Leia aqui - Instituto das Comunidades Educativas

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notICEas
Boletim Informativo do Instituto das Comunidades Educativas
N.º 16
Edição de novembro e dezembro de 2015
EDITORIAL
Aqui estamos nós reunidos à volta do
notICEas, para darmos conta do que se
vai passando no ICE: o que fazemos,
por onde andamos, que reflexões
partilhamos, que assuntos discutimos, o
que lemos, que ideias nos surgem.
Sendo este o último boletim de 2015, é
tempo de balanço e de projeção de um
novo ano, que se deseja pleno de
realizações pessoais e coletivas. Para o
nosso trabalho em 2016 temos uma
ideia mobilizadora, que surgiu na última
Interequipas restrita, realizada em
outubro, na sede do ICE, no Bairro da
Bela Vista, em Setúbal: a constituição
de um secretariado da interequipas. No
início de dezembro tivemos a eleição do
referido secretariado e passam a
integrá-lo a Ângela Luzia, o Rui
d’Espiney, o Fernando Ilídio, o João
Caramelo, a Andréa Duarte e a Manuela
Correia. Nas palavras do Rui, “Cabe
lembrar que o Secretariado terá por
função,
através
de
reuniões
eventualmente bimensais, interpelar as
diversas iniciativas em curso fazendo
sugestões para o seu aprofundamento,
acompanhar uma ou outra das
iniciativas projetadas, e contribuir para o
sucesso dos passos dados no sentido
de se assegurar a auto-organização do
ICE. A primeira das reuniões a ter lugar
debruçar-se-á, sugiro eu, sobre as
funções específicas a desempenhar.”
Uma outra ideia mobilizadora que
emergiu na Interequipas, foi a da criação
de um blog do ICE. Como a iniciativa foi
bem acolhida e teve o apoio do grande
grupo, estamos na fase de construção
do dito blog e de escolha do nome 
Aproveitamos para agradecer ao Rui
d´Espiney e à Ângela Luzia o tradicional
postal, de Boas Festas e Bom Ano, com
que nos habituaram ao longo de todos
estes anos e que são sempre uma fonte
de inspiração, de reflexão e de boasvindas ao novo ano. As ilustrações e as
escolhas poéticas são belas e este ano
as palavras de Mia Couto são certeiras,
pois o teu coração é justo e puro Rui.
Um ótimo 2016 para todos.
Andréa Duarte
UM OLHAR (INFELIZMENTE)
EXTERIOR SOBRE A
INTEREQUIPAS DE 17 DE
OUTUBRO
Pequena nota prévia
Não assisti à interequipas, mas li as
sínteses dos grupos e do Rui Canário e
falei com grande número dos
participantes após a sua realização.
Posso, sem sombra de dúvida afirmar
que foi um êxito. Não por acaso, o Rui
Canário se refere à surpresa que
experimentou face à diversidade de
iniciativas em curso e à potencialidade
evidente de que os membros da
interequipas dão mostras.
Pistas para um Pensatório ICE
Algumas ideias chave que retiro dos que
se passou na Interequipas podem
considerar-se contributos para a
construção, tantas vezes prometida, de
um
Pensatório
ICE.
Veja-se,
nomeadamente, as seguintes:
1. É clara a reconstrução identitária
percorrida pelo ICE e que se traduz,
hoje, não já tanto na centração nas
escolas mas na gestão das
comunidades e dos territórios e na
promoção de valores chave como a
cidadania, o combate à exclusão, a
defesa e promoção de políticas de
saúde e ambiente, alternativas com
efeitos na estrita defesa do Estado
Social.
2. Os valores atrás referidos têm, por
entrada estratégica e protagonistas
principais de mudança as crianças e
os idosos, camadas vulneráveis face
às orientações políticas vigentes mas
que são, para o ICE uma força
transformadora e de futuro.
3. A territorialização do ICE não deve
fazer-se por uma política de
desconcentração do ICE pelos
territórios, mas pela construção de
redes de parceria interagindo com
notICEas
estes na busca de identidades
conjuntas, mas no respeito pela
diversidade das posturas e projectos
4. É, para o ICE uma possibilidade que
se impõe multiplicar a exploração dos
corredores
de
liberdade
nas
instituições onde se é profissional.
Tome-se como exemplo ilustrativo a
vivência da Myrna Montenegro tal
como ressalta da síntese do grupo C.
5. Uma das noções exploradas foi a de
que se torna legítimo apostar em
projectos
de
formação,
mas
orientados para a produção de
dinâmicas comunitárias nas quais
crianças e professores se assumam
como cidadãos.
6. Um dos adquiridos é o que aponta
para a importância estratégica de
apostar nas iniciativas e actividads
que decorrem enquanto recursos e
embriões de projectos que se
promovam.
Algumas actividades e medidas a
prosseguir/adoptar:
1. Torna-se imperativo darmos solidez
à
nossa
acção,
tornando
permanentes
as
interacções
possibilitadas pela interequipas,
através da constituição de um
secretariado que funcione como um
dispositivo de acompanhamento do
ICE como um todo.
2. A promoção projecto 3C Crianças,
Criatividade e Cidadania surge como
uma proposta de acção do ICE que
contribuirá, sem dúvida, para a sua
projecção e consolidação. Como, de
forma clara, se defendeu a
constituição dos Conselhos de
Crianças pode e deve tomar, como
ponto de partida, os espaços de
poder das crianças já existentes: as
assembleias de turma em vigor em
vários pontos do país (Portimão, Sto.
André, etc.); as crianças mobilizadas
em torno da Quinta de Educação e
Ambiente; os projectos colaborativos
em curso em Setúbal; as iniciativas
com crianças promovidas pelo GSF;
2
3.
4.
5.
6.
etc. A operacionalização deste
projecto será acompanhada/pilotada
por uma equipa indigitada pelo grupo
A e constituída por Andreia Duarte,
José João Rodrigues, Rogério Palma
e Rosa Madeira.
