As receitas e os segredos das empresas que despontam

Transcrição

As receitas e os segredos das empresas que despontam
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
Planejamento de longo prazo
Passo a passo, a Wanke vem se
reiventando como indústria. Era uma
metalúrgica, hoje é uma fabricante de
eletrodomésticos
As receitas e os segredos
das empresas que
despontam no rol das 100
melhores emergentes do
sul do país
Ricardo Lacerda e Robson Pandolfi
52 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
Foco e diferenciação
Fotos: Divulgação
A estratégia da Xalingo é se
concentrar naqueles segmentos que
os chineses não alcançam, como o de
brinquedos pedagógicos
A
té o ano passado, a Nutrisul
era mais uma das 100 empresas emergentes do sul
do país. Isto é: uma companhia de
crescimento acelerado e com bons
indicadores financeiros, mas ainda
sem envergadura para figurar na lista
das 500 Maiores do Sul, elaborada
por AMANHÃ e PwC. Neste ano,
Expansão rápida
Ágil, a BR Fértil vem se destacando
como uma das empresas que mais
crescem no sul do país. Só em 2013, as
vendas mais que dobraram
porém, a fabricante de massas e
biscoitos de São Lourenço D’Oeste,
em Santa Catarina, alcançou uma
posição sonhada por muitas outras
emergentes. Dona da marca Casaredo, a empresa registrou um salto
de 60% em seu Valor Ponderado de
Grandeza (VPG) – indicador exclusivo de AMANHÃ e PwC que
faz uma média ponderada de patrimônio líquido, receita bruta e lucro
(ou prejuízo) líquido. As vendas da
Nutrisul cresceram 30% em relação
a 2012, chegando a R$ 110 milhões.
Os pilares para esse crescimento começaram a ser construídos ainda na
década de 1990, quando a empresa
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 53
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
ingressou no segmento de massas
e biscoitos. Até então, a companhia
– fundada em 1949 – tinha como
principal negócio a moagem de trigo.
A mudança de rumos permitiu
à Nutrisul comercializar produtos
de maior valor agregado. O regime
jurídico também mudou: a Nutrisul
deixou de ser uma sociedade limitada
e se transformou em uma sociedade
anônima de capital fechado – o que
deflagrou uma série de transformações. Uma das primeiras medidas foi
a criação de um Conselho de Administração. Os membros são todos da
família – ao contrário do que pregam
as cartilhas de governança corporativa, que recomendam a presença de
conselheiros independentes. Mesmo
assim, os cinco irmãos concordam
que a profissionalização da gestão
é um caminho sem volta. “Temos
planos de convidar profissionais do
mercado para o Conselho, mas ainda
não definimos um prazo exato para
isso”, explica Fausto Echer, diretor-presidente da Nutrisul.
A seu modo, a Nutrisul percorre
uma trajetória comum às companhias
OS DEZ MAIORES PATRIMÔNIOS LÍQUIDOS
GRUPO/EMPRESA
UF
Reflorestadores Unidos S/A
RS
67,29
União Catarinense de Educação
SC
66,02
Sul Brasil Ind. e Com. de Acess. Plást. e Metal S/A
SC
64,72
Pasa - Paraná Operações Portuárias S/A
PR
58,27
Termas Jurema
PR
54,85
Cádiz Construções S/A
RS
53,82
Herval Financeira
RS
52,48
Kredilig S/A - CFI
SC
51,21
S/A Fósforos Gaboardi
SC
49,79
Locav Locadora Ltda.
PR
49,04
GRUPO/EMPRESA
UF
(R$ mi)
Metropolitana Vigilância Comercial e Industrial S/A
PR
126,84
Cia. Apolo de Supermercados
RS
112,74
Apucarana Leather S/A
PR
111,02
Agemed Saúde S/A
SC
108,22
Fricasa Alimentos S/A
SC
105,87
Stival Alimentos Ind. e Com. S/A
PR
105,49
Wanke S/A
SC
102,55
Xalingo S/A Investimentos e Participações
RS
97,44
Camaquã Distribuidora
RS
92,82
Orbid S/A Indústria e Comércio
RS
91,35
AS DEZ MAIORES RECEITAS BRUTAS
Base: Edição GRANDES&LÍDERES - AMANHÃ/PwC
“Há duas coisas que as empresas
costumam perder quando
crescem: a presteza operacional
e a atenção ao cliente. São dois
predicados que enferrujam, que
colapsam e acabam gerando
certos desgastes”
José Carlos Teixeira Moreira
Presidente da Escola de Marketing Industrial
54 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
(R$ mi)
emergentes que buscam um lugar
entre as 500 Maiores do Sul. Todas
elas, a certa altura, deparam-se com
a necessidade de profissionalizar a
gestão e estabelecer uma estratégia
mais focada e assertiva, independentemente do setor em que atuam.
A Seta Engenharia, por exemplo,
saltou mais de 100 posições e entrou
no ranking das 500 neste ano. A
conquista foi fruto de uma decisão
crucial: fechar o foco em mercados
com alto potencial. “Apostamos
muito em usinas eólicas. Vimos que
esse mercado estava crescendo e
reforçamos nossa atuação comercial
nesse sentido”, diz Rodolfo de Sousa
Pinto, diretor comercial da empresa.
“Também tivemos um pouco de sorte
com alguns negócios”, indica.
Governança na pauta
As organizações que almejam
lugar entre as grandes costumam
atacar mais cedo questões como
governança e profissionalização da
gestão. É o que aponta um estudo da
consultoria KPMG com empresas
familiares de 23 países. Cerca de
58% delas estão buscando recursos
externos para financiar seus planos
de desenvolvimento de negócios.
