Leia aqui - Instituto das Comunidades Educativas
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notICEas Boletim Informativo do Instituto das Comunidades Educativas N.º 16 Edição de novembro e dezembro de 2015 EDITORIAL Aqui estamos nós reunidos à volta do notICEas, para darmos conta do que se vai passando no ICE: o que fazemos, por onde andamos, que reflexões partilhamos, que assuntos discutimos, o que lemos, que ideias nos surgem. Sendo este o último boletim de 2015, é tempo de balanço e de projeção de um novo ano, que se deseja pleno de realizações pessoais e coletivas. Para o nosso trabalho em 2016 temos uma ideia mobilizadora, que surgiu na última Interequipas restrita, realizada em outubro, na sede do ICE, no Bairro da Bela Vista, em Setúbal: a constituição de um secretariado da interequipas. No início de dezembro tivemos a eleição do referido secretariado e passam a integrá-lo a Ângela Luzia, o Rui d’Espiney, o Fernando Ilídio, o João Caramelo, a Andréa Duarte e a Manuela Correia. Nas palavras do Rui, “Cabe lembrar que o Secretariado terá por função, através de reuniões eventualmente bimensais, interpelar as diversas iniciativas em curso fazendo sugestões para o seu aprofundamento, acompanhar uma ou outra das iniciativas projetadas, e contribuir para o sucesso dos passos dados no sentido de se assegurar a auto-organização do ICE. A primeira das reuniões a ter lugar debruçar-se-á, sugiro eu, sobre as funções específicas a desempenhar.” Uma outra ideia mobilizadora que emergiu na Interequipas, foi a da criação de um blog do ICE. Como a iniciativa foi bem acolhida e teve o apoio do grande grupo, estamos na fase de construção do dito blog e de escolha do nome Aproveitamos para agradecer ao Rui d´Espiney e à Ângela Luzia o tradicional postal, de Boas Festas e Bom Ano, com que nos habituaram ao longo de todos estes anos e que são sempre uma fonte de inspiração, de reflexão e de boasvindas ao novo ano. As ilustrações e as escolhas poéticas são belas e este ano as palavras de Mia Couto são certeiras, pois o teu coração é justo e puro Rui. Um ótimo 2016 para todos. Andréa Duarte UM OLHAR (INFELIZMENTE) EXTERIOR SOBRE A INTEREQUIPAS DE 17 DE OUTUBRO Pequena nota prévia Não assisti à interequipas, mas li as sínteses dos grupos e do Rui Canário e falei com grande número dos participantes após a sua realização. Posso, sem sombra de dúvida afirmar que foi um êxito. Não por acaso, o Rui Canário se refere à surpresa que experimentou face à diversidade de iniciativas em curso e à potencialidade evidente de que os membros da interequipas dão mostras. Pistas para um Pensatório ICE Algumas ideias chave que retiro dos que se passou na Interequipas podem considerar-se contributos para a construção, tantas vezes prometida, de um Pensatório ICE. Veja-se, nomeadamente, as seguintes: 1. É clara a reconstrução identitária percorrida pelo ICE e que se traduz, hoje, não já tanto na centração nas escolas mas na gestão das comunidades e dos territórios e na promoção de valores chave como a cidadania, o combate à exclusão, a defesa e promoção de políticas de saúde e ambiente, alternativas com efeitos na estrita defesa do Estado Social. 2. Os valores atrás referidos têm, por entrada estratégica e protagonistas principais de mudança as crianças e os idosos, camadas vulneráveis face às orientações políticas vigentes mas que são, para o ICE uma força transformadora e de futuro. 3. A territorialização do ICE não deve fazer-se por uma política de desconcentração do ICE pelos territórios, mas pela construção de redes de parceria interagindo com notICEas estes na busca de identidades conjuntas, mas no respeito pela diversidade das posturas e projectos 4. É, para o ICE uma possibilidade que se impõe multiplicar a exploração dos corredores de liberdade nas instituições onde se é profissional. Tome-se como exemplo ilustrativo a vivência da Myrna Montenegro tal como ressalta da síntese do grupo C. 5. Uma das noções exploradas foi a de que se torna legítimo apostar em projectos de formação, mas orientados para a produção de dinâmicas comunitárias nas quais crianças e professores se assumam como cidadãos. 6. Um dos adquiridos é o que aponta para a importância estratégica de apostar nas iniciativas e actividads que decorrem enquanto recursos e embriões de projectos que se promovam. Algumas actividades e medidas a prosseguir/adoptar: 1. Torna-se imperativo darmos solidez à nossa acção, tornando permanentes as interacções possibilitadas pela interequipas, através da constituição de um secretariado que funcione como um dispositivo de acompanhamento do ICE como um todo. 2. A promoção projecto 3C Crianças, Criatividade e Cidadania surge como uma proposta de acção do ICE que contribuirá, sem dúvida, para a sua projecção e consolidação. Como, de forma clara, se defendeu a constituição dos Conselhos de Crianças pode e deve tomar, como ponto de partida, os espaços de poder das crianças já existentes: as assembleias de turma em vigor em vários pontos do país (Portimão, Sto. André, etc.); as crianças mobilizadas em torno da Quinta de Educação e Ambiente; os projectos colaborativos em curso em Setúbal; as iniciativas com crianças promovidas pelo GSF; 2 3. 4. 5. 