A importância que o Estado Social
desempenha no ser e no estar do
ICE levam que se considere o
projecto
ONBP
/Observatório
Nacional dos Bens Públicos uma
iniciativa
a
estruturar,
estabelecendo,
desde
já
–
independentemente
dos
financiamentos que se obtenham – a
implicação de diversas entidades
solidárias com o imperativo de
defender e promover esses mesmos
bens públicos.
Encarada como oportunidades para
proporcionar a visibilidade e a
construção de conhecimento do ICE
e dos protagonistas, inscreve-se
como actividades previstas a
realização do Congresso Distrital dos
Idosos, já a ter lugar em 5 de
Novembro e a organização de um
seminário nacional dedicado à
problemática da intervenção precoce
a partir de uma perspectiva de
educação de infância.
Na lógica defendida de pensar a
formação enquanto ponto de
chegada ou de partida para o
desenvolvimento
de
processos
comunitários,
aposta-se
na
concepção de uma acção de
formação dedicada ao ambiente que
assegure, para além da promoção
deste, a estruturação de redes
colaborativas entre comunidades
educativas
Aponta-se para a potencialização do
notICEas como um espaço de
debate e partilha entre os vários
participantes nas actividades do ICE.
Nota final
As seis actividades atrás referidas
surgem, naturalmente, como pontos de
notICEas
aplicação da energia de todos os
colaboradores do ICE.
Rui d’Espiney
CONGRESSO DA ANCIANIA
I - O PORQUÊ DO CONGRESSO DA
ANCIANIA?
Face a uma sociedade envelhecida é
preciso refletir sobre o que os idosos/as
têm a dizer, pelo seu conhecimento,
sabedoria, experiência de vida… e
vivências.
Falar em Idosos/as é falar de uma
grande diversidade de problemáticas
que afetam toda a sociedade, contudo
todos estaremos de acordo que na sua
maioria são seres vulneráveis e importa
relembrar a sua fragilidade, o seu
isolamento, a sua espoliação e a sua
dificuldade financeira, nomeadamente
com os ataques às reformas…
Paralelamente, também os media nos
dão conta dos sucessivos assaltos,
abandonos e roubos tornando-se, estes
acontecimentos,
indicadores
da
3
situação em que maioritariamente,
estas pessoas se encontram.
O Idoso/a não tem grande peso nas
agendas políticas. É curioso verificar
que os programas dos partidos políticos
e do próprio governo não aprofundam a
sua promoção e defesa. Enfim, os/as
Idoso/as representam uma faixa etária
que a sociedade ocidental torna oculta.
Quando institucionalizados, deixamos
de os ouvir, não temos em conta os seus
sentimentos ignorando, praticamente, a
sua existência.
É tempo de criar espaços que permitam
analisar a situação dos Idosos e das
Idosas, em Portugal. É chegada a altura
destes apresentarem e refletir as suas
próprias problemáticas… exporem os
seus dilemas e os seus sonhos, assim
como, os contributos que ainda poderão
dar à sociedade.
É com efeito pertinente ter presente que
os/as Idosos/as são uma parte dos
saberes e experiências existentes. A
vivência acumulada ao longo dos anos
é grande. (Destaque-se que em certos
Povos dá-se ao Idoso/a um estatuto
especial, onde a sua opinião é
fundamental, valorizando-se o seu
saber). Queremos dizer com isto, que o
saber que se abriga nestas pessoas,
traduz à luz do dia uma mais-valia para
todas as gerações.
De referir, que o/a Idoso/a não é um ser
auto fechado. Bem pelo contrário,
projeta--se e consegue explicitar toda a
sua riqueza se lhe forem dadas as
condições para interagir com as outras
faixas etárias, podendo ser uma fonte de
enriquecimento pessoal e social para
todas as gerações.
Com o Congresso Distrital da Anciania
que
se
perspetivou,
surgiu
precisamente uma oportunidade de
debater alguns dos aspetos atrás
mencionados, entre eles:
notICEas
1.º A possibilidade de conhecer de
forma clara os verdadeiros “crimes”
atentados contra os Idosos/as;
2.º A identificação do que o/a Idoso/a
deseja e como pode contribuir para a
sociedade;
3.º A valorização da interação do
Idoso/a com as outras gerações e
idades. (Apresentar os Idosos/as
como uma força de requalificação da
sociedade);
4.º A possibilidade de ganhar
visibilidade reconhecível. Saber o
que o Idoso/a deseja e aspira e como
pode ser um recurso para a própria
sociedade; Que tipo de dinâmicas e
Que movimento social a que os
idosos podem dar vida…
Dito de outra forma, este congresso
remeteu-nos para a necessidade de se
ouvir os idosos/as através de uma
escuta animada, com recurso a
Tertúlias, realizadas por todo o distrito
de Setúbal, ao longo do ano de 2015 e
criar a possibilidade de FAZER OUVIR
outros/as, tentando-se sempre chegar
mais longe e a um público maior, por
recurso a um congresso onde os
próprios idosos foram os congressistas.
II - PERCURSO - METODOLOGIA
Salientamos que este Congresso
constituiu-se como um processo, ou
seja, contactaram-se numa fase inicial
as Universidades Seniores solicitandolhes que identificassem Idosos/as, no
seu
concelho,
que
estivessem
interessados em participar em Tertúlias
e em debater as problemáticas das
pessoas mais velhas…
Também se contactaram as Câmaras
Municipais, pelo conhecimento das
associações e entidades concelhias,
assim como pelo trabalho que têm com
esta faixa etária, remetendo para a
necessidade
destas
identificarem
elementos da comunidade que se
predispusessem a participar.
4
Organizaram-se grupos de trabalho por
zona, que deram lugar a Tertúlias. Os
grupos estavam organizados da
seguinte forma:
- Grupo do Alentejo Litoral incluindo as
Universidades Seniores de Alcácer do
Sal e Grândola e a ASAS – Academia
Sénior de Artes e Saberes (em St.º
André) e Prosas – Projeto Sénior de
Artes e Saberes em Sines.