Para isso, a maioria está disposta a
admitir novos sócios – desde que a
família continue no controle. Daí a
importância de se observar as melhores práticas de gestão. “O mercado
está bastante exigente. As empresas
que pretendem ter capital externo
precisam pensar na governança como
uma realidade”, afirma Sebastian
Soares, sócio e líder para o mercado
empreendedor da KPMG. “Desde
a crise de 2008, conseguir recursos
está mais dif ícil. Os credores estão
mais exigentes e as empresas com um
baixo patamar de governança têm de
se preocupar com essas questões para
OS DEZ MAIORES CRESCIMENTOS DE RECEITA
GRUPO/EMPRESA
UF
BR Fértil S/A
PR
(em %)
149,71
Infasa Indústria de Farinhas S/A
PR
124,40
Rodomac Tratores-Peças e Implementos S/A
SC
98,91
Meridional TCS Indústria e Comércio de Óleos S/A
PR
63,68
Moinho Catarinense S/A
SC
60,45
Amisa Auto Mecânica Ibirubá S/A
RS
58,37
Brasceras S/A Indústria e Comércio
PR
55,77
Apucarana Leather S/A
PR
49,64
Seccional Brasil S/A
PR
47,45
Vapza Alimentos S/A
PR
44,74
GRUPO/EMPRESA
UF
(R$ mi)
Locav Locadora Ltda.
PR
36,86
Kredilig S/A - CFI
SC
19,75
Seccional Brasil S/A
PR
16,57
Cataratas do Iguaçu S/A
PR
11,58
Neoortho Produtos Ortopédicos S/A
PR
11,23
Herval Financeira
RS
10,39
Termas Jurema
PR
9,62
OS DEZ MAIORES LUCROS
Buhler Sanmak Ind. de Máquinas S/A
SC
9,26
Pelissari Informática S/A
PR
9,00
Barigui S/A Crédito Financiamento e Investimentos
PR
8,85
Base: Edição GRANDES&LÍDERES - AMANHÃ/PwC
fomentar seu crescimento.”
Com sete lojas em Bento Gonçalves e uma em Garibaldi, a rede gaúcha
de supermercados Super Apolo tem
três famílias na cúpula dos sócios. A
convivência entre elas é regida por
uma série de regras. Por exemplo:
ninguém é ungido como chefe. O sócio que deseja assumir a liderança de
qualquer área precisa, antes, acumular
outras experiências profissionais.
“Entendemos que a qualificação e a
vivência do chão de loja são essenciais”,
afirma Antonio Longo, diretor da rede.
Ele mesmo é exemplo desse cuidado.
“Passei por diversas etapas do supermercado até conhecer todos os setores
e estar apto a dirigir”, afirma Longo,
que está na empresa desde 2008. Com
a gestão profissionalizada, o Super
Apolo vem conseguindo manter um
crescimento de receita acima de 10%
ao ano nos últimos cinco anos. Para
2014, considerado atípico por Longo,
a projeção é crescer entre 3% e 5%. “O
consumidor está mais atento, exigente
e preocupado com suas finanças do
que nunca. Além disso, também percebemos um endividamento maior
das famílias.”
Profundo conhecedor do ambiente empresarial do sul do país, o
consultor Carlos Biedermann, sócio
da PwC na região, lembra que a proAMANHÃ / 2014 / Outubro / 55
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
AS DEZ MAIORES RENTABILIDADES DE RECEITA
GRUPO/EMPRESA
UF
Locav Locadora Ltda.
PR
(em %)
71,91
Seccional Brasil S/A
PR
37,57
Neoortho Produtos Ortopédicos S/A
PR
31,41
Kredilig S/A - CFI
SC
30,72
Termas Jurema
PR
26,21
Buhler Sanmak Ind. de Máquinas S/A
SC
25,67
S/A Fósforos Gaboardi
SC
19,22
Herval Financeira
RS
18,83
Pelissari Informática S/A
PR
17,42
Nexxera Tecnologia e Serviços S/A
SC
16,54
AS DEZ MAIORES RENTABILIDADES DE PATRIMÔNIO
GRUPO/EMPRESA
UF
(em %)
Atrio Hotéis S/A
SC
145,27
Pelissari Informática S/A
PR
95,70
Grano Alimentos S/A
RS
91,61
Laboratório Catarinense S/A
SC
91,31
Ademilar Consórcio de Imóveis
PR
79,95
Locav Locadora Ltda.
PR
69,59
Cataratas do Iguaçu S/A
PR
65,53
LPR Locação de Bens Móveis S/A
PR
59,59
Nexxera Tecnologia e Serviços S/A
SC
59,03
Com. de Automóveis Rio do Sul S/A
SC
54,79
Base: Edição GRANDES&LÍDERES - AMANHÃ/PwC
fissionalização da gestão é essencial
para pavimentar o crescimento de
qualquer negócio. No mundo todo,
diz ele, a falta de parâmetros de governança aparece entre as principais causas de morte das empresas de médio
porte. As companhias que resistem
e prosperam, diz ele, são justamente
aquelas que estabelecem objetivos
estratégicos claros, ao mesmo tempo
em que constituem estruturas para
qualificar a tomada de decisão –
como conselhos de administração ou
conselhos consultivos independentes.
“A governança também dita as regras
de funcionamento da organização,
principalmente em casos de sucessão
ou quando acontecem imprevistos”,
56 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
salienta Biedermann. “Ter uma linha
estratégica clara, bem definida, é
uma parte fundamental para que a
família consiga melhores condições
de progredir com o negócio.”
Mas nem sempre é fácil. Muitas
vezes, as empresas abrem mão da
transformação em nome de velhos
dogmas instituídos pelos fundadores. É o caso típico daquela empresa
que não consegue desativar determinadas linhas de produtos – mesmo
quando elas já se tornaram deficitárias – por causa de uma suposta
tradição iniciada pelo patriarca.
“Muitas empresas têm dificuldade
de aceitar mudanças necessárias a
sua perpetuação. Mas o fato é que
essa análise tem de ser permanente. Não é porque o pai fundou a
empresa para fazer lápis que ela
tem de continuar sempre fazendo
lápis”, afirma Biedermann. Para ele,
a perpetuação da empresa é o maior
legado que pode ser deixado aos
herdeiros – nesse sentido, é preciso
que eles mantenham a cabeça aberta
para endossar as mudanças que se
mostrem essenciais.
