Historia do Galaxie

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Ter, 09 de Junho de 2009 14:00 - Última atualização Ter, 30 de Junho de 2009 12:27
O Eterno Topo de linha
Para muitos, o Ford Galaxie/Landau jamais terá
sucessor em sua exuberância de espaço e requinte.
Pergunte a um grupo de conhecedores que carro nacional deveria receber o título de
"topo-de-linha de todos os tempos", e o resultado tem grande chance de recair no Ford
Galaxie/Landau. O sedã de origem americana, lançado em 1966 e produzido até 1983, marcou
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época como poucos automóveis brasileiros.O primeiro Galaxie foi introduzido nos Estados
Unidos em 1959 como o Ford de grande porte. Seis modelos compunham a linha, com
destaque para o conversível Skyliner, cujo teto rígido em 60 segundos alojava-se no
porta-malas. Como todo americano da época, ostentava muitos ornamentos cromados e aletas
("rabos de peixe") nos pára-lamas traseiros.
O primeiro Galaxie surgiu nos Estados Unidos em 1959. Suas linhas seguiam tendências
da época, como o pára-brisa bastante envolvente e aletas nos pára-lamas traseiros
As opções de motores passavam por um seis cilindros de 3,65 litros, o V8 de 4,8 litros e o V8
de 5,7 litros, com até 300 cv. Tratava-se de potência bruta , como todas as citadas neste
artigo. Como os motores americanos daquela época raramente passavam de 40 cv líquidos por
litro de
potência específica , não é
exagero estimar 228-230 cv "atuais" para este último, cerca de 25% a menos. O modelo 1960
crescia e ganhava faróis integrados à grade. O cupê Starliner e sua versão conversível
Sunliner eram as opções de topo. No ano seguinte aparecia o V8 390 (6,4 litros) de 300, 330 e
375 cv, este na opção Thunderbird Super, com carburador quádruplo. Para 1962 o 390 dava
lugar ao Thunderbird 406, de 6,6 litros e potência de 385 ou 405 cv. Os motores 427 (7,0 litros)
chegavam um ano depois, com a cilindrada máxima permitida nas competições da NASCAR e
410 cv. Esse ano-modelo é considerado clássico na linha, enquanto o de 1964 notabilizou-se
nas pistas.
Uma reformulação total para 1965 deu ao Galaxie as linhas com que o conhecemos no Brasil,
com os característicos faróis sobrepostos. Havia 17 versões, incluindo cupê e conversível, e
cinco motores, do seis-cilindros de 4,0 litros ao 427 Thunderbird High Performance, um V8 de
425 cv. No ano seguinte somava-se o V8 de 428 pol3 (leia abaixo). Essa linha foi mantida até o
modelo 1967, vindo no ano seguinte uma nova geração, de estilo mais esportivo, mas que não
mais ultrapassava os 360 cv. Em 1972 a Ford deixava de produzir a linha Galaxie.
litros de cilindrada) foi lançado nos EUA em 1966 como uma opção de carro confortável e de
grande desempenho. O motor V8 de 428 pol3, derivado do 390, utilizava tuchos hidráulicos
para um funcionamento silencioso, alta taxa de compressão (10,5:1) e carburação quádrupla. E
esbanjava potência: 425 cv brutos, com 66,3 m.kgf de torque.
Oferecido apenas como cupê e conversível, o 7 Litre tinha o mesmo interior do Galaxie 500 XL,
incluindo opções de ajuste elétrico do banco do motorista, controlador de velocidade , rádio e
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toca-fitas. O acabamento externo dispensava parte dos cromados, os pneus eram largos
8,15-15 e havia escolha entre câmbio manual de quatro marchas e automático de três. Apenas
11 mil foram vendidos em 1966, ou seja, modestos 4% dos 269 mil Galaxies 500 daquele ano.
O primeiro automóvel da Ford A Ford instalou-se no Brasil em 1°. de maio de 1919 para a
montagem de automóveis Modelo T e caminhões TT, com peças importadas da matriz
americana. Entretanto, quando o GEIA - Grupo Executivo da Indústria Automobilística iniciou a
implantação da indústria automobilística nacional, definiu-se que tanto a Ford quanto a General
Motors produziriam... caminhões apenas. O primeiro Ford fabricado no país, concluído em
agosto de 1957, era um F-600 para seis toneladas, com motor V8 a gasolina e 40% de
nacionalização. O picape F-100 começava a ser feito em outubro.
