universidade federal do pará pró-reitoria de pesquisa - pibic
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : Agosto/ 2014 a Julho/ 2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINA IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): FILOGENIA MOLECULAR E CONECTIVIDADE GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE PEIXES MARINHOS: UM ESTUDO NO ATLÂNTICO OCIDENTAL Nome do Orientador: MARIA IRACILDA DA CUNHA SAMPAIO Titulação do Orientador: DOUTORADO Faculdade: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Unidade: BRAGANÇA Laboratório: LABORATÓRIO DE GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR Título do Plano de Trabalho: DNA BARCODE DAS ESPÉCIES DE ELEOTRIDAE (TELEOSTEI: GOBIIFORMES) DA COSTA BRASILEIRA Nome do Bolsista: ÉRIKA MILA FERREIRA FERNANDES Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/CNPq ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/INTERIOR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PARD ( ) PARD – renovação ( ) Bolsistas PIBIC do edital CNPq 001/2007 1. INTRODUÇÃO A família Eleotridae está inserida na subordem Gobioidei, dentro da ordem Gobiiformes (Wiley& Johnson; 2010). São peixes distribuídos em regiões tropicais, subtropicais e temperadas de todo o mundo (Nelson, 1976), e podem ser encontrados em ambientes marinhos, salobros e de água doce, sendo a maioria com hábito estuarino residente (Thacker & Hardman, 2005; Thacker et al. 2009). Os membros desta família (Figura 1) usualmente são de tamanho pequeno a médio, e compreendem cerca de 130 espécies distribuídas em 23 gêneros (Eschmeyer, 2008). No Brasil, são popularmente conhecidos como amorés, enquanto que o termo popular em inglês é sleepers (dorminhocos), pois muitas vezes ficam imóveis no substrato. São peixes omnívoros, que se alimentam principalmente de plantas, sedimentos, pequenos invertebrados e outros peixes, incluindo até peixes da mesma família (Winemiller & Ponwith 1998; Keith et al. 2000). De uma forma geral, estas espécies apresentam os seguintes caracteres diagnósticos para identificação: duas nadadeiras dorsais separadas, a primeira com VI a X espinhos flexíveis, a segunda com I espinho flexível e 6-15 raios macios; nadadeira anal com I espinho flexível e 6-12 raios macios; nadadeiras pélvicas sempre separadas, com I espinho e 5 raios macios; coloração variável, e linha lateral ausente (FAO). Os levantamentos de trabalhos sobre composição da ictiofauna referem-se à Guavina guavina (Valenciennes 1837), Erotelis smaragdus Valenciennes 1837, Dormitator maculatus (Bloch 1792) e Eleotris pisonis (Gmelin 1789) como as únicas espécies de Eleotridae distribuídas na costa brasileira (Oliveira, 1972; Haimovici & Klippel, 1999; Barletta et al. 2000; Camargo & Isaac, 2002; Barletta et al. 2005; Barletta & Blaber, 2007; Andrade-Tubino et al. 2008; Bastos et al. 2013; Di Dario et al. 2013; Gonçalves et al. 2013). No atlântico ocidental são atualmente reconhecidas três espécies de Eleotris: Eleotris amblyopsis (Cope, 1871) está distribuído desde à Carolina do Norte, Golfo do México e Caribe até a Guiana Francesa; Eleotris perninger ( Cope,1871) distribuída no Caribe, mas também foi identificada no Rio de Janeiro; Eleotris pisonis, com distribuição desde a Carolina do Sul, Golfo do México, Caribe até o Sul do Brasil (Pezold & Cage, 2001). A morfologia de algumas espécies encontradas nas Américas tem sido utilizada de forma satisfatória para identificação, com exceção das espécies do gênero Eleotris, pois a falta de caracteres taxonômicos que possam diagnosticar as diferenças entre as