificação dos estímulos (centros corticais da audição). Reflexos do sistema auditivo (feitos pelo VIII par): não usa na prática, só em casos de coma: Auditivo-oculógiro (desvio do olho): barulho nos faz virar o olho (e a cabeça também!) Cocleopupiular (dilatação pupilar) Auditivo-palpebral: som muito alto, fechar o olho (e se encolher). Músculo Acústico Geral (abalo geral do corpo): Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Formação Reticular: na verdade não é um reflexo. Há vias que vão para lá. Se ouvimos um barulho enquanto dormimos, nós acordamos. Equilíbrio: propiocepção, visão e sistema vestibular. SISTEMA VESTIBULAR: VERTIGEM (parte da anamnese): acompanhada de reação parassimpática, náuseas, vômitos e prostração. Objetiva: sensação de deslocamento dos objetos que o rodeiam. Subjetiva: sensação de que seu próprio corpo gira no espaço. Vertigem, de acordo com sua origem: Central: o Menor gravidade; o Sintomas neurológicos; o Desequilíbrio. Periférica: “problema no labirinto” (trauma, tumor, entre outras). o Mais sintomático; o Sintomas auditivos; o Romberg positivo (presente?) (queda para o lado acometido). Saber o que é vertigem: girar com a cabeça abaixada. Vertigem é diferente de tontura. Vertigem: investigar vias que levam ao cérebro e sistema vestibular. - O labirinto é formado pelos canais semicirculares e pelo utrículo e sáculo. Ele transmite ao SNC informações de posicionamento da cabeça. - O utrículo e o sáculo são responsáveis pela percepção da aceleração linear horizontal e vertical. - Os canais semicirculares são responsáveis pela percepção da aceleração angular. - As vias vestíbulo-espinhais descem do SNC e fazem com que haja manutenção da postura e do equilíbrio axial. - O labirinto também manda informações para o SNC de modo que os olhos consigam acompanhar a movimentação da cabeça. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Os núcleos dos nervos coclear e vestibular estão na ponte. - Exame do sistema vestibular: - Nistagmo: Vestibular: rotatório Central: horizontal ou vertical. - Trata-se de movimento rítmico e oscilatório dos olhos. A fase lenta do nistagmo é controlada por áreas occipitais associativas. A fase rápida (sacádica) é feita pelo córtex parietal. E o que o labirinto tem a ver com isso? Tudo. Porque a movimentação dos olhos está relacionada com o posicionamento da cabeça. A fase lenta é em direção à lesão. - Inspeção: fazer abdução dos olhos durante 1 minuto. Quando a lesão é vestibular periférica, há uma latência até o nistagmo aparecer. Quando ele aparecer: - Dizer o tipo de nistagmo: sacádico (com fases lenta e rápida) ou pendular (só tem fase lenta; ele aparece quando há déficit visual grave, porque o paciente é incapaz de fixar a imagem; ou em doenças cerebelares também). - Dizer a forma do nistagmo: horizontal, rotatório ou vertical. Nas lesões vestibulares periféricas, o nistagmo tende a ser horizontal e rotatório ao mesmo tempo. Nas lesões centrais, ou o nistagmo é vertical puro ou horizontal puro. Portanto, nistagmo vertical é sempre associado a lesão central. - Dizer a direção: se o nistagmo é horizontal, deve-se observar em qual lado que o nistagmo fica mais acentuado. Em geral, nas lesões periféricas, o lado em que o nistagmo ficar mais acentuado será o mesmo lado da lesão vestibular. - Presença ou não de fadigabilidade: nas lesões periféricas, o nistagmo desaparece dentro de 30 segundos. - Presença ou não de latência: nas lesões periféricas, o nistagmo tem latência para aparecer. - Relação ou não com a fixação visual para acontecer. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Equilíbrio: - Equilíbrio estático: - Teste de Romberg: com os olhos abertos, verificar se há incoordenação de tronco (ataxia). Se de olho aberto o paciente tende a ter disbasia, há lesão cerebelar. Se, ao fechar os olhos, em 1 minuto, o paciente cair e tender a queda para trás ou para frente, isso é sugestivo de lesão central (e, em geral, não há latência para a queda acontecer). Se, ao fechar os olhos, em 1 minuto, o paciente apresentar queda para os lados (sem lado preferencial), esse é o Sinal de Romberg (lesão vestibular ou cordonal posterior). Seguir os quatro passos: - Juntar os calcanhares; - Juntar as mãos; - Olhar pro horizonte; - Fechar os olhos. -Marcha em fila indiana (andar com um pé na frente do outro): o paciente desvia para o lado comprometido. - Teste dos braços