Transformação moderada
A boa notícia é que essas correções de rumo podem ocorrer
gradualmente. De preferência, com
a orientação de consultores externos
capazes de ajudar na implementação
de uma estrutura profissionalizada.
É justamente isso o que vem acontecendo na Wanke, de Indaial (SC). Na
quarta geração da família fundadora,
a empresa é especialista na fabricação
de eletrodomésticos e já aparece entre
as dez maiores emergentes do sul. Só
em 2013, registrou um faturamento
de R$ 102,5 milhões, 23% maior que
o do ano anterior. Embora seja conduzida por familiares – a diretoria é
formada por cinco primos –, a Wanke
contrata profissionais de mercado
para os cargos de gerência. Além
disso, três conselheiros independentes sentam ao lado dos familiares nos
conselhos de administração e fiscal.
E a tendência é de que esse
número aumente. Rogério Ehrat,
vice-presidente da Wanke, projeta
que metade das cadeiras de ambos
os conselhos será ocupada por profissionais de mercado em um futuro
próximo. Segundo ele, o caminho
rumo à maior profissionalização
vem sendo trilhado gradativamente.
“Já tivemos muitos problemas no
passado, mas hoje a família entende
que quanto mais profissionalizada for
a gestão, melhor.”
Crescimento acelerado
Neste ano, a lista das 100 Emergentes do Sul traz companhias
que faturam entre R$ 36 milhões e
R$ 126 milhões. Em comum, elas
apresentam uma alta taxa de crescimento – entre 2012 e 2013, por
exemplo, o crescimento médio de
suas receitas foi de 26%. Os lucros
também são expressivos: na média,
as emergentes apresentaram uma rentabilidade equivalente a 7,4% de suas
receitas líquidas em 2013. Bem acima
da média das 500 Maiores do Sul, que
é de 5,7%. Mas as semelhanças acabam
aí – de resto, as emergentes formam
um grupo bastante heterogêneo.
Com 41 empresas, o Paraná é o
Estado com mais representantes na
lista das emergentes. O Rio Grande
do Sul vem logo atrás, com 31 companhias, seguido por Santa Catarina,
com 28. O setor de maior peso no
ranking é o de Comércio, que agrupa
17 empresas, acompanhado de perto
pelo de Alimentos e Bebidas, com 15.
Até aí, nada de novo. O que chama a atenção neste ano é o grupo de
Construção e Imobiliário. Na edição
de 2013, o segmento emplacava 12
companhias no ranking de AMANHÃ e PwC. Agora, detém só três.
Não que o setor esteja mais fraco
– algumas empresas, como a Seta
Engenharia, saíram do ranking simplesmente porque foram promovidas
à lista das 500 Maiores do Sul.
Há empresas, no entanto, que
despontam justamente por não serem muito grandes. Isto é: por terem
condições de atender o cliente com
um nível de dedicação que as maiores
do setor já não conseguem oferecer.
“Muitas vezes, a atenção e a proximidade enferrujam, colapsam as empresas que se tornam muito grandes.
Em alguns casos, o crescimento pode
fazer com que essas companhias
Desirée Ferreira
“Muitas empresas
têm dificuldade de
aceitar mudanças
necessárias a sua
perpetuação. Mas
o fato é que essa
análise tem de
ser permanente.
Não é porque o pai
fundou a empresa
para fazer lápis
que ela tem de
continuar sempre
fazendo lápis”
Carlos Biedermann
Sócio da PwC
percam a preferência do cliente”, afirma o consultor José Carlos Teixeira
Moreira, diretor-presidente da Escola
de Marketing Industrial. Ou seja: há
nichos que só as menores conseguem
alcançar. “Muitas conseguem crescer
em cima dos buracos deixados pelas
gigantes”, salienta Moreira.
É nessa cratera que a BR Fértil,
de Curitiba (PR), vem sustentando
taxas de crescimento de mais de 100%
ao ano. Especializada na compra
e venda de fertilizantes, a empresa
tem aproveitado os espaços deixados
por potências como Yara e Adama,
tradicionais destaques no ranking das
500 Maiores do Sul. As grandes têm
a vantagem de comprar insumos em
grande escala e a preços mais baixos.
Mas a BR Fértil tem o diferencial da
agilidade. “Se o preço do produto está
caindo lá fora, posso acelerar a venda
aqui”, explica Aluisio Schwartz Teixeira, fundador da BR Fértil. “Somos
mais dinâmicos. Mudar a direção
de um transatlântico é muito mais
dif ícil do que a de um barquinho a
remo”, reforça.
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 57
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
No caso da BR Fértil, o barquinho a remo vem tendo desempenho
digno de uma lancha de competição. Em 2013, a empresa registrou
um salto de 150% na receita bruta,
chegando a mais de R$ 40 milhões.
Para este ano, a expectativa é que o
ritmo se mantenha – só no primeiro
semestre, as vendas da companhia
já somavam R$ 68 milhões. Teixeira
arrisca que a BR Fértil encerrará o
ano com um faturamento na casa
dos R$ 100 milhões. A arrancada
vem sendo sustentada por meio de
investimentos pesados. Parte deles,
com capital de terceiros, o que gera
um elevado nível de endividamento
– equivalente a 93% do ativo total.
Nada que assuste Teixeira. “Temos
até mais crédito do que precisamos.
Poderíamos crescer ainda mais, mas
isso reduziria as nossas margens”,
explica.
Vocação para servir
Henry Ford costumava dizer que
as duas coisas mais importantes para
uma empresa são aquelas que não
aparecem no balanço: sua reputação e
seus homens. A teoria evidencia o risco
que as companhias correm quando se
apegam somente ao resultado financei-
ro. Embora seja vital, o lucro não deve
embaçar a visão de quem comanda
os negócios. Especialmente quando
não se tem a vantagem das grandes
líderes do setor. “A predominância da
visão econômica é um desastre para
qualquer corporação. Nesse contexto,
as empresas menores conseguem colocar o lucro no seu devido lugar, já que
sofrem menos pressão dos investidores”,
afirma José Carlos Teixeira, da Escola de
Marketing Industrial.