- Grupo Polos Ribeirinhos: Alcochete
através do Centro Comunitário de
Alcochete, Universidades Seniores de
Barreiro e Moita;
- Grupo que incluía Setúbal, Palmela e
Sesimbra,
através
do
Centro
Comunitário de S. Sebastião de
Setúbal, Santa Casa da Misericórdia de
Palmela e Centro Paroquial do Pinhal
Novo e idosos/idosas ligados a projetos
da Câmara Municipal de Sesimbra.
- Grupo que incluía Seixal e Almada
através da Casa do Educador,
Universidade
Sénior
Usalma,
Associação de Reformados ARPIFC,
projeto Municipal de Teatro Sénior
(Des)dramatizar e idosos/as ligados a
projetos e/ou Associações (do Seixal e
Almada).
Nestas Tertúlias, foram debatidas as
problemáticas dos e com os próprios
Idosos/as. Criaram-se momentos de
apresentação
dos
participantes
tornando possível
promover um
ambiente de confiança e de estímulo à
conversa e à reflexão e também de
interconhecimento entre todos os
implicados.
Das Tertúlias1 realizadas levantaram-se
as
seguintes
questões
que
apresentamos em forma de síntese:
1
A experiência das TERTÚLIAS…caminhos para o
CONGRESSO…As tertúlias foram escolas de vida,
momentos de escuta ativa e de partilha de
vidas…Discutir, os embates que se levou na vida, a
forma como se contornaram situações difíceis, a
forma, como ainda hoje, depois de tantos anos de
trabalhos se luta, e ainda como se apoiam os filhos e
os netos…Pensar que se iria ter tempo para organizar
notICEas
▪ Induzir novas relações de
vizinhança, a partir de projetos que
incluam o voluntariado garantindo
sustentabilidade a essas mesmas redes
com o enfoque nas dinâmicas das
relações interpessoais;
▪ Dificuldades face às Reformas
baixas que não refletem o esforço de
muitos anos de trabalho e revelam a
desproporcionalidade atual entre os
rendimentos e os gastos com
obrigações (impostos como IMI, por
exemplo);
▪
Muitos
casais
e
pessoas
individualmente encontram-se em
solidão total ou de alguma forma não se
sentem incluídos na sua comunidade. É
necessário repensar a integração dos
mais
velhos,
nas
comunidades
locais/sociedade;
▪ Excluir a falta de comunicação sobre
as diversas iniciativas que ocorrem
tendo como destinatários os mais velhos
(ou não) em várias áreas, sendo
necessário intercomunicar e divulgar o
trabalho promovido pelas instituições,
associações, etc;
▪ A importância das Universidades
Seniores enquanto espaço de apoio
aos Seniores, assim como falta de
visibilidade que as mesmas têm… Estas
não
são
apenas
espaços
de
aprendizagem, mas também de
entreajuda, convívio, bem-estar e
identificação de situações/problemas;
▪ A prestação do Sénior ativo face ao
idoso
dependente.
Através
da
Universidade Sénior (por exemplo) é
possível criar momentos de convívio e
espetáculos, que tragam outras formas
de estar em Lares e Centros de Dia. Há
ainda a possibilidade de fazer
uma Coleção de Selos, mas esta contínua dentro da
Caixa, porque o Outro, mais velho ou mais novo
precisa de mim…Testemunhos, que engradeceram
todos os presentes enquanto pessoas. As tertúlias
facilitaram a oportunidade de criar/ter um clima de
confiança que permitiu falar sem rodeios, escutar,
colocar dúvidas…desabafar, e sobretudo, gostar de
estar e PARTICIPAR (enquanto cidadão e cidadã).
5
itinerância, levando apoio aos mais
isolados que estão em casa sozinhos;
▪ As dificuldades de mobilidade no
que se refere aos transportes
públicos e isolamento geográfico,
principalmente nas zonas rurais. Em
muitas localidades, os autocarros
escolares são os únicos transportes
públicos existentes. Quando não há
aulas
os
idosos
ficam
sem
possibilidades de se deslocarem…
Pelas questões levantadas, surge a
necessidade de um Congresso que dê
visibilidade aos Idosos e Idosas e às
problemáticas existentes e identificadas
pelos mesmos/as e que permita
alternativas que promovam a felicidade
e qualidade de vida para as pessoas
maiores.
Estes encontros/tertúlias serviram de
mote para o congresso. Ao identificarem
questões,
alguns
idosos/as
organizaram-se para levarem ao
congresso comunicações que fossem
resultado das tertúlias. Os próprios
idosos/as participaram na conceção do
congresso, rentabilizando recursos
existentes,
tais
como
materiais
produzidos por estes, que possibilitaram
um espaço de exposição no dia do
congresso;
construíram
pequenos
brindes de oferta aos comunicantes e
participantes;
alguns
idosos/as
disponibilizaram-se e contribuíram com
as suas iguarias/doçaria para o coffee
break; outros ainda voluntariamente
participaram no apoio à ação, no próprio
dia do congresso.
Destaque-se que de outros pontos do
país induziram-se também processos
de debate/reflexão com idosos/as e que
se
fizeram
representar
neste
Congresso, nomeadamente da região
de Águeda.
A ideia deste congresso assentou
sempre no princípio que seriam os
próprios idosos/as os/as congressistas
a exporem/refletirem sobre as suas
notICEas
situações e vivências. Pretendeu-se
DAR VOZ aos Idosos/as.
III – CONGRESSO
O congresso foi orientado para o
debate, para a animação, assim como
para a visibilidade da criatividade.
Desde sempre a ideia do congresso
prendia-se com o facto de se criarem
condições para que os idosos/as se
fizessem ouvir e que este fosse um
espaço de identificação de questões
problemáticas, à semelhança do que já
tinham sido as Tertúlias.
Neste sentido, na programação do
Congresso
deu-se
destaque
á
possibilidade de todos poderem
manifestar a sua opinião. Assim, houve
um espaço onde se constituíram grupos
de trabalho para um momento de
debate. Posteriormente apresentaramse em Auditório as conclusões dos
trabalhos de grupo.