estendidos: faz de olho aberto e, depois, fechado. Observa se há desvio postural. Se o desvio for para o lado (acima de 2 a 3cm), é indicativo de lesão vestibular periférica (com lado preferencial). Se houver desvio de um dos braços sem lado preferencial, é indicativo de lesão vestibular central. - Equilíbrio dinâmico: serve para sensibilizar o equilíbrio estático. - Teste da marcha de Babinski-Weil: tenta verificar se o paciente tem marcha em estrela, que é sugestiva de lesão vestibular periférica. Examinador a 1,5m de distância. Traça linha imaginária para o paciente dar 3 passos para frente e 3 para trás sobre a linha e de olhos fechados. Teste anormal: - Se o paciente caminha para frente e desvia para a esquerda, caminha para trás e desvia para a esquerda também, isso é lesão periférica. Pode ser direita pra frente e direita pra trás também. - Se o paciente caminha para frente para a esquerda e para trás para a direita, isso é lesão central. Pode ser direita para frente e esquerda para trás também. - Teste da marcha de Fukuda (ou teste da marcha sobre os próprios passos): o paciente marcha como um soldado com os braços estendidos. Pernas sobem até 45°. Primeiro com os olhos abertos e, Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 depois, com os olhos fechados. Isso é feito durante 1 minuto. Teste anormal: - Paciente desvia acima de 30° para um dos lados. Na lesão vestibular periférica, há desvio para o lado lesionado. -Marcha parado. Guilherme rodando para o lado que está comprometido. -Index nariz: Os dois membros superiores desviam no mesmo sentido e amplitude. Se um lado estiver lesado o dedo “passa” o nariz e atinge quase a bochecha (se for síndrome cerebelar, geralmente é só um lado, o lado acometido – lembre-se que síndrome cerebelar não cruza). -Reflexo vestíbulo-ocular. Fixação do alvo. “Teste dos olhos de boneca”: girar a cabeça do paciente. Quem perde o reflexo é quem está em coma (perde troncoencefálico). Teste calórico da água gelada: água gelada na seringa, injeta no ouvido da pessoa (saber se não tem o tímpano perfurado). O olho “foge” do local em que se colocou a água gelada. (Se for água quente ele volta para o local que colocou). Se o paciente estiver muito sedado ou com distúrbio hidroeletrolítico, não adianta. - A vertigem é a sensação de que o ambiente ou o próprio indivíduo está se movimentando. É uma alucinação de movimento. Vertigem sugere disfunção labiríntica. - Tontura nem sempre é causada por disfunção vestibular. Pode ser por: - hipotensão; - pré-síncope; - alteração de marcha: paciente com marcha atáxica, por exemplo, pode ser referir que sente tontura ao caminhar; - psiquiátrica: principalmente transtorno de ansiedade, com hiperventilação. NC IX e X -IX par: nervo glossofaríngeo. X par: nervo vago. - São testados juntos. - Os núcleos são bulbares, muito próximos. Além disso, têm função parecida. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 -Parte motora: Sinal da cortina: o Lanterna, pede para o paciente falar “ah”. Deve haver o sinal da cortina: o palato mole deve subir, ambos lados juntos, igualmente. Se só um lado levantar a úvula desvia para lá. Reflexo de ânsia: o Encostar com a espátula no palato mole, de um lado e depois de outro. o Não enfiar a espátula no fundo, quando estiver com amigdalite. Coloca de cada lado da língua e abaixa. Voz nasalada. Disfagia para líquidos. - NC IX está envolvido na musculatura da deglutição, na fase voluntária. Portanto, paciente com lesão do NC IX tem disfagia, mesmo para líquidos. Também apresenta regurgitação frequente. A fala fica nasalada. Ele também é responsável pela gustação (principalmente sabor amargo) do 1/3 posterior da língua. Também está envolvido com a parte aferente do reflexo nauseoso. - NC X é a alça eferente do reflexo nauseoso. Também faz inervação parassimpática de vísceras torácicas e abdominais até o cólon descendente. Está também envolvido com a fonação, através dos nervos laríngeos recorrentes. - Como diferir a disfagia por déficit no NC IX ou por alterações esofagianas? - Na disfagia esofagiana, ela se inicia para alimentos sólidos e, depois, para líquido. Além disso, o ponto de dificuldade para deglutição é referido pelo paciente em região mais torácica. Nervo glossofaríngeo: Sensorial: gustação do terço posterior da língua (principalemente azedo e amargo). Parte sensitiva: Sensibilidade do terço posterior da língua, parte posterior do véu do palato e da faringe. (Principal problema, assim como o trigêmeo é uma neuralgia). Parte vegetariana: Inervação secretória da glândula patórida. (As outras glândulas quem faz é o VII par). Nervo vago: Parte sensorial: sensibilidade gustativa da epiglote. Parte sensitiva: sensibilidade geral da área cutânea retroauricular e do conduto auditivo externo (assim como o VII par), da mucosa da laringe e parte inferior da faringe. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Parte vegetativa: inervação parassimpática da árvore brônquica, do miocárdio e a maior parte do trato difestivo. Reflexos do nervo vago: (Nervo que vai e Nervo que volta). Oculocardíaco (V e X): pressiona o globo ocular e dá bradicardia. Vômito (X e X): Deglutição (IX, X, X e IX, X, XXI). Tosse (IX, X e IX, X) Soluço (nervo frênico e X) Bocejo Seio carotídeo (IX e X): estímulo gera desmaio. (Massagem, exame físico de pescoço, gravata apertada). - Exame físico: - Avaliação do palato: - Paciente emite som “AH”. Observa-se o arco palatino. As duas metades devem se elevar simetricamente. - Reflexo nauseoso (em pacientes com disfagia ou em coma ou torporosos): tocar os pilares amigdalianos com a espátula. Deve-se avisar o que será feito. Fazer com o paciente sentado. NC XI -Nervo espinhal acessório. - Inerva os músculos trapézio e esternocleidomastoideo. - Exame: - Observar nesses músculos se há atrofia ou perda de simetria por fraqueza muscular. -Teste do esternocleidomastoideo: Segura o rosto da pessoa e pede para apessoa virar a cabeça. Ela deve gerar força. Testar do lado oposto com a mesma mão. Teste de força contra elevação dos ombros e rotação lateral da cabeça. -Segurar ombro do paciente e pedir para ele levantar os ombros. NC XII – Hipoglosso. - Inerva musculatura da língua. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Exame: - Se a língua apresenta desvio: - Dentro da cavidade oral, o desvio é contralateral à lesão; - Fora da cavidade oral, o desvio é ipsilateral à lesão; - Observar se há atrofia das hemilínguas; - Observar se há fasciculações da língua. Se houver, é sinal patológico (presente, inclusive, como sinal inicial de esclerose lateral amiotrófica). -Mover a língua. Curiosidade: Mioclonia, em si, é uma contração muscular. Mioquimia (específico para músculo orbicular). Sonolência Prof. Nonato -Sono, apesar de restaurador, agrava qualquer doença clínica (inclusive hipertensão arterial). - Sono e vigília em excesso representam doença. É um problema quando interfere nas atividades diárias ou reduz a performance. Sonolência: não se sentir sonolento enquanto em atividade, mas cochilar em situações monótonas. (Professor pergunta na aula descarga adrenérgica ativa hipotálamo posterior). - No sono, existem as fases I, II e III; além do sono REM. - Observação: a fase IV não é mais aceita. - A sonolência é um problema a partir do momento em que passa a interferir nas atividades diárias ou reduzir a sua performance. - Ex: não se sentir sonolento enquanto em atividade, mas cochilar em situações monótonas. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - O sono desliga duas funções importantes do cérebro: atenção e memória. Estudantes de medicina são população de risco para transtornos de sono. - Você pode ser considerado sonolento se: - Não tem sono em quantidade ou qualidade suficiente; - Dorme no volante (hoje exige menos, é monótono); - Luta para não dormir diante da TV (não consegue assistir um filme direito); - Tem dificuldades de concentração ou de memória; - Problemas de performance escolar ou profissional; Ver trabalho de mestrado do Prof. Nonato. Não adianta estudar com sono. Virar a noite não favorece o aprendizado (é por isso que não lembro de fisio?). Dormir é preservar sua vida. Não use privação de sono como medalha. - Os outros frequentemente dizem que você é sonolento. Os melhores juízes estão do lado de fora. - Tem dificuldades de memória ou atenção. Sim, isso é comportamento de sonolência. - Reage lentamente às situações; - Tem dificuldade de controlar suas emoções. WOW. - Precisa de qualquer jeito tirar um cochilo durante o dia. - Se um indivíduo necessita dormir acima de 8 horas por noite para se sentir bem, dizemos que se trata de um grande dormidor. Abaixo de 8 horas, um pequeno dormidor. - Grandes dormidores podem sofrer da doença de ‘atraso da fase do sono’, ou seja, eles têm um horário de sono fora do horário social, dormindo e acordando cada vez mais tarde. - Quais são as causas de sonolência? - Necessidade do organismo de respeitar o ciclo sono-vigília; “relógio biológico”. Temperatura corporal, secreção hormonal, etc, tudo é ritmamente determinado. Dormimos à noite pois a condição luminosa é diminuída. Na nossa sociedade o sono é visto como algo secundário, só se faz quando se tem tempo. - Higiene do sono inadequada: se não tiver, leva a ser mal-humorado, diminui capacidade intelectual. - Hora para acordar e dormir; - Falta de local seguro para dormir; COMPRAR BLACKOUT. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 -Uso de computador até tarde. - Falta de posição correta e confortável para dormir; - Distúrbios do sono: alterações intrínsecas do sono; - Drogas ou medicamentos. Rebote: depressão, sonolência, etc. Propanolol e diuréticos: se der de noite eles não vão dormir. - O ciclo sono-vigília funciona com base na alternância entre luminosidade e escuridão. É controlado por um relógio de manhã. Pico de sonolência de 12h-15h. Depois de 23h-7h. - São células no subcórtex retiniano que captam ondas luminosas em determinada frequência e ativam o hipotálamo posterior, responsável pelo controle desse ciclo (por estar relacionado com o sistema ativador reticular ascendente). - Quantas horas se deve dormir? - Respeitar o número de horas segundo grande (>9h) ou pequeno dormidor(6 horas ou menos). Síndrome do sono ineficiente de origem comportamental precisa dormir x horas, mas dorme pouco, fica sonolento (acham que é narcolepsia). - E quanto ao débito de sono? - A capacidade de recuperação desse débito varia de acordo com - indivíduo; - tempo disponível para a recuperação; - tempo de sono perdido. - O débito de sono é acumulativo! (Um dia 30 minutos, outro 40... e por aí vai, quando chega, tá tudo acumulado). Sono diurno é diferente do sono norturno. [Falando dos distúrbios do sono...] 4 principais: Síndrome da apneia de sono; Narcolepsia; Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 Síndrome das pernas inquietas; Insônia. Síndrome da apneia do sono - Trata-se da interrupção da respiração durante o sono, que causa despertar repetido não percebido pelo paciente (pois é muito curto, é um “microdespertar”, e só percebemos mais do que 15 segundos). - Cursa com manifestações no sono (ronco) e durante o dia (como a sonolência diurna). - Traz repercussões para a saúde HAS, arritmia, importÊncia, AVC. Policitemia, demência vascular, DM tipo II. - Como ocorre a apneia? - Durante a contração do diafragma, forma-se pressão negativa dentro do tórax. Isso faz com que a via aérea (em homens gordos, velhos, com nariz não permeável, por exemplo) sofra colabamento. Assim, o indivíduo entra em apneia. - A primeira consequência é a hipóxia, que faz com que o pH diminua no SNC por fermentação. Assim, há: taquicardia, aumento do tônus muscular, microdespertar ou despertar (para que o indivíduo possa desobstruir a via aérea e voltar a ventilar). - Essas oscilações do sono geram uma desregulação do sistema vegetativo, que, posteriormente, causa doenças como: - Hipertensão arterial; - Taquicardia; - Aumento da viscosidade sanguínea (com maior risco de AVC); - Declínio de função cognitiva (atenção, memória); - Síndrome metabólica (diabetes); - Casos raros de hipertensão da artéria pulmonar. REM hipotonia proposital (cérebro funcionando muito). Resistência aumentada de vias aéreas superiores, colabam, maior resistência. Vai para a psiquiatria, mas na verdade é um problema respiratório. Uso de diazempan, ansiolíticos, dão hipotonia. - O diagnóstico é feito através de polissonografia. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - O tratamento é feito com o uso de CPAP (aparelho de “pressão positiva em vias aéreas de maneira contínua”), a fim de abrir as vias aéreas através de uso de pressão positiva. Ele é o único tratamento com garantia de eficácia contra a apneia do sono. - Mas tem alto custo (R$3000 a R$3500) e pode ser desconfortável para alguns pacientes. - Existe também a opção de usar um aparelho AIO (ortodôntico), que faz o prognatismo da mandíbula tentando evitar a obstrução da via aérea. Contudo, resolve de 10 a 20% dos casos, com redução de 50% do número de apneias. Causa dor na articulação temporomandibular. HUMIDIFICADOR É IMPORTANTE!! FM, laboratório de doença de chagas, Narcolepsia - É