O setor de brinquedos é um exemplo. Atualmente, cerca de 70% dos
brinquedos vendidos no mundo têm
origem chinesa. No Brasil, as importações do dragão asiático atendem à
metade da demanda. Sobreviveu quem
conseguiu oferecer mais do que um
preço competitivo É o caso da Xalingo,
de Santa Cruz do Sul (RS). Fundada
há 67 anos, a companhia atravessou
gerações com produtos que marcaram a infância de muita gente. Mas
a enxurrada de importados chineses
nos anos 1990 sacudiu o setor no Brasil
– e a empresa, é claro, sentiu o baque.
“Um grande número de empresas do
setor desapareceu”, lembra o diretor-administrativo Flavio Haas.
A Xalingo, porém, resistiu bem
à pressão. Tornou-se uma das mais
OS DEZ MENORES ENDIVIDAMENTOS
GRUPO/EMPRESA
UF
(em %)
Associação Missionária de Beneficência
PR
3,78
9,24
Hotel Curitiba Capital
PR
Centauro Seguradora S/A
PR
9,83
Locav Locadora Ltda.
PR
10,75
Gente Seguradora S/A
RS
10,83
União Catarinense de Educação
SC
11,19
Excelsior Pneus
RS
11,64
Bleistahl Brasil Metalurgia
RS
13,42
Termas Jurema
PR
18,35
Seccional Brasil S/A
PR
18,60
Base: Edição GRANDES&LÍDERES - AMANHÃ/PwC
58 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
respeitadas marcas brasileiras de brinquedos e, ainda hoje, ostenta indicadores invejáveis. Em 2013, emplacou um
avanço de 13% nas vendas, totalizando
R$ 97 milhões. Seu diferencial está
na visão estratégica de valorizar os
melhores profissionais, sejam eles da
família ou não. Haas, por exemplo, está
há 44 anos na empresa, da qual já se
tornou porta-voz. Mas não é acionista
e tampouco pertence à família dos
fundadores. “Sou parte dos ‘móveis e
utensílios’ aqui”, brinca. Tal como ele,
outros funcionários vêm conquistando
espaço na esfera de decisão – sete dos
oito gerentes, por exemplo, foram contratados e formados em casa. “Nossos
gestores vão duas ou três vezes por ano
a feiras e congressos internacionais.
Preferimos instrumentalizar e preparar
quem já está aqui”, acrescenta Haas.
Com esses predicados, a Xalingo
se sobressai em um mercado cada vez
mais orientado pela guerra de preços.
E não é a única. “A globalização tornou
os mercados ainda mais concorridos.
Logo, é natural ver as companhias
se preparando cada vez mais”, afirma
Clóvis Meurer, vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e
Venture Capital (ABVCap). A receita
de preparação varia conforme o caso.
Mas os ingredientes tendem a ser os
mesmos: adoção de auditorias contábeis, sistemas de ERP, profissionalização da gestão. “Investir em inovação,
montar um Conselho ou contratar uma
consultoria são movimentos importantes e que dão resultado”, explica Meurer,
que também é diretor-superintendente
da CRP Companhia de Participações.
“Mas a empresa nunca pode se esquecer de duas coisas básicas: ter uma
boa equipe de vendas e bons controles internos.” Nas próximas páginas,
AMANHÃ destaca as histórias de três
companhias que estão fazendo – com
louvor – esse dever de casa.
A arte de sE
reinventar
Depois de oito décadas, a Wanke deixou de ser mais uma metalúrgica e
se tornou uma respeitada fabricante de eletrodomésticos. Valeu a pena
Em 2018, a Wanke completará 100 anos
de atividades. Mas com corpo de empresa
novata, criada há não mais do que duas
décadas. Em 1997, a companhia se reinventou.
Deixou para trás a produção de instrumentos
agrícolas – que fabricava havia mais de 80
anos – e começou a se dedicar à produção de
eletrodomésticos. A guinada se deu a partir
de um produto criado em 1964: uma máquina
de lavar roupas feita de madeira. “Mudamos
completamente o foco e descartamos todo tipo
de operação que não estivesse alinhada com o
segmento de eletrodomésticos”, explica Rogério
Ehrat, vice-presidente.
Rebatizada como Wanke Eletrodomésticos,
a companhia de Indaial (SC) encarou o desafio
Um novo olhar
de desbravar uma nova empreitada, tendo,
“Mudamos completamente o foco”, diz Rogério
Ehrat, vice-presidente da Wanke
no início, somente um produto no portfólio.
A missão só não foi mais complicada porque
os acionistas, pertencentes à quarta geração
da família fundadora, estavam preparados
anuário das 500 Maiores Empresas do Sul,
para encará-la. “A mudança foi totalmente
elaborado por AMANHÃ e PwC. Entretanto,
planejada”, garante Ehrat.
Ehrat já sabe que vai ser difícil repetir o
Aos poucos, a Wanke foi despontando
bom desempenho em um ano tão desafiador
em um setor no qual figuram gigantes como
quanto 2014. Especialmente com a tendência
Whirlpool e Electrolux. Com o desenvolvimento
de desaceleração nas vendas da linha branca.
de novos produtos – centrífugas, cooktops,
“É que nem Fórmula 1: tem horas que é preciso
fornos e ventiladores –, a empresa reposicionou
tirar o pé do acelerador, mesmo”, diz ele.
sua marca e ampliou a área de atuação para
Mesmo assim, Ehrat observa que a empresa
todas as regiões do país. Nos últimos dez anos,
ainda está buscando os frutos de investimentos
sua receita tem crescido entre 20% e 25% a cada
realizados recentemente, como a abertura de
exercício. Em 2013, chegou a R$ 102,5 milhões,
um centro de distribuição no Maranhão e a
23% acima do ano anterior.
construção de uma segunda fábrica (ainda em
Se o ritmo for mantido, é provável que,
em 2015, a Wanke já marque presença no
obras). “Agora, a estratégia é rentabilizar e
amadurecer os mercados”, salienta.