espécies deste gênero do Atlântico Ocidental tornam-seum fator limitantepara distinção das espécies (Pezold& Cage, 2001). Para realizar a identificação e levantamento das espécies de eleotrídeos e, pricipalmente para facilitar a identificação das espécies de Eleotrisdo Atlântico Sul Ocidental faz-se necessário o sequenciamento de DNA e o uso do DNA Barcode como ferramenta para a identificação. Figura 1. Espécies representativas da família Eleotridae. Nas últimas décadas, o código de barras de DNA (DNA Barcode) tornou-se uma ferramenta potencialmente útil para identificar espécies conhecidas de forma rápida e confiável, além de auxiliar na descoberta de espécies crípticas com base na sequência de nucleotídeos de um fragmento de DNA geralmente curto (Hebertet al. 2004a, 2004b; Ward et al. 2005). Este fragmento consiste numa região padronizada do Citocromo Oxidase subunidade I (COI) do DNA mitocondrial (mtDNA) (Figura 2), a qual foi proposta pela primeira vez por Hebert et al. (2003). A costa norte do Brasil, a qual inclui os estados do Amapá, Pará e Maranhão, abriga um vasto número de espécies, no entanto, reflete uma grande área pouco conhecida e amostrada, e abriga o menor número de documentos a respeito da composição da ictiofauna marinho-estuarina (Marceniuketal. 2013). Os eleotrídeos fazem parte desta fauna ainda com informações resumidas. Figura 2. Esquema da molécula de DNA mitocondrial, mostrando a localização do gene Citocromo Oxidase subunidade I (COI) utilizado para DNA Barcode. Neste trabalho, o sequenciamento do DNA barcode será empregado para realizara identificação e levantamento das espécies da família Eleotridae que ocorrem na costa do Brasil. JUSTIFICATIVA As espécies de eleotrídeos na costa brasileira ainda são pouco conhecidas sob aspectos biológicos, ecológicos e genéticos, uma vez que as abordagens sobre estes peixes são apenas resultados de estudos sobre a ocorrência, densidade e frequência em ambientes estuarinos. De um ponto de vista genético e morfológico, é importante conhecer quais espécies ocorrem na costa brasileira, e como estas estão relacionadas com os ambientes que vivem. OBJETIVOS Objetivo Geral Identificar as espécies da família Eleotridae coletadas na região costeira do Brasil através do método do DNA barcode. Objetivos Específicos Coletar espécimes de peixes Eleotridaeem estuários da costa brasileira; Identificar morfologicamente os espécimes coletados com base em literatura especializada; Realizar procedimentos laboratoriais para estudos genéticos nos peixes; Gerar sequencias de DNA dos marcadores COI, e Zic1 para identificação dos espécimes; Realizar comparações entre as sequencias geradas neste trabalho e as sequencias provenientes do GenBank; Realizar análises das sequencias para contruir árvores filogenéticas e matriz de distância nucleotídica entre os espécimes coletados. MATERIAL E METODOS Área de amostragem Para este estudo, as espécies de Eleotridae foram coletados em sete diferentes localidades da costa norte do Brasil: Santana (Amapá), Curuçá (Pará), Ilha de Marajó (Pará), Ilha de Mosqueiro (Pará),Bragança (Pará), Estuário do Rio Benevente (Espiríto Santo) e Delta do Parnaíba (Piauí) (Figura 3). Figura 3. Localização geral do Brasil à esquerda, e à direita área de localização da costa norte do Brasil onde os espécimes da Família Eleotridae foram amostrados para este estudo. Legenda: 1) Santana-Amapá; 2) Ilha do Marajó-Pará; 3) Ilha de MosqueiroPará; 4) Bragança-Pará; 5) Curuçá-Pará, 6) Delta do Parnaíba; 7) Estuário do Rio Benevente - Espírito Santo. Os espécimes foram coletados