Foram precisos 10 anos para que a Ford passasse a produzir aqui um carro de passageiros. E,
apesar da escassa motorização dos brasileiros, o modelo escolhido não era econômico e
acessível, mas luxuoso e caro: o Galaxie 500, baseado no que os EUA fabricavam desde 1965.
Cercada de grande expectativa, a novidade fazia sua aparição no 5°. Salão do Automóvel,
aberto em 26 de novembro de 1966 no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A primeira
unidade era produzida em 16 de fevereiro de 1967, marcando um momento histórico para a
Ford e, por extensão, para a indústria nacional. Externamente era muito semelhante ao
americano, com porte avantajado (5,3 metros de comprimento, 2 m de largura, 3,02 m entre
eixos), enorme balanço traseiro e o predomínio de linhas retas. Os parrudos pára-choques, as
calotas, frisos, grade e o retrovisor eram cromados, seguindo a tendência da época. De cada
lado da ampla grade vinham dois faróis redondos sobrepostos; as lanternas traseiras eram
retangulares.
Em fevereiro de 1967 chegava o Galaxie 500 brasileiro, primeiro carro nacional da
Ford e um marco para nossa indústria, que acumularia primazias durante seus 15 anos
O espaçoso interior acomodava com folga lateral até seis pessoas em dois bancos inteiriços (o
dianteiro com encosto fixo), permitidos pela montagem da alavanca cromada do câmbio,
manual de três marchas, na coluna de direção. O painel tinha escalas horizontais nos
instrumentos e diversas luzes-piloto. Duas delas indicavam motor frio e superaquecido, em vez
de um marcador de temperatura analógico (ambas apagadas em temperatura normal); outra
apontava o uso do freio de estacionamento, acionado por pedal e liberado por alavanca.
Integrado ao conjunto estava um rádio ainda não-transistorizado. O sistema de ventilação
forçada, raro no mercado, promovia alguma renovação de ar (não havia saídas de ar de
cabine) e o desembaçamento do pára-brisa. Os quebra-ventos eram movimentados por
pequenas manivelas e molas limitadores de posição das portas permitiam mantê-las abertas
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em dois ângulos. 45° e total. Tão extenso era o porta-malas (embora um tanto raso) que, à
frente de toda a bagagem, ainda cabia o enorme estepe em posição horizontal.
No começo da década de 80 surgiu a categoria Turismo 5000. Competiam Dodge, Maverick e
Galaxie. Este último, apesar da desvantagem de tamanho e peso, não se deixou intimidar. O
motor de 272 ou 292 pol3 era trocado pelo 302 e perdia tudo o que podia ser retirado (forros,
bancos, frisos) para aliviar o peso. A suspensão era rebaixada e trabalhada. Sob o capô,
coletores e escapamentos especiais. Os freios eram a disco nas quatro rodas. Dentro, tinha
banco especial para o piloto, estrutura de segurança e só os instrumentos necessários. Por
fora, pintura colorida e spoiler dianteiro davam certa agressividade ao sedãzão, lembrando os
cupês que competiam na NASCAR americana na década de 60. (Francis Castaings)
O Galaxie era construído sobre um chassi de longarinas, de desenho perimetral e não tipo
escada, solução hoje abandonada nos automóveis em favor do monobloco , e já trazia
carroceria com deformação programada na frente e na traseira, um fator de segurança. As
suspensões, tradicionais, empregavam molas helicoidais bastante macias, em benefício do
conforto; os freios eram a tambor nas quatro rodas. Os primeiros modelos vinham com o
robusto motor V8 do F-100, de 272 pol3 de cilindrada (4.458 cm3) e comando de válvulas no
bloco, que desenvolvia 164 cv de potência e 33,4 m.kgf de torque. Não era o ideal para o elevado peso do Galaxie, 1.780 kg: as acelerações eram lentas, de 0 a
100 km/h em 15 s, e a velocidade máxima ficava em 150 km/h. Ainda assim, o primeiro
automóvel da Ford logo assumia uma posição de prestígio no mercado, dada a escassa
concorrência nacional. Seu rodar confortável, baixíssimo nível de ruído e as amplas
acomodações representavam as apreciadas qualidades dos carros americanos.