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 59
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
AS EMERGENTES do sul
as Pequenas e médias empresas que mais se destacaram na região, em 2013, conforme a receita bruta
Base: edição Grandes & Líderes – 500 Maiores do Sul e 500 Emergentes
Grupo/EmpresaSegmento
Cidade
EstadoReceita Bruta
R$ milhões
Metropolitana Vigilância Comercial e Ind.
Prestação de Serviços
Curitiba
PR
Cia. Apolo de Supermercados
Comércio - Atacado e Varejo
Bento Gonçalves
RS
126,84 112,74 Apucarana Leather S/A
Agemed Saúde S/A
Couro e Calçados
Saúde
Apucarana
Joinville
PR
SC
111,02 108,22 Fricasa Alimentos S/A
Alimentos e Bebidas
Canoinhas
SC
105,87 Stival Alimentos Ind. e Com. S/A
Alimentos e Bebidas
Campo Largo
PR
105,49 Wanke S/A
Xalingo S/A Investimentos e Participações
Camaquã Distribuidora
Orbid S/A Indústria e Comércio
Posto Maru S/A
J.A. Spohr S/A - Veículos
Taisa S/A Comércio de Máquinas Agrícolas
Famiglia Zanlorenzi S/A (Viníc. Campo Largo)
Cataratas do Iguaçu S/A
Atrio Hotéis S/A
Medilar Importação e Distr. Prod. Médico-Hosp.
Guará Auto Peças S/A
Dagoberto Barcellos S/A
Mig Plus Agroindustrial Ltda.
Moinho Itaipu S/A
LPR Locação de Bens Móveis S/A
Funef - Centro Integrado de Diagnósticos
Amisa Auto Mecânica Ibirubá S/A
Laboratório Catarinense S/A
Cimma - Com. Implem. Motores e Máq. Agrícolas
Moinho Catarinense S/A
Vapza Alimentos S/A
Brasceras S/A Indústria e Comércio
Tevere S/A
Meber Metais S/A
Icavi Indústria de Caldeiras Vale do Itajaí S/A
Kredilig S/A - cfi
Arrozeira sepeense S/A
Infasa indústria de farinhas S/A
Hergen S/A
Importadora bagé S/A
Esteio engenharia e aero levantamentos S/A
Sociedade mãe divina providência
Metalúrgica Schiffer S/A
Rodomac Tratores-Peças e implementos S/A
Tercilio marchetti S/A
Barigui S/A crédito, Financ. e Investimentos
Bleistahl brasil metalurgia
Somaco S/A
Palmasola S/A madeiras e agricultura
Barcellona Indústria e Comércio de Móveis Ltda.
Meridional tcs Indústria e Comércio de Óleos
Dimasa S/A
Foz de Uruguaiana S/A
Eletroeletrônicos
Indaial
Plástico e Borracha
Santa cruz do sul
Alimentos e Bebidas
Camaquã
Comércio - Atacado e Varejo
Porto alegre
Comércio - Atacado e Varejo
Curitiba
Comércio - Atacado e VarejoLajeado
Comércio - Atacado e Varejo
Pato branco
Alimentos e Bebidas
Campo largo
Turismo e Hotelaria
Foz do iguaçu
Turismo e Hotelaria
Joinville
Comércio - Atacado e Varejo
Vera cruz
Comércio - Atacado e Varejo
Guarapuava
Material de Construção
Caçapava do sul
Alimentos e Bebidas
Casca
Alimentos e Bebidas
Santa teresinha do itaipu
EventosLondrina
Saúde
Curitiba
Comércio - Atacado e Varejo
Ibirubá
Química
Joinville
Comércio - Atacado e Varejo
Pelotas
Alimentos e Bebidas
Mafra
Alimentos e Bebidas
Castro
Química
Curitiba
Metalurgia
São lourenço do sul
Metalurgia
Bento gonçalves
Metalurgia
Pouso redondo
Financeiro
Florianópolis
Alimentos e Bebidas
Sao sepé
Alimentos e Bebidas
Santa tereza do oeste
Máquinas e Equipamentos
Rio do sul
Comércio - Atacado e Varejo
Porto alegre
Construção e Imobiliário
Curitiba
SaúdeLages
Metalurgia
Ponta grossa
Máquinas e Equipamentos
São miguel do oeste
Automotivo
Rio dos cedros
Financeiro
Curitiba
Metalurgia
Cachoeirinha
Comércio - Atacado e Varejo
Maringá
Madeira e Florestamento
Palma sola
MóveisLagoa vermelha
Alimentos e Bebidas
Ponta grossa
Comércio - Atacado e Varejo
Guarapuava
EnergiaUruguaiana
SC
RS
RS
RS
PR
RS
PR
PR
PR
SC
RS
PR
RS
RS
PR
PR
PR
RS
SC
RS
SC
PR
PR
SC
RS
SC
SC
RS
PR
SC
RS
PR
SC
PR
SC
SC
PR
RS
PR
SC
RS
PR
PR
RS
102,55 97,44 92,82 91,35 90,66 89,02 88,76 87,12 86,38 83,13 82,03 81,83 77,78 76,76 75,86 75,01 72,76 71,95 70,61 70,04 69,20 68,87 68,65 68,46 65,54 64,93 64,29 64,26 64,01 63,69 63,59 63,52 62,90 62,49 62,16 61,31 60,74 60,59 60,50 60,31 59,57 58,38 57,14 56,80 60 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
a
A seleção das 100 Emergentes do Sul, realizada por AMANHÃ, exclui empresas que apresentaram, em 2013, prejuízo, patrimônio líquido negativo,
decréscimo de vendas ou receita bruta inferior a R$ 7 milhões. Foram desconsideradas companhias estatais e organizações sem fins lucrativos.