Destas apresentações sobressaem
como principais questões as seguintes:
- A Promoção da participação e tomada
de decisão facilitando uma participação
social por parte dos idosos/idosas
provocando, ao mesmo tempo, uma
mudança social; os idosos não têm (de
uma forma global) participação no
desenvolvimento da sociedade;
- Uma Rede de Solidariedade entre
idosos e entre instituições;
- A necessidade premente de Combater
o isolamento;
- Como podem as instituições terem
voz? A criação de uma rede
interinstitucional que promova uma
maior adequação nas respostas sociais;
a possibilidade de Idosos ativos
poderem apoiar idosos dependentes.
Salientou-se a existência de um défice
enorme
nas
qualificações
dos
dirigentes;
- Espaço para uma Comissão de
Proteção de Idosos, sabendo que não
6
existe nenhum suporte legal para os
idosos;
não são um ponto de chegada, são o
caminho.
- Preocupação com a diversidade da
Pessoa, porque os idosos não são uma
massa uniforme e há que respeitar a sua
vontade, o seu ritmo e a sua forma de
estar; A preocupação maior surge na
dependência e o ter em conta as
necessidades especificas de cada
pessoa;
IV – E AGORA O QUE FAZER?
- A Criação de uma Rede Solidaria local
que
promova
a
mudança
de
mentalidades; promova a participação e
tomada decisão; a solidariedade entre
idosos e entre instituições e nas Redes
de vizinhança,
Nalguns casos, como é o caso do grupo
da Moita, fará todo o sentido
organizarem-se reuniões de trabalho
para tornar possível o projeto Rede
Solidária que se pretende ser de
pessoas mais velhas, para outros
também mais velhos, recorrendo aos
recursos existentes nas comunidades
locais.
- Que a sociedade reconheça que os
idosos têm direito a uma qualidade de
vida digna com respeito, consideração,
solidariedade,
humanidade
e
civilização;
- Que o nosso sistema político,
(partidos), tenham em relação aos
idosos uma visão humana e que as suas
problemáticas façam parte das suas
agendas politicas;
- Valorização da PESSOA idosa
através
de
Afeto,
Carinho,
Cumplicidade, Espaços de convívio,
Paz, Exercício físico, Companhia, Dar –
receber – trocas mútuas, sabendo que
“O coração dos afetos não morre”;
Empatia, Esperança, Sexualidade dos
Idosos, Amigos, Caricias, Sorrisos,
Alegria,
Atenção,
Solidariedade,
Contacto,
Abraço,
Alimentação,
Partilhar Experiências, Conhecimento e
Saberes,
Respeito,
Humanização,
Voluntariado, Dever Cívico, promover a
Intergeracionalidade,
Combater
o
Preconceito
em
relação
ao
relacionamento tardio, Ser feliz;
- Encarando a vida como uma viagem
de comboio e com um ponto de
chegada, acredita-se nesta no agora
com alegria, positividade, vendo sempre
o lado bom da vida. Alegria e felicidade
notICEas
Consideramos que vamos continuar a
caminhar e a fazer caminho… Nesse
sentido, pretende-se realizar reuniões
com representantes dos vários locais
para delinear e aferir novas estratégias
locais.
A continuação da realização de
Tertúlias pelos diversos concelhos
animadas pelos próprios idosos/idosas,
instalando-se uma prática de reflexão e
debate em torno da cidadania das
pessoas mais velhas.
A experiência de todo este processo,
desde as Tertúlias ao Congresso levanos a perceber a importância de induzir
outras regiões do País, para a
dinamização
de
processos
semelhantes.
Um dos grandes objetivos de todos os
passos dados até agora recai num
caminhar, no sentido, de criar legislação
para
aprovação
no Parlamento.
Legislação, essa, que seja facilitadora
da cidadania dos mais velhos e que
assuma as especificidades desta faixa
etária em todas as áreas da sua vida. A
criação de novas respostas individuais e
sociais, o nível pessoal e social, para as
pessoas mais velhas.
Em jeito de continuação…Todo este
processo permitiu conhecer muitas
pessoas, (re)aproximar relações, e
também, entusiasmo e boas energias –
Agir com e para o Outro.
7
Proporcionou encontros, reencontros e
o avivar que estamos aqui para Viver.
Viver Bem.
Equipa de Setúbal
Nota: abaixo, identifica-se as diferentes
intervenções do Congresso
 Abertura: Grupo “Arte do Barulho”,
Univ. Sénior do Seixal
 Mesa de Abertura
Pedro Dominguinhos, Presidente do
Instituto Politécnico de Setúbal; Rui
Garcia, Presidente da AMRS; Ângela
Luzia, Presidente da Direção do ICE;
Frederico Lopes, Escola EB1 nº4, dos
Pinheirinhos
 O IDOSO ATIVO
Comunicações de Cristina Figueira, Expresidente do Instituto Politécnico de
Setúbal; Isaura Mendes Ex-diretora de
Recursos Humanos, e Mário Moura,
Médico
Lançamento dos trabalhos de grupo:
Maria Luísa Luís, Univ. Sénior do
Barreiro
 Trabalhos de grupos. Distribuição de
acordo com a inscrição nos temas:
- O que esperam os idosos da
sociedade que os cerca?
- O idoso é um ser afetivo. De que modo
os afetos dos idosos são promovidos e
viabilizados? No fundo, que relação
entre o idoso e o amor?
- Quais os contributos dos idosos, para
os saberes e para a sociedade?
- Como se podem os idosos organizar
para dar vida a uma rede solidaria capaz
de impor a vontade dos idosos?
- A relação do idoso com a alegria e a
felicidade.
 Animação
elementos
das
Tunas/Coro das Univ. Séniores:
Alcácer do Sal e Grândola, ProsasSines e ASAS, Sto. André
Jogral - Univ. Sénior de Grândola
Teatro – Grupo de Idosos da Câmara
Municipal do Seixal e da ARPIFC Associação
de
Reformados,
Pensionistas e Idosos da Freguesia de
Cacilhas
 Devolução dos Trabalhos de Grupo
realizados durante a manhã
 Momento de Poesia(s) com:
notICEas
Domingos Lopes, munícipe do concelho
de Sesimbra
Fernanda Alexandre, Programa Viver
Solidário
Maria do Carmo Branco, Centro de
Estudos Bocageanos, Setúbal
 Apresentação de comunicações
resultantes das Tertúlias que
decorreram até à data do congresso
- Heliodora Carambola. “Testemunho de
Vida: Mulher do Mar”, munícipe do
concelho de Sesimbra
- Jorge Mata. “A Influência da Educação
(ensino) no Percurso de Vida”, Liga de
Amigos da Lagoa de Albufeira,
Sesimbra
- Natália Vicente. “Envelhecer com
dignidade”, ARPIFC (Associação de
Reformados e Idosos da Freguesia de
Cacilhas, Almada)
- António Gil e Laura Miranda.