Nos anos seguintes recebia novos equipamentos que acentuavam seu conforto. Na linha 1969
passava a ser oferecido na versão LTD (de limited, ou edição limitada, o que na verdade não
era). O acabamento mais refinado incluía teto revestido em vinil, grade e frisos diferenciados,
tapetes espessos, painel e portas com revestimentos em jacarandá da Bahia, retrovisor externo
com ajuste interno (por um botão no painel), lampejador de farol alto, espelho de cortesia no
pára-sol direito e apoio de braço central no banco traseiro.
Junto do LTD vinha um motor de 292 pol3 (4.785 cm3, obtidos com maior diâmetro dos
cilindros), 190 cv e torque de 37 m.kgf, para melhora razoável no desempenho. Era vinculado à
transmissão automática de três marchas Cruise-o-Matic, primazia na produção nacional. O
ar-condicionado tinha evaporador, comandos e difusores de ar ainda sob o painel, enquanto a
direção assistida era tão leve que o volante podia ser movido com um só dedo, chegando a
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assustar os desavisados.
A combinação do motor 292 ao câmbio manual tornava-se disponível apenas no modelo 1970
do Galaxie 500. Atingia 160 km/h reais de velocidade máxima -- o velocímetro, famoso por seu
otimismo, tocava com facilidade os 180 -- e acelerava de 0 a 100 em 13 s. A mesma época
marcava o lançamento do Galaxie básico, mais simples e acessível, para concorrer com o
então novo Dodge Dart e com o Opala 3800 . Despojado no acabamento interno e externo,
perdia a direção assistida, a ventilação forçada, o rádio e muitos cromados.
Antes mesmo de chegar às ruas esse Galaxie era apelidado de "Teimosão" ou
"Pé-de-Camelo", em alusão às versões populares Teimoso, do Willys Gordini, e Pé-de-Boi, do
Volkswagen, fabricadas anos antes ( saiba mais ). Só mesmo àquele tempo, anterior à primeira
crise do petróleo, um carro tão gastador-- fazia de 3,5 a 5,5 km/l conforme as condições de uso
-- podia ser vendido como versão econômica.
O sofisticado Landau Um ano depois a Ford apontava para o caminho oposto, o do
requinte, com o LTD Landau. A palavra, de origem francesa, identificava antigas carruagens
cujo teto podia ser recolhido metade para a frente e metade para trás, utilizando uma dobradiça
central em forma de "S". No caso deste Ford não havia capota conversível, mas um adorno nas
colunas traseiras simulava a tal dobradiça. Além desses e de outros adornos, o Landau trazia
um vidro traseiro reduzido, para tornar o interior mais privado e aconchegante; calotas raiadas,
também inspiradas em carruagens; revestimento da capota em vinil corrugado, por fora, e
material aveludado, por dentro; e revestimento dos bancos em couro, opcional, ou em cetim.
Havia luzes de leitura na traseira, controladas pelo motorista, e dois alto-falantes em vez de um
só. O câmbio podia ser manual ou automático.
Os freios tinham servoassistência e nas demais versões eram aprimorados, mas mantendo os
tambores: só em 1972 surgia a opção pelos dianteiros a disco, mais eficientes e resistentes ao
uso contínuo. No ano seguinte, alterações de estilo na grade, lanternas e pára-lamas traseiros
davam-lhe um ar mais atual. A versão básica era descontinuada. A alta da gasolina que se
seguiu gerou dificuldade nas vendas de carros grandes e e que consumiam muito, fazendo
com que só em 1976 a Ford voltasse a efetuar modificações -- as mais extensas desde seu
lançamento.
Os quatro faróis vinham em linha horizontal, com as luzes de direção nas extremidades onde
antes eles ficavam, e podiam usar lâmpadas halógenas. A grade era menor, com barras
verticais, embora o Galaxie 500 continuasse com frisos horizontais, e o pára-choque dianteiro
trazia a placa no lado esquerdo. Na traseira as lanternas vinham em conjuntos de três
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retângulos, com as luzes de ré ainda no pára-choque, e todas as seis eram acesas, conferindo
ar imponente à noite. As calotas de desenho liso traziam no centro o mesmo símbolo da "mira"
fincada no capô: o emblema da Lincoln americana, só que posicionado na horizontal.