CresC. Receita
Lucro LíquidoRent. ReceitaPatrim. LíquidoRent. Patrim.
(em %)R$ milhões
(em %)R$ milhões
(em %)
Endividamento
(em %)
Liq. Corrente
18,65 1,92 1,62
8,94 19,8
64,74
1,71
12,06 1,60 1,46
6,78 26,34
68,06
1,24
49,64 39,83 0,26 0,02 0,27
0,02
7,88 9,11 3,4
0,29
84,56
38,1
1,31
3,78
23,14 1,44 1,62
8,99 15,92
76,15
0,88
13,39 3,51 3,64
8,32 20,31
77,08
1,33
23,16 13,08 32,45 13,21 15,03 28,28 34,14 11,68 43,08 15,43 7,70 44,33 14,33 8,15 31,29 28,86 16,67 58,37 35,75 27,78 60,45 44,74 55,77 28,32 15,51 27,57 20,41 10,25 0,93 2,19 0,88 2,88 0,66 1,15 4,47 0,99 11,58 2,24 0,76 0,17 4,48 1,02 1,72 7,65 1,87 1,50 5,73 2,34 5,48 1,50 3,49 4,25 3,50 1,13 19,75 2,91 1,27
2,8
1,02
3,27
0,74
1,3
5,64
1,51
14,92
2,99
1,07
0,21
6,8
1,38
2,27
10,2
2,63
2,13
10,35
3,55
8,66
2,44
5,09
8,19
7,14
2,39
30,72
4,95
29,54 16,22 3,93 18,79 4,18 8,38 20,56 23,18 20,02 1,86 2,04 9,09 23,88 28,10 26,98 16,92 21,57 9,36 9,14 19,12 21,96 6,63 15,94 38,82 37,58 5,45 51,21 13,85 3,17
14,46
26,01
16,26
17,1
14,73
24,1
4,29
65,53
145,27
33,9
1,92
20,4
3,68
6,44
59,59
8,63
17,63
91,31
13,01
23,08
20,71
23,11
14,25
9,61
23,01
43,75
22,7
68,16
79,64
80,41
46,9
55,08
69,19
58,04
47,88
70,79
93,21
91,29
46,01
64,66
71,4
49,48
47,8
49,75
39,42
79,25
47,64
53,6
86,51
58,5
30,19
30,96
83,03
60,14
53,07
1,37
1,4
0,84
2,01
1,35
1,18
1,59
1,8
1,08
1,18
1,33
1,15
1,57
1,22
2,61
1,47
1,49
2,17
1,45
1,84
1,88
0,89
1,32
4,2
4,85
1,29
3,51
1,79
124,40 27,65 15,58 7,63 25,11 2,47 3,94 1,34 6,51 1,81 4,12
7,82
2,42
11,23
2,91
11,96 41,34 9,39 40,33 14,28 23,04
9,97
15,21
16,15
13,57
78,8
48,69
53,23
36,68
41,61
1,32
1,81
1,96
2,93
1,65
34,08 98,91 22,15 13,75 9,14 0,77 1,92 4,07 8,85 5,29 1,54
4,5
9,98
14,56
11,08
9,73 7,33 22,86 35,81 36,63 8,29
28,35
19,13
27,21
15,35
71,37
63,89
47,66
87,66
13,42
1,64
1,51
2,71
0,95
12,55
7,40 25,00 8,19 63,68 43,40 7,57 0,64 0,72 3,58 1,13 1,34 0,13 1,21
1,51
6,05
2
2,7
0,24
6,12 21,54 22,44 5,82 37,20 15,28 10,92
3,41
17,34
20,96
3,67
1,22
67,75
46
65,31
72,6
36,77
84,54
1,2
2,09
1,38
1,31
2,17
0,71
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 61
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
AS EMERGENTES do sul
as Pequenas e médias empresas que mais se destacaram na região, em 2013, conforme a receita bruta
Base: edição Grandes & Líderes – 500 Maiores do Sul e 500 Emergentes
Grupo/EmpresaSegmento
Cidade
EstadoReceita Bruta
R$ milhões
Transportadora Sulista S/A
Curitiba
PR
56,75 Cercena S/A - Indústria metalúrgicaMetalurgia
União catarinense de educação
Educação
Erechim
Florianópolis
RS
SC
56,53 56,19 Frost frio refrigeração IndustrialMáquinas e Equipamentos
Caxias do sul
RS
56,13 RS
55,19 Herval financeira
Transporte e Logística
FinanceiroDois irmãos
Icon S/A - estampos & MoldesMáquinas e Equipamentos
SC
54,34 Reflorestadores Unidos S/A
Madeira e Florestamento
Cambará do sul
Parks S/A
Informática e Automação
Cachoeirinha
Nexxera Tecnologia e Serviços S/A
Informática e Automação
Florianópolis
S/A Fósforos GaboardiMadeira e Florestamento
São cristóvão do sul
Maclínea S/A
Eletromecânico
Curitiba
Locav Locadora Ltda.
Comércio - Atacado e Varejo
Curitiba
Pitt Empreendimentos e Participações
Têxtil e Confecções
Santa cruz do sul
Associação Missionária de Benefic.