“Envelhecimento Ativo - duas reuniões
preparatórias em Sto André, ASAS”,
Academia Sénior de Artes e Saberes de
Sto. André, Santiago do Cacém
- Paulo Machado. “No entretanto do
tempo”, Univ. Sénior de S. Francisco de
Assis, Alcochete
- Maria Susete Casalão. “Pós e Contras
da Velhice”, Centro Comunitário de São
Sebastião, Setúbal
- Eugénia Casadinho. “Escola para
todos em qualquer idade”, Escola
Comunitária de Alcochete
- Evaristo Afonso. “Rede Sénior
Solidária– RSS”, Univ. Sénior da Moita
- Miguel Boieiro. “O Esperanto – Terapia
para Jovens e Idosos”, Casa do Povo,
Alcochete
- Maria José Tovar. “Trago um filho ao
colo há mais de 40 anos”, representante
de um Grupo Informal de Idosos,
Águeda
 Sínteses do Congresso com João
Caramelo, Professor da Univ. do Porto
e membro da direção do ICE
 SEMPERT'UNOS, Tuna da Escola
Superior de Saúde de Setúbal
 Grupo de dança RINKA FINKA,
Associação Cabo-Verdiana de Setúbal
8
EXPERIÊNCIA E
de Investigação: “Contextos, Quotidianos e bemestar da criança”, Braga, Portugal
APRENDIZAGEM
Cleriston Izidro dos Anjos
INTERGERACIONAL:
CONTRIBUTOS PARA PENSAR A
EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS, JOVENS E
ADULTOS
Setor de Estudos em Educação Infantil do Centro
de Educação (SEEI/CEDU), Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), Grupos de Pesquisa:
Educação e relações étnico-raciais (UFAL),
Educação, comunicação e sociedade (UNESP),
Grupo de Pesquisa em Educação Matemática
(UFAL), Maceió/AL, Brasil
Resumo:
Apesar das mudanças significativas que
têm ocorrido nas políticas e nas práticas
educacionais,
curriculares
e
pedagógicas, o “ensino em classe”, que
esteve na origem da invenção histórica
da “forma escolar” de socialização e
aprendizagem, está ainda hoje muito
impregnado na organização da escola e
de outras instituições educativas.
Mesmo em contextos institucionais de
educação infantil, de jovens ou de
adultos, assim como em ambientes
educativos não formais que envolvam
pessoas de diferentes idades e
gerações, os profissionais da educação
tendem a manter a segmentação etária
que o processo de escolarização
instituiu. Nesta comunicação questionase esta perspetiva de enclausuramento
geracional e abordam-se alternativas
assentes na convivência e na
aprendizagem intergeracionais. Com
base no pensamento de John Dewey e
nas relações fecundas que estabelece
entre
democracia,
educação
e
experiência, bem como na crítica às
atuais tendências tecnocráticas do
campo educativo, defendemos a
promoção de uma “pedagogia da
experiência” como contraponto a uma
“pedagogia do conteúdo” que tem vindo
a ganhar terreno nas políticas de
currículo e de formação.
Resumo de artigo, no âmbito da Semana
Internacional de Pedagogia (IV SIP) e do I
Seminário Luso-Brasileiro em Educação da
Infância (I SLBE), promovido pelo Colegiado do
Curso de Pedagogia e o Centro Acadêmico Paulo
Freire
Sobre a iniciativa:
http://www.semanadepedagogiaufal.com.br/inde
x.php/evento/apresentacao
ISSN: 1981-3031
Fernando Ilídio Ferreira
Centro de Investigação em Estudos da Criança
(CIEC), Universidade do Minho (UMinho), Grupo
notICEas
9
PARCERIAS PARA A
HUMANIZAÇÃO DAS
ESCOLAS
A relação da escola com a comunidade,
nomeadamente
quando
esta
é
corporizada em parcerias construídas
no espaço local, pressupõe e aponta
para uma mudança da escola e das
suas práticas. Rui Canário (1992)
defende que a escola muda, mudando a
sua relação com a comunidade, mas
esclarece que a “abertura” deve ser
entendida como um processo inserido
numa estratégia de mudança da
instituição escolar; ou seja, “a mudança
da relação escola-comunidade exige
mudanças nas relações entre os
professores e os alunos e estas são
concomitantes com mudanças na
relação entre os professores e o seu
modo de trabalho”. Neste sentido,
argumenta que “os alunos são a
comunidade dentro da escola”: “uma
efetiva
‘abertura’
da
escola
à
comunidade define-se menos pela
natureza e frequência das interações
entre a escola e os pais e a escola e as
instituições locais, e mais pelo modo
como são tratados os alunos” (pp. 8081).
Cabe aos decisores escolares um papel
fundamental na construção de uma
democracia participativa e comunicativa
nas escolas que se oriente nesse
sentido: da abertura da escola à
comunidade baseada em parcerias
humanizadoras que prossigam o “bem
comum”, de forma participada. Isso
implica discutir, desde logo, qual é o
sentido da escola. O que é uma “boa
escola”? O que é uma “escola de
qualidade”? Haverá respostas para
todos os gostos, dependendo do que
cada um valoriza, dos critérios explícitos ou implícitos - que cada um
utiliza. Uma escola democrática,
inclusiva, justa, é uma boa escola? Uma
escola onde os professores trabalham
com os alunos e percorrem um caminho
de aprendizagem dos conteúdos
curriculares e dos valores da cidadania
e da solidariedade é uma boa escola?