6. etc. A operacionalização deste projecto será acompanhada/pilotada por uma equipa indigitada pelo grupo A e constituída por Andreia Duarte, José João Rodrigues, Rogério Palma e Rosa Madeira. A importância que o Estado Social desempenha no ser e no estar do ICE levam que se considere o projecto ONBP /Observatório Nacional dos Bens Públicos uma iniciativa a estruturar, estabelecendo, desde já – independentemente dos financiamentos que se obtenham – a implicação de diversas entidades solidárias com o imperativo de defender e promover esses mesmos bens públicos. Encarada como oportunidades para proporcionar a visibilidade e a construção de conhecimento do ICE e dos protagonistas, inscreve-se como actividades previstas a realização do Congresso Distrital dos Idosos, já a ter lugar em 5 de Novembro e a organização de um seminário nacional dedicado à problemática da intervenção precoce a partir de uma perspectiva de educação de infância. Na lógica defendida de pensar a formação enquanto ponto de chegada ou de partida para o desenvolvimento de processos comunitários, aposta-se na concepção de uma acção de formação dedicada ao ambiente que assegure, para além da promoção deste, a estruturação de redes colaborativas entre comunidades educativas Aponta-se para a potencialização do notICEas como um espaço de debate e partilha entre os vários participantes nas actividades do ICE. Nota final As seis actividades atrás referidas surgem, naturalmente, como pontos de notICEas aplicação da energia de todos os colaboradores do ICE. Rui d’Espiney CONGRESSO DA ANCIANIA I - O PORQUÊ DO CONGRESSO DA ANCIANIA? Face a uma sociedade envelhecida é preciso refletir sobre o que os idosos/as têm a dizer, pelo seu conhecimento, sabedoria, experiência de vida… e vivências. Falar em Idosos/as é falar de uma grande diversidade de problemáticas que afetam toda a sociedade, contudo todos estaremos de acordo que na sua maioria são seres vulneráveis e importa relembrar a sua fragilidade, o seu isolamento, a sua espoliação e a sua dificuldade financeira, nomeadamente com os ataques às reformas… Paralelamente, também os media nos dão conta dos sucessivos assaltos, abandonos e roubos tornando-se, estes acontecimentos, indicadores da 3 situação em que maioritariamente, estas pessoas se encontram. O Idoso/a não tem grande peso nas agendas políticas. É curioso verificar que os programas dos partidos políticos e do próprio governo não aprofundam a sua promoção e defesa. Enfim, os/as Idoso/as representam uma faixa etária que a sociedade ocidental torna oculta. Quando institucionalizados, deixamos de os ouvir, não temos em conta os seus sentimentos ignorando, praticamente, a sua existência. É tempo de criar espaços que permitam analisar a situação dos Idosos e das Idosas, em Portugal. É chegada a altura destes apresentarem e refletir as suas próprias problemáticas… exporem os seus dilemas e os seus sonhos, assim como, os contributos que ainda poderão dar à sociedade. É com efeito pertinente ter presente que os/as Idosos/as são uma parte dos saberes e experiências existentes. A vivência acumulada ao longo dos anos é grande. (Destaque-se que em certos Povos dá-se ao Idoso/a um estatuto especial, onde a sua opinião é fundamental, valorizando-se o seu saber). Queremos dizer com isto, que o saber que se abriga nestas pessoas, traduz à luz do dia uma mais-valia para todas as gerações. De referir, que o/a Idoso/a não é um ser auto fechado. Bem pelo contrário, projeta--se e consegue explicitar toda a sua riqueza se lhe forem dadas as condições para interagir com as outras faixas etárias, podendo ser uma fonte de enriquecimento pessoal e social para todas as gerações. Com o Congresso Distrital da Anciania que se perspetivou, surgiu precisamente uma oportunidade de debater alguns dos aspetos atrás mencionados, entre eles: notICEas 1.º A possibilidade de conhecer de forma clara os verdadeiros “crimes” atentados contra os Idosos/as; 2.º A identificação do que o/a Idoso/a deseja e como pode contribuir para a sociedade; 3.º A valorização da interação do Idoso/a com as outras gerações e idades. (Apresentar os Idosos/as como uma força de requalificação da sociedade); 4.º A possibilidade de ganhar visibilidade reconhecível. Saber o que o Idoso/a deseja e aspira e como pode ser um recurso para a própria sociedade; Que tipo de dinâmicas e Que movimento social a que os idosos podem dar vida… Dito de outra forma, este congresso remeteu-nos para a necessidade de se ouvir os idosos/as através de uma escuta animada, com recurso a Tertúlias, realizadas por todo o distrito de Setúbal, ao longo do ano de 2015 e criar a possibilidade de FAZER OUVIR outros/as, tentando-se sempre chegar mais longe e a um público maior, por recurso a um congresso onde os próprios idosos foram os congressistas. II - PERCURSO - METODOLOGIA Salientamos que este Congresso constituiu-se como um processo, ou seja, contactaram-se numa fase inicial as Universidades Seniores solicitandolhes que identificassem Idosos/as, no seu concelho, que estivessem interessados em participar em Tertúlias e em debater as problemáticas das pessoas mais velhas… Também se contactaram as Câmaras Municipais, pelo conhecimento das associações e entidades concelhias, assim como pelo trabalho que têm com esta faixa etária, remetendo para a necessidade destas identificarem elementos da comunidade que se predispusessem a participar. 4 Organizaram-se grupos de trabalho por zona, que deram lugar a Tertúlias. Os grupos estavam organizados da seguinte forma: - Grupo do Alentejo Litoral incluindo as Universidades Seniores de Alcácer do Sal e Grândola e a ASAS – Academia Sénior de Artes e Saberes (em St.