Educação
Ponta grossa
Irm. Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
Saúde
Curitiba
Pelissari Informática S/A
Informática e Automação
Curitiba
Sul brasil ind. e Com. de Acess. Plásticos
Plástico e Borracha
Caçador
Lavradora Racional de Madeiras Ltda.Madeira e Florestamento
Curitiba
Drebes financeira S/A
Financeiro
Eldorado do sul
Porto shop S/A
Construção e Imobiliário
Curitiba
Hotel curitiba Capital
Turismo e Hotelaria
Curitiba
Imap S/A Indústria e Comércio
Comércio - Atacado e Varejo
Santo antônio da patrulha
Unimed - Encosta da Serra/rs
Saúde
Taquara
Hugo Cini S/A - Indústria de Bebidas
Alimentos e Bebidas
Pinhais
Seccional Brasil S/AMetalurgia
Curitiba
Selbetti Gestão de Documentos S/A
Informática e Automação
Joinville
Schnell Brasil S/A Ind. MáquinasMaterial de Construção
Jaraguá do sul
Grano Alimentos S/A
Alimentos e Bebidas
Serafina corrêa
Interbrasil Comercial Exportadora
Transporte e Logística
São bento do sul
Ind. de Peças Inpel S/A
Automotivo
Sapucaia do sul
Centauro Seguradora S/A
Financeiro
Curitiba
Santa casa de misericórdia de maringá
SaúdeMaringá
Mais fruta Indústria e Comércio S/A
Alimentos e Bebidas
Antônio prado
Fosforeira brasileira S/AMadeira e Florestamento
Irati
Buhler Sanmak Ind. de máquinas S/AMáquinas e EquipamentosBlumenau
Neoortho Produtos Ortopédicos S/AMáquinas e Equipamentos
Curitiba
Ademilar Consórcio de Imóveis
Financeiro
Curitiba
Acearia Frederico Missner S/AMetalurgia
Luis alves
Raumak Máquinas Ltda.Máquinas e Equipamentos
Jaraguá do sul
BR Fértil S/A
Comércio - Atacado e Varejo
Curitiba
RS
RS
SC
SC
PR
PR
RS
PR
PR
PR
SC
PR
RS
PR
PR
RS
RS
PR
PR
SC
SC
RS
SC
RS
PR
PR
RS
PR
SC
PR
PR
SC
SC
PR
53,84 53,68 53,41 53,40 53,20 53,12 52,85 51,91 51,63 51,62 51,51 51,45 51,37 50,56 50,40 50,26 50,18 50,15 48,93 48,85 48,82 48,76 46,78 46,52 44,24 43,41 42,61 42,26 41,55 41,54 41,52 41,37 41,05 Marimed - Serviços Médicos S/A
SaúdeMaringá
Gente Seguradora S/A
Financeiro
Porto alegre
Granolab do Brasil S/A
Alimentos e Bebidas
Curitiba
Termas Jurema
Turismo e Hotelaria
Iretama
Cádiz Construções S/A
Construção e Imobiliário
Porto alegre
Excelsior Pneus
Comércio - Atacado e Varejo
Porto alegre
Cia. Olsen de Tratores Agro
Automotivo
Caçador
Pasa - Paraná Operações Portuárias S/A
Transporte e Logística
Paranaguá
Com. de Automóveis Rio do Sul S/A
Comércio - Atacado e Varejo
Rio do sul
Ind. de Madeiras Faqueadas IpumirimMadeira e Florestamento
Ipumirim
PR
RS
PR
PR
RS
RS
SC
PR
SC
SC
40,55 39,37 38,87 38,85 38,58 38,52 38,09 37,15 37,07 36,91 62 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
Criciúma
54,14 a
CresC. Receita
Lucro LíquidoRent. ReceitaPatrim. LíquidoRent. Patrim.
(em %)R$ milhões
(em %)R$ milhões
(em %)
Endividamento
(em %)
Liq. Corrente
16,41 0,01 0,02
4,24 0,14
85,88
40,11 4,16 8,64
23,54 18,42
49,93
0,96
1,62
13,22 31,85 2,69 0,38 5,7
0,85
66,02 8,07 4,16
4,79
11,19
77,12
2,57
2,42
10,64 10,39 18,83
52,48 21,47
67,6
2,67
14,84 1,02 2,29
15,18 6,67
56,53
1,43
7,49 7,65 8,39 36,26 8,29 33,39 17,63 15,21 15,39 27,13 12,06 42,69 10,85 13,30 15,99 23,69 13,55 17,48 47,45 21,07 7,82 16,14 34,35 14,39 8,95 15,21 25,24 15,77 0,27 3,24 7,96 8,71 0,76 36,86 6,16 5,08 2,94 9,00 3,85 3,59 2,17 3,12 5,13 0,63 1,23 0,06 16,57 6,64 1,96 2,70 0,75 2,41 3,70 0,13 0,91 4,41 0,62
7,43
16,54
19,22
1,76
71,91
14,09
9,61
5,68
17,42
9,45
7,1
4,21
7,16
11,87
1,59
2,5
0,2
37,57
16,07
5
6,01
1,7
6,43
7,98
0,3
2,55
12,21
67,29 23,26 12,77 49,79 19,77 49,04 18,95 45,15 37,05 10,70 64,72 29,62 16,52 13,97 43,55 42,17 13,30 2,26 43,80 16,11 16,03 4,30 1,80 27,51 15,03 17,07 22,80 17,32 0,4
17,44
59,03
18,91
3,85
69,59
36,69
11,92
8,26
95,7
6,88
12,72
12,79
28,15
12,48
1,5
9,88
2,72
42,59
47,18
14,92
91,61
47,63
9,15
27,12
0,79
6,23
26,47
23,82
43,31
26,6
21,05
47,49
10,75
32,7
3,78
70,87
65,98
33,24
35,96
87,19
18,72
9,24
51,32
30
75,45
18,6
37,95
57,55
79,32
89,93
27,05
9,83
39,82
45,64
34,44
0,77
2,59
3,56
3,06
2,06
6,4
2,93
13,42
0,84
1,38
4,02
2,66
2,72
4,31
3,35
0,64
4,49
2,23
8,47
1,35
1,63
0,93
1,11
4,42
8
1,87
2,9
1,72
42,52 23,45 21,58 33,39 32,16 9,26 11,23 5,37 3,85 1,28 25,67
31,41
12,93
12,01
12,89
28,33 41,55 4,80 20,23 12,98 36,75
28,93
79,95
21,05
9,59
19,37
35,22
73,28
42,97
71,76
5,06
3,63
0,35
2,14
1,15
149,71 18,72 15,01 23,11 17,35 0,38 0,78 0,95 0,60 9,62 0,95
2,36
2,49
1,88
26,21
2,09 8,38 12,82 4,71 54,85 18,71
9,68
8,48
13,45
18,32
93,01
49,51
10,83
69,6
18,35
1,02
1,16
12,87
5,17
3,37
19,12 7,76 18,17 38,33 7,03 14,38 3,00 1,84 0,65 2,49 1,28 3,92 8,5
4,86
2,07
7,06
3,6
11,56
53,82 28,36 6,19 58,27 2,33 40,41 5,68
6,64
11,02
4,35
54,79
10,15
35,51
11,64
84,64
59,27
81,34
24,58
8,82
6,25
0,83
0,38
4,35
1,53
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 63
100 MELHORES EMERGENTES DO SUL
expansão sem
brincadeira
Prestes a atingir R$ 115 milhões em vendas, a Xalingo se consolida
entre as mais bem-sucedidas fabricantes de brinquedos do Brasil
Nos anos 1990, a súbita abertura dos portos
para se diferenciar perante o consumidor.