Ou só é uma boa escola aquela que
notICEas
apresenta resultados académicos acima
da média, cujos valores dominantes são
a concorrência e o individualismo
competitivo? Não está o nosso mundo
em crise devido à exacerbação dos
valores do mercado, da competição e do
lucro?
Uma escola dita, nos tempos que
correm, "de qualidade" é aquela que fica
no top dos rankings. Sujeitadas a
pressões várias, as escolas têm vindo a
subordinar
os
seus
processos
organizacionais,
curriculares
e
pedagógicos às regras tecnocráticas e
meritocráticas dos exames,
dos
padrões, da mensuração de tudo ao
ponto de submergirem as pessoas –
cada pessoa, adulto ou criança – em
números e percentagens estonteantes.
Números e estatísticas que colocam as
escolas, os professores, os alunos, os
pais, em competição, desumanizando a
escola, as pessoas e a vida. Há
alternativas a estas políticas de
desumanização da escola? Sim, há
várias possibilidades de mudança,
desde logo uma mudança de cultura:
passar de uma cultura de controlo –
verificar, medir, comparar, enfim, uma
paranoia que se enreda nos meios e faz
esquecer os fins – para uma cultura de
confiança sem a qual as parcerias não
se sustentam.
Os professores sabem o que fazer e
como fazer, muito mais do que os
responsáveis dos Ministérios e dos seus
aparelhos de administração e inspeção.
É necessário que as escolas tenham um
clima de tranquilidade e de cooperação
que é a essência dos processos
educativos. Por que razão o medo se
instalou nas escolas? O que fez com
que o trabalho se tenha tornado
alienante, sem sentido? É altura de
pensarmos e agirmos juntos para que a
escola não se perpetue como uma
máquina que cilindra as pessoas; como
uma "prisão psíquica" que a todos
enlouquece. É necessário pensarmos e
agirmos juntos para que o trabalho dos
professores e dos alunos não seja uma
fonte de sofrimento. A essência da
escola é a aprendizagem e a
convivência. A escola é um lugar de paz,
onde se aprende a liberdade na relação
com os outros. E a liberdade é o
10
antídoto do medo. Por isso, é
necessário que a voz de quem habita a
escola se faça ouvir, individual e
coletivamente.
Para que as parcerias locais expressem
essa voz coletiva, terão de assumir um
caráter mais emancipatório, de modo a
superarem a tendencial subordinação a
lógicas instrumentais e gestionárias. Por
exemplo, face à atual corrente política
da “municipalização da educação”, esse
sentido das parcerias educativas pode
contribuir
para
descentralizar
e
territorializar a ação educativa no
próprio espaço local. Isto porque as
escolas não podem passar a ser geridas
por um governo local centralizado, na
medida em que elas têm os seus
próprios órgãos de governo. As
parcerias
interpessoais
e
interinstitucionais no campo educativo,
que envolvem necessariamente as
autarquias – os municípios e as juntas
de freguesia – podem reforçar a
autonomia local e a autonomia das
escolas, conjuntamente, sem que uma
delas – a do poder local municipal – se
sobreponha e atrofie a autonomia das
escolas. Para tal, é necessário que que
as parcerias se constituam não como
redes que aprisionam mas como redes
que libertem e humanizem a vida nas
escolas.
Fernando Ilídio Ferreira
Instituto de Educação - Universidade do Minho
“VIVENDO E APRENDENDO”
RELATÓRIO 2014/2015
No decurso do ano lectivo 2014/2015, na
Região Oeste, núcleo de Caldas da
Rainha, deu-se continuidade ao projecto
“Vivendo e Aprendendo”, envolvendo o
Centro Escolar de Alvorninha e o Centro
de
Dia
da
Associação
de
Desenvolvimento Social da Freguesia de
Alvorninha, no concelho de Caldas da
Rainha.
O referido projecto surgiu no âmbito da
acção de formação “Língua, Cultura(s) e
Comunidade(s): raízes e realidades da
nossa identidade”, promovida pelo Centro
de Formação do ICE, no ano lectivo
2014/2015.
Ao nível deste projecto, foi-se cimentando
uma lógica de comunidade educativa,
entendida
como
comunidade
de
aprendizagem, que se distancia, daquela
que é amplamente veiculada nos
normativos do Ministério da Educação e
que se traduz pela representação da
comunidade através da integração de
alguns dos seus membros nos órgãos de
gestão e administração da escola. O diaa-dia da escola marcado por uma
excessiva regulação e controlo que
conduzem a um planeamento colectivo
que não tem em conta a realidade dos
alunos e da comunidade local, onde o
professor cada vez mais, tem menos
possibilidade
de
improvisar
para
responder às necessidade emergentes e
imediatas de aprendizagem dos seus
alunos, conduz, indubitavelmente, a uma
uniformidade e impessoalidade das
práticas e das respostas aos problemas e
dificuldades particulares.
Como diz Gadotti (2007) numa obra
dedicada a Paulo Freire e à Paixão de
ensinar “não somos seres determinados,
mas como seres inconclusos, inacabados
e
incompletos,
somos
seres
condicionados. O que aprendemos
depende
das
condições
de
notICEas
11
aprendizagem. Somos programados para
aprender, mas o que aprendemos
depende do tipo de comunidade de
aprendizagem a que pertencemos”.
As comunidades de aprendizagem
supõem a existência e a criação de
espaços de debate, de partilha e de
construção comunicativa. A convergência
destas circunstâncias garantem “a
sustentação, nos planos político (isto é do
projecto), organizacional e pedagógico,
de uma prática educativa adequada aos
alunos concretos e centrada no
desenvolvimento das suas plenas
capacidades como seres humanos e
como cidadãos” (Formosinho, Sarmento e
Ferreira, 1999).
O desenvolvimento do projecto “Vivendo e
Aprendendo” assentou neste conceito de
comunidade educativa/comunidade de
aprendizagem, e com os alunos, tal como
são, com o que sabem, com as suas
aspirações e a sua energia e os idosos do
Centro de Dia de Alvorninha, como
repositórios das memórias e história da
freguesia, como exemplos vivos de quem
venceu a adversidade, possibilitou
aprender significativamente, respondendo
através de pequenas acções às
expectativas das crianças e dos adultos,
contribuindo para a afirmação e
crescimento de todos. O projecto orientouse por uma pedagogia da situação,
construindo-se à medida que se foram
desenvolvendo as actividades, com o
contributo de todos os intervenientes,
tendo em conta os seus saberes, desejos
e recursos. A implementação deste
projecto
possibilitou,
sem
dúvida,
conhecimentos académicos e de vida
ímpares.