doença genética. Está relacionada a um alelo de HLA DQD1*0602. Isso é observado na tipagem do HLA. - Contudo, não é transmitida de pai para filho. - Envolve quatro sintomas principais: - Ataques súbitos de sono; - Cataplexia (50% dos narcolépticos): - Perda súbita do tônus muscular, associada a momentos de alegria, sem haver sono associado. Está associada a emoções agradáveis. (Pode ser total: paciente cair, ou parcial: pode só abaixar a cabeça, etc). - Consiste em entrada do REM durante a vigília. - O indivíduo não perde a consciência: ele cai e fica acordado. -Perdem secretina. Depolarização persistente do motoneurônio alfa. - Paralisia do sono: - Indivíduo acorda e não consegue se mover. - Alucinação: - Ao despertar ou no momento de dormir. Geralmente, são alucinações visuais e, às vezes, aterrorizantes. Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 -Dissônia: sono noturno do narcoléptico é extremamente fragmentado e superficial. Síndrome das pernas inquietas - Consiste em uma vontade irresistível de mexer as pernas. Os pacientes, muitas vezes, relatam como uma agonia nas pernas. - Só acontece no repouso e melhora com a movimentação. - É pior à noite: - Acontece enquanto o paciente ainda está acordado, tentando dormir; - Costuma começar muitas vezes próximo das 23h e termina às 4-5h. - A movimentação é voluntária; - O paciente acaba tendo consequências diurnas em virtude do sono de má qualidade (sonolência diurna). - Essa síndrome é causada por mau funcionamento do sistema dopaminérgico. (Diferente de Parkinson, em que o neurônio está morrendo. Aqui ela está vivo, porém funcionando errado). - O tratamento se dá com a administração de agonista dopaminérgico. -Muitos estão com deficiência de ferro (cofator da tirosina hidrozilase, que regula a produção de dopamina). É mais prevalente em mulheres (perda sanguínea repetida). Insônia - Percepção de má qualidade de sono. O paciente pode relatar: - Dificuldade em adormecer; - Despertar no meio da noite com dificuldade de voltar a dormir; - Despertar precoce pela manhã; - Sensação de não ter dormido nada. - São causas: Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - 50% distúrbios psíquicos (estresse, ansiedade, depressão...); Necessita de tratamento psiquiátrico. - 50% secundárias (ex: lombalgia). Insônia primária: Existe também a insônia psicofisiológica. Trata-se de uma insônia aprendida pela repetição. Está relacionada com maus hábitos de sono. O momento de dormir passa a ser uma tortura, um caixão. O paciente deita para dormir, mas não consegue porque ele “aprendeu a não conseguir dormir”. Está relacionado com a higiene do sono. Sono vira uma preocupação. Tratamento: aprendida pela repetição, maus hábitos de sono e TCCI (terapia cognitiva comportamental da insônia). Não ir para cama com computador. - O paciente com insônia apresenta dificuldade em sair do ritmo de vigília. Ele mantém a vigília mesmo dormindo. Apresenta: - Hipervigília de noite; - Hipovigília de dia. - Isso porque a capacidade de permanecermos em vigília é enorme. - O tratamento visa, então, à diminuição da vigília por meio de terapia cognitiva comportamental. - Para ser diagnosticado com insônia, o paciente deve apresentar: - Ao menos 15 dias de insônia por mês; - Há, no mínimo, 6 meses; - Apresentando menos de 6 horas de sono por noite. - As insônias podem ser: - Agudas: ou seja, de curta duração, relacionada com eventos marcantes. O tratamento é feito com indutor de sono (como o zolpidem, por exemplo); Diogo Araujo – Med 92 e Caio Gibaile – Med 93 - Crônicas: há mais de 1 mes. Vários fatores colaboram. (Insônia comportamento insônia). Tratamento é feito com psicoterapia, relaxamento e terapia cognitiva comportamental. - Dicas para melhorar a qualidade do sono e evitar insônia: - caminhar 20 minutos ao sol por dia; - atividade física entre 18h e 20h. - Esquema básico de tratamento da insônia segundo a sua causa: - Insônia de causa psíquica: tratamento da doença psiquiátrica; - Insônia de causa psicofisiológica: terapia cogn. comp. e mudança de hábitos; - Insônia aguda: uso de indutores de sono. Se a psicofisiológica for tratada com indutores de sono, inicia bem, mas depois piora, e aí tem que trocar, e o ciclo continua, até que o processo cronifica, gerando um problema psiquiátricos. Tratar com remédio para dormir é ruim. Insônia não é falta de sono, é um sono que é suplantado pela falta.