brasileiros bateu em cheio nas fabricantes
Outro passo importante foi ocupar segmentos
brasileiras de brinquedos – entre elas, a Xalingo.
que os importadores não alcançavam com
De uma hora para a outra, as principais lojas
eficiência – como o de brinquedos educativos,
estavam abarrotadas de badulaques made
cujas características variam bastante conforme
in China – com preços que ninguém no Brasil
o mercado em que são utilizados. Tudo
conseguia igualar. A Xalingo, porém, não se
isso alimentado por uma equipe de vendas
entregou. Diante da ameaça, a empresa de
competitiva e bem estruturada.
Santa Cruz do Sul (RS) tratou de redesenhar
Deu certo. Aos poucos, as vendas ganharam
sua estratégia de negócios. O primeiro ponto
volume e a Xalingo se inseriu em outros nichos,
foi valorizar a credibilidade e a tradição
como os de triciclos e peças para playground,
acumulada desde 1947, quando foi fundada,
praças e jardins. “São produtos que não têm
Desirée Ferreira
concorrência direta com os da China, já que o
tamanho dificulta a importação”, explica Flavio
Haas, diretor administrativo-financeiro da
empresa. Posicionada, hoje, como a sétima maior
fabricante de brinquedos do Brasil, a Xalingo
tem conseguido crescer sem maiores solavancos.
Desde 2010, a companhia tem registrado um
avanço médio de 12% ao ano na receita. Em 2013,
atingiu um total de R$ 97 milhões. Neste ano,
deverá chegar perto dos R$ 115 milhões.
Maior indústria de brinquedos do Rio Grande
do Sul, a Xalingo produz 650 itens – das linhas
de esporte e lazer até os brinquedos licenciados
da Disney, da Turma da Mônica e da Galinha
Pintadinha. Cerca de 82% das vendas vêm de
produtos infantis. Mesmo assim, a empresa
vem expandindo as operações em uma nova
frente: a de peças industriais, que já responde
por 18% do faturamento. São produtos para o
setor de máquinas agrícolas, como tanques de
A bola do jogo
combustível e caixas para grãos. “É um segmento
Flavio Haas, da Xalingo: vendas crescem
12% ao ano desde 2010
que está indo muito bem, no qual crescemos 30%
64 / Outubro / 2014 / AMANHÃ
só em 2013”, destaca Haas.
fertilizantes
sob medida
Aliar produtos de qualidade com agilidade no atendimento é a receita
da BR Fértil para ocupar os espaços esquecidos pelas grandes do setor
O paranaense Aluisio Schwartz Teixeira
conhece como poucos o mercado de adubos e
fertilizantes. Ao longo da carreira, trabalhou
como executivo em alguns dos mais tradicionais
grupos do setor. Até que, em 2011, decidiu
usar o conhecimento acumulado para abrir
sua própria empresa, a BR Fértil. “Eu gosto de
fertilizantes”, resume ele. A transição para a vida
de empreendedor, porém, não foi fácil. “Primeiro,
acabei importando além do que era permitido”,
conta ele. Depois, a Receita Federal entendeu que
ele estaria trabalhando como ‘laranja’ para outras
empresas maiores. Felizmente, os mal-entendidos
foram rapidamente desfeitos, sem prejuízo para a
credibilidade de Teixeira.
Em pouco tempo, a BR Fértil começou a
deslanchar. Deixou para trás as importações
a granel e passou a trazer fertilizantes em
Cada vez maior
Para este ano, o empresário Aluisio Teixeira
projeta um salto de 150% nas vendas – de novo
contêineres – que ofereciam atratividade tanto
no frete quanto na taxa de descarga no porto.
Além disso, Teixeira não poupou esforços para
agricultura de precisão, Teixeira quer
trabalhar com produtos de qualidade superior.
consolidar a BR Fértil como uma alternativa
“Tenho muito conhecimento em mercadoria
ao mercado de misturas de fertilizantes. Ao
diferenciada. Como a nossa estrutura é muito
mesmo tempo, projeta encerrar 2014 com uma
pequena, não posso me preocupar em ter de
receita próxima aos R$ 100 milhões – o que
devolver produto por má qualidade”, afirma.
representará uma nova expansão de 150%.
A virada de chave aconteceu no começo de
Com números tão vistosos, o empresário vem
2013, quando as matérias-primas passaram a
sendo assediado por traders internacionais,
chegar ao Brasil em sacolões de uma tonelada
interessados em se associar à BR Fértil. Por
– os chamados big bags. Em meio ao boom
enquanto, porém, ele diz que não é hora
do agronegócio nacional, a BR Fértil viu seu
de se empolgar com nada. “Sinceramente,
faturamento saltar de R$ 16 milhões, em 2012,
crescemos até mais do que prevíamos. Se
para R$ 41 milhões em 2013 – a maior expansão
eu quiser crescer mais, vou ter de reduzir
de receita na lista das 100 Emergentes do Sul.
as margens, e elas já são muito apertadas”,
Atento à clientela que trabalha com
destaca.
AMANHÃ / 2014 / Outubro / 65