Durante o desenvolvimento do projecto
foram-se multiplicando os encontros entre
os alunos e utentes do Centro de Dia e
pretextos para novos encontros nunca
faltaram. Instituiu-se a rotina das quintasfeiras na Biblioteca da Escola. Foram
momentos ímpares onde os alunos
tiveram oportunidade de ler trechos das
notICEas
obras escolhidas pelos idosos, de ouvir
histórias, canções e versos de outros
tempos, de conversar, apreender e
perceber como vivem os mais velhos, o
que sentem e a que aspiram. O que se
aprendeu foi incomparavelmente maior,
quando
comparado
com
práticas
estritamente académicas. Os alunos
deram sentido às aprendizagens formais
da escola, actuando em conjunto, numa
lógica de trabalho colaborativo, no
desenvolvimento de diversas iniciativas e
eventos,
como
por
exemplo,
a
comemoração
de
datas
festivas.
Envolveram-se
na
elaboração
de
adereços e cenários, registos escritos de
histórias, canções e versos apresentados
pelos idosos, preparação de leituras
encenadas e na dinamização de
actividades de expressão plástica e
dramática tão do agrado dos idosos.
A reflexão sobre o trabalho desenvolvido
permitiu perceber melhor as questões
relacionadas com o envelhecimento,
contribuindo para a desmitificação de
estereótipos associados a esta etapa da
vida, conferindo-lhe uma imagem positiva
e, por outro lado, permitiu uma reflexão
sobre o papel do professor e a sua
importância na formação de alunoscidadãos, autónomos, participativos,
interventivos,
positivos,
criativos,
solidários e tolerantes.
Do ponto de vista das aprendizagens dos
alunos,
os
contributos
do
desenvolvimento do projecto “Vivendo e
Aprendendo” foram muito significativos ao
nível da oralidade, leitura e escrita, bem
como ao nível do Estudo do Meio, através
dos testemunhos dos idosos, os quais
possibilitaram a recuperação de aspectos
interessantíssimos da história local.
Foi mais um ano de significativas
interacções e partilhas, tendo o ICE como
motor.
Hélia Maria Jacob Pereira
12
III FÓRUM DO INTERIOR
Nos dias 6 e 7 de novembro realizou-se,
em Penacova, o III Fórum do Interior,
uma iniciativa que juntou pessoas
ligadas a autarquias, academia,
investigação, agentes e técnicos/as de
desenvolvimento
local,
líderes
associativos e atores locais que deram
um importante contributo para a reflexão
sobre os territórios da interioridade,
promovendo o debate e interação de
ideias que podem servir de base para a
definição e reivindicação de novas
medidas públicas e políticas que visem
o combate ao despovoamento, ao
abandono, à desagregação social e à
depressão económica que caracterizam
a maioria destes territórios do interior.
Nos dias 14 e 15 de novembro de 2015
decorreu uma reunião alargada da
ASPEA/ ICE no Village Camping Alvão
com o objetivo de dar a conhecer o
trabalho de ambas as associações.
Foram realizadas algumas atividades
com o intuito de conhecer a região, tais
como, visitas a alguns locais de
interesse. Foram dados a conhecer os
projetos em curso pelas referidas
entidades e definiram-se áreas para
futuras parcerias. Ao longo de todo o
fim-de-semana houve ainda lugar para
convívio, degustação de produtos e
contactos com as entidades locais,
nomeadamente Câmara Municipal de
Vila Pouca de Aguiar, para o
desenvolvimento de futuros projetos.
Leonel e Zé Manel
Leonel e Zé Manel
REUNIÃO ALARGADA DA
ASPEA/ICE
notICEas
13
CARTA ABERTA DAS
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE
CIVIL ÀS PESSOAS QUE FOGEM DA
GUERRA, DA PERSEGUIÇÃO E DA
POBREZA
Enquanto europeus, pedimos desculpa
em nome dos nossos líderes nacionais
e europeus pela indesculpável falta de
coordenação na ajuda humanitária à
situação em que vocês e milhares de
outras pessoas se encontram quando
atravessam as nossas fronteiras,
fugindo da guerra, da perseguição e da
pobreza.
Compreendemos que a decisão de
fazer esta viagem não vos tenha sido
fácil e que pode ter colocado a vida dos
vossos entes queridos em risco, ou pior
do que isso. Continuaremos a apelar
aos nossos decisores políticos para que
proporcionem
canais
seguros
e
regulares para entrada na União
Europeia, de modo a que o vosso bemestar não dependa de traficantes de
seres humanos.
Apesar da falta de acção de muitos
Governos, muitas organizações da
sociedade civil (OSC) e milhares de
pessoas por toda a UE estão a tomar
uma posição e a disponibilizar as suas
casas, a partilhar alimentos e a doar as
suas
roupas.
Continuaremos
a
pressionar os nossos políticos para que
eles cumpram com a obrigação
humanitária que têm de assegurar o
fornecimento desses serviços, em vez
de deixar que isso seja feito por
indivíduos ou organizações.
A decisão que tomaram e que vos
trouxe aqui à Europa requereu muita
coragem. Imploramos aos nossos
líderes que demonstrem a mesma
coragem
e
que
encontrem
conjuntamente uma resposta paneuropeia que respeite os direitos
humanos
de
cada
indivíduo,
independentemente do seu estatuto.
notICEas
Enquanto muitos dos nossos líderes
parecem ter esquecido os valores
fundamentais da solidariedade e dos
direitos humanos, nós não os
esquecemos. A UE tem capacidade
para vos acolher de braços abertos e a
falta de vontade para fazer isso é
deveras
embaraçosa
para
nós.