de forma manual durante a maré vazante, ou com o auxílio de rede de espera nos furos localizados nas regiões de manguezal. Posteriormente, os espécimes foram levados ao laboratório, acondicionados em álcool 90%, e então, foram realizadas identificações morfológicas com base em literatura específica (FAO, Pezold& Cage, 2001). Extração de DNA, amplificação e sequenciamento O DNA total de cada espécime foi isolado a partir do protocolo proposto pelo DNA Kit WizardGenomicPurification. Foram sequenciadas as regiões parciais do gene CO1 (LCO1490 5’-GGT CAA CAA ATC ATA AAG ATA TTG G-3’ - HCO2198 5’- TAA ACT TCA GGG TGA CCA AAA AAT CA-3’) (Folmer et al. 1994 e respectivamente foram sequenciadas as regiões dos genes o Zic 1 (zic1_F9 5'-GGA CGC AGG ACC GCA RTA YC-3' - zic1_R967 5' CTG TGT GTG TCC TTT TGT GRA TYT T -3'). As amplificações foram realizadas para um volume final de 25 µl contendo 4 µl de DNTP (1,25mM), 2,5 µl de solução tampão (10X), 1 µl de MgCl 2 (25 Mm), 0,25 µl de cada iniciador (200 ng/µl), 1-1,5 µl de DNA genômico (100 ng/µl), 1U de Taq DNA Polimerase (5U/µl) e água purificada para completar o volume final de reação. O protocolo de PCR utilizado foi: 1 ciclo de 4 minutos a 94 °C; 35 ciclos de 40 s a 94°C, 30 s a 52 - 65 °C, e 1 minuto a 72 °C; 1 ciclo de 2 minutos a 72 °C; e hold a4°C. Os produtos da amplificação foram purificados com a enzima ExoSAP-IT, e em seguida, os produtos purificados foram submetidos às reações de sequenciamento, utilizando Big Dye Terminator Cycle Sequencing Kit (Applied Biosystems) no sequenciador automático ABI 3500 (AppliedBiosystems). Foram obtidas do GenBank, sequências de COI de eleotrídeos que ocorrem na costa ocidental do Atlântico Sul: Eleotris amblyopsis (AY722154), G. guavina (JQ840516.1) e D. maculatus (JQ840473.1). Devido a sequencia de E.pisonis não estar disponível no GenBank para o gene COI, foi obtida da internet a sequencia de ZIC 1 para esta espécie (KF415953.1) proveniente do trabalho de Agorreta et al. (2013) (Tabela 2). Foram também inseridas sequencias de COI do GenBank de outras espécies de Eleotris do oeste do Indo-Pacífico (Eleotris fusca) e do Hawaii (Eleotris sandwicensis), bem como da espécie Eleotris picta coletada no estado de Sinaloa (México), Microphilypnus sp. coletada na bacia Amazônica para complementar as análises dos dados mostradas na Tabela 2. A espécie Odontobutis obscura foi escolhida como grupo externo. Análises das sequencias As sequencias foram alinhadas automaticamente no ClustalW (Thompson et al., 1994), e editadas no programa Bioedit 7.0.9 (Hall, 1999). O programa MEGA 6.0 (Tamura et al. 2007) foi utilizados para calcular as divergências entre as linhagens sob o modelo de Kimura 2-parameter (K2P) (Kimura 1980). Uma árvore do gene CO1 sob o métodode Agrupamento de Vizinhos foi construídas no MEGA 6.0 com modelo K2P, e a análise de bootstrap foi implementada utilizando 1000 réplicas. Foi gerada uma árvore concatenada com as sequências do gene mitocondrial COI e de dois nucleares ZIC1 e Rodopsina com a finalidade de mostrar a verossimilhança da diferença entre as linhagens.Foi utilizada a sequência do gene ZIC1da espécie de Eleotris pisonis, essa sequência foi comparada com os outros espécimes de Eleotris. As relações filogenéticas foram avaliadas utilizando inferência Bayesiana (BI) realizadas no MrBayes 3.1, utilizando os modelos HKY+G e parâmetrospreviamente definidos no jModeltest(Posada, 2008). Quatro cadeias Markovianas foram utilizadas para amostrar a probabilidade espacial em duas corridas simultâneas para 10000000 gerações, e 10% das