º André) e Prosas – Projeto Sénior de Artes e Saberes em Sines. - Grupo Polos Ribeirinhos: Alcochete através do Centro Comunitário de Alcochete, Universidades Seniores de Barreiro e Moita; - Grupo que incluía Setúbal, Palmela e Sesimbra, através do Centro Comunitário de S. Sebastião de Setúbal, Santa Casa da Misericórdia de Palmela e Centro Paroquial do Pinhal Novo e idosos/idosas ligados a projetos da Câmara Municipal de Sesimbra. - Grupo que incluía Seixal e Almada através da Casa do Educador, Universidade Sénior Usalma, Associação de Reformados ARPIFC, projeto Municipal de Teatro Sénior (Des)dramatizar e idosos/as ligados a projetos e/ou Associações (do Seixal e Almada). Nestas Tertúlias, foram debatidas as problemáticas dos e com os próprios Idosos/as. Criaram-se momentos de apresentação dos participantes tornando possível promover um ambiente de confiança e de estímulo à conversa e à reflexão e também de interconhecimento entre todos os implicados. Das Tertúlias1 realizadas levantaram-se as seguintes questões que apresentamos em forma de síntese: 1 A experiência das TERTÚLIAS…caminhos para o CONGRESSO…As tertúlias foram escolas de vida, momentos de escuta ativa e de partilha de vidas…Discutir, os embates que se levou na vida, a forma como se contornaram situações difíceis, a forma, como ainda hoje, depois de tantos anos de trabalhos se luta, e ainda como se apoiam os filhos e os netos…Pensar que se iria ter tempo para organizar notICEas ▪ Induzir novas relações de vizinhança, a partir de projetos que incluam o voluntariado garantindo sustentabilidade a essas mesmas redes com o enfoque nas dinâmicas das relações interpessoais; ▪ Dificuldades face às Reformas baixas que não refletem o esforço de muitos anos de trabalho e revelam a desproporcionalidade atual entre os rendimentos e os gastos com obrigações (impostos como IMI, por exemplo); ▪ Muitos casais e pessoas individualmente encontram-se em solidão total ou de alguma forma não se sentem incluídos na sua comunidade. É necessário repensar a integração dos mais velhos, nas comunidades locais/sociedade; ▪ Excluir a falta de comunicação sobre as diversas iniciativas que ocorrem tendo como destinatários os mais velhos (ou não) em várias áreas, sendo necessário intercomunicar e divulgar o trabalho promovido pelas instituições, associações, etc; ▪ A importância das Universidades Seniores enquanto espaço de apoio aos Seniores, assim como falta de visibilidade que as mesmas têm… Estas não são apenas espaços de aprendizagem, mas também de entreajuda, convívio, bem-estar e identificação de situações/problemas; ▪ A prestação do Sénior ativo face ao idoso dependente. Através da Universidade Sénior (por exemplo) é possível criar momentos de convívio e espetáculos, que tragam outras formas de estar em Lares e Centros de Dia. Há ainda a possibilidade de fazer uma Coleção de Selos, mas esta contínua dentro da Caixa, porque o Outro, mais velho ou mais novo precisa de mim…Testemunhos, que engradeceram todos os presentes enquanto pessoas. As tertúlias facilitaram a oportunidade de criar/ter um clima de confiança que permitiu falar sem rodeios, escutar, colocar dúvidas…desabafar, e sobretudo, gostar de estar e PARTICIPAR (enquanto cidadão e cidadã). 5 itinerância, levando apoio aos mais isolados que estão em casa sozinhos; ▪ As dificuldades de mobilidade no que se refere aos transportes públicos e isolamento geográfico, principalmente nas zonas rurais. Em muitas localidades, os autocarros escolares são os únicos transportes públicos existentes. Quando não há aulas os idosos ficam sem possibilidades de se deslocarem… Pelas questões levantadas, surge a necessidade de um Congresso que dê visibilidade aos Idosos e Idosas e às problemáticas existentes e identificadas pelos mesmos/as e que permita alternativas que promovam a felicidade e qualidade de vida para as pessoas maiores. Estes encontros/tertúlias serviram de mote para o congresso. Ao identificarem questões, alguns idosos/as organizaram-se para levarem ao congresso comunicações que fossem resultado das tertúlias. Os próprios idosos/as participaram na conceção do congresso, rentabilizando recursos existentes, tais como materiais produzidos por estes, que possibilitaram um espaço de exposição no dia do congresso; construíram pequenos brindes de oferta aos comunicantes e participantes; alguns idosos/as disponibilizaram-se e contribuíram com as suas iguarias/doçaria para o coffee break; outros ainda voluntariamente participaram no apoio à ação, no próprio dia do congresso. Destaque-se que de outros pontos do país induziram-se também processos de debate/reflexão com idosos/as e que se fizeram representar neste Congresso, nomeadamente da região de Águeda. A ideia deste congresso assentou sempre no princípio que seriam os próprios idosos/as os/as congressistas a exporem/refletirem sobre as suas notICEas situações e vivências. Pretendeu-se DAR VOZ aos Idosos/as. III – CONGRESSO O congresso foi orientado para o debate, para a animação, assim como para a visibilidade da criatividade. Desde sempre a ideia do congresso prendia-se com o facto de se criarem condições para que os idosos/as se fizessem ouvir e que este fosse um espaço de identificação de questões problemáticas, à semelhança do que já tinham sido as Tertúlias. Neste sentido, na programação do Congresso deu-se destaque á possibilidade de todos poderem manifestar a sua opinião. Assim, houve um espaço onde se constituíram grupos de trabalho para um momento de debate. Posteriormente apresentaramse em Auditório as conclusões dos trabalhos de grupo. Destas apresentações sobressaem como principais questões as seguintes: - A Promoção da participação e