Reconhecemos o vosso direito a
procurar refúgio em regiões mais
seguras e a serem tratados com
dignidade e também reconhecemos a
contribuição que poderão dar, pelo que
iremos lutar para que vos seja dada
essa oportunidade.
Solidariamente,
Social Platform
AEGEE-Europe
AGE Platform Europea
ATD Fourth World
Autism-Europe
CECOP-CICOPA Europe
Eurochild
European Anti-Poverty Network (EAPN)
European Association of Service Providers for Persons with
Disabilities (EASPD)
European Citizen Action Service (ECAS)
European Civic Forum
European Council on Refugees and Exiles (ECRE)
European Disability Forum (EDF)
European Environmental Bureau (EEB)
European Federation of Older People (EURAG)
European Federation of Parents and Carers at Home
(F.E.F.A.F)
European House Budapest (Hungary)
European Network Against Racism (ENAR)
European NGO Confederation for Relief and Development
(CONCORD)
European Social Action Network (ESAN)
European Students’ Forum
European Network of National Civil Society Associations
(ENNA)
European Network of Social Integration Enterprises (ENSIE)
European Parents Association (EPA)
European Platform for National Non-Profit Umbrella
Organisations and for National Associations of General Interest
(CEDAG)
European Platform for Rehabilitation (EPR)
European Roma Information Office (ERIO)
European Volunteer Centre (CEV)
European Youth Forum (YFJ)
ILGA-Europe
Inclusion Europe
International Council on Social Welfare Europe (ICSW)
International Union of Tenants (IUT)
Mental Health Europe
Pax Christi International
Platform for International Cooperation on Undocumented
Migrants (PICUM)
Portuguese NGDO Platform
SMES-Europa
SOLIDAR
The Salvation Army
Transgender Europe (TGEU)
A par do destaque, acima, encontram-se disponíveis outros
conteúdos no website da Plataforma Portuguesa das
Organizações
Não-Governamentais
para
o
Desenvolvimento (ONGD)
http://plataformaongd.pt/noticias/
14
PÓS-2015: UMA AGENDA DE
DIREITOS HUMANOS
Por Ana Filipa Oliveira
ano 2014
Breve reflexão sobre a necessidade de
uma abordagem de Desenvolvimento
baseada na promoção dos Direitos
Humanos.
http://www.gtplataformaongd.pt/p/aidwatchpublicacoes.html
notICEas
A MILLION VOICES: THE
WORLD WE WANT
Este
relatório
do
Grupo
de
Desenvolvimento das Nações Unidas
(UNDG ) recolhe as perspectivas sobre
o " mundo que queremos " de mais de 1
milhão de pessoas ao redor do globo
Dísponível para download em:
http://www.undp.org/content/undp/en/home/
librarypage/mdg/a-million-voices--the-worldwe-want.html
15
instituições de desenvolvimento local e educativo
da Europa.
Trabalha
a
dimensão
educativa,
enquanto
O ICE - Instituto das Comunidades Educativas -
vertente de um desenvolvimento que só pode ser
é uma associação de âmbito nacional, de
integrado e sistémico. E entende como dimensão
utilidade pública sem fins lucrativos, com o
educativa os níveis de educação formal, não
estatuto
formal
de
ONGD
e
sede
em
Setúbal.
e
informal,
considerados
na
sua
Constituído a 15 de Julho de 1992, é o resultado
interdependência mas também na sua autonomia
da confluência de projetos de intervenção e do
relativa.
envolvimento
e
articulação
de
autarquias,
instituições académicas, personalidades ligadas
à cultura e educação e diferentes ONG's.
Assume o reconhecimento e a recuperação da
diferença que a diversidade implica que só pode
ser integrado e sistémico. E entende como
Tem como finalidades a organização, gestão,
dimensão educativa os níveis de educação
animação e apoio a projetos de intervenção,
formal, não formal e informal, considerados na
investigação e desenvolvimento, no âmbito
sua interdependência mas também na sua
educativo, cultural, social e económico.
autonomia relativa.
Ao longo da sua existência tem desenvolvido
Assume o reconhecimento e a recuperação da
projetos
diferença que a diversidade implica.
apoiados
financiamento
por
programas
europeus
de
(GRUNDVIG,
SOCRATES, EQUAL, POEFDS) e nacionais
(Luta contra a Pobreza, Ser Criança; SIQE) a
CONTACTOS
maioria
Morada: Rua do Moinho, nº 1 - R/C D11, Bairro
dos
quais
como
entidade
interlocutora/promotora.
da Bela Vista, 2910-614 Setúbal
As investigações que conduz traduzem-se num
significativo
número
contributos
no
de
publicações
domínio
da
formação,
da
educação, do desenvolvimento local e da
animação comunitária.
Localização: http://goo.gl/maps/1ewnR
Tel: 265 783 006
Correio eletrónico: [email protected]
Anima várias redes de parceria onde se acham
implicadas
Coordenadas GPS: 38.521673, -8.865575
com
autarquias,
coletividades,
Website: http://www.iceweb.org/
associações, escolas, universidades e serviços
públicos. Cerca de 80% do seu volume de
trabalho
é
assegurado
em
regime
de
voluntariado.
Adota como princípios e traços de especificidade:
Aos Sócios e Amigos do ICE
Elege, como objeto privilegiado de intervenção, a
APOIAR FINANCEIRAMENTE O ICE SEM
comunidade
local,
na
perspetiva
da
sua
GASTAR UM CÊNTIMO!
afirmação e desenvolvimento.
Basta, para o efeito, quando da declaração de
Estrutura da sociedade civil, o ICE define como
rendimentos - IRS, preencher no Anexo H -
principal objetivo e razão de ser o combate contra
Quadro 9 (Consignação de 0,5% do Imposto
a exclusão social, promove a cultura educativa e
Liquidado) - Campo 901 - indicando o NIPC
o desenvolvimento integrado local em Portugal -
da nossa associação: 502827564
combate a que se associa a solidariedade de
princípio
com
as
problemáticas
do
desenvolvimento e educação dos países de
língua
oficial
portuguesa,
bem
como
o
intercâmbio e a articulação com projetos e
notICEas
16
notICEas
17

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