árvores iniciais serão descartadas como burn-in. Para avaliar se as corridas representaram com precisão a distribuiçãode probabilidade a posteriori de todos os parâmetros, o Effective Sample Size (ESS) foi avaliado utilizando o software Tracer 1.5. RESULTADOS Um total de 623 pb do gene COI, 418 pb do gene Rodopsina e 797 pb de ZIC 1 foram obtidos para as análises de todos os espécimes de Eleotridae obtidos para este estudo. Nas localidades amostradas, foram capturados um total de 27 espécimes divididos em três gêneros e quatro espécies Eleotris sp1, Eleotris, sp2, Eleotris sp3, G. guavina e D. maculatus. A Tabela 1 mostra as localidades com as respectivas espécies e número de indivíduos capturados. Tabela 1. Localidades e número de espécimes capturados para este estudo. Localidade N Espécie Latitude Longitude Santana - Amapá 3 Eleotris sp1 -0,057078 -51,186195 Mosqueiro - Pará 1 Eleotris sp1 -1,065246 -48,332710 Curuçá - Pará 4 Eleotris sp2 -0,730991 -47,844739 Ilha do Marajó - Pará 2 Eleotris sp2 -0,334248 -48,385857 Bragança - Pará 2 Eleotris sp2 -0,844745 -46,600207 Bragança - Pará 3 Guavina guavina -0,844745 -46,600207 Bragança - Pará 4 Dormitator maculatus -0,844745 -46,600207 Luiz Correa - Piauí 2 Eleotris sp3 -2,774285 -41,848885 Estuário do Rio Benevente- Espírito Santo 6 Eleotris sp3 -2,0634338 -40,691454 Na topologia de CO1, as espécies G. guavina e D. dormitator formaram clados com 100% de similaridas com suas espécies correspondentes provenientes do GenBank. Nas topologias que foram obtidas, os espécimes do gênero Eleotris amostrados na costa brasileira formaram três diferentes linhagens genéticas as quais foram altamente suportadas por valores de bootstrap. Na topologia de CO1, os espécimes de Santana e Ilha de Mosqueiro formaram a Linhagem Norte 1, e apresentaram uma divergência nucleotídica de 10,7% com a espécie E. amblyopsis e 13,3% com as amostras que correspondem a seu grupo-irmão, formado por espécimes de Bragança, Curuça e Ilha do Marajó (Linhagem Norte 2). As espécimes da Linhagem Norte 2 formaram um clado com a espécie E.amblyopsiscoletada no Panamá, com uma média de divergência genética de 6,5%. Os espécimes coletadas no Espírito Santo e Piauí formaram um terceiro o clado Linhagem Nordeste-Sudeste,mostrando uma divergência nucleotídica de 15,3% com E. amblyopsis, 15,8% com a linhagem Norte 1, e 18,2% com a linhagem Norte 2 (Figura 4 e Tabela 2) . Figura 4: Topologia de Agrupamento de Vizinhos mostrando as espécies de Eleotridae e as três diferentes linhagens de Eleotris capturados na costa brasileira. Tabela 2: Matriz de divergência nucleotídica (K2P) do gene CO1, entre as espéciesde Eleotridae e os diferentes grupos (linhagens) de Eleotris coletados na costa do Brasil (marcadas em cinza). 1 2 3 4 5 6 7 8 1 Linhagem Norte 1 2 Linhagem Norte 2 13,3 3 Linhagem Nordeste - Sudeste 15,8 18,2 4 Eleotris amblyopsis 10,7 6,5 15,3 5 Guavina guavina 22,7 19,3 26,6 21,8 6 Guavina guavina GenBank 22,6 19,5 26,4 21,3 0,4 7 Dormitator maculatus 24,1 19,0 23,9 20,6 15,0 15,0 8 Dormitator maculatus GenBank 23,8 18,4 24,0 20,3 14,8 14,7 0,5 A topologia concatenada de Inferência Bayesiana com o marcador mitocondrial COI e o nuclear ZIC1, mostraram a separação das três linhagens (Norte 1, Norte 2 e Nordeste-Sudeste) (Figura 5), suportadas por altos valores de probabilidade. A matriz de divergência nucleotídica baseada no gene Zic 1 é mostrada na Tabela 3. Figura 5: Árvore concatenada de Inferência Bayesiana, com os marcadores CO1 e Zic 1, mostrando a separação entre a espécie E.pisonis (GenBank) e as linhagens de Eleotris capturadas na costa brasileira. Tabela 3: Matriz de distância nucleotídica (distância p) do gene Zic1 mostrando as divergências entre a espécie Eleotris pisonis e as linhagens de Eleotris coletadas na costa do Brasil (marcadas em cinza). 