O Galaxie nunca teve no Brasil uma versão perua, ao contrário dos EUA, onde existiam as
versões Ranch Wagon e Country Squire, esta com direito a apliques laterais simulando
madeira. Mas uma transformação inusitada foi realizada em Caxias do Sul, RS pela empresa RVM
Carrocerias Ltda. na década de 80. O luxuoso sedã recebia um alongamento da capota e uma
adaptação na parte traseira para servir como carro fúnebre, com classe e sobriedade difíceis
de obter em outro veículo. As portas traseiras eram soldadas e o vidro traseiro, basculante,
servia de acesso ao compartimento.
A versão de topo era chamada apenas Landau. O motor, importado do Canadá e o mesmo do
Maverick
, de geração mais nova, representava novo aumento de cilindrada, para 302 pol3 (4.949 cm3),
passando a 199 cv e 39,8 m.kgf e melhorando sobretudo o desempenho em baixa rotação.
Com câmbio manual chegava a 160 km/h e acelerava de 0 a 100 em 13 s; com transmissão
automática, 150 km/h e 15 s. Pneus radiais 215/70-15 e rodas mais largas, opcionais, traziam
maior segurança, assim como o duplo circuito de freios.
Em 1976, as maiores alterações de estilo: faróis em linha horizontal, placa deslocada
para a esquerda, lanternas traseiras com seis retângulos. O prata Continental tornava-se
em 1978 a cor padrão do Landau
Pouco foi modificado nos anos seguintes. Em 1978 ganhava um volante de quatro raios, mais
agradável ao toque, e o Landau vinha em cor única prata Continental metálico, com teto de vinil
no mesmo tom. No ano seguinte a ignição eletrônica substituía os velhos condensador e
platinado, aprimorando o funcionamento do motor e reduzindo um pouco o consumo. O
ar-condicionado passava a ser integrado ao painel e o Galaxie 500 era eliminado, restando as
versões LTD e Landau, este apenas com câmbio automático. Para 1980 o motor 302 era
oferecido a álcool, opção comemorada por muitos, por representar economia palpável ao
abastecer o enorme tanque de 107 litros, em que pese o consumo bem maior com o
combustível vegetal. O chamado azul Clássico, muito elegante, era agora a principal cor do
Landau. A fechadura do porta-malas ganhava comando elétrico, a suspensão traseira recebia
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um estabilizador e os cintos dianteiros passavam ao tipo retrátil de dois pontos, embutido nas
colunas centrais. Nos pára-lamas traseiros surgiam pequenas lanternas laterais.
O motor 302, de 4,95 litros, melhorava o desempenho do Landau, que em 1980 passava a
vir na cor azul Clássico e em versão a álcool
No ano seguinte eram adotados os de três, junto de suspensão recalibrada e novas pinças de
freio; em 1982 as luzes de ré eram incorporadas às lanternas e encerrava-se a produção do
LTD. Em 2 de abril de 1983 chegava ao fim também o Landau, depois de 77.850 unidades
produzidas entre todas as versões. O consumidor comum não mais podia comprar o carro
oficial de autoridades governamentais e preferido pelos altos executivos. No entanto, até o final da década a Ford continuava a receber tentativas de encomendas, por
fiéis e conservadores clientes que não encontravam sucessor nos "carrinhos" -- como o
luxuoso Del Rey da própria marca -- dos anos 80.
Foram precisos 10 anos para que a Ford passasse a produzir aqui um carro de passageiros. E,
apesar da escassa motorização dos brasileiros, o modelo escolhido não era econômico e
acessível, mas luxuoso e caro: o Galaxie 500, baseado no que os EUA fabricavam desde 1965.
Cercada de grande expectativa, a novidade fazia sua aparição no 5°. Salão do Automóvel,
aberto em 26 de novembro de 1966 no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A primeira
unidade era produzida em 16 de fevereiro de 1967, marcando um momento histórico para a
Ford e, por extensão, para a indústria nacional.
No ano seguinte eram adotados os de três, junto de suspensão recalibrada e novas pinças de
freio; em 1982 as luzes de ré eram incorporadas às lanternas e encerrava-se a produção do
LTD. Em 2 de abril de 1983 chegava ao fim também o Landau, depois de 77.850 unidades
produzidas entre todas as versões. O consumidor comum não mais podia comprar o carro
oficial de autoridades governamentais e preferido pelos altos executivos.
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