tomada de decisão facilitando uma participação social por parte dos idosos/idosas provocando, ao mesmo tempo, uma mudança social; os idosos não têm (de uma forma global) participação no desenvolvimento da sociedade; - Uma Rede de Solidariedade entre idosos e entre instituições; - A necessidade premente de Combater o isolamento; - Como podem as instituições terem voz? A criação de uma rede interinstitucional que promova uma maior adequação nas respostas sociais; a possibilidade de Idosos ativos poderem apoiar idosos dependentes. Salientou-se a existência de um défice enorme nas qualificações dos dirigentes; - Espaço para uma Comissão de Proteção de Idosos, sabendo que não 6 existe nenhum suporte legal para os idosos; não são um ponto de chegada, são o caminho. - Preocupação com a diversidade da Pessoa, porque os idosos não são uma massa uniforme e há que respeitar a sua vontade, o seu ritmo e a sua forma de estar; A preocupação maior surge na dependência e o ter em conta as necessidades especificas de cada pessoa; IV – E AGORA O QUE FAZER? - A Criação de uma Rede Solidaria local que promova a mudança de mentalidades; promova a participação e tomada decisão; a solidariedade entre idosos e entre instituições e nas Redes de vizinhança, Nalguns casos, como é o caso do grupo da Moita, fará todo o sentido organizarem-se reuniões de trabalho para tornar possível o projeto Rede Solidária que se pretende ser de pessoas mais velhas, para outros também mais velhos, recorrendo aos recursos existentes nas comunidades locais. - Que a sociedade reconheça que os idosos têm direito a uma qualidade de vida digna com respeito, consideração, solidariedade, humanidade e civilização; - Que o nosso sistema político, (partidos), tenham em relação aos idosos uma visão humana e que as suas problemáticas façam parte das suas agendas politicas; - Valorização da PESSOA idosa através de Afeto, Carinho, Cumplicidade, Espaços de convívio, Paz, Exercício físico, Companhia, Dar – receber – trocas mútuas, sabendo que “O coração dos afetos não morre”; Empatia, Esperança, Sexualidade dos Idosos, Amigos, Caricias, Sorrisos, Alegria, Atenção, Solidariedade, Contacto, Abraço, Alimentação, Partilhar Experiências, Conhecimento e Saberes, Respeito, Humanização, Voluntariado, Dever Cívico, promover a Intergeracionalidade, Combater o Preconceito em relação ao relacionamento tardio, Ser feliz; - Encarando a vida como uma viagem de comboio e com um ponto de chegada, acredita-se nesta no agora com alegria, positividade, vendo sempre o lado bom da vida. Alegria e felicidade notICEas Consideramos que vamos continuar a caminhar e a fazer caminho… Nesse sentido, pretende-se realizar reuniões com representantes dos vários locais para delinear e aferir novas estratégias locais. A continuação da realização de Tertúlias pelos diversos concelhos animadas pelos próprios idosos/idosas, instalando-se uma prática de reflexão e debate em torno da cidadania das pessoas mais velhas. A experiência de todo este processo, desde as Tertúlias ao Congresso levanos a perceber a importância de induzir outras regiões do País, para a dinamização de processos semelhantes. Um dos grandes objetivos de todos os passos dados até agora recai num caminhar, no sentido, de criar legislação para aprovação no Parlamento. Legislação, essa, que seja facilitadora da cidadania dos mais velhos e que assuma as especificidades desta faixa etária em todas as áreas da sua vida. A criação de novas respostas individuais e sociais, o nível pessoal e social, para as pessoas mais velhas. Em jeito de continuação…Todo este processo permitiu conhecer muitas pessoas, (re)aproximar relações, e também, entusiasmo e boas energias – Agir com e para o Outro. 7 Proporcionou encontros, reencontros e o avivar que estamos aqui para Viver. Viver Bem. Equipa de Setúbal Nota: abaixo, identifica-se as diferentes intervenções do Congresso Abertura: Grupo “Arte do Barulho”, Univ. Sénior do Seixal Mesa de Abertura Pedro Dominguinhos, Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal; Rui Garcia, Presidente da AMRS; Ângela Luzia, Presidente da Direção do ICE; Frederico Lopes, Escola EB1 nº4, dos Pinheirinhos O IDOSO ATIVO Comunicações de Cristina Figueira, Expresidente do Instituto Politécnico de Setúbal; Isaura Mendes Ex-diretora de Recursos Humanos, e Mário Moura, Médico Lançamento dos trabalhos de grupo: Maria Luísa Luís, Univ. Sénior do Barreiro Trabalhos de grupos. Distribuição de acordo com a inscrição nos temas: - O que esperam os idosos da sociedade que os cerca? - O idoso é um ser afetivo. De que modo os afetos dos idosos são promovidos e viabilizados? No fundo, que relação entre o idoso e o amor? - Quais os contributos dos idosos, para os saberes e para a sociedade? - Como se podem os idosos organizar para dar vida a uma rede solidaria capaz de impor a vontade dos idosos? - A relação do idoso com a alegria e a felicidade. Animação elementos das Tunas/Coro das Univ. Séniores: Alcácer do Sal e Grândola, ProsasSines e ASAS, Sto. André Jogral - Univ. Sénior de Grândola Teatro – Grupo de Idosos da Câmara Municipal do Seixal e da ARPIFC Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia de Cacilhas Devolução dos Trabalhos de Grupo realizados durante a manhã Momento de Poesia(s) com: notICEas Domingos Lopes, munícipe do concelho de Sesimbra Fernanda Alexandre, Programa Viver Solidário Maria do Carmo Branco, Centro de Estudos Bocageanos, Setúbal Apresentação de comunicações resultantes das Tertúlias que decorreram até à data do congresso - Heliodora Carambola. “Testemunho de Vida: Mulher do Mar”, munícipe do concelho de Sesimbra - Jorge Mata. “A Influência da Educação (ensino) no Percurso de Vida”, Liga de Amigos da Lagoa de Albufeira, Sesimbra - Natália Vicente. “Envelhecer com dignidade”, ARPIFC (Associação de Reformados e Idosos da Freguesia de Cacilhas, Almada) - António Gil e Laura Miranda. “Envelhecimento Ativo - duas reuniões preparatórias em Sto André, ASAS”, Academia Sénior de Artes e Saberes de Sto. André, Santiago do Cacém - Paulo Machado. “No entretanto do tempo”, Univ. Sénior de S. Francisco de Assis, Alcochete - Maria Susete Casalão. “Pós e Contras da Velhice”, Centro Comunitário de São Sebastião, Setúbal - Eugénia Casadinho. “Escola para todos em qualquer idade”, Escola Comunitária de Alcochete - Evaristo Afonso. “Rede Sénior Solidária– RSS”, Univ. Sénior da Moita - Miguel Boieiro. “O Esperanto – Terapia para Jovens e Idosos”, Casa do Povo, Alcochete - Maria José Tovar. “Trago um filho ao colo há mais de 40 anos”, representante de um Grupo Informal de Idosos, Águeda Sínteses do Congresso com João Caramelo, Professor da Univ. do Porto e membro da direção do ICE SEMPERT'UNOS, Tuna da Escola Superior de Saúde de Setúbal Grupo de dança RINKA FINKA, Associação Cabo-Verdiana de Setúbal 8 EXPERIÊNCIA E de Investigação: “Contextos, Quotidianos e bemestar da criança”, Braga, Portugal APRENDIZAGEM Cleriston Izidro dos Anjos INTERGERACIONAL: CONTRIBUTOS PARA PENSAR A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS Setor de Estudos em Educação Infantil do Centro de Educação (SEEI/CEDU), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Grupos de Pesquisa: Educação e relações étnico-raciais (UFAL), Educação, comunicação e sociedade (UNESP), Grupo de Pesquisa em Educação Matemática (UFAL), Maceió/AL, Brasil Resumo: Apesar das mudanças significativas que têm ocorrido nas políticas e nas práticas educacionais, curriculares e pedagógicas, o “ensino em classe”, que esteve na origem da invenção histórica da “forma escolar” de socialização e aprendizagem, está ainda hoje muito impregnado na organização da escola e de outras instituições educativas. Mesmo em contextos institucionais de educação infantil, de jovens ou de adultos, assim como em ambientes educativos não formais que envolvam pessoas de diferentes idades e gerações, os profissionais da educação tendem a manter a segmentação etária que o processo de escolarização instituiu. Nesta comunicação questionase esta perspetiva de enclausuramento geracional e abordam-se alternativas assentes na convivência e na aprendizagem intergeracionais. Com base no pensamento de John Dewey e nas relações fecundas que estabelece entre democracia, educação e experiência, bem como na crítica às atuais tendências tecnocráticas do campo educativo, defendemos a promoção de uma “pedagogia da experiência” como contraponto a uma “pedagogia do conteúdo” que tem vindo a ganhar terreno nas políticas de currículo e de formação. Resumo de artigo, no âmbito da Semana Internacional de Pedagogia (IV SIP) e do I Seminário Luso-Brasileiro em Educação da Infância (I SLBE), promovido pelo Colegiado do Curso de Pedagogia e o Centro Acadêmico Paulo Freire Sobre a iniciativa: http://www.semanadepedagogiaufal.com.br/inde x.php/evento/apresentacao ISSN: 1981-3031 Fernando Ilídio Ferreira Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho (UMinho), Grupo notICEas 9 PARCERIAS PARA A HUMANIZAÇÃO DAS ESCOLAS A relação da escola com a comunidade, nomeadamente quando esta é corporizada em parcerias construídas no espaço local, pressupõe e aponta para uma mudança da escola e das suas práticas. Rui Canário (1992) defende que a escola muda, mudando a sua relação com a comunidade, mas esclarece que a “abertura” deve ser entendida como um processo inserido numa estratégia de mudança da instituição escolar; ou seja, “a mudança da relação escola-comunidade exige mudanças nas relações entre os professores e os alunos e estas são concomitantes com mudanças na relação entre os professores e o seu modo de trabalho”. Neste sentido, argumenta que “os alunos são a comunidade dentro da escola”: “uma efetiva ‘abertura’ da escola à comunidade define-se menos pela natureza e frequência das interações entre a escola e os pais e a escola e as instituições locais, e mais pelo modo como são tratados os alunos” (pp. 8081). Cabe aos decisores escolares um papel fundamental na construção de uma democracia participativa e comunicativa nas escolas que se oriente nesse sentido: da abertura da escola à comunidade baseada em parcerias humanizadoras que prossigam o “bem comum”, de forma participada. Isso implica discutir, desde logo, qual é o sentido da escola. O que é uma “boa escola”? O que é uma “escola de qualidade”? Haverá respostas para todos os gostos, dependendo do que cada um valoriza, dos critérios explícitos ou implícitos - que cada um utiliza. Uma escola democrática, inclusiva, justa, é uma boa escola? Uma escola onde os professores trabalham com os alunos e percorrem um caminho de aprendizagem dos conteúdos curriculares e dos valores da cidadania e da solidariedade é uma boa escola? Ou só é uma boa escola aquela que notICEas apresenta resultados académicos acima da média, cujos valores dominantes são a concorrência e o individualismo competitivo? Não está o nosso mundo em crise devido à exacerbação dos valores do mercado, da competição e do lucro? Uma escola dita, nos tempos que correm, "de qualidade" é aquela que fica no top dos rankings. Sujeitadas a