1 2 3 4 5 6 7 Linhagem Norte 1 - 161 Linhagem Norte 2 - 92 Linhagem Nordeste Sudeste - 286 Eleotris pisonis (GenBank) Eleotris picta - 2880 Eleotris picta (GenBank) Odontobutis obscura 1 2 0,4 0,4 2,0 2,0 2,0 6,5 0,0 1,6 1,6 1,6 6,1 3 4 5 6 1,6 1,6 0,4 1,6 0,4 0,0 6,1 6,9 7,1 7,1 DISCUSSÃO Segundo (Hebert et al. 2003), o gene mitocondrial, citocromo oxidase subunidade I (CO1), pode servir como o núcleo de um sistema global para bioidentificação de espécies animais. No presente estudo observou-se através das análises moleculares que o gene 7 CO1 foi eficaz para o reconhecimento das espécies de Eleotridae coletadas na costa do Brasil, pois as divergências entre as linhagens foram muito altas quando comparadas ao valor interespecífico de 2% proposto pelo DNA Barcode de Herbert et al. (2003). Estas análises revelaram três desconhecidas linhagens evolucionárias dos Eleotriscoletados neste estudo, com valores de distância observados que variaram entre 6,2% e 19%,e que equivalem aos valores que separam as espécies como E. amblyopsis, E. pisonis, E. picta e E. fusca. A topologia de CO1 foi exata em mostrar que tanto a Linhagem Norte 1 (Santana e Ilha de Mosqueiro), a Linhagem Norte 2 (Curuçá, Bragança e Ilha do marajó) e a Linhagem Nordeste-Sudeste (Espírito Santo) até então são desconhecidas, devido ao fato de mostrarem alta divergência genética (>2%) com a espécie E. amblyopsis. Foi gerada a topologia concatenada de Inferência Bayesiana, utilizando o gene mitocondrial CO1 e o gene nuclear Zic 1, os quais mostrou a separação das três linhagens (Linhagem Norte1, Linhagem Norte 2 e Linhagem Nordeste-Sudeste), e a diferença com a típica espécie conhecida na costa brasileira E. pisonis, diferenças suportadas por altos valores de probabilidade. Verificou-se que os três morfotipos do presente estudo foram segregados de acordo como tipo de ambiente onde foram coletados; os Eleotris da linhagem Norte 1, foram coletados em ambientes de várzea, com baixa salinidade influenciada pelas descargas do rio Amazonas e Pará, respectivamente. Os Eleotris da linhagem Norte 2, foram capturados em manguezais de macromaré super úmidos típicos das localidades de Bragança, Curuçá e Ilha de Marajó, enquanto que os Eleotris pertencentes à linhagem Nordeste-Sudeste dos estados do Piauí e Espírito Santo correspondem a ambientes de maguezais tropicais. Segundo Marceniuket al (2013) a respeito da conservação e conhecimento dos peixes marinhos e estuarinos da costa norte do Brasil, os principais estudos com tais peixes são provenientes das região nordeste e sudeste; logo, a grande e rica diversidade marinha da costa norte brasileira pode evidenciar uma fauna desconhecida, ainda que trabalhos estejam sendo produzidos para o conhecimento a respeito da composiçãoe distribuição espaço-temporal dos peixes marinhos-estuarinos (Barletta et al., 2000; Barletta - Bergan et al., 2002; Camargo & Isaac, 2002; Barletta etal., 2003, Giarrizzo et al., 2006). Os peixes que pertencem à família Eleotridae mesmo sendo citados como ocorrentes nessas devidas áreas ainda é um grupo não conhecido em seus detalhes, tanto pela sua taxonomia quanto pelos seus termos genéticos. REFERÊNCIAS Agorreta,,A., San Mauro, D., Schliewen, U., Van Tassell, J. L., Kovacic, M., Zardoya, R., Ruber, L. (2013). 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