pressões várias, as escolas têm vindo a subordinar os seus processos organizacionais, curriculares e pedagógicos às regras tecnocráticas e meritocráticas dos exames, dos padrões, da mensuração de tudo ao ponto de submergirem as pessoas – cada pessoa, adulto ou criança – em números e percentagens estonteantes. Números e estatísticas que colocam as escolas, os professores, os alunos, os pais, em competição, desumanizando a escola, as pessoas e a vida. Há alternativas a estas políticas de desumanização da escola? Sim, há várias possibilidades de mudança, desde logo uma mudança de cultura: passar de uma cultura de controlo – verificar, medir, comparar, enfim, uma paranoia que se enreda nos meios e faz esquecer os fins – para uma cultura de confiança sem a qual as parcerias não se sustentam. Os professores sabem o que fazer e como fazer, muito mais do que os responsáveis dos Ministérios e dos seus aparelhos de administração e inspeção. É necessário que as escolas tenham um clima de tranquilidade e de cooperação que é a essência dos processos educativos. Por que razão o medo se instalou nas escolas? O que fez com que o trabalho se tenha tornado alienante, sem sentido? É altura de pensarmos e agirmos juntos para que a escola não se perpetue como uma máquina que cilindra as pessoas; como uma "prisão psíquica" que a todos enlouquece. É necessário pensarmos e agirmos juntos para que o trabalho dos professores e dos alunos não seja uma fonte de sofrimento. A essência da escola é a aprendizagem e a convivência. A escola é um lugar de paz, onde se aprende a liberdade na relação com os outros. E a liberdade é o 10 antídoto do medo. Por isso, é necessário que a voz de quem habita a escola se faça ouvir, individual e coletivamente. Para que as parcerias locais expressem essa voz coletiva, terão de assumir um caráter mais emancipatório, de modo a superarem a tendencial subordinação a lógicas instrumentais e gestionárias. Por exemplo, face à atual corrente política da “municipalização da educação”, esse sentido das parcerias educativas pode contribuir para descentralizar e territorializar a ação educativa no próprio espaço local. Isto porque as escolas não podem passar a ser geridas por um governo local centralizado, na medida em que elas têm os seus próprios órgãos de governo. As parcerias interpessoais e interinstitucionais no campo educativo, que envolvem necessariamente as autarquias – os municípios e as juntas de freguesia – podem reforçar a autonomia local e a autonomia das escolas, conjuntamente, sem que uma delas – a do poder local municipal – se sobreponha e atrofie a autonomia das escolas. Para tal, é necessário que que as parcerias se constituam não como redes que aprisionam mas como redes que libertem e humanizem a vida nas escolas. Fernando Ilídio Ferreira Instituto de Educação - Universidade do Minho “VIVENDO E APRENDENDO” RELATÓRIO 2014/2015 No decurso do ano lectivo 2014/2015, na Região Oeste, núcleo de Caldas da Rainha, deu-se continuidade ao projecto “Vivendo e Aprendendo”, envolvendo o Centro Escolar de Alvorninha e o Centro de Dia da Associação de Desenvolvimento Social da Freguesia de Alvorninha, no concelho de Caldas da Rainha. O referido projecto surgiu no âmbito da acção de formação “Língua, Cultura(s) e Comunidade(s): raízes e realidades da nossa identidade”, promovida pelo Centro de Formação do ICE, no ano lectivo 2014/2015. Ao nível deste projecto, foi-se cimentando uma lógica de comunidade educativa, entendida como comunidade de aprendizagem, que se distancia, daquela que é amplamente veiculada nos normativos do Ministério da Educação e que se traduz pela representação da comunidade através da integração de alguns dos seus membros nos órgãos de gestão e administração da escola. O diaa-dia da escola marcado por uma excessiva regulação e controlo que conduzem a um planeamento colectivo que não tem em conta a realidade dos alunos e da comunidade local, onde o professor cada vez mais, tem menos possibilidade de improvisar para responder às necessidade emergentes e imediatas de aprendizagem dos seus alunos, conduz, indubitavelmente, a uma uniformidade e impessoalidade das práticas e das respostas aos problemas e dificuldades particulares. Como diz Gadotti (2007) numa obra dedicada a Paulo Freire e à Paixão de ensinar “não somos seres determinados, mas como seres inconclusos, inacabados e incompletos, somos seres condicionados. O que aprendemos depende das condições de notICEas 11 aprendizagem. Somos programados para aprender, mas o que aprendemos depende do tipo de comunidade de aprendizagem a que pertencemos”. As comunidades de aprendizagem supõem a existência e a criação de espaços de debate, de partilha e de construção comunicativa. A convergência destas circunstâncias garantem “a sustentação, nos planos político (isto é do projecto), organizacional e pedagógico, de uma prática educativa adequada aos alunos concretos e centrada no desenvolvimento das suas plenas capacidades como seres humanos e como cidadãos” (Formosinho, Sarmento e Ferreira, 1999). O desenvolvimento do projecto “Vivendo e Aprendendo” assentou neste conceito de comunidade educativa/comunidade de aprendizagem, e com os alunos, tal como são, com o que sabem, com as suas aspirações e a sua energia e os idosos do Centro de Dia de Alvorninha, como repositórios das memórias e história da freguesia, como exemplos vivos de quem venceu a adversidade, possibilitou aprender significativamente, respondendo através de pequenas acções às expectativas das crianças e dos adultos, contribuindo para a afirmação e crescimento de todos. O projecto orientouse por uma pedagogia da situação, construindo-se à medida que se foram desenvolvendo as actividades, com o contributo de todos os intervenientes, tendo em conta os seus saberes, desejos e recursos. A implementação deste projecto possibilitou, sem dúvida, conhecimentos académicos e de vida ímpares. Durante o desenvolvimento do projecto foram-se multiplicando os encontros entre os alunos e utentes do Centro de Dia e pretextos para novos encontros nunca faltaram. Instituiu-se a rotina das quintasfeiras na Biblioteca da Escola. Foram momentos ímpares onde os alunos tiveram oportunidade de ler trechos das notICEas obras escolhidas pelos idosos, de ouvir histórias, canções e versos de outros tempos, de conversar, apreender e perceber como vivem os mais velhos, o que sentem e a que aspiram. O que se aprendeu foi incomparavelmente maior, quando comparado com práticas estritamente académicas. Os alunos deram sentido às aprendizagens formais da escola, actuando em conjunto, numa lógica de trabalho colaborativo, no desenvolvimento de diversas iniciativas e eventos, como por exemplo, a comemoração de datas festivas. Envolveram-se na elaboração de adereços e cenários, registos escritos de histórias, canções e versos apresentados pelos idosos, preparação de leituras encenadas e na dinamização de actividades de expressão plástica e dramática tão do agrado dos idosos. A reflexão sobre o trabalho desenvolvido permitiu perceber melhor as questões relacionadas com o envelhecimento, contribuindo para a desmitificação de estereótipos associados a esta etapa da vida, conferindo-lhe uma imagem positiva e, por outro lado, permitiu uma reflexão sobre o papel do professor e a sua importância na formação de alunoscidadãos, autónomos, participativos, interventivos, positivos, criativos, solidários e tolerantes. Do ponto de vista das aprendizagens dos alunos, os contributos do desenvolvimento do projecto “Vivendo e Aprendendo” foram muito significativos ao nível da oralidade, leitura e escrita, bem como ao nível do Estudo do Meio, através dos testemunhos dos idosos, os quais possibilitaram a recuperação de aspectos interessantíssimos da história local. Foi mais um ano de significativas interacções e partilhas, tendo o ICE como motor. Hélia Maria Jacob Pereira 12 III FÓRUM DO INTERIOR Nos dias 6 e 7 de novembro realizou-se, em Penacova, o III Fórum do Interior, uma iniciativa que juntou pessoas ligadas a autarquias, academia, investigação, agentes e técnicos/as de desenvolvimento local, líderes associativos e atores locais que deram um importante contributo para a reflexão sobre os territórios da interioridade, promovendo o debate e interação de ideias que podem servir de base para a definição e reivindicação de novas medidas públicas e políticas que visem o combate ao despovoamento, ao abandono, à desagregação social e à depressão económica que caracterizam a maioria destes territórios do interior. Nos dias 14 e 15 de novembro de 2015 decorreu uma reunião alargada da ASPEA/ ICE no Village Camping Alvão com o objetivo de dar a conhecer o trabalho de ambas as associações. Foram realizadas algumas atividades com o intuito de conhecer a região, tais como, visitas a alguns locais de interesse. Foram dados a conhecer os projetos em curso pelas referidas entidades e definiram-se áreas para futuras parcerias. Ao longo de todo o fim-de-semana houve ainda lugar para convívio, degustação de produtos e contactos com as entidades locais, nomeadamente Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, para o desenvolvimento de futuros projetos. Leonel e Zé Manel Leonel e Zé Manel REUNIÃO ALARGADA DA ASPEA/ICE notICEas 13 CARTA ABERTA DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL ÀS PESSOAS QUE FOGEM DA GUERRA, DA PERSEGUIÇÃO E DA POBREZA Enquanto europeus, pedimos desculpa em nome dos nossos líderes nacionais e europeus pela indesculpável falta de coordenação na ajuda humanitária à situação em que vocês e milhares de outras pessoas se encontram quando atravessam as nossas fronteiras, fugindo da guerra, da perseguição e da pobreza. Compreendemos que a decisão de fazer esta viagem não vos tenha sido fácil e que pode ter colocado a vida dos vossos entes queridos em risco, ou pior do que isso. Continuaremos a apelar aos nossos decisores políticos para que proporcionem canais seguros e regulares para entrada na União Europeia, de modo a que o vosso bemestar não dependa de traficantes de seres humanos. Apesar da falta de acção de muitos Governos, muitas organizações da sociedade civil (OSC) e milhares de pessoas por toda a UE estão a tomar uma posição e a disponibilizar as suas casas, a partilhar alimentos e a doar as suas roupas. Continuaremos a pressionar os nossos políticos para que eles cumpram com a obrigação humanitária que têm de assegurar o fornecimento desses serviços, em vez de deixar que isso seja feito por indivíduos ou organizações. A decisão que tomaram e que vos trouxe aqui à Europa requereu muita coragem. Imploramos aos nossos líderes que demonstrem a mesma coragem e que encontrem conjuntamente uma resposta paneuropeia que respeite os direitos humanos de cada indivíduo, independentemente do seu estatuto. notICEas Enquanto muitos dos nossos líderes parecem ter esquecido os valores fundamentais da solidariedade e dos direitos humanos, nós não os esquecemos. A UE tem capacidade para vos acolher de braços abertos e a falta de vontade para fazer isso é deveras embaraçosa para nós. Reconhecemos o vosso direito a procurar refúgio em regiões mais seguras e a serem tratados com dignidade e também reconhecemos a contribuição que poderão dar, pelo que iremos lutar para que vos seja dada essa oportunidade. Solidariamente, Social Platform AEGEE-Europe AGE Platform Europea ATD Fourth World Autism-Europe CECOP-CICOPA Europe Eurochild European Anti-Poverty Network (EAPN) European Association of Service Providers for Persons with Disabilities (EASPD) European Citizen Action Service (ECAS) European Civic Forum European Council on Refugees and Exiles (ECRE) European Disability Forum (EDF) European Environmental Bureau (EEB) European Federation of Older People (EURAG) European Federation of Parents and Carers at Home (F.E.F.A.F) European House Budapest (Hungary) European Network Against Racism (ENAR) European NGO Confederation for Relief and Development (CONCORD) European Social Action Network (ESAN) European Students’ Forum European Network of National Civil Society Associations (ENNA) European Network of Social Integration Enterprises (ENSIE) European Parents Association (EPA) European Platform for National Non-Profit Umbrella Organisations and for National Associations of General Interest (CEDAG) European Platform for Rehabilitation (EPR) European Roma Information Office (ERIO) European Volunteer Centre (CEV) European Youth Forum (YFJ) ILGA-Europe Inclusion Europe International Council on Social Welfare Europe (ICSW) International Union of Tenants (IUT) Mental Health Europe Pax Christi International Platform for International Cooperation on Undocumented Migrants (PICUM) Portuguese NGDO Platform SMES-Europa SOLIDAR The Salvation Army Transgender Europe (TGEU) A par do destaque, acima, encontram-se disponíveis outros conteúdos no website da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) http://plataformaongd.pt/noticias/ 14 PÓS-2015: UMA AGENDA DE DIREITOS HUMANOS Por Ana Filipa Oliveira ano 2014 Breve reflexão sobre a necessidade de uma abordagem de Desenvolvimento baseada na promoção dos Direitos Humanos. http://www.gtplataformaongd.pt/p/aidwatchpublicacoes.html notICEas A MILLION VOICES: THE WORLD WE WANT Este relatório do Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDG ) recolhe as perspectivas sobre o " mundo que queremos " de mais de 1 milhão de pessoas ao redor do globo Dísponível para download em: http://www.undp.org/content/undp/en/home/ librarypage/mdg/a-million-voices--the-worldwe-want.html 15 instituições de desenvolvimento local e educativo da Europa. Trabalha a dimensão educativa, enquanto O ICE - Instituto das Comunidades Educativas - vertente de um desenvolvimento que só pode ser é uma associação de âmbito nacional, de integrado e sistémico. E entende como dimensão utilidade pública sem fins lucrativos, com o educativa os níveis de educação formal, não estatuto formal de ONGD e sede em Setúbal. e informal, considerados na sua Constituído a 15 de Julho de 1992, é o resultado interdependência mas também na sua autonomia da confluência de projetos de intervenção e do relativa. envolvimento e articulação de autarquias, instituições académicas, personalidades ligadas à cultura e educação e diferentes ONG's. Assume o reconhecimento e a recuperação da diferença que a diversidade implica que só pode ser integrado e sistémico. E entende como Tem como finalidades a organização, gestão, dimensão educativa os níveis de educação animação e apoio a projetos de intervenção, formal, não formal e informal, considerados na investigação e desenvolvimento, no âmbito sua interdependência mas também na sua educativo, cultural, social e económico. autonomia relativa. Ao longo da sua existência tem desenvolvido Assume o reconhecimento e a recuperação da projetos diferença que a diversidade implica. apoiados financiamento por programas europeus de (GRUNDVIG, SOCRATES, EQUAL, POEFDS) e nacionais (Luta contra a Pobreza, Ser Criança; SIQE) a CONTACTOS maioria Morada: Rua do Moinho, nº 1 - R/C D11, Bairro dos quais como entidade interlocutora/promotora. da Bela Vista, 2910-614 Setúbal As investigações que conduz traduzem-se num significativo número contributos no de publicações domínio da formação, da educação, do desenvolvimento local e da animação comunitária. Localização: http://goo.gl/maps/1ewnR Tel: 265 783 006 Correio eletrónico: [email protected] Anima várias redes de parceria onde se acham implicadas Coordenadas GPS: 38.521673, -8.865575 com autarquias, coletividades, Website: http://www.iceweb.org/ associações, escolas, universidades e serviços públicos. Cerca de 80% do seu volume de trabalho é assegurado em regime de voluntariado. Adota como princípios e traços de especificidade: Aos Sócios e Amigos do ICE Elege, como objeto privilegiado de intervenção, a APOIAR FINANCEIRAMENTE O ICE SEM comunidade local, na perspetiva da sua GASTAR UM CÊNTIMO! afirmação e desenvolvimento. Basta, para o efeito, quando da declaração de Estrutura da sociedade civil, o ICE define como rendimentos - IRS, preencher no Anexo H - principal objetivo e razão de ser o combate contra Quadro 9 (Consignação de 0,5% do Imposto a exclusão social, promove a cultura educativa e Liquidado) - Campo 901 - indicando o NIPC o desenvolvimento integrado local em Portugal - da nossa associação: 502827564 combate a que se associa a solidariedade de princípio com as problemáticas do desenvolvimento e educação dos países de língua oficial portuguesa, bem como o intercâmbio e a articulação com projetos